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DPC
CIAGA CIABA
1º Edição
Belém-PA
2010
MARINHA DO BRASIL
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS
ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO
1ª edição
Belém-PA
2010
1
© 2010 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas
____________ exemplares
o
Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto n 1825, de 20 de dezembro de 1907
IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL
2
SUMÁRIO
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1 ATIVIDADES DE PRIMEIROS SOCORROS A BORDO
5
As fraturas deverão ser imobilizadas com talas antes de transportar o doente.
Jamais tentar colocar os ossos no lugar. E, ainda:
a) feridas e queimaduras devem ser cobertas a fim de evitar infecções;
b) deve ser feita avaliação de outros ferimentos e evitar perda de calor do corpo.
NOTA: Nunca dar alguém como morto antes de todos concordarem com relação a
sinais que indicam morte:
a) não se sente pulsação e não se ouve som algum quando o socorrista encosta o
seu ouvido ao peito da vítima;
b) a respiração parou por completo;
c) os olhos ficam opacos e fixos; e
d) há progressivo arrefecimento do corpo.
6
• manter as áreas com suspeitas de fratura ou luxação protegidas e
imobilizadas
• transportar cuidadosamente.
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2 CONCEITO DE PRIMEIROS SOCORROS
8
3 ETAPAS BÁSICAS EM PRIMEIROS SOCORROS
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3.3 Cinemática do trauma
A avaliação de um paciente traumatizado inicia-se na fase pré-hospitalar do
atendimento. Na avaliação da cena permite-se estabelecer uma relação entre os fatos
e as possíveis lesões apresentadas pela vítima. Este estudo denomina-se cinemática
do trauma,biomecânica ou mecanismo do trauma. Por exemplo: um volante deformado
sugere impacto sobre o tórax.
O socorrista deve ter em mente dois tipos de lesões: as identificáveis ao exame
físico e as potenciais, ou seja, não identificáveis, mas que podem existir. Deste modo,
ressalta-se a importância de conhecer-se a história do acidente.
Tipos de trauma
10
3.4 Informações essenciais que o socorrista deve passar aos profissionais
11
manter o acidentado deitado de costas até que seja examinado, e até que se
saibam quais os danos por ele sofridos;
• não se deve alterar a posição em que se acha o acidentado, sem antes refletir
cuidadosamente sobre o que aconteceu e qual a conduta mais adequada a ser
tomada;
• é preciso: tranquilizar o acidentado e transmitir-lhe segurança e conforto. A
calma do acidentado desempenha um papel muito importante na prestação dos
primeiros socorros. O estado geral do acidentado pode se agravar se ele estiver
com medo, ansioso e sem confiança em quem o está cuidando.
É preciso:
PROTEÇÃO AO ACIDENTADO
EXAME PRIMÁRIO
Figura 3- Técnica de
imobilização cervical
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• Estado de consciência: avaliação de respostas lógicas (nome, idade, etc.).
• Respiração: movimentos torácicos e abdominais com entrada e saída de ar
normalmente pelas narinas ou boca.
• Hemorragia: interna ou externa.
• Pupilas: verificar o estado de reação.
• Temperatura do corpo: observação e sensação de tato na face e
extremidades.
Deve-se ter sempre uma idéia bem clara do que se vai fazer para não expor
desnecessariamente o acidentado, verificando se há ferimento, tendo o cuidado de
não movimentá-lo excessivamente.
Em seguida proceder a um exame rápido das diversas partes do corpo.
• Se o acidentado está consciente, perguntar por áreas dolorosas no corpo e
incapacidades funcionais de mobilização.
• Pedir para apontar onde é a dor, pedir para movimentar as mãos, braços, etc.
Cabeça e pescoço
• Sempre verificando o estado de consciência e
a respiração do acidentado, apalpar, com cuidado,
o crânio à procura de fratura, hemorragia ou
depressão óssea.
• Proceder da mesma forma para o pescoço,
procurando verificar o pulso na artéria
Figura 4- Proteção do pescoço
carótida,correr os dedos pela coluna cervical, com o colar cervical
desde a base do crânio até os ombros, procurando
alguma irregularidade.
• Perguntar a natureza do acidente, sobre a
sensibilidade e a capacidade de movimentação
dos membros visando confirmar suspeita de fratura
na coluna cervical.
Figura 5- Tranquilizando o
acidentado
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Coluna dorsal
• Perguntar ao acidentado se sente dor.
• Na coluna dorsal, correr a mão pela espinha do acidentado desde a nuca até
o osso sacro.
• A presença de dor pode indicar lesão da coluna dorsal.
Tórax e membros
• Verificar se há lesão no tórax, se há dor quando respira ou se há dor quando
o tórax é levemente comprimido.
• Solicitar ao acidentado que movimente de leve os braços e verificar a
existência de dor ou incapacidade funcional.
• Localizar a dor e procurar deformação e edema.
• Verificar se há dor e ferimentos no abdome.
• Solicitar à vitima que tente mover as pernas e verificar se há dor ou
incapacidade funcional.
• Não permitir que o acidentado tente levantar-se prontamente, achando que
nada sofreu.
• Ele deve ser mantido imóvel, pelo menos para um rápido exame nas áreas
que sofreram alguma lesão.
• O acidentado deve ficar deitado de costas ou na posição que mais conforto
lhe ofereça.
EXAME SECUNDÁRIO
Esta é a segunda etapa na avaliação do acidentado. O acidentado
inconsciente é uma preocupação, pois além de se ter poucas informações sobre o
seu estado, podem surgir complicações devido à inconsciência.
a) falta de respiração;
b) falta de circulação (pulso ausente);
c) hemorragia; e
d) inconsciência.
RELEMBRANDO
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j) oferecer proteção térmica afim de evitar hipotermia;
k) em locais onde não haja ambulância, o acidentado só poderá ser transportado
apos ser avaliado, estabilizado e imobilizado adequadamente. Evite movimentos
desnecessários;
l) só retire o acidentado do local do acidente se esse local causar risco de vida para
ele ou para o socorrista. Ex: risco de explosão, estrada perigosa onde não haja
como sinalizar, etecétera.
A pessoa que está prestando os primeiros socorros deve seguir um plano de
ação baseando-se no P.A.S., que são as três letras iniciais a partir das quais se
desenvolvem todas as medidas técnicas e práticas de primeiros socorros.
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4 FUNÇÔES VITAIS
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5 SINAIS VITAIS E DE APOIO
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Figura 7- Valores de
referência para a temperatura
corporal
Oral ou bucal
• Temperatura média varia de 36,2 a 37ºC.
Esta via deve ser evitada utilizar em Figura 8- Realizando a
leitura no termômetro
decorrência dos riscos acidentais.
clínico.
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Axilar
• Temperatura média varia de 36 a 36,8ºC.
• A via axilar é a mais sujeita a fatores externos.
• O termômetro deve ser mantido sob a axila seca, por 3 a 5 minutos, com o
acidentado sentado, reclinado ou deitado.
• Não se verifica temperatura em vitimas de queimaduras no tórax, processos
inflamatórios na axila ou fratura dos membros superiores.
Retal
• Temperatura média varia de 36,4 a 37ºC.
Febre
A febre é a elevação da temperatura do corpo acima da média normal. Ela
ocorre quando a produção de calor do corpo excede a perda. Tumores, infecções,
acidentes vasculares ou traumatismos podem afetar diretamente o hipotálamo e,
com isso, perturbar o mecanismo de regulagem de calor do corpo. Portanto, a febre
deve ser vista também como um sinal de defesa.
• O tratamento básico da febre deve ser dirigido para as suas causas, mas em
primeiros socorros isto não é possível, pois o socorrista deverá preocupar-se em
atender os sintomas de febre e suas complicações (convulsão).
Pulso
O pulso é a onda de distensão de uma artéria transmitida pela pressão que o
coração exerce sobre o sangue. Esta onda é perceptível pela palpação de uma
artéria e se repete com regularidade, seguindo as batidas do coração.
Existe uma variação média, de acordo com a idade, como pode ser vista no
quadro abaixo.
21
O pulso radial pode ser sentido na parte da frente do punho.
Sinais de Apoio
Existem outros sinais vitais que servem de parâmetros na avaliação de um
acidentado, chamados de sinais de apoio. São assim denominados pois fornecem
mais informações sobre o estado da vítima; não são prioritários, porém, dão maiores
subsídios ao socorrista na avaliação primária do acidentado. Podemos citá-los:
a) cor e umidade da pele: qualquer alteração de sua característica normal,
poderá indicar problemas circulatórios e hipotermia. São avaliados pela
observação e toque na vítima e independem do nível de consciência.
b) fotorreatividade pupilar :neste caso o problema está na ausência de reação
pupilar(dilatação-midríase e contração-miose). Quando as pupilas estão
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paralíticas para midríase pode indicar hipóxia cerebral,edema intracraniano e
traumatismo cranioencefálico. Caso esteja em miose pode indicar
envenenamento, intoxicação.
c) enchimento capilar: pelo tempo decorrido do acidente, estimamos a
perfusão sanguínea ou se houve alguma lesão traumática em algum
segmento que retarde a irrigação sanguínea. Podemos neste caso avaliar
comprimindo a unha e observando enchimento capilar.
