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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE LINS/SP

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Processo nº 1004845-38.0000.8.26.0000

JOAO DA SILVA, já qualificado nos autos do processo em


epígrafe, vem respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, em atenção a
intimação retro, apresentar RÉPLICA À CONSTESTAÇÃO, nos termos que
seguem.

I – DOS FATOS

Trata-se de ação para concessão de auxílio acidente a parte


autora, em razão da mesma estar parcial e permanentemente incapaz para o
exercício de suas atividades.

Na peça inicial foram acostados diversos documentos, farta


documentação que comprova o real estado de incapacidade e também o nexo de
causalidade para comprovar o direito da autora.

Todavia, o INSS em sua contestação traz alegações que


não merecem serem acolhidas, como a inexistência de incapacidade da autora,
aduzindo que a perícia administrativa que concluiu pela sua capacidade laboral
está correta e ainda que não há nexo de causalidade que permita a concessão do
benefício.
II – DA INCAPACIDADE

Apesar das alegações da autarquia, a parte autora acostou


ao presente processo farta documentação médica, as quais comprovam sua
incapacidade parcial, posto as lesões permanentes existentes na coluna da
autora.

Há que se considerar a autora trabalha como auxiliar de


enfermagem, atividade que exige muitos períodos em pé, por vezes levantar
pacientes e ajudar em sua locomoção, assim, é uma atividade que demanda
força e capacidade física.

Ademais, conforme já se ressaltou na peça inicial, mesmo


que a lesão do autor seja mínima, não há óbice na concessão da indenização,
tendo em vista que conforme já decidiu o STJ, mesmo que mínima a lesão, o
benefício deve ser concedido

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.


PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ACIDENTÁRIO. REDUÇÃO DA
CAPACIDADE COMPROVADA. REVERSIBILIDADE E GRAU DE
LESÃO IRRELEVANTES. 1. O benefício acidentário é devido ainda
que mínima a lesão ou a possibilidade de sua reversão, porquanto o
nível do dano e, consequentemente, o grau do maior esforço não
interferem na sua concessão, não podendo o Tribunal de origem,
lastreado apenas em conhecimentos pessoais do julgador,
desconsiderar laudo médico-pericial, de natureza técnica, pautado em
elementos científicos que concluiu pela presença de um dos
pressupostos necessários à obtenção do auxílio-acidente, qual seja, a
redução da capacidade laboral do segurado. 2. Agravo regimental a que
se nega provimento. (AGA 200900976657, MARCO AURÉLIO
BELLIZZE, STJ - QUINTA TURMA, DJE DATA:29/03/2012 ..DTPB:.)

Ademais, a parte autora já solicitou a realização de perícia


médica judicial, a ser realizada por médico ortopedista, para que assim, reste
comprovada a sua incapacidade parcial e permanente.
Sendo assim, fica comprovada a necessidade do
recebimento do auxílio-acidente por parte do autor, com o fim de complementar
seus gastos e por encontra-se com a sua capacidade laboral reduzida de forma
permanente.

III – DO NEXO DE CAUSALIDADE

A autarquia ré, alega ainda que a parte autora não comprova


o nexo de causalidade entre sua incapacidade e o acidente ocorrido. Todavia, tal
alegação não condiz com a realidade dos fatos.

O nexo de causalidade ficou devidamente comprovado por


meio da cópia da reclamatória trabalhista anexa a este processo e também a
concessão do auxílio doença que a parte recebeu próxima a data do acidente de
trabalho sofrido.

Como já referido, as lesões permanentes que a autora tem


hoje na coluna, são derivas do acidente de transito que a mesma sofreu quando
estava na Van de sua ex empregadora no caminho para um atendimento.

A autora, em decorrência do efeito chicote gerado no


momento do acidente, ficou com vertebras cervicais comprimidas, o que causa
muita dor e também gerou demais sintomas já trazidos na exordial.

Desta feita, há comprovação do nexo de causalidade,


merecendo a autora a concessão do benefício de auxílio acidente.

Diante disso, as alegações da ré não merecem serem


acolhidas. Cumpre salientar que a Demandante preenche todos os demais
requisitos genéricos necessários para a concessão da benesse, pelo que
REQUER o julgamento PROCEDENTE da lide para o deferimento do pedido
de concessão do benefício por incapacidade pleiteado.

Ante ao exposto, requer:


1 – O recebimento da presente réplica posto tempestiva;

2 – Não sejam acolhidos os argumentos da ré;

3 – Seja designada perícia médica com médico especialista


em ortopedia e coluna;

4 – A total procedência da presente ação conforme narrado


na inicial.

Termos em que,

Pede deferimento.

Florianópolis, 18 de fevereiro 2019.

ADVOCACIA
OAB/RS nº 73.409

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