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Slide 02 - Importância da amamentação

O aleitamento materno exclusivo, além de sua praticidade e dos benefícios para a saúde
da mãe e no fortalecimento dos laços afetivos mãe-bebê, é o alimento perfeito para a
saúde do lactente.
Sabe-se há muito tempo que o aleitamento materno proporciona ao lactente proteção
contra infecções, em comparação com aqueles que recebem alimentação por fórmula e
presumia-se, até bem recentemente, que isso ocorria simplesmente porque o leite
fornecido diretamente do peito está livre de bactérias. Pesquisas mais recentes
demonstraram entretanto que existem muito mais vantagens vinculadas ao aleitamento
exclusivo.
Mesmo com todas essas vantagens, dados da Organização Mundial de Saúde
(OMS) revelam que a média de tempo de amamentação no Brasil é de menos de dois
meses, sendo que embora a maioria das mulheres inicie o aleitamento materno, mais da
metade das crianças já não se encontra em amamentação exclusiva no fim do primeiro
mês de vida. Neste trabalho abordaremos os principais aspectos vinculados a fisiologia
digestiva do RN e a importância do aleitamento no desenvolvimento, além do impacto do
aleitamento materno para o desenvolvimento global da criança.

Slide 03 – Vantagens para a mãe

- Imediatos – Aceleração da recuperação do parto por ação da ocitocina na involução


uterina. A redução da resposta ao estresse materno. Tem sido sugerido que os peptídeos
neuroendócrinos, oxitocina e prolactina, são componentes importantes do eixo de
estresse e possuem uma ação positiva sobre os comportamentos sociais, incluindo a
ligação materno-infantil. Menores taxas de negligência materna têm sido observadas em
crianças em aleitamento materno, comparando com aquelas que são alimentadas com
leite artificial. A perda de peso após a gravidez pode ser reforçada por amamentação.
Efeito contraceptivo liberando prolactina levando a anovulação e, portanto, maior intervalo
interpartal. Embora a amamentação prolongue a anovulação,
não deve ser considerada um meio inteiramente confiáveis de contracepção.
- Benefícios maternos a longo prazo
Câncer – Foi mostrado que a amamentação pode reduzir o risco tanto do câncer de
mama, endométrio e de ovário.
Osteoporose – Não está claro se a amamentação diminui o risco de osteoporose. No
entanto, trabalhos recentes demonstram ação positiva da amamentação no aumento da
densidade mineral óssea (DMO). Não está claro ainda se a lactação, reduz o risco de
osteoporose e desta forma mais estudos são necessários.
Doença cardiovascular – A amamentação parece diminuir o risco de doença
cardiovascular (DCV), como demonstrado em vários estudos.

Slide 03 e 04 – Vantagens para o RN

A composição do leite materno o torna o melhor alimento para o RN, prevenindo desde
infecções gastrointestinais, respiratórias e urinárias até mesmo atuando com efeito
protetor sobre certas alergias; obesidade infantil e diabetes. As crianças que recebem
aleitamento materno adequado também tendem a ter melhor crescimento e
desenvolvimento psicomotor e cognitivo.
Os benefícios diretos de leite humano incluem melhora na funçãogastrointestinal, estimulo
do sistema imunológico levando a prevenção de doenças agudas como otite média
aguda. Proporciona ao recém-nascido crescimento e desenvolvimento saudáveis.
Estimula as funções de mastigação, deglutição, respiração, articulação dos sons da fala e
o desenvolvimento motor e oral do recém- nascido. As crianças amamentadas ao peito
apresentam menores índices de alergias em geral, asma brônquica, aterosclerose e
doenças cardiovasculares, colite ulcerativa, dermatite atópica, desnutrição, diabetes
mellitus e doenças gastrointestinais.
Observamos que estas crianças apresentam também melhores índices de acuidade
visual, desenvolvimento cognitivo, neuromotor, social e quociente intelectual. (Mais
detalhes no caderno de atenção básica)