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6 PARADA CARDIOPULMONAR (PCP)
Primárias
É quando a parada cardíaca se deve a um problema do próprio coração,
causando uma arritmia cardíaca, devido à chegada de quantidade insuficiente de
sangue oxigenado ao coração, exemplo do infarto agudo do miocárdo.
Secundárias
É quando a parada cardíaca se deve a uma disfunção do coração causada
por problema respiratório ou por uma causa externa, por exemplo obstrução de vias
aéreas, choque elétrico, envenenamento, afogamento, hemorragias, etc.
24
6.2 Situações em que a respiração artificial e a massagem cardíaca não devem
ser realizadas
No ambiente pré-hospitalar a reanimação está sempre indicada, exceto nos
casos de presença óbvia de sinais de morte (decapitação, esmagamento,
afundamento de tórax, ou lesões graves incompatíveis com a vida); sinais de rigidez
cadavérica; tentativa de reanimação por mais de 15 ou 20 min sem sucesso.
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Figura 14- Etapas iniciais das manobras de reanimação
cardiopulmonar.
Do acidentado
• Posicionar o acidentado em superfície plana e firme.
• Mantê-lo de peito para cima, pois as manobras para permitir a abertura da
via aérea e as manobras da respiração artificial são melhor executadas nesta
posição.
• A cabeça não deve ficar mais alta que os pés, para não prejudicar o fluxo
sanguíneo cerebral.
• Caso o acidentado esteja sobre uma cama ou outra superfície macia, ele
deve ser colocado no chão ou então deve ser colocada uma tábua sob seu
tronco.
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Do socorrista
• Este deve ajoelhar-se ao lado do acidentado, de modo que seus ombros
fiquem diretamente sobre o osso esterno do acidentado.
Respiração boca-a-boca
Para iniciar a respiração boca-a-boca e promover a reanimação
cardiorrespiratória, deve-se obedecer à sequência seguinte:
• deitar o acidentado de costas;
• desobstruir as vias aéreas;
• remover prótese dentária (caso haja), limpar sangue ou vômito;
• pôr uma das mãos sob a nuca do acidentado e a outra mão na testa;
• inclinar a cabeça do acidentado para trás ate que o queixo fique em um nível
superior ao do nariz, de forma que a língua não impeça a passagem de ar,
mantendo-a nesta posição;
• fechar bem as narinas do acidentado, usando os dedos polegar e indicador,
utilizando a mão que foi colocada anteriormente na testa do acidentado;
• inspirar profundamente;
• colocar com firmeza a boca sobre a boca do acidentado, vedando-a
totalmente;
• exalar o ar vigorosamente insuflando-os duas vezes até que chegue aos
pulmões da vítima;
• inspirar profundamente outra vez e continuar o procedimento na forma
descrita, repetindo o movimento tantas vezes quanto necessário, até que o
acidentado possa receber assistência médica;
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Se a respiração do acidentado não tiver sido restabelecida após as tentativas
dessa manobra, ele poderá vir a ter parada cardíaca, tornando necessária a
aplicação de massagem cardíaca externa.
Reavaliação
• Verificar pulso carotídeo após 1 minuto de ressuscitação cardiorrespiratória e
depois, a cada 3 minutos.
• Se o pulso estiver presente, verificar presença de respiração eficaz.
• Respiração presente: manter a vitima sob observação.
• Respiração ausente: continuar os procedimentos de respiração artificial e
contatar com urgência o atendimento especializado.
• Se o pulso estiver ausente, iniciar RCR pelas compressões torácicas.
• Verificar reação das pupilas.
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Erros comuns na execução da RCR
• Posição incorreta das mãos.
• Profundidade de compressões inadequadas.
• Incapacidade de manter um selamento adequado ao redor do nariz e da boca
durante a ventilação.
• Dobrar os cotovelos ou joelhos durante as compressões levando ao cansaço.
• Ventilações com muita força e rapidez levando à distensão do estômago.
• Incapacidade de manter as vias aéreas abertas.
• Não ativação rápida do atendimento especializado.
6.5 Desfibrilação
A fibrilação ventricular é uma tremulação da musculatura do coração, e em
razão disto,há a falência da capacidade do coração em bombear o sangue para todo
o organismo.Neste momento, o acidentado estará em parada cardíaca.A fibrilação
ventricular, geralmente está associada a algum tipo de doença cardíaca,ou em
quadros agudos de infarte do miocárdio ou angina de peito.
Para reverter o quadro de desfibrilação ventricular,usa-se o DEA (desfibrilador
automático), assumindo um papel fundamental dentro das emergências médicas e
deve ser usado por todos, após um treinamento.
Ao iniciar as desfibrilações é necessário 3 vezes o choque, sendo de
200J,300J, 360J.Proceder por 3 ciclos junto com a RCR, monitorar sinais vitais e
reiniciar a sequência sempre que necessário até que se restabeleçam os sinais
vitais.
Após a sequência de choques desfibriladores,o acidentado poderá despertar,
recuperar a frequência respiratória, pulsação e pressão arterial satisfatória. É
importante que se proceda a desobstrução das vias aéreas, estabilização física e o
transporte imediato para o hospital.
30
7 HEMORRAGIAS
O torniquete deverá ser aplicado quando falhar outro meio de controle, pois
interrompe a circulação sanguínea normal para além do sítio da aplicação. A falta de
oxigênio e de sangue pode conduzir à destruição dos tecidos e à possibilidade de
amputação do membro.
Uso do torniquete: enrole o pano logo acima do ferimento dando um meio nó;
coloque um pedaço de madeira no meio do nó e dê o nó completo sobre a madeira;
torça o pedaço de madeira o suficiente para controlar a hemorragia.
31
7.1 Tipos de hemorragia
A hemorragia pode ser arterial, quando a lesão atinge uma artéria, provoca
um sangramento vermelho vivo e de grande proporção ,em razão da pressão nesses
vasos. O sangramento venoso ocorre quando o ferimento atinge uma veia,
provocando uma hemorragia de menor porte e de cor mais escura.
Hemorragia externa
É resultante de um ferimento com a saída visível do sangue. Exemplos
raladura,corte,perfuração e amputação
Primeiros socorros: compressão do ferimento, elevação de membro,
tamponamento e garrote.
Hemorragia interna
É resultante de um ferimento profundo com lesão de órgão interno ou de
doenças como úlceras no estômago.
Figura 18-
Hemorragia
interna
32
As hemorragias no tórax ou na cavidade abdominal são detectadas quando o
sangue é vomitado.
Sintomas: pulso fraco e rápido, pele fria, sudorese, sede, tonteira e aumento
de respiração.
Se estiver inconsciente, pode estar em estado de choque.
Estomatorragia
Figura 19- Sangramento bucal
Hemorragia proveniente da boca.
Primeiros socorros
Dar líquidos gelados para a vítima lavar a boca. Manter a vítima em repouso.
Providenciar socorro médico.
Hemoptise
Hemorragia proveniente dos pulmões.
É quando o sangue sai em golfadas pela boca, vermelho vivo e
espumoso.
Primeiros socorros
Figura 20-
Bolsa de gelo no tórax. Hemorragia
Deitar a vitima de forma que a cabeça fique mais baixa que o pulmonar
corpo.
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Hematêmese
Hemorragia proveniente do estômago com vômito de sangue.
É quando o sangue sai pela boca como se fosse borra de café;
pode vir ou não com restos de alimentos.
Figura 21-
Hematêmese
Primeiros socorros
Bolsa de gelo abaixo do umbigo. Deitar o doente sem travesseiro e não deixar
ingerir nada.
Otorragia
Hemorragia proveniente do ouvido.
Primeiros socorros
Lateralizar a cabeça de forma que o sangue saia.
Figura 22- Otorragia
Epistaxe ou Rinorragia
Hemorragia proveniente do nariz.
Primeiros socorros
Posicionar o acidentado sentado, com a cabeça inclinada para
Figura 23-
frente. Compressão da
Colocar bolsa de gelo ou compressa fria no nariz. narina
Hematúria
É a presença de sangue na urina,muitas das vezes visível a olho nu e
descritos pelo doente como urina vermelha ou cor de coca-cola.Poderá também ser
detectada através do exame de urina. A hematúria é indicadora de lesão com
hemorragia em algum ponto das vias urinárias,por exemplo bexiga,uretra.
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Melena
Corresponde a um sangramento gastro intestinal,proveniente do
esôfago,estômago e intestinos. As causas mais comuns são: úlceras gástricas,
varizes de esôfago, cirrose, politraumatismo, queimaduras e outros.É importante
lembrar que todo sangramento digestivo deve ser investigado, pois além de causar
mal-estar podem representar grave risco de vida. Nos casos graves é necessária
reposição endovenosa de líquidos e de sangue.
