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GRANDE DO SUL
Primeiramente a Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, que me guiou por todo
esse percurso e nunca me faltou, ao longo da minha vida, e não somente nestes anos como
universitária, mas que em todos os momentos é o maior mestre que alguém pode conhecer.
A minha mãe Dilene Dias e meu pai Gilberto Amorim, pessoas de caráter impecável,
que me ensinaram a encarar com a cabeça erguida todas as adversidades que surgiram ao
longo do caminho, que sempre estiveram presentes e me incentivaram com apoio e confiança
nas batalhas da vida. Minha eterna gratidão por terem me amado e educado.
Aos meus irmãos Bruna Amorim e Dieison Amorim, por acreditarem em mim e me
apoiarem nessa escolha, que nos momentos da minha ausência dedicada ao estudo superior,
sempre entenderam que o futuro é feito a partir da constante dedicação no presente! Ainda,
agradecimento especial à minha irmã por me dar o maior presente da vida, minha sobrinha
Valentina Amorim Bottega, que me transformou em um ser humano melhor.
As minhas grandes amigas de longa data, Tainara Ely, Ita Gabriela Brum, Maiara
Moura e Andressa Dias, por se fazerem presente nesta trajetória; eternas companheiras,
confidentes, mulheres dedicadas e fortes, por quem tenho amor e respeito máximo.
Por fim, à minha orientadora Francieli Formentini, com quem eu tive o privilégio de
conviver e contar com sua dedicação, paciência e disponibilidade, bem como pela
colaboração para o melhor desenvolvimento do estudo me guiando pelos caminhos do
conhecimento.
“Onde Não houver respeito pela vida e pela
integridade física e moral do ser humano, onde as
condições mínimas para uma existência digna não
forem asseguradas, onde não houver limitação de
poder, enfim, onde a liberdade e a autonomia, a
igualdade e os direitos fundamentais não forem
reconhecidos e minimamente assegurados, não
haverá espaço para dignidade humana e a pessoa
não passará de mero objeto de arbítrio e
injustiças.” (Ingo Sarlet – Juiz e Jurista brasileiro)
RESUMO
O presente trabalho tem como principal objetivo discorrer acerca das mudanças trazidas
pelo Código de Processo Civil de 2015 ao recurso de Agravo de Instrumento. O interesse da
acadêmica na escolha do tema justifica-se, em razão da polêmica que o rol do artigo 1.015 do
CPC trouxe ao tornar taxativas as hipóteses de cabimento do recurso. O método adotado para
consolidar o estudo foram as pesquisas bibliográficas, doutrinárias, jurisprudenciais e de
legislação, reunindo dois capítulos. O primeiro capítulo, trata-se dos aspectos históricos do
Agravo de Instrumento, da legislação vigente a respeito do recurso, bem como das hipóteses de
cabimento, do procedimento do recurso e dos impactos da decisão nele proferida para o
processo. Já no segundo, contextualiza-se o agravo de instrumento, examinando o rol do artigo
1.015. Ademais, o segundo capítulo demonstra o posicionamento doutrinário e jurisprudencial
no que tange a recorribilidade da decisão que declina da competência, através de análises
jurisprudenciais e doutrinárias, concluindo com o julgamento do Superior Tribunal de Justiça,
a respeito do Recurso Especial de n. 1.704.520/MT.
The objective of this study is to discuss the changes brought by the Code of Civil
proceding course of conduct of 2015 to the appeal of document. The interest of the academic
in the choice of the theme is justified, by the controversy that the list of article 1.015 of the
CPC brought by making the hypotheses of capacity of the appeal. The method adopted to
consolidate the study was search by bibliographical, doctrinal, case law and legislation
research, exemplified together in two chapters. The first chapter deals with the historical
aspects of the Appeal, the current legislation regarding the appeal, as well as the hypotheses
of propriety, the appeal course of conduct and the impacts of the decision handed down in the
case. In the second chapter, the appeal document was contextualized, examining the role of
Article 1.015. Apart from, the second chapter evidence the doctrinal and jurisprudential
positioning to resort the appeal of the decision declining jurisdiction, through cases law and
doctrinal analysis, concluding with the judgment of the Superior Court of Justice, regarding
the Special Appeal of n. 1,704,520 / MT.
Keyword: The Appeal of Document. Article 1.015. Code of Civil proceding course of
conduct of 2015. To Resort the Appeal. Making the Hypotheses.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 43
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 45
9
INTRODUÇÃO
iniciar a discussão. Por fim, o debate consistirá em tratar da taxatividade ou não taxatividade,
haja vista que se for reconhecido o cabimento de recurso de agravo de instrumento em
circunstâncias não adotadas de maneira expressa no artigo 1.015, este será considerado
passível de interpretação extensiva.
