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CuRSINHO POPuLAR RISOfLORA

PRé VESTIbuLAR E ENEm

Organização
Setor pedagógico

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CuRSINHO POPuLAR
RISOfLORA E A LuTA
PELA AoEducAçãO
povo brasileiro principalmente o
povo negro e indígena, foram negados
historicamente a muitos direitos, mas
principalmente a Educação. As raízes do
ensino em nosso país se confundem com as
do conservadorismo e as do elitismo, sempre
privilegiando as camadas mais ricas. A luta
para que o povo tenha acesso a este direito
fundamental, é, portanto, uma luta histórica e
necessária.
Nos últimos anos, ocorreram
importantes modificações na educação do
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país, algumas

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políticas públicas e muitas lutas sociais
garantiram oportunidade de mais jovens
entrarem na universidade. Essas políticas,
entretanto, têm de ser acompanhadas de
mudanças estruturais que permitam aos e às
jovens que encontrem meios para a garantir
sua permanência e a conclusão dos estudos,
mas infelizmente, as iniciativas nesse sentido
ainda não aforam suficientes. No campo, o
que se vê é o fechamento de escolas e a
falta de oportunidades e perspectivas para a
juventude.
É preciso lembrar que a população
pobre e negra foi historicamente negada do
acesso à educação. Sempre esteve
marginalizada, obrigada a realizar os

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trabalhos mais precários, sem
direito a formação ou qualificação
profissional. Para o povo negro do Brasil, a
educação devia servir para aprender a
obedecer. No lugar do giz e do quadro negro,
aprendia-se por meio do chicote e da
violência e assim é há séculos, o Brasil nasceu
e se desenvolveu com base na escravidão de
seu povo, e não na educação.
Portanto, se faz necessário uma luta
que repare essa desigualdade, que contribua
com o fim das injustiças e do racismo. A
Educação Popular pode ajudar muito nisso!
Devemos lutar pela popularização da
educação, em todos os níveis. Ainda hoje,
uma parcela muito pequena da juventude tem
acesso ao Ensino Superior - menos de 15%
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segundo IBGE.

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ImPORTâNcIA dOS cuRSINHOS
POPuLARES PRé vESTIbuLAR
NAS PERIfERIAS E cOmuNIdAdES
Os cursinhos populares nas periferias e
comunidades, tem um papel importante na
luta pela educação e por igualdade social,
principalmente neste momento em que a
pandemia da Covid-19, deixou um grande vazio
educacional. Dentro das famílias de baixa
renda as/os estudantes precisam trabalhar e
necessitam de cursinhos gratuitos para
melhorar sua qualificação e preparar-se para
o ENEM e vestibular, sem prejudicar sua já
tão suada renda familiar. Temos que nos

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organizar e conseguir meios para a
construção e manutenção dessas importantes
ferramentas.
Com a criação de cursinhos populares
nos bairros e o foco no envolvimento das/dos
jovens com a proposta da educação popular,
o ensino se aproxima da comunidade,
conseguindo também refletir sobre o chão em
que pisa todos os dias, como parte do seu
aprendizado.
O Cursinho Popular Risoflora se soma
a luta pela soberania do povo brasileiro, e
estrategicamente na nossa luta mantemos em
nosso horizonte a luta pela Universalização do
Ensino Superior, o Fim do Vestibular e do
ensino privado, por meio de um sistema

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público de educação, com acesso a todos os

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níveis de educação de forma democrática.
Com experiências de educação alternativas,
gente na rua e mobilização, ainda
alcançaremos o momento em que a educação
será para todas/os!

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COmO fuNcIONA um
CuRSINHO POPuLAR
Cada cursinho nas diversas realidades
podem ter a suas próprias dinâmicas de dias e
horários de funcionamento, no entanto nas
periferias das cidades existem muitas/os jovens
que estudam e trabalham (no trabalho
familiar ou no mercado de trabalho) durante a
semana e as vezes até no fim de semana, o
que os impossibilita de estudarem todos os
dias da semana, sendo assim uma estratégia
para alcançarmos estes jovens é o cursinho
acontecer nos fins de semana. No caso do
Cursinho Popular Risoflora, em Maria Ortiz, as
aulas são aos sábados das 08:00hs ás
17:00hs. São trabalhadas quatro disciplinas

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por sábado, cada uma com duas horas de
duração. Neste sentido, cada realidade pode
demandar a redefinição de horários,
colocando-se, por exemplo mais disciplinas e
diminuindo o tempo de cada uma. É
importante que a coordenação do cursinho
junto aos estudantes e a comunidade
organize uma alimentação e dinâmicas para
manter as/os estudantes firmes durante o dia
de aula. Atualmente no Cursinho Popular
Risoflora, é servido lanches nos dois
intervalos e um almoço, preparados de forma
coletiva e voluntária, com alimentos de
doações de moradores, familiares de
estudantes e colaboradores.

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Cada disciplina tem em média dois ou
três professores/as responsáveis, onde em
conjunto vão construir a agenda de aulas do
cursinho e os conteúdos a serem trabalhados
em cada disciplina de acordo as exigências
dos conteúdos para o ENEM e Vestibular.