Menorragia
Caracteriza-se por uma menstruação extremamente abundante ou
prolongada provocada por desequilíbrio hormonal.
Metrorragia
É um sangramento vaginal anormal que se deve à menstruação e acontece
fora do período menstrual. Suas causas podem ser clínicas ou patológicas.
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8 LESÕES DE TECIDOS MOLES
36
Técnica do Curativo de média complexidade
8.1.1 Contusões
São lesões provocadas por forte impacto sobre a pele, sem a presença de
ferimentos abertos, isto é, sem rompimento da pele.
Não há solução de continuidade da pele e ocorre derramamento de sangue no
tecido subcutâneo, ou em camadas mais profundas.
Quando há apenas o acometimento superficial, o acidentado apresenta dor e
inchaço (edema) da área afetada.
Quando há hemorragia , o local adquire uma coloração preta ou azulada,
denominada equimose.
Quando vasos maiores são lesados, o sangramento produz uma tumoração
visível sob a pele, ocorre o hematoma formado pelo sangue extravasado.
Estas lesões quando superficiais não ameaçam a vida, porém podem alertar a
quem estiver fazendo a prestação de primeiros socorros, para a possibilidade de
lesões de órgãos internos.
Esta lesão é das mais frequentes e pode ocorrer nos ambientes de trabalho,
pelos mais diversos motivos, entre os quais batidas em ferramentas, escadas,
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mobiliários, equipamentos, quedas, sendo também frequente a suas ocorrência no
trajeto residência – trabalho – residência.
Primeiros socorros
As lesões contusas podem ser tratadas de maneira simples, desde que não
apresentem gravidade.
Normalmente, bolsa de gelo ou compressa de água gelada nas primeiras 24
horas e repouso da parte lesada são suficientes.
Se persistirem sintomas de dor, edema, hiperemia, pode-se aplicar
compressas de calor úmido.
Deve ser procurado auxilio especializado. As contusões simples, de um modo
geral, não apresentam complicações, nem necessitam de cuidados especiais.
Todavia, deve-se ficar alerta para contusões abdominais, mesmo que não
apresentem nenhum sintoma ou sinal, pois poderá ter havido complicações internas
mais graves.
8.1.2 Escoriações
São lesões simples da camada superficial da pele
ou mucosas, apresentando solução de continuidade do
tecido, sem perda ou destruição do mesmo, com
sangramento discreto, contudo, costumam ser
extremamente dolorosas.
Não representam risco à vitima, quando isoladas.
Figura 26- Escoriação
Esses tipos de ferimentos, também chamados de
escoriações, esfoliaduras ou arranhões, podem complicar
se não forem tratados adequadamente.
Para atender a esses tipos de ferimentos, deve-se fazer uma assepsia
pessoal, lavando as mãos com água e sabão, que é a medida profilática mais
simples e que pode ser executada praticamente em qualquer ambiente.
Se a área atingida for grande, cobrir com gaze ou curativo improvisado,
deixando sempre espaço para ventilação.
Se for necessário, enquanto não se entrega o acidentado a cuidados
especializados, é conveniente trocar este curativo uma vez por dia, pelo menos. O
objetivo é mantê-lo sempre limpo e seco.
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8.1.3 Esmagamentos
Trata-se de lesão comum em acidentes automobilísticos, desabamentos, e
acidentes de trabalho.
Pode resultar em ferimentos abertos e fechados.
Existe dano tecidual extenso das estruturas subjacentes.
Os esmagamentos de tórax e abdome causam graves distúrbios circulatórios
e respiratórios.
Primeiros socorros
1. Procurar assistência especializada.
2. Executar o ABC da vida.
3. Transporte rápido, pois o estado do acidentado é potencialmente grave.
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8.2 Profilaxia do Tétano
Tétano - Prevenção
O tétano é uma doença infecciosa causada pelo “Clostridium tetani”, e que
incide principalmente no homem. Caracteriza-se por espasmos musculares
generalizados. A contaminação gerada nas feridas profundas são: as que tiveram
contato com terra, esterco, fezes e saliva; as perfurantes e avulsas; as que
resultaram de projéteis, esmagamento, queimadura e congelamento.
A indicação da vacina depende da história vacinal e do tipo de ferimento.
• Corto-contusas
O agente não tem corte tão acentuado, sendo que a
força do traumatismo é que causa a penetração do
Figura 29- Ferida
instrumento, tendo como exemplo o machado. corto-contusa
41
• Perfurante
São ocasionadas por agentes longos e pontiagudos
como prego, alfinete etc.
Figura 30- Ferida
Pode ser transfixante quando atravessa um órgão, estando perfurante
• Pérfuro-contusas
São as ocasionadas por arma de fogo, podendo
existir dois orifícios, o de entrada e o de saída.
• Perfuro-incisas
Provocadas por instrumentos pérfuro-
cortantes que possuem gume e ponta, por exemplo, um punhal.
Deve-se sempre lembrar que, externamente, poderemos
ter uma pequena marca na pele, porém, profundamente,
podemos ter comprometimento de órgãos importantes como
Figura 33- Ferida no
mostra a figura abaixo na qual pode ser vista lesão no músculo músculo cardíaco
cardíaco.
• Escoriações
A lesão surge tangencialmente à superfície
cutânea, com arrancamento da pele.
Figura 34-
escoriação
42
• Equimoses e hematomas
Na equimose há rompimento dos
capilares, porém sem perda da Figura 35-
Hematoma
continuidade da pele, sendo que no
hematoma, o sangue extravasado forma uma
cavidade.
• Limpas
São as produzidas em ambiente cirúrgico.
A probabilidade da infecção da ferida é baixa, em torno de 1 a 5%.
• Limpo-contaminadas
Também são conhecidas como potencialmente contaminadas; nelas há
contaminação grosseira; por exemplo, nas ocasionadas por faca de cozinha, ou nas
situações cirúrgicas em que houve abertura dos sistemas contaminados descritos
anteriormente.
O risco de infecção é de 3 a 11%.
• Contaminadas
Há reação inflamatória.
São as que tiveram contato com material como terras, fezes, etc.
Também são consideradas contaminadas aquelas em que já se passaram
seis horas após o ato que resultou na ferida.
O risco de infecção da ferida já atinge 10 a 17%.
• Infectadas
Apresentam sinais nítidos de infecção.
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8.4 Processo de cicatrização
Após ocorrer a lesão a um tecido,
imediatamente iniciam-se fenômenos
dinâmicos conhecidos como cicatrização, que é
uma sequência de respostas dos mais variados
tipos de células (epiteliais, inflamatórias,
plaquetas e fibroblastos), que interagem para o Figura 36- Camadas da pele
1. fase inflamatória
Também denominada fase exsudativa pois é caracterizada por dois
processos chamados hemostasia e resposta inflamatória aguda. Dura 72 horas e
corresponde à coagulação sanguínea. Nesta fase a ferida pode apresentar dor,
vermelhidão e edema.
2. fase de epitelização
Após a fase inflamatória, a lesão estará recoberta por células superficiais que,
com o passar dos dias, sofrerão cicatrização.
3. fase celular
Ocorre a secreção de colágeno, matriz da cicatrização, que é responsável
pela força e integridade dos tecidos.
4. fase de fibroplasia
Caracteriza-se pela presença de colágeno, que transforma em uma estrutura
densa e consistente que é a cicatriz.
As feridas vão ganhando resistência de forma constante por até quatro
meses.Esta ação é importante para impedir a cicatrização excessiva que se traduz
pelo quelóide,
O quelóide é uma cicatriz que se projeta além da superfície da pele.
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Existem alguns fatores que interferem diretamente com a cicatrização normal:
• Idade
Quanto mais idoso, menos flexíveis são os tecidos; existe diminuição progressiva do
colágeno, substância que constitui as fibras do tecido conjutivo.
• Nutrição
Está bem estabelecida a relação entre a cicatrização ideal e um balanço nutricional
adequado.
• Estado imunológico
A ausência de leucócitos prolonga a fase inflamatória e predispõe à infecção
• Oxigenação
A falta de oxigênio leva à síntese de colágeno pouco estável, com formação de
fibras de menor força mecânica.
• Diabetes
A síntese do colágeno está diminuída na deficiência de insulina, há uma piora na
oxigenação e a infecção das feridas é preocupante nessas pacientes.
• Drogas
As que influenciam são os esteróides, que retardam e alteram a cicatrização.
• Quimioterapia
Inibe a fase inflamatória inicial da cicatrização.
• Irradiação
Leva a menor produção de colágeno.
• Tabagismo
Clinicamente observa-se cicatrização mais lenta em fumantes.
• Hemorragia
O acúmulo de sangue cria espaços mortos que interferem na cicatrização.
• Tensão na ferida
Vômitos, tosse, atividade física em demasia, produzem tensão e interferem com a
boa cicatrização das feridas.
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Os locais são: contaminação, presença de corpo estranho, técnica de sutura
inadequada, tecido desvitalizado, hematoma e espaço morto.
