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ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

POR T R A B A L H O S C O M N I T R A T O D E A M Ó N I O

HAZARDOUS WORK SUPPLEMENTAL PAYMENT


FOR WORKS WITH AMMONIUM NITRATE

{
João Rui Barbosa de Alencar

RESUMO

O Brasil é u m dos únicos países no m u n d o que c o n v i v e m c o m o paga-


mento de adicional de salários para trabalhadores que d e s e n v o l v e m ativida-
des e m condições insalubres e perigosas. A caracterização desses adicio-
nais é feita mediante perícia técnica a cargo de engenheiro ou médico do
trabalho, que nem sempre traduzem a realidade dos ambientes de trabalho e
que terminam por prejudicar a confiança depositada pelos magistrados nes-
s e s experts. O objetivo deste trabalho foi inspirado no resultado de provas
periciais de avaliação de adicional de periculosidade, por trabalho envolven-
do a fabricação e comercialização de fertilizantes, entre estes, nitratos de
a m ó n i o e potássio por e m p r e s a localizada no município de O l i n d a - P E , Bra-
sil. A o c o r r ê n c i a d e p a r e c e r e s t é c n i c o s d i s t i n t o s p o r p e r i t o s d i f e r e n t e s em
vários processos levou o autor a estudar c o m profundidade o assunto e a
defender c o m ênfase o seu parecer, prolatando as questões técnicas que
envolvem o assunto.

Palavras-chave

Adicional de Periculosidade, Nitrato de A m ó n i o , Fertilizantes, Explo-


sivos.

(*) D o u t o r a n d o e m Engenharia Q u í m i c a pela Universidade Federal d o Rio d e J a n e i r o — U F R J ,


M.Sc. e m Engenharia Q u í m i c a pela Universidade Federal d e P e r n a m b u c o — U F P E , Engenheiro
de S e g u r a n ç a do Trabalho pela Universidade d e P e r n a m b u c o — U P E e Perito Judicial do Tribu-
nal Regional do Trabalho da 6* Região.
ABSTRACT

B r a z i l is o n e of t h e o n l y c o u n t r i e s in t h e w o r l d w h i c h c o e x i s t s t h e s u p -
p l e m e n t a l p a y m e n t f o r w o r k e r s w h o d e v e l o p a c t i v i t i e s in u n h e a l t h y a n d h a -
z a r d o u s c o n d i t i o n s . T h e c h a r a c t e r i z a t i o n of t h i s y o u a d d is m a d e b y m e a n s
of s k i l l t e c h n i q u e in c h a r g e of e n g i n e e r o r d o c t o r of t h e w o r k , w h o n o r a l w a y s
t r a n s l a t e r e a l i t y of w o r k e n v i r o n m e n t s , a n d w h i c h f i n i s h h a r m i n g t h e c o n f i -
d e n c e d e p o s i t e d f o r t h e m a g i s t r a t e s o n t h e s e e x p e r t s . T h e o b j e c t i v e of t h i s
w o r k w a s i n s p i r e d o n t h e r e s u l t of e x p e r t e v i d e n c e s of risk p r e m i u m e v a l u a -
t i o n of, f o r w o r k i n v o l v i n g t h e m a n u f a c t u r e a n d f e r t i l i z e r c o m m e r c i a l i z a t i o n ,
a m o n g s t t h e s e , a m m o n i u m n i t r a t e s a n d p o t a s s i u m f o r c o m p a n y l o c a t e d in
t h e c i t y of O l i n d a - P E , B r a z i l , t h a t , in d i s t i n c t f u n c t i o n t o h a v e t o s e e m t e c h n i -
c i a n of d i s t i n c t c o n n o i s s e u r s in s o m e p r o c e s s e s , t o o k t h e a u t h o r t o s t u d y
w i t h d e p t h t h e s u b j e c t a n d t o d e f e n d w i t h e m p h a s i s its t o s e e m a n d t o r e n d e r
the questions techniques that involve the subject.

Key-words

H a z a r d o u s W o r k S u p p l e m e n t a l P a y m e n t , A m m o n i u m Nitrate, Fertili-
zers, Explosives.

1. INTRODUÇÃO

O Estado contemporâneo controla o comportamento dos indivíduos no


intuito de i m p e d i r - l h e s q u a l q u e r a ç ã o n o c i v a à s a ú d e de t o d o o p o v o . E o faz
por m e i o de leis. É a própria s o c i e d a d e , por d e c o r r ê n c i a lógica, q u e define
quais são esses comportamentos nocivos e determina que eles sejam evita-
dos, q u e seja punido o infrator e qual a p e n a q u e d e v e ser-lhe aplicada. Tal
a t i v i d a d e s o c i a l é e x p r e s s a e m leis q u e a A d m i n i s t r a ç ã o P ú b l i c a d e v e c u m -
prir e f a z e r c u m p r i r .

