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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) FEDERAL DO

JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE PORTO ALEGRE/RS

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NOME DO CLIENTE, estado civil, profissao, CPF


0610000000-18, portador(a) do RG 12.000000 SSP/SP, residente e domiciliado(a)
na Rua advbox, 7, Bairro Canasvieiras, CEP 00000-754, cidade de
Florianopolis/SC, por meio de seus advogados, ambos com escritório profissional
na Rua Felipe, 500, sala 300, Centro, Florianópolis/SC, 88010-0001, onde
recebem intimações e notificações, vem perante Vossa Excelência, propor a
presente

AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DE PENSÃO POR


MORTE

Em face de INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL,


pessoa jurídica de direito público pelos motivos de fato e de direito a seguir
expostos:
I – DA JUSTIÇA GRATUITA
Preliminarmente, requer o benefício da Justiça Gratuita por
ser a parte autora pobre na acepção legal do termo, não podendo arcar com as
custas processuais sem prejuízo próprio e de sua família.

II – DOS FATOS

A autora foi companheira do segurado João dos Santos


Veiga por, aproximadamente, 6 (seis) anos. O relacionamento, iniciado em 1994,
só findou quando o companheiro veio à óbito, na data de 10/11/2000. Da união do
casal resultou no nascimento de 2 (dois) filhos.

Com o óbito do companheiro, os filhos da Autora pleitearam


o benefício de pensão por morte do pai, porque menores à época do falecimento,
que lhes foi deferido administrativamente.

A autora somente teve ciência do seu direito à percepção do


benefício na condição de companheira do de cujus em 2015, quando buscou
administrativamente a concessão do benefício, que lhe foi negado em virtude da
falta de apresentação de documentos autenticados que comprovassem a
condição de dependente.

Embora a autora tenha requerido prazo para apresentar


novamente os documentos e designação de nova data de J.A., porque, por
circunstâncias pessoais não pôde comparecer àquela inicialmente designada, não
obteve êxito no pleito.

Irresignada com a decisão, a autora apresentou recurso


administrativo, que conforme se comprova, foi protocolado na data
21/09/2017. Todavia, por motivos desconhecidos e autarquia alegou haver
perdido o processo da autora, sendo que o mesmo não foi julgado até o
presente momento.
Assim, dada a mora do INSS no processamento e
julgamento do recurso da parte autora, e também seu descaso no presente caso,
não lhe restou alternativa senão ingressar com ação judicial.

III – DA CONDIÇÃO DE DEPENDENTE

A condição de dependente de Luciane de Toledo Xavier,


companheira do de cujus, restou devidamente comprovada através da juntada
dos seguintes documentos:

a) Fotos que demonstram a convivência doméstica do


falecido com a Autora e com os filhos do casal;
b) Certidão de nascimento de Victor Vinícius Veiga, que
comprova que era filha da autora e do de cujus, datada
de 1995;
c) Certidão de nascimento de Ígor Matheus Veiga, que
comprova que era filha da autora e do de cujus, datada
de 1997;
d) Rol de testemunhas capazes de comprovar a união
estável.

Os demais documentos do companheiro, infelizmente, foram


extraviados após o óbito, conforme declarado pela advogada que representava a
autora à época do requerimento administrativo. Demonstrada a qualidade de
dependente (companheira) da autora, a dependência econômica com o de cujus é
presumida.

IV – DA QUALIDADE DE SEGURADO

Da qualidade de segurado do instituidor A qualidade de


segurado do instituidor é incontroversa, porquanto o próprio INSS a admitiu no
processo administrativo de concessão do benefício aos filhos do falecido.

V – DO DIREITO

A pensão por morte, nos termos do art. 74 da Lei nº.


8.213/91, é benefício devido ao conjunto de dependentes do segurado que
falecer, esteja ele aposentado ou não.

O benefício será concedido desde a data do óbito, quando o


requerimento administrativo ocorrer em até 90 (noventa) dias da data do óbito,
desde a data do requerimento, quando ocorrer após o prazo de 90 (noventa) dias
ou do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior;
(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997).

A própria Lei de Benefícios, em seu art. 16, determina quem


são os beneficiários do RGPS na condição de dependentes do segurado e divide-
os em 3 diferentes classes, determinando que, em existindo dependentes de uma
classe, os da subsequente serão excluídos do direito às prestações.

A primeira classe de dependentes é composta pelo


cônjuge/companheira(o) e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor
de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou, ainda, que tenha deficiência intelectual ou
mental ou deficiência grave. A dependência dos dependentes pertencentes à esta
classe é presumida, por expressa disposição legal (art. 16, §4º, LB).

O enteado e o menor tutelado ingressam na primeira classe


de dependentes, por equiparação ao filho, mediante declaração do segurado.
Não gozam, no entanto, da presunção de dependência econômica, devendo ela
ser cabalmente demonstrada.

A segunda classe de dependentes é composta pelos pais do


segurado e a terceira, por fim, pelo irmão não emancipado, de qualquer condição,
menor de 21 (vinte e um anos) ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou
mental ou deficiência grave. Para a concessão de benefício previdenciário à
ambas as classes, deverá ser demonstrada a dependência econômica dos
dependentes, por expressa disposição legal.
Quanto ao valor mensal da pensão por morte, a LB
determina que corresponderá à 100% do valor da aposentadoria que recebia ou a
que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data do seu
falecimento. Em outros termos, será correspondente à 100% do SB do segurado.

Por fim, havendo mais de um beneficiário pertencente à


mesma categoria de dependente, o valor da pensão por morte será rateada entre
eles em partes iguais. Reverterá, no entanto, em favor dos demais a parte do
dependente cujo direito à pensão por morte cessar.

Considerando que o requerimento administrativo ocorreu em


lapso temporal superior à 90 dias, bem como que a autora satisfaz os demais
requisitos legais, requer seja concedido o benefício desde a DER.

VII – DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência:

a) Seja concedido aos requerentes, o benefício da Justiça


Gratuita, nos termos do artigo 98 e seguintes do CPC, eis que são
hipossuficientes e não podem pagar as despesas processuais e os honorários
advocatícios sem prejuízo do seu próprio sustento e de sua família;

b) Seja determinada a citação do INSS para, querendo,


contestar a presente ação no prazo legal, sob pena de aplicação dos efeitos da
revelia. Salienta-se que a parte autora não faz a opção pela realização de
audiência de conciliação, nos termos do artigo 319, VII, do NCPC;

c) Ao final, seja julgada totalmente PROCEDENTE a


presente demanda, determinando a concessão do benefício de pensão por morte
à autora desde a DER (14/12/2015);

d) A condenação do INSS ao pagamento das parcelas


vencidas e vincendas, acrescidas de correção monetária e juros legais até a data
do devido pagamento;

e) A condenação do INSS ao pagamento de honorários


advocatícios, no patamar máximo previsto para cada faixa no art. 85, §3o, do
CPC;

f) Requer, em caso de procedência da ação, sejam


separados do valor da condenação os honorários contratuais, no percentual
fixado no contrato que segue em anexo.

g) Protesta pela produção de provas documentais,


testemunhais e de todos os meios de prova admitidas em direito por ser medida
da mais salutar JUSTIÇA.

Dá-se à causa o valor de R$ 52.894,00.


(sendo 41 vencidas + 12 vincendas de R$ 998,00 = R$ 52.894,00)

Termos em que,
Pede deferimento.

Florianópolis, 12 de fevereiro de 2019.

ADVOGADO
OAB/SC nº 42.934

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