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Universidade Federal de Mato Grosso

Campus Várzea Grande

Faculdade de Engenharia - FAENG Física Experimental I

Relatório 2: Tempo de queda de uma moeda

Maykon Douglas Pereira da Silva, RGA: 201711903022

Prof°: Thiago Miranda Tunes

Cuiabá/MT
2021
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 3
OBJETIVOS........................................................................................................................... 4
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL.....................................................................................5
RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................Erro! Indicador não definido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................13

Cuiabá/MT
2021
INTRODUÇÃO

A queda livre é um movimento uniformemente acelerado em direção ao solo, que acontece


apenas pelo efeito da gravidade local. Na queda livre, é considerada a altura de onde o
objeto é solto e o módulo de aceleração da gravidade daquele local, não sendo, então,
considerado o efeito da resistência do ar (HELERBROCK).

Galileu Galilei (1564-1642) realizou experiências para tentar entender o movimento de


queda dos corpos. Até a época de Galileu, acreditava-se que se dois corpos de pesos
diferentes fossem abandonados juntos de uma mesma altura, o corpo mais pesado
chegaria primeiro ao chão. Era essa a previsão do grande filósofo grego Aristóteles (384 -
322 a.C), cujas ideias prevaleceram durante muitos anos. As propostas de Aristóteles,
porém, não se fundamentam em experiências. Entretanto, Galileu Galilei é considerado o
pai da ciência moderna. Experimentação, reforçando a ideia de que qualquer afirmativa
acerca das leis da física deveria estar baseada em medidas experimentais e observações
cuidadosas, chegou à conclusão de que um corpo de massa diferentes abandonados de
uma mesma altura, caem simultaneamente, atingindo o chão ao mesmo instante.

No seu experimento mais famoso, estando na Torre de Pisa, abandonou ao mesmo tempo
esferas de pesos diferentes e verificou que elas chegavam ao solo no mesmo instante. Por
fazer grandes descobertas e pregar ideias revolucionárias ele chegou a ser perseguido.
Quando Galileu realizou um experimento na Torre de Pisa e fez a confirmação de que
Aristóteles estava errado, percebeu que existia a ação de uma força que retardava o
movimento do corpo. Em outras palavras, desprezando a resistência do ar, os corpos caem
com a mesma aceleração independentemente de sua massa. O movimento de queda livre
dos corpos próximos à superfície da Terra pode ser descrito pela equação para um
movimento uniformemente acelerado.

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OBJETIVOS
Este experimento tem como objetivo estudar e determinar o tempo de queda de uma moeda
solta da altura de 1,5 m repetidas vezes. Usaremos esses valores para comparar os
resultados experimentais como modelo de queda livre, além de provar que são necessárias
muitas medidas para reduzir ao máximo as incertezas e chegar mais próximo de um valor
real.

Ao final discutiremos sobre os elementos que influenciam no movimento de queda,


aferições dos valores ou até mesmo nos cálculos executados.

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PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

A primeira etapa do procedimento realizado por mim, foi a medição da altura de queda.
Para isso, realizou-se uma marcação da altura por uma régua de 30 cm até chegar à altura
de 1,5m, utilizando uma caneta para marcar a parede. Em seguida, os ajudantes colocaram
a moeda sobre a marca, lançando em queda livre por 40 vezes, totalizando 120 vezes,
enquanto o membro do grupo mediava o tempo de queda da moeda com um cronômetro de
aparelho celular e anotava em uma folha.

Os instrumentos utilizados neste experimento por cada um dos membros foram: uma
moeda de 0,50 centavos, uma régua de 30 cm com precisão de ± 0.01m, uma folha, uma
caneta e um cronômetro do celular de precisão ± 0.01s.

Para comparar os valores obtidos no experimento, usaremos o valor de referência para o


tempo de queda tq = (0,583 ± 0,004) s, conforme roteiro disponibilizado para o experimento.