P o r é m , a d i n â m i c a d e s s a s leis n e m s e m p r e e s t á e m s i n t o n i a c o m o
acelerado estado de desenvolvimento dos processos produtivos, o que leva
o E s t a d o a f a z e r c u m p r i r leis u l t r a p a s s a d a s , q u e c e r t a m e n t e n ã o r e f l e t e m a s
aspirações do seu povo. Este é o caso dos adicionais de insalubridade e
p e r i c u l o s i d a d e p r e v i s t o s n a L e i n. 6 . 5 1 4 / 7 7 ( 2 ) , à q u a l a c u l t u r a e m p r e s a r i a l
brasileira ainda dedica muito t e m p o e esforço. Pagando os adicionais, as
empresas se v ê e m desobrigadas de propiciar condições h u m a n a s dignas e
seguras aos seus e m p r e g a d o s . Por outro lado, tem-se discutido que esses
adicionais são símbolos do atraso e d e v e m ser combatidos, expurgados e
varridos das relações do trabalho, além de que se trata de u m a deformação
no aspecto jurídico e técnico de prevenção, criando falsos benefícios e cons-
tituindo u m a forma financiada de comprar e m suaves prestações mensais a
vida do trabalhador(16).
A caracterização dos adicionais de insalubridade e periculosidade nos
a m b i e n t e s de trabalho é feita mediante a realização de perícias a cargo de
m é d i c o d o t r a b a l h o o u e n g e n h e i r o d o t r a b a l h o , c o n f o r m e a s s e g u r a o art. 1 9 5
d a C o n s o l i d a ç ã o das Leis do Trabalho — C L T ( 3 ) . Q u a n d o arguidos e m juí-
zo, o juiz designa perito habilitado para esclarecimento dos pleitos.

Por constituir-se o perito no instrumento de que dispõe o julgador


para assenhorear-se da realidade dos fatos que d e p e n d e m de conhecimen-
tos técnicos específicos, é natural que sua escolha recaia naquele profis-
sional que goza da confiança do magistrado. Essa confiança, entretanto,
não há que se pautar estritamente nos atributos pessoais da lealdade e
honestidade do louvado. Faz-se mister que seja levada e m consideração,
t a m b é m e c o m ênfase, sua competência técnica, advinda de diversos fato-
res, tais c o m o a inteligência, a dedicação, e sobretudo d a f o r m a ç ã o profis-
sional e do conhecimento técnico sobre o assunto e m pauta, sob pena de
promover uma avaliação precária das condições ambientais de trabalho
realmente existentes.

Tais atribuições nem sempre são conseguidas nos profissionais que


atuam nesta área, o que se traduz na freqüente elaboração de laudos abusi-
vos, confusos, superficiais ou duvidosos, s e m muito colaborar no julgamen-
to de q u e s t õ e s estritamente técnicas, q u e ao final da c a u s a ficam c o m p r o -
metidas(17).

O p r e s e n t e trabalho foi inspirado no resultado de p r o v a s periciais de


avaliação de adicional de periculosidade, por trabalho envolvendo a fabri-
cação e comercialização de fertilizantes, entre estes nitratos de a m ó n i o e
potássio por e m p r e s a localizada no município de O l i n d a - P E , Brasil. Em
função de resultarem pareceres técnicos distintos por peritos diversos, em
v á r i o s p r o c e s s o s , o autor foi l e v a d o a e s t u d a r c o m p r o f u n d i d a d e o a s s u n t o
e a defender c o m ênfase o seu parecer, prolatando as questões técnicas
que envolvem o assunto. Vale salientar que muito pouco se discutiu sobre
o tema, o que contribui para a manutenção de alguns mitos acerca da ma-
téria.

2. DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO

O processo produtivo envolvido para análise do pleito de periculosi-


d a d e foi u m a m i s t u r a d o r a de fertilizantes. A f a b r i c a ç ã o d e d e t e r m i n a d o tipo
de fertilizante c o m e ç a c o m a identificação das necessidades de nutrientes
pelo solo dos produtores agrícolas. De posse dessas informações, uma
formulação é planejada, otimizada e apresentada na forma de teores de
n i t r o g ê n i o - f ó s f o r o - p o t á s s i o . P o r e x e m p l o , u m a f ó r m u l a N-P-K d o t i p o 2 0 - 1 0 - 2 0
contém, 2 0 % de nitrogênio, 1 0 % de fósforo e m P 0 e 2 0 % de potássio e m 2 5

K 0.
2

U m caso particular é o simples ensaque da própria matéria-prima,


s e m ser n e c e s s a r i a m e n t e m i s t u r a d a c o m o u t r a m a t é r i a - p r i m a , isto é, a p r ó -
pria matéria-prima já supre as necessidades dos macronutrientes. Exem-
plos d e s s e tipo d e fertilizante: sulfato de a m ó n i o , nitrato d e cálcio, nitrato d e
a m ó n i o , etc.