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O cuRSINHO TEm TRêS
ESTRuTuRAS quE
GARANTEm O SEu
1° - A COORDENAÇÃO DO CURSINHO

fuNcIONAmENTO
E EQUIPE DE APOIO: Grupo que se reúne
duas vezes por mês para resolver demandas e
garantir toda estrutura do cursinho, desde
debater sobre o projeto de educação, quanto
a conseguir professores voluntários, divulgar
o cursinho na internet e na comunidade com
cartazes, panfletos etc. São voluntários todos os
sábados para fazer a alimentação e socializar
com todo coletivo, acompanhar as/os
professoras/es na sala de aula, acompanhar
as/os estudantes e identificar os níveis de

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aprendizado e dificuldades, ligar e alertar
as/os estudantes e professoras/es sobre as
aulas, agendar e criar o cronograma de aulas,
divulgar nas redes sociais o cronograma de
aulas, atividades do cursinho etc. Fazer
relações com comerciantes, sindicatos e
outros para garantir alimentação, fotocópias
etc.
ESTRUTURA DA COORDENAÇÃO: Para
um bom funcionamento do cursinho é
necessário organizar detalhadamente todas as
tarefas que são necessárias e fazer uma boa
divisão destas tarefas para não sobrecarregue
membros da equipe. Para isso estas são os
seguintes setores necessários para garantir o
funcionamento do cursinho: Secretaria,

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Acompanhamento Pedagógico, Finanças,
Estrutura, Comunicação, Articulação.
2° - EDUCADORAS E EDUCADORES:
Para um bom funcionamento e manter uma
boa dinâmica de voluntários é ideal
trabalharmos com dois ou três educadoras/res
por disciplina que juntos planejem os
conteúdos a serem abordados e a divisão de
carga horária de acordo com o cronograma
das disciplinas. As/os educadoras podem fazer
parte da coordenação cumprindo tarefas além
da sala de aula ou podem ser somente
voluntários contribuindo com as aulas. O
conjunto das/os educadoras/es devem se
reunir junto ao setor pedagógico para
elaborar um cronograma de aulas e

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horários, um

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planejamento de conteúdo, acordos sobre
ética e respeito as/os estudantes e as lutas
que travamos contra o machismo, homofobia,
racismo e todas as formas de preconceito e
opressão. Podem organizar momentos ou
oficinas de formação em temas específicos e
em Educação Popular.
3° ESTUDANTES ORGANIZADAS/OS: As
e os estudantes são o coração deste projeto,
todos os esforços coletivos são para contribuir
na formação/capacitação destes estudantes
para superarem seus desafios e romper com
as cercas do conhecimento, no entanto as/os
estudantes devem se comprometer com o
cursinho, se responsabilizando com tarefas,
desde que não interfiram em seu tempo de

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dedicação aos estudos, propondo atividades
extracurriculares que contribua na formação.
Podem se organizar por exemplo para fazer
avaliações em relação aos conteúdos, atuação
das/dos professoras/res etc. No decorrer do
processo do cursinho esperamos que as/os
estudantes compreendem a lógica e a
essência do cursinho, se comprometendo a
participar assiduamente das aulas e das
atividades do cursinho, valorizando a
solidariedade e o trabalho voluntário da
coordenação, das/os colaboradores e das/dos
professoras/res.

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MíSTIcA E fORmAçãO
POLíTIcA
É de fundamental importância para o
cursinho fortalecer a essência que move os
nossos movimentos sociais, que move a nossa
luta por democracia e justiça social. Neste
sentido é necessário que a mística e a nossa
simbologia estejam presentes nas aulas, nas
dinâmicas de grupo, nos intervalos das aulas,
nas refeições, etc. Desenvolver a sensibilidade
das/dos estudantes através de músicas,
oficinas, teatro do oprimido, poesias, saraus e
uma infinidade de possibilidades que tanto
as/os estudantes quanto as/os
professoras/res e coordenadoras/res podem
propor e realizar coletivamente, que possam
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se integrar e desenvolver, a cara e a essência
de povo, de cultura, de luta.
No cursinho propomos trabalhar uma
disciplina além das curriculares, que
chamamos de, atualidades, é onde
trabalhamos temáticas que estão sendo
pautas de lutas políticas na nossa sociedade
como reforma agrária, mobilidade urbana,
crise econômica e ambiental, memoria justiça
e verdade, racismo, machismo, homofobia,
patriarcado, políticas públicas, e tantas outras
que fazem parte do cotidiano da nossa
sociedade e podem tanto cair nas perguntas
das provas quanto como temas de redação,
neste sentido as aulas de atualidades
cumprem um papel importante pois além de
capacitar as/os estudantes para os exames do
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ENEM e Vestibular, formam politicamente
pessoas, desenvolvendo a consciência crítica,
politica, étnica e de classe.

"Se a educação sozinha não


pode transformar a sociedade, tampouco
sem ela a sociedade muda."
Paulo Freire

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