Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FACULDADE DE HISTÓRIA
BELÉM-PA
2017
Philippe Ariès nasceu em 21 de julho de 1914 em Blois, França,
passando maior parte de sua vida em Paris. Cresceu em uma família
tradicional burguesa, católica, aristocrática e conservadora de relações sociais
elitistas, ativa do partido monarquista francês, o Ação Francesa (Action
Française), um movimento reacionário, contrarrevolucionário e nacionalista
francês de 1898, que reagia a revitalização da extrema-esquerda. Ariès
estudou no colégio jesuíta Saint-Louis-Gonzague, posteriormente, no Liceu
Janson-de-Sailly, onde se interessa pela história, principalmente pelo avô
materno e professor de História do Liceu. Em 1930, durante sua formação em
História na Sorbonne, escreveu e militou em prol da Action Française,
incentivando a participação de estudantes a movimentos reacionários com
publicações na revista estudantil “O estudante francês” com outros parceiros
intelectuais de movimento, dando-lhe relativo destaque como jornalista.
Esse livro, que demorou mais de dez anos para ser escrito, é dividido
em três grandes capítulos, a saber: “O sentimento da infância”, “A vida
escolástica” e “A família”. E, além do argumento acima citado, nele ele defende
a tese de que a mudança em relação à infância, ocorrida no que se
convencionou chamar de Idade Moderna, altera também a família, o
sentimento em relação a ela. E essa mudança nos sentimentos, como reitera
Campos (2012), é um movimento de longa duração e não linear.
Desse modo, mesmo que algumas das teses desse historiador tenham
sido revistas, e em certa medida refutadas, é grande a contribuição de Ariés
para o entender de que o que comumente se considera como algo natural é
fruto, ao contrário, da construção humana, construção cultural; desde como se
lida com a morte até a concepção do que é a criança. Ademais, muitos
aspectos de suas obras são consonantes com a nova história defendida pelos
Annales, como a busca por uma história total, não factual, e o enfoque para
além de aspectos políticos; não é a toa que Ariès foi considerado como um dos
principais da terceira geração dos Annales.
Publicações em francês