As fontes de cada u m dos macronutrientes (N-P-K) são escolhidas a


partir das diversas matérias-primas. C o m o fonte de nitrogênio, utiliza-se ni-
trato de potássio (que t a m b é m é fonte de potássio), nitrato de a m ó n i o , nitra-
to de cálcio, sulfato de a m ó n i o e uréia; c o m o fontes de fósforo s ã o utilizados
mono-amônio fosfato (que t a m b é m é fonte de nitrogênio), superfosfato sim-
ples, superfosfato triplo, fosfato mono-cálcico, e c o m o fonte de potássio, o
cloreto de potássio.

O processo produtivo consiste na pesagem, mistura e ensaque das


diversas substâncias previamente selecionadas na etapa de planejamento
d a formulação. T o d a s as etapas e n v o l v e m s o m e n t e o p e r a ç õ e s unitárias físi-
cas; n e n h u m a reação química ocorre no processamento dos materiais. Por
meio de u m a pá carregadeira, as matérias-primas são retiradas d o s diver-
s o s b o x e s o n d e s ã o a r m a z e n a d a s e a l i m e n t a d a s e m u m silo a c o p l a d o a u m
elevador que as transfere para outros silos, onde ficarão a r m a z e n a d a s s e p a -
radamente as diversas matérias-primas que serão utilizadas no processo.
D e s s e s silos as matérias primas são d e s c a r r e g a d a s n u m a s e q ü ê n c i a pro-
gramada sobre a balança, onde são pesadas as quantidades de cada u m a
das matérias-primas. Após a pesagem das quantidades necessárias de cada
matéria-prima para produção de determinado tipo de fertilizante, o produto é
d e s c a r r e g a d o sobre u m t a m b o r rotativo, o n d e é misturada. A p ó s a mistura o
produto é transferido por u m elevador para u m silo, que a b a s t e c e a s e n s a c a -
deiras. Destas os produtos são arrumados em caminhões para transporte
até o local o n d e serão utilizados.

3. SOBRE O QUE SE CONTROVERTE E AS


FUNÇÕES DOS TRABALHADORES

A disputa judicial e m torno do adicional de periculosidade envolveu


trabalhadores da área administrativa, a saber, motoristas, engenheiros agrô-
n o m o s dedicados ao c a m p o e à área comercial, e secretárias.

A controvérsia que ora se pretende avaliar e esclarecer está relaciona-


da ao fato de esses trabalhadores a l e g a r e m ter ficado e x p o s t o s à a ç ã o d e
explosivos, e m c o n d i ç õ e s d e risco a c e n t u a d a s pelo fato d e realizar o t r a n s -
porte d e fertilizantes, dentre outros, à b a s e de nitrato de a m ó n i a e nitrato d e
potássio o u por ficarem expostos à área d e risco criada pelo a r m a z e n a m e n -
to desses materiais, que e r a m , s e g u n d o afirmações na p e ç a p r o c e s s u a l ,
"altamente explosivos". A suposta certeza dessa afirmação se b a s e a v a prin-
cipalmente no fato de esses nitratos s e r e m produtos controlados pelo Mi-
nistério do Exército na legislação específica que trata de explosivos, s e m
entretanto serem levadas e m consideração sequer as marcantes distin-
ç õ e s entre os p r o c e s s o s produtivos de mistura de fertilizantes d a q u e l e s , a
p r o d u ç ã o de misturas explosivas para fins militares, ou o próprio uso des-
s e s materiais, c o m o a escavação de túneis, o desmonte de rochas, a de-
m o l i ç ã o d e c o n s t r u ç õ e s , etc.

4. FUNDAMENTO CIENTÍFICO

4.1. Riscos x perigos

As propriedades dos produtos químicos quanto a serem potencialmen-


te c a u s a d o r e s de incêndios e/ou e x p l o s õ e s s ã o a base para a c o n c e s s ã o do
adicional de periculosidade. Essas substâncias têm potencial para causar
danos agravados, quando associadas a um agente comburente (oxigênio) e
a u m a fonte de calor. A reação química resultante entre o combustível e o
oxigênio só acontecerá se ocorrer a presença de alguma fonte de energia
suficiente p a r a iniciá-la. A reação p o d e r á ser u m a simples c o m b u s t ã o , o u ,
dependendo da velocidade c o m que ocorra, poderá causar ondas de choque
c o m alto potencial destruidor, c o m o as explosões.

