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Desafios da integração de recursos tecnológicos em sala de aula e propostas

de implementação

Com o avanço da tecnologia e o barateamento de custos de produção é


possível observar a integração de recursos que visam tornar processos analógicos
em digitais. Essa transformação digital pode ser encontrada nos mais diversos
aspectos do dia a dia, desde o uso em finanças, lazer, negócios e educação; embora
seu objetivo seja de facilitar, integrar e agilizar processos encontra barreiras na sua
efetiva aplicação.
Dentro do contexto educacional o uso de mídias e tecnologia deixou de ser
algo restrito somente aos aspectos administrativos das instituições e cada vez mais
pode ser aliado ao aprendizado, especialmente se considerarmos que as novas
gerações são cada vez mais nativas digitais e têm contato desde idade cada vez
mais tenras com recursos tecnológicos. O uso de recursos pode ser adaptado às
diversas áreas do conhecimento com sua relevância sendo adaptada aos momentos
educacionais e pedagógicos de cada fase do aprendizado e desenvolvimento
neurológico.
Outra barreira a ser considerada é a diferença entre gerações de alunos e
docentes. As chamadas gerações Z (aqueles nascidos em 1995 e 2010) e Alpha
(nascidos a partir de 2010) usualmente tiveram contato desde a infância e mesmo os
processos básicos de aprendizado e desenvolvimento neurológico estão vinculados
a tecnologia, enquanto as gerações anteriores não tiveram esse desenvolvimento
intrínseco e podem muitas vezes encarar o uso destes recursos como muito
complexos em sua aplicação prática ou com aspectos falhos de ensino em
comparação a meios tradicionais e mais analógicos.
No caso do ensino em saúde durante a pandemia temos como facilitador ao
processo de integração o fato de que existiu esforço e necessidade imediata e
coletiva de mudança, e ainda que muitas instituições de ensino previamente com
AVAs (Ambientes Virtuais de Aprendizagem) onde o ensino híbrido já era realizado
mesmo antes de 2020. Ainda assim, em cursos de maioria presencial, as matérias
realizadas em ambientes virtuais eram encaradas como menos efetivas e até
mesmo apenas como métodos visando complementar carga-horária obrigatoria.
Pesquisas indicam que o aprendizado online aumentou 900% em todo o mundo
entre 2000 e 2016 e, em 2020, havia cerca de 1,22 bilhão de alunos de alguma
modalidade online no mundo.
Todavia, mesmo com o aumento de oferta de cursos e metodologias online,
muitos docentes mostram-se céticos com a efetividade do ensino a distância. Em
uma pesquisa recente demonstrou-se que apenas 49% dos entrevistados
pertencentes a um corpo docente acreditavam que o aprendizado online era eficaz
enquanto ferramenta pedagógica, com os motivos variando de inabilidade própria no
uso de tecnologias; interação e aprendizado prejudicados por problemas técnicos;
falta de suporte das equipe de Tecnologia da Informação das instituições, entre
outros.
Muitas das abordagens inovadoras implementadas no início da pandemia foram
desenvolvido por educadores experientes e são consistentes com o conhecimento já
disponível sobre aprendizagem online eficaz. Embora de forma abrupta e sem tempo
para preparo no início da pandemia, fez-se necessário as equipes pedagógicas
transformar tópicos e abordagens de forma a tornar o ensino a distância viável ao
invés de somente passar as exatas aulas e metodologias presenciais para a
plataforma virtual. Muitos professores que ainda não eram familiarizados com o
ensino remoto necessitaram de aconselhamento virtual e assistência necessária
para fazer a transição para plataformas digitais de aprendizagem e redesenhar
curso, ainda precisando considerar carga horária do corpo docente, avaliações e
métricas de aprendizado bem como aspectos administrativos da vida acadêmica.
Quanto aos discentes, diversas problemáticas se apresentaram: problemas de
acesso e conectividade, indisponibilidade de ferramentas para acesso (celulares,
notebooks, WiFi, etc); falta de suporte técnico por parte das instituições, de suporte
pedagógico ou mesmo falta de espaço em suas residências onde um ambiente
propício ao aprendizado estivesse disponível.
Além disso, as atividades clínicas, que desempenham iniciativas de aprendizado
extremamente importantes no ensino em saúde, tornaram-se indisponíveis na
mesma proporção de sua necessidade.
Mesmo com a disponibilidade proporcional em comparação a décadas anteriores a
tecnologias de ensino virtual, alguns aspectos do ensino presencial não podem ser
substituídos no ensino em Saúde.
Conhecer as melhores tecnologias e expectativas dos estudantes de enfermagem
frente à educação virtual por tecnologias, é necessário para auxiliar as autoridades
de ensino e ensino a alocar recursos suficientes e reorientar a formação universitária
para estudantes de enfermagem.
Para poder gerenciar essa situação em um futuro iminente, é necessário aprender
com os pontos fortes e fracos das tecnologias. As tecnologias acabaram por
desempenhar um papel importante durante essa pandemia, auxiliando instrutores e
universidades a facilitar o aprendizado de estudantes de enfermagem durante os
períodos de fechamento das universidades. Além disso, a maioria dos sistemas é
gratuita, o que pôde ajudar a garantir o aprendizado contínuo durante a pandemia de
Coronavírus .
Com o aprimoramento da tecnologia e das capacidades digitais, surgem novas
oportunidades. As sessões podem ser realizadas por meio de métodos
estabelecidos, incluindo webinars no Zoom, Blackboard Collaborate ou Microsoft
Teams, além de AVAs próprias das instituições de ensino disponíveis para
estudantes. Todas essas ferramentas são acessíveis através de um smartphone,
tablet ou computador.

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