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ABROTANUM
(Southemwood)

ArtemesiaAbroíanum:(Abróíano, Erva lombrigueira, Guarda-roupa)

Temos em Abroíanum um remédio valioso para a criança marasmá- tica.


Possui muitos sintomas em comum com Aeíhusa cynapium, e muitos outros que
nitidamente diferenciam as duas drogas. Em ambas encontra- se uma extrema
fraqueza, inabilidade para permanecer em pé ou até mesmo manter a cabeça
ereta. Mas a criança Abrotanum, ao invés de ser incapaz de tomar leite, deseja
pão no leite para satisfazer sua fome. Ambas as drogas apresentam:
“Dificuldade para pensar; perda da compreensão.”
Mas os sintomas mentais de Aeíhusa oAbrotanum ajudam a distingui- -las.
Com Aeíhusa, “salsa dos tolos” , há confusão, incapacidade de pensar, quase
idiotismo. Com Abrotanum há também incapacidade de pensar; mas pode sef
também extremamente irritadiço, irascível, de mau gênio; até mesmo violento
e desumano: gostaria de fazer algo cruel. Sem humanidade.
Nossa idéia de Abrotanum, erva lombrigueira, é a de um arbusto ver- de-
acinzentado, que cresce junto aos portões dos jardins das casas de campo. Ao
entrar e sair, uma pessoa instintivamente esmaga o que Culpepper descreveu
como “suas inúmeras folhas divididas em muitos segmentos finos e eriçados,
de uma tênue e pálida cor verde”, com o propósito de reter entre os dedos seu
agradável perfume. Isto, sem dúvida, concedeu-lhe o nome em inglês dc
“Amor de Rapaz”: porque através dos séculos ela deve ter sido colhida pelos
nossos rapazes para uma tímida apresentação às donzelas de sua escolha;
certamente para ser prensada e preservada sagradamente em muitas das
Bíblias antigas, segundo o costume de nossa cultura, para relembrar, ao longo
da vida, as doces memórias da juventude e dos tempos de namoro.
Abrotanum é uma das mais antigas ervas medicinais inglesas. Na obra
English Physician, de Culpepper (seu prefácio é datado de 1653), encontram-se
referências aAbroíanum:
“A semente moída, aquecida em água quente e depois bebida, ajuda
aqueles que apresentam problemas de câimbras ou convulsões dos tendões,
ciática e faz vir as menstruações nas mulheres. A mesma semente, embebida
em vinho, é um antídoto contra todos os venenos. Untar a es

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2 ABROTANUM

pinha dorsal com o óleo feito desta semente promove a cura de febre in-
termitente. Remove inflamações dos olhos, se parte de um marmelo assado e
algumas migalhas de pão forem fervidos e adicionados. Fervida com farinha
de cevada, ela remove pústulas e vergões da face ou de outras partes do corpo.
A semente e a erva seca matam os vermes em crianças; a erva moída e
aplicada sobre o local retira espinhos e lascas. As cinzas misturadas com óleo
de salada envelhecido ajudam os calvos, causando crescimento de cabelos ou
de barba. Uma forte decocção das folhas é um excelente vermífugo, mas é
desagradável e nauseante. As folhas são um bom ingrediente em fricções para
alívio de dores, diminuição de inchaços ou para interromper o progresso de
gangrenas”. Diz ele de sua tênue coloração verde pálida e de cheiro agradável.

SINTOMAS EM NEGRITO

Grande fraqueza e prostração com um tipo de febre héctica: em crianças, após


gripe.
Frieiras com prurido (comparar com Nux, Agaricus).
Reumatismo inflamatório doloroso antes de iniciar o inchaço.
Gota. Articulações dos pulsos e tornozelos dolorosas e inflamadas.

E ALGUNS SINTOMAS NOTÁVEIS

Sensação de arrepios de frio junto a convulsões cerebrais.


Apetite muito intenso, voraz, embora haja emagrecimento. (Ou perda de
apetite).
Sensação como se o estômago estivesse dependurado ou nadando na água,
com uma peculiar sensação de frio e entorpecimento a todos os irritantes.
Reumatismo após a interrupção súbita de diarréia.
Hemorróidas surgiram e tornaram-se piores à medida em que as dores
reumáticas eram reduzidas.
Desejo freqüente de defecar, mas somente uma pequena quantidade era
eliminada.
Elimina vermes, especialmente áscaris.
Contrações nas regiões ovarianas; dores que se estendem às costas.
Menstruações suprimidas.
Na pleurisia (apósAcon. cBry.) quando uma sensação de pressão per-
manece no lado afetado, impedindo a livre respiração.
Febre héctica, intenso enfraquecimento (marasmo).
Contração dos membros devido a câimbras ou após cólicas.
ABROTANUM 3

No marasmo, a pele torna-se flácida e caída.

* * * * *
NASH menciona seis vezes Abrotanum em seu “Leaders”. Os usos
principais, para ele, em suma são os seguintes:
Marasmo, mais pronunciado nas extremidades inferiores, devido a má
nutrição.
Diarréia.
Diarréia alternando com reumatismo.
Citaremos estas passagens porque elas proporcionam indicações bastante
definidas com relação ao uso do remédio e, o que é tão importante, suas úteis
comparações com outros remédios para condições e sintomas semelhantes.
Com relação ao marasmo, ele aponta que, enquanto Sanicula, Natrum mur.
eLycopodium emagrecem de cima para baixo, Abrotanum emagrece desde baixo
até a parte superior.
A respeito de Nat. mur., ele diz: “nenhum remédio é mais faminto, apesar
de perder peso comendo bem (Acet. a., Abrotanum, lodium, Sanicula e
Tuberculinum).
Em Nat.mur. o emagrecimento é mais notável no pescoço; em Abrotanum
nas pernas....
Nos marasmos infantis devemos escolher entre remédios tais como Bar.
carb., Silicea, Abrotanum, Nat. m., Sulphur, Cale. e Iod. Em todos estes remédios
podemos encontrar emagrecimento do resto do corpo, enquanto que o abdome
está grandemente aumentado. Novamente, em qualquer um deles, a criança
pode apresentar um apetite voraz; come suficientemente, mas tem um
crescimento insatisfatório durante todo o tempo. Trata-se de uma assimilação
deficiente.
Certos remédios alternam sintomas, como Kali bi, onde sintomas reu-
máticos e disentéricos alternam-se. Também em Abrotanum.
Abrotanum apresenta um apetite voraz: perdendo peso apesar de estar se
alimentando bem. (Iod., Nat.m., Sanic., Tub.).
Marasmo somente dos membros inferiores.

* * * * *
Abrotanum é também um remédio dc furúnculos, de reumatismo: da gota;
especialmente nos pulsos e tornozelos (Ruta).
Tem uma certa reputação para tratamento de hidrocele nas crianças; até
então vinha sendo curado rapidamente com Rhododendron.
Sem dúvida o melhor quadro de Abrotanum deve ser encontrado no
“Keynotes ” de Allen.
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ACONITUM

“Meu coração se contorce dentro de mim, e sobre mim caem terrores mortais.
“Medo e tremor me penetram: e um calafrio me envolve. ”

O encantador salmista de Israel, o Rei Guerreiro, que há cerca de três mil


anos atrás cantou todas as emoções e experiências humanas; que inspirou uma
centena de gerações com coragem, fé, confiança - arrependimento; que
alcançou as mais sublimes alturas e embrenhou-se nas profundezas do
sofrimento, abandono e remorso, mesmo ele teve seu mo- mento Aconitum de
sólido e injustificado MEDO.
Suas palavras, acima, são praticamente aquelas das experimentações de
Aconitum.
Kent diz, “Aconitum é como uma grande tempestade; ele vem, varre tudo e
vai-se embora.”... “Trata-se de um remédio de curta ação; um veneno violento
em grandes doses, que pode destruir a vida ou cujos efeitos passam logo, de
forma que se o paciente se recuperar, a convalescença não é demorada. Não
há doenças crônicas que a sigam.”
A verdadeira face de Aconitum expressa MEDO, e. Aconitum é curativo nos
transtornos decorrentes do medo, mental ou físico, até mesmo na icterícia;
assim como ChamomiUa cura as doenças, mesmo icterícia, causada por raiva
ou fúria, ou Staphisagria em transtornos causados por insultos e queixas, reais
ou imaginários.
Mas os medos de Aconitum são mais ou menos intangíveis. O conhecido, o
definido não é aterrorizante para Aconitum. Não apresenta o medo da pobreza
de BRYONIA, o medo de trovão de PHOSPHORUS, o medo de cachorros de
BELLADONNA, o medo da aproximação de ARNICA, o medo quando está
sozinho de Arsenicum, Argentum nit. Mas Aconitum tem o MEDO DA MORTE,
o medo da escuridão, o medo da cama, o medo dos fantasmas./lco/i/íwm tem
não somente o medo da morte, mas prevê a hora exata da morte. Kent
formulou deste modo: “Se um relógio estiver no quarto, ele dirá que quando
os seus ponteiros alcançarem determinada posição, ele será um defunto.” É
Aconitum quem chama seus amigos para seu redor e despede-se deles.
Aconitum tem pensamentos de morte, o pressentimento da morte, prevê a hora
da morte. A

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ACONITUM 5

ocorrência deste estado mental no curso de qualquer enfermidade, ou após um


choque, susto ou cirurgia, clama por Aconitum.
Aconitum é um remédio superficial de ação rápida, para condiçpes agudas
ebastante aflitivas, quando o paciente, ao tomá-lo, repousa, relaxa e dorme. A
tempestade passou.
Esta é a homeopatia que pode ser administrada à intangível, mas tor turante
angústia. E lembre-se,Aconitum não é entorpecente, ele simplesmente cura de
modo rápido as condições realmente produzidas nos envenenamentos e nas
experimentações.

Dr. Clarke disse uma vez, “Se cm algum momento você se deparar com um
livro de Hcnry N. Guernsey, compre-o.” E GUERNSEY possui um artigo
esclarecedor sobrcAconitum, onde ele diz:
“O gênio deste remédio altamente útil é do começo ao fim a esfera mental,
e é sempre importante considerar os sintomas mentais. Quase com certeza este
remédio não deve nunca ser usado em casos onde a enfermidade é suportada
com calma e paciência. Até mesmo para se pensar na utilização de Aconitum,
devemos encontrar intranqüilidade mental, preocupação ou medo,
acompanhando uma doença bem superficial, tal como inflamação das
pálpebras ______________________ Angústia, ansiedade e medo muito in-
tensos e incontroláveis são as características da docnçauAconitum ______
“Queixas causadas por susto, e o medo permanece. (Opium ).
“Prevê o dia esperado de sua morte”, este é um sintoma bastante ca-
racterístico.
“No delírio estão a infelicidade, a preocupação, o desespero, com ex-
pressão do medo na face, mas raramente há inconsciência.
“Sangramento fácil, com perda de sangue vermelho, puro e brilhante, é
acompanhado de um grande medo da morte...
“Hemorragias ativas de qualquer região do corpo, útero ou demais partes,
acompanhadas do medo de morrer e excitabilidade nervosa.”

O medo da morte pode ser tão grande que as pessoas acabam realmente se
matando de tanto pavor de morrer! (Eu própria testemunhei um destes casos).
Shakespeare disse que: “Não há algo que seja bom ou mau, mas o pensamento
o toma assim.” E com Aconitum, é o pensamento que sobremaneira o faz assim.
É o irreal, o intangível que provoca o terror em Aconitum] e se este falha,
você tem que enganar o relógio, a fim de salvar a vida.
Kent diz, “Os pacientes que mais necessitam d&Aconitum são pessoas
fortes e robustas.
“O paciente parece ameaçado com uma morte súbita e violenta, mas sua
recuperação é rápida. Uma grande tempestade que logo termina.”
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Aconitum é o remédio do clima pio e seco, tal como Hepar, Nux e mais
alguns ; enquanto que o clima frio e úmido afeta as pessoas que necessitam de
Dulcamara, Rhus, etc.
NASH considera Aconitum como um dos maiores remédios para DOR,
sendo o seu trio, neste caso: Aconitum, Chamomilla e Coffea.
Mas as dores de Chamomilla são acompanhadas por intensa irritabilidade,
as de Coffea por excitação, por uma “sensibilidade da pele além da
compreensão”, e são curiosamente agravadas pelo barulho, enquanto que as
dores de Aconitum, como já disse, são intoleráveis e acompanhadas de angústia
e MEDO.
Como Kent colocou, Aconilum “grila com dor. Dores como facas... Alguma
coisa horrível deve estar ocorrendo com ele, ou ele não teria tais sofrimentos
terríveis. Prevê o dia de sua morte, como resultado dos horror que parece
oprimi-lo. E este quadro mental está sempre presente, na pneumonia, nas
inflamações renais, hepáticas, intestinais, em qualquer parte do organismo
ondeAconilum é indicado”.
Nash diz: “Aconitum tem uma grande aflição no coração e peito, ao passo
que com Belladonna tudo parece estar concentrado na cabeça.”
E ele menciona Hering para a febre de Aconitum. “Calor, com sede; pulso
duro, forte e freqüente, impaciência ansiosa, não se pode apaziguá- lo, fora de
si, agitando-se com agonia.”

Aconitum tem sido, talvez, muito negligenciado em nossos dias. Os antigos


homeopatas sabiam como usá-lo. Mas alguém deu vazão a um infeliz lugar-
comum, que tem sido propagado, “Até o momento em que você vê o caso, já
é tarde demais para o uso de Aconitum” Tolice! A condição de Aconitum pode
vir a qualquer momento, em qualquer enfermidade, após um processo
cirúrgico; com Aconitum a paz será rapidamente restaurada sem deixar
seqüelas.
Aconitum tem sido denominado o Bisluri da Homeopatia, pois foi Aconitum
que terminou com a “sangria”, pelo alívio evidente que ele proporcionou na
maior parte das condições inflamatórias (pleurisia, pneumonia, etc), nas
quais, não sangrar era realmente visto como equivalente a um assassinato.
Aconitum é um exemplo da inutilidade de òbter seus conhecimentos das
drogas a partir do efeitos que elas produzem nos animais. Clarke relata uma
tentativa de destruir um elefante, na qual usou-se uma cenoura raspada com
aconitina suficiente para envenenar 2.000 homens. O elefante a devorou
rapidamente, mas nada aconteceu, e três horas mais tarde uma grande dose de
ácido prússico precisou ser administrada, que logo provou ser fatal.
Como Clarke diz: “Aconitum é um dos venenos mais mortais e de mais
rápida ação, por outro lado, através das descobertas de Hahnemann,
ACONITUM 7

clc transformou-se no melhor amigo do berçário.”


“Aconitum é o remédio do bebê rosado, redondo e pictórico”, diz Kent. E
visualiza-se a cena - um pequeno e saudável bebê, com febre alta, chorando e
debatendo-se nos braços de sua mãe; a criança angustiada e incapaz de
expressar seus problemas, exceto através de acessos de choro; sua mãe quase
frenética: “Eu não quero perdê-la!” E então, só uma dose minúscula de açúcar
com Aconitum, a potência imaterial e a tormenta é logo vencida.
Aconitum é, portanto, um dos mais indispensáveis remédios tanto nos lares
quanto nos berçários, para efeitos súbitos e graves, após friagens e sustos, com
inquietude, ansiedade, medo e sensibilidade exaltada.

E isto é o que nos diz Hahnemann: “Aconitum é o primeiro e principal


remédio, em doses diminutas, nas inflamações da traquéia (crupe, larin- gite
membranosa), em vários tipos de inflamações da garganta e fauce, e também
nas inflamações agudas locais de todas as demais regiões, em particular onde,
além da sede e do pulso rápido, estiverem presentes impaciência ansiosa,
agitação mental incontrolável e agitação física agonizante. .. Na escolha de
Aconitum como remédio homeopático, deve-se prestar atenção particularmente
aos sintomas da disposição, já que eles devem ser bastante similares.” Ele
destaca que é também “um remédio acessório indispensável mesmo nas mais
obstinadas afecções crônicas , quando o sistema requer uma diminuição da
assim chamada “tensão dos vasos sangüíneos”.

Além disso, no artigo de Sir John Weir, “Homeopathy, an Explanation of its


Principies”, encontra-se um caso cuja menção aqui é bastante adequada. “As
10h30 de uma certa noite, eu fui chamado para ver um homem que sofria de
urticária - anafilática - após soro antitetânico. Ele estava quase fora de si, com
medo e ansiedade; muito agitado, não conseguia parar quieto, certo de que
morreria. Tinha sede, calor e muito medo de ficar sozinho. Estava demais
apreensivo. Tudo tinha que ser feito de uma só vez. As dores reumáticas eram
intoleráveis: dizia que elas o estavam deixando louco.
“Neste quadro Aconitum, na potência 303, proporcionou-lhe alívio quase
instantâneo e em de quinze minutos o paciente voltou a si. Esta foi uma das
mais dramáticas coisas que jamais vi.”
Uma pessoa poderia prosseguir indefinidamente com Aconitum, seu efeito
aliviador maravilhoso nas doenças cardíacas, nas quais sobrevêm uma condição
aguda com palpitação, angústia e grande aflição. Tal como com um refugiado
belga durante os primeiros dias da Guerra; um caso de problema cardíaco
grave, com uma condição perigosa, quase fatalmente agravada, enquanto
esperava pelos dias do embarque, exposto ao frio, à
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exaustão e ao medo no cais; na doença renal, como o caso de um garoto no


hospital, com hidropsia geral, melhor a cada momento com Aconitum, e então
permanentemente beneficiado com Sulphur - que é o “crônico” de Aconitum, É
bom lembrar que, onde Aconitum é muito superficial para o que já se tornou
crônico, Sulphur, seu “crônico” geralmente é o remédio, da mesma forma que
Calcarea é o crônico de Belladonna. Deve ser utilizado também na inflamação
da bexiga, na supressão da urina ou da menstruação; e em outras condições
infindáveis resultantes de ou acompanhadas por friagem, choque, susto, medo.
Lembre-se que Aconitum é um grande remédio para FEBRE; mas é
somente o remédio para as febres Aconitum, Kent diz: “Nunca dè Aconitum
num envenenamento do sangue, como os que encontramos na escarlatina, na
febre tifóide, etc. Não são encontrados os sintomas violentos de Aconitum em
tais condições. A irritabilidade nervosa de Aconitum nunca está presente, mas
o oposto: estupor, preguiça, pele arroxeada; enquanto que Aconitum é
vermelho-vivo, Aconitum não apresenta os sintomas como as formas lentas de
febres contínuas. A febre de Aconitum geralmente é um ataque rápido e
agudo. Alguns remédios têm periodicidades ou ondas: Aconitum não
apresenta este aspecto. O ataque mais violento de febre irá cessar em uma
única noite, se o remédio for Aconitum”
As sensações das várias drogas são sugestivas e de grande valia como,
por exemplo, Aconitum pica, formiga, Lachesis martela, Arsenicum pode picar
com agulhas quentes, Bryonia, Kali carb., e Spigelia dão pontadas e golpes, o
primeiro e o último especialmente em movimento; Kali carb in-
dependentemente do movimento também, e assim por diante.
Concluiremos com resumos das experimentações reais de Aconitum,
fornecidas em negrito por Hahnemann, na Encyclopedia de Allen e no Guiding
Symptoms de Hering; isto quer dizer, sintomas repetidas vezes encontrados
em experimentadores saudáveis e freqüentes curas verificadas em doentes de
uma enfermidade semelhante.

SINTOMAS EM NEGRITO {Hahnemann eAllen)

Delírio furioso à noite.


Humor variável, alegre e então abatido.
Ele fazia tudo apressadamente.
Grande irritaçãoporbagatelas.
Grande ansiedade:grande ansiedade intema.
Ansiedade inconsolável
Extremamente predisposto a estar irritado.
Medo da morte próxima.
Medos lastimosos da morte próxima.
ACONITUM 9

Apreensão; tristeza; solicitude.


Medo de que algum infortúnio aconteça com ele.
Ansiedade inconsolável e gritos lamentosos, com queixas e repreensões a
respeito de males (em geral triviais).
Desassossego excessivo e agitação durante horas.
Noites sem descanso. Agitação sem sossego na cama.
Palpitação do coração e grande ansiedade, aumento do calor do corpo,
especialmente na face. Ela está como que atônita pela vermelhidão transitória na
face.
Oscilação de idéias: se ela quer adotar uma seqüência de pensamentos, uma
segunda seqüência afugenta a primeira, e uma terceira novamente desloca a
segunda, até que ela se toma completamente confusa.
Falta de memória, como se o que ele tinha acabado de fazer fosse um sonho, e
ele mal se recorda do que houve.
Memória fraca.

CABEÇA para frente como se estivesse pregada.


A dor é insuportável, deixa~o louco.
A testa está cheia e pesada, como se houvesse um peso pressionando-a para
fora, e como se tudo fosse forçado a sair através da testa.
Calor na cabeça. Dor de cabeça queimante como se o cérebro fosse agitado por
água fervente.
Plenitude na cabeça. Dorrepuxante semilateralna cabeça.
Dor pulsante no lado esquerdo da testa; enquanto que fortes batidas ocorrem no
lado direito, em acessos.
Vertigem: cambaleando especialmente para a direita.
Vertigem com náusea, especialmente ao levantar-se, após estar sentado.
Vertigem que piora balançando a cabeça, com a qual surge completa escuridão
frente aos olhos.

Pupilas dilatadas. Fotofobia,


Inflamação dos OLHOS com lacrimejamento, que causa muita dor e medo que
o faz desejar a morte.
Inflamação dos olhos, extremamente dolorosa.

Grandésensibilidade ao BARULHO.

EPISTAXIS.
Grande sensibilidade do nervo olfativo.

Dorformigantenas BOCHECHAS.
Sensação que a face está ficando grande,
Finas pontadas penetrantes na ponta da LÍNGUA.
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Língua inchada.
Boca seca.

Queimação na GARGANTA.

Muita sede.
Arrotos vazios. Náusea.
Vômitos por vertnes.
Inclinação para vomitar, como se tivesse ingerido algo repulsivamente doce ou
gorduroso.
Vômitos violentos.
Dor pressiva no ESTÔMAGO, como um peso.
Dor pressiva e tensiva como um peso no estômago e hipocôndrios.

ABDOME inchado e distendido, como ascile.


Cólica flatulenta no hipogástrio como se ele tivesse tomado um purga- tivo
produtor de gases.
Queimação na região umbilical.
Sensibilidade ao toque no abdome, como por uma leve inflamação peritoneal.
Queimação no abdome.
Dor cortante nos intestinos.
Grande inchaço do abdome, que é doloroso ao toque.

FEZES brancas.
Domo reto. Dor penetrante e dolorimento no ânus.

Desejo ansioso de urinar.


URINA quente e escura.

Hálitofétido.
Sensibilidade da LARINGE ao toque.
Rouquidão. Tosse rouca, seca e ruidosa.
Expectoração de sangue vermelho vivo. Hemoptise.
Respiração difícil.
Dor compressiva no tórax.
Dor formigante no tórax. Pontadas no tórax com tosse.

Ansiedade junto ao CORAÇÃO. Palpitação e ansiedade.


Pulso contraído, cheio, poderoso, febril, excedendo 100 batidas por minuto.

Dor reumática na nuca (PESCOÇO): somente ao movimentar-se.


Dor violenta, penetrante, escavante,à esquerda da espinha.
ACONITUM 11

Dor de contusão na articulação da vértebra lutnbar inferiorcom o sacro:


sensação de que o sacro foi cortado fora.

Suor frio nas PALMAS das mãos.


Dorformigante nos dedos das mãos.
Pés frios.
Fraqueza e lassidão dos ligamentos de todas as juntas.

Bocejos constantes sem estar com sono.


SONO leve.
Noites sem descanso: agitação na cama. Desassossego excessivo.
Sonhos ansiosos: desperta com sobressalto.

Frio por todo o corpo, com a testa quente; lóbulo da orelha quente e calor seco
interno.
Leve perspiração pelo corpo todo.
Picadas muito finas ou dores ardentes em vários pontos da pele.

Uma das bochechas quente e vermelha, a outra encontra-se fria e pálida.


No início da noite, calor ardente na cabeça e face, bochechas vermelhas e dor de
cabeça pressionando para fora.
No início da noite, calor seco na face, com ansiedade.

SINTOMAS E INDICAÇÕES NOTÁVEIS OU ESTRANHOS

Constrição na garganta. Esfoladura e constrição. Secura na garganta, como


se algo a estivesse bloqueando.
A garganta está freqüentemente repuxando.
O abdome parecia como se estivesse cheio de água.
Sensação queimante vinda do estômago, através do esôfago, até a boca.
Fezes brancas e urina vermelha.
Leve sensação de esguichar na bexiga, durante a micção.
Sensação de adormecimento, da região sacral para as pernas.
Corpo todo sensível ao toque; a criança não permite ser movimentada: ela
choraminga.
A maior parte dos sintomas é acompanhada por calafrios e ansiedade.
Finas picadas, como por agulhas, aqui e ali, sobre o corpo.
Convulsões de crianças durante a dentição: febre, sobressaltos, contrações
de músculos isolados. A criança morde seus pulsos, irrita-se e chora.
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Calafrios violentos, calor seco.


Após um calafrio violento, febre seca com dificuldade de respirar, dor
lancinante através do peito.
Febres inflamatórias e inflamações, com calor, pele seca, sede vio lenta,
face corada, ou alternando entre corada e pálida; gemidos e agitação;
respiração curta; cabeça congestionada.
Maus efeitos decorrentes da supressão de suores, etc.
Dores intoleráveis. Entorpecimento; formigamento.
Sarampo; tosse seca ladrante: rouquidão dolorosa; não consegue suportar
a claridade.
Língua vermelha.
Congestões locais e inflamações.
Neurite com formigamento. Catarro gástrico por esfriar o estômago com
água gelada, quando aquecido. (Ars.)
r

AESCULUS HIPPOCASTANUM
(Castanha da índia)

Como diz NASH, “este é um dos remédios que é notável nã,o somente pelo
seu grande âmbito de ação, como pela sua eficiência positiva neste âmbito”.
Suas sensações são pesadez e claudicação, especialmente nas regiões sacro-
ilíacas. Plenitude que parece estourar em fauces, estômago, intestinos, reto e
tórax: plenitude em várias partes do corpo, como se contivessem quantidade
indevida de sangue - coração, pulmões, estômago, cérebro e pele. E, como
enfatiza Kent, arroxeamento das partes congestas. Ele diz: “Aesculus é um
remédio venoso, engurgitado e cheio, algumas vezes com risco de
rompimento. Há agora uma outra característica que gostaria de apresentar-
lhes. Vocês irão perceber que onde ocorre congestão a cor é arroxeada ou
azulada... O remédio não é ativo neste estado inflama- tório, ele é lento e
passivo... o coração está trabalhando e as veias estão congestionadas Este
é um dos remédios mais constantemente indica
dos na constituição hemorroidal, como se costuma chamá-la.
GUERNSEY (Keynotes) indica com exatidão, como usualmente, o local,
quando diz: “O fio condutor que direciona o uso deste remédio é encontrado no
reto, vasos hemorroidários, sacro e costas. ”
Os usos e observações populares, como é tão freqüente, apontam para os
seus usos remediais: como nos conta Hering “que ele causa prolapso no gado
que se alimenta dele” - e aprendemos que “as castanhas são levadas no bolso
paira evitar ou para curar hemorróidas”.

Os sintomas em negrito de uma droga, isto é, os sintomas mais salientes


causados e curados por ela, são os indicadores mais fortes para suas freqüentes
e brilhantes façanhas de cura. Dêem uma olhada para eles: “O reto parece
cheio: dolorido, com ardor e prurido; cheio de pequenos “pauzinhos” (uma
grande característica da droga). Então as hemorróidas, normalmente
“invisíveis”, estão protrusas, doem, ardem, tornam-se arroxeadas, com dores
penetrantes até o sacro e as costas. E então ocorre uma dor surda nas costas
que torna o andar quase impossível, e é uma agonia, se o indivíduo se inclina
ou levanta-se após ter se inclinado. Até mesmo a dor de cabeça parece afetar o
sacro e os quadris; piorando também ao andar e ao inclinar-se para frente.

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14 AESCULUS H1PP0CASTANUM

Para esta dor nas costas deve ser considerado também (entre outros)
Agaricus. No Repertório ambos têm dor sacral em negrito: Agar. estando
sentado, Aesc. quando se levanta após ter estado sentado, quando se inclina,
quando caminha: e se estende aos quadris. EAesc. abrange também as
articulações sacro-ilíacas. Mas - não erre em uma subluxação sacro-ilíaca,
após uma queda, uma torção, um levantamento de peso desajeitado, um parto
ou uma cirurgia. Nestes casos, Aesculus, ou qualquer que seja a droga dos
sintomas, será um paliativo, mas não promoverá a cura. Não perca sua
confiança no remédio dos sintomas semelhantes, porque ele não poderá
liberar o comprometimento, e deixe a articulação imobilizada. Hahnemann
ensinou-nos, há uma centena de anos, que as lesões mecânicas devem ser
mecanicamente tratadas. Elas não estão no domínio do medicamento. Através
dc reajustes mecânicos da pelve um grande número de casos de ciática pode
ser curado, até que alguém esteja apto a pensar em todos os casos; e então os
acompanha, onde a manipulação fracassa e algum outro procedimento
cirúrgico é indicado, ou simplesmente o remédio, no qual você perdeu a
confiança devido ao fato dele não ter curado o que estava além do seu
domínio, age brilhantemente. A ciática pode ter muitas causas: recorda-se que
num certo caso hospitalar, onde se descobriu um abaulamento no terço
superior do fêmur, e cuja radiografia diagnosticou um provável sarcoma, mas
que praticamente desapareceu com - justamente este! - Ferrum. Ele foi
prescrito, não por conta da condição do osso, não devido ao diagnóstico
provável, mas por causa de alguns sintomas sem muita importância,
peculiares ao paciente - qualquer que fosse o problema dele! Os prontuários
do hospital ainda contêm as radiografias aparentemente signiíicantes: embora
o homem tenha se recuperado e mais tarde, tenha sido chamado para a guerra,
foi dispensado somente devido àquelas radiografias: mas permaneceu bem,
até onde sabemos, por muitos anos.
Mas devemos voltar a Aesculus, c aqui lembramos, durante a época da
guerra, do sofrimento intenso daquela enfermeira que assistiu a um funeral
frio e úmido, resultando no fato dela não saber como cumpriria seu serviço,
de tanta dor na parte inferior das suas costas; uma dor que não permitia que
ela se inclinasse, ou se levantasse após ter se inclinado. O Repertório foi
consultado e o remédio escolhido - Aesculus. Ela tomou uma dose e deitou-se.
Em um par de horas, ela reapareceu feliz e pronta para o trabalho, e ninguém
mais soube da sua dor nas costas. Há pessoas que têm idéia de que a
Homeopatia é lenta. Ela é! Nas enfermidades simples agudas nada pode ser
mais rápido; somente a Homeopatia; isto é, os sintomas do paciente e da droga
devem corresponder. O pior de trabalhar com a lei é que não irá funcionar
quando não se está na lei! Dê a ela uma oportunidade se você deseja obter
sucesso. Embora deva-se considerar que às vezes a Homeopatia é difícil. Mas
você perceberá que “quanto
AESCULUS HIPPOCASTANUM 15

mais você praticá-la, mais você tirará proveito dela.”

A propósito, deve-se contrastar Aesculus com Nitric acid. Ambos afligem e


confortam maravilhosamente o reto e o ânus. O sintoma ào, Aesculus é o reto
cheio de pontas agudas (Collinsonia também); Nitric acid sente uma lasca no reto,
que pica fortemente durante a evacuação. Cora Nitric acid há uma agonia
durante a evacuação e por várias horas após a evacuação. Nit ac. apresenta
fissuras c hemorróidas sangrantes. Aesc. apresenta hemorróidas grandes,
arroxeadas e salientes, talvez com uma dor cortante como faca que não permite
que o paciente esteja em pé, sentado ou deitado, mas somente ajoelhado.
Curiosas “personalidades” destes remédios! São muito definidas e peculiares
suas características, onde nenhum remédio fará pelo outro: trata-se de uma
fechadura muito complicada , que é aberta somente por uma chave com muitos
dentes. Isto tornam a homeopatia muito fácil e muito difícil, e muito
interessante.
Mas cmAesc. não somente as regiões sacrais, mas toda a espinha é en-
fraquecida: dores que entorpecem e tornam-se piores com os movimentos.
E não somente o reto, mas todo o tubo digestivo, incluindo o fígado
(mesmo relacionado à icterícia), com sensações dc ardência, de plenitude,
flatulência e cólicas dolorosas; mas provavelmente associadas com os
sintomas retais e hemorroidais.
E com a dor característica das costas, pode haver leucorréia amarela-
escura, grossa e pegajosa; cAesc. provocou e curou deslocamentos, aumentos e
endurações do útero, com grande sensibilidade, calor e lateja- mento. Mas
todos os sintomas estão acompanhados por claudicação na parte inferior das
costas, que piora ao andar.

$ $ í f c $ *

HALE (New Remedies) escreveu a respeito dc Aesculus - “Um verdadeiro


policresto, tendo um largo raio de ação, mas como alguns outros policrestos,
tem sua ação centrada num certo local, do qual se irradia uma série de
sintomas reflexos.”
“Este ponto central de ação é o fígado e sistema portal, e nove dentre cada
dez de seus sintomas são decorrentes desta ação. Eu encontrei efeitos análogos
em Aloe., Collinsonia, Nuxvom., Sulphur ePodophyllum —
“Eu tenho sido mais bem sucedido com este remédio nos casos de
congestão do fígado, quando acompanhada de hemorróidas. Indicado pelos
sintomas - dolorimentos, dores beliscantes no hipocôndrio direito, agravados
ao andar. A dor estende-se para cima entre os ombros.
“Constipação, com fezes duras, secas e em nódulos, de cor branca.
“Hemorróidas, se há a presença dos seguintes sintomas, são prontamente
removidas por Aesc. ... Os tumores, protrusos ou internos, são
16 AESCULUS HIPPOCASTANUM

comumentc arroxeados, duros e muito dolorosos (não cm came viva como no


caso deAloes, mas com uma sensação de contusão), com dolorimento, ardor e
raros sangramentos... Os sintomas do reto são característicos - sensações
bastante desagradáveis de secura, dor, constrição, plenitude e uma sensação
como se paus, lascas, pedregulhos ou outras substâncias estranhas tivessem
ficado alojadas no reto... plenitude - protrusão, com um desejo de evacuar..
.com, normalmente, ausência de real constipação...
“As dores nas costas que acompanham seus sintomas retais são muito
notáveis ... algumas vezes dores perfurantes ou cortantes, mas em geral
consistem de uma claudicação como se houvesse cansaço, estendendo-se para
os quadris ou pernas, ou um dolorimento e fraqueza que se agravam ao andar,
ao inclinar-se ou qualquer outro movimento.” Dr. Hale acrescenta: “Como
Rhus, a dor e a rigidez freqüentemente cessam após o movimento contínuo...
Ele também diz: “Dr. Hart afirma ter descoberto um “keynote” em um
sintoma não encontrado em sua patogenia - Lalejamento nas cavidades
abdominalepélvica, especialmente na última.”

* * * * *
E em ./lese. não somente hemorróidas, mas as varizes e úlceras são ar-
roxeadas, ou principalmente sua área circunvizinha; escura e arroxeada.
Mesmo o coração e o peito não estão excluídos das atenções de. Aesculus,
e provavelmente seu real alcance é maior do que imaginamos: pois Hering o
coloca em negrito para as “queixas pulmonares dos cavalos”, de onde
supostamente vem seu nome em inglês, horse-chest-nut. As experimentações
mostram sua ação nos pulmões - enquanto que Nash o considerou um segundo
Arsenicum na coriza. Isto é o que ele escreve:
“Eu usei Aesculus com resultados muitos bons na coriza e dor dc garganta.
A coriza é bastante semelhante à de Arsenicum, fina, aqüosa e ardente; mas o
que caracteriza Aesc. aqui é a sensação de carne viva: sensível à inalação de ar
frio. Na garganta há a mesma sensação de carne viva, tanto na forma aguda,
como também na faringite folicular crônica, para a qual quase sempre é um
bom remédio.”
Novamente as experimentações sugerem que haja: secura da parte
posterior das narinas e da garganta , com espirros, seguidos de coriza
abundante. Picadas e ardor na parte posterior das narinas e no palato mole. Há
também pontadas, formigamento, ardência e picadas nas fau- ces; dores
perfurantes no lado esquerdo. Ardência violenta na garganta, com sensação de
estar em carne viva. Secura e aspereza da garganta, como por resfriado.
Fauces secas e constritas. Fauces congestionadas e escuras, com sensação de
plenitude e irritadas. Laringite catarral; laringe seca e enrijecida.
AESCULUS HIPPOCASTANUM 17

Mas em qualquer localAesc. mostrará suas características peculiares -


sensação de plenitude até parecer arrebentar - surdo dolorimento nas costas,
etc. proibindo os movimentos - e congestão em qualquer lugar, além de
arroxeamento, secura e ardência.
Por outro lado, Kent conta-nos que Aesc. “é um maravilhoso remédio para
os olhos, especialmente quando eles têm “hemorróidas”: isto é, vasos
sangüíneos aumentados. Vermelhidão, ardência, lacrimejamento e vasos
sangüíneos alargados. Aumento do volume de sangue destinado aos olhos
também”. E ele aponta para um aspecto em comum com todos os remédios de
plelora venosa, Pulsatilla, etc., o paciente de Aesculus sente- se melhor “estando
em meio ao ar frio”.

SINTOMAS EM NEGRITO

Sensação de RETO cheio: secura eprurido.


Sensação de reto cheio de pauzinhos (característico). (Coll.).
Fezes duras e secas são expelidas com dificuldade, com a secura do reto e calor.
Evacuação seguida de plenitude do reto.
Hemorróidas, escondidas e dolorosas, raramente sangram.
Hemorróidas dolorosas, ardentes e arroxeadas;geralmente “invisíveis
Dor nas hemorróidas como uma faca, subindo e descendo: não é possível sentar-
se, estarem pé ou deitar-se; única posição é ajoelhado.
“Alguns levam as castanhas em seus bolsos traseiros como um preventivo”.

LEUCORRÉIA com claudicação nas costas através das articulações sacro-


ilíacas, com grande fadiga ao andar; aquela parte das costas fica exausta quando se
caminha, ainda que por pouco tempo. ”

“Queixas pulmonares em cavalos. ”

Surdas DORES NAS COSTAS constantes; andar quase impossível:


dificilmente pode se inclinar, ou levantar-se após estar sentado.
Dor de cabeça constante afetando o sacro e os quadris, muito pior ao andar ou
inclinar-se para frente.

Sensação de paralisia nos braços, pemas e espinha.

Peso e claudicação.
Plenitude em várias partes.
Membranas mucosas secas, inchadas; ardentes e com sensação de
18 AESCULUS HIPPOCASTANUM

carnc viva.
Inchaços glandulares do osso (seja o que possa significar!)

A propósito, algumas pessoas portam uma castanha em suas vestes “para


curar reumatismo”.
AETHUSA CYNAPIUM
(Salsa dos tolos”, Cicuta menor, Cicuta dos jardins)

V )

Um dos nossos menores, mas mais preciosos remédios. Geralmente con-


siderado um remédio da infância: dos bebês que não toleram leite: do vômito
súbito: de água, copioso; de catarro esverdeado: da fraqueza e sonolência após
o vômito - depois de “vômitos assustadores”, com ou sem diarréia e cólicas
extremas. É também um remédio de “crianças idiotas”.
Mas suas virtudes se estendem para além dos tempos da infância. Este foi
o grande remédio do Dr. Clarke para um tipo de pavor aos exames, como será
visto mais tarde, em uma citação extraída de seu Dictionary. O “pavor”que
Aethusa bane é retratado em seus experimentações: - “incapacidade de ler
qualquer coisa, após sobrecarga de suas faculdades mentais”;'“incapacidade de
pensar: confusão”; impossibilidade de retenção de uma idéia”:“grande
ansiedade”; “cabeça confusa: cérebro com sensação de estar vendado”. Em
outras palavras, a condição - todos já passamos por ela - quando trabalhamos
até o nosso limite para um exame, achamos que é inútil tentar estudar mais;
uma condição de repleção mental cora falta de assimilação, quando os maiores
esforços para lutar com coisas que podem ser necessárias, são uma mera perda
de tempo: - eles recusam-se a seguir em frente: e quando a única esperança é
ficar longe dos livros, ou - Aethusa. Outra forma de medo de exame solicita o
uso de Argentum nitricum. Aqui a condição não é a de “paralisação”, mas an-
siedade aguçada, preocupação e premonição de fracasso. A vítima está
apressada; atormentada com ansiedade e com seus nervos exaustos. A
apreensão é intensa - chega até mesmo à ocorrência de diarréia, antes da mais
leve provação (Gels.). Argentum nitricum é um remédio de grandes tensões e
apreensões mentais; Aethusa da simples sensação de incapacidade .. . isto é
como nós os vemos. Aethusa desordena mais violentamente o estômago - com
seus vômitos extremos; enquanto queArgentum nitricum causa inchaço no
estômago com dispepsia flatulenta: como se o estômago fosse arrebentar de
tanto ar. Ambos apresentam diarréia com muco verde. Argentum nitricum é o
remédio do desejo ardente por doces e açúcar, que fazem mal ao estômago.
Kent mostra-nos um caso onde um lactente teve uma diarréia esverdeada
devido à sua mãe ter ingerido doces. Ele prescreveu Chamomilla, Mercurius
eArs., sem alívio dos sintomas, até que descobriu a respeito dos doces. Por fim,
ele perguntou à mãe
20 AETHUSA CYNAPIUM

se ela havia ingerido alimentos doces, açúcar, etc., ela disse que não. “Por que
respondeu não? Sim, você comeu!”, afirmou seu marido. “Eu trouxe meio
quilo de doces para você todos os dias, em casa. O que você fez com eles?”,
“Oh, isto não é nada!” ela exclamou “Mas, escreve Kent, “o bebê não ficou
bem até ser medicado com Argentum nitrícum, e a mãe ter parado de comer
doces.” Ele nos conta que uma série de medicamentos têm um desejo ardente
de doces, mas muitos deles podem ingeri-los impunemente. Aeíhusa está pior
por café e tem desejo de vinho, mas os sintomas mentais aumentam após
tomá-lo.
Aeíhusa deve ser lembrado como um dos remédios da epilepsia. Com esta
droga, nas convulsões, os olhos são revirados para baixo, os polegares
entortados, a face avermelhada, as pupilas dilatadas; a boca espumando; as
mandíbulas travadas, etc.
Um ponto que deve estar em mente em relação às crianças e que pode ser
útil é a sua grande fraqueza; e sua inabilidade de manter a cabeça em pé
(Abrot). Todos estes sintomas comumente pioram por volta das 3 às 4 horas da
madrugada.
“Aeíhusa cynapium nos bebês que são alimentados a cada vez que choram.
O bebê dobra para cima seus joelhos, quando levados ao colo, na mesma
posição que, em geral, Medorrhinum assume, mas os pacientes de Aeíhusa,
tanto quanto eu sei, não dormem na posição genupcitoral. Eu pesquisei uma
garota de dezoito anos de idade que dormia nesta posição e para quem o
remédio indicado foi Medorrhinum. Esta foi a única vez em que vi este
sintoma particular em um paciente adulto. Interessou-me tanto que perguntei
a ela por que dormia assim. Ela me disse que às vezes tinha a sensação de que
havia dez mil vermes contorcendo-se no interior de seu abdome e quando ela
se colocava na posição genupeitoral, imediatamente cessava a sensação.” -
DR. UNDERHILL, a partir de uma discussão citada em um
antigoHomeopaíhic Recorder (E.U A).
ALLEN (Keynotes), chamou atenção para a total ausência dc sede. E não
somente a intolerância ao leite, mas a grande fraqueza da criança; chegando
até mesmo a um estado de estupidez.

NASH salienta que: “AETHUSA é um dos nossos melhores remédios para


vômitos infantis. É o caso quando o leite volta do estômago tão logo é
ingerido, através de grande esforço, após o qual a criança fica largada e
sonolenta; ou o leite fica no estômago por mais tempo, até ele finalmente
voltar em coalhos muito azedos, tão grandes que parecia quase impossível que a
criança os havia expulsado. Se esta condição estomacal não é curada, o caso
alcançará a cólera infantil, com fezes líquidas esverdeadas ou viscosas,
cólicas e convulsões. As convulsões são peculiares, daquelas em que os olhos
são revirados para baixo, ao invés de ficarem para cima ou
AETHUSA CYNAPIUM 21

para os lados ... Ele diz que a face está encovada com linea nasalis, uma
superfície de uma brancura perolada no lábio superior, ligado por uma linha
distinta desde o orifício nasal externo até os cantos da boca. Este sintoma é
mais característico em Aethusa do que em qualquer outro remédio ... A ausência
de sede decide por Aethusa ao invés d&Arsenicum. ”

* * * * *

CLARKE (Dictionary) mostra-nos casos ilustrativos da ação de Aethusa,


que quando recebeu o nome de “salsa dos tolos” não foi sem razão. Ele
realmente o considera um medicamento para “tolos”. Há uma grande fraqueza
da mente ou do corpo. Um sintoma muito característico é: Inabilidade de pensar
ou fixar a atenção. Orientado por este sintoma, uma vez o receitei a um
estudante unversitário para prepará-lo para um exame, com sucesso absoluto.
Ele fora compelido a largar os estudos, mas foi capaz de reassumi-los e foi
aprovado brilhantemente. No caso de um pequeno garoto, em um orfanato, que
sofria de terríveis dores de cabeça e que era incapaz de fixar a atenção em suas
lições, receitei doses únicas de Aethusa, em raros intervalos, com grande
alívio. O próprio garoto voltou a pedir o remédio, subseqüentemente a um
retorno dos antigos sintomas.
Ele diz, os sintomas dc Aethusa são particularmente bem definidos, de fato
a violência é uma das marcas de sua ação - vômitos violentos, convulsões
violentas, dores violentas, delírio violento. E então, estado de estupidez; em
alguns casos alternando-se com furor... Percebe-se a intolerância ao leite. A
grande fraqueza e exaustão após o vômito: a criança fica tão cansada que cai
no sono de uma vez. “Fome após o vômito”, é um keynote... Os adultos
reclamam de uma sensação, como se o estômago estivesse virando dc cabeça
para baixo...

* * * * *
E uma dupla de sintomas peculiares, que parece que nós esquecemos:
Sente a língua longa demais.
As glândulas ao redor do pescoço ficam inchadas como uma fileira de
pérolas. Na febre há ausência completa de sede, apesar da temperatura
bastante alta.

SINTOMAS EM NEGRITO

Uma condição de torção iniciando nas aletas do nariz e se estendendo até os


cantos da boca, dá àface uma expressão de grande ansiedade e dor.
Intolerância ao leite: a criança devolve todo o leite ingerido tão logo o engole;
coalhado ou não, em cerca de 10 a 15 minutos, através de um vômito súbito e
violento; então a fraqueza toma a criança sonolenta por
22 AETHUSA CYNAPIUM

alguns minutos.
Vômito de leite coalhado.

SINTOMAS NOTÁVEIS, EM ITÁLICO OU ESTRANHOS

Passível de acessos de raiva. Fúria; frenesi.


Ele imagina que vê ratos atravessando a saia.
Ele imagina que vê gatos e cachorros.
Grande ansiedade e inquietude.
Mal humorado e irritável ao ar livre: sente-se melhor no quarto. Inaptidão;
descontentamento.
Estupefação, como se houvesse uma barreira entre seus órgãos dos
sentidos e os objetos externos.
Encotnra-se estirado, sem consciência.
Vertigem sem sonolência. Impossível manter-se ereto.
Língua úmida, coberta de branco após leite.
Ou, sensação de língua muito seca. Ou, copiosa salivação.
Aftas: calor pungente na boca e na garganta. Dificuldade de engolir.
Paladar: doce; insípido; amargo; salgado; de cebola; de queijo.
Fala baixa; fala quase impedida.
Aftas inflamadas e pústulas na garganta: condição desesperadora. Prurido
e pigarros no esôfago.
Incapacidade de engolir.
Vômitos horríveis.
Vômitos esverdeados e abundantes.
Vômito com muco sanguinolento.
Dor dilacerante, na boca do estômago e estendendo-se até o esôfago.
Frialdade no abdome, objetiva e subjetiva; com frialdade nas extremidades
inferiores,
Sensação de pressão, como se houvesse uma faixa ao redor do tórax.
Inchaço da glândula mamária.
Palpitações violentas no coração; ressoando na cabeça.

Dor aflitiva em occípicio e nuca, estendendo-se para espinha. Uma


sensação como se a dor nas costas pudesse melhorar através de estira- mento
do corpo e inclinação firme para trás, como cm opistótono.
Dormência nos braços; peso; fraqueza; câimbras; contração dos dedos.
Formigamento referido aos ossos dos membros inferiores.
Inchaço: o corpo todo torna-se inchado e lívido.
Espasmos epilépticos violentos, com os polegares curvados, a face
(

AETHUSA CYNAPIUM 23 (
(
vermelha, os globos oculares revirados para baixo, pupilas dilatadas, in-
(
sensibilidade, espuma leitosa saindo da boca, dentes apertados, pulso
freqüente, fino c duro. (
Espasmos: delírio;estupor.
Enrijecimemnto do corpo todo.
Incapacidade de manter a cabeça reta, ou de sentar-se. <
Corpo todo de coloração preto-azulada. (
Não pode suportar ficar descoberto durante o suor.

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4

y.

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AGARICUS MUSCARÍUS

V _____________________ _______________________ /
Agaricus - Amanita (o nome sob o qual seus sintomas aparecem no
GuidingSymptoms de Hering) - o Fly Agaric (ou fungo) ou Bug Agaric, o
fungo louco (“fou”) dos franceses, tem seu espaço peculiar e sintomas
bastante distintos na Matéria Médica homeopática. Suas experimentações,
realizadas por Hahnemann, aparecem no Archives de Stapf, um periódico
contemporâneo, com suas experimentações de algumas outras drogas -
especialmente Psorinum, do qual, acredito, não há tradução para o inglês. Mas
a dc Agaricus é encontrada no Vol. II do seu Chronic Dis- eases.
Aqui Hahnemann descreve o fungo como “recoberto por uma copa
vermelho-escarlate, que é enfeitada por excrescências esbranquiçadas e
folíolos brancos.” Ele diz que o fungo deve ser antes triturado, para então ser
dinamizado da maneira usual, como ele sugere, até a 30 3 potência.
Associa-sc Agaricus especialmente à coréia: mas seus repuxões e con-
trações notáveis são somente uma pequena parte de seu retrato. Recorda- -se
do Dr. Blackley, de tempos antigos, no Hospital Homeopático de Londres,
que usava Agaricus para coisas que, por profunda ignorância, pareciam
estranhamente inapropriadas: mas ele provavelmente conhecia seus usos
melhor do que a maioria de nós! - Por exemplo, parecia uma droga curiosa a
ser fornecida em casos de pneumonia! - e também, isto é o que KENT diz a
seu respeito:-
“Agaricus é um grande medicamento em problemas no peito, embora
raramente assim considerado. Ele curou o que parecia ser tuberculose.
Condição catarral do peito, com suores noturnos e história de sintomas
nervosos. Ataques isolados de tosse violenta, terminando em espirros. Tosse
convulsiva, com suores ao entardecer, com pulso freqüente, expectoração de
muco semelhante a pus, piorando nas manhãs e quando se está deitado de
costas. Adicione a isto os sintomas de Agaricus descritos, e ele tomará conta
do caso. Casos de tísica incipiente. Está fortemente relacionado com a diátese
tuberculosa.
“Eu lembro do início da experimentação de Tuberculinum em um indivíduo
que eu suspeitava fosse sensível à droga, pela sua história e sintomas. A
primeira dose quase o matou e, considerando o uso de tal substância no
diagnóstico da doença em gado, ela parecia afetá-lo. Ele tornou-se
emagrecido e com a aparência de estar à beira da morte. Deixei-o sozinho

24
AGARICUS MUSCARIUS 25

e o observei, esperando pacientemente e os sintomas dc Agaricus surgiram e


estabeleceram a relação entre os dois remédios, confirmando a observação de
Hering da relação ác Agaricus com diátesc tuberculosa.yíga- ricus curou o
indivíduo e permitiu que ele recuperasse peso.”
Entre os sintomas de HERING estão: “Sente-se o peito muito estreito.
Constrição e opressão no peito. Tosse convulsiva com transpiração ansiosa.
Após cada tosse, violentos espirros; às vezes tão rapidamente que ele não sabe
se tosse ou espirra. Inflamação nos pulmões. Consunção tuberculosa.”
Este fungo venenoso afeta os órgãos digestivos. Distúrbio no abdome
- chcio de cólicas; tudo fermenta. Gases horrivelmente ofensivos. Abdo me
timpânico. Urgência violenta para defecar. Sensação como se o reto fosse
estourar - mesmo após a defecação. Tenesmo após a defccação (Merc. cor.)
Agaricus apresenta também sua própria dor forte nas costas, especialmente
na região sacral c que piora quando se está sentado. (Mas neste caso procure
uma possível causa mecânica - subluxação sacro-ilíaca.) Este remédio já foi
curativo em um caso difícil de reumatismo, onde a indicação era “dores
diagonais, como do antebraço esquerdo e coxa direita, ou joelho direito c mão
esquerda”. E, neste caso, os sintomas d & Agaricus pioram quando se descansa
ou se está sentado c melhora com o movimento.
Mas, muito dc seus efeitos nocivos e benéficos estão centrados na espinha
dorsal e no sistema nervoso. Como diz Kent, “as coisas mais impressionantes
que ocorrem com este medicamento são as contrações musculares e os
tremores. Os repuxões dos músculos e a tremedeira dos membros. As
contrações dos músculos tornam-se tão extensas que se transformam em um
caso bem desenvolvido de coréia... Dificuldades de coordenação dos
movimentos dos músculos do corpo. Falta de coordenação do cérebro e da
medula espinhal. Movimentos desajeitados. Os objetos caem das mãos. Os
dedos se abrem num espasmo enquanto seguram algum objeto.” Kent diz:
“você pode, em algumas ocasiões, curar Bridget na cozinha, quando o
problema é que ela anda constantemente quebrando pratos por deixá-los cair,
com Agaricus ou Apis.” E ele acrescenta sua distinção entre as duas drogas,
enquanto que Agaricus aproxima-se do fogo, A pis deseja sair da cozinha!
Relembrc-se da descrição clássica da ocorrência de coréia. “A criança foi
advertida por fazer caretas: então ela foi castigada por derrubar e quebrar as
xícaras e os pires”; então, por fim, ficou claro, até para o mais desatento que
este não era um caso de pecado original, mas Dança de São Vito e então a
vítima foi levada às pressas para o médico que tirou sua tem pera- tura, ouviu
a sua batida cardíaca e ordenou “Cama!” - e, no caso de ser homeopata,
prescreveria Agaricus ou qualquer outro destes medicamen
26 AGARICUS MUSCARIUS

tos espasmódicos, que mais se assemelham, em seus retratos, aos sinto mas
individuais deste paciente em particular.
Como diz Kent, “Todos os remédios são repletos de singidaridades, e é a
compreensão destas peculiaridades que nos tornarão capazes de fazer uma boa
prescrição. ”
Agaricus afeta o coração também, com dores como agulhadas; com
opressão do coração, assim como dos pulmões; com choque e palpitações;
mas vários outros remédios: Hyos.; Stram.; Mygale; Ignatia, entre outros,
causam até mesmo uma distorção maior (coréica) da facc.

GUERNSEY (Key Notes) diz do,Agaricus, “Este remédio é muito rico em


sintomas sobre quase todos os órgãos e funções do corpo... Eu sempre sou
bem recompensado pelo seu estudo e uso, quando eu encontro: pnirido,
vertnelhidão e ardência, em qualquer parte do corpo, como se estivesse ulcerado
pelo frio; ou ardência e pmrido nas partes internas. ” Enquanto NASH, que não
tem grande coisa a dizer a respeito da Agaricus, ao registrar as sensibilidade
dolorosa da coluna vertebral, estendendo-se aos membros inferiores c as
contrações das pálpebras, face e extremidades que cessam durante o sono, é
mais obcecado com os sintomas de pele. “Ouvidos, face, nariz e pele estão
vermelhos e com prurido como por frieiras”. Ele diz que este prurido,
vermelhidão e ardência, como se tivesse sido congelado pelo frio, “podem
levar à escolha desta droga em muitas doenças diferentes”.
E, é claro que a maior parte das pessoas conhece Agaricus, se não por nada
mais, pelo menos como um remédio para iritiras.Agaricus sofre intensamente
com o frio, e suas frieiras são terrivelmente dolorosas quando as mãos ou os
pés estão frios. As frieiras de Pulsatilla, pelo contrário “ter- rificam” (comose
diz do gado, quando as moscas estão nele pousadas sob sol intenso) quando as
extremidades estão quentes. As frieiras do Agaricus são horrivelmente
dolorosas quando está frio; as dc Pulsatilla ardem e coçam loucamente quando
está calor. Estes são os remédios que especialmente ocorrem a alguém para o
tratamento de frieiras. ..e Ruta! Alguém se lembra bem do ungüento de arruda
para um sobrinho, cujas frieiras estavam tão ruins que o prendiam à cama, de
tempos em tempos, durante o ano letivo. Sua mãe chegou à conclusão que
nada além do ungüento de arruda poderia ajudá-lo. Tanto que ela acostumou-
se a solicitá- la sempre em seus pedidos anuais de novos suprimentos pelo
correio.
Mas há ungüentos e ungüentos de arruda. Era um dos nossos jardineiros
que supria a farmácia:- ele sempre plantou arruda no jardim para que pudesse
preparar o ungüento para as vacas, quando estas tinham os úberes doloridos.
E ainda hoje cultivamos arruda, o antigo “mitridato”; e somente se alguém é
muito preguiçoso para torná-la ungüento, falhará. Ruta deve ser preparada a
partir da planta fresca - sempre; e a seguir está
AGARICUS MUSCARIUS 27

o modo: Aqueça banha até ficar líquida (uma vasilha de sopa é excelente para
esta finalidade) e megulhe nela um bom maço dc arruda fresca com as pontas
florescidas, se possível. Deixe este extrato durante algumas horas num local
quente, até que a arruda fique descorada e a gordura torne- se verde e
cheirosa; então erga o maço e deixe a gordura secar. Feche o pote quando o
ungüento estiver frio e sólido. Ele é indicado para aplicações em joanetes,
sinovite nos joelhos - mas aqui a Ruta em potência agirá também, e não é
gordurosa - para feridas, frieiras e frieiras rachadas. Mas naqueles dias não
havia ainda o conhecimento dc Agaricus c Pulsatilla, cuja ação é de longa
duração e muito mais curativa.
Mas os “fungos loucos” afetam, é claro, o cérebro e os sentidos - nos
estados mais leves com mau-humor, indiferença, falta de vontade de trabalhar,
ou de responder perguntas; quando inteiramente doente, está tomado pelo
delírio - no qual não reconhece ninguém - arremessa objetos contra as pessoas
- canta e fala mas não responde a perguntas. Este é um dos medicamentos para
delírio - até mesmo delírio furioso. “Ele é usado por tribos selvagens asiáticas
em forma de uma bebida realmente inebriante.” Assemelha-se tanto ao
alcoolismo que tem tido um lugar de destaque como um dos remédios para
delirium tremens. E certamente a descrição sucinta dc Agaricus, feita por Boger,
sugere não somente coréia, mas também embriaguez, - "Agaricus tem
movimentos irregulares, incertos e exagerados: ele dá passos muito largos, muito
altos - deixa cair objetos... com fala indistinta e aos trancos. ”

SINTOMAS EM NEGRITO

Delirium tremens.
Delirium com constantes acessos de loucura.
DOR DE CABEÇA que entorpece, repuxante, pela manhã, estendendo-se até a
raiz do nariz, com sangramento nasal ou grosso catarro mu- coso.
Dores de cabeça daqueles que são sujeitos à coréia; ou quem rapidamente se
toma delirante na febre ou com dor; contrações ou trejeitos.

Vermelhidão, prurido ardente nas ORELHAS, como se estivesssem congeladas.

LÍNGUA seca.

Muita sonolência após o jantar, de maneira incomum; ele DORME muito


profundamente e acorda com dores em todos os membros.
28 AGARICUS MUSCARIUS

TOSSEò súbitas e convulsivas, pior nas manhãs ou durante o dia.

Dores nas REGIÕES LOMBAR E SACRAL; estando sentado; dor,


dolorimento costas não estão sensíveis ao toque.

Pruridv tom ardência em ambas as MÃOS, como se estivessem congeladas;


partes quentes, inchadas e vermelhas.
Tremores nas mãos.
Dedos enrijecidos devido a gota.
Contrações dos músculosglúteos.
Dores nos ossos na parte inferior das PERNAS, às vezes como se a dor fosse
no periôsteo.
Dore inflamação dos artelhos enregelados.
Frieiras.
Dores rasgantes nos membros, pior em descanso ou estando sentado, melhor
movendo-se.
Dores nos membros com entorpecimento e claudicação.
Insegurança ao andar, tropeçando sobre qualquer coisa no caminho.
Contrações: nas pálpebras e globos oculares; nas bochechas; na parte
posterior do tórax; no abdome.
Movimentos involuntários (especialmente nas crianças) enquanto está
acordada, cessando durante o sono.
Movimentos espasmódicos, desde simples movimentos involuntários e repuxões
de músculos isolados, até um dançar de todo o corpo. Coréia.
Paralisia dos membros superiores e inferiores. Amolecimento incipiente da
medula espinhal.
Durante o sono, não se observa qualquer movimentação dos olhos nos
espasmos clônicos oculares.

Frieiras, ulceração pelo frio e todas as conseqüências de exposição ao frio,


particularmente na face.

Calafrios pelo corpo, correndo de cima para baixo.


Estremecimentos; com vômito amargo após jantar.
Suor ao andar ou com leve esforço.
Suor profuso.

Ardência, prurido, vermelhidão e inchaço, como por ulceração de frio.

Beberrões, especialmente para suas dores de cabeça.


AGARICUS MUSCARIUS 29

ALGUNS SINTOMAS PECULIARES OU EM ITÁLICO

Agaricus c um dos poucos remédios dc sintomas diagonais: eles podem


aparecer ao mesmo tempo em lados opostos do corpo - mas diagonalmente.
Sensações de frio: frio gelado em uma pequena parte, tórax esquerdo
próximo à clavícula.
Formigamento e ardência nos músculos glúteos.
Dores nevrálgicas como se pequenos pedaços de gelo estivessem tocando
as partes ou como se agulhas frias corressem através dos nervos. (Ars. agulhas
quentes). Parece como se todo o corpo definhasse sem motivo aparente.
Prurido e ardência por toda a parte, com grande aflição.
>
AILANTHUS GLANDULOSA
(Arvore do céu, Sumagre chinês)

V )

No nosso antigo jardim em Wyvenhoe, há anos atrás, havia duas magnífi cas
árvoresAilanthus, cuja memória tem ajudado a chamar a atenção para este
remédio pouco conhecido, mas de inestimável valor.
Sua dramática história, como medicamento, é registrada somente pelo Dr.
Hughes, tanto quanto pudemos descobrir, mas uma vez que este relato serve
para impressionar na mente o que Ailanthus faz bem e suas peculiaridades
nocivas, isto é, seu enorme poder curativo em alguns casos desesperadores de
doença aguda, vale a pena ser repetido.
Dr. Hughes nos conta que um dos nossos médicos mais talentosos “supre
o primeiro capítulo”. Sua própria filha sofreu com todos os sintomas iniciais
dc uma escarlatina maligna: vômito, dor forte de cabeça, intolerância à luz,
tontura, face quente e vermelha, inabilidade para sentar-se, pulso rápido e
fino; sonolência apesar de grande agitação; muita ansiedade. Duas horas mais
tarde a sonolência tinha se transformado em insensibilidade, com constante
delírio murmurante, sendo que a criança não mais reconhecia os membros de
sua família. Ela estava agora recoberta, em partes, por erupção miliar, com
eflorescência entre seus pontos, todos escuros, de uma tonalidade quase
lívida; a erupção era mais profusa na fronte e na face do que em qualquer
outra parte do corpo. O pai considerou sua filha perdida. Mas em poucas
horas surgiu uma mudança, que forneceu um novo aspecto ao caso.
Averiguou-se que ela havia ingerido exageradamente o sumo dos talos de
Ailanthus. O doutor termina seu relato sugerindo que aqui nós temos uma
possível ajuda nestes casos graves dc escarlatina que demonstram ser fatais
no primeiro estágio, com sintomas de intoxicação cerebral.
Isto foi escrito em 1864, mas publicado em um jornal pouco conhecido,
aparentemente não causando impressão. Mais tarde, Dr.Pope percebeu quanto
esses fatos eram significativos e valiosos, chamando a atenção para eles, o
que logo rendeu frutos: - pois o Dr. Chalmers, em 1868, en- controu-se em
meio de uma epidemia de escarlatina maligna. Novo, naquela época, para o
uso de remédios homeopáticos, ele estava desapontado com a ação deles neste
caso. Sua atenção foi atraída paraAilanthus e, uma vez encontrado, passou a
ser o agente necessário. A febre era caracterizada por uma erupção parcial de
coloração escura e os efeitos

30
AÍLANTHUS GLANDULOSA 31

constantes do medicamento estavam presentes na mudança para uma erupção


mais generalizada e de matiz mais colorido e brihante, com diminuição
marcante da freqüência do pulso, com maior regularidade e firmeza, e com
restabelecimento da consciência. Outros médicos que haviam tido grande
experiência com a droga no tratamento da escarlatina, mais tarde
corroboraram os relatórios favoráveis ao seu uso.Mas um médico australiano
disse que ele considerou necessário interromper sua utilização, quando a
erupção começou a desaparecer, ou então a droga poderia causar uma erupção
pcnfigóide durante e após a descamação. Sugeriu-se também seu uso em
alguns casos de congestão cerebral e espinhal. Seu efeito sobre a cabeça e as
faculdades mentais é bastante semelhante à cabeça pesada e entorpecida com
confusão mental e incapacidade para o trabalho, por esgotamento mental ou
preocupação demasiada; enquanto que as dores nas costas, subindo toda a
espinha e a sensação de contrações no tórax e abdome, com insensibilidade e
formigamento das extremidades superiores e inferiores são os sintomas de
congestão espinhal.
Ailanthus é sugerido também, diz Hughes, nos casos graves de sarampo,
onde a erupção falha em aflorar, ou retrocede subitamente, ou é lívi- da; nas
difterias e outras formas de dor na garganta; e nas meningites epidêmicas
cércbro-espinhais.
Citamos Hughes largamente, apesar do esforço cm condensar, devido à
importância da droga, c ao pouco que se pode aprender a respeito da sua
fascinante história cm outra parte.
A Encyclopedia dc Allen nos fornccc poucas experimentações, além
daquelas de sintomas dramáticos de casos de envenenamento, enfatizando seu
lugar nos casos de doenças agudas, malignas, mortais c rápidas. A lividez da
escassa erupção, que falha em surgir como deveria, a sonolência e, logo, o
delírio murmurante, com vômitos, dores de cabeça, intolerância à luz, facc
vermelha e febril, pulso rápido e fino; grande agitação e ansiedade ... Deixe-
nos ver como as experimentações sustentam o que nós, num nível menos
acentuado, aprendemos a partir do envenenamento.
Mentais. Grande ansiedade. Incapacidade de concentração: não consegue
reunir uma fileira dc figuras corretamente. Perda de memória; alienação
mental. Estupor, delírio, insensibilidade, após a escarlatina supri mida.
Andar cambaleante; tonturas; vertigem, com náusea ânsia e algum vô mito.
As figuras começam a dançar para cima e para baixo da coluna. Plenitude
apoplética da cabeça. Excitação eletrizante que começa no cérebro e segue
para as extremidades. Formigamento do braço e mão esquerdos, com dor dc
cabcça entorpeccdora.
Pupilas grandemente dilatadas. Fotofobia.
Facc e testa cor de mogno escuro, na supressão da escarlatina.
Língua ressequida, fissurada. Recoberta por uma camada esbranqui-
32 AILANTHUS GLANDULOSA

çada, marrom ao centro; ou úmida e recoberta com pele branca; ponta e


extremidades lívidas.
Sensação sufocante, seca, edematoma e grossa na garganta; pode tornar-se
crônica.
Esforços constantes para soltar massas de muco. Sensibilidade e dor na
garganta ao engolir e ao inspirar. Glândulas parótida e tireóide aumentadas e
sensíveis. Garganta lívida e inchada com ulcerações profundas e de mau
aspecto. Amígdalas salpicadas de pontos ulcerados.
Náuseas semelhantes às da gravidez.
Sensibilidade sobre o fígado; timpanismo. Ardência no estômago e in-
testinos. Sensação de insegurança, como se pudesse ser acometido por uma
diarréia a qualquer momento. Dejecções aqüosas freqüentes, expelidas com
grande força. Disenteria; evacuação dolorosa e freqüente; pouca matéria
fecal; muito muco com sangue.
Tosse profunda e exaustiva com expansão asmática dos pulmões; que se
tornam muito doloridos e sensíveis.
( A erupção está descrita acima: escura, quase lívida; mais profusa na
testa e face. Dor insuportável no pescoço, na parte superior das costas e na
articulação do quadril direito.
^ Se os odores dão alguma indicação, Ailanthus pode provar ser um bom
remédio na febre puerperal maligna.

BOGER apresenta alguns sintomas em negrito a serem enfatizados:


Prostração rápida. Malignidade avançada e estupor. Mau cheiro e estupor.
Face e garganta escuras e inchadas. Úlceras profundas cravadas nas
amígdalas. Erupção em camadas escuras e esparsas. Escarlatina suprimida.
Afeta especialmente o Sangue, Garganta, Pele e Mente.

KENT diz: Este remédio é especialmente adequado nas formas graves,


zimóticas de febre - difteria, escarlatina, envenenamento sangüíneo; febre
tifóide, especialmente quando caracterizadas por congestões capilares em
manchas - vermelhas, mosqueadas. Escarlatina maligna; onde a erupção
habitual não surge, mas pontos vermelhos aparecem; sangramento das
gengivas e nariz, e tumefação terrível da garganta. A face fica púrpura, com
ar estupefato; os olhos congestionados - até com sangramento dos olhos.
Estupefação: estúpido e confuso. Garganta edematosa com placas púrpuras.
Sangue em rápida decomposição. Bolhas podem se ( formar nas pontas dos
dedos e outras partes do corpo. Odores fétidos da
boca e nariz ... Quando um caso assume subitamente esta prostração, com
batimento cardíaco acelerado, fetidez, áreas púrpuras ou azuladas, o ( envenenamento do sangue está
ocorrendo. Uma febre remitente ou uma
difteria podem tomar conta subitamente _____
Sem poder de concentração; não consegue responder corretamente;
AÍLANTHUS GLANDULOSA 33

semi-consciente com grande ansiedade; e por fim, completamente in-


consciente. Em alguns destes casos, verificados em Brooklyn, muitos pa-
cientes foram salvos por intermédio dzAilanthus, que parece scr capaz dc
transformar as características de uma forma maligna de escarlatina para uma
forma mais leve.
Tem sido observado, adicionalmente, que os cabelos caem; pequenos
lampejos dc luz dançam diante dos olhos ao fechar as pálpebras à noite...
o semblante demonstra muita aflição. A face torna-se escura como mogno;
púrpura, inchada e com ar estupefato... Este remédio corresponde à maior
parte dos tipos malignos... Com estes estados zimóticos há dor no pescoço e na
cabeça, não importando qual o nome da doença.
Ocorreu em um dos meus experimentadores a sensação de ter um rato
subindo pela perna.
Kent continua: “Quando você estiver junto ao leito de um paciente com
escarlatina, você não pode ter em mente os nomes dos medicamentos que você
soube serem recomendados para a escarlatina. Deixe a aparência do paciente
trazer à mente quais são os remédios que parecem com ele, não importando se
estão associados com a escarlatina ou não.
“Você pode ver que parece com a erupção dt Aconitum, mas há tão escassa
zimose na natureza âc Aconitum, que não se pensa mais nele. Belladonna não é
adequado, porque sua erupção é brilhante e lisa... Pulsatilla apresenta uma
erupção sarampiforme freqüentemente com uma forma grave de febre, mas
não tão grave como no estado tifóide. Na prostração, piorada após o sono,
estupor geral e delírio, quase num relance você pode ver Lachesis; o tipo de
tais formas de doença. Ou na escarlatina onde a criança fica puxando a pele
dos lábios e do nariz, está pálida e exausta, não há erupção e a urina quase
suprimida, - e num momento você pensa em Arum triph. Ou, uma aparência
púrpura, horrível mau cheiro, garganta dolorida e a criança não consegue
tomar água suficiente, quer água descendo pela garganta constantemente, e
você pode seguramente escolher Phosphorus... Há sempre algo revelador, se
você somente escutar, estudar e esperar o tempo necessário.”
(Não nos desculpamos pelas repetições. Elas servem para gravar fatos e
sintomas incomuns na mente, e tornar a prescrição mais fácil).
r >
ALLIUM CEPA

(Cebola)

V )

Todos nós sabemos o que acontece quando cortamos um fatia de cebola crua e
sentimos sua emanação, ou quando ocorre de alguém coçar os olhos com a
mão que esteve em contato com a sua superfície cortada. O nariz formiga; os
olhos lacrimejam em profusão, e todos os sintomas de um catarro agudo
aparecem instantaneamente.
Por esta razão, Allium cepa é um dos nossos melhores e mais indicados
remédios para o resfriado inicial, mais ou menos superficial. Faça uso dele
enquanto os sintomas estão em concordância e você estará se poupando.

* * * * * I
Kent nos fornece as PARTICULARIDADES DA CORIZA... “Espirros
que ficam cada vez mais freqüentes. Descarga aqüosa pelo nariz
constantemente; que arde como fogo e escoria o lábio superior e as asas do
nariz, até causar vermelhidão e feridas. Repare (diz ele) que o líquido do nariz
é escoriante, enquanto que o dos olhos é suave. Mas quando vamos a estudar
Euphrasia, encontraremos exatamente o oposto - a mesma descarga aqüosa do
nariz, o mesmo a lacrimejamento abundante: mas o lacrimejamento aqui é
ácido e a descarga do nariz é suave. A descarga nasal de Cepa corrói
razoavelmente os pêlos acima do lábio superior. Há tanta congestão que o
paciente tem uma sensação de plenitude no nariz, com latejamento e ardência
e, às vezes, com sangramento nasal. Há dor através das mandíbulas, na face,
que se estende para a cabeça. Dores de cabeça frontais e occipitais - tão
violentas que os olhos não podem suportar a luz. ...
Ele nos dá outra fase do medicamento: “Porque ele começa no lado
esquerdo e vem para o direito, eu não sei, mas em geral é assim que ocor re.
Entupimento das narinas; descarga aqüosa e ácida da narina esquerda
- após 24 horas, o lado direito é invadido. Descarga nasal profusa. Res friados
após ventos úmidos e frios. Coriza fluente com dor de cabeça; olhos
lacrimejantes; falta de apetite, tosse e tremor nas mãos; sensação de calor e
sede; pior ao anoitecer e dentro de casa; melhor ao ar livre. Todos os anos, em
agosto, coriza mat utina e espirros violentos; bastante sensível ao odor das
flores e da pele dos pêssegos. Esta é uma forma de febre-do-

34

i
ALLIUM CEPA 35

feno curada por Allium cepa. Irá combaler um ataque de febre-do-feno em


poucos dias, quando os sintomas estão em concordância.”
A respeito da febre-do-feno ele ainda diz:. “Trata-se realmente de uma
explosão da doença crônica. Ela pode ser eliminada em uma estação por um
remédio de ação limitada, somente para retornar no próximo ano exatamente a
mesma febre e, talvez, um outro remédio seja necessário. Tão logo a febre-do-
feno seja interrompida você deve iniciar um tratamento constitucional. Haverá
sintomas, se você souber como reconhecê- los, que diferem totalmente do
ataque agudo... É difícil encontrar um remédio constitucional quando a febre-
do-feno está no seu auge.
“A inflamação logo se espalha para os ouvidos, garganta e laringe. A mãe
de antigamente costumava colocar cebolas sobre as orelhas do seu bebê
quando ele tinha dor de ouvidos... Nos lares onde se mantém uma caixa de
medicamentos, Pulsatilla é o remédio padrão para dor de ouvido, e só
ocasionalmente é necessário procurar um médico. Pulsatilla irá curar a dor de
ouvido em quase todas as crianças sensíveis que choram lamentosamente. Mas
aquelas que são bravas, que nunca estão satisfeitas, que irão atirar alguma
coisa que haviam antes solicitado e que batem na face da babá, devem receber
Chamomilla. Com Pulsatilla, Chamomilla & Allium cepa você pode curar a
maioria das dores de ouvidos das crianças.” Ele também diz, “Nós todos
sabemos quão flatulenta é a cebola; é um maravilhoso medicamento para os
bebês com cólica. Dores cortantes e rasgantes levam a pobre criança a se
dobrar. Ela grita com as violentas dores cortantes no baixo ventre...” Além
disso, “Um maravilhoso remédio para coqueluche, com indigestão, vômito e
flatulência. Gases ofensivos; dobra-se com a cólica... Cepa também cura a
sensibilidade e ferimentos do ânus, com sangramento, nos bebês.”
“Inflamações violentas e rápidas da laringe. Sensação como se algo tivesse
dilacerado, ou como se um anzol estivesse puxando através da laringe, a cada
tosse. Na coqueluche, a criança se sacode e estremece, e você pode ver que a
criança tem medo de tossir devido à dor rasgante na laringe ... Cepa tem uma
reputação para a tosse da crupe. A antiga senhora atava uma cebola sobre a
garganta da criança com crupe... Outra afecção sobre a qual este remédio tem
um poder maravilhoso é a neurite traumática num coto de membro após a
amputação. Uma dor quase insuportável, exaurindo rapidamente as forças do
paciente.”

* * * * *
I I. C . A l. LEN em seu mcslimavel Keynotes of Lcadiug Remedies. n o s iorn e ce
ma is a lg u mas su gestões valio sas, co mo os u so s cien tífico s d e / \/- /i 11 ni cepa -
a c eb o la h o meop aticamen le p rep arada e po tencializada . "T ra ta -se d e u m
g ran d e med icamen to para o s o lh o s, q uand o eles ard em, h á do r a gu da c o mo se
fo sse p ro vo cada p o r fumaça, q ue eslão ú mid os e
36 ALLIUM CEPA

com sufusão, os capilares estão injetados e há lacrimejamento excessivo.” Ele


diz, “Indicado para pólipos nasais; para laringite catarral, onde a tosse leva o
paciente a agarrar a laringe; como se a tosse fosse romper a laringe. Dores
nevrálgicas como um longo fio na face, pescoço, tórax e cabeça.”
“Panarício; com listras vermelhas subindo pelo braço; dores levando ao
desespero - no puerpório.”
“Locais doloridos e feridos nos pés, especialmente no calcanhar, devido a
fricção.” Ele cita Dioscorides, “Eficaz quando os pés estão doloridos por atrito.”
CLARKE costumava dizer, “Onde quer que você encontre um livro de H.
N. Guernsey, compre-o”. Ele tinha o maior respeito pelo seu conhecimento e
perspicácia referente à nossa Matéria Médica. Então citaremos Guernsey para
possíveis sugestões valiosas com piem entares relativas ao uso da cebola
como remédio. Não seremos repetitivos, somente tentaremos adicionar mais
detalhes aos sintomas curiosos e característicos.
Ele começa, “Condições catarrais mais decididamente orientam o uso
eficiente deste remédio. Todos os sintomas catarrais e dores são, via de regra,
piorados ao anoitecer, O lacrimejamento e o nariz escorrendo pioram em um
quarto quente. As tosses ficam piores no ar frio.
“Medo que as dores tornem-se insuportáveis... dores nas têmporas,
agravadas quando se pisca. Olhos. Bastante lacrimejamento e coriza. Paralisia
da metade esquerda da face; também dos membros do mesmo lado; fluxo
copioso de urina.
“Pigarro de muco grumoso da região posterior das narinas, às vezes com
dificuldade de escarrar. Dor na garganta como se houvesse engolido uma
substância grande demais, a dor se estende para o ouvido direito.
“Forte desejo de cebolas cruas. Não consegue ingerir nenhum outro
alimento. Náusea vinda do estômago até a garganta. Arrotos, borbo- rigmos e
inchaço no abdome..
“Dores na região do fígado. Dores violentas no hipogástrio esquerdo, com
urgência para urinar, urina escaldante.
“O paciente infla os pulmões, levanta-se e dá um forte espirro.
“Formigamento com arrepios de frio descem pelas costas; especialmente à
noite, com micção freqüente”.
O velho CULPEPPER, há cerca de 300 anos atrás, escreveu a respeito das
cebolas: “Elas são totalmente flatulentas e provocam o apetite, aumentam a
sede, facilitam o trabalho dos intestinos, provocam a menstruação, ajudam
nas mordidas de cachorros raivosos e de outros animais peçonhentos, usadas
com mel e arruda... acabam com os vermes das crianças... Assadas na brasa e
ingeridas com mel ou açúcar e óleo, elas ajudam bastante numa tosse crônica
e expectoram os catarros tenazes.” (E aqui vem um pouco de Homeopatia) “O
sumo, aspirado nas narinas, purifica a
ALLIUM CEPA 37

cabeça e ajuda na letargia: já freqüentemente ingerido é considerado cau-


sador de dores de cabeça”. Ele nos conta que o sumo é bom para escalda-
duras e queimaduras. “Usado com vinagre tira todas as marcas e manchas da
pele; usado em gotas nos ouvidos, alivia as dores e os zumbidos. Misturado
com figos socados, ajuda a amadurecer e romper bolhas e abscessos ...
Cebolas amassadas com um pouco de sal e colocadas em queimaduras recém
ocorridas, tiram a ardência e previnem a formação de bolhas.”
r A

ALUMÍNA
(Hidróxido de Alumínio Puro)

Temos sido indagados a respeito de um retrato do medicamento Alumi- na. As


pessoas estão muito interessadas neste metal e seus componentes, devido ao
seu uso extensivo, agora que ele pode ser produzido a preço acessível, como
um material forte, leve e resistente ao calor, usado nas panelas de cozinha. Dc
fato, soubemos que é quase impossível, nos dias de hoje, obter algo diferente.
Uma grande controvérsia tem tomado vulto, intermitentemente, com
referencia a estes utensílios de cozinha. O público tem sido até oficialmente
tranqüilizado quanto ao fato de não serem perigosos: - por aqueles que não
têm o nosso conhecimento preciso dos sintomas de qualquer envenenamento,
ou da pequenez da dose que pode suscitar sintomas nas pessoas sensíveis.
Ingestões ocasionais de qualquer substância deletéria podem ser praticamente
inofensivas - facilmente lidadas pelo organismo c vencidas, enquanto que
pequenos envenenamentos constantes podem prejudicar a saúde: - de forma
que, como sabemos, a menor quantidade dc chumbo encontrada na água
potável pode produzir uma profunda anemia. Na realidade, se não há perigo
no uso dc alumínio para propósitos dc cozinhar, por que os compradores são
avisados que não se deve usar soda para limpá-los? E por que deve ser
assegurado que há muito menos perigo no emprego dc caçarolas dc alumínio
mais caras, feitas de material mais puro? Sc não houvesse perigo, elas
poderiam conter menos alumínio.
Bem, de qualquer maneira, o alumínio começa a ser interessante para
todos nós agora que a maioria das pessoas o absorve o dia inteiro e todos os
dias. Ele não é necessário à nossa composição e é, na melhor das hipóteses,
um corpo estranho. Se formos inteligentes e descartarmos o alumínio da
cozinha de nossas casas, ainda assim, nas ruas, há milhões de pessoas em
Londres que tomam seus cafés e lanches na hora do almoço c do chá, onde
estão expostos ao perigo do leite fervido em leiteiras de alumínio e de ovos
contaminados da mesma maneira. Curiosamente, há casos suficientes sendo
relatados, nos quais as pessoas têm declarado que elas não podem comer ovos
porque os estão considerando absolutamente envenenados; e no entanto,
quando induzidas “a se arriscarem” com um ovo cozido em panela de ferro ou
esmalte, este se mostra perfeitamente digerível.

38
ALUMINA 39

Tcm-sc a idéia que a aluminofobia é apenas uma moda passageira sobre a


qual as pessoas desagradáveis estão sempre escrevendo e fazendo um
estardalhaço. Mas o ceticismo foi balançado, pela primeira vez, há um par de
anos atrás, quando uma médica de alto nível descreveu a curiosa condição de
seu precioso filhote de cachorro, que morreu com três meses e meio de idade
de causa que nenhum veterinário, mesmo o mais eminente, pôde diagnosticar.
A própria doutora vinha cozinhando os alimentos para o seu cachorrinho, na
melhor caçarola de alumínio disponível e, em poucos dias, ele começou a
vomitar. Após um mês de vômitos incessantes, ele emagreceu e, após seis
semanas, já não conseguia ficar em pé. Estava “com péssima aparência”, e
vomitava mesmo após um gole de água. Ela estava em vias de sacrificá-lo,
quando recebeu um folheto sobre envenenamento de cachorros causado pelo
alumínio. Ela passou a utilizar uma panela de esmalte e rapidamente seu
cachorro começou a melhorar. O cachorro de um amigo estava sofrendo das
mesmas condições; e curou- se quando o alumínio foi abolido da cozinha.
Mas nem todas as pessoas parecem sofrer igualmente em virtude do
alumínio. Por que? Sem dúvida devido ao que chamamos de idiossincrasia, na
falta de um conhecimento maior ou mais particular. Um homem é intoxicado
por morangos, cogumelos ou tâmaras, enquanto milhares dc outras pessoas
não. “Um alimento para um homem é um veneno para um outro” - não é através
de provérbios que a experiência humana coletiva se expressa? Provavelmente
se deve a questões individuais de certas condições do sangue e das secreções,
da comida ou bebida ingeridas, que fazem os compostos de alumínio
envenenarem certas pessoas.
Ura caso mais alarmante de suposto envenenamento por alumínio foi
fornecido em uma revista médica americana, duplamente interessante devido a
um caso similar recente na prática privada. Tratava-se de uma doença maligna
do esôfago, que melhorou quando as panelas de alumínio foram descartadas!
Há, nas experimentações àz Alumina, algo de sugestivo? Salientamos da
Encyclopedia of Pure Matéria Medica de Allen: “Sensação de constrição do
esôfago até o estômago, sempre que ele engole um bocado de comida... Contração
do esôfago... Dor violenta e pressiva, como se uma porção do esôfago estivesse
contraída ou comprimida no meio do peito, especialmente durante a deglutição, mas
também quando não está engolindo, com opressão no peito ... Dor com pressão
espasmódica no meio do peito, ao ingerir alimentos sólidos ou líquidos”. Nestes
casos pode- se observar que a parte inferior do esôfago é o local da massa, e
por esta razão, a constrição ocorre no “meio do peito”.
Novamente citamos Allen, um composto de Alumina, Alumen (um
bissulfato de alumínio e potássio) é responsável pelo seguinte, conforme
Hufeland:
“Alumen causa enduração e cirros no útero, se usado continuamente
40 ALUMINA

para menstruação excessiva e hemorragias”.


Evidentementey4/wmert pode ser um dos irritantes de tecidos sobre os
quais se desenvolve o câncer.
Alumina, naturalmente, é um dos nossos maiores remédios na constipação
- isto é, da forma peculiar de constipação que ele induz: “sem vontade de
defecar; e sem força para eliminar as fezes, embora elas sejam moles”. Neste caso
o remédio tem sido usado de tempos em tempos com grande sucesso. E do
que tem se observado sobre os efeitos de Alumina, a opinião é de que as
panelas de alumínio usadas quase em toda a parte têm muito valor para os
farmacêuticos, que vendem laxativos e purgativos em grande escala para o
público. Como já disse, idiossincrasia sem dúvida desempenha um papel: mas
o que quer que seja que os sais de alumínio possam causar de modo a
perturbar a saúde, a interferência na função normal intestinal é certamente um
dos problemas. Sem força para expelir mesmo fezes brandas, sem vontade de
evacuar até por uma semana ou duas, e como foi observado, o obstáculo
parece estar próximo da curva es- plênica ou da parte superior do cólon
descendente.
Mas não somente neste caso, mas em muitas outras partes do corpo,
Alumina é o remédio da paresia e da paralisia. Em sua ptose das pálpebras,
pensa-se em Causticum. Também em seus efeitos paralisantes sobre os
intestinos, pensa-se em Plumbum, para o qual, pela sua similaridade dc
sintomas, é um antídoto. Mas sua crescente condição crônica e deplorável de
fraqueza e pesadez, especialmente nos membros inferiores, torna esta droga
muito interessante. Ele enfraquece, do mesmo modo, mental e fisicamente.
Nestes dias, * quando a aptidão nacional é o ideal do momento, uma possível
fonte constante de deterioração, mental e física, não é particularmente útil.

Aparentemente, como usual, o veneno bruto é antidotado por suas po-


tências (200, etc.).

* * * * *
Com relação ao apetite: Alumina é doentia, como uma das drogas que
deseja coisas não digeríveis: lascas de lápis, terra, giz, argila, trapos, carvão,
cravos, ácidos, borra de café e de chás, arroz seco. Além de sua aversão às
batatas, que não tolera, há também aversão à carne, que não tem gosto, à
cerveja e um desejo de frutas e vegetais - excetuando as batatas.

' N.T.: Escrito durante a 2 a Guerra Mundial.


ALUMINA 41

É pior também com todos os alimentos irritantes, como sal, vinagre e pimenta;
apresenta dor de garganta comendo cebolas; fica facilmente bêbado com as
bebidas alcoólicas mais fracas; e piora por fumar tabaco. Considerando sua
secura e irritação das membranas mucosas, pode-se entender algumas destas
reações.

SINTOMAS EM NEGRITO

Olhos inflamados; prurido no canto interno; aglutinação das pálpebras à noite,


lacrimejamento durante o dia. Ardência; secura; dor aguda.
Vê halo amarelo ao redor da vela.
Pálpebras engrossadas, ressecadas e ardentes.

Nariz avermelhado.
Ponta do nariz fissurada.

Contrações espasmódicas involuntárias da mandíbula inferior: com hemorragia


dos intestinos e fezes escuras e malcheirosas.

Ao anoitecer, garganta ressecada, que induz a um freqüente pigarro.

Pior por comer batatas.

Cólica do pintor.
Inatividade do reto; mesmo com as fezes brandas há necessidade de grande
esforço.
O reto parece paralisado.
Não há vontade de evacuar e não há capacidade também, até que haja um
grande acúmulo de matéria fecal.
Fezes: duras, nodosas, revestidas com muco; como excremento de ovelha, com
dor cortante no ânus, seguida de sangramento; como pemas muitofinas.
Fezes finas e moles, mas passando com dificuldade.
Hemorragia grave dos intestinos, com fluxo de urina..
Diarréia a cada vez que ela urina.
Evacuação de uma pequena quantidade de fezes endurecidas, com pressão e uma
sensação de escoriação no reto.

Urina expelida enquanto faz força para evacuar; ou a urina não pode passar sem
esforço.
Constipação dos lactentes.
42 ALUMINA

Tosse contínua, seca e curta, com vômito e detenção da respiração; com


espirros freqüentes.
A cada manhã um longo ataque de tosse seca, terminando com eliminação
difícil de uma pequena quantidade de muco esbranquiçado.

Grande pesadez nos membros inferiores; ele mal pode arrastá-los. Quando
anda, ele cambaleia e tem que sentar-se.
Grande cansaço nas pemas quando sentado.

Fraco e cansado:precisa sentar-se.

ALGUNS SINTOMAS CURIOSOS E EM ITÁLICO

Olhando o sangue em uma faca, ela tem horríveis idéias de se matar,


embora abomine esta idéia. (Comparar com Ars., Nat. sulph., Thuja). Grande
medo da morte, com pensamentos de suicídio.
Medo de perder sua razão.
Inquietação ao anoitecer, como se um mal fosse iminente.
Chora constantemente, sem desejar.
Zomba de tudo. Irritação. Resmunga.
Tédio intolerável: sem disposição para qualquer tipo de trabalho.

Dor de cabeça; pontadas violentas no cérebro; golpes como de uma faca.


Dor de cabeça, como se os cabelos estivessem sendo puxados. Vertigem.
incapacidade de andar, exceto com os olhos abertos e durante o dia.
Turvação e sensação de embriaguez, alternando com dor nos rins.
Embriaga-se com facilidade, com a mais leve das bebidas alcoólicas.

Vê pontos brihantes; estrelas brancas.


Os objetos parecem amarelos.
Como se estivesse olhando através de um nevoeiro ou de plumas. Prurido
nos cantos dos olhos e nas pálpebras.
As pálpebras superiores parecem caídas, como se estivessem paralisadas,
especialmente a esquerda. (Caust., Sep., etc).

Orelhas vermelhas e quentes; especialmente ao anoitecer.


Há a sensação como se, no ouvido direito, ele tivesse uma voz comple-
tamente diferente.

A pele da face está esticada, mesmo ao redor dos olhos, como se a


ALUMINA 43

clara de um ovo tivesse secado sobre ela.

Pontadas na garganta ao engolir; algo pontiagudo parece espetar a


garganta.
Sensação de constrição no esôfago em direção ao estômago, cada vez que
ele engole um bocado de comida.
Dor pressiva e violenta, como se parte do esôfago estivesse contraída ou
comprimida no meio do peito.

Fome violenta; ou, aversão aos alimentos; sem vontade de comer.


Sem gosto na comida; ou tudo tem gosto de palha ou raspas.
Arrotos rançosos; pirose; azia.
Piora após ingerir batatas: um repugnância que o faz tremer.
Formigamento na boca do estômago, como se fosse por um verme.
Formigamento no reto, como por vermes.
Gotas dc sangue ou um filete de sangue durante ou após a evacuação.
(As características da constipação de Alumina são apresentadas em outro
local).
E, somente pode urinar quando se esforça para defecar. Consegue evacuar
somente quando está em pé, sendo um dos seus curiosos sintomas.

Opressão do peito; constrição ao redor do peito.


Contrações e movimentos involuntários dos membros e dos dedos.

Peso nas pernas, podendo dificilmente levantá-las.


Peso nos pés, com grande lassidão das pernas.
Dor na sola do pé, quando pisa, como se ela estivesse muito macia e in-
chada.

Grande lassidão do corpo todo; andar vagaroso e vacilante: excessiva-


mente fraco e cansado; enorme fadiga, especialmente ao falar.

* * * * *
Os diferentes professores enfatizam um ou outro ponto com relação à
droga, de acordo com sua própria experiência e da utilização de Alumina.
Esforçamo-nos para selecionar a experiência de muitos.

HUGHES diz: “Nas membranas mucosas, o aspecto característico parece


ser a secura com mais ou menos irritação:... na sensibilidade mórbida da
membrana mucosa nasal ao frio; no catarro ressecado crônico da conjuntiva,
mesmo quando granular; na faringite crônica, onde as membranas parecem
secas, vermelhas e vítreas; nas tosses curtas e secaá de
44 ALUMINA

correntes de irritação da faringe ou da laringe; na dispepsia devido à defi-


ciência de suco gástrico; na constipação devido a falta de secreção intesti nal.
Tem também curado o desejo freqüente de urinar durante a noite. As afecções
crônicas das pessoas de idade, ou das pessoas magras e franzi- nas.”Ele diz:
Dunham recomenda esta droga para tosse violenta excitada pela úvula
alongada.

* * * * *

GUERNSEY: “Peculiaridades do reto e das fezes permitem a sugestão do


uso deste remédio... a inatividade do reto, requer grande pressão para defecar,
ainda que se trate de fezes normais. A falta de vontade de evacuar durante
vários dias, às vezes por uma semana inteira, até que haja um grande acúmulo
e mesmo assim a evacuação aparece somente após grande esforço. Mesmo
estando acumuladas, as fezes apresentam-se macias, e ainda assim é preciso
um grande esforço para expeli-las. E preciso forçar a evacuação para
conseguir urinar. Observamos isso na disenteria, tifo e em muitas outras
desordens, quando Alumina muito provavelmente será o remédio indicado.

* * * * *
FARRINGTON diz: “Alumina tem sido usada em afecções nervosas de
características muito graves. Boeninghausen usou o metál Aluminium nos
seguintes sintomas naquela temida doença, ataxia locomotora: vertigens
constantes; os objetos giram em círculo; ptose; diplopia ou estrabismo;
incapacidade de andar no escuro ou com os olhos fechados sem cambalear;
sensação de estar andando sobre almofadas. Formigamento ou sensação de
comichão como se houvesse formigas nas costas e pernas. As nádegas ficam
adormecidas quando se está sentado. Os calcanhares tornam-se dormentes ao
andar. Sensação na face como se houvesse uma teia de aranha, ou uma clara
de ovo tivesse secado sobre a pele. Dores nas costas, como se houvesse um
ferro quente na espinha. Estes são os sintomas que indicam Alumina e que
levaram Boeninghausen a este medicamento, capacitando-o a curar quatro
casos da doença”.

“Homens hipocondríacos, com lassidão e indiferença à atividade ou


trabalho. Uma hora para eles tem a aparência de metade de um dia. Irritado ou
rabujento, aqui rivalizam Nux e Bry...
°Alumina atua sobre a pele da mesma forma que nas membranas mucosas,
produzindo ressecamento e aspereza; é indicada nestas erupções que racham
epodem sangrar, mas não constantemente - mas que coçam e ardem de maneira
intolerável, e pioram com o calor da cama...
“Sensação de constrição ao longo do esôfago ao engolir os alimentos.
Sempre que piora com a ingestão de batatas, trata-se de uma boa indi
ALUMINA 45

cação para>4/um. Há aversão à carne e um desejo de substâncias não di-


geríveis.
“Há doenças do sangue para as quais também é aplicável. Anemia e
clorose, especialmente nas garotas na época da puberdade. Menstruação
escassa e sem cor; desejo anormal de coisas indigeríveis, tais comos lascas de
lápis, giz, cal. A leucorréia pode ser profusa, escorrendo até os pés (.Luet.).n
Farrington diz também, “Alumina atua melhor nas pessoas de idade
magras, com aspecto enrugado e ressecado; e nas garotas na puberdade,
especialmente se forem cloróticas. Também nas crianças delicadas, espe-
cialmente aquelas que recebem alimentação artificial, isto é, nutridas por uma
variedade de alimentos para bebê dos quais os mercados estão lotados. Tais
bebês são frágeis e enrugados; sem dúvida a nutrição deixa a desejar. Os
intestinos são inativos - (com a constipação característica, conforme já
descrito). As crianças podem sofrer também estrabismo, quando nascem os
dentes, decorrente da fraqueza do reto interno do olho afetado”.
* * * * *
Como de costume, devemos solicitar que KENT torne Alumina viva para
nós, em sua maneira descritiva. Através dele compreendemos melhor seus
sintomas mentais... “Alumina afeta o intelecto; confunde a inteligência; de
forma que o paciente não se sente capaz de tomar uma decisão. O julgamento
fica perturbado. Incapacidade de compreender: coisas que ele conhece
parecem irreais” (para irrealidade, compare Med.) Kent cita Hahnemann, em
Doenças Crônicas, como a melhor expressão da mentalidade de Alumina que
ocorre em qualquer lugar .... “Quando ele diz qualquer coisa, ele sente como
se outra pessoa a tivesse dito; quando vê algo é como se outra pessoa tivesse
visto, ou como se.êle pudesse transferir-se para outrem e somente assim
pudesse ver... ”A consciência da identidade pessoal é confusa. Ele está
pasmado; comete erros de escrita e fala; usa palavras não pretendidas.
“Então, uma outra fase: tem pressa. Nada move-se suficientemente rápido;
o tempo parece muito lento, todas as coisas demoradas.
“Então, impulsos: quando vê instrumentos cortantes ou sangue, surge um
impulso interior e ele tem tremores devido a este impulso. Um instrumento
que serve para assassinar ou matar causa esses impulsos. Impulso de suicidar-
se.
“Ele pensa certamente que está perdendo a razão. Pensa a respeito deste
delírio, pressa e confusão mental; na dificuldade de saber seu próprio nome, e
como ele está mal humorado e finalmente que ele está ficando louco.”
46 ALUMINA

EFEITOS DAS EMANAÇÕES DO ALUMÍNIO SOBRE SENSÍVEIS

Prático, afinal de contas, este aquecedor! - leve, brilhante e proporciona


um calor incomum... De repente, após um lapso de tempo, o quarto já não lhe
parece bem, e o paciente fica satisfeito em desligar o aquecedor. POR QUE?
Vasilhas de alumínio são tabu, mas o alumínio do aquecedor não está sob
suspeita.
A seguir - o que estava acontecendo? Uma vertigem curiosa; quando os
olhos subitamente saem do foco e o paciente corre o risco de cair; ou, se
estiver datilografando, deve esperar a visão voltar ao normal, e o final abrupto
do que se chama “vertigem visual”; ou quando enxergando de forma esquisita,
o paciente pode descobrir uma nuvem amarelo-acinzentada atravessando a
visão do olho direito, junto com uma instabilidade alarmante. Um guarda-
chuva para se apoiar é uma boa medida; toca os objetos no quarto para sentir-
se seguro.
Por fim, esclareceu-se! - talvez sintomas do alumínio? - e a Matéria
Médica respondeu, “Sim” - e logo confirmou através da desativação do
aquecedor e o subseqüente desaparecimento do problema. Quando, certa vez,
uma enfermeira veio procurar ajuda porque ela estava ficando paralisada, os
sintomas que ela detalhou eram curiosamente os mesmos tidos como
decorrentes das emanações de alumínio. Estaria ela usando um daqueles
radiadores? Bem, a empregada do local onde a enfermeira trabalhava levava um
destes radiadores para o seu quarto e o mantinha ligado durante o dia inteiro,
durante o inverno.
... E então a pobre alma partiu aliviada e feliz.
A vontade dc se perguntar para muitos que são vistos caminhando cui-
dadosamente, com a ajuda de um guarda-chuva: “Desculpe-me, mas você tem
um daqueles maravilhosos aquecedores de alumínio?”
í

{
\

Era uma das “Sugestões” do Dr. Younan, especialmente apropriada hoje (


em dia às condições relativamente difíceis em que vivemos, o que chamou
(
atenção para Ammonium carbonicum na tosse que pode ser deixada pela
gripe, a qual deve ceder com Bryonia, mas que pode falhar em agir neste
estado.
Ele afirma: “A partir de minha própria experiência com Ammonium
carbonicum, tenho-o utilizado em muitos casos, especialmente em crian- (
ças, com muito sucesso. Tem curado a tosse da gripe quando todos os ou- ^
tros medicamentos falharam e, mai do que uma vez, não tenho achado ne-
cessário dar uma segunda dose.”
Ammonium carbonicum é um remédio dc condições severas, até mes-
mo desesperadoras. Um medicamento de grande valor, mas quando não
se tem experiência pessoal, devemos pedir auxílio aos nossos melhores
prescritores para nos pintar seu retrato. A princípio, tentando imaginá-lo, (
pareceu um pouco vago e sem cor; mas ao se perseverar, cresceu em lumi-
nosidade até assumir proporções definidas e inconfundíveis; enquanto
que sua própria vagueza e falta de definição como sintomas parece levar à
sua prescrição com sucesso. Suas características salientes são: falta de \
energia, poder, força, tônus. O típico Ammon. carb. é fraco, cansado,
exausto, mental e fisicamente; algumas vezes sem um único transtorno ou
doença aparente que justifique esta condição; ou pode surgir no final de (
doenças sérias c (sem seu estímulo) fatais.
Quando se estuda uma droga pouco considerada, é espantoso quão
freqüente exatamente o paciente que a necessita surge em cena; ou nos ■
recordamos de um paciente de muito tempo atrás que poderia ter sido be- ^
neficiado por ela. Por exemplo alguém, doente por meses, geralmente de
(
cama, em que foi diagnosticado (assim seus familiares disseram) “colapso
cardíaco”, “coração degenerado” - uma mulher de meia idade, saudável (
e com energia, encaixa-se na condição de Ammonium carb. e deve se curar
rapidamente. Ela está “absolutamente em desespero e não pode continuar deste
jeito!” - e está vindo, como é tão freqüente, ver se a homeo- ^
patia pode mais uma vez registrar um de seus triunfos. Certamente! (

$ % + + %

47
(
48 AMMONIUM CARBONICUM

Ammonium carb. é um dos remédios de Hahnemann; veja suas Doenças


Crônicas. Ele o considerou útil quando a condição mental era de temor,
desobediência, falta de docilidade, repugnância à vida; inquietação,
ansiedade, fraqueza.
Dor de cabeça crônica, como se algo fosse sair da fronte; dor de cabeça
martelante.
Queimação ou frialdade nos olhos. Um dos remédios da catarata.
Prurido no ouvido, no nariz. Pústulas e pápulas no nariz, e sangramento
nasal, especialmente ao lavar-se pela manhã (todas as autoridades chamam
atenção para esse sintoma).
Amolecimento dos dentes. Garganta áspera e dolorida.
Esfoladura e queimação no esôfago após uma refeição; dor de cabeça e
náusea após uma refeição. Vertigem durante a refeição, vontade incon-
trolável de comer açúcar... Muitos sintomas do estômago incluem azia e dor
no estômago ao espreguiçar-se.
Respiração curta: asma, tosse - com rouquidão, o corpo estando aquecido.
Tosse provocada por coceira na garganta; durante o dia; à noite; pontadas no
sacro ao tossir. Queimação no peito; pontadas no peito.
Bócio.
Dorna articulação do pulso onde torceu há muito tempo atrás. Verrugas.
Pontadas ardentes e dores dilacerantes nos calos.
Sonolência durante o dia; insônia à noite. Calor na cabeça com pés frios.
Estes são simplesmentes extratos de Hahnemann, mostrando razoa-
velmente o alcance de ação da droga Ammon. carb. A propósito, o sal é
triturado e então as potências são preparadas. Hahnemann também diz:
“Esta droga é especialmente adequada para as constituições adinâmi- cas,
fracas, nen>osas, vetiosas ou linfáticas; para indivíduos de um tórpido
temperamento fleumático, melancólico', para pessoas que têm /endência a uma
vida sedentária e para o organismo feminino; nas pessoas que são facilmente
impressionáveis, mas reagem levemente e por um curto período de tempo;
quando há lassidão das fibras, disposição para acúmulo linfá- tico, acúmulo
de muco e gordura; e para afecções nervosas...
“E notável quc Ammonium seja útil contra uma tendência à gangrena; que
as úlceras cancerosas e gangrenosas segreguem uma grande quantidade de
amônia: que a amônia represente um importante papel nas afecções dos
órgãos sexuais da mulher e que uma considerável quantidade de amônia seja
eliminada através da pele durante a menstruação; e por último, que a amônia
alivie os sintomas de envenenamento por fungos e que ela seja um
constituinte característico destas vegetações. É bastante sabido que há uma
relação similar entre a sarna e o enxofre; que a vesícula da sarna cheira a
enxofre, e que o enxofre é específico para combater a sarna.”
AMMONIUM CARBONICUM 49

* * * * *
Percebe-se que muitos dos sintomas àcAmmon. carb. são piores durante ou
após as refeições: “o estômago sente-se pesado por horas após comer.” Piora
com o clima frio e úmido; por lavar-se (Sulph.); durante a menstruação. É
melhor no clima seco; quando se deita sobre o lado dolorido ou sobre o
abdome.
Entre outros sofrimentos, apresenta prurido no ânus e hemorróidas que
sangram e ficam protrusas.
Afeta especialmente o lado direito; sua hora ruim é às 3 da madrugada.
Todos os demais sintomas são enfatizados nos resumos e citações se-
guintes.

SINTOMAS EM NEGRITO

Sensação de plenitude opressiva, pressionando como se a TESTA fosse estourar.

Sangramento do nariz: ao lavar as mãos ou o rosto pela manhã. O NARIZ


sangra pela narina esquerda.
Obstrução do nariz, principalmente à noite; é preciso respirar pela boca.
Grande fome e apetite. FOME voraz: mas fica satisfeita imediatamente após
comer somente um pouco.
Calor na face, durante e após ojantar.
Enjôo.

Um dos melhores remédios no en jisema.


Tosse à noite: às 3 horas, todas as madrugadas; tosse seca por coceira na
garganta, como se fosse provocada pelo pó.

Angina pectoris.

O BRAÇO direito parece pesar cem quilos e estar sem força.


Espasmo no braço direito, que puxou-o para trás.
Panarício; inflamação do dedo da mão; dorperiostalprofunda.

Melhor pela pressão externa: dor de cabeça melhor; dor constritiva no estômago
melhor; dor nos intestinos melhor.

Corpo avermelhado, como se tomado pela escarlatina.


Escarlatina maligna com sonolência, etc.
50 AMMONIUM CARBONICUM

Corpo parece contundido.

* * * * *

NASH, citando Guernsey, diz: Mulheres delicadas que desmaiam fa-


cilmente e desejam ter junto a elas, na maior parte do tempo, seus sais pa ra
aspirar. Fraqueza; com reação deficiente; geralmente de temperamento
linfático. Desejo de estimulantes, especialmente os que agem através dos
nervos olfativos - amônia, cânfora, almíscar, álcool, etc. Um bom remédio
para estimular a reação no início de uma doença subitamente pros- trante
como a meningite cérebro-espinal. Bom para coriza seca, obstruída, aguda ou
crônica; o paciente fica pior à noite, precisa respirar com a boca aberta...
Muito eficaz na escarlatina, corpo muito vermelho, quase arroxeado e a
garganta aparenta ser o centro onde a força da doença parece ser empregada
numa intensidade virulenta. A erupção é pouco desenvolvida, pela
incapacidade vital, própria da fraqueza, dc mantê-la na superfície (Zmc.)
Ailanthus é também comparável neste caso.

* * * * *
Separaremos também algo de FARRINGTON - um esboço:
Os poderes vitais estão enfraquecidos. Surgem hemorragias de um sangue
escuro e fluido. Há degeneração do tecido sangüíneo. Os músculos tornam-se
flácidos, os dentes amolecidos e cariados, e as gengivas ficam retraídas e
ulceradas.
Seus sintomas na uremia são muito importantes e não são somente ca-
racterísticos na uremia, mas em qualquer outra doença na qual este remédio
possa ser indicado: como na escarlatina ou também nas doenças cardíacas.
São eles: sonolência e torpor, com estertores de grossas bulhas no pulmão;
carfologia; tonalidade azulada ou arroxeada dos lábios devido à falta de
oxigênio no sangue e coloração amarronzada da língua. Seu análogo mais
próximo neste caso cAntimonium tart. (Amica também, nos estados tifóides).
Com tais sintomas, lembre-se dcAmmon. carb. para edema pulmonar e
enfisema.
A ser lembrado também em envenenamento por fumaça de carvão.
Tem utilidade na fase inicial da meningite cérebro-espinal: quando o
paciente está acometido pela violência do veneno e cai num estado de es-
tupidez, sem reação. Ele está frio e a superfície do corpo é cianótica. Pulso
fraco. Exatamente em tais casosAnimonium carb. trará alguma reação.
Eficiente na dilatação do coração. O paciente sofre ao subir escadas ou
ladeiras; sofre intoleravelmente em um quarto quente. Ocorrência freqüente
de tosse com catarro sanguinolento. Palpitação, dispnéia e retra
ção do epigástrio. Talvez cianose.
Na pneumonia com grande debilidade, com sintomas indicando um
AMMONIUM CARBONICUM 51

coágulo no coração.
Indicado na bronquite crônica, com atonia dos tubos bronquiais, favo-
recendo o enfisema. Copioso acúmulo de muco nos pulmões, dilatação dos
tubos bronquiais e edema pulmonar. Ele está fraco, com movimentos lentos,
tosse continuamente, levanta-se com dificuldade ou nem mesmo consegue se
levantar. Pode estar sonolento, delirante c murmurante.
Em seguida escarlatina (todos os autores falam disso). É certamente um
tipo maligno. Inchaço externo e interno da garganta, glândulas aumentadas,
amígdalas com inchaço azulado ou vermelho escuro. Além do inchaço dos
linfáticos cervicais, há inflamação dos tecidos celulares.
Então, a obstrução característica do nariz, particularmente à noite. A
criança acorda sobressaltada como se estivesse se sufocando; ou tem que se
deitar com a boca aberta para poder respirar. A glândula parótida direita, em
geral, é avolumada. Cornos/w., mas Apis tem mais edema, por exemplo, da
úvula.

* * * * *
Por fim, resumiremos KENT. “Sc estivéssemos praticando da maneira
antiga c considerássemos a natureza maravilhosamente volátil de Ammonium
carb., cm algumas de suas formas, estaríamos somente valori- zando-o como
um agente para alívio de desmaios... e usando-o na forma de sais aromáticos
para confortar senhoras idosas c algumas outras mulheres. Mas ele é um
medicamento constitucional de ação profunda, um antipsórico. Ele efetua
rápidas mudanças sangüíneas; ele perturba toda a economia. Seus fluidos são
todos acres. A saliva ácida excoria os lábios, então eles se racham nos cantos e
no centro e tornam-se ásperos, secos c cobertos de crostas.
As pálpebras supuram e se tornam secas e fissuradas pelos fluidos es-
coriantes. As fezes são acres e escoriam. Há feridas devido ao fluxo menstruai
acre e à leucorréia. Onde quer que haja uma úlcera, os fluidos que escoam
formarão escoriações nas partes ao redor.
Há perda de sangue preto, freqüentemente líquido, que não coagulará, Pele
com manchas, entremeadas com grande palidez.
Ammon. carb. tem uma violenta ação sobre o coração: pulso violento e
audível, pior por todo o movimento. Estranho que os antigos sabiam que
Ammon. carb. venceria respiração difícil decorrente de ataques cardíacos.
(Quando indicado, uma dose única, bastante alta, é suficiente). Kent diz que os
antigos usavam Ammon. carb. na forma grave de pneumonia; havia uma relação
homeopática com alguns dos casos. De vez em quando os antigos curavam o
péssimo estágio de prostração com insuficiência cardíaca ao final de uma
pneumonia e, uma vez que obtiveram alívio em tal caso, ficou estabelecido
que este seria um remédio para todos os usos futuros.
52 AMMONIUM CARBONICUM

Há um estado análogo ao envenenamento do sangue (como nas erisipelas


e na escarlatina maligna), com prostração e grande dispnéia, como se o
coração estivesse sendo vencido: face inchada, escura e manchada.
Coração enfraquecido: ausência desintomas; falta de resposta aos re-
médios. O paciente tem que ficar acamado, sem fazer nada, devido à pal-
pitação e dificuldade de respiração quando em movimento.
“Houve um caso, diz Kent, que me ocupou muito durante um ano e meio.
Era uma mulher que respondia a esta descrição. Seu estado era de uma
peculiar fraqueza com dispnéia e palpitação ao movimentar-se. Eu havia
estado tratando dela, mas não havia estudado o caso completamente e, como
ela não mostrava progresso, foi encaminhada a um neurologista capacitado
para a cura mediante o repouso. Ela deveria estar bem dentro de seis semanas
mas, como ela ficou pior do que nunca, um cardiologista foi chamado para
examiná-la. O coração não estava vigoroso, mas não havia uma afecção
orgânica. Então foi a vez de um pneumologista, e sucessivamente, todos os
demais especialistas, a fim de investigarem completamente os órgãos da
paciente, mas nada havia de errado com eles. No entanto, a pobre mulher não
era capaz de andar devido aos seus sofrimentos e às palpitações do coração.”
Após três meses de fracassos contínuos, Dr. Kent foi chamado para vê-la
novamente. O caso era extremamente vago, com nada mais do que uns poucos
sintomas. “Finalmente prescrevi Ammon. carb. e ela utilizou este remédio por
dezoito meses; uma dose pelo período de seis semanas a dois meses. Agora
ela pode escalar montanhas e fazer tudo o que tem vontade. Isto mostra como
este remédio age profundamente.”
Exaustão a cada menstruação. Um ataque semelhante à cólera surge no
primeiro dia de cada menstruação. Pode haver exaustão com vômitos,
frialdade, cianose e dispnéia profunda. (Verat.).
Sua asma tem essa peculiaridade: piora em quarto quente, até sufocar;
como se ele fosse morrer por falta de ar. Já a dor de cabeça e queixas físicas
pioram com o frio.
Dores ósseas: doem como se estivessem fraturados. Os dentes doem
violentamente na mudança de clima ou da temperatura da boca. Os cabelos
caem; as unhas tornam-se amareladas; as gengivas retraem-se e sangram;
constituição escrofulosa ou escorbútica.
Histeria: mulheres nervosas carregam um vidro de amônia pendurado em
suas correntes. Uma grande similaridade entre os sintomas desta droga e os
envenenamentos de cobra - onde Ammon. carb. tem uma grande reputação.
Muitas queixas por banhar-se.
Na difteria e nos transtornos pulmonares, a piora ocorre após dormir.
(Bastante semelhante a Lach. em muitos de seus sintomas).
É como se suas partes internas estivessem feridas e doloridas.
AMMONIUM CARBONICUM 53

Pleno de sintomas catarrais e tosse; estertores por todo o peito. Opressão


da respiração. Uma dispnéia catarral. Congestão hipostática dos pulmões; peito
cheio de muco difícil de ser expelido. Frialdade, prostração e fraqueza no
peito.
Pior às 3 horas da madrugada; acorda com suor frio e dificuldade de
respirar. Quase sem pulso. Face pálida e fria.
“Insuficiência cardíaca. O paciente sentia-se bem, então o coração falhou.”
Aqui/Í mmort. carb., ministradoem tempo, salvaria a vida.
r

ANACARDIUM ORÍENTALE
(MarkingNul)

As indicações p&ráAnacardium são tão notáveis e tão precisas que parece


pouco necessário retratar este medicamento.
Contudo, uma palavra de aviso. Certa vez nos queixamos com um far-
macêutico homeopata muito sábio e estudioso que Anacardium, era alguns
problemas digestivos, havia fracassado. É evidente que podem ter havido duas
razões para isto: a droga poderia ter sido prescrita erroneamente ou pode não
ter sido submetida a uma boa preparação. O velho homem era tão educado que
sugeriu a segunda alternativa e procedeu à explicação. Ele disse que o sumo
escuro, do qual deriva seu nome, não está na noz, mas na casca. No entanto,
pessoas ignorantes colocam à venda tinturas feitas da própria noz: inúteis aos
propósitos medicinais. Um substituto deste mesmo farmacêutico com quem
discutimos este ponto num outro dia, enviou-nos duas amostras de Anacardium
o, as quais descrevemos: a potente preparação é quase negra: o reputado
Anacardium, um marrom pálido. Então mais uma vez reiteramos o aviso: -
Compre seus remédios homeopáticos de farmacêuticos homeopatas que sabem
o que estão vendendo, e não vá atrás de drogas mais baratas, mal-preparadas c
talvez viciadas, provenientes de qualquer lugar. Para alcançar resultados os
remédios devem ser feitos das partes medicinais de uma planta, desenvolvida
em seu próprio habitat, selecionada em seus melhores espécimes e preparada e
preservada sem contaminação. Estamos absolutamente à mercê de nossos
farmacêuticos e somos muito gratos a eles.
Anacardium é mais conhecido pelos seus sintomas mentais peculiares e
extremados: sua perda dc memória; suas sensações de dualidade e irrealidade
(o último faz pensar em Medorrhinum); suas perversões, blas- fêmio e cruel;
suas ilusões e medos: suas sensações peculiares - de romper, de amarrar, de
tampar. Recorreremos a vários prcscritores notáveis para descrever a maneira
pela qual eles encontraram sua utilidade e as indicações que se tornaram
confiáveis.
Mas, primeiramente Anacardium, uma das drogas de Hahnemann, deve ser
encontrada no Vol. II de seu Doenças Crônicas. Ali lemos que “Caspar
Hoffmann chamou o Confectio anacardina seu sapienlium (celebrado como um
importante remédio contra a fraqueza da mente, da memória e dos sentidos)
de uma “Confecção de tolos”: porque muitos ti

54
ANACARDIUM ORIENTALE 55

nham perdido sua memória e tornaram-se loucos por conta do uso desta droga
muito freqüente e imprudentemente.” “Uma vez que somente o uso impróprio e
muito freqüente áeAnacardium o torna danoso”, como ressalta Hahnemann. “Se
aplicado corretamente torna-se curativo”. Em outras palavras, exatamente uma
outra ilustração de sua descoberta: - “O que pode causar, pode curar; e para
curar, procure por aquilo que pode causar.”
Hahnemann conta-nos que esta é uma das drogas que vieram dos árabes.
Ele diz: “Esta poderosa droga, juntamente com outras das quais os antigos se
valiam com grande benefício, foi completamente esquecida nos últimos mil
anos.” E ele a identifica e descreve assim: “Entre a casca externa negra,
brilhante, na forma de um coração e dura, e a doce noz que fica coberta por uma
pele fina marrom-avermelhada, há um sumo espesso c enegrecido contido em
um tecido celular, com o qual os índios marcavam seu linho de maneira
indelével e que é tão forte que verrugas podem ser retiradas por meio dele.
XJmAnacardium “occidentale” errado tem a forma de um rim”.

SINTOMAS EM NEGRITO

*
Grande fraqueza de MEMÓRIA.
Perda da memória.
Desejo irresistível de maldizer epraguejar.
Hipocondria.
Quando caminhando, ele se sentia ansioso, como se alguém o estivesse
perseguindo; ele suspeitava de tudo ao seu redor.
Ele está separado de todo o mundo; não tem confiança em si mesmo; desespera-
se de ser capaz de fazer o que é exigido dele.
Fraqueza de todos os sentidos.

Dor de CABEÇA, aliviada completamente quando se alimenta; pior durante


movimento e trabalho.
Dores de cabeça gástricas e nervosas.
Pressão entorpecedora, como por uma tampa, no vértice esquerdo.

VISÃO indistinta.
Pressão entorpecedora como por uma tampa, na margem superior da órbita
direita.

Gosto insípido e desagradável na BOCA.


56 ANACARDIUM ORIENTALE

Os sintomas desaparecem durante o jantar, mas recomeçam após duas horas.


Dor ao redor do UMBIGO como se uma tampa grossa apertasse os intestinos.
Desejo forte e urgen te de defecar, que passa sem a evacuação.

Reto sem força, com a sensação como se estivesse tampado.

Pressão entorpecedora como por uma tampa no lado direito do PEITO.

Câimbras naspanturrilhas ao andar.

Sensação como se um aro ou cinta estivesse ao redor da parte afetada.

ALGUNS SINTOMAS CURIOSOS OU ITÁLICOS

As lembranças somente surgem após o momento em que ele precisa delas.


Há um demônio em seu ouvido, sussurrando palavras blasfemas.
Tudo que é percebido não tem realidade.
Pensa que ele é duplo; que a mente e o corpo estão separados; que um
estranho está a seu lado; que formas estranhas o acompanham.
Seu marido não é seu marido; seu filho não é seu filho.
Grita alto; amaldiçoa; pensa que ele próprio é um demônio.
Contradição entre a razão e a vontade: há duas vontades, uma coman-
dando para que faça o que a outra proíbe.
Num ouvido um demônio, no outro um anjo, incitando-o para que cometa
um assassinato ou atos de benevolência.
Covardia.
Leva tudo pelo lado ruim e torna-se violento.
Sensação de obstrução como se houvesse uma tampa no ouvido.
Abdome com a sensação como se fosse arrebentar durante a tosse.
Pressão entorpecedora como uma tampa no peito direito.
Duas pontadas rapidamente se sucedendo, transpassam através do coração
à noite.
Sonolência após tosse.
Pernas enrijecidas como se estivessem encintadas; tensas, como se fossem
muito curtas.
Contrações como ondas aqui e ali nas pernas.
Dor pressiva ou penetrante como por uma tampa em diferentes partes.
Tenesmo freqüente durante o dia, por muitos dias, sem que ele fosse
capaz de expelir qualquer coisa.
ANACARDIUM ORIENTALE 57

Qualquer parte que ele deixa imóvel imediatamente adormece.

* * * * *

GUERNSEY diz: - ”Há poucos remédios em toda a Matéria Médica que


tenham “memória fraca” como uma característica tão marcante. Ao restaurar a
memória, ele freqüentemente cura o paciente de todos os outros problemas.”
Esquece tudo: a consciência disso tira o apetite.
Sente constantemente a sugestão de palavras blasfemas, com o desejo de
praguejar e maldizer.
Idéias fixas: que ele é duplo; que não há realidade em qualquer coisa; tudo
é um sonho; mente e corpo separados; um estranho ao seu lado, um à direita e
o outro à esquerda; seu marido não é seu marido, ou seu filho não é seu filho
... está sendo perseguida; suspeita de todos; está constantemente à espera de
problemas.
Duas diferentes influências exercidas sobre ele ao mesmo tempo, uma para
que cometa homicídio e outra para que faça o bem...
Freqüentemente fala aos gritos, como se estivesse chamando alguém.
Os objetos parecem eslar longe demais.
Todos os sintomas desaparecem ao se alimentar, retornando mais tarde.
(Também as sensações ubíquas de uma tampa e as sensações de um aro ou
faixas ao redor das partes.)

* * * * *
KENT enfatiza os seguintes pontos: - Cheio de noções e idéias estranhas.
Mente fraca, até a completa imbecilidade. Perturbado por qualquer coisa:
pragueja. Em contínua controvérsia consigo mesmo: controvérsia entre duas
vontades, dois impulsos. Alucinações: um demônio senta-se sobre um dos
ombros e um anjo sobre o outro. Cont radição entre a vontade e a razão.
“Eu aprendi muito com Anác., Aurum cArgeníum, acerca da estranha ação
dos medicamentos sobre a mente humana. Por estes meios podemos aprender
com os fatos e afastar muitas hipóteses.”
Nada é real: tudo parece um sonho. Idéias fixas: que ele é duplo; que há
um estranho ao seu lado. Num momento ele vê uma coisa e a entende, noutro
momento ele não consegue entendê-la. Num momento ele sabe que a criança é
seu filho e noutro momento já não sabe... Num momento pensa que isto é
assim, no próximo instante tem razão suficiente para saber que isto não pode
ser assim. Delusão é um estágio avançado da ilusão. No repertório temos os
mesmos remédios, freqüentemente, para ilusão e delusão; é uma questão de
grau ... Ele vê demônios e, num primeiro instante, com a ajuda da sua
inteligência sabe que não há um demônio ali,
58 ANACARDIUM ORIENTALE

contudo, mais tarde, ele quer que você o tire dali.


Medo de tudo e de todos: ele é perseguido; aguarda os inimigos; ansie-
dade interna; sem paz... Todos os sentimentos morais foram tirados dele. Ele
sente-se cruel. Pode ferir fisicamente sem sentimentos. Cruel, maldoso,
perverso. Adequado em mania religiosa quando o conflito entre as vontades
externa e interna mantém-se. A pele é como Rhus. Tétano. Epilepsia.

* * * * *
NASH diz: - Anacardium orientale é um remédio muito valioso, em geral
não apreciado por nossa escola. Ele deveria ser usado freqüentemente naquela
queixa de cabeças de hidra chamada dispepsia, para a qual Nux é usado de
forma tão indiscriminada. E ele salienta que Anac. tem uma dor no estômago
somente quando o estômago está vazio, e que é aliviada ao comer, enquanto
que Nux é aliviada após o processo da digest ão estar completo. Nux está no
seu pior momento duas ou três horas após as refeições, mas somente até que a
digestão esteja completa. Então vem o alívio; enquanto que com Anac. este é
o momento do pior sofrimento. Nash encontrou quase tantos casos de Anac.
quanto de Nux. e achou que a 200 a potência nestes casos foi mais eficaz do
que potências mais baixas. “A potência aqui, bem como em quaisquer outros
casos e com todos os remédios, tem mais a ver com o sucesso na cura do que
se pode imaginar.”
Com relação à evacuação, ele diz, Nux. tem o desejo, mas com irregu-
laridade e superatividade. Anac. tem o desejo, mas sem ação suficiente para
levá-lo a cabo. Além disso, Anac. tem a sensação de bola ou tampa no ânus
que deve ir para fora; o que não aparece em Nux.

* * * * *
Anacardium,
Sensações de tampar, dos olhos aos intestinos.
Anacardium, aqui é seu guia,
Tampa dentro, faixa apertada fora.
Mentalmente duas vontades opostas,.
A qual obedecer, ele nunca sabe.
Pense em Anacardium quando O paciente deseja
praguejar e maldizer;
Ele nunca pára de rezar,
DèStrarnonium imediatamente.

A noz será potente


Para restaurar a memória perdida.
Anacardium disputa com Nux Em dispepsia: aqui
está a cruz
ANACARDIUM ORIENTALE

Dor ate que o alimento seja digerido?


Soletre Tinct. Nucis vomica;
Dor quando o estômago está vazio?
Cure-o com a noz.
ANTIMONIUM CRUDUM

“Stibium Sulphuratum nigrum. ” - HAHNEMANN

HAHNEMANN diz que Ant. c. é encontrado na natureza, no formato de


agulhas negras paralelas, possuindo um lustro metálico; é composto por vinte
e oito partes de enxofre e cem partes de antimônio. As diferentes tri- turações
são preparadas de acordo com o método já apontado. A menor dose, afirma
ele, é suficiente pára produzir o efeito desejado nas doenças crônicas... Ele
diz: -
Antimônio é útil quando os sintomas abaixo são indicados:
Uma criança não suporta ser tocada ou observada.
Fluxo de sangue para a cabeça; coceira irritante na cabeça, com queda de
cabelos.
Vermelhidão e inflamação das pálpebras. Narinas doloridas; bochecha
quente e com prurido. Dor nos dentes cariados.
Perda crônica de apetite; emctações com gosto do alimento ingerido.
Náusea, repugnância, disposição para vomitar conseqüente a um estômago
prejudicado etc, etc...
Tem-se uma certa quantidade limitada de remédios, talvez infelizmente,
que se tornaram tão amigos, a ponto de sempre estarem à mão, prestando seus
serviços; enquanto um conjunto de outros remédios permanecem como meros
nomes e, no entanto, necessitam ser laboriosamente considerados.^4ní. crud.
tem permanecido conosco mais ou menos nesta última categoria. Realmente,
as idéias comuns sobre a personalidade de Ant. crud. reduzem-se ao seguinte: -
Voraz, gordo, sentimental, com feridas nos cantos da boca e pés aleijados.
Mas a droga deve ser considerada nos casos de “inflamação reumática dos
músculos. Nas afecções artríticas, com inchaço e nodosidades. Nas contrações
reumáticas dos músculos, com curvatura dos membros” (JAHR). Então, junto
à sua sentimentalidade, há o irresistível desejo de falar em rimas ou repetir
versos; e com seu “amor de êxtase”, diz-se ser útil para os maus efeitos das
decepções afetivas (Nat. mur., Cale. phos.). O “Keynotes” de Allen conta-nos
que seus sintomas mudam de localização, ou vão de um lado para o outro do
corpo. (Compare Lach., da esquer-

60
A NTIMONIUM CRUDUM 61

da para a direita; Lyc., da direita para a esquerda; ou Lac. can., quando os


sintomas cruzam e depois retornam. Isto sc verificou na difteria de um caso de
Lyc. e (de novo curativamente) com Lac. can. em dor ovariana.)

SINTOMAS EM NEGRITO

Allen, Hering; Hahnemann também deu ênfase a sintomas em seu Doenças


Crônicas, onde não são fornecidos sintomas cm negrito.
Irritadiço. Mal humorado. Cansado da vida.
Criança rabujenta e irritadiça, desvia-se e chora ao ser tocada.

DOR DE CABEÇA: após o banho; por desarranjo no estômago; bebidas


alcóolicas; após uma friagem; erupções suprimidas;por um resfriado.

OLHOS: Dolorimento nos cantos externos.


Vermelhidão e in flamação das pálpebras.
Blefaroftalmia crônica das crianças.
NARINAS doloridas, partidas e com crostas.
BOCHECHAS com erupções de longa duração e supuradas.

Dor de dente, nos DENTES cariados: dor que às vezes penetra na cabeça.
Piora à noite, após comer e por água gelada; tocar o dente com a língua causa dor
como se o nervo estivesse dilacerado; melhora com caminhada ao ar livre.
Dor corrosiva nos dentes cariados após cada refeição.

LINGUA com cobertura: branca egrossa; branca leitosa, amarela.


Língua branca.
Lábios secos. Rachaduras nos cantos da boca, dolorosas como ferimentos.
Gengivas soltam-se dos dentes e sangram facilmente.
A

ESTOMAGO: sede violenta, com secura dos lábios.


Sede ao anoitecer, com desejo de beber.
Regurgita a comida, com gosto do que foi ingerido.
Vômitos após vinho ácido.
Após vinagre ou vinho ácido, fezes amolecidas.
Descarga constante de gases, por cima e por baixo, imediatamente propagados,
durante anos (caso de cura).
Arrotos com gosto do que foi ingerido.
Repugnância, náusea e vontade de vomitar.
Sintomas gástricos predominam: aversão por bebidas e comidas, boca
62 ANTIMONIUM CRUDUM

amarga e vômitos.
Vômitos.
Estômago fraco. Digestão facilmente perturbada.
Catarro gástrico; língua branca; náusea e vômitos. ...

FEZES muitos líquidas.


Diarréia: aquosa com alimentos não digeridos; aquosa com poucas massas
endurecidas. Piora por vinagre, ácidos, vinho ácido; superaquecimento; após
banho frio; à noite e de manhã cedo.
Diarréia das pessoas idosas.
Diarréia e constipação altemam-se em pessoas idosas.
Evacuação difícil: fezes duras e muito grandes.
Pessoas idosas com diarréia, de repente tomam-se obstipados. Hemorróidas
com muco, prurido e queimação; descarga mucosa contínua, que mancha de
amarelo. Às vezes um líquido seroso escoa.

TOSSE: Primeiro ataque é sempre mais severo, os subseqüentes são cada vez
mais fracos. (coqueluche).
Domo peito com calor.
Blenorragia pulmonar ou tísica mucosa.
Prurido severo contínuo no peito, o dia todo.
Coceira violenta nas COSTAS.
Dor artrítica nos DEDOS.
Dores repuxantes nos dedos e suas juntas.
Dor repuxante na articulação esquerda do quadril.
Grandes calos nas solas dos pés, junto aos artelhos.
Grande sensibilidade nas solas dos pés, ao caminhar.

SONOLÊNCIA acentuada durante o dia, especialmente pela manhã.

Exaustão em clima quente.


Não consegue suportar o CALOR do sol.
Piora com o calor demasiado próximo ao fogo.
Após muito calor, diarréia.
Sensível ao FRIO; à inalação de ar frio; após resfriar-se.
Coqueluche, piora com banho frio.
Banho frio: causa dor de cabeça violenta; frio na cabeça; catarro gástrico;
diarréia; supressão da menstruação.

FEBRE: calor acompanhado de suor.


Calafrio violento sem sede; calor com sede seguido de suor.
Após cessar a transpiração, o calor e a sede retomam.
Febres gástricas.
ANTIMONIUM CRUDUM 63

Membranas mucosas geralmente afetadas.


Excrescências calosas.
Erupções semelhantes às do sarampo; ou sarampo incubado; vômitos durante o
sarampo.

SINTOMAS ITÁLICOS, NOTÁVEIS OU ESTRANHOS

Disposição decidida atirar em si mesmo, nenhum outro tipo de suicídio.


Isto forçou-o a sair da cama, de outra forma ele seria incapaz de livrar-se dessa
disposição.
Condição contínua de um desejo de amor ideal e extático por algum ser
ideal, o qual ocupou sua imaginação; mais ao caminhar ao ar livre do que em
um local fechado.
Estado mental irritado; sentiment o de pena. O som de sinos ou a visão
daquilo que o rodeia leva-o às lágrimas.
Sensação de vazio na cabeça ou dores dc cabeça como se a testa fosse
estourar; scntiu-se embriagado.
Tubérculos pequenos, chatos e macios sobre o couro cabeludo, com
sensação de rastejamento.
Zumbido nos ouvidos. Violento estampido nos ouvidos, como se alguém
tivesse batendo na porta da casa.
Uma espécie de surdez no ouvido direito, como se uma pequena folha
tivesse sido colocada na frente do tímpano.
Coriza com crostas doloridas nas narinas. Ambas as narinas rachadas e
cobertas por crostas.
Sangramento pelo nariz.
Nariz dolorido, como por aspirar ar frio ou vapores acres.
Rachaduras nos cantos da boca, doloridas como ferimentos.
Queimação e picadas, como as de um ferro em brasa, no queixo c lábio
superior. Ao tocá-lo, sensação como se as mãos estivessem sendo passadas
sobre ferimentos.
Ressecamento da boca; aspereza do palato.
Muita saliva salgada na boca.
Sede violenta com ressecamento dos lábios.
Soluço. Náusea com vertigem.
Vômitos violentos com ataques de ansiedade.
Terríveis vômitos, que nada pode pará-los.
Vômitos assustadores com convulsões.
Vômitos violentos e diarréia, cora angústia excessiva.
Dor de estômago, como por plenitude excessiva, sem plenitude.
Dor de estômago como após comer demais, com abdome distendido mas
não endurecido.
64 ANT1MONIUM CRUDUM

Queimação na boca do estômago, como azia, com bom apetite.


Queimação, dor espasmódica, na boca do estômago, o que o levou ao
desespero e à decisão de afogar-se.
Roncos altos no abdome, que está muito distendido.
Protrusão do reto durante evacuação. Eliminação de sangue preto.
Primeiras fezes naturais, então várias pequenas evacuações amolecidas,
depois uma pequena mas dura evacuação, com esforço violento.
Espasmos violentos na laringe e faringe, como se a garganta estivesse
tampada com uma rolha, que se torna alternadamente mais fina e mais grossa,
com uma sensação de carne viva.
Catarro sufocante. (Morte por sufocamento pelo catarro, causado por
alguns grãos de antimônio).
Sensação como se os membros estivessem aumentados.
As unhas das mãos já não cresciam como antes; sensação dolorosa sob as
unhas.
Manchas arroxeadas nas coxas. Manchas arroxeadas na região tibial.
Pés gangrenados; completamente pretos.Queimação intolerável, dor
lancinante no pé gangrenado, que está insensível ao toque ou a uma picada de
alfinete.
Seu pé está tão pesado que ela não pode erguê-lo.
Pés gelados.
Grandes calosidades nas solas dos pés, doloridas como calos que retornam
após terem sido cortados.
Grande sensibilidade nas solas dos pés.
Imenso inchaço por todo o corpo. Inchaço hidrópico do corpo.
Tornando-se gordo; ou emagrecimento e exaustão.
Apoplexia com uma tal profusão do fluxo de saliva, que ele expeliu uma
grande quantidade de espuma aquosa pelo nariz e boca.
Grande sonolência durante o dia. Às 7 horas da noite está vencido pelo
sono.

* * * * *
NASH chama atenção para a cobertura grossa, branca leitosa na língua,
que pode ocorrer junto a muitas queixas: -
Aos desarranjos por sobrecarregar estômago, especialmente com ali-
mentos gordurosos; náusea.
As unhas deformadas da mão, que crescem com rachaduras como ver-
rugas e com pontos de calosidade.
As calosidades nas solas dos pés, com sensibilidade excessiva, de for ma
que ele somente pode andar com dor e sofrimento.
A alternância entre constipação e diarréia nas pessoas idosas, espe
ciaimente com a língua característica (branca).
A criança não suporta ser tocada ou olhada: mal humorada e irrita
ANTIMONIUM CRUDUM 65

diça.
Ele diz que muitos remédios possuem língua branca, mas este lidera todos
eles: cobertura grossa, branca, branca como leite. (Vimos uma vez uma língua
sem a cobertura, mas completamente branca. Se não nos falha a memória
íoiAnt. crud. que a curou rapidamente).
É um grande remédio do estômago... desordens que surgem de ali-
mentação excessiva... desarranjos gástricos recentes. O doente sente que deve
vomitar antes de conseguir qualquer alívio. Uns poucos glóbulos de Ant. crud.
sobre a língua freqüentemente aliviará os sintomas, manterá o alimento no
estômago e evitará os demais sofrimentos.
Então, as fezes peculiares, parcialmente sólidas e parcialmente líquidas. E
a forma de diarréia comum nas pessoas idosas, que se alterna com
constipação, onde Aniimonium crud. é o único remédio. Os sintomas mentais
peculiares - uma enorme tristeza e o humor aflitivo; o humor sentimental à luz
da lua; o amor de êxtase.
“A criança não suporta ser tocada ou olhada - uma pérola!” Nash diz que
geralmente, em casos de febre gástrica ou remitente, ele tem sido levado a
usar^4«í. cmd. por esta condição da mente. A criança irritadiça, não como
Cham. que deseja ser carregada ao colo e acalmada, mas aquela que gritará e
chorará, dando mostras de irritação a cada mínimo olhar. Aqui a febre
costuma ser mais alta à noite e a língua branca quase sempre está presente.
Nash percebe que as unhas das mãos crescem fendidas, com pontos de
calosidades; e as unhas dos pés crescem deformadas, enrugadas ou não
crescem. E as calosidades muitos sensíveis (Aqui é lembrado um caso curado
com Ant crud.). Ele diz que alguns dos piores casos de reumatismo crônico
foram curados por Ant. crud., indicado pela sensibilidade extrema das solas dos
pés. As excrescências calosas em qualquer parte da pele faz se pensar em Ant.
crud.
Este remédio é mais freqüentemente necessário nos extremos da vida, nas
crianças e nos idosos.
Nash chama atenção para suas agravações pelo calor do sol; pela radiação
de calor do fogo; e também pelos banhos frios. Ele diz que, quando um caso
dc longa duração tem como início do problema um mergulho ou queda na
água, pensamos em Ant. crud. e examinamos outras indicações do
medicamento. (Nota da Autora: O grande remédio de Burnett neste caso era
Bellis per.)

* * * * *
HUGHES, em seu Phannacodynamics, fornece um breve resumo desta
droga: mas ele cita Dr. Clotar Muller com relação à sua extraordinária eficácia
nas afecções da pele: “Eu tenho razão em pensar que Aniimonium crudum é um
remédio inestimável onde ocorram pápulas, pústu
66 ANTIMONIUM CRU DUM

las ou elevações furunculares que surgem primária ou secundariamente,


especialmente quando, ao mesmo tempo, há um prurido grave c contínuo na
pele e sensibilidade c dolorimento após fricção. Especialmente quando tais
fenômenos ocorrem na face ou genitais.”
Com relação às suas “áreas de calosidade sobre a pele das plantas dos
pés”, ele menciona um caso de vinte anos de duração, que envolvia toda a
sola do pé e era bastante sensível, sendo logo curado através da droga.