Q u a n d o se faz u m a avaliação de riscos é s e m p r e bastante salutar de-


finir e e n t e n d e r o q u e s e p o d e c h a m a r d e r i s c o . R i s c o e x p r e s s a u m a p r o b a b i -
lidade de que eventos indesejáveis ocorram dentro de um período específico
de t e m p o ou de u m número de ciclos operacionais. É u m a g r a n d e z a que
m e d e o grau de e x p o s i ç ã o ao perigo; u m risco p o d e estar p r e s e n t e , m a s
p o d e haver baixo nível de perigo, este aqui entendido c o m o u m t e r m o geral
que designa u m a situação física que possui certo potencial de causar dano
àquilo q u e os seres h u m a n o s valorizam: vida, s a ú d e , b e n s materiais, etc.
Risco # Perigo. Tratando-se de g r a n d e z a s probabilísticas, é impossível ter
nível d e risco "zero"; o q u e se atinge é u m nível de risco aceitável, o risco
sob controle.

4.2. Da química dos produtos

A empresa reclamada possuía autorização de funcionamento concedi-


d a por aquele Ministério para a guarda e utilização de até 6.000 toneladas de
nitrato d e a m ó n i o e nitrato d e potássio d e s t i n a d o s ao fabrico d e fertilizantes.
O nitrato de a m ó n i o é, de fato, u m p r o d u t o q u í m i c o de uso c o r r e n t e nos dois
r a m o s de atividade, d e explosivos e fertilizantes, e, a p e s a r de s e r e m q u i m i -
c a m e n t e os m e s m o s produtos, fisicamente s ã o distintos por apresentarem
densidades b e m diferenciadas.

O s produtos utilizados no p r o c e s s o produtivo e r a m nitrato de a m ó -


nio, nitrato de potássio, nitrato de cálcio, sulfato de a m ó n i o , uréia, cloreto
d e p o t á s s i o , m o n o - a m ô n i o fosfato, s u p e r f o s f a t o s i m p l e s , s u p e r f o s f a t o tri-
plo e fosfato mono-cálcico. C o m o já relatado, toda suspeita quanto a se-
rem agentes periculosos era voltada para os nitratos de amónio e de potás-
sio, sobre os quais nos deteremos c o m maiores detalhes na seqüência deste
trabalho.

O nitrato de a m ó n i o é produzido q u a s e s e m p r e pela reação q u í m i c a do


ácido nítrico c o m a a m ó n i a

N H , + H N O , -» N H . N O .
3 3 4 3

a m ó n i a + ácido nítrico -> nitrato d e a m ó n i a

A s o l u ç ã o obtida de nitrato d e a m ó n i a é e n t ã o p e l o t i z a d a o u solidifi-


cada. A higroscopicidade, tendência a absorver a umidade do am-biente, é
u m dos maiores incovenientes de sua utilização, requerendo sempre um
recobrimento dos grânulos obtidos c o m substâncias anti-higroscópicas, tais
c o m o argilas, talco e outros silicatos, óxidos de zinco, calcário, mono-
monofosfato, compostos orgânicos especiais, e t c , dependendo da tecno-
logia de obtenção(13). O nitrato de a m ó n i o utilizava calcário c o m o revesti-
mento.

O nitrato d e a m ó n i o é o mais importante dentre os fertilizantes nitroge-


nados. É t a m b é m ingrediente fundamental de explosivos de segurança, sen-
do quase s e m p r e misturado ao T N T (tri-nitro-tolueno) para formar o a m a t o l ,
q u e é u m e x p l o s i v o militar. U m a i m p o r t a n t e u t i l i z a ç ã o , e m b o r a p e q u e n a , é
na fabricação do óxido nitroso, anestésico de amplo uso. Esse gás é obtido
c o m e r c i a l m e n t e pelo a q u e c i m e n t o d e nitrato de a m ó n i o muito puro, a 9 9 , 5 % ,
e m condições controladas de temperatura, entre 200 e 260°C, de acordo
c o m a reação química a seguir:(21)

NH N04 3 -> N 0 + 2 H 0
2 2

nitrato de a m ó n i o -> óxido nitroso + vapor d ' á g u a

A p e s a r d o s e u uso corrente no r a m o d e explosivos, o nitrato d e a m ó n i o


não é u m explosivo n e m u m agente detonador. Existe de fato u m nitrato de
amónio que explode, porém esse produto não se apresenta puro(9). Possui
baixa densidade e é sensibilizado c o m óleo combustível ou qualquer outro
m a t e r i a l c a r b o n a d o , c o m o a s c o n h e c i d a s c o m o A N F O (ammonium nitrate
fuel oil). E s s e m a t e r i a l p o d e s e r d e f l a g r a d o p e l o c a l o r e p e l a p r e s s ã o d e u m a
espoleta o u de dinamite, razão pela qual o Ministério do Transporte d o s Es-
tados Unidos o classifica c o m o agente detonador. J á o nitrato de a m ó n i o
grau fertilizante é material de maior densidade, produzido e transportado
e x c l u s i v a m e n t e para fins agrícolas. Esse material é classificado c o m o oxi-
d a n t e , e c o m o tal é e x t r e m a m e n t e s e g u r o tanto n a a r m a z e n a g e m c o m o no
transporte; não explodirá m e s m o exposto a calor, ao fogo o u à p r e s s ã o de
u m martelo pneumático(9)(10).