Para definir a palavra recurso, Daniel Amorim Assumpção Neves (2016) aduz que se
faz necessário observar cinco características essenciais a esse meio de impugnação, sendo
elas: voluntariedade, expressa previsão em lei federal, desenvolvimento no próprio processo
no qual a decisão impugnada foi proferida, manejável pelas partes, terceiros prejudicados e
Ministério Público e, com o objetivo de reformar, anular ou esclarecer decisão judicial.
Ainda, como conceituam Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart e Daniel
Mitidiero (2017, p. 1.066), “[...] Recurso. É um meio voluntário de impugnação de decisões
judiciais, interno ao processo, que visa à reforma, à anulação ou ao aprimoramento da decisão
atacada.”
dispõe de uma compreensão tanto técnica quanto restrita, suportando ser definido como o
meio ou remédio impugnativo, capaz de causar o reexame de uma decisão judicial dentro do
processo em que foi proferida, antes de haver coisa julgada, ora pela mesma autoridade
judiciária, ora por outra hierarquicamente superior, desejando que seja reformada, integrada,
esclarecida ou invalidada.
De acordo com Araken de Assis (2016, p. 47), o inconformismo do homem faz com
que o Estado tenha que intervir na vida em sociedade para a resolução dos conflitos. O maior
descontentamento, cumulado ao assombro de desperdício de tempo valioso, estende-se nos
pronunciamentos contrários ao interesse das partes e de terceiros desprendido neste plano. A
sociedade pós-moderna acostumou-se com a rapidez dos modernos meios de comunicação,
assim, reagem muito mal, seja qual for, na demora e na solução que não atendam plena e
integral aos seus interesses. “[...] A própria origem já revela que os meios de impugnação às
resoluções judiciais tutelam relevante interesse público [...]”.
[...] O recurso mostra a todos “que os juízes e tribunais são destinados a regrar com
justiça as demandas e aplicar com exatidão o direito objetivo”. Em alguns meios de
impugnação, o objetivo fundamental é o único que importa: o remédio promove,
concretamente, a supremacia da Constituição ou controla a exata aplicação das leis.
A maioria das impugnações sobreleva o interesse em reavaliar a justiça do
provimento, sem prejuízo, no entanto, da finalidade pública há pouco reconhecida ao
instituto (ASSIS, 2016, p. 48).
Como lembra Valentina Jungmann Cintra Alla (1996, p. 3/4), as Ordenações e as leis
extravagantes vigoraram no direito brasileiro pela lei de 20 de outubro de 1823. Através desse
regime havia os consecutivos tipos de agravo: de petição, de instrumento, no auto do
processo, de ordenação não guardada e o ordinário. O artigo 14 da lei de 29 de novembro de
1832 reduziu os agravos de petição e o de instrumento a agravo no auto do processo. Com o
advento do Código de Processo Civil de 1973 o recurso de agravo de instrumento passou a ser
admitido contra todas as decisões proferidas no procedimento de primeiro grau, que não lhe
pusessem termo.
O Código de Processo Civil de 2015, aprovado pela Câmara dos Deputados, trouxe
consigo mudanças no tocante ao recurso cabível contra decisões interlocutórias proferidas
pelos juízos de primeira instância. Primordialmente a maior das novidades fomentada pelo
novo código, é que nem todas as decisões interlocutórias serão agraváveis neste novo sistema
processual, uma vez que o CPC prevê um rol exaustivo de decisões interlocutórias que poderá
caber agravo, sendo que no caso da decisão proferida não ser encontrada no rol, esta será
irrecorrível em separado, sustenta o autor Câmara (2015, p. 9).
Aos ensinamentos de Assis (2016), o agravo teve sua origem no direito português.
Com o reinado de D. Afonso IV, a apelação em separado contra decisões interlocutórias foi
proibida, ressalvado se dotadas de caráter terminativo do feito ou quando produzisse dano
irreparável. Para o autor, o recurso de agravo nasceu na segunda edição das Ordenações
Manuelinas, pois classificava as sentenças em definitivas, interlocutórias mistas e
interlocutórias simples. Dessa forma, eram previstos os seguintes agravos: o agravo ordinário
(supplicatio) contra as sentenças definitivas emanadas dos “Sobre-Juízes”, o agravo de
instrumento e o agravo de petição, sendo os últimos interpostos contra as sentenças
interlocutórias e consoante o critério geográfico, isto é, quando o ato proferido fosse de
processo que tramitasse no lugar de situação do órgão ad quem, caberia agravo de petição.