*****
KENT sugere que todos os sintomas parecem estar centrados no estô-
mago. Qualquer que seja a queixa, o estômago tomará parte nela.
Ant. c. produz um estado mental bastante sério, uma ausência de vontade
de viver. “Quando eu ouço um paciente dizer,' Oh, doutor, se eu pudesse
somente morrer!’ É um caso que eu não gosto.” A prostração é similar
^Arsenicum, mas./í/s. tem um medo irresistível da morte, enquanto que esse
medicamento tem cansaço da vida ... Essas mulheres e jovens garotas
superexcitáveis, sérias, nervosas e histéricas são dominadas pelas suaves
luzes tais como que atravessam janelas de vidro colorido ou pela suave luz da
lua à noitinha: este é o significado de “humor sentimental ao luar.”
Pior no tempo frio e úmido; banhos frios. Já muitos dos sintomas vêm
com os raios do sol e com o calor de uma grelha aberta ... Uma criança com
tosse comprida tossirá ainda mais depois de ter estado olhando o fogo...
Náusea constante; estômago parece muito cheio, como se ele tivesse se
alimentado exageradamente, quando ele não comeu nada; sente o abdome
distendido, mas ele está baixo. Pacientes que sofrem dc gota, onde os nódulos
dos dedos e das articulações tornam-se indolores e o estômago e intestinos
tornam-se distendidos e dolorosos.
Pele ulcerada; uma tendência ao desenvolvimento de verrugas, calosi-
dades, unhas e cabelos ruins. A pele engrossada da sola dos pés é muito
dolorosa ao caminhar, devido aos seus inúmeros centros de pequenos calos.
Verrugas nas mãos; unhas quebradiças, pretas, difíceis de serem cortadas.
P.S.- Dr. Schwartz, da Califórnia, escreve-me que Antimonium cmd. é
“quase específico na artrite reumatóide”.
f \ ANTIMONIUM TARTARICUM ('Tártaro emético)

V.

HERING diz dessa droga: “Uma invenção dos alquimistas, muito popular
entre eles, proibida pela Academia Francesa, finalmente introduzida e muito
usada e abusada pela Escola Antiga”.
A Escola Antiga, diz Farrington, não vê muita utilidade, nestes dias, no
Tártaro emético; isto é apoiado pelos ensinamentos atuais, que nos contam
(Hale White) que “há muitos anos atrás um ungüento de Tártaro emético era
aplicado contra irritação; mas causa muita dor e é agora raramente usado”.
Que o Tártaro emético “não pode ser recomendado como emético, pois sua
ação c vagorosa e sua depressão geral é grande. Ele nunca deve ser dado para
provocar purgação”. Ele é também considerado “um indesejável
expectorante”. Mas isto o qualifica ... “Os únicos casos nos quais ele é
permissível são aqueles nos quais um emético é necessário para laringite,
brtmquite ou alguma outra condição inflamatória aguda do trato respiratório,
pois então sua ação depressiva sobre a circulação pode talvez ser benéfica,
mas normalmente Ipecacuanha é preferível.”
Para uso nos sistemas nervoso e muscular, “ele agora foi abandonado” e
“é muito menos usado em medicina do que antigamente”.
Assim, a Escola Antiga, com seus métodos e dosagens brutas, falha em
considerar este precioso salva-vidas e deixa a medicina prática e curativa para
os discípulos dc Hahnemann.

* * * * *
Ant. tart foi provado por Hahnemann e alguns de seus alunos, mas suas
experimentações somente foram publicadas nos Archives de Stapf, que se
encontram na biblioteca de nosso hospital; porém não há quem busque
alegremente este material nos antigos livros alemães, quando se pode obtê-los
em obras mais recentes, em inglês. As experimentações, naturalmente,
aparecem em Allen, Hering, etc.
Hering (Guiding Symptoms) faz uso também da monografia magistral do
Dr. R. Hencke (1874), que coletou todos os envenenamentos, experimentações
e curas.
Nas mãos dos homeopatas, Antimonium tartaricum é um remédio muito
precioso e indispensável, que tem poupado inúmeras vidas: especialmente de
bebês e crianças pequenas, que estão morrendo por bron
68 ANTIMONIUM TARTARICUM

quite e broncopneumonia, cianosadas e quase moribundas; e na outra


extremidade da vida, pessoas idosas com o peito cheio de sibilos e esterto res,
com os pulmões completamente cheios e sem força para expelir o catarro. Um
dos nossos primeiros registros era o de um bebe com dificuldade de respirar,
lábios e unhas cianóticos. A mãe aflita tirou o caso das mãos do médico e
colocou na boca do bebê algumas coisas pequenas e doces, aparentemente
sem poder algum, mas intensamente poderosas quando se encaixam no
retrato. Então o médico alopata surpreendeu-se na consulta seguinte, após o
que ele somente examinava, enquanto ela prescrevia!
Conhecendo a Lei de Cura, alguém poderia fazer um excelente trabalho
curativo, se estivesse disposto, com uma matéria médica alopática. Seguindo,
contudo, a regra dos contrários, quando chcga às suas deduções e
ensinamentos, deixa as sugestões e conselhos de lado e não aplica a lei!
A Escola Antiga considera o tártaro emético um poderoso irritante da
pele... Nós usamos esta ação e ministramos a droga internamente justo pelo
poder de irritação da pele que ela excita. Tem-se visto repetidas vezes, por
exemplo, como uma dose ou duas de Ant. tart. tem curado impe- tigo
contagioso em poucos dias, sem qualquer aplicação externa, exccto uma
camada fina de talco de amido para “deixar sair”. Rccorda-sc do caso de três
irmãos, um homem adulto e duas meninas, que apareceram no ambulatório
com extensas áreas tomadas por essa infecção, num dos casos estendendo-se
até o pescoço inclusive.,4/ií. tar. CM, como de costume, bastou. Erupções
pustulosas - aqui, naturalmente, é um dos remédios mais úteis na varíola.
Entre os grandes remédios para erupções pustulosas estão Ant. tar., Cicuta,
Rhus, Thuja, e especialmente Variolinum - a propósito, o grande remédio de
Burnett para herpes, mas sempre somente estará de acordo quando os demais
sintomas combinarem. Nós veremos, cada vez mais enfatizado, de que forma
Ant. tart. funciona nas condições gastrointestinais e seu excelente uso nos
problemas pulmonares e, mais especialmente, nas broncopneumonias e
pneumonias das crianças pequenas. Nestes casos, com nossa atuação, a
grande mortalidade da escola antiga é quase eliminada.

* * * * *
HUGHES diz, em Pharmacodynamics: “A ação mais conhecida de Tártaro
emético - que faz jus à sua denominação- é o seu poder de produzir náusea e
vômitos. A náusea que ele causa é muito intensa e de longa duração”; e
reproduz um pequeno retrato útil da droga:
‘“A face é palida, a pele fria, úmida e relaxada, o pulso fraco, rápido e em
geral irregular, a saliva flui copiosamente e as sensações usualmente
experimentadas são de mal estar gástrico, languidez e fraqueza fora do
comum, que são, às vezes, altamente aflitivas; tanto que, se contínuas, le
ANTIMONIUM TARTARICUM 69

vam o paciente a uma absoluta prostração do corpo e da mente e a uma


indiferença a todas as coisas que o cercam, inclusive à própria vida.’ A estas
sensações deve ser somado um completo relaxamento muscular.”
Hughes cita (em cães envenenados por Ant. tart.): “os pulmões estavam
sempre mais ou menos afetados: coloração laranja-avermelhado ou violeta,
por toda a parte; sem crepitação; plenos de sangue; e em algumas partes
hepatizados... Lepelletier confirmou estas observações, de forma
independente, e ingenuamente declarou, Admitindo-se que sua ação no
homem seja similar, poder-se-ia imaginar que longe de ser útil, sua admi-
nistração seria particularmente perniciosa na pneumonia; mas não é assim, ao
contrário de contribuir à congestão do pulmão, ele promove sua resolução'.”

FARRINGTON aponta as características e dá dicas valiosas a respeito


desta droga...
“Cabeça confusa: calor na fronte e sensação dc confusão, como se o
paciente precisasse dormir (na congestão passiva do cérebro). Sc o paciente é
uma criança, percebemos que não há vontade de ser tocado ou observado. Se
você persistir em sua atitude não benvinda, ele terá uma convulsão.
“Ao despertar, a criança parece abóbada e está tão irritadiça que grita
simplesmente ao ser observada por alguém.
“Erupções suprimidas com estes sintomas na cabeça... e grande difi-
culdade em respirar. Facc azulada ou arroxeada, a criança torna-se mais
sonolenta c com contrações. A respiração é eslertorosa... Estes sintomas
mencionados acompanham dois grandes grupos dc fenômenos, para os
quaisv4/zí. tart. pode ser útil: as afecções gastroentéricase as pulmonares.
“De valor inestimável para as crianças nas doenças do peito, quando a
tosse é provocada sempre que a criança fica brava, o que é bastante freqüente.
Comer provoca a tosse, que culmina em vômitos de muco e alimento.
“Um bebê na fase de amamentação subitamente larga o seio materno e
chora como sc não pudesse respirar, e parcce melhor quando mantido ereto e
carregado nos braços. Agora, isto é o início da bronquicapilar. Há finos
estertores crepitantes através de todo o peito. Ant. tart. arrasa a doença em sua
origem e poupa a criança de tanto sofrimento. Uma outra forma de tosse...
chiado marcante quando a criança respira. A tosse parece solta, mas a criança
não elimina catarro. Isto aumenta até que a criança fica sonolenta. Sua cabcça
está quente c banhada em suor. A tosse se torna cada vez menos freqüente. O
pulso é fraco. Surgem sintomas de cia- nose. Quanto mais rápido você
ministrar Ant. tart., nestes casos, melhor será para o seu paciente.
“Ant. tart. é indicado também nas afecções das pessoas idosas e par
70 ANTIMONIUM TARTARICUM

ticularmente na ortopnéia, ou ameaça de paralisia dos pulmões no idoso.


Você ouve o som alto do catarro no peito, apesar de que o paciente não é
capaz de expulsá-lo. (Aqui Baryta carb. é complementar e pode bastar quando
o outro aliviar apenas parcialmente.)
“Nessa ameaça de paralisia dos pulmões você deve comparar Antimonium
tartaricum com diversas outras drogas: com Lachesis, que tem agravação ao
despertar; com Kalihydriodicum, especialmente quando há edema pulmonar e
uma grande quantidade de estertores no peito. O pouco catarro que é expelido
é espumoso e esverdeado e parece espuma de sabão.
“Carbo veg. também é adequado para esses casos, mas aqui a estertoração
é acompanhada de um alento frio e de frialdade nas extremidades inferiores,
dos pés até os joelhos.
“Moschus na paralisia dos pulmões, quando há um som alto de muco e o
paciente está inquieto. Especialmente após febre tifóide. O pulso torna- -se
cada vez mais fraco e finalmente o paciente entra em uma síncope (Am. carb.).
“Ant. tar. produz um quadro perfeito de pleuro-pneumonia. Partes dos
pulmões ficam paralisadas. Estertores finos são ouvidos, mesmo sobre as
partes hepatizadas. Grande opressão respiratória, especialmente pela manhã.
O paciente deve sentar-se para poder respirar...
“Pústulas quase idênticas àquelas da varíola.
“Doenças do trato intestinal... Muito semelhantes a Veratrum, só que neste
caso Veratrum tem mais suor frio sobre a testa, enquanto <\ucAnt. tart. tem
mais sonolência.”

NASH, como de costume, resume a ação dzAnt. tart. em umas poucas


palavras de vital importância.
“Grande acúmulo de múco nas vias aéreas, com estertoração grossa e
inabilidade para expectorar; paralisia iminente dos pulmões.
“Face muito pálida ou cianótica devido ao sangue sem oxigenação.
“Estado de coma forte ou sonolência na maior parte das queixas.
“Vômitos; náusea intensa, com prostração; frialdade generalizada, suores
frios e sonolência.
“T remor: interno; cabeça e mãos.
“Erupções espessas como na varíola, em geral pustulosas; tão grandes
como uma ervilha.
“Alívio decorrente da expectoração.
“Ambas as extremidades da vida, a infância e a velhice.
“A criança agarra-se aos que a rodeiam; deseja ser levada ao colo; chora e
se queixa se alguém a toca; não permite que seja tomado seu pulso.
“Náusea tão intensa como a dc Ipecac., mas menos persistente, e com
ANTIMONIUM TARTARICUM 71

Ant. tart. há alívio após o vômito.”


E Nash diz: “ Ainda que. Antimonium tart. possuísse somente um poder de
cura, que agisse sobre os órgãos respiratórios, mesmo assim ele seria
indispensável. Não importa o nome do problema, se c bronquite, pneumonia,
tosse comprida ou asma; se houver um grande acúmulo de muco com
estertoração rude ou o peito cheio de muco, mas, ao mesmo tempo, parece não
existir possibilidade para soltar este catarro, tártaro emético é o primeiro
remédio a se pensar. Isto é válido para todas as idades e constituições, mas
particularmente para as crianças e as pessoas idosas.
“Há um sintoma muito próprio neste casos, isto é, grande sonolência,
chegando, às vezes, ao coma...
“Na pneumonia, tanto Tártaro emético quanto Opium podem ter grande
sonolência, mas não há necessidade de qualquer confusão para a escolha, já
que em Opium a face é vermelha-escura ou purpúrea c pode haver suspiros ou
respiração estertorosa. Com tártaro emético a face está sempre pálida ou
cianótica, sem vermelhidão e a respiração não é estertosa.
Ele diz ainda que: “Antimonium tart. é também um dos nossos melhores
remédios para a hepalização dos pulmões após pneumonia. Há um som
atenuado à percussão, diminuição ou ausência de murmúrios respiratórios e o
paciente permanece pálido, fraco e sonolento”.

KENT dá um retrato esplêndido de, Ant. tart. Nós o citaremos de forma


condensada. Ele diz: “A primeira coisa que VEMOS em um paciente Ant. tart.
está expressa na face, que se mostra pálida e doentia; o nariz marcado,
afundado; os olhos são fundos e com anéis escuros ao seu redor; os lábios são
pálidos e enrugados; as narinas dilatadas, com batimentos e uma aparência
escura fuliginosa no seu interior. A expressão é aquela de sofrimento. A
atmosfera no quarto é pungente . .. faz você sentir que a morte está lá.”
Ele diz: “Nós encontramos este estado e aparência nos pacientes catarrais,
em constituições arruinadas, nas crianças franzinas e nas pessoas idosas: nas
condições catarrais da traquéia e dos brônquios. E nós OUVIMOS estertores
grossos e murmúrios no peito - grossos como “os últimos estertores”. O peito
está constantemente preenchido com muco. No início ele é capaz de expeli-lo,
mas finalmente ele é sufocado pelo muco e o peito torna-se inábil para expeli-
los... Os primeiros dias da doença não apontarão para Ant. tart. Enquanto a
reação for boa e forte a força se mantém, você não verá este semblante
hipocrático, afundado, frio e com suor frio. Você não ouvirá esta estertoração
no peito porque estes são sintomas que indicam uma condição passiva.
Antimonium tart. tem fraqueza e falta de reação”.
Kent o contrasta com Ipecac. que pode ser usada no primeiro perío
72 ANTIMONIUM TARTARICUM

do. Ele diz: “Ipecac. tem um pouco desta estertoração grossa no peito, mas é
acompanhada de um grande poder expectorante dos pulmões. Ant. tart. tem a
estertoração grossa que pode vir após vários dias... Da mesma forma que
Ipecac., Ant. t. tem tosse e ânsia de vômito, mas somente no último estágio de
grande relaxamento, prostração e frialdade. Quando você ouvi-lo tossir, ficará
impressionado com a idéia de haver uma fraqueza profunda em seus pulmões.
Os pulmões perderam a força de produzir uma ação expulsiva, com a
inspiração profunda. Aqui o peito está cheio de muco e com estertores; a tosse
é estertorosa, mas o muco não é expelido ou somente numa pequena
quantidade que não alivia. Seu peito está cheio de muco e ele está, na
realidade, morrendo devido ao envenenamento de ácido carbônico por falta de
força expelidora.”
Ele diz: “Diferentemente de Aconitum, Bell. e Bry., cujos sintomas vêm
com violência, Ant. tart. apresenta o oposto, onde ocorre febre baixa, suor frio,
frialdade, relaxamento, aspecto hipocrático ... A maior parte dos casos graves
de bronquite e pneumonia morre no estado de, Ant. tart.
... Nas pessoas muito idosas que têm catarro no peito há anos, nas quais cada
resfriado forte traz catarro no peito, com muco branco e grosso e dispnéia, o
que as obriga a sentar-se e abanar-se, não conseguindo permanecer deitadas
devido à dificuldade de respirar e ao peito cheio, Ant. tart. as aliviará destes
ataques antes que cheguem à morte ___________________ 'Quando a expec
toração for amarela, está indicado Ammoniacum; Ant. tart. quando for branca, e
acompanhada de prostração, suor, frialdade, palidez e azula- mento da face.'”
Kent diz, mais adiante: “Ele não deseja intromissão ou ser perturbado.
Tudo é um peso. A criança, quando doente, não deseja ser tocada, que olhem
ou falem com ela. Quer que a deixem sozinha. O bebê sempre mantém um
tom choroso e de queixume. Está constantemente mal-humorado e mostra-se
muito irritadiço quando perturbado.
Perceba que com Ant. tart. o catarro é BRANCO.
“Na maior parte das queixas este remédio não tem sede. Em geral, nestes
ataques de dispnéia, os amigos do paciente ficarão ao seu redor com um
grande desejo de poder fazer alguma coisa, seja somente dar-lhe um copo
com água. O paciente mostra-se irritado se lhe é oferecido um gole de água.
Ele está perturbado e mostra seu aborrecimento. A criança soltará um
grunhido desgostoso quando a água lhe for oferecida. Ausência de sede com
todos estes problemas bronquiais, com descarga copiosa de muco e grande
estertoração no peito...
“Desejo de frutas ácidas e azedas, as quais o tornam doente. Problemas de
estômago decorrentes de vinagre, coisas ácidas, vinho ácido e fruta ácida.
Aversão ao leite e qualquer outro tipo de alimento, mas especialmente o leite
faz o paciente adoentar-se, causando náusea e vômitos.
“Com os sintomas de estômago e de intestinos há esta náusea cons
ANTIMONIUM TARTARICUM 73

tante, mas é mais do que uma náusea, é uma exlrema repugnância a qualquer
lipo de alimento, uma náusea com a sensação de que se colocasse alguma coisa
em seu estômago, ele morreria; não se trata de uma mera aversão à comida,
nem simplesmente uma náusea comum que precede o vômito, mas uma
repugnância total à comida. Pessoas compassivas, freqüentemente, querem que
ele se alimente, muito provavelmente porque ele passou o dia todo ou a noite
toda sem comer; mas só de pensar em algum alimento, sua respiração piora e a
dispnéia, a náusea, a repugnância e o sofrimento aumentam.”
Da mesma forma que a expectoração com Ant. tart. é difícil, o vômito
também “não é uma questão fácil com este remédio. Não se trata apenas de
abrir a boca e esvaziar o estômago de seu conteúdo. O vômito é mais ou
menos espasmódico. 'Ânsia violenta. Esforço para vomitar. Sufocação, tortura
enorme esforçando-se para vomitar.' O estômago parece entrar em um estado
convulsivo e é com grande dificuldade, depois de muito esforço, que se
consegue vomitar um pouco, depois mais um pouco e isto se mantém. 'Vômito
de qualquer coisa que estivesse no estômago, cora quantias dc muco.' Muco
viscoso, branco e grosso, às vezes com sangue... Pacientes idosos que sofrem
de gota, velhos alcoólatras, antigas constituições arruinadas. As crianças
também possuem constituições decaídas, como se elas estivessem
envelhecidas. Estes pacientes resfriam-se no peito, com grande estertoração e
necessitam deste remédio... Todas as formas d & Antimônio têm esta tendência
hidrópica, relaxamento e fraqueza. Ant. tart. é pleno disso.”

SINTOMAS PECULIARES E CARACTERÍSTICOS

dos Keynotes de Guernsey, etc. etc.:

Lamento e choro antes e durante os ataques ou paroxismos, quaisquer que


possam ser. Desespero de recuperar-se.
Uma criança tosse quando está brava. (Sintoma importante na tosse
comprida, etc.) Tosse e boceja alternadamente.
Na pneumonia, quando os cantos das pálpebras estão cobertos com muco:
também, olhos inflamados, fixos, inertes, semi-abertos ou um deles fechado.
Enxerga somente através de um grosso véu.
Narinas movimentam-se (Lyc).
A face é um retrato perfeito de ansiedade e desespero. Fria, contorcida,
pálida, com pontos azulados, banhada em suor frio, iívida. Músculos faciais
contraídos.
Face doentia, encovada, azulada ou contraída, recoberta por suor frio.
Língua recoberta por uma camada grossa, branca e pastosa; lábio su
74 ANTIMONIUM TARTARICUM

perior aberto, ressecado; ou língua muito vermelha; em faixas; ou ressecada


na parte central; marrom, seca.
Deseja maçãs, frutas, ácidos, líquidos frios, coisas refrescantes. Aversão
ao leite. Sem sede ou muito sedento. Náusea ansiosa contínua com grande
esforço para vomitar e suor sobre a testa. A menor quantidade de bebida é
vomitada, com grande desejo de mais. Náusea acompanhada de grande
fraqueza.
Ondas de náusea com fraqueza e suor frio.
Dor violenta no abdome: parece bem cheio de pedras, mas não há sen-
sação de dureza.
Ao nascer, o bebê está pálido, sem fôlego, com respiração difícil, e mbora
o cordão umbilical pulse debilmente.
Respiração rápida, curta, difícil e ansiosa; como se fosse ficar sufocado se
não se sentar em posição ereta, durante toda a noite; a indisposição pode
começar por volta das 3 horas da madrugada (ou 4 horas) e o paciente precisa
ficar sentado. Intema estertoração nos brônquios, especialmente logo abaixo da
laringe, como se uma certa quantidade de catarro estivesse para sair, mas muito
pouco é expectorado.
Muita sonolência, respiração bastante curta, brônquios sobrecarregados de
muco.
Sonolência: declínio da consciência ao fechar os olhos.
Fraco, sonolento, com falta de reação.
Respiração muito irregular, ora mais curta, ora mais longa, piorando ao se
deitar, ficando melhor quando levado ao colo na posição ereta... dificuldade
para respirar ao início de cada acesso de tosse. Respiração ruidosa, sibilante,
ronronante; com muita estertoração, como se a criança fosse se sufocar,
sempre aliviada ao cuspir ou vomitar o muco. A tosse é excitada ao comer.
Na dificuldade de respirar, a face pode tornar-se pálida, vermelho-es-
cura, os lábios azulados, a cabeça quente e recoberta de suor, os músculos
contraídos.
Tosse: que o compele a sentar-se; parece solta e estertorosa, mas não há
expectoração; com dor forte no peito ou na laringe, chora por socorro e há
aperto na laringe.
Escarro com listras de sangue, com cor de ferrugem, pegajoso como cola.
Edema dos pulmões. Paralisia iminente dos pulmões. Enfisema.
Palpitação acentuada; com calor desconfortável, ou sensação de calor
proveniente do coração.
Na crupe, em geral encontramos o pescoço esticado e a cabeça inclinada
para trás.
Um característica importante deste remédio na pele é a ocorrência de
erupção pustular.
ANTIMONIUM TARTARICUM 75

SINTOMAS EM NEGRITO (HeringeAllen)

MAU HUMOR.
A criança deseja estarno colo (Cham,), chora se alguém a toca; não permite que
lhe tomem o pulso.
Visão embaçada e diminuída.
Palidez. Face pálida e encovada.
Dor de dente reumática do tipo intermitente.
Hiperemia catarral durante a dentição.

Língua muito vertnelha, seca nomeio.


Língua vermelha com listras.
Língua recoberta por uma camada grossa, branca e pastosa.
Muito muco na garganta, com respiração curta.
Desgosto pela comida, náusea freqüente e alívio por vomitar.
Arrotos que provocam alívio.
Náusea causa grande ansiedade.
Náusea contínua e ansiosa, com esforço para vomitar e cabeça recoberta de
suor.
Náusea, vômitos eperda de apetite. Vômitos com grande esforço. Ausência de
sede.
Ausência de sede durante o dia todo.
Vômitos, seguidos de languidez intensa, sonolência, repugnância, e desejo de
coisas refrescantes.
Grande ansiedade precordial com vômitos de muco e bile.
Cólica aguda cortante antes da evacuação.

A criança nasce pálida, sem respiração, sufocada, mas o cordão ainda pulsa.
O muco provoca estertoração no peito.
Estertoração quando tosse ou respira.
A estertoração origina-se nos brônquios superiores e pode ser ouvida a uma
grande distância.
Muita estertoração na traquéia; não consegue expelir o muco. Respiração curta
devido à supressão da expectoração, especialmente se houver sonolência.
Respiração irregular, ora mais curta, ora mais longa, muito mais freqüente
quando se deita. Melhora quando a criança é levada ereta ao colo. Respiração com
grande ruído de catarro.
Sufocação ou opressão por volta das 3 da madrugada, devendo sentar- se para
obter o ar, melhora após a tosse e expectoração.
A tosse leva o paciente a sentar-se, ela é úmida e estertorosa, porém sem
expectoração.
76 ANTIMONIUM TARTARICUM

Quando a criança tosse, dá a impressão de haver nos tubos bronquiais uma


grande quantidade de catarro e parece que muito será expectorado, mas nada é
expelido.
Tosse e boceja consecutivamente, especialmente nas crianças, com choro ou
sonolência e a face contorcida.
Catarro profuso com pouco poder de expulsão (bronquite nas crianças e nos
idosos).
Muco em profusão, facilmente expectorado.
Tosse toma-se menos freqüente, o paciente mostra sinais de ((sangue
carbonizado”.
Catarro ruidoso no peito, melhor quando carregado numa posição ereta, piora
ao deitar-se; com opressão.
Inflamação da membrana mucosa respiratória.
Catarro com listras de sangue, cor de ferrugem, aderente aos brônquios como
cola.
Atelectasia, com sintomas de asfixia devido ao remédio; com edema nas
porções não hepatizadas dos pulmões; respiração trabalhosa; or- topnéia,
estertores mucosos.
Edema pulmonar. Enfisema. Paralisia iminente dos pulmões.
Gripe;pneumonia aguda; broncopneumonia;pleuropneumonia.

Pulso duro, cheio, forte; às vezes trêmulo; muito acelerado com qualquer
movimento.
Pulso rápido, fraco e trêmulo.
Grande desassossego. Agita-se com ansiedade.
Prostração e colapso.

Dor violenta na região lombo-sacral; o menor esforço para se mover causa


ânsia e suorfrio epegajoso.
Tremor das mãos
Grande sonolência: irresistível vontade de dormir, em quase todas as afecções.
Coma.
Ou, intensa insônia.
Piora à noite esem dormir.
Calor agrava; mesmo com o calor da cam a.

Pele recoberta por um suor viscoso, que escorre.


Os tecidos são afetados...
Coleção sinovial nas articulações.
Membranas mucosas: inflamações catarrais; conjuntivite; gastrite, en- terite;
laringite, traqueíte, bronquite, estendendo-se mesmo aos alvéolos; cistite.
ANTIMONIUM TARTARICUM 77

Erupções pustulosas; sobre a conjuntiva, face, boca e fauces, esôfago,


estômago, jejuno, genitália.
Varíola: dor nas costas; dor de cabeça, tosse e peso que comprime o peito antes
ou no início do estágio eruptivo; diarréia, etc. Também quando a erupção falha.
Pústulas endurecidas, cônicas, pequenas,de vennelho-brilhante, cobrem o peito,
a superfície anterior dos braços, pulsos, abdome e o lado interno das coxas,
provocando quadro tipo eczematoso com coceira insuportável.
Erupção pustular deixa marcas vermelho-azuladas na face, etc.
Erupção grosseira, freqüentemente pústulas, tão grandes quanto uma ervilha.

ALGUNS DOS SINTOMAS PECULIARES OU NOTÁVEIS, QUE


APARECEM EM ITÁLICO

Delírio furioso.
A criança não permite ser tocada sem chorar ou lamentar-se. Berra se for
observada.
Tremulações ante os olhos: - * faíscas ante os olhos.
Contrações convulsivas em quase todos os músculos da face.
Quase impossível engolir.
Grande desejo de comer maçãs.
Vomita até ficar debilitado.
Náusea, e então bocejos e lacrimcjamcnlo abundante, seguidos de
vômitos.
Abdome parece estar cheio de pedras, embora cie não tenha ingerido nada
e não sinta o abdome duro.
Pressão violenta no abdome, como se houvessem pedras, como se es-
tivesse repleto; torna-se muito pior ao sentar-se e inclinar-se para a frente.
(Coloc. melhora pela inclinação e pressão).
Sente como se ele fosse sufocar, na cama. Não consegue obter ar. É
obrigado a ficar sentado durante toda a noite.
Cerca de 3 horas da manhã, sufocada c oprimida, teve que se sentar para
respirar; somente após tossir e expectorar, cia se sentiu melhor.
Dispnéia: teve que se apoiar numa posição sentada na cama.

*Uma senhora muito doente com bronquite (da qual se lembra bem depois dc muito tempo), foi tratada
com Ant. tart. em várias doses baixas, que curiosamente provocaram faíscas de luz muito angustiantes,
frente aos olhos. “O que é isto? O que isto? Aqui, novamente!” Na sua fraqueza e sofrimento, estes
lampejos na vista pareciam-lhe terríveis. A ingestão da droga foi interrompida e não se ouviu mais falar dos
lampejos.
78 ANTIMONIUM TARTARICUM

Mãos frias: pontas dos dedos geladas.


Os pés adormecem toda vez, imediatamente após se sentar.
Dificilmente consegue dormir quando tomado por choques elétricos e
contrações (que vêm do abdome).
Suor frio por todo o corpo.
Efeitos de vacinação, quando Thuja fracassa c Silica não é indicada.
Se o uso de Ant. tart. fosse continuado, após ter produzido erupção
parecida com varíola, as pústulas ficariam grandes, cheias de pus, afundadas
no centro e tornar-se-iam confluentes; com muita dor; crostas seriam
formadas, deixando profundas cicatrizes.

Ao prescrever Ant. tart., então, procure sonolência, náusea, irritabilidade


que odeia ser tocada e observada, usualmente sem sede c, no peito, a
respiração, expectoração e o deitar-se são quase impossíveis. Vejam quão
inestimável é para condições deseperadoras e, junto com Carbo veg., é um dos
medicamentos do “último suspiro”.
r APIS
>

V
J
(Foi através do abaixo exposto que se determinou a escolha d o Apis para o
nosso presente retrato do medicamento).
“Em 1847, a atenção do autor foi dirigida inicialmente a Apis mellifica
como um agente curativo através da seguinte cura exemplar:
“Um garoto, com cerca de 12 anos de idade, vinha sofrendo durante vários
meses de ascile e hidrotórax. Durante três meses ele havia sido tratado
inicialmente por médicos alopatas, para uma disenteria, acompanhada de
ascite, sendo depois tratado por vários meses por um médico ho- meopata.
Nenhum benefício permanente resultou de ambos os tratamentos e os sintomas
por fim tornaram-se tão urgentes, que fui chamado para uma consulta na qual
recorri imediatamente a uma punção para salvar o paciente do perigo iminente.
Novamente foram prescritos remédios homeopáticos apropriados, mas sem
debelar o curso avançado da doença. O paciente começou a acumular líquido
novamente com grande rapidez. A secreção de urina fora quase suspensa, a
pele estava seca e quente, o pulso rápido e fraco, a respiração curta e difícil,
havia grande sensibilidade no abdome, boca e garganta secas, sede, inquietude
e ansiedade excessivas, tosse curta irritante e uma quase total impossibilidade
de dormir.
“Neste estágio do caso, uma índia nômade - uma das poucas sobreviventes
da tribo Narragansett - sugeriu que a família usasse uma abelha melífera todas
as noite e manhã. Ela encerrava as abelhas em um balde de lata tapado e as
levava ao forno quente até que fossem mortas e então, após moê-las, fazia um
xarope que era fornecido ao paciente à noite e pela manhã. Depois de um
período de cerca de vinte e quatro horas, a pele tornou-se menos quente e mais
macia, a respiração menos difícil e mais livre, o pulso mais vagaroso e forte e
houve um aumento substancial na quantidade de urina. Daí para frente os
sintomas continuaram a melhorar constantemente, a efusão hidrópica diminuiu
dia após dia, até que ao final de poucas semanas o paciente estava
completamente curado.
“Esta foi a primeira cura de hidropsia por Apis que foi registrada. A partir
deste fato empírico - este usu in morbis, percebi que a profissão havia estado
alheia a um poderoso agente de cura e, por conseguinte, iniciei uma série de
experimentações e ensaios clínicos com Apis ...”
(Dr. E. E. MARCY e outros: Elements of a New Matéria Medica, p.

79
80 APIS

442.)
E Kent diz: “É estranho como as velhas mulheres sabiam, bem antes de
Apis ser experimentado, que quando o recém-nascido não urinava, elas
poderiam realizar a cura saindo à procura dc uma colméia, capturando
algumas abelhas, sobre as quais derramavam água quente e davam uma colher
de chá deste preparado ao bebê. Algumas coisas domésticas como esta têm
sido conhecidas entre as famílias e as babás e são consistentes, porque são
para os mesmos transtornos aos quais ministramos Apis*’

Alguns dos nossos mais valiosos medicamentos surgiram do uso do-


méstico, do conhecimento herbalístico, dos envenenamentos acidentais, da
observação dos efeitos de mordidas e picadas de répteis e insetos venenosos,
das tradições populares e dos indígenas.
Mas a Homeopatia transpõe qualquer forma de conhecimento e, através de
experimentações das substâncias venenosas (para tanto deve-se lembrar que
todos os medicamentos são venenos e todos os venenos podem ser usados
como agentes de cura), ela as torna científicas, uma a uma, desvendando seus
verdadeiros usos e os exatos sintomas nos quais são prescritas com confiança.
Há diferentes preparações de Apis, “mas correta há somente uma”, diz
Hering. Trata-se do “veneno puro obtido por compressão da abelha com uma
pequena pinça e extração da diminuta gota de veneno suspensa na
extremidade do ferrão, num frasco ou lâmina de vidro. Isto é potencializado” -
de acordo com as regras. Ele diz que não há propósito em secar e moer a
abelha inteira, com todas as suas matérias estranhas e impurezas.
Guernsey, Kent e Nash fornecem valiosos retratos de Apis.

GUERNSEY diz: “As DORES são como picadas de abelhas, com a sede e
o ardor que as seguem. Urina escassa. Gritos agudos, estridentes e súbitos,
durante o sono ou ao despertar. Formam “key-notes” de valor incalculável
para o uso deste remédio.”

A descrição de HERING é: “vermelhidão e inchaço, com dores que picam


c ardem - nos olhos; pálpebras; orelhas; face; lábios; língua; garganta; ânus;
testículos”; com alívio pelo frio e agravação pelo calor.

Apis tem sintomas bastante definidos e os tecidos que afeta também são
bastante definidos, bem como a forma pela qual a droga os afeta.
Ela afeta, segundo KENT, os revestimentos do corpo: não somente a pele
e as membranas mucosas, mas também os revestimentos dos órgãos
- as meninges do cérebro, o pericárdio; e sempre da mesma forma, com
APIS 81

inchaços, condições hidrópicas e suas dores peculiares que picam e ardem.


Estas dores de picadas agudas normalmente provocam um grito agudo, como
o grito cerebral da meningite. E em qualquer local onde há o inchaço, edema,
picada e ardor próprios dcApis, há também a agravação decorrente do calor:
agravação esta devida a um quarto quente, pelo calor do fogo, por um banho
quente. Kent diz: “nos problemas cerebrais, se você colocar o paciente./4/?(.y
com congestão cerebral num banho quente, ele entrará num quadro convulsivo
e, conseqüentemente, você perceberá que nem sempre o banho quente é 'bom
para as convulsões'. Ensina-se nos livros-textos da Escola Antiga que as
mulheres e babás antigas sabiam que um banho quente era bom para
convulsões e, antes que você possa perceber, você poderá ter um bebê morto.
Esta congestão cerebral, com poucas contrações e ameaças de convulsão,
fazem com que elas coloquem o bebê num banho quente, e provoquem um
estado pior do que antes. Se o bebê precisa de Opium ou Apis na congestão do
cérebro, as convulsões tornam-se piores devido ao banho cm água quente. Se
a babá estava procedendo assim, você descobre o remédio tão logo entre em
casa, porque ela dirá que a criança piorou após o banho quente, tornou-se pá-
lida como um fantasma e a babá estará com medo de que o bebê vá morrer.
Haverá convulsões bem piores pelo calor, apontando cspccialmcnte para
Opium o Apis.
Kent diz: “Apis é pleno de hidropsia, erupções avermelhadas, urticária,
crisipelas... em todas há picadas e ardor: ardor como carvão em brasa, às
vezes, e picadas como sc agulhas ou pequenos espinhos estivessem
penetrando.”
“As queixas de Apis são acompanhadas de uma certa violência e rapidez.”
Kent descreve o “efeito de uma picada de abelha em uma pessoa sensível”.
Em muitas pessoas picadas os efeitos são menores, mas no sensível “há
náusea e ansiedade que o faz sentir que está morrendo e, em cerca de dez
minutos, ele estará coberto de urticária, da cabeça aos pés. A pessoa sente as
picadas e a queimação e deseja um banho frio; teme que irá morrer se algo
não for feito para diminuir o seu sofrimento; contorce- se e agita-se como se
ele fosse se rasgar em pedaços. Tenho visto tudo isto após Apis. O antídoto
para isto é Carbolicacid, não importando quão alta seja a potência. Já vi ácido
carbólico administrado para este estado, onde paciente descreveu a sensação
de que o ácido descia pela sua garganta como um conforto refrescante. Ele
dizia: 'Por que doutor? Eu posso sentir a dose alcançando a ponta dos meus
dedos!' ” (É evidente que aqui Kent fala do Carbolic acid potencializado! O
ácido bruto seria “um remédio pior do que a doença”).
Apis NÃO apresenta SEDE, especialmente na hidropsia e na febre.
Aqui está um exemplo recente de como Apis atua nos problemas de pele.
82 APIS

W.S., aposentado por invalidez há algum tempo atrás, após 13 anos nos
trópicos com muita malária e muito quinino (60g ao dia). Veio em setembro
último com uma erupção por toda a pele que já durava três semanas. Prurido
excessivo: piorando à noite e com o calor; “coça e pica como se eu estivesse
deitado sobre uma cama de urtigas”. Ele rccebeuv4p/í CM.
Mais tarde ele me escreveu: “ A pele externa soltou-se em todas as regiões
afetadas, na forma de um pó branco. A pele nova é bem clara. A cura está
praticamente completa. Houve uma mudança total após as doses de Apis”
Apis é um excelente medicamento para garganta. Um medicamento para
difteria. Mas, sempre com o inchaço, o edema, a agravação pelo calor e as
dores que picam e queimam dc Apis (ou, ausência de dor, diz Nash).
Nash descreve a garganta de Apis: “Naqueles casos muito violentos e
rápidos de difteria, nos quais toda a garganta apresenta um inchaço ede-
matoso, a úvula pendurada como um saco transparente cheio de água e o
paciente em iminente risco de morte por sufocação devido ao fechamento real
da garganta e da laringe, não há remédio como>l/>ií. E nos mostra um caso
de sua experiência inicial.
“Alguns anos atrás fui chamado até Watkins Cílcn, N.Y., para uma
consulta num caso muito severo de difteria. Já havia uma morte na família e
quatro pessoas tinham morrido na localidade naquele dia. Mais de quarenta
casos com morte haviam sido registrados na região e muito estavam deixando
a cidade movidos pelo medo. O médico que a estava atendendo, um velho
homem nobre, de cabelos brancos e, sobretudo, bom e habilidoso, disse,
quando eu o observei e comentei que me julgava muito jovem para aconselhá-
lo: 'Doutor, coloco-me de joelhos para qualquer pessoa, pois todos que
contraem a doença têm morrido.' A paciente estava a dois quartos do local
onde conversávamos, mas eu podia ouvir sua respiração difícil assim mesmo.
Comparativamente, Apis era um remédio novo para aquela doença mas,
quando examinei sua garganta, em um instante vi Apis e poucas perguntas
confirmaram este diagnóstico. Disse ao médico o que eu achava e perguntei-
lhe se já havia feito uma tentativa com Apis, ao que ele respondeu: 'Não, não
pensei nisso, mas trata-se de um poderoso veneno do sangue;
experimente.'^/?/.? curou o caso e não houve um só caso onde ele tenha sido
prescrito e tomado, desde o início e com persistência, que resultasse em
morte. Era o remédio para o gênio epidêmico”.
Mas Apis afeta também a mente. O paciente Apis fica triste, choroso.
Deprimido, com choro constante. Não dorme por preocupações. Muito
irritado e é (com Lachesis e Nux) desconfiado e ciumento. Totalmente sem
alegria e indiferente. Mas, todos estes sintomas pioram com o calor, em quartos
quentes, por banho quente. Medo da morte. Medo de apoplexia.
Além disso, entre as peculiaridades de Apis, há a hiperestesia: “pior pelo
toque, mesmo nos cabelos”, diz Nash.
E aqui está uma dica de Nash: nas inflamações e febres, quando há calor
seco alternado com suor, pense em Apis.

Pessoas de pouca compreensão dizem que a Homeopatia é “lenta”. Lenta?


Certamente é o que se pode esperar em alguns casos crônicos, com anos de
tratamento ineficiente ou errado. Tais casos, mesmo para Hahnemann,
poderiam necessitar de um par de anos para alcançarem a cura; ou podem ter
se tornado incuráveis, quando o máximo a ser esperado, até onde alcança o
nosso atual conhecimento, deva ser um paliativo. Mas nos casos agudos, que
tal a atuação da Homeopatia? Todos sabemos que uma das pragas do Egito, em
nossos dias, é a oftalmia. Viaje para lá, caso deseje estudar a destruição dos
olhos e as várias causas que contribuem para tal. Bem, há um ano, uma ex-
missionária, (agora é estudante do 3 e ano dc medicina) voltou ao Egito no
intervalo do período de aulas, entre o final do verão e o começo do outono.
Um dos seus olhos ficou in- fcccionado c, para terror dos médicos
missionários, desenvolveu tracoma. Eles rasparam a parte interna das
pálpebras e, com a ajuda de um oftalmologista competente, a condição foi
“tratada”, melhorando aos poucos e deixando o olho não prejudicado. Mas ela
foi avisada para esperar recorrências - o que pontualmente ocorreu. Quando
começou o terceiro ataque, casualmente ela estava na casa de um médico
homeopata, que não estava preocupado com o tratamento, mas com a cura: e,
portanto, o Repertório foi indagado pela droga que atendia aos sintomas. Ele
indicou APIS e ela tomou Apis CM naquela noite. Na manhã seguinte ela
estava jubilante; o terror estava praticamente vencido e, à noite, o olho estava
bem. Naquela época cia estava justamente prestes a voltar para o Egito e
muniu-se de uma quantidade dcApis CM para os olhos com problemas que ela
encontrasse por lá. Resultado? Simplesmente surpreendente! Ela, que ainda
não estava licenciada para clinicar, foi liberada para tratar de todas as
afecções oculares cm um dispensário - olhos muito ruins! - Após uma dose de
Apis, cada vez mais eles clareavam em vinte e quatro horas.

Outros sintomas curiosos que pertencem zApis são: abertura do ânus


alargada, com diarréia involuntária. (Phos. também tem este sintoma, com o
escoamento de finas fezes). Em Apis, “as evacuações ocorrem com cada
movimento do corpo, como se o ânus estivesse constantemente aberto”.
Além disso, suas curiosas sensações de tensão ou aperto: - medo de tossir,
porque algo arrebentará ou será dilacerado. Medo de fazer força ao evacuar,
porque alguma coisa quebrará.
84 APIS

Aqui estão os sintomas em negrito de Allen:


Vertigem e dor de cabeça.
Pálpebras muito inchadas, vertnelhas e edematosas.
Sem sede, com febre.
Sensação de came viva no ânus, com diarréia.
As evacuações ocorrem com cada movimento do corpo, como se o ânus
estivesse constantemente aberto.
Sensação como se os pés e os artelhos fossem muito grandes, inchados e
enrijecidos.
A mais extrema sonolência.
Quartos fechados são totalmente intoleráveis.
Dor de cabeça em quarto quente.
Tem sido dito o bastante para sugerir que sempre que se encontrar inchaço;
edema; alívio pelo frio; agravação pelo calor; dores que picam e queimam, deve-se
considerar APIS.

Abelha melífera - APIS - suas virtudes cantamos Para


todas as formas de dor que queimam e picam,
Com más agravações por todo tipo de calor,
Com inchaços e tensão: repita até decorar,
Que âAbelha é o que há
Para todas as dores que QUEIMAM e PICAM.

Abelha para edema! - é a primeira a se pensar Para


hidropsias e febres onáesede não há:
Edema dos membros, do tronco ou garganta,
Derrame e edema das membranas; você perceberá
Que sua ação sobre os rins é grande; você verá •
Que você acertou quando a urina aumentar.

Também há o “grito cerebral”!


E você correrá em busca d&Abelha:
Ou, quando surgir inchaço, tensão e rigidez,
Diz o doente que uirá se romper”, quando tossir ou evacuar.
Além disso, você verá que Apis é maravilhoso
Nas doenças do ovário, onde as dores queimam epicam.
\
ARGENTUM NITRÍCUM

V
J
Através de seus experimentadores, as drogas revelam sintomas estranhos e
característicos, mentais e físicos. E quando estes sintomas equiparam- se aos
sintomas estranhos e característicos, mentais c físicos, das pessoas doentes,
estas drogas curam. Quanto mais próxima for a correspondência, mais certa
será a cura.
Argentum nitrícum - nitrato dc prata - é a “pedra do diabo” ou “pedra do
inferno” da Escola Antiga, a qual não apresenta muitos usos para este, exceto
como um cáustico lunar (cristalizado), pois em doses alopáticas, ou quando
ingerido acidentalmente durante o processo de cauterização da garganta, ele
tornava as pessoas permanentemente azuladas - uma condição conhecida como
“argiria”. Entre nós, trata-se de um remédio precioso que não tem substituto.
As experimentações iniciais dc Argentum nitrícum, fornecidas na En-
cyclopedia de Allen estão, como veremos, principalmcntc relacionadas com
seus sintomas físicos, que são bastante definidos e sugestivos e têm
proporcionado esplêndido trabalho de cura nas condições estomacais, etc. Mas
outras experimentações, fornecidas no Guiding Symptoms de Hering, trazem
peculiaridades interessantes e exclusivas a nível mental e estas são nossas
indicações mais preciosas para o seu uso.
Os remédios, como nós homeopatas aprendemos a concebê-los, apre-
sentam-se como personalidades. Eles freqüentam nosso dia-a-dia e nos
confrontam com nossos pacientes. Tornam-se criaturas de temperamentos -
mentais e físicos. Eles possuem gostos e desgostos, desejos e aver sões;
sensibilidade às condições meteorológicas, bem como ao relacionamento com
os homens e o meio-ambiente. Concebemos seus terrores, reais ou imaginários
- suas estranhas obsessões. E na medida que isto sc encaminha assim, somos
capazes de aplicá-los com sucesso para o alívio de pessoas com idiossincrasias
e aflições semelhantes.
O nitrato de prata é um remédio de personalidade bastante vivida, bem
diferente dos demais. Ele tem fraquezas e auto-tormentos tão estranhos! - e
conhcccndo-o tão bem e tendo experimentado seu esplêndido poder de ajuda,
pode pareccr estranho dizer, mas o julgamos com algo semelhante à afeição.
A Escola Antiga não tem uma idéia de seu maravilhoso poder de for-

85
86 ARGENTUM NITRICUM

talecimento e alívio. Suas aflições mentais e intelectuais são grandes.


Deixemos KENT, em sua maneira brilhante, detalhar para nós a natureza
interna da mente d&Arg. nit., que precisaremos condensar. Ele descreve
“distúrbios de memória, distúrbios da razão.” Ele diz: “Arg. nit. é irracional:
faz coisas estranhas e chega a estranhas conclusões; faz coisas loucas.
“Ele está atormentado pelo fluxo de pensamentos desagradáveis que o
torturam até que ele fique com pressa e inquieto e saia para rua a andar, e
quanto mais rápido ele andar, mais rápido ele acha que deve andar e, então,
caminha até a exaustão. Ele tem um impulso de que está para ter um acesso -
ou que está para ficar doente. Vem-lhe à mente um estranho pensamento: que
ao passar por uma determinada esquina, provocará uma sensação - e talvez
sofra uma queda num ataque. Para evitar que isso ocorra, ele dará a volta no
quarteirão. Ele evita de aproximar-se daquela esquina, por medo de fazer algo
estranho.
“Há um fluxo de estranhos pensamentos em sua mente. Ao atravessar uma
ponte ou um local de grande altura, o pensamento que ele poderia suicidar -se,
ou pular, ou o que ocorreria caso ele pulasse; e, às vezes, surge o impulso real
de pular da ponte para dentro d'água. Quando olha para fora, através de uma
janela alta, o pensamento de que coisa horrível seria pular de lá vem à sua
mente e, às vezes, o impulso leva a realmente se jogar.
“Há um medo da morte; o estado super ansioso de que a morte está
próxima (Acon.). Ao esperar por algo que ele deve fazer ou que tenha
prometido fazer ou na expectativa de algo, ele se torna ansioso. Quando sc
aproxima de um compromisso, ele fica ansioso. Começa a suar de ansiedade ..
. quando vai a um casamento; à opera; à igreja, a ansiedade acompanha o
medo; que leva mesmo à diarréia (Gels.)
“Então temos um medicamento maravilhosamente esquisito.
“Exaustão mental, dores de cabeça, excitação nervosa e tremores, e
problemas orgânicos dc coração e fígado; nos homens de negócios, es-
tudantes, trabalhadores intelectuais, indivíduos sujeitos a longa excitação, nos
atores que se mantiveram um longo tempo na excitação de se apresentar bem
diante do público...
“Como Pulsatilla, Arg. nit. deseja ar frio, bebidas frias e coisas frias. Num
quarto quente sente-se sufocado. Não é capaz de ir à igreja ou à ópera, deve
ficar em casa. Amedronta-se com multidões, sente medo em certos lugares.
E o lado físico, então... “Cheio de ulcerações, especiamente nas parles
internas e membranas mucosas.” Kent diz que a “tendcncia deulcerar parece
bastante estranha e peculiar, de modo que deve haver em sua pa- í ogenesia
tal tendência. A Escola Antiga vem utilizando-o para cauterizar úlceras e
chega a curá-las... Arg. n. tem curado ulcerações prolongadas e
ARGENTUM NITRÍCUM 87

quase inveteradas do estômago, quando tem havido vômitos de sangue.


“Não se esqueça que este medicamento é um dos mais flatulentos que
aparecem nos livros. Ele se distende até ficar cheio; raramente obtém alívio
pela passagem de flatos ou arrotos.
“Desejo de açúcar: sente que precisa ingeri-lo, mas lhe faz mal. Não
consegue digeri-lo. O açúcar age como purgante e produz diarréia. Tão
marcante é a agravação pelo açúcar que o bebô, em fase de amamentação,
apresentará uma diarréia esverdeada se a mãe comer doces”. Kent nos relata
um caso onde nada era possível de ser feito para ajudar o bebê até que ele
descobriu que a mãe ingeria doces - seu marido trazia para casa cerca de 450g
de bombons todos os dias. O bebê não ficou bem, 'até que tomou Arg. nit e sua
mãe parou dc comer doces.'
“Arg. nit tem os mais intensos sintomas dos olhos: catarrais, ulcerati- vos,
até opacidades da córnea, sendo que todos os sintomas pioram com o calor e
são aliviados com o frio. Profusa descarga purulenta das pálpebras.”
NASH cita Allen c Norton, cm relação aos olhos. “O maior serviço
prestado por Argentum nitrícum cncontra-se na oftalmia purulenta. Com uma
larga experiência tanto em hospital quanto em consultório particular, nós
nunca perdemos uma só vista devido a esta doença e todos os pacientes são
tratados com remédios internos, a grande maioria com Argentum nitrícum em
alta potência, 30 a ou 200-. Temos testemunhado as mais intensas quemoscs,
com vasos estrangulados, as descargas purulentas mais profusas, mesmo com a
córnea tornando-se embaçada e com a aparência como se fosse descarnar,
rapidamente recuperarem-sc com Argentum nitrícum, de uso interno. Os
sintomas subjetivos quase inexistem. Sua ausência, com a descarga purulenta
profusa e o inchaço das pálpebras devido a uma coleção de pus no olho ou
inchaço do tecido subconjuntival das próprias pálpebras, indicam esse
medicamento. (Pode-se relatar um caso semelhante, ocorrido com uma criança
durante a Guerra de 1914 a 1918, que foi tratada com Arg. nit. 200a e banhos
locais com solução salina simples c apresentou-se surpreendentemente melhor
no dia seguinte, ficando logo bem. Isto ficou marcado na memória, já que
casos de afecções nos olhos dificilmente têm surgido.)
Arg. nit. tem alguns sintomas físicos peculiares: sensação de espeto na
garganta (Hepar, etc.),,YÔmilos e evacuações simultânpos - “jorrando por
ambas as vias” como Arsenicum.
Argentum nitrícum produziu todas essas coisas e pode curá-las (e as tem
curado).

Agora mais sintomas físicos, extraídos da Encyclopedia de Allen:


“Ansiedade que o faz andar rapidamente.
Vertigem.
88 ARGENTUM NJTRICUM

Vertigem, debilidade geral dos membros e tremores.


Dor de cabeça aliviadas por amarrar algo fortemente ao redor da cabeça.
Oftalmia: melhor ao ar livre e frio, intolerável num quarto quente.
Oftalmia com intensas dores.
Pontos cinzas ecorposno formato de serpentes que se movem diante da vista.
Os cantos dos olhos estão vermelhos como sangue: a carímcula lacri- mal está
inchada; distingue-se do canto do olho como uma massa de came vennelha;
conjuntos de vasos intensamente vermelhos estendem-se desde o canto interno do
olho até a córnea.
A conjuntiva está pregueada e distendida intersticialmente. Desapa-
recimento da visão. É preciso constantemente limpar o muco que obstrui a
visão.
Aparência doentia. Aparência envelhecida.
Dor de dentes: pior ao mastigar; ingerindo coisas ácidas ou frias.
Ponta da língua dolorida e vermelha.
Sensação de carne viva na garganta. Cmeza e sensibilidade dolorosa.
Muco tenaz e grosso na garganta.
Sensação como se uma lasca estivesse alojada na garganta ao engolir.
A

Uvula efauces de cor vennelha-escura.


Desejo irresistível de açúcar.
Eructações violentas.
Náuseas após comer.
Náusea constante e esforços freqüentes para vomitar.
Desejo de vomitar, com sensação como se a cabeça estivesse com defeito.
Cardialgia violenta.
Após bocejar, sensação como se o estômago fosse arrebentar. Gases
exercem pressão para cima.
Inchaço doloroso na boca do estômago, com grande ansiedade.
Abdome distendido e inchado, com muita flatulência.
Uma leve cólica o acorda de uma soneca perturbada e ele apresenta dezesseis
evacuações de muco esverdeado e muito fétido, com uma quantidade de flatos
nddosos.
Quatro evacuações de muco verde, com ânsia e vômitos de muco.
(Após ter comido açúcar vorazmente à noitinha), ele apresentou pouca
diarréia aquosa por volta da meia-noite, acompanhada de cólica flatulenta e gases
muito barulhentos durante a evacuação. /
Diarréia violenta, como camadas de espinafre. / •
Palpitação e ação irregular do coração.
Cambaleio e pesadez paralítica dos membros inferiores.
Rigidez nas panturrilhas: grande debilidade e cansaço, dificilmente
ARGENTUM NITRÍCUM 89

pode andar.
Fraqueza iretnulosa. Tremores e sensação tremulosa.
Convulsões.
Descoloração peculiar da pele, desde o cinza-azulado, violeta ou bronze,
até o preto.
Pele marrom, tensa e dura.”

Como foi dito, Arg. nit. é um dos grandes remédios para os terrores da
antecipação. Ele tem o pavor dos exames. Seu nervosismo por antecipação de
um compromisso futuro levará até a uma diarréia (Gelsemium). Um dos nossos
médicos desempenhou um grande papel com suas “pílulas para o pavor” - Arg.
nit. Os remédios da antecipação estão espalhados pelo repertório dc Kent, mas
juntamos os seguintes, que devem ser inseridos como uma rubrica: Y
íARG. NIT.,/l/x, Carbo veg., GELS., Lyc, Mcd, Pb., Phos. a., SIL. I ^
Arg. nit. tem também claustrofobia. Deseja sentar-se no último bancò, para
estar perto da porta, cm uma igreja ou teatro; precisa de uma saída fácil.
“Mesmo na rua, a visão de grandes casas sempre o deixa tonto e cambaleante:
a sensação é como se as casas de ambos os lados fossem se aproximar e
esmagá-lo.” Arg. nit. não pode olhar para baixo e nem para cima.
Aqui estão alguns sintomas curados ... “Ao andar, torna-se abatido com
ansiedade, que o faz andar mais rápido.” . . .“Freqüentemente acorda sua
esposa ou seu filho, para ter alguém com quem falar.”. . . “Medo de ficar
sozinho, porque ele pensa que vai morrer.”... “Ao andar, medo de ter um
acesso ou morrer, o que o faz andar mais rápido.”. . . “Idéia aflitiva de que
todos os seus empreendimentos fracassarão.”.. .. “Não trabalha, achando que
seria prrejudicial para ele ou que ele não é capaz dc agüentar o trabalho.
” . . . “Medo, ao passar por uma certa esquina ou edifício, de que ele caia e
provoque uma sensação: é aliviado ao tomar outra direção...”

* * * * *
Uma pobre menina de seis anos tinha tais terrores por antecipação. Quando
soava o sino na escola, ela colocava as mãos na cabcça e vomi- tava.Argentum
nit. terminou com este problema completa e prontamente e ela hoje vai à
escola contente.
Um garoto pequeno de 4 anos e9 meses estava curiosamente doente -
mentalmente. A história era a seguinte: teve sarampo aos 2 anos e depois
pneumonia dupla e (?) meningite. Ele “girava a cabeça” e tinha evidente mente
um acentuado opistótono (“estava curvado como um arco, para trás, entre a
cabeça e os calcanhares”). “Quando ele começava a andar, andava para trás”.
Tinha “noites terríveis, com muitos gritos” e ataques
90 ARGENTUM NITRICUM

de “loucura” durante o dia. Estava aterrorizado com o pai, à noite - “Papai


poderia olhar para mim!” Ele dizia das pessoas: “Elas me fazem sangrar e eu
as farei sangrar.” Ele dizia que a casa vizinha “estava caindo sobre ele”; que
“as nuvens estavam vindo sobre ele.” Medo muito grande de ruído.
O primeiro medicamento não ajudou muito. Mas, após algumas doses
dcArg. nit., o próximo relatório foi: “Muito melhor. Perdeu a sensação das
coisas virem sobre ele. Os medos foram todos embora.” Mais tarde precisou
de umas poucas doses de Belladonna e a seguir seu “crônico” Calcarea. Em
poucos meses ele estava bem e normal, mas para um pequeno garoto pedir
Argenturn nitricum, por tais sintomas muito característicos e peculiares, foi
curioso.
A Homeopatia pode fazer coisas maravilhosas tornando as crianças
alegres e normais.
Um jovem dispéptico, com uma flatulência severa quase diária e sen-
sações de estourar, pior pelo chá da tarde, continuando assim até a noite, e
aliviado por Pulsatilla ou Carbo veg., mas sempre com recorrência, tomou Arg.
nit. em potência. Resultado: os sintomas gástricos cessaram e nunca mais teve
o problema na mesma extensão. Puls. e Carbo v. eram somente paliativos- Arg.
nit. provou ser curativo.
Mas,4/g. nit, sendo tão bem sucedido, foi continuado por algum tempo até
que um novo e mais angustiante sintoma surgiu - dormência nos antebraços à
noite. As mangas do pijama tiveram que ser cortadas, tudo afastado dos
braços; nada podia tocá-los ou pressioná-los. Isto foi simplesmente uma
patogenesia áe Argenturn nitricum e, quando ele foi interrompido, o sintoma
foi logo esquecido, nunca mais ocorreu ... Desde então, quando os pacientes,
de tempos em tempos, queixam-se de dormência nos braços, durante a noite,
Arg. nit. os tem curado.
O sintoma é encontrado no Dictionary dc Clarke. Ele diz: “Numa au- to-
experimentação, um dos sintomas mais marcantes foi uma espécie de
sensibilidade dormente na pele dos braços - um estado hiperestésico-
anestésico; maior sensibilidade ao toque, mas menor poder de distinguir as
sensações.”
Os grupos de sintomas em geral levam a um determinado remédio. Desejo
de doces, desejo de sal, não suporta calor, fazem pensar em Argen- tum nit. E se
você descobre que o paciente não pode olhar para baixo de um local alto, você
pode ter certeza. Nenhum outro remédio tem exatamente este complexo
sintomático.
Pode-se notar que o remédio do Dr. Clarke para medo de exame era
Aethusa cynapium, a “salsa dos tolos” - bem denominado! Um de seus
sintomas característicos é a “incapacidade de pensar ou fixar a atenção”. Ele
diz: “orientado por este sintoma, dei este remédio para um estudante que
estava se preparando para o exame de graduação, com total sucesso.
ARGENTUM NITRÍCUM 91

Ele havia sido levado a abandonar seus estudos, mas os reassumiu e passou no
exame brilhantemente. Para uma pequena criança abandonada em um
orfanato, que sofria dc graves dores dc cabeça e não era capaz dc prestar
atenção em suas lições, dei uma dose única ácAethusa, em raros intervalos,
com grande alívio. O próprio garotinho pediu-me o medicamento, mais tarde,
quando os antigos sintomas voltaram.”
Com Argentum nit. a condição é de apreensão: doente de ansiedade em
relação ao que está à sua frente - medo do fracasso. Com Aethusa há
simplesmente a incapacidade dc prestar atenção ou de pensar.
A Homeopatia é bastante definida: mesmo que você rotule ambos como
“pílulas para o medo”, um remédio não agirá pelo outro!
r
ARNICA MONTANA

v__

ARNICA DA MONTANHA, erva das quedas, “Panacea lapsorum” - deve


sempre se ter em casa e todos devem conhecer seus usos.
Amica cresce nas regiões montanhosas de todo o mundo. Um bisneto de
Nelson, tendo nascido nos Andes, o vi somente uma vez, anos atrás, mas
ainda me lembro, pois ele nos contou a história da Amica. Ele falou a respeito
das terríveis quedas daquelas montanhas e de como as pessoas colhiam
Amica, derramavam água fervente sobre a planta e davam a infusão para os
feridos beberem, com resultados surpreendentes.
No plano do Todo-Poderoso, onde a cura é necessária, lá ela deve ser
encontrada, seja numa planta ou num veneno - sempre estará à mão.
Este remédio maravilhoso vem da antiga tradição da prática doméstica.
Mas Hahnemann tornou seu uso científico e demonstrou como ele se alinha
com todo o resto, pelo seu poder de causar o que ele pode curar. Isto é, ele o
“experimentou”, administrando-o a nove pessoas (a maioria médicos) além
dele mesmo, e então registrou fielmente o que o medicamento pode fazer de
modo a alterar a saúde, aflorando as condições e sensações anormais em
experimentadores saudáveis.
Vamos dar uma olhada nas experimentações de Amica e encontrar o que
elas têm a dizer com relação aos seus usos: lembrando que o que uma droga
pode causar é o que ela pode curar.
Sentia como se tivesse todo o corpo contundido.
Fraqueza geral, exaustão, sensação de estar contundido.
Dor nas costas, como após uma queda violenta.
Dor no coração, como se estivesse apertado, ou como se tivesse levado
um choque.
Dor em todas as articulações, ossos e cartilagens do peito, durante o
movimento e a respiração, como se estivessem contundidos.
Pontadas no peito. Respiração curta e ofegante. Rigidez.
Expectoração sangidnolenta.
Tosse, com sensibilidade nas costelas, como se elas estivessem
contundidas.
Cóccix doloroso, como se tivessesido espancado.
Dor nos membros, como se as juntas estivessem contundidas; dor em
todos os membros, como se tivessem sido contundidos.

92
ARNICA MONTA NA 93

Dores nos braços, como por contusões: braços fracos como se, con-
tundidos, por socos.
Dor como por uma entorse na articulação do pulso. Dores nos
polegares como se tivessem se chocado contra algo duro.
Dores como por uma torção nos quadris.
Além disso, alguns sintomas tifóides com fezes involuntárias durante o
sono; paladar e respiração pútridos; distensão do abdome, etc. e
seu estado mental típico.
T ambém, alguns sintomas físicos c mentais peculiares:
Nariz frio.
Cabeça com calor queimanle, com o corpo frio.
Esquecimento; ausência mental.
Súbito horror da morte instantânea.
Medo de ser tocado....

HAHNEMANN diz que Amica, “por esta razão, é bastante benéfica” (não
somente nos “traumatismos causados por contusões e lacerações graves das
fibras”), “mas também nos mais graves ferimentos por balas ou por armas
obtusas, nas dores e outros problemas conseqüentes da extração de dentes e nos
outros processos cirúrgicos, onde partes sensíveis foram violentamente
lensionadas, assim como após os deslocamentos das juntas, após alinhar ossos
fraturados, etc... E em alguns tipos de falsa pleurisia, Am. é bastante eficaz,
quando os sintomas correspondem.”
Para uso interno, ele recomenda a 30 a potência. Para uso externo, as partes
devem ser mantidas durante 24 horas umedecidas com vinho, ou brandy e
água, onde 5 a 10 gotas de Amica (não a o, mas CIO) foram bem misturadas.
É evidente que algumas doses de Amica para uso interno, após uma
extração dentária, é uma prática comum a todos nós.

KENT (Matéria Medica) fornece alguns impressionantes retratos pequenos


da ação de Amica. “Após um acidente numa estrada de ferro (ou de rodagem)”,
“horror da morte instantânea, com sintomas cardíacos à noite. Ele cai num
sono de terror, de repente levanta-se com este súbitò medo da morte e diz
'Levem-me ao médico imediatamente.' E isto pode acontecer noite após
noite.”
Ou, por outro lado, um caso de Amica, com doença grave, pode dizer: “Eu
não estou doente. Eu não preciso de um médico”.
(Tivemos um caso assim em nosso hospital durante a guerra de 1914- 18 -
uma mulher francesa, que apresentava uma forma muito severa de febre
tifóide, contraída na França durante uma epidemia virulenta. Ela foi muito
relapsa. Tratava-se de um caso muito preocupante. Mas, em sua fase pior, ela
começou a dizer que estava “muito bem!” - “Çavasibien -
94 A RNICA MONTANA

si bien, Mademoiselle!”. Então cia {omouAmica c tcvc uma rápida recu-


peração.)
Kent dá um outro pequeno retrato da condição de Amica em casos antigos
de gota. O velho avô, sentado em uma esquina, com horror a ser tocado ou à
aproximação. Ele sente que qualquer coisa que venha em sua direção irá
machucá-lo, porque ele está muito dolorido e sensível. Se ele vê o pequeno
Johnnie correndo em sua direção, ele diz: “Mantenha-se afastado! Fique
longe!”. “Dê-lhe uma dose d c. Amica”, diz Kent, “ele permitirá que Johnnie
corra até ele”.
Há também a sensação de cama dura. Que é um esplêndido apelo por
Amica, em todos os tipos de doenças. O paciente está inquieto, mas somente
porque a cama parece tão dura e cheia de protuberâncias, de modo que ele é
forçado a tentar uma nova posição. (Não se trata da inquietude ansiosa
dcAconitum ou Arsenicum, ou das dores d cRhus, cuja impressão é que o
movimento ajudaria, o que pode não ser.)
Outro grande uso de Amica é na hemorragia cerebral; geralmente a
primeira coisa a ser usada. Isto é também prenunciado nas experimentações:
“Dor como se a cabeça estivesse sendo distendida de dentro para fora,... como se
o cérebro estivesse enrolado numa massa. Pontadas na eminência frontal
esquerda, acompanhadas por uma sensação como se tivesse ocorrido
extravasamento de sangiie.”
Casos ilustrativos de conhecimento de alguns de nós.
(1) Ela ficou doente numa noite com pontadas dolorosas no peito que
tornaram a respiração uma dificuldade. Seu marido tentou ajudá-la com vários
remédios, provavelmente Aconitum, certamente Bryonia, mas em vão. Então,
em um manual de homeopatia doméstica, ele descobriu “pleurisia bastarda”
com seu remédio, Amica, e deu-lhe alguns glóbulos. Eles mal haviam sido
engolidos quando, com um longo suspiro, ela exclamou: “Esta é a primeira
vez que sinto que posso respirar esta noite!” e caiu num sono profundo em um
instante.
(2) Era um médico que escreveu que por mais de um mês ele tivera di-
ficuldade aflitiva em respirar, após correr 8 jardas. Ele acordava à noite “com
opressão no peito, ansiedade e medo”. “A fraqueza do coração sugere morte
próxima,” ele dizia, mas estava “calmo e não ansioso”. “Pernas pesadas;
cabeça confusa; não conseguia correr escada acima. O coração soa fraco, mas
não há doença.” Amica foi sugerida e ele escreveu em resposta: “Amica teve o
efeito desejado! Todos os sintomas se foram em 48 horas. Estou bem agora.”
(3) Ela estava levando desajeitadamente algumas coisas escada abaixo,
escorregou e torceu gravemente seu tornozelo, onde aplicou uma compressa d&
Amica, provavelmente forte demais. O tornozelo estava bem no dia seguinte,
mas havia uma erupção brilhante sobre todo o pé, que acabou quando Amica
foi interrompida.
ARN1CA MONTANA 95

Nota: - Amica pode produzir uma dermatite bastante feia, quando usada
externamente por muito tempo ou em doses muito fortes - até mesmo celulite,
quando aplicada em feridas onde a pele está dilacerada: nestes casos é sempre
melhor usar Hypericum. Provavelmente a primeira potência centesimal de
Hahnemann (Cl), seria sempre um aperfeiçoamento em relação à tintura - mãe,
comumente usada.
(4) Um outro médico, demasiado cansado mental e fisicamente, perdeu todo
o interesse por seu trabalho. Sua habitual autoconfiança desapareceu, então ele
começou a duvidar dc suas prescrições e imaginar se ele não havia prescrito
medicamento em excesso ou mesmo errado. Ele nunca tinha certeza se havia
fechado a porta ou apagado as luzes: ele precisava voltar para verificar.
Normalmente ele era uma pessoa bastante atenta e esta mudança mental o
estava preocupando .Amica 1.000 o fez ficar bem em poucos dias, restaurando
perfeitamente sua memória e sua autoconfiança.
(5) Uma pessoa que se cansava muito facilmente e que se abatia por um
dia de compras em Londres. A fadiga excessiva sempre significava uma noite
ruim, a menos que ela tomasse Amica. Uma vez ela tinha sido vacinada, e seu
braço ficou inchado e dolorido, com gânglios dolorosos nas axilas; e além
disso ela tinha tido um dia cheio na cidade. Então, à noite, ela tomou Amica.
Para sua surpresa ela não sentiu mais nenhum desconforto decorrente da
vacinação! (Amica é capaz de produzir celulite e condições sépticas e, neste
caso, aliviou prontamente.) Alguns dc nós prescrcvem-na sempre, com alívio
para o paciente, após uma vacinação. Ao contrário de Thuja, que aborta todo o
processo, Amica simplesmente alivia o desconforto, deixando as pústulas
seguirem seu curso normal.
(6) Duas garotas pequenas, de nove e cinco anos, trazidas ao hospital pela
polícia, após terem sido atropeladas por um taxi. Ambas estavam em coma e
paralisadas. Foram vistas por cirurgiões poucas horas após a admissão e, para
ambos os casos, eles disseram não haver esperanças. Foi utilizada Amica
internamente nas duas pacientes e na manhã seguinte elas estavam sentadas
tomando seu café da manhã.
(7) Um paciente escreve do Exterior: “Minha mulher esteve muito doente
aqui,... mas eu estou feliz em dizer que tudo vai indo muito bem. Em
Strasbourg ficamos espantados com o efeito d & Amica 1.000, toma-da seis
horas após uma dupla ovarieclomia com complicações. Phosphorus preveniu toda
náusea e choque c Amica tornou a morfina completamente desnecessária. Um
maravilhoso exemplo.”
(8) Um tornozelo gravemente torcido na escada, tarde da noite. A aci-
dentada foi bastante esperta ao se locomover; sentou-se, cuidadosamente
movimentou-se até a cama e tomou Amica. No outro dia, Amica e movimentos
sinuosos novamente, sentindo que o osso voltava para o lugar. Cerca de 24
horas depois já estava bem.
96 AR NICA MONTA NA

E aqui, um conselho! Não ande sobre um pé cujo quebra-cabeças das juntas


plantares possa estar levemente perturbado! Elas pinçarão nervos e você
sofrerá de dor, inchaço e inflamação e poderá ficar mais ou menos
incapacitado por semanas. Mexa as articulações em casa. Incline o joelho,
firme-o sobre algo c, com os artelhos sobre o chão, gire seu pé para trás e
para frente e faça movimentos circulares. Amica cuidará do resto.
Amica i um remédio de curta ação, mas IMEDIATA.

PICADAS DE INSETO

Esquecemos de mencionar o papel de Amica nas picadas de insetos. A forte


tintura aplicada sobre uma picada de vespa, previne a dor e o inchaço e, em
poucas horas, a picada já foi esquecida.
Considera-se que Urtica lenha efeito similar nas picadas de abelha.
E Cantharis 200, de uso interno, rapidamente cura a inflamação e o
horrível inchaço que podem decorrer das picadas dc mosquitos.

SINTOMAS EM NEGRITO

Estupor, com eliminação involuntária de fezes.


Esquecido: o que ele lê, rapidamente escapa de sua memória, mesmo a palavra
que está para falar.
Diz que não há problema com ele.
Delirium tremens.
Desesperança; indiferença. (Após concussão.)
Medo de ser golpeado por aqueles que vêm em sua direção; teme até mesmo a
possibilidade de ser tocado (na gota).
Violentos ataques de angústia. (Angina do peito).
Vertigem ao fechar os olhos.
Dor de cabeça pressiva como se a cabeça estivesse sendo distendida de dentro
para fora; a dor parece vir de algo macio no vértice, com dores re- puxantes no
vértice e no occipício, e dilacerantes em direção às têmporas.
Traumatismos mecânicos; especialmente com estupor decorrente de concussão;
fraturas do crânio ou mesmo compressão (aplicar externamente panos aquecidos
saturados com tintura diluída a partir da raiz; usar também internamente).
Meningite após traumatismos mecânicos, tais como concussões, contusões,
quedas, concussão do cérebro, etc., quando houver suspeita de exsudação de
sangue, fibrina ou pus. Em tais casos, encontramos grande estupor e paralisia
parcial da língia, dos músculos oculares, da íris ou dos membros.
ARNICA MONTANA 97

Meningite após lesão ou concussão, desde que não haja falta completa de
reação.
A poplexia sangüínea.
A cabeça parece muito grande.
Inflamação dos olhos, sufusões após traumatismos mecânicos.
Hemorragia da retina; acelera a absorção de coágulos.
Uma variedade de problemas dos olhos resultante de golpes e diversos tipos de
traumatismos; às vezes aplicada localmente (tintura diluída em água)eàs vezes dada
internamente.
Audição difícil após concussões.
Epistaxe.
Sangramento do nariz; precedido por formigamento; devido a causas
mecânicas; tosse comprida; tifo.
Dor de dente após cirurgias, obturações, etc.
Hálito pútrido da boca.
Eructações: freqüentes; vazias; amargas.
Vômitos de sangue coagulado vermelho-escuro, boca amarga; sensibilidade
dolorosa generalizada. A pós traumatismos.
Arrotos pútridos.
Dispepsia. Prolapso do ânus.
Flatos com mau odor; cheirando como ovos podres.
Evacuação involuntária durante o sono (também urina). Febres. Apoplexia, etc.
Disenteria com iscúria ou tenesmo do colo da bexiga com urgência infrutífera.
A indicação mais marcante éum longo intervalo entre as evacuações, a saber, de
quatro a seis horas.
Afecções da bexiga após traumatismos mecânicos.
Tenesmo decorrente de espasmos do colo da bexiga.
Urgência constante, enquanto que a urina é expelida involuntariamente, em
gotas.
Esforços freqüentes para urinar.
Epreciso esperar um longo tempo para que a urina seja expelida.
Retenção de urina decorrente de exaustão,
Iscúria com disenteria.
Micção involuntária à noite, durante o sono. Apoplexia. Tifo, etc.
Urina marrom com sedimento laterítico.
Hematúriapor causas mecânicas.
Urina grossa, com muito pus e alguns glóbulos de sangue, mas sem cilindros.
Nefrite.
Urina muito ácida, com aumento da densidade específica.
Pênis e testículos inchados, vermelho-arroxeados; após traumatismos. Fimose
devido a fricção; partes contundidas e muito inchadas.
98 ARNICA MONTANA

Ameaça de aborto devido a quedas, choques, etc.; nervosa, excitada, sente-se


contundida.
Sensibilidade dolorosa das partes após parto; previne a hemorragia.
Mamilos doloridos.
Asma por degeneração gordurosa do coração.
Tosse comprida; a criança chora antes do acesso como se temesse a dor que
ele causará; tosse deixa os olhos congestionados, produz sangramento do nariz,
expectoração de sangue espumoso ou coágulos de sangue.
Hemorragia após traumatismos mecânicos; pouca saliva com sangue preto,
viscoso egrosso ou vermelho-vivo e espumoso, misturado com muco e coágulo.
Hemoptise.
Pleurisia após traumatismos mecânicos; deve mudar constantemente a posição,
a cama parece muito dura.
Pneumotórax devido a traumatismos externos.
“Esforço do coração "devido a corridas violentas.
Degeneração gordurosa do coração.
Pulso, em descanso, abaixo de 60, após movimentação acima de 120. Nefrite.
Articulações e conexões cartilaginosas do tórax parecem como se tivessem
levado pancadas, ao se movimentar, respirar ou tossir.
Higroma patelar.
Um estilhaço que penetrou fundo na sola do pé, há um mês atrás, produzindo
um grande corte na came, foi expelido após o uso interno e extemo.
Dores paralisantes em todas as articulações durante o movimento, como se
estivessem contundidas.
Queixas por esforço; voz rouca por uso excessivo; palpitação; formi- gamento;
andar claudicante; paralisia; sensação de contusão; ciática; fraqueza debilitante;
retenção de urina; sangramento do nariz.
A cabeça parece muito quente, enquanto que o corpo está frio e com calafrios,
entre ataques freqüentes de convulsões violentas Após Acon.
Perda geral da força; ele dificilmente consegue mover um membro. Tifo.
Enquanto responde, cai em um sono profundo antes de terminar a a s- posta.
Tifo.
Ataques violentos e freqüentes de calafrios. Nefrite.
Calafrios, com uma bochecha quente e vermelha.
Cabeça parece estar quente demais para ele, corpo frio e trêmulo; pior entre
freqüentes ataques de convulsões.
Malária intermitente.
Febres traumáticas
Condições tifóides.
Febres pútridas.
Calor em acessos curtos e repetidos.
ARNICA MONTANA 99

Concussões e contusões.
Pus oculto, sem dor.
Evita a supuração.
Hiperinoseéuma forte contra-indicação para Amica.
Septicemia; tendência às formas tifóides.
Mialgia;particulannente após esforço excessivo.
Gota e reumatismo.
In flamação da pele e do tecido celular; sensibilidade à pressão.
Qualquer lugar onde se deite, parece-lhe duro demais„
Torções, com muito inchaço, vermelho-azuladas, muito dolorosas. Após
contusões com instrumentos rombos. Irite.
Concussões; quedas; traumatismos mecânicos.
Contusões com lace rações.
Picadas de abelhas ou vespas; lascas.
Fraturas ajustadas e suas profusas supurações.
Pressão: dor no epigástrio piora; fígado sensível: baço doloroso; pontadas no
peito melhoram.
Traumatismos mecânicos; concussão do cérebro com inconsciência, palidez ou
sonolência; pulso fraco e intermitente; superfície fria, e outras indicações de
vitalidade diminuída devido a choque; ameaça de aborto; problemas ovarianos;
orquite; mastite, etc.
Muitas bolhas pequenas e dolorosas, uma após a outra; extremamente
dolorosas.
Acoa, Ipec., Veratr.; após APIS em hidroccfaãa.
Complementar de Acon.
Arsenicum é outro dos remédios homeopáticos muito importantes: o que
significa dizer, quando ele é dado nas potências homeopáticas para seus
próprios sintomas marcantes e característicos, previamente surgidos nas
experimentações e envenenamentos.
Recorda-se dc um homem, trazido ao nosso hospital à beira da morte,
envenenado. Alguém sabia, através dos sintomas, que o veneno crà Arsê-
nico ou Fósforo. O Dr. (agora Sir) Bernard Spilsbury disse, poucas horas
mais tarde, quando levava alguns órgãos para exame: “provavelmente é
Arsênico, que é o mais comum”, e demonstrou estar certo.
O homem jazia lá, profundamente amarelado, com convulsões de
tempo em tempo,totalmente inconsciente e regurgitando golfadas de
sangue escuro. Arsênico é um terrível veneno; é quase incrível que as pes-
soas inílijam tal morte a si mesmas ou aos outros! Envenenador e suicida
não são judiciosos. Nos envenenamentos lentos com Arsênico, os sinto-
mas são também incrivelmente cruéis: a náusea mortificante, vômitos e
evacuações, a angústia apavorante, medo e inquietude, combinados com
fraqueza e colapso... e é exatamente nos casos terríveis de sofrimento e
prostração similares que Arsênico faz seu mais rápido e brilhante traba-
lho curativo. Há anos atrás, num envenenamento por ptomaína, um me-
( dico homeopata nos deu Arsenicum. Temos observado sua magia abso-
( luta em outros envenenamentos por ptomaína.
Os horríveis sintomas e sofrimentos para os quais, nós homeopatas,
prescrevemos Arsenicum com confiança e alegria são: inquietude, desespero,
angústia insuportável, medo. Uma inquietude que faz o paciente não padecer
em um quarto, em uma cama. Além disso, há uma prostração totalmente
desproporcional à aparente condição. Tais casos são de prognóstico ruim, em
qualquer doença, a menos que Arsenicum seja ministrado, em potência
homeopática.
Acerca do sintoma: “Ele não é capaz de sossegar em lugar algum, tro-
cando de posição continuamente na cama; ele sai de uma cama para outra e
deita-se ora aqui, ora ali”, Hahnemann diz em uma nota de rodapé: “Di-
ficilmente ocorre tão marcadamente em qualquer outro medicamento Neste caso
lembranos do efeito do ataque de um Zeppelin sobre uma das pacientes no
hospital, nos dias iniciais da Grande Guerra. Ela ficou

r
100
f
ARSENICUM 101

em desvario por horas e não podia ser apaziguada. Ela não queria ficar ali!
Mas, para onde ela iria? Se ela fosse para o interior, eles poderiam ir para lá! E
assim por diante, até que uma dose dcArsenicum a deixou quieta e
tranqüilizada, ao nível dos demais pacientes - tanto quanto os Zeppe- lins
permitiam...
A respeito dos sintomas: “Vertigem violenta, exaustão total, vômitos
contínuos, hematúria e extinção rápida da vida”, Hahnemann refere-se em uma
nota de rodapé: “Gehlen morreu assim pela inalação de hidrogênio arsenioso.”
E mesmo em relação aos seus mais triviais sintomas, tais como: “Por conta
de náusea e mal-estar, ele deve se deitar pela manhã”; “dor repuxante entre as
escápulas, que o leva a deitar-se”; “a perspiração o deixa exausto quando ele
se deita na cama, levando-o quase a uma síncope”, etc., Hahnemann nos dá
uma nota de rodapé muito significativa: “Aqueles sintomas são de um carácter
não tão importante, mas, por outro lado, afecções triviais que induzem a uma súbita
e completa perda da força é uma peculiaridade característica e muito importante de
Arsenicum.
Do sintoma: “Catarro noturno que provoca obstrução, ameaçando de
sufocamenlo”, Hahnemann diz em uma nota de rodapé :“Eu me curei ra-
pidamente com Arsenicum de um catarro sufocante similar que se agravava à
noite após me deitar, o que me levava quase à morte. A dose que usei foi tão
diminuta que ia além de qualquer crença. Certamente os outros sintomas da
minha doença também se encontravam entre os sintomas d & Arsenicum
Arsenicum é um dos nossos grandes remédios para a asma e os sintomas
asmáticos estão bastante manifestos nas experimentações... “Sensação de
constrição no peito: respiração dolorosa; opressão no peito; dificuldade para
respirar; lamentação comovente, uma ansiedade insuportável e uma sensação
muito opressiva no abdome impede a respiração; recorrência freqüente de
rigidez no peito, etc.” A respeito deles, Hahnemann diz: “Como os sintomas
não são observados com magnitude em qualquer outro medicamento
conhecido, fica evidente que Arsenicum é homeopático para a inflamação do
peito, portanto, pode curar especificamente e assim o faz.”
Em relação aos sintomas “tristeza, inquietude e agitação na cama, com
sede insaciável”, ele diz: “Isto foi provocado por aplicação externa (de
arsênico) na cabeça de duas crianças. A morte se deu em dois dias, quando se
revelou uma inflamação nos pulmões e grande inflamação no estômago e intestino
delgado.”
Quando Hahnemann criticava as condutas erradas de sua época, ele
descrevia o sofrimento, que chegava até mesmo à morte, de pessoas às quais
Arsênico havia sido aplicado em suas úlceras. Ele diz acerca de um paciente:
“Arsênico usado em uma bolsa sobre o peito nu, por quatro dias,
102 ARSENICUM

produziu tanta ansiedade que ele freqüentemente desmaiava, além dc uma dor
violenta e pontos pretos no local.”
Arsênico não é ácido somente à mentalidade, devorando o descanso, a
esperança e a segurança, mas todas as suas secreções e descargas são acres e
corrosivas. Lágrimas e secreções oculares ácidas, descargas nasais ácidas,
leucorréia ácida, descargas acres, queimantes c corrosivas que provêm de
úlceras, as quais constantemente sc estendem mais na circunferência do que
em profundidade.
Suas dores características são ARDENTES, aliviadas pelo calor. Dores
ardentes na cabeça; olhos; narinas; boca; garganta; estômago; intestinos;
hemorróidas; bexiga; uretra; ovários; genitália em geral; seios; peito; ao redor
do coração; na espinha; costas; veias; úlceras e pele; no câncer; antraz;
carbúnculo, etc. As veias ardem como fogo, especialmente à noite.
Arsenicum tem períodos de agravação bem marcados. Periodicidade.
Sintomas e sofrimentos diferentes em horas ou estações diferentes. Mas seu
horário especial é à meia-noite e após a meia-noite. Toda a noite, mas, após a
meia-noile e, principalmente, à 1 hora da manhã.
Arsenicum tem uma ação de grande alcance, das queixas mais ou menos
triviais e comuns, até as mais terríveis, como já vimos. Ele tem seu lugar na
caixa de medicamentos do berçário e também no tratamento das doenças mais
sérias, no alívio da dor e sofrimento, mental e físico, das doenças onde não há
mais esperança. É um dos nossos grandes remédios para o herpes-zóster.
Provocou e já se mostrou muito valioso no tratamento do edema e da ascite,
merecendo o nome de “trocarte homeopático”. Porém, sempre, os sintomas
cardeais áe, Arsenicum devem estar presentes: angústia, inquietude, prostração e
as dores ardentes que são aliviadas pelo calor.
Hahnemann diz: “Um médico homeopata sensível não dará este remédio,
mesmo na dose mais diminuta, a menos que ele esteja convencido de que os
seus sintomas peculiares possuam a maior semelhança possível com os da
doença a ser curada. Quando isto ocorre, certamente que ele será eficaz...
“Tal emprego âc Arsenicum tem mostrado seu poder curativo em inúmeros
estados da doença: entre eles, vários tipos de febres cotidianas e in-
termitentes; nas veias varicosas; nas pontadas no esterno; nos vômitos após
quase todos os tipos de alimento; perda de sangue cxccssiva no período
menstruai e outras desordens relacionadas; na constipação; na leucorréia acre
e escoriações causadas por ela; nas endurações do fígado; opressão do peito
ao subir uma ladeira; cheiro fétido que é exalado da boca: sangramento das
gengivas; hemoptise; dor no esterno; gastralgia; contrações; dores penetrantes
e repuxantes pela face; sonolência no início da noite; calafrios à noite e
estiramento dos membros, com inquietude temerosa; dificuldade de pegar no
sono e desperta-se durante a noite; can-
ARSENICUM 103

saço nos pés; dor contusa na junta do joelho; erupção pruriginosa no joe lho;
dor na parte arredondada do artelho maior do pé; dor penetrante e dilacerante
no quadril, virilha e coxa; dores noturnas repuxantes e dilace- rantes que vão
do cotovelo até o ombro; inchaço doloroso dos gânglios in- guinais, etc.”(Mat. Med. Pura)
Casos surpreendentes cora sintomas típicos de Arsenicum podem ser
relembrados, onde este medicamento produziu curas: febres recorrentes;
vômitos após quase todo tipo de alimento; envenenamentos por ptomaí- na;
condições asmáticas; gastralgia; neurite facial após herpes, tais neuri- tes em
quaisquer outras localizações, etc. Arsenicum, conforme a preparação
homeopática, age rápida c curativamente em todos os tipos de doenças e
condições onde os sintomas apontam para ele; até mesmo no alívio das dores,
prolongando a vida, indefinidamente, de modo espantoso, em alguns casos
inoperáveis de carcinoma.

* * * * *
GUERNSEY diz a respeito dcArsenicum: “Encontramos muita angústia no
paciente e, quanto maior é o sofrimento, maior a angústia. Uma grande
inquietude, que é demonstrada através de uma agitação ansiosa, cada
movimento seguido de exaustão. O paciente não sente exaustão quando está
deitado imóvel, mas tão logo faça um movimento, surpreende-se com a sua
fraqueza. Sensações de intenso ardor, como se produzidas por carvões em
brasa, habitualmente são referidas na cavidade abdominal. Medo da morte:
não é o medo dc Aconitum, mas uma ansiedade, e uma sensação de que é inútil
tomar qualquer medicamento, pois os pacientes estão seguros de que irão
morrer...”
Pode-se observar que a homeopatia trata condições doentias e não nomes
de doenças. Não há doença, simples ou grave, que Arsenicum não possa curar,
desde que os sintomas da droga e da doença concordem entre si.

KENT diz que: “Desde o tempo de Hahnemann até os dias atuais este tem
sido um dos policrestos, um dos mais medicamentos freqüentemente indicados
e um dos mais extensivamente usados. Na Escola Antiga é amplamente
abusado, na forma da solução de Fowler.
“Arsenicum afeta todas as partes do homem: ele parece exagerar ou
deprimir quase todas as suas faculdades, excitar ou perturbar todas as suas
funções... Possui certas características marcantes e predominantes: ansiedade,
inquietude, prostração, queimação e odores cadavéricos. A superfície do corpo é
pálida, fria, viscosa e suada, e o aspecto é cadavérico.
“O paciente Arsenicum com este estado mental está sempre gelado,
permanece ao redor do fogo e todas as suas roupas não são suficientes
104 ARSENICUM

para mantê-lo aquecido. É um grande sofredor com o frio.


“Arsenicum produz uma tendência ao sangramento. O paciente sangrará
facilmente e isto pode ocorrer em qualquer localização ... Onde existam
membranas mucosas pode haver hemorragia (Phos).
“Muitos dos transtornos mentais, bem como físicos, surgem e pioram em
certos períodos... a maior parte dos sofrimentos de Arsenicum piora da 1 às 2
da tarde e da 1 às 2 da manhã. Após a meia-noite e, algumas vezes, logo após a
meia-noite, seus sofrimentos têm início. E da 1 às 2 da manhã se intensificam
...
“Sensibilidade 6 uma característica de Arsenicum: sensibilidade ao cheiro,
ao toque, e em qualquer outra circunstância; sensibilidade extrema de todos
os sentidos... sensibilidade exagerada às circunstâncias e arredores do quarto.
O paciente Arsenicum é um paciente extremamente meticuloso. Hering uma
vez o descreveu como 'o paciente da bengala da alça de ouro'. Uma mulher
doente na cama ficará aflita se qualquer quadro sobre a parede não estiver
perfeitamente alinhado... Uma meticulo- sidade mórbida tem seu simiilimum
em Arsenicum.” (Nux).
Arsenicum tem “Calafrios de caráter muito violento e, nestas ocasiões, ele
descreve uma sensação como se o sangue, que flui através dos vasos, fosse
água gelada. Ele sente um calafrio pelo corpo de ondas frias como gelo.
Quando vem a febre e ele fica intensamente quente, da cabeça aos pés, antes
de surgir o suor, a sensação é de que em suas veias corre água fervente.”
Kent aponta para um característica peculiar da sede de Arsenicum.
“Durante o calafrio não há sede, exceto por bebidas quentes. Durante a febre
há sede, pouca e freqüente, por água suficiente para umedecer a boca, quase
sem sede. E durante o suor há sede de grandes goles... Ele dirá: 'Eu poderia
secar um poço.'”

* * * * *
NASH nos dá os sintomas característicos de Arsenicum, do seguinte
modo:-
“Grande angústia e inquietude, indo de um lugar a outro.
Grande e súbita prostração; declínio da força vital.
Dores ardentes intensas.
Sede intensa: bebe freqüentemente, mas pouco. Água fria lhe faz mal.
Vomita e evacua simultaneamente: pior após comer e beber.
Dispnéia pior ao movimentar-se, especialmente em sentido ascen-
dente.
Pior: pelo ar frio (exceto nas dores de cabeça); por coisas frias;
aplicações frias; da 1 às 3 horas da madrugada; pelo movimento.
ARSENICUM 105

Melhor: pelo ar ou quarto quentes, por aplicações quentes, pelo suor.”


Arsenicum é proeminentemente um dos remédios que curam através do
retorno de antigos transtornos de pele suprimidos. Mesmo na asma, a cura
pode se dar pelo retomo de uma antiga erupção, sob o uso dc Arsenicum. Nash
nos apresenta um caso. Certa vez, veio a ele um caso de forte gastralgia, para o
qual prescreveu Arsenicum porque as dores surgiam à meia-noite e duravam até
as 3 da manhã, período em que a paciente ficava andando em agonia,sofrendo
de grande ardência no estômago. Ela apresentou somente um leve ataque após
tomar Arsenicum, mas quando ele novamente a consultou, ela lhe perguntou se
aquele medicamento teria expelido um “defluxo de sal.” Então ele descobriu
que ela havia tido um eczema nas mãos, curado por ungüento, e ele lhe disse
que ela poderia ter a dor de estômago de volta quando quisesse, se novamente
suprimisse a erupção, porém “ela não desejava mais isto.”
Nash relata: “As dores de estômago são terríveis e agravadas pela mínima
ingestão de comida ou bebida, especialmente se estiverem frias. As dores
abdominais também são intensas, causando contorções no paciente em todas as
posições e direções possíveis. Diarréia com todo tipo de fezes, desde
simplesmente aqüosas, até fezes de cor preta, sanguinolentas e horrivelmente
malcheirosas. Também hemorróidas. Mas em todas essas afecções do trato
digestivo, iremos encontrar a queimação característica deste remédio ... e a não
menos característica melhora pelo calor e a habitual agravação à meia-noite.”
Nash afirma que Arsenicum é particularmente eficaz nos problemas
pulmonares, quando a respiração é muito opressiva. Chiado e expcctora- ção
espumosa. O paciente não consegue permanecer deitado, precisa sentar-se para
poder respirar. Não consegue se mover sem perder o fôlego acentuadamente.
As passagens do ar parecem muito constritas. “E especialmente útil”, ele diz,
“nas afecções asmáticas causadas ou agravadas por erupções suprimidas ou em
pneumonia devido a sarampo recolhido; até mesmo nos problemas pulmonares
crônicos por eczema suprimido.” Ele assinala que o sintoma: “dor fixa,
penetrante, aguda, em ferroadas no ápice e através do terço superior do pulmão
direito” é uma preciosidade. (Burnett também enfatiza esse sintoma).
Sobre a FRAQUEZA de Arsenicum, Nash diz: “Você pode afirmar ser
comum que pessoas doentes fiquem fracas. Verdade, mas o paciente

Arsenicum está desproporcionalmente aos seus transtornos. E uma prostração


geral, não local.
Arsenicum afeta, como Nash pontua, todos os tecidos:
Ataca o sangue, causando condições sépticas, exantemas, equimoscs,
petéquias, etc.
Ataca as veias: varizes queimam como fogo, especialmente à noite.
106 ARSENICUM

Ataca as membranas serosas, causando copiosas cfusões serosas.


Ataca os gânglios, que ficam endurados e supuram.
Causa inchaços inflamatórios, com lancinantes dores ardentes.
Ataca o periôsteo.
Ataca articulações causando inchaços, dores ardentes, etc.
Causa anasarca geral; pele pálida, cerosa ou de cor terrosa; grande
sede(/4/?í.s não).
Causa emagrecimento rápido; atrofia em crianças.
Causa ulcerações, constantemente se estendendo na largura. Elas ardem
como fogo, doem mesmo durante o sono. A descarga pode ser copio- sa ou
escassa. A base é azul, preta ou lardácea.
Antraz ardente como fogo (Anthracinum), pele azulada, fria, seca como
pergaminho, descarnando em extensos pedaços.
Gangrena, melhor pelo calor (pior: Secale).
E, portanto, um dos “policrestos” de Hahnemann!
Nash acrescenta: “Não obstante sua ampla ação, Arsenicum não é uma
panacéia. Como qualquer outro remédio ele deve ser indicado pelos seus
sintomas semelhantes, ou o fracasso será o resultado.
“Seus grandes keynotes são INQUIETUDE, QUEIMAÇÃO, PROS-
TRAÇÃO E AGRAVAÇÃO À MEIA-NOITE.”

SINTOMAS EM NEGRITO

Delírio muito violento, especialmente à noite, com grande inquietude.


Seu desejo excede sua necessidade (come e bebe mais do que é bom para ela;
anda além do necessário).
Desespera-se e chora: imagina que ninguém pode ajudá-lo, que ele deve
morrer; tem pio e calafrios e, além disso, está fraco, em geral.
Angústia. Angústia excessiva.
Angústia e desespero levando-o de um lugar para outro, à procura de alívio.
Com grande angústia, ele se vira e se agita para cá e para lá sobre sua cama.
Ansiedade às 3 horas da madrugada.
Ansiedade violenta às 3 horas da manhã; ele ora sente-se febril, ora como se
fosse vomitar.
Medo que a morte chegue subitamente quando está sozinho.
Enorme medo e angústia (vê fantasmas dia e noite).

(Grande peso na cabeça, que passa ao ar livre; mas retoma tão logo ele entra
no quarto).
Olhos ardentes.
ARSENICUM 107

Pálpebras edematosas, quase sempre fechando completamente os olhos.


Lágrimas corrosivas, ferindo as pálpebras e as bochechas.
Descarga escoriante do nariz; que passa ao ar livre; descarga nasal aqiiosa que
causa dor aguda e ardência, como se as narinas tivessem sido feridas pela descarga.

Face expressiva de genuína agonia mental Corcadavérica da face.


Aspecto pálido, amarelado, caquético.
Inchaço da face ou rosto encovado.
(Língua saburrosa, com uma listra vermelha na metade inferior) e avermelhada
na ponta.
Língua seca.
Língua seca e com camada de cor marrom.
Sensação de grande secura na boca, com sede violenta; ele bebe pouca água a
cada vez.
Ardência na boca, ao longo da faringe e na boca do estômago.
Repugnância à comida.
Sede excessiva: beber não o satisfaz.
Sede excessiva: ele bebe muito, mas um pouco por vez.
(Soluços duradouros) no horário em que a febre deveria ter chegado.
Náusea.
(Vômito violento e incessante), provocado por qualquer substância ingerida no
estômago.
(Mesmo a águaé) imediatamente lançada fora do estômago.
Vomita sempre após beber.
O vômito não produz alívio.
(Vômitos freqüentes) com apreensão da morte.
Ansiedade na boca do estômago.
Ardência no estômago.
Dores ardentes violentas no estômago.
Dores ardentes assustadoras no estômago.
A bdome inchado.
Abdome distendido e doloroso.
Dores no abdome com ansiedade insuportável; com angústia intolerável
Dores ardentes no abdome.
As evacuações escoriam a pele ao redor do ânus.
Ardência no ânus, como fogo.
Purgação e extrema frialdade nas extremidades. Constipação.

Ardência na uretra durante micção.


Micção involuntária.
108 ARSENICUM

Emissão é escassa; ardência durante a emissão.

Freqüente respiração curta e opressiva em qualquer posição do corpo,


causando ansiedade (peito).
Opressão: dificuldade de respirar: uma asma notuma desperta-o à meia-noite.
Dificuldade de respiração, com grande angústia.
Opressão da respiração, ao caminhar rapidamente.
As batidas cardíacas são irritáveis.
Palpitação. Palpitação irregular do coração, tão violenta à noite que ele
imagina ouvi-la.
Palpitação do coração e fraqueza tremulosa após a evacuação; ele precisa
deitar-se.
Pulso rápido, fraco e irregular.

Perda de força na região coccígea.


Fraqueza excessiva e exaustão dos membros, obrigando-o a deitar-se.
Mal-estar nos membros inferiores; ele não pode deitar-se quieto à noite e tem
que mudar a posição dos pés a todo momento ou andar para obter alívio.
Grande inquietude, de modo que ela não conseguia deitar-se quieta um só
minuto.
Inquietude e ansiedade. Debate-se de cá para lá.
O mais leve paroxismo da dor é acompanhado por excessiva perda de força,
obrigando-o a deitar-se.
Ele sente-se tão fraco, que muito dificilmente consegue andar; sente que
cairá...dificilmente será capaz de andar pelo quarto sem ficar prostrado.
Fraqueza eprostração contínuas.
Grande cansaço após uma refeição.
Langiddez e insensibilidade.
Lânguido, ansioso, fraco, cedo pela manhã.

Dores ardentes, especialmente nos órgãos internos, pele e úlceras.


Erupções ao redor da boca, ardentes e dolorosas.
Prurido aumentado pelo coçar.
Dor ardente nas úlceras-como carvão em brasa.
Ardência como fogo ao redor da úlcera.
Prurido ardente no corpo.

Sobressaltos quando adormece, ao anoitecer.


Após meia-noite (das 3 horas em diante) ela se debate e dorme alguns períodos.
ARSENICUM 109

Tremores ao caminhar ao ar livre.


Calafrios sem sede.
Febre às 2 horas da madrugada.
Febre semelhante à do tifo, com extrema inquietude.
Calor intemo ardente.
Sensação como se estivesse queimando internamente.
Sensação de febre com ansiedade, após meia-noite.
Suorfrio e pegajoso.

SINTOMAS ESTRANHOS DE Arsenicum

Vê fantasmas dia e noite.


Medo de matar com uma faca.
Corre pela casa à noite à procura de ladrões.
Imagina a casa cheia de ladrões; sente tanto medo que pula da cama e se
esconde no guarda-roupas ou debaixo da cama.
Vê ladrões no quarto.
Vê vermes e percevejos arrastando-se em direção à sua cama, e deseja fugir.
Vertigem excessiva: “a cama está inclinando-se, eu vou cair no chao. ”
O cérebro parece vibrar (ao caminhar): como se o cérebro estivesse mo- vendo-
se e batendo contra o crânio.
“Uma resina gomada obtida perfurando-se a raiz viva de diferentes espécies
dcFerula, das umbelíferas.” A nossa é Narihrex asafoeíida.
O óleo recém-obtido apresenta um “aroma não desagradável, mas quando
decomposto ele desprende hidrogênio sulfuroso”, aquele agradável e
penetrante odor de ovos em campanha eleitoral. As reuniões políticas eram
dissolvidas com a introdução de asafétida no palanque, por arruaceiros
partidários do candidato rival. Hale White indica um outro drástico uso para a
droga: “os casos dos que se fingem doentes para evitar o cumprimento de um
dever, muitas vezes podem ser curados fazendo com que o paciente tome, três
vezes ao dia, um gole contendo um pouco das tinturas de valeriana e
asafétida. A efervescência faz com que o sabor desagradável destes
medicamentos permaneça presente na boca por certo tempo, após sua
ingestão.” A Escola Antiga tem uma pílula de asafétida, aloé, sabão e rosas.
Na margem de nosso exemplar de Hale White está anotado a lápis:

“ Mau cheiro e aloé, se supõe;


Mas, por que sabão e rosas?”

Estas pequenas coisas tolas costumavam tornar os exames tão fáceis!


E Kent nos fornece um outro uso popular, como uma suposta proteção
contra doença, por isso usada nos estábulos. Ele diz que a asafétida era
adicionada no alimento para o cavalo, para mantê-lo afastado de in-
disposições. Também “tem sido usada pelo leigo como um remédio para os
desmaios, histeria e todos os tipos de sintomas e queixas de natureza nervosa;
este uso é comprovado pelas experimentações.”
Na Cyclopaedia of Drug Pathogenesy encontramos experimentações e
envenenamentos por Asafoeíida. Em um caso provocou “dor pressiva na região
cardíaca, como por demasiado enchimento e distensão do coração”. Em outro
caso, surgiu a sensação de “compressão do cérebro, como se estivesse
envolvido e pressionado firmemente por uma faixa”. “O tórax foi tomado por
contrações espasmódicas, como se os pulmões não pudessem se expandir
totalmente, com a respiração normal.” Novamente, uma “sensação como se
uma corda estivesse amarrada fortemente ao re

110
ASAFOETIDA 111

dor do cérebro.”.. .“Tórax tão constrito como se espremido por um corpo


pesado que se encontra sobre o esterno”. Aparece sempre uma distensão do
abdome: “distensão com murmúrios eborborigmos”.

SINTOMAS EM NEGRITO

Dor pressiva na testa, de dentro para fora.


Dor de cabeça nervosa em pessoas histéricas e escrofulosas.
Dorpulsante noturna ao redore nos olhos e CABEÇA.

Ulceração superficial extensa da córnea, com ardência, pontadas ou pressão,


de dentro para fora. Melhor com repouso, pressão, ar livre. Dormência ao redor do
OLHO.

Descarga de matéria muito malcheirosa pelo NARIZ; com cáries ósseas.


Inchaço do lábio inferior. A

Sensação de uma bola que sobe na garganta, proveniente do ESTO-


MAGOpara o esôfago.
Flatos em direção ascendente, para baixo não.

Calor no baço e ABDOME.


FEZES aqüosas de cheiro muito ruim; dores no abdome e eliminação de flatos
fétidos.
Fezes aqüosas de odor desagradável, profusas e esverdeadas.

URINA quente e de um odor pungente, amoniacal.

Rig-idez espasmódica no PEITO, como se os pulmões não pudessem expandir-


se completamente.
Sensação asmática na traquéia, tosse seca;dispnéia espasmódica como se os
pulmões não pudessem expandir-se completamente.
s

Dor e sensibilidade na TIBIA, quase insuportável à noite.

PALPITAÇÃO nervosa com pulso fraco, decorrente de esforço excessivo ou


supressão de eliminações.

HISTERIA, com muito transtorno próximo à garganta ou esôfago; globo bem


marcado; espasmos dos pulmões, etc.
Afecções nervosas após supressão de eliminações.
Pessoas nervosas.
112 ASAFOETIDA

ALGUNS SINTOMAS ITÁLICOS OU CURIOSOS

Sensação de esguicho e murmúrio no cérebro, especialmente na parte


frontal
Como se uma unha ou um pino estivesse enfiado no cérebro, como um
pino pontiagudo nas regiões temporal esquerda e parietal direita.
Como se o nariz fosse estourar.
Calor na face, orelhas e mãos, com arrepios descendo pelas costas.
Gosto rançoso e gorduroso na boca.
Espasmo do esôfago coino na histeria.
Torções nos intestinos, como de peristaltismo reverso.
Como se o coração fosse estourar.
Apresenta repugnância à cerveja.
Constrição do peito; da garganta; próximo ao coração.
Câimbras na testa.
Dor pulsante na cabeça; ao redor e nos olhos; na boca do estômago; no
artelho maior.
Dormência: ossos nasais; ossos da face; queixo.

* * * * *
Dr. CLARKE fornece um pequno retrato excelente de Asafoeíida. “Os
sintomas de Asafoeíida apresentam um quadro quase perfeito de histeria do
tipo floatulento. Peristaltismo reverso do estômago e intestinos. Distensão
abdominal excessiva e sensação como se qualquer coisa no abdome fosse
estourar através da boca. Após eructos vazios, há na boca um forte gosto
rançoso... Muitas das eliminações são fétidas; fezes aqüosas de odor muito
desagradável, profusas e esverdeadas: flatos fétidos ... o cheiro fétido da droga
pode ser considerado uma de suas “signaturas”... As afecções periostais
terminam em úlceras que são tão sensíveis, que é impossível suportar alguma
roupa...” (Hep.)

* * * * *
GUERNSEY diz: “Uma grande sensibilidade, hipersensibilidade,
especialmente naqueles cujo sistema venoso predomina sobre o arterial. Afeta
a região hipocondríaca esquerda, abdome esquerdo, lateral esquerda do
pescoço e nuca, extremidades superiores e inferiores esquerdas, ouvido
esquerdo. Sintomas gerais do lado esquerdo.
“Insatisfeita consigo mesma. Queixa-se de seus problemas.
“Eliminações fétidas ou purulentas pelos ouvidos; esverdeadas e fétidas
pelo nariz. Ozena.
“Gosto gorduroso subindo na garganta. Repugnância; inclinação ao
vômito... Pulsações na boca do estômago, perceptíveis ao toque e mesmo ao
olhar.”
ASAFOETIDA 113

* * * * *
Asafoetida é, portanto, uma droga de localizações e modalidades muito
definidas. Atua sobre a mente, os nervos, os órgãos especiais do sentido, o trato
digestivo, o periósteo e, especialmente, o lado esquerdo. Curioso como algumas
drogas escolhem o lado direito, outras o lado esquerdo do corpo. POR QUE?
Mas é assim também como os pacientes, alguns vêm com todos os problemas
no lado esquerdo, outros no lado direito. Um estudo destes remédios é sempre
útil na prescrição.
As drogas, em negrito, especialmente relacionadas ao lado esquerdo são:
ARG.N, ASAF, ASAR, CAPS, CINA, CLEM, CROC, EU- PHORB, GRAPH,
KRE, LACH, OLEAND, PHOS, SELEN, SEP. eSTANN.
Já com o lado direito, as drogas especialmente relacionadas são: ARS,
AUR, BAPT, BELL, BOR, CANTH, LYC, PULS, RAN. B, S ARS, SEC. e
SUL. AC.
Há outras especialmente relacionadas aos lados esquerdo ou direito, como
APIS, ARG, BRY, CALC, CHEL, COLOC, RAN. S. e SULPH.
Alguns (mas todos os conhecem) começam no lado direito e atravessam
para o lado esquerdo, como LYC.; ou começam do lado esquerdo e atravessam
para o direito, como LACH.; ou vão de um lado para outro e então retornam,
como LAC. CAN. Já se viu isto ocorrer em garganta, na difteria e, como na
última variedade, na dor ovariana. Há muitas coisas tão interessantes e
intrigantes na homeopatia e que auxiliam na prescrição.
O paciente Asafoetida (isto é, o paciente mais afetado pela ação de
Asafoetida e, por esta razão, mais sensível à sua ação curativa) é descrito como
sendo de aparência pictórica, face balofa, inchada, até mesmo hi- drópica -
“intumescida, venosa, arroxeada”. Kent refere-se a “uma face problemática,
sugerindo um distúrbio cardíaco e estase venosa”. (Estes pacientes têm
sensibilidade extrema que faz você pensarem remédios como Hepar). “Gordos,
flácidos, arroxeados e extremamente sensíveis à dor, cheios de histeria.” Tais
pessoas podem ter úlceras, extremamente sensíveis e malcheirosas. Periostite,
especialmente da tíbia (Asaf. é uma das drogas que afetam a tíbia, rivalizando
com AGAR, LACH, RHUS, etc. e DROS.). Conta-se um caso grave com a
doença de Paget, na tíbia, com dor atroz, onde nenhuma destas drogas ajudou,
mas DROS, com sua dor em ossos longos, agiu maravilhosamente, conseguindo
aliviar a dor e restaurando o sono. Ninguém parecia ter imaginado o poder de
Drosera nas doenças dos ossos, exceto Hahnemann! Vale a pena obter um
exemplar da Matéria Medica Pura, agora que foi republicada em fac-símile a
um preço acessível. E um livro que ninguém pode ficar sem em qualquer lugar!
Asafoetida é um dos rémedios das “feridas antigas, quando elas ficam
114 ASAFOETIDA

roxas e ameaçam supurar” ou “tomam um aspecto venoso e tornam-se


dolorosas e escuras”.

* * * * *
Continuemos citando KENT, em seu retrato magistral da droga, con-
densando-o:
Cheio de eliminações: catarrais, aqüosas, dc diferentes lugares, até mesmo
fezes aqüosas. Todas estas descargas são horrivelmente malcheirosas e serosas.
Descargas sangüíneas horrivelmente desagradáveis, a partir do nariz, olhos,
ouvidos, peito, intestinos, aberturas fistulosas, úlceras... A pessoa fleumática
que é arroxeada, não ganha a compaixão dos outros ao ficar doente e fica
enlouquecida com as horríveis descargas fétidas. Mesmo a eliminação dos
olhos pode ser sanguinolenta e fétida.
A maior parte das dores parecem perfurar, como se elas se estendessem do
osso à superfície - de dentro para fora.
A dormência é uma característica geral deste remédio. Dormência do couro
cabeludo ou dentro da cabeça; sensação mortal de dormência relacionada à
dor (Cham., Plat.). Freqüentemente há dormência após o sono. Dormência do
nariz.
Histeria: a bola que sobe como no globus hystericus. Afecções histéricas e
coréicas do esôfago c traquéia. Esta “massa na garganta ou sufocação” é uma
espécie de espasmo histérico do esôfago.
Estômago - Se você já viu um caso típico dcAsaf, você ficou curioso por
saber de onde vem todo o ar. Ele cresce em volumes: espasmos coréi- cos do
diafragma, com expulsão de gases como o som de pipocas estourando a quase
cada segundo. Arrotos altos; eructações altas de ar vindo do estômago... flatos
não vão para báixo, mas para cima... sempre terrivelmente ofensivos.
Metcorismo. Fezes líquidas dc odor muito desagradável.
Asaf. é um dos remédios que apresenta agravações noturnas.

* * * * *
A direção de Asaf. portanto é de dentro para fora. O coração parece super
cheio, a ponto de estourar. Sente o nariz também como se fosse estourar.
Distensão abdominal, como se tudo no corpo fosse estourar pela boca.
Asaf. possui um sintoma não observado em qualquer outro lugar, mas que
se encontra registrado nos envenenamentos, na Cyclopaedia of Drug
Pathogenesy: “torções ondulantes nos músculos.” Isto foi visto recentemente
enquanto realmente se confirmava a droga numa paciente; torções ondulantes,
especialmente no braço; ondulações nos músculos do braço na frente e atrás.
A paciente parece ter visto estas ondas, mais do que as sentido. Ela tomou
Asaf. com bom resultado. Especialistas em nervos,
ASAFOETIDA 115

porém, em Londres e na Bélgica, confessaram que nunca haviam visto um


caso destes antes e começaram a estabelecer um terrível diagnóstico, cujos
outros sintomas, de longe não pareciam se confirmar.
Asaf. é uma das drogas que afetam a secreção de leite, causando seu
desaparecimento (Alum. ph.)y seu fluxo aumentado, até mesmo seu apa-
recimento nos seios das mulheres não-grávidas ou nas mais velhas, como
ocorreu numa mulher de 50 anos, na qual “os seios incharam e secreta- ram
um fluido leitoso”.
(
(

AURUM

Era sua Matéria Medica Pura, se nós atentarmos para o Prefácio de


Hahnemann ao OURO METÁLICO, encontraremos um relato de sua
diversificada história na Medicina. Como foi estimado pelos médicos árabes e
pelos antigos. Como ele foi desprezado, condenado e rejeitado, devido à sua
insolubilidade e sua indestrutibilidade, pelas Escolas* que consideram mais o
raciocínio do que a experiência - o único árbitro em tais assuntos. Como foi
( revelado seu enorme poder para o bem e para o mal, pelos métodos de
( trituração, potenciação e experimentação de Hahnemann. Como ele começou,
seguindo os precedentes, com baixas tritura- ções e, mais tarde, obteve seus
melhores resultados com pontências mais altas.
Alguns de nós poderiam contar casos e mais casos de pacientes, nestes
dias de depressão comercial por todo o mundo, os quais, levados ao desespero
por meios diretos e ansiedade, tentaram o suicídio, mas foram rapidamente
trazidos de volta à vida e à esperança, com força renovada, através de poucas
doses de ouro homeopático. Dizemos “ouro homeopático” porque quando o
ouro foi testado nas pessoas saudáveis, ele produziu exatamente tais estados
de desespero suicida e desesperança; e, também, devido à sua redução em
partes infinitesimais, o nobre metal, triplamente nobre por seus usos tão
elevados, emerge da massa, do peso, da visibilidade e da inatividade como
uma energia poderosa para fortalecer e reviver as afeições naturais - mesmo a
mais profunda e fundamental de todas
- o AMOR À VIDA.
Estes são alguns dos sintomas mentais levantados por Hahnemann,

?! i

* “Em nossos dias, a Escola Antiga de medicina tendo descoberto o ou ro coioidal, utiliza-o para um teste
sangüíneo na sífilis; também na forma de Sanocrysin, um tiossulfato de ouro e sódio, que “pode ser usado
nos casos de pacientes” (com tísis pulmonar) “que não tenham reagjdo bem a outras formas de tratamento”.
É ministrada uma dose intravenosa- mente, “de acordo com o peso do paciente e o caráter das lesões”
(TAYLOR; Practice of Medicine, 1930.). Nos livros-texto mais velhos não é feita qualquer menção ao Ouro!
Mas mesmo assim o ouro não é mostrado com a precisão e o conhecimento de Hahnemann, em resposta
ao chamados dos sintomas, para aumentar a resistência do paciente e despertar a reação curativa, mas
meramente com a idéia de destruir os bacilos dos tubérculos - a dose de acordo com o peso do paciente e o
caráter das lesões! A medicina tem um longo caminho a ser percorrido, para se alcançar Hahnemann!

116
AURUM 117

quando ele testou os poderes do OURO - para ferir c, portanto, curar.


Desanimado e cheio de tristeza: procura a solidão. Imagina que perdeu a
afeição dos amigos.
Insatisfeito com tudo: imagina que vê obstáculos cm todo lugar; em parte
por erros seus e em parte por um destino adverso.
Melancolia: imagina que não está adaptado a este mundo; deseja a morte;
o pensamento da morte lhe dá intensa alegria.
Grande angústia, aumentando a autodestruição.
Irascível, rabujento, veemente: não suporta a mínima contradição. Raiva
violenta e veemência. E assim por diante...
Gande angústia ao redor do coração...
Quando BURNETT, segundo seu método, fez uma curta experimentação
de Ouro em si mesmo “porque, para ter uma concepção concreta do que uma
determinada droga pode fazer, não há nada como experimentar em seu próprio
corpo”, seus primeiros efeitos foram “excitantes e estimulantes” (Hahnemann
tem este sintoma em negrito: “Durante todo o dia bom humor, falante e
contente consigo mesmo - ação alternante?”). Mas, em poucos dias, Burnett
encontrou-se “fora de forma, muito deprimido e desanimado; nada parecia
valer a pena!” Ele estava tendo noites ruins também, sonhando com a morte,
com os mortos, com cadáveres... “Aparentando e sentindo-se doente, fraco,
mas sem disposição para descansar ou dormir...” Sua memória era a princípio
tão aguçada que, quando ela estava começando a ficar muito ruim, ele
abandonou sua experimentação, “com medo de que os efeitos nesta direção
pudessem ser sérios”. Três ou quatro semanas mais tarde, “a memória já
estava ficando boa novamente”. Mas, tendo tomado um grão e seis décimos de
ouro triturado, durante doze dias, ele diz : “Estou completamente satisfeito
que isto tenha me tornado doente. Meus colegas alopatas sustentam que o
OURO é inertel Prova segura que eles nunca o experimentaram, adequa-
damente triturado, em seus próprios corpos”.
Aqui estão algumas das coisas que Burnett tem a nos dizer a respeito do
OURO, em sua brilhante monografia OURO COMO REMÉDIO NA
DOENÇA.
“No tratamento de algumas doenças cardíacas, algumas doenças ósseas e
da sarcocele, conhecer o valor medicinal do OURO ou ignorá-lo, é justamente
a importante diferença entre cura e fracasso. Mas, é evidente, que o metal
deve ser primeiramente triturado, para que ele possa se tornar um remédio”.
“As glândulas, ossos, pele e nariz são afetados de forma semelhante pela
escrófula, sífilis e Ouro.”
“O Ouro tem um importante lugar no tratamento dos tipos mais graves de
afecções do coração.”
“ Ouro na anginapectoris. Para mim, junto com Amica (grande droga
118 AURUM

cardíaca!) éo mais freqüentemente prescrito e tem produzido importantes


resultados.,
“Não é de se admirar que Hahnemann tivesse dito: 'O ouro possui grandes
propriedades de cura, um lugar que nenhum outro remédio pode ocupar.'”
“O ouro não é um perturbador da função, mas um produtor de mudança
orgânica, daí seus brilhantes efeitos nos danos orgânicos. A turgescência
vascular de Belladonna c & d z Aurum são de natureza muito diferente.”
Ele cita Hahnemann: “Eu curei vários casos de Melancolia, similares
àqueles do Ouro, pronta e permanentemente; eram casos em que havia séria
intenção de se cometer suicídio.”
Burnett usou o Ouro, entre outros, para “condições consuntivas em garotos
que definham sem melhora: desânimo, ausência de vigor, má memória, falta
de puerilidade”.
NASH diz: “Uma vez curei uma jovem senhora que tentou o suicídio
afogando-se” (com Aurum). “Depois de curada, ela riu do que acontecera e
disse que não conseguira evitá-lo. Parecia-lhe que ela não era útil ao mundo.
Ela senlia-se assim.”
(Recordamos de um homem, profundamente deprimido e desespe-
rançoso, no ambulatório, anos atrás. Aunmi foi prescrito, e antes de ir-se, lhe
foi perguntado: “Você virá à consulta, dentro de um mês?” Ele respondeu:
“Não estarei vivo!”, mas ele acabou vindo e nos contou. “Eu esqueci todo
aquele absurdo!”).
O ouro é um grande remédio para o excesso de dose de mercúrio no
tratamento de doença venérea. Nash diz: “Teria havido uma grande dimi-
nuição nos serviços dos médicos, se a escola antiga aprendesse a curar seus
pacientes sem envenená-los com drogas”.
Ele também afirma que: “Aurum é um nossos dos melhores remédios para
dores ósseas. Nunca se esqueça disso”.
Deixemos agora KENT, aquele grande prescritor e escritor brilhante,
falar.
“Em Aurum todas as afeições, naturais ao homem saudável, são per-
vertidas. Tão grande em extensão é isto que, um dos amores fundamentais,
que é o amor pela vida, da autoproteção, está pervertido e ele é averso à vida,
está cansado da vida, deseja morrer e procura métodos para cometer o
suicídio... Perda absoluta da alegria em todas as coisas. Autoconde- nação,
auto-reprovação contínua, autocrítica, observação constante de si mesmo; ela
não faz nada certo, tudo está errado, nada será bem sucedido, desesperança...
Negligenciou algo; negligenciou seus amigos... Ele é errado, é totalmente
mau, pecou contra seu dia de graça, não merece a salvação - esta é a sucessão
de pensamentos que passa através de sua mente constantemente ... Pensa
muito ... é completamente desajustado para
AURUM 119

este mundo c então deseja morrer...


“Quais são as causas, afinal, deste estado de insanidade, pesar e deses-
perança? A ansiedade prolongada e a responsabilidade incomum. A sífilis é
uma causa comum; perda dc propriedade é outra. Pessoas que na sua ju-
ventude foram repetidamente drogadas com Mercúrio, sempre estavam
tomando pílulas mercuriais, como sendo bom para o fígado e estabeleceram
para si mesmos uma doença mercurial, com aumento do fígado, que quase
sempre se acompanha de um estado de melancolia, tristeza e desesperança,
como encontramos em Auriim. Ele produz tais afecções do fígado que estão
associadas com as afecções cardíacas, endocardite, hidropsia do coração e
problemas reumáticos que alcançaram o coração.”
“Perceba a relação peculiar entre os pulmões e o entendimento e entre o
coração e a vontade. Com cada pequeno problema localizado no coração vem
a desesperança, mas quando a manifestação da doença está nos pulmões há
esperança ... As afecções do coração e fígado estão associadas com a
desesperança e o desespero...
“Neste remédio as dores andam de uma junta para outra e finalmente se
localizam no coração. A angina pecíoris é freqüentemente o final dc um
reumatismo antigo que percorreu dc uma junta para outra.”
“O remédio é pleno de afecções reumáticas, com inchaço das juntas;
afecções de cartilagens e ossos; inflamações do periósteo, espessamento e
enduração do periósteo .. . Como a sífilis e o mercúrio, as queixas são
agravadas à noite...”
Aurum afeta e cura as doenças dos ossos; especialmente aquelas do nariz e
crânio. E curativo de condições mórbidas nos olhos e nariz. Recorda-se o
efeito curativo surpreendente do ouro numa criança pequena com ulceração
nas narinas e uma horrível descarga nasal, onde Sulphur havia falhado. Como
Kent diz: “Aurum é pleno de problemas nasais com descargas fétidas. Os
ossos do nariz necrosam (como sífilis e mercúrio). Com todas estas queixas, o
paciente fica deprimido, triste, cheio de pena, deseja morrer, tudo é negro.”
Kent resume Aurum, deste modo: “Vemos a perversão completa de todos os
amores do gênero humano e, finalmente, sua inteira destruição É no mínimo
curioso que o Ouro suprido em potência seja homeopático à perda do Ouro em
massa. Ele sozinho pode restaurar a sanidade com a percepção de que “a vida
é mais do que a came, e o corpo mais do que o vestuário”.
Dr. H. A. Roberts, em seu Riieumatic Remedies, resume os sintomas
cardíacos e a esfera dc, Aurum no reumatismo agudo, assim:
“Dor severa no coração. É preciso sentar-se. Sensação como se o coração
parasse, e então desse um súbito golpe duro. O coração “tropeça”. Ruídos
altos endocárdicos. Pulso irregular. No reumatismo inflamatório Aurum met. é
de valor quando há febre alta, sensibilidade extrema ao
120 AURUM

toque, suor profuso e envolvimento do endocárdio com os peculiares sin-


tomas do coração.”

SINTOMAS EM NEGRITO (DcHahnemann,Allen e alguns dt Hering)

Desgosto da vida, tendência ao suicídio.


Melancolia com desalento. Desesperança.
Grande angústia levando à autodestruição.
Palpitação ansiosa e desejo de cometer suicídio.
Irritado e veemente: a mínima contradição provoca a fúria.
Taciturno; indisposição para falar.
O dia todo de bom humor; falante e contente consigo mesmo (ação al-
temante).
Calor e raiva, esquece completamente de si mesmo com uma briga. Mau
humor.

Fluxo de sangue para a CABEÇA.


Pressão dilacerante - lado esquerdo da testa, topo da cabeça à esquerda, lado
direito do alto da cabeça.
Pressão de dentro para fora nos OLHOS: piora com o toque.
Tensão nos olhos interferindo com a visão.
Nada pode ser visto distintamente, porque ele vê todas as coisas duplas e um
objeto parece correr em direção a outro; dor tensiva que piora quando ele fixa os
olhos em algo, menos severa quando ele os fecha.
Meia visão: como se a metade superior da visão estivesse coberta por um corpo
escuro; objetos no alto permanecem invisíveis.

Ele não consegue respirar pelo NARIZ, pela ulceração, aglutinação e dornas
narinas. Ambas as narinas doloridas.
Osso nasal direito e parte vizinha à mandíbula superior doloridos ao toque.
Coceira interna nas narinas.
Úlceras sijilíticas no palato e garganta.

Dor tensiva no hipogástrio exatamente abaixo do umbigo e sobre ambos os


lados lombares, com sensação de plenitude e vontade de evacuar.
Dor beliscante no hipogástrio, ora aqui, ora ali.
ABDOME com murmúrios e borborigmos.
Eliminação de muitos flatos fétidos.
Desconforto no hipogástrio, como se quisesse evacuar, especialmente
AURUM 121

após uma refeição.


(A fecções da gen itália): prolapso e enduração uterina.

Rigidez extrema (tórax): dificuldade de respirará noite.


Rigidez no PEITO; também ao sentar-se e sem se mover; sempre faz uma
inspiração profunda e não consegue obter ar suficiente.
Grande peso no peito, especialmente sobre o estemo.
Batida cardíaca violenta.

Acordado por dores nos OSSOS; o sofrimento é tão grande que ele se
desespera: não deseja viver.
(Muitas dores nos ossos e nos membros são detalhadas.)
Dores nos joelhos como sc tivessem sido fortemente amarrados.

Ebulição marcante no SANGUE (como se o sangue fer\>esse nas veias).


Sonhos assustadores à noite.
r >
BAPTISIA TINCTORIA

V )

Este inestimável remédio é um dos comparativamente mais novos.


Procura-se em vão seus sintomas mais característicos na Encyclopaedia de
Allen, mas os encontramos no Guiding Sympíoms de Hering, no New Remedies
de Hale e seus usos são desenvolvidos e descritos especialmente por Kent,
Nash, etc.
Parece natural seguir Gelsemium com Bapíisia. Eles são muito seme-
lhantes, mas apresentam grandes diferenças, que tornam impossível se
confundir um com o outro. Ambos são muito úteis na gripe, esta desagradável
queixa que sempre temos conosco!
E claro que se associa Baptisia especialmente à TIFÓIDE - febre tifóide;
condições tifóides em qualquer febre; os casos de gripe que exibem condições
tifóides.
Os remédios têm seus compassos. Kent conta-nos que Gelsemium é de
passo lento quanto ao seu início, mas Bapíisia é de início rápido: o paciente
cai rapidamente em um estado tifóide dc torpor: entorpecido; embotado;
estupefato. Ele considera Baptisia mais útil nas tifóides com inu- sual início
rápido.
Mas o Dr. C. E. Wheeler, em seu Case for Homoeopathy, conta-nos algo
bastante interessante e sugestivo cm relação às mais recentes experimentações
de Baptisia. Ele diz: “Não há ceticismo em relação ao seguinte experimento.
Na febre tifóide o sangue desenvolve uma substância que normalmente não
está presente, chamada aglutinina, que produz a agregação dos bacilos
tifóides e constitui um estágio de defesa do organismo contra a doença. Se
pessoas saudáveis tomarem a droga Baptisia persistentemente, elas
desenvolverão (mais ou menos, dc acordo com a susceti- bilidade individual)
esta aglutinina em seu sangue.” E Bapíisia ganhou certamente suas láureas no
tratamento de tifóide. Sempre agirá rápida e seguramente onde os seus
sintomas característicos estiverem presentes: sonolência, face vermelha e
embotada e condições de esíupefação, não somente em tifóide, mas também em
qualquer febre.
Têm sido vistos exemplos surpreendentes de pronta ação curativa por
Baptisia em gripes; sejam leves ou graves. Naquele ano da letal gripe tifóide,
após a guerra de 1914-18, um homeopata se lembra de ter sido enviado com
urgência por um médico local para ver um caso - seu pior - de

122
BAPTISLA TINCT0R1A 123

gripe, em uma judia. Ele achou que ela fosse morrer. Ela estava escura, quase
roxa na face, com a sonolência de Baptisia. “Baptisial” “Mas eu possuo
somente a tintura-mãe.” “Por que não ? Dê-lhe esta mesmo!” E em poucas
horas ela estava fora de perigo e teve uma rápida recuperação, conforme o
relato.
Outro caso, menos grave. Ele estava com a face vermelha, entorpecido e
sonolento (subitamente, pela manhã), incapaz de levantar-se ou mostrar
qualquer interesse, suas palavras acabavam em sonolência, a temperatura era
alta. Exatamente um ataque súbito de gripe, do tipo Baptisia. Felizmente tomou
este remédio, encontrando-se praticamente bem naquela mesma tarde.
Na “gripe gástrica”, Baptisia parece-me praticamente específica. Como
neste caso: ataque súbito de diarréia violenta e vômitos - assustadora e
subitamente doente - e uma viagem a ser feita! Baptisia foi prescrita e à tarde a
viagem foi realizada com sucesso, pois o problema teve um fim abrupto.
Este é o quadro clínico: início súbito, prostração e aflição repentinos,
condições aparentemente dc quase desespero, eis os sintomas de Baptisia, que
produzirá uma recuperação súbita.
Cada medicamento tem sua tarefa própria, pode realizar aquela tarefa e
nenhuma outra. Como um amigo na hora do aperto, vale a pena conhecer
Baptisia í

KENT ressalta o caráter súbito de Baptisia.


Ele diz: “Baptisia é indicada para doenças agudas. É um remédio de curta
ação. Produz uma mudança violenta na economia como um estado zimótico.
Todas as suas doenças e queixas agudas têm uma aparência de zimose, como a
escarlatina, difteria, tifóide cgangrenas. Há uma coisa in- comum com relação
a este medicamento: ele ocasiona um estado séptico mais rapidamente que a
maioria dos outros remédios - isto é, seu passo é mais rápido do que o
encontrado na maioria dos demais medicamentos... Baptisia é adequada para os
venenos do sangue que são altamente sépticos, tal como o estado puerperal...
“Cada medicamento tem um passo, uma velocidade. É uma importante
característica deles. Cada medicamento deve ser observado quanto à sua
velocidade, seu passo, sua periodicidade, seu movimento, suas ondulações.
Podemos obter estas informações através da observação dos sintomas.
“Você atende a um indivíduo que esteve numa mina, num pântano, no
lodo, nos esgotos, que tenha inalado gases impuros e se encontra na cama com
uma espécie de torpor, desde o início. Não foi gradual, ele decaiu muito
subitamente, estupefato. Ele está prostrado.
“Sua face está moleada. Manchas começam a aparecer nos dentes
124 BAPTISIA TINCTORIA

muito antes do que se espera numa tifóide... O abdome distendido também


muito antes do comum nos casos tifóides... boca sangra e está pútrida. Seus
odores são horríveis e ele está num estado marcante de delírio... Velocidade.
Ele está caminhando para a morte rapidamente.
“Não importa agora se é uma escarlatina ou uma febre tifóide, uma febre
séptica cirúrgica ou febre puerperal, ou o que seja. Se você... tentar levantá-lo,
ele lhe dará a impressão de estar completamente bêbado ... Seu rosto está
embotado. Ele está inchado, arroxeado e manchado... está como se um velho
bêbado.
“Sua mente parece ter ido embora... ele está confuso. Quando acordado,
ele tenta dizer algo, murmura uma ou duas palavras e elas parecem fugir,
então ele volta ao seu estado de estupor ... Não importa qual é a doença que
chega, não interessa qual inflamação está presente, não importa qual órgão
está inflamado. Se aquele estado do sangue que pode produzir tais sintomas e
tal sepse está presente e se ocorre também aquele estado da mente, o remédio
é Baptisia.
“Descargas pútridas. Odores cadavéricos, pungentes, penetrantes. Odores
de fezes pútridas...”
Kent descreve vividamente os delírios dc Baptisia'. “Uma coisa estranha
que ocorre com este remédio é uma espécie peculiar de confusão mental, na
qual ele está em constante argumentação com suas partes. Ele parece sentir
que ele é duas pessoas. Ele começará falando a respeito do outro que está na
cama com ele. Isto é dito clinicamente como 'uma controvérsia entre o seu
artelho maior e o seu dedo polegar'. Ou 'uma das pernas está conversando com
a outra perna'... ou ele está esparramado por toda a cama, apalpando
desajeitadamente e você lhe pergunta o que está tentando fazer. 'Porque estou
tentando reunir as partes.' Você vê seus lábios se movimentando, o levanta
para ver o que ocorre e ele está tentando reunir seus pedaços... E esta idéia de
dualidade *, uma tentativa de reconciliar algo.
“Tão logo examinamos a face, começamos a perceber os sintomas de
Baptisia, aquela expressão estupefata. A face e os olhos demonstram isío.
'Vermelho escuro com aparência estupefata. Quente... ruborizado, escuro.' ”
Até sua cabeça “parece estar espalhada ao redor e ela agita-se na cama
para reunir suas partes”. (Hale)
Nos casos graves, a boca e a língua estão inchadas, em carne-viva, des-
peladas, enrijecidas e secas, ulceradas, pútridas, tal qual vimos em alguns
casos de gripes pneumônicas no pós-guerra.

* Uma semelhante consciência dual (física) ocorre com Pyrogen e Petrol; e uma mental com Anacard.
BAPTISIA TINCTORIA 125

“Quanto mais escuro, mais provável de se pensar em Bapíisia - mas nunca


um vermelho brilhante. Nunca vi um estado mental de Bapíisia associado a uma
aparência vermelho-brilhante. Aquela forma degradada de estado mental está
associada com a decomposição do sangue, com escuridão, com a aparência
escura da pele e das membranas mucosas.” (Kent)
“Um sintoma peculiar indica Bapíisia em algumas dores de garganta. A
garganta pode parecer roxa-escura, lívida, como se estivesse dolorida, mas não
está.Dr. Miner curou um caso inveterado de dor de garganta que não era
doloroso (com a 30a potência). “ (Hale)

Hale fornece indicações para Bapíisia:


“Dores por iodo o corpo; boca e língua muiío secas.
Esíado febril, com sensação de que está iodo contundido; as partes sobre as quais
ele se deita logo doem e parecem feridas e contundidas. (Am.)
Febre tifóide, no estágio inicial de origem biliar, gástrica ou catarral, ou
decorrente de exalações impuras. Freqüentemente prevenirá o acesso de febre.
Febre íifóide nos estágios iniciais: com freqüência irá interromper e levar a
uma rápida convalescência.
Febre do tifo, com sono pesado, inconsciência, delírio murmurante, etc.
Febres com sonolência; pulso 120 e em corda; lábios ásperos e rachados;
língua pastosa e grossamente revestida; muita sede; mente delirante; não é
capaz de dar uma resposta direta a qualquer pergunta; adormece no meio de
uma sentença; delírio à noite e murmúrio em voz baixa.
Febresgásíricas, com náusea, vômitos, língua seca e endurecida, pulso
rápido, sensibilidade no abdome e diarréia.
Escarlatina, com erupção vermelha-escura, língua seca, marrom, inclinada
para o vermelho ao centro; hálito fétido; estupor; febre; fezes di- sentéricas.
Febre catarral ou gripe, quando a prostração é excessiva e o dolorimento e
dores ou sensações de contusão predominam.
Febres biliares; febres gástricas; febres entéricas e febres sépticas.
Febres puerperais, decorrentes da absorção de matérias purulentas ou de
infecção.
Febre cérebro-espinhal ou maculosa.
Febres ocorrem durante disenteria ou qualquer afecção intestinal e assumem
uma forma grave. (Am.).
Nas febres tifóides e condições tifóides, Baptsia rivaliza com Pyrogen e
Amica”
Um caso muito grave de febre tifóide, contraída na França, numa lo
126 BAPTISIA TINCTORIA

calidade onde houve casos muitos graves deste tipo de febre, durante a guerra
de 1914-18, é lembrado. Esta paciente mostrou grande ansiedade, até que: “Ça
va si bien, Mademoiselle! si bien.” O sintoma, “diz sentir-se bem, quando está
desesperadamente doente”, levou à prescrição dcAr- nica que curou o caso.
Amica não tem a sonolência, a vermelhidão, a condição estupefata de
Baptisia, embora ambas tenham marcadamente a sensação de cama dura.
(,Pyrogen.)
Baptista tem a sensação do,Amica, “por todo o corpo como se contundido
ou golpeado.” Um experimentador descreve: “Deitado em uma posição por
poucos minutos, ou sobre as costas, isto causou uma dor muito forte na região
sacral, como se eu estivesse deitado no chão duro durante toda a noite e
induziu a convicção de que se continuasse por pouco tempo naquela posição
produzir-se-ia uma escara; quando voltando-se para o outro lado, a mesma
sensação foi produzida sobre os quadris.” (Baptisia deve ser útil nas escaras).

SUMÁRIO DOS SINTOMAS EM NEGRITO E CARACTERÍSTICOS

Estupor: cai no sono enquanto alguém lhe fala ou ele está respondendo a uma
pergunta; sono pesado até levantar-se; acorda para pegar no sono novamente
nomeio de sua resposta, que em vão tenta terminar.
Confusão de idéias. Confusão como se estivesse bêbado.
Ela não consegue dormir, porque não é capaz de reunir suas partes.
Sente-se espalhada ao redor e debate-se procurando reunir seus pedaços.
Aversão ao esforço mental. Indisposto a pensar: a mente parece fraca.
Sensação de contusão no occipício.
Face amarelada: vermelha-escura; com expressão de estupefação; ruborizada;
escurecida.
Manchas nos dentes e nos lábios; língua ulcerada.
Odor fétido ria boca (Merc.).
Fauces vennelhas-escuras; úlceras escuras e pútridas... incomum ausência de
dor.
Amídalas epalato mole inchados, não acompanhados de dor.
Somente pode engolir líquidos. O mínimo alimento sólido faz engasgar.
Esôfago sente-se constrito de cima para baixo no estômago.
Paralisia dos órgãos de deglutição (Gels.)
Região ilíaca direita sensível.
Músculos abdominais doloridos à pressão, com dor aguda intermitente.
Diarréia fétida, fatigante, causando escoriações.
BAPTISIA TINCTORIA 127

Sonolência; estupidez; estupor com delírio.


Formas cerebrais de febre.
Formas tifóides e cerebrais de febre, com delírio e sonolência.
Sensação de cabeça ou membros espalhados. Fezes involuntárias insuficientes,
dificuldade de respiração.
Prostração com tendência dos fluidos à decomposição.
Descargas e exalações fétidas: respiração, fezes, urina, suor, úlceras. Ulceração,
especialmente da boca; também com tendência à putrefa-
BELLADONNA

Este é um dos policrestos de Hahnemann - drogas de muitos usos - que


tem seu lugar (d[e utilidade suprema nas condições agudas e violentassem
todabotica de medicamentos homeopáticos. Um daqueles medicamentos, “sem
o qual, poderíamos realmente desistir.”
A violência corre através de Belladonna, violência e caráter súbito.
Associamos Belladonna em nossas mentes com a violência súbita - dor
» • . . . . • - u » ^ > •

violenta, dor de cabeça violenta, dores pulsantes violentas, delírio violen- to,
mania violenta, sobressaltos e contrações violentos e convulsões violentas.
Bell é um remédio de condições agudas e súbitas, como Acon., mas
bastante diferente deste último em seus sintomas. Falando grosseiramente,
Aconitum é um turbilhão na circulação; Belladonna é um turbilhão no cérebro; da
mesma maneira que Chamomilla provoca e cura transtornos associados com
um turbilhão no temperamento.
Os sintomas cardinais da inflamação, como nos ensinaram, são calor,
rubor, inchaço e dor. E todos estes sintomas estão presentes em Belladonna em
um grau violento; por isso Belladonna é paliativa nas inflamações em geral e
irá modificá-las, mas é curativa somente quando os demais sintomas
concordarem. Por exemplo, nas inflamações do pulmão e pleura, seu retrato da
doença, como já mostramos, é facilmente distingüível daquele de Bryonia,
Phosphorus e dc outros remédios. É a “totalidade dos sintomas característicos”
que tem de ser levada em conta, se uma cura rápida e notável é o resultado
esperado. Curas rápidas na pneumonia? No herpes? Como você pode curar
rapidamente uma pneumonia com consolidação? Um herpes com extensa
erupção vesicular? Com o remédio certo, pX£ÇO££meftt£,_& pneumonia
deixará dc se desenvolver, não chegando a consolidar-se. Mas assim mesmo,
uma queda súbita na temperatura e pulso, a possibilidade rápida do paciente
descansar e dormir, o bem-estar súbito, quando o paciente pede comida, o
jornal, conversa e sorri, tudo isto anuncia a cura, mesmo que os pulmões
levem dias para se recuperar. Da mesma maneira ocorre com o herpes: a dor; a
vermelhidão, a inflamação subitamente se vão, as vesículas estão se secando,
são simples crostas que não trarão mais problemas. Nas doenças agudas o re-
médio homeopático necessário declara-se inconfundivelmente e quase
BELLADONNA 129

sempre rapidamente. Quando você o atingiu, não há engano.