A c o n d i ç ã o necessária p a r a q u e o nitrato de a m ó n i o s e torne p o t e n -


cialmente perigoso é que seja contaminado por combustíveis orgânicos ou
c o m outros materiais reativos, c o m o óleos, graxas ou lubrificantes, solven-
tes, éteres, cetonas, celulose (pó de serra), explosivos de qualquer tipo, alu-
mínio e m pó, magnésio e m pó, metais pulverizados, enxofre(12)(14). Outro
requisito simultâneo é a existência de condições de confinamento e a pre-
s e n ç a de altas temperaturas. S e g u r a m e n t e os dois nitratos de a m ó n i o pos-
s u e m propriedades diferentes, que, se utilizadas exclusivamente para o fim
a q u e se d e s t i n a m , p o s s u e m melhor eficácia e não trariam maiores risco
p a r a q u e m o s utiliza. T a i s c o n d i ç õ e s n ã o s ã o e n c o n t r a d a s n a s indústrias d e
fertilizantes; sendo respeitadas, o produto é extremamente seguro tanto na
a r m a z e n a g e m c o m o no transporte(1)(7)(13)(15)(19)(20).

Q u i m i c a m e n t e o nitrato d e a m ó n i o é u m f o r t e o x i d a n t e e n ã o u m e x p l o -
sivo. Oxidantes são substâncias que, e m b o r a não sendo necessariamente c o m -
bustíveis, p o d e m , e m geral por liberação de oxigênio, causar a c o m b u s t ã o de
outros materiais ou contribuir para isso e m misturas explosivas. T r a t a - s e de
u m produto extremamente estável sob condições normais de temperatura e
pressão.

O s processos judiciais alegavam inclusive que a e m p r e s a c h e g o u a


comercializar i n d e v i d a m e n t e o nitrato de a m ó n i o para fins explosivos e m
pedreiras para desmonte de rochas, o que nada tem que ver c o m o adicional
d e p e r i c u l o s i d a d e p e r s e g u i d o pelos r e c l a m a n t e s , n e m foi n o s s a i n t e n ç ã o a v a -
liar t a l a f i r m a ç ã o . A o p e r a ç ã o d e m i s t u r a d o n i t r a t o d e a m ó n i o c o m ó l e o ,
para p r o d u ç ã o de u m explosivo tipo A N F O , é e x t r e m a m e n t e perigosa, q u e é
f e i t a n o l o c a l d o u s o , m a s n ã o e x p l o d e p o r si s ó , n e c e s s i t a r i a a i n d a d e a l t a s
temperaturas e altas pressões (confinamento).

Shreve & Brink Jr.(21) a f i r m a m que, q u a n d o o nitrato de a m ó n i o é


detonado, nos explosivos e m que está presente, ocorre a seguinte reação,
c o m grande velocidade e violência:

2NH N0 4 3 -» 2 N + 4 H 0 + 0
2 2 2

nitrato de a m ó n i o - > nitrogênio + v a p o r d ' á g u a + oxigênio


S e g u n d o o s m e s m o s autores, e s s a r e a ç ã o ocorre a p e n a s pela inicia-
ção provocada por u m explosivo detonador poderoso ou pelo aquecimento
c o n f i n a d o n a p r e s e n ç a d e m a t é r i a o r g â n i c a o x i d á v e l . Kirk & Othmer^l) rela-
tam que a reação acima só ocorre e m temperaturas acima de 300°C.

O nitrato d e a m ó n i o , e m t e m p e r a t u r a s p r ó x i m a s d e 25°C, é u m a s u b s -
tância muito estável. Os autores sustentam a afirmação relatando experi-
mentos que foram feitos c o m o produto submetido a aquecimento a 100°C
por 100 dias, não se encontrando n e n h u m a d e c o m p o s i ç ã o considerável. A
d e c o m p o s i ç ã o do produto só ocorre a p ó s s u a f u n d i ç ã o . A 220°C óxido nitro-
so s água são formados. Em presença de matéria orgânica, sua decomposi-
ção c o m e ç a por volta de 100°C, pronunciando-se mais a 120°C(8)(13).