São fatores gerais que contribuem para aumentar este tipo de complicação:
debilidade, idade avançada, obesidade, anemia, choque, grande período de
internação hospitalar, tempo cirúrgico elevado e doenças associadas, principalmente
o diabetes e doenças imunodepressoras.
Outras complicações são a hemorragia e a destruição tecidual.
Infecção
Infecção é a presença exacerbada, dentro do corpo, de
um ou vários agentes infecciosos (bactérias, vírus, fungos,
protozoários), e a consequente reação do corpo a eles e às
toxinas por eles produzidas.
Ao mesmo tempo em que é prejudicado, o corpo do
hospedeiro serve de território para o hóspede se multiplicar e
infectar outras pessoas.
Figura 37- Tipos de
Agentes infecciosos entram pelo ar, pela água, pela infecções
comida, pela saliva de mosquitos, carrapatos e animais
raivosos, pelas feridas abertas, pelas trocas sexuais. Há reservatórios inesgotáveis
desses agentes em todos os animais.
A vida está sempre sujeita a riscos, infectar-se é só mais um deles.
Anticorpos e antitoxinas são formados especificamente para interagir com
aquele invasor naquele momento, e é muito raro a infecção virar doença infecciosa
em uma pessoa saudável. No processo infeccioso, o que conta é simplesmente a
capacidade de reação do organismo.
Inflamação
É uma reação do organismo frente a uma
infecção ou lesão dos tecidos. No processo
inflamatório a região fica avermelhada, Figura 38- Tipo de
quente,edemaciada e muito sensível inflamação
46
O calor é originado do fluxo de sangue aumentado na área; o rubor decorre
dos vasos sanguíneos dilatados; o entumescimento é gerado por essa dilatação
mais a formação de uma mistura de líquido, células e fragmentos celulares; e a dor é
consequência da pressão do edema e das substâncias químicas liberadas nos
processos inflamatórios.
Vírus
Figura 39- Tipo
É uma partícula basicamente protéica que pode infectar de vírus
organismos vivos.
Vírus são parasitas obrigatórios do interior celular e isso significa que eles
somente reproduzem-se pela invasão e possessão do controle da maquinaria de
autoreprodução celular.
Das 1.739.600 espécies de seres vivos existentes, os vírus representam
3.600 espécies, com possibilidade de apresentar mutação.
Bactérias
São micro-organismos constituídos por uma
célula, sem núcleo celular, cujos tipos morfológicos
fundamentais são os cocos, bacilos e espirilos. Figura 40- Tipos de
bactéria
Fungos
É um vasto grupo de organismos vegetais de
dimensões consideráveis, como os cogumelos, mas também
muitas formas microscópicas, como bolores e leveduras.
Os fungos ocorrem em todos os ambientes do planeta
e incluem importantes decompositores e parasitas.
Fungos parasitas infectam animais, incluindo humanos
Figura 41- Lesão
e outros mamíferos, pássaros e insectos, com resultados causada por
fungos
variando de uma suave comichão à morte.
Outros fungos parasitas infectam plantas, causando doenças como o
apodrecimento de troncos, aumentando o risco de queda das árvores.
47
Protozoários
São animais unicelulares encontrados em lugares
úmidos, desde a água doce, salobra ou salgada, no solo ou em
matéria orgânica em decomposição, e até no interior do corpo
de outros protistas.
Figura 42-
Protozoário
Lesões cranioencefálicas
O trauma cranioencefálico, TCE, caracteriza-se por qualquer agressão que
acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio,
meninges ou encéfalo e pode ocorrer sobre um crânio parado ou em movimento e
se faz através de dois efeitos traumáticos: o impacto e o efeito inercial (carga de
impulso) devido à aceleração e desaceleração.
Estes dois efeitos traumáticos combinados podem causar lesões por diversos
mecanismos: impacto direto ou golpe, o contragolpe (lesão oposta devido ao choque
interno contra a tábua óssea), impactos internos, cisalhamento (deslizamento entre
si das diversas camadas encefálicas, por possuírem inércia diferentes) e
“tosqueamento”de fibras nervosas (fragmentação da bainha de mielina).
A avaliação neurológica no atendimento inicial é muito importante para o
paciente,pois em alguns casos as mortes por traumatismos estão associadas com o
trauma de crânio atingindo o couro cabeludo, crânio e cérebro
É essencial um padrão de atendimento que envolva avaliação por parte de
um neurocirurgião cuja conduta pode vir a modificar o tratamento desses pacientes.
Nesse caso a transferência precoce e adequada contribui significativamente para a
redução da mortalidade.
O socorrista ao passar o caso do paciente vítima de trauma cranioencefálico
para o neurocirurgião, deve ter disponíveis as seguintes informações:
• idade do paciente e mecanismo de lesão;
• estado cardiovascular e respiratório;
• dados do exame neurológico,
principalmente nível de consciência;
• reações pupilares e presença ou não de
déficit motor localizado de extremidades;
Figura 43- Cérebro
48
• presença e natureza de lesões
associadas não cerebrais; e
• se disponíveis, os resultados e exames já
realizados.
49
9 QUEIMADURAS
51
As queimaduras de 2º grau requerem outros tipos de cuidados para primeiros
socorros. Além do procedimento imediato de lavagem do local lesado, proteger o
mesmo com compressa de gaze ou pano limpo, umedecido.
Em primeiros socorros não furar as bolhas que venham a surgir no local.
Não aplicar pomadas, cremes, pastas de dente, manteiga, margarina ou graxa de
máquina ou unguentos de qualquer tipo.
Remover jóias e roupas do acidentado para evitar constrição com o
desenvolvimento de edema.
Não retirar roupas ou partes de roupa que tenham grudado no corpo do
acidentado, nem retirar corpos estranhos que tenham ficado na queimadura após a
lavagem inicial.
A identificação do estado de choque poderá ser feita pela observação de
ansiedade; inquietação, confusão, sonolência, pulso rápido, suor excessivo e baixa
pressão arterial.
Realizar normalmente o exame primário, priorizando a manutenção de vias
aéreas, respiração e circulação.
O acidentado deverá ser encaminhado imediatamente para atendimento
especializado.
O acidentado de queimadura térmica na face, cujo acidente ocorreu em
ambiente fechado, deve ficar em observação para verificação de sinais de lesão no
trato respiratório.
52
Primeiros socorros em queimaduras por eletricidade
Estas queimaduras são produzidas pelo contato com eletricidade de alta ou
baixa voltagem. Mesmo as lesões que parecem superficiais podem ter danos
profundos alcançando os ossos, necrosando tecidos, vasos sangüíneos e
provocando hemorragias.
A segurança da cena é prioridade para que o socorrista não seja também
uma vítima.
É prioridade interromper o contato entre o acidentado e a fonte de
eletricidade.
Pode haver lesão muscular, de nervos e de órgãos internos como o fígado e
baço.
Abrir as vias aéreas dos acidentados inconscientes com manobras manuais,
instituindo a respiração artificial.
Solicitar imediatamente apoio, se o acidentado estiver inconsciente.
Causas principais
Nos ambientes de trabalho encontramos acidentes quando há:
• falta de segurança nas instalações e equipamentos, como fios descascados,
falta de aterramento elétrico, parte elétrica de um motor que, por defeito, está em
contato com sua carcaça, etecétera;
• imprudência;
• indisciplina;
• ignorância; e
• acidentes.
53
Sintomas. Efeitos gerais:
• mal-estar geral;
• sensação de angústia;
• náusea;
• câimbras musculares de extremidades;
• dormência, formigamento;
• ardência ou insensibilidade da pele;
• visão de pontos luminosos;
• dor de cabeça;
• vertigem;
• alteração do ritmo cardíaco; e
• falta de ar.
Principais complicações:
• parada cardio-respiratória
• queimaduras;
• traumatismo (de crânio, ruptura de órgãos internos, etc.);
• óbito.
Primeiros socorros
• Antes de socorrer a vitima, cortar a corrente elétrica, desligando a chave geral
de força, retirando os fusíveis da instalação ou puxando o fio da tomada (desde
que esteja encapado).
• Se o item anterior não for possível, tentar afastar a vitima da fonte de energia
utilizando luvas de borracha grossa ou materiais isolantes, e que estejam secos
(cabo de vassoura, tapete de borracha, jornal dobrado, pano grosso dobrado,
corda, etc.), afastando a vitima do fio ou aparelho elétrico.
54
Figura 46- Afastando o
acidentado da corrente
Não tocar na vitima até que ela esteja separada da corrente elétrica ou que
esta seja interrompida.
• Em caso de parada cardiorrespiratória, iniciar imediatamente as manobras de
reanimação.
• Insistir nas manobras de reanimação mesmo que a vitima não esteja se
recuperando, até a chegada do atendimento especializado.
• Depois de obtida a reanimação cardiorrespiratória, deve ser feito um exame
geral da vitima para localizar possíveis queimaduras, fraturas ou lesões que
possam ter ocorrido no caso de queda durante o acidente.