Teresa Celina Arruda Alvim Pinto (1990), compreende que a verdadeira raiz do agravo
no direito Português surgiu nas “querimas”. Segundo a autora, as “querimas” tiveram início
ante a habitualidade dos monarcas em percorrer o reino e, aqueles que exerciam a função de
julgar eram considerados delegados do rei. Essa prática consistia na queixa apresentada pela
parte ao soberano, por conta de uma determinação de algum magistrado, a qual o rei dava aos
queixosos uma carta de justiça que deveria ser apresentada ao juiz para uma possível
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modificação da decisão.
Ainda, explica Noronha (1995), que somente no ano de 1832, mais precisamente no
dia 29 de novembro, foi promulgado o Código de Processo Criminal do Império, de modo que
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No Código de Processo Civil de 1939 era previsto três diferentes tipos de agravos,
sendo o agravo de petição, o agravo de instrumento e o agravo no auto do processo. O recurso
de agravo de petição cabia contra as sentenças, as quais extinguiam o processo sem resolução
do mérito e, no caso de o processo ser extinto com resolução do mérito, cabia, contra a
sentença, apelação. Agora, o recurso de agravo de instrumento cabia contra decisões
interlocutórias, porém apenas contra decisões indicadas expressamente pelo art. 8421 do
Código de Processo Civil de 1939 ou em lei extravagante. Já o recurso de agravo no auto do
processo dispunha a evitar a preclusão de algumas decisões, como por exemplo, as que
1
Art. 842. Além dos casos em que a lei expressamente o permite, dar-se-á agravo de instrumento das
decisões:
I, que não admitirem a intervenção de terceiro na causa;
II, que julgarem a exceção de incompetência;
III, que denegarem ou concederem medidas requeridas como preparatórias da ação;
IV - que receberem ou rejeitarem “in limine” os embargos de terceiro.
V, que denegarem ou revogarem o benefício de gratuidade,
VI, que ordenarem a prisão;
VII, que nomearem ou destituírem inventariante, tutor, curador, testamenteiro ou liquidante;
VIII, que arbitrarem, ou deixarem de arbitrar a remuneração dos liquidantes ou a vintena dos
testamenteiros;
IX, que denegarem a apelação, inclusive de terceiro prejudicado, a julgarem deserta, ou a relevarem da
deserção;
X, que decidirem a respeito de erro de conta ou de cálculo;
XI, que concederem, ou não, a adjudicação, ou a remissão de bens;
XII, que anularem a arrematação, adjudicação, ou remissão cujos efeitos legais já se tenham produzido;
XIII, que admitirem, ou não, o concurso de credores, ou ordenarem a inclusão ou exclusão de créditos
XIV, que julgarem, ou não, prestadas as contas;
XV, que julgarem os processos de que tratam os Títulos XV a XXII do Livro V, ou os respectivos
incidentes, ressalvadas as exceções expressas;
XVI, que negarem alimentos provisionais;
XVII, que, sem caução idônea, ou independentemente de sentença anterior, autorizarem a entrega de
dinheiro ou quaisquer outros bens, ou a alienação, hipoteca, permuta, subrogação ou arrendamento de bens.
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Ainda, segundo Didier Jr. e Cunha (2018), no ano de 1995, por intermédio da Lei n°
9.139, foi alterado dispositivos relacionados ao recurso de agravo. Nesta senda, o recurso que
antes era chamado de agravo de instrumento recebeu a denominação genérica de agravo,
sendo assim, subentendeu-se que o recurso era o de agravo, podendo ser interposto sob as
modalidades de agravo retido ou agravo de instrumento. Ademais, essa reforma processual
trouxe uma novidade que foi estabelecer a interposição de recurso de agravo de instrumento
diretamente ao tribunal competente para julgá-lo.
Art. 523, § 4°. Será retido o agravo das decisões proferidas na audiência de instrução
e julgamento e das posteriores à sentença, salvo nos casos de dano de difícil e de
incerta reparação, nos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a
apelação é recebida. (NR). (BRASIL, 2001, p. 2).
Portanto, nas condições acima mencionadas, não cabia a figura do agravo retido, por
inadequação, sendo cabível o agravo de instrumento. O agravo retido foi eliminado do Código
de Processo Civil de 2015 e, estabeleceu um rol taxativo de decisões possíveis ao recurso de
agravo de instrumento, consoante Didier Jr. e Cunha (2018, p. 243).