O nitrato de a m ó n i o não é tóxico, e o seu m a n u s e i o não requer e s p e -


ciais p r e c a u ç õ e s , a l é m de a d e q u a d o s e q u i p a m e n t o s de proteção individual
para q u e m os manipula.

4.3. Acidentes ocorrem

A história registra acidentes envolvendo nitrato de a m ó n i o :

— O p p a u ( A l e m a n h a , 1921): u m a mistura de nitrato e sulfato de a m ó -


n i o foi a g l u t i n a d a p e l a u m i d a d e e f e z - s e u s o d e d i n a m i t e s p a r a f r a g -
mentar a "pedra" formada(11).

— T e x a s (USA, 1947): nitrato de a m ó n i o revestido c o m g r a x a s e o u -


tros materiais parafínicos p e g o u fogo, seguindo-se u m a explosão. O
u s o d e t a l r e v e s t i m e n t o foi d e s c o n t i n u a d o d e p o i s d e s s e a c i d e n t e ( 2 2 ) .

— O k l a h o m a (USA, 1995): considerado u m ato terrorista por u m a b o m -


b a f o r m a d a p o r n i t r a t o d e a m ó n i o + fuel oil + T N T ( 1 8 ) .

O b s e r v a - s e n e s s e s a c i d e n t e s q u e o n i t r a t o d e a m ó n i o foi u t i l i z a d o n u m a
m i s t u r a e x p l o s i v a e, q u a n d o n ã o , u t i l i z o u - s e d e c o n d i ç õ e s q u e o c o l o c a r a m
como potencialmente perigoso.

5. FUNDAMENTO LEGAL

5.1. Da legislação do Ministério do Trabalho

A c o n c e s s ã o d o a d i c i o n a l d e p e r i c u l o s i d a d e e s t á r e s p a l d a d a n o art.
193 d a C L T , que diz:

"São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da


regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que,
por s u a natureza ou m é t o d o s de trabalho, impliquem o contato per-
m a n e n t e c o m inflamáveis ou explosivos, e m c o n d i ç õ e s de risco a c e n -
tuado."

A concessão do adicional de periculosidade deve satisfazer a condição


d e contato p e r m a n e n t e e e m c o n d i ç õ e s de risco a c e n t u a d o . E o q u e e n t e n -
d e m o s c o m o risco a c e n t u a d o ? E n t e n d e m o s q u e se trata de q u a n d o ou o n d e
há a probabilidade ou possibilidade predominante e marcante de um mal
ocorrer, isto é, o perigo o u a c i d e n t e e s t á n a i m i n ê n c i a de ocorrer, e tal situa-
ç ã o só existirá q u a n d o o risco estiver fora de controle, propiciando s u a m a t e -
rialização. O risco de acidentes não p o d e ser c o n f u n d i d o c o m o risco de
periculosidade. O risco existente é u m risco aceitável, u m risco s o b controle.
J á a p a l a v r a permanente enseja interpretações subjetivas, mas denota um
sentido de contínuo, ininterrupto, constante.

No presente caso, e m função de as características do produto nitrato


de amónio s e r e m destinadas exclusivamente ao fabrico de fertilizantes, con-
s i d e r a n d o ainda q u e o local dispõe de condições a d e q u a d a s p a r a estoca-
g e m do produto, estando inclusive c o m autorização de funcionamento do
Ministério d o Exército atualizada, c o n s i d e r a m o s q u e o risco a c e n t u a d o não
estava presente.

N a r e g u l a m e n t a ç ã o q u e f o i d a d a p e l a P o r t a r i a n. 3 . 2 1 4 , d e 8 . 6 . 1 9 7 8 ( 3 ) ,
na s u a N R - 1 6 (Atividades e O p e r a ç õ e s Perigosas), no seu item 16.5, lemos:

"16.5. Para os fins desta N o r m a R e g u l a m e n t a d o r a (NR) s ã o conside-


radas atividades ou operações perigosas as executadas c o m explosi-
v o s s u j e i t o s a:

a) D e g r a d a ç ã o q u í m i c a o u a u t o c a t a l í t i c a ;

b) A ç ã o d e a g e n t e s e x t e r i o r e s , t a i s c o m o c a l o r , u m i d a d e , f a í s c a s , f o g o ,
f e n ô m e n o s físicos e atritos."

ANEXO 1
ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM EXPLOSIVOS

1. São consideradas atividades ou operações perigosas as enumeradas no


Quadro n. 1 seguinte:

QUADRO N. 1

ATIVIDADES ADICIONAL DE 3 0 %

a No armazenamento de todos o s trabalhadores nessa atividade


explosivos. ou q u e p e r m a n e ç a m na área de risco.
ATIVIDADES ADICIONAL DE 3 0 %

b. No transporte de todos os trabalhadores nessa atividade.


explosivos.

c. Na operação de escorva todos os trabalhadores nessa atividade.


dos cartuchos de
explosivos.

d. Na operação de todos os trabalhadores nessa atividade.


carregamento de
explosivos.

e. Na detonação. todos os trabalhadores nessa atividade.

f. Na verificação de todos os trabalhadores nessa atividade.


detonações falhadas.

g. N a q u e i m a e d e s t r u i ç ã o de todos os trabalhadores nessa atividade.


explosivos deteriorados.

h. Nas operações de todos os trabalhadores nessa atividade.


manuseio de explosivos.