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ti (s) ti (s) ti (s) ti (s) ti (s) ti (s) ti (s) ti (s)
3 6
01 16 46 76 91 106
0,55 0,55 1 0,62 0,54 1 0,55 0,56 0,44 0,66
TABELA 1 3 6
02 17 47 77 92 107
0,51 0,59 2 0,63 0,54 2 0,49 0,50 0,56 0,53
3 6
03 18 48 78 93 108
0,58 0,61 3 0,66 0,6 3 0,53 0,54 0,57 0,57
3 6
04 19 49 79 94 109
0,60 0,62 4 0,65 0,66 4 0,56 0,58 0,66 0,58
3 6
05 20 50 80 95 110
0,50 0,58 5 0,61 0,63 5 0,59 0,60 0,53 0,52
3 6
06 21 51 81 96 111
0,63 0,60 6 0,62 0,63 6 0,54 0,48 0,57 0,48
3 6
07 22 52 82 97 112
0,57 0,63 7 0,61 0,60 7 0,55 0,48 0,53 0,48
3 6
08 23 53 83 98 113
0,54 0,64 8 0,62 0,59 8 0,59 0,46 0,48 0,57
3 6
09 24 54 84 99 114
0,52 0,65 9 0,62 0,57 9 0,56 0,52 0,57 0,61
4 7
10 25 55 85 100 115
0,57 0,58 0 0,61 0,54 0 0,56 0,65 0,74 0,57
4 7
11 26 56 86 101 116
0,65 0,51 1 0,65 0,59 1 0,47 0,66 0,61 0,53
4 7
12 27 57 87 102 117
0,55 0,59 2 0,61 0,57 2 0,54 0,61 0,44 0,53
4 Cuiabá/MT 7
13 28 58 2021 88 103 118
0,65 0,65 3 0,61 0,56 3 0,59 0,57 0,61 0,53
4 7
14 29 59 89 104 119
0,55 0,62 4 0,61 0,59 4 0,52 0,57 0,48 0,52
4 7
15 30 60 90 105 120
0,65 0,60 5 0,54 0,60 5 0,50 0,44 0,52 0,48
Tabela 1.1: Medições realizadas com ajuste de algarismo significativo

σi σi² σi σi² σi σi² σi σi² σi σi² σi σi²


01 -0,0285 8x10-4 21 -0,00375 1,41x10-5 41 0,04625 0,04625 61 0,0028 8,03x10-6 81 -0,0672 0,004511 101 0,0628 0,003948
02 -0,0685 0,0047 22 0,02625 6,89 x10-4 42 0,00625 0,00625 62 -0,0572 0,003268 82 -0,0672 0,004511 102 -0,1072 0,011485
03 0,0015 2x10-6 23 0,03625 0,001314 43 0,00625 0,00625 63 -0,0172 2,95x10-4 83 -0,0872 0,007598 103 0,0628 0,003948
04 0,0215 5x10-4 24 0,04625 0,002139 44 0,00625 0,00625 64 0,0128 1,65x10-4 84 -0,0272 7,38x10-4 104 -0,0672 0,004511
05 -0,0785 0,0062 25 -0,02375 5,64 x10-4 45 -0,06375 -0,06375 65 0,0428 0,001835 85 0,1028 0,010575 105 -0,0272 7,38x10-4
06 0,0515 0,0027 26 -0,09375 0,008789 46 -0,06375 -0,06375 66 -0,0072 5,14x10-5 86 0,1128 0,012731 106 0,1128 0,012731
07 -0,0085 1x10-4 27 -0,01375 1,89 x10-4 47 -0,06375 -0,06375 67 0,0028 8,03x10-6 87 0,0628 0,003948 107 -0,0172 2,95x10-4
08 -0,0385 0,0015 28 0,04625 0,002139 48 -0,00375 -0,00375 68 0,0428 0,001835 88 0,0228 5,21x10-4 108 0,0228 5,21x10-4
09 -0,0585 0,0034 29 0,01625 2,64 x10-4 49 0,05625 0,05625 69 0,0128 1,65x10-4 89 0,0228 5,21x10-4 109 0,0328 0,001078
10 -0,0085 1x10-4 30 -0,00375 1,41 x10-5 50 0,02625 0,02625 70 0,0128 1,65x10-6 90 -0,1072 0,011485 110 -0,0272 7,38x10-4
11 0,0715 0,0051 31 0,01625 2,64 x10-4 51 0,02625 0,02625 71 -0,0772 0,005955 91 -0,1072 0,011485 111 -0,0672 0,004511
12 -0,0285 8x10-4 32 0,02625 6,89 x10-4 52 -0,00375 -0,00375 72 -0,0072 5,14x10-5 92 0,0128 1,65x10-4 112 -0,0672 0,004511
13 0,0715 0,0051 33 0,05625 0,003164 53 -0,01375 -0,01375 73 0,0428 0,001835 93 0,0228 5,21x10-4 113 0,0228 5,21x10-4
14 -0,0285 8x10-4 34 0,04625 0,002139 54 -0,03375 -0,03375 74 -0,0272 7,38x10-4 94 0,1128 0,012731 114 0,0628 0,003948
15 0,0715 0,0051 35 0,00625 3,91 x10-5 55 -0,06375 -0,06375 75 -0,0472 0,002225 95 -0,0172 2,95x10-4 115 0,0228 5,21x10-4
16 -0,0285 8x10-4 36 0,01625 2,64 x10-4 56 -0,01375 -0,01375 76 0,0128 1,65x10-4 96 0,0228 5,21x10-4 116 -0,0172 2,95x10-4
17 0,0115 1x10-4 37 0,00625 3,91 x10-5 57 -0,03375 -0,03375 77 -0,0472 0,002225 97 -0,0172 2,95x10-4 117 -0,0172 2,95x10-4
18 0,0315 0,0010 38 0,01625 2,64 x10-4 58 -0,04375 -0,04375 78 -0,0072 5,14x10-5 98 -0,0672 0,004511 118 -0,0172 2,95x10-4
19 0,0415 0,0017 39 0,01625 2,64 x10-4 59 -0,01375 -0,01375 79 0,0328 0,001078 99 0,0228 5,21x10-4 119 -0,0272 7,38x10-4
20 0,0015 2x10-6 40 0,00625 3,91x10-5 60 -0,00375 -0,00375 80 0,0528 0,002791 100 0,1928 0,037185 120 -0,0672 0,004511

