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Destaco alguns pontos importantes apresentados nas aulas:

Lembrem-se que a língua e a linguagem não têm o mesmo conceito:


Entende-se a língua como uma ferramenta utilizada para fazermos uso da
linguagem, enquanto esta última é a comunicação em si, sendo todas as formas
de comunicação.
A linguagem pode ser verbal, como a escrita, e não-verbal, como os
gestos, as imagens, o que utilizamos para nos comunicarmos, seja no ambiente
de trabalho, familiar, entre amigos, no trânsito, etc.
Assim, temos a linguagem como uma forma de interação: toma a língua
como um processo de comunicação e interação humana, que gera uma ação do
emissor da mensagem sobre o receptor.
O emissor tem a preocupação de fazer com que o receptor entenda
a sua mensagem. Lembrem-se que para conseguirmos uma comunicação
eficaz é preciso tornar o pensamento comum, produzir resposta e persuadir!

Num processo de comunicação temos:

• Emissor - quem envia a mensagem;


• Mensagem – o conteúdo ou assunto;
• Código – conjunto de signos;
• Canal de comunicação – meio utilizado para transmitir a mensagem;
• Contexto – é o objeto ou a situação a que a mensagem se refere;
• Receptor – quem recebe a mensagem

Daí a importância que devemos dar para os elementos da comunicação,


para a função da linguagem. Percebam que é necessário fazermos uso de um
discurso correto, organizar as ideias, evitar ruídos, pois nesse processo podem
ocorrer distorções ou conflitos. A mensagem deve causar interesse no receptor,
portanto, precisamos prestar muita atenção sobre o efeito que a nossa
mensagem irá surtir.
Somos capazes de formar frases coesas e coerentes tanto na fala quanto
na escrita, porém, não falamos como escrevemos, nem escrevemos como
falamos. Te convido a fazer alguns exercícios:

• Pense sobre um determinado assunto que aconteceu


recentemente no seu ambiente de trabalho. Imagine como você
contaria para o seu colega. Quais seriam as frases desse diálogo?
Agora procure transcrever essa fala em um papel, mas exatamente
igual, sem troca de palavras ou frases;
• E então, comece a ler um texto e imagine que você precisa
repassar a informação para o seu chefe ou para o seu cliente. Precisa
ler, mas tentando ser o mais natural possível nessa fala, isto é, dando
a entender que não se trata de uma leitura, e sim, apenas uma
conversa.

Sentiu alguma dificuldade para repassar a sua fala para o papel? Difícil,
não? Parece que a construção das frases escritas exige um maior cuidado, seja
na seleção de palavras, na pontuação ou até mesmo na sequência dessas
frases. E em relação a forma de repassar a informação do texto escrito por meio
da fala? Percebeu a diferença? O tom de voz, a necessidade da pausa.
Quanto detalhe, não? Palavras que precisam ser substituídas, a busca
por uma pontuação mais adequada, assim como a questão da formalidade,
afinal, nos preocupamos com o receptor. Vejam a importância do uso correto das
palavras, da pontuação, da clareza, do tom de voz, da segurança ao falar, da
expressão corporal, pois toda comunicação busca atingir um alvo.
Também é necessário percebermos que existem particularidades em
relação ao receptor. Eu não vou me comunicar com o cliente da mesma forma
que eu me comunico com um familiar ou com um amigo. Além de que, a posição
que ocupamos na empresa também interfere na forma de comunicação.
Vejam a necessidade da formalidade ao me comunicar com alguém que
esteja em cargo superior, assim como no caso de uma redação oficial, por
exemplo, a qual temos no ambiente de trabalho. Precisamos ter cuidado, como
evitar as gírias, assim como devemos ser impessoais, etc.
Na comunicação escrita, que é tão comum nas organizações, também
devemos nos atentar as padronizações. Percebam cada detalhe dos
documentos que são utilizados na rotina de trabalho (temos a ata, o aviso,
a carta, o memorando, a procuração, etc). Como deve ser a construção do texto?
Qual o conteúdo, a finalidade ou os pronomes de tratamento que podem ser
utilizados? Como deve ser indicado o destinatário? São várias as
particularidades e que precisamos conhecer! Além de que, diante da escrita,
podemos nos expressar por meio do papel ou de forma on-line, tendo sempre
um objetivo na mensagem.
A comunicação pode acontecer dentro e fora da organização, como, por
exemplo, entre o funcionário e o cliente, ou com o fornecedor, mas também entre
o chefe e os funcionários, ou até mesmo entre os próprios funcionários, setores,
etc. Daí a importância que deve ser dada também para a comunicação interna,
para termos uma comunicação eficaz, que é uma forma de relacionamento da
empresa com o público interno.