O agravo, provavelmente, tenha sido o recurso que mais sofreu alterações no decorrer
da história processual brasileira, sobretudo após 1985, porquanto foram feitas consideráveis
alterações quanto sua competência para interposição, regime, hipóteses de cabimento de
pressupostos de admissibilidade e poderes ao relator. Um dos motivos de ocorrer diversas
alterações é pelo fato de o recurso de agravo ser o mais frequente na realidade dos operadores
do processo, pois ataca decisões interlocutórias prolatadas ao longo do processo, enquanto
tramita em 1° grau, de acordo com Renato Montans de Sá (2016, p. 1.085).
Insta frisar que o agravo (contra decisões de primeiro grau) cabia contra toda e
qualquer decisão interlocutória no processo, em razão disso foi o recurso que sofreu maiores
modificações com a reforma do Código de Processo Civil de 2015. No Código de Processo
Civil de 1973 havia quatro modalidades de agravo, passíveis de interposição contra decisões
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de primeiro grau, sendo eles: (a) o agravo de instrumento; (b) o agravo retido; interpostos
contra decisões de segundo grau: (c) o agravo que tinha por finalidade destrancar os recursos
de estrito direito; (d) e o agravo interno (SÁ, 2016, p. 1.085-1.086).
Nesse sentido, Sá (2016, p. 1.086) explica que, com a eliminação da figura do agravo
retido o Código de Processo Civil de 2015 trouxe uma importante classificação dos
pronunciamentos do juiz para a definição do recurso cabível, sendo essas, decisões
interlocutórias recorríveis e decisões interlocutórias irrecorríveis. Segundo o autor, o conceito
de interlocutória faz-se por exclusão, pois sempre que não for sentença e compreender carga
decisória estará se falando em interlocutória. As decisões irrecorríveis não ofendem o duplo
grau de jurisdição por duas razões:
i) duplo grau, sendo princípio ligado à segurança jurídica, pode ser relativizado por
normas que prestigiem outros valores igualmente importantes como a efetividade;
ii) não se trata propriamente de irrecorribilidade, mas de diferimento da impugnação
para outro recurso em outra oportunidade (efeito devolutivo diferido).
Contudo, é possível, para evitar maiores prejuízos, que o inciso I (tutelas
provisórias) seja interpretado de maneira ampla para abarcar, igualmente, as
decisões que possam resultar lesão grave e de difícil reparação (já que as tutelas
provisórias abrangem apenas os pedidos requeridos em tutela cautelar, antecipada e
de evidência). Dessa forma reduziria o impacto que a “taxatividade” do art. 1.015
possa causa. Nessas situações (como acontecia no regime anterior) competirá ao
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Theodoro Jr. (2016, p. 1.042-1.043) observa que o Código de Processo Civil de 2015
orientou de maneira diversa a forma em que se admitirá o recurso de agravo de instrumento,
enumerando um rol taxativo de decisões que poderão ser impugnadas. Segundo o autor, as
decisões que não constam neste rol ou de outros dispositivos do Código, deverão ser
questionadas em preliminar de apelação ou contrarrazões de apelação. Ainda, o autor
esclarece que o agravo de instrumento é admitido, em qualquer hipótese, contra decisões que
são proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário. “[...] Isso porque esses procedimentos terminam por
decisões que não comportam apelação. Assim, as interlocutórias ali proferidas não poderão
ser impugnadas por meio de preliminar do apelo ou de suas contrarrazões.”
Nesse viés, o agravo de instrumento será cabível apenas contra decisões que versem
sobre:
versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua
revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à
execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de
sentença, no processo de execução e no processo de inventário. (BRASIL, 2015).
A respeito da decisão que decreta falência e acerca da decisão que julga a fase de
liquidação de sentença, lecionam os doutrinadores Fredie Didier Jr. e Leonardo Carneiro da
Cunha (2018, p. 246 e 247):
Importa frisar que, o que não consta no rol do art. 1.015 do Código de Processo Civil
de 2015 (eventuais decisões interlocutórias proferidas no processo), somente serão suscetíveis
de impugnação após a prolação da sentença, nos termos do art. 1.009, § 1°, do CPC de 2015,
conforme Henrique de Moraes Fleury da Rocha (2018, p. 2):
[...] uma defendendo que a enumeração legal indica taxatividade e não cabendo
agravo somente há que se falar em apelação e se houver urgência deve ser admitida
a impetração de mandado de segurança, enquanto outra corrente vem apresentando o
que parte da doutrina denomina de “analogia”, procurando diante de situações de
inutilidade da apelação “similitudes” indutoras ampliativa das hipóteses legais de
cabimento, como, exemplo, rejeição de preliminar de incompetência ser
analogicamente identificada à hipótese de rejeição da alegação de convenção de
arbitragem (art. 1.015, III).
2
Nomen Juris: o nome da lei; Nome de direito. Título do crime.; denominação legal definindo um ato,
um fato ou um instituto jurídico.