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2021
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Análise estatística dos dados

Analisando os valores das 20 últimas medidas, das 60 primeiras e das 120 medidas
obtidas, juntamente com seus respectivos desvios padrão e com as incertezas
calculadas, observa-se que a cada cenário analisado que aumenta a quantidade de
medidas adotadas a incerteza diminui, aproximando cada vez mais do valor de
referência mencionado.

Tabela 2: Valor médio, desvio padrão e incerteza para subgrupos com diferentes
números de medições.

Nº de Valor Médio Desvio Padrão Incerteza


medidas
20 0,58 0,01 0,05
60 0,61 0,01 0,04
120 0,55 0,01 0,06

INCERTEZAS

Instrumento: Os instrumentos de medição têm uma incerteza finita que está


associada aos instrumentos utilizados no experimento. Ex: Como utilizamos uma
régua graduada em milímetros, não será possível detectar variações muito menores
que uma fração de milímetro. Se, ao lermos o valor medido na régua, aproximamos
para o valor inteiro em mm que mais se aproxima da medida, dizemos que a incerteza
da régua é de 1 mm. Se, ao contrário, conseguimos identificar valores múltiplos de
meio milímetro, então dizemos que a incerteza é de 0,5 mm. Não é, no entanto,
razoável supor que conseguimos identificar a olho nu frações menores que 0,5 mm em
uma régua milimetrada.

Estatísticas ou aleatórias: São as devidas flutuações aleatórias na determinação do


valor mensurando entre uma medida e outra. Estas flutuações ocorrem com igual
probabilidade tanto para mais quanto para menos. Portanto, medindo várias vezes e
calculando a média é possível reduzir a incerteza significativamente. Estas incertezas
são tratadas pela teoria estatística de erros de medição.

Sistemáticas: Acontecem pelas imperfeições dos instrumentos e métodos de medição


e sempre se produzem no mesmo sentido (não podem ser eliminados com várias
medições). Alguns exemplos podem ser um relógio que atrasa ou adianta, uma régua
que se dilata, o erro devido à paralaxe, etc…

Importante ressaltar que a interação do método de medição com o mensurando


também pode introduzir erros, além de ser extremamente relevante a escala das
medições a serem analisadas.

Para esse experimento iremos utilizar 1 algarismo significativo para representar as


incertezas, conforme convenção. (ABNT- 5891).

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Tabela 3: Valor médio, desvio padrão e incerteza para subgrupos de 10 medições
independentes.