• Deve-se atender primeiro a hemorragias, fraturas e queimaduras, nesta
ordem.
55
Tratamento:
- alívio das dores;
- prevenção e tratamento do estado de choque; e
- controle de infecções.
1º grau
Atinge a epiderme (primeira camada da pele)
São caracterizadas pela vermelhidão
dor e edema.
2º grau
Atinge a epiderme e a derme
São caracteristicamente avermelhadas e
dolorosas, com bolhas, edema abaixo da pele e
restos de peles queimadas soltas.
São mais profundas, provocam necrose e
visível dilatação do leito vascular.
A dor e ardência local são de intensidade variável.
3º grau
Atinge todo o tecido de revestimento,
alcançando o tecido gorduroso e muscular podendo
chegar até o osso.
Figura 48-
Queimadura de 3º
grau
56
Figura 49-
Classificação das
queimaduras
1. Extensão da lesão
É a mais importante e se baseia na
·área do corpo queimada.
Quanto maior a extensão da queimadura,
maior é o risco que corre o acidentado.
Uma queimadura de primeiro grau, que
abranja uma vasta extensão, será considerada
de muita gravidade.
57
2. Estimativa da extensão das queimaduras
Para melhor entendermos a avaliação da
extensão das queimaduras, é importante
conhecermos a chamada "regra dos nove", um
método muito útil para o cálculo aproximado da
área de superfície corporal queimada.
O grau de mortalidade das queimaduras está
relacionado com a profundidade e extensão da
lesão e com a idade do acidentado.
Queimaduras que atinjam 50% da superfície
do corpo são geralmente fatais, especialmente em Figura 51- Extensão da queimadura
crianças e em pessoas idosas.
A figura à cima é dotada comumente como exemplo para calcular e avaliar a
extensão das queimaduras em função da superfície corporal total, segundo a "regra
dos nove".
O pescoço, que está incluído na região da cabeça, representa 1% da
superfície corporal.
58
3. Mecanismos de lesão
A inalação de fumaça é a principal causa de morte precoce nas primeiras
horas após a queimadura.
A inalação de gases superaquecidos pode causar obstrução de vias aéreas.
Prevenção da hipotermia
A hipotermia ocorre quando a temperatura corporal do organismo cai abaixo
do normal (35°C),de modo não intencional,sendo seu metabolismo prejudicado.Se a
temperatura ficar abaixo de 32°C, a condição pode ficar crítica e até fatal(quando
abaixo de 27°C).
Classificação
A hipotermia pode ser classificada em três tipos: aguda, subaguda e crônica.
Aguda: ocorre uma queda brusca da temperatura corporal,por exemplo quando a
pessoa cai em um lago com gelo.
Subaguda: Acontece em escala de horas, por permanecer em ambientes frios por
longos período de tempo.
Crônica: causada por uma enfermidade.
Etapas
Na primeira, etapa, a temperatura corporal cai de 1 a 2 graus Celsius abaixo
da temperatura normal.
Sintomas: calafrios,respiração rápida,dormência em membros superiores.
Na segunda, etapa, a temperatura cai de 2 a 4 graus Celsius abaixo da
temperatura normal.
Sintomas: calafrios, cianose e confusão mental.
Na terceira, etapa, ocorre um agravamento dos sintomas levando a vítima à
amnésia diminuição do pulso e respiração, paralização dos membros superiores e
inferiores, falha da atividade celular, falha dos órgãos vitais e morte clínica.
59
Primeiros socorros
Chamar socorro especializado, aquecer as axilas e pernas,monitorar funções
vitais e estar preparado para reanimação cardiopulmonar.
É preciso ter cuidado com o reaquecimento rápido, evitando assim a arritmia
cardíaca.
60
10 LESÕES TRAUMATO-ORTOPÉDICAS
São lesões com intensidade, extensão e gravidade que podem variar e que
podem vir a ser produzidas por toda uma gama de agentes. Dentre as lesões mais
comuns podemos destacar: entorse, luxação e fraturas.
Entorse
61
10.2 Técnicas de imobilização
Primeiros socorros
• Aplicar gelo ou compressas frias durante as primeiras 24 horas.
• Após este tempo, aplicar compressas mornas.
• Imobilizar o local como nas fraturas.
• A imobilização deverá ser feita na posição que for mais cômoda para o
acidentado.
10.2.1 Luxação
São lesões em que a extremidade de um dos ossos que compõem uma
articulação é deslocada de seu lugar.
O dano a tecidos moles pode ser muito grave, afetando vasos sanguíneos, nervos e
cápsula articular.
Os casos de luxação ocorrem geralmente
devido a traumatismos, por golpes indiretos ou
movimentos articulares violentos, mas, às vezes uma
contração muscular é suficiente para causar a
luxação.
As articulações mais atingidas são o ombro,
Figura 53- Luxação
pescoço, cotovelo; a articulação dos dedos e úmero-escapular
mandíbula.
62
Sinais e sintomas
Para identificar uma luxação, devem-se observar as seguintes características:
• dor intensa no local afetado (a dor é muito maior que na entorse), geralmente
afetando todo o membro cuja articulação foi atingida;
• edema;
• impotência funcional; e
• deformidade visível na articulação, podendo apresentar um encurtamento ou
alongamento do membro afetado.
Primeiros socorros
• O tratamento de uma luxação é atividade
exclusiva de pessoal especializado em
atendimento a emergências traumato-
ortopédicas.
• Os primeiros socorros limitam-se à
aplicação de bolsa de gelo ou compressas
frias no local afetado e à imobilização da Figura 54- Luxação cervical
articulação, preparando o acidentado para o
transporte.
• A imobilização e enfaixamento das partes
afetadas por luxação devem ser feitas da
mesma forma que se faz para os casos de
entorse.
• A manipulação das articulações deve ser feita com extremo cuidado e
delicadeza, levando-se em consideração, inclusive, a dor intensa que o
acidentado estará sentindo.
• Nos casos de luxações recidivantes o próprio acidentado, por vezes, já sabe
como reduzir a luxação.
• O acidentado deverá ser mantido em repouso, na posição que lhe for mais
confortável até a chegada de socorro especializado ou até que possa ser
realizado o transporte adequado para atendimento médico.
63
10.2.2 Fraturas
A fratura é uma interrupção na continuidade do osso.
Constitui uma emergência traumato-ortopédica que requer boa
orientação de atendimento, calma e tranquilidade por parte de
quem for socorrer, e transporte adequado. Figura 55- Fratura
diagonal
O envelhecimento e determinadas doenças ósseas
(osteoporose) aumentam o risco de fraturas, que podem ocorrer mesmo após
traumatismos leves. Essas lesões são chamadas fraturas patológicas.
A fratura pode se dar por ação direta, por exemplo, um pontapé na perna,
levando à fratura no local do golpe; ou por ação indireta, por exemplo, a queda em
pé de uma altura considerável, ocorrendo fratura da parte inferior da coluna
vertebral, isto é, o impacto foi transmitido através dos ossos da perna e bacia até a
coluna vertebral.
Nos ambientes de trabalho, a fratura pode ocorrer devido a quedas e
movimentos bruscos do trabalhador, batidas contra objetos, ferramentas,
equipamentos, assim como queda dos mesmos sobre o trabalhador; portanto, pode
ocorrer em qualquer ramo de atividade, ou durante o trajeto residência – trabalho –
residência.
A imobilização deve ser cuidadosa; as lesões secundárias, atendidas com
redobrada atenção, e o transporte para atendimento medico só poderá ser feito
dentro de padrões rigorosos.
Suspeita-se de fratura ou lesões articulares quando houver:
• dor intensa no local, a qual aumenta ao menor movimento;
• edema local;
• crepitação ao movimentar (som parecido com o amassar de papel);
• hematoma (rompimento de vasos, com acúmulo de sangue no local) ou
equimose (mancha de coloração azulada na pele e que aparece horas após a
fratura);
• paralisia (lesão de nervos).
64
Classificação
As fraturas podem se classificadas de acordo com sua exteriorização e com a
lesão no osso afetado.
65
É quando o traço de fratura atravessa o
osso numa linha mais ou menos reta.
Primeiros socorros
Controlar eventual hemorragia e
cuidar de qualquer ferimento, com curativo,
antes de proceder à imobilização do
membro afetado.
• Imobilizar o membro, procurando
colocá-lo na posição que for menos
dolorosa para o acidentado, o mais
naturalmente possível
• Usar talas, caso seja necessário,
pois irão auxiliar na sustentação do
membro atingido. Figura 56- Tipos de fraturas
66
• Ao imobilizar um membro que não puder voltar ao seu lugar natural, não
forçar seu retorno.
• A imobilização deve ser feita dentro dos limites do conforto e da dor do
acidentado.
• Não deslocar, remover ou transportar o acidentado de fratura, antes de ter a
parte afetada imobilizada corretamente.
• Colocar um curativo seco e fixá-lo com bandagens.
• Não tocar no osso exposto.
• Manter o acidentado em repouso, tranquilizando-o, enquanto se procede a
imobilização da mesma maneira que se faz para os casos de fratura fechada.