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O Código de Processo Civil de 2015, traz em seu art. 1.019 um “roteiro” que deve ser
seguido para o processamento do recurso de agravo de instrumento, o qual é interposto
diretamente no tribunal, conforme é predito no § 2° do art. 1.017, do CPC e terá de ser
distribuído imediatamente, direcionando-se os autos conclusos ao relator (DIDIER; CUNHA,
2018, p. 283/284).
Evidente que para que o Tribunal tenha conhecimento da causa a fim de proceder ao
julgamento, a lei determina o translado de cópia de determinadas peças do processo
para que se forme, juntamente com as razões recursais, um instrumento, que será
remetido diretamente ao Tribunal. Algumas peças são obrigatórias; outras
facultativas, [...]. (SÁ, 2016, p. 1.089).
De acordo com Fredie Didier Jr. e Leonardo Carneiro da Cunha (2018, p. 284) segue:
Recebidos os autos pelo relator, este deverá verificar se é caso de aplicar ou não o
inciso III do art. 932. Se houver alguma inadmissibilidade ou faltar alguma cópia
obrigatória, deverá intimar o agravante para que este regularize o defeito (art. 932,
par. ún., CPC). Não regularizado, irá inadmitir o recurso, dele não conhecendo.
Regularizado que seja o vício, deve dar-lhe processamento regular. É possível,
ainda, que o relator aplique o inciso IV do art. 932, já lhe negando provimento se o
recurso for contrário a súmula vinculante ou a precedente obrigatório.
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Nesses casos, o réu ainda não está integrando o polo passivo da demanda. O STJ
vem decidindo (corretamente) que o prazo não começa da intimação da liminar, mas
sim do mandado de intimação cumprido juntado aos autos, consoante dispõe o art.
231, I e II, do CPC. O § 2° do art. 1.003 expressamente determina que se aplique a
regra do art. 231, pondo fim à controvérsia.
Segundo Didier Jr. e Cunha (2018, p. 284) se não for condição de inadmissão ou de
negativa imediata de provimento, o pedido de efeito suspensivo ou de tutela antecipada
recursal, será examinado pelo relator, oportunizando, assim, o contraditório ao agravado,
através da determinação de intimação para responder ao recurso. “[...] O relator pode
conceder a tutela antecipada recursal, fundando-se na urgência ou só na evidência. [...]”. Nas
palavras de Didier Jr. e Cunha (2018, p. 284), insta frisar que:
Nesse ponto penso que é possível abordar a grande discussão existente na doutrina e
na jurisprudência, anterior a entrada em vigor do Código de Processo Civil de 2015, acerca da
taxatividade, as hipóteses de cabimento do recurso de agravo de instrumento contra decisões
interlocutórias de primeiro grau, a qual foi contemplado no rol do art. 1.015 do CPC, que
optou pela delimitação das matérias.
Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery (2016, p. 2234/2235) pensam que
ao indicar hipóteses de interposição do agravo de instrumento, o legislador considerou ser
essas as únicas capazes de trazer prejuízo as partes, caso não fossem apreciadas
imediatamente em segundo grau de jurisdição. Dessa forma, outras questões suportariam
aguardar a análise de recurso de apelação, visto que aparentemente são de menor importância.
Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery (2016, p. 2235), frisam:
que contrasta com as treze que a redação final do CPC contempla, em favor da
“clareza e da duração razoável do processo” (RFS-Senado, p. 81), sem argumentar
com a lógica processual ou outras situações de ordem prática que podem sofrer
algum tipo de prejuízo em razão do critério legalista do CPC 1.015. [...].
Para os autores Didier, Lucas Buril de Macêdo, Ravi Peixoto e Alexandre Freire
(2015, p. 1332/1333) o legislador procurou antever os casos que explicariam a recorribilidade
imediata da decisão interlocutória, porém “A riqueza das situações que podem surgir no dia a
dia do foro, [...], escapam da inventividade do legislador. Nesses casos, à falta de recurso que
possa ser usado imediatamente contra a decisão, poderá ser o caso de se fazer uso do mandado
de segurança [...]”.
Penso que o novo sistema gera um grande risco de divergência acerca daquelas
decisões interlocutórias que, não sendo impugnáveis por agravo de instrumento,
versam sobre matérias a cujo respeito não se opera a preclusão (como são, por
exemplo, a legitimidade das partes e o interesse de agir). Proferida a decisão de
saneamento do processo, e expressamente afirmada a existência de legitimidade e
interesse, não se admitirá agravo de instrumento. Será, então, de se questionar se,
nesse caso, não sendo aquela matéria coberta pela preclusão. E se a resposta for
positiva, alcançaria essa preclusão só as partes? Ou também o órgão jurisdicional?