Subconjuntos N Valor Médio Desvio Padrão(s) Incerteza (s)


(s)
Grupo 1 10 0,57 0,02 0,05
Grupo 2 10 0,61 0,02 0,05
Grupo 3 10 0,59 0,01 0,04
Grupo 4 10 0,55 0,01 0,04
Grupo 5 10 0,57 0,03 0,08
Grupo 6 10 0,61 0,03 0,09

Temos ao analisarmos os valores médios do tempo de queda no cenário de 120


medições – 0,57(s), para as 20 últimas medições - 0,59(s), para as 60 primeiras –
0,59(s) e para os 6 grupos escolhidos aleatoriamente, os tempos médios se
aproximaram do valor de referência de t q = 0,583(s) com uma incerteza de 0,04s para
mais ou para menos, sendo os dados obtidos no experimento valores superiores à
referência. Essa diferença nos valores está relacionada aos métodos de execução do
experimento como também aos equipamentos utilizados para realizá-lo, sendo que
nenhum desses possui precisão de medidas, além de não se ter um ambiente em
condições monitoradas a fim de evitar variações.

Quando realizamos o cálculo da incerteza para as 120 medidas o valor obtido se


aproxima consideravelmente ao valor de referência, sendo o calculado e verificado
0,05(s) e o VR 0,04(s), devendo essa pequena variação está relacionada ao
cronômetro dos diferentes aparelhos celulares utilizados.

Fizemos a análise estatística de um conjunto de 120 medidas do tempo de queda de


uma moeda, e realizamos um gráfico no qual se representa para cada valor (ou
intervalo de valores) o número de vezes em que este aparece. Este tipo de gráfico
recebe o nome de Histograma e está exibido a seguir, que traz no eixo x os valores do
tempo de queda da moeda e no eixo y os valores para as medidas calculadas. A
incerteza observada nesse experimento é que o tempo de queda pode variar do valor
de 0,57s variação entre 0,05s para mais ou para menos.

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É muito útil apresentar os resultados experimentais a partir de representação gráfica,
pois neles a informação é sintetizada, facilitando a análise e interpretação.

Fazendo a distribuição de Gauss, observamos que quando o número de medidas


cresce, a distribuição de frequência se dá por 68% das medidas ente 0,56 e 0,57;
95,5% entre 0,56 e 0,58 e cerca de 97,7% no intervalo de 0,56 e 0,58.

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No decorrer do experimento, observamos após os cálculos das medidas as incertezas
e os possíveis erros, analisando o todos os cenários propostos temos o valor final do
tempo de queda da moeda de 0,55s com incerteza de ±0,05s, conforme planilha de
dados e cálculos apresentada anexo a este relatório. Chegando aos valores
demonstrados nos anexos e descritos a seguir:

tq = (0,55 ± 0,05) s

Todos os valores citados nesse relatório estão disponíveis online pelo link:
https://docs.google.com/spreadsheets/d/12CULa2z1G_WffegusSYUjPLgqBm8CmV_/
edi t#gid=524435699

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CONCLUSÃO

Apesar de se parecer simples medir a queda de uma moeda a altura de 1,5m, o


procedimento em si envolve algumas condições, haja vista que o instrumento utilizado
e a habilidade pessoal na hora de manusear o equipamento influenciam no resultado.

Observe que há diferença nos três grupos de 40 medidas lançadas queda livre, isto é,
quando se muda a pessoa que faz a medição utilizada neste experimento. Quando
aumentava a quantidade de dados, notava-se que a incerteza e o valor médio
diminuíam.

Conclui-se que são necessários muitos dados para diminuir as incertezas e assim
chegar mais próximo de um valor real.

REFERÊNCIAS E BIBLIOGRÁFICAS

Cuiabá/MT
2021
ANJOS,Talita Alves dos. Queda Livre. Disponível em:
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/queda-livre.htm
Data de acesso: 29/05/2021

FREITAS, Petrônio Lobato de. Movimento de queda livre. 1ª versão, setembro/2000.


Disponível em:
https:/www.ufrb.edu.br/pidib/documentos/category/53cinematica?download=169
:apostila-de-fisica. Acesso em 03 de maio de 2021.

HELERBROCK, Rafael. “Queda livre”. Disponível em:


https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/quedalivre.htm#:~:text=Vamos%20calcular
%20a%20velocidade%20multiplicando,velo cidade%20de%20108%20km%2Fh.
Acesso em 03 de maio de 2021.

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