O documento discute a integração de alunos estrangeiros na comunidade escolar brasileira, destacando a presença de quase 10.000 alunos estrangeiros matriculados na rede pública em 2018. Argumenta que esses alunos precisam de apoio para superar barreiras linguísticas e culturais, e que a escola deve promover iniciativas de acolhimento para evitar bullying e exclusão.
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Título original
Integração de Alunos estrangeiros na comunidade escolar - Pós Docência em Saúde
O documento discute a integração de alunos estrangeiros na comunidade escolar brasileira, destacando a presença de quase 10.000 alunos estrangeiros matriculados na rede pública em 2018. Argumenta que esses alunos precisam de apoio para superar barreiras linguísticas e culturais, e que a escola deve promover iniciativas de acolhimento para evitar bullying e exclusão.
O documento discute a integração de alunos estrangeiros na comunidade escolar brasileira, destacando a presença de quase 10.000 alunos estrangeiros matriculados na rede pública em 2018. Argumenta que esses alunos precisam de apoio para superar barreiras linguísticas e culturais, e que a escola deve promover iniciativas de acolhimento para evitar bullying e exclusão.
Integração de Alunos estrangeiros na comunidade escolar
A integração e acolhimento de alunos estrangeiros faz parte das
necessidades educacionais do sistema de ensino brasileiro desde séculos passados, graças aos diversos processos de ondas migratórias ocorridos no país. Dados da Secretaria Estadual de Educação de SP de 2018 indicavam a presença de quase 10.000 alunos estrangeiros matriculados na rede pública e distribuídos em 295 municípios.(1) Estes alunos podem ser incluídos dentre aqueles que apresentam necessidades educacionais especiais conforme descrito na Declaração de Salamanca, documento originado na Conferência Mundial de Educação especial de 1994(2) que diz: “...o conceito de “necessidades educacionais especiais” passará a incluir, além das crianças portadoras de deficiências, aquelas que estejam experimentando dificuldades temporárias ou permanentes na escola, as que estejam repetindo continuamente os anos escolares, as que sejam forçadas a trabalhar, as que vivem nas ruas, as que moram distantes de quaisquer escolas, as que vivem em condições de extrema pobreza ou que sejam desnutridas, as que sejam vítimas de guerra ou conflitos armados, as que sofrem de abusos contínuos físicos, emocionais e sexuais, ou as que simplesmente estão fora da escola, por qualquer motivo que seja.” (Extraído de DECLARAÇÃO DE SALAMANCA: Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais, 1994, Salamanca-Espanha.) Desde os estímulos para imigração oferecidos a japoneses e europeus para trabalho em colônia agrícolas no início do século XX até as atuais migrações de residentes em países onde condições socioeconômicas das classes menos favorecidas fazem o Brasil parecer bastante atrativo devido a economia em pleno desenvolvimento e uma democracia em tese bem estabelecida.(3) Temos ainda a questão de refugiados, que procuram o país em busca de asilo político ou fugindo de conflitos e guerras em seus países de origem, também sendo possível observar uma demanda crescente não só nos grandes centros mas em cidades menores com a interiorização de imigrantes que vão em busca de oportunidades de emprego sem ainda existir legislação federal específica para a integração de estudantes estrangeiros. (1,3) As iniciativas de acolhimento e integração quando existentes são vinculadas aos estados, porém também sem deliberação específica que possibilite a contratação de profissionais que possam atuar na tradução e interpretação de aulas e ensino de português aos estrangeiros ou mesmo na mediação com os pais de alunos estrangeiros. O acolhimento é parte vital no processo de integração, pois a comunidade escolar pode se ver dividida de forma a favorecer ações de bullying, preconceito e exclusão no ambiente de ensino. Além disso os alunos estrangeiros e suas famílias muitas vezes passaram por situações de vulnerabilidade econômica e social tão importante que o medo de serem deportados devido situação ilegal no país pode ser motivo de incentivar os alunos a fecharem-se dentro de grupos com apenas componentes de sua própria nacionalidade. (1) Dentre as medidas que podem ser implementadas nas escolas podemos procurar a integração com Associações ou Organizações Não-Governamentais que tenham vínculo com a comunidade chinesa e trazer componentes mediadores para a escola que tenham conhecimento do idioma chinês e português e possam num primeiro momento auxiliar no processo de comunicação com os pais de alunos estrangeiros para que estes entendam que o objetivo da escola é integrar os alunos e pais ao ambiente escolar e não colocar os mesmo em risco de deportação. Além disso é importante convocar os pais de alunos nativos do Brasil e trabalhar a questão da integração com estes, pois as crianças podem estar replicando comportamentos de viés xenofóbico a partir de comentários e comportamentos observados em casa. Dentro do currículo escolar além de implementar a história e costumes dos países de origem de maneira multidisciplinar podemos implantar não só o reforço do aprendizado de português para estrangeiros mas também tentar ofertar o aprendizado de chinês aos alunos nativos, podendo ter nesta intervenção a possibilidade de aproximação dos dois grupos e trocas culturais importantes, bem como explorar os vínculos culturais e históricos dos dois países seja por meio de eventos escolares ou visitas a locais e monumentos históricos. Pode ser interessante também montar um grupo onde as demandas de estudantes brasileiros e estrangeiros sejam ouvidas e seja possível estabelecer programas e adições ao currículo baseadas na necessidade presente na rotina de ensino, não somente no desejo da administração escolar. Também é fundamental a capacitação do corpo docente e auxiliar da escola para que estejam alinhados a este processo de acolhimento, não sendo responsáveis por replicar mesmo que sem intenção comportamentos que levem os alunos a entenderem que é normal ridicularizar ou excluir alunos com necessidades educacionais especiais. Em suma, o processo de integração e acolhimentos de alunos estrangeiros deve ser pautado pelo respeito às diferenças e ao envolvimento da comunidade escolar como um todo.
REFERÊNCIAS
1) SÃO PAULO. Secretária Estadual de Educação. Documento Orientador
2) MENEZES, Ebenezer Takuno de. Verbete necessidades educacionais
especiais. Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2001. Disponível em <https://www.educabrasil.com.br/necessidades-educacionais-especiais/>. Acesso em 12 fev 2021
3) RATIER, Rodrigo."O desafio das escolas brasileiras com Alunos
Imigrantes" Site Nova Escola, 2010. Disponível em <https://novaescola.org.br/conteudo/1534/o-desafio-das-escolas-brasileiras-com-alu nos-imigrantes>. Acesso em 12 fev 2021.