Belladonna foi considerada útil para impedir o desenvolvimento de
panarícios nos estágios iniciais, de apendicites e, sem dúvida, muitos casos de
pneumonia. O quadro típico de Belladonna, quando encontrado, é in-
confundível: a facèvSrmelha-brilhante, as pupilas dilatadas, a pele ardente, as
dores latejantes, a intolerância à pressão e ao RUÍDO estridente. Estes sintomas
pedem Belladonna, qualquer que seja a doença. Belladonna pode curar quando
os retratos da droga e da doença concordarem. É claro que há drogas, aspirina,
genaspirina, etc. que abolem a sensação de dor somente, mas não curam. Tais
drogas podem ser perigosas em apendicite aguda, na afecção aguda do ouvido
médio, porque elas simplesmente mascaram os sintomas, enquanto a doença
continua se desenvolvendo, talvezpara um apêndice supurado euma peritonite
generalizada, ou uma mastoidite aguda, necessitando de cirurgia urgente para
evitar um abscesso cerebral. Tome cuidado com os analgésicos. Eles não são
seguros. Os remédios homeopáticos que se adequam aos sintomas somente
acabam com a dor ao curar a condição que a causava.
Uma experiência recente, nunca esquecida, da rápida ação curativa de
Belladonna foi no interior há alguns anos, onde um garoto ficou exposto ao sol
muito quente e subitamente foi acometido de violenta dor de cabeça, face
ruborizada e temperatura muito alta - a mais alta que eu já vira até aqueles dias
c que me deixou assustada: 40,5 ou 41,1° C. Ele tomou Belladonna e no dia
seguinte já estava bem. Estas experiências iniciais impressionantes não são
facilmente esquecidas.
Na insolação e nas violentas dores dc cabeça congestivas, Belladonna e
Glonoinum parecem correr lado a lado. Glonoinum (nitroglicerina po-
tencializada) também possui dor de cabeça latejante e explosiva e ondas de
intensa dor. Há também a face avermelhada, quente e, como Belladonna, não
pode suportar a menor VIBRAÇÃO. A grande diferença entre os dois parece
ser que Glonoinum tem agravação marcante pelo calor - não suporia qualquer
calor na cabeça, podendo até mesmo melhorar com compressas frias, enquanto
que Belladonna é muito sensível ao frio; a cabeça Bell é especialmente sensível
ao frio e Bell tem transtornos por esfriar ou molhar a cabeça, até mesmo por ter
os cabelos cortados.
O efeito extraordinário de Glonoinum tem sido visto nas dores terríveis de
graves fraturas cranianas. Um garoto esteve durante dias sob morfina; como
poderia viver sem ela? Glonoinum logo respondeu satisfatoriamente a esta
questão.
Belladonna tem hipersensibilidade à LUZ - com suas pupilas enormemente
dilatadas! - ao barulho, ao movimento, à PRESSÃO, à VIBRAÇÃO, ao frio e,
como dissemos, a lavar a cabeça e ter os cabelos cortados.
GUERNSEY diz, a respeito de Belladonna'. “Manifestada sob essa
130 BELLADONNA.

droga está a rapidez marcante da sensação ou do movimento. Os olhos movem-


se, abrem e fecham rapidamente; as dores vêm e vão com grande velocidade;
uma dor pode ter durado algum tempo e então, num segundo, vai-se embora;
pode começar subitamente, aumentar vagarosamente ate alcançar certa
intensidade, então vai embora em um segundo. Muitos tremores e contrações
dos músculos. Entorpecido e sonolento, meio acordado e meio adormecido.”
Em relação ao súbito ir e vir das dores dc Belladonna, lembro-me do caso
de uma empregada capaz e muito querida, que começou a ter súbitas e
violentas dores de cabeça e depois ataques convulsivos ocasionais, para os
quais não se conseguiu encontrar uma causa. Quanto às dores de cabeça, ela ia
para cama sentindo-se bem e, então, em certas noites, vinha para meu quarto,
ondè já me preparava para dormir, com as mãos trêmulas sobre a cabeça: “Ai,
minha cabeça, minha cabeça! Oh, minha cabeça! Dê- me algo para minha
cabeça!” Uma dose de Belladonna, alguns minutos de espera e então,
subitamente: “Foi-se embora! ”... e voltava feliz para a cama. O problema
terminou, tragicamente, em um acesso, numa certa manhã, quando limpava a
grelha da sala de visitas. A outra empregada a descobriu caída de frente, com
sua cabeça na grande lareira, com uma marca preta da barra superior
atravessando-lhe a garganta, demonstrando a causa de sua morte:
sufocamento. A moça que a encontrou nem tentou puxá-la para fora, mas
correu do local, cheia de medo, para chamar alguém e não houve mais tempo
para qualquer tentativa dc ressuscitá-la. Uma autópsia revelou um glioma no
cérebro, um pequeno tumor que causara todo o seu estado. Mas era curioso
ver como Belladonna conseguia rapidamente aliviar as severas dores de
cabeça, mesmo quando dependentes de uma condição como essa. .
Nunca pense que a homeopatia pode curar tudo: não pode. Mas ela pode
aliviar até mesmo o incurável, num grau que às vezes torna difícil conceber a
incurabiiidade.

KENT possui uma conferência maravilhosa sobre Belladonna, da qual


faremos um empréstimo...
Belladonna significa calor, vermelhidão e ardor intenso.
A garganta de Belladonna arde como carvão em brasa; as amidalas
inflamadas ardem como fogo. A pele arde como fogo para o paciente, e
apresenta-se intensamente quente para o médico.
Coloque sua mão sobre um paciente Belladonna e você desejará rapi-
damente retirá-la, porque o calor é muito intenso. Kent diz que a sensação de
calor pode permanecer em seus dedos durante horas.
O calor é violento. “Intenso. Violento.”
Com o calor de Belladonna há a vermelhidão brilhante, tornando-se talvez
mais tarde uma aparência escura ou manchada. Mas a pele é lus-
BELLADONNA 131

trosa, vcrmclha-brilhantc.
Belladonna tem inchaços rápidos: “como se fosse estourar.”
Há também latejamentos - pulsações violentas: “um verdadeiro turbilhão:
um terremoto. Tudo é sacudido quando o paciente precisa de Bel- ladonna”
“Um dos remédios mais dolorosos”: as dores vêm subitamente e vão
subitamente.
Movimento, para Belladonna, significa sofrimento violento: sensação que a
cabeça vai estourar, que os olhos estão sendo pressionados para fora; dores
martelantes.
Há piora com o toque, que excita a pulsação violenta.
r« * mé

Piora com a VIBRAÇAO. O paciente piora se você tocar a cama ou vibrá-


la, o que “lhe revelará o remédio -Belladonna.
Há dores intensas que pioram com a luz, com a vibração, com o movimento,
com o frio. Melhoram com o calor; melhoram agasalhado; pioram com corrente
de ar.
Inflamações: especialment e do cérebro, pulmões e fígado.
As dores de, Belladonna, suas inflamações e sofrimentos, seus ataques de
delírio noturno são ataques inflamatórios violentos e acompanhados por calor
intenso.
Espasmos: desde as contrações durante o sono de bebês durante a dentição
até as mais violentas convulsões.
Convulsões dos bebês, com a pele quente e congestão cerebral; ataques
desencadeados pela luz, por corrente de ar ou por friagem.
Espasmos, dos músculos circulares como os músculos do dueto biliar, onde
está presa uma pequena pedra. Kent diz que após uma dose ác Belladonna o
espasmo cessa, a pedra passa e a agonia da cólica biliar é aliviada.
A violência passa por todos os sintomas mentais que Belladonna pode
causar e portanto pode curar: “um estado selvagem”, diz Kent, “aliviado,
talvez, ingerindo-se um pouco de comida.”
Com o delírio violento de Belladonna haverá febre, vermelhidão e ardor. O
cérebro arde, a cabeça arde, a pele arde.
Bryonia, como vimos em outro dia, tem o delírio da ocupação do dia- a-dia,
de coisas comuns; a ansiedade acerca dos negócios; o desejo de ser bem-
sucedido.
Belladonna tem o delírio da fúria que se joga contra a parede; que tenta
escapar; que morde; cospe; chora. Há o medo também de um cão negro
imaginário, de uma força, etc. Kent diz que Belladonna não é indicado nas
febres contínuas, como a tifóide. Neste caso, Bell. poderá ser danoso, então virá
Hyoscyamus. Nash diz que Hyoscyamus é o melhor remédio que ele conhece
para febre tifóide ou pneumonia tifóide, com delírio que decorre com estupor,
carfologia, silêncio ou murmúrio.
Belladonna, Stramonium e Hyoscyamus estão relacionados botanica-
132 BELLADONNA

mente: e todos são “drogas de um alto grau de delírio”,.na ordem acima


apresentada, sendo Belladonna o mais violento. Eles têm muito em comum,
mas há muita coisa que os distinguem.
Belladonna e Stramonium têm ambos vermelhidão da face, mas Stramonium
não apresenta o intenso calor ardente. A face de Hyoscyamus é pálida e
encovada. Belladonna não suporta a luz; Stramonium não suporta a escuridão,
fica aterrorizado com ela, precisa haver luz. Stramonium deseja rezar.
Hyoscyamus, em seu delírio ou mania, perde todo o senso da decência e deseja
tirar a roupa. Este é o “trio de remédios de delírio” de Nash. Mas é claro que
não é necessário delírio, mania ou convulsões para usar um desses remédios
nas doenças. São os sintomas extremos de sua ação.
Hahnemann diz que um estudo dos sintomas de Belladonna mostra que ela
corresponde em semelhança a um número de estados mórbidos comumente
encontrados e, por esta razão, é freqüentemente aplicável para propósitos
curativos. Há pessoas pouco sensíveis que gritam contra seu caráter venenoso
e deixam seus pacientes morrer pela falta de Belladonna, pois elas “prescrevem
remédios suaves para estas doenças”. Isto somente revela sua ignorância
“porque um medicamento não pode ser substituído por outro”.
Hahnemann ensina que os venenos mais violentos tornam-se os remédios
mais amenos, “desde que sejam ministrados em apropriadas doses mínimas”.
Ele diz, por uma larga experiência obtida junto aos leitos de centenas de
doentes, durante os últimos oito ou dez anos, que ele não poderia deixar de
alcançar a decilionésima diluição (30 3 potência). Além de seus poderes
profiláticos na escarlatina, esta droga é o melhor preventivo da hidrofobia,
ministrada no início a cada 3 ou 4 dias, e depois em intervalos mais longos.
Realmente, Belladonna tem muitos sintomas de hidrofobia: o medo da água, os
intentos de morder, o espasmo da garganta que impede de engolir, a mania, o
delírio no qual ele sente “terror dos cachorros”, “cercado por cachorros”, etc.
ALLEN, na sua Encyclopaedia, fornece 2.545 sintomas causados por
Belladonna. Destes sintomas, aqueles em negrito, várias vezes provocados e
curados por Belladonna, são tão numerosos que somente, nos ocuparemos de
alguns deles. Mostram-nos o gênio da droga e suas esferas de ação mais
marcantes.
Inclinação a morder aqueles que o rodeiam.
Ela tentava morder e golpear seus acompanhantes, entrava em acesso de riso e
rangia seus dentes. A cabeça era quente, a face vermelha, o olhar selvagem e feroz.
Inclinação a morder quem o rodeia, e a rasgarem pedaços tudo o que se
encontra à sua volta.
Raiva, fúria violenta. Delírio furioso. Ela puxava os cabelos dos que a
BELLADONNA 133

acompanhavam.
Tamanha fúria (com calor ardente no corpo, olhos abertos, fixos e imóveis) que
exigia que ela ficasse constantemente amarrada, para que não atacasse alguém;
assim amarrada, sem poder movimentar-se, ela cuspia continuamente nos que a
rodeavam.
A face estava vermelha, a cabeça quente, o olhar parado e selvagem; pupilas
dilatadas; as artérias do pescoço e da cabeça com pulsação visível.
A noite ele foi atacado por um delírio tão violento que foram necessários três
homens para contê-lo. Sua face estava lívida; seus olhos injetados e protrusos; as
pupilas muito dilatadas; as artérias carótidas pulsando violentamente; um pulso
freqüente, cheio e duro, com perda da capacidade de engolir.
Grande intolerância à luz e ao barulho.
Ele procurava constantemente sair da cama. Quando colocado na cama ele saía
novamente em delírio, falando o tempo todo, rindo e exibindo perda completa da
consciência, não reconhecia seus próprios pais.

Fluxo de sangue para a cabeça; pulsação das artérias cerebrais e um latejamento


no interior da cabeça. Dor de cabeça muito intensa.
As dores na cabeça se agravam pelo barulho, movimento, quando se movem os
olhos, por abalos, pelo contato.
Medo de tossir, devido ao aumento da dor que isto causa.
Dor de cabeça pressiva, especialmente na testa.
Pressão dolorosa na cabeça, especialmente na parte inferior da testa, diretamente
acima do nariz, intolerável ao pisar ou andar.
Três violentos golpes, da testa ao occipício; depois do que a prévia dor de cabeça
repentinamente desaparece.
Pulsação violenta no cérebro, de trás para a frente e em direção a ambos os
lados: que termina na superfície em dores tironeantes.
Dor de cabeça espasmódica violenta, ao andar rapidamente ou ao subir um
escada rapidamente ...a cada passo parece que o cérebro ergue-se e cai sobre a
fronte; a dor é aliviada pressionando-se a testa com força. (A única “melhora pela
pressão" de Belladonna ?)
Golpes como se uma faca atravessasse de uma têmpora à outra.
A cabeça é tão sensível que dói ao mínimo contato.

Olhos salientes e cintilantes;pupilas dilatadas.


Um olhar parado. Desfigurado, com a face avermelhada e inchada.
Olhos secos; movimento acompanhado de sensação de secura e rigidez.
Calor ardente nos olhos.
Pupilas dilatadas; dilatadas e imóveis.
Tudo o que ele vê parece vermelho.
Grande sensibilidade de olfato.
134 BELLADONNA

Vermelhidão acentuada da face; face vermelha e ardente com dores


inexprimíveis pela cabeça. Face, pescoço e peito muito inchados.
Tumefação e vertnelhidão na face e lábios.
Ação espasmódica dos músculos da face.
Movimentos convulsivos da face, com distorção da boca.
Língua e palato de cor vermelha-escura. Secura da garganta e dificuldade de
engolir.
Secura da língua e garganta, tão grande que interfere na fala. Secura das fauces
bastante aflitiva.
Sensação como se a garganta fosse estreita demais e como se nada passasse
adequadamente por ela durante a deglutição.
Sensação de came viva na epiglote: raspa, arranha, dói.

Náusea.
Todo o abdome dolorido por muito tempo, como se estivesse todo em came viva e
ferido.
Sensibilidade excessiva do abdome, que não pode suportar o menor toque.
Pressão cortante violenta no hipogástrio, ora aqui, ora ali.

Retenção de urina, que é eliminada somente gota a gota.


Hemorragia uterina, com mau cheiro.
Pressão e impulso violentos em direção aos órgãos sexuais como se tudo fosse
cair fora.
Menstniações adiantadas demais e muito profusas, de sangue vertnelho escuro,
grosso e decomposto.

Catarro ou tosse com coriza.


Secura dolorida na laringe.
Laringe como se inflamada e inchada.
Rouquidão.
Tosse rouca e profunda.
Pulso cheio e rápido.

(Eis agora os sintomas em negrito das extremidades)


Coxas e pemas, como se estivessem completamente contundidas, como se
tivessem apodrecidas.
Dores penetrantes e corrosivas ao longo dos ossos... Dores dilacerantes nas
juntas...
Convulsões epilépticas.
Desejo de levantar-se da cama a todo o momento.
O garoto deseja escapar.
BELLADONNA 135

Grande irritabilidade e impressão dos sentidos.


Paladare olfato muito aguçados.
Paladar, visão e audição mais aguçados; mente mais facilmente excitada
epensamentos mais ativos.
Excitabilidade nervosa excessiva com sensibilidade exaltada de todos os órgãos.
O mínimo bandho ou luz perturbam.

Vermelhidão de todo o corpo com pulso rápido.


Vermelhidão de toda a superfície do corpo como na escarlatina.
Pústulas irrompem-se nas bochechas e nariz...

Ele tem sobressalto como se estivesse assustado e acorda tão logo tenha
adomiecido.
Sobressalta-se como num susto, sentindo como se estivesse caindo em abismo
(Thuja), o que fez com que ela tivesse violentos tremores.
Sono muito inquieto.
À noite os garotos tomavam-se inquietos, falavam irracionalmente e permaneciam
na cama com dificuldade.
A criança agitava-se, dava chutes e discutia durante o sono.
A temperatura da cabeça está muito alta.
Pele quente, seca e vennelha-escarlate, mais intensamente na face e orelhas.
Calor ardente dentro efora.

* * * * *
Qualquer que seja o mal-estar, dor de cabeça, febre ou inflamação, onde há calor
ardente, vermelhidão e dor que não suporta a pressão, abalo ou movimento, pense em
Belladonna.

* * * * *
Mas, depois disso tudo, quem sonharia que Belladonna fosse um dos
remédios mais comumente utilizados nos berçários?
Como FARRINGTON colocou: “O cárater da doença de Bell. é agudo,
súbito e violento. A rapidez extrema de seu iníciodeveimediatamente sugerir
Belladonna.''' (Ou Aconitum, ele poderia ter adicionado: mas seus sintomas são
muito diferentes, como já vimos.) “Por exemplo”, ele diz, “a criança está
perfeitamente bem quando vai para cama. Poucas horas mais tarde é acordada
com sintomas violentos, tremores nas pernas, irritação do cérebro e gritos
durante o sono. Todos estes sintomas sugerem Belladonna (Mas para completar
o quadro, ele poderia acrescentar que nestes casos a face é vermelha, a cabeça
quente e as pupilas grandes.)
E importante consultar e referenciar-se em vários de nossos prescrito- res
talentosos, porque um deles captou de forma mais completa a essência
136 BELLADONNA

e teve mais experiência com um remédio, um outro com outro remédio. Por
esta mesma razão é melhor ler e estudar a mesma droga em vários livros, para
obter esclarecimento da pessoa melhor qualificada para fazê- lo. ^Selecione
obras de várias mentes, se você deseja se nutrir e estimular sua própria
inteligência.
Nós citaremos um pouco de Farrington (ClinicaiMatéria Medica)...
Nos casos de envenenamento por Belladonna, a boca e a garganta são
aflitivamente secas, obrigando a esforços freqüentes para engolir, com es-
pasmos sufocantes das fauces e glote. A sede é violenta, sendo que a água
agrava: vertigem, confusão, alucinações e, finalmente, estupor. As pupilas
estão tão dilatadas que quase obscurecem a íris. Café forte é o melhor antídoto,
é claro que após os esforços para expulsar o veneno ou as frutas silvestres que
foram ingeridas.
... Nossa sintomatologia das experimentações e envenenamentos nos
capacita a empregar a droga com certeza matemática, tanto quanto a sua
escolha é correta...
É mais adequada às pessoas dc hábito pletórico, sujeitas a congestões,
especialmente na cabeça mais do que em qualquer outra parte do corpo.
Adequada também às crianças precoces, com cabeça grande e corpo pequeno
... elas aprendera rapidamente; o sono não é natural; cabeça quente; as
bochechas vermelhas; gritam durante o sono...
Belladonna é usada freqüentemente no tratamento de convulsões. A
epilepsia é rapidamente modificada por ela e, às vezes, curada. Os espasmos
nas crianças durante a dentição, por erupções suprimidas, etc. mantêm o
remédio numa demanda quase diária. Em todos esses casos, os sintomas
cerebrais devem estar presentes: cabeça quente, face ruborizada, carótidas
pulsantes, sobressaltos assustados durante o sono, e a boca espumando e com
odor de ovos podres...
As convulsões, particularmente nas crianças, são violentas, distorcendo o
corpo de todas as maneiras concebíveis, predominando o opistótono.
Quando fecha os olhos, o paciente está apto a ter visões anormais,que
usualmente desaparecem ao abrir dos olhos... ou uma sensação de queda ...
como quando uma criança subitamente acorda do sono, agarra o ar e treme
como se fosse por medo...

Uma peculiaridade át Belladonna é a faculdade que ela tem de excitar a


constrição das fibras circulares dos vasos sangüíneos, contração dos es-
fíncteres, etc... exemplificada na constrição da garganta, que piora com
líquidos; constrição do ânus,... a agonia da cólica biliar, onde uma pequena
pedra é espasmodicamente comprimida por um estreito dueto em seu caminho
para o intestino... a constrição espasmódica do colo uterino retardando o
trabalho de parto; vontade freqüente ou ineficaz de urinar, com pouca
eliminação...
BELLADONNA 137

Nas inflamações, se são violentas, começam subitamente e são quase


opressivas em sua intensidade, Belladonna é a indicada... Nos abscessos, seja
amigdaliano, um furúnculo ou qualquer outro tipo de abscesso, quando o pus
se desenvolve com rapidez muito acentuada ... Indicado para erisipelas
ílegmonosas, que rapidamente chegam à supuração... a extrema subitaneidade
do ataque sugere Belladonna...
Nas inflamações dos seios, Bell. é indicada pela violência dos sintomas,
pela vermelhidão irradiada, pelos latejamento e tendência à supuração ...
Nas mulheres, Belladonna causa e cura constante e violento “bearing down”
com a curiosa modalidade: piora estando deitado, e melhora em pé... (O
conhecimento de tais peculiaridades da ação da droga é bastante importante, já
que, por comparação, torna possível prescrever com segurança e facilidade!
Pulsatilla tem algo deste tipo, “bearing àown” pior deitada. Guiado por este
sintoma, um homeopata observou um caso de mal- estar e febre, após um
aborto, curado rapidamente com Pulsatilla. As drogas mais comumente úteis
parra “bearing down” são Sepia, Lilium tigri- num, etc, que pioram ficando em
pé, têm de sentar-se, cruzar as pernas, escorar as partes.
Um dos nossos melhores remédios nos reumatismos agudos e crônicos. As
dores são cortantes, dilacerantes, correm ao longo dos membros como um
relâmpago... um dos melhores remédios para a rigidez reumática do pescoço
causada pelo corte dos cabelos, deixando a cabeça úmida, ou sentando-se com
a cabeça e pescoço expostos a uma corrente de ar...
Belladonna é QUENTE. Pode ter suor quente; nas hemorragias uteri- nas, o
sangue expelido é sentido quente ... Na febre reumática quando o sistema todo
parece envolvido, com dores nas juntas indo de um lado ao outro, quase
sempre há um suor profuso e acre que não produz alívio. O paciente parece
molhar tudo o que rodeia com o suor e quanto mais ele sua, mais ele
parece:não sentir melhora ... (Thuja tem o estranho sintoma, suor somente sobre
as partes descobertas e isto levou a brilhantes curas, sugerindo, por outro lado,
uma droga que poderia não ter sido lembrada. Belladonna tem o oposto, suor
somente sobre as partes cobertas.) “Levantando-se a roupa de cama, tem-se a
impressão que sobe um vapor quente.”
O retrato de Kent de Belladonna na febre reumática é este... Reumatismo
inflamatório quando todas as juntas, ou um grande número delas, encontram-se
inchadas e apresentam-se quentes, vermelhas e queiman- tes. No reumatismo
temos calor, vermelhidão e queimação que corre por todo o corpo, com a
mesma sensibilidade em todo o paciente, bem como das juntas ao menor
estremecimento da cama. O paciente quer deitar-se perfeitamente quieto, está
muito pior pelo movimento e tem febre considerável ... É especialmente
adequada para aqueles que são muito sensí
138 BELLADONNA

veis ao frio, que não podem suportar a que o descubram minimamente, que
são bastante sensíveis ao movimento das cobertas e melhorara com o calor.
“A marca e o caráter de Belladonna está em seu estado reumático, como ela
está em todas as suas demais queixas. É o paciente que recebeu de Belladonna
aquele caráter nas experimentações; é o paciente que dá à doença aquele
caráter quando ele a possui e é somente o cumprimento da Lei dos
Semelhantes, quando estes se combinam e o remédio aniquila a doença.”

BELLADONNA «QUASE ESPECÍFICA PARA ESCARLATINA”

Em março de 1933 publicamos, juntamente com Belladonna Dmg Picture, as


experiências de um médico, que fez nosso curso de Pós-Graduação, durante
uma epidemia de escarlatina em seu bairro, e colocou em prática tudo o que
aprendera a respeito de Belladonna, utilizando-a tanto profilaticamente como
na cura.
Seus resultados foram os esperados, mas surpreenderam o Inspetor
Sanitário que, ao encontrá-lo na rua, perguntou-lhe como vinha tratando os
casos de escarlatina, dizendo que, quando ele era chamado para vê-los, todos
mostravam somente um leve traço da doença e nas visitas subseqüentes
apresentavam-se rapidamente recuperados. O médico perguntou: “E como
estão indo os demais casos, em comparação? “ “Bem, eles estão se arrastando
como o usual.” O Inspetor disse também que não houve complicações e nunca
mais de um caso em qualquer família. Isto tudo era um mistério muito grande
para ele.
O médico detalhou alguns casos em pacientes cujas idades iam de 18
meses até 20 anos... Sem mortes. Sem complicações, seja nos rins, ouvidos ou
garganta, etc., enquanto que a doença era marcadamente encurtada, e não
havia praticamente período de convalescença. Em 80% dos casos, Belladonna
foi o único remédio necessário. E ele conclui: “Eu nunca fui tão bem sucedido
no tratamento de pacientes com escarlatina antes”. Ele conta também como
usou Belladonna com sucesso como um profilá- tico (como foi notado pelo
Inspetor Sanitário). Somente em uma família um segundo caso ocorreu na
mesma casa - quatro semanas mais tarde! (o período de incubação da escarlatina
é de 1 a 8 dias).
r \
BELLIS PERENNIS
(Margaridinha)

V )

Nossa própria erva indígena apropriada para as contusões, para os machucados:


nossa própria Amica, até mesmo na produção e cura de furúnculos! Temos aqui
um dos remédios particulares de Burnett, a respeito do qual há muitas
observações dispersas por suas monografias. Clarke, seu amigo, admirador e
compilador, diz: “A margarida é a flor que é constantemente pisada, esmagada
e que sempre volta a brotar com viço. Sendo “o olho do dia”, pode ser o sinal
de suas propensões a um fácil despertar.” Ele cita Burnett quando diz: “Ela age
muito similarmente a Amica, mesmo quanto à produção de erisipelas.”

Clarke fornece suas relações com outros remédios, que são altamente
sugestivos quanto ao seus usos. Ele diz: “Compare Am., Calend., Hyperic., Con.,
Ars., Hamam., Vanad. O que significa: se não encontramos indicação de um
destes vulnerários, próprios para curar feridas, podemos sair para os campos
durante sua estação - que é bastante longa - para obter ajuda das florzinhas com
as quais nossos dedos de crianças costumavam brincar. Você pode ter de
escalar o Monte Leith para obter Chelidonium', ou atolar seus pés nos pântanos
paracoüierEgum^wm, para os problemas urinários. Mas enquanto muitas ervas
preciosas são difíceis de serem colhidas ou reconhecidas, ninguém pode se
enganar ou deixar passar a desagradável urtiga ou a onipresente margarida, que
dá alegria aos prados e campinas de qualquer região.
Os poetas têm amado esta flor. Para Shakespeare, são as “margaridas
multicolores” (malhadas como um tipo de pombo doméstico), enquanto que
Tcnnyson faz com que o amante desafortunado de “Maud” cante assim:

“ Eu conheço o caminho que ela tomou


Para casa com seu buquê virginal;
Pois seus pés pisaram os campos,
E deixaram viçosas as margaridas.”

CULPEPER (1616-54) escreveu sobre a “pequena margarida comum”: “As


folhas e, às vezes as raízes, são usadas e consideradas entre as

139
140 BELLÍS PERENNIS

plantas vulnerárias c traumáticas, sendo adicionadas às bebidas para tratar


ferimentos. Também são boas para dissolver o sangue congelado ou
coagulado, para ajudar na pleurite e na peripneumonia. Para o mal do Rei a
decocção dada internamente e o cataplasma das suas folhas aplicado ex-
ternamente, são tidos como um dos mais extraordinários remédios. Esta é
outra erva cuja natureza tornou comum, porque pode ser bastante útil.” Ele
fala também da erva “recém-fervida em leite de asno, como muito eficiente na
tuberculose”.
Mas é Burnett quem a reviveu, nos nossos dias, e tornou suas aplicações
científicas. Em seu Diseases ofthe Skin ele tem bastante a nos contar a respeito
dcBellis e aqui o citaremos mais extensamente. Ele diz: “Neste pequeno
volume, procuro, acima de tudo, mostrar que as doenças da pele, na maior
parte dos casos, não têm sua origem na própria pele, sendo que as
manifestações cutâneas são essencialmente devido a problemas orgânicos
mais ou menos remotos.”
“FIctcher menciona os sofrimentos por bebidas frias, a respeito do qual
desejo citar aqui um experiência instrutiva e interessante, feita por mim, dos
efeitos curativos âã margarida conium nas queixas decorrentes dc frio úmido
como, por exemplo, a acne facial.”
“Como considero a observação de importância prática mais abrangente,
darei a fonte do meu conhecimento.”

“BELLÍS PERENNIS CONTRA OS MAUS EFEITOS DO FRIO ÚMIDO NO


EXCESSO DE AQUECIMENTO.”

“Refiro-me a D. Johann Schroeder's Phannacopoea Universalis, com as


observações de Hoffman, 1748. À margarida é aqui recomendada na
hemorragia, disenteria, como 'herrliches.Wundkraut’', interna e externamente,
ou seja com um vulnerário, para os efeitos de quedas, choques, contusões e
similares, dores nas juntas, reumatismo (aqui chamado ’Gi- cht kraut'); nas
câimbras noturnas, angina pectoris, febres e inflamações; para a claudicação; e
ele diz que as mães alemãs costumam usar como la- xativo para suas crianças.
“Uma recomendação comum dc Amica com praticamente os mesmos
termos, mas eu chamaria atenção especial para isto: Esta erva é útil nos casos
onde tomou parte uma corrente de ar, muito frio, porque ela possui uma
qualidade peculiar, como a experiência mostra, de ser muito útil em acidentes
terríveis e perigosos que ocorrem após beber algo muito gelado quando se está
com o corpo quente.* Eu já verifiquei esta importante característica.
“Mindererus, em seu Kriegs-Artzeney, declara que o valor da ação dessa
erva 'deveria ser escrito sobre os portões e portas em benefício dos pobres
BELLIS PERENNIS 141

camponeses qae, na estação do calor, ficam doentes devido ao consumo de bebidas


frias'. Seu efeito, em tais casos, ele afirma que é memorável e tão imediato que
a melhora se dá de uma só vez.
“Christoph Schorer, em seu Medicinaperegrinantium, nos fornece um
testemunho similar e diz que ele curou dois homens atacados por uma tosse
perigosa, com definhamento, que surgiu após terem tomado bebida fria, quando
estavam com seus corpos quentes. E Schroeder afirma que ele curou hidropsia
devido à ingestão de muitos líquidos em dias bem quentes.
“A partir da experiência, sabemos do imenso valor de certas generalizações
no tratamento da doença como, por exemplo, Amica paraquedas e contusões,
Hypericum para o tecido nervoso traumatizado, Dulcamara para os efeitos
prejudiciais da umidade, e assim por diante.
“Podemos agora acrescentar este outro, que Bellisperennis é curativo para as
queixas devido à ingestão de líquidos frios quando o corpo está muito quente,
isto é, “efeitos de friagem repentina advinda do frio úmido quando se está quente.”
Ele então nos fornece um caso: “Uma mulher de 30 anos de idade, com
acne desde os 12 anos. Grandes espinhas na face a cada três semanas
aproximadamente, às vezes visíveis com dificuldade e às vezes parecendo uma
erisipela flegmonosa. A erupção coincidia com o início da menstruação. Ele
levantou o seguinte fato curioso. Exatamente antes de completar seu décimo-
segundo aniversário ela estava ao ar livre durante um clima sufocante,
preparando o feno e, quando já não mais suportava tanto calor, ela enfiou a
cabeça num riacho. Alguns dias mais tarde, surgiu em sua face uma erupção
“similar à varíola”. A face e as orelhas ficaram cobertas e foi necessário
amarrar um lenço ao redor do pescoço para evitar que a purgação das bolhas
existentes em seu rosto gotejassem em suas roupas. Ela ficou em casa por oito
semanas e “desde então usou uma enorme quantidade de medicamentos,
pomadas e todo o tipo de coisas, mas nada melhorou sua pele...”.
Burnett argumenta a razão pela qual fez a prescrição de Bellis 3x, M3, t.d.s.
e continua.: “Em quatro semanas a face ficou completamente boa: nenhuma
mancha surgiu durante a última quinzena. Com a menstruação a face continuou
livre das erupções do início do fluxo, pela primeira vez por toda sua vida
menstruai, que se iniciara há 18 anos!” Ela havia desenvolvido sintomas,
constipação e um estranho tremor que começava no estômago, como se ela
estivesse correndo. “Mais um mês e tudo continuava bem. Nenhuma mancha
nos últimos tempos. Ela se consultava ocasionalmente a cada dois ou três
meses, tendo ficado permanentemente curada.”
Burnett acrescenta: “Minha razão pode ser falha, mas acho que este caso
mostra como a margarida é um remédio notável e esta virtude de
142 BELLIS PERENNIS

uma planta comum que nasce aos nossos pés em todos os lugares merece ser
melhor conhecida. Pessoas com alguma experiência bem sabem dos efeitos
nocivos da ingestão de bebidas geladas quando o corpo está quente, às vezes
bastante sérios e sempre inconvenientes. E lógico que isto não se limita às
bebidas, pois a idéia é de friagem úmida e súbita no estômago ou na superfície do
corpo aquecidos. Esta propriedade da margarida é a mais valiosa, pois sabemos
de nenhum outro remédio na nossa vasta Far- macopéia que a possua; e além
de mim mesmo, acredito que ninguém esteja informado a esse respeito. Muito
do que escrevo aqui são esboços guardados era minha escrivaninha durante
anos e este pequeno conselho clínico deveria ter sido publicado há tempo,
porque ele pode ser útil antes que outro amante da suave margarida tropece
contra a generalização do velho Schroeder. Considero esta propriedade
peculiar da margarida como de suma importância e peço a todos que leiam
isto a tornem conhecida, de forma que ela possa estar disponível para os
viajantes, turistas, agricultores, soldados cm marcha, quando eles, estando
aquecidos, tenham ingerido líquidos frios ou tomado duchas frias.
“Eu a recomendaria também na dispepsia aguda e crônica por ingestão dc
sorvetes, já que as condições são idênticas. Em tais casos a tenho considerado
um eminente agente curativo... Dermatite facial seria classificada como uma
doença de pele e somente o tratamento interno a cu

rou.”
Cinco anos mais tarde, em seu Change of Life in Wotnen, Burnett novamente
nos contou mais a respeito de sua estimada margarida: “Nesta manhã, recebi
uma carta dc um colega dos E.U.A., perguntando-me quais são minhas
indicações para o uso dc Bellis per. ” Ele dá sua resposta: “Bellis per. é nossa
margarida comum; ela age muito similarmente à Amica, até mesmo a eventual
produção de crisipelas. Causa dor no baço e sintomas gerais de coriza,
sensação de muito cansaço, a pessoa (o escritor) tem vontade de deitar-se.
Bellis age sobre exsudatos, inchaços e es- tase; no ventre “estafado” sua ação é
satisfatória. Realmente, nos descon- fortos da gravidez e veias varicosas, as
pacientes não medem palavras cm seu louvor. Na tontura das pessoas idosas
(estase cerebral) ela age bem e torna o bem-estar permanente; da mesma
forma e particularmente na es- tafa por masturbação; nos trabalhadores mais
velhos e naqueles muito cansados pelo excesso de trabalho é um excelente
remédio. Nos sofrimentos da cabeça dos jardineiros de idade avançada, sua
ação é muito boa. Sua ação nos maus efeitos decorrentes da ingestão de
bebidas frias quando se está com o corpo quente é agora bastante conhecida.
Ela é uma grande amiga dos comerciantes que viajain nas estradas; para dores
na espinha dorsal com gravidade moderada, não há nada igual, tanto quanto
alcança o meu conhecimento. Penso que a estase está na base todos estes
transtornos... P.S. - Quando dada à noite Bellis é capaz de fazer com que
BELLIS PERENNIS 143

o paciente acorde muito cedo pela manhã, então recomendo que seja tomada
não muito tarde. Freqüentemente curei, usando Bellis, o sintoma 'Acorda muito
cedo pela manhã e não consegue dormir novamente'; neste caso as diluições
mais altas agem muito mais decidida e duradouramente, como regra, e sem
quaisquer efeitos colaterais, porque aqui a ação é puramente homeopática e
não de simples desobstrução.”
Em outra de suas publicações, Organic Diseases of Women, Burnett fala de
Bellis nos inconvenientes da gravidez.
“Ocorre a algumas mulheres, quando estão grávidas, sentirem muita
inconveniência para andar, sendo tarefa cansativa e quase impossível. Em tais
casos, a margarida logo torna o assunto resolvido. Quero dizer, é lógico,
quando a causa do problema baseia-se em circunstâncias mecânicas, tratando-
se, então, de um tipo remediável. Tratei de um caso grave durante a gestação
com muitos remédios, inclusive Bellis, e fiquei muito desapontado. Entretanto
o evento me mostrou a causa do meu fracasso, já que todos os problemas
vinham das longas pemas do feto, que ao nascer estavam bem dobradas...” Ele
nos dá um caso de uma gestante, ocorrido há muito na família, no qual havia
dificuldade para andar e que duas semanas mais tarde fez este relato: uBellis
fezme sentir muito melhor. Posso andar bem melhor agora, e não me sinto tão
cansada ou enrijecida.” Aqui sua ação foi rápida e satisfatória, sem efeitos
colaterais ou efeitos secundários inconvenientes, isto é, realmente específica.
Por que eu dei Bellis neste caso? Meramente porque a queixa inconveniente era
devido a uma pressão mecânica; os tecidos estavam pressionados e por isso
numa condição como a de uma contusão - então dei minha velha amiga mar-
garida, a erva das contusões, que age sobre as fibras musculares dos vasos
sangüíneos e sobre os tecidos, eliminando estas obstruções mecânicas. Tenho
usado Amica Dl e Cl, da mesma maneira e com resultados quase idênticos ...
Em outra página ele escreve: “Nas doenças só de órgãos, o tratamento
constitucional não é indicado e, por esta razão, não tem utilidade; mas um
útero 'danificado', machucado, rapidamente melhora com antitraumáticos como
Bellis perennis e Amica montana.Yi os remédios de órgão - Helonias dioica e
Fraxinus americanus - rapidamente curam a hipertrofia do órgão.” “No caso
destes remédios orgânicos, pequenas doses materiais agem melhor - até mesmo
brilhantemente; tais remédios têm a necessidade de serem repetidos em curtos
intervalos. Contrariamente, os casos de hipertrofias de órgão de causas
constituicionais não são curáveis, de modo algum, pelos remédios orgânicos
até que a doença constitucional seja curada com altas diluições espaçadameníe
repetidas de remédios rigorosamente homeopáticos...”
Não nos desculparemos por citar prodigamente os ensinamentos e ex-
periências únicos de um prescritor muito brilhante. Quando nosso conhe-
cimento é perfeito e nossos métodos de prescrição nos concedem de mo-
144 BELLIS PERENNIS

do absoluto os resultados esperados em todos os casos, estaremos aptos não


tomar conhecimento do que permanece fora da nossa experiência.
r
BORAX

\ ____________________________________________________________ y

HAHNEMANN, em Doenças Crônicas, discute Borax, dizendo que “tem sido


por muito tempo usado como remédio doméstico para as aftas das crianças c
para facilitar os trabalhos de parto dolorosos.”
Borax é mais um daqueles valiosos remédios pequenos, com sintomas
muito distintos e uma ação tissular seletiva. Não é fácil esquecer quando suas
peculiaridades dominam. Seu sintoma mais sugestivo, que levará ao seu uso
numa variedade de condições, é o seu medo intenso de movimento descendente de
qualquer tipo. Afeta a cabeça, com vertigem por movimento descendente. Tem
uma ação curiosa sobre o cabelo, com as pontas embaraçadas e unidas; que se
formam novamente após cortar as mechas dos cabelos. Seu efeito mais notável
sobre os olhos é que os cílios voltam-se para dentro (entrópio) e,
evidentemente, provocam inflamação nos olhos, especialmente nos cantos
externos. As pálpebras inferiores podem ficar completamente invertidas.
Há quem tenha percebido o “nariz vermelho nas mulheres jovens”.
Também uma palidez terrosa, expressão de sofrimento na face, especialmente
nas crianças pequenas; e erupções de herpes ao redor da boca, trazendo à
mente Nat. mur e. Sepia. Da boca até o ânus, Borax pode ser um tormento. Há
aftas tão delicadas que não permitèm o bebe mamar ou a vítima mais velha se
alimentar. No estômago impedem a digestão normal, com vômitos de muco.
Afetam o abdome com cólicas e diarréia. Inflamam o reto e ânus, levando ao
estreitamento coni ardores e aftas. Mas Borax não somente tortura o bebê, mas
a gestante e a mãe que amamenta: aftas nos mamilos que não suportam a
sucção e leite muito abundante ou muito espesso ou repulsivo para o bebê,
devido ao seu sabor desagradável.
Borax é um dos remédios para a pleurisia quando, como no caso dc Bryonia,
“o paciente não pode mover-se ou respirar sem uma pontada”.
Mas deixaremos agora alguns dos Mestres na arte da prescrição tomarem a
palavra.

* * * * *
GUERNSEY. Grande medo do movimento descendente de todo o tipo.
Medo de descer as escadas; não pode se balançar, andar a cavalo ou

145
146 BORAX

usar uma cadeira de balanço. As crianças saltam subitamente ao serem


deitadas na cama; ou podem estar dormindo calmamente, quando subitamente
acordam chorando e agarrando-se às grades do berço, sem nenhuma causa
aparente.
Cabelo embaraçado e desalinhado; pálpebras viram-se para dentro dos
olhos; distensão decorrente de flatulencia após cada refeição; evacuação antes
da micção; pele desbotada, sem aparência saudável, que se úlcera facilmente
quando é ferida. Fumar pode produzir diarréia.

FARRINGTON diz:

Borax, enquanto medicamento, ganhou sua primeira láurea nos berçários,


onde vem sendo usado há muito no tratamento de feridas nos mamilos das
mães e na boca dos bebês. Como todos os remédios populares, ele tem sido
grandemente abusado. A homeopatia resgatou-o dos berçários e agora o
oferece para a profissão como um medicamento de grande valor, mostrando-
nos quando ele pode ou não ser usado. Subjacente às afecções da boca, que
parecem ser um keynote para o uso de Borax, está um sistema ou constituição
que permitirá a afecção bucal, ou seja, o sistema mal nutrido. Então o bebê
torna-se pálido ou dc uma cor terrosa, sua carne fica mole e flácida, ele chora
muito quando mama, grila durante o sono e acorda de repente agarrando-se à
mãe, como se tivesse se assustado com um sonho. E excessivamente nervoso,
tanto que o menor barulho, até o mero ruído de uma folha de papel, bem como
um barulho pesado distante, pode acordá-lo e amendrontá-lo. Esta
excitabilidade nervosa qualifica as dores (de Borax). Por exemplo, na dor de
ouvido, você verá que cada paroxismo de dor provocará um sobressalto
nervoso na criança.
Borax distingue-se de outros remédios, como Belladonna, Pulsatilla e
Chamomilla, pelo sobressalto com a dor ou por leves ruídos, pela palidez da
face e acima de tudo por outro sintoma bem comprovado, o medo do
movimento descendente. Não é o simples movimento que acorda a criança,
pois ela não se despertará se for transportada sem movimento descendente.
Deve ser então este movimento descendente que acorda a criança. A razão
para que isto ocorra é que a criança sofre de uma anemia cerebral e o
movimento para baixo provoca uma sensação como se ela fosse cair. Você
também verá que senhoras, após uma doença debilitante, não conseguem usar
uma cadeira de balanço porque quando esta é balançada para trás, sentem
como se fossem tombar.
Inflamações aftosas da boca surgem concomitantemente à diarréia. A boca
fica quente, o que é percebido pela mãe quando o bebê suga o mamilo. A
criança deixa o seio, chora com dor e irritação, recusa-se a mamar.
BRYONIA tem causado e curado estas feridas bucais nos bebês. Mas o
sintoma característico em Bryonia é que a criança se recusa a mamar ou
BORAX 147

faz muito estardalhaço para tal, mas tão logo sua boca é umedecida, ele segura
o mamilo e o suga ativamente.
MERCURIUS, com as afecções bucais,tem salivação profusa.
ARUM TRIPIIYLLUM é rapidamento disliguido de Borax pela violência
dos sintomas e é acompanhado por feridas e crostas ao redor da boca e das
narinas.
Gostaria de recomendar cautela às babás para não usar Borax em pó toda
vez que a criança tenha uma ferida na boca. Este medicamento pode ser
prejudicial, caso não seja indicado. Após seu uso, tenho observado que os
intestinos sofrem, a criança empalidece e definha rapidamente.

Resumos extraídos de KENT:

Borax é um daqueles remédios domésticos, usados há muito tempo para


todos os tipos de condições locais como um substância suavizante e com
própositos de cura. Nas decorrências da amamentação, tanto no mamilo
materno quanto na boca do bebê usa-se bórax com mel ou líquido... E fato que
bórax cura rapidamente uma ferida na boca e não é estranho que seja assim,
porque Borax, em suas experimentações, produz condições aftosas na boca, que
se estendem para garganta e mesmo para o estômago. Ele cura quando a
genitália e o ânus estão cobertos com estas aparências aftosas.
Nervosismo, ansiedade, desassossego e sensibilidade são proeminentes em
Borax... um estado de agitação e ansiedade: agravado pelo movimento para
cima ou para baixo. Subir em um elevador leva-o quase à loucura, mas sente-
se pior quando usa-o para descer. Todos os sintomas pioram com o movimento
descendente. Feridas na boca das crianças que gritam de pavor quando são
deitadas na cama. A atividade é intensificada no organismo - audição
intensificada; hipersensibilidade a tudo o que o rodeia: excessivamente
ansioso. Agravação da ansiedade até as 11 da noite; Kent tem percebido que se
trata da hora peculiar de Borax. “Você perceberá às vezes, nas pessoas insanas,
que parece como se elas estivessem possuídas pelo demônio e depois um
intervalo de lucidez virá e elas irão se portar como se nada houvesse ocorrido.
Assim é com Borax, pode ocorrer uma grande mudança às 11 da noite; este
estado de ansiedade e excitação nervosa pode parar nessa hora..
“Outra característica: enquanto pensa durante o trabalho surge forte náusea
... com agravação decorrente do esforço mental, do barulho, da excitação, do
movimento descendente, obteremos os aspectos mentais de Borax”
“O paciente Borax com aftas no estômago terá ânsia de vômito e tosse. A
mãe diz: 'É uma tosse estomacal porque a criança tem ânsia com ela'.”
Quanto ao reto, há espessamento da membrana mucosa com estrei-
148 BORAX

tamenlo cada vez pior, até que somente fezes muitas delgadas podem passar...
Este estreitamento inflamatório tem sido curado com Borax.
A urina arde tanto que a criança grita com vontade dc urinar. A urina
quente arde como fogo.
Dismenorréia membranosa, com dores violentas como as de trabalho de
parto, antes e durante o fluxo, como se o útero estivesse expelindo a si mesmo
através da vagina. Tenho tido conhecimento de cura com Borax quando a
membrana estava ligada ao útero. Tais pacientes são facilmente assustadas
com o movimento para baixo: deixe que isto seja sua orientação na
dismenorréia membranosa.
Quando a mãe não consegue amamentar o bebê: “O leite é muito grosso e
tem um gosto ruim.” Se Borax é dado no início da gestação para uma paciente
Borax, o leite será mudado, bem como o resto da constituição, e a mãe poderá
amamentar a criança. Este remédio tem a aversão dos bebês ao peito, devido
ao fato de que o leite tem gosto ruim... a mãe precisa de uma dose dc, Borax.

SINTOMAS EM NEGRITO

A criança toma-se ansiosa quando dança; se alguém a balança nos braços há


uma expressão de ansiedade em sua face durante o movimento descendente.
Sensação ansiosa durante o movimento descendente ou de balanço. Medo do
movimento descendente.
Muito ansioso ao descer uma ladeira rapidamente, contrariamente ao seu hábito,
ele sente como se esti vesse sem fôlego.
Sensação de ansiedade durante movimento para baixo ou de balanço. (Diarréia).
VERTIGEM e sensação de cabeça cheia ao descer uma montanha ou escadas.

AFTAS com salivação.


A fias na boca, língua e na mucosa intema das bochechas, com sangramento
fácil; muito calor e secura na boca; língua rachada.
A boca da criança está jnuito quente.
Aftas tão sensíveis que a impedem que a criança mame.

’ FEZES moles, de cor amarela brilhante e com muco.


(
Pior antes da MICÇÃO.
Chora e grita com freqüência antes de urinar.
{
(

(
BORAX 149

LEUCORREIA branca albuminosa ou gomosa.


Leucorréia parecendo clara de ovo, com sensação como se uma água quente
estivesse escorrendo.
Leucorréia acre, surgindo por duas semanas entre a menstruações, com inchaço
dos lábios vaginais e inflamação e secreção das glândulas de Du- vemis.
Sensação de água morna correndo entre as coxas.

DOR PLEURITICA na região peitoral direita; o paciente não pode se mover ou


respirar sem sentir uma pontada.
A cada tosse e inspiração profunda, há pontadas no peito.
As crianças podem estar dormindo calmamente, mas subitamente acordam aos
gritos, segurando-se nas grades laterais do berço sem qualquer causa aparente para
este procedimento.
O bebê normalmente grita durante o sono e agarra-se à sua mãe ansiosamente,
como se estivesse amedrontado por um sonho.
Ela não pôde pegar no sono novamente por duas horas, devido ao calor no corpo
todo, especialmente na cabeça.
Período de dentição e infância.

ALGUNS SINTOMAS CURIOSOS OU ITÁLICOS

Irritadiço, mal humorado, indolente e descontente antes da corriqueira


evacuação à tarde, depois disso está animado, contente e olhando alegremente
para o futuro.
Assusta-se facilmente com sons incomuns.
Medo: sobressaltos em seus membros, ao ouvir um grito ansioso.
Forte náusea enquanto pensa durante seu trabalho; com tremores no corpo e
fraqueza dos joelhos.
Vertigem e plenitude na cabeça ao descer uma montanha ou escadas; ou ao
dirigir um auto morro abaixo.
Cabeça quente e tremores de frio.
Os cabelos embaraçam-se nas pontas e colam-se uns aos outros. Sc as
mechas são cortadas, formam-se novamente.
Cabelo emaranhado e com nós, não pode ser penteado facilmente.
Cílios viram-se para dentro na direção dos olhos e os inflamam, espe-
cialmente nos cantos externos, onde as margens das pálpebras ficam bastante
feridas.
Cílios carregados de exsudação seca e gomosa ficam colados pela manhã.
Pálpebras inferiores inteiramente invertidas. Dificuldade de abri-las.
Ponta do nariz vermelha e brilhante; crostas secas que se refazein
150 BORAX

quando removidas.
Pressão dolorosa para baixo, na narina esquerda, como se todo o cérebro
estivesse sendo forçado para fora.
Sensação de teia de aranha na face. Sensação de um besouro rastejando
sobre o lábio inferior.
Rastejamento como de insetos sobre os lábios.
Gengivas avermelhadas acima das raízes dentárias, no maxilar superior, na
parte frontal.
Câimbra, adormecimento e rigidez da língua, impedindo a respiração.
Membrana mucosa do palato na parte final parece queimada e enrugada.
Alegre e contente após a defecação.
Sensação desagradável de vazio nas mamas após a amamentação.
Leite muito grosso; sabor ruim, coalhando com freqüência ao ser tirado.
Aversão dos bebês à amamentação materna.
Cólica nos bebês: eles choram quando estão deitados, ou mostram sinais
de vertigem quando carregados escada abaixo.
A criança estende as mãos para cima quando se tenta deitá-la.
Falta de ar quando deitado na cama: é preciso levantar-se.
Pontadas no peito ao tossir.
Tosse violenta com expectoração leve de gosto e cheiro de mofo. Ex-
pectoração azeda.
Sensação como se o coração estivesse do lado direito e sendo comprimido.
Úlceras fagedênicas nas juntas dos dedos das mãos e dos pés.
A criança grita durante o sono e agarra-se à sua mãe.
Algo puxa do baço para o peito.
r
BROMIUM

Dentre as drogas existe uma que se deseja estudar há muito tempo: Bromium.
Portanto, tentaremos retratá-la para benefício de todos nós.
Uma ocasião em que seu efeito foi dramático o suficiente para ficar
marcado na memória, foi o caso de um marinheiro em terra com asma. No
Repertório encontra-se assim : “Asma dos marinheiros, tão logo eles chegam
em terra firme, BROM.” em negrito e nenhum outro medicamento é dado.
Bromium agiu prontamente. E foi agregado como um segundo remédio nesta
outra rubrica: “Melhora àbeira-mar”. - Med., que alguns de nossos prescritores
consideram um palpite absolutamente certo para o uso bem sucedido de
Medorrhinum. Quando um caso pára, os nosódios (produtos de doença
potenciados) ajudam de maneira maravilhosa ou, por outro lado, eles podem
tornar eficaz o uso subseqüente da droga mais simples, aparentemente indicada.
Com Brom. inspirações forçadas profundas são necessárias de tempo em
tempo. Ele não pode inspirar suficientemente. A glote pode fechar com um
espasmo.
Bromium não consegue suportar poeira ou correntes de ar. Os dois remédios
que “pioram com pó” são Brom. eLyss.
A asma é uma condição bastante interessante, que muitos médicos acham
de difícil cura e os farmacêuticos devem apreciar a renda que sua paliação
proporciona. Um outro halogênio, Chlorum (Cloro), tem asma com uma
indicação muito definida: DISPNÉIA: NÃO CONSEGUE EXAJLAR. Outro
sintoma sugestivo é: “Grande dispnéia, inspiração através do nariz, enquanto
que a expiração é soprada pelos lábios como na apoplexia”. Entre suas
modalidades estão: “Piora ao deitar-se. Melhora com movimento e ao ar livre.”
Na asma delodum, um terceiro halogênio, as inspirações são difíceis (Brom.);
e lodum é marcadamente melhor em qualquer forma de frio e pior pelo calor.
Possui também “emagrecimento com apetite voraz”.
Os sintomas respiratórios do Fluor, que usamos na forma de Fluoric acidum,
ou melhor, como ácido hidrofluórico, parece ocorrer em menor grau, naquela
combinação. Fl. ac. expressa-se pelo couro cabeludo, glândulas, veias, ossos e
nervos. Com relação às suas dores, uma modalidade estranha foi obtida uma
vez por um brilhante farmacêutico homeopata:

151
152 BROMIUM

“A dor melhora balançando a parte afetada”. Foi uma lembrança inconsciente


que depois ele reconheceu ao sofrer uma queimadura durante gravura em
vidro. A dor em questão era uma ciática que havia resistido a todas
prescrições, dc saber e ensinamento; somente para se render àquela “intuição”
ou lembrança inconsciente e umas poucas doses de Fluor. ac. 30.

* * * * *
Onde os brometos são longamente utilizados, seja para induzir o sono na
insônia crônica ou para suprimir a epilepsia, o paciente fica gradualmente
reduzido a um “idiota”. No bromismo a pele é primeiramente envolvida, com
pápulas como acne. Então vem a diminuição da sensibilidade cutânea e da
faringe. Ocorre uma perda de energia, geral e sexual. O intelecto fica
embotado, o paciente sente-se deprimido, facilmente fatigado e inadequado
para o trabalho. As funções cerebrais elevadas ficam deprimidas antes das
funções inferiores - “na ordem inversa do desenvolvimento fisiológico das
funções (a Lei da Dissolução)”.
Aplique tudo isto em potência para um paciente exatamente assim e você
será capaz dc usar Bromium de modo curativo.

* * * * *
Contaram-nos que “se Bromium for introduzido no interior de um corte,
este ficará com uma aparência não saudável; uma substância deteriorada de
cor esverdeada se forma ao seu redor, com um odor ofensivo.” Se você
encontrar uma condição semelhante a esta, use novamente Brom., em potência,
e atingirá a cura. Ele irá direto ao ponto.
Brom. tem pústulas no nariz, língua, dedos das mãos, ânus; furúnculos nos
braços, etc. Possui “bocejos contínuos com dispnéia” e sonhos vividos sobre
escaladas, excursões, discussões e lutas.
Deixaremos agora que outros, mais sábios e experientes, contem-nos um
pouco acerca deste medicamento.

* * * * *
GUERNSEY diz que o bromo afeta particularmente o lado esquerdo
interno da cabeça. Importante na difteria e crupe, especialmente nas crianças
com pele fina, branca e delicada, e cabelos e sobrancelhas muito claros.
Humor alegre, com desejo de trabalho mental. (Ação primária)
A difteria começa na laringe e ascende. Refere-se a ruídos da crupe,
estertoração solta na laringe, mas não há sufocação com a tosse, como em
Hepar.
Afeta principalmente os olhos, peito e coração. Nas mulheres tem um
sintoma curioso, “escapam gases pela vagina.” (Temos usado este sinto
BROMIUM 153

ma para prescrever Brom., no Departamento de Ginecologia.)

* * * * *
KENT dedica muitas páginas a Bromium. Nós faremos uma apresentação
condensada. Ele diz: “Ele é tão raramente indicado que a maior parte dos
homeopatas o têm como um medicamento totalmente inútil... Eles dão Brom.
para a difteria, e quando este não funciona, eles dão Merc. cy. Quando este
último também não funciona, eles dão algum outro medicamento 'para difteria',
sempre para difteria . Eles não tomam os sintomas do caso nem prescrevem de
acordo com o método individualizador. Eles não prescrevem para o paciente,
mas para a doença. Você pode não ver mais do que meia dúzia de casos de
difteria nos próximos vinte anos, mas quando você vir um caso de Bromium,
você desejará conhecer Bromium ... Uma característica básica de Brom. é ser
especialmente indicado para indivíduos que ficaram doentes pelo calor.
Também nas queixas que advêm após um dia muito quente de verão. Por ficar
aquecido em excesso. .. Mas depois que o transtorno chega, não importa onde
ocorra, ele se torna tão sensível ao frio que uma corrente de ar frio o congela
até os ossos, apesar de não suportar ser aquecido demais.
“Os gânglios tornam-se duros e endurados, mas raramente supuram.
Permanecem duros. Inflamação com dureza é a idéia. Tem curado aumento e
grande endurecimento da tiróide. Bócio. Bromium para alguns é
o remédio de rotina para o bócio, e quando ele não funciona, eles tentam um
tratamento com casca de ovo, e quando este tratamento também não dá
resultado eles tentam alguma coisa mais, ao invés de tomar os sintomas do
paciente.
“Emagrecimento e tendência à infiltração. Não é de se estranhar que tem
sido um remédio curativo na tuberculose e no câncer. Fraqueza: pernas fracas e
prostradas; prostração crescente com tremores nos membros. Exsudato
membranoso. Um aspecto natural da membrana mucosa é a infiltração, de
forma que parece eliminar poucos exsudatos branco- acinzentados, sob os quais
há enduração. Isto é verdadeiro em úlceras. Uma úlcera sobre a membrana
mucosa irá se aprofundar, cada vez mais, e criará sob ela o tempo todo um
estrato de tecido endurecido... 'Frio gelado nos membros.' 'Calor na cabeça.'
Dispnéia com grande suor. Manifestações de crupe.
“Palpitação: com náusea, com dor de cabeça, com excitação nervosa.
Aversão ao trabalho, à leitura. Desinteresse pelos serviços domésticos.
Indiferente; cansado. Triste e desencorajado. Problemas de ouvido com
aumento e endurecimento das parótidas. Inchaço e endurecimento da pa- rótida
esquerda... Rubor facial. De sangue quente, facilmente aquecido. Mas isto é
completamente o oposto da condição constitucional crônica de Bromium.
Aparência envelhecida. Bromium crônico terá face doentia e
154 BROMIUM

acinzentada. Ou crianças pletóricas que tem face vermelha e ficam facilmente


quentes em demasia. E lógico que, onde houve dispnéia durante horas, ou por
muitos dias, o paciente torna-se cianótico e pálido; ofegante e sufocante, como
na difteria, crupe, afecções laríngeas.
“Bromium adequa-se ao tipo mais maligno de difteria. A membrana cresce
como uma erva daninha; impede a respiração, fecha a laringe. Começa na
garganta e vai para a laringe. Grande violência e forte prostração subseqüente.
A maior parte das curas realizadas com Brom. tem sido na difteria do lado
esquerdo, embora haja ocorrência de cura em ambos os lados. Você raramente
verá Bromium desenvolver-se em clima frio e seco, mas sim em clima quente e
úmido.
“Úlceras estomacais crônicas. Vômitos com sinais de ulceração. Vômitos
ou diarréia ficam piores depois da alimentação. Pior por: ácidos; ostras, fumar
tabaco, coisas quentes, chás, bebidas quentes. 'Dores decorrentes da ingestão
de alimentos quentes.' Fezes membranosas. Matéria fecal preta; tem a
necessidade de defccar após comer.
“Veias dilatadas. Hemorróidas protrusas: doem agudamente dia e noite.
'Hemorróidas não visíveis, mas intensamente dolorosas, com fezes pretas e
diarréicas.'
“Levanta-se de repente por falta de respirar; ofegante e sofrendo para
respirar. Espirros e sibilos na laringe. As passagens de ar parecem como se
estivessem cheias de fumaça ou vapores de enxofre ou alcatrão. . . Cócegas ou
sensação de frio na laringe. Como se a laringe estivesse coberta por penas ou
veludo, mas a sensação é que ela está muito fria. O ar expirado parece frio,
como se saísse neve ou gelo... espirros, rouquidão, irritação no trato
respiratório decorrente do manuseio de coisas empoeira- das.”

SINTOMAS EM Nt, ,RITO {Allen, Hering)

Ela não se sente como normalmente, mas não consegpe dizer porque.

PARÓTIDAS afetadas, especialmente a esquerda.


Inchaço e enduração da parótida esquerda, quente ao toque.
Supuração da parótida esquerda: descarga aqüosa e escoriante: inchaço
permanece duro e não cede. (Especialmente após a escarlatina).

CORIZA contínua e obstinada, com ferida abaixo do nariz e nas suas bordas.

FACE cinza, cor de terra.


BROMIUM 155

Inchaço dos GÂNGLIOS, duro como pedra, especialmente sobre a mandíbula


inferior e garganta.
Difteria ou crupe.

Periodicamente há muita dor no hipocôndrio esquerdo e nas regiões ilíacas.


Dor violenta, como se houvesse um ferimento intemo.
FEZES pretas.

VARIZES,á/íWí, piorando com a aplicação de água fria ou quente.


Emissão ruidosa de gases pela vagina.
Sensação de frio na LARINGE, ao inspirar.
Rouquidão crônica. Rouquidão; perda de voz; ele não consegue falar claramente.
Sensação de raspadura e came viva provocando tosse seca; ao anoitecer.
Sensação como se o cavo da garganta estivesse pressionado contra a traquéia.
Tosse com paroxismos de sufocamento.
Estertoração de muco na laringe quando tosse; tosse com som de crupe.
DIFTERIA, quando a doença começa na laringe e sobe para asfauces; ou em
alguns casos onde ela corre em sentido descendente pela laringe, com tosse de crupe e
estertoração de catarro.
Não há asfixia com a tosse, como em Hepar.
Muitos sibilos na laringe ao respirar; mais quando tosse.
Perigo de sufocamento decorrente do catarro na laringe. (Ant. tart. tem
estertoração mais para baixo, no peito)
Inflamação crupalformada pelo desenvolvimento exuberante de fungos (Difteria).
Constrição do PEITO; sem tosse; com dificuldade de respirar.
ASMA dos marinheiros tão logo eles desembarcam.
Sintomas de crupe durante tosse comprida.

Antebraços gelados.

Difteria: grande fraqueza e lassitude quando todos os sintomas passaram.

Garotas escrofulosas, louras, com bochechas vermelhas.


Inchaço escrofuloso, gânglios, vários já com supuração; tireóide; testículos;
submaxilares; parótidas.

KENT diz de Bromium: “Suas queixas surgem à noite, após um dia


156 BROMIUM

muito quente; no entanto, depois que os sintomas vem, ele fica tão sensível ao
frio que uma brisa de ar fresco congela-o até os ossos.
“O bromo se infiltra nos gânglios, que se tornam enrijecidos, mas ra-
ramente supuram. Inflamação com endurecimento é a idéia.
“JBromium adequa-se ao tipo mais maligno de difteria. A membrana
i se desenvolve como uma erva daninha, impedindo a respiração, fechando
( a laringe.”

(
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í
{
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r

Bryonia é um dos remédios de valor incalculável da Homeopatia, es-


pecialmente útil nas doenças agudas. Bryonia é também um remédio de
sintomas muito definidos, que dificilmente se falhará. Por esta razão é um dos
de mais fácil prescrição com segurança. Ele foi uma das primeiras ex-
perimentações de Hahnemann - um daqueles, como diz Dudgeon, “sem o qual
certamente precisaríamos fechar as portas”.
Conseqüentemente, Bryonia encontra seu lugar em todos os manuais de
homeopatia e nas boticas de medicamentos caseiros. Mas nos convém saber
quando e como usá-la, se desejarmos ver o milagre funcionar.
Guernsey diz, a respeito de Bryonia: “A grande característica desta droga é
a agravação produzida por qualquer movimento. O paciente não suporta qualquer
perturbação, seja mental ou física. Não consegue sentar-se na cama, pois isto
torna o paciente tão doente e debilitado, mesmo quando se levanta para tomar
um gole de água. Mover-se de um lado da cama para o outro não é tão ruim,
mas o paciente/iÃopode sentar-se.”
Vamos acompanhar isto nas experimentações. Esta Piora com o movimento
em Bryonia é um sintoma tão constante com sofrimentos em todas as partes do
corpo, que se tornou um sintoma Geral.

O movimento agrava a vertigem e a dor de cabeça;


a plenitude na testa;
(piora até mesmo pelo movimento dos olhos!) as
fortes dores pulsantes na cabeça; as dores
penetrantes na cabeça e olhos; as dores de cabeça
que se expandem, etc.; as dores em qualquer lugar.

É pior pelo movimento:


os vômitos;
a sensação de plenitude e pressão no estômago; as
dores cortantes e constritivas no estômago;
a ardência e pontadas no estômago; a dor
excessiva no estômago;

157
158 BRYONIA

as cólicas e dores cortantes nos intestinos a


cólica;
as dores abdominais penetrantes e perfurantes; a
eliminação involuntária de urina; as cólicas
uterinas (posteriores ao parto);
as dores de um seio inflamado.

Pioram pelo movimento:


as dores na região lombar, o enrijecimento, as
dores dilacerantes e a sensibilidade nessa região;
as dores de pulso torcido; a dor e inchaço das
juntas dos dedos; as dores perfurantes nessas
juntas; as dores ciáticas;
o enrijecimento e as pontadas nos joelhos; as dores
na panturrilha, tornozelo, articulações; os suores, a
dor, a fraqueza, os arrepios de frio; as dores no
periôsteo, ligamentos, etc. etc.

Então podemos adicionar àpiora pelo movimento das dores de Bryonia


presentes em qualquer lugar, seu caráter: PERFURANTE E EM PONTADAS.
Dores perfurantes, profundas no cérebro; cabeça: olhos; profunda nos ouvidos;
dentes; garganta; estômago; abdome; fígado; baço; peito;
espaços intercostais e esterno; glândulas; região do
coração; entre os omoplatas e sob o lado esquerdo,
estendendo-se para o coração; braços, cotovelo, pulso,
dedos, joelhos, sola dos pés, artelho maior; em TODAS
AS MEMBRANAS SEROSAS, pericár- dio, pleura,
meninges, revestimentos das juntas. E todas estas dores são
também piores com movimento.

E agora, para completar o retrato de Bryonia, devemos adicionar à PIORA


PELO MOVIMENTO e às DORES PARALISANTES PERFURANTES
características, o ALÍVIO PELA PRESSÃO. Este é, logicamente, em parte ao
menos, ura corolário da piora pelo movimento, porque a pressão tende a manter
as partes doloridas imobilizadas.
Aqui Bryonia difere fundamentalmente de Belladonna (ambas drogas
inflamatórias) em relação à causa e à cura. Belladonna é intolerante à mais leve
pressão ou aumento de pressão. As dores pulsantes de Bella-
BRYONIA 159

donna - cm um panarício, por exemplo, são intensificadas até mesmo com a


pressão extra do sangue no local, decorrente de cada batida cardíaca... E além
disso, quando ainda estudante, eu observei uma colega, doutoranda, com
horror, quando ela aplicou uma fomentação em um panarício na forma de uma
compressa rígida e quente de algodão, fortemente atada sobre um lado do dedo!
Estudantes e médicos fazem seu melhor trabalho quando eles mesmos
experimentam as agonias de que eles estão tratando. Uma “bandagem
caprichada” é crueldade suprema a um paciente Belladonna, pois é difícil fazer
uma peça de bandagem realmente boa se não for firme. Durante a guerra, era
costume ouvir-se histórias de que, em La Panne, os feridos temiam ser
enfaixados por uma certa Rainha que ajudava a tratá-los: ela os enfaixava
muito fortemente.
Uma pneumonia de Belladonna nunca será encontrada deitada sobre o
“lado doente”. Uma pneumonia dc Bryonia deitar-se-á sobre o lado inflamado,
para mantê-lo imóvel, ou de costas - nunca sobre o lado bom, porque isto
manteria o seu lado útil comprimido e imóvel, exigindo movimentos mais
ativos do lado dolorido do peito.
Outra das principais características d & Bryonia é a SECURA. O estágio
seco da pleurisia, no qual as superfícies inflamadas atritando-se a cada
movimento respiratório, produzem as dores em pontadas. Secura das
membranas serosas inflamadas: pericárdio, pleura, meninges do cérebro,
revestimentos das juntas. Secura também dos lábios, da língua; dos intestinos,
causando constipação com fezes secas, duras e escuras. Tosse dolorosa, seca e
espasmódica, com dores como se a cabeça fosse voar aos pedaços; com dores
explosivas na cabeça e peito, necessitando apoio e pressão para limitar sua
intensidade.
Kali carb. também tem estas fortes dores perfurantes no peito com
pneumonia e pleurisia; mas as dores de Bryonia ocorrem somente com
movimento; com respiração, enquanto que as do Kali carb. vem indepen-
dentemente da respiração.
E lembrado um caso dc Kali carb. surpreendente - um caso grave de pleuro-
pneumonia do lado direito, ocorrido cm dezembro de 1917, quando as
pneumonias eram comuns e graves.
Um homem de 65 anos dc idade adoecera repentinamente no seu trabalho.
Levado ao nosso hospital no quarto dia da doença, estivera incapacitado dc
repousar ou dormir durante as três noites anteriores, devido àdor.
No momento da internação a temperatura era de 40 graus, freqüência
respiratória 39, expectoração como “suco-de-ameixa”. Muita dor, levando aos
gritos. Mas estas dores penetrantes ocorriam independentemente da respiração
e a pneumonia era, como já dito, do lado direito. Ele foi medicado com Kali
carb. 30, por duas vezes a cada hora e em duas horas a dor parou e ele pôde ter
uma noite satisfatória. No dia seguinte a tempera
160 BRYONIA

tura caíra dois graus e no terceiro dia a temperatura mais alta registrada foi de
37,4°C, e assim encerrou-se o caso.. Ele teve uma boa e rápida recuperação.
Eis aqui um pequeno caso de Bryonia por volta da mesma época. Um
marinheiro, com 41 anos de idade, foi entregue pelo Almirantado com pleuro -
penumonia; na base direita, com a temperatura de 39,6 graus, freqüência
respiratória 44 e catarro escuro. Seus sintomas sugeriram Bryonia, que foi
administrada na potcncia 200 seguida da 1M. No segundo dia a temperatura
caíra um grau, e no terceiro dia (o quarto dia da doença) já estava subfebril,
com uma pequena elevação ao anoitecer. Assim terminou o caso, apresentando
uma recuperação rápida e ininterrupta.
Com esta, ou seja, com a verdadeira homeopatia, se o caso for tratado no
início ver-se-á cada vez mais que é possível interromper uma pneumonia.
Suponho que muitos mais casos de pleuro-pneumonia clamem por Bryonia do
que qualquer outro remédio, mesmo Phosphorus. Alguém poderia fazer um
levantamento estatístico nos registros do Hospital dos poucos casos que
necessitaram de, Kali carb.,... isto é, cujos sintomas demandaram Kali carb. Mas
em Homeopatia, um medicamento não fará pelo outro. Homeopatia é
individualização. Não é suficiente diagnosticar pneumonia e prescrever um
medicamento para pneumonia. Com Hahnemann devemos diagnosticar “uma
espécie de pneumonia; uma espécie de pleurisia”. E que espécie? Ora, uma
pneumonia do tipo Phosphorus; do tipo Bryonia; do tipo Kali carb.; do tipo
Natrum sulphur, do úpo Mercurius. A decisão dependerá sempre dos sintomas
apresentados, se um trabalho de cura é o que deve scr feito. Pode-se paliar e o
paciente ficará bem, talvez com menos sofrimento, mas isto não é CURA.
Mencionarei um outro caso interessante ocorrido por volta da mesma
época, de interrupção de uma broncopneumonia em uma criança de três anos
de idade. Ela foi examinada no ambulatório em 14 de março de 1918. A
temperatura ao meio-dia era de 38 graus, freqüência respiratória 40. Sua mãe
estivera acordada com ela durante toda a noite, ela apresentou febre ardente,
com choro e tosse. Recusava-se a comer. Ela “tinha estado ardendo em febre
nas últimas oito noites”. Havia crepitação na base direita e (?) esquerda. Foi
ministrada Bryonia 1M seis vezes a cada hora. O resultado foi “um
maravilhoso descanso à noite”, mas como havia (no dia seguinte) crepitação
em ambas as bases e a freqüência respiratória era 48, ela foi internada e
ministrou-se Bryonia 10M (três doses). No dia seguinte estava subfebril, com
respiração entre 29 e 36. A temperatura não se elevou novamente c ela teve
uma recuperação normal.
A broncopneumonia é considerada em outra parte uma doença perigosa e
prolongada para as crianças pequenas. As estatísticas da homeopatia nesta
doença são excelentes.
Remédios diferentes escolhem órgãos ou tecidos diferentes. Bryonia
BRYONIA 161

seleciona especialmente as membranas serosas para irritá-las e, assim, numa


dosagem adequada, estimular e curar. Bry. tem um efeito tremendo sobre a
pleurae o pulmão eé uma das drogas que produziu pneumonia.
Os horários de agravação daBryonia são às3h da madrugada, quando pioram
os seus delírios, seus profusos suores noturnos e sua dor de dente; às 9h da
noite é também uma das horas ruins para Bryonia, e há tendência para micção
profusa por volta de 6-7h da noite. Muito dos sintomas de Bryonia são piores
pela manhã e muitos outros são piores ao anoitecer.
Um estranho sintoma de Bryonia é dado por Hahnemann: “por uma leve
emoção mental (ou risos) ocorre subitamente um ardência (coceira) penetrante
sobre todo o corpo como se ele tivesse sido coberto por urtigas ou apresentasse
urticária, embora não haja nenhum sinal na pele. Esta ardência surge depois de
meramente se pensar nela ou quando ele está aquecido.”
Bryonia é o grande remédio do Vento Leste. A “etiologia” de certos remédios
é de grande importância. Por exemplo, as queixas de Dulcamara ocorrem com o
clima frio e ÚMIDO - pela friagem ao se ficar molhado, ou por se molhar
quando se está quente, ou por friagem quando se está aquecido. Bryonia e
outros poucos medicamentos têm sofrimentos agudos que advêm da exposição
ao frio, ao vento seco do LESTE. São eles Acon., Asar., Caust., Hep., Kali c., Nux,
Sep., Spong. etc.
Bryonia é um dos remédios de sangramento do nariz (mas neste caso, nossa
experiência mostra que Vipera é o mais eficiente - mesmo quando a condição é
prolongada). Bryonia é o remédio da menstruação vicariante: sangramento nasal
ou vômitos de sangue.
Aqui está um conselho de um dos nossos professores, que nos fala por sua
experiência pessoal. Em um paciente Natrum mur. com uma grave dor de
cabeça, não dê Natrum mur. para a condição aguda ou você irá assus-
tadoramente intensificar o sofrimento. Dê seu “agudo” Bryonia, Natrum mur.
somente no período mais quiescente.
Mentalmente e no delírio, Bryonia é lugar-comum. Sua característica
principal é a ANSIEDADE: ansiedade em relação ao futuro; em relação às
preocupações da vida cotidiana. Sonha e, nos delírios, fala sobre os negócios
do dia. Conversa irracional sobre seus negócios; tagarela a respeito dos
negócios que pretende fazer. Ele deseja levantar-se da cama e ir para casa.
Irrritadiço e taciturno.
É um grande remédio para os seios. “Seios pesados, de uma dureza pétrea;
pálidos mas duros; quentes e doloridos.”Já nas inflamações de Belladonna há
vermelhidão brilhante com a pele ardente e muita pulsação. Em um caso de
câncer de mama, onde Bryonia foi usado devido a uma grande efusão pleural,
houve uma melhora incrível da condição do seio, bem como ocorreu a
eliminação da efusão, que não havia sido aspirada por receio.
162 BRYONIA

Aqui estão alguns dos sintom as em negrito de Allen e Hahnemann, es-


pecialmente característicos de Bryonia, os quais o medicamento muitas vezes
produziu e curou.
ANSIEDADE: ele está apreensivo em relação ao juturo.
Con versa irracional sobre seus negócios.
Muito mal humorado; transtornado com ansiedade desnecessária.
Sombrio: qualquer coisa lhe tira o humor.
Sonhos repletos de disputas e coisas vexatórias.
Sonhos todas as noites muito vividos de atenção cuidadosa e ansiosa com seus
negócios. Em seus sonhos ele está ocupado com os assuntos domésticos.
Durante o sono estava continuamente ocupado com o que havia lido na noite
anterior.
Loquacidade delirante a respeito dos negócios que ele precisa resolver.
Cabeça confusa.

Vertigem tão logo se levanta de sua cadeira.


Ao levantar-se da cama pela manhã, sente tontura e rodopios, como se sua
cabeça estivesse girando em círculos.
A dor de cabeça começa pela manhã, ao primeiro abrir e movimentar dos olhos.
Dor de cabeça pressiva frontal, muito acentuada ao inclinar-se para frente.
Dor obtusa no occipício.
Dor pressiva no occipício, querepuxa até o pescoço e é aliviada porvolta do
meio-dia.
Pressão profunda na parte frontal do cérebro, com pressão em direção à testa,
especialmente violenta ao inclinar-se para a frente ou andar rapidamente. Um
passeio o deixa muito cansado.
Dor de cabeça ao inclinar-se para a frente, como se tudo fosse sair para fora,
através de sua testa; como se tudo pressionasse para fora de sua testa.

Dor pressiva acima do olho direito, seguida por dor pressiva aborrece- dora no
occipício, que se espalha por todo o corpo e continua mais ou menos grave durante
todo o dia; com movimento rápido e depois de comer, a dor tomou-se tão forte que
parecia como uma pulsação distinta no interior da cabeça.
Uma dor que pressiona para fora nas duas têmporas.

Dor no globo ocular esquerdo, especialmente violenta ao mover o globo.


Lacrimejamento freqüente.
Pela manhã os olhos parecem ter sido colados.
Sangramento do nariz por quinze minutos pela manhã.
BRYONIA 163

Face vermelha, quente e inchada.

Dor de dente repuxante, às vezes beliscante nos molares superiores esquerdos,


somente durante e após comer; simultaneamente os dentes parecem muito longos e
como se eles balançassem para lá epara cá.
Dor como se um dente tivesse sido aparafusado e depois arrancado, que é
aliviada momentaneamente com água fria.
(Dor de dente por volta de 3 h da madrugada) que se agrava ao deitar-se sobre o
lado sem dor e então vai embora ao deitar-se sobre a bochecha dolorida.
Língua com uma camada muito branca. Língua espessamente coberta de branco.
Secura na boca; boca muito seca. Sede violenta.
Acúmulo de saliva muito espumosa na boca.
Gosto insípido e doentio na boca: ele quase não tem paladar.
Gosto ofensivo e amargo. Gosto intensamente amargo na língua.
O gosto amargo da boca e a ânsia de vômito são aliviados bebendo-se
freqüentemente ágiia fria.

Sede excessiva.
Grande sede: obrigado a beber muita água fria.
Grande sede: ela pode e deve beber muita água de uma vez.
Fome excessiva.
O leite não lhe apetece, mas quando ele o prova, o apetite por leite vem e ele
começa a apreciá-lo.
Grande desejo de café.
Após uma refeição eructações amargas ou acres.
Após comer, pressão no estômago, como se uma pedra lá estivesse e o irritasse.
Como se uma pedra estivesse no estômago, após comer; região epi- gástrica
dolorida ao toque; dolorida àpressão. (Nota: somente aqui Bryonia não é aliviada
pela pressão, istoé, no estômago e abdome).

Evacuações ofensivas epastosas à tarde, seguida de ardência no ânus.


Diarréia precedida de dor cortante no abdome.
Constipação obstinada.
Fezes ressecadas e expelidas com esforço.
Urina escura, quase marrom.

Coriza fluente por oito dias.


Coriza grave sem tosse.
Catarro viscoso nas fauces, solto através do pigarro.
Tosse seca.
164 BRYONIA

Irritação que o leva a tosse intermitente: parece como se muco estivesse na


traquéia; quando ele tosse por algum tempo, ele sente uma dor de ferida e pressão: a
dor toma-se mais violenta ao falar ou fumar tabaco.
Quando ele vem de fora e entra na sala quente, tem uma sensação como se um
vapor estivesse em sua traquéia, que o compele a tossir. Ele sente ( como se não pudesse inspirar ar
suficiente.
^ Catarro viscoso na traquéia, que se solta através da freqüente tosse inter
mitente.
( Ao tossir, sente sempre uma pressão dentro da cabeça.
( Pontadas no esterno ao tossir, obrigando-o a segurar o peito com a mão.
Calor interno no peito.
Penetrante dor aguda sob o mamilo direito, na cavidade do tórax, so- {
mente na expiração.

^*****
( (Aqui estão alguns dos sintomas em itálico de ALLEN, que são bas-
I tante importantes):
Pontadas curtas, mas violentas no lado direito do peito, de forma que ele era
obrigado a segurar sua respiração e não podia gritar.
{ Pontadas no lado direito do tórax, entre a terceira e quarta costelas.
Pontadas dilacerantes no lado esquerdo do peito, estendendo-se desde as costas
até a frente, que são aliviadas durante o repouso e agravadas du- írante o movimento e pela respiração profunda. (T alvez erramos em fo
cer somente os sintomas em negrito: aqueles em itálicos são também im-
portantíssimos!)
Cansaço epeso em todos os membros.
Inchaço na junta do cotovelo e um pouco abaixo e acima dela, até a metade
superior do antebraço, e nos pés.
Na junta do pulso, dor como se fosse torcido ou deslocado a cada movimento.
^ Nos dedos das mãos, dores penetrantes ao escrever.
Grande fraqueza nas coxas; dificilmente ele pode subir escadas: menos

( fraqueza quando ele as desce.


Rigidez tensiva e dolorida dos joelhos.
Pontadas nos joelhos ao andar.
Joelhos cambaleantes e que se dobram quando ele caminha.
( As pemas estão tão fracas que dificilmente conseguem suportá-lo, quan-
^ do ele começa a andar ou mesmo quando fica em pé.
Inchaço quente no pé.
K Inchaço quente no dorso do pé, com dor de contusão quando é esticado.
^ O pé parece tenso ao pisar, e ao ser tocado dói como um abcesso.
Muito inclinado a bocejar. Bocejos freqüentes durante o dia todo.
( Ao levantar-se, grande exaustão e fraqueza;precisa arrastar-se.
{
(
BRYONIA 165

Ao levantar-se da cama, ele tem um ataque de fraqueza.


Após a sesta da hora do almoço ele tem frio e torpor na cabeça.
Grande sede (ele precisa beber muitos líqiddos frios) com calor interno, sem calor
ao toque externo.
Sensação de calor na face com vermelhidão e sede.
Ele transpira por todo o corpo ao caminhar no arfrio.
Suornotumo abundante a partir das 3h da manhã.
Suor acre.

Até o Dr. Haehl, dc Stuttgart, depois de longa pesquisa, descobrir re-


centemente os volumosos livros de casos de Hahnemann relegado a um sótão!
- e tombá-los em seu Museu Hahnemann de Stuttgart, Bryonia tinha a distinção
de figurar em um dos raros casos de sua obra colossal que estavam, até então,
disponíveis (em suas publicações mais conhecidas). Vale a pena relembrá-lo.
Ele o apresenta como ilustração de seu método de tomada do caso e busca do
remédio. Assim sendo, pode ser interessante publicá-lo novamente, por
extenso, algum dia.
Uma lavadeira tinha vindo de um lugarejo vizinho para pedir ajuda. Ela
claudicava pela dor e não tivera condições de trabalhar por algumas semanas.
Hahnemann tomou seus sintomas com o cuidado que nos recomenda e então,
através deles, anotou os remédios que os tinham causado e portanto poderiam
curá-los, até que Bryonia foi visto como aquele que sozinho cobria o retrato
completo. Naqueles tempos iniciais, ele prescreveu uma dose de Bryonia em
uma tintura forte. Quando, alguns dias mais tarde, ela faltou ao retorno, um dos
seus discípulos estava ansioso para saber o efeito do remédio. “Vá até lá e a
encontre”, sugeriu Hahnemann. A mulher estava junto ao tanque, ocupada e
indignada. Ela disse que a dor tinha passado exatamente no dia seguinte, e desde
então permanecera bem. Todas essas semanas eslivera impossibilitada de realizar
seu “ganha-pão” - como podia o doutor esperar que ela deixasse seu trabalho e
andasse todas aquelas milhas só para lhe contar que ela estava curada ?
Bryonia era uma das 50 Razões para se tomar um homeopata, de Burnett .
Deixemos que ele nos conte o episódio.
“Quando eu era rapaz, tive pleurisia do lado esquerdo e com a ajuda de um
farmacêutico do vilarejo, metade de uma barrica de uma mistura quase me
matou. Desde então fiquei com uma sensação aborrecedora naquele lado e,
embora tenha consultado muitos eminentes médicos em várias partes da
Europa, não encontrei ninguém que pudesse me ajudar. Todos concordavam
que se tratava de uma aderência antiga entre as camadas visceral e costal da
pleura, mas nenhum dos meus eminentes conselheiros pôde curá-la. Minha fé nestes
profissionais era grande o suficiente para remover montanhas, mas tanto a fé
quanto o remédio eram ineficientes.
166 BRYONIA

“Quando a medicina ortodoxa provou não poder me ajudar, eu procurei os


hidropatas (eles eram chamados de charlatães naquela época!), cujo
tratamento era calor e frio, mas isto também não me fez bem. Compressas
frias usadas meses a fio, dormindo com lençóis úmidos, banhos de vapor sem
fim - turco ou russo - e o meu antigo problema da pleurisia continuou no
mesmo estado.
“A cura pela uva, a cura pelo pão e vinho, nem dietas e mudanças puderam
me ajudar.
“Entretanto, quando eu estava estudando o que essas pessoas peculiares
chamadas de homeopatas tinham a dizer a respeito de Bryonia alba e sua
afinidade com as membranas serosas, o que eu fiz? Insultei-os e os chamei de
charlatães? Não! Eu comprei Bryonia alba, usei-a como recomendado e em
duas semanas estava com meu lado esquerdo bom. Nunca mais tive qualquer
problema até agora.
“Esta, amigo, que é a minha segunda razão para que eu seja um homeopata
e quando eu cessar de me sentir agradecido ao meu querido e velho
Hahnemann pela sua Bryonia, que minha antiga pleurisia retorne para me fazer
lembrar da verdade de seus ensinamentos.
“O que você e o mundo cm geral possam pensar disso, não me importa: eu
falo da ponte que ajudou a superar meu problema.
“Da minha parte, faço uma única exigência da medicina e somente uma, de
que ela deverá curar! A terapêutica que irá curar é a terapêutica para mim. A
respeito de sua melhor terapêutica, somente posso lhes dizer:

'Que importa para mim o quanto ela é boa,


Se ela não é boa para mimT ”

Do acima exposto, pode-se depreender que Bryonia não é somente um


grande remédio para a pleurisia aguda, mas pode curar também as condições
crônicas às vezes deixadas por ela.
NASH diz: “Não faz diferença qual o nome da doença, se o paciente sente-
se muito melhor deitado imóvel e sofre grandemente com o menor movimento
e quanto mais freqüente e extenso for o movimento, mais ele sofre, Bryonia é o
primeiro remédio a ser pensado e é preciso haver fortes contra-indicações para
que seja descartado.”
Nash diz também: “A escola dominante não sabe quanto perdeu em não
estar informada das virtudes desse remédio, assim desenvolvidas em nossas
experimentações e uso clínico, mas nós sabemos o que ganhamos.”
* ***
E agora, para encerrar... Se você tiver um paciente com graves dores em
pontadas, que pioram pelo menor movimento; pioram sentando-se; me-
BRYONIA 167

Ihoratn com a pressão; é muito sedento de grandes copos com água fria; muito
irritadiço; com raiva, mas não somente a raiva, mas com os sofrimentos aumentados
por ser perturbado mental ou fisicamente; língua branca; em delírio “quer ir para
casa” (mesmo estando em casa); ocupado em sonhos e em delírios com os negócios
do dia-a-dia, você pode administrar BRYONIA e obter bons resultados!
( Este remédio, carbonato de cálcio impuro, é uma trituração da camada
média da concha da ostra. Ele foi provado por Hahnemann. Clarke o considera
(
“um dos maiores monumentos do gênio de Hahnemann ... Seu método de
preparação de substâncias insolúveis” (através de trituração) “trouxe à luz,
neste caso, um mundo inteiro de força terapêutica anteriormente
desconhecido.”

* ***
Alguns remédios são difíceis de reconhecer. A dificuldade 6 não notar
Calcarea, adiando típica.
Calcarea tem no mínimo cinco retratos definidos nas experimenta-
ções. Eles são distintos,apesar de se mesclarem uns nos outros.

Há o retrato de dentição.
O retrato de raquitismo.
O retrato de anemia.
O retrato de tuberculose.
O retrato de deficiência mental e definhamento.

Na Cale. a criança é pai do homem ou da mulher. Se vocc conhecer a


criança Calcarea, você compreenderá Cale. mais tarde na vida.
Primeiro, então, o retrato da dentição : o bebê gordo, flácido, cabelos
louros, cabeça grande (freqüentemente com cheiro azedo), que transpira
( acentuadamente à noite durante o sono e molha o travesseiro com uma
t mancha grande e profunda. A dentição é atrasada. Os dentes que deve-
^ riam aparecer, não aparecem. As gengivas ficam inchadas, latejantes e
doloridas. Você ouve que “o leite dela o desagrada”: a criança vomita água
ácida, coágulos azedos; água azeda escorre de sua boca. Çalc. é ( muito acre: as fezes cheiram
azedo; acres e pungentes, provocam escoria-
j ções. (Em Lyc. é a urina que queima e escoria; em Cale. Sulph e outros,
, .

são as fezes). Em Cale. as fezes (na diarréia ou na constipação) podem ser (


brancas como o giz. Anéis de gordura começam a circundar os pulsos e
( tornozelos, o rosário do raquitismo pode ser sentido. As fontanelas demo
ram para fechar;os dentes demoram para entrar em erupção; os ossos

168
(
(
CALCAREA 169

demoram para sustentar o peso, são de má qualidade; arqueados.


Tosse: uma “tosse da dentição”. (Um homeopata costumava dar algo para a
bronquite, juntamente com Cale. para ajudar os dentes, até que percebeu que
Cale. cobria os dois quadros numa criança Cale.).
Tudo isso leva à criança raquítica. A criança Calcarea das experimentações e
da Matéria Medica é a criança raquítica típica.
A criança gorda, loura e pálida é trazida e jogada numa cadeira. Ela fica
sentada lá. Não se mexe para tentar ir ao chão e tocar em todas as coisas
existentes na sala. Ela se senta, letárgica e inerte. Talvez brinque com os
próprios dedos, mordendo-os.
Com uma compleição de giz.
Gordura sem boa forma física.
-§uor sem calor.
Ossos sem força.
Tecidos com muita quantidade e pouca qualidade.
Mero volume flácido, com fraqueza e desgaste.
A cabeça de Cale., quando você examina, sua excessivamente. Transpira
quando está frio. Sua num quarto frio. Sua à noite e ensopa o travesseiro (Cale.
cSil. ensopam o travesseiro à noite, durante o sono, mas seus
ITT-—— III. 'I'
11 n
” ' ' - * i r t i * i ‘ r > i f i i Y i « - t n — n — - '•'** — ,
, ij.i; , rn^Tr-tiT' —

retratos são muito difereníes).


Em Cale. tudo é demorado, tardio, pesado e fraco.
Contarão a você dos terrores noturnos; nos quais a criança acorda aos gritos
de pavor; não reconhece ninguém; dificilmente consegue ser acalmada. Treme
de medo. “A criança Cale. passa por momentos terríveis em seus sonhos”, diz
Kent. Cale. possui um extenso registro de curas destes terrores noturnos. ,\
Cale. tem desejo de ovos; come cal, pedaços de lápis, terra (Alum.), giz,
ai^ila, batatas cruas, doces, sorvetes, etc.
Detesta café, carne, leite (ou gosta do leite que lhe faz mal); odeia cigarros.
O estômago é inchado “como um pires invertido”. 1 11
.■mu riiu n‘ *j~tii‘Qnrrr í~Jiínri — iujuhiiuj ............ r" |iMI “ "

Um terceiro>retrato’’- aHiãnte na ví3a - “a paciente leucofleugmática”,


como tem sido chamada: gorda, loura e flácida. Ela vem ofegante e lhe
cumprimenta com uma mão “de sapo” - sem ossos, fria e úmida* que faz com
que você sinta um arrepio e olhe para os lados procurando por água e sabão.
Você pode reconhecer Cale. por essa mão.
Ela mostrará os sintomas de sua ANEMIA: seu cansaço, sua fraqueza, sua
palpitação. Sua falta de ar com a mínima subida. Sua sensação de peito muito
cheio de sangue; cabeça cheia de sangue.
Frialdade. Tendência a transpirar, especialmente_sobre a cabeça e pés. Ela
sua quando está frio; numa sala fria; durante o sono. A frialdade vem em
partes, até em pontos - cabeça, pés, abdome, coxas, couro cabe- ludo - frio
gelado.
170 CALCAREA

(Sulph. tem calor em partes; Cale. tem frio em partes e, como diz Kent,
suor em partes.)
Você vê uma mulher grande e gorda, sem força, respiração, energia,
firmeza, cor e saúde. Uma tal fraqueza, cansaço, falta de ar, palpitação!
Ela lhe dirá que sua menstruação é muito adiantada, muito profusa, muito
duradoura e passível de recorrência com qualquer esforço ou excitação.
E suas câimbras! Ela não pode deitar-se na cama fria sem sentir câimbras.
Ela estica suas pernas na cama e fica com câimbras; panturrilhas, dedos e
artelhos ficam todos doloridos com câimbras (Cuprum).
Ela sofre muito facilmente de torceduras. Tem dores no cóccix como se
estivesse torcido; não é capaz de levantar qualquer coisa pesada; transpira
muito subitamente; pela manhã: nas horas mais estranhas.
Ela tem uma curiosa sensação com se estivesse com o pulso fortemente
amarrado. Sente ondas de sangue em direção à cabeça. Vertigem ao virar a
cabeça.
Vi uma vez Calcarea melhorar um caso grave de anemia perniciosa de
muito anos. Tinha tentado outros medicamentos em várias ocasiões e então lhe
dei Cale. pela sua face cor-de-giz. Ela viveu bastante, acabou desistindo do
tratamento e morreu. Mas havia florescido com força enquanto se tratou.
O tipo T.B.: todos prenunciaram nas experimentações. Elas mostram
gânglios submaxilares tão grandes como ovos de galinha. Úlceras, com
endurações ao redor.
Suores noturnos.
Abdome muito distendido, duro, com gânglios inchados em ambas as
virilhas.
Mas.tudo em um “paciente Cale., seja adulto ou criança”.
Kent descreve assim: “Crianças com pés frios, extremidades magras,
abdome aumentado, estômago distendido como um pires invertido, abdome
inchado. Frias e sensíveis ao frio. Pele pálida. Face pálida e cerosa.”
O peito é muito dolorido - demais sensível ao toque e à inspiração. Muito
apertado. Muito cheio de sangue.
Tosse - a tosse com cócegas, com expectorações adocicadas e escarrando
sangue. Sim, as experimentações sugerem raquitismo, anemia, tuberculose.
E, então, ofretrato mental/de Calcarea:
Tão amendrontada - tanto medo!
Os terrores da noite; após dormir; despertando do sono.
Medo, medo, medo.
Medo que algo está para acontecer, consigo mesma ou com outra pessoa.
Medo que ela perca a razão e que as pessoas irão notar.
CALCAREA 171

Medo que as pessoas percebam a sua mente confusa.


Medo, com inquietude, medo vago. Medo da Morte.
Ela senta-se e mexe em coisas pequenas, ocupa-se de bagatelas.
Preocupa-se com coisas menores e sem importância.
Medo e aversão ao trabalho.
Medo de tuberculose.
Irritadiço; malhumorado; teimoso.
Pensamentos vãos. O cérebro parece paralisado - não é capaz de pensar ou
relembrar; confuso.
Medo de doença e sofrimento. Desespero por sua vida e razão.
A epilepsia de Calç. tem como aura “a sensação de rato”. Sensação de um
rato subindo pelo seu braço ou perna. (Bell tem isto também, assim como Sil)

NASH diz: “Sc Calcarea tem um sintoma que não somente guia o resto,
mas também todos os demais remédios, ele é encontrado nos SUORES
PROFUSOS SOBRE A CABEÇA DAS CRIANÇAS COM CA-
.... ...... ------------------- *
BEÇAS GRANPEQ FONTANELAS ABERTAS. O suor é tão profuso que
durante o sono ele escorre pela cabeça e face, molhando bastante o travesseiro.
Muitas das crianças pequenas têm sido salvas de morrer de hidrocefalia,
raquitismo, dentição, marasmo, eclâmpsia, cólera infantil etc.^onde este
sintoma de suor é o sintoma-guia para o uso de Calcarea. 1 ^
Nash também chama atenção para a má^nutrição como uma das desordens
de Calcarea. Ele cita o GuidingSymptoms de Hering:
“Desenvolvimento tardio dos tecidos ósseos com aumentos linfáti- cos.”
“Curvatura dos ossos, especialmente da espinha e dos ossos longos.” Í
“Extremidades deform adas, encurvadas.” ("0"
“Amolecimento dos ossos; fontanelas permanecem abertas por muito tempo
e o crânio é muito grande.”
Acrescenta que estes sintomas “ mostram a falta ou imperfeição da nutrição
dos ossos. Eles são nutridos irregular ou desniveladamente. Uma parte de um
osso, uma vértebra, por exemplo, é nutrida, enquanto que outra sofre de
inanição. Enquanto todo este desenvolvimento ósseo irregular ocorre, as partes
moles estão sofrendo de excesso de nutrição. Registramos este fato na
pâtogenesiá: tendência à obesidade, especialmente nas crianças e pessoas
jovens.”

À propósito, Cale, é o crônico de Belladonna'. isto é, quando Bell. já ajudou


várias vezes no estado agudo, Cale. alcançará a cura e, então, prevenirá sua
recorrência.
172 CALCAREA

Agora concluiremos com alguns trechos de KENT:


“Calcarea sua em pontos ... Quando os pés de Calcarea tornam-se
frios, eles suam. (Suor frio, pés e pernas, sensação de meias úmidas, Sepia
também.)
“As crianças, durante a dentição difícil, têm sonhos aterrorizantes;
( gritam à noite e o travesseiro fica úmido ao redor da cabeça...
( “Calcarea produz o tipo de anemia conhecido comó clorose^Produz a
mais perniciosa anemia.
( “Sensibilidade ao frio e fraqueza aparecem com este remédio... su-
( jeitos gordos, flácidos, muito anêmicos. Cale. é um paciente muito cansa-
do...
“Eles entram num estado de gânglios aumentados, afinamento do
( pescoço e membros, enquanto que o abdome se apresenta gordo e gân-
( glios crescem. Ca/c. tem ambos pacientes: flácidos, gordos e pálidos, e
aqueles emagrecidos também.
( “As crianças Calcarea desejam ovos; e sentem-se melhor comendo
ovos.
“Elas têm fezes acres e pungentes, com leite não digerido.
“Tosse cora cócegas. (Aqui é lembrado o caso de uma senhora idosa e
( gorda, tipicamente Calcarea, como já descrito. Ela apresentou uma tosse
com cócegas à noite durante anos, que perturbava seus vizinhos e man-
(
tinha seus parentes acordados para lhe dar água quente. Uma dose alta de
Calcarea interrompeu a tosse por um ano inteiro.)
( “Relaxamento dos tecidos em toda parte - músculos; veias - especial-
mentéÜõs memFros inferiores e ânus, isto é, hemorróidas e veias várico-
(
vsas nas pernas.
( “Calcarea desenvolve e cura pólipos no paciente Calcarea. Os bebês
Calcarea sao quase sempre mais ou menos verminosos.»
“Endurações nas úlceras, na base e ao redor das úlceras.Seu uso é ma-
ravilhoso como paliativo e restringente das úlceras malignas, para as que
têm uma base com enduração. As úlceras cancerosas antigas têm seu
crescimento grandemente restringido, o paciente melhora, ganha muito
mais resistência e as úlceras alcançarão a cura. Nas afecções cancerosas
que matariam em dezesseis meses, o paciente poderá viver cinco anos
com Cale., se ela for indicada.”

( Kent diz que os bebês que são alimentados com água de cal no leite
( logo tornam-se sujeitos cálcicos, com incapacidade de obter o óxido de
cálcio a partir de sua alimentação natural, crescendo gordos e flácidos.
( Mas os casos que nascem assim, com incapacidade de absorção do ele-
mento a partir de sua alimentação, além de desenvolverem-se gordos e
flácidos, apresentam deficiência óssea, dentária, ou até mesmo sem a for-
mação dos dentes. Ele diz: “E uma bobagem alimentar a criança com óxi-
CALCAREA 173

do de cálcio, porque ela não poderá digeri-lo... É surpreendente que uma


simples dose da potência permitirá que a criança comece a digerir sua comida e
apropriar todo o óxido de cálcio necessário para seus ossos e todas as demais
partes. De uma só vez começam a crescer os dentes e os ossos, as pequenas
pernas obtêm enrijecimento suficiente para que a criança ande e se mantenha
em pé.
“É uma característica peculiar de Calcarea, que quanto mais marcante for a
congestão das partes internas, mais fria ficará a superfície. Nos problemas de
pulmão, estômago e intestinos, os pés e as mãos ficam como gelo e cobertos de
suor. O paciente está deitado na cama,.algumas vezes com xkima febre no resto
do corpo e o couro cabeludo coberto de suor frio. Isto é estranho. Você não
pode explicar por qualquer processo de raciocínio em patologia e quando uma
coisa é tão estranha que não pode ser explicada, torna-se muito válida enquanto
característica do remédio e não pode ser deixada de lado ao se prescrever para
um paciente.”

* * * * *
HAHNEMANN foi o primeiro a experimentar Cale. carb. Sua experi-
mentação de Cale. carb. aparece no Vol. II de Doenças Crônicas. Ele diz: “Pegue
um concha de ostra limpa, um pouco grossa; extraia um grão da substância
calcárea macia, branca como a neve, que se encontra entre a concha dura
interna e externa. Deve ser então triturada e dinamizada da maneira usual.”
Ele diz, entre outras coisas: “Calcarea é geralmente indispensável e
curativa quando aparece a menstruação poucos dias antes jdo período, es-
pecialmente quando o fluxo é considerável. Mas se a catamênia aparece no
período regular ou um pouco mais tarde, Calcarea quase não apresenta
utilidade, ainda que a catamênia seja muito profusa.”
“Nas afecções das pessoas de idade avançada, Calcarea dificilmente pode
ser repetida com alguma vantagem, mesmo após outros remédios
intermediários; uma dose é dada após outra sem um prévio remédio inter-
mediário, é quase sempre prejudicial; nos casos de crianças, entretanto, várias
doses podem ser dadas sucessivamente, desde que o remédio continue a ser
indicado; quanto mais jovem a criança mais freqüentemente o remédio pode ser
repetido.”

SINTOMAS EM NEGRITO

É difícil pensar.
Visão de faces e pessoas, estando com os olhos fechados.
Medo de perder a razão, ou que as pessoas possam perceber que ela está com a
mente confusa.
174 CALCAREA

Ansiedade, tremedeira epavor tao logo vem a noite, com medo da morte.
Grande ansiedade, inquietude epalpitação.
Desespero, falta de esperança de melhorar, com medo da morte; atormentado
dia e noite.
Crianças teimosas, com tendência à obesidade.
A pós esforço mental: hiperemia da cabeça; coréia; fala trêmula.
Excitação traz dismenorréia: a mínima excitação traz o risco da volta da
catamênia ou a provoca.

Vertigem: ao subir em locais altos, escadas ou uma ladeira; ou ao elevar ou virar


subitamente a cabeça, mesmo ao estar descansando; ao caminhar ao ar livre; como
se ele fosse cair, especialmente se girar rapidamente a CABEÇA; com estupefação e
sensação de queda (neurosis cordis) com tendência a cair para trás ou para os lados;
com dor de cabeça; náusea e vômito, flatulência presa; acompanhada de náusea e
sensação como se fosse cair inconsciente; com falta de firmeza nas coxas quando
anda rapidamente; na doença deAddison; durante intervalos de espasmos epilépticos.
Dor pressiva entorpecente na testa, com confusão dos sentidos e embotamento da
cabeça toda, ao ler; ele era obrigado a parar e não sabia onde estava.
Dor dilacerante da cabeça acima dos olhos descendo para o nariz, com náusea.
A dor de cabeça inicia-se no occipício e se espalha para o topo da cabeça, tão
forte que ela pensa que a cabeça vai estourar, e que ela ficará louca.
Dores concussivas, em pontadas e pulsantes na cabeça, como se esta fosse se
romper, com tosse.
Sensação de frialdade extema e intema em várias partes da cabeça, como se um
pedaço degelo estivesse sobre ela, com face pálida e inchada.
Congestão na cabeça, com calor e dor entorpecente; com a face vermelha e
inchada; com dor de dente; durante a noite; pior pela manhã ao acordar e devido à
ingestão de bebidas alcoólicas.
Hidrocefalia crônica.
Ardência no vértex; também após tristeza.
Sensação intema e extema de frialdade em um lado da cabeça (direito), como se
um pedaço degelo estivesse repousando ali; pior pela mudança de tempo,
demanhãcedo, com movimento ao ar livre; deitando-se.
Suor muito profuso na cabeça, que escorre pela face em grandes gotas como
pérolas; o travesseiro está molhado em uma certa distância ao redor da cabeça da
criança. Tinha. Fezes da cor de giz.
Suores noturnos na cabeça.
Cabeça muito grande, fontanelas não se fecham.
Raquítico.
CALCAREA 175

Fontanelas abertas, com cabeça grande e suor; crianças leucofleugmâ- ticas,


muito gordas e pesadas feito chumbo; abdome duro e distendido, com diarréia com
cheiro azedo.
Arranha a cabeça impacientemente ao acordar ou quando perturbado durante o
sono.
Tinha favosa;grandes crostas cobertas com pus espesso.
Crosta serpiginosa; herpes circinado.

Grande fotofobia; pior ao anoitecer; aglutinação das pálpebras pela manhã.


Catarata.
Visões horríveis quando os OLHOS estão fechados.
Pupilas dilatadas; indicação freqüente após Sulphur.
Fungos hemaióides com opacidade da cómea.
Turvação da cómea; opacidade; máculas.
Pústulas sobre a cómea, muito lacrimejamento e fotofobia excessiva; pior pela luz
artificial, pela manhã, nas mudanças de tempo.
Oftalmia; por tomar friagem; pela entrada de um corpo estranho; no recém-
nascido; escrofuloso; artrítico.

Inflamação e inchaço do OUVIDO intemoeextemo.


Otorréia mucopundenta, afetando principalmente o ouvido direito; gânglios
aumentados.
Ulceração, granulação epólipos; intenso mau cheiro.

Pólipos nasaisl com perda do olfato.


Inchaço do NARIZ e do lábio superior, nas crianças.

A face parece velha e enrugada.


Face inchada, nas crianças.
Lábios rachados; cantos da boca ulcerados.
Movimento de mastigação das mandíbulas durante o sono.
Inchaço dolorido dos GÂNGLIOS submaxilares.
Inchaço duro e doloroso das gânglios submaxilares; tensão dolorosa ao
mastigar;pontadas quando tocados.

DENTES que não podem suportar ar ou frio.

Dentição difícil. Com raquitismo. Eclâmpsia. Cólera infantil. Hidroce- falia.


Crosta láctea. Catarro infantil. Laringotraqueíte. Bronquite. Catarro bronquial.
Marasmo. Urticária. Coréia.

LÍNGUAseca, não gosta de falar. (Compare Phos.ac. eBellad.)


176 CALCAREA

Dor de GARGANTA marcante; tecido celular ao redor dos gânglios cervicais


inchados; nariz dolorido, obstruído.
Fome voraz, com ESTÔMAGO fraco.
Mau apetite, com qyersãq à came e desejo de ovos cozidos.
Perda completa do apetite.
]Vohtade de comer ovos cozidos.j
Aversão àcãrhe.
Vômitos azedos, especialmente durante a dentição.
Vômitos e diarréia das crianças, durante a dentição.
Boca do estômago inchada como um pires invertido; dolorido à pressão.
Inchaço na região do estômago, levando-o a desabotoar sua roupa.

Roupas justas ao redor dos hipocôndriós não são suportáveis.


Dores mais fortes do lado esquerdo, especialmente sob o hipocôndrio esquerdo;
dores dilacerantes e em pontadas à esquerda do tórax indo para o hipocôndrio.
Flatulência com sons borbulhantes no lado direito do ABDOME.
Abdome muito distendido; duro.
Gânglios mesentéricos duros e inchados nas crianças; abdome com a sensação
de estar cheio de pedras ou corpos ovóides.
Atrofia mesentérica.
Corpo todo emagrecido, exceto o abdome.
Umbigo dolorido; uma excrescência úmida parecida com came esponjosa
expelida do umbigo dos bebês. (Kali carb., Nat. mur.)

Diarréia com odor azedo.


Fezes aquosas.
Tênias e ascarídeos nas fezes.
Tênias; após Graph.

Pólipos e varizes na BEXIGA.


Aumenta o desejo SEXUAL e provoca emissões, mas uma fraqueza incomum
segue o vício e a ejaculação é tardia.
Impotência.
Conseqüências de onanismo ou de coitos muito freqüentes; dor pressiva na
cabeça e nas costas; lassidão e fraqueza nos membros inferiores; joelhos parecem
que vão ceder; transpira facilmente; debilidade; tremores nas mãos.
Emissões noturnas freqüentes e involuntárias.
Coceira e ardência na genitália de ambos os sexos.
A menstruação não ocorrerá; em pletora.
Menstruação muito adiantada, longa eprofusa.
CALCAREA 177

A menor excitação traz o retomo de catamênia profusa.


Metrorragia.
LEUCORRÉIA; como leite, com coceira e ardência. Antes e após a menstruação;
durante a micção; profusa às vezes; aos poucos; piora depois de exercício; com grande
debilidade; com ferroadas no colo e na vagina; com ardência no canal cervical; com
acúmulo de muco entre os lábios e as coxas; com clorose; nas mulheres escrofulosas.
Leucorréia com prurido; branca, leitosa, mas não espessa; calor das partes.
Leucorréia espessa amarela; pior de dia, ao urinar.
Leucorréia freqüente entre as menstruações, que ocorrem muito adiantadas e muito
profusqs. ------------------------>.~.N
Pólipos efistulá vaginais. '
Desajeitado, embaraçado, cai facilmente; cansado com pequenas caminhadas,
devido a uma sensação geral de claudicação na pélvis. Câimbras nos dedos ou nas solas
dos pés, durante a gravidez.
Falsas dores de parto, em direção ascendente.
Secreção de LEITE muito abundante; galactorréia.
Lactação excessiva; também febre héctica e suor; como conseqüência, debilidade.
Seios distendidos, leite escasso; ela está fria; sente o ar frio muito rapidamente; há
uma falta de vitalidade para secretar leite.
Seios distendidos, mas não avermelhados.
Leite deficiente; mamas não inchadas.
Seios endurecidos, mas não avermelhados.
O leite faz mal à criança.

Crostas na cabeça nas crianças lactentes.


Inflamação dos olhos nos recém-nascidos.
Dentição difícil nas crianças.

Rouquidão sem dor; dificilmente pode falar; piorpela manhã.


ROUCO, voz ouvida com dificuldade.
Respiração sonora pelo nariz.
Respiração curta após andar ou subira mais leve ladeira.
Estertores de catarro no PEITO durante a expiração;pior quando deitado ou ao
anoitecer.
Tosse noturna.
Tosse, pior pela manhã ao se levantar e ao anoitecer. \
Age sobre a porção superior e média do pulmão direito. Oc í
1
^ • . . . . . . . . . . . . . . . . * í | » W | n M u ii i ■ i — i uj i m h ii i ' i *i
1

Dores no peito, como se tivesse sido golpeado; pioraurante a inspiração.


Consunção tuberculosa.
Peito dolorido, sensível ao toque e durante a inspiração.
178 CALCAREA

Gânglios cervicais inchados.


GÂNGLIOS do pescoço inchados, com erupção na cabeça.

Facilmente se esforça excessivamente ao carregar peso, com o que seu


PESCOÇO toma-se rígido, com dor de cabeça.
Pressão entre os omoplatas e abaixo deles.
Fraqueza e tremor nas pemas, especialmente acima e abaixo dos joelhos.
Inchaço dos joelhos.
Pés frios e úmidos.
Sensação nos pés e pemas como se ela estivesse usando meias frias e úmidas.

A criança é bastante ATRASADA para aprender a andar ou crianças que


parecem se esquecer como se anda. f

EPILEPSIA; antes do ataque, uma sensação de que algo corre pelos braços ou
boca do estômago, passando pelo abdome até os pés; ataques súbitos de vertigem;
perda de consciência sem convulsões; espasmos farín- geos, seguidos pelo desejo de
engolir. Causas: vexação, medo; onanismo; prolongada, intermitente; supressão de
erupção crônica. Piora à noite, durante o solstício e lua cheia, com exclamações
egritos.

Grande fraqueza.
Recidiva facilmente, não continuando a convalescer.

Grande perda de força para andar, especialmente nos membros, com


suorfatigante.
Ela não era capaz de subir escadas e tomou-se muito exausta para fazê-
lo.
A mesma idéia desagradável sempre desperta o doente, tão freqüentemente
quanto cai num sono leve.
Quando fecha os olhos tem visões horríveis.
As crianças mastigam e engolem durante o SONO.
FEBRE héctica; com calafrios e calor se alternando; ataques freqüentes de
ondas de calor; com angústia e palpitação do coração, ou constante estremecimento
ao anoitecer,com bochechas vermelhas; pele seca, murcha; sua facilmente; grande
debilidade; após lactação profusa ou prolongada, perda de líquidos, tuberculose, etc.
& Suores parciais; na nuca; no peito; nas mãos.
Febre intemútente após uso abusivo de quinino; formas crônicas com escrófula;
calafrio começa no estômago, peso atormentador, que aumenta com o calafrio e
desaparece com ele; com as pessoas que trabalham muito
CALCAREA 179

com água fria; constituições caquéticas; erupções suprimidas; desejo de ovos.


Febre tifóide, durante agravação que precede uma erupção (14Q dia), palpitação,
pulso trêmulo, ansiedade, face vermelha, delírio, contrações musculares; tosse curta e
seca; diarréia excessiva.
Suores pela manhã.
Pés pios à noite, na cama.
Aversão ao ar livre; o mínimo frio o penetra.

Piora durante a lua cheia.

Clorose.

Veias varicosas; ardência nas veias.

Inflamação, inchaço dolorosos e enduração dos gânglios.

Inchaços císticos.
Desenvolvimento tardio dos TECIDOS ÓSSEOS, com aumentos linfáticos.
Amolecimento dos ossos; as fontanelas permanecem abertas por muito tempo e o
crânio fica muito grande; inchaço nas juntas. f
Curvatura dos ossos, especialmente da espinha e ossos longos. (\
Eternidades deformadas, cüiva3ã£JRÕ^'itismÓ). •" •
Doença dos quadris, segando estágio; arranha a cabeça ao levantar; deseja ovos
cozidos; gânglios inchados, diarréia, etc.

MÚSCULOS moles e flácidos.

Nutrição prejudicada, com tendência a obstrução glandular,

RACHADURAS ou rágades, especialmente naqueles que trabalham na água.


Eczema, crostas finas e úmidas na cabeça, com gânglios cervicais inchados;
eczema atrás das orelhas. (Graph.)

Doenças de crianças, especialmente durante a DENTIÇÃO.


Temperamento leucofleugmático durante a infância.
Constituição. CRIANÇAS; teimosas; claras, roliças; GORDAS, flácidas, com
a face vermelha, suam facilmente e prontamente pegam resfriados; cabeça e abdome
grandes, fontanelas e suturas abertas, pemas tortas.
O jovem que cresce muito gordo e pesado.
180 C AL C AREA

Durante a dentição. EcUimpsui.


^ Nervoso, com hemorróidas. constituições pictórica e linfática; com
tendência a crescer gordo.
( L e i te o fl eugmà ti c o; compleição clara; olhos azuis, cabelos louros,
( pele clara.
Compatível: antes de Lyc., Nux., Phos., Plat., Sil.; depois dc Cham., ^
Nit. ac., Nux., Puls., Sulph. (especialmente se as pupilas estão dilatadas).
( Incompatível: antes d cNit. ac. c Sulphur , de acordo com Hahnemann.
(
r
CALCAREA PHOSPHORICA

Considera-se este poderoso agente medicinal como um dos Remédios dos


Tecidos de Schuessler, tendo sido “adotado por ele”, como afirma Clarke,
apesar de previamente ter sido potencializado e experimentado por vários
médicos homeopatas, entre eles Constantine Hering.
Embora tenhamos reproduzido um pequeno artigo sobre Cale. phos. de
autoria do Dr. E. P. Cuthbert (EUA) no final do nosso retrato de Calcarea
carbônica, escrito em 1934, nós mesmos ainda não havíamos tentado fazer sua
retratação, o que agora nos esforçaremos para concretizar.
Quando estamos tratando bebês e crianças com a necessidade evidente de
estímulos vitais para capacitá-los a assimilar o óxido de cálcio necessário para
seus dentes, ossos, etc., temos de nos perguntar se deveria ser usada a Calcarea
tornada famosa por Hahnemann ou Calcareaphos- phorica atribuída a Schuessler
que, apesar dc muitos sintomas em comum, devido ao seu elemento fósforo,
apresenta nas experimentações e cm seu raio de ação muitas diferenças
surpreendentes. Pois devemos lembrar que, quando se trata de um trabalho
curativo, um remédio não pode substituir o outro e somos sempre levados aos
reais sintomas das experimentações como nosso único guia seguro.
Permita-nos contrastar as duas drogas num esforço de ajudar a nós
próprios, bem como aos demais, transcrevendo de Nash, aquele observador
cuidadoso e médico distinto e brilhante, e também do Guiding Symp- íoms de H.
C. Allen.
Cale. carb. Desenvolvimento ósseo deficiente ou irregular. (Fontanelas
abertas, espinha curva, extremidades deformadas. Claro, gordo, flácido, obeso.)
Cale. phos. Fontanelas tardiamente fechadas ou que se abrem novamente,
nas crianças magras, definhadas, com suores na cabeça (embora Nash diga
mais adiante, que em Cale. phos. o suor na cabeça não é um sin- toma
proeminente, como o é em Cale. carb. eSilica).
Ao invés de “gordo, claro, flácido, obeso”, Cale. phos. é tipicamente
anêmico e de compleição escura; olhos e cabelos escuros; fino e magro, ao
invés de gordo. Crianças: emagrecidas, incapazes de ficar em pé, lentas para
aprender a andar; abdome magro e flácido.
Ambos são inestimáveis no raquitismo e na dentição tardia e compli-

181
182 CALCAREA PHOSPHORICA

cada.
Em Cale. carb. a cabeça sua profusamente durante o sono, molhando o
travesseiro.(57//ca).
Somente Hahnemann nos ensinou a fazer a escolha certa e atingir o al- , vo
todas as vezes.
Ambas as drogas afetam os mesmos órgãos e tecidos, ossos, gânglios,
pulmões etc., mas os indivíduos diferem de maneira marcante.

SINTOMAS EM NEGRITO de diversos autores

Ela deseja estarem casa e quando está em casa, deseja sair; anda de um lugar a
outro. (Compare Ars.)

Dor de cabeça de meninas em idade escolar com diarréia.

Sensação no olho, como se algo estivesse dentro dele; renovada se outros falam a
respeito disso.

Lentidão na dentição; também no fechamento das fontanelas; transtornos


durante a erupção dos dentes.

Aumento crônico das amígdalas.

Dor de garganta moderada.

Deseja bacon, presunto, cames salgadas ou defumadas. Muita flatulên-


cia.
Cólera infantil.

Cada vez que tenta comer, sente dor de barriga.


Abdome magro e flácido.

Fístula no ânus, alternando com sintomas do peito, ou em pessoas que têm dores
em todas juntas por qualquer mudança de tempo.

Deslocamentos uterinos com dores reumáticas.

Após lactação prolongada.

Dificuldades no peito associadas com fístula no ânus.


Enrijecimento do pescoço após um golpe de ar.
CALCAREA PHOSPHORICA 183

Reumatismo das juntas com sensação de frio e dormência.

Cansaço ao subir escadas.

Suores noturnos copiosos na tísica.

Dores com sensações de rastejamento, adormecimento e frialdade.

Gonorréia crônica em indivíduos anêmicos.


Reumatismo pertinente em particular ao tempo frio, melhorando na primavera e
retomando no outono seginnte.

Não consegue acordar de manhã cedo.

Anemia e clorose.
Sem união dos ossos fraturados.

Afecções agudas dos pulmões.

Grandes pólipos nasais pedunculados; pólipos no reto eno útero.


Raquitismo; fontanelas bastante abertas; diarréia, emagrecimento.
Crianças flácidas, magras e enrugadas.
Diátesefosfálica.
Criança recusa o peito; o leite tem um sabor salgado.
Suspiros involuntários.
* $#%
GUERNSEY. Um indivíduo para este remédio não apresenta uma compleição
tão clara e branca como para Cale. carb. Paciente de uma cor branca mais escura ou
amarronzada.
Pior no frio; com mudança de tempo.

ALGUNS SINTOMAS EM ITÁLICO E NOTÁVEIS

Gosta de estar sozinho.


As crianças gritam e agarram com as mãos; suor frio na face; corpo frio;
com fontanelas abertas.
Ansiedade das crianças, na boca do estômago; com dor de barriga, com
queixas no peito; com palpitações.
Sente-se como se tivesse sido amedrontada.
Sente mais as queixas quando pensa nelas.
184 CALCAREA PHOSPHORICA

As pessoas idosas cambaleiam quando se levantam após terem estado


sentadas.
Calor na cabeça, ardência no topo, descendo para os dedos dos pés.
Hidrocefalia aguda e crônica.
Sensação como se o cérebro estivesse pressionado contra o crânio.
Dor repuxante e dilacerante nos ossos do crânio, principalmente ao longo
das suturas.
Rastejamentos sobre o topo da cabeça; como se uma pedra de gelo es-
tivesse sobre o occipício.
A cabeça é quente, e com dor aguda nas raízes dos cabelos.
Crânio mole e fino, crepitando como papel quando pressionado.
Fontanelas permanecem abertas por muito tempo, ou fechadas e reabrem.
Não união das fraturas dos ossos do crânio, especialmente nos idosos.
Não é capaz de manter a cabeça em pé; move-a de um lado para outro; a
cabeça fica cambaleante.
Visão nebulosa, trêmula, brilhante; círculos flamejantes; véu sobre os
olhos.
Globos oculares machucados, doloridos como se tivessem sido golpeados.
Sensação de frio atrás dos olhos.
Estrabismo, como por pressão; os globos oculares parecem distendidos e
um pouco proeminentes.
Suor nas sobrancelhas e pálpebras. Espasmos das pálpebras.
Pólipos nasais grandes e pedunculados. Nariz inchado com narinas
doloridas.
Ponta do nariz fria como gelo; coceira.
Face: pálida, amarelada, cor de terra; coberta de espinhas.
Face cor de cobre, repleta de espinhas.
Gosto adocicado e fraco.
Gosto desagradável; gosto amargo pela manhã.
Língua inchada, dormente, enrijecida, com pústulas: pequenas bolhas,
doloridas e ardidas na ponta da língua.
Diarréia provocada por suco de frutas ou sidra.
Cólicas por tomar sorvetes.
Náusea por fumar cigarro ou tomar café.
Movimento na barriga como se houvesse algo vivo em seu interior.
(Compare Croc., Thuja).
Parede abdominal latejando; dormente; tremores ou dor.
Diarréia após vexação com dor de cabeça; em alunas; pus ofensivo nas
fezes.
Fezes aqüosas, muito quentes.
Fezes esverdeadas, moles, algumas vezes viscosas; moles, sendo expelidas
com dificuldade; quentes e aqüosas; brancas e polpudas.
CALCAREA PHOSPHORICA 185

Fezes moles em grande quantidade, pela manhã; desejo de evacuar


novamente logo após limpar-se. Diarréia muito mal cheirosa.
Dois experimentadores apresentaram um pequeno furúnculo à direita do
ânus, com muita dor; não podiam sentar-se; tinham de ficar em pé, ou deitados
sobre o lado esquerdo.
Descarga de pus com sangue, deixando uma pequena fístula sem dor.
Fístula alternando-se com sintomas do peito. Fístula no ânus com dores nas
juntas em cada período de frio, em tempo tempestuoso.
Fístula anal alternando com sintomas no peito.
Fissuras no ânus, nas crianças altas e magras, que formam os ossos e dentes
vagarosamente.
Dor violenta na região dos rins quando levanta algum peso ou assoa o
nariz.
Grandes quantidades de urina com sensação de fraqueza.
Tem sido útil na diabetes mellitus, quando os pulmões são implicados; dc
grande utilidade não somente para os pulmões, mas para diminuir a quantidade
de urina e baixar sua densidade específica.
Dificuldade em evitar que a urina escape.
Cama molhada, com debilidade em geral.
Póliposuterinos.
Leite mutável, de alcalino para neutro ou para ácido; aqüoso e fino.
Feridas nas mamas; parecem grandes.
A criança recusa o seio, o leite tem um sabor salgado.
Constantine HERING conta-nos que a manteiga e o cúmis são alimentos
inestimáveis para os idosos, porque o ácido láctico neles contido dissolve o
fosfato de cálcio e evita a ossificação nos tendões, artérias e outros locais.

* * * * *
SCHUESSLER conta-nos como esta droga foi preparada pelo Dr. Hering.
Ele diz: “Ela é absolutamente essencial para o crescimento e nutrição
apropriados do corpo. É encontrada no plasma do sangue e nos corpúsculos, na
saliva, no suco gástrico, nos ossos, no tecido conectivo, nos dentes, etc.; tem
uma afinidade química especial pela albumina, que forma a base orgânica para
este sal nas células dos tecidos e é necessária sempre que a albumina ou
substâncias albuminosas são encontradas nas secreções. Ela supre também as
novas células do sangue, tornando-se o primeiro remédio na anemia e clorose.
É da maior importância para os tecidos moles e em crescimento, suprindo a
primeira base necessária para os tecidos novos, para iniciar o crescimento. É
curativo nas doenças dependentes da ação perturbadora das moléculas de
óxido de cálcio no organismo, tal como ocorre na formação tardia de calos ao
redor das extremidades de ossos fraturados, o crescimento não natural e a
nutrição defi
186 CALCAREA PHOSPHORICA

ciente do osso e outros tecidos encontrados no raquitismo, etc... é um alimento


essencial para os tecidos moles e em crescimento, nos casos de desnutrição e
crescimento deficiente das células; daí seu uso durante a dentição, nas
convulsões e nos espasmos que ocorrem cm indivíduos fracos e escrofulosos,
estimulando a nutrição.”
Mesmo não se tratando dos mais modernos ensinamentos, o acima descrito
pode ser útil na sugestão das aplicações práticas da droga.
Schuessler não tem uso para o maior dos policrestos de Hahnemann,
Calc.carb. Ele limita suas “calcáreas” a Cale. phos. e Calc.fluor. porque é
somente nestas combinações que o óxido de cálcio é encontrado finalmente no
organismo. Mas a vida não precisa, muito menos prefere as condições já
prontas. Ela tem seu próprio e adequado laboratório bioquímico, cuja função é
dupla, de quebrar e de elaborar. Ela escolhe suas matérias, por qualquer meio
providas, separando em partes, extraindo as suas necessidades, e recusando o
que lhe é inútil ou prejudicial. E quando ela entra em dias ruins, tem sua
maneira própria de exigir o estímulo necessário para a regeneração, através
dos sintomas que ela mostra, os quais a Lei dos Semelhantes nos permite levar
em conta apropriadamente.
Como já dito, um remédio nunca pode substituir outro. No tratamento da
infância, juventude - edo idoso! um ou outro remédio deverá ser mais
especialmente indicado nos diferentes casos de crescimento, desenvolvimento
ou nutrição deficientes, de acordo com os reais sintomas individuais. Não há
duas drogas iguais: o caso é optar por uma ou outra, se quisermos fazer um
trabalho brilhante.
Mais tarde, Schuessler lançou um dos seus remédios originais dos tecidos,
Cale. sulph., “porque”, como diz Clarke, “não era um real constituinte dos
tecidos e ele distribuiu suas funções entre Silica e Natrum sulph. Mas os
homeopatas que não têm uma teoria bioquímica para justificar, podem
continuar seu uso sem escrúpulos, especialmente porque ela já foi
experimentada por Hering e outros.”

* * * * *
NASH apresenta Cale.phos. laconicamente:
Fontanelas fechadas tardiamente ou reabertas em crianças magras,
definhadas, que suam na cabeça. Mas ele diz, mais adiante, que em Cale. phos.
a cabeça suada não é um sintoma proeminente...
Problemas reumáticos, que pioram no outono ou na primavera, quando o ar
está repleto de neve derretida.
Cale. phos. tem também um desejo peculiar; o pequeno paciente, ao invés
de desejar ovos (Cale. carb.), deseja a “casca do presunto”, um sintoma muito
esquisito, mas genuíno. (Mag. carb. deseja carne, em tais crianças).
A diarréia é muito proeminente, e as evacuações são verdes e baru
CALCAREA PHOSPHORICA 187

lhentas.. .Tenho feito muitas curas excelentes em tais casos onde parecia haver
pouca esperança para a criança e hidrocefalía parecia iminente.
Um excelente remédio para fraturas ósseas, quando os ossos não se unem...
Sente mais as queixas quando pensa nelas.

* * * * *
Um médico amigo chama atenção para o RAQUITISMO: “O tratamento
ortodoxo é baseado no fato de que a vitamina D é necessária para absorção do
cálcio. Por esta razão o tratamento com óleo de fígado de bacalhau e luz do sol
é usado para suprir a vitamina D.
“Mas porque é que entre duas crianças no mesmo ambiente e alimentando-se
com a mesma comida, uma desenvolverá raquitismo e a outra não?
“É lógico que a resposta é, defeito de constituição, que rapidamente pode ser
curado com o remédio apropriado, tal como Calcarea carb., em alta potência.”
Alguém se lembra bem da cura de talvez um dos piores casos de raquitismo,
anos atrás, com uma dose única de Cale. carb. CM. Felizmente a droga não foi
repetida porque a criança morava longe e não reapareceu no ambulatório por
muitos meses. As vezes nossas melhores prescrições são asseguradas justamente
porque o paciente não reaparece. A regra segura é, onde houver uma melhora
definida e contínua, a natureza se incumbe do assunto, ponha-se na retaguarda
até que a reaparição dos sintomas demande nova atenção.
\
CALCAREA SULPHURÍCA
(Gipsita. Gesso calcinado)

V
J
Um remédio muito útil, geralmente nas condições graves, mas não muito bem
experimentado ou conhecido. Uma das indicações sobre a qual tem sido
prescrito com sucesso é quando o caso se mostra quase igualmente a Sulphur e
Calcarea. Alguns dos importantes sintomas fazem apelo por um remédio,
alguns outros por outro e repentinamente percebe-se que há uma droga, Cale.
sulph., que preenche o retrato.
Cale. sulph. era um dos Doze Remédios dos Tecidos de Schuessler, mas
Clarke nos conta que, em sua última edição, Schuessler descartou-o porque não
era um real constituinte dos tecidos e, então, ele distribuiu suas funções entre
Silica e Natrum phos. Nossa indispensável Calcarea carb. compartilha o mesmo
banimento, provavelmente pela mesma razão, a de que não se encontra, como
tal, nos tecidos do corpo. Como se o organismo não pudesse obter suas
necessidades de outras combinações, quebrando e reconstruindo de uma
maneira que nem mesmo um bioquímico pode elaborar.
Os sais de cálcio de Schuessler são, ou eram, três: Cale. sulph., Cale. phos. e
Cale. fluor. É interessante observar que eles todos afetam a língua, mas de
diferentes formas. Em Cale. fluor. a língua é tipicamente rachada e endurecida.
Em Cale. phos. ela é inchada, rígida, com pústulas e uma cobertura branca;
enquanto que em nossa Cale. sulph. ela é flácida, se parece com uma camada de
argila seca, com uma cobertura amarela essencial na base. Pode estar até
mesmo inflamada e supurada - o gosto azedo, como sabão, acre.
A PRESENÇA DE PUS COM UMA ABERTURA é, como sabemos, a
indicação geral para Cale. sulph.
A droga assemelha-se grandemente a Hepar, a qual segue, “tomando o caso
quando a última cessa de agir”. Mas, seguramente, deve-se estar apto a
diagnosticar entre ambas, estando realmente atento desde o início, o que irá
poupar tempo.
As duas drogas são semelhantes, uma vez que são combinações de Calcium
e Sulphur, mas Hepar é, até certo ponto, um produto animal, de acordo com as
orientações precisas de Hahnemann: “Uma mistura de partes iguais de conchas
de ostra finamente pulverizadas e de flores de enxofre totalmente puras,
mantida por dez minutos em calor branco e arma

188
CALCAREA SULPHURICA 189

zenada em vidros bem fechados.”


Farrington chama Hepar de “um sulfeto de cálcio impuro”. Ele diz que é
uma adição valiosa aos poderes do óxido de cálcio e do enxofre, usados
separadamente. Possui muitas similaridades e diferenças marcantes com os seus
componentes.
Tentemos agora comparar e diferenciar entre Calcarea sulph. e Hepar
sulphuris calcareum.
Ambos são intensamente sensíveis a correntes de ar e ao toque, mas uma
grande distinção entre eles é que Hepar é muito sensível ao frio SECO e melhor
no clima úmido, enquanto que Cale. sulph. é pior com clima frio e ÚMIDO.
Hepar é também intensamente sensível mentalmente - raiva pela mínima
bagatela e quase assassino em sua fúria.
Ambos tem peles não saudáveis que “não se curarão”; com Hepar, todas os
pequenos ferimentos inflamam-se.
Suores fétidos e frios nos pés são uma característica de Hepar, enquanto
Cale. sulph. tem, caracteristicamente, as solas dos pés ardentes de Sulphur. E
Cale. sulph. tem também a intolerância de Sulphur à roupa. Como Camph. ela
atira as cobertas para fora no frio; enquanto Hepar, embora dificilmente possa
suportar um ferimento coberto, devido à sua extrema intolerância ao toque e
pressão, deve estar aquecido pelas cobertas todo o tempo e não pode suportar
uma simples retirada de coberta.
As dores de Hepar, são muito características: de um caráter em pontadas,
como uma lasca (Nit. ac.).
Nenhuma droga pode trabalhar igualmente bem por outra - do ponto de vista
curativo, enquanto que várias drogas podem ser mais ou menos paliativas, o que
é totalmente diferente.
DR. OSCAR HANSON (Copenhague) tem um boa experiência para nos
contar a respeito de Cale. sulph. Valiosa em supurações, quando o abcesso está
perfurado, ou após a incisão, e o pus é amarelo e grosso. Supuração nas
amígdalas. Abcessos da córnea. Feridas supurantes. Processos supurantes nos
pulmões. Ação mais profunda do que Hepar sulph:, age após o remédio cessar
seu efeito.
Muito recomendada pelo Dr. H. Siemson, de Copenhague, nos fibro- mas e
miomas uterinos, cuja cirurgia não é aconselhável e com muita hemorragia
ofensiva. Também no eczema impetiginoso (crosta láctea) e inchaços
glanglionares tórpidos.“Tenho a achado realmente valiosa”, Han- son diz, “no
eczema seco das crianças”.
NASH diz que este remédio (Cale. sulphurica) não é bem entendido ainda,
mas age muito parecido a Hepar. sulph., até onde o conhecemos. Ele conta um
caso onde havia uma grande dor nos rins por um dia e uma noite. Então houve
uma grande descarga de pus na urina, por vários dias, o que enfraqueceu a
paciente muito rapidamente. Um especialista examinou a urina por um curto
período de tempo antes e diagnosticou o caso co
190 CALCAREA SULPHURICA

mo doença de Bright. Nash finalmente deu Cale. sulph. 12 e sob sua ação ela
imediatamente melhorou e fez uma rápida e permanente recuperação. Ele diz
que desde então considera esta droga um bom remédio nas supurações
profusas em diferentes tipos de casos.
V

Camphora é outro medicamento que deve estar presente em todos os lares para
uso de emergência - contudo, mantenha-o no banheiro! Não deixe a cânfora
próxima de outros medicamentos, pois ela é um antídoto para a maior parte
deles.
É especialmente inútil tentar a cura de uma tosse-comprida com Drosera,
numa criança na qual se esfregou óleo canforado. Foi uma tentativa! Camphora
antidotaDrarerae a criança retornará “não melhor”.
Nos nossos tempos de juventude havia sempre um pequeno frasco de uísque
com uma massa de cânfora no fundo, pronta para súbitas friagens severas e para
diarréia. O uísque dissolve toda a cânfora que é capaz de dissolver e a
quantidade do fundo assegura uma “solução saturada”. Uma gota desta mistura
sobre uma porção de açúcar, repetida rapidamente se necessário, restaura o
calor das pessoas congeladas, com uma recuperação fácil e pode prevenir
doenças. Tem-se notado esta transformação rápida muitas vezes.
Uma criança de dez anos, após longas e felizes horas colhendo amoras
pretas e empanturrando-se, apresentou vômitos durante dias, até que foi curada
por uma gota de cânfora no açúcar.
Dê a cânfora sempre com açúcar. Na água provoca náuseas. No açúcar é de
sabor agradável. E, além disso, o açúcar estimula e aquece.
Os envenenamentos por cânfora produzem súbita e intensa frialdade - como
vimos em nosso artigo sobre o cólera. Conseqüentemente ela é homeopática
para resfriamentos.
Como Hahnemann nos conta, sua impressão sobre o corpo humano, “apesar
de poderosa, é mais transitória do que a de qualquer outra droga; por isso ela
precisa de repetição muito freqüente até a reação. Na cólera a cada cinco
minutos, até o calor ser restabelecido.” Na gripe, doses repetidas ou inalações
constantes, ele diz.
Já falamos também, em outras ocasiões, da extrema rapidez de ação da
cânfora; de seus poderes depressivos assustadores, mental e físico; sua frialdade
gelada e azulamento; seus padecimentos terríveis.
Sua ação restaurador a é igualmente rápida, dada em pequenas e repetidas
doses até que o calor seja restaurado.
A cânfora, é claro, é estimulante e aquecedora, em pequenas doses,
192 CAMPHORA

PORQUE ela é resfriante e depressora em doses venenosas.


Não é possível guardar na memória os efeitos de cura da cânfora porque
eles são tão rápidos quanto prontamente esquecidos.
Os triunfos da cânfora na cólera são mostrados no artigo sobre CÓLERA,
uma boa parte do qual deve ser incluído com propriedade no retrato desta
droga.
Os sintomas mentais da Camphora são extraordinários. Eles seguem por
várias páginas da Encyclopedia de Allen, apesar de outras Matérias Médicas
darem uma idéia muito superficial dos padecimentos mentais extremos que
podem ser evocados por Camphora. Houve um caso intrigante, muitos anos
atrás, que chamou atenção para estes sintomas, que uma vez percebidos, não
são facilmente esquecidos.
Uma mulher de quarenta e nove anos, doente por cinco meses. Hemorragias
uterinas, e então “um problema cardíaco”, como ela descreveu. Gripes - três
vezes em cinco meses. Nervos terríveis! Coração como se fosse estourar. Sente-
se como se fosse morrer a cada minuto. Muito friorenta. Sem energia.
Nenhuma razão para viver. Qualquer esforço a deixa exausta. Piora depois de
um banho; tem que se lavar aos poucos. Foi encontrada desmaiada em seu
último banho. Angústia à noite; sensação de que está morrendo. Ela se alivia
quando percebe: “Ora, ainda estou viva!”
A ação do coração era deficiente, mas não havia doença, apesar de vários
ataques de febre reumática, o primeiro aos dezoito anos de idade.
Por sorte, ela foi indagada: “O que você toma para estes ataques?”
Ela tomava Cânfora - oito gotas do espírito de cânfora em água cerca de sete a
oito vezes ao dia. Vinha agindo assim por cinco ou seis anos. Ela tomava esse
medicamento sempre que sofria um ataque do coração. Seu médico sabia disso e lhe
disse que isto não lhe faria mal.
A totalidade de seus sintomas apontava Lycopodium ou Phosphonis. E a
despeito do fato de Phosphonis ser antídoto de Camphora, ela foi medicada com
três doses dcLyc. 30. (Isto ocorreu nos primeiros dias de prescrição). E, é claro,
ela foi orientada para não fazer mais uso de cânfora.
Em quinze dias seu marido veio bastante aflito. Ela parecia mais alegre por
uns poucos dias após Lyc., mas suas noites ainda eram bastante ruins. “Estou
morrendo!” Soluçava bastante. O que ele devia fazer? Suponhamos que ela
morresse? Eles tinham deixado seu médico local! Ele não achava que ela fosse
morrer, mas ocorriam cenas amedrontadoras todas as noites. Ela ficava bem
durante o dia, mas as noites eram terríveis.
Entre os sintomas de cânfora na Encyclopaedia de Allen estão os seguintes:
“Ansiedadeprecordial. Grande ansiedade e desassosego. Dispnéia sufocativa”. “Eu
estou morto! - Não, eu não estou morto! - Sim, eu devo estar morto!” “Durante
o dia, tranqüilo; a noite e a solidão são meus terrores.” “Ataque de terror
noturno. Medo de dormir à noite.” “Eu sofri
CAMPHORA 193

um medo tão angustiante, que nenhuma fantasia pode compreender.” Alguns


dos desvarios de Camphora foram lidos em voz alta para o seu marido, que
disse que eles poderiam ter sido escritos por sua esposa. Nessa altura ela tomou
três doses de Phos. 12.
Uma semana mais tarde ela voltou, tão melhor a ponto de no primeiro
instante não ter sido reconhecida. Durante os últimos quatro dias, as noites
foram melhores. As sensações nervosas estavam cessando. (Disse que depois da
morte de seu primeiro marido, ela tornou-se “nervosa”; via ratos sobre a cama.
Foi quando ela tomou cânfora pela primeira vez, e sentindo-se melhor, passou a
tomá-la sempre, desde então). Decididamente muito melhor. Parecia normal!
Mais uma semana e ela voltou novamente. “Tão bem! Dorme bem. Sente-se
totalmente bem.” Parecia uma mulher vigorosa e saudável - absolutamente
mudada. Estava à nossa frente uma outra paciente. E ela continuou bem.
Há certos sintomas peculiares somente a uma droga, que devem levar à
consideração da referida droga, quando são observados num paciente.
Cânfora produz esta curiosa condição: Superfície muito fria, com desejo de se
descobrir. Calor intenso ou suor, com aversão a se descobrir.