S ã o c o n s i d e r a d a s áreas de risco:

a) n o s l o c a i s d e a r m a z e n a g e m d e p ó l v o r a s q u í m i c a s , a r t i f í c i o s p i r o t é c -
nicos e produtos químicos usados na fabricação de misturas explosivas ou
d e f o g o s d e a r t i f í c i o , a á r e a c o m p r e e n d i d a n o Q u a d r o n. 2 .

QUADRO N. 2

QUANTIDADE ARMAZENADA FAIXA DE T E R R E N O A T É A


EM QUILOS DISTÂNCIA MÁXIMA DE

até 4.500 45 metros

mais de 4.500 até 4 5 . 0 0 0 90 metros

mais de 4 5 . 0 0 0 até 90.000 110 metros

mais de 90.000 até 225.000* 180 metros

* Quantidade máxima, que não pode ser ultrapassada.

A p e s a r de já t e r m o s descrito sob quais c o n d i ç õ e s o nitrato d e a m ó n i o


pode ser considerado u m explosivo, vale frisar que estas não f o r a m atendi-
d a s no presente c a s o . Logo, os itens d e s t a c a d o s "a" ou "b" ou " h " do Q u a d r o
1, " a r m a z e n a m e n t o de explosivos", "transporte de explosivos" ou "operações
de manuseio de explosivos", não se aplicam aos trabalhos dos reclamantes,
u m a vez q u e as referidas substâncias são classificadas c o m o oxidantes e
não explosivos. Pelo m e s m o motivo, não cabe aqui a formação de u m a área
d e risco a q u e p u d e s s e m estar expostos os reclamantes; logo, t a m b é m não
se aplica o Q u a d r o 2.

Outro fato que v e m somar a essa afirmação é que a e m p r e s a reclama-


d a p o s s u í a autorização p a r a a r m a z e n a r até 6.000 t o n e l a d a s d o s nitratos d e
a m ó n i o e de potássio, n ú m e r o q u e ultrapassa os limites m á x i m o s fixados
pelo Quadro 2 acima. Vale salientar t a m b é m que as quantidades-limites pre-
vistas no Quadro acima praticamente inviabilizariam a indústria local, u m a
vez que as quantidades consumidas são extremamente superiores aos valo-
res acima.

5.2. Da legislação do Ministério do Exército

O n i t r a t o d e a m ó n i o é u m p r o d u t o q u í m i c o d e i n t e r e s s e militar, e c o m o
tal é controlado pelo Ministério do Exército, c o n s t a n d o do A n e x o 1 do D e c r e -
t o n. 2 . 9 9 8 d e 2 3 . 0 3 . 1 9 9 9 ( 6 ) , q u e d e u n o v a r e d a ç ã o a o R e g u l a m e n t o p a r a
Fiscalização de Produtos Controlados por esse Ministério; conhecido tam-
bém como R-105, esse decreto revogou os Decretos ns. 5 5 . 6 4 9 , de
28.01.1965, e 64.710, de 18.01.1969.

A reclamada possuía autorização para "adquirir; consumir na fabrica-


ção de fertilizantes; importar mediante autorização prévia do Ministério do
Exército e depositar até 6.000 toneladas de Nitrato de Amónio e Nitrato de
Potássio".

N o art. 6 8 d o d e c r e t o s u p r a c i t a d o l e m o s :

"Art. 6 8 . A s fábricas de p r o d u t o s c o n t r o l a d o s pelo Ministério d o Exérci-


to só poderão funcionar se satisfizerem as exigências estipuladas pela
legislação vigente não conflitante c o m esta regulamentação e as pres-
crições estabelecidas no presente Regulamento."

De posse d a autorização do Ministério do Exército, e n t e n d e m o s que as


instalações da reclamada atendem às exigências para o armazenamento e
uso dos nitratos de potássio e de a m ó n i o graus fertilizantes.

