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COLÉGIO ESTADUAL LUIZ ROGÉRIO DE SOUZA

3º ANO DO ENSINO MÉDIO / TURMA C

DANIEL NOGUEIRA
GEOVANA CONCEIÇÃO
GUSTAVO PASSOS
SARA SANTOS

AS DIFICULDADES DOS POVOS INDÍGENAS NO ACESSO Á EDUCAÇÃO

Salvador
2023
DANIEL NOGUEIRA

GEOVANA CONCEIÇÃO

GUSTAVO PASSOS

SARA SANTOS

Neste trabalho queremos agradecer a colaboração da equipe, se mostrando pronta e ágil em


cada ponto de pesquisa que lhe correspondia.

As dificuldades dos povos indígenas no acesso á educação

Trabalho apresentado na turma


C do 3º ano do ensino médio
do Colégio Estadual Luiz
Rogério de Souza com o
objetivo de abordar sobre o
tema esclarecendo e
conscientizando sobre a
necessidade de políticas
públicas que valorizem a
cultura de tal minoria.
Professora orientadora Ana
Cristina Cruz.
Autorização de publicação

Autorizo a divulgação ou reprodução total ou parcial deste trabalho por


qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa,
desde que citada a fonte.

Resumo

Visando não somente uma problemática com maior alcance nos últimos meses, mas também
pela sua importância para toda a sociedade brasileira, reunimos dados para favorecer a
preservação do entendimento indígena por meio da educação. Visto que a população indígena é
berço para a nação brasileira e têm se perdido muito de seu cultismo e proceder é crucial a
proeminência de uma adequada educação á esses povos. Apesar dos desafios entende-se que
é algo a melhorar e existem mudanças a serem feitas. Encontramos os pontos chave para a
valorização da cultura indígena, como a qualificação e contratação de professores indígenas
para mais áreas de ensino, facilitando assim o acesso de crianças e jovens a escolas, cursos e
ao mercado de trabalho. Tal prática pode se tornar possível com a abertura de mais concursos
públicos voltado a esse ramo.
SumárioEducação missionária......................................................................................
Educação escolar indígena..........................................................................................
Os desafios atuais..........................................................................................................
Parâmetros de uma política nacional...................................................................

Coordenação geral de educação escolar


indígena...............................................................................................................................
Referencial curricular nacional para
escola indígenas................................................................................................................
INTRODUÇÃO

Quando falamos sobre educação indígena, muitos pensam que essa não é uma
necessidade para os povos originários, já que esses têm sua própria cultura. Mas ao
contrário do que se pensa, é importantíssimo que os indígenas estudem justamente
para entender e se preservar toda sua herança histórica. Encontramos assim o motivo
de tanto preconceito e declinação da sociedade sobre esse aspecto. Visto que muitos
têm um olhar preconceituoso sobre esse tema e consequentemente quando um
indígena vai até a área urbana sofre preconceito, bullying entre outras agressões.

Para entender como chegamos ao ponto de desrespeitar um povo que foi fundamental
para a formação do nosso país e devemos ir até o passado e refletir sobre
comportamentos que não deveriam ter acontecido e que se repetem até os dias atuais.
Sendo que ambos os lados tem formas diferentes de enxergar a situação e reagir a elas.
O conceito de educação escolar indígena está intimamente atrelado à história
colonial do Brasil. Trata-se de um processo de epistemicídio, isto é, o
apagamento e desvalorização de suas culturas em detrimento do pensamento
europeu, que correu em paralelo ao genocídio que estes povos sofreram. Por
isso, hoje, a educação escolar indígena, pela Constituição Federal, tem a
perspectiva de garantir a identidade cultural de cada povo que atende e visa
servir como ferramenta aos interesses próprios de cada comunidade.

Diferentes povos indígenas lidam com a educação de variadas formas. Em


geral, é possível notar com frequência uma educação comunitária, em que
todos têm alguma participação, não apenas o pai e a mãe das crianças e
jovens atendidos, e que acontece ao longo da vida toda, respeitando as
características de cada fase de desenvolvimento e das necessidades da
comunidade. A esse processo, denominamos educação indígena.