Fratura de braços
• Colocar algodão ou pedaços de pano para acolchoar debaixo da axila; em
seguida, usar talas dos lados externo e interno do braço, com comprimento
suficiente para ir até o cotovelo.
• Fixar com tiras de pano ou atadura.
• Fazer uma tipoia para imobilizar o braço com o antebraço flexionado em
ângulo reto, e fixá-la junto ao tórax.
67
11 INTOXICAÇÕES
• Vias de penetração
Boca: ingestão de qualquer tipo de substância tóxica,
química ou natural (chumbo, cogumelos venenosos);
Pele: contato direto da pele com a substância;
Nariz: aspiração de vapores ou gases que se desprendem da
substância; Exemplos: gases tóxicos (Co2), fumos;
Olhos: contaminação por contato da substância. Figura 58-
Intoxicação na pele
A via respiratória é a mais comum via de intoxicação na
indústria naval; e a substância tóxica pode consistir em vapor, gás, névoa, spray, pó
ou fumos.
68
11.2 Primeiros socorros em caso de Intoxicação
a) levar a vítima imediatamente para local fresco, com maior ventilação, para
expelir os gases;
b) se a vítima não estiver respirando, remover qualquer objeto da boca:
dentadura, alimento, vômito;
c) conservar o corpo da vítima aquecido, enrolando-o em cobertor, se
necessário;
d) encaminhar a vítima rapidamente a um serviço médico.
• medicamentos:
- sedativos (dormir);
- calmantes (barbitúricos e diazepan);
- A.A.S.
• desinfetantes:
- creolina;
- ácido carbônico.
∗ Causam alergias, queimaduras, etc.
• cianeto (gás):
- ácido prússico (usado para fumigação de navios)
∗ Causa dificuldade para respirar, ansiedade, coma, convulsões e/ou morte.
• Monóxido de carbono:
- incêndio e explosão;
- muito tóxico mesmo em pequenas concentrações.
∗ Causa: fraqueza muscular, inconsciência, etc. Lábios vermelhos e pele da
face rosada (casos graves).
Tratamento: inalação de O2.
70
• Gases refrigerantes:
- inalação de vapor de amoníaco.
∗ Causa: dificuldade para respirar, com dor e lacrimejo dos olhos, irritação
intensa, destruição das vias respiratórias, colapso e morte.
• Dióxido de carbono:
∗ Causa: desmaio.
• Cloreto de metila (gás incolor com odor de éter)
∗ Causa: sonolência, confusão mental, coma, náuseas, vômito, convulsões e
morte (natureza explosiva).
• Tricloreto (gás anestésico volátil usado em cirurgias obstétricas e
dentárias; outras pessoas utilizam como droga a ser inspirada)
∗ Causa: sonolência, confusão mental, vômito, coma e morte.
71
• Usar luvas de couro nas atividades rurais e de jardinagem, nunca colocar as
mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre
espaços situados em montes de lenha ou entre pedras;
• Não utilizar diretamente as mãos ao tocar em capim, mato baixo, montes de
folhas secas; usar sempre antes um pedaço de pau, enxada ou foice, se for o
caso;
• Tampar as frestas e buracos das paredes e assoalhos;
• Quando entrar em matas de ramagens baixas, ou em pomar com muitas
árvores, parar no limite de transição de luminosidade e espere sempre a vista
se adaptar aos lugares menos iluminados;
• Se por qualquer razão tiver que abaixar-se, além de olhar bem o local, bater a
vegetação ou as folhas: a coloração da jararaca e da cascavel se confunde
muito com a das ramagens e folhas secas e há casos de acidente onde a
pessoa não enxerga a serpente.
• Não depositar ou acumular material inútil junto à habitação rural, como lixo,
entulhos e materiais de construção; manter sempre a calçada limpa ao redor
da casa.;
• Evitar trepadeiras muito encostadas à casa, folhagens entrando pelo telhado
ou mesmo pelo forro.
• Controlar o número de roedores existentes na área de sua propriedade: ao
lado dos outros problemas de saúde pública, a diminuição do número de
roedores irá evitar a aproximação de serpentes venenosas que deles se
alimentam;
• Não montar acampamento junto a plantações, pastos ou matos denominados
“sujos”, regiões onde há normalmente roedores e maior número de serpentes;
• Não fazer piquenique às margens dos rios ou lagoas, deles mantendo
distância segura, e não encostar em barrancos durante a pescaria;
• Manuseio de serpentes vivas deve ser feito com ganchos apropriados, por
pessoas treinadas e com aptidão para o ofício. Não tocar nas serpentes,
mesmo mortas, pois por descuido ou inabilidade há o risco de ferimento nas
presas venenosas;
• No amanhecer e no entardecer, nos sítios ou nas fazendas, chácaras ou
acampamentos, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão,
72
gramados ou até mesmo jardins; é nesse momento que as serpentes estão
em maior atividade;
• Proteger os predadores naturais de serpentes como as emas, as siriemas, os
gaviões, os gambás e cangambás, e manter animais domésticos como
galinhas e gansos próximos às habitações que, em geral, afastam as
serpentes.
73
As jararacas respondem por quase 90% dos acidentes ofídicos registrados,
sendo encontradas em todo o país.
Apesar de comuns, as corais-verdadeiras são causa rara de acidentes, pois
os hábitos dessas serpentes não propiciam a ocorrência de ataque a seres
humanos.
As surucucus são serpentes que habitam matas fechadas sendo, portanto,
encontradas principalmente na Amazônia e, mais raramente, na Mata Atlântica.
Já as cascavéis preferem ambientes secos e abertos, não sendo comuns nas áreas
onde as surucucus predominam.
11.3.14 O soro pode ser utilizado em casa ou na fazenda, ou deve ser aplicado
somente em hospital?
Não se recomenda o uso de soros fora do hospital, pois a aplicação deve ser
feita na veia e sendo ele produzido a partir do sangue do cavalo, ao ser injetado no
76
organismo humano, pode provocar reações alérgicas que precisam ser tratadas
imediatamente.
Além disso, é preciso conhecer os efeitos clínicos dos venenos para se
indicar o tipo correto e a quantidade de soro adequada para a gravidade.
11.3.15 Que acontece se uma mulher grávida for picada? O soro pode ser
aplicado?
Não há contraindicação para aplicação do soro em gestantes, devendo as
mulheres ter uma atenção especial, pois pode haver descolamento prematuro da
placenta e sangramento uterino.
11.3.16 Em quanto tempo é possível socorrer uma vítima picada por animal
peçonhento?
Não há um tempo limite para tratar uma pessoa picada por animal
peçonhento, devendo esta ser sempre levada para um hospital para avaliação
médica.
No entanto, sabe-se o tempo é um fator determinante para a boa evolução
dos casos; no caso dos acidentes ofídicos, verifica-se que 6 a 12 horas depois do
acidente aumentam os riscos de complicações.
11.3.17 Existe algum soro que possa ser utilizado em qualquer acidente por
animal peçonhento?
Não existe soro polivalente ou universal.
Para cada tipo de acidente, existe um soro específico que deve ser aplicado
em quantidade proporcional à gravidade.
Se uma pessoa picada por jararaca receber o soro para cascavel, além de
não neutralizar os efeitos do veneno, pode ainda apresentar reação alérgica a esse
soro.
77
receber o soro de modo a permitir que os pacientes recebam o tratamento
gratuitamente.
A relação dos hospitais que têm o soro está disponível nas secretarias de
saúde estaduais.
11.3.19 Prevenção
- Medidas de biossegurança
- Roupas protetoras (luvas, aventais, etc.)
Picadas de animais peçonhentos.
Mordedura animal: pode causar escoriações, lacerações ou perfurações; há
perigo de infecção (tétano) e raiva.
Deve-se lavar o ferimento com água e sabão, posteriormente fazer um curativo e
notificar (serviço médico).
Mordedura de rato: lavar o ferimento com água e sabão e procurar o serviço
médico para iniciar antibioticoterapia.
Tratamento geral:
a) manter o membro elevado, lavar a ferida com água e sabão;
b) serviço de emergência;
c) obter, se possível, descrição da cobra.
Peixes venenosos:
Lavar o ferimento, fazer compressa quente e dar remédio para dor.
78
Escorpiões, centopeias e aranhas: dor local; lavar o ferimento com água e sabão e
fazer curativo.
79
12 ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS
Convulsão
A crise convulsiva caracteriza-se pela perda repentina da consciência,
acompanhada de contrações musculares violentas. As contrações fortes duram de
dois a quatro minutos.
A vítima de uma crise convulsiva perde a consciência e seu corpo fica tenso e
retraído. Em seguida, ela começa a debater-se violentamente e pode apresentar os
olhos virados para cima e os lábios e dedos arroxeados. Em certos casos, a vítima
saliva bastante e urina.
Depois disto, os movimentos vão enfraquecendo e a vítima recupera-se
lentamente.