Slides 05 e 06 – SISTEMA GASTROINTESTINAL DO RN

Ao nascer o recém-nato precisará assumir as funções digestivas previamente realizadas


pela placenta, incluindo o metabolismo de quantidades suficientes de água, proteínas,
carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais para um crescimento e um desenvolvimento
adequado.A sucção se apresenta de forma madura e ativa a partir da 34° a 36° semana
de gestação, em um recém-nascido a termo normal esse reflexo e forte e vigoroso logo
após o nascimento. A estimulação para esse reflexo é feita pela entrada do leite pela
laringe, estimulação oral, pelo sabor e odor do leite, e, ainda, pela fome.
Nascemos estéreis, porém, desde o momento do parto, tomamos contato e
somos colonizados gradativamente por micro-organismos. Enquanto está no útero, o
feto ainda possui o intestino estéril, ou seja, livre de micro-organismos. Bebês que
nascem através de parto normal começam a adquirir bactérias durante o parto,
enquanto bebês que nascem por cesariana são colonizados, inicialmente, por
bactérias presentes no ambiente hospitalar, o que pode afetar o desenvolvimento da
microflora intestinal.

A capacidade gástrica é de 40 a 60 ml no primeiro dia após o nascimento, devido a isso


as alimentações são mais frequentes e o tempo de esvaziamento gástrico em geral de 2 a
4 horas, mas isso varia conforme o tipo de alimentação e a idade do neonato e a
peristalse é rápida. 

Muitos recém-nascidos regurgitam pequenas quantidades (1 a 2ml) de matéria ingerida


após a alimentação devido a um esfíncter do cárdia imaturo(um anel muscular que contrai
o esôfago). A regurgitação persistente, forçada ou de grandes volumes é anormal e indica
necessidade de uma investigação.

A deglutição é um ator motor complexo, no qual a ativação e coordenação de vários


músculos das vias aéreas superiores estão integrados com outras funções vitais e
simultâneas, como a respiração. A deglutição é dividida em três fases: oral, faríngea e
esôfago. A fase oral é preparatória e coincide com sucção nutritiva, além de ser voluntária.
A segunda envolve o transporte do bolo alimentar através da faringe até o esôfago e a
terceira do esôfago até o estômago, ambas sendo de controle involuntário. Coordenação
sucção/deglutição/respiração
A interação sucção/deglutição/respiração é bastante complexa, sabe-se que a ventilação
diminui sensivelmente durante a primeira fase da sucção e é totalmente inibida na
deglutição, porque a cavidade oral tem que ser funcionalmente isolada do trato
respiratório, para que haja a respiração. Os nascidos a termo têm recuperação total da
respiração na fase intermitente e os prematuros, somente parcial.
Comparado com o intestino de um adulto, o intestino do recém-nascido é mais longo em
relação ao tamanho corporal e tem mais glândulas secretoras e maior superfície de
absorção. A capacidade do recém-nascido de digerir nutriente depende da atividade
enzimática e da acidez gástrica, a digestão do leite começa no estômago e continua no
intestino delgado.
A síntese da vitamina K por meio da atividade bacteriana é outra função gastrintestinal
importante embora de início seja estéril, o trato gastrointestinal estabelece uma colônia
bacteriana normal dentro da primeira semana após o nascimento, permitindo uma síntese
adequada da vitamina K. 

A iniciação da alimentação deve começar logo que o recém-nascido esteja fisicamente


estável e exiba coordenação adequada dos reflexos de sucção e deglutição. Uma longa
demora para iniciar a alimentação pode esgotar as reservas limitadas de glicogênio do
neonato, já bastante exigidas pelo aumento da demanda energética do período de
transição. Isso pode resultar em hipoglicemia (refletida por um nível de glicose sérica
abaixo de 35mg/dl), que coloca em risco o cérebro altamente dependente de glicose.

De início, o intestino do recém-nascido contém mecônio, uma substância fecal espessa,


verde-escura e inodora que consiste em líquido amniótico, bile, células epiteliais e cabelo
(da queda de lanugem no útero, os pelos finos e macios que recobrem os ombros e as
costas do recém-nascido). Geralmente, o recém-nascido elimina o primeiro mecônio
dentro de 24 horas após o nascimento.

Depois da presença de alimento no intestino, a cor, o odor e a consistência das fezes se


alteram, para marrom-esverdeado e o teor de água é maior do que no mecônio. O tipo de
alimentação determina as características das fezes subsequentes, os neonatos
alimentados com fórmulas lácteas às fezes são pastosas, amareladas e de odor forte, já o
neonato alimentado com leite materno às fezes são amarelo-vivo, mais liquefeitas e de
odor adocicado.

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