* * * * *
Ou, como coloca KENT: “Na cânfora, durante o calor e quando há dores,
ele deseja estar coberto. A frialdade é aliviada pelo frio, ele deseja mais frio.”
“O paciente cânfora”, diz ele, “é um dos mais problemáticos para cuidar.
Frialdade, delírio e calor freqüentemente misturam-se... Devido ao choque do
sofrimento, a mente quase se vai ou fica num estado de frenesi. A frialdade
então vem e o paciente deseja ficar descoberto, deseja ar frio, as janelas abertas;
mas, antes que tudo isso possa ser feito, uma torrente de calor surge e então ele
deseja estar coberto, com o aquecedor ligado e deseja bebidas quentes; mas este
estágio rapidamente passa e enquanto a enfermeira providencia a bebida quente,
o paciente deseja atirá-la longe, abrir as janelas e ter todas as coisas frias...
“Quanto mais violentamente o paciente sofre, mais rápido ele estará frio e,
quando ele está frio, deseja se descobrir, mesmo num quarto frio.”
Nos casos de qualquer doença, com estes estranhos sintomas alter- nantes e
contraditórios, cânfora em pequenas doses, ou em potência, alcançará a cura.
Nenhuma outra droga tem exatamente estes sintomas. A mais próxima é
Secaie, onde o paciente, apesar de frio ao toque, não suporta ser coberto devido
a suas sensações de ardência intensa, como se faíscas estivessem caindo sobre
ele. Isto pode ser visto na gangrena. Já as ardências de arsênico, pelo contrário,
são aliviadas pelo calor.
194 CAMPHORA

Outro destes estranhos e incontáveis sintomas, que têm levado a resultados


de cura maravilhosos, é o suor abundante somente nas partes descobertas, á&
Thuja.
Cânfora pode ser usada como antídoto para muitos venenos. Hahnemann
diz: “A rápida exaustão de sua ação e a rápida mudança de seus sintomas a
tornam incapaz de curar a maior parte das doenças crônicas/’
Mas, com o conhecimento posterior e mais completo, Kent afirma que:
“Cânfora na forma potencializada irá curar grande número de queixas.” E outros
também falam das virtudes da Camphora potencializada.

SINTOMAS EM NEGRITO

Melhor quando pensa na queixa existente.


Palpitação, como batidas de um martelo, no cerebelo, isócrona com o pulso,
cabeça quente, face vermelha, membros frios, pior estando em pé; a maior parte das
vezes com tais sintomas quando privado de relacionamento sexual,
Contração como se o cerebelo e a glabela estivessem atados, com frialdade por
todo o corpo. Muito sensível ao ar frio.

Nariz frio e pontudo (na diarréia e na cólera).


Suor frio, com vômitos.
Língua fria, flácida e tremulosa.
Ansiedade e inquietude, ausência de evacuação, arrepios de frio freqüentes ou
sensação como se um arfrio estivesse soprando sobre as partes cobertas do
corpo;grande declínio e colapso. (Cólera).

Ardência durante a micção.

Recém-nascidos: asfixia; locais duros na pele do abdome e das coxas,


aumentando e tomando-se mais enrijecidos rapidamente, às vezes com marcante
vermelhidão espalhando-se sobre quase todo o abdome e coxas; febre violenta, com
sobressaltos e espasmos tetânicos, inclinando-se para trás; não urinam.

Gripe.

Respiração fria, como vinda de um túmulo, ao se exalar sobre a mão colocada


em frente à boca. (Carbo veg.) Frialdade dos membros.

Congestão do PEITO. Todas as seqüelas do sarampo.


CAMPHORA 195

Suorfrio, úmido e enfraquecedor.

PULSO: fraco; não perceptível; freqüente e raramente perceptível; acelerado


sem febre; muito acelerado, mas ondulante e sem força; muito rápido; cheio e rápido;
cheio e irritável; irritável ao anoitecer; duro ou mole; extremamente pequeno e
lento;pequeno e duro, tomando-se cada vez mais vagaroso; pequeno, fraco e
freqüente; não pode ser contado. Frial-dade gelada por todo o corpo, com a palidez
da morte na face; circulação diminuída nas partes mais distantes do coração. Efeitos
de choque decorrente de traumatismo; superfície do corpo fria; face pálida e azulada,
lábios lívidos; diarréia; pulso fraco, ansiedade nervosa e estupefação; respiração
suspiros a; grande exaustão.

* * * * *
Na cólera epidêmica de 1831 Hahnemann enfrenlou o problema como devia
ser feito e escreveu artigos, com ampla distribuição, sobre o seu tratamento. Ele
teve seguidores por todo o mundo, mesmo naqueles dias. Quando um censor
idiota baniu seus ensinamentos, ele escreveu: Eles parecem preferir mandar toda
espécie humana para a sepultura a ouvirem o bom conselho da nova arte médica
purificada.”
O envenenamento por cânfora mostra todos os sintomas iniciais da cólera.
Hahnemann diz: “Somente quando dada sozinha na invasão inicial da doença,
será tão maravilhosamente útil. Os amigos do paciente devem empregá-la, pois
este estágio logo resulta em morte ou no segundo estágio, mais difícil de ser
curado, e não com Camphora”. Ele dava “uma gota do espírito forte de
Camphora com açúcar (ou em água) a cada cinco minutos. Quando os maxilares
ficam rígidos e nada pode ser engolido, ela pode ser esfregada na pele, dada
como um clister ou seu vapor inalado, quando evaporado sobre ferro quente.
Quanto mais rápido isto for feito, mais rápida e certa será a recuperação do
paciente. Em um par de horas o calor, a força, a consciência, o repouso e o sono
retornam e ele está salvo. Mesmo no caso de pessoas que estavam sendo
preparadas para o velório, nas quais somente um dedo se movia, o espírito de
Camphora misturado com óleo, introduzido na boca, trouxe o morto aparente
para a vida.”
Resultados breves: o cônsul geral russo relatou que de 70 casos em dois
locais, todos alcançaram a cura; em outro locais, de 1.270 casos somente 108
vieram a falecer. Nos hospitais de Viena, dois terços dos tratados
homeopaticamente se recuperaram, enquanto que em outros hospitais dois
terços faleceram. No sul da França, onde a mortalidade com alo- patia foi de 90
por cento, a mortalidade com homeopatia foi de 5 a 7 por cento. Um missionário
(na América do Sul) foi preso por curar gratuitamente uma série de pacientes
com cólera, enquanto que os tratamentos hospitalares não curavam ninguém.
Mesmo em nosso país, os resultados
196 CAMPHORA

com tratamento homeopático estiveram escondidos até que foram solicitados


no Parlamento, “pois eles dariam uma sanção injustificável para uma prática
empírica, oposta à manutenção da verdade e ao progresso da ciência
r "\

CANNABIS INDICA
(Haxixe)

Esta droga é considerada botanicamente idêntica a Cannabissativa, “a diferença


no solo e no clima sendo responsável pela diferença em suas propriedades”.
Realmente, muitos autores englobam-nas juntas como se elas não tivessem
diferenças! - mas é Cannabis indica que fornece uma riqueza extraordinária de
sintomas mentais e é surpreendentemente curativa desde que estes sintomas
levem à indicação.
Nossos autores parecem ter desistido de Cannabis ind. no desespero,
provavelmente devido à redundância de suas aberrações mentais. Mas Allen
(Encyclopedia) dedica vinte e sete longas páginas para seus 275 sintomas
mentais, enquanto que dos outros, Hughes (Phartnacodynatnics) é o mais
esclarecedor. Nós o citaremos, antes de chegar aos outros autores e a Allen.
HUGHES diz: “Algumas experimentações do haxixe indiano, feitas em sete
pessoas com a tintura e atenuações baixas, foram publicadas pela União dos
Experimentadores Americanos, em 1839. Desde então, grande número de
pessoas provaram seus curiosos efeitos sobre si mesmos; e as experiências de
ingestão do haxixe foram registradas por um escritor com um poder de
descrição e um estilo deslumbrante dificilmente inferiores aos daquele inglês
que ingeriu ópio. A partir dos resultados então obtidos, Dr. Allen fez uma
exaustiva coletânea: 918 sintomas da droga, incluindo fenômenos mentais,
descritos detalhadamente, fazem parte de sua Encyclopedia.”
“Para se familiarizar com as características da intoxicação por haxixe, é
necessário que você a estude em detalhes. Não há linhas gerais que possam
apresentá-la adequadamente. É uma condição de exaltação intensa, na qual todas
as percepções, concepções, sensações e emoções são exageradas ao máximo. As
distâncias parecem infinitas e o tempo interminável. O prazer é o próprio
paraíso, e qualquer pensamento ou sensação de dor leva de uma só vez às
profundezas da miséria. Alucinações dos sentidos são comuns e a mínima
sugestão irá colocar em movimento um trem de ilusões mentais vividas. Durante
todo o tempo uma consciência dual está presente; o experimentador sente de vez
em quando que ele é distinto daquele do sonho provocado pelo haxixe, e pode
pensar racionalmente. As sensações corpóreas que acompanham estes
fenômenos não

197
198 CANNABIS INDICA

são muitas. Dor de cabeça, sensação de boca e garganta secas e anestesia da


superfície não são incomuns. A dor de cabeça é, em geral, uma sensação de
que o cérebro está fervendo e levantando o arco craniano como a tampa de uma
chaleira. A anestesia pode ser precedida por sensações sobre o corpo como
aquelas produzidas por leves descargas elétricas. Na esfera motora
experimenta-se, às vezes, a condição peculiar conhecida como cataléptica. Dr.
0’Shaughnessy assim descreve o efeito da resina em um nativo da índia: 'Às
oito horas da noite, nós o encontramos sem sentidos, mas respirando com
perfeita regularidade, seu pulso e pele estavam normais e suas pupilas
contraíam-se livremente à aproximação da luz. Por acaso ocorreu de
levantarmos o braço direito do paciente, quando espantado observei que seu
braço permanecia na posição em que fora colocado por mim. Foi necessário
um breve exame dos membros para descobrir que o paciente, pela influência do
narcótico, estava na mais extraordinária das condições nervosas - naquele
estado que tão poucos já presenciaram e de cuja existência muitos ainda
duvidam - a genuína ca- talepsia do nosologista'...
“O Dr. Ringer e outros recomendam-no para dor de cabeça, sendo que o
primeiro o considera o medicamento mais útil que possuímos para diminuição
da freqüência dos paroxismos da enxaqueca.
“Deve ser lembrado sempre que encontramos um caso de catalepsia. Eu
mesmo tive um paciente no qual os ataques, provavelmente de fundo histérico,
assumiam um caráter cataleptiforme e, neste caso, Cannabis indica provou ser
rapidamente curativa...
“Os efeitos de Cannabis indica no cérebro podem ser comparados com
vantagem àqueles d&Agaricus, Belladonna, Camphora, Crocus, Hyoscyamus,
Opium e Stramonium. No poder de causar catalepsia, seu único rival é o cloreto
dc estanho.

* * * * *
KENT tem uma pequena e vivida descrição da ação de Cannabis indica na
2 edição de seu Lectures on Matéria Medica (omitida da 3a edição, juntamente
a

com algumas outras boas coisas, cujo espaço evidentemente foi preenchido por
novas drogas). Dele citaremos:
“Uma estranha sensação de êxtase atravessa o corpo e os sentidos. Os
membros e as partes parecem aumentados. Uma sensação de beatitude
atravessa os membros. Os membros tremem. Grande fraqueza se espalha pelo
corpo. Os sintomas se assemelham aos da catalepsia. Anestesia e perda de
sensação muscular. As queixas melhoram com o descanso. Exaltação dos
espíritos com alegria. Imaginações e alucinações maravilhosas. Exageros de
tempo e espaço extraordinários. Ele parece ser transportado através do espaço.
Ele parece ter duas existências, ou ser consciente de dois estados, ou existir em
duas esferas. Ilusões. Fala incoerente. Risos
CANNABIS INDICA 199

nos comentários sérios. Ri e chora. Medo da morte; da insanidade; do escuro.


Angústia e tristeza. Os sintomas mentais melhoram com uma caminhada ao ar
livre. Uma fase oposta prevalece com fraqueza. Ele perde os sentidos e cai.
Passa do racional para o irracional numa sucessão rápida, num vai e vem.
Esquece palavras e idéias. Incapaz de finalizar suas sentenças. Os pensamentos
se acumulam uns nos outros cm tal confusão que impedem um discurso lógico.
Sua mente fica plena de idéias e fantasmas inacabados. Teorias magníficas
formam-se constantemente em sua mente. Loquacidade. Ele não pode controlar
sua mente para raciocinar de forma racional sobre um assunto. Qualquer
esforço para raciocinar é interrompido por vôos de imaginação e teorias
desvairadas. As visões vão se passando diante da consciência. Ouve vozes,
sinos, música, em uma confusão extática.”

* % * * *

“Epilepsia, com exaltação de todos os poderes da mente e do corpo, antes de


um ataque.”

* * * * *
FARRINGTON, quando se reúnem os fragmentos espalhados em sua
Comparative Matéria Medica, apresenta algumas sugestões clínicas valiosas. Ele
diz que é um dos melhores remédios no delirium tremens, com erros de
percepção relativos a espaço e tempo ... Nos enganos quanto adistância e tempo,
assim como quando o paciente diz estar com fome e não ter comido nada há seis
meses, quando os pratos, dos quais ele há pouco se fartou, estão ainda ao lado
da cama. Ou, ao olhar pela janela, ele diz que os objetos que estão bem
próximos encontram-se a milhas de distância ... Há, também, os sintomas
urinários: “Ardência, pontadas e dores nos rins; dores quando ri. Uremia com
sensação como se o vértex estivesse abrindo e fechando”. Por fim, “Paralisia
com formigamento da parte afetada.”

* * * * *
NASH tem pouco a dizer sobre Cann. ind., mas ele nos fornece um caso que
ilustra uma de suas fases: “Esquecimento: inicia uma sentença e então não
consegue finalizá-la, porque esqueceu o que pretendia falar ou escrever
Este é o caso: Uma senhora com hidropsia, em conseqüência de uma doença
cardíaca valvular, após estar aliviada do inchaço, subitamente ficou
impossibilitada de conversar. Ao responder uma pergunta ela começava a
resposta, mas não conseguia finalizá-la, porque não podia lembrar- se do que
pretendia dizer. Ela ficava muito impaciente com isso e chorava, não conseguia
terminar a sentença; mas conseguia se exprimir se alguém
200 CANNABIS INDICA

pudesse terminar a sentença por ela. Continuou assim por vários dias, até que
recebeu Cannabis indica, quando então, recuperou rapidamente seu poder de
expressão.”
São lembradas duas experiências vividas em relação a Cannabis indica, uma
curativa e outra aparentemente causai.
Uma garota bonita, levemente gorda, de aparência saudável, de cabelos
claros e bochechas coradas (antes destes dias loucos da “maquiagem”), chegou
ao Ambulatório em grande aflição. Já contamos este caso antes, mas vamos
repeti-lo. Ela era datilógrafa e trabalhava numa grande companhia ferroviária.
Ela disse: “Eu não sei exatamente como dizer, mas eu tenho sonhado acordada
e perdi meu emprego por causa disso. Eu costumava ir para casa todas as noites
e dizer-lhes: 'Estou morta de cansaço, porque tenho estado durante o dia todo
nos trens, trabalhando na minha máquina de escrever.' Necessitava das provas
mais fortes para me convencer de que isto não era verdade. Eu acreditava nisso.
Às vezes um rinoceronte me seguia por toda a parte e eu contava às pessoas. Eu
acreditava nisso. O que devo fazer? Se estou na rua e passa um carro, isso é
tudo que preciso para dizer a alguém que estiver comigo: 'Venha, e eu lhe
levarei em meu carro' e, naturalmente, não lenho carro, eu não sei dirigir. O que
eu faço? ” Eu fiquei intrigada e entrei em contato com o médico com quem
estava trabalhando. Ele sugeriu Cannabis ind. e ela tomou uma dose, e somente
retornou uma ou duas vezes mais. Ela havia esquecido “todas aquelas coisas
sem sentido” e estava muito bem.
O outro caso diz respeito a um desafortunado pároco interiorano, que
possuía um determinado inimigo astuto, sem escrúpulos, determinado, por
razões ligadas a práticas religiosas, a afastá-lo de sua paróquia. As travessuras
que infligiram a este homem infeliz vão além da imaginação e têm sabor de
romance e melodrama A nós interessa apenas uma delas.
Um dia seu sacristão (a serviço do inimigo) tentou-o com um maravilhoso
tabaco, fornecido pelo seu patrão. O pároco disse que não possuía um
cachimbo, mas o homem deu-lhe um novo. O pároco colocou o pedaço de fumo
em seu bolso e, tendo negócios a serem tratados a algumas milhas de distância,
saiu da cidade a pé. No cume de um monte íngreme descansou e, lembrando-se
do presente, procurou-o na parte de baixo do casaco para onde ele havia caído,
devido a um buraco existente em seu bolso, e começou a cortá-lo, no topo de
um portão. Com dificuldade, porém, porque era duro e diferente de qualquer
tabaco que ele já havia cortado. Então ele encheu o cachimbo com o fumo e o
acendeu, começando a fu- má-lo.
Ele começou a se “sentir esquisito”. Então, quase imediatamente, ocorreu
uma violenta vertigem; piorando assustadoramente quando ele tentou se mover.
Ele deve ter ficado horas à espera de ajuda antes que transeuntes em um carro
acolheram-no e o levaram para casa, para onde
CANNABIS INDICA 201

foi chamado o médico local. Mas ele esteve delirante toda a noite, num estado
dos mais alarmantes: “contando elefantes durante a noite inteira”, como ele
relatou mais tarde.
Dois ataques menores ocorreram, após fumar certos cigarros, quando correu
o boato de que o pároco estava bastante doente, deveria renunciar e ir embora.
Contudo, estes ataques cessaram quando ele evitou os cigarros do armazém do
vilarejo e passou a comprar seus cigarros em outros lugares, longe do alcance
dessas brincadeiras de mau gosto.
Curiosas essas ilusões de elefantes e rinocerontes! Como uma droga
consegue evocar estas coisas? Faz lembrar dos medos, alucinações e sonhos
com cobras (Hyoscyamus, Lac. caninum e alguns outros).

SINTOMAS EM NEGRITO

Ele imagina que ouve música; fecha os olhos e por algum tempo fica perdido nos
mais deliciosos sonhos epensamentos.
Conversa incoerente.
Idéias fixas.
Exaltação dos espíritos, com loquacidade excessiva.
Risos sem moderação.
Risadas descontroladas, até que a face se toma púrpura e as costas e quadris
doem.
Angústia acompanhada com grande opressão, que melhora ao ar livre. Ele tinha
um medo constante de tomar-se insano.
Mente bastante ausente.
Durante curtos momentos ele se perde e depois recobra-se, como é percebido por
aqueles que o rodeiam.

Vertigem.
Freqüente balanço involuntário da cabeça.
Quando recobra a consciência, choques violentos passam pelo seu cérebro.

Olharfxxo.
Vasos injetados nas conjuntivas de ambos os olhos.
Quando lê, as letras embaralham-se.
Pulsação eplenitude em ambos os ouvidos.
Sons de guizos e zumbidos nos ouvidos.

Ele parece sonolento e estúpido.


Seus lábios estão grudados.
Secura da boca e dos lábios.
202 CANNABIS INDICA

Saliva branca, grossa, espumante e viscosa.


A garganta está ressecada, acompanhada por intensa sede de água fria.
Apetite pronunciado.
Fome voraz.
Domo orifício cardíaco.

Ardência esensação escaldante antes, durante e depois da micção.


Dor picante antes, durante e depois da micção.
Urina profusa sem cor.
A urina fica gotejando depois que cessa o jato.
Ao espremer a glande do pênis, é expelido um muco branco com consistência de
clara de ovo.
Satiriase.

Tosse áspera, que arranha o peito sob o estemo.

Pulso abaixo do padrão normal, por volta de 46.

Dor através dos ombros e espinha, forçando-o a encolher-se e não permitindo


que ele caminhe ereto.
Paralisia das extremidades inferiores e braço direito.
Impressão agradável em ambas as pemas dos joelhos para baixo, com a sensação
como se as garras de um pássaro estivessem enganchadas nos joelhos.
Completamente exausto após uma curta caminhada.

Sonolência excessiva.
Sono ruidoso.
Suorprofuso e viscoso, que se apresenta em gotas sobre sua testa.

* * * * *
E agora, já que uma compreensão adequada da ação de Cannabis indica
somente pode ser obtida a partir da Encyclopedia de Allen, condensaremos
aquelas vinte e sete longas páginas sobre os sintomas mentais. Salientamos que
estas experimentações ou efeitos tóxicos são provenientes de cerca de quarenta
diferentes fontes, por ele fornecidas, onde as mesmas experiências e até uma
série de sensações foram detalhadas quase nas mesmas palavras, por diferentes
pessoas.
Muito excitado; dançando pelo quarto; rindo; falando coisas sem sentido,
sabia disso mas não conseguia parar sem um esforço, o qual não se preocupava
em realizar. Grita; salta no ar; bate palmas por alegria. Canta; improvisa letra e
música. Ao tornar-se consciente, encontra-se dançando, rindo e cantando em
frente a um espelho.
CANNABIS INDICA 203

Conversa incoerente. Tendência à blasfêmia.


Ao visitar pacientes, grande dificuldade para se conter em dizer ou fazer
coisas incomuns ... Precisa-se manter sério ou poderia fazer bobagens.
Acentua a última sílaba em todas as palavras e ri sem moderação.
Rapidez de idéias e sensações prazerosas: constante sucessão de novas
idéias, cada qual era esquecida instantaneamente.
A mente encontra-se preenchida com ridículas idéias especulativas; idéias
fixas.
Pensamentos vividos em rápida sucessão, esquecidos tão logo eles co-
meçam.
Teorizações constantes. Devaneios; devaneios encantadores.
Tem a idéia de que ele deverá morrer logo e ser dissecado.
Não sabia se ele mesmo existia; se os homens em geral existiam, ou com
qual propósito eles existiam.
Possuído pela idéia que sua morte está próxima.
Imagina ladrões em sua casa; imagina que ouve barulhos estranhos. Procura
debaixo das mesas e camas; abre e fecha as portas.
Imagina que homens estão tramando matá-lo; que ele pode voar como os
pássaros. Disse que tinha sido transportado para o céu e sua forma de expressão
normalmente comum, torna-se bastante entusiástica.
Tudo à volta e intimamente, um grande mistério, aterrorizador.
Desespero: medo de estar eternamente perdido. Ao ouvir o nome de Deus,
grita: “Pare! Este nome é terrível; eu não posso suportá-lo. Estou morrendo.”
Formas demoníacas, cobertas por mortalhas escuras, agarrando-se a ele;
olhando-o com olhos de fogo por trás de seus capuzes. Parecia estar andando
numa vasta arena rodeada por uma parede imensa. Estrelas olhavam-no com
uma atitude humana e compassiva; o sol balançava e as nuvens dançavam ao
redor dele como um coro.
“Poderia traçar a circulação do sangue ao longo de cada polegada de seu
caminho; eu sei quando cada válvula é aberta e fechada. As batidas do meu
coração eram tão claramente audíveis, que eu imaginava se elas não estavam
sendo ouvidas pelos outros.”
Parece possuído por uma existência dual, uma das quais do alto observa a
outra enquanto ela passa pelas fases do delírio do haxixe. Tem uma sensação de
dualidade, uma de suas mentes pensa em alguma coisa, enquanto que a outra ri
disto. Sente-se como se ele fosse uma terceira pessoa, olhando para ele mesmo
e para seu amigo.
A alma parecia estar separada do corpo, olhando-o do alto e tendo uma
visão de todos os movimentos dos processos vitais, e ser capaz de passar e
repassar através de sólidas paredes.
Extrema demora do tempo e extensão do espaço; poucos segundos pa
204 CANNABIS INDICA

recera eras; a pronúncia de uma palavra parece tão longa quanto um drama
inteiro, e uns poucos metros, uma distância intransponível, de tão grande. O
quarto se expande; o teto parece elevar-se: ele está em um vasto salão.
A sala de estar parecia ter uma profundidade enorme abaixo dele (ela
estava, na verdade, no mesmo andar). O tempo era indefinidamente prolongado.
Os minutos pareciam dias. Um amigo na mesma sala parecia estar bastante
longe. Uma estranha sensação de isolamento, com um grande sentimento de
solidão, embora rodeado de amigos.
Ele im agina que possui um conhecimento infinito e poder de visão; que é
Cristo vindo para restaurar a perfeita paz para o mundo. Acredita que há um
poder criativo na sua própria palavra; que ele somente precisa falar e tudo será
feito. Que possui a prosperidade do mundo e despeja riquezas a todos os
necessitados que o rodeiam.
Sente que é transparente; sente o sangue em suas veias; “O fogo na grelha
brilha através de mim, para esquentar a medula dos meus ossos”. Ele imagina
que está inchando gradualmente, que seu corpo torna-se cada vez maior. Que
ele está a cavalo; caçando; vendo a água azul; nadando; que é capitão de um
navio; viajando; que ele não tem peso.
Ilusão que ele era uma bomba, através da qual uma corrente de água quente
estava se movimentando e ameaçando seu amigo de ficar molhado. Que ele era
um tinteiro e que, ao se deitar na cama, a tinta poderia se espalhar sobre o
acolchoado; ele abria e fechava sua tampa de latão que possuia uma dobradiça;
balançou-se e viu e sentiu a tinta se chacoalhando contra suas superfícies de
vidro. Agora ele é um imenso serrote que se move para baixo e para
cima,enquanto que as tábuas terminadas voam para os lados; então uma garrafa
de água com gás; um enorme hipopótamo; uma girafa; uma samambaia,
rodeada por nuvens e perfume. Ri porque sua perna é um estojo de lata cheio de
hastes de fixar tapete, que fazem barulho quando ele anda; então a outra perna
se alonga até ele se elevar centenas de pés no ar, e deve saltar ao lado de seu
amigo.
Todas as impressões são extremamente exageradas.
As paredes do quarto subitamente são cobertas de sátiros dançarinos e
mandarins que inclinam suas cabeças. Vê inúmeros duendes diabólicos com
faces cor de sangue e imensos olhos negros, que o aterrorizam; até que um suor
frio se irrompe e ele se sente sufocado.
Todos os eventos de sua vida passada, mesmo aqueles esquecidos há tempo e
os mais triviais, surgem em símbolos de uma roda que gira rapidamente, cada
qual reconhecido como um ato de sua vida, cada qual em sua ordem correta de
seqüência.
Visões burlescas de mulheres velhas, enrugadas que são compostas de fios
de malha.
Ilusões dos sentidos: ouve vozes e a música mais sublime; tem visões de
CANNABIS INDICA 205

beleza e glória, somente igualadas no Paraíso: paisagens da beleza mais sublime;


profusão de flores de cores brilhantes; arquitetura de beleza magnífica e
grandeza, provendo uma consciência de felicidade.
Uma tropa silenciosa passou por ele na rua; a planície subitamente se
expandiu e foi coberta por um bando de tártaros, que corria numa rapidez louca,
seus capacetes moviam-se contínua e velozmente com plumas e crinas de
cavalos. As casas de repente acenavam com a cabeça, inclinavam- se e
dançavam.
Ao andar pela rua, a figura de um homem encapuzado sai da parede e leva-o
ao horror - cada traço de sua face mostrava os registros de sua vida pregressa,
feita de crimes. “Ele me olhava com uma ferocidade malvada e um desespero
desumano. Parecia que eu me tornava blasfemo ao olhar para ele.” Desperta
para ver, sobre um esquife, um cadáver aterrorizante, cuja face lívida estava
distorcida pela aflição do assassinato. Cada músculo estava tenso e as unhas
encravadas na palma da mão do homem morto pela força do aperto do punho ao
morrer. Duas velas à sua cabeça e duas aos pés tornavam o horror do esquife
ainda mais luminosamente sinistro. Um risada abafada de algum observador
invisível zombava do cadáver, “então as paredes começaram a escorregar
lentamente, o teto veio abaixo, e o piso se elevou; eu estava sendo levado em
direção ao cadáver, cada vez me aproximando mais. Tentei gritar, mas a voz
estava paralisada, as paredes tornavam-se mais próximas, até que minha mão
pousou sobre a testa do homem morto. Eu estava sufocado no nicho, sem
respiração, tocado por todos os lados pelas paredes com uma terrível pressão;
então ouvi um estampido, senti todos os sentidos apagados na escuridão.
Quando acordei o defunto havia sumido, mas eu estava em seu lugar no esquife
e o quarto se tornou um imenso salão com teto de arcos de ferro... então for mas
e faces demoníacas ... subitamente o demônio mais próximo espe- tou-me um
garfo de metal incandescente e arremessou-me num berço de fogo ardente -
'vamos cantar para ele', disse um dos demônios, 'a canção de ninar do inferno';
enquanto eu permanecia ainda não consumido pelo fogo, debatia-me de um
lado para outro no balanço da máquina infernal... Agora estava em uma praça
colossal rodeada por casas muito altas, com centenas de andares. Corri com
uma sede implacável até uma fonte esculpida no ferro, sendo que cada jato que
dela saía formava uma escultura imitando água, mas eram tão secas quanto a
fumaça de uma fornalha. Eu clamei por água, quando cada caixilho, de todas as
centenas de andares, voou pelos ares e um maníaco permanecia em cada janela.
Eles rangiam os dentes para mim, fitando-me, rindo, zombando, escarnecendo,
assobiando e praguejando horrivelmente. Eu fiquei louco com esta visão e, sal-
tando para cá e para lá, imitei-os todos.”
A cena tornou-se teatral e ele, um ator, improvisava sua tragédia e ar-
rebatava sua imensa platéia. Subitamente um olhar suspeito surgiu em

J
206 CANNABIS INDICA

sua lace... “cies sabiam meu segredo, e um coro insano tomou conta dc lodo o
teatro, 'Haxixe! Haxixe! Ele comeu haxixe!’ Rastejei -me pelo palco com uma
vergonha indescritível. Humilhei-me em segredo; olhei para meus adornos c notei
que eram repugnantes e esfarrapados como os dc um mendigo; da cabeça aos pés eu
era a encarnação da esqualidez. As crianças apontavam para mim; os vadios
paravam e aproximavam-se com desdém inquisitivo; a multidão de homens e
animais olhava para mim; as pedras da rua zombavam de mim com insultos
humanos, enquanto eu me encolhia em meus trapos emporcalhados.”
Imagina que alguém o chama. Ouve música da mais doce c sublime melodia c
harmonia, vê veneráveis bardos com suas harpas, que as tocam como se tosse a
música dos céus. Um simples tom se parece com a harmo nia mais divina. Imagina
que ouve música; fecha os olhos e perde-se nos mais deliciosos pensamenios e sonhos.
Ouve incontáveis sinos badalando muito docemente. Durante as duas semanas
seguintes, ao sentar-se em seu escritório, ele ouvia a magnífica harmonia, como se
as mãos de algum mestre estivessem locando um órgão e usando somente as chaves
mais baixas. Havia esta peculiaridade sobre audição dc música, devia eslar num
estado dc semi-dcvancio. então as melodias divinas, delicadas c ma ravilhosamente
doces, seguiam-se umas às outras dc lbrma contínua, sem interrupções e mais suave
que dedilhado humano algum jamais realizou. Se se lixasse a atenção e esforçasse o
ouvido, para eslar certo dc captar cada acorde, o silêncio vinha de uma vez.
Ouve os sons das cores, verde, vermelho, azul e amarelo lhe soam, vindo em
ondas perfeitamente distintas.
Após tal experiência de êxtase, ao emergir de uma densa floresta, ouviu um
sussurro, '‘Mata-te! Mala-ie!" e línguas invisíveis repetiam este manda mento por
todos os lados e pelo ar acima-dele, “O Mais Alto ordena que te mates!" Mas uma
mão invisível golpeou a faca com que ele visava alcançar sua garganta e a
arremessou para dentro do mato.
Sensações físicas estranhas de uma leveza e estado aéreo perfeitos e mentalmente,
uma percepção maravilhosamente aguda do cômico nos objetos mais simples e
familiares. Os objetos que o rodeavam assumiram uma expressão estranha,
extravagante e tornaram-se inexprimivelmente absurdos e cômicos, o que lhe
provocou um demorado acesso dc riso.
Parecia-lhe como sc cie existisse sem forma através de uma vasta ex tensão de
espaço. Seu corpo parecia expandir-se e o arco do seu crânio parecia ser mais largo
do que a abóbada celeste.
Seu deleiiamento com as visões era completo e absoluto, imperturbável pela
mais tênue dúvida de sua realidade; enquanto em algum outro com partimento do seu
cérebro, a razão as assistia friamente e acumulava a mais viva ridicularidade de seus
aspectos fantásticos. Um conjunto dc nervos estava impressionado com a felicidade
dos deuses, enquanto outro
CANNABIS INDICA 207

conjunto estava em convulsão com o riso inextinguível daquela mesma fe-


licidade. Seus mais altos êxtases não podiam suportar e silenciar o peso da sua
ridicularidade, que por sua vez não tinha poderes de evitar que ele se deixasse
levar por absurdos ainda mais grotescos.
Ele ria até as lágrimas, cada gota que caía tornava-se imediatamente uma
grande broa de pão e tombava sobre o balcão de um padeiro; quanto mais ele
ria, mais rapidamente as broas caíam, até que havia uma pilha na frente do
padeiro, de forma que ele quase já não podia enxergar o topo da cabeça do
padeiro. Sua garganta estava dura como um metal; sua Língua parecia uma
barra de ferro enferrujado. Embora ele pegasse um jarro de água e a bebesse
demoradamente, seu palato e garganta não pareciam ter tomado a água... Ele
rasgou suas roupas e tentou contar as pulsações de seu coração, mas havia dois
corações, um batendo a uma razão de mil batidas por minuto, enquanto o outro
tinha um movimento bastante lento. Sua garganta estava cheia de sangue que
saía pelos ouvidos. (Ao se recuperar, depois de vários dias, não sentia gosto no
que comia, não se refrescava tomando água e precisava de um enorme esforço
para compreender o que lhe era dito ou para dar um resposta coerente).
“A instabilidade do andar ao tentar manter-se abaixado; porque eu sentia como
se houvesse molas em meus joelhos e me lembrava do homem com a perna
mecânica que andava com ele.”
“Havia objetos reais, bem como imaginários; mas às vezes eu duvidava
quais eram uns ou outros, e ficava na incerteza.”
“Uma fraqueza veio pelo corpo inteiro, suas pernas não conseguiam
agüentá-lo; seus braços tornaram-se pesados; ele foi obrigado a atirar-se no
sofá, seus membros estavam rígidos, ele perdeu completamente as sensações,
tomando-se cataléptico; o corpo ficou novamente todo anestesiado e agora havia
um movimento rápido de tipo automático nas mãos, uma mão colocada sobre o
peito tinha o dorso esfregado pela palma da outra mão. Alternando-se o braço
ou perna direitos, ou a metade direita da face ou todas essas partes juntas
pareciam petrificadas, de forma que ele não conseguia movê-las e então ficavam
relaxadas. Subitamente toda a sua massa cerebral, exceto uma pequena porção,
parecia transformada em mármore; (seu olho direito manteve a sensação e
dureza do mármore por longo tempo).
Era vítima de uma extrema loquacidade e mobilidade de idéias\ com medo do
destino de seus companheiros, para os quais ele temia que a dose havia sido
excessiva e poderia provocar envenenamento.
Tomado por convulsões gesticulares nos braços e das pernas, e seus
sintomas assumiram a aparência dos que caracterizam a hidrofobia: acessos de
medo à vista de objetos brilhantes, a qualquer lufada de ar ou à aproximação de
qualquer pessoa. Ele pedia água, mas somente para afas- tá-la sem bebê-la,
incapaz de tomar um só gole, apesar de todo o esforço.
208 CANNABIS INDICA

Uma sensação de que a língua e a garganta estavam cobertas por uma


substância macia e seca.
Um desejo urgente de ser abraçado, orientado e que alguém lhe tomasse conta,
para que não levantasse da cama e cometesse algum ato tolo.
As mãos automaticamente eram levadas à cabeça e lá fixavam-se, como se
não fosse possível tirá-las de lá.
Câimbras nas panturrilhas tornavam o movimento impossível; ou faziam
com que elas ficassem distendidas ou dessem um salto repentino.
Sensações curiosas e alarmantes. Subindo as escadas parecia não estar
tocando nos degraus: “Eu andava no ar assim como o nadador nada na água;
meus pés chegavam perto dos degraus, mas não os tocavam.
“Idéia de catalepsia. Eu devo manter minha alma em meu corpo pela força
da vontade, ou talvez ela nunca mais retorne. Eu sentia que ela estava tentando
voar embora. Uma sensação de solidão se apoderou de mim. Atirei meu corpo
através de uma barreira impenetrável e invisível. Fui seguir meu caminho
através de uma atmosfera resistente - um fluido etéreo que parecia ser não tão
denso quanto a água, nem tão rarefeito quanto o ar, mas resistente. As duas
partes do meu ser estavam agjndo separadamente, minha vontade ou existência
espiritual estava separada de minha existência física e a incitava e a empurrava
para frente, usando-a como um artífice usa uma ferramenta; forçava meu corpo
para diante parecendo exultar em sua supremacia.
Tudo era irreal; eu próprio era irreal; mesmo minha voz não parecia minha.
Sendo persuadido, eu comi um pedaço de carne; para fazer isso, eu
precisava lembrar dos vários processos e o modus operandi de “comer”.
“Primeiro”, eu raciocinava, “eles colocam a substância na boca e ao mo-
vimentar a maxila inferior para cima e para baixo e ao misturar a saliva com o
alimento, através do movimento da língua, eles o mastigam.” Isto era
facilmente realizado. A saliva parecia ter pernas e braços, eu podia percebê-la
misturando-se com a carne, mas quando esta estava completamente mastigada,
eu não conseguia me lembrar, ou afirmar há quanto tempo a havia colocado na
boca. A mastigação parecia ter sido minha ocupação há anos. Era o momento
de engolir, mas comandar os músculos de minha garganta consumia todos os
meus esforços.
“Se os desencarnados retornassem para flutuar sobre o túmulo que uma vez
havia sido um lar para eles, eles considerariam seus amigos como eu então
considerei os meus. Uma proximidade de lugar com uma infinita distância de
estado - um isolamento todavia perfeito para uma aparente companhia.
“Um vento espasmódico vinha suspirando pela chaminé e transformou-se
em zumbido constante de uma vasta roda em movimento acelerado... seu
barulho monótono foi mudado para o som reverberante de ór
CANNABIS INDICA 209

gão de uma grande catedral. O fluxo e refluxo de seu tom solene incom-
preensível encheu-me de tristeza que era mais do que humana.
“Finalmente eu estava na rua. Além de mim, a visão seguia por um caminho
sem fim - uma vista não convergente, cujas lâmpadas mais próximas pareciam
estar a léguas de mim. Uma alma, partindo para seu vôo além da estrela visível
mais longínqua, não poderia ser mais dominada do que eu, pela sua concepção
recentemente adquirida de grandeza da distância. Comecei minha jornada
infinita. Mergulhava num maravilhoso mundo interior que existia em turnos,
em diferentes locais e vários estágios do ser. Ora remo minha gôndola através
dos canais de Veneza à luz da lua, ora os Alpes surgem à minha frente, e a
visão gloriosa do sol nascente refletindo a luz violeta sobre o mais alto cume de
gelo. Ora no silêncio primitivo de alguma floresta tropical inexplorada,
espalhava minhas folhas suaves, uma samambaia gigante, oscilava e inclinava-
me ao sabor dos ventos sobre um rio cujas ondas exalavam música e perfume.
Minha alma transformou-se numa essência vegetal, excitada por um êxtase es-
tranho e inimaginável.
“Minha voz parecia reverberar como um trovão em cada recôndito de um
edifício. Estava aterrorizado com o barulho que eu havia produzido. (Aprendi
nos dias seguintes que esta impressão é somente uma das muitas devidas à
sensibilidade intensa no sistema sensonal\ produzida pelo haxixe.)
“Estive em uma câmara remota no topo de um edifício colossal e toda a
construção abaixo de mim estava constantemente crescendo no ar! Cada vez
mais alto, mais alto, sempre para dentro da abóbada solitária do universo
infinito de Deus, elevávamos sem cessar. Os anos passavam. Eu ouvia a
torrente musical de suas asas no abismo além de mim e, de ciclo a ciclo, de vida
em vida, eu me movia rapidamente, uma partícula na eternidade e no espaço.
“Pela rua, em marcha compassada, uma hoste armada passava. Somente a
batida pesada de seus passos e o ranger de suas armaduras quebravam o
silêncio, pois entre eles não havia mais conversas ou música do que em um
batalhão de mortos. Era o exército dos séculos caminhando para a eternidade.
Uma sublimidade divina absorveu minha alma. Fui oprimido em um tempo
impenetrável, mas eu me inclinei para Deus e era imortal através de todas as
mudanças ... Olhando para seu relógio ele percebeu que tinha viajado através de
toda uma imensurável cadeia de sonhos em trinta segundos. 'Meu Deus', eu
gritei, 'Eu estou na eternidade'. Na presença daquela primeira revelação sublime
do próprio tempo da alma e sua capacidade para uma vida infinita, permaneci
tremendo com uma admiração sem fôlego. Até o dia de minha morte, aquele
momento de desvelamento permanecerá em claro relevo por todo o resto da
minha vida. Eu ainda mantenho isto numa recordação que não enfraquece como
210 CANNABIS INDICA

uma das santidades inefáveis do meu ser.”


Seguem mais e mais experiências de êxtase com música celestial “tal como
eu nunca ouvirei novamente fora da Grande Presença”.
Sob as mesmas circunstâncias, a mesma dose de haxixe produzirá efeitos
diametralmente opostos. Ou por uma grande dose, poderá resultar um
fenômeno dificilmente perceptível, ou uma dose pela metade poderá causar as
agonias do sofrimento de um mártir, ou do deleite num perfeito frenesi. Mas se,
durante o delírio do haxixe uma outra dose, embora pequena, for tomada para
prolongar a condição, tal agonia irá inevitavelmente se seguir e fará a alma
tremer ante a possibilidade de duração sem fim. Seu uso após qualquer outro
estímulo produzirá conseqüências apavorantes.
“Eu comecei a me exaltar naquele tremendo orgulho, tão característico da
fantasia. Meus poderes tornaram-se sobre-humanos; meu conhecimento cobria
o universo; meu alcance de visão era infinito.
Repetidamente eu percorri portas e casas do passado, que em minha
condição ordinária eram tão bem conhecidas como a minha própria e, por fim,
desisti de procurá-las em total desesperança, não reconhendo o mais leve traço
familiar em seus aspectos. Certamente um comedor de haxixe nunca deve ficar
sozinho.
Um extraordinário caso de clarividência é detalhado. Atirou-se num sofá e
pediu a um pianista para tocar alguma peça de música, sem dar um nome em
particular. O prelúdio começou e o sonhador foi subitamente transportado para
o coro de uma grande catedral. As janelas da nave • .. transepto eram adornados
com brasões, nos mais deslumbrantes coloridos, com ocorrências escolhidas
das vidas dos santos. Bem distante da chancela, monges estavam carregando o
ar com essências que fluíam de seus incensórios dourados. Sobre o pavimento
de mosaico inimitável havia uma multidão de adoradores em prece silenciosa.
Subitamente atrás do grande órgão começou um tom lamentoso, como um
murmúrio de algum bardo aliviando seu coração num canto de lamentação. A
ele se uniu uma gentil e fraca voz do coro. O baixo lamento cresceu e tomou a
expressão de uma emoção inteiramente humana. Um por um dos cantores re-
manescentes uniram-se e agora ele ouvia, estremecendo até o teto da catedral,
um maravilhoso miserere. Na extremidade da nave uma grande porta
permanecia aberta e um esquife entrou levado por carregadores solenes. Sobre
ele repousava um caixão coberto por uma mortalha, que sendo removida, assim
que o ataúde foi depositado na chancela, descobria a face daquele que dormia.
Era o falecido Mendelssohn! A última cadência do canto da morte acabou, os
carregadores, com passos pesados, levaram o cabcão através de uma porta de
ferro para seu lugar na cripta funerária; a multidão ia saindo, pessoa por pessoa,
da catedral, até que o sonhador ficou sozinho. Ele voltou-se para a saída e,
desperto para a consciência to
CANNABIS INDICA 211

tal, viu o pianista justamente descansando das teclas. “Que composição você
tocou?”, ele perguntou. A resposta foi, “A Marcha Funeral de Men- delssohn”
Ele nunca havia ouvido esta composição antes... “Certamente é o mais notável
exemplo de clarividência concordante que eu já conheci.”
“Uma música colossal preencheu todo o hemisfério sobre mim e eu vibrava
ascendendo pelo ambiente sobre asas invisíveis. A música não era cantada, não
havia instrumentos, mas o espírito inexprimível de um intenso som sublime,
como nada que eu já tivesse ouvido. O ideal de harmonia, no entanto
distinguível em uma multiplicidade de partes primorosas ... Como um mapa, a
arcada do universo repousava nua diante de mim. Eu vi como cada coisa criada
não somente se caracteriza, mas brota de alguma lei espiritual poderosa como
sua prole, seu desenvolvimento externo necessário, não a mera roupagem da
essência, mas a essência encarnada.”
“Das alturas etéreas eu caí em meio às neblinas aquerontianas... Eu
esperava pela extinção. As formas que se moviam ao meu redor no mundo
externo pareciam-se com cadáveres galvanizados; a alma viva da natureza tinha
ido embora como a chama de uma vela. A existência do mundo externo parecia
uma vil zombaria, um engano cruel de alguma possibilidade relembrada que
havia sido gloriosa com uma beleza silenciosa. Eu odiei as flores, porque eu já
havia visto os prados adornados do Paraíso; eu amaldiçoei as rochas, porque
elas eram pedras mudas; o céu, porque ele não ressoava música; e a terra e o
céu pareciam jogar de volta a minha praga.” *

%****
Verdadeiramente, Cannabis indica é um grande medicamento, para quem
sabe como usá-lo para a cura daquilo que ele pode induzir.
Entre suas sensações percebe-se a irrealidade; a solidão; a consciência dual;
a levitação; sente-se seu valor no delírio, no delirium tremens, na grandiosa
ilusão da Grande Presença; na hidrofobia; na catalepsia, qualquer que seja “o
material do qual são feitos os sonhos”, deve ser de utilidade para aquelas
pessoas que sofrem terrivelmente com sonhos assustadores, de um ano para o
outro. Uma destas chegou ao Ambulatório exatamente ontem!
r
CANTHARIS

Outra droga impetuosa de distúrbios violentos e fortes, amansada por


Hahnemann até agir como um verdadeiro óleo sobre a água, é Cantharis.
Cantharis é bastante similar a Lilium tigrinum em alguns de seus sintomas
mentais e físicos, mas muito diferente em outros. Ele é bem mais inflamatório e
é rápido e destrutivo em sua ação. tíyportanto, curativo nas condições
inflamatórias intensas, rápidas e destrutivas. Deve ser comparado com Merc. cor.
cArsenicum.
Vamos primeiramente fornecer os sintomas em negrito da Encyclope- dia de
Allen, isto é, os sintomas repetidamente causados e curados por Cantharis.
Será observado que, enquanto Cantharis produz intensas inflamações e
queimações geralmente nas membranas mucosas e sobre a pele, sua grande
ação é sobre o sistema genito-urinário e especialmente nos rins e bexiga.

Diarréia, consistindo de sangue e muco.


Diarréia violenta, com ardor intolerável; e ardor insuportável no ânus.

Dor violenta na bexiga, com constante vontade de urinar.


Dor assustadora na bexiga.
Tenesmo insuportável (esforço).
Tenesmo e estrangúria (espasmos da bexiga); a urina é espremida, gota a gota.
Dores violentas, ardentes e cortantes no colo da bexiga.
Antes, durante e depois da micção, assustadoras dores cortantes na uretra.
A urina o queima. Ela passa gota a gota.
Urgência para urinar, com ardência na uretra.
Constante urgência para urinar; a urina era expelida gota a gota, com dores
extremas.
Priapismo.

Qs sintomas acima são apenas os que estão em negrito, entre os 1650 sintomas
de Cantharis no Allen, muitos dos quais em itálico. Podemos re-

212
CANTHARJS 213

sumir aqui as citações de Kent e Nash. Estes autores dão retratos vividos e não
facilmente esquecíveis da ação e reações curativas deste medicamento
magnífico.

* * * * *
NASH diz: “Se eu precisasse selecionar um remédio para provar a verdade
da fórmula Similia Similibus Curentur, acho que esse seria o escolhido.
“Não há remédio que de modo tão certo e violento irrite e inflame os órgãos
urinários e que tão prontamente cure essa irritação quando se aplica à forma ou
tipo Cantharis, como freqüentemente o faz.”

É curioso (ou patético!) lembrar o que costumávamos aprender em nossos


dias de estudante: “Caníáride é dificilmente usado internamente, uma vez que seu
poder irritante é enorme.”
“Ele produz grave irritação gastrointestinal, onde o paciente apresenta dor
abdominal, diarréia e vômitos... O princípio ativo é absorvido pelo sangue e em
poucas horas o paciente se queixa de grande dornas virilhas e estrangúria - o que
quer dizer, há um desejo urgente de urinar, o esforço é bastante doloroso devido
ao tenesmo vesical e a quantidade de urina expelida é muito pouca, podendo
conter albumina e sangue. Nos casos graves de envenenamento pode ocorrer...
“Necrópsia: inflamação gastrointestinal intensa, conseqüentemente inchaço,
equimoses e hiperemia da membranasa mucosa do canal alimentar. Os rins são
encontrados muito congestionados e nos estágios iniciais de nefrite aguda. Há
também muita inflamação na membrana mucosa genito-urinária.”
A Escola Antiga ainda utiliza Cantharis, principalmente de uso externo, para
desenvolver uma vesícula e como um contra-irritante. Mesmo assim, nos dias de
hoje, deve ser usado com cuidado para que não seja absorvido pela pele. “Ele é
a base de muitas preparações que têm como objetivo estimular o crescimento de
cabelo.” (Hale White).
Que pobreza da Escola Antiga quanto aos remédios realmente curativos!

KENT fornece um de seus retratos mais vividos da ação de Cantharis. “O


aspecto mais importante deste medicamento é sua condição infla- matória e a
mais importante característica na inflamação é a rapidez com que desenvolve
um estado gangrenoso ... o estado inflamatório termina em morte da parte
afetada com uma rapidez surpreendente.
“Usado internamente, age quase imediatamente, atacando o trato urinário e
estabelecendo um estado urêmico que apresenta os sintomas mentais... ele deixa
o paciente violentamente doente muito depressa. Sú
214 CANTHARIS

bita perda de consciência com face vermelha. Os pensamentos correm à solta,


na direção que desejam, como se possuídos por uma influência externa.
Frenesi, delírio, grande excitação e fúria, paroxismos repetidos devido a
objetos brilhantes ou ofuscantes... A mente freqüentemente se inclina para
assuntos que as partes inflamadas sugerem. A bexiga e genitais estão
inflamados e a excitação e congestão das partes geralmente fazem aflorar o
instinto sexual, de forma que ocorrem pensamentos sexuais e frenesi sexual.”
“Em todo este medicamento há ARDÊNCIA. Ardência na cabeça, com
dores palpitantes e em facadas. As erupções ardem quando tocadas. Há
erisipelas na face, com grandes vesículas: nos olhos, com tendência para
gangrenar. Nas erisipelas, RIius tem as bolhas e a ardência, mas em Caníhentre
duas consultas, há emagrecimento; uma mudança rápida toma lugar, a região
fica escura e tem a aparência como se a gangrena fosse se instalar ... Caníh.
corresponde às formas mais graves de doença, chegando até a gangrena e
inflamação violenta dos intestinos, bexiga, cérebro, espinha, pulmões, com o
semblante afundado e hipocrático. Inflamação dos pulmões, tipo gangrenosa. O
pulmão afetado qiieima como se estivesse cheio de água fervente, ou queima
como fogo. Kent diz: 'Eu deixei um paciente - ele havia saído de uma
bebedeira prolongada, em tal estado que eu descrevi. A urina estava suprimida.
Ele babava uma saliva sanguinolenta de sua boca e estava morrendo. Esta
condição surgira em uma só noite, por ficar quase congelado numa bebedeira.
Seria Cantharis ou a morte antes do amanhecer, mas pela manhã ele estava
expectorando um catarro ferruginoso e entrou numa boa recuperação... Esses
remédios violentos são necessários nos casos que irão resultar em morte.'
“Intensidade e rapidez são as características desse remédio. Traz um estado de
dor.e excitação encontrado em nenhum outro remédio.
“Toda vez que houver uma rápida inflamação intestinal, ocorrer diarréia
com muco ou soro sanguinolentos, o mesmo fluido aquoso sanguino- lento que
sai dos olhos. Sempre que este fluido entra em contato com a pele, ele a queima
e arranca. Todos os órgãos urinários e genitália estão num estado inflamalório,
irritativo, com ameaça de gangrena...”
São essas as coisas que Cantharis pode causar e que somente Cantharis pode
curar.
Nash cita H. N. GUERNSEY: “É um fato singular, embora conhecido da
maioria dos homeopatas que, se há freqüente micção, acompanhada de dor cortante
e ardente, ou se não é tão freqüente e a dor cortante e ardente acompanha o fluxo,
Cantharis é quase sempre o remédio para qualquer outro sofrimento que possa ser,
mesmo nas inflamações cerebrais e pulmonares” Nash diz: “ pode ocorrer na
garganta, membranas mucosas de todo o trato intestinal, até mesmo o reto e
ânus e na pleura ou sobre a pele.”
CANTHARIS 215

Guernsey escreveu também que: “Cantharis deve ser lembrado e estudado no


tratamento das afecções das passagens aéreas, quando o muco é tenaz.”
Isto, diz Nash, ele verificou no caso de uma jovem senhora que sofria há
muito de bronquite. O muco era tão profuso, tenaz e pegajoso que ele pensou
em Kali bich., o qual nem mesmo melhorou. Ela ficou pior todo o tempo, até que
um dia ela mencionou uma dor cortante e ardente durante micção, a qual era muito
freqüente. “Em virtude da intensidade desses sintomas (eu nada sabia a respeito
de seus poderes curativos sobre os órgãos respiratórios até então), dei-lhe
Cantharis. O efeito foi mágico.”
Os sintomas mentais de Cantharis são tão violentos quanto os físicos.
“Delírio furioso, com choro, latidos e mordidas...
“Paroxismos de fúria, renovados pela visão de objetos ofuscantes c
brilhantes (Bell., Hyos.) ou tocando a laringe ao tentar beber água .” (Estas são as
indicações para o uso da droga na hidrofobia). “Satiríase assustadora.”

Cantharis é um dos remédios a ser considerado no prurido. Ele tem toda a


ardência e prurido, inflama a vulva e vagina. É um dos remédios que provou ser
curativo neste caso.
Cantharis arde e produz vesículas e bolhas dolorosas. Portanto, rivaliza com
Urtica urens no tratamento de QUEIMADURAS. E, como Urtica,, o alívio da
dor das queimaduras é quase instantâneo. Nash diz que “Hering costumava
desafiar os céticos a queimar seus dedos e então curá- los, embebendo-os em
água medicada com Cantharis, tamanha era sua fé nesse medicamento.”
Um médico, na época um estudante em Chicago, ficou bastante perplexo
com um caso de queimaduras dolorosas, cuja dor rapidamente desvaneceu após
alguns glóbulos de Cantharis, em alta potência, colocados sobre a língua pelo
Dr. Kent. Cantharis, de uso interno, em potência homeopática, é uma antiga
recomendação para acalmar as dores de queimaduras.
Em nosso Ambulatório, pessoas que vêm com inflamação da bexiga (cistite),
muito afligidas pela passagem constante de gotas escaldantes de urina, tomam
poucas doses de Cantharis 200 e logo seu problema termina.
“A homeopatia não conhece específicos,” exceto o remédio específico para
o indivíduo. No entanto, como Hahnemann nos conta, alguns remédios
reproduzem uma condição de doença tão exatamente que tornam-se específicos.
Como Canth. na cistite, Bell. na escarlatina, Merc. cor. na disenteria eLatrodectus
na angina de peito.
Mas é bom lembrar que outras drogas produziram uma condição semelhante,
sempre com sintomas distintivos, para dar o voto decisivo entre
216 CANTHARIS

elas.
Em problemas menores como MORDIDAS DE MOSQUITO... me permito
reproduzir a experiência pessoal de alguém, compilada há algum tempo, já que
essas coisas ficam na memória e dão a confiança à prescrição.
Este é o registro: “Na última terça-feira, às 10 da noite, senti um aguda
picada justamente acima do meu pulso direito, e um pequeno e frágil demônio
vivamente voou. Quase imediatamente apareceu um vergão duro e extenso,
com picadas. À noite, fui acordado por uma sensação de facada num dedo da
mão esquerda, depois em outro dedo. Durante toda a quarta-feira, aquelas
mordidas! Quinta-feira, absolutamente obcecado, sem pensamentos ou interesse
por qualquer outra coisa, pela necessidade urgente e incessante de lidar e cuidar
do tormento e lutar contra o impulso de coçar e rasgar a região afetada. O pulso
redondo, inchado, cada vez mais redondo; estendendo-se para o braço, dedos
redondos, sobre o dorso da mão; em toda a parte ardor, coceira e inchaço;
espalhando-se cada vez mais. Na quinta-feira à tarde, as coisas estavam piores
do que nunca quando, partindo para Wembley, um amigo das horas de
necessidade produziu uns poucos glóbulos de Canth. 30, que foi obedientemente
tomado e uma segunda dose foi providenciada, para ser tomada mais tarde. A
rapidez do alívio foi inacreditável, o sofrimento logo passou e então foi
esquecido. Capaz de concentrar-me novamente, capaz de experimentar a
emoção de Wembley Tatoo. E na manhã seguinte (sexta-feira), braços e dedos
voltaram ao normal, exceto por algumas marcas de coçadura. Mas por que
registrar tudo isso? Porque tais demônios do ar não são os últimos de sua
espécie e porque alguém mais, algum dia, poderá ficar contente ao comprovar
os méritos de Cantharis, potencializado, para MORDIDAS DE MOSQUITO.”
Um detetive particular tinha estado em pé, vigiando durante horas, em um
local desagradável, com as pernas embebidas em salitre úmido. Veio, em
grande aflição exibi-las - vermelhas, inchadas, muito doloridas,- uma celulite
grave até os joelhos. Desejavam levá-lo ao hospital, mas isto não era possível.
Então Cantharis 200 foi dado - apenas umas poucas doses - e
surpreendentemente todo o mal desapareceu e não houve mais problema, para
grande alívio do médico!
Cantharis sendo tão assustadoramente rápido em sua ação nociva - isto é, na
produção de inflamações destrutivas, é igualmente rápido em sua ação benigna,
quando usado curativamente.
É bom lembrar que mesmo no ritmo de ação, doença e remédio devem
combinar-se.
CANTHARIS 217

SINTOMAS EM NEGRITO

Grande amorosidade; frenesi amoroso.

Inflamação dos OLHOS, particularmente quando causada por uma (jueimadura.

Sensação de queimação na GARGANTA, que é sentida como se estivesse no


fogo.

Passagem de consistente muco branco ou vermelho pálido com as FEZES, como


fragmentos dos intestinos, com listras de sangue.

Doresparoxísticas cortantes e ardentes em ambos os RINS; região muito sensível


ao mais leve toque, alternando com dor na ponta do pênis; urgência para a micção;
evacuação dolorosa, com gotas de URINA sanguinolenta e, às vezes, de sangue
puro.
Tenesmo vesical violento e estrangúria.
Descarga dolorosa de poucas gota de urina sanguinolenta, causando severa dor
aguda, como se um ferro em brasa estivesse passando ao longo da uretra; esta dor
era mais agudamente sentida na porção membranosa do canal e no meato urinário.
Queimação violenta, dores cortantes no colo da bexiga, estendendo-se até a fossa
navicular, pior antes e depois de urinar.
Urgência para urinar devido à mínima quantidade de urina na bexiga.
Descarga gotejante, avermelhada, às vezes misturada com sangue.
Ardor ao urinar.
Antes, durante e após urinar, assustadoras dores cortantes na uretra; ela precisa
se dobrar e grita de dor.
Ardor, ao urinar e quando não urina.
Retenção de urina, causando dor. Gonorréia suprimida.

Desejo SEXUAL; exacerbado; atrapalhando o sono durante a noite.


Satiríase assustadora;priapismo violento e doloroso, com dores excessivas.
Placenta ou membranas retidas, usualmente com micção dolorosa.

Queimação no peito.
Dornas virilhas, com desejo incessante de urinar.
Dores nas virilhas, rins e abdome, com tanta dor durante a micção, que não pode
expelir uma gota sequer sem um gemido ou grito.

No terceiro estágio, quando a insensibilidade é completa; câimbras no


218 CANTHARIS

abdome, músculos e pemas; supressão da urina; hemorragia estomacal e intestinal;


suores frios nas mãos e nos pés. (Febre amarela.)

Escaldaduras e QUEIMADURAS.
Queimaduras, antes da formação de vesículas e quando elas já estão formadas.
r
CAPSICUM
Pimenta Vermelha ou de Caiena {Hering)

Hahnemann diz que esta 'pimenta espanhola', como é chamada, foi introduzida
como tempero para condimentar os molhos das mesas elegantes dos mais
abastados (as sementes pulverizadas da 'pimenta de Caiena' ainda mais forte
sendo freqüentemente usada como substituta) para estimular o paladar para um
apetite não natural e, então, arruinar a saúde.
“Entrementes, pouco se ouviu sobre o uso medicinal desta poderosa
substância. Bergius sozinho menciona ter curado várias febres intermitentes de
longa duração com doses de dois grãos de cápsico. Mas ele não o dava sozinho,
porque o antigo pecado original da medicina tradicional induziu-o a ministrá-lo
combinado com bagos de loureiro... Ele não descreve as febres curadas por
cápsico de acordo com a totalidade de seus sintomas, mas somente emprega a
expressão “antigas febres intermitentes”, na maneira de seus demais colegas da
escola antiga, de forma que o virtus ab usum da mistura prescrita é envolvido na
escuridão.
“Por outro lado, o médico homeopata procede com muito menos dúvida e
com muito mais certeza em suas curas com Capsicum, porque, orientado pelos
puros estados mórbidos peculiares, produzidos por esta poderosa substância
medicinal na saúde do organismo, ele somente tenta a remoção daquelas
doenças naturais, se a soma daqueles sintomas contém a maior semelhança
possível com aquelas de Capsicum.
“As doenças curáveis por Capsicum raramente ocorrem nas pessoas de fibra
rígida.

* * * * *
Percebe-se que as dores ardentes de Capsicum, as quais afetam tão
grandemente as membranas mucosas, são as “queimações, como da pimenta
caiena, espalhada sobre a região”. As dores afetam especialmente a boca,
língua, estômago, abdome, intestinos, reto e bexiga. Mas o peito, pulmões e a
pele também podem ser afetados.
Observa-se dor pressiva nos olhos, chegando à protrusão, com ardência,
vermelhidão e lacrimejamento.
Não somente há surdez e dores nos ouvidos, com otite, mas o processo
mastóide é especificamente afetado, com inchaço, periostite e mesmo cáries. Isto
nos parece especialmente valioso de sé referir. O Repertório de

219
220 CAPSICUM

Kent fornece somente Capsicum neste caso. Há também dores explosivas na


cabeça, abdome, etc. Um ex-residente de nosso Hospital nos contou a respeito
de um paciente com antigo problema no mastóide (e com marcante nostalgia)
que tomou Capsicum. Foi eficiente.
Este é um dos remédios para enjôo do mar e um remédio singular para
nostalgia. Um dos nossos jovens residentes, quando encontrou uma criança
inconsolável, recentemente internada, chorando e soluçando do fundo de seu
coração, deu-lhe uma dose de Capsicum e voltou um pouco mais tarde para
encontrá-la brincando alegremente.
Um sintoma curioso: tosse causa dor em alguma parte distante. Isto
também nós verificamos.
Estes remédios de ação limitada, porém curiosa e única, são os mais úteis,
onde eles convêm; pode-se necessitar deles muito raramente, mas nada no
mundo poderá substituí-los, onde os sintomas necessitem dele. Felizmente, eles
são bastante fáceis de lembrar.

SINTOMAS EM NEGRITO

Nostalgia (saudade).
De uma disposição contente; está jocoso e canta, no entanto pelo menor motivo,
fica bravo.
Propensão a sobressaltar-se. Após emoções, febre com bochechas vermelhas.
Intoxicação.

Confusão da CABEÇA; ou todos os sentidos ficam mais aguçados.


Dor de cabeça, ao movimentara cabeça e ao andar, como se ò crânio estivesse
estourando.
Dor de cabeça pulsante, latejante em uma das têmporas; fia testa. Dor pressiva
na testa.
Dores repuxantes, dilacerantes no lado esquerdo da cabeça.
Uma dor de cabeça perfurante, que piora ao descansar e melhora com o
movimento.
Um dor de cabeça que se distende para fora, como se o cérebro estivesse muito
cheio.

Dores repuxantes, dilacerantes no osso frontal, mais no lado direito.

Dolorimento nos olhos como se fosse devido a um corpo estranho.

Inchaços do processo MASTÓIDE; dolorido ao toque.


Periostite e cáries do mastóide.
Dor dilacerante na concha do ouvido.
CAPSICUM 221

Uma dor ou coceira profunda no ouvido.

Epistaxe.

Vesículas ardentes na BOCA.


Muco viscoso na boca: ou secura.
Gosto ruim como água pútrida.
Lábios partidos; fissuras.

Muco viscoso nas narinas posteriores, ao se levantar; dificuldade de de- salojá-lo.


Amigdalite, com queimação e dor profunda.
GARGANTA bastante ferida, com dor violenta.
Dor ardente ao engolir ou outras dores na garganta, que pioram entre os atos da
deglutição.
Garganta inflamada, vermelha escura, dores queimantes epressivas.

Azia.
Dispepsia decorrente de inércia; especialmente nas pessoas idosas.
ESTOMAGOg<?/a<2o; ou ardente.
Inclinado ao vômito.
Sede; beber causa tremor; dores repuxantes nas costas.
Dores cortantes e ardentes no ABDOME.
Após cada evacuação, sede, e sempre após beber, arrepios.
Dor tensiva, no ABDOME, especialmente no estômago, pior com o movimento;
com dor tensiva na parte inferiordas costas.
Dor tensiva do abdome até o peito, como por distensão.
O abdome parece estar distendido quase estourando, impedindo de respirar, até o
sufocamento.
Abdome repuxando e revirando.

Após cólica flatulenta no hipogástrio, FEZES pequenas e freqüentes com a


presença de muco misturado com sangue, que causa tenesmo.
Tenesmo violento.
Dor ardente no ânus.
Disenteria; tenesmo e estrangúria; dor pior com corrente de ar, mesmo se
estivercalor.
Dor aguda e ardente no ânus e reto.
Tenesmo do reto e bexiga ao mesmo tempo.
Hemorróidas, ardência como se pimenta tivesse sido espalhada sobre elas,
inchaço, prurido, latejamento; com sensação de ferida no ânus; com ou sem
sangramento, com descarga de muco; fezes com muco e sangue; dor repuxante nas
costas e dor cortante no abdome.
222 CAPSICUM

Fezes pequenas e freqüentes com muco, às vezes com sangue; causando tenesmo.

Ardência na bexiga.
Ardência profunda após a micção.
Estrangúria; tenesmo no colo da BEXIGA; urgência para micção freqüente e
quase ineficaz.
Urina escaldante.
Gonorréia: segundo estágio; descarga branca; sensibilidade excessiva das
partes em contato; “cordee” suprimido somente por água fria.

Sensação de formigamento e coceira no NARIZ, como na coriza com obstrução.


Rouquidão, devido ao esforço da voz, em cantores, pregadores, etc.
Ao tossir, dor de cabeça como se o crânio fosse arrebentar.
TOSSE expele respiração ofensiva dos pulmões.
Tosse nervosa, espasmódica.
Tensão no PEITO; parece sair do estômago.
Constrição do peito, com respiração opressiva: pior com o mais leve movimento.
Dorlatejante no peito.

Dor repuxante e dilacerante na espinha e suas proximidades.


Dortensiva nos joelhos.

Frialdade começando nas costas.


Arrepios.
Falta de força para reagir, especialmente nas pessoas gordas.
Fica muito tempo acordado à noite; não consegue dormir.
Sono cheio de sonhos.
Bocejos.
Grande desejo de deitar-se e dormir.

Tão desajeitada que ela esbarra em tudo.


Enjôo do mar.
Pessoas preguiçosas, gordas, não limpas, que temem o ar livre.
Crianças que sempre estão com frio.
Tremores de frio após qualquerbebida.
Como se pimenta caiena estivesse espalhada sobre as partes!
Fibras relaxadas; obesidade.
Evita qualquer movimento.
Ardência na pele.
Constitidções hemorroidárias.
CAPSÍCUM 223

ALGUNS SINTOMAS ITÁLICOS, ESTRANHOS, RAROS E


PECULIARES

Crianças tornam-se desajeitadas e desgraciosas.


Nost algia, com bochechas vermelhas e sonolência.
Acorda com medo, grita; permanece cheio de medo.
Sentidos obtusos.
Cérebro muito cheio. Dores explosivas na cabeça. A cabeça parece contundida.
Dor de cabeça pressiva na testa, como se a pressão no occipício for çasse o
cérebro testa afora.
Pontadas violentas, penetrantes, profundas no vértex.
A cabeça parece grande demais.
Afeta principalmente o processo mastóide.
Bruxuleio ante os olhos; ou os objetos parecem negros.
Ohos muito proeminentes, com face pálida. Olhos protrusos a partir das órbitas.
Dor pressiva no ouvido a cada tosse; como se um abcesso fosse se abrir.
Dor nos ouvidos ao tossir.
A ponta do nariz fica muito vermelha e quente; pior com a aproxima ção da noite.
Ao tossir ou espirrar,dor cortante em um ou outro membro.
Dor interna ou externa da face, com mordeduras como as devido ao
sal.
Garganta seca sem sede.
Um remédio decancnun oris.
Pontos brancos na garganta, com halo vermelho.
Faringite gangrenosa ou maligna.
Após cada evacuação, sede, e após cada gole de água, tremor.
Após beber, precisa evacuar.
Hemorróidas ardem, como se houvesse pimenta espalhada sobre elas. Picadas
como as de uma agulha, na parte frontal da uretra, quando não está urinando.
Durante a gravidez, afecções nos ouvidos, etc.
Coceira na traquéia causando espirros violentos.
Não é capaz de captar o ar profundamente nos pulmões.
Tosse com paroxismos súbitos; convulsiona o corpo todo.
Tosse, como se a cabeça fosse voar aos pedaços.
Com cada tosse explosiva, escapam flatos fétidos e pungentes.
A tosse ou espirros causam dor súbita em um membro.
Pontadas nas partes afetadas, com tosse.
Dor na cabeça intensa, com tosse; ou dor no peito, costas, bexiga, pes
224 CAPSICUM

coço ou ouvido. Inclinação ao vômito; ou dor nos joelhos, pernas, ouvidos,


garganta.
Tosse: piora com a raiva, as bebidas quentes, o anoitecer, a noite, quando se
está deitado, com o clima frio e seco, com as correntes de ar quentes ou frias.
Dor no peito, como se estivesse cheio demais, não há espaço suficiente nele.
Degeneração gordurosa do coração nas pessoas obesas.
Pulsações violentas das artérias abdominais.
Pulsação rápida em algumas das maiores artérias.
Frialdade entre as escápulas: “a água fria goteja sobre as costas.”

* * * * *
NASH resume suas peculiaridades assim:
Dores ardentes, especialmente nas membranas mucosas, ou dores agudas
como por pimenta vermelha sobre as partes.
Tosse com dores em partes distantes, como cabeça, bexiga, joelhos, pernas,
etc.
Arrepios ou tremores após cada vez que ingere líquido. Começando entre os
ombros e espalhando-se por toda a parte.
Com os sintomas acima, é um bom remédio para disenteria ou para os
estágios mais avançados de gonorréia, ou nas queixas da garganta. Um remédio
a ser lembrado em todas as afecções, com ardências da pimenta vermelha.
Ele diz que curou um caso muito grave de muitos anos de duração. O
paciente gritava e apertava a cabeça entre as mãos, cada vez que tossia.
Finalmente piorou tanto que foi necessário ficar acamado, porque a dor piorava
muito quando ele se sentava. Capsicum curou-o muito rapidamente.

* * * * *
GUERNSEY. Afeta os tecidos mucosos num grau muito proeminente.
A cabeça dói como se fosse estourar; bate, pulsa, pica. Melhora com
movimento. O couro cabeludo morde, arde, coça, como se tivesse sido es-
fregado com pimenta caiena.
O abdome tem a sensação como se fosse estourar... Bocejos durante o dia e
insônia à noite. Sensação como se estivesse caindo de uma altura durante o
sono (isto ocorre especialmente com Thuja)... Eructações com gosto e sensação
da pimenta vermelha; sensação de água fria no estômago. Os sintomas
geralmente ocorrem no lado esquerdo; em pessoas de cabelos claros; tendência
para engordar; músculos flácidos; pele inchada.
CAPSICUM 225

* * * * *
FARRINGTON fala a respeito das propriedades marcadamente irritantes de
Capsicum ; é necessário pouca droga para a produção de irritação. Ele diz que é
eliminado através dos rins, produzindo estrangúria com ardência quando urina.
O remédio age melhor nas pessoas corpulentas, possuidoras de fibras flácidas.
O estômago é fraco, a digestão é fraca, o homem é todo fraco. Os adultos e
crianças são irritadiços e nervosos; pioram com a mínima corrente de ar,
mesmo de ar quente; desajeitados.
Ele está sedento, mas beber causa tremores.
Um sintoma incomum: respiração muito ofensiva durante a tosse. Na
difteria, odor pútrido é exalado da boca.
A garganta parece espasmodicamente fechada; piora quando não se está
engolindo.

* * * * *
Agora alguns resumos de KENT. Ele diz:
A maior parte das substâncias que são usadas como condimentos na
cozinha, no decorrer de uma ou duas gerações, serão medicamentos bastante
úteis, porque os pais envenenam-se com estas substâncias - chá, café, pimenta e
tabaco (embora tabaco não possa ser considerado como um condimento de
mesa) e estes efeitos tóxicos nos pais causam uma predisposição nos filhos às
doenças, que são semelhantes às produzidas por aquelas substâncias.
Nas crianças gordas, flácidas, de face corada, nascidas de pais que bebem
cerveja e comem pimenta, com uma reação debilitada, uma constituição
relaxada e flácida, face vermelha e condições varicosas, aqueles que foram
estimulados com excesso, crianças de pais muito estimulados, encontramos a
esfera de ação Capsicum muito freqüentemente. A face parece rosada, mas é fria
e um fino sistema dc capilares pode ser visto ... Gordo, redondo, sem firmeza,
uma falsa pletora, como Cale. Ponta do nariz vermelha, bochechas vermelhas,
vermelhidão sobre os ossos da face, olhos vermelhos. Estas constituições
reagem lentamente após as doenças, não respondem aos remédios, são
preguiçosas, cansadas, lentas. As garotas em idade escolar não conseguem
estudar e ficam nostálgicas. Gota nas juntas, endurecidas, desajeitadas, fracas...
Arrepios estando ào ar livre; pior ao banhar-se.
Estado mental: nostálgico... supersensível; desconfiado; sempre esperando
por um insulto. Teimoso ao extremo; perversidade, Se ela deseja uma coisa, se
oporá à mesma, caso seja sugerida por outra pessoa.
Atormentado por pensamentos persistentes de suicídio.
Dor de cabeça: como se o crânio fosse estourar quando movimenta a
cabeça. Sensação como se o crânio fosse voar em pedaços; segura a cabeça com
a mão. A cabeça parece grande demais. Como se o cérebro e os
226 CAPSICUM

olhos fossem pressionados para fora, ao inclinar-se.


Capsicum tem uma ação peculiar sobre os ossos do ouvido externo e do
processo mastóide.* Abcessos ao redor e abaixo do ouvido e cáries; porção
pétrea do osso temporal necrosada. Tem sido um remédio freqüentemente
indicado nos abcessos mastóides, que preocupam tanto os médicos da escola
antiga que acabam removendo as células, por medo de uma inflamação basilar;
uma prática infeliz, porque após este procedimento, quase matando o paciente,
os espasmos recorrem, apesar de tudo isto. O remédio indicado pode curar o
paciente, os espasmos e a doença do ouvido.
Catarros antigos... quando não parece haver reação após usar os remédios
mais apropriadamente escolhidos. De repente o médico percebe que a paciente
tem face vermelha e é fria, a ponta do nariz é vermelha e fria, e a paciente é
gorda e flácida e não.tem muita resistência; nunca conseguia aprender na
escola; e se ela faz algum esforço, logo começa a suar e se enregela ao ar frio...
Quando o médico dá Capsicum à paciente, ele a levanta... pode não curar, mas
depois dele, Silica, Kali bich. ou outro remédio que talvez tivesse sido
ministrado antes e não tivesse causado reação, irá agir e curar.
As partes tocadas são flácidas e frouxas, vermelhas, gordas e frias.
Disenteria. Após a evacuação, tenesmo e sede, e beber provoca calafrios ...
As hemorróidas picam e beliscam como se pimenta tivesse sido espalhada
sobre elas... com pletora: pesado, flácido, sensível ao frio, face vermelha...
Rouquidão crônica: e ele é redondo, friorento, com face vermelha e a
rouquidão desaparece após Capsicum.
Tosse com súbitos paroxismos, convulsionando o corpo todo; cada tosse faz
vibrar a parte afetada. Pontadas na parte afetada com a tosse.

* Uma garota foi vista no Hospital com uma temperatura constante por volta de 37,8° C, desde uma
cirurgia do osso mastóide alguns anos atrás. Uma dose de Capsicum resultou em uma temperatura normal
desde então, isto é, há três meses.
r
CARBO VEGETABILIS
(Carvão Vegetal)

v_
Desde os tempos remotos, conta-nos Hahnemann, os médicos consideravam o
carvão sem poderes medicinais.
Então houve a descoberta curiosa das propriedades químicas do carvão
vegetal, em especial seu poder de remover o odor ruim de substâncias pútridas e
mofadas e preservar fluidos de odores fétidos. Os médicos começaram então a
empregá-lo externamente. Quando havia hálito fétido na boca, usava-se
bochechar com carvão em pó, e aplicava-se este mesmo carvão às úlceras
pútridas; em ambos os casos o odor fétido era imediatamente removido.
Administrado internamente na disenteria de outono, ele removia o odor ruim
das fezes.
Mas, Hahnemann nos conta, isto é meramente um uso químico do carvão
vegetal, que é retirar os odores fétidos da água pútrida quando misturado com
ela em massa bruta, e é mais eficiente neste caso.
Isto era simplesmente um emprego químico, não dinâmico que penetra no
interior da esfera vital. A boca enxaguada somente permanecia livre do fedor
por umas poucas horas. A antiga úlcera não melhorava, e o fedor, quimicamente
removido naquele momento, sempre recorria. O pó tomado na disenteria de
outono removia o odor fétido das fezes somente por um curto período, mas a
doença permanecia e o cheiro desagradável das fezes logo voltava.
O carvão vegetal pulverizado, ele diz, pode exercer nada mais do que uma
ação química. E uma quantidade considerável de carvão vegetal pode ser
ingerida sem a produção da mais leve alteração da saúde.
No entanto, Carbo vegetabilis é um dos nossos mais poderosos e preciosos
remédios, às vezes “um verdadeiro levanta- cadáver”, como já tem sido visto, e
uma das comprovações mais srupreendentes do valor da grande descoberta de
Hahnemann em relação à liberação de poder, nas substâncias inertes, através da
dinamização ou subdivisão das partículas.
Ele coloca assim: “É somente através de trituração prolongada do carvão
(como de muitas outras substâncias mortas e aparentemente sem poder) com
uma substância não-medicinal, tal como o açúcar do leite, que seu poder
medicinal dormente, interno e oculto pode ser despertado e trazido à vida.” E
ele descobriu que uma quantidade diminuta de “força atenuada um milhão dc
vezes, ingerida, produzia grandes efeitos medici

227
228 CARBO VEGETABILIS

nais e desarranjo da saúde humana.” Ele não aconselhou o uso de poten- ciação
mais forte do que um milhão de vezes (a 3 a potência centesimal). Suas
experimentações foram feitas com esta “atenuação de um milhão de vezes”.
KENT diz de Carbo veg.: “É comparativamente uma substância inerte
tornada medicinal e poderosa, e convertida num grande agente de cura,
triturando-a bastante finamente. Dividindo-a suficientemente, torna-se similar à
natureza da doença e cura pessoas doentes... É um grande monumento a
Hahnemann. É totalmente inerte em sua forma bruta e seus reais poderes de
cura não surgem sem que seja suficientemente potencializada ... Um
medicamento abrangente, profundo e de longa ação... Ele afeta especialmente o
sistema vascular; mais particularmente o lado ve- noso da economia - o coração
e todo o sistema venoso. Lentidão é uma boa palavra para se pensar, ao
examinar a patogenesia de Carbo veg.: morosidade, indolência, turgescência...
Tudo a respeito da economia é moroso, preguiçoso, pleno, distendido, inchado,
fofo. As mãos são fofas; as veias estufadas; o corpo parece cheio e lúrgido; a
cabeça parece cheia... as pernas também cheias, de forma que o paciente deseja
colocar os pés para cima para deixar o sangue correr. As veias são preguiçosas,
relaxadas e paralisadas. Paralisia vaso-motora... veias varicosas.
“O estado mental, como o físico, é lento... Lento para pensar; moroso;
estúpido; preguiçoso... As pernas são desajeitadas... a pele está escura . A
circulação capilar é obstruída. A face é púrpura e escura.”
Carbo veg. tem ARDORES e FRIALDADE. Ardência nas veias, capilares,
cabeça, prurido e queimação da pele. “Ardência das partes inflamadas.
Ardência interna e frialdade externa. Frialdade com circulação fraca, com
coração debilitado. Frialdade gelada. Mãos e pés frios, joelhos frios, nariz frio,
orelhas frias, língua fria. Frialdade no estômago com queimação. Coberto por
suor frio, colapso com respiração fria, língua fria, face fria. (Camph.) Parece um
cadáver, apesar de que em todas estas condições o paciente deseja ser
abanado.” - Kent.
Ou, como NASH escreve: “Força vital quase exausta; colapso completo. O
sangue estagna-se nos capilares; turgescência venosa; superfície fria e azulada.
“Nos últimos estágios da doença, com suor frio copioso, respiração fria,
língua fria, perda da voz, este remédio salvará uma vida.”
Conta-se um caso extremo, em especial, o tipo de caso que ninguém pode
se esquecer e que é citado para mostrar o que Carbo veg. pode fazer nas
condições mais desesperadoras, onde os sintomas combinam. Era uma garota
pequena com doença cardíaca e com uma exacerbação aguda do quadro que
estava terminando abrupta e prematuramente a sua jovem vida. Ela tinha
pneumonia com efusão pleural, uma endocardite com efu- são pericárdica.
Numa certa manhã, quando o médico fazia a visita, acom
CARBO VEGETABILIS 229

panhado por vários outros médicos, ela foi encontrada deitada para a frente
sobre os apoios que haviam sido providenciados, porque de outra forma ela não
conseguia repousar, fria, branca, inconsciente; ainda estava viva porque, de vez
em quando, emitia os suspiros agudos de agonia da morte. Carbo veg. (acredito
que na potência 200) foi rapidamente administrado, enquanto um dos médicos
de larga experiência exclamou: “Eu comerei meu chapéu se essa criança
sobreviver!” Mas antes que a visita tivesse acabado, ela havia recobrado o calor
e a consciência - a morte havia ido embora! Com o uso de Kali carb. (a
propósito, o remédio complementar!) ela ficou boa, por tanto tempo quanto seu
coração lesado permitia. Tais experiências deram a Carbo veg. o nome de
“levanta-cadáver
S

E curioso e importante notar que os pacientes Carbo veg., mesmo em


condições extremas, com a frialdade da morte já presente, têm desejo de ar e
querem ser abanados.
Mas aparte destas condições desesperadoras, Carbo veg. é um dos remédios
mais úteis da vida diária; onde os sintomas exijam seu uso.
Por exemplo é um dos remédios mais FLATULENTOS* (Lyc., China). O
estômago parece cheio e tenso, com grande acúmulo de gases: isto piora à
noite; piora quando se está deitado. Na prática, pode haver eructações, por
cerca de uma hora, com grande aflição e então uma só dose de Carbo veg. fará
tudo passar, sem que haja recorrência. Sabemos que carvão vegetal no estado
bruto tem uma capacidade extraordinária para absorver gases - as quantidades
que podem ser por ele absorvidas são fenomenais, mas não se esperaria que este
estranho poder pudesse ser levado para o domínio das potências! As
explanações podem ser difíceis, mas são os fatos que contam sempre. Da
mesma maneira, Carbo veg. em potência banirá o odor fétido muito mais
eficientemente do que na forma bruta. Mas aqui uma palavra de alerta. Carbo
veg. operará seu milagre na flatu- lência, noite após noite, e será necessário
repeti-lo noite após noité - se não for um caso típico de Carbo veg. Enquanto que
alguma outra droga - talvez Argentum nit., cujos sintomas fazem
correspondência àqueles do paciente;agirá curativamente e a condição não mais
retornará, certamente não antes de trinta dias e nem na mesma intensidade. A
reação será curativa, não meramente paliativa, com o remédio correto.
GUERNSEY conta-nos que Carbo veg. tem também “queixas por fla-
tulência obstruída (podem ser dores na cabeça, ao redor do coração ou em
qualquer outro lugar, que são aliviadas através da eliminação de ga

* Para flatulência excessiva, Caibo animalis parece igualmente eficiente, senão mais do que Carbo veg.
Nada pode ser mais surpreendente do que seu pronto alívio da distensão flatulenta, após operações
abdominais. Isto já foi visto mais de uma vez.
230 CARBO VEGE TA BILIS

ses). Gases que têm um odor pútrido e bastante fétido.”


Com relação às suas condições estomacais, Kent tem um pequeno pa-
rágrafo - a Palestra de Kent sobre Carbo veg. fornece-nos um retrato ma-
ravilhoso da droga e seus usos! Ele diz: “O paciente Carbo veg. tem desejo de
café, ácidos, coisas doces e salgadas. Aversão aos alimentos mais digeríveis e
de melhor qualidade. Se eu fosse produzir uma constituição de Carbo veg.,
começaria com seu estômago. Se eu desejasse produzir aquelas veias varicosas
e o fraco lado venoso do coração, sua plenitude, congestão e flatulência, seu
estômago e intestinos desordenados e os problemas da cabeça e da mente -
morosidade de toda a sua economia - eu começaria a empanturrá-lo. Eu o
alimentaria com alimentos gordurosos, doces, pudins e tortas, molhos e toda a
espécie de comidas de difícil digestão, e lhe daria bastante vinho - então eu
teria um paciente Carbo veg. Você já tratou de alguém assim alguma vez?
Assim que eles nos contam sua história, sabemos o suficiente a respeito de suas
vidas para perceber que eles são fanáticos por iguarias fortes; eles têm vivido
assim por vinte anos e agora vem dizendo: 'Oh, doutor, meu estômago:
exatamente meu estômago, se o sr. simplesmente consertasse meu estômago'...
Ele tem queimação no estômago, distensão do estômago, eructações
constantes, flatulência, com liberação de gases terrivelmente ofensivos...”
Nash e outros citam H. N. Guernsey, “um dos melhores prescritores que
jamais existiram”, para o seguinte efeito: “Nunca foi escrita uma observação
tão verdadeira quanto aquela que diz que Carbo vegetabilis é especialmente
adaptado aos indivíduos fracos e caquéticos, cujos poderes vitais tornaram-se
enfraquecidos. Esta observação se torna particularmente clara à luz daqueles
casos nos quais a doença parece estar enxer- tada no sistema, era razão da
influência depressora de algum desarranjo prévio. Assim, por exemplo, o
paciente nos conta que a asma o tem perturbado desde que apresentou tosse
comprida na infância; outro tem tido dispepsia desde que bebeu demasiamente
há alguns anos atrás; outro nunca esteve bem desde que sofreu uma grave
torção (Rhus tox., Cale.), que não pode ser considerada um problema hoje, mas
suas indisposições surgiram desde quando ela ocorreu; outro sofreu esse
traumatismo há alguns anos, não há vestígios aparentes no momento, no
entanto suas queixas presentes datam do tempo da ocorrência daquele
acidente.... Será bom para o médico pensar em Carbo veg. nos casos
semelhantes, que são numerosos e podem apresentar fenômenos bem distintos,
estas circunstâncias sendo sugestivas de Carbo veg., que provavelmente será o
remédio apropriado, cuja concordância de outros sintomas do caso com aqueles da
droga servirão para corroborar.”
Os itálicos desta última frase são nossos, pela seguinte razão: usa-se
“tentar” Carbo veg. quando a doença surgiu desde ou foi atribuída a uma
doença ou acidente prévios. Mas os resultados foram deficientes e a idéia
CARBO VEGETABILIS 231

csvaziou-se. Quando tal história o faz pensar em Carbo veg. e você constata por
referência à Matéria Médica, que os sintomas são concordantes, você sem dúvida
obterá resultados, o que é algo totalmente diferente. E é o que Guernsey
enfatiza em sua última sentença. Geralmente um sintoma estranho, ou um
palpite, tal como o dado acima, sugere uma droga que não lhe ocorreria de
outro modo e quando, conforme a referência da Matéria Médica os sintomas
encontrados combinam, você sucederá. Há mais do que um caminho para se
encontrar o remédio e o último tribunal de apelação é a MATÉRIA MÉDICA.
Nenhum Repertório pode substituir as reais experimentações. E são os sintomas
peculiares, quando combinam na droga e no paciente, que levam a uma
consideração daquela droga e a uma prescrição bem sucedida.
Tem-se visto ou sabido dos efeitos surpreendentes dc até mesmo uma
simples dose de Carbo veg. na GANGRENA, em um caso com o mais terrível
fedor. Kent diz de Carbo veg.: “Ulceração, com relaxamento dos vasos
sangüíneos e fraqueza dos tecidos, você não precisa ficar surpreso se não
houver reparo, se não houver formação de tecido, de forma que, quando uma
parte sofrer traumatismo, ela ficará ulcerada. Uma úlcera, uma vez estabelecida,
não se curará. Os tecidos são indolentes... Pobre formação de tecido ou
nenhuma. 'O sangue estagna-se nos capilares.' Você pode ver como seria fácil
para estas partes enfraquecidas desenvolverem gangrena. Qualquer pequena
inflamação ou congestão torna-se preta ou púrpura e ulcera facilmente - tudo
que é necessário para gangrenar.”
Mas na rapidez de tal processo final como a gangrena, encontra-se Carbo
veg. como de grande utilidade em alguns casos de ÚLCERAS VA- RICOSAS e
VEIAS VARICOSAS. Nos casos de Carbo veg., há áreas enegrecidas, causadas
pela estagnação nas vênulas e capilares. É aqui que Carbo veg. especialmente
ajuda (Thuja tem algo deste tipo). O enegreci- mento desaparece e a úlcera é
curada.

Aqui estão alguns dos usos de Carbo veg., todos sugeridos ou trazidos à luz
pelas experimentações.
Indiferença; ouvia tudo sem sensação de prazer ou desprazer e sem pensar
nada a respeito.
Dores de cabeça: todos os experimentadores tiveram dores de cabeça, a
maior parte no occipício. Dores de cabeça que não permitem o uso de chapéus.
Queda acentuada de cabelos, aos punhados.
Face pálida; fria; suor frio sobre a face (Verat.). Língua fria e contraída;
branca; com uma camada revestindo; azulada; ressecada; viscosa; preta (Ars.).
Amolecimento dos dentes e sangramento das gengivas. Gosto e odores ruins
exalam da boca.
Ura dos remédios da caxumba (Pilocarpina).
232 CARBO VEGETABÍLIS

Muito catarro.
Frialdade: “membros frios; joelhos frios; nariz frio; pés frios; suor frio.
Face pálida; fria, coberta de suor.”
Nas condições do peito com muita dispnéia, expectoração copiosa, suor
exaustivo, grande frialdade e o paciente precisa ser abanado.
Respiração fria, frialdade na garganta, boca e dentes, mas deseja ser
abanado. Precisa obter mais ar.
Joelhos frios à noite. Úlceras ardem à noite; descarga ofensiva.
Hemorragias: gotejamentos indolentes... “Mesmo a língua acumula aquele
exsudato preto, aquele gotejamento dc sangue preto das veias”. “Vômitos de
sangue com corpo e respiração gelados.”
Kent diz que a plenitude abdominal agrava todos os transtornos do corpo.
Pode haver “até mesmo flatulência nos tecidos sob a pele, de forma que esta irá
crepitar.”
“Gases extremamente pútridos; encarcerados; juntam-se aqui e ali como se
fossem uma massa.” “Diarréia terrivelmente pútrida, com flatulência pútrida.
“Um dos maiores medicamentos que temos no início da tosse comprida.
“Ataques de violenta tosse espasmódica em paroxismos, com suor frio e
face fria e atormentada.
“Pneumonia no terceiro estágio, com expectoração fétida, respiração fria,
suor frio e desejo de ser abanado.
“Sensações de calor interno e queimação, com frialdade externa - um
aspecto comum de Carbo veg..”
Queimação no estômago. Grande acúmulo de gases: distensão do estômago
e abdome.
ASMA. Kent dá o retrato de asma de Carbo veg.:”Vemos o paciente
recostado numa cadeira pérto de uma janela aberta ou algum membro da
família que o abana o mais rápido possível. A face é fria, o nariz comprimido,
as extremidades frias e ele tem a palidez da morte. Ponha a mão em frente da
sua boca e a respiração fria será sentida . A respiração é ofensiva, pútrida... A
queimação interna com frialdade externa é um traço comum com Carbo veg.”

SINTOMAS EM NEGRITO

Indiferença; ouviu tudo sem sentir prazer ou desprazer e sem pensar a respeito.
Ansiedade; como se oprimido com calor tia face; acompanhado por tremores de
frio; fechando os olhos; ao anoitecer, após deitar-se; ao acordar.
CARBO VEGETABILIS 233

DESFALECIMENTO após o sono; após levantar-se, ou ainda na cama, pela


manhã; arrotos; causado por perdas debilitantes ou abuso de mercúrio.

Dor de cabeça entorpecedora no occipício; dor pressiva violenta na porção


inferior do occipício; sensação de peso.
A CABEÇA parece pesada como chumbo.
O chapéu pressionava a cabeça como se fosse um grande peso, e ele continuou a
sentir a sensação mesmo após tirá-lo da cabeça, como se a cabeça estivesse amarrada
com um pano.
Suor na testa, geralmente frio.

Queimação nos olhos.

Parotidite.

Amolecimento dos DENTES, com sangramento das gengivas, que estão muito
sensíveis.
LÍNGUA toma-se preta.
Língua fria.
Dor de estômago.
A

Grande acúmulo de gases no ESTOMAGO.


Estômago parece tenso e cheio; flatulência.
Distensão do estômago e do abdome.

Queimação no RETO.
Prurido no ânus.

Pele esfolada e em came-viva nas crianças, no clima quente.


Cólera asiática, estágio de colapso.
Após excesso sexual ou onanismo.

Dor, prurido, ardência e inchaço da genitália.


Debilidade por amamentar. Gastralgia.

Grande aspereza na laringe, com a voz rude e profunda, que falhava se ele a
forçasse, embora sem dor na garganta.

Respiração curta, com mãos e pés frios.


Desejo de ser abanado, precisa termais ar.
Fraqueza, sensação de fadiga no FEITO,particularmente ao acordar. Pneumonia:
terceiro estágio, catarro fétido; respiração e suor frios; de-
234 CARBO VEGETABILIS

seja ser abanado; risco de paralisia dos pulmões.

Delicada erupçãopruriginosa nas MÃOS.


Joelhos frios, particularmente à noite.
Úlcera na perna, ardendo à noite; descarga ofensiva; manchada^ púr- pura.

É despertado freqüentemente devido aos seus membros FRIOS, especialmente


joelhos frios.

Febres adinâmicas egástricas que ocorrem no tempo quente, devido ao abuso de


água gelada e outras bebidas de verão.
Pacientes com febre tifóide e febre amarela; cianóticos e com membros frios,
quase na agonia da morte; tendência àparada cardíaca e colapso.
Febre amarela; terceiro estágio, hemorragias com grande palidez da face, dor de
cabeça violenta, grande peso nas pemas e tremores do corpo.

Inchaço dos GÂNGLIOS, nas pessoas escrofulosas ou sifilíticas.


SEPSIS, aspecto encovado, compleição amarelada, sintomas de febre tifóide
héctica.
Coloração azulada do corpo com terrível ansiedade cardíaca e frialdade gélida
de toda a superfície. (Cianose).

ULCERAÇÕES, com dor ardente.

Poderes vitais rebaixados, SISTEMA VENOSOpredominante.


CAULOPHYLLUM

Squaw-Root; Papoose-Root; Blue Cohosh

V
J
Quando o médico convencional, cansado do saber das Escolas, encontrou suas
sorte lançada entre “nativos” e “tribos selvagens” de vários tipos, ele está apto
para escaramuçar impacientemente a erudição herdada que o circunda - seja
nociva ou benigna, talvez mais comumente a primeira possibilidade - mas nem
sempre! Seguro em seus métodos comparativamente fáceis, sancionados, como
são, pelas autoridades, ele tende a desprezar e esmagar, de maneira arrogante,
muito daquilo que seria bastante vantajoso para estudar e exptorar.
Seus queridos antissépticos, por exemplo, tiram dele o lugar das valiosas
“ervas para ferimento” da região. Estas (ao invés de seus esforços desajeitados
e ansiosos de destruir ou, no mínimo, deter os temidos “organismos” mais ou
menos às custas dos poderes curativos inerentes aos tecidos) trabalhariam para
ele, gentil e eficientemente, segundo a maneira de tais ervas, expulsando o
inimigo através do método simples de estimulação da cura saudável em tecidos
prejudicados. Ou então, armado com qui- nina (uma coisa que obteve através da
observação da cura dos nativos) e algumas poucas drogas, principalmente as de
uma natureza paliativa, ele está apto a considerar que todo o conhecimento está
com ele; que o que ele não sabe a respeito de medicina não vale a pena
conhecer, ou que, para ele, não estaria sujeito à especulação ortodoxa.
Esquecendo que,
Conhecimento é orgulhoso porque sabe muito;
Sabedoria é humilde de modo que não sabe mais.
Muito diferente, graças a Deus, é a atitude do homeopata, sempre à espreita
daquilo que cura. Sua sede insaciável por poder tem-no ensinado a não
desprezar, mas investigar. Assim tem ele introduzido, de todas as partes do
mundo, dos índios norte-americanos, da América do Sul - especialmente do
Brasil, da Martinica e das índias Ocidentais, de todo lugar; não somente as
preciosas ervas de cura, mas aqueles magníficos venenos de répteis - cobras,
aranhas, sapos, lagartos - que dão à homeopatia um espectro mais amplo de
cura do que o sonhado pela Escola Antiga. Alguns destes remédios nativos têm
penetrado lentamente, entre os retardatários, na Matéria Médica; por exemplo,
Hamamelis - a hamamélia, introduzida por Constantine Hering em 1850 e agora
de propriedade comum ... Olhando para a lista de medicamentos em Hale White,
que orien-
236 CA UL OPHYLL UM

ta o estudante para os exames de Matéria Médica, pode-se sempre reco-


nhecer os remédios homeopáticos importados, porque eles são registra-
dos como simples tinturas e não encontrados nas prescrições de compos-
( tos de respeitável antigüidade. Mas é curioso encontrar-se ocasionalmen-
te advertido por nossas próprias observações do dia-a-dia - e por esta im-
( perativa razão, como Clarke aponta, que os remédios curativos trabalham
( de acordo com uma dupla Lei e que a dinamização deve ser adicionada à
Lei dos Semelhantes, para que eles sejam não somente seguros, mas efi-
(
cientes. Isto está pela razão de que, se você está usando o que pode causar
( um mal poderoso para curar algo semelhante, isto requer manuseio e
prescrição delicados. Você não pode despejá-lo de um balde.
(
Agora a Escola Antiga, por fim, tem posto seus dentes nos venenos de
( cobra e está perdida na admiração das vastas possibilidades imaginadas.
( Mas aqui novamente, o impedimento! - pois estes remédios homeopáticos,
os mais potentes entre os potentes, devem ser usados de acordo com os mé-
1
todos de Hahnemann, para que produzam o máximo de benefício e o míni
mo de prejuízo. E é somente a partir das suas “experimentações” que pode se
descobrir do que eles realmente são capazes, bem como qual deverá ser usado
para este caso, este propósito, e qual para aquele outro!
Mas, voltando ao nosso assunto, esta raiz norte-americana é uma auxiliar
maravilhosa no tratamento das dores agudas e enfermidades “que a carne (da mulher) herdou”. Pode -
se perceber que, vindo desta fonte, ela ( tem sido usada, em geral, em todo o caso para começar, com
potências
( baixas e em doses substanciais. Mas, como um caso de Nash que agora ci
tamos, mostrando que ela pode atuar melhor em potência.

Dr. BORLAND (Homeopatia para a Mãe e o Bebê) diz:


É uma experiência comum para os médicos homeopatas de qualquer
parte, que estão conduzindo um tratamento geral, que suas pacientes não
( sofram com um trabalho de parto difícil. Isto não prova nada, mas é um
fato feliz para as pacientes. Há dois fatores que trazem sustentação a essa
(
feliz experiência. Uma gestante que é tratada durante toda a sua gravidez
com medicamentos homeopáticos chegará ao parto livre de doenças físi-
cas e psíquicas que tão freqüentemente são fatores que produzem um par-
to insatisfatório. Em segundo lugar, há uma droga - Caulophyllum - que
( tem o poder de regular o processo do trabalho de parto.
Este é um fato
que era conhecido e usado pelos homeopatas há muitos anos atrás e é
igualmente verdadeiro até hoje.
Tenho uma paciente, cujo primeiro filho nasceu recentemente. Anos
( atrás sua mãe recebeu Caulo. antes do nascimento dessa paciente. Desta
vez a própria paciente recebeu Caulo., antes do seu primeiro parto. Durante seu
parto ela foi acompanhada por um obstetra de vasta experiên-
CA ULOPHYLL UM 237

cía. Sua criança era grande e tratava-se de sua primeira gestação, o trabalho de
parto começou e ela foi examinada. A ginecologista que a atendeu disse que
estava tudo correndo bem, mas que muitas horas deveriam decorrer antes que
qualquer coisa pudesse ser feita para ajudá-la e a médica, sendo assim, foi para
casa. Mal ela chegou à sua casa, o telefone tocou, solicitando seu retorno
imediato ao berçário, para ver a criança que havia nascido. A mãe foi poupada
de muitos problemas como um parto com fórceps, horas de sofrimento e
trabalho de parto prolongado com aumento de risco para a criança. Foi tratada
com pequenas doses de Caulo. diariamente, durante um mês antes do parto.
Coincidência, talvez, mas uma coincidência que era esperada. (Na nossa
fazenda, é usado também para facilitar o parto das vacas. - Ed.)

NO PREPARO DE TRABALHOS DE PARTO SEM COMPLICAÇÕES

Caulophyllum (“ Squaw-root” dos índios americanos).


Irritado, apreensivo.
O útero parece congestionado. Tensão e peso.
Dores espasmódicas no útero; durante a menstruação.
Leucorréia; com dores repuxantes para baixo.
Ameaça de aborto (Vibumum).
Rigidez espasmódica do orifício uterino, trabalho de parto
demorado.
Dores curtas, irregulares, espasmódicas, sem progresso no
trabalho de parto.
Caulophyllum não foi muito experimentado, mas tomando- se
uma dose diária, durante as duas ou três últimas semanas da
gravidez, torna o parto mais fácil. Nas potências 12 a ou 30â.

* * * * *
Foi HALE, em seu New Remedies, quem primeiro chamou a atenção para
este inestimável remédio. Ele diz:
Esta é uma classe de remédio cujas virtudes têm sido bem conhecidas pelos
aborígenes deste país. Eles o chamavam de “raiz da esposa índia”, que é o nome
popular da erva. Os pioneiros leigos, assim como os profissionais, todos são
testemunhas do alto apreço pelo qual os índios o tinham para o alívio de
sofrimentos e fraqueza das mulheres de sua raça. Ele tem um outro nome, “Blue
Cohosh”, cuja origem não fui capaz de apreender.
Sua esfera de ação, tanto quanto pode ser estabelecida no momento, não é
extensa, mas confinada aos pequenos músculos e articulações, os tecidos
musculares dos órgãos generativos e, possivelmente, os nervos mo
238 CAULOPHYLLUM

tores e as membranas mucosas.


As experimentações feitas não esclarecem muito acerca de seus poderes
gerais. Seus usos clínicos nos fornecem quase todos os dados sobre os quais
está baseado nosso conhecimento.
Seu mais proeminente valor parece ser seu poder dc causar contrações
intermitentes no útero da gestante e, possivelmente, da não gestante. Neste
sentido difere do Ergot, que causa, ou tende a causar contrações persistentes.
Os remédios que mais se aproximam a este respeito são Vi- bumum, Cannabis
indica e Cimicifuga...
Ele é um agente poderoso na prevenção de partos prematuros e abortos
espontâneos, contanto que os primeiros sintomas sejam dores de caráter
espasmódico.
Os aborígenes e os primeiros colonos afirmavam seu poder de prevenção dos
trabalhos de parto demorados e dolorosos. Este testemunho tem sido comprovado
por muitos médicos importantes e de confiança, da escola eclética, bem como
da homeopática.
Minha experiência tem sido tão uniforme e conclusiva neste ponto, que eu
não hesito em afirmar que ele previne não somente um trabalho de parto muito
doloroso, mas também evita aqueles prematuros, tão comuns entre as mulheres
mais fracas desta época.
Parece ser homeopático para reumatismo dos músculos curtos e pequenas
articulações das extremidades. Alguns casos desse caráter têm sido relatados.

* * * * *
FARRINGTON (Clinicai Matéria Medica) diz: “Outro remédio a ser
comparado com Pulsatilla é Caulophyllum. Este é um remédio que temos não faz
muitos anos, mas é tão útil que não seriamos mais capazes dc ficar sem ele.”
Sua principal característica é a intennitência das dores. Se são neurálgicas e
reflexo de desordem uterina, elas são de caráter intermitente. Elas são
normalmente agudas e em cólicas e aparecem na bexiga, virilhas e nas
extremidades inferiores.
Caulophyllum é indicado quando há extrema atonia uterina, durante o
trabalho de parto. As dores podem ser as mais fortes, mas aparentemente não há
esforço de expulsão. Ele é freqüentemente indicado para mulheres nervosas nas
quais as dores parecem ser intoleráveis. As dores são espasmódicas e vão de
lugar para lugar, uma vez nas virilhas, depois no abdome e a seguir no peito;
mas não na direção das dores normais. A paciente parece estar exausta. Há
grande exaustão de todo o sistema. Ela pode falar aos poucos com dificuldade,
de tão fraca que está a sua voz. Estes são os sintomas que pedem Caulophyllum.
Tem sido usado pela maioria dos médicos em potências baixas, embora todas as
potências pos
CAULOPHYLLUM 239

sam ser usadas. Ele pode também ser indicado durante as últimas semanas de
gestação, quando a paciente sofre de falsas dores de parto que consistem de
sensações dolorosas que pesam para baixo, no hipogástrio. Tenho tido
conhecimento de uma simples dose suspendê-las após horas de duração...
Outro remédio que eu achei muito valioso na leucorréia das garotas pequenas
é Caulophyllum, quando o corrimento é profuso e enfraquece demais a criança...
Descobrimos que nos espasmos uterinos, Caulophyllum e Actea race- mosa
agem como Magnésia mur. Devo dizer que eu acredito que Caulophyllum
encabece a lista. Não conheço outra droga que produza tais condições
espasmódicas contínuas do útero, a menos que seja Secale...
Caulophyllum é especialmente adequado para o reumatismo das articulações
falangeais e metacarpais, particularmente nas mulheres.

* * * * *
GUERNSEY (Keynotes) tem também algumas palavras de apreciação de
Caulophyllum.
Reumatismos das pequenas articulações. No trabalho de parto, encontramos
dores deficientes, por conta da exaustão da paciente; Cauloph. recuperará sua
força e produzirá dores eficientes.

Seu sumário dos usos de Cauloph. nas doenças das mulheres é de re-
produção muito proveitosa.
Extraordinária rigidez do orifício uterino.
Dores espasmódicas e fortes, sem nenhum progresso.
As dores tornam-se muito fracas, pela exaustão da paciente, por conta do
trabalho de parto prolongado.
Sedenta e febril.
Dores falsas; espasmódicas em várias partes do abdome.
Paciente muito exausta e dores muito ineficientes.
Menorragia ou hemorragia após trabalho de parto, especialmente nos partos
rápidos. Fluxo muito profuso, devido à falta de tônus do útero, que está
relaxado e se contrai fracamente.
Convulsões com dores irregulares e muito fracas. Sensação de fraqueza.
Retenção da placenta, com sensação característica de fraqueza ou exaustão
e dores muito fracas.
Dores após trabalho de parto exaustivo e demorado; dores espasmódicas no
baixo ventre, que podem estender-se até as virilhas.
Sangramento loquial demora muito; escoamento passivo do útero relaxado,
com grande exaustão.
Ameaça de aborto, com falta de tonicidade; contração uterina fraca.
240 CAULOPHYLLUM

Neuralgia da vagina, quando eslá excessivamente irritável, dores e es-


pasmos são intensos e contínuos.
Histeria e deslocamentos uterinos, com as características acima.
Leucorréia ardente, produzindo fraqueza característica.
Extremidades: dores reumáticas muito severas, agudas, repuxantes,
erráticas, ora num local, ora noutro.
Especialmente nas pequenas articulações, dedos, pulsos, artelhos,
tornozelos. Grande rigidez dolorosa das juntas afetadas.
Pio ao ar livre; por café.

* * * * *
Fraqueza; exaustão; falta de tônus, como se vê, são os Keynotes do remédio -
KENT (NewRemedies) nos traz isso.
Fraqueza no sistema reprodutor da mulher.
Devido à fraqueza, ela é estéril ou aborta nos primeiros meses da gestação.
Durante o parto, as contrações do útero são muito fracas para expelir os
conteúdos, e são somente atormentadoras.
Dores como as do trabalho de parto, durante a menstruação, com dores
repuxantes nas coxas e pernas, até mesmo nos pés e artelhos.
Hemorragia uterina devido a inércia do útero.
Relaxamento dos músculos e ligamentos.
Peso e mesmo prolapso.
Subinvolução.
Leucorréia escoriante.
Menstruação muito adiantada ou muito atrasada.
Ela é sensível ao frio e deseja roupas quentes, ao contrário de Pulsatilla.
Ela é histérica, como Ignatia.
Ela está irritada e apreensiva.
Ela está reumática, como Cimicifuga, somente as pequenas articulações
parecem estar afetadas.
Mais tarde ela sofre de dores pós-parto, que são sentidas na região in-
guinal.
Enrijecimento reumático das costas e espinha muito sensível.
Ela está insone, inquieta e muito excitável.
Este remédio curou coréia na puberdade, quando a menstruação era tardia.

* * * * *
Há sempre uma boa dose de repetição nas citações dos vários prescri- tores,
já que cada um tem habilidade para ressaltar algum ponto importante.
“Aprenda de muitos, se você deseja saber mais do que apenas um
CAULOPHYLLUM 241

pouco.”
Por fim NASH fala de Caulophyllum, como um outro “remédio das
mulheres” valioso, devido à sua ação específica sobre o útero. Diz que ele
merece uma experimentação completa. E em vista dessa sua ação curiosa no
útero e nas pequenas articulações dos dedos, ele nos relata um caso instrutivo e
sugestivo. Resumiremos, a seguir:

Uma senhora casada, de 40 anos de idade, com torcicolo de longa duração,


estava grávida de sete meses. Ela estava atacada por dores severas e inchaço em
todas as juntas dos dedos. Dores intensas que somente aliviavam, para que ela
pudesse dormir, envolvendo os dedos com mostarda.
Nash lhe deu Cauloph. D3, que aliviou as dores nos dedos, mas trouxe dores
de parto violentas, suspendendo o remédio por medo de um parto prematuro. As
dores de parto então cessaram e as dores dos dedos retornaram e continuaram
com força total até que ela teve seu bebê, quando elas pararam por dois ou três
dias.
Então a lóquia, ao invés de diminuir, aumentou até chegar numa me-
trorragia. O fluxo era passivo, escuro e líquido. Havia uma grande sensação de
fraqueza e tremores internos, e as dores terríveis nos dedos estavam devolta.
Nash estava com medo de receitar Cauloph, que parecia o remédio indicado,
devido ao fato de ter provocado as dores pesantes. Ele ministrou Amica, Sabina,
Secale e Sulphur, sem nenhuma melhora; então decidiu receitar Cauloph. em alta
potência. Ele usou a potência 200 a e curou todo o caso pronta e
permanentemente. Ele diz: “Este é um caso perfeito de Cauloph. e se eu tivesse
dado Cauloph. de forma adequada desde a primeira vez, sem dúvida teria
poupado esta mulher de sofrimento desnecessário.”
Ele acrescenta: “Eu dei este remédio em uma hemorragia uterina passiva de
longa duração, após um aborto, quando vi a fraqueza característica e a sensação
de tremor interno. Ele tem sempre regulado as dores espasmódicas irregulares no
trabalho de parto e aliviado as dores de mesmo caráter na dismenorréia.”
Muitos casos de artrite reumatóide nas mulheres começam na meno- pausa.
Qualquer que seja o caso e as pequenas articulações das mãos e pés estiverem
envolvidas, Caulophyllum deve ser uma das drogas a ser levada em
consideração. Também nos casos não-menopáusicos onde o útero e as pequenas
articulações sejam afetados.

* * * * *
Eis aqui um PEQUENO CASO que voltou a ocorrer outro dia no
Ambulatório e, lembrando da droga, sugeriram que, como era pouco conhecida
e poderia ser assustadoramente útil, deveria ser retratada, o que
242 CAULOPHYLLUM

será tentado a seguir!

Sra. X, 52 anos, em abril de 1936 procurou nosso Ambulatório com


queixas de artrite reumatóide. Mãos e pós deformados. Os sintomas sugeriam
Causticum ou Medorrhinum. Ela tomou um após o outro, sem melhorar. Mais
tarde, devido a uma piora marcante por tempestades, ela tomou Rhododendron,
por alguns meses, em diferentes potências e melhorou bastante.
Em fevereiro de 1937, as mãos não estavam “tão boas” e havia mais dor. E
destavQzRJiododendron falhou, assim como Causticum.
Março de 1937. Percebendo que as mãos estavam “piores durante seus
períodos menstruais e por três dias antes” e “melhor depois”, ela tomou
Caulophyllum, uma dose na 30â potência.
Abril. Muito melhor.
20 de julho. “Melhor do que nunca” e consigo mesma também. “Não
parece tão desanimada agora que pode usar as mãos.”
17 de agosto. Diz que quando veio pela primeira vez as mãos ficaram bem
melhor e depois pioraram. Atualmente estão boas. Ela sente e aparenta um bom
estado; e os movimentos das mãos são normais, faltando muito pouco para
voltarem à sua condição original.
r
CAUSTICUM

Um dos lampejos do gênio de Hahnemann, um resultado de Hahnemann, o


Químico, e de Hahnemann, o Médico.
FARRINGTON diz: “Causticum é evidentemente um preparado de potassa,
mas sua composição exata eu não sei. Hahnemann não foi capaz de defini-la e
os farmacêuticos, desde seu tempo, não puderam nos contar do que ele é
composto. No entanto, é um remédio sem igual e um dos que não podemos ficar
sem, em nossa prática homeopática.”
HAHNEMANN o considera de cáustico hidratado mas, o que é mais
importante, ele nos fornece orientações completas sobre a preparação desta
“droga poderosa”. Ele diz:
“Pegue um parte de óxido de cálcio recentemente queimado, pesando cerca
de 2 libras, deixe-a imersa em uma vasilha cheia de água destilada por 1 minuto,
e então a coloque em um recipiente seco, onde ele se torna logo pulverizado
liberando muito calor e um odor peculiar... Deste fino pó pegue 2 onças,
coloque em um gral que tenha sido previamente aquecido e então misture-o com
uma solução de 2 onças de bissulfato de potássio cm 2 onças de água fervente,
sendo que a potassa, antes de ter sido dissolvida, foi exposta ao calor, fundida e
resfriada novamente e então pulverizada. Esta preparação algo grossa é inserida
em uma retorta, cuja abertura final, do recipiente que será embebido em água
até a metade de sua altura, é hermelicamente fechada. O líquido é destilado com
a aproximação gradual de um carvão em brasa até a retorta, até que a preparação
esteja completamente seca. O líquido no recipiente é de cerca de 11/2 onça, tão
claro quanto água e contendo Causticum numa forma concentrada, que tem
cheiro semelhante à lixívia obtida da potassa e tem um sabor adstringente e
ardente no dorso da língua. Seu ponto de solidificação está abaixo do da água.
Ele promove a putrefação de substâncias animais, que são colocadas nele. Com
os sais da barita ele não libera traços de ácido sulfúrico, nem qualquer traço de
calcáreo com o oxalato de amônia.”
“Um ou dois glóbulos da potência 30 a são dados em uma dose, que age
geralmente por mais de 50 dias.”
Em Guiding Symptoms, HERING diz: “Qualquer que seja a diversidade que
possa existir teoricamente em relação à natureza química desta substância... os
bons resultados inquestionáveis obtidos com seu uso, na

243
244 CAUSTICUM

forma potencializada, pela maioria de nossos melhores praticantes, identificam-


no como um policresto da mais alta ordem.”
E NASH o considera: “Um remédio bastante exemplar, experimentado por
Hahnemann... Sua composição química exata não é conhecida, mas se supõe
que seja um tipo de preparado de potassa. Possui uma longa lista de sintomas
peculiares, que são bastante confiáveis.”
Causticum, mentalmente, é um infeliz; chora, grita; é melancólico; sem
esperanças; vê o lado negro das coisas; tem pressentimentos e apreensões. É
mal humorado, irritadiço, censurador; tem muita suspeita e desconfiança. É um
remédio da alienação mental após a supressão de erupções.
Afeta especialmente pessoas de cabelos e olhos escuros, e de humor e
temperamento os mais negros. Não há traço de alegria ou vivacidade. Kent diz
que Causticum “tem curado insanidade; não mania aguda com delírio violento,
mas aberração mental de tipo passivo, onde o cérebro tornou-se cansado. A
constituição tornou-se fraca com longo sofrimento e muitos problemas e,
finalmente, a mente não tem mais coordenação; está confusa.”

* * * * *
FAJR.RINGTON diz: “Especialmente adequado em pacientes tímidos,
nervosos e ansiosos, plenos de fantasias assustadoras, especialmente ao
anoitecer, no crepúsculo, quando as sombras são maiores e as fantasias mais
predominantes. A criança tem medo de ir para a cama no escuro.”
Citaremos mais Farrington: “O paciente tem uma sensação muito estranha,
incomum de ser encontrada, uma sensação de um espaço vazio em seu cérebro
e os ossos do crânio - aliviado pelo calor. Excêntrico que seja este sintoma, não
é tão incomum para que tome nota dele...
“Muito característico da droga é a paralisia de regiões isoladas ou de
nervos isolados... paralisia facial, especialmente quando é o resultado da
exposição aos ventos frios e secos...
“Estas paralisias podem ser causadas por doenças nervosas muito
profundamente instaladas ou, muito caracteristicamente, pela exposição ao frio,
particularmente ao frio intenso do inverno, quando o paciente possui uma
diátese reumática.” (Acon. pela mesma causa - fortes ventos frios esecos). “Acon.
freqüentemente curará a paralisia facial provocada por esta causa, mas se ela
ameaça tornar-se crônica, é um caso de Causticum”
“As crianças, emagrecidas, especialmente na região dos pés, com abdome
grande e entumecido. Com erupções no couro cabeludo e olhos inflamados;
com freqüente otorréia, purulenta; e a criança tropeça quando tenta andar...
“Afonia ou falha da voz. A rouquidão de Phos. é pior ao anoitecer, já a
CAUSTICUM 245

de Causticum piora pela manhã...


“A condição paralítica estende-se à tosse também: não consegue tossir
profundamente para expelir o catarro; ou esse catarro, parcialmente
expectorado, volta para a laringe; e a urina pode jorrar durante a tosse.” (“Esta
inabilidade de expectorar é encontrada em várias espécies de tosse: tosse
comprida, etc.”).
Farrington diz também que curou a doença de Ménière com Causl. (Salicylic
acid).
“Epilepsia, especialmente pequeno mal. É lógico que, durante o estágio de
inconsciência, o paciente libera urina. Convulsões, especialmente quando elas
recorrem na lua cheia (Sil.)...
“Reumatismo, artrite reumatóide, especialmente quando as articulações
estão rígidas e os tendões encurtados, deformando os membros.” (Recorda-se de
um corpo velho, muito beneficiado por Caust., que finalmente recebeu Drosera e
rapidamente recuperou o movimento em quase todas as articulações que tinham
estado “duras” durante anos. Ela desenvolveu dores na tíbia também, o que
então sugeriu Dros., particularmente relacionada com “dor nos ossos longos”.)
Condições reumatóides com contrações e deformidades; pioram com ventos
frios e secos, melhoram com o clima quente e úmido.

* * * * *
KENT diz: “Causticum é um medicamento muito penetrante, adequado
também às constituições alquebradas, sofrendo de doenças crônicas. Suas
queixas são progressivas, lentas e acompanhadas por estado de declínio da
economia do organismo. Diminuição gradual da força muscular. Paralisia.
“Paralisia do esôfago, paralisia da garganta, tal como ocorre após a difteria”
(Gels.)\ “paralisia das pálpebras superiores, paralisia da bexiga, paralisia dos
membros, dos membros inferiores; grande lassidão; relaxamento muscular;
fadiga indescritível e sensação de corpo pesado”(Gels.). “E há tremores” (Gels.),
“repuxões e contrações dos músculos, durante o sono...
“Contraturas dos tendões e músculos, quando o membro é esticado...
“Há também um estado reumático dos tendões e ligamentos próximos às
juntas,talvez inchaço, com dor e enrugamento da articulação, que se torna rígida
e anquilosada. Rigidez, com fraqueza e melancolia; sem esperanças; alguma
coisa vai acontecer.
“Com este reumatismo, ele não consegue suportar o frio nem o calor; e
sempre piora no clima seco; piora com ventos frios e secos (Acon.). Paralisia
facial devido à exposição ao vento frio e seco (Acon.). Tal paralisia quase
sempre se recupera com Causticum .
“Histeria; sobressalta-se facilmente; câimbras. Convulsões, se levar
246 CAUSTICUM

um susto. Epilepsia, por susto, por esfriar-se ou por ficar exposto a uma grande
mudança de tempo; ou por banhar-se na água fria de um rio. Aberrações
mentais passivas de uma mente cansada. Ansiedade tímida: 'alguma coisa está
para acontecer'. Falta equilíbrio. Qualquer coisa o excita.
“A supressão de erupções faz surgir sintomas mentais ... Ele estava
razoavelmente bem enquanto tinha a erupção, mas quando ela desapareceu, sua
mente ficou perturbada... a internalização de uma erupção facial
freqüentemente resultará em paralisia da face. Dores de cabeça violentas ...
associadas com condições reumáticas e gotosas, que também afetam o couro
cabeludo; que se contrai e enrijece em locais como as contraturas de outras
partes.
“Torcicolo. Causticum é um remédio curativo nos casos de encurtamento
dos tendões e músculos.
“Paralisia do nervo óptico... Surdez decorrente de paralisia do nervo
auditivo.
“Fissuras que parecem se formar pelo menor motivo... fissuras ao redor dos
lábios, asas do nariz, cantos dos olhos; fissuras no ânus e na pele próxima das
juntas; casos antigos de defluxo de sal com fissuras nas dobras das juntas.
“Gagueira decorrente de condição paralítica da língua. Paralisia completa
da faringe e esôfago - como após a difteria; o alimento desce pelo caminho
errado, ou entra pela laringe ou narinas posteriores. Paralisia dos órgãos da
fala; inábil para falar, para mastigar; morde a língua e as bochechas, ao
mastigar.
“O paciente Caust. senta-se à mesa faminto, mas o pensamento, visão ou
cheiro da comida tiram-lhe o apetite (Ars., Sep., Cocc.). Um sintoma comum
durante a gravidez.
“Uma sensação estranha no estômago, como se cal estivesse lá hidratando.
“Muitos sintomas são melhorados por tomar água fria. A tosse espas-
módica, violenta pode ser interrompida de uma vez com um gole de água fria.
A água fria parece tonificar a condição paralítica.
“Fraqueza paralítica também no reto; ele está inativo e enche-se de fezes
endurecidas que são expelidas involuntariamente e sem perceber (Aloe). As
fezes são expelidas com menos esforço quando se está em pé; retenção da urina
exceto quando em pé (compare Sarsaparilla).
“Este remédio tem dois tipos de paralisia da bexiga, um afeta os músculos
de expulsão e a urina é retida; o outro centra-se no esfíncter e a urina passa
involuntariamente.
“É um remédio de ação profunda; cura a tísica, especialmente ’con- sunção
rápida'. Tosse com a sensação de que 'não pode tossir forte o suficiente para
expectorar'; a tosse é aliviada por um gole de água fria. Tosse piora inclinando-
se para frente. A tosse é contínua, em cada acesso de
CAUSTICUM 247

tosse a urina escapa..


É difícil parar de condensar e citar Kent!

* * * * *
VERRUGAS. Causticum é ura dos grandes remédios para verrugas (Thuja,
Dulcamara, etc.). Veja os sintomas em negrito: verrugas; verrugas; verrugas.
Verrugas antigas sobre as pálpebras, sobrancelhas, nariz... Verrugas na face...
Certo ano, em nossa fazenda era Surrey, um número de vacas apareceu com
verrugas em suas caras, narizes, orelhas e pescoços. Meu pai costumava ir para
lá aos sábados e então levou Causticum em baixa potência, para medicar uma
vasilha onde ele deixava de molho os grãos da ração daqueles animais. Isto logo
terminou com as verrugas e a mesma coisa se deu com os outros animais.
Foi comprovado que Caust. e Thuja podem produzir verrugas e curá- las.
Ura cavalo, acidentalmente experimentando Thuja em tintura, surgiram nele
verrugas na genitália e ânus - as localidades favoritas de Thuja; ao passo que
uma garota, à qual foi dado Caust. com mais fervor do que discrição, ao invés
de curar uma ou duas verrugas na sua mão, produziu mais de uma dúzia nos
braços e mãos; mas quando o medicamento foi interrompido, todas elas
desapareceram, inclusive as duas originais, cuja cura era pretendida.
FARRINGTON registra uma experiência similar. Ele escreve: “Causticum
age também sobre a pele, sendo as verrugas um dos seus sintomas mais
característicos,... útil quando elas ocorrem sobre as mãos e a face. Eu lembro de
uma vez ter dado Caust. para uma criança que tinha duas verrugas sobre a
pálpebra inferior. Ao final de três semanas tomando o medicamento, havia uma
série de verrugas nó canto interno do outro olho, que eu acreditei serem
resultados do Caust. Evidentemente parei a medicação. Ao final de várias
semanas mais, todas as verrugas haviam desaparecido e a criança não teve mais
nenhuma, desde então. Isto mostra que Caust. realmente produz e cura
verrugas.”
NASH diz: “Se Hahnemann nunca tivesse presenteado a escola homeopática
com nenhum outro remédio senão CAUSTICUM, ainda assim o mundo estaria lhe
devendo esse favor”

EXTREMOS, ESTRANHOS E CARACTERÍSTICOS

“Compaixão intensa pelo sofrimento alheio.”


“Apreensão de perigo iminente, com urgência para àtizcas ”(compare Arg.
nit., Gels.)
“Cicatrizes, especialmente por queimaduras” (Urtica urens), “queimam,
refrescam e se tornam doloridas novamente; antigos traumatismos
248 CAUSTICUM

reabrem-se; pacientes dizem que eles nunca mais sentiram-se bem desde que
sofreram uma queimadura.”
“Caust. pode ser usado na cólica, depois do fracasso de Colocyníh. As dores
são pinçantes, cortantes, aliviadas dobrando-se. Todos os sofrimentos cessam
inteiramente à noite.”
“A menstruação é muito adiantada; muito fraca; somente durante o dia;
cessando ao deitar-se.”
“Melhor com o clima úmido; ar quente.”
“O café parece agravar todos os sintomas.”
“Não deve ser usado antes ou após Phos. Sempre há discordância.”
E Hahnemann fornece um curioso sintoma mental, que nós chamaremos de
“bobeiras”. Confundem letras e sílabas, por exemplo o paciente diz: “foriza
cluente ao invés de coriza fluente” durante vários dias após provar Caust.
"Hemorróidas - ardência, sensação de carne-viva, dor; piorando ao andar,
ao pensar nelas, por rezar ou forçar a voz!" Nash diz que todos estes sintomas
foram verificados continuamente.

SINTOMAS EM NEGRITO

MENTAL. Choro histérico após espasmos.


A mínima coisa faz a criança chorar.
Humor melancólico; tristeza, desesperança, por preocupação, mágoa ou tristeza.
Nervoso, irritável, censurador.
Indisposições mentais e outras decorrentes de mágoa e tristeza de longa
duração.
Ansiedade excessiva. Muito aprensivo ao anoitecer.
Muito vexado.
Indisposto ao trabalho.
Memória fraca. Ausência da mente.
Desatencioso e ausente.

Dores reumáticas na CABEÇA tão fortes que chegam a causar náusea. Tinea
capitis na região occipital.

Inclinação a fechar os OLHOS; eles se fecham involuntariamente. Sensação de


peso na pálpebra superior.; como se ele não pudesse levantá-la facilmente, ou como
se ela estivesse aglutinada com a pálpebra inferior e fosse difícil separá-las.
Paralisia dos músculos dos olhos, especialmente se expostos ao frio.
Ardência nos olhos; repuxões visíveis das pálpebras.
CAUSTICUM 249

Visão obscura, como se uma espessa neblina estivesse diante dos olhos. Catarata
incipiente.
Pressão nos olhos como se houvesse areia neles.
Secura; fotofobia.

Palavras epassos ecoam nos OUVIDOS.


Surdez.
Acúmulo de cera nos ouvidos, às vezes mal-cheirosa.

Corizaseca com obstrução do NARIZ.


Corizafluente com domo peito e nos membros.
Coceira na ponta do nariz e nas alas, bem corno internamente.
Espinhas, úlceras, crostas na ponta do nariz; inflamada, inchada, des- camativa.
Antigas verrugas no nariz.
Sangramento violento do nariz.

Acne rosácea nas bochechas e na testa, em grupos dispersos.


Paralisia de um lado da FACE.
Prosopalgia e reumatismo da face.
Verrugas na face. Face amarelada.
Enrijecimento e dores nas mandíbulas; dificuldade para abrir a boca e para
comer.
Dores artríticas na mandlbulâ in ferior.

Dores na arcada dentária inferior, estendendo-se até o nariz e olho. Amolecimento


e alongamento dolorosos dos DENTES.
Dor de dente em pontadas e dilacerante. Dor de dente pulsante.
Dor nos dentes saudáveis devido a corrente de ar frio.
Inchaço das gengivas, com sangramento fácil e supuração demorada. Recorrência
freqüente de abcessos nas gengivas.
Dolorimento na parte superior do palato.

. Gagueira, FALA difícil, indistinta.


Perda de voz devido a paralisia dos órgãos da fala.
Língua recoberta de branco em ambos os lados, vermelha no meio.

Dores ardentes na GARGANTA, não ao engolir; nos dois lados, parecendo


subira partir do peito.
Aspereza e coceira na garganta com tosse seca e alguma expectoração após a
tosse prolongada.
Dor na garganta, piorando por inclinar-se.
Deve engolir continuamente, a garganta parece muito estreita.
250 CAUSTICUM

O muco coletado na garganta não pode ser expelido através do pigarro; então ele
é obrigado a engoli-lo.
Pigarro de muco, com dorna ponta da garganta.
Secura da garganta, constantemente obrigando a engolir.
_ A

O pão causa pressão no ESTOMAGO.


Sede violenta por muitos dias.
Um gole de água fria alivia os espasmos (tosse comprida).
Vômitos azedos seguidos por eructações acres.
Câimbras no estômago.
Pontadas e unhadas no estômago, quando respira profundamente.

HEMORRÓIDAS dolorosas, feridas; insuportável de andar.


Hemorróidas: impedindo a evacuação; dores em pontadas, ardentes, dolorosas se
tocadas; ao pensar nelas; ao discursar ou esforçara voz.
As FEZES são expelidas mais facilmente estando em pé.
Esforços freqüentes e ineficientes para evacuar, com ansiedade e vermelhidão da
face.
Dore pulsações fortes no períneo.

Freqüente emissão de uma grande quantidade de URINA.


Ele urina tão facilmente, que não tem sensibilidade ao fluxo; na escuridão
dificilmente acredita que tenha urinado até que possa assegurar-se ao tocar com sua
própria mão.
Passagem involuntária de urina ao tossir, espirrar ou assoar o nariz; à noite,
durante o sono.
Retenção da urina com desejo freqüente e urgente, ocasionalmente umas poucas
gotas ou uma pequena quantidade pode ser expelida.
Coceira no orifício da uretra.
Dor pressiva nos testículos.

MAMILOS doloridos, rachados, circundados por herpes.

Perda súbita da VOZ.


Rouquidão, especialmente ao anoitecer, com raspadura na garganta.
Os músculos da laringe recusam-se a realizar suas funções; incapaz de falar uma
palavra apesar de grande esforço.
TOSSE com sensação de dor ao longo da traquéia, onde dói a cada paroxismo
de tosse.
Respiração curta.
Tosse com sensação como se não pudesse tossir com a força suficiente para
expelir o catarro, com coceira e aspereza.
Tosse profunda e sufocante.
CAUSTICUM 251

Tosse aliviada por um gole de água fria.


A tosse melhora inclinando-se para a frente.
Tosse contínua e aborrecedora, com cada ataque deixando escapar urina.
Gripe com sensação de cansaço, os membros como se tivessem sido golpeados;
dores reumáticas.
PEITO enrijecido, devendo freqüentemente fazer uma respiração profunda.
Dolorimento no peito.
Pontadas no estemo devido a respiração profunda ou carregarpeso. Compressão
dolorosa no peito de ambos os lados em direção ao ester-
no.
Sensação (peito) como se a roupa estivesse muito justa.

PULSO excitado ao anoitecer, com orgasmo de sangue.

PESCOÇO egarganta enrijecidos e doloridos, domo occipício; músculos como se


estivessem amarrados, podia dificilmente mover a cabeça.
Enrijecimento doloroso das COSTAS e do sacro, especialmente ao levantar-se de
uma cadeira.
Dor pressiva similar a câimbra no cóccix, região dos rins.
Dor em contusão ou em picada no cóccix.; ou dor fraca repuxante.

Dores repuxantes e dilacerantes nos BRAÇOS e MÃOS.


Paralisia do braço direito com glossoplegia.
Paralisia das extremidades superiores.
Sensação paralítica na mão direita.
Tremores nas mãos.
Sensação de plenitude na mão, quando agarra alguma coisa Dores repuxantes
nas juntas dos dedos.
Contração e endurecimento dos tendões dos dedos.
Verrugas nas pontas dos dedos: verrugas camosas, próximas às unhas.
Dolorimento entre as COXAS,para o alto.
Dores repuxantes e dilacerantes nas coxas, pemas, joelhos e pés; pioram ao ar
livre, melhoram no calor da cama.
Dores contusas nas coxas epemas, pela manhã na cama.
Pele marmórea nas coxas epemas.
Estalos nos joelhos ao andar ou descer.
Os tendões dos JOELHOS parecem muito curtos.
Gonagra. (Gota na articulação do joelho).
Dorgotosa dilacerante na região da PERNA, especialmente nas pequenas
articulações do pé, com inchaço.
Câimbra nos pés, artelhos e solas.
252 CAUSTICUM

Emagrecimento dos pés.

As crianças são lentas para aprender a andar, com passos vacilantes, oscilantes.
Caminhar bamboleante e quedas fáceis em crianças pequenas.
Fraqueza paralítica dos MEMBROS. Fraqueza e tremores nos membros.
Inquietude intolerável dos membros, à noite.

NERVOS. Coréia, mesmo à noite: lado direito da face e da língiia podem estar
paralisados.
Fraqueza e tremores. Perda de força como no desfalecimento.
Paralisia: das cordas vocais; lateralizada; da língua; das pálpebras; da face; das
extremidades; da bexiga.
Paralisia surgindo gradualmente.

DORES dilacerantes.
Sensações terríveis de laceração, paroxística, freqüentemente se movendo para
frente, então remitindo, novamente começando do mesmo ponto: neuralgia movendo
desde o occipício, para cima e para frente, sobre o vértex.
CONTRAÇÃO dos tendões flexores; tensão e encurtamento dos músculos.
Distúrbio funcional da atividade cerebral e dos nervos espinais, resultando em
paralisia.

Durante o primeiro SONO, molha a cama.


Sonolência intensa, dificilmente consegue resistira ela, é necessário deitar-se.
Bocejos e espreguiçamentos.
Insônia à noite; por conta de calor seco. Não consegue descansar em nenhuma
posição.
Efeitos maléficos da noite em vigília. (Cocc.).
À noite ele não consegue obter uma posição aquietadora: não consegue ficar
sossegado por nenhum momento.

PELE. Erupções subagudas e crônicas, similares às bolhas de queimaduras.


Queimaduras e escaldamentos.
Verrugas grandes, pontudas, freqüentemente pedunculadas, exsudando uma
umidade e sangrando facilmente.
Verrugas e afecções escrofulosas.
Varícose e úlceras fistulosas.
CAUSTICUM 253

Pessoas com cabelos escuros e de fibra rígida são as mais afetadas.


Crianças com cabelos e olhos pretos.
Antidota envenenamento por chumbo (paralisia). Paralisia da língiia decorrente
de tipo mantido entre os lábios (gráficos). Abuso de Merc e Sulph., na escabiose.