“O antropólogo Bartomeu Melià vai dizer que a educação indígena à época da


colonização brasileira, e ainda hoje, é prática. As crianças aprendem fazendo,
vivenciando junto com os adultos as situações cotidianas. Existe mais
argumentação do que coerção, um respeito pela autonomia do aprendiz em
observar, tentar fazer e aprender”, explica Helenice Aparecida Ricardo,
professora na Licenciatura Intercultural Formação de Professores
Indígenas (FPI) da Faculdade de Educação da Universidade Federal do
Amazonas (FACED-UFAM). 

Com a chegada dos europeus e do projeto colonialista no século XVI, que


estabelece uma hierarquia racial sem precedentes, qualquer forma de
educação, cultura e humanidade destes povos foi desconsiderada.

Educação missionária 

Nesse período, teve início a educação missionária, em que alguns povos


indígenas eram catequizados e aprendiam a Língua Portuguesa e a
Matemática ocidental. Ao mesmo tempo, essas populações lutavam e resistiam
à escravização e ao extermínio dos seus.
Em 1910, foi criado o Serviço de Proteção ao Índio, uma primeira política
nacional indigenista, mas que tinha uma concepção enviesada de “igualar” o
indígena ao restante da sociedade brasileira. “Era um propósito de acabar com
a diversidade étnico-cultural do Brasil para a formação de uma sociedade
nacional”, afirma Helenice. Daí surgem escolas positivistas que
desconsideravam todo o contexto cultural e territorial de quem atendiam –
verdadeiras escolas estrangeiras em territórios indígenas.

Educação escolar indígena

Foi só a partir de muita luta do movimento indígena que, na Constituição de


1988, foi assegurado às comunidades indígenas o direito a uma educação
específica, diferenciada, intercultural, bilíngue/multilíngue e comunitária. Agora,
eles se apropriam dessas escolas estrangeiras para transformá-las em
ferramentas úteis para sua vida.

Por isso, ela deve ser caracterizada pela afirmação das identidades étnicas,
pela recuperação das memórias históricas e conhecimento dos povos
indígenas e pela revitalizada associação entre escola/sociedade/identidade, em
conformidade aos projetos societários definidos autonomamente por cada povo
indígena.

Os desafios atuais

Para alcançar tais objetivos, os entraves ainda são múltiplos. Em muitos


territórios, só existem escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental. De
acordo com o Censo Escolar da Educação Básica de 2020, a maioria das
matrículas em escolas indígenas se concentra no Fundamental: 166.546. No
Médio, o número cai para 26.358.

Para seguir estudando, os adolescentes precisam mudar de cidade e


enfrentam racismo, trabalho infantil, dificuldades de transporte e inadequação
das propostas das escolas urbanas para sua realidade.

Ainda de acordo com o Censo, existem 3.359 escolas indígenas no Brasil – um


terço delas estão no Amazonas. Quase metade delas (49%) não possuem
esgoto sanitário, 30% não contam com energia elétrica e 75% não têm acesso
à Internet. Banda larga com velocidade de conexão é uma realidade em
apenas 14% das unidades. 

Além disso, praticamente não há estruturas de suporte ao aprendizado de


ciências e tecnologia: apenas 8% dispõem de algum tipo de laboratório em
suas instalações.

O material didático também é um desafio, já que há uma enorme diversidade


cultural entre os 305 povos indígenas em território nacional, que falam 274
línguas diferentes e têm culturas distintas. 

O Censo aponta que menos da metade (48%) utiliza material didático em


língua indígena ou bilíngue (em língua indígena e em Língua Portuguesa),
apesar da maioria (74%) ministrar aulas em língua indígena. 

Ainda, há a falta de professores indígenas formados para atuar nas unidades.