(CÂMARA, 2015, p. 9-10).
Câmara (2015, p. 10), acredita que, nessa hipótese, não há preclusão, visto que forte
no dispositivo art. 482, § 3°, do CPC, essas matérias podem ser conhecidas ex officio “em
qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado” e, nesse
sentido não estão sujeitas à preclusão. Ocorre que essa inovação trazida pelo CPC não é a
única, já que houve muitas mudanças para o recurso de agravo de instrumento.
Neste caso, entende Nery Junior e Nery (2015, p. 2233), que o sistema incorpora o
princípio da irrecorribilidade em separado das interlocutórias como regra, não se tratando de
irrecorribilidade da interlocutória que não está no rol do CPC 2015, mas de recorribilidade
diferida, trabalhada em futura e eventual apelação (razões ou contrarrazões). Conquanto, no
caso de a decisão interlocutória causar gravame de difícil ou impossível reparação, poderá ser
submetida a análise do tribunal competente para conhecer da apelação, pelo emprego do
mandado de segurança e da correição parcial. Ademais, o Código de Processo Civil de 2015
poderia ser interpretado de forma mais flexível, sendo o rol de situações do artigo
exemplificativo e não exauriente.
impugnadas nas razões ou contrarrazões de apelação, conforme disposto no art. 1.009, § 1°,
do CPC. Já as decisões interlocutórias recorríveis por recurso de agravo de instrumento,
destarte, nas hipóteses enquadradas no rol do artigo 1.015, estão sujeitas a preclusão, sendo
que se não forem impugnadas pelo agravo de instrumento “[...] a parte ou interessado perde o
direito de as impugnar posteriormente, o que significa dizer que, por exemplo, não poderão
ser impugnadas nas razões ou contrarrazões de apelação.” (NERY JUNIOR; NERY, 2016, p.
2233).
O recurso de agravo de instrumento será interposto por petição, devendo esta ser
instruída com peças que permitirão a formação do instrumento, tendo que constar da petição
os nomes das partes, a exposição do fato e do direito, as razões do pedido de reforma ou
invalidação da decisão e o próprio pedido e, enfim os nomes e endereços completos dos
advogados que constam no processo. Além disso, “são peças obrigatórias (art. 1.014, I) cópias
da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria
decisão recorrida, da certidão da respectiva intimação ou de outro documento oficial que
comprove a tempestividade do recurso e, por fim, das procurações outorgadas aos advogados
do agravante e do agravado [...]”. Faltando qualquer destas peças, competirá ao advogado
declarar o fato, em virtude da sua responsabilização pessoal. Importa frisar que no caso dos
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autos serem eletrônicos, dispensa-se as peças obrigatórias, sendo permitida a juntada de peças
facultativas, art. 1.014, § 5°. (CÂMARA, 2015, p. 11).
Assis (2016, p. 630) leciona que o prazo para interpor o recurso de agravo de
instrumento é de quinze dias, art. 1.003, § 5°, do CPC, “[...] Vale observar que, não tendo
decorrido quinze dias entre a data da emissão do ato e a data do protocolo do agravo,
dispensa-se a juntada da certidão de intimação, porque a tempestividade é evidente.” Ainda,
cabe ao agravante juntar no juízo de primeiro grau, comprovante da interposição do agravo de
instrumento, qual seja o protocolo ou o recibo expedido pelo correio, bem como a relação dos
documentos que instruíram o recurso.
[...] entendo que o rol – longe dos rótulos a ele atribuíveis e em geral atribuídos -,
não é impeditivo para que se dê máximo rendimento às hipóteses nele previstas,
como forma adequada de atingir o duplo objetivo que já anunciava: verificar de que
maneira as escolhas feitas atendem, ou não, as necessidades do dia a dia do foro e
evitar a generalização do mandado de segurança contra ato judicial, medida que, na
década de 1980 até meados da década de 1990, consagrou-se como sucedâneo
recursal para fazer as vezes do que, naquela época, o regime do agravo de
instrumento permitia. [...].
Theodoro Junior, Dierle Nunes, Alexandre Melo Franco Bahia e Flávio Quinaud
Pedron (2015, p. 283/284) tratam a respeito das demandas repetitivas, esclarecendo que a
estruturação de técnicas de julgamentos em larga escala, não pode negligenciar a
aplicabilidade conexa dos direitos fundamentais dos cidadãos sob argumentos econômicos e
funcionais. Para isso, elucidam que na atualidade a ciência processual precisa lidar com três
tipos de litigiosidade: individual ou “de varejo”; a litigiosidade coletiva; e em massa ou de
alta intensidade. Os autores entendem que o Código de Processo Civil de 2015, criou um
modelo incoerente quando restringiu a recorribilidade das interlocutórias através do agravo de
instrumento.