Lembrem-se de Causticum em casos difíceis de artrite “reumatóide”, nos


quais há deformidades e contrações, e o paciente sofre mais com os ventos frios
e secos e menos nos dias quentes e úmidos.
Temos aqui um dos remédios muito especiais do Dr. James Compton Burnett.
Ele foi um gênio de primeira ordem, no que concerne ao tratamento do doente e
também à elaboração de suas pequenas e notáveis monografias. Nós devemos
muito à sua intuição, seu empreendimento e sua produção infatigável. Ele teve
uma grande experiência prática em sua época, em Londres, assim como em
Brighton, sua cidade natal. Nos contaram que, em Londres, ele era literalmente
assediado desde as primeiras horas da manhã; e que, quando ele foi descoberto
morto em seu quarto de hotel, foi um choque terrível para muitos que ele havia
ajudado e curado de condições difíceis e, aparentemente, sem esperanças.
Em New Remedies, de Hale, onde Ceanothus aparece como Ceanothus
virginiana, há, na edição de 1880, uma extensa citação dc cinco longas páginas,
extraídas de um Homeopalhic Journal do ano anterior, escritas pelo Dr. Burnett.
Hale diz: “Ficou para um médico inglês, Dr. J.C. Burnett, a descoberta da
afinidade de Ceanothus para as desordens esplêni- cas.” E no livreto de Burnett,
Doenças do Baço e seus Remédios (1900), Ceanothus figura grandemente, com um
número dc casos detalhados, não somente de aumento do baço, mas também da
dor profunda no hipocôndrio esquerdo; alguns destes casos haviam sido
diagnosticados como sendo doença cardíaca, mas foram curados rapida e
completamente com Ceanothus. O conjunto é um registro dos triunfos de um
médico que sabia apenas um pouco mais do que seus companheiros e que
alegremente aplicou seus conhecimentos para o alívio de sofrimentos e para a
remoção de graves incapacidades.
Burnett sempre concedeu honra onde esta lhe era devida: à lavadeira que
ampliou o seu conhecimento, através da cura de um de seus pacientes de
malária, com chá de urtiga. De tempos em tempos, a “Organoterapia” ou
“Organopatia” lhe foi de grande ajuda, a respeito da qual ele escreve: “O real
pai da organopatia, em essência e substância, é Hohenheim, um eminente
médico, de grande conhecimento, chamado Paracelsus, cuja prova veremos em
seus trabalhos e, também, neste pequeno volume sobre Doenças do Baço, se o
espaço permitir.” Burnett argumenta que a organoterapia está incluída na
grande generalização mais ampla, conhecida como Homeopatia; pois enquanto
a organopatia afirma somente que cer-

254
CEANOTHUS AMERICANUS 255

tas drogas afetam certas partes curativamente, preferencial ou especificamente,


por exemplo, digitalis no coração, a Homeopatia afirma que digi- talis não
somente afeta o coração... mas para ser curativa a doença natural do órgão deve
ser semelhante, em sua expressão, à organopatia terapêutica ou à ação da droga.
A Homeopatia, ele acrescenta, “pode ser dita como tendo por base a
organopatia, pois para uma droga curar o coração de sua doença
especificamente, deve necessariamente afetar o coração da mesma maneira..
Burnett diz que previamente à leitura de uma curta preleção sobre Ceanothus
numa edição antiga de Hale, ele sentia freqüentemente uma dificuldade de tratar
uma dor no lado esquerdo, tendo sua localização aparentemente no baço. “Myrtis
communis tem uma dor no lado esquerdo, mas que é mais acima, sob a clavícula;
a dor que é um pouco mais inferior é de propriedade de Sumbul; ainda mais
abaixo de Acidum fluoricum; um pouco para a esquerda, Acidum oxalicum; mais
para a direita,Aurum; logo abaixo do seio esquerdo, Cimicifuga rac. Estes
remédios fazem seu trabalho prontamente, quando as dores do lado esquerdo são
uma parte do retrato da doença, mas elas não tocarão a dor que é mais profunda,
atrás das costelas do lado esquerdo... a pontada realmente esplênica requer
China, Chelidonium, Berberis, Chininum sulph. ou Conium, ou Ceanothus
atnericanus.”
Nas potências baixas, nas quais Burnett o usava, ele percebeu que
“freqüentemente relaxa os intestinos, tenho tomado conhecimento de até mesmo
causar diarréia.”
Uma paciente tinha estado tomando o medicamento por duas semanas,
quando em certo dia, sentiu uma grande excitação nervosa. Isto desapareceu
quando ela deixou de tomar o medicamento e, então, recorreu quando retomou a
medicação, para cessar novamente quando ela a interrompeu outra vez. Seus
intestinos estavam relaxados e sua menstruação ocorreu dois dias mais cedo e
muito profusa, uma coisa que jamais havia lhe ocorrido antes.
Forneceremos aqui um pouco da antologia e das deduções de Burnett, com
relação a Ceanothus, citadas deseu livreto sobre o baço.
“ A morte”, ele diz, “é freqüentemente iniciada num órgão em particular,
isto é, em ura locàl, e se a parte for salva em tempo, a vida pode ser preservada.
Nos processos agudos, o valor de um órgão em particular aumenta muito
forçosamente, podendo não haver necessidade de um tratamento constitucional;
a única parte que está sofrendo pode ser o caso todo. E em muitos casos
crônicos, certos órgãos clamam por atenção e devem receber atenção especial.”
“Para evitar má interpretação em um ou dois pormenores... Primeiro, o que
eu entendo por remédio de um órgão não é uma droga que seja aplicada
topicamente ao órgão prejudicado pelos seus efeitos físicos ou
256 CEANOTHUS AMERICA NUS

químicos, mas um remédio que tenha uma afinidade eletiva por tal órgão, pela
razão da qual ele encontrará o próprio órgão através do sangue. Além disso, não
me refiro à organopatia como algo fora da Homeopatia, mas como sendo
abarcada e incluída nela, ou co-extensiva com ela. Eu diria - Organopatia é a
Homeopatia de primeiro nível. Finalmente, eu enfatizaria o fato de que, onde o
agente de semelhança homeopática cobrindo a totalidade dos sintomas e também
o processo patológico subjacente que causa tais sintomas pode ser encontrado, a
organopatia também não tem qualquer raison d’être ou é somente de utilidade
temporária para ajudar um órgão perturbado.”
“Estou muito impressionado com os ensinamentos de Rademacher* de que
uma grande quantidade de hidropsias são curáveis pelos remédios do baço.”
“Desde que comecei a escrever em 1879, encontrei um bom número de
casos crônicos de afecções do baço e cuja maioria eram previamente não
reconhecíveis.”
Em um de seus casos, “o baço não largava do inchaço em certas ocasiões,
até eu ter curado a vacinose. Aquele príncipe dos esplênicos, Ceanothus
Americanus, rapidamente curou a obstrução esplênica, mas não tocou na doença
sangüínea que a causou. Um defeito inerente à organopatia: não é
suficientemente radical em sua ação inicial, mas semelhante nota aplica-se a
todas as 'patias' mais ou menos, porque a causa primordial é, de certa forma,
indefinível e está, em geral, muito além da ciência positiva, que somente admite
o que sabe, e não irá procurar cingir o desconhecido, através do processo do
pensamento e da razão. Pelo fato de que, em termos antigos, a filosofia tornou a
ciência impossível, os devotos da ciência hoje voltam-se contra a filosofia e
zombam dela até perder de vista. Relacionar de volta os efeitos imediatos às
causas remotas é hoje ridicularizado, em virtude da mera ciência ser produtora
de mentalidades grosseiras, incapazes de seguir os delicados fios da mais alta
percepção.”
Em outro de seus casos havia uma dor no lado esquerdo, que durava
exatamente vinte e cinco anos, que surgia subitamente, especialmente se ela
tomasse alguma bebida fria. Havia uma dor indescritível sob as costelas
esquerdas e ela lutava para respirar; a dispnéia era tão severa que podia ser
ouvida no quarto ao lado, assustando todas as pessoas. Ela sofrerá de malária há
trinta anos atrás... Antes de tomar Ceanothus, por muitos anos ela era compelida
a deitar-se, ao vestir-se pela manhã, devido às batidas de seu coração. Este era
um caso de baço muito aumentado, com sen

* Rademacher, o expoente da organopatia, teve discípulos que formaram uma escola e publicaram um
jornal em 1847. Burnett diz que eles enveredaram-se pelo campo da farmacologia experimental, mas
encontraram-na já ocupada pelos homeopatas! De lá nunca mais saíram, permanecendo no campo das
experimentações, lado a lado com os seguidores de Hahnemann.
CEANOTHUS AMERIANUS 257

sibilidade que não podia suporlar qualquer pressão - até mesmo das roupas.
Ceanothus a curou e Bumelt registra uma das coisas mais doces dc toda a sua vida
profissional - “a senhora (e que senhora!) colocou um pequeno pacote sobre a
minha escrivaninha, tentou dizer algo, explodiu em lágrimas e foi embora
rapidamente!” Ele diz, “Eu nunca a vi novamente e tenho freqüentemente
desejado ler guardado aquela moeda de ouro. (A paciente era uma arrumadeira, a
qual ele havia sido solicitado a ajudar, já que ela vinha sofrendo de uma doença
incurável do coração. Após o exame, ele prometera curá -la, e a senhora que
pedira sua ajuda àquela pobre criatura, acusou -o de crueldade por levantar as
esperanças dela, quando ele deveria saber que isto era impossível!” Sua
explanação dc que se tratava de um baço aumentado c não o coração não foi
acreditada. "Ela esiivcra cm vários médicos e iodos tinham declarado tratar -se
uma doença cardíaca incurável.” No entanto, ela fo i curada!).
Em relação aos problemas cardíacos, ele nos conta que: '‘Onde o cora ção está
perturbado simultaneamente a uma afecção do baço, o alivio obtido do uso de
Ceanothus (e outros csplênicos) e freqüentemente notável.
"Com respeito às hidropsias, tanto quanto não são devidas a afecções
orgânicas, acredito que, de acordo com um cálculo grosseiro, cerca de um terço
devem-se ao baço.”
Outras sugestões úteis são:
"Alguns casos de varicose não irão melhorar até que vocc cure o baço de seu
aumento (às vezes leve).
"Em um caso, onde o paciente estivera sob boa prescrição homeopá tica
sintomática, que havia fracassado devido a que os sintomas tratados eram
secundários ao aumento do baço... Deve ser manifesto que os vô mitos devido a um
aumento do baço nunca podem ser curados com re médios que fisiologicamenle
provocam o vômito, mas por aqueles que trazem o baco ao seu tamanho normal.”
>

Hale cita um médico americano que teria dito: “Durante a última Guerra Civil,
usei esta planta para csplenite e fiquei tão satisfeito com os resultados obtidos
que, durante seis anos, não me lembro de ter usado outra coisa para o aumento do
baço. Eu a tenho usado nos piores casos, desde bebês até velhos. Estou para ouvir,
no entanto, sobre seu fracasso em um único caso, mesmo que inveterado.”
Hale diz: "este é o testemunho bastante forte e positivo e o autor confirma
completamente minha idéia dc que um remédio que cura é sempre homeopático”,
para o que ele diz adicionalmente:
"Nos casos crônicos, quando o órgão não é mais sensí vel, sob o uso da tintura,
mesmo sem fricção, ele logo toma -sc doloroso c sensível, então volta rapidamente
ao seu tamanho normal e assim permanece, sendo que o paciente não tem mais
consciência de sua presença.
"Vemos aqui uma verdadeira agravação homeopá tica, mostrando que
258 CEANOTHUS AMERICANUS

a droga tem uma afinidade específica por aquele órgão. Eu lhe aconselho a usá-
lo quando encontrar casos de febre intermitente, tão comum nas regiões de
malária.
“Dr. Cairoll Dunham me informa que um médico de seu conhecimento
curou um baço enormemente aumentado com o uso deste remédio.” Dr. Oscar
Hanson fornece a terapêutica de Ceanothus. “Inflamação crônica e hipertrofia do
baço, dor em todo o lado esquerdo, com dispnéia violenta. Dores persistentes no
hipocôndrio, menstruação profusa e leucorréia amarelada.”
O Synoptic Key de Boger adiciona um pouco mais: “Neuralgias periódicas.
Dor no lado esquerdo, com dispnéia, diarréia ou leucorréia. Baço ou fígado
inchados. Pior com clima frio; ou deitando sobre o lado esquerdo.
Complementar a Nat mur.”
O Dictionary de Clarke também inclui este valioso remédio em seu vasto
quadro de medicamentos.
Você poderá dizer: “Ah! mas quem vê casos que necessitam de Ceano-
thusT’ Nos últimos dez dias, tivemos de prescrevê-lo duas vezes: aparentemente
dores esplênicas não são tão raras como sc pode supor.
r
CHAMOMILLA

Pequena erva que floresce nesta época do ano, entre os montes de feno, com seu
aroma acre e pétalas brancas que se inclinam para trás, como se colocassem suas
pequenas mãos atrás de si. Isto a distingue de várias flores semelhantes. Como
minha cultivadora de ervas costumava dizer, há dois tipos, isto é, a erva de
grande utilidade, e a sua imitação, que se parece muito, mas é inútil. Como regra
geral, é o aroma ou a falta dele que as distingue facilmente.
Um excelente nome para Chamomilla é: (iNãopode suportar”.
“Não pode suportar a si mesmo”
“Não pode suportar outras pessoas”
“Não pode suportar a dor”. (Coffea, Acon.)
Não pode suportar as coisas: deseja-as e as joga fora.
Tudo é simplesmente intolerável.
Você olha para um bebê Chamomilla e freqüentemente vê uma bochecha
brilhante: você toca em sua cabeça e a encontra molhada e quente.
Cham. é uma das drogas do “A.B.C. do Berçário”, de Clarke - Acon, Bell. e
Cham.Aconitum é desordem na circulação. Belladonna é desordem no cérebro.
Chamomilla é desordem no temperamento.*
Se Cham. é um bebê doente, ele é facilmente reconhecido. Ele irá se
lamentar, berrar e insistir para ser levado ao colo. No momento em que sua mãe
cansada ou seu pai exausto tentarem sentar-se ou descê-lo do colo, começará
tudo outra vez; e o problema sempre piora à noite.
Ou ele estica sua mãozinha para um objeto após o outro e, quando lhe
oferecem algum deles, ele o atira longe, contrariado. “Ele não sabe o que quer”,
diz Nash, “mas o médico sabe - trata-se de Chamomilla.”
Já uma criança Cham. um pouco mais velha, quando doente, ordenará à
enfermeira ou à mãe para sair do quarto. Já vimos mães humilhadas, junto à
porta fechada do qiiarto, no interior do qual seu pequeno filho enlouqueceria
caso ela ousasse colocar seu nariz lá dentro.

* Aooo. e Cham. têm muitos sintomas característicos em comum: mas a mentalidade decide -entre eles.

259
260 CHAMOMILLA

Quando ainda mais velho, ele se recusará a ver o médico. Eu penso que é
Nash quem diz, quando você sabe que você tem que ver um paciente “difícil”,
que se recusará a vê-lo, ou que será rude com você, envie primeiramente uma
dose de Cham. e encontrará a paz. Cham. é definitivamente mal-educado.
A dor de ChamomiUa é intolerável. Já se viu uma pessoa arrastando- se pelo
chão em agonia, após um extração dentária difícil, quando uma pequena dose de
Cham. forneceu-lhe alívio completo, quase instantaneamente.
Já se viu também uma pessoa com gripe, que não se restabelecia tão
rapidamente quanto o desejado, e se tornava subitamente muito impaciente e
irritável. Uma dose de Cham. e a temperatura prontamente diminuiu.
Algum tempo atrás, publicamos um caso de asma, com tal irritabilidade, que
Cham. mostrou-se frente ao médico. Foi ministrada e alcançou acura.
Hahnemann disse: “Não dê Acon. onde a doença é suportada com calma e
paciência”. E a respeito de Cham., ele escreveu: “E inadequada para pessoas que
suportam a dor calma e pacientemente.”
Nos casos agudos onde Cham. é necessária urgentemente pelo estado mental,
você pode marcar no relógio e contar os poucos minutos para o alívio completo.
A natureza da indisposição tem pouca importância, é a mentalidade que
simplesmente clama por ChamomiUa.
Cham. não tem somente mau humor, mas maus efeitos do mau humor.
Uma mulher Cham. fica temperamental e sofre uma hemorragia ule- rina. Ou
tem um ataque de fúria e é recompensada com um surto de icterícia. Isto já foi
observado. Ou uma mulher amamentando tem um ímpeto de raiva e seu leite
intoxica o bebê.
Hahnemann diz em uma nota de rodapé, na Mat. Med Pura: “A doença às
vezes perigosa, que se assemelha a uma febre biliosa aguda, que em geral vem
imediatamente após uma vexação violenta causando raiva, com face quente,
sede insaciável, gosto de bile, náusea, ansiedade, desassosse- go, etc., tem uma
grande analogia homeopática com os sintomas da camo- míla, a qual não poderá
falhar na remoção de todos os males rápida e especificamente, o que é feito
como por milagre, com uma gota do suco acima mencionado.”
Cham. é uma das drogas dos casos “fora das proporções”. Ars. tem
prostração fora de proporção (aparentemente) com a doença, e Cham. tem dores
fora das proporções (tais como as dores do parto; de dente; reumáticas, etc.).
Um recomendação para Cham. é dormência com dor. (Plat., Cocculus).
Hahnemann, em nota de rodapé na Mat. Med. Pura, diz: “A sensação
CHAMOMILLA 261

paralítica de camomila em qualquer parte nunca ocorre sem estar acompanhada


por dor repuxante e dilacerante, e estas dores de camomila são quase sempre
acompanhadas por sensação paralítica ou de amortecimento na parte afetada.”
Outra coisa que Cham. não consegue suportar é a CAMA.
Cham. tira os pés para fora da cama. (com Sulph., Puls., Med.).
É levado para fora da cama pela dor ou pelo extremo desconforto e so-
frimento.
“As dores de camomila têm esta peculiaridade como regra: são mais severas
à noite e geralmente levam a vítima quase ao desespero, não infre- qüentemente
com sede insaciável, febre e vermelhidão em uma bochecha; às vezes também
suor quente na cabeça, até mesmo no cabelo.”
Por duas vezes, Cham. curou brilhantemente a febre das trincheiras, até onde
sabemos. Em um caso, o oficial estivera doente durante um ano. Sua febre
ocorria às 9 horas da manhã (a hora “em negrito” de Chain.) e a desordem em
seu temperamento era tal que ele precisou afastar-se de sua gente, ficando num
hotel. Ele tinha um único desejo: o de quebrar mesas e cadeiras.
Recentemente uma paciente ambulatorial estava se queixando de reu-
matismo, pelo qual não conseguia dormir, mas levantava-se e andava pelo
quarto e estava assustadoramente irritadiça. Ela tomou Cham. 200. Na consulta
seguinte, sentia-se “muito melhor do que há meses” e então confessou que às
vezes ela se sentia tão frenética que “desejava quebrar algo”. Quando há dor ou
febre com desejo de quebrar coisas, lembre-se de Chamomilla.

SINTOMAS EM NEGRITO

Embotamento dos sentidos, poder de compreensão diminuído.


Obtusão sem alegria dos sentidos; não entende nada adequadamente, como se
fosse privado de fazê-lo por um tipo de embotamento da audição, ou por sonhar
acordado.
A criança grita; aquieta-se somente quando carregada.
A criança não deseja ser tocada.
Muito irritável e mal humorada; a criança deve ser carregada.
Lamento choroso da criança porque ela não pode ter o que deseja.
Inquietude lamentosa; a criança deseja isto e aquilo, que quando lhe é oferecido,
ela recusa ou empurra para longe.
Averso à conversa, rude e rabujento.
Não pode suportar que falem com ele ou que seja interrompido quando fala,
especialmente após acordar.
O paciente não pode suportar ninguém perto dele e responde de forma
262 CHAMOMILLA

ríspida.
Disposição ao mau humor, nada o satisfaz.
Irritação; ela procura uma causa para ficar irritada com alguma coisa; não é
capaz de responder de forma civilizada.
Irritável, dc humor impaciente.
Berra por cônta de um insulto leve, até imaginário, que ocorreu longo tempo atrás
(Staph.).
Facilmente afligido ou excitado até a raiva.
Extremamente desassossegado, ansioso, agitação agoniante, com dores
dilacerantes no abdome.
As dores às vezes o tomam mal humorado.
Sensibilidade exagerada à dor, que parece insuportável e leva ao desespero.

DOR DE CABEÇA pulsante. Dor de cabeça repuxantesemilateral.


Ataques transitórios de dorespulsantes na metade do cérebro.
Congestão da cabeça; seguindo uma raiva; com pressão quando está deitada; no
vértex; com calor na face e opressão do peito; com pontadas na cabeça e no peito.
(Dor de cabeça) que piora tão logo se dá atenção a ela.
Suor quente na cabeça, cabelos úmidos.

OLHOS inchados pela manhã; aglutinados com muco purulento.


Pressão violenta na região orbital, sensação no globo ocular como se ele fosse
violentamente comprimido de todos os lados, com obstrução momentânea da visão.

Rumores nos OUVIDOS, como barulho de água.


Pontadas únicas e fortes no ouvido, especialmente ao se inclinar para a frente,
com mau humor e irritabilidade por bagatelas.
Dor de ouvido pressiva de vez em quando com dor dilacerante, provocando
gritos.
Particularmente sensível ao ar livre ao redor dos ouvidos.

Calor na FACE após se alimentar (e suor).


Vermelhidão em uma BOCHECHA, retomando em paroxismos, sem calafrios ou
calor extemo. Hemicrania.
Face vermelha ou vermelhidão e calor em uma bochecha (esquerda), a outra
tomando-se pálida.
Uma bochecha vermelha e quente, a outra pálida efria.

Lábio inferior partido ao meio em uma fenda. (Nat. m., Sep., Graph.).
A face sua depois de comer ou beber.
CHAMOMILLA 263

Vesículas acima e abaixo da língua, com dores penetrantes.

Dor de dente se algo quente é colocado na BOCA; após ingestão de café, piora
conversando; ao ar livre, no quarto; com o calor da cama; durante a menstruação ou
gravidez; principalmente no lado esquerdo e arcada dentária inferior; pior à noite.
A dor de dente recomeça ao entrar no quarto aquecido ou ao beber algo quente.
(A dor de dente) parece insuportável e o toma muito irritado.
Sente os dentes muito longos.
Gengivas vermelhas e sensíveis. Dentição.
Dentição das crianças; com diarréia aqüosa, esverdeada e também aos pedaços,
cheirando a ovos podres; repuxão nos membros, ou sobressaltos convulsivos; a
criança dobra-se e encosta as pemas sobre o abdome; resmungando, desejando ser
levada ao colo; tosse seca, desassossego à noite; deseja ingerir líquidos; respiração
rápida e ruidosa.
Gosto amargo na boca, pela manhã.
Calor na boca, faringe e esôfago, até o estômago.
Coleção de saliva, de sabor metálico e adocicado.
Odorfétido exalado pela boca.
Constrição espasmódica da faringe.
Dor de GARGANTA, com inchaço das parótidas, gânglios submaxila- res ou
amígdalas.

Falta de APETITE.
Grande sede de água fria e desejo de bebidas ácidas.
Gosta de manter água fria na boca por longo tempo, ao bebê-la. Dentição.
Após comer e beber, calor e suor na face.
Sedento e febril, com dores.
Esforços infrutíferos para vomitar.
As dores são agravadas por eructações.
Pressão no ESTÔMAGO, como se uma pedra pressionasse para baixo.
Gastralgia constritiva nas pessoas que bebem café.
A cólica volta de tempos em tempos, flatos acumulam-se nos hipocôn- drios e
provocam pontadas através do peito. Ruídos laterais estendendo-se para o interior do
ABDOME.
Após a refeição, o abdome toma-se distendido.
Cólica com gases, abdome distendido como um tambor, com passagem de uma
pequena quantidade de gases sem alívio: melhor com a aplicação de compressas
quentes.
Os bebês têm espasmos em conseqüência da amamentação com leite contaminado,
devido a um ataque de raiva.
264 CHA MO MIL LA

Abdome timpânico e sensível ao toque.

DIARRÉIA viscosa e esbranquiçada com dor de barriga.


Fezes esverdeadas, aqüosas e corrosivas, com cólica, sede, gosto amargo na boca
e eructações amargas, cheiro acre como de ovos picados ou mexidos; quente,
cheirando como ovos podres; fezes mutáveis, contendo alimentos não digeridos; fezes
mucosas e sanguinolentas.
Uma força contra o anel inguinal, como se aquela parte estivesse muito fraca e
uma hémia ou uma constipação, por inatividade do reto, pudessem surgir.
Fissuras ulceradas no ânus.

Cólica MENSTRUAL, após ataque de raiva.


Dismenorréia membranosa.
Descarga profusa de sangue coagulado, com dores fortes similares às de parto.
Dorrepuxante da região sacra para frente, cólicas e dores compressivas no útero,
seguidas de descarga de uma grande quantidade de coágulos de sangue.
Leucorréia amarela e dolorosa.
Dores de parto pressionando para cima; ela está quente e sedenta, de mau humor
e inclinada a xingar.
Rigidez do orifício; raramente capaz de suportar as dores.
Cólicas uterinaspós-parto, muito agudas e aflitivas.
Convulsões puerperais, após raiva; ou tem uma bochecha vermelha e a outra
pálida.
Erupção cutânea em mulheres parturientes e bebês lactentes, causada pelo calor
ou erros de dieta, com diarréia aqüosa,. esverdeada, como ovos em pedaços,com ânus
corroído.
As mamas estão duras e sensíveis ao toque, com dores repuxantes; ela está
irritada, insone, mal humorada.

Aperto sufocante no PEITO, laringe constrita com irritação constante produzindo


tosse.
Irritação com cócegas quase sem interrupção, produzindo tosse, sob a parte
superior do estemo; nem sempre resulta em tosse.
Cócegas na GARGANTA, causando tosse seca e áspera. Rouquidão.
Sensação de came-viva e aspereza na laringe.
Rouquidão devido a muco viscoso na laringe, somente retirado através de pigarro
violento.
Ataques sufocantes devido à repercussão da erupção de sarampo, por resfriar-se.
Pontadas como agulhas no PEITO; ou pontadas severas únicas.
CHAMOMILLA 265

Asma após um ataque de raiva.


Tosse seca e áspera causada por coceira na garganta, piorà noite, mesmo ao
dormir, especialmente nas crianças após pegarem frio no inverno.

Dor repuxante nas COSTAS; dorna região sacra, especialmente à noite.

Os BRAÇOS imediatamente adormecem, se ela agarra em alguma coisa


firmemente; ela é obrigada a deixá-los cair.
Estalar das juntas, especialmente nos membros inferiores; dores como se
estivessem contundidas.
Câimbras nas pemas e nas panturrilhas.
Queimação nas solas dos pés, à noite; coloca os pés para fora da cama.
Dores reumáticas violentas o levam para fora da cama durante a noite e ele se
sente compelido a andar ao redor dela.

INSÔNIA e inquietude à noite.


A criança obtém alivio, sendo levada ao colo.
Sensibilidade exagerada decorrente de abuso de café ou ópio.
A criança subitamente endurece o corpo e inclina-se para trás, chuta quando
carregada, chora sem moderação e atira todas as coisas. Dentição.
Acorda sobressaltado, trêmulo; repuxões nos membros e nas pálpebras.
Contrações isoladas nos membros e na cabeça, durante um cochilo matinal.
Murmúrios durante o sono. Chora e berra no sono. Sobressalta-se e grita. Agita-se
e fala durante o sono.
Sonolento, mas não consegue dormir.
Dores são agravadas pelo calor, que alivia a cólica abdominal.
Arrepios e frialdade do corpo todo, com calor queimante da face e respiração
quente.
Sensação de calor extemo, sem real calor extemo.
Febre intema com tremores de frio.
Calor e calafrios misturam-se, a maior parte das vezes com uma bochecha
vermelha e outra pálida.
Ardência nas bochechas, com arrepios transitórios, ao anoitecer.
Calor ardente na face que sai como fogo pelos olhos.
FEBRE duradoura, com sede violenta e sobressaltos freqüentes durante o sono.
Calor e sede, com as dores.
Febre.
SUOR profuso nas partes cobertas. (Thuja nas partes descobertas).
Suor durante o sono, principalmente na cabeça, normalmente com odor acre.
Suor, com sensação dolorosa na pele.
266 CHAMOMILLA

Sensibilidade exagerada dos sentidos, especialmente se produzida por café ou


narcóticos.
As sensações paralíticas são sempre acompanhadas por dores repuxantes ou
dilacerantes, as quais raramente ocorrem sem sensação de dormência ou paralisia na
região.
Ajuda especialmente os bebês recém-nascidos e na fase da dentição.
Adultos, mesmo idosos, com diátese artrítica ou reumática.

* * * * *
Dr. BOERICKE caracteriza ChamomiUa assim:
ChamomiUa é sensível, irritável, sedenta, quente e dormente. Uma
disposição suave, calma e gentil contra-indica ChamomiUa.

* * * * *

Gostaria de acrescentar a seguinte observação, vinda dos E.U.A. para


CHAMOMILLA, ao nosso “Retrato da Droga”.
Na discussão de um interessante artigo sobre ChamomiUa, surgem os
seguintes pontos:
Dr. FARRINGTON: Muitos anos atrás eu li uma história a respeito de
Wesselhoeft e Lippe. Quando aqueles velhos garotos reuniam-se, tinham muito
boas conversas sobre a matéria médica e é lamentável para nós que eles não as
tivessem registrado ou que não tivéssemos tido a oportunidade de ouvi-las.
Ocasionalmente eles disputavam entre si e tentavam ver quem usou mais uma
droga.
O velho Wesselhoeft achava que ele tinha Lippe em desvantagem. Ele disse:
“Dr. Lippe, eu tive uma paciente que possuía este sintoma peculiar: ela sentia
como se estivesse andando sobre as extremidades dos ossos de suas pernas e
que não possuía pés, como se estes tivessem ido embora. Qual o remédio que eu
lhe ministrei?
Lippe respondeu, “Você lhe deu ChamomiUaV
Bem, há cerca de um ano atrás eu vi uma senhora de oitenta anos, que se
queixou de seus pés, que a machucavam, e tinham calos que eram sempre
dolorosos no tempo úmido. Ela disse: “A coisa mais divertida é que eu sinto
como se estivesse andando sobre as extremidades dos ossos de minhas pernas”.
Eu lhe dei ChamomiUa e não somente lhe tirei esta sensação, que pos-
sivelmente alguém poderia dizer que era fruto de sua imaginação, como também
curei seus calos.
DR. GRIMMER: Eu desejo relatar um caso de envenenamento por
estrienina. Logo após minha graduação, fui chamado, nas primeiras horas de
uma manhã, para atender uma jovem senhora que apresentava convulsões
causadas por estrienina. Eu não possuía antídoto e não havia condições de
comprá-lo, porque as farmácias estavam fechadas. Nem mesmo
CHAMOMILLA 267

possuía bomba para uma lavagem estomacal e nem teria sido benéfico a ela se a
tivesse, porque ela havia ingerido 1/12 de grão de estricnina, eu acho. Um
médico havia lhe receitado para dores de cabeça e ela deveria tomar uns 2 ou 3
frascos, mas ela ingeriu uma dose muito grande.
Seus dentes estavam cerrados e sua cabeça caía para trás, ela estava pálida,
sem rubor. Eu comecei a lhe fazer algumas perguntas e ela disse entre dentes.
“Por que você não faz alguma coisa? Não consigo agüentar mais. Faça algo!”
Bem, eu tinha Chamomilla na milésima potência, então coloquei o pó da
Chamomilla sobre sua língua e preciso dizer-lhe que nenhum antídoto químico
traria os efeitos provocados por ela. A paciente logo estava relaxada, em cerca
de cinco minutos vomitou e poucos minutos mais tarde ela estava com outra
aparência; pela manhã, exceto pela dor muscular excessiva devido às
convulsões, ela estava bem, mas apresentou erupções de herpes ao redor da boca,
quei?/w.y. tratou, assim como da dor muscular.
DR. EDW ARDS: Certa vez Dr. Tyrrel disse para mim: “Quando o marido
se queixa que sua esposa está se tomando irritadiça e mal humorada e ele não a
suporta mais, dê a ele uma dose de Chamomilla,\ e ela agiu. Tenho feito isso
muitas vezes.
(Homoeopatic Recorder, U.SA., No. 4,1934.)
CHELIDONTUM MAJUS
(Grande Ceüdônia)

“Uma planta perene com gosto agudo, amargo e ardente que, quando
comprimida, produz um sumo amarelo, leitoso e corrosivo. Ela cresce em sebes
e locais sujos, entre pedras e restos de lixo.”
Um dos nossos maiores farmacêuticos antigos (muitos dos quais preparavam
seus próprios medicamentos homeopáticos) costumava fazer peregrinações a
Box Hill em Surrey, onde a Grande Celidônia floresce, a fim de obter as
melhores tinturas da planta em seu habitat de escolha. As tinturas são feitas da
raiz ou da planta inteira.
HERING diz: “Este remédio, famoso na antigüidade, preservou sua
reputação através da Idade Média. Ele foi administrado em transtornos graves,
particularmente em desarranjos hepáticos, de acordo com a lei da signatura, o
sumo amarelo da planta contra a bile amarela e a aparência ictérica. Foi
experimentado por Hahnemann e, mais tarde, mais extensivamente ... Seu lugar
na Matéria Medica é bem definido através de inúmeros relatos clínicos,
verificando as experimentações.”
CULPEPPER, 1616-1654 (Complete Herbat) conta-nos: “Chama-se
Chelidonium, de origem na palavra grega Chelidon, que significa uma andorinha,
porque eles dizem que se você deslocar os olhos das andorinhas jovens quando
estão no ninho, as mais velhas irão recuperá-los com esta erva... ” (E
Chelidonium tem tido uma boa reputação para os olhos e para catarata).
Culpepper diz: “é uma das melhores curas para os olhos” - “um ungüento para
os olhos doloridos”... “na minha experiência e na daqueles que tenho ensinado,
os casos mais desesperadores de dor nos olhos têm sido curados através deste
medicamento” e ele sugere que “é muito melhor do que arriscar os olhos com a
arte da agulha”. Chelidonium é um grande medicamento para os olhos: as
experimentações trouxeram cerca de 130 sintomas oculares.
HAHNEMANN, em seu prefácio às experimentações de Chelidonium , diz:
“Os antigos imaginavam que a cor amarela do sumo desta planta
(Chelidonium majus) era um indicação (assinatura) de sua utilidade nas doenças
biliares. Os modernos, a partir disso estenderam seu emprego às doenças
hepáticas e, apesar de que havia casos onde a utilidade desta planta nas doenças
daquela região do abdome era óbvia, no entanto as

268
CHELIDONIUM MAJUS 269

doenças deste órgão diferem muito entre si, tanto na origem quanto nos
desarranjos que acompanham o restante do organismo; ainda assim, nos casos
onde se diz ter bons resultados, são tão imperfeitamente descritos pelos médicos,
que é impossível dizer de antemão, com base nos dados disponíveis, em quais
casos de doença ele deveria com certeza ser usado; porém ele é muito necessário
no tratamento de doenças que são de bastante importância. Portanto, uma
recomendação deste tipo (ab uso in morbis) é de um caráter geral, dúbio e
indefinido, especialmente porque dificilmente os médicos têm indicado o uso
desta planta sozinha, mas quase sempre em combinação com substâncias
heterogêneas e poderosas (dente de leão, fumária e agrião) e juntamente com o
emprego simultâneo dos assim chamados 'amargos', que variam muito quanto aos
seus efeitos.
“A importância da saúde humana não admite quaisquer direções incertas no
emprego de medicamentos. Seria uma frivolidade criminosa manter-se contente
com este trabalho de adivinhação à beira do leito do doente. Somente aquilo que
as próprias drogas inequivocamente revelam de seus poderes peculiares nos
efeitos sobre o corpo humano saudável - isto é, somente seus sintomas puros -
podem nos ensinar em alto e bom som quando elas podem ser usadas com
vantagem e com certeza; e isto se dá quando elas são administradas nos estados
mórbidos muito similares àqueles que elas são capazes de produzir no corpo
saudável.
“A partir dos seguintes sintomas de Celidônia, que se espera sejam
completados por outros observadores corretos e atentos, um prospecto muito
mais extenso dos poderes curativos reais da planta é tornado acessível do que até
então jamais se havia sonhado. Entretanto é somente o médico familiarizado com
a doutrina homeopática que estará habilitado a fazer seu emprego vantajoso. O
praticante rotineiro pode contentar-se com indicações incertas para o emprego da
Celidônia que será encontrado em sua ignorante Matéria Medica
Será interessante percorrer os registros e experiências de CULPEPPER e
compará-los com as experimentações de Chelidonium, cujos “sintomas em
negrito” serão encontrados ao final deste pequeno resumo.
Ele diz: “A erva ou raiz fervida em vinho branco, algumas sementes de aniz
fervidas também, abrem obstruções do fígado e vesícula, auxiliam a icterícia
amarela; e usada com freqüência, ajuda a hidropsia e o prurido, e aqueles que
têm velhas feridas em suas pernas ou em outras partes do corpo ... Gotas de seu
sumo pingadas nos olhos, deixam-nos limpos de névoas que turvam a vista, mas
é melhor cortar a acidez do sumo da planta com algumas gotas de leite materno
(!). Isto é bom em antigas úlceras sujas e corrosivas em qualquer parte, para
conter sua malignidade corrosiva, sua capacidade de aumentar e para provocar
uma cura mais rápida. O sumo aplicado a doenças de pele, micoses, além de
outros cancros dis
270 CHELIDONIUM MAJUS

seminados, provocará uma rápida cura; e friccionado com freqüência sobre


verrugas irá causar seu desaparecimento..Ele descreve seu uso na dor de dente e
diz: “A raiz desidratada em pó colocada sobre qualquer dente dolorido, cariado
ou amolecido, produzirá sua queda”(!)
Olhos; fígado; icterícia; úlceras ... Culpepper estava certo - como mostram
as experimentações!

BURNETT (Grealer Diseases of the Liver) trabalhou bastante com


Chelidonium .Hahnemann nos diz para evitar ter favoritos entre os medi-
camentos, mas Chelidonium foi, sem dúvida, um dos favoritos do Dr. Burnett.
Ele diz que: “Neste país, é o grande medicamento para o fígado e não há falta
de hepáticos. Alguns dos meus primeiros sucessos em minha experiência
profissional foram devidos ao uso de Chelidonium ... Minha impressão de seu
real local de ação c de que afetaria as células do fígado... Não deve ser visto
como um curativo de todos os problemas do fígado, porque isto não é real.”
Sobre Chelidonium, ele diz: “Seus usos foram passados aos poucos através
dos tempos desde a fonte primária da Doutrina das Assinaturas.” Ele diz que
“sua ação é moderada e gentil, além de totalmente manifestada apenas com uma
pequena dose.”
Ele nos conta que é um dos Remédios dos Órgãos de Paracelsus e Ra-
demacher, e cita este último.
“Doses de remédios impossíveis de serem pesadas e medidas podem
produzir efeitos curativos maravilhosos quando as condições do corpo, em
relação ao meio-ambiente, foram alteradas pela doença, que então tornou-se
suscetível; assim, nada mais resta a fazer com a chamada teoria homeopática”.
Rademacher parece ter se tornado invejoso e pensou em rivalizar com
Hahnemann. Mas pobre Rademacher! Ele sobrevive para nós principalmente
nos escritos do Dr. Compton Burnett.

Em relação a Chelidonium NASH tem pouco a dizer mas, como de costume,


é conciso e vai direto ao assunto.
“O centro da ação deste remédio memorável é no fígado e seu sintoma mais
característico é uma dorfixa (obtusa ou aguda) sob o ângulo inferior interno do
omoplata direito. Este sintoma muito característico pode ser encontrado em
conexão com uma icterícia generalizada, tosse, diarréia, pneumonia,
menstruação, perda de leite, esgotamento, etc., na verdade não interessa o nome
da doença, este sintoma presente deve sempre trazer à mente Chelidonium e um
acompanhamento atento geralmente revelará problemas ou complicações
hepáticos, como seriam natural de se esperar com o uso deste remédio.
“Gosto amargo na boca, línguagrossamente revestida de amarelo, com
CHELIDONIUM MAJUS 271

margens vermelhas mostrando marcas dos dentes, partes brancas dos olhos, face,
mãos e pele amarelecidas; fezes acinzentadas, cor de argila, ou amarelas como
ouro; urina também amarelo-ouro, ou cor de limão ou marrom-escuro, deixando
uma cor amarela no vaso sanitário, após a descarga; perda do apetite, repulsa e
náusea, vômitos de matéria biliosa, especialmente se o paciente consegue
somente reter líquidos quentes, teríamos um caso claro de Chelidonium mesmo se
a dor infraescapular fosse ausente.”

Icterícia. É lembrado o que se ouviu sobre um homem que vinha sofrendo há


tempos de icterícia, para quem o médico local não havia dado jeito, mas que foi
prontamente curado com poucas doses de Chelidonium por um jovem
desqualificado que surgiu do nada, que ficou a partir de então até mais
encorajado a pensar que era fácil e prazeroso “esfregar os olhos do médico”.
Outro caso, de um gerente de uma siderurgia, muito doente com icterícia e sem
nenhuma recuperação. “O que eu lhe mandarei?” perguntou o presidente, ele
mesmo um bom e experiente prescritor homeopático. “Chelidonium”. E
Chelidonium novamente reavivou sua reputação.

Em relação à cólica por pedra na vesícula, há casos (um, de anos atrás, só


retornou ao ambulatório outro dia) onde Chelidonium C6, por um período, e
depois doses ocasionais de CM, causaram a interrupção do problema, que nunca
mais retornou.

HUGHES cita as experimentações, ensaios e observações do Dr. Bu-


chmann, que àdicionou muito ao nosso conhecimento da ação dessa droga...
“mostrando que o poder deste remédio obedece à lei dos semelhantes. A ação
sobre o fígado é fortemente marcada nas suas experimentações. Dor, tanto
obtusa quanto aguda e sensibilidade do órgão; a dor no ombro direito; as fezes
moles e de cor amarela brilhante ou esbranquiçadas e constipadas, e a urina
profundamente tingida, apareceram aproximadamente em todos os
experimentadores. Em três deles, a pele tornou- se amarela ou escura; em um
deles ocorreu uma icterícia regular... tornou-se então meu próprio remédio em
estoque para icterícia...
“A seguir, os ensaios-teste levaram-no a atribuir a Chelidonium uma
afinidade específica para com os órgãos do sistema respiratório. As duas
desordens que ele pensou ter sintomas especialmente de acordo, eram a
coqueluche e a pneumonia. A experiência subseqüente confirmou suas predições
do valor da droga... Dr. Buchmann mostra que em animais envenenados pela
droga, os pulmões são encontrados geralmente conges- tos, às vezes hepatizados.
Ele desenvolve, em vários de seus experimentadores, todos os sintomas de uma
pneumonia incipiente. E ele contribui a
272 CHELIDONIUM MAJUS

partir de seus próprios casos práticos da doença, na qual a ação benéfica da


droga foi especialmente manifestada/’
Um antigo manual homeopático sobre Doenças de Crianças - que se
encontra perdido e cujo autor foi esquecido - afirmava que a maioria dos casos
de pneumonia nas crianças era rapidamente curada com Chelidonium, com o
qual o autor sempre começava o tratamento. Chelidonium é um dos grandes
medicamentos da pneumonia, especialmente da base pulmonar direita.
Observar-se-á que Chelidonium é quase exclusivamente um remédio do lado
direito. Será útil aqui mostrar o retrato vivido do Dr. KENT a respeito da
pneumonia de Chelidonium.
“Ela é geralmente no lado direito ou espalha-se da direita para a esquerda.
A tendência à lateralidade direita é marcante e apenas pequenas porções do lado
esquerdo são envolvidas na inflamação. Normalmente a pleura é envolvida e,
então, há dores pontiagudas e dilacerantes. Você não precisa praticar muito para
encontrar um paciente Chelidonium, sentado na cama com febre alta, inclinado
para frente apoiado nos cotovelos e mantendo-se perfeitamente imóvel, porque
este medicamento se agrava muito com o movimento, como Bry. Todas as
dores, mal-estares e sofrimentos são extremamente agravados com o
movimento. Este paciente permanece sentado com uma dor que o transfixa; ele
não pode se mexer, não pode se mover sem que uma dor aguda o trespasse,
como uma faca. No dia seguinte você verá que sua pele está se tornando
amarelada. Se você o consultar desde o início, Chelidonium o aliviará e você
evitará aquela pneumonia. Isto não é incomum em crianças e é extremamente
comum nos adultos. Este é um dos remédios para pneumonia.”
Ele acrescenta: “Bryonia deseja deitar-se sobre o lado doloroso, deseja
pressioná-lo, quer deitar-se de costas se a pneumonia está principalmente na
parte posterior do pulmão direito; ele deseja pressão e deita-se sobre o pulmão.
Com Chel., ele fica pior com o toque, bem como com o movimento. Bell. precisa
deitar-se sobre o outro lado e não pode mover um só músculo. Não se pode
tocar o lado direito com pleurisia. Não suporta uma vibração da cama, devido à
sensibilidade excessiva pelo movimento.”
BURNETT complementa com relação aos pulmões: “Gostaria de discorrer
exatamente sobre o fato de Chelidonium freqüentemente curar enfartamentos do
pulmão direito, mesmo quando ocorrer concomitante- mente a uma real
tuberculose; mas ele não tem influência sobre o estado tísico geral que não seja
pertinente ou decorrente da metade inferior do pulmão direito e fígado. Como
um remédio intercorrente nas complicações hepáticas da tísica, ele é capaz de
prestar um auxílio importante.”
Chelidonium tem também uma tosse espasmódica muito violenta e é
considerado útil, com indicações de acordo, para a tosse comprida.
Reumatismo também... mas o espaço não permite!
CHELIDONIUM MAJUS 273

HUGHES menciona: “influência sobre os rins até então desconhecida:


irritação renal, cilindros, aumento do ácido úrico, diminuição do cloreto de
sódio, inchaços edemaítosos das extremidades/’
As dores de cabeça que Chelidonium pode curar podem ser muito graves. É
lembrado que muitos anos atrás, uma senhora de um lugarejo no interior com
dores de cabeça tão frenéticas que ela possuía ímpetos (os céus sabem porquê!)
de cortar sua mão fora. A indicação do uso de Chel. estava esquecida, mas
Chelidonium curou-a rapidamente.
Um pequeno complexo sintomático útil que revela Chelidonium, nos casos
não descritos que vêm ao Ambulatório, é este: dor no ângulo do ombro direito;
língua com marcas de dente; grande sonolência durante o dia. A isto, pode-se
adicionar: melhora com leite, com bebidas quentes, especialmente com leite
quente.
Encerraremos com a afirmação de GUERNSEY (Guiding Simp- toms): “A
característica mais forte que pede esta droga é uma dor muito forte no ângulo
inferior intemo do omoplata direito, correndo para o peito. Esta indicação fornece
um keynote para a cura de uma variedade quase interminável de queixas; tendo
também uma ação muito específica sobre o fígado e o sistema portal.”

SINTOMAS EM NEGRITO DAS EXPERIMENTAÇÕES

(De Hahnemann, Cyclopedia de AUen e GuidingSymptoms de Hering).

Grande preguiça e sonolência, sem bocejos. Letargia.


Grande desconforto; sente-se não de todo bem, sem saber o que realmente está
ocorrendo com ele. Debilidade e lassidão.
Desprazerpelo esforço mental e conversação.
Fatigado, disposição indolente.

Vertigem: com vômitos biliosos e domo fígado, com cambaleio, como se fosse cair
para frente; ao fechar os olhos, etc.
Dor sobre o olho esquerdo; parecendo pressionar para baixo a pálpebra superior.
Dor pressiva no lado direito da testa.
Peso no occipício.
(Dores de cabeça, neuralgias).
Sintoma curioso: o crânio parece muito pequeno; uma ação de forçar no cérebro,
como se ele não tivesse espaço no crânio, e fosse forçado pelo ouvido, com ruídos.
Neuralgia supraorbital direita.
Pontada prolongada no OUVIDO direito.
274 CHELIDONIUM MAJUS

Sensação intolerável em ambos os ouvidos, como se um vento saísse por eles.


Estrondos de um canhão distante, em ambos os ouvidos.

A parte branca dos OLHOS toma-se amarela-escura.


Pontadas sobre o olho esquerdo.
Secreção aumentada das glândulas melbomianas.

FACE marcadamente amarela, especialmente na testa, nariz e bochechas.


A vermelhidão comum das bochechas tem uma mistura de amarelo-es- curo.
Semblante encovado e amarelo acinzentado.

LÍNGUA com grossa camada amarelada; com margens vermelhas; mostrando a


marca dos dentes.
Muco na boca come saliva mucosa consistente.
Gosto amargo na boca.

Grande tensão sobre e dentro da GARGANTA, acima da laringe, como se


estivesse constrita, entretanto somente a goela estava estreitada.
Sensação como se a laringe estivesse pressionada sobre o esôfago a partir do
exterior, sem perturbara respiração, mas com dificuldade para engolir.
Sufocação na garganta, como se um bocado de comida grande dem tivesse sido
engolido muito apressadamente.

Perda do APETITE, com aversão e náusea.


Soluço.
Todos os sintomas melhoram após o jantar.
Náusea na hepatite enos vômitos da gravidez.
Vômitos biliosos.
A.

Constrição, tensão e sensibilidade na boca do ESTOMAGO e no hipocôndrio


direito.
Uma aguda pontada dolorosa na boca do estômago, que se estende pelo corpo até
as costas.
(Sensação esquisita, como a de um animal serpenteando no epigástrio.)

Pontadas na região do FÍGADO. Dor pressiva no fígado.


Dores a partir da regjião do fígado penetrando na direção das costas e do ombro.
Dores cruzando o umbigo transversalmente, como se o abdome estivesse
comprimido por uma corda.
Pletora abdominal. Hemorróidas. Afecções do fígado.
CHELIDONIUM MAJUS 275

Dor contínua cortando os INTESTINOS, imediatamente após comer: a refeição,


entretanto, foi apreciada.
Diarréia e constipação alternadas.
FEZES finas, pastosas, de cor amarela brilhante.

URINA amarela-escura, limpa.


A urina é turva ao ser expelida, marrom-avermelhada como cerveja escura.
A urina mancha a fralda de amarelo-escuro.

RESPIRAÇÃO curta, rápida, com opressão, melhor por inspirações profundas.


Ataques noturnos de asma, com constrição no peito, na região do diafragma.
(Obstáculo para respirar, como se estivesse com um cinturão apertado).
Pontadas abaixo das costelas direitas.
Dor profunda em toda a parte direita do PEITO.
Opressão do peito, a roupa parece muito justa.
Dolorimento das costelas direitas inferiores.
(Hepatização dos pulmões; hemoptise; pneumonia.)

Enrijecimento do PESCOÇO.
Pontadas abaixo da escápula direita. Dores na escápula direita.
Pontadas; dores abaixo do omoplata direito.
Dores dilacerantes das VÉRTEBRAS lombares inferiores, estendendo-se para a
região dos orifícios ilíacos; como se as vértebras se soltassem uma da outra, apenas
com a inclinação do corpo para frente, e novamente se juntassem com a inclinação
para trás.

Dor no ombro direito.


As pontas dos dedos são frias, amarelas de “morto”; as unhas azuladas;
especialmente na mão direita.
Dores repuxantes nos quadris, coxas, pemas e pés; especialmente no lado direito.
Perda de força na coxa e joelho esquerdos, ao andar.
Pressão forte, abaixo de ambas as patelas.
Dor no joelho direito com ardência e enrijecimento; pior com o movimento.
Neuralgia nos membros; reumatismo, o mínimo toque é extremamente doloroso,
suor sem alívio.
Pemas pesadas, enrijecidas e claudicantes; moles. Tremores e contrações.
276 CHELIDONIUM MAJUS

CALOR ardente nas mãos; espalhando-se pelo corpo.


SUOR durante o sono, após a meia-noite até de manhã, melhora ao acordar.

TECIDOS. Catarros intestinais egástricos crônicos.


Hepatite; icterícia; fígado gorduroso; aumento doloroso do fígado; pedras na
vesícula; condições biliares.
Distensão das veias;pletora abdominal; hemorróidas.
Pele de coramarela-acinzentada.
Prurido na pele. Pústulas e pápulas doloridas e vermelhas.
Úlceras antigas epútridas que se expandem.
\
CHINA

V
J
Embora Hahnemann tivesse escrito em seu maravilhoso prefácio às expe -
rime.nlações de CHINA - Casca da Quina - Cinchona Officinalis: “Com exceção do
ópio, não conheço nenhum outro medicamento que tenha sido mais freqüentemente
mal usado nas enfermidades e empregado para prejuízo da humanidade do que a
casca da quina”, ainda assim, foi a quina que revelou a Homeopatia a
Hahnemann.
E assim que ele descreve aquele descobrimento que marcou época:
“No ano de 1790 (veja a Matéria Médica de W. Cullen, Leipizig...) eu fiz o
primeiro ensaio puro com casca da quina em mim mesmo, com refe rência ao seu
poder de excitar uma febre intermitente. Com este primeiro ensaio, irrompeu sobre
mim a alvorada que desde então se transformou no dia mais br ilhante da arte
médica; que é simplesmente, em virtude do seu poder dc tornar doente o homem
saudável, que os medicamentos podem curar os estados mórbidos e, na verdade,
somente aqueles estados mórbidos que sejam compostos de sintomas que a droga a
ser escolhida para eles possa ela mesma produzi -los, similarmente, no indivíduo
sadio.
“Trata-se de uma verdade tão incontroversa, tão absolutamente sem exceção
que lodo o veneno lançado sobre ela pelos membros da corpo ração médica, cegos
pelas centenas de anos de preconceitos, não tem o poder de extingui -la; tão
ineficaz quanto as vituperações lançadas por Riolan e seus seguidores, contra a
descoberta imortal de Harvey sobre a grande circulação 110 corpo humano, na
tentativa de destruir a verdade revelada por es te último. Estes oponentes de uma
verdade irrefutável lutaram com as mesmas desprezíveis armas como fazem hoje
os adversários da doutrina médica homeopática. Como seus congêneres modernos,
eles também abstiveram-se de repetir seus experimentos de maneira cuidadosa e
verdadeira (por receio de serem refutados pelos falos) e limitaram -se a insultar,
apelando para a grande antigüidade de seu erro (pois os predeces - sores de Galeno
e o próprio haviam decidido arbitrariamente que as artérias continham somente o
e
ar espiritual ( "[í yt r/-- O que a fonte do sangue não estava no coração, mas no
fígado), e eles bradaram, Maio cum Galen errare, quam cum Harveyo esse
circulator ... Esta cegueira ... era naqueles dias não mais estúpida do que é hoje; o
presente rancor sem propósito contra a homeopatia, que expõe estas asneiras
perniciosas ditas em

277
278 CHINA

arbitrárias máximas e injustificáveis práticas antigas e modernas, e ensina que é


somente através das respostas dadas pela natureza, quando questionada, que podemos
com segura presciência transformar as doenças em saúde, de maneira rápida, suave
epemianente.”
Ele diz que os médicos medíocres eram orientados por um princípio
totalmente falso; eles confirmaram a acusação que ele havia feito tão fre-
qüentemente contra eles, de que haviam buscado até então em opiniões
tradicionais, em suposições movidas por luzes falsas, em máximas teóricas e
idéias fortuitas, o que eles somente poderiam e deveriam encontrar através da
observação imparcial, da experiência clara e do experimento puro, em uma pura
ciência experimental como a medicina deve ser pela sua própria natureza.
Ele nos conta que em seu tempo a casca de quina era tida como “per-
feitamente inócua - como um medicamento saudável e universalmente benéfico
em quase todos os estados mórbidos, especialmente onde se observava a
debilidade”; enquanto isso, colocando de lado todas as conjecturas e as opiniões
tradicionalmente não comprovadas e adotando o método do experimento, ele
descobriu, como com outros medicamentos, de que tão certamente curativa a
quina é em alguns tipos de doenças, quão seguramente pode desenvolver os
mais mórbidos sintomas de um tipo especial em pessoas saudáveis; sintomas
estes, em geral intensos e prolongados, como ele demonstra através das
experimentações. E “então, a ilusão prevalente de sua inocuidade, a suavidade
inocente e o caráter de todo benéfico da casca da quina são refutados.”
Ele nos conta que este é um dos mais poderosos medicamentos vegetais.
Nos casos em que sua indicação é exata, em um paciente que sofre de uma
doença que China é capaz de sanar, ele considera que “uma gota da tintura
diluída da casca da cinchona, que contém um quadrilionésimo (1/
OOOOOO.OOOOOO.OOOOOO.OOOOOO 2) de um grão de pó de China, é
uma dose forte (muitas vezes forte demais) que pode realizar e curar tudo o que
China é capaz de fazer no caso à nossa frente... sendo que uma segunda dose
muito dificilmente é necessária.”
Ele diz, “nenhum caso, deste ou de qualquer outro medicamento, uma
opinião preconcebida ou uma fantasia excêntrica levou-me a uma dose tão
diminuta. Não, a multiplicidade de experiências e a observação fidedigna
levaram-me a reduzir a dose a tal extensão... e estas doses pequenas e as
mínimas doses provaram ser suficientes para efetuar uma cura completa, sem
possuir a violência das doses maiores, que tendem a atrasar acura.”
Ele nos conta, também, que: “Uma dose muito pequena de China difi-
cilmente chega a agir durante uma par de dias, mas uma dose grande, como a
que se emprega na prática comum, age durante várias semanas, se não ocorrer
vômito ou diarréia que possam expeli-la...
CHINA 279

“Se a lei homeopática estiver correta - como incontestavelmente o é, sem


qualquer exceção e derivada da pura observação da natureza”,... “de que os
medicamentos somente podem curar fácil, rápida e permanentemente, quando os
sintomas da doença combinam com os sintomas da doença medicinal provocados
pela administração da droga em pessoas saudáveis, então, em consideração aos
sintomas de China, chegamos à conclusão de que este medicamento está
adaptado a poucas doenças, mas onde sua indicação for exata, devido ao imenso
poder de sua ação, numa dose única e bastante reduzida, ela irá freqüentemente
efetuar uma cura maravilhosa.”
Hahnemann define, então, CURA: “Eu digo cura e isto significa uma
“recuperação não perturbada por sofrimentos posteriores. ”
“Têm os profissionais de caráter medíocre uma outra idéia de cura, para mim
desconhecida? ... chamarão eles de cura a supressão, através desta droga, das
febres intermitentes para as quais a casca de quina é inadequada? Sei que quase
todas as doenças periódicas e quase todas as febres intermitentes, mesmo aquelas
não apropriadas para China, serão suprimidas e perderão seu caráter periódico
através desta poderosa droga, administrada usualmente em doses enormes e
repetidas com freqüência, mas estarão os pobres pacientes realmente curados?
Não terá sua doença anterior se transformado em alguma outra enfermidade, até
mesmo pior? ... Sendo assim, eles não mais terão queixas de paroxismos que
ocorrem em certos dias ou certas horas, mas notarão a aparência terrosa de sua
face inchada, o embotamento de seus olhos! Veja como sua respiração está
oprimida, como seu epigástrio está tenso e distendido, como as virilhas se
apresentam inchadas e rijas, como seu apetite está ruim, seu paladar anormal e
seu estômago oprimido e dolorido com a ingestão de qualquer alimento, como
suas evacuações contêm matérias fecais não digeridas e anormais, como seu
sono é ansioso, repleto de sonhos e pouco repousante! Veja como estes pacientes
parecem esgotados, tristes, abatidos, irritavelmente sensíveis ou estúpidos, como
se arrastam, atormentados por um número muito maior de transtornos do que
aqueles que os afligiam, quando estavam com suas febres! E quanto tempo tal
estado de caquexia da quina não durará, em comparação à própria morte
freqüentemente preferível?
“Isto é saúde? Isto não é uma febre intermitente, admito com rapidez, mas
confesso - e ninguém poderá negar: certamente não é saúde. E outra doença, e
ainda pior do que a anterior. É a doença da quina...” E ele diz: “poderia o
organismo, como às vezes ele faz, recuperar-se desta doença da quina após
muitas semanas e então, a febre (suspensa pela força superior da doença da quina
dissimilar) retornar de forma agravada,devido à debilidade em que se encontra o
organismo pelo tratamento inadequado... então, se a administração da quina
recomeçar ainda com mais força,
280 CHINA

e for mantida por um período prolongado para interromper os acessos, ocorrerá


o estabelecimento de uma caquexia crônica da quina...”
É difícil parar de se prosseguir CQm as frases extraídas deste encantador e
elucidativo pequeno prefácio. Entretanto, o retrato do que China pode fazer para
perverter a saúde, acima apresentado, é o retrato exato do que China pode curar,
desde que administrada segundo Hahnemann.
Mas, por que parar? Por que não continuar citando-o e resumindo? Pois,
afinal, é o retrato de China feito por Hahnemann. Aqui, como em qualquer outro
lugar, está a exata e absoluta precisão do Mestre, que às vezes torna o fraseado
algo involvente e pesado, do qual se tenta captar o significado e simplificá-lo,
sem que haja sacrifício da idéia.
Em relação à DEBILIDADE, onde ele considerou China tão útil e onde a
escola antiga também a reconhece, Hahnemann diz:
“Como puderam imaginar que eles fossem capazes de fortalecer uma pessoa
doente, enquanto ainda sofrendo de sua doença, a fonte de sua própria fraqueza?
Teriam visto alguma vez um paciente rapidamente curado de sua doença com
remédios apropriados, que falharam em recobrar sua força no processo de
remoção da doença? ... Estes praticantes não podem curar doenças, mas tentam
fortalecer aqueles pacientes não curados, com a casca da quina. Como poderia
uma idéia tão estúpida ter entrado em suas cabeças? Se a casca da quina
transformasse todas as pessoas doentes em fortes, ativas e alegres, ela teria sido
a panacéia universal, com a qual libertaríamos todos os pacientes de todos os
seus males .. . Enquanto a praga da doença desarranja o homem todo, consome
suas forças e rouba-lhe qualquer sensação de bem-estar, é uma tentativa infantil,
tola e contraditória por si, tentar devolver a tal pessoa incurada a força e a
atividade.”
Ele define a real debilidade de China assim : “Há casos, sem dúvida, onde a
própria doença consiste de fraqueza e em tais casos a casca é imediatamente o
remédio mais apropriado para a cura e o fortalecimento... assim como quando
os sofrimentos do paciente são devidos só ou principalmente à fraqueza
decorrente da perda de humores; por grande perda de sangue (também devido a
venossecções reiteradas), grande perda de leite nas mulheres que estão
amamentando, perda de saliva, perdas freqüentes de sêmen, supurações ou
suores profusos e enfraquecimento decorrente do uso freqüente de purgativos,
onde quase todos os demais males correspondem, por semelhança, aos sintomas
de China (veja a nota de rodapé na Matéria Medica Pura)... na debilidade
mórbida de outros tipos, quando a doença por si só não é adequada para este
remédio, a administração de China é sempre seguida de conseqüências
prejudiciais . . . embora, mesmo em tais casos inapropriados, uma estimulação
da força é produzida nas primeiras horas...” Ele diz: “se não houver doença de
fundo para produzir ou manter a perda de humores, então para esta fraqueza
pecu
CHINA 281

liar que, neste caso, se tornou a doença, uma ou duas doses pequenas como as
mencionadas, com uma dieta nutritiva, ar livre e ambiente alegre, são tão
eficazes para a recuperação quanto doses maiores e repetidas o são para causar
efeitos secundários prejudiciais...”
Uma citação de HUGHES (Pharmacodynamics), neste caso, é de interesse.
Ele diz: “Hahnemann achou Cinchona em uso para dois grandes propósitos -
como um tônico e como um remédio para febres intermitentes. Ele experimentou
a droga para descobrir sobre qual princípio ela assim agia. O que causou um
paroxismo febril foi a maçã de Newton, que o levou a formular similia simüibus
como a lei da terapêutica específica... Ele também descobriu que esta droga
produzia uma espécie peculiar de debilidade na pessoa saudável e que suas
propriedades tônicas na doença, quando analisadas, eram demonstradamente
aplicáveis a este mesmo tipo de fraqueza... Onde a própria fraqueza é a doença,
Cinchona é curativa, pois é homeopática a ela ... Ele demonstrou exatamente que
os melhores resultados obtidos ocorreram na convalescença da doença aguda e
estavam correlacionados exatamente à debilidade excessiva causada pelo
tratamento depauperante então adotado. Por isso tudo, você deve ler o prefácio
desta experimentação que é uma obra-prima de observação e raciocínio.
“Este pensamento de Hahnemann, tão original quanto brilhante e fecundo,
era uma indução pura decorrente de suas experimentações ... A doutrina de
Hahnemann era muito mais definida e de uma vez fixou em seu genuíno e
determinado raio de ação. China não irá curar a debilidade anêmica como Fermm,
ou a debilidade nervosa como Phosphoric acid, mas aquela causada pela perda de
sangue, pela diarréia, diurese ou suor excessivo, pela lactação excessiva, etc.,
será o remédio mais eficaz. 'Em todos esses casos' disse Hahnemann, 'os outros
sintomas do paciente em geral correspondem àqueles de China.' Em um
particular, especialmente, eles agem assim, isto é, em sua tendência para passar a
uma condição héc- tica. Nós temos, neste caso, a sucessão de calafrios, calor e
suor, que veremos ser característica desta droga, e que dá a ela um lugar no
tratamento da febre intermitente. Não se pode ter muito em mente que China é o
grande anti-héctico ... Mas lembre-se que a fraqueza por drenagem do sistema é
a esfera da ação tônica de Cinchona', e em seu interior, você encontrará a
manifestação dos mais belos poderes curativos conhecidos pela arte médica. Eles
são vistos igualmente nas formas mais agudas e nas mais crônicas de debilidade
assim produzidas.
“Com relação ^debilidadede China, tem sido mais e mais provado seu valor
nos pacientes que, após um ataque de gripe, permaneciam fracos e com tremores
de frio, sendo tomados pela sensação de que nunca mais seriam capazes de usar
roupas de verão ou de voltar ao normal, quando China potencializada restaurou a
normalidade prontamente e o problema foi
282 CHINA

esquecido. Um caso diferente é quando, após uma gripe, o paciente se sente


indefinidamente mal, com uma temperatura por volta de 37,2 graus (quando foi
medida) e uma sensação de peso e tremores: aqui o remédio mais rápido é
Gelsemium. Ou onde a origem é nervosa, mesmo mental - Scutellaria é o
recomendado. Ou Influenzium, que sempre é usado na potência 200â e que tem se
mostrado eficiente nos casos de fúria, humor insuportável, e até então
desconhecidos no paciente, além de ataques epiléticos. Influenzium tem agido
bem após uma gripe, embora não seja possível definir seu escopo com um grau
de exatidão, exceto que estas coisas “ocorrem somente após um ataque de gripe”.
Mas chacun a son métier, mesmo em se tratando de drogas. Você não pode esperar
que um encanador faça o delicado trabalho de um marceneiro, ou que um
datilografo venha a ser um Paderewski.
Entre os pacientes ambulatoriais que vêm procurando ajuda, há um certo
número que não demonstra estar doente, mas estas pessoas parecem cansadas,
abaixo da média, a quem uma dose de China em potência é um maravilhoso
ativador. “Oh, aquele último medicamento me trouxe um mundo de coisas boas!
Posso repeti-lo?” Se o problema é derivado de ansiedade, amamentação noturna
e interrupção ou perda do sono, pensa- se mais em Cocculus; ou se é o caso de
“mudança de casa”, com esforços excessivos e fadiga muscular, entãov4ra/ca
será a restauradora. Estes não são casos de China.
É maravilhoso o que Amica fará no caso de extenuação de qualquer tipo—
extenuação cardíaca inclusive, decorrentes de esforço excessivo; ou extenuação
mental por trabalho excessivo e ansiedade - o excesso de trabalho do médico,
quando ele começa a imaginar se teria feito isso ou aquilo e precisa voltar e
verificar: aqui é sempre Amica. Não é só no caso de transtornos grandes e
violentos que a Homeopatia age; ela tem grandes usos para restaurar a exaustão,
o “cansaço com dificuldade de movimentação. Muito pesado para que um mortal
possa suportar.” Paga-se para compreender a intimidade dos nossos remédios! E
imagine: o que você não pode curar, outra pessoa consegue facilmente porque
tem um entendimento do remédio necessário, o qual você não possui, enquanto
que, em outro caso, impossível para ele, é um brinquedo de criança para você -
pela mesma razão. Algumas de nossas drogas são meras conhecidas de vista:
sabemos seus nomes e as encontramos. Outras, são amigas, tornaram-se “atadas
às nossas almas com tiras de aço”, porque elas têm ficado conosco nas mais
desesperadas situações, aprendemos sobre seus poderes e podemos confiar nelas
cegamente. Mas todas estas coisas somente vêm com o uso.
Com respeito à DIARRÉIA onde se vê uma das ações mais curativas de
China, Hahnemann diz:
“Como a casca da quina é, em sua ação primária, um poderoso laxante
CHINA 283

(veja os sintomas 497 esegs.), ele se mostrará muito eficaz como um medi-
camento em alguns casos de diarréia, quando os demais sintomas de China não
são inapropriados para o resto dos sintomas mórbiçlos.” Os sintomas das
experimentações relacionados são estes:
“Ocorrência de fezes moles por três vezes, com dores ardentes e agudas no
ânus, e com dor de barriga antes e após cada evacuação.
“Afrouxamento dos intestinos, como diarréia.
“Diarréia freqüente, com fezes enegrecidas.
“Purgação grave.
“Diarréia de fezes com alimentos não digeridos, como um tipo de lien- teria.
“Diarréia: como se o excremento contivesse alimento não digerido... é
eliminado em pedaços separados; após evacuar ainda permanece o desejo, mas
as fezes não são mais expelidas...”
Quanto à extrema HIPERESTESIA de China, Hahnemann tem a dizer:
“Aqueles ataques de dor, que podem ser provocados meramente tocando-se a
parte afetada (ou com um leve movimento) e que então gradualmente aumentam
ao mais alto grau, são, a julgar pela expressão do paciente, muito similares
àqueles causados por China. Algumas vezes eu os removi permanentemente com
uma dose única da tintura diluída, mesmo quando os ataques eram
freqüentemente repetidos. A doença foi homeo- paticamente (veja nota do
sintoma 685) afastada e a saúde a substituiu. Nenhum outro remédio no mundo
poderia ter feito isto, como nenhum outro é capaz de causar um sintoma similar
em sua ação primária.” (A nota de rodapé referida aos leitores: “É peculiarmente
característico de China que suas dores sejam agravadas não somente com
movimento, e especialmente tocando-sè a parte afetada” (aqui uma série de
sintomas das experimentações são referidos), “mas também aquelas que são
renovadas quando não estão presentes apenas pelo toque da região, como nos
sintomas 749,772 e então freqüentemente alcançam uma intensidade as-
sustadora, por isso este medicamento é quase sempre o único nos casos com esta
descrição.”
Todos os escritores, desde Hahnemann, ressaltam especialmente esta
extrema suscetibilidade ao toque, como forma de agravação da dor, quase
sempre aliviada pela pressão firme. Como Guernsey expressa, “por tocar
suavemente as partes”.
As sugestões práticas em relação à ação favorável de China na FEBRE
INTERMITENTE são também dadas por Hahnemann neste prefácio. Ele diz:
“Uma febre intermitente deve ser muito similar àquela que China pode causar
nas pessoas saudáveis. Se aquele medicamento for o adequado, o verdadeiro
remédio para a febre, então uma única dose da pequenez acima indicada” (isto é,
na 12a potência) “alivia - mas age o me
284 CHINA

lhor possível quando ministrado imediatamente após o término de um pa-


roxismo, antes que as operações da natureza se acumulem no corpo para o
próximo ataque..Hahnemann não conheceu a história natural do parasita da
malária, mas como usual, sua observação ajusta-se ao caso! Ele acrescenta: “A
casca da quina somente poderá curar permanentemente um paciente afetado com
febre intermitente cujos sintomas assemelhem- se aos da China, em locais
pantanosos, quando paciente puder ser removido da atmosfera causadora da
febre, durante o tratamento, até que suas forças estejam completamente
restauradas. Porque se ele permanecer em tal atmosfera ele estará
constantemente sujeito à reprodução de sua doença, a partir da mesma fonte...”
Outro pequeno e preciso hahnemannismo:
“Que os médicos comuns, através da prescrição simultânea de ferro e casca
de quina, normalmente submetam seus pacientes a uma tintura de aparência e
gosto ruins, pode-se negligenciar, mas eles devem saber que o resultado dessa
mistura não possui nem as virtudes da quina, nem tampouco as do ferro.”
O artigo que citamos é interessante e deve ser lido inteiramente, como se
costuma dizer ao encenar Hamlet, deve ser o Hamlet completo - oca-
sionalmente.

GUERNSEY diz: “O keynote principal que chama o uso de China é


encontrado nos sofrimentos causados pela perda de fluidos, tais como
hemorragia, galactorréia, emissões de sêmen, diarréia, etc., casos de debilidade
decorrentes da perda de muito ou pouco líquido ... para qualquer doença ou
problemas que ocorram periodicamente, em certos períodos definidos... extrema
sensibilidade e irritabilidade nervosa, ou relaxamento de sólidos.
“Um aspecto peculiar da diarréia de China. Trata-se dê uma diarréia muito
debiütante: as fezes são acres, sem digestão dos alimentos; aqüo- sas; biliosas,
negras; involuntárias; sem ocorrência de dores; pútridas; profusas.”
Neste caso, China tem tido uma esplêndida eficiência, como durante um
verão muito quente, com uma grande quantidade de diarréia epidêmica entre
crianças pequenas. As fezes sem digestão dos alimentos, sem dores, profusas e
debilitantes, foram muito rapidamente curadas com poucas doses de China. Foi
possível curá-las facilmente no Ambulatório.

E KENT escreve: “As pessoas que sofreram muito com neuralgias devido a
influências de malária, que tornaram-se anêmicas e doentias após hemorragias
reiteradas, são passíveis de desenvolver sintomas que clamam por China. Esta
produz uma anemia gradualmente crescente, com grande palidez e fraqueza... os
sintomas tendem a um estado caquético,
CHINA 285

que 6 evitado pela pronta ação do remédio... Os nervos em frangalhos: 'doutor, o


que acontece comigo, por que estou tão nervosa?'... O paciente torna-se cada vez
mais sensível ao toque, ao movimento, ao ar frio, de forma que se resfria ao ser
exposto, até que o paciente se torna constantemente resfriado, apresenta
problemas de fígado, de intestinos, desordens estomacais e torna-se
miseravelmente doente por praticamente qualquer coisa que faça... Fraco,
flácido, magro, pálido, com coração e circulação deficientes e tendência à
hidropsia... Um fato peculiar a respeito dessa hidropsia é que ela ocorre após
hemorragias. Nas condições anêmicas, decorrentes de perda de sangue, surge a
hidropsia...” Este é um paciente de China típico.
“China tem periodicidade, mas não em um grau mais elevado do que muitos
outros medicamentos... ainda assim a periodicidade é um aspecto forte neste
remédio. As dores surgem com regularidade, todos os dias em uma hora
determinada. As febres intermitentes aparecem com regularidade e têm um curso
regular. Agravação à noite, às vezes exatamente à meia-noite. (Ele fornece um
caso de cólica e gases todas as noites, à meia- noite. “Após este sofrimento por
muitas noites, uma dose de China impediu que o problema prosseguisse.”)
“Um paciente friorento, sensível a correntes de ar, ar frio, toque e mo-
vimento.” (Recorda-se de um caso de malária, onde a mais leve friagem, por
uma corrente de ar, ocasionou um ataque, para o qual quinina foi ministrada
repetidamente, até culminar num ataque de malária com hema- túria.)
Nas febres, Kent enfatiza: “Sede antes e depois do calafrio e durante o suor.
Durante o calor, a sede passa, mas enquanto houver suor, qualquer quantidade de
água ingerida sempre será insuficiente.
“Distensão flatulenta, quase a ponto de estourar (Colch., Carbo veg., Lyc.).
Piora com peixe, fruta e vinho.”

Agora solicitaremos que NASH resuma o quadro de China para nós:


“Debilidade e outras queixas após a perda excessiva de líquidos.
“Hemorragias profusas, com desmaio, perda da visão e zumbidos nos
ouvidos.
“Grande flatulência, como se o abdome estivesse repleto, não melhorando
com as eructações ou a liberação de gases.
“Diarréia sem dor (amarela, aqüosa, amarronzada, sem digestão dos
alimentos).
“Afecções periódicas, especialmente a cada 2 dias.
“Sensibilidade excessiva, especialmente ao toque leve, corrente de ar. A
pressão forte provoca alívio.
“Hidropsia após a perda excessiva de líquidos; grande debilidade...
“Face pálida, hipocrática. Olhos fundos, circundados por olheiras
286 CHINA

azuladas; pálido, doentio...


“Hemorragia por todas as saídas (Crot., Sulph. a, Ferr.). Sangue escu ro; ou
escuro e coagulado, com zunido nos ouvidos, perda de visão, frial dade - às
vezes, convulsões.
“Arrepios de frio por todo o corpo.
“Suor com grande sede; durante o sono; ou estando coberto.”
r
CICUTA VIROSA
(Cicuta aquática de folhas longas)

HAHNEMANN fornece “sintomas que somente podem ser vistos como o início
de uma experimentação completa dos efeitos peculiares desta poderosa planta,
que alteram a saúde humana.”
Ele diz: “experimentações mais completas e adicionais mostrarão que ela é
útil em casos raros onde nenhum outro remédio é homeopaticamen- te
adequado, particularmente em casos crônicos...
“A medicina tradicional jamais fez qualquer uso interno de Cicuta, pois
quando era prescrita, como era o caso bastante freqüente há alguns anos atrás, na
realidade era Conium maculatum, que era designada por aquele nome...
“O sumo da raiz fresca (porque sua ação é muito pequena quando seca) é tão
poderoso que os praticantes comuns não ousavam ministrá-lo internamente em
suas doses costumeiramente grandes e, conseqüentemente, tinham que trabalhar
sem este medicamento e seu poder curativo.
“A homeopatia, somente, sabe como empregar com vantagem este poderoso
e medicamentoso sumo na decilionésima diluição (30 a).”

* * * * *

GUERNSEY diz: “Pense neste remédio para convulsões que sejam


excessivamente violentas - tanto epilépticas, catalépticas, clônicas ou tônicas;
eclâmpsia.”

* * * *

NASH. “Um outro remédio caracterizado por suas convulsões exces-


sivamente VIOLENTAS. O paciente é lançado em todo tipo de formas estranhas
e contorsões violentas, mas um das mais invariáveis formas é que permanece
com a cabeça, pescoço e espinha inclinados para trás, em opis- tótono. Deve
levar-se em conta que foi experimentada em meningite cé- rebro-espinhal. Dr.
Baker, de Moravia, Nova York, curou, durante uma epidemia desta terrível
doença, sessenta casos de todos os níveis de malig- nidade sem a perda de um
simples caso... Ele crê que este medicamento seja o mais específico para esta
doença.”
Também é um bom remédio para os efeitos de concussão do cérebro ou da
espinha, se os espasmos estão na seqüência dos efeitos crônicos e

287
288 CICUTA VIROSA

Amica não pode aliviá-los. Nas afecções para as quais Cicuta é útil, as ações do
paciente são tão violentas quanto os espasmos; murmura e urra, faz gestos e
movimentos estranhos, grande agitação, etc.
É também maravilhoso para as afecções da pele, “pústulas que surgem em
aglomerados, formando grossas crostas amarelas sobre a face, cabeça e outras
partes do corpo. Uma vez tive um caso de eczema na cabeça, em uma mulher
jovem - o problema já durava bastante - que lhe cobriu todo o couro cabeludo,
como um boné. Eu lhe dei Cicuta e a curei completamente em pouco tempo.

SINTOMAS EM NEGRITO {Hahnemann, Allen eHering)

Ausência de pensamento, dificuldade de lembrar-se, privação dos sentidos.


Ansiedade; violentamente afetado por histórias tristes.
Murmúrios, choros e urros.
Tranqüilidade da mente; ele estava extremamente satisfeito com sua posição e
consigo mesmo, e muito alegre (efeito curativo secundário).
Gosta de brinquedos infantis; pula da cama num estado feliz, infantil.
Muito violento em todas as suas ações.
Pensamentos ansiosos em relação ao futuro; sente-se triste.
Ansiedade; excessivamente afetado por histórias tristes.
Desconfiança e afastamento dos homens; despreza os outros.

Vertigem; cambaleios.
Dor de cabeça pressiva, entorpecente, externamente sobre a testa, pior ao
descansar.
Concussão do cérebro e efeitos crônicos disto, especialmente espasmos.
A cabeça inclinada para trás com convulsões.
Choques violentos através da cabeça, braços e pemas, que lhe causam repuxões
súbitos; cabeça quente.

Pupilas primeiramente contraídas, depois muito dilatadas.


Dilatadas e insensíveis.
Estrabismo convergente nas crianças, periódico ou espasmódico, ou causado por
convulsões, choques ou quedas.

Convulsões de músculos faciais; distorções tanto horrorosas quanto ridículas.


CICUTA VIROSA 289

Trismo.

Após deglutir um pedaço pontudo de osso ou outros traumatismos ao esôfago; a


garganta se fecha e há perigo de sufocamento.
Incapacidade de engolir.
Soluços.

Pressão ardente no estômago e abdome.


Pulsação na boca do estômago, que está inchado, grande como uma mãofechada.
Choque súbito na boca do estômago que causa opistótono.
Abdome distendido e doloroso.
Cólica com convulsões e vômitos.

Vontade freqüente de urinar.

Palpitação trêmula do coração.


Sensação como se o coração parasse de bater; às vezes com sensação de desmaio.

Tensão ou câimbras nos músculos do pescoço; se ele vira a cabeça, não pode
desvirá-la com facilidade.
Dorna nuca, repuxar espasmódico da cabeça para trás, com tremor da mão.
As costas inclinadas para trás, como um arco.
Sensação dolorosa sobre a superfície das escápulas.
Fraqueza total nos membros, após repuxões espasmódicos.
Repuxões involuntários freqüentes e pontadas nos braços e nos dedos.

Uma vesícula vermelha sobre a escápula direita, muito dolorosa quando tocada.

Convulsões gerais. Epilepsia.


Epilepsia assustadora.
Contorção assustadora dos memÚtos e do corpo todo.
Convulsões com contorções extraordinárias dos membros; cabeça virada para
trás, costas dobradas como em opistótono.
Convulsões assustadoras.
(Ataques epilépticos, com inchaço do estômago, como decorrente de espasmo
violento do diafragma). Soluços;gritos; face vermelha; trismo.
Perda da consciência e contorção dos membros.
Espasmos tônicos recomeçam com o mais leve toque; abrindo a porta; falando
alto.
290 CICUTA VIROSA

Uma erupção elevada sobre toda a face (e sobre ambas as mãos, tão grande
quanto ervilhas), que causa dor ardente quando tocada. *

Sonhos vividos sobre os eventos do dia.


Sonhos vividos, não lembrados.
Freqüente despertar durante o sono, no qual ele sua por lodo o corpo, mas a
partir do que se sente fortalecido.
Eles todos desejam aproximar-se do fomo quente.

SINTOMAS ITÁLICOS IMPORTANTES;


SINTOMAS ESQUISITOS

Aberração mental, canta, elabora passos grotescos de dança, grita.


Figura-lhe perigoso tudo que irá acontecer com ele.
Sensação de estar em um local estranho. (Opium-Comp. Bry.)
Ele não achava que estava vivendo em condições normais; tudo lhe parecia
estranho e quase assustador.
Depreciação e desprezo pela humanidade; afastou-se de seus amigos; sentia-
se desgostoso com suas loucuras.
Falta de confiança nas pessoas e antropofobia; desconfiado.
Ou, - ele se sentia como uma criança de sete ou oito anos de idade e os
objetos eram muito queridos e atraentes para ele, como os brinquedos são para
as crianças.
Mantém-se com os olhos fixos e arregalados; fitando, imóveis; não
consegue evitar agir assim. Não tem completo comando de seus sentidos ... se
ela se força para voltar sua cabeça para o outro lado, para deixar de fixar os
olhos no objeto, ela perde a consciência e tudo se escurece cm frente aos seus
olhos.
Olhar parado. Olhos fixos sem alteração do olhar para o mesmo lugar.
Subitamente a consciência retorna e ela não se lembra de nada dò ocorrido.
Vertigem. Os objetos parecem mover-se em círculo; parecem mover- se de
lá para cá, embora eles mantenham suas próprias formas.
Ela precisa sentar-se mais firmemente, porque ela não consegue ver nada
firme ou parado ao seu redor; pensa que ela mesma está oscilante.

* Hahnemann diz: “Eu curei erupções pustulares crônicas, confluentes, na face, com dor ardente, através
do uso de uma ou duas doses de uma pequena porção de uma gota do sumo, mas não me aventurei a
administrar uma segunda dose em menos de tres ou quatro semanas, se a primeira não foi suficiente.”
CICUTA VIROSA 291

Imagina que está se balançando; tudo se mexe para frente e para trás como um
pêndulo. Quando ela tem que permanecer imóvel, ela gostaria de poder agarrar-
se a alguma coisa; os objetos parecem aproximar-se e então afastar-se novamente
dela.
Cai ao chão; cai e rola pelo chão.
O pescoço parece rígido e os músculos muito curtos.
Os mais violentos espasmos tônicos, de forma que nem os membros curvados
podem ser endireitados, nem os que estão retos podem ser curvados.
A cabeça está retraída ou inclinada para frente e rígida.
O coração parece parar.
Contrações da cabeça.
Sensação como se a garganta tivesse crescido junto.
Caminha com os pés virados para dentro, inclina os pés a cada passo,
descrevendo o arco de um círculo.
Os dedos polegares ficaram voltados para dentro durante epilepsia.
Na epilepsia, os espasmos recomeçam ao menor toque ou vibração. (Nux.,
Strych., Bell.).
Ao acordar, o cérebro parece solto e balançando.
Útil após concussão do cérebro; após ferimento no esôfago, onde há espasmo
que impede a deglutição.
(Embora as convulsões epilépticas e outras sejam muito violentas, ainda
assim muitos dos sintomas sugerempetitmal.)

“Age particularmente sobre o sistema nervoso: um irritante cérebro-


espinhal, que produz tétano, convulsões epilépticas e epileptiformes, trismo e
espasmos locais tônicos e clônicos em geral.”

* * * * *
KENT diz: “Este remédio é do mais extremo interesse devido à sua tendência
convulsiva. Ele coloca o sistema nervoso inteiro em tal estado de irritabilidade
aumentada que a pressão sobre uma parte causa convulsões.
“As convulsões estendem-se do centro para a circunferência. Espalham-se de
cima para baixo, o que é o oposto de Cuprum. As convulsões de Cup. espalham-
se das extremidades para o centro; as menores convulsões, as câimbras, são
primeiro sentidas nos dedos, então nas mãos, depois no peito e no corpo inteiro.
Na Cicuta as pequenas convulsões ocorrem na cabeça, olhos e garganta e depois
espalham-se para baixo pelas costas em fortes contorções.
“Perceba os sintomas mentais: às vezes não reconhece ninguém, mas quando
o tocamos e lhe falamos, responde corretamente. A consciência retoma
subitamente e ele não se lembra nada do ocorrido. Imagina-se co
292 CICUTA VIROSA

mo uma criança pequena; tudo é confuso e estranho. Vozes; lugares - estranhos.


Após estado cataléptico sente-se como uma criança e age como tal: brinca com
brinquedos. Tem um lapso de memória por muitas horas ou dias, com ou sem
convulsões. (Nat. mur.). Nux mosch. é um outro remédio que tem tal branco total,
ao andar de lá para cá, fazendo coisas.
“Deseja comer carvão, batatas cruas.
“Entre as convulsões o paciente fica delicado, gentil, plácido, o reverso de
Nux cStrych.Nux tem convulsões no corpo inteiro, piorando com o toque e
correntes de ar, com cianose; MAS, entre as convulsões o paciente está muito
irritadiço...
“As queixas decorrentes de traumatismos cranianos, golpes sobre a cabeça...
Sintomas na mente e na cabeça após traumatismos... Meningite cérebro-
espinhal... Tem curado epitelioma dos lábios. Após a deglutição de uma espinha
de peixe, etc., surge um espasmo. Após Cicuta o espasmo será interrompido e a
espinha do peixe pode ser retirada.
“Sarna de barbeiro; transtornos por barbear-se.”

* * * * *
Pergunta-se porque não se tem feito uma utilização maior de Cicuta, depois
das experiências surpreendentes de toda uma vida. Recentemente estas
aplicações foram reunidas em “Effects ofthe Remedy”, no CURSO POR
CORRESPONDÊNCIA PARA MÉDICOS.

CICUTA NA EPILEPSIA E DEFICIÊNCIA MENTAL COM MAIS DE VINTE


ANOS DE DURAÇÃO

Há muitos anos atrás, Charlote E., uma idiota epiléptica de 23 anos de idade,
foi examinada pela primeira vez em 1909.
História - Aos 3 anos e meio de idade ela caiu e bateu a cabeça. Ficou de
cama por 4 meses, “inconsciente e cega”. Na recuperação, uma erup- Ção
pustular desenvolveu-se por toda a cabeça, curada com pomadas.
Desde então, ataques epilépticos, com enurese. Todo o corpo violentamente
convulsionado. Ela dorme após os ataques, algumas vezes, durante todo o dia.
É capaz de sofrer até 20 a 30 ataques em uma noite, assim como ocorre de
ficar 14 dias sem um ataque sequer e, então, ataques todas as noites, durante
uma semana.
Muito inteligente antes da queda (aos 3 anos e meio de idade). E agora, aos 23
anos, age como um bebê.
Não pode banhar-se ou vestir-se sozinha, mas pode se alimentar. Se
perguntada se deseja comer, ela diz “Não”, mas come se o alimento é colocado à
sua frente.
CICUTA VIROSA 293

Nunca pode ser deixada sozinha.


Por: a) con vulsões violentas b) erupção pustular e c) “efeitos posteriores a golpes
na cabeça”, ela tomou Cicuta 200, dose única.
O efeito foi surpreendente; foi uma revelação!
Três semanas mais tarde, o relatório era:
Muito melhor. Ataques em menor quantidade e com menos violência. Não se
debate.
Muito mais inteligente. Lembra-se das coisas agora!
Consegue banhar-se e vestir-se sem ajuda, pela primeira vez em sua vida. Sem
medicação.

Após cinco semanas-


Melhor. Sobe as escadas para levar objetos para sua mãe.
Ataques? “Nenhum tão grave quanto eram. Somente seis ataques desde
então”... costumava ter 20 a 30 por noite!
Realmente conversa a respeito das coisas.
Vestiu-se sozinha para ir ao Hospital. Entende e lembra.
A mãe diz: “Parece mentira que ela pode conversar com eles, e dizer coisas
com sentido”, como ela vem fazendo agora.
Algumas áreas pustulosas irromperam-se sobre sua face.
A garota fala comigo. Conta-me que “ela gosta de ir ver as garotas fazendo
bordados”. Mostra-me os trocados que elas lhe deram. A mãe diz, “Ela não
conseguia fazer nada por si mesma, agora ela pode!” Sem medicação.

Emdoismeses-
Muito melhor. Somente dois ataques leves.
A memória está melhorando. Sente-se satisfeita vindo aqui. Ela positi-
vamente pediu à sua mãe para não esquecer o seu cartão do hospital!
Ela pode ajudar durante as refeições agora. Corta o pão.
Novamente, pústulas na face. Sem medicação.

Em trêsmeses-
Inteligência mostrando um rápida melhora.
Ela se lembra que esquecera de trazer flores para mim.
Dois ataques fracos.Sem medicação.

Em cinco meses-
Nenhum ataque.
Pode arrumar as camas e fazer limpeza. Prega botões. Sem medicação.
294 CICUTA VIROSA

Em seis meses-
Ficou doente com uma gripe forte: o médico diagnosticou pleurisia; teve um
ataque grave. Cicuta 200, dose única (pela segunda vez em seis meses).

Emsetemeses-
O medicamento produziu uma agravação (como da primeira vez). Ela
esteve de maneira assustadora por dois dias e não era capaz de reconhecer
ninguém.
Muito melhor depois.” Faz os serviços de casa. Adora trabalhos manuais
com agulhas. Sem medicação.

Em oito meses-
Ela não teve ataques até que queimou sua mão. Ela estava retirando uma
chaleira do fogo, usando um pedaço de papel para forrar o cabo da chaleira. O
papel pegou fogo e queimou-lhe a mão. Ela gritou de dor. Teve três ataques
leves no dia seguinte.
Ela é bastante útil em casa. Hoje conversa muito comigo. Sem medicação.

Em onze meses-
“Progredindo tremendamente. “Faz trabalhos manuais com agulha. Sai para
comprar vegetais.
Um ataque leve. Cicuta 200, dose única, pela terceira vez.

Em doze meses-
Um ataque leve.Sem medicação.

Em quatorze meses-
Melhor do que nunca esteve. Sem ataques.
Conta-me uma história longa a respeito de sua irmã.
Inicia conversações.
Após torcer as roupas e pendurá-las para secar, ela diz: “Agora estou morta
de cansaço. Vou me deitar. Mamãe não precisa de mim e estou realmente morta
de cansaço!”Sem medicação.

Em dezessete meses-
Compreende que a professora da Escola Dominical faleceu. Diz: “Ela se foi
e nós não mais a veremos.” Nunca mais referiu-se à professora. Sem medicação.

Em dezenove meses-
A mãe escreveu: “Doente, e dez ataques.” Enviada uma dose de Cicu-
CICUTA VIROSA 295

ta 200.

Dois anos mais tarde-


Vários ataques piores. Cicuta 200, dose única.

Três anos mais tarde -


Esteve doente com gripe; dez ataques em uma noite. De resto, bem. Lava.
Limpa a varanda. Vai às compras. Cicuta 200, uma dose.
Então passou seis meses sem nenhum ataque.

A pós quatro anos-


A mãe diz, “Ela fala em provérbios agora! Ela diz, 'O que é isto, mamãe,
quando seu nariz coça deste jeito?' ” Sem medicação.

Em cinco anos-
Remenda suas roupas. Lustra as roupas e depois as exibe. Lembra-se onde
colocou as coisas.
Tem sido vista em intervalos longos. Foi um caso prazeroso e elucida- dor.
Excitação ou enfermidade podem provocar um ataque. Mas uma garota de 23
anos, com a mentalidade menor do que a de um bebê, incapaz de dizer quando
desejava se alimentar, ou de banhar-se ou vestir-se sozinha, foi rapidamente
transformada em uma criatura útil e com inteligência razoável, participante da
sociedade, através de umas poucas doses de Cicuta, na potência 200.

Pensa-se em Cicuta para convulsões de extrema violência; mas, como já foi


dito, ela tem todos os sintomas de petit mal; e poderia utilizar-se de Cicuta neste
caso e poupar-se dc uma série de problemas, pois realmente estes casos de petit
mal são em geral mais difíceis do que os ataques maiores.
Olhando aquele antigo caso maravilhoso outro dia, decidi pela prescrição de
Cicuta em outro caso igualmente difícil e aparentemente sem esperanças.
Foi assim. Uma “garota” magra, de cerca de 40 anos. Praticamente uma
idiota epiléptica desde uma queda aos doze anos de idade, que a deixou
inconsciente. Sofrerá uma queda anterior quando bebê, que a deixou cora uma
“depressão no topo da cabeça”. (Seu crânio tinha um formato estranho, com a
depressão profunda, larga, correndo para trás a partir do vértice.) Emite sons
extraordinários antes de alguns dos ataques, ou cai sem emissão de ruído;
enurese nos ataques.
Ela linha ataques maiores muito freqüentes e ataques menores também,
“acessos silenciosos”. A pele também era um problema.
296 CICUTA VIROSA

Seus sintomas sugeriam Sulphur, que provocou-lhe uma terrível agravação e,


então, uma melhora, até certo ponto.
Mas ainda havia um grande número de ataques; alguns também com sons
agudos. Ela melhorava e piorava, sem que houvesse uma real mudança, até o dia
29 de janeiro de 1937, em que tomou Cicuta 30, dose única.
No decorrer de um mês, o relatório foi o seguinte: “Muito melhor, duas
semanas desde o último ataque - o maior período sem a ocorrência. Uma
criatura diferente; agora tem interesse por todas as coisas. Tem interesse por
suas roupas. Parece melhor. Engordou.”
Porque ela não tomou Cicuta antes?

* * * * *
A Cyclopaedia of DrugPathogenesy fornece casos de envenenamento por
Cicuta. Aqui está um. Um homem saudável de 20 anos de idade comeu uma raiz
e logo ficou doente. Ele saiu e logo depois foi encontrado, estendido no chão,
como se estivesse morrendo. Face congestionada, olhos proeminentes; boca
espumando; respirava com dificuldade. Logo teve um ataque epiléptico
violento, durante o qual todos os seus membros sucessivamente eram
contorcidos de maneira horrorosa, a respiração foi interrompida. Ele não
recobrou a consciência e logo morreu. Outro: uma criança de 6 anos de idade
reclamou de uma dor precordial e caiu ao solo, expelindo urina com grande
força. Ele parecia assustadoramente doente; perdeu todos os sentidos; ele
cerrara a boca com tanta força que era impossível abri-la, rangia os dentes. Os
olhos estavam completamente distorcidos, saía sangue de seus ouvidos e um
grande inchaço formou-se próximo à região precordial. Soluços: tentava
vomitar. Ele atirava seus membros ao redor de si e os contorcia, a cabeça era
lançada para trás com freqüência e as costas inclinadas na forma de um arco. As
convulsões cessavam e ele gritava para sua mãe pedindo ajuda, mas elas
voltavam com maior intensidade, ele não conseguia levantar-se; em cerca de
meia hora ele morreu... E assim por diante com outros casos.
Em um caso de experimentação, entre uma série de sintomas, as fezes
tinham esta peculiaridade, que sem sintomas premonitórios subitamente elas se
tornavam tão urgentes que dificilmente era possível não expeli-las, com dor
contusa na região sacra e fraqueza generalizada. Então, quase a toda hora, fezes
de muco preto com cheiro pútrido, em grande quantidade, com esforço... Ao
andar, tem a sensação súbita como se o coração parasse ... etc., etc.
r
CIM1CIFUGA RACEMOSA
(ACTEA RACEMOSA)
(Black Cohosh. Black Snake-root)

v. j

Alguma confusão pode surgir devido às diferentes denominações utilizadas para


este remédio e, por esta razão, às diferentes partes da Matéria Médica onde ele é
encontrado. Hughes diz que ele prefere chamá-lo pelo seu nome segundo Lineu -
Actea. Hering (Guiding Symptoms) o tem como Actea: ele diz, “Tem recebido
tantos nomes inadequados que o mais antigo é o preferível”. Clarke, H. C. Allen,
Kent e Guernsey o chamam de Actea; Nash, Boericke e Boger de Cimicifuga, que
é o nome mais familiar. Allen também, na Encyclopedia, o trata sob o nome de
Cimicifuga.
Parece estranho nunca termos tentado antes fazer o retrato de CIMI-
CIFUGA: um dos remédios bastante úteis aos médicos, visto em Hughes, mais
do que em Hahnemann puro e simples, aquele experimentador e re- gistrador
esmerado, cuja genialidade, tanto quanto já vimos, não é aperfeiçoada por
modificações, nem necessita de apologia. Pharmacodyna- mics de Hughes,
excelente à sua maneira, recebeu o apelido de “Leite Homeopático para
Inexperientes Alopatas”, porque seu grande objetivo era, evidentemente,
reconciliar a Homeopatia ou, pelo menos, torná-la aceitável para os praticantes
da Escola Antiga, seus contemporâneos. Mas a Escola Antiga recentemente fez
um grande progresso em suas concepções de base, tanto que as Doutrinas de
Hahnemann foram consideradas mais explicativas do que antagonistas ao
pensamento atual e são mais facilmente aceitas pelos mais recentemente
diplomados; na verdade, nós ouvimos que já está sendo dito entre os professores
de ciência de uma das escolas médicas: “A Homeopatia é a medicina do futuro.”
Mas a “carne” forte da Homeopatia, assim como seu “leite”, permanecem
difíceis de serem digeridos pela maioria dos mais velhos, alguns dos quais
evitam com todo este novo estudo “a essa altura da vida”, que significa
desaprender e reaprender, não somente em relação à prescrição, mas um
mergulho na vasta e desconhecida Matéria Médica Homeopática ... “Se eu a
tivesse encontrado há quarenta anos atrás!” Mas os investigadores mais interes-
sados, à procura da verdade, aqueles que se rebelam contra a inaptidão,
encontram na Homeopatia a explicação para muitas dificuldades, dúvidas e
apreensões: algo que age mais profundamente do que uma mera palia- ção e
prova que um bom trabalho pode ser feito longe dos experimentos arriscados e,
em geral, perigosos dos laboratórios. Além do mais, a Ho-

297
298 CIMICIFUGA RACEMOSA

meopatia não mais os deixa sujeitos às tentações e ditames dos farmacêuticos


produtores, cujas amostras são lançadas em todos os lugares de comércio para
serem experimentadas e adotadas para experiências adicionais por acaso de sorte
ou para serem descartadas como inúteis, por um erro.Tais coisas pertencem ao
Reino da Lei? A qualquer Ciência Médica? Àquela Inspiração à qual Hahnemann
dedicou toda sua vida e pela qual ele lutou com Deus e a natureza durante todos
estes longos e exaustivos anos? Não serão elas meramente um conselho do
desespero, um reconhecimento terrível da ignorância e do fracasso?
Mas, voltemos à Cimicifuga'.
Nervos ou nervos e músculos-mialgias-parecem ser a esfera especial de
Cimicifuga, como um caso muito interessante citado pelo Dr. Hughes
exemplifica. A droga ataca os olhos, em um grau acentuado, mas se assinala que
isto se dá através dos músculos oculares. Como Boger descreve, de forma
impressionante, “NERVOS E MÚSCULOS, cérebro-espinhal, globos oculares,
ovário-uterino, coração” e, como Caulophylum, “nas mulheres”, articulações. E
em qualquer lugar, é melhor pelo calor de todas as formas; ar livre; pela pressão
e pelo movimento contínuo.
É um remédio de sensações loucas, de coréia e um dos remédios que afeta
especialmente o útero e todas as condições dependentes de anormalidades
funcionais uterinas... É um medicamento reumático, coréico, es- pasmódico,
histérico e uterino. Ele lembra, como já se leu ou foi dito, ora Ignatia, ora
Gelsemium, ora Caulophylum, ora Lachesis. Uma droga muito útil para condições
mais ou menos superficiais, embora seja também considerada na tísica.
Entre seus sintomas contraditórios está sua “melhora por fluxo” - intestinos,
útero, etc., apesar de sua agravação durante a menstruação. Seu alívio com o
fluxo lembra Sepia, Lach., Zinc.
Pensa-se em Cimicifuga especialmente nos casos de rigidez do pescoço e
ciática (desde que estes não sejam dependentes de pequenos deslocamentos e,
portanto, somente sensíveis à manipulação); na coréia; na histeria; bem como
em condições obscuras, tais como a mialgia do diafragma, à qual Hughes chama
a atenção.
Hering, salientando a importância de experimentações sobre homens e
mulheres, das várias drogas, mostra que nas experimentações em seis mulheres,
Cimicifuga provocou náusea, vômitos e muita irritação gástrica, enquanto que
em quarenta homens, ela dificilmente atacou o estômago, e minimamente. Ele
diz que, sendo um importante remédio no mal- estar matinal das gestantes,
podemos concluir que todos os sintomas gástricos observados nas
experimentadoras mulheres dependiam do útero. Ele diz também que tem sido
observado que Cuprum age mais nos órgãos femininos c Ferrum mais nos
masculinos.
CIMICIFUGA RACEMOSA 299

SINTOMAS EM NEGRITO

Pensa que está ficando louca.


A mania surge após o desaparecimento da neuralgia.
Mania puerperal.
Conversa incessante, passando de um assunto para outro.
Sente-se preocupada e aflita, suspirando; no dia seguinte há uma sensação de
alegria vacilante, com jovialidade, jocosidade e intelecto claro.
Medo da morte.

Plenitude e dolorimento no vértex.


Dores intensas no lado direito da CABEÇA, atrás da órbita.
O cérebro parece muito grande; pressionando de dentro para fora.
Dor constante, aborrecedora, especialmente no occipício, estendendo- se até o
vértex.
Pressão para cima e para fora, como se não houvesse espaço suficiente na porção
superior do cérebro: esta dor era muito opressiva e quase intolerável. Uma sensação
de dolorimento na região occipital, piorando com o movimento.
NÁUSEA.v4/i.s7íz de vômito, pupilas dilatadas, tremores nos membros.
Dor em ambos os globos oculares.

Dor aguda atravessando o hipogástrio.


Os músculos ABDOMINAIS encontram-se doloridos.

Dores na região UTERINA, correndo de um lado para o outro.


Menstruação irregular, atrasada ou suprimida, com coréia, histeria ou doença
mental.

Tremores de frio, no primeiro estágio do trabalho de parto.


Dores infra-mamárias, piores no lado esquerdo.

TOSSE noturna, seca, incessante e curta.

Cabeça e PESCOÇO retraídos.


Dores reumáticas nos músculos do pescoço e das COSTAS: sensação de
enrijecimento.
Uma forte dor repuxante, tensa, em pontos dos processos espinhosos das três
vértebras dorsais superiores.
Dolorimento muscular excessivo.
Pessoas reumáticas.
300 CIMICIFUGA RACEMOSA

SINTOMAS CURIOSOS, DISTINTIVOS OU EM ITÁLICO

Como se uma nuvem negra estivesse toda pousada sobre ela e envolvesse
sua cabeça, de forma que tudo era escuridão e confusão, pesava como chumbo
sobre sua cabeça.
Sensação de ondas no cérebro.
Assustada pela ilusão de um rato que sai correndo por debaixo de sua
cadeira.
Imagina que há objetos estranhos ao redor de sua cama: ratos, carneiros, etc.
Medo de morrer; receio de ser morto pelas pessoas presentes na casa.
Não responde nada, ou muito loquaz às vezes.
Depressão mental, suicida, após neuralgia interrompida.
Suspeita de tudo, não toma o medicamento.
Mente perturbada por uma desilusão amorosa, fracasso nos negócios,
etc.
Sente uma fraqueza no epigástrio ao encontrar um amigo.
O sangue corre para a cabeça; o cérebro parece grande demais para o crânio.
Sensação de ondas. Sensação de abrir e fechar quando move a cabeça e os
olhos. O topo da cabeça parece como se fosse se soltar.
Como se o vértice estivesse aberto e deixasse o ar frio entrar.
Sensação de aumento dos globos oculares, com se estivessem sendo
pressionados para fora.
Como se agulhas corressem para o interior do globo ocular esquerdo,
através da córnea.
Gosto de cobre. Não consegue falar uma palavra, embora ela tente.
Área com secura na garganta causando tosse.
Diarréia alternada com constipação.
Tremores de frio como no primeiro estágio do trabalho de parto; durante a
menstruação.
Mania puerperal; não entende o que ocorre com sua cabeça; agarra-a. Grita,
aperta o peito como se sentisse dor; tenta se machucar.
Dor aguda, do ápice à base do pulmão direito, pior durante inspiração.
Angina peitoral; dor na região do coração, por todo o peito e descendo pelo
braço esquerdo; palpitação; inconsciência, congestão cerebral, dispnéia, face
lívida, suor frio nas mãos; dormência do corpo; o braço esquerdo está
entorpecido e como se estivesse atado ao seu lado. (Caso curado, Hering).
A ação cardíaca cessa subitamente; sufocamento iminente.
Uma nuvem preta e pesada pousou toda sobre ela; pesava como chumbo
sobre seu coração.
Pescoço enrijecido devido ao ar frio, com dores ao mover as mãos.
CIMICIFUGA RACEMOSA 301

Peso e dor, lombar e sacra, às vezes estendendo-se por todo o corpo.


Dor intensa nas costas, descendo pelas coxas e através dos quadris, com uma
pressão pesada para baixo.
Dor intensa descendo pelos braços, com dormência como se um nervo
estivesse comprimido.
O braço esquerdo dá a sensação de estar colado à lateral do corpo.
Suores frios nas mãos.
Precisa mudar de posição na cama, a fmi de acalmar as contrações.
Consegue andar com muita dificuldade, devido ao tremor nas pernas.
Sente necessidade de caminhar, quando desassossegado e impaciente.
Ao subir escadas, agrava uma sensação como se o topo da cabeça fosse se
soltar.
O movimento com a cabeça causa sensação de abertura e fechamento da
cabeça, e câimbras nos músculos do pescoço.
O movimento dos olhos causa a sensação de abertura e fechamento da
cabeça.
Movimento irregular das pernas, pior na esquerda. As pernas são trôpegas
(Coréia).
Epilepsia; espasmos histéricos.
Estado comatoso.
Afeta os nervos, especialmente os nervos musculares. Mialgia.
Similar a Caulophyllum nas afecções reumáticas e uterinas.

* * * * *
HUGHES (Pharmacodynamics) tem algo bastante interessante para dizer
sobre Actea, que ele prefere chamar de Cimicifuga. Ele diz: “Não causa sintomas
febris” (isto, contudo, devemos questionar a julgar por sintomas e
experimentações e através de casos de melhora de febre durante o seu uso), “mas
é um remédio valioso para algumas formas de reumatismo, especialmente
naquelas em que os centros nervosos e os músculos são o local da desordem...
Nos reumatismos agudos e musculares localizados, tais como pleurodinia,
lumbago e torcicolo, Actea tem sido recomendada ... Na artrite reumatóide, na
qual as dores pioram à noite e no tempo úmido, especialmente se de origem
uterina... Outra forma simula o reumatismo gonorréico, mas sem qualquer
história de gonorréia. Aqui, não somente podem as dores ser quase
imediatamente aliviadas, como também as articulações podem se tornar flexíveis
e úteis novamente.
Nos sofrimentos em que o coração e o útero freqüentemente são submetidos,
pelo veneno reumático... As experimentações tornam evidente que Actea afeta
poderosamente o coração. Quando o reumatismo afeta este órgão, não
estabelecendo inflamação, mas como faz com outros músculos, temos nesta
droga um remédio valioso... Em um caso curado, os sintomas pareciam com
angina pectoris, os ataques recorrendo várias
302 CIMICIFUGA RACEMOSÀ

vezes por dia. Ele fala também do poder de Actea sobre a coréia.
Nos casos que têm como ponto de partida o útero, Actea tem uma ação
indubitável sobre este órgão - abortiva e ecbólica. Suas virtudes terapêuticas
nesta região são inúmeras e bem estabelecidas, especialmente onde o útero é
presumivelmente reumático. Alivia a dismenorréia, impede a tendência ao
aborto e às dores pós-parto, e facilita o parto ... Quando condições uterinas
mórbidas mostram-se em qualquer outro lugar que não no próprio órgão, através
de dores e da agitação característica da droga, esta age potentemente para seu
alívio. Ela cura a epilepsia e histeria uterinas; melancolia puerperal; o
nervosismo da gravidez e o estado inquieto e infeliz da mente muito comum nas
pacientes com problemas ute- rinos, especialmente a insônia. A dor
inframamária nas mulheres solteiras, relacionada ao útero, enquanto a dor no
ombro está ligada ao fígado. Também dores nos seios que surgem... E
sofrimentos na época do clima- tério, aliviando a vazio no estômago (um dos
seus sintomas patogenéticos marcantes), dor no vértex e irritabilidade na
disposição, melhor do que qualquer outro medicamento.
Ele cita um interessante e sugestivo artigo do Dr. Madden, no British Journal
of Homeopathy, Vol. XXV, em relação a. Actea para a dor no diafragma. “Aqui o
doutor não foi somente médico, mas também paciente”. A dor tinha seu centro
no peito, “era como se uma pessoa estivesse pressionando com seu punho
firmemente sobre o esterno e o forçasse para o interior em direção à coluna
dorsal.” O caminhar precipitaria um ataque. Quando intenso, ele se espalharia
pelo esôfago e faringe, causando um formigamento peculiar na parte posterior
da garganta que se estenderia até o ombro e região superior do peito, descendo
pelos braços até a ponta dos dedos das mãos. Alguns momentos imóvel
poderiam retirar a dor. Ela nunca surgia enquanto descansava, com duás
exceções durante forte emoção mental. Sempre piorava após alimentação.
A condição persistiu, inexplicada e resistindo a todas as tentativas de
tratamento, até que algo sugeriu a idéia de que poderia ser uma mialgia do
diafragma; e a explicação pareceu ser adequada. Amica foi rejeitada e Actea
selecionada, como produtora de um efeito sobre o sistema nervoso e os
músculos.
Actea tintuta 3 ou 4 gotas aliviou, sem a ocorrência de diurese que
usualmente acompanha o cessar da dor, mas a droga teve de ser interrompida,
desde que começou a produzir a dor de cabeça deActea e pressão dolorosa nos
globos oculares. Actea 12 não deu resultado, enquanto que a primeira centesimal
pôde ser tomada sem problemas e logo alcançou a cura.
(Evidentemente o Dr. Madden era um daqueles que prescrevia em baixas
potências. Provavelmente uma potência mais alta e sem repetição,
CIMICIFUGA RACEMOSA 303

até que se mostrasse necessário, teria sido bem melhor? Mas ele foi cu- radoV)

$$$$$
Entre as coisas que GUERNSEY nota especialmente em relação a Actea,
encontramos ... A loucura mental e o medo de tornar-se louca; imagina todos os
tipos de aparições estranhas e que alguém está para matá-la. Seu falar incessante,
mudando de um assunto para outro. Seu desespero e a sensação de estar sob uma
nuvem negra pesada.
Dor na cabeça como se o topo fosse se soltar; ou como se um pino estivesse
cravado do pescoço até o vértice. Ou uma dor penetrante desde o occipício
descendo ao pescoço. Dor de cabeça descendo para o nariz.
Dores nos globos oculares, tão intensas que parece que ela enlouquecerá.
Agulhadas dentro do globo ocular esquerdo. Em relação ao nariz, cada inalação
parece trazer o ar frio em contato com o cérebro.
Face azulada. Expressão selvagem, amedrontadora. Testa fria; palidez
mortal. Desmaia subitamente, a face tem uma cor branca-acinzen- tada.
Dores na região uterina, correndo de um lado para outro. Sensação de força
para baixo no sacro, como se algo estivesse pressionando para fora... dores do
parto com acessos de desmaio e câimbras; convulsões decorrentes de
excitamento nervoso... Mania puerperal: sente-se estranha, fala incoerentemente,
grita, tenta machucar-se... Similar a Cauloph. nas afecções reumáticas e uterinas.

* ****
CLARKE (Dictionary) diz: “Administrado antes do final da gravidez, facilita
o trabalho de parto, cura o mal-estar da gravidez e evita as dores após o parto e a
sensibilidade exagerada”. Ele diz: “De acordo com Lippe, uma indicação
característica é: 'o útero que recentemente deu à luz torna- se realmente
espremido na pelvis com grande dor'. Tem assegurado recém-nascidos vivos de
mulheres que deram à luz anteriormente somente a bebês natimortos, sem causa
conhecida; prescrito em doses diárias de Dl, dois meses antes do parto. ”

%$#$$
Como fazemos usualmente, deixaremos KENT acrescentar o restante sobre a
droga; em geral é bom deixar com ele a última palavra.
Ele diz que o remédio foi muito pouco experimentado, mas pode-se perceber
que é similar a estados doentios, especialmente nas mulheres, denominados de
condições histéricas e reumáticas.
A paciente está sempre friorenta, facilmente afetada por frio e umidade, que
aumentam o estado reumático, não somente dos músculos e arti-
304 CIMICIFUGA RACEMOSA

culaçõcs, mas também ao longo da trajetória dos nervos.


Há uma falta de vontade, equilíbrio ou uma grande perturbação no sistema
voluntário (o aspecto subjacente da histeria); os sintomas se permeiam com
reumatismo. Dores, tremores, dormência, contrações. Incapacidade para
exercitar a vontade sobre os músculos. Distúrbio no sistema voluntário, com
enrijedmento. Sensibilidade ao frio, exceto na cabeça.
Um estado mental terrível alterna com estados físicos. Tristeza opressiva;
subjugado pelo pesar. Isto pode passar instantaneamente, ou recorrer ou
agravar-se pelo movimento ou emoção. O reumatismo pode transformar-se em
coréia, em um dia; os estados mental e o físico estão em constante mudança.
Repuxões, dores e entorpecimento freqüentemente ocorrem juntos.
Ele cita a coréia; contrações quando emocionado ou por resfriar-se. A parte
pressionada sofrerá contrações. O lado inteiro sobre o qual se está deitado
começará a se contrair e impedirá o sono. Ela muda de posição e logo os
músculos daquele lado começarão a se contrair ; ela se torna tão inquieta e
nervosa que é levada a uma perturbação mental... A mente cheia de imaginação
e o corpo cheio de inquietude porque ela não consegue encontrar um local para
descansar. Às vezes o corpo está dolorido, às vezes entorpecido, às vezes
contrações que impedem que ela descanse em paz.
Medo; angústia; desassossego. Medo da morte; excitamento; desconfiança.
Não tomará o remédio porque há algo errado com ele... “Este remédio pertence
especialmente às mulheres, porque seus sintomas são muito comumente
associados às afecções femininas. Os estados mentais seguintes ao
desaparecimento de reumatismo é uma característica forte. O reumatismo
melhora, o estado mental piora. Há alívio por diarréia, por fluxo do útero: 'um
certo fluxo deve se estabelecer, sem o que a mente terá problemas'.”
“É costumeiro dizer a respeito de Actea que ela facilita o parto... mas
somente quando o remédio é prescrito de acordo com os sintomas. Tenha
sempre em mente: quando os sintomas concordam, QUANDO OS SINTOMAS
CONCORDAM. Ela cura e torna o trabalho de parto mais fácil, quando os
sintomas concordam, o que se aplica igualmente a todos os outros remédios.”
Suas sensações de peso forçado para baixo mostram que este medicamento é
bastante útil no prolapso do útero; ele tem o relaxamento das partes... Os
remédios curarão prolapso quando os sintomas concordam, e não em outras
vezes. Se o remédio se adequa à paciente em geral, estas sensações de peso para
baixo desaparecerão, a paciente sentir-se-á confortável e o exame finalmente
mostrará que as partes estão em condições normais. Você não pode prescrever
para o prolapso; você deve prescrever
CIMICIFUGA RACEMOSA 305

para a mulher. Você não pode prescrever para um sintoma, porque pro-
vavelmente haverá mais de 50 remédios que possuem aquele sintoma.
Com a menstruação, quanto maior o fluxo, maior a dor; muitas das
condições de Actea ficam piores durante a menstruação: reumatismo, contrações,
câimbras, insônia; espasmos epilépticos; dolorimento dos músculos ou
articulações... 'Dismenorréia reumática' não vem a ser um nome inadequado.
Durante o trabalho de parto; tremores de frio; manifestações histéricas. As
dores cessaram ou são irregulares ... Uma dor vem, parecendo que vai terminar
satisfatoriamente, quando de repente ela grita e agarra seu quadril; a dor deixou
o útero e alcançou o quadril, causando a cólica. Ela está tão emotiva, que se ela
ouvir uma história sentimental no quarto, a dor passará; ou o lóquio pode ser
interrompido, ou o leite suprimido, e ela ficará dolorida, machucada e terá febre.
Kent diz que os melhores resultados têm sido obtidos com as potências 30a,
200ô e 1.000a e ainda mais altas, em doses únicas.
N
CINA
(Chamada “Semente de verme”, mas não é uma semente, e sim um
botão não aberto)

HAHNEMANN, no prefácio de suas experimentações de Cina, conta- nos que


“durante séculos nenhum outro uso foi feito dessa substância vegetal muito
importante, exceto para expelir as lombrigas nas crianças, em doses de 10,20,30,
60 ou mais grãos. Ignorarei efeitos não infreqüente- mente perigosos e até
mesmos fatais de tais doses e não me estenderei no fato de que uns poucos
vermes não podem ser considerados uma doença importante em crianças que
estão saudáveis, além de serem comuns na infância (onde a psora é ainda
latente) e normalmente não se acompanham de sintomas mórbidos. Por outro
lado, é verdade que quando os vermes estão presentes em grande número, a
causa em geral está sempre ligada a alguma condição mórbida do organismo... e
a menos que essa condição seja curada, apesar de que muitas lombrigas possam
ser expelidas por Cina, elas logo se reproduzem. Portanto, tal expulsão forçada
dos vermes não somente não traz benefício, como é um tratamento impróprio,
que em se persistindo nele, freqüentemente termina na morte da sofrida
criança.*
“Esta substância vegetal tem muito mais propriedades curativas vaLo sas,
que podem ser mais facilmente deduzidas a partir dos sintomas mórbidos
característicos acrescentados, produzidos por ela em pessoas saudáveis.
“A experiência do que ela pode realizar, por exemplo na tosse-compri- da e
em certos tipos de febres intermitentes acompanhadas de vômitos e de apetite
voraz, provocará espanto...
“Inicialmente costumava empregar a tintura potencializada na trilio- nésima
diluição, mas cheguei à conclusão que ao elevar essa diluição para

* Clarke diz dc Santonina “o anti-helmíntico preferido da escola antiga, principalmente contra


lombrigas”.. .“de 2 a 5 grãos são doses comuns, mas essas doses têm causado envenenamentos graves e, em
um ou dois casos, fatais - convulsões, paralisia do lado esquerdo, delírio, vômitos e purgação.”
Nas Palestras sobre a Matéria Médica na condição de estudante, nós aprendemos contra as doses de 2 a 5
grãos dadas em I lale White para Santonina (o princípio ativo de Cina). “Elas têm causado a morte de
crianças, e nós devemos modificá-las.”
Recentemente houve registro de uma criança que após uma dose de Santonina para vermes, tomou-se
surda. As experimentações mostraram efeitos nos ouvidos, mas aparentemente não surdez.

306
CINA 307

a decilionésima (a 308 potência), “ela mostra seus poderes medicinais ainda mais
perfeitamente..
Cina e Santonina parecem ter sido usados principalmente para a expulsão de
vermes redondos, mas aqui nos lembramos de uma experiência mais do que
dramática decorrente do uso, não de Cina mas de Natrum phos. 6, umas poucas
doses. Este é o grande medicamento de Schuessler para reumatismo - e vermes
arredondados. Uma empregada, com uma junta do joelho gravemente inchada e
inflamada, tomou Nat. phos. numa noite e, na manhã seguinte o joelho estava
praticamente bem, e ela eliminou um par de vermes redondos. A droga foi
naturalmente respeitada e lembrada como vermífugo. Para vermes filifonnes,
entretanto, com os sintomas de Cina, desassossego à noite, pupilas dilatadas,
ranger de dentes, coceira no nariz, irritação no ânus, foi repetidamente usada
Cina 200; e tanto quanto se lembra, os “vermes” não mais surgiram em relatos
posteriores.
Mas há uma outra forma para ajudar a se livrar dos vermes filiformes:
esfregar o ânus interna e externamente, especialmente nas dobras da mucosa,
com óleo de oliva, ou (melhor?) vaselina. Diz-se, se é mesmo real não se pode
afirmar, que os vermes descem para se reproduzir e mordem - daí a coceira -
para onde o lubrificante está, então os vermes não se conseguem fixar e
gradualmente são eliminados, acabando com o problema. Muitas mães têm sido
instruídas em relação a este método simples e, tanto quanto se lembra, Cina ou
vaselina, ou as duas combinadas, têm sido bem sucedidas. Não há lembrança de
casos problemáticos de verminose que precisaram de retorno para tratamento; só
uma única queixa, sem menções futuras: “não houve mais vermes vistos”. .
Ainda em relação a “vermes”, ninguém sabe como expulsar uma tê- nia! - a
simplicidade em si - e funciona. A tênia parece ter um grande gosto por semente
de abóbora! Pegue uma onça de sementes de abóbora fresca, tire a casca e as
triture e misture com duas onças de mel. Dê em jejum pela manhã em três doses
com 1 hora de intervalo uma da outra. O verme pode ir embora ou poderá
precisar de uma dose de óleo de castor. E aqui tenha cuidado: se o verme está
indo embora, é necessário não se movimentar até que seja eliminado com a
cabeça e tudo, do contrário o verme ainda crescerá novamente, a partir da cabeça.
As pessoas costumam recolher este verme num vidro para verificar a presença
de sua pequena cabeça. A explicação dada é que a tênia se empanturra com a
semente de abóbora até entrar em um estado comatoso, quando seu gancho se
relaxa e então ele se desprende, saindo para fora do corpo.
Sempre é um erro, para dizer o mínimo sobre isso, “fazer mal que pode
trazer o bem” e usar medidas nocivas, quando outras simples e inócuas são
eficazes. Dê Cina 200 para as crianças com os sintomas desagradáveis de Cina, e
elas não somente se livrarão de seus vermes filiformes,
308 CINA

mas de todos os seus sintomas nervosos, dependentes deles, ou que os


acompanham, ou ainda que permitem a continuação dos vermes; porque
crianças saudáveis provavelmente pouco sofrerão com “vermes”. Uma
membrana mucosa saudável não irá provê-los com um habitat adequado. Como
Kent diz: “O antigo hábito de dar Cina para vermes não necessita ser incluído
em suas notas, porque se você se guiar pelos sintomas, o paciente será curado e
os vermes irão embora.”
HUGHES, &mPharmacodynamics, diz: “Hahnemann refere-se a este uso”
(expelir vermes) ... “e muito justamente, como era então dada em doses de 10 a
60 grãos, alerta para seu perigo... Ele nada diz a respeito do uso dinâmico de
Cina para helmintíase. Mas suas experiências e citações revelaram o fato
curioso que Cina produz no organismo saudável, aproximadamente se não
exatamente, todos aqueles sintomas cuja presença nos leva a suspeitar da
existência de vermes. Há as pupilas dilatadas, com fraqueza da visão e tremores
das pálpebras, o apetite voraz, as pontadas no abdome, a coceira no nariz e ânus,
a micção freqüente, a tosse espasmódica com vômito, o sono agitado, a febre e
as contrações em várias partes do corpo. Convulsões generalizadas também são
resultados freqüentes de grandes doses de Cina ou Santonina, ministrados como
vermífugo. Os praticantes de homeopatia passaram então a ministrar a droga em
doses pequenas para crianças sofrendo de afecções provocadas por vermes. Eles
calcularam que, conforme o princípio similia similibus, Cina poderia, no mínimo,
aliviar os sintomas causados pela presença dos parasitas, embora eles próprios
permanecessem in situ. A droga respondeu completamente às suas expectativas e
um resultado curioso se seguiu. Por alguma influência inexplicável, estas
quantidades infinitesimais de Cina não somente aliviaram os sintomas dos
vermes, mas também promoveram a morte e expulsão dos mesmos. Isto ocorreu
tão freqüentemente que, com o tempo, tornou-se uma prática homeopática
reconhecida dispensar os yermífugos e confiar nos remédios dinâmicos apenas.”
Cina “parece benéfica em todas as variedades da doença, de acordo com Dr.
Bayes, que tem exterminado seguidamente a tênia com seu uso, assim como
lombrigas e ascarídeos para os quais é geralmente usado; e age omni dosi, desde a
12a diluição de Cina desse autor até 1/20 de um grão, recomendado pelo Dr.
Dyce Brown.”
É curioso o que NASH diz sobre Cina. “Aqui está um remédio realmente
único, que só os homeopatas sabem como usar. A escola antiga, desgostosa com
nosso sucesso com ele e não desejando se valer de nossas pequenas doses,
trabalhou erradamente com seu alcalóide, fazendo mais mal do que bem, e por
fim chegou a desprezar a idéia das crianças serem perturbadas com verminose.
Eu conheci vários exemplos deste tipo, tão comum na região onde eu exercia a
prática médica, que as pessoas perguntavam-me sempre: 'Doutor, você acredita
em vermes? Os médicos
CINA 309

da escola antiga não. Eu encontrei vários vermes que meu filho eliminou e vim
para ver se você pode fazer algo por eles.' E uma grande vantagem curar estes
pequenos pacientes, acreditemos em vermes ou não.” E ele diz: “Outra coisa que eu
comprovei, para minha inteira satisfação, é que Cina é mais eficaz para estes
casos na potência 200 a ou mais altas, do que com o alcalóide ou potências mais
baixas.” Aqui Nash segue Hahnemann. Se você pensar somente em envenenar
os vermes, você naturalmente dará a maior dose possível que ousará arriscar;
enquanto que se você meramente fornecer o estímulo vital para o paciente, com
o remédio mais semelhante aos seus sintomas, e assim curá-los sem deixar
terreno propício para os parasitas perturbadores, então você terá de fazer isto à
la Hahnemann, quanto à preparação e dosagem. Uma única dose é geralmente
suficiente, pela nossa experiência, na potência incrivelmente pequena que
etiquetamos como 200a.”
Deixemos que Nash descreva os sintomas guias que pedem Cina. Ele diz: “A
criança com verminose estará bastante inquieta à noite, 'lança gritos agudos
durante o sono', fazendo com que se pense em Apis, mas aparecem outros
sintomas que descartam Apis. A criança fica mal humorada e desagradável como
ChamomiUa. Golpeia e chuta a enfermeira., deseja ser levada ao colo (Chain.) ou
balançada, ou não quer ser tocada ou olhada (Antimonium crud.), deseja coisas e
então as recusa quando lhe são oferecidas (Bry. e Staphisagria) ou, diferentemente
de ChamomiUa, se alguém tentar pegá-la ou carregá-la nos braços, ela chorará.
Não é um retrato perfeito da mente de uma criança com verminose?” A seguir
ele aprofunda o diagnóstico entre Cham.e Cina. A face de Cham.é quase sempre
vermelha e quente de um lado, e pálida e fria do outro. Cina tem vermelhidão
ardente de ambos os lados, ou é pálida e doentia, com círculos escuros ao redor
dos olhos, ou vermelhidão com grande palidez ao redor da boca e nariz. Em
Cina, adicionalmente, o nariz coça e pica, range os dentes ao dormir, tem
contrações durante o sono e engole freqüentemente, ou mesmo tem tosse e
sufoco. Tal combinação não é encontrada em nenhum outro remédio. Cina tem
alternadamente uma fome canina e uma ausência completa de apetite..
CLARKE diz: UÉproeminentemente um remédio de verme, já que causa todos os
sintomas que caracterizam a helmintíase, tanto mentais, nervosos e físicos. Há
irritação no nariz, causando constante desejo de coçar, beliscar e apertá-lo. Nas
crianças há um extremo mau humor e perversidade. Nada os agrada por um
longo período. Rangem os dentes durante o sono, molham a cama (quando
acompanhado de coceira no nariz, grande fome e sono inquieto), agitam-se na
cama durante o sono, gritam como se estivessem em delírio. Sherbino chegou à
conclusão que 'deitar-se sobre as mãos e joelhos durante o sono' é uma forte
indicação para Cina ... A criança deita-se sobre a barriga ou sobre as mãos e
joelhos durante o
310 CINA

sono”... (Medorrhinum tem isso tambcm).


Entre os sintomas dc Cina, Hughes também ressalta: “Fome canina: faminto
logo após fazer uma refeição completa. Deseja doces; recusa o leite materno.
“Tosse, seca com espirros; espasmódica; periódica, na primavera e no
outono. A criança tem receio de falar ou de mover-se por medo de desencadear
um paroxismo.
“Hahnemann o indica na tosse-comprida (na qual Dr. Jousset considera-o
como o remédio principal), e em certas tosses intermitentes acompanhadas de
vômitos e fome canina... Dr. Bayes o elogia na gastralgia dos estômagos
vazios.”
H. C. ALLEN diz: “Comparei/li. c., Ant. t, Bry., Cham., Kreos., Sii, Staph., na
irritabilidade das crianças.
“Na coqueluche, quando Dros. aliviou os sintomas mais graves.
“Tem curado afonia decorrente de exposição às intempéries, quando Acon.,
Phos.&Spong. falharam.
“Freqüentemente a ser pensado nas crianças, como um remédio epidêmico,
quando os adultos requerem outras drogas.”
GUERNSEY acrescenta: “Transtornos que ocorrem sempre que se boceja.
Problemas que causam um desejo constante de coçar, beliscar ou esfregar o
nariz.” (Arum triph.)

SINTOMAS EM NEGRITO

(D t Hahnemann, Encyclopedia de Allen e Guiding Symptoms de Hering.)

Criança excessivamente MAL H UM ORADA, grita e golpeia tudo que está em


sua volta.
Choro comovente, quando acordado.
Não fica quieto com nenhum tipo de persuasão; à prova de qualquer carinho.
As crianças acordam á noite ou antes da meia-noite com medo, sobres- saltam-se,
têm visões, gritam, tremem e falam disso com muita ansiedade.

Ao caminhar ao ar livre, DOR DE CABEÇA interna e estupefaciente,


especialmente no sincipúcio, a seguir nooccipício também.
Dor de cabeça aborrecedora, afetando os olhos, pela manhã.
Aparência doentia, em volta dos olhos, com palidez da face.
Ilusões óticas nas cores brilhantes, azul, violeta, amarelo, verde.
Palpitação nos músculos das sobrancelhas, uma espécie de espasmo.

Contrações como câimbras no OUVIDO externo.


CINA 311

Pontadas obtusas - uma pressão que belisca, sob o mastóide.

A criança freqüentemente cutuca o NARIZ até sangrar.


Coceira no nariz. A criança mexe demais no nariz, é muito inquieta, chora eé
bastante inafável.

FACE pálida efria.


Cor branca e azulada ao redor da boca.
Calor ardente sobre toda a face: calor ascendente e bochechas vermelhas e
brilhantes, sem sede, após o sono.
Muco aderente na LARINGE, de manhã ao acordar: precisa sempre escarrar.

Grande fome logo após a refeição: sensação de vazio.


Desejo de muitas e diferentes coisas.
A
_ _
Sensação corrosiva no ESTOMAGO, como porfome.

Respiração muito curta, com interrupções; algumas inspirações são omitidas.


Uma espécie de opressão no PEITO; o estemo parece pressionar os pulmões e a
respiração é um tanto impedida.
Tosse rouca e curta, consistindo de poucos impulsos, com longas pausas antes de
recomeçara irritação que excita; ao anoitecer.
Antes de tossir, a criança levanta-se subitamente, olha selvagemente ao seu redor;
o corpo toma-se rígido, ela perde a consciência, como se fosse ter um espasmo
epiléptico, então segue-se a tosse.
Após tossir, a criança chora e um bamlho que desce, como um gorgole- jaré
ouvido.

COSTAS E PERNAS. Dor contusa no sacro, não piora com movimento.


Dorrepuxante e dilacerante, descendo através de toda a espinha.
Dor penetrante, em câimbra, no braço esquerdo.
Pontadas isoladas, pequenas, que beliscam, na mão direita ou esquerda.
Dor paralisante na coxa esquerda, não distante do joelho.
Pontadas obtusas aqui e ali, pelo corpo.
Pontadas obtusas ou apertões ou dor, ou ainda como pancadas ou espasmos no
corpo, pemas, braços, pés, dedos dos pés, às vezes laterais, ou nas costas, nos ossos
nasais, mas especialmente no quadril;pressionando a parte, ela dói, como se estivesse
machucada ou contundida.
CONVULSÕES dos músculos extensores: a criança se toma subita
312 CINA

mente rígida: há um barulho cacarejante, conto água sendo despejada de uma


garrafa, desde a garganta até o abdome.
Espasmos por vermes, a criança se estica enrijecida.

Quando boceja, treme o corpo com arrepios.

ALGUNS SINTOMAS PECULIARES OU CARACTERÍSTICOS

A criança deseja ser carregada.


Não suporta o mínimo toque; não pode suportar que sua cabeça seja tocada;
paroxismos de coréia provocados pelo toque.
Segurando a criança, ela chora de modo comovente.
Deve ser balançada, carregada ou embalada no colo constantemente, dia e
noite; não dormirá a menos que seja balançada ou mantida em constante
movimento.
Ou, deseja permanecer absolutamente quieta, no escuro.
A criança solta vermes; sente cocc- ira no nariz ou ânus; tem uma tosse
curta e seca; está continuamente fazendo tentativas como se fosse engolir algo;
é difícil de sentir-se satisfeita.

* * * * *
SANTONINA, um derivado de Cina, tem produzido e curado enurese
noturna nas crianças - “não necessariamente ligada a vermes.”
Como Cinay Santonina prejudica a visão. Vê cores, especialmente amarelo e
verde; e tem certa reputação para o tratamento de catarata. Há alguns dias atrás,
uma paciente com catarata disse ansiosamente: “Sim, eu posso sempre ver
verde,” quando um cartão verde do Hospital lhe foi mostrado. Deixamos para
verificar se Santonina poderia ajudar. No seu caso uma das vistas foi perdida
após uma operação dc catarata e a segunda estava quase cega.
HUGHES (Pharmacodynamics) dá alguns casos oftalmológicos interessantes
e experimentos com Santonina, onde o já falecido Dr. Dyce Brown, em conjunto
com um oculista, tratou quarenta e dois casos, dos quais trinta e um foram
curados ou melhoraram. Eles incluem cloroidite, retinite, atrofia do disco ótico,
ambliopia pura e anestesia retinal. Em um caso de catarata dupla indubitável, a
visão ficou grandemente melhorada.
\
CISTUS CANADENSIS
(“IcePlant“Frost Weed”; “Rock-rose”)

V )

A primeira coisa que se nota a respeito de Cistiis, “Planta do Gelo”, é que ela
não mereceu seus nomes comuns por nada. CLARKE diz: “ela tem uma
propriedade peculiar que favorece a formação do gelo ao redor de suas raízes no
início do inverno”. HERING diz: “Dizem que durante os meses de novembro e
dezembro estas plantas emitem, próximo às suas raízes, cristais de gelo
curvados, largos e finos, com cerca de uma polegada de comprimento, que
murcham durante o dia e são renovados na manhã seguinte.”
HERING refere-se aos vájrios artigos publicados a respeito desta planta,
mostrando seus usos - em dores de garganta, em cólica pós ingestão de frutas
ácidas, em disenteria crônica, em mastite, em tosses com tumores no pescoço,
no bócio e nas erisipelas, no inchaço branco da articulação do joelho, na febre
intermitente,oia escrófula, etc.
Um remédio realmente surpreendente para catarro nas passagens nasal e
pós-nasal, garganta e laringe. Trata-se de um conhecido recente - ou melhor de
um amigo, mas de ação rápida e profunda quando os sintomas concordam.
Um das primeiras experiências de certo médico já foi publicada, mas deve
ser aqui recontada. Uma garota pequenina foi trazida ao ambulatório no verão -
agosto de 1931, devido ao fato de que ela sempre estava resfriada e estas gripes
duravam muito tempo; estava ruim agora, mas piorava ainda mais no inverno.
Ela sentia-se pior com o tempo frio, tinha aversão a gorduras, à carne e ao sal.
Ela tinha apenas uma grande desejo - de queijo.
Isto era tão marcante que o médico procurou no Repertório as drogas que
possuíam desejo de queijo e encontrou:
(Arg. n.) (Ast. r.) Cist. (Ign.) (Mosch.) (Puls.)
Sendo Cist. o que tinha maior desejo por queijo, evidentemente.
Então pesquisou Cistus na Matéria Medica e descobriu que ele se adequava a
todo o caso.
Havia “espirros freqüentes e violentos - catarro nasal crônico. Pior com o
frio; por inalar o ar frio, etc.”; ela tomou Cistus 6 três vezes ao dia, durante
alguns dias. Ela estava melhorando rapidamente. No relatório de inverno
constava que “não teve gripes”. Sete meses mais tarde ela teve

313
314 CISTUS CANADENSIS

uma “gripe novamente”, quando o remédio foi repetido. Sabe-se que mesmo as
potências baixas duram - quando você obtém o remédio correto; ou melhor, a
reação às potências mais baixas pode ser também duradoura.
Estes casos de catarro crônico e gripes que nunca terminam são difíceis de
tratar, algumas vezes.
Desde então, tem havido outros casos; outra garota em idade escolar, com
gripes duradouras, tomou Cistus - ela também tinha uma grande paixão por
queijos! - e sua mãe relatou que ela se libertara das gripes, teve a possibilidade
de freqüentar a escola, sem as constantes faltas devido às gripes; mais tarde,
quando “todas as outras crianças tinham apresentado os sintomas de gripe, ela
permanecera ilesa”. Nesse caso também, muitos meses mais tarde, o remédio
foi repetido.
Em nossa revista HOMEOPATH Y, temos fornecido outros casos im-
pressionantes, mas uma droga como esta merece uma consideração com-
plementar e o catarro crônico do nariz e da garganta não é uma medida de sua
utilidade, como nós veremos.

Em relação a Cistus, uma dc suas sensações proeminentes é a FRIAL-


DADE.
Testa fria, cora sensação de frialdade no lado interno da testa.
Sensação de frio (ou ardor) no nariz.
Sensação dc frialdade na língua, laringe e traquéia; a saliva é gelada; a
respiração parece fria. O ar inalado parece frio (Phos., Rumex) na laringe e
traquéia.
Dor de garganta por inalar o mínimo ar frio; e não decorrente de ar quente.
Sensação de frio ho estômago; no abdome.
Sensibilidade ao ar frio no peito.
Pontas dos dedos sensíveis ao ar frio. Pés frios.
Muito sensível a corrente de ar.
Mas Cistus tem também ardores. A maioria das drogas apresenta condições
opostas.
Agora, os sintomas catarrais:
Pressão acima dos olhos, na testa.
Espirros constantes e violentos, a maioria ao anoitecer e pela manhã.
Catarro nasal crônico.
A narina esquerda é mais afetada; sensação de ardência na narina esquerda.
Uma sensação de maciez na garganta; ou como se houvesse areia na
garganta.
Secura contínua e calor na garganta; pior após dormir, comer e beber.
Um ponto seco e pequeno na goela; pior após dormir, e melhor por co
CISTUS CANADENSIS 315

mer.
A garganta parccc feita de vidro, com listras de muco consistente.
Coceira na garganta e nas fauces. Aspereza desde o peito até a garganta.
Pontadas na garganta causando tosse.
Dor dilacerante na garganta, ao tossir.
Coceira e dor na garganta, garganta dolorida devido ao ar frio.
Ou, fauces inflamadas e secas, sem sensação de secura.
Pigarro de muco consistente, parecendo goma, sem gosto ou amargo.
Alívio pela expectoração.
Em negrito, INCHAÇO ESCROFULOSO E SUPURAÇÃO DAS
GLÂNDULAS DA GARGANTA.
Sensação como se a traquéia não tivesse espaço suficiente.
Coceira crônica na laringe e na traquéia.
Respiração asmática ao anoitecer, após deitar-se e durante a noite.
Sibilo alto. Sensação como se a traquéia não tivesse espaço suficiente.
Uma sensação curiosa: como se formigas corressem pelo corpo inteiro (após
deitar-se), e então respiração ansiosa e difícil. Obrigada a levantar-se e abrir a
janela; o ar fresco alivia. Ao se deitar, imediatamente estas sensações
recomeçam.
Pressão no peito. O peito dói quando tocado.
Tosse - com os sintomas previamente relatados.
Além da vontade de comer queijo, Cistus deseja alimentos ácidos e frutas,
que provocam dores e diarréia. A diarréia advém também com o café e com o
tempo úmido.
As glândulas são afetadas; bócio; tem até mesmo reputação no câncer.
O excitamento mental e a agitação aumentam todos os sofrimentos,
inclusive a tosse.

* * * * *
KENT acrescenta alguns pontos interessantes, em sua pequena palestra
sobre Cistus. Ele diz que se trata de um remédio de ação profunda; que age
semelhantemente a Calcarea, mas é mais moderado. Ele tem a exaustão pelo
esforço, a dispnéia, o suor e a frialdade de Calcarea.
Ele conta sua primeira experiência com Cistus, porque “quase sempre, o que
forçosamente irá chamar sua atenção para um remédio será a cura de um caso
ruim e típico. Uma garota de dezenove anos, com as glândulas do pescoço
grandes e duras, as parótidas especialmente. Ela apresentava uma otorréia
fétida; olhos inflamados e supurados, com fissuras nos cantos; os lábios eram
rachados e sangravam, e havia “reuma de sal” nas extremidades dos dedos. Ele
não pôde encaixar Cale. e, por fim, este pequeno remédio parecia justamente o
que ela precisava e a curou, embora ela tivesse tomado uma imensa quantidade
de remédios homeo
316 CISTUS CANADENSIS

páticos. Kent diz que ele estudou a droga desde então e, em uma ou duas
oportunidades, tentou prová-la - sem sucesso. “Deveria ser experimentada.”
Ele diz que as glândulas se inflamam, incham, supuram. Causa cáries e
cura velhas úlceras... Afeta todas as membranas mucosas, que eliminam muco
grosso, amarelo e mal cheiroso; adequado aos catarros antigos e perturbadores.
O peito enche-se com uma grande quantidade de catarro, melhora por
expectoração, mas depois que ele esvazia o peito, ele sente aspereza. Sensação de
frio ou queimação no nariz; na coriza aguda, o nariz fica pleno de catarro
amarelo e grosso, e quando ele é assoado, deixa a cavidade nasal vazia num
estado de irritação; de aspereza - fria ou ardente. Há alívio quando o nariz fica
cheio outra vez. Neste remédio, quando o nariz está vazio há queimação ou
aspereza, causada pela inalação do ar.
Crostas agudas, grossas e que provocam coceira; com queimação no
zigoma direito. Tem curado lupus da face; cáries da maxila inferior; câncer
aberto e sangrante do lábio inferior. Cura úlceras antigas, profundas e
corrosivas nos tornozelos e no queixo, com descarga copiosa e acre; pior por
banhar-se, sensível ao ar frio; confortável somente quando está bem quente.
Todo resfriado se aloja na garganta; o ar quente provoca melhora em todos
os lugares. “Ele abre o registro e liga o calor, deseja sentir o calor no nariz,
garganta e pulmões.”
Enduração crônica e inflamação das mamas. Tumores com aumento de
gânglios ao redor. Os gânglios do pescoço estão aumentados em linhas como
uma corda com nós, como na doença de Hodgkin. “Somente um número
limitado de remédios tem estes nós”.

