7ª Exposição Científica, Tecnológica e

Cultural do IFRN Pau dos Ferros

Área: Engenharias

PROJETO DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL DE BAIXO CUSTO

Ítalo Vinícius de Freitas Dias¹; Keystone Barreto Franco²; Jeferson Queiroga Pereira³

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Informática, Instituto Federal do Rio Grande do Norte, BR 405, Km 154, S/N, Bairro Chico Cajá, Pau
dos Ferros/RN

E-mail de Correspondência: italodias72@gmail.com

RESUMO: A automação residencial trata de facilitar a vida e gerar um maior conforto

e segurança para os seus usuários. Antigamente, isto era visto como algo destinado
apenas para as altas classes, no entanto hoje é bem mais acessível à população, por
causa do barateamento dos componentes de hardware. Dessa forma, ela é feita para dar
independência para algumas partes da casa, realizando atividades corriqueiras, como
fechar as cortinas, acender luzes ou trabalhos mais elaborados, como medir a
temperatura de determinados cômodos ou detectar movimentos, além de fornecer
segurança, avisando o proprietário acerca de qualquer problema ocorrido no cenário sob
monitoramento do sistema. Para a realização dessas funções, foi desenvolvido um
projeto de automação residencial que elaborou aplicativos no sistema Android, visando
facilitar o controle sobre a casa. Ambas as aplicações, estão sendo interligados por um
MQTT Broker que, por sua vez, facilitou a comunicação entre o usuário e a residência.

Palavras-chave: Automação residencial; Conforto; Segurança; MQTT.

INTRODUÇÃO

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Tendo em vista os avanços tecnológicos da atualidade, sempre foram buscadas

formas de automatizar tarefas, tanto visando o lucro, segurança e conforto. Diante disso,
começou a se utilizar da tecnologia para a realização de tarefas corriqueiras, a partir
disso elas começaram a ser implementadas nas residências, para dar mais conforto ao
usuário.

Os principais problemas causados pela automação residencial é a probabilidade

de causar sedentarismos nos envolvidos e pode fazer com que as pessoas percam parte
de sua independência, por serem reféns das atividades realizadas pela casa
automatizada. Contudo esses problemas são causados apenas pelo comodismo do
usuário, isentando assim, a tecnologia de culpa significativa.

Segundo Pereira (2007), a automação pode ser vista como um ciclo de três
etapas: (1) captura do estado do ambiente, (2) definição da necessidade e da forma de
atuação considerando os objetivos pré-estabelecidos para o estado e (3) execução das
ações necessárias para mudar o estado do ambiente. Automação envolve, portanto,
sensoriamento, controle e comando. Entendendo essas etapas podemos nos situar dentro
desse mundo da automação residencial, buscando assim sempre o aprimoramento dessa
tecnologia.

O principal foco do projeto é promover uma maior interação do homem com a

residência, a partir da praticidade em realizar tarefas corriqueiras, acabar com atividades
que poderiam ser facilmente desenvolvidas por tecnologias mais avançadas, e aumentar
a segurança da casa. Além de estar sendo desenvolvido para que seja algo mais
acessível à população, garantindo conforto e segurança a maioria da população.

MATERIAL E MÉTODOS

Tendo em vista que já existem sistemas para realização dessas tarefas, essa
pesquisa consiste na criação de um sistema para automação residencial de baixo custo e
reaproveitamento de componentes eletrônicos em desuso. Para baratear os custos do
sistema, optou-se por se utilizar a câmera de um celular, já sem uso, para servir como
um “sistema de segurança”, além de ser uma forma de reutilizar hardware, evitando
assim o acúmulo de lixo eletrônico.

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O projeto desenvolveu duas aplicações na plataforma Android, uma delas tem a

função de controlar ações da casa, por exemplo, a aplicação voltada para o cliente,
controla os sensores da casa, que por sua vez são, sensores de presença, para detectar a
“invasão de indivíduos”, sensor de chama, gás, chuva e de temperatura. Já a segunda
aplicação, é composta pelo sistema de segurança e a aplicação de detecção de placas
para autorização da abertura do portão.

Para a criação da aplicação de segurança, foi utilizado o processamento de

imagens através da biblioteca OpenCV, para a detecção de pessoas que supostamente
estejam invadindo a residência. A partir disso é retirado uma foto da mesma e enviado
para o e-mail do cliente. Além disso, fez-se usa da biblioteca OCR open source, Vision
disponibilizada pelo Google, para a detecção de placas de carros que estejam salvos em
um banco de dados, que por sua vez é o Firebase Realtime Database. Com o objetivo de
abrir o portão da casa de forma automática, evitando que carros desconhecidos entrem
na casa.

Ademais, utilizou-se o protocolo de comunicação MQTT, para a conexão dos

sistemas com o hardware da residência. Ele foi escolhido por possuir inúmeras
vantagens, que foram afirmadas por Michael J. Yuan (2017), um protocolo “leve”,
flexível e que pode ser utilizado em várias situações. Ele funciona a partir de interfaces
publish/subscribe, no qual o usuário tem a opção de se inscrever em “tópicos”, como
“/casa/sala/luz”, e receber todas as mensagens publicadas neles. Mas, essas aplicações
não se comunicam diretamente, pois entre elas existem um Broker que funciona como
um “carteiro”, enviando as mensagens publicadas em um tópico, para todos os usuários
inscritos nesses “tópicos”, como foi exemplificado na figura 1.

Figura 1: Representação da arquitetura do MQTT

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Fonte:Hive MQ (2015)

Dessa forma, foi feita a comunicação entre o usuário e a residência, no qual o

cliente pode tanto receber como mandar informações. Já no sistema da residência, foi
utilizado um NodeMCU-ESP12, que por sua vez conectava com o Broker e enviava os
comandos ao Arduino ou recebia comandos do Arduino para enviar para o Broker. Essa
comunicação entre essas placas foi feita se utilizando a comunicação serial, ilustrada na
figura 2. Para tanto, fez-se necessário um divisor de tensão para converter os 5volts
enviados pelo Arduino em 3.3volts, que é a tensão de operação do Node, se utilizando
de resistores de 120Ω e 220Ω respectivamente.

Figura 2 - Exemplo de comunicação serial entre NodeMCU-ESP12 e Arduino

Fonte: Elaborada pelo Autor

RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Desse modo, a partir dos estudos sobre os componentes supracitados e o

desenvolvimento da estrutura da residência, obtiveram-se as duas aplicações como
resultado: o aplicativo de controle da residência que é destinado aos clientes, o de
detecção de pessoas (segurança) e o de detecção de placas.

A figura 3 mostra a aplicação que é destinada aos usuários do sistema, no qual

eles podem enviar informações para o sistema da residência ou vice-versa. Vale
ressaltar que, as informações são específicas de cada cômodo. Além disso, eles têm a
possibilidade de cadastrar as placas no banco de dados, ver as placas cadastradas e
remover placas.

Figura 3- Capturas de tela do aplicativo de controle

Fonte: Elaborada pelo Autor

A figura 4, demonstra a aplicação voltada para a detecção de placas, a partir da

extração de seu texto, utilizando a tecnologia OCR. Além disso, ele detecta somente as
placas cadastradas no banco de dados do Firebase.

Figura 4 Captura de tela do sistema de detecção de placa

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Fonte: Elaborada pelo autor

A figura 5, mostra como é feita a detecção, sendo uma delas mostrando a imagem
que é enviada para o E-mail do dono, já a segunda é um exemplo da imagem detectada
no aplicativo e salva na galeria do celular.

Figura 5 Exemplo da Aplicação de Segurança

Fonte: Elaborada pelo autor

A figura 6 mostra a estrutura da maquete da residência, com todos os seus

sensores, chuva, o de detecção de gás (fc-22), o de chama, o de presença PIR HC-
SR501 e o de temperatura.

Figura 6 Amostra dos sensores acoplados à maquete da residência

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Fonte: Elaborada pelo autor

CONCLUSÕES
Ao longo do desenvolvimento do projeto, verificou-se que a automação
residencial não se trata apenas de uma questão de conforto e economia, mas também de
segurança, visto que sensores podem permanecer ativos mesmo na ausência do
proprietário e detectar a presença de invasores. Por isso, definiu-se a necessidade de
implementar um sistema de segurança na casa, de forma a torná-la adequada à realidade
atual da sociedade, na qual nota-se uma intensa sensação de insegurança.

Ademais, os benefícios gerados pelo investimento em sistemas como esse não se

limitam às pessoas que convivem nas casas automatizadas, mas atingem também o
mercado imobiliário, visto que imóveis com essa tecnologia integrada são mais
valorizados, e, de forma indireta, a conservação ambiental através da economia de
energia. Dessa forma, a pesquisa de novas técnicas para efetivar a automação pode ser
muito útil para o desenvolvimento de práticas sistêmicas, que, numa compreensão mais
abrangente, considere os demais elementos envolvidos e supracitados.

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REFERÊNCIAS
MQTT Essentials Part 2: Publish & Subscribe. 2015. Disponível em:
<https://www.hivemq.com/blog/mqtt-essentials-part2-publish-subscribe>. Acesso em:
30 nov. 2018.

COSTELLO, Katie; HIPPOLD, Sarah Cornelia (Ed.). Gartner Says Worldwide Sales
of Smartphones Returned to Growth in First Quarter of 2018. 2018. Disponível em:
<https://www.gartner.com/newsroom/id/3876865>. Acesso em: 29 maio 2018.

Pereira, L. A. M Automação Residencial: rumo a um futuro pleno de novas

soluções—Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio, 2007.

YUAN, Michael. Conhecendo o MQTT: Por que o MQTT é um dos melhores

protocolos de rede para a Internet das Coisas?. 2017. Disponível em:
<https://www.ibm.com/developerworks/br/library/iot-mqtt-why-good-for-
iot/index.html>. Acesso em: 04 out. 2017.