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MÉTODO DAS FORÇAS (FLEXIBILIDADE OU

COMPATIBILIDADE)
A metodologia utilizada pelo Método das Forças para analisar uma
estrutura hiperestática é:
• Somar uma série de soluções básicas que satisfazem as condições de
equilíbrio, mas não satisfazem as condições de compatibilidade da estrutura
original, para a superposição restabelecer as condições de compatibilidade.
Cada solução básica (chamada de caso básico) não satisfaz
isoladamente todas as condições de compatibilidade da estrutura original, as
quais ficam reestabelecidas quando se superpõem todos os casos básicos.
A estrutura utilizada para a superposição de soluções básicas é, em geral,
uma estrutura isostática auxiliar obtida a partir da estrutura original pela
eliminação de vínculos. Essa estrutura isostática é chamada Sistema Principal
(SP). As forças ou os momentos associados aos vínculos liberados são as
incógnitas do problema e são denominados hiperestáticos

1 - GRAU DE ESTATICIDADE OU GRAU DE HIPERESTATICIDADE ( gh)

1a) Hiperestaticidade Externa – ge

Sejam as estruturas abaixo, a primeira possui 4 (quatro) reações de apoio


a determinar e, para tal, dispomos das 3 (três) equações universais da Estática
no plano ( ∑Fx=0 , ∑Fy=0 , ∑Mz=0 ). A segunda possui 5 (cinco) reações de
apoio a determinar e 4 (quatro) equações para tanto, isto é, as três equações
fundamentais da Estática no plano (∑Fx=0 , ∑Fy=0 ,∑Mz=0 ) e de mais uma
(momento fletor nulo em B). Observa-se, desta forma, deficiência de uma
equação para resolver o problema de cálculo das reações vinculares nos dois
casos analisados.
Esta deficiência é chamada de Grau de Hiperestaticidade Externo da
Estrutura. Assim, pode-se definir Grau de Hiperestaticidade Externo da
Estrutura como sendo o número de equações suplementares necessárias para
o cálculo das reações de apoio da estrutura.

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1b) Hiperestaticidade Interna – gi

Vejamos o exemplo abaixo:

Para calcularmos as solicitações internas, temos que romper a estrutura


em uma seção “ S ", porém observa-se que qualquer seção que cortarmos a
estrutura ficaremos com 6 (seis) incógnitas e possuímos somente 3(três)
equações (∑Fx=0 , ∑Fy=0 , ∑Mz=0 ) para tal.
Assim pode-se definir Grau de Hiperestaticidade Interno da Estrutura
como sendo o número de equações suplementares que necessitamos conhecer
para traçar os diagramas de esforços internos

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1c) Hiperestaticidade total – gh

Sabemos que para resolver uma estrutura necessitamos conhecer as


reações vinculares e as solicitações internas. Desta forma, define-se Grau de
Hiperestaticidade Total da Estrutura como sendo a soma de seus graus
hiperestáticos externo e interno.
gh=ge+gi

2 – CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS QUANTO À ESTATICIDADE

Quanto à estaticidade as estruturas são classificadas em:

HIPOSTÁTICAS se gh < 0
ISOSTÁTICAS se gh = 0
HIPERESTÁTICAS se gh > 0

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EXEMPLOS:

Classifique quanto à estaticidade e determine o grau de hiperestaticidade total.


1.

R: g h= 0 (isostática)
2.

R: gh = 0 (hipostática) ineficácia vincular


3.

R: gh = -2 (hipostática)
4.

R: gh = 3 (hiperestática)
5.

R: gh = 2 (hiperestática)

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6.

R : gh = 3 (hiperestática)
7.

R: gh = 0 (isostática)

3 – O MÉTODO DAS FORÇAS

3a) A idéia do processo

Seja a estrutura abaixo, uma vez hiperestática:

Nenhuma alteração do ponto de vista estático ocorrerá se encararmos a


estrutura na forma abaixo:

Conhecido o gh, liberamos o número de graus de liberdade necessários


para converter a estrutura em uma estrutura isostática. Esta estrutura chamamos
de forma principal ou sistema fundamental. Para preservar a compatibilidade

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estática introduzimos o esforço (no caso X1) existente no vínculo rompido, que
continua sendo incógnita do problema. Observe-se que na passagem da
estrutura para a forma principal, liberamos uma deformação, que não existe.

Assim devemos impor a estrutura na forma principal, a condição de serem


nulos os deslocamentos na direção da incógnita X1, isto é:

A equação acima é conhecida como EQUAÇÂO DE COMPATIBILIDADE


DE DESLOCAMENTOS.
Chamaremos de Estado 0 o diagrama de momentos fletores da estrutura
submetida somente ao carregamento externo e de Estado 1 o diagrama de
momentos fletores da estrutura submetida somente a uma força ou momento
unitário aplicado na direção da incógnita 1. Assim, para calcular δ10 basta
integrar os momentos do estado 0 com o do estado 1 e para calcular δ11 basta
integrar os momentos do estado 1 com ele mesmo. Isto é:

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Levando os valores de δ10 e δ11 na equação de compatibilidade de
deslocamentos tem-se:

As demais reações e esforços internos podem ser obtidos por


superposição de efeitos, ou diretamente na forma principal.
Utilizando o princípio da superposição de efeitos temos:

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3b) O Método das Forças propriamente

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Seja a estrutura abaixo, 3 (três) vezes hiperestática que desejamos
resolver:

3b2) Forma Principal

3b3) Aplicando o Princípio da Superposição de Efeitos

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3b4) Equações de Compatibilidade

O giro em A deve ser nulo, pois temos um vínculo perfeito de terceira


espécie (engaste)

O giro em B deve ser nulo, pois temos um vínculo perfeito de terceira


espécie (engaste)

O deslocamento horizontal em B deve ser nulo, pois temos um vínculo


perfeito de terceira espécie (engaste)

Assim possuímos um sistema de 3 (três) equações e com 3(três)


incógnitas, que pode ser resolvido por qualquer processo.

Os deslocamentos são os deslocamentos em uma estrutura


isostática onde:

Observe-se que ij corresponde ao deslocamento (linear/angular) no


grau de liberdade i devido à uma força/momento unitário aplicado no grau de
liberdade j.
Reescrevendo o sistema de equações de forma matricial teremos:

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Matriz de Flexibilidade
Vetor de Termos Independentes

Vetor de incógnitas

3b6) Cálculo das solicitações finais que podem ser obtidas pelo Princípio
da Superposição de Efeitos.

4) Fórmulas

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