*****
Cistus precisa de experimentações adicionais. Nós realçamos o que é
conhecido e muito marcante, porque, em sua esfera, ele é evidentemente um
remédio heróico.
A propósito, Cistus é também um remédio reumático. Um paciente médico
que “comia queijo em toda refeição” e foi curado com Cistus de um catarro
crônico e de súbitos ataques incontroláveis de espirros que podiam durar de
dez até vinte minutos, a menos que fossem interrompidos aspirando-se cocaína
ou clorofórmio, desenvolveu uma dor no ombro direito, “não afetada por
semanas de tratamento elétrico, etc., ficando pior e mais aflitiva”. Viu-se que
Cistus produziu exatamente tal dor e após uma dose de Cistus “tudo terminou
em uma hora”.
Clarke diz: “Cistus é um remédio muito antigo para afecções escrofu- losas
e também para os estados escorbúticos com ulcerações gangreno-
r
COCCULUS

v.
Sobre Cocculus indicus, HAHNEMANN diz: “Esta substância vegetal, usada até
hoje somente para destruir alguns vermes nocivos e para entorpecer peixes para
que possam ser pegos com as mãos, foi (como Staphisagria) empregada
primeiramente por mim como um medicamento (após eu ter primeiro verificado
seus efeitos dinâmicos sobre o corpo humano saudável). Esse medicamento
possui muitas virtudes curativas, como os sintomas seguintes produzidos por ele
podem mostrar; e a tintura, prescrita de acordo com a semelhança do efeito em
alta atenuação e potência, é indispensável para acura de muitos casos de
doenças humanas comuns, mais especialmente em algumas espécies de febres
nervosas que se demoram; em vários espasmos assim chamados abdominais e
nas chamadas dores espasmódicas de outras partes, onde o estado mental é de
extrema tristeza, ocorrendo particularmente no sexo feminino; e não em poucos
ataques de paralisias das pernas e em desajustes emocionais que lembram
aqueles que Cocculus pode ele mesmo produzir.”
HERING (GuidingSymptoms) diz: “A tintura das sementes moídas é usada e
contém um princípio cristalizável, Picrotoxina, um veneno poderoso.
“Cocculus foi usado pelos antigos como um veneno para peixes, deixando-
os entorpecidos e facilitando o trabalho da pesca.
“Ele foi e ainda é” (assim ele diz) “extensivamente usado para adulterar os
licores de malte..Uma idéia agradável! Talvez, se esse uso persiste, poderia ser
considerado responsável por alguns dos sintomas do embebedamento por
cerveja. As atitudes e a mentalidade das monstruosidades cambaleantes e
barulhentas que se costumava encontrar nas ruas
- principalmente antes da guerra, quando a cerveja tornou-se mais cara e mais
difícil de ser obtida - são bastante sugestivas do envenenamento por Cocculus’. o
andar difícil e incerto; a dificuldade em pronunciar as palavras; o humor
briguento e ruidoso dos cantadores cambaleantes e barulhentos - ninguém
imagina que Cocculus seja “um dos remédios peculiares aos bêbados.”
Entretanto, como Tennyson assevera: “as coisas do passado podem se
repetir”, e nós poderemos ainda ver de volta os velhos bons tempos agora que a
cerveja é consumida descaradamente por todas as grandes aglo-

317
318 COCCÜLUS

m cr ações, “A cerveja é boa para vocêl” com todos os demais slogans dos
cervejeiros. Como uma revista americana declarou a respeito de medicamentos
patenteados, estes são colocados no mercado e anunciados não para o gentil
bem-estar do povo querido, ou para seu alívio e salvação, mas somente com o
propósito ilusório de extrair dinheiro de seus bolsos ... Entretanto, todas essas
coisas expressam “indústria” e “dividendos” e o lucro da cerveja é crescente, o
que deve ser muito gratificante para o Chanceler do Ministério da Fazenda.
Apenas ocorre que há o outro lado da questão: apetites estimulados; hábitos
difíceis, uma vez formados, dc se erradicar e, como sempre, as tentações para o
fraco e o hesitante a cada esquina das ruas. Mas este é um país livre, ou supõe-
se que seja assim, desde que o Ato de Defesa do Reino (D.O.R A.) veio e
ficou; e enquanto o turbulento britânico somente se embebedar, sem provocar
desordens nem obstruções nas ruas, e beber somente até uma certa “hora
mágica da noite”, o gentil policial não lhe causará muitos inconvenientes. E
enquanto isso, nós, os homeopatas, podemos ver Cocculus na espasticidade e
perda da força das pernas dos embriagados e em sua tentativa desajeitada de
continuar seu caminho; e aprenderemos como nos lembrar de suas
peculiaridades e aplicá-las para curar.
Entre os sintomas mentais, altamente sugestivos, estão:
Dificuldade em pronunciar as palavras; dificuldade em ler e pensar.
Pensa e responde corretamente, mas é preciso ficar um longo tempo
refletindo.
Lentidão para compreender; não consegue achar a palavra certa; esquece-
se; não pode conversar claramente; ou é irritadiço, fala apressadamente, não
pode suportar o mínimo barulho ou contradição.
Grande eloqüência; graça; desejo irresistível dc cantar. Uma espécie de
mania.
Melancolia e tristeza; sensibilidade a insultos leves e desapontamentos.
Sente-se afrontado facilmente. Qualquer bobagem o deixa nervoso.
Não pode realizar qualquer coisa em seu trabalho; não consegue finalizar
nada.
Olhar amedrontado. Pouco consciente de sua própria saúde; muito ansioso
com relação à enfermidade dos outros. (Ars., Phosp., Sulph.)
Medo da morte e de perigos desconhecidos.

* * * * *
Com relação à Picrotoxina, o alcalóide de Cocculus, e ao seu efeito em
peixes, CLARKE (Dictionary) nos diz que: “Quando Picrotoxina é adicionada à
água na qual peixes estão nadando, eles fazem movimentos rápidos escavantes
e sinuosos, e então nadam vagarosamente, abrem suas bocas e guelras
freqüentemente, caem para os lados e morrem asfixiados rapidamente.”
COCCULUS 319

E ele nos conta sobre um médico que provou Picrotoxina em si mesmo e


teve sintomas tão alarmantes que ele precisou recorrer a Opium e Cam- phora
como antídotos. Ele experimentou “náusea e tendência para o vômito; dores
intestinais violentas e purgação; diarréia disentérica e secreção excessiva de
urina; câimbras e sensações paralíticas. Dores nos intestinos e sensação como se
eles fossem se protrair junto ao anel inguinal esquerdo.” (Cocculus ou
Picrotoxina têm sido considerados úteis na hérnia inguinal do lado esquerdo.)
Sobre Cocculus, ele diz: “Curou um caso de delírio no início das mens-
truações; a paciente dizia: “Eu sempre vejo algo vivo nas paredes, no chão, nas
cadeiras ou em qualquer lugar, sempre rolando, e rolará sobre mim.” (Cocculus é
um dos remédios dos problemas e das irregularidades menstruais - desde que o
resto dos sintomas estejam concordando).
E ele conta de uma cura de um aumento do fígado pelo grande Lippe: foi
após o parto, a indicação era que “o fígado ficava mais doloroso após um momento
de raiva” E, com Cocculus, a menor vibração é insuportável (Bell).

* * * * *
HUGHES (Pharmacodynamics) cita um caso de envenenamento por Cocculus
relatado por Hahnemann (no Hufeland’s Journal). “Frialdade, rigidez paralítica
dos membros com dores repuxantes em seus ossos e nas costas, e uma
irritabilidade sombria, com ansiedade, eram os sintomas principais. O paciente
disse que seu cérebro parecia constrito como por um ligamento. Ele desejava
dormir, mas uma sensação de medo, como um sonho horrível, lhe vinha
imediatamente após fechar os olhos, e fazia com que ele acordasse novamente.
Ele sentia grande repugnância por comida e bebida. Este é um sintoma
freqüente de Cocculus e bastante característico dele.”
Hughes diz também: “Os experimentos feitos recentemente em animais com
o alcalóide contido em Cocculus, a Picrotoxina, mostram que convulsões, tanto
tônicas quanto clônicas, são uma característica especial de sua ação. Estas
últimas apresentam muitos dos aspectos singulares observados como resultados
de um traumatismo ao pedúnculo cerebral, como os movimentos semicirculares,
para trás e de rotação sobre o eixo do corpo. Com estes, há uma grande lentidão
do pulso e da respiração, indicando distúrbio na origem do vago.
“Cocculus, então, parece influenciar o trato nervo-motor através do eixo
crânio-espinhal. A tal ação é atribuível, penso eu, todo o espectro de sua
influência curativa. E de grande eficácia em certos tipos de vômitos. Estes,
quando analisados, parecem ser mais cerebrais do que de origem gástrica. Eles
são como aqueles que ocorrem nos males do mar e em algumas pessoas por
andar numa carruagem ou qualquer outro movimento si
320 COCCULUS

milar; eles têm um outro exemplo nos vômitos provocados por enxaqueca ou
devido a tumores cerebrais ... no primeiro, Cocculus não tem rival.” Ele fala de
“vertigens, onde Cocculus é o remédio principal... e dos espasmos abdominais,
acompanhados por flatulência, não o produto da fermentação ..

* * * * *
FARRINGTON (Comparaíive Matéria Medica) diz em relação a “Cocculus,...
cujo princípio ativo éPicrotoxina, veneno amargo.
“Encontraremos, sob Cocculus, os sintomas que estão sob muitas outras
drogas, mas em nenhuma outra droga eles terão a mesma relação que possuem
aqui.
“O efeito geral de Cocculus é sua ação bem conhecida no sistema cére- bro-
espinhal; aqui ele produz grande debilidade. Ele causa fraqueza paralítica da
espinha e, especialmente dos seus nervos motores; assim o descobrimos como
um remédio certo ou freqüente nas paralisias originadas de doenças da espinha
dorsal... especialmente no início do problema, seja devido a doença funcional
ou orgânica severa... irritação, amolecimento da espinha ou ataxia locomotora.
Ele é especialmente indicado quando a região lombar da espinha é afetada, com
fraqueza na região sacrococcí- gea como se estivesse paralisada; o cóccix fica
afrouxado ao caminhar. Fraqueza nas pernas; os joelhos afrouxam-se ao andar;
dor nas coxas como se elas estivessem contundidas; as solas dos pés parecem
estar adormecidas; primeiro uma mão começa a adormecer e então a outra a
segue, ou o braço todo adormece e as mãos parecem inchadas.
“Há um sintoma concomitante quase sempre associado com os citados -
uma sensação de vazio em algumas das cavidades do corpo - cabeça, tórax ou
abdome. É mais do que uma fraqueza, é uma sensação absoluta como se as
partes estivessem ocas.
“A debilidade é de origem espinhal; surge especialmente após uma perda de
sono; o paciente não consegue sentar-se mesmo uma ou duas horas mais do que
o usual ao anoitecer, sem sentir-se lânguido e exausto pelo dia seguinte
inteiro...
“O abdome é grandemente distendido e timpânico; este timpanismo sob
Cocculus não é o mesmo de Cinchona, Carbo. veg., Colchicum, Sulphur, ou
mesmo Lycopodium.
“Há várias origens do timpanismo. Ela pode vir dos vasos sangüíneos, do ar
engolido juntamente com os alimentos, das mudanças na própria comida, e
também da retenção de flatos. A última condição é a causa do sintoma sob
Cocculus indicus. Não se deve pensar que é o remédio quando os flatos resultam
da decomposição dos alimentos, o que pede Carbo. veg”
Em relação à dor de cabeça occipital de Cocculus, Farrington tem al
COCCULUS 321

gumas contribuições interessantes. “Alguns anos atrás houve uma epidemia de


febre maculosa nesta cidade. Durante aquela epidemia muitas crianças
morreram, especialmente nos primeiros dias. Após um tempo des- cobriu-se que
um sintoma característico da epidemia era uma intensa dor de cabeça na região
occipital e na nuca. As crianças no estupor puderam manifestar este sintoma
girando a cabeça para trás para aliviar a tensão nas membranas do cérebro;
outras que estavam conscientes colocavam as mãos na nuca; enquanto outras
ainda queixavam-se de dor na parte posterior da cabeça, como se a parte
estivessem abrindo e se fechando alternadamente. Aquele sintoma estava sob
Cocculus. Houve poucos casos fatais após o uso de Cocculus. As dores de cabeça
occipitais são difíceis de serem curadas...

$****
Este é o pequeno sumário de NASH a respeito de Cocculus:
Fraqueza dos músculos cervicais, dificilmente consegue manter a cabeça
ereta.
Fraqueza na região coccígea, como se estivesse paralisada; afrouxa-se ao
andar; dificilmente pode ficar em pé, andar ou conversar.
As mãos e os pés ficam entorpecidos; adormecidos.
Uma sensação geral de fraqueza; ou o estômago, abdome, cabeça, etc. com
sensação de estarem fracos, ocos e arruinados. Piorando pela perda do sono ou
vigília noturna.
Grande distensão com cólica flatulenta; cólica menstruai ou por gases;
dores em câimbras; tendência à hérnia.
Modalidades: Pior sentando-se, movimentando-se, andando em barco ou
carruagem, fumando, falando, comendo, bebendo, por vigílias noturnas; melhor
deitado quieto.

* * * * *
Para resumir KENT, que é, como de costume, o mais esclarecedor de todos:
“Cocculus diminui todas as atividades do corpo e da mente, produzindo um tipo
de fraqueza paralítica.”
Atrasado em todas suas ações.
Todas as impressões nervosas são lentas para alcançar os centros. Como
(ele diz) se você picasse o dedo maior do pé do paciente e ele esperasse um
minuto para então dizer “Oh”, ao invés de dizer imediatamente.
Responde lentamente, após aparente meditação.
Fraco;cansado.
Primeiramente há esta lentidão e depois uma espécie de condição paralítica
visível e, então, a paralisia total - local e geral.
Mas há causas: pajear; pajear à noite; desgaste por ansiedade, preocupação
e perda de sono.
322 COCCULUS

Cocculus, ele diz, desde o tempo de Hahnemann até o presente, tem sido um
remédio dos transtornos por pajear, não o pajear profissional, pois Cocculus
necessita a combinação de vexação, ansiedade, e prolongada perda de sono. Ao
final disso tudo, vem a prostração do corpo e da mente, não consegue dormir,
dores de cabeça congestivas, náusea, vômito e vertigem. É assim que um caso
de Cocculus se inicia.
No instante em que Cocculus entra em um vagão para viajar, começa a
sentir dor de cabeça, náusea, vertigem.
Cocculus não pode suportar o movimento: piora falando, movimentando-se,
movimentando os olhos, cavalgando.
Necessita muito tempo para girar a cabeça cuidadosamente para ver as
coisas. Precisa de muito tempo para movimentar-se; para pensar; para fazer
qualquer coisa. É lento, inativo.
Há a descoordenação, o entorpecimento. Ele diz que este remédio tem sido
usado com bons efeitos na ataxia locomotora.
Com relação à RIGIDEZ de Cocculus, Kent deixa isto claro e memorável.
“Este forte sintoma é muito peculiar a Cocculus - assim como a algumas
doenças nervosas. As pernas em linha reta e mantidas assim por um certo
tempo, só podem ser flexionadas com forte dor. As pessoas prostradas com
ansiedade irão se deitar de costas, endireitam suas pernas e somente conseguem
levantar-se com muita dificuldade. O médico vem, descobre qual é o problema,
dobra as pernas da paciente e ela grita; mas ela sente alívio logo após dobrá-las,
pode levantar-se e dar uma pequena volta.” Kent diz: “Você não consegue
encontrar isto em nenhum outro lugar. Está inteiramente sem inflamação; um
tipo de enrijecimento paralítico, uma paralisia do corpo e mente fatigados. Um
homem que estique sua perna sobre uma cadeira, não conseguirá flexioná-la até
que a alcance com suas mãos para ajudar... Com toda esta lentidão dos
pensamentos e das atividades, o paciente permanece extremamente sensível ao
sofrimento eà dor.”
Há espasmos como choques elétricos; convulsões após a perda de sono.
Tétano, coréia, ataques de fraqueza paralítica com dor. Paralisia dos olhos, da
face, dos músculos, dos membros - de todos os locais. Kent nos fornece um
caso de paralisia de ambas as pernas após difteria, em uma garota pequena, que
foi considerada sem esperanças; mas um daqueles grandes homens antigos,
olhando para o caso, receitou-lhe Cocculus CM e “não se passaram muitos dias e
a garota pôde começar a mover suas pernas e sua condição começou a melhorar
claramente”, “e eu nunca cessei de me espantar com esta maravilha”, diz Kent.
(Neste caso e em outros aspectos de Cocculus, faz nos lembrar mais e mais
de Gelsemium. Ambos têm paralisia das pálpebras e da garganta, produzindo
ptose e paresia da deglutição; os membros; e ambos podem ajudar a curar a
paralisia após difteria. Pode-se comparar também com
COCCULUS 323

Plumbum que, como Nash pontuou, tem hiperestesia com perda de força: uma
brilhante e fértil sugestão, como tem sido experimentado, notavelmente em um
caso de doença dc Landry, “paralisia ascendente”, onde a condição causou
grande ansiedade à medida que progredia e a hiperestesia foi tal que todas as
enfermeiras do hospital não conseguiam tomar o pulso. Poucas doses dz
Plumbum em potência alta mandaram-na de volta ao necessário trabalho de
guerra. Foi um caso típico de que ninguém pode se esquecer. Mas Cocculus tem
espasticidade com perda de força e deve ser útil nas paraplegias espásticas.)
Kent acrescenta: No estado extremo de Cocculus, há a aparência de
imbecilidade, e a mente parece estar quase em branco. Ele olha para o espaço e
vagarosamente volta os olhos em direção ao seu interlocutor, a quem responde
com dificuldade. Há prostração e exaustão nervosa, acompanhando a maioria
das queixas de Cocculus.
Em relação à vertigem e à náusea. Um caso de Cocculus não pode olhar pela
janela dc um carro, não pode olhar para fora estando num barco e ver o
movimento das águas, sem que ocorra imediatamente a náusea. Há dores de
cabeça e náuseas, com tontura e sintomas gástricos. Não pode fixar os olhos em
objetos em movimento... A dor de cabeça é sentida como se o crânio fosse
estourar, ou como uma grande válvula abrindo e fechando (ou, como temos
ouvido, sensações misteriosas como se a cabeça estivesse oca e vazia)...
prostração e exaustão nervosa acompanham a maior parte das queixas de
Cocculus... Você se aproxima do leito e pergunta para a enfermeira, “O que você
deu para este paciente comer?” e o paciente tem ânsia de vômito. O simples
pensamento sobre a comida faz o paciente ter ânsias. A enfermeira dirá que toda
a vez que ela menciona sobre comida, o paciente tem enjôo e ânsia de vômito.
O pensamento sobre comida ou o cheiro de comida vindo do quarto ao lado ou
da cozinha, irá nausear o paciente. (Colchicum, mas tambémi/s. oSep.)
Kent também chama a atenção para: Sensação como se houvesse um verme
arrastando-se no interior do estômago. (“Algo vivo dentro”, lembrando Thuja e
Crocus) e Kent finaliza com “A mais leve perda de sono age de modo prejudicial
sobre ele.”

* * * * *

Trabalhar com Cocculus, como a experiência espelhada pelos diferentes


prescritores, é extremamente interessante e instrutivo e podemos nos lembrar,
com tristeza, de casos nos quais Cocculus poderia ter sido útil se tivesse sido
utilizado. De fato, prova-se muito freqüentemente como Cocculus pode ajudar as
pessoas desgastadas com prolongado atendimento de enfermagem noturno e
falta de sono, onde:
324 COCCULUS

“ Glamis assassinou o sono e então Cawdor Não dortnirá mais;


Macbeth não dormirá mais.”

SINTOMAS EM NEGRITO

(isto é, aqueles que Cocculus mais notavelmente causa e cura)

PENSAMENTOS fixos sobre um só assunto desagradável; absorta em


pensamentos e não percebe nada que a rodeia.
Senta-se, em profundo devaneio.
Maus efeitos de raiva e mágoa.
Extrema ansiedade súbita.
Sobressalta-se facilmente.
O tempo passa muito rapidamente.

Entorpecimento na CABEÇA.
Cabeça enevoada, especialmente após comer e beber.
Vertigem como se estivesse bêbado; com entorpecimento na testa; como se
houvesse uma tábua lhe atravessando a cabeça; ao se levantar, depois de estar
deitado; é obrigado a deitar-se novamente.
Vertigem: como se estivesse bêbado; com confusão, com náusea; as coisas giram
da direita para a esquerda,.
Com rosto e cabeça vermelhos e quentes; então há palpitação.
Dor de cabeça como se os olhos fossem arrancados para fora.
Dor de cabeça com náusea e ânsia de vômito.
Dor de cabeça e náuseas ao andar de carruagem, barco, trem, carros, etc. Enjôo
do mar.

Fraqueza na VIS TA.

Secura no esôfago.
Perda de apetite com gosto metálico.

NÁUSEAincomum e ânsia de vômito, ao andarem um trem.


Aversão extrema ã comida, causada mesmo pelo cheiro do alimentos, embora
esteja faminto.
Eructações vazias constantes.
Quando ele sente frio ou toma friagem, há tendência a vômito, causando um
copioso fluxo de saliva.
Ânsia de vômito juntamente com dor de cabeça e uma dor como se estivesse com
os intestinos machucados.
COCCULUS 325

__ A.

Espasmo violento no ESTOMAGO, apertos no estômago,


Espasmos no estômago; aperto no estômago.
Aperto no epigástrio, impedindo a respiração.
Sede, especialmente de cerveja.

Grande distensão no ABDOME.


Cólica flatulenta por volta de meia-noite; é acordado pelo acúmulo incessante dc
flatulência,que distende o abdome, causando dor opressiva aqui e lá; alguns gases
são expelidos sem grande alívio, enquanto constantemente são formados flatos novos
por várias horas; ele era obrigado a deitar- se de um lado para sentir alívio.
Tendência dolorosa à hérnia, especialmente ao se levantar após estar sentado.
Urina aqüosa.
Coceira no escroto.
MENSTRUAÇÃO adiantada por sete dias, com distensão do abdome e com
dores cortantes e contrações no abdome a cada movimento e a cada respiração,
juntamente com contrações no reto.

Constrição tensiva do lado direito do PEITO, que oprime a respiração.


Coceira violenta na laringe, que o acorda às 11H30 da noite, causando tosse,
com expectoração de um catarro muito tenaz.
Expectoração de catarro muito viscoso e albuminoso.

SINTOMAS DE PARALISIA:

Fraqueza dos músculos cervicais, com peso na cabeça.


Pontadas isoladas na articulação do ombro e nos músculos do braço, ao
descansar.
Pontadas no braço direito.
Sensação de paralisia e entorpecimento nos braços.
Entorpecimento ora em uma das mãos, ora em outra, como um adormecimento.
Mãos quentes e frias alternadamente, às vezes uma, às vezes a outra.
A mão treme enquanto está se alimentando, mais quanto mais alto é levantada.
Os joelhos dobram-se de fraqueza; cambaleia ao andar e ameaça cair para um
lado.
O joelho range ao se movimentar.
As solas de ambos os pés ficam adormecidas quando está sentado.
Num momento os pés estão adormecidos, noutro momento são as mãos.
326 COCCULUS

(E, em itálico, fraqueza nos membros como se estivesssem paralisados).

Treme de excitação, esforço excessivo e dor.


Sensação de náusea como a causada no mar.
Queixas histéricas com tristeza.
Convulsões após perda de sono.
Ataques de fraqueza paralítica com dornas costas.
Os membros sentem aqui e ali uma aguda dor repuxante e paralítica, contínua e
em repuxões, como se fosse no osso.
As articulações rangem e estalam.
Enrijecimento doloroso nas articulações.
Mãos epés adormecem alternadamente, em paroxismos curtos.
Tendência ao tremor.
Grande exaustão do corpo, de modo que era um esforço para ele manter-se em
pé.
Perspiração leve sobre o corpo todo, com o mais leve exercício.
Cocculus excita as dores agudas e calor nos inchaços glandulares frios, ao
menos quando são tocados.

Todos os sintomas e sofrimentos, especialmente da cabeça, são agravados ao


beber, comer, dormir e falar.

Intolerância ao ar frio e quente.

Perturbação do SONO com ansiedade excessiva e desassossego.


Insônia depois de continuado pajear; após uma noite acordada.
Sonhos ansiosos e amedrontadores.
Maus efeitos devido a perda de sono e a uma noite de vigília.

SINTOMAS FEBRIS:

Arrepios de frio altemando-se com calor.


Ondas de calor, com calor ardente nas bochechas e pés frios.
Febres nervosas insidiosas, particularmente nos casos provocados por ataques
constantes de raiva, ou que são acompanhados por grande disposição à raiva.

SINTOMAS CARACTERÍSTICOS E PECULIARES

Grande excitação após dois copos de cerveja.


COCCULUS 327

A cerveja de costume lhe causa dor de cabeça.


Sede, especialmente de cerveja.
Grande sensibilidade na boca e nas fauces, de forma que lavar a boca causa
tosse e vômito de massas grossas de muco.
Falar alto ou escovar os dentes causa tosse c vômito.
Constante desejo de escarrar, com gosto metálico e adocicado.
Dor no fígado após raiva.
Dor no tendão de aquiles - somente ao andar. Sem sensibilidade; manca ao
andar na rua; obrigado a virar o pé para fora; a parar e segurar o pé para aliviar
a dor. Subir escada era especialmente doloroso.
Dedos maiores dos pés doloridos, vermelhos e inchados, como na gota.
O dedo maior do pé esquerdo é o mais afetado; com picadas finas como por
lascas de vidro, embaixo da unha e na ponta do dedo.
Frio no estômago; como se ar frio estivesse soprando no seu interior.
Peso espasmódico interno no epigástrio.
Náusea, sentida na cabeça; parecendo estar principalmente na boca.
Sensação de vazio na cabeça; no peito; no abdome.
Estremecimentos sobre as mamas.
Sensação de arrepios nos dentes.
Os globos oculares giram, quando os olhos estão fechados.
O sono agrava todos os sintomas, especialmente os da cabeça.
Cólica como sc houvessem pedras afiadas esfregando-se uma contra outra
no abdome.
Dor de cabeça occipital, o occipício abre e fecha alternadamente. (O vértex
abre e fecha: Cann. ind.)
O tempo passa muito rapidamente, (muito devagar).

* **
Em relação aos locais onde a náusea é sentida, constantemente é
acrescentado:
Náusea na cabeça e na boca. (Cocc.)
No reto (Ruta).
Nos ouvidos (Dioscor.)
Além das localidades mais comuns, estômago, peito, abdome.
COFFEA CRUDA

V
J
Um dos nossos remédios caseiros mais úteis: já que para muitas pessoas o café
causa insônia, não por agitação, desconforto ou dor, mas a insônia de um
cérebro muito alerta e acordado pelo prazer, excitação ou estresse e atividade
mental. Aqui Coffea, em potência, dá um sono natural, repousante, revigorante
e não deixa efeitos posteriores. É o melhor sedativo conhecido, a reação
homeopática mais perfeita que pode ser imaginada.
Um caso a se relatar; podemos ter dele em outro lugar, mas aqui é per-
tinente. Ela estava gravemente doente, tão desgastada e fraca que o médico lhe
deu uma xícara de café forte. Durante a metade das noites seguintes ela
permanecia completamente insone. Por fim, em desespero, ela foi medicada
com uma dose de Coffea 200 e então adormeceu em apenas alguns minutos.
Isto abrange três lições: a ação rápida de Coffea em um caso típico de Coffea; o
poder das drogas potencializadas; a propriedade de um remédio em potência,
de ser seu melhor antídoto no estado bruto.

SINTOMAS EM NEGRITO

Atividade incomum da mente e do corpo.


Pleno de idéias; rápido nas ações, sem sono por isto.
Excitabilidade mental.
Insone por conta de uma excessiva excitação mental e física.
Susto por súbitas surpresas agradáveis.
As dores parecem insuportáveis, levando ao desespero.
Afecções após emoções súbitas, particularmente surpresas agradáveis.
Todos os sentidos estão mais agudos, lê letras pequenas facilmente, em especial
uma percepção mais aguçada de movimentos leves epassivos.
Ameaça de apoplexia; superexcitado, falante, cheio de medo, dores de
consciência, aversão ao ar livre, insone, range os dentes convulsivamente.
Dor de um dos lados da cabeça, como a decorrente de uma unha enfiada cabeça
adentro (Thuja);pior ao ar livre.
Dor de dentes nevrálgica inteiramente aliviada colocando-se água fria na boca,
retomando quando a água começa a esquentar.
Durante o trabalho de parto ou durante as dores pós-parto, medo ex

328
COFFEA CRUDA 329

tremo da morte.
Grande agitação e desassossego.
Afecções após emoções súbitas, especialmente surpresas agradáveis.
Gostaria de esfregar ou coçar a parte afetada, mas está muito sensível.
Maus efeitos após ingestão de vinho ou licores.
Sede à noite o acorda durante suor, infreqiiente durante o calor; sede quase
constante após febre e durante suor.

* * * * *
Quanto ao sintoma curioso: “dor de dente aliviada enquanto água fria é
mantida na boca e voltando quando a água começa a ficar aquecida”, temos
visto isto mais do que uma vez. E Coffea tem curado prontamente.
No esquema das coisas, os remédios parecem estar colocados onde e quando
são necessários. Dulcamara cresce nas cercas-vivas, em climas de dias quentes
e noites frias. Amica cresce nos Andes e nas regiões montanhosas, onde alivia e
ajuda a remediar os efeitos dc grande fadiga, quedas e machucaduras - Fall-
kraut, “a erva das quedas”, como os alemães a chamam. Os remédios de cobra
vêm especialmente para as mordidas de cobra e para as doenças violentas e
rápidas dos climas tropicais. E não é à toa que Colchicum autumnale floresce no
outono, porque é um grande remédio para a diarréia e disenteria do outono,
bem como para o reumatismo agudo dessa estação.
HERING (Guiding Symptoms) nos conta que ele foi experimentado por
Hahnemann e muitos outros, mas sua experimentação não é encontrada na
Matéria Medica Pura, nem em Doenças Crônicas ... Seria sem dúvida encontrada
em StapfArchiv., mas provavelmente nunca foi traduzida para o inglês, já que
ALLEN (Encyclopedia) não cita nenhum dos sintomas de Hahnemann.

* * * * *
A Escola Antiga usou - e abusou - largamente est a droga; e isto é o que
HALE WHITE (Matéria Medica) ensina aos estudantes e aos profissionais de
medicina em relação a Colchicum. Ele começa seu pequeno capítulo: ‘O único
valor desta droga é que é específica para a gota.’
Ele fala de sua ação (que nós sabemos ser curativa, dada em pequenas
doses e quando os sintomas do paciente e da droga concordam)... Falta de
apetite; purgação; náusea; cólica. Grande dor abdominal. Vômito. Diarréia
profusa com perda de sangue. Grande prostração, pele fria e coberta de suor.
Respiração lenta. Morte devido a colapso. (Estes são, conforme veremos,
exatamente seus usos homeopáticos.)
Em relação a sua terapêutica, ele diz: “Colchicum é dificilmente usado
exceto para a gota... Ele é freqüentemente útil para dispepsia, eczema, dor de
cabeça, neurite, conjuntivite, bronquite e outras condições que ocorrem
naqueles que padecem de gota, e provavelmente relacionadas a ela.”
“E um verdadeiro específico; como ele age, não se sabe.”

330
COLCHICUM A UTUMNALE 331

* ****
Mas raramente se vê aquela real gota dos tempos de nossos avós. Um
médico lembra-se de tê-la encontrado uma vez em uma mulher que procurava
ajuda num domingo, quando ela não tinha possibilidade de encontrar seu
médico. Ela mostrou o pé inchado, vermelho, brilhante; intensidade maior junto
ao dedo maior do pé; com muita dor e sensibilidade. Por um momento pensou-
se tratar de alguma condição séptica, mas foi esclarecido e aliviado quando ela
disse que tinha "esses ataques de gota". O remédio que a colocou bem (no dia
seguinte, conforme se lembra) não foi Colchicum, mas Urtica urens, predileta de
Burnett - tintura de urtigas picantes. Foi devido ao uso bem sucedido que
Burnett fez dessa erva simples na gota, que ele ganhou um apelido, era então
chamado de “Dr. Urtica”, nos clubes de Londres de seu tempo. Ele costumava
receitar cinco gotas dessa forte tintura várias vezes ao dia, em ÁGUA
QUENTE.
Vislumbra-se imediatamente, ao dar uma olhada nos sintomas em negrito
das experimentações que as grandes esferas de Colchicum, além das articulações
(que ele inflama e enrijece; caminhando de junta para junta, freqüentemente),
são o estômago e os intestinos.
Ele tem a mais intensa náusea, excitada pela visão, por cheiros ou mesmo
ao pensar em comida (Ars., Sep., Cocc.). Este sintoma característico tem levado
ao seu uso bem sucedido, como no caso clássico do Dr. Nash, de uma senhora
em colapso e morrendo de diarréia, com sessenta e cinco evacuações durante
vinte e quatro horas, eliminadas na cama; tão fraca que ela não tinha condições
de erguer sua cabeça do travesseiro (também um sintoma de Colch.); e tão
nauseada pelo cheiro de comida que todas as portas entre ela e a cozinha eram
mantidas fechadas. Uma dose de Colch. 200 (ela nunca precisou de uma
segunda dose) interrompeu a diarréia e, acidentalmente, ensinou a Nash o valor
das drogas potencializadas.
A diarréia e então a disenteria, especialmente no outono, e a colite, es-
pecialmente a colite membranosa, na qual ele é quase sempre muito eficaz.
Colch. é um remédio das metástases, como quando a gota deixa as ar-
ticulações e ataca o coração ou o estômago; sobre tais casos nós ouvimos menos
nos dias de hoje; mas no reumatismo ou nos problemas cardíacos ou renais de
crianças, cujos pais ou avós sofrem de gota, ele tem sido muito útil - quando os
sintomas concordam.
Da mesma forma que Dulc., outro remédio outonal, ele é útil nas en-
fermidades decorrentes de clima frio e úmido e da supressão da transpiração.
Em comum com Bry., ele não se atreve a praticar qualquer movimento; e
seu temperamento é irritável ao extremo.
Na pleurodinia ele se compara a Amica: tem também suas sensações de
contusão.
332 COLCHICUM A UTUMNALE

* * * * *

Deixemos que NASH fale:


“Este remédio tem um dos sintomas característicos mais positivos e
confiáveis em toda a matéria médica, o qual não pode ser considerado de
nenhum ponto de vista patológico que eu conheça - “O cheiro da comida sendo
cozida deixa nauseado até provocar desmaio .” Eu menciono isto aqui porque é
um desejo aparente da parte de alguns basear todas as suas prescrições sobre
indicações patológicas. Não tenho objeção a que façam assim se puderem ter
sucesso em curar seus pacientes. Mas eu reivindico um completo
reconhecimento do valor daqueles sintomas subjetivos, sensacionais e das
modalidades que não podem ser levadas em conta. Na verdade, eu me sinto
completamente seguro de que os sintomas subjetivos bem verificados são mais
freqüentes de serem confiáveis para a cura de nossos pacientes do que todas as
condições patológicas que conhecemos”. E ele relata o caso daquela velha
senhora.
Ele menciona que Colchicum tem dois sintomas opostos, ardência e frialdade
degelo no estômago.
Ele e Kent mencionam o valor de Colch. para a grande distensão meteórica
do abdome. “Na potência 200 a ele é um bom remédio para inchaço das vacas
que comeram trevo verde em demasia.”
Com relação ao seu uso para reumatismo articular, migrante e gotoso, Nash
sempre achou seu efeito menos bem sucedido do que nossos outros remédios
reumáticos.* MAS, cm qualquer destes problemas ou outros, “suas principais
características devem ser encontradas” (náusea pelo cheiro da comida e do
cozimento). “Eu certamente devo receitá-lo e esperar confiantemente bons
resultados.”

* * * * *
FARRINGTON, pelo contrário (Clinicai Matéria Medica), diz: “Estou
persuadido de que Colchicum não tem na prática o lugar que merece. É verdade
que ele vem para nós da escola alopática como um remédio altamente
recomendado para a gota. Não devemos, entretanto, pelo uso exorbitante da
droga por aquela escola, ir ao oposto extremo e negligen- ciá-lo totalmente.”
Ele fala sobre seu uso na debilidade, particularmente aquela que se segue a
perda de sono... com dificuldade consegue levantar uma perna, depois da outra
- o apetite se esvai, gosto ruim na boca, náusea; a debilidade começa com ou
envolve a digestão como resultado da perda de sono.

* Outros médicos o estimam grandemente nos reumatismos agudos; com coloração ver- melho-azulada
sobre a articulação afetada; com tendência a andar de junta para junta; com hiperestesia e dores piores
durante o clima frio e úmido.
COLCHICUM A UTUMNALE 333

Na tifóide: pupilas dilatadas, quase insensível; suor frio na testa; quando o


paciente tenta levantar a cabeça, ela cai para trás novamente, a boca fica aberta.
A face cadavérica; feições agudas e pontudas, o nariz parece apertado, a língua
pesada e rígida, colocada para fora com dificuldade (Lach.), pode estar azulada
especialmente na base. Quase não consegue falar e a respiração é fria.
Inquietude e câimbras nas pernas. Mas não tem o medo da morte, presentes em
algumas outras drogas tifóides.
Aliado a Carbo veg. na respiração fria, timpanite e grande prostração.
Timpanite: fezes aqüosas, freqüentes e involuntárias; contendo “resíduos”;
aqüosa, sanguinolenta. Na disenteria, se há timpanite Colch. é preferível a
Canlharis ou Mercurius.
Colch. nas articulações o, gota - extremamente sensível ao mais leve
movimento. O paciente fica terrivelmente irritadiço e supersensível a toda
pequena impressão externa - luz; ruídos; odores fortes; e a dor parece
insuportável (Cham.).
Metástase da gota ou reumatismo para o peito. Na doença cardíaca valvular
ou pericardite seguinte ao reumatismo, ele é indicado pelas dores violentas,
cortantes e com ferroadas no peito, especialmente ao redor do coração, com
grande opressão e dispnéia. O peito parece firmemente en- faixado...

* * * * *
GUERNSEY (“Keynotes”) diz que este remédio deve ser lembrado quando
nós vemos um paciente sofrendo os efeitos de vigília noturna (Cocc. é clássico
aqui), os efeitos de estudar duramente:... Dores artríticas das articulações,
especialmente quando batendo as juntas o paciente grita de dor, ou quando, ao
tropeçar, os dedos dos pés machucam-se excessivamente. Afeta grandemente o
periôsteo e as membranas sinoviais das articulações; pequenas juntas.
Vermelhidão, calor e inchaço das parles afetadas...
Após a evacuação, alívio; mas às vezes ocorre dor espasmódica terrível do
esfíncter anal após a evacuação...

* * * * *
KENT - aqui resumiremos brevemente. Ele diz que é singular que a
medicina tradicional usasse Colchicum tanto para gota: em todos os livros
antigos ele era recomendado para esta doença. As experimentações corroboram
o fato de que Colchicum se adeque a muitas condições da gota... mas a medicina
tradicional não nos conta em qual tipo de gota ele deve ser usado ou para qual
tipo de reumatismo. É meramente um medicamento de experiência. “Se é gota,
tente Colchicum.” O que fazer com o paciente quando o remédio falho não
resolvia? “Dê a prescrição e a mantenha”, e as drogas eram administradas até
que o paciente, cada vez pior, passasse
334 COL CHICUM A UTUMNALE

das mãos de um médico para as de outro.


Colch. é agravado com o tempo frio, úmido, com as chuvas frias de outono
... ele possui também um reumatismo de verão. O calor irá diminuir o fluxo da
urina ou a quantidade de sólidos da urina.
Um aspecto impressionante que ocorre neste remédio é sua tendência para
mover-se de uma junta para outra, de um lado para o outro, de baixo para cima,
ou de cima para baixo; com a presença ou não de inchaço; primeiro aqui,
depois ali.
Outro aspecto impressionante são as condições hidrópsicas gerais.
Hidropsia quando as mãos e os pés incham; hidropsia da cavidade abdominal;
do pericárdio, pleuras, sacos serosos... com urina pálida. Mesmo se for
abundante ou pouca, ainda assim é pálida.
Condições reumáticas que surgiram em certo momento e terminaram em
problemas cardíacos... a condição cardíaca é somente uma continuação do
estado reumático.
Colchicum tem curado hidropsia após escarlatina.
Todas as queixas - da cabeça; intestinos; fígado; estômago - ficam piores
com o movimento; ele tem receio de mover-se; sintoma este quase tão
marcante quanto aquele que encontramos em Bryonia. Arrepios, sensível ao frio
(Ledum). Colch. é melhor pelo calor, por manter-se quente, por se cobrir...
Um sintoma curioso: o toque e o movimento trazem uma sensação dolorosa
no corpo como se fossem vibrações elétricas.
Está quase constantemente suado, mesmo se houver febre, sendo que às
vezes o suor é frio.
Há náusea e ânsia de vômito à menor menção de comida... ele é tão
sensível a odores que sente cheiros que os demais não são capazes de sentir
(exatamente como Coffea ouve sons que os demais não conseguem ouvir). Ele
sente cheiros que o deixam nauseado ... na tifóide, prostrado além do usual, ele
não pode tomar leite, nem comer ovos fritos, nem tomar sopa, porque tem
ânsia de vômito, simplesmente ao pensar sobre esses alimentos. Ele esteve
assim por alguns dias e sua família ficou com medo que ele morresse de
fome... Isto entra em sua vida, porque envolve aversão aos odores e generaliza-
se... Não diga “comida” na presença de um paciente Colchicum, mas lhe dê
Colch. primeiro e logo ele desejará algo para comer. O remédio retira a aversão
à comida. Que coisa vital deve ser quando um homem odeia uma coisa que o
manterá vivo.
Ele pode sentir muita sede, ou nenhuma, ou pode ter as duas formas
alternadamente... Sente náusea e vontade de vomitar ao engolir a saliva.
Ele descreve o inchaço das vacas de uma fazenda que se empanturra- ram
de trevo fresco e ficaram tão distendidas que vocês temeriam que elas
explodissem. Dizem que os fazendeiros colocam uma faca na barrigueira da
vaca entre as últimas costelas para deixar o ar sair, mas coloque uns
COLCHICUM A UTUMNALE 335

poucos glóbulos de Colch. sobre a língua de cada vaca e se passarão poucos


minutos antes que os gases saiam - para sua surpresa e do fazendeiro. Quando
o abdome é violentamente distendido e timpânico, Colch. é quase sempre um
remédio adequado.
As fezes diarréicas que parecem geléia - elas formam no vaso sanitário uma
massa sólida de geléia... pútridas, escuras, com muco sanguino- lento, aqüosas,
muco como geléia são expelidas como um fino fluxo de água, mas tão logo
esfriam formam uma geléia.

* * * * *
Jovens médicos, olhando atentamente para as experimentações da Matéria
Médica, freqüentemente pensam que tudo tem em cada droga: elas são tão
parecidas, como distingui-las? Mas, peguem suas características e
peculiaridades de ação e cada uma mostrará sua identidade - quase uma
personalidade; e quando vocês captarem essa personalidade e fizerem-se amigos
da droga, vocês a reconhecerão, como acontece com seus amigos. Não somente
quanto às suas aparências, mas também seus pequenos truques de modos e fala,
como eles se comportarão de acordo com as ocasiões - em relação aos barulhos;
alimentos; propostas amigáveis; rudeza; compaixão; sua inquietude ou placidez;
sua limpeza e ordem extremas, ou o oposto; sua emoção fácil; frialdade; reações
meteóricas; sua atitude, em resumo, aos ambientes físico e mental. Você o verá
em seus amigos e pacientes, quando o prescrever se torna comparativamente
fácil ebem sucedido.

SINTOMAS EM NEGRITO

Memória enfraquecida, idéias não tão claras como de costume; esquecimento,


ausência da mente.
Impressões externas: luz forte, ODORES FORTES, contato, más ações dos
outros, o deixam fora de si.
Odores fortes o deixam fora de si.

Aversão à COMIDA; repugnância ao vê-la e ainda mais ao sentir seu cheiro.


Não tem sede.
O cheiro da cozinha o nauseia até o desmaio.
Náusea, eructações e vômito abundante de muco e bile.
Ânsia de vômito violenta, seguida por vômito abundante e violento de alimentos e
então de bile.
Ardência violenta no epigástrio.
336 COLCHICUM A UTUMNALE

Vontade urgente e dolorosa de EVACUAR. Somente algumas poucas fezes são


expelidas, então segue um muco gelatinoso, transparente e bastante membranoso,
com algum alívio da domo abdome.
Evacuações extremamente dolorosas.
Descarga dos intestinos como gelatina.
Muco aqüoso, como geléia, sai do ânus com espasmo violento no esfíncter.
Fezes sanguinolentas com resíduos dos intestinos eprotrusão do ânus.
Disenteria do outono, com descargas de muco branco e tenesmo violento; fezes
com sangue, misturadas com uma substância viscosa.
Descarga com sangue dos intestinos com náusea mortal por sentir cheiro de
comida cozida. Tenesmo no reto.
Descarga dos intestinos contendo uma grande quantidade de pequenas
partículas residuais brancas.

Dorna região dos RINS.


Urina como tinta de escrever.
Picadas e dores lacerantes nos músculos do PEITO;pleurodínia.
Opressão no peito, dispnéia, sensação tensiva no peito, às vezes intensifica,
outras vezes suaviza.
Opressão do peito com palpitação violenta.
Hidrotórax com edema das mãos e dos pés.
Pulso como corda, imperceptível.
Efusão nopericárdio após afecções inflamalórias do coração.

Uma dor paralisante nos BRAÇOS, tão violenta que ele não consegue pegar
nada firmemente.
Claudicação após súbito suor suprimido, particularmente nos PÉS, por se
molhar todo.
No início do REUMATISMO AGUDO, antes de estar completamente
desenvolvido.
Dores no ombro e nas articulações dos quadris, e em todos os ossos, com
dificuldade para mover a cabeça e a língua.
Grande fraqueza e exaustão, como após um esforço, não consegue movera
cabeça do travesseiro sem ajuda.
Disenteria de outono.

Sensação constante de arrepios, mesmo quando está sentado perto do fogão;


com fluxos de calor.
A dor corre da esquerda para a direita na gota.
Dores reumáticas excitadas ou pioradas com o clima frio e úmido.
Hidropsia aguda com afecções renais.
Diátese do ácido úrico.
COLCHICUM AUTUMNALE 337

Gota em pessoas de constituição vigorosa.

SINTOMAS NOTÁVEIS, EM ITÁLICO OU PECULIARES

Pode ler, mas não consegue entender nem mesmo uma sentença curta; não
consegue entender as palavras; a visão é intensificada, mas as faculdades
mentais embotadas.
Seus sofrimentos parecem insuportáveis; impressões externas, luz, barulho,
odores fortes, contato, etc., perturbam seu temperamento.
Olfato morbidamente aguçado; odor de caldo de carne causa náusea e aquele
de ovos frescos quase o leva ao desmaio; sensibilidade excessiva aos odores da
cozinha.
Língua: vermelho brilhante; pesada, enrijecida e dormente; fria; move-se e
projeta-se para fora com dificuldade.
Apetite voraz-por coisas diferentes; mas logo que as vê, ou ainda mais
quando sente seus odores, ele estremece de náusea e não consegue comer nada.
Obrigado a inclinar-se para a frente e deitar-se quieto quase o dia todo, sem
o menor movimento, do contrário é atacado pelo mais violento vômito.
Epigástrio atravessado por uma faca.
Estômago desarranjado após comer ovos exageradamentc.
Cólica, pior ao comer; após comidas flatulentas, grande distensão; melhora
quando se dobra.
Distensão de gases sob as costelas.
Nas irritações inflamatórias das vísceras abdominais, por metástases devido
à gota.
Fezes aqüosas abundantes, no clima quente e úmido ou no outono.
Dores agonizantes, de longa duração, no reto e no ânus, após evacuação,
causando gritos e choros.
Hemorragia anal no clima frio e úmido do outono.
A criança adormece no vaso sanitário, assim que o tenesmo cessa.
Nefrite: urina sanguinolenta, como tinta de escrever, albuminosa.
Urgência para urinar; descarga de urina quente, altamente colorida; ardência
e tenesmo.
Tosse noturna com perda involuntária de urina.
Dor que pica, ou dores cortantes como faca na região do coração.
Efusão serosa no peito, nas pessoas reumáticas ou gotosas.
Hidropericárdio.
Doença cardíaca, após gota ou reumatismo agudo.
Estremecimento violento na região das virilhas e nas passagens urinárias.
338 COLCHICUM AUTUMNALE

Os joelhos colidem-se; consegue andar com dificuldade.


Os pés parecem pesados; dificuldade para levantá-los ou subir escadas.
Câimbras nos pés, especialmente nas solas. Calcanhares contraídos.
Dor na bola do dedo maior do pé esquerdo.
Dores violentas nos braços e nas pernas; não consegue usar os membros.
Dores repuxantes, dilacerantes nos membros, que trocam de lugar.
Articulações enrijecidas e inchaço nas mãos e nos pés.
Ataques de reumatismo que aparecem e desaparecem subitamente; dores
que mudam; ataques agudos desaparecem na forma crônica, ou durante a
forma crônica, ataques agudos ocorrem.
Dores nas juntas especialmente se golpeadas; ao tropeçar os dedos dos pés
doem violentamente.
Grande irritabilidade com as dores; muito sensível ao toque; a mais leve
vibração torna a dor insuportável.

METÁSTASES aos órgãos internos.


Hidropsia dos órgãos e cavidades internos - hidropericárdio; hidrotó- rax;
ascite; hidrometra.

Está em estreita relação com os tecidos fibrosos: vermelhidão, inchaço,


calor, etc., sem tendência à supuração; troca rapidamente de local.
Inflamação das articulações com HIPERESTESIA excessiva, le’ c
concussão do ar, chão ou cama tornam a dor insuportável... As grandes
articulações ficam intensamente vermelhas e quentes... age mais sobre as
pequenas articulações.
O remédio acelera recaídas de gota, se usado em demasia.
r
COLLINSONIA CAN ADENS IS

Um homeopata lembra-se bem de sua primeira introdução a Collinsonia,


realizada por um ginecologista, em cuja clínica aquele trabalhou durante muitos
anos e adquiriu muito bom treinamento. Ele era da opinião que esta droga
possuía um enorme valor nos casos de “gineco” com hemorróidas. E parece que
onde ele tem sido considerado invariavelmente eficaz; mas a droga parece
nunca ter sido experimentada adequadamente.
Uma única experimentação da droga bruta é encontrada no Apêndice do
Volume X da Encyclopedia de Allen por um médico americano que tomou duas
colheres e meia das de chá da raiz em pó. E Clarke (Dicíionary) registra uma
outra experimentação da tintura. Também uma série de escritores descreveram
o seu valor na constipação durante a gestação, prolapso anal, prolapso uterino, com
prurido e dismenorréia, na dismenorréia com convulsões menstruais; mesmo na
afonia simpatética, e na hemorragia pulmonar. O GuidingSymptoms de Hering, do
qual extraímos os sintomas em negrito e os sintomas curiosos, parece ignorar a
experimentação desta raiz em pó; que nós, entretanto, citaremos
extensivamente, já que ela nos fornece um retrato curioso de sua ação drogai,
sugestiva de condições muito desagradáveis (às vezes), agrupadas sob as
denominações de “urticária” e “edema angioneurótico”.
Nós a citamos mais extensamente porque os sintomas curiosos dessa
experimentação não são encontrados em Clarke ou Hering.
Primeiro experimentou-se um calor nos lábios e dor em um ponto onde o
nervo supraorbital esquerdo emerge. Depois de dez minutos um calor crescente
espalhou-se pelas superfícies internas dc ambos os lábios, que rapidamente
ficaram aumentados, com uma sensação de picadas de inúmeras agulhas,
lançadas para frente e para trás. Então a face, as bochechas, a testa e as partes
cobertas de pêlos sob o queixo, de orelha a orelha, foram envolvidas, sendo que
a dormência e as agulhadas foram se espalhando para baixo até o esterno. Não
havia ardência na garganta nem na goela. Enquanto os lábios internos e toda a
cavidade bucal eram tomados por extrema excitação, a face parecia ficar mais e
mais larga; a mente sendo prazerosamente excitada.
Agora o antebraço direito tornava-se dormente e pesado; depois o

339
340 COLLINSONIA CANADENSIS

esquerdo e seus dedos; ambos os polegares ficaram piores do que os demais


dedos. Então veio uma sensação de náusea, quase chegando ao vômito, não
melhorando ao ar livre; enquanto que os lábios pareciam aumentar ainda mais
e a boca parecia permanecer aberta, como a de um imenso peixo-gato; lábios
secos, sem saliva. Ao se deitar, o pulso sob o dedo tornava-se uma simples
linha, e então retornava com maior volume. Coisas quentes pareciam
intensificar os efeitos do medicamento. Era como se tivesse sido ingerido
Aconitum ou Arum triph.; Nux vomica comprovou ser o antídoto e os efeitos de
Coll pareciam passar como um vapor ou uma aura de cima para baixo. O alívio
foi sentido inicialmente na testa; então as bochechas perderam seu volume
grotesco; depois os lábios perderam seu rubor pungente, e os braços até as
pontas dos dedos melhoraram sensivelmente. Mas as pontas dos polegares
persistiam em sua dormência e pareciam fora do normal, ainda no dia seguinte.
Ao caminhar ao livre e frio, os pés e as pernas sentiam-se estranhamente leves,
como se ele pudesse correr como cervo. Então os membros inferiores foram
afetados, como se estivessem dormentes. Um golinho de Ma Cl pareceu
remover uma faixa que embaraçava a ação dos nervos pela sua justeza e peso.

SINTOMAS EM NEGRITO

Fezes mucosas ou escuras, com cólica e tenesmo (após o parto).


Disenteria hemorroidalcom tenesmo.
Constipação obstinada com hemorróidas, evacuações muito vagarosas e duras,
acompanhadas por dor e flatulência.
Hemorróidas com constipação ou mesmo com diarréia, sangramento, invisível
ou protmsa; sensação de farpas, grãos ou areia no reto; ao anoitecer e à noite;
melhora pela manhã.
Hemorróidas que fluem incessantemente porém não profusamente, com
constipação e diarréia alternadas.
Hemorróidas crônicas, sangrantes e dolorosas.
Hidropsia por doença cardíaca.

ALGUNS SINTOMAS EM ITÁLICO OU CURIOSOS

Dores de cabeça gástrica ou hemorroidais com vertigem.


Língua com revestimento amarelo no centro ou na base, com gosto
amargo.
Náusea; com dores como cólicas no estômago; com constipação crônica;
durante a gestação.
COLLINSONIA CANADENSIS 341

Dispepsia com azia e hemorróidas.


Congestão do sistema portal e das vísceras pélvicas, com flatulência
ruidosa; evacuação lenta e abdome distendido. Hemorróidas.
Diarréia crônica das crianças.
Fezes grumosas brilhantes, com dificuldade de serem expelidas, seguidas de
dores obtusas no ânus e hipogástrio, que duram cerca de meia hora.
Inércia congestiva do baixo intestino.
Peso e pressão no reto, com irritação intensa. Grande coceira e ardência no
ânus; tumefação do reto e do ânus.
Varicocelecom constipação extrema.
Dismenorréia terrível com hemorróidas.
Convulsões violentas precedidas por dor forte na região do útero.
Prurido vulvar, acompanhado de hemorróidas.
Constipação obstinada durante a gestação.
Graves ataques de dispnéia com grande fraqueza. Irritação dos nervos
cardíacos. Ação do coração persistentemente rápida, mas fraca.
Depois que o coração é aliviado, as hemorróidas reaparecem; q menstruação
suprimida retoma.
Palpitação em pacientes sujeitos a hemorróidas, dispepsia e flatulência.
Não consegue andar, deitar-se, nem sentar-se, exceto na beirada da cadeira,
pois as partes estão com muito inchaço e inflamação; durante a gravidez.
A mais leve excitação agrava os sintomas cardíacos.
Desmaio, opressão, síncope e dificuldade de respirar, devido à irritação dos
nervos cardíacos.
Sensação de farpas, grãos ou areia, na parte inferior do reto e ânus.
Sensibilidade extrema no reto.
Ardência no ânus. Calor no estômago e no ânus.

Percebe-se nestas “indicações”, que elas são condições curadas em sua


maioria: elas não são “causadas e curadas”. Houve uma vez grande controvérsia
em relação a este assunto. Foi afirmado que uma droga não poderia ser aceita
do ponto de vista científico da homeopatia, a menos que ela sabidamente
tivesse também produzido os sintomas que havia curado. Dr. Clarke entrou na
arena ferozmente: ele chamou isto de parto por apresentação pélvica e mais
tarde mostrou que a droga em questão, uma vez experimentada, tinha evocado
os sintomas exatos para quais ela havia sido considerada curativa. Deixe-nos
compreender isso! O que uma droga pode curar é o que ela pode causar; e o que
uma droga pode causar, isto, isto somente, ela pode curar. Esta é a própria essência
da Homeopatia.
342 COLLINSONIA CA NADENSIS

Mas não resta dúvida a respeito do seguinte: Collinsonia tem um efeito


tremendo sobre os órgãos pélvicos: e uma grande esfera de ação em doenças do reto.
Afeta também a circulação sangüínea, controlando as congestões e
hemorragias.

* * * * *
Dr. W. J. GUERNSEY, em “Hemorróidas”, descreve as hemorróidas de
Collinsonia como dolorosas, uma dor tediosa; que aumentam após fezes duras.
Ardência; calor; peso; coceira.
Sensação de picadas no reto como por espinhos, areia ou grãos ali lo-
calizados.
As hemorróidas sangram, têm um fluxo incessante, embora não profuso.
Invisíveis; crônicas; obstinadas; externas; protrusas.
Com paralisia e inércia congestiva do reto.
Pior: ao anoitecer, à noite; durante a gravidez; após expelir fezes endu-
recidas.
Concomitâncias: constipação; dor no epigástrio; perda dc apetite.
Muita ílatulência. Congestão das vísceras pélvicas com hemorróidas;
especialmente nos últimos meses da gravidez.
Catarro da bexiga com hemorróidas.
Evacuações na maioria somente ao anoitecer.
Cólica violenta em hipogástrio, a cada poucos minutos, com sensação de
desfalecimento; tem que sentar-se para sentir algum alívio.

* * * * *
FARRINGTON menciona Collinsonia. Ela é indicada nas hemorróidas
quando há uma sensação como de espetos no reto. Constipação é comum. Os
sintomas do intestino são piores ao anoitecer e durante a noite.
Collinsonia é também eficaz nos prolapsos do útero complicados pela
presença de hemorróidas. É tão freqüentemente indicado quando Podo- phyllum
no prolapso do útero com diarréia e prolapso do reto.
Descobrimos que Collinsonia tem um dos sintomas de Opium: bolas secas
de matéria fecal que são expelidas, mas elas diferem daquelas de Opium porque
têm uma cor brilhante.

* * * * *
NASH diz que Coll. não foi completamente experimentado, mas o su-
ficiente foi aprendido do que temos e a partir da experiência clínica, para
indicar seu grande valor. Como remédio para hemorróidas ou problemas retais,
pode ser comparado a Aesculus hipp., porque ambos têm uma sensação como se o
reto estivesse cheio de espetos ... ele procede notando
COLLINS O NI A CANADENSIS 343

algumas das diferenças.


Aesc. tem uma proeminente sensação de plenitude; Coll. não tem. As
hemorróidas de Coll. freqüentemente sangram persistentemente.
Aesc. tem grande dor, dolorimento, costas doloridas; Coll. não desenvolve
este sintoma.
Aesc. às vezes tem constipação, às vezes não. Coll. é grandemente
constipado, com cólicas decorrentes disso.
Ele nos conta dois dos seus casos curados. Cólicas muito freqüentes, muito
graves durante anos, que desconcertaram os médicos da escola antiga. Ele
escolheu este remédio curativo devido à obstinada constipação, a grande
flatulência e as hemorróidas presentes.
Ele também curou um dos seus casos mais obstinados de constipação. O
paciente, durante dois anos, somente evacuava uma média de uma vez em duas
semanas, sob a ação de poderosos laxantes, após os quais passava dois ou três
dias doente na cama. Coll. curou-o em um mês, perfeitamente; seus intestinos
funcionavam todos os dias e o problema “nunca mais retornou durante vários
anos, pelo menos enquanto eu soube dele”.

* * * * *
Verdadeiramente, um remédio que vale a pena conhecer. Vamos, por nossa
vez, passar a introduzi-lo na prática.
r

Suponho que todos já tenhamos testemunhado a maravilhosamente pronta ação


de Colocynthis nos espasmos C cólicas aliviadas dobrando-se e pressionando-se
fortemente o abdome. Até para nós Colocynthis veio significar exatamente isto
e nada mais.
Mas Colocynthis serve para muito mais do que “intestinos como se es-
tivessem entre pedras, a dor aliviada dobrando-se e através de pressão forte.”
Ele tem dores nervosas assustadoras, na espinha, pernas, cabeça, ovários,
especialmente se forem causadas por raiva e indignação.
NASH diz: “Nenhum remédio produz cólicas mais graves do que este, e
nenhum remédio as cura mais rapidamente. Dr. T. L. Brown uma vez me disse
substancialmente: Se eu estivesse disposto a ser cético quanto ao poder de
pequenas doses para a cura, Colocynthis me convenceria, porque eu tenho
curado tão prontamente as cólicas mais violentas em muitos casos, desde em
crianças até adultos, e até mesmo em cavalos. E claro que todo o homeopata
verdadeiro deve dizer Amém a isto.
“A cólica de Colocynthis é terrível e somente pode ser suportável dobrando-
se, e pressionando alguma coisa fortemente contra o abdome. Ele deita-se sobre as
cadeiras, a mesa ou as bases da cama para obter alívio. Esta cólica tem caráter
neurálgico e freqüentemente se acompanha de vômitos e diarréia, que parecem
ser resultado da forte dor, mais do que de algum desarranjo particular do estômago
ou dos intestinos.” Kent também enfatiza este ponto como veremos mais tarde.
Nash contrasta Colocynthis com Chamomilla. “Ambos têm cólica devido a
um ataque de raiva, ou outras afecções devido à mesma causa. Chamomilla tem
sucesso nas cólicas infantis se há muitos gases que distendem o abdome; a
criança se debate em agonia, mas não se dobra como no caso de Colocynthis.”
GUERNSEY (Keynotes) expressa-se laconicamente e é assim que ele coloca
Colocynthis:
“A característica mais forte, que pede o uso deste remédio, é a dor
agonizante no abdome, levando o paciente a dobrar-se sobre o próprio corpo. O
alívio é obtido através do movimento, tal como torcendo-se, girando-se e
fazendo ziguezague com o corpo, sendo que o movimento é

344
COLOCYNTHIS 345

mantido até que a dor passe; a dor fica pior depois de se alimentar ou beber,
ainda que em porções mínimas. Esta dor pode ocorrer sozinha ou na disenteria,
cólera, etc. O dobrar-se e a pressão sobre o abdome é a característica
principal... Sensações, como se houvesse pedras no interior do abdome
atingindo as partes moles; de músculos sendo encurtados; de rigidez nas partes
externas ... Piora por problemas mentais; raiva com indignação; mortificação
causada por ofensa...”
Mas é KENT quem nos fornece o retrato mais brilhante de Colocynthis,
trazendo certos aspectos da droga que dificilmente seriam aprendidos em outro
lugar e que são difíceis de se extrair (nós tentamos recentemente isto!) do
Repertory.
Ele diz: “O principal aspecto de Colocynthis são as dores neurálgicas
dilacerantes e fortes, tão graves que o paciente é incapaz de manter-se quieto.
Às vezes elas são aliviadas pelo movimento - pelo menos parece que elas ficam
piores durante o repouso; melhoram pela pressão e às vezes conseguem algum
alívio com o calor... As dores ocorrem na face, abdome e ao longo do curso dos
nervos.
“Estas dores são freqüentemente devidas a uma causa muito singular, a
saber raiva com indignação. Desta forma, as pessoas que são arrogantes e que
facilmente sentem-se ofendidas ou mortificadas, têm queixas Colocynthis. A
raiva será seguida por neuralgia violenta na cabeça, nos olhos, descendo a
espinha, nos intestinos...
“Grita de dor. Anda pelo quarto e torna-se cada vez mais ansioso enquanto
a dor ataca... Seus amigos o irritam; ele deseja estar só.
“Ele faz tudo o que pode para suportar aquelas dores horríveis. Elas
freqüentemente resultam de raiva com indignação.
“Vômitos e diarréia quase sempre vêm com as dores, especialmente se elas
são no abdome.
“As cólicas ocorrem em paroxismos que aumentam em intensidade.
“O paciente torna-se cada vez mais nauseado até que começa a vomitar; e
ele continua com ânsia após o estômago ficar vazio. ...
“O médico pergunta: 'O que aconteceu com você para lhe causar essas
dores?' A resposta dela tende a ser deste tipo: 'Minha empregada derrubou água
suja num tapete tão bonito, trocamos umas palavras a respeito disso e então este
foi o resultado.'
“O vômito de Colocynthis é diferente daquele que ocorre na maioria dos
demais remédios. A náusea não aparece no início, mas quando a dor se torna
suficientemente intensa a náusea e o vômito começam, os conteúdos do
estômago são colocados para fora e a paciente continua com ânsia de vômito
até que o sofrimento tenha sua gravidade diminuída.”
Enquanto escrevia este artigo, apareceu um caso que era o retrato perfeito
de Colocynthis, assim vividamente representado por Kent.
A paciente veio trazida de sua cama, dobrada, com dor, vomitando um
346 COLOCYNTHIS

líquido amarelo e amargo no caminho; sua face expressava grande sofrimento.


“Ela tem tido muitos ataques deste tipo e todos eles começam da mesma forma,
e seguem o mesmo curso. Primeiramente ela sente dor nas costas, entre os
ombros, isto se estende à cabeça e pelas costas todas, então ela começa a
vomitar. Este ataque começou nove dias atrás. 'Se ela é provocada em seus
sentimentos, um ataque começa. Quando está doente ela fica na cama, levanta-se
e deita-se várias vezes; deseja levantar-se e andar ao redor; mas se ela se
levanta, normalmente ocorrem vômitos.' ”
Kent também acrescenta: “A expressão da face de Colocynthis é de
ansiedade devido à gravidade do sofrimento. Não interessa onde a dor ocorre, a
face fica contorcida...
“Todas as dores melhoram com a pressão, mas isto é no início. Após a dor
durar alguns dias, com aumento da sua gravidade, a parte torna-se muito
sensível e a pressão não é suportada...
“As dores de estômago apertam, são em câimbras e escavantes, como se
fosse agarrado pelos dedos de uma mão forte.
“Dores similares ocorrem na parte inferior do abdome, mas melhoram com
a pressão forte e dobrando-se o corpo - o que aumenta a pressão. Elas vêm em
paroxismos que aumentam a intensidade até que o paciente fique nauseado e
vomite ... A vítima se inclina sobre o espaldar de uma cadeira ou sobre o
estrado da cama ou, se incapaz de sair da cama, dobra-se cerrando os punhos...
“Cólica por raiva com indignação; melhora dobrando-se e piora mantendo-
se em uma posição ereta, ficando em pé ou inclinando-se para trás.
“Nas neuralgias ovarianas violentas de Colocynthis, a mulher flexionará a
perna do lado dolorido fortemente contra o abdome e a manterá ali.
“Nas cólicas dos bebês, que são aliviados deitando-os de barriga para
baixo; tão logo a posição é mudada, eles começam a chorar novamente....”
Colocynthis produz um estado do sistema nervoso como aquele encontrado nos
indivíduos que têm estado durante anos trabalhando sob aborrecimentos e
vexações. Um homem cujos negócios têm andado errado torna-se irritável, e a
exaustão nervosa vem a seguir. Uma mulher que precisa vigiar seu marido
infiel noite e dia para mantê-lo afastado de outra mulher, gradualmente assume
um estado mental sensível, irritadiço e se perturba com a mínima provocação.
Este é o estado do experimentador de Colocynthis.
“Você raramente encontrará este medicamento indicado para pessoas
saudáveis, fortes, vigorosas que subitamente ficaram doentes...”
HAHNEMANN escreve: “Os médicos antigos trouxeram má reputação para
Colocynthis, porque ministravam-no em grandes e perigosas doses como um
purgativo. Seus sucessores, terrificados por esse exemplo amedrontador, ou o
rejeitavam inteiramente, pelo que o poder curativo possuído por ele ficou
perdido para a humanidade, ou eles somente se
COLOCYNTHIS 347

aventuravam a empregá-lo em raras ocasiões e nunca sem prévias alterações e


enfraquecimento de suas propriedades através de procedimentos tolos, que eles
chamavam de correção, pelo que seu pretenso caráter venenoso era dito ser
amansado e restrito. Com a ajuda de mucilagem eles o misturavam com drogas
purgativas, ou destruíam parcialmente seu poder de fermentação ou através de
fervura prolongada com água, vinho ou até mesmo urina, como estupidamente
já havia sido feito pelos antigos.
“Mas mesmo após toda essa mutilação (que eles assim chamavam de
correção), Colocynthis sempre continuava a ser um remédio perigoso nas grandes
doses que os médicos da época o prescreviam.
“É realmente admirável que na escola médica tenha sempre havido tal falta
de reflexão e que, com relação a assuntos como este, nunca ocorreu a ninguém o
pensamento simples e óbvio de que se os medicamentos heróicos agiam muito
violentamente em certas doses, isto se devia muito menos à própria droga do
que à magnitude excessiva da dose, que no entanto poderia ser diminuída à
proporção necessária; e que tal diminuição da dose, ao mesmo tempo que
deixava a droga com suas propriedades inalteradas, somente reduzia sua força,
de forma a torná-la inócua e capaz de ser empregada com vantagem, devendo,
portanto, ser o mais natural e apropriadocorigens de todos os medicamentos
heróicos.
“E óbvio que uma pinta de álcool ingerida de uma só vez pode matar um
homem, isso não se devendo à toxicidade absoluta do álcool, mas à excessiva
quantidade, e que um par de gotas de álcool não lhe teria sido prejudicial.
“E óbvio que embora uma gota de forte ácido sulfúrico imediatamente
produza uma bolha e erosão na parte da língua à qual foi aplicada, por outro
lado, quando diluído com 20 ou 100.000 gotas de água ele se torna um fluido
ameno, meramente acre e, portanto o mais natural e simples dos corigens de
todas as substâncias heróicas é encontrado somente na diluição e na diminuição
da dose até que ela se torne somente útil e totalmente inócua.
“Desta forma, e somente desta forma, podem os inestimáveis poderes
curativos para as mais incuráveis doenças, que até agora jazem ocultos nos
medicamentos heróicos (muito menos nos mais fracos), chamados venenos por
aqueles afligidos pela pobreza intelectual, podem ser trazidos à tona de uma
maneira perfeitamente segura e amena para vantagem da humanidade sofredora.
Através do conhecimento assim obtido, podemos obter resultados no tratamento
de doenças agudas e crônicas, que toda a escola médica até agora tem falhado
em alcançar. Este método, tão infantilmente simples, de tornar as mais fortes
substâncias medicinais amenas e úteis, nunca ocorreu às mentes dos médicos e
eles foram conseqüentemente forçados a dispensar a ajuda dos maiores e mais
eficazes remédios.
“Orientado pelos seguintes efeitos patogenéticos peculiares produzi
348 COLOCYNTHIS

dos em pessoas saudáveis por Colocynthis, tornei-me capaz de realizar curas


extraordinárias, no princípio homeopático através da administração, como dose,
de pequena parte de uma gota da octilionésima ou decilioné- sima diluição da
tintura acima.
“Então, para mencionar um simples exemplo, muitas das cólicas mais
violentas podem, sob a orientação dos sintomas 69 a 109, ser com freqüência
rapidamente curadas, quando ao mesmo tempo os outros sintomas
característicos da doença, ou uma parte deles, sejam encontrados por se-
melhança entre os sintomas de Colocynthis.”

SINTOMAS EM NEGRITO (Hahnemann eAllen)

Isto é, os sintomas característicos proeminentes da droga, produzidos em


pessoas saudáveis e curados em pessoas doentes de uma doença “semelhante”.
Dor pressiva e dolorimento no sincipúcio, mais violenta curvando-se ou
deitando-se de costas.
Dor dilacerante em todo o cérebro, que tomou-se uma pressão na testa, como se
forçasse a testa para fora - mais violenta ao mover-se as pálpebras.
Dor ardente na pele da testa acima das sobrancelhas.
Dor cortante agida no globo ocular direito.
Dor escavante e latejante da metade do lado esquerdo do nariz até a sua raiz.
Dor nos dentes in feriores, como se o nervo estivesse sendo puxado e esticado.

Eructações vazias.
Dorconstritiva no umbigo, imediatamente após o jantar.
Tomado por dores terríveis, que contraem e torcem os intestinos, ao redor do
umbigo.
Cólicas ao redor do umbigo.
Cólicas ao redor do umbigo, que aumentam com a ingestão de fruta.
Cólica e dores cortantes na região umbilical.
Cólicas violentas na região umbilical.
Dores violentas como cólicas, que emanam do umbigo, com descarga freqüente
de flatos, que produziu alívio.
Pontadas isoladas e profundas, como as provocadas por uma agulha, às vezes
no flanco direito, às vezes no esquerdo, aparentemente ligadas aos ovários.
Abdome pronunciadamente distendido e doloroso.
Cólicas (em aperto) no abdome, especialmente na região umbilical.
Cólicas em aperto e dores como beliscões no abdome.
COLOCYNTHIS 349

Cólicas violentas no abdome, piores cerca de três dedos abaixo do umbigo,


obrigando-o a se dobrar sobre o próprio corpo.
Cólicas nos intestinos como se eles estivessem forçosamente apertados.
Dor que belisca no abdome, como se os intestinos estivessem sendo comprimidos
para o interior, com dores cortantes estendendo-se em direção à região púbica, tão
fortes abaixo do umbigo que os músculos da face ficam contorcidos e os olhos
repuxados (fechados); a dor é aliviada somente pressionando os intestinos com as
mãos e dobrando-se para a frente.
Beliscões nos intestinos como se eles estivessem comprimidos entre pedras.
Dores cortantes no abdome.
Cólica muito violenta com paroxismos, obrigando-o a curvar-se para a frente.
Cólica do mais violento caráter. Cólica que aperta.
Urgência para urinar.

(Peso na região lombo-dorsal com certo aumento de temperatura) e sensibilidade


sobre a parte afetada . . . A origem do problema está na região sacra,
correspondendo ao plexo isquiático, por essa razão este se estende através da
incisura isquiática maior em direção à articulação do quadril, descendo pela porção
posterior da coxa para dentro da fossa poplítea.
Dor penetrante tensiva na virilha direita, somente sentida ao inspirar e mais
violenta ao deitar-se de costas.
Tosse curta ao fumar tabaco.
Dolorimento na escápula esquerda, ao descansar.
Na regão da escápula direita, uma sensação interna repuxante, como se os nervos
e vasos tivessem sido esticados.
Dor repuxante e agida nos músculos cervicais esquerdos, ainda pior ao
movimentar-se.
Dores violentas e repuxantes no dedo polegar da mão direita.
Somente ao andar, dorna coxa direita, como se o músculopsoas que a levanta
fosse muito curto; ao pararem pé a dor cessou, mas ao caminhar ela retomou.
Dor dilacerante na sola do pé direito, mais violenta ao descansar.

Dr. George Royal (Iowa) escreve a respeito de Colocynthis: “Poucos


remédios têm sido tão completamente experimentados como Colocynth.
Hahnemann experimentou-o e registrou os resultados obtidos em si mesmo, em
seis colegas experimentadores e vinte e seis autores... e nós podemos
verdadeiramente dizer que Colocynthis tem uma porcentagem de sintomas
verificados maior do que qualquer outro remédio em nossa Matéria Médica.”
CONIUM MACULATUM

(Cicuía)

V )

HAHNEMANN publicou duas experimentações de Conium: uma, mais breve,


na Matéria Medica Pura e outra, posteriormente em Doenças Crônicas. Nós
citaremos algumas observações introdutórias dessa última.
Após descrever sua preparação homeopática, ele diz: “Os grandes poderes
medicinais desta planta podem ser deduzidos a partir do que foi escrito por
Stoerk e seus seguidores sobre os brilhantes resultados obtidos por meio de
Conium nos anos de 1770,1771 etc. Contudo, embora alguns bons resultados
tenham sido obtidos, pelo menos no início, no tratamento de algumas doenças
horríveis, no entanto, por outro lado, o uso repetido de doses excessivas desta
droga causou danos irreparáveis e destruiu muitas vidas humanas.
“As declarações aparentemente contraditórias dc honestos observadores,
baseadas em suas respectivas experiências, alguns dos quais tinham uma
tendência às alegrias, outros às tristezas do coração, foram recentemente
reconciliadas pela Homeopatia. Tem sido mostrado que é impossível obter
efeitos benéficos do uso de remédios heróicos através do emprego de doses
maciças e repetidas de uma droga poderosa e relativamente desconhecida no
tratamento de doenças igualmente desconhecidas, 'mas, que a droga deve ser
primeiramente experimentada em pessoas saudáveis, e deve ser prescrita nas
potências mais altas nas doenças, a cujos sintomas seus próprios efeitos
patogenéticos são homeopáticos'.
“Tais doses são na verdade contrastes notáveis das doses que têm sido
empregadas pelos médicos alopatas, 140 grãos do extrato ou um copo de vinho
cheio do sumo fresco, até mesmo seis vezes ao dia. O homeopata verdadeiro
tem a vantagem de nunca usar esta droga para prejudicar seu paciente.
“Aqueles terríveis exemplos impediram-me de investigar os efeitos
daquela droga até recentemente, quando descobri suas qualidades antip-
sóricas.
“Este remédio, para agir beneficamente, quase sempre deve ser precedido
por algumas outras drogas e deve então ser usado nas menores doses
possíveis...”

* ****

350
CO NI UM MA CULA TUM 351

Lembramos de anos atrás, em Atenas, visitando a prisão de Sócrates, onde o


antigo filósofo calmamente encontrou a morte. Pode-se ver agora
- aquela escavação, um pouco acima na rocha sólida do declive: extensa e rasa
(como é relembrado, após todos estes anos), mas de interesse especial para o
homeopata, devido à maneira de sua morte. Ele tinha sido condenado a morrer
bebendo o sumo da cicuta. Levou-se tempo para preparar. Ele perguntou ao seu
executor, “O que eu devo fazer?” “Caminhar”, ele respondeu, “e quando houver
um peso em suas pernas, deite-se.” Ele bebeu o trago da morte, enquanto seus
amigos devotados o observavam, compadecendo-se dele; e ele andou de lá para
cá até a sensação e o movimento em suas pernas falharem e deitou-se no chão.
Seu executor verificou que suas pernas estavam frias e insensíveis - logo a
seguir também seu abdome - então a morte se fez sentir e, com um
estremecimento convulsivo, ele morreu. Este é o caminho da cicuta: ela mata
agindo das extremidades para cima, enquanto o cérebro permanece claro.
Assim sarcasticamente ele falou aos seus perseguidores: “Vocês podem
matar meu corpo, vocês podem matar minha alma, também - se vocês
conseguirem pegá-la. ” Alguma coisa deste tipo Sócrates disse quando lhe
perguntaram: “De que maneira você deseja ser sepultado?” “Como vocês
desejarem - pelo menos, se eu não lhes escapar. Quando eu tiver tomado o
veneno, não mais estarei com vocês... Ninguém pode dizer durante o funeral que
está sepultando Sócrates - digam que estão sepultando meu corpo; e o façam
como desejarem.”
Pensando em Conium, sempre lembramos de Sócrates e da forma como essa
droga paralisa: de baixo para cima.

* * * * *
A mentalidade de Conium é obtusa e sem entusiasmo, a própria antítese da
mentalidade de Cannabis ind. “Fraqueza de memória; esquecimento:
incapacidade de sustentar esforços mentais. Ele é averso à sociedade, mas teme
estar só. Sem inclinação para os negócios; embotamento; indiferença.
Hipocondria e histeria pela supressão ou pela indulgência livre demais do
instinto sexual, com depressão, ansiedade e tristeza. Gosta de vestir suas
melhores roupas, fazendo compras inúteis, cuida muito pouco das coisas,
desperdiça-as ou as arruina; não deseja trabalhar, prefere divertir-se.” Então
vemos que a mente também é tornada lenta e sua energia embotada e paralisada.

* * * * *
Discorreremos através do que KENT nos conta, reunindo e condensando:
“Este medicamento é de ação profunda e longa. Queixas por res- friar-se,
quando as glândulas tornam-se afetadas por todo o corpo... infiltração na região
de úlceras e partes inflamadas; nas glândulas ao longo do
352 CONIUM MACULATUM

curso dos linfáticos, temos então uma cadeia como um colar de contas.”
Conium tem sido usado extensivamente para afecções glandulares malignas
e cancerosas, e não é de se estranhar, porque este envolve as glândulas desde o
início e se infiltra, então elas gradualmente alcançam uma dureza pétrea, como
cirros.
Sua ação sobre os nervos. Os nervos em um estado de grande debilidade;
tremores, repuxões e contrações... A fraqueza paralisante se desenvolve
gradualmente, um tanto similar a Cocculus. O fígado torna-se endurecido,
aumentado e vagaroso. A bexiga só consegue expelir parte da urina; ou há uma
condição paralítica e sem força de expulsão.
A ação é tão profunda que aos poucos traz um estado de imbecilidade. A
mente se esvai: cansada como os músculos do corpo... Inabilidade para suportar
qualquer esforço mental ou para concentrar atenção no que quer que seja, estes
são alguns dos mais importantes sintomas deste medicamento. Formas passivas
de insanidade. Pensa lentamente, durante semanas e meses, caso consiga se
recuperar totalmente. “Os casos mentais com mais ou menos violência e
atividade são correspondentes a Bell., Hyos., Stram., Ars. - você não verá nada
disso neste medicamento. A mente é plena de coisas estranhas que ocorrem
pouco a pouco. Conium possui um caráter lento, passivo. Completa indiferença.”
Grande infelicidade mental, recorrendo a cada 14 dias, mostrando uma
periodicidade de duas semanas.
KENT enfatiza isto: “Sempre que sob o tratamento homeopático, o físico
melhora e o mental fica pior, o paciente nunca será curado.”... Isto não
significa a agravação causada pelo remédio. Se o mental não melhorar,
significa que o paciente está ficando pior. Não há melhor evidência da boa ação
de um remédio do que a melhora mental.
Os pacientes Conium não conseguem suportar a mais leve bebida alcoólica .
. . qualquer bebida estimulante provocará tremedeira, excita- mento, fraqueza
mental e prostração.
Entorpecimento: é geral. Adormecimento com dores (PlatCha/n.);
adormecimento muito freqüente com fraqueza.
Vertigem: Vertigem ao virar a cabeça, como virando em um círculo; ao
levantar-se após estar sentado. Piora deitado, como se a cama girasse em
círculos; ao virar-se na cama, ou olhar ao redor; estando deitado na cama,
virando os olhos (compare com Cocculus) ... O paciente Conium é incapaz de
observar coisas em movimento sem sentir uma dor de cabeça de enjôo... Ao
andar de carro, vendo o movimento rápido das coisas, é incapaz de focalizá-las
rapidamente; lentidão para acomodação das coisas.
Visão. Os objetos parecem vermelhos; com as cores do arco-íris; com
listras, visão dupla; fraqueza da vista... Aversão à luz sem inflamação dos
olhos. As pálpebras ficam endurecidas, grossas, estão pesadas e caídas. Curou
epitelioma da pálpebra, do nariz e das bochechas. Úlceras do lábio
CONIUM MACULATUM 353

com enduração. Na profundidade da úlcera há endurecimento, e ao longo dos


vasos que enviam linfa para aquela úlcera há uma cadeia de nós.
Paresia do esôfago que chega à paralisia; os alimentos descem até certa
altura e então param; quando estão passando pelo orifício cardíaco eles param e
entram no estômago com grande esforço. Pressão na garganta como se um
corpo arredondado estivesse subindo do estômago.
Incapacidade de esforçar-se para defecar, para expelir os conteúdos devido à
fraqueza paralisante de todos os músculos que tomam parte da expulsão; ao
passo que a urina pára e começa: intermitentement e. Ela pára e, sem nenhuma
pressão, recomeça - duas ou três vezes durante a mic- Ção.
KENT diz, Conium tem curado tumores fibrosos do útero; tem restringido
crescimentos cancerosos no cérvix. Conium tem realmente produzido enduração
e infiltração do cérvix.
A tosse de Conium - quase constante; piora deitado na cama; piora
respirando profundamente. É preciso sentar-se e tossir.
Transtornos por contusões e choques na espinha: traumatismos, espe-
cialmente lombares.
Conium difere de uma grande parte dos medicamentos. É comum que os
estados dolorosos sejam aliviados colocando-se os pés sobre uma cadeira ou
cama. Mas os sofrimentos e condições de Conium melhoram com os pés pendentes
para baixo. O paciente com reumatismo ou ulceração nas pernas e outros
sofrimentos estranhos nas pernas deita-se e deixa suas pernas penduradas na
cama até os joelhos... “Até hoje não temos explicações para isto.”
Outra grande característica do remédio: elcsua copiosamente durante o sono.
Ele pode dizer que é só fechar os olhos e já começará a suar.
Estenose e estreitamentos...

* * * * *
BURNETT nos conta uma pequena história singular. Ele havia pres- crito
Conium para a esposa de um certo bispo que mostrava uma doença maligna em
desenvolvimento na língua. Na visita seguinte ele encontrou a senhora em um
acesso de raiva assustador e, ao questioná-la, ela gritou para ele: 'Eu não tomei
seu medicamento, nem uma só gota dele/ ‘Porque não?’ ‘Porque não e pronto!
Trata-se de Conium e você o receitou porque sou uma velha senhora!’ Protestou
em vão. Acrescenta Burnett em uma nota de rodapé: “Para os não iniciados eu
posso explicar que nos ‘pequenos livros’ homeopáticos está escrito que Conium
é eficaz para as queixas das senhoras de idade.” Pode-se acrescentar que ele é
também estigmatizado como sendo bom para velhos solteirões e solteironas!
Mas o acima exposto exemplifica uma das razões para não contar aos
pacientes o que você está prescrevendo. Os pacientes bem informados,
354 CONIUM MACULATUM

que possuem os “pequenos livros” homeopáticos, procuram os medicamentos c


criticam suas prescrições, aprovando ou desaprovando a partir desta coisa
perigosa, um pequeno conhecimento; ou então chegam a conclusões erradas e
desastrosas, deduzidas a partir do que encontraram a respeito dos usos do
remédio; ou considerando o medicamento que você prescreveu benéfico,
abusam na dosagem, não percebendo que “o que uma droga pode curar, ela pode
causar também.” O remédio não é tudo na Homeopatia, mas sim a maneira de
prescrevê-lo.

* %***
Aqui está um resumo da contribuição de NASH para nosso conhecimento
clínico de Conium. Seu resumo é o de todos os escritores da Matéria Médica
Homeopática:
Vertigem: pior virando a cabeça, ou olhando ao redor para os lados, ou
ainda virando-se na cama.
Inchaço e endurecimento das glândulas, após contusões ou machucados.
Pessoas cancerosas ou escrofulosas com gânglios aumentados.
A urina flui, pára e recomeça, intermitentemente; afecções prostáti- cas ou
uterinas.
Dores nas mamas, duras e doloridas durante a menstruação.
Ele considera Conium um dos assim chamados remédios ESPINHAIS
(Cocculus). Todos parecem concordar que ele paralisa de baixo para cima
(Sócrates). Ele diz:... deve ser um remédio da ataxia locomo- tora. Sua
característica mais pronunciada é sua vertigem peculiar. Uma vez tratei um
caso, que parecia ser ataxia locomotora, usando este remédio.
O paciente estava perdendo lentamente o uso de suas pernas; não conseguia
permanecer em pé no escuro. Na rua ele precisava que sua esposa andasse à sua
frente ou às suas costas, pois olhando para os lados ou o menor movimento da
cabeça ou olhos poderia fazê-lo tropeçar ou cair. Conium o curou. Este sempre
agrava no início e melhora visivelmente quando é interrompido.
Em relação aos sintomas dos OLHOS, NASH menciona que o sintoma
mais peculiar, incomum e proeminente é a fotofobia intensa, fora de toda
proporção aos sinais objetivos da inflamação no olho.
Nas afecções CIRROSAS, ele salienta que as dores de Conium são ardentes,
picam e espetam (Apis).
“Sua de noite ou de dia, assim que adormece ou mesmo quando fecha os olhos -
é uma característica não encontrada em nenhum outro remédio que eu conheça
(o reverso de Sambucus).” Lippe, diz ele, uma vez realizou uma cura esplêndida
de uma paralisia completa de um lado em um homem de oitenta anos de idade
com este remédio, orientado por este
CONIUM MACULATUM 355

sintoma. “Eu acho que seria difícil dar uma explanação patológica correta de
tal sintoma; mas há uma razão e, podendo dá-la ou não, podemos curá- lo se
houver um correspondente aparecendo sob um remédio, onde a cura seja
possível.”

jfc sjc *

Conium e Phosphorus são remédios que vêm prontamente à mente numa


vertigem simples (quando não devida a subluxação do atlas, tão acessível a uma
pequena torção persuasiva). Casos de vertigem têm sido trabalhados muito
freqüentemente no Repertório, quando um destes dois remédios aparece. Mas, é
claro que há uma série de outros remédios que, com grau igualmente marcante,
causam - e curam - vertigem.
Destes dois, Phosphorus tem vertigem olhando para cima; olhando para
baixo: ao ar livre; após comer; ao anoitecer.
Conium apresenta vertigem quando o paciente se vira; quando vira a cabeça
ou os olhos; ao olhar para o lado; ao deitar-se. Sente-se melhor quando está
absolutamente imóvel, com os olhos fechados. Conium, como já vimos, não
pode olhar para objetos em movimento - porparesiade acomodação.
Mas, falando em vertigem, há um remédio que pode ser chamado de
“vertigem transparente”. Trata-se de uma experiência pessoal, sua cura por
Cyclamen. Ao acordar e olhar para frente, sentando-se ou levantando-se pela
manhã, via objetos girando oscilante, tremulando para um lado
- o lado direito - enquanto todo o tempo, através do movimento giratório, podia
vê-los parados impassíveis e imóveis. Duas vezes, em períodos diferentes, teve
esses ataques, até que uma dose de Cyclamen terminou prontamente com esta
experiência desagradável.
Outra experiência pessoal desagradável de vertigem foi uma experimentação
de Ceanothus, após tomar poucas doses da tintura. Dêitando-se sobre o lado
esquerdo, nada acontecia; mas virando-se para o lado direito, ocorreu a mais
alarmante vertigem; tudo corria e girava para a direita, enquanto a pessoa
agarrava-se às laterais da cama, num esforço para manter-se na posição. Isto
aconteceu novamente, num menor grau. na noite seguinte, então nunca mais
ocorreu. Mas foi horrivelmente desagradável - até mesmo alarmante. Isto nos
ensinou o quanto a vertigem pode ser horrível. Não acho que a vertigem seja
considerada especialmente como um sintoma de Ceanothus; mas deveria ser!
Experiências pessoais são as que mais impressionam e são as mais lembradas;
por isso Hahnemann diz: “O médico deve fazer de si próprio o objeto infalível e
não enganoso de suas observações.”
Com relação ao suor - mesmo esse sintoma comum, quando qualificado,
pode ser o mais útil para mostrar o remédio que pode ser confirmado ao possuir
os outros sintomas característicos de um paciente e, por
356 CONIUM MACULATUM

esta razão, ser curativo.


“Sua no momento em que fecha os olhos; ou assim que adormece, seja dia ou
noite.” Como já vimos, Conium tem isso. Mas, para suores que ocorrem tão
logo se fecham os olhos, KENT nos fornece também, em grau menor, Bry. e
Lach. (e em um grau ainda menor Cale., Carb. an. e Thuja).
Suor sobre as partes descobertas: sem suor nas partes cobertas: um dos mais
inexplicáveis e curiosos sintomas, que tem levado ao uso bem sucedido de
Thuja, como já vimos em casos relatados.
Suor profuso nas partes afetadas, ANT. TART. (Compare Ambra, Merc., Rhus,
etc. para “suor sobre as partes afetadas”).
Suor nas partes dolorosas (Kali c.).
Suor somente enquanto está acordado, SAMBUCUS. O único rival aqui é
Sepia, no grau mais baixo. (Sepia sendo um dos remédios que suam,
especialmente um remédio de suor ofensivo, e suor ofensivo nas axilas.)
Lachesis sua com palpitação.
“Suor frio enquanto se alimenta: ansiedade e suor frio quando se alimenta”.
MERC. é o único.
“Suor profuso por música, Tarent.
“Ao fazer algum movimento, o suor desaparece e o calor surge”, Lyc.
Suor que atrai moscas, Calad. Observou-se isto com horror em algumas
pessoas idosas em asilos, onde era impossível manter as moscas longe da face!
Há os suores unilaterais e os suores das partes isoladas, partes anterior,
posterior, superior ou inferior do corpo. E os suores que mancham em
diferentes cores; ou os suores sangiiinolentos (especialmente LACH. e
NUXMOS.).
Mas talvez a mais útil de todas essas “peculiaridades de suor” seja o suor na
cabeça durante o sono, molhando o travesseiro, de CALC. e SILI- CA:
freqüentemente um sintoma inestimável para o tratamento dos bebês e das
crianças pequenas.

* %***
Um dos efeitos paralisantes de Conium é “não conseguir expectorar: engole
o catarro”.

SINTOMAS EM NEGRITO

Incapacidade de sustentar qualquer esforço mental.


Hipocondria e histeria porsup?es ão ou indulgência muito livre do instinto
sexual, com pouca espirituosidade, com ansiedade e tristeza.
Falta de MEMÓRIA
CONIUM MACULA TUM 357

Dificuldade excessiva para relembrar as coisas; para compreender o que


lê.

DOR DE CABEÇA como se ela estivesse lotada e fosse estourar.


Dor de cabeça com incapacidade de urinar. Grande tontura, piorando ao deitar,
quando as coisas parecem girará sua volta.
VERTIGEM como se girasse em círculo.
Embriaguez ao tomar o mais leve licor.

Acúmulo de CERA NO OUVIDO: vermelha cor de sangue, ou como papel


estragado, com pus ou muco.

Fraqueza da VISTA; amaurose.


Os objetos parecem vermelhos, da cor do arco-íris, listrados, pontos confusos.
Fraqueza e ofuscação da vista, com tontura e debilidade do corpo todo,
especialmente os músculos dos braços e pemas, de forma que quando eu tentava
andar eu ficava cambaleante como uma pessoa que tivesse bebido demais um
licorforte.
Aversão à luz sem inflamação dos olhos.
Ardência nos olhos.
Úlceras de cómea, da direita para a esquerda.
Conseguia levantar as pálpebras com dificuldade, elas pareciam pressionadas
para baixo por um enortne peso.

Fluxo intermitente de URINA com dor cortante após a micção.


Alguns sintomas sexuais. Maus efeitos decorrentes da supressão do desejo ou por
excessiva indulgência.
Enrugamento das mamas, sem desejo sexual.

Pontos secos na laringe, onde há sensações de formigamento, uma irritação


quase constante que leva a uma TOSSE jeca.
Tosse, quase sempre ao deitar-se, durante o dia ou ao anoitecer: é obrigado a
sentar-se e tossire então teve descanso.
Fortes paroxismos espasmódicos de tosse, excitados pela coceira no peito e
garganta, ou por um ponto seco na laringe, piorando à noite ou ao deitar-se. Paciente
muito fatigado.
Deitar-se e respirarfundo causa tosse.
Picadas como de agulhas na MAMA esquerda.
Endurecimento do seio direito, dolorido ao toque e com pontadas durante a noite.
Dorna mama, que sempre incha ejica endurecida.
Tumores duros, como cirros (seios).
358 CONIUM MA CULA TUM
/V

GÂNGLIOS cervicais endurecidos e inchados em crianças escrofulo-


sas.

Fraqueza com tremor epalpitação após cada evacuação.


Paroxismos de histeria e hipocondria pela abstinência de relações sexuais.

Calor acentuado intemo e externo, com grande nervosismo.


SUOR dia e noite, assim que adormece, ou até mesmo fechando os olhos.

Inchaço e endurecimento das GLÂNDULAS, com coceira e pontadas, após


contusões ou machucados.
Com todos os esforços ele não conseguia deixar de DORMIR- precisa deitar-se
e dormir; ou somente pega no sono após a meia-noite.

SINTOMAS ESTRANHOS; SINTOMAS SUGESTIVOS;


SINTOMAS CURADOS

Gosta de vestir suas melhores roupas, faz compras inúteis; cuida muito
pouco das coisas, gasta ou as estraga; não deseja trabalhar, prefere se divertir.
Não gosta da sociedade, mas teme estar sozinho.
Supersticioso e cheio de medo, com freqüentes pensamentos sobre a morte.
Às vezes, sensação de um corpo estranho debaixo do crânio, no vértice.
Sensação na metade direita do cérebro como de um grande corpo estranho.
Dor de cabeça com incapacidade de urinar.
Olhar tremulante como se os olhos estivessem tremendo.
Os olhos parecem como se puxados para fora do nariz.
As pálpebras só são abertas com dificuldade, e quando isto ocorre, um
fluxo quente de lágrimas é expelido.
Cheiro de animais na parte posterior do nariz.
Úlceras na face e nos lábios; câncer da bochecha; tumores cancerosos nos
lábios e na face. Câncer no lábio devido a pressão de um cachimbo.
Constrição espasmódica na garganta.
Massa na garganta, com tentativas involuntárias de engolir.
Deseja café, sal, coisas ácidas. Aversão a pão.
Vômitos violentos; de muco; massas pretas como borra de café, massas cor
de chocolate.
Dor no fígado com acúmulo de cera no ouvido.
CONIUM MACUlATUM 359

Inflamação aguda do pâncreas.


Dor hipogástrica que desce para as pernas.
repuxões no lado direito da face, com curioso ruído na laringe.
Tosse frouxa com incapacidade de expectorar; precisa engolir o que vem à
garganta.
As roupas caem pesadas sobre os ombros e o peito.
Coceira atrás do esterno.
Golpes agudos do esterno para a espinha.
Palpitação violenta com dor como se uma faca estivesse golpeando o
occipício a cada pulsação.
Coceira no seio e no mamilo. Inflamação dos seios com pontadas acima no
mamilo.
Enduração mamária após abcesso na mama, permanecendo sem mudança
durante dois anos.
Massas duras e dolorosas nas mamas.
Massas duras e pedras no seio, após contusões.
Hipertrofia do seio, seguida por atrofia.
Atrofia completa da glândula mamária, deixando uma pele flácida, como um
saco.
Tumor peculiar no centro das costas, tão grande quanto uma cereja, sobre
um pedículo de meia polegada; tumor e pedículo azulados.
Após queda de uma altura sobre as costas, dor na parte inferior das costas e
cóccix, piorando ao rir, espirrar, tomar o ar rapidamente.
Gânglios axilares inchados.
Os braços, quando erguidos, caem como massas inertes e permanecem
imóveis.
Perda de força sem dor, nos membros inferiores; andar vacilante, cambaleia
como se estivesse bêbado; arrasta as pernas.
Pontos vermelhos nas panturrilhas, tornando-se amarelos ou verdes, como
por uma contusão; impedindo o movimento.
Peso, desgaste, sensação de contusão em todos os membros.
Sensação de paralisia; dificuldade em usar os membros; incapaz de ca-
minhar.
Claudicação sem dor; tremores das pernas.
Paralisia das extremidades inferiores e depois das superiores; ou o contrário.
Entorpecimento dos dedos e dos artelhos; os dedos parecem mortos.
Deixando os membros dependurados a dor é aliviada.
Dor de cabeça que piora quando se deita na cama; piora depois de ir para a
cama; precisa sentar-se ou andar ao redor para obter alívio.
Dor violenta no estômago, melhora na posição com os cotovelos nos
joelhos.
Vertigem com movimento para baixo.
360 CONIUM MA CULA TUM

Paralisia das pessoas idosas, especialmente mulheres idosas.


Paraplegia após concussão da espinha.
Cinco minutos após adormecer, acorda banhado em suor; mais profu-
samente na cabeça e na parte superior do corpo.
Sémpre sente-se pior após ir para a cama; precisa sentar-se ou cami- n!.ar
ao redor.
Corpo todo azulado.
Úlceras enegrecidas; sanguinolentas, fétidas, com descargas serosas,
especialmente após contusões.
No Repertório nós encontramos: “Frialdade no ânus durante flatos e
evacuação, Co/t.” E CLARKE nos dá um caso de cura por Conium de diarréia
onde as fezes eram frias. (Nit. acid tem urina fria).

* * * * *
HALE WHITE, em sua Matéria Medica, Pharmacy, Pharmacology and
Therapeutics, discute Conium e seus constituintes para o benefício dos
estudantes de medicina. Sua terapêutica, externa e interna, ocupa cerca de meia
página. Seu ponto principal é a falta de utilidade e confiabilidade de seus
derivados. Ele termina seu pequeno parágrafo sobre seus usos e sua inutilidade
com, “Conium tem sido usado em doenças espasmódi- cas, como tosse-
comprida, coréia, tétano, asma e epilepsia, entretanto em todas elas pouco faz
ou não é eficaz.”... Não é de se estranhar que os médicos da Escola Antiga
fizessem más prescrições. O que eles não foram ensinados a respeito da
Matéria Médica preencheria uma estante inteira de grandes volumes.
Mas a ação de Conium invocaria, é claro, para a mente médica não es-
clarecida, o espasmo - por ele ser paralisante; para nós invoca a paralisia. É
evidentemente um paliativo ruim, mas um remédio maravilhoso - desde que os
sintomas concordem, entre a droga e o paciente... Tatear no escuro é divertimento
sem graça comparado a caminhar na luz! - isto é, se você deseja conseguir. Mas
aquela escuridão mental, que odeia a luz e se recusa a seguir até ela, é a mais
sem esperanças de todas. Porque a escuridão da noite dissipa-se pelo
nascimento do sol e entrega-se à alegre luz do dia.

* * * * *
A Cyclopedia of Drug Pathogenesy apresenta uma série de envenenamentos,
alguns letais, por Conium. Todos eles confirmam a experiência de Sócrates...
Aqui estão algumas ilustrações condensadas:
Depois de tomar t(succus conii”, começou a andar. Após pouco tempo, sentiu
uma sensação de peso obstaculizante nos calcanhares; prejuízo claro da
atividade motora - 'o ir' estava fora de mim, como se um freio fosse
subitamente colocado sobre mim e eu não pudesse andar mais rápido ...
CONIUM MA CULA TUM 361

Ao colocar um pé no chão, a outra perna tremia e quase fraca demais para me


suportar; meus movimentos pareciam desajeitados e eu precisava fazer um
esforço tremendo para controlá-los. Ao mesmo tempo havia uma morosidade
para adaptar meus olhos; a visão era boa para objetos fixos, mas ao olhar um
objeto em movimento havia névoa e obscurecimento de visão que causava
tontura. A acomodação ficava mais ou menos paralisada - retardada.
Em outro experimentador - ao levantar os olhos de um objeto próximo para
um mais distante, a visão era confusa e havia tontura súbita; mas assim que os
olhos eram fixados em um dado objeto, a tontura desaparecia e a definição e
capacidade de visão para os objetos mais diminutos não estava diminuída; mas
tudo ficava enevoado e confuso ao dirigir o olhar para outro objeto, e assim
continuava enquanto os olhos permaneciam seguramente fixos em um objeto
novamente... Letargia muscular com peso nas pálpebras e pupilas dilatadas;...
fraqueza nas pernas, que se tornaram frias, pálidas e cambaleantes. As pernas
pareciam como se estivessem muito fracas para me suportar;... para completar,
a paralisia chegava aos tendões e era preciso muito esforço para abrir as
pálpebras. A mente estava clara e calma, o cérebro ativo, mas o corpo pesado e
quase adormecido. (Os sintomas diminuíram rapidamente e então
desapareceram.)
Uma jovem mulher permanecia calma, mas sem força para mover os braços
ou as pernas.
Assim são, repetidamente os efeitos das doses grandes: fenômenos
paralíticos que se estendem rapidamente para cima; e não somente os músculos
das extremidades, mas todos os músculos dos olhos são afetados, juntamente
com aqueles das pálpebras. O pulso em geral acelera-se, então rapidamente
volta ao normal; e a mente permanece clara e calma!
Um experimentador, com paresia, achou que até mesmo com os olhos
fechados, qualquer movimento que envolvia o equilíbrio do corpo era
acompanhado de uma incerteza singular, não correspondendo ao efeito
desejado, invariavelmente acompanhada por uma nova onda de sensações de
enjôo. Ele se colocou numa poltrona e manteve-se absolutamente imóvel e
relaxado, quando desapareceram completamente os sintomas de enjôo e ele
perdeu a consciência do veneno, até que ele abriu os olhos, “para verificar se o
inimigo ainda estava comigo ou não.”
Em alguns dos envenenamentos citados, houve delírio, até mesmo
convulsões. Um médico que experimentou Conium descobriu que, mantendo
seus olhos fechados, ele poderia andar direito e firme, enquanto que, se ele
tentasse andar com os olhos abertos, sentia tonturas, náusea e seu andar
tornava-se cambaleante (reverso da ataxia locomotora).

* * * * *
Adicionalmente à sua ação no músculo - mesmo nos músculos ocu
362 CONIUM MACULA TUM

lares e especialmente naqueles da acomodação da visão, deve-se lembrar de


Conium como uma das drogas de endurações, infiltrações, estenoses e
constrições.
A propósito, a morte de Conium decorre da paralisia do diafragma e dos
músculos da respiração. Deve ser eficaz em algumas formas de asfi-
r

Existem drogas cujos efeitos nocivos no corpo humano apresentam um retrato


quase perfeito de alguma doença. Os exemplos evidentes que vêm à mente:
Belladonna e escarlatina: quem diagnosticaria entre elas, sem uma história
que corroborasse?
Arsenicum e envenenamento deptomaína.
Mercurius cor. e disenteria.
Latrodectus mact. e angina do peito.
Crotalus hor. e febre malarialcom hematúria.
Onde tal correspondência ocorre, Hahnemann nos conta que temos
medicamentos específicos. De outra forma, meramente vincular a nomes de
doença, drogas que às vezes se mostraram úteis, ou têm uma reputação de serem
eficazes para elas, levará ao desapontamento. E somente onde seus retratos
drogais coincidem que podemos esperar, com confiança, resultados
surpreendentes.
E evidente que qualquer uma destas drogas pode se mostrar útil bastante
fora de sua completa sintomatologia que, na prática diária, é raramente obtida.
Você não pode esperar por um retrato completo de escarlatina antes de
prescrever Belladonna, que pode ser eficaz em um grande número de queixas
comuns. Somente as peculiaridades - as “modalidades” - de Bell. devem estar
presentes para que utilizemos esta droga. Por exemplo, é um dos nossos grandes
remédios para dor de cabeça, mas suas características devem ser aquelas de
Bell., ou seja, dor de cabeça explosiva, pulsante, normalmente com sua face
quente, ardente e vermelha; e neste caso Bell. irá curar, mesmo quando não
houver dor de garganta, nem alta temperatura, nem erupções vermelhas. Ou
então, uma garganta inchada, muito seca, rija, lisa sugerirá Bell. sem a presença
da dor de cabeça que estoura, ou dos olhos brilhantes com pupilas dilatadas.
Mas a garganta ou cabeça, ou qualquer que seja, deverá ser do tipo Bell., ou
nada feito. Gargantas sépticas, com manchas e com salivação excessiva, às ve-
zes ofensiva, não serão afetadas por Bell. Elas estão fora de seu retrato e de seu
raio de ação.
As drogas tornam-se muito queridas à memória quando se viu uma vez sua
prontidão extraordinária em recuperar alguém próximo e querido

363
364 CROTALUS HORRIDUS

de condições desesperadamente ameaçadoras. Uma droga deste tipo é Crotalus


horridus. Já escrevemos a este respeito, mas não podemos omitir de nosso
Retrato da cascavel.
Um jovem oficial, de volta para casa após um trabalho de delimitação em
Gâmbia e freqüentes ataques de malária e muita quinina - cujos prejuízos o
perseguiam até em casa, enviou uma mensagem certa manhã, “Eu peguei uma
febre malarial” . . . E, oh! a rapidez apavorante daquela doença mortal! Em
poucas horas estava impossibilitado de levantar a cabeça do travesseiro; todo
amarelo; o peito ficando esverdeado; as fezes pretas com sangue; a urina
parecendo uma geléia negra. Então começaram os horríveis vômitos pretos,
supostos de serem fatais. Não se pode esquecer o som peculiar daquela ânsia
constante na noite seguinte, quando solicitamos Crotalus a um neto de
Hahnemann, um homem idoso que vivia nas vizinhanças. Então Crotalus foi
usado em pequenas doses (alternadamente) com Phosphonis, prescrito por um
médico homeopata que tinha sido chamado e que possuía mais experiência
com Phos. nas condições hemorrágicas; houve a rápida e gloriosa diminuição
de todos os terríveis sintomas; de forma que em poucas e fatídicas horas -
muito poucas - a morte iminente transformou-se em vida! Mas é claro que a
rapidez do remédio é o fator mais importante e a velocidade de Phos. teria sido
inadequada para tal doença... Poucas semanas mais tarde, quando um grande
abcesso palmar apareceu, muito violento e doloroso, com febre alta, Crotalus
veio novamente para salvar, e “a bacia de pus”, como o cirurgião se expressou,
foi drenada, finalizando sumariamente o assunto. Nunca um abcesso ficou bom
tão rápida e completamente. Não é de se estranhar que se tenha aprendido a ter
por este particular veneno de cobra uma peculiar veneração, e a usá-lo
entusiasticamente, repetidas vezes nas condições sépticas; focos sépticos,
mesmo das gengivas, panarícios, abcessos, especialmente onde há muito
sangue, escuro, não coagulado e “estragado”. Seu rival neste caso é Lachesis,
mas tem-se a idéia de que Crotalus é mais rápido, mais mortal e mais amarelo.
Outro caso há anos atrás: uma jovem estava morrendo no hospital de uma
doença maligna, com definhamento lastimável, amarelo escuro, quase marrom.
Crotalus rapidamente melhorou sua aparência e sua condição por um tempo.
Um dos mais rememorados triunfos para a cascavel, uma recordação dos
dias da escola de medicina. Um cirurgião em uma palestra aos alunos,
cambaleou, sentou-se, foi ficando amarelo, enfiou a cabeça entre os joelhos
num esforço para reter a consciência. Ele explicou que tinha estado operando
uma severa peritonite séptica na tarde anterior, quando ele picara o dedo de
uma mão e cortara a outra mão. Já haviam gânglios em ambas as axilas. Os
efeitos mágicos de Crotalus, “um dos medicamentos homeopáticos”, foi-lhe
explicado e houve uma corrida para obter o remédio
CROTALUS HORRIDUS 365

prometido a fim de levá-lo até sua casa. Na manhã seguinte uma boa notícia foi
dada, “Diga para os alunos que estou muito melhor.” Duas semanas mais tarde
ele estava ministrando uma palestra novamente e hesitou em declarar seu
reconhecimento. “Eu tomei o seu medicamento. E também tomei quinina, mas o
homem que fez o mesmo na Charing Cross morreu.”
Portanto, Crotalus fica “agarrado à alma com aros de aço” e, ao escrever
sobre a droga, deseja-se que outros possam perceber o poder que reside no
veneno da cascavel - um dos mais mortais e mais rapidamente fatais de todos os
venenos de cobra../I Cyclopedia of Drug Pathogenesy amplamente atesta este fato.
Mas - quanto maior o veneno, maior o remédio, desde que você saiba como
prepará-lo e usá-lo. E aqui é útil lembrar que, como Hahnemann experimentou e
afirmou, nenhum veneno é perigoso após a 3apotência, - isto é “uma em uma
centena três vezes ou uma parte em um milhão. Mas, não só misturado, mas
esmeradam ente! A mistura provavelmente seria irregular, imperfeita - insegura.
Ela deve ser “potencializada” segundo a maneira de Hahnemann, ou seja, uma
gota em uma centena de álcool ou água (de acordo com a sua solubilidade) vi-
gorosamente sucussionada; e uma gota desta (a primeira potência cente- simal)
em outra centena do veículo, novamente sucussionada, para fazer a segunda
potência centesimal; da qual novamente, uma gota em 100, uma vez mais bem
sucussionada, para fornecer a terceira potência centesimal: um em um milhão. E
aqui você pode ser perfeitamente feliz na prescrição dos mais virulentos
remédios. Seu poder de causar dano o abandonou, deixando somente seu poder
de curar.
Nossos remédios para sepsis são tantos e tão convincentes que as pessoas
acham difícil diagnosticar entre eles. Os mais freqüentemente considerados são
Lachesis, Crotalus hor., Tarentula cub., Anthracinum, Pyrogenium, Sepsinum;
enquanto que os menos mortais, ou os eventos menos rápidos são
brilhantemente controlados por Hepar.; Silicea, Mercurius, etc. Mas, como dito, a
velocidade da doença deve ser levada em conta e as doenças mais rapidamente
fatais são aquelas dos trópicos e os remédios de ação mais rápida que possuímos
são os venenos das cobras e aranhas tropicais.
Deixe-nos tentar fornecer sintomas sugestivos para diferenciar. No
Pyrogenium, movimento incessante como uma regra; descompasso marcante
entre pulso e temperatura, tal como temperatura alta com pulso lento ou, menos
freqüentemente, o inverso. Nos abcessos axilares pensa- se, após experiências
felizes, em Tarentula cub., também para picadas de insetos virulentos em verões
quentes; já que Tarent. cub. é dita ser feita de uma tarântula cubana putrefata,
provavelmente segue a linha de Pyrogenium e Sepsinum. O último destinguiu-se
na Guerra Sul-Africana, onde mostrou-se marcantemente curativo na disenteria
que lá ocorria (veja o
366 CROTALUS HORRIDUS

Dictionary dc Clarke). Mas não se deve esquecer de Anthracinum, com seu


grande recorde não somente para antrax, mas também para estados sépticos, e
para furúnculos e carbúnculos com dores ardentes (Ars.).
Mas nossos dois venenos de cobras mais comuns são Lachesis e Crotalus
hor., dos quais tentaremos resumir as características distintas e comuns, como
apontado por vários observadores.
ALLEN (Keynotes) diz: “Em Lachesis, a pele é fria e úmida; em Crotalus,
fria e seca. Crotalus tem a maior tendência para hemorragias; sangue escuro,
fluido, ofensivo.” “Diástese hemorrágica: o sangue flui pelos olhos, ouvidos,
nariz e qualquer orifício do corpo; suor sangirinolento.” “Púrpura hemorrágica;
subitamente vem de todos os orifícios; pele, unhas, gengivas.”
Mas ambos são remédios hemorrágicos: somente Crotalus é ainda mais. E
eles têm muitos outros sintomas em comum. Ambos têm loquacidade; ambos
pioram com o sono, e dormem numa agravação. Ambos não toleram pressão e
roupas no abdome; Lachesis por sua intensa sensibilidade ao toque, pressão e
constrição; Crotalus mais provavelmente por seu efeito específico sobre o
fígado. Ambos têm as partes azuladas, Lachesis especialmente. Ambos têm
tonalidade amarela e icterícia, mas Crotalus mais especialmente. Crotalus afeta
mais o lado direito, Lachesis o esquerdo.

* **
NASH (Crotalus) parece ter mostrado sua grande utilidade nas doenças que
resultam da decomposição do sangue de caráter tal que causa hemorragia por
todas as saídas do corpo; mesmo o suor é sanguinolento... Eficaz na difteria
quando ocorre epistaxe profusa, que marca muitos casos de tipo maligno.
Nas hemorragias nasais em um homem idoso, de constituição enfra-
quecida, onde nenhum dos remédios normalmente aplicados fez o menor bem,
Crotalus agiu prontamente e, sem dúvida, salvou-lhe a vida. Era um paciente
que, embora tivesse ataques freqüentes anteriormente, nunca teve outro após
Crotalus. Como seria esperado com tal remédio, há uma grande prostração em
tais hemorragias.

SINTOMAS EM NEGRITO

Cor amarela nos olhos.


Sangue sai pelos ouvidos.
Sangramento do nariz e de todos os orifícios do corpo.
Línguaprotrusa.
Vômito preto.
CROTALUS HORRIDUS 367

Icterícia; icterícia maligna; hemorragias escuras pelo nariz, boca, etc., urina
escassa e escura.
Cansado facilmente com o mínimo esforço.
Grande e súbita prostração da força vital.
Febre amarela; tendência hemorrágica, perda de sangue de todos os orifícios do
corpo, inclusive os poros da pele. Pele amarela. Vômito de bile ou sangue.
Fezes fétidas, biliosas ou sanguinolentas; fígado sensível; coração fraco;
desmaio.
Febres decorrentes de absorção séptica e nos casos purpúricos de doenças
zimóticas; febre puerperal.
Corpo todo com tonalidade amarela.
Constituições enfraquecidas.

ALGUNS SINTOMAS EM ITÁLICO OU PECULIARES

Delusões: como erros ao registrar; esquecimento de números, nomes,


lugares. Circundado por inimigos imaginários ou animais horríveis.
Delírio loquaz; desejo de fugir da cama.
Desconfiado e mordaz.
Dor de cabeça assustadora. Congestão cerebral.
Epistaxe, nas constituições enfraquecidas ou no estado corrompido do
sangue; sangue fino, escuro, não coagulado; (?) com rubores na face, vertigem
ou desmaio.
Cor amarela na face; ou lívida, inchada; púrpura; túmida; azulada ao redor
dos olhos; com aspecto de giz; tez de morte; cor de chumbo.
Face distendida e vermelha.
A língua e toda a volta da garganta parecem estar amarradas; não consegue
pronunciar uma só palavra.
Língua inchada chegando próximo ao dobro do tamanho normal.
Inchaço da língua até não caber mais na boca.
Língua prolrusa.
Câncer da língua com hemorragias.
Garganta apertada e constrita.
Impossibilidade de engolir, devido a espasmo do esôfago.
Difteria maligna; envenenamento do sangue; edema ou gangrena das fauces.
Inchaço nos ângulos da mandíbula.
Sede insaciável, ardente.
Náusea ao se movimentar. Vômito de bile.
Não consegue deitar do lado direito ou de costas sem vômitos de cor verde
escura.
368 CROTALUS HORRIDUS

Tudo parece amarelo; no início tudo parecia azul.


Constrição do piloro. Dor agonizante ou cólica violenta no estômago.
Não pode suportar roupas ao redor do estômago e hipocôndrio.
Sensação de fome; deseja estimulantes.
Hematêmese: pouca ou nenhuma tendência a coagular.
Dor no fígado e no alto do ombro.
Pele marrom muito escura.
Icterícia; icterícia maligna.
Ponta da língua vermelha.
Urina como geléia e vermelha como sangue.
Disenteria; de origem séptica; fluxo excessivo de sangue escuro e fluido, ou
evacuações involuntárias. Grande debilidade e fraqueza.
Urina: extremamente escassa, vermelha-escura com sangue; como geléia;
verde-amarelada de tanta bile.
Sensação de dor repuxante na sola do pé direito através do osso da perna.

HERING (GuidingSymptoms) fornece as relações de Crotalus.


O antídoto é Lachesis. Compare: Lachesis, Naja e Elaps. Crotalus é preferível
para as hemorragias fluidas, pele amarela (portanto na febre amarela com
vômito preto, etc.), epistaxe da difteria. Naja tem mais fenômenos nervosos.
Lachesis tem pele fria e úmida, ao invés de fria e seca; hemorragias com
sedimento como palha carbonizada; e mais marcada- mente transtornos do lado
esquerdo. Elaps. é preferível na otorréia e nas afecções do pulmão direito. O
veneno de Cobra coagula o sangue em longos fios. O veneno de Crotalus é
ácido; o de Vipera é neutro. A cobra putrefata causa mais feridas com crosta do
que qualquer outra.

* * * * *
KENT tem muito a dizer a respeito de Crotalus hor. e ele percebe ple-
namente sua importância única...
As doenças que clamam pelo uso de uma substância como Crotalus são
muito graves... Seus sintomas são peculiares. Não há substituto para ele, pois
como não há outro remédio, tomado como um todo, que pareça muito com ele.
Os outros venenos dc cobra são os mais próximos, mas este é o mais
formidável de todos.
Álcool tem sido usado em grandes quantidades nas mordidas de cobra e isto
tem em geral prolongado ou até mesmo salvado a vida ... Mas, se ele sobrevive
ao ataque violento, segue sempre manifestando os efeitos crônicos... Uma
periodicidade peculiar tem se manifestado, a cada primavera, quando o frio
termina e começam os dias quentes ... A periodicidade dos venenos de cobra é
relacionada à primavera.
O paciente dorme durante a agravação.
CROTALUS HORRIDUS 369

Em sua primeira manifestação Crotalus é semelhante às mudanças zimóticas


que encontramos na escarlatina, na difteria, na tifóide e nas formas mais graves
de envenenamento do sangue; casos que vêm com muita rapidez, prejudicando
o sangue, relaxando os vasos sangüíneos, com sangramento de todos os
orifícios do corpo, rapidamente aumentando a inconsciência como alguém
embriagado na aparência ... A escarlatina quando torna-se pütrida; a tifóide
quando torna-se pútrida, difteria quando há muito sangramento e putrefação. O
corpo parece manchado, azul entremeado com amarelo ... Icterícia surge com
rapidez surpreendente .. . pontos pretos e azuis entremeados com amarelos.
Hemorragias (como já dito). Crotalus é indicado na doença do tipo mais pútrido
e grave, que surge com uma incrível rapidez, chegando ao estado pútrido em
tempo muito curto... Quando o sangue se esvai ele se torna preto.
Nervosismo horrível; tremores; fraqueza trêmula. Prostração pronunciada e
súbita dos poderes vitais. As formas de febre amarela com grande prostração.
Loquacidade. Mas, com Lachesis a loquacidade é tão rápida que se alguém no
quarto começa a falar sobre algum assunto, o paciente o tomará e terminará a
história, embora nunca tenha ouvido a seu respeito. A ninguém é permitido
terminar um assunto na presença de uma paciente Lachesis. Crotalus faz isso
também, mas ele a tomará, resmungará, confundirá e hesitará nas palavras ...
um grave estado passivo com embriaguez; em Lachesis há uma excitação
selvagem.
Ele dorme durante seus sintomas. Todos os venenos de cobras, em maior ou
menor intensidade, dormem durante os transtornos... Dores de cabeça; pesadas,
obtusas, pulsantes especialmente na região occipital; ou toda a cabeça fica num
estado de congestão. A cabeça parece muito cheia; como se fosse estourar. As
dores de cabeça que surgem em ondas desde as costas; uma onda de sangue
para cima. Piora mudando de posição.
Este é um maravilhoso remédio biliar: dores de cabeça com enjôo, vômitos
de bile em grandes quantidades. Não consegue deitar-se sobre o lado direito ou
de costas, sem que instantaneamente seja produzido um vômito preto e bilioso.
Frialdade como um pedaço de gelo no estômago ou abdome. Tem curado
ulceração do estômago; restringiu grandemente o crescimento de câncer no
estômago quando há vômito de bile e sangue... Câncer do útero, etc...
Carbúnculos, furúnculos e erupções são circundados por um estado
moteado, azulado ou marmóreo. Mas a característica peculiar é o centro
pastoso. Ao redor do furúnculo ou carbúnculo há um edema de várias po-
legadas, que afunda à pressão; e sairá um sangue preto e grosso que não se
coagulará. Na febre puerperal há um fluxo constante de sangue ofensivo, preto,
não coagulado. No aborto, com sangramento semelhante. Ou na menstruação,
durante tifóide, com fluxo contínuo de líquido ofensivo e
370 CROTALUS HORRIDUS

preto.
Sono terrível. Levanta-se do sono com medo; tem pesadelos horríveis sobre
assassinatos, mortes, cadáveres; mesmo o cheiro do cadáver pode ser sentido
durante o sonho. Desconfiado. Deseja bebidas embriagantes, delirium tremens.
KENT acha que, usado de maneira apropriada, pode remover a vontade de
bebidas fortes.
Outra cascavel, aquela do Brasil, é tão mortal, o que significa que é tão po- tente para a cura das
N
condições que pode causar quanto Crotalus hor.; mas
há diferenças surpreendentes em suas patogenias. (
A Matéria Médica do Império do Brasil, de Mure, com as Experimentações dos
principais venenos vegetais e animais é a autoridade original para os usos deste
veneno de cobra; o Dictionary de Clarke reproduz muitos dos sintomas; visto
que a maioria deles é única e peculiar à mordida (
dessa cobra e suas experimentações, procederemos a detalhar o mais im-
portante.
Crotalus casc. difere da cobra cascavel mais comum, por afetar os tecidos
em um menor grau, masamentalidade e as sensações em muito maior extensão. É
evidentemente menos hemorrágico, mas tem a mesma sensibilidade e
intolerância às roupas ao redor do corpo como Crot. hor. e (
Lach. Tem também sintomas de fígado e a tonalidade amarelada da pele, mas
não tão acentuadamente; e o soro sangüíneo se esvai pelo nariz, cuja ponta
parece virada para cima e fixada no centro da testa. ^
Induz à clarividência e estados “magnéticos”: (
Vê o espectro da morte, como um gigantesco esqueleto preto.
Ouve vozes estranhas à esquerda e atrás dela.
Atira-se contra portas fechadas; ela tenta jogar-se pela janela.
Sensação como se fosse cair da cama, mesmo acordada.
Não ouve nada; ou ouve gemidos.
Sensação de um ferro em brasa no vértcx.
Cérebro pressionado como por um capacete de ferro. (
Sensação como se algo vivo estivesse andando em círculos no interior da
cabeça.
Imagina que seus olhos estão caindo do rosto. (
Luz azulada brilhante, diante dos olhos.
Globo ocular repuxado até a têmpora por um fio.
G lobo ocular direito com se estivesse repuxado para fora. ^
Face vermelha ou amarela. (
Paralisia da língua. Ardência, picadas e coceira na língua.
(Em Crot. hor. a língua é enormemente aumentada.)
Cuspe de sangue preto. {

371 t
372 CROTALUS CASCAVELLA

Gosto salgado; pútrido; de cebolas.


Desejo de neve.
Sensação de uma abertura no estômago, através da qual o ar passa.
A comida cai no estômago subitamente, como uma pedra.
Sensação de grampo prendendo o estômago no meio do fígado.
Sensação de frio no estômago após comer.
Tórax encarcerado em ferro.
Sensações lancinantes como agulhas na espinha dorsal.
Dor constritiva ao redor da tireóide.
Dores nas veias jugulares e artérias carótidas; como se o sangue subisse e
uma valva estivesse aberta.
Sensação de água no peito; como se o coração estivesse embebido em
líquido.
Sensação de encurtamento da perna direita: fazendo com que ele manque...
E assim por diante.
r
CUPRUM

v
________________________
y
HAHNEMANN, que resolveu o problema de como nos prover de substâncias
insolúveis puras e em solução, através da potencialização, assim descreve a
preparação, para propósitos de cura, do cobre metálico.
Ele diz: “Um pedaço de cobre metálico puro é esfregado sobre uma pedra de
amolar dura e fina sob água destilada numa vasilha de porcelana. O fino pó que
cai no fundo é então secado e triturado por três horas com açúcar de leite, a fim
de obter-se a potência milionésima*, da qual as diluições são derivadas por
meio de álcool. Um ou dois glóbulos da 30 2 potência são suficientes para uma
dose.”
“Os efeitos venenosos deste metal e suas preparações, e os sintomas cruéis e
em geral fatais, resultantes de sua aplicação, impediram os médicos de usá-lo
internamente.”
Ele cita alguns dos efeitos venenosos do cobre, que são importantes para
nós, porque aquilo que um veneno pode causar; ele pode também curar.
“Repugnância, náusea, ataques de angústia e vômitos mesmo em poucos
minutos, ardência perturbadora na boca, ânsias infrutíferas, dores violentas no
estômago poucas horas após o metal ter sido ingerido, obstrução dos intestinos
ou evacuações violentas demais, até mesmo diarréia sanguinolenta, inquietação
constante, insônia, exaustão, pulso fraco, suor frio, palidez da face, dores por
todo o corpo ou em algumas partes, dor na cartilagem da tireóide, dor nos
hipocôndrios, sensação de formigamento no alto da cabeça, palpitação cardíaca,
vertigem, constrição dolorosa no peito, tosse com respiração interrompida,
* Hahnemann tendo explicado tão freqüentemente a preparação das substâncias insolúveis, de modo a
quase suprimida, respiração
tomá-las solúveis, não fornece detalhes neste caso. Mas quando ele diz, “o fino p ó . . . é triturado durante três
horas em açúcar de leite, a fim de obter-se a potência milionésima”, cie se refere ao seu método usual de
alcançar aquela potência milionésima.
O procedimento é o seguinte: Um grão de pó é fortemente triturado durante uma hora com 99 grãos de
açúcar de leite: o resultado é a 1* potência centesimal - 1 para 100. Um grão dessa 1* potência centesimal é
novamente triturado por 1 hora com 99 grãos de açúcar de leite, para dar a 2* potência centesimal - 1 para
10.000. E uma terceira trituração, um grão da 2a potência centesimal em 99 grãos de açúcar de leite, fornece
a 3* potência centesimal -1 para um milhão; “após a qual, todas as substâncias podem ser dissolvidas em
álcool ou água.”

373
374 CUPRUM

extremamente rápida, hemoptise, soluços, falta de consciência, olhar vago -


também convulsões, raiva, apoplexia, paralisia, morte.”
(Aqui estão delineados os principais usos curativos do cobre; e nas do-
enças, freqüentemente de natureza muito grave e de grande sofrimento. Pode-
se perceber que ele seria - o que ele é - um dos grandes remédios na cólera, na
tosse-comprida, nas câimbras e espasmos, nas convulsões e epilepsia.)
Hahnemann continua: “Somente a Homeopatia é capaz, através do modo
peculiar de preparação aos quais os agentes remediais são submetidos, e por
meio de sua doutrina do grau das potências, de empregar mesmo as substâncias
mais violentas em benefício e restabelecimento do doente.
“A maior parte destes sintomas violentos de envenenamento normalmente
surge em grupos, durando meia ou uma hora, e voltando a ocorrer de tempos
em tempos na mesma forma e combinação, qual seja:
“Palpitação cardíaca, vertigem, tosse, hemoptise, contrações dolorosas do
peito, respiração impedida.”
Ou “dor no peito, lassidão, estremecimento da visão, fechamento dos
olhos, falta de consciência, respiração rápida e gemente, agitação de cá para lá,
pés frios, soluços, tosse curta e seca que impede de respirar, etc. O uso de
Cobre é portanto tanto mais homeopático quanto mais os sintomas apareçam em
intervalos irregulares e em grupos.
“Vários tipos de espasmos clônicos parciais ou gerais, doença de São Vito,
epilepsia, tosse comprida, erupções cutâneas, úlceras antigas; e afecções
espasmódicas, acompanhadas dos sentidos muito aguçados, parece ser a
principal esfera de ação do cobre; ele foi também indispensável para prevenir
ou curar a cólera asiática ...”
Hahnemann acrescenta: “O cobre age somente por poucos dias”; embora a
experiência posterior, talvez em doenças crônicas, talvez em potências mais
altas, dá-lhe uma duração de ação cerca de quarenta a cinqüenta dias.
Ele cita Noack e Trinks: “O cobre é mais adequado para constituições
relaxadas, irritáveis e nervosas, com fraqueza e excessiva sensibilidade do
sistema nervoso, com tendência a afecções espasmódicas, convulsões e
doenças típicas, especialmente de natureza crônica, com paroxismos irregulares”

GUERNSEY, em Keynotes, diz: “Uma das mais fortes indicações para o


uso desse remédio é um gosto forte e metálico na boca. Rhus. é o único outro
remédio que tem este sintoma de forma tão marcante (Os negritos do
Repertório para este sintoma são COCC., MERC., NAT. C., RHUS., SENEG.).
“Espasmos. Afecções espasmódicas em geral; tosse comprida, onde
CUPRUM 375

os ataques chegam à catalepsia. Epilepsia: espasmos, particularmente que se


iniciam nos dedos das mãos e dos pés, e então espalham-se por todo o corpo...
Onde as erupções se internalizam, como na escarlatina, etc., e aparecem vômitos
excessivos, grande estupor, convulsões, etc., Cupmm tem grande possibilidade
de fazer as erupções ressurgirem.”

NASH: “ESPASMO é a palavra que caracteriza este remédio. Câimbras ou


convulsões na meningite, cólera, cólera morbo, tosse-comprida, escarlatina, etc.
“Os espasmos iniciam-se nos dedos das mãos e dos pés, espalhando-se a
partir dali e generalizando-se.
“Na cólera, cólera morbo ou cólera infantil, as dores em cólica às vezes são
terríveis.
“Dunham disse (com respeito à cólera): 'Em Camphora o colapso é mais
proeminente; em Veratrum alb. as evacuações e os vômitos; em Cu- prum as
cólicas,'”

KENT: “Cupmm 6 proeminentemente um medicamento convulsivo. A


tendência convulsiva associa-se com quase todas queixas que Cuprum cria e
cura... Ele tem convulsões de vários níveis de violência; desde pequenos
repuxões até convulsões de todos os músculos do corpo. Quando elas surgem,
as primeiras ameaças são repuxões nos dedos, nos polegares ou contrações dos
músculos.
“Convulsões tônicas, onde os polegares são os primeiros afetados: eles
viram-se para baixo nas palmas das mãos e então os dedos se fecham sobre eles
com grande violência ...Os espasmos são seguidos de uma aparência como se o
paciente estivesse morto”
. Kent descreve a tosse-comprida que clama por Cuprum, na linguagem da
mãe. “Ela diz 'que quando a criança é tomada por um ataque dessa violenta
tosse-comprida, a face torna-se lívida ou azulada, as unhas dos dedos das mãos
ficam descoloridas, os olhos giram para cima, a criança tosse até perder a
respiração e então cai num estado de insensibilidade por um longo tempo, que a
mãe chega a temer que a criança nunca mais respire, com uma ação
espasmódica violenta em sua respiração, mas a partir de respirações mais
curtas, a criança volta a si como se fosse trazida de volta à vida.' Vocês têm
aqui toda a violência da tosse-comprida e um caso convulsivo ... Se a mãe
pudesse obter rapidamente um pouco de água fria, ela interromperia a tosse. A
água fria especialmente aliviará o espasmo.”
“Qualquer que seja o órgão respiratório afetado há uma assustadora
respiração espasmódica - dispnéia. Há também muito sibilo no peito. Quanto
maior for a dispnéia, maior será a tendência dos polegares ficarem retorcidos e
dos demais dedos em câimbra...
“Cuprum não é passivo em sua ação. A violência é manifestada em to
376 CUPRUM

dos os lugares. Violência em sua diarréia, violência em seus vômitos, violência


em sua ação espasmódica; coisas estranhas e violentas em sua mania e delírio...
“Na epilepsia que clama por Cuprutn, temos as contrações e repuxões dos
dedos das mãos e dos pés. Ele cai com um grito agudo e, durante o ataque, a
urina e as fezes saem involuntariamente ... epilepsias que começam com uma
violenta constrição da parte inferior do peito ... ou com contrações dos dedos
que se espalham através de todo o corpo, a todos os músculos...
(Nas convulsões puerperais) “a urina é escassa e albuminosa. Durante
o progresso do trabalho de parto, a paciente torna-se subitamente cega. Todas
as luzes lhe parecem desaparecer do quarto, as dores do parto desaparecem e as
convulsões surgem, começando nos dedos das mãos e dos pés. Quando você
encontrar um destes casos não se esqueça de Cuprum. Você olhará ao redor por
um longo tempo antes que possa curar um caso deste tipo sem Cuprum. ”
Kent também discute a CÓLERA. Ele diz: “Hahnemann não tinha visto um
caso de cólera, mas ele percebeu que a doença produzia fenômenos que se
assemelhavam os sintomas de Cuprum*, Camphora e Veratrum + ...; e estes três
remédios são remédios típicos para cólera... Você verá que o caso de Cuprum é,
acima de todos os outros, um caso espasmódico. Ele tem os mais intensos
espasmos... Estes três remédios tendem a cair em colapso até a morte. Agora,
repetindo: Cuprum para os casos de caráter convulsivo; Camphora em casos
caracterizados por frialdade extrema e mais ou menos secura; e Veratrum quando
osuorcopioso, o vômito e a purgação são os sintomas. Isto é pouco para lembrar,
mas com isto você pode auxiliar numa epidemia de cólera com confiança.”
Kent aqui compara Podophyllum e Phosphonis com Cuprum. Ele diz que as fezes
profusas dtPod. (que tem também cólicas) são assustadoramente ofensivas: e as
de Phos., assim como as Cuprum, são gorgolejantes. Em Phos. os líquidos
gorgolejam quando entram no estômago, e continuam murmurando através dos
intestinos. Um copo com água parece fluir através do intestino com um
gorgolejo. “Agora este murmúrio em Cuprum começa

* Em relação ao Cobre para a cólera - trabalhadores das minas de cobre são considerados imunes a essa
doença; e pequenos braceletes de cobre são usados junto à pele como proteção. Alguns casos esporádicos de
“cólera” na índia, onde num pienie, adoecem em poucas horas com cólera, é dito que algumas vezes se deve
aos utensílios de cobre mal lavados nos quais os serventes nativos preparam o chá.
+
Para cólera e seus remédios, e os maravilhosos resultados do tratamento homeopático por todo o mundo
nas grandes epidemias de 1853-4-5 e na epidemia russa de 1830-31, veja nosso artigo em Homoeopathy,
abril, 1932. Em todos os lugares onde foi usada a Homeopatia reverteu a mortalidade de 2/3 paraq 1/3 e em
alguns casos (como nos casos de Ru- bini, em Nápoles) ela a exterminou.
CUPRUM 377

na garganta: ele engole com um gorgolejo; gorgolejo no esôfago quando engole.


“As descargas cessam ou são suprimidas e ocorrem súbitas convulsões: aqui
Cuprum restabelecerá a descarga e terminará as convulsões.” “Ou, as
inflamações cessam subitamente e você imagina o que teria acontecido. Tudo
ocorre de uma vez: insanidade, delírio, convulsões, cegueira... metástase. Uma
mudança perfeita de uma parte do corpo para outra.” “O mesmo pode acontecer
por erupção, descarga ou diarréia suprimidas, afetando o cérebro, a mente,
trazendo a insanidade: um delírio selvagem, ativo, maníaco... Convulsões nas
quais uma das pernas irá a princípio flexionar-se e depois estender-se. Numa
criança você verá a perna chutando com violência, então levantando-se contra o
abdome com grande violência e depois novamente chutando. É difícil achar
outro remédio que tenha este sintoma (Tab.) Convulsões com flexão e extensão
são comuns a Cuprum ...
“Repuxões dos olhos;... tremulação das pálpebras. Face e lábios azulados;
púrpuros durante as convulsões. Paralisia da língua.
“Muitas queixas melhoram com a água fria. A tosse começa ao se respirar
ar frio, mas cessa bebendo água fria, como Coccus cacti... Um remédio
maravilhoso na anemia
Nunca se sabe quando parar de citar Kent! Quanto mais se lê Kent, mas se
maravilha com a sua percepção das características da ação da droga, e seu
maravilhoso poder de vivida expressão. Um dos nossos melhores prescritores
levou a Matéria Medica de Kent consigo durante toda a guerra e seus poderes de
assimilação devem ter sido grandes! - julgando pela sua rapidez em reconhecer
o remédio homeopático.
Para iniciantes, Leaders de Nash é provavelmente o melhor livro: ele é
menos volumoso e (para iniciantes) menos opressivo. Ele ensina a se pensar
homeopaticamente e é pleno de comparações valiosíssimas entre as drogas, mas
KENT!... Kent uma vez declarou: “Eu não originei nada. Todo o ensinamento é
de Hahnemann.” Certamente o manto de Hahnemann pousou sobre Kent, com
uma porção duplicada de seu espírito.
Voltemos às lembranças e experiências comuns. Pacientes que chegam ao
Hospital queixando-se de câimbras severas - especialmente nas panturrilhas -
muito freqüentemente devem tomar Cuprum ou Calcarea. As câimbras de
Calcarea são especialmente piores à noite na cama, e ao esticar a perna na cama.
Lembramo-nos de um caso onde, numa doença maligna - penso que no útero -
Cuprum foi dado para as cólicas violentas das quais a paciente se queixava e não
somente estas cessaram mas, por um tempo melhorou os sintomas da doença.
Lembramos também de ura garoto franzino no hospital, passando muito mal
com pneumonia, complicada com diarréia e cólicas severas. Aqui Cuprum
baixou a temperatura muito rapidamente e limpou o
378 CUPRUM

pulmão, bem como liquidou com a diarréia e as cólicas.

SINTOMAS PECULIARES E DISTINTIVOS

A criança tem um espasmo cataléptico completo com cada paroxismo de


tosse-comprida.
A tosse piora com a inalação de ar frio; melhora com a ingestão de água
fria.
Tosse nas crianças, ameaçando sufocar.
Na asma, agarra o ar com as mãos, incapacidade de falar ou engolir.
Os músculos da panturrilha contraídos em nós. Espasmos e câimbras nas
panturrilhas.
Espasmos com a face azulada e os polegares virados para as palmas das
mãos.
Espasmos após vexação ou susto.
A criança deita-se de barriga para baixo e espasmodicamente tenta vi- rar-
se.
Convulsões com mordidas.

