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ABROTANUM
(Southemwood)
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2 ABROTANUM
pinha dorsal com o óleo feito desta semente promove a cura de febre in-
termitente. Remove inflamações dos olhos, se parte de um marmelo assado e
algumas migalhas de pão forem fervidos e adicionados. Fervida com farinha
de cevada, ela remove pústulas e vergões da face ou de outras partes do corpo.
A semente e a erva seca matam os vermes em crianças; a erva moída e
aplicada sobre o local retira espinhos e lascas. As cinzas misturadas com óleo
de salada envelhecido ajudam os calvos, causando crescimento de cabelos ou
de barba. Uma forte decocção das folhas é um excelente vermífugo, mas é
desagradável e nauseante. As folhas são um bom ingrediente em fricções para
alívio de dores, diminuição de inchaços ou para interromper o progresso de
gangrenas”. Diz ele de sua tênue coloração verde pálida e de cheiro agradável.
SINTOMAS EM NEGRITO
* * * * *
NASH menciona seis vezes Abrotanum em seu “Leaders”. Os usos
principais, para ele, em suma são os seguintes:
Marasmo, mais pronunciado nas extremidades inferiores, devido a má
nutrição.
Diarréia.
Diarréia alternando com reumatismo.
Citaremos estas passagens porque elas proporcionam indicações bastante
definidas com relação ao uso do remédio e, o que é tão importante, suas úteis
comparações com outros remédios para condições e sintomas semelhantes.
Com relação ao marasmo, ele aponta que, enquanto Sanicula, Natrum mur.
eLycopodium emagrecem de cima para baixo, Abrotanum emagrece desde baixo
até a parte superior.
A respeito de Nat. mur., ele diz: “nenhum remédio é mais faminto, apesar
de perder peso comendo bem (Acet. a., Abrotanum, lodium, Sanicula e
Tuberculinum).
Em Nat.mur. o emagrecimento é mais notável no pescoço; em Abrotanum
nas pernas....
Nos marasmos infantis devemos escolher entre remédios tais como Bar.
carb., Silicea, Abrotanum, Nat. m., Sulphur, Cale. e Iod. Em todos estes remédios
podemos encontrar emagrecimento do resto do corpo, enquanto que o abdome
está grandemente aumentado. Novamente, em qualquer um deles, a criança
pode apresentar um apetite voraz; come suficientemente, mas tem um
crescimento insatisfatório durante todo o tempo. Trata-se de uma assimilação
deficiente.
Certos remédios alternam sintomas, como Kali bi, onde sintomas reu-
máticos e disentéricos alternam-se. Também em Abrotanum.
Abrotanum apresenta um apetite voraz: perdendo peso apesar de estar se
alimentando bem. (Iod., Nat.m., Sanic., Tub.).
Marasmo somente dos membros inferiores.
* * * * *
Abrotanum é também um remédio dc furúnculos, de reumatismo: da gota;
especialmente nos pulsos e tornozelos (Ruta).
Tem uma certa reputação para tratamento de hidrocele nas crianças; até
então vinha sendo curado rapidamente com Rhododendron.
Sem dúvida o melhor quadro de Abrotanum deve ser encontrado no
“Keynotes ” de Allen.
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ACONITUM
“Meu coração se contorce dentro de mim, e sobre mim caem terrores mortais.
“Medo e tremor me penetram: e um calafrio me envolve. ”
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ACONITUM 5
Dr. Clarke disse uma vez, “Se cm algum momento você se deparar com um
livro de Hcnry N. Guernsey, compre-o.” E GUERNSEY possui um artigo
esclarecedor sobrcAconitum, onde ele diz:
“O gênio deste remédio altamente útil é do começo ao fim a esfera mental,
e é sempre importante considerar os sintomas mentais. Quase com certeza este
remédio não deve nunca ser usado em casos onde a enfermidade é suportada
com calma e paciência. Até mesmo para se pensar na utilização de Aconitum,
devemos encontrar intranqüilidade mental, preocupação ou medo,
acompanhando uma doença bem superficial, tal como inflamação das
pálpebras ______________________ Angústia, ansiedade e medo muito in-
tensos e incontroláveis são as características da docnçauAconitum ______
“Queixas causadas por susto, e o medo permanece. (Opium ).
“Prevê o dia esperado de sua morte”, este é um sintoma bastante ca-
racterístico.
“No delírio estão a infelicidade, a preocupação, o desespero, com ex-
pressão do medo na face, mas raramente há inconsciência.
“Sangramento fácil, com perda de sangue vermelho, puro e brilhante, é
acompanhado de um grande medo da morte...
“Hemorragias ativas de qualquer região do corpo, útero ou demais partes,
acompanhadas do medo de morrer e excitabilidade nervosa.”
O medo da morte pode ser tão grande que as pessoas acabam realmente se
matando de tanto pavor de morrer! (Eu própria testemunhei um destes casos).
Shakespeare disse que: “Não há algo que seja bom ou mau, mas o pensamento
o toma assim.” E com Aconitum, é o pensamento que sobremaneira o faz assim.
É o irreal, o intangível que provoca o terror em Aconitum] e se este falha,
você tem que enganar o relógio, a fim de salvar a vida.
Kent diz, “Os pacientes que mais necessitam d&Aconitum são pessoas
fortes e robustas.
“O paciente parece ameaçado com uma morte súbita e violenta, mas sua
recuperação é rápida. Uma grande tempestade que logo termina.”
6 ACONITUM
Aconitum é o remédio do clima pio e seco, tal como Hepar, Nux e mais
alguns ; enquanto que o clima frio e úmido afeta as pessoas que necessitam de
Dulcamara, Rhus, etc.
NASH considera Aconitum como um dos maiores remédios para DOR,
sendo o seu trio, neste caso: Aconitum, Chamomilla e Coffea.
Mas as dores de Chamomilla são acompanhadas por intensa irritabilidade,
as de Coffea por excitação, por uma “sensibilidade da pele além da
compreensão”, e são curiosamente agravadas pelo barulho, enquanto que as
dores de Aconitum, como já disse, são intoleráveis e acompanhadas de angústia
e MEDO.
Como Kent colocou, Aconilum “grila com dor. Dores como facas... Alguma
coisa horrível deve estar ocorrendo com ele, ou ele não teria tais sofrimentos
terríveis. Prevê o dia de sua morte, como resultado dos horror que parece
oprimi-lo. E este quadro mental está sempre presente, na pneumonia, nas
inflamações renais, hepáticas, intestinais, em qualquer parte do organismo
ondeAconilum é indicado”.
Nash diz: “Aconitum tem uma grande aflição no coração e peito, ao passo
que com Belladonna tudo parece estar concentrado na cabeça.”
E ele menciona Hering para a febre de Aconitum. “Calor, com sede; pulso
duro, forte e freqüente, impaciência ansiosa, não se pode apaziguá- lo, fora de
si, agitando-se com agonia.”
Grandésensibilidade ao BARULHO.
EPISTAXIS.
Grande sensibilidade do nervo olfativo.
Dorformigantenas BOCHECHAS.
Sensação que a face está ficando grande,
Finas pontadas penetrantes na ponta da LÍNGUA.
10 ACONITUM
Língua inchada.
Boca seca.
Queimação na GARGANTA.
Muita sede.
Arrotos vazios. Náusea.
Vômitos por vertnes.
Inclinação para vomitar, como se tivesse ingerido algo repulsivamente doce ou
gorduroso.
Vômitos violentos.
Dor pressiva no ESTÔMAGO, como um peso.
Dor pressiva e tensiva como um peso no estômago e hipocôndrios.
FEZES brancas.
Domo reto. Dor penetrante e dolorimento no ânus.
Hálitofétido.
Sensibilidade da LARINGE ao toque.
Rouquidão. Tosse rouca, seca e ruidosa.
Expectoração de sangue vermelho vivo. Hemoptise.
Respiração difícil.
Dor compressiva no tórax.
Dor formigante no tórax. Pontadas no tórax com tosse.
Frio por todo o corpo, com a testa quente; lóbulo da orelha quente e calor seco
interno.
Leve perspiração pelo corpo todo.
Picadas muito finas ou dores ardentes em vários pontos da pele.
AESCULUS HIPPOCASTANUM
(Castanha da índia)
Como diz NASH, “este é um dos remédios que é notável nã,o somente pelo
seu grande âmbito de ação, como pela sua eficiência positiva neste âmbito”.
Suas sensações são pesadez e claudicação, especialmente nas regiões sacro-
ilíacas. Plenitude que parece estourar em fauces, estômago, intestinos, reto e
tórax: plenitude em várias partes do corpo, como se contivessem quantidade
indevida de sangue - coração, pulmões, estômago, cérebro e pele. E, como
enfatiza Kent, arroxeamento das partes congestas. Ele diz: “Aesculus é um
remédio venoso, engurgitado e cheio, algumas vezes com risco de
rompimento. Há agora uma outra característica que gostaria de apresentar-
lhes. Vocês irão perceber que onde ocorre congestão a cor é arroxeada ou
azulada... O remédio não é ativo neste estado inflama- tório, ele é lento e
passivo... o coração está trabalhando e as veias estão congestionadas Este
é um dos remédios mais constantemente indica
dos na constituição hemorroidal, como se costuma chamá-la.
GUERNSEY (Keynotes) indica com exatidão, como usualmente, o local,
quando diz: “O fio condutor que direciona o uso deste remédio é encontrado no
reto, vasos hemorroidários, sacro e costas. ”
Os usos e observações populares, como é tão freqüente, apontam para os
seus usos remediais: como nos conta Hering “que ele causa prolapso no gado
que se alimenta dele” - e aprendemos que “as castanhas são levadas no bolso
paira evitar ou para curar hemorróidas”.
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14 AESCULUS H1PP0CASTANUM
Para esta dor nas costas deve ser considerado também (entre outros)
Agaricus. No Repertório ambos têm dor sacral em negrito: Agar. estando
sentado, Aesc. quando se levanta após ter estado sentado, quando se inclina,
quando caminha: e se estende aos quadris. EAesc. abrange também as
articulações sacro-ilíacas. Mas - não erre em uma subluxação sacro-ilíaca,
após uma queda, uma torção, um levantamento de peso desajeitado, um parto
ou uma cirurgia. Nestes casos, Aesculus, ou qualquer que seja a droga dos
sintomas, será um paliativo, mas não promoverá a cura. Não perca sua
confiança no remédio dos sintomas semelhantes, porque ele não poderá
liberar o comprometimento, e deixe a articulação imobilizada. Hahnemann
ensinou-nos, há uma centena de anos, que as lesões mecânicas devem ser
mecanicamente tratadas. Elas não estão no domínio do medicamento. Através
dc reajustes mecânicos da pelve um grande número de casos de ciática pode
ser curado, até que alguém esteja apto a pensar em todos os casos; e então os
acompanha, onde a manipulação fracassa e algum outro procedimento
cirúrgico é indicado, ou simplesmente o remédio, no qual você perdeu a
confiança devido ao fato dele não ter curado o que estava além do seu
domínio, age brilhantemente. A ciática pode ter muitas causas: recorda-se que
num certo caso hospitalar, onde se descobriu um abaulamento no terço
superior do fêmur, e cuja radiografia diagnosticou um provável sarcoma, mas
que praticamente desapareceu com - justamente este! - Ferrum. Ele foi
prescrito, não por conta da condição do osso, não devido ao diagnóstico
provável, mas por causa de alguns sintomas sem muita importância,
peculiares ao paciente - qualquer que fosse o problema dele! Os prontuários
do hospital ainda contêm as radiografias aparentemente signiíicantes: embora
o homem tenha se recuperado e mais tarde, tenha sido chamado para a guerra,
foi dispensado somente devido àquelas radiografias: mas permaneceu bem,
até onde sabemos, por muitos anos.
Mas devemos voltar a Aesculus, c aqui lembramos, durante a época da
guerra, do sofrimento intenso daquela enfermeira que assistiu a um funeral
frio e úmido, resultando no fato dela não saber como cumpriria seu serviço,
de tanta dor na parte inferior das suas costas; uma dor que não permitia que
ela se inclinasse, ou se levantasse após ter se inclinado. O Repertório foi
consultado e o remédio escolhido - Aesculus. Ela tomou uma dose e deitou-se.
Em um par de horas, ela reapareceu feliz e pronta para o trabalho, e ninguém
mais soube da sua dor nas costas. Há pessoas que têm idéia de que a
Homeopatia é lenta. Ela é! Nas enfermidades simples agudas nada pode ser
mais rápido; somente a Homeopatia; isto é, os sintomas do paciente e da droga
devem corresponder. O pior de trabalhar com a lei é que não irá funcionar
quando não se está na lei! Dê a ela uma oportunidade se você deseja obter
sucesso. Embora deva-se considerar que às vezes a Homeopatia é difícil. Mas
você perceberá que “quanto
AESCULUS HIPPOCASTANUM 15
$ $ í f c $ *
* * * * *
E em ./lese. não somente hemorróidas, mas as varizes e úlceras são ar-
roxeadas, ou principalmente sua área circunvizinha; escura e arroxeada.
Mesmo o coração e o peito não estão excluídos das atenções de. Aesculus,
e provavelmente seu real alcance é maior do que imaginamos: pois Hering o
coloca em negrito para as “queixas pulmonares dos cavalos”, de onde
supostamente vem seu nome em inglês, horse-chest-nut. As experimentações
mostram sua ação nos pulmões - enquanto que Nash o considerou um segundo
Arsenicum na coriza. Isto é o que ele escreve:
“Eu usei Aesculus com resultados muitos bons na coriza e dor dc garganta.
A coriza é bastante semelhante à de Arsenicum, fina, aqüosa e ardente; mas o
que caracteriza Aesc. aqui é a sensação de carne viva: sensível à inalação de ar
frio. Na garganta há a mesma sensação de carne viva, tanto na forma aguda,
como também na faringite folicular crônica, para a qual quase sempre é um
bom remédio.”
Novamente as experimentações sugerem que haja: secura da parte
posterior das narinas e da garganta , com espirros, seguidos de coriza
abundante. Picadas e ardor na parte posterior das narinas e no palato mole. Há
também pontadas, formigamento, ardência e picadas nas fau- ces; dores
perfurantes no lado esquerdo. Ardência violenta na garganta, com sensação de
estar em carne viva. Secura e aspereza da garganta, como por resfriado.
Fauces secas e constritas. Fauces congestionadas e escuras, com sensação de
plenitude e irritadas. Laringite catarral; laringe seca e enrijecida.
AESCULUS HIPPOCASTANUM 17
SINTOMAS EM NEGRITO
Peso e claudicação.
Plenitude em várias partes.
Membranas mucosas secas, inchadas; ardentes e com sensação de
18 AESCULUS HIPPOCASTANUM
carnc viva.
Inchaços glandulares do osso (seja o que possa significar!)
V )
se ela havia ingerido alimentos doces, açúcar, etc., ela disse que não. “Por que
respondeu não? Sim, você comeu!”, afirmou seu marido. “Eu trouxe meio
quilo de doces para você todos os dias, em casa. O que você fez com eles?”,
“Oh, isto não é nada!” ela exclamou “Mas, escreve Kent, “o bebê não ficou
bem até ser medicado com Argentum nitrícum, e a mãe ter parado de comer
doces.” Ele nos conta que uma série de medicamentos têm um desejo ardente
de doces, mas muitos deles podem ingeri-los impunemente. Aeíhusa está pior
por café e tem desejo de vinho, mas os sintomas mentais aumentam após
tomá-lo.
Aeíhusa deve ser lembrado como um dos remédios da epilepsia. Com esta
droga, nas convulsões, os olhos são revirados para baixo, os polegares
entortados, a face avermelhada, as pupilas dilatadas; a boca espumando; as
mandíbulas travadas, etc.
Um ponto que deve estar em mente em relação às crianças e que pode ser
útil é a sua grande fraqueza; e sua inabilidade de manter a cabeça em pé
(Abrot). Todos estes sintomas comumente pioram por volta das 3 às 4 horas da
madrugada.
“Aeíhusa cynapium nos bebês que são alimentados a cada vez que choram.
O bebê dobra para cima seus joelhos, quando levados ao colo, na mesma
posição que, em geral, Medorrhinum assume, mas os pacientes de Aeíhusa,
tanto quanto eu sei, não dormem na posição genupcitoral. Eu pesquisei uma
garota de dezoito anos de idade que dormia nesta posição e para quem o
remédio indicado foi Medorrhinum. Esta foi a única vez em que vi este
sintoma particular em um paciente adulto. Interessou-me tanto que perguntei
a ela por que dormia assim. Ela me disse que às vezes tinha a sensação de que
havia dez mil vermes contorcendo-se no interior de seu abdome e quando ela
se colocava na posição genupeitoral, imediatamente cessava a sensação.” -
DR. UNDERHILL, a partir de uma discussão citada em um
antigoHomeopaíhic Recorder (E.U A).
ALLEN (Keynotes), chamou atenção para a total ausência dc sede. E não
somente a intolerância ao leite, mas a grande fraqueza da criança; chegando
até mesmo a um estado de estupidez.
para os lados ... Ele diz que a face está encovada com linea nasalis, uma
superfície de uma brancura perolada no lábio superior, ligado por uma linha
distinta desde o orifício nasal externo até os cantos da boca. Este sintoma é
mais característico em Aethusa do que em qualquer outro remédio ... A ausência
de sede decide por Aethusa ao invés d&Arsenicum. ”
* * * * *
* * * * *
E uma dupla de sintomas peculiares, que parece que nós esquecemos:
Sente a língua longa demais.
As glândulas ao redor do pescoço ficam inchadas como uma fileira de
pérolas. Na febre há ausência completa de sede, apesar da temperatura
bastante alta.
SINTOMAS EM NEGRITO
alguns minutos.
Vômito de leite coalhado.
AETHUSA CYNAPIUM 23 (
(
vermelha, os globos oculares revirados para baixo, pupilas dilatadas, in-
(
sensibilidade, espuma leitosa saindo da boca, dentes apertados, pulso
freqüente, fino c duro. (
Espasmos: delírio;estupor.
Enrijecimemnto do corpo todo.
Incapacidade de manter a cabeça reta, ou de sentar-se. <
Corpo todo de coloração preto-azulada. (
Não pode suportar ficar descoberto durante o suor.
(
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y.
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AGARICUS MUSCARÍUS
V _____________________ _______________________ /
Agaricus - Amanita (o nome sob o qual seus sintomas aparecem no
GuidingSymptoms de Hering) - o Fly Agaric (ou fungo) ou Bug Agaric, o
fungo louco (“fou”) dos franceses, tem seu espaço peculiar e sintomas
bastante distintos na Matéria Médica homeopática. Suas experimentações,
realizadas por Hahnemann, aparecem no Archives de Stapf, um periódico
contemporâneo, com suas experimentações de algumas outras drogas -
especialmente Psorinum, do qual, acredito, não há tradução para o inglês. Mas
a dc Agaricus é encontrada no Vol. II do seu Chronic Dis- eases.
Aqui Hahnemann descreve o fungo como “recoberto por uma copa
vermelho-escarlate, que é enfeitada por excrescências esbranquiçadas e
folíolos brancos.” Ele diz que o fungo deve ser antes triturado, para então ser
dinamizado da maneira usual, como ele sugere, até a 30 3 potência.
Associa-sc Agaricus especialmente à coréia: mas seus repuxões e con-
trações notáveis são somente uma pequena parte de seu retrato. Recorda- -se
do Dr. Blackley, de tempos antigos, no Hospital Homeopático de Londres,
que usava Agaricus para coisas que, por profunda ignorância, pareciam
estranhamente inapropriadas: mas ele provavelmente conhecia seus usos
melhor do que a maioria de nós! - Por exemplo, parecia uma droga curiosa a
ser fornecida em casos de pneumonia! - e também, isto é o que KENT diz a
seu respeito:-
“Agaricus é um grande medicamento em problemas no peito, embora
raramente assim considerado. Ele curou o que parecia ser tuberculose.
Condição catarral do peito, com suores noturnos e história de sintomas
nervosos. Ataques isolados de tosse violenta, terminando em espirros. Tosse
convulsiva, com suores ao entardecer, com pulso freqüente, expectoração de
muco semelhante a pus, piorando nas manhãs e quando se está deitado de
costas. Adicione a isto os sintomas de Agaricus descritos, e ele tomará conta
do caso. Casos de tísica incipiente. Está fortemente relacionado com a diátese
tuberculosa.
“Eu lembro do início da experimentação de Tuberculinum em um indivíduo
que eu suspeitava fosse sensível à droga, pela sua história e sintomas. A
primeira dose quase o matou e, considerando o uso de tal substância no
diagnóstico da doença em gado, ela parecia afetá-lo. Ele tornou-se
emagrecido e com a aparência de estar à beira da morte. Deixei-o sozinho
24
AGARICUS MUSCARIUS 25
tos espasmódicos, que mais se assemelham, em seus retratos, aos sinto mas
individuais deste paciente em particular.
Como diz Kent, “Todos os remédios são repletos de singidaridades, e é a
compreensão destas peculiaridades que nos tornarão capazes de fazer uma boa
prescrição. ”
Agaricus afeta o coração também, com dores como agulhadas; com
opressão do coração, assim como dos pulmões; com choque e palpitações;
mas vários outros remédios: Hyos.; Stram.; Mygale; Ignatia, entre outros,
causam até mesmo uma distorção maior (coréica) da facc.
o modo: Aqueça banha até ficar líquida (uma vasilha de sopa é excelente para
esta finalidade) e megulhe nela um bom maço dc arruda fresca com as pontas
florescidas, se possível. Deixe este extrato durante algumas horas num local
quente, até que a arruda fique descorada e a gordura torne- se verde e
cheirosa; então erga o maço e deixe a gordura secar. Feche o pote quando o
ungüento estiver frio e sólido. Ele é indicado para aplicações em joanetes,
sinovite nos joelhos - mas aqui a Ruta em potência agirá também, e não é
gordurosa - para feridas, frieiras e frieiras rachadas. Mas naqueles dias não
havia ainda o conhecimento dc Agaricus c Pulsatilla, cuja ação é de longa
duração e muito mais curativa.
Mas os “fungos loucos” afetam, é claro, o cérebro e os sentidos - nos
estados mais leves com mau-humor, indiferença, falta de vontade de trabalhar,
ou de responder perguntas; quando inteiramente doente, está tomado pelo
delírio - no qual não reconhece ninguém - arremessa objetos contra as pessoas
- canta e fala mas não responde a perguntas. Este é um dos medicamentos para
delírio - até mesmo delírio furioso. “Ele é usado por tribos selvagens asiáticas
em forma de uma bebida realmente inebriante.” Assemelha-se tanto ao
alcoolismo que tem tido um lugar de destaque como um dos remédios para
delirium tremens. E certamente a descrição sucinta dc Agaricus, feita por Boger,
sugere não somente coréia, mas também embriaguez, - "Agaricus tem
movimentos irregulares, incertos e exagerados: ele dá passos muito largos, muito
altos - deixa cair objetos... com fala indistinta e aos trancos. ”
SINTOMAS EM NEGRITO
Delirium tremens.
Delirium com constantes acessos de loucura.
DOR DE CABEÇA que entorpece, repuxante, pela manhã, estendendo-se até a
raiz do nariz, com sangramento nasal ou grosso catarro mu- coso.
Dores de cabeça daqueles que são sujeitos à coréia; ou quem rapidamente se
toma delirante na febre ou com dor; contrações ou trejeitos.
LÍNGUA seca.
V )
No nosso antigo jardim em Wyvenhoe, há anos atrás, havia duas magnífi cas
árvoresAilanthus, cuja memória tem ajudado a chamar a atenção para este
remédio pouco conhecido, mas de inestimável valor.
Sua dramática história, como medicamento, é registrada somente pelo Dr.
Hughes, tanto quanto pudemos descobrir, mas uma vez que este relato serve
para impressionar na mente o que Ailanthus faz bem e suas peculiaridades
nocivas, isto é, seu enorme poder curativo em alguns casos desesperadores de
doença aguda, vale a pena ser repetido.
Dr. Hughes nos conta que um dos nossos médicos mais talentosos “supre
o primeiro capítulo”. Sua própria filha sofreu com todos os sintomas iniciais
dc uma escarlatina maligna: vômito, dor forte de cabeça, intolerância à luz,
tontura, face quente e vermelha, inabilidade para sentar-se, pulso rápido e
fino; sonolência apesar de grande agitação; muita ansiedade. Duas horas mais
tarde a sonolência tinha se transformado em insensibilidade, com constante
delírio murmurante, sendo que a criança não mais reconhecia os membros de
sua família. Ela estava agora recoberta, em partes, por erupção miliar, com
eflorescência entre seus pontos, todos escuros, de uma tonalidade quase
lívida; a erupção era mais profusa na fronte e na face do que em qualquer
outra parte do corpo. O pai considerou sua filha perdida. Mas em poucas
horas surgiu uma mudança, que forneceu um novo aspecto ao caso.
Averiguou-se que ela havia ingerido exageradamente o sumo dos talos de
Ailanthus. O doutor termina seu relato sugerindo que aqui nós temos uma
possível ajuda nestes casos graves dc escarlatina que demonstram ser fatais
no primeiro estágio, com sintomas de intoxicação cerebral.
Isto foi escrito em 1864, mas publicado em um jornal pouco conhecido,
aparentemente não causando impressão. Mais tarde, Dr.Pope percebeu quanto
esses fatos eram significativos e valiosos, chamando a atenção para eles, o
que logo rendeu frutos: - pois o Dr. Chalmers, em 1868, en- controu-se em
meio de uma epidemia de escarlatina maligna. Novo, naquela época, para o
uso de remédios homeopáticos, ele estava desapontado com a ação deles neste
caso. Sua atenção foi atraída paraAilanthus e, uma vez encontrado, passou a
ser o agente necessário. A febre era caracterizada por uma erupção parcial de
coloração escura e os efeitos
30
AÍLANTHUS GLANDULOSA 31
(Cebola)
V )
Todos nós sabemos o que acontece quando cortamos um fatia de cebola crua e
sentimos sua emanação, ou quando ocorre de alguém coçar os olhos com a
mão que esteve em contato com a sua superfície cortada. O nariz formiga; os
olhos lacrimejam em profusão, e todos os sintomas de um catarro agudo
aparecem instantaneamente.
Por esta razão, Allium cepa é um dos nossos melhores e mais indicados
remédios para o resfriado inicial, mais ou menos superficial. Faça uso dele
enquanto os sintomas estão em concordância e você estará se poupando.
* * * * * I
Kent nos fornece as PARTICULARIDADES DA CORIZA... “Espirros
que ficam cada vez mais freqüentes. Descarga aqüosa pelo nariz
constantemente; que arde como fogo e escoria o lábio superior e as asas do
nariz, até causar vermelhidão e feridas. Repare (diz ele) que o líquido do nariz
é escoriante, enquanto que o dos olhos é suave. Mas quando vamos a estudar
Euphrasia, encontraremos exatamente o oposto - a mesma descarga aqüosa do
nariz, o mesmo a lacrimejamento abundante: mas o lacrimejamento aqui é
ácido e a descarga do nariz é suave. A descarga nasal de Cepa corrói
razoavelmente os pêlos acima do lábio superior. Há tanta congestão que o
paciente tem uma sensação de plenitude no nariz, com latejamento e ardência
e, às vezes, com sangramento nasal. Há dor através das mandíbulas, na face,
que se estende para a cabeça. Dores de cabeça frontais e occipitais - tão
violentas que os olhos não podem suportar a luz. ...
Ele nos dá outra fase do medicamento: “Porque ele começa no lado
esquerdo e vem para o direito, eu não sei, mas em geral é assim que ocor re.
Entupimento das narinas; descarga aqüosa e ácida da narina esquerda
- após 24 horas, o lado direito é invadido. Descarga nasal profusa. Res friados
após ventos úmidos e frios. Coriza fluente com dor de cabeça; olhos
lacrimejantes; falta de apetite, tosse e tremor nas mãos; sensação de calor e
sede; pior ao anoitecer e dentro de casa; melhor ao ar livre. Todos os anos, em
agosto, coriza mat utina e espirros violentos; bastante sensível ao odor das
flores e da pele dos pêssegos. Esta é uma forma de febre-do-
34
i
ALLIUM CEPA 35
* * * * *
I I. C . A l. LEN em seu mcslimavel Keynotes of Lcadiug Remedies. n o s iorn e ce
ma is a lg u mas su gestões valio sas, co mo os u so s cien tífico s d e / \/- /i 11 ni cepa -
a c eb o la h o meop aticamen le p rep arada e po tencializada . "T ra ta -se d e u m
g ran d e med icamen to para o s o lh o s, q uand o eles ard em, h á do r a gu da c o mo se
fo sse p ro vo cada p o r fumaça, q ue eslão ú mid os e
36 ALLIUM CEPA
ALUMÍNA
(Hidróxido de Alumínio Puro)
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ALUMINA 39
* * * * *
Com relação ao apetite: Alumina é doentia, como uma das drogas que
deseja coisas não digeríveis: lascas de lápis, terra, giz, argila, trapos, carvão,
cravos, ácidos, borra de café e de chás, arroz seco. Além de sua aversão às
batatas, que não tolera, há também aversão à carne, que não tem gosto, à
cerveja e um desejo de frutas e vegetais - excetuando as batatas.
É pior também com todos os alimentos irritantes, como sal, vinagre e pimenta;
apresenta dor de garganta comendo cebolas; fica facilmente bêbado com as
bebidas alcoólicas mais fracas; e piora por fumar tabaco. Considerando sua
secura e irritação das membranas mucosas, pode-se entender algumas destas
reações.
SINTOMAS EM NEGRITO
Nariz avermelhado.
Ponta do nariz fissurada.
Cólica do pintor.
Inatividade do reto; mesmo com as fezes brandas há necessidade de grande
esforço.
O reto parece paralisado.
Não há vontade de evacuar e não há capacidade também, até que haja um
grande acúmulo de matéria fecal.
Fezes: duras, nodosas, revestidas com muco; como excremento de ovelha, com
dor cortante no ânus, seguida de sangramento; como pemas muitofinas.
Fezes finas e moles, mas passando com dificuldade.
Hemorragia grave dos intestinos, com fluxo de urina..
Diarréia a cada vez que ela urina.
Evacuação de uma pequena quantidade de fezes endurecidas, com pressão e uma
sensação de escoriação no reto.
Urina expelida enquanto faz força para evacuar; ou a urina não pode passar sem
esforço.
Constipação dos lactentes.
42 ALUMINA
Grande pesadez nos membros inferiores; ele mal pode arrastá-los. Quando
anda, ele cambaleia e tem que sentar-se.
Grande cansaço nas pemas quando sentado.
* * * * *
Os diferentes professores enfatizam um ou outro ponto com relação à
droga, de acordo com sua própria experiência e da utilização de Alumina.
Esforçamo-nos para selecionar a experiência de muitos.
* * * * *
* * * * *
FARRINGTON diz: “Alumina tem sido usada em afecções nervosas de
características muito graves. Boeninghausen usou o metál Aluminium nos
seguintes sintomas naquela temida doença, ataxia locomotora: vertigens
constantes; os objetos giram em círculo; ptose; diplopia ou estrabismo;
incapacidade de andar no escuro ou com os olhos fechados sem cambalear;
sensação de estar andando sobre almofadas. Formigamento ou sensação de
comichão como se houvesse formigas nas costas e pernas. As nádegas ficam
adormecidas quando se está sentado. Os calcanhares tornam-se dormentes ao
andar. Sensação na face como se houvesse uma teia de aranha, ou uma clara
de ovo tivesse secado sobre a pele. Dores nas costas, como se houvesse um
ferro quente na espinha. Estes são os sintomas que indicam Alumina e que
levaram Boeninghausen a este medicamento, capacitando-o a curar quatro
casos da doença”.
{
\
$ % + + %
47
(
48 AMMONIUM CARBONICUM
* * * * *
Percebe-se que muitos dos sintomas àcAmmon. carb. são piores durante ou
após as refeições: “o estômago sente-se pesado por horas após comer.” Piora
com o clima frio e úmido; por lavar-se (Sulph.); durante a menstruação. É
melhor no clima seco; quando se deita sobre o lado dolorido ou sobre o
abdome.
Entre outros sofrimentos, apresenta prurido no ânus e hemorróidas que
sangram e ficam protrusas.
Afeta especialmente o lado direito; sua hora ruim é às 3 da madrugada.
Todos os demais sintomas são enfatizados nos resumos e citações se-
guintes.
SINTOMAS EM NEGRITO
Angina pectoris.
Melhor pela pressão externa: dor de cabeça melhor; dor constritiva no estômago
melhor; dor nos intestinos melhor.
* * * * *
* * * * *
Separaremos também algo de FARRINGTON - um esboço:
Os poderes vitais estão enfraquecidos. Surgem hemorragias de um sangue
escuro e fluido. Há degeneração do tecido sangüíneo. Os músculos tornam-se
flácidos, os dentes amolecidos e cariados, e as gengivas ficam retraídas e
ulceradas.
Seus sintomas na uremia são muito importantes e não são somente ca-
racterísticos na uremia, mas em qualquer outra doença na qual este remédio
possa ser indicado: como na escarlatina ou também nas doenças cardíacas.
São eles: sonolência e torpor, com estertores de grossas bulhas no pulmão;
carfologia; tonalidade azulada ou arroxeada dos lábios devido à falta de
oxigênio no sangue e coloração amarronzada da língua. Seu análogo mais
próximo neste caso cAntimonium tart. (Amica também, nos estados tifóides).
Com tais sintomas, lembre-se dcAmmon. carb. para edema pulmonar e
enfisema.
A ser lembrado também em envenenamento por fumaça de carvão.
Tem utilidade na fase inicial da meningite cérebro-espinal: quando o
paciente está acometido pela violência do veneno e cai num estado de es-
tupidez, sem reação. Ele está frio e a superfície do corpo é cianótica. Pulso
fraco. Exatamente em tais casosAnimonium carb. trará alguma reação.
Eficiente na dilatação do coração. O paciente sofre ao subir escadas ou
ladeiras; sofre intoleravelmente em um quarto quente. Ocorrência freqüente
de tosse com catarro sanguinolento. Palpitação, dispnéia e retra
ção do epigástrio. Talvez cianose.
Na pneumonia com grande debilidade, com sintomas indicando um
AMMONIUM CARBONICUM 51
coágulo no coração.
Indicado na bronquite crônica, com atonia dos tubos bronquiais, favo-
recendo o enfisema. Copioso acúmulo de muco nos pulmões, dilatação dos
tubos bronquiais e edema pulmonar. Ele está fraco, com movimentos lentos,
tosse continuamente, levanta-se com dificuldade ou nem mesmo consegue se
levantar. Pode estar sonolento, delirante c murmurante.
Em seguida escarlatina (todos os autores falam disso). É certamente um
tipo maligno. Inchaço externo e interno da garganta, glândulas aumentadas,
amígdalas com inchaço azulado ou vermelho escuro. Além do inchaço dos
linfáticos cervicais, há inflamação dos tecidos celulares.
Então, a obstrução característica do nariz, particularmente à noite. A
criança acorda sobressaltada como se estivesse se sufocando; ou tem que se
deitar com a boca aberta para poder respirar. A glândula parótida direita, em
geral, é avolumada. Cornos/w., mas Apis tem mais edema, por exemplo, da
úvula.
* * * * *
Por fim, resumiremos KENT. “Sc estivéssemos praticando da maneira
antiga c considerássemos a natureza maravilhosamente volátil de Ammonium
carb., cm algumas de suas formas, estaríamos somente valori- zando-o como
um agente para alívio de desmaios... e usando-o na forma de sais aromáticos
para confortar senhoras idosas c algumas outras mulheres. Mas ele é um
medicamento constitucional de ação profunda, um antipsórico. Ele efetua
rápidas mudanças sangüíneas; ele perturba toda a economia. Seus fluidos são
todos acres. A saliva ácida excoria os lábios, então eles se racham nos cantos e
no centro e tornam-se ásperos, secos c cobertos de crostas.
As pálpebras supuram e se tornam secas e fissuradas pelos fluidos es-
coriantes. As fezes são acres e escoriam. Há feridas devido ao fluxo menstruai
acre e à leucorréia. Onde quer que haja uma úlcera, os fluidos que escoam
formarão escoriações nas partes ao redor.
Há perda de sangue preto, freqüentemente líquido, que não coagulará, Pele
com manchas, entremeadas com grande palidez.
Ammon. carb. tem uma violenta ação sobre o coração: pulso violento e
audível, pior por todo o movimento. Estranho que os antigos sabiam que
Ammon. carb. venceria respiração difícil decorrente de ataques cardíacos.
(Quando indicado, uma dose única, bastante alta, é suficiente). Kent diz que os
antigos usavam Ammon. carb. na forma grave de pneumonia; havia uma relação
homeopática com alguns dos casos. De vez em quando os antigos curavam o
péssimo estágio de prostração com insuficiência cardíaca ao final de uma
pneumonia e, uma vez que obtiveram alívio em tal caso, ficou estabelecido
que este seria um remédio para todos os usos futuros.
52 AMMONIUM CARBONICUM
ANACARDIUM ORÍENTALE
(MarkingNul)
54
ANACARDIUM ORIENTALE 55
nham perdido sua memória e tornaram-se loucos por conta do uso desta droga
muito freqüente e imprudentemente.” “Uma vez que somente o uso impróprio e
muito freqüente áeAnacardium o torna danoso”, como ressalta Hahnemann. “Se
aplicado corretamente torna-se curativo”. Em outras palavras, exatamente uma
outra ilustração de sua descoberta: - “O que pode causar, pode curar; e para
curar, procure por aquilo que pode causar.”
Hahnemann conta-nos que esta é uma das drogas que vieram dos árabes.
Ele diz: “Esta poderosa droga, juntamente com outras das quais os antigos se
valiam com grande benefício, foi completamente esquecida nos últimos mil
anos.” E ele a identifica e descreve assim: “Entre a casca externa negra,
brilhante, na forma de um coração e dura, e a doce noz que fica coberta por uma
pele fina marrom-avermelhada, há um sumo espesso c enegrecido contido em
um tecido celular, com o qual os índios marcavam seu linho de maneira
indelével e que é tão forte que verrugas podem ser retiradas por meio dele.
XJmAnacardium “occidentale” errado tem a forma de um rim”.
SINTOMAS EM NEGRITO
*
Grande fraqueza de MEMÓRIA.
Perda da memória.
Desejo irresistível de maldizer epraguejar.
Hipocondria.
Quando caminhando, ele se sentia ansioso, como se alguém o estivesse
perseguindo; ele suspeitava de tudo ao seu redor.
Ele está separado de todo o mundo; não tem confiança em si mesmo; desespera-
se de ser capaz de fazer o que é exigido dele.
Fraqueza de todos os sentidos.
VISÃO indistinta.
Pressão entorpecedora como por uma tampa, na margem superior da órbita
direita.
* * * * *
* * * * *
KENT enfatiza os seguintes pontos: - Cheio de noções e idéias estranhas.
Mente fraca, até a completa imbecilidade. Perturbado por qualquer coisa:
pragueja. Em contínua controvérsia consigo mesmo: controvérsia entre duas
vontades, dois impulsos. Alucinações: um demônio senta-se sobre um dos
ombros e um anjo sobre o outro. Cont radição entre a vontade e a razão.
“Eu aprendi muito com Anác., Aurum cArgeníum, acerca da estranha ação
dos medicamentos sobre a mente humana. Por estes meios podemos aprender
com os fatos e afastar muitas hipóteses.”
Nada é real: tudo parece um sonho. Idéias fixas: que ele é duplo; que há
um estranho ao seu lado. Num momento ele vê uma coisa e a entende, noutro
momento ele não consegue entendê-la. Num momento ele sabe que a criança é
seu filho e noutro momento já não sabe... Num momento pensa que isto é
assim, no próximo instante tem razão suficiente para saber que isto não pode
ser assim. Delusão é um estágio avançado da ilusão. No repertório temos os
mesmos remédios, freqüentemente, para ilusão e delusão; é uma questão de
grau ... Ele vê demônios e, num primeiro instante, com a ajuda da sua
inteligência sabe que não há um demônio ali,
58 ANACARDIUM ORIENTALE
* * * * *
NASH diz: - Anacardium orientale é um remédio muito valioso, em geral
não apreciado por nossa escola. Ele deveria ser usado freqüentemente naquela
queixa de cabeças de hidra chamada dispepsia, para a qual Nux é usado de
forma tão indiscriminada. E ele salienta que Anac. tem uma dor no estômago
somente quando o estômago está vazio, e que é aliviada ao comer, enquanto
que Nux é aliviada após o processo da digest ão estar completo. Nux está no
seu pior momento duas ou três horas após as refeições, mas somente até que a
digestão esteja completa. Então vem o alívio; enquanto que com Anac. este é
o momento do pior sofrimento. Nash encontrou quase tantos casos de Anac.
quanto de Nux. e achou que a 200 a potência nestes casos foi mais eficaz do
que potências mais baixas. “A potência aqui, bem como em quaisquer outros
casos e com todos os remédios, tem mais a ver com o sucesso na cura do que
se pode imaginar.”
Com relação à evacuação, ele diz, Nux. tem o desejo, mas com irregu-
laridade e superatividade. Anac. tem o desejo, mas sem ação suficiente para
levá-lo a cabo. Além disso, Anac. tem a sensação de bola ou tampa no ânus
que deve ir para fora; o que não aparece em Nux.
* * * * *
Anacardium,
Sensações de tampar, dos olhos aos intestinos.
Anacardium, aqui é seu guia,
Tampa dentro, faixa apertada fora.
Mentalmente duas vontades opostas,.
A qual obedecer, ele nunca sabe.
Pense em Anacardium quando O paciente deseja
praguejar e maldizer;
Ele nunca pára de rezar,
DèStrarnonium imediatamente.
60
A NTIMONIUM CRUDUM 61
SINTOMAS EM NEGRITO
Dor de dente, nos DENTES cariados: dor que às vezes penetra na cabeça.
Piora à noite, após comer e por água gelada; tocar o dente com a língua causa dor
como se o nervo estivesse dilacerado; melhora com caminhada ao ar livre.
Dor corrosiva nos dentes cariados após cada refeição.
✓
amarga e vômitos.
Vômitos.
Estômago fraco. Digestão facilmente perturbada.
Catarro gástrico; língua branca; náusea e vômitos. ...
TOSSE: Primeiro ataque é sempre mais severo, os subseqüentes são cada vez
mais fracos. (coqueluche).
Domo peito com calor.
Blenorragia pulmonar ou tísica mucosa.
Prurido severo contínuo no peito, o dia todo.
Coceira violenta nas COSTAS.
Dor artrítica nos DEDOS.
Dores repuxantes nos dedos e suas juntas.
Dor repuxante na articulação esquerda do quadril.
Grandes calos nas solas dos pés, junto aos artelhos.
Grande sensibilidade nas solas dos pés, ao caminhar.
* * * * *
NASH chama atenção para a cobertura grossa, branca leitosa na língua,
que pode ocorrer junto a muitas queixas: -
Aos desarranjos por sobrecarregar estômago, especialmente com ali-
mentos gordurosos; náusea.
As unhas deformadas da mão, que crescem com rachaduras como ver-
rugas e com pontos de calosidade.
As calosidades nas solas dos pés, com sensibilidade excessiva, de for ma
que ele somente pode andar com dor e sofrimento.
A alternância entre constipação e diarréia nas pessoas idosas, espe
ciaimente com a língua característica (branca).
A criança não suporta ser tocada ou olhada: mal humorada e irrita
ANTIMONIUM CRUDUM 65
diça.
Ele diz que muitos remédios possuem língua branca, mas este lidera todos
eles: cobertura grossa, branca, branca como leite. (Vimos uma vez uma língua
sem a cobertura, mas completamente branca. Se não nos falha a memória
íoiAnt. crud. que a curou rapidamente).
É um grande remédio do estômago... desordens que surgem de ali-
mentação excessiva... desarranjos gástricos recentes. O doente sente que deve
vomitar antes de conseguir qualquer alívio. Uns poucos glóbulos de Ant. crud.
sobre a língua freqüentemente aliviará os sintomas, manterá o alimento no
estômago e evitará os demais sofrimentos.
Então, as fezes peculiares, parcialmente sólidas e parcialmente líquidas. E
a forma de diarréia comum nas pessoas idosas, que se alterna com
constipação, onde Aniimonium crud. é o único remédio. Os sintomas mentais
peculiares - uma enorme tristeza e o humor aflitivo; o humor sentimental à luz
da lua; o amor de êxtase.
“A criança não suporta ser tocada ou olhada - uma pérola!” Nash diz que
geralmente, em casos de febre gástrica ou remitente, ele tem sido levado a
usar^4«í. cmd. por esta condição da mente. A criança irritadiça, não como
Cham. que deseja ser carregada ao colo e acalmada, mas aquela que gritará e
chorará, dando mostras de irritação a cada mínimo olhar. Aqui a febre
costuma ser mais alta à noite e a língua branca quase sempre está presente.
Nash percebe que as unhas das mãos crescem fendidas, com pontos de
calosidades; e as unhas dos pés crescem deformadas, enrugadas ou não
crescem. E as calosidades muitos sensíveis (Aqui é lembrado um caso curado
com Ant crud.). Ele diz que alguns dos piores casos de reumatismo crônico
foram curados por Ant. crud., indicado pela sensibilidade extrema das solas dos
pés. As excrescências calosas em qualquer parte da pele faz se pensar em Ant.
crud.
Este remédio é mais freqüentemente necessário nos extremos da vida, nas
crianças e nos idosos.
Nash chama atenção para suas agravações pelo calor do sol; pela radiação
de calor do fogo; e também pelos banhos frios. Ele diz que, quando um caso
dc longa duração tem como início do problema um mergulho ou queda na
água, pensamos em Ant. crud. e examinamos outras indicações do
medicamento. (Nota da Autora: O grande remédio de Burnett neste caso era
Bellis per.)
* * * * *
HUGHES, em seu Phannacodynamics, fornece um breve resumo desta
droga: mas ele cita Dr. Clotar Muller com relação à sua extraordinária eficácia
nas afecções da pele: “Eu tenho razão em pensar que Aniimonium crudum é um
remédio inestimável onde ocorram pápulas, pústu
66 ANTIMONIUM CRU DUM
*****
KENT sugere que todos os sintomas parecem estar centrados no estô-
mago. Qualquer que seja a queixa, o estômago tomará parte nela.
Ant. c. produz um estado mental bastante sério, uma ausência de vontade
de viver. “Quando eu ouço um paciente dizer,' Oh, doutor, se eu pudesse
somente morrer!’ É um caso que eu não gosto.” A prostração é similar
^Arsenicum, mas./í/s. tem um medo irresistível da morte, enquanto que esse
medicamento tem cansaço da vida ... Essas mulheres e jovens garotas
superexcitáveis, sérias, nervosas e histéricas são dominadas pelas suaves
luzes tais como que atravessam janelas de vidro colorido ou pela suave luz da
lua à noitinha: este é o significado de “humor sentimental ao luar.”
Pior no tempo frio e úmido; banhos frios. Já muitos dos sintomas vêm
com os raios do sol e com o calor de uma grelha aberta ... Uma criança com
tosse comprida tossirá ainda mais depois de ter estado olhando o fogo...
Náusea constante; estômago parece muito cheio, como se ele tivesse se
alimentado exageradamente, quando ele não comeu nada; sente o abdome
distendido, mas ele está baixo. Pacientes que sofrem dc gota, onde os nódulos
dos dedos e das articulações tornam-se indolores e o estômago e intestinos
tornam-se distendidos e dolorosos.
Pele ulcerada; uma tendência ao desenvolvimento de verrugas, calosi-
dades, unhas e cabelos ruins. A pele engrossada da sola dos pés é muito
dolorosa ao caminhar, devido aos seus inúmeros centros de pequenos calos.
Verrugas nas mãos; unhas quebradiças, pretas, difíceis de serem cortadas.
P.S.- Dr. Schwartz, da Califórnia, escreve-me que Antimonium cmd. é
“quase específico na artrite reumatóide”.
f \ ANTIMONIUM TARTARICUM ('Tártaro emético)
V.
HERING diz dessa droga: “Uma invenção dos alquimistas, muito popular
entre eles, proibida pela Academia Francesa, finalmente introduzida e muito
usada e abusada pela Escola Antiga”.
A Escola Antiga, diz Farrington, não vê muita utilidade, nestes dias, no
Tártaro emético; isto é apoiado pelos ensinamentos atuais, que nos contam
(Hale White) que “há muitos anos atrás um ungüento de Tártaro emético era
aplicado contra irritação; mas causa muita dor e é agora raramente usado”.
Que o Tártaro emético “não pode ser recomendado como emético, pois sua
ação c vagorosa e sua depressão geral é grande. Ele nunca deve ser dado para
provocar purgação”. Ele é também considerado “um indesejável
expectorante”. Mas isto o qualifica ... “Os únicos casos nos quais ele é
permissível são aqueles nos quais um emético é necessário para laringite,
brtmquite ou alguma outra condição inflamatória aguda do trato respiratório,
pois então sua ação depressiva sobre a circulação pode talvez ser benéfica,
mas normalmente Ipecacuanha é preferível.”
Para uso nos sistemas nervoso e muscular, “ele agora foi abandonado” e
“é muito menos usado em medicina do que antigamente”.
Assim, a Escola Antiga, com seus métodos e dosagens brutas, falha em
considerar este precioso salva-vidas e deixa a medicina prática e curativa para
os discípulos dc Hahnemann.
* * * * *
Ant. tart foi provado por Hahnemann e alguns de seus alunos, mas suas
experimentações somente foram publicadas nos Archives de Stapf, que se
encontram na biblioteca de nosso hospital; porém não há quem busque
alegremente este material nos antigos livros alemães, quando se pode obtê-los
em obras mais recentes, em inglês. As experimentações, naturalmente,
aparecem em Allen, Hering, etc.
Hering (Guiding Symptoms) faz uso também da monografia magistral do
Dr. R. Hencke (1874), que coletou todos os envenenamentos, experimentações
e curas.
Nas mãos dos homeopatas, Antimonium tartaricum é um remédio muito
precioso e indispensável, que tem poupado inúmeras vidas: especialmente de
bebês e crianças pequenas, que estão morrendo por bron
68 ANTIMONIUM TARTARICUM
* * * * *
HUGHES diz, em Pharmacodynamics: “A ação mais conhecida de Tártaro
emético - que faz jus à sua denominação- é o seu poder de produzir náusea e
vômitos. A náusea que ele causa é muito intensa e de longa duração”; e
reproduz um pequeno retrato útil da droga:
‘“A face é palida, a pele fria, úmida e relaxada, o pulso fraco, rápido e em
geral irregular, a saliva flui copiosamente e as sensações usualmente
experimentadas são de mal estar gástrico, languidez e fraqueza fora do
comum, que são, às vezes, altamente aflitivas; tanto que, se contínuas, le
ANTIMONIUM TARTARICUM 69
do. Ele diz: “Ipecac. tem um pouco desta estertoração grossa no peito, mas é
acompanhada de um grande poder expectorante dos pulmões. Ant. tart. tem a
estertoração grossa que pode vir após vários dias... Da mesma forma que
Ipecac., Ant. t. tem tosse e ânsia de vômito, mas somente no último estágio de
grande relaxamento, prostração e frialdade. Quando você ouvi-lo tossir, ficará
impressionado com a idéia de haver uma fraqueza profunda em seus pulmões.
Os pulmões perderam a força de produzir uma ação expulsiva, com a
inspiração profunda. Aqui o peito está cheio de muco e com estertores; a tosse
é estertorosa, mas o muco não é expelido ou somente numa pequena
quantidade que não alivia. Seu peito está cheio de muco e ele está, na
realidade, morrendo devido ao envenenamento de ácido carbônico por falta de
força expelidora.”
Ele diz: “Diferentemente de Aconitum, Bell. e Bry., cujos sintomas vêm
com violência, Ant. tart. apresenta o oposto, onde ocorre febre baixa, suor frio,
frialdade, relaxamento, aspecto hipocrático ... A maior parte dos casos graves
de bronquite e pneumonia morre no estado de, Ant. tart.
... Nas pessoas muito idosas que têm catarro no peito há anos, nas quais cada
resfriado forte traz catarro no peito, com muco branco e grosso e dispnéia, o
que as obriga a sentar-se e abanar-se, não conseguindo permanecer deitadas
devido à dificuldade de respirar e ao peito cheio, Ant. tart. as aliviará destes
ataques antes que cheguem à morte ___________________ 'Quando a expec
toração for amarela, está indicado Ammoniacum; Ant. tart. quando for branca, e
acompanhada de prostração, suor, frialdade, palidez e azula- mento da face.'”
Kent diz, mais adiante: “Ele não deseja intromissão ou ser perturbado.
Tudo é um peso. A criança, quando doente, não deseja ser tocada, que olhem
ou falem com ela. Quer que a deixem sozinha. O bebê sempre mantém um
tom choroso e de queixume. Está constantemente mal-humorado e mostra-se
muito irritadiço quando perturbado.
Perceba que com Ant. tart. o catarro é BRANCO.
“Na maior parte das queixas este remédio não tem sede. Em geral, nestes
ataques de dispnéia, os amigos do paciente ficarão ao seu redor com um
grande desejo de poder fazer alguma coisa, seja somente dar-lhe um copo
com água. O paciente mostra-se irritado se lhe é oferecido um gole de água.
Ele está perturbado e mostra seu aborrecimento. A criança soltará um
grunhido desgostoso quando a água lhe for oferecida. Ausência de sede com
todos estes problemas bronquiais, com descarga copiosa de muco e grande
estertoração no peito...
“Desejo de frutas ácidas e azedas, as quais o tornam doente. Problemas de
estômago decorrentes de vinagre, coisas ácidas, vinho ácido e fruta ácida.
Aversão ao leite e qualquer outro tipo de alimento, mas especialmente o leite
faz o paciente adoentar-se, causando náusea e vômitos.
“Com os sintomas de estômago e de intestinos há esta náusea cons
ANTIMONIUM TARTARICUM 73
tante, mas é mais do que uma náusea, é uma exlrema repugnância a qualquer
lipo de alimento, uma náusea com a sensação de que se colocasse alguma coisa
em seu estômago, ele morreria; não se trata de uma mera aversão à comida,
nem simplesmente uma náusea comum que precede o vômito, mas uma
repugnância total à comida. Pessoas compassivas, freqüentemente, querem que
ele se alimente, muito provavelmente porque ele passou o dia todo ou a noite
toda sem comer; mas só de pensar em algum alimento, sua respiração piora e a
dispnéia, a náusea, a repugnância e o sofrimento aumentam.”
Da mesma forma que a expectoração com Ant. tart. é difícil, o vômito
também “não é uma questão fácil com este remédio. Não se trata apenas de
abrir a boca e esvaziar o estômago de seu conteúdo. O vômito é mais ou
menos espasmódico. 'Ânsia violenta. Esforço para vomitar. Sufocação, tortura
enorme esforçando-se para vomitar.' O estômago parece entrar em um estado
convulsivo e é com grande dificuldade, depois de muito esforço, que se
consegue vomitar um pouco, depois mais um pouco e isto se mantém. 'Vômito
de qualquer coisa que estivesse no estômago, cora quantias dc muco.' Muco
viscoso, branco e grosso, às vezes com sangue... Pacientes idosos que sofrem
de gota, velhos alcoólatras, antigas constituições arruinadas. As crianças
também possuem constituições decaídas, como se elas estivessem
envelhecidas. Estes pacientes resfriam-se no peito, com grande estertoração e
necessitam deste remédio... Todas as formas d & Antimônio têm esta tendência
hidrópica, relaxamento e fraqueza. Ant. tart. é pleno disso.”
MAU HUMOR.
A criança deseja estarno colo (Cham,), chora se alguém a toca; não permite que
lhe tomem o pulso.
Visão embaçada e diminuída.
Palidez. Face pálida e encovada.
Dor de dente reumática do tipo intermitente.
Hiperemia catarral durante a dentição.
A criança nasce pálida, sem respiração, sufocada, mas o cordão ainda pulsa.
O muco provoca estertoração no peito.
Estertoração quando tosse ou respira.
A estertoração origina-se nos brônquios superiores e pode ser ouvida a uma
grande distância.
Muita estertoração na traquéia; não consegue expelir o muco. Respiração curta
devido à supressão da expectoração, especialmente se houver sonolência.
Respiração irregular, ora mais curta, ora mais longa, muito mais freqüente
quando se deita. Melhora quando a criança é levada ereta ao colo. Respiração com
grande ruído de catarro.
Sufocação ou opressão por volta das 3 da madrugada, devendo sentar- se para
obter o ar, melhora após a tosse e expectoração.
A tosse leva o paciente a sentar-se, ela é úmida e estertorosa, porém sem
expectoração.
76 ANTIMONIUM TARTARICUM
Pulso duro, cheio, forte; às vezes trêmulo; muito acelerado com qualquer
movimento.
Pulso rápido, fraco e trêmulo.
Grande desassossego. Agita-se com ansiedade.
Prostração e colapso.
Delírio furioso.
A criança não permite ser tocada sem chorar ou lamentar-se. Berra se for
observada.
Tremulações ante os olhos: - * faíscas ante os olhos.
Contrações convulsivas em quase todos os músculos da face.
Quase impossível engolir.
Grande desejo de comer maçãs.
Vomita até ficar debilitado.
Náusea, e então bocejos e lacrimcjamcnlo abundante, seguidos de
vômitos.
Abdome parece estar cheio de pedras, embora cie não tenha ingerido nada
e não sinta o abdome duro.
Pressão violenta no abdome, como se houvessem pedras, como se es-
tivesse repleto; torna-se muito pior ao sentar-se e inclinar-se para a frente.
(Coloc. melhora pela inclinação e pressão).
Sente como se ele fosse sufocar, na cama. Não consegue obter ar. É
obrigado a ficar sentado durante toda a noite.
Cerca de 3 horas da manhã, sufocada c oprimida, teve que se sentar para
respirar; somente após tossir e expectorar, cia se sentiu melhor.
Dispnéia: teve que se apoiar numa posição sentada na cama.
*Uma senhora muito doente com bronquite (da qual se lembra bem depois dc muito tempo), foi tratada
com Ant. tart. em várias doses baixas, que curiosamente provocaram faíscas de luz muito angustiantes,
frente aos olhos. “O que é isto? O que isto? Aqui, novamente!” Na sua fraqueza e sofrimento, estes
lampejos na vista pareciam-lhe terríveis. A ingestão da droga foi interrompida e não se ouviu mais falar dos
lampejos.
78 ANTIMONIUM TARTARICUM
V
J
(Foi através do abaixo exposto que se determinou a escolha d o Apis para o
nosso presente retrato do medicamento).
“Em 1847, a atenção do autor foi dirigida inicialmente a Apis mellifica
como um agente curativo através da seguinte cura exemplar:
“Um garoto, com cerca de 12 anos de idade, vinha sofrendo durante vários
meses de ascile e hidrotórax. Durante três meses ele havia sido tratado
inicialmente por médicos alopatas, para uma disenteria, acompanhada de
ascite, sendo depois tratado por vários meses por um médico ho- meopata.
Nenhum benefício permanente resultou de ambos os tratamentos e os sintomas
por fim tornaram-se tão urgentes, que fui chamado para uma consulta na qual
recorri imediatamente a uma punção para salvar o paciente do perigo iminente.
Novamente foram prescritos remédios homeopáticos apropriados, mas sem
debelar o curso avançado da doença. O paciente começou a acumular líquido
novamente com grande rapidez. A secreção de urina fora quase suspensa, a
pele estava seca e quente, o pulso rápido e fraco, a respiração curta e difícil,
havia grande sensibilidade no abdome, boca e garganta secas, sede, inquietude
e ansiedade excessivas, tosse curta irritante e uma quase total impossibilidade
de dormir.
“Neste estágio do caso, uma índia nômade - uma das poucas sobreviventes
da tribo Narragansett - sugeriu que a família usasse uma abelha melífera todas
as noite e manhã. Ela encerrava as abelhas em um balde de lata tapado e as
levava ao forno quente até que fossem mortas e então, após moê-las, fazia um
xarope que era fornecido ao paciente à noite e pela manhã. Depois de um
período de cerca de vinte e quatro horas, a pele tornou-se menos quente e mais
macia, a respiração menos difícil e mais livre, o pulso mais vagaroso e forte e
houve um aumento substancial na quantidade de urina. Daí para frente os
sintomas continuaram a melhorar constantemente, a efusão hidrópica diminuiu
dia após dia, até que ao final de poucas semanas o paciente estava
completamente curado.
“Esta foi a primeira cura de hidropsia por Apis que foi registrada. A partir
deste fato empírico - este usu in morbis, percebi que a profissão havia estado
alheia a um poderoso agente de cura e, por conseguinte, iniciei uma série de
experimentações e ensaios clínicos com Apis ...”
(Dr. E. E. MARCY e outros: Elements of a New Matéria Medica, p.
79
80 APIS
442.)
E Kent diz: “É estranho como as velhas mulheres sabiam, bem antes de
Apis ser experimentado, que quando o recém-nascido não urinava, elas
poderiam realizar a cura saindo à procura dc uma colméia, capturando
algumas abelhas, sobre as quais derramavam água quente e davam uma colher
de chá deste preparado ao bebê. Algumas coisas domésticas como esta têm
sido conhecidas entre as famílias e as babás e são consistentes, porque são
para os mesmos transtornos aos quais ministramos Apis*’
GUERNSEY diz: “As DORES são como picadas de abelhas, com a sede e
o ardor que as seguem. Urina escassa. Gritos agudos, estridentes e súbitos,
durante o sono ou ao despertar. Formam “key-notes” de valor incalculável
para o uso deste remédio.”
Apis tem sintomas bastante definidos e os tecidos que afeta também são
bastante definidos, bem como a forma pela qual a droga os afeta.
Ela afeta, segundo KENT, os revestimentos do corpo: não somente a pele
e as membranas mucosas, mas também os revestimentos dos órgãos
- as meninges do cérebro, o pericárdio; e sempre da mesma forma, com
APIS 81
W.S., aposentado por invalidez há algum tempo atrás, após 13 anos nos
trópicos com muita malária e muito quinino (60g ao dia). Veio em setembro
último com uma erupção por toda a pele que já durava três semanas. Prurido
excessivo: piorando à noite e com o calor; “coça e pica como se eu estivesse
deitado sobre uma cama de urtigas”. Ele rccebeuv4p/í CM.
Mais tarde ele me escreveu: “ A pele externa soltou-se em todas as regiões
afetadas, na forma de um pó branco. A pele nova é bem clara. A cura está
praticamente completa. Houve uma mudança total após as doses de Apis”
Apis é um excelente medicamento para garganta. Um medicamento para
difteria. Mas, sempre com o inchaço, o edema, a agravação pelo calor e as
dores que picam e queimam dc Apis (ou, ausência de dor, diz Nash).
Nash descreve a garganta de Apis: “Naqueles casos muito violentos e
rápidos de difteria, nos quais toda a garganta apresenta um inchaço ede-
matoso, a úvula pendurada como um saco transparente cheio de água e o
paciente em iminente risco de morte por sufocação devido ao fechamento real
da garganta e da laringe, não há remédio como>l/>ií. E nos mostra um caso
de sua experiência inicial.
“Alguns anos atrás fui chamado até Watkins Cílcn, N.Y., para uma
consulta num caso muito severo de difteria. Já havia uma morte na família e
quatro pessoas tinham morrido na localidade naquele dia. Mais de quarenta
casos com morte haviam sido registrados na região e muito estavam deixando
a cidade movidos pelo medo. O médico que a estava atendendo, um velho
homem nobre, de cabelos brancos e, sobretudo, bom e habilidoso, disse,
quando eu o observei e comentei que me julgava muito jovem para aconselhá-
lo: 'Doutor, coloco-me de joelhos para qualquer pessoa, pois todos que
contraem a doença têm morrido.' A paciente estava a dois quartos do local
onde conversávamos, mas eu podia ouvir sua respiração difícil assim mesmo.
Comparativamente, Apis era um remédio novo para aquela doença mas,
quando examinei sua garganta, em um instante vi Apis e poucas perguntas
confirmaram este diagnóstico. Disse ao médico o que eu achava e perguntei-
lhe se já havia feito uma tentativa com Apis, ao que ele respondeu: 'Não, não
pensei nisso, mas trata-se de um poderoso veneno do sangue;
experimente.'^/?/.? curou o caso e não houve um só caso onde ele tenha sido
prescrito e tomado, desde o início e com persistência, que resultasse em
morte. Era o remédio para o gênio epidêmico”.
Mas Apis afeta também a mente. O paciente Apis fica triste, choroso.
Deprimido, com choro constante. Não dorme por preocupações. Muito
irritado e é (com Lachesis e Nux) desconfiado e ciumento. Totalmente sem
alegria e indiferente. Mas, todos estes sintomas pioram com o calor, em quartos
quentes, por banho quente. Medo da morte. Medo de apoplexia.
Além disso, entre as peculiaridades de Apis, há a hiperestesia: “pior pelo
toque, mesmo nos cabelos”, diz Nash.
E aqui está uma dica de Nash: nas inflamações e febres, quando há calor
seco alternado com suor, pense em Apis.
V
J
Através de seus experimentadores, as drogas revelam sintomas estranhos e
característicos, mentais e físicos. E quando estes sintomas equiparam- se aos
sintomas estranhos e característicos, mentais c físicos, das pessoas doentes,
estas drogas curam. Quanto mais próxima for a correspondência, mais certa
será a cura.
Argentum nitrícum - nitrato dc prata - é a “pedra do diabo” ou “pedra do
inferno” da Escola Antiga, a qual não apresenta muitos usos para este, exceto
como um cáustico lunar (cristalizado), pois em doses alopáticas, ou quando
ingerido acidentalmente durante o processo de cauterização da garganta, ele
tornava as pessoas permanentemente azuladas - uma condição conhecida como
“argiria”. Entre nós, trata-se de um remédio precioso que não tem substituto.
As experimentações iniciais dc Argentum nitrícum, fornecidas na En-
cyclopedia de Allen estão, como veremos, principalmcntc relacionadas com
seus sintomas físicos, que são bastante definidos e sugestivos e têm
proporcionado esplêndido trabalho de cura nas condições estomacais, etc. Mas
outras experimentações, fornecidas no Guiding Symptoms de Hering, trazem
peculiaridades interessantes e exclusivas a nível mental e estas são nossas
indicações mais preciosas para o seu uso.
Os remédios, como nós homeopatas aprendemos a concebê-los, apre-
sentam-se como personalidades. Eles freqüentam nosso dia-a-dia e nos
confrontam com nossos pacientes. Tornam-se criaturas de temperamentos -
mentais e físicos. Eles possuem gostos e desgostos, desejos e aver sões;
sensibilidade às condições meteorológicas, bem como ao relacionamento com
os homens e o meio-ambiente. Concebemos seus terrores, reais ou imaginários
- suas estranhas obsessões. E na medida que isto sc encaminha assim, somos
capazes de aplicá-los com sucesso para o alívio de pessoas com idiossincrasias
e aflições semelhantes.
O nitrato de prata é um remédio de personalidade bastante vivida, bem
diferente dos demais. Ele tem fraquezas e auto-tormentos tão estranhos! - e
conhcccndo-o tão bem e tendo experimentado seu esplêndido poder de ajuda,
pode pareccr estranho dizer, mas o julgamos com algo semelhante à afeição.
A Escola Antiga não tem uma idéia de seu maravilhoso poder de for-
85
86 ARGENTUM NITRICUM
pode andar.
Fraqueza iretnulosa. Tremores e sensação tremulosa.
Convulsões.
Descoloração peculiar da pele, desde o cinza-azulado, violeta ou bronze,
até o preto.
Pele marrom, tensa e dura.”
Como foi dito, Arg. nit. é um dos grandes remédios para os terrores da
antecipação. Ele tem o pavor dos exames. Seu nervosismo por antecipação de
um compromisso futuro levará até a uma diarréia (Gelsemium). Um dos nossos
médicos desempenhou um grande papel com suas “pílulas para o pavor” - Arg.
nit. Os remédios da antecipação estão espalhados pelo repertório dc Kent, mas
juntamos os seguintes, que devem ser inseridos como uma rubrica: Y
íARG. NIT.,/l/x, Carbo veg., GELS., Lyc, Mcd, Pb., Phos. a., SIL. I ^
Arg. nit. tem também claustrofobia. Deseja sentar-se no último bancò, para
estar perto da porta, cm uma igreja ou teatro; precisa de uma saída fácil.
“Mesmo na rua, a visão de grandes casas sempre o deixa tonto e cambaleante:
a sensação é como se as casas de ambos os lados fossem se aproximar e
esmagá-lo.” Arg. nit. não pode olhar para baixo e nem para cima.
Aqui estão alguns sintomas curados ... “Ao andar, torna-se abatido com
ansiedade, que o faz andar mais rápido.” . . .“Freqüentemente acorda sua
esposa ou seu filho, para ter alguém com quem falar.”. . . “Medo de ficar
sozinho, porque ele pensa que vai morrer.”... “Ao andar, medo de ter um
acesso ou morrer, o que o faz andar mais rápido.”. . . “Idéia aflitiva de que
todos os seus empreendimentos fracassarão.”.. .. “Não trabalha, achando que
seria prrejudicial para ele ou que ele não é capaz dc agüentar o trabalho.
” . . . “Medo, ao passar por uma certa esquina ou edifício, de que ele caia e
provoque uma sensação: é aliviado ao tomar outra direção...”
* * * * *
Uma pobre menina de seis anos tinha tais terrores por antecipação. Quando
soava o sino na escola, ela colocava as mãos na cabcça e vomi- tava.Argentum
nit. terminou com este problema completa e prontamente e ela hoje vai à
escola contente.
Um garoto pequeno de 4 anos e9 meses estava curiosamente doente -
mentalmente. A história era a seguinte: teve sarampo aos 2 anos e depois
pneumonia dupla e (?) meningite. Ele “girava a cabeça” e tinha evidente mente
um acentuado opistótono (“estava curvado como um arco, para trás, entre a
cabeça e os calcanhares”). “Quando ele começava a andar, andava para trás”.
Tinha “noites terríveis, com muitos gritos” e ataques
90 ARGENTUM NITRICUM
Ele havia sido levado a abandonar seus estudos, mas os reassumiu e passou no
exame brilhantemente. Para uma pequena criança abandonada em um
orfanato, que sofria dc graves dores dc cabeça e não era capaz dc prestar
atenção em suas lições, dei uma dose única ácAethusa, em raros intervalos,
com grande alívio. O próprio garotinho pediu-me o medicamento, mais tarde,
quando os antigos sintomas voltaram.”
Com Argentum nit. a condição é de apreensão: doente de ansiedade em
relação ao que está à sua frente - medo do fracasso. Com Aethusa há
simplesmente a incapacidade dc prestar atenção ou de pensar.
A Homeopatia é bastante definida: mesmo que você rotule ambos como
“pílulas para o medo”, um remédio não agirá pelo outro!
r
ARNICA MONTANA
v__
92
ARNICA MONTA NA 93
Dores nos braços, como por contusões: braços fracos como se, con-
tundidos, por socos.
Dor como por uma entorse na articulação do pulso. Dores nos
polegares como se tivessem se chocado contra algo duro.
Dores como por uma torção nos quadris.
Além disso, alguns sintomas tifóides com fezes involuntárias durante o
sono; paladar e respiração pútridos; distensão do abdome, etc. e
seu estado mental típico.
T ambém, alguns sintomas físicos c mentais peculiares:
Nariz frio.
Cabeça com calor queimanle, com o corpo frio.
Esquecimento; ausência mental.
Súbito horror da morte instantânea.
Medo de ser tocado....
HAHNEMANN diz que Amica, “por esta razão, é bastante benéfica” (não
somente nos “traumatismos causados por contusões e lacerações graves das
fibras”), “mas também nos mais graves ferimentos por balas ou por armas
obtusas, nas dores e outros problemas conseqüentes da extração de dentes e nos
outros processos cirúrgicos, onde partes sensíveis foram violentamente
lensionadas, assim como após os deslocamentos das juntas, após alinhar ossos
fraturados, etc... E em alguns tipos de falsa pleurisia, Am. é bastante eficaz,
quando os sintomas correspondem.”
Para uso interno, ele recomenda a 30 a potência. Para uso externo, as partes
devem ser mantidas durante 24 horas umedecidas com vinho, ou brandy e
água, onde 5 a 10 gotas de Amica (não a o, mas CIO) foram bem misturadas.
É evidente que algumas doses de Amica para uso interno, após uma
extração dentária, é uma prática comum a todos nós.
Nota: - Amica pode produzir uma dermatite bastante feia, quando usada
externamente por muito tempo ou em doses muito fortes - até mesmo celulite,
quando aplicada em feridas onde a pele está dilacerada: nestes casos é sempre
melhor usar Hypericum. Provavelmente a primeira potência centesimal de
Hahnemann (Cl), seria sempre um aperfeiçoamento em relação à tintura - mãe,
comumente usada.
(4) Um outro médico, demasiado cansado mental e fisicamente, perdeu todo
o interesse por seu trabalho. Sua habitual autoconfiança desapareceu, então ele
começou a duvidar dc suas prescrições e imaginar se ele não havia prescrito
medicamento em excesso ou mesmo errado. Ele nunca tinha certeza se havia
fechado a porta ou apagado as luzes: ele precisava voltar para verificar.
Normalmente ele era uma pessoa bastante atenta e esta mudança mental o
estava preocupando .Amica 1.000 o fez ficar bem em poucos dias, restaurando
perfeitamente sua memória e sua autoconfiança.
(5) Uma pessoa que se cansava muito facilmente e que se abatia por um
dia de compras em Londres. A fadiga excessiva sempre significava uma noite
ruim, a menos que ela tomasse Amica. Uma vez ela tinha sido vacinada, e seu
braço ficou inchado e dolorido, com gânglios dolorosos nas axilas; e além
disso ela tinha tido um dia cheio na cidade. Então, à noite, ela tomou Amica.
Para sua surpresa ela não sentiu mais nenhum desconforto decorrente da
vacinação! (Amica é capaz de produzir celulite e condições sépticas e, neste
caso, aliviou prontamente.) Alguns dc nós prescrcvem-na sempre, com alívio
para o paciente, após uma vacinação. Ao contrário de Thuja, que aborta todo o
processo, Amica simplesmente alivia o desconforto, deixando as pústulas
seguirem seu curso normal.
(6) Duas garotas pequenas, de nove e cinco anos, trazidas ao hospital pela
polícia, após terem sido atropeladas por um taxi. Ambas estavam em coma e
paralisadas. Foram vistas por cirurgiões poucas horas após a admissão e, para
ambos os casos, eles disseram não haver esperanças. Foi utilizada Amica
internamente nas duas pacientes e na manhã seguinte elas estavam sentadas
tomando seu café da manhã.
(7) Um paciente escreve do Exterior: “Minha mulher esteve muito doente
aqui,... mas eu estou feliz em dizer que tudo vai indo muito bem. Em
Strasbourg ficamos espantados com o efeito d & Amica 1.000, toma-da seis
horas após uma dupla ovarieclomia com complicações. Phosphorus preveniu toda
náusea e choque c Amica tornou a morfina completamente desnecessária. Um
maravilhoso exemplo.”
(8) Um tornozelo gravemente torcido na escada, tarde da noite. A aci-
dentada foi bastante esperta ao se locomover; sentou-se, cuidadosamente
movimentou-se até a cama e tomou Amica. No outro dia, Amica e movimentos
sinuosos novamente, sentindo que o osso voltava para o lugar. Cerca de 24
horas depois já estava bem.
96 AR NICA MONTA NA
PICADAS DE INSETO
SINTOMAS EM NEGRITO
Meningite após lesão ou concussão, desde que não haja falta completa de
reação.
A poplexia sangüínea.
A cabeça parece muito grande.
Inflamação dos olhos, sufusões após traumatismos mecânicos.
Hemorragia da retina; acelera a absorção de coágulos.
Uma variedade de problemas dos olhos resultante de golpes e diversos tipos de
traumatismos; às vezes aplicada localmente (tintura diluída em água)eàs vezes dada
internamente.
Audição difícil após concussões.
Epistaxe.
Sangramento do nariz; precedido por formigamento; devido a causas
mecânicas; tosse comprida; tifo.
Dor de dente após cirurgias, obturações, etc.
Hálito pútrido da boca.
Eructações: freqüentes; vazias; amargas.
Vômitos de sangue coagulado vermelho-escuro, boca amarga; sensibilidade
dolorosa generalizada. A pós traumatismos.
Arrotos pútridos.
Dispepsia. Prolapso do ânus.
Flatos com mau odor; cheirando como ovos podres.
Evacuação involuntária durante o sono (também urina). Febres. Apoplexia, etc.
Disenteria com iscúria ou tenesmo do colo da bexiga com urgência infrutífera.
A indicação mais marcante éum longo intervalo entre as evacuações, a saber, de
quatro a seis horas.
Afecções da bexiga após traumatismos mecânicos.
Tenesmo decorrente de espasmos do colo da bexiga.
Urgência constante, enquanto que a urina é expelida involuntariamente, em
gotas.
Esforços freqüentes para urinar.
Epreciso esperar um longo tempo para que a urina seja expelida.
Retenção de urina decorrente de exaustão,
Iscúria com disenteria.
Micção involuntária à noite, durante o sono. Apoplexia. Tifo, etc.
Urina marrom com sedimento laterítico.
Hematúriapor causas mecânicas.
Urina grossa, com muito pus e alguns glóbulos de sangue, mas sem cilindros.
Nefrite.
Urina muito ácida, com aumento da densidade específica.
Pênis e testículos inchados, vermelho-arroxeados; após traumatismos. Fimose
devido a fricção; partes contundidas e muito inchadas.
98 ARNICA MONTANA
Concussões e contusões.
Pus oculto, sem dor.
Evita a supuração.
Hiperinoseéuma forte contra-indicação para Amica.
Septicemia; tendência às formas tifóides.
Mialgia;particulannente após esforço excessivo.
Gota e reumatismo.
In flamação da pele e do tecido celular; sensibilidade à pressão.
Qualquer lugar onde se deite, parece-lhe duro demais„
Torções, com muito inchaço, vermelho-azuladas, muito dolorosas. Após
contusões com instrumentos rombos. Irite.
Concussões; quedas; traumatismos mecânicos.
Contusões com lace rações.
Picadas de abelhas ou vespas; lascas.
Fraturas ajustadas e suas profusas supurações.
Pressão: dor no epigástrio piora; fígado sensível: baço doloroso; pontadas no
peito melhoram.
Traumatismos mecânicos; concussão do cérebro com inconsciência, palidez ou
sonolência; pulso fraco e intermitente; superfície fria, e outras indicações de
vitalidade diminuída devido a choque; ameaça de aborto; problemas ovarianos;
orquite; mastite, etc.
Muitas bolhas pequenas e dolorosas, uma após a outra; extremamente
dolorosas.
Acoa, Ipec., Veratr.; após APIS em hidroccfaãa.
Complementar de Acon.
Arsenicum é outro dos remédios homeopáticos muito importantes: o que
significa dizer, quando ele é dado nas potências homeopáticas para seus
próprios sintomas marcantes e característicos, previamente surgidos nas
experimentações e envenenamentos.
Recorda-se dc um homem, trazido ao nosso hospital à beira da morte,
envenenado. Alguém sabia, através dos sintomas, que o veneno crà Arsê-
nico ou Fósforo. O Dr. (agora Sir) Bernard Spilsbury disse, poucas horas
mais tarde, quando levava alguns órgãos para exame: “provavelmente é
Arsênico, que é o mais comum”, e demonstrou estar certo.
O homem jazia lá, profundamente amarelado, com convulsões de
tempo em tempo,totalmente inconsciente e regurgitando golfadas de
sangue escuro. Arsênico é um terrível veneno; é quase incrível que as pes-
soas inílijam tal morte a si mesmas ou aos outros! Envenenador e suicida
não são judiciosos. Nos envenenamentos lentos com Arsênico, os sinto-
mas são também incrivelmente cruéis: a náusea mortificante, vômitos e
evacuações, a angústia apavorante, medo e inquietude, combinados com
fraqueza e colapso... e é exatamente nos casos terríveis de sofrimento e
prostração similares que Arsênico faz seu mais rápido e brilhante traba-
lho curativo. Há anos atrás, num envenenamento por ptomaína, um me-
( dico homeopata nos deu Arsenicum. Temos observado sua magia abso-
( luta em outros envenenamentos por ptomaína.
Os horríveis sintomas e sofrimentos para os quais, nós homeopatas,
prescrevemos Arsenicum com confiança e alegria são: inquietude, desespero,
angústia insuportável, medo. Uma inquietude que faz o paciente não padecer
em um quarto, em uma cama. Além disso, há uma prostração totalmente
desproporcional à aparente condição. Tais casos são de prognóstico ruim, em
qualquer doença, a menos que Arsenicum seja ministrado, em potência
homeopática.
Acerca do sintoma: “Ele não é capaz de sossegar em lugar algum, tro-
cando de posição continuamente na cama; ele sai de uma cama para outra e
deita-se ora aqui, ora ali”, Hahnemann diz em uma nota de rodapé: “Di-
ficilmente ocorre tão marcadamente em qualquer outro medicamento Neste caso
lembranos do efeito do ataque de um Zeppelin sobre uma das pacientes no
hospital, nos dias iniciais da Grande Guerra. Ela ficou
r
100
f
ARSENICUM 101
em desvario por horas e não podia ser apaziguada. Ela não queria ficar ali!
Mas, para onde ela iria? Se ela fosse para o interior, eles poderiam ir para lá! E
assim por diante, até que uma dose dcArsenicum a deixou quieta e
tranqüilizada, ao nível dos demais pacientes - tanto quanto os Zeppe- lins
permitiam...
A respeito dos sintomas: “Vertigem violenta, exaustão total, vômitos
contínuos, hematúria e extinção rápida da vida”, Hahnemann refere-se em uma
nota de rodapé: “Gehlen morreu assim pela inalação de hidrogênio arsenioso.”
E mesmo em relação aos seus mais triviais sintomas, tais como: “Por conta
de náusea e mal-estar, ele deve se deitar pela manhã”; “dor repuxante entre as
escápulas, que o leva a deitar-se”; “a perspiração o deixa exausto quando ele
se deita na cama, levando-o quase a uma síncope”, etc., Hahnemann nos dá
uma nota de rodapé muito significativa: “Aqueles sintomas são de um carácter
não tão importante, mas, por outro lado, afecções triviais que induzem a uma súbita
e completa perda da força é uma peculiaridade característica e muito importante de
Arsenicum.
Do sintoma: “Catarro noturno que provoca obstrução, ameaçando de
sufocamenlo”, Hahnemann diz em uma nota de rodapé :“Eu me curei ra-
pidamente com Arsenicum de um catarro sufocante similar que se agravava à
noite após me deitar, o que me levava quase à morte. A dose que usei foi tão
diminuta que ia além de qualquer crença. Certamente os outros sintomas da
minha doença também se encontravam entre os sintomas d & Arsenicum
Arsenicum é um dos nossos grandes remédios para a asma e os sintomas
asmáticos estão bastante manifestos nas experimentações... “Sensação de
constrição no peito: respiração dolorosa; opressão no peito; dificuldade para
respirar; lamentação comovente, uma ansiedade insuportável e uma sensação
muito opressiva no abdome impede a respiração; recorrência freqüente de
rigidez no peito, etc.” A respeito deles, Hahnemann diz: “Como os sintomas
não são observados com magnitude em qualquer outro medicamento
conhecido, fica evidente que Arsenicum é homeopático para a inflamação do
peito, portanto, pode curar especificamente e assim o faz.”
Em relação aos sintomas “tristeza, inquietude e agitação na cama, com
sede insaciável”, ele diz: “Isto foi provocado por aplicação externa (de
arsênico) na cabeça de duas crianças. A morte se deu em dois dias, quando se
revelou uma inflamação nos pulmões e grande inflamação no estômago e intestino
delgado.”
Quando Hahnemann criticava as condutas erradas de sua época, ele
descrevia o sofrimento, que chegava até mesmo à morte, de pessoas às quais
Arsênico havia sido aplicado em suas úlceras. Ele diz acerca de um paciente:
“Arsênico usado em uma bolsa sobre o peito nu, por quatro dias,
102 ARSENICUM
produziu tanta ansiedade que ele freqüentemente desmaiava, além dc uma dor
violenta e pontos pretos no local.”
Arsênico não é ácido somente à mentalidade, devorando o descanso, a
esperança e a segurança, mas todas as suas secreções e descargas são acres e
corrosivas. Lágrimas e secreções oculares ácidas, descargas nasais ácidas,
leucorréia ácida, descargas acres, queimantes c corrosivas que provêm de
úlceras, as quais constantemente sc estendem mais na circunferência do que
em profundidade.
Suas dores características são ARDENTES, aliviadas pelo calor. Dores
ardentes na cabeça; olhos; narinas; boca; garganta; estômago; intestinos;
hemorróidas; bexiga; uretra; ovários; genitália em geral; seios; peito; ao redor
do coração; na espinha; costas; veias; úlceras e pele; no câncer; antraz;
carbúnculo, etc. As veias ardem como fogo, especialmente à noite.
Arsenicum tem períodos de agravação bem marcados. Periodicidade.
Sintomas e sofrimentos diferentes em horas ou estações diferentes. Mas seu
horário especial é à meia-noite e após a meia-noite. Toda a noite, mas, após a
meia-noile e, principalmente, à 1 hora da manhã.
Arsenicum tem uma ação de grande alcance, das queixas mais ou menos
triviais e comuns, até as mais terríveis, como já vimos. Ele tem seu lugar na
caixa de medicamentos do berçário e também no tratamento das doenças mais
sérias, no alívio da dor e sofrimento, mental e físico, das doenças onde não há
mais esperança. É um dos nossos grandes remédios para o herpes-zóster.
Provocou e já se mostrou muito valioso no tratamento do edema e da ascite,
merecendo o nome de “trocarte homeopático”. Porém, sempre, os sintomas
cardeais áe, Arsenicum devem estar presentes: angústia, inquietude, prostração e
as dores ardentes que são aliviadas pelo calor.
Hahnemann diz: “Um médico homeopata sensível não dará este remédio,
mesmo na dose mais diminuta, a menos que ele esteja convencido de que os
seus sintomas peculiares possuam a maior semelhança possível com os da
doença a ser curada. Quando isto ocorre, certamente que ele será eficaz...
“Tal emprego âc Arsenicum tem mostrado seu poder curativo em inúmeros
estados da doença: entre eles, vários tipos de febres cotidianas e in-
termitentes; nas veias varicosas; nas pontadas no esterno; nos vômitos após
quase todos os tipos de alimento; perda de sangue cxccssiva no período
menstruai e outras desordens relacionadas; na constipação; na leucorréia acre
e escoriações causadas por ela; nas endurações do fígado; opressão do peito
ao subir uma ladeira; cheiro fétido que é exalado da boca: sangramento das
gengivas; hemoptise; dor no esterno; gastralgia; contrações; dores penetrantes
e repuxantes pela face; sonolência no início da noite; calafrios à noite e
estiramento dos membros, com inquietude temerosa; dificuldade de pegar no
sono e desperta-se durante a noite; can-
ARSENICUM 103
saço nos pés; dor contusa na junta do joelho; erupção pruriginosa no joe lho;
dor na parte arredondada do artelho maior do pé; dor penetrante e dilacerante
no quadril, virilha e coxa; dores noturnas repuxantes e dilace- rantes que vão
do cotovelo até o ombro; inchaço doloroso dos gânglios in- guinais, etc.”(Mat. Med. Pura)
Casos surpreendentes cora sintomas típicos de Arsenicum podem ser
relembrados, onde este medicamento produziu curas: febres recorrentes;
vômitos após quase todo tipo de alimento; envenenamentos por ptomaí- na;
condições asmáticas; gastralgia; neurite facial após herpes, tais neuri- tes em
quaisquer outras localizações, etc. Arsenicum, conforme a preparação
homeopática, age rápida c curativamente em todos os tipos de doenças e
condições onde os sintomas apontam para ele; até mesmo no alívio das dores,
prolongando a vida, indefinidamente, de modo espantoso, em alguns casos
inoperáveis de carcinoma.
* * * * *
GUERNSEY diz a respeito dcArsenicum: “Encontramos muita angústia no
paciente e, quanto maior é o sofrimento, maior a angústia. Uma grande
inquietude, que é demonstrada através de uma agitação ansiosa, cada
movimento seguido de exaustão. O paciente não sente exaustão quando está
deitado imóvel, mas tão logo faça um movimento, surpreende-se com a sua
fraqueza. Sensações de intenso ardor, como se produzidas por carvões em
brasa, habitualmente são referidas na cavidade abdominal. Medo da morte:
não é o medo dc Aconitum, mas uma ansiedade, e uma sensação de que é inútil
tomar qualquer medicamento, pois os pacientes estão seguros de que irão
morrer...”
Pode-se observar que a homeopatia trata condições doentias e não nomes
de doenças. Não há doença, simples ou grave, que Arsenicum não possa curar,
desde que os sintomas da droga e da doença concordem entre si.
KENT diz que: “Desde o tempo de Hahnemann até os dias atuais este tem
sido um dos policrestos, um dos mais medicamentos freqüentemente indicados
e um dos mais extensivamente usados. Na Escola Antiga é amplamente
abusado, na forma da solução de Fowler.
“Arsenicum afeta todas as partes do homem: ele parece exagerar ou
deprimir quase todas as suas faculdades, excitar ou perturbar todas as suas
funções... Possui certas características marcantes e predominantes: ansiedade,
inquietude, prostração, queimação e odores cadavéricos. A superfície do corpo é
pálida, fria, viscosa e suada, e o aspecto é cadavérico.
“O paciente Arsenicum com este estado mental está sempre gelado,
permanece ao redor do fogo e todas as suas roupas não são suficientes
104 ARSENICUM
* * * * *
NASH nos dá os sintomas característicos de Arsenicum, do seguinte
modo:-
“Grande angústia e inquietude, indo de um lugar a outro.
Grande e súbita prostração; declínio da força vital.
Dores ardentes intensas.
Sede intensa: bebe freqüentemente, mas pouco. Água fria lhe faz mal.
Vomita e evacua simultaneamente: pior após comer e beber.
Dispnéia pior ao movimentar-se, especialmente em sentido ascen-
dente.
Pior: pelo ar frio (exceto nas dores de cabeça); por coisas frias;
aplicações frias; da 1 às 3 horas da madrugada; pelo movimento.
ARSENICUM 105
SINTOMAS EM NEGRITO
(Grande peso na cabeça, que passa ao ar livre; mas retoma tão logo ele entra
no quarto).
Olhos ardentes.
ARSENICUM 107
110
ASAFOETIDA 111
SINTOMAS EM NEGRITO
* * * * *
Dr. CLARKE fornece um pequno retrato excelente de Asafoeíida. “Os
sintomas de Asafoeíida apresentam um quadro quase perfeito de histeria do
tipo floatulento. Peristaltismo reverso do estômago e intestinos. Distensão
abdominal excessiva e sensação como se qualquer coisa no abdome fosse
estourar através da boca. Após eructos vazios, há na boca um forte gosto
rançoso... Muitas das eliminações são fétidas; fezes aqüosas de odor muito
desagradável, profusas e esverdeadas: flatos fétidos ... o cheiro fétido da droga
pode ser considerado uma de suas “signaturas”... As afecções periostais
terminam em úlceras que são tão sensíveis, que é impossível suportar alguma
roupa...” (Hep.)
* * * * *
GUERNSEY diz: “Uma grande sensibilidade, hipersensibilidade,
especialmente naqueles cujo sistema venoso predomina sobre o arterial. Afeta
a região hipocondríaca esquerda, abdome esquerdo, lateral esquerda do
pescoço e nuca, extremidades superiores e inferiores esquerdas, ouvido
esquerdo. Sintomas gerais do lado esquerdo.
“Insatisfeita consigo mesma. Queixa-se de seus problemas.
“Eliminações fétidas ou purulentas pelos ouvidos; esverdeadas e fétidas
pelo nariz. Ozena.
“Gosto gorduroso subindo na garganta. Repugnância; inclinação ao
vômito... Pulsações na boca do estômago, perceptíveis ao toque e mesmo ao
olhar.”
ASAFOETIDA 113
* * * * *
Asafoetida é, portanto, uma droga de localizações e modalidades muito
definidas. Atua sobre a mente, os nervos, os órgãos especiais do sentido, o trato
digestivo, o periósteo e, especialmente, o lado esquerdo. Curioso como algumas
drogas escolhem o lado direito, outras o lado esquerdo do corpo. POR QUE?
Mas é assim também como os pacientes, alguns vêm com todos os problemas
no lado esquerdo, outros no lado direito. Um estudo destes remédios é sempre
útil na prescrição.
As drogas, em negrito, especialmente relacionadas ao lado esquerdo são:
ARG.N, ASAF, ASAR, CAPS, CINA, CLEM, CROC, EU- PHORB, GRAPH,
KRE, LACH, OLEAND, PHOS, SELEN, SEP. eSTANN.
Já com o lado direito, as drogas especialmente relacionadas são: ARS,
AUR, BAPT, BELL, BOR, CANTH, LYC, PULS, RAN. B, S ARS, SEC. e
SUL. AC.
Há outras especialmente relacionadas aos lados esquerdo ou direito, como
APIS, ARG, BRY, CALC, CHEL, COLOC, RAN. S. e SULPH.
Alguns (mas todos os conhecem) começam no lado direito e atravessam
para o lado esquerdo, como LYC.; ou começam do lado esquerdo e atravessam
para o direito, como LACH.; ou vão de um lado para outro e então retornam,
como LAC. CAN. Já se viu isto ocorrer em garganta, na difteria e, como na
última variedade, na dor ovariana. Há muitas coisas tão interessantes e
intrigantes na homeopatia e que auxiliam na prescrição.
O paciente Asafoetida (isto é, o paciente mais afetado pela ação de
Asafoetida e, por esta razão, mais sensível à sua ação curativa) é descrito como
sendo de aparência pictórica, face balofa, inchada, até mesmo hi- drópica -
“intumescida, venosa, arroxeada”. Kent refere-se a “uma face problemática,
sugerindo um distúrbio cardíaco e estase venosa”. (Estes pacientes têm
sensibilidade extrema que faz você pensarem remédios como Hepar). “Gordos,
flácidos, arroxeados e extremamente sensíveis à dor, cheios de histeria.” Tais
pessoas podem ter úlceras, extremamente sensíveis e malcheirosas. Periostite,
especialmente da tíbia (Asaf. é uma das drogas que afetam a tíbia, rivalizando
com AGAR, LACH, RHUS, etc. e DROS.). Conta-se um caso grave com a
doença de Paget, na tíbia, com dor atroz, onde nenhuma destas drogas ajudou,
mas DROS, com sua dor em ossos longos, agiu maravilhosamente, conseguindo
aliviar a dor e restaurando o sono. Ninguém parecia ter imaginado o poder de
Drosera nas doenças dos ossos, exceto Hahnemann! Vale a pena obter um
exemplar da Matéria Medica Pura, agora que foi republicada em fac-símile a
um preço acessível. E um livro que ninguém pode ficar sem em qualquer lugar!
Asafoetida é um dos rémedios das “feridas antigas, quando elas ficam
114 ASAFOETIDA
* * * * *
Continuemos citando KENT, em seu retrato magistral da droga, con-
densando-o:
Cheio de eliminações: catarrais, aqüosas, dc diferentes lugares, até mesmo
fezes aqüosas. Todas estas descargas são horrivelmente malcheirosas e serosas.
Descargas sangüíneas horrivelmente desagradáveis, a partir do nariz, olhos,
ouvidos, peito, intestinos, aberturas fistulosas, úlceras... A pessoa fleumática
que é arroxeada, não ganha a compaixão dos outros ao ficar doente e fica
enlouquecida com as horríveis descargas fétidas. Mesmo a eliminação dos
olhos pode ser sanguinolenta e fétida.
A maior parte das dores parecem perfurar, como se elas se estendessem do
osso à superfície - de dentro para fora.
A dormência é uma característica geral deste remédio. Dormência do couro
cabeludo ou dentro da cabeça; sensação mortal de dormência relacionada à
dor (Cham., Plat.). Freqüentemente há dormência após o sono. Dormência do
nariz.
Histeria: a bola que sobe como no globus hystericus. Afecções histéricas e
coréicas do esôfago c traquéia. Esta “massa na garganta ou sufocação” é uma
espécie de espasmo histérico do esôfago.
Estômago - Se você já viu um caso típico dcAsaf, você ficou curioso por
saber de onde vem todo o ar. Ele cresce em volumes: espasmos coréi- cos do
diafragma, com expulsão de gases como o som de pipocas estourando a quase
cada segundo. Arrotos altos; eructações altas de ar vindo do estômago... flatos
não vão para báixo, mas para cima... sempre terrivelmente ofensivos.
Metcorismo. Fezes líquidas dc odor muito desagradável.
Asaf. é um dos remédios que apresenta agravações noturnas.
* * * * *
A direção de Asaf. portanto é de dentro para fora. O coração parece super
cheio, a ponto de estourar. Sente o nariz também como se fosse estourar.
Distensão abdominal, como se tudo no corpo fosse estourar pela boca.
Asaf. possui um sintoma não observado em qualquer outro lugar, mas que
se encontra registrado nos envenenamentos, na Cyclopaedia of Drug
Pathogenesy: “torções ondulantes nos músculos.” Isto foi visto recentemente
enquanto realmente se confirmava a droga numa paciente; torções ondulantes,
especialmente no braço; ondulações nos músculos do braço na frente e atrás.
A paciente parece ter visto estas ondas, mais do que as sentido. Ela tomou
Asaf. com bom resultado. Especialistas em nervos,
ASAFOETIDA 115
AURUM
?! i
* “Em nossos dias, a Escola Antiga de medicina tendo descoberto o ou ro coioidal, utiliza-o para um teste
sangüíneo na sífilis; também na forma de Sanocrysin, um tiossulfato de ouro e sódio, que “pode ser usado
nos casos de pacientes” (com tísis pulmonar) “que não tenham reagjdo bem a outras formas de tratamento”.
É ministrada uma dose intravenosa- mente, “de acordo com o peso do paciente e o caráter das lesões”
(TAYLOR; Practice of Medicine, 1930.). Nos livros-texto mais velhos não é feita qualquer menção ao Ouro!
Mas mesmo assim o ouro não é mostrado com a precisão e o conhecimento de Hahnemann, em resposta
ao chamados dos sintomas, para aumentar a resistência do paciente e despertar a reação curativa, mas
meramente com a idéia de destruir os bacilos dos tubérculos - a dose de acordo com o peso do paciente e o
caráter das lesões! A medicina tem um longo caminho a ser percorrido, para se alcançar Hahnemann!
116
AURUM 117
Ele não consegue respirar pelo NARIZ, pela ulceração, aglutinação e dornas
narinas. Ambas as narinas doloridas.
Osso nasal direito e parte vizinha à mandíbula superior doloridos ao toque.
Coceira interna nas narinas.
Úlceras sijilíticas no palato e garganta.
Acordado por dores nos OSSOS; o sofrimento é tão grande que ele se
desespera: não deseja viver.
(Muitas dores nos ossos e nos membros são detalhadas.)
Dores nos joelhos como sc tivessem sido fortemente amarrados.
V )
122
BAPTISLA TINCT0R1A 123
gripe, em uma judia. Ele achou que ela fosse morrer. Ela estava escura, quase
roxa na face, com a sonolência de Baptisia. “Baptisial” “Mas eu possuo
somente a tintura-mãe.” “Por que não ? Dê-lhe esta mesmo!” E em poucas
horas ela estava fora de perigo e teve uma rápida recuperação, conforme o
relato.
Outro caso, menos grave. Ele estava com a face vermelha, entorpecido e
sonolento (subitamente, pela manhã), incapaz de levantar-se ou mostrar
qualquer interesse, suas palavras acabavam em sonolência, a temperatura era
alta. Exatamente um ataque súbito de gripe, do tipo Baptisia. Felizmente tomou
este remédio, encontrando-se praticamente bem naquela mesma tarde.
Na “gripe gástrica”, Baptisia parece-me praticamente específica. Como
neste caso: ataque súbito de diarréia violenta e vômitos - assustadora e
subitamente doente - e uma viagem a ser feita! Baptisia foi prescrita e à tarde a
viagem foi realizada com sucesso, pois o problema teve um fim abrupto.
Este é o quadro clínico: início súbito, prostração e aflição repentinos,
condições aparentemente dc quase desespero, eis os sintomas de Baptisia, que
produzirá uma recuperação súbita.
Cada medicamento tem sua tarefa própria, pode realizar aquela tarefa e
nenhuma outra. Como um amigo na hora do aperto, vale a pena conhecer
Baptisia í
* Uma semelhante consciência dual (física) ocorre com Pyrogen e Petrol; e uma mental com Anacard.
BAPTISIA TINCTORIA 125
calidade onde houve casos muitos graves deste tipo de febre, durante a guerra
de 1914-18, é lembrado. Esta paciente mostrou grande ansiedade, até que: “Ça
va si bien, Mademoiselle! si bien.” O sintoma, “diz sentir-se bem, quando está
desesperadamente doente”, levou à prescrição dcAr- nica que curou o caso.
Amica não tem a sonolência, a vermelhidão, a condição estupefata de
Baptisia, embora ambas tenham marcadamente a sensação de cama dura.
(,Pyrogen.)
Baptista tem a sensação do,Amica, “por todo o corpo como se contundido
ou golpeado.” Um experimentador descreve: “Deitado em uma posição por
poucos minutos, ou sobre as costas, isto causou uma dor muito forte na região
sacral, como se eu estivesse deitado no chão duro durante toda a noite e
induziu a convicção de que se continuasse por pouco tempo naquela posição
produzir-se-ia uma escara; quando voltando-se para o outro lado, a mesma
sensação foi produzida sobre os quadris.” (Baptisia deve ser útil nas escaras).
Estupor: cai no sono enquanto alguém lhe fala ou ele está respondendo a uma
pergunta; sono pesado até levantar-se; acorda para pegar no sono novamente
nomeio de sua resposta, que em vão tenta terminar.
Confusão de idéias. Confusão como se estivesse bêbado.
Ela não consegue dormir, porque não é capaz de reunir suas partes.
Sente-se espalhada ao redor e debate-se procurando reunir seus pedaços.
Aversão ao esforço mental. Indisposto a pensar: a mente parece fraca.
Sensação de contusão no occipício.
Face amarelada: vermelha-escura; com expressão de estupefação; ruborizada;
escurecida.
Manchas nos dentes e nos lábios; língua ulcerada.
Odor fétido ria boca (Merc.).
Fauces vennelhas-escuras; úlceras escuras e pútridas... incomum ausência de
dor.
Amídalas epalato mole inchados, não acompanhados de dor.
Somente pode engolir líquidos. O mínimo alimento sólido faz engasgar.
Esôfago sente-se constrito de cima para baixo no estômago.
Paralisia dos órgãos de deglutição (Gels.)
Região ilíaca direita sensível.
Músculos abdominais doloridos à pressão, com dor aguda intermitente.
Diarréia fétida, fatigante, causando escoriações.
BAPTISIA TINCTORIA 127
violenta, dor de cabeça violenta, dores pulsantes violentas, delírio violen- to,
mania violenta, sobressaltos e contrações violentos e convulsões violentas.
Bell é um remédio de condições agudas e súbitas, como Acon., mas
bastante diferente deste último em seus sintomas. Falando grosseiramente,
Aconitum é um turbilhão na circulação; Belladonna é um turbilhão no cérebro; da
mesma maneira que Chamomilla provoca e cura transtornos associados com
um turbilhão no temperamento.
Os sintomas cardinais da inflamação, como nos ensinaram, são calor,
rubor, inchaço e dor. E todos estes sintomas estão presentes em Belladonna em
um grau violento; por isso Belladonna é paliativa nas inflamações em geral e
irá modificá-las, mas é curativa somente quando os demais sintomas
concordarem. Por exemplo, nas inflamações do pulmão e pleura, seu retrato da
doença, como já mostramos, é facilmente distingüível daquele de Bryonia,
Phosphorus e dc outros remédios. É a “totalidade dos sintomas característicos”
que tem de ser levada em conta, se uma cura rápida e notável é o resultado
esperado. Curas rápidas na pneumonia? No herpes? Como você pode curar
rapidamente uma pneumonia com consolidação? Um herpes com extensa
erupção vesicular? Com o remédio certo, pX£ÇO££meftt£,_& pneumonia
deixará dc se desenvolver, não chegando a consolidar-se. Mas assim mesmo,
uma queda súbita na temperatura e pulso, a possibilidade rápida do paciente
descansar e dormir, o bem-estar súbito, quando o paciente pede comida, o
jornal, conversa e sorri, tudo isto anuncia a cura, mesmo que os pulmões
levem dias para se recuperar. Da mesma maneira ocorre com o herpes: a dor; a
vermelhidão, a inflamação subitamente se vão, as vesículas estão se secando,
são simples crostas que não trarão mais problemas. Nas doenças agudas o re-
médio homeopático necessário declara-se inconfundivelmente e quase
BELLADONNA 129
trosa, vcrmclha-brilhantc.
Belladonna tem inchaços rápidos: “como se fosse estourar.”
Há também latejamentos - pulsações violentas: “um verdadeiro turbilhão:
um terremoto. Tudo é sacudido quando o paciente precisa de Bel- ladonna”
“Um dos remédios mais dolorosos”: as dores vêm subitamente e vão
subitamente.
Movimento, para Belladonna, significa sofrimento violento: sensação que a
cabeça vai estourar, que os olhos estão sendo pressionados para fora; dores
martelantes.
Há piora com o toque, que excita a pulsação violenta.
r« * mé
acompanhavam.
Tamanha fúria (com calor ardente no corpo, olhos abertos, fixos e imóveis) que
exigia que ela ficasse constantemente amarrada, para que não atacasse alguém;
assim amarrada, sem poder movimentar-se, ela cuspia continuamente nos que a
rodeavam.
A face estava vermelha, a cabeça quente, o olhar parado e selvagem; pupilas
dilatadas; as artérias do pescoço e da cabeça com pulsação visível.
A noite ele foi atacado por um delírio tão violento que foram necessários três
homens para contê-lo. Sua face estava lívida; seus olhos injetados e protrusos; as
pupilas muito dilatadas; as artérias carótidas pulsando violentamente; um pulso
freqüente, cheio e duro, com perda da capacidade de engolir.
Grande intolerância à luz e ao barulho.
Ele procurava constantemente sair da cama. Quando colocado na cama ele saía
novamente em delírio, falando o tempo todo, rindo e exibindo perda completa da
consciência, não reconhecia seus próprios pais.
Náusea.
Todo o abdome dolorido por muito tempo, como se estivesse todo em came viva e
ferido.
Sensibilidade excessiva do abdome, que não pode suportar o menor toque.
Pressão cortante violenta no hipogástrio, ora aqui, ora ali.
Ele tem sobressalto como se estivesse assustado e acorda tão logo tenha
adomiecido.
Sobressalta-se como num susto, sentindo como se estivesse caindo em abismo
(Thuja), o que fez com que ela tivesse violentos tremores.
Sono muito inquieto.
À noite os garotos tomavam-se inquietos, falavam irracionalmente e permaneciam
na cama com dificuldade.
A criança agitava-se, dava chutes e discutia durante o sono.
A temperatura da cabeça está muito alta.
Pele quente, seca e vennelha-escarlate, mais intensamente na face e orelhas.
Calor ardente dentro efora.
* * * * *
Qualquer que seja o mal-estar, dor de cabeça, febre ou inflamação, onde há calor
ardente, vermelhidão e dor que não suporta a pressão, abalo ou movimento, pense em
Belladonna.
* * * * *
Mas, depois disso tudo, quem sonharia que Belladonna fosse um dos
remédios mais comumente utilizados nos berçários?
Como FARRINGTON colocou: “O cárater da doença de Bell. é agudo,
súbito e violento. A rapidez extrema de seu iníciodeveimediatamente sugerir
Belladonna.''' (Ou Aconitum, ele poderia ter adicionado: mas seus sintomas são
muito diferentes, como já vimos.) “Por exemplo”, ele diz, “a criança está
perfeitamente bem quando vai para cama. Poucas horas mais tarde é acordada
com sintomas violentos, tremores nas pernas, irritação do cérebro e gritos
durante o sono. Todos estes sintomas sugerem Belladonna (Mas para completar
o quadro, ele poderia acrescentar que nestes casos a face é vermelha, a cabeça
quente e as pupilas grandes.)
E importante consultar e referenciar-se em vários de nossos prescrito- res
talentosos, porque um deles captou de forma mais completa a essência
136 BELLADONNA
e teve mais experiência com um remédio, um outro com outro remédio. Por
esta mesma razão é melhor ler e estudar a mesma droga em vários livros, para
obter esclarecimento da pessoa melhor qualificada para fazê- lo. ^Selecione
obras de várias mentes, se você deseja se nutrir e estimular sua própria
inteligência.
Nós citaremos um pouco de Farrington (ClinicaiMatéria Medica)...
Nos casos de envenenamento por Belladonna, a boca e a garganta são
aflitivamente secas, obrigando a esforços freqüentes para engolir, com es-
pasmos sufocantes das fauces e glote. A sede é violenta, sendo que a água
agrava: vertigem, confusão, alucinações e, finalmente, estupor. As pupilas
estão tão dilatadas que quase obscurecem a íris. Café forte é o melhor antídoto,
é claro que após os esforços para expulsar o veneno ou as frutas silvestres que
foram ingeridas.
... Nossa sintomatologia das experimentações e envenenamentos nos
capacita a empregar a droga com certeza matemática, tanto quanto a sua
escolha é correta...
É mais adequada às pessoas dc hábito pletórico, sujeitas a congestões,
especialmente na cabeça mais do que em qualquer outra parte do corpo.
Adequada também às crianças precoces, com cabeça grande e corpo pequeno
... elas aprendera rapidamente; o sono não é natural; cabeça quente; as
bochechas vermelhas; gritam durante o sono...
Belladonna é usada freqüentemente no tratamento de convulsões. A
epilepsia é rapidamente modificada por ela e, às vezes, curada. Os espasmos
nas crianças durante a dentição, por erupções suprimidas, etc. mantêm o
remédio numa demanda quase diária. Em todos esses casos, os sintomas
cerebrais devem estar presentes: cabeça quente, face ruborizada, carótidas
pulsantes, sobressaltos assustados durante o sono, e a boca espumando e com
odor de ovos podres...
As convulsões, particularmente nas crianças, são violentas, distorcendo o
corpo de todas as maneiras concebíveis, predominando o opistótono.
Quando fecha os olhos, o paciente está apto a ter visões anormais,que
usualmente desaparecem ao abrir dos olhos... ou uma sensação de queda ...
como quando uma criança subitamente acorda do sono, agarra o ar e treme
como se fosse por medo...
veis ao frio, que não podem suportar a que o descubram minimamente, que
são bastante sensíveis ao movimento das cobertas e melhorara com o calor.
“A marca e o caráter de Belladonna está em seu estado reumático, como ela
está em todas as suas demais queixas. É o paciente que recebeu de Belladonna
aquele caráter nas experimentações; é o paciente que dá à doença aquele
caráter quando ele a possui e é somente o cumprimento da Lei dos
Semelhantes, quando estes se combinam e o remédio aniquila a doença.”
V )
Clarke fornece suas relações com outros remédios, que são altamente
sugestivos quanto ao seus usos. Ele diz: “Compare Am., Calend., Hyperic., Con.,
Ars., Hamam., Vanad. O que significa: se não encontramos indicação de um
destes vulnerários, próprios para curar feridas, podemos sair para os campos
durante sua estação - que é bastante longa - para obter ajuda das florzinhas com
as quais nossos dedos de crianças costumavam brincar. Você pode ter de
escalar o Monte Leith para obter Chelidonium', ou atolar seus pés nos pântanos
paracoüierEgum^wm, para os problemas urinários. Mas enquanto muitas ervas
preciosas são difíceis de serem colhidas ou reconhecidas, ninguém pode se
enganar ou deixar passar a desagradável urtiga ou a onipresente margarida, que
dá alegria aos prados e campinas de qualquer região.
Os poetas têm amado esta flor. Para Shakespeare, são as “margaridas
multicolores” (malhadas como um tipo de pombo doméstico), enquanto que
Tcnnyson faz com que o amante desafortunado de “Maud” cante assim:
139
140 BELLÍS PERENNIS
uma planta comum que nasce aos nossos pés em todos os lugares merece ser
melhor conhecida. Pessoas com alguma experiência bem sabem dos efeitos
nocivos da ingestão de bebidas geladas quando o corpo está quente, às vezes
bastante sérios e sempre inconvenientes. E lógico que isto não se limita às
bebidas, pois a idéia é de friagem úmida e súbita no estômago ou na superfície do
corpo aquecidos. Esta propriedade da margarida é a mais valiosa, pois sabemos
de nenhum outro remédio na nossa vasta Far- macopéia que a possua; e além
de mim mesmo, acredito que ninguém esteja informado a esse respeito. Muito
do que escrevo aqui são esboços guardados era minha escrivaninha durante
anos e este pequeno conselho clínico deveria ter sido publicado há tempo,
porque ele pode ser útil antes que outro amante da suave margarida tropece
contra a generalização do velho Schroeder. Considero esta propriedade
peculiar da margarida como de suma importância e peço a todos que leiam
isto a tornem conhecida, de forma que ela possa estar disponível para os
viajantes, turistas, agricultores, soldados cm marcha, quando eles, estando
aquecidos, tenham ingerido líquidos frios ou tomado duchas frias.
“Eu a recomendaria também na dispepsia aguda e crônica por ingestão dc
sorvetes, já que as condições são idênticas. Em tais casos a tenho considerado
um eminente agente curativo... Dermatite facial seria classificada como uma
doença de pele e somente o tratamento interno a cu
rou.”
Cinco anos mais tarde, em seu Change of Life in Wotnen, Burnett novamente
nos contou mais a respeito de sua estimada margarida: “Nesta manhã, recebi
uma carta dc um colega dos E.U.A., perguntando-me quais são minhas
indicações para o uso dc Bellis per. ” Ele dá sua resposta: “Bellis per. é nossa
margarida comum; ela age muito similarmente à Amica, até mesmo a eventual
produção de crisipelas. Causa dor no baço e sintomas gerais de coriza,
sensação de muito cansaço, a pessoa (o escritor) tem vontade de deitar-se.
Bellis age sobre exsudatos, inchaços e es- tase; no ventre “estafado” sua ação é
satisfatória. Realmente, nos descon- fortos da gravidez e veias varicosas, as
pacientes não medem palavras cm seu louvor. Na tontura das pessoas idosas
(estase cerebral) ela age bem e torna o bem-estar permanente; da mesma
forma e particularmente na es- tafa por masturbação; nos trabalhadores mais
velhos e naqueles muito cansados pelo excesso de trabalho é um excelente
remédio. Nos sofrimentos da cabeça dos jardineiros de idade avançada, sua
ação é muito boa. Sua ação nos maus efeitos decorrentes da ingestão de
bebidas frias quando se está com o corpo quente é agora bastante conhecida.
Ela é uma grande amiga dos comerciantes que viajain nas estradas; para dores
na espinha dorsal com gravidade moderada, não há nada igual, tanto quanto
alcança o meu conhecimento. Penso que a estase está na base todos estes
transtornos... P.S. - Quando dada à noite Bellis é capaz de fazer com que
BELLIS PERENNIS 143
o paciente acorde muito cedo pela manhã, então recomendo que seja tomada
não muito tarde. Freqüentemente curei, usando Bellis, o sintoma 'Acorda muito
cedo pela manhã e não consegue dormir novamente'; neste caso as diluições
mais altas agem muito mais decidida e duradouramente, como regra, e sem
quaisquer efeitos colaterais, porque aqui a ação é puramente homeopática e
não de simples desobstrução.”