A crise convulsiva pode acontecer em consequência de febre muito alta,
intoxicação ou, ainda, devido a epilepsia ou lesões no cérebro.
80
• Retirar as próteses dentárias, óculos, colares e outras coisas que possam
quebrar ou machucar a vítima.
• Para evitar que a vítima morda a língua ou se sufoque com ela, coloque-lhe
um lenço ou pano dobrado na boca entre os dentes.
• No caso de a vítima já ter cerrado os dentes, não tente abrir-lhe a boca.
Desaperte a roupa da vítima e deixe que ela se debata livremente; coloque um
pano debaixo de sua cabeça, para evitar que se machuque.
• A pessoa que está tendo convulsões apresenta muita salivação.
• É preciso tomar mais uma providência para evitar que fique sufocada: deite-a
com a cabeça de lado e fique segurando a cabeça nesta posição. Desta forma, a
saliva escoará com facilidade.
• Não dê à vítima nenhuma medicação ou líquido pela boca, pois ela poderá
sufocar-se.
• Cessada a convulsão, deixe a vítima em repouso até que recupere a
consciência.
• Após a convulsão, a pessoa dorme e este sono pode durar horas.
• Em seguida, encaminhe-a à assistência médica.
• Nunca deixe de prestar socorro à vítima de uma crise epilética convulsiva,
pois sua saliva (baba) não é contagiosa.
Insolação
É o conjunto de sintomas que acomete uma pessoa exposta demasiadamente
ao sol.
Pode manifestar-se de diversas maneiras: subitamente, quando a pessoa cai
desacordado, alterando a pulsação e a respiração; ou após o aparecimento de
sintomas e sinais como tonturas, enjoos, dor de cabeça, pele seca e quente, rosto
avermelhado, febre alta, pulso rápido, respiração difícil.
Enquanto aguarda o socorro médico, procure colocar a vítima à sombra, fazer
compressas frias sobre a sua cabeça e envolver seu corpo em toalhas molhadas,
para baixar a temperatura.
Em seguida, deite a pessoa de costas, apoiando sua cabeça e ombros para
que fiquem mais altos que o resto do corpo.
81
O ideal é que a temperatura desça lentamente, para que não ocorra o colapso
circulatório, próprio de quedas bruscas de temperatura.
Após ter prestado os primeiros socorros, deve se procurar ajuda médica,
urgentemente.
Cãibra
É uma contração muscular súbita de curta duração e geralmente dolorosa de
um músculo ou grupo muscular.
Os atletas atenuam os efeitos do ácido lático e por isso suportam melhor um
acúmulo da substância.
A cãibra também ataca em plena madrugada, quando se está quieto,
dormindo, mas aí o problema é neurológico: uma ordem equivocada para o músculo
se contrair a toda velocidade, provocada muitas vezes por estresse
psicológico.
82
Há vários tipos de choque, mencionados a seguir.
1) Choque hipovolêmico
É o choque que ocorre devido à redução do volume intravascular por causa da
perda de sangue, de plasma ou de água perdida em diarréia, hemorragias e vômito.
2) Choque cardiogênico
Ocorre na incapacidade de o coração bombear um volume de sangue suficiente
para atender às necessidades metabólicas dos tecidos.
3) Choque septicêmico
Pode ocorrer devido a uma infecção sistêmica.
4) Choque anafilático
É uma reação de hipersensibilidade sistêmica, que ocorre quando um indivíduo é
exposto a uma substância à qual é extremamente alérgico.
5) Choque neurogênico
É o choque que decorre da redução do tônus vasomotor normal por distúrbio da
função nervosa.
83
No ambiente de trabalho, todas as causas citadas acima podem ocorrer,
merecendo especial atenção os acidentes graves com hemorragias extensas, com
perda de substâncias orgânicas em prensas, moinho, choque elétrico, ou por
envenenamentos por produtos químicos, ou por exposição a temperaturas extremas.
Sintomas
A vitima de estado de choque ou na iminência de entrar em choque apresenta
geralmente os seguintes sintomas a seguir mencionados.
• Pele pálida, úmida, pegajosa e fria. Cianose (arroxeamento) de extremidades,
orelhas, lábios e pontas dos dedos.
• Suor intenso na testa e palmas das mãos.
• Fraqueza geral.
• Pulso rápido e fraco.
• Sensação de frio, pele fria e calafrios.
• Respiração rápida, curta, irregular ou muito difícil.
• Expressão de ansiedade ou olhar indiferente e profundo com pupilas
dilatadas, agitação.
• Medo (ansiedade).
• Sede intensa.
• Visão nublada.
• Náuseas e vômitos.
• Respostas insatisfatórias a estímulos externos.
• Perda total ou parcial de consciência.
• Taquicardia.
Prevenção do choque
Algumas providências podem ser tomadas para evitar o estado de choque.
Dentre elas a vítima deve estar deitada de costas.
• Afrouxar as roupas da vítima no pescoço, peito e cintura e, em seguida,
verificar se há presença de prótese dentária, objetos ou alimento na boca e os
retirar.
• Os membros inferiores devem ficar elevados em relação ao corpo.
84
• Isto pode ser feito colocando-os sobre uma almofada, cobertor dobrado ou
qualquer outro objeto.
• Este procedimento deve ser feito apenas se não houver fraturas desses
membros; ele serve para melhorar o retorno sanguíneo
e levar o máximo de oxigênio ao cérebro.
• Não erguer os membros inferiores da vitima a mais
de 30 cm do solo.
• No caso de ferimentos no tórax que dificultem a
respiração ou de ferimento na cabeça, os Figura 61- Posição lateral
de segurança
membros inferiores não devem ser elevados.
• No caso de a vitima estar inconsciente, ou se
estiver consciente, mas sangrando pela boca ou
nariz, deitá-la na posição lateral de segurança
(PLS), para evitar asfixia.
• Verificar quase que simultaneamente se a vítima respira.
• Deve-se estar preparado para iniciar a respiração boca a boca, caso a vítima
pare de respirar.
• Enquanto as providências já indicadas são executadas, observar o pulso da
vítima.
• No choque, o pulso da vítima apresenta-se rápido e fraco (taquisfigmia).
• Dependendo do estado geral e da existência ou não de fratura, a vítima
deverá ser deitada da melhor maneira possível.
• Isso significa observar se ela não está sentindo frio e perdendo calor.
• Se for preciso, a vítima deve ser agasalhada com cobertor ou algo
semelhante, como uma lona ou casacos.
• Se o socorro médico estiver demorando, tranquilizar a vítima, mantendo-a
calma, sem demonstrar apreensão quanto ao seu estado.
• Permanecer em vigilância junto à pessoa para dar-lhe segurança e para
monitorar alterações em seu estado físico e de consciência.
• Em todos os casos de reconhecimento dos sinais e sintomas de estado de
choque, providenciar imediatamente assistência especializada.
• A vítima vai necessitar de tratamento complexo que só pode ser feito por
profissionais com recursos especiais para intervir nestes casos.
85
Desmaio ou lipotimia
É a perda súbita, temporária e repentina da consciência, devido à diminuição
de sangue e oxigênio no cérebro.
Principais causas
• Hipoglicemia
• Cansaço excessivo
• Fome
• Nervosismo intenso
• Emoções súbitas
• Susto
• Acidentes, principalmente os que envolvem perda sanguínea
• Dor intensa
• Prolongada permanência em pé
• Mudança súbita de posição (de deitado para em pé)
• Ambientes fechados e quentes
• Disritmias cardíacas (bradicardia)
Sintomas
• Fraqueza
• Suor frio abundante
• Náusea ou ânsia de vomito
• Palidez intensa
• Pulso fraco
• Pressão arterial baixa
• Respiração lenta
• Extremidades frias
• Tontura
• Escurecimento da visão
• Devido à perda da consciência, o acidentado cai.
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Primeiros socorros
A Se a pessoa apenas começou a desfalecer:
• sentá-la em uma cadeira, ou outro local semelhante;
• curvá-la para a frente;
• baixar a cabeça do acidentado, colocando-a
entre as pernas e pressionar a cabeça para baixo; Figura 62- Reanimar
um desmaiado
• manter a cabeça mais baixa que os joelhos; e
• fazê-la respirar profundamente, até que passe o mal-estar.
B Havendo o desmaio:
• manter o acidentado deitado, colocando sua
cabeça e ombros em posição mais baixa em
relação ao resto do corpo. Figura 63- Decúbito
dorsal
• afrouxar a sua roupa. Com elevação dos
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13 CORPOS ESTRANHOS
Vias respiratórias
Os corpos estranhos nas vias respiratórias podem causar perturbações de
variável natureza, de acordo com a sua localização.
• Sinais e sintomas
São também variáveis. Pode existir dificuldade respiratória, dor, vômitos e,
nos casos mais graves, asfixia que pode conduzir à morte.
A penetração de corpos estranhos no corpo humano é um tipo de acidente
muito comum e pode ocorrer nas circunstâncias mais inesperadas.
Vários tipos de objetos estranhos ao nosso
corpo podem penetrar acidentalmente nos olhos,
ouvidos, nariz e garganta. São pequenas partículas,
de variada origem e constituição física que, muitas
vezes, apesar de aparentemente inofensivas devido
ao tamanho, podem causar danos físicos e Figura 64- Manobra
de Heimlich
desconforto sério.
É importante o rápido reconhecimento do corpo estranho que tenha penetrado
no corpo.
88
Figura 65- Tipos de
corpos estranhos
Olhos
Os olhos são os órgãos que estão mais em contato com o trabalho e,
portanto, mais susceptíveis de acidente.
Qualquer corpo estranho que penetre ou respingue nos olhos de uma pessoa
constitui um acidente doloroso, e, muitas vezes, de consequências desastrosas.
A atividade de quem for prestar os primeiros socorros na remoção de corpos
estranhos dos olhos de um acidentado deve limitar-se exclusivamente às manobras
que serão explicadas à frente.
O uso de instrumentos como agulhas, pinças, ou outros semelhantes só pode
ser feito por profissional de saúde.
Todo cuidado é pouco nas manobras de remoção de corpos estranhos dos
olhos. Qualquer atendimento malfeito ou descuidado pode provocar lesões
perigosas na córnea, conjuntiva e nas escleróticas.
89
13.2 Procedimento a ser realizado em cada situação
Primeiros socorros
A primeira coisa a ser feita ao se atender um acidentado que reclame de
corpo estranho no olho é procurar reconhecer o objeto e localizá-lo visualmente.
Em seguida, pede-se à vitima que feche e abra os olhos repetidamente para
permitir que as lágrimas lavem os olhos e, possivelmente, removam o corpo
estranho.
Muitas vezes a natureza e o local de alojamento do corpo estranho não
permitem o lacrimejar, pois pode provocar dor intensa e até mesmo lesão de córnea;
nestes casos, não se deve insistir para a vitima pestanejar.
Se for possível, lavar o olho com água corrente. Se o corpo estranho não sair,
o olho afetado deve ser coberto com curativo oclusivo e a vitima encaminhada para
atendimento especializado.
Qualquer líquido que atingir o olho deve ser removido com água corrente. Uma
alternativa para estas opções é fazer com que o acidentado mantenha o rosto, com
o olho afetado, debaixo d'água, mandando-o abrir e fechar repetidamente o olho.
Qualquer procedimento de lavagem de olhos para retirada de líquido estranho
deverá ser feito no mínimo por 15 minutos, pois não se pode perder tempo
procurando saber que tipo de líquido caiu no olho do acidentado.
Providenciar a lavagem imediatamente.
Após a lavagem, com o olho coberto por gaze, o acidentado deve ser
encaminhado para socorro especializado.
91
A falta de atendimento e posterior tratamento adequado nos casos de corpos
estranhos oculares podem, em determinadas circunstâncias, causar graves
problemas aos olhos.
Estes problemas podem ir desde dificuldades óticas corrigíveis com lentes,
até a perda da visão ou mesmo do próprio olho.
Um corpo estranho no olho, além de conduzir microrganismos, pode causar
abrasão na superfície da córnea a qual pode vir a infeccionar e causar desde uma
úlcera da córnea até uma inflamação do olho. Muitas vezes uma vítima reclama da
presença de um corpo estranho no olho, que entretanto não é encontrado o corpo
estranho pode já ter saído, mas causou abrasão da córnea.
Ouvidos
Corpos estranhos podem penetrar acidentalmente
também nos ouvidos, especialmente na área
correspondente ao conduto auditivo externo.
Estes acidentes são mais comuns em crianças.
Insetos, sementes, grãos e pequenas pedras podem se
alojar no ouvido interno. Figura 67- Corpo
estranho no ouvido
Muitas vezes,o cerume endurecido é confundido
com um corpo estranho, causando perturbação na função auditiva e desconforto.
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Nariz
Corpos estranhos no nariz também ocorrem
com mais frequência em crianças; geralmente
causam dor, crises de espirro e coriza e podem
resultar em irritação se não forem removidos Figura 68- Criança
espirrando
imediatamente.
Insetos podem se alojar nas narinas de crianças e adultos, indiferentemente.
Mas, não usar instrumentos como pinça, tesoura, grampo ou similar para removê-
los.
A conduta correta é comprimir com o dedo a narina não obstruída e pedir o
acidentado para assoar, sem forçar, pela narina obstruída.
Normalmente este procedimento ajuda a expelir o corpo estranho. Mas se o
corpo estranho não puder sair com facilidade, devemos procurar auxílio médico
imediatamente.
Manter a vítima calma, cuidando para que não inale o corpo estranho.
A vítima deverá inspirar calmamente pela boca, enquanto se aplicam as
manobras para expelir o corpo estranho.
Garganta
A penetração de um corpo estranho na
garganta pode constituir um problema de proporções
muito graves.
Geralmente as pessoas engasgam-se com
moedas, pequenos objetos, próteses dentárias, Figura 69- Remoção de
corpo estranho da boca.
espinhas de peixe, ossos de galinha e outros
alimentos e até mesmo com saliva.
Antes de qualquer coisa, o acidentado deve ser tranquilizado, fazer com que
respire o mais normalmente possível sem entrar em pânico.
Isto é muito importante, pois qualquer pessoa que engasga, seja com o que for,
tende a ficar nervosa, entrar em pânico e termina por perder o controle da
respiração, o que pode ser desastroso.
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Depois de tranquilizar o acidentado e fazer com que respire normalmente,
identificar o tipo de objeto que causou o engasgo. Feita a identificação, passar
imediatamente a aplicar as técnicas para expelir o corpo estranho.
Uma das principais técnicas recomendadas é a tapotagem.
Tapotagem
É uma técnica feita com as mãos em forma de concha realizando movimentos
de flexoextensão dos punhos sobre a área trabalhada.
A tapotagem pode ser aplicada com o acidentado sentado, em pé ou deitado.
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14 ESTOJO DE PRIMEIROS SOCORROS
Não adianta ter-se um “kit” de primeiros socorros e não saber usá-lo. Mais
simples do que se imagina, estes são alguns itens que não podem faltar a bordo.
Para isto será necessário um treinamento para saber quando e como usá-los.
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14.3 Reações medicamentosas
São provocadas por uso de medicações que provoquem alergia, podendo a
vítima apresentar prurido,vermelhidão,dificuldade para respirar .Em casos mais
graves ter edema de glote.
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15 TRANPORTE DE ACIDENTADOS
97
15.2 Tipos de transportes
Considerações a serem tomadas antes dos transportes. Pergunta-se:
• É possível resgatar ou auxiliar a vítima sem colocar em perigo o socorrista?
• Se não, qual a urgência do resgate e qual o risco potencial para o socorrista?
• É possível reduzir o risco imediato para a vítima sem movê-la?
• Poderão ocorrer lesões adicionais se a vítima for transportada?
• Pode o socorro ser prestado no local, ou é necessário solicitar auxílio também
para o tratamento, além do transporte?
• Os meios de transporte necessários são terrestres, marítimos ou aéreos?
• Qual o paciente suporta?
• É necessário algum tipo de adaptação do veículo para o transporte?
• Não seria melhor esperar uma ambulância?
• De que métodos precisamos ou dispomos para o transporte imediato?
• Transportar para onde?
• Se o local é de difícil acesso, com a vítima gravemente ferida, o que
fazemos?
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• em parada circulatória fazer massagens cardíacas e ventilação boca-a-boca;
• ter cuidado com a língua;
• Cuidado com a imobilização da coluna cervical; e
• Em envenenamentos não deixar a vítima caminhar.
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As figuras adiante mostram variados aspectos dessas técnicas de transporte,
adotadas até mesmo por equipes de resgate, em situações mais diversas possíveis.
Figura 73- Com paletós, camisas ou Figura 74- Com cintos, cordas
tiras largas de tecido.
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Figura 76- Com cobertores, toalhas ou colchas.
101
Transporte com 02 socorristas
102
Figura 85- Usando maca
Transporte em veículos
Quando não temos veículo adequado na remoção do acidentado, devemos
transportá-lo da maneira mais cuidadosa possível a fim de evitar complicações
muitas das vezes irreversíveis. Alguém deverá ir ao lado do paciente para que ele
não se mova. Cuidar para a vítima não sofrer desníveis no corpo.
Durante o transporte, bem como a verificação dos sinais vitais, não se deve
interromper, sob nenhum pretexto, a respiração artificial ou a massagem cardíaca,
se estas forem necessárias.
Registros e anotações
É importante o socorrista anotar qualquer intercorrência com seu acidentado.
A bordo não seria diferente; assim deve-se saber:
• a identidade da vítima;
• os nomes das pessoas que a vítima gostaria que fossem notificadas;
• a descrição da ocorrência;
• as medidas especiais de socorro de emergência que foram tomadas; e
• qualquer doença ou incapacidade existente antes do acidente ou da enfermidade
que lhe tenha chegado ao conhecimento.
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REFERÊNCIAS
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