CUPRUM ACETICUM E A VARÍOLA

(Reeditado de The Homeopathic World)

Senhor, quando eu visitei Gloucester durante a última epidemia de varíola


na metade sul da cidade, tive grande interesse nos métodos de tratamento lá
utilizados. Seus leitores poderiam gostar de aprender (na ausência de um
médico homeopata residente naquela cidade) as impressões deixadas na mente
de um amador com um pouco do conhecimento da Lei de Hahnemann.
As fatalidades sob os diferentes tratamentos variaram grandemente, como a
lista a seguir mostra de maneira aproximada:

No Hospital de Isolamento durante o primeiro regime ____________________ 54%


No Hospital de Isolamento, com Dr.Brooke ........................................................... 8%
Com Hidropatia, com Sr. Pickering ...................................................................... 10%
Com a pomada Crimson Cross, com o Capitão Feilden......................................... 2%

Descobri durante minhas visitas que uma grande e crescente confiança tinha
ultrapassado o ceticismo em relação à pomada Crimson Cross, cujos resultados
acima justificam. Com a certeza de que se havia qualquer efeito curativo na
pomada era justamente devido à nossa lei, perguntei ao Capitão Feilden se ele
poderia me dizer quais eram os ingredientes de sua
CUPRUM 379

pomada. Ele rapidamente respondeu-me e eu descobri que aquele un- güento


com aparência de uma tinta verde, que era passado sobre o corpo de seus
pacientes, da cabeça aos pés, tinha os poderes remediais âoAcetato de Cobre. Ao
saber na última segunda-feira com o Dr. Hadwen, dos resultados aproximados
dados acima, fez-se evidente que era desejável comparar os sintomas da varíola
com as experimentações de Cuprum acet. Os resultados são os seguintes:

SINTOMAS DA VARÍOLA, EXPERIMENTAÇÕES DE


SEGUNDO A Cyclopedia de H. VON Cuprum aceticum, DA
ZIEMSSEN Encydopcdia DE ALLEN

Febre e distúrbio do sistema geral. Pele quente e seca ou coberta por suor.
Pulso acelerado: de 120 a 140.
Pulso acelerado. Respiração acelerada.
Freqüência da respiração aumentada. Espasmos em câimbra no peito (?)
Dispnéia. (Dificuldade de respiração, sufocamen- to.
Jahr.)
7
Erupções iniciais (prodrômicas). Languidez. Fraqueza marcante. Prostração.
, Vertigem e síncope.
Fedorbucal. Rouquidão. Afonia. Exaustão. Desmaio.
Manchas avermelhadas nas fauces. (Fala
impedida ou completamente anulada. Jahr.)
Náusea, ânsia, vômitos. Icterícia, com vômitos e eructação. Náusea
e vômito.
Anorexia. Perda de apetite. Aversão à comida.
Constipação, diarréia ocasional. Diarréia, ocasionalmente constipação.
Dor de cabeça agonizante.
Dor de cabeça grave.
Face muito vermelha e inchada, redonda,
Face vermelha e inchada; pulsação violenta nas
vermelha e quente.
carótidas.
Delírio. Estupor. Coma.
Delírio, insônia, inquietude.
Dor nas virilhas e sacro - no umbigo ena
Dores nas costas (menos constante do que sintomas
região ilíaca.
gástricos e dor de cabeça).
Câimbras nas panturrilhas, espasmos
Dores repuxantes e dilacerantes nas extremidades.
tetânicos nos grandes artelhos, dores mais
Bronquite menos constante. violentas nas solas dos pés.
Erupção, quase sempre pior sobre a face e o couro 7
cabeludo. Erupção, parecendo de tipos leprosos,
consistindo de pontos de diferentes tamanhos,
os maiores brancos e despe- lando, com a base
úmida, como se algo acrimonioso tivesse sido
secretado sob a cutícula; erupção mais ou
menos espalhada sobre o corpo e muito mais
entre os cabelos.

Os sintomas acima e as experimentações correspondem muito proxi-


mamente para que a similaridade seja totalmente fortuita, e o claro sucesso da
pomada Crimson Cross mostra ser uma recente ilustração da lei,
380 CUPRUM

similia similibus curentur. O ramo homeopático da profissão perdeu uma grande


chance por não declarar por unanimidade a irrelevância da vacina para varíola;
pode ser que, para esta chance perdida, em Cupmm aceti- cum tenhamos o
remédio para varíola que pode competir com Aconitum na febre, ou com
Camphora nos estágios iniciais da cólera.
Sinceramente,
A.PHELPS.
Edgbaston, 11 de setembro de 1896.
r
CYCLAMEN

Uma experiência de anos atrás, onde Cyclamen prontamente curou, serviu para
chamar atenção deste remédio das aberrações visuais da mente, que tem sido
negligenciado. Esta é uma droga de grande poder e rápida ação em sua esfera
especial, como os envenenamentos, as experimentações e as curas
testemunham. Aqui está a experiência, como é relembrada após todos esses
anos.
Ao acordar pela manhã e olhar para o quarto, ele percebeu que todas as
coisas estavam em um aparente movimento; rodopiavam (para a direita, como é
lembrado), enquanto que através de todo o movimento, os móveis sólidos - um
grande guarda-roupa - eram vistos, normalmente imóveis. Isto era estranho,
aflitivo, mas Cyclamen tratou do assunto e essas visões cessaram.
Salienta-se especialmente, portanto, os sintomas oculares funcionais de
Cyclamen', quase todos de um caráter “trêmulo”. “Bruxuleio ante os olhos, como
por agulhas brilhantes e multicoloridas.” “Não podia ler, por conta da ardência e
tremulação dos olhos”. “Visão nublada; os objetos são enxergados através de
fumaça ou brumas. Diplopia.”

Na Cyclopaedia of Drug Pathogenesy uma série de casos são detalhados, nos


quais ocorreram vertigem, peculiaridades visuais, dor de cabeça, às vezes
vômitos (amargo, preto, amarelo ou verde), sugerindo a ação da droga sobre o
fígado. Muitos dos casos ocorreram em um hospital para tratamento de doenças
venéreas, onde ele foi dado em grandes doses para problemas menstruais. Além
das visões coloridas, a diplopia e a visão enevoada, incluindo a vertigem, os
objetos giravam em círculo ou possuíam um movimento balançante ou, em um
caso, uma sensação como se a cabeça tivesse girado na cama.
Contaram-nos que Cyclamen age sobre o sistema cerebroespinhal, afetando o
sensório, os olhos, o canal gastrintestinal e, mais especialmente, os órgãos
sexuais femininos.
Produz dores passivas, repuxantes ou dilacerantes nas partes onde os ossos
se encontram próximos à superfície.
As experimentações também sugerem que deve ser curativo em câimbras do
escritor.

381
382 CYCLAMEN

SINTOMAS EM NEGRITO (CausadoseCurados)

(DaEncyclopedia de Allen e do GuidingSymptoms de Hering.)

Dor de cabeça violenta, com tremulaçõo ante os olhos, ao levantar-se pela


manhã.
Dor de cabeça, com tremulaçõo ante os olhos, ao levantar-se pela manhã.
Vertigem; os objetos giram em círculo, ou ao redor dela, ou fazem um movimento
de gangorra; ao caminhar ao ar livre; melhor num quarto, e ao sentar-se; com
obscuridade ante os olhos.
Ofuscamento da visão e pontos ante os olhos, especialmente ao acordar. Visão
ofuscada com dor de cabeça.
Tremulaçõo ante os olhos.
Tremulaçõo ante os olhos, como se houvesse agulhas brilhantes e multi-
coloridas; visão de fumaça ou neblina.
Estrabismo convergente.
Gosto salgado em todos os alimentos. A saliva tem sabor salgado, que é passado
para todos os alimentos ingeridos.
Não sente sede durante todo o dia, mas sim ao anoitecer, quando a face e as mãos
tomam-se quentes.
A came de porco faz mal.
Menstruação: quatro dias mais adiantada, com algum alívio do estado de
melancolia e do peso nos pés.
Menstruação escassa ou suprimida, com dor de cabeça e vertigem.

SINTOMAS EM NEGRITO DE HAHNEMANN

Pontadas finas agudas e pruriginosas no couro cabeludo, as quais, quando ele


coça, sempre recomeçam em outro ponto.
Visão nublada. Dilatação das pupilas.
Inchaço das pálpebras superiores.
Dorrepuxante no interior do meato auditivo direito.
Pouca fome e pouco apetite. Não tem apetite no café-da- manhã. Se ele se serve de
uma pequena quantidade de comida, a restante lhe é repugnante e traz náuseas no
palato e na garganta.
Anorexia total, não tem apetite especialmente no café-da-manhã e no jantar; tão
logo começa a comer, nessas refeições, sente-se imediatamente satisfeito.
Ele não gosta de pão e manteiga.
Os alimentos têm um gosto insípido ou quase nenhum.
Soluços após as refeições.
CYCLAMEN 383

Imediatamente após uma refeição, ruídos no hipogástrio; isto recorreu o dia todo.
Desconforto no hipogástrio com a presença de náuseas.
Uma espécie de pressão forte e paralisante no antebraço e braço direito, como no
periôsteo e no interior dos músculos; ela se estende então aos dedos e os impede de
escrever.
Repuxão doloroso na face intema da bainha da ulna e na articulação do pulso.
Uma espécie de pressão forte, paralisante que começa fracamente no antebraço,
mas estende-se pelos dedos, onde torna-se tão violenta que é somente com grande
esforço que ele consegue escrever.
Dor como câimbra posteriormente na coxa, acima do poplíteo direito.
Uma dor, como um deslocamento no pé direito.

* * * * *
Alem de seus sintomas em negrito e de suas anormalidades visuais,
Cyclamen apresenta alguns

SINTOMAS CURIOSOS, NOTÁVEIS OU ÚNICOS

A cabeça parece amarrada.


Sensação de cérebro em movimento; movendo-se no interior do crânio.
Como se o crânio oscilasse ao andar.
Movimentos no abdome, sugerindo gravidez. (Comp. Crocus, Thuja).
Sensação de fluxo e rastejamento nos intestinos, como se houvesse algo
vivo em seu interior.
Sensação de algo vivo, caminhando no coração.
Zumbido na região do coração.
Mentalmente, Cyclamen lembra Drosera com suas ilusões de estar sendo
perseguido por todos; ou então, Staphisagria com sofrimentos por mágoa
interna, ou terrores de consciência. Como se tivesse cometido um ato mau, ou
não tivesse cumprido seu dever.
Sensação como se o quarto fosse muito pequeno, mas reluta em sair ao ar
livre.
Mudanças súbitas de humor, como alternando alegria com irritabilidade.
Mal-humorado, moroso, crítico.
Surdez, como se estivesse com cotonete nos ouvidos. Zumbidos, murmúrios
nos ouvidos. Além do gosto salgado na saliva ou nos alimentos, há um gosto
pútrido, ofensivo, amargo, insípido.
Desejo de limonada; aversão ao pão e manteiga, à cerveja, às coisas
384 CYCLAMEN

gordurosas, à comida comum; com desejo de coisas não comestíveis.


Aversão constante à carne; desejo de sardinhas.
Dor como ferida nos calcanhares (Petr.).
>
DROSERA

V )

(Reproduzido em grande parte de um artigo lido pela autora à British Homeopathic


Society, em 1927)

Há alguns anos atrás, eu cheguei à brilhante conclusão de que as duas únicas


pessoas que realmente sabiam alguma coisa a respeito de Drosera eram Samuel
Hahnemann e eu; e trago isso em mente, de forma que gostaria de comunicar
esse conhecimento aos meus colegas por todo o mundo. Espero somente que eu
seja capaz de acrescentar algo muito verdadeiro aos nossos poderes de luta
contra uma doença terrível - a TUBERCULOSE.
É lógico que todos conhecem tudo a respeito dcDroseral Ela não faz parte de
qualquer “Manual de Homeopatia Doméstica” e não é um medicamento de
rotina em qualquer botica com uma dúzia de remédios homeopáticos? Pois
Drosera é clássica e por um século tem sido considerado um remédio laríngeo e
nosso maior remédio na tosse-comprida.
Mas quando, através de um acidente feliz, comecei a perceber o que Drosera
pode fazer na tuberculose do OSSO, da ARTICULAÇÃO e do
A

GÂNGLIO, fiquei surpresa e comecei a procurar algo na literatura homeopática


que fosse a minha garantia em tal uso. Kent não conhecia. Clarke também não.
Mas como os ossos e as articulações são afetados, encontrei minha justificativa
nos negritos das experimentações de Hahnemann. Eu tento imaginar porque
ficamos tão contentes em obter a maioria das coisas de segunda ou terceira mão,
porque tão raramente vamos à fonte principal. Quantos homeopatas dos nossos
dias leram a “Matéria Medica Pura” de Hahnemann? Mas eu posso lhes garantir
que Hahnemann nos fornece os maiores negritos não somente dos sintomas
larín- geos, que tornaram Drosera famosa entre os homeopatas, mas ele nos dá
os mesmos negritos para articulações, ombro, quadril e tornozelo, além das bainhas
dos ossos longos; e dores nas pemas e em diversos músculos. Hahnemann, em uma
nota de rodapé, designa também o uso especial de Drosera na tísica laríngea.
Mas foi somente após eu ter mostrado alguns dos meus casos de Drosera em
gânglio e osso à Society em 1920, que o retrato geral de Drosera começou a
tornar-se claro para mim. Eu defendia mais meu uso d&Drose-

385
386 DROSERA

ra em casos ganglionares; de fato, eu penso que minhas “indicações” foram


exigidas por mim mesma. Mas após a reunião, recebi referência da “Cyclopedia
of Drug Pathogenesy”, onde a chave de lodo o ponto de vista repousava sobre
os experimentos do Dr. Curie, porque ele provara a ho- meopaticidade de
Drosera na tuberculose em seu mais abrangente e importante aspecto - qual
seja, ele mostrou que Drosera quebra a resistência ao tubérculo toda vez que o
animal é suposto estar imune àquela doença; e, para sua própria satisfação, ele
provou que Drosera também era capaz de aumentar a resistência ao tubérculo,
através de cura da tísica inicial. E eu vi com alegria que, nos experimentos de
Curie, os GÂNGLIOS, especialmente abdominais e cervicais, eram
tremendamente afetados.
A literatura médica antiga, não homeopática, como Hahnemann cita, sugere
o mesmo fato - isto é, a ação oposta ou homeopática de Drosera. É isto que
Hahnemann escreveu, juntamente com suas pesquisas ulteriores na literatura,
que sugeriu a Curie que determinasse “a exata ação fisiológica da planta” e visse
“o quanto ela estava ligada à Lei dos Semelhantes”. Porque, entre os antigos,
Drosera tinha sido alternadamente exaltada, como um remédio para a tísica, e
abandonada, por acelerar a doença. Hahnemann explica isso. Ele diz que vários
dos médicos antigos consideraram esta planta útil em alguns casos de tosse
maligna e em pessoas tísicas, então confirmaram seu poder medicinal
(homeopático); mas os modernos, não conhecendo mais do que as grandes
doses, não sabiam como empregar esta planta incomumente heróica sem
arriscar a vida de seus pacientes e então rejeitaram-na.
E agora uma palavra a respeito de Drosera rotundifolia (drosera) que
Hahnemann descreve como sendo “uma das ervas medicinais mais poderosas em
nossa região. ”
Acredito que Drosera seja nossa única planta insetívora. Ela nasce sobre o
terreno alagadiço, com seu círculo de folhas arredondadas, cobertas por pêlos
glandulares, que exalam gotas de sumo viscoso, acre e se fecham, digerindo
alguns insetos sem sorte que se atreveram a pousar sobre a planta.
Drosera tem uma má reputação em relação à alimentação de ovelhas nos
pastos, onde é abundante. Dizem que os animais contraem uma tosse muito
violenta e vão definhando.
Hahnemann, em uma nota de rodapé de seus sintomas laríngeos em negrito
sobre Drosera, sugere “sua semelhança a alguns tipos de tísica la- ríngea, onde é
tão particularmente eficiente, desde que não haja caquexia específica.”
No século dezesseis, a drósera tinha uma reputação como excelente
remédio “para restaurar a umidade vital em pessoas trabalhando sob con-
sunção”: mas Gerarde afirma que “aqueles que usaram a água destilada tiveram
morte mais rápida do que aqueles que dela se abstiveram”.
DROSERA 387

Drosera tem também uma reputação para cura de loucura e nas expe-
rimentações homeopáticas encontramos inquietude (em negrito), desconfiança,
ilusões de perseguição (em negrito) e tendência ao suicídio por afogamento. Ela
foi usada também em tosses e doenças pulmonares, e neste caso é puramente
homeopática. Também na asma crônica - puramente homeopática - e na
palpitação cardíaca.
Agora uma palavra sobre os EXPERIMENTOS DE CURIE.
Curie escolheu gatos para suas experiências, sendo que este é o animal
menos sujeito à tuberculose. Ele diz: “não é certo que tubérculos tenham sido
alguma vez encontrados nos gatos.”
Seus experimentos foram somente três, “devido à dificuldade dc se obter o
suficiente desta pequena planta pelo longo tempo que essas experiências
requerem“Porque”, como ele diz, “não se trata de uma questão de excitar os
sintomas funcionais, dependentes do sistema nervoso.” “Tu- berculização”, ele
diz, “é um trabalho de tempo, e uma droga capaz de produzir a formação de
tubérculos em sua ação no organismo, requererá tempo para fazê-lo”.*
Os resultados destes três experimentos foram tão conclusivos que ele se
sentiu compelido a publicá-los. Porque ele descobriu que o uso prolongado de
Drosera induz a tuberculização em animais', e ele declara que seu poder de curar a
tuberculização nunca lhe falhou.

Drosera na TOSSE ESPASMÓDICA E NA TOSSE COMPRIDA.

Hughes fala da TOSSE ESPASMÓDICA de Drosera e de como “a sa-


gacidade habitual de Hahnemann permitiu que ele percebesse isto e reco-
mendasse o medicamento para o tratamento da coqueluche”.
Mas nós todos tentamos aperfeiçoar Hahnemann - com conseqüente perda
de poder. Hahnemann estabelece que uma simples dose da 30 a potência (a
decilionésima) é suficiente para curar uma tosse comprida epidêmica (de acordo
com as indicações dadas por certos sintomas que ele enumera). “A cura ocorre,”
ele diz, “com certeza, dentro de sete a nove dias, sob uma dieta não-medicinal.
Deve se tomar cuidado para não ser

* Embora as experimentações em animais sejam inüteis, do ponto de vista de Hahnemann com respeito aos
sintomas subjetivos mentais ou delicados, tão essenciais para seu emprego científico, os experimentos ou
efeitos acidentais das drogas de uso contínuo em animais podem ser altamente valiosos e sugestivos enquanto
informação sobre os tecidos e os órgãos especialmente afetados por tais drogas. Não seria legítimo forçar a
experiência em um ser humano até provocar lesões grosseiras; em outro lugar foi registrado que Drosera
excita uma tosse muito violenta nas ovelhas (que se alimentam nos pastos onde a planta é abundante) e os
gatos de Curie provam que ela não somente quebra a resistência ao tubérculo em diferentes partes do corpo,
mas leva a um enorme inchaço dos gânglios cervicais entre outros.
388 DROSERA

ministrada uma segunda dose (ou qualquer outro medicamento) imediatamente


após a primeira dose, porque isto não somente impede um bom resultado, mas
também provoca sérios problemas, como minha experiência mostra.”
Hughes, que gosta de ir além de Hahnemann, sugere “doses repetidas da Cl
ou l8 decimal” (ao invés da 30a ou decilionésima de Hahnemann) “para terminar
casos simples de tosse-comprida em duas, três ou quatro semanas” (ao invés dos
sete a nove dias de Hahnemann) “com diminuição da gravidade do ataque neste
intervalo”.
Mas Hughes foi repreendido por isso, e teve que escrever uma nota de
rodapé sobre o fato de que homeopatas mais fiéis a Hahnemann, em sua prática
confirmaram recentemente a justeza da observação de Hahnemann” (British
Journal, Vol. XXXVI, p. 268).
Eu posso dizer que tenho me acostumado a curar tosse-comprida com doses
únicas de Drosera 30 ou 200; e eu vi um bom número de casos durante a Guerra
de 1914-1918 em nosso ambulatório pediátrico. Em poucas ocasiões era
necessário repetir a medicação após quinze dias, caso ainda houvesse tosse.
Posso lembrar-me somente de um caso onde não houve sucesso e precisei usar
outro remédio. Foi com uma criança de quatro anos, trazida de volta uma
semana mais tarde, sem melhora - aliás pior - e exalando cânfora, que ela usava
numa bolsa ao redor do pescoço. Isto não era em absoluto “nenhum outro
remédio” de Hahnemann; de fato como diz Hahneman a respeito de Drosera,
“Cânfora alivia e é um antídoto para seus efeitos.” A cânfora foi descartada e a
criança foi então medicada com Carbo Veg., ficando praticamente bem em uma
semana.
Eis aqui um caso típico. David S., um bebê. (Seu pai e sua mãe estavam
entre os nossos estudantes missionários).
1 de novembro - Doente. Temperatura de 39 graus C. Tosse e vômitos. Bry.
1M.
2 de novembro - Muito melhor. Melhor à noite. Menos vômito.
3 de novembro - Não tão bem. Ataques de tosse com (?) ruído. Dros. 1M,
uma dose.
Era tosse-comprida e o bebê ficou bem em 14 dias.
Hughes cita Jousset ao dizer que o poder de Drosera nas tosses espas-
módicas é uma das melhores ilustrações que temos da eficácia das doses
infinitesimais. Sendo a definição de sua esfera de ação: “Tosse provocada por
coceira na laringe, com vômitos de comida.” Jousset citou 107 casos, dos quais
101 foram curados ou aliviados.
Os sintomas de tosse comprida de Hahnemann incluem:
Tosse, vindo profundamente do peito.
Tosse, com impulsos que seguem um ao outro tão violentamente que
somente com dificuldade é possível manter a respiração.
Coceira na garganta que provoca a tosse.
DROSERA 389

Tosse que termina em vômito, etc.


Mas Hughes, que questiona a dose única de Hahnemann na 30 a potência,
não concorda com a dosagem bruta de Curie. Quando Hughes tentou seguir
Curie com doses em gotas da forte tintura de Drosera quatro vezes ao dia, ele só
conseguiu “instalar uma tosse espasmódica mais violenta em um paciente tísico,
que se acalmou para uma tosse comum de tísica quando o medicamento foi
interrompido.” “Outros obtiveram experiências similares”, diz ele.
Não! O método de uso de Hahnemann “desta droga incomumente heróica” é
indubitavelmente o mais seguro e mais eficaz.
Mas lembre-se que a Homeopatia não conhece medicamentos específicos e
não trata as doenças pelos seus nomes. E se você pensar que Drosera curará
todos os casos de tosse-comprida que ocorrerem, você descobrirá, mais cedo ou
mais tarde, que isso não é verdade. Em uma epidemia registrou-se que Kali carb.
era o remédio adequado e, uma vez descoberto, curou todos os casos.
Um caso, enviado para mim por um cirurgião, abriu meus olhos em relação
ao valor de Drosera nas CÁRIES ESPINHAIS, quando eu atendia no
Departamento Pediátrico, durante a Guerra. Tratava-se de um pequeno garoto
de quatro anos. Ele havia iniciado há doze meses um processo de tuberculose
óssea num dedo e cáries espinhais seis meses mais tarde. Ele havia sido tratado
pelo nosso pediatra e por um dos nossos cirurgiões e estava deitado sobre uma
maca com uma tala dupla de Thomas e um apoio para cabeça. Ele vinha
melhorando, no decorrer do tratamento, apresentando oscilações no estado de
saúde. Ele emagrecera muito de uma só vez e havia ameaça de um problema de
pulmão e suores noturnos; mas Tub., Phos., Cale., etc, o haviam ajudado. O
cirurgião então o despachou devido a uma tosse comprida, o que não seria
desejável especialmente para alguém que se supunha deveria manter a posição
de decúbito para descanso! Ele tomou uma dose dcDros. 200.
Quando visto na vez seguinte, dois meses mais tarde, a mãe estava tão
entusiasmada com os bons efeitos do último medicamento sobre a saúde da
criança que eu resolvi “sentar-me para ouvir as notícias”. Dois meses depois e
ele estava “comendo bem, ganhando peso. Gordo e cheio de viço.” A mudança
na criança foi realmente impressionante. O remédio foi repetido com longos
intervalos entre as doses. Três anos mais tarde, quando foi visto, a notícia era:
“a espinha do garoto está muito bem. Ele já não usava o aparelho há cerca de
dois anos. Há seis meses freqüenta a escola.”
Um outro caso de cárie espinhal (cervical) em um garoto de sete anos foi
registrado. Ele começara com o problema aos quatro anos de idade em um dos
joelhos, depois um dedo e por fim o pescoço. Havia sido tratado em outros
hospitais. Ele teve também convulsões e uma descarga dos
390 DROSERA

ouvidos e era transportado em um carrinho especial, nunca permitido de sentar-


se. Ele era um pequeno garoto feliz, com uma deformidade rara no pescoço, que
ele conseguia mover de um lado para outro com contrações horríveis. Ele
tomou Drosera 200 e começou a melhorar de uma vez; e logo estava apto a virar
sua cabeça facilmente para todos os lados. Em dois ou três meses, com a
aprovação de um dos nossos cirurgiões, ele pôde sentar-se e ainda progrediu
com um tratamento bastante intermitente até que urti par de anos mais tarde me
foi dito que seus pais (apesar do aviso) “levaram-no a passear pelo interior, no
banco lateral de uma motocicleta
- permanecendo sentado durante viagens longas, seu pescoço sendo jogado
para cá e para lá, sofrendo os solavancos durante todo o tempo”. Ele
rapidamente engordou e, em uma das minhas anotações, quatro anos após o
tratamento ter sido começado, lia-se “Parece muito bem. Ativo. Tonalidade
boa. O pai o leva por aí o dia inteiro em sua camionete. Não se importa com os
solavancos.” E mais tarde, soube que “nada de novo no processo de sua doença
havia ocorrido desde que veio aqui, pela primeira vez, há quatro anos e meio
atrás.” Até então havia uma sucessão de manifestações de TB.
Mais um caso espinhal - escoliose em uma jovem, com deformidade
extrema - e uma história de TB. Ela estava sofrendo e muito doentia. Ela havia
sofrido uma queda recente e uma manipulação muito leve, feita com medo e
tremores, aliviou a dor nas costas. Drosera, devido à sua história familiar, fez
algo dificilmente reconhecível por ela. Ela vem ao ambulatório para consultas
ocasionais, continua forte e com aparência saudável.
Tenho a permissão de citar um caso, mostrando o valor de Drosera no
SINUS TUBERCULOSO. Um garoto, de treze anos e meio de idade. Durante
oito meses havia um inchaço no braço direito, que constantemente se repetia,
seguido por várias áreas no. braço esquerdo. Quando aberto, o pus jorrou, mas
a descarga não parou mais. Havia uma história ruim de TB. na família de
ambos os lados. O garoto tinha três áreas consideráveis de tecido com aspecto
tuberculoso, que alternadamente formavam crostas e se rompiam.
Tub. e Silica ajudaram. Então foi dada Drosera 200 e um mês mais tarde as
manchas estavam movendo-se (este é ura resultado típico de Dros.- sendo três
as drogas que lidam cóm sucesso em tecidos cicatriciais: Graph., Sil. e Drosera;
onde as lesões são tuberculosas, a maior dessas drogas é Drosera). O
acompanhamento continuou até seis meses após a primeira dose; estava tão
extraordinariamente curado que a anotação dizia: “Pouca descoloração.
Dependendo das luzes, a pele parece quase normal.” “O garoto estava bem,
gordo e viçoso.”
Onde Drosera pode prestar ajuda, os resultados logo são percebidos,
invariavelmente na renovação da saúde e do espírito e na transformação
completa da aparência. Tenho visto isto muito freqüentemente. O pacien-
DROSERA 391

tc que necessita de Drosera e a obtém, simplesmente floresce. Não há outro


termo para o que ocorre.
Foi o alívio de uma atroz dor noturna em um problema de tíbia, no qual uma
série de remédios havia fracassado, que me fez perceber que Hahnemann estava
certo quando em sua Matéria Medica Pura, sob Drosera, ele coloca “dor nos
ossos longos” em negrito; e aqueles que o seguiram compilando as matérias
médicas e transcrevendo estes sintomas relativos aos ossos e articulações
estavam errados. Eles nos roubaram de brilhantes resultados, através da redução
do tipo com que Hahnemann ressaltava a importância.
Mas infelizmente, desde os dias de Hahnemann, quem escreve a respeito da
Homeopatia ou tenta praticá-la, está sempre preparado (sem os estudos,
experimentos, experiência e conhecimento colossais de Hahnemann) a superá-
lo.
Eu sugiro que todos nós, sem demora, abramos nossas matérias médicas,
seja de Clarke, Allen ou Boericke em Drosera e sublinhemos em vermelho todos
os sintomas em negrito que Hahnemann nos fornece, do que ele chama “uma das
mais poderosas ervas medicinais em nossa área”.

No primeiro gato de Curie, morto após seis semanas de Drosera, além das
lesões pleurais de TB., ele diz: “Encontrei uma aumento considerável dos
gânglios mesentéricos.”
No segundo gato, morto após um ano, havia também lesões abdominais de
TB., no baço, placas de Peyer e “vesículas fechadas do intestino grosso”. OS
TRÊS GATOS TIVERAM DIARRÉIA.
A respeito de seus gatos, Curie diz:
Drosera causa a produção de elementos tuberculares nos pulmões e age ao
mesmo tempo sobre o sistema linfático em geral.
E em seu segundo gato, morto após um ano de.Drosera, havia ENORMES
GÂNGLIOS SUBMAXILARES.
Uma garota de dezenove anos: “Tem ataques de diarréia e não pode ir
trabalhar.” Teve “quatorze ataques” em vinte e quatro horas no Natal, agora (em
maio) está evacuando cerca de cinco vezes ao dia - fezes moles, às vezes
mucosas. No Natal perdeu sangue, agora não. Qualquer dor tem sua ocorrência
na parte esquerda do abdome.
O abdome estava inchado e havia um nódulo no lado esquerdo - um típico
“abdome de TB.”
Houve alguma melhora após Sulph., LU. tigr. e Tub. bov. Em agosto ela tomou
uma dose de Drosera em alta potência.
A anotação de setembro é: “Melhorou esplendidamente. Alimenta-se
melhor.” “Agora vai ao trabalho!” Foi vista em intervalos durante o ano seguinte,
com a interessante observação: “Ela nunca mais reclamou de diarréia ou
indigestão, após ter tomado Drosera pela primeira vez.”
392 DROSERA

Tem havido uma série de casos de gânglios cervicais reagindo bem com
Drosera, alguns deles após um longo tratamento aqui ou ali e com grande
quantidade de feias escaras.
O que invariavelmente se percebe é uma reação rápida dos casos que
reagem a esta droga, com surpreendente melhora na saúde e bem-estar gerais.
Onde a reação não é rápida, sei que não consegui o meu remédio. Mas cada vez
mais eu encontro registrado nos casos de Drosera que freqüentemente na visita
seguinte “o paciente parece revigorado”. Não acredito que isto ocorra -
certamente não é algo que aconteça constantemente - em meus registros em
relação a qualquer outro remédio.
Nos casos GLANDULARES de Drosera percebe-se, como já disse, não
somente a diminuição do tamanho da glândula, mas também aquelas antigas
escoriações desaparecem, liberam-se e vêm à superfície; aquela descoloração se
vai e, quando uma glândula se decompõe com Drosera, comporta-se de uma
maneira bastante restrita, com uma pequena abertura, pouca secreção e
praticamente não deixa nada que marque o que ocorreu.
Casos de BÓCIO e mesmo BÓCIO EXOFTÁLMICO têm sido grandemente
beneficiados ou curados com Drosera-casos com uma história familiar de TB.
O caso mais extraordinário onde isso ocorreu foi com um garoto de 14 anos
tido como inoperável por um dos nossos cirurgiões. Ele possuía uma exoftalmia
marcante*, com um pulso de 150, cadeias de glândulas linfoa- denomatosas no
pescoço; placas azuladas endurecidas em ambas as pan- turrilhas, salpicadas
por pequenas ulcerações (típicas “Bazin”). Ele melhorou com Tub. bov. durante
cinco meses. As pernas ficaram quase boas, o pescoço melhor e o olho direito
proeminente. Então usou-se Drosera 200.
O efeito foi incrível, um mês mais tarde ele começou a trabalhar - técnico.
As glândulas estavam bem; as feridas também; exoftalmia desapareceu; pulso
80. Após o que houve flutuação no pulso, mas quando o vi pela última vez treze
meses após o início do tratamento (ele estava então indo morar no exterior), ele
estava com uma excelente aparência. “Não havia glândulas”, mas ainda uma
certa proeminência do olho direito, e como o pulso novamente estava mais alto,
ele tomou sua última dose d e. Drosera.
Com relação às ARTICULAÇÕES... casos ocasionais de artrite reu-
malóide melhoram de maneira surpreendente com Drosera. Lembro-me de uma
idosa de 76 anos de idade. Ela tinha passado alguns anos sem poder fechar as
mãos; os pulsos e os nós dos dedos eram os mais afetados, além dos tornozelos
e pés, com inchaço e deformidade. Ela possuía uma história familiar de TB.
extremamente grave. E, como havia melhorado

* Drosera está no Repertório para protrusão dos olhos.


DROSERA 393

anteriormente com Tub. bov. e Causticum, ela voltou a nos procurar para ver se
ainda havia algo que podia ser feito por ela. Caust. ajudou-a novamente; e
então, para “uma dor severa na tíbia direita; pé e perna em estado insuportável”,
ela tomou Drosera.
Em um mês: “Muito melhor. A dor acabou.” Disse que agora sua mão
esquerda “pode ser dobrada” e o demonstra.
Seguiu-se uma sucessão de visitas de orgulho e regojizo. “Colocando para
trás o seu pulso esquerdo, coisa que não fazia há anos! (isto é, não está mais
duro) ... Mais tarde, “pode dobrar seus pés e seus dedos agora, então ela sabe
que está ficando melhor”... “Sente-se tão bem agora; arruma seu quarto, e lava
sua roupa!” Mais tarde outra vez, “Vem só para mostrar suas mãos! Percebe
como está melhorando! Tem movimentos em ambos os pulsos agora. Não sente
dores, exceto em um dedo...” Diz: “ela conseguia levantar um copo apenas se o
agarrasse firmemente com ambas as mãos.” Agora “fica nas pontas dos pés”. As
mãos parecem no- dosas e torcidas com a deflexão ulnar típica, mas elas são
flexíveis e podem ser estendidas . (Alguns dos médicos da Escola Antiga que a
viram em uma demonstração clínica ficaram muito interessados neste caso.)
Um fato curioso percebido em uma série de pacientes que, após meses de
tratamento regular com outros remédios e com períodos variáveis de melhora e
recidiva, tomam Drosera e não voltam mais, ou somente após períodos de meses
a anos de boa saúde. Drosera age profundamente.

Agora, por favor não imaginem que eu deseje sugerir que Drosera irá
_ a
curar todos os casos de doença de SINUS, GLANDULA ou OSSO de natureza
tuberculosa, ou em pessoas com história familiar de tuberculose. Isso não é
verdade. Mas ela revolucionará uma grande quantidade destes casos; e ònde ela
age, como já disse, o faz com extraordinária rapidez, e a mudança na aparência,
na saúde geral e no vigor do paciente é considerável.
Novamente, por favor não pensem que eu imagino termos esgotado as
possibilidades d & Drosera.
Por exemplo, todos os gatos de Curie tiveram diarréia, e o segundo gato
apresentou hipertrofia das placas de Peyer. Que tal uma dificuldade entéri- ca com
uma história de TB. ?
Drosera tem uma antiga reputação para asma e aqui novamente as ex-
perimentações são sugestivas. Certamente deve-se pensarem Drosera para asma
com uma história de TB.
Lembre-se também do efeito d & Drosera sobre o baço.
Em ambos os gatos dissecados as pleuras estavam especialmente atacadas
pelo tubérculo.
E eu sugiro que devamos ter em mente, com relação a Drosera, seus sintomas
mentais, especialmente em casos de paranóia.
394 DROSERA

Drosera, como diz Hahnemann, necessita ser reexperimentada. Nunca se


repertorizará por sintomas gerais. Trata-se de uma das drogas para as quais
você deve ir à matéria médica, para ver que ela se adequa.
Em muitos casos eu temo que tive pouco como forma de indicação, salvo a
geral, que uma droga que é capaz de romper a resistência ao tubérculo DEVE, de
acordo com a Lei dos Semelhantes, ser também capaz de aumentar a resistência ao
tubérculo - o que acontece.

ALGUNS DOS SINTOMAS EM NEGRITO DE HAHNEMANN

Coceira na laringe que provoca tosse, com sensação como se um corpo mole
estivesse localizado ali, com uma fina dor penetrante ao lado direito da goela.
Profundamente nas fauces (e no palato mole) uma sensação áspera, de
raspadura, com secura excitando uma tosse curta, com expectoração viscosa amarela
e com rouquidão, deforma que é somente com esforço que ele pode falar em um tom
baixo; ao mesmo tempo ele sente uma opressão no peito como se algo prendesse o ar
quando ele tossisse ou falasse, de modo que a respiração não podia ser expelida.

Tremor no ombro direito, somente ao descansar.


Dor paralisante na articulação do quadril direito e coxa, ena articulação do
tornozelo, mas na última mais como se estivesse deslocado, ao andar, quando ele
precisa claudicar por conta da dor.
Uma pontada isolada e cortante na metade da face anterior da coxa esquerda,
recorrendo de tempos em tempos.
Uma fina pontada cortante na pantunilha direita, que começa ao se sentar e
desaparece ao andar.
Dor dilacerante na articulação do tornozelo direito, como se estivesse deslocado,
somente ao andar.
Inflexibilidade das articulações dos tornozelos - eles estão muito rígidos..
Uma dor composta de sensação de mordidas e golpes nas bainhas dos ossos dos
braços, coxas e pemas, particularmente severa nas articulações, com pontadas
violentas nas juntas, menos fortes quando está se movimentando do que durante o
repouso.
Pressão penetrante dolorosa nos músculos das extremidades inferiores e
superiores ao mesmo tempo, em todas as posições.
Todos os membros estão como se estivessem machucados e são extremamente
dolorosos externamente.
Dores em todos os membros. Ele sente como se tudo estivesse paralisado.
DROSERA 395

Ele está fraco em todo o corpo, com olhos e bochechas afundados.

Rigorfebril por todo o corpo, com a face quente, mas as mãos frias como gelo, sem
sede.
Inquietude; quando lê ele não consegue prender-se a um único assunto - ele
precisa sempre procurar alguma outra coisa.
Ele está desanimado pela maldade alheia por todos os lados, e ao mesmo tempo
desalentado e preocupado com o futuro.
Tosse, com paroxismos que seguem-se uns aos outros tão violentamente que ele
dificilmente é capaz de manter a respiração.
Sensação de áspera raspadura e secura profunda nas fauces, etc., etc.
(Allen, é claro, fornece todos os sintomas de Hahnemann, mas os reduz para
itálicos, ou do tipo comum, exceto aqueles que dizem respeito aos órgãos
respiratórios).

SINTOMAS ESTRANHOS OU DISTINTOS

Dores em todos os membros sobre os quais ele se deita, como se a cama


fosse muito dura... (Am., Pyrogenium).
Arrepios ao se descansar. Durante o movimento não há calafrios. (Confira
Nux).

Cheio de desconfiança, como se estivesse cercado somente por pessoas


falsas.
Extremamente inquieto, com disposição triste. Ele imaginava que estava
sendo enganado por pessoas invejosas e maldosas.
Calado e reservado, com ansiedade. Ele sempre teve medo dé que estava
para saber de algo desagradável.
Ansiedade, como se os seus inimigo? não o deixassem sossegado, invejando
e perseguindo-o.
Ansiedade, especialmente por volta das 7 ou 8 horas da noite, como se fosse
impelido a pular na água para tirar sua própria vida por afogamento
- ele não se sentia impelido a nenhuma outra forma de morte.
Ansiedade e solidão - ele desejava ter alguém sempre perto dele...
Muito mal humorado; uma coisa à toa o põe de mau humor.
Uma circunstância sem importância o excita demais e o deixa fora de si de
raiva.
(E Hahnemann termina com a “reação da força vital, ação secundária, ação
curativa, disposição constante e alegre; ele não teve medo de nenhum mal
porque ele estava consciente de que havia agido honrosamente.”)
Nota - Foi o Dr. Curie, pai dos rádios Curie, quem trouxe a Homeopatia para o nosso país
r
DULCAMARA
(Solanum Dulcamara. Uva-de-cão. Doce-Amarga)

K. j

OUTRO dos medicamentos inestimáveis cujas indicações para uso exato e


científico devemos a Samuel Hahnemann. Esta era, para ele, “uma planta muito
poderosa”, e ele diz que sua duração de ação é longa. Ele a usou na 30 â
potência. Foi auxiliado em sua experimentação por uma dúzia de médicos, e ele
cita uma série de autoridades em relação aos vários sintomas registrados.
Hale White, o manual da Escola Antiga para Matéria Médica (pelo menos
em minha edição), não o conhece.
Nem mesmo Culpepper (1578-1662) tem muito a dizer a respeito desta
planta, cujos usos, para ele, eram mais ocultos do que práticos. Ele diz: “Ela é
boa para remover feitiçarias tanto de homens quanto de animais, assim como
todas as doenças súbitas. Amarrando-se a planta ao redor do pescoço, ela é um
remédio para vertigem ou tontura da cabeça; e esta é a razão para que os
alemães a dependurem ao redor do pescoço do gado, quando temem que algo
de mal lhes aconteça; as pessoas do interior costumam pegar os frutos desta
planta e amassá-los, para aplicá-los em unheiros, e logo livrar seus dedos de
tais hóspedes perturbadores.”
Dulcamara afeta de maneira subversiva e corretivamente todas as
membranas mucosas, alem das glândulas, pele e músculos.
Os experimentadores de Dulcamara sofreram especialmente no tempo frio e
úmido; e a PIORA NO TEMPO FRIO E ÚMIDO é o grande keynote para o
emprego deste remédio. Catarro, diarréia, problemas urinários, problemas de
pele, todos decorrentes do tempo frio e úmido, e assim por diante.
Dulcamara afeta toda a extensão da membrana mucosa respiratória. NARIZ
- coriza seca, ou descargas profusas. Sangramento do nariz, de sangue claro e
quente, piora após molhar-se... GARGANTA - amigdalite a cada mudança para
o frio; expectoração de muco duro, com sensação de carne-viva... PEITO, tosse
provocada pela atmosfera fria e úmida ou por molhar-se. Precisa tossir durante
muito tempo a fim de expelir catarro. Grande dor opressiva em todo o peito,
especialmente durante a inspiração e expiração.
No estômago ela causa eructações - vazias ou com o sabor da comida, com
distensão após uma refeição moderada, como se o estômago fosse

396
DULCAMARA 397

estourar.
Um efeito local curioso d& Dulcamara é no umbigo ou ao seu redor. Aqui,
dores que beliscam e golpeiam ocorrem sucessivamente nas experimentações; e
Dulcamara tem provado ser maravilhosamente eficaz na dor, ou nas afecções da
pele do umbigo. A dor é “no buraco” como uma criança pequenina se expressou.
Então DIARRÉIA MUCOSA, ALTERNADAMENTE AMARELA E
ESVERDEADA. As diarréias do tempo frio e úmido, ou das mudanças súbitas
de calor para frio. “Dulcamara é marcadamente um remédio de outono”, diz
KENT. Ele diz: “tão logo começam as noites frias e as chuvas frias de outono,
há (em pacientes Dulcamara) um aumento do reumatismo e das secreções de
catarro... os casos catarrais que sempre en- topem quando há uma chuva fria.
Kent diz que nossas mães costumam usar pomadas de Dulcamara', e é
impressionante como elas são eficazes quando aplicadas era feridas doloridas.
Úlceras com uma condição corrosiva que se expandem e não se curam. (Ars.).
É um grande medicamento da PELE. Das urticárias que surgem com o
tempo frio e úmido. Erupções com crostas que ocorrem especialmente na cabeça
- a crosta láctea dos bebês. A cabeça e a face cobertas com esta erupção que dói,
coça, sangra e forma crostas.
Tinea também. Kent diz: “Dulcamara quase sempre cura estas tinhas nos
cabelos”, - e era outros locais.
E VERRUGAS. Dulcamara é um dos grandes medicamentos para verrugas
(Caust., Thuja). As verrugas à&Dulc. são grandes, carnudas e lisas; ou achatadas.
Lembra-se de uma paciente com uma grande verruga sobre a pálpebra inferior
direita, atrapalhando-lhe a visão. Após uma dose de Dulc. C.M. começou a secar
e, em quinze dias, havia desaparecido. “Ela saiu em partes, que ficaram irritadas
e ela as esfregava, removendo- as.” Isto ocorreu em 1927 e não houve
recorrência.
Os órgãos urinários também: urina turva. Catarro na bexiga decorrente de
tomar friagem no tempo frio e úmido.
Músculos; das costas, especialmente. Na virilha: acima do quadril esquerdo.
Dor profunda em ambas as coxas, melhora ao caminhar, retorna imediatamente
ao sentar-se. Perspiração excessiva: ofensiva.
Nos catarros de Dulcamara, Kent diz que o nariz precisa ser mantido quente.
O doente irá sentar-se em um quarto quente^ com uma toalha umedecida em
água quente e torcida, a ser colocada sobre a face e o nariz para aliviar o mal-
estar; piora ao ar livre. Piora em um quarto frio.
Kent diz, em relação aos remédios, “Nós temos que observar o tempo do
ano, o tempo do dia, os agravamentos durante o dia ou a noite; os remédios
úmidos e os secos, os frios e os quentes. Nós devemos estudar o remédio
conforme as circunstâncias.”
398 DULCAMARA

Todos os sintomas pioram com o tempo frio e úmido, e por exposição ao


frio, e melhoram com o aquecimento e estando imóvel. “Então você vê se é um
catarro do rim ou um estado catarral da bexiga, ou um ataque de disenteria, ou
de diarréia súbita, cada período climático de frio traz um aumento do
problema.”
E Kent diz: “Há um outro sintoma de Dulcamara que será freqüentemente
expresso ao meio de uma série de outros sintomas. O paciente dirá: 'Doutor, se
eu sentir frio eu terei urgência para urinar; se eu for para um local frio, eu terei
que evacuar ou urinar. 1 ”
NASH acrescenta às condições de Dulcamara: “Este remédio, como muitos
outros, tem sua característica principal em sua modalidade. As queixas são
causadas ou agravadas pela mudança de tempo de calor para frio. Todos os tipos
de doenças inflamatórias e reumáticas podem surgir por este motivo, e então
Dulc. vem a ser indicada numa longa lista delas. Por exemplo, após passar frio,
o pescoço fica enrijecido, as costas doloridas, as pernas mancam, ou a garganta
fica dolorida e resulta a amigdalite, com endurecimento do pescoço e
mandíbulas; a língua pode até ficar paralisada.”
De forma que vemos que com este remédio é menos uma questão de
localidade ou de funções alteradas que nos levam a prescrevê-lo com sucesso: é
a causação marcante dc cada um e de todos os problemas. O paciente é vítima
das condições às quais ele é hipersensível - FRIO e, especialmente FRIO
ÚMIDO,

SINTOMAS EM NEGRITO

De Hahnemann, Encyclopedia de Allen e Hering

Cabeça queimando, crostas marrons, grossas, com as bordas avermelhadas, tia


testa, nas têmporas e no queixo; quando esfregadas, provocam sangramento.
Erupções úmidas nas bochechas.
Crostas grossas, marrom-amareladas na face... crosta láctea.
Crostas grossas sobre todo o corpo.
Verrugas e erupções na face.
Verrugas nas mãos e nas costas dos dedos.
Verrugas carnudas ou grandes, lisas, no dorso das mãos e na face.

Língua paralisada pelo frio, no entanto fala incessantemente.


Discurso sem articulação devido ao inchaço da língua.

Cólica: como devido ao frio; como se fosse ocorrer diarréia.


DULCAMARA 399

Cólica tal qual a causada normalmente pelo tempo frio e úmido.


Diarréia amarela, aquosa, com cólica cortante e dilacerante antes de cada
evacuação.
Diarréia mucosa, alternadamente amarela e esverdeada.
Diarréia por causa do frio, ou da mudança de tempo de calor para frio,
especialmente com o clima frio e úmido...

Problemas catarrais causados pelo tempo frio e úmido.


Tosse decorrente da atmosfera fria e úmida, ou por se molhar. Deve tos- sirum
longo tempo para expelir o catarro.
Uma dor muito aguda... atravessa o lado esquerdo do peito, em acessos.
Grande dor opressiva em todo o peito, especialmente durante a inspiração e
expiração.

Dorna região coccígea, como ocorre após ficar muito tempo inclinado.
Dor profunda, penetrante, na virilha acima do quadril esquerdo.
Dor repuxante dilacerante, em ambas as coxas.
Claudicação na região coccígea, como se decorrente do frio.

Erupções como urticária sobre todo o corpo, sem febre.

Arrepios, que começam ou se espalham nas costas, não melhorando com o calor,
ocorrem principalmente ao anoitecer.
Perspiração com cheiro desagradável.

Temos empregado Dulcamara freqüentemente com muito sucesso para dor,


ou para as erupções na região do umbigo - “O buraco”, como disse uma garota
pequena descrevendo vividamente seu ponto de dor. Descobriu-se
primeiramente esta sugestão em Boenninghausen, anos atrás. As localidades
podem ser importantes.

* * * * *
AINDA MAIS UM SINTOMA EM NEGRITO. Dor de ouvido; náusea;
zumbido; piorando à noite. Dor de ouvido durante toda a noite, impedindo de dormir.
r
FERRUM
(Ferro, o metal)

A simples palavra FERRUM sugere anemia e, possivelmente, para muitos de


nós mais nada; enquanto que talvez alguns de nós associem os Ferro, a parte da
anemia, com problemas digestivos. Estamos errados: ferro, estômago e anemia
podem formar três lados de um triângulo. E as anormalidades estomacais
podem ser causadoras das formas mais perigosas de “falta de sangue”; desde
que a anemia perniciosa seja considerada curável, como recentemente
apontamos, quando a carne digerida em um estômago normal é retirada e
administrada a um paciente com esta doença... Na anemia perniciosa há uma
deficiência de secreções gástricas normais; e nós estamos aprendendo a olhar
Ferrum como um dos grandes remédios estomacais.
Lembramos, com surpresa, de Ferrum ter sido prescrito para um caso de
“estômago”, mas ele preenchia o quadro e por isso funcionou. E por que não?
Considere seus sintomas: “Após a refeição, calor no estômago e regurgitação do
alimento” (Phos.); “pressão espasmódica no estômago após a menor quantidade de
comida ou a bebida. Após a ingestão de alimentos gordurosos, ocorrem eructações
amargas. Após ovos, há vômitos. Pior com came, frutas ácidas, leite, após cigarros,
chá e cerveja. Transtornos após beber chá. Vômito de tudo o que foi ingerido, sem que
haja digestão. ”
Realmente não tem havido uma experiência clínica muito ampla das
“virtudes” do ferro metálico. No tratamento da anemia tem sido usado
protoxalato de ferro (considerado mais facilmente absorvível); e no início dos
resfriados e mesmo nas pneumonias com poucos sintomas discrimi- nadores,
tem-se visto uma rápida melhora com Ferrum phos. Sendo assim, mais se
aprenderá através das citações que selecionamos para ajudar em seu uso com
sucesso.
Mas, no futuro levar-se-á Ferrum met. em consideração na tentativa de tratar
estados varicosos. Aqui tem-se aquela outra droga tão parecida com Ferro em
alguns de seus sintomas - e tão diferentes em outros - Pulsatilla (que deve
algumas de suas propriedades ao ferro que faz parte de sua composição) é
também um droga muito eficaz para veias varicosas, especialmente quando
inflamadas. Mas Pulsatilla gosta de frio; Ferro, de calor. Puls. deseja ar, o qual
Ferr. evita. A semelhança em algumas particularidades não é identidade; e,
infelizmente para a fácil difusão da Ho-

400
FERRUM 401

meopatia entre os que temem o trabalho, uma droga não substituirá uma outra.

* * * * *
HAHNEMANN diz: “a maioria das experimentações de FERRO foram
observadas a partir do emprego de uma solução de acetato de ferro, já que os
sintomas correspondem àqueles do ferro metálico; exatamente como os obtidos
do solo calcáreo seco e aqueles do acetato de cal.
“Este metal é considerado pelos médicos convencionais como sendo um
medicamento fortificanteper se e não somente inócuo, mas inteira e
absolutamente salutar.” Mas, “se o ferro possui poder medicinal, ele deve, por
esta mesma razão, alterar a saúde do ser humano, e tornar doente o saudável e,
quanto mais poder de adoecer, maior poder de cura ele deverá ter na doença.
“NUprodest, quod non laederepossit idem.
“... O estado das pessoas que residem próximo a águas impregnadas com
ferro deveria tê-las ensinado que este metal possui fortes propriedades
patogênicas... Em tais localidades poucos podem resistir à influência nociva do
uso contínuo dessas águas e permanecerem bem, cada qual sendo afetado de
acordo com sua natureza peculiar... Lá encontramos afecções crônicas de
grande gravidade e de caráter peculiar, mesmo quando a dieta não tem falhas...
Fraqueza, quase chegando à paralisia do corpo todo e de partes dele; alguns
tipos de dores violentas nos membros; afecções abdominais de vários tipos,
vômito de alimentos, de dia ou à noite; tísica pulmonar, freqüentemente com
catarro sanguinolento; deficiência de calor vital, supressão da menstruação;
abortos; impotência em ambos sexos; esterilidade; icterícia e muitas outras
raras caquexias são ocorrências comuns.
“O que aconteceu com a alegada completa inocuidade abala o conceito da
absoluta salubridade deste metal. Aqueles que ingerem constantemente águas
ferruginosas, chamadas de fontes de saúde estão, em sua grande maioria, em
estado doentio.
“Que preconceito, que falta de cuidado tem impedido até então os médicos
de observarem estes fatos marcantes e os relacionarem à sua causa, qual seja, a
propriedade patogênica do ferro?
“Como eles podem, ignorantes como são acerca da ação do ferro e seus
sais, determinar em que casos as águas ferruginosas devem ser usadas? Quais
de seus pacientes irão enviar a tais localidades para tratamento? Quais manterão
afastados?... Trata-se de uma fantasia cega? Conjetura de puro acaso e trabalho
de adivinhação? Modismo? Será que muitos dos seus pacientes não retornaram
das fontes ferruginosas num estado mais doentio e miserável, mostrando que o
ferro era um remédio inadequado para eles? Deus preserve os pacientes de um
médico que não
402 FERRUM

sabe, e não pode dar razões satisfatórias, pelas quais ele prescreve essa ou
aquela droga, que não pode dizer dç, antemão qual medicamento seria benéfico
e qual prejudicaria o paciente!

“Somente um conhecimento completo dos efeitos primários e carac-


terísticos dos medicamentos e se eles apresentam uma grande similari-' dade
aos sintomas da doença a ser curada (como a homeopatia ensina) poderia
proteger os pacientes de tais enganos fatais.
“A tentativa da prática comum de produzir um efeito puramente forti-
ficante é um erro capital. Por que o paciente está tão fraco? Obviamente porque
ele está doente! A fraqueza é mera conseqüência e um simples sintoma de sua
doença. O que um ser racional poderia pensar do fortalecimento deste paciente,
sêm primeiro ter havido a remoção de sua doença? Mas, se a doença for
removida, então ele sempre, mesmo durante o processo de remoção da doença,
recuperará sua força através da energia do seu organismo, liberado da
enfermidade. Não existe algo como um remédio que possa fortalecer enquanto
a doença continuar. Somente o médico homeopata sabe como curar e, no ato da
cura, o convalescente recupera sua força.”

* * * * *
É lógico que o Ferro está em grande parte no organismo e tem um papel
importante neste; mas no esquema de SCHUESSLER dos “Sais dos Tecidos”,
ele somente aparece como Ferram phos. Ferro, nos diz Schueo sler, “encontra-
se na hemoglobina e nas células vermelhas do sangue, e não em quantidades
consideráveis em qualquer outro tecido, exceto no cabelo”. Mas o autor lhe
concede um lugar importante como constituinte das células musculares. Um
distúrbio do equilíbrio das moléculas de ferro nas fibras musculares causa o
relaxamento. No revestimento muscular dos vasos causa uma dilatação e um
acúmulo de sangue: congestão, com aumento da pressão sangüínea, ruptura das
paredes e hemorragias. Nos revestimentos musculares das vilosidades
intestinais, causa relaxamento e diarréia. Nas paredes musculares dos intestinos
causa enfraquecimento do peristaltismo e, portanto, constipação. Qualquer
coisa que cause relaxamento das paredes musculares de um vaso e conseqüente
hiperemia, tal como um traumatismo, encontra seu remédio em Ferrum phos.,
porque este, em doses mínimas, restaura o equilíbrio das moléculas de ferro e
então fortalecerá as fibras musculares. Também devido ao seu poder de atração
de oxigênio, o Ferro e seus sais são eficazes na anemia.
O fosfato, segundo Schuessler, é <lum remédio valiosíssimo em todos os
distúrbios febris e inflamações quando estes se iniciam, antes de começara
exsudação.”
As experimentações corroboram todos estes usos de ferro, nas vari-
FERRUM 403

zes, hemorragias, etc.

* ****

SINTOMAS EM NEGRITO

VERTIGEM ao levantar-se rapidamente; a visão escurece; deve apoiar-se em


alguma coisa, ou cai; com náusea, prostração, letargia; como se balançasse para
frente e para trás; como se estivesse na água; atravessando uma ponte sobre a água;
ao descer tem tendência a cair para frente.
DOR DE CABEÇA- por dois, três ou quatro dias, a cada duas ou três semanas;
dores que martelam, batem, pulsam, sente necessidade de deitar- se na cama; com
aversão a comere beber.

“Doença de Basedow”; especialmente após a supressão da menstruação; olhos


protrusos; tireóide aumentada; palpitação; nervosismo excessivo.

EPISTAXEem crianças anêmicas, com freqüente mudança de coloração da face.


Palidez extrema da FACE, que toma-se vermelha e ruborizada com a menor
emoção, dor ou esforço.
A face ruboriza-se facilmente ao menor excitamento ou esforço.

FOME canina, alternando com falta de apetite.


Anorexia; com extrema aversão pelos alimentos.
Vômito somente de alimentos, imediatamente após comer.
Após comer tem eructações e regurgitações dos alimentos, sem náusea ou
tendência ao vômito.
Vômito de alimento logo após a meia-noite, seguido de aversão à comida e medo
de ar livre.
Dor como cólica no estômago.
DIARRÉIA freqüente; fezes aqüosas, com ou sem tenesmo e precedida ou não por
dor, mas sempre com muita flatulência e mais freqüente após comer ou beber.
Fezes com alimentos não digeridos à noite, ou enquanto está comendo ou bebendo.
Os vermes filiformesparecem aumentar com a droga.

MICÇÃO involuntária à noite; também ao andar durante o dia.


Emissão seminal notuma.

MENSTRUAÇÃO adiantada, muito profusa, muito prolongada, com


404 FERRUM

a face vermelha, afogiieada, zumbido nos ouvidos; fluxo pálido, aqüoso e debilitante.
Vômito da gravidez; subitamente deixa a mesa e, num único esforço, vomita todo
o alimento ingerido, o apetite não éprejudicado; pode sentar-se e comer novamente.
Dificuldade de respirar, opressão no PEITO como se alguém o pressionasse com
a mão.
Espasmo no peito e tosse, somente ao andar e movimentar-se.
Tosse espasmódica após as refeições com vômito de todo o alimento ingerido.
Coqueluche. A criança vomita o alimento com cada ataque de tosse, grande
palidez e fraqueza.
Expectoração escassa, fina e espumosa, com listras de sangue.
Hemoptise: de onanistas e tísicos; por esforço violento; por supressão da
menstruação.

Clorosecom eretismo, pior no inverno.


ANEMIA mascarada pela pletora e congestões; cor pálida das membranas
mucosas, com sopro como de arrulhar.
“Sopro como arrulhar” nas veias.

INQUIETUDE: precisa caminharvagarosamente.


A dor obriga-o a levantar-se da cama à noite e andar vagarosamente ao redor.

Emagrecimento.
As partes vermelhas tomam-se brancas.
ANEMIA decorrente de qualquer causa, clorose por menstruação de- fectiva, ou
simples pobreza do sangue induzida por hemorragias; deficiência de ar, de luz e de
alimentos adequados, ou por doenças exaustivas.
Clorose após grande perda de sangue.
Diátese hemorrágica geral. Tendência à hemorragia.

Dorme com dificuldade; fica grande tempo acordado antes de dormir novamente.

ALGUNS SINTOMAS ITÁLICOS, CURIOSOS E NOTÁVEIS

Tendência a chorar ou rir sem moderação, com sensação asfbdante.


Ansiedade como após cometer um crime.
Medo de apoplexia.
Irritável: pequenos barulhos, barulho de papel, levam-no ao desespe
FERRUM 405

ro.
Muitos sintomas melhoram por esforço mental moderado.
Cabeça confusa, com pés frios e dedos rígidos.
Zonzeira como se estivesse bêbado, como se fosse cair sobre os obstáculos
(andando).
Ao olhar para a água corrente, sente como se tudo rodasse ao seu redor.
Vacilante, cambaleante ao olhar para água corrente.
Dor de cabeça pulsante, martelante; cabeça congestionada.
Sensação de cabeça entorpecida e cheia, pálpebras pesadas: inclinação a
dormir ao ler.
Cabeça quente, pés frios.
Capacidade de enxergar no escuro da noite.
Pressão nos olhos como se fossem protrundir.
Vermelhidão nos olhos e inchaço das pálpebras.
Sangramento nasal, pela manhã, ao inclinar-se para frente.
A face torna-se subitamente vermelha e incandescente, com vertigem,
zumbido nos ouvidos; palpitação do coração e dispnéia.
Diarréia persistente na dentição doentia, fezes com muco e alimentos não
digeridos; face vermelha ou com manchas vermelhas em cada lado.

O gosto da comida é insuportável, parece com ovo podre.


O pão parece seco e amargo.
Apetite voraz; o dobro da quantidade normal em uma refeição ao anoitecer
dificilmente é suficiente. Ou, extrema aversão a todos os alimentos.
Apetite para pão. Melhor por vinho, exceto os ácidos.
Vômito após comer ovos, gorduras; pior com carne, leite e cerveja.
Vômito após ingestão de alimentos, nunca em outras ocasiões, este ocorre
não como um sintoma de doença, ou de qualquer afecção orgânica do estômago.
Vomita facilmente o alimento ingerido, melhorando logo após; com a face
vermelha e ardente.
Pulsação no estômago e através do esôfago; como um nervo tremendo; como
se houvesse uma válvula na garganta.
Inchaço marcante do fígado; que fica sensível ao toque.
Urgência para urinar com titilação na uretra, estendendo-se para o colo e a
bexiga. Ardência na uretra, como se a urina estivesse quente.
Opressão do peito; move-o com dificuldade quando respira; narinas
dilatadas na expiração. Inspiração difícil; falta de ar por tossir. Tosse es-
pasmódica: coqueluche.
Asma: respiração difícil e lenta. Melhor andando ou falando, ou através da
escrita e leitura constantes. Pior ficando parado, mais violenta ao deitar,
especialmente ao anoitecer.
406 FERRUM

Tosse com expectoração copiosa, purulenta, com estrias de sangue.


Hemoptise: sangue vermelho brilhante, coagulado.
Inflamação dos pulmões com o palato branco.
Mulheres que ficam ruborizadas facilmente.

*****
KENT aponta que o estranho em Ferrum é que as queixas - palpitações,
falta de ar e até fraqueza, ocorrem durante o repouso. O paciente sente-se
melhor movimentando-se; já o esforço causa cansaço e debilidade. O
movimento rápido agrava, mas há uma melhora com o movimento delicado e
lento.
Freqüentemente o paciente fica inchado, hidrópico: aspecto doentio, a pele
é pálida, mas a face tem aparência de pletora e enrubesce. E durante o calafrio a
face torna-se muito vermelha; fica vermelha com o uso de vinho também. A
paciente, embora flácida, relaxada e cansada, não provoca compaixão por seu
aspecto. Ela tem palpitação, dispnéia e fraqueza, sente que deve deitar-se,
apesar da face ser viçosa; uma pseudo-pletora.
Os vasos sangüíneos estão distendidos, as veias varicosas e seus reves-
timentos relaxados; por isso, há sangramento fácil. Há hemorragias de todas as
partes do corpo: nariz, pulmões, útero... “clorose”.
Calor na cabeça e na face, mas não tanto como a aparência vermelha
sugere. A face pode estar vermelha e fria.
Como China, as queixas decorrem da perda de líquidos orgânicos, como
hemorragia prolongada, com fraqueza duradoura. Sem capacidade de
reparação; sem digestão; sem assimilação. Ossos fracos e curvos... Ema-
grecimento rápido com falsa pletora.
Dores aliviadas ao movimentar-se delicada e vagarosamente, como
Pulsatilla; mas Ferrum é um medicamento muito friorento e teme o ar fresco ou
corrente de ar.
Barulhos leves deixam o paciente feroz... Nada é digerido no estômago,
mas não há náusea em especial. Os alimentos deglutidos são simplesmente
devolvidos. Ou há eructações de comida, como Phos. Tão logo o estômago fica
vazio, o vômito cessa até que ele coma novamente. Ferrum é um medicamento
interessante, devido às suas peculiaridades ao nível do estômago; este é como
uma bolsa de couro, não é capaz de digerir nada. (Compare com Sepia).
Relaxamento em todos os lugares, ou seja, prolapso do reto, bexiga, vagina,
útero... Como se os órgãos fossem sair para fora do organismo, e às vezes, isso
realmente ocorre. Este relaxamento passa por todo o remédio e lhe dá esta
característica.

* ****
NASH. Este é um outro remédio do qual se abusa. Ele tem papel na
FERRUM 407

Escola Antiga para a anemia, como Quinina para a malária. Cada um pode curar
e realmente cura esses quadros, desde que os sintomas concordem e não
inespecificamente; e cada um deles, quando for realmente curativo é capaz de
agir na forma potencializada ... Não deixe que ninguém prescreva Ferro ou
qualquer outro remédio para anemia, sem as indicações de acordo com a nossa
lei terapêutica de cura. Tenho visto melhores curas de péssimos casos de
anemia com Natrum mur., na forma potencializada, do que jamais vi com Ferro
em qualquer forma, embora Ferro tenha suas indicações, como também
Pulsatilla, Cyclamen, Calcarea phos., Carbo veg., China, etc., as têm.
Aqui está o resumo de Nash sobre Ferrum.
Anemia com grande palidez de todas as membranas mucosas; com a face
subitamente ardente e vermelha.
Hemorragia profusa de qualquer órgão; diátese hemorrágica: sangue róseo
com coágulos escuros: coagula facilmente.
Congestões e inflamações locais, com dores pulsantes, martelantes; veias
cheias; face corada alternando com palidez.
Fome canina alternando com completa falta de apetite.
Regurgitação ou eructações, ou ainda, ao anoitecer vômito de alimentos que
estiveram no estômago durante o dia todo; diarréia indolor de alimentos não
digeridos.
Piora após beber ou comer; ao descansar, especialmente estando imóvel;
melhora andando vagarosamente.
Ferrum é um dos nossos melhores remédios para tosse com vômito ali-
mentar. Ele é também um dos poucos medicamentos que têm uma face vermelha
durante calafrios, e tem curado a febre intermitente com aquele sintoma.
NASH diz também: Palpitação do coração, hemoptise e asma são aliviadas
da mesma forma: andando vagarosamente. Dificilmente seria possível que essas
queixas melhorassem dessa forma, mas há muitos sintomas curiosos e
incontáveis na nossa Matéria Médica que têm se tornado líderes de confiança
para a prescrição de certos remédios.

* * * * *
A propósito, Ferrum é uma das quatro drogas em negrito para obesidade:
elas são CALC., CAPS., FERR., GRAPH.
É também uma droga a considerar no bócio exoftálmico. Quando se procura
remédio para enrubescimentq, Ferrum deve ser considerado.
Uma experiência muito antiga é que as pessoas que têm dificuldade para
dormir podem encontrar descanso através da mudança de posição de sua cama,
de forma que devem dormir na direção norte e sul, isto é no campo magnético,
com a cabeça para o norte. A experiência pessoal sugere fortemente que você
TENTE isso. A sensação de paz que lhe é propor
408 FERRUM

cionada na primeira vez que você tentar esta nova posição, não é facilmente
esquecida. E por que não? A circulação de Ferro no sangue é incessante. É
concebível que as suas moléculas cruzem placidamente o longo eixo do corpo,
ao invés de encontrarem-se em grande agitação quando o corpo repousa em
direção transversal à corrente polar.
“Um dos sais dos tecidos orgânicos introduzidos por Schuessler. Necessita de
experimentações. Preparado por trituração. Bons resultados foram obtidos com
a 200a potência.” (HERING, GuidingSytnptoms).
Por volta do ano de 1875, Schuessler, um médico homeopata, introduziu
seus doze Remédios dos tecidos ou Remédios Bioquímicos. Dois dos quais, Silica e
Natrum muriaticum, eram antigas drogas homeopáticas, previamente
experimentadas e dadas ao mundo muitos anos antes por Hahnemann. Dos
outros, alguns têm sido total ou parcialmente experimentados (na pessoa
saudável); e, como sabemos, pela experiência, muitos deles têm valor
incalculável.
Schuessler, considerando-os como nutrientes dos tecidos, utilizava-os em
potências mais baixas (normalmente D6) e parece terem sido administrados em
intervalos freqüentes. Mas, onde eles são homeopáticos à condição que
desejamos curar, isto é, onde eles provocam e curam sintomas idênticos, as
potências altas e altíssimas dão bons ou mesmo os melhores resultados. Por
exemplo, sua magnífica Magiesia phos. age como um encanto na potência CM
na dismenorréia de sintomas semelhantes; às vezes uma dose única tem
resolvido o problema. Sua esfera neste caso é a dor agonizante, como cólica
que faz a vítima dobrar-se (Coloc.) e apertar contra o abdome uma bolsa de água
bem quente. Nos disseram que é por conter Mag. phos. que os remédios como
Coloc., Vibum., Bell., etc. apresentam suas dores abdominais em cólica . E, no
entanto, na prática, um não pode substituir o outro!
Schuessler descartou tudo o que não fosse realmente os sais em sua
combinação tissular; ele descartou mais tarde até mesmo Cale. sulph.,
acreditando que esta não aparecesse nos tecidos. Mas a vitalidade tem uma
forma de decompor e compor por si só, e de modo algum necessita que suas
carências sejam repostas na forma exata em que vão ser utilizadas. Ele
desprezou um dos mais preciosos remédios, Cale. carb. e substituiu-o por Cale.
phos., mas quão grande é a diferença entre seus sintomas! O bebê Cale. carb.
mole e letárgico, com a cabeça suando, com sua acidez, “mais tecido de menos
qualidade”, em qualquer local - mesmo nos ossos, é totalmente distinto de Cale.
phos., que por sua vez é igualmente valioso, mas um não substitui o outro; o
bebê Cale. phos. em geral é

409
410 FERRUM PHOSPHORICUM

magro e quase sempre escuro; mais rijo; e o suor na cabeça, tão característico
do raquitismo está ausente. Para um trabalho preciso, nenhum substituirá o
outro! E os processos químico e da vida, como Hahnemann mostrou, não são
idênticos.
Outro ponto: suprir com drogas, com base em uma hipótese, é uma coisa e
pode ser vantajoso para o paciente. Ao passo que, estimular o organismo a
absorver o que ele necessita dos alimentos diários, através dos quais as
carências podem e devem ser supridas, é seguramente um objetivo maior. A
dose estimuladora de Cale. carb., quando os sintomas concordam, fará com que
o bebê retire do leite o suprimento de cálcio necessário - desde que a vitalidade
do leite não tenha sido destruída pelos métodos modernos; assim como uma
dose infinitesimal de Natrum mur (sal potencializado) estimulará (por exemplo,
temos visto isso em pacientes asmáticos) a absorção do sal, do qual é tão
faminto e desejoso, a partir das fontes normais de alimentos que suprem os
ordinários mortais e assim terminará com sua asma e seu apetite desordenado
por sal.
Ciência significa conhecimento. Mas a ciência de qualquer tempo nunca é a
última palavra em conhecimento, e corre o risco de ser descartada pela ciência
de amanhã. Admiro e exalto este fato sempre; olhando para trás, a ciência de
muitos dias parece ter sido o vaivém da inteligência eda insensatez.
Por exemplo, para salvaguardar o leite de ser um possível veículo de
contágio, ele deve ser “esterilizado” - “pasteurizado”, até que os pobres bebês
alimentados por este, semi-privados de seus ingredientes mais ocultos mas
mesmo assim indispensáveis, perdem o poder de resistência àqueles mesmos
organismos que provocam doenças, contra os quais nos esforçamos para
protegê-los. Então “a ciência avança” e ordena que sucos de laranja, de limão e
outros sucos naturais - nunca pretendidos para fortalecer os bebês - sejam
adicionados. Bebês são trazidos até nós, alimentados com tutano, leite em pó,
leite peptonizado ou alimentos pré- digeridos, considerados pelo químico
propagandista, experimental e orgulhoso, como os apropriados substitutos do
leite materno, mas que em geral inibem a atividade glandular necessária. Então,
a ciência avançando ainda mais, descobre as VITAMINAS (lembre-se! sempre
presentes em quantidades apropriadas nos alimentos normais, desde que o mundo
é mundo e disponíveis para todos, exceto para as crianças da civilização). Estas
“vitaminas” sendo destruídas nas preparações desidratadas e esterilizadas,
torna-se agora necessário suprir as crianças artificialmente e (o próximo
problema) há que cuidar para que não haja um suprimento excessivo, como a
ciência já descobriu no tocante à “Vitamina D”.
Os alimentos naturais contêm, nas proporções necessárias, os elementos
pelos quais nós podemos ter uma boa saúde. Cientistas muitíssimo inteligentes!
- quando a química da vida em sua perfeição tem atuado
FERRUM PHOSPHORICUM 411

desde que o homem surgiu sobre a face da terra e as mulheres cuidavam de seus
bebês; e ainda atua, menos quando sofre a interferência da “ciência” efêmera. E
as crianças viviam deliciosamente e floresciam com saúde, transformando-se
em homens e mulheres robustos e saudáveis, dos quais nós descendemos.

O conhecimento é orgulho, porque sabe demais.


A sabedoria é humilde, porque não sabe mais.

Pense no modo de vida antigo; os bebês rosados, alegres e gordos; no


campo, porque a vida da cidade - nestes dias, uma vida enfadonha - não ó boa
para as crianças; o gado selecionado, cujo leite não fervido os alimentava; os
jogos, as corridas e brincadeiras excitantes nos jardins e nos campos; a
disciplina do contato, do choque com os temperamentos e jeitos de ser que
construíam o autocontrole e possibilitavam um treinamento ideal para se
deparar com as preocupações e os problemas da vida futura.

$****
Os sais dos tecidos melhor conhecidos (alem dos já citados Natrum mur. e
Silica) são em número de quatro e muito curiosamente são os fos- fatos: Cale.
phos., como já citado; Ferrum phos., para algumas inflamações agudas não
descritas em seu estágio inicial - resfriados; pneumonias - com falta de
indicação bem definida que poderia lembrar Acon., Bry., Phos., etc.; Mag. phos.,
para dores terríveis nos nervos, onde previamente tínhamos somente Spigelia,
Coloc., etc.; mas com o desejo muito definido de Mag. phos. de pressão e
CALOR; Natrum phos., tão eficaz nas condições de acidose muscular, se
decorrentes de fadiga (Am.) ou vômitos, como nas “dores do crescimento” em
crianças pequenas, em geral indefinidas e desprezadas, mas agourentas quando
juntamente com elas há um pequeno aumento da temperatura e talvez a
sugestão de um sopro no coração.
Muitos médicos acrescentariam Kali phos. a esses sais, mas este último, por
alguma ou nenhuma razão, não tem estado muito presente à imaginação e nunca
tornou-se uma intuição, pode ser bom, mais tarde, retra- tá-lo: um grande meio
de apreender a natureza interna de um remédio e aprender seus usos.

Bem, agora voltemos ao nosso assunto - FERRUM PHOS.


Aqui está a TEORIA de Schuessler com relação a este. Ele diz em sua
última edição (citada por Clarke em seu Dictionary): “O ferro e seus sais
possuem a propriedade de atrair oxigênio. O ferro contido nos corpúsculos
sangüíneos absorve o oxigênio inalado e supre com ele todos os tecidos
412 FERRUM PHOSPHORICUM

do organismo. O enxofre contido nos corpúsculos sangüíneos e em outras


células, na forma de sulfato de potássio, ajuda a transportar o oxigênio para as
células que contêm ferro e sulfato de potássio. Quando as moléculas de ferro
contidas nas células musculares sofrem um distúrbio em seu movimento devido
a alguma irritação externa, essas células afetadas ficam flácidas. Se essa
afecção ocorre nas fibras anulares dos vasos sangüíneos, estas são dilatadas; e
como conseqüência, o sangue nelas contido, aumenta em volume. Este estado é
chamado hiperemia decorrente da irritação; essa hiperemia forma o primeiro
estágio da inflamação. Mas, quando as células afetadas são levadas novamente
ao seu estado normal, através do efeito terapêutico do ferro (Fosfato de ferro),
elas são capazes de eliminar os agentes causadores da hiperemia, que são então
recebidos pelos vasos linfáticos, para serem eliminados do organismo. “Quando
as células musculares das vilosidades intestinais perdem as moléculas de ferro,
tornam- se incapazes de proceder às suas funções; provocando a diarréia...
Quando as células musculares das paredes intestinais perdem suas moléculas de
ferro, o movimento peristáltico do canal intestinal é retardado, resultando numa
inércia em relação à eliminação das fezes...
“Quando as células musculares flácidas devido à perda de ferro recebem
uma compensação para essa perda, a relação tensional normal é restaurada; as
fibras anulares dos vasos sangüíneos tornam-se normais, a hiperemia
desaparece, e em conseqüência a febre inflamatória cessa.”
Schuessler diz: “Oferro curará:
“O estágio inicial de todas as inflamações.
“As dores e hemorragias causadas pela hiperemia.
“As feridas, contusões, e lesões recentes etc., porque remove a hiperemia.
“As dores que correspondem ao ferro pioram pelo movimento, mas
melhoram pelo frio.” (Não! Ferrum melhora pelo movimento leve.)

Schuessler recomendava a trituração e diluições de D6 a D12. Como já


considerado, sua idéia parece ter sido suprir com a droga, provavelmente na
potência na qual ela poderia ser utilizada. Mas, para os propósitos de
estimulação mais sutis, as mais altas potências, com repetição menos freqüente
podem fazer um trabalho ainda mais brilhante.

* * * * *
Chega de teoria, agora vamos às experiências práticas das prescrições bem
sucedidas.
NASH tem uma página de apreciação àe Ferrum phos. que sintetizaremos.
Um remédio valioso em algumas doenças inflamatórias.
Devido a seu elemento ferro, ele apresenta as tendências congestivas
FERRUM PHOSPHORICUM 413

locais daquele remédio; e por seu elemento Phosphonis sua afinidade com
pulmões e estômago; pela combinação destes, prova ser um grande remédio
hemorrágico.
As hemorragias são de sangue vermelho brilhante e podem ser expelidas por
qualquer orifício do corpo.
Ele diz também que experimentações adicionais e o uso clínico permitirão
que o empreguemos mais cientificamente do que agora.
Tanto quanto ele observou, este não é tão útil aos indivíduos sangüíneos
arteriais, com um suprimento excessivo de sangue vermelho que Aconitum cura,
mas principalmente para os pálidos e anêmicos, que estão sujeitos a congestões
e inflamações súbitas e violentas, como pneumonia, ou congestão súbita da
cabeça, intestinos, etc. ou para afecções inflam a- tórias de caráter reumático.
Este é eficaz somente no estágio inicial desses ataques, antes que se inicie a
exsudação... Na disenteria, no primeiro estágio com uma grande quantidade de
sangue nas evacuações ele é valiò- síssimo e quase sempre cura em muito pouco
tempo.
“Um remédio muito valioso; e deve receber uma experimentação
hahnemanniana completa.”

* ****
BOGER (Synopsis):
PULMÕES. Ouvidos. Pior à noite (6h.), por movimento, por abalo.
Transpiração suprimida.
PULSO CHEIO, MACIO, FLUTUANTE, (o contrário dcAcon.)
Excitado e eloqüente.
Dor de ouvido violenta.
Evacuações freqüentes, aquosas e sanguinolentas.
Laringite dos cantores.
Peito congestionado.
Febre.
Pneumonia.
Sarampo hemorrágico, etc., etc.

SINTOMAS MARCANTES

(do GuidingSymptoms de Hering e da Edição da Obra de Schuessler, de


Boericke e Dewey)

“Porcas devoram seus filhotes”; uma mania transitória devido a hipe- remia
do cérebro.
Todos os distúrbios febris e inflamações em seu início, antes que comece a
exsudação.
414 FERRUM PHOSPHORICUM

Vertigem decorrente de congestão de partes do cérebro ou da cabeça.


Dor de cabeça frontal, seguida e aliviada por eliminação de sangue pelo
nariz.
Congestão do cérebro; meningite inicial,
Topo da cabeça sensível ao ar frio, barulho, abalo ou a inclinar-se para a
frente.
Uma sensação como se a cabeça fosse empurrada para a frente, com perigo
de cair.
Dor de cabeça grave com hipersensibilidade; não consegue tolerar que o
cabelo seja tocado; com a face vermelha e quente e vômito dos alimentos.
Afluxo de sangue para a cabeça. (CompareBell., Glonoinum).

Olhos inflamados, vermelhos, ardentes e doloridos.


Ao inclinar-se para a frente, não consegue enxergar; como sc todo o sangue
corresse para os olhos.

Primeiro estágio da otite.

Epistaxe. (Vipera).

Tez rosada.
Garganta ulcerada; usado para aliviar a congestão, calor, febre, dor e
latejamento (Bell.) “Primeiro estágio da difteria.”

Pior após comer carnes, arenque, café, bolos.

Dor de dente aliviada pelo frio.

Vômito de sangue.

Hemorróidas inflamadas ou sangrantes.

Evacuação de puro sangue.

Hemorragia da bexiga e uretra.

Estágio inicial de todas as afecções inflamatórias do trato respiratório.


Pneumonia com expectoração de sangue claro.
Hemoptise após concussão ou queda.
Pleurite e pneumonia no primeiro estágio.
Tosse com sangue claro e com sangramento nasal.
“Pulso cheio, menos forte do que em Aconitum, mas não tão flutuante como
em Gels.”
FERRUM PHOSPHORICUM 415

Reumatismo articular. Agudo. Atacando uma articulação após a outra. As


juntas ficam inchadas, mas pouco avermelhadas; pioram com o menor
movimento.

Panarício no início {Bell).


Febre alta. Pele quente e seca. Escarlatina (Bell.)
Suores noturnos intensos, sem alívio das dores fortes do reumatismo,
fazendo-o sair da cama. Transpiração entre 4 e 6 horas da manhã.

* * * * *
Todos os distúrbios febris no início do processo, antes de começar a
exsudação.
“Era muitas febres inflamatórias e algumas febres eruptivas, Ferr. ph. parece
estar entre a intensidade á&Acon. e Bell. e o entorpecimento de Gels”
“Na anemia compare com China, com o qual tem muitos sintomas em
comum ... A árvore da qual se obtém China é encontrada sempre em localidade
ferruginosa.”
“Sarampo com conjuntivite e fotofobia (35 casos).”

* * * * *

Tem sido vista uma rápida ação curativa com Ferr. phos. em muitos
resfriados no estágio inicial, sem sintomas bem definidos; e também curas
surpreendentes de pneumonia, sem os sintomas definidos que chamariam por
Acon., Bry. ou Phos.
Ferr. phos., por não ter sido comprovado extensivamente, não tem ainda,
imerecidamente, um lugar de destaque na literatura homeopática. Sua esfera de
ação parece ser a hiperetnia ativa simples. Parece ser sem utilidade nos casos
sépticos.

“Ferr. phos. é um constituinte de China, Gels., Verat., Acon., Am., Ailanth.,


Anis., Stil., Phyto., Berb.,Asaf., Rhus, Vibum., Secale (25porcento), Graph.
(2,74porcento). ” BOERICKE.
r >
GELSEMIUM

V J

Gelsemium - “jasmim amarelo”. Uma planta trepadeira nativa do sul dos


Estados Unidos.
Nós devemos o uso de Gelsemium como remédio ao Dr. E. M. Hale (EUA),
que era orgulhoso do título que seus colegas lhe deram, “Pai dos Remédios
Novos”, porque ele acrescentou medicamentos valiosos à nossa farmacopéia e
também devido ao seu importante livro-texto, New Re- medies.
A descrição da ação de Gelsemium feita por CLARKE é excelente. Ele a
considera uma importante droga na Homeopatia, não pelo grande número de
sintomas que causa, mas devido ao número dos sintomas bem marcantes e
claramente característicos, que correspondem àqueles constantemente
encontrados na prática diária. Nós faremos um resumo.
“Gelsemium é um grande paralisante. Ele produz um estado geral de paresia
mental e física. A mente é lenta, todo o sistema muscular encontra-se relaxado,
os membros tão pesados, que ele dificilmente consegue movê-los... A mesma
condição parética aparece nas pálpebras, causando ptose; nos músculos
oculares, causando diplopia; no esôfago, causando perda da capacidade de
engolir; no ânus, que permanece aberto... Paralisia pós-diftérica... A prostração
mental é simbolizada por apreensão, como antes de prestar um exame;
nervosismo diante da audiência; efeito de raiva, mágoa, más notícias e é
acompanhada por queda das pálpebras ... Disfagia ou afonia histérica, após
emoções... Tremor é um key-note para este remédio.”
Lembramos que após um ataque de difteria, agulhadas na ponta dos dedos e
nas solas dos pés, como se os sapatos estivessem cheios de pequenas pedras
afiadas e, um momento desconfortável, quando algo engolido não desce para o
estômago, mas sobe para o nariz. Gels. acabou prontamente com isso tudo. E
deveria. Um dos seus sintomas característicos é a paralisia do esôfago e dos
músculos da deglutição. Ele mostrou ser um grande remédio na paralisia pós-
diftérica.
Gripe. Há uma forma de gripe na qual Gels. tem um efeito rápido; onde
arrepios descem e sobem pela espinha; enquanto que as pernas ficam tão
pesadas, que fica difícil erguê-las, e a cabeça e o cérebro muito lânguidos,
pesados e entorpecidos; e aqui uma dose de Gels. agirá diretamente

416
GELSEMÍUM 417

sobre esses sintomas, em geral em poucas horas.


Os pacientes vêm - às vezes após uma epidemia, geralmente à tarde,
queixando-se, “Nunca mais me senti bem desde uma gripe há algumas semanas
atrás, cansado, lânguido, pesado; não consigo me recuperar.” A temperatura é
cerca de 37,2°C; e há arrepios ... GELS. logo restaura a saúde.
Gels. tem provado ser profilático contra a gripe. Lembramos de um caso
onde toda uma grande escola ficou completamente protegida contra uma severa
gripe epidêmica, que estava se alastrando em tais instituições. Mas, para usar
Gels. com sucesso nos casos de gripe, os seus sintomas devem estar presentes; o
peso, a fraqueza, o tremor, os calafrios e, às vezes, dor de cabeça occipital
terrível. Aqui nenhum remédio pode ser tão'inteiramente confiável como Gels.
Gels. é uma das poucas drogas que tem “medo de cair”. (Borax tem algo
parecido; mas é mais um medo do movimento descendente, como quando uma
criança, sendo colocada em seu berço para deitar, agarra-se aterrorizada à sua
mãe.)
O medo de Gelsemium é expresso na Matéria Medica, da seguinte forma:
“A criança atordoada, quando carregada agarra-se a quem a leva com medo de
cair.
“Sensação de queda nas crianças; ela desperta sobressáltada, agarra-se à mãe ou
ao berço e grita com medo de cair. ”
Lembramos uma ocorrência com uma criança hospitalizada, com tanto
medo de cair (contaram) que não lhe era suficiente agarrar-se à sua mãe, linha
que agarrar-se a um móvel sólido. Após Gels., o relatório seguinte era que a
criança estava subindo em árvores. Estes casos ensinam- nos a Matéria Medica.
Gelsemiúm não costuma ter sede.
Gelsemium é um grande remédio da dor de cabeça. Ele tem uma dor de
cabeça atormentadora, dor de cabeça nervosa, dor de cabeça súbita com
obscurecimento da visão, ou diplopia e especialmente dores de cabeças oc- cipitais.
Vemos poucos casos dç, sarampo no Hospital, e desejamos ver menos ainda,
porque, nos nossos dias, os casos de sarampo acumulam-se e a quarentena do
sarampo mais grave faz com que o berçário fique inaproveitá- vel durante
semanas por um período. Por que não tratá-lo e curá-lo? Costumávamos tratar e
curar brilhantemente todas essas doenças infecciosas no hospital antigamente!
De qualquer forma, Gelsemium tem uma grande reputação entre os médicos que
tratam o sarampo e que não o expulsam de maneira apressada. Lembro de uma
família intoxicada por peixe que surgiu no Hospital com a face com aparência
de sarampo, os olhos quase fechados pelo inchaço e com angústia, a erupção
vermelha e a urina
418 GELSEMIUM

alburainosa, quando Gels. melhorou bastante o estado em poucas horas. Foi a


semelhança com o sarampo que levou à prescrição de Gelsemium.
A seguir, um sintoma incômodo e desagradável: ANTECIPAÇÃO. Há duas
drogas no repertório, que têm “Diarréia por antecipação” (diarréia “psíquica”
indolor), ARG. NIT. e GELS.
Além da rubrica “ANTECIPAÇÃO” entre os sintomas mentais, há outras
rubricas relacionadas com a antecipação em outras partes do Repertório.
Podemos fornecer uma lista tão completa quanto foi possível coletar ... ARG.
N., ARS., CARB. VEG., GELS., (Lyc.), (Med.). (Plb) Phos. ac., SIL.
Carbo veg. e SIL aparecem sob “TIMIDEZ com aparece em público” eArs.
como “ANSIEDADE quando algo é esperado dele.” O restante, é claro, aparece
sob a rubrica ANTECIPAÇÃO.
Além da ANTECIPAÇÃO, que inclui o medo de exames (ARG. NIT.),
Gels. combate os efeitos ruins decorrentes de grande medo ou pavor, ameaça de
aborto por medo. Guernsey diz “Este medo de Gels. e uma sensação cheia de
pavor, um medo profundo, que causa uma grande impressão.” Ele diz também:
“Todas as notícias excitantes causam diarréia ... Febres, nas quais a força
muscular é afetada: o paciente sente-se completamente sem força.”
Kent diz: “Um resfriado de Gels. desenvolve seus sintomas vários dias após
a exposição, enquanto que em Acon aparece poucas horas após.” Ele o
considera “somente um remédio de curta-ação, embora o início dos sintomas
seja lento.” Ele diz: “paralelo às suas queixas febris e mesmo em um resfriado,
quando o paciente tem o rosto quente e os olhos vermelhos, há uma grande
característica, uma sensação de peso e cansaço pelo corpo todo, inclusive os
membros. A cabeça não pode ser levantada do travesseiro, de tão cansada e
pesada que ela está, e há grande peso nas pernas, enquanto que o paciente Bry.
repousa quieto e não se move, porque se ele se mover, as dores pioram.”
Com Gels. o coração é fraco e o pulso suave e irregular. Uma das sensações
peculiares do coração de Gels. é de que ueste vai parar, caso o paciente não se
mova”. O coração está tão enfraquecido que deve ser impulsionado
voluntariamente para bater; esta é a sensação.
Sente que, “se ela se mover o coração irá parar”, é um
forte argumento para DIGITALIS usar;
“Deve manter-se em movimento, ou o coração vai parar.”
GELSEMIUM destaca-se aqui;
Enquanto que com LOBELIA, você a ouvirá dizer,
Que “ele vai parar, de qualquer forma”.
Com um coração de CACTUS, a constrição é uma atadura de ferro (Tórax,
útero, reto, todos dividem a sensação).
E LACH. tem constrição ao acordar; ARS. A.
GELSEMIUM 419

Tem constrição, opressão ao andar; você usará !


LIT. T.para um conforto esplêndido da aflição dela, (
Cujo coração é alternadamente comprimido e distendido.
IODUM tem um coração simplesmente apertado e nada mais; (
O mais violento dos corações para os ruídos de SPIGELIA. ^

A propósito, é melhor obter seus Remédios Homeopáticos de um far- ^


macêutico homeopata de alto nível. Isto se aplica especialmente a GEL- •
SEMIUM. Um farmacêutico homeopata explicou-me isso anos atrás. Os (
remédios feitos de ervas desidratadas são de qualidade inferior aos feitos
a partir da planta fresca. Ele disse que a tintura de Gelsemium elaborada a (
partir da planta seca é quase inerte, enquanto que se você conseguir uma (
boa preparação da tintura, uma ou duas gotas farão você desfalecer. Al-
gumas das experimentações involuntárias de Gels. são muito esclarece-
doras, quanto às suas propriedades paralisantes. Aqui está uma, extraída (
do Dictionary de Clarke. “J. H. Nankivell bebeu duas onças de tintura de
(
Gelsemium ao invés de um copo de cherry. Ela andou alguns passos com
ajuda e, no minuto seguinte, suas pernas estavam paralisadas. Ele arras- (
tou-se para a beira da cama usando os braços, mas eles não foram sufi-
cientes para levantá-lo até a cama. Enquanto ele ficou imóvel não houve
problema, ao menor esforço ocorriam tremores excessivos. Ocorreram
vômitos nas próximas vinte e quatro horas. A temperatura subiu até 38,6 v
graus C. A ação cardíaca estava muito violenta e intermitente.. .Todos os
músculos dos olhos foram afetados...”
Outro caso de Clarke enfatiza a visão dupla. Um paciente tomou um
dracma da tintura para dor de cabeça. Quando saiu, ele não conseguia
dizer de qual lado da rua ele estava. Ele estava próximo da Catedral St.
Paul e via duas catedrais ao invés de uma só. Parece não muito inteligente
tomar Gels. em tintura nos dias de hoje e depois submeter-se aos perigos (
do trânsito de Londres! ^

Os sintomas em negrito e característicos de Allen são: (


(
Entorpecimento da mente, aliviado com a emissão profusa de urina aquosa. *
Incapacidade para pensar ou prestar atenção. (
Tontura e visão embaçada vão piorando gradualmente, de forma que .
todos os objetos parecem indistintos. A cabeça parece muito leve.
Peso na cabeça aliviado com a emissão profusa de urina aquosa. {
Sensação como de contusão no cérebro. {

Pálpebras caídas. ^
Dificuldade para abrir as pálpebras ou de mantê-las abertas. (

í
420 GELSEMIUM

Obscurecimento da visão e vertigem.


Visão como que en fumaçada, com dor acima dos olhos.
Os objetos parecem duplos.

Face estupefata, vermelha e quente ao toque.


Não controla a maxila inferior, esta vai para os lados.
Entorpecimento da língua. A língua fica tão grossa que ele mal consegue falar.
Tenta engolir, mas não consegue.

Emissão freqüente de urina clara e límpida, que parece aliviar o entorpecimento e


peso da cabeça.
Dores fortes como as de parto na região uterina, estendendo-se pelas costas e
quadris.

Batida cardíaca irregular. Palpitação cardíaca.


(Pulso marcadamente afetado).

Tremores nos membros.


Perda do controle das pemas, não pode dirigir seus movimentos com precisão.
Fadiga dos membros inferiores, após um exercício leve.
Tremor e fraqueza (acompanhando micção profusa).
Relaxamento completo de todo o sistema muscular, com paralisia motora total.
Desatento e com languidez.
Sente-se facilmente fatigado, especialmente nos membros inferiores.
Fraqueza e tremor através de todo o corpo.
Sensação de frio, especialmente ao longo da espinha.
GLONOINUM - NITROGLICERINA

V
J
GLONOINUM - Nitroglicerina - aquele líquido altamente explosivo, que
misturado com alguma terra porosa forma a “dinamite mortal”, que abala a terra
e estoura as pedras, deixando marcas de sua reputação; mesmo quando
potencializada e usada em medicina retém suas características alarmantes, sua
ação súbita, suas dores e sensação de explodir, suas ondas no sentido ascendente
que ameaçam erguer e despedaçar o crânio.
A química é fascinante, no mínimo por sua psicologia, se é que é possível
usar este termo. De dois elementos mortais, quando combinados, ela pode
formar algo totalmente inofensivo e até mesmo essencial à vida: enquanto que
de dois elementos brandos, como a glicerina produto de higiene pessoal, tão
inerte que nunca poderia fazer mal, e o nitrogênio, aquele gás incolor, insípido e
inodoro, que numa mistura de quatro partes para uma com o oxigênio, o apoio
da vida, modifica as propriedades do último de tal modo, que ao invés de nos
consumir rapidamente, conseguimos a cada respiração, justamente obter aquela
feliz mistura que mantém a vida, sem apressar sua destruição. Que o nitrogênio
e a glicerina deveriam ser combinados para produzir tal agente explosivo é
incalculável, absolutamente imprevisto até a “descoberta”. Mas, como um
grande químico disse uma vez: “ninguém poderia dizer apriori, como se
comportaria uma colher de açúcar colocada em uma xícara de chá”. A ciência é
a filha laboriosa do experimento: e, sendo assim, a Homeopatia é científica.
Dr. HUGHES (.Pharmacodynamics) aponta que, apesar da Escola Antiga
usar Glonoinum, tendo até mesmo adotado aquele nome para este, a medicina
deve sua introdução a Conslantine Hering, um grande discípulo de Hahnemann.
Mas nós percebemos que, como sempre, quando se usa substâncias medicinais
tão violentas, e geralmente elas são os agentes mais esplendidamente curativos
da Homeopatia, a Escola Antiga tem que obrigatoriamente penetrar na
fantástica região das infinitesimais.
“A Nitroglicerina foi descoberta porSobrero em 1847, mas não podia ser obtida
para experimento fisiológico até que Morris Davis, um químico da Filadélfia, que no
mesmo ano, após longas e laboriosas tentativas, sob a direção de Hering, conseguiu
produzir a substância em quantidade suficiente para experimentação. Ela foi
intensamente provada aqui e no exterior (veja a “Encyclopedia” de Allen) e os
sintomas têm recebido abundante veriji-

421
422 GLONOINUM - NITROGLICERINA

cação clínica." - “GuidingSymptoms”, de HERING.


Uma comprovação singular do cuidado e da exatidão com que as expe-
rimentações das drogas homeopáticas tem sido observadas e registradas
chegam às nossas mãos, muito oportunamente, enquanto escrevemos...
Um certo médico, ocupado com trabalho mental urgente e preocupado com
uma sensação de peso na parte posterior da cabeça e nuca - uma plenitude
desagradável que o incapacitava - tomou uma dose de Glonoinum - uma droga
que, como sabemos, produz tal peso, com esta localização. Era Glonoinum C3,
meramente um par de glóbulos, da única preparação disponível, provavelmente
inerte, encontrada entre uma série de remédios homeopáticos que tinham
pertencido a alguém que morrera há tempos (cerca de25 a30 anos).
Bem, a dor de cabeça desapareceu logo (post ou propterhoc?) - mas alguns
dias mais tarde, enquanto trabalhava num ambulatório, o médico tornou-se
subitamente consciente de uma dormência desagradável na mão esquerda,
nunca sentida antes, e muito desconcertante. Isso desapareceu, mas somente
para dar lugar a adormecimento do lábio inferior - a mesma sensação que se
tem quando se injeta cocaína para uma extração de dentes. Isto também
desapareceu, mas somente para retornar várias outras vezes, primeiro na mão
esquerda e depois no lábio inferior, e em nenhum outro lugar. Antes do
anoitecer estas sensações alarmantes o remeteram para o Repertório de Kent
para encontrar o remédio necessário. E lá ele descobriu, sob “Adormecimento
do lábio inferior”, duas drogas somente, {Cale.) e Glon. Então ele voltou a
atenção para procurar “Dormência da mão esquerda”: e encontrou vários
remédios, entre eles estava Glon A A sensação foi satisfatoriamente esclarecida;
e foi ainda mais interessante porque Glon. não é citado como produtor de
dormência na mão direita ou no lábio superior.

SINTOMAS EM NEGRITO

As ruas conhecidas parecem estranhas; o caminho para casa parece muito longo.
Indisposto a falar: dificilmente responde.

Uma sensação distinta de pulsação na CABEÇA.


Pulsação na parte frontal da cabeça.
Imediatamente uma sensação como se a cabeça fosse muito grande.
A cabeça parece enorme.
Pressão epulsação nas têmporas.
Pressão e dor de dentro para fora em ambas as têmporas.
Plenitude na cabeça, epulsação sem dor.
GLONOINUM - NITROGLICERINA 423

Cabeça muito cheia;pulso cheio e rápido.


Como se o sangue estivesse subindo para a cabeça.
Como se ele fosse pendurado de cabeça para baixo, e como se conseqüentemente
houvesse um grande afluxo de sangue para a cabeça.
Como se o crânio fosse muito pequeno; e o cérebro fosse explodi-lo.
Teme que ao sacudira cabeça ela se rompa aos pedaços.
Segura a cabeça com ambas as mãos;pressiona o alto da cabeça.
Choques no cérebro, sincrônicos com cada pulsação das artérias.
Sensação de ondulação na cabeça.
Pulsação na cabeça, nas têmporas, nas artérias temporais, que ficam salientes e se
parecem com um cordão grosso.
Sensação de plenitude, no vértex e na fronte.
Sacudindo a cabeça a dor aumenta.
Dor de cabeça nos dias úmidos; chuvosos; após tomar friagem; após sentar-se por
longo período ou após um grande esforço mental.
OLHOS vermelhos, injetados, quentes, durante a dor de cabeça, com uma
expressão feroz.
Dorpulsante em todos os DENTES.
Pulsação em todo o CORPO.
Congestão intensa do cérebro induzida nas constituições pictóricas por súbita
SUPRESSÃO DA MENSTRUAÇÃO ou aparecendo no lugar desta.
Dores de cabeça que ocorrem após hemorragia uterina profusa.
Afluxo de sangue para a cabeça em gestantes, acompanhado de face pálida eperda
da consciência.
Palpitação violenta do CORAÇÃO com as carótidas pulsando, dor de cabeça
pulsante na fronte e nas têmporas.
O sangue parece correr para o coração e subir rapidamente para a cabeça.

CONVU LSÕES epiléticas, com congestão da cabeça e do coração.


Efeitos nocivos ocorrem logo após exposição aos raios do SOL
(Na febre) ondas de calor em direção ascendente.

OUTROS SINTOMAS EM ITÁLICO OU ESTRANHOS

Não reconhece ninguém. Esbraveja; grita; deseja fugir de casa. Puia fora da
cama, mas as pernas o traem.
Medos: por sensação de garganta inchada; peito parecendo comprimido;
medo da morte próxima; de ser envenenado.
Efeitos nocivos do susto; medo; de contusões mecânicas e suas conse-
qüências tardias.
424 GLONOINUM - NITROGLICERINA

Não tolera estar com a cabeça no mesmo nível do corpo.


Confusão de idéias; não consegue dizer onde está.
Falta de localização (um caso curado), começara dez anos antes; perdia-se
nas ruas onde já trabalhava há anos. Nenhum outro sintoma mais.
Nas ruas familiares tudo parece estranho. Precisava olhar ao redor a cada
momento para convencer-se de que estava na rua certa.
As casas não pareciam estar em seus lugares corretos, no caminho por ele
percorrido quatro vezes ao dias durante quatro anos.
Convulsões, queda ao chão com a boca espumando, após alternâncias de
palpitação cardíaca e congestões da cabeça.
Congestão da cabeça, causando sensação de frialdade em todo o tempo.
Garganta com sensação de sufocação e de aperto, como num estran-
gulamento.
Crânio muito pequeno; como se o cérebro tentasse rompê-lo.
Como se a cabeça e o pescoço estivessem atados: as roupas nesta região
parecem muito apertadas.
Dores em quistos do couro cabeludo, como se um dedal estivesse pres-
sionado firmemente sobre eles.
Todos os movimentos, para os lados, aumentam a dor (na cabeça), mas os
movimentos para trás e para frente não.
Dor de cabeça: cessa ao dormir; melhora ao ar livre; diminui algumas horas
após beber café; o chá diminui ainda mais.
Sensação como se a testa suasse gelado, o que não ocorre.
Não suporta os raios de sol na cabeça, nem o uso de chapéu.
Dor de cabeça assustadora: corre pelo quarto pressionando a cabeça entre
as mãos, como se ela fosse estourar; bate-a contra a parede.
Hiperemia do cérebro causada por frio ou calor excessivos.
Transtornos após cortar o cabelo.
INSOLAÇÃO.
Disse que seus olhos estavam caindo para fora; sentia como se alguém os
puxasse de dentro para fora.
As letras parecem menores; vê luzes, faíscas, neblina ou pontos pretos,
visão rodopiante, sem nitidez ou confusa.
Olhar furioso, fixo; olhos protrusos.
Neuralgia supraorbital, das 6 às 11 ou 12 da manhã.
Suor frio na face durante congestão da cabeça.
O lábio inferior parece inchado. Dormência do lábio inferior.
O queixo parece alongado até os joelhos: obrigado a tocá-lo repetidamente
para assegurar-se que não é este o caso. (O experimentador tinha machucado o
queixo em uma queda, vinte anos atrás.)
Língua dormente como se estivesse queimada; com a sensação de pontadas
e ferroadas.
GLONOINUM - NITROGLICERINA 425

Constrição da garganta como se estivesse sendo estrangulada.


O vinho agrava todos os sintomas; os estimulantes alcoólicos causam
delírio, congestão, estupor.
Enjôo do mar.
Fraqueza, sensação de calor enjoativo no peito e estômago, como uma
ameaça de enjôo. Tontura.
Distúrbios da circulação intracraniana na menopausa.
Calores, etc., durante o climatério.
Palpitação violenta: sensação de que vai morrer, dormência em todo o braço
esquerdo. Pressão no coração como se ele estivesse sendo contraído.
Congestão cardíaca alternada com congestão da cabeça.
“Como um medicamento intercorrente na angina do peito, para evitar que o
organismo acostume-se à ação dcAur. mur.”
Sensação de calor que desce pela costas; ardência entre as escápulas.
Antigas contusões e choques (da cabeça e coluna).
Os joelhos perdem a força durante a dor de cabeça. Marcha vacilante.
Os joelhos e as coxas fraquejam durante a dor de cabeça.
Convulsão, com punho cerrado e solavancos das pernas e punhos. Durante
os espasmos, os dedos das mãos e dos pés permanecem estendidos e separados.
Convulsões especialmente com os dedos estendidos e separados, prin-
cipalmente da mão esquerda,.
Não consegue pôr a língua para fora da boca em uma linha reta.
Sono inquieto; acorda com medo de apoplexia.
Congestões; o sangue tende a subir; os vasos pulsam; as veias jugular e
temporal ficam distendidas.
Desvio rápido na distribuição de sangue. Útil na hemorragia.
Maus efeitos de excitação mental, pavor, medo, contusões mecânicas e suas
conseqüências posteriores, por cortar o cabelo e devido à exposição ao sol.
Antidotado por ACON., Camph., Coffea, Nux.
Compare com AMYL NITR., Bell., Ferr., Gels., Natrum carb., Potas, nitr., Sod.
nitr., Stram.

Como visto acima, a ação de Glonoinum é tão local, tão súbita, tão definida,
tão alarmante e torturante, e por isso tão remedial que, uma vez conhecida, é
impossível esquecê-la. De fato, não parece valer a pena escrever a seu respeito!
Contudo nós prosseguiremos naquilo que alguns dos nossos melhores
prescritores e escritores têm a dizer a respeito da droga. Este enfatiza um ponto
coincidindo com sua experiência, aquele um outro; e assim aprendemos.
426 GLONOINUM - NITROGLICERINA

HUGHES escreve: “O nome Glonoinum foi formado pelo seu intro- dutor na
prática médica, Dr. C. Hering, a partir da fórmula química (G10 N05)
denotando sua composição. O Dr. Hering experimentou a droga em si mesmo e
em outras pessoas em 1848...”
Hughes diz, “a ação de Glonoinum aparece rapidamente. Se qualquer pessoa
tocar a própria língua com uma solução de 5%, perceberá com certeza em
poucos minutos que seu pulso aumentou cerca de vinte, quarenta e até mesmo
sessenta batidas. Ele pode sentir uma pulsação por todo o corpo, mas quase
sempre a sentirá em sua cabeça, que baterá até que ocorra uma dor de cabeça a
ponto de estourar. Com isso, haverá provavelmente alguma tontura, uma
sensação de plenitude na cabeça e no coração, e outra de constrição ao redor da
garganta... Tudo isso nos lembra Amyl nitrite:... mas os efeitos das duas drogas
não são idênticos. Amyl causa um rubor geral sem a sensação marcante de
pulsação... nem o pulso é muito afetado por este. Parece ter sido demonstrado
que Amyl produz seus efeitos dilatantes nas artérias através da paralisação direta
de seus revestimentos musculares... enquanto que Glonoinum afeta os centros
nervosos da circulação e é limitado a esta esfera.”
Então ele distingue a ação de Glon. da de Belladona. “Com Bell. a circulação
intracraniana é excitada devido ao cérebro estar irritado; com Glon. o cérebro
está irritado devido à circulação excitada. Seria indicado nas hiperemias que
podem ser provocadas por calor ou frio excessivos, pelas emoções fortes, pelos
choques mecânicos, pela supressão da menstruação ou outras hemorragias e
excreções.”
Ele evidencia não somente a insolação, mas os benefícios surpreendentes
que têm sido obtidos pela droga nos efeitos aflitivos posteriores à insolação.
Ele diz: “talvez o maior benefício que o Dr. Hering tem prestado a seus
pacientes com a introdução de Glon. é o alívio que ele concede aos distúrbios da
circulação cerebral na menstruação... como a intensa congestão do cérebro
induzida nas constituições pletóricas pela supressão súbita da menstruação.
Glonoinum age aqui como um extraordinário simi- limum; e num dos
experimentadores do Dr. Dudgeon, que tomou a droga enquanto a menstruação
estava presente, esta imediatamente parou, e a dor de cabeça veio com
violência crescente até à noite... Ele não age sobre os calores do climatério,
como é o caso de Lachesis ou Amyl nitrite; mas é muito valioso quando estes são
localizados na cabeça.”
Ele diz: “foi a afirmação de seu descobridor, Sobrero, de que 'mesmo uma
pequena quantidade colocada sobre a língua causa uma dor de cabeça violenta,
com várias horas de duração', que levou Dr. Hering a investigar sua ação...”
O tipo de dor de cabeça - cheia, tensa, pulsante, parecendo que vai estourar;
esses eram os adjetivos usados pelos experimentadores para des-
GLONOINUM - NITROGLICERINA 427

crevê-la... Ele age tão rapidamente na doença quanto na saúde.


Ele discute seu poder surpreendente de alívio dos paroxismos da neuralgia,
e mesmo em certos casos a cura permanente.

GUERNSEY sumariza Glonoinum e seus usos. “Problemas por calor na


cabeça, em tipógrafos, em homens que trabalham sob luz a gás, de forma que
este calor penetre na cabeça; efeitos nocivos da insolação; não consegue suportar
nenhum calor sobre a cabeça; não pode andar sob o sol, deve andar na sombra ou
portar uma sombrinha; não suporta o calor de um forno; grande vertigem
decorrente de assumir uma postura ereta ao levantar-se da cama ou de uma
cadeira. Calor na cabeça; dor de cabeça pulsante.”
O paciente sente-se perdido ou estranho mesmo nas ruas familiares ou seus
arredores. As coisas parecem estranhas e desconhecidas.

NASH. Um dos nossos grandes medicamentos da cabeça. Ele diz que ele
costuma portar Glon. Cl em sua valise, para aqueles inclinados a zombar do
jovem médico e de sua medicina suave. Ele raramente falhou em convencer, no
decorrer de cinco ou dez minutos, do poder de Glon:, porque uma gota na língua
produzia uma dor de cabeça pulsante característica. Ninguém mais pediu mais
provas do poder do medicamento homeopático.
(Lembramo-nos de uma jovem doutora junto ao “Novo”, como era então
chamado o Hospital Elizabeth Garrett Anderson, que descreveu uma dor de
cabeça terrível, por tocar sua língua num pouco da preparação de
nitroglicerina).
As dores de Belladonna são súbitas em seu início, e subitamente vão embora;
aquelas de Glonoinum o são ainda mais.
Nash diz que: “Glonoinum é melhor adaptado ao estágio inicial con- gestivo
das doenças inflamalórias do cérebro; Belladonna vai além, e pode ser ainda o
remédio após o estágio inflamatório estiver completamente iniciado.” Nenhum
das dois pode suportar o menor abalo. Mas as 'ondas' de dor ascendentes são
absolutamente características de Glon.

FARRINGTON enfatiza que o key-note de toda a sintomatologia da droga é


expresso nesta única sentença: “uma tendência a irregularidades súbitas e violentas
da circulação. ” Com isto, ele diz, nós podemos facilmente compreender os
demais sintomas.
u
Glon. é uma droga que age muito rápida e violentamente; a pulsação (da
cabeça) não é somente uma mera sensação, é um fato real. Parece realmente que
os vasos sangüíneos arrebentar-se-ão, de tão violenta que é ação da droga... O
sangue parece ascender em uma grande corrente pela espinha e para o interior
da cabeça. A jugular externa parece um cordão
428 GLONOINUM - NITROGLICERINA

tortuoso, as carótidas pulsam violentas e estão rígidas, tensas, não cedendo à


pressão. A face é intensamente vermelha. Esta pulsação está também associada
com dolorimento que entorpece e aflige ou dores agudas e violentas.”
“A insolação... também temos em Glon. nosso melhor remédio para os
efeitos do calor, tanto se os problemas aumentam em conseqüência direta dos
raios de sol, quanto do tempo de calor, ou do trabalho em lugar com o intenso
calor de uma fornalha, como no caso dos trabalhadores dc fundição ou
maquinistas. Estes efeitos não se limitam à cabeça, mas envolvem o corpo
todo, e nota-se a opressão da respiração, com palpitação cardíaca, náusea e
vômito... a náusea não é gástrica, mas cerebral... uma sensação horrível de
afundamento no epigástrio e, quase sempre, ocorre diarréia também... Os olhos
muito grandes e protrusos como se fossem explodir cabeça afora...
enfermidades dos olhos devido à exposição à luz muito forte... vasos
sangüíneos da retina distendidos ou, em casos extremos, apoplexia da retina ...
Remédio admirável para convulsões puer- perais; pulso cheio e duro e
albuminúria...
“As ruas bem conhecidas parecem estranhas ao paciente (Petroleum).
Suponha que uma pessoa, sujeita a congestões apopléticas, é subitamente
tomada nas ruas com uma dessas ocorrências, e não sabe onde está, então
Glonoinum é o remédio para ela.
“Efeitos maléficos do medo (Opium). Apreensão horrível e, às vezes, o
medo de ser envenenado.
“Trauma. Um excelente remédio para as dores e outras sensações anormais,
que se seguem algum tempo após traumatismos locais; o local dói, ou a
sensação é dolorida; ou uma velha cicatriz se rompe novamente.”
Ele, também mostra os contrastes entre Bell. e Glon. “porque eles en-
contram-se nas congestões e inflamações do cérebro nas crianças e pessoas
mais velhas. DÍstÍnguem-se assim:”

BELL. GLON.
Grito encefálico. Menos marcante.
Piora dobrando a cabeça para trás Melhora dobrando a cabeça para trás
A cabeça parece enorme. ...............
Melhora com a cabeça descoberta Melhora com a cabeça coberta
Melhora ao ar livre.

Terminaremos com um extrato de alguns dos pequenos flashes vividos de


KENT; mesmo sendo repetitivo, isto serve meramente para enfatizar e gravar
os sintomas.
“Ondas de sangue para o coração e a cabeça. Como se todo o sangue do
corpo estivesse circulando ao redor do coração: uma onda para a cabeça; um
calor incandescente na cabeça ou um calor que sobe do estômago
GLONOINUM - NITROGLICERINA 429

ou do peito para a cabeça, às vezes com perda de consciência... Sensações


como em ondas, como se o crânio estivesse sendo levantado e abaixado;
expandido e contraído. Dor intensa, como se a cabeça fosse estourar. Grande
pulsação; como marteladas; toda a pulsação é dolorosa. Até mesmo os dedos
dos pés e das mãos pulsam...
“A cabeça é aliviada ao ar livre; piora com o calor; quase sempre sente
alívio com frio. Piora deitando-se. Piora com a cabeça baixa. As extremidades
são frias, pálidas e perspirantes, a cabeça quente, a face ruborizada e arroxeada
ou vermelho-brilhante. A boca seca; pálpebras secas, pontadas nos globos
oculares. Todos os níveis da confusão à inconsciência.
“Insolação ... congestões súbitas da cabeça ... O frio é bom para a cabeça; o
calor é bom para as extremidades. Quando os membros inferiores estão cobertos
e o paciente encontra-se num ambiente fresco e com as janelas abertas, as
convulsões melhoram e o paciente respira mais facilmente.
“Em apoplexia, tais remédios com o Opium e Glonoinum melhoram a pressão
sangüínea quando os sintomas concordam ... Eles equilibram a circulação e
podem evitar a morte do paciente.
“Quando senta-se após estar deitado, você perceberá o paciente Glonoinum
com ambas as mãos pressionando a cabeça com toda a força possível até que os
braços fiquem completamente exaustos. Deseja enfaixá-la ou usar um gorro
justo ... Pior com vinho e pior deitando-se. Você ficará atônito ao ver por quanto
tempo um paciente Glonoinum ficará sentado sem mover um só músculo, porque
o movimento é extremamente doloroso para ele. O topo da cabeça parece estar
coberto por um ferro em brasa, como se um forno estivesse muito próximo...”
r
GRAPHITES
(Grafite)

HAHNEMANN mostrou cstc valioso remédio em seu livro Doenças Crônicas,


Vol. III. Ele diz:
“Pulverize um grão do mais puro grafite extraído de um fino lápis inglês, e
prepare as triturações e diluições da maneira usual. Um ou dois glóbulos da 30â
potência são suficientes para uma dose.
“O puro Graphites é um tipo de carbono mineral com uma leve mistura de
ferro que não pode ser considerada como um dos constituintes necessários
desse mineral.” Ele o denomina diamante transformado.
Ele nos conta como um médico alemão viu trabalhadores em uma fábrica
de espelhos usando Graphites externamente para remover erupções de herpes ...
“nós vamos além, usamos Graphites como um antipsórico, seja ou não herpes
um dos sintomas da doença (não venérea).”
Graphites foi experimentado, pela primeira vez, por ele mesmo e trcs outras
pessoas.
Graphites afeta principalmente os ouvidos, a pele, as unhas; e Guernsey diz:
“ele é especialmente eficaz para as mulheres com tendência a uma obesidade
não saudável, possivelmente com unhas deformadas, exsudação característica,
problemas menstruais, etc.”
NASH dá um de seus brilhantes pequenos retratos de Graph.:
“Erupções da pele, que exsudam fluido viscoso, parecido com mel.
“Orifícios mucosos; pálpebras inflamadas, com pústulas; ouvidos pur-
gando; escoriações úmidas que ocorrem atrás das orelhas; boca rachada nos
cantos; ânus com erupções, prurido e fissuras.
“As unhas crescem grossas, quebradas, disformes.
“Constipação; fezes nodulares, grandes massas unidas por filetes mucosos.
“Diarréia: fezes líquidas, marrons, misturadas com substâncias não
digeridas e com um odor fétido, intolerável.
“Tristeza desalentadora; chora; não pensa em mais nada que não a morte.
“Adaptado especialmente às pessoas com tendência à obesidade, par-
ticularmente as mulheres com atraso da menstruação.
“Ouve melhor com barulho...
“Sensação de face coberta por uma teia de aranha: tenta energica

430
GRAPHITES 431

mente removê-la.”
Ele cita casos: eczema nas pernas de uma senhora idosa e obesa; Sulphur CM
acarretou uma erupção sobre todo o corpo com exsudação de um líquido
viscoso, glutinoso. Uma dose de Graph. CM. curou-a do eczema e “deixou sua
pele tão macia quanto a de um bebê”. Uma criança de três anos de idade tinha
um eczema na cabeça, que foi curado com um tratamento local e seguido por
uma enterocolite muito obstinada. A criança havia emagrecido bastante, etc. e
as fezes eram marrons e fluidas, misturadas com alimentos não digeridos e com
um odor fétido intolerável. Nash curou-a rapidamente com Graph. 6M.
No eczema da pálpebra, ele contrasta Graph. com Sulph. Em Graph., as
erupções são úmidas c as margens fissuradas das pálpebras são recobertas com
escamas e crostas. Todos os orifícios com Sulph. são bastante vermelhos ... Velhas
cicatrizes endurecidas ficam macias sob sua ação, especialmente aquelas
deixadas por abcessos da mama.
Ele diz, concluindo, que Graphites cura queixas de muitos tipos, quando
você tem presente duas coisas.
Primeira./l tendência peculiar à obesidade.
Segunda./lí erupções glutinosas características.
Com respeito à ação de Graphites sobre o tecido cicatricial, que verificamos
mais de uma vez, gostaríamos de citar mais longamente as palavras de KENT;
porque na última edição de suas Lectures, este parágrafo parece ter
estranhamente desaparecido.
Ele diz, falando de Graphites, “Neste grave estado de nutrição e má
produção sangüínea, os reparos do organismo são realizados de maneira
inadequada, e as cicatrizes têm má formação, se contraem e ficam rígidas. As
cicatrizes antigas causam muitos problemas neste remédio. Elas têm a tendência
de causar enrijecimento e nodosidades. Pense em Graphites quando você
encontrar mulheres que tenham tido abcessos nos seios muitos anos atrás, e
agora o fluxo de leite está sendo iniciado para um recém- nascido, e há o risco
de abscesso no mesmo local onde houve o antigo, ou uma inflamação da mama,
no local da antiga cicatriz, com enduração nodular, sensível e dolorosa,
enquanto que o resto do seio está macio e normal. O tecido cicatricial não era
bom, era de má qualidade, desenvolveu-se endurecido e agora aquelas
endurações estão formando pequeno estreitamento no local e bloqueando o
fluxo de leite. Graph. em geral interromperá essas endurações, removerá a rijeza
da antiga cicatriz e trará mais conforto para a paciente. Se você conhece uma
mulher que está sofrendo com uma antiga cicatriz que formou um nó, quando
ela está próxima a dar à luz, dê-lhe uma dose de Graphites como um remédio
geral, a menos que outro remédio seja mais especificamente o indicado... ”
Kent observa que as erupções de Graphites, além de serem glutinosas,
ocorrem nas superfícies flexoras, nas dobras (Sepia) dos cotovelos, viri
432 GRAPHITES

lhas, pregas poplíteas, atrás das orelhas, nos cantos da boca e no canto dos
olhos. Mas a droga possui erupções em outros locais - como crosta láctea; as
crostas exsudam um líquido que as faz desprenderem; algumas vezes cheiram
mal (Mez).
Kent diz que Graphites é um “remédio dc ação prolongada, eficaz e
valioso.”
No tecido cicatrizado, dois casos são lembrados em particular, nos quais o
efeito de Graphites foi incrível: em cada caso foi ministrado na CM. Uma garota
com um cotovelo rígido após inflamação (tanto quanto posso lembrar, havia
sido de origem reumática). Ela teve as aderências rompidas, mas voltaram a
aparecer e ela me procurou novamente um ano mais tarde. Ela tomou Graphites
e dentro de um mês o cotovelo podia ser movido livremente. O outro caso foi a
liberação de um dedo mínimo, contraído e imóvel após inflamação.
Nos disseram que “Graphites é gordo, friorento e constipado. Ele age melhor
onde há a tendência para a obesidade.”
No nosso departamento ambulatorial verifica-se que Graphites em alta
potência tem um efeito memorável sobre as mulheres idosas e obesas.
Farrington diz: “Essa obesidade não é um tecido sólido e saudável do san-
güíneo, mas uma espécie de gordura como Cale. c., que acusa uma nutrição
inadequada.”
Ele também fornece esses pontos: “Sempre frio, dentro e fora de casa.
“Como em Ferrum, há um fluxo de sangue para a cabeça e com a face
ardente. Quando há um choque, o sangue corre para a face.
“Paciente anêmico; membranas mucosas pálidas, como em Ferr. *
“Blefarite, pálpebras espessadas, especialmente nas bordas , que são
cobertas de crostas e caspas.
“A blefarite é pior nos ângulos dos olhos, nos cantos. Há uma tendência das
pálpebras se físsurarem e sangrarem; se isso ocorrer, você não precisará hesitar
em usar Graphites.
“Os cüios tornam-se revoltos; viram-se para dentro em direção ao globo
ocular e irritam a conjuntiva. Terçóis endurecidos. Visão dupla.
“Alguns sintomas como os de Calcarea; mas Cale. tem suor na cabeça e pés
úmidos e frios (não proeminente em Graph.).
“Arsenicum é muito parecido com Graph.', somente com Ars. as pálpebras
são fechadas espasmodicamente.
“Sulph. tem as bordas das pálpebras vermelhas; as de Graphites são pálidas.”

* Esses sintomas são interessantes em vista da “mistura de ferro” na droga. Graphites, como Ferr.,
“melhora caminhando ao ar livre”. (Puls. -que também tem ferro em sua composição).
GRAPHITES 433

Em relação às cicatrizes, ele diz: “Foi extensamente notado que em


trabalhadores em contato com Graphites, os ferimentos nas mãos curam- se e as
cicatrizes desaparecem muito rapidamente. Em casos de cicatrizes nos olhos,
que se formaram e contraíram após uma operação, Graph. fornece alívio e as
partes reassumem sua posição normal.”
Conhecemos três remédios do “tecido cicatricial - cada um deles de acordo
com suas indicações: Drosera, Silica e Graphites. Não resta düvida que outros
remédios também poderão ser eficazes, quando indicados.
Graphites é um dos remédios para a psoríase palmar.
Graphites tem grande valor na úlcera gástrica ou duodenal. Na realidade, é
onde temos mais freqüentemente empregado a droga, e temos publicado caso
após caso nos números anteriores de HOMEOPATHY, ilustrando seu uso bem
sucedido. Suas indicações são bastante bem definidas, e não há outra droga,
tanto quanto é de nosso conhecimento, que tenha exatamente este pequeno
complexo de sintomas.
A dor de estômago é aliviada ao comer ou beber.
Aliviada por comida ou bebida quentes.
Aliviada deitando-se.
Quando se tem em mente os pequenos conjuntos de sintomas das drogas, a
prescrição torna-se rápida, fácil e segura. Graphites tem curado até mesmo
câncer; e do intestino.
Uma dos rivais de Graphites aqui é o pouco experimentado Omithogalum
(Estrela de Bethlehem - “aliado ao Alho”). Temos verificado seus grande valor
na úlcera gástrica, até mesmo com hematêmese grave; e tem curado câncer do
estômago (veja oDictionary de Clarke).
As indicações mais importantes para Omithogalum são a grande distensão do
estômago; arrotos de gases mal cheirosos, precisa alargar as roupas (Lyc); crises
de dor, alívio (também) com alimento quente, mas ao contrário de Graph. que
tem alívio ao deitar, Omith. sente-se muito pior à noite. Pode haver uma
sensação “como se um saco de água virasse quando ela se vira na cama”. Omith.
tem também “depressão extrema e desejo de suicidar-se”.

SINTOMAS EM NEGRITO

Tristeza, com pensamentos somente voltados para a morte.


Desesperado. Sente-se miserável, infeliz.
Apreensão, com inclinação para o choro. A música afaz chorar.

Dor, como se a CABEÇA estivesse dormente epesada.


Dor, como se houvesse constrição, especialmente do occipício.
Muita caspa na cabeça, que causa coceira aflitiva e forma uma crosta,
434 GRAPHITES

que desaparece ao lavar e então fica úmida.


Queda de cabelos. Coceira no couro cabeludo.
Eczema de todo o couro cabeludo, formando crostas massivas e escuras que
embaraçam o cabelo. Doloroso e sensível ao toque.
Erupções no vértex dolorosas ao toque e úmidas.
Queda de cabelos.

OLHOS: margens das pálpebras muito inflamadas.


Inflamação do canto extemo. Escoriado e fissurado; sangra facilmente. Margens
das pálpebras muito inflamadas. Muco seco nos cílios.

Surdez: ouve melhor com barulho, ou andando de carro.


Pontos úmidos e escoriados atrás de ambas as ORELHAS.

NARIZferido por assoar.


Nariz dolorido internamente. Secura do nariz. Nariz tapado com muco mau
cheiroso.
Crostas secas no nariz, narinas feridas, rachadas e ulceradas.
Olfato extremamente aguçado; não tolera flores.

Constante sensação de teia de aranha na FACE.


Lábios e narinas feridos e rachados, como porfrio.

Bolhas ardentes na parte inferior e na ponta da LÍNGUA Gosto de ovos podres


que provoca náusea.

Dores constritivas no ESTÔMAGO\ melhoram comendo.


Aversão ao alimento animal, ao peixe, à comida cozida.
Os alimentos doces não lhe apetecem eprovocam náusea.

Dores ardentes que se espalham pelo ABDOME Peso no abdome. Grande


distensão do abdome.
Abdome cheio como por acúmulo de flatos e encarceração dos mesmos.
Dor no abdome superior.
Endurecimento na região do fígado.

Dores agudas no ÂNUS ao limpá-lo.


Prurido no ânus.
As fezes são marrons, fluidas, com substâncias não digeridas: de odor intolerável.
Fezes escuras, meio digeridas, com odor insuportável.
Fezes em nódulos unidosporfiletes de muco.
GRAPHITES 435

Pontadas no ânus (com fezes duras e muita urgência).


Secreção de muco pelo reto.
Hemorróidas com rágades ardentes no ânus.

A URINA toma-se turva e com depósito de sedimentos brancos.

Lecorréiaprofusa de muco muito branco, acre, escoriante.


Prurido na região pudenda antes da menstruação.
Atraso menstruai.

Cicatrizes duras que permanecem após abcesso mamário, retardando o fluxo de


leite.
Câncer da mania, decorrente das antigas cicatrizes, que permaneceram após
repetidos abcessos.

Constrição do PEITO como se fosse muito estreito.


A

Inchaço dolorido dos GÂNGLIOS nos lados do pescoço.

Dolorimento que sobe entre as coxas.


Escoriação ardente entre as nádegas.

A PELE das mãos é dura e rachada em vários locais.


As unhas dos dedos das mãos ficam grossas, tomam-se pretas.
Erupções no canto da boca.
Pápulas com prurido sobre a face, tomam-se úmidas após coçar. Erupções com
prurido cheias de um líquido corrosivo em várias partes do corpo.
Prurido e erupções úmidas no escroto.
Rachaduras e fissuras nas pontas dos dedos, mamilos, nas comissuras labiais, no
ânus, entre os artelhos, etc.
Erupções atrás das orelhas, que soltam um líquido viscoso.
Eczema com exsudações serosas profusas; em louras com inclinação à obesidade.

Dormência dos dedos, que ficam frios, estendendo-se até a metade do antebraço.
Exaustão com fraqueza do corpo inteiro.
Condições catalépticas: consciente, mas sem capacidade para mover-se ou falar.
Emagrecimento das partes afetadas. (Plumb.).
r
HEPAR SULPHUR!S

\______________________________________________________________ /

Hepar é um medicamento que tem seu lugar mesmo na menor das boticas
domésticas de medicamentos homeopáticos: é um dos remédios dos berçários
para gripes, tosses, crupe, adenopatias, etc.
O Hepar Sulphuris Calcareum de Hahnemann é preparado de acordo com
suas instruções: “uma mistura em partes iguais de concha de ostras muito bem
pulverizadas e do mais puro enxofre, mantida por dez minutos em calor
incandescente.” A partir daí suas potências são preparadas.
Hepar é um medicamento poderoso, que afeta tanto a mente quanto o corpo;
um irritante de primeira classe do temperamento, nervos e tecidos; o
experimentador fica perturbado até mesmo por uma só palavra, um toque, uma
lufada de ar, de tão hipersensível que está ao meio ambiente físico e mental. E,
claro, é justamente esta hipersensibilidade que propicia a chave para um uso
valioso de Hepar cm muitas enfermidades.
Até que a intimidade dessas duas drogas seja compreendida, há uma grande
tendência a usar Hepar por Silica, e Silica por Hepar. elas têm muitos pontos
semelhantes. Ambas afetam a pele, os gânglios, as supurações, até mesmo, em
se tratando de abcessos, é possível pensar: “Hum? Silica? HeparV’ - como se o
seu uso dependesse de cara ou coroa.
Ambos possuem a pele malsã, que supura ao invés de se curar. Isso é visto
tão freqüentemente nas crianças que procuram o Departamento Ambulatorial
do nosso Hospital, onde uma ou outra droga efetua a cura, dependendo dos
sintomas. Ambas têm dores que picam, como uma sensação de haver uma
espinha de peixe ou um espinho na garganta, mais especialmente Hepar. (Arg.
nit., Kali carb., Nit -ac. têm este sintoma também). Em ambas, com a pele
doentia, qualquer pequeno ferimento supura. Ambas são friorentas, mas aqui
elas se dividem porque Hepar está melhor com o clima úmido, melhor com o
clima quente e úmido; enquanto que Silica sofre com o clima úmido - com os
pés úmidos, com o clima frio e úmido; e está melhor quando está quente e seco.
Ambas têm perspiração intensa; Silica (como Calcarea) tem suores profusos na
cabeça à noite, e seus suores nos pés tendem a ser mal cheirosos: o intolerável
“chulé” que as pessoas citam, tem também suor axilar mal cheiroso, enquanto
que Hepar tem suores acres, intensos, generalizados durante a noite e o dia, que
não trazem alívio.

436
HEPAR SULPHURIS 437

Esses dois medicamentos, Silica e Hepar, são tão semelhantes que um pode
ser usado como antídoto do outro, quando ocorrer um erro de prescrição; c Silica
tem sido dada após Mercúrio com recrudescência alarmante dos sintomas
maléficos: então Hepar surge e “endireita as coisas”. Temos observado isso! *
Ambos possuem inchaços, inflamações e supuração de todos os gânglios do
corpo; mas as supurações ganglionares de Hepar são súbitas e rápidas, enquanto
que aquelas dc Silica são lentas e demoram a sér curadas
- até que Silicà seja administrada.
As secreções de Hepar são mal cheirosas, cheirando (caracteristica- mente)
como queijo velho; as úlceras muito mal cheirosas, cheirando da mesma forma e
são bastante sensíveis. Hepar tem uma leucorréia terrivelmente mal cheirosa, “o
odor pode ser detectado quando ela entra na sala”; enquanto que Silica deixa seu
odor dos pés por todos os locais e passagens através das quais seu infeliz dono
andou.
“Hepar promove e regula a supuração de maneira admirável (perdendo
somente para Silica) mas, em geral, faz-se necessária em um estágio anterior ao
dc Silica” (Farrington).
Mas o gênio dos dois medicamentos não é similar, porque suas menta-
lidades são tão afastadas como os pólos.
Silica, com sua falta de autoconfiança; sua falta de “coragem”, sua timidez;
seus sofrimentos por antecipação - ou quando tem que aparecer em público...
Hepar é sensível além de todos os limites da razão: irritável; impetuoso.
Sensível às correntes de ar; ao ar; possui úlceras tão sensíveis que não podem
suportar o mais leve toque (Lach.)\ mentalmente sensível - chegando até mesmo
a súbito§ impulsos homicidas.
Nash diz sobrtfjrlepar. \Sua característica mais forte é a HIPERSEN-
SIBILIDADE ao toque, à dor e ao ar frio.
“A paciente é tão sensível à dor que chega ao desmaio, mesmo quando a dor
é leve.
“Se houver inflamação ou inchaço em qualquer região, ou mesmo erupções
na pele, estas são tão sensíveis que não podem suportar o toque, ou mesmo o ar
frio sobre elas ... Essa sensibilidade excessiva às dores ocorre em todos os
sintomas da droga. Ela é tanto mental quanto física, pela mínima causa se irrita,
fala com um tom impetuoso e veemente.
“ A seguir vem o poder dc Hepar sulph. sobre o estágio supurativo de
inflamações locais, que ocorre somente quando o pus está por se formar,

* “Os médicos têm conhecimento que Merc. não é bem seguido por Silica. Sil. não é eficaz em seu efeito
quando Mera ainda está agindo, ou esteve agindo. Sil. segue bem após o uso de Hepar, e Heparsegue bem
após Merc. e assim Hepar torna-se um intercorrente naquela série de medicamentos.” KENT.
438 HEPAR SULPHURJS

ou recém-formado. Se esta for administrada numa potência muito alta antes da


formação do pus e não for repetida precoce ou freqüentemente, podemos
prevenir a supuração e cessar todo o processo inflamatório. Mas se o pus já
estiver formado, então apressará o processo e a secreção e, por último, ajudará
na reparação da úlcera... O mais rápido amadurecimento, drenagem e perfeita
cicatrização que eu já vi foi em um caso de um grande inchaço ganglionar no
pescoço de uma criança, sob a ação da potência ÇM. Hepar tem uma tendência
geral à supuração, e mesmo as erupções sobre a pele são passíveis de formar
pus, e pequenos ferimentos leves supuram (Sil, Graph., Merc., Petrol.).”
Com relação à “pele”, H. C. Allen (Keynotes) fornece uma valiosa re-
comendação. “As erupções da pele de Sulphur são secas, com prurido e não são
sensíveis ao toque; enquanto que em Hepar a pele não é saudável, supura, é
úmida e intensamente sensível ao toque.”
Mas Hepar tem também sua ação no sistema respiratório e nos nervos
ligados a esse sistema.
É um dos célebres “Pós para Crupe de Boenninghausen”, vendidos por
muitos anos em nossas casas de produtos químicos com aquele nome:
- um pacote com cinco pós, todos na potência 200a: eles eram numerados,
Aconitum, Spongia, Hèpar, Spongia, Hepar (que seriam necessários para cortar
rapidamente o ataque). Qualquer pessoa familiarizada com esses ataques
assustadores, um raio inesperado no céu azul no meio da noite, verá a
propriedade desses remédios.. .Aconitum, dificuldade súbita de respirar durante
a noite, juntamente com seu medo e pavor, após ter pego uma friagem ou vento
frio e seco. Spongia. Rouquidão; dificuldade de obter o ar, como se uma rolha
estivesse no meio da laringe, e a respiração não pudesse penetrar através do
orifício laríngeo estreitado. Hepar tem tosse sufocante, excitada não por coceira
na garganta mas pela respiração difícil; tosse profunda, seca, decorrente do
sufocamento ao respirar. Também: “Rola na cama, grita por socorro, sente que
não conseguirá obter o ar.”
Hahnemann diz que “A Homeopatia tem encontrado os mais notáveis usos
curativos da esponja tostada” (Spongia tosta), “naquela doença aguda e
assustadora que é a crupe membranosa... A inflamação local, entretanto, deve
ser inicialmente diminuída ou removida através da utilização de uma dose
extremamente pequena de Aconitum. A administração acessória de uma pequena
dose de Hepar sulphuris será raramente necessária.” E em uma nota de rodapé
ele acrescenta, “Quanto menor a dose da droga nos casos agudos e nas doenças
mais agudas, mais rapidamente terá efeito sua ação.” (Mat. Med. Pura -
“Spongia”.)
Hepar sua com a tosse, chora com ela, ou antes dela. A tosse decorre da
menor exposição de qualquer parte do corpo do paciente ao frio, ao ar, corrente
de ar. A respiração é estertorosa, ofegante, difícil (na bronqui
HEPAR SULPHURIS 439

te), até mesmo com ameaça de sufocamento, quase asmática. Na asma, Nash
contrasta Hepar com Natrum sulph. com essa diferença diagnostica, que é muito
válida: Hepar está pior com o clima frio e seco e melhor com a umidade;
Natrum sulph. é exatamente o oposto a isso: - extremamente sensível à umidade.
Nash diz: “Não há nenhum outro remédio que eu conheça que tenha uma
melhora tão forte no clima úmido.”
Hepar é uma grande remédio para os ouvidos e para a tendência a pro-
blemas mastóides. Lembramo-nos dos primeiros conhecimentos com Hepar
neste sentido: uma criança com uma secreção mal cheirosa do ouvido ... uma
hesitação - Merc.? Puls.? Mas uma médica que tinha aprendido Homeopatia na
índia com o Dr. Younan, um grande prescritor, sugeriu Hepar - no qual
ninguém havia até então pensado, e uma dose de Hepar 200 teve um efeito
surpreendente neste caso. É assim que se aprende a Matéria Médica! E outro
caso de otite é lembrado, depois, durante a guerra, quando os cirurgiões não
eram “tão comuns quanto sardinhas em Loo”, como colocaria Kipling. Havia
uma garota com temperatura alta que chegou nos 'Feridos' um dia, com um
problema de ouvido e um mas- tóide muito sensível. Ela tomou Hepar CM e
quando ela retornou um dia (ou um par de dias) mais tarde, não havia mais
porque submetê-la a uma cirurgia, porque todo o processo havia desaparecido
completamente, como por encanto.
Não se pensa normalmente em Hepar para a úlcera gástrica. Mas um caso,
com um histórico recente de hematêmese e um desejo (normalmente incomum
naquela doença) por vinagre e picles, curou-se rapidamente sob Hepar, que tem
este desejo, (o remédio teve que ser repetido uma vez mais tarde, após um
ataque de resfriado.)
Voltaremos paráKENT para umas poucas notas a respeito d & Hepar.
“Hepar às vezes é ruim para o oculista. Quando é indicado, cura os olhos
muito rapidamente, de forma que o oculista não terá casos muito longos e a
droga afasta a necessidade das mãos de um especialista... “Secreção purulenta,
mal cheirosa” (Arg. nit.). “Inflamação com pequenas úlceras” (Tub., etc.)...
“Uma esfera de ação muito importante de Hepar é após a mercuriali- zação.
Afecções sifilíticas: úlceras do palato mole e das porções ósseas do céu da bòca
... (Nit. a.). E em qualquer parte a “sensação de pontada”, o mau cheiro e a
sensibilidadé extrema.
“Suores durante toda a noite, sem alívio, fazem parte das muitas queixas àt
Hepar.
“Ao respirar o ar frio a tosse aumenta, ao colocar as mãos fora das cobertas
aumentará a dor na laringe ou tosse. Os transtornos em geral de Hep. agravam-
se por colocar a mão ou pé para fora das cobertas.
“A mente toma parte nesta hipersensibilidade e manifesta-se através de um
estado de extrema irritabilidade. Cada pequena coisa que perturba
440 HEPAR SULPHURIS

o paciente o torna tremendamente bravo, insultante e impulsivo. Os impulsos


tomam-no e provocam no paciente o desejo de matar seu melhor amigo naquele
instante. Em Hepar há também os impulsos sem causa que às vezes ocorrem” -
impulsos a cometer atos violentos... atear fogo,... destruir...”

SINTOMAS EM NEGRITO

Dor pressiva constante em uma metade do cérebro, como se decorresse de um


pino ou uma unha (Thuja).
Epistaxe (Vipera, etc.).
Grande inchaço do lábio superior.
Pontadas na garganta como se houvesse um espinho ao engolir\ que se estende
para o ouvido ao bocejar. Qv • '

Grande desejo de vinagre.


Náusea.
Abdome distendido, tenso.
Bubões, abcessos nas glândulas inguinais.
Fezes moles, mas expelidas com grande esforço.
Fezes cor de argila.
Urgência para evacuar, mas o intestino grosso tem uma ação peristáltica
diminuída, e não consegue expelir as fezes que não são duras; somente uma parte
destas pode ser forçada para fora com a ajuda dos músculos abdominais.
Muita dificuldade para a evacuação de fezes escassas, que não são duras, com
muita urgência.
Micção impedida: obrigada a esperar antes que a urina comece a ser expelida e
então esta flui vagarosamente.
Nunca é capaz de terminar de urinar: parece que sempre permanece uma porção
da urina retida na bexiga.
Fraqueza da bexiga; as gotas de urina caem verticalmente e ele é obrigado a
esperar um tempo antes que seja expelida mais uma quantidade.

Paroxismos de tosse, como os decorrentes de friagem, com sensibilidade


excessiva do sistema nervoso, tão logo qualquer parte do corpo por menor que seja
fique fria.
Dispnéia.

Abscesso dos gânglios axilares.


Dor de traumatismo nos músculos anteriores da coxas.
Inchaço do joelho.
HEPAR SULPHURIS 441

Dorpuxante nas pemas.


Linhas rachadas e fendidas nas mãos e nos pés.
A úlcera sangra apenas por ser levemente limpada.
Dor corrosiva na úlcera.
Sensibilidade ao ar livre.
\

A noite as dores estão piores.