O Ministério do Exército t a m b é m entende a distinção feita entre os


nitratos de a m ó n i o destinados ao fabrico de explosivos e aqueles destinados
a f i n s a g r í c o l a s , t a n t o é q u e i n s t i t u i u a I n s t r u ç ã o T é c n i c o - A d m i n i s t r a t i v a n.
0 4 / 9 4 - D F P C ( 4 ) , que no s e u item 5 diz:
"5. Definição

a. O N i t r a t o d e A m ó n i o e s t á c l a s s i f i c a d o c o m o p r o d u t o c o n t r o l a d o e m
virtude das possibilidades de sua utilização na fabricação de misturas
explosivas, e m indústria especialmente equipada c o m esse objetivo ou
diretamente, nos locais de emprego, através de misturas ( A N F O ) , c o m
reforçadores ou detonadores apropriados.

c. O N i t r a t o d e A m ó n i o t r a t a d o n e s t a i n s t r u ç ã o é o e m p r e g a d o n a f a -
bricação de fertilizantes ou diretamente e m p r e g a d o c o m o a d u b o na
agricultura, e m decorrência de suas características."

M a i s a d i a n t e , n o i t e m f, a r e f e r i d a I n s t r u ç ã o t r a t a d a a r m a z e n a g e m d o
nitrato de a m ó n i o :

"f. A r m a z e n a g e m d o N i t r a t o d e A m ó n i o

1) C o n s i d e r a n d o q u e a e s c a l a e c o n ô m i c a p a r a u t i l i z a ç ã o d o N i t r a t o d e
A m ó n i o (como insumo para fabricação de fertilizantes) exige o esto-
q u e d e e l e v a d a s q u a n t i d a d e s e, a i n d a , q u e é g r a n d e a e s t a b i l i d a d e d o
referido produto químico verifica-se não ser possível adotar a tabela 1
d o i t e m III d o A n e x o 15 d o R - 1 0 5 , p a r a o s e u a r m a z e n a m e n t o . C o n t u -
do deve ser observada a compatibilidade d a a r m a z e n a g e m do Nitrato
de Amónio c o m outras substâncias."

Da análise dos textos acima, concluímos que o Ministério do Exército


trata de f o r m a distinta os nitratos de a m ó n i o q u a n d o destinados ao uso de
explosivos e/ou fertilizantes. A c r e s c e n t e - s e a isso q u e as quantidades m á x i -
m a s permitidas para o a r m a z e n a m e n t o de nitrato de a m ó n i o grau fertilizante
não foram objeto de regulamentação pelo m e s m o decreto, fixando s o m e n t e
a m e s m a quantidade de 226.800 kg (226,8 toneladas) para o c a s o de uso
e m misturas explosivas. Será que o Ministério do Exército autorizou "errone-
a m e n t e " a a r m a z e n a g e m de até 6.000 toneladas, contrariando s u a própria
normatização? É óbvio que não.

5.3. Da legislação do Ministério dos Transportes

A P o r t a r i a n. 2 0 4 , d e 2 0 . 0 5 . 1 9 9 7 ( 5 ) , q u e a p r o v a a s I n s t r u ç õ e s C o m -
p l e m e n t a r e s a o D e c r e t o n. 9 6 . 0 4 4 , d e 1 8 . 0 5 . 1 9 8 8 , r e l a t i v o a o t r a n s p o r t e
rodoviário e ferroviário de produtos perigosos, classifica tanto o nitrato
de a m ó n i o grau c o m o fertilizante quanto o nitrato de potássio c o m o subs-
tâncias oxidantes, não explosivos, e m pleno acordo c o m o raciocínio ex-
posto acima.
6. CONCLUSÕES

O presente trabalho permitiu u m a revisão das propriedades d o nitrato


de amónio e u m a detalhada análise das condições que o tornam u m produto
p o t e n c i a l m e n t e p e r i g o s o . O adicional de p e r i c u l o s i d a d e p l e i t e a d o p e l o s re-
c l a m a n t e s foi n e g a d o n a ótica do autor pelos motivos expostos aqui, princi-
palmente se assegurando que se trata de u m produto oxidante e não de u m
explosivo, e que requer condições específicas para ser tratado c o m o agente
periculoso. Pareceres contrários sobre o que aqui se controverte surgiram
d e a v a l i a ç õ e s d e o u t r o s experts, porém com discussões que margearam o
assunto e m questão e que, e m nosso entendimento, pecaram por não se
aprofundar e m todas as questões aqui abordadas, confundindo-se ativida-
des realmente periculosas, c o m o a do desmonte de rochas, escavações,
demolições nas quais explosões são inclusive provocadas, c o m a simples
mistura de fertilizantes, c o m o s e n d o a m b a s de m e s m o grau de risco. O tra-
b a l h o c o n t r i b u i d e f o r m a c l a r a p a r a c o r r o b o r a r o q u e j á e s t á p r e v i s t o n a lite-
ratura, d e q u e o nitrato de a m ó n i o g r a u fertilizante n ã o é u m explosivo, e s i m
u m oxidante, não podendo, pois, ser declarada a periculosidade pelo seu
uso ou transporte.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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