“Esse protagonismo é indígena e a formação de professores serve para eles se
apossarem dessas escolas, que façam seus próprios Projetos Político
Pedagógicos e inovem nas práticas pedagógicas”, defende Helenice.

A educação escolar indígena no Brasil

Avanços e consensos na área de educação escolar indígena se deram tanto no


plano legal quanto no plano administrativo. Todavia, ainda não se estruturou
um sistema que atenda às necessidades educacionais dos povos indígenas de
acordo com seus interesses, respeitando seus modos e ritmos de vida,
resguardando o papel da comunidade indígena na definição e no
funcionamento do tipo de escola que desejam. A impressão que se tem é que a
educação escolar indígena caminha a passos lentos: avança-se em direção a
algumas conquistas, mas inúmeros obstáculos se apresentam a cada
momento.

Nesse contexto, um registro deve ser feito: a educação escolar indígena virou
uma pauta política relevante dos índios, do movimento indígena e de apoio aos
índios. Deixou de ser uma temática secundária, ganhou importância à medida
em que mobiliza diferentes atores, instituições e recursos. Encontros, reuniões
e seminários têm se tornado recorrentes para a discussão da legislação
educacional, de propostas curriculares para a escola indígena, de formação de
professores índios, do direito de terem uma educação que atenda a suas
necessidades e seus projetos de futuro. Hoje não mais se discute se os índios
têm ou não que ter escola, mas sim que tipo de escola.

Se nos ativermos à legislação, verificaremos um processo lento, mas que segue de


forma gradativa e cumulativa, onde o direito à uma educação diferenciada, garantido
na Constituição de 1988, vem sendo regulamentado por meio da legislação
subsequente. Além da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, e da
Resolução 3/99 do Conselho Nacional de Educação, a educação indígena está
contemplada no Plano Nacional de Educação, aprovado em 2001, e no projeto de lei
de revisão do Estatuto do Índio, em tramitação no Congresso Nacional.

A legislação que trata da educação escolar indígena tem apresentado formulações


que dão abertura para a construção de uma escola indígena que, inserida no sistema
educacional nacional, mantenha atributos particulares como o uso da língua indígena,
a sistematização de conhecimentos e saberes tradicionais, o uso de materiais
adequados preparados pelos próprios professores índios, um calendário que se
adapte ao ritmo de vida e das atividades cotidianas e rituais, a elaboração de
currículos diferenciados, a participação efetiva da comunidade na definição dos
objetivos e rumos da escola. A legislação também tem colocado os índios e suas
comunidades como os principais protagonistas da escola indígena, resguardando a
elas o direito de terem seus próprios membros indicados para a função de se tornarem
professores a partir de programas específicos de formação e titulação.

Todavia, essas definições no plano jurídico ainda encontram-se mais como princípios
do que como práticas que norteiam os processos de efetivação da escola no meio
indígena. Várias são as amarras administrativas que retardam o processo, embora
aqui se possa já vislumbrar um cenário diferente de alguns anos atrás.
A parceria entre Funai e MEC experimentada em anos recentes não resolve o
caráter incongruente da existência de dois órgãos federais voltados ao mesmo
setor, deixando sempre aberta, na duplicidade de incumbências, a
possibilidade de desentendimentos, não só administrativos como de orientação
política. É o que se percebe com o ressurgimento da proposta de federalização
das escolas indígenas, que conta com apoio explícito da atual presidência do
órgão indigenista, e que começa a encontrar ressonância entre alguns
professores indígenas. Duas posições parecem estar se firmando nessa
discussão: a estadualização não surtiu o efeito esperado, então caberia à
União recuperar essa ação, trazendo-a de volta ao órgão indigenista, e a outra
posição partiria do mesmo diagnóstico, da não operacionalização do modelo
estadual/municipal, para sugerir a criação de um sistema federal de educação
indígena. Essa discussão tem aparecido, por exemplo, nas conferências
regionais preparatórias que a Funai realizou em 2005, visando a Conferência
Nacional dos Povos Indígenas, ocorrida em abril de 2006. Seu ressurgimento é
indicativo da insatisfação de vários setores com o tratamento que a educação
indígena recebe por parte dos governos estaduais.

Parâmetros de uma política nacional

Ao assumir a responsabilidade de coordenar as ações educacionais em terras


indígenas, o MEC tomou como primeira tarefa a construção de um documento
que tivesse a função de definir os parâmetros de uma política nacional para
essa modalidade de educação, de modo a orientar a atuação das diversas
agências. Assim, em 1993, foi lançado o documento "Diretrizes para a Política
Nacional de Educação Escolar Indígena" que estabelece como princípios
organizadores da prática pedagógica, em contexto de diversidade cultural, a
especificidade, a diferença, a interculturalidade, o uso das línguas maternas e a
globalidade do processo de aprendizagem

Esse documento, elaborado pelo Comitê Nacional de Educação Escolar


Indígena, composto por representantes de órgãos governamentais e não
governamentais que atuam na educação indígena, além de representantes de
professores indígenas, foi pautado em experiências inovadoras levadas a cabo
por [[ | organizações não-governamentais que atuam junto a diferentes povos
indígenas]].
 Coordenação geral de educação escolar indígena

Outras iniciativas importantes vieram somar-se a este novo contexto.


Consolidou-se uma coordenação geral de educação escolar indígena no
âmbito do Ministério da Educação, ao mesmo tempo em que se incentivou a
criação de instâncias gestoras nas secretarias de educação estaduais para
cuidar das escolas e da formação dos professores indígenas. Formulou-se no
MEC um programa de financiamento de projetos na área da educação indígena
para apoiar ações desenvolvidas por organizações de apoio aos índios e
universidades, além de direcionar recursos orçamentários do FNDE para que
as secretarias de estado da educação pudessem também desenvolver ações
específicas nessa área. Com isto, reconheceu-se a importância das
experiências não-governamentais de formação de professores indígenas e,
paralelamente, abriu-se caminho para o surgimento de novos cursos de
formação, por iniciativas governamentais. Outra ação significativa deu-se com
o apoio à publicação de materiais didático-pedagógicos elaborados pelos
próprios professores índios enquanto momento importante do processo de sua
formação, permitindo a ampliação de uma literatura de autoria dos próprios
professores indígenas.

Referencial curricular nacional para escolas indígenas

Consolidando este quadro, um novo documento começou a chegar nas escolas


indígenas de todo o país: o Referencial Curricular Nacional para as Escolas
Indígenas (RCNEI), documento indutor e orientador de novas práticas, que
contou com a participação de especialistas, técnicos e professores índios em
sua formulação. Trata-se de um longo e detalhado documento em que se
apresentam considerações gerais sobre a educação escolar indígena, quer
através da fundamentação histórica, jurídica, antropológica e pedagógica que
sustenta a proposta de uma escola indígena que seja intercultural, bilíngue e
diferenciada, quer através de sugestões de trabalho, por áreas do
conhecimento, que permitam a construção de um currículo específico e
próximo da realidade vivida por cada comunidade indígena, na perspectiva da
integração de seus etno-conhecimentos com conhecimentos universais
selecionados.

Num campo que se caracteriza por uma plêiade de concepções e práticas


diferentes, o documento conhecido pela sigla RCNEI conseguiu reunir e
sistematizar um mínimo de consenso, capaz de subsidiar diversas
interpretações e propostas de construções pedagógicas e curriculares
autônomas. Para que isto de fato ocorra será preciso qualificação profissional
dos agentes educacionais e abertura nos rígidos esquemas administrativos das
secretarias de educação, de modo que se possa construir novos canais de
interlocução em que as comunidades indígenas tenham papel ativo na
definição do projeto político pedagógico de suas escolas.
Preconceito ainda condena índios ao limbo do mercado de trabalho

Medo do preconceito tem obrigado indígenas a 'camuflarem' suas origens para


conseguir emprego e mesmo 'disfarçados', em geral, índios só conquistam vagas
mal remuneradas

Há oito meses, a índia-terena Nayara Soares Antônio, de 25 anos, acorda cedo,


coloca roupa e sapato confortáveis e sai de casa na tentativa de ganhar a vida. A
rotina é bem parecida com a de quem tem emprego, mas a jovem, formada em
técnica de enfermagem, peleja por uma vaga. E, apesar de já ter entregue mais
de 50 currículos e participado de 15 entrevistas, não consegue um trabalho. -

Realidade parecida vivem muito indígenas em Mato Grosso do Sul, que é o


segundo Estado em população indígena do Brasil. Escravizados na época do
descobrimento, os índios resistiam ao trabalho e por isso eram considerados
‘preguiçosos’, ‘insolentes’, ‘selvagens’.

Eco desses adjetivos, que têm mais de 500 anos, o preconceito faz parte do dia a
dia dos índios e interfere diretamente na procura deles por emprego no mercado
de trabalho formal.

Ainda que a discriminação configure crime, poucos indígenas conseguem uma


vaga. Tanto que nenhum órgão fiscalizador do trabalho ou a Funai (Fundação
Nacional do Índio) sabem ao certo quantos estão empregados no Estado. Apesar
do limbo oficial, a realidade pode ser facilmente encontrada nas comunidades
indígenas, que tem maioria dos moradores desempregada ou com subempregos.

“Primeiro era porque eu não tinha a carteirinha do conselho, agora eles dizem
que é preciso ter experiência comprovada em carteira. Mas, como vou ter
experiência se não me dão uma oportunidade?”, questiona a técnica de
enfermagem.

Um pouco mais jovem, mas dividindo a mesma esperança, a irmã de Nayara,


Vitória Cristine Soares Antônio, 16 anos, também busca uma oportunidade de
primeiro emprego.

Apesar dos cursos de informática e marketing pessoal, não apareceu serviço


para a adolescente, que já pensa nas dificuldades em conseguir trabalho depois
de formada na universidade. “Acho que vai ser bem difícil, eles pensam que não
somos capazes”, acredita a moça, que pretende cursar Direito.
As irmãs moram na aldeia urbana Marçal de Souza, em Campo Grande. Segundo
o cacique Daniel da Silva, não são as únicas a sofrer com a discriminação.

“Temos muitos pais e mães de família sem trabalho e também muito jovens, que
acabam caindo no caminho errado por não ter o que fazer, porque muita gente
pensa que não conseguimos trabalhar”, diz.

Camuflados

O medo do preconceito tem obrigado índios a 'camuflarem' suas origens para


conseguir emprego. E mesmo assim, 'disfarçados', os indígenas em geral só
conseguem conquistar vagas mal remuneradas, que exigem muito esforço, que
estão à disposição no mercado de trabalho.

No fim das contas, acabam ocupados como pedreiros, boias-frias, carpinteiros ou


empregados domésticos. “E a tem que aceitar qualquer coisa, porque se eu não
tiver uma opinião, que eu tenho que sustentar minha família, eu vou ficar
amarrado”, diz o cacique.

A remuneração desses trabalhadores acompanha esse raciocínio. A média


salarial é mínima, de R$ 937 para menos, segundo os indígenas.

Ignorância

Para o índio guarani e coordenador do Observatório dos Direitos Indígenas do


Centro-Oeste, Wilson Matos da Silva, a origem do preconceito está ligada à
história do Brasil e a uma política de extrema proteção ao indígena.

Nas escolas, as crianças aprendem que o índio foi substituído pelo negro na
escravidão porque ele era preguiçoso. Existe uma imagem central negativa, de
acusação, sobre o indígena quando somos tratados como incapaz. Somos vistos
como "bugres", infiel e traiçoeiro, deficiente-incapaz, violento-desordeiro e
preguiçoso-vagabundo. Continuamos vivendo marginalizados, excluídos e
abandonados", diz.

Silva é filho de mãe Terena e pai Guarani, formado em direito, ajudou a fundar a
CEAI/OABMS (Comissão especial de Assuntos Indígenas da Ordem dos
Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul), mas, lembra que
também já teve de ser semi-escravo para sobreviver.
"Em 1974, comecei a trabalhar em uma destilaria na região da aldeia. Foram 14
longos anos de trabalho sem condições saudáveis", relembra o advogado.

Respeito

Para o advogado, esta realidade só irá mudar com campanhas do governo e


órgãos que fiscalizam o trabalho, que mostrem a realidade da cultura e história
indígena com respeito. “É preciso que mostrem que nós temos diferenças
culturais, mas somos capazes, temos estrutura, intelecto, somos bons
advogados, bons engenheiros, médicos, professores, podemos desempenhar
qualquer profissão”, diz.

Além disso, Silva acredita que o apoio do Poder Público à inserção dos índios no
mercado de trabalho, o fomento à atividade autônoma e o estímulo a atividades
empreendedoras individuais dos índios e das comunidades indígenas também
são importantes.

"A prefeitura e o Governo do Estado podem e devem nos auxiliar, para que nós
os índios possamos buscar a qualificação profissional, e a inserção da mão-de-
obra indígena no mercado de trabalho douradense, que nos proporcionará alto
estima, dignidade e inclusão de fato, na construção de uma sociedade mais Justa
e mais Humana", considera.

Coordigualdade

Desde 2002, o MPT (Ministério Público do Trabalho) tem a Coordigualdade


(Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e
Eliminação da Discriminação no Trabalho), que tem como objetivo definir
estratégias coordenadas e integradas de política de atuação institucional no
combate à exclusão social e à discriminação no trabalho.

As principais áreas de atuação da Coordenadoria são o combate à discriminação


a trabalhadores por raça, cor ou credo,  e o fomento à inclusão nos ambientes de
trabalho da pessoa com deficiência ou reabilitada e na proteção da intimidade
dos trabalhadores, além do incentivo a troca de experiências e discussões sobre
o tema.
CONCLUSÃO

Por conseguinte, entendemos a importância de realçar a cultura indígena. Apesar do povo


brasileiro ser fruto de uma miscigenação, os povos indígenas foram palco para nossa
construção. Preservar a identidade indígena é preservar a história do Brasil. A educação é a
principal arma nesse processo, tanto para o desenvolvimento da sociedade como todo, mas
como cultura desses povos originários. O indígena não deixará de ser indígena apenas por ter
carteira assinada ou um diploma, muito pelo contrário! Essas circunstâncias apenas fortalecem
a união de uma nação e representa a reparação histórica de um povo que deveria ser
considerado como “de casa” desde a caravelas que aqui chegaram.
REFERÊNCIAS
DONISETE, L, B, G. Povos indígenas no Brasil, 2018. Adaptação. Disponível
em:< https://pib.socioambiental.org/pt/A_educa%C3%A7%C3%A3o_escolar_ind
%C3%ADgena_no_Brasi>. Acesso em: 23/08/2023

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, Documento reúne propostas para nortear a educação


indígena, 2018, Conferência. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/206-
1084311476/62001-documento-reune-propostas-para-nortear-a-educacao-
indigena#:~:text=As%20principais%20reivindicações%20das%20comunidades,municípios
%20na%20implementação%20das%20propostas> . Acesso em: 23/08/2023

CIDADE ESCOLA APRENDIZ, Educação escolar indígena, 2023, Blog.


Disponível em: <https://educacaointegral.org.br/glossario/educacao-escolar-
indigena/#:~:text=O%20Censo%20aponta%20que%20menos,formados%20para
%20atuar%20nas%20unidades> . Acesso em: 23/08/2023

RODRIGUES, L. Campo Grande News,2017, Reportagem. Disponível em: <


https://www.campograndenews.com.br/cidades/preconceito-ainda-condena-
indios-ao-limbo-do-mercado-de-trabalho> . Acesso em: 23/08/2023

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