Sonha com fogo.
Suornotumo.
Pele não saudávelsupurante; mesmo os mais leves traumatismos supu- ram.
Escoriação e umidade na dobra entre o escroto e a coxa.
Transpira facilmente com qualquer movimento, mesmo os mais leves.
Febre catarral com grande sensibilidade da pele ao toque, e à mais leve friagem.
Exalações mal cheirosas constantes do corpo.

Entre os sintomas de Hahnemann estão estes peculiares que podem


comprovar o diagnóstico:
As coisas mais sem importância o deixam violentamente passional, e ele poderia
cometer um homicídio sem hesitação.
Mal humorado; e com tal fraqueza de memória que necessita de três ou quatro
minutos para lembrar-se de qualquer coisa, e, quando no trabalho, freqüentemente os
pensamentos o deixam de repente.
Ao anoitecer ansiedade assustadora, pensa que está arruinado e fica tão triste que
poderia cometer suicídio.
Pela manhã após acordar, ele tem uma visão de uma pessoa falecida, que o
assusta; também imagina ter visto uma casa vizinha em chamas, que o deixa
terrificado.
Quando a menor parte de um membro esfria, imediatamente ocorre uma tosse,
como a de uma friagem e hipersensibilidade do sistema nervoso.
Tosse sufocante, excitada pela dificuldade de respirar.
À noite, das 11 às 12 horas, tosse violenta.
Antes da meia-noite ele sai da cama, cheio de ansiedade, pede socorro, sente que
não consegue respirar. (Hepar é um dos grandes medicamento da crupe).
Mesmo os ferimentos pequenos e os traumatismos leves supuram, não saram e
tomam-se ulcerados.

Hahnemann diz: “Belladonna remove muitos dos sofrimentos causados por


Hepar, onde os sintomas correspondam.”

HERING (Guiding Symptons) colocou em negrito mais alguns sintomas de


Hepar como sendo particularmente diagnósticos.
442 HEPAR SULPHURIS

Conjuntivite purulenta, com descarga profusa e sensibilidade excessiva ao are ao


toque.
Gengivas e boca muito doloridas ao toque, sangram facilmente.
Doenças mercúrio-sifilíticas das gengivas.
Fala e engole de maneira apressada.
Amidalite crônica, especialmente quando acompanhada por dificuldade de
audição.
Parece que a micção nunca termina; a aparência é de que sempre resta um pouco
de urina na bexiga.
A laringe ê sensível ao ar frio.
Crupe, após exposição a ventos frios e secos.
Tosse de crupe com estertores no peito, mas sem expectoração.
Paroxismos de tosse com sensibilidade excessiva do sistema nervoso, tão logo a
menor porção do corpo toma-se fria.
Tosse quando qualquer parte do corpo encontra-se descoberta.
Muco tenaz.
Catarros brônquicos habituais, com ruído alto de muco.
Abcesso pulmonar,, empiema, piotórax.
Muita frialdade ao ar livre.
Enfermidades provocadas pelo vento frio e seco.
‘■'Não suporta ficar descoberto. Deseja cobrir-se mesmo num quarto acpiecido.
Sensibilidade ao ar livre, com frialdade e náusea freqüente.
Sua facilmente com qualquer movimento, ainda que seja leve.
Suor frio pegajoso, em geral azedo emal cheiroso.
HYOSLCYAMÜS NIGER (.Meimendro)

Hyoscyamus 6 considerado especialmente venenoso para os pássaros, daí seu


nome em inglês, henbane. Alguns animais o comem, principalmente os rebentos,
impunemente; mas até mesmo aqui, seus eleitos são mais ou menos purgativos.
Hahnemann nos conta que, quando desidratada, a planta perde grande pane
dc seus poderes medicinais. Mas isto ocorre com muitos dos re médios vegelais;
sempre é necessário um farmacêutico homeopata com petente para contarmos com
um remédio eficiente.
A escola antiga usa Hyoscyamus c Hyoscina como “depressivos cere brais, na
mania aguda, delirium tremens, delírio febril e insônia, às vezes com bons
resultados. Eles são mais usados na prática médica em hos pícios”. A droga é útil
também “para cessar as cólicas quando Aloé, etc., são usados para purgação".
Os envenenamentos, as experimentações e o uso de Hyoscyamus mostram sou
raio dc ação muito definido, e também sua marcante semelhança com os
medicamentos natural mente a ele relacionados, Belladonna e Stramonium. Mas é
totalmente distinto deles.
No DHLIRIO tem suas características peculiares. Como Bell. ele causa e cura
casos com “atividade.cerebral aumentada”, mas cm Hyos., ao contrário dc Bell.,
os delírios nãojsão do tipo inílamatório. Um sintoma peculiar pertence
proeminentemente a Hyos.: “desejo de descobrir-se”.
Na INSANIDADE Hyos. pode atuar como um exibicionista, fazendo ca retas e
gestos ridículos e mostrando uma “loucura cômica” ou uma hor rível “mania
lasciva”, toda própria. “Nas FEBRES os pacientes Hyos. atiram fora as cobertas
não devido a sentirem calor, mas por não deseja rem permanecer cobertos.” “Um
keynote para Hyoscyamus nas febres é ^ que o paciente não permanece
cobcrto.”(Mais tarde nós citaremo s KENT, que discute essa questão.)
E aqui, com relação a Hyos. nas febres, não podemos fazer melhor do que
citar a descrição de Hahnemann dc uma epidemia de tifo na guerra cm Leipzig,
em 1813 (um ano antes de Waterloo) onde ele tratou 183 casos, “dentre os quais
não houve nenhuma mórte”.
Sc o caso tiver ido alem de Bryonia e Rhus, em seu segundo período
de delírio (“uma metáslase da doença toda para os órgãos mentais”), “o
/•T r <■ !
A a \ \ IV.. O J
444 H YOS CYA MUS NIGER

paciente pára de queixar-se de seus sintomas, ele fica quente, não deseja beber
nada, não sabe se pega isso ou aquilo, não reconhece aqueles que o rodeiam,
maltrata-os, dá respostas irrelevantes, fala coisas sem sentido com os olhos
abertos, faz coisas tolas, deseja sair correndo, grita ou lamenta-se, sem ser
capaz de dizer porque o faz, tem um ruído na garganta, o semblante é
distorcido, os olhos piscam, brinca com as próprias mãos, comporta-se como
um louco, expele excrementos inconscientemente, etc... Se a doença passar por
este estágio de delírio e mania, Hyos- cyamus niger tem total indicação para o
caso.” Em um terceiro estágio, posterior, praticamente de paralisia mental e
física, podem ser necessários os “Dulcis Spiritus Nitrus”, diz-nos ele. Nós
reproduzimos na revista HOMEOPATH Y, de julho de 1935, esta descrição
muito interessante do tratamento bem sucedido de Hahnemann da terrível
epidemia que seguiu-se às Guerras Napoleônicas. Trata-se de um estudo muito
útil.

* * * * *
Os sintomas CORÉICOS\de Hyoscyamus são suficientemente definidos e
inconfundíveis. “Todos os músculos do corpo se contraem, dos olhos aos
artelhos.” “Estado de constante eretismo; nenhuma simples parte do corpo,
nenhum músculo isoladamente permanece em descanso por um momento
sequer. Movimentos convulsivos. Espasmos clônicos.”
A coréia de Hyoscyamus, ao contrário “dos movimentos giratórios de Stram”
tem repuxões angulares grosseiros que arremessam o corpo do paciente e
tornam algo simples como colocar a língua para fora em algo capaz de virá-lo
do avesso num solavanco. Hughes fala também de “coréia local" - piscadelas,
gagueira, repuxões da face.

* * * * *
íi
Ná EPILEPSIA de Hyos. ocorre, antes do ataque, vertigem, zumbido no
ouvido, faíscas ante os olhos, fome torturante; durante o ataque, a face fica
púrpura, os olhos salientes, grita, range os dentes e tem enurese: seguidos de
sopor e ronco. Bell. tem espasmos da laringe e aperto na garganta durante o
ataque. Em Stram. há o risus sardonicus e movimentos impulsivos da cabeça para
a direita. Stram. tem também “um olhar amigavelmente estúpido”.
É claro que Hyoscyamus é “maravilhosamente homeopático” para
DELIRIUM TREMENS e HIDROFOBIA. Citaremos por extenso uma nota de
rodapé de Hahnemann (Matéria Medica Pura - Hyoscyamus). Ele nos diz que:
* Para alguns casos de hidrofobia Belladonna é curativa, para outros
Stramonium, enquanto que para outros (de acordo com os sintomas que ele
enumera), Hyoscyamus. “Bell”, ele diz, “efetuou algumas curas perfeitas, e faria
isso mais freqüentemente, se não houvesse sido já adminis-
HYOSCYAMUS NIGER 445

trado ao mesmo tempo outros remédios que interferissem ou, e especialmente,


se não tivesse sido usado em doses tão grandes que pudessem matar o
paciente.” Ele acrescenta, o que é interessante e importante, em itálico:
“Grandes doses das drogas, homeopaticamente adequadas, são muito mais
prejudiciais, com certeza, do que aquelas que são ministradas sem qualquer relação
de semelhança (homeopática) ã doença, ou que tenham uma relação oposta
(antipática) ao caso, o que quer dizer, são completamente impróprias (alopáticas). No
emprego de medicamentos homeopáticos, onde a totalidade dos sintomas mórbidos
tem uma grande semelhança à ação da droga, é realmente um crime não ministrar
pequenas doses, na verdade tão pequenas quanto possíveis. Em tais casos, as doses
do tamanho prescrito na prática habitual tomam-se verdadeiros venenos e agentes
mortíferos. Convencido por uma experiência de milhares de vezes, eu afirmo
isto sobre o emprego homeopático dos medicamentos, universal e in-
variavelmente, particularmente quando a doença é aguda; e isso é especialmente
real quanto ao emprego de Belladonna, Stramonium e Hyoscyamus na hidrofobia.
Por isso não permita que digam: 'Um dos três medicamentos foi dado nas doses
mais maciças, e não muito espaçadamente, mas sim a cada duas ou três horas, e
mesmo assim o paciente morreu'. 'Esta foi precisamente a razão', Eu respondo
com grande convicção, 'que foi exatamente a razão pela qual o paciente morreu e
mais, você o matou.' Se você tivesse permitido que ele tomasse a menor porção
de uma gota com atenuação de um quintilhão ou decilhão de vezes do sumo de
uma destas plantas para uma dose (em raros casos repetindo a dose após três ou
quatro dias), então o paciente teria sido fácil e certamente salvo”
Aqui está uma experimentação acidental d&Hyoscyamus:
Um médico conta como ele administrou, certa feita, a uma mulher com
paralisia histérica, que encontrava-se na cama há um mês, uma injeção de
Hyoscina de 1/50 de um grão. Ela levantou em dez minutos, correu ao redor do
quarto como se estivesse embriagada, às gargalhadas; pulou na cama e ainda
rindo e gritando, saiu pelo outro lado: não conseguia ficar na cama. No dia
seguinte ela não era capaz de lembrar-se de nada; somente sabia que ela fizera
algumas bobagens. Então aos poucos ela voltou ao seu estado antigo.

* * * * *
“Hyoscyamus é uma droga de sintomas surpreendentemente alter- nantes.
Como a necessidade de freqüentes evacuações que ocorrem com o uso de
meimendro se alternam com as fezes demoradas e a ausência da vontade de
evacuar; mas a primeira parece ser a ação primária principal.” Hahnemann, de
fato, sente uma ação duplamente alternada entre 'muita vontade com raras
evacuações e evacuação mais freqüente com pouca
446 HYOSCYAMUS NIGER

vontade; e entre pouca ou nenhuma evacuação, com evacuações freqüentes.


Mas a vontade freqüente alternando com escassas ou raras evacuações é a
principal ação alternante'*.
Da mesma forma - “A excitação da bexiga para urinar e sua perda de
irritabilidade; o pequeno fluxo de urina e a diurese copiosa são ações al-
ternantes em meimendro, de forma que muita vontade de urinar com fluxo
escasso ou abundante de urina; assim como a inatividade da bexiga com
secreção urinária rara ou copiosa podem estar presentes simultaneamente; mas
muita vontade de urinar com pouco fluxo parece ser a principal e mais
freqüente ação primária.”*
E outra vez, - “A insônia exagerada em meimendro alterna com preguiça e
sono, mas a primeira parece ser a ação primária.”*
Mas os usos de Hyoscyamus não estão confinados a estados desespe-
radores. Por exemplo, ele é um medicamento rápido e eficaz nas formas de
TOSSE não muito graves, mas bastante incômodas. Muitas vezes já vimos sua
ação bem sucedida nestes casos e o paciente nos dizer, agradecido, “Você é
maravilhoso!” Mas é a Homeopatia que é maravilhosa, quando o retrato da
droga e da enfermidade combinam. A tosse é espas- módica, ou seca, com coceira
na garganta, e ocorre especialmente à noite. O paciente deita-se e tosse, tosse,
tosse; senta-se e a tosse pára; deita-se de novo e ela recomeça; novamente
encontra a paz sentando-se. Isto continua pela noite adentro, e na próxima noite
e na outra, até que Hyoscyamus seja administrado e possa terminar com esse
incômodo processo.
Os mais notáveis remédios para os ciúmes e a desconfiança são LACH.,
HYOS., PULS., NuxeStram.
Um caso interessante de ciúmes de Hyoscyamus será aqui repetido. Um
garoto, mentalmente deficiente, era entre outras coisas assustadoramente
ciumento, especialmente do homem de quem sua irmã estava noiva. Sempre
que o noivo vinha à sua casa “o rapaz ficava muito desobediente e evacuava nas
calçasHyoscyamus tinha o seguinte sintoma: fezes involuntárias, devido à
excitação. Ele tomou uma dose de Hyoscyamus CM e no próximo relatório
constava que “as pessoas notavam como ele estava mais quieto e embora o
noivo da irmã estivesse em casa, ele não parecia estar com ciúmes”.
Entre seus medos e suspeitas, está o medo de envenenamento, a suspeita de
que alguém o envenenará. Este medo está presente em Lach. e Rhus. Bell.
eKaliBrom. também têm medo de envenenamento.
Um sintoma esquisito de Hyos., “pensou que viu um policial vindo”, levou
a uma prescrição bem sucedida em um caso sério de pneumonia. (Kalibrom.
também tem tal sintoma).

* ****

*Nota de Rodapé, Matcria Med. Pura.


HYOSCYAMUS NIGER 447

KENT diz (condensando e resumindo): “Hyoscyamus é cheio de convulsões,


contrações, tremores e repuxões dos músculos ... Movimentos coréicos,
angulares dos braços, etc... A mistura de repuxões, contrações, tremores,
fraqueza e ação convulsiva dos músculos são todos aspectos marcantes...
“O estado^ mental £ realmente a parte mais forte d & Hyoscyamus ...
ocorrem delírios, ilusões, alucinações, tudo junto. Suspeita de todas as pessoas;
de que sua esposa irá envenená-lo, que ela é falsa; recusa a tomar os
medicamentos, porque estariam envenenados... Ele é perseguido: todas as
pessoas voltaram-se contra ele. Mantém conversas com pessoas imaginárias;
imagina realmente que há alguém sentado ao seu lado, com quem está falando.
Fala com parentes mortos; chama por uma irmã morta, ou mulher, ou marido, e
começa a conversar com o falecido, como se estes estivessem aqui na Terra .. .
Outra singularidade em seu estado mental: - deita e olha para um papel estranho
na parede e tenta enfileírar as figuras... imagina que as coisas são vermes, ratos,
gatos e os guia como crianças guiam seus brinquedos... um paciente via uma
fila de percevejos na parede e ficava irritado porque ele não conseguia manter o
último em fila... Deita-se e pega coisas.”
A língua “estala na boca, de tão seca”, parece como couro queimado. Os
músculos da garganta-língua-faringe-esôfago estão enrijecidos e paralisados, de
forma que engolir é difícil. Os líquidos saem pelo nariz (Gels.), ou descem pela
laringe.
Ele com para 5e//., Stram., Hyos. Com relação à febre, a ordem é a seguinte:
Bell. é muito quente; Stram. muito violento e ativo, mas em geral apenas
moderadamente quente; a febre dc Hyos. não é tão alta como sua insanidade.
Com relação à violência de conduta, a ordem seria: Stram., Bell.,Hyos.
- este último é um medicamento mais passivo; não torna-se violento.
Com respeito à reação deles à água e hidrofobia. Medo de água, de água
corrente: todos os três. Stram.: medo de água; de tudo que possa parecer com
água; objetos brilhantes, fogo, espelhos, ou que tenha som de líquidos
(Hydrophobinum). Hydrophobinum já curou micção involuntária ou evacuação ao
ouvir água corrente.
Kent explica o “desejo de estar nu” de,Hyos. assim: - Ele tem tal sensi-
bilidade nervosa no corpo todo que não pode suportar o toque das roupas, e
então as retira. Ele parece não ter a menor vergonha: mas não acha que está
fazendo algo incomum: ele age assim devido à hiperestesia da pele.
Imagina-se como os “nudistas” reagiriam a Hyoscyamus dado em potência!
Mas além disso, a insanidade de Hyoscyamus apresenta obscenidade; com
excitação violenta, ninfomania e exibicionismo. Mania lasciva. Especialmente
onde essas coisas são somente uma fase da doença ou insanidade em pessoas
corretas e boas.
448 HYOSCYAMUS NIGER

Ele é violento: bate nas pessoas, chuta e morde, canta constantemente e


fala rapidamente. Após as convulsões tem problemas oculares, piscar de olhos,
distúrbios da visão. “Um objeto visto parece pular.”.. .Tanto a urina quanto as
fezes são expelidas sem que ele perceba... Muitas das queixas ocorrem durante
o sono, “insônia ou sono constante”. Subitamente senta-se e deita-se
novamente, mantém essa atitude durante toda a noite. Ri durante o sono.

SINTOMAS EM NEGRITO

Alucinação, delírio, inquietude; não consegue permanecer na cama.


Riso tonto; fala mais do que o usual; mais animadamente; apressadamente.
Tolo; sorridente; ri por qualquer motivo: expressão abóbada.
Alienação cômica da mente, pratica atos lúdicos como os macacos.
Faz gestos ridículos como um palhaço dançando.
Tira suas roupas e fica nu, deita-se na cama efala sem parar.
Carfologia. Pega em suas roupas de cama; murmura efala sem parar.
Não é capaz de pensar; não pode direcionar ou controlar os pensamentos.
Não responde a perguntas; não suporta que lhe falem.
É violento e bale nas pessoas.
Ciumento com raiva e delírio; com tendência ao assassinato.
Mania lasciva; desnuda-se; canta músicas obscenas.
Desconfiado. Medo: de estar sozinho, de ser envenenado (Lach., Rhus., etc);
de ser machucado. Deseja fugir. Medo de ser mordido.
Deseja levantar-se e cumprir seu trabalho, ou ir para casa. (Bry). Delírio, fala
de negócios, de erros imaginários.

Pupilas dilatadas; insensíveis.


Pequenos objetos parecem muito grandes (ao contrário de Plat.)
Olharfixo e constante para os objetos que o circundam. Esquecimento.

Pressão que aperta a raiz do NARIZ.


Surdez (decorrente da paralisia do nervo auditivo).

Deglutição difícil; incapacidade de engolir.


' '.«‘V .rik .. *

Língua vermelha ou marrom; seca, rachada, dura, parece com couro queimado.
Ou limpa, ressecada: branca, trêmula. Boca espumante.
Sujeira nos dentes e na boca. Range os dentes.
HYOSCYAMUS NIGER 449

Medo de água (Stram.)


Soluços.
Inflamação do estômago, ou peritonite com soluço.
Dores cortantes no baixo abdome. Pontadas.

Vontade de evacuar. As fezes são expelidas in voluntariamente na cama.


Não deseja urinar nopuerpério.
Espasmos puerperais: gritos, angústia, opressão do peito, inconsciência.

Muito catarro na laringe e nas passagens de ar, que tomam a voz e o discurso
difíceis de serem entendidos.
Tosse quase incessante enquanto está deitado; desaparece ao sentar-se. TOSSE
seca durante à noite.
Tosse à noite; freqüente tosse notuma, que sempre o desperta, após o que
adormece novamente.

Movimentos angulares: repuxões de um músculo ou de um conjunto de músculos.


Subsulto tendíneo.
CONVULSÕES.
Crises de sufocamento e convulsões durante o trabalho de parto.
Epilepsia; antes do ataque aparece vertigem, faíscas diante dos olhos, zumbido
nos ouvidos, fome mordente; durante o ataque a face fica púrpura, os olhos
proeminentes, grita, range os dentes e solta urina.
Espasmos epileptóides. Epilepsia diariamente tão violenta que parecia como se a
espinha ou as articulações fossem quebrar-se.

Soporprofundo.
Insônia: insônia contínua e prolongada; por conta de uma atividade mental
tranqüila.
Incapaz de dormir a noite toda: vira-se de um lado para o outro, não consegue
ficar quieto. (Ars.)
Desperta sobressaltado do sono como se levasse um susto.
Intensa insônia das pessoas irritáveis; excitáveis, por problemas com os negócios-
em geral imaginários.
Insônia, ou sono constante, com resmungos.
Insônia contínua.

Não suporta que lhe falem, nem o mínimo barulho durante calafrio. SINTOMAS

CURIOSOS OU CARACTERÍSTICOS

Ele fala demasiadamente sobre quase todas as coisas que uma pessoa
450 HYOSCYAMUS NIGER

sensível manteria em silêncio, a respeito de toda sua vida.


Fantasia que os homens são porcos.
Lança-se contra todos os objetos que estão em seu caminho, com os olhos
bem abertos e selvagens.
Atos ridiculamente solenes, com roupas impróprias, misturados com fúria:
Como por exemplo: “Com uma batina de padre, veste somente uma camisa,
nada mais, e com botas de pele, ele deseja ir à igreja, para rezar e cumprir o
ofício clerical, e ataca furiosamente aqueles que tentam impe- di-lo.”
Ameaça as pessoas com facas: ataca e tenta matar aqueles que encontra.
Medo peculiar de ser mordido por animais.
Reprova a si mesmo e aos outros: reclama da injustiça que imagina que lhe
tenha sido feita. (Staph).
Deseja em desespero tirar sua própria vida, e atirar-se à água.
Seriamente doente por ciúme e mágoa de uma amante infiel.
Deseja estar nu (hiperestesia dos nervos cutâneos).
Após um ataque passional e súbito medo: tão medroso que se esconde pelos
cantos, foge até das moscas.
Continuamente calculando algo.
Olha com freqüência para as mãos porque elas parecem-lhe muito grandes.
Os dedos parecem muito grossos. Sente com o se os dentes fossem cair.
Sifilomania.
O cérebro parece solto; tem um ruído como se houvesse água na cabeça.
Balança a cabeça para frente e para trás.
Os objetos parecem vermelhos. (Bell., pretos, Stram.).
Expressão estúpida. Os músculos se torcem, faz caretas.
Morde a língua quando fala.
Paralisia da língua.
Após um susto perde a voz: movimentos da língua prejudicados, com
dormência e languidez.
Espasmo; ou constrição da garganta, incapacidade para engolir líquidos.
Fezes involuntárias enquanto urina.
Paralisia dos esfíncteres: fezes e urina involuntárias.
Emissão freqüente de urina clara como água.
Cada músculo do corpo repuxa, dos olhos até os dedos dos pés (na coréia,
etc.). Espasmos clônicos.
Os pacientes com febre atiram as cobertas fora, não porque estão muito
quentes, mas eles não permanecem cobertos.
HYPERICUM

Hypericum ou Erva de São João - erva muito abençoada para o alívio da dor,
assim chamada através dos séculos em consideração ao querido discípulo de
Cristo, possivelmente por analogia decorrente do fato de ter sido usada para
propósitos curativos por este. (Poder-se-ia citar muitas ervas que adquiriram
seus nomes da mesma maneira). Se o nome fosse apenas uma concessão
eclesiástica, seria certamente Erva de São Lucas, porque foi Lucas “o médico
querido”.
Entre as ervas para ferimentos e contusões de nossa terra, nenhuma rivaliza
com Hypericum pelo seu poder curativo sobre os nervos traumatizados e para
traumatismos especialmente de partes ricas em nervos. Nestes casos ela é usada
externa e internamente.
Lembramo-nos de horas felizes, perambulando pela floresta de Sur- rey,
passadas com uma certa herborista, cuja mãe havia sido criada de Lady
Shrewsbury, uma grande estudiosa das ervas, de quem o saber herdou.
Criamos o hábito de esmagar ervas entre os dedos com essa herbolá- ria,
para extrair e inalar seu aromas e fragrância. De acordo com ela, a saúde
acompanha aqueles que freqüentam as matas e provam seu perfume. A mulher
costumava dizer: “há duas ervas de cada espécie”, isto é, a real (medicinal) e
sua imitação, que para os não iniciados parece curiosamente igual, mas não tem
valor medicinal. Mas esmague-as e veja! Esmague Hypericum-flores, talos ou
folhas e você nunca esquecerá seu aroma curioso, quase resinoso, que persiste
nas tinturas. Esmague as pequenas flores amarelas da erva de São João e, para
sua surpresa, haverá manchas vermelho-escuras entre os seus dedos, decorrente
das glândulas que existem na base das flores; e por isto a tintura tem uma linda
cor vermelha. Mas você saberá, com segurança, que encontrou a nossa erva
medicinal Hypericum perforatum ao segurar suas folhas estreitas contra a luz e
observar os pontos translúcidos, cora que estão salpicadas. Estes “poros”,
juntamente com as “manchas de sangue”, sugeriram aos pesquisadores antigos
“signaturas” do uso da planta para ferimentos e para feridas perfurantes.
Aquela “Doutrina das Assinaturas!” - não se supõe que se mencione isto
nestes dias materialistas, pois, você vê, isto é quase tão absurdo quan
452 HYPERICUM

to a Homeopatia. Mas aquela foi realmente responsável pela descoberta de


muitos medicamentos comuns. A idéia era que o Todo Poderoso tinha colocado
Seu selo sobre as substâncias e plantas úteis para a cura, de forma que elas
pudessem ser reconhecidas por Seus filhos sofredores, para suas necessidades.
Recordamo-nos de um pobre homem velho, que costumava vir e pedir
alguns ramos de bérberis para curar “sua amarelidão”. Como ele os usava? Era
assim, ele raspava a substância amarela que estava sob a casca, punha na
cerveja e encontrava nesta a cura para sua moléstia. E realmente, a maior parte
dos medicamentos de fígado são amarelos - Berberis - Chelidonium, etc.,
enquanto que os remédios que afetam especialmente o sangue são vermelhos -
os sais de ferro - Hamamelis - Hypericum, etc.
Entretanto, já que a escritora do exposto acima é particularmente sensível
ao ridículo, pode se considerar que isto não foi escrito!
Entre as nossas ervas indígenas para ferimentos está a Margarida dos
campos,Bellisperennis, da qual Culpepper diz: “Esta é outra erva cuja natureza
tornou comum, pois pode ser bastante útil.” A Margarida é a nossa Amica
inglesa e assemelha-se a esta, até mesmo para produzir e curar furúnculos.
Também é muito difícil não contar comMilefólio. Somente porque ele foi
suficientemente impertinente para arruinar a grama do lado externo da National
Gallery, no coração de Londres. Mas ele tem desculpa por sua onipresença. Foi
chamado de AchiUea millefolium desde os dias em que foi usado por Aquiles
(como mencionado na Ilíada) para curar as feridas dos seus soldados. Milefólio
é um grande remédio para ferimentos que sangram e para hemorragias.
É claro que a cura nos tempos antigos estava largamente na mãos das
mulheres sábias, que aprenderam com suas ancestrais o uso das ervas me-
dicinais do campo e da floresta. Mas isto ocorreu antes dos tempos ruins atuais,
quando um médico qualificado despreza cada arbusto, e com seus bolsos cheios
de aspirina - morfma - ácido carbólico - iodo, descarta as ervas mais simples,
mais sensatas e mais benéficas. Pois a aspirina e a morfina somente encobrem a
sensação; elas nunca curam a dor, que é o que faz Hypericum, como poderemos
ver.
Culpepper descreve Hypericum, cujos usos ele conhecia tão bem cerca de
300 anos atrás. “A planta subsiste no solo, brotando de novo em cada
primavera... As duas pequenas folhas situam-se ao longo dos ramos, uma em
oposição à outra; são de uma coloração verde escura, estreitas e cheias de
pequenos poros, que somente podem ser bem percebidos, colocando- as contra
a luz. As pontas dos taios e dos galhos exibem flores amarelas de cinco pétalas,
com muitas cabeças vermelhas ao centro, e que sendo pisadas soltam um sumo
vermelho como sangue...
“Trata-se de uma excelente planta vulnerária... para o uso externo é de
grande utilidade nos traumatismos, contusões e ferimentos, especial
HYPERICUM 453

mente nas partes nervosas ... O ungüento abre as obstruções, desfaz os inchaços
e cicatriza os ferimentos...”
E Kent nos dá um de seus retratos descritivos dc Hypericum: “Quando as
extremidades dos dedos das mãos ou dos pés foram contundidas ou la- ceradas,
ou uma unha arrancada, ou um nervo é comprimido contra o osso por uma
pancada, e aquele nervo inflama-se, e a dor estende-se para o corpo com dores
em agulhadas ou pontadas, ou penetram pelo corpo a partir do local do
traumatismo, uma condição perigosa está se iniciando. AqmHypericum está
acima de todos os remédios, é o primeiro em que devemos pensar... Há a
ameaça de trismus.”
“Ou,” ele diz, “Um cachorro indócil que morda um dedo, ou a mão ou o
pulso e corra seus dentes através do nervo radial ou algum dos seus ramos na
mão, causando uma laceração... ou se o ferimento abrir-se muito, inchar, sem
tendência para curar-se, parecer seco e brilhante nas suas bordas; vermelho,
inflamado, ardente, com dores em ferroadas ou ras- gantes; sem um processo de
cicatrização. Tal ferimento necessita deHy- pericum. Ele previne o tétano. Um
sapateiro pode furar seu polegar com uma agulha, ou um carpinteiro pode ferir
seu dedo com uma tachinha, e eles poderão não dar muito importância ao fato
naquele momento, mas à noite violentas dores penetrantes estender-se-ão ao
longo do braço. O médico alopata olhará para isso como um caso grave porque
ele já antevê a possibilidade de trismus ou tétano. Quando essas dores
aparecerem, Hypericum as cortará e desde esse estágio até os mais avançados de
tétano com opistótono e trismus, Hypericum é o remédio.
“Ferimentos perfurantes, mordidas de ratos, gatos etc., são sanadas por
Ledum, mas se as dores ascendem a partir do ferimento para o nervo do braço,
então são mais semelhantes a Hypericum ... Traumatismos de coluna... do
cóccix...”
A Palestra de Kent sobre Hypericum, na qual eíe o compara com outros
remédios, é uma obra-prima. Podemos reproduzi-la em parte, mais tarde.
Trismus... Um dos casos em que Hypèricum foi curativo em trismus é dado
pelo Dictionary de Clarke. Foi em um garoto, mordido no dedo por um rato
doméstico. Um tempo depois ele ficou assustadoramente doente; quase nem
conseguia falar; os maxilares estavam firmemente cerrados; o pescoço tão
rígido que dificilmente podia ser movido. Havia uma grande sensibilidade ao
redor do ferimento. Hypericum na 500a. potência, diluído em água, foi
administrado às 8 horas da noite e a cada 15 minutos, no início, e depois de 2
em 2 horas. Por volta das três horas da madrugada houve uma melhora e ele
dormiu, na manhã seguinte já se encontrava praticamente convalescendo.
Agora algumas ilustrações caseiras de nosso próprio conhecimento, que são
contadas brevemente, mas mostram que Hypericum não perdeu
454 HYPERICUM

seu poder de cura e que sua reputação antiga é bem fundamentada.


“Para traumatismo dos nervos...” Nos primeiros tempos dos carros a motor,
um cocheiro e um tratador de cavalos foram tomar aulas de direção. O tratador
estava ao volante. O cocheiro, um escocês enorme, estava atrás, inclinado, para
poder observar. O tratador desviou mal de uma sebe e dali a pouco descobriu-se
que o cocheiro fora atirado para fora e ficara muito atrás na estrada. Ele estava
sentindo uma dor violenta; através de um exame cuidadoso descobriu-se que
nenhum de seus ossos ou articulações haviam sido lesados. Dois ou três dias
depois, a dor tornou-se muito mais forte (apesar de estar usando Amica) e as
suas pernas não tinham força suficiente para suportá-lo, ele caiu de cama, e
cada movimento provocava dores fortíssimas que desciam para ambas as
pernas, joelhos, calcanhares e pés. Ele gritava repetidamente quando era virado
de lado. Havia inchaço e sensibilidade sobre a região sacra e no nervo ciático
direito; e, devido às dores penetrantes, duas gotas de Hyper. tintura lhe foram da-
das.
Três horas mais tarde, a pessoa que prescreveu encontrou seu pai quando
ele vinha de sua cavalgada. “Estou com receio do estado de F. Achamos melhor
o Dr. X vê-lo novamente. Não desejamos que ele fique paralítico!” “Oh, está
tudo bem com ele”, foi a resposta. “Já fui vê-lo e ele está bem melhor. Ele
estava em pé e vestido andando por ali”. Mais algumas doses d & Hypericum
tintura e de sua loção aplicada externamente, e ele levantou-se novamente
naquela noite e andou um trecho de bengala. No dia seguinte, desceu a escada e
foi até o estábulo; e um dia após foi trabalhar sem a bengala, tendo dirigido a
carroça e a limpado sozinho.
Um mês mais tarde, com a chegada do frio, ocorreram novamente dores
penetrantes estendendo-se desde a região sacra até o pescoço e para ambas as
pernas, com alguma dormência e dificuldade de levantar os pés. Hypericum em
tintura e na 30a. potência melhorou o caso rapidamente, e em poucos dias ele
estava bem outra vez. Isso ocorreu em 1907 e não houve mais recorrência do
problema.
Aqui Hypericum justificou sua reputação para “dores penetrantes que se
irradiam a partir do local do traumatismo”. Aspirina ou morfina poderiam ter
dado um alívio temporário da dor, mas somente Hypericum que, juntamente
com o alívio, poderia curar. O que é científico? - adormecer e entorpecer? -
temporariamente! ou curar!
E aqui, observe. Amica é o remédio para o traumatismo de “partes moles”.
Hypericum, o remédio dos nervos traumatizados.
“Para os ferimentos lacerados...” Um dos cavalos de uma carroça caiu num
trecho ruim da estrada e teve ambos os joelhos quebrados. O cocheiro disse o
que ocorreria: eles iriam sarar, mas o pêlo nunca mais cresceria como antes.
Sempre haveriam as cicatrizes para contar a história. Entretanto, Hypericum foi
sacudido com água num vidro, tendo se arranjado
HYPERICUM 455

uma forma de espirrá-lo sobre os joelhos do animal, que não deviam ser
cobertos, mas sim constantemente pulverizados. Os joelhos sararam rapi-
damente, não ficando nenhum sinal que pudesse demonstrar o que lhe havia
acontecido. Essa foi a maneira mais simples e limpa de orientar o tratamento
de tal paciente no estábulo.
“Para fechar os lábios das feridas ...” Um professor universitário passou uns
dias em nosso hospital na época do Natal, e uma coisa que ele levou consigo foi
um profundo respeito por Hypericum. Uma garota havia caído portando um
copo e, entre outros ferimentos, fez um corte feio no lábio, e um pequeno
pedaço deste ficou faltando. Foi feita meramente uma compressa de Hypericum
naquela noite e o lábio estava curado pela manhã.
“Ao in vés deAmica, quando a pele está rompida e o traumatismo é muito
doloroso.” Um caso: Ele havia ido passar o fim de semana na fazenda, como de
costume, e no sábado pela manhã, saiu com o cabriolé, para passear com os
cavalos pelo campo. Eles estavam indóceis nesse dia, porque um estranho
esteve tocando gado com eles. Subitamente um potro deu um coice e o atingiu
no lado externo da perna, logo abaixo do joelho. Ele caiu e com muita sorte
escapou de uma segunda patada que parecia ao espectador que lhe atingiria o
abdome. Com grande esforço, conseguiu subir novamente no veículo e com
muita dor dirigiu de volta até a sua casa. A pele estava rompida, de forma que
não era um caso deAmica. Houve uma corrida para achar a erva de São João,
sobre a qual colocou-se água fervendo e então foi aplicada sobre o ferimento. A
dor foi embora num passe de mágica. Ela tinha quase oitenta anos e havia
muito pouco tecido entre a pele c o osso, de forma que a cicatrização deveria
ser lenta; mas ele estava completamente curado na segunda feira, quando voltou
para trabalhar em Londres, embora ainda mancando. Uma avaliação da gravida-
de do traumatismo foi feita através da descoloração que gradualmente se
espalhou, como uma equimose imensa ascendendo pela coxa, sendo que a
contusão ocorreu abaixo do joelho.
“Para abscessos...” Durante a guerra, uma garota foi enviada ao Hospital
pelo médico local, com um abcesso na palma da mão, no lado externo, muito
tenso e dolorido. Ele havia feito uma incisão, mas não achando pus, enviou-a
para uma operação posterior. Ela chegou pela manhã e apenas foi medicada
com Hypericum internamente e foi feita uma compressa do medicamento em
toda a mão. Quando examinada à tarde, a dor havia cessado, a tensão havia
desaparecido e o pus estava drenando. A cura foi rápida. Isto é o que Culpepper
quer dizer quando ele fala: “abre as obstruções e dissolve os inchaços”. E ele o
dissolveu!
Um certo carpinteiro em um teatro estava colocando um revólver para
efeitos teatrais, quando acidentalmente a arma caiu de suas mãos, com o cano
voltado para elas e conseqüentemente, o cartucho alojou-se na pal
456 HYPERICUM

ma de sua mão. Ele foi atendido em um hospital, semana após semana, onde
fizeram o que acharam necessário e alternadamente embebiam a ferida e então o
mandavam embora com um curativo seco. O homem estava sofrendo
brutalmente e muitas noites passou sem dormir devido à dor. Então alguém
recomendou que ele fosse ver o que um homeopata poderia fazer por ele. Ele
tomou Silica, uso interno e uma compressa de Hype- ricum, com alívio
instantâneo da dor, voltando a conseguir dormir. Então, em poucos dias,
começou a haver uma secreção tão mal cheirosa que uma compressa dcLysol foi
usada como experiência, mas não adiantou e usou- se Hypericum novamente.
Então, em poucos dias, quando o pus foi espremido, irrompeu-se um fragmento
fétido do cartucho e no outro dia mais um, e então sarou maravilhosamente.
Mas um tendão foi destruído e um dedo ficou sem controle, uma lembrança do
momento em que quase perdeu a mão.
Um homeopata leigo já falecido, enviou Hypericum a um sargento escocês
na frente de batalha. Ele publicou o seguinte no Oban Times, em 1 de maio de
1915 e este foi reeditado como um folheto.

HYPERICUM NO CAMPO DE BATALHA

CARTA DO SARGENTO DE HIGHLAND

Mr. Campbell de Barbreck recebeu a seguinte carta: -


Força Expedicionária Britânica, 19
de abril, 1915.

PREZAD.Ò MR. CAMPBELL,- Eu desejo agradecer você pela caixa com


os esplêndidos glóbulos que você muito gentilmente enviou-me. Eu teria lhe
escrito há muito tempo sobre esse assunto, mas eu desejava testá-los
completamente antes de dar minha opinião sobre tal, e agora eu posso afirmar
fatos que devem ser muito satisfatórios para você. O resultado da minha
observação é o seguinte: cerca de uma semana após eu ter recebido sua carta e
os glóbulos, um dos rapazes do meu pelotão foi ferido por um franco-atirador
enquanto estava de sentinela nas trincheiras; o ferimento era feio, atravessava o
ombro, e ele estava sofrendo muito. Sua face estava completamente sem cor, e
eu pensei que ele fosse desmaiar. Pensei nos glóbulos que eu tinha comigo na
mochila e decidi lhe dar dois deles.
Sobre o efeito que eles tiveram estou certo que não preciso lhe dizer, mas
surpreendeu-me e deixou-me sem palavras. Ver aquele homem com um
ferimento grave e uma dor terrível se transformar num rapaz alegre e
brincalhão, com apenas dois pequenos glóbulos, é uma coisa extraor
HYPERICUM 457

dinária.
Este é somente um dos muitos casos que eu poderia lhe contar, e embora
espere nunca precisar usar esse medicamento em mim, estou contente de
possuí-lo para poder ajudar os demais.
Acho que já tomei muito do seu tempo, mas informarei você a respeito de
outros casos mais tarde.
Atenciosamente,
_________ Sargento W. M.

Cópia autenticada. J. A. CAMPBELL, Barbreck, Craignisch.


23 de abril de 1915.

Nas experimentações de Hypericum encontra-se dores nos nervos - em


pontadas - e sintomas paralíticos.
Hering em seu GuidingSymptoms relata casos de cura com Hypericum de
concussão da coluna; um homem foi atirado de um vagão, bateu suas costas
violentamente contra o meio-fio e sentiu dores violentas que desciam para
ambas as pernas, com paralisia parcial. Um garoto com meningite traumática
após cair de cabeça. Uma mulher com dor de cabeça após uma queda sobre o
occipício, com sensação de estar suspensa no ar; atormentada pela grande
ansiedade de que o mais leve toque ou movimento faria com que ela caísse
novamente; e assim por diante.
Há poucas pessoas muito sensíveis a Hypericum. Uma delas, a esposa de um
dos nossos médicos, teve uma experiência curiosa com o medicamento, que
após produzir os sintomas, alcançou a cura.
Eles estavam visitando os campos de batalha, após a guerra, quando um
pedaço de arame farpado penetrou através de sua meia e fez uma perfuração
profunda, com um corte na pele. Foi feito um curativo e o ferimento sarou.
Algum tempo mais tarde começou a aparecer uma dor aguda em intervalos
irregulares. A dor era muito forte no local do ferimento. Tentou- se uma série de
remédios, mas nenhum ajudou. Então, devido à dor muito aguda e como o
ferimento era recente, foi administrado Hypericum 30 com o qual ela procedeu a
uma “experimentação”.
Em duas horas houve desfalecimento, palidez da face, ela sentiu como se o
seu coração fosse parar, náusea, as pernas tremiam, não podia andar sem
agarrar-se a algum lugar. Exausta, fraca e quase desfalecida. Teve que deitar-se.
Este estado perdurou até tarde da noite. Ficou sem apetite por dois dias. E o
médico chegou à seguinte conclusão: -
“Desde que ela tomou o Hypericum 30 nunca mais teve dorna parte afetada.
Nenhum remédio foi usado por um par de meses antes de Hypericum e nenhum
depois dele.”
458 HYPERICUM

Outro uso de Hypericum pouco conhecido é para tratamento de HE-


MORRÓIDAS. Clarke (Dictionary) cita “Roehrig”, que “considera Hypericum,
uso externo e interno, a coisa mais próxima de um medicamento específico
para hemorróidas sangrantes.” Ele agel e deve agir, porque Hypericum é o
remédio, por excelência, para as partes ricas cm nervos - das quais o ânus
seguramente é uma! E, nas experimentações, o reto é marca- damente afetado.
Além de Hypericum perforatum, há outras variedades da planta com
propriedades medicinais. Uma delas tem o nome “Tutsan” (tudo cura). Há
então a linda variedade florida, que reveste os aterros das estradas de ferro
próximas a Leatherhead. Algumas pessoas costumavam enviar um grande maço
destas flores todo ano ao Hospital, e aboa Irmã Olive as misturava no fogo,
para fazer um ungüento de excelente poder curativo para chagas.

SINTOMAS EM NEGRITO

Conseqüências de concussão de coluna.


Efeitos de choque nervoso.
Tétano após ferimento traumático.
Traumatismos de nervos, com dor violenta.
Ferimentos perfurantes, incisões, contusões ou lacerações, quando as dores são
extremamente fortes e particularmente se elas são duradouras; dores como de uma
terrível dor de dentes; dores que espalham-se pelas partes vizinhas e estendem-se
membros acima.
Ferimentos perfurantes que são muito doloridos: decorrentes de esrna- gamentos
de unhas, ou por alfinetes, farpas, espinhos, mordidas de rato, etc.; previne trismus.
Conseqüências de concussão de coluna.
Ferimentos perfurantes decorrentes de instrumentos agudos.
r

IGNATIA

Ignatia - um grande remédio do mau-humor e das contradições; do estresse e da


tensão mentais, ligado ao choque, à perda, ao desapontamento ou à aflição, que
perturbam violenta e completamente o julgamento e o autocontrole.
Mas, como Kent diz, esta condição pode ter recorrência constante e ameaça
tornar-se crônica; então Natrum mur., o “crônico” de Ignatia, vem auxiliar.
Hahnemann fala sobre “os sintomas exatamente opostos dessa droga
valiosa”. E diz que, por conta dessas ações alternantes, que seguem-se uma a
outra muito rapidamente, ela é particularmente adequada nas doenças agudas, e
para um número considerável delas; como pode ser visto através dos seus
sintomas, que correspondem às condições mórbidas tão freqüentemente
encontradas na vida diária. “Pode ser considerado como um medicamento criado
para um vasto uso (policresto).”
Clarke diz (Dictionary), “Para obter uma compreensão apropriada do poder
e do emprego de Ignatia, é necessário afastar-se de duas idéias pre- valentes e
errôneas. A primeira delas é que Ignatia é um remédio para histeria e nada mais;
e a segunda é que é o único remédio necessário em casos de histeria.”
Ele diz, “As sementes de Ignatia contêm uma maior proporção de Strychnia
do que as de Nux vomica, e a grande diferença nos aspectos característicos entre
os dois medicamentos prova a sabedoria de levar em consideração os remédios à
parte de seus assim chamados princípios 'ativos' ”.
Ao comparar a mentalidade das duas drogas, Hahnemann diz, “Embora os
efeitos positivos de Ignatia tenham uma grande semelhança àqueles de Nux
vomica (como poderia ser inferido a partir do parentesco botânico entre as duas
plantas), ainda assim a disposição emocional dos pacientes para quem Ignatia é
eficaz diferem grandemente daquela para os quais Nux vomica é útil.”
Ele nos conta que Ignatia não é adequada para pessoas em que predominam
a raiva, impetuosidade ou violência, mas para aqueles que são sujeitos à
alternância súbita entre a alegria e o choro, ou nos quais observamos os estados
emocionais indicados por seus sintomas, contanto que

459
460 IGNATIA

os outros sintomas mórbidos físicos assemelhem-se àqueles que essa droga pode
produzir.
“Mesmo cm alta potência Igriatia é o principal remédio para os sujeitos que
não têm tendência para reagir violentamente ou para vingar-se, mas que
guardam seus aborrecimentos consigo mesmos; nos quais a lembrança de uma
ocorrência vexatória tende a ficar gravada na mente, e especialmente nos
estados mórbidos que são produzidos pelas ocorrências que causam mágoa.”
Com relação à epilepsia ele diz; “Ataques de epilepsia, até mesmo crônica,
que somente ocorrem após mortificação ou alguma situação vexatória similar
(e não por nenhuma outra causa) podem ser evitados com a administração
oportuna de Igriatia. Ataques epiléticos que ocorrem em pessoas jovens após
um grande susto, antes que os ataques se tornem muito repetitivos, também
podem ser curados com algumas doses dc Igriatia. Mas é improvável que os
ataques epiléticos crônicos de outra natureza possam ser ou foram curados por
esse medicamento... Igriatia é aplicável e curativo somente nos ataques súbitos e
nas doenças agudas.”
E, com respeito a Igriatia, ele diz: “é melhor administrar uma dose (pe-
quena) pela manhã, se não houver razão para pressa. Quando dada antes da hora
de dormir ela causa inquietação durante a noite.”

A seguir o que GUERNSEY tem a nos dizer a respeito dt Ignatia:


“Qualquer pessoa que sofra devido a uma mágoa reprimida ou profunda, com
suspiros prolongados, muitos soluços etc., também com muita infelicidade, não
consegue dormir, completamente tomada pela tristeza; por um pesar recente
como a perda de um amigo; afecções da mente em geral, particularmente se
provocadas por tristeza; pena; desesperança; variabilidade histérica de humor;
ilusões fantásticas.”
“Catalepsia com tendência a fletir o corpo para trás; opistótonos; espasmos
histéricos, especialmente se acompanhados de suspiros ... frialdade de partes
do corpo.
“A face do paciente muda de cor freqüentemente enquanto ele descansa ...
“Piora por: afecções mentais; cólera; cólera com susto; cólera com tristeza
silenciosa; ansiedade; ansiedade com tristeza; um amor infeliz; mortificação
causada por uma ofensa; esforço mental; doces, café, tabaco; pressão sobre o
lado indolor, sente-se melhor por deitar-se sobre o lado dolorido;pior por
odores fortes; entre uma e outra deglutição; por as- cárides; ao bocejar.”

NASH denomina Ignatia um “Remédio das paradoxalidades!” A cabeça


fica melhor deitando-se sobre o lado dolorido, vazio no estômago que não
melhora ao comer, a garganta dolorida melhora ao engolir, tem
IGN ATM 461

sede e a face vermelha durante os calafrios, etc... Sente alívio por uma micção
profusa e aquosa.
Ele diz qu& Ignatia, da mesma forma que Acon., Cham. e Nux, parece exaltar
a impressionalidade de todos os sentidos, mas diferentemente dos outros, tem
um elemento marcante de tristeza e uma disposição para pena silenciosa.
s

Uma outra característica do estado mental é o HUMOR VARIA- VEL.


Nenhum remédio pode igualar-se a Ignatia neste aspecto... o paciente num
momento está alegre, em pleno contentamento, para se apresentar em seguida,
de maneira súbita, no outro extremo, uma tristeza melancólica e lágrimas, sendo
que estes estados mentais se alternam rapidamente.* Ignatia assusta-se
facilmente e mostra-se como um dos melhores remédios para os efeitos
provocados pelo susto, competindo com Aconi- tum, Opium e Verat. alb—
Juntamente com Nux, é um grande remédio do sistema nervoso, e age sobre
a medula espinhal, afetando tanto os nervos sensoriais quanto os motores. Um
dos nossos melhores remédios para espasmos ou convulsões, especialmente se
originados por causas mentais, como após um^uí- to, punição de crianças, ou
outras emoções fortes. Um médico que observava uma paciente em um de seus
espasmos, percebeu que ela saía deste estado com uma sucessão de suspiros
profundos; ele perguntou se a paciente teve algum problema emocional e soube
que ela havia perdido a mãe, a quem era excessivamente ligada e por quem ela
havia chorado muitíssimo há poucas semanas. Igpatia 30 curou-a rapidamente...
Ignatia tem um grau marcado de contrações musculares em todo o corpo,
sendo portanto um dos nossos melhores remédios para coréia, especialmente se
causada por susto ou mágoa no plano mental, ou pela den- tição ou vermes no
plano da irritação reflexa... Como Aconitum, Chamo- milla e Coffea, Ignatia
éhipersensível à dor...
Ele diz que este remédio é bastante único em seus sintomas febris. Não há
enfermidade na qual somos mais capazes de demonstrar o poder da droga
potencializada para curar, do que a febre intermitente. Os casos crônicos que
resistem ao tratamento com Quinina durante anos, em geral são curados rápida e
permanentemente com a 200a. potência ou mais alta. Os sintomas seguintes
indicam Ignatia: Primeira Sede durante calafrios e em nenhum outro estágio.
Segunda Calafrio, aliviado por calor externo. Terceira Febre agravada ao estar com
o corpo coberto. Quarto. Rosto vermelho durante calafrios. Nenhum outro remédio
tem sede durante os calafrios e em nenhum outro estágio. (Ele aponta que, com
Nux, durante a febre, descobrir-se levemente traz de volta o calafrio.) Ele diz: “a
face vermelha durante os calafrios levou-me a curar um caso obstinado, e após
ter

* Crocus neste caso assemelha-se a Ignatia.


462 IGNATIA

percebido o rosto avermelhado, notei também que o garoto estava atrás do


forno no lugar mais quente que havia na casa. A 200a. potência curou-o
prontamente.”
KENT descreve o paciente e o estado de Ignatia: “Uma mulher que teve
uma discussão em casa;... teve uma grande mágoa;... amor não correspondido;
... uma garota nervosa, sensível que descobre que havia empregado mal seu
afeto: ela apresenta uma crise de choro, dor de cabeça, tremores, estava nervosa
e com insônia... Uma mulher que perdeu seu filho ou marido: tem dores de
cabeça, tremores, fica excitada, chora e não dorme; incapaz de controlar-se;
sente vergonha de si mesma. Apesar de seus maiores esforços, sua tristeza
simplesmente a deixa em frangalhos. Ela é incapaz de controlar suas emoções e
sua excitação. Ignatia a acalmará ... Se tais distúrbios seguem reaparecendo e
tais estados tornarem- se recorrentes, Nat. mur. resolverá o caso. Ele é o crônico
natural de Ignatia ... quando os distúrbios voltam e Ignatia já não surte efeito.
“Ou quando uma garota sensível, extenuada, tem um amor impossível; “ela
permanece desperta durante a noite, chorando. Sc o desequilíbrio da mente da
garota for recente o recomendado é Ignatia, e se não for esse o caso, Natrum
mur. vem como o seguinte.”
O paciente Ignatia não é aquela pessoa simplória, ou com uma mente lenta
ou idiota, mas alguém que ficou exausto e que caiu nesse estado por exceder-
se, por sobreexcitação. A debilidade física é devida a excitação social
excessiva. O estado social no qual vivemos é próprio para desenvolver uma
mente histérica. A mente social típica é aquela que está sempre em um estado
de confusão ... medo, apreensão, ansiedade e choro percorrem o remédio.
“Disposição hipersensível, hiperaguda.” Extenuação intensa.
Algumas dessas garotas que voltam de Paris, exaustas, com sua música,
apresentarão dores intensas na face; dores histéricas; outras terão violentas
dores de cabeça; outras ainda com confusão e perturbações mentais; outras com
todas as manifestações histéricas. Excitamento prolongado. Excesso de música,
etc.”
Sobre o paciente Ignatia, Kent diz: “Você não pode depender de que a
paciente seja razoável ou racional. E melhor dizer tão pouco quanto possível a
respeito de qualquer coisa. Não faça promessas, olhe compreensi- vamente,
pegue sua valise de trabalho e vá embora após ter feito a prescrição, porque
qualquer coisa que você venha a dizer poderá ser distorcida. Nada do que você
diga satisfará.”
Ignatia apresenta também uma outra coisa: “Pensa que ela negligenciou
algum dever.”
Kent diz novamente, í(Ignatia é cheia de surpresas... nela você pode achar o
incomum, o inesperado. Você vê uma parte inflamada onde há febre,
vermelhidão, pulsação e fraqueza; e você a manipulará com grande
IGNATIA 463

cuidado, por receio que a região esteja muito dolorida e descobrirá que não há
dor; às vezes totalmente sem dor, outras vezes melhora com uma forte pressão
sobre a região afetada. Isto não é surpreendente?
“Você examina a garganta do paciente e ela está túmida, inflamada,
vermelha; ele se queixa de dor de garganta. Naturalmente você não a tocará com
o abaixador de língua por medo de machucá-la. Você tem todas as razões para
supor que engolir alimentos sólidos deve ser dolorido. Mas ao perguntar ao
paciente quando a dor aparece, a resposta será: 'Quando eu não estou engolindo
algo sólido.' A dor melhora pela deglutição de qualquer coisa sólida, pela
pressão. E dói em todos os outros momentos.
“Do ponto de vista do comportamento mental, o paciente faz as coisas mais
incríveis e inesperadas. Parece não possuir regras para agir, nem filosofia, nem
uma mente estável nem crítica. Encontraremos o oposto do que pode ser
esperado dele. O paciente sente-se melhor deitado sobre o lado dolorido; assim,
ao invés de piorar a dor, esta melhora. 'Dor como por uma unha cravando-se
num lado da cabeça’, e somente é possível obter alívio deitando-se sobre ela, ou
pressionando o local da dor, o que faz com que ela passe.”
Kent diz que o estômago também é estranho em seus sintomas de indi-
gestão. Que comida leve e os alimentos mais simples são dados, porque ela
esteve vomitando durante dias, e não consegue manter nada no estômago.
“Trata-se de um estômago histérico”, e então ela come um pouco de repolho cru
ou cebolas cortadas e a partir daí se sentirá bem.
O mesmo em relação à tosse. Ele diz que quando as pessoas tossem devido à
irritação, à sensação de plenitude, ou o desejo de expelir algo, então tossir é
aliviante. Mas quando a irritação ocorre a um paciente Ignatia, você tem mais
uma vez o inesperado: porque quanto mais ela tosse, maior é a irritação que leva
a tossir, até que a irritação fica tão intensa que elee apresenta espasmos. Você
pode ser chamado à cabeceira de um paciente que quanto mais tosse, maior é a
irritação que leva a tossir e ela fica coberta de suor, senta-se na cama com sua
roupa de dormir encharcada pelo suor; vomitando, tossindo e com ânsia de
vômito, coberta pelo suor e exausta. Não espere. Você não pode fazê-la parar de
tossir por tempo suficiente para que possa lhe dizer algo a respeito do que sente,
você somente verá que a tosse torna-se cada vez mais violenta. Ignatia fará
cessar a tosse imediatamente. Ou quando há espasmos da laringe devido a dis-
túrbio mental, medo ou mágoa, um laringismo que pode ser ouvido por toda a
casa. Ignatia fará isto cessar imediatamente.
Há sede quando você não a espera; sede durante o calafrio, mas nunca
durante a febre.

Ignatia curará muitos “estados físicos”, nos quais os sintomas mentais


exijam o remédio.
464 IGNATIA

Um de nossos médicos, certa feita, tarde da noite, foi chamado para


examinar um caso de reumatismo agudo, onde o remédio aparentemente
indicado não ajudou. E foi então que ele se confrontou com um quadro exato da
mentalidade de Ignatia, e deu aquele remédio, que prontamente resolveu
totalmente o caso, inclusive o reumatismo e tudo mais.
Clarke teve um caso similar. Ele diz: “No início da minha carreira ho-
meopática eu me surpreendi uma vez curando rapidamente com Ignatia (que foi
prescrito inicialmente como remédio intercorrente) um caso grave de febre
reumática, que não alcançara progresso com Bryonia, etc. Os sintomas mentais
chamaram por Ignatia e juntamente com estes a inflamação das articulações,
assim como a febre, tudo desapareceu sob a ação da droga.” Nunca se deve
esquecer que os sintomas mentais, se marcantes, e especialmente quando
indicam uma mudança de disposição do paciente devido a uma doença aguda,
são os mais importantes na determinação da escolha do remédio.
Recordamo-nos de um caso de Ignatia que ocorreu no início de prática no
Dispensário. Uma mulher jovem, que tinha sido tratada com Sepia devido ao
bócio de que sofria, um inchaço grande e mole da tireóide, retornou em uma
semana em um estado de alarmante de angústia e dificuldade de respirar. O
Hospital estava lotado, não havendo leito para ela, e a única coisa feita foi
medicá-la comlgnatia e pedir que voltasse dentro de alguns dias. Quando ela
reapareceu, calma e feliz, o bócio havia desaparecido totalmente! Imaginou-se
então, qual dos dois remédios tinha resolvido o caso? Ignatia é o agudo de
Sepia, bem como de Natrum mur. Teria Sepia provocado uma agravação inicial
bastante grave e então curado? Ou foi Ignatia realmente o remédio curativo?
Mas uma coisa é certa; se você tiver que tratar um caso de bócio no estágio
agudo, com sintomas mentais de Ignatia, você não estará muito errado se
receitar IGNATIA.
Igriatia é o “remédio dos suspiros”.
Ignatia boceja.
Ignatia não suporta nem fumar, nem a fumaça de cigarros.
Ignatia é um dos mais importantes remédios a ser considerado nos
problemas do reto e ânus.

SINTOMAS EM NEGRITO (Hahnemann eAUen)

Tendência incomum a estar assustado.


Audácia.
Inconstante, impaciente, irresoluto, briguento, comportamento que reaparece a
cada três ou quatro horas.
Mudanças incríveis de humor, num momento ele brinca e graceja e em
IGNATIA 465

outro está choroso, alternadamente a cada três ou quatro horas.


Vozsussurrante. Ele não consegue falar alto.
Temperamento delicado, com consciência muito clara.
Humor finamente sensível, escrupulosidade delicada.
Repreensão leve ou contradições incitam-no à raiva, e isto o faz sentir raiva de si
mesmo.
Mudanças de humor incríveis.

Calor na cabeça. A cabeça está pesada.


Ele inclina a cabeça para a frente. Deita a cabeça sobre a mesa.
Dor de cabeça, que aumenta ao curvar-se para a frente.
Dolorimento na testa acima da raiz do nariz que o compele a inclinar a cabeça
para frente, seguido de propensão a vomitar.
Dor de cabeça como uma pressão com algo rígido sobre a superfície do cérebro,
recorrendo em ataques.
Dor de cabeça pulsante. Dor de cabeça a cada batimento das artérias.

Prurido no meato auditivo.


Dor tironeante nos lábios.
A superfície intema do lábio inferior é dolorida, como se estivesse ferida e
escoriada.
Os lábios estão rachados e sangram.
Tendência a morder um lado da língua, na parte posterior, quando fala ou
mastiga.
Pontadas no palato que se estendem até o ouvido extemo.
Gosto azedo na boca.
Dolorimento nos gânglios cervicais.
Fortnigação no esôfago.

O arroto faz subirá boca um líquido amargo.


O que ele ingeriu volta à boca novamente.
Sensação constritiva no meio da garganta, como se houvesse ali um pedaço
grande de alimento, ou houvesse uma rolha espetando, e esta sensação está pior
quando não está engolindo do que ao engolir.
Dor de garganta: pontadas quando não está engolindo e menos quando engole;
quanto mais engole, entretanto, mais a dor se esvai; se ele engole algo sólido, como
pão, parece que as pontadas na garganta desaparecem completamente.
Soluços após comer ou beber.
Dolorimento na fossa epigástrica.
Aversão extrema ao tabaco.
Sensação no estômago como por jejum.
Sensação de moleza no estômago.
466 IGNATIA

Sensação peculiar de fraqueza no abdome superior e na boca do estômago, com


palidez facial.
Ruídos nos intestinos.
Dor agida tironeante do lado esquerdo, acima do umbigo.
Dores beliscantes e tironeantes no abdome.

Prolapso do reto durante esforço moderado para evacuar.


Violenta urgência para evacuar; mais na parte superior do intestino e do
abdome; ele tem muita vontade de evacuar, mas apesar das fezes serem moles, não
são expelidas em quantidade suficiente.
Contração indolordo ânus.
Uma pontada que se estende do ânus para o reto.
Dor uma ou duas horas após evacuar, dor no reto, como de hemorróidas cegas,
composta de contração e dor.
Hemorróidas cegas, dolorosas ao sentar e ficar em pé, melhorando ao andar.
Prolapso do reto, por esforço moderado para evacuar.
Aguda dor pressiva no reto.
Dolorimento no ânus, sem relação com a evacuação.
Grande urgência e desejo de evacuar, ao anoitecer, sentido principalmente no
centro do abdome, mas as fezes não são expelidas, somente o reto se protrai.

Descarga freqüente de bastante urina aqüosa.


Irritação e dor ulcerativa na genitália.
Ausência total de desejo sexual, alternando com o reverso.

Vontade de tossir que parte da laringe, não aliviada tossindo, mas somente com
a supressão da tosse.
Sensação de pó seco na garganta, não aliviada por tossir; mas mais excitada
quanto mais ele se permite tossir. A inspiração é impedida como quando se coloca
um peso sobre o tórax do paciente; a expiração é mais fácil.

Repuxões isolados dos membros, ao adormecer.


Dor na região sacra, também quando deitado de costas na cama pela manhã.
Dorna articulação do úmero ao dobrar o braço para trás, como se tivesse feito
um esforço prolongado e árduo, ou houvesse uma contusão.
Um repuxão, tremor no músculo deltóide.
Joelhos quentes e nariz frio.
Sensação de rastejamento ou adormecimento nos membros.
Dor nas articulações dos ombros, quadris e joelhos, como por entorse ou
deslocamento.
IGN ATM 467

Dor única e violenta, sentida somente quando é tocado, aqui e ali, sobre um
pequeno ponto, por exemplo, nas costelas, etc.

Sono tão leve que ouve tudo o que se passa, enquanto está dormindo. Idéia fixa
num sonho. Sonha a noite inteira o mesmo assunto.
Ronca durante o sono.

Uma orelha e uma bochecha estão vermelhas e ardentes.


Ataque súbito de calor transitório sobre todo o corpo.
Calor e vermelhidão externos, sem que haja febre interna.
O calor externo é insuportável.
Sensação como se fosse começar a suar.
Calafrio com tremores e com vermelhidão da face.
í

IODUM: Iodo, o elemento

Uma droga bastante útil quando usada nas suas indicações singulares:
intolerância ao calor; fome excessiva com emagrecimento; emagrecimento com
inchaço glandular; inquietação intensa com apreensão.
A droga foi experimentada por Hahnemann que fala (Doenças Crônicas)
dela como um medicamento heróico, mesmo quando empregado nas potências
mais altas; mas ele diz: “seu uso requer toda a prudência de um bom médico
homeopata, para que não haja abuso desta substância... como os médicos
alopatas costumam fazer ...”
Ele diz que a droga foi especialmente útil nas afecções com os seguintes
sintomas: Tontura pela manhã; pulsação na cabeça; dor como se tivesse com
escoriação nos olhos; zumbido nos ouvidos; dificuldade para ouvir; língua com
cobertura; ptialismo mercurial; gosto ruim como de sabão; eructações azedas,
com sensação de queimação: azia após ingerir alimentos pesados; fome canina;
náusea; flato encarcerado; abdome distendido; constipação; micção noturna;
atraso menstruai; tosse; tosse crônica pela manhã; dificuldade para respirar;
inchaço externo do pescoço; fraqueza dos braços, pela manhã na cama; os
dedos ficam dormentes; curvatura dos ossos; secura da pele; suores noturnos.
Ele cita também resultados de experimentações realizadas por outros
médicos; e então nos fornece um esquema de sintomas, na ordem usual das
experimentações.

SINTOMAS EM NEGRITO

OLHOS arregalados; as pálpebras parecem estar retraídas.


Catarro NASAL líquido e escoriante.
Aumento da SALIVA; salivação mercurial.

Sofre de FOME; precisa comera cada poucas horas; sente-se ansioso e


aborrecido se não comer algo; sente-se melhor após comer.
Fome desenfreada que nunca é possível de ser satisfeita.
A maior parte dos sintomas melhora após comer.
IODUM 469

ERUCTAÇÕES de ar desde manhã até anoitecer, como se cada partícula de


alimento se transformasse em “ar”.

A região do hipocôndrio esquerdo está dura e muito dolorida à pressão; BAÇO


aumentado após febre intermitente.

LEUCORRÉIA crônica, pior no período menstruai, provoca escoriação nas


coxas e corrói a roupa.

TOSSEseca, com pontadas e ardência no peito.


Coceira profunda nos pulmões, atrás do estemo; causando tosse; esten- de-se
através dos brônquios até a cavidade nasal.
Sensação como se o CORAÇÃO estivesse comprimido. Como se ele fosse
apertado por uma mão (Lit. tig.).
Palpitação do coração; pior ao menor esforço; com sensação de desmaio.

Afecções artríticas crônicas, com dores noturnas violentas nas ARTI-


CULAÇÕES, sem inchaço.

Grande fraqueza e falta de ar ao subir escadas.


A

Hipertrofia e induração das GLANDULAS.

Diátese escrofulosa.
Estados caquéticos, com debilidade profunda e grande emagrecimento.

ALGUNS SINTOMAS PECULIARES OU EM ITÁLICO

“Esqueceu algo e não sabe o que foi.”


Deve manter-se em movimento dia e noite; o cérebro parece excitado e
como se fosse enlouquecer.
Sente apreensão quanto a ocorrer um acidente, por qualquer coisa sem
importância.
Medo do demônio, com excessiva cautela.
Impaciência excessiva; fica andando de um lado para outro durante todo o
tempo; nunca se senta, nem dorme à noite.
Vertigem somente no lado esquerdo: pior inclinando-se para frente, com
tremor cardíaco e desmaio.
Bócio; hipertrofia do ventrículo esquerdo; congestão da cabeça e da face;
histeria e nervosismo. Vertigem.
470 IODUM

Dor de cabeça no lado esquerdo e no topo; como se houvesse uma


bandagem fortemente amarrada ao redor da cabeça; dor violenta; que o deixa
louco; com sensação de paralisia nos braços.
Cérebro como se fosse mexido em círculo com uma colher; deve se manter
em movimento dia e noite.
Como se uma substância estranha estivesse no interior do cérebro.
Protrusão dos globos oculares, ou sensação de protrusão.
Sensação como se as alas nasais estivessem muito abertas e o nariz seco.
Coriza fluente e coceira contínua no centro do peito.
Repuxões convulsivos dos músculos faciais.
Língua hipertrofiada, dolorida, nodular ou fissurada.
Gosto salgado, azedo, adocicado na ponta da língua; gosto de sabão.
Úlceras na boca, com odor pútrido; ptialismo profuso e fétido.
Exsudato branco-acinzentado que recobre as amígdalas e o palato. Difteria.
Um exsudato espesso, marrom, na boca e faringe.
Come muito e freqüentemente e perde peso assim mesmo.
Alterna uma fome canina com a falta de apetite.
Desejo de carne; de bebidas alcoólicas.
Fígado dolorido à pressão; icterícia.
Diarréia gordurosa decorrente de afecções pancreáticas.
Atrofia dos ovários e das glândulas mamárias, com esterilidade.
Como se um tampão fosse fincado no ovário direito em direção ao útero.
Peso nas mamas como se elas fossem cair.
Nodosidades vermelho-azuladas em ambas as mamas, do tamanho de
nozes; com pontos pretos e secos nas pontas.
Inchaço e contração da laringe. Espasmo da glote; não suporta o calor.
Tosse sufocante, dificilmente consegue respirar devido a tosse. Tosse
exaustiva e asfixiante, causando ânsia de vômito e dor na testa.
Gosto amargo das comidas sólidas, não das bebidas.
Tosse convulsiva em pacientes que são fracos, amarelados, que possuem
respiração curta, emagrecidos e com grande apetite.
Expectoração: salgada, doce, azeda, pútrida; cinza; amarela; com file- tes
de sangue.
Aumento e enduração dos gânglios cervicais e mesentéricos.
Aumento gradual do tamanho do pescoço, especialmente do lado direito.
Aumento marcante da tiróide; dor aguda na tiróide.
Inchaço vermelho brilhante e quente dos joelhos.
Suor acre e corrosivo nos pés.
Coceira insuportável em todo o peito; na laringe; na garganta.
10 DUM 471

Emagrecimento gradual ou rápido, reduzindo-se quase a um esqueleto,

* * * ifc *

NASH acrescenta alodum o seguinte:


Sempre com fome; come ou deseja comer o tempo todo; ainda assim
emagrece. Melhor de seus sintomas quando come.
Hipertrofia de todas as glândulas, exceto as mamárias, que diminuem.
Enquanto o corpo murcha, as glândulas aumentam.
Ansiedade mental; angústia; deseja mover-se, fazer alguma coisa; correr;
matar alguém, etc.
Sangue quente, não obstante o emagrecimento; deseja um lugar frio para
movimentar-se, pensar, trabalhar.
Pulsações generalizadas, no estômago, costas, até mesmo nos braços, dedos
das mãos e dos pés.
Especialmente adequado às pessoas de olhos, cabelos e pele escuros.
Piora com o jejum; num quarto quente; melhorando ao comer, movimentar-
se, por ar frio... Bócio endurecido em pessoas de cabelo escuro; tumores nos
seios. Coração apertado; comprimido.
Crupe: crianças com a laringe fechada; face pálida e fria.
Sensação de fraqueza e falta de ar notáveis e incontáveis ao subir escadas.
Este alívio ao alimentar-se não é somente da sensação de fome, mas de seus
sofrimentos generalizados: ele somente sente-se bem enquanto come. Não faz
diferença se o caso é de tísica pulmonar, mesentérica ou geral; este sintoma
quando bem marcado, descarta qualquer medicamento, com exceção de Iod. em
quase todo caso, e realizou curas notáveis. “Eu curei muitos casos de bócio com
Iod. CM quando indicado, ministrando-o em pó todas as noites durante quatro
noites, após a lua cheia começar a minguar.”

* ****
FARRINGTON escreve a respeito de Iodo: Todos os halogênios podem ser
considerados pela sua grande característica: eles agem na laringe e nos tubos
bronquiais: sobre as membranas mucosas em geral. Eles decididamente irritam
as membranas mucosas, produzindo uma violenta inflamação, aspereza e
escoriação, como qualquer um pode testemunhar se já tiver inalado a fumaça do
Cloro, do Iodo ou do Bromo. Todos produzem espasmos da glote e isto é mais
marcante e característico no Cloro. Todos tendem a produzir formações
pseudomembranosas sobre as membranas mucosas.
O Iodo afeta especialmente as estruturas glandulares, estendendo-se a outros
tecidos e envolvendo finalmente até mesmo as estruturas nervosas. O paciente
sente alívio ao alimentar-se; apesar da quantidade de co
472 ÍODUM

mida ingerida, ele emagrece. Mais cedo ou mais tarde, o sistema nervoso torna-
se envolvido e ele é dominado por tremores... Cada pequeno aborrecimento
causa tremor. Deseja ar livre, como se o ar fresco e frio lhe desse mais saúde...
A tísica pulmonar pode chamar por lodo. Indicado para os jovens que
crescem muito rapidamente e tornam-se muito magros, apresentam tosse seca,
que é excitada por coceira nas vias respiratórias. Não conseguem suportar um
quarto quente. A expectoração espessa e com filetes de sangue. Fraqueza no
peito, especialmente ao subir escadas. O paciente tem um apetite enorme e
sente alívio ao comer.
O coração está aumentado: palpitação após qualquer trabalho manual.
Sensação como se o coração fosse sendo comprimido por uma mão firme. O
paciente dificilmente consegue falar ou respirar, de tão fraco que se sente. Na
doença valvular há uma sensação de vibração sobre o coração, como se você
estivesse acariciando um gato que está ronronando. (Spigelia).
As crianças choram pedindo seu jantar, sentem-se melhor enquanto comem,
mas não ganham peso. Irritabilidade mental excessiva...
O Iodo pode ser indicado no câncer do útero, particularmente com he-
morragias profusas. A leucorréia é característica, amarela e muito corrosiva ...

* * * * *
KENT expressa a ansiedade peculiar de lodo, tanto mental quanto física;
ansiedade com uma aflição tal que necessita mudar de posição, e manter-se
parado é simplesmente impossível. Se ele tenta manter-se quieto, ele é
atormentado com impulsos de violência; “e então ele anda dia e noite!”, embora
exausto com o caminhar e suando abundantemente com o mais leve exercício.
Hipertrofia: aumento das glândulas; fígado, baço, ovários, testículos,
gânglios linfáticos: de todas as glândulas com exceção das mamárias, que
diminuem; enquanto todas as demais tomam-se aumentadas, nodulares e duras.
Aumento especialmente dos gânglios linfáticos do abdome e dos gânglios
mesentéricos.
Com lodo, “enquanto o corpo definha, as glândulas aumentam. As glândulas
crescem em proporção à diminuição do corpo e emagrecimento das pernas e
dos braços, como no marasmo. Os músculos encurtam-se, a pele se enruga, até
quee a criança ficar parecida com um pequeno velho.”
O lodo sempre está faminto: sente-se aliviado enquanto come e está em
movimento. Apesar de ter fome e comer muito, ele sempre emagrece.
Ele compara lodum com Arsenicum. Inquietação com grande ansiedade;
intenso desassossego; precisa sempre estar fazendo alguma coisa.
IODUM 473

“Mas se o paciente tem sangue-quente nunca se deve pensar em Arsenicum; se é


um paciente de sangue-frio e tremores, nunca se pode pensar em Iodo.” Ele
também compara com Pulsatilla: “ambos são quentes, ambos irritáveis, ambos
cheios de idéias absurdas, mas aqui está a diferença: porquePuls. é mais
excêntrica, mais chorosa e sempre tem uma constante falta de apetite, enquanto
quelodo deseja comer demasiadamente.”
Ele também diz: ((Iodo tem freqüentemente curado um grupo de sintomas
(na constituição que denominei) - isto é, aumento do coração, da tiróide e
protrusão dos globos oculares, com distúrbios cardíacos, como no “bócio
exoftálmico”. Mas para curar tal caso com Iodo o paciente deve ter os sintomas
de Iodo; deve sofrer com o calor, estar emagrecido e amarelado e sofrer de
aumento glandular.”

IODUM

(para aqueles a quem estas coisas são úteis)

A voracidade do Iodo grita por seu jantar,


Come muito e freqüentemente, mas só fica mais magro:
Está sempre repetindo suas refeições fenomenais,
Porque todos os seus sintomas melhoram comendo.
Ela é inquieta, medrosa, incapaz de descansar;
Enquanto ela come, enquanto ela anda no frio, sente-se melhor.
Todas as suas glândulas (exceto as mamárias) parecem congestionadas: Ela está
com uma leucorréia corrosiva, que destrói as suas roupas.
r
IPECACUANHA

A Escola Antiga estuda e faz experiências com drogas, ensinando sua ação
fisiológica e estipulando as máximas doses não letais para adultos e crianças. A
Homeopatia estuda e emprega, em geral, as mesmas drogas, mas pelos seus
efeitos exatamente opostos e na delicada dosagem de estimulação vital.
O conhecimento das drogas na Escola Antiga é então somente um meio-
conhecimento, isto é, da sua ação bruta, tóxica e subversiva; e é somente em
poucos casos que ela as reconhece e emprega pela sua ação homeopática.
Ipecacuanha é interessante por ser uma das drogas que a Alo- patia usa para
curar homeopaticamente; usa-a de ambas as formas, quer dizer, para provocar e
para curar o vômito. Especialmente no vômito da gravidez que, esquecendo a
dose emética de “15 a 30 grãos”, é dada em uma dose mínima de Ipecacuanha
em vinho. Ela age para nós em potências altas e altíssimas. Ipecac. 200 é uma
prescrição vigorosa.
Mas, nas pessoas sensíveis, como demonstraremos mais tarde, Ipecac. pode
causar, e portanto curar, os ataques mais terríveis de asma e sufocação, e é mais
do que um seguro emético universal. Seus envenenamentos e experimentações
são interessantes, vividos e instrutivos.

* ****
Ver-se-á que Asma tem uma grande magnitude nos envenenamentos e
experimentações de Ipecacuanha, conforme as seguintes citações condensadas
da Cyclopedia of Drug Pathogenesy. A confirmação clínica no uso da droga tem
levado a uma ênfase especial sobre suas propriedades nauseantes, provocativa e
curativa, e a “náusea não aliviada pelo vômito” e “náusea constante com a
língua limpa” têm sido os principais sintomas sugestivos para sua prescrição
médica. Mas nos problemas do peito, com agonia por dispnéia e sufocação,pode
haver pouca ou nenhuma náusea. Ou, novamente, pode haver náusea com
esforços violentos para vomitar e tossirão mesmo tempo, produzindo um
indescritível terror de sufocação, que parece ameaçar a vida.
HALE WHITE nos conta que a droga não afeta somente o estômago, mas o
centro do vômito ocorre na medula, o que poderia ser o responsável pela língua
limpa? - nos casos característicos.

474
IPECA CUANHA 475

Recentemente vimos um caso muito interessante: - asma de muitos anos,


combinada com uma doença de pele; as duas, aparentemente não se alternando,
mas coexistindo. Umas poucas doses de Ipecac. em potência alta, começou a
melhorar quase imediatamente o estado da pele, o que não era esperado, mas
também melhorou grandemente a asma, que ficou “melhor do que em todos
aqueles anos”. A prescrição foi conseqüente à tentativa de apresentar um retrato
medicamentoso de Ipecac. A propósito, um antigo e inteligente farmacêutico
homeopata costumava dizer: “Os jovens médicos fazem boas prescrições porque
eles estão lendo a Matéria Médica.” Mas nós todos devemos fazer isso
incessantemente; e, com certeza, escrevendo e ensinando sobre as drogas faz,
ou deve fazer, com que ensinemos a nós mesmos.
Quem usa Ipecacuanha para problemas de “pele”? Nossos livros dizem, de
fato, que ela pode ser útil para fazer ressurgir as erupções suprimidas. Como na
escarlatina, etc., “erupções suprimidas ou que surgem tardiamente, com
opressão do peito; vômito e tosse por coceira nas vias aéreas”. Na erisipela,
“onde a vermelhidão desaparece e ocorre o vômito”. E a droga apresenta
“Prurido da pele com náusea; o paciente sente necessidade de se coçar até que
vomita.” E Hale White diz que Ipecac. aplicada à pele é um irritante poderoso,
produz vermelhidão, vesicação e pustulação.
Primeiramente condensaremos alguns casos da Cyclopedia of Drug
Pathogenesy, que mostra os efeitos da Ipecacuanha em estado bruto sobre os
sensíveis, e então aponta para o auxílio que ela pode ser fornecida po-
tencializada, aos pacientes que estão deste modo sensibilizados pela doença.
1. Envenenamentos: enquanto pulverizava a raiz de Ipecac, inalou uma
quantidade de seu pó que fez com que ele vomitasse três vezes e provocou-lhe
opressão no peito. Ele parou de triturar esta, mas uma hora mais tarde teve um
violento ataque de sufocação, constrição da traquéia e da garganta, aspecto
cadavérico terroso e uma ansiedade assustadora durante o ataque de asfixia.
Estes sintomas aumentavam a cada minuto ... após cinco horas ele pensou que
ficaria sufocado. Os sintomas respiratórios duraram vários dias, embora num
grau mais moderado.
2. A Sra. S., casada com um médico, tinha uma respiração curta, muito
severa, com constrição marcante da garganta e do peito, com um tipo particular
de chiado. Os ataques ocorriam subitamente; em geral tão violentos que a
ameaçavam de sufocação; geralmente acabavam em dois ou três dias com a
expectoração de um catarro viscoso, de desagradável gosto metálico.
Descobriu-se por fim que estes ataques ocorriam sempre que Ipecac. era
triturada ou colocada numa infusão. Por sete ou oito anos, mantendo-se afastada
de Ipecac., ela ficou livre de seus ataques. Mas um dia, seu marido, sem levar
isso em consideração, abriu um pacote de uma
476 IPECACUANHA

grande quantidade da droga que ele recebera e colocou-a num vidro. Não
demorou muito para ela reclamar que sua garganta estava afetada e sentia uma
opressão sobre o peito com dificuldade de respirar. Ela sentia-se bastante
doente durante a noite e às três horas da madrugada, ofegante para respirar
junto à janela, pálida como a morte, com o pulso difícil de ser sentido, quase se
sufocando. Sangria e láudano tinham pouco efeito. Por volta das onze horas da
manhã ela levantou-se após ter adormecido um pouco, e passou um pouco
melhor até anoitecer. Isto repetiu-se durante oito dias, e de maneira mais
amainada por mais seis dias. Um retorno leve da menstruação ocorreu no meio
desse tempo; soltava às vezes pequenas quantidades de sangue; e havia também
algum sangue misturado à sua urina e fezes.
3. Um médico, ao aviar uma dose em pó de Ipecac., foi subitamente atacado
com uma asma violenta, uma dispnéia angustiante e opressão precordial.
Apesar da sangria e do uso de catárticos, isto durou cinco ou seis dias... Mais
tarde, tendo a oportunidade de tomar um emético, ele escolheu o vinho de
Ipecac. No momento em que ele engoliu o remédio, sentiu a garganta e o
estômago como se tivesse bebido chumbo derretido... a aflição transformou-se
em um de seus piores ataques de asma e desde aquela vez ficou sujeito a tê-los
sempre que fosse exposto à droga ou ao vapor de enxofre... Ele observou, em
alguns de seus ataques, que quando havia expectoração livre, pelas manhãs,
eliminava bocados de matéria que qualquer pessoa poderia supor serem
pequenos vermes transparentes, mas que de fato, eram um muco espesso, que
havia sido armazenado nos bronquíolos durante o sono e lhe vinham à boca
agora, arremessados para fora como moldes destes tubos, em tal quantidade
que chegava a surpreendê-lo que pudesse ter tido ar suficiente nos pulmões
durante o sono, a fim de que não morresse sufocado.
4. Outro sofredor, um médico, supondo que era somente o pó inalado que
poderia fazê-lo sofrer, colocou um pouco do pó da raiz d Q Ipecac. em água
morna e ingeriu a mistura, tendo esta sido preparada em uma parte distante da
casa. No tempo normal para um emético agir parecia haver necessidade de
fazer um esforço simultâneo para respirar, vomitar e tossir, produzindo um
estado de sufocação totalmente indescritível através de palavras. Todos os
músculos do peito e do abdome pareciam estar em um estado de violentos
espasmos irregulares, cada esforço feito para vomitar era interrompido pela
tentativa de tossir. Embora um vento frio de março soprasse, ele tinha que abrir
completamente a janela e ficar em posição ereta por cerca de uma hora para
evitar a sufocação imediata, o que momentaneamente era esperado pelos seus
amigos. O ataque subitamente passou e a seu pedido puseram-no na cama; a
respiração estava livre, mas a fraqueza era extrema e a superfície do corpo
estava ardendo e coberta por uma erupção como erisipela por toda a parte. As
manchas
IPECACUANHA 477

eram circulares, do tamanho desde uma moeda até a palma de uma mão,
elevadas com as bordas espessas e arredondadas de cor vermelho-vivo...
5. Em outro caso, onde uma pequena quantidade do pó de Ipecac. havia sido
espalhada, “eu” fui instantaneamente atacado por um dos mais assustadores
paroxismos de asma, sensação extrema de sufocação, opressão precordial, e a
náusea mais extenuante, esforços convulsivos mas não eficazes para vomitar
com espasmos simultâneos do diafragma e dos músculos do peito e abdome,
produzindo um estado de sofrimento tamanho que não é possível ser descrito...
A quantidade de Ipecac. inalada foi infinitesimalmente pequena.
6. Em alguns casos, há dor nos olhos e perda da visão, com lacrimejamento
copioso causado por triturar ipecac., sendo que em um dos casos houve náusea e
vômito. Viu faíscas ante os olhos e acordou mais tarde com dores violentas nos
olhos e o travesseiro estava molhado. O olho direito estava pior: quase cego, e
vendo com o olho esquerdo anéis de fogo iridescente. A dor era incessante e
agravada com a luz brilhante.

* * * * *
Hahnemann diz, “Será visto decorrente dos seguintes sintomas” (ex-
perimentações), “embora eles não sejam completos, que esta poderosa planta
não foi criada meramente com o propósito de causar um esvaziamento forçado
do estômago através do vômito (que, na maior parte dos casos, é tida como uma
das mais inúteis crueldades da prática comum), mas que objetivos curativos
maiores e mais importantes são conseguidos por seu intermédio.
“... Podemos aprender a partir de seus sintomas que, como ela pode aliviar
em alguns casos a tendência ao vômito similar ao seu próprio, então ela deve,
como a experiência tem mostrado, exercer uma ação específica curativa mais
particularmente nas hemorragias, na dispnéia paro- xística e espasmódica e nos
espasmos sufocantes e também em alguns tipos de tétano, desde que era todas
essas afecções os demais sintomas do paciente tenham uma característica
similar àqueles de Ipecac.
“Certos tipos dc febre intermitente são de tal forma que essa raiz é seu
remédio adequado, como se depreende de seus próprios sintomas, à medida que
esteja presente uma maior semelhança homeopática àqueles sintomas do caso da
febre do que em outros medicamentos. Se a seleção não for exatamente
adequada para este propósito, a droga em geral deixa a febre em um estado no
quaMm/ca (em outros casos China, Ignatia ou Cocculus) é o remédio.”
Ele a usou como um antídoto após abuso contínuo da casca dc Cincho- na ou
para problemas decorrentes do emprego inadequado de Arsênico.
Ele diz que somente doses muito pequenas são indicadas: ele costumava
usar um milionésimo de um grão (a terceira centesimal), mas diz
478 IPECACUANHA

que essa dose poderia ser ainda mais diminuída; e ele nos conta que é um
remédio de ação curta, desde um par de horas até dificilmente um par de dias.
(Mas nós sabemos que se trata de um remédio magnífico nos casos de asma,
por exemplo, na 200a. potência, quando ele “age” por um longo tempo.)

* ****
GUERNSEY (Keynotes) diz: “Uma das melhores orientações para o uso
desse remédio é um constante e ineficaz desejo de vomitar; ou imediatamente
após o vômito, há a vontade de vomitar de novo; com náusea constante.
“Aversão à comida... Não obtém alívio vomitando, o enjôo ainda per-
manece.
“Ataques de sufocação... tosse sem expectoração; com expectoração
sanguinolenta; sem acordar o paciente.
“Ameaça de aborto; com uma dor aguda beliscante ao redor do umbigo que
desce em direção ao útero, com náusea constante e descarga de um sangue
vermelho brilhante ... metrorragía, em geral após o parto, com pulso baixo,
náusea etc. Há um fluxo constante de sangue vermelho, brilhante, que pode
molhar o chão através da cama ou se espalhar até o pé da cama. Onde houver
esse fluxo constante de sangue vermelho brilhante, dê Ipecac. e não recorra a
aplicações, manipulações, etc.”
Ele receitava Ipecac. para dismenorréia com dor característica ao redor do
umbigo, que corre para o útero.

♦ ****
KENT é especialmente elucidador com respeito aos usos de IPE-
CACUANHA. Nós o citaremos resumidamente.
A maior parte de suas queixas agudas começam com vômito.
Todas as queixas em Ipecac. são acompanhadas mais ou menos por náusea;
cada pequena dor ou transtorno é acompanhada por náusea.
A tosse causa náusea e vômito: o paciente tosse até que a face fique
vermelha e ocorra sufocação e ânsia de vômito.
Com cada pequena perda de sangue de qualquer parte do corpo, há náusea,
desmaio e fraqueza.
Daí seu valor na hemorragia uterina: sangue vermelho, brilhante com
náusea.
A grande náusea esmagadora percorre todo o remédio, acompanhando seus
sintomas.
Ipecac. atua melhor quando não há sede.
Com a febre ou o calafrio de Ipecac., há dor na parte posterior da cabeça:
plenitude com congestão; uma sensação de compressão na cabeça e na nuca;
muita dor de cabeça.
IPECA CUA NHA 479

Possui sintomas que se parecem com o tétano.


Apresenta opistólono; eficaz na meningite cérebro-espinhal, onde há a
retração da cabcça, o corpo inteiro se curva para trás e há vômito de tudo; a
língua vermelha, em carne viva, com náusea constante e vômito de bile.
Gastrite, quando nada pára no estômago, até mesmo uma gota de água.
Disenteria quando o paciente é compelido a sentar-se quase constantemente
para evacuar e elimina um pouco de muco ou um pouco de sangue vermelho
brilhante; terrível tenesmo, queimação e ardor; com náusea constante. Quando
faz força para evacuar a dor é tão intensa que aparece náusea e vomita bile.
Bebês com diarréia do tipo da cólera, terminando neste estado disen- térico,
com tenesmo constante, náusea e vomitando tudo, com prostração e grande
palidez.
Referente à bronquite da infância... o que você pode fazer para distin- gui-lo
dcAnt. tart.? Ambos têm respiração e tosse estertorosas; ambos têm vômito.
Ipecac. corresponde ao estágio de irritação, Tártaro emético ao estágio dc
relaxamento. Os sintomas dc Ipecac. aparecem rapidamente e os dcAnt. tart.
lentamente. Em Ant. tart. quando os pulmões estão muito fracos para expelir
muco, aparece estertor grosseiro.
Veja seu valor na tosse comprida: o caráter paroxístico, a face vermelha, a
ausência de sede, a tosse violenta, com convulsões e vômito de tudo o que foi
ingerido.
Referente às hemorragias, KENT diz: “Eu não poderia praticar medicina
sem Ipecac. devido a sua importância nas hemorragias. Não quero dizer aquelas
decorrente de artérias cortadas, onde é preciso fazer uma cirurgia; quero dizer
as hemorragias uterinas, ou dos rins, intestino, estômago, pulmões... Nas formas
mais graves de hemorragia uterina, o médico homeopata é capaz de agir sem
recorrer a meios mecânicos, exceto onde fatores mecânicos estão causando a
hemorragia. Não se relaciona a estados onde a placenta* ficou retida ou quando
há um corpo estranho no útero, onde a manipulação é necessária... mas quando
é simples e puramente uma superfície relaxada que está sangrando, o remédio é
a única coisa qüe poderá agir apropriadamente.
“Quando o útero apresenta sangramento lento constante, e a cada momento
o fluxo aumenta como um jorro, e com cada pequeno jorro ela pensa que vai
desmaiar ou sufoca-se, sendo que o fluxo não é tanto para levar à tal prostração,
náusea, síncope, palidez, Ipecac. é o remédio.”

* Pirogênio tem uma grande reputação nos Estados Unidos pelo seu poder de expelir a pla centa
retida, e isto também foi observado em vacas..
480 IPECA CUANHA

Mas, ele nos lembra que quando com o jorro de sangue vermelho bri-
lhante há um medo da morte oprimente, Aconito. Ou Phosphorus, onde
há uma grande sede de água gelada, e embora tudo tenha ocorrido de ma-
( neira ordenada e você não tenha razão para esperar tal hemorragia. Ou
nas mulheres magras que sofrem de febres; desejam descobrir-se e re-
(
frescar-se; com uma hemorragia alarmante com coágulos, ou somente
( com uma perda de sangue escuro e líquido, você dificilmente conseguirá
( atuar sem Secale. “Uma simples dose de ura destes medicamentos”, ele
diz, “sobre a língua, interromperá a hemorragia tão rapidamente que, em
suas experiências iniciais, ficará surpreso. Você imaginará se não é pos-
( sível que tenha parado por si só.”
“Ipecac. é cheia de hemorragias”.. . também de resfriados, epistaxe,
(
asma e convulsões.
Com relação às últimas, ele diz, “Como um medicamento convulsivo,
Ipecac. não ébem conhecido. As convulsões na gravidez, na tosse compri-
(
da; espasmos assustadores, que afetam todo o lado esquerdo”... “Bell.,
{ etc. são mais freqüentemente faladas nos livros e nos tratados sobre es-
( pasmos, apesar de Ipecac. ser um remédio tão importante quanto, com re
lação aos espasmos, e sua ação na medula.
(
Nas erupções suprimidas onde manifestações agudas do estômago e
( dos intestinos ocorrem a seguir, e háresfriado que seinstala no peito de-
( corrente das erupções suprimidas. Ele diz ainda que também cura erisipe- las,
onde há vômito, calafrio, dor nas costas, falta de sede e náusea oprimente.

* * * * *

E agora deixemos que NASH fale de sua experiência. Aqui está seu resumo
...
Náusea persistente, que nada é capaz de aliviar, que ocorre em muitas
queixas.
( Dor de cabeça como se tivesse uma contusão, em todos os ossos da
( cabeça, descendo para a raiz da língua, com náusea.
Fezes como se fermentadas, ou verdes como grama, com cólica e náusea.
( Hemorragias do útero; sangue brilhante e profuso, e respiração pesa
da, com náusea.
Tosse espasmódica ou asmática; grande debilidade e respiração ofe- (
gante; a criança torna-se rígida e azulada.
Dor nas costas, calafrio curto, febre prolongada, febre normalmente com
sede; ocorrendo dor de cabeça atormentadora, náusea e por último suor; náusea
durante pirexia.
( Melhor que quinino na febre intermitente ou após seu abuso, quando
os sintomas concordam.
(
(
IPECACUANHA 481

Ipecacuanha lidera todos os remédios para náusea. Qualquer queixa, o


paciente sente-se tão enjoado após vomitar quanto estava antes; náusea
persistente. Isto deve chamar a atenção a princípio para esse remédio.
Em Ipecac., a língua pode estar perfeitamente limpa. (Cina).
Ele cita Hering, “Náusea angustiante, constante, com quase todas as
queixas, sentida no estômago, com eructações de ar, acúmulo de muita saliva,
enjôo e esforço para vomitar.” NADA ALIVIA.
Com relação à dispnéia, respiração ofegante, com grande peso e ansiedade
no precórdio; e o risco de sufocação por acúmulo de muco. “Este acúmulo
excessivo de muco nas passagens aéreas parece excitar os espasmos como um
corpo estranho, e a asma, tosse espasmódica ou ambas podem ocorrer a seguir...
“Podemos reduzir os problemas respiratórios a duas formas: aquelas com
acúmulo excessivo de muco e aquelas em que o espasmo é o aspecto
característico.
Quanto às hemorragias,... e na hemorragia pós-parto, ele diz, não é
necessário usar a droga em doses grandes e tóxicas, pois esta interromperá a
hemorragia na 200a. potência, e é mais rápida em sua ação do que Secale.

$ * * 9f: *

Nota-se entre seus sintomas e modalidades peculiares, o seguinte:


Estremecimento; mal-estar com tremores, frialdade, bocejos, fluxo de saliva
e eructações.
Asma que obriga a sc manter em pé durante horas, próximo a uma janela
aberta.
Dor ao redor do umbigo que corre para o útero.
(Como já dito) Náusea e vômito constante, não aliviados por vomitar,
especialmente com a língua limpa.
Hemorragias vermelho-brilhante, especialmente com náusea.
Espasmos terríveis da respiração.
Esforços espasmódicos simultâneos para tossir e vomitar, causando uma
incrível sufocação angustiante.

SINTOMAS EM NEGRITO

Mal-humorado, menospreza tudo, e deseja que as outras pessoas também não


tenham estima ou carinho por nada.
Impaciência extrema.
Enfermidades decorrentes de vexação e aborrecimentos guardados.
Dor de cabeça como se o cérebro e o crânio estivessem contundidos, que penetra
através dos ossos da cabeça até a raiz da língua, com náusea. Náusea, vômito,
melhora saindo de casa.
482 I PE CA C UA N HA

Dor de cabeça como se o cérebro e o crânio estivessem contundidos, que penetra


em iodos os ossos do crânio até a raiz dos dentes; com náusea.,
Dores de cabeça de origem gástrica, ocorrendo nas pessoas nervosas, sensíveis,
começando com náusea e vômito.

As pupilas estão dilatadas; são mais facilmente dilatáveis.


Secreção no canto extemo dos olhos.
Hemorragia pelo nariz, sangue vermelho e brilhante; face pálida.

Acúmulo profuso de saliva.


Náusea que vem do estômago, com emctações de are grande salivação.
Náusea e vômito. Náusea angustiante.
Aversão a todo os alimentos, sem apetite; gosto de terra; o estômago parece
relaxado; náusea.
Náusea angustiante; constante, com quase todos as queixas; com eructações de
ar, acúmulo de muita saliva; enjôo e esforços para vomitar.
Náusea com distensão do abdome e secura na garganta; após vomitar sente
vontade de dormir.
Sensação como se o estômago estivesse pendurado, relaxado.
Dor que belisca em ambos os hipocôndrios e na região da boca do estômago.
Sensação incrível de náusea no estômago.
Dor cortante na altura do umbigo com calafrios.
Sensação angustiante no abdome, como se o estômago estivesse depe'i~ durado
para baixo.
Aperto, como se fosse exercido com as mãos, cada dedo pressionando
agudamente os intestinos; melhor durante o descanso; muito pior com movimentos.
Cólica flatulenta ao redor do umbigo, como se o intestino estivesse sendo
apertado com as mãos.
Cólica cortante perto do umbigo: às vezes com calafrios.
Sensibilidade e dor ao redor do umbigo, estendendo-se em direção ao útero.
Dor severa no abdome, estendendo-se para o hipocôndrio esquerdo, as laterais,
costas e base do peito, com inchaço do estômago, grande agitação, náusea constante
vindo do estômago, emctações de ar, salivação, vômitos fáceis e diarréia.
Evacuações freqüentes de muco esverdeado.
Diarréia com fezes como se fermentadas.
Urina nublada, com sedimento como se fosse pó de tijolo.

Tosse seca por coceira na parte superior da laringe.


Tosse despertada por uma coceira que provoca contração desde a parte
IPECACUANHA 483

superior da laringe até as extremidades inferiores dos tubos brônquicos.


Ruído estertoroso nos brônquios ao respirar fundo; grande acúmulo de muco nos
brônquios, dificuldade para expeli-lo.
Estertores nas passagens aéreas durante a respiração.
Tosse causando inclinação a vomitar sem náusea.
Tosse sufocante, com a qual a criança começa a ficar rígida e com a face azulada
Dispnéia.
Dificuldade de respirar ao mínimo exercício.
Um grau violento de dispnéia, com chiado e com grande peso e ansiedade no
precórdio.
Asma espasmódica com grande constrição na garganta e no peito, com a qual é
ouvido um chiado peculiar.
Perde o fôlego com a tosse, ficando então pálido e enrijecido.
O corpo da criança fica firmemente esticado.

Coqueluche com sangratnento do nariz, sangramento da boca, vômito, falta de ar,


tomando-se pálido ou azulado, e rígido.
Som estertoroso de catarro no peito; às vezes vomitado, nas crianças pequenas.
Hemorragia dos pulmões: sangue vennelho-brilhante, que aparece com o menor
esforço; piora com o menor exercício; tossidela freqüente com a expectoração de
muco manchado de sangiie; com ou sem tosse; após menstruação alterada; após
traumatismos mecânicos; após sangramentos anteriores terem enfraquecido os
pulmões; com tosse seca na tísica.

Dores em todos os ossos, como decorrente de contusão.


Dor em todas as juntas, como se os membros estivessem adomiecidos.
Sobressalto durante o sono.

Espasmos tetânicos por mascar tabaco.

Febre: dor nas costas, calafrio curto, febre longa; febre geralmente com sede, dor
de cabeça, náusea e tosse.
Paroxismos suprimidos por quinino.

Hemorragias; sangue vennelho-brilhante, de todos os orifícios do corpo; após


traumatismos mecânicos.

* * * * *
Os efeitos de Ipecacanha nas hemorragias uterinas, com os sintomas típicos
deste remédio, são tão marcantes e tão importantes que nós adicionaremos os
seguintes casos do Dr. J. R. Haynes, USA, acidentalmente
484 IPECA CUA NHA

vindos até nós através de um número antigo de Homoeopathic Physician.


A Sra. T., (22), de aspecto delicado, cabelos castanhos, olhos azuis, de
estatura pequena; casada; mãe de uma criança de cerca de dois anos e meio de
idade. Sofrerá um aborto cerca de um ano antes e teve uma péssima
recuperação desde então. Havia sido tratada pelo modo corrente,
Ela vinha se sentindo bem; estava sentada, fazendo uma leve costura de
mão, quando subitamente teve uma hemorragia uterina. Ela foi colocada na
cama e eu fui chamado para ir o mais rápido possível.
Quando eu cheguei ela havia desmaiado duas ou três vezes. Eu a encontrei
sem pulso, com a face pálida e tão enfraquecida que não conseguia falar. Toda
a informação que pude obter foi dada por um membro da família, e era muito
pouca.
A hemorragia tinha atravessado suas roupas, a cama e havia uma grande
poça de sangue sob esta.
Ela apresentava ainda um fluxo muito rápido; uma corrente de sangue que
jorrava do útero aos jatos, de forma que não havia tempo para esperar. O que
quer que devesse ser feito, deveria sê-lo de uma vez, ou ela poderia morrer em
poucos minutos.
O fluxo era vermelho brilhante (puramente arterial), os membros inferiores
estavam banhados por um transpiração fria, mãos frias e úmidas, abdome
quente e úmido com transpiração; o fluxo vinha em jatos e a vida estava se
esvaindo.
A cor da descarga era vermelha brilhante e não coagulava facilmente, mas
ficava no chão como uma poça.
Eu considerei que todos os sintomas indicavam Ipecac. Uma pequena dose
de Ipecac. 10M foi colocada em meio copo com água e uma colher de chá foi
dada tão logo quanto possível.
Esta agiu como um passe de mágica, em menos de um minuto havia uma
mudança para melhor. Ela foi repetida em quinze minutos, quando então a
hemorragia ativa cessou. Esperei uma hora para ver se haveria algum retorno
(que não houve), então eu deixei o local e me prometeram que se qualquer
sintoma alarmante ocorresse eu seria prontamente avisado. Não permiti nem
sequer que sua roupa manchada de sangue fosse trocada, somente uma roupa
seca foi colocada sob ela, próxima à pele para deixá-la o mais confortável
possível. Houve um pequeno fluxo por dois dias e então parou completamente.
Ela estava fraca e prostrada após um fluxo de sangue tão intempestu- oso, e
tomou três doses de China 10M em intervalos regulares e se recuperou bem...
Sra. K., (28), ativa, alta, magra, olhos azuis... Casada, uma criança de sete
anos de idade, nenhuma gravidez desde então. Foi subitamente tomada por uma
ativa hemorragia uterina, vemielho-brilhante; que coagulava quando frio;
cheirando sangue fresco. Tinha uma forte dor no baixo
IPECACUANHA 485

ventre, a pele do abdome eslava quente; a transpiração era pouca. Mie - ções
freqüentes e em pequena quantidade. O fluxo vinha em jorros. Ela se sentia débil
e enjoada, com uma ceíaléia ialejanie e a face pálida e sem sangue (? decorrente
da perda de sangue), com uma aparência doentia. A língua bra nca,... boca
pegajosa, tosse com muco viscoso na laringe ... O lluxo ficava pior com o
movimento, embora ela estivesse inquieta e não conseguisse manter -se calma,
pensando que ela nunca ficaria bem nova mente c o que seria de sua pequena
filha...
Ipecac. 200 em água, uma colher de chá de hora em hora, e logo que o fluxo
começasse a parar, então que jogasse esta fora e tomasse placebo. Após a
terceira dose a hemorragia era tão pouca que ela parou de tomar a Ipec. Pela
manhã, havia meramente uma descarga pequ ena que continuou por um par de
dias, e então parou totalmente. Não houve problemas futuros por muitos meses.
Eu a vejo freqüentemente.
Sra. B., (24) escura, olhos e cabeios pretos, meio gorda. Casada, com um
filho de dois anos. Meio triste, encontrava pro blemas a toda hora.
Tomada subitamente por uma hemorragia uicrina, vennelho-brilhan- te. que
vinha aos jatos; começou com uma náusea dcbilitante. ânsia de vômito. A face
sem sangue; pulso pequeno e rápido, 120; pés frios e suados, abdome quente;
suor viscoso na face; dor de cabeça global; dor como peso nas costas, piorando
com o movimento. Peito dolorido; ataques de tosse espasmódica que agravavam
a hemorragia c provocavam o sjatos de sangue. Pressão forte no baixo ventre e
antes do jato de sangue sentia uma cólica considerável na região uterina. Triste c
desesperada, “sabia que iria sangrar até a morte". Melhorava quando ficava e m
repouso absoluto, mas não conseguia manter -se assim. O lluxo piorava quando
cia se movia, o que causava um jato e a deixava mais triste e inquieta.
ipecac. 200 em água. uma colher dc chá de hora em hora. por quatro vezes ou
ate que a hemorragia “parecesse diminuir”, para que então jo gasse o remédio
fora e tomasse placebo.
Na quarta dose a hemorragia ativa cessou; no dia seguinte uma descarga
leve, que diminuiu gradualmente, mas só cessou completamente no terceiro dia.
Nenhum problema adicional.
O médico acrescenta, “Um grande número dc remédios tem uma des carga
vermelho brilhante do útero, mas tanto quanto eu sei, nenhum tem as
características de Ipecac. Isso parece ser a mais proeminente de todas as suas
características e não pode ser facilmente trocado por nenhum outro remédio. Um
aspecto muito peculiar é que o fluxo da hemorragia ativa é em jatos, que pode
ser comparado com o acionar vigoroso da alavanca de uma bomba de água; a
corrente não cessa, mas a cada pul sação cardíaca há um jato peculiar, que não sc
acredita haver em outro remédio, até quanto eu estou ciente; sendo que o sangue
não coagula facilmente, mas permanece flu ido por algum tempo, especialmente
quando se trata dc uma hemorragia uterina ativa.”
r

ÍRIS VERSJCOLOR
(BlueFlag)

íris não é um dos grandes policrestos, drogas de “muitos usos” - quase


universais, mas ela tem um lugar definido em nossa Matéria Médica que
nenhuma outra droga poderia ocupar. Trata-se de um dos nossos melhores
remédios nos ataques biliosos e dores de cabeça doentias; nos problemas
hepáticos; em alguns transtornos de pele; é um remédio que afeta o pâncreas;
mas em qualquer lugar ela possui suas peculiaridades características de ação,
que tornam sua prescrição fácil.
É uma das drogas mais preciosas que herdamos dos índios norte-ame-
ricanos. O que faríamos sem, por exemplo, Bapíisia, Gelsemium, Vibur- num op.,
Caulophylum?
íris afeta todo o canal alimentar. Há uma aflição ardente no estômago; o
vômito é extremamente ácido e faz arder o estômago, a boca, as fauces, o
esôfago. A sensação ardente não se dá somente no estômago, mas também no
pâncreas. Na diarréia, as fezes são aqüosas e queimam o ânus, que parece estar
pegando fogo. Ela afeta o fígado, aumentando ou tendendo a uma deficiência
da bile, com icterícia. Pela regurgitação de bile, ataques biliosos ocorrem com
terríveis dores de cabeça e vômitos de bile - os típicos ataques recorrentes
biliosos que tornam a vida um fardo e induzem o medo e a incerteza na rotina
diária. Mesmo a urina arde toda a extensão dá uretra. Como BOGER
sucintamente se expressa, ela é responsável por “uma rápida eliminação: com
excreções ácidas, ardentes e acres.”
A boca é engordurada, parece queimada ou escaldada; enquanto uma saliva
profusa e viscosa pode pendurar-se a partir dos lábios até o chão, fazendo com
que lembremos de Rali bich.
Com todas essas secreções ardentes e acres, é lógico que há dor: câimbras,
cólicas, espasmos. Dores “violentas” sobre os olhos, no epigástrio; câimbras
assustadoras- com dores cortantes, profundas, ardentes e cons- tritivas. Ela
excita a secreção das glândulas salivares, pancreáticas, intestinais, etc., e em
qualquer lugar suas secreções anormais são profusas, acres e causam as dores
ardentes que são seu keynote.
Ela afeta também a pele: tinea capitis dos bebês: suas erupções são ti-
picamente eczematosas ou pustulares. Está em negrito par a herpes zoster e tem
sido considerada eficaz napsoríase.

486
ÍRIS VERSICOLOR 487

íris tem periocidade marcada: dores de cabeça doentias a cada oito dias;
cólicas noturnas, com diarréia entre 2 e 3 horas da manhã, ou a cada quinze
dias.
NASH escreve: Ardência na boca, língua, garganta, descendo para o
estômago; ardência do ânus, se houver diarréia.
Vômitos de muco viscoso, pegajoso, em filamentos; que pende na forma de
fios.
Dores de cabeça gástricas ou hepáticas, com embaçamento da visão no
início. Vômito azedo ou amargo.
As vezes muito eficaz na cólera infantil; a substância vomitada é muito
ácida, tão ácida que provoca escoriações na garganta.
A queimação no canal alimentar é bastante característica dessa droga. O
vômito pode ser amargo ou adocicado. Há um fluxo profuso de saliva.
Um dos nossos melhores remédios para cefaléia. Eu costumava administrá-
lo na terceira potência, mas com o passar dos anos tenho usado a potência 50 M
e tenho ficado mais satisfeito com o resultado, porque é mais rápido e
duradouro.
Ele nos fornece um caso: “Tive certa vez um caso de problema de estômago
em uma senhora de meia-idade. Ela apresentava ataques de vômito freqüentes
com muco como fios de clara de ovo, bastante viscoso e caía de sua boca em
fios até o vasilhame no chão. Então aquele vômito tornava-se escuro, como
borra de café. Pensando estar com câncer no estômago, ela fez seu testamento e
deixou a casa em ordem, a fim de morrer. Kali bi. foi administrado sem
benefício nenhum, mas íris curou-a completamente em um período breve e ela
permanece bem há dez anos.”

SINTOMAS EM NEGRITO

DOR DE CABEÇA de origem gástrica ou hepática, sempre se iniciando com


embaçamento da visão.
Pulsação entorpecente ou profunda no lado direito da testa; náusea.
Pior: à noite, ao descansar, com ar frio, ao tossir.
Melhora com movimento moderado.
Dores agudas e cortantes de curta duração, mudando sempre.
Boca e língua com a sensação de estarem escaldadas.
Fluxo profuso de SALIVA.

Náusea e VÔMITOS:^ alimento ácido; toda a pessoa cheira ácido; de luido fino,
aquoso de gosto demasiadamente azedo.

FEZES aqüosas. O ânus parece estarem chamas; disposição para forar para
baixo;grande ardência no ânus.
488 IRISVERSICOLOR

O ânus parece machucado; grave ardência no ânus após evacuar.


O ânus parece machucado ou como se pontas agudas o estivessem espetando.

HERPES zosterdo lado direito do corpo.

SINTOMAS CURIOSOS OU EM ITÁLICO

Dor dc cabeça habitual; pulsação violenta em qualquer lado da protu-


berância frontal; piora ao anoitecer; após esforço.
Dor de cabeça frontal crônica; piora sentando-se, estudando, costurando.
Melhora ficando era pé ou trabalhando.
Dor de cabeça com dores violentas sobre o olho, região supraorbital,
somente de um lado de cada vez.
Dor grave, pelas têmporas e sobre os olhos, com vertigem, náusea e
vômitos.
Dor de cabeça violenta, atordoante, com neuralgia facial, seguida de urina
límpida, copiosa e vômito.
Dor de cabeça; vômitos de muco adocicado, ocasionalmente com traços de
bile.
Dor de cabeça que reflete a acidez estomacal.

Tinea capitis: o topo da cabeça fica todo coberto por crostas, material
amarelo, fluindo de sob a crosta, que apresenta cabelo emaranhado; o ouvido
esquerdo está coberto de erupção. A cada quinze dias coleta e elimina um pus
amarelo-esverdeado. Inúmeras pústulas amarelas no couro cabeludo, todas
contendo cabelo.
Erupções pustulares na face, secretando uma matéria scrosa e irritante.

Saliva filamentosa; escorre da boca durante conversação.


Salivação; língua e gengivas parecem cobertas por uma substância oleosa.
Irritabilidade peculiar da garganta, palato e faringe, ocorrendo sem aparente
inflamação, às vezes com tosse.
Espasmos da faringe ao engolir os alimentos.
Indigestão crônica do leite: ele azeda e é vomitado.
Náusea: por viajar; por muito esforço; por irregularidades da dieta, com
ânsia.
Vômitos de um fluido extremamente ácido que provoca escoriações na
garganta, com ardência na boca, fauces, esôfago e estômago; de água
IRIS VERSICOLOR 489

adocicada; de material ingerido; de leite azedo nas crianças; de alimentos uma


hora após comer; de bile, com grande calor e suor.

Dores epigástricas violentas em intervalos; antes do café-da-manhã; por


beber água.
Pulsações e batedeiras ao redor e no coração e esterno, com câimbras ou
espasmos assustadores desde a metade do esterno até a boca do estômago, com
vômitos repetidos.
Ardência angustiante no estômago e pâncreas, com diarréia aquosa e grande
prostração.
Ardência angustiante no pâncreas, vômito adocicado.

Dor na região do fígado; piora com movimento.


Aumento e então deficiência de bile, com icterícia.
Cólica biliar.
Afecções agudas do pâncreas, inflamação ou salivação.
Cólicas, dores intermitentes por volta do umbigo, antes de vomitar.
Dor na região do umbigo, piorando com o movimento.
Dores agudas e constritivas nos intestinos.

Urina escassa, o canal da uretra fica vermelho e ardente após a passagem da


urina.
Ou urina clara, copiosa e aquosa nas dores de cabeça nervosas.

Náusea prolongada e vômitos durante a gravidez; profuso fluxo de saliva.


Dor no lado esquerdo do peito, como se as costelas estivessem pressionadas
contra o pulmão.

Hering diz: íris irá abortar panarícios.


r

KALI BICHROMICUM

Kali bichromicum é um remédio com alguns aspectos característicos muito


marcantes, muito peculiares. É um veneno irritante e corrosivo, profundamente
destrutivo dos tecidos que ataca. Por isso, agindo delicada e curativamente
quando potencializado, ele alivia e estimula reparos em certas condições, em
geral terríveis, das membranas mucosas e da pele - ou seja, onde combinam a
doença natural e a doença da droga... “As drogas provocam doenças e as
curam, e a enfermidade é a mesma.”

* ****
Reconhece-se Kali bich. pela sua viscosidade, sua localização em pontos, sua
amarelidão.
Em Crocus as hemorragias, de qualquer origem, escorrem cm longos fios
pretos; mas com Kali bich. são as descargas purulentas ou mucosas, de qualquer
origem, que fluem em longos fios - que podem ate mesmo ir “desde a boca até
o chão.” Descargas filamentosas do nariz, garganta, ouvido, olho, peito, vulva,
uretra - “urina alcalina e pegajosa”; vômito de aspecto semelhante, mesmo o
leite parecendo formado por “uma matéria viscosa c água”, sugerem Kali bich.
Embora a droga tenha também a tendência de produzir “massas disformes”
(mucosas), consistentes - e de todas as qualidades, desde as mais agradáveis até
as mais ofensivas: brancas, amarelas, verdes.
Suas dores mais características aparecem em pontos. As dores carac-
terísticas dcBerberis irradiam-se desde um centro; aquelas que sugerem Kali
bich. ocorrem em pontos pequenos que podem ser “cobertos com a ponta de um
dedo”. Tais dores ocorrem em algumas de suas dores de cabeça - “dores de
cabeça semilaterais em pequenos pontos”; “dor obtusa ou pontadas no lado
direito do peito sobre um ponto circunscrito” - no hipocôndrio direito;
exatamente à esquerda da cartilagem ensiforme; no sacro. Embora ela tenha
também dores penetrantes e em pontadas.
Suas ulcerações, também, são tipicamente redondas- profundas; parecendo
como se fossem puncionadas. Elas ocorrem nas membranas mucosas,
especialmente no estômago; na pele; nos olhos; e mesmo nos ossos. E as
cicatrizes que elas deixam são de caráter semelhante - deprimidas, redondas,
“como se fossem puncionadas”.

490
KALI BÍCHR OMICUM 491

Sua amarelidão: visão amarelada (Cina), escleróticas amarelas (Chel., etc.),


secreções amarelas, vômito amarelo, catarro amarelo. Secreções amarelas dos
ouvidos, nariz, olhos, enquanto que a língua pode estar vitri- ficada, vermelha,
rachada, ou “recoberta com uma capa amarelada”. Clarke (Dictionary) frisa bem
sua utilidade onde grandes quantidades de fluido amarelo aquoso são vomitadas
(isto ocorre nas experimentações) e nos fornece casos.
HERING apresenta um caso de vômitos durante a gravidez curado por Kali
bich. “Náusea súbita; língua coberta de amarelo; frialdade interna e face quente;
constipação; dores abdominais violentas; desfaleci- mento...” Novamente,
“Vômitos prolongados e contínuos durante a gravidez; não consegue reter
alimento algum no estômago; grande emagrecimento e debilidade.”
KENT (Lesser Writings) detalha um caso de estômago curado com Kali bich.,
onde: “Não havia sintomas de catarro no nariz ou no peito, e não havia
secreções grossas e pegajosas, por isso Kali bich. foi negligenciado. Somente os
sintomas de estômago foram a orientação para o uso da droga, mesmo porque
ele não possuía outros sintomas importantes”. “Neste caso examinaram-se as
experimentações e foram ressaltados tais sintomas dos quais ele vinha
sofrendo.”
Entre eles: “Má digestão; estômago desordenado pelo mais leve alimento
(como em lavadores de cromo). Encarceramento de flatulência no estômago e
no baixo abdome. Sensação de vazio no estômago, com falta de apetite durante
o jantar... Acorda durante a noite com grande apreensão no estômago,
dolorimento e sensibilidade em um pequeno ponto do lado esquerdo do apêndice
xifóide. Súbita dor violenta, ardente e constri- tiva na superfície anterior do
estômago. Repleção após um bocado de comida, não ajudada por Lycopodium.
Também dores cortantes como facas; incapaz de digerir batatas ou alimentos
com amido.”

ijc * íJC * *

Entre outras características de Kali bich. está o seu reumatismo: do tipo


vagueante; ou alternando com catarro, ou com problemas de estôma- g°‘
Kali bich. tem sido considerado especialmente eficaz em doenças da boca e
da garganta, nas amigdalites, difteria; crupe; asma; bronquite, tosse comprida e
nos problemas de estômago, especialmente na ulceração - a variedade redonda.
Mas era quaisquer casos ele cura especificamente membranas mucosas afetadas
em sua maneira peculiar, e uma vez assim encontradas, então o remédio procede
em restabelecê-las.

* * * * *
Efeitos sobre aqueles que trabalham com cromo. “Nos primeiros dias
492 KALI BICHROMICUM

há a descarga de água clara do nariz, com espirros, principalmente quando sai ao


ar livre; então dolorimento e vermelhidão do nariz com sensação de cheiro
fétido. Então eles apresentam grande dor e sensibilidade, a maior parte na
junção da cartilagem e o septo ulcera-se todo, enquanto o nariz torna-se
obstruído pela formação repetida de rolhas duras e elásticas (chamadas pelos
trabalhadores de clínquers). Finalmente, a membrana perde sua sensibilidade e
permanece seca, com o septo prejudicado e freqüentemente com a perda do
olfato durante anos.” HUGHES (Phar- macodynamics)
HUGHES: Um medicamento completamente experimentado e largamente
testado.
KENT ([Lectures): Seu uso principal está nas doenças das membranas
mucosas... afecções catarrais com seus sintomas peculiares. Tem sido capaz de
trazer em suas experimentações sintomas de todas as membranas mucosas do
corpo. Inflamações lentas, porém intensas, das membranas mucosas onde quer
que ataque. É lógico que fornece as secreções grossas, viscosas ou em fios,
amareladas ou amarelo-esverdeadas ... olhos, ouvidos, nariz, garganta, traquéia,
etc ...
As dores são agravadas pela tosse.
Boca, freqüentemente com mau hálito; dentes frouxos; gengivas ma-
chucadas, sangrantes. A língua é ulcerada, torna-se grossa, seca, lisa, vermelha,
rachada, brilhante como um pote de vidro. A língua está grossa, seca e vermelho-
brilhante...
As dores andam pelo corpo, penetram, laceram; pulam de junta para junta e
de osso para osso, sendo às vezes sentidas profundamente nos ossos.
Pior com cerveja; diarréia pela manhã, pior com cerveja.
Além das úlceras arredondadas, Kent aponta para úlceras denteadas,
corrosivas; especialmente eficaz nas antigas úlceras de perna. O aspecto
peculiar é que quando a úlcera antiga é curada, sua cura se dá com uma su-
perfície aprofundada, como se ela tivesse tido uma falsa cura.
O estômago parece com uma bolsa de couro. A digestão parece ter cessado.
O alimento fica no estômago como um peso.
As dores mais violentas em um ponto que você poderia cobrir com um
dedo. Dor de cabeça daquele ponto: o paciente diz que ela está toda ali naquele
ponto - ou que ela começa ali, ou espalha-se desde lá.
Alternância de queixas, ou queixas que se movem. Quando o reumatismo
ocorre, as outras queixas passam. Quando o estado gotoso aumenta, o estado
catarral ou a diarréia desaparecem.
FARRINGTON é especialmente elucidativo com relação a Kali bich. Nós
apresentaremos aqui de forma resumida.
Enquanto há evidentes semelhanças gerais com os Kalis, há diferenças
decisivas que surgem a partir do ácido combinado com ele.Acido crômico
KALI BICHROMICUM 493

é um ácido altamente irritante: um poderoso escarótico que destrói os tecidos


animais muito rapidamente e penetra prontamente no local, produzindo uma
úlcera profunda.
Age especialmente nas pessoas gordas, nas crianças gordas e bochechudas,
mais do que em adultos.
Possui grandes virtudes nas inflamações das superfícies mucosas, com
tendência à exsudação plástica e à pseudomembrana. Causa primeiramente uma
inflamação violenta nas membranas mucosas com muita vermelhidão e inchaço,
e produz uma quantidade excessiva de muco rapidamente transformado em
exsudato fibrinoso; com tendência à formação de falsas membranas. Este
caráter de exsudação nos fornece uma característica bem conhecida de Kali bi. -
descargas viscosas e filamentosas.
Secreções viscosas e em fios, na faringite, laringite, na coriza, nas subs-
tâncias vomitadas de catarro gástrico; na leucorréia e nas descargas da uretra.
Nas crianças ela ajuda onde houver descargas purulentas, tenazes e viscosas dos
ouvidos, com dores picantes e profundas na cabeça e na nuca; as glândulas
incham, especialmente a parótida desse lado, enquanto as dores se aprofundam
nesta glândula parótida.
É eficaz na difteria, com membrana grossa, de aparênda amarela como um
couro lavado, e descargas em fios.
Úlceras específicas nas fauces, com tendência a perfurar, circundadas por
uma cor vermelho-cobre.
Catarro nasal; primeiro seco com coceira e espirros, pior ao ar livre;
secreção viscosa e em fios, coleta na narina posterior; pode ou não ser ofensiva.
Ou em ozena; com rolhas ou “clínquers”. Massas de muco verde duro são
escarradas da parte posterior das narinas, especialmente pela manhã. Ou úlceras
com a característica penetrante do Acido crômico e que tendera a perfurar.
Crupe das crianças de cabelos claros, gordas e bochechudas, com períodos
asfixiantes que as acordam durante o sono, sufocadas. Uma membrana espessa
se forma na laringe; estreitando-a. Expectoração consistente e filamentosa
parecendo macarrão cozido. Pior das 3 às 5 da manhã. Pode estender-se para os
brônquios; não é comum, mas muito perigoso. Farrington diz que se lembra de
um paciente que, após tomar Kali bich., expectorava pedaços como se fosse
macarrão que tinha inúmeras pequenas ramas - provavelmente moldes de
ramificações dos tubos brônquicos (Ipec.). Veja HOMEOPATHY, 1937, p. 321.
Vejamos o efeito de Kali bich. sobre a membrana mucosa do estômago. A
droga é tão irritante que produz gastrite. Seus sintomas variam em gravidade
desde os de uma simples indigestão até os de uma doença maligna. A dispepsia
com dor de cabeça supraorbital ou com uma dor de cabeça peculiar. O paciente
é afetado por cegueira - os objetos tornam-se
494 KALI BICHROMICUM

obscuros e menos distintos, e então a dor de cabeça começa. Ela é violenta:


pior com luz e barulho, e a vista retorna à medida que a dor de cabeça fica pior.
Ele diz que há uma série de remédios que têm dor de cabeça com cegueira:
Caust. (mas ela não diminui enquanto a dor de cabeça aumenta), Nat. mur., íris
ver., Psor. eSil.; mas com Sil. a cegueira surge depois da dor de cabeça.
Com essa dor de cabeça, Farrington diz, a face tende a ficar grande e
inchada, e coberta por espinhas ou acne. Há também palidez e amarelidão,
como se o paciente estivesse bilioso. O estômago parece inchar depois de uma
refeição completa, como Lycopodium...
Gastrite: a matéria vomitada é azeda, misturada com muco claro ou então é
amarga, pela mistura com bile. Sempre que come ou bebe algo, a gastrite
reaparece, com angústia e ardência áspera no estômago. Com esse tipo de
vômito, você pode usar Kali bich. no vômito dos bêbados e nas úlceras
perfuradas do estômago.
Ele faz referência às erupções como sarampo, para as quais tem sido usada.
Pode seguir Pulsatilla, útil nos casos mais leves. “Kali bich. é um dos melhores
remédios que temos no sarampo” com os sintomas catar- rais dc Pulsatilla^ em
olhos, ouvidos, boca, com secreções aquosas, amare- lo-esverdeadas, somente
piorando e avançando ainda mais para ulcera- ção.
Ela produz pápulas duras; tendem a desenvolver pústulas e mesmo úlceras.

* ****
Pulsatilla é indicada no sarampo. Eu acho que ela é quase sempre usada no
lugar errado. É indicada quando os sintomas catarrais são proeminentes e temos
coriza e lacrimejamento profuso...
Kali bich. deve ser usada quando, ao invés de simples catarro do olhos, você
tem pústulas que se desenvolvem na córnea. A garganta está inchada e as dores
seguem da garganta até os ouvidos, as glândulas salivares estão inchadas e há
surdez catarral.

SINTOMAS EM NEGRITO

NARIZ. Septo nasal completamente ulcerado.


Septo cartilaginoso completamente destruído, e toda a membrana mu- cosa nasal
está num estado de inflamação purulenta; a doença foi confundida com sífilis.
O nariz está muito seco com sensação de pressão nos ossos nasais. Secura
do nariz.
Formação de rolha nas narinas.
KALI BICHROMICUM 495

Dor pressiva na raiz do nariz.


O ar expirado parece muito quente no nariz.
Nariz obstmído, especialmente na parte superior; dificuldade de soltar o muco
grosso, que passa mais rapidamente às narinas posteriores.
Clinquers no nariz; se permitido de permanecer por alguns dias pode ser
facilmente retirado; se puxado muito cedo, deixa a raiz do nariz dolorida, e pode
haver intolerância à luz.
Descarga de massas consistentes esverdeadas ou rolhas endurecidas.
Muco grosso, viscoso, verde, com sangue; em massas claras; dor violenta do
occipício à testa se a descarga é interrompida.
Odorfétido do nariz.

Supuração crônica do OUVIDO; membrana timpânica perfurada;... secreção é


geralmente mais muco do que pus; descarga amarela, grossa, tenaz, de forma que
pode ser retirada através da perfuração em fios; sensações lancinantes de pontadas...

Língua Usa, vennelha e rachada.


Secura da BOCA.
A fecções sifilíticas da boca e das fauces.
Expectoração de muco gelatinoso grosso pela manhã.
Expele uma quantidade considerável de muco tenaz pela manhã.
Na raiz da úvula, do lado direito, um machucado aprofundado, metade do
tamanho de uma ervilha cortada, com uma auréola avermelhada, contendo um
material tenaz amarelo.
Úlceras profundamente corrosivas das fauces, freqüentemente sifilíti- .
cas.
Difteria: depósito pseudomembranoso, firme, perolado, fibrinoso, capaz de se
estender para baixo até a laringe e a traquéia; úvula com aparência de bexiga, muito
inchada epouco avermelhada.

ESTÔMAGO. Completa falta de apetite.


Vômitos.
Náusea e vômitos dos bêbados.
Fezes como diarréia consistindo de água espumosa amarronzada (com muita
pressão dolorosa), urgência e tenesmo.
Maus efeitos por excesso de cerveja; grande peso na boca do estômago;
flatulência;...
Prolapso do útero, parecendo decorrente do clima quente.

Voz áspera e rouca.


TOSSE (especialmente pela manhã) com expectoração de muco branco “tão
consistente quanto piche”, que poderia ser retirado em fios.
496 KALI BICHROMICUM

Expectoração de muco muito consistente, tão viscoso que poderia ser puxado em
fios até os pés.
Tosse com dor, desde a metade do estemo através das costas: fortes pontadas ou
peso e dolorimento do peito.
Tosse pela manhã ao acordar; com dispnéia; melhor deitando-se.
Tosse rouca, metálica, na crupe (membranosa) ou na difteria; expectoração de
muco consistente ou moldes fibro-elásticos.
Expectoração é muito glutinosa e viscosa; adere às fauces, dentes, língua e
lábios, finalmente deixando a boca com uma massa de longos fios, bastante tenaz.

Dor aguda, picante, na região dos rins.

Domo cóccix ao sentar-se.

Neuralgia todos os dias no mesmo horário.


As DORES aparecem e desaparecem subitamente. (Compare Bell.)
Dores em pontos pequenos que podem ser cobertos com a ponta de um dedo.
Dores atacam primeiro uma parte e então reaparecem em outra.

Afecções de qualquer membrana mucosa, com descarga de muco viscoso, em


fios, aderente, ou que pode ser puxado em longos fios.

Úlceras: profundas, amarelas, secas, bordas salientes, auréola vennelho-


brilhante; base dura, corrosiva; tomando-se mais profunda; com ponto preto ao
centro; a cicatriz permanece deprimida: profunda como se tivesse sido cortada com
um saca-bocados, bordas regulares.

As queixas pioram no tempo quente.

SINTOMAS E SENSAÇÕES SUGESTIVOS

Quando o leite sai dos seios tem aparência de ser composto de massas
viscosas e água.
Como se a cabeça fosse arrebentar; como se o nariz fosse estourar.
O nariz parece muito pesado.
Como se ossos frouxos do nariz friccionassem um sobre o outro.
Como se um cabelo crescesse na narina esquerda.
G randes manchas insulares na língua.
Um cabelo na parte posterior da língua.
Dores em pontos, que podem ser cobertos com a ponta do dedo.
KALI BICHROMICUM 497

Ou, dores que na maioria picam e são penetrantes.


Dor de cabeça ardente com vertigem, durante a qual todos os objetos
parecem estar envoltos em uma nuvem amarela.
Dor na cabeça em um ponto.
Ataques periódicos de dores de cabeça semilaterais em pontos pequenos
que poderiam ser cobertos com a ponta do dedo.
Cegueira seguida por dor de cabeça violenta, precisa deitar-se; aversão à
luz e ao barulho. A visão retorna com o aumento da dor de cabeça.
Várias cores e pontos brilhantes diante dos olhos.
Os objetos parecem estar cobertos com um véu amarelo.
Úlceras na córnea; tendência a perfurar, sem estenderem-se lateralmente.
Vibração como cordas na face esquerda e no pescoço.
A língua é coberta como um feltro amarelo grosso.
Rolha da garganta, que não é aliviada ao engolir.
Úlceras nas fauces - na faringe; eliminando massas semelhantes a queijo,
em geral ofensivas.
Não aprecia carne.
Deseja cerveja; deseja bebidas ácidas.
Maus efeitos secundários decorrentes de licores de malte, especialmente
cerveja lager.
Sensação de frialdade no estômago e intestinos.
Comida cai no estômago como um peso. Digestão interrompida.
Dores e incômodo no estômago alternando com dores nas pernas.
Sufocação, como se algo duro tivesse descido pelo esôfago; então pulando
e chacoalhando, como se o próprio estômago pulasse.
Úlcera arredondada no estômago.
Náusea com dores ardentes no ânus.
Náusea e vômito dos embriagados.
Dores gástricas aliviadas por comer e dores reumáticas reaparecem;
quando as dores gástricas alcançaram certa intensidade, as dores reumáticas
cessam.
Sensação curiosa como se algo estivesse corroendo seus intestinos.
Regurgitação de alimento ainda não digerido, não ácido, com dor que
atravessa a metade das costas.
Vômito de muco esverdeado e aquoso, pela manhã.
Dor obtusa ou pontadas no hipocôndrio direito, especialmente quando
limitada a um pequeno ponto.
Ataques espasmódicos que parecem aqueles provocados por pedras na
vesícula.
Durante emissão de gases, há suor sobre todo o corpo, especialmente na
face, da qual o suor corre em bicas.
Urina alcalina e viscosa.
498 KA LI BICHR OMICUM

Sensação de uma gota de urina que permanece presa na uretra.


Leucorréia amarela, viscosa.
Muco consistente que quase o sufoca.
Sensação de massa na parte superior da traquéia e cabelos que atravessam
a base da língua, não aliviada por pigarros, engolindo nem alimentando-se.
Profusa expectoração amarela e viscosa, e muito suor.
Paroxismos violentos de tosse com pouca expectoração de muco viscoso;
ou expectoração muito viscosa de massas acinzentadas.
Acorda com fraqueza no peito, como decorrente de um peso.
Sensação de sufocação, ao deitar-se.
Tosse comprida; muco com tanta viscosidade que se esticado vai da boca
ao chão na forma de fios.
Prurido atrás do esterno, causando uma tosse paroxismal violenta.
Sensação de frio ao redor do coração; aperto do peito; dispnéia.
Quando se inclina, sensação como se algo estivesse rachado através do
sacro.
Não pode inclinar-se ou mover-se de tanta dor.
Dor violenta em um pequeno ponto no sacro. Pior à noite.
Dor no cóccix.
Pústulas nos braços; inchaço no braço, que se transformou numa grande
úlcera com bordas salientes.
Erupções secas como de sarampo.
Pequenas pústulas sobre o corpo, como aquelas da varíola, desaparecem
sem estourar.
Pústulas tão grandes quanto uma ervilha, com uma pequena marca preta
ao centro sobre as partes inflamadas da pele.
Tubérculos solitários da pele, supurativos, formando profundos orifícios.
Coceira nos antebraços e mãos, com dor intolerável e formação de nu-
merosas úlceras, das quais acima de uma dúzia de massas quase sólidas caem
ao golpear o braço firmemente, deixando cavidades secas e limpas nas
úlceras.
Úlcera no pulso, exsudou por muitos meses, deixando uma cicatriz
deprimida como se escavada.
Mãos completamente cobertas por cicatrizes deprimidas que parecem
como se tivessem sido puncionadas.
Pequenas pústulas sobre as raízes das unhas. Líquido tornou-se espesso
como uma massa amarela consistente.
Dores nas tíbias (periostite sifilítica).
Reumatismo alternando com sintomas gástricos; um aparece no outono, e
o outro na primavera.
Dificilmente podia sentar-se; sensação de rolha no ânus. (Anac.)
KALIBICHROMICUM 499

Pior às 2 h.; das 2 às 3 horas da madrugada.


As dores correm rapidamente de um local para o outro, não continuando
por muito tempo em um só lugar e são intermitentes.

LOCALIDADES ESPECIALMENTE ATACADAS

Formações diftéricas no nariz, boca, fauces, faringe, laringe, traquéia,


brônquios, útero, vagina.
Afecções de quaisquer membranas mucosas com descargas de muco
aderente, filamentoso e viscoso, ou que pode ser retirado em longos fios.
Dores reumáticas, alternando com catarro; com sintomas gástricos.
Ossos; articulações.

Erupção cobrindo quase lodo o couro cabeludo; consiste de uma série de


vesículas diminutas, quase aglutinadas e preenchidas com um fluido viscoso e
transparente, que estouram e formam crostas grossas, laminadas, de cor cinza-
escuro; ou inchaço da pele entre as manchas da erupção; muito prurido;
aglutinação das pálpebras e xlescarga de material pu- rulento do canto interno
do olho; manchas sobre a face e crostas grossas ao redor das narinas; ou vidos
externos acentuadamente inchados, vermelhos e vitrificados, parte de trás das
orelhas escoriadas com descarga profusa... manchas de erupção
profundamente fissuradas nas pregas do pescoço com descarga sero-purulenta
... mau humor ... suga com dificuldade, devido à obstrução das narinas;
emagrecimento; diarréia verde e limosa.
A erupção começa sobre o ouvido e se espalha sobre a metade da cabeça;
crostas esverdeadas com fluido de matéria grossa e esbranquiçada.
r KALI BROMATUM
'
N
(.Brometo de Potássio)

V
J
“Brometos” - na prática sempre o brometo de potássio, este poderoso inibidor, este
grandioso supressor, em uso quase universal no tratamento de epilepsia, insônia,
“nervos” e, no entanto, como comumente administrado, jamais curou condições
crônicas para as quais é prescrito, e nunca poderia.
Como sabemos disto? Simplesmente pelo fato de que a dose deve ser sempre
aumentada, já que através de meses ou anos o paciente gradualmente impõe-se e
domina o melhor da droga. Perceba que existem dois meios de prescrição. Você
pode dar uma droga a fim de fazer algo a um pacientej para “deprimir seu sistema
nervoso e mais ou menos paralisar as principais funções de seu cérebro”; mas esta
não é a forma ideal de tratamento recomendada ao homeopata, cuja preocupação é
sempre o estímulo vital do paciente, de acordo com leis definidas, pelo qual ele é susci-
tado a curar-se. Drogas não curam, apesar da opinião popular. A cura deve vir de
dentro; ou não há cura.
Nós detalharemos, a seguir, as alegrias, mental e física, da condição
denominada Bromismo, escritas por um dos mais conhecidos professores da velha
escola de Medicina, em seu livro-texto para uso de estudantes. Não é surpresa que
uma estudante, anos atrás, preparando-se para seus exames finais, exclamou: “O
medicamento é um tiro. Eu espero nunca dar este remédio para os, meus pacientes!”
Nós citaremos também resumos do envenenamento de homens e animais pelo
brometo de potássio, sendo nossa autoridade a Cyclopedia of Drug Pathogenesy. Nós
vamos também ver como a Homeopatia aplica a droga, em doses não-tóxicas mas
suavemente estimulantes, para elevar e despertar qualidades latentes, inibidas pela
doença, e para aliviar os sofrimentos daqueles cuja saúde, ou melhor, cujo quadro
de doença parece com o brometo de potássio, mas não é causado por ele.
Pessoalmente, relembrando, alguém raramente, talvez nunca, usou esta droga
ou teve ocasião para usá-la. Para “nervos” e insônia, nós temos tantos remédios que
curam tão rapidamente que, receitados considerando-se a causa e sintomas exatos,
agem como um encanto; não é preciso “empurrar” o remédio ou aumentar a dose.
Tome, como exemplo, a insônia causada, por esforço excessivo e extrema fadiga
mental ou física. Aqui

1
fsSiJUl BKUIVJLS1 L UJ\1

Amica nunca falha em chamar “o confortante sono, doce restaurador do cansaço


natural”. Em insônia por ansiedade, inquietação, angústia, medo; quando o
homem, mulher ou criança agitam-se exaltadamente, em desespero sempre que
são removidos do sono ,Aconitum é simplesmente uma mágica científica; pois
foi Aconitum que atormentou assim seus experimentadores que, há muito tempo
atrás, sofreram por nós, para que nós pudéssemos parar de sofrer assim. Ou,
ainda, no caso de uma mulher idosa com um enorme bócio que, em um dos
ataques aéréos da última Guerra ficou presa sob uma viga, enquanto que sua casa
queimava sobre sua cabeça. (Alguns dos médicos, que vêm para ver o que
estamos fazendo com nossos pacientes externos, conhecem-na). Quando os
ataques recomeçaram, em setembro passado, ela apareceu com a história: “Eu
não posso dormir! Eu continuo ouvindo os ataques!”, e para isso ela, como
qualquer um, tinha uma boa justificativa. Uma dose ou duas deArsenicum
fizeram-na melhorar; e seu relato seguinte foi: “dormindo bem” e tinha “perdido
seu medo”. Quem, substituiria, neste caso, pelo sono estupefato do brometo que,
por poucas horas a teria deixado inconsciente de seus terrores, mas teria sido
necessária uma constante repetição e jamais teria, como Arsenicum > simples,
imediata e totalmente eliminado tais sintomas. É vista de tempos em tempos e se
sabe que durante todos estes meses de guerra, com casas caindo ao seu redor, a
reação saudável daqueles poucos glóbulos de lactose, medicados comArsenicum
em potência, foi suficiente para vencer mesmo um terror tão grande. Com
Hahnemann, só se pode agradecer à “Homeopatia, boa bênção de Deus”, onde
não é questão de poucas horas de inibição e supressão, mas do mais precioso
remédio que, causando um certo terror naqueles que buscam testar suas
propriedades, pode curar o mesmo terror, quando são outras as suas causas.
A propósito, apesar das notáveis supressões do brometo de potