Reo 5: Aula 5 Melhoramento genético do cafeeiro Estudante: Juan Eduardo Soto Mora
O melhoramento genético é uma realidade. Há muito tempo, quando o café e a sua
complexidade sensorial, nutricional e físico-química foram descobertos, este começo a ter uma importância maior no mercado mundial e na economia dos países produtores (e alguns casos aqueles que não são também aproveitam a popularidade do café), começaram-se trabalhar em estratégias para manter e aumentar a produtividade do cafeeiro, bem como, oferecer uma resistência as adversidades do ambiente. Dentro de cada espécie, existem variedades com qualidades diferençadas, como resistência algumas pragas e doenças, outras têm maior ou menor altura (porte), algumas são mais produtivas, outras possuem qualidade superior na bebida, e assim por diante.
No mundo existem duas espécies com maior relevância económica, espécie
Canephora e espécie Arabica. Cada uma tem características diferenciadas, e assim como diferem geneticamente, as estratégias para realizar um melhoramento genético, diferem uns de outros. No caso da espécie arábica, é uma espécie alotetraploide com a capacidade de autofecundação, facilitando o seu processo reprodutivo, bem como, oferecendo a possibilidade de manter um genótipo “puro” que pode ser reproduzido semeando sementes coletadas de qualquer planta do lote que seja da mesma variedade e espécie gerando uma condição de homozigoses. Por outro lado, a espécie Canephora é diploide (sendo está uma das principais diferenças em relação ao Arabica), por tanto, não possui a capacidade de autofecundação, precisando da ajuda de médios naturais como dispersão de pólen no ar, polinização conduzida por abelhas, entre outras, que fecundem o óvulo da flor cafeeiro e preparem o caminho para o desenvolvimento dos frutos. Agora bem, por precisar ser fecundada, possuirá informação genética do doador de pólen, o qual gerará frutos (sementes) com informação diferente no só entre plantas de um lote, mas entre ramos e frutos de uma mesma planta, gerando uma condição de heterozigoses.
As estratégias de melhoramento mais utilizadas na atualidade para espécie
Canephora são: seleção de meios irmãos e seleção de irmãos germanos. A primeira é caraterizada por tomar de um lote uma planta referência que atuará como órgão reprodutor feminino (mãe), recebendo o pólen das plantas ao redor transportado no ar, bem como, o pólen coletado e conduzido pelas abelhas. O resultado será muitos frutos com genótipos diferentes, caraterísticas diferençadas e múltiplas possibilidades que terá que ser avaliadas a través do tempo usando metodologias experimentais (lotes experimentais), considerando adaptabilidade, desempenho e estabilidade até conseguir uma semente com caraterísticas reproduzíveis, lembrando sempre que os progénitos, resultado dos cruzamentos estarão em heterozigoses. Pelo contrário, a estratégia de seleção de irmãos germanos, prover mais controle sobre os genótipos. O procedimento consiste em selecionar uma planta que atuara como órgão reprodutor feminino (mãe) e outra que atuara como órgão reprodutor masculino (pai). Do pai se tomará um ramo com flores abertas (pólen no seu interior) e serão juntados com um ramo escolhido da mãe, os quais será coberto para evitar cruzamento do pólen do ambiente bem como o contacto com outros bichos. O anterior até garantir a fecundação e posterior crescimento e desenvolvimentos dos frutos e sementes que se utilizaram na etapa de adaptabilidade, desempenho, estabilidade e clonagem. Este procedimento pode ser conduzido a traves da fecundação de só uma mãe e múltiplos pais conhecidos conduzindo fecundação em diversos ramos ou, uma mãe e usando só um pai conduzindo fecundação em múltiplos ramos. Da mesma forma que na seleção por irmãos, as sementes resultantes estarão em heterozigoses.