Uso da crase

Crase = fusão, junção


Em português, é a junção das vogais idênticas a + a, indicada por meio do acento
grave (à).

Pode ocorrer a fusão da preposição a com:

a) O artigo feminino a ou as:


Fui a + a festa.
Fui à festa.

b) O a dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo:


Fui a + aquele lugar.
Fui àquele lugar.

c) O a do pronome relativo a qual e flexão (as quais):


A cidade a + a qual nos referimos fica perto.
A cidade à qual nos referimos fica perto.

d) O pronome demonstrativo a ou as (=aquela(s):


Esta cadeira é semelhante a + a que me deste.
Esta cadeira é semelhante à que me deste.

Regra geral para identificação da crase:

Haverá sempre que o termo anterior exigir a preposição a e o termo posterior


admitir o artigo a ou as.
Eu me referi a + a professora.
Eu me referi à professora.

Nesse caso, é fácil descobrir se há ou não crase. Se, ao trocarmos o termo


posterior por um masculino correspondente, obtivermos ao, constataremos a
presença da preposição (a) e do artigo (o) e, portanto, da crase antes dos termos
femininos.
Eu me referi ao professor.

Veja que, para que ocorra crase, é necessário que o termo anterior exija a
preposição a e o termo posterior admita o artigo a. Se um desses fatos não
ocorrer, evidentemente não haverá crase.
Eu conheço a diretora.

Trocando pelo masculino:


Eu conheço o diretor.

Nunca ocorre crase:

a) Diante de palavras masculinas.


b) Diante de verbos.
c) Nas expressões formadas por palavras repetidas.
d) Quando um a (sem o s de plural) estiver diante de uma palavra no plural
(nesse caso, temos apenas a preposição).
e) Diante de pronomes que repelem o artigo. Ex. Isto não interessa a
ninguém.

Se o pronome admitir artigo, haverá crase. Ex. Fiz alusão à mesma aluna.

Sempre ocorre crase:

a) Na indicação do número de horas, desde que, trocando-se esse número


por meio-dia, obtenha-se ao meio-dia.
Saí às três horas. (ao meio-dia).

b) Diante da palavra moda (da expressão à moda de), mesmo que essa
palavra esteja subentendida.
Fez um gol à Pelé. (=à moda de Pelé).

c) Nas expressões adverbiais femininas.


Chegaram à noite.
Estava à disposição.

d) Nas locuções conjuntivas e prepositivas formadas por palavras


femininas, também se emprega o acento indicativo da crase.
À medida que caminhava, ficava mais longe de casa.
À proporção que estuda, sua nota vai melhorando.

Pode ou não ocorrer crase (facultativa)

a) Diante de nomes de pessoas do sexo feminino.


b) Diante de pronomes possessivos femininos.
c) Depois da preposição até.

Outros casos

1 - Diante de nomes de lugar:


Para verificar se um nome de lugar aceita ou não o artigo a, usa-se o seguinte
artifício: se, ao formularmos uma frase com um nome de lugar mais o verbo vir,
obtivermos a combinação da, cabe o artigo.

Se obtivermos simplesmente a preposição de, não cabe o artigo.


Vou à Itália. (Venho da Itália).
Vou a Roma. (Venho de Roma).