Em outra de suas publicações, Organic Diseases of Women, Burnett fala de
Bellis nos inconvenientes da gravidez.
“Ocorre a algumas mulheres, quando estão grávidas, sentirem muita
inconveniência para andar, sendo tarefa cansativa e quase impossível. Em tais
casos, a margarida logo torna o assunto resolvido. Quero dizer, é lógico,
quando a causa do problema baseia-se em circunstâncias mecânicas, tratando-
se, então, de um tipo remediável. Tratei de um caso grave durante a gestação
com muitos remédios, inclusive Bellis, e fiquei muito desapontado. Entretanto
o evento me mostrou a causa do meu fracasso, já que todos os problemas
vinham das longas pemas do feto, que ao nascer estavam bem dobradas...” Ele
nos dá um caso de uma gestante, ocorrido há muito na família, no qual havia
dificuldade para andar e que duas semanas mais tarde fez este relato: uBellis
fezme sentir muito melhor. Posso andar bem melhor agora, e não me sinto tão
cansada ou enrijecida.” Aqui sua ação foi rápida e satisfatória, sem efeitos
colaterais ou efeitos secundários inconvenientes, isto é, realmente específica.
Por que eu dei Bellis neste caso? Meramente porque a queixa inconveniente era
devido a uma pressão mecânica; os tecidos estavam pressionados e por isso
numa condição como a de uma contusão - então dei minha velha amiga mar-
garida, a erva das contusões, que age sobre as fibras musculares dos vasos
sangüíneos e sobre os tecidos, eliminando estas obstruções mecânicas. Tenho
usado Amica Dl e Cl, da mesma maneira e com resultados quase idênticos ...
Em outra página ele escreve: “Nas doenças só de órgãos, o tratamento
constitucional não é indicado e, por esta razão, não tem utilidade; mas um
útero 'danificado', machucado, rapidamente melhora com antitraumáticos como
Bellis perennis e Amica montana.Yi os remédios de órgão - Helonias dioica e
Fraxinus americanus - rapidamente curam a hipertrofia do órgão.” “No caso
destes remédios orgânicos, pequenas doses materiais agem melhor - até mesmo
brilhantemente; tais remédios têm a necessidade de serem repetidos em curtos
intervalos. Contrariamente, os casos de hipertrofias de órgão de causas
constituicionais não são curáveis, de modo algum, pelos remédios orgânicos
até que a doença constitucional seja curada com altas diluições espaçadameníe
repetidas de remédios rigorosamente homeopáticos...”
Não nos desculparemos por citar prodigamente os ensinamentos e ex-
periências únicos de um prescritor muito brilhante. Quando nosso conhe-
cimento é perfeito e nossos métodos de prescrição nos concedem de mo-
144 BELLIS PERENNIS
\ ____________________________________________________________ y
* * * * *
GUERNSEY. Grande medo do movimento descendente de todo o tipo.
Medo de descer as escadas; não pode se balançar, andar a cavalo ou
145
146 BORAX
FARRINGTON diz:
faz muito estardalhaço para tal, mas tão logo sua boca é umedecida, ele segura
o mamilo e o suga ativamente.
MERCURIUS, com as afecções bucais,tem salivação profusa.
ARUM TRIPIIYLLUM é rapidamento disliguido de Borax pela violência
dos sintomas e é acompanhado por feridas e crostas ao redor da boca e das
narinas.
Gostaria de recomendar cautela às babás para não usar Borax em pó toda
vez que a criança tenha uma ferida na boca. Este medicamento pode ser
prejudicial, caso não seja indicado. Após seu uso, tenho observado que os
intestinos sofrem, a criança empalidece e definha rapidamente.
tamenlo cada vez pior, até que somente fezes muitas delgadas podem passar...
Este estreitamento inflamatório tem sido curado com Borax.
A urina arde tanto que a criança grita com vontade dc urinar. A urina
quente arde como fogo.
Dismenorréia membranosa, com dores violentas como as de trabalho de
parto, antes e durante o fluxo, como se o útero estivesse expelindo a si mesmo
através da vagina. Tenho tido conhecimento de cura com Borax quando a
membrana estava ligada ao útero. Tais pacientes são facilmente assustadas
com o movimento para baixo: deixe que isto seja sua orientação na
dismenorréia membranosa.
Quando a mãe não consegue amamentar o bebê: “O leite é muito grosso e
tem um gosto ruim.” Se Borax é dado no início da gestação para uma paciente
Borax, o leite será mudado, bem como o resto da constituição, e a mãe poderá
amamentar a criança. Este remédio tem a aversão dos bebês ao peito, devido
ao fato de que o leite tem gosto ruim... a mãe precisa de uma dose dc, Borax.
SINTOMAS EM NEGRITO
(
BORAX 149
quando removidas.
Pressão dolorosa para baixo, na narina esquerda, como se todo o cérebro
estivesse sendo forçado para fora.
Sensação de teia de aranha na face. Sensação de um besouro rastejando
sobre o lábio inferior.
Rastejamento como de insetos sobre os lábios.
Gengivas avermelhadas acima das raízes dentárias, no maxilar superior, na
parte frontal.
Câimbra, adormecimento e rigidez da língua, impedindo a respiração.
Membrana mucosa do palato na parte final parece queimada e enrugada.
Alegre e contente após a defecação.
Sensação desagradável de vazio nas mamas após a amamentação.
Leite muito grosso; sabor ruim, coalhando com freqüência ao ser tirado.
Aversão dos bebês à amamentação materna.
Cólica nos bebês: eles choram quando estão deitados, ou mostram sinais
de vertigem quando carregados escada abaixo.
A criança estende as mãos para cima quando se tenta deitá-la.
Falta de ar quando deitado na cama: é preciso levantar-se.
Pontadas no peito ao tossir.
Tosse violenta com expectoração leve de gosto e cheiro de mofo. Ex-
pectoração azeda.
Sensação como se o coração estivesse do lado direito e sendo comprimido.
Úlceras fagedênicas nas juntas dos dedos das mãos e dos pés.
A criança grita durante o sono e agarra-se à sua mãe.
Algo puxa do baço para o peito.
r
BROMIUM
Dentre as drogas existe uma que se deseja estudar há muito tempo: Bromium.
Portanto, tentaremos retratá-la para benefício de todos nós.
Uma ocasião em que seu efeito foi dramático o suficiente para ficar
marcado na memória, foi o caso de um marinheiro em terra com asma. No
Repertório encontra-se assim : “Asma dos marinheiros, tão logo eles chegam
em terra firme, BROM.” em negrito e nenhum outro medicamento é dado.
Bromium agiu prontamente. E foi agregado como um segundo remédio nesta
outra rubrica: “Melhora àbeira-mar”. - Med., que alguns de nossos prescritores
consideram um palpite absolutamente certo para o uso bem sucedido de
Medorrhinum. Quando um caso pára, os nosódios (produtos de doença
potenciados) ajudam de maneira maravilhosa ou, por outro lado, eles podem
tornar eficaz o uso subseqüente da droga mais simples, aparentemente indicada.
Com Brom. inspirações forçadas profundas são necessárias de tempo em
tempo. Ele não pode inspirar suficientemente. A glote pode fechar com um
espasmo.
Bromium não consegue suportar poeira ou correntes de ar. Os dois remédios
que “pioram com pó” são Brom. eLyss.
A asma é uma condição bastante interessante, que muitos médicos acham
de difícil cura e os farmacêuticos devem apreciar a renda que sua paliação
proporciona. Um outro halogênio, Chlorum (Cloro), tem asma com uma
indicação muito definida: DISPNÉIA: NÃO CONSEGUE EXAJLAR. Outro
sintoma sugestivo é: “Grande dispnéia, inspiração através do nariz, enquanto
que a expiração é soprada pelos lábios como na apoplexia”. Entre suas
modalidades estão: “Piora ao deitar-se. Melhora com movimento e ao ar livre.”
Na asma delodum, um terceiro halogênio, as inspirações são difíceis (Brom.);
e lodum é marcadamente melhor em qualquer forma de frio e pior pelo calor.
Possui também “emagrecimento com apetite voraz”.
Os sintomas respiratórios do Fluor, que usamos na forma de Fluoric acidum,
ou melhor, como ácido hidrofluórico, parece ocorrer em menor grau, naquela
combinação. Fl. ac. expressa-se pelo couro cabeludo, glândulas, veias, ossos e
nervos. Com relação às suas dores, uma modalidade estranha foi obtida uma
vez por um brilhante farmacêutico homeopata:
151
152 BROMIUM
* * * * *
Onde os brometos são longamente utilizados, seja para induzir o sono na
insônia crônica ou para suprimir a epilepsia, o paciente fica gradualmente
reduzido a um “idiota”. No bromismo a pele é primeiramente envolvida, com
pápulas como acne. Então vem a diminuição da sensibilidade cutânea e da
faringe. Ocorre uma perda de energia, geral e sexual. O intelecto fica
embotado, o paciente sente-se deprimido, facilmente fatigado e inadequado
para o trabalho. As funções cerebrais elevadas ficam deprimidas antes das
funções inferiores - “na ordem inversa do desenvolvimento fisiológico das
funções (a Lei da Dissolução)”.
Aplique tudo isto em potência para um paciente exatamente assim e você
será capaz dc usar Bromium de modo curativo.
* * * * *
Contaram-nos que “se Bromium for introduzido no interior de um corte,
este ficará com uma aparência não saudável; uma substância deteriorada de
cor esverdeada se forma ao seu redor, com um odor ofensivo.” Se você
encontrar uma condição semelhante a esta, use novamente Brom., em potência,
e atingirá a cura. Ele irá direto ao ponto.
Brom. tem pústulas no nariz, língua, dedos das mãos, ânus; furúnculos nos
braços, etc. Possui “bocejos contínuos com dispnéia” e sonhos vividos sobre
escaladas, excursões, discussões e lutas.
Deixaremos agora que outros, mais sábios e experientes, contem-nos um
pouco acerca deste medicamento.
* * * * *
GUERNSEY diz que o bromo afeta particularmente o lado esquerdo
interno da cabeça. Importante na difteria e crupe, especialmente nas crianças
com pele fina, branca e delicada, e cabelos e sobrancelhas muito claros.
Humor alegre, com desejo de trabalho mental. (Ação primária)
A difteria começa na laringe e ascende. Refere-se a ruídos da crupe,
estertoração solta na laringe, mas não há sufocação com a tosse, como em
Hepar.
Afeta principalmente os olhos, peito e coração. Nas mulheres tem um
sintoma curioso, “escapam gases pela vagina.” (Temos usado este sinto
BROMIUM 153
* * * * *
KENT dedica muitas páginas a Bromium. Nós faremos uma apresentação
condensada. Ele diz: “Ele é tão raramente indicado que a maior parte dos
homeopatas o têm como um medicamento totalmente inútil... Eles dão Brom.
para a difteria, e quando este não funciona, eles dão Merc. cy. Quando este
último também não funciona, eles dão algum outro medicamento 'para difteria',
sempre para difteria . Eles não tomam os sintomas do caso nem prescrevem de
acordo com o método individualizador. Eles não prescrevem para o paciente,
mas para a doença. Você pode não ver mais do que meia dúzia de casos de
difteria nos próximos vinte anos, mas quando você vir um caso de Bromium,
você desejará conhecer Bromium ... Uma característica básica de Brom. é ser
especialmente indicado para indivíduos que ficaram doentes pelo calor.
Também nas queixas que advêm após um dia muito quente de verão. Por ficar
aquecido em excesso. .. Mas depois que o transtorno chega, não importa onde
ocorra, ele se torna tão sensível ao frio que uma corrente de ar frio o congela
até os ossos, apesar de não suportar ser aquecido demais.
“Os gânglios tornam-se duros e endurados, mas raramente supuram.
Permanecem duros. Inflamação com dureza é a idéia. Tem curado aumento e
grande endurecimento da tiróide. Bócio. Bromium para alguns é
o remédio de rotina para o bócio, e quando ele não funciona, eles tentam um
tratamento com casca de ovo, e quando este tratamento também não dá
resultado eles tentam alguma coisa mais, ao invés de tomar os sintomas do
paciente.
“Emagrecimento e tendência à infiltração. Não é de se estranhar que tem
sido um remédio curativo na tuberculose e no câncer. Fraqueza: pernas fracas e
prostradas; prostração crescente com tremores nos membros. Exsudato
membranoso. Um aspecto natural da membrana mucosa é a infiltração, de
forma que parece eliminar poucos exsudatos branco- acinzentados, sob os quais
há enduração. Isto é verdadeiro em úlceras. Uma úlcera sobre a membrana
mucosa irá se aprofundar, cada vez mais, e criará sob ela o tempo todo um
estrato de tecido endurecido... 'Frio gelado nos membros.' 'Calor na cabeça.'
Dispnéia com grande suor. Manifestações de crupe.
“Palpitação: com náusea, com dor de cabeça, com excitação nervosa.
Aversão ao trabalho, à leitura. Desinteresse pelos serviços domésticos.
Indiferente; cansado. Triste e desencorajado. Problemas de ouvido com
aumento e endurecimento das parótidas. Inchaço e endurecimento da pa- rótida
esquerda... Rubor facial. De sangue quente, facilmente aquecido. Mas isto é
completamente o oposto da condição constitucional crônica de Bromium.
Aparência envelhecida. Bromium crônico terá face doentia e
154 BROMIUM
Ela não se sente como normalmente, mas não consegpe dizer porque.
CORIZA contínua e obstinada, com ferida abaixo do nariz e nas suas bordas.
Antebraços gelados.
muito quente; no entanto, depois que os sintomas vem, ele fica tão sensível ao
frio que uma brisa de ar fresco congela-o até os ossos.
“O bromo se infiltra nos gânglios, que se tornam enrijecidos, mas ra-
ramente supuram. Inflamação com endurecimento é a idéia.
“JBromium adequa-se ao tipo mais maligno de difteria. A membrana
i se desenvolve como uma erva daninha, impedindo a respiração, fechando
( a laringe.”
(
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r
157
158 BRYONIA
tura caíra dois graus e no terceiro dia a temperatura mais alta registrada foi de
37,4°C, e assim encerrou-se o caso.. Ele teve uma boa e rápida recuperação.
Eis aqui um pequeno caso de Bryonia por volta da mesma época. Um
marinheiro, com 41 anos de idade, foi entregue pelo Almirantado com pleuro -
penumonia; na base direita, com a temperatura de 39,6 graus, freqüência
respiratória 44 e catarro escuro. Seus sintomas sugeriram Bryonia, que foi
administrada na potcncia 200 seguida da 1M. No segundo dia a temperatura
caíra um grau, e no terceiro dia (o quarto dia da doença) já estava subfebril,
com uma pequena elevação ao anoitecer. Assim terminou o caso, apresentando
uma recuperação rápida e ininterrupta.
Com esta, ou seja, com a verdadeira homeopatia, se o caso for tratado no
início ver-se-á cada vez mais que é possível interromper uma pneumonia.
Suponho que muitos mais casos de pleuro-pneumonia clamem por Bryonia do
que qualquer outro remédio, mesmo Phosphorus. Alguém poderia fazer um
levantamento estatístico nos registros do Hospital dos poucos casos que
necessitaram de, Kali carb.,... isto é, cujos sintomas demandaram Kali carb. Mas
em Homeopatia, um medicamento não fará pelo outro. Homeopatia é
individualização. Não é suficiente diagnosticar pneumonia e prescrever um
medicamento para pneumonia. Com Hahnemann devemos diagnosticar “uma
espécie de pneumonia; uma espécie de pleurisia”. E que espécie? Ora, uma
pneumonia do tipo Phosphorus; do tipo Bryonia; do tipo Kali carb.; do tipo
Natrum sulphur, do úpo Mercurius. A decisão dependerá sempre dos sintomas
apresentados, se um trabalho de cura é o que deve scr feito. Pode-se paliar e o
paciente ficará bem, talvez com menos sofrimento, mas isto não é CURA.
Mencionarei um outro caso interessante ocorrido por volta da mesma
época, de interrupção de uma broncopneumonia em uma criança de três anos
de idade. Ela foi examinada no ambulatório em 14 de março de 1918. A
temperatura ao meio-dia era de 38 graus, freqüência respiratória 40. Sua mãe
estivera acordada com ela durante toda a noite, ela apresentou febre ardente,
com choro e tosse. Recusava-se a comer. Ela “tinha estado ardendo em febre
nas últimas oito noites”. Havia crepitação na base direita e (?) esquerda. Foi
ministrada Bryonia 1M seis vezes a cada hora. O resultado foi “um
maravilhoso descanso à noite”, mas como havia (no dia seguinte) crepitação
em ambas as bases e a freqüência respiratória era 48, ela foi internada e
ministrou-se Bryonia 10M (três doses). No dia seguinte estava subfebril, com
respiração entre 29 e 36. A temperatura não se elevou novamente c ela teve
uma recuperação normal.
A broncopneumonia é considerada em outra parte uma doença perigosa e
prolongada para as crianças pequenas. As estatísticas da homeopatia nesta
doença são excelentes.
Remédios diferentes escolhem órgãos ou tecidos diferentes. Bryonia
BRYONIA 161
Dor pressiva acima do olho direito, seguida por dor pressiva aborrece- dora no
occipício, que se espalha por todo o corpo e continua mais ou menos grave durante
todo o dia; com movimento rápido e depois de comer, a dor tomou-se tão forte que
parecia como uma pulsação distinta no interior da cabeça.
Uma dor que pressiona para fora nas duas têmporas.
Sede excessiva.
Grande sede: obrigado a beber muita água fria.
Grande sede: ela pode e deve beber muita água de uma vez.
Fome excessiva.
O leite não lhe apetece, mas quando ele o prova, o apetite por leite vem e ele
começa a apreciá-lo.
Grande desejo de café.
Após uma refeição eructações amargas ou acres.
Após comer, pressão no estômago, como se uma pedra lá estivesse e o irritasse.
Como se uma pedra estivesse no estômago, após comer; região epi- gástrica
dolorida ao toque; dolorida àpressão. (Nota: somente aqui Bryonia não é aliviada
pela pressão, istoé, no estômago e abdome).
^*****
( (Aqui estão alguns dos sintomas em itálico de ALLEN, que são bas-
I tante importantes):
Pontadas curtas, mas violentas no lado direito do peito, de forma que ele era
obrigado a segurar sua respiração e não podia gritar.
{ Pontadas no lado direito do tórax, entre a terceira e quarta costelas.
Pontadas dilacerantes no lado esquerdo do peito, estendendo-se desde as costas
até a frente, que são aliviadas durante o repouso e agravadas du- írante o movimento e pela respiração profunda. (T alvez erramos em fo
cer somente os sintomas em negrito: aqueles em itálicos são também im-
portantíssimos!)
Cansaço epeso em todos os membros.
Inchaço na junta do cotovelo e um pouco abaixo e acima dela, até a metade
superior do antebraço, e nos pés.
Na junta do pulso, dor como se fosse torcido ou deslocado a cada movimento.
^ Nos dedos das mãos, dores penetrantes ao escrever.
Grande fraqueza nas coxas; dificilmente ele pode subir escadas: menos
Ihoratn com a pressão; é muito sedento de grandes copos com água fria; muito
irritadiço; com raiva, mas não somente a raiva, mas com os sofrimentos aumentados
por ser perturbado mental ou fisicamente; língua branca; em delírio “quer ir para
casa” (mesmo estando em casa); ocupado em sonhos e em delírios com os negócios
do dia-a-dia, você pode administrar BRYONIA e obter bons resultados!
( Este remédio, carbonato de cálcio impuro, é uma trituração da camada
média da concha da ostra. Ele foi provado por Hahnemann. Clarke o considera
(
“um dos maiores monumentos do gênio de Hahnemann ... Seu método de
preparação de substâncias insolúveis” (através de trituração) “trouxe à luz,
neste caso, um mundo inteiro de força terapêutica anteriormente
desconhecido.”
* ***
Alguns remédios são difíceis de reconhecer. A dificuldade 6 não notar
Calcarea, adiando típica.
Calcarea tem no mínimo cinco retratos definidos nas experimenta-
ções. Eles são distintos,apesar de se mesclarem uns nos outros.
Há o retrato de dentição.
O retrato de raquitismo.
O retrato de anemia.
O retrato de tuberculose.
O retrato de deficiência mental e definhamento.
168
(
(
CALCAREA 169
(Sulph. tem calor em partes; Cale. tem frio em partes e, como diz Kent,
suor em partes.)
Você vê uma mulher grande e gorda, sem força, respiração, energia,
firmeza, cor e saúde. Uma tal fraqueza, cansaço, falta de ar, palpitação!
Ela lhe dirá que sua menstruação é muito adiantada, muito profusa, muito
duradoura e passível de recorrência com qualquer esforço ou excitação.
E suas câimbras! Ela não pode deitar-se na cama fria sem sentir câimbras.
Ela estica suas pernas na cama e fica com câimbras; panturrilhas, dedos e
artelhos ficam todos doloridos com câimbras (Cuprum).
Ela sofre muito facilmente de torceduras. Tem dores no cóccix como se
estivesse torcido; não é capaz de levantar qualquer coisa pesada; transpira
muito subitamente; pela manhã: nas horas mais estranhas.
Ela tem uma curiosa sensação com se estivesse com o pulso fortemente
amarrado. Sente ondas de sangue em direção à cabeça. Vertigem ao virar a
cabeça.
Vi uma vez Calcarea melhorar um caso grave de anemia perniciosa de
muito anos. Tinha tentado outros medicamentos em várias ocasiões e então lhe
dei Cale. pela sua face cor-de-giz. Ela viveu bastante, acabou desistindo do
tratamento e morreu. Mas havia florescido com força enquanto se tratou.
O tipo T.B.: todos prenunciaram nas experimentações. Elas mostram
gânglios submaxilares tão grandes como ovos de galinha. Úlceras, com
endurações ao redor.
Suores noturnos.
Abdome muito distendido, duro, com gânglios inchados em ambas as
virilhas.
Mas.tudo em um “paciente Cale., seja adulto ou criança”.
Kent descreve assim: “Crianças com pés frios, extremidades magras,
abdome aumentado, estômago distendido como um pires invertido, abdome
inchado. Frias e sensíveis ao frio. Pele pálida. Face pálida e cerosa.”
O peito é muito dolorido - demais sensível ao toque e à inspiração. Muito
apertado. Muito cheio de sangue.
Tosse - a tosse com cócegas, com expectorações adocicadas e escarrando
sangue. Sim, as experimentações sugerem raquitismo, anemia, tuberculose.
E, então, ofretrato mental/de Calcarea:
Tão amendrontada - tanto medo!
Os terrores da noite; após dormir; despertando do sono.
Medo, medo, medo.
Medo que algo está para acontecer, consigo mesma ou com outra pessoa.
Medo que ela perca a razão e que as pessoas irão notar.
CALCAREA 171
NASH diz: “Sc Calcarea tem um sintoma que não somente guia o resto,
mas também todos os demais remédios, ele é encontrado nos SUORES
PROFUSOS SOBRE A CABEÇA DAS CRIANÇAS COM CA-
.... ...... ------------------- *
BEÇAS GRANPEQ FONTANELAS ABERTAS. O suor é tão profuso que
durante o sono ele escorre pela cabeça e face, molhando bastante o travesseiro.
Muitas das crianças pequenas têm sido salvas de morrer de hidrocefalia,
raquitismo, dentição, marasmo, eclâmpsia, cólera infantil etc.^onde este
sintoma de suor é o sintoma-guia para o uso de Calcarea. 1 ^
Nash também chama atenção para a má^nutrição como uma das desordens
de Calcarea. Ele cita o GuidingSymptoms de Hering:
“Desenvolvimento tardio dos tecidos ósseos com aumentos linfáti- cos.”
“Curvatura dos ossos, especialmente da espinha e dos ossos longos.” Í
“Extremidades deform adas, encurvadas.” ("0"
“Amolecimento dos ossos; fontanelas permanecem abertas por muito tempo
e o crânio é muito grande.”
Acrescenta que estes sintomas “ mostram a falta ou imperfeição da nutrição
dos ossos. Eles são nutridos irregular ou desniveladamente. Uma parte de um
osso, uma vértebra, por exemplo, é nutrida, enquanto que outra sofre de
inanição. Enquanto todo este desenvolvimento ósseo irregular ocorre, as partes
moles estão sofrendo de excesso de nutrição. Registramos este fato na
pâtogenesiá: tendência à obesidade, especialmente nas crianças e pessoas
jovens.”
( Kent diz que os bebês que são alimentados com água de cal no leite
( logo tornam-se sujeitos cálcicos, com incapacidade de obter o óxido de
cálcio a partir de sua alimentação natural, crescendo gordos e flácidos.
( Mas os casos que nascem assim, com incapacidade de absorção do ele-
mento a partir de sua alimentação, além de desenvolverem-se gordos e
flácidos, apresentam deficiência óssea, dentária, ou até mesmo sem a for-
mação dos dentes. Ele diz: “E uma bobagem alimentar a criança com óxi-
CALCAREA 173
* * * * *
HAHNEMANN foi o primeiro a experimentar Cale. carb. Sua experi-
mentação de Cale. carb. aparece no Vol. II de Doenças Crônicas. Ele diz: “Pegue
um concha de ostra limpa, um pouco grossa; extraia um grão da substância
calcárea macia, branca como a neve, que se encontra entre a concha dura
interna e externa. Deve ser então triturada e dinamizada da maneira usual.”
Ele diz, entre outras coisas: “Calcarea é geralmente indispensável e
curativa quando aparece a menstruação poucos dias antes jdo período, es-
pecialmente quando o fluxo é considerável. Mas se a catamênia aparece no
período regular ou um pouco mais tarde, Calcarea quase não apresenta
utilidade, ainda que a catamênia seja muito profusa.”
“Nas afecções das pessoas de idade avançada, Calcarea dificilmente pode
ser repetida com alguma vantagem, mesmo após outros remédios
intermediários; uma dose é dada após outra sem um prévio remédio inter-
mediário, é quase sempre prejudicial; nos casos de crianças, entretanto, várias
doses podem ser dadas sucessivamente, desde que o remédio continue a ser
indicado; quanto mais jovem a criança mais freqüentemente o remédio pode ser
repetido.”
SINTOMAS EM NEGRITO
É difícil pensar.
Visão de faces e pessoas, estando com os olhos fechados.
Medo de perder a razão, ou que as pessoas possam perceber que ela está com a
mente confusa.
174 CALCAREA
Ansiedade, tremedeira epavor tao logo vem a noite, com medo da morte.
Grande ansiedade, inquietude epalpitação.
Desespero, falta de esperança de melhorar, com medo da morte; atormentado
dia e noite.
Crianças teimosas, com tendência à obesidade.
A pós esforço mental: hiperemia da cabeça; coréia; fala trêmula.
Excitação traz dismenorréia: a mínima excitação traz o risco da volta da
catamênia ou a provoca.
EPILEPSIA; antes do ataque, uma sensação de que algo corre pelos braços ou
boca do estômago, passando pelo abdome até os pés; ataques súbitos de vertigem;
perda de consciência sem convulsões; espasmos farín- geos, seguidos pelo desejo de
engolir. Causas: vexação, medo; onanismo; prolongada, intermitente; supressão de
erupção crônica. Piora à noite, durante o solstício e lua cheia, com exclamações
egritos.
Grande fraqueza.
Recidiva facilmente, não continuando a convalescer.
Clorose.
Inchaços císticos.
Desenvolvimento tardio dos TECIDOS ÓSSEOS, com aumentos linfáticos.
Amolecimento dos ossos; as fontanelas permanecem abertas por muito tempo e o
crânio fica muito grande; inchaço nas juntas. f
Curvatura dos ossos, especialmente da espinha e ossos longos. (\
Eternidades deformadas, cüiva3ã£JRÕ^'itismÓ). •" •
Doença dos quadris, segando estágio; arranha a cabeça ao levantar; deseja ovos
cozidos; gânglios inchados, diarréia, etc.
181
182 CALCAREA PHOSPHORICA
cada.
Em Cale. carb. a cabeça sua profusamente durante o sono, molhando o
travesseiro.(57//ca).
Somente Hahnemann nos ensinou a fazer a escolha certa e atingir o al- , vo
todas as vezes.
Ambas as drogas afetam os mesmos órgãos e tecidos, ossos, gânglios,
pulmões etc., mas os indivíduos diferem de maneira marcante.
Ela deseja estarem casa e quando está em casa, deseja sair; anda de um lugar a
outro. (Compare Ars.)
Sensação no olho, como se algo estivesse dentro dele; renovada se outros falam a
respeito disso.
Fístula no ânus, alternando com sintomas do peito, ou em pessoas que têm dores
em todas juntas por qualquer mudança de tempo.
Anemia e clorose.
Sem união dos ossos fraturados.
* * * * *
SCHUESSLER conta-nos como esta droga foi preparada pelo Dr. Hering.
Ele diz: “Ela é absolutamente essencial para o crescimento e nutrição
apropriados do corpo. É encontrada no plasma do sangue e nos corpúsculos, na
saliva, no suco gástrico, nos ossos, no tecido conectivo, nos dentes, etc.; tem
uma afinidade química especial pela albumina, que forma a base orgânica para
este sal nas células dos tecidos e é necessária sempre que a albumina ou
substâncias albuminosas são encontradas nas secreções. Ela supre também as
novas células do sangue, tornando-se o primeiro remédio na anemia e clorose.
É da maior importância para os tecidos moles e em crescimento, suprindo a
primeira base necessária para os tecidos novos, para iniciar o crescimento. É
curativo nas doenças dependentes da ação perturbadora das moléculas de
óxido de cálcio no organismo, tal como ocorre na formação tardia de calos ao
redor das extremidades de ossos fraturados, o crescimento não natural e a
nutrição defi
186 CALCAREA PHOSPHORICA
* * * * *
NASH apresenta Cale.phos. laconicamente:
Fontanelas fechadas tardiamente ou reabertas em crianças magras,
definhadas, que suam na cabeça. Mas ele diz, mais adiante, que em Cale. phos.
a cabeça suada não é um sintoma proeminente...
Problemas reumáticos, que pioram no outono ou na primavera, quando o ar
está repleto de neve derretida.
Cale. phos. tem também um desejo peculiar; o pequeno paciente, ao invés
de desejar ovos (Cale. carb.), deseja a “casca do presunto”, um sintoma muito
esquisito, mas genuíno. (Mag. carb. deseja carne, em tais crianças).
A diarréia é muito proeminente, e as evacuações são verdes e baru
CALCAREA PHOSPHORICA 187
lhentas.. .Tenho feito muitas curas excelentes em tais casos onde parecia haver
pouca esperança para a criança e hidrocefalía parecia iminente.
Um excelente remédio para fraturas ósseas, quando os ossos não se unem...
Sente mais as queixas quando pensa nelas.
* * * * *
Um médico amigo chama atenção para o RAQUITISMO: “O tratamento
ortodoxo é baseado no fato de que a vitamina D é necessária para absorção do
cálcio. Por esta razão o tratamento com óleo de fígado de bacalhau e luz do sol
é usado para suprir a vitamina D.
“Mas porque é que entre duas crianças no mesmo ambiente e alimentando-se
com a mesma comida, uma desenvolverá raquitismo e a outra não?
“É lógico que a resposta é, defeito de constituição, que rapidamente pode ser
curado com o remédio apropriado, tal como Calcarea carb., em alta potência.”
Alguém se lembra bem da cura de talvez um dos piores casos de raquitismo,
anos atrás, com uma dose única de Cale. carb. CM. Felizmente a droga não foi
repetida porque a criança morava longe e não reapareceu no ambulatório por
muitos meses. As vezes nossas melhores prescrições são asseguradas justamente
porque o paciente não reaparece. A regra segura é, onde houver uma melhora
definida e contínua, a natureza se incumbe do assunto, ponha-se na retaguarda
até que a reaparição dos sintomas demande nova atenção.
\
CALCAREA SULPHURÍCA
(Gipsita. Gesso calcinado)
V
J
Um remédio muito útil, geralmente nas condições graves, mas não muito bem
experimentado ou conhecido. Uma das indicações sobre a qual tem sido
prescrito com sucesso é quando o caso se mostra quase igualmente a Sulphur e
Calcarea. Alguns dos importantes sintomas fazem apelo por um remédio,
alguns outros por outro e repentinamente percebe-se que há uma droga, Cale.
sulph., que preenche o retrato.
Cale. sulph. era um dos Doze Remédios dos Tecidos de Schuessler, mas
Clarke nos conta que, em sua última edição, Schuessler descartou-o porque não
era um real constituinte dos tecidos e, então, ele distribuiu suas funções entre
Silica e Natrum phos. Nossa indispensável Calcarea carb. compartilha o mesmo
banimento, provavelmente pela mesma razão, a de que não se encontra, como
tal, nos tecidos do corpo. Como se o organismo não pudesse obter suas
necessidades de outras combinações, quebrando e reconstruindo de uma
maneira que nem mesmo um bioquímico pode elaborar.
Os sais de cálcio de Schuessler são, ou eram, três: Cale. sulph., Cale. phos. e
Cale. fluor. É interessante observar que eles todos afetam a língua, mas de
diferentes formas. Em Cale. fluor. a língua é tipicamente rachada e endurecida.
Em Cale. phos. ela é inchada, rígida, com pústulas e uma cobertura branca;
enquanto que em nossa Cale. sulph. ela é flácida, se parece com uma camada de
argila seca, com uma cobertura amarela essencial na base. Pode estar até
mesmo inflamada e supurada - o gosto azedo, como sabão, acre.
A PRESENÇA DE PUS COM UMA ABERTURA é, como sabemos, a
indicação geral para Cale. sulph.
A droga assemelha-se grandemente a Hepar, a qual segue, “tomando o caso
quando a última cessa de agir”. Mas, seguramente, deve-se estar apto a
diagnosticar entre ambas, estando realmente atento desde o início, o que irá
poupar tempo.
As duas drogas são semelhantes, uma vez que são combinações de Calcium
e Sulphur, mas Hepar é, até certo ponto, um produto animal, de acordo com as
orientações precisas de Hahnemann: “Uma mistura de partes iguais de conchas
de ostra finamente pulverizadas e de flores de enxofre totalmente puras,
mantida por dez minutos em calor branco e arma
188
CALCAREA SULPHURICA 189
mo doença de Bright. Nash finalmente deu Cale. sulph. 12 e sob sua ação ela
imediatamente melhorou e fez uma rápida e permanente recuperação. Ele diz
que desde então considera esta droga um bom remédio nas supurações
profusas em diferentes tipos de casos.
V
Camphora é outro medicamento que deve estar presente em todos os lares para
uso de emergência - contudo, mantenha-o no banheiro! Não deixe a cânfora
próxima de outros medicamentos, pois ela é um antídoto para a maior parte
deles.
É especialmente inútil tentar a cura de uma tosse-comprida com Drosera,
numa criança na qual se esfregou óleo canforado. Foi uma tentativa! Camphora
antidotaDrarerae a criança retornará “não melhor”.
Nos nossos tempos de juventude havia sempre um pequeno frasco de uísque
com uma massa de cânfora no fundo, pronta para súbitas friagens severas e para
diarréia. O uísque dissolve toda a cânfora que é capaz de dissolver e a
quantidade do fundo assegura uma “solução saturada”. Uma gota desta mistura
sobre uma porção de açúcar, repetida rapidamente se necessário, restaura o
calor das pessoas congeladas, com uma recuperação fácil e pode prevenir
doenças. Tem-se notado esta transformação rápida muitas vezes.
Uma criança de dez anos, após longas e felizes horas colhendo amoras
pretas e empanturrando-se, apresentou vômitos durante dias, até que foi curada
por uma gota de cânfora no açúcar.
Dê a cânfora sempre com açúcar. Na água provoca náuseas. No açúcar é de
sabor agradável. E, além disso, o açúcar estimula e aquece.
Os envenenamentos por cânfora produzem súbita e intensa frialdade - como
vimos em nosso artigo sobre o cólera. Conseqüentemente ela é homeopática
para resfriamentos.
Como Hahnemann nos conta, sua impressão sobre o corpo humano, “apesar
de poderosa, é mais transitória do que a de qualquer outra droga; por isso ela
precisa de repetição muito freqüente até a reação. Na cólera a cada cinco
minutos, até o calor ser restabelecido.” Na gripe, doses repetidas ou inalações
constantes, ele diz.
Já falamos também, em outras ocasiões, da extrema rapidez de ação da
cânfora; de seus poderes depressivos assustadores, mental e físico; sua frialdade
gelada e azulamento; seus padecimentos terríveis.
Sua ação restaurador a é igualmente rápida, dada em pequenas e repetidas
doses até que o calor seja restaurado.
A cânfora, é claro, é estimulante e aquecedora, em pequenas doses,
192 CAMPHORA
* * * * *
Ou, como coloca KENT: “Na cânfora, durante o calor e quando há dores,
ele deseja estar coberto. A frialdade é aliviada pelo frio, ele deseja mais frio.”
“O paciente cânfora”, diz ele, “é um dos mais problemáticos para cuidar.
Frialdade, delírio e calor freqüentemente misturam-se... Devido ao choque do
sofrimento, a mente quase se vai ou fica num estado de frenesi. A frialdade
então vem e o paciente deseja ficar descoberto, deseja ar frio, as janelas abertas;
mas, antes que tudo isso possa ser feito, uma torrente de calor surge e então ele
deseja estar coberto, com o aquecedor ligado e deseja bebidas quentes; mas este
estágio rapidamente passa e enquanto a enfermeira providencia a bebida quente,
o paciente deseja atirá-la longe, abrir as janelas e ter todas as coisas frias...
“Quanto mais violentamente o paciente sofre, mais rápido ele estará frio e,
quando ele está frio, deseja se descobrir, mesmo num quarto frio.”
Nos casos de qualquer doença, com estes estranhos sintomas alter- nantes e
contraditórios, cânfora em pequenas doses, ou em potência, alcançará a cura.
Nenhuma outra droga tem exatamente estes sintomas. A mais próxima é
Secaie, onde o paciente, apesar de frio ao toque, não suporta ser coberto devido
a suas sensações de ardência intensa, como se faíscas estivessem caindo sobre
ele. Isto pode ser visto na gangrena. Já as ardências de arsênico, pelo contrário,
são aliviadas pelo calor.
194 CAMPHORA
SINTOMAS EM NEGRITO
Gripe.
* * * * *
Na cólera epidêmica de 1831 Hahnemann enfrenlou o problema como devia
ser feito e escreveu artigos, com ampla distribuição, sobre o seu tratamento. Ele
teve seguidores por todo o mundo, mesmo naqueles dias. Quando um censor
idiota baniu seus ensinamentos, ele escreveu: Eles parecem preferir mandar toda
espécie humana para a sepultura a ouvirem o bom conselho da nova arte médica
purificada.”
O envenenamento por cânfora mostra todos os sintomas iniciais da cólera.
Hahnemann diz: “Somente quando dada sozinha na invasão inicial da doença,
será tão maravilhosamente útil. Os amigos do paciente devem empregá-la, pois
este estágio logo resulta em morte ou no segundo estágio, mais difícil de ser
curado, e não com Camphora”. Ele dava “uma gota do espírito forte de
Camphora com açúcar (ou em água) a cada cinco minutos. Quando os maxilares
ficam rígidos e nada pode ser engolido, ela pode ser esfregada na pele, dada
como um clister ou seu vapor inalado, quando evaporado sobre ferro quente.
Quanto mais rápido isto for feito, mais rápida e certa será a recuperação do
paciente. Em um par de horas o calor, a força, a consciência, o repouso e o sono
retornam e ele está salvo. Mesmo no caso de pessoas que estavam sendo
preparadas para o velório, nas quais somente um dedo se movia, o espírito de
Camphora misturado com óleo, introduzido na boca, trouxe o morto aparente
para a vida.”
Resultados breves: o cônsul geral russo relatou que de 70 casos em dois
locais, todos alcançaram a cura; em outro locais, de 1.270 casos somente 108
vieram a falecer. Nos hospitais de Viena, dois terços dos tratados
homeopaticamente se recuperaram, enquanto que em outros hospitais dois
terços faleceram. No sul da França, onde a mortalidade com alo- patia foi de 90
por cento, a mortalidade com homeopatia foi de 5 a 7 por cento. Um missionário
(na América do Sul) foi preso por curar gratuitamente uma série de pacientes
com cólera, enquanto que os tratamentos hospitalares não curavam ninguém.
Mesmo em nosso país, os resultados
196 CAMPHORA
CANNABIS INDICA
(Haxixe)
197
198 CANNABIS INDICA
* * * * *
KENT tem uma pequena e vivida descrição da ação de Cannabis indica na
2 edição de seu Lectures on Matéria Medica (omitida da 3a edição, juntamente
a
com algumas outras boas coisas, cujo espaço evidentemente foi preenchido por
novas drogas). Dele citaremos:
“Uma estranha sensação de êxtase atravessa o corpo e os sentidos. Os
membros e as partes parecem aumentados. Uma sensação de beatitude
atravessa os membros. Os membros tremem. Grande fraqueza se espalha pelo
corpo. Os sintomas se assemelham aos da catalepsia. Anestesia e perda de
sensação muscular. As queixas melhoram com o descanso. Exaltação dos
espíritos com alegria. Imaginações e alucinações maravilhosas. Exageros de
tempo e espaço extraordinários. Ele parece ser transportado através do espaço.
Ele parece ter duas existências, ou ser consciente de dois estados, ou existir em
duas esferas. Ilusões. Fala incoerente. Risos
CANNABIS INDICA 199
* % * * *
* * * * *
FARRINGTON, quando se reúnem os fragmentos espalhados em sua
Comparative Matéria Medica, apresenta algumas sugestões clínicas valiosas. Ele
diz que é um dos melhores remédios no delirium tremens, com erros de
percepção relativos a espaço e tempo ... Nos enganos quanto adistância e tempo,
assim como quando o paciente diz estar com fome e não ter comido nada há seis
meses, quando os pratos, dos quais ele há pouco se fartou, estão ainda ao lado
da cama. Ou, ao olhar pela janela, ele diz que os objetos que estão bem
próximos encontram-se a milhas de distância ... Há, também, os sintomas
urinários: “Ardência, pontadas e dores nos rins; dores quando ri. Uremia com
sensação como se o vértex estivesse abrindo e fechando”. Por fim, “Paralisia
com formigamento da parte afetada.”
* * * * *
NASH tem pouco a dizer sobre Cann. ind., mas ele nos fornece um caso que
ilustra uma de suas fases: “Esquecimento: inicia uma sentença e então não
consegue finalizá-la, porque esqueceu o que pretendia falar ou escrever
Este é o caso: Uma senhora com hidropsia, em conseqüência de uma doença
cardíaca valvular, após estar aliviada do inchaço, subitamente ficou
impossibilitada de conversar. Ao responder uma pergunta ela começava a
resposta, mas não conseguia finalizá-la, porque não podia lembrar- se do que
pretendia dizer. Ela ficava muito impaciente com isso e chorava, não conseguia
terminar a sentença; mas conseguia se exprimir se alguém
200 CANNABIS INDICA
pudesse terminar a sentença por ela. Continuou assim por vários dias, até que
recebeu Cannabis indica, quando então, recuperou rapidamente seu poder de
expressão.”
São lembradas duas experiências vividas em relação a Cannabis indica, uma
curativa e outra aparentemente causai.
Uma garota bonita, levemente gorda, de aparência saudável, de cabelos
claros e bochechas coradas (antes destes dias loucos da “maquiagem”), chegou
ao Ambulatório em grande aflição. Já contamos este caso antes, mas vamos
repeti-lo. Ela era datilógrafa e trabalhava numa grande companhia ferroviária.
Ela disse: “Eu não sei exatamente como dizer, mas eu tenho sonhado acordada
e perdi meu emprego por causa disso. Eu costumava ir para casa todas as noites
e dizer-lhes: 'Estou morta de cansaço, porque tenho estado durante o dia todo
nos trens, trabalhando na minha máquina de escrever.' Necessitava das provas
mais fortes para me convencer de que isto não era verdade. Eu acreditava nisso.
Às vezes um rinoceronte me seguia por toda a parte e eu contava às pessoas. Eu
acreditava nisso. O que devo fazer? Se estou na rua e passa um carro, isso é
tudo que preciso para dizer a alguém que estiver comigo: 'Venha, e eu lhe
levarei em meu carro' e, naturalmente, não lenho carro, eu não sei dirigir. O que
eu faço? ” Eu fiquei intrigada e entrei em contato com o médico com quem
estava trabalhando. Ele sugeriu Cannabis ind. e ela tomou uma dose, e somente
retornou uma ou duas vezes mais. Ela havia esquecido “todas aquelas coisas
sem sentido” e estava muito bem.
O outro caso diz respeito a um desafortunado pároco interiorano, que
possuía um determinado inimigo astuto, sem escrúpulos, determinado, por
razões ligadas a práticas religiosas, a afastá-lo de sua paróquia. As travessuras
que infligiram a este homem infeliz vão além da imaginação e têm sabor de
romance e melodrama A nós interessa apenas uma delas.
Um dia seu sacristão (a serviço do inimigo) tentou-o com um maravilhoso
tabaco, fornecido pelo seu patrão. O pároco disse que não possuía um
cachimbo, mas o homem deu-lhe um novo. O pároco colocou o pedaço de fumo
em seu bolso e, tendo negócios a serem tratados a algumas milhas de distância,
saiu da cidade a pé. No cume de um monte íngreme descansou e, lembrando-se
do presente, procurou-o na parte de baixo do casaco para onde ele havia caído,
devido a um buraco existente em seu bolso, e começou a cortá-lo, no topo de
um portão. Com dificuldade, porém, porque era duro e diferente de qualquer
tabaco que ele já havia cortado. Então ele encheu o cachimbo com o fumo e o
acendeu, começando a fu- má-lo.
Ele começou a se “sentir esquisito”. Então, quase imediatamente, ocorreu
uma violenta vertigem; piorando assustadoramente quando ele tentou se mover.
Ele deve ter ficado horas à espera de ajuda antes que transeuntes em um carro
acolheram-no e o levaram para casa, para onde
CANNABIS INDICA 201
foi chamado o médico local. Mas ele esteve delirante toda a noite, num estado
dos mais alarmantes: “contando elefantes durante a noite inteira”, como ele
relatou mais tarde.
Dois ataques menores ocorreram, após fumar certos cigarros, quando correu
o boato de que o pároco estava bastante doente, deveria renunciar e ir embora.
Contudo, estes ataques cessaram quando ele evitou os cigarros do armazém do
vilarejo e passou a comprar seus cigarros em outros lugares, longe do alcance
dessas brincadeiras de mau gosto.
Curiosas essas ilusões de elefantes e rinocerontes! Como uma droga
consegue evocar estas coisas? Faz lembrar dos medos, alucinações e sonhos
com cobras (Hyoscyamus, Lac. caninum e alguns outros).
SINTOMAS EM NEGRITO
Ele imagina que ouve música; fecha os olhos e por algum tempo fica perdido nos
mais deliciosos sonhos epensamentos.
Conversa incoerente.
Idéias fixas.
Exaltação dos espíritos, com loquacidade excessiva.
Risos sem moderação.
Risadas descontroladas, até que a face se toma púrpura e as costas e quadris
doem.
Angústia acompanhada com grande opressão, que melhora ao ar livre. Ele tinha
um medo constante de tomar-se insano.
Mente bastante ausente.
Durante curtos momentos ele se perde e depois recobra-se, como é percebido por
aqueles que o rodeiam.
Vertigem.
Freqüente balanço involuntário da cabeça.
Quando recobra a consciência, choques violentos passam pelo seu cérebro.
Olharfxxo.
Vasos injetados nas conjuntivas de ambos os olhos.
Quando lê, as letras embaralham-se.
Pulsação eplenitude em ambos os ouvidos.
Sons de guizos e zumbidos nos ouvidos.
Sonolência excessiva.
Sono ruidoso.
Suorprofuso e viscoso, que se apresenta em gotas sobre sua testa.
* * * * *
E agora, já que uma compreensão adequada da ação de Cannabis indica
somente pode ser obtida a partir da Encyclopedia de Allen, condensaremos
aquelas vinte e sete longas páginas sobre os sintomas mentais. Salientamos que
estas experimentações ou efeitos tóxicos são provenientes de cerca de quarenta
diferentes fontes, por ele fornecidas, onde as mesmas experiências e até uma
série de sensações foram detalhadas quase nas mesmas palavras, por diferentes
pessoas.
Muito excitado; dançando pelo quarto; rindo; falando coisas sem sentido,
sabia disso mas não conseguia parar sem um esforço, o qual não se preocupava
em realizar. Grita; salta no ar; bate palmas por alegria. Canta; improvisa letra e
música. Ao tornar-se consciente, encontra-se dançando, rindo e cantando em
frente a um espelho.
CANNABIS INDICA 203
recera eras; a pronúncia de uma palavra parece tão longa quanto um drama
inteiro, e uns poucos metros, uma distância intransponível, de tão grande. O
quarto se expande; o teto parece elevar-se: ele está em um vasto salão.
A sala de estar parecia ter uma profundidade enorme abaixo dele (ela
estava, na verdade, no mesmo andar). O tempo era indefinidamente prolongado.
Os minutos pareciam dias. Um amigo na mesma sala parecia estar bastante
longe. Uma estranha sensação de isolamento, com um grande sentimento de
solidão, embora rodeado de amigos.
Ele im agina que possui um conhecimento infinito e poder de visão; que é
Cristo vindo para restaurar a perfeita paz para o mundo. Acredita que há um
poder criativo na sua própria palavra; que ele somente precisa falar e tudo será
feito. Que possui a prosperidade do mundo e despeja riquezas a todos os
necessitados que o rodeiam.
Sente que é transparente; sente o sangue em suas veias; “O fogo na grelha
brilha através de mim, para esquentar a medula dos meus ossos”. Ele imagina
que está inchando gradualmente, que seu corpo torna-se cada vez maior. Que
ele está a cavalo; caçando; vendo a água azul; nadando; que é capitão de um
navio; viajando; que ele não tem peso.
Ilusão que ele era uma bomba, através da qual uma corrente de água quente
estava se movimentando e ameaçando seu amigo de ficar molhado. Que ele era
um tinteiro e que, ao se deitar na cama, a tinta poderia se espalhar sobre o
acolchoado; ele abria e fechava sua tampa de latão que possuia uma dobradiça;
balançou-se e viu e sentiu a tinta se chacoalhando contra suas superfícies de
vidro. Agora ele é um imenso serrote que se move para baixo e para
cima,enquanto que as tábuas terminadas voam para os lados; então uma garrafa
de água com gás; um enorme hipopótamo; uma girafa; uma samambaia,
rodeada por nuvens e perfume. Ri porque sua perna é um estojo de lata cheio de
hastes de fixar tapete, que fazem barulho quando ele anda; então a outra perna
se alonga até ele se elevar centenas de pés no ar, e deve saltar ao lado de seu
amigo.
Todas as impressões são extremamente exageradas.
As paredes do quarto subitamente são cobertas de sátiros dançarinos e
mandarins que inclinam suas cabeças. Vê inúmeros duendes diabólicos com
faces cor de sangue e imensos olhos negros, que o aterrorizam; até que um suor
frio se irrompe e ele se sente sufocado.
Todos os eventos de sua vida passada, mesmo aqueles esquecidos há tempo e
os mais triviais, surgem em símbolos de uma roda que gira rapidamente, cada
qual reconhecido como um ato de sua vida, cada qual em sua ordem correta de
seqüência.
Visões burlescas de mulheres velhas, enrugadas que são compostas de fios
de malha.
Ilusões dos sentidos: ouve vozes e a música mais sublime; tem visões de
CANNABIS INDICA 205
J
206 CANNABIS INDICA
sua lace... “cies sabiam meu segredo, e um coro insano tomou conta dc lodo o
teatro, 'Haxixe! Haxixe! Ele comeu haxixe!’ Rastejei -me pelo palco com uma
vergonha indescritível. Humilhei-me em segredo; olhei para meus adornos c notei
que eram repugnantes e esfarrapados como os dc um mendigo; da cabeça aos pés eu
era a encarnação da esqualidez. As crianças apontavam para mim; os vadios
paravam e aproximavam-se com desdém inquisitivo; a multidão de homens e
animais olhava para mim; as pedras da rua zombavam de mim com insultos
humanos, enquanto eu me encolhia em meus trapos emporcalhados.”
Imagina que alguém o chama. Ouve música da mais doce c sublime melodia c
harmonia, vê veneráveis bardos com suas harpas, que as tocam como se tosse a
música dos céus. Um simples tom se parece com a harmo nia mais divina. Imagina
que ouve música; fecha os olhos e perde-se nos mais deliciosos pensamenios e sonhos.
Ouve incontáveis sinos badalando muito docemente. Durante as duas semanas
seguintes, ao sentar-se em seu escritório, ele ouvia a magnífica harmonia, como se
as mãos de algum mestre estivessem locando um órgão e usando somente as chaves
mais baixas. Havia esta peculiaridade sobre audição dc música, devia eslar num
estado dc semi-dcvancio. então as melodias divinas, delicadas c ma ravilhosamente
doces, seguiam-se umas às outras dc lbrma contínua, sem interrupções e mais suave
que dedilhado humano algum jamais realizou. Se se lixasse a atenção e esforçasse o
ouvido, para eslar certo dc captar cada acorde, o silêncio vinha de uma vez.
Ouve os sons das cores, verde, vermelho, azul e amarelo lhe soam, vindo em
ondas perfeitamente distintas.
Após tal experiência de êxtase, ao emergir de uma densa floresta, ouviu um
sussurro, '‘Mata-te! Mala-ie!" e línguas invisíveis repetiam este manda mento por
todos os lados e pelo ar acima-dele, “O Mais Alto ordena que te mates!" Mas uma
mão invisível golpeou a faca com que ele visava alcançar sua garganta e a
arremessou para dentro do mato.
Sensações físicas estranhas de uma leveza e estado aéreo perfeitos e mentalmente,
uma percepção maravilhosamente aguda do cômico nos objetos mais simples e
familiares. Os objetos que o rodeavam assumiram uma expressão estranha,
extravagante e tornaram-se inexprimivelmente absurdos e cômicos, o que lhe
provocou um demorado acesso dc riso.
Parecia-lhe como sc cie existisse sem forma através de uma vasta ex tensão de
espaço. Seu corpo parecia expandir-se e o arco do seu crânio parecia ser mais largo
do que a abóbada celeste.
Seu deleiiamento com as visões era completo e absoluto, imperturbável pela
mais tênue dúvida de sua realidade; enquanto em algum outro com partimento do seu
cérebro, a razão as assistia friamente e acumulava a mais viva ridicularidade de seus
aspectos fantásticos. Um conjunto dc nervos estava impressionado com a felicidade
dos deuses, enquanto outro
CANNABIS INDICA 207
gão de uma grande catedral. O fluxo e refluxo de seu tom solene incom-
preensível encheu-me de tristeza que era mais do que humana.
“Finalmente eu estava na rua. Além de mim, a visão seguia por um caminho
sem fim - uma vista não convergente, cujas lâmpadas mais próximas pareciam
estar a léguas de mim. Uma alma, partindo para seu vôo além da estrela visível
mais longínqua, não poderia ser mais dominada do que eu, pela sua concepção
recentemente adquirida de grandeza da distância. Comecei minha jornada
infinita. Mergulhava num maravilhoso mundo interior que existia em turnos,
em diferentes locais e vários estágios do ser. Ora remo minha gôndola através
dos canais de Veneza à luz da lua, ora os Alpes surgem à minha frente, e a
visão gloriosa do sol nascente refletindo a luz violeta sobre o mais alto cume de
gelo. Ora no silêncio primitivo de alguma floresta tropical inexplorada,
espalhava minhas folhas suaves, uma samambaia gigante, oscilava e inclinava-
me ao sabor dos ventos sobre um rio cujas ondas exalavam música e perfume.
Minha alma transformou-se numa essência vegetal, excitada por um êxtase es-
tranho e inimaginável.
“Minha voz parecia reverberar como um trovão em cada recôndito de um
edifício. Estava aterrorizado com o barulho que eu havia produzido. (Aprendi
nos dias seguintes que esta impressão é somente uma das muitas devidas à
sensibilidade intensa no sistema sensonal\ produzida pelo haxixe.)
“Estive em uma câmara remota no topo de um edifício colossal e toda a
construção abaixo de mim estava constantemente crescendo no ar! Cada vez
mais alto, mais alto, sempre para dentro da abóbada solitária do universo
infinito de Deus, elevávamos sem cessar. Os anos passavam. Eu ouvia a
torrente musical de suas asas no abismo além de mim e, de ciclo a ciclo, de vida
em vida, eu me movia rapidamente, uma partícula na eternidade e no espaço.
“Pela rua, em marcha compassada, uma hoste armada passava. Somente a
batida pesada de seus passos e o ranger de suas armaduras quebravam o
silêncio, pois entre eles não havia mais conversas ou música do que em um
batalhão de mortos. Era o exército dos séculos caminhando para a eternidade.
Uma sublimidade divina absorveu minha alma. Fui oprimido em um tempo
impenetrável, mas eu me inclinei para Deus e era imortal através de todas as
mudanças ... Olhando para seu relógio ele percebeu que tinha viajado através de
toda uma imensurável cadeia de sonhos em trinta segundos. 'Meu Deus', eu
gritei, 'Eu estou na eternidade'. Na presença daquela primeira revelação sublime
do próprio tempo da alma e sua capacidade para uma vida infinita, permaneci
tremendo com uma admiração sem fôlego. Até o dia de minha morte, aquele
momento de desvelamento permanecerá em claro relevo por todo o resto da
minha vida. Eu ainda mantenho isto numa recordação que não enfraquece como
210 CANNABIS INDICA
tal, viu o pianista justamente descansando das teclas. “Que composição você
tocou?”, ele perguntou. A resposta foi, “A Marcha Funeral de Men- delssohn”
Ele nunca havia ouvido esta composição antes... “Certamente é o mais notável
exemplo de clarividência concordante que eu já conheci.”
“Uma música colossal preencheu todo o hemisfério sobre mim e eu vibrava
ascendendo pelo ambiente sobre asas invisíveis. A música não era cantada, não
havia instrumentos, mas o espírito inexprimível de um intenso som sublime,
como nada que eu já tivesse ouvido. O ideal de harmonia, no entanto
distinguível em uma multiplicidade de partes primorosas ... Como um mapa, a
arcada do universo repousava nua diante de mim. Eu vi como cada coisa criada
não somente se caracteriza, mas brota de alguma lei espiritual poderosa como
sua prole, seu desenvolvimento externo necessário, não a mera roupagem da
essência, mas a essência encarnada.”
“Das alturas etéreas eu caí em meio às neblinas aquerontianas... Eu
esperava pela extinção. As formas que se moviam ao meu redor no mundo
externo pareciam-se com cadáveres galvanizados; a alma viva da natureza tinha
ido embora como a chama de uma vela. A existência do mundo externo parecia
uma vil zombaria, um engano cruel de alguma possibilidade relembrada que
havia sido gloriosa com uma beleza silenciosa. Eu odiei as flores, porque eu já
havia visto os prados adornados do Paraíso; eu amaldiçoei as rochas, porque
elas eram pedras mudas; o céu, porque ele não ressoava música; e a terra e o
céu pareciam jogar de volta a minha praga.” *
%****
Verdadeiramente, Cannabis indica é um grande medicamento, para quem
sabe como usá-lo para a cura daquilo que ele pode induzir.
Entre suas sensações percebe-se a irrealidade; a solidão; a consciência dual;
a levitação; sente-se seu valor no delírio, no delirium tremens, na grandiosa
ilusão da Grande Presença; na hidrofobia; na catalepsia, qualquer que seja “o
material do qual são feitos os sonhos”, deve ser de utilidade para aquelas
pessoas que sofrem terrivelmente com sonhos assustadores, de um ano para o
outro. Uma destas chegou ao Ambulatório exatamente ontem!
r
CANTHARIS
Qs sintomas acima são apenas os que estão em negrito, entre os 1650 sintomas
de Cantharis no Allen, muitos dos quais em itálico. Podemos re-
212
CANTHARJS 213
sumir aqui as citações de Kent e Nash. Estes autores dão retratos vividos e não
facilmente esquecíveis da ação e reações curativas deste medicamento
magnífico.
* * * * *
NASH diz: “Se eu precisasse selecionar um remédio para provar a verdade
da fórmula Similia Similibus Curentur, acho que esse seria o escolhido.
“Não há remédio que de modo tão certo e violento irrite e inflame os órgãos
urinários e que tão prontamente cure essa irritação quando se aplica à forma ou
tipo Cantharis, como freqüentemente o faz.”
elas.
Em problemas menores como MORDIDAS DE MOSQUITO... me permito
reproduzir a experiência pessoal de alguém, compilada há algum tempo, já que
essas coisas ficam na memória e dão a confiança à prescrição.
Este é o registro: “Na última terça-feira, às 10 da noite, senti um aguda
picada justamente acima do meu pulso direito, e um pequeno e frágil demônio
vivamente voou. Quase imediatamente apareceu um vergão duro e extenso,
com picadas. À noite, fui acordado por uma sensação de facada num dedo da
mão esquerda, depois em outro dedo. Durante toda a quarta-feira, aquelas
mordidas! Quinta-feira, absolutamente obcecado, sem pensamentos ou interesse
por qualquer outra coisa, pela necessidade urgente e incessante de lidar e cuidar
do tormento e lutar contra o impulso de coçar e rasgar a região afetada. O pulso
redondo, inchado, cada vez mais redondo; estendendo-se para o braço, dedos
redondos, sobre o dorso da mão; em toda a parte ardor, coceira e inchaço;
espalhando-se cada vez mais. Na quinta-feira à tarde, as coisas estavam piores
do que nunca quando, partindo para Wembley, um amigo das horas de
necessidade produziu uns poucos glóbulos de Canth. 30, que foi obedientemente
tomado e uma segunda dose foi providenciada, para ser tomada mais tarde. A
rapidez do alívio foi inacreditável, o sofrimento logo passou e então foi
esquecido. Capaz de concentrar-me novamente, capaz de experimentar a
emoção de Wembley Tatoo. E na manhã seguinte (sexta-feira), braços e dedos
voltaram ao normal, exceto por algumas marcas de coçadura. Mas por que
registrar tudo isso? Porque tais demônios do ar não são os últimos de sua
espécie e porque alguém mais, algum dia, poderá ficar contente ao comprovar
os méritos de Cantharis, potencializado, para MORDIDAS DE MOSQUITO.”
Um detetive particular tinha estado em pé, vigiando durante horas, em um
local desagradável, com as pernas embebidas em salitre úmido. Veio, em
grande aflição exibi-las - vermelhas, inchadas, muito doloridas,- uma celulite
grave até os joelhos. Desejavam levá-lo ao hospital, mas isto não era possível.
Então Cantharis 200 foi dado - apenas umas poucas doses - e
surpreendentemente todo o mal desapareceu e não houve mais problema, para
grande alívio do médico!
Cantharis sendo tão assustadoramente rápido em sua ação nociva - isto é, na
produção de inflamações destrutivas, é igualmente rápido em sua ação benigna,
quando usado curativamente.
É bom lembrar que mesmo no ritmo de ação, doença e remédio devem
combinar-se.
CANTHARIS 217
SINTOMAS EM NEGRITO
Queimação no peito.
Dornas virilhas, com desejo incessante de urinar.
Dores nas virilhas, rins e abdome, com tanta dor durante a micção, que não pode
expelir uma gota sequer sem um gemido ou grito.
Escaldaduras e QUEIMADURAS.
Queimaduras, antes da formação de vesículas e quando elas já estão formadas.
r
CAPSICUM
Pimenta Vermelha ou de Caiena {Hering)
Hahnemann diz que esta 'pimenta espanhola', como é chamada, foi introduzida
como tempero para condimentar os molhos das mesas elegantes dos mais
abastados (as sementes pulverizadas da 'pimenta de Caiena' ainda mais forte
sendo freqüentemente usada como substituta) para estimular o paladar para um
apetite não natural e, então, arruinar a saúde.
“Entrementes, pouco se ouviu sobre o uso medicinal desta poderosa
substância. Bergius sozinho menciona ter curado várias febres intermitentes de
longa duração com doses de dois grãos de cápsico. Mas ele não o dava sozinho,
porque o antigo pecado original da medicina tradicional induziu-o a ministrá-lo
combinado com bagos de loureiro... Ele não descreve as febres curadas por
cápsico de acordo com a totalidade de seus sintomas, mas somente emprega a
expressão “antigas febres intermitentes”, na maneira de seus demais colegas da
escola antiga, de forma que o virtus ab usum da mistura prescrita é envolvido na
escuridão.
“Por outro lado, o médico homeopata procede com muito menos dúvida e
com muito mais certeza em suas curas com Capsicum, porque, orientado pelos
puros estados mórbidos peculiares, produzidos por esta poderosa substância
medicinal na saúde do organismo, ele somente tenta a remoção daquelas
doenças naturais, se a soma daqueles sintomas contém a maior semelhança
possível com aquelas de Capsicum.
“As doenças curáveis por Capsicum raramente ocorrem nas pessoas de fibra
rígida.
* * * * *
Percebe-se que as dores ardentes de Capsicum, as quais afetam tão
grandemente as membranas mucosas, são as “queimações, como da pimenta
caiena, espalhada sobre a região”. As dores afetam especialmente a boca,
língua, estômago, abdome, intestinos, reto e bexiga. Mas o peito, pulmões e a
pele também podem ser afetados.
Observa-se dor pressiva nos olhos, chegando à protrusão, com ardência,
vermelhidão e lacrimejamento.
Não somente há surdez e dores nos ouvidos, com otite, mas o processo
mastóide é especificamente afetado, com inchaço, periostite e mesmo cáries. Isto
nos parece especialmente valioso de sé referir. O Repertório de
219
220 CAPSICUM
SINTOMAS EM NEGRITO
Nostalgia (saudade).
De uma disposição contente; está jocoso e canta, no entanto pelo menor motivo,
fica bravo.
Propensão a sobressaltar-se. Após emoções, febre com bochechas vermelhas.
Intoxicação.
Epistaxe.
Azia.
Dispepsia decorrente de inércia; especialmente nas pessoas idosas.
ESTOMAGOg<?/a<2o; ou ardente.
Inclinado ao vômito.
Sede; beber causa tremor; dores repuxantes nas costas.
Dores cortantes e ardentes no ABDOME.
Após cada evacuação, sede, e sempre após beber, arrepios.
Dor tensiva, no ABDOME, especialmente no estômago, pior com o movimento;
com dor tensiva na parte inferiordas costas.
Dor tensiva do abdome até o peito, como por distensão.
O abdome parece estar distendido quase estourando, impedindo de respirar, até o
sufocamento.
Abdome repuxando e revirando.
Fezes pequenas e freqüentes com muco, às vezes com sangue; causando tenesmo.
Ardência na bexiga.
Ardência profunda após a micção.
Estrangúria; tenesmo no colo da BEXIGA; urgência para micção freqüente e
quase ineficaz.
Urina escaldante.
Gonorréia: segundo estágio; descarga branca; sensibilidade excessiva das
partes em contato; “cordee” suprimido somente por água fria.
* * * * *
NASH resume suas peculiaridades assim:
Dores ardentes, especialmente nas membranas mucosas, ou dores agudas
como por pimenta vermelha sobre as partes.
Tosse com dores em partes distantes, como cabeça, bexiga, joelhos, pernas,
etc.
Arrepios ou tremores após cada vez que ingere líquido. Começando entre os
ombros e espalhando-se por toda a parte.
Com os sintomas acima, é um bom remédio para disenteria ou para os
estágios mais avançados de gonorréia, ou nas queixas da garganta. Um remédio
a ser lembrado em todas as afecções, com ardências da pimenta vermelha.
Ele diz que curou um caso muito grave de muitos anos de duração. O
paciente gritava e apertava a cabeça entre as mãos, cada vez que tossia.
Finalmente piorou tanto que foi necessário ficar acamado, porque a dor piorava
muito quando ele se sentava. Capsicum curou-o muito rapidamente.
* * * * *
GUERNSEY. Afeta os tecidos mucosos num grau muito proeminente.
A cabeça dói como se fosse estourar; bate, pulsa, pica. Melhora com
movimento. O couro cabeludo morde, arde, coça, como se tivesse sido es-
fregado com pimenta caiena.
O abdome tem a sensação como se fosse estourar... Bocejos durante o dia e
insônia à noite. Sensação como se estivesse caindo de uma altura durante o
sono (isto ocorre especialmente com Thuja)... Eructações com gosto e sensação
da pimenta vermelha; sensação de água fria no estômago. Os sintomas
geralmente ocorrem no lado esquerdo; em pessoas de cabelos claros; tendência
para engordar; músculos flácidos; pele inchada.
CAPSICUM 225
* * * * *
FARRINGTON fala a respeito das propriedades marcadamente irritantes de
Capsicum ; é necessário pouca droga para a produção de irritação. Ele diz que é
eliminado através dos rins, produzindo estrangúria com ardência quando urina.
O remédio age melhor nas pessoas corpulentas, possuidoras de fibras flácidas.
O estômago é fraco, a digestão é fraca, o homem é todo fraco. Os adultos e
crianças são irritadiços e nervosos; pioram com a mínima corrente de ar,
mesmo de ar quente; desajeitados.
Ele está sedento, mas beber causa tremores.
Um sintoma incomum: respiração muito ofensiva durante a tosse. Na
difteria, odor pútrido é exalado da boca.
A garganta parece espasmodicamente fechada; piora quando não se está
engolindo.
* * * * *
Agora alguns resumos de KENT. Ele diz:
A maior parte das substâncias que são usadas como condimentos na
cozinha, no decorrer de uma ou duas gerações, serão medicamentos bastante
úteis, porque os pais envenenam-se com estas substâncias - chá, café, pimenta e
tabaco (embora tabaco não possa ser considerado como um condimento de
mesa) e estes efeitos tóxicos nos pais causam uma predisposição nos filhos às
doenças, que são semelhantes às produzidas por aquelas substâncias.
Nas crianças gordas, flácidas, de face corada, nascidas de pais que bebem
cerveja e comem pimenta, com uma reação debilitada, uma constituição
relaxada e flácida, face vermelha e condições varicosas, aqueles que foram
estimulados com excesso, crianças de pais muito estimulados, encontramos a
esfera de ação Capsicum muito freqüentemente. A face parece rosada, mas é fria
e um fino sistema dc capilares pode ser visto ... Gordo, redondo, sem firmeza,
uma falsa pletora, como Cale. Ponta do nariz vermelha, bochechas vermelhas,
vermelhidão sobre os ossos da face, olhos vermelhos. Estas constituições
reagem lentamente após as doenças, não respondem aos remédios, são
preguiçosas, cansadas, lentas. As garotas em idade escolar não conseguem
estudar e ficam nostálgicas. Gota nas juntas, endurecidas, desajeitadas, fracas...
Arrepios estando ào ar livre; pior ao banhar-se.
Estado mental: nostálgico... supersensível; desconfiado; sempre esperando
por um insulto. Teimoso ao extremo; perversidade, Se ela deseja uma coisa, se
oporá à mesma, caso seja sugerida por outra pessoa.
Atormentado por pensamentos persistentes de suicídio.
Dor de cabeça: como se o crânio fosse estourar quando movimenta a
cabeça. Sensação como se o crânio fosse voar em pedaços; segura a cabeça com
a mão. A cabeça parece grande demais. Como se o cérebro e os
226 CAPSICUM
* Uma garota foi vista no Hospital com uma temperatura constante por volta de 37,8° C, desde uma
cirurgia do osso mastóide alguns anos atrás. Uma dose de Capsicum resultou em uma temperatura normal
desde então, isto é, há três meses.
r
CARBO VEGETABILIS
(Carvão Vegetal)
v_
Desde os tempos remotos, conta-nos Hahnemann, os médicos consideravam o
carvão sem poderes medicinais.
Então houve a descoberta curiosa das propriedades químicas do carvão
vegetal, em especial seu poder de remover o odor ruim de substâncias pútridas e
mofadas e preservar fluidos de odores fétidos. Os médicos começaram então a
empregá-lo externamente. Quando havia hálito fétido na boca, usava-se
bochechar com carvão em pó, e aplicava-se este mesmo carvão às úlceras
pútridas; em ambos os casos o odor fétido era imediatamente removido.
Administrado internamente na disenteria de outono, ele removia o odor ruim
das fezes.
Mas, Hahnemann nos conta, isto é meramente um uso químico do carvão
vegetal, que é retirar os odores fétidos da água pútrida quando misturado com
ela em massa bruta, e é mais eficiente neste caso.
Isto era simplesmente um emprego químico, não dinâmico que penetra no
interior da esfera vital. A boca enxaguada somente permanecia livre do fedor
por umas poucas horas. A antiga úlcera não melhorava, e o fedor, quimicamente
removido naquele momento, sempre recorria. O pó tomado na disenteria de
outono removia o odor fétido das fezes somente por um curto período, mas a
doença permanecia e o cheiro desagradável das fezes logo voltava.
O carvão vegetal pulverizado, ele diz, pode exercer nada mais do que uma
ação química. E uma quantidade considerável de carvão vegetal pode ser
ingerida sem a produção da mais leve alteração da saúde.
No entanto, Carbo vegetabilis é um dos nossos mais poderosos e preciosos
remédios, às vezes “um verdadeiro levanta- cadáver”, como já tem sido visto, e
uma das comprovações mais srupreendentes do valor da grande descoberta de
Hahnemann em relação à liberação de poder, nas substâncias inertes, através da
dinamização ou subdivisão das partículas.
Ele coloca assim: “É somente através de trituração prolongada do carvão
(como de muitas outras substâncias mortas e aparentemente sem poder) com
uma substância não-medicinal, tal como o açúcar do leite, que seu poder
medicinal dormente, interno e oculto pode ser despertado e trazido à vida.” E
ele descobriu que uma quantidade diminuta de “força atenuada um milhão dc
vezes, ingerida, produzia grandes efeitos medici
227
228 CARBO VEGETABILIS
nais e desarranjo da saúde humana.” Ele não aconselhou o uso de poten- ciação
mais forte do que um milhão de vezes (a 3 a potência centesimal). Suas
experimentações foram feitas com esta “atenuação de um milhão de vezes”.
KENT diz de Carbo veg.: “É comparativamente uma substância inerte
tornada medicinal e poderosa, e convertida num grande agente de cura,
triturando-a bastante finamente. Dividindo-a suficientemente, torna-se similar à
natureza da doença e cura pessoas doentes... É um grande monumento a
Hahnemann. É totalmente inerte em sua forma bruta e seus reais poderes de
cura não surgem sem que seja suficientemente potencializada ... Um
medicamento abrangente, profundo e de longa ação... Ele afeta especialmente o
sistema vascular; mais particularmente o lado ve- noso da economia - o coração
e todo o sistema venoso. Lentidão é uma boa palavra para se pensar, ao
examinar a patogenesia de Carbo veg.: morosidade, indolência, turgescência...
Tudo a respeito da economia é moroso, preguiçoso, pleno, distendido, inchado,
fofo. As mãos são fofas; as veias estufadas; o corpo parece cheio e lúrgido; a
cabeça parece cheia... as pernas também cheias, de forma que o paciente deseja
colocar os pés para cima para deixar o sangue correr. As veias são preguiçosas,
relaxadas e paralisadas. Paralisia vaso-motora... veias varicosas.
“O estado mental, como o físico, é lento... Lento para pensar; moroso;
estúpido; preguiçoso... As pernas são desajeitadas... a pele está escura . A
circulação capilar é obstruída. A face é púrpura e escura.”
Carbo veg. tem ARDORES e FRIALDADE. Ardência nas veias, capilares,
cabeça, prurido e queimação da pele. “Ardência das partes inflamadas.
Ardência interna e frialdade externa. Frialdade com circulação fraca, com
coração debilitado. Frialdade gelada. Mãos e pés frios, joelhos frios, nariz frio,
orelhas frias, língua fria. Frialdade no estômago com queimação. Coberto por
suor frio, colapso com respiração fria, língua fria, face fria. (Camph.) Parece um
cadáver, apesar de que em todas estas condições o paciente deseja ser
abanado.” - Kent.
Ou, como NASH escreve: “Força vital quase exausta; colapso completo. O
sangue estagna-se nos capilares; turgescência venosa; superfície fria e azulada.
“Nos últimos estágios da doença, com suor frio copioso, respiração fria,
língua fria, perda da voz, este remédio salvará uma vida.”
Conta-se um caso extremo, em especial, o tipo de caso que ninguém pode
se esquecer e que é citado para mostrar o que Carbo veg. pode fazer nas
condições mais desesperadoras, onde os sintomas combinam. Era uma garota
pequena com doença cardíaca e com uma exacerbação aguda do quadro que
estava terminando abrupta e prematuramente a sua jovem vida. Ela tinha
pneumonia com efusão pleural, uma endocardite com efu- são pericárdica.
Numa certa manhã, quando o médico fazia a visita, acom
CARBO VEGETABILIS 229
panhado por vários outros médicos, ela foi encontrada deitada para a frente
sobre os apoios que haviam sido providenciados, porque de outra forma ela não
conseguia repousar, fria, branca, inconsciente; ainda estava viva porque, de vez
em quando, emitia os suspiros agudos de agonia da morte. Carbo veg. (acredito
que na potência 200) foi rapidamente administrado, enquanto um dos médicos
de larga experiência exclamou: “Eu comerei meu chapéu se essa criança
sobreviver!” Mas antes que a visita tivesse acabado, ela havia recobrado o calor
e a consciência - a morte havia ido embora! Com o uso de Kali carb. (a
propósito, o remédio complementar!) ela ficou boa, por tanto tempo quanto seu
coração lesado permitia. Tais experiências deram a Carbo veg. o nome de
“levanta-cadáver
S
* Para flatulência excessiva, Caibo animalis parece igualmente eficiente, senão mais do que Carbo veg.
Nada pode ser mais surpreendente do que seu pronto alívio da distensão flatulenta, após operações
abdominais. Isto já foi visto mais de uma vez.
230 CARBO VEGE TA BILIS
csvaziou-se. Quando tal história o faz pensar em Carbo veg. e você constata por
referência à Matéria Médica, que os sintomas são concordantes, você sem dúvida
obterá resultados, o que é algo totalmente diferente. E é o que Guernsey
enfatiza em sua última sentença. Geralmente um sintoma estranho, ou um
palpite, tal como o dado acima, sugere uma droga que não lhe ocorreria de
outro modo e quando, conforme a referência da Matéria Médica os sintomas
encontrados combinam, você sucederá. Há mais do que um caminho para se
encontrar o remédio e o último tribunal de apelação é a MATÉRIA MÉDICA.
Nenhum Repertório pode substituir as reais experimentações. E são os sintomas
peculiares, quando combinam na droga e no paciente, que levam a uma
consideração daquela droga e a uma prescrição bem sucedida.
Tem-se visto ou sabido dos efeitos surpreendentes dc até mesmo uma
simples dose de Carbo veg. na GANGRENA, em um caso com o mais terrível
fedor. Kent diz de Carbo veg.: “Ulceração, com relaxamento dos vasos
sangüíneos e fraqueza dos tecidos, você não precisa ficar surpreso se não
houver reparo, se não houver formação de tecido, de forma que, quando uma
parte sofrer traumatismo, ela ficará ulcerada. Uma úlcera, uma vez estabelecida,
não se curará. Os tecidos são indolentes... Pobre formação de tecido ou
nenhuma. 'O sangue estagna-se nos capilares.' Você pode ver como seria fácil
para estas partes enfraquecidas desenvolverem gangrena. Qualquer pequena
inflamação ou congestão torna-se preta ou púrpura e ulcera facilmente - tudo
que é necessário para gangrenar.”
Mas na rapidez de tal processo final como a gangrena, encontra-se Carbo
veg. como de grande utilidade em alguns casos de ÚLCERAS VA- RICOSAS e
VEIAS VARICOSAS. Nos casos de Carbo veg., há áreas enegrecidas, causadas
pela estagnação nas vênulas e capilares. É aqui que Carbo veg. especialmente
ajuda (Thuja tem algo deste tipo). O enegreci- mento desaparece e a úlcera é
curada.
Aqui estão alguns dos usos de Carbo veg., todos sugeridos ou trazidos à luz
pelas experimentações.
Indiferença; ouvia tudo sem sensação de prazer ou desprazer e sem pensar
nada a respeito.
Dores de cabeça: todos os experimentadores tiveram dores de cabeça, a
maior parte no occipício. Dores de cabeça que não permitem o uso de chapéus.
Queda acentuada de cabelos, aos punhados.
Face pálida; fria; suor frio sobre a face (Verat.). Língua fria e contraída;
branca; com uma camada revestindo; azulada; ressecada; viscosa; preta (Ars.).
Amolecimento dos dentes e sangramento das gengivas. Gosto e odores ruins
exalam da boca.
Ura dos remédios da caxumba (Pilocarpina).
232 CARBO VEGETABÍLIS
Muito catarro.
Frialdade: “membros frios; joelhos frios; nariz frio; pés frios; suor frio.
Face pálida; fria, coberta de suor.”
Nas condições do peito com muita dispnéia, expectoração copiosa, suor
exaustivo, grande frialdade e o paciente precisa ser abanado.
Respiração fria, frialdade na garganta, boca e dentes, mas deseja ser
abanado. Precisa obter mais ar.
Joelhos frios à noite. Úlceras ardem à noite; descarga ofensiva.
Hemorragias: gotejamentos indolentes... “Mesmo a língua acumula aquele
exsudato preto, aquele gotejamento dc sangue preto das veias”. “Vômitos de
sangue com corpo e respiração gelados.”
Kent diz que a plenitude abdominal agrava todos os transtornos do corpo.
Pode haver “até mesmo flatulência nos tecidos sob a pele, de forma que esta irá
crepitar.”
“Gases extremamente pútridos; encarcerados; juntam-se aqui e ali como se
fossem uma massa.” “Diarréia terrivelmente pútrida, com flatulência pútrida.
“Um dos maiores medicamentos que temos no início da tosse comprida.
“Ataques de violenta tosse espasmódica em paroxismos, com suor frio e
face fria e atormentada.
“Pneumonia no terceiro estágio, com expectoração fétida, respiração fria,
suor frio e desejo de ser abanado.
“Sensações de calor interno e queimação, com frialdade externa - um
aspecto comum de Carbo veg..”
Queimação no estômago. Grande acúmulo de gases: distensão do estômago
e abdome.
ASMA. Kent dá o retrato de asma de Carbo veg.:”Vemos o paciente
recostado numa cadeira pérto de uma janela aberta ou algum membro da
família que o abana o mais rápido possível. A face é fria, o nariz comprimido,
as extremidades frias e ele tem a palidez da morte. Ponha a mão em frente da
sua boca e a respiração fria será sentida . A respiração é ofensiva, pútrida... A
queimação interna com frialdade externa é um traço comum com Carbo veg.”
SINTOMAS EM NEGRITO
Indiferença; ouviu tudo sem sentir prazer ou desprazer e sem pensar a respeito.
Ansiedade; como se oprimido com calor tia face; acompanhado por tremores de
frio; fechando os olhos; ao anoitecer, após deitar-se; ao acordar.
CARBO VEGETABILIS 233
Parotidite.
Amolecimento dos DENTES, com sangramento das gengivas, que estão muito
sensíveis.
LÍNGUA toma-se preta.
Língua fria.
Dor de estômago.
A
Queimação no RETO.
Prurido no ânus.
Grande aspereza na laringe, com a voz rude e profunda, que falhava se ele a
forçasse, embora sem dor na garganta.
V
J
Quando o médico convencional, cansado do saber das Escolas, encontrou suas
sorte lançada entre “nativos” e “tribos selvagens” de vários tipos, ele está apto
para escaramuçar impacientemente a erudição herdada que o circunda - seja
nociva ou benigna, talvez mais comumente a primeira possibilidade - mas nem
sempre! Seguro em seus métodos comparativamente fáceis, sancionados, como
são, pelas autoridades, ele tende a desprezar e esmagar, de maneira arrogante,
muito daquilo que seria bastante vantajoso para estudar e exptorar.
Seus queridos antissépticos, por exemplo, tiram dele o lugar das valiosas
“ervas para ferimento” da região. Estas (ao invés de seus esforços desajeitados
e ansiosos de destruir ou, no mínimo, deter os temidos “organismos” mais ou
menos às custas dos poderes curativos inerentes aos tecidos) trabalhariam para
ele, gentil e eficientemente, segundo a maneira de tais ervas, expulsando o
inimigo através do método simples de estimulação da cura saudável em tecidos
prejudicados. Ou então, armado com qui- nina (uma coisa que obteve através da
observação da cura dos nativos) e algumas poucas drogas, principalmente as de
uma natureza paliativa, ele está apto a considerar que todo o conhecimento está
com ele; que o que ele não sabe a respeito de medicina não vale a pena
conhecer, ou que, para ele, não estaria sujeito à especulação ortodoxa.
Esquecendo que,
Conhecimento é orgulhoso porque sabe muito;
Sabedoria é humilde de modo que não sabe mais.
Muito diferente, graças a Deus, é a atitude do homeopata, sempre à espreita
daquilo que cura. Sua sede insaciável por poder tem-no ensinado a não
desprezar, mas investigar. Assim tem ele introduzido, de todas as partes do
mundo, dos índios norte-americanos, da América do Sul - especialmente do
Brasil, da Martinica e das índias Ocidentais, de todo lugar; não somente as
preciosas ervas de cura, mas aqueles magníficos venenos de répteis - cobras,
aranhas, sapos, lagartos - que dão à homeopatia um espectro mais amplo de
cura do que o sonhado pela Escola Antiga. Alguns destes remédios nativos têm
penetrado lentamente, entre os retardatários, na Matéria Médica; por exemplo,
Hamamelis - a hamamélia, introduzida por Constantine Hering em 1850 e agora
de propriedade comum ... Olhando para a lista de medicamentos em Hale White,
que orien-
236 CA UL OPHYLL UM
cía. Sua criança era grande e tratava-se de sua primeira gestação, o trabalho de
parto começou e ela foi examinada. A ginecologista que a atendeu disse que
estava tudo correndo bem, mas que muitas horas deveriam decorrer antes que
qualquer coisa pudesse ser feita para ajudá-la e a médica, sendo assim, foi para
casa. Mal ela chegou à sua casa, o telefone tocou, solicitando seu retorno
imediato ao berçário, para ver a criança que havia nascido. A mãe foi poupada
de muitos problemas como um parto com fórceps, horas de sofrimento e
trabalho de parto prolongado com aumento de risco para a criança. Foi tratada
com pequenas doses de Caulo. diariamente, durante um mês antes do parto.
Coincidência, talvez, mas uma coincidência que era esperada. (Na nossa
fazenda, é usado também para facilitar o parto das vacas. - Ed.)
* * * * *
Foi HALE, em seu New Remedies, quem primeiro chamou a atenção para
este inestimável remédio. Ele diz:
Esta é uma classe de remédio cujas virtudes têm sido bem conhecidas pelos
aborígenes deste país. Eles o chamavam de “raiz da esposa índia”, que é o nome
popular da erva. Os pioneiros leigos, assim como os profissionais, todos são
testemunhas do alto apreço pelo qual os índios o tinham para o alívio de
sofrimentos e fraqueza das mulheres de sua raça. Ele tem um outro nome, “Blue
Cohosh”, cuja origem não fui capaz de apreender.
Sua esfera de ação, tanto quanto pode ser estabelecida no momento, não é
extensa, mas confinada aos pequenos músculos e articulações, os tecidos
musculares dos órgãos generativos e, possivelmente, os nervos mo
238 CAULOPHYLLUM
* * * * *
FARRINGTON (Clinicai Matéria Medica) diz: “Outro remédio a ser
comparado com Pulsatilla é Caulophyllum. Este é um remédio que temos não faz
muitos anos, mas é tão útil que não seriamos mais capazes dc ficar sem ele.”
Sua principal característica é a intennitência das dores. Se são neurálgicas e
reflexo de desordem uterina, elas são de caráter intermitente. Elas são
normalmente agudas e em cólicas e aparecem na bexiga, virilhas e nas
extremidades inferiores.
Caulophyllum é indicado quando há extrema atonia uterina, durante o
trabalho de parto. As dores podem ser as mais fortes, mas aparentemente não há
esforço de expulsão. Ele é freqüentemente indicado para mulheres nervosas nas
quais as dores parecem ser intoleráveis. As dores são espasmódicas e vão de
lugar para lugar, uma vez nas virilhas, depois no abdome e a seguir no peito;
mas não na direção das dores normais. A paciente parece estar exausta. Há
grande exaustão de todo o sistema. Ela pode falar aos poucos com dificuldade,
de tão fraca que está a sua voz. Estes são os sintomas que pedem Caulophyllum.
Tem sido usado pela maioria dos médicos em potências baixas, embora todas as
potências pos
CAULOPHYLLUM 239
sam ser usadas. Ele pode também ser indicado durante as últimas semanas de
gestação, quando a paciente sofre de falsas dores de parto que consistem de
sensações dolorosas que pesam para baixo, no hipogástrio. Tenho tido
conhecimento de uma simples dose suspendê-las após horas de duração...
Outro remédio que eu achei muito valioso na leucorréia das garotas pequenas
é Caulophyllum, quando o corrimento é profuso e enfraquece demais a criança...
Descobrimos que nos espasmos uterinos, Caulophyllum e Actea race- mosa
agem como Magnésia mur. Devo dizer que eu acredito que Caulophyllum
encabece a lista. Não conheço outra droga que produza tais condições
espasmódicas contínuas do útero, a menos que seja Secale...
Caulophyllum é especialmente adequado para o reumatismo das articulações
falangeais e metacarpais, particularmente nas mulheres.
* * * * *
GUERNSEY (Keynotes) tem também algumas palavras de apreciação de
Caulophyllum.
Reumatismos das pequenas articulações. No trabalho de parto, encontramos
dores deficientes, por conta da exaustão da paciente; Cauloph. recuperará sua
força e produzirá dores eficientes.
Seu sumário dos usos de Cauloph. nas doenças das mulheres é de re-
produção muito proveitosa.
Extraordinária rigidez do orifício uterino.
Dores espasmódicas e fortes, sem nenhum progresso.
As dores tornam-se muito fracas, pela exaustão da paciente, por conta do
trabalho de parto prolongado.
Sedenta e febril.
Dores falsas; espasmódicas em várias partes do abdome.
Paciente muito exausta e dores muito ineficientes.
Menorragia ou hemorragia após trabalho de parto, especialmente nos partos
rápidos. Fluxo muito profuso, devido à falta de tônus do útero, que está
relaxado e se contrai fracamente.
Convulsões com dores irregulares e muito fracas. Sensação de fraqueza.
Retenção da placenta, com sensação característica de fraqueza ou exaustão
e dores muito fracas.
Dores após trabalho de parto exaustivo e demorado; dores espasmódicas no
baixo ventre, que podem estender-se até as virilhas.
Sangramento loquial demora muito; escoamento passivo do útero relaxado,
com grande exaustão.
Ameaça de aborto, com falta de tonicidade; contração uterina fraca.
240 CAULOPHYLLUM
* * * * *
Fraqueza; exaustão; falta de tônus, como se vê, são os Keynotes do remédio -
KENT (NewRemedies) nos traz isso.
Fraqueza no sistema reprodutor da mulher.
Devido à fraqueza, ela é estéril ou aborta nos primeiros meses da gestação.
Durante o parto, as contrações do útero são muito fracas para expelir os
conteúdos, e são somente atormentadoras.
Dores como as do trabalho de parto, durante a menstruação, com dores
repuxantes nas coxas e pernas, até mesmo nos pés e artelhos.
Hemorragia uterina devido a inércia do útero.
Relaxamento dos músculos e ligamentos.
Peso e mesmo prolapso.
Subinvolução.
Leucorréia escoriante.
Menstruação muito adiantada ou muito atrasada.
Ela é sensível ao frio e deseja roupas quentes, ao contrário de Pulsatilla.
Ela é histérica, como Ignatia.
Ela está irritada e apreensiva.
Ela está reumática, como Cimicifuga, somente as pequenas articulações
parecem estar afetadas.
Mais tarde ela sofre de dores pós-parto, que são sentidas na região in-
guinal.
Enrijecimento reumático das costas e espinha muito sensível.
Ela está insone, inquieta e muito excitável.
Este remédio curou coréia na puberdade, quando a menstruação era tardia.
* * * * *
Há sempre uma boa dose de repetição nas citações dos vários prescri- tores,
já que cada um tem habilidade para ressaltar algum ponto importante.
“Aprenda de muitos, se você deseja saber mais do que apenas um
CAULOPHYLLUM 241
pouco.”
Por fim NASH fala de Caulophyllum, como um outro “remédio das
mulheres” valioso, devido à sua ação específica sobre o útero. Diz que ele
merece uma experimentação completa. E em vista dessa sua ação curiosa no
útero e nas pequenas articulações dos dedos, ele nos relata um caso instrutivo e
sugestivo. Resumiremos, a seguir:
* * * * *
Eis aqui um PEQUENO CASO que voltou a ocorrer outro dia no
Ambulatório e, lembrando da droga, sugeriram que, como era pouco conhecida
e poderia ser assustadoramente útil, deveria ser retratada, o que
242 CAULOPHYLLUM
243
244 CAUSTICUM
* * * * *
FAJR.RINGTON diz: “Especialmente adequado em pacientes tímidos,
nervosos e ansiosos, plenos de fantasias assustadoras, especialmente ao
anoitecer, no crepúsculo, quando as sombras são maiores e as fantasias mais
predominantes. A criança tem medo de ir para a cama no escuro.”
Citaremos mais Farrington: “O paciente tem uma sensação muito estranha,
incomum de ser encontrada, uma sensação de um espaço vazio em seu cérebro
e os ossos do crânio - aliviado pelo calor. Excêntrico que seja este sintoma, não
é tão incomum para que tome nota dele...
“Muito característico da droga é a paralisia de regiões isoladas ou de
nervos isolados... paralisia facial, especialmente quando é o resultado da
exposição aos ventos frios e secos...
“Estas paralisias podem ser causadas por doenças nervosas muito
profundamente instaladas ou, muito caracteristicamente, pela exposição ao frio,
particularmente ao frio intenso do inverno, quando o paciente possui uma
diátese reumática.” (Acon. pela mesma causa - fortes ventos frios esecos). “Acon.
freqüentemente curará a paralisia facial provocada por esta causa, mas se ela
ameaça tornar-se crônica, é um caso de Causticum”
“As crianças, emagrecidas, especialmente na região dos pés, com abdome
grande e entumecido. Com erupções no couro cabeludo e olhos inflamados;
com freqüente otorréia, purulenta; e a criança tropeça quando tenta andar...
“Afonia ou falha da voz. A rouquidão de Phos. é pior ao anoitecer, já a
CAUSTICUM 245
* * * * *
KENT diz: “Causticum é um medicamento muito penetrante, adequado
também às constituições alquebradas, sofrendo de doenças crônicas. Suas
queixas são progressivas, lentas e acompanhadas por estado de declínio da
economia do organismo. Diminuição gradual da força muscular. Paralisia.
“Paralisia do esôfago, paralisia da garganta, tal como ocorre após a difteria”
(Gels.)\ “paralisia das pálpebras superiores, paralisia da bexiga, paralisia dos
membros, dos membros inferiores; grande lassidão; relaxamento muscular;
fadiga indescritível e sensação de corpo pesado”(Gels.). “E há tremores” (Gels.),
“repuxões e contrações dos músculos, durante o sono...
“Contraturas dos tendões e músculos, quando o membro é esticado...
“Há também um estado reumático dos tendões e ligamentos próximos às
juntas,talvez inchaço, com dor e enrugamento da articulação, que se torna rígida
e anquilosada. Rigidez, com fraqueza e melancolia; sem esperanças; alguma
coisa vai acontecer.
“Com este reumatismo, ele não consegue suportar o frio nem o calor; e
sempre piora no clima seco; piora com ventos frios e secos (Acon.). Paralisia
facial devido à exposição ao vento frio e seco (Acon.). Tal paralisia quase
sempre se recupera com Causticum .
“Histeria; sobressalta-se facilmente; câimbras. Convulsões, se levar
246 CAUSTICUM
um susto. Epilepsia, por susto, por esfriar-se ou por ficar exposto a uma grande
mudança de tempo; ou por banhar-se na água fria de um rio. Aberrações
mentais passivas de uma mente cansada. Ansiedade tímida: 'alguma coisa está
para acontecer'. Falta equilíbrio. Qualquer coisa o excita.
“A supressão de erupções faz surgir sintomas mentais ... Ele estava
razoavelmente bem enquanto tinha a erupção, mas quando ela desapareceu, sua
mente ficou perturbada... a internalização de uma erupção facial
freqüentemente resultará em paralisia da face. Dores de cabeça violentas ...
associadas com condições reumáticas e gotosas, que também afetam o couro
cabeludo; que se contrai e enrijece em locais como as contraturas de outras
partes.
“Torcicolo. Causticum é um remédio curativo nos casos de encurtamento
dos tendões e músculos.
“Paralisia do nervo óptico... Surdez decorrente de paralisia do nervo
auditivo.
“Fissuras que parecem se formar pelo menor motivo... fissuras ao redor dos
lábios, asas do nariz, cantos dos olhos; fissuras no ânus e na pele próxima das
juntas; casos antigos de defluxo de sal com fissuras nas dobras das juntas.
“Gagueira decorrente de condição paralítica da língua. Paralisia completa
da faringe e esôfago - como após a difteria; o alimento desce pelo caminho
errado, ou entra pela laringe ou narinas posteriores. Paralisia dos órgãos da
fala; inábil para falar, para mastigar; morde a língua e as bochechas, ao
mastigar.
“O paciente Caust. senta-se à mesa faminto, mas o pensamento, visão ou
cheiro da comida tiram-lhe o apetite (Ars., Sep., Cocc.). Um sintoma comum
durante a gravidez.
“Uma sensação estranha no estômago, como se cal estivesse lá hidratando.
“Muitos sintomas são melhorados por tomar água fria. A tosse espas-
módica, violenta pode ser interrompida de uma vez com um gole de água fria.
A água fria parece tonificar a condição paralítica.
“Fraqueza paralítica também no reto; ele está inativo e enche-se de fezes
endurecidas que são expelidas involuntariamente e sem perceber (Aloe). As
fezes são expelidas com menos esforço quando se está em pé; retenção da urina
exceto quando em pé (compare Sarsaparilla).
“Este remédio tem dois tipos de paralisia da bexiga, um afeta os músculos
de expulsão e a urina é retida; o outro centra-se no esfíncter e a urina passa
involuntariamente.
“É um remédio de ação profunda; cura a tísica, especialmente ’con- sunção
rápida'. Tosse com a sensação de que 'não pode tossir forte o suficiente para
expectorar'; a tosse é aliviada por um gole de água fria. Tosse piora inclinando-
se para frente. A tosse é contínua, em cada acesso de
CAUSTICUM 247
* * * * *
VERRUGAS. Causticum é ura dos grandes remédios para verrugas (Thuja,
Dulcamara, etc.). Veja os sintomas em negrito: verrugas; verrugas; verrugas.
Verrugas antigas sobre as pálpebras, sobrancelhas, nariz... Verrugas na face...
Certo ano, em nossa fazenda era Surrey, um número de vacas apareceu com
verrugas em suas caras, narizes, orelhas e pescoços. Meu pai costumava ir para
lá aos sábados e então levou Causticum em baixa potência, para medicar uma
vasilha onde ele deixava de molho os grãos da ração daqueles animais. Isto logo
terminou com as verrugas e a mesma coisa se deu com os outros animais.
Foi comprovado que Caust. e Thuja podem produzir verrugas e curá- las.
Ura cavalo, acidentalmente experimentando Thuja em tintura, surgiram nele
verrugas na genitália e ânus - as localidades favoritas de Thuja; ao passo que
uma garota, à qual foi dado Caust. com mais fervor do que discrição, ao invés
de curar uma ou duas verrugas na sua mão, produziu mais de uma dúzia nos
braços e mãos; mas quando o medicamento foi interrompido, todas elas
desapareceram, inclusive as duas originais, cuja cura era pretendida.
FARRINGTON registra uma experiência similar. Ele escreve: “Causticum
age também sobre a pele, sendo as verrugas um dos seus sintomas mais
característicos,... útil quando elas ocorrem sobre as mãos e a face. Eu lembro de
uma vez ter dado Caust. para uma criança que tinha duas verrugas sobre a
pálpebra inferior. Ao final de três semanas tomando o medicamento, havia uma
série de verrugas nó canto interno do outro olho, que eu acreditei serem
resultados do Caust. Evidentemente parei a medicação. Ao final de várias
semanas mais, todas as verrugas haviam desaparecido e a criança não teve mais
nenhuma, desde então. Isto mostra que Caust. realmente produz e cura
verrugas.”
NASH diz: “Se Hahnemann nunca tivesse presenteado a escola homeopática
com nenhum outro remédio senão CAUSTICUM, ainda assim o mundo estaria lhe
devendo esse favor”
reabrem-se; pacientes dizem que eles nunca mais sentiram-se bem desde que
sofreram uma queimadura.”
“Caust. pode ser usado na cólica, depois do fracasso de Colocyníh. As dores
são pinçantes, cortantes, aliviadas dobrando-se. Todos os sofrimentos cessam
inteiramente à noite.”
“A menstruação é muito adiantada; muito fraca; somente durante o dia;
cessando ao deitar-se.”
“Melhor com o clima úmido; ar quente.”
“O café parece agravar todos os sintomas.”
“Não deve ser usado antes ou após Phos. Sempre há discordância.”
E Hahnemann fornece um curioso sintoma mental, que nós chamaremos de
“bobeiras”. Confundem letras e sílabas, por exemplo o paciente diz: “foriza
cluente ao invés de coriza fluente” durante vários dias após provar Caust.
"Hemorróidas - ardência, sensação de carne-viva, dor; piorando ao andar,
ao pensar nelas, por rezar ou forçar a voz!" Nash diz que todos estes sintomas
foram verificados continuamente.
SINTOMAS EM NEGRITO
Dores reumáticas na CABEÇA tão fortes que chegam a causar náusea. Tinea
capitis na região occipital.
Visão obscura, como se uma espessa neblina estivesse diante dos olhos. Catarata
incipiente.
Pressão nos olhos como se houvesse areia neles.
Secura; fotofobia.
O muco coletado na garganta não pode ser expelido através do pigarro; então ele
é obrigado a engoli-lo.
Pigarro de muco, com dorna ponta da garganta.
Secura da garganta, constantemente obrigando a engolir.
_ A
As crianças são lentas para aprender a andar, com passos vacilantes, oscilantes.
Caminhar bamboleante e quedas fáceis em crianças pequenas.
Fraqueza paralítica dos MEMBROS. Fraqueza e tremores nos membros.
Inquietude intolerável dos membros, à noite.
NERVOS. Coréia, mesmo à noite: lado direito da face e da língiia podem estar
paralisados.
Fraqueza e tremores. Perda de força como no desfalecimento.
Paralisia: das cordas vocais; lateralizada; da língua; das pálpebras; da face; das
extremidades; da bexiga.
Paralisia surgindo gradualmente.
DORES dilacerantes.
Sensações terríveis de laceração, paroxística, freqüentemente se movendo para
frente, então remitindo, novamente começando do mesmo ponto: neuralgia movendo
desde o occipício, para cima e para frente, sobre o vértex.
CONTRAÇÃO dos tendões flexores; tensão e encurtamento dos músculos.
Distúrbio funcional da atividade cerebral e dos nervos espinais, resultando em
paralisia.
254
CEANOTHUS AMERICANUS 255
químicos, mas um remédio que tenha uma afinidade eletiva por tal órgão, pela
razão da qual ele encontrará o próprio órgão através do sangue. Além disso, não
me refiro à organopatia como algo fora da Homeopatia, mas como sendo
abarcada e incluída nela, ou co-extensiva com ela. Eu diria - Organopatia é a
Homeopatia de primeiro nível. Finalmente, eu enfatizaria o fato de que, onde o
agente de semelhança homeopática cobrindo a totalidade dos sintomas e também
o processo patológico subjacente que causa tais sintomas pode ser encontrado, a
organopatia também não tem qualquer raison d’être ou é somente de utilidade
temporária para ajudar um órgão perturbado.”
“Estou muito impressionado com os ensinamentos de Rademacher* de que
uma grande quantidade de hidropsias são curáveis pelos remédios do baço.”
“Desde que comecei a escrever em 1879, encontrei um bom número de
casos crônicos de afecções do baço e cuja maioria eram previamente não
reconhecíveis.”
Em um de seus casos, “o baço não largava do inchaço em certas ocasiões,
até eu ter curado a vacinose. Aquele príncipe dos esplênicos, Ceanothus
Americanus, rapidamente curou a obstrução esplênica, mas não tocou na doença
sangüínea que a causou. Um defeito inerente à organopatia: não é
suficientemente radical em sua ação inicial, mas semelhante nota aplica-se a
todas as 'patias' mais ou menos, porque a causa primordial é, de certa forma,
indefinível e está, em geral, muito além da ciência positiva, que somente admite
o que sabe, e não irá procurar cingir o desconhecido, através do processo do
pensamento e da razão. Pelo fato de que, em termos antigos, a filosofia tornou a
ciência impossível, os devotos da ciência hoje voltam-se contra a filosofia e
zombam dela até perder de vista. Relacionar de volta os efeitos imediatos às
causas remotas é hoje ridicularizado, em virtude da mera ciência ser produtora
de mentalidades grosseiras, incapazes de seguir os delicados fios da mais alta
percepção.”
Em outro de seus casos havia uma dor no lado esquerdo, que durava
exatamente vinte e cinco anos, que surgia subitamente, especialmente se ela
tomasse alguma bebida fria. Havia uma dor indescritível sob as costelas
esquerdas e ela lutava para respirar; a dispnéia era tão severa que podia ser
ouvida no quarto ao lado, assustando todas as pessoas. Ela sofrerá de malária há
trinta anos atrás... Antes de tomar Ceanothus, por muitos anos ela era compelida
a deitar-se, ao vestir-se pela manhã, devido às batidas de seu coração. Este era
um caso de baço muito aumentado, com sen
* Rademacher, o expoente da organopatia, teve discípulos que formaram uma escola e publicaram um
jornal em 1847. Burnett diz que eles enveredaram-se pelo campo da farmacologia experimental, mas
encontraram-na já ocupada pelos homeopatas! De lá nunca mais saíram, permanecendo no campo das
experimentações, lado a lado com os seguidores de Hahnemann.
CEANOTHUS AMERIANUS 257
sibilidade que não podia suporlar qualquer pressão - até mesmo das roupas.
Ceanothus a curou e Bumelt registra uma das coisas mais doces dc toda a sua vida
profissional - “a senhora (e que senhora!) colocou um pequeno pacote sobre a
minha escrivaninha, tentou dizer algo, explodiu em lágrimas e foi embora
rapidamente!” Ele diz, “Eu nunca a vi novamente e tenho freqüentemente
desejado ler guardado aquela moeda de ouro. (A paciente era uma arrumadeira, a
qual ele havia sido solicitado a ajudar, já que ela vinha sofrendo de uma doença
incurável do coração. Após o exame, ele prometera curá -la, e a senhora que
pedira sua ajuda àquela pobre criatura, acusou -o de crueldade por levantar as
esperanças dela, quando ele deveria saber que isto era impossível!” Sua
explanação dc que se tratava de um baço aumentado c não o coração não foi
acreditada. "Ela esiivcra cm vários médicos e iodos tinham declarado tratar -se
uma doença cardíaca incurável.” No entanto, ela fo i curada!).
Em relação aos problemas cardíacos, ele nos conta que: '‘Onde o cora ção está
perturbado simultaneamente a uma afecção do baço, o alivio obtido do uso de
Ceanothus (e outros csplênicos) e freqüentemente notável.
"Com respeito às hidropsias, tanto quanto não são devidas a afecções
orgânicas, acredito que, de acordo com um cálculo grosseiro, cerca de um terço
devem-se ao baço.”
Outras sugestões úteis são:
"Alguns casos de varicose não irão melhorar até que vocc cure o baço de seu
aumento (às vezes leve).
"Em um caso, onde o paciente estivera sob boa prescrição homeopá tica
sintomática, que havia fracassado devido a que os sintomas tratados eram
secundários ao aumento do baço... Deve ser manifesto que os vô mitos devido a um
aumento do baço nunca podem ser curados com re médios que fisiologicamenle
provocam o vômito, mas por aqueles que trazem o baco ao seu tamanho normal.”
>
Hale cita um médico americano que teria dito: “Durante a última Guerra Civil,
usei esta planta para csplenite e fiquei tão satisfeito com os resultados obtidos
que, durante seis anos, não me lembro de ter usado outra coisa para o aumento do
baço. Eu a tenho usado nos piores casos, desde bebês até velhos. Estou para ouvir,
no entanto, sobre seu fracasso em um único caso, mesmo que inveterado.”
Hale diz: "este é o testemunho bastante forte e positivo e o autor confirma
completamente minha idéia dc que um remédio que cura é sempre homeopático”,
para o que ele diz adicionalmente:
"Nos casos crônicos, quando o órgão não é mais sensí vel, sob o uso da tintura,
mesmo sem fricção, ele logo toma -sc doloroso c sensível, então volta rapidamente
ao seu tamanho normal e assim permanece, sendo que o paciente não tem mais
consciência de sua presença.
"Vemos aqui uma verdadeira agravação homeopá tica, mostrando que
258 CEANOTHUS AMERICANUS
a droga tem uma afinidade específica por aquele órgão. Eu lhe aconselho a usá-
lo quando encontrar casos de febre intermitente, tão comum nas regiões de
malária.
“Dr. Cairoll Dunham me informa que um médico de seu conhecimento
curou um baço enormemente aumentado com o uso deste remédio.” Dr. Oscar
Hanson fornece a terapêutica de Ceanothus. “Inflamação crônica e hipertrofia do
baço, dor em todo o lado esquerdo, com dispnéia violenta. Dores persistentes no
hipocôndrio, menstruação profusa e leucorréia amarelada.”
O Synoptic Key de Boger adiciona um pouco mais: “Neuralgias periódicas.
Dor no lado esquerdo, com dispnéia, diarréia ou leucorréia. Baço ou fígado
inchados. Pior com clima frio; ou deitando sobre o lado esquerdo.
Complementar a Nat mur.”
O Dictionary de Clarke também inclui este valioso remédio em seu vasto
quadro de medicamentos.
Você poderá dizer: “Ah! mas quem vê casos que necessitam de Ceano-
thusT’ Nos últimos dez dias, tivemos de prescrevê-lo duas vezes: aparentemente
dores esplênicas não são tão raras como sc pode supor.
r
CHAMOMILLA
Pequena erva que floresce nesta época do ano, entre os montes de feno, com seu
aroma acre e pétalas brancas que se inclinam para trás, como se colocassem suas
pequenas mãos atrás de si. Isto a distingue de várias flores semelhantes. Como
minha cultivadora de ervas costumava dizer, há dois tipos, isto é, a erva de
grande utilidade, e a sua imitação, que se parece muito, mas é inútil. Como regra
geral, é o aroma ou a falta dele que as distingue facilmente.
Um excelente nome para Chamomilla é: (iNãopode suportar”.
“Não pode suportar a si mesmo”
“Não pode suportar outras pessoas”
“Não pode suportar a dor”. (Coffea, Acon.)
Não pode suportar as coisas: deseja-as e as joga fora.
Tudo é simplesmente intolerável.
Você olha para um bebê Chamomilla e freqüentemente vê uma bochecha
brilhante: você toca em sua cabeça e a encontra molhada e quente.
Cham. é uma das drogas do “A.B.C. do Berçário”, de Clarke - Acon, Bell. e
Cham.Aconitum é desordem na circulação. Belladonna é desordem no cérebro.
Chamomilla é desordem no temperamento.*
Se Cham. é um bebê doente, ele é facilmente reconhecido. Ele irá se
lamentar, berrar e insistir para ser levado ao colo. No momento em que sua mãe
cansada ou seu pai exausto tentarem sentar-se ou descê-lo do colo, começará
tudo outra vez; e o problema sempre piora à noite.
Ou ele estica sua mãozinha para um objeto após o outro e, quando lhe
oferecem algum deles, ele o atira longe, contrariado. “Ele não sabe o que quer”,
diz Nash, “mas o médico sabe - trata-se de Chamomilla.”
Já uma criança Cham. um pouco mais velha, quando doente, ordenará à
enfermeira ou à mãe para sair do quarto. Já vimos mães humilhadas, junto à
porta fechada do qiiarto, no interior do qual seu pequeno filho enlouqueceria
caso ela ousasse colocar seu nariz lá dentro.
* Aooo. e Cham. têm muitos sintomas característicos em comum: mas a mentalidade decide -entre eles.
259
260 CHAMOMILLA
Quando ainda mais velho, ele se recusará a ver o médico. Eu penso que é
Nash quem diz, quando você sabe que você tem que ver um paciente “difícil”,
que se recusará a vê-lo, ou que será rude com você, envie primeiramente uma
dose de Cham. e encontrará a paz. Cham. é definitivamente mal-educado.
A dor de ChamomiUa é intolerável. Já se viu uma pessoa arrastando- se pelo
chão em agonia, após um extração dentária difícil, quando uma pequena dose de
Cham. forneceu-lhe alívio completo, quase instantaneamente.
Já se viu também uma pessoa com gripe, que não se restabelecia tão
rapidamente quanto o desejado, e se tornava subitamente muito impaciente e
irritável. Uma dose de Cham. e a temperatura prontamente diminuiu.
Algum tempo atrás, publicamos um caso de asma, com tal irritabilidade, que
Cham. mostrou-se frente ao médico. Foi ministrada e alcançou acura.
Hahnemann disse: “Não dê Acon. onde a doença é suportada com calma e
paciência”. E a respeito de Cham., ele escreveu: “E inadequada para pessoas que
suportam a dor calma e pacientemente.”
Nos casos agudos onde Cham. é necessária urgentemente pelo estado mental,
você pode marcar no relógio e contar os poucos minutos para o alívio completo.
A natureza da indisposição tem pouca importância, é a mentalidade que
simplesmente clama por ChamomiUa.
Cham. não tem somente mau humor, mas maus efeitos do mau humor.
Uma mulher Cham. fica temperamental e sofre uma hemorragia ule- rina. Ou
tem um ataque de fúria e é recompensada com um surto de icterícia. Isto já foi
observado. Ou uma mulher amamentando tem um ímpeto de raiva e seu leite
intoxica o bebê.
Hahnemann diz em uma nota de rodapé, na Mat. Med Pura: “A doença às
vezes perigosa, que se assemelha a uma febre biliosa aguda, que em geral vem
imediatamente após uma vexação violenta causando raiva, com face quente,
sede insaciável, gosto de bile, náusea, ansiedade, desassosse- go, etc., tem uma
grande analogia homeopática com os sintomas da camo- míla, a qual não poderá
falhar na remoção de todos os males rápida e especificamente, o que é feito
como por milagre, com uma gota do suco acima mencionado.”
Cham. é uma das drogas dos casos “fora das proporções”. Ars. tem
prostração fora de proporção (aparentemente) com a doença, e Cham. tem dores
fora das proporções (tais como as dores do parto; de dente; reumáticas, etc.).
Um recomendação para Cham. é dormência com dor. (Plat., Cocculus).
Hahnemann, em nota de rodapé na Mat. Med. Pura, diz: “A sensação
CHAMOMILLA 261
SINTOMAS EM NEGRITO
ríspida.
Disposição ao mau humor, nada o satisfaz.
Irritação; ela procura uma causa para ficar irritada com alguma coisa; não é
capaz de responder de forma civilizada.
Irritável, dc humor impaciente.
Berra por cônta de um insulto leve, até imaginário, que ocorreu longo tempo atrás
(Staph.).
Facilmente afligido ou excitado até a raiva.
Extremamente desassossegado, ansioso, agitação agoniante, com dores
dilacerantes no abdome.
As dores às vezes o tomam mal humorado.
Sensibilidade exagerada à dor, que parece insuportável e leva ao desespero.
Lábio inferior partido ao meio em uma fenda. (Nat. m., Sep., Graph.).
A face sua depois de comer ou beber.
CHAMOMILLA 263
Dor de dente se algo quente é colocado na BOCA; após ingestão de café, piora
conversando; ao ar livre, no quarto; com o calor da cama; durante a menstruação ou
gravidez; principalmente no lado esquerdo e arcada dentária inferior; pior à noite.
A dor de dente recomeça ao entrar no quarto aquecido ou ao beber algo quente.
(A dor de dente) parece insuportável e o toma muito irritado.
Sente os dentes muito longos.
Gengivas vermelhas e sensíveis. Dentição.
Dentição das crianças; com diarréia aqüosa, esverdeada e também aos pedaços,
cheirando a ovos podres; repuxão nos membros, ou sobressaltos convulsivos; a
criança dobra-se e encosta as pemas sobre o abdome; resmungando, desejando ser
levada ao colo; tosse seca, desassossego à noite; deseja ingerir líquidos; respiração
rápida e ruidosa.
Gosto amargo na boca, pela manhã.
Calor na boca, faringe e esôfago, até o estômago.
Coleção de saliva, de sabor metálico e adocicado.
Odorfétido exalado pela boca.
Constrição espasmódica da faringe.
Dor de GARGANTA, com inchaço das parótidas, gânglios submaxila- res ou
amígdalas.
Falta de APETITE.
Grande sede de água fria e desejo de bebidas ácidas.
Gosta de manter água fria na boca por longo tempo, ao bebê-la. Dentição.
Após comer e beber, calor e suor na face.
Sedento e febril, com dores.
Esforços infrutíferos para vomitar.
As dores são agravadas por eructações.
Pressão no ESTÔMAGO, como se uma pedra pressionasse para baixo.
Gastralgia constritiva nas pessoas que bebem café.
A cólica volta de tempos em tempos, flatos acumulam-se nos hipocôn- drios e
provocam pontadas através do peito. Ruídos laterais estendendo-se para o interior do
ABDOME.
Após a refeição, o abdome toma-se distendido.
Cólica com gases, abdome distendido como um tambor, com passagem de uma
pequena quantidade de gases sem alívio: melhor com a aplicação de compressas
quentes.
Os bebês têm espasmos em conseqüência da amamentação com leite contaminado,
devido a um ataque de raiva.
264 CHA MO MIL LA
* * * * *
Dr. BOERICKE caracteriza ChamomiUa assim:
ChamomiUa é sensível, irritável, sedenta, quente e dormente. Uma
disposição suave, calma e gentil contra-indica ChamomiUa.
* * * * *
possuía bomba para uma lavagem estomacal e nem teria sido benéfico a ela se a
tivesse, porque ela havia ingerido 1/12 de grão de estricnina, eu acho. Um
médico havia lhe receitado para dores de cabeça e ela deveria tomar uns 2 ou 3
frascos, mas ela ingeriu uma dose muito grande.
Seus dentes estavam cerrados e sua cabeça caía para trás, ela estava pálida,
sem rubor. Eu comecei a lhe fazer algumas perguntas e ela disse entre dentes.
“Por que você não faz alguma coisa? Não consigo agüentar mais. Faça algo!”
Bem, eu tinha Chamomilla na milésima potência, então coloquei o pó da
Chamomilla sobre sua língua e preciso dizer-lhe que nenhum antídoto químico
traria os efeitos provocados por ela. A paciente logo estava relaxada, em cerca
de cinco minutos vomitou e poucos minutos mais tarde ela estava com outra
aparência; pela manhã, exceto pela dor muscular excessiva devido às
convulsões, ela estava bem, mas apresentou erupções de herpes ao redor da boca,
quei?/w.y. tratou, assim como da dor muscular.
DR. EDW ARDS: Certa vez Dr. Tyrrel disse para mim: “Quando o marido
se queixa que sua esposa está se tomando irritadiça e mal humorada e ele não a
suporta mais, dê a ele uma dose de Chamomilla,\ e ela agiu. Tenho feito isso
muitas vezes.
(Homoeopatic Recorder, U.SA., No. 4,1934.)
CHELIDONTUM MAJUS
(Grande Ceüdônia)
“Uma planta perene com gosto agudo, amargo e ardente que, quando
comprimida, produz um sumo amarelo, leitoso e corrosivo. Ela cresce em sebes
e locais sujos, entre pedras e restos de lixo.”
Um dos nossos maiores farmacêuticos antigos (muitos dos quais preparavam
seus próprios medicamentos homeopáticos) costumava fazer peregrinações a
Box Hill em Surrey, onde a Grande Celidônia floresce, a fim de obter as
melhores tinturas da planta em seu habitat de escolha. As tinturas são feitas da
raiz ou da planta inteira.
HERING diz: “Este remédio, famoso na antigüidade, preservou sua
reputação através da Idade Média. Ele foi administrado em transtornos graves,
particularmente em desarranjos hepáticos, de acordo com a lei da signatura, o
sumo amarelo da planta contra a bile amarela e a aparência ictérica. Foi
experimentado por Hahnemann e, mais tarde, mais extensivamente ... Seu lugar
na Matéria Medica é bem definido através de inúmeros relatos clínicos,
verificando as experimentações.”
CULPEPPER, 1616-1654 (Complete Herbat) conta-nos: “Chama-se
Chelidonium, de origem na palavra grega Chelidon, que significa uma andorinha,
porque eles dizem que se você deslocar os olhos das andorinhas jovens quando
estão no ninho, as mais velhas irão recuperá-los com esta erva... ” (E
Chelidonium tem tido uma boa reputação para os olhos e para catarata).
Culpepper diz: “é uma das melhores curas para os olhos” - “um ungüento para
os olhos doloridos”... “na minha experiência e na daqueles que tenho ensinado,
os casos mais desesperadores de dor nos olhos têm sido curados através deste
medicamento” e ele sugere que “é muito melhor do que arriscar os olhos com a
arte da agulha”. Chelidonium é um grande medicamento para os olhos: as
experimentações trouxeram cerca de 130 sintomas oculares.
HAHNEMANN, em seu prefácio às experimentações de Chelidonium , diz:
“Os antigos imaginavam que a cor amarela do sumo desta planta
(Chelidonium majus) era um indicação (assinatura) de sua utilidade nas doenças
biliares. Os modernos, a partir disso estenderam seu emprego às doenças
hepáticas e, apesar de que havia casos onde a utilidade desta planta nas doenças
daquela região do abdome era óbvia, no entanto as
268
CHELIDONIUM MAJUS 269
doenças deste órgão diferem muito entre si, tanto na origem quanto nos
desarranjos que acompanham o restante do organismo; ainda assim, nos casos
onde se diz ter bons resultados, são tão imperfeitamente descritos pelos médicos,
que é impossível dizer de antemão, com base nos dados disponíveis, em quais
casos de doença ele deveria com certeza ser usado; porém ele é muito necessário
no tratamento de doenças que são de bastante importância. Portanto, uma
recomendação deste tipo (ab uso in morbis) é de um caráter geral, dúbio e
indefinido, especialmente porque dificilmente os médicos têm indicado o uso
desta planta sozinha, mas quase sempre em combinação com substâncias
heterogêneas e poderosas (dente de leão, fumária e agrião) e juntamente com o
emprego simultâneo dos assim chamados 'amargos', que variam muito quanto aos
seus efeitos.
“A importância da saúde humana não admite quaisquer direções incertas no
emprego de medicamentos. Seria uma frivolidade criminosa manter-se contente
com este trabalho de adivinhação à beira do leito do doente. Somente aquilo que
as próprias drogas inequivocamente revelam de seus poderes peculiares nos
efeitos sobre o corpo humano saudável - isto é, somente seus sintomas puros -
podem nos ensinar em alto e bom som quando elas podem ser usadas com
vantagem e com certeza; e isto se dá quando elas são administradas nos estados
mórbidos muito similares àqueles que elas são capazes de produzir no corpo
saudável.
“A partir dos seguintes sintomas de Celidônia, que se espera sejam
completados por outros observadores corretos e atentos, um prospecto muito
mais extenso dos poderes curativos reais da planta é tornado acessível do que até
então jamais se havia sonhado. Entretanto é somente o médico familiarizado com
a doutrina homeopática que estará habilitado a fazer seu emprego vantajoso. O
praticante rotineiro pode contentar-se com indicações incertas para o emprego da
Celidônia que será encontrado em sua ignorante Matéria Medica
Será interessante percorrer os registros e experiências de CULPEPPER e
compará-los com as experimentações de Chelidonium, cujos “sintomas em
negrito” serão encontrados ao final deste pequeno resumo.
Ele diz: “A erva ou raiz fervida em vinho branco, algumas sementes de aniz
fervidas também, abrem obstruções do fígado e vesícula, auxiliam a icterícia
amarela; e usada com freqüência, ajuda a hidropsia e o prurido, e aqueles que
têm velhas feridas em suas pernas ou em outras partes do corpo ... Gotas de seu
sumo pingadas nos olhos, deixam-nos limpos de névoas que turvam a vista, mas
é melhor cortar a acidez do sumo da planta com algumas gotas de leite materno
(!). Isto é bom em antigas úlceras sujas e corrosivas em qualquer parte, para
conter sua malignidade corrosiva, sua capacidade de aumentar e para provocar
uma cura mais rápida. O sumo aplicado a doenças de pele, micoses, além de
outros cancros dis
270 CHELIDONIUM MAJUS
margens vermelhas mostrando marcas dos dentes, partes brancas dos olhos, face,
mãos e pele amarelecidas; fezes acinzentadas, cor de argila, ou amarelas como
ouro; urina também amarelo-ouro, ou cor de limão ou marrom-escuro, deixando
uma cor amarela no vaso sanitário, após a descarga; perda do apetite, repulsa e
náusea, vômitos de matéria biliosa, especialmente se o paciente consegue
somente reter líquidos quentes, teríamos um caso claro de Chelidonium mesmo se
a dor infraescapular fosse ausente.”
Vertigem: com vômitos biliosos e domo fígado, com cambaleio, como se fosse cair
para frente; ao fechar os olhos, etc.
Dor sobre o olho esquerdo; parecendo pressionar para baixo a pálpebra superior.
Dor pressiva no lado direito da testa.
Peso no occipício.
(Dores de cabeça, neuralgias).
Sintoma curioso: o crânio parece muito pequeno; uma ação de forçar no cérebro,
como se ele não tivesse espaço no crânio, e fosse forçado pelo ouvido, com ruídos.
Neuralgia supraorbital direita.
Pontada prolongada no OUVIDO direito.
274 CHELIDONIUM MAJUS
Enrijecimento do PESCOÇO.
Pontadas abaixo da escápula direita. Dores na escápula direita.
Pontadas; dores abaixo do omoplata direito.
Dores dilacerantes das VÉRTEBRAS lombares inferiores, estendendo-se para a
região dos orifícios ilíacos; como se as vértebras se soltassem uma da outra, apenas
com a inclinação do corpo para frente, e novamente se juntassem com a inclinação
para trás.
V
J
Embora Hahnemann tivesse escrito em seu maravilhoso prefácio às expe -
rime.nlações de CHINA - Casca da Quina - Cinchona Officinalis: “Com exceção do
ópio, não conheço nenhum outro medicamento que tenha sido mais freqüentemente
mal usado nas enfermidades e empregado para prejuízo da humanidade do que a
casca da quina”, ainda assim, foi a quina que revelou a Homeopatia a
Hahnemann.
E assim que ele descreve aquele descobrimento que marcou época:
“No ano de 1790 (veja a Matéria Médica de W. Cullen, Leipizig...) eu fiz o
primeiro ensaio puro com casca da quina em mim mesmo, com refe rência ao seu
poder de excitar uma febre intermitente. Com este primeiro ensaio, irrompeu sobre
mim a alvorada que desde então se transformou no dia mais br ilhante da arte
médica; que é simplesmente, em virtude do seu poder dc tornar doente o homem
saudável, que os medicamentos podem curar os estados mórbidos e, na verdade,
somente aqueles estados mórbidos que sejam compostos de sintomas que a droga a
ser escolhida para eles possa ela mesma produzi -los, similarmente, no indivíduo
sadio.
“Trata-se de uma verdade tão incontroversa, tão absolutamente sem exceção
que lodo o veneno lançado sobre ela pelos membros da corpo ração médica, cegos
pelas centenas de anos de preconceitos, não tem o poder de extingui -la; tão
ineficaz quanto as vituperações lançadas por Riolan e seus seguidores, contra a
descoberta imortal de Harvey sobre a grande circulação 110 corpo humano, na
tentativa de destruir a verdade revelada por es te último. Estes oponentes de uma
verdade irrefutável lutaram com as mesmas desprezíveis armas como fazem hoje
os adversários da doutrina médica homeopática. Como seus congêneres modernos,
eles também abstiveram-se de repetir seus experimentos de maneira cuidadosa e
verdadeira (por receio de serem refutados pelos falos) e limitaram -se a insultar,
apelando para a grande antigüidade de seu erro (pois os predeces - sores de Galeno
e o próprio haviam decidido arbitrariamente que as artérias continham somente o
e
ar espiritual ( "[í yt r/-- O que a fonte do sangue não estava no coração, mas no
fígado), e eles bradaram, Maio cum Galen errare, quam cum Harveyo esse
circulator ... Esta cegueira ... era naqueles dias não mais estúpida do que é hoje; o
presente rancor sem propósito contra a homeopatia, que expõe estas asneiras
perniciosas ditas em
277
278 CHINA
liar que, neste caso, se tornou a doença, uma ou duas doses pequenas como as
mencionadas, com uma dieta nutritiva, ar livre e ambiente alegre, são tão
eficazes para a recuperação quanto doses maiores e repetidas o são para causar
efeitos secundários prejudiciais...”
Uma citação de HUGHES (Pharmacodynamics), neste caso, é de interesse.
Ele diz: “Hahnemann achou Cinchona em uso para dois grandes propósitos -
como um tônico e como um remédio para febres intermitentes. Ele experimentou
a droga para descobrir sobre qual princípio ela assim agia. O que causou um
paroxismo febril foi a maçã de Newton, que o levou a formular similia simüibus
como a lei da terapêutica específica... Ele também descobriu que esta droga
produzia uma espécie peculiar de debilidade na pessoa saudável e que suas
propriedades tônicas na doença, quando analisadas, eram demonstradamente
aplicáveis a este mesmo tipo de fraqueza... Onde a própria fraqueza é a doença,
Cinchona é curativa, pois é homeopática a ela ... Ele demonstrou exatamente que
os melhores resultados obtidos ocorreram na convalescença da doença aguda e
estavam correlacionados exatamente à debilidade excessiva causada pelo
tratamento depauperante então adotado. Por isso tudo, você deve ler o prefácio
desta experimentação que é uma obra-prima de observação e raciocínio.
“Este pensamento de Hahnemann, tão original quanto brilhante e fecundo,
era uma indução pura decorrente de suas experimentações ... A doutrina de
Hahnemann era muito mais definida e de uma vez fixou em seu genuíno e
determinado raio de ação. China não irá curar a debilidade anêmica como Fermm,
ou a debilidade nervosa como Phosphoric acid, mas aquela causada pela perda de
sangue, pela diarréia, diurese ou suor excessivo, pela lactação excessiva, etc.,
será o remédio mais eficaz. 'Em todos esses casos' disse Hahnemann, 'os outros
sintomas do paciente em geral correspondem àqueles de China.' Em um
particular, especialmente, eles agem assim, isto é, em sua tendência para passar a
uma condição héc- tica. Nós temos, neste caso, a sucessão de calafrios, calor e
suor, que veremos ser característica desta droga, e que dá a ela um lugar no
tratamento da febre intermitente. Não se pode ter muito em mente que China é o
grande anti-héctico ... Mas lembre-se que a fraqueza por drenagem do sistema é
a esfera da ação tônica de Cinchona', e em seu interior, você encontrará a
manifestação dos mais belos poderes curativos conhecidos pela arte médica. Eles
são vistos igualmente nas formas mais agudas e nas mais crônicas de debilidade
assim produzidas.
“Com relação ^debilidadede China, tem sido mais e mais provado seu valor
nos pacientes que, após um ataque de gripe, permaneciam fracos e com tremores
de frio, sendo tomados pela sensação de que nunca mais seriam capazes de usar
roupas de verão ou de voltar ao normal, quando China potencializada restaurou a
normalidade prontamente e o problema foi
282 CHINA
(veja os sintomas 497 esegs.), ele se mostrará muito eficaz como um medi-
camento em alguns casos de diarréia, quando os demais sintomas de China não
são inapropriados para o resto dos sintomas mórbiçlos.” Os sintomas das
experimentações relacionados são estes:
“Ocorrência de fezes moles por três vezes, com dores ardentes e agudas no
ânus, e com dor de barriga antes e após cada evacuação.
“Afrouxamento dos intestinos, como diarréia.
“Diarréia freqüente, com fezes enegrecidas.
“Purgação grave.
“Diarréia de fezes com alimentos não digeridos, como um tipo de lien- teria.
“Diarréia: como se o excremento contivesse alimento não digerido... é
eliminado em pedaços separados; após evacuar ainda permanece o desejo, mas
as fezes não são mais expelidas...”
Quanto à extrema HIPERESTESIA de China, Hahnemann tem a dizer:
“Aqueles ataques de dor, que podem ser provocados meramente tocando-se a
parte afetada (ou com um leve movimento) e que então gradualmente aumentam
ao mais alto grau, são, a julgar pela expressão do paciente, muito similares
àqueles causados por China. Algumas vezes eu os removi permanentemente com
uma dose única da tintura diluída, mesmo quando os ataques eram
freqüentemente repetidos. A doença foi homeo- paticamente (veja nota do
sintoma 685) afastada e a saúde a substituiu. Nenhum outro remédio no mundo
poderia ter feito isto, como nenhum outro é capaz de causar um sintoma similar
em sua ação primária.” (A nota de rodapé referida aos leitores: “É peculiarmente
característico de China que suas dores sejam agravadas não somente com
movimento, e especialmente tocando-sè a parte afetada” (aqui uma série de
sintomas das experimentações são referidos), “mas também aquelas que são
renovadas quando não estão presentes apenas pelo toque da região, como nos
sintomas 749,772 e então freqüentemente alcançam uma intensidade as-
sustadora, por isso este medicamento é quase sempre o único nos casos com esta
descrição.”
Todos os escritores, desde Hahnemann, ressaltam especialmente esta
extrema suscetibilidade ao toque, como forma de agravação da dor, quase
sempre aliviada pela pressão firme. Como Guernsey expressa, “por tocar
suavemente as partes”.
As sugestões práticas em relação à ação favorável de China na FEBRE
INTERMITENTE são também dadas por Hahnemann neste prefácio. Ele diz:
“Uma febre intermitente deve ser muito similar àquela que China pode causar
nas pessoas saudáveis. Se aquele medicamento for o adequado, o verdadeiro
remédio para a febre, então uma única dose da pequenez acima indicada” (isto é,
na 12a potência) “alivia - mas age o me
284 CHINA
E KENT escreve: “As pessoas que sofreram muito com neuralgias devido a
influências de malária, que tornaram-se anêmicas e doentias após hemorragias
reiteradas, são passíveis de desenvolver sintomas que clamam por China. Esta
produz uma anemia gradualmente crescente, com grande palidez e fraqueza... os
sintomas tendem a um estado caquético,
CHINA 285
HAHNEMANN fornece “sintomas que somente podem ser vistos como o início
de uma experimentação completa dos efeitos peculiares desta poderosa planta,
que alteram a saúde humana.”
Ele diz: “experimentações mais completas e adicionais mostrarão que ela é
útil em casos raros onde nenhum outro remédio é homeopaticamen- te
adequado, particularmente em casos crônicos...
“A medicina tradicional jamais fez qualquer uso interno de Cicuta, pois
quando era prescrita, como era o caso bastante freqüente há alguns anos atrás, na
realidade era Conium maculatum, que era designada por aquele nome...
“O sumo da raiz fresca (porque sua ação é muito pequena quando seca) é tão
poderoso que os praticantes comuns não ousavam ministrá-lo internamente em
suas doses costumeiramente grandes e, conseqüentemente, tinham que trabalhar
sem este medicamento e seu poder curativo.
“A homeopatia, somente, sabe como empregar com vantagem este poderoso
e medicamentoso sumo na decilionésima diluição (30 a).”
* * * * *
* * * *
287
288 CICUTA VIROSA
Amica não pode aliviá-los. Nas afecções para as quais Cicuta é útil, as ações do
paciente são tão violentas quanto os espasmos; murmura e urra, faz gestos e
movimentos estranhos, grande agitação, etc.
É também maravilhoso para as afecções da pele, “pústulas que surgem em
aglomerados, formando grossas crostas amarelas sobre a face, cabeça e outras
partes do corpo. Uma vez tive um caso de eczema na cabeça, em uma mulher
jovem - o problema já durava bastante - que lhe cobriu todo o couro cabeludo,
como um boné. Eu lhe dei Cicuta e a curei completamente em pouco tempo.
Vertigem; cambaleios.
Dor de cabeça pressiva, entorpecente, externamente sobre a testa, pior ao
descansar.
Concussão do cérebro e efeitos crônicos disto, especialmente espasmos.
A cabeça inclinada para trás com convulsões.
Choques violentos através da cabeça, braços e pemas, que lhe causam repuxões
súbitos; cabeça quente.
Trismo.
Tensão ou câimbras nos músculos do pescoço; se ele vira a cabeça, não pode
desvirá-la com facilidade.
Dorna nuca, repuxar espasmódico da cabeça para trás, com tremor da mão.
As costas inclinadas para trás, como um arco.
Sensação dolorosa sobre a superfície das escápulas.
Fraqueza total nos membros, após repuxões espasmódicos.
Repuxões involuntários freqüentes e pontadas nos braços e nos dedos.
Uma vesícula vermelha sobre a escápula direita, muito dolorosa quando tocada.
Uma erupção elevada sobre toda a face (e sobre ambas as mãos, tão grande
quanto ervilhas), que causa dor ardente quando tocada. *
* Hahnemann diz: “Eu curei erupções pustulares crônicas, confluentes, na face, com dor ardente, através
do uso de uma ou duas doses de uma pequena porção de uma gota do sumo, mas não me aventurei a
administrar uma segunda dose em menos de tres ou quatro semanas, se a primeira não foi suficiente.”
CICUTA VIROSA 291
Imagina que está se balançando; tudo se mexe para frente e para trás como um
pêndulo. Quando ela tem que permanecer imóvel, ela gostaria de poder agarrar-
se a alguma coisa; os objetos parecem aproximar-se e então afastar-se novamente
dela.
Cai ao chão; cai e rola pelo chão.
O pescoço parece rígido e os músculos muito curtos.
Os mais violentos espasmos tônicos, de forma que nem os membros curvados
podem ser endireitados, nem os que estão retos podem ser curvados.
A cabeça está retraída ou inclinada para frente e rígida.
O coração parece parar.
Contrações da cabeça.
Sensação como se a garganta tivesse crescido junto.
Caminha com os pés virados para dentro, inclina os pés a cada passo,
descrevendo o arco de um círculo.
Os dedos polegares ficaram voltados para dentro durante epilepsia.
Na epilepsia, os espasmos recomeçam ao menor toque ou vibração. (Nux.,
Strych., Bell.).
Ao acordar, o cérebro parece solto e balançando.
Útil após concussão do cérebro; após ferimento no esôfago, onde há espasmo
que impede a deglutição.
(Embora as convulsões epilépticas e outras sejam muito violentas, ainda
assim muitos dos sintomas sugerempetitmal.)
* * * * *
KENT diz: “Este remédio é do mais extremo interesse devido à sua tendência
convulsiva. Ele coloca o sistema nervoso inteiro em tal estado de irritabilidade
aumentada que a pressão sobre uma parte causa convulsões.
“As convulsões estendem-se do centro para a circunferência. Espalham-se de
cima para baixo, o que é o oposto de Cuprum. As convulsões de Cup. espalham-
se das extremidades para o centro; as menores convulsões, as câimbras, são
primeiro sentidas nos dedos, então nas mãos, depois no peito e no corpo inteiro.
Na Cicuta as pequenas convulsões ocorrem na cabeça, olhos e garganta e depois
espalham-se para baixo pelas costas em fortes contorções.
“Perceba os sintomas mentais: às vezes não reconhece ninguém, mas quando
o tocamos e lhe falamos, responde corretamente. A consciência retoma
subitamente e ele não se lembra nada do ocorrido. Imagina-se co
292 CICUTA VIROSA
* * * * *
Pergunta-se porque não se tem feito uma utilização maior de Cicuta, depois
das experiências surpreendentes de toda uma vida. Recentemente estas
aplicações foram reunidas em “Effects ofthe Remedy”, no CURSO POR
CORRESPONDÊNCIA PARA MÉDICOS.
Há muitos anos atrás, Charlote E., uma idiota epiléptica de 23 anos de idade,
foi examinada pela primeira vez em 1909.
História - Aos 3 anos e meio de idade ela caiu e bateu a cabeça. Ficou de
cama por 4 meses, “inconsciente e cega”. Na recuperação, uma erup- Ção
pustular desenvolveu-se por toda a cabeça, curada com pomadas.
Desde então, ataques epilépticos, com enurese. Todo o corpo violentamente
convulsionado. Ela dorme após os ataques, algumas vezes, durante todo o dia.
É capaz de sofrer até 20 a 30 ataques em uma noite, assim como ocorre de
ficar 14 dias sem um ataque sequer e, então, ataques todas as noites, durante
uma semana.
Muito inteligente antes da queda (aos 3 anos e meio de idade). E agora, aos 23
anos, age como um bebê.
Não pode banhar-se ou vestir-se sozinha, mas pode se alimentar. Se
perguntada se deseja comer, ela diz “Não”, mas come se o alimento é colocado à
sua frente.
CICUTA VIROSA 293
Emdoismeses-
Muito melhor. Somente dois ataques leves.
A memória está melhorando. Sente-se satisfeita vindo aqui. Ela positi-
vamente pediu à sua mãe para não esquecer o seu cartão do hospital!
Ela pode ajudar durante as refeições agora. Corta o pão.
Novamente, pústulas na face. Sem medicação.
Em trêsmeses-
Inteligência mostrando um rápida melhora.
Ela se lembra que esquecera de trazer flores para mim.
Dois ataques fracos.Sem medicação.
Em cinco meses-
Nenhum ataque.
Pode arrumar as camas e fazer limpeza. Prega botões. Sem medicação.
294 CICUTA VIROSA
Em seis meses-
Ficou doente com uma gripe forte: o médico diagnosticou pleurisia; teve um
ataque grave. Cicuta 200, dose única (pela segunda vez em seis meses).
Emsetemeses-
O medicamento produziu uma agravação (como da primeira vez). Ela
esteve de maneira assustadora por dois dias e não era capaz de reconhecer
ninguém.
Muito melhor depois.” Faz os serviços de casa. Adora trabalhos manuais
com agulhas. Sem medicação.
Em oito meses-
Ela não teve ataques até que queimou sua mão. Ela estava retirando uma
chaleira do fogo, usando um pedaço de papel para forrar o cabo da chaleira. O
papel pegou fogo e queimou-lhe a mão. Ela gritou de dor. Teve três ataques
leves no dia seguinte.
Ela é bastante útil em casa. Hoje conversa muito comigo. Sem medicação.
Em onze meses-
“Progredindo tremendamente. “Faz trabalhos manuais com agulha. Sai para
comprar vegetais.
Um ataque leve. Cicuta 200, dose única, pela terceira vez.
Em doze meses-
Um ataque leve.Sem medicação.
Em quatorze meses-
Melhor do que nunca esteve. Sem ataques.
Conta-me uma história longa a respeito de sua irmã.
Inicia conversações.
Após torcer as roupas e pendurá-las para secar, ela diz: “Agora estou morta
de cansaço. Vou me deitar. Mamãe não precisa de mim e estou realmente morta
de cansaço!”Sem medicação.
Em dezessete meses-
Compreende que a professora da Escola Dominical faleceu. Diz: “Ela se foi
e nós não mais a veremos.” Nunca mais referiu-se à professora. Sem medicação.
Em dezenove meses-
A mãe escreveu: “Doente, e dez ataques.” Enviada uma dose de Cicu-
CICUTA VIROSA 295
ta 200.
Em cinco anos-
Remenda suas roupas. Lustra as roupas e depois as exibe. Lembra-se onde
colocou as coisas.
Tem sido vista em intervalos longos. Foi um caso prazeroso e elucida- dor.
Excitação ou enfermidade podem provocar um ataque. Mas uma garota de 23
anos, com a mentalidade menor do que a de um bebê, incapaz de dizer quando
desejava se alimentar, ou de banhar-se ou vestir-se sozinha, foi rapidamente
transformada em uma criatura útil e com inteligência razoável, participante da
sociedade, através de umas poucas doses de Cicuta, na potência 200.
* * * * *
A Cyclopaedia of DrugPathogenesy fornece casos de envenenamento por
Cicuta. Aqui está um. Um homem saudável de 20 anos de idade comeu uma raiz
e logo ficou doente. Ele saiu e logo depois foi encontrado, estendido no chão,
como se estivesse morrendo. Face congestionada, olhos proeminentes; boca
espumando; respirava com dificuldade. Logo teve um ataque epiléptico
violento, durante o qual todos os seus membros sucessivamente eram
contorcidos de maneira horrorosa, a respiração foi interrompida. Ele não
recobrou a consciência e logo morreu. Outro: uma criança de 6 anos de idade
reclamou de uma dor precordial e caiu ao solo, expelindo urina com grande
força. Ele parecia assustadoramente doente; perdeu todos os sentidos; ele
cerrara a boca com tanta força que era impossível abri-la, rangia os dentes. Os
olhos estavam completamente distorcidos, saía sangue de seus ouvidos e um
grande inchaço formou-se próximo à região precordial. Soluços: tentava
vomitar. Ele atirava seus membros ao redor de si e os contorcia, a cabeça era
lançada para trás com freqüência e as costas inclinadas na forma de um arco. As
convulsões cessavam e ele gritava para sua mãe pedindo ajuda, mas elas
voltavam com maior intensidade, ele não conseguia levantar-se; em cerca de
meia hora ele morreu... E assim por diante com outros casos.
Em um caso de experimentação, entre uma série de sintomas, as fezes
tinham esta peculiaridade, que sem sintomas premonitórios subitamente elas se
tornavam tão urgentes que dificilmente era possível não expeli-las, com dor
contusa na região sacra e fraqueza generalizada. Então, quase a toda hora, fezes
de muco preto com cheiro pútrido, em grande quantidade, com esforço... Ao
andar, tem a sensação súbita como se o coração parasse ... etc., etc.
r
CIM1CIFUGA RACEMOSA
(ACTEA RACEMOSA)
(Black Cohosh. Black Snake-root)
v. j
297
298 CIMICIFUGA RACEMOSA
SINTOMAS EM NEGRITO
Como se uma nuvem negra estivesse toda pousada sobre ela e envolvesse
sua cabeça, de forma que tudo era escuridão e confusão, pesava como chumbo
sobre sua cabeça.
Sensação de ondas no cérebro.
Assustada pela ilusão de um rato que sai correndo por debaixo de sua
cadeira.
Imagina que há objetos estranhos ao redor de sua cama: ratos, carneiros, etc.
Medo de morrer; receio de ser morto pelas pessoas presentes na casa.
Não responde nada, ou muito loquaz às vezes.
Depressão mental, suicida, após neuralgia interrompida.
Suspeita de tudo, não toma o medicamento.
Mente perturbada por uma desilusão amorosa, fracasso nos negócios,
etc.
Sente uma fraqueza no epigástrio ao encontrar um amigo.
O sangue corre para a cabeça; o cérebro parece grande demais para o crânio.
Sensação de ondas. Sensação de abrir e fechar quando move a cabeça e os
olhos. O topo da cabeça parece como se fosse se soltar.
Como se o vértice estivesse aberto e deixasse o ar frio entrar.
Sensação de aumento dos globos oculares, com se estivessem sendo
pressionados para fora.
Como se agulhas corressem para o interior do globo ocular esquerdo,
através da córnea.
Gosto de cobre. Não consegue falar uma palavra, embora ela tente.
Área com secura na garganta causando tosse.
Diarréia alternada com constipação.
Tremores de frio como no primeiro estágio do trabalho de parto; durante a
menstruação.
Mania puerperal; não entende o que ocorre com sua cabeça; agarra-a. Grita,
aperta o peito como se sentisse dor; tenta se machucar.
Dor aguda, do ápice à base do pulmão direito, pior durante inspiração.
Angina peitoral; dor na região do coração, por todo o peito e descendo pelo
braço esquerdo; palpitação; inconsciência, congestão cerebral, dispnéia, face
lívida, suor frio nas mãos; dormência do corpo; o braço esquerdo está
entorpecido e como se estivesse atado ao seu lado. (Caso curado, Hering).
A ação cardíaca cessa subitamente; sufocamento iminente.
Uma nuvem preta e pesada pousou toda sobre ela; pesava como chumbo
sobre seu coração.
Pescoço enrijecido devido ao ar frio, com dores ao mover as mãos.
CIMICIFUGA RACEMOSA 301
* * * * *
HUGHES (Pharmacodynamics) tem algo bastante interessante para dizer
sobre Actea, que ele prefere chamar de Cimicifuga. Ele diz: “Não causa sintomas
febris” (isto, contudo, devemos questionar a julgar por sintomas e
experimentações e através de casos de melhora de febre durante o seu uso), “mas
é um remédio valioso para algumas formas de reumatismo, especialmente
naquelas em que os centros nervosos e os músculos são o local da desordem...
Nos reumatismos agudos e musculares localizados, tais como pleurodinia,
lumbago e torcicolo, Actea tem sido recomendada ... Na artrite reumatóide, na
qual as dores pioram à noite e no tempo úmido, especialmente se de origem
uterina... Outra forma simula o reumatismo gonorréico, mas sem qualquer
história de gonorréia. Aqui, não somente podem as dores ser quase
imediatamente aliviadas, como também as articulações podem se tornar flexíveis
e úteis novamente.
Nos sofrimentos em que o coração e o útero freqüentemente são submetidos,
pelo veneno reumático... As experimentações tornam evidente que Actea afeta
poderosamente o coração. Quando o reumatismo afeta este órgão, não
estabelecendo inflamação, mas como faz com outros músculos, temos nesta
droga um remédio valioso... Em um caso curado, os sintomas pareciam com
angina pectoris, os ataques recorrendo várias
302 CIMICIFUGA RACEMOSÀ
vezes por dia. Ele fala também do poder de Actea sobre a coréia.
Nos casos que têm como ponto de partida o útero, Actea tem uma ação
indubitável sobre este órgão - abortiva e ecbólica. Suas virtudes terapêuticas
nesta região são inúmeras e bem estabelecidas, especialmente onde o útero é
presumivelmente reumático. Alivia a dismenorréia, impede a tendência ao
aborto e às dores pós-parto, e facilita o parto ... Quando condições uterinas
mórbidas mostram-se em qualquer outro lugar que não no próprio órgão, através
de dores e da agitação característica da droga, esta age potentemente para seu
alívio. Ela cura a epilepsia e histeria uterinas; melancolia puerperal; o
nervosismo da gravidez e o estado inquieto e infeliz da mente muito comum nas
pacientes com problemas ute- rinos, especialmente a insônia. A dor
inframamária nas mulheres solteiras, relacionada ao útero, enquanto a dor no
ombro está ligada ao fígado. Também dores nos seios que surgem... E
sofrimentos na época do clima- tério, aliviando a vazio no estômago (um dos
seus sintomas patogenéticos marcantes), dor no vértex e irritabilidade na
disposição, melhor do que qualquer outro medicamento.
Ele cita um interessante e sugestivo artigo do Dr. Madden, no British Journal
of Homeopathy, Vol. XXV, em relação a. Actea para a dor no diafragma. “Aqui o
doutor não foi somente médico, mas também paciente”. A dor tinha seu centro
no peito, “era como se uma pessoa estivesse pressionando com seu punho
firmemente sobre o esterno e o forçasse para o interior em direção à coluna
dorsal.” O caminhar precipitaria um ataque. Quando intenso, ele se espalharia
pelo esôfago e faringe, causando um formigamento peculiar na parte posterior
da garganta que se estenderia até o ombro e região superior do peito, descendo
pelos braços até a ponta dos dedos das mãos. Alguns momentos imóvel
poderiam retirar a dor. Ela nunca surgia enquanto descansava, com duás
exceções durante forte emoção mental. Sempre piorava após alimentação.
A condição persistiu, inexplicada e resistindo a todas as tentativas de
tratamento, até que algo sugeriu a idéia de que poderia ser uma mialgia do
diafragma; e a explicação pareceu ser adequada. Amica foi rejeitada e Actea
selecionada, como produtora de um efeito sobre o sistema nervoso e os
músculos.
Actea tintuta 3 ou 4 gotas aliviou, sem a ocorrência de diurese que
usualmente acompanha o cessar da dor, mas a droga teve de ser interrompida,
desde que começou a produzir a dor de cabeça deActea e pressão dolorosa nos
globos oculares. Actea 12 não deu resultado, enquanto que a primeira centesimal
pôde ser tomada sem problemas e logo alcançou a cura.
(Evidentemente o Dr. Madden era um daqueles que prescrevia em baixas
potências. Provavelmente uma potência mais alta e sem repetição,
CIMICIFUGA RACEMOSA 303
até que se mostrasse necessário, teria sido bem melhor? Mas ele foi cu- radoV)
$$$$$
Entre as coisas que GUERNSEY nota especialmente em relação a Actea,
encontramos ... A loucura mental e o medo de tornar-se louca; imagina todos os
tipos de aparições estranhas e que alguém está para matá-la. Seu falar incessante,
mudando de um assunto para outro. Seu desespero e a sensação de estar sob uma
nuvem negra pesada.
Dor na cabeça como se o topo fosse se soltar; ou como se um pino estivesse
cravado do pescoço até o vértice. Ou uma dor penetrante desde o occipício
descendo ao pescoço. Dor de cabeça descendo para o nariz.
Dores nos globos oculares, tão intensas que parece que ela enlouquecerá.
Agulhadas dentro do globo ocular esquerdo. Em relação ao nariz, cada inalação
parece trazer o ar frio em contato com o cérebro.
Face azulada. Expressão selvagem, amedrontadora. Testa fria; palidez
mortal. Desmaia subitamente, a face tem uma cor branca-acinzen- tada.
Dores na região uterina, correndo de um lado para outro. Sensação de força
para baixo no sacro, como se algo estivesse pressionando para fora... dores do
parto com acessos de desmaio e câimbras; convulsões decorrentes de
excitamento nervoso... Mania puerperal: sente-se estranha, fala incoerentemente,
grita, tenta machucar-se... Similar a Cauloph. nas afecções reumáticas e uterinas.
* ****
CLARKE (Dictionary) diz: “Administrado antes do final da gravidez, facilita
o trabalho de parto, cura o mal-estar da gravidez e evita as dores após o parto e a
sensibilidade exagerada”. Ele diz: “De acordo com Lippe, uma indicação
característica é: 'o útero que recentemente deu à luz torna- se realmente
espremido na pelvis com grande dor'. Tem assegurado recém-nascidos vivos de
mulheres que deram à luz anteriormente somente a bebês natimortos, sem causa
conhecida; prescrito em doses diárias de Dl, dois meses antes do parto. ”
%$#$$
Como fazemos usualmente, deixaremos KENT acrescentar o restante sobre a
droga; em geral é bom deixar com ele a última palavra.
Ele diz que o remédio foi muito pouco experimentado, mas pode-se perceber
que é similar a estados doentios, especialmente nas mulheres, denominados de
condições histéricas e reumáticas.
A paciente está sempre friorenta, facilmente afetada por frio e umidade, que
aumentam o estado reumático, não somente dos músculos e arti-
304 CIMICIFUGA RACEMOSA
para a mulher. Você não pode prescrever para um sintoma, porque pro-
vavelmente haverá mais de 50 remédios que possuem aquele sintoma.
Com a menstruação, quanto maior o fluxo, maior a dor; muitas das
condições de Actea ficam piores durante a menstruação: reumatismo, contrações,
câimbras, insônia; espasmos epilépticos; dolorimento dos músculos ou
articulações... 'Dismenorréia reumática' não vem a ser um nome inadequado.
Durante o trabalho de parto; tremores de frio; manifestações histéricas. As
dores cessaram ou são irregulares ... Uma dor vem, parecendo que vai terminar
satisfatoriamente, quando de repente ela grita e agarra seu quadril; a dor deixou
o útero e alcançou o quadril, causando a cólica. Ela está tão emotiva, que se ela
ouvir uma história sentimental no quarto, a dor passará; ou o lóquio pode ser
interrompido, ou o leite suprimido, e ela ficará dolorida, machucada e terá febre.
Kent diz que os melhores resultados têm sido obtidos com as potências 30a,
200ô e 1.000a e ainda mais altas, em doses únicas.
N
CINA
(Chamada “Semente de verme”, mas não é uma semente, e sim um
botão não aberto)
306
CINA 307
a decilionésima (a 308 potência), “ela mostra seus poderes medicinais ainda mais
perfeitamente..
Cina e Santonina parecem ter sido usados principalmente para a expulsão de
vermes redondos, mas aqui nos lembramos de uma experiência mais do que
dramática decorrente do uso, não de Cina mas de Natrum phos. 6, umas poucas
doses. Este é o grande medicamento de Schuessler para reumatismo - e vermes
arredondados. Uma empregada, com uma junta do joelho gravemente inchada e
inflamada, tomou Nat. phos. numa noite e, na manhã seguinte o joelho estava
praticamente bem, e ela eliminou um par de vermes redondos. A droga foi
naturalmente respeitada e lembrada como vermífugo. Para vermes filifonnes,
entretanto, com os sintomas de Cina, desassossego à noite, pupilas dilatadas,
ranger de dentes, coceira no nariz, irritação no ânus, foi repetidamente usada
Cina 200; e tanto quanto se lembra, os “vermes” não mais surgiram em relatos
posteriores.
Mas há uma outra forma para ajudar a se livrar dos vermes filiformes:
esfregar o ânus interna e externamente, especialmente nas dobras da mucosa,
com óleo de oliva, ou (melhor?) vaselina. Diz-se, se é mesmo real não se pode
afirmar, que os vermes descem para se reproduzir e mordem - daí a coceira -
para onde o lubrificante está, então os vermes não se conseguem fixar e
gradualmente são eliminados, acabando com o problema. Muitas mães têm sido
instruídas em relação a este método simples e, tanto quanto se lembra, Cina ou
vaselina, ou as duas combinadas, têm sido bem sucedidas. Não há lembrança de
casos problemáticos de verminose que precisaram de retorno para tratamento; só
uma única queixa, sem menções futuras: “não houve mais vermes vistos”. .
Ainda em relação a “vermes”, ninguém sabe como expulsar uma tê- nia! - a
simplicidade em si - e funciona. A tênia parece ter um grande gosto por semente
de abóbora! Pegue uma onça de sementes de abóbora fresca, tire a casca e as
triture e misture com duas onças de mel. Dê em jejum pela manhã em três doses
com 1 hora de intervalo uma da outra. O verme pode ir embora ou poderá
precisar de uma dose de óleo de castor. E aqui tenha cuidado: se o verme está
indo embora, é necessário não se movimentar até que seja eliminado com a
cabeça e tudo, do contrário o verme ainda crescerá novamente, a partir da cabeça.
As pessoas costumam recolher este verme num vidro para verificar a presença
de sua pequena cabeça. A explicação dada é que a tênia se empanturra com a
semente de abóbora até entrar em um estado comatoso, quando seu gancho se
relaxa e então ele se desprende, saindo para fora do corpo.
Sempre é um erro, para dizer o mínimo sobre isso, “fazer mal que pode
trazer o bem” e usar medidas nocivas, quando outras simples e inócuas são
eficazes. Dê Cina 200 para as crianças com os sintomas desagradáveis de Cina, e
elas não somente se livrarão de seus vermes filiformes,
308 CINA
da escola antiga não. Eu encontrei vários vermes que meu filho eliminou e vim
para ver se você pode fazer algo por eles.' E uma grande vantagem curar estes
pequenos pacientes, acreditemos em vermes ou não.” E ele diz: “Outra coisa que eu
comprovei, para minha inteira satisfação, é que Cina é mais eficaz para estes
casos na potência 200 a ou mais altas, do que com o alcalóide ou potências mais
baixas.” Aqui Nash segue Hahnemann. Se você pensar somente em envenenar
os vermes, você naturalmente dará a maior dose possível que ousará arriscar;
enquanto que se você meramente fornecer o estímulo vital para o paciente, com
o remédio mais semelhante aos seus sintomas, e assim curá-los sem deixar
terreno propício para os parasitas perturbadores, então você terá de fazer isto à
la Hahnemann, quanto à preparação e dosagem. Uma única dose é geralmente
suficiente, pela nossa experiência, na potência incrivelmente pequena que
etiquetamos como 200a.”
Deixemos que Nash descreva os sintomas guias que pedem Cina. Ele diz: “A
criança com verminose estará bastante inquieta à noite, 'lança gritos agudos
durante o sono', fazendo com que se pense em Apis, mas aparecem outros
sintomas que descartam Apis. A criança fica mal humorada e desagradável como
ChamomiUa. Golpeia e chuta a enfermeira., deseja ser levada ao colo (Chain.) ou
balançada, ou não quer ser tocada ou olhada (Antimonium crud.), deseja coisas e
então as recusa quando lhe são oferecidas (Bry. e Staphisagria) ou, diferentemente
de ChamomiUa, se alguém tentar pegá-la ou carregá-la nos braços, ela chorará.
Não é um retrato perfeito da mente de uma criança com verminose?” A seguir
ele aprofunda o diagnóstico entre Cham.e Cina. A face de Cham.é quase sempre
vermelha e quente de um lado, e pálida e fria do outro. Cina tem vermelhidão
ardente de ambos os lados, ou é pálida e doentia, com círculos escuros ao redor
dos olhos, ou vermelhidão com grande palidez ao redor da boca e nariz. Em
Cina, adicionalmente, o nariz coça e pica, range os dentes ao dormir, tem
contrações durante o sono e engole freqüentemente, ou mesmo tem tosse e
sufoco. Tal combinação não é encontrada em nenhum outro remédio. Cina tem
alternadamente uma fome canina e uma ausência completa de apetite..
CLARKE diz: UÉproeminentemente um remédio de verme, já que causa todos os
sintomas que caracterizam a helmintíase, tanto mentais, nervosos e físicos. Há
irritação no nariz, causando constante desejo de coçar, beliscar e apertá-lo. Nas
crianças há um extremo mau humor e perversidade. Nada os agrada por um
longo período. Rangem os dentes durante o sono, molham a cama (quando
acompanhado de coceira no nariz, grande fome e sono inquieto), agitam-se na
cama durante o sono, gritam como se estivessem em delírio. Sherbino chegou à
conclusão que 'deitar-se sobre as mãos e joelhos durante o sono' é uma forte
indicação para Cina ... A criança deita-se sobre a barriga ou sobre as mãos e
joelhos durante o
310 CINA
SINTOMAS EM NEGRITO
* * * * *
SANTONINA, um derivado de Cina, tem produzido e curado enurese
noturna nas crianças - “não necessariamente ligada a vermes.”
Como Cinay Santonina prejudica a visão. Vê cores, especialmente amarelo e
verde; e tem certa reputação para o tratamento de catarata. Há alguns dias atrás,
uma paciente com catarata disse ansiosamente: “Sim, eu posso sempre ver
verde,” quando um cartão verde do Hospital lhe foi mostrado. Deixamos para
verificar se Santonina poderia ajudar. No seu caso uma das vistas foi perdida
após uma operação dc catarata e a segunda estava quase cega.
HUGHES (Pharmacodynamics) dá alguns casos oftalmológicos interessantes
e experimentos com Santonina, onde o já falecido Dr. Dyce Brown, em conjunto
com um oculista, tratou quarenta e dois casos, dos quais trinta e um foram
curados ou melhoraram. Eles incluem cloroidite, retinite, atrofia do disco ótico,
ambliopia pura e anestesia retinal. Em um caso de catarata dupla indubitável, a
visão ficou grandemente melhorada.
\
CISTUS CANADENSIS
(“IcePlant“Frost Weed”; “Rock-rose”)
V )
A primeira coisa que se nota a respeito de Cistiis, “Planta do Gelo”, é que ela
não mereceu seus nomes comuns por nada. CLARKE diz: “ela tem uma
propriedade peculiar que favorece a formação do gelo ao redor de suas raízes no
início do inverno”. HERING diz: “Dizem que durante os meses de novembro e
dezembro estas plantas emitem, próximo às suas raízes, cristais de gelo
curvados, largos e finos, com cerca de uma polegada de comprimento, que
murcham durante o dia e são renovados na manhã seguinte.”
HERING refere-se aos vájrios artigos publicados a respeito desta planta,
mostrando seus usos - em dores de garganta, em cólica pós ingestão de frutas
ácidas, em disenteria crônica, em mastite, em tosses com tumores no pescoço,
no bócio e nas erisipelas, no inchaço branco da articulação do joelho, na febre
intermitente,oia escrófula, etc.
Um remédio realmente surpreendente para catarro nas passagens nasal e
pós-nasal, garganta e laringe. Trata-se de um conhecido recente - ou melhor de
um amigo, mas de ação rápida e profunda quando os sintomas concordam.
Um das primeiras experiências de certo médico já foi publicada, mas deve
ser aqui recontada. Uma garota pequenina foi trazida ao ambulatório no verão -
agosto de 1931, devido ao fato de que ela sempre estava resfriada e estas gripes
duravam muito tempo; estava ruim agora, mas piorava ainda mais no inverno.
Ela sentia-se pior com o tempo frio, tinha aversão a gorduras, à carne e ao sal.
Ela tinha apenas uma grande desejo - de queijo.
Isto era tão marcante que o médico procurou no Repertório as drogas que
possuíam desejo de queijo e encontrou:
(Arg. n.) (Ast. r.) Cist. (Ign.) (Mosch.) (Puls.)
Sendo Cist. o que tinha maior desejo por queijo, evidentemente.
Então pesquisou Cistus na Matéria Medica e descobriu que ele se adequava a
todo o caso.
Havia “espirros freqüentes e violentos - catarro nasal crônico. Pior com o
frio; por inalar o ar frio, etc.”; ela tomou Cistus 6 três vezes ao dia, durante
alguns dias. Ela estava melhorando rapidamente. No relatório de inverno
constava que “não teve gripes”. Sete meses mais tarde ela teve
313
314 CISTUS CANADENSIS
uma “gripe novamente”, quando o remédio foi repetido. Sabe-se que mesmo as
potências baixas duram - quando você obtém o remédio correto; ou melhor, a
reação às potências mais baixas pode ser também duradoura.
Estes casos de catarro crônico e gripes que nunca terminam são difíceis de
tratar, algumas vezes.
Desde então, tem havido outros casos; outra garota em idade escolar, com
gripes duradouras, tomou Cistus - ela também tinha uma grande paixão por
queijos! - e sua mãe relatou que ela se libertara das gripes, teve a possibilidade
de freqüentar a escola, sem as constantes faltas devido às gripes; mais tarde,
quando “todas as outras crianças tinham apresentado os sintomas de gripe, ela
permanecera ilesa”. Nesse caso também, muitos meses mais tarde, o remédio
foi repetido.
Em nossa revista HOMEOPATH Y, temos fornecido outros casos im-
pressionantes, mas uma droga como esta merece uma consideração com-
plementar e o catarro crônico do nariz e da garganta não é uma medida de sua
utilidade, como nós veremos.
mer.
A garganta parccc feita de vidro, com listras de muco consistente.
Coceira na garganta e nas fauces. Aspereza desde o peito até a garganta.
Pontadas na garganta causando tosse.
Dor dilacerante na garganta, ao tossir.
Coceira e dor na garganta, garganta dolorida devido ao ar frio.
Ou, fauces inflamadas e secas, sem sensação de secura.
Pigarro de muco consistente, parecendo goma, sem gosto ou amargo.
Alívio pela expectoração.
Em negrito, INCHAÇO ESCROFULOSO E SUPURAÇÃO DAS
GLÂNDULAS DA GARGANTA.
Sensação como se a traquéia não tivesse espaço suficiente.
Coceira crônica na laringe e na traquéia.
Respiração asmática ao anoitecer, após deitar-se e durante a noite.
Sibilo alto. Sensação como se a traquéia não tivesse espaço suficiente.
Uma sensação curiosa: como se formigas corressem pelo corpo inteiro (após
deitar-se), e então respiração ansiosa e difícil. Obrigada a levantar-se e abrir a
janela; o ar fresco alivia. Ao se deitar, imediatamente estas sensações
recomeçam.
Pressão no peito. O peito dói quando tocado.
Tosse - com os sintomas previamente relatados.
Além da vontade de comer queijo, Cistus deseja alimentos ácidos e frutas,
que provocam dores e diarréia. A diarréia advém também com o café e com o
tempo úmido.
As glândulas são afetadas; bócio; tem até mesmo reputação no câncer.
O excitamento mental e a agitação aumentam todos os sofrimentos,
inclusive a tosse.
* * * * *
KENT acrescenta alguns pontos interessantes, em sua pequena palestra
sobre Cistus. Ele diz que se trata de um remédio de ação profunda; que age
semelhantemente a Calcarea, mas é mais moderado. Ele tem a exaustão pelo
esforço, a dispnéia, o suor e a frialdade de Calcarea.
Ele conta sua primeira experiência com Cistus, porque “quase sempre, o que
forçosamente irá chamar sua atenção para um remédio será a cura de um caso
ruim e típico. Uma garota de dezenove anos, com as glândulas do pescoço
grandes e duras, as parótidas especialmente. Ela apresentava uma otorréia
fétida; olhos inflamados e supurados, com fissuras nos cantos; os lábios eram
rachados e sangravam, e havia “reuma de sal” nas extremidades dos dedos. Ele
não pôde encaixar Cale. e, por fim, este pequeno remédio parecia justamente o
que ela precisava e a curou, embora ela tivesse tomado uma imensa quantidade
de remédios homeo
316 CISTUS CANADENSIS
páticos. Kent diz que ele estudou a droga desde então e, em uma ou duas
oportunidades, tentou prová-la - sem sucesso. “Deveria ser experimentada.”
Ele diz que as glândulas se inflamam, incham, supuram. Causa cáries e
cura velhas úlceras... Afeta todas as membranas mucosas, que eliminam muco
grosso, amarelo e mal cheiroso; adequado aos catarros antigos e perturbadores.
O peito enche-se com uma grande quantidade de catarro, melhora por
expectoração, mas depois que ele esvazia o peito, ele sente aspereza. Sensação de
frio ou queimação no nariz; na coriza aguda, o nariz fica pleno de catarro
amarelo e grosso, e quando ele é assoado, deixa a cavidade nasal vazia num
estado de irritação; de aspereza - fria ou ardente. Há alívio quando o nariz fica
cheio outra vez. Neste remédio, quando o nariz está vazio há queimação ou
aspereza, causada pela inalação do ar.
Crostas agudas, grossas e que provocam coceira; com queimação no
zigoma direito. Tem curado lupus da face; cáries da maxila inferior; câncer
aberto e sangrante do lábio inferior. Cura úlceras antigas, profundas e
corrosivas nos tornozelos e no queixo, com descarga copiosa e acre; pior por
banhar-se, sensível ao ar frio; confortável somente quando está bem quente.
Todo resfriado se aloja na garganta; o ar quente provoca melhora em todos
os lugares. “Ele abre o registro e liga o calor, deseja sentir o calor no nariz,
garganta e pulmões.”
Enduração crônica e inflamação das mamas. Tumores com aumento de
gânglios ao redor. Os gânglios do pescoço estão aumentados em linhas como
uma corda com nós, como na doença de Hodgkin. “Somente um número
limitado de remédios tem estes nós”.
*****
Cistus precisa de experimentações adicionais. Nós realçamos o que é
conhecido e muito marcante, porque, em sua esfera, ele é evidentemente um
remédio heróico.
A propósito, Cistus é também um remédio reumático. Um paciente médico
que “comia queijo em toda refeição” e foi curado com Cistus de um catarro
crônico e de súbitos ataques incontroláveis de espirros que podiam durar de
dez até vinte minutos, a menos que fossem interrompidos aspirando-se cocaína
ou clorofórmio, desenvolveu uma dor no ombro direito, “não afetada por
semanas de tratamento elétrico, etc., ficando pior e mais aflitiva”. Viu-se que
Cistus produziu exatamente tal dor e após uma dose de Cistus “tudo terminou
em uma hora”.
Clarke diz: “Cistus é um remédio muito antigo para afecções escrofu- losas
e também para os estados escorbúticos com ulcerações gangreno-
r
COCCULUS
v.
Sobre Cocculus indicus, HAHNEMANN diz: “Esta substância vegetal, usada até
hoje somente para destruir alguns vermes nocivos e para entorpecer peixes para
que possam ser pegos com as mãos, foi (como Staphisagria) empregada
primeiramente por mim como um medicamento (após eu ter primeiro verificado
seus efeitos dinâmicos sobre o corpo humano saudável). Esse medicamento
possui muitas virtudes curativas, como os sintomas seguintes produzidos por ele
podem mostrar; e a tintura, prescrita de acordo com a semelhança do efeito em
alta atenuação e potência, é indispensável para acura de muitos casos de
doenças humanas comuns, mais especialmente em algumas espécies de febres
nervosas que se demoram; em vários espasmos assim chamados abdominais e
nas chamadas dores espasmódicas de outras partes, onde o estado mental é de
extrema tristeza, ocorrendo particularmente no sexo feminino; e não em poucos
ataques de paralisias das pernas e em desajustes emocionais que lembram
aqueles que Cocculus pode ele mesmo produzir.”
HERING (GuidingSymptoms) diz: “A tintura das sementes moídas é usada e
contém um princípio cristalizável, Picrotoxina, um veneno poderoso.
“Cocculus foi usado pelos antigos como um veneno para peixes, deixando-
os entorpecidos e facilitando o trabalho da pesca.
“Ele foi e ainda é” (assim ele diz) “extensivamente usado para adulterar os
licores de malte..Uma idéia agradável! Talvez, se esse uso persiste, poderia ser
considerado responsável por alguns dos sintomas do embebedamento por
cerveja. As atitudes e a mentalidade das monstruosidades cambaleantes e
barulhentas que se costumava encontrar nas ruas
- principalmente antes da guerra, quando a cerveja tornou-se mais cara e mais
difícil de ser obtida - são bastante sugestivas do envenenamento por Cocculus’. o
andar difícil e incerto; a dificuldade em pronunciar as palavras; o humor
briguento e ruidoso dos cantadores cambaleantes e barulhentos - ninguém
imagina que Cocculus seja “um dos remédios peculiares aos bêbados.”
Entretanto, como Tennyson assevera: “as coisas do passado podem se
repetir”, e nós poderemos ainda ver de volta os velhos bons tempos agora que a
cerveja é consumida descaradamente por todas as grandes aglo-
317
318 COCCÜLUS
m cr ações, “A cerveja é boa para vocêl” com todos os demais slogans dos
cervejeiros. Como uma revista americana declarou a respeito de medicamentos
patenteados, estes são colocados no mercado e anunciados não para o gentil
bem-estar do povo querido, ou para seu alívio e salvação, mas somente com o
propósito ilusório de extrair dinheiro de seus bolsos ... Entretanto, todas essas
coisas expressam “indústria” e “dividendos” e o lucro da cerveja é crescente, o
que deve ser muito gratificante para o Chanceler do Ministério da Fazenda.
Apenas ocorre que há o outro lado da questão: apetites estimulados; hábitos
difíceis, uma vez formados, dc se erradicar e, como sempre, as tentações para o
fraco e o hesitante a cada esquina das ruas. Mas este é um país livre, ou supõe-
se que seja assim, desde que o Ato de Defesa do Reino (D.O.R A.) veio e
ficou; e enquanto o turbulento britânico somente se embebedar, sem provocar
desordens nem obstruções nas ruas, e beber somente até uma certa “hora
mágica da noite”, o gentil policial não lhe causará muitos inconvenientes. E
enquanto isso, nós, os homeopatas, podemos ver Cocculus na espasticidade e
perda da força das pernas dos embriagados e em sua tentativa desajeitada de
continuar seu caminho; e aprenderemos como nos lembrar de suas
peculiaridades e aplicá-las para curar.
Entre os sintomas mentais, altamente sugestivos, estão:
Dificuldade em pronunciar as palavras; dificuldade em ler e pensar.
Pensa e responde corretamente, mas é preciso ficar um longo tempo
refletindo.
Lentidão para compreender; não consegue achar a palavra certa; esquece-
se; não pode conversar claramente; ou é irritadiço, fala apressadamente, não
pode suportar o mínimo barulho ou contradição.
Grande eloqüência; graça; desejo irresistível dc cantar. Uma espécie de
mania.
Melancolia e tristeza; sensibilidade a insultos leves e desapontamentos.
Sente-se afrontado facilmente. Qualquer bobagem o deixa nervoso.
Não pode realizar qualquer coisa em seu trabalho; não consegue finalizar
nada.
Olhar amedrontado. Pouco consciente de sua própria saúde; muito ansioso
com relação à enfermidade dos outros. (Ars., Phosp., Sulph.)
Medo da morte e de perigos desconhecidos.
* * * * *
Com relação à Picrotoxina, o alcalóide de Cocculus, e ao seu efeito em
peixes, CLARKE (Dictionary) nos diz que: “Quando Picrotoxina é adicionada à
água na qual peixes estão nadando, eles fazem movimentos rápidos escavantes
e sinuosos, e então nadam vagarosamente, abrem suas bocas e guelras
freqüentemente, caem para os lados e morrem asfixiados rapidamente.”
COCCULUS 319
* * * * *
HUGHES (Pharmacodynamics) cita um caso de envenenamento por Cocculus
relatado por Hahnemann (no Hufeland’s Journal). “Frialdade, rigidez paralítica
dos membros com dores repuxantes em seus ossos e nas costas, e uma
irritabilidade sombria, com ansiedade, eram os sintomas principais. O paciente
disse que seu cérebro parecia constrito como por um ligamento. Ele desejava
dormir, mas uma sensação de medo, como um sonho horrível, lhe vinha
imediatamente após fechar os olhos, e fazia com que ele acordasse novamente.
Ele sentia grande repugnância por comida e bebida. Este é um sintoma
freqüente de Cocculus e bastante característico dele.”
Hughes diz também: “Os experimentos feitos recentemente em animais com
o alcalóide contido em Cocculus, a Picrotoxina, mostram que convulsões, tanto
tônicas quanto clônicas, são uma característica especial de sua ação. Estas
últimas apresentam muitos dos aspectos singulares observados como resultados
de um traumatismo ao pedúnculo cerebral, como os movimentos semicirculares,
para trás e de rotação sobre o eixo do corpo. Com estes, há uma grande lentidão
do pulso e da respiração, indicando distúrbio na origem do vago.
“Cocculus, então, parece influenciar o trato nervo-motor através do eixo
crânio-espinhal. A tal ação é atribuível, penso eu, todo o espectro de sua
influência curativa. E de grande eficácia em certos tipos de vômitos. Estes,
quando analisados, parecem ser mais cerebrais do que de origem gástrica. Eles
são como aqueles que ocorrem nos males do mar e em algumas pessoas por
andar numa carruagem ou qualquer outro movimento si
320 COCCULUS
milar; eles têm um outro exemplo nos vômitos provocados por enxaqueca ou
devido a tumores cerebrais ... no primeiro, Cocculus não tem rival.” Ele fala de
“vertigens, onde Cocculus é o remédio principal... e dos espasmos abdominais,
acompanhados por flatulência, não o produto da fermentação ..
* * * * *
FARRINGTON (Comparaíive Matéria Medica) diz em relação a “Cocculus,...
cujo princípio ativo éPicrotoxina, veneno amargo.
“Encontraremos, sob Cocculus, os sintomas que estão sob muitas outras
drogas, mas em nenhuma outra droga eles terão a mesma relação que possuem
aqui.
“O efeito geral de Cocculus é sua ação bem conhecida no sistema cére- bro-
espinhal; aqui ele produz grande debilidade. Ele causa fraqueza paralítica da
espinha e, especialmente dos seus nervos motores; assim o descobrimos como
um remédio certo ou freqüente nas paralisias originadas de doenças da espinha
dorsal... especialmente no início do problema, seja devido a doença funcional
ou orgânica severa... irritação, amolecimento da espinha ou ataxia locomotora.
Ele é especialmente indicado quando a região lombar da espinha é afetada, com
fraqueza na região sacrococcí- gea como se estivesse paralisada; o cóccix fica
afrouxado ao caminhar. Fraqueza nas pernas; os joelhos afrouxam-se ao andar;
dor nas coxas como se elas estivessem contundidas; as solas dos pés parecem
estar adormecidas; primeiro uma mão começa a adormecer e então a outra a
segue, ou o braço todo adormece e as mãos parecem inchadas.
“Há um sintoma concomitante quase sempre associado com os citados -
uma sensação de vazio em algumas das cavidades do corpo - cabeça, tórax ou
abdome. É mais do que uma fraqueza, é uma sensação absoluta como se as
partes estivessem ocas.
“A debilidade é de origem espinhal; surge especialmente após uma perda de
sono; o paciente não consegue sentar-se mesmo uma ou duas horas mais do que
o usual ao anoitecer, sem sentir-se lânguido e exausto pelo dia seguinte
inteiro...
“O abdome é grandemente distendido e timpânico; este timpanismo sob
Cocculus não é o mesmo de Cinchona, Carbo. veg., Colchicum, Sulphur, ou
mesmo Lycopodium.
“Há várias origens do timpanismo. Ela pode vir dos vasos sangüíneos, do ar
engolido juntamente com os alimentos, das mudanças na própria comida, e
também da retenção de flatos. A última condição é a causa do sintoma sob
Cocculus indicus. Não se deve pensar que é o remédio quando os flatos resultam
da decomposição dos alimentos, o que pede Carbo. veg”
Em relação à dor de cabeça occipital de Cocculus, Farrington tem al
COCCULUS 321
$****
Este é o pequeno sumário de NASH a respeito de Cocculus:
Fraqueza dos músculos cervicais, dificilmente consegue manter a cabeça
ereta.
Fraqueza na região coccígea, como se estivesse paralisada; afrouxa-se ao
andar; dificilmente pode ficar em pé, andar ou conversar.
As mãos e os pés ficam entorpecidos; adormecidos.
Uma sensação geral de fraqueza; ou o estômago, abdome, cabeça, etc. com
sensação de estarem fracos, ocos e arruinados. Piorando pela perda do sono ou
vigília noturna.
Grande distensão com cólica flatulenta; cólica menstruai ou por gases;
dores em câimbras; tendência à hérnia.
Modalidades: Pior sentando-se, movimentando-se, andando em barco ou
carruagem, fumando, falando, comendo, bebendo, por vigílias noturnas; melhor
deitado quieto.
* * * * *
Para resumir KENT, que é, como de costume, o mais esclarecedor de todos:
“Cocculus diminui todas as atividades do corpo e da mente, produzindo um tipo
de fraqueza paralítica.”
Atrasado em todas suas ações.
Todas as impressões nervosas são lentas para alcançar os centros. Como
(ele diz) se você picasse o dedo maior do pé do paciente e ele esperasse um
minuto para então dizer “Oh”, ao invés de dizer imediatamente.
Responde lentamente, após aparente meditação.
Fraco;cansado.
Primeiramente há esta lentidão e depois uma espécie de condição paralítica
visível e, então, a paralisia total - local e geral.
Mas há causas: pajear; pajear à noite; desgaste por ansiedade, preocupação
e perda de sono.
322 COCCULUS
Cocculus, ele diz, desde o tempo de Hahnemann até o presente, tem sido um
remédio dos transtornos por pajear, não o pajear profissional, pois Cocculus
necessita a combinação de vexação, ansiedade, e prolongada perda de sono. Ao
final disso tudo, vem a prostração do corpo e da mente, não consegue dormir,
dores de cabeça congestivas, náusea, vômito e vertigem. É assim que um caso
de Cocculus se inicia.
No instante em que Cocculus entra em um vagão para viajar, começa a
sentir dor de cabeça, náusea, vertigem.
Cocculus não pode suportar o movimento: piora falando, movimentando-se,
movimentando os olhos, cavalgando.
Necessita muito tempo para girar a cabeça cuidadosamente para ver as
coisas. Precisa de muito tempo para movimentar-se; para pensar; para fazer
qualquer coisa. É lento, inativo.
Há a descoordenação, o entorpecimento. Ele diz que este remédio tem sido
usado com bons efeitos na ataxia locomotora.
Com relação à RIGIDEZ de Cocculus, Kent deixa isto claro e memorável.
“Este forte sintoma é muito peculiar a Cocculus - assim como a algumas
doenças nervosas. As pernas em linha reta e mantidas assim por um certo
tempo, só podem ser flexionadas com forte dor. As pessoas prostradas com
ansiedade irão se deitar de costas, endireitam suas pernas e somente conseguem
levantar-se com muita dificuldade. O médico vem, descobre qual é o problema,
dobra as pernas da paciente e ela grita; mas ela sente alívio logo após dobrá-las,
pode levantar-se e dar uma pequena volta.” Kent diz: “Você não consegue
encontrar isto em nenhum outro lugar. Está inteiramente sem inflamação; um
tipo de enrijecimento paralítico, uma paralisia do corpo e mente fatigados. Um
homem que estique sua perna sobre uma cadeira, não conseguirá flexioná-la até
que a alcance com suas mãos para ajudar... Com toda esta lentidão dos
pensamentos e das atividades, o paciente permanece extremamente sensível ao
sofrimento eà dor.”
Há espasmos como choques elétricos; convulsões após a perda de sono.
Tétano, coréia, ataques de fraqueza paralítica com dor. Paralisia dos olhos, da
face, dos músculos, dos membros - de todos os locais. Kent nos fornece um
caso de paralisia de ambas as pernas após difteria, em uma garota pequena, que
foi considerada sem esperanças; mas um daqueles grandes homens antigos,
olhando para o caso, receitou-lhe Cocculus CM e “não se passaram muitos dias e
a garota pôde começar a mover suas pernas e sua condição começou a melhorar
claramente”, “e eu nunca cessei de me espantar com esta maravilha”, diz Kent.
(Neste caso e em outros aspectos de Cocculus, faz nos lembrar mais e mais
de Gelsemium. Ambos têm paralisia das pálpebras e da garganta, produzindo
ptose e paresia da deglutição; os membros; e ambos podem ajudar a curar a
paralisia após difteria. Pode-se comparar também com
COCCULUS 323
Plumbum que, como Nash pontuou, tem hiperestesia com perda de força: uma
brilhante e fértil sugestão, como tem sido experimentado, notavelmente em um
caso de doença dc Landry, “paralisia ascendente”, onde a condição causou
grande ansiedade à medida que progredia e a hiperestesia foi tal que todas as
enfermeiras do hospital não conseguiam tomar o pulso. Poucas doses dz
Plumbum em potência alta mandaram-na de volta ao necessário trabalho de
guerra. Foi um caso típico de que ninguém pode se esquecer. Mas Cocculus tem
espasticidade com perda de força e deve ser útil nas paraplegias espásticas.)
Kent acrescenta: No estado extremo de Cocculus, há a aparência de
imbecilidade, e a mente parece estar quase em branco. Ele olha para o espaço e
vagarosamente volta os olhos em direção ao seu interlocutor, a quem responde
com dificuldade. Há prostração e exaustão nervosa, acompanhando a maioria
das queixas de Cocculus.
Em relação à vertigem e à náusea. Um caso de Cocculus não pode olhar pela
janela dc um carro, não pode olhar para fora estando num barco e ver o
movimento das águas, sem que ocorra imediatamente a náusea. Há dores de
cabeça e náuseas, com tontura e sintomas gástricos. Não pode fixar os olhos em
objetos em movimento... A dor de cabeça é sentida como se o crânio fosse
estourar, ou como uma grande válvula abrindo e fechando (ou, como temos
ouvido, sensações misteriosas como se a cabeça estivesse oca e vazia)...
prostração e exaustão nervosa acompanham a maior parte das queixas de
Cocculus... Você se aproxima do leito e pergunta para a enfermeira, “O que você
deu para este paciente comer?” e o paciente tem ânsia de vômito. O simples
pensamento sobre a comida faz o paciente ter ânsias. A enfermeira dirá que toda
a vez que ela menciona sobre comida, o paciente tem enjôo e ânsia de vômito.
O pensamento sobre comida ou o cheiro de comida vindo do quarto ao lado ou
da cozinha, irá nausear o paciente. (Colchicum, mas tambémi/s. oSep.)
Kent também chama a atenção para: Sensação como se houvesse um verme
arrastando-se no interior do estômago. (“Algo vivo dentro”, lembrando Thuja e
Crocus) e Kent finaliza com “A mais leve perda de sono age de modo prejudicial
sobre ele.”
* * * * *
SINTOMAS EM NEGRITO
Entorpecimento na CABEÇA.
Cabeça enevoada, especialmente após comer e beber.
Vertigem como se estivesse bêbado; com entorpecimento na testa; como se
houvesse uma tábua lhe atravessando a cabeça; ao se levantar, depois de estar
deitado; é obrigado a deitar-se novamente.
Vertigem: como se estivesse bêbado; com confusão, com náusea; as coisas giram
da direita para a esquerda,.
Com rosto e cabeça vermelhos e quentes; então há palpitação.
Dor de cabeça como se os olhos fossem arrancados para fora.
Dor de cabeça com náusea e ânsia de vômito.
Dor de cabeça e náuseas ao andar de carruagem, barco, trem, carros, etc. Enjôo
do mar.
Secura no esôfago.
Perda de apetite com gosto metálico.
__ A.
SINTOMAS DE PARALISIA:
SINTOMAS FEBRIS:
* **
Em relação aos locais onde a náusea é sentida, constantemente é
acrescentado:
Náusea na cabeça e na boca. (Cocc.)
No reto (Ruta).
Nos ouvidos (Dioscor.)
Além das localidades mais comuns, estômago, peito, abdome.
COFFEA CRUDA
V
J
Um dos nossos remédios caseiros mais úteis: já que para muitas pessoas o café
causa insônia, não por agitação, desconforto ou dor, mas a insônia de um
cérebro muito alerta e acordado pelo prazer, excitação ou estresse e atividade
mental. Aqui Coffea, em potência, dá um sono natural, repousante, revigorante
e não deixa efeitos posteriores. É o melhor sedativo conhecido, a reação
homeopática mais perfeita que pode ser imaginada.
Um caso a se relatar; podemos ter dele em outro lugar, mas aqui é per-
tinente. Ela estava gravemente doente, tão desgastada e fraca que o médico lhe
deu uma xícara de café forte. Durante a metade das noites seguintes ela
permanecia completamente insone. Por fim, em desespero, ela foi medicada
com uma dose de Coffea 200 e então adormeceu em apenas alguns minutos.
Isto abrange três lições: a ação rápida de Coffea em um caso típico de Coffea; o
poder das drogas potencializadas; a propriedade de um remédio em potência,
de ser seu melhor antídoto no estado bruto.
SINTOMAS EM NEGRITO
328
COFFEA CRUDA 329
tremo da morte.
Grande agitação e desassossego.
Afecções após emoções súbitas, especialmente surpresas agradáveis.
Gostaria de esfregar ou coçar a parte afetada, mas está muito sensível.
Maus efeitos após ingestão de vinho ou licores.
Sede à noite o acorda durante suor, infreqiiente durante o calor; sede quase
constante após febre e durante suor.
* * * * *
Quanto ao sintoma curioso: “dor de dente aliviada enquanto água fria é
mantida na boca e voltando quando a água começa a ficar aquecida”, temos
visto isto mais do que uma vez. E Coffea tem curado prontamente.
No esquema das coisas, os remédios parecem estar colocados onde e quando
são necessários. Dulcamara cresce nas cercas-vivas, em climas de dias quentes
e noites frias. Amica cresce nos Andes e nas regiões montanhosas, onde alivia e
ajuda a remediar os efeitos dc grande fadiga, quedas e machucaduras - Fall-
kraut, “a erva das quedas”, como os alemães a chamam. Os remédios de cobra
vêm especialmente para as mordidas de cobra e para as doenças violentas e
rápidas dos climas tropicais. E não é à toa que Colchicum autumnale floresce no
outono, porque é um grande remédio para a diarréia e disenteria do outono,
bem como para o reumatismo agudo dessa estação.
HERING (Guiding Symptoms) nos conta que ele foi experimentado por
Hahnemann e muitos outros, mas sua experimentação não é encontrada na
Matéria Medica Pura, nem em Doenças Crônicas ... Seria sem dúvida encontrada
em StapfArchiv., mas provavelmente nunca foi traduzida para o inglês, já que
ALLEN (Encyclopedia) não cita nenhum dos sintomas de Hahnemann.
* * * * *
A Escola Antiga usou - e abusou - largamente est a droga; e isto é o que
HALE WHITE (Matéria Medica) ensina aos estudantes e aos profissionais de
medicina em relação a Colchicum. Ele começa seu pequeno capítulo: ‘O único
valor desta droga é que é específica para a gota.’
Ele fala de sua ação (que nós sabemos ser curativa, dada em pequenas
doses e quando os sintomas do paciente e da droga concordam)... Falta de
apetite; purgação; náusea; cólica. Grande dor abdominal. Vômito. Diarréia
profusa com perda de sangue. Grande prostração, pele fria e coberta de suor.
Respiração lenta. Morte devido a colapso. (Estes são, conforme veremos,
exatamente seus usos homeopáticos.)
Em relação a sua terapêutica, ele diz: “Colchicum é dificilmente usado
exceto para a gota... Ele é freqüentemente útil para dispepsia, eczema, dor de
cabeça, neurite, conjuntivite, bronquite e outras condições que ocorrem
naqueles que padecem de gota, e provavelmente relacionadas a ela.”
“E um verdadeiro específico; como ele age, não se sabe.”
330
COLCHICUM A UTUMNALE 331
* ****
Mas raramente se vê aquela real gota dos tempos de nossos avós. Um
médico lembra-se de tê-la encontrado uma vez em uma mulher que procurava
ajuda num domingo, quando ela não tinha possibilidade de encontrar seu
médico. Ela mostrou o pé inchado, vermelho, brilhante; intensidade maior junto
ao dedo maior do pé; com muita dor e sensibilidade. Por um momento pensou-
se tratar de alguma condição séptica, mas foi esclarecido e aliviado quando ela
disse que tinha "esses ataques de gota". O remédio que a colocou bem (no dia
seguinte, conforme se lembra) não foi Colchicum, mas Urtica urens, predileta de
Burnett - tintura de urtigas picantes. Foi devido ao uso bem sucedido que
Burnett fez dessa erva simples na gota, que ele ganhou um apelido, era então
chamado de “Dr. Urtica”, nos clubes de Londres de seu tempo. Ele costumava
receitar cinco gotas dessa forte tintura várias vezes ao dia, em ÁGUA
QUENTE.
Vislumbra-se imediatamente, ao dar uma olhada nos sintomas em negrito
das experimentações que as grandes esferas de Colchicum, além das articulações
(que ele inflama e enrijece; caminhando de junta para junta, freqüentemente),
são o estômago e os intestinos.
Ele tem a mais intensa náusea, excitada pela visão, por cheiros ou mesmo
ao pensar em comida (Ars., Sep., Cocc.). Este sintoma característico tem levado
ao seu uso bem sucedido, como no caso clássico do Dr. Nash, de uma senhora
em colapso e morrendo de diarréia, com sessenta e cinco evacuações durante
vinte e quatro horas, eliminadas na cama; tão fraca que ela não tinha condições
de erguer sua cabeça do travesseiro (também um sintoma de Colch.); e tão
nauseada pelo cheiro de comida que todas as portas entre ela e a cozinha eram
mantidas fechadas. Uma dose de Colch. 200 (ela nunca precisou de uma
segunda dose) interrompeu a diarréia e, acidentalmente, ensinou a Nash o valor
das drogas potencializadas.
A diarréia e então a disenteria, especialmente no outono, e a colite, es-
pecialmente a colite membranosa, na qual ele é quase sempre muito eficaz.
Colch. é um remédio das metástases, como quando a gota deixa as ar-
ticulações e ataca o coração ou o estômago; sobre tais casos nós ouvimos menos
nos dias de hoje; mas no reumatismo ou nos problemas cardíacos ou renais de
crianças, cujos pais ou avós sofrem de gota, ele tem sido muito útil - quando os
sintomas concordam.
Da mesma forma que Dulc., outro remédio outonal, ele é útil nas en-
fermidades decorrentes de clima frio e úmido e da supressão da transpiração.
Em comum com Bry., ele não se atreve a praticar qualquer movimento; e
seu temperamento é irritável ao extremo.
Na pleurodinia ele se compara a Amica: tem também suas sensações de
contusão.
332 COLCHICUM A UTUMNALE
* * * * *
* * * * *
FARRINGTON, pelo contrário (Clinicai Matéria Medica), diz: “Estou
persuadido de que Colchicum não tem na prática o lugar que merece. É verdade
que ele vem para nós da escola alopática como um remédio altamente
recomendado para a gota. Não devemos, entretanto, pelo uso exorbitante da
droga por aquela escola, ir ao oposto extremo e negligen- ciá-lo totalmente.”
Ele fala sobre seu uso na debilidade, particularmente aquela que se segue a
perda de sono... com dificuldade consegue levantar uma perna, depois da outra
- o apetite se esvai, gosto ruim na boca, náusea; a debilidade começa com ou
envolve a digestão como resultado da perda de sono.
* Outros médicos o estimam grandemente nos reumatismos agudos; com coloração ver- melho-azulada
sobre a articulação afetada; com tendência a andar de junta para junta; com hiperestesia e dores piores
durante o clima frio e úmido.
COLCHICUM A UTUMNALE 333
* * * * *
GUERNSEY (“Keynotes”) diz que este remédio deve ser lembrado quando
nós vemos um paciente sofrendo os efeitos de vigília noturna (Cocc. é clássico
aqui), os efeitos de estudar duramente:... Dores artríticas das articulações,
especialmente quando batendo as juntas o paciente grita de dor, ou quando, ao
tropeçar, os dedos dos pés machucam-se excessivamente. Afeta grandemente o
periôsteo e as membranas sinoviais das articulações; pequenas juntas.
Vermelhidão, calor e inchaço das parles afetadas...
Após a evacuação, alívio; mas às vezes ocorre dor espasmódica terrível do
esfíncter anal após a evacuação...
* * * * *
KENT - aqui resumiremos brevemente. Ele diz que é singular que a
medicina tradicional usasse Colchicum tanto para gota: em todos os livros
antigos ele era recomendado para esta doença. As experimentações corroboram
o fato de que Colchicum se adeque a muitas condições da gota... mas a medicina
tradicional não nos conta em qual tipo de gota ele deve ser usado ou para qual
tipo de reumatismo. É meramente um medicamento de experiência. “Se é gota,
tente Colchicum.” O que fazer com o paciente quando o remédio falho não
resolvia? “Dê a prescrição e a mantenha”, e as drogas eram administradas até
que o paciente, cada vez pior, passasse
334 COL CHICUM A UTUMNALE
* * * * *
Jovens médicos, olhando atentamente para as experimentações da Matéria
Médica, freqüentemente pensam que tudo tem em cada droga: elas são tão
parecidas, como distingui-las? Mas, peguem suas características e
peculiaridades de ação e cada uma mostrará sua identidade - quase uma
personalidade; e quando vocês captarem essa personalidade e fizerem-se amigos
da droga, vocês a reconhecerão, como acontece com seus amigos. Não somente
quanto às suas aparências, mas também seus pequenos truques de modos e fala,
como eles se comportarão de acordo com as ocasiões - em relação aos barulhos;
alimentos; propostas amigáveis; rudeza; compaixão; sua inquietude ou placidez;
sua limpeza e ordem extremas, ou o oposto; sua emoção fácil; frialdade; reações
meteóricas; sua atitude, em resumo, aos ambientes físico e mental. Você o verá
em seus amigos e pacientes, quando o prescrever se torna comparativamente
fácil ebem sucedido.
SINTOMAS EM NEGRITO
Uma dor paralisante nos BRAÇOS, tão violenta que ele não consegue pegar
nada firmemente.
Claudicação após súbito suor suprimido, particularmente nos PÉS, por se
molhar todo.
No início do REUMATISMO AGUDO, antes de estar completamente
desenvolvido.
Dores no ombro e nas articulações dos quadris, e em todos os ossos, com
dificuldade para mover a cabeça e a língua.
Grande fraqueza e exaustão, como após um esforço, não consegue movera
cabeça do travesseiro sem ajuda.
Disenteria de outono.
Pode ler, mas não consegue entender nem mesmo uma sentença curta; não
consegue entender as palavras; a visão é intensificada, mas as faculdades
mentais embotadas.
Seus sofrimentos parecem insuportáveis; impressões externas, luz, barulho,
odores fortes, contato, etc., perturbam seu temperamento.
Olfato morbidamente aguçado; odor de caldo de carne causa náusea e aquele
de ovos frescos quase o leva ao desmaio; sensibilidade excessiva aos odores da
cozinha.
Língua: vermelho brilhante; pesada, enrijecida e dormente; fria; move-se e
projeta-se para fora com dificuldade.
Apetite voraz-por coisas diferentes; mas logo que as vê, ou ainda mais
quando sente seus odores, ele estremece de náusea e não consegue comer nada.
Obrigado a inclinar-se para a frente e deitar-se quieto quase o dia todo, sem
o menor movimento, do contrário é atacado pelo mais violento vômito.
Epigástrio atravessado por uma faca.
Estômago desarranjado após comer ovos exageradamentc.
Cólica, pior ao comer; após comidas flatulentas, grande distensão; melhora
quando se dobra.
Distensão de gases sob as costelas.
Nas irritações inflamatórias das vísceras abdominais, por metástases devido
à gota.
Fezes aqüosas abundantes, no clima quente e úmido ou no outono.
Dores agonizantes, de longa duração, no reto e no ânus, após evacuação,
causando gritos e choros.
Hemorragia anal no clima frio e úmido do outono.
A criança adormece no vaso sanitário, assim que o tenesmo cessa.
Nefrite: urina sanguinolenta, como tinta de escrever, albuminosa.
Urgência para urinar; descarga de urina quente, altamente colorida; ardência
e tenesmo.
Tosse noturna com perda involuntária de urina.
Dor que pica, ou dores cortantes como faca na região do coração.
Efusão serosa no peito, nas pessoas reumáticas ou gotosas.
Hidropericárdio.
Doença cardíaca, após gota ou reumatismo agudo.
Estremecimento violento na região das virilhas e nas passagens urinárias.
338 COLCHICUM AUTUMNALE
339
340 COLLINSONIA CANADENSIS
SINTOMAS EM NEGRITO
* * * * *
Dr. W. J. GUERNSEY, em “Hemorróidas”, descreve as hemorróidas de
Collinsonia como dolorosas, uma dor tediosa; que aumentam após fezes duras.
Ardência; calor; peso; coceira.
Sensação de picadas no reto como por espinhos, areia ou grãos ali lo-
calizados.
As hemorróidas sangram, têm um fluxo incessante, embora não profuso.
Invisíveis; crônicas; obstinadas; externas; protrusas.
Com paralisia e inércia congestiva do reto.
Pior: ao anoitecer, à noite; durante a gravidez; após expelir fezes endu-
recidas.
Concomitâncias: constipação; dor no epigástrio; perda dc apetite.
Muita ílatulência. Congestão das vísceras pélvicas com hemorróidas;
especialmente nos últimos meses da gravidez.
Catarro da bexiga com hemorróidas.
Evacuações na maioria somente ao anoitecer.
Cólica violenta em hipogástrio, a cada poucos minutos, com sensação de
desfalecimento; tem que sentar-se para sentir algum alívio.
* * * * *
FARRINGTON menciona Collinsonia. Ela é indicada nas hemorróidas
quando há uma sensação como de espetos no reto. Constipação é comum. Os
sintomas do intestino são piores ao anoitecer e durante a noite.
Collinsonia é também eficaz nos prolapsos do útero complicados pela
presença de hemorróidas. É tão freqüentemente indicado quando Podo- phyllum
no prolapso do útero com diarréia e prolapso do reto.
Descobrimos que Collinsonia tem um dos sintomas de Opium: bolas secas
de matéria fecal que são expelidas, mas elas diferem daquelas de Opium porque
têm uma cor brilhante.
* * * * *
NASH diz que Coll. não foi completamente experimentado, mas o su-
ficiente foi aprendido do que temos e a partir da experiência clínica, para
indicar seu grande valor. Como remédio para hemorróidas ou problemas retais,
pode ser comparado a Aesculus hipp., porque ambos têm uma sensação como se o
reto estivesse cheio de espetos ... ele procede notando
COLLINS O NI A CANADENSIS 343
* * * * *
Verdadeiramente, um remédio que vale a pena conhecer. Vamos, por nossa
vez, passar a introduzi-lo na prática.
r
344
COLOCYNTHIS 345
mantido até que a dor passe; a dor fica pior depois de se alimentar ou beber,
ainda que em porções mínimas. Esta dor pode ocorrer sozinha ou na disenteria,
cólera, etc. O dobrar-se e a pressão sobre o abdome é a característica
principal... Sensações, como se houvesse pedras no interior do abdome
atingindo as partes moles; de músculos sendo encurtados; de rigidez nas partes
externas ... Piora por problemas mentais; raiva com indignação; mortificação
causada por ofensa...”
Mas é KENT quem nos fornece o retrato mais brilhante de Colocynthis,
trazendo certos aspectos da droga que dificilmente seriam aprendidos em outro
lugar e que são difíceis de se extrair (nós tentamos recentemente isto!) do
Repertory.
Ele diz: “O principal aspecto de Colocynthis são as dores neurálgicas
dilacerantes e fortes, tão graves que o paciente é incapaz de manter-se quieto.
Às vezes elas são aliviadas pelo movimento - pelo menos parece que elas ficam
piores durante o repouso; melhoram pela pressão e às vezes conseguem algum
alívio com o calor... As dores ocorrem na face, abdome e ao longo do curso dos
nervos.
“Estas dores são freqüentemente devidas a uma causa muito singular, a
saber raiva com indignação. Desta forma, as pessoas que são arrogantes e que
facilmente sentem-se ofendidas ou mortificadas, têm queixas Colocynthis. A
raiva será seguida por neuralgia violenta na cabeça, nos olhos, descendo a
espinha, nos intestinos...
“Grita de dor. Anda pelo quarto e torna-se cada vez mais ansioso enquanto
a dor ataca... Seus amigos o irritam; ele deseja estar só.
“Ele faz tudo o que pode para suportar aquelas dores horríveis. Elas
freqüentemente resultam de raiva com indignação.
“Vômitos e diarréia quase sempre vêm com as dores, especialmente se elas
são no abdome.
“As cólicas ocorrem em paroxismos que aumentam em intensidade.
“O paciente torna-se cada vez mais nauseado até que começa a vomitar; e
ele continua com ânsia após o estômago ficar vazio. ...
“O médico pergunta: 'O que aconteceu com você para lhe causar essas
dores?' A resposta dela tende a ser deste tipo: 'Minha empregada derrubou água
suja num tapete tão bonito, trocamos umas palavras a respeito disso e então este
foi o resultado.'
“O vômito de Colocynthis é diferente daquele que ocorre na maioria dos
demais remédios. A náusea não aparece no início, mas quando a dor se torna
suficientemente intensa a náusea e o vômito começam, os conteúdos do
estômago são colocados para fora e a paciente continua com ânsia de vômito
até que o sofrimento tenha sua gravidade diminuída.”
Enquanto escrevia este artigo, apareceu um caso que era o retrato perfeito
de Colocynthis, assim vividamente representado por Kent.
A paciente veio trazida de sua cama, dobrada, com dor, vomitando um
346 COLOCYNTHIS
Eructações vazias.
Dorconstritiva no umbigo, imediatamente após o jantar.
Tomado por dores terríveis, que contraem e torcem os intestinos, ao redor do
umbigo.
Cólicas ao redor do umbigo.
Cólicas ao redor do umbigo, que aumentam com a ingestão de fruta.
Cólica e dores cortantes na região umbilical.
Cólicas violentas na região umbilical.
Dores violentas como cólicas, que emanam do umbigo, com descarga freqüente
de flatos, que produziu alívio.
Pontadas isoladas e profundas, como as provocadas por uma agulha, às vezes
no flanco direito, às vezes no esquerdo, aparentemente ligadas aos ovários.
Abdome pronunciadamente distendido e doloroso.
Cólicas (em aperto) no abdome, especialmente na região umbilical.
Cólicas em aperto e dores como beliscões no abdome.
COLOCYNTHIS 349
(Cicuía)
V )
* ****
350
CO NI UM MA CULA TUM 351
* * * * *
A mentalidade de Conium é obtusa e sem entusiasmo, a própria antítese da
mentalidade de Cannabis ind. “Fraqueza de memória; esquecimento:
incapacidade de sustentar esforços mentais. Ele é averso à sociedade, mas teme
estar só. Sem inclinação para os negócios; embotamento; indiferença.
Hipocondria e histeria pela supressão ou pela indulgência livre demais do
instinto sexual, com depressão, ansiedade e tristeza. Gosta de vestir suas
melhores roupas, fazendo compras inúteis, cuida muito pouco das coisas,
desperdiça-as ou as arruina; não deseja trabalhar, prefere divertir-se.” Então
vemos que a mente também é tornada lenta e sua energia embotada e paralisada.
* * * * *
Discorreremos através do que KENT nos conta, reunindo e condensando:
“Este medicamento é de ação profunda e longa. Queixas por res- friar-se,
quando as glândulas tornam-se afetadas por todo o corpo... infiltração na região
de úlceras e partes inflamadas; nas glândulas ao longo do
352 CONIUM MACULATUM
curso dos linfáticos, temos então uma cadeia como um colar de contas.”
Conium tem sido usado extensivamente para afecções glandulares malignas
e cancerosas, e não é de se estranhar, porque este envolve as glândulas desde o
início e se infiltra, então elas gradualmente alcançam uma dureza pétrea, como
cirros.
Sua ação sobre os nervos. Os nervos em um estado de grande debilidade;
tremores, repuxões e contrações... A fraqueza paralisante se desenvolve
gradualmente, um tanto similar a Cocculus. O fígado torna-se endurecido,
aumentado e vagaroso. A bexiga só consegue expelir parte da urina; ou há uma
condição paralítica e sem força de expulsão.
A ação é tão profunda que aos poucos traz um estado de imbecilidade. A
mente se esvai: cansada como os músculos do corpo... Inabilidade para suportar
qualquer esforço mental ou para concentrar atenção no que quer que seja, estes
são alguns dos mais importantes sintomas deste medicamento. Formas passivas
de insanidade. Pensa lentamente, durante semanas e meses, caso consiga se
recuperar totalmente. “Os casos mentais com mais ou menos violência e
atividade são correspondentes a Bell., Hyos., Stram., Ars. - você não verá nada
disso neste medicamento. A mente é plena de coisas estranhas que ocorrem
pouco a pouco. Conium possui um caráter lento, passivo. Completa indiferença.”
Grande infelicidade mental, recorrendo a cada 14 dias, mostrando uma
periodicidade de duas semanas.
KENT enfatiza isto: “Sempre que sob o tratamento homeopático, o físico
melhora e o mental fica pior, o paciente nunca será curado.”... Isto não
significa a agravação causada pelo remédio. Se o mental não melhorar,
significa que o paciente está ficando pior. Não há melhor evidência da boa ação
de um remédio do que a melhora mental.
Os pacientes Conium não conseguem suportar a mais leve bebida alcoólica .
. . qualquer bebida estimulante provocará tremedeira, excita- mento, fraqueza
mental e prostração.
Entorpecimento: é geral. Adormecimento com dores (PlatCha/n.);
adormecimento muito freqüente com fraqueza.
Vertigem: Vertigem ao virar a cabeça, como virando em um círculo; ao
levantar-se após estar sentado. Piora deitado, como se a cama girasse em
círculos; ao virar-se na cama, ou olhar ao redor; estando deitado na cama,
virando os olhos (compare com Cocculus) ... O paciente Conium é incapaz de
observar coisas em movimento sem sentir uma dor de cabeça de enjôo... Ao
andar de carro, vendo o movimento rápido das coisas, é incapaz de focalizá-las
rapidamente; lentidão para acomodação das coisas.
Visão. Os objetos parecem vermelhos; com as cores do arco-íris; com
listras, visão dupla; fraqueza da vista... Aversão à luz sem inflamação dos
olhos. As pálpebras ficam endurecidas, grossas, estão pesadas e caídas. Curou
epitelioma da pálpebra, do nariz e das bochechas. Úlceras do lábio
CONIUM MACULATUM 353
* * * * *
BURNETT nos conta uma pequena história singular. Ele havia pres- crito
Conium para a esposa de um certo bispo que mostrava uma doença maligna em
desenvolvimento na língua. Na visita seguinte ele encontrou a senhora em um
acesso de raiva assustador e, ao questioná-la, ela gritou para ele: 'Eu não tomei
seu medicamento, nem uma só gota dele/ ‘Porque não?’ ‘Porque não e pronto!
Trata-se de Conium e você o receitou porque sou uma velha senhora!’ Protestou
em vão. Acrescenta Burnett em uma nota de rodapé: “Para os não iniciados eu
posso explicar que nos ‘pequenos livros’ homeopáticos está escrito que Conium
é eficaz para as queixas das senhoras de idade.” Pode-se acrescentar que ele é
também estigmatizado como sendo bom para velhos solteirões e solteironas!
Mas o acima exposto exemplifica uma das razões para não contar aos
pacientes o que você está prescrevendo. Os pacientes bem informados,
354 CONIUM MACULATUM
* %***
Aqui está um resumo da contribuição de NASH para nosso conhecimento
clínico de Conium. Seu resumo é o de todos os escritores da Matéria Médica
Homeopática:
Vertigem: pior virando a cabeça, ou olhando ao redor para os lados, ou
ainda virando-se na cama.
Inchaço e endurecimento das glândulas, após contusões ou machucados.
Pessoas cancerosas ou escrofulosas com gânglios aumentados.
A urina flui, pára e recomeça, intermitentemente; afecções prostáti- cas ou
uterinas.
Dores nas mamas, duras e doloridas durante a menstruação.
Ele considera Conium um dos assim chamados remédios ESPINHAIS
(Cocculus). Todos parecem concordar que ele paralisa de baixo para cima
(Sócrates). Ele diz:... deve ser um remédio da ataxia locomo- tora. Sua
característica mais pronunciada é sua vertigem peculiar. Uma vez tratei um
caso, que parecia ser ataxia locomotora, usando este remédio.
O paciente estava perdendo lentamente o uso de suas pernas; não conseguia
permanecer em pé no escuro. Na rua ele precisava que sua esposa andasse à sua
frente ou às suas costas, pois olhando para os lados ou o menor movimento da
cabeça ou olhos poderia fazê-lo tropeçar ou cair. Conium o curou. Este sempre
agrava no início e melhora visivelmente quando é interrompido.
Em relação aos sintomas dos OLHOS, NASH menciona que o sintoma
mais peculiar, incomum e proeminente é a fotofobia intensa, fora de toda
proporção aos sinais objetivos da inflamação no olho.
Nas afecções CIRROSAS, ele salienta que as dores de Conium são ardentes,
picam e espetam (Apis).
“Sua de noite ou de dia, assim que adormece ou mesmo quando fecha os olhos -
é uma característica não encontrada em nenhum outro remédio que eu conheça
(o reverso de Sambucus).” Lippe, diz ele, uma vez realizou uma cura esplêndida
de uma paralisia completa de um lado em um homem de oitenta anos de idade
com este remédio, orientado por este
CONIUM MACULATUM 355
sintoma. “Eu acho que seria difícil dar uma explanação patológica correta de
tal sintoma; mas há uma razão e, podendo dá-la ou não, podemos curá- lo se
houver um correspondente aparecendo sob um remédio, onde a cura seja
possível.”
jfc sjc *
* %***
Um dos efeitos paralisantes de Conium é “não conseguir expectorar: engole
o catarro”.
SINTOMAS EM NEGRITO
Gosta de vestir suas melhores roupas, faz compras inúteis; cuida muito
pouco das coisas, gasta ou as estraga; não deseja trabalhar, prefere se divertir.
Não gosta da sociedade, mas teme estar sozinho.
Supersticioso e cheio de medo, com freqüentes pensamentos sobre a morte.
Às vezes, sensação de um corpo estranho debaixo do crânio, no vértice.
Sensação na metade direita do cérebro como de um grande corpo estranho.
Dor de cabeça com incapacidade de urinar.
Olhar tremulante como se os olhos estivessem tremendo.
Os olhos parecem como se puxados para fora do nariz.
As pálpebras só são abertas com dificuldade, e quando isto ocorre, um
fluxo quente de lágrimas é expelido.
Cheiro de animais na parte posterior do nariz.
Úlceras na face e nos lábios; câncer da bochecha; tumores cancerosos nos
lábios e na face. Câncer no lábio devido a pressão de um cachimbo.
Constrição espasmódica na garganta.
Massa na garganta, com tentativas involuntárias de engolir.
Deseja café, sal, coisas ácidas. Aversão a pão.
Vômitos violentos; de muco; massas pretas como borra de café, massas cor
de chocolate.
Dor no fígado com acúmulo de cera no ouvido.
CONIUM MACUlATUM 359
* * * * *
HALE WHITE, em sua Matéria Medica, Pharmacy, Pharmacology and
Therapeutics, discute Conium e seus constituintes para o benefício dos
estudantes de medicina. Sua terapêutica, externa e interna, ocupa cerca de meia
página. Seu ponto principal é a falta de utilidade e confiabilidade de seus
derivados. Ele termina seu pequeno parágrafo sobre seus usos e sua inutilidade
com, “Conium tem sido usado em doenças espasmódi- cas, como tosse-
comprida, coréia, tétano, asma e epilepsia, entretanto em todas elas pouco faz
ou não é eficaz.”... Não é de se estranhar que os médicos da Escola Antiga
fizessem más prescrições. O que eles não foram ensinados a respeito da
Matéria Médica preencheria uma estante inteira de grandes volumes.
Mas a ação de Conium invocaria, é claro, para a mente médica não es-
clarecida, o espasmo - por ele ser paralisante; para nós invoca a paralisia. É
evidentemente um paliativo ruim, mas um remédio maravilhoso - desde que os
sintomas concordem, entre a droga e o paciente... Tatear no escuro é divertimento
sem graça comparado a caminhar na luz! - isto é, se você deseja conseguir. Mas
aquela escuridão mental, que odeia a luz e se recusa a seguir até ela, é a mais
sem esperanças de todas. Porque a escuridão da noite dissipa-se pelo
nascimento do sol e entrega-se à alegre luz do dia.
* * * * *
A Cyclopedia of Drug Pathogenesy apresenta uma série de envenenamentos,
alguns letais, por Conium. Todos eles confirmam a experiência de Sócrates...
Aqui estão algumas ilustrações condensadas:
Depois de tomar t(succus conii”, começou a andar. Após pouco tempo, sentiu
uma sensação de peso obstaculizante nos calcanhares; prejuízo claro da
atividade motora - 'o ir' estava fora de mim, como se um freio fosse
subitamente colocado sobre mim e eu não pudesse andar mais rápido ...
CONIUM MA CULA TUM 361
* * * * *
Adicionalmente à sua ação no músculo - mesmo nos músculos ocu
362 CONIUM MACULA TUM
363
364 CROTALUS HORRIDUS
prometido a fim de levá-lo até sua casa. Na manhã seguinte uma boa notícia foi
dada, “Diga para os alunos que estou muito melhor.” Duas semanas mais tarde
ele estava ministrando uma palestra novamente e hesitou em declarar seu
reconhecimento. “Eu tomei o seu medicamento. E também tomei quinina, mas o
homem que fez o mesmo na Charing Cross morreu.”
Portanto, Crotalus fica “agarrado à alma com aros de aço” e, ao escrever
sobre a droga, deseja-se que outros possam perceber o poder que reside no
veneno da cascavel - um dos mais mortais e mais rapidamente fatais de todos os
venenos de cobra../I Cyclopedia of Drug Pathogenesy amplamente atesta este fato.
Mas - quanto maior o veneno, maior o remédio, desde que você saiba como
prepará-lo e usá-lo. E aqui é útil lembrar que, como Hahnemann experimentou e
afirmou, nenhum veneno é perigoso após a 3apotência, - isto é “uma em uma
centena três vezes ou uma parte em um milhão. Mas, não só misturado, mas
esmeradam ente! A mistura provavelmente seria irregular, imperfeita - insegura.
Ela deve ser “potencializada” segundo a maneira de Hahnemann, ou seja, uma
gota em uma centena de álcool ou água (de acordo com a sua solubilidade) vi-
gorosamente sucussionada; e uma gota desta (a primeira potência cente- simal)
em outra centena do veículo, novamente sucussionada, para fazer a segunda
potência centesimal; da qual novamente, uma gota em 100, uma vez mais bem
sucussionada, para fornecer a terceira potência centesimal: um em um milhão. E
aqui você pode ser perfeitamente feliz na prescrição dos mais virulentos
remédios. Seu poder de causar dano o abandonou, deixando somente seu poder
de curar.
Nossos remédios para sepsis são tantos e tão convincentes que as pessoas
acham difícil diagnosticar entre eles. Os mais freqüentemente considerados são
Lachesis, Crotalus hor., Tarentula cub., Anthracinum, Pyrogenium, Sepsinum;
enquanto que os menos mortais, ou os eventos menos rápidos são
brilhantemente controlados por Hepar.; Silicea, Mercurius, etc. Mas, como dito, a
velocidade da doença deve ser levada em conta e as doenças mais rapidamente
fatais são aquelas dos trópicos e os remédios de ação mais rápida que possuímos
são os venenos das cobras e aranhas tropicais.
Deixe-nos tentar fornecer sintomas sugestivos para diferenciar. No
Pyrogenium, movimento incessante como uma regra; descompasso marcante
entre pulso e temperatura, tal como temperatura alta com pulso lento ou, menos
freqüentemente, o inverso. Nos abcessos axilares pensa- se, após experiências
felizes, em Tarentula cub., também para picadas de insetos virulentos em verões
quentes; já que Tarent. cub. é dita ser feita de uma tarântula cubana putrefata,
provavelmente segue a linha de Pyrogenium e Sepsinum. O último destinguiu-se
na Guerra Sul-Africana, onde mostrou-se marcantemente curativo na disenteria
que lá ocorria (veja o
366 CROTALUS HORRIDUS
* **
NASH (Crotalus) parece ter mostrado sua grande utilidade nas doenças que
resultam da decomposição do sangue de caráter tal que causa hemorragia por
todas as saídas do corpo; mesmo o suor é sanguinolento... Eficaz na difteria
quando ocorre epistaxe profusa, que marca muitos casos de tipo maligno.
Nas hemorragias nasais em um homem idoso, de constituição enfra-
quecida, onde nenhum dos remédios normalmente aplicados fez o menor bem,
Crotalus agiu prontamente e, sem dúvida, salvou-lhe a vida. Era um paciente
que, embora tivesse ataques freqüentes anteriormente, nunca teve outro após
Crotalus. Como seria esperado com tal remédio, há uma grande prostração em
tais hemorragias.
SINTOMAS EM NEGRITO
Icterícia; icterícia maligna; hemorragias escuras pelo nariz, boca, etc., urina
escassa e escura.
Cansado facilmente com o mínimo esforço.
Grande e súbita prostração da força vital.
Febre amarela; tendência hemorrágica, perda de sangue de todos os orifícios do
corpo, inclusive os poros da pele. Pele amarela. Vômito de bile ou sangue.
Fezes fétidas, biliosas ou sanguinolentas; fígado sensível; coração fraco;
desmaio.
Febres decorrentes de absorção séptica e nos casos purpúricos de doenças
zimóticas; febre puerperal.
Corpo todo com tonalidade amarela.
Constituições enfraquecidas.
* * * * *
KENT tem muito a dizer a respeito de Crotalus hor. e ele percebe ple-
namente sua importância única...
As doenças que clamam pelo uso de uma substância como Crotalus são
muito graves... Seus sintomas são peculiares. Não há substituto para ele, pois
como não há outro remédio, tomado como um todo, que pareça muito com ele.
Os outros venenos dc cobra são os mais próximos, mas este é o mais
formidável de todos.
Álcool tem sido usado em grandes quantidades nas mordidas de cobra e isto
tem em geral prolongado ou até mesmo salvado a vida ... Mas, se ele sobrevive
ao ataque violento, segue sempre manifestando os efeitos crônicos... Uma
periodicidade peculiar tem se manifestado, a cada primavera, quando o frio
termina e começam os dias quentes ... A periodicidade dos venenos de cobra é
relacionada à primavera.
O paciente dorme durante a agravação.
CROTALUS HORRIDUS 369
preto.
Sono terrível. Levanta-se do sono com medo; tem pesadelos horríveis sobre
assassinatos, mortes, cadáveres; mesmo o cheiro do cadáver pode ser sentido
durante o sonho. Desconfiado. Deseja bebidas embriagantes, delirium tremens.
KENT acha que, usado de maneira apropriada, pode remover a vontade de
bebidas fortes.
Outra cascavel, aquela do Brasil, é tão mortal, o que significa que é tão po- tente para a cura das
N
condições que pode causar quanto Crotalus hor.; mas
há diferenças surpreendentes em suas patogenias. (
A Matéria Médica do Império do Brasil, de Mure, com as Experimentações dos
principais venenos vegetais e animais é a autoridade original para os usos deste
veneno de cobra; o Dictionary de Clarke reproduz muitos dos sintomas; visto
que a maioria deles é única e peculiar à mordida (
dessa cobra e suas experimentações, procederemos a detalhar o mais im-
portante.
Crotalus casc. difere da cobra cascavel mais comum, por afetar os tecidos
em um menor grau, masamentalidade e as sensações em muito maior extensão. É
evidentemente menos hemorrágico, mas tem a mesma sensibilidade e
intolerância às roupas ao redor do corpo como Crot. hor. e (
Lach. Tem também sintomas de fígado e a tonalidade amarelada da pele, mas
não tão acentuadamente; e o soro sangüíneo se esvai pelo nariz, cuja ponta
parece virada para cima e fixada no centro da testa. ^
Induz à clarividência e estados “magnéticos”: (
Vê o espectro da morte, como um gigantesco esqueleto preto.
Ouve vozes estranhas à esquerda e atrás dela.
Atira-se contra portas fechadas; ela tenta jogar-se pela janela.
Sensação como se fosse cair da cama, mesmo acordada.
Não ouve nada; ou ouve gemidos.
Sensação de um ferro em brasa no vértcx.
Cérebro pressionado como por um capacete de ferro. (
Sensação como se algo vivo estivesse andando em círculos no interior da
cabeça.
Imagina que seus olhos estão caindo do rosto. (
Luz azulada brilhante, diante dos olhos.
Globo ocular repuxado até a têmpora por um fio.
G lobo ocular direito com se estivesse repuxado para fora. ^
Face vermelha ou amarela. (
Paralisia da língua. Ardência, picadas e coceira na língua.
(Em Crot. hor. a língua é enormemente aumentada.)
Cuspe de sangue preto. {
371 t
372 CROTALUS CASCAVELLA
v
________________________
y
HAHNEMANN, que resolveu o problema de como nos prover de substâncias
insolúveis puras e em solução, através da potencialização, assim descreve a
preparação, para propósitos de cura, do cobre metálico.
Ele diz: “Um pedaço de cobre metálico puro é esfregado sobre uma pedra de
amolar dura e fina sob água destilada numa vasilha de porcelana. O fino pó que
cai no fundo é então secado e triturado por três horas com açúcar de leite, a fim
de obter-se a potência milionésima*, da qual as diluições são derivadas por
meio de álcool. Um ou dois glóbulos da 30 2 potência são suficientes para uma
dose.”
“Os efeitos venenosos deste metal e suas preparações, e os sintomas cruéis e
em geral fatais, resultantes de sua aplicação, impediram os médicos de usá-lo
internamente.”
Ele cita alguns dos efeitos venenosos do cobre, que são importantes para
nós, porque aquilo que um veneno pode causar; ele pode também curar.
“Repugnância, náusea, ataques de angústia e vômitos mesmo em poucos
minutos, ardência perturbadora na boca, ânsias infrutíferas, dores violentas no
estômago poucas horas após o metal ter sido ingerido, obstrução dos intestinos
ou evacuações violentas demais, até mesmo diarréia sanguinolenta, inquietação
constante, insônia, exaustão, pulso fraco, suor frio, palidez da face, dores por
todo o corpo ou em algumas partes, dor na cartilagem da tireóide, dor nos
hipocôndrios, sensação de formigamento no alto da cabeça, palpitação cardíaca,
vertigem, constrição dolorosa no peito, tosse com respiração interrompida,
* Hahnemann tendo explicado tão freqüentemente a preparação das substâncias insolúveis, de modo a
quase suprimida, respiração
tomá-las solúveis, não fornece detalhes neste caso. Mas quando ele diz, “o fino p ó . . . é triturado durante três
horas em açúcar de leite, a fim de obter-se a potência milionésima”, cie se refere ao seu método usual de
alcançar aquela potência milionésima.
O procedimento é o seguinte: Um grão de pó é fortemente triturado durante uma hora com 99 grãos de
açúcar de leite: o resultado é a 1* potência centesimal - 1 para 100. Um grão dessa 1* potência centesimal é
novamente triturado por 1 hora com 99 grãos de açúcar de leite, para dar a 2* potência centesimal - 1 para
10.000. E uma terceira trituração, um grão da 2a potência centesimal em 99 grãos de açúcar de leite, fornece
a 3* potência centesimal -1 para um milhão; “após a qual, todas as substâncias podem ser dissolvidas em
álcool ou água.”
373
374 CUPRUM
* Em relação ao Cobre para a cólera - trabalhadores das minas de cobre são considerados imunes a essa
doença; e pequenos braceletes de cobre são usados junto à pele como proteção. Alguns casos esporádicos de
“cólera” na índia, onde num pienie, adoecem em poucas horas com cólera, é dito que algumas vezes se deve
aos utensílios de cobre mal lavados nos quais os serventes nativos preparam o chá.
+
Para cólera e seus remédios, e os maravilhosos resultados do tratamento homeopático por todo o mundo
nas grandes epidemias de 1853-4-5 e na epidemia russa de 1830-31, veja nosso artigo em Homoeopathy,
abril, 1932. Em todos os lugares onde foi usada a Homeopatia reverteu a mortalidade de 2/3 paraq 1/3 e em
alguns casos (como nos casos de Ru- bini, em Nápoles) ela a exterminou.
CUPRUM 377
Descobri durante minhas visitas que uma grande e crescente confiança tinha
ultrapassado o ceticismo em relação à pomada Crimson Cross, cujos resultados
acima justificam. Com a certeza de que se havia qualquer efeito curativo na
pomada era justamente devido à nossa lei, perguntei ao Capitão Feilden se ele
poderia me dizer quais eram os ingredientes de sua
CUPRUM 379
Febre e distúrbio do sistema geral. Pele quente e seca ou coberta por suor.
Pulso acelerado: de 120 a 140.
Pulso acelerado. Respiração acelerada.
Freqüência da respiração aumentada. Espasmos em câimbra no peito (?)
Dispnéia. (Dificuldade de respiração, sufocamen- to.
Jahr.)
7
Erupções iniciais (prodrômicas). Languidez. Fraqueza marcante. Prostração.
, Vertigem e síncope.
Fedorbucal. Rouquidão. Afonia. Exaustão. Desmaio.
Manchas avermelhadas nas fauces. (Fala
impedida ou completamente anulada. Jahr.)
Náusea, ânsia, vômitos. Icterícia, com vômitos e eructação. Náusea
e vômito.
Anorexia. Perda de apetite. Aversão à comida.
Constipação, diarréia ocasional. Diarréia, ocasionalmente constipação.
Dor de cabeça agonizante.
Dor de cabeça grave.
Face muito vermelha e inchada, redonda,
Face vermelha e inchada; pulsação violenta nas
vermelha e quente.
carótidas.
Delírio. Estupor. Coma.
Delírio, insônia, inquietude.
Dor nas virilhas e sacro - no umbigo ena
Dores nas costas (menos constante do que sintomas
região ilíaca.
gástricos e dor de cabeça).
Câimbras nas panturrilhas, espasmos
Dores repuxantes e dilacerantes nas extremidades.
tetânicos nos grandes artelhos, dores mais
Bronquite menos constante. violentas nas solas dos pés.
Erupção, quase sempre pior sobre a face e o couro 7
cabeludo. Erupção, parecendo de tipos leprosos,
consistindo de pontos de diferentes tamanhos,
os maiores brancos e despe- lando, com a base
úmida, como se algo acrimonioso tivesse sido
secretado sob a cutícula; erupção mais ou
menos espalhada sobre o corpo e muito mais
entre os cabelos.
Uma experiência de anos atrás, onde Cyclamen prontamente curou, serviu para
chamar atenção deste remédio das aberrações visuais da mente, que tem sido
negligenciado. Esta é uma droga de grande poder e rápida ação em sua esfera
especial, como os envenenamentos, as experimentações e as curas
testemunham. Aqui está a experiência, como é relembrada após todos esses
anos.
Ao acordar pela manhã e olhar para o quarto, ele percebeu que todas as
coisas estavam em um aparente movimento; rodopiavam (para a direita, como é
lembrado), enquanto que através de todo o movimento, os móveis sólidos - um
grande guarda-roupa - eram vistos, normalmente imóveis. Isto era estranho,
aflitivo, mas Cyclamen tratou do assunto e essas visões cessaram.
Salienta-se especialmente, portanto, os sintomas oculares funcionais de
Cyclamen', quase todos de um caráter “trêmulo”. “Bruxuleio ante os olhos, como
por agulhas brilhantes e multicoloridas.” “Não podia ler, por conta da ardência e
tremulação dos olhos”. “Visão nublada; os objetos são enxergados através de
fumaça ou brumas. Diplopia.”
381
382 CYCLAMEN
Imediatamente após uma refeição, ruídos no hipogástrio; isto recorreu o dia todo.
Desconforto no hipogástrio com a presença de náuseas.
Uma espécie de pressão forte e paralisante no antebraço e braço direito, como no
periôsteo e no interior dos músculos; ela se estende então aos dedos e os impede de
escrever.
Repuxão doloroso na face intema da bainha da ulna e na articulação do pulso.
Uma espécie de pressão forte, paralisante que começa fracamente no antebraço,
mas estende-se pelos dedos, onde torna-se tão violenta que é somente com grande
esforço que ele consegue escrever.
Dor como câimbra posteriormente na coxa, acima do poplíteo direito.
Uma dor, como um deslocamento no pé direito.
* * * * *
Alem de seus sintomas em negrito e de suas anormalidades visuais,
Cyclamen apresenta alguns
V )
385
386 DROSERA
Drosera tem também uma reputação para cura de loucura e nas expe-
rimentações homeopáticas encontramos inquietude (em negrito), desconfiança,
ilusões de perseguição (em negrito) e tendência ao suicídio por afogamento. Ela
foi usada também em tosses e doenças pulmonares, e neste caso é puramente
homeopática. Também na asma crônica - puramente homeopática - e na
palpitação cardíaca.
Agora uma palavra sobre os EXPERIMENTOS DE CURIE.
Curie escolheu gatos para suas experiências, sendo que este é o animal
menos sujeito à tuberculose. Ele diz: “não é certo que tubérculos tenham sido
alguma vez encontrados nos gatos.”
Seus experimentos foram somente três, “devido à dificuldade dc se obter o
suficiente desta pequena planta pelo longo tempo que essas experiências
requerem“Porque”, como ele diz, “não se trata de uma questão de excitar os
sintomas funcionais, dependentes do sistema nervoso.” “Tu- berculização”, ele
diz, “é um trabalho de tempo, e uma droga capaz de produzir a formação de
tubérculos em sua ação no organismo, requererá tempo para fazê-lo”.*
Os resultados destes três experimentos foram tão conclusivos que ele se
sentiu compelido a publicá-los. Porque ele descobriu que o uso prolongado de
Drosera induz a tuberculização em animais', e ele declara que seu poder de curar a
tuberculização nunca lhe falhou.
* Embora as experimentações em animais sejam inüteis, do ponto de vista de Hahnemann com respeito aos
sintomas subjetivos mentais ou delicados, tão essenciais para seu emprego científico, os experimentos ou
efeitos acidentais das drogas de uso contínuo em animais podem ser altamente valiosos e sugestivos enquanto
informação sobre os tecidos e os órgãos especialmente afetados por tais drogas. Não seria legítimo forçar a
experiência em um ser humano até provocar lesões grosseiras; em outro lugar foi registrado que Drosera
excita uma tosse muito violenta nas ovelhas (que se alimentam nos pastos onde a planta é abundante) e os
gatos de Curie provam que ela não somente quebra a resistência ao tubérculo em diferentes partes do corpo,
mas leva a um enorme inchaço dos gânglios cervicais entre outros.
388 DROSERA
No primeiro gato de Curie, morto após seis semanas de Drosera, além das
lesões pleurais de TB., ele diz: “Encontrei uma aumento considerável dos
gânglios mesentéricos.”
No segundo gato, morto após um ano, havia também lesões abdominais de
TB., no baço, placas de Peyer e “vesículas fechadas do intestino grosso”. OS
TRÊS GATOS TIVERAM DIARRÉIA.
A respeito de seus gatos, Curie diz:
Drosera causa a produção de elementos tuberculares nos pulmões e age ao
mesmo tempo sobre o sistema linfático em geral.
E em seu segundo gato, morto após um ano de.Drosera, havia ENORMES
GÂNGLIOS SUBMAXILARES.
Uma garota de dezenove anos: “Tem ataques de diarréia e não pode ir
trabalhar.” Teve “quatorze ataques” em vinte e quatro horas no Natal, agora (em
maio) está evacuando cerca de cinco vezes ao dia - fezes moles, às vezes
mucosas. No Natal perdeu sangue, agora não. Qualquer dor tem sua ocorrência
na parte esquerda do abdome.
O abdome estava inchado e havia um nódulo no lado esquerdo - um típico
“abdome de TB.”
Houve alguma melhora após Sulph., LU. tigr. e Tub. bov. Em agosto ela tomou
uma dose de Drosera em alta potência.
A anotação de setembro é: “Melhorou esplendidamente. Alimenta-se
melhor.” “Agora vai ao trabalho!” Foi vista em intervalos durante o ano seguinte,
com a interessante observação: “Ela nunca mais reclamou de diarréia ou
indigestão, após ter tomado Drosera pela primeira vez.”
392 DROSERA
Tem havido uma série de casos de gânglios cervicais reagindo bem com
Drosera, alguns deles após um longo tratamento aqui ou ali e com grande
quantidade de feias escaras.
O que invariavelmente se percebe é uma reação rápida dos casos que
reagem a esta droga, com surpreendente melhora na saúde e bem-estar gerais.
Onde a reação não é rápida, sei que não consegui o meu remédio. Mas cada vez
mais eu encontro registrado nos casos de Drosera que freqüentemente na visita
seguinte “o paciente parece revigorado”. Não acredito que isto ocorra -
certamente não é algo que aconteça constantemente - em meus registros em
relação a qualquer outro remédio.
Nos casos GLANDULARES de Drosera percebe-se, como já disse, não
somente a diminuição do tamanho da glândula, mas também aquelas antigas
escoriações desaparecem, liberam-se e vêm à superfície; aquela descoloração se
vai e, quando uma glândula se decompõe com Drosera, comporta-se de uma
maneira bastante restrita, com uma pequena abertura, pouca secreção e
praticamente não deixa nada que marque o que ocorreu.
Casos de BÓCIO e mesmo BÓCIO EXOFTÁLMICO têm sido grandemente
beneficiados ou curados com Drosera-casos com uma história familiar de TB.
O caso mais extraordinário onde isso ocorreu foi com um garoto de 14 anos
tido como inoperável por um dos nossos cirurgiões. Ele possuía uma exoftalmia
marcante*, com um pulso de 150, cadeias de glândulas linfoa- denomatosas no
pescoço; placas azuladas endurecidas em ambas as pan- turrilhas, salpicadas
por pequenas ulcerações (típicas “Bazin”). Ele melhorou com Tub. bov. durante
cinco meses. As pernas ficaram quase boas, o pescoço melhor e o olho direito
proeminente. Então usou-se Drosera 200.
O efeito foi incrível, um mês mais tarde ele começou a trabalhar - técnico.
As glândulas estavam bem; as feridas também; exoftalmia desapareceu; pulso
80. Após o que houve flutuação no pulso, mas quando o vi pela última vez treze
meses após o início do tratamento (ele estava então indo morar no exterior), ele
estava com uma excelente aparência. “Não havia glândulas”, mas ainda uma
certa proeminência do olho direito, e como o pulso novamente estava mais alto,
ele tomou sua última dose d e. Drosera.
Com relação às ARTICULAÇÕES... casos ocasionais de artrite reu-
malóide melhoram de maneira surpreendente com Drosera. Lembro-me de uma
idosa de 76 anos de idade. Ela tinha passado alguns anos sem poder fechar as
mãos; os pulsos e os nós dos dedos eram os mais afetados, além dos tornozelos
e pés, com inchaço e deformidade. Ela possuía uma história familiar de TB.
extremamente grave. E, como havia melhorado
anteriormente com Tub. bov. e Causticum, ela voltou a nos procurar para ver se
ainda havia algo que podia ser feito por ela. Caust. ajudou-a novamente; e
então, para “uma dor severa na tíbia direita; pé e perna em estado insuportável”,
ela tomou Drosera.
Em um mês: “Muito melhor. A dor acabou.” Disse que agora sua mão
esquerda “pode ser dobrada” e o demonstra.
Seguiu-se uma sucessão de visitas de orgulho e regojizo. “Colocando para
trás o seu pulso esquerdo, coisa que não fazia há anos! (isto é, não está mais
duro) ... Mais tarde, “pode dobrar seus pés e seus dedos agora, então ela sabe
que está ficando melhor”... “Sente-se tão bem agora; arruma seu quarto, e lava
sua roupa!” Mais tarde outra vez, “Vem só para mostrar suas mãos! Percebe
como está melhorando! Tem movimentos em ambos os pulsos agora. Não sente
dores, exceto em um dedo...” Diz: “ela conseguia levantar um copo apenas se o
agarrasse firmemente com ambas as mãos.” Agora “fica nas pontas dos pés”. As
mãos parecem no- dosas e torcidas com a deflexão ulnar típica, mas elas são
flexíveis e podem ser estendidas . (Alguns dos médicos da Escola Antiga que a
viram em uma demonstração clínica ficaram muito interessados neste caso.)
Um fato curioso percebido em uma série de pacientes que, após meses de
tratamento regular com outros remédios e com períodos variáveis de melhora e
recidiva, tomam Drosera e não voltam mais, ou somente após períodos de meses
a anos de boa saúde. Drosera age profundamente.
Agora, por favor não imaginem que eu deseje sugerir que Drosera irá
_ a
curar todos os casos de doença de SINUS, GLANDULA ou OSSO de natureza
tuberculosa, ou em pessoas com história familiar de tuberculose. Isso não é
verdade. Mas ela revolucionará uma grande quantidade destes casos; e ònde ela
age, como já disse, o faz com extraordinária rapidez, e a mudança na aparência,
na saúde geral e no vigor do paciente é considerável.
Novamente, por favor não pensem que eu imagino termos esgotado as
possibilidades d & Drosera.
Por exemplo, todos os gatos de Curie tiveram diarréia, e o segundo gato
apresentou hipertrofia das placas de Peyer. Que tal uma dificuldade entéri- ca com
uma história de TB. ?
Drosera tem uma antiga reputação para asma e aqui novamente as ex-
perimentações são sugestivas. Certamente deve-se pensarem Drosera para asma
com uma história de TB.
Lembre-se também do efeito d & Drosera sobre o baço.
Em ambos os gatos dissecados as pleuras estavam especialmente atacadas
pelo tubérculo.
E eu sugiro que devamos ter em mente, com relação a Drosera, seus sintomas
mentais, especialmente em casos de paranóia.
394 DROSERA
Coceira na laringe que provoca tosse, com sensação como se um corpo mole
estivesse localizado ali, com uma fina dor penetrante ao lado direito da goela.
Profundamente nas fauces (e no palato mole) uma sensação áspera, de
raspadura, com secura excitando uma tosse curta, com expectoração viscosa amarela
e com rouquidão, deforma que é somente com esforço que ele pode falar em um tom
baixo; ao mesmo tempo ele sente uma opressão no peito como se algo prendesse o ar
quando ele tossisse ou falasse, de modo que a respiração não podia ser expelida.
Rigorfebril por todo o corpo, com a face quente, mas as mãos frias como gelo, sem
sede.
Inquietude; quando lê ele não consegue prender-se a um único assunto - ele
precisa sempre procurar alguma outra coisa.
Ele está desanimado pela maldade alheia por todos os lados, e ao mesmo tempo
desalentado e preocupado com o futuro.
Tosse, com paroxismos que seguem-se uns aos outros tão violentamente que ele
dificilmente é capaz de manter a respiração.
Sensação de áspera raspadura e secura profunda nas fauces, etc., etc.
(Allen, é claro, fornece todos os sintomas de Hahnemann, mas os reduz para
itálicos, ou do tipo comum, exceto aqueles que dizem respeito aos órgãos
respiratórios).
K. j
396
DULCAMARA 397
estourar.
Um efeito local curioso d& Dulcamara é no umbigo ou ao seu redor. Aqui,
dores que beliscam e golpeiam ocorrem sucessivamente nas experimentações; e
Dulcamara tem provado ser maravilhosamente eficaz na dor, ou nas afecções da
pele do umbigo. A dor é “no buraco” como uma criança pequenina se expressou.
Então DIARRÉIA MUCOSA, ALTERNADAMENTE AMARELA E
ESVERDEADA. As diarréias do tempo frio e úmido, ou das mudanças súbitas
de calor para frio. “Dulcamara é marcadamente um remédio de outono”, diz
KENT. Ele diz: “tão logo começam as noites frias e as chuvas frias de outono,
há (em pacientes Dulcamara) um aumento do reumatismo e das secreções de
catarro... os casos catarrais que sempre en- topem quando há uma chuva fria.
Kent diz que nossas mães costumam usar pomadas de Dulcamara', e é
impressionante como elas são eficazes quando aplicadas era feridas doloridas.
Úlceras com uma condição corrosiva que se expandem e não se curam. (Ars.).
É um grande medicamento da PELE. Das urticárias que surgem com o
tempo frio e úmido. Erupções com crostas que ocorrem especialmente na cabeça
- a crosta láctea dos bebês. A cabeça e a face cobertas com esta erupção que dói,
coça, sangra e forma crostas.
Tinea também. Kent diz: “Dulcamara quase sempre cura estas tinhas nos
cabelos”, - e era outros locais.
E VERRUGAS. Dulcamara é um dos grandes medicamentos para verrugas
(Caust., Thuja). As verrugas à&Dulc. são grandes, carnudas e lisas; ou achatadas.
Lembra-se de uma paciente com uma grande verruga sobre a pálpebra inferior
direita, atrapalhando-lhe a visão. Após uma dose de Dulc. C.M. começou a secar
e, em quinze dias, havia desaparecido. “Ela saiu em partes, que ficaram irritadas
e ela as esfregava, removendo- as.” Isto ocorreu em 1927 e não houve
recorrência.
Os órgãos urinários também: urina turva. Catarro na bexiga decorrente de
tomar friagem no tempo frio e úmido.
Músculos; das costas, especialmente. Na virilha: acima do quadril esquerdo.
Dor profunda em ambas as coxas, melhora ao caminhar, retorna imediatamente
ao sentar-se. Perspiração excessiva: ofensiva.
Nos catarros de Dulcamara, Kent diz que o nariz precisa ser mantido quente.
O doente irá sentar-se em um quarto quente^ com uma toalha umedecida em
água quente e torcida, a ser colocada sobre a face e o nariz para aliviar o mal-
estar; piora ao ar livre. Piora em um quarto frio.
Kent diz, em relação aos remédios, “Nós temos que observar o tempo do
ano, o tempo do dia, os agravamentos durante o dia ou a noite; os remédios
úmidos e os secos, os frios e os quentes. Nós devemos estudar o remédio
conforme as circunstâncias.”
398 DULCAMARA
SINTOMAS EM NEGRITO
Dorna região coccígea, como ocorre após ficar muito tempo inclinado.
Dor profunda, penetrante, na virilha acima do quadril esquerdo.
Dor repuxante dilacerante, em ambas as coxas.
Claudicação na região coccígea, como se decorrente do frio.
Arrepios, que começam ou se espalham nas costas, não melhorando com o calor,
ocorrem principalmente ao anoitecer.
Perspiração com cheiro desagradável.
* * * * *
AINDA MAIS UM SINTOMA EM NEGRITO. Dor de ouvido; náusea;
zumbido; piorando à noite. Dor de ouvido durante toda a noite, impedindo de dormir.
r
FERRUM
(Ferro, o metal)
400
FERRUM 401
meopatia entre os que temem o trabalho, uma droga não substituirá uma outra.
* * * * *
HAHNEMANN diz: “a maioria das experimentações de FERRO foram
observadas a partir do emprego de uma solução de acetato de ferro, já que os
sintomas correspondem àqueles do ferro metálico; exatamente como os obtidos
do solo calcáreo seco e aqueles do acetato de cal.
“Este metal é considerado pelos médicos convencionais como sendo um
medicamento fortificanteper se e não somente inócuo, mas inteira e
absolutamente salutar.” Mas, “se o ferro possui poder medicinal, ele deve, por
esta mesma razão, alterar a saúde do ser humano, e tornar doente o saudável e,
quanto mais poder de adoecer, maior poder de cura ele deverá ter na doença.
“NUprodest, quod non laederepossit idem.
“... O estado das pessoas que residem próximo a águas impregnadas com
ferro deveria tê-las ensinado que este metal possui fortes propriedades
patogênicas... Em tais localidades poucos podem resistir à influência nociva do
uso contínuo dessas águas e permanecerem bem, cada qual sendo afetado de
acordo com sua natureza peculiar... Lá encontramos afecções crônicas de
grande gravidade e de caráter peculiar, mesmo quando a dieta não tem falhas...
Fraqueza, quase chegando à paralisia do corpo todo e de partes dele; alguns
tipos de dores violentas nos membros; afecções abdominais de vários tipos,
vômito de alimentos, de dia ou à noite; tísica pulmonar, freqüentemente com
catarro sanguinolento; deficiência de calor vital, supressão da menstruação;
abortos; impotência em ambos sexos; esterilidade; icterícia e muitas outras
raras caquexias são ocorrências comuns.
“O que aconteceu com a alegada completa inocuidade abala o conceito da
absoluta salubridade deste metal. Aqueles que ingerem constantemente águas
ferruginosas, chamadas de fontes de saúde estão, em sua grande maioria, em
estado doentio.
“Que preconceito, que falta de cuidado tem impedido até então os médicos
de observarem estes fatos marcantes e os relacionarem à sua causa, qual seja, a
propriedade patogênica do ferro?
“Como eles podem, ignorantes como são acerca da ação do ferro e seus
sais, determinar em que casos as águas ferruginosas devem ser usadas? Quais
de seus pacientes irão enviar a tais localidades para tratamento? Quais manterão
afastados?... Trata-se de uma fantasia cega? Conjetura de puro acaso e trabalho
de adivinhação? Modismo? Será que muitos dos seus pacientes não retornaram
das fontes ferruginosas num estado mais doentio e miserável, mostrando que o
ferro era um remédio inadequado para eles? Deus preserve os pacientes de um
médico que não
402 FERRUM
sabe, e não pode dar razões satisfatórias, pelas quais ele prescreve essa ou
aquela droga, que não pode dizer dç, antemão qual medicamento seria benéfico
e qual prejudicaria o paciente!
* * * * *
É lógico que o Ferro está em grande parte no organismo e tem um papel
importante neste; mas no esquema de SCHUESSLER dos “Sais dos Tecidos”,
ele somente aparece como Ferram phos. Ferro, nos diz Schueo sler, “encontra-
se na hemoglobina e nas células vermelhas do sangue, e não em quantidades
consideráveis em qualquer outro tecido, exceto no cabelo”. Mas o autor lhe
concede um lugar importante como constituinte das células musculares. Um
distúrbio do equilíbrio das moléculas de ferro nas fibras musculares causa o
relaxamento. No revestimento muscular dos vasos causa uma dilatação e um
acúmulo de sangue: congestão, com aumento da pressão sangüínea, ruptura das
paredes e hemorragias. Nos revestimentos musculares das vilosidades
intestinais, causa relaxamento e diarréia. Nas paredes musculares dos intestinos
causa enfraquecimento do peristaltismo e, portanto, constipação. Qualquer
coisa que cause relaxamento das paredes musculares de um vaso e conseqüente
hiperemia, tal como um traumatismo, encontra seu remédio em Ferrum phos.,
porque este, em doses mínimas, restaura o equilíbrio das moléculas de ferro e
então fortalecerá as fibras musculares. Também devido ao seu poder de atração
de oxigênio, o Ferro e seus sais são eficazes na anemia.
O fosfato, segundo Schuessler, é <lum remédio valiosíssimo em todos os
distúrbios febris e inflamações quando estes se iniciam, antes de começara
exsudação.”
As experimentações corroboram todos estes usos de ferro, nas vari-
FERRUM 403
* ****
SINTOMAS EM NEGRITO
a face vermelha, afogiieada, zumbido nos ouvidos; fluxo pálido, aqüoso e debilitante.
Vômito da gravidez; subitamente deixa a mesa e, num único esforço, vomita todo
o alimento ingerido, o apetite não éprejudicado; pode sentar-se e comer novamente.
Dificuldade de respirar, opressão no PEITO como se alguém o pressionasse com
a mão.
Espasmo no peito e tosse, somente ao andar e movimentar-se.
Tosse espasmódica após as refeições com vômito de todo o alimento ingerido.
Coqueluche. A criança vomita o alimento com cada ataque de tosse, grande
palidez e fraqueza.
Expectoração escassa, fina e espumosa, com listras de sangue.
Hemoptise: de onanistas e tísicos; por esforço violento; por supressão da
menstruação.
Emagrecimento.
As partes vermelhas tomam-se brancas.
ANEMIA decorrente de qualquer causa, clorose por menstruação de- fectiva, ou
simples pobreza do sangue induzida por hemorragias; deficiência de ar, de luz e de
alimentos adequados, ou por doenças exaustivas.
Clorose após grande perda de sangue.
Diátese hemorrágica geral. Tendência à hemorragia.
Dorme com dificuldade; fica grande tempo acordado antes de dormir novamente.
ro.
Muitos sintomas melhoram por esforço mental moderado.
Cabeça confusa, com pés frios e dedos rígidos.
Zonzeira como se estivesse bêbado, como se fosse cair sobre os obstáculos
(andando).
Ao olhar para a água corrente, sente como se tudo rodasse ao seu redor.
Vacilante, cambaleante ao olhar para água corrente.
Dor de cabeça pulsante, martelante; cabeça congestionada.
Sensação de cabeça entorpecida e cheia, pálpebras pesadas: inclinação a
dormir ao ler.
Cabeça quente, pés frios.
Capacidade de enxergar no escuro da noite.
Pressão nos olhos como se fossem protrundir.
Vermelhidão nos olhos e inchaço das pálpebras.
Sangramento nasal, pela manhã, ao inclinar-se para frente.
A face torna-se subitamente vermelha e incandescente, com vertigem,
zumbido nos ouvidos; palpitação do coração e dispnéia.
Diarréia persistente na dentição doentia, fezes com muco e alimentos não
digeridos; face vermelha ou com manchas vermelhas em cada lado.
*****
KENT aponta que o estranho em Ferrum é que as queixas - palpitações,
falta de ar e até fraqueza, ocorrem durante o repouso. O paciente sente-se
melhor movimentando-se; já o esforço causa cansaço e debilidade. O
movimento rápido agrava, mas há uma melhora com o movimento delicado e
lento.
Freqüentemente o paciente fica inchado, hidrópico: aspecto doentio, a pele
é pálida, mas a face tem aparência de pletora e enrubesce. E durante o calafrio a
face torna-se muito vermelha; fica vermelha com o uso de vinho também. A
paciente, embora flácida, relaxada e cansada, não provoca compaixão por seu
aspecto. Ela tem palpitação, dispnéia e fraqueza, sente que deve deitar-se,
apesar da face ser viçosa; uma pseudo-pletora.
Os vasos sangüíneos estão distendidos, as veias varicosas e seus reves-
timentos relaxados; por isso, há sangramento fácil. Há hemorragias de todas as
partes do corpo: nariz, pulmões, útero... “clorose”.
Calor na cabeça e na face, mas não tanto como a aparência vermelha
sugere. A face pode estar vermelha e fria.
Como China, as queixas decorrem da perda de líquidos orgânicos, como
hemorragia prolongada, com fraqueza duradoura. Sem capacidade de
reparação; sem digestão; sem assimilação. Ossos fracos e curvos... Ema-
grecimento rápido com falsa pletora.
Dores aliviadas ao movimentar-se delicada e vagarosamente, como
Pulsatilla; mas Ferrum é um medicamento muito friorento e teme o ar fresco ou
corrente de ar.
Barulhos leves deixam o paciente feroz... Nada é digerido no estômago,
mas não há náusea em especial. Os alimentos deglutidos são simplesmente
devolvidos. Ou há eructações de comida, como Phos. Tão logo o estômago fica
vazio, o vômito cessa até que ele coma novamente. Ferrum é um medicamento
interessante, devido às suas peculiaridades ao nível do estômago; este é como
uma bolsa de couro, não é capaz de digerir nada. (Compare com Sepia).
Relaxamento em todos os lugares, ou seja, prolapso do reto, bexiga, vagina,
útero... Como se os órgãos fossem sair para fora do organismo, e às vezes, isso
realmente ocorre. Este relaxamento passa por todo o remédio e lhe dá esta
característica.
* ****
NASH. Este é um outro remédio do qual se abusa. Ele tem papel na
FERRUM 407
Escola Antiga para a anemia, como Quinina para a malária. Cada um pode curar
e realmente cura esses quadros, desde que os sintomas concordem e não
inespecificamente; e cada um deles, quando for realmente curativo é capaz de
agir na forma potencializada ... Não deixe que ninguém prescreva Ferro ou
qualquer outro remédio para anemia, sem as indicações de acordo com a nossa
lei terapêutica de cura. Tenho visto melhores curas de péssimos casos de
anemia com Natrum mur., na forma potencializada, do que jamais vi com Ferro
em qualquer forma, embora Ferro tenha suas indicações, como também
Pulsatilla, Cyclamen, Calcarea phos., Carbo veg., China, etc., as têm.
Aqui está o resumo de Nash sobre Ferrum.
Anemia com grande palidez de todas as membranas mucosas; com a face
subitamente ardente e vermelha.
Hemorragia profusa de qualquer órgão; diátese hemorrágica: sangue róseo
com coágulos escuros: coagula facilmente.
Congestões e inflamações locais, com dores pulsantes, martelantes; veias
cheias; face corada alternando com palidez.
Fome canina alternando com completa falta de apetite.
Regurgitação ou eructações, ou ainda, ao anoitecer vômito de alimentos que
estiveram no estômago durante o dia todo; diarréia indolor de alimentos não
digeridos.
Piora após beber ou comer; ao descansar, especialmente estando imóvel;
melhora andando vagarosamente.
Ferrum é um dos nossos melhores remédios para tosse com vômito ali-
mentar. Ele é também um dos poucos medicamentos que têm uma face vermelha
durante calafrios, e tem curado a febre intermitente com aquele sintoma.
NASH diz também: Palpitação do coração, hemoptise e asma são aliviadas
da mesma forma: andando vagarosamente. Dificilmente seria possível que essas
queixas melhorassem dessa forma, mas há muitos sintomas curiosos e
incontáveis na nossa Matéria Médica que têm se tornado líderes de confiança
para a prescrição de certos remédios.
* * * * *
A propósito, Ferrum é uma das quatro drogas em negrito para obesidade:
elas são CALC., CAPS., FERR., GRAPH.
É também uma droga a considerar no bócio exoftálmico. Quando se procura
remédio para enrubescimentq, Ferrum deve ser considerado.
Uma experiência muito antiga é que as pessoas que têm dificuldade para
dormir podem encontrar descanso através da mudança de posição de sua cama,
de forma que devem dormir na direção norte e sul, isto é no campo magnético,
com a cabeça para o norte. A experiência pessoal sugere fortemente que você
TENTE isso. A sensação de paz que lhe é propor
408 FERRUM
cionada na primeira vez que você tentar esta nova posição, não é facilmente
esquecida. E por que não? A circulação de Ferro no sangue é incessante. É
concebível que as suas moléculas cruzem placidamente o longo eixo do corpo,
ao invés de encontrarem-se em grande agitação quando o corpo repousa em
direção transversal à corrente polar.
“Um dos sais dos tecidos orgânicos introduzidos por Schuessler. Necessita de
experimentações. Preparado por trituração. Bons resultados foram obtidos com
a 200a potência.” (HERING, GuidingSytnptoms).
Por volta do ano de 1875, Schuessler, um médico homeopata, introduziu
seus doze Remédios dos tecidos ou Remédios Bioquímicos. Dois dos quais, Silica e
Natrum muriaticum, eram antigas drogas homeopáticas, previamente
experimentadas e dadas ao mundo muitos anos antes por Hahnemann. Dos
outros, alguns têm sido total ou parcialmente experimentados (na pessoa
saudável); e, como sabemos, pela experiência, muitos deles têm valor
incalculável.
Schuessler, considerando-os como nutrientes dos tecidos, utilizava-os em
potências mais baixas (normalmente D6) e parece terem sido administrados em
intervalos freqüentes. Mas, onde eles são homeopáticos à condição que
desejamos curar, isto é, onde eles provocam e curam sintomas idênticos, as
potências altas e altíssimas dão bons ou mesmo os melhores resultados. Por
exemplo, sua magnífica Magiesia phos. age como um encanto na potência CM
na dismenorréia de sintomas semelhantes; às vezes uma dose única tem
resolvido o problema. Sua esfera neste caso é a dor agonizante, como cólica
que faz a vítima dobrar-se (Coloc.) e apertar contra o abdome uma bolsa de água
bem quente. Nos disseram que é por conter Mag. phos. que os remédios como
Coloc., Vibum., Bell., etc. apresentam suas dores abdominais em cólica . E, no
entanto, na prática, um não pode substituir o outro!
Schuessler descartou tudo o que não fosse realmente os sais em sua
combinação tissular; ele descartou mais tarde até mesmo Cale. sulph.,
acreditando que esta não aparecesse nos tecidos. Mas a vitalidade tem uma
forma de decompor e compor por si só, e de modo algum necessita que suas
carências sejam repostas na forma exata em que vão ser utilizadas. Ele
desprezou um dos mais preciosos remédios, Cale. carb. e substituiu-o por Cale.
phos., mas quão grande é a diferença entre seus sintomas! O bebê Cale. carb.
mole e letárgico, com a cabeça suando, com sua acidez, “mais tecido de menos
qualidade”, em qualquer local - mesmo nos ossos, é totalmente distinto de Cale.
phos., que por sua vez é igualmente valioso, mas um não substitui o outro; o
bebê Cale. phos. em geral é
409
410 FERRUM PHOSPHORICUM
magro e quase sempre escuro; mais rijo; e o suor na cabeça, tão característico
do raquitismo está ausente. Para um trabalho preciso, nenhum substituirá o
outro! E os processos químico e da vida, como Hahnemann mostrou, não são
idênticos.
Outro ponto: suprir com drogas, com base em uma hipótese, é uma coisa e
pode ser vantajoso para o paciente. Ao passo que, estimular o organismo a
absorver o que ele necessita dos alimentos diários, através dos quais as
carências podem e devem ser supridas, é seguramente um objetivo maior. A
dose estimuladora de Cale. carb., quando os sintomas concordam, fará com que
o bebê retire do leite o suprimento de cálcio necessário - desde que a vitalidade
do leite não tenha sido destruída pelos métodos modernos; assim como uma
dose infinitesimal de Natrum mur (sal potencializado) estimulará (por exemplo,
temos visto isso em pacientes asmáticos) a absorção do sal, do qual é tão
faminto e desejoso, a partir das fontes normais de alimentos que suprem os
ordinários mortais e assim terminará com sua asma e seu apetite desordenado
por sal.
Ciência significa conhecimento. Mas a ciência de qualquer tempo nunca é a
última palavra em conhecimento, e corre o risco de ser descartada pela ciência
de amanhã. Admiro e exalto este fato sempre; olhando para trás, a ciência de
muitos dias parece ter sido o vaivém da inteligência eda insensatez.
Por exemplo, para salvaguardar o leite de ser um possível veículo de
contágio, ele deve ser “esterilizado” - “pasteurizado”, até que os pobres bebês
alimentados por este, semi-privados de seus ingredientes mais ocultos mas
mesmo assim indispensáveis, perdem o poder de resistência àqueles mesmos
organismos que provocam doenças, contra os quais nos esforçamos para
protegê-los. Então “a ciência avança” e ordena que sucos de laranja, de limão e
outros sucos naturais - nunca pretendidos para fortalecer os bebês - sejam
adicionados. Bebês são trazidos até nós, alimentados com tutano, leite em pó,
leite peptonizado ou alimentos pré- digeridos, considerados pelo químico
propagandista, experimental e orgulhoso, como os apropriados substitutos do
leite materno, mas que em geral inibem a atividade glandular necessária. Então,
a ciência avançando ainda mais, descobre as VITAMINAS (lembre-se! sempre
presentes em quantidades apropriadas nos alimentos normais, desde que o mundo
é mundo e disponíveis para todos, exceto para as crianças da civilização). Estas
“vitaminas” sendo destruídas nas preparações desidratadas e esterilizadas,
torna-se agora necessário suprir as crianças artificialmente e (o próximo
problema) há que cuidar para que não haja um suprimento excessivo, como a
ciência já descobriu no tocante à “Vitamina D”.
Os alimentos naturais contêm, nas proporções necessárias, os elementos
pelos quais nós podemos ter uma boa saúde. Cientistas muitíssimo inteligentes!
- quando a química da vida em sua perfeição tem atuado
FERRUM PHOSPHORICUM 411
desde que o homem surgiu sobre a face da terra e as mulheres cuidavam de seus
bebês; e ainda atua, menos quando sofre a interferência da “ciência” efêmera. E
as crianças viviam deliciosamente e floresciam com saúde, transformando-se
em homens e mulheres robustos e saudáveis, dos quais nós descendemos.
$****
Os sais dos tecidos melhor conhecidos (alem dos já citados Natrum mur. e
Silica) são em número de quatro e muito curiosamente são os fos- fatos: Cale.
phos., como já citado; Ferrum phos., para algumas inflamações agudas não
descritas em seu estágio inicial - resfriados; pneumonias - com falta de
indicação bem definida que poderia lembrar Acon., Bry., Phos., etc.; Mag. phos.,
para dores terríveis nos nervos, onde previamente tínhamos somente Spigelia,
Coloc., etc.; mas com o desejo muito definido de Mag. phos. de pressão e
CALOR; Natrum phos., tão eficaz nas condições de acidose muscular, se
decorrentes de fadiga (Am.) ou vômitos, como nas “dores do crescimento” em
crianças pequenas, em geral indefinidas e desprezadas, mas agourentas quando
juntamente com elas há um pequeno aumento da temperatura e talvez a
sugestão de um sopro no coração.
Muitos médicos acrescentariam Kali phos. a esses sais, mas este último, por
alguma ou nenhuma razão, não tem estado muito presente à imaginação e nunca
tornou-se uma intuição, pode ser bom, mais tarde, retra- tá-lo: um grande meio
de apreender a natureza interna de um remédio e aprender seus usos.
* * * * *
Chega de teoria, agora vamos às experiências práticas das prescrições bem
sucedidas.
NASH tem uma página de apreciação àe Ferrum phos. que sintetizaremos.
Um remédio valioso em algumas doenças inflamatórias.
Devido a seu elemento ferro, ele apresenta as tendências congestivas
FERRUM PHOSPHORICUM 413
locais daquele remédio; e por seu elemento Phosphonis sua afinidade com
pulmões e estômago; pela combinação destes, prova ser um grande remédio
hemorrágico.
As hemorragias são de sangue vermelho brilhante e podem ser expelidas por
qualquer orifício do corpo.
Ele diz também que experimentações adicionais e o uso clínico permitirão
que o empreguemos mais cientificamente do que agora.
Tanto quanto ele observou, este não é tão útil aos indivíduos sangüíneos
arteriais, com um suprimento excessivo de sangue vermelho que Aconitum cura,
mas principalmente para os pálidos e anêmicos, que estão sujeitos a congestões
e inflamações súbitas e violentas, como pneumonia, ou congestão súbita da
cabeça, intestinos, etc. ou para afecções inflam a- tórias de caráter reumático.
Este é eficaz somente no estágio inicial desses ataques, antes que se inicie a
exsudação... Na disenteria, no primeiro estágio com uma grande quantidade de
sangue nas evacuações ele é valiò- síssimo e quase sempre cura em muito pouco
tempo.
“Um remédio muito valioso; e deve receber uma experimentação
hahnemanniana completa.”
* ****
BOGER (Synopsis):
PULMÕES. Ouvidos. Pior à noite (6h.), por movimento, por abalo.
Transpiração suprimida.
PULSO CHEIO, MACIO, FLUTUANTE, (o contrário dcAcon.)
Excitado e eloqüente.
Dor de ouvido violenta.
Evacuações freqüentes, aquosas e sanguinolentas.
Laringite dos cantores.
Peito congestionado.
Febre.
Pneumonia.
Sarampo hemorrágico, etc., etc.
SINTOMAS MARCANTES
“Porcas devoram seus filhotes”; uma mania transitória devido a hipe- remia
do cérebro.
Todos os distúrbios febris e inflamações em seu início, antes que comece a
exsudação.
414 FERRUM PHOSPHORICUM
Epistaxe. (Vipera).
Tez rosada.
Garganta ulcerada; usado para aliviar a congestão, calor, febre, dor e
latejamento (Bell.) “Primeiro estágio da difteria.”
Vômito de sangue.
* * * * *
Todos os distúrbios febris no início do processo, antes de começar a
exsudação.
“Era muitas febres inflamatórias e algumas febres eruptivas, Ferr. ph. parece
estar entre a intensidade á&Acon. e Bell. e o entorpecimento de Gels”
“Na anemia compare com China, com o qual tem muitos sintomas em
comum ... A árvore da qual se obtém China é encontrada sempre em localidade
ferruginosa.”
“Sarampo com conjuntivite e fotofobia (35 casos).”
* * * * *
Tem sido vista uma rápida ação curativa com Ferr. phos. em muitos
resfriados no estágio inicial, sem sintomas bem definidos; e também curas
surpreendentes de pneumonia, sem os sintomas definidos que chamariam por
Acon., Bry. ou Phos.
Ferr. phos., por não ter sido comprovado extensivamente, não tem ainda,
imerecidamente, um lugar de destaque na literatura homeopática. Sua esfera de
ação parece ser a hiperetnia ativa simples. Parece ser sem utilidade nos casos
sépticos.
V J
416
GELSEMÍUM 417
Pálpebras caídas. ^
Dificuldade para abrir as pálpebras ou de mantê-las abertas. (
í
420 GELSEMIUM
V
J
GLONOINUM - Nitroglicerina - aquele líquido altamente explosivo, que
misturado com alguma terra porosa forma a “dinamite mortal”, que abala a terra
e estoura as pedras, deixando marcas de sua reputação; mesmo quando
potencializada e usada em medicina retém suas características alarmantes, sua
ação súbita, suas dores e sensação de explodir, suas ondas no sentido ascendente
que ameaçam erguer e despedaçar o crânio.
A química é fascinante, no mínimo por sua psicologia, se é que é possível
usar este termo. De dois elementos mortais, quando combinados, ela pode
formar algo totalmente inofensivo e até mesmo essencial à vida: enquanto que
de dois elementos brandos, como a glicerina produto de higiene pessoal, tão
inerte que nunca poderia fazer mal, e o nitrogênio, aquele gás incolor, insípido e
inodoro, que numa mistura de quatro partes para uma com o oxigênio, o apoio
da vida, modifica as propriedades do último de tal modo, que ao invés de nos
consumir rapidamente, conseguimos a cada respiração, justamente obter aquela
feliz mistura que mantém a vida, sem apressar sua destruição. Que o nitrogênio
e a glicerina deveriam ser combinados para produzir tal agente explosivo é
incalculável, absolutamente imprevisto até a “descoberta”. Mas, como um
grande químico disse uma vez: “ninguém poderia dizer apriori, como se
comportaria uma colher de açúcar colocada em uma xícara de chá”. A ciência é
a filha laboriosa do experimento: e, sendo assim, a Homeopatia é científica.
Dr. HUGHES (.Pharmacodynamics) aponta que, apesar da Escola Antiga
usar Glonoinum, tendo até mesmo adotado aquele nome para este, a medicina
deve sua introdução a Conslantine Hering, um grande discípulo de Hahnemann.
Mas nós percebemos que, como sempre, quando se usa substâncias medicinais
tão violentas, e geralmente elas são os agentes mais esplendidamente curativos
da Homeopatia, a Escola Antiga tem que obrigatoriamente penetrar na
fantástica região das infinitesimais.
“A Nitroglicerina foi descoberta porSobrero em 1847, mas não podia ser obtida
para experimento fisiológico até que Morris Davis, um químico da Filadélfia, que no
mesmo ano, após longas e laboriosas tentativas, sob a direção de Hering, conseguiu
produzir a substância em quantidade suficiente para experimentação. Ela foi
intensamente provada aqui e no exterior (veja a “Encyclopedia” de Allen) e os
sintomas têm recebido abundante veriji-
421
422 GLONOINUM - NITROGLICERINA
SINTOMAS EM NEGRITO
As ruas conhecidas parecem estranhas; o caminho para casa parece muito longo.
Indisposto a falar: dificilmente responde.
Não reconhece ninguém. Esbraveja; grita; deseja fugir de casa. Puia fora da
cama, mas as pernas o traem.
Medos: por sensação de garganta inchada; peito parecendo comprimido;
medo da morte próxima; de ser envenenado.
Efeitos nocivos do susto; medo; de contusões mecânicas e suas conse-
qüências tardias.
424 GLONOINUM - NITROGLICERINA
Como visto acima, a ação de Glonoinum é tão local, tão súbita, tão definida,
tão alarmante e torturante, e por isso tão remedial que, uma vez conhecida, é
impossível esquecê-la. De fato, não parece valer a pena escrever a seu respeito!
Contudo nós prosseguiremos naquilo que alguns dos nossos melhores
prescritores e escritores têm a dizer a respeito da droga. Este enfatiza um ponto
coincidindo com sua experiência, aquele um outro; e assim aprendemos.
426 GLONOINUM - NITROGLICERINA
HUGHES escreve: “O nome Glonoinum foi formado pelo seu intro- dutor na
prática médica, Dr. C. Hering, a partir da fórmula química (G10 N05)
denotando sua composição. O Dr. Hering experimentou a droga em si mesmo e
em outras pessoas em 1848...”
Hughes diz, “a ação de Glonoinum aparece rapidamente. Se qualquer pessoa
tocar a própria língua com uma solução de 5%, perceberá com certeza em
poucos minutos que seu pulso aumentou cerca de vinte, quarenta e até mesmo
sessenta batidas. Ele pode sentir uma pulsação por todo o corpo, mas quase
sempre a sentirá em sua cabeça, que baterá até que ocorra uma dor de cabeça a
ponto de estourar. Com isso, haverá provavelmente alguma tontura, uma
sensação de plenitude na cabeça e no coração, e outra de constrição ao redor da
garganta... Tudo isso nos lembra Amyl nitrite:... mas os efeitos das duas drogas
não são idênticos. Amyl causa um rubor geral sem a sensação marcante de
pulsação... nem o pulso é muito afetado por este. Parece ter sido demonstrado
que Amyl produz seus efeitos dilatantes nas artérias através da paralisação direta
de seus revestimentos musculares... enquanto que Glonoinum afeta os centros
nervosos da circulação e é limitado a esta esfera.”
Então ele distingue a ação de Glon. da de Belladona. “Com Bell. a circulação
intracraniana é excitada devido ao cérebro estar irritado; com Glon. o cérebro
está irritado devido à circulação excitada. Seria indicado nas hiperemias que
podem ser provocadas por calor ou frio excessivos, pelas emoções fortes, pelos
choques mecânicos, pela supressão da menstruação ou outras hemorragias e
excreções.”
Ele evidencia não somente a insolação, mas os benefícios surpreendentes
que têm sido obtidos pela droga nos efeitos aflitivos posteriores à insolação.
Ele diz: “talvez o maior benefício que o Dr. Hering tem prestado a seus
pacientes com a introdução de Glon. é o alívio que ele concede aos distúrbios da
circulação cerebral na menstruação... como a intensa congestão do cérebro
induzida nas constituições pletóricas pela supressão súbita da menstruação.
Glonoinum age aqui como um extraordinário simi- limum; e num dos
experimentadores do Dr. Dudgeon, que tomou a droga enquanto a menstruação
estava presente, esta imediatamente parou, e a dor de cabeça veio com
violência crescente até à noite... Ele não age sobre os calores do climatério,
como é o caso de Lachesis ou Amyl nitrite; mas é muito valioso quando estes são
localizados na cabeça.”
Ele diz: “foi a afirmação de seu descobridor, Sobrero, de que 'mesmo uma
pequena quantidade colocada sobre a língua causa uma dor de cabeça violenta,
com várias horas de duração', que levou Dr. Hering a investigar sua ação...”
O tipo de dor de cabeça - cheia, tensa, pulsante, parecendo que vai estourar;
esses eram os adjetivos usados pelos experimentadores para des-
GLONOINUM - NITROGLICERINA 427
NASH. Um dos nossos grandes medicamentos da cabeça. Ele diz que ele
costuma portar Glon. Cl em sua valise, para aqueles inclinados a zombar do
jovem médico e de sua medicina suave. Ele raramente falhou em convencer, no
decorrer de cinco ou dez minutos, do poder de Glon:, porque uma gota na língua
produzia uma dor de cabeça pulsante característica. Ninguém mais pediu mais
provas do poder do medicamento homeopático.
(Lembramo-nos de uma jovem doutora junto ao “Novo”, como era então
chamado o Hospital Elizabeth Garrett Anderson, que descreveu uma dor de
cabeça terrível, por tocar sua língua num pouco da preparação de
nitroglicerina).
As dores de Belladonna são súbitas em seu início, e subitamente vão embora;
aquelas de Glonoinum o são ainda mais.
Nash diz que: “Glonoinum é melhor adaptado ao estágio inicial con- gestivo
das doenças inflamalórias do cérebro; Belladonna vai além, e pode ser ainda o
remédio após o estágio inflamatório estiver completamente iniciado.” Nenhum
das dois pode suportar o menor abalo. Mas as 'ondas' de dor ascendentes são
absolutamente características de Glon.
BELL. GLON.
Grito encefálico. Menos marcante.
Piora dobrando a cabeça para trás Melhora dobrando a cabeça para trás
A cabeça parece enorme. ...............
Melhora com a cabeça descoberta Melhora com a cabeça coberta
Melhora ao ar livre.
430
GRAPHITES 431
mente removê-la.”
Ele cita casos: eczema nas pernas de uma senhora idosa e obesa; Sulphur CM
acarretou uma erupção sobre todo o corpo com exsudação de um líquido
viscoso, glutinoso. Uma dose de Graph. CM. curou-a do eczema e “deixou sua
pele tão macia quanto a de um bebê”. Uma criança de três anos de idade tinha
um eczema na cabeça, que foi curado com um tratamento local e seguido por
uma enterocolite muito obstinada. A criança havia emagrecido bastante, etc. e
as fezes eram marrons e fluidas, misturadas com alimentos não digeridos e com
um odor fétido intolerável. Nash curou-a rapidamente com Graph. 6M.
No eczema da pálpebra, ele contrasta Graph. com Sulph. Em Graph., as
erupções são úmidas c as margens fissuradas das pálpebras são recobertas com
escamas e crostas. Todos os orifícios com Sulph. são bastante vermelhos ... Velhas
cicatrizes endurecidas ficam macias sob sua ação, especialmente aquelas
deixadas por abcessos da mama.
Ele diz, concluindo, que Graphites cura queixas de muitos tipos, quando
você tem presente duas coisas.
Primeira./l tendência peculiar à obesidade.
Segunda./lí erupções glutinosas características.
Com respeito à ação de Graphites sobre o tecido cicatricial, que verificamos
mais de uma vez, gostaríamos de citar mais longamente as palavras de KENT;
porque na última edição de suas Lectures, este parágrafo parece ter
estranhamente desaparecido.
Ele diz, falando de Graphites, “Neste grave estado de nutrição e má
produção sangüínea, os reparos do organismo são realizados de maneira
inadequada, e as cicatrizes têm má formação, se contraem e ficam rígidas. As
cicatrizes antigas causam muitos problemas neste remédio. Elas têm a tendência
de causar enrijecimento e nodosidades. Pense em Graphites quando você
encontrar mulheres que tenham tido abcessos nos seios muitos anos atrás, e
agora o fluxo de leite está sendo iniciado para um recém- nascido, e há o risco
de abscesso no mesmo local onde houve o antigo, ou uma inflamação da mama,
no local da antiga cicatriz, com enduração nodular, sensível e dolorosa,
enquanto que o resto do seio está macio e normal. O tecido cicatricial não era
bom, era de má qualidade, desenvolveu-se endurecido e agora aquelas
endurações estão formando pequeno estreitamento no local e bloqueando o
fluxo de leite. Graph. em geral interromperá essas endurações, removerá a rijeza
da antiga cicatriz e trará mais conforto para a paciente. Se você conhece uma
mulher que está sofrendo com uma antiga cicatriz que formou um nó, quando
ela está próxima a dar à luz, dê-lhe uma dose de Graphites como um remédio
geral, a menos que outro remédio seja mais especificamente o indicado... ”
Kent observa que as erupções de Graphites, além de serem glutinosas,
ocorrem nas superfícies flexoras, nas dobras (Sepia) dos cotovelos, viri
432 GRAPHITES
lhas, pregas poplíteas, atrás das orelhas, nos cantos da boca e no canto dos
olhos. Mas a droga possui erupções em outros locais - como crosta láctea; as
crostas exsudam um líquido que as faz desprenderem; algumas vezes cheiram
mal (Mez).
Kent diz que Graphites é um “remédio dc ação prolongada, eficaz e
valioso.”
No tecido cicatrizado, dois casos são lembrados em particular, nos quais o
efeito de Graphites foi incrível: em cada caso foi ministrado na CM. Uma garota
com um cotovelo rígido após inflamação (tanto quanto posso lembrar, havia
sido de origem reumática). Ela teve as aderências rompidas, mas voltaram a
aparecer e ela me procurou novamente um ano mais tarde. Ela tomou Graphites
e dentro de um mês o cotovelo podia ser movido livremente. O outro caso foi a
liberação de um dedo mínimo, contraído e imóvel após inflamação.
Nos disseram que “Graphites é gordo, friorento e constipado. Ele age melhor
onde há a tendência para a obesidade.”
No nosso departamento ambulatorial verifica-se que Graphites em alta
potência tem um efeito memorável sobre as mulheres idosas e obesas.
Farrington diz: “Essa obesidade não é um tecido sólido e saudável do san-
güíneo, mas uma espécie de gordura como Cale. c., que acusa uma nutrição
inadequada.”
Ele também fornece esses pontos: “Sempre frio, dentro e fora de casa.
“Como em Ferrum, há um fluxo de sangue para a cabeça e com a face
ardente. Quando há um choque, o sangue corre para a face.
“Paciente anêmico; membranas mucosas pálidas, como em Ferr. *
“Blefarite, pálpebras espessadas, especialmente nas bordas , que são
cobertas de crostas e caspas.
“A blefarite é pior nos ângulos dos olhos, nos cantos. Há uma tendência das
pálpebras se físsurarem e sangrarem; se isso ocorrer, você não precisará hesitar
em usar Graphites.
“Os cüios tornam-se revoltos; viram-se para dentro em direção ao globo
ocular e irritam a conjuntiva. Terçóis endurecidos. Visão dupla.
“Alguns sintomas como os de Calcarea; mas Cale. tem suor na cabeça e pés
úmidos e frios (não proeminente em Graph.).
“Arsenicum é muito parecido com Graph.', somente com Ars. as pálpebras
são fechadas espasmodicamente.
“Sulph. tem as bordas das pálpebras vermelhas; as de Graphites são pálidas.”
* Esses sintomas são interessantes em vista da “mistura de ferro” na droga. Graphites, como Ferr.,
“melhora caminhando ao ar livre”. (Puls. -que também tem ferro em sua composição).
GRAPHITES 433
SINTOMAS EM NEGRITO
Dormência dos dedos, que ficam frios, estendendo-se até a metade do antebraço.
Exaustão com fraqueza do corpo inteiro.
Condições catalépticas: consciente, mas sem capacidade para mover-se ou falar.
Emagrecimento das partes afetadas. (Plumb.).
r
HEPAR SULPHUR!S
\______________________________________________________________ /
Hepar é um medicamento que tem seu lugar mesmo na menor das boticas
domésticas de medicamentos homeopáticos: é um dos remédios dos berçários
para gripes, tosses, crupe, adenopatias, etc.
O Hepar Sulphuris Calcareum de Hahnemann é preparado de acordo com
suas instruções: “uma mistura em partes iguais de concha de ostras muito bem
pulverizadas e do mais puro enxofre, mantida por dez minutos em calor
incandescente.” A partir daí suas potências são preparadas.
Hepar é um medicamento poderoso, que afeta tanto a mente quanto o corpo;
um irritante de primeira classe do temperamento, nervos e tecidos; o
experimentador fica perturbado até mesmo por uma só palavra, um toque, uma
lufada de ar, de tão hipersensível que está ao meio ambiente físico e mental. E,
claro, é justamente esta hipersensibilidade que propicia a chave para um uso
valioso de Hepar cm muitas enfermidades.
Até que a intimidade dessas duas drogas seja compreendida, há uma grande
tendência a usar Hepar por Silica, e Silica por Hepar. elas têm muitos pontos
semelhantes. Ambas afetam a pele, os gânglios, as supurações, até mesmo, em
se tratando de abcessos, é possível pensar: “Hum? Silica? HeparV’ - como se o
seu uso dependesse de cara ou coroa.
Ambos possuem a pele malsã, que supura ao invés de se curar. Isso é visto
tão freqüentemente nas crianças que procuram o Departamento Ambulatorial
do nosso Hospital, onde uma ou outra droga efetua a cura, dependendo dos
sintomas. Ambas têm dores que picam, como uma sensação de haver uma
espinha de peixe ou um espinho na garganta, mais especialmente Hepar. (Arg.
nit., Kali carb., Nit -ac. têm este sintoma também). Em ambas, com a pele
doentia, qualquer pequeno ferimento supura. Ambas são friorentas, mas aqui
elas se dividem porque Hepar está melhor com o clima úmido, melhor com o
clima quente e úmido; enquanto que Silica sofre com o clima úmido - com os
pés úmidos, com o clima frio e úmido; e está melhor quando está quente e seco.
Ambas têm perspiração intensa; Silica (como Calcarea) tem suores profusos na
cabeça à noite, e seus suores nos pés tendem a ser mal cheirosos: o intolerável
“chulé” que as pessoas citam, tem também suor axilar mal cheiroso, enquanto
que Hepar tem suores acres, intensos, generalizados durante a noite e o dia, que
não trazem alívio.
436
HEPAR SULPHURIS 437
Esses dois medicamentos, Silica e Hepar, são tão semelhantes que um pode
ser usado como antídoto do outro, quando ocorrer um erro de prescrição; c Silica
tem sido dada após Mercúrio com recrudescência alarmante dos sintomas
maléficos: então Hepar surge e “endireita as coisas”. Temos observado isso! *
Ambos possuem inchaços, inflamações e supuração de todos os gânglios do
corpo; mas as supurações ganglionares de Hepar são súbitas e rápidas, enquanto
que aquelas dc Silica são lentas e demoram a sér curadas
- até que Silicà seja administrada.
As secreções de Hepar são mal cheirosas, cheirando (caracteristica- mente)
como queijo velho; as úlceras muito mal cheirosas, cheirando da mesma forma e
são bastante sensíveis. Hepar tem uma leucorréia terrivelmente mal cheirosa, “o
odor pode ser detectado quando ela entra na sala”; enquanto que Silica deixa seu
odor dos pés por todos os locais e passagens através das quais seu infeliz dono
andou.
“Hepar promove e regula a supuração de maneira admirável (perdendo
somente para Silica) mas, em geral, faz-se necessária em um estágio anterior ao
dc Silica” (Farrington).
Mas o gênio dos dois medicamentos não é similar, porque suas menta-
lidades são tão afastadas como os pólos.
Silica, com sua falta de autoconfiança; sua falta de “coragem”, sua timidez;
seus sofrimentos por antecipação - ou quando tem que aparecer em público...
Hepar é sensível além de todos os limites da razão: irritável; impetuoso.
Sensível às correntes de ar; ao ar; possui úlceras tão sensíveis que não podem
suportar o mais leve toque (Lach.)\ mentalmente sensível - chegando até mesmo
a súbito§ impulsos homicidas.
Nash diz sobrtfjrlepar. \Sua característica mais forte é a HIPERSEN-
SIBILIDADE ao toque, à dor e ao ar frio.
“A paciente é tão sensível à dor que chega ao desmaio, mesmo quando a dor
é leve.
“Se houver inflamação ou inchaço em qualquer região, ou mesmo erupções
na pele, estas são tão sensíveis que não podem suportar o toque, ou mesmo o ar
frio sobre elas ... Essa sensibilidade excessiva às dores ocorre em todos os
sintomas da droga. Ela é tanto mental quanto física, pela mínima causa se irrita,
fala com um tom impetuoso e veemente.
“ A seguir vem o poder dc Hepar sulph. sobre o estágio supurativo de
inflamações locais, que ocorre somente quando o pus está por se formar,
* “Os médicos têm conhecimento que Merc. não é bem seguido por Silica. Sil. não é eficaz em seu efeito
quando Mera ainda está agindo, ou esteve agindo. Sil. segue bem após o uso de Hepar, e Heparsegue bem
após Merc. e assim Hepar torna-se um intercorrente naquela série de medicamentos.” KENT.
438 HEPAR SULPHURJS
te), até mesmo com ameaça de sufocamento, quase asmática. Na asma, Nash
contrasta Hepar com Natrum sulph. com essa diferença diagnostica, que é muito
válida: Hepar está pior com o clima frio e seco e melhor com a umidade;
Natrum sulph. é exatamente o oposto a isso: - extremamente sensível à umidade.
Nash diz: “Não há nenhum outro remédio que eu conheça que tenha uma
melhora tão forte no clima úmido.”
Hepar é uma grande remédio para os ouvidos e para a tendência a pro-
blemas mastóides. Lembramo-nos dos primeiros conhecimentos com Hepar
neste sentido: uma criança com uma secreção mal cheirosa do ouvido ... uma
hesitação - Merc.? Puls.? Mas uma médica que tinha aprendido Homeopatia na
índia com o Dr. Younan, um grande prescritor, sugeriu Hepar - no qual
ninguém havia até então pensado, e uma dose de Hepar 200 teve um efeito
surpreendente neste caso. É assim que se aprende a Matéria Médica! E outro
caso de otite é lembrado, depois, durante a guerra, quando os cirurgiões não
eram “tão comuns quanto sardinhas em Loo”, como colocaria Kipling. Havia
uma garota com temperatura alta que chegou nos 'Feridos' um dia, com um
problema de ouvido e um mas- tóide muito sensível. Ela tomou Hepar CM e
quando ela retornou um dia (ou um par de dias) mais tarde, não havia mais
porque submetê-la a uma cirurgia, porque todo o processo havia desaparecido
completamente, como por encanto.
Não se pensa normalmente em Hepar para a úlcera gástrica. Mas um caso,
com um histórico recente de hematêmese e um desejo (normalmente incomum
naquela doença) por vinagre e picles, curou-se rapidamente sob Hepar, que tem
este desejo, (o remédio teve que ser repetido uma vez mais tarde, após um
ataque de resfriado.)
Voltaremos paráKENT para umas poucas notas a respeito d & Hepar.
“Hepar às vezes é ruim para o oculista. Quando é indicado, cura os olhos
muito rapidamente, de forma que o oculista não terá casos muito longos e a
droga afasta a necessidade das mãos de um especialista... “Secreção purulenta,
mal cheirosa” (Arg. nit.). “Inflamação com pequenas úlceras” (Tub., etc.)...
“Uma esfera de ação muito importante de Hepar é após a mercuriali- zação.
Afecções sifilíticas: úlceras do palato mole e das porções ósseas do céu da bòca
... (Nit. a.). E em qualquer parte a “sensação de pontada”, o mau cheiro e a
sensibilidadé extrema.
“Suores durante toda a noite, sem alívio, fazem parte das muitas queixas àt
Hepar.
“Ao respirar o ar frio a tosse aumenta, ao colocar as mãos fora das cobertas
aumentará a dor na laringe ou tosse. Os transtornos em geral de Hep. agravam-
se por colocar a mão ou pé para fora das cobertas.
“A mente toma parte nesta hipersensibilidade e manifesta-se através de um
estado de extrema irritabilidade. Cada pequena coisa que perturba
440 HEPAR SULPHURIS
SINTOMAS EM NEGRITO
paciente pára de queixar-se de seus sintomas, ele fica quente, não deseja beber
nada, não sabe se pega isso ou aquilo, não reconhece aqueles que o rodeiam,
maltrata-os, dá respostas irrelevantes, fala coisas sem sentido com os olhos
abertos, faz coisas tolas, deseja sair correndo, grita ou lamenta-se, sem ser
capaz de dizer porque o faz, tem um ruído na garganta, o semblante é
distorcido, os olhos piscam, brinca com as próprias mãos, comporta-se como
um louco, expele excrementos inconscientemente, etc... Se a doença passar por
este estágio de delírio e mania, Hyos- cyamus niger tem total indicação para o
caso.” Em um terceiro estágio, posterior, praticamente de paralisia mental e
física, podem ser necessários os “Dulcis Spiritus Nitrus”, diz-nos ele. Nós
reproduzimos na revista HOMEOPATH Y, de julho de 1935, esta descrição
muito interessante do tratamento bem sucedido de Hahnemann da terrível
epidemia que seguiu-se às Guerras Napoleônicas. Trata-se de um estudo muito
útil.
* * * * *
Os sintomas CORÉICOS\de Hyoscyamus são suficientemente definidos e
inconfundíveis. “Todos os músculos do corpo se contraem, dos olhos aos
artelhos.” “Estado de constante eretismo; nenhuma simples parte do corpo,
nenhum músculo isoladamente permanece em descanso por um momento
sequer. Movimentos convulsivos. Espasmos clônicos.”
A coréia de Hyoscyamus, ao contrário “dos movimentos giratórios de Stram”
tem repuxões angulares grosseiros que arremessam o corpo do paciente e
tornam algo simples como colocar a língua para fora em algo capaz de virá-lo
do avesso num solavanco. Hughes fala também de “coréia local" - piscadelas,
gagueira, repuxões da face.
* * * * *
íi
Ná EPILEPSIA de Hyos. ocorre, antes do ataque, vertigem, zumbido no
ouvido, faíscas ante os olhos, fome torturante; durante o ataque, a face fica
púrpura, os olhos salientes, grita, range os dentes e tem enurese: seguidos de
sopor e ronco. Bell. tem espasmos da laringe e aperto na garganta durante o
ataque. Em Stram. há o risus sardonicus e movimentos impulsivos da cabeça para
a direita. Stram. tem também “um olhar amigavelmente estúpido”.
É claro que Hyoscyamus é “maravilhosamente homeopático” para
DELIRIUM TREMENS e HIDROFOBIA. Citaremos por extenso uma nota de
rodapé de Hahnemann (Matéria Medica Pura - Hyoscyamus). Ele nos diz que:
* Para alguns casos de hidrofobia Belladonna é curativa, para outros
Stramonium, enquanto que para outros (de acordo com os sintomas que ele
enumera), Hyoscyamus. “Bell”, ele diz, “efetuou algumas curas perfeitas, e faria
isso mais freqüentemente, se não houvesse sido já adminis-
HYOSCYAMUS NIGER 445
* * * * *
“Hyoscyamus é uma droga de sintomas surpreendentemente alter- nantes.
Como a necessidade de freqüentes evacuações que ocorrem com o uso de
meimendro se alternam com as fezes demoradas e a ausência da vontade de
evacuar; mas a primeira parece ser a ação primária principal.” Hahnemann, de
fato, sente uma ação duplamente alternada entre 'muita vontade com raras
evacuações e evacuação mais freqüente com pouca
446 HYOSCYAMUS NIGER
* ****
SINTOMAS EM NEGRITO
Língua vermelha ou marrom; seca, rachada, dura, parece com couro queimado.
Ou limpa, ressecada: branca, trêmula. Boca espumante.
Sujeira nos dentes e na boca. Range os dentes.
HYOSCYAMUS NIGER 449
Muito catarro na laringe e nas passagens de ar, que tomam a voz e o discurso
difíceis de serem entendidos.
Tosse quase incessante enquanto está deitado; desaparece ao sentar-se. TOSSE
seca durante à noite.
Tosse à noite; freqüente tosse notuma, que sempre o desperta, após o que
adormece novamente.
Soporprofundo.
Insônia: insônia contínua e prolongada; por conta de uma atividade mental
tranqüila.
Incapaz de dormir a noite toda: vira-se de um lado para o outro, não consegue
ficar quieto. (Ars.)
Desperta sobressaltado do sono como se levasse um susto.
Intensa insônia das pessoas irritáveis; excitáveis, por problemas com os negócios-
em geral imaginários.
Insônia, ou sono constante, com resmungos.
Insônia contínua.
Não suporta que lhe falem, nem o mínimo barulho durante calafrio. SINTOMAS
CURIOSOS OU CARACTERÍSTICOS
Ele fala demasiadamente sobre quase todas as coisas que uma pessoa
450 HYOSCYAMUS NIGER
Hypericum ou Erva de São João - erva muito abençoada para o alívio da dor,
assim chamada através dos séculos em consideração ao querido discípulo de
Cristo, possivelmente por analogia decorrente do fato de ter sido usada para
propósitos curativos por este. (Poder-se-ia citar muitas ervas que adquiriram
seus nomes da mesma maneira). Se o nome fosse apenas uma concessão
eclesiástica, seria certamente Erva de São Lucas, porque foi Lucas “o médico
querido”.
Entre as ervas para ferimentos e contusões de nossa terra, nenhuma rivaliza
com Hypericum pelo seu poder curativo sobre os nervos traumatizados e para
traumatismos especialmente de partes ricas em nervos. Nestes casos ela é usada
externa e internamente.
Lembramo-nos de horas felizes, perambulando pela floresta de Sur- rey,
passadas com uma certa herborista, cuja mãe havia sido criada de Lady
Shrewsbury, uma grande estudiosa das ervas, de quem o saber herdou.
Criamos o hábito de esmagar ervas entre os dedos com essa herbolá- ria,
para extrair e inalar seu aromas e fragrância. De acordo com ela, a saúde
acompanha aqueles que freqüentam as matas e provam seu perfume. A mulher
costumava dizer: “há duas ervas de cada espécie”, isto é, a real (medicinal) e
sua imitação, que para os não iniciados parece curiosamente igual, mas não tem
valor medicinal. Mas esmague-as e veja! Esmague Hypericum-flores, talos ou
folhas e você nunca esquecerá seu aroma curioso, quase resinoso, que persiste
nas tinturas. Esmague as pequenas flores amarelas da erva de São João e, para
sua surpresa, haverá manchas vermelho-escuras entre os seus dedos, decorrente
das glândulas que existem na base das flores; e por isto a tintura tem uma linda
cor vermelha. Mas você saberá, com segurança, que encontrou a nossa erva
medicinal Hypericum perforatum ao segurar suas folhas estreitas contra a luz e
observar os pontos translúcidos, cora que estão salpicadas. Estes “poros”,
juntamente com as “manchas de sangue”, sugeriram aos pesquisadores antigos
“signaturas” do uso da planta para ferimentos e para feridas perfurantes.
Aquela “Doutrina das Assinaturas!” - não se supõe que se mencione isto
nestes dias materialistas, pois, você vê, isto é quase tão absurdo quan
452 HYPERICUM
mente nas partes nervosas ... O ungüento abre as obstruções, desfaz os inchaços
e cicatriza os ferimentos...”
E Kent nos dá um de seus retratos descritivos dc Hypericum: “Quando as
extremidades dos dedos das mãos ou dos pés foram contundidas ou la- ceradas,
ou uma unha arrancada, ou um nervo é comprimido contra o osso por uma
pancada, e aquele nervo inflama-se, e a dor estende-se para o corpo com dores
em agulhadas ou pontadas, ou penetram pelo corpo a partir do local do
traumatismo, uma condição perigosa está se iniciando. AqmHypericum está
acima de todos os remédios, é o primeiro em que devemos pensar... Há a
ameaça de trismus.”
“Ou,” ele diz, “Um cachorro indócil que morda um dedo, ou a mão ou o
pulso e corra seus dentes através do nervo radial ou algum dos seus ramos na
mão, causando uma laceração... ou se o ferimento abrir-se muito, inchar, sem
tendência para curar-se, parecer seco e brilhante nas suas bordas; vermelho,
inflamado, ardente, com dores em ferroadas ou ras- gantes; sem um processo de
cicatrização. Tal ferimento necessita deHy- pericum. Ele previne o tétano. Um
sapateiro pode furar seu polegar com uma agulha, ou um carpinteiro pode ferir
seu dedo com uma tachinha, e eles poderão não dar muito importância ao fato
naquele momento, mas à noite violentas dores penetrantes estender-se-ão ao
longo do braço. O médico alopata olhará para isso como um caso grave porque
ele já antevê a possibilidade de trismus ou tétano. Quando essas dores
aparecerem, Hypericum as cortará e desde esse estágio até os mais avançados de
tétano com opistótono e trismus, Hypericum é o remédio.
“Ferimentos perfurantes, mordidas de ratos, gatos etc., são sanadas por
Ledum, mas se as dores ascendem a partir do ferimento para o nervo do braço,
então são mais semelhantes a Hypericum ... Traumatismos de coluna... do
cóccix...”
A Palestra de Kent sobre Hypericum, na qual eíe o compara com outros
remédios, é uma obra-prima. Podemos reproduzi-la em parte, mais tarde.
Trismus... Um dos casos em que Hypèricum foi curativo em trismus é dado
pelo Dictionary de Clarke. Foi em um garoto, mordido no dedo por um rato
doméstico. Um tempo depois ele ficou assustadoramente doente; quase nem
conseguia falar; os maxilares estavam firmemente cerrados; o pescoço tão
rígido que dificilmente podia ser movido. Havia uma grande sensibilidade ao
redor do ferimento. Hypericum na 500a. potência, diluído em água, foi
administrado às 8 horas da noite e a cada 15 minutos, no início, e depois de 2
em 2 horas. Por volta das três horas da madrugada houve uma melhora e ele
dormiu, na manhã seguinte já se encontrava praticamente convalescendo.
Agora algumas ilustrações caseiras de nosso próprio conhecimento, que são
contadas brevemente, mas mostram que Hypericum não perdeu
454 HYPERICUM
uma forma de espirrá-lo sobre os joelhos do animal, que não deviam ser
cobertos, mas sim constantemente pulverizados. Os joelhos sararam rapi-
damente, não ficando nenhum sinal que pudesse demonstrar o que lhe havia
acontecido. Essa foi a maneira mais simples e limpa de orientar o tratamento
de tal paciente no estábulo.
“Para fechar os lábios das feridas ...” Um professor universitário passou uns
dias em nosso hospital na época do Natal, e uma coisa que ele levou consigo foi
um profundo respeito por Hypericum. Uma garota havia caído portando um
copo e, entre outros ferimentos, fez um corte feio no lábio, e um pequeno
pedaço deste ficou faltando. Foi feita meramente uma compressa de Hypericum
naquela noite e o lábio estava curado pela manhã.
“Ao in vés deAmica, quando a pele está rompida e o traumatismo é muito
doloroso.” Um caso: Ele havia ido passar o fim de semana na fazenda, como de
costume, e no sábado pela manhã, saiu com o cabriolé, para passear com os
cavalos pelo campo. Eles estavam indóceis nesse dia, porque um estranho
esteve tocando gado com eles. Subitamente um potro deu um coice e o atingiu
no lado externo da perna, logo abaixo do joelho. Ele caiu e com muita sorte
escapou de uma segunda patada que parecia ao espectador que lhe atingiria o
abdome. Com grande esforço, conseguiu subir novamente no veículo e com
muita dor dirigiu de volta até a sua casa. A pele estava rompida, de forma que
não era um caso deAmica. Houve uma corrida para achar a erva de São João,
sobre a qual colocou-se água fervendo e então foi aplicada sobre o ferimento. A
dor foi embora num passe de mágica. Ela tinha quase oitenta anos e havia
muito pouco tecido entre a pele c o osso, de forma que a cicatrização deveria
ser lenta; mas ele estava completamente curado na segunda feira, quando voltou
para trabalhar em Londres, embora ainda mancando. Uma avaliação da gravida-
de do traumatismo foi feita através da descoloração que gradualmente se
espalhou, como uma equimose imensa ascendendo pela coxa, sendo que a
contusão ocorreu abaixo do joelho.
“Para abscessos...” Durante a guerra, uma garota foi enviada ao Hospital
pelo médico local, com um abcesso na palma da mão, no lado externo, muito
tenso e dolorido. Ele havia feito uma incisão, mas não achando pus, enviou-a
para uma operação posterior. Ela chegou pela manhã e apenas foi medicada
com Hypericum internamente e foi feita uma compressa do medicamento em
toda a mão. Quando examinada à tarde, a dor havia cessado, a tensão havia
desaparecido e o pus estava drenando. A cura foi rápida. Isto é o que Culpepper
quer dizer quando ele fala: “abre as obstruções e dissolve os inchaços”. E ele o
dissolveu!
Um certo carpinteiro em um teatro estava colocando um revólver para
efeitos teatrais, quando acidentalmente a arma caiu de suas mãos, com o cano
voltado para elas e conseqüentemente, o cartucho alojou-se na pal
456 HYPERICUM
ma de sua mão. Ele foi atendido em um hospital, semana após semana, onde
fizeram o que acharam necessário e alternadamente embebiam a ferida e então o
mandavam embora com um curativo seco. O homem estava sofrendo
brutalmente e muitas noites passou sem dormir devido à dor. Então alguém
recomendou que ele fosse ver o que um homeopata poderia fazer por ele. Ele
tomou Silica, uso interno e uma compressa de Hype- ricum, com alívio
instantâneo da dor, voltando a conseguir dormir. Então, em poucos dias,
começou a haver uma secreção tão mal cheirosa que uma compressa dcLysol foi
usada como experiência, mas não adiantou e usou- se Hypericum novamente.
Então, em poucos dias, quando o pus foi espremido, irrompeu-se um fragmento
fétido do cartucho e no outro dia mais um, e então sarou maravilhosamente.
Mas um tendão foi destruído e um dedo ficou sem controle, uma lembrança do
momento em que quase perdeu a mão.
Um homeopata leigo já falecido, enviou Hypericum a um sargento escocês
na frente de batalha. Ele publicou o seguinte no Oban Times, em 1 de maio de
1915 e este foi reeditado como um folheto.
dinária.
Este é somente um dos muitos casos que eu poderia lhe contar, e embora
espere nunca precisar usar esse medicamento em mim, estou contente de
possuí-lo para poder ajudar os demais.
Acho que já tomei muito do seu tempo, mas informarei você a respeito de
outros casos mais tarde.
Atenciosamente,
_________ Sargento W. M.
SINTOMAS EM NEGRITO
IGNATIA
459
460 IGNATIA
os outros sintomas mórbidos físicos assemelhem-se àqueles que essa droga pode
produzir.
“Mesmo cm alta potência Igriatia é o principal remédio para os sujeitos que
não têm tendência para reagir violentamente ou para vingar-se, mas que
guardam seus aborrecimentos consigo mesmos; nos quais a lembrança de uma
ocorrência vexatória tende a ficar gravada na mente, e especialmente nos
estados mórbidos que são produzidos pelas ocorrências que causam mágoa.”
Com relação à epilepsia ele diz; “Ataques de epilepsia, até mesmo crônica,
que somente ocorrem após mortificação ou alguma situação vexatória similar
(e não por nenhuma outra causa) podem ser evitados com a administração
oportuna de Igriatia. Ataques epiléticos que ocorrem em pessoas jovens após
um grande susto, antes que os ataques se tornem muito repetitivos, também
podem ser curados com algumas doses dc Igriatia. Mas é improvável que os
ataques epiléticos crônicos de outra natureza possam ser ou foram curados por
esse medicamento... Igriatia é aplicável e curativo somente nos ataques súbitos e
nas doenças agudas.”
E, com respeito a Igriatia, ele diz: “é melhor administrar uma dose (pe-
quena) pela manhã, se não houver razão para pressa. Quando dada antes da hora
de dormir ela causa inquietação durante a noite.”
sede e a face vermelha durante os calafrios, etc... Sente alívio por uma micção
profusa e aquosa.
Ele diz qu& Ignatia, da mesma forma que Acon., Cham. e Nux, parece exaltar
a impressionalidade de todos os sentidos, mas diferentemente dos outros, tem
um elemento marcante de tristeza e uma disposição para pena silenciosa.
s
cuidado, por receio que a região esteja muito dolorida e descobrirá que não há
dor; às vezes totalmente sem dor, outras vezes melhora com uma forte pressão
sobre a região afetada. Isto não é surpreendente?
“Você examina a garganta do paciente e ela está túmida, inflamada,
vermelha; ele se queixa de dor de garganta. Naturalmente você não a tocará com
o abaixador de língua por medo de machucá-la. Você tem todas as razões para
supor que engolir alimentos sólidos deve ser dolorido. Mas ao perguntar ao
paciente quando a dor aparece, a resposta será: 'Quando eu não estou engolindo
algo sólido.' A dor melhora pela deglutição de qualquer coisa sólida, pela
pressão. E dói em todos os outros momentos.
“Do ponto de vista do comportamento mental, o paciente faz as coisas mais
incríveis e inesperadas. Parece não possuir regras para agir, nem filosofia, nem
uma mente estável nem crítica. Encontraremos o oposto do que pode ser
esperado dele. O paciente sente-se melhor deitado sobre o lado dolorido; assim,
ao invés de piorar a dor, esta melhora. 'Dor como por uma unha cravando-se
num lado da cabeça’, e somente é possível obter alívio deitando-se sobre ela, ou
pressionando o local da dor, o que faz com que ela passe.”
Kent diz que o estômago também é estranho em seus sintomas de indi-
gestão. Que comida leve e os alimentos mais simples são dados, porque ela
esteve vomitando durante dias, e não consegue manter nada no estômago.
“Trata-se de um estômago histérico”, e então ela come um pouco de repolho cru
ou cebolas cortadas e a partir daí se sentirá bem.
O mesmo em relação à tosse. Ele diz que quando as pessoas tossem devido à
irritação, à sensação de plenitude, ou o desejo de expelir algo, então tossir é
aliviante. Mas quando a irritação ocorre a um paciente Ignatia, você tem mais
uma vez o inesperado: porque quanto mais ela tosse, maior é a irritação que leva
a tossir, até que a irritação fica tão intensa que elee apresenta espasmos. Você
pode ser chamado à cabeceira de um paciente que quanto mais tosse, maior é a
irritação que leva a tossir e ela fica coberta de suor, senta-se na cama com sua
roupa de dormir encharcada pelo suor; vomitando, tossindo e com ânsia de
vômito, coberta pelo suor e exausta. Não espere. Você não pode fazê-la parar de
tossir por tempo suficiente para que possa lhe dizer algo a respeito do que sente,
você somente verá que a tosse torna-se cada vez mais violenta. Ignatia fará
cessar a tosse imediatamente. Ou quando há espasmos da laringe devido a dis-
túrbio mental, medo ou mágoa, um laringismo que pode ser ouvido por toda a
casa. Ignatia fará isto cessar imediatamente.
Há sede quando você não a espera; sede durante o calafrio, mas nunca
durante a febre.
Vontade de tossir que parte da laringe, não aliviada tossindo, mas somente com
a supressão da tosse.
Sensação de pó seco na garganta, não aliviada por tossir; mas mais excitada
quanto mais ele se permite tossir. A inspiração é impedida como quando se coloca
um peso sobre o tórax do paciente; a expiração é mais fácil.
Dor única e violenta, sentida somente quando é tocado, aqui e ali, sobre um
pequeno ponto, por exemplo, nas costelas, etc.
Sono tão leve que ouve tudo o que se passa, enquanto está dormindo. Idéia fixa
num sonho. Sonha a noite inteira o mesmo assunto.
Ronca durante o sono.
Uma droga bastante útil quando usada nas suas indicações singulares:
intolerância ao calor; fome excessiva com emagrecimento; emagrecimento com
inchaço glandular; inquietação intensa com apreensão.
A droga foi experimentada por Hahnemann que fala (Doenças Crônicas)
dela como um medicamento heróico, mesmo quando empregado nas potências
mais altas; mas ele diz: “seu uso requer toda a prudência de um bom médico
homeopata, para que não haja abuso desta substância... como os médicos
alopatas costumam fazer ...”
Ele diz que a droga foi especialmente útil nas afecções com os seguintes
sintomas: Tontura pela manhã; pulsação na cabeça; dor como se tivesse com
escoriação nos olhos; zumbido nos ouvidos; dificuldade para ouvir; língua com
cobertura; ptialismo mercurial; gosto ruim como de sabão; eructações azedas,
com sensação de queimação: azia após ingerir alimentos pesados; fome canina;
náusea; flato encarcerado; abdome distendido; constipação; micção noturna;
atraso menstruai; tosse; tosse crônica pela manhã; dificuldade para respirar;
inchaço externo do pescoço; fraqueza dos braços, pela manhã na cama; os
dedos ficam dormentes; curvatura dos ossos; secura da pele; suores noturnos.
Ele cita também resultados de experimentações realizadas por outros
médicos; e então nos fornece um esquema de sintomas, na ordem usual das
experimentações.
SINTOMAS EM NEGRITO
Diátese escrofulosa.
Estados caquéticos, com debilidade profunda e grande emagrecimento.
* * * ifc *
* ****
FARRINGTON escreve a respeito de Iodo: Todos os halogênios podem ser
considerados pela sua grande característica: eles agem na laringe e nos tubos
bronquiais: sobre as membranas mucosas em geral. Eles decididamente irritam
as membranas mucosas, produzindo uma violenta inflamação, aspereza e
escoriação, como qualquer um pode testemunhar se já tiver inalado a fumaça do
Cloro, do Iodo ou do Bromo. Todos produzem espasmos da glote e isto é mais
marcante e característico no Cloro. Todos tendem a produzir formações
pseudomembranosas sobre as membranas mucosas.
O Iodo afeta especialmente as estruturas glandulares, estendendo-se a outros
tecidos e envolvendo finalmente até mesmo as estruturas nervosas. O paciente
sente alívio ao alimentar-se; apesar da quantidade de co
472 ÍODUM
mida ingerida, ele emagrece. Mais cedo ou mais tarde, o sistema nervoso torna-
se envolvido e ele é dominado por tremores... Cada pequeno aborrecimento
causa tremor. Deseja ar livre, como se o ar fresco e frio lhe desse mais saúde...
A tísica pulmonar pode chamar por lodo. Indicado para os jovens que
crescem muito rapidamente e tornam-se muito magros, apresentam tosse seca,
que é excitada por coceira nas vias respiratórias. Não conseguem suportar um
quarto quente. A expectoração espessa e com filetes de sangue. Fraqueza no
peito, especialmente ao subir escadas. O paciente tem um apetite enorme e
sente alívio ao comer.
O coração está aumentado: palpitação após qualquer trabalho manual.
Sensação como se o coração fosse sendo comprimido por uma mão firme. O
paciente dificilmente consegue falar ou respirar, de tão fraco que se sente. Na
doença valvular há uma sensação de vibração sobre o coração, como se você
estivesse acariciando um gato que está ronronando. (Spigelia).
As crianças choram pedindo seu jantar, sentem-se melhor enquanto comem,
mas não ganham peso. Irritabilidade mental excessiva...
O Iodo pode ser indicado no câncer do útero, particularmente com he-
morragias profusas. A leucorréia é característica, amarela e muito corrosiva ...
* * * * *
KENT expressa a ansiedade peculiar de lodo, tanto mental quanto física;
ansiedade com uma aflição tal que necessita mudar de posição, e manter-se
parado é simplesmente impossível. Se ele tenta manter-se quieto, ele é
atormentado com impulsos de violência; “e então ele anda dia e noite!”, embora
exausto com o caminhar e suando abundantemente com o mais leve exercício.
Hipertrofia: aumento das glândulas; fígado, baço, ovários, testículos,
gânglios linfáticos: de todas as glândulas com exceção das mamárias, que
diminuem; enquanto todas as demais tomam-se aumentadas, nodulares e duras.
Aumento especialmente dos gânglios linfáticos do abdome e dos gânglios
mesentéricos.
Com lodo, “enquanto o corpo definha, as glândulas aumentam. As glândulas
crescem em proporção à diminuição do corpo e emagrecimento das pernas e
dos braços, como no marasmo. Os músculos encurtam-se, a pele se enruga, até
quee a criança ficar parecida com um pequeno velho.”
O lodo sempre está faminto: sente-se aliviado enquanto come e está em
movimento. Apesar de ter fome e comer muito, ele sempre emagrece.
Ele compara lodum com Arsenicum. Inquietação com grande ansiedade;
intenso desassossego; precisa sempre estar fazendo alguma coisa.
IODUM 473
IODUM
A Escola Antiga estuda e faz experiências com drogas, ensinando sua ação
fisiológica e estipulando as máximas doses não letais para adultos e crianças. A
Homeopatia estuda e emprega, em geral, as mesmas drogas, mas pelos seus
efeitos exatamente opostos e na delicada dosagem de estimulação vital.
O conhecimento das drogas na Escola Antiga é então somente um meio-
conhecimento, isto é, da sua ação bruta, tóxica e subversiva; e é somente em
poucos casos que ela as reconhece e emprega pela sua ação homeopática.
Ipecacuanha é interessante por ser uma das drogas que a Alo- patia usa para
curar homeopaticamente; usa-a de ambas as formas, quer dizer, para provocar e
para curar o vômito. Especialmente no vômito da gravidez que, esquecendo a
dose emética de “15 a 30 grãos”, é dada em uma dose mínima de Ipecacuanha
em vinho. Ela age para nós em potências altas e altíssimas. Ipecac. 200 é uma
prescrição vigorosa.
Mas, nas pessoas sensíveis, como demonstraremos mais tarde, Ipecac. pode
causar, e portanto curar, os ataques mais terríveis de asma e sufocação, e é mais
do que um seguro emético universal. Seus envenenamentos e experimentações
são interessantes, vividos e instrutivos.
* ****
Ver-se-á que Asma tem uma grande magnitude nos envenenamentos e
experimentações de Ipecacuanha, conforme as seguintes citações condensadas
da Cyclopedia of Drug Pathogenesy. A confirmação clínica no uso da droga tem
levado a uma ênfase especial sobre suas propriedades nauseantes, provocativa e
curativa, e a “náusea não aliviada pelo vômito” e “náusea constante com a
língua limpa” têm sido os principais sintomas sugestivos para sua prescrição
médica. Mas nos problemas do peito, com agonia por dispnéia e sufocação,pode
haver pouca ou nenhuma náusea. Ou, novamente, pode haver náusea com
esforços violentos para vomitar e tossirão mesmo tempo, produzindo um
indescritível terror de sufocação, que parece ameaçar a vida.
HALE WHITE nos conta que a droga não afeta somente o estômago, mas o
centro do vômito ocorre na medula, o que poderia ser o responsável pela língua
limpa? - nos casos característicos.
474
IPECA CUANHA 475
grande quantidade da droga que ele recebera e colocou-a num vidro. Não
demorou muito para ela reclamar que sua garganta estava afetada e sentia uma
opressão sobre o peito com dificuldade de respirar. Ela sentia-se bastante
doente durante a noite e às três horas da madrugada, ofegante para respirar
junto à janela, pálida como a morte, com o pulso difícil de ser sentido, quase se
sufocando. Sangria e láudano tinham pouco efeito. Por volta das onze horas da
manhã ela levantou-se após ter adormecido um pouco, e passou um pouco
melhor até anoitecer. Isto repetiu-se durante oito dias, e de maneira mais
amainada por mais seis dias. Um retorno leve da menstruação ocorreu no meio
desse tempo; soltava às vezes pequenas quantidades de sangue; e havia também
algum sangue misturado à sua urina e fezes.
3. Um médico, ao aviar uma dose em pó de Ipecac., foi subitamente atacado
com uma asma violenta, uma dispnéia angustiante e opressão precordial.
Apesar da sangria e do uso de catárticos, isto durou cinco ou seis dias... Mais
tarde, tendo a oportunidade de tomar um emético, ele escolheu o vinho de
Ipecac. No momento em que ele engoliu o remédio, sentiu a garganta e o
estômago como se tivesse bebido chumbo derretido... a aflição transformou-se
em um de seus piores ataques de asma e desde aquela vez ficou sujeito a tê-los
sempre que fosse exposto à droga ou ao vapor de enxofre... Ele observou, em
alguns de seus ataques, que quando havia expectoração livre, pelas manhãs,
eliminava bocados de matéria que qualquer pessoa poderia supor serem
pequenos vermes transparentes, mas que de fato, eram um muco espesso, que
havia sido armazenado nos bronquíolos durante o sono e lhe vinham à boca
agora, arremessados para fora como moldes destes tubos, em tal quantidade
que chegava a surpreendê-lo que pudesse ter tido ar suficiente nos pulmões
durante o sono, a fim de que não morresse sufocado.
4. Outro sofredor, um médico, supondo que era somente o pó inalado que
poderia fazê-lo sofrer, colocou um pouco do pó da raiz d Q Ipecac. em água
morna e ingeriu a mistura, tendo esta sido preparada em uma parte distante da
casa. No tempo normal para um emético agir parecia haver necessidade de
fazer um esforço simultâneo para respirar, vomitar e tossir, produzindo um
estado de sufocação totalmente indescritível através de palavras. Todos os
músculos do peito e do abdome pareciam estar em um estado de violentos
espasmos irregulares, cada esforço feito para vomitar era interrompido pela
tentativa de tossir. Embora um vento frio de março soprasse, ele tinha que abrir
completamente a janela e ficar em posição ereta por cerca de uma hora para
evitar a sufocação imediata, o que momentaneamente era esperado pelos seus
amigos. O ataque subitamente passou e a seu pedido puseram-no na cama; a
respiração estava livre, mas a fraqueza era extrema e a superfície do corpo
estava ardendo e coberta por uma erupção como erisipela por toda a parte. As
manchas
IPECACUANHA 477
eram circulares, do tamanho desde uma moeda até a palma de uma mão,
elevadas com as bordas espessas e arredondadas de cor vermelho-vivo...
5. Em outro caso, onde uma pequena quantidade do pó de Ipecac. havia sido
espalhada, “eu” fui instantaneamente atacado por um dos mais assustadores
paroxismos de asma, sensação extrema de sufocação, opressão precordial, e a
náusea mais extenuante, esforços convulsivos mas não eficazes para vomitar
com espasmos simultâneos do diafragma e dos músculos do peito e abdome,
produzindo um estado de sofrimento tamanho que não é possível ser descrito...
A quantidade de Ipecac. inalada foi infinitesimalmente pequena.
6. Em alguns casos, há dor nos olhos e perda da visão, com lacrimejamento
copioso causado por triturar ipecac., sendo que em um dos casos houve náusea e
vômito. Viu faíscas ante os olhos e acordou mais tarde com dores violentas nos
olhos e o travesseiro estava molhado. O olho direito estava pior: quase cego, e
vendo com o olho esquerdo anéis de fogo iridescente. A dor era incessante e
agravada com a luz brilhante.
* * * * *
Hahnemann diz, “Será visto decorrente dos seguintes sintomas” (ex-
perimentações), “embora eles não sejam completos, que esta poderosa planta
não foi criada meramente com o propósito de causar um esvaziamento forçado
do estômago através do vômito (que, na maior parte dos casos, é tida como uma
das mais inúteis crueldades da prática comum), mas que objetivos curativos
maiores e mais importantes são conseguidos por seu intermédio.
“... Podemos aprender a partir de seus sintomas que, como ela pode aliviar
em alguns casos a tendência ao vômito similar ao seu próprio, então ela deve,
como a experiência tem mostrado, exercer uma ação específica curativa mais
particularmente nas hemorragias, na dispnéia paro- xística e espasmódica e nos
espasmos sufocantes e também em alguns tipos de tétano, desde que era todas
essas afecções os demais sintomas do paciente tenham uma característica
similar àqueles de Ipecac.
“Certos tipos dc febre intermitente são de tal forma que essa raiz é seu
remédio adequado, como se depreende de seus próprios sintomas, à medida que
esteja presente uma maior semelhança homeopática àqueles sintomas do caso da
febre do que em outros medicamentos. Se a seleção não for exatamente
adequada para este propósito, a droga em geral deixa a febre em um estado no
quaMm/ca (em outros casos China, Ignatia ou Cocculus) é o remédio.”
Ele a usou como um antídoto após abuso contínuo da casca dc Cincho- na ou
para problemas decorrentes do emprego inadequado de Arsênico.
Ele diz que somente doses muito pequenas são indicadas: ele costumava
usar um milionésimo de um grão (a terceira centesimal), mas diz
478 IPECACUANHA
que essa dose poderia ser ainda mais diminuída; e ele nos conta que é um
remédio de ação curta, desde um par de horas até dificilmente um par de dias.
(Mas nós sabemos que se trata de um remédio magnífico nos casos de asma,
por exemplo, na 200a. potência, quando ele “age” por um longo tempo.)
* ****
GUERNSEY (Keynotes) diz: “Uma das melhores orientações para o uso
desse remédio é um constante e ineficaz desejo de vomitar; ou imediatamente
após o vômito, há a vontade de vomitar de novo; com náusea constante.
“Aversão à comida... Não obtém alívio vomitando, o enjôo ainda per-
manece.
“Ataques de sufocação... tosse sem expectoração; com expectoração
sanguinolenta; sem acordar o paciente.
“Ameaça de aborto; com uma dor aguda beliscante ao redor do umbigo que
desce em direção ao útero, com náusea constante e descarga de um sangue
vermelho brilhante ... metrorragía, em geral após o parto, com pulso baixo,
náusea etc. Há um fluxo constante de sangue vermelho, brilhante, que pode
molhar o chão através da cama ou se espalhar até o pé da cama. Onde houver
esse fluxo constante de sangue vermelho brilhante, dê Ipecac. e não recorra a
aplicações, manipulações, etc.”
Ele receitava Ipecac. para dismenorréia com dor característica ao redor do
umbigo, que corre para o útero.
♦ ****
KENT é especialmente elucidador com respeito aos usos de IPE-
CACUANHA. Nós o citaremos resumidamente.
A maior parte de suas queixas agudas começam com vômito.
Todas as queixas em Ipecac. são acompanhadas mais ou menos por náusea;
cada pequena dor ou transtorno é acompanhada por náusea.
A tosse causa náusea e vômito: o paciente tosse até que a face fique
vermelha e ocorra sufocação e ânsia de vômito.
Com cada pequena perda de sangue de qualquer parte do corpo, há náusea,
desmaio e fraqueza.
Daí seu valor na hemorragia uterina: sangue vermelho, brilhante com
náusea.
A grande náusea esmagadora percorre todo o remédio, acompanhando seus
sintomas.
Ipecac. atua melhor quando não há sede.
Com a febre ou o calafrio de Ipecac., há dor na parte posterior da cabeça:
plenitude com congestão; uma sensação de compressão na cabeça e na nuca;
muita dor de cabeça.
IPECA CUA NHA 479
* Pirogênio tem uma grande reputação nos Estados Unidos pelo seu poder de expelir a pla centa
retida, e isto também foi observado em vacas..
480 IPECA CUANHA
Mas, ele nos lembra que quando com o jorro de sangue vermelho bri-
lhante há um medo da morte oprimente, Aconito. Ou Phosphorus, onde
há uma grande sede de água gelada, e embora tudo tenha ocorrido de ma-
( neira ordenada e você não tenha razão para esperar tal hemorragia. Ou
nas mulheres magras que sofrem de febres; desejam descobrir-se e re-
(
frescar-se; com uma hemorragia alarmante com coágulos, ou somente
( com uma perda de sangue escuro e líquido, você dificilmente conseguirá
( atuar sem Secale. “Uma simples dose de ura destes medicamentos”, ele
diz, “sobre a língua, interromperá a hemorragia tão rapidamente que, em
suas experiências iniciais, ficará surpreso. Você imaginará se não é pos-
( sível que tenha parado por si só.”
“Ipecac. é cheia de hemorragias”.. . também de resfriados, epistaxe,
(
asma e convulsões.
Com relação às últimas, ele diz, “Como um medicamento convulsivo,
Ipecac. não ébem conhecido. As convulsões na gravidez, na tosse compri-
(
da; espasmos assustadores, que afetam todo o lado esquerdo”... “Bell.,
{ etc. são mais freqüentemente faladas nos livros e nos tratados sobre es-
( pasmos, apesar de Ipecac. ser um remédio tão importante quanto, com re
lação aos espasmos, e sua ação na medula.
(
Nas erupções suprimidas onde manifestações agudas do estômago e
( dos intestinos ocorrem a seguir, e háresfriado que seinstala no peito de-
( corrente das erupções suprimidas. Ele diz ainda que também cura erisipe- las,
onde há vômito, calafrio, dor nas costas, falta de sede e náusea oprimente.
* * * * *
E agora deixemos que NASH fale de sua experiência. Aqui está seu resumo
...
Náusea persistente, que nada é capaz de aliviar, que ocorre em muitas
queixas.
( Dor de cabeça como se tivesse uma contusão, em todos os ossos da
( cabeça, descendo para a raiz da língua, com náusea.
Fezes como se fermentadas, ou verdes como grama, com cólica e náusea.
( Hemorragias do útero; sangue brilhante e profuso, e respiração pesa
da, com náusea.
Tosse espasmódica ou asmática; grande debilidade e respiração ofe- (
gante; a criança torna-se rígida e azulada.
Dor nas costas, calafrio curto, febre prolongada, febre normalmente com
sede; ocorrendo dor de cabeça atormentadora, náusea e por último suor; náusea
durante pirexia.
( Melhor que quinino na febre intermitente ou após seu abuso, quando
os sintomas concordam.
(
(
IPECACUANHA 481
$ * * 9f: *
SINTOMAS EM NEGRITO
Febre: dor nas costas, calafrio curto, febre longa; febre geralmente com sede, dor
de cabeça, náusea e tosse.
Paroxismos suprimidos por quinino.
* * * * *
Os efeitos de Ipecacanha nas hemorragias uterinas, com os sintomas típicos
deste remédio, são tão marcantes e tão importantes que nós adicionaremos os
seguintes casos do Dr. J. R. Haynes, USA, acidentalmente
484 IPECA CUA NHA
ventre, a pele do abdome eslava quente; a transpiração era pouca. Mie - ções
freqüentes e em pequena quantidade. O fluxo vinha em jorros. Ela se sentia débil
e enjoada, com uma ceíaléia ialejanie e a face pálida e sem sangue (? decorrente
da perda de sangue), com uma aparência doentia. A língua bra nca,... boca
pegajosa, tosse com muco viscoso na laringe ... O lluxo ficava pior com o
movimento, embora ela estivesse inquieta e não conseguisse manter -se calma,
pensando que ela nunca ficaria bem nova mente c o que seria de sua pequena
filha...
Ipecac. 200 em água, uma colher de chá de hora em hora, e logo que o fluxo
começasse a parar, então que jogasse esta fora e tomasse placebo. Após a
terceira dose a hemorragia era tão pouca que ela parou de tomar a Ipec. Pela
manhã, havia meramente uma descarga pequ ena que continuou por um par de
dias, e então parou totalmente. Não houve problemas futuros por muitos meses.
Eu a vejo freqüentemente.
Sra. B., (24) escura, olhos e cabeios pretos, meio gorda. Casada, com um
filho de dois anos. Meio triste, encontrava pro blemas a toda hora.
Tomada subitamente por uma hemorragia uicrina, vennelho-brilhan- te. que
vinha aos jatos; começou com uma náusea dcbilitante. ânsia de vômito. A face
sem sangue; pulso pequeno e rápido, 120; pés frios e suados, abdome quente;
suor viscoso na face; dor de cabeça global; dor como peso nas costas, piorando
com o movimento. Peito dolorido; ataques de tosse espasmódica que agravavam
a hemorragia c provocavam o sjatos de sangue. Pressão forte no baixo ventre e
antes do jato de sangue sentia uma cólica considerável na região uterina. Triste c
desesperada, “sabia que iria sangrar até a morte". Melhorava quando ficava e m
repouso absoluto, mas não conseguia manter -se assim. O lluxo piorava quando
cia se movia, o que causava um jato e a deixava mais triste e inquieta.
ipecac. 200 em água. uma colher dc chá de hora em hora. por quatro vezes ou
ate que a hemorragia “parecesse diminuir”, para que então jo gasse o remédio
fora e tomasse placebo.
Na quarta dose a hemorragia ativa cessou; no dia seguinte uma descarga
leve, que diminuiu gradualmente, mas só cessou completamente no terceiro dia.
Nenhum problema adicional.
O médico acrescenta, “Um grande número dc remédios tem uma des carga
vermelho brilhante do útero, mas tanto quanto eu sei, nenhum tem as
características de Ipecac. Isso parece ser a mais proeminente de todas as suas
características e não pode ser facilmente trocado por nenhum outro remédio. Um
aspecto muito peculiar é que o fluxo da hemorragia ativa é em jatos, que pode
ser comparado com o acionar vigoroso da alavanca de uma bomba de água; a
corrente não cessa, mas a cada pul sação cardíaca há um jato peculiar, que não sc
acredita haver em outro remédio, até quanto eu estou ciente; sendo que o sangue
não coagula facilmente, mas permanece flu ido por algum tempo, especialmente
quando se trata dc uma hemorragia uterina ativa.”
r
ÍRIS VERSJCOLOR
(BlueFlag)
486
ÍRIS VERSICOLOR 487
íris tem periocidade marcada: dores de cabeça doentias a cada oito dias;
cólicas noturnas, com diarréia entre 2 e 3 horas da manhã, ou a cada quinze
dias.
NASH escreve: Ardência na boca, língua, garganta, descendo para o
estômago; ardência do ânus, se houver diarréia.
Vômitos de muco viscoso, pegajoso, em filamentos; que pende na forma de
fios.
Dores de cabeça gástricas ou hepáticas, com embaçamento da visão no
início. Vômito azedo ou amargo.
As vezes muito eficaz na cólera infantil; a substância vomitada é muito
ácida, tão ácida que provoca escoriações na garganta.
A queimação no canal alimentar é bastante característica dessa droga. O
vômito pode ser amargo ou adocicado. Há um fluxo profuso de saliva.
Um dos nossos melhores remédios para cefaléia. Eu costumava administrá-
lo na terceira potência, mas com o passar dos anos tenho usado a potência 50 M
e tenho ficado mais satisfeito com o resultado, porque é mais rápido e
duradouro.
Ele nos fornece um caso: “Tive certa vez um caso de problema de estômago
em uma senhora de meia-idade. Ela apresentava ataques de vômito freqüentes
com muco como fios de clara de ovo, bastante viscoso e caía de sua boca em
fios até o vasilhame no chão. Então aquele vômito tornava-se escuro, como
borra de café. Pensando estar com câncer no estômago, ela fez seu testamento e
deixou a casa em ordem, a fim de morrer. Kali bi. foi administrado sem
benefício nenhum, mas íris curou-a completamente em um período breve e ela
permanece bem há dez anos.”
SINTOMAS EM NEGRITO
Náusea e VÔMITOS:^ alimento ácido; toda a pessoa cheira ácido; de luido fino,
aquoso de gosto demasiadamente azedo.
FEZES aqüosas. O ânus parece estarem chamas; disposição para forar para
baixo;grande ardência no ânus.
488 IRISVERSICOLOR
Tinea capitis: o topo da cabeça fica todo coberto por crostas, material
amarelo, fluindo de sob a crosta, que apresenta cabelo emaranhado; o ouvido
esquerdo está coberto de erupção. A cada quinze dias coleta e elimina um pus
amarelo-esverdeado. Inúmeras pústulas amarelas no couro cabeludo, todas
contendo cabelo.
Erupções pustulares na face, secretando uma matéria scrosa e irritante.
KALI BICHROMICUM
* ****
Reconhece-se Kali bich. pela sua viscosidade, sua localização em pontos, sua
amarelidão.
Em Crocus as hemorragias, de qualquer origem, escorrem cm longos fios
pretos; mas com Kali bich. são as descargas purulentas ou mucosas, de qualquer
origem, que fluem em longos fios - que podem ate mesmo ir “desde a boca até
o chão.” Descargas filamentosas do nariz, garganta, ouvido, olho, peito, vulva,
uretra - “urina alcalina e pegajosa”; vômito de aspecto semelhante, mesmo o
leite parecendo formado por “uma matéria viscosa c água”, sugerem Kali bich.
Embora a droga tenha também a tendência de produzir “massas disformes”
(mucosas), consistentes - e de todas as qualidades, desde as mais agradáveis até
as mais ofensivas: brancas, amarelas, verdes.
Suas dores mais características aparecem em pontos. As dores carac-
terísticas dcBerberis irradiam-se desde um centro; aquelas que sugerem Kali
bich. ocorrem em pontos pequenos que podem ser “cobertos com a ponta de um
dedo”. Tais dores ocorrem em algumas de suas dores de cabeça - “dores de
cabeça semilaterais em pequenos pontos”; “dor obtusa ou pontadas no lado
direito do peito sobre um ponto circunscrito” - no hipocôndrio direito;
exatamente à esquerda da cartilagem ensiforme; no sacro. Embora ela tenha
também dores penetrantes e em pontadas.
Suas ulcerações, também, são tipicamente redondas- profundas; parecendo
como se fossem puncionadas. Elas ocorrem nas membranas mucosas,
especialmente no estômago; na pele; nos olhos; e mesmo nos ossos. E as
cicatrizes que elas deixam são de caráter semelhante - deprimidas, redondas,
“como se fossem puncionadas”.
490
KALI BÍCHR OMICUM 491
ijc * íJC * *
* * * * *
Efeitos sobre aqueles que trabalham com cromo. “Nos primeiros dias
492 KALI BICHROMICUM
* ****
Pulsatilla é indicada no sarampo. Eu acho que ela é quase sempre usada no
lugar errado. É indicada quando os sintomas catarrais são proeminentes e temos
coriza e lacrimejamento profuso...
Kali bich. deve ser usada quando, ao invés de simples catarro do olhos, você
tem pústulas que se desenvolvem na córnea. A garganta está inchada e as dores
seguem da garganta até os ouvidos, as glândulas salivares estão inchadas e há
surdez catarral.
SINTOMAS EM NEGRITO
Expectoração de muco muito consistente, tão viscoso que poderia ser puxado em
fios até os pés.
Tosse com dor, desde a metade do estemo através das costas: fortes pontadas ou
peso e dolorimento do peito.
Tosse pela manhã ao acordar; com dispnéia; melhor deitando-se.
Tosse rouca, metálica, na crupe (membranosa) ou na difteria; expectoração de
muco consistente ou moldes fibro-elásticos.
Expectoração é muito glutinosa e viscosa; adere às fauces, dentes, língua e
lábios, finalmente deixando a boca com uma massa de longos fios, bastante tenaz.
Quando o leite sai dos seios tem aparência de ser composto de massas
viscosas e água.
Como se a cabeça fosse arrebentar; como se o nariz fosse estourar.
O nariz parece muito pesado.
Como se ossos frouxos do nariz friccionassem um sobre o outro.
Como se um cabelo crescesse na narina esquerda.
G randes manchas insulares na língua.
Um cabelo na parte posterior da língua.
Dores em pontos, que podem ser cobertos com a ponta do dedo.
KALI BICHROMICUM 497
V
J
“Brometos” - na prática sempre o brometo de potássio, este poderoso inibidor, este
grandioso supressor, em uso quase universal no tratamento de epilepsia, insônia,
“nervos” e, no entanto, como comumente administrado, jamais curou condições
crônicas para as quais é prescrito, e nunca poderia.
Como sabemos disto? Simplesmente pelo fato de que a dose deve ser sempre
aumentada, já que através de meses ou anos o paciente gradualmente impõe-se e
domina o melhor da droga. Perceba que existem dois meios de prescrição. Você
pode dar uma droga a fim de fazer algo a um pacientej para “deprimir seu sistema
nervoso e mais ou menos paralisar as principais funções de seu cérebro”; mas esta
não é a forma ideal de tratamento recomendada ao homeopata, cuja preocupação é
sempre o estímulo vital do paciente, de acordo com leis definidas, pelo qual ele é susci-
tado a curar-se. Drogas não curam, apesar da opinião popular. A cura deve vir de
dentro; ou não há cura.
Nós detalharemos, a seguir, as alegrias, mental e física, da condição
denominada Bromismo, escritas por um dos mais conhecidos professores da velha
escola de Medicina, em seu livro-texto para uso de estudantes. Não é surpresa que
uma estudante, anos atrás, preparando-se para seus exames finais, exclamou: “O
medicamento é um tiro. Eu espero nunca dar este remédio para os, meus pacientes!”
Nós citaremos também resumos do envenenamento de homens e animais pelo
brometo de potássio, sendo nossa autoridade a Cyclopedia of Drug Pathogenesy. Nós
vamos também ver como a Homeopatia aplica a droga, em doses não-tóxicas mas
suavemente estimulantes, para elevar e despertar qualidades latentes, inibidas pela
doença, e para aliviar os sofrimentos daqueles cuja saúde, ou melhor, cujo quadro
de doença parece com o brometo de potássio, mas não é causado por ele.
Pessoalmente, relembrando, alguém raramente, talvez nunca, usou esta droga
ou teve ocasião para usá-la. Para “nervos” e insônia, nós temos tantos remédios que
curam tão rapidamente que, receitados considerando-se a causa e sintomas exatos,
agem como um encanto; não é preciso “empurrar” o remédio ou aumentar a dose.
Tome, como exemplo, a insônia causada, por esforço excessivo e extrema fadiga
mental ou física. Aqui
1
fsSiJUl BKUIVJLS1 L UJ\1
* * * * *
“Entre os sintomas causados pela droga existem alguns que escaparam a
observações prévias e, que se não reconhecidos, podem levar a sérios erros de
diagnóstico. Eu me refiro a afecções cerebro-espinhais, caracterizadas por
delírio geral, alucinações, fantasias de estar sendo perseguido, ações violentas,
ataxia dos membros e da língua, com a articulação dificultada - que podem ser
tomados como indicações de paralisia geral. Todos esses sintomas alarmantes
desaparecem ao cessar com o remédio.” - Encyclopedia àz ALLEN.
Na Cyclopedia ofDrugPathogenesy nós encontramos:
Um experimentador, depois de doses grandes e brutas de 1 onça repetidas
em meia hora, sentiu dificuldade na fala... tristeza dolorosa e indiferença, quase
que um desgosto pela vida. Ao tentar andar ele experimentou uma estranha
vertigem; uma sensação de vazio em volta e sob seus pés, estando com medo de
pisar errado; parecia faltar o chão, a sensação de resistência deste parecia
perdida, seu andar era cambaleante, e foi obrigado a parar. Uma profunda
obnubilação de sensibilidade, especialmente em relação aos atos reflexos.
Cócegas ou beliscões não provocavam reação; o tato estava alterado, tanto que
não era capaz de segurar algo com firmeza. O pulso mais lento e compressível
como se extinto.
Sintomas de uma dose tóxica... hálito nauseante; edema que sobrevêm na
congestão de úvula e faringe; a voz sussurrante se reduz à afonia, a fraqueza
sexual evolui para impotência; a fraqueza muscular torna-se uma completa
paralisia; desaparecem os reflexos e a sensibilidade geral e especial; os ouvidos
não ouvem, os olhos não vêem, nem a língua sente o gosto; a expressão de
embotamento vem antes da de imbecilidade, e então a de idiotia; as alucinações
visuais e auditivas, com ou sem mania, precedem a indiferença mental geral,
apatia e paralisia. À medida que o bro- mismo se torna mais profundo, o
paciente j az imóvel na cama, incapaz de mover-se ou sentir, ou engolir ou falar,
com pupilas dilatadas e incon-
KALI BROMATUM 5
$ $ $ * sjc
Lembre-se: o que uma droga pode causar, ela pode curar, se administrada
adequadamente. Presume-se que foi permitido a poucas drogas “causar” na
extensão comparável à do brometo de potássio; o remédio que alivia e acalma,
mas nunca CURA a insônia, a epilepsia e “nervos” em geral, e portanto, obtém
uma aplicação tão vasta e é tão grosseiramente usado. Mas onde você
reconhecer, em uma doença, o quadro de Brom. pot., e ministrar a droga como
um remédio homeopático, este agirá de modo curativo. E em pequena dosagem,
descontinuada quando não mais exigida pelos sintomas, ele é, claro, inofensivo,
Perda de memória; a palavra tinha que lhe ser dita antes que ele pudesse
dizê~la.
Mãos constantemente ocupadas; todos os tipos de temíveis ilusões; anda
pela sala gemendo e lamentando seu destino; cheio de medo. Inseguro.
Acessos de choro convulsivo e incontrolâvel eprofundas ilusões melan-
cólicas.
Deprimido; desanimado. Ansiedade nervosa.
Terror noturno em crianças (não por indigestão), com gritos.
Inconsciência do que está acontecendo em volta deles. Não conseguem
reconhecer ou serem confortados pelos amigos. Seguido às vezes por estra-
bismo.
6 KALI BROM ATUM
8
KALI CARBONICUM 9
•Sensaçãode uma espinha de peixe ou um estilhaço na garganta, ARG. NIT., DOL., HEP., KALI C., Nit. a.,
Sil., etc. “Ao contrair uma gripe”, Kali c. somente.
IU IWIL.I LsLKtf Ul\l Li UM
Deve inclinar-se para frente com a cabeça sobre os joelhos. Terríveis ataques de
asma com agravação às 3 horas da manhã. Desperta às 3 da manhã com respiração
difícil e chiados. A propósito, a droga tem uma estranha sensação de uma massa
rolando repetidamente ao tossir, subindo do lado direito do abdome para a
garganta, e volta para o abdome novamente.
O quão curativo Kali carb. pode ser na asma, desde que os sintomas as-
semelham-se absolutamente, nós mostramos em A little case in Homeo- pathy,
volume II, pág. 24. Aqui um severo caso de asma foi curado com uma prescrição de
Kali carb. 6,12, 30 em três dias consecutivos. Quatro anos mais tarde (ao
encaminhar outro paciente com asma), seu relato era que ela “nunca tinha tido
outro ataque”. Nós apresentamos o desenvolvimento daquele caso, para mostrar
como a droga pode ser“alcançada.”
AS HORAS DE AGRAVAÇÃO de Kali carb. são marcantes e precisas, e têm
freqüentemente levado à consideração da droga...
Às 2 da manhã desperta com dores de estômago ou tosse seca.
Entre as 2 e 4 da manhã desperta com qualquer dos seus transtornos.
Às 3 da manhã: terríveis ataques de asma, ou tosse seca, ou coqueluche, ou
pontadas o despertam, então deve levantar-se e andar. Agravação com regularidade;
3 da manhã é a pior hora para Kali carb.
Das 3 às 4 da manhã a diarréia é pior.
Às 5 da manhã tosse asfixiante e sufocante (Nat. sulph.)
Às 9 da manhã a dor de cabeça é pior.
Às 10 da manhã tem fome e está fraco.
Ao meio dia “uma frialdade obstinada 1 \
Mas pode-se ver que as primeiras horas da manhã são horas de especial
sofrimento paia. Kali carb.
No abdome Kali carb. tem repetidos ataques de cólica, que sugere Colocynthis,
com o paciente dobrando-se de dor.* Colocynthis cura isto freqüentemente, mas
Kent diz que onde os ataques recorrem o paciente precisa de Kali carb. para acabar
com o problema; da mesma forma como quando Bell. cura repetidas vezes, o toque
final virá do seu “crônico”, Cal- carea. Há uma pobre e pequena mulher idosa que
apareceu como paciente ambulatorial, e que de tempos em tempos tem esta diarréia
com cólica que Colocynthis cura, mas que se repetem. Ela é uma típica Kali carb.
quando se pensa nisto! e na sua próxima visita se revisarão os sintomas dela com a
intenção de talvez prescrever Kali carb. para uma melhora geral e mais prolongada.
Deve-se também mencionar, “anemia com pulsações por todo o cor
* Aqui “Kali caib. está normalmente associado com distúrbios da vesícula biliar e Colocynthis com
problemas de intestino e diarréia”.
12 KALI CARBONICUM
Dores agudas na parte inferior das costas, com dores como as de parto, muito
agudas, indo para á frente em intervalos de poucos minutos, ocasionalmente descendo
para os músculos glúteos.
Dores nas costas enquanto anda; sente que deve parar e deitar-se.
Costas: pontadas agudas o despertam às 3 da manhã, ele deve levantar- se e
andar; dores penetrantes indo da região lombar para as nádegas.
Pontadas e dores penetrantes nas costas, descendo para a região glútea ou bacia.
Grande tendência a se sobressaltar; assusta-se com um grito alto.
Não suporta ser tocada, sobressalta-se quando tocada mesmo suavemente,
especialmente nos pés.
Sensação de uma massa rolando sem parar ao tossir, subindo do lado direito do
abdome para a garganta e voltando para o abdome.
Suscetibilidade ao frio; incapacidade de transpirar: ou grande inclinação a suar;
suores noturnos.
Esgotamento freqüente, sente que deve deitar-se, ou sentar-se.
Debilidade e desejo de deitar-se.
Desperta aproximadamente à 1 ou 2 da manhã, não pode dormir de novo.
Desperta aproximadamente às 2 da manhã e às 4 da manhã com quase todos os
transtornos, mas especialmente aqueles da garganta e peito.
Pontadas como um dardo, pior durante o repouso e ao deitar do lado afetado. (O
oposto de Bryonia, cujas pontadas melhoram em repouso e ao deitardo lq do
afetggQ.)
Opressão da respiração acompanha a maior parte das queixas.
Anemia com grande debilidade, pele úmida, branca leitosa.
KALI S ULPHURICUM
(Sulfato de Potássio)
V
J
Pediram-nos para demonstrar o Quadro Medicamentoso de Kali sulphu- ricum, e
estamos trabalhando nisto com todo o entusiasmo, visto que este é um remédio
valioso sobre o qual nós, e provavelmente muitos outros, conhecemos muito
pouco. Este sempre pareceu ser quase um sinônimo d e Pulsatilla, de tão
idênticos que são a maioria de seus sintomas interessantes e salientes; mas isto é
explicado pelo fato de que “uma análise química de Pulsatilla mostra que um de
seus componentes é Kali sulph., outro é Kali phos., e ainda outro é Cale. phos.
Seus sintomas mucosos são provavelmente devidos à presença de Kali sulph., e
seus sintomas nervosos e mentais a Kali phos. Mas isto é, certamente, pura
hipótese, e somente sugerido para estudo e observação posteriores”. (Boericke e
Dewey, Shuessler*s Twelve Tissue Remedies).
Mais do que isto, suas modalidades são na maioria aquelas de Pulsatilla. “As
principais características de Kali sulph. são:
A AGRAVAÇÃO AO ANOITECER.
A MELHORA AO AR LIVRE E FRESCO.
A GRANDE AGRAVAÇÃO NUMA SALA AQUECIDA.
Kali sulph. tem também uma descarga pelo nariz, amarela clara (ou
esverdeada), etc. e tem as mesmas dores erráticas características de Pulsatilla
quando prescrito para o “reumatismo”.
Citando novamente a edição acima de “Schuessler”, nós encontramos:
“O análogo mais próximo a Kali sulph. parece ser Pulsatilla. É interessante
comparar estes dois remédios, por eles terem muitos sintomas em comum.
Assim, ambos têm:
“Agravação de sintomas numa sala aquecida.
“Melhora ao ar livre e fresco.
“As secreções das membranas mucosas são amarelas, de caráter pu- rulento;
às vezes verde-amareladas.
“Língua com um revestimento amarelo e viscoso.
“Pressão e sensação de plenitude no estômago.
“Gonorréia com secreção amarela ou verde-amarelada, de caráter suave.
“Expectoração amarela dos pulmões ao tossir.
15
16 KALI SULPHURICUM
clcs são causados pela droga, ou em outras palavras, são uma experimentação
parcial. E é analisando tais experimentos que o conhecimento cresce esc fixa.
CLARKE nos diz que Kali sulph. e a Pulsatilla dc Schuessler. Ele diz,
“Terapeuticamentc este responde ao processo de descamação que acontece após a
escarlatina, sarampo, erisipela da face, etc., ao catarro da laringe, brônquios,
narinas, etc., onde a secreção tem as características acima mencionadas” (a secreção
dc muco amarelo), “ao catarro do estômago, onde a língua tem uma camada mucosa
amarelada; ao catarro do ouvido módio e dos rins ... facilita a formação de um novo
epitélio.” Ele diz, “não foi experimentado adequadamente”. Ele cita um caso dc
asma curada, com uma expectoração amarela e espessa, bastante estertores no peito,
respiração difícil, fala quase impossível. Também um caso de psoríase ... erupção
oval e anular com o centro mais pálido, coberta com pequenas escamas, abaixo a
pele era vermelha e lustrosa. O sintoma guia foi “grande descamação da epiderme”.
\
KREOSOTUM
(Alcatrão: obtido a partir da destilação de madeira)
V
)
Mais uma entre as drogas “malcheirosas”. Seus odores detestáveis são os de
putrefação. “Odor podre da boca. Difteria com terrível odor fétido na boca.
Decomposição da membrana mucosa da garganta. Odor cadavé- rico do vômito.
Evacuações pútridas. Urina fétida. Estado de putrefação do útero depois do
parto. Leucorréia; pútrida, acre. Loquia; negra, grumosa, muito malcheirosa;
escoriante. Faringite séptica, com amolecimento e degeneração da membrana
mucosa da laringe, e especialmente do esôfago. Gangrena dos pulmões. Febre
pútrida. Tendência a decomposição.”
Pútrido, e ACRE. Escoriação das membranas mucosas em geral.
Além disso, rápido emagrecimento. Uma das drogas de estados deses-
peradores. Mas alivia e, quando as coisas não foram tão longe (e os sinto mas
sejam concordantes), pode curar.
Experimentei pessoalmente o grande valor àt Kreosotum em poucos e
surpreendentes casos, não facilmente esquecidos. Como por exemplo:
Há uns vinte anos uma velha senhora foi trazida para o nosso hospital,
agonizando de bronquite, com o hálito e a expectoração de um cheiro terrível;
era quase impossível chegar perto de seu leito. Duas ou três doses de Kreosotum
200 mudou completamente o quadro e ela rapidamente teve uma boa
recuperação.
Também em câncer do útero, especialmente de cérvix, com terrível mau
cheiro e descarga sangüínea fétida, Kreosotum foi ao menos paliativo e tornou
tolerável a proximidade da paciente.
Tem-se também usado Kreosotum, em potência, para pequenas crianças,
segundo a indicação: “cáries dos dentes tão logo ocorra a irrupção.”
18
KJtiEOSOTUM 19
Coceira corrosiva entre a regiãopudenda e a vagina: de modo que ela era obrigada a
coçá-las; com uma sensação de queimação e inchaço na região pudenda,
Cirrus da vagina, dolorida ao tocar.
Úlceras inveteradas no colo do útero.
Severa dor de cabeça antes e durante a menstruação.
Sua hemorragia parece tomar-se uma descarga corrosiva e serosa, e depois
restabelece-se novamente.
Durante a gravidez, náusea e vômito; ptialismo, vômito de água doce.
Loquia:preta;grumosa, muito malcheirosa; escoriante; quase cessando e restaura-se
novamente;persistente, marrom e ofensiva.
hematêmese.
Sensação dolorida de frio no abdome; frio gelado no epigástrio.
Cólica, lembrando as dores de parto.
Diarréia com vômito, vômito contínuo. Esforços para vomitar; a criança resiste
a qualquer coisa que aperte em volta do abdome, porque aumenta a inquietação e a
dor.
Molha a cama à noite durante o primeiro sono. “Sonha que está urinando de
maneira normal”.
Mamas: pontadas; atrofia; nódulos pequenos, duros, e dolorosos nelas; rígidas,
vermelho-azuladas, cobertas com pequenas protuberâncias escamosas, das quais sai
sangue quando as escamas são removidas.
Insuficiência de respiração: como se o esterno estivesse comprimido.
Tosse, com abalo do abdome e escape de urina.
Tosse, agravada ao exalar.
Asma: abala o abdome; ânsia de vômito; descarga de urina; frio e dor de
cabeça; insônia.
Tosse de pessoas velhas: tosse de inverno de pessoas velhas; crises de tosse
espasmódica à noite, dor e pressão no esterno. Melhora com a pressão.
Terrível queimação no peito; constrição.
Acessos de tosse com expectoração de pus esverdeado; de sangue; de sangue
preto.
Febre e incapacidade de deitar-se de um lado.
Definhamento: intensa febre héctica; suores noturnos; respiração difícil; tosse
seca e incômoda. Grande debilidade.
Ansiedade no coração. Pontadas.
Pulsação em todas as artérias quando em repouso.
A parte inferior das costas parece que vai se quebrar: pior em repouso; melhor
em movimento.
Dor repuxante ao longo do cóccix, estendendo-se para o reto e vagina, onde é
sentida uma dor espasmódica e de contração.
Quer ficar em movimento todo o tempo.
Ao virar-se rapidamente, corre o risco de cair.
A criança geme constantemente, ou cochila com os olhos meio abertos
(Dentição).
“Depressão total do sistema nervoso trófico”.
Agita-se a noite toda sem causa aparente.
KJKÍLUÒUIUM
— - ** .
QUEIMAÇÕES são também uma característica de Kreos.: olhos, ouvidos,
intestinos, genitais, dorso e abdome inferior, no peito, na parte inferior das
costas.
Peso; rigidez; dormência; titilação; rastejamento; coceira.
$ 5fC 5|C ♦ $
* %***
* * * * *
NASH. Cólera infantil: vômitos copiosos: fezes com cheiro cadavé- rico.
Diátese hemorrágica; pequenos ferimentos sangram copiosamente (Phos.)
Secreções mucosas acres, fétidas, pútridas; às vezes ulcerantes, san- grantes e
malignas.
Repentino desejo de urinar durante o primeiro sono, que é muito profundo ...
em alguns casos há uma horrível queimação na pélvis, como de carvão em brasa,
com eliminação de coágulos de sangue com cheiro repugnante ... Eu noto que
GUERNSEY o recomenda em câncer de mama, dizendo que elas estão duras,
vermelho-azuladas e cobertas com protuberâncias escamosas. Eu nunca o usei de
tal modo, mas em leucorréia corrosiva e ulcerações eu o tenho usado com grande
satisfação. Eu geralmente uso o C 200, com simples injeções de água morna para
limpeza.
7 /. não haja remédio que tenha ação mais decidida nas gengivas do
24 KREOSOTUM
sjc # % $ }|C
* ****
Ele diz que, quando estas coisas estão associadas em grau elevado, Kreosotum
deveria ser considerado.
Lágrimas escoriantes; escoriam as margens das pálpebras e bochechas; estas
ficam vermelhas e feridas. Descarga purulenta e acre. A saliva queima e arde. Os
olhos ardem e queimam como se esfolados. A leucorréia causa ardência e
queimação, com membranas mucosas às vezes inflamadas, mas sempre queimantes.
Urina arde e queima. Esta tendência à escoriação de excreções e secreções se aplicam a
todos os tecidos do corpo.
Toda emoção é acompanhada de pulsações por todo o corpo e choro. Música
enternecedora provocaria choro com lágrimas acres, palpitações e pulsações que são
sentidas até nas extremidades. Na dor de garganta de Kreosotum, o abaixador de
língua provocará o aparecimento de pequenas gotas de sangue.
Sangramento nasal. Olhos inflamados que sangram facilmente. Um dedo
quando picado sangrará muito.
KENT dá a face típica de Kreosotum: palidez anharelada; aparência doentia,
semi caquética, com pústulas avermelhadas; “isto costumava ser chamado de uma
fisionomia escorbútica.”
Ele também descreve a criança Kreosotum, que a maioria de nós pensaria ser
Chamomilla - i.e., com respeito à sua mentalidade irritante. “Você vê a criança nos
braços da mãe. Ela quer um brinquedo, que quando dado, ela o atira no rosto de
alguém; ela quer isto e aquilo, e então algo mais, nunca satisfeita. Os lábios
vermelhos e sangrando” (aqui nós nos afastamos de Cham., Cina> etc.). “Os cantos
da boca feridos, pálpebras vermelhas e pele escoriada. Se, com isto, tem fezes
soltas, e se você examinar o sulco entre as nádegas, você a encontrará vermelha e
escoriada. Uma criança mais velha colocará a mão sobre os genitais doloridos e vai
chorar e gritar da maneira mais irritante, pelo ardor e queimação. Tal é a criança de
Kreosotum. Ela pode estar sofrendo de cólera infantil; pode estar tendo enurese;
pode ter crises de vômito; é uma criança Kreosotum.
“Onde quer que haja uma membrana mucosa, ela estará escoriada. Os fluidos
que exsudam corroem e causam ulceração... Os fluidos do estômago quando
vomitados parecem arrancar a mucosa da boca, irritam a borda dos dentes, tornam
os lábios esfolados ... Então, escoriação por fluidos acres, bem como pulsação por
todo o corpo, são características de Kreosotum que você deve lembrar.”
* ****
É bom dar-se conta destas drogas menos freqüentemente usadas, ainda que
indispensáveis; drogas de estados extremos e com complexos sin
i um
(Leite de cadela)
V )
27
28 LAC CANINUM
mostrou sua esfera exata na medicina; e demonstrou, além disso, que sua antiga
fama correspondia, como é tão freqüentemente o caso, a seus presentes usos
científicos revelados por experimentações.
Todas as drogas de ação muito especial e ímpar são facilmente estudadas e
merecem ser aprendidas. Os policrestos, “as drogas comuns de muitos usos”, nos
servirão habitualmente; e quando tivermos dominado Sul- phur, Sepia, Lycopodium,
Calcarea, Nux, etc., teremos dado um grande passo à frente, facilmente e com
sucesso, no tratamento de pacientes comuns. Mas as drogas de uso menos
universal, de características muito peculiares e distintas, são menos
freqüentemente, ainda que surpreendentemente úteis. Uma vez dominadas, elas
sempre revelam brilhante sucesso, e tornam a prescrição uma excitação e um
deleite. Geralmente elas não “resolvem”, a menos que se domine seu segredo, de
que o melhor trabalho se faz com alguns dos “sintomas estranhos, raros e
peculiares”, adequados ao caso, e não com uma multidão de sintomas comuns
indefinidos, que, se tomados com refinada hierarquia, freqüentemente só irão
sugerir vários remédios de tipo policresto, e talvez deixar escapar completamente o
único brilhante e indispensável.
Mas, nós devemos retornar ao nosso assunto, as peculiaridades de Lac can.
Como já dito, este é o remédio, por excelência, de medos e imaginações
assustadoras, dentre as quais as COBRAS aparecem espantosamente. Os tecidos
que pode perturbar severamente e aliviar com sucesso são: pele, suas ulcerações são
vermelhas e reluzentes; membranas mucosas, especialmente garganta, como na
difteria, onde tem-se demonstrado tanto profilático como especificamente curativo;
problemas glandulares; problemas/ienwas', e como já dito, problemas mentais.
A garganta de Lac can. é muito sensível ao toque externo (Lach.), sensível
também internamente - terrivelmente sensível. Sente como se a garganta estivesse
se fechando; quer manter a boca aberta, senão poderia sufocar. É difícil engolir,
quase impossível, ainda que com constante inclinação a engolir, quando então as
dores se irradiam para os ouvidos (Phy- to.). Sensação de uma massa na garganta
que desce ao engolir, somente para voltar em seguida (fgn.). A dor é pior ao engolir
sólidos. Garganta seca, áspera, como se estivesse queimada. O Lac can. não é só um
dos grandes remédios de difteria, mas de sífilis, quando esta ataca a garganta que
apresenta uma aparência lustrosa, esmaltada e vermelha, ou manchas
características, que “parecem com porcelana branca”.
Nós já indicamos o caráter distinto de suas dores: elas deslocam-se ou,
caracteristicamente, vão de um lado para o outro e retornam para o ponto de
partida. Estas dores podem ser neurálgicas, reumáticas ou ovarianas. Boger
(Synopsis) indica suas regiões preferenciais como “NERVOS; GARGANTA;
órgãos reprodutores femininos”. Ele não afeta somente os ovários, mas inflama e
congestiona o útero, cujas hemorragias são bri-
Ihantes e filamentosas (Escuro e filamentoso, Croc.). Elas vêm em jorros, mas
(diferente das de Ipec.) elas coagulam facilmente. “Suas dores de garganta são
capazes de começar e terminar com a menstruação”. As mamas também são
afetadas: cheias, encaroçadas, sensíveis ao menor abalo, muito doloridas e devem
ser sustentadas ao subir e descer escadas ... E “Lac can. é útil em quase todos os
casos onde é preciso secar o leite”. Nisto e na sensibilidade a abalos, lembra um
caso de Bell.
Lac can. tem um sono inquieto, não encontra uma posição confortável. “Não
existe uma maneira de colocar as mãos em que estas não o incomodem; enfim
adormece deitado sobre seu rosto”. (Med., Cina.)
* * * * *
O Dr. H. C. ALLEN adiciona outras características mais. Para organismos
nervosos, agitados, altamente sensíveis.
Muito esquecido, distraído, faz compras e vai embora sem elas.
Ao escrever, usa muitas palavras e não as corretas; omite letras ou palavras;
não pode concentrar-se na leitura ou no estudo.
Desanimado, sem esperança; nada vale a pena; sua doença não tem esperança;
não tem um amigo no mundo. Poderia chorar. Zangado e irritável; a criança chora e
grita todo o tempo, especialmente à noite.
Ataques de raiva; xingando e praguejando muito. Desagradável.
Coriza; uma narina obstruída, a outra livre e escorrendo; isto alterna- se.
Descarga acre; nariz e lábio superior escoriados.
Não pode comer o bastante para satisfazer-se; tão faminto antes como depois
das refeições.
Sente como se a respiração fosse parar ao deitar-se: deve levantar e andar.
Ao andar, parece andar no ar; ao deitar, parece não tocar a cama.
Dor insuportável e intensa na coluna: dói da base do cérebro ao cóccix. Muito
sensível ao toque e pressão.
Seus outros pontos importantes, nós já indicamos.
Mas em sua Matéria Médica de Nosódios ele escreve, em relação a Lac caninum,
“Como Lachesis, e muitos outros bem conhecidos policrestos na Matéria Médica,
este remédio encontrou a mais violenta oposição devido à ignorância e preconceito.
Ele foi, durante anos, visto como uma das novidades ou ilusões daqueles que
acreditavam e usavam o remédio dinâmico; ainda assim, seus maravilhosos poderes
terapêuticos têm, vagarosa mas seguramente, ultrapassado esses obstáculos.
Ele foi usado com sucesso por Dioscorides, Rhasis e Plinio em tempos antigos.
Sammonicus e Sectus o glorificam em fotofobia, otite e outras afecções dos olhos e
ouvidos. Plinio declarou que este remédio curava ul- ceração dos orifícios internos.
Ele foi, então, usado como um antídoto para muitos venenos fatais.
LAC CANINUM 31
O uso do remédio foi revivido por Reisig, de New York, que, viajando pela
Europa, ouviu o remédio ser elogiado na cura de doenças da garganta e, em seu
retorno, usou-o com sucesso em uma epidemia de difteria maligna. Ele chamou a
atenção de Bayard, Wells e Swan para os maravilhosos resultados que obteve
durante aquela epidemia, e induziu-os a testá-lo.
Reisig o potencializou à 17 a cent., a partir da qual as potências de Swan e
Fincke foram preparadas. A profissão está em dívida com o incansável trabalho de
Swan em seus experimentos, que foram feitos a partir da 30 a, 200a e potências mais
altas ... Os experimentos têm posicionado este remédio entre os policrestos de
nossa escola e verificado e confirmado as exatidões clínicas dos observadores de
tempos antigos.
O Dr. Allen dá surpreendentes casos de seu poder, mesmo naquilo que
chamamos de “Difteria Crônica”, i.e. “nunca mais esteve bem após a difteria”.
NASH conta que ele achava vergonhoso tentar impingir o leite canino como
remédio na profissão, mas depois de acumuladas evidências, ele o usou num caso
de reumatismo, que migrava de uma junta para outra, que tinha resistido a Puls., e
onde ele não migrava simplesmente, mas ia de um lado para outro, ao modo de Lac
can. E o caso foi curado muito rapidamente. Também, um caso de escarlatina com
dores de um lado para outro na garganta, novamenteLcc can. foi superior a Rhus,
que parecia ser o indicado. Também um caso grave de amigdalite, com asfixia e
sufocação ao tentar engolir, onde os lados pioravam alternadamente, e novamente
Lac can. curou dentro de trinta e seis horas.
Então ele conseguiu três balconistas cm uma loja para experimentá- lo: - na
potência 200a, tomado a cada duas horas. Todos eles tiveram dor de garganta, um
deles com manchas em ambas amígdalas.
Nash o considera especialmente útil, não somente para doenças infla- matórias
que alternam os lados, mas também para seio e garganta que doem em cada período
menstruai; em mastite, sendo a principal indicação: elas não podem suportar o
sacolejar; têm que segurar as mamas ao subir ou descer escadas.
* * * * *
KENT, em sua pequena conferência sobre Lac can. diz: Todos os leites
deveriam ser potencializados, eles são os nossos remédios mais excelentes, eles são
produtos animais e alimento no começo da vida animal, e portanto correspondem
aos primórdios de nossa mais íntima natureza física.
Se nós tivéssemos experimentos de leite de macaco, vaca, égua e hu
32 LAC CANINUM
mano, cies seriam de grande valor. Lac defloratiim tem um excelente efeito
também. Lac caiu está ainda começando a ser conhecido, apesar de ter feito
algumas curas maravilhosas ... É um remédio de ação profunda e duradoura; os
experimentadores sentiram seus sintomas durante anos, depois de feita a
experimentação. Ele abunda em sintomas nervosos.
... Os sintomas mentais são prolongados e aflitivos. Produz úlceras muito
vermelhas, e cura tais úlceras; as úlceras são secas, lustrosas, como se cobertas
com epitélio. Um importante remédio em enfermidades depois de tratamentos
inadequados de difteria, em paralisia e outras condições que datam dc uma
difteria... hipersensível... hiperestesia de pele e de todas as partes. Ele deixa as
mulheres violentamente histéricas, e causa todos os tipos de sintomas estranhos e
aparentemente impossíveis. Por exemplo, uma mulher deita na cama com os dedos
abduzidos, e ficaria enfurecida se eles se tocarem; não pioravam com uma pressão
severa, mas ela gritaria se fossem locados... Este estado é difícil de se curar sem se
contar com Lac can. eLachesis.
Uma estranha e peculiar vertigem; como se estivesse flutuando no ar, ou não
estivesse tocando a cama...
A alternância de lados: na garganta, doenças reumáticas, dores eje cabeça e
neuralgias... erisipela ambulante, primeiro ataca um lado, e então o outro, e assim
sucessivamente ... o mesmo acontece com dores de garganta inflamatórias.
Cheio de imaginações e de pensamentos aflitos, atormentadores. Ausência de
realidade nas coisas, como: pensa que tudo que diz é mentira. (Compara-se a
Alumina) . . . ela não é ela mesma, e seus bens não lhé pertencem; como se ela
usasse o nariz de outra pessoa. E assim por diante: - nós já enfatizamos a maioria
dos pontos.
Boca pútrida. Onde quer que haja uma membrana mucosa, ela exsu- dará, um
enduto cinza e felpudo, como elevações na língua... Nós já demos os sintomas
característicos da garganta, mamas, etc.
maxilares.
Membrana difiérica branca como porcelana; membrana mucosa da garganta
brilhante como se envemizada; as membranas deixam um lado e vão para o outro
repetidamente. Desejo de bebidas quentes, que podem voltar pelo nariz. Paralisia pós-
diftérica.
Util em quase todos os casos onde é necessário secar o leite.
Ao andar, parece andar no ar; ao deitar, parece não tocar a cama.
Tendência errática dos sintomas: as dores constantemente vão de uma parte para
outra.
Muito medo: de cair das escadas; de incapacidade de executar suas tarefas.
Medo da morte, com semblante ansioso.
Acorda aflita; deve levantar-se e ocupar-se. Medo de que ficará louca; que
qualquer sintoma é alguma doença estabelecida; que tudo o que ela diz é mentira;
que é desprezada por todos; que náo tem importância; que é suja; que usa o nariz de
outra pessoa; que vê aranhas.
Que ela está cercada por uma grande quantidade de cobras. Algumas correndo
como um relâmpago para cima e para baixo, por dentro da pele; algumas por dentro
que parecem longas e finas. Tem medo de pisar no chão por que poderia pisar
nelas, e fazê-las torcerem-se e enrolarem-se em suas pernas. (Compara-se a Arg.
nit., Sep.). Teme olhar para trás por que poderia ver cobras; raramente tem problemas
com elas depois que escurece.
Ao ir para a cama, teme fechar os olhos, com medo de que uma cobra grande
pique sua face (compara-se a Bell.). Tem as mais horríveis visões em sua
mente_(nem sempre cobras). Horrivelmente amedrontada de que elas se mostrem
tamtTém aos seus ólhos. Com medo de que as pústulas viessem a ser pequenas
cobras, e se torcessem e se enrolassem umas às outras.
Sente que ela é um repugnante e horrível monte de doenças; não podia suportar
olhar para qualquer parte de seu corpo, mesmo para as mãos, por intensificar o
sentimento de repugnância e horror.
Não podia suportar que qualquer parte de seu corpo tocasse uma outra; não
podia suportar que um dedo tocasse o outro. Se ela não pudesse sair de seu corpo,
logo ficaria louca.
Sente que ò coração ou respiração parariam; assusta-se, o que faz seu coração
palpitar. Fantasias de que ele está ficando louco.
Olha de baixo das cadeiras, mesa, sofá, esperando que algum monstro horrível
rasteje para fora: sente que isto a levaria à loucura. Não tem medo no escuro: só
imagina que os vê no claro.
Sente que vai ficar inconsciente; desperta com a sensação de que a cama se
move.
' Sonhou com uma grande cobra em sua cama. (Bell.)
' Ela sonha < ,n freqüência que está urinando: desperta encontrando-
Quanto maior o veneno, maior o remédio; e alguns dos medicamentos de ação mais
rápida e heróica em doenças desesperadoras são os venenos de cobra. Eles curam,
claro, somente as Condições que eles produzem; mas, quando usados com o
propósito de curar, estes venenos devem ser dados em doses pequenas e inócuas; e
somente para pessoas cujos sintomas (físico, mental ou moral) lembram os
sintomas do veneno. Neste caso o poder curativo é surpreendente.
Nós temos um grande número de venenos de cobra experimentados, sendo
cada um valioso onde seus sintomas se encaixam. Nós consideraremos um dos
mais importantes - LACHESIS.
Lachesis, o veneno da cobra Surucucu da América do Sul, foi primeiro obtido e
experimentado pelo Dr. Constantine Hering, um dos mais brilhantes seguidores
imediatos de Hahnemann. Nós já contamos a estória em alguma parte, então não
repetiremos. Mas o seu trabalho com as cobras vivas e seu veneno, quase custou-
lhe a vida. Ele ficou inconsciente e delirante; mas, ao recuperar-se, ele perguntou à
sua esposa: “O que eu disse e fiz?”. Que foi o primeiro experimento grosseiro
registrado de Lachesis.
Experimentos posteriores (em muitos deles foram usadas potências mais altas)
nos deram um medicamento maravilhoso. Nós enfatizaremos seus aspectos mais
marcantes porque ele é indispensável em tantas condições severas e
desesperadoras. Nós tomaremos emprestado da esclarecedora conferência de Kent,
além de nossa própria experiência e dos experimentos registrados na Encyclopedia
de Allen e Guiding Symptoms de Hering, para falar sobre o remédio.
Lachesis é muito AZUL, ou PURPÚREO. Em doença cardíaca uma face
purpúrea e inchada, deveria fazê-lo pensar cm Lachesis. Lembramos de uma
paciente no hospital, morrendo de uma doença cardíaca, com hi- dropsia, um
grande fígado e uma face purpúrea - um daqueles casos totalmente sem esperanças!
Aqui, Lachesis alterou tanto a gravidade da condição, que foi possível, mais tarde,
liberá-la e enviá-la ao departamento de pacientes ambulatoriais para tratamento
posterior, quando viu-se que sua face não estava mais purpúrea!
Um outro grande sintoma de Lachesis é freqüentemente encontrado
34
LACHESIS 35
queno menino de cinco anos e meio, em nossa Enfermaria Infantil, com um ponto
de difteria na garganta, temperatura de 38° a 40°, tomou seis doses de Lachesis
200a. O bacilo foi encontrado no esfregaço e cultura; mas a mancha prontamente
desapareceu; e uma segunda cultura, vinte e quatro horas mais tarde, evidenciou-se
estéril. Ele estava livre e bem em seis dias.
E aqui nós podemos, também, citar um caso de difteria de Merc. cy. com
resultado igualmente satisfatório. Há poucas semanas atrás, uma enfermeira, com
uma mancha na amígdala, provada, por esfregaço e cultura, ser difteria. Foram-lhe
dadas seis doses d e. Merc. cy. 10M, e mandada para um hospital especializado,
onde trinta e seis horas mais tarde, sua garganta encontrou-se estéril. Eles
telefonaram surpresos, questionando o diagnóstico, e foi-lhes dito que viessem e
vissem os slides, que tinham sido guardados. É interessante saber além disto que,
sendo uma principiante, a garganta da moça tinha sido recentemente examinada e
feito um esfregaço (antes de ser admitida para trabalhar na Enfermaria) e este
revelou-se estéril.
Observe que, com o correto remédio homeopático, esta “negativação do
esfregaço” ocorreu (na difteria) em 24 a 48 horas; e as vantagens de tal tratamento
homeopático deve ser patente para todos. Existe menos risco de infecção; há uma
cura veloz de uma doença angustiante e perigosa e, como Hahnemann expressa:
“uma cura suave, rápida e permanente, sem distúrbios posteriores.” Isto não pode
ser dito do tratamento anti-toxina que, a propósito, não encontra recomendações
universais nestes dias. Nos casos de difteria de Lachesis, a diferença não é somente
ocorrer ou começar no lado esquerdo, mas também a língua não é suja como a dos
sais de mercúrio.
Nós falaremos sobre os sintomas mentais e morais a seguir; eles são muito
interessantes, e têm levado a belas curas.
Kent diz: “egocentrismo, presunção, inveja, ódio e crueldade; um excessivo
amor próprio. Todos os tipos de insanidade impulsiva; com a face purpúrea e
cabeça quente; talvez sufocação, e o colarinho parece-lhe apertado”. Mas dentro da
insanidade real que ele descreve, certas coisas sobressaem, indicando Lachesis.
CIUMENTO, DESCONFIADO; “como quando uma garota que nunca vê uma
conversa sussurrada, sem pensar que estão falando dela, em seu detrimento”.!
achesis é um importante remédio em estados beirando a insanidade; como quando
“uma pessoa imagina que os outros estão tentando prejudicá-la; suspeita que as
pessoas estão planejando colocá-la em um asilo; que estão tentando envenená-la;
ou imagina se tudo não é só um sonho. Sonhos sobre morte; que ela está morta, ou
está para morrer; que estão sendo feitos os preparativos para enterrá-la”.
Ou ainda, “pensa que está sob controle sobre-humano; que existe
LACHESIS 37
comandos (em parte nos sonhos) que ela deve obedecer. Ela pode pensar que é
comandada para roubar, assassinar; e ela não tem paz interior que confesse algo que
nunca fez. Também, insanidade religiosa, pensa que está cheia de maldade, e que
cometeu o pecado imperdoável; que eW vai morrer, e vai para o inferno”. Kent diz:
“o médico não deve dar pouca importância a essas coisas, elas são muito reais para
o paciente e devem ser tratadas com respeito; como se fossem reais”.
Ciúmes; desconfiança e, também, LOQUACIDADE. Para muitos de nós>
Lachesis está ligado à loquacidade e vice-versa.
“Faz discursos em frases escolhidas, mas saltando para assuntos os mais
heterogêneos”. Uma palavra freqüentemente conduz ao meio de uma outra estória.
Kent também diz: muito sensível aos arredores, e muito perturbada por barulho, ela
pode ouvir as moscas andando nas paredes ou relógios distantes. Neste caso,
Lachesis lembra um dos estados de Opium, e se compara aLyssinum.
Aqui um exemplo dc Lachesis ciumento. Um jovem com uma infecção
estreptocócica severa na parte posterior da língua e garganta, com manchas
sugestivas de difteria, tomou umas poucas doses de Lachesis em alta potência. Sua
garganta ficou logo boa; mas ele fez uma experimentação de Lachesis de um modo
extraordinário e inesperado. Ele “não sabia o que tinha lhe acontecido” durante
aquele fim de semana no campo. Ele ficou taciturno, desconfiado e “tão
furiosamente ciumento que rompeu seu noivado” - talvez uma sorte na desgraça,
como verificou-se. O experimento logo se esgotou; mas pode-se objetar que se o
ciúme não tivesse sido latente em sua juventude, mesmo Lachesis não poderia
evocá-lo. Você não pode por para fora o que não está lá.
Aqui está um segundo caso, que foi publicado, mas é tão esclarecedor quanto
ao poder curativo de Lachesis no que era praticamente uma insanidade, que será útil
aqui. Uma jovem sofrendo de ciúme insano de seu marido. Ela estava sempre se
olhando no espelho, porque ela dizia que seu rosto tinha mudado. Ela estava sempre
espiando pela pequena janela para dentro de sua loja, para ver o que seu marido
estava fazendo; se ele estava flertando com a vendedora. Phos. ajudou-a um pouco,
e então não mais. Ela ficou muito mal, foi pega com uma navalha; desceu para a
loja vestindo uma camisola; tentou fazer todos os tipos de coisas extraordinárias e
loucas. Eles foram atrás de mim, desesperados por ela; ela não estava segura. Nós
discutimos seu caso, e o médico com quem estava trabalhando pegou os sintomas
principais, ciúmes o desconfiança e, claro, ela tomou Lachesis. Eu acho que ela
precisou de uma segunda dose um mês depois. Então ela voltou a ser o que era
antes, sorridente e alegre, todos os problemas esquecidos e permaneceu bem
durante sete anos depois, e então a perdi de vista.
Aqui está outro experimento involuntário de Lachesis: -
JO
plodir o crânio.
Dor de cabeça cortante, como se uma parte do lado direito da cabeça fosse
cortada fora.
Peso e pressão no vértex; peso como chumbo no occipício. Dor de cabeça do
occipício para os olhos.
Lábios secos, escuros, rachados, sangrando.
Coloca a língua para fora com dificuldade; a língua treme.
Língua: empola-se, ulcera-se; ameaça sufocar. Gangrena da língua. Desejo de
ostras, vinho, café.
LEDUM PALUSTRE
(Chá do Pântano)
Nós temos uma grande variedade de “ervas para ferimentos”, remédios para
ferimentos de diferentes tipos, para diferentes tecidos e de diferentes estações, que
podemos sempre encontrar um ou outro à nossa porta por todo o mundo, e que um
prescritor aprende a usar e confia neles. Na verdade seus usos sobrepõem-se, mas
se conhecermos e tivermos à mão aquele que for o indicado, este será o ideal para
uma mágica rápida.
No momento, nosso Departamento de Feridos de Guerra está confiando no
efeito e descobrindo as transcendentes virtudes de Ledum; um remédio, como todos
nós claramente sabemos, para perfurações e picadas, e mordidas de animais
raivosos; para pregos enferrujados que furam perigosamente a sola dos pés ou a
palma das mãos. Mas nós, a maioria de nós, temos provavelmente uma idéia muito
pequena de sua completa “natureza interna”, e de seus mais amplos limites de uso.
43
44 LEDUM PA LUSTRE
“Aliviado pelo frio - claro!” Quem não se lembra do caso dramático de KENT,
onde ele encontrou um paciente com os pés em uma tina de gelo, para aliviar uma
dor severa nestes. E talvez, a maioria de nós obtivemos a idéia totalmente errônea
de qu& Ledum é, portanto, um “remédio quente”. Vá a Hahnemann e seus
experimentos para ver que no caso, é exatamente o oposto. E aqui você percebe
que tem em Ledum um dos remédios de inestimáveis indicações aparentemente
contraditórias, o que torna fácil a escolha da droga.
Ledum é na realidade um remédio desesperadamente friorento, com suas dores
aliviadas pelo frio. Como GUERNSEY diz, “Para os transtornos de pessoas que
estão com frio todo o tempo: na cama, em casa, etc, elas estão sempre sentindo
frio”.
Ledum tem também alguns outros sintomas marcantes e freqüentemente
contraditórios, como: -
Rigidez de todas as juntas, só podia movê-las depois de aplicar água fria. Rigidez
nas juntas, com certeza, geralmente melhora imergindo-as em água quente.
E ainda, as partes feridas estão frias ao toque e também para o paciente, mesmo
assim, suas dores são aliviadas pelo frio. Exatamente como Ars. que tem
queimações, aliviadas pelo calor, Ledum tem frialdade, aliviadapelo frio.
Ledum tem, também, frio generalizado sem a sensação subjetiva de frialdade.
Ou, frialdade como se salpicado com água fria numa ou noutra parte. (O contrário
de Secale, que tem uma sensação de brasas caindo em partes que estão frias ao
toque). E por outro lado, Ledum tem tremor e frio e arrepio, sem a frialdade externa.
Ou o friorento Ledum transpira e não suporta ser coberto por cobertores.
Transpira a noite toda.
Seu reumatismo não só começa nos membros inferiores ou pés, e se desloca
para cima (o contrário de Kalmia) mas é, também, muito mais severo nos membros
inferiores.
Novamente contrasta com Lachesis, inchado, purpúreo e quente, e Ledum
inchado, purpúreo e frio.
E, como se diz, os ferimentos, abscessos e focos sépticos de Ledum são
doloridos, frios e aliviados pelo frio, enquanto que os de Ars. queimam e são
aliviados pelo calor.
* * * * *
HAHNEMANN, que fez um breve experimento da droga, diz de Ledum. “Os
sintomas concomitantes... já são suficientes para mostrar que este remédio bastante
poderoso é adequado principalmente para moléstias crônicas nas quais existe uma
predominância de frio e deficiência de calor animal.
LEDUM PALUSTRE 45
Ele diz, também, que na sua época, muitas cervejas intoxicantes foram
adulteradas com Ledum, num grau prejudicial e de uma forma criminosa, ao que as
autoridades policiais deveriam prestar mais atenção.
♦ * * * 4c
CLARKE - Dictionary, tem muito a dizer sobre Ledum e cita casos instrutivos.
Ele diz que as folhas de Ledum são ainda usadas na Suécia para aumentar o
poder intoxicante da cerveja.... Ledum ocupa o segundo lugar no Grupo Amica de
Teste, no qual estão também Crol. h., Ferr. magii., Rhus e Spigelia, mas Ledum tem
uma ação especial no sistema capilar em partes onde o tecido celular subcutâneo é
escasso, e onde uma textura seca e resistente está presente, como nos dedos das
mãos e dos pés. “Talvez por esta razão ele age melhor nas juntas menores do que
nas maiores...” Um tipo de tuberosidades azuladas ou violetas, especialmente na
testa, e uma erupção eczematosa, com uma coceira titilante que se espalha por todo
o corpo, penetrando dentro da boca e também nas vias aéreas, ocasionando uma
tosse espasmódica, às vezes muito violenta, que pode ser tomada erroneamente por
coqueluche .. . Especialmente útil em bronquite com enfisema do idoso; torna a
secreção bronquial menos viscosa, reduz a dispnéia, estimula a circulação e reduz a
cianose. Hemoptise alternando com reumatismo ... Ledum é freqüentemente dado a
cavalos, quando eles mancam e levantam a pata . . . sensação dos pés presos ao
chão como por um magneto ao tentar se mover; ao mover-se, sentiu como se
espetado por agulhas; dor subindo dos pés para a cabeça.
♦ ****
Fragmentos extraídos de GUERNSEY:
Ferimentos penetrantes causados por instrumentos pontudos e afiados; furador,
mordidas de rato, pregos, particularmente se as partes feridas estão frias. Por
exemplo: “Há dez anos atrás, eu pisei em um prego, e desde então tenho uma dor
que sobe para a coxa”. Efeitos molestos de ferimentos recentes ou antigos,
especialmente de ferimentos perfurantes.
Quando bate o dedo do pé ocorre uma frialdade no local, e uma dor como de
gota percorre rapidamente o pé e o membro. Estalos nas juntas.
Panarícios, paroníquia, etc., geralmente causados por ferimentos com agulhas.
O sofrimento é pior, ou aparece depois de se esquentar na cama. Deve sair da
cama, o que proporciona alívio.
Para transtornos de pessoas que têm frio todo o tempo - na cama, em casa, etc.;
eles sempre sentem frio e frialdade.
Pior com movimento, principalmente as juntas; enquanto anda; se aquecendo na
cama.
LLUUM PALUSIRE
* * * * *
KENT, com seu jeito ilustrativo e prático, tem muito a dizer sobre Ledum. Nós
vamos selecionar e condensar.
Ele encontra muitos aspectos similares aos de Lachesis: face mos- queada,
túrgida e inchada. Por essa razão, claro, Ledum é antídoto de Lachesis; e também,
do veneno de insetos, deApis e de venenos animais.
Ele o chama de o grande remédio para o cirurgião, intimamente associado ao
traumatismo, junto com Amica e Hypericum;especialmente ferimentos por pisar em
tachas, furar-se com agulhas; ferimentos que sangram pouco, mas são seguidos de
dor, inchaço e resfriamento do local. Espinhos sob a unha, se o local ferido torna -
se frio, e então, pálido, paralisado e mosqueado, pense em Ledum. Um cavalo pisa
em um prego, este penetra e atinge a extremidade do osso do casco, seguido de
tétano e morte. Coloque Ledum na língua daquele cavalo e não haverá qualquer
problema. Ledum remove a tendência a tais conseqüências.
Se o tétano surge depois de ferimentos perfurantes, pense em Hyperi- cum, mas
dê Ledum a princípio, e previna o tétano. Unhas arrancadas, ou lacerações de partes
ricas em nervos, neste caso Hypericum é o remédio. Para contusão, mesmó extensa,
e sensação de contusão, o remédio éAmica. Dilacerações abertas e cortes, pense em
Calêndula. Ele diz: para causas locais, use remédios locais; para causas internas,
trate com remédios internos.
(Mas como nós vimos, Ledum administrado internamente em potência é
extraordinariamente útil e reparador de ferimentos externos). Ele diz, também, se
feito um curativo cuidadoso em um ferimento e a cura não acontece por primeira
intenção, procure a causa constitucional e descubra seu remédio.
O paciente de Ledum tem um frio constitucional, é frio ao toque; corpo e
extremidades frias e cabeça quente (Am.). Mas, também, outro extremo: o corpo
super aquecido, pele purpúrea ou altamente corada, late- jando e pulsando em todo
lugar, e quer se descobrir à noite. Numa dor de cabeça de Ledum, ela pode querer
expor a cabeça ao ar frio (Ars., Phos.), ou quer banhá-la em água muito fria.
Mãos e pés inchados, túrgidos e mosqueados; inchados tanto quanto a pele
permita; com dor torturante; o único alívio conseguido é ao colocar os pés dentro
de uma tina de água gelada por horas. Ele cita um caso de um bêbado sifilítico :
“Quando eu o vi pela primeira vez ele tinha uma tina de bom tamanho, e colocava
água gelada até os joelhos e com pedaços de gelo flutuando em volta, sendo que o
contato destes com a pele lhe era agradável. Ele continuava a colocar gelo, senão
sofria terríveis dores. Bem, uma dose de Ledum o fez tirar os pés da água gelada, de
modo que
LEDUM PALUSTRE 47
cie nunca mais utilizou-se disto depois. O inchaço e a cor purpúrea de seus pés
desapareceram e ele deixou de beber”. Ledum até “o curou de muito de seu
problema sifilítico”. KENT diz que: “Pulsatilla e Ledum são os dois principais
remédios que querem ter os pés na água fria. Mas foi Ledum que serviu para aquele
homem.
A maioria dos pacientes dc Ledum são fortes e pletóricos, robustos. Suas
superfícies inflamadas tendem a sangrar, e o sangue é preto.
Hemorragias dos olhos, cavidades nasais, urina sanguinolenta.
Úlceras - às vezes fagedênica, que se espalham, aliviadas pelo frio.
Condições reumáticas e gotosas, cálculo gotoso nas articulações, depósitos nos
punhos, dedos das mãos e dos pés. Vão debaixo para cima. Inflamam e são
aliviados pelo frio. Os joelhos são especialmente afetados. “Tais pacientes sentam-
se com a junta exposta ao frio, abanando-a ou colocando uma loção evaporante.”
A face inchada, intumescida e estupefacta, como a de um antigo bêbado. Tira
em grande parte o desejo de whisky, e age contra os seus efeitos. Ele diz: “Ledum é
para o whisky o que Caladium é para o fumante; ele quebra o hábito de fumar, de
tal forma que os fumantes freqüentemente ficam com aversão ao fumo”.
Ele fala de seus sintomas renais; de sua areia na urina. “Quando o paciente está
se sentindo melhor, há uma grande quantidade de depósitos arenosos na urina;
quando há pouca areia, os depósitos nas juntas tornam-se acentuados, e ele se sente
pior”.
Ledum tende a fazer os transtornos irem do centro para a periferia, porque suas
queixas começam na periferia e vão em direção aò centro. Ly- copodium, que
freqüentemente causa um retorno da areia vermelha à urina, também faz os
transtornos virem para a superfície.
Emagrecimento das partes afetadas, depois de ferimentos infecciona- dos dos
nervos
Tt * * * t
NASH tem algumas coisas extras para enfatizar com respeito a Ledum.
Equimose: Ledum às vezes vem para completar um caso de Amica. ond& Amica
foi melhor de início, Ledum freqüentemente remove a equimose e a descoloração
mais rápida e perfeitamente.
“Em olho preto, por conseqüência de um soco ou contusão, atua melhor do que
Amica”. Para isso, ele diz, não há remédio que se iguale a Ledum na potência 200.
Mas, se há uma grande dor no próprio globo ocular, Symphytum pode ser necessáru
>. Ele acrescenta: em todas essas afecções, eu acredito que a potência 200 é melhor
do que as preparações mais baixas"
Ele fala de Ledum em reumatismo agudo: as juntas estão inchadas e
48 LEDUM PALUSTRE
quentes, mas não vermelhas. Os inchaços são pálidos e as dores são piores à noite e
com o calor da cama\ quer que as juntas fiquem descobertas.
Em reumatismo crônico ele é igualmente eficaz. As juntas inchadas e doloridas,
especialmente no calor da cama; com nódulos duros e doloridos e concreções,
primeiro nas juntas dos pés, e então nas mãos. Periôsteo das falanges doloroso à
pressão. Tornozelos inchados e solas dos pés doloridas e sensíveis; mal pode pisar.
E nesses casos o paciente de Ledum é incomumente frio; falta de calor vital ou
animal.
Sobre Ledum, o alívio por conseqüência do frio é tão proeminente que às vezes
o único alívio é colocar os pés dentro da água fria. Ele diz: estude Ledum em todos
os casos de reumatismo dos pés.
Sonhos inquietos: ele às vezes está em um lugar, outras vezes em outro, às vezes
ocupado com um assunto, outras vezes com outro.
Insônia com inquietude e agitação.
Ao despertar; um leve suor por toda parte, com coceira por toda parte,
L.ÈLUUM FALUÒ1 KtL
51
52 ULIUM TIGR1NUM
LILIUM
Bearing-down. SEPIA
Tudo forçando para baixo como Bearing-down.
se o conteúdo da pélvis fosse Pressão das costas para o
empurrado para baixo atra- abdome.
vés de um funil, sendo a va-
ginaa passagem.
Deve sustentar a vulva com a
mão, ou cruzar as pernas. Deve cruzar as pernas para
impedir a protru- são
Sente mais o calor. das partes.
Intolerante à compaixão. Sente mais o frio.
Apressada e preocupada Intolerante à compaixão.
(Arg. nit.) por tarefas INDIFERENTE.
imperativas que ela é
incapaz de realizar.
ELA TEM DESEJO POR CARNE. Aversão a carne.
A terrível diarréia e tenesmo Inexistentes em Sepia.
(dcMerc. cor. cLil.).
Tem-se visto uma bela ação de Lilium tigr. em rapidamente aliviar o incômodo
depois de abortos.
Também um caso bastante surpreendente de cura de colite ulcerativa de dez
anos de duração e muito tratada pelos “mestres da profissão”. Nos primeiros dias
de sua doença, ela tinha mais de trinta evacuações por noite. Mesmo agora, ela
estava tão branca como uma folha de papel - uma brancura transparente. O
incômodo, o esforço e o número de evacuações de manhã tornava-lhe impossível
de sair até mais tarde do dia; e estava tão doente que precisava de uma enfermeira
com ela.
Ela apresentou alguns sintomas peculiares e característicos, característicos dela
mesma e não da doença rotulada como “colite”. Ela tinha muito apetite, estava
faminta no almoço. Ela adorava carne. E ela não só tinha a vontade de evacuar e
pressão para baixo no ânus, mas também no útero. Ela tomou Lilium tigr. em alta
potência, respondeu prontamente e atualmente é uma jovem saudável, com uma
boa cor, jogando tênis e desfrutando a vida; e mais tarde ela se casou.
O poder de lidar suave, rapidamente e com sucesso com tais condições (negado
àqueles que desprezam os ensinamentos de Hahnemann) é algo que traz alegria e
gratidão!
Kent diz: “Lilium tigrinum curou as mais inveteradas hemorróidas salientes,
com queimação”.
Existe um grande número de outras drogas que produzem a sensação de
“bearing-down” e que são úteis, cada qual em seu lugar, para tais condições; mas
nenhuma com tal intensidade como Lilium e Sepia. Duas delas, mas com
“modalidades” ou estados totalmente diferentes, são Pulsatilla cBelladonna.
Será lembrado que Lilium e Sepia não podem ficar de pé; devem se sentar, ou
cruzar as pernas, ou sustentar a região, a fim de prevenir a pro- trusão, tal é a
sensação. Mas o bearing-down de Belladonna melhora de pé, enquanto que o de
Pulsatilla piora deitado. Estas coisas são estranhas e inesperadas, portanto
importantes.
Lembramo-nos de uma pobre mulher, uma de nossas pacientes ambu- latoriais,
que veio ao hospital depois de um aborto, doente e com uma temperatura
preocupante, reclamando de angustiante sensação de bearing-down, pior depois de
sentar e deitar, e somente aliviada ao ficar de pé. Ela recusou a internação; foi-lhe
dado Pulsatilla (evidentemente o remédio dela) e dito para voltar no dia seguinte,
quando a temperatura era normal e o incômodo tinha acabado.
As “modalidades” ou condições que acompanham tais sintomas são enormemente
úteis para uma correta prescrição - sem os quais, os belos
LILIUM TIGRINUM 55
* * * * *
uma sensação como se ele devesse dobrar-se; incapacidade de andar em linha reta.
Um dos preciosos presentes de Hahnemann. que demonstra e justifica
seus ensinamentos com relação ^potencializaçaB)
Ele escreve sobre LycopodiumrJ(Ebie pó parecido com poeira, que é
amarelado, macio ao se tocar, é obtido das espigas de ui musgo^Lycopo-
dium clavatum, que cresce nas florestas da Rússia e Finlândia (também na
Inglaterra). “Próximo ao fim do verão, as espigas são secas e em seguida moídas.” (
\ “Quando atirado em uma chama ele cintila e é usado para envolver pí- (
(
lulas que facilmente se aderem umas às outras, e para proteger locais feri-
Í
% dos em dobras contra a fricção ocasionada por andar ou por outros movi-
mentos. Ele flutua sobre líquidos sem ser dissolvido, não tem gosto ou
cheiro e em sua condição natural bruta quase não possui efeito sobre a
saúde do homem...
“Esta droga tem propriedades medicinais maravilhosas, que^somente podem ser
reveladas gejaJjjturaçãQ^siiçussão.
“Uma dose moderada age de quarenta a cinqüenta dias. Pode ser repetida
depois do uso intermediário de um outro antipsórico, mas uma segunda dose age
menos favoravelmente do que a primeira.
“Ele age com^specíãHreneYicío, guando indicado homeopaticamen- te, depois
que passou a ação de Cale—”
Kent diz: “Apesar de classificada entre as substâncias inertes e vista como
sendo somente útil para envolver pílulas alopáticas, Hahnemann tornou-a útil,
desenvolvendo seu poder por atenuação. É um monumento a Hahnemann. Age de
forma profunda na vida... Não há nada sobre o homem que Lycopodium não leve ao
tumulto..
Este “pó não-umectante” - inerte, no entanto brilhantemente cintilante “quando
atirado numa chama”, é também usado na fabricação de fogos de artifício. Quando
as sementes são esmagadas, uma substância oleosa é liberada. Leva duas horas de
4
trituração com lactose (nos é ensinado) para seu preparo inicial como um remédio
ao mesmo tempo potente e único em suas propriedades benéficas. \
Para começar, vamos reproduzir, mais ou menos, um daqueles pequenos e {
antigos retratos da droga que resumem em suas menores dimensões o que nós /
sabemos e consideramos absolutamente essencial ao emprego
57
de um remédio.
* ****
Lyc. é uma das nossas drogas mais constantemente usadas. Ela não lhe é
evidente assim que o paciente entra, mas com umas poucas perguntas você
geralmente terá uma boa pista.
Pergunte antes dc tudo a hora do dia. Este paciente diz: “pior à tarde, ou pior às
16 horas, ou pior dasjjfcàs 20 horas”. Então você o observa para perceber
quõ^le^e^conformaao tipÕZycTêousca mais informações.
Kent diz: “O pobre e pequeno Paul Dombey precisava de uma dose de Lyc.,
mas Dombey não sabia disto e perdeu seu filho”.
Em Lyc. a mentsjS melhor desenvolvida do que o corpo. Lyc. está predisposto
ajuma aparência doentia e enrueada - maero, especialmente na
_ _
X ü ‘ ‘ ‘ / ' • - - _ . . . . . - - 7 _ - -
; -
(apesar de poucas pessoas saberem disto) Carbo veg.,Phos. ac.,Plb., Sii e Thuja. Estes
últimos têm que ser procurados em outras partes do repertório. E bom adicioná-los
à rubrica.
Há anos atrás, um de nossos excelentes prescritores fez-me entender uma fase
da mentalidade de Lyc. Ele explicou os terrores de antecipação, de como eles
afetam Lyc. Lyc. precisa encontrar seus acionistas ou seus eleitores para um
importante discurso e sabe que irá se atrapalhar, hesitar e esquecer seus pontos;
está Qhc.erado rpm ajdéia dgL&ue irá fazer uma confusão. Chega o temido
momento: ele se levanta, entusiasma-se com seu trabalho, desliza em um jubiloso
auto-esquecimento, para sentar-se, sentindo que fez o discurso de sua vida. Foi
tudo alegria e fluência; ele não somente lembrou de todos os seus pontos, mas falou
de novos assuntos assim que prosseguiu. Mas ele sofrerá do mesmo terror na
próxima vez, a menos que ele receba seu estímulo medicamentoso, pois é
Lycopodium.
Ou então Lyc. quer ficar sozinho - com alguém na sala ao lado, porque ele tem
medo de ficar sozinHof^eu Hesejo por solidão está em itálico; seu medo, quando
sozinho, está grafado em negrito. As drogas que têm estes estados opostos em
negrito são as mais interessantes. (Lach. tem em negrito, discurso rápido e
loquacidade; e, também, lentidão de fala! Isto nem
sempre é notadoV ___________ _______ ____ _____________________
7
/ Lyc. tem muitos MEDOS - medo de ficai sozinho^de multidões
escuro, da morte, de fantasmas, de pessoas./ ------------------------------- —~—^
^^TJycTT^rfiTtodas as DlSPEPSIAS~q^evocê pode imaginar. Compete com Carbo
veg. e China pela distinção de ser o remédio mais flatulento. Lyc. virá e dirá a você
que, durante dias seguidos, ela está distendida como
LYCOPODIUM 59
um tambor e precisa afrouxar suas roupas. Depois da comida ela fica dis-
tendida e tensa, quase para estourar, e não pode suportar pressão e cons-
trição de suas roupas. Ou ela se sente faminta e depois de alguns bocados
fica inchada e cheia e não consegue comer mais. Ou ela pode se sentir
absolutamente cheia e ainda com fome. Pois Lyc. tem em tipo negrito a
saciedade fácil e também o oposto, em negrito, “fome após comer.” ou
“fome após comer com o estômago cheio e tenso”.
OS DESEJOS POR COMIDA deLvc. são por coisas doces, por bebi-
das quentes. Lyc. adora ostras, mas fica doente com elas. Ode^TCSfeecàr-
—— ---------------------------------------------------------------------------------- —
-------------------------------------------------------------------------------------- , ■ — —
^fodos nós conhecemos a LATERALIDADE DIREITA a
direçao^QS^inlo^maS, da direita para a esq uerda, ou decima para baixo.
Sintomas URINÁRIOS são importantes. Areia vermelha na urina
clara; urina que é acre e escoria... assim você pode localizar um bebêL^c.
pela areia vermelha na fralda, ou pela erupção onde a urina irritou a pele;
e você pode curar sua nefriteehidropsia - como já se observou.
Lyc. é UM INTELECTUAL. CQXxverrrús-4^ftefrrosr^4ua^aiiiii-confian-
ça.ELyc. tem sofrimentõsintelectuais.falhaseconfusões,quandodoen-
te. Perda de memória. Fala palavras e sílabas erradas. Comete erros ao
escrever - pronuncia mal - omite palavras ou letras. Pode saber que o
ime. Isto
“Z” éTultima lêrra~5õ alfaBêto e ser incapaz de fornecer.
pode cKégar aTàl põnto que ele seja incapaz de ler - pode ser capaz de
esicreverTTqüBTteseja, maslHcapSzcTe ler oqQe -5§crêveu7
-Nossos doutores talam de grandes cüras conTTpCT de pessoas literatas
incapazes, depois de um ataque de GRIPE, de conseguir trabalhar de no-
vo. As seqüelas intelectuais de uma gripe freqüentemente pedem Lyc.,
enquanto que as neuróticas (quase chegando à insanidade) precisam de
Scutellaria, e aquelas com fraqueza e frialdade duradouras encontram rá-
pida ajuda de China.
Não existe doença, aguda ou crônica, onde Lyc. não possa ser o remé-
dio - em um pacienteLycopodiunú Dor de dente aproximadamente às 16
íoras (observou-se isto). Erupções que se irrompem de forniSrtrorrível às
horas (isto também). Pneumonias demoradas, onde se observa que a
temperatura sobe às 16 horas e cai depois das 20 horas. Difteria onde a
mglnbrana começa no lado direito e atravessa para o esquerdo, sendcTque
a^bocãe a iingua njmadicam M&çjQu. difterias pòs-nasais que se^sten-
dem para baixaLyc. tem também a Daiialkiapós^dift^(^sendrr?^/y
seu grande remédio usual), onde comida e bebida são regurgitados pelo
nariz. Problemas renais, comò dizem, onde a urina mtlamãlfavermelha a
pele ontterqtíer que toque,
) uas" ^Duàs^|^enãsbibricas miiitú Ateis pode mlnrá-ln de frente aLvc. Pé
direito frio, esquerdo normal, por queimante como brasas vermelhas en-
"treaseStapulas.(Phos. temissoemuitopouEaTcnitrasdrogás).ístaspè~
60 LYCOPODIUM
quenas rubricas são freqüentemente bastante úteis, se for somente para decidir
sobre o diagnóstico do remédio.
Se você tem piora à tarde
piora às 16 horas piora das
16 às 20 horas desejo por
bebidas quentes desejo por
doces acidez e flatulência
inchaço
com seus problemas urinários, você não errará se prescrever LYCOPODIUM.
SINTOMAS EM NEGRITO
tuma.
Terçóis nas pálpebras, mais próximos do canto interno.
Vlceraçãoe vermelhidão das pálpebras.
A luz à noite o cega demais; não consegue enxergar nada sobre a mesa.
Sensação como se uma bola subisse, de baixo para cima até a GARGANTA.
Sente a garganta muito apertada ao engolir; nada desce; comida e bebida
regurgitadaspelo nariz. (Gels., Diph.)
11
(
LYCOPODIUM 63
Há muitos anos atrás, fui chamada para o “fim do mundo” para prescrever
para um pequeno menino - muito pequeno, apesar de já ser um grande jogador
de cricket aos cinco anos de idade. O problema era recente: - “urgência
urinária” atormentadora. Ao assisti-lo jogando cricket na areia com os outros
meninos, observava-se que a cada poucos minutos ele tinha que correr com
ímpeto para obter alívio. Isto tudo era embaraçoso para seus pais. Uns poucos
sintomas de Lycopodium emergiram, com este sintoma, também novo para ele,
de que “acordava choroso e zangado”. Lyc. rapidamente o curou; e,
incidentalmente, nos fez traba
64 LYCOPODIUM
lada do mau cheiro na boca e língua que pede fortemente por um dos
lercúrios.
Lycopodium é um dos grandes policrestos - as Drogas de Muitas Utilidades. Mas os
sintomas em negrito acima citados, “os sintomas causados e muitas vezes
curados”, que são clássicos em nossa escola, trazem seus importantes pontos de
ataque para mal e para bem.
A droga, como dito, adequa-se a intelectuais; (dc preferência intelectuais
muito magros ecom aparência de velhos); com vigor mais mental do que corporal.
Conseqüentemente, mostra-se subversivo e especialmente curativo da
mentalidade; afeta a MEMÓRIA, e restaura aqueles que, depois de doença ou
esforço, são afligidos com confusão, cansaço mental e incompetência.
E ainda, seus efeitos subversivos e portanto seus poderes curativos atuam
fortemente nas regiões digestivas e urinárias.
Lembramo-nos de um “novo” paciente em particular que, durante dias, quase
explodia com flatulência e distensão e precisava afrouxar toda sua roupa; com
que rapidezLyc. deixou-a bem.
LYCOPODIUM 65
Nash diz: “Lycopodium com Sulphur e Calcarea formam o trio guia' dos
remédios antipsóricos de Hahnemann. Todos eles agem.muito profundamente.
Lycopodium age favoravelmente em todas as idades, mas particularmente sobre
pessoas idosas e crianças... em pessoas de intelecto perspicaz, mas de
desenvolvimento muscular fraco: pessoas magras... O indivíduo Lycopodium é
pálido, magro, com rugas prematuras no rosto; parece mais velho do que ele é. As
crianças são fracas, com cabeças bem desenvolvidas, mas corpos débeis, doentios
... Este é um do trio de remédios flatulentos, Carbo veg. e China sendo os outros
dois ... lembre: se: enquanto China incha todo o abdome, Carbo veg. prefere a parte
superior, e Lycopodium as partes inferiores .. .” Guernsey frisa que “China tem
plenitude depois de uma refeição completa normal; Lyc. depois de comer um
pouco”. “A constipação predomina; e como Nux, pode haver freqüente desejo
ineficaz de evacuar, más enquanto que a constipação de Nux é causada por ação
peristáltica irregular, a de Lyc. parece ser causada por uma contração espasmódica
do ânus, que impede a evacuação e causa uma grande dor... Lyc. salvou com
freqüência casos imperfeitamente curados, negligenciados ou mal tratados dc
pneumonia, de chegar a uma consunção . . .” Nós demos essas indicações
características em outra parte: a testa franzida, o abanar das asas nasais, a
agravação da febre das 16 às 20 hs., etc.
Lyc. fica doente, como um remédio friorento; no entanto é um dos poucos
remédios que aparecem no Repertório na rubrica, Melhor quando está frio (IOD.,
PULS., comLach.,Nat. mur., Sulph. e alguns outros). Mas Lyc. fica geralmente
melhor por coisas, bebidas, etc. quentes ou mornas, e ainda melhor aquecido na
cama.
Uns poucos pontos adicionais vindos de KENT, que reitera, enfatiza e
amplifica: “Lycopodium emagrece em cima, enquanto que as extremidades estão
razoavelmente bem nutridas... O paciente Lyc. não pode comer ostras. Não parece
ser importante qual o problema dele, se comer ostras fica doente... dor de cabeça,
dor no ovário, tosse - depois de comer ostras. Ostras são como veneno para Lyc.,
assim como cebolas são um veneno P para o paciente Thuja. O paciente (Jxalic
acidum não pode cõmerinbran- gosTSevocê Estiver num lugaTondíT uni paciente
ficiTcloente^ depois^de
vãTTqüêTfcr faZeralguma coisa, colocar roupas quentes ou água quente nas partes
doloridas, mas isto deixará o paciente Lyc. pior.
“Lyc. é cansado. Uma mente cansada, uma fadiga crônica, esqueci-
66 LYCUrUDIUM
LYCOPODIUM EM ANEURISMA
dando o medicamento para a saúde geral. Mas eu vi, depois, os resultados mais
surpreendentes deste remédio em um inconfundível aneurisma ca- rotídeo em
uma velha senhora, que para seus sintomas dispépticos o remédio freqüentemente
mostrava-se útil. As dores penetrantes que acompanhavam o inchaço
desapareceram nos primeiros três dias que havia tomado Lycopodium; e em duas
semanas, o aumento da artéria estava reduzido pela metade, sendo que deste
ponto em diante continuou estacionário, não lhe causando mais dor ou
inconveniência”.
r
MAGNÉSIA PHOSPHORICA
68
MAGNÉSIA PHOSPHORJCA 69
resultados têm sido, sempre, obtidos, até quando conseguimos nos lembrar, com
doses únicas da potência CM).
Um caso jamais esquecido, pela reação desagradável - até mesmo alarmante,
foi o de uma criança, no departamento ambulatorial, há muitos anos atrás, que
tomou uma dose de Mag. phos. CM, para coréia. Ela foi rapidamente trazida de
volta com uma extensão do problema, aparentemente, para dentro da região da
laringe, i.e. com espasmos respiratórios mais alarmantes. Foi imediatamente
internada, não tomou qualquer outro medicamento e ficou bem em poucos dias. A
droga, prescrita numa potência mais baixa, não teria provavelmente evocado tal
agravação alarmante - ou patogenesia, mas o resultado não foi tão ruim. Não se
cura completamente, de modo freqüente, uma coréia, dentro de duas sema nas, o
que ocorreu até onde se pode lembrar, naquele caso.
Entre os casos que vêm à memória com relação a Mag. phos., há aquele de um
bebê “muito doente”, que foi internado no Hospital por diarréia com dores em
cólica, fazendo-o dobrar as pernas. Coloc. foi dado e a diarréia foi aliviada, mas as
dores persistiram e o medo era de que o bebê morresse. Mas percebeu -se que uma
mão aquecida sobre o abdome evidentemente confortava o bebê; e Mag. phos., logo
depois, fez o resto.
Mas a principal utilidade de Mag. phos. tem sido no tratamento de dis-
menorréia. Doses únicas de CM, dadas a qualquer momento da vinda da paciente,
não necessariamente durante o período doloroso, curou para nós um número
considerável de casos, sendo as indicações: dismenorréia, com violenta dor
abdominal, fazendo a paciente se dobrar, e somente aliviada pelo calor.
SINTOMAS EM NEGRITO
Cólica menstruai.
Dismenorréia membranosa.
Neuralgia ovariana, dor penetrante e súbita, como um relâmpago; pior do lado
direito.
Coréia.
Neuralgia em intervalos, aliviada pelo aquecimento.
Pior: lado direito; pelo frio; ao tocar: aliviado pelo calor; ao curvar-se \obrado.
* * * * *
Mag. phos. é útil em nistagmo; estrabismo; piscar de olhos espasmódico;
ptose; em gagueira espasmódica; constrição espasmódica da garganta com
sensação de sufoco. Em soluços, dia e noite, com ânsia de vômito.
Em neuralgia vesical, depois de cateterização; sensação como se os músculos
não contraíssem.
Em laryngismus stridulus. Em tosses espasmódicas e coqueluche. Em angina
pectoris. Em neuralgia intercostal, do tipo constritivo. Em agitação das mãos e
pernas; dor ciática; câimbras nas panturrilhas; mesmo
MAUNtSlA .PHOSPHOR1CA ^ li
Í
tas; eles, de repente, falham, com rigidez e câimbra depois de muitas ho -
ras de trabalho, todos os dias, durante anos... A câimbra na mão do ope-
rário, do carpinteiro... esta é uma forte característica do remédio, em to-
dos os casos de esforço excessivo.
Grita com as cólicas violentas em disenteria e cólera morbo ... “Este
era o principal remédio de Schuessler para coréia, mas nós só podemos
usá-lo pela sua experimentação. Ele o prescrevia em todas condições ner -
vosas* mas sua experimentação justifica seu uso em neuralgia melhorada
pelo calor e pressão”. Câimbras e repuxões... Uma dor rasgante, como se
o nervo estivesse inflamado e esticado. Agitação, como em paralisia agi-
tans. Melhor com calor e pressão, e pior com o frio, banho frio, ventos
frios, tempo frio, falta de roupa. Dores por toda parte; mas dor mais pro -
vavelmente localizada em uma parte.
“Os sintomas mentais não se apresentam. Clinicamente utilizado
quando as diarréias cessaram de repente e problemas cerebrais surgiram.
Congestão cerebral; mas isto é totalmente clínico”.
Dores de cabeça, com face vermelha e pulsação, como Bell., mas ali-
viadas por bandagem apertada e um quarto quente.
Espasmos em volta dos olhos; contrações musculares; estrabismo.
Neuralgias da face, violentas neuralgias supra e infra-orbitais; especial-
^mente do lado direito; melhor com calor e pressão; pior com frio.
Dores no estômago com a língua limpa. Cólica melhorada ao dobrar-
fe, como Coloc., e pelo calor. “A cólica não é tão marcantemehte aliviada
"pelo calor em Coloc., mas é aliviada pela pressão”. Distensão do abdome
com muita dor. Irradiante. Compelido a andar e gemer. Meteorismo.
“Diz-^e que cura vacas nesta condição. Colchicum curará vacas quando
elas estiverem inchadas com gás, depois de tferem pastado em área cheia
de trevos”...
* %***
MAGNESÍA PHOSPHORICA 73
Dores de nervo, então, com espasmos, câimbra e cólica, sugerem Mag. phos.
Mas parece se observar que não é indicado onde houver febre, exce to em algumas
febres onde há câimbra. v4 grande esfera da droga é torturar e aliviar o tecido nervoso.
r >v
MEDORRHINUM
atravessasse sua cabeça. Quando assobia, o som é duplo, com vibração como se
duas pessoas assobiassem terças. Barulhos, de fritura e silvo, como se fosse em
células mastóides. Um verme se arrasta no ouvido direito e começa a perfurar a
parede anterior do canal auditivo.
Nariz ferido; sangra; como se uma centopéia rastejasse na narina es querda.
Gosto de cobre; língua com uma camada. Língua empolada; vesículas ha
superfície interna dos lábios e bochechas; pele descarnando em pedaços.
Garganta como se raspada. Salivação. Muco fibroso sai da boca du rante o
sono.
orazmente faminto, imediatamente depois de comer; ou absoluta raa de apetite.
Extremamente sedento; mesmo em sonhos ela está bebendo. Insaciável desejo por
licor, o qual ela odiava.
Desejo: por sal; doces; fruta verde; gelos; coisas azedas; laranjas.
O vômito é de muco grosso e bile preta; geralmente sem náusea.
Uma carteira de alfinetes no estômago parecem forçar através da carne,
fazendo-a dobrar-se e gritar. Dor intensa e apertada no estômago, com desejo de
rasgar alguma coisa.
Dores terríveis no fígado. Dor apertada no fígado e baço.
Palpitação e batidas na região da cápsula supra-renal; dores repuxan- tes e
relaxantes; como se causado por inset os com garras, frios como gelo.
Dor agonizante no plexo solar. Ele colocou a mão direita no estômago e a
esquerda na região lombar.
Batidas dos pulsos no abdome e em muitas regiões.
Somente pode evacuar ao inclinar-se para trás. Exsudação úmida do ânus,
fétida como peixe em salmoura.
Sensação borbulhante no rim.
Medorrhinum está grafado em negrito no Repertório, com Sulphur, Pulsatilla e
ChamomiUa, para solas dos pés queimantes, que são empurradas para fora da cama
à noite.
Um sintoma que faria alguém considerar Medorrhinum como o remédio é a
história de uma descarga acre, ofensiva da vagina; talvez esverdea da.
Medorrhinum afeta as mamas; como “Mamas frias como gelo ao tocar,
especialmente os mamilos, o resto do corpo quente” e, além disso, “dor nos
mamilos, sensíveis e inflamados”. “Sensibilidade peculiar das mamas”; até mesmo
“inchaço extenso, mas não doloroso, da mama esquerda”.
Este é um remédio útil em consunção incipiente.
Hering apresenta casos curados: “Criança de 15 meses, trazida em um
travesseiro, aparentemente morta; olhos vidrados, fixos; não se podia achar o
pulso, mas se sentiam as batidas do coração; saindo do ânus, fezes
78 MEDORRHINUM
H. C. ALLEN, que em sua Matéria Medica oflhe Nosodes, tornou muitas dessas
drogas acessíveis para nós, tem um longo artigo sobre Medorrhinum. Ele diz que
existem dois preparos: o agudo e o crônico. Ele diz: “Como todos os outros
nosódios, este deveria ser prescrito de acordo com estritas indicações, assim
como nós prescreveríamos,4/semcwm, Opium e
MEDORRHINUM 79
♦****
NASH diz que “o veneno da gonorréia é indubitavelmente um grande
remédio. Qualquer um que teve de lidar com a gonorréia, bem conhece a severa
forma de reumatismo que é freqüentemente a conseqüência da in trodução deste
produto da doença dentro do sistema. Eu vi alguns resultados marcantes a partir
do uso deste remédio em formas crônicas de reumatismo”.
Ele apresenta casos notáveis...
Ele diz que nunca encontrou qualquer história de gonorréia nos casos
80 MEDORRHINUM
em que ele foi capaz de beneficiar com este remédio ... “Levanta-se a questão:
será verdadeira a teoria do nosódio de Swan, ou são os produtos da doença
homeopaticamente curativos somente naqueles casos semelhantes a eles, sem
haver uma história do produto da doença?...
“Desde que escrevi a citação acima, eu fiz mais experimentos com os assim
chamados nosódios e tive, aparentemente, muito bons resultados a partir deste
remédio, bem como com Syphillinum, em intratáveis casos de reumatismo crônico.
A diferença mais característica é que com Medorrhinum as dores são piores
durante o dia, e com Syphillinum elas são piores à noite.
“Não há dúvida de que grandes poderes curativos residem nestes dois venenos
de doença e eles não deveriam ser descartados, simplesmente porque eles são os
produtos da doença.
“Com relação aos outros nosódios, eu vi, nos últimos dois anos, alguns efeitos
marcantes com eles”.
SINTOMAS EM NEGRITO
Epistaxe.
Impotência.
Consunção incipiente.
{
Gengivas pálidas. (
Boca muito dolorida; úlceras na língua e na boca, como bolhas.
Vesículas na superfície intema das bochechas e lábios; pele descaman- (
do em pedaços. (
* (
Ansia de vômito violenta e vômitos por quarenta e oito horas, primeiro
muco claro, por fim como borra de café, com intensa dor de cabeça, grande (
desespero e sensação de morte iminente; durante o paroxismo estava cons- ^
tantemente rezando.
Câimbras no estômago, como por ar. (
Sensação na boca do estômago como uma carteira de alfinetes, que pa- (
reciam forçar através da came, fazendo-a levantar, dobrar-se e gritar; os alf-
inetes parecem vir de todos os lados.
Dor intensa no estômago e abdome superior, com sensação de aperto. (
Congestão do fígado. {
(
Calor queimante ao redor das costas, como um carvão em brasa.
í
Pulsação e batidas na região da cápsula supra-renal, como se por abs- (
cesso ou ponto ferido logo abaixo da quinta costela, do lado direito. Cala-
frios formigantes na região do rim direito, pulsando, contraindo, repuxando (
e relaxando como se causado por insetos gelados com garras. ^
K
Ascite: abdome grandemente distendido, urina escassa e de cor escura. (
Fezes pretas. ^
1
Diarréia branca.
Somente pode evacuar ao inclinar-se para trás; muito doloroso; como se
houvesse um caroço na superfície posterior do esfíncter; tão doloroso que
causa lacrimejamento. (
Cólera infantil com opistótono, vômitos e diarréia aquosa: descarga {
profusa de sangue e pus.
Dolorosos ataques de hemorróidas, sem sangramento; inchaço quente (
no lado esquerdo do ânus. \
Lombrigas. -{
v
GUNICUM1000 i
“GLINICUM não é nada mais do que Medorrhinum; então, por que multiplicar (
nomes? Somente porque eu mesmo obtive sua matriz através de um caso típico e
eu mesmo a macerei em conhaque, então eu sei o que
MtLUUKKtilNUM
Na Matcna Mcdica Pura, ele descreve os processo > das várias preparações.
83
84 MERCURÍUS
H. C. ALLEN assinala que “Merc. é pior com calor da cama, mas é me-
lhor por descansar na cama; enquanto que>t/s. é melhor com o calor da
cama, mas pior por descansar na cama”.
É o conhecimento destes pequenos pontos que freqüentemente faz
com que prescrições bem sucedidas sejam rapidamente praticáveis em
trabalho agudo: e Allen diz: “Pior ao deitar do lado direito - muito poucos
remédios têm isso”^
“As queixas, em geral, são piores enquanto ele transpira, e quanto mais ele
transpira, pior ele fica.
“... escoriação sempre que duas partes se tocam.
“Merc. especialmente afeta as juntas; reumatismo inflamatório com muito
inchaço, agravado pelo calor da cama e por se descobrir. É difícil achar a
quantidade certa de roupa. Doenças reumáticas com transpiração, agravação à
noite, pelo calor da cama e enquanto transpira, com aparência doentia. Ataca
especialmente os membros superiores, mas é também encontrado nos inferiores.
“Merc. é um dos melhores paliativos em câncer do útero e mamas. Ele
restringirá e às vezes curará o epitelioma. Eu conheci um caso curado pelo proto-
iodatus, uma massa ulcerada e endurecida no seio, tão grande quanto um ovo de
ganso, com nódulos na axila, a parte azulada e sem esperanças. A 100 a atenuação,
dada sempre que as dores fossem severas, removeu-a e ela permaneceu bem.
J “A língua pesada e as febres biliosas desaparecem depois de Merc. Ele é
maravilhosamente útil em febre héctica nos últimos estágios de consun- ção, e em
exaustivas doenças com tísica e em câncer, onde há dor, transpi ração pútrida etc
... quando o paciente 6 ictérico, em mal-estado geral, prostrado, trêmulo, com
músculos trêmulos, grande exaustão e febre
contínua”.
V4.
A propósito: Mercurius e Silicea são “inimigos”. Observou-se severas
agravações em casos de abscesso, quando um foi administrado depois do outro.
AquiHepar“colocará ordem nas coisas”.
Merc., além da putridez da boca e salivação, tem gosto salgado; gosto doce;
gosto metálico; gosto de ovos podres; gosto “nauseante”. '
“Problemas ocorrendo dentro ou sobre as bordas das pálpebras; testa; couro
cabeludo; ossos da cabeça; topo externo da cabeça; gânglios nas proximidades dos
ouvidos.
“Secreção nasal acre, nariz vermelho e escoriado o tempo todo; 'criança de
nariz sujo' (Sulph.). O canal do nariz pode dilatar-se bastante, em ambos os lados e
no topo .. .Raramente dê Merc. se a língua estiver seca”. (Keynotes de Guernsey).
Não irei discutir Mercurius no tratamento de doença venérea como indicado
em Doenças Crônicas de Hahnemann (cujo trabalho parece estar, finalmente, sendo
reconhecido); no entanto não se pode passar por isto sem tomar conhecimento.
Para o que temos a falar sobre o assunto, os médicos poderiam gostar de dar uma
olhada em um pequeno panfleto, publicado pela Associação Homeopática
Britânica, intitulado: Concepção das Doenças Crônicas de Hahnemann Como
Causadas por Micro- Organismos Parasitários.
É lembrada a rápida cura de um caso ruim de “pneumonia gripai”, lo
88 MERCURIUS
go depois da Guerra, com umas poucas doses de Merc. 30: dado por causa da
boca e hálito pútridos, e transpiração profusa v. mal cheirosa.
SINTOMAS EM NEGRITO
A noite (1 h.) muita água flui dentro aa boca, com náusea ao mesmo tempo, de
modo que ele desperta e deve vomitar; sobe algo muito amargo.
Freqüente SO LUÇO.
yu MlLKi^UtU Uò
Queimação na URETRA
Desejo constante de URINAR; a cada dez minutos; mas urina somente uma
pequena quantidade.
Urina imediatamente depois de ter eliminado um sedimento bastante turvo que se
deposita.
jjt Ele elimina muito mais urina do que o líquido que bebeu.
Micção muito freqüente e muito profusa.
Grandes ÚLCERAS sangram e, quando tocadas, uma dor afeta o corpo todo. Suas
margens evertidas como came crua e suas bases cobertas com uma camada caseosa.
Sangramento de uma úlcera que existia previamente.
Pacientes hidrópicos (assim chamados) perderam muito rapidamente o inchaço, è
ganharam rapidamente, ao invés disso, úlceras fétidas e decompostas nas pemas.
Assim que ele vai para a cama à noite, as dores recomeçam e expulsam o sonô,
MERCURIUS VIVUS
SINTOMAS EM NEGRITO
(
MERCURIUS CYANATUS <
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Quase um específico para difteria.
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MEZEREUM
(Daphne Mezereum)
Um dos preciosos legados medicinais de Hahnemann. Ele diz que o suco, ao tocar
a pele, produz uma queimação bastante dolorosa, que dura por muito tempo; e ele
nos conta que, como o poder medicinal desta droga não é volátil, é melhor secar a
planta e triturá-la, como todas as outras substâncias secas. A casca, a raiz e o
caule são usados para fazer a tintura.
Mezereum é um arbusto resistente, nativo da Grã-Bretanha e de países do
norte; floresce no começo da primavera, às vezes na neve. Foi introduzido por
Stapf e amplamente experimentado por Hahnemann e sua equipe. A
experimentação aparece em sua obra Doenças Crônicas.
Afeta poderosamente a pele, ossos e membranas mucosas. Sua ação é
caracterizada, em toda parte, pela VIOLÊNCIA. Dores violentas; coceira
violenta; repentinas dores violentas na face durante o sono; violentas sensações
de fome; queimação violenta na boca; dores violentas no estômago e no esôfago;
violenta tendência à tosse, mais fraca do que pode ser alcançado pela tosse;
“violenta febre aguda”.
E toda a sua violência é mais violenta pela noite. Este é um dos remédios que
pode ser necessário no tratamento da sífilis; pode ser também necessário em uma
variedade de condições da pele - lesões muito severas da pele, caracterizadas pela
coceira violenta, e pior à noite; pelo calor da cama; a droga que entrou no
Repertório como “erupções que coçam, pior com o calor do fogo”.
Possui contrações incômodas: contrações das pálpebras; contrações e
espasmos dos músculos da bochecha direita; contrações dos músculos na boca d o
estômago.
Este é um dos poucos remédios que adoram e têm desejo por presunto gordo;
Mez. encontra alívio ao beber leite e ao comer bacon gordo. (Compare com
Tuberculinum).
Algumas das dores são violentamente queimantes; queimações “picantes”
(compara-se a Caps.); e tem um gosto ardente; um gosto salgado e picante; gosto
amargo e ácido - especialmente a cerveja tem gosto amargo (não a água) e causa
vômitos.
As condições estomacais (tem uma reputação para úlcera gástrica e até
enduração e carcinoma) são curiosas. Sem fome, pode haver constante desejo de
comer e de colocar algo no estômago, tendo com isso menos
94
MEZEREUM 95
dor. (Compara-se a Graph., Chel., etc.). Constante desejo por comida. A náusea
desaparece depois de comer. (Compara-se a Sepia).
Com relação à sua pele, jamais nos esquecemos de uma experiência repetida
com Mezereum CM., ao fazer um trabalho com crianças e feridos, no hospital
durante a Guerra; sendo as crianças mal nutridas, provavelmente se prestaram a
tais condições miseráveis. A experiência foi com os muitos casos de kerion (tinea
kerion), assim descrita nos compêndios: “notáveis sintomas inflamatórios com
circunscrita tumefação úmida do couro cabeludo, que é coberto com pústulas ou
com orifícios abertos, dos quais exsuda pus viscoso”. E lembramo-nos,
vividamente, como alguns dos casos eram “acompanhados de piolhos”. Diz -se
que o kerion pode flutuar e dar a idéia de abscesso, mas quando feita uma incisão,
ao invés de uma bolsa de pus, só exsudam poucos pontos de pus, sendo as células
capilares individuais o sítio de inumeráveis pequenos abscessos. De qualquer
forma, Mezereum nunca falhou em rapidamente curar a condição. Tanto que,
quando se solicitou do interior ajuda para algumas crianças afetadas, enviou -se
Mezereum CM; umas poucas doses, que, como nos contaram depois, curou
rapidamente.
“Específicos? Como você ousa ensinar específicos? É essa a Homeopatia de
Hahnemann, que você afirma ensinar?"
De fato, é. Hahnemann nos conta que, se nós somente prestássemos atenção
para doenças “miasmáticas”, agudas ou crônicas, i.e.para doenças causadas por
organismos parasíticos, que têm em cada caso a mesma origem, os mesmos sintomas, o
mesmo curso, “um específico deveria ser encontrado”. E o kerion é, sem dúvida, uma
específica infecção parasítica, causada por microorganismos e tendo a mesma
origem, os mesmos sintomas e o mesmo curso; para a qual, em relação a uma
experiência epidêmica com uma dúzia ou mais de casos, Mezereum é o específico;
e provou- se ser assim, agindo magnificamente em uma única dose da mais alta
potência que alguém já foi capaz de por as mãos. Portanto, deixe-nos, mais uma
vez, citar Hahnemann, com relação a “doenças infecciosas, causadas por um
contágio peculiar (um miasma de regular caráter fixo) tal como varíola, sarampo,
escarlatina, etc ... Estas parecem ser tão fixas em seus cursos, que são sempre
reconhecidas como sendo familiares. Podem ser dados nomes a elas e n ós
podemos procurar formular alguns métodos fixos de tratamento adequado, como
regra, para cada uma delas”.
Podemos aqui, com vantagem, dar por extenso um caso clássico do Dr. Carroll
Dunham, da cura de uma surdez quase vitalícia, com Mezereum. Ele encontrou na
história passada um ataque severo de uma simples tinea capitis, na infância; e, ao
tratar aquela antiga condição - tantos anos mais tarde - ele conseguiu restaurar a
audição, a utilidade e a felicidade de um garoto cuja vida tinha, até então, sido
destruída. Este foi um caso, evidentemente, do que nós nos aventuramos a chamar
de “kerion crônico”. Isto
96 MEZEREUM
mente, anos atrás. Havia aqui uma condição anatomopatológica, mas não um
processo patológico e, conseqüentemente, não havia funções anormalmente
desenvolvidas - ou, em outras palavras, não havia sintomas de doença - dos quais
retirar indicações para o tratamento. A condição anatomopatológica não lançou
uma luz certa no processo patológico, que a produziu - assim como um
conhecimento da cidade, à qual um viajante chegou, não dá uma pista certa da
estrada pela qual ele chegou nesta cidade.
Mas, como Hahnemann orientou os seus discípulos, a história de um caso é,
freqüentemente, de máxima importância para determinar o tratamento. No caso
diante de nós, a coincidência entre a violenta remoção da tinea capitis por nitrato
de prata e o surgimento da surdez foi muito marcante para deixar de se observar.
Não poderia deixar de ocorrer ao médico que a doença do couro cabeludo era
uma fase de uma afecçãopsórica, como Hahnemann a teria chamado, ou de uma
discrasia, como a escola moderna de patologistas alemães diria (pois a doutrina
de discrasias é apenas uma adaptação da teoria psórica de Halmemann), e que
esta afecção, localizada sobre o couro cabeludo, transferiu-se para os tecidos do
ouvido. Ocorreu-me, depois, de que já que nesta última localização não havia
suficientes indicações para uma prescrição, eu poderia encontrar tais indicações
no fenômeno da antiga localização sobre o couro cabeludo. Eu,
conseqüentemente, dediquei-me à tarefa de conseguir um quadro completo desta
afecção, que tinha desaparecido treze anos antes. Por sorte, a mãe do paciente
possuía uma boa memória e um excelente poder de descrição e, através dela,
aprendi que “crostas grossas e esbranquiçadas, duras e quase calosas, cobriam
todo o couro cabeludo. Havia fendas nas escamas, através das quais, ao
pressionar, exsudavam um pus grosso amarelado, freqüentemente muito ofensivo.
Havia uma grande coceira e uma vontade de arrancar as escamas com as unhas -
especialmente incômodo à noite”.
O remédio que mais corresponde, em sua patogenesia, com o grupo de
sintomas acima, é indubitavelmente Mezereum. Na introdução à experimentação
daquela droga, em Doenças Crônicas, Vol. IV, Hahnemann o recomenda para
erupções úmidas do couro cabeludo. Na experimentação, em Archiv., vol. LV,
muitos sintomas apontam para a erupção similar - coceira, especialmente à noite,
mas o grupo conclusivo de sintomas patogenéticos é o seguinte, a partir de uma
nova experimentação de Mezereum, pelo falecido Dr. Wahle, de Roma, do qual o
manuscrito me foi mostrado pelo seu filho, o atual Dr. Wahle:
“Cabeça coberta com uma crosta grossa como couro, sob a qual um pus
branco e grosso acumula-se aqui e ali, e o cabelo fica colado; na cabeça, grandes
crostas elevadas, irregulares e brancas, sob as quais pus acu mula-se em
quantidade, torna-se ofensivo e alimenta vermes. A criança
MEZEREUM 99
SINTOMAS EM NEGRITO
DOR DE CABEÇA muito violenta; cabeça dolorosa ao mais leve toque (depois de
uma leve vexação).
Dor óssea nos ossos do crânio, especialmente agravada pelo contato.
Dor nos ossos do crânio, inchados e sensíveis ao frio e ao contato; pior com
movimento e ao anoitecer. Cáries.
Coceira e queimação do COURO CABELUDO.
Cabeça coberta com uma crosta grossa como couro, sob a qual um pus grosso
branco acumula-se aqui e ali, e o cabelo fica colado.
Na cabeça, grandes crostas brancas elevadas, sob as quais uma linfa acumula-se em
quantidade e começa a ficar ofensiva e a criar vermes.
ar fresco.
Violenta queimação na boca.
protruso.
Fezes duras como uma pedra e grandes; como se fossem rachar o ânus.
Pontadas no rim, e dor como se dilacerado.
Leucorréia corrosiva.
Dispnéia como se por aderências ou contração dos pulmões.
Tosse espasmódica; muco amarelo víscido; gosto salgado.
Tosse; quando come ou bebe algo quente precisa tossir até vomitar; por
cerveja.
Neuralgia intercostal, segue herpes zoster (Raiu bulb., Ars.)
Sente os membros como se encurtados.
Mão direita fria, a esquerda quente, ou ambas frias.
Paralisia dos flexores dos dedos das mãos; ponta dos dedos sem força, não
pode segurar nada.
Dor violenta no tíbia como se golpeada, ou como se o periôsteo tivesse sido
dilacerado, depois da meia-noite.
Perna, do joelho ao dorso do pé, coberta com crosta grossa amarela, de cujas
fendas exsuda uma matéria grossa amarela ao se pressionar.
As crostas caem em pedaços, deixando a pele vermelha viva, dolorida, com
uma coceira violenta e exsudando um fluido fino e claro, formando uma crosta
fina sob a qual pus acumula-se novamente; em volta das crostas, a pele fica
vermelha escura, tensa, quente, pruriginosa. A noite, coceira e queimação
intoleráveis na erupção. Odor abominável (Herpes cros- tácea).
Violentas dores noturnas nos ossos dos pés.
Sensação de uma grande leveza do corpo.
Especialmente indicado em janeiro e fevereiro.
Pior por calor e por frio.
Cabeça especialmente pior com o frio; dores nos ossos do crânio e no couro
cabeludo, etc.
Também pior com o calor da cama; do fogo; coceira no couro cabeludo e nos
pés. (ComoPuls.), fica friorento e sonolento em uma sala quente.
Mãos e pés frios; unhas azuladas. Com ponto quente no topo da cabeça.
Sensações: como se bêbado. Como se a parte superior da cabeça fosse
vigorosa. Como se o crânio fosse rachar. Como se tivesse perdido o topo da
cabeça.
Olhos puxados para trás; ouvidos abertos.
Dentes muito longos; formigas correndo sobre o peito.
Como se o crânio fosse rachar; como se as fezes fossem rachar o ânus; rins
como se dilacerados. Periôsteo partido.
Garganta estreitada. Peito muito apertado; membros muito curtos.
Picadas como de agulhas; milhões de insetos rastejando sobre ele.
MEZEREUM 103
Dores puxantes; nas cavidades dos dentes; da junta do quadril para o jòelho;
na bochecha; na pálpebra.
Como fogo sendo lançado através dos músculos.
Constrição da garganta, estômago, em volta do ânus em prolapso.
Sente os ossos distendidos.
NASH cita “Dor em ossos longos, especialmente a tíbia” (Dros. e Lach., Asaf.,
etc.).
Neuralgia facial ou dor de dente, quando as dores são muito piores ao comer
ou por movimentos das maxilas; melhor por calor radiante.
104 MEZEREUM
4c * * 4c 4c
* * * * 4<
Deixe-nos recorrer aos últimos esclarecimentos e ênfases em KENT, este
vivido pintor de sintomatoiogias.
Transtornos eruptivos; erupções e ulcerações.
As superfícies externas do corpo estão em um estado constante de irritação;
sensações nervosas, picadas, formigamentos, coceiras, mudando de um lugar a
outro, ao coçar. A parte torna-se fria após coçar.
Assim que ele se aquece na cama, ou em uma sala quente, a coceira co meça.
Kent, é claro, cita as crostas grossas, resistentes e coriáceas; com flu tuação
abaixo das crostas, que quando pressionadas causa a exsudação de pus grosso
branco... freqüentemente encontram-se vermes entre as crostas. Pus acre, destrói
o cabelo... Casos com uma história de eczema ou sífilis suprimidos. Erupções,
cicatrizes vermelhas em volta da face e dos olhos; fendas nos cantos dos olhos.
Problema de ouvido por conseqüência de erupções suprimidas... Ca tarro
atrófico; degeneração de membranas mucosas, ouvido, nariz, garganta. Tem
todos os estados catarrais, as ulcerações e áreas de erupções cor d e cobre
encontradas na sífilis.
Tende a manifestar os sofrimentos do corpo na pele; joga os males físi cos
para a superfície. O paciente de Mezereum fica em muito boa saúde quando as
erupções afloram. Quando suprimidas, doenças catarrais, de sarranjos nervosos,
estranhos sintomas mentais, constipação, reumatis
MEZEREUM 105
mo, sintomas de juntas aparecem; ele se torna uma pessoa destruída men talmente.
Melancolia religiosa ou financeira; melancolia com relação aos seus negócios;
indiferença a todo mundo e a todos ... Insanidade com melancolia, tristeza, e uma
história de erupções que pedem Mezereum ...
Sensação de vazio, medo, apreensão, debilidade no estômago, como se
alguma coisa fosse acontecer. Todo choque, dor, más notícias, quando a
campainha da porta toca, quando ele espera o carteiro, ou um amigo, ou quando
apresentado a alguém, ele experimenta uma vibração começando no estômago; ele
sente “medo no estômago”. (Cale., Kali carb., Phos., e Mez.). Kent também diz:
“Estes indivíduos de tipo plexo solar têm freqüentemente a língua profundamente
rachada e são difíceis de se curar”.
r
MORBILLINUM
(O Vírus do Sarampo)
v.
O que nós estamos tentando dizer aqui é meramente experimental. Mas sente -se
que o mínimo que se pode fazer é lançar sugestões, acreditando ^ que elas podem, se férteis,
germinar mesmo em terrenos inesperados, e
produzir frutos ao bem comum. Isto nunca tinha acontecido até que alguém
alegremente descobriu que não são somente “pragas e galinhas que vêm para casa
para se alojar”. Mas a semente deve ser boa e o solo, no qual ela cair, propício,
ou - “nada feito!”.
No passado, desprezaram tolamente o SARAMPO, pouco se importando em
registrar sua ocorrência na história passada do paciente, pois quase todo mundo já
não teve sarampo? Mas agora, por muito tempo, Morbillinum, junto com remédios
semelhantes a “doenças infantis”, começa a se tornar bastante importante e sair
da obscuridade, no tratamento de Doenças Crônicas. Tanto, na verdade, que se
cerram os dentes e se determina que, por favor, Deus, ninguém mais terá Velhos
Crônicos. Soa fantástico? Extravagante? Nós veremos!
A Homeopatia foi, antes, escarnecida com seu método muito moderado ou
sem sucesso no tratamento de certas doenças complicadas; e o fato de que elas
são igualmente complicadas em qualquer outro lugar não é desculpa. E agora, é
só aqui que se está vislumbrando um indistinto pôr- do-sol, mesmo com relação à
mais terrível e complicada de todas elas. Por conseqüência, este de do indicador,
tremendo com esperança.
Deixe-nos enfatizar mais uma vez o fato de que Hahnemann não teria nenhum
dos Velhos Crônicos. Quando ele primeiro percebeu o ponto de parada, em alguns
casos, de remédios simples do atual quadro complexo de sintomas, ele tinha que
saber PORQUE. E quando ele, enfim, descobriu (como ele indicou e como
aparece) a NATUREZA da Doença Crônica e seu único tratamentq possível, ele
estava táo adiante de seu tempo, a ponto de provocar uma amarga hostilidade e
escárnio entre os estranhos, e negligência, por causa da impossibilidade naqueles
dias, em provar suas opiniões, entre seus próprios seguidores. Portanto, seu mais
importante trabalho (não concluído, como nós estamos começando a per ceber) foi
tacitamente deixado de lado e negligenciado.
Para começar, deixe-nos tentar, mais uma vez, enunciar e elucidar ’ ( seus
últimos e mais importantes ensinamentos, desenvolvendo-os (como
106
(
M ORBJLLINUM 107
ele deveria ter feito se houvesse sobrevivido) a partir de suas próprias linhas.
Nós nos aventuraremos a reduzir seus ditos a termos atuais. Qualquer um que
deseje verificar e explorar mais, consulte o n ô 12 do nosso Curso por
Correspondência, publicado pelò B.H.A, ou, ainda melhor, o próprio Doenças
Crônicas, Vol. I de Hahnemann.
“Todas as doenças crônicas originam-se e são baseadas em infecções crônicas
fixas, que capacitam suas ramificações parasíticas a expandirem- se pelo
organismo humano, e a crescer sem fim”.
“Certas doenças, tais como varíola, sarampo, febre escarlatina, doenças
venéreas, a sarna dos trabalhadores da lã, raiva canina, coqueluche, etc., são
causadas por um contágio peculiar de regular caráter fixo. Estas são tão fixas em
seu curso, que são sempre reconhecidas. Podem ser dados nomes a elas, e nós
podemos tentar estabelecer algum método fixo de tratamento adequado, como
regra, para cada uma delas”.
Em todas essas doenças, ele nos diz: “a infecção é instantânea”.
Em todas elas, depois da infecção, existe um período de incubação de duração
variável, antes que a doença atinja a superfície com febre e erup ção ou
manifestação cutânea capaz de comunicar a doença.
Ele pergunta: “Existe alguma doença parasítica no mundo que, quando
infectada de fora, primeiro não torna o organismo doente, antes que seus sinais
externos se manifestem? - nós só podemos responder não: não existe”.
“Nós achamos que todas as doenças infecciosas que formam afecções locais
na pele são doenças internas, das quais o último resultado é a afec- ção cutânea
local”.
Algumas das infecções agudas acima mencionadas são, para ele, doenças
crônicas, sífilis, gonorréia e a psora (sob tal termo, ele inclui todas as doenças
crônicas não-venéreas * epilepsia, asma, melancolia e insanidade, marasmo,
diabetes, consunção, câncer, e uma longa lista de condições inveteradas das
vísceras e órgãos especiais do sentido). Observa-se que doenças crônicas, para
ele, persistem em variadas formas e intensidade enquanto a vida dure, a menos que
curadas por remédios homeopáticos à doença original. Enquanto que outras, com
aparência meramente aguda, depois de percorrerem seus cursos de
aproximadamente duas ou três semanas, terminam em uma crise, por meio da qual
a febre, junto com a erupção, são aniquiladas do sistema e o paciente ou morre
dessas doenças, ou então recupera-se. “Elas têm a natureza peculiar de torna- rem-
se extintas no corpo”.
Ele reitera: “As infecções crônicas são infecções semi-vitais de uma natureza
parasítica, que só podem ser neutralizadas e antidotadas por um remédio mais
poderoso, produzindo efeitos análogos”.
Ele mostra que tudo, semelhante nas doenças agudas e crônicas, segue
108 MORBILLINUM
que são receptores? Isto tem sido compreendido repetidas vezes e, no entanto,
geralmente esquecido.
“Deus tomou o cuidado de esconder aquela terra até que Ele julgasse que Seu povo
estava pronto. Então Ele me escolheu para o seu Sussurro, e eu o encontrei, e ele é vosso!
“Sim, sua 'Terra-do--nunca' - sim, seu 'canto de cultivo'. E 'não havia sentido em
continuar mais'- até que eu atravessei a montanha para ver.
Deus perdoe-me! Não, não fui eu. Este é um presente de Deus para a nossa nação.
Qualquer um poderia tê-lo encontrado, mas - Seu Sussurro veio para Mim!”
Mas alguém já descobriu alguma coisa em que algum outro trabalhador, dele
desconhecido, alcançasse a mesma idéia? Mesmo na astronomia tem sido assim:
reivindicações sincrônicas rivais em todo lugar! Você e eu somos surdos para as
mensagens que enchem o éter. Em nossa ignorância podemos dizer: “Não há som -
não há nada!” - porque nós não ouvimos nada. No entanto, traga um receptor,
sintonizado para o que nós desejamos ouvir, e veja! a música de todo mundo é
nossa para a audição.
110 M URBILLIN UM
E para aqueles, entre nós, que desejam de todo coração e alma curar, os céus
às vezes pareceram abrir-se e uma nova luz a jorrar com relação a este ou aquele
agente medicinal, até então nunca reconhecido e apreciado. Como quando, há uns
sessenta anos atrás, um médico americano, Swart, pioneiro no uso de produtos de
doenças para a cura de doenças semelhantes, recebeu a inspiração e preparou,
entre outras, a partir de muitas das tais substâncias, o sarampo potencializado, com
o qual ele realizou um trabalho surpreendente (veja HOMEOPATHY, Vol. I,
págs. 50, 461).
Hoje, depois de todos esses anos de embotamento e negligência, nós estamos
recebendo novo ímpeto e já estamos conseguindo resultados surpreendentes
(alguns dos quais esperamos publicar mais tarde em detalhes - ainda é muito
cedo) em doença cardíaca, em epilepsia (casos tratados de forma longa e terrível
com um mínimo de sucesso), em casos reu- matóides, mesmo em um caso de
carcinoma urgente, sem esperança e inoperável... Não estamos ainda prontos para
falar a respeito, mas é tão sugestivo que ousamos em não nos abster de passar o
Sussurro adiante.
Mais tarde, nós poderemos estar em uma posição de dogmatizar com relação à
potência e dose. Até agora, nossa tentativa, um método efetivo porém, tem sido ou
a potência 200 a , três doses em três manhãs sucessivas, ou (seguindo o mais novo
método de Hahnemann, publicado na sexta edição do Orgatton, a fim de acelerar a
melhora) em três doses de potência aumentada diariamente tal como 12 a , 30 a , 200a
ou 30 a , 200a e 1M. Istò estamos fazendo não só com Morbillinum, mas com muitos
outros nosódios. De fato, temos durante anos trabalhado com Variolinum,
Tuberculinum, Luesinum, Medorrhinum, Influenzinum; somente, como já foi dito,
Morbillinum e alguns outros, até agora, não constituíram um retrato, mas
Morbillinum ameaça ser o mais importante deste grupo. “Todo mundo já teve
sarampo” e nem todo mundo conseguiu “aniquilar a doença”, de modo que nada
latente e ameaçador tenha restado. No futuro nós devemos fazer o melhor para
perceber quando nos é contado sobre uma antiga doença aguda, da qual nunca ou
muito tardiamente se recuperou ou ... “Nunca bem desde uma difteria - escarlatina
- vacinação”.
“Ela perdeu um de seus ouvidos com o sarampo”. Amigdalite, seguida de
coréia, e então reumatismo: “coração danificado na infância por uma febre
reumática”, esta última colocada como uma forte justificativa para este poderoso
remédio - Streptococcinum.
Bem, acabamos de t.entar passar adiante o Sussurro, de tal forma que aqueles
que têm ouvidos possam ouvir, e aqueles que compreendem podem adotar a causa
para o bem da humanidade.
A'propósito, uma palavra de alerta. Estes elementos de doença, usados para a
cura da doença semelhante, são remédios homeopáticos, e neste caso também as
Leis de Hahnemann prevalecem, se é para eles rea
MORBILLINUM 111
lizarem seu melhor trabalho, sem a possibilidade de perigo ou daijo; i.e., eles
devem ser preparados segundo a maneira homeopática; devem ser
potencializados; devem ser dados pela boca: em dose única, ou em dose única
“dividida”; com atenção devida à possível agravação inicial, seguida de uma
reação de melhora - que não deve sofrer interferência.
* * * * *
Ontem, dois pacientes ambulatoriais apareceram oportunamente pa ra enfatizar
as últimas palavras acima. Para cada um a prescrição foi Streptococcinum e o relato
revelou: “Não melhor, pior!” “De que jeito?” “Eu tenho dores de novo nos dedos
das mãos”. “Mas como está você, você mesmo?” “Oh, eu estou melhor!” “Meu
coração” (no primeiro caso), “meu estômago” (no outro) “está muito melhor”. É
bom perguntar: de que jeito você está pior? porque aqui a Filosofia Homeopática
entra. “Partes piores, no entanto o paciente está melhor”, ou então a direção da cura, “de
dentro para fora”, pede sempre que mantenhamos nossas mãos longe, e demos ao
paciente uma chance.
r
MURIATIC ACIDUM
V
J
Muriatic acidum não é um remédio que se use com freqüência, exceto às vezes em
problemas anais; portanto, para retratá-lo, deve-se citá-lo extensivamente,
tentando apreender seus aspectos peculiares, que são bastante distintos e evocam
este poderoso remédio, quando requisitado, mesmo em doenças alarmantes e
ameaçadoras, ou em determinadas fases da doença.
FARRINGTON tem um brilhante capítulo sobre os ÁCIDOS. Ele faz
distinção entre os ácidos minerais e os orgânicos. Os ácidos minerais, enquanto
classe, produzem uma irritabilidade da fibra junto com fraqueza e prostração ...
enquanto que os ácidos vegetais produzem fraqueza sem irritabilidade... Todos os
ácidos, também, produzem uma debilidade peculiar... uma debilidade que
desenvolve-se pela nutrição imperfeita, particularmente devido a doença do
sangue. Portanto, nós os encontramos necessários em tipos muito graves de
doenças, doença na qual a toxemia é um aspecto proeminente, em estados tifóides
e em escarlatina, particularmente quando de tipo grave...
CLARKE diz: “Teste, que fez muito para definir os poderes de Mur. ac.,
agrupa-o com Agnus cast. e Hyosc.; ele considera que sua ação corresponde
perfeitamente a um caso típico de tifo” ... “Assim como Nit. ac., Mur. ac. é um
poderoso antídoto dcMerc. e se adequa a estados causados por Mercúrio, e
também a condições similares que surgem por outras causas. Assim como outros
desinfetantes, causa, tanto quanto cura, rápida decomposição de tecidos, e
dinamicamente cura estados pútridos graves encontrados nas doenças ... Mur. ac.
não somente corresponde a estados febris graves, mas também corresponde a
muitas das seqüelas destes. Surdez, otite e inchaços ganglionares em volta dos
ouvidos freqüentemente requerem Mur. ac—”
HUGHES escreve sobre Muriatic acidum: “Sua esfera de ação pode ser dita
como sendo um estado febril grave do sangue, com ulceração das membranas
mucosas e eczema das superfícies cutâneas vizinhas . . . E certo que Muriatic
acidum, em doses pequenas o suficiente para eliminar qualquer ação química, tem
uma reputação bastante grande na prática homeopática como remédio para febre
grave”.
GUERNSEY: “Tifo ou quadros graves de febre. Não suporta ver ou
112
MURIATIC ACIDUM 113
pensar em carne. Urina copiosa dia e noite; esta escapa ao elimina r gases. Não
pode urinar sem que evacue ao mesmo tempo. Hemorróidas muito sensíveis. Ele
escorrega para os pés da cama, e deve ser freqüentemente levantado”.
FARRINGTON: “Muriatic acidum é uma droga muito fácil de se estudar. Este
ácido, quando em excesso produz duas séries de sintomas para estudo. Nós
encontramos os seus distúrbios mental e nervoso sob dois estágios ou classes. O
paciente é irritável, mal-humorado; todos os sentidos bastante agudos. A luz
machuca seus olhos; barulhos distantes causam zumbidos ou rugidos nos ouvidos,
agravando a dor de cabeça; o olfato e paladar estão anormalmente agudos ...
Sonolento, mas incapaz de dormir; ou sono inquieto, cheio de sonhos e agita -se a
noite toda. Irritabilidade que vem sob a forma de uma debilidade irritável.
“O estágio seguinte, o de fadiga: ansioso por alguma coisa real ou ima ginária.
Sente o cérebro como rasgado ou golpeado. Ele fica inconsciente com delírio
murmurante, suspira e geme. A língua fica mais seca, parece realmente encolhida,
estreita e pontuda; tão seca que quando ele fala, a língua faz barulho como de um
pedaço de couro na boca. E mais tarde fica paralisada, de tal modo que ele
dificilmente pode movê-la. O pulso característico pára a cada três batidas.
Diarréia aquosa com prolapso do reto. Fezes involuntárias quando faz força para
urinar. Escorrega para os pés da cama, realmente não tem força para manter a
cabeça no travesseiro. Ameaça de paralisia cerebral, indicada pelos olhos vagos e
fixos, queda da maxila inferior, frieza das extremidades, e se isto prossegue
termina em morte. Estes são os sintomas que pedem por Muriatic acidum,
particularmente na febre tifóide”.
SINTOMAS EM NEGRITO
Pequena emissão de urina; bexiga fraca; deve esperar muito tempo para urinar; tem
que pressionar tanto que o ânus protrai-se.
Leucorréia com dornas costas; ânus dolorido por causa das hemorróidas ou fissuras.
114 MURIATIC ACIDUM
Grande debilidade; tão logo se senta seus olhos fecham; a maxila inferior pende;
ele desliza para baixo na cama.
%
Um dos maiores remédios de casos muito ruins de febre tifóide, difteria, febre
escarlatina, etc.
' 1X6
NA TR UM MU RIA TICUM 117
^Cy freqüentes pitadas da droga potencializada, para ver o que ela poderia
íazer.Interalia, abriu-se uma fenda no meio do seu lábio inferior! - algo
que ele nunca tinha tido antes, e nunca teve de novo depois de desconti -
nuar as suas pitadas. Ele tinha como hábito, portanto, experimentar gros-
jL^^^Acjramente remédios que.o interessavam, em si mesmo.
Diferentes pessoas percebem ou visualizam a mesma droga de for-
mas diferentes, de acordo com as suas experiências dos diferentes pode -
res e usos destas. É, portanto, inteligente estudar as drogas como foram
descritas por diferentes escritores; e por esta razão, nós tentamos apre -
sentar a melhor parte de toda a literatura com respeito a qualquer droga
que tentamos retratar. Descobrem-se pontos enfatizados por um autor e
outro autor.
O Natrum mur. de Burnett era um paciente muito friorento, com frie-
za especial nos joelhos, frieza das pernas, dos joelhos aos pés. Esta frieza
desapareceu repetidas vezes depois de tomar Natrum mur.
Pior no litoral.
ProfunHaTissura no centro do lábio inferior.
So"no invencível cfepois dojantar à rioiteT
Urina turvaTTJÍÍuririà muito clara e límpida. Ele descobriu que Nat.
mur. clareava a urina; ou, ao curar outros problemas, iria, por eliminação,
provocar o engrossamento e a nebulosidade da urina.
Lacrimejamento com dor de cabeça. Grande lacrimejamento muito
característico.
MALÁRIA; e moléstias a partir da malária e do quinino. Com Natrum
mur., ele curou a febre e a malária em um marinheiro, não curadas pelos
mantimentos salgados daquela época, nem pelo ar marinho. Foi necessá-
ria a droga potencializada para curá-lo.
Eu acredito que é ao Dr. Compton Burnett que nós devemos este im-
portante uso de Natrum muriaticum na malária e na intoxicação por quini-
no, mesmo se ocorrida anos atrás. Esta é uma das preciosas pequenas in -
dicações que nos ajudam repetidas vezes.
Natrum mur. vê “faíscas em ziguezague” antes da dor de cabeça (Sep.,
etc.).
Emagrecimento, especialmente nas proximidades das clavículas e
NATRUM MU RIA TICUM 119
SINTOMAS EM NEGRITO
Grande emagrecimento.
/ Facilmente fatigado.
/ Grande fraqueza e relaxamejito de todas as forças física e mental por
j conseqüência de esforço ou depois de falar muito.
I Paralisia por conseqüência de esgotamento nervoso, febre intermitente,
excessos sexuais, difteria, rai va e emoções; por dor - de flexores.
cia; cegueira, visão embaçada; fraqueza; aversão a se descobrir; sem calafrio, das 10 às
11 h.
Ou predomina o calafrio, com sede, bocejo, dor de cabeça severa... dor de cabeça
explosiva; náusea e vômito; dores rasgantes nos ossos; bater dos dentes; interno,
comoporJalt^jde-GaloranimaL-*.
Um remédio de periodicidade...
As 7 h., regularmente, neuralgia do ramo oftálmico do trigêmio.
Calafrio das 9 às 10 h.
Calafrio severo às llh., durando até as 13 h.
Acorda toda manhã com dor de cabeça...
Toda manhã das 8 às 11 h os músculos das costas e extremidades estendidos,
enquanto que os pulsos e as juntas dos pés estão flelidos.
Transpira depois da meia-noite.
De manhã até o meio-dia, dor de cabeça; diarréia < com o calafrio.
Das 13 às 15 h. febre quotidiana.
Despertado às 2 h. por severo calafrio.
As 4 h.a febre começa.
Às 5:30 h.começa o calafrio e dura uma hora.
Diariamente, em horário regular, lacrimejamento.
Ataques de dor de cabeça, durando 24 horas.
Neuralgia no olho direito, começando e cessando com o sol.
Dor de cabeça do nascer do sol ao pôr-do-sol, < ao meio-dia.
Dia sim, dia não, das 10 às 15 h. dor de cabeça, dor dc dente; dia sim, dia
não, constipação.
E assim por diante: grande periodicidade (Ars. - periodicidade como relógio,
Cedron.)
Sintomas estranhos.
* ****
A propósito, uma palavra de alerta! Nat. mur. pode ser necessário para curar
as dores de cabeça mais terríveis, mas não o dê durante um ataque severo, com o
risco de uma agravação medonha. Dê o seu “agudo”, Bryo- niay para a dor
imediata, e para atenuar; e a droga curativa mais tarde, quando o ataque tiver
acabado.
V
SINTOMAS EM NEGRITO
de eructações ácidas.
Ulceração do estômago; dor em um ponto, depois da comida. Face vermelha
e manchada, mas sem febre.
Esclerose do fígado e forma hepática de diabetes, especialmente onde há
uma sucessão de furúnculos.
Cólica em crianças com sintomas de acidez, fezes verdes com cheiro azedo,
vômito de leite coalhado.
Diarréia por excesso de acidez; fezes com cheiro azedo, esverdeadas.
A t
* * * * *
Que tal aquele moderno fantasma, a “acidose”?
É isto o que Schuessler tem a dizer sobre este grande “sal do tecido”,
Natnimphosphoricum. (N.B. - deve ser lembrado que Schuessler era um médico
homeopata, cuja ambição era a de limitar o número de remédios para tornar a
homeopatia fácil, pelos seus estudos “bioquímicos”).
Ele diz que este sal é encontrado no sangue, músculo, nervos e células
nervosas, assim como no fluido intercelular ... útil em podagra, gota, as sim como
no reumatismo articular agudo e crônico, sendo então um
128 NA TRUM PHOSPHORICUM
remédio para a assim chamada diátese ácida... Este é o remédio para es tados
advindos do excesso de ácido láctico. Ele previne o engrossamento da bile e
muco, com cristalização do colesterol no duto biliar, e assim re moverá a causa
de muitos casos de icterícia, cólica hepálica, dor de cabeça biliosa e assimilação
imperfeita de gorduras por falta de bile. Schuessler escreve um longo parágrafo
sobre o papel deste s.al, ónde diz que o fígado é o laboratório mestre do corpo
animal...
De acordo com ele, o importante keynote para este remédio é a parte
posterior da língua e do céu da boca com um induto úmido cremoso ou amarelo
ouro. Bolhas e sensação de cabelo na ponta na língua.
Eructações azedas, vômito azedo, diarréia esverdeada.
Ele sugere: “Possivelmente seja este o remédio para diabetes, pois, como se
sabe, o açúcar é transformado em ácido láctico. Este, pela pre sença de Nat. phos.,
é convertido em ácido carbônico e água; enquanto este sal, portanto, diminui a
quantidade de ácido láctico no sistema, ele dá lugar a um suprimento posterior
deste a partir do açúcar e desse modo reduz o montante de açúcar a um grau
normal."
Entre os sintomas, como dado por Schuessler: Mental; imagina, ao despertar
à noite, que as peças de mobília são pessoas, que ele ouve passos na sala ao
lado.
(Em nossa cópia do livro de Schuessler, nós registramos na margem uma
sugestão que partiu de nossos estudantes, “bócio exoftálmico”, mas os sintomas
não parecem garantir isto).
Vômitos de fluidos azedos, ou de uma substancia escura como borra de café,
eructações azedas, perda de apetite.
Ele tem muitos sintomas urinários. Diabetes. Desejo de urinar cons tante; o
fluxo é intermitente, precisa fazer força, e daí por diante. Nós de mos, acima, os
sintomas mais salientes.
Evidentemente, Nat. phos. deveria ser útil na metástase alarmante onde as
dores nas extremidades melhoram, enquanto que o coração passa a ter sintomas.
Isto lembra uma quadrinha SQbreBtf/tzotc tf c/d«m:
“Melhor quando a urina é grossa e profusa Quando escassa e
clara, suas dores são terríveis!
E quando os seus membros e juntas encontram a calma,
Ele passa a ter doença cardíaca..
ça; náusea; algum defeito da visão, com uma pupila dilatada”. Dois anos mais
tarde, ele teve um paciente com distúrbio visual e dor de cabeça, com um
sentimento de medo pior à noite, e erupção nos tornozelos: Nat. phos. curou
prontamente. Isto lembra algo que Hahnemann disse com relação . aos
experimentadores:
“Ao fazer de sua própria pessoa o objeto de experimentos, o médico tirará
muitas vantagens inestimáveis ... Um auto- experimentador sabe com certeza o
que sentiu, e cada experimento deste tipo sobre ele mesmo estimula-o a explorar
os efeitos de numerosas outras drogas. Desta maneira, ele se tornará mais emais
um expert na arte da observação, tão indispensável ao médico, tanto mais quanto
ele continuar fazendo dele mesmo o objeto infalível e não enganoso de suas
observações”. E ele mostra (por sua própria experiência) como o organismo do
experimentador é "fortalecido, levando-o a repelir agentes injuriosos externos,
por meio destes experimentos moderados com drogas”.
E ele indica que “distúrbios mórbidos provocados por drogas no saudável são
as únicas revelações possíveis de seu inerente poder cura tivo”.
Não é verdade que se reconhece instantaneamente aquilo de que já se sofreu?
A
NATRUM SULPHURICUM
V )
Natrum sulphuricum, sulfato de sódio, foi descoberto por Glauber em 1658, por
ele chamado de Sal mirabile, comumente conhecido por “sal de Glauber”. Ele
existe em muitas fontes minerais, como Karlsbad, Marien- bad, etc., e é usado
pela velha escola como laxante ou purgante.
Mas a homeopatia elevou o seu status e estabeleceu a sua grande utilidade,
entre outras, em pneumonia e asma; é aqui que nós, pessoalmente, vimos sua
grande atuação; mas, claro, somente nos casos que exibem as características
peculiares deste medicamento, apresentadas nos experimentos. Nós falaremos
disto mais tarde. Para Grauvogel, aquele grande prescritor, este era o remédio
por excelência da constituição “hidrogenóide”, cujas enfermidades resultam de
um ambiente frio e úmido. Enquanto que Schuessler explicou laboriosamente o
papel que este sal representa na economia orgânica, onde “pelo distúrbio no
movimento de suas moléculas, a eliminação do excesso de água dos espaços
intercelu- lares acontece muito vagarosamente, e ali surge a hidremia ... O estad o
de saúde de pessoas que sofrem de hidremia”, ele diz, “é sempre pior com
o tempo úmido, perto da água, por umidade, moradias subterrâneas úmi das, e
melhor nas condições opostas”. Então aqui, uma observação inte ressante, teoria,
química orgânica, e os resultados de experimentos concordam absolutamente,
como será visto em seguida.
Natrum sulph. é um dos remédios de PERIODICIDADE marcada.
Em problemas do peito: pneumonia, asma, mesmo a tuberculose, existe á
característica agravação de manhã cedo, das 4às 5h. Isto tem repetidas vezes
chamado a atenção para o remédio e levado a seu estudo, com resultados
satisfatórios.
Além do seu horário de agravação das 4 às 5 h. em pneumonia e asma, Nat.
sulph. tem uma cólica às 2 h., ou das 2 às 3 h. e uma diarréia que começa
regularmente de manhã, depois de levantar-se da cama, e retorna regularmente a
cada dia. Há uma excessiva eliminação de flatos com as fezes. (N.B.: Sulph. faz o
paciente pular da cama, a diarréia de Nat. sulph. ocorre depois de levantar-se).
Novamente, com relação à sua periodicidade, este é um dos remédios que
tem “Piora a cada Primavera” (Lach., Rhus, etc.).
É notável como sendo um dos remédios em negrito no pequeno grupo
NATRUM SULPHURICUM 131
“Pior com tempo quente e úmido” (Lach., Carbo veg. e poucos outros;
entre eles, bastante curiosamente, Sil., que é um remédio friorento, mas
não pode suportar o calor úmido).
Então, no tórax, ele escolhe, especialmente, a base do pulmão esquer-
do. Uma pneumonia da base do pulmão esquerdo, com uma agravação
matutina das 4 às 5 h. (aumento da temperatura, etc.) é fortemente suges -
tiva de Natrum sulph. Nós publicamos alguns casos mostrando quão
rápido e brilhantemente ele age nestes pacientes. Para lembrar, é inútil,
por mais que se diga: “Eu acho Phos., Bry., Nat. sulph., simplesmente ma-
ravilhosos em pneumonia!” Eles são todos igualmente maravilhosos, mas
cada um em seu próprio caso; e eles são todos igualmente deficientes e
“medicamentos inúteis” quando não indicados pelos sintomas. O
“esplêndido”, o “maravilhoso” do rotineiro depende da sorte, onde os
sintomas do paciente e da droga ocasionalmente combinaram; e o seu dar
de ombros: “Eu tentei - é inútil!”, onde eles não combinaram. Igualmen-
te um número muito grande de pneumonias correspondem em sua sinto-
matologia aBryonia, e um grande número de casos curados, portanto, são
postos no cômputo daquela droga; e poucos a Natrum sulph., cujas dis-
tinções são menos comuns.
E, como dito, seus distúrbios e enfermidades tendem a começar pelo
rio úmido. Nat. sulf. não pode suportar o tempo úmido, moradias úmidas,
moradia perto da água, perto do mar, qualquer mudança para o tempo
úmido. “Grande dispnéia com desejo de respirar profundamente durante
o tempo úmido e nublado”.
Este é um dos remédios para ataques violentos de asma; o escarro ten -
de a ser esverdeado e copioso, e sempre pior no tempo úmido e chuvoso.
Nós extraímos de KENT, que dá as sugestões mais interessantes e prá -
ticak para a escolha e emprego deste realmente.!Valmirabile.
Ayy Ele diz: “Ele perturba a mente, sendo esta tomada por impulsos terrí -
impulsos de auto-destruição, ódio e vingança . . . e perturba a me-
mória”. (Todas essas coisas surgem em suas experimentações e podem
ser usadas para nos guiar na sua aplicação). Ele cita: “uma luta entre o de-
/sejo de morrer e o desejo de viver. O paciente tem que lutar consigo e com
/ o impulso de destruir-se. Quer morrer, também não quer morrer, o que
>çignifica noites insones e dias de conflito...
menor barulho a torna agressiva, mesmo a música. Pior com mú-
sica suave, luzes suaves (Aurum, mas Aunim somente deseja cometer sui-
cídio, e não tem desejo de viver)”. Kent diz que “Hahnemann sempre en -
sinou que os sintomas mentais, da droga e do paciente, são os mais impor-
tantes. E junto com o acima citado, a agravação matutina e a melhora pelo
ar fresco são o mais importante...
Problemas oculares, com secreção catarral verde e espessa. Descar -
ívv.
gas similares pelo nariz e pelas narinas posteriores. Descargas verdes de
132 NATRUM SULPHURICUM
Nat. sulph. não pode digerir alimentos amiláceos; leite e batatas não lhe caem
bem (Alum.)
CLARKE chama a atenção para um sintoma peculiar, “salivação com dor de
cabeça”; e ele cita vários casos de asma curados por Nat. sulph., entre eles um
que apresenta suas características, “asma violenta, espas- módica, escarro
esverdeado e purulento; uma evacuação diarréica depois de se levantamos últimos
dois dias”. E entre os sintomas dos experimentos nós encontramos (Hering):
“Respiração curta com dor penetrante no peito à esquerda. Grande dispnéia,
desejo de respirar profundamente durante o tempo úmido e nublado. Ataque
violento de asma; expectoração esverdeada e purulenta; evacuação solta
imediatamente depois de se levantar, de manhã. Ataques asmáticos durante anos;
expectoração esverdeada e muito copiosa”. E assim por diante.
Nat. sulph. é também um remédio para artrite reumatóide crônica. Seus
estados artríticos são sempre devidos, ou piores por umidade e frio. Eles
obrigam o movimento, mas o alívio por mudar de posição não dura
NA TRUM SULPHURICUM 133
muito tempo.
Natnim sulph. tem sintomas malariais; arrepio e febre alternam-se.
Febre intermitente com vômito bilioso, ocasionado ou piorado pelo tem-
po úmido, ou atmosfera úmida no litoral. Vômito amarelo-esverdeado,
marrom ou preto.
* ****
Leaders, de NASH, para Natnim sulph. são: “Diarréia, aguda ou
crônica; pior de manhã e ao começar a se movimentar (Bry.); com muita
flatulência (Aloe e Cale. phos.) e roncos no abdome, especialmente na
região ileocecal direita.
“Tosse com expectoração, com grande dor no peito; pior na parte in-
ferior do peito à esquerda.
“Pior no tempo frio e úmido; porões úmidos”; hidrogenóide (diarréia,
reumatismo, asma).
“Efeitos mentais por traumas na cabeça.
“Efeitos crônicos de pancadas, tombos..
Ele diz: “Esta agravação no tempo úmido não é restrita à diarréia em
Nat. sulph., mas está especialmente presente em casos de asma crônica.
Eu vi um benefício muito grande em tais casos desta doença muito pro -
blemática e obstinada, e como a agravação no tempo úmido ocorre muito
comumente em casos de asma antiga, este remédio é freqüentemente in-
dicado.
“Tosse úmida, com irritação e domo peito à esquerda é muito caracte-
rística. Este é um dos pontos diagnósticos principais da diferença entre
Bry. e Nat. sulph.: enquanto que em ambos existe uma grande dor no peito
com a tosse, em Bry. a tosse é seca, e em Nat. sulph. ela é solta. O paciente
tem que sentar-se na cama, a tosse o machuca muito”.
Ele indica que “ambos levantam-se na cama com a tosse e seguram a
parte dolorida ..e ele diz que “vi, muitas vezes, pronto alívio notável e
cura em seguida à administração de Nat. sulph. em pneumonia, quando
este sintoma estava presente... Esta dor correndo através da parte infe -
rior esquerda do peito é uma característica de Nat. sulph., como aquela da
dor que corre através da parte inferior direita do peito é característica de í
Kali carb.
(
$**** (
Com relação à diarréia (pelo frio úmido) de Nat. sulph., BOGER em \ suaSynopticKey dá
em maiúsculas: “RONCOS, BORBORIGMOS NOS VíL. INTESTINOS, ENTÃO FEZES
REPENTINAS, JORRANTES E BA- RULHENTAS; depois de se levantar, de manhã” e diz
que Nat. sulph. é / t complementar a Ars. e Thuja. E, a propósito, Kent, ao falar de Nat. sulph.
J para estados asmáticos em crianças, na puberdade, etc., enfatiza que: “às (
ÍOH I \ SÍ i KUM òUJL,rnutíi^L.m
yyy Sede por alguma coisa muito fria; desejo degelo, ou água gelada. kJt
^Aversão ao pão, do qual antes gostava.
Diarrpia por vegetais, frutas, massas, comida e bebidas frias e fariná-
NATRUM SULPHUR1CUM 135
ceos.
Vômito de bile; de fluido a princípio azedo e depois amargo. Acidez.
Tensão e dor em pontadas na região do FÍGADO ao andar.
Ao respirar fundo, uma pontada agida e violenta no lado direito do AB-
DOME, como se no fígado, como se ele fosse estourar, pior sentado. Inal-
terada pela pressão, às 16 h..
Grande sensibilidade no fígado; muito dolorido quando tocado.
Dor rasgante em volta do umbigo, com jlatulência.
Acúmulo de flatos no abdome, com dor, sem eliminá-los. Borborigmos e
roncos em todo o abdome, com beliscões repentinos; e então, a diarréia.
Borborigtnos no abdome, com emissão de flatos muito fétidos.
Cólica flatidenta: o flato passa com dificuldade; causa dor de barriga e
dor de contusão na região lombar. Despertam-na às 2 h.
Não suporta roupa apertada em volta da cintura.
Fígado inchado e sensível. Ingurgitodo, pior se deitado do lado esquerdo.
Cólica biliar. Dores excniciantes. Vômito de bile. Gosto amargo. Icterícia
por irritação.
Diarréia no tempo úmido; de manhã; depois de comidas farináceas; no ar
frio da noite; por causa de vegetais, massa, comida ou bebida fria. Alter-
nando com constipação. Vem regularmente toda manhã e retoma regu-
larmente a cada dia.
DIARRÉIA crônica. Tuberculose abdominal.
A URINA queima, diminui sua quantidade. Poliúria, especialmente se
diabético.
HORÁRIO: Cólica violenta às 2 h., das 2 às 3 h., cólica flatulenta. Das 4às5h.
asma. Às 9h. diarréia.
137
i ví j ívíu n s^i LSU i vi
médico os sintomas de Nitric acidum, dos keynotes de Allen. “Mas - você conhece a
criança? Claro que ele não conhecia; mas ele conhecia Nitric acidum e, tendo estes sintomas
sugerido a droga, o resto veio por si só. Que é como se atende uma tarde cheia de pacientes
ambulatoriais, um pequeno ( complexo sintomático sugere uma droga, e você a considera,
e fica feliz por
, descobrirque chegou "lá”.
Halmemann diz que Nitric acidum é mais útil a pessoas que sofrem de diarréia
(Puls.), mas Clarke diz que este é um dos remédios que tem sido ( mais útil para ele em
constipação. Clarke sempre insistiu nisso: os sintomas
, positivos são muito importantes, enquanto que os sintomas negativos são
menos importantes. Por exemplo, o fato de que uma pessoa não possa ajoe - '
lhar-se sem desmaio ou vertigem, ou o que quer que seja, sugere Sepia - a
( única droga que aparece no Repertório como “pior ao ajoelhar-se”. Mas o
fato de que ela possa ajoelhar-se sem nenhum transtorno não contra-indica Sepia.
Você encontrará aquele sintoma em muito poucos casos de Sepia; ( embora eu pense que
você não o encontrará sob nenhum outro remédio. (A
propósito, este “pior ao ajoelhar-se” é relativo ao paciente e não a seus joelhos
inflamados e inchados. O que seria um sintoma comum em artrite e ( não ajudaria na
escolha do remédio).
( Um outro aspecto quase inconfundível dos sofrimentos de Nitric acidum
( é a característica de suas dores: - não somente pontada, mas COMO ESPI
NHO. Onde quer que as dores ocorram, no osso, na boca, no nariz, no ânus, ( a
sensação é “um ESPINHO”; especialmente quando a parte dolorida é tocada
( ou pressionada. Clarke, em seu Dictionary of Matéria Medica, tem um pe
queno e brilhante parágrafo sobre Nitric acidum, introduzindo a experimen- v
tação deste. Aqui ele mostra, com relação às pontadas como de espinhos -
( “Este é um grande Keynote de Nitric acidum, e servirá para indicá-lo onde
/
, quer que seja encontrado. E preciso um toque ou movimento para trazê -lo à
tona. Quando isso ocorre na garganta e preciso o ato de engolir para desen cadear
isto; no ânus, a passagem das fezes; em úlceras, o toque da roupa. Pode acontecer
em qualquer parte do corpo: nas unhas encravadas dos pés”. (Magnetis Polus
Australis).
Então, os locais afetados pov Nitric acidum, para provocar ou curar, são
(
/V/iK/C AL.1UUM
graà prova”.
Clarke diz que Nit. a. é também um antídoto para o abuso de Iodeto de
Potássio; e ele diz que Burnett curou brilhantemente um caso de actino- micose
com Nitric acid, que como percorreu as escolas médicas, indubitavelmente teria
sido muito medicado com esta droga.
Para sycosis (? gonorréia) Hahnemann sugere que dois remédios se rão üteis -
TJiuja e Nitric acidum; dados de acordo com os sintomas, e a cada um se
permitindo completar o seu efeito antes que - mudando os sintomas - o outro seja
dado para seguir. Somente desta forma Hahnemann alterna. Veja
HOMEOPATHY, Vol IV, págs. 202 e 203, a respeito de Rhus ede Bryonia sobre
tifo durante a guerra.
Um outro uso, ao qual Clarke alude, para Nitric acidum, é em problemas
pulmonares - pneumonia e tuberculose. Inalado, dentre todos os ácidos este é o
único que produz uma inflamação muito rápida e fatal dos pulmões; Clarke cita
um caso e nas experimentações um grande número de seus sintomas sugerem
tuberculose. Portanto, sempre que os sintomas chaves sejam aquel es de Nit. a.,
esta droga deveria ser considerada em pneumonia e na tuberculose. É lembrado
um caso, anos atrás, na época dos dispensários, onde Nit. a. teve um efeito
surpreendentemente bom em um paciente tuberculoso. Mas, de alguma forma,
esta não é uma das drogas que alguém prontamente lembra para problemas
pulmonares, agudos ou crônicos, apesar de que Kent a tenha em itálico para
“inflamação dos pulmões”.
Eu não sei por quê, mas tem-se um certo tipo de afeições por Nitric acidum.
É tão dramático e tem características e ações tão definidas e intensas! Espera-se
que este pequeno quadro possa ajudar outros em um conhecimento mais íntimo
de “uma personalidade muito forte” dentre nossas drogas.
SINTOMAS EM NEGRITO
Visão dupla.
Pontadas nos OLHOS; ardor.
De manhã dificuldade de abrir os olhos e de levantar as pálpebras superiores.
(CompareSepia, Causticum).
Oftalmia: neonatal; escrofulosa; gonorréica; sifilítica: por abuso de Potássio e
Mercúrio.
(Sintoma curioso, os cílios do lado direito apontam todos, rijamente, na
direção do nariz).
tos.
142 NITRIC ACIDUM
Úlceras na boca: com dores em pontada como por espinho; dentro das
bochechas; nas margens da língua; corrosão profunda; a princípio lardácea, mais
tarde descolorida, escura, suja, pútrida, destrutiva; sifilítica.
A membrana mucosa fica entre os dentes, é facilmente mordida; inchada,
ulcerada; com dores de agulhadas; especialmente depois de abuso de Mercúrio; aftas
cobertas com membrana branca ou cinza amarelado claro.
Saliva profusa; fétida, acre, deixa os lábios feridos; sangidnolenta.
Inchaço de glândulas parôúdas e submaxilares com dentes frouxos e gengivas
sangrantes, depois de abuso de Mercúrio.
Frouxidão dos dentes ao mastigar. (Compare Merc.).
Hálito pútrido.
Pequenas pápulas doloridas nos lados da língua.
TRANSPIRAÇÃO, de manhã.
Transpiração noturna, uma noite sim, outra não; ou todas as noites. Transpiração
profusa na sola dos pés; causa irritação dos dedos e da sola dos pés, com pontadas como
se andasse sobre alfinetes.
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NUX MOSCHATA
(Noz-Moscada)
Sobre a noz-moscada, Kent diz: “Um pequeno remédio, mas quando necessário,
nada tomará o seu lugar”.
Isto acontece tanto, que se tem encontrado este remédio muitas vezes, em
circunstâncias especialmente dramáticas, e testemunhado a sua rápi da e
maravilhosa ação. Por isso, esta é uma droga sobre a qual se tem ten tado muito
escrever - mas provavelmente pouco conhecida - um daqueles remédios que
nunca “funcionará”, a menos que se tome somente os seus sintomas peculiares -
que são totalmente distintos.
146
NUX MOSCHATA 147
casos.
CLARKE (Dictionary) dá um ou dois exemplos interessantes dos efeitos da
noz-moscada: interessantes e importantes, pois o que a noz-moscada pode causar,
isto é somente isto ela pode curar.
Um jovem comeu duas nozes-moscadas numa manhã. À tarde, estava
hilariante, capaz de fazer mais do que o normal, de argumentar sobre qualquer
assunto. No jantar, a boca seca, muita sede, sentia que não podia beber o bastante
para satisfazê-lo. Depois do jantar sentia a cabeça estranha, como se num sonho;
mas ele se juntou a uma pequena banda musical, como queria. Ele parecia ser duas
pessoas, e sua própria consciência parecia estar assistindo seu outro eu tocando. Ele
não podia tocar bem: teve que desistir, parecia perdido, e quando falavam com
ele, sobressaltava-se. Ouvindo sons distantes muito mais agudos do que o
normal... Uma mulher que comeu duas nozes com a idéia de provocar aborto,
teve a alucinação de que tinha duas cabeças. Uma outra mulher, quando a
consciência voltou, mantinha as mãos na cabeça “para evitar que a cabeça
caísse”; era obrigada a mover a cabeça com as mãos, sendo a cabeça “muito
grande e pesada para o seu corpo”. Clarke também enfatiza três grandes keynotes
de Nux mosch. - Sonolência, "frialdade e secura. “A saliva parece grossa, como
algodão”. Um outro keynote, tendência ao desmaio. Estado de clarividência:
responde perguntas de modo acurado, sobre assuntos totalmente fora de sua
esfera de conhecimento, e ao voltar à consciência não sabe nada a respeito.
Para dupla personalidade, comparePetrolPyrog.
SINTOMAS EM NEGRITO
EVACUAÇÃO: mole, mas difícil; reto inativo; morosa; indigesta; com grande
sonolência...
Dores ora nas COSTAS, ora no sacro; joelhos muito cansados;pior durante o
repouso. Lumbago.
Domo sacro ao andar de carruagem.
MAOS frias como se congeladas; comichões sob as unhas, ao entrar em uma sala
quente.
SENSAÇÕES ESTRANHAS
* * * * *
Entre os sintomas de envenenamento por noz-moscada dados na Cy- clopedia
of Drug Pathogenesy, nota-se também, repetidas vezes, os seus
NUX MOSCHATA 151
* * * * *
Nax mosch. é “sonolento e FRIO” - SONOLENTO, SECO, mas SEM SEDE.
* * * * *
O resumo de GUERNSEY sobre Nux mosch.: Sonolência; muito sonolento;
sono como estupor. Transtornos causando sono.
Frialdade sem sede; calor sem sede; ausência de transpiração; sem sede.
Boca muito secay tão seca que a língua pode aderir ao céu da boca, mas sem
desejo de água, pelo contrário, uma aversão a ela. (Merc., pelo contrário, tem a
língua muito úmida, talvez gotejando saliva, e há muita sede). Dores de cabeça
com boca muito seca e sem desejo de água.
Pior com o tempo frio e úmido? ao ar livre; ao ar frio. Quando o tempo muda
(seco para úmido, ou vice-versa, até que ele se fixe). Pior com o tempo úmido;
tempo ventoso.
* * * * *
FARRINGTON diz: Nux moschata exerce uma influência bastante ova sobre a
mente. O estado varia de um desnorteamento, no qual tudo ejrív olta é estranho,
como um sonho ou fantasioso, chegando a uma condição de ausência mental,
sonolência e finalmente um profundo estupor, com perda de movimento e
sensação. Os estados mentais podem alternar-se. Uma hora ela ri, como se tudo
tivesse algo de grotesco. Ela faz piada mesmo em assuntos sérios. De repente o
humor dela muda para a tristeza, com lamentos e choro alto; ou sua expressão se
torna estúpida, todas as idéias desaparecem e ela parece como se dominada pelo
sono.
Existem, também, erros de percepção; uma inconsciência momentâ -
152 NUX MOSCHATA
nea que ela considera como sendo de longa duração. Suas mãos parecem mui to
grandes. Os objetos gradualmente diminuem de tamanho cada vez
* * * * *
KENT tem um pequeno artigo sobre Ma* moschata. Ele diz que este não é um
remédio muito grande, mas é freqüentemente omitido quando necessário. Nós
temos o hábito de confiar plenamente nos policrestos...
A raiz é muito mais forte do que a noz nas mesmas proporções, e con - "^tém
as reais qualidades medicinais.
Aturdido: automático .. . um maravilhoso estado mental. Ela vai fa zendo suas
tarefas mas, se interrompida, esquece o que tinha feito, esquece que ela estava
conversando com seu filho. Não se lembra de eventos passados.
Deita-se com os olhos fechados: sabe o que está acontecendo, mas não se
lembra de nada. Parece estar num sonho. Parece não reconhecer seus amigos.
Ela está sempre pronta para ir dormir... na hora própria ou fora dela.
Útil, ele diz, no coma de febres tifóide e intermitentes. Responde de vagar
depois de longo intervalo, e então parece confusa de novo. A res posta pode não
ter relação à pergunta feita.
A sonolência e o estado torporoso combinados são difíceis de ser co bertos
por um medicamento: este esiudo é algo semelhante a Opium.
NUX MOSCHATA 153
* * * * *
Nós finalizaremos com uma citação do Neatby and Stonham’s Manual:
“Assim como em todos os outros medicamentos, quando dados de acordo com
a lei dos semelhantes, Nux mosch. dará alívio e efetuará curas em doenças, não
importando o nome e a classificação, se a correspondência entre a droga e a
doença for suficientemente próxima”.
Lar nenhum deveria ficar sem a sua pequena caixa de medicamentos ho -
meopáticos para enfermidades comuns, e nenhuma caixa de medicamen tos
homeopáticos deveria ficar sem Nux. A caixa de medicamentos da creche quando
nós éramos crianças continha Nux, e as enfermeiras não eslavam erradas quando
batizavam-no dc “medicamento do temperamento explosivo”.
Hahnemann, ao escrever sobre Nux, conta-nos que existem poucos
medicamentos cujos sintomas são muito similares aos das enfermidades comuns,
de modo que são muito freqüentemente considerados úteis. Ele os denomina
Policrestos - drogas de muitas utilidades.
São os policrestos que deveriam estar à mão para enfermidades agudas
comuns e preeminentemente, entre estes, está “a semente de Nitx vo- mica”. Ele
diz que antigamente era temido o seu emprego, porque ele costumava ser
administrado em doses enormemente grandes (um grão inteiro ou muitos grãos).*
Mas Hahnemann indica que Nux mostra-se o mais suave e eficaz remédio quando
administrado em doses pequenas, onde os sintomas da doença correspondem
àqueles que é capaz de produzir nos seres humanos saudáveis.
Através de sua cuidadosa experiência de muitos anos, ele nos conta que Nux é
mais freqüentemente necessário a pessoas de temperamento ansioso, zeloso,
colérico e quente; ou de uma disposição malévola, perversa, irrascível. (Mas isto
não significa que, é claro, Nux não possa servir para qualquer enfermidade, os
sintomas concordando).
Parece sempre haver remédios para ajustar condições anormais, e isto da
forma a mais extraordinária. Nux, como você verá, deveria ser um remédio
inestimável no Paraguai, nos tempos em que os nativos corriam possess os por
uma fúria homicida.
Sir John Weir, em seu panfleto “Atitude nos dias de hoje”, cita um Dr.
Lindsay, do Paraguai, com relação ao poderoso efeito sobre o sis tema nervoso,
naquelas regiões, do vento Norte. (Será lembrado queAfox
* A medicina oficial dc hoje em dia dá a dose dc tintura de Nux como de 5 a 15 ni. Mas o Nux deles é
padronizado a 0,25% de estrienina, enquanto o nosso é o mais forte que se pode ob ter. A partir da nossa
“Tintura de Nux”, potencializamos.
154
NUX VOMICA 155
é um dos poucos remédios que piora no tempo seco e piora no tempo ventoso).
Dr. Lindsaydiz:
“Este é um vento seco e quente. Ele seca tudo por onde passa. Seus efeitos em
animais dc todas as espécies são os mais extraordinários.
“Todos os animais domésticos - cavalos, gado, cachorros, aves, sofrem da
mesma forma que o homem ... Os nervos de todo mundo estão por um fio. O
incidente mais trivial, uma palavra de brincadeira, mal en tendida, pode levar ao
assassinato.
“Um nativo mais velho, ao encontrar um mais jovem de uma classe levemente
superior, saudou-o assim: Porque, rapaz, você tem que parecer quase como um
homem, e levou um tiro do garoto, caindo morto.
“Durante o vento norte, o número de ferimentos e mortes é maior do que em
qualquer outra época. Quando as danças nativas são permitidas durante o vento
norte, nós deitamos ouvindo ti ros ou passos daqueles cor rendo à procura de
socorro por um caso de esfaqueamento.
K “Agora ouça as experimentações de Nux vomica.
I Pior com vento seco.
J Sensibilidade e irritabilidade exageradas.
Inquietação excessiva.
Exaltação e excitação morais, com extrema sensibilidade à mais leve dor,.ao
menor cheiro, barulho ou movimento.
Insano desejo de matar.
I Leva tudo a mal;prontamente irrompe em repreensões e insultos.
\ Ele é impetuoso. Olha perversamente para qualquer um que lhe per-
\gunte algo, sem responder.
j Parece que ele gostaria de golpear na face alguém que lhe dirija uma / palavra, tão
irritável e descontrolada está sua disposição.
Toda palavra inocente ofende. Mal humorado. Malévolo. Temperamento
colérico, excitado. Mau humor, irritação e raiva, irrompendo em atos de violência.
Ações extravagantes e furiosas.
V “Aqui você tem alguns dos estranhos sintomas da matéria médica,
Vxemplificados de uma forma bastante espantosa”.
Nux afeta o corpo e a alma, e isto sempre de uma forma extrema. Não
somente a mente, cabeça, cérebro, sentidos especiais, mas todo o sistema
digestivo, da boca ao ânus; todo o sistema respiratório; o fígado e o siste ma
portal; os sistemas urinário e genital. Ele afeta os nervos, músculos, pele, sono.
Ele é um grande remédio para febre - os sintomas concordando. Não é de se
admirar que os homeopatas do que se pode chamar o período intermediário da
Homeopatia, que cederam às potências baixas e obtiveram seus melhores
resultados em doença agudà, fizeram uso tão importante de Nux. Eles tinham os
policrestos nas pontas de seus dedos. Na cabeça, os sintomas em negrito de Nux
são:
Intoxicação.
Confusão ébria na cabeça.
Embotamento da cabeça depois do jantar, que ocorreu novamente vinte e
quatro horas depois.
De manhã, peso ébrio e vertiginoso na cabeça.
Dor no occipício de manhã imediatamente depois de se levantar da cama.
Dor de cabeça apertada.
Embotamento, dor de cabeça, sentida mesmo antes de abrir os olhos. Pior ao
mover os olhos.
Dor de cabeça matutina, como se a cabeça tivesse sido golpeada com um
machado.
Dor de cabeça pior depois de comer, com náusea e vômito bastante azedo.
Ataques de vertigem, como se girasse no cérebro, com momentânea fíGKla
da consciência.
, Confusão ébria na cabeça.
Aqui pode-se notar que Nux é (e como deveria ser!) um grande medi- /Camenlo para
bêbados. Mesmo homeopatas leigos costumavam saber ,^iisso. Uma tia nossa, ao
ver a miséria de uma pobre família onde o pai era >êbado, enviou Nux: com o
resultado, uma família feliz e sem bebida. E no
NUX VOMICA 157
E agora percorreremos o trato digestivo, da boca para o ânus, como afetado por
Nux, dando somente os sintomas grafados em negrito:
Gosto pútrido de manhã, mas a comida e a bebida têm o gosto normal.
Gosto amargo. Gosto pútrido ao tossir.
Repugnância à comida. E ao tabaco e café de costume.
Eructação de líquido amargo e azedo.
Náusea - de manhã: depois de comer.
Fumar o faz sentir náusea e enjôo.
Depois de uma refeição ele fica enjoado, ansioso, com náusea, como depois de um
violento purgante.
Inclinação a vomitar. Vômito de muco azedo.
Ansia, como se fosse vomitar, enquanto escarra muco dasfauces.
Tensão acima do estômago.
Pressão, como de uma pedra no epigástrio: pior ao andar.
Pressão no estômago, depois de comer um pouco, de manhã.
Üm gosto metálico e medicinal retoma.
Pressão como por uma sobrecarga no estômago, imediatamente depois de comer.
Violentos sintomas gástricos.
Sensação de raspado no estômago.
Distensão flatulenta do abdome, depois de comer.
Cólica, como se uma diarréia fosse ocorrer por ter tomado frio.
Cólica cortante, com enjôo. Cólica que causa náusea.
Cólica que desaparece rapidamente durante o repouso - sentado ou deitado.
Domo anel abdominal, como se uma hémia pudesse ficar encarcerada.
Sensação de fraqueza no anel abdominal, como se uma hémia fosse aparecer.
Hahnemann tem vários sintomas grafados em negrito com relação ao efeito de
Nux nos intestinos.
Dor abdominal beliscante e rasgante, como se fosse ocorrer uma diarréia por
conseqüência dc um resfriado.
NUX VOMICA 159
que “se uma das outras a tocassem, ela tinha um ataque”. Testada, agi tando-se o
galinheiro, ela ficou imediatamente dobrada em convulsões. Foi-lhe dado Nux e
quando vista de novo uns dias depois, ela estava rodeando com o resto das aves.
“Nux tem as convulsões mais violentas com opistótono; convulsões de todos
os músculos do corpo, com face purpúrea e parada da respiração pelos
movimentos; consciente, ou semiconsciente durante todo o espasmo, ciente dos
sofrimentos e contorções, que são horríveis; pior com a mais leve corrente de ar;
cócegas nos pés; o mais simples toque na garganta causa ânsia de vômito”.
(Kent).
Nux não somente produz convulsões, mas trismo. Produziu “contra ção das
maxilas, como trismo" - “ fechamento das maxilas com completa consciência”. O
trismo é muito fatal a cavalos com “prego enfiado no casco”. Le mbramo-nos, em
tempos atrás, de um parágrafo em um jornal vespertino. O dono de um cavalo
com trismo chamou um veterinário para envenenar o animal, e o veterinário
administrou uma grande dose de es- triquinina. Ao encontrar o dono do cavalo
poucos dias depois, o veterinário perguntou sobre o cavalo. “ Estou andando com
ele”, foi a resposta... Uma das curas homeopáticas acidentais por um veterinário
que não conhecia a homeopatia. (A estriquinina, claro, é um dos alcalóides de
Nux).
Escrever exaustivamente sobre Nux “de muitas utilidades”, seria “escrever
uma matéria médica completa”.
Somente uma compilação adicional sobre o Nux:
NASH diz: “Espasmo, sensibilidade (nervosa) e frialdade são as três
características gerais deste remédio.
“Ansiedade com irritabilidade; e inclinação a cometer suicídio, mas com
medo de morrer.
“Para pessoas muito fastidiosas, cuidadosas e zelosas”. (Kent dá so mente
Arsenicum e Nux sob a rubrica fastidioso; e Nux é também semelhante a
Arsenicum em seu medo de facas pelos impulsos que elas sugerem).
“Contrações, espasmos, convulsões, piores ao mais leve toque. Con vulsões
com consciência.
“Sonolento ao anoitecer, horas antes de ir para a cama; então perma nece
deitado acordado por uma hora ou duas; então quer dormir até tarde.
“Quando enjoado ou por abuso de café ou álcool, os sintomas de Nux
sobrevêm, Nux será curativo.
“Grande calor, todo o corpo com calor ardente, especialmente face vermelha
e quente, e no entanto o paciente não pode se mover ou se descobrir o mínimo
sem sentir frio. Não importa qual febre, inflamatória, remitente, a febre
acompanhando inflamação da garganta, reumatismo, gripe, com es tas indicações
dê Nux e você não se desapontará no resultado. Eu levei
JLOZ tSUSi. KL/M/U/1
OPIUM
(Papaver somniferum, a papoula branca)
* Ensinam-nos que “a ação do Opium é devida quase que inteiramente à sua Morfina”.
163
164 OPIUM
da para aquelas crianças anormais cujo senso moral nunca se desenvol veu, que
menlcm e roubam, e são encaminhadas para uma Instituição Mental... Mas
algumas crianças são meramente atrasadas no desenvolvimento da consciência, a
qual parece se desenvolver em idades diferentes; e a criança “sem consciência”
pode‘revelar-se um adulto de consciência bastante sensível posteriormente.
Mas o que fazer a respeito dc Opiuni ou Morfina em face de uma grande dor?
Nós deixaremos Nash responder esta pergunta por nós. Ele diz: “Opium cm doses
narcóticas não produz sono, mas torpor, e ele somente alivia a dor por tornar o
paciente inconsciente desta. Quantos casos têm sido tão mascarados por tal
tratamento, que a doença progrediu ate que não existisse mais chance de cur a.
Dor, febre e todos os outros sintomas são a voz da doença, dizendo onde está o
problema, e guiando ao remédio. O verdadeiro remédio curativo freqüentemente
alivia a dor até mesmo mais rapidamente do que O pium, e o faz por curar a
condição da qual esta depende”.
E aqui são lembradas as advertências de um de nossos cirurgiões con-
ferencistas, com relação ao perigo destas drogas em condições abdomi nais
agudas, que poderiam requerer uma cirurgia de emergência.
Mesmo nos casos de doença mais extensiva, inoperável e maligna, onde o
uso da Morfina não seria somente indicado mas imperativo, vê-se repetidas vezes,
que pequenas dosesá&Arsenicum, ou algum outro remédio que os sintomas
apontem, extinguem a dor, melhoram a saúde e o humor e adicionam tempo à
vida, sem a náusea e o mal-estar que acompanham tais tratamentos pela Morfina,
Hahnemann diz: “Opium é quase o único medicamento que em sua ação
primária não produz uma única dor”. Ele nos diz que qualquer outra droga
conhecida produz dor no corpo do homem saudável, cada uma do seu tipo^ e é
portanto capaz de remover tais dores quando elas ocorrem na doença; mas “ O
pium, sozinho, é incapaz de conter, permanentemente, qualquer dor, porque esle
não causa em sua ação primária uma única dor. mas o exato oposto, chamado de
insensibilidade, cuja conseqüência inevitável (ação secundária) é uma maior
sensibilidade do que antes, e daí uma sensação mais aguda de dor”.
E ele cita da Pharmacia ralionalis de Willis: “Opiáceos geralmente acalmam
as dores mais excruciantes e produzem insensibilidade por um certo período; mas
quando este período passa, as dores são imediatamente renovadas, e logo atingem
sua violência comum ... Quando a ação do O pium acaba, as dores abdominais
voltam, sem perder nada de seus caracteres excruciantes até que nós novamente
empreguemos a magia do O pium”.
Então, na confusão do medicamento curativo, O pium serve para casos de
ausência dc dor onde deverta haver incômodo e dor; para doenças de
OPIUM 165
sesperadas onde o paciente diz: “Eu me sinto tão bem! - tão bem!”, ou não
reclama de nada; para casos de insensibilidade, coma, como na apo - plexia; para
casos sem dor, sem sintomas, constipação completa; e daí por diante. Mas nós
veremos mais sobre isso daqui a pouco.
Hahnemann nos diz que é muito mais difícil estimar a ação de Opiutn do que a
ação de qualquer outra droga. A ação primária de doses peque nas e moderadas
exalta a irritabilidade e a atividade dos músculos volun tários por um curto
período, mas diminui aquelas dos músculos involuntários por um longo período.
E enquanto exalta a fantasia e a coragem em sua ação primária, parece ao mesmo
tempo embotar e entorpecer a sensibilidade e a consciência gerais. Mas depois
disso o organismo vivo, em contraposição, produz o estado oposto disto tudo (na
ação secundária), i.e. diminui a irritabilidade e a inatividade dos músculos
voluntários, com excitabilidade morbidamente exaltada dos músculos
involuntários, e perda de idéias e embotamento da fantasia, com pusilanimidade,
junto com hipersensibilidade geral. E ele diz: “Nenhum medicamento no mundo
suprime as queixas de pacientes mais rapidamente do que O pium”.
HALE WHITE nos diz que em O pium as faculdades mais elevadas são as que
primeiro se excitam: poder intelectual e vigor mental aumentados, especialmente
a imaginação; enquanto que a razão e o julgamento são embotados. E então vem o
sono, onde ele não responde a nada, e não sente dor. “Isto torna a droga de valor
inestimável”, diz Hale White.
E também, “Opium diminui todas as secreções, exceto o suor. Ele paralisa os
movimentos peristálticos do estômago e dos intestinos”.
A inconsciência entorpecida de Opium, com respiração estertorosa, mandíbula
caída, pupilas geralmente contraídas, face mosqueada, purpú- rea, quente, com
suor quente e bochechas infladas a cada respiração, dá um belo quadro de
apoplexia, e é justamente em tais casos de hemorragia cerebral que Opium é (ão
valioso. Como NASH diz, “não há qualquer resposta à luz, ao toque, ao barulho,
ou a qualquer outra coisa, exceto o remédio indicado, que é Opium”.
E Kent diz: “Opium causa um fluxo de sangue para o cérebro, e quando dado
homeopaticamente faz este cessar, e em seis horas e meia ele se tornará
consciente, sua pele resfriará, face com uma cor normal , pulso normal. Nós vimos
assim a utilidade dos efeitos tóxicos de Opium em nos
dar um quadro de apoplexia”. __________
^Ti€ent--diz^_ lentf^-os aspectosTnar cantes âeOpium, está um tipo ae /queixas
<
marcadas pela falta de dor, inatividade e torpor... distorções na visão, gosto, tato;
engano quanto ao estado em que vive; quanto sua própria percepção; uma
perversão de todos os sentidos com muitos en- gan^sü— ‘' ‘ ~
Ele acrescenta, segundo Hahnemann: a característica geral é a falta de dor,
mas de vez em quando o estado alternado é produzido, no qual
166 OPIUM
uma pequena dose de Opium causará dor, insônia, inquietação, excitação nervosa
... A maioria fica constipada, mas em alguns casos ocorre disen teria e tenesmo. O
paciente fica sonolento, ainda que às vezes a droga se caracterize por noites de
insônia, ansiedade, sensibilidade ao barulho aumentada, de tal forma que ele diz
que quase pode ouvir as moscas andando na parede, e ouve as batidas do relógio
numa torre distante”.
pizem-nos que poucas drogas têm tais efeitos diferentes em diferen-
tesj?essoâs.
E fadando de Opium, como em todo lugar dizem ser um produtor de
insensibilidade e paralisia parcial ou completa, Nash acrescenta:
‘Agora nós encontramos um estado de coisas exatamente oposto sob Opium.
Delirante: olhos bem abertos, cintilantes; face vermelha, estufa- "a”.
“Imaginação vivida, exaltação da mente”. “Nervoso, irritável, facilmente
amedrontado”. “Espasmo e tremores da cabeça, braços e mãos; contração dos
flexores e mesmo convulsões”. “Insônia com agudeza da audição, galos cantando
a uma distância muito grande a mantêm acordada”.
E CLARKE, ao comentar sobre a afirmação de Hahnemann: “É mais difícil
estimar a ação de Opium do que quase qualquer outra droga”, diz: “Isto é
verdade, se nós acharmos necessário dividir os efeitos da droga em primário e
secundário..." Ele acha que “se a ação é 'primária ou secundária', depende do
experimentador ou do paciente. Eu conheço algumas pessoas que ficam
absolutamente insones pelo uso de Opium em todos os tipos de doses; e Opium 30
tem me ajudado em casos de insônia tão freqüentemente quanto Coffea. Minha
experiência serve para mostrar que se o efeito da droga éprimário ou secundário, é um
efeito da droga e é bom conhecê-lo para prescrever baseado nele...”
E também, “Não há dúvida de que a anormal falta de dor é um grande Keynote
para Opium; mas na patogenesia muitas dores agudas serão encontradas, e entre
elas esta, relatado pelo próprio Hahnemann, 'Horríveis dores no útero, como de
parto, que a forçavam a dobrar-se sobre o abdome; com ansioso e quase ineficaz
desejo de evacuar 1 . Se esta é uma ação primária ou secundária eu não sei”; e ele
relata um caso de dismenorréia severa onde Opium deu o maior e mais duradouro
alívio do que qualquer outra droga, e outro caso, onde dado Opium 30 para
constipação, causou como início da menstruação seguinte “dor aguda que causou
vômito e um desejo de sentar-se dobrada e manter-se aquecida”.
Entre estas coisas contraditórias, Opium tem espasmos, contrações e mesmo
convulsões. E aqui, Kent diz: “um paciente de Opium com convulsões quer se
descobrir, e quer ar livre e fresco. Convulsões se o quarto estiver muito
aquecido”. “Se a mãe coloca uma criança deste tipo em um banho quente para
aliviar as convulsões, a criança ficará inconsciente e fria como morta”.
(Comparei/ws.).
OPIUM 167
SINTOMAS EM NEGRITO
ORN1THOGALUM UMBELLATÜM
(Estrela de Belhlehem)
Nos tempos do Cooper Club, que se reunia na casa do Dr. Clarke, e onde os
espíritos instigantes eram: Dr. Robert Cooper, com o seu talento para a
descoberta de remédios úteis; Dr. James Compton Burnett, que tinha o talento
para compreender as idiossincrasias e possibilidades daqueles re médios,
empregando-os com sucesso nos pacientes que o procuravam e Dr. Clarke, qu e os
observava com o cuidado de um gênio e os registrava para o permanente
benefício da humanidade em seu Diclionary of Matéria Medica: trabalhando, como
ele costumava dizer, a fim de evitar trabalho, por que ele PRECISAVA saber
como lançar mão de qualquer droga que pudesse necessitar. Um dos remédios
muito importantes, mas pobremente experimentado, que emergiu de suas
descobertas e deliberações foi:
ORNITHOGALUM,
Anos atrás, conseguimos uma permissão de Kew para apanhar espéci mes de
plantas medicinais. A maneira do Dr. Cooper de obter seus remédios vegetais era
colhendo*os quando estivessem em seu ápice, não somente com relação à
estação, mas quanto à hora do dia ou da noite. Armado de um pequeno frasco
cheio com três partes de álcool de vinho, ele protegia seu espécime escolhido
engarrafando-o imediatamente. Ele se provia assim da mais pura e mais
descontaminada possível “tintura- mãe”. Em muitos casos ele daria uma gota
disto, a longos intervalos, como requerido, sempre esperando até que sua ação
estimulante cessasse
171
172 ORNITHOGALUM UMBELLA TUM
tância espumante foi eliminada, o que deu grande alívio. Depois de uma segunda
dose ele começou a eliminar uma substância preta gelatinosa, com grande alívio
da dor, e melhora geral de seu estado.
Nos meses seguintes as pernas e os pés adormeciam e ele era incapaz de ficar
parado. Depois os pés e tornozelos começaram a inchar; sentia a perna direita
como contundida e ficou dolorida e inflamada, depois incha da e tensa. Ele tinha
também uma sensação como se a comida o entupisse, com alguns flato s... Estes
sintomas confirmaram Cooper em sua crença de que esse inchaço, demonstrado
pelo estado da perna direita e o inchaço prévio dos pés e tornozelos, resultava da
alta pressão colocada sobre os emunctórios devido à liberação do veneno
existente no sistema. Algumas semanas depois ele veio para mostrar o terrível
estado de suas pernas - inchadas, com grandes listras e manchas vermelhas
descendo pelos membros. Cooper insistiu para ele ir embora sem uma outra dose,
acreditando nue isso era devido à rápida eliminação do veneno do câncer. Depois
disso s>üa recuperação foi ininterrupta. Ele não tomou qualquer outro medica -
mento, exceto bem no começo, quando sofria muito, umas poucas doses de Carbo
veg. 3x, que pareceu aumentar a dor, e que foi interrompido e, no final, uma dose
deAlliaria officinalis. O tratamento de Cooper começou em Julho de 1898 e em
Maio de 1899 o homem escreveu que estava “em quase perfeita saúde, bom
apetite, comendo quase qualquer tipo de comida, capaz de apreciar as refeições, o
que ele não fazia há muitos anos; capaz de movimentar-se bem, e levar em frente
seus negócios sem fadiga”. “Eu voltei à Força Voluntária e fiz duas ou três boas
marchas rigorosas, além de atirar em competições, sem sentir mal -estar. Eu
nunca me senti tão bem nos últimos aproximadamente 20 anos. Eu me sinto
maravilhosamente bem agora e ganhei o peso que tinha perdido durante a minha
doença".
Nós citamos em uma certa extensão, mas condensando, a fim de que
possamos pegar a essência, aprender a atuar e a esperar. Pode ser bom reproduzir
estas brochuras do Dr. Cooper, pois as experiências de tais ho mens de
originalidade e sucesso não devem ser esquecidas e perdidas.
Nós lembramos ter visto aproximadamente meia dúzia de casos de ul ceração
gástrica ou duodenal melhorarem com esta droga. Todos eles aconteceram
aproximadamente ao mesmo tempo, no fim da última Grande Guerra até onde se
pode lembrar, quando houve uma grande quantidade de trabalho de enfermaria, e
quando somente um dos casos resistiu a Omithogalum e precisou de Phosphoms.
No pior destes casos, o paciente estava absolutamente pálido por perda de sangue
e teve que ser internado às pressas no hospital, para ter uma brilhante melhora
com Omithogalum. E sabe-se que ela realmente melhorou, posto que ela ainda
retorna por enfermidades superficiais, todos esses anos depois e relata que
aqueles problemas nunca mais voltaram. Por isso percebe-se que o Dr. Cooper es
UKNlltiUUALUM UMBELLA TUM 175
Sono: muito perturbado por sonhos ansiosos que chegam a pesadelos, sonho
de uma figura definida sentada sobre o peito, tornando a respiração muito
ansiosa.
O experimentador adiciona uma nota de rodapé: “Naquele tempo eu ignorava
o fato de que ambos, Dioscorides e Plínio, afirmaram que pe sadelo poderia ser
curado por esta droga..."
Sonho de um fantasma que estava sentado sobre seu peito e oprimindo sua
respiração, de modo que ele freqüentemente despertava gemendo.
Ansioso: com medo de falar com qualquer um; muito afetado por más
notícias.
Vertigem; em todo movimento, com cambalear constante e zoeira.
176
PAEONIA 177
do homem.)
* 41 * * %
$ $ ♦ ♦ *
DR. OSCAR HANSON, de Copenhagen, em seu Rare Homeopathic Remedies,
nos apresenta Paeonia officinalis, com seus sintomas anais e ulceração dolorosa
naquela região. Também cita seus usos terapêuticos, tão concisamente, que com o
nosso espaço restrito, vale a pena reproduzir.
Diarréia pastosa, seguida de queimação no ânus e frialdade interna.
Hemorróidas com ulceração; o ânus e as partes vizinhas estão purpú - reos,
cobertos com crostas; úlceras doloridas no ânus; fissuras do ânus.
Evacuação seguida de queimação mordente; exsudação de umidade ofensiva
(Ratanhia). Abscesso abaixo do cóccix. Pesadelo.
$ $ $ ♦ ♦
CLARKE diz que Paeonia pertence à grande ordem dos Ranunculá- ceos (os
botões de ouro), que inclui os Acôniíos, Aciaeas e Helléboros. “Sua experimentação
exibe muitos sintomas de congestões, afluxo dc sangue para a cabeça, rosto e
peito; queimação, prurido e inchaço do ânus. Úlceras em geral; úlceras por
pressão, como úlceras de decúbito e por botas ortopédicas. Ele tem dores
insuportáveis durante e depois de evacuar.
Nós estávamos propondo considerar Palladium como nosso Retrato
Medicamentoso deste mês, tão similar o é em alguns de seus raros e pecu liares
sintomas a Platinum, mas o Dr. Patrick, de Bexhill, amavelmente nos enviou um
interessante resumo deste remédio pouco conhecido e nós gratam ente
apresentaremos seu material, somente prefaciando-o com algumas observações e
comparações.
Palladium, como indicado no Dicionário, é “uma estátua de Pallas, de cuja
preservação dependia a segurança da antiga Tróia. Qualquer defesa. Um metal de
cor e flexibilidade extraordinárias, lembrando Platinum”.
Palladium foi introduzido como droga e experimentado em 1850, por
Constantine Hering e sua equipe de experimentadores. Ele foi proposto como um
remédio previamente, antes mesmo de 1833. Dizem que Platina e Palladium,
ambos experimentados em pó, demonstraram tal semelhança em seus efeitos, que
surgiu a questão sobre se as diferenças correspondentes podiam ser descobertas.
Um sintoma mental bastante marcante e comum às duas drogas é a sensação
de altura. Ambos são orgulhosos e arrogantes; e com ambos este sintoma se
estende para a esfera física, e eles se sentem altos, enquanto que as coisas em
volta deles parecem pequenas e insignificantes. STRAMONIUM também imagina
que é grande e alto e que os objetos em volta dele são pequenos. ( Cop.)
Palladium, como Platina, tem muito a sensação de “bearing-down” uterina.
Em Plat. a sensação pode ser como se o útero fosse sair. Aparentemente Plat.
afeta mais o útero e Pcll. os ovários, especialmente o ovário direito. Mas, ao
prescrever estes remédios, é a mentalidade peculiar - a arrogância, o orgulho, a
sensação de altura, etc. que distingue estas drogas de Sepia com sua indiferença
embotada, ou Lilium tigr. com sua pressa sem propósito e suas preocupações,
mental e mesmo espiritual. Um sintoma, uma localização, não são o suficiente
para uma prescrição! Eles podem sugeri-la, mas é preciso todo o quadro,
especialmente o mental, assemelhar-se, se for para a mágica funcionar.
Palladium, Crocus, Thuja e Theridion têm uma sensação de alguma coisa
viva mexendo-se dentro do corpo, mas Palladium vai além; ele sente “como se
um animal estivesse mordendo e arrancando pequenos pedaços
179
180 PÀLLADIUM
de dentro do abdome.”
Palladium sente “raslejamento como de pulgas”, - nas costas, braços, abdome,
coxas e tornozelos; e marcas verdadeiras como de mordidas de pulga aparecem
em vários lugares como lábios, narinas, etc. Ele sente também coceira violenta.
* *$
CLARKE diz: “A principal característica de Palladium é afecções do ovário
direito, acompanhadas por dores que são aliviadas pela pressão. Skinner curou
com Palladium uma jovem que tinha dor intensa no ovário direito durante a
menstruação. O único alívio que ela podia conseguir era por colocar sua irmã
sentada sobre aquela região. Este alívio pela pressão distingue a dor ácPall. da
dor ovariana similar dcPlat.”
PALLADIUM
Medo do mal.
Orgulho. Histeria.
Irritabilidade. Obstinado. Facilmente ofendido”.
)
HAHNEMANN diz que este produto do interior da terra deve ser líquido e
amarelo claro se for para ser usado como agente medicinal. Ele ensina como este
deve ser purificado, tratando-o com ácido sulfúrico, “que age nas substâncias
oleosas estranhas, deixando o petróleo intocado. Se puro, uma gota de petróleo
depositada no papel, evaporará no ar, sem deixar nenhum rastro”.
Entre os sintomas curiosos dados por Hahnemann está: “Pontadas no
calcanhar, como se um espinho estivesse alojado neste”. Lembra um caso; um
médico que tinha assistido as Conferências de Compton Burnett, vindo toda
semana de Yorkshire, escreveu mais tarde para o conferencis- ta: “Eu sinto umas
pontadas em meu calcanhar. Dói ao andar”. A resposta foi: “Tome Petroleum ... "O
médico mandou de volta um relatório logo depois: “Maldito seja, W. - o sintoma
desapareceu”. Recentemente, no ambulatório, tivemos um caso parecido,
lembramos daquele e fizemos umã prescrição pronta e bem sucedida.
Somos capazes de lembrar de qualquer caso sobre o qual se fez um primeiro
contato com um remédio realmente útil, não concebido previamente. A introdução
ao Petroleum ocorreu num caso onde as palmas das mãos tinham fissuras
profundas, que foram previamente beneficiadas por Petroleum em baixas potências
e de freqüente administração. Foi muito interessante e instrutivo, porque viu -se
que uma dose dcPetrol. 10M a fez passar todo o inverno com as palmas das mãos
sadias. Este teve que ser repetido, devido a ameaças leves, quando o inverno
chegava, mas não em todos os invernos. Ela vinha a intervalos bastante longos,
ano após ano, sempre exultante, o que era compartilhado.
Um outro caso, lembro-me, de um lipoma grande e bastante dolorido na face
externa de ambas as coxas, na região da articulação do quadril, que tornava
problemático o ato de se deitar. Até onde recordo, ela tomou Baryta carb. - que é
clássico, mas ha minha experiência desapontador para lipoma. Depois viu -se que
suas mãos ficavam muito fissuradas, especialmente nas palmas, e ela tomou
Petroleum, depois do que as “massas” ficaram mais moles, indolores e pararam de
perturbá-la; hoje em dia ela já não vem mais, de modo que não se pode dizer o
resultado absoluto, i.e. se eles “se foram” completamente. MAS - e aqui está o que
faz da Home-
183
184 PETROLEUM - OLEUM PETRE
* ****
O Guiding Symptoms de ALLEN apresenta-o de forma concisa e encantadora.
Nós citaremos alguns dos pontos enfatizados por ele.
Irritável; briguento; aborrecido com tudo.
Transtornos por andar de carruagem, carro ou barco.
Os sintomas aparecem e desaparecem rapidamente (Bell.).
Transtornos antes e durante um temporal (Nat.c., Phos., Psor., RJio- do.).
Dormindo, ou delirando: imagina que uma perna é dupla; que outra pessoa
está deitada ao seu lado na cama; que existem dois bebês na cama (Vai).
(CompareBapt., Pyrog.).
Vertigem, ao se levantar; no occipício; como se estivesse embriagado (Cocc.).
Como enjôo do mar.
Dor de cabeça no occipício; que fica pesado como chumbo. Como se tudo na
cabeça estivesse vivo...
Gastralgia: da gravidez; sempre que o estômago está vazio; aliviada por comer
constantemente.
Diarréia... em jato; depois de comer repolho; no tempo tempestuoso; sempre
durante o dia...
Pele, mãos, áspera e fissurada; pontas dos dedos ásperas, rachadas,
fissuradas, todo invemo. Pés sensíveis, banhados em suor cheirando a podre.
Frieiras dolorosas e pruriginosas e mãos fendidas, pior no tempo frio;
decúbito...
Keynotes de GUERNSEY:
Afecções em geral de qualquer tipo, aparecendo no olho direito; occipício
interno e externo; atrás das orelhas; face interna das coxas; na parte inferior dos
dedos dos pés; na articulação do joelho.
Erupções ou prurido à noite (especialmente no escroto), sendo a erupção seca
ou úmida; frieiras, particularmente quando coçam muito e são úmidas. Exantema
corrosivo e que se espalha; muito difícil de cicatrizar; sensibilidade da pele em
geral; escaras produzidas por ficar deitado na cama.
PETROLEUM - OLEUM PETRE 185
Forte aversão à comida gordurosa; à carne; ao ar livre. Pior por comcr repolho.
Catalepsia; espasmos tônicos; cstalos das articulações; rigidez das ar-
ticulações. Entorses; entorse crônico.
* * :* * *
NASH recapitula/Y^ro/. assim:
Eczemas no escalpo, alrás das orelhas, escroto, ânus, mãos, pés, per nas. As
mãos racham e sangram. Tudo fica pior no invemo\ melhora no verão.
Diarréia precedida de cólica, somente durante o dia.
Dor de cabeça, ou peso como de chumbo no occipício; às vezes com náusea e
vômito; pior com movimento, como ao andar de barco ou carruagem.
Ele o chama de um dos nossos melhores remédios psóricos. , . suas erupções
são semelhantes às‘dc Graphites.
“Existe um sintoma característico bastante marcante que leva a este remédio,
dentre um grande número que tem erupções semelhantes, que é: a erupção é pior
durante o inverno. Não existe qualquer outro remédio que tenha isto tão
proeminentemente. As mãos racham, fendem-se e sangram, e ficam totalmente
cobertas com eczema durante o inverno e ficam boas no verão”. Ele diz: “Eu curei um
caso de eczema das pernas de vinte anos de duração, sempre pior no inverno, com
uma prescrição da 200 a . Eu curei mãos fissuradas da mesma forma. Um caso de
diarréia crônica obstinada, que tão logo ficou claro que ele tinha eczema das mãos
no inverno me veio a idéia e eu o curei rapidamente do problema por comp leto
com Petrol. 200a ”. Ele diz que frieiras que são úmidas e que coçam e ardem muito
no tempo frio, são curadas por Petrol... O mais leve arranhão ou esfoladura supura
(Hep.)...
Petrol. é também um dos nossos melhores remédios para enjôo do mar (Cocc.).
Um outro sintoma curioso é o estalar das juntas (Caust.). Ambos são valiosos em
reumatismo crônico, especialmente com estes estalos. Petrol. tem, com Chel.
zAnac., dor no estômago aliviada ao comer ... Disenteria e diarréia, pior durante o
dia.
* * * * *
KENT. Petroleum é um dos remédios mal usados; quando usado externamente
em reumatismo e contusões, ele age por contra-irritação, ao estabelecer uma
doença na superfície; esta não é uma ação homeopática.
Uma das primeiras coisas que ele faz a um experimentador, é colocá- lo em um
estado de confusão e atordoamento, tão atordoado que se perde na rua. Imagina
que há pessoas perto, o que não é real. Que a atmosfera está cheia de formas
estranhas; que suas pernas estão duplicadas; que
4 *A A A~* A A UJ/
uma outra pessoa está na cama com ela; uma outra criança na cama. Sonha que ele
é dois ou mais.
Erupções herpéticas, vesiculares, tendem a formar crostas grossas e amarelas,
ou rompem-se precocemente e ulceram; podem se tornar fa- gedênicas. Petrol.
desenvolve erupções no local de velhas erupções, com crescente dureza na base da
velha erupção. Crostas secas, induram; e a induração se racha, sangra, apresenta
cor purpúrea. Rachaduras nas pontas dos dedos e no dorso das mãos. Pele áspera,
esfoliante, racha, sangra; os tecidos ficam endurecidos; isto também acontece nas
palmas das mãos eunha^.
Todas as erupções coçam violentamente; não sossega até que tenha arrancado
a pele, quando o local se torna úmido, sangrante, esfolado e inflamado, ... coça-se
até sangrar (mesmo sem erupção) e o local se torna frio.
Frialdade em pontos é um aspecto deste remédio: no estômago, abdome, útero;
um ponto frio entre as escápulas; sensação como se o coração estivesse frio.
Membrana mucosa (pele interna) tem pequenas áreas com úlceras, com
induração em volta desta área; útil em úlceras sifilíticas. Nariz, nari nas posteriores
e faringe com mucosa espessada. Laringe acometida, com perda de voz. Tosse
curta, seca e intermitente, alternando com expectora- ção copiosa.
Um aspecto marcante da droga é que a tosse é pior durante a noite, e a diarréia
é pior durante o dia. Diarréia durante o dia, melhor à noite. Fome constante com
diarréia, apesar de não poder comer sem sentir dor. Faminto, sensação de vazio
depois da evacuação, que o leva a comer.
“Emagrecimento; erupções na pele; pele malsã, dedos ásperos que nunca parecem
limpos; ele não pode lavá-los, pois isso os faz rachar
Suor ofensivo dos pés (Sil.), suores ofensivos em toda parte, especialmente nas
axilas, onde é tão pungente que pode ser notado assim que o paciente entra na
sala.
Dor de cabeça occipital: - “Todos os produtos carbônicos (comoGra- phites,
Carbo veg.) afetam mais ou menos a parte posterior da cabeça”.
Depois, a vertigem peculiar de Petroleum, quando a bordo de um navio,
andando de carro ou carruagem, com náusea como enjôo de mar. Ele diz: “dor de
cabeça occipital, com vertigem por fixar os olhos nas ondas, ou em objetos em
movimento, com alívio em lugar escuro, e com a sensação de vazio, fome ou dor
no estômago levando-o a comer, pode ser melhorada por Petrol.; enquanto que a
terrível náusea mortal, com palidez, suor frio, fadiga, que melhora ao ar livre,
repousando no escuro, e pior por calor, sugere Tabac.”
Depois os sintomas oculares: fissuras nos cantos dos olhos, com muito
prurido. Todas as congestões de membranas mucosas de Petrol. coçam...
PETROLEUM - OLEUM PETRE 187
* * * * *
Muitas sensações estranhas que são peculiares e surpreendentes.
Não sabia onde ela estava na rua.
Disposição melancólica, imagina quanto tempo lhe resta para fazer seu
testamento.
Grande ansiedade com relação à sua família, ao sair para uma peque na
viagem. A ansiedade aumenta até que ele se torna inconsolável.
Sensação como se tudo na cabeça estivesse vivo.
Cabelos grudados pelas crostas e exsudação; eczema.
Maxila facilmente deslocada.
Sensação de frieza, ou dormência nos dentes.
Língua branca; branca no centro com uma faixa escura nas bordas.
Faminto imediatamente depois de evacuar.
Violenta sede de cerveja.
Note bem, o extraordinário acúmulo de água na boca.
Fome canina depois de evacuar; com muita vontade de evacuar, como se
houvessem ainda grandes quantidades de fezes para serem expelidas.
Coceira no meato urinário, durante a micção; coceira no fundo dos ouvidos, na
trompa de Eustáquio.
Ela imagina ter dois bebês; muito preocupada com relação a como cuidará
deles; imagina um outro bebê na cama que requer atenção.
Frieza: como se houvesse uma pedra fria no coração.
Psoríase das palmas: escamas grossas de epiderme, entre as quais cor
188 PETROLEUM - OLEUM PETRE
rem fissuras úmidas. Mãos completamente ásperas dos punhos aos dedos, com
constante exsudação aquosa.
Úlceras com cheiro ofensivo nas pontas dos dedos. Sente as unhas como
machucadas.
Ponto frio no joelho, por isso uma corrente fria penetra na perna.
Frieiras no calcanhar, pontadas como por espinhos no calcanhar; bolhas.
Deve inclinar-se para frente por causa da náusea.
Estalos nas juntas, pescoço, etc.
Imagina que uma criança está dormindo na cama com ela; fala sobre isto e
fica nervosa quando contrariada.
Cabeça como feita de madeira: pele firmemente aderida sobre o canal do
nariz.
Extremidades rígidas, como se sem articulações.
SINTOMAS EM NEGRITO
Delírio: pensa que outra pessoa está deitada ao lado dele, ou que um membro é
duplo.
Mau-humore com raiva; toma-se facilmente veemente.
Esquecido e não disposto a pensar.
Náusea e enjôo o dia todo; toda manhã depois de acordar. Não podia tomar o café
da manhã.
De manhã, acúmulo de água na boca; repentinamente ao andar; ao andar de
carruagem; freqüentemente tão violenta que tira a respiração, sem vômito; violenta, com
suor frio, incessante; com vertigem e vômito.
PETROLEUM - OLEUM PETRE 189
Enjôo de mar.
Depois de uma refeição leve, sente-se com vertigem e a cabeça flutua. Azia ao
anoitecer.
Náusea e enjôo o dia todo.
190
‘•Sv*.
<
PHOSPHORIC A Cl DUM 191
prescrito China com freqüência, quando Phos. ac. teria sido a melhor prescrição,
com seu decaimento, especialmente por esgotamento nervoso. Enfraquecimento
mental, como KENT diz; mente cansada; completamente exausto.
Considere ainda: - “Doenças por preocupação, pena”: aqui se pensa em Ignatia.
Mas Ign. é o remédio do sensível, do facilmente excitado, com mudanças de humor
incrivelmente rápidas; muito diferente da apatia e indiferença de Phos. ac.
“Transtornos por mortificação”. Aqui logo se pensa em Staphisagria, também
apático, indiferente, deprimido, mas com, seus transtornos por or gulho, inveja ou
mortificação. KENT nos diz que quando Staph. tem que se controlar, ele fica em
frangalhos, treme da cabeça aos pés, perde a vo 2, sua capacidade de trabalhar, etc.
Staph. é bem mais intenso e enérgico em seu sofrimento do que Phos. ac.
“Transtornos por amor frustrado”: fica-se tentado a prescrever Natrum mur. ou
Hyos. ou Ignatia. Mas Hyos. tem um ciúme notável e é bem mais intenso
mentalmente, um quadro medicamentoso totalmente diferente, e Natrum mur. com,
possivelmente, o emagrecimento de Phos. ac., é apaixonado, intenso; chora, odeia a
simpatia; não tem nada da apatia embotada que clama por Phos. ac.
KENT contrasta Phos. ac. com Muriatic acidum. Em Phos. ac., ele diz, os
sintomas mentais são os primeiros a se desenvolverem; o remédio vai do mental
para o físico, do cérebro para os músculos; os músculos podem per manecer fortes
depois da mente já ter se esgotado. Em Mur. ac. a prostração muscular vem
primeiro e a mente parece clara até bem depois dos músculos estarem prostrados.
KENT diz que o paciente Phos. ac. definha e emagrece, fica cada vez mais
fraco, o rosto murcho; suores noturnos; suores frios descem pelas cos tas; suores
frios nos braços e mãos mais do que nos pés; extremidades frias; coração e
circulação fracos; fica resfriado facilmente e o resfriado se aloja no peito ... e
caminha para uma tuberculose. Palidez com crescente fraqueza e emagrecimento.
A maioria dos que escrevem sobre Phos. ac. salientam o fato curioso de que
com toda a sua prostração, sua diarréia aguda ou crônica não causa prostração, e
eles apontam para Calcarea, que “sente-se melhor, de todos os modos, quando
constipado”. Em Phos. ac., pode haver “melhora de transtornos por seu término em
uma diarréia”. Kent fala sobre Phos. ac. da criança com copi- osas fezes, aquosas
no verão, tão copiosas que a fralda e inútil; as fezes se espalham por toda parte,
sobre a roupa da mãe e formam grandes poças no chão; as fezes são quase
inodoras, finas e aquosas, e a criança sorri como se nada estivesse acontecen do. A
mãe se admira de onde vem isso tudo, e mesmo assim a criança parece estar bem”,
“A diarréia de Phos. ac. freqüentemente melhora muitos dos sintomas e o
192 PHOSPHORIC A CIDUM
paciente se sente melhor. Alguns pacientes dizem que nunca ficam bem, a menos
que tenham diarréia”.
N.B. - Phos. ac. tem dores beliscantes e pressivas.
Com relação à emissão profusa dc urina aquosa de Ign. e de Phos. ac., ele
aponta que no primeiro caso esta é histérica e no último não.
SINTOMAS EM NEGRITO
Quieto. Indiferente.
Perda de idéias, e fraqueza mental.
Ele não pode reunir seus pensamentos de maneira adequada.
Ele fala sem vontade; con versar é cansa ti vo.
Fala pouco e responde as perguntas sem vontade.
Desatento, apático: indiferença notável a tudo na vida, especialmente se houver
emagrecimento e debilidade.
Transtornos por preocupação, pesar, mortificação, nostalgia ou amor frustrado;
particularmente com sonolência, suores noturnos até de manhã; emagrecimento.
Ele parece muito mal-humorado e zangado.
Humor triste, pela preocupação com o futuro.
Ele ficou muito alegre e bem disposto (reação curativa secundária).
Dores de cabeça de meninas na idade escolar, por uso excessivo dos olhos.
Dores de cabeça occipitais e dorna nuca por exaustão nervosa ou tristeza excessiva.
Confusão da cabeça toda. Dor de cabeça estupidificante; zumbido na cabeça.
Dor de cabeça constante.
Ao mais leve choque ou bandho, as dores na cabeça se tomam extremamente
violentas.
Pressão forte no lado esquerdo da testa.
Pressão esmagante na têmpora direita, mais violenta com movimento.
Pressão esmagante em ambos ossosparietais; pior com movimento.
Dor como se as têmporas fossem pressionadas uma em direção a outra, como se
violentamente comprimidas por fórcsps.
Pressão repuxante nos ossos parietal direito e occipital, mais violenta quando em
movimento.
Dorrasgante e esmagante no cérebro, aqui e ali.
Pressão rasganle no occipício, pior com barulho e ao mais leve movimento.
Dor penetrante violenta, na têmpora direita, estendendo-se para o olho direito.
Queimação, dor no lado da nuca.
A/Ti 4 í / v j í i i v_y/vj stK^ÀJLtutvi
Grande rouquidão.
Inspiração difícil, por pressão e opressão atrás do estemo. Domo peito por fraqueza,
Dorpressiva no meio do peito, mais severa ao expirar.
Sentia como se o estemo fosse pressionado para fora: dor mais violenta ao pressionar
com a mão o estemo, ao inclinar-se para frente, ao tossir, etc.
Tosse seca por conseqüência de uma coceira que desce até quase a boca do
estômago.
W*>/
PHOSPHORJC ACIDUM 195
Porque tudo que pode fazer mal pode curar, a Matéria Médica Homeo-
pática é realmente ilimitada. É somente através de constante leitura e es-
tudo que se pode obter uma idéia da promessa que ela já nos oferece em
nossa luta contra a doença e o sofrimento.
Como nós dissemos anteriormente, mesmo um trabalho de repertório
atento pode, razoavelmente, restringir nosso método. Ele não pode jamais
substituir a Matéria Médica, à qual ele é meramente e somente, até certo
ponto, um ÍNDICE; e, por essa razão, é impossível que todas as drogas,
não somente aquelas de uso e utilidade diários, mas aquelas de necessidade
somente ocasional, pudessem ser igualmente bem representadas em
qualquer repertório que fosse possível de se manusear, muito menos de
compilar.
Mas a maioria das drogas conhecidas de ação única e definida real-
mente obtêm uma referência, ainda que somente um surpreendente ne-
grito em alguma rubrica solitária, e quando nós vemos uma droga em ne-
grito pouco conhecida presente no sintoma ou condição que nós estamos
procurando, seria melhor que nós recorressemos à Matéria Médica para
ver se ela se ajusta in toto ao caso.
Mas PHOSPHORUS não é uma droga não experimentada, ou com
sintomas não representados: pelo contrário, ela é uma das drogas melhor
provadas e registradas, um policresto - uma droga de muitos usos. Na En-
cyclopedia de Allen não tem menos do que 3.920 sintomas relatados, cada
um com seu minúsculo número de referência que se refere ao início da
seção áePhosplwriis, onde não somente a autoridade para cada sintoma
isolado é encontrada, mas como ele ocorreu, se em uma criança que tinha
chupado palitos de fósforo (nos bons e velhos tempos quando os fósforos
eram somente “seguros”), ou em empregados de fábricas de palitos de
fósforo aqui ou no exterior, ou em pessoas que puseram um fim em suas
vidas de forma horrível, com veneno de rato, ou ainda nos experimenta-
dores à& Phosphoras mais ou menos potencializado, desde Hahnemann; e
neste caso a exata potência que evocou os sintomas é dada.
A Matéria Médica Homeopática não é uma compilação imaginária, não
é uma coleção acidental de questionáveis sintomas da droga. Ela é toda
muito metódica e cuidadosamente investigada, muito concisamente
197
A/U rn uòrn UK Uò
Com Phos. a dor queimante é aliviada pelo frio). Ele também enfatiza a
tosse severa, seca, compacta, que arruina o paciente, e o escarro salgado.
para nos ajudar a ver P/iosp/ionis nos pacientes que precisam da ajuda
desse remédio. Nós simplesmente vamos examinar rapidamente sua con-
ferência sobre Phosphorus, apenas separando e escolhendo, guardando e
deixando de lado como nos parece melhor.
“Os transtornos de Phosphorus são mais prováveis de surgirem nas
constituições fracas - que nascem doentes, crescem magras e crescem
muito rapidamente - pessoas que emagrecem, que emagrecem rapida-
mente - que têm as sementes da consunção razoavelmente bem plantadas”.
“Pulsações e palpitações violentas; constituições hemorrágicas: pequenos
ferimentos sangram muito sangue vivo. Hemorragias de todos os órgãos e
tecidos. Petéquias e contusões.”
As queixas de Phos. ficam piores pelo frio e no tempo frio, melhor com o calor e com
aplicações quentes, exceto as queixas da cabeça e estômago, que são melhoradas
pelo frio.
Em Phos. os sintomas do peito e membros são aliviados pelo calor, os
do estômago e cabeça pelo frio. (Tais sintomas, contraditórios com relação
ao paciente em geral e suas partes em particular, são de grande valor
como indicadores do remédio que os exibe).
Ele dá os medos dc Phos., um dos remédios hipersensíveis. “Medo de
que alguma coisa acontecerá; ansioso no crepúsculo; medo de tempes-
tades; tremedeira; ataques de indigestão pelo medo. Medo ao anoitecer;
medo da morte; medo de ro§tos estranhos olhando-o de uma esquina.
Cheio de estranhas e insanas imaginações”.
Apatia, indiferença, aos amigos e ambiente, mesmo aos seus filhos
(Sepia). Não responderá, ou responderá vagarosamente, pensa devagar.
Vertigem e tontura. Pior com esforço mental, com barulho; pior no es-
curo; pior sozinho.
Phos. pode servir em degenerações gordurosas e cm amolecimento do
cérebro.
A surdez de Phos. é especialmente para a voz humana.
Melhor por comer; melhor por dormir. Náusea e vômitos por colocar
as mãos na água quente, por entrar em sala quente, por colocar coisas
quentes no estômago. Regurgitação dc bocados de comida é bastante ca-
racterístico de Phos. “Phos. é o amigo do cirurgião - o grande remédio
para vômitos depois de clorofórmio”.
Em Keynotes, ALLEN dá um sintoma curioso dc Phos. durante a
gravidez. Ela é incapaz de beber água. A visão da água a faz vomitar; deve
fechar os olhos enquanto se banha.
Ele diz que a transpiração d cPhos. cheira a enxofre.
E, lembre-se, Phos. não tem somente queimações no estômago, etc.,
mas também queimações nos pulmões. Um sintoma que pode ser útil em
alguns casos de pneumonia.
Phos. afeta o fígado (lembramo-nos da atrofia amarela aguda do enve-
Zi )Z rtiUSPHüRUS
estômago.
Vazio e sensação de fraqueza no abdome.
Diarréia. Evacuações como se involuntárias no momento em que algo entra no reto.
Fezes cinzas - cinzas esbranquiçadas.
Menstruação antecipada e mais escassa.
Emagrecimento.
Deita-se constantemente do lado direito. Ele só se deita sobre o lado direito à noite.
Membranas mucosas pálidas.
O sangue das hemorragias era bastante líquido e difícil de coagular. Sensação
de asfixia.
Pequenos ferimentos sangram muito.
Sistema muscularfrouxo.
Grande fadiga. Fraqueza. Fraco e oprimido. Fraco e prostrado. Exaustão excessiva.
Peso no corpo todo.
Deitar-se do lado esquerdo causa ansiedade.
Úlceras sangram.
Constante sonolência. Grande sonolência, mesmo de dia.
Não pode dormir antes da meia-noite.
Bochechas ruborizadas (em febre), especialmente a esquerda.
Frialdade ao anoitecer.
Joelhos frios constantemente, à noite, na cama.
Calor à noite sem sede.
Calor e suor febris à noite, com fome voraz.
Transpiração profusa sobre o corpo todo.
Suores profusos ao mais leve esforço.
Exaustivos suores profusos toda manhã.
Transpiração de manhã na cama - com sensação de ansiedade.
(,
De cento e setenta trabalhadores em fábricas de palitos de fósforo (a maioria
garotos), cento e vinte foram atacados pelo tifo, freqüentemente complicado com
pneumonia e bronquite, que freqüentemente levavam à consunção”. (Russian Med. Zeit..
1850).
PHYTOLACCA DEC AN DR A
(Poke-Weed / Caruru-de-cacho)
É sempre um dia memorável quando se trava amizade com uma nova droga. Ao
invés de ser meramente um conhecimento de vista - não muito mais do que um
nome, descobre-se subitamente um novo Poder, sempre à mão, oportunamente
propondo-se à ajuda precisa que pode dar em casos apropriados. E é com o fim de
agir como um apresentador, ou pelo menos como aquele que lembra a droga ao
médico, que estes “retratos” são redigidos.
Você não observou que em qualquer multidão (e nossa Matéria Médica
Homeopática é, seguramente, uma densa multidão!) existem certas pessoas - e
drogas - que chamam, à primeira vista, nossa atenção e afirmam-se vividamente?
Como a bordo de um navio, a partir do momento do embarque, existem pessoas
que prendem a atenção e são observadas, com ou sem aprovação, do começo ao
fim da viagem. Aproximamo*nos para saber o que eles vão falar e fazer em todas
as ocasiões, apesar de que podemos jamais chegar a nos apresentar. Por outro lado,
no último dia da viagem, pode-se descobrir um estranho, jamais observado antes,
mas um companheiro de viagem durante semanas. Assim é com as drogas: um
grande número delas - a maioria - são para nós meramente um nome e nada mais:
quando, veja! prestol elas mostram possuir características e possibilidades não
sonhadas ... É dito, então, no último dia da viagem: “Por que eu desperdicei toda
essa viagem? Por que nós não nos conhecemos antes?” Assim é com as drogas:
“Por que eu não a conheci anos atrás? Você poderia ter me ajudado com este ou
aquele caso quando, por não conhecer você, eu miseravelmente falhei”.
No relacionamento com a droga é também necessário reconhecer
características e possibilidades', para ser capaz de confiar nas reações e resposta.
Depois destas colocações, deixe-nos proceder ao estudo de PHYTOLACCA,
de cujos magníficos poderes, talvez, jamais se tenha aproveitado suficient emente,
em condições difíceis, agiidas e urgentes, bem como crônicas. Pois Phytolacca
preenche um nicho recente mas único no Templo de Hahnemann.
Phytolacca é um dos nossos remédios mais novos, bastante poderosos e de ação
imediata.
AVO rtt Y / ULA CCA DECANDRA
Nós conseguimos os dados mais úteis, com relação à esta droga, atra vés de
NewRemedies dc Halc.Como Baptisia, Gelsemium, Caulophyllum (Squaw-root) e
outros, Phyt. vem até nós da América, a partir de uso doméstico ou nativo - mas se
apresentou útil em indicações precisas, através de experimentações.
Hale o chama de “um dos nossos mais valiosos e poderosos remédios
indígenas”. Mas, ele diz: “até que fosse sujeito à experimentação científi ca pela
nossa escola e seus efeitos no indivíduo saudável descobertos através de
‘provings’, era pouco conhecido quanto à sua extensão de poderes curativos”.
Mas é ainda necessário que Phylolacca passe por mais experimentos, para
completar seu retrato drogai.
Hale diz que ele tem sido usado especialmente em doenças crônicas,
reumatismo - doença venérea - algumas doenças cutâneas severas . .. “mas seus
poderes curativos não são limitados a doenças crônicas. Ele tem se provado um de
nossos melhores remédios em muitas doenças agudas do mais severo caráter”.
Por exemplo, um médico, diz Hale, “relatou efeitos imediatos e curativos em
difteria através de uma tintura feita das folhas colhidas no fim de outono”.
Enquanto que recentemente a rápida cura de um caso de difte ria com sintomas de
Phylolacca, doou eternamente uma cama ao Hospital Homeopático dc Londres.
Dizem que as cinzas de Phylolacca contêm mais dc 50% de potassa cáustica,
que explica algumas de suas relações com outras drogas.
As partes oficinais da planta são as raízes, folhas c fnitos.
Dizem que “pássaros que se alimentam dos frutos perdem todo o seu tecido
adiposo” e a tintura dos frutos tem sido usada para propósitos de
“emagrecimento” c (?) como um remédio para tumores gordurosos.
O envenenamento pelos frutos causou “agonia opressiva no estômago com
náusea e vômito violento, seguido de purgação e dor, quando qualquer pressão no
estômago fazia gritar. Ocorreu também escurecimento da visão; a língua ficou
com uma cobertura branca; haviam contrações musculares espasmódicas dos
braços e pernas; e dor de garganta, as fauces congestionadas e de cor escura, a
garganta seca e as amígdalas um pouco inchadas”.
Hale ainda diz: “ele afeta o sistema nervoso poderosamente, também os tecidos
fibroso e ósseo.
“A esfera de ação de Phylolacca inclui a pele, membranas mucosas, tecidos
fibrosos, o periôsteo e os centros nervosos cerebrocspinhais”.
“Em sua ação na pele ele lembra Arsenicum e Mercúrio” (Kent diz que ele
deveria ser chamado de “Mercúrio Vegetal”), “e ele tem curado psorí- ase, ptiríase,
tinha da cabeça, erupções lúpicas e escamosas em geral” - i.e. com sintomas de
Phylolacca, que nos esforçaremos em apresentar a
t*tiYiOLACCA DECANDRA 207
seguir.
Nos experimentos de Phytolacca nós encontramos: “Uma tensão e pressão
bastante peculiares nas parótidas”; que pode ser um indicativo importante para o
uso da droga - mesmo em casos de reumatismo crônico.
Entre os casos de reumatismo curado que ele relata, o mais interessante e
sugestivo é um caso de reumatismo das juntas com aumento das glândulas
parótidas e gânglios submaxilares, onde havia um “rápido abrandamento dos
tumores glandulares também”. Conclui-se que Phytolacca pode ser mais útil nos
casos com envolvimento peri-articular do que nos casos com extensivas mudanças
das juntas ósseas.
Mas talvez Phytolacca seja melhor conhecida pela sua espantosa
A /
Como Kent diz, nas vacas tem boa reputação para o “endurecimento” das
úberes: para tais casos, “úberes endurecidos, inchados, intensamente quentes,
doloridos e sensíveis, onde nem uma gota de leite sai; neste caso, em poucas
horas, o leite poderia ser tirado, a glândula amolecida e a recu peração seria
completa”. (A propósito, falaram-me outro dia de um caso em nossa fazenda.
Uma das vacas estava apresentando constantes episódios de leite filamentoso.
Isso cessou absolutamente depois de uma dose áz Phytolacca).
Mas não é somente em problemas inflamatórios iniciais das mamas que
Phylolacca é indicada e eficiente. Phyt. tem
“Mamilos feridos e fissurados.
A dor começa no mamilo e séirradia para o corpo todo.
Sente os mamilos como um tijolo, granulosos e nodulares.
Mama dura como pedra, dolorida. Mamas endurecidas.
Abscesso mamário: pus.
Grandes e doloridas úlceras fistulosas que se abrem, com descarga de um
pus fétido e aquoso.
A dor é insuportável. Irritável. Inquieta. Indiferente à vida; ou à morte;
está certa de que vai morrer”.
(BORLAND, Homeopathy forMotherand ínfant).
Kent diz que Phylolacca é um remédio muito imperfeitamente experimentado,
mas que tem alguns •aspectos surpreendentes, e que muitos dos que ele apresenta
vêm da experiência clínica.
E agora nós apresentaremos algumas das modalidades distintivas de
Phylolacca, de modo que se pode ser capaz de prescrever com segurança e deixá-
lo de lado quando um outro remédio melhor preencher o quadro.
Phytolacca tem: - Agravação à noite; em dias frios; em tempo frio e úmido; em
uma sala fria. Kent também diz que é pior no calor da cama, “de modo que há
uma controvérsia entre calor e frio”; e, na difteria, a garganta é pior com bebidas
quentes. A exposição ao tempo frio e úmido causa ou agrava a tosse, as dores dos
músculos intercostal, abdominal e lombar, o pescoço rígido, o reumatismo em
geral e as dores nas juntas.
Dores como choques elétricos - penetrantes, lancinantes, movimentam-se
rapidamente; pior com movimento; pior à noite; com Rhus, “desejo de se mover,
mas pior com movimento”.
Em GARGANTAS DOLORIDAS, quando mais se usou Phytolacca, as fauces
e faringe parecem secas e congestionadas, e de uma cor vermelha escura,
completamente diferente do inchaço liso vermelho vivo de Belladonna. A faringe
fica seca, áspera, “sentida como se fosse uma caverna”, ou “sente a garganta
cheia, como se sufocada”. Sensação de calor, como se uma bola de ferro quente e
vermelho estivesse alojada na faringe. A deglutição é dolorosa, difícil; e a cada
tentativa, dores excruciantes penetram através dos ouvidos. Pode até haver
regurgitação pelas narinas;
PHYTOLACCA DECANDRA 209
incapacidade de engolir até mesmo água - quase que impossível, porque sente a
garganta muito áspera e seca.
Ulceração da boca e garganta; inflamação folicular da garganta: placas na
garganta; mesmo difteria com estes sintomas, i.e. a cor azulada, a secura, a dor
(raiz da língua e garganta) penetra dentro dos ouvidos; a piora com bebidas
qiientes. Tudo piora com o frio, exceto os sintomas da gar ganta, que são piores
com bebidas quentes.
Sintomas curiosos - não somente a garganta pode parecer uma “caverna
vazia”, mas o peito pode também parecer “um barril grande e vazio”.
Entre os sintomas de Phytolacca encontra-se, em um caso de envenenamento:
“Extremidades rígidas, punhos cerrados, pés estendidos, dedos dos pés fletidos,
dentes cerrados, lábios virados para fora, firmes, queixo caído sobre o esterno,
opistótono, convulsões tetânicas”.
FARRINGTON (Comparative Matéria Medica) diz: “Camphora e Phytolacca são
muito semelhantes a Strychnia em espasmos tetânicos. Ambos mostram os dentes
pelo repuxamento dos cantos da boca. Camphora é indicada em tétano com a
sempre presente frialdade mortal”.
Phytolacca tem sido considerada útil em cirro, em câncer dos lábios e em
“úlceras cancerosas do rosto”. Úlceras perfuradas (Kali bich.).
As dores periosteais (tíbia) lembram as de Asaf, Dros., Lach.
NASH chama a atenção para o raro sintoma “que tem sido de grande valor
para mim: ‘Irresistível inclinação para morder os dentes ou as gen givas’. Baseado
nesta indicação eu tenho freqüentemente aliviado as queixas de vários tipos que
ocorrem no período da dentição.
“Eu uma vez tive um caso que foi mandado sair de New York para o interior.
A criança estava doente há bastante tempo com cólera infantil (en- terocolite) e
seus médicos disseram que ela deveria deixar a cidade ou morreria. Mas o ar do
campo e a mudança da dieta não trouxeram alívio. A criança estava bastante
magra, apresentando freqüentes evacuações moles de cor marrom escura,
misturado com limo ou muco da mesma cor. Depois de tentar vários remédios, eu
descobri que a criança queria morder as gengivas, ou morder tudo que ela pudesse
colocar na boca, e a mãe disse que isso aconteceu durante todo o período da
doença. Phytolacca deu alívio imediato aos sintomas, seguido de rápida
recuperação. Eu tenho, desde então, verificado este sintoma várias vezes”.
Phytolacca tem também uma grande reputação para pescoço rígido, então aqui
está uma pequena e recente experiência pessoal que sugeriu Phytolacca como o
nosso Retrato de Droga.
E claro que nós já conhecemos a maravilhosa ação da Phytolacca na glândula
mamária, e encontramos repetidas vezes sua rápida cura para gargantas agudas,
embotadas, azuladas e vermelhas, com os pilares das fauces congestionados e
rígidos, e a garganta aflitamente dolorida.
x xx x i L/uun/yí^ívi
J
'
V
Picricum acidum tem seu lugar como talvez o maior remédio de todos para
CANSAÇO CEREBRAL.
Um de seus sintomas mais estranhos, é o de que o menor estudo causa
queimaçõo ao longo dç espinha. Outros remédios notáveis em possuir queimações
nas costas ou na espinha são Arsenicum, Phosphorus, Lyco- podium cZincum. Mas,
enquanto a queimação na espinha dcArs. não c qualificada, exceto que as
queimações deArs. geralmcnlc são aliviadas pelo calor, as queimações dc Lyc. são
principalmente entre as escápulas (como são as de PHOS. e KALI BICH.); mas as
dc Phos. pulsam e querem ser esfregadas. As de Picricum acidum, somente, são
causadas pelo esforço mental.Phos., em envenenamentos, é semelhante a Picricum
acidum ao causar degenerações gordurosas; Phos. especialmente do fígado: Acido
Picrico especialmente do cérebro e espinha. Tudo no Acido Pícrico é pior pelo
estudo, sua grande característica; isto se aplica não somente às dores da espinha,
mas também àquelas das juntas. Pode-se mencionar que o veneno da aranha
Theridion está em negrito para queimação na região lombar; mas Theridion
distingue-se pela extrema sensibilidade ao barulho e ao toque.
Picricum acidum foi descoberto por um médico observador e aplicado, que
percebeu que as queimaduras de Picricum acidum são indo- lores: e seu principal
uso tem sido como curativo para queimaduras. (Urt.,
Canth.)
Nós sempre associamos Picricum acidum com Phosphoricum acidum; sendo seus
usos tão semelhantes que às vezes se poderia ficar na dúvida de qual deveria se
empregar. Deixe-nos estudar, de uma vez por todas, suas diferenças, a fim de
prescrever um ou outro com o melhor resultado.
212
PICRICUM AC fD UM 213
Phos. acid. é pior com febres; perda de fluidos; excessos sexuais; fadiga. Picríc.
acid. Pior com esforço, físico ou MENTAL; tempo chuvoso.
Phos. acid. é melhor com aquecimento; sono curto; evacuação.
Picric. acid. é melhor com repouso, ar frio, água fria; o sol; com atadura.
Nunca duas drogas podem ser iguais em sua ação nos órgãos, tecidos e,
especialmente, na mentalidade; contudo, cias podem parecer necessárias em
condições semelhantes. E aqui, quanto à exaustão e debilidade, existe um grande
número de drogas essencialmente diferentes para escolher; tendo relação,
naturalmente, com a causa do problema, emocional, mental, físico; então nós
estamos apresentando neste número alguns remédios sugestivos com indicações.
Os pacientcs tendem a precisar de um “tônico”. O único tônico real, lembre -
se, é a droga curativa de sintomas semelhantes; mas levando-se em conta, como
estamos descobrindo cada vez mais, a discrasia latente de uma doença aguda do
passado remoto, que deve ser combatida com seu próprio remédio que até agora
nunca havia sido usado para curar.
Um outro uso de Picricum acidum é para furúnculos no ouvido externo. Neste
caso, pensa-se também em MERC. e SULPH. Mas recentemente em um caso grave
de furúnculos rccurrentes no meato auditivo externo, com terrível dor
incapacitante, Morbillinwn os limpou, prescrito com base em uma história de
sarampo antigo.
Neurastenia.
Sensação de cansaço, ao menor esforço, por todo o corpo; com peso; abatimento
excessivo; sem vontade de falar ou de fazer qualquer coisa; indiferente a tudo; é obrigado
a se deitar; parece difícil mover os membros; grande debilidade muscular; prontamente
exausto ao subir um morro; inclinado a sonolência de dia; apetite pobre; sensação de
torpor geral.
Cérebro cansado.
Sem inclinação para o trabalho mental ou físico; desejo de se sentar quieto
sem qualquer interesse pelo ambiente.
Dores de cabeça; pulsação maçante; sensação de peso ou dores agu das.
Pior ao estudar, ou com movimento dos olhos. Melhor em repouso, ao ar livre,
ao atar a cabeça de forma apertada.
214 PICRICUM ACIDUM
Depois de cada esforço mental severo, intensa dor de cabeça pulsante; pior na
base do cérebro; freqüentemente com congestão da espinha, exci tação sexual, etc.
Dores de cabeça de homens de negócio que trabalham demais; ou quando
mágoa ou emoções depressivas resultam em estafa nervosa. Local de dor, região
occipito-cervical.
Cérebro cansado de pessoas literatas ou de negócios; a mais leve exci tação
mental ou trabalho excessivo causam dor de cabeça.
OUVIDOS. Inflamação furuncular ou circunscrita do meato.
Forma crônica ou sub-aguda de otite.
Furúnculos no meato auditivo externo.
Terríveis ereções; priapismo; satiríase, etc.
Queimação ao longo da espinha e fraqueza bastante grande das pernas e das
costas; sensibilidade de todos os músculos e juntas, pior ao estudar.
Calor na parte inferior da espinha; dolorido e repuxante (lombar).
Grande fraqueza das pernas, especialmente a esquerda, que treme; pesadas
como chumbo; levantadas do chão com dificuldade.
Grande fraqueza, quadris.
Extremidades frias. E pesadas.
Depois de choque mental severo por uma morte, abatimento, fadiga; muito
cansado; quer se deitar e dormir o tempo todo, o que ela faria se não fosse
despertada.
Exaustão, progredindo de uma leve fadiga ao movimento para uma completa
paralisia.
Paralisia por amolecimento da medula.
Formigamento nos lábios; rastejamento como de formigas sobre a superfície
da cabeça.
Dores piores no tempo chuvoso; melhor no ar frio e água fria.
Sensação de esgotamento do corpo todo.
Pequenos furúnculos em qualquer parte do corpo, especialmente nos ouvidos.
Frialdade: dos genitais; na parte inferior das costas; dos pés.
Restaurativo de um sistema gasto e esgotado.
Em progressiva anemia perniciosa.
Em esclerose da espinha.
PLATINUM
V
)
Platinum ou Platina, como alguns autores preferem chamá-lo, é um grande
medicamento “grafado em negrito”; o que quer dizer que este tem jus tificado
repetidamente seu lugar em nossa Farmacopéia por causar (em experimentos) c
por curar (em preparo homeopático) diversas moléstias, especialmente mentais, ou
aquelas relacionadas com mentalidade pervertida; tais mentalidades, além disso,
tornam insuportável a vida das pessoas vizinhas condenadas ao contato com o
paciente Platina.
Platinum fere e machuca, não no sentido violento e rancoroso de Nux e Hepar,
mas pela postura de superioridade; a atitude perniciosa de desprezar os outros, e
segue agradecendo a Deus por ele (ou ela) não ser igual aos outros homens.
O curioso é que, com Platina, esta subconsciência mental estende-se para o
sensório físico, de modo que Platina não apenas secretamente não gosta de seus
filhos, como se fossem muito pequenos, insignificantes; mas também se sente alta
e imponente, enquanto que as coisas em volta dela parecem ser pequenas,
inferiores e desprezíveis. Como Kent diz: “Os experimentos dc Platinum
representam a mente feminina pervertida”. E ele diz que “o remédio é
especialmente adequado para mulheres histéricas que têm sofrido de medo,
excitação prolongada; ou para os efeitos ulte- riores de desapontamentos, choque
ou hemorragias prolongadas”. Platinum, portanto, não somente provoca, mas cura
traumatismo mental.
O que é exatamente um traumatismo? Ele é definido como “um estado
anormal do corpo causado por danos externos”. Ou, como "uma ferida ou outro
dano produzido por ferimentos”.
Por isso, nós poderíamos expressar “Traumatismo Mental” como fe rimentos
da mente-coração-alma. A fraseologia que nós aplicamos a estes ferimentos é
emprestada do traumatismo físico... “sentindo-se muito machucado”...
“profundamente ferido”... “coração cortado”. E nós falamos de “sentimentos
lacerados”; de estar com “o coração partido”, enquanto que Shakespeare nos
lembra que “mais afiado que um dente de serpente é ter um filho ingrato”.
A fim de sugerir remédios para agir contra tais injúrias e danos, agu dos ou
crônicos, inflingidos por traumatismos, nós devemos compará-los com drogas que,
nos experimentadores, têm produzido sensibilidade a
216 PLATINUM
o cérebro amortecido. Existem também sensações de frio local (aqui lem bra
Calcared).
Um sintoma curioso, que aparece em Plumbum, pertence também a Platinum:
dores repuxantes no umbigo, como se por um barbante, que causa uma sensação de
retração. Kent diz quê as dores são tão parecidas com Plumbum que Platinum tem
sido usado como um antídoto. (.Plumbum tem: “O umbigo parece prender-se à
coluna”).
* ****
SINTOMAS EM NEGRITO
Ilusões da fantasia, como se tudo em volta dela fosse muito pequeno e todas as
pessoas física e mentalmente inferiores, mas ela mesma fisicamente grande e superior.
Arrogante, sentimento de orgulho.
Desdenhosa, um olhar por cima desprezivo às pessoas normalmente veneradas, com
um tipo de rejeição a elas.
(Ela pensava que não tinha lugar no mundo, a vida era cansativa), mas tinha um
grande medo da morte, que pensava estar próxima.
Orgulho e superestima de si própria: olhando por cima dos outros com arrogância.
A sala parecia melancólica e desagradável, com humor apreensivo e irritável.
* * * * *
CLARKE ( Dictionary) explica que o nome -original dc Platinum era
Platina, do significado espanhol “como prata”; Hahnemann foi o primeiro a
pensar nele como medicamento, e seu experimento (Doenças Crônicas) é a
base de nosso conhecimento de sua ação. Um sintoma característico,
encontrado sozinho ou associado a outras condições, tem levado a muitas curas
com Plat. - perda do senso de proporção em ambos os aspectos, ocular e
mental. Os objetos parecem pequenos e a paciente pensa
220 PLATINUM
__________________________________________
{
Uma indicação muito importante para o uso de Plumbum (nós verifica- ^
mos isso) é a Hiperestesia com perda da força. Nós conseguimos essa in- (
formação de Nash (Leaders). Pode ser bom citá-la. Nash escreve: “Eu cu-
rei um caso de paralisia pós-diftérica com Plb. Era um caso bastante seve- ^
ro em um homem de meia-idade. Seus membros inferiores estavam total- <
mente paralisados e havia, ao mesmo tempo, um sintoma que eu nunca
tinha visto antes nem depois em tal caso, i.e. excessiva hiperestesia da
pele. Ele não suportava ser tocado em lugar algum, isso doía muito. De-
pois de muita procura eu encontrei esta hiperestesia perfeitamente des- ^
crita na Encyclopedia de Allen, que junto com a paralisia parecia-me uma
boa razão para prescrever Plumbunt, o que fiz, com uma dose de 40m de
Fincke, resultando numa melhora rápida e contínua até que se alcançou a (
cura perfeita... Foi desnecessária a repetição do remédio”.
Nós já citamos, em algum lugar, um caso notável, inspirado em Nash,
mas que merece ser repetido. Uma mulher forte e robusta de meia-idade,
após tomar frio, desenvolveu um estado semi-paralítico (descrevo-o de
memória). Ela foi internada em nosso hospital onde, junto com a perda da
força, havia uma hiperestesia tão intensa que não era somente uma agonia [
quando o pulso dela era tomado, mas aquele ato teve que ser omitido,
porque isto provocou-lhe não somente “arrepios”, como ela dizia, mas ^
seu braço ficava realmente inchado. Plumbum a restaurou à vida ativa,
com sensibilidade e forças normais, tanto que durante a Grande Guerra
ela foi capaz de conseguir um emprego - escrevendo - no Escritório do \
Exército. Durante um longo tempo depois, ela costumava voltar para o
tratamento, à menor suspeita de rccorrcncia, o que nunca sc materiali - (
zou. E jamais foi esquecida aquela indicação dc Plumbum, que Nash dc- (
scobriu e enfatizou, Hiperestesia com perda da força. (
Oulra dc suas grandes indicações t emagrecimento das partes afetadas.
Esta seria, é claro, um estágio mais avançado do envenenamento por ^
Plumbum. <
Um outro aspecto de Phtmbum : retração de partes. Ele não somente
{
apresenta “abdome cm forma de barco”, onde a sensação é de que o um bigo é
puxado para trás ou adere-se à coluna (Plat.), mas com Plunib. o abdome fica
realmente retraído, duro, dolorido e o paciente chega a rolar (
221 (
\
no chão, pressionando o abdome com violência. Os experimentos ainda expressam
o seguinte: “O umbigo parece aderir à coluna, e a dor também envolve a região
peitoral” ... “Sensação como se as paredes do abdome fossem puxadas para dentro;
como se o abdome e as costas estivessem quase juntos”... “Dores excruciantes e
rasgantes, especialmente em volta do umbigo, como se os intestinos estivessem
torcidos”... “Intensa retração do abdome em direção à coluna, e sensação de um nó
apertado nos músculos em vários lugares sobre sua superfície”... “Cólica violenta;
abdome repuxado em direção à coluna, para a espinha, como se por um bar bante; -
melhor com massagem ou pressão forte; abdome duro como uma pedra; ansiedade,
com suor frio e fraqueza mortal” ... e assim por diante. Estes são alguns dos
aspectos da “Cólica dos pintores” e do envenenamento por chumbo.
O chumbo é um veneno poderoso e de ação profunda, que causa dege- neração
de todos os tecidos do corpo. Ele interfere com os glóbulos vermelhos, resultando
em anemia. Ele afeta nervos e músculos, provocando câimbras, indurações,
amolecimentos, fraquezas, contrações; “sendo seus fenômenos a cólica, paralisia,
artralgia e encefalopatia”. E Plumbum é, por isso, um remédio poderoso, desde que
os sintomas concordem, e paliativo mesmo quando a destruição já estiver bastante
avançada. Entre outras coisas, ele tem uma reputação para cólica com paralisia
das extremidades inferiores; hérnia encarcerada; intussupção com cólicas e vômito
fecal; hérnia estrangulada (somente que neste caso ninguém ousa esperar muito
tempo pela reação a qualquer remédio, ou a qualquer tentativa de recolocar o
órgão no lugar, pois o pinçamento dos vasos sangüíneos do intestino ocasionaria
falha no suprimento sangüíneo o tempo suficiente para levar à gangrena).
Mas outras regiões também podem ser retraídas por Plumbum, Como nós
lemos sobre “dor intolerável por espasmos do reto - uma sensação horrível de
constrição e contração espasmódica - sc a evacuação não for líquida, a tortura é
extrema. O ânus violentamente contraído c puxado para dentro”.
Muitos dos sintomas dc Plumbum são muito semelhantes aos de.Platina, que é a
única outra droga, até onde nós sabemos, que tem a sensação de Plumbum de
“dores repuxantes no umbigo como se por um cordão, que causa a sensação de
retração do abdome”. Platinum tem sido dado como um remédio para cólica dos
pintores, por causa da semelhança de suas sensações e dores.
Mas, na disposição, as duas drogas diferem amplamente. Indiferença,
depressão, sonolência e melancolia são características de Plumbum, com nada da
arrogância, orgulho e excessiva auto-estima dc Platina.
PLUMBUM 223
* ****
HUGHES (Phamtacodynamics) diz: Os primeiros sintomas do envenenamento
por chumbo são a. queda do pulso, por paralisia dos músculos extensores do
antebraço. Um envenenamento mais profundo induz um
224 PLUMBUM
Evidentemente, a partir dos casos dados, Plumbum pode fazer o seu grandioso
trabalho de cura, seja prescrito em doses únicas de alta potência, ou ao estilo dos
“prescritores de baixa potência”. Isto é, o remédio de sintomas semelhantes é o que é
imperativo, sendo sua forma de prescrição um assunto discutível. Ambos
funcionarão, mas em nossa experiência as potências mais altas, quan do nós
ousamos usá-las, são as mais milagrosas. Mas um contratempo ocasional incutiu-
nos um vivo respeito para com o que alguns poderiam considerar como um
fantástico nada. E foi o Dr. H. C. Allen que teria dito: “Cavalheiros, as potências
podem matar”.
$ $ $ jfc
* ****
O Dr. BOERICKE diz de Plumbum'. “A grande droga para estados escleróticos
em geral. A paralisia por chumbo é principalmente dos ex- tensores, do antebraço
ou membro superior, do centro para a periferia, com anestesia parcial ou
hiperestesia excessiva, precedida de dor; dores neurálgicas localizadas; neurite. O
sistema nervoso, o digestivo e o sangue
rJLUM&UM
são os mais afetados por Plumbum. A hematose sofre interferência, com uma
rápida redução no número de glóbulos vermelhos, porisso a palidez, icterícia,
anemia. Sensação constritiva nos órgãos internos”.
SINTOMAS EM NEGRITO
Percepção lenta.
Perda de memória, tal que enquanto falava era freqüentemente incapaz de
encontrara palavra adequada.
Dor de cabeça.
Distinta linha azul ao longo da margem das gengivas. Linha azul escura nas
gengivas.
Gengivas pálidas, inchadas; mostram uma linha cor de chumbo; azul, púrpura ou
marrom; gengivas doloridas, com tubérculos duros.
Hálito fétido.
Constrição da garganta.
Perda do apetite.
Náusea.
Vômito. Vômito freqüente. Vômito constante.
Vômito de comida.
Micção difícil.
Urina albuminosa.
Urina de cor escura e escassa, eliminada de gota em gota.
Morbus Brightii; rim contraído.
PLUMBUM 227
Vaginismo.
Dores violentas nas extremidades: especialmente ao anoitecer eà noite;
especialmente na parte muscular das coxas.
Dores neurálgicas nos membros.
As dores nos membros pioram em paroxismos, que são tão severos que ele grita.
Espasmos, tremores, dormência dos membros.
Dores nas extremidades.
Dores nos membros agravadas à noite.
Punho caído.
Dores neurálgicas muito agudas.
Doresparoxísmicas extremamente agudas.
Dores como raio nos membros in feriores.
Emagrecimento.
Anemia.
Convulsões.
Paralisia.
Prostração geral.
Lassidão.
Desfalecim ento.
Inquietação.
Hiperestesia excessiva.
Anestesia.
Artralgia.
Domo tronco e nos membros.
Pele seca.
Pele amarela.
* afe * * sfc
Seu delírio girava sobre a idéia de que sua vida estava em perigo de as-
sassinato ou envenenamento, e que todo mundo em volta dele era um as sassino.
Como se alguma coisa estivesse em atividade no topo da cabeça.
Pálpebras como se paralisadas.
Uma bola sobe da garganta para o cérebro.
Sente os olhos muito grandes.
Um tampão na garganta.
Tudo diminuiu de peso.
Como se as paredes abdominais fossem puxadas para dentro, como se o
abdome e as costas estivessem muito juntos. Como se o abdome fosse puxado
para a coluna espinha por um barbante. (Plat.).
Uma sensação no abdome à noite na cama, levando-a a esticar-se vi-
olentamente durante horas seguidas. Ela sente que deve se esticar em toda
direção: o desejo de fazê-lo em si não é o suficiente, como se por uma paralisia.
Sente o esfíncter anal repuxado.
Como se não houvesse espaço suficiente para o feto no útero. Como se uma
bolsa não totalmente cheia de líquido se alojasse nos intestinos.
Como se os pés fossem feitos de madeira.
Movimento violento e sonoro da maxila inferior e medonho ranger dos dentes.
Paralisia da garganta, com incapacidade de engolir.
Gosto doce; regurgitação de água adocicada.
Anestesia, ou hiperestesia excessiva.
Tendência para tomar as mais estranhas atitudes e posições na cama. Pode
haver absoluta ausência de suor. Ou suor frio com palidez.
Suor fétido dos pés, nas solas, cheiro como de queijo velho.
* * * * *
Nash cita um caso interessante de Plumbum, que nós resumiremos. Um
homem, com mais de setenta anos, foi atacado por uma severa dor abdominal.
Finalmente, um inchaço grande e duro se desenvolveu na região ileocecal, muito
sensível ao contato ou ao menor movimento. Este inchaço começou a assumir
uma cor azulada e, por conta de sua idade e extrema fraqueza, pensou-se que ele
iria morrer. Na patologia de Raue, contudo, foram encontrada s as indicações para
Plumbum, dadas como sugestões terapêuticas para tiflite. Ele foi administrado na
200a potência, seguido de alívio e perfeita recuperação.
r ■
PSORINUM \
V
J
O primeiro “nosódio” de Hahnemann - produto da doença para a cura da doença.
A experimentação á& Psorinum de Hahnemann aparece no Arquiv de Stapf, em
1833. Ele usou a "substância sero-purulenta contida na vesícula da sarna”. Alguns
dos experimentos foram o produto da “Psora sica” (erupção epidermóide d e
pitiríase). (GuidingSymptoms de Hering).
Nós dizemos que é o primeiro nosódio de Hahnemann, deliberadamente,
porque deduz-se de seus escritos que ele usou outros; mas “que seus efeitos no
organismo saudável não tinham ainda sido suficientemente averiguados” para
justificar a publicação deles. Ele insistiu muito na experimentação em pessoas
saudáveis de todas as drogas, antes de ensinar ou mesmo sugerir o uso delas em
doentes.
Mas nós citaremos uma passagem (de Doenças Crônicas, vol). Hahnemann,
evidentemente, refletiu muito se os produtos da doença usados para a cura da
doença eram Isopáticos ou Homeopáticos - idênticos ou semelhantes. Ele decidiu,
como veremos, que através do preparo deles (triturações com lactose, seguidas de
potencialização através de repetidas sucussões, uma parte para noventa e nove
partes de álcool a cada vez), o material não é mais idêntico, mas mudado - apenas
“semelhante”.
Ele diz: “Na lista subseqüente de remédios antipsóricos, os remédios isopáticos
não são mencionados, pela razão de que seus efeitos no organismo saudável não
foram suficientemente averiguados. Mesmo o mias- ma de sarna (psorinum) em
seus vários graus de potência, estão sob esta objeção. Eu considero psorinum um
antipsórico homeopático, porque se o preparo do psorinum não mudou sua natureza
para a de um remédio homeopático, ele jamais poderia ter qualquer efeito sobre
um organismo infectado com o mesmo e idêntico vírus. O vírus psórico, ao sofrer
os processos de trituração e sucussão, torna-se assim tão alterado em sua natureza
quanto o ouro quando submetido à esta preparação, tornando- se ambos, por este
processo, poderosos agentes ativos na economia animal, e não substâncias inertes.
“Psorinum é um similimum do vírus da sarna. Não existe um grau intermediário
entre idem & similimum: em outras palavras, o homem que reflete, vê que o
similimum é a média entre similar e igual. O único signifi
229
• V -U» * «-aá « V * **■
* * * * *
CLARKE (.Dictionary), diz: “Psorinum foi totalmente experimentado nas
potências, e eu não conheço nenhum outro experimento mais con fiável na Matéria
Médica”. Ele cita um número de casos, mostrando seus usos; e também casos
onde alguns dos sintomas de Psorinum foram despertados em pacientes sob
tratamento com esta droga.
Seus principais keynotes são “Falta de reação vital, prostração depois de doença
aguda; deprimido, sem esperança; suores noturnos”. Ele diz: “Desesperançado,
desânimo de recobrar-se perfeitamente, é uma parte da falta de reação”. “Putridez
pode ser considerada seu seguindo keynote”, i.e. putridez de todas as descargas,
como veremos mais tarde, das erupções, dos ouvidos, do intestino; e mau cheiro
da leucorréia, suor, escarro, etc."
Ele indica alguns de seus estados peculiares, tais como “Bebês doen tes que
não dormem dia e noite, aborrecem-se, irritam-se, choram; ou, ficam bonzinhos e
brincam o dia todo; e inquietos, difíceis, gritam a noite toda” ... “Sentem-se
incomumente bem antes do ataque de doença” ... “Suor profuso depois de doenças
agudas, com alívio de todos os sofrimentos”. Ele diz: “Psor. curou mais casos de
febre do feno em minha prática do que qualquer outro remédio”. Entre os
sintomas peculiares, para os quais ele chama a atenção estão: “Sensação obtusa na
metade esquerda da cabeça. Como se o cérebro fosse protrundii; não tinha espaço
suficiente na testa. Como se a cabeça estivesse separada do corpo. Como se
PSORINUM 231
ele não ouvisse com seus próprios ouvidos. Os dentes como se grudados. Mãos e
pés como se quebrados ... Psorium não suporta que seus membros se toquem à
noite, ou não suporta o peso dos braços sobre o peito”. (Lach. sobre o abdome).
* * * 4c *
GUERNSEY, Keynotes. - Os sintomas dessa droga estão bastante associados
aos de Sulphur. Se Sulphur parece ser o indicado, mas falha na cura, estude
Psorinum.
Cabelos secos, sem brilho, crespos. Eructações cotn gosto de ovos po dres;
fezes (diarréicas) com cheiro de ovos podres. Debilidade que per manece depois
de doenças agudas.
%%***
Agora nós extrairemos da sabedoria e conhecimento de KENT, resumindo.
Psorinum está bastante associado a Sulphur. Ele, também, tem medo de ser
banhado; tem aparência esquálida, suja, imunda, como se coberto com sujeira.
Pele áspera, racha, sangra; áspera e escamosa. Esta não fica limpa mesmo ao
lavar-se. Parece ter sempre as mãos sujas. Doenças da pele piores ao lavar, e com
o calor da cama. Coceira quando quente. (E no entanto Psorinum é o mais
friorento dos mortais). Escoriação, prurido, titilação, rastejamento e sangramento
da pele.
Em eczema, pior com aplicações quentes, pior à noite, pior por qualquer coísa
que isole do ar. “Isto é bem o oposto do estado geral de Psorinum, que é agravado
pelo ar livre”. (O paciente quer fugir do ar livre; “mas sua pele precisa deste”. São
estes sintomas contraditórios, com relação ao paciente e suas partes, que tornam a
prescrição mais fácil; como cm Phos. friorento que quer gelo para o seu estômago
doente, e bebidas geladas em quantidade; ou o típico Ars. que precisa “de cobertas
até o queixo e sua cabeça para fora da janela”). “A exsudação das erupções é
ofensiva como cadáver ou carne podre; odor nauseante e repugnante do líquido
que ex- suda”.
O mau cheiro percorre Psorinum - odores fétidos, hálito fétido. Descargas e
exsudações - fezes, transpiração, leucorréia, são todas anormalmente
malcheirosas. Evacuação, flatos e eructações cheiram como ovos podres. Psor. é
repugnante no aspecto e no cheiro.
E o mesmo em relação às doenças dos olhos, nariz e outras partes: des cargas
verde-amarelas, horrivelmente malcheirosas.
“Debilidade: pior ao ar livre; não podo respirar; quer ir para casa e se deitar
para, assim, poder respirar. Quer um lugar aquecido para se deitar e ficar
sozinho”. Deita-se de costas, com os braços bem abertos e esticados, para aliviar a
respiração, em asma, etc. Pior quanto mais os braços
232 PSORINUM
* * * * *
Psorinum, antes do tratamento, não é de modo algum a companhia ideal; não é
como o Sr. Guppy, tornado famoso por Dickens, “um jovem agradável para um
chá”.
Não se tem usado Psorinum muito freqüentemente, tendo-se talvez, falhado
em compreender sua “intimidade” em casos que não são os bastante
característicos, onde sua indicação é tão evidente que não escapa aos olhos. Mas
lembramos dois ou três exemplos surpreendentes de seu emprego.
Uma jovem, à beira da morte por tísica, veio para uma consulta há anos atrás;
hálito muito ofensivo, um pesadelo, de modo que era quase impossível se respirar
perto dela; escarro verde e horrivelmente fétido. Psorinum íoi prescrito e nós
rapidamente abrimos as portas e janelas para uma grande corrente de ar levar
embora a lembrança dela. Na vez seguinte que ela apareceu, não havia nada
desagradável para se observar, o odor tinha desaparecido. O que aconteceu com
ela depois, não se pode relatar, ela somente apareceu umas poucas vezes e não foi
mais vista. Isto é o que de pior acontece com as multidões de pacientes
ambulatoriais. Eles chegam e suas condições e remédios são estudados e
observados. Alguns deles continuam a aparecer; alguns que são recebidos com
um sofrimento íntimo - como as maldições que se voltam contra o amaldiçoador -
enquanto que outros trazem-nos grande alegria. Ou, então, eles param de
reaparecer e outros os substituem; e isto requer esforço - e grande - para
acompanhá-los no seguimento, quando seria bastante interessante e instrutivo
saber o que aconteceu. Os melhores casos são freqüentemente ouvidos somente
vários anos depois, quando um novo paciente chega dizendo: “A senhora curou
Sra. fulana, há uns dez anos atrás; e agora eu vim
PSORINUM 233
para ver se.a Sra. pode me curar também. Eu tenho a mesma coisa que ela teve!”.
No trabalho no Hospital, a história se repete: “Onde estão os nove pacientes que
não retornaram para agradecer?” O paciente que retorna é freqüentemente um
personagem bastante precioso e encorajador. Mas este é o mesmo caso da
lavadeira de Hahnemann. “Durante muitas semanas com uma grande dor e incapaz
de trabalhar! - porque deveria a pobre mulher deixar o seu trabalho meramente
para dizer ao médico que ela está bem?”
Um outro caso d e Psorinum, há muitos anos atrás, era de um pequeno garoto,
internado em nossa Enfermaria de Pediatria com uma T.B. em abdome e tórax. O
odor daquela criança infeliz - ou feliz, porque este cessou posteriormente - era tão
medonho, que mal se podia chegar perto de sua cama. Ele tomou uma dose de
Psor. 30 e foi posto fora na sacada durante alguns meses; e saiu do hospital
aparentemente bem.
E ainda um outro caso, de muito tempo atrás, de uma miserável pequena
garota doente, com um insuportável odor nocivo e uma pele seca e áspera - era
quase uma ictiose - que melhorou muito com Psorinum. Citamos os casos de
memória; estes são de muito tempo atrás e procurar as anotações, sem ao menos
saber os nomes, seria uma tarefa considerável. Mas eles podem servir para
estampar duas das grandes características de Psorinum - o seu insuportável mau
cheiro, jamais a ser esquecido - somente comparável àquele de ovos podres (e
qualquer um que tenha quebrado um ovo podre saberá como, pois ao tê-lo jogado
o mais longe possível, se é impelido a fugir na direção oposta!) e a pele seca e
áspera, que é, ou pode ser, um grande aspecto no retrato de Psorinum.
Uma outra droga de odor pavoroso éKreosotum. Uma mulher, que se pensava
estar morrendo de bronquite (bronquiectasia?), veio ao hospital há alguns anos
atrás. Era quase impossível entrar no local onde ela estava
- ela foi abrigada em outro local por causa do odor medonho do hálito e do
escarro. Kreosotum200 não somente baniu o odor no dia seguinte, mas restaurou
sua vida, para o espanto do então médico interno. Tem-se visto que Kreosotum 200
também aniquila os terríveis odores que às vezes acompanham o câncer do cérvix;
onde, se ele não fizer nada mais, tornará a vida mais suportável para a paciente e
seus acompanhantes.
sf: * * * #
cas.
Tinea capitis et faciei.
Bastante faminto.
A pele tem uma aparência suja e asquerosa, como se o paciente jamais tivesse se
banhado; em alguns lugares parece grossa, como se banhada em óleo. Glândulas
sebáceas secretam em excesso.
Eczema atrás das orelhas, no couro cabeludo, nas dobras dos cotovelos e axilas,
acompanhado de abscessos afetando os ossos.
Santa; seca nos braços e peito, mais intensa nas juntas dos dedos; segidda de
furúnculos; casos inveterados com sintomas de tuberculose, repetidas erupções de
pústidas isoladas depois da erupção principal ter sumido. Erupções suprimidas.
O maior desespero, torna sua vida e a dos ouiros em volta dele intolerável.
Melancolia religiosa. Sem esperança de recuperação.
Ataques de medo; medo de fogo, de ficar sozinho, de apoplexia, de ficar
louco, etc.
Indisposição: exausto.
Debilidade constantemente crescente, com afecções abdominais.
A criança se vira e se agita a noite inteira, e no dia seguinte está tão vivaz
como sempre.
Crianças emagrecidas. As crianças passam bem o dia todo, mas ficam
inquietas, irritáveis, gritando a noite toda. Ou não dormirão, mas se aborrecerão,
ficarão inquietas e chorarão dia e noite.
UM TANTO restrito quanto ao espaço, nestes dias de guerra, nós tenta remos falar
sobre um dos menores remédios, mas muito útil; experimentado menos
extensamente, provavelmente desconhecido quanto às suas maiores possibilidades,
ainda que reconhecível e até mesmo mais fácil de se prescrever do que alguns dos
policrestos.
Ptelia é um grande medicamento para estômago e fígado; e, como visto nos
experimentos, ele causa pressa e uma sensação de calor ardente da pele, rosto;
mesmo a respiração queima as narinas.
Peso e dor incômoda na região hepática; dor surda, peso; melhor deitado do lado
direito. Virar para o lado esquerdo causa uma sensação de re- puxar.
Fígado inchado, dolorido à pressão, causando dores surdas, dolori- mento ou
pontadas; cólica no intestino; as roupas parecem estar muito apertadas (LYC.)
Congestão do fígado; hepatite crônica.
Diarréia biliosa, fina, fecal\ escura, malcheirosa; até mesmo com odor cadavérico ou
sulfúrico; com tenesmo, precedida de cólicas e roncos. Dor agida no ânus.
Constipação e diarréia alternadamente.
Sobre Ptelia, NASH diz: “Um outro remédio para fígado, pois tem um sintoma
bastante característico: Dor e peso na região do fígado, grandemente agravado ao
se deitar do lado esquerdo; virar-se para a esquerda
PTELIA TRIFOLLA TA 239
causa uma sensação de repuxão. (VejaBryonia, que também sente-se pior ao deitar
do lado esquerdo e tem a sensação de repuxão. Lembre-se, Bryo- nia sente-se
geralmente melhor deitada sobre o lado dolorido). Magnésia mur. tem todos esses
sintomas, denominados “biliosos” mas, como Mer- curius, piora quando deitada
sobre o lado direito ... Ptelia pode ter tanto constipação como diarréia, ou como
Nux vômica, constipação e diarréia alternadamente.
“Eu curei um caso grave de distúrbio de fígado com Ptelia depois de se
instalar um edema dos pés e das pernas; ela tinha os seguintes sintomas: não podia
se deitar confortavelmente do lado esquerdo, sua respiração estava se tornando
oprimida, e eu pensei que o caso não melhoraria muito. Eu usei a 30 a neste caso.
O problema rapidamente desapareceu e nunca mais retornou. Eu a considerei uma
cura brilhante”.
Esta é uma das drogas mais fáceis de se reconhecer e aprender e também
um dos Policrestos de Hahnemann, ou “drogas de vários usos”. Em seus
experimentos ela provoca sintomas em toda parte do corpo e pode ser
prescrita baseando-se em seus marcantes sintomas mentais e peculiares.
Hahnemann diz: “Esta planta bastante poderosa produz muitos sinto-
mas no indivíduo saudável, que freqüentemente correspondem aos sinto-
mas mórbidos mais comumente encontrados”. Por isso, a menor caixa de
medicamentos homeopáticos, mesmo uma de somente^umailúzia de re-
meciios, invariavòlmeiUécõntém Pulsatilla'.
“Ele“diz quê'‘^stC 7XÜmb todos os outros medicamentos, é mais ade-
quadamente empregado quando não somente as afecções físicas corres-
pondam, mas também quando as alterações mentais e emocionais pecu-
liares à droga encontrem estados semelhantes na doença a ser curada, ou
pelo menos no temperamento do indivíduo a ser tratado”.
A Por isso, “Pulsatilla será mais eficaz quando o paciente exibir uma dis-
j/rü ntfsição tímida e lacrimosa, com tendência para mágoa interna e mau hu-
r^j/mor silencioso, ou em todo o caso uma disposição suave e dócil, especial-
/ mente quando o paciente em saúde normal era bem-humorado e suave
Vy (ou mesmo frívolo e brincalhão)”. “Pulsatilla é especialmente adaptada”,
ele diz, “para temperamentos lentos, fleumáticos; e pouco adequada para
pessoas que tomam suas resoluções com rapidez^ e são rápidas em seus
rifcAÔInentosrTncsrmrapesar de podérem^parecerBem-hnmnraHiis”,
Í3T Ele nos~cfiz: "Esta'age mejhõj^uan^iajâ uma disposição para frial-
cP uade e adipsia. ElaVpãrlicularmentelíprQpriada para as mulheres quan-
/ cio suas menstruações aparecenE álgúns dlas depolTdo dia certo: especíal-
ntente lámbém quandoo paciente deve ticár deitado por muito tempo na
cama a noite antes que consiga dormir, e quando o paciente piora ao anoi-
tecerrutil para transtornospor comer carne de norco”. Ele sugerea
30°poiéncia. ” ‘
~ Frialdade!... Alguns consideram Pulsatilla como um dos “remédios
J$quentes”. Mas ela tem produzido e curado frialdade, como nós veremos
^ quando percorrermos os sintomas grafados em negrito. Entre outras coi -
sas ela apresenta frialdade em uma sala quente.
Pulsatilla odeia e abomina salas quentes e salas abafadas. De todos os
240
PULSATILLA 241
sobre si. Pulsatilla a tornou capaz de levantar os braços; de colocá-los para trás e
depois ela conseguiu levá-los até os pés: e saiu uma mulher diferente e com um
modo de vida bastante diferente de antes.
Lembre-se, não é a doença mas a droga que importa, e ela deve combi- {
nar, em sua mentalidade e em seus sintomas estranhos, raros e peculiares
< com aqueles do indivíduo com aquela doença.
Hahnemann diz: “A^ocorrência de sintomas em apenas uma metade do corpo
é uma peculiaridade treaüente de tSUsStttTã’7j££Ie chama a ^ateaçãepamiinritasTní^
' "ümsíntõm a curiosoda Pulsatilla, que demandaria alguma explicação, que ela
tem suor unilateral - suor profuso em um lado do rosto!
^ Há alguns anos atrás um dos residentes do hospital estava muito preo
cupado, pois estava transpirando profusamente em um lado do rosto e não no
outro. “O que ele vinha tomando?” - “Pulsatilla” - e o sintoma foi procurado;
quando então se percebeu que ele estava meramente experi- mentando aquela
droga.
^ Pulsatilla produz: “Suor apenas no lado direito do corpo”. - “Suor
*. rJ‘-^''íípenas no lado esquerdo do corpo”. “Calor de uma mão, e frialdade na v outra”.
“Mão e pé frios e vermelhos de um lado e quentes do outro”. “Es tremecimento em um lado
do rosto”.
Nux também se encontra grafado em negrito para suor em um lado do rosto. E
um grande número de remédios têm transpiração de um lado, no tavelmente entre
eles estão Bar.c., Chin., NUX, Phos., PETROL, PULS., Sulph. t THUJA.
Lycopodium, como Puls., tem um pé quente e o outro frio.
Thuja tem um sintoma muito peculiar, que tem levado a curas surpreendentes,
i.e. suor profuso em partes descobertas. Sir John Weir, em suas palestras, cita dois
destes casos.
Hahnemann dá 1.156 sintomas, de todas as partes do corpo, como produzidos
por Pulsatilla. Allen, através de experimentos posteriores, acrescenta outros e dá 1.323
sintomas. Os seguintes sintomas grafados em negrito são de Hahnemann, os quais ele
considera os mais característicos do / remédio. Allen dá muitos mais destes sintomas
grafados em negrito, cau
sados e curados por Pulsatilla, mas eles são muito numerosos para citar dentro de
um pequeno espaço, como desta vez. Como dito, a droga ataca todo órgão e tecido
do corpo; e para aplicá-la com sucesso é apenas necessário ver a PULSATILLA
no paciente.
Vertigem, como por intoxicação.
Vertigem especialmente ao sentar-se.
Peso na cabeça.
- Obscurecimentopassageiro da visão.
Coceira ardente nos olhos, compele a coçar e esfregar.
( Coceira aguda no couro cabeludo.
PULSATILLA 24.5
Espirro. Cotiza.
Tosse seca noturna, que cessa ao se sentar na cama, mas retoma ao se deitar (Hyos.).
Expectoração de sangue.
Dortironeante na nuca.
Peso naspemas durante o dia.
Sensação de frio com tremor, que desaparece depois de alguns minutos, com um
pouco de calor depois disso e sem transpiração.
O calor extemo lhe é intolerável, as veias ficam dilatadas.
Calor ansioso como se água quente fosse jogada sobre ele, com a testa fria.
Palpitação do coração com grande ansiedade, de modo que ele precisa arrancar as
roupas.
As mães vêm ao hospital e “não imaginam qual pode ser o problema com a
criança: ela está choramingando tanto ultigulEmenlç,'\ Pulsatilla
geralmentécnrsrgste esTa&CC ""
Entre outros sintomas peculiares e característicos de Pulsatilla que devem ser
notados, estão os seguintes. Nós percorreremos os escritos de Kent, citando...
“A paciente dé Pulsatilla é interessante» encontrada em qualquer família onde
haja várias jovens. Ela é chorosa, pletórica e geralmente nãâ aparenta estar doente
devido a seu aspecto; ela é também muito nervosa, inquieta, inconstante,
facilmente levada e facilmente persuadida. Apesar de meiga, gentil e chorosa, ela
é também marcantemente irritável, extremamente sensível, sente-se desprezada;
sensível a qualquer influência social. Melancolia, tristeza, choro, desespero,
desespero religioso, fanática; cheia de preconceitos e caprichos; imaginativa;
extremamente excitável. Ela imagina que a companhia do sexo oposto é uma
coisa perigosa de se cultivar ... Estas imaginações se relacionam tanto ao comer
quanto ao
PULSATILLA
pensar. Elas imaginam que o leite não é bom de se beber, então não o be- berão.
Ou que certos itens da dieta não são bons para a raça humana. Aversão ao
casamento é um sintoma forte... Excentricidades religio-
sasrrrttsa^Trptíea^nrrriÇarnente as Escrituras em seu^proprio detrimen- to,... ele
pensa estar num maravilhoso estado santimonial, ou que pecou contra seu dia de
graça. . . Choroso, triste e desanimado, com melhora ao andar ao ar livre,
especialmente quando o tempo está fresco, frio e claro...
“Agravação por gorduras e comidas pesadas; pior por gordura, carne de porco,
coisas oleosas, bolos, pastelarias e coisas pesadas. O estômago dc Pulsatilla é lento
para digerir...
“Não consegue respirar em uma sala quente; quer as janelas abertas; sufoca-se
em uma cama quente à noite..."
Kent compara a criança de ChamomiUa com a de Pulsatilla (com dores nos
ouvidos). “Em ChamomiUa você tem uma criança impaciente e irritada, nunca
satisfeita, briga com a enfermeira e com a mãe, melhora ao passear. A
irritabilidade decide por ChamomiUa. Você pode distinguir um choro lamentoso de
um choro irritado. Ambas melhoram pelo movimento, por serem carregadas no
colo. Ambas querem isto e aquilo e nunca ficam satisfeitas; elas querem distração.
Mas a criança Pulsatilla quando não se distrai tem um choro lamentoso, e a criança
ChamomiUa um choro irritado. Você vai querer acariciar uma e espancar a outra..."
“Pulsatilla é uma de nossas âncoras em velhos catarros com perda do olfato,
descarga amarela grossa e melhora ao ar livre; em pessoas nervosas e tímidas,
dóceis, com obstrução do nariz à noite e fluxo copioso de manhã...
“Pulsatilla t&m dores erráticas, o reumatismo vai de uma junta para outra, pula
daqui para lá; as dores neurálgicas vão de um lugar para o outro; as inflamações
vão de uma glândula para outra.” '
Aqui está a característica inconstância de Pulsatilla, levada da esfera mental
para a física. Mas Kent diz que Pulsatilla, “apesar das mudanças de lugar, não muda
(como outras drogas) para uma nova classe de doença, a ponto do médico alopata
poder afirmar, como no caso do paciente de Abrotanum, que ‘Esta é uma nova
doença hoje'.”
Com Pulsatilla, como dito, a digestão é lenta. E Kent diz: “Aqui está um
aspecto surpreendente, ele nunca quer água. Boca seca, mas raramente com sede.
Deseja sorvete, pastelarias, coisas que o deixam enjoado.”
> Um quadro dePulsatilla que se pode esquematizar é:
I Sem fome.
\ Sem sede.
Não constipado.
Choroso: não pode relatar os sintomas sem chorar.
Inconstante; e sorrirá no momento seguinte.
rUJLÒ/ii ILJLA
247
248 PYROGENIUM
pressionar para baixo como em um esforço de parto. Ela estava muito inquieta à
noite e tinha que se manter em movimento, pois só assim podia encontrar algum
alívio. (Melhor quando começa a se mover). Curada por Pyrogenium DMM.
Outros casos, Pneumonia - pneumonia tifóide - recaída depois de febre tifóide,
curados por Pyrogenium, em potências bastante altas, são muito longos para citar
aqui. Eles são todos do mesmo tipo, quanto aos sintomas.
sangüíneo. Deveria se pensar nele em ferimentos dissecantes; e ele cita: uEm todas
as febres, quando outros remédios não agem, pense em Pyrogenium” (Swan).
“Em intoxicação séptica por ferimentos, depois de aborto, de parto, etc., etc., pense
em Pyrogenium ” (H. C. Allen).
“Pyrogenium assemelha-se bastante aIpecac. em hemorragia uterina. Se você
tiver um caso de Ipecac., e este remédio falhar, pense em Pyrogenium”.
Kent diz: “Em condições sépticas, onde há uma contínua intermitên- cia de
pequenos calafrios e pequenos estremecimentos pelo corpo e o pulso tiver perdido
sua relação direta com a temperatura, Pyrogenium deve ser administrado”.
PYROGENIUM
SEPTICEMINUM
258
RANUNCULUS BULBOSUS 259
SINTOMAS EM NEGRITO
* * * * *
O que têm os Mestres a dizer com relação às suas experiências pessoais
com Ranunculusl
NASH somente diz: “Erupções como bolhas nas palmas das mãos”.
* * * * *
GUERNSEY cita:
Dor mordente ou pungente; dor como se as partes fossem estourar, como se
fossem pressionadas e apertadas.
Exantema pustuloso, de cor azul.
RANUNCULUS BULBOSUS 261
* * * * *
* * * * *
FARRINGTON tem muito a dizer sobre Ranunc. bulb. e dá informações
valiosas que nós não encontramos em outro lugar, exceto nos experimentos.
Nós citaremos de forma resumida.
Ele diz: “Compare comAcon., Am., Cact., Bry., Rhus., Ars., Mez.”
“Ambas estas plantas” (bulbosus e sceleraUis) “possuem um suco ou seiva que
é excessivamente irritante para a pele. Aplicado localmente produz eritema,
seguido de uma erupção a princípio vesicular, com queima-
ção, dor aguda e prurido. Se devido à intensidade da ação da droga, os sintomas
continuarem, seguem-se ulceração e mesmo gangrena, gangrena com febre e
delírio.
“Pense em Ranunc. bulb. em sua ação sobre as membranas serosas,
especialmente pleura e peritôneo, com dores êm pontadas no peito e efu- são de
soro dentro de uma ou outra cavidade, correspondente à inflamação de uma ou
outra membrana. Acompanhando esta efusão nós encontramos grande ansiedade,
dispnéia e angústia, causadas parcialmente pelo acúmulo de fluido e parcialmente
pela ansiedade em conseqüência das próprias dores. Agora, estes sintomas não são
normalmente conhecidos entre os médicos; mesmo assim você verá que
Ranunculus será tão útil quanto Apis^Bryonia ou Sulphur, ou ainda melhor do que
estes, se o caráter das dores descrito estiver presente..
“Músculos”. Nós vemos Ranunculus agir aqui como um agente curativo.
Particularmente nos músculos do tronco. “O reumatismo intercostal cede muito
mais rapidamente a esta droga do que a qualquer outra. Existe normalmente muita
sensibilidade ao toque, sente os músculos contundidos, como se eles tivessem sido
espancados. Eu vejo qu&Aconitum,Ar- nica ou Bryonia são freqüentemente dados
onde Ranunculus seria o indicado”.
Ranunculus é útil para pessoas que estão sujeitas a pontadas no peito a cada
mudança do tempo.
Pode ser usado para pontos no peito que continuam doloridos depois de uma
pneumonia. Uma sensação de ulceração subcutânea ( Puls.).
Para dores por aderências depois de pleurisia. Para diafragmite com dores
agudas e tironeantes que vão dos hipocôndrios e epigástrio para as costas ( Cactus).
Novamente para efeitos nocivos de bebida... Depois, a atuação sobre a pele.
(Nós falamos bastante com relação a herpes-zoster.) Mas atua também no pênfigo,
com grandes bolhas que estouram e deixam as superfícies em carne vivà. Em
eczema, com espessamento da pele e formação de crostas duras e calosas. (Ant.
crud.) Febre do feno. (Nós já citamos).
Farrington nos alerta que Sulphur não segue bem Ranuculus.
Ele diz que Ranunculus sceleratus desenvolve mais marcantemente grandes
bolhas isoladas. Quando elas estouram, forma-se uma úlcera, com descarga muito
acre, deixando sensíveis as partes em volta.
Ele diz que, mesmo em difteria ou tifóide, este é indicado pela presença de
placas nuas na língua, o restante desta possuindo um revestimento. Nat. mur.,
A r s R h u s e Tarax têm estas placas (“língua geográfica”), mas nenhum desses
remédios têm a mesma intensidade de queimação e sensação de carne viva qu&
Ranunc. sceleratus tem.
Pode ser indicado em catarros comuns com espirro, coriza fluente, dores nas
juntas e queimação ao urinar.
. iv/ii « V^UjUUJ UJ xoo
♦***%
H. C. ALLEN (Keynotes) comcça com: “um dos nossos mais efetivos remédios
para os efeitos nocivos de bebidas alcoólicas; soluço espasmó- dico, delirium
tremens..
Depois das pontadas, etc., ele cita:
Pleurisia ou pneumonia por exposição repentina ao frio, quando o corpo está
muito aquecido ÇAconAm.).
Calos sensíveis ao toque; dor aguda, queimação (Salicyl. a.)
E daí por diante, como já relatado.
****%
Lembro-me de um caso ocorrido há muito tempo atrás, antes da existência do
Raio-X, que teria inevitavelmente revelado o estado, onde havia um extremo
sofrimento por causa de dores no peito. O caso foi cuidadosamente observado a
partir do ponto de vista sintomático e, depois de umas poucas doses de Ranunc.
bulb. a dor desapareceu. O homem, um paciente interno, tinha ficado magoado
porque um dos cirurgiões que o examinou sugeriu ser um fingimento de
enfermidade. Os sintomas dele tinham sugerido a prescrição do “semelhante”, com
sucesso, c ele saiu do hospital feliz e (aparentemente) bem. Alguns anos mais tarde
ele foi internado novamente por uma doença aguda - uma verdadeira pneumonia
séptica e acabou morrendo. Uma necrópsia foi feita e revelou o surpreendente: -
um grande aneurisma que causou o desgaste de vários discos interverte- brais. Isto
explicou completamente a velha dor, mas não a sua interrupção. Ranunc. tinha feito
por aquele homem o que nada mais poderia ter feito: tornou a vida suportável,
mesmo onde ele não poderia curar.
Para a Homeopatia, “incurável” não significa que nenhum alívio do sofrimento
pode ser dado. Longe disso.
♦ %***
BURNETT costumava substituí-lo por Ranunc. sceleratus (o ranún culo amarelo
bravio). Sua indicação era a excessiva sensibilidade da parte externa do peito. Isto,
CLARKE diz, tem levado à cura de muitas afecções do peito, incluindo o
aneurisma.
Mas, a característica melhor conhecida de Ranunc. sc. (que é uma dro ga bem
experimentada) é a língua geográfica ou despelada e, quando isto estiver associado
com dor aguda, queimação e sensação de esfoladura, Ranunc. sc. será o remédio.
(CLARKE).
-
r >
RHODODENDRON
V )
GUERNSEY nos diz para pensar neste remédio para os sofrimentos que se
tornam piores em tempo ventoso. “O paciente pode estar na.cama ou em uma sala
confortável e aquecida, mas o sopro do vento agrava seus sintomas”.
Rhododendron é um remédio de dores reumáticas em geral, causadas pelo
tempo úmido e frio, e pior durante o tempo chuvoso.
HUGUES diz que ele tem uma grande reputação natural para gota e
reumatismo.
Este é um dos remédios de reumatismo errático (Lac. ean.). Os incha ços
agudos inflamatórios vão de uma junta para outra (como Rhus) e podem até
reaparecer na primeira junta afetada. Observe que ele compartilha esta migração
das condições inflamatórias com Rhus\ apesar de que cmRhus, “as dores não
permitem que os membros fiquem parados”.
Ele é também um remédio de reumatismo crônico, afetando as juntas menores
e seus ligamentos.
Entre as principais localidades afetadas, ele tem a sensação como se os pulsos
(Ruía) estivessem deslocados: dor como de entorse na junta do pulso, impedindo o
movimento; pior em repouso, no tempo tempestuoso.
Ele é também um remédio de nodosidades artríticas.
Ele afeta especialmente os tecidos fibrosos (Rhus, Ruía).
Ele cura pleurisia, onde a respiração e a fala interrompem-se por conta da
violência das pontadas pleuríticas, que se estendem para baixo; pior
264
RHODODENDRON 265
depois de sentar no cbão frio e ficar com frio. Também dores reumáticas, no lado
esquerdo, abaixo das pequenas costelas, depois de pegar um resfriado por ter
ficado molhado.
As dores na cabeça de Rhododendron são piores quando deitado na cama de
manhã, pior com vinho e no tempo frio e chuvoso. Ele é muito sensível ao álcool:
“embriagado por um pouco de vinho”. A cabeça dolorida fica melhor quando
agasalhada; por calor seco; por exercício.
Pode haver neuralgia ciliar antes de uma tempestade.
Diarréia ou disenteria no tempo frio e chuvoso, que reaparece antes de um
temporal.
Lembro-me de ter curado um pequeno garoto de hidrocele com Rhododendron.
Tem uma grande reputação para hidrocele, especialmente em crianças, mesmo
recém-nascidos. Ele é também um remédio de orquite; testículo endurecido; sente-
o como se estivesse esmagado.
Há suores profusos e debilitantes, especialmente ao andar ao ar livre, e a
transpiração tem o odor de condimento.
SINTOMAS EM NEGRITO
V
J
Rhus é nativo da América do Norte e um dos mais valiosos medicamentos que nós
devemos à prática doméstica dos índios norte americanos: - Bap- tisia, Gelsemium,
Caulophylum, etc. Foi experimentado e incluído em sua Matéria Médica Pura por
Hahnemann, como “uma substância medicinal extraordinária e valiosa”. Ele
observa “um grande número de peculiaridades características em sua ação”, e diz:
“Para mencionar somente uma: nós observamos uma curiosa ação (que é
encontrada em muito poucos remédios, e nestes nunca no mesmo alto grau), viz. os
sintomas e sofrimentos mais severos são excitados quando o corpo ou o membro está em
repouso e mantido o máximo possível sem movimento”. E acrescenta, “o oposto, um
aumento dos sintomas pelo movimento, é muito mais raramente observado”.
Então ele contrasta a ação de Rhus com a de Bryonia. Aqui, “com sintomas
quase idênticos”, há “a surpreendente melhora ao evitar qualquer movimento” de
Bryonia, “exatamente o oposto de Rhus”.
Hahnemann os chama de “estes dois remédios irmãos e antagônicos” e fala de
seus inestiqiáveis valores na desastrosa praga durante a guerra de 1813, quando os
pacientes estavam “morrendo aos milhares enquanto que os médicos travavam vãs
disputas quanto àpresumida natureza interna da doença”.* Hahnemann a tratou
sintomaticamente com Rhus alternado com Bryonia, conforme os sintomas mudavam e
requeriam um ou outro remédio. E ele diz que dos 183 casos que tratou em Leipzig,
nenhum morreu, “o que criou uma grande sensação entre os russos então no poder
em Dresden, mas foi relegado ao esquecimento pelas autoridades médicas”. Ele
diz, “Se já houve triunfo para a única verdade, o tratamento homeopático, este foi
um”.
Farrington diz: “Você deve se lembrar de Rhus como um complementar à
Bryonia, um fato descoberto por Hahnemann em sua experiência com uma
epidemia de tifo durante a guerra... O sucesso que ele obteve foi reconhecido em
toda parte. Muitas vidas têm sido salvas desde então, pelo uso destes dois
remédios era alternância; i.e. uma alternância que
• Veja a ctnsideraçãode Hahnemann acerca desta epidemia, HOMEOPATHY, Vol. ÍV., p. 202.
267
268 RHUS
consiste em dar Bryonia quando os sintomas d eBryonia estão presentes, e Rhus tox.
quando o paciente manifesta os sintomas que pedem por este. Esta é uma
alternância legítima”.
Farrington nos diz que o filho de Boenninghausen* teve tifóide e foi assistido
por seu pai. Entre seus sintomas estáva a inquietude de Rhus, mas apesar disso
Rhus não trouxe alívio. Ao consultar a Matéria Médica, Boenninghausen descobriu
que Taraxacum tinha essa mesma inquietação dos membros com dor rasgante e,
além disso, um sintoma presente no caso de seu filho que era a língua geográfica.
Ele deu Taraxacum com alívio imediato.
Farrington descreve o uso de Rhus em FEBRES...
“Rhus, quando doenças agudas tomam a forma tifóide - disenteria - febre
escarlatina - difteria - pneumonia...
Ele diz: uRhus é indicado em DISENTERIA, quando há dores rasgan- tes que
descem para as coxas durante a evacuação. Eu uma vez curei com Rhus, um caso
de varíola que tinha evoluído para uma forma hemorrágica, as pústulas continham
pus sanguinolento; as indicações para o remédio eram: evacuações de sangue escuro,
com dores rasgantes que desciam para as coxas durante a evacuação”.
Ele descreve Rhus em TIFÓIDE . .. “temperamento suave,'.delírio suave,
apesar de que pode tentar pular para fora da cama para fugir. Inquietação: não
consegue ficar deitado quieto. Às vezes alucina, com medo de que será
envenenado. Não tomará os remédios, ou não comerá a comida, por medo de que
as pessoas queiram envenená-lo ( Hyos., Lach.). Língua marrom escura, seca,
rachada; as rachaduras podem se abrir e sangrar. Ponta da língua com um
triângulo vermelho. Pneumonia tifóide, escarro cor de ferrugem. Dor nas costas
quase que insuportável”.
Dunham diz: “Estas observações” (i.e. dos efeitos acima) “serão suficientes
para dar uma idéia da aplicação de Rhus em FEBRES. Elas não incluíram nenhum
nome exceto o de febre tifóide - mas eu, certamente, não preciso neste momento
lembrá-lo que, não importa quão diferentes possam ser os nomes aplicados às condições
mórbidas, se as condições forem semelhantes o remédio pode ser o mesmo.
Freqüentemente acontece que no curso das febres exantemáticas, sarampo e
escarlatina, aparece uma série de sintomas semelhantes àqueles já descritos e que
pedem por Rhus. É especialmente este o caso com a escarlatina, uma doença na
qual o valor do Rhus não é bem entendido pela profissão”.
Farrington diz: “EM FEBRE INTERMITENTE é muito importante observar
em que ponto o calafrio começa.
“Rhus começa em uma perna, normalmente na coxa, ou entre os om
SINTOMAS EM NEGRITO
Muco nasal flui em profusão do nariz, como na mais severa coriza, de manhã,
depois de se levantar da cama (Nux). Espirro freqüente, violento e espasmódico.
Muita sede.
Sede e secura da garganta.
Doenças agudas que tomam uma forma TIFÓIDE - disenteria. Perito- nite,
Pneumonia, Escarlatina, Difteria.
Febre tifóide: temperamento suave; delírio suave; às vezes pode tentar
RHUS 273
PARALISIA/ depois de esforço inusual; parto; reumática, por ter ficado molhado
ou por se deitar no chão úmido; depois de malária ou tifóide.
Partes indolores, ou dolorosamente rígidas, e çlaudicantes, dor rasgante e
adormecimentpfonnigante.
276 RHUS
Transtornos por ter ficado molhado, especialmente depois de ter estado aquecido.
* * * * *
Como vimos, Rhus tem esfera de ação muito definida. PELE, levando à vesicação
e erisipelas; glândulas de toda a parte do corpo, aumentadas e inflamadas,
incluindo as parótidas e as placas de Peyer (Dros.), o que sugere sua profunda
utilidade em tifóide. Ele “deprime a atividade nutricional; deprime o sensório e a
capacidade da mente para o pensamento contínuo; assim um paciente que tenciona
escrever o número 12 escreverá o algarismo 1, mas não pode se lembrar do
seguinte” (DUNHAM). A falta de força d&RJius, que se aproxima da paralisia, é
mais pronunciada nas extremidades inferiores (DUNHAM). E Dunham resume a
ação d&Rhus da seguinte forma: “Ele produz um tipo de afecção reumática dos
músculos e ligamentos, aliviada pelo movimento; uma paralisia agravada pelo
movimento; uma congestão da cabeça aparentemente passiva, aliviada pelo
repouso; uma debilidade dos órgãos da nutrição marcada pelo apetite deficiente e
alterado, e pela timpanite; uma infiltração serosa do tecido celular em várias
partes, como rosto, faringe, órgãos genitais, pés; uma erupção vesicular
generalizada; um estado acre das secreções em geral - lágrimas, muco nasal, urina,
fluxo menstruai, conteúdo das vesículas cutâneas; depressão geral do sensório”.
Mas Rhus é somente prescrito, na prática, baseado em suas modalidades
peculiares e isto em qualquer doença: sua inquietação; seu alívio temporário pelo
movimento; sua intolerância à umidade e ao frio; e a etio- logia da maioria das
condições que ele causa e cura - UM FRIO ÚMIDO, UM CALAFRIO PELA
UMIDADE, especialmente quando está aquecido (Dulc.).
* * * * *
Existem outras espécies de Rhus usadas na homeopatia. Rhus radicans
(Sumagre Venenoso), que Jahr usa bastante e que nos parece ser um remédio mais
potente em lumbago, ciática e até mesmo em dor de cabeça,
RHUS 277 K
(.
do que Rhus tox. (Veneno do Carvalho), mas que Hahnemann incluiu, como se vê
no nosso cabeçalho, em sua experimentações com Rhus tox. Existe também Rhus
aromatica (Sumagre Aromático), um arbusto não (
venenoso, que tem uma reputação, usado em tintura, para diabete. Rhus ç
venehala (Sumagre Venenoso), dito ser mais venenoso do que Rhus tox. e que tem que ser
manuseado com extremo cuidado, do qual se diz ser mais ^
ativamente curativo em doenças de pele. Ele parcce afetar mais os ossos (
do que Rhus tox., especialmente onde os ossos estão perto da superfície, “diretamente
cobertos pela pelç?\Rhus diversiloba, também, um remédio de eczema e erisipela, e Rhus
glabra - todos são encontrados no ( Dictionary de Clarke.
RUTA GRAVEOLENS
“Eis a arruda para você!”... Uma antiga erva de grande virtude: “A Erva da Graça”,
“A Erva do Arrependimento”; dizem ser uma valiosa defesa contra as bruxas e “um
antídoto para todos os medicamentos perigosos e venenos mortais”, assim
Culpepper nos diz; um “Mitridato”, i.e. um dos venenos com os quais o Rei de
Pontus se alimentava diariamente, com a intenção de “que eles não tivessem nenhum
poder, exceto o de ser um tipo de alimento1'. Diz-se que ele comia duas pequenas
folhas de arruda, entre outros venenos, para se tornar adaptado a eles, e imune a
envenenamentos. E a arruda é um veneno e, por isso, um medicamento.
Usada com propósitos de aborto, ela encerra a gravidez da forma mais
prolongada e sofrida, às vezes terminando em morte, assim como outros métodos
com a mesma intenção.
A arruda é uma amiga querida entre os medicamentos; ela foi primeiro
conhecida como uma planta que nossos jardineiros sempre mantinham em um canto
singular do jardim da cozinha, para fazer dela um ungüento para as tetas das v acas,
se estas ficassem feridas. Como ungüento, ela é útil também para frieiras; uma
pessoa costumava pedir mais do ungüento de arruda para as frieiras do jovem
sobrinho que, do contrário, ficavam tão ruins que obrigavam o menino a se manter
na cama. Descobrimos suas virtudes também para tratar do joelho de empregadas
domésticas, e geralmente em inflamações das membranas sinoviais. Mas neste caso
parece que ela faz igualmente bem, quando dada internamente na 200 a potência.
Ela foi experimentada.por Hahnemann e por alguns de seu grupo, tendo uma
esfera de ação bastante definida, como nós veremos: olhos - ânus - gânglios e
semelhantes - danos aoperiôsteo - deslocamentos, especialmente do pulso e tornozelo.
Esta é uma das grandes plantas vulne- rárias (comoAmica), ajudando em traumas
não somente de partes moles, mas também dos ossos e periôsteo e, como dito,
deslocamentos (como Rhus) - e pele, mesmo em erisipelas. Assim como RJius ela
causou, em algumas pessoas que a manipularam, severos problemas de pele. Algu-
mas pessoas! - não todas, pois a manipulamos, de tempos em tempos, durante anos,
e nunca tivemos problemas.
Com relação à arruda, ouça Hahnemann (Matéria Médica Pura). “Es-
RUTA GRAVEOLENS 279
ia planta poderosa, até agora quase que somente empregada acidentalmente pelo
povo como um remédio doméstico em casos indeterminados, adquire considerável
importância pelos seguintes sintomas (todos tão pobres!), observados através de
sua administração. O praticante da homeopatia pode ver, deste modo, quais
peculiares casos sérios de doença ele é capaz de curar por meio dela.
“Se Rosenstein não pode recomendar suficientemente as virtudes da arruda em
afecções do olho e diminuição da visão por leitura excessiva, no que Swedjaur e
Chomel concordam, ele deve ser muito cego para não ver que estas afecções
somente se devem ao poder homeopático da arruda para causar uma condição
semelhante em pessoas saudáveis”. Ele se refere aqui aos sintomas 44,45:
“Sente seus olhos como se tivesse forçado demais a vista por ler.
“Olhos fracos, dor como pressão no olho direito, com embaçamento dos
objetos em volta, como se estivesse olhando por muito tempo para um objeto e isto
tivesse cansado os olhos.
“Uma sensação de calor e queimação nos olhos e dor neles quando
lê”.
Ele continua: “Através deste medicamento de ação tão semelhante, a doença
não é, certamente, aumentada e agravada como nossos oponentes, que pensam que
são tão sábios em sua própria ignorância, concluiriam, com ridículas expressões de
alerta, e sem interrogar a experiência. Pelo contrário, a doença será curada (se não
for dependente de uma dis- crasia miasmática) para o grande desapontamento e
confusão dos sábios médicos que rejeitam a mais benéfica de todas as verdades”.
Hahnemann é encantador em suas felizes expressões. “Um remédio doméstico em
casos indeterminados”; os oponentes “que sem interrogar a experiência pensam que
são sábios em sua própria ignorância”. Mas, eu suponho que todos nós fazemos mais
ou menos isso; como a loucura, “é só uma questão de graus”. “Ridículas
expressões de alerta sem interrogar a experiência”.
Os sintomas grafados em negrito dão uma grande idéia quanto ao raio de ação
de uma droga, e os locais em particular que ela ataca. Ao dar uma olhada nestes,
você verá que não há dúvida quanto ao efeito dp Ruta no olho; mas é
principalmente nos músculos do olho, cansados e sem conseguir efetuar a
acomodação, que Ruta age. Ela não parece inflamar violentamente o olho, como
Arg. nit. por exemplo; mas Milton se expressa muito bem quando diz: uEuphrasia e
Arruda para clarear seu raio visual É lembrado um caso de uma mulher, do interior,
com alongamento da visão e visão imperfeita por isso, estava precisando de óculos,
mas uma dose de Ruta (tintura, até onde nos lembramos) melhorou tanto o cansaço
ocular, que a necessidade de óculos foi adiada.
Novamente, ao ler os sintomas abaixo grafados em negrito, você ficará
280 RUTA GRAVEOLENS
surpreso com as sensações de Ruta: “cansaço” - “como porum esforço” - “como por
um golpe” - “como por uma queda” - e repetidas vezes, “como se contundido”, - até
mesmo, “como se partido ao meio” (a coxa). Depois, perda de força, especialmente
nas coxas e extremidades inferiores.
Seus efeitos benéficos em punhos doloridos e deslocados são vistos
freqüentemente; ela parece ter uma ação específica nos punhos e tornozelos. Tem
sido permitido torturar os pulsos de uns poucos experimentadores, a fim de se
provar ser esta curativa em punhos deslocados. Em Homeopatia é de fato bom que
poucos sofram por muitos.
Com relação à arruda, GUERNSEY (“Keynotes”) diz: “Traumas do periósteo,
como quando alguém sofre uma queda ou um acidente que lese
o periósteo, tornando-o muito dolorido e causando uma sensação de contusão.
“Quando o reto se protrai após o parto; prolapsus ani, que pode ocorrer sempre
que se evacua.
“Dor como se contundido nas partes externas e nos ossos; dor nos ossos em
geral; ferimentos onde os ossos foram afetados...
“Afecções em geral do lado esquerdo da cabeça; da bexiga; do punho; região
lombar; ossos das extremidades inferiores.
“Pior ao se deitar do lado dolorido; olhando fixamente para um objeto, como
aqueles que olham de perto para fazer relógios, para costurar, etc.; ao comer
comida crua”.
Ruta piora com o frio; pior com tempo úmido; aliviada pelo movimento. (Igual
a Rhusl).
A náusea pode ser sentida em várias partes do corpo, na garganta, como
CYCL., PHOS. A., STANN; no estômago, como dezenas de drogas, incluindo, por
excelência, IPEC.; no abdome, junto com umas poucas drogas, incluindo Puls..
Clarke dá um curioso “sintoma clínico de Ruta: Uma sensação de náusea localizada
no reto”.
NASH diz: “Ruta é também um de nossos melhores remédios para prolapso do
reto”. (Jgn., Mur.a., Pod. tAloe.). E para cansaço ocular, ele diz: “Nat. mur. eSenega
devem ser lembrados”.
A propósito, com relação a Ruta para problemas nas “costas”, membranas
sinoviais e ciática. Depois de manipular uma sub-luxação da pélvis, parece ser
uma boa prática dar uma dose ou duas de Ruta. Até onde se tem observado, a dor,
às vezes sentida durante um dia ou dois depois de tais manipulações, pode ser
assim diminuída ou removida.
Em conclusão, KENT nos diz que os sintomas de Ruta são difíceis de se
classificar no Repertório; sua natureza deve ser obtida. Ela lembra RHUS, por ser
sensível ao frio, e ao frio úmido; por sofrer por esforços e por esforços excessivos;
para ele Ruta é RJtus, mas algo mais. Ruta tem, mais do que qualquer outra droga,
problemas periosteais por trauma; como quando persistem inchaços doloridos no
periósteo; reparação
RUTA GRAVEOLENS 281
SINTOMAS EM NEGRITO
Sensação de calor e fogo nos OLHOS; dor enquanto lê, ao anoitecer, com luz
artificial.
Sente os olhos cansados, como depois de ler durante muito tempo.
Dor cansada nos olhos enquanto lê.
Dor dentro dos olhos e sobre eles, visão obscurecida, depois de usar os olhos e
esforçá-los em trabalho minucioso.
Visão muito fraca, como se os olhos tivessem sido excessivamente esforçados.
Astenopia: irritabilidade de todos os tecidos do olho, por ter trabalhado demais, ou
por usar os olhos em trabalho muito minucioso; calor e dor dentro dos olhos e sobre eles;
sente os olhos como bolas de fogo à noite; visão borrada: as letras parecem se amontoar;
lacrimejamento.
Uma queimação sob o olho esquerdo.
Coceira no canto interno e nas pálpebras inferiores, que ardem depois de serem
esfregá-los, quando então os olhos ficam cheios de água.
Espasmo na pálpebra inferior; o tarso é puxado de lá prá cá, e quando isto cessa,
ocorre lacrimejamento.
(
RUTA GRA VEOLENS 283
284 ?
I
?
SA LI Cl LA TOS: SALICYLICUM ACIDUM 285
Vertigem, tendência a cair para o lado esquerdo; enquanto que os objetos ao redor
parecem cairpara o lado direito.
/ X
Queimação na garganta.
Amídalas vermelhas, inchadas, com um pontilhado branco.
Dificuldade para engolir; esforços violentos para engolir. Pior do lado direito.
Garganta efaringe vermelhas, inchadas, ulceradas.
Reumatismo: calor, vermelhidão, sensibilidade e inchaço nas juntas, pior nos joelhos,
com dores penetrantes agudas. Pior com movimento. Pior em contato com qualquer coisa
fria.
Piorà noite. Melhor com calor seco; por aplicações quentes.
* ****
Dr. HUGHES, Pharmacodynamics : “Nós conhecemos os efeitos fisiológicos do
ácido e de suas combinações com soda, principalmente através de observações de
intoxicações . . . Ele lembra quinina em sua ação patogenética, assim como na ação
curativa... Seus efeitos mais marcantes ocorreram em um tipo de febre não
contagiosa, quero dizer de reumatismo agudo, que até agora havia sido classificada
separadamente das febres zimóticas. Ele tem recebido a mais ardente
recomendação de todas as partes como um remédio para esta moléstia. Ele parece
atuar melhor quando a temperatura é alta, e quando uma junta após outra está
sendo acometida com dor intensa. Sua administração neste momento
SA LI ClLA TOS: SALICYLICUM ACIDUM 287
* * * * *
BOERICKE, cm sua Matéria Médica, diz: “Os sintomas apontam para seu uso
em reumatismo, dispepsia e doença de Ménière. Prostração depois de influenza;
também tinnilus aurium e surdez. Hematúria”.
* * * * *
A Cyclopedia of Drug Paihogenesy dá casos interessantes, especialmente onde
detalha casos de dosagem excessiva e envenenamentos. Sèus aspectos salientes
estão praticamente contidos no que já dissemos acima. Seus efeitos nas membranas
mucosas: suas dores, especialmente queimações, com inflamação que leva à
ulceração, mau cheiro e putrefação; seus efeitos específicos nos ouvidos e audição,
com todos os sintomas da doença de Ménière; sua tendência hemorrágica, bastante
pronunciada com relação ao nariz, gengiva e estômago, faz dele um importante
288 SALICILATOS: SALICYLICUM ACIDUM
remédio. Em um caso de uma jovem casada de 27 anos que foi medicada com
Ácido Salicílico para reumatismo agudo e primeiro desenvolveu a surdez usual,
zunido nos ouvidos e alucinações auditivas. Uns poucos dias depois, o nariz e as
gengivas começaram a sangrar, o sangramento das gengivas se tornou tão intenso
que ela ficou pálida e fraca, com um pulso pequeno e rápido. Grandes coágulos
surgiam na boca e as fezes ficaram enegrecidas, que se supôs por ter engolido
sangue. Foi interrompido o uso do Ácido Salicílico; apesar da idéia de que
pudesse ser uma afecção purpúrica ou escorbútica; depois da suspensão, a
hemorragia também cessou. Mas quando em uns poucos dias, por uma leve
recaída do reumatismo articular, o salicilato foi dado novamente, no dia seguinte
as gengivas começaram a sangrar de novo - o que encerrou o tratamento pelo
Ácido Salicílico. Foi averiguado que ela nunca tinha antes sofrido de sangramento
das gengivas, nem elas eram esponjosas ou com tendência a sangrar entre estes
dois ataques de hemorragia acima citados.
Em um outro caso, a um paciente que sofria de um ataque de febre reumática
aguda, foram dadas grandes doses de Ácido Salicílico; depois da quinta dose, as
dores desapareceram como por magia, mas no terceiro dia ele sentiu, a principio,
uma dor violenta na região epigástrica e de repente morreu. Um grande número de
mortes repentinas tem sidò rela- tado.
Além de epistaxe, outras hemorragias têm sido freqüentemente observadas,
devidas à administração de grandes doses de Ácido Salicílico para reumatismo
agudo; entre elas hematúria e até mesmo hemorragia da retina.
Sabe-se que o Ácido Salicílico é usado para preservar geléias de frutas da
deterioração. E deveria, em pequenas doses, visto que em doses “heróicas” ele
produz putrefação em todo lugar. Em susceptíveis deveria se estar alerta mesmo a
pequenos envenenamentos salicílicos. Já se começa a pensar que em nossos dias o
diabo tem métodos especiais de tortura e dano à civilização, no conhecimento do
bem e do mal que vem através de tais ciências como a química. Quanto mais
simples e naturais nossas comidas e vidas, mais seguro será quanto ao vigor e
bem-estar. Mas sempre se insinua a questão da individualidade e da idiossincrasia', e
muitos parecem tolerar sem prejuízo notável o que é a destruição e talvez a morte
de alguns. E é provável que a maioria também sofra conseqüências numa extensão
difícil de se apreciar.
Moral: quanto mais se aprende, mais se convence de que os métodos rápidos,
seguros e de sucesso da Homeopatia são sempre preferíveis, mesmo no tratamento
de tais condições dolorosas como o reumatismo agudo, onde um prescritor
mediano pode não obter resultados rápidos e completos, mas, pelo menos, não
coloca a vida do paciente em perigo.
SANG UINARIA CA NADENS IS
(<Sanguinária)
* * * * *
OS SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO de Sanguinaria (os mais
freqüentemente confirmados por sintomas causados e curados) são, é claro,
enfatizados por qualquer professor e qualquer compêndio que
289
290 SANGUINAR1A CANADENSIS
Aflaxo de sangue para a cabeça, com zunido nos ouvidos e sensação transitória de
calor, depois uma sensação como se fosse vomitar.
A DOR DE CABEÇA começa no occipício, estende-se para cima e se instala sobre
o olho direito.
Dor de cabeça periódica; começa de manhã, aumenta durante o dia, dura até o
anoitecer. Sente a cabeça como se esta fosse estourar, ou como se os olhos fossem
pressionados para fora. Dores latejantes e lancinantes através do cérebro, pior do lado
direito, especialmente na testa e no topo da cabeça; sentidas de calafrios, náusea, vômito
de comida ou bile; deve deitar-se e ficar quieto; aliviada pelo sono.
Dor de cabeça paroxísmica. Dor de cabeça, com náusea e frialdade, seguida de
acessos de calor, que se estendem da cabeça para o estômago.
Pólipo NASAL
VOMITO de uma água amarga; de fluidos azedos, acres; do que foi ingerido; de
vermes; precedido por ansiedade; com dor de cabeça e queimação no estômago; a dor de
cabeça melhora após vomitar; com prostração.
* * * * *
GUERNSEY resume brevemente Sanguinaria: tocando, como de costume, nos
principais pontos úteis à prescrição.
Útil onde existe uma dor que sobe da nuca para o topo da cabeça, descendo
para a testa; este sintoma pode ocorrer sozinho, ou em conexão com algum outro
problema.
A dor de cabeça começa de manhã, piora durante o dia e continua até o
anoitecer. Aparece a cada sete dias (Sabad., Sii, Sulph.).
Ele diz que esta é freqüentemente útil para problemas de menopausa, ondas de
calor, etc. Reumatismo do ombro direito.
* * * * *
NASH enfatiza onde Sanguinaria lhe tem sido útil. A dor de cabeça que sobe da
nuca e se instala acima do olho direito (olho esquerdo, Spi- gelia), com náusea e
vômito; melhor ao descansar em um quarto escuro. “Ela provavelmente curará ou
aliviará bastante a dor de cabeça americana comum tão freqüentemente quanto
qualquer outro remédio. Eu uso a potência 200 a ”.
Ele imprime em itálico, “Tosse solta, com expectoração malcheirosa; o hálito e o
escarro têm mau cheiro para o próprio paciente”. Às vezes dor atrás do esterno. Este
tipo de tosse normalmente surge depois de bronquite severa ou pneumonia, e
parece que o paciente evolui rapidamente
292 SANGU1NARIA CANADENSIS
para uma tuberculose. Pode haver acessos de febre, com vermelhidão cir cunscrita
das bochechas, como febre héctica. Muitos casos desse tipo têm sido ajudados por
este remédio. Ele diz que o Dr. T. L. Brown usou a primeira trituração do alcalóide
com bom efeito; a 200 a tem feito curas tão boas quanto. Sangiiinaria em minhas
mãos tem sido útil em pneumonia tifóide com grande dispnéia e vermelhidão
circunscrita das bochechas. O pulmão direito parece estar sob sua influência, tanto
em problemas agudos como crônicos. Ele diz que na dor do ombro e braço
direitos, Sang. tem sido muito eficaz. Ele viu uma dose da primeira trituração curar
tais casos de longa duração, assim como uma C.M.
Age intensamente no pulmão direito e no peito.
* * * * *
KENT diz que a erva-impigcm é um antigo remédio doméstico. As esposas de
fazendeiros do leste não passam o inverno sem a erva-impigem em casa. No dias
frios de inverno, para “resfriado” na cabeça, garganta e peito, elas fazem um chá
desta planta, um remédio de rotina ... e experimentações mostram sua relação com
“resfriados” que vão para o peito.
Dores de cabeça, quando estas surgem a cada sete dias; começam ao despertar
de manhã, ou despertam o paciente. Começa no occipício, sobe e se instala acima
do olho direito e na têmpora. O paciente deve ir para um quarto escuro c tem que
se deitar. Depois o vômito de bile, muco e de comida ingerida no dia anterior;
então a dor se alivia e ele dorme. Pode haver calor nas palmas das mãos e sola dos
pés, que precisam ser postos para fora da cama; este é mais um aspecto marcante.
Ele diz que este não é um remédio de ação duradoura e somente de
profundidade mediana. É preciso dar mais tarde uma droga mais profunda, um
antipsórico, ou a dor de cabeça pode voltar mais intensa, pois Sanguinária não
penetra profundamente na natureza do caso. Ele diz que Hahnemann alerta contra
o uso doPhosphonis em tais casos de vitalidade deficiente; nestes casos Sanguinaria
é um excelente remédio superficial, um excelente paliativo.
Sanguinaria tem o “resfriado das rosas” em Junho, é sensível às flores e aos
odores; febre do feno... palmas das mãos e solas dos pés secas, enrugadas e
quentes ao toque; os dedos dos pés ardem; os calos ardem; colo
SANGUINARIA CANADENSIS 293
ca as mãos e os pés para fora da cama para obter alívio. (Neste caso, como Sulph,
Pitls., Chatn. e Medorrh.).
Junto com a dor de cabeça e muitos outros transtornos, Sanguinria sente uma
fraqueza, como uma fome, ainda que não por comida. Uma sensação de fome,
fraqueza, vazio. Psorinum é o principal remédio em dores de cabeça de fome, mas
Psor. quer comer e nunca é o suficiente. Sang. tem uma fome, mas não por comida;
aversão ao pensar em comida ou ao sentir o cheiro desta ... em Sang., ocorre uma
falsa fome durante a dor de cabeça.
r
SANICULA AQUA
\ _____________________________ y
Proveniente da água de uma fonte mineral de Ottawa, experimentada quanto aos
seus efeitos nocivos à saúde pelo Dr. J. G. Gundlach, que, com sua família, bebeu
esta água durante mais de um ano e estava ainda sofrendo seus efeitos cinco anos
depois. O sal obtido por evaporação, triturado e potencializado, foi experimentado
na forma de costume sob os auspícios do médico americano Sherbino.
Cíarke diz: “Em Sanicula nós temos um dos remédios melhor experimentados
da Matéria Médica; um policresto e antipsórico de amplo raio de ação”.
Pessoalmente tenho usado este remédio em potência muito alta, de tempos em
tempos, com grande satisfação no caso de crianças que não se desenvol vem. Ele é
muito parecido com Silicea quanto ao tipo de criança que beneficia, sendo muitos
de seus sintomas peculiares quase que idênticos, tais como o suor na cabeça à
noite, molhando o travesseiro; as “fezes tímidas”, muito grandes, que retrocedem
quando já quase evacuadas; e o suor malcheiroso dos pés. A aparência da criança
que este beneficia também sugere Silicea.
Um sintoma de Sulphur, o odor das fezes persiste, apesar do banho. Odor forte
e malcheiroso dos ouvidos; da leucorréia; do suor dos pés.
Os sintomas uterinos lembram Sepia e Lilium tigr. Bearing-down como se o
conteúdo da pélvis fosse escapar. Pior ao andar; ao sacolejar. Deve sustentar as
partes, pressionando a vulva com as mãos.
O suor dos pés, como de Sílica, não é somente malcheiroso mas também causa
escoriação entre os dedos. (Graph., BAR. C., ZINC.,5//., etc.)
Sente os pés como se estivessem em água fria (comp. Sepia) ou queimando:
deve descobri-los ou colocá-los em ura lugar frio (como SULPH., CHAM.,
MEDORRH., PULS., etc.).
E, novamente comoSulph.,a criança chuta fora as cobertas.
Sanicula é um remédio de sintomas que parecem ter sido tirados de uma dúzia
de outros remédios melhor conhecidos, e aqui reunidos desconcertantemente.
Mas uma sensação é provavelmente peculiar a ela mesma: De explosão: no
períneo, intestinos, bexiga, vértex, peito.
* * * * *
CLARKE (Dictionary) dá alguns dos sintomas raros e peculiares de Sanicula e,
já que os experimentos completos da droga não são facilmente obtidos, não se
encontrando na Encyclopedia de ALLEN ou no Guiding Symptoms de HERING, nós
citaremos alguns deles; lembrando sempre que um sintoma raro pode ser, na
realidade, comum a várias drogas, somente que talvez ainda não foram trazidos à
tona nos experimentos destas. Ainda, as experiências estranhas de
experimentadores podem chamar atenção a um remédio, que não seria de outro
modo considerado, e que se pode encontrá-lo, na investigação, cobrindo o caso.
Aliás, quase mais do que qualquer outro remédio, esta droga apresenta, repetidas
vezes, estados exatamente opostos.
Nós encontramos, em uma velha cópia do The Homeophatic Physi- ciany 1893,
alguns dos casos curados do Dr. Gundlach, mostrando o raio de ação do remédio.
O primeiro é um caso de poliúria com urina clara, sem cor, densidade 1.000, dia e
noite, mas pior de dia. O homem, um procurador, sentia-se cansado, exausto; a
região lombar fraca e dolorida. Gosto ruim, sem muito apetite; sedento de grandes
quantidades de líquido; “quer beber o tempo todo. Pés frios e úmidos, suor
malcheiroso”. Ele tinha ido a dois médicos - um alopata e “nosso amigo
bioquímico”, mas não tinha melhorado. Lembrando seu próprio caso e também as
subseqüentes experimentações, Dr. Gundlach deu a ele Sanicula, que o curou. Um
ano depois, o problema não tinha retornado.
Um segundo caso, “dor de cabeça e problemas mentais”, em um im- pressor de
40 anos de idade. Ele sofria de excesso de trabalho, com dor entorpecente na testa,
acima dos olhos; sentia os olhos como se fossem
SANICULA AQUA 299
puxados para trás e para dentro da cabeça. Tudo piorava em um quarto aquecido
ou fechado; melhor ao ar livre. A mente vagueava, ao tentar usá-la. Não consegue
persistir em nada no escritório durante qualquer período de tempo. Começa uma
coisa, desiste dela e começa uma outra. Era seu próprio patrão, com relação ao
trabalho que devia ser feito, mesmo assim, pela razão mais insignificante ele
desistia e ia embora. Sem apetite; língua apresentando um induto; boca seca. Neste
caso não havia sede. O homem estava muito angustiado. Estava certo que perderia
a razão se não fosse ajudado logo. Sanicula lOm o curou prontamente e, três meses
depois, ele estava ainda perfeitamente bem. Puls., dada a princípio, “não ajudou em
nada”.
Seu terceiro caso, uma mulher de 45 anos de idade, friorenta com ondas de
calor. Calafrios pior ao se movimentar ou virar na cama, melhor por calor externo.
Os calafrios ocorriam em horários irregulares. Vinham de baixo para cima. Durante
o calafrio queria ficar coberta; quando o calor vinha, queria se descobrir (rever
Camphora); sentia-se toda dolorida e machucada, na carne e nos ossos. Dores nos
membros. Não pode levantar a mão até atrás da cabeça ou sobre ela, devido a dores
no ombro. O calor alivia as dores no corpo, mas não as da cabeça, que melhora m
com o frio.
Não suporta o calor da estufa na cabeça. Gosto ruim, nada tem gosto bom' Quer
coisas azedas. Um pouco de sede com a febre. Urina escura e escassa. O problema
existia há algumas semanas e o médico não parecia atingi-lo, até que deu Sanicula
lOm, que a curou.
N.B. - As pessoas que experimentaram em si os efeitos de um remédio podem
sempre reconhecê-lo e aplicá-lo melhor. Na Alemanha, recentemente, estudantes
de Homeopatia tinham que experimentar remédios, como parte de seu treinamento.
* * * * *
NASH menciona Sanicula dez vezes em seu Leaders, comparando-a com outras
drogas de sintomas semelhantes. Ele mostra que ela “não tem duas evacuações
iguais”; comoPulsatilla; o bebê que chora, e depois disso aparece areia na fralda,
como Lycopodium ; as “fezes tímidas” de Silicea e Thuja; as imensas fezes, retidas
por muito tempo, dolorosas e que retrocedem quando parcialmente expelidas como
Silicea] o pescoço fino como Natrum mur. e Lycopodium ; o emagrecimento apesar
de se alimentar bem como lodum ; medo do movimento descendente como
Gelsemium e Borax.
* * * * *
Dr. OSCAR HANSON (Copenhagen), em seu compêndio The Matéria Medica
and Therapeutics of Rare Homeopathic Remedies, observa
300 SANICULA AQUA
(Siba)
V
)
Sobre Sepia Hahnemann diz: “Este suco marrom-escuro que, antes de mim,
somente tinha sido usado para desenhar, está contido no abdome do molusco do
mar, peixe-tinta {sepia octopoda) e é às vezes expelido pelo molusco para escurecer a
água em volta, tanto com propósito de conter uma vítima, como para se opor a um
ataque”.
(Para saber como Hahnemann descobriu este grande remédio, que ele
introduziu, depois de experimentos, na Matéria Médica, veja a p. 652).
É imperativo ter-se uma concepção exata de SEPIA, um dos nossos remédios
mais importantes em doenças crônicas; relacionado a Nat. mur. ePhos., ambos
entram na composição da tinta da siba e determinam alguns de seus sintomas.
Apesar disso, Sepia tem um estímulo todo próprio, que nenhum dos outros produz.
Dizem que o Dr. Gibson Miller, um grande prescritor, costumava falar que se
tivesse que ter uma só droga, ele escolheria Sepia. E Sepia trouxe algumas curas
maravilhosas, quando se deixa que a dose única aja durante vários meses - no bócio,
insanidade, artrite reumatóide, etc. Sepia é uma das drogas que não admite, de
forma geral, repetição em casos crônicos e quando dada em potência.
301
•J\9AÊ òUrLA
baixo e saindo de dentro dela. Ela simplesmente deve se sentar para mantê-lo
dentro (Lil. tig.).
O aborrecimento que as crianças lhe trazem são maiores do que ela pode
suportar. Seu bebê Cham. que ser pego e carregado no colo, e grita e ( chora. As brigas das
crianças mais velhas, empenhadas em arranhar os
olhos umas das outras, são mais do que ela pode suportar. E quando seu filho de
seis anos de idade começa a bater em uma panela com uma colher, ela não agüenta
mais. Ela pega a panela e atira longe, e dá uma palmada em seu pequeno filho; o
que não melhora a situação. Ele berra medonhamente, e ela não se importa.
Oh! como ela quer sair correndo e deixar isso tudo, e ter um pouco de paz!
A cabeça dela dói. A dor é do lado esquerdo hoje; da última vez era d o lado
direito, como ela vagamente se lembra.
Ela fica tão nervosa e exaltada, que se agarra na borda da tina de lavar roupa
para evitar de gritar. Se ela simplesmente pudesse fugir de todos e de tudo, e se
deitar sozinha no escuro, éfechar seus olhos!
Seu marido chega: ela não tem nenhum sorriso para corresponder ao dele.
Nada além de uma indiferença insípida, cansaço e sofrimento. Ele tem que deixá-la
sozinha. Ela tem seu trabalho a fazer.
Ptose - em todo lugar. Sente qualquer parte do corpo arrastada para baixo, por
“dentro” e por "fora". Veias e hemorróidas congestionadas e com sensação de
puxar para baixo. Até mesmo suas pálpebras são muito pesadas para mantê -las
abertas.
Se ela simplesmente pudesse se deitar e fechar os olhos! Ela sabe que ( mesmo
dez minutos de sono fariam dela uma nova mulher! - mas existe a
roupa de molho ou para passar, a cozinha, o terror de seus filhos inquietos, com
barulho e agitação. Dormir não é para ela.
Sua pequena filha Pulsatilla se aproxima. “Posso ajudar você ma- { mãe?"
mas ela a empurra. E a pequena se afasta, chorando, e a 'mamãe'
sente que é indiferente às lágrimas daquela.
O jantar está sendo preparado e o cheiro da comida a deixa com um ( enjôo
mortal. As crianças estão com fome e seu marido espera pelo jan-
( tar. Ela está indiferente. Deixa-os esperar. Elá está irritável, indiferente,
apática.
Ele a olha tristemente. Seu rosto inerte perdeu seu contorno, sua exuberância,
suas linhas amáveis. Faixas ou grandes manchas amarronzadas na testa e em forma
de sela sobre o nariz e os ossos da bochecha.
Ela era uma moça bela e radiante quando ele se casou com ela - agora
elaéSEPIA.
Dê a ela seu remédio e ele virá e o abençoará por ter-lhe devolvido a esposa
que ele escolheu e amou. (Isto tem realmente acontecido, um em [ dez volta para
agradecer!)
(
\
SEPIA 303
Muito irritáveL
Muito indiferente a tudo e apática.
Aversão à sua ocupação e àfamília.
Grande indiferença à sua família - a aqueles a quem mais ama.
Humor indolente.
Inquietação na presença de estranhos.
Tendência ao suicídio por desespero relativo à sua existência miserável.
“Uma dose tira a minha ambição, eu simplesmente não quero fazer nada, nem
trabalhar nem me divertir; mesmo o pensar é um esforço.”
“Tão nervosa, que senti que a menos que me agarrasse a alguma coisa, eu
gritaria”.
Dor de cabeça, do lado direito da cabeça e do rosto, com uma sensação, como de
ondas de dor rolando e batendo contra o osso frontal.
Dores como por dardos, do olho esquerdo sobre um lado da cabeça, em direção ao
occipício.
Dor rasgante na têmpora esquerda indo para a parte superior do lado esquerdo da
cabeça.
Dor de cabeça com aversão a todos os tipos de comida, uma sensação muito aflitiva
de vazio e de fraqueza no estômago.
Dor de cabeça toda manhã com náusea, vertigem, epistaxe.
Dores de cabeça em mulheres de aspecto amarelado, ou placas em fonnade mariposa
na testa; o cheiro da comida lhe é repulsivo.
Dor de cabeça melhor depois das refeições.
Grande queda de cabelo.
Pressão na bexiga e micção freqüente com tensão e dor em 'bearing- down' na pélvis.
Descarga involuntária de urina à noite, especialmente durante o primeiro sono. A
cama fica molhada tão logo a criança vai dormir, ou urina duas horas depois de ter ido
para a cama.
Urina: limpa como água; espessa, viscosa e muito malcheirosa, depositando um
sedimentopastoso na manhã seguinte. O sedimento adere como cimento.
Urina tun>a, cor de barro, com sedimento avermelhado.
Útero congestionado uma leucorréia amarelada flui deste: início de pro- lapso. O
útero está um pouco deslocado.
Grande secura da vulva e vagina, causando uma sensação bastante desagradável ao
andar, após o término das menstmações.
Pressão no útero, como se tudo fosse sair pela vulva.
A mesma sensação no reto e que não melhora pela evacuação; sensação que deve
cnizaras pernas para evitar que tudo saia pela vagina. ( Vej a LU. tigr.).
Dor no útero, em 'bearing-down', que vem das costas para o abdome; cruza as pemas
para evitara protnisão das partes.
Prolapso do útero, da vagina, com constipação.
Pressão no útero, causando opressão da respiração; a pressão para baixo é como se
tudo fosse sair para fora, com dor no abdome. Ela deve cruzar as pemas a fim de evitar a
protnisão da vagina, ainda que nada pro- traia, mas há um aumento de leucorréia
gelatinosa. Descarga leucorréica amarelada.
Leucorréia como leite, somente duranie o dia, com queimação e escoriação entre as
coxas.
Antes da menstruação, leucorréia acre, com escoriação da região pu- denda.
Metrorragia durante o climatério ou gravidez, especialmente no quinto e sétimo
meses.
Menstmação: muito atrasada; muito adiantada; causando desfaleci- mento, frialdade,
tremores...
Amenorréia: na puberdade; por um frio; em mulheres frágeis com pele
delicada.
Ondas de calor súbitas, no climatérío, com suor momentâneo, fraqueza e tendência
para desmaiar.
Erupção herpética nos lábios; em volta da boca. (Nat mur., Rhus., etc.).
As coceiras freqüentemente queimam quando coçadas.
Coceira nas dobras dos cotovelos.
Escoriação da pele; pontos úmidos na dobra dos joelhos.
Erupções marrons ou cor de vinho; cloasma.
Herpes circinatus.
Manchas marrons na pele com leucorréia.
SEPIA 307
Sensações raras:
Como se o coração tivesse parado.
Como se estivesse suspenso no ar; ou o cérebro esmagado; ou que a cabeça
fosse estourar.
Como se os olhos tivessem saído e um vento frio soprasse das órbitas
Como se as pálpebras estivessem muito pesadas para abri -las. Como se
estivessem paralisadas.
Os olhos como bolas de fogo; como se as pálpebras estivessem muito justas
para cobrir os globos oculares.
Como se tudo no abdome estivesse se virando: como se as vísceras es-
tivessem pelo avesso.
Como se as costelas estivessem quebradas e as extremidades pon tiagudas
estivessem espetando a carne.
Como se uma faixa, larga como a mão dela, estivesse apertando sua cintura.
O fígado como se estourando; como de alguma coisa aderente no ab dome.
Como se tudo fosse sair pela vulva.
Como se houvesse alguma coisa viva no abdome. (Crocus, Thuja).
Um peso rio ânus. Bexiga cheiá como se o conteúdo fosse sair para fora.
Como se os órgãos urinários fossem ser pressionados para fora.
Como se tudo fosse cair para fora do útero; útero como se apertado.
Como se a vulva estivesse aumentada; como se alguma coisa pesada se
forçasse pela vagina.
O peito como se oco; dolorido.
Como se o estômago fosse arranhado.
Como se uma faca estivesse enfiada no ápice do pulmão esquerdo.
Como se as costas fossem atingidas por um martelo, como se fosse quebrar as
costas.
Ombro deslocado, os pés adormecidos.
Como um camundongo correndo nos membros inferiores.
Como se os ossos das pernas estivessem se deteriorando.
Como se uma mão gelada estivesse entre as escapulas. (Queimação, Lyc.,
Phos.).
Como se ela fosse sufocar.
Alguma coisa se agitando no estômago e subindo para a garganta.
Os pés em água fria até os tornozelos... (Compare Cale,).
Dores, transtornos, doenças, em qualquer parte do corpo, e de qual quer tipo -
em um paciente Sepia.
ânsia de contar sua estória ... o que ela tinha feito e sentido; todas as for mas sob
as quais tinha tentado se suicidar. Ela tinha tentado empurrar sua mãe para a
frente de um ônibus; tinha tentado se enforcar numa clara bóia, quando alguém
entrou; também tinha tentado se afogar no lavatório. Ela despejou isso tudo e
ainda mais, com uma vivacidade intensa c indescritível. Aquela dose de Sepia a
tinha descongelado e resgatou sua vida. Por vários anos após isto ela costumava
retornar, e continuava normal; nunca mais teve uma recaída, mesmo sob
circunstâncias posteriores de sofrimento e angústia... A Homeopatia pode ser
menosprezada como “contra-senso”, “pílulas de açúcar”, “imaginação”, mas ela
funciona, contanto que você acerte o remédio (como aqui, onde uma droga não fez
nada e a outra curou). Por outro lado, o que dizem contra ela é verdade, mas
somente quando não se está fazendo Homeopatia de fato. Tire da sua cabeça que uma
droga é homeopática e que a Homeopatia deve ser comprovada ou não por esta,
porque surge de um caso homeopático, ou foi preparada segundo a maneira de
Hahnemann por um farmacêutico homeopata, ou foi potencializada, ou prescrita
por um médico home- opata (ou mesmo por um homeopata leigo!), ou porque ela
“deu certo” e tem, mais ou menos, “funcionado”. Enquanto que, por outro lado,
um remédio pode ser absolutamente homeopático quando ele vem de um labo -
ratório comum, quando é prescrito por um médico da velha escola e quan do
supõe-se ser uma droga “alopática” comum: - Como por exemplo, Ipe- cac. para
náusea e vômito incessantes, os quais ela causa; Pot. iod. para goma, que ele
produz e cura; Ácido Salicílico para doença de Ménière, cujos sintomas ele
provoca, e assim por diante, um grande número de drogas. Eu acho que foi o Dr.
Dyce Brown que encheu um panfleto com esses exemplos. Então, quando nós
falhamos (como com/lrs. no caso acima), não foi por que a Homeopatia foi
incapaz de curar, mas sim porque nós fomos incapazes de encontrar o remédio
homeopático. Isto se aplica às nossas falhas em todo lugar; em alguns casos de
artrite reumatóide, por exemplo, onde o remédio é às vezes terrivelmente difícil
de se encontrar, mas quando encontrado pode ter uma atuação surpreendente
aliviando o que é incurável em casos avançados e curando casos de início
recente..
O que faz lembrar! que Sepia é um dos remédios que têm curado artrite
reumatóide em pacientes Sepia. Em nossa prática ela tem sido freqüentemente útil.
Aqui está um caso. Mas lembre-se de que a Homeopatia não trata as doenças, mas
os paciente com as doenças; e jamais grave em sua mente, por qualquer razão, que
Sepia é “uma cura” para aquela doença. Esta é a forma perfeita de demonstrar,
para a satisfação de sua inexperiência, que a “Homeopatia não é nada útil em
artrite reumatóide!"
- você “provou que não!” - com remédios que não estavam en rapport com o
paciente.
J1U SEPIA
Mulher de 42 anos de idade, enviada por um médico do interior, que lhe disse
que jamais andaria novamente. Ela tinha uma história de quinze anos de artrite
reumatóide, supostamente sem esperança. Estava numa cadeira de rodas, nâo
podia se alimentar ou se vestir sem ajuda, nem mesmo conseguia se cobrir à
noite. Houve uma rápida melhora após Sepia 30, uma dose em Dezembro (1915).
Em Fevereiro ela estava andando. Após seis meses a anotação do Hospital dizia:
“As mãos parecem normais, caminha mancando levemente”. Vista novamente, de
tempos em tempos por causa do “estômago”e por “um leve retorno do reumatis -
mo”. etc. As anotações se estenderam por mais de quatorze anos e não houve
retorno dos sintomas. Aqui, é claro, as mudanças ósseas não podem ter sido
grandes. Mas tais casos mostram o amplo raio de ação de Sepia, em pacientes
Sepial E aqui deixe-nos contar novamente suas principais características, nas
palavras, desta vez, de KENT.
/
“Sepia se adapta às mulheres altas e magras, com pélvis estreita e fi -
brasg mnscnlos lassos... Um dos aspectos mais iortes qa paciente~5fepm
se encontra na mente, no estado dos sentimentos ... o remédio parece
abolir a capacidade de sentiro amor natural, de ser aletuosa... ' Eu sei que
\ -cfévò amar meus tilhos e meu marido, eu amava-os, mas agora não tenho
\ qualquer sentimento desse tipo’... O amor não se manifesta como afeto..
Uma total ausência dc alegria, incapacidade de perceber que as coisas
são reais: indiferente às coisas agradáveis Havida: sem alegnáTa vidanlo
tem nadifpãra sli ^PalidezeTcterícia... asela amarefi sobre onaríz e nos
lados do rosto... enormes sardas, grandes manchas marrons ... verrugas
marrons... Rosto pálido e mole, como se os músculos estivessem flácidos
... Você raramente verá Sepia indicada quando existe um rosto que mostra
linhas acentuadas de intelecto... e que tenha determinação. Sepia é mais
freqüentemente estúpida e embotada, pensa lentamente e é esquecida...
ou é um paciente ligeiro: mas o embotamento do intelecto é o aspecto
mais mlrrcante... Rosto geralmente inchado, freqüentemente liso e áirre-
dondado e marcado pela ausência de ângulos e linhas intelectuais . . .
Anêmico ... a pele se torna enrugada ... Constipação com sensação de
uma massa no reto. (Fome corrosiva^ que raramente é satisfeita; come
muito e ainda sente uma corrosão, uma sensação de fraqueza, de vazio, de
fome no estômago ... Quando esses sintomas estão associados com pro -
lapso, Sepia quase que certamente curará, não importa quão ruim o pro-
lapso seja, ou que tipo de deslocamento exista... As partes internas como
se arriadas, quer uma bandagem para sustentá-las, ou colocar uma mão
ou um pano no local; uma sensação como de algo passando por um funil,
melhor sentada e com as pernas cruzadas. Quando esses sintomas se apre-
. sentam juntos, a fome corrosiva. a constipação, a pressão para baixo_e o
estado mental, é Sepia, e somente Sepia”.
Sepia é util em problemas menstruais; leucorréia; erupções herpéti -
SEPIA ÓLL
cas, crostosas e exsudantes, especialmente nas dobras das juntas, “endu- ração
como em algumas formas de epitelioma”. Kent diz: “Sepia tem curado epitelioma
dos lábios, asas do nariz e pálpebras”. Ele ainda cita: me do de fantasmas, etc.
“Nunca está feliz, a menos que perturbe alguém Medo; medo da insanidade . . .
ofende-se muito facilmente. E então o alívio pelo sono de Sepia, mesmo um sono
curto (PHOS.), e alívio da maioria dos transtornos ao comer.
lapsado fica cada vez mais ingurgitado; a estase portal aumenta; o fígado \ fica
pesado e mais preguiçoso; os vasos sanguíneos cheios, e os membros ficam
doloridos, como contundidos, cansados e pesados... Os esfíncteres íe todas as
estruturas dependentes da força do músculo não-estriado estão fracos, i.e. o reto
prolapsa; e o esvaziamento do intestino e bexiga é tardio
SM> alterações orgânicas são vistas no aspecto amarelo, terroso; nas se~
ereções ácidas, escoriantes; na péle conTexalação mãtdT^íroSu c predis-
posta a erupções, alteração da cor,^escãm2^<57ulcerãi ), etc
Alívio pekTmovTmeniO víolentô, por êSTr-TrrêlHorãr a circulação, . . .
“As mãos ficam quentes e os pés frios; ou tão logo os pés ficam quentes, as
mãos ficam frias. Este é um excelente sintoma indicativo de Sepia”.
“Um sintoma concomi' num, claramente indicativo de um
caso de Sepia, é o excelent de Guernsey, ‘sensação de peso no
^j^ânus como uma bola pesadu .
Para mostrar quão profunda pode ser a ação de Sepia, nós detalharemos um
caso de tempos remotos.
Ela era uma viúva esquelética, cinza e de cabelos grisalhos, com múlti plas
manifestações de T.B., cujo marido tinha morrido de tuberculose. Lembro
especialmente da bursa pré-patelar crescida e muito inflamada,
312 SEPIA
acerca da qual ela não queria saber de cirurgia; e três fístulas de T.B., uma na
face palmar do antebraço direito e uma em cada lado do dedo médio da mão
direita, tomando a primeira e segunda falanges. Tub. bov. e Sili- cea, para espanto,
pouco alteraram o estado, assim como três semanas em nosso Sanatório do lado
leste, com um bom ar, limpeza e curativos.
Então, posteriormente, veio a idéia de “encontrar o remédio dela, dá - lo e
depois tentar lidar com as manifestações tuberculosas”. Seu remédio ocorreu ser
Sepia, que rapidamente curou as fístulas, apesar de, sendo uma “faxineira” em
uma hospedaria, suas mãos viverem molhadas, de manhã até de noite, em água
suja, pois ela lavava o chão e vasilhas de urina. As fístulas se fecharam, o dedo
cicatrizou, com todo o resto; e o “inchaço” da bursa pré-patelar podia ser sentido
se quebrando em massas menores como borracha, antes de finalmente
desaparecer.
Vale a pena fazer amizade com Sepial Pouco se admira que o Dr. Gibson Miller
tenha dito, “Se lhe fosse permitido um só remédio, ele escolheria SEPIA”.
SEPIA EM MALÁRIA
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SEPIA 313
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SILICEA
O típico Silicea engatinha nervosamente, ou é levado pela mão de sua mãe, e você
dificilmente pode confundi-lo.
Ela é a droga mais homeopática que você pode imaginar! Leia somen te o
grafado em negrito na Enciclopédia de Allen, e veja quão extraordi nariamente
sugestivos são os experimentos com relação à tuberculose, principalmente
abdominal; às pústulas, furúnculos e abscessos; aos efei tos de espinhos, picadas
e escoriações; à falta de reação contra ferimentos e doenças.
Dizem que Silicea tem falta de arenito, precisa de areia. Doses de Silicea
estimulam vigorosamente estas pessoas fracas que estão perdendo energia, a
travar uma luta, mental e física.
Observe como o pobre e pequeno Silicea é arrastado relutantemente. Ele está
desatento; desinteressado; não assustado.
Você vê um rosto pálido, doentio e sofredor; e você percebe imedia tamente
que há algo profundamente errado ali; não uma mera indisposição, mas uma
DOENÇA.
Agora a estória da mãe (a partir dos sintomas grafados em negrito de Allen):
“Ele não progride. Ele não prospera, não floresce. Ele não aprende; ele nem
mesmo brinca. Ele é irritável e amuado. Ele está sempre na ra beira de tudo e sua
professora não pode fazer nada com ele; veja o que ela escreve! - 'ele recua
diante de um esforço, diante da menor responsabilidade e é completamente
carente de autoconfiança e auto-afirmação'. Parece não haver nenhum 'impulso'
nele. Não parece ser capaz de pensar! Ele não pode ajustar sua mente. Ele não
pode ler ou escrever. E ainda está sempre mortalmente preocupado por pequenas
coisas que fez de errado. Ou seja, ele é tão estranho e tão diferente dos outros.
“Ele tem ataques violentos de dor de cabeça, diz ela, e reclama que a parte
posterior da cabeça está fria. É onde dói, mas a dor se estende por toda a cabeça.
Ele diz que a cabeça vai estourar. Ele a quer atada de forma apertada. Ele a quer
aquecida. Aquecida e aj * a
tem que ficar quando tem um desses ataques
“E ele tem uma tosse terrível, pobre criancinha. Ele cospe uma coisa
horrível com a tosse, grumosa e amarela, ou esverdeada; que afunáa em
qualquer líquido e cheira horrivelmente. Parece com algo podre (pus).
‘E ele está errado de alguma forma, todo errado! Olhe para as suas
unhas - ásperas e amarelas; e sentindo como se houvesse um espinho em
dedo. Ou fica com um dedo vermelho e inchado que lateja, parecendo
urn panarício. Ou olhe para aquele dedo, como ele está inchado, e o osso
-// parece grande. Ele acorda chorando e diz que suas mãos adormeceram.
“E então sua pele que não cicatriza. Ele é um menino terrível por se
/^y^machucar ou por cair e esfolar os joelhos; e todo pequeno arranhão e ma -
chucado inflama-se e ulcera-se, e jamais cicatriza. E em qualquer ma-
chucado ele sente dores em pontadas ou queimação. Ele é tão magro; e
tão cheio de pontos machucados.
“Furúnculos também! - um garoto com tantos furúnculos como você
nunca viu. Um furúnculo no queixo; depois furúnculos no pescoço; pústu -
las ou furúnculos em qualquer parte do corpo. Até onde ela se lembra ele
nunca esteve bem desde que foi vacinado.
XQ “E a criança é tão fria; nunca parece estar aquecida. Friorento com
*Ç/ Jfòualquer movimento. Por que ele parece tão friorento em um quarto
/ví^aquccido? * sto Hão é natural em uma criança! Gelado do joelho para
Y baixo. Não consegue dormir por causa dos pés frios.
VE junto com toda esta frieza, ele transpira terrivelmente! Ele fica
simplesmente ensopado à noite; anda sem apetite; e sempre tão cansado!
“Tão fraco e cansado. Quer sempre se deitar. Ele está sofrendo dfc
tísica, é o que ela pensa, se você lhe perguntar. À noite ele é um terror de \
uma forma ou de outra. Sente como se estivesse todo dolorido do lado que I
ele se deita; e quando se vira na cama, o deslocamento das cobertas e o J
movimento fazem-no sentir ainda mais frio. E seus sonhos, que assusta-
dores!
/“Às vezes é somente a sua cabeça que transpira durante o sono. Mas
v p$so não é tudo; tem também o cheiro terrível do suor de seus pés. Você vê,
'çP suor de seus pés não somente cheira mal o suficiente para nos fazer dar
meia volta, mas também deixa os pobres pezinhos escoriados! Existem
escoriações entre os dedos, tal que ele mal pode arrastar os pés. Em suas
axilas, também, há um suor bastante malcheiroso.
“Se ele corre, fica extremamente pálido.
/ “Oh! ela havia esquecido. Ele parece ter sempre uma umidade no rn^nus; e parece que tem
muita dor ali, como se o ânus estivesse muito XCi fechado. E parece sempre estar querendo
evacuar alguma coisa, apesar ^r^de eliminar somente uma substância gelatinos a. Mas tem
fezes horrivel- j&s mente malcheirosas; freqüentemente duras e difíceis de serem evacua-
das. Ele tem que fazer muita força, e isto deixa toda a parede do estômago dolorida; e, às
vezes, quando as fezes estão metade para fora, elas,retro-
316 SILICEA
cedem novamente. (Se essa mãe fosse uma médica americana, ela de-
screveria isso como ‘fezes tímidas’).
“Oh, e ela também tinha esquecido de que o estômago dele é muito
duro, inchado e grande. Ele parece ter uma enorme quantidade de gases,
bs flatos cheiram muito mal. E isso não parece de forma alguma nor -
mal.
“E - uma coisa engraçada para um garoto! - um mamilo parece estar
inchado e dolorido, parece como se estivesse supurando; e ele diz ter
dores tironeantes no outro mamilo. Todas as suas dores são como por es-
pinhos ou pontadas; ou dores como se estivesse formando pus”.
Este é o grafado em negrito de Allen. Qual é o seu diagnóstico, antes
de pôr a mão na criança? Não é isto tão descritivo? Você poderia esperar
um T.B. abdominal ou pulmonar, uma dactilite por T.B., uma história
familiar de T.B.. Não o tipo com tísica aguda, ele nem mesmo pode desen -
volver uma tuberculose aguda; ele é simplesmente Silicea. Silicea e Tub.
bov. podem ainda fazer dele um homem.
ry Não é de se admirar que Silicea, com tal experimento, seja uma droga
r* para se pensar em abscessos, panarícios, cicatrização difícil, pés com mau
YflQ cheiro, abscessos mamários, câncer mamário, ferimentos que se recusam
a cicatrizar, tuberculose da pele, osso, abdome. Mas os antigos homeo-
patas dizem: “Use Sil. com cuidado em tísica pulmonar”. Ela tem uma ca-
pacidade bem conhecida de eliminar corpos estranhos e de romper o
tecido cicatricial. Ela pode liberar um tubérculo. Não use-a em alta
potência na tuberculose.
Sua grande esfera de ação é o tecido conectivo. Nós sabemos agora, a partir
dos experimentos da Velha Escola com Silicea coloidal, que ela não somente
rompe o tecido cicatricial quando dada cm potência, mas que também produz
cirrose do fígado, rins, etc. se é dada em doses tóxicas.
Sensível ao barulho.
(Excessivos escrúpulos de consciência, freqüentemente sobre coisas insignificantes).
(Grande dificuldade para prestar atenção. Pensamento difícil).
Pústulas como varíola na testa, occipício, estemo e sobre a coluna; elas são
extremamente dolorosas e, porfim, formam úlceras supurantes.
Vários furúnculos surgem em diferentes partes do corpo, com dor em picada ao
serem tocados.
Um furíinculo na nuca.
Alguns furúnculos nas porções posteriores das coxas.
Úlceras freqüentes ao redor das unhas.
Uma grande úlcera corrosiva, comcoceira violenta, no calcanhar.
Crostas sensíveis e doloridas no septo nasal, com dorperfurante quando tocadas.
Crostas pruriginosas e supurantes nos dedos dos pés.
Dorpressiva e em pontadas na região ulcerada da perna.
Dor perfurante numa úlcera na perna.
Sono inquieto.
Sonhos assustadores. Sonha com sua juventude.
Suorgeneralizado à noite. \w
TRANSPIRAÇAOprofusa toda noite, pertaTlo amanhecer.
Suor noturno generalizado e profuso.
Transpiração profusa toda noite, com perda do apetite e prostração, como se fosse
ter tísica.
Transpiração de odor forte.
Suor na cabeça.
Suor somente na cabeça, escorrendo para o rosto.
320 SILICEA
Transpiração malcheirosa na sola e entre os dedos dos pés; eles doem muito ao
andar.
Transpiração malcheirosa nos pés.
GUERNSEY diz: -
“Os pés transpiram demais e cheiram muito mal; os pés ficam escoria -
e com bolhas entre os dedos. A cabeça transpira demais ao anoitecer,
indo vai dormir. Isso se parece com Cale., mas em Silicea a trans-
ição se estende pára a nuca e tende a cheirar mal.
“Pior por molhar os pés; quando certas partes ficam frias; por descobrir a
cabeça”.
Clarkediz: -
“Um sintoma curioso e de grande valor, é o seguinte: ‘Idéias fixas: o paciente
pensa somente em alfinetes, tem medo deles, procura por eles e os conta
cuidadosamente’. Este sintoma me ajudou a fazer uma rápida cura de-insanidade
pós-influenza, no caso de um homem com uma história familiar grave; uma de
suas irmãs tinha ficado louca e se afogou, uma outra irmã foi afetada por lupus. A
esposa do paciente me disse que numa
KJ IJ UI 1
manha ele estava procurando em todo lugar por alfinetes. Sil. 30 rapidamente
colocou um fim à procura por alfinetes e restaurou o paciente à
razao.
“Silicea tem uma outra ligação com a insanidade, em sua agravação nas fases
da lua; epilepsia e sonambulismo também são piores nas luas nova e cheia”.
velhas cicatrizes e as abre.* ... (Ele chama a atenção contra o uso Silicea onde
existam vários tubérculos no pulmão, pois Silicea determina uma inflamação
sobre os tubérculos, como sobre outros corpos estranhos, e os faz drenar; e em
tais casos isso pode levar a uma pneumonia séptica generalizada...)
“Doenças por supressão de secreções, supressão de suor, do suor dos pés.
Silicea cura suor dos pés muito duradouro quando os sintomas concordam, ou
doenças que datam da supressão de suor dos pés.
“Não há remédio tão profundo quanto Silicea em erradicar a tendência
tuberculosa, quando os sintomas concordam; a maioria dos casos tu berculosos
pioram com o tempo frio e úmido; melhoram com o tempo frio e seco.
“Silicea tem uma agravação pelo leite. Muitas vezes o bebê é incapaz de
tomar qualquer tipo de leite e, daí, o médico é levado a prescrever to dos os
alimentos existentes no mercado por não conhecer o remédio correto. Natrum
carb. e Silicea são ambos úteis quando o leite materno causa diarréia e vômito. É
provável que o rotinista dê medicamentos tais como Aethusa, esquecendo-se
completamente de Silicea. Silicea, assim como Nat. carb., tem vômito azedo e
coágulos ácidos nas fezes. 'Aversão ao leite materno e vômito' . 'Diarréia pelo
leite' ”.
Nos problemas de pele Kent diz: “Há uma tendência para tornar os tecidos,
moles mais duros, e os tecidos duros mais duros ainda. Indu- rações, rachaduras e
fissuras. Formações de crostas”.
* * * * *
* Cyclopedia of Drug Pathogenesy, lê-se, entre os re-experimentos dc Silica: Menina de 17 anos dc idade.
Tem diversos gânglios cervicais crescidos, um dos quais tinha supurado e drenado há alguns anos. Após
tomar duas doses da 21 a diluição, o gânglio recomeçou a descarregar um pus amarelo. Isso continuou
enquanto tentou-se outras diluições, viz. a 12 a, 4 a e a 1 . Enquanto tomava a 4 a ela pegou uma tosse com
sensação de arranhar a garganta e expectoraçâo mucosa. A tosse durou aproximadamente uma quinzena, e
a descarga de pus mais de um mês.
324 SILICEA
A propósito:
São eles:-
ARG.N.,Ars., Carb. v.,GELS.,LYC.,Med.,Plb.^/zas.a.,SIL.,(Thuja?). Transtornos
por.antecipação (p. 4)-Arg. n. ,Ars., Gels., Lyc., Med., Phos.a. Ansiedade,
antecipando um compromisso (p. 5) - ARG. N., Gels., Med. Ansiedade quando
alguma coisa está sendo esperada dele (p. 6) - Ars. Timidez ao aparecerem público (p.
9) - Carbo veg., GELS., Plb., SIL. Diarréia por antecipação (p. 611) - Arg. n., Gels.,
Phos. a.
Diarréia por excitação, como antes de um teatro (p. 612) - ARG. N. Diarréia por
excitação - ARG. N., Gels., Phos. a., Thuja e alguns em minúscula.
HAHNEMANN, Matéria Médica Pura, em sua introdução aos experi mentos de
Staphisagna, diz:
"E somente nos mais poderosos remédios, dados nas menores doses, que nós
devemos procurar as virtudes curativas nas doenças mais sérias de caráter peculiar, para
as quais este medicamento e nenhum outro mais é o adequado.
"Por essas razões eu antevi em Staphisagria um grande valor curativo nas
doenças mais singulares; e essas razões me levaram a fazer um experimento
cuidadoso em indivíduos sadios. Assim as virtudes curativas dessa substância
medicinal tem sido esclarecidas e são infinitamente de maior valor do que seu
poder para matar piolhos! (a única propriedade medicinal que a arte médica
charlatanesca comum sabia aquela possuir) - virtudes curativas das quais o
médico homeopata pode fazer uso com efeitos maravilhosos em estados mórbidos
raros, para os quais não existe outro remédio além desse”.
Ele diz que esta semente ganhou fama como um exterminador de piolhos da
cabeça. Que um certo médico, sofrendo de dor de dente, colocou algumas dessas
sementes na boca, mas isso lhe trouxe uma exacerbação tão violenta da dor que
ele pensou que ficaria louco. “Que enorme poder deve possuir essa droga!”
E nesse pequeno prefácio que ele escreve: “Agora, como nossa nova e j
verdadeira arte de curar mostra, através da experiência, que toda droga é
1
medicinal em proporção à intensidade de sua ação na saúde, e que ela somente
supera a doença natural em virtude de seu poder patogênico conquanto este seja
análogo àquela; segue-se que o medicamento pode vencer as mais sérias doenças
i
quanto mais nocivamente ele atuar sobre seres humanos sadios, e que nós só
temos que averiguar exatamente seus efeitos nocivos peculiares a fim de saber a K
que propósitos curativos ele pode ser aplicado na arte de restaurar a saúde ({
humana. Seu efeito, sendo tão intenso, não nos leva a deixar de usá-lo; pelo (
contrário, ele se torna mais valioso; pois, seu poder de alterar a saúde humana nos y
revela mais distinta e claramente os estados mórbidos peculiares que ele pode
produzir nos seres humanos saudáveis, de modo que nós podemos descobrir mais
segura e indubitavelmente os casos de doença nos quais ele deve s er
A
325
326 S TAPHISA GRIA
a exsudaçao”.
o que pensou.
Indiferença, deprimido, embotamento mental.
As crianças ficam mal-humoradas e choram pedindo as coisas, que depois de
obtidas, são rechaçadas petulantemente ou jogadas longe (comp.
Cham.); pior de manhã cedo.
Grande indignação por coisas feitas pelos outros, ou por si próprio; preocupa-se
com as conseqüências.
Doenças por indignação e vexação, ou desgosto contido; insônia.
Garganta áspera.
Acúmulo constante de muco na boca, sem gosto mim.
Soluço freqüente.
Adipsia: ingere líquidos menos do que o de costume.
Cardialgia depois de indignação.+
* Hering cita um caso curado, “Prosopalgia em uma senhora, que tornava sua vida insuportável; ao tocar
a colher ou garfo nos lábios, dores inexprimíveis se projetavam dos lábios para todo o rosto; comidas
líquidas tinham que ser ingeridas com os dedos (sic.), não podia comer c omida sólida, a mastigação era
impossível."
+
(“Depois de indignação ou depois dc ficar com raiva, sente todos os tipos de trantornos.” Comp.
Chamomilla, Colocynthis).
STAPHISAGRIA 329
Prisão de ventre.
Com a sensação de como se um flato fosse ser eliminado, ocorre a descarga de fezes
finas que passam sem serem notadas.
Coceira no ânus enquanto sentado, independente da evacuação.
Violentas pontadas repuxantes e ardentes para fora do anel ingiiinal direito, como
vindas do cordão espermático ou do testículo direito.
Dor no testículo esquerdo, ao andar e sempre que esfregado; a dor piora ao ser
tocado.
Efeitos de onanismo ou excessos sexuais. Emissões seminais seguidas de grande
pesar e mortificação; de prostração; de dispnéia.
Dor repaxante paralítica nas juntas proximais dos dedos: pior com movimento,
Dor rasgante fina e constritiva nos músculos do polegar, e vários outros dedos;
principalmente nas pontas.
Agulhadas agudas, profundas, ardentes e pruriginosas no polegar, obrigado a se
coçar.
Sensação como de uma pele dura estendida sobre as pontas dos dedos da mão
esquerda:pouca sensibilidade neles, eperda do tato.
Coceira picante nos músculos das nádegas; na face interna das coxas.
Dornas coxas ao andar.
Dor repuxante súbita, ou pontadas obtusas na junta do joelho, pior com movimento.
Ao tocar, as pontadas se transfonnam em dor.
Dor súbita ardente sob o joelho esquerdo, do lado extemo; em paroxismos?
Pontada perfurante na tíbia direita, quando em repouso.
Dor rasgante nos músculos de uma ou outra pema; dortironeante sob e na
panturrilha direita e acima do calcanhar esquerdo.
Coceira picante logo acima do tornozelo direito na face externa. E obrigado a se
coçar.
Dores repuxantcs aqui e ali nos músculos do corpo todo.
Picadas agudas que coçam em várias partes do corpo.
Dor em todos os ossos.
Fraqueza no corpo, especialmente nos joelhos ao andar.
Escritores depois de Hahnemann não têm falado muito a respeito das dores de
cabeça de Staphisagria. Os experimentos dc Hahnemann dão ênfase a dois fatos
sobre cias, que são pressivas internas e externas, e que a violência das dores da
cabeça aumenta pelo toque. “Picadas que coçam, de dentro para fora, são
características”. As dores de Staph. ficam “mais fortes pelo toque”.
S TA PHISA GRIA 331
E Hahnemann parece dar ainda mais ênfase à ação d Q Staphisagria nas juntas e
membros do que seus seguidores deram, embora Hering cite: “Rigidez e sensação
de fadiga em todas as juntas; nodosidades artríticas nas juntas”. Mas, em
problemas articulares em indivíduos com a mentalidade de Síaphisagria, o remédio
deveria ser considerado principalmente quando ocorre sua característica mais
saliente “pior com o toque.” Chtr-^ montilla, tão semelhante à Síaphisagria na
mentalidade, é também freqüentemente negligenciada em dores reumáticas onde
poderia ser tão útil. Mas Cham. não pode ficar parada, especialmente à noite. As
dores terríveis nos membros mantêm o paciente acordado, movendo-se e às vezes
de pé e andando. Enquanto que as dores de Staphisagria pioram inç^J
suportavelmente com o (oque. '
Quem já usou Staphisagria por exemplo em artrite reumatóide? Aqui, a partir
de seus experimentos, ela deveria ser útil, quando seu aspecto mental prevalecer,
sendo os sintomas mentais na “classificação dos sintomas” os mais importantes,
desde que sejam marcantes, e especialmente se, devido à doença, mostrarem uma
mudança com relação ao que o indivíduo é em seu normal. E observa-se, em
alguns dos piores e mais intratáveis casos de artrite reumatóide, uma tal miséria
desassossegada e uma sensação de indignação e ressentimento (coincidê ncia?),
estado esse que aparece nos experimentos e que tem sido curado por Staphisagria.
HUGHES (Phartnacodynaniics) diz: “Hahnemann foi assim levado a
experimentá-la; e ele a achou tão poderosa na capacidade de afetar o or ganismo
saudável, que devido a isto também deveria ser um grande medicamento. Seus
efeitos patológicos têm sido substanciados pelas proprie dades ativas encontradas
como pertencentes aos dois alcalóides (Staphisagria) - delphinina e staphisagrina;
mas suas possibilidades terapêuticas não têm sido bem compreendidas.
Staphisagria é de fato uma daquelas drogas em que dificilmente alguém pensa para
o tratamento das formas ordinárias de doença. De vez em quando, contudo, q.
consulta de um repertório nos leva a escolhê-la como o siniillimiun do grupo de
sintomas e, com o tempo, talvez ela alcance um lugar de destaque na terapêuti ca;
pois seus experimentos mostram possuir um raio de ação bastante grande”.
Hughes também cita diferentes escritores sobre o uso desta droga em enjôo do
mar e cm vômitos da gravidez; em doenças dos olhos, especialmente as
pálpebras; em periostites e dores erráticas de ossos longos (Dros.), em neuralgia;
em cáries. Tudo isso principalmente ”nos que são extremamente sensíveis às
impressões mental e física; também é útil como um antídoto para os efeitos
tóxicos do Mercúrio e também para os problemas decorrentes de indignação e
desgosto”. Também tem sido útil em problemas sexuais.
Alguns sintomas peculiares: “Qüando ele anda depressa, sente como
332 STAPHISAGRIA
* * * * *
Entre os sintomas dados por Hahnemann, lê-se: “Bom humor; ele eslava alegre e
falante em sociedade, e aproveitava a vida”. E numa nota de rodapé, cie acrescenta,
“Ação curativa secundária do organismo, em um homem de caráter opostoStaphisagria é de
falo um dos poderosos remédios par a mentalidade pervertida.
STRAMONIUM - D ATURA STRAMONIUM
V
J
HAHNEMANN diz: Esta planta narcótica não apresenta em sua ação primária
quaisquer dores verdadeiras (com exceção de sensações desa gradáveis, que o
experimentador não pode chamar de “dor”).
Sensações que podem ser estritamente chamadas de dor ocorrem somente na
ação secundária, i.e. na reação subseqüente do organismo. Esta não somente
restaura a sensação normal como oposição ao aniquilamento de sensações
provocado pela droga mas, quando esta última é dada em grandes doses, a reação
subseqüente do organismo causa uma sensação morbidamenie exaltada, ou dor.
Além disso, em sua ação primária ela produz grande mobilidade dos
músculos voluntários e supressão de todas as secreções e excreções; o reverso
disso ocorre na ação secundária, isto é, paralisia dos músculos, e se creções e
excreções excessivas.
Por isso, em doses adequadas alivia curativamente os espasmos mus culares e
restaura excreções suprimidas em diversos casos nos quais a ausência de dor é
um sintoma proeminente.
Ele somente pode curar homeopaticamente os estados mórbidos se melhantes
aos produzidos por sua ação primária característica.
Os sintomas da ação secundária (que, como com todas as drogas narcóticas,
são muito mais numerosos, mais explícitos e mais distintos do que com drogas
não-narcóticas) ensinam o médico observador a abster-se de seu emprego em
casos onde o paciente já está sofrendo de transtornos que lembram aqueles da sua
ação secundária. Ele jamais administraria Stram. em paralisia completa, ou
diarréias inveteradas, ou onde dores violentas constituem o aspecto principal da
doença.
Ele fala “por experiência” da incomparável ação curativa de Stram. “em
distúrbios mentais naturais e semelhantes” e de sua utilidade em doenças
convulsivas semelhantes àquelas que Stram causa... Sua eficácia também em algumas
febres epidêmicas, com os sintomas que esta pode excitar na mente e no corpo;
em variedades de hidrofobia, por mordida de ^nimais com hidrofobia, as quais
não podem ser todas curadas com um só remédio, algumas das quais precisando
de Belladonna, outras de Hy- oscyamus e ainda outras, de Stramonium, de acordo
com a maior semelhança de seus sintomas mórbidos com uma ou outra dessas
três plantas...
STRAMONIUM - D ATURA STRAMONIUM 335
* ****
HUGHES (Phannacodynamics): “Stramoniwn é, como Hahnemann afirma,
perfeitamente homeopático para a hidrofobia, ainda mais do que Belladonna. Ele
diz que na China, as diferentes espécies de Datara, entre elas a D. Stramonium, são
de uso popular como profiláticos contra a hidrofobia. Diz-se que deve ser
ingerida uma quantidade tal da planta, o suficiente para provocar um ataque de
‘raiva’, então o paciente estará seguro."
Ele diz que há poucas neuroses nas quais Stram. não é mais ou menos útil.
Este é o nosso remédio principal em mania aguda, para a qual este é mais
homeopático do que Belladonna, queé mais inflamatória. Também é de grande
valor em delirium tremens, na forma ativa - a mania-a-potu dos escritores antigos.
A constante associação de alucinações com o seu delírio, torna-o bastante
apropriado nesse caso... Em ninfomania e mania puerperal ele é o primeiro
remédio a se pensar, devido à sua ação especial sobre as funções sexuais ...
Epilepsia, causada por susto . .. Em coréia, é um dos melhores medicamentos
vegetais...
Ele cita Guemsey, com relação à seguinte indicação: “Mulheres par- turientes
que apresentam tal medo que as leva a se assustar e recuar frente ao primeiro
objeto visto ao abrirem os olhos. Se elas ainda não tiveram es pasmos, logo os
terão, após evidenciarem tais sintomas (de medo), a menos que Stramonium seja
imediatamente administrado... Suas outras indicações são: grande loquacidade,
expressando fantasias selvagens e absurdas; desejo de luz e companhia; um
humor suplicante e implorador”.
* ****
A Encyclopedia de ALLEN dá seis páginas e meia dc rcfcrências para os 243
diferentes envenenamentos e experimentos, cujos sintomas são mais ou menos em
número de 1.680. A maioria são envenenamentos pela droga, mas existem
experimentos, mesmo em potências altas.
Ao dar uma olhada somente nos sintomas grafados em negrito, sem contar os
importantes sintomas em itálico, vê-se hidrofobia, mania, delírio violento e
delirium tremens, epilepsia, coréia, um grande número de alucinações e MEDO.
Não é o medo vago âcAconitum, mas algo mais concreto; medo de objetos
imaginariamente vistos; e curiosamente vistos mais a seu lado que à sua frent e.
Stramonium tem muito em comum com seus primos, Belladonna e Hyoscyamus,
e vem à consideração para muitas das moléstias que estes últimos espelham. Mas
parece faltar em Stramonium a intensidade inflamatória de Belladonna.
* * * * *
* ****
CULPEPPER (Herbal, 1653) menciona Stramonium para problemas
epilépticos, convulsões e loucuras; sendo sua antiga reputação, como ve mos,
amplamente confirmada do ponto de vista homeopático, através de
envenenamentos, experimentos e prática.
♦ ****
Para conseguir um conhecimento geral dos usos de qualquer droga, tem-se
que obter as impressões de muitos prescritores e a experiência destes com
relação à utilidade da droga.
BOGER (Synoptic Key) enfatiza: “UM REMÉDIO DE TERRORES, MAS
SEM DORES .. . Movimentos desordenados, graciosos ou rítmicos... MEDO DA
ESCURIDÃO e tem horror a objetos reluzentes ... Grande sede, mas tem medo de
água ... Diarréia pútrida, escura, in- dolor e involuntária... Desperta assustado ou
grilando”.
* * $ * :|e
GUER^SEY (Keynotes), que tem um talento para ir diretamente aos aspectos
principais de uma droga, fala úeStramonium:
“A principal atuação deste remédio se encontra nas afecções mentais. Em
pessoas jovens, às vezes histéricas, que rezam, que cantam devotamente,
suplicantes, que imploram, etc. (Mulheres jovens com menstrua ções suprimidas
podem ser assim afetadas). Em febres onde o paciente não suporta a solidão ou a
escuridão; se é deixado sozinho em um quarto escuro, a perturbação mental é
muito agravada. Também em delírio inconsciente quando o paciente de vez em
quando levanta a cabeça do travesseiro e depois a deixa cair, continuando isso
sem interrupção du
STRAMONIUM - DATURA STRAMONIUM 337
rante um longo período. Mulheres com febre puerperal podem ter sensações
absurdas, que elas são duplas, que alguém está na cama com elas, e outras
estranhas fantasias sem significado. Afecções do intelecto; lou cura.. ..
“Rosto vermelho e entumescido. Não consegue andar, ou ficar de pé num
quarto escuro, cai...”
* *
NASH resume Stramonium assim:
“Selvagemente delirante, com o rosto vermelho e grande LOQUACI- ADE.
“Pupilas muito dilatadas; quer luz e companhia; medo de ficar sozi nho. Quer
que lhe segurem a mão. (Zinc.).
“Um lado paralisado, o outro convulsivo.
“Desperta com uma aparência assustada; amedrontado, medo do pri meiro
objeto visto.
“Ausência de dor com a maioria dos transtornos (Opium). Levanta
subitamente a cabeça do travesseiro, em espasmos”.
Ele o chama de um do trio de remédios proeminentes em quadros de delírio
intenso, diferenciando-se dos outros dois principalmente no grau de intensidade.
Ele diz:
“O desvairio é tremendo. Canta, ri, sorri de modo malicioso arrega- nhando
os dentes, assobia, grita, reza piedosamente ou pragueja horrivelmente e, mais
que todos os remédios, éloquaz”.
Além disso o paciente assume todas as posições correspondentes ao seu
delírio cambiante: transversalmente, longitudinalmente, rola como uma bola ou
fica rígido alternadamente ... As coisas parecem tortas ou oblíquas para ele.
Sente a boca como se estivesse esfolada; a língua dura como se parali sada.
Fezes soltas, enegrecidas, cheirando como cadáver ou ausência de fezes ou urina.
Mais tarde tem perda da visão, audição e fala, estando as pupilas dilatadas e
imóveis e suor que ensopa mas que não traz alívio. A morte em breve encerrará a
cena, a menos qu&Slram. ajude-o.
Ele compara os três:
Stram. é o mais loquaz.
Hyos. é o mais insensivelmente estúpido.
Bell. fica no meio termo entre os dois.
Stram., num solavanco, levanta a cabeça.
Hyos. se contrai, esgaravata ou alcança objetos no ar, em outros mo mentos
está deitado e completamente tranqüilo.
Bell. sobressalta-se ou pula fora da cama, ao adormecer ou despertando do
sono.
I Todos têm momentos onde querem fugir...
O l KS1M V I V J U M - JU/1 1 UJtíA ò 1 ttAMUJVJ UM
{
(*****
=y Agora vamos a alguns dos pontos especiais citados por KENT: Ao
_ ^ /) Xpensar em Stramonium, a idéia de violência vem à mente,... é espantoso
ver um paciente envenenado ou precisando de Stramonium, num tre-
mendo tumulto, uma grande revolta acontecendo. Excitação, raiva, tudo é
tumultuoso, violento; o rosto selvagem, ansioso, assustado; olhos fixos em
algo; rosto ruborizado; febre intensa, com delírio, com a cabeça quente e
extremidades frias. Vira-se contra a luz, quer a escuridão, agravado espe-
cialmente por luz brilhante. Febre alta com delírio violento; febre tão in -
tensa que pode ser confundida com a de Belladonna, mas habitualmente é
W.
/ uma febre contínua, enquanto que a febre intensa da Bell. é sempre re-
mitente.
E como um terremoto em violência. A mente está tumultuada, pra-
gueja, rasga as roupas, fala violenta, fúria, erotomania, impudico. (Útil
em tifóides violentas).
Mania que existe por algum tempo. Um único ataque pareceria de
Bell. Mas Bell. poderia ser um paliativo no primeiro ataque e no segundo
não faria nada.
Quando o delírio não está presente, o paciente tem a aparência de es-
tar em grande sofrimento; com a testa franzida; rosto desfigurado, doen-
tio, pálido. Aparência ansiosa, indicativa de intenso sofrimento por com -
prometimento meníngeo.
Delírio: suave, murmurante, um palavrório incoerente, com os olhos
^abertos; vivido; alegre, com risadas espasmódicas; furioso, encolerizado,
ilvagem; tenta bater e morder; com as mais esquisitas sensações . . .
‘$/ /rme(
*° 001110 se um cachorro fosse atacá-lo. Idéias estranhas a respeito do
seu corpo, de que o corpo está com aparência doentia, alongado, defor -
/ JÇ^o • * •
í ^ animais, fantasmas, anjos, espíritos, diabos; sabe que eles não são
%
k j£èÁ reais, mas depois está certo que são...
^ \ Canta canções amorosas e profere discursos obscenos... Grita até ficar
'‘rouco e perder a voz. Guincha e grita dia e noite, com febre ou em mania.
Hyos. tem um delírio selvagem e maníaco, mas muito pouca febre. Em Stram.
há uma febre considerável. EmM. a febre é de tarde e ao anoite cer (15:00 às
3:00), e então ocorre uma remissão.
Convulsões puerperais e insanidade. Ele tem natureza sépti ca. “Acha que
está condenado por suas faltas", ainda que tenha vivido uma vida cor reta ...
Congestão cerebral; intoxicação profunda; estupor; respiração ester - torosa;
maxila inferior caída... Tifóide, com exsudação de sangue da bo ca, língua seca,
inchada, que enche a boca, pontuda, vermelha, como um
pedaço de carne...
/ _________________________________________________________________
< Meningite basilar por supressão de secreção dos ouvidos. Testa fran -
STRAMONIUM - DATURA STRAMONIUM 339
zida, olhos vidrados... dor horrível na base do crânio com uma história de
necrose no ouvido.
Violenta dor de cabeça por andar ao sol, pior deitado. Pior por mo vimento ou
por sacudir o corpo... Dor no occipício.
Inflamação intensa, formação de pus, abscessos com dor excruciante, ...
estados sépticos viciosos. Abscessos crônicos: a articulação do quadril à
esquerda é o principal local afetado.
Stram., dentre os remédios de ação profunda, é o mais violento em seus
transtornos mentais...
Supuração dos pulmões quando a tosse piora ao olhar para a luz.
Ilusões com relação à sua identidade pessoal.. . Grande ansiedade quando um
trem está passando por um túnel.
Contrações súbitas das mãos e dos pés; dos tendões; das extremidades;
*
durante o calafrio; ao longo do corpo como tia CORELA
po vai levar até que esses estudantes possam vir a aprender Matéria Médica
conosco! Nós não desejamos montar uma escola de medicina; todo o resto pode
ser melhor ensinado em qualquer outro lugar, com apli cação e com professores de
primeira classe; mas Matéria Médica! Bom Deus! Não admira saber quantos
médicos já “perderam sua fé na medicina”.
* * * * *
NASH dá um caso de mania aguda, curada com Stramonium. “Uma moça com
aproximadamente 30 anos, super aquecida por andar ao sol, durante uma
excursão. Membro da Igreja Presbiteriana, mas imaginava estar perdida e me
chamou durante seis manhãs sucessivas para vê-la morrer. Perdida, perdida,
perdida, eternamente perdida, era seu tema, pedindo ao pastor, ao médico, a todos
para rezarem por ela e com ela. Falava dia e noite sobre isso. Eu tive que fechá -la
cm seu quarto sozinha, pois senão não iria dormir e também não deixaria
ninguém dormir.
“Ela imaginava que sua cabeça era tão grande quanto um alqueire e me
obrigou a examinar suas pernas, que ela insistia serem maiores do que uma igreja.
Após tratá-la durante várias semanas com Glon., Lach., Nat. carb. e outros
remédios tomando a causa como base da prescrição, sem a menor melhora de seu
estado, eu lhe dei Stramonium, que cobria seus sintomas e em vinte e quatro horas
havia desaparecido qualquer vestígio daquela mania . Ela estava para ser enviada
para o Asilo Utica”. (Nash deu a ela a sexta potência).
r \
SULPHUR
V )
348
SULPHUR 349
mente, sem ordem. Sulphur parece produzir esse estado de desordem, de sujeira,
‘não se importa com a forma comoas coisas se encaminham\ e 4im estadcTcíe
egoísma ETe se tõrnã”um falso filósofo, desapontado^por quê~omundo
líão^õ~ccm5rdera o maior horTreínda terra. . . . Ele veste a ntcsmâ-eanrisa
duiaírtenrtíúTfas^iSmàrTa^r^è nãòTtvésse^uma esposa, ele vestiria a mesma
camisa até que ela 'caísse' dele.” (Tem-se visto com triunfo como uma dose ou
duas de Sulphur, em tal paciente, tem produzido uma “camisa limpa!” ) “Limpeza
não é uma grande idéia para o paciente Sulphur,” diz Kent. “Sulvhur raramente é
indicado para pessoas limpas, mas é comumente indicadojpara aguelas que
naZrsifuicomodam eòm a
sujeira ----- A cnàrtça'3«7^^ secreçoe^cBtErrfais peíolianz e
oHíÕsTefc., e asTnãésTfirãO que a criança cume as‘süer eçõ-esrrhxTrariz. ...
IsS5~e pecuííãrT^porqueo pacteTiTe Sulp/uTr16-sitpermsüT[Sívèl~ãlJdor de sujeira",
mas quanto as próprias substâncias sujas, ele as comerá e engo lirá. Elgj:em
odor^de^ sujeira, e este o nauseia. Ele imagina que sente certos cheiros.... As
secreções são não somCntc malcheirosas mas também escoriantes. As fezes e a
secreção nasal escoriam, queimam e esfolam a região correspondente.
Furúnculos - supurações - abscessos - erupções, mas sempre com queimação. A
queimação percorre Sulphur. Queimação na sola dos pés, na palma das mãos, no
topo da cabeça. Piora pelo calor da cama. Transtornos de aparecimento noturno
são uma característica.” E assim por diante por muitas páginas.
Sulphur tem algumas sensações estranhas, talvez nem sempre combinem entre
si, mas são úteis para a prescrição quando elas ocorrem. Uma bandagem apertada
em volta da testa; como se a cama fosse muito pequena para ele; como se
estivesse balançando, ou como se estivesse em um chão ondulante. Pressão no
topo da cabeça, como se o cérebro estivesse batendo contra o crânio; comose a
cabeça fosg^Tgxplodir. Como se o escalpo estivesse solto; como se os olhos
tivessem sido perfurados; como se os sons não entrassem pelos ouvidos mas pela
testa; como se houvesse uma massa ou cabelo na garganta; intestinos como em
nós; como se o intestino fosse muito fraco para reter seu conteúdo; como se
houvesse um cubo de gelo no peito; como se o peito fosse rebentar ao tossir ou
ao respirar profundamente; como se um camundongo corresse nos braços e nas
costas. (Veja Cale.) E muitas outras. Sertsação de um rebite através do
terço superior do pulmão esquerdo indo para a escápula _______
Sulplmrtem também algumas mentalidades estranhas. Como GUERNSEY a
coloca, ‘^lusõ^fãntasticasdomtelecto, especialmente se ^a pessoa
ti^nsformã~tudÕ~êm belezay^omo umTvelho trãpo ou bastão lhe parecem ser
uma bela peça de artesanato - o paciente ímágina que tudo tem mnTffpãrencia
bonita. Deseja tocar em alguma coisa”... tem-se esse sintoma emenanças, mas os
médicos talHam em encontrá -^ ~” -
Sulphur éum "dos remédios que tem periodiçiãtvde. Dores na cabeça,
352 SULPHUR
por exemplo, a cada sete dias, a cada quatorze dias; “uma neuralgia pe riódica,
intermitente, com agravação a cada 24 horas, geralmente ao meio-dia ou à meia-
noite.” Diarréia às 5:00.
O paciente Sulphur odeia ou piora com o banho, e apesar de ser um “paciente
quente” piora com o tempo úmido ou frio e úmido.
Sulphur tem uma grande reputação para resolver estados agudos que tardam a
curar-se: pneumonias - exsudações em sacos serosos, que seguem-se a
inflamações (como efusões pleurais - que nós temos visto). Doenças que
continuamente apresentam recaídas (Tub.). Mas, em um “paciente Sulphur”.
A propósito, em intoxicações, Sulphur tem produzido convulsões, e é um dos
primeiros medicamentos a se pensar para a epilepsia - em um paciente Sulphur,
ou quando o paciente tem uma erupção como a de Sulphur.
Quando se começa a “desvendar” seu próprio caso, parece que Sulphur deve,
sempre ser usado, tão constante é o seu aparecimento nas diver sas rubricas, mas
não é o caso. Seus sintomas são bem definidos e muito marcantes; ele tem o seu
próprio lugar e efeito; e sempre vem, como nós dissemos, para clarear quadros
difíceis, e aqueles que não apresentam uma resposta satisfatória - em um
paciente Sulphur.
Para fazer um trabalho rápido e ao mesmo tempo confiável no atendi mento
ambulatorial, onde os pacientes se aglomeram e onde eles devem ser
considerados como indivíduos, e não como essa ou aquela doença, e tratados
conformemente, deve-se saber os vários retratos medicamentosos de Sulphur -
Sepia - Lycopodium e uma dúzia de outros remédios comuns, de doenças comuns,
na ponta da língua. E quando você sabe de cor um ou dois dos pequenos quadros
medicamentosos de Sulphur e prescreve Sulphur corretamente, é surpreendente
quanto tempo ele manterá bem seu paciente - i.e. um paciente crônico. Muitos
desses pacientes retornam somente depois de muitos meses pedindo pelo
“medicamento que você me dá, que sempre me faz sentir bem”. Sepia é outro
desses medicamentos de sintomas bastante definidos, fácil de se reconhecer; e
quando se olha para as anotações do paciente, e se vê Sepia registrada nestas,
quase sempre se sabe que o paciente dirá, “Muito melhor!” e que demorará
muito tempo até que seja necessária a repetição da droga.
Deve-se perdoar se "arrancamos" sintomas dos “pacientes ambulato- riais”
tão freqüentemente, mas o trabalho contínuo e pesado com pacientes externos
por pelo menos trinta anos imprime certas coisas na consciência.
Há alguns anos atrás nós enviamos um material para a Sociedade
Homeopática Britânica sobre “RETRATOS MEDICAMENTOSOS” que ainda
continua em forma de panfleto. Aquele pequeno artigo foi tão »>«**•«* nu<»
nrrv;<;#M7uíK<emos com a elaboração
SULPHUR ’ 353 (
de tais retratos, que isto levou aos presentes esforços neste mesmo sen -
tido. E os pequenos quadros de Sulphur naquele material - que só tòmava ^
uma página - são tão concisos que somos levados a reproduzi-los aqui. {
Sulphur tem sido chamado de o “filósofo esfarrapado”.
Uma pessoa argumentativa e coifTa^abeça eTfmbros encurvados para '
a frente, que está sempre à procura de uma cadeira para se deixar cair. (
Desordenado, desleixado. ^
Cabelos sem brilho, ásperos, rebeldes, como seu dono; não obediente
às convenções. ^
Esfomeado antes das refeições: esfomeado às 11:00.
Come qualquer coisa.
Tem desejo de gordura. (Sulphur é a única droga QUENTE que tem*~D^' y*-
desejo de gordura). "
Intolerante à roupa, à roupa de flanela em contato com a pele. (
Diarrcia matutina; mas, depois disso, não a apresenta mais pelo resto
do dia. ^
\ Um aspecto curioso da mentalislaíigjlouSj^aZiu^-é-a admiração-palo (^
) quejnão^Lâdipiwt^ Farrapos podem lhe parecer bonitos. Extasia-se^^^^-
\ cOTrfcoisas as quais as pessoas normais não vêm nada o que admirar.
\ Sulphur existe em todos os tecidos do corpo: não existe nada que Sul-
\phiir não possa ajudar, EM UM PACIENTE SULPHUR. í
(*EÕ~maior dos pftlícrestos"
(
Atua também em mulheres idosas com ondas de calor. (
Jogam fora as roupas dc cama.
(
Famintas às 11:00.
Colocam os pés, cujas solas queimam, para fora da cama à noite para \
resfriá-los. (CHAM., MED., PULS. e um ou dois outros mais provocam ^
essa sensação tanibém). '
Alegria e orgulho tolos, pensa que tem a posse de coisas belas; mesmo
trapos lhe parecem belos.
Indisposto a tiido, trabalho, prazer, conversar ou se movimentar; in-
dolência mental e física.
Humor melancólico; fica meditando sobre assuntos religiosos ou
filosóficos; ansiedade sobre a salvação da alma; indiferença com relação
aos outros.
Muito preguiçoso para se levantar, e muito infeliz para viver.
Hipocondria após supressão de erupção.
Medo de ser banhado (em crianças).
Queimação na URETRA
Prurido n a uretra.
Tanto a urina como as fezes provocam dornas partes sobre as quais elas passam.
Respiração curta: e opressão ao flexionar os braços para trás; por falar muito;
ao andar ao ar livre; ao anoitecer na cama.
Sente-se sufocado; quer as portas e janelas bem abertas; particularmente à noite.
Opressão, peso epressão no PEITO.
Queimação no peito, que sobe para o rosto.
Dortironeante no lado esquerdo do peito que atravessa para as costas.
Pontadas através do peito, estendendo-se para a escápula esquerda; pior deitado
de costas e durante o menor movimento.
Congestão de sangue no peito.
Pleutisia: (depois de A CON.) forma plástica, aguda.
Dor na região lombar: não podia andar ereto, era obrigado a andar curvado;
violenta somente ao dobrar-se para a frente, tensiva como se tudo estivesse muito curto;
ao levantar-se de uma cadeira; dormordente; depois de levantar coisas pesadas e pegar
friagem ao mesmo tempo; dor violenta também no cóccix, como se contundido;
sensação de fadiga, como se contundido; pontadas.
Curvatura da espinha dorsal, amolecimento das vértebras.
Excessivamente sensível ao ar livre e não que tomar banho; muito inclinado a ficar
resfriado.
Não anda deforma ereta; inclina-se para a frente e curva-se andando ou sentado;
ficar de pééa posição mais desagradável.
DESCARGAS acres por todos os orifícios do corpo, escoriando a pele onde quer
que entrem em contato.
CONGESTÃO em partes isoladas; olhos, nariz, peito, abdome, braços, pemas, etc.
COCEIRA* por todo o corpo; o local fica dolorido depois de coçar; ou sangra e
fica ferido depois de coçar; em diversas partes, desaparecem depois de coçar; às vezes
seguida depicação e queimação;por todo o corpo, voltando a ocorrer toda noite na
cama; mordente nas nádegas; violenta nas coxas
360 SULPHUR
e pemas, à noite; nos joelhos; nos dedos dos pés; de dedos dos pés após terem ficado
gelados; à noite, no calor da cama, ora num lugar, ora noutro, especialmente na nuca;
nas palmas das mãos, às vezes picando, queimando; é obrigado a esfregá-las, após o
que elas ardem; nas costas das mãos; sobrancelhas; no abdome, à noite; no escroto; na
face interna das coxas; nas axilas e dobra dos joelhos; como se houvesse algo vivo por
baixo da pele; como se um verme estivesse andando para lá e para cá; piorà noite e de
manhã, na cama, depois de acordar; acima da sobrancelha esquerda; externamente nas
orelhas e nariz; no queixo; no pescoço; no peito; em um eczema antigo, é obrigado a
coçar até que sangre.
QUEIMAÇÃO na pele do corpo todo.
FORMIGAMENTO da pele no corpo todo.
Coceira voluptuosa; o ato de coçar a alivia; queimação; às vezes pequenas
vesículas.
Dor após coçar-se violentamente, adonnecimento da pele, inchaço da pele e mesmo
ulceração.
Urticária; com febre; no rosto, braços, pescoço e nas extremidades inferiores; nas
costas das mãos.
Urticáriapruriginosa sobre o corpo todo, mãos epés.
Furúnculos.
Pele áspera, descamante, coberta de crostas.
/ Irritação nas dobras da pele.
^^^Cpmedões; poros da pele pretos, particularmente no rosto.
)
UM dos inestimáveis remédios para “os que sofrem fraturas e contusões”
éSymphytum - Confrei: “Consolidador Ósseo”, “Erva de Cicatrização”.
Para acidentes, hemorragias e contusões, nós temos um grande número de
remédios de valor inestimável; sendo que nenhum deles será útil em todo e
qualquer caso, seja em forma de tintura diluída ou recém- obtida e preparada em
infusão, especialmente em sua própria estação, onde está no ápice do crescimento
e intensidade do poder de cura. Cada um difere dos outros em sua relação com os
vários tecidos afetados.
Pode ser útil apresentar os aspectos marcantes de alguns dos mais comuns
destas dádivas de Deus para a dor e incapacidade física.
Amica montaria, cujo próprio nome enfatiza seu habitat e funções. Ela é o
“Fall-krout” das montanhas: e é especialmente valiosa para a repa ração de
“partes moles”.
Sua grande ação é sobre o sangue e vasos sanguíneos.
Ela é inestimável por combater os efeitos de choque, tanto mental como
físico, e abalos; além daqueles de esforço excessivo, extenuação e entorses.
Amica é toda dolorida e muito sensível ao toque, tanto que fica ater rorizada
só com o fato de alguém aproximar-se.
Ela é sempre usada internamente; também pode ser externamente, contanto
que a pele não esteja rompida; nesse caso ela tem uma terrível reputação por
provocar inflamação de natureza erisipelatosa. Nesse caso é mais seguro
empregar, externamente, algum dos outros medicamentos.
Hypericum, os nervos.
Ela é também preciosa pelos seus efeitos nas mamas, quando persis tem
endurações depois de uma pancada.
Mas você dirá que existe uma igualdade nas indicações de todas essas ervas
para contusão. Felizmente! porque pode ser possível usar uma òu outra, mas não
sempre aquela que nos agrada como sendo o agente cura tivo mais adequado.
Dr. Robert Cooper, em seu Cases of Serious Disease Saved from Ope- ration, dá
vários dos triunfos do Confrei (Symphytum). Nós estamos dispostos a reproduzir
um desses casos in extenso, sendo de especial interesse, pois foi confirmado pelo
então Presidente do Royal College of Sur- geons na Irlanda - uma testemunha
não simpatizante e incrédula.
firme e lobulado, mas não se rompia. Dr. Woods relatou-me o resultado desta
visita e nós concordamos quanto ao prognóstico. No começo de Outubro o
paciente entrou em meu consultório, depois de uma visita ao Dr. Woods. Ele
parecia melhor de saúde do que jamais o tinha visto. O tumor tinha desaparecido
completamente do rosto e eu não podia identificar qualquer vestígio dele na
boca. Ele disse que não sentia nenhuma dor de qualquer tipo. Ele podia falar
bem quando a abertura remanescente da remoção do palato duro ficava tampada,
e ele estava na cidade para que fosse feito um obturador. Desde então foi para
casa aparentemente bem. Ele me disse que tinha aplicado cataplasmas de raiz de
confrei e que o inchaço gradualmente foi desaparecendo. Bem, esse era um caso
em que nenhum de nós tinha qualquer dúvida e nossa primeira opinião foi
confirmada pelo distinto patologista que eu mencionei, e por nossa própria ob-
servação no momento da operação principal. Aqui, então, foi uma outra
surpresa. Eu estou convencido que o crescimento era maligno e de um tipo
grave. Nós sabemos que na história de alguns tumores o crescimento é demorado
e que a recorrência do sarcoma é freqüentemente tardia. Mas este é um caso em
que a recorrência ocorreu duas vezes - a segunda vez em um grau extremo e,
ainda assim, este tumor recorrente tinha desaparecido. O que produziu esta
atrofia e desaparecimento? Eu não sei. Eu não sei nada sobre os efeitos da raiz
de confrei, mas eu não acredito que ela possa remover um tumor sarcomatoso. É
claro que o tempo que decorreu é muito curto; mas o fato de que este grande
tumor recorrente não exista mais - que ele não ulcerou ou caiu, mas que
simplesmente com o revestimento intato ele desapareceu - é para mim uma das
maiores surpresas e enigmas que eu já encontrei.”
Dr. Cooper acrescenta: O bom senso do Dr. Thompson o leva a uma
oposição direta à sua própria observação; se as investigações em outros
departamentos do conhecimento humano fossem agir de forma seme lhante,
haveria pouco conhecimento humano dignos de importância. O apelo ao bom
senso é freqüentemente testemunha de seu destronamento.
Dr. Cooper nos dá mais um caso instrutivo de Symphytum; este também
registrado incredulamente pela Velha Escola...
Ele diz: “Cento e vinte anos antes do Dr. Thompson ter escrito sobre este
assunto, nós encontramos o então grande mestre da arte cirúrgica, o Sr. Percivall
Pott, referindo-se num tom igualmente cético à ação da raiz de confrei, em seu
famoso artigo sobre ‘A Paralisia dos Membros Inferiores’, em conexão com
curvatura da coluna dorsal. Era um caso no qual o Sr. Pott tinha diagnosticado
doença óssea da coluna e tinha aplicado um sedenho. Algumas semanas depois
ele encontrou o paciente andando pela rua perfeitamente bem. O paciente tinha
usado a raiz de confrei e cola de peixe, o que, em sua inocência, pensava tê -lo
curado, mas o Sr. Pott não tinha usado nada disso. Poderia ser o pró prio sedenho
o agente
SYMPHYTUM 365
* ****
Dr. Oscar Hanson, em seu Therapeutics o/Rare Homeopathic Reme- dies, dá as
indicações de Symphytum , assim:
Traumas ósseos. Não consolidação de fraturas (Cale. phos.). Coto
hipersensível depois de operação. Hipersensibílidade do osso no ponto da fratura.
Abscesso do psoas por doenças das vértebras. Inflamação do osso maxilar
inferior. Periostite traumática. Ferimentos penetrantes no periósteo e ossos.
r 'N
366
TARENTULA HISPANM E CUBENSIS 367
* ****
Muitas das nossas Matérias Médicas mais consultadas têm se esqui vado de
comentar Tarentida; mas CLARKE tem muita coisa interessante a dizer sobre a
droga.
Resumindo, ele diz que o “Tarantismo” é uma mania dançante que aparece
em pessoas mordidas pela Tarentula, ou que imaginam ter sido mordidas. A cura é
a música e a dança. E ele cita casos marcantes de tais curas, que mostram os
aspectos cardinais da Tarentula: inchaço vermelho escuro ou purpúreo da pele e
tecidos. Movimentos coréicos; inquietação; aparente asfixia iminente: alívio pela
música, que primeiro excita, depois alivia;periodicidade - retomo dos sintomas
anualmente na data da picada.
A inquietude é particularmente observável nas extremidades inferiores; com
desejo de chorar; deve se manter em movimento, apesar de que o andar agrava
todos os sintomas ... Muitos dos sintomas mentais, “que quase esgotam a
variação mulliforme da histeria”, estavam em conexão com desordens sexuais.
%****
NASH diz que este veneno de aranha tem, como outros venenos de aranha,
muitos sintomas nervosos positivos. Ela age no útero, ovários e nos órgãos
sexuais femininos em geral. “Em casos de hiperestesia ou congestão destes
órgãos, que desencadeiam um estado histérico geral, estados simulando
neurastenia espinhal, costas doloridas e sensíveis, in quietação excessiva e
impressionabilidade a excitações, principalmente a música ... Espasmos e
contrações musculares em conjunção com outros problemas, devem sempre trazer
à mente este remédio”. “Este remédio não é compreendido tão completamente
como deveria”.
* * * * *
FARRINGTON diz: O local que foi picado fica inchado e com a cor alterada,
os gânglios linfáticos aumentam de tamanho. Pelo transporte do veneno ao
pescoço, o tecido celular no local é afetado, surgindo um incha ço de cor
vermelha escura ou purpúrea. A sufocação parece ser iminente, quando então
aparece a epistaxe, com coágulos escuros, que alivia os sin tomas. O indício de
congestão cerebral ó dado pelas artérias carótidas com pulsações violentas; mas,
junto com tudo isso, há uma coloração
368 TARENTULA HISPANIA E CÜBENSIS
HISTERIA.
Grande excitação causada pela música; uma hora depois disso, uma
transpiração global e copiosa.
Acessos de insanidade; bate a cabeça, puxa os cabelos; queixa -se; ameaça,
arranha-se; inquietação; suas roupas a incomodam; pernas inquietas; palavras
ameaçadoras de destruição e morte: sai do ataque com uma dor de cabeça
intensa; olhos bem abertos e fixos.
Vê pequenas figuras flutuando diante de seus olhos.
Histeria com eructações amargas.
Eles cantam, dançam, choram; alegria extrema.
Histeria jocosa e lasciva; tinha que ser contida à força.
Visões de monstros, animais, que o assustam; de várias coisas que não estão
presentes, de rostos, insetos, fantasmas.
Fingiu paroxismos; finge desmaio e insensibilidade; olha para os lados para
observar a reação daqueles que estão à sua volta.
Taciturno, irritável; quer bater nele mesmo e nos outros.
Extrema disposição a rir e a brincar.
Ri, corre, dança, gesticula; canta até ficar rouco e exausto.
Tristeza, mágoa e depressão moral são os sintomas mais constantes da
TARENTULA HISPANLí E CUBENSIS 369
KENT, que não tem um texto sobre Tarentula, cita um caso exemplificando
uma fase de sua ação: “Rolar de um lado para o outro para aliviara angústia é uma
característica de Tarentula. Um homem com constipação inveterada, que tinha
usado remédios até que eles não mais faziam efeito, foi encorajado pela sua filha
a esperar o funcionamento ulterior do intestino até que o remédio adequado
pudesse ser reconhecido, como aconselhado pelo médico. Em sua angústia ele
rolava de um lado para o outro na cama, gritando de dor - ‘Oh! Meu Deusí’.
Tarentula o acalmou. Dois dias depois ele teve uma evacuação normal e, depois
disso, não teve mais dificuldade para evacuar.”
New Remedies, etc.
* ****
1912. 14 de Março. Senhorita P., uma moça delicada de 18 anos, alta e magra, de
tez amarelada, trazida para tratamento dois meses antes de sua formatura no
colégio; evidentemente tinha se esforçado demais nos estudos. Dor de cabeça
intensa na semana anterior; frontal e occipital; au- menta depois de estudar e ao
andar. Dor atrás dos olhos. Ao anoitecer sente-se pior de uma forma global.
Sensível ao frio. Muito irritável. Tosse freqüentemente, pior quando quieta.
Melhor em um quarto aquecido. Desejo de coisas doces. Transpiração escassa.
Depois de estudar cuidadosamente o caso com um repertório, dei Sepia 200. O
resultado foi esplêndido. Ela não teve mais problemas até Outubro, quando ao
cavalgar, o cavalo disparou e ela ficou amedrontada, apesar de não ter se ferido.
12 de Dezembro. Amenorréia. Perda de apetite. Constipação. Muito fr iorenta,
mas sente mais frio em uma sala fechada. Zangada e difícil de se lidar, piora com
o calor; piora com o frio; melhora quando sossegada. Dor de cabeça ao despertar.
Deseja o frio. Sensação de peso no estômago depois de comer. Como Sepia tinha
feito bem antes, dei novamente Sepia. Como o remédio não funcionou à contento
da família, ela não voltou para uma segunda prescrição, mas foi a um médico da
velha escola. Com o auxílio de um osteopata, ele a tratou de amenorréia até
meados de Fe- vereiro^de 1913. Sob o tratamento osteopático e alopático ela
ficou muito nervosa, pálida e inquieta, emagrecendo de 46kg para 35kg. O alopata
a aconselhou a ir para o oeste para melhorar sua saúde. O osteopata disse que ela
estava quase insana. Ela foi levada para a cidade de Iowa para ver um especialista
em problemas nervosos. Ele afirmou que ela estava em bom estado, mas disse que
deveria comer para ganhar alguma energia. De início ela se recusava a comer. Ele
lhe deu fortes estimulantes estomacais, semelhantes àqueles que ela tinha estado
tomando, mas no quarto dia de tratamento ela ficou tão intratável que eu fui
novamente chamado. Eu aceitei o caso somente com a condição de poder pedir a
ajuda do Dr. W.
G. Allen, de Barnes City, que eu sabia sei* um médico homeopata cuidadoso,
com quem eu me sentia seguro da possibilidade de curar a menina.
372 TARENTULA HISPANIA E CUBENSIS
Incontrolável. A família não podia fazer nada com ela. Exaltada; inquieta. Queria
tudo em movimento. Tocou o gato de debaixo do fogão; “Eu não suporto ver a
preguiça”. Ordenou a seu padrasto que este corresse em volta da casa e não se
sentasse o dia todo. Ela eslava determinada a fazer todo o trabalho, mas todos
deviam se movimentar, e rapidamente. Insistiu em servir a refeiçã o; enchia os
pratos, mas ela mesma não comia nada; tinha medo de ficar gorda. Apressada;
andava rapidamente; devia estar ativa a todo o momento; pegou os livros da
escola e começou a estudar física e geometria; forçou seu professor de música a
dar-lhe lições; praticava piano durante horas. Zangada, detestável; párecia
“possuída pelo diabo”. Dormir era impossível; não ia para a cama antes da meia -
noite; não queria ter hora para ir para a cama. Nunca estava cansada; sentia -se
constantemente “excitada”. Não podia relaxar. Aversão ao cheiro de carne.
Friorenta; sensível ao frio. Inclinação constante a chorar; chora muito. Desejo de
sal; colocava uma grande quantidade de sal em qualquer porção de comida que
comesse. Desejava e comia muitas balas de chocolate. Tomava suco puro de
limão “para manter o peso”. Sangramento nasal vermelho vivo, da narina direita.
Pele amarelada. “Língua como morango”. Albumina em abundância na urina.
Pulso 67, temperatura 35.8, quando em pé; tão logo se sentava o pulso caía para
60. Através de nosso estudo do caso com o repertório, a escolha parecia estar
entre Nainun mur. c Sulph., mas a escolha foi difícil.
Sulph. 200 foi o escolhido. Este fez pouco por ela; ele parecia meramente não
deixar o caso piorar, mas ela não teve melhora. Como Dr. Al- len foi chamado em
Rochester, eu temi sua partida, mas ele estava feliz em ir-se. Depois de alguns
dias dei Natnun mur. 200, pois Sulph. parecia ter sido quase que inútil. O caso
continuou imutável. Ela continuava a “fazer tudo correndo” de manhã até a meia-
noite. Recusava-se a comer. Era terrível viver com ela. Tinha medo de engordar,
apesar de somente pesar 30kg e era terrível de se olhar. Novamente ao estudar o
caso, começando com a rubrica RECUSA-SE A COMER, Ars. alb. aparecia em
todos os sintomas. DciArs. 200. Ele dissipou sua inquietação, aqueceu-a e a
ajudou. Depois de alguns dias ela piorou novamente. Ao relatar o caso ao Dr.
Kent, seu telegrama logo chegou em resposta: “Dê à paciente Tarentula hisp.
lOm.” Este correspondia exatamente ao quadro e eu não o tinha visto, mesmo
sendo óbvio!
Após Tarentula hisp. em três horas seu estado estava completamente mudado.
Em vez de mandar sua mãe para fora do quarto, não deixando-a tocá-la, ela
queria ficar com a mãe todo minuto, como faria qualquer outra criança doente.
Completamente relaxada, ela estava uma pessoa totalmente diferente. Uma
melhora gradual a partir da dose de Tarent. As mãos e pés ficaram muito secos e
descamantes aproximadamente quatro semanas depois de começar com Tarentula.
Depois de cinco semanas Dr.
TARENTULA HISPANbi E CUBENSIS 373
TARENTULA CUBENSIS
* * * * ale
KENT, em seu New Remedies, dá um caso mostrando a poderosa ação de
Tarentula cubensis em um caso de carbúnculo na nuca.
Uma senhora, de aproximadamente 30 anos de idade, sofria enormemente
devido a um carbúnculo em sua nuca. Ela tinha aplicado miiitos re médios caseiros
e não tinha obtido alívio. A tumefação parecia tender a supurar. Estava azulada e a
dor era intensa, cortante como faca e ardente.
.. — . A / Ai V X/T JLir V>- C/ Í3Í1>/V ò / Ò
♦ ****
Com relação a Tarentula cubensis, Dr. Oscar Hansen, de Copenha- gen, em seu
Textbook of Rare Homeopathic Remedies, escreve: “Terapêutica. Gangrena.
Carbúnculo, mesmo estando este flutuante, com grande prostração e diarréia,
febre intermitente com exacerbação ao anoitecer. Age de forma mágica nas dores
em queimação e em pontada mais terríveis, neste caso. Uma cor purpúrea do
local, junto com as dores acima é característico do remédio. (Se compara a
Lachesis, Anthracinum, Silicea). Recomendada no último estágio de tuberculose
pulmonar. Difteria, de caráter maligno, membrana de cor eí.cura, hálito fétido,
febre séptica. Febre tifóide, fezes escuras e fétidas, grande prostração”.
Nossos compêndios de Matéria Médica têm tão pouco a dizer sobre Tarentula
- tanto a Espanhola como a Cubana, que pode ser útil citar uma discussão nos
Estados Unidos, em um artigo entitulado “ Tarentula em Meningite” pelo Dr.
Neiswandler (Ohio) que apareceu há algum tempo no Homeopathic Recorder. Neste
nós aprendemos muito sobre Tarentula cubensis, conhecimento de que estamos
ávidos, pois é um remcdio bastante potente, especialmente em estados sépticos, e
porque há muito pouco material sobre este em nossos compêndios para ser
aprendido.
A propósito, o artigo “ Tarentula em Meningite” do Dr. Neiswandler era sobre
zHispania. Mas o que o Dr. Roberls tem a dizer com relação à origem da cubensis
é do maior interesse. Ele diz que nós não temos aqui somente a Tarentida Cubana,
mas a Tarentula Cubana putrefata; o que nos dá, ele sugere, não somente o
temperamento e os sintomas mentais de Tarentula, mas o elemento séptico dà aranha
decomposta. Soa desagradável?... mas ela funciona. E se equipara, em parte a
Pyrogeniunt, “obtido da vala” como dizem, de carne podre. Eles têm poderes de
combater estados sépticos similares e são drogas da maior importância e valor.
Nós
TARENTULA HISPANM £ CUBENSIS 375
hispania e Tarentula cubensis, e as nossas potências mais altas foram feitas a partir
daquela matéria-prima. Isto é digno de consideração, por que ali você tem a
mentalidade de Tarentula hispania e o estado séptico de Tarentula cubensis.
DR. FARRINGTON diz: Seria interessante reexperimentar um espécime
fresco de Tarentula cubensis. Pode-se dizer que é uma deficiência em nossa matéria
médica e seus experimentos o fato de que evidentemente não obtivemos os
sintomas reais de Tarentula cubensis. Talvez resultasse em uma reprodução daquilo
que obtivemos em Tarentula hispania.
DR. FARRINGTON: Provavelmente o acidente nos deu um novo remédio que
de outra maneira jamais teríamos, asim como um acidente nos deu Causticum, pois
esta é uma substância composta, a tinctura acris kali de Hahnemann, que não pode
ser encontrada em nenhuma farma- copéia, exceto a Homeopática...
Há alguns anos atrás eu relatei um caso a esta associação, de um jovem de
dezoito anos que pensava-se estar com demência precoce e que foi curado por
Tarentula; e seus sintomas e comportamento geral eram exatamente como Dr.
Roberts tinha descrito. Ele se atirava colérico sobre algo e jogava o que quer que
estivesse em suas mãos ou que pudesse alcançar. Ele quase matou sua mãe com
um jarro grande. Ela achoú ruim alguma coisa que ele tinha feito ou dito, e ele
atirou o jarro nela mas não acertou, atingindo um espelho enorme que ficou em
pedacinhos.
Um outro sintoma interessante de Tarentula ocorre no coração. Diversos
sintomas cardíacos que você conhece, repentinos e violentos e, em algumas de
nossas matérias médicas, o estado que Tarentula produz e cura é chamado de
Dança de São Vito do coração.
Há muitos anos atrás eu fui chamado no meio da noite a South Bend, Indiana,
e encontrei um homem de quarenta e cinco anos de idade, pálido como morto,
amedrontado. Seu coração estava batendo rapidamente e ele pensava que iria
morrer; de fato, o médico que o examinou disse-lhe que tinha um sério problema
cardíaco e que não leria muito tempo de vida.
Eu examinei seu coração bastante cuidadosamente e não encontrei quaisquer
lesões, mas freqüentemente ele começava a pular, e daí o coração acompanhava
os movimentos, para cima e para baixo, e depois sossegava; e ele tinha uma
história prévia de diarréia e sintomas digestivos, particularmente do cólon, e eu
lenho que acrescentar, apesar de ter-lhe feito algumas perguntas, eu consegui
muito poucos sintomas além dos objetivos. Eu acho que o que eu disse a ele fez -
lhe tanto bem quanto o medicamento. Eu lhe disse que estava sofrendo de uma
auto-intoxicação e que não tinha qualquer doença cardíaca, e lhe dei uma dose de
Tarentula. Duas semanas depois ele estava de pé para me ver, aparentando saúde.
TARENTULA HISPANIA E CUBENSIS 377
TEREBINTHINA
(Óleo de Terebintina)
A língiia fica seca, com tensão abdominal; depois de limpá-la, fica seca novamente e
com aumento do timpanismo.
A língua não fica limpa de modo gradual, mas rapidamente e em grandes camadas,
começando do meio, deixando a língaa lisa e brilhante.
Prostração.
Púrpura hemorrágica.
Congestão e inflamação de vísceras; rins, bexiga, pulmões, intestinos e útero.
Ascitecom anasarca.
* ****
NASH cita, como suas principais indicações para o uso desta droga:
queimação e dor aguda ao urinar; urina vermelha, marrom, preta ou de aparência
esfumaçada.
Língua lisa, lustrosa, vermelha, com excessivo timpanismo (Tifóide).
Hemorragia de todos os orifícios, especialmente com problemas urinários ou
renais.
Ele diz que, como Berberis, Terebinth tem muita dor nas costas acompanhando
problemas no rim e bexiga. Pintores que trabalham expostos ao cheiro de
terebintina são freqüentemente muito afetados, tornando-se mesmo incapazes de
trabalhar em contato com esta.
Para queimação e ardor ao urinar, Terebintina se compara mais a Canth. ou
Canttabis do que a Berb— é um dos nossos melhores remédios anti-hemorrágicos.
Em hematúria, hemoptise c hemorragia intestinal, especialmente em febre tifóide,
e mesmo em púrpura hemorrágica ela pode trazer ura resultado esplêndido.
Umas das principais características para seu uso é a língua vermelha, lisa e
lustrosa ( CrotPyrog.); uma outra é o timpanismo excessivo. Estes dois sintomas
são freqüentemente encontrados na febre tifóide e, entáo, Terebinth. é o remédio
______________________ ”
* * * * *
FARRINGTON diz que Terebinthina é uma droga que tem sido bastante mal
usada pela velha escola de mediciha; por isso ela tem sido grandemente
negligenciada pelos homeopatas. Junto com a reação à concepção errônea dos
médicos da velha escola, nós freqüentemente fur- tamo-nos a avaliar a droga. Sua
principal ação é sobre os rins e bexiga. Quando você encontra uma metrite,
peritonite, febre tifóide ou escarlatina, ou de fato, qualquer doença séria e grave, com os
seguintes sintomas renais, Terebinthina surge como nosso remédio.
Dor surda na região dos rins, queimação nos rins, dores que se estendem dos
rins para os ureteres, queimação durante a micção, estrangúria, urina albuminosa
e, muito caracteristicamente, a urina é escura, nublada e com aparência
esfumaçada, como se ela contivesse sangue decomposto, o que é fato.
O estado patológico real dos rins neste çaso não é o da enfermidade de Bright
aguda, nem o de uma formação crupal nos rins, mas sim de uma congestão renal,
com exsudação de sangue dos rins para a pélvis renal. Quando os sintoma s
urinários acima estiverem presentes, você pode dar Terebinthina com confiança,
não importando qual possa ser a doença do paciente.
Terebinthina freqüentemente age poderosamente nas membranas mucosas. Ela
produz queimação nas vias aéreas, com expectoração fluida e muito difícil de
desprender.
* * * * *
UM A EXPERIMENTAÇÃO DE Terebinthina
Uma mulher tinha ficado com os pés doloridos por andar e aplicou terebintina
neles. Isto foi seguido por um estado como hidrofobia; ela tinha espasmos sempre
que via água ou quando a ouvia correr, ou ao ver um objeto brilhante; e também
sempre que tentava urinar. CLARKE. (Comp. Lyssin., Belladonna, Stramoniunt).
\
THERIDION
(Aranha da Laranja)
V
J
O veneno de uma aranha pequena e muito venenosa: encontrada nas laranjeiras da
índia Ocidental. Em adição ao seu habitat, ela tem pontos cor de laranja na parte
posterior do corpo e uma grande mancha quadrada amarela no abdome. A tintura
alcoólica é preparada a partir da aranha viva, esmagada.
Este remédio foi introduzido e experimentado por Hering em 1832. Ele é
interessante por causa de alguns sintomas muito peculiares.
Ele tem sido útil em vertigem; doenças da cabeça; tosse; irritação es pinhal;
histeria; e estados escrofulosos.
Os venenos de aranha são especialmente virulentos e observa-se que estes são
curativos em estados difíceis conhecidos como histeria, com sensibilidade
extraordinária e pervertida com relação a impressões externas. Nós já discutimos
aquela droga bastante importante, a Tarentiila, com sua intensa reação à música,
sua violência esubitaneidade.
Theridion reage mais particularmente ao barulho. Seu keynote é, “Todo som
parece penetrar no corpo todo, causando náusea e vertigem; todo som águdo
penetra nos dentes.”
Este é um dos remédios a ser pensado na doença de Ménière (Salicylic acidum).
Aqui, como no enjôo do mar, suas indicações peculiares são: Vertigem ao fechar
os olhos ; ou “quando eles fecham seus olhos para se livrarem do movimento do
barco, ficam com um enjôo mortal”.
Este veneno de aranha tem uma extrema sensibilidade nervosa.
Nós daremos resumos de experimentações, de alguns de seus SINTOMAS
RAROS, PECULIARES E NOTÁVEIS, que levam ao seu emprego bem sucedido
onde os sintomas correspondam.
SEMPRE QUE FECHA OS OLHOS, ela é tomada de náusea e vertigem; pior pelo
baralho, movimento, ao inclinar-se para frente.
Sente a CABEÇA tão densa como se esta fosse uma outra e estranha cabeça.
Náusea e vômito ao menor movimento, particularmente ao fechar os olhos.
VERTIGEM com náusea que leva ao vômito; pior ao inclinar-se para frente; ao
menor movimento; com qualquer barulho ou som; acompanhada de suor frio.
383
384 THERIDION
Dores nos OSSOS como se estivessem quebrados, como se eles fossem se partir.
* * * * *
BOERICKE diz: “. . . tem uma afinidade com a diátese tuberculosa os
barulhos parecem bater em pontos doloridos sobre o corpo. In
quieto; não encontra prazer em nada. O tempo passa muito rapidamente. Sensação
de picadas em todo lugar ”
Ele sugere a 30 a potência.
* * $ * £
Vxendion piora por BARULHO; toque; FECHANDO OS OLHOS
FECHADOS; ao menor movimento. Melhora pelo repouso e calor.
* * * * *
NASH escreve sobre Theridion: Existe um sintoma característico peculiar
neste remédio, que tem sido verificado por mim mesmo e por outros. “Vertigem
com náusea especialmente ao fechar os olhos” Allen indica - vertigem ao fechar os
olhos (Lach., Thuja), ao abri-los (Taba- cum), ao olhar para cima (Puls57/.), por
qualquer e mesmo pelo menor barulho; auricular ou labiríntico (doença de Ménière).
Novamente, “Todo som parece penetrar através do corpo todo, causando náusea e
vertigem.” Asarum tem um sintoma semelhante que é digno de se lembrar,
“Hipersensibilidade dos nervos, os ruídos do raspar do linho ou seda ou a crepitação
do papel são insuportáveis.” (Ferr., Tarax.).
Este tipo de vertigem ocorre em diferentes afecções da cabeça ou estômago e
Therid. cura o problema por inteiro quando este sintoma está presente
Um outro sintoma que parece ser bastante valioso em doenças do peito é, “a
dor corre através da parte superior esquerda do peito para o ombro.” (A tísica
florida tem sido curada, tendo este sintoma como guia, se dado precocemente).
Ele é semelhante aMyrtus communis, com o qual eu tenho ajudado muitos casos
que têm este sintoma local peculiar. (Sulphur, Pixliquida eAnisumstellatum também
o têm).
r
THUJA OCCIDENTAUS
(“Arbor Vitae”)
Arbor vitae! De fato a “Árvore da Vida, para a cura das nações!”, como nós
veremos.
Hahnemann diz que não foi feito nenhum uso médico sério desta planta “até
então”.
Ele diz que “os efeitos puros desta substância medicinal peculiarmen te
poderosa serão considerados pelo homeopata como uma grande adi ção ao seu
tesouro medicinal para algumas das mais sérias doenças da humanidade, para as
quais até agora não existe remédio.” Ele a especifica como “o único remédio
eficaz” para verrugas em forma de figo e gonor- réia. Ele usou a 30 a potência e
depois descobriu que na 60 a potência, “ela ainda não havia perdido a força*, mas
pelo contrário ficava ainda mais intensamente carregada com a virtude medicinal
de Thuja”.
Thuja produz dores de cabeça e neuralgias intensas. Ela afeta espe cialmente a
têmpora esquerda. Sua dor característica é uma “sensação de um prego sendo
enfiado na cabeça”.
Ela afeta os rins provocando micção freqüente e todos os tipos de uri na
patológica, incluindo açúcar e também urina como água (Ign.). Ela tem uma
grande ação sobre o ânus e genitália: ânus fissurado, dolorido ao toque,
freqüentemente com verrugas, “às vezes com diversos condilomas ou tubérculos
mucosos, planos, úmidos em volta do ânus, especialmente em indivíduos
sicóticos.” Suor na genitália, mal cheiroso. Excrescências verrucosas e como
couve-flor no ânus e genitália. Ela apresenta a intensa dor nas costas da varíola,
para a qual tem se mostrado um remédio muito útil, sendo uma das drogas que
produz e cura erupções pustulares.
Que Thuja pode produzir verrugas, nós tivemos uma curiosa prova anos atrás.
Um dos nossos cavalos tinha algumas verrugas e cicatrizes, provavelmente de
verrugas que tinham sido cauterizadas em algum outro momento. Foi dado ao
cocheiro um pequeno frasco de Thuja 0, com instruções para colocar um pouco
dela dentro da água, para banhar as verrugas. Ele entendeu mal, colocou tudo
dentro da água de beber do cavalo, e
* Hahnemann começou com tinturas fortes e somente como a experiência mostrou, atingiu gradualmente a
“Poteneializaçáo”; quando verificou, como neste caso, que drogas em ex trema subdivisão, em vez de ficarem
sem força, tornam-se mais intensamente carregadas com suas virtudes curativas.
387
388 THUJA OCCIDENTAL1S
agora havia um grande número de exemplares das verrugas de Thuja, seu aspecto
e suas localizações mais típicas.
Um dos sintomas grafados em negrito de Hahnemann é: “Ao expor o corpo
ao ar quente, sente um estremecimento por todo o corpo. Calafrio com muito
bocejo, o ar quente lhe parece frio e o sol parece não ter o poder de aquecê -lo".
Thuja tem uma transpiração peculiar, oleosa, adocicada, fétida; e um estado
singular de “suorprofuso somente em partes descobertasIsto tem sugerido o uso
curativo de Thuja em diversas doenças e condições, relatadas de tempos em
tempos em nossa literatura.
Este foi o sintoma determinante num caso de miosite ossificante, onde trouxe
uma extraordinária mudança no caso e iniciou uma desossifícação.
Quanto ao mental, Thuja comete erros ao ler e escrever. Fala lentamente,
como se estivesse embaraçado com relação às palavras; apresenta “um pensar
prolongado sobre as coisas mais insignificantes”. Tem idéias fixas, como se o
corpo estivesse frágil e fosse facilmente se quebrar; ao andar sente como se as
pernas fossem feitas de madeira; como se um animal vivo estivesse dentro do
abdome (Croc.); como se estivesse sob a influência de uma força superior. Sono
inquieto com sonhos de: estar caindo de algum lugar alto, com pessoas mortas,
etc.
KENT descreve o típico paciente Thuja : aparência doentia, com o rosto
ceroso, que parece como se estivesse lambuzado de gordura.
A transpiração é peculiar: adocicada, forte, pungente.
Ele diz qucArsenicum é freqüentemente o remédio agudo e Thuja o crônico,
como por exemplo na asma; aqui, em casos onde Arsenicum parecia ser o remédio
mas que funciona somente como paliativo, Thuja ou Natrum sulph. completarão o
trabalho e curarão. E neste caso eles podem curar fazendo reaparecer uma
manifestação primitiva que tinha sido suprimida.
Ele descreve as excrescências verrucosas de Thuja como sendo moles,
carnudas e muito sensíveis; que queimam, coçacn e sangram facilmente pelo
atrito com a roupa. Excrescências como couve-flor na vagina, no colo uterino, no
ânus e membranas mucosas em geral.
"Herpes em qualquer parte do corpo, com excessivas dores neurálgi- cas....
“Thuja lidera todos os medicamentos para sintomas que aparecem pela supressão
de verrugas em figo.
“Este é um medicamento proeminentemente poderoso em casos onde você
tem na história uma picada de cobra, varíola ou vacinação.”
Mas pertence ao Dr. James Compton BURNETT, com sua teoria da
“Vacinose”, a honra de ter trazido Thuja para nossa prática diária. Ele costumava
dizer que Thuja lhe rendia 200 libras por ano.
CLARKE também reconhece sua ampla utilidade: “Todas as pessoas são
vacinadas e tomam chá,” ele costumava direr, “e Thuja é o grande
THUJA OCCIDENTALIS 389
riências encantadoras para relatar, que provam mais ainda sua afirmação.
Aqui estão, em resumo, alguns de seus casos ... Um bebê morrendo, pálido
como um morto, desfalecido, ficou doente repentinamente há poucas horas. Foi
descoberto que a (nova) ama-de-leite tinha sido recentemente vacinada no braço e
que este estava “um pouco dolorido”. Burnett ponderou o estranho caso e deu
Tfiuja 6 para ambos, bebê e ama. Resultado, o bebê na manhã seguinte estava
ainda pálido, mas praticamente bem, e as vesículas da vacina no braço da ama
tinham secado, completamente e não se tornaram pustulares. O bebê continuou
bem.
(Nós vimos uma vez um caso de doença muito severa depois de vaci nação em
um bebê; temperatura alta, erupção por todo o corpo, enquanto que a área da
vacinação estava no estágio de vesícula. Thuja curou prontamente o bebê, ele
estava praticamente bem no dia seguinte e não havia pustulação, nem cicatrizes.
Então, Thuja É UM ANTÍDOTO PARA VACINAÇÃO em seu estágio inicial,
agudo.)
Entre os casos de Burnett estão... Homem de meia idade: eczema por 20 anos
com uma enipção pustular na perna. O eczema datava de uma revacinação vinte
anos atrás. Thuja 30x o curou. As pústulas começaram a secar imediatamente, e o
paciente, “muito ocupado para vir ele mesmo”, mandou uma carta mais tarde
dizendo que sua pele estava boa.
Uma jovem, depois de revacinação, teve uma erupção no queixo, envolvendo o
lábio inferior. Ela tinha que usar um véu grosso para esconder a repulsiva
desfiguração. Thuja 30x a curou em quinze dias, não deixando qualquer
espessamento da pele ou cicatriz.
Neuralgia pós-orbital de vinte anos de duração-, mesmo uma boa homeopatia
tinha falhado em curá-la. Sua “existência era uma via crucis”. Ela chegou “em
completo desespero”. Burnett descobriu que ela tinha sido vacinada cinco ou seis
vezes e lhe deu Thuja 30x - que a curou. A neuralgia desapareceu lentamente.
Aproximadamente seis semanas mais tarde ele foi capaz de relatar que “os olhos
estão bem”. Um ano depois ela lhe escreveu dizendo que estava vivendo com uma
saúde bem melhor, “e exceto por uma ou duas ameaças de retorno do inimigo, eu
tênho estado completamente livre de sofrimento”.
Dor de cabeça crônica de nove anos de duração. Ataques uma ou duas vezes por
semana. Muito intensa, dores de cabeça constritivas e explosi vas. Ele primeiro
deu Graphites, quando uma placa mole e vermelha apareceu acima do olho direito,
com duas ou três pústulas de ponta branca. Descobrindo depois que ela tinha sido
vacinada aos três meses, revacinada aos sete e quatorze anos, e tinha tido varíola
há aproximadamente dez anos, ele deu Thuja. Ela começou a melhorar, depois
ficou agudamente doente com febre, náusea e transpiração. Então brotaram pápu -
las no rosto e em diferentes partes do corpo, que se encheram de pus e de pois
desapareceram. Disseram que os sintomas lembravam aqueles de
itiUJA UCCIUENI A LIS 391
seu ataque de varíola. Não havia dores de cabeça antes deste ataque ocor rer e,
alguns anos depois, Burnett foi informado que a cura se confirmou. Não havia
mais dores de cabeça.
Ele relata casos de gânglios, alopécia em placas, influenza comum com mal-estar e
dores de cabeça, em que o paciente foi vacinado com sucesso quatro vezes; um
outro de acne no rosto e nariz, dermatite nasal, depois de revacinação sem
sucesso; um caso de rteuralgia do olho direito em um homem que, quando lhe
orientaram para uma revacinação parecia aterrorizado, “eu não gostaria de ser
vacinado novamente!”, porque sua última vacinação o tinha deixado muito doente
durante um mês; casos de alterações das unhas dos dedos da mão, de paresia
(vacinado seis ou sete vezes, e nunca pegou); de irritação espinhal, um caso grave
com náusea e incapacidade, tinha sido vacinado quatro vezes e uma quinta vez
não pegou; um caso de desenvolvimento interrompido e hemiparesia ; e vários outros
mostrando o amplo raio de ação de Thuja e seus surpreendentes poderes curativos;
sendo a indicação não tanto os sintomas presentes, para os quais Thuja pode ou
não ser cogitada, mas os sintomas da moléstia original, agora latente e crônica,
ofons et origo.
A “Vacinose” de Burnett torna-se facilmente compreensível ao voltar a
Hahnemann. Mesmo Burnett nunca parece ter alcançado a verdadeira essência da
questão, i.e. que a vacinação pode numa certa extensão proteger de, ou modificar
a varíola, porque o vacinado foi dotado com uma doença parasítica crônica similar, que
lhe confere, mais ou menos, imunidade àquela doença “semelhante”, a varíola.
Hahnemann nos diz que duas doenças similares não podem repelir uma à
outra; nem podem elas, como as doenças dissimilares, deter uma à outra; nem
podem duas doenças semelhantes existirem juntas no mesmo organismo, para
formar um complexo mórbido duplo.
Não, duas doenças (de tipos diferentes, mas bastante semelhantes nos
sintomas e efeitos) aniquilarão uma à outra quando se encontrarem no organismo;
a nova, de poder morbífico maior, por causa de sua semelhança, se apossará
precisamente das partes afetadas pela mais fraca, que é conseqüentemente
aniquilada; então a força vital permanece afetada, somente - e temporariamente -
pela nova influência morbífica.
Provavelmente a explicação moderna seria que para a doença crônica ser
mantida em suspenso, deve produzir mecanismos de proteção no corpo, que estão,
por isso, em estoque prontos para repelir o adversário “semelhante”.
O modo de infecção e a história subseqüente do vacinado atende aos
postulados de Hahnemann com relação àí. suas doenças parasíticas crôni cas:-
A infecção se estabelece em um momento.
Depois segue-se um período silencioso, até que todo o organismo es*
392 THUJA OCCIDENTALIS
tando afetado, reage vigorosamente e se esforça para mandar a doença para a pele,
no local de entrada da infecção.
Então, depois de uma reação mais ou menos violenta, o corpo pára de lutar e
se acomoda num tipo de tolerância latente, na qual o organismo, apesar de não
mais infectante, subsiste inofensivo, mas não morto, para influenciar
adversamente toda a história de vida de seu hospedeiro, junto com suas reações às
doenças e drogas; é de tal modo que as drogas, mesmo quando homeopaticamente
indicadas, tendo ajudado no início, ajudam menos e menos, e finalmente falham
em curar, porque não correspondem à causa básica do contínuo mal-estar do paciente.
A Vacinose de Burnett, um estado de um indefinido mal-estar crônico, toma
diferentes formas em diferentes indivíduos, de acordo com a constituição pessoal
de cada um: um se torna asmático, outro epiléptico, enquanto que outros
desenvolvem doenças estomacais ou articulares; e outros ainda, neuralgias ou
dores de cabeça que duram a vida toda. Tais casos são confusos e intrincados,
terrivelmente resistentes ao tratamento, e jamais são desvendados sem a chave
adequada - Thuja . . . THUJA, aquele maravilhoso antídoto para a vacinação,
tanto na sua forma aguda como crônica; naqueles que foram muitas vezes
vacinados, ou foram excessivamente afetados pela vacinação, ou ainda, naqueles em que
a vacina não “pegou”, i.e. nos que não houve reação aguda ao vírus inoculado.
Estes últimos, como nós mostramos, são, na v experiência de Burnett, os piores
casos.
Hahnemann nos dá somente 634 sintomas da Thuja, mas a droga foi
extensivamente experimentada desde seu tempo - freqüentemente em potência, e
a Encyclopedia de Allen dá não menos do que 3.370 sintomas (apontando, como
de costume, as autoridades relacionadas a cada sintoma).
Nestas últimas reexperimentações cuidadosas em cem pessoas de ambos os
sexos, nós descobrimos que Thuja causou, em pessoas sensíveis, condições sérias
tais como asma, convulsões epilépticas, nódulos nos seios; então ela não somente
cura, mas também deveria curar estas coisas, com ou sem a ‘Vacinose” de Burnett
para dar o voto decisivo. Thuja é também responsável pelas mais terríveis dores
de cabeça, por problemas de pele e tem determinado, reproduzido e curado
secreção uretral e outras. Alguns destes estados você não consegue tocar sem o
uso de Thuja.
Então o reumatismo gonorréico. Viu-se um caso de artrite reumatói- de
(gonorréico na origem?), onde Thuja fez maravilhas em aliviar as juntas e
restaurar a locomoção e força, quando outros remédios aparentemente indicados
falharam.
Clarke tem um artigo surpreendente sobre Thuja em seu Dictionary, digncí de
ser lido. Ele cita as partes principais do pequeno livro de Burnett, com muitas de
suas próprias observações.
THUJA OCCIDENTALIS 393
posologia são absolutamente diferentes dos remédios que ele está acostu mado a
usar. Se você deseja produzir um efeito em um paciente, fazê-lo dormir,
transpirar, vomitar ou atenuar a dor, você deve dar a dose que irá naquela medida
forçar o organismo dele. Mas o remédio de ‘sintomas semelhantes’ é meramente
um estímulo vital, para iniciar no paciente a reação curativa, e requer ser dado
somente em doses mínimas e infre- qüentes, o que foi estabelecido por 100 anos de
experiência como sendo a dose mais adequada para o objetivo. Você está usando
venenos celulares e, neste caso, de acordo com a lei de Arndt-Schulz, grandes
doses podem ser letais, pequenas doses inibem, enquanto que as menores doses
estimulam.
E agora um alerta aos homeopatas com relação à Thuja. Esta não é uma droga
segura em mãos descuidadas e ignorantes. A “doença de Thuja”, quando se persiste
no uso repetitivo do remédio, pode até se tornar crônica, de acordo com Kent. Nós
citaremos...
Ele diz, com relação a Thuja: “Se você a repetir várias vezes, você terá algo
que persistirá uma vida toda --------------- As drogas em estado bruto não im
primem a força vital tão permanentemente, mas um indivíduo que é com-
pletamente e particularmente sensível à droga, tanto quanto ao agente contagioso,
então se você se puser a experimentar, dando-a (em potêntía) (ia e noite, você
assegurará ao indivíduo um miasma vitalício.”
Sempre, quanto maior o poder, maior a capacidade para o bem e para o mal, e mais
conhecimento é necessário para o seu emprego. E eu penso que nós comprovamos
que Thuja é, como Hahnemann diz, “uma substância medicinal incomumente
poderosa . . . útil em algumas das mais sérias doenças da humanidade, para as
quais até agora não havia nenhum remédio.”
Condiloma no ANUS.
Ânus fissurado, dolorido ao toque, freqüentemente com verrugas, às vezes um grande
número de tubérculos ou condilomas mucosos, achatados e úmidos em volta do ânus,
especialmente em indivíduos sifilíticos.
Doençasprostáticas porgonorréia suprimida ou mal tratada.
Gonorréia; queimação ao urinar, uretra inchada; jato urinário bifi.tr.-
THUJA OCC1DENTALIS 397
cado; secreção amarela, verde, aquosa; com vemigas e erosões avermelhadas na glande;
casos sub-agiidos e crônicos, especialmente quando foram usadas injeções e quando a
próstata está acometida.
Condilomas, tubérculos mucosos, excrescências sicóticas em forma de couve-flor;
verrugas em forma de figo, com cheiro de queijo velho ou arenque salgado.
Verrugas, condilomas e outras excrescências na vulva.
Condilomas úmidos, supurantes, com pontadas e que sangram.
A
SINTOMAS RAROS
Sente o corpo muito fino e delicado; frágil, quebradiço; como se fosse feito de
vidro.
Como se houvesse um animal vivo no abdome.
Sensação de “prego” entrando ou saindo de partes do cérebro.
Como se os músculos abdominais fossem empurrados para fora pelo braço de
uma criança.
Como se chumbo fervente estivesse passando pelo reto.
Como se o ânus fosse se romper durante a evacuação.
Como se umidade ou uma gota estivesse escorrendo através da uretra.
Como se as pernas fossem feitas de madeira; ou alongadas.
Dores de picadas e pontadas em várias partes do corpo.
Frialdade ao longo da coluna; nos braços.
Queimação no escalpo, olhos, pálpebras, indo da região lombar para o meio
das escápulas, etc.
“Uma produção excessiva de tecido; proliferação quase que ilimitada de
vegetações patológicas, condilomas, excrescências verrucosas sicóti cas, tumores
esponjosos.. .Todas as manifestações mórbidas são excessivas, mas aparecem
silenciosamente, de modo que o início do estado doentio é pouco percebido.”
Reumatismo: sente a carne violentamente arrancada dos ossos.
Transtornos cohseqüentes a vacinação.
Crescimento exuberante dos pelos em partes inusuais.
398 THUJA OCCIDENTALIS
foram feitas a partir de um pulmão tuberculoso no qual o bacillus tubercu- losis foi
encontrado ao exame microscópico; cíaí o primeiro foi chamado "de Tuberculmum
e o último de Bacillinum. Ambos os preparos são confiáveis e eficientes.”
BURNETT, que introduziu o nosódio na prática através da pequena
monografia brilhante acima mencionada, usou o preparo de Heath, “feito
especialmente para ele”. Burnett nos diz que os Homeopatas, sempre na
vanguarda estavam, anos antes, usando o vírus da tuberculose par a curar a própria
tuberculose, mas “os líderes da facção dominante da profissão médica levantaram
um clamor público contra aqueles homeopatas que eram tão terríveis a ponto de
usar o vírus da tuberculose contra a própria doença; e por medo de uma oposição
insuportável e intensa e do preconceito ignorante, a prática foi desfavorecida e
quase que interrompida - somente uns poucos publicavam aqui e ali um caso
marcante de cura da tuberculose pelo vírus do próprio processo”.
Burnett esteve usando constantemente seu preparo durante cinco anos em sua
prática diária, quando o Dr. Koch “estourou com sua grande e sensacional
descoberta de uma nova cura para a tuberculose e que vinha a ser nada mais que
nosso velho vírus homeopaticamente administrado, contra o qual anteriormente
foi levantado o clamor por justiça pelos mesmos homens que agora se ajoelhavam
aos pés do Dr. Koch em adoração abjeta.”
Burnett diz que a diferença entre o nosso velho amigo Tuberculinum (que eu
ouso chamar de “Bacillinum” por ter sido provado estar o bacilo no preparado) e
aquele de Koch reside na maneira como este é obtido; o nosso é o vírus da própria
doença natural, enqnanto que o de Koch é o mesmo vírus artificialmente obtido
em uma incubadora de colônias de bacilo florescendo em geléia de carne; o nosso
é o pintinho chocado pela galinha, o de Koch é o pintinho chocado em uma
incubadora. A incubação artificial é a descoberta de Koch, não “o próprio
remédio ou seu uso como cura para a tuberculose”... Mas “existe uma ou outra
diferença, i.e. o modo de administrá-lo ao paciente. Eu uso o remédio em alta
potência, o que não traz os perigos palpáveis do método de Koch de injetar
quantidades substanciais sob a pele, ou, em outras palavras, direto no sangue."
Um ano mais tarde, em um segundo Prefácio para uma nova edição, Burnett
escreveu sobre o remédio de Koch, “Quase que universalmente tido como ‘inútil
para a cura e terrivelmente perigoso’, Koch e seu mundialmente famoso remédio
chegaram e se foram! Mas eles voltarão em breve e... para ficar! somente a dose
será mais e mais diminuída, até que as diluições homeopáticas tão menosprezadas
adquiram direitos de cidadania nas universidades e hospitais do mundo. O que
agora bloqueia o caminho para um maior progresso áoKochismo >5 a terrível
admissão que terá que ser feita sobre a eficácia terapêutica do infinitesimalmente
TUBERCULIN NOSÓDIOS 401
pequeno; a pequena dose é & grande barreira para esta marcha progressiva ”
“A Homeopatia”, diz Burnett, “é o cavalo ganhador no Derby Médico do
mundo e em breve ultrapassará o disco de chegada, tendo a própria Ortodoxia
como condutora.”
Falamos muito sobre o preparado dc Burnett; agora vamos a como Kent
preparava Tuberculinum: - “um pouco diferente daquele geralmente encontrado no
mercado. Eu obtive este preparo através de um Professor de Cirurgia Veterinária.
Na Pensilvânia, um belo rebanho de gado teve que ser abatido por causa de
tuberculose. Através deste Cirurgião Veterinário da Universidade de Pensilvânia,
eu obtive alguns gânglios com tubérculos provenientes destes bois abatidos. Eu
examinei e selecionei o exemplar mais adequado. Este foi potencializado por
Boericke & Tafel até a 6a e, a partir daí, preparado cuidadosamente na máquina
Skinner até a 30 a , 200 a , 1000 a e as potências altíssimas. Este preparo eu tenho
usado durante dez anos.”
Todos os preparos têm um bom efeito, mas eu penso que o maior uso
encontrado para eles é no “tuberculinismo”; o estado mórbido ou a falha quanto a
uma recuperação normal de uma doença aguda de pessoas com uma história
familiar (mesmo distante) de “T.B.”, ou que podem eles mesmos terem tido há
muito tempo atrás um processo tuberculoso, aparentemente sanado. Mas o
trabalho de Burnett parece ir além e seu Bacillinum parece ser capaz de lidar de
forma magnífica com a tuberculose pulmonar e cerebral; e ele o achou de maior
utilidade em certos casos de artrite reumatóide do que nós parecemos achar. Será
interessante testá- los, desde que seus preparos estejam ainda disponíveis, o que
deve ser verificado, e observar se alguém consegue resultados ainda melhores ou
mais amplos, do que a partir de nossas preparações usuais de “Tuberculinum” ou
“Tuberculinum bov.”
Clarke, em seu Dictionary usa o termo “Tuberculinum” para o preparo de Koch,
do qual nós temos potências; e o termo Bacillinum para o preparo de Burnett, feito
por Heath, que, como dito, foi originalmente chamado de Tuberculinum. O preparo
de Swan, provavelmente o criador do vírus como um remédio, foi também
chamado de Tuberculinum. E uma pena que haja essa confusão e deve se saber qual
deles se está usando.
Além disto tudo, existe o “Bacillinum testium” e o “Aviarium”, feito a partir do
tubérculo de pássaros; e Dr. Nebel, que ficou durante anos em Davos Platz,
preparou um grande número de diferentes remédios a partir de tubérculos. Ele
enviou todo um grupo, mas receio que os deixaram ressecar.
Encerramos aqui o assunto sobre a origem e preparo do remédio, agora vamos
a seus usos e as indicações para seu uso.
402 TUBERCULIN NOSÓDIOS
< _________
Burnett perguntou ao DR. CLARKE sobre a sua experiência com o novo
remédio e sua resposta, com um pequeno experimento, aparece na terceira edição
do livro de Burnett.
Clarke escreveu, “Eu comecei a usar Bacillinum e, ao mesmo tèmpo, ( eu o
experimentei em mim mesmo, na 30 a potência e depois na 100 a po
tência”, com o seguinte resultado.
^ { 1. Dor nos gânglios do pescoço, pior ao virar a cabeça ou ao esticar o
í ) pescoço. O lado direito mais afetado.
2. Dor profunda da cabeça, pior ao balançar a cabeça.
\ 3. Dor nos dentes, especialmente nos incisivos inferiores (que não
' Vinham qualquer lesão). A dor era nas raízes, especialmente ao levantar o
lábio inferior; os sintomas persistiram muitos meses e eu, ocasional
TUBERCULIN NOSÓDIOS 403
* * * * *
Burnett relata outros experimentos parciais de Bacillinum, um feito pelo Dr.
Boocock (E.U.A.), publicado no Homeopathic Recorder. O Dr. Booçock, não tendo
a 100 a potência, mas somente a 30 a e a 200 a potências, empenhou-se em preparar
uma potência intermediária partindo da 30 a; estando cansado pelo processo de
sucussionar, pôs o frasco na mesa e limpou os dedos na língua. Logo após sentiu
“um acesso de calor, um pouco de transpiração e uma severa dor de cabeça,
profunda.” ... Mais tarde, tendo terminado o processo de potencialização,
tolamente fez a mesma coisa - “limpei meus dedos em minha língua. A dor de
cabeça aumentou muito, mais nas têmporas e no occipício. Dores como de picadas
e pontadas em minhas Kemorróidas e uma dor em pontada e rastejante no pulmão
esquerdo e uma tosse titilante. Eu me senti muito fraco. Eu não tinha tosse antes,
mas agora eu sinto uma coceira em minha faringe'que me obriga a tossir; a dor de
cabeça continuou, também a fraqueza e a sensação na parte inferior esquerda do
tórax, profundamente _____________________________________
“Se esta diluição, na quantia de 2 gotas mais ou menos, pode fazer alguém
saudável sentir o que eu senti, estou certo de que existe um poder na dinamização.
Tive uma sensação de muita inquietude, incapaz de ler com proveito, então fui
para a cama cedo; muito inquieto, dormi bem, tive que me levantar para urinar
três vezes, urina clara, mas com um cheiro muito ruim, pútrido. Acordei ao
alvorecer e não consegui mais dormir, me sentindo muito cansado”... e os
sintomas da experimentação são relatados durante mais dez dias. Como Burnett e
Clarke, ele verificou que a droga provocava uma dor de cabeça bastante severa,
profunda; que irri-
404 TUBERCULIN NOSÓDIOS
* * * * *
HERING, GuidingSymptoms, diz que os experimentos fragmentários foram
feitos por Swan; e ele cita, interaliay o New Cure of Consumption de
TUBERCUUN NOSÓDIOS 405-
Burnett.
Kent apresenta muitas de suas observações pessoais, “registradas em
notas sobre sua cópia do Guiding Symptoms de Hering”; estas “agora me
guiam no uso de Tuberculinum” e destas ele se serviu para sua Con-
ferência. Nós as citaremos condensadamente.
"Eu não uso Tuberc. meramente porque ele é um nosódio, ou com a
idéia que geralmente prevalece no uso dos nosódios - que é um produto da
doença para tratar a doença e os resultados desta ... o que não é a melhor
idéia de Homeopatia. Isto pertence a uma homeopatia histérica que pre-
domina neste século. Ainda que tenha advindo muito benefício desta. Es-
pera-se que experimentos possam ser feitos, de modo que nós possamos
ser capazes de prescrevê-lo simplesmente como usaríamos qualquer
outra droga.
“Ele tem ação profunda, constitucionalmente profunda.. . . Quando
nossos mais profundos remédios agem somente umas poucas semanas, e
têm que ser então mudados, este medicamento surge como um dos re-
médios, quando os sintomas combinam. - ---------------- _
“Um de seus usos mais proeminentes é nqfebre intermitente^fcm ca-
sos obstinados que apresentam seguidas recaídas _________ Quando o remédio
bem selecionado agiu, a constituição mostra uma tendência para recair e
o remédio bem selecionado não dá cabo, devido a fraqueza vital e
tendências profundamente enraizadas; é aí que Tub. às vezes entra.
“Burnett colocou uma idéia que foi confirmada muitas vezes: pacien-
tes que têm uma herança tuberculosa, cujos pais morreram de tubercu -
lose, são freqüentemente de vitalidade fr^car-Rlftr, p,f>t no_gf>mpre cansados.
adoecem facilmente, são anêmicos, nervosos, de cor cérea ou pálidos.
Burnett evidentementeusou este medicamento como um tipo de ròtina~
parã~estetiffõ de constituição, queelechamou de < Consunção , .
~~“Oslünrõmas mentais que cederam quando o paciente estava sob tra-
tamento, os sintomas mentais que eu vi aparecerem nos experimentos e
os sintomas mentais que eu tão freqüentemente vi associados quando o
paciente está envenenado pelas toxinas tuberculosas, são iguais aos que
existem em muitas doenças e são curados por Tuberculinum. Desespe-
rançado: aversão ao trabalho mental; ansj&tjade do_anoitecer atéàmeia-
nç^ite; ansiedade durante a febre; joquacidade durante a febre; cansado da
vida; cosmopolita; os pensamentos sé~introduzem e se aglon^ranTiihi
sõbnTo outro dnrantglTTitrilgrUTná pessoa que se enfraquece, paraquem
nunca se encontra o remédio certo ou quando o alívio é somente mom-
entâneo, tem um desejo constante de mudar, viajar, de ir para algum lugar
e fazer algo diferente. Este estado cosmopolita da mente pertence decidi -
damente àquele que precisa de Tuberculinum. Pessoas à margem da in-
sanidade; e tuberculose e insanidade são estados convertíveis, um desem-
bocan^oütro.
-»W A \ V> v J-ü 1 i
* He * * 4c
Com relação às minhas próprias experiências, bem!, são uma legião. Esta é
uma droga que aparece repetidamente no trabalho com pacientes ambulatoriais,
em casos mal sucedidos e que apresentam uma história de T.B. familiar. “Alguém
com tuberculose? - pai, mãe, irmãos, irmãs, tios, tias?” é uma das primeiras
perguntas que se faz a um paciente novo, junto com perguntas sobre vacinas e
doenças anteriores. As respostas podem poupar muito trabalho. Usado como um
poderoso medicamento inter- corrente em casos mal sucedidos, apresentando
aquela história, freqüentemente se sente após prescrever tardiamente a droga: “Se
eu simplesmente tivesse começado com ela, quão mais rápido nós teríamos con-
seguido!” - e isto fez uma grande diferença para o paciente.
Quando uma pneumonia demora e nega-se a melhorar e uma história de T.B. é
trazida à tona, Tub. bov. (geralmente a 200 de preferência) é dado, sendo capaz da
temperatura aumentar durante algumas horas, depois cair e não subir novamente,
enquanto o paciente faz a recuperação desejada. Ele pode ajudar da mesma forma
um leumatismo agudo, onde
/ UIJJtLKCULIN NOSUDIOS 407
* * * sfç *
Começamos falando de Burnett e seu maravilhoso livreto, nós agora
encerraremos este assunto lembrando que era o seu Bacillinum que ele usava, feito
diretamente a partir do pulmão com tuberculose ativa e avançada. Ele detalha
cerca de cinqüenta casos em sua primeira edição e outros mais nas duas edições
seguintes, que foram reunidas para formar um único volume.
Ele dá muitos casos de crianças com problemas cerebrais; por exemplo:
criança com aproximadamente 20 meses de idade, com febre alta há dias, inquieta
e chorando constantemente, em um “estado de colapso, de abatimento”. Um cheiro
fétido peculiar na criança e uma forte história familiar de tuberculose. Depois de
uma dose de Bacc., em potência alta, a criança dormiu em dez minutos e não
chorou mais. Fez uma recuperação rápida e completa. Ele precisou de mais duas
doses posteriormente e seu cérebro, com o tempo, ficou totalment e bem formado
e, ele, um “menino bem dotado”.
Muitos dos casos relatados de tuberculose, etc., foram vacinados e
beneficiados por Tliuja também; e muitos dos casos durante um tra tamento algo
prolongado, necessitaram de outros remédios constitucionais. Com relação a isto
Burnett escreve:
“Quanto ao uso de outros remédios, eu especialmente insistiria no fato de que
o vírus da tuberculose somente age dentro de sua própria esfera, que esta esfera é
bem precisa quanto ao ritmo e o que este remédio não fizer logo e prontamente,
não o fará mais. Sua ação é, se eu assim puder me expressar, aguda ; tendo seu
equivalente crônico em Psorinum.” Mas ele explica em uma nota de rodapé,
“Quando eu digo logo, eu quero dizer
408 TUBERCULIN NOSÓDIOS
cado por alguns de seus colegas homeopatas; realmente ele era uma pessoa sobre
quem eles não poderiam “falar confortavelmente”. Mas em tudo isto ele só estava
seguindo Hahnemann, a quem seus colegas também declaravam seguir - mais ou
menos - e que, sessenta anos antes tinha afirmado, com relação aos seus (então)
três miasmas crônicos, que dois ou mais podem coexistir em um paciente crônico,
interferindo com suas reações normais aos remédios indicados, e que estes
miasmas requeriam ser “aniquilados” um por um. “Os diferentes remédios para
tais miasmas”, diz ele, devem ser alternadamente empregados, se necessário, até
que a cura se complete.” Mas - ele nos alerta - “Deixe a cada medicamento o tempo
necessário para completar sua ação”
Sessenta anos antes, Hahnemann já tinha então chegado ao “ponto de parada”
dos remédios óbvios dados a partir dos sintomas presentes na doença crônica, mas
não ao “ponto de parada” de seu gênio dedutivo. Recusando-se absolutamente a
reconhecer a falha da homeopatia nestes casos de aparente fracasso, ele entendia
que era só uma questão de maior extensão do princípio e de investigar mais
profundamente as causas. Por isso ele se aplicou ao trabalho, “dia e noite, durante
dez anos”, para elucidar o problema, e chegou à natureza parasítica da doença
crônica e ao fato de que os remédios homeopáticos às suas manifestações
primárias devem ser empregados alternadamente, onde mais de uma doença estav?
em questão - se um progresso real em direção à cura era para ser obtido... e tudo
isto anos antes do microscópio começar a confirmá-lo com relação à real natureza
parasítica daquelas doenças.
Burnett, por sua vez, veio contra o ponto de parada dos remédios dos sintomas
e condições presentes “no caminho da cura”, onde um dos “miasmas crônicos”, o
tubérculo, estava em questão. Tais remédios como Aconitum, Pulsatilla, Chamomilla
e seus semelhantes, “somente vão até o tubérculo; a esfera do tubérculo é o seu
ponto de parada”; então ele começou a interpor doses do vírus do tubérculo.
Mas, da mesma forma, e com isto ninguém deve se ofender!, ele encontrou o
“ponto de parada” do vírus de T.B., que somente age dentro de sua própria esfera.
Outros remédios, ele diz, “são necessários para a parte não tísica do caso”.
Pensa-se, por inferências a partir de seus escritos, que Hahnemann já estava
trabalhando com outros produtos de doença como remédios, além d^Psorinum que
ele experimentou e deu ao mundo. Ele designou certas drogas, como necessárias
intercorrentemente ao tratar casos crônicos, notavelmente “a melhor preparação de
Mercúrio” por um ladoe Thuja ou Nitric acidum por outro, onde a cronicidade
estava baseada em uma ou outra das doenças venéreas. Mas aqui, dentro de seus
limites, os remédios mais potentes de todos são os próprios produtos da doença.
Os “remédios isopáticos” de Hahnemann, alterados, como ele afirma, pela
preparação,
410 TUBERCULIN NOSÓDIOS
* ****
• Em sua segunda edição, ele diz: “É claro que não se sugere que Bacillinum seja
um específico para todos os casos de tísica e, necessariamente, este não ajudará
nos tantos casos que não vêm para tratamento até que seja muito tarde; algo que
curará todos os casos de qualquer moléstia de um dado nome, decerto, inexiste.
“Ainda, uma tísica bacilar pega no início e sern outras complicações, é
curável por Bacillinum, e isto eu digo depois de oito anos de experiência à
cabeceira de pacientes e no consultório. Qualquer coisa mesmo aproximada a isto
em eficácia terapêutica é até agora absolutamente desconhecida.
“Onde, por exemplo, a vacinose também estiver presente, esta vacinose deve
ser curada primeiro, ou a tísica permanecerá sem cura, faça o que se fizer.
“Onde existir uma doença primária do baço que levou à tísica, tal caso deve
ser tomado tendo o baço como o ponto de partida, ou o tratamento
TUBERCULIN NOSÓDIOS 411
falhará. Quando uma doença do fígado formar a base de todoo estado da doença e
a tísica somente coexistir com esta, a doença do fígado deve ser curada primeiro.
“Quando este estado surge de uma tara sifilítica hereditária (eu digo tara, e
não a doénça propriamente), o nosódio específico pode ser necessário a princípio.
“Quando a tísica surge de uma ascendência cancerosa, Bacillinum nem sempre
será adequado, até que outros remédios tenham preparado o caminho.
“Quando a constituição foi danificada pela febre tifóide, pelo mala - rialismo,
pelo alcoolismo, pelo cinchonismo e daí por diante, todas estas doenças devem
ser terapeuticamente ajustadas, ou o sucesso não recompensará os nossos
esforços. Sempre que, de fato, a tísica coexistir com outras doenças ou marcas de
doenças, o Bacillinum tocará SOMENTE a parte bacilar do caso.
“Quando a tísica sobrevier em ambientes apinhados, onde haja comida ruim,
ar fétido, impregnação de matérias de esgoto, orgulho ferido, ... será em vão
esperar que a simples administração de um remédio de qualquer tipo cure sem
ajuda, se a causa ativa ainda permanecer presente
e operante __________ É a tísica simples e descomplicada percebida no início que
pode ser curada imediatamente pelo seu semelhante patológico _________
“Aos meus irmãos profissionais eu diria: Desfaçam-se do preconceito e
tentem por si só, eu posso ser pessoalmente levado pelas asas do entu siasmo pelo
meu objetivo. Mas, lembre-se, somente as altas diluições e não as injeções
kochianas; e além disso, se você der as doses muito freqüentemente você
fracassará, como eu antes o fiz, antes de aprender a lição de que o semelhante
patológico da doença deve ser administrado em alta potência e infreqüentemente.
Além disso, quanto pior o caso, maior a potência, como via de regra.”
* * * * *
Novamente, nós não nos desculpamos por estas longas e interessantes
citações. Dr. Burnett foi um pensador original e importante, um escritor muito
fascinante e não são todos que podem ser fascinantes e instrutivos em seus
livrinhos.
r
URTICA URENS
\ _______________________________________________________________ y
No campo é difícil ficar livre das urtigas. Nós as chamamos de ervas daninhas: nós
as arrancamos com varetas; nós as cortamos com podadeiras; nós as
desenterramos; e apesar do velho ditado,
“Corte-as em Junho E elas
logo crescem de novo,
Corte-as em Julho,
E as cortará de fato”
411
URT1CA URENS 413
Um médico que não acreditava nos contos de fada contados a ele, a respeito do
poder de Urtica, foi aconselhado a “queimar os dedos e tentar”. Ele acidentalmente
se queimou algumas horas depois e ficou convencido. A dor desapareceu em
alguns minutos e a queimadura logo se cicatrizou.
Poderia multiplicar, indefinidamente, exemplos do alívio e poder de
cicatrização da urtiga em queimaduras.
Recorda-se com um estremecimento as crianças queimadas e escaldadas dos
tempos de estudante; e seus gritos, dia após dia, quando nós éramos instruídos
para tirar as roupas delas, coladas nos ferimentos intensamente dolorosos. Mas
quando se usa Urtica (pace asepsisl) não há necessidade de remover as roupas, para
tão constantemente interferir com a cicatrização. Fique feliz por elas realmente
“colarem” e simplesmente as molhe bem, de tempos em tempos, com loção de
Urtica, para limpar e mantê-las úmidas. As roupas cairão, assim que a cicatrização
iniciar. Eu vi uma pequena úlcera com uma superfície de pus, cicatrizar
rapidamente sob a pequena crosta de pus, ao ser esta mantida umedecida com Urtica.
Também em velhas queimaduras! que nunca cicatrizam. Um menino chegou a
nós com cicatrizes terríveis, retrações na coxa e com conside ráveis áreas ainda
ulceradas. Estas começaram rapidamente a cicatrizar, quando foram aplicadas
compressas de Urtica. E lembramo-nos de uma camponesa com uma velha
queimadura logo acima do pulso que se recusava a cicatrizar e' que cicatrizou
imediatamente sob o toque mágico de uma compressa de urtiga.
MAS ... Sempre existe um “mas”! Lembre-se, o que um remédio pode curar,
ele pode causar. E se você usa Urtica externamente por muito tempo ou em
solução muito forte, você se surpreenderá ao encontrar novas vesículas,
misturando-se com as da queimadura e fora da área de queimadura, provando a
homeopaticidade. E então? - ora, um pouco de água e sabão acabam com aquilo.
Mas, fica-se curioso! É evidentemente uma erva medicinal poderosa! - para o
que mais ela é boa?
Ela tem sido por bastante tempo usada de forma doméstica p^ra “areia dos rins
e doenças urinárias, provocando, como DIOSCORIDES diz,diuresee expelindo
pedras dos rins”.
CULPEPPER, que viveu de 1615 a 1654, a elogia como um remédio para
problemas do peito; “para provocar diurese e expelir areia e pedra dos rins”; limpa
“velhas feridas, putrefatas e com mau cheiro, etc.” e para GOTA (falaremos mais
sobre isto. em seguida); também é um ótimo remédio para “dores nas juntas em
qualquer parte”.
Mas nós queremos saber mais do que isto. Nós queremos saber qual o dano que uma
droga pode fazer a úm indivíduo sensívela fim de SABER o A ^r,nn-r Ao /'umr í»m utii
mto/.’ :;endo uma pessoa sensível que
414 URTICA URENS
URTICÁR1A.
cabeça aos pés, e ela era forçada a se coçar. Ela costumava escarnecer da urticária
- até então ! Felizmente Urtica foi lembrada e algumas gotas da forte tintura em
água, bebida aos poucos, trouxe rápido alívio e, até à noite, a urticária tinha
desaparecido, nunca voltando desde então, i.e, há uns dez anos.
Um segundo caso: “Ela parecia como se tivesse caído, nua, em uma cama de
urtigas: nem mesmo uma polegada estava livre dos vergões. Ela tomou Urtica urens
lOm., uma dose, e ficou bem na manhã seguinte.”
* * * * *
LACTAÇÂO.
Urtica tem sido usada para promover a secreção de leite e também para
suprimi-lo, em mulheres que estão desmamando. Em um caso citado no Dictionary
de Clarke, uma mulher com uma massa na mama foi vista seis semanas depois do
parto, apresentando dores de picadas nesta massa e em várias partes do corpo,
com total ausência de leite. Nada ajudou até que foi dado Urtica, “‘quando em três
dias as mamas ficaram cheias de leite e as dores se aliviaram. As mamas agora
tinham que ser sustentadas devido a sua turgidez”.
REUMATISMO DELTÓIDE.
* * * * *
Dr. Compton Burnett, que tinha um talento especial para reconhecer,
experimentar de modo grosseiro e lidar com remédios incomuns, nos fala muito
sobre Urtica urens em sua brilhante pequena monografia sobre GOTA. É a ele que
nós devemos muito de nosso conhecimento desta erva-daninha menosprezada, mas
extremamente útil.
FEBRE INTERMITENTE-MALÁRIA.
GOTA.
Urtica urens era um dos grandes remédios de Burnett, não somente para
malária & febre intermitente (ele descobriu no remédio um poderoso “esplênico”),
mas também “por seu poder de expelir areia dos rins” e para gota.
Ele diz, “O paciente sob a influência de pequenas doses materiais de Urtica
freqüentemente eliminará uma certa quantidade de areia dos rins”; (um de'seus
pacientes “costumava apontar um ponto sob seu baço como sendo seu poço de
areia”), “quando eu observei outros que, estando sob a influência de Urtica
urens, eliminaram areia e pequenos cálculos com fluidez, pela primeira vez em
suas vidas, eu cheguei à conclusão de que Urtica possui o poder de eliminar
uratos da economia. E gradualmente ficou claro em minha mente que Urtica
podia ser o remédio que eu estava pesquisando há tempos, isto é, um remédio
homeopático de ação rápida e facilmente obtido para os ATAQUES de gota, ou
para alguns deles; nós, é claro, pela experiência, nunca esperamos resultados
uniformes, isto seria como esperar que todas as árvores da floresta tivessem a
mesma altura.”
Ele diz, “eu não confio em curas de gota a menos que durante o processo
haja um engrossamento da urina:” E ele diz, “em gota aguda, ela corta o ataque
rapidamente e de um modo seguro, isto é,por livrar a economia do produto da
doença, a substância destaque efetivamente produz o sofrimento.”
Era seu costume dar cinco gotas da tintura mãe em um cálice de vinho de
água morna, a cada duas ou três horas; e poucas horas depois ele ouvi ria, “Oh!
a dor desapareceu, e eu urinei uma grande quantidade de areia.”
A gota aguda era mais comum no tempo dele do que no nosso, mas-eu me
lembro de um caso em uma moça, cujo pé estava vermelho, inchado e
intensamente dolorido, e que costumava ter ataques de gota. Urtica urens $ a
curou imediatamente.
Por seu sucesso em curar gota aguda, Dr. Burnett passou a ser conhe cido
como o “DR. URTICA” em Londres West-end Clubland.
Além disso, é útil em supressão de urina e uremia. Lembro de um menino,
morrendo de meningite tuberculosa, onde a urina estava suprimida, e o corpo
tinha um odor forte de urina. Umas poucas gotas da poderosa tintura de urtigas
trouxe a liberação da urina e o odor do corpo desapareceu, e a vida io\,pro tem,
prolongada. A mesma restauração da função urinária foi vista em um caso de
uremia no hospital há alguns anos atrás.
O pequeno livro de Burnett está cheio de casos brilhantes, contados em seu
inimitável estilo; nós estamos aqui só dando os resultados de suas experiências.
Como dito, ele usava Urtica “em pequenas doses substanciais”-, repeti
418 URTIOi URENS
** *‘Jf. *
A proposito, se você estiver sendo picado por um mosquito, não o esmague
em seu rosto, assim você estaria espremendo seu veneno ao máxi mo, mas retire-o
delicadamente. Da mesma forma, se você tiver a infelicidade de ser gravemente
espetado por urtigas, não “esfregue o local”, mas passe levemente uma faca
afiada sobre os locais doloridos, como se bar- beando, e então extraía aqueles
pequenos terrores, os pêlos venenosos.
Depois disso tudo, eu acho que nós deveríamos COMPREENDER A
URTIGA, lembrando que é somente a partir dos sofrimentos que esta causa, que
nós podemos extrair a CURA.
J
Todo mundo conhece Veratrwn alb. como um dos grandes remédios de colapso;
colapso com frieza como dc gelo; com suor frio profuso, espe cialmente na testa;
com evacuações profusas; com grande sede. Mas nem todos conhecem Veratrwn
alb. como sendo um remédio notável para dor; ou seus aspectos mentais, como
Hahnemann conhecia e deixou para nós, e como seus mais fiéis seguidores o têm
experimentado e ensinado.
É uma velha loucura substituir fatos por opiniões. Hahnemann nos deu fatos,
resultados de experimentos reais, cuidadosamente conduzidos, e a experiência de
um dos mais astutos observadores que já lançaram mão da pena de escrever. Mas
desde o seu tempo, alguns dos professores de Homeopatia, sábios em suas
próprias opiniões, têm mutilado o conhecimento e por isso tornado-o inútil,
substituindo os fatos por suas opiniões. Talvezo pior de todos eles tenha sido
Hughes, cujo “Phannaco dynamics” foi apelidado por seus contemporâneos de
“leite homeopático para bebês alòpáticos” e que, sempre pronto para estar à frente
de Hahnemann, por seu ditos e omissões, roubou-nos ou depreciou muito da
experiência de Hahnemann. Ele colocou em dúvida, por exemplo, uma observação
de Hahnemann que “uma única dose dt Drosera 30 é o suficiente para a cura
nomeopática da coqueluche epidêmica de acordo com as indicações dos
Sintomas” (que ele enumera): “a cura se estabelece com certeza em sete a nove
dias, sob dieta não-medicinal” (veja HOMEOPATHY, vol. III, p. 24). Não foi a
homeopatia de Hughes, que favorecia o uso de doses repetidas de potência baixa,
das quais, de acordo com sua própria apresentação, ele obteve resultados bastante
inferiores; mas Hughes foi obrigado a imprimir uma nota de rodapé em edições
posteriores de seu trabalho, com o fato de que esta observação de Hahnemann foi
confirmada por outros médicos. E pode-se dizer que, recentemente, um médico
atrás do outro têm apresentado voluntariamente com grande alegria os resultados
por seguirem as orientações de Hahnemann com relação à coqueluche.
Outros escritores, além disso, têm nos privado de um guia ao bom trabalho,
ignorando os sintomas em negrito de Drosera citados por Hahnemann com relação
aos ossos e juntas, como se sua verdadeira e única esfera de ação fosse a
coqueluche e a laringite. Assim certos casos, mesmo de artrite reumatóide, onde
Drosera podia ter ajudado, foram deixados
419
420 VERA TRUM ALBUM
sem cura.
Novamente, com relação a Veratmm alb., Hughes, do alto de sua arrogância
crítica tem o prazer de dizer que “os sintomas marcantes de in sanidade que ficam
nò topo da lista de Hahnemann” (de sintomas mentais) “foram observados em
pacientes insanos que tomaram a droga e são mais do que inúteis”. Imagine! mais
do que inúleis! - na opinião de Hughes. E na Encyclopedia de Allen, onde um dos
“contribuintes” foi o Dr. Richard Hughes, existe uma nota de rodapé para o
seguinte efeito: “Todos os sintomas da mente e disposição ocorrendo nas duas
primeiras classes e todos os fenômenos espasmódicos manifestados pela terceira
foram postos entre parênteses, pois as doses administradas eram muito pequenas para
induzi-los- HUGHES.
Novamente, opinião versus fato! E espantoso ver o quanto de Hahnemann foi
anulado ou passado por cima por Hughes! Só se descobre estas coisas
gradualmente. O Guiding Symptoms de Hering não sugere tais tolices; e Kent, um
professor e prescritor mais importante do que Hughes, percebe a grande
importância de Veratrum alb. 11a insanidade; como nós iremos ver.
Por enquanto ouça Hahnemann sobre o assunto: “ .. . É totalmente falso que
os paciente afetados por doenças emocionais ou mentais precisam e toleram doses
enormes de medicamento, como os médicos ainda imaginam.... Em tais casos,”
ele diz,“ a saúde física é freqüentemente pouco afetada e os pacientes são
geralmente bastante robustos ... a -noléstia se localiza nos órgãos delicados e
invisíveis das esferas mental e emocional, os quais não podem ser descobertos
pela anatomia ...” e, em sua experiência, “pacientes que sofrem de doenças
mentais ou emocionais logo recuperam o estado saudável de seus órgãos mentais
e emocionais, i.e, uma perfeita recuperação da saúde c razão, por doses tão pe -
quenas quanto aquelas que são o suficiente para outras moléstias não psí quicas,
mas somente do medicamento apropriado, perfeitamente homeopático”. Podc-se
dizer aqui, a propósito, que nos experimentos das drogas, para verificar seus
poderes de adoecer mental e fisicamente, para poder usá-las a fim de neutralizar
uma doença semelhante, os sintomas mentais são trazidos à tona de uma forma
melhor por experimentações com as potências mais altas.
Mas Hahnemann sabia do que ele estava falando na questão da insanidade.
Ele descreve (Lesser Writings) como (tendo estado durante muitos anos ocupado
com o tratamento de doenças de caráter tedioso e desesperado, incluindo
hipocondria e insanidade em particular), com a assistência do duque reinante, ele
estabeleceu um asilo para pacientes afetados com tais desordens, em Georgenthal,
perto de Gotha. Aqui ele tratou e curou, “o Secretário Particular da Corte de
Justiça, um Klocken- k*-;nrr Hannvpr- nm hrvmp.m mm. nuando em saúde,
“atraiu a admi
VERA TRUM ALBUM 421
ração da Alemanha por seus. talentos práticos para o trabalho e sua pro funda
sagacidade, como também pelo seu conhecimento da ciência antiga e moderna e
suas aptidões em vários ramos da ciência”. Seus trabalhos quase sobre-humanos
no departamento de polícia, para o qual ele tinha um grande talento, sua constante
vida sedentária, combinada com uma dieta bastante nutritiva” foram perturbando -
o gradualmente; “possivelmente sua indulgência com relação ao uso de vinhos
fortes também tivesse contribuído”. De qualquer maneira, a gota d’água foi
alguma horrível difamação que completou sua catástrofe mental.
Hahnemann descreve em detalhes seu estado maníaco selvagem; ora citando
diferentes autores em diferentes línguas; noutro instante se atirava em uma agonia
chorando aos pés de seus pasmos acompanhantes; ora cortava e rasgava em
pedaços suas roupas e sua cama; depois corria em volta nu, gritando, pedindo
comidas ou bebidas que eram derramadas e emporcalhadas.
Primeiro Hahnemann meramente observou-o, tratando-o e fazendo- o ser
tratado com a maior gentileza e consideração, ganhando assim sua confiança. E
então com o uso de remédios, sem dúvida que Veratnim estava entre eles, a razão
do grande homem foi gradualmente restaurada, de fato tão perfeitamente
restaurada que lhe foi proporcionado um posto no governo, sem dúvida menos
árduo.
E, fora suas experiências, Hahnemann tem o seguinte para nos dizer com
relação a Veratnim alb.
“Os médicos não têm noção do poder que esta droga possui de promovera cura de
quase um terço dos insanos dos asilos de loucos (em todo o caso como um remédio
homeopático intermediário) porque eles não conhecem o tipo peculiar de insanidade no
qual empregá-lo, nem a dose na qual ele deve ser administrado de modo a ser eficaz e não
causar danos.”
Em seu tratamento de pacientes mentais, Hahnemann se afastou to talmente do
tratamento de costume daquele tempo, que era brutal ao extremo. Ele descreve
assim seus métodos absolutamente novos.
“Eu nunca permito que qualquer pessoa insana seja punida com pancadas ou
outra punição física dolorosa, porque não pode haver qualquer punição para atos
involuntários, e porque estes pacientes sempre pioram e nunca melhoram com tal
tratamento áspero. Ele (Klockenbring) costumava freqüentemente me mostrar,
com lágrimas, as marcas das cordas que seus antigos atendentes tinham
empregado a fim de contê-lo. O médico que cuida de tais pessoas infelizes deve
realmente ter uma atitude que inspire respeito, mas que também crie confiança;
ele jamais se sentirá insultado pelos pacientes, porque o ser humano que não pode
raciocinar é incapaz de insultar qualquer um. Suas eclosões de raiva irracional so -
mente despertam suá simpatia pelo estado lamentável deles e trazem à tona sua
caridade para aliviar o triste estado daquelas pessoas.”
422 VERATRUM ALBUM
Fúria persistente.
Inconsolável sobre uma desgraça imaginada, corre pelo quarto uivando e
gritando, olhando pelo chão; ou senta-se num canto pensativamente, lamentando e
chorando de uma forma inconsolável.
Taciturno.
Irritabilidade, quando lhe dão moltivo.
Ataques de dor com delírio, levando à loucura.
Mania com desejo de cortar e rasgar tudo, especialmente as roupas; com
impudicícia efala lasciva; religiosa ou amorosa.
Ilusões de grandeza.
Suorfrio na testa com angiístia e medo da morte.
Desespero de salvação com menstruação suprimida.
Tem a sensação de como se estivesse em um sonho.
sensação quando tomava água, como se ela escorresse por fora e não des-
cesse pelo esôfago, tão marcante erá esta sensação que ele pediu para que
seus amigos vissem se a água não escorria por fora. Veratrum 2m o curou.
“Nenhum remédio produziu esta sensação, mas eu o imaginei por analogia”,
diz Kent. Verat. tem também uma sensação de água fria correndo nas veias.
Com relação ao sintoma: “sente a cabeça como se estivesse envolta em
gelo; como se houvesse gelo no topo da cabeça”, lembramo-nos de um
paciente internado no hospital, uma robusta mulher de idade avançada, cheia
de bom senso e alegre ao máximo, que desenvolveu dores terríveis na cabeça
e foi internada quase que insana com o sofrimento. O rosto estava distorcido
pela angústia. Um remédio atrás do outro falhou em aliviá-la, até que um dia
aconteceu que ela tinha uma sensação de um cubo de gelo no topo da cabeça;
isto sugeria Veratrum, assim como o sintoma “ataques de dor com delírio,
levando à loucura” - o delírio era quase tão ruim quanto a dor! e Veratrum
rapidamente mudou o quadro, e ela voltou a ser o que era antes. Ninguém
jamais esquecerá de Veratrum para dores terríveis e insuportáveis na cabeça
que mudam a feição e quase levam à insanidade, com aquela sensação de gelo
no topo da cabeça.
Então os sintomas que pedem por Veratrum são: frialdade excessiva; suor
frio excessivo; sede extrema; extrema violência das evacuações; extrema
copiosidade do vômito, diarréia e suor; colapso; fraqueza paralítica e perda
da força; com violência de reações à dor e mania.
Os remédios que provavelmente mais se aproximam deste são Arseni-
cum e Carb. veg. Mas Arsenicum tem extrema ansiedade e inquietude, “ó
paciente Veratrum é quieto”; e Carb. veg. não tem a profusão de evacuações e
suor. As evacuações excessivas também o distinguem de Camphora e Cuprum
(no cólera).
A Homeopatia registrou seus louros no CÓLERA, com seus três prin-
cipais remédios designados por Hahnemann, que nunca viu a doença, mas
tinha estudado seus sintomas e escreveu um panfleto atrás do outro para
ajudar. Nos estágios iniciais, com colapso, frialdade e prostração repentina,
Camphora\ com cãibras excessivas, não somente no abdome, mas nos dedos
das mãos e dos pés e começando nestes, Cuprum; com suor frio excessivo e
vômitos e evacuações profusas, Veratrum alb. (Veja HO- MEOPATH Y, Vol.
I, p. 126; Vol. III, p. 338).
(
VERATRUM VIRIDE
■
\
V
)
Apresenta vários nomes: heléboro branco americano, heléboro verde americano,
'poke weed.' {Veratrum alb. é uma planta diferente, de sintomas e usos
diferentes; cresce na Europa eÁsia).
Veratrum viride cresce em pântanos; campinas molhadas; ao longo dos
riachos de montanhas do Canadá às Carolinas”.
Veratnim viride produz e cura a pneumonia: ele é, de fato, um dos maiores
medicamentos homeopáticos para pneumonia, quando os sintomas combinam.
Tem-se visto casos surpreendentes, nas mãos de um dos nossos médicos em
particular, que sabe exatamente quando prescrever a droga. As indicações
dele são: “O caso se parece muito com um caso de Phos. O rosto está
vermelho, ruborizado; com suor profuso. Uma faixa vermelha no centro da
língua. Temperatura alta; pulso ressaltante; às vezes delírio. Sede. O paciente
tem aversão a doces e pode reclamar que a água tem gosto doce.” Então nós
podemos “imitá-lo” na prescrição.
Uma faixa vermelha (às vezes seca) no centro da língua é seu sintoma mais
sugestivo e interessante. Mas, como muitas drogas, ele pode ter sintoma
exatamente oposto; ao observar os experimentos, descobre-se que ele também
produziu uma faixa branca no centro da língua. Ele evidentemente tem
alguma ação sobre o suprimento de sangue para a língua.
Ele apresenta, “língua branca, não um revestimento branco, parece
descorada... Língua branca no centro, com bordas vermelhas e ponta branca.
Não é uma língua com um revestimento branco, é como se o sangue tivesse
sido espremido desta... Sente a língua queimada COM UMA FAIXA
VERMELHA NO CENTRO.” Este último sintoma, classi- camente pede o
uso de Veratrum viride, não somente em pneumonia mas em quaisquer dos
quadros que ele tanto pode beneficiar.
Ao observar os experimentos, como dados no Cyclopedia ofDrugPa-
thogenesyy fica-se surpreso por várias de suas outras peculiaridades. Por
exemplo, quase todos os experimentadores desenvolveram prontamente
soluço. Além disso, o efeito espantoso que ele tinha, imediatamente, na
freqüência do pulso. As pulsações caíam, às vezes para 40, 34 ou mais baixas.
Ou, em outros casos, talvez melhor observados, o pulso aumentava a princípio
e depois caía. Pulso geralmente pequeno e fraco; freqüentemente de difícil
percepção.
427
430 VERA TR UM VIRIDE
* ****
BOGER {Synoptic Key), com experiência posterior (?), tem muito a dizer
sobre Verat. vir. “CONGESTÕES REPENTINAS E VIOLENTAS (cérebro,
peito, etc.) com náusea e vômito. Prostração muscular. . . . Cabeça jogada
para trás; movimentos da cabeça de oscilação para frente ou giratórios ...
Visão de pontos vermelhos ou púrpureos ao fechar os olhos. ROSTO
LÍVIDO E TÚRGIDO, TORNA-SE PÁLIDO AO SE SENTAR. Listra
vermelha ou seca no centro da língua. Vômito violento sem náusea...
Respiração lenta e pesada... Pulso cheio, grande e mole, ou lento, com
batimento cardíaco forte ou violento. Tosse violenta desde o início do
quadro. Hiperpirexia ou oscilação rápida da temperatura . .. Febre cérebro -
espinhal...”
Brigiiento e delirante.
Pupilas dilatadasr
Rosto enmbescido. Boca e lábios secos, o dia todo.
Língua vermelha no centro.
Língua (? coberta de amarelo) com uma faixa vermelha no centro.
Língua: branca ou amarela, com uma faixa veimelha no centro: seca ou
úmida, com um revestimento branco ou amarelo, ou sem revestimento em ambos
os lados. Sente-a como escaldada.
Vômito.
Cólica menstruai com dismenorréia; nuiita náusea e vômito; pletora;
congestão cerebral.
Menstruação suprimida, com congestão cerebral.
\ ______________________________________J
(Clarke diz, “A nossa bola de neve (GuelderRose), é a variedade culti-
vada e estéril”).
Experimentos feitos por H. C. Allen, com onze experimentadores, entre
homens e mulheres. e a primeira e trigésima potências foram usadas.
e VÍBURNUM PR UNIFOIJUM
432
VIBURNUM OPULUS E PRUN. 433
relata uma cura dé uma dismenorréia membranosa: - “se isto puder ser
confirmado, nós teríamos agora quatro remédios para aquele quadro do-
loroso - Borax, Guaiacum, UstilagoeVibumum.
“Eu não ficarei surpreso,” ele diz, “se for visto que ele é útil na cãibra
cardíaca, que é o estado real na angina pectoris; também talvez em larin- gite
espasmódica.”
(Porque não também emAsmal)
( Ela tem cólicas como cõibra na parte inferior do abdome, quase que
insuportáveis.
As dores surgem de repente e com intensidade terrível.
( Cólicas como cãibra na parte inferior do abdome (durante a mens-
j truação).
Antes da menstruação: dor em rbearing-down' intensa; dor repuxante (
nos músculos anteriores da coxa: dor pesada na região sacral e sobre o
( púbis; ocasionalmente dores agudas e tironeantes nos ovários; as dores a
deixam tão nervosa que ela não consegue parar quieta. Dores excruciantes,
^ de cãibra e de cólica na parte inferior do abdome e através do útero. As
( dores começam nas costas e se irradiam, terminando em cólicas no útero.
I Durante a menstruação: náusea; cólicas egrande inquietação nervosa, o
fluxo cessa por várias horas, depois volta em coágulos.
' Fluxo menstruai escasso, fino, de cor clara, com sensação de leveza na
( cabeça, desmaia quando tenta se levantar da posição deitada para se sentar.
Dismenorréia espasmódica ou membranosa.
^ Leucorréia, fina, branca-amarelada ou sem cor, exceto quando evacua;
( então é grossa, branca e com faixas de sangue.
( DISMENORRÉIA NEURÁLGICA E ESPASMÓDICA.
A dor começa nas costas e desce para o quadril e osso púbico, como dor de
parto.
Ovários sensíveis, com dismenorréia.
Dores como cólicas e espasmos no estômago, intestinos, bexiga ou outros
órgãos, quando reflexas a uma irritação uterina. í, Cólicas no abdome e cãibras
naspemas, em mulheres grávidas.
Previnirá o aborto se dado antes das membranas serem danificadas e
quando as dores forem espasmódicas e ameaçadoras.
(
( Convulsões histéricas por irritação uterina.
Irritação geral do sistema nervoso.
■ Cãibras e contrações dos membros, especialmente durante a gravidez.
436
VISCUM ALBUM 437
quatro anos de idade. Ele curou coréia; problemas de ouvido; baço; doenças
uterinas. Uma série de casos “de surdez catarral com barulhos nos ouvidos”
são também relatados como casos curados.
Ele dá alguns sintomas curiosos mentais e físicos: Sente como se fosse
fazer alguma coisa medonha enquanto treme. Desperta à noite pensando nas
coisas mais horríveis. Membros trêmulos. Bate os dentes; espasmos. Ele diz
que o visco curou coqueluche em dois dias. Há uma sensação no dorso da
mão esquerda como uma grande aranha rastejando sobre ela e, depois, a
mesma sensação no dorso da mão direita. Uma outra sensação rara, como se
alguma coisa estivesse puxando-a para baixo a partir da cintura, e
imediatamente depois como se a parte superior do corpo estivesse flutuando
no ar.
Em casos fatais de envenenamento, todos os músculos do corpo ficaram
paralisados exceto os dos olhos. As vítimas não podiam falar nem engolir e
morreram no oitavo ou nono dia.
Isto o que o Dr. Robert Cooper tem a dizer com relação a um caso que
ele curou:
“Quanto às minhas razões para prescrever Viscum alb. - elas são, pri-
meiramente, seus efeitos bem conhecidos sobre os sintomas coréicos. Neste
caso nós temos um coração trêmulo, contração muscular dos • membros à
noite e severos ataques de agitação, com um estado cata- leptóide de
insensibilidade durante horas. A prescrição de Viscum foi amplamente
justificada pelo princípio de Hahnemann de que os sintomas, e não
meramente os nomes das doenças, devem corresponder ao remédio...” Ele
também cita um escritor que expressa sua opinião de que Viscum é superior,
em casos de dores de parto, a todos os remédios que ele tinha até então
usado.