29
Nessa contenda, Lenio Luiz Streck e Diego Crevelin de Sousa (2018, p. 01)
esclarecem que a Ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça defende a ideia de
taxatividade mitigada, vejamos:
Para os autores, o voto da Ministra Nancy diverge da doutrina majoritária, isto porque
a doutrina sustenta que o rol é taxativo, dado que o Código de Processo Civil contempla
hipóteses de decisões interlocutórias impugnáveis pelo recurso de agravo de instrumento,
sendo exceção a recorribilidade imediata das decisões (STRECK; SOUSA, 2018, p. 02).
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Por fim, como referido no decorrer do estudo, a terceira corrente (STRECK; SOUSA,
2018, p. 3) defende que o rol é taxativo, não compreendendo interpretações fora das hipóteses
previstas em lei. Essa corrente acredita que o rol é taxativo em razão das hipóteses
enumeradas pelo Código de Processo Civil de 2015 ao recurso de agravo de instrumento
disposto no art. 1.015.
Já Rocha (2018, p. 2), aponta que parte da doutrina afirma ser possível conceder
mandado de segurança, com base no artigo 5º, II, da Lei 12.016/2009, nos casos de decisões
interlocutórias que não permitirem agravo de instrumento, porém violarem direito líquido e
certo. Entende o autor, que admitir impetração de mandado de segurança contra todas as
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decisões não elencadas no rol do artigo 1.015 do CPC está em desacordo com a opção
legislativa de limitar a possibilidade de imediata impugnação das interlocutórias, tornando-se
desnecessário o novo regramento. O artigo 5º, II, da Lei 12.016/2009, que dispõe sobre o
mandado de segurança, disciplina in verbis “Art. 5º Não se concederá mandado de segurança
quando se tratar: (...) II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;”.
(BRASIL, 2009).
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"Definir a natureza do rol do artigo 1.015 do CPC/2015 e verificar possibilidade de sua interpretação
extensiva, para se admitir a interposição de agravo de instrumento contra decisão interlocutória que verse sobre
hipóteses não expressamente versadas nos incisos do referido dispositivo do novo CPC."
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competência, tratam Lenio Luiz Streck, Diego Crevelin de Sousa e Roberto Campos Gouveia
Filho (2018, p. 1).
Ademais, o debate não se limita ao inciso III, do art. 1.015, do CPC, tendo em vista
que há um rol com doze hipóteses para interposição do agravo de instrumento, que poderiam
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ser ampliadas por decisão dos Ministros. A proposta apresentada pela Ministra Relatora
Nancy Andrighi venceu, pois o rol do art. 1.015 é de taxatividade mitigada, cabendo a
interposição do recurso de agravo de instrumento quando há urgência e o julgamento da
questão não pode ser discutido em apelação, por Gabriela Coelho (2018).
A tese que se propõe consiste em, a partir de um requisito objetivo, a urgência que
decorre da inutilidade futura do julgamento do recurso diferido da apelação,
possibilitar a recorribilidade imediata de decisões interlocutórias fora da lista do
artigo 1.015 do CPC, sempre em caráter excepcional e desde que preenchido o
requisito urgência, independentemente do uso da interpretação extensiva ou
analógica dos incisos do artigo", votou a ministra.
A tese da relatora foi que “o rol do artigo 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada,
por isso admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a
urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação.
(COELHO, 2018).
Conforme art. 1.015, III, do Código de Processo Civil de 2015, cabe agravo de
instrumento contra decisões interlocutórias que discorrer a respeito da alegação de convenção
de arbitragem. Dito isso, Cunha e Didier (2015, p. 03), defendem que a decisão que verse
quanto a convenção de arbitragem contém características da decisão sobre competência.
Narram os autores, que as partes gozam das soluções de seus litígios ao juízo arbitral, por
intermédio da convenção de arbitragem.
Pablo Freire Romão (2016, p. 4), diverge do entendimento de Didier e Cunha, pois
para ele o legislador rejeitou a convenção de arbitragem como interlocutória agravável pelo
fato do acolhimento causar extinção do processo sem resolução do mérito. O dispositivo tem
duas proposições alternativas: primeiro a existência de negócio processual, da qual a decisão
relativa a eficácia ou homologação pode acarretar a extinção da demanda sem julgamento do
mérito e, segundo deliberação sobre a competência do juízo, que pode acarretar a extinção do
processo sem resolução do mérito.