Se o nome de lugar que repele o artigo vier determinado, passará a aceita-


lo e, consequentemente, haverá crase.
Vou à Roma antiga. (Venho da Roma antiga).

2 – Diante das palavras casa e terra

Não ocorre crase diante das palavras casa (no sentido de lar, moradia) e
terra (no sentido de chão firme), a menos que venham especificadas.
Voltamos cedo a casa.
Os marinheiros desceram a terra.

Mas:

Voltamos cedo à casa dos amigos.


Os marinheiros desceram à terra dos anões.

3 – Diante dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela (s), aquilo

Haverá crase com os pronomes demonstrativos aquele (s), aquela(s),


aquilo sempre que o termo antecedente exigir a preposição a.
Assisti àquele filme.
Aspiro àquela vaga.

4- Diante de pronomes relativos

Poderá ocorrer crase com o pronome relativo a qual e flexão (as quais).
A cidade à qual iremos possui praias às quais chegaremos.

É fácil constatar a crase nesse caso, utilizando-se o artifício de trocar os


termos femininos por termos masculinos correlatos.
O país ao qual iremos possui recantos aos quais chegaremos.

Nunca ocorre crase diante dos pronomes quem e cuja.

5 – Diante do pronome relativo que

Diante do pronome relativo que normalmente não há crase, uma vez que
esse pronome repele o artigo.
Esta é a faculdade a que aspiro.
Esta é a cidade a que iremos.

Ocorrerá, no entanto, crase antes do pronome relativo que quando antes


dele aparecer o pronome demonstrativo a ou as (=aquela(s)).
Sua caneta era igual à que comprei.

Em caso de dúvida, pode-se verificar se ocorre ou não crase pelo recurso


da substituição dos termos femininos por masculinos.
Este é o curso a que aspiro.
Este é o bairro a que iremos.

Mas:

Seu lápis era igual ao que comprei.

Palavras e expressões que devem ser usadas corretamente para termos uma
comunicação eficaz:

1 – Por que, Porque, Porquê, Por quê


Lembre-se, inicialmente, de que em final de frase a palavra que deve ser sempre
acentuada.
Você vive de quê?
Ela pensa em quê?

Escreve-se por que:


a) Quando equivale a pelo qual e flexões.
Não sei por que ele insistiu.

b) Quando, depois dele, vier escrita ou subentendida a palavra razão. Se


ocorrer no final da frase, deverá ser acentuado.
Por que razão você não foi?
Você não foi por quê?

Escreve-se porque quando se tratar de uma conjunção explicativa ou causal.


Geralmente equivale a pois.
Tirou boa nota porque estudou bastante.

Escreve-se porquê quando se tratar de um substantivo. Nesse caso, virá


precedido de artigo ou de outro determinante.
Nem o chefe sabe o porquê do resultado.

2 - Onde, Aonde

Emprega-se aonde com verbos que dão ideia de movimento. Equivale a para
onde.
Aonde você vai? Aonde nos leva com tal rapidez?

Naturalmente, com verbos que não dão ideia de movimento emprega-se onde.
Onde estão os livros? Não sei onde te encontrar.
3 – Mau, Mal

Mau é sempre um adjetivo (seu antônimo é bom), refere-se, pois, a um


substantivo.
Era um mau funcionário.

Mal pode ser:


a) Advérbio de modo (antônimo de bem).
O funcionário se comportou mal.

b) Conjunção temporal (equivale a assim que).


Mal chegou, saiu.

c) Substantivo (quando precedido de artigo ou de outro determinante).


O mal não tem remédio.

4 – Cessão, Sessão, Secção, Seção

a) Cessão é o ato de ceder, de dar.


O cliente fez a cessão dos seus direitos autorais.

b) Sessão é o intervalo de tempo que dura uma reunião, uma


assembleia.
Reuniram-se em sessão extraordinária.

c) Secção ou Seção é uma parte, um segmento ou uma subdivisão de


um todo.
Lemos a notícia na secção (ou seção) de economia.

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