Nessa hipótese, seriam agraváveis, por interpretação extensiva: 1) decisão que não
homologa desistência da ação, pois se trata de ato processual voluntário que objetiva
pôr fim à demanda; 2) decisão interlocutória sobre competência quando o processo
tramita em Juizado Especial ou envolver incompetência internacional, porquanto,
nessas hipóteses, o seu acolhimento, pelo tribunal, pode levar à extinção do processo
sem resolução do mérito. (ROMÃO, 2016, p. 4).
Ainda, entende Romão (2016, p. 4) que nem todas as decisões sobre incompetência
absoluta ou relativa ou negócio processual, mesmo envolvendo eleição de foro ou suspensão
do processo que estariam sujeitos ao agravo de instrumento com base no dispositivo 1.015 do
CPC. “[...] Acolher tal entendimento não significa interpretação extensiva. Respeitados os
limites semânticos de texto, bem como a finalidade do dispositivo, a aplicação irrestrita
proposta pelos processualistas é contra legem.”
Outros autores que divergem do entendimento de Didier e Cunha, são Streck, Sousa e
Gouveia Filho (2018, p. 4), em razão da convenção não transferir o litígio para a competência
do árbitro, ela outorga poder jurisdicional ao árbitro. “[...] O poder precede a competência.
Para ter competência é necessário, antes, ter poder. [...]”. Para os autores, competência e
jurisdição são díspares, não tem relação possíveis de interpretação extensiva. Conforme art. 3º
da Lei nº. 9.307, de 23 de setembro de 1996: in verbis Art. 3º As partes interessadas podem
submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim
entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral.
A Décima Nona Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul ao julgar
recurso que impugna decisão prolatada em processo que tramita na Comarca de Cerro Largo,
conhece parcialmente o agravo de instrumento pelo princípio da taxatividade das decisões
interlocutórias constantes do art. 1.015 do Código de Processo Civil de 2015. O agravo em
questão, foi interposto requerendo o benefício da gratuidade da justiça, bem como que seja
possibilitado o trâmite da demanda na justiça comum. Todavia, não foi provido quanto à
tramitação na justiça comum, sob pena de supressão de instância, mas foi conhecido
parcialmente dando provimento para conceder a gratuidade da justiça ao agravante. Vejamos:
competência da Justiça Comum, pois cabe ao titular da ação escolher onde pretende
demandar. Com isso, colaciona-se o julgado do Egrégio Tribunal de Justiça do Rio Grande do
Sul:
Como se pode analisar, cada Tribunal decide conforme o caso em questão, alguns
seguem mais a linha de pensamento da taxatividade do rol do artigo 1.015 do Código de
Processo Civil, outros procuram decidir pela taxatividade mitigada, dependendo de cada caso
em específico. Ainda, se verifica que em alguns Tribunais há divergência entre as Câmaras.
CONCLUSÃO
Ademais, com a inovação trazida pelo CPC de 2015, a doutrina e a jurisprudência vêm
enfreando grandes debates no que se refere a taxatividade do rol do artigo 1.015. Contudo, o
mais recente julgamento do Recurso Especial 1.704.520 entendeu pela taxatividade mitigada
do referido artigo, porquanto não pode a parte sair prejudicada por haver um rol de hipóteses
que pode não prever uma lesão de difícil reparação.
Como visto na parte histórica, o agravo de instrumento foi o recurso que mais teve
alterações ao longo dos anos e, por isso se fez necessário decidir sobre a taxatividade
mitigada, haja vista que a sociedade contemporânea demanda por uma justiça mais célere.
Esse julgamento, trouxe mais tranquilidade à população vez que adota institutos que
privilegiam a segurança jurídica e a efetividade processual.
Com isso, o processo não aguardará eventual recurso de apelação e, as partes poderão
interpor agravo de instrumento contra decisões interlocutórias que causarem prejuízos
irreparáveis.
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Ainda, importa salientar que a matéria da presente monografia possui relação direta
com os princípios garantidos na Carta Magna, bem como com os princípios estabelecidos no
direito processual civil brasileiro, quais sejam, do acesso à justiça, do devido processo legal,
do juiz natural, da inafastabilidade do controle jurisdicional, do duplo grau de jurisdição, da
inércia, da duração razoável do processo, do contraditório e da ampla defesa e da
imparcialidade do juiz, embasando, inclusive, o fundamento utilizado para decisão do STJ n°
1.704.520/MT.
Conclui-se, portanto, que com a decisão do Superior Tribunal de Justiça foi possível
trazer tranquilidade jurídica aos jurisdicionados, pois as possibilidades de interposição do
agravo de instrumento não se limitam ao rol de hipóteses do artigo 1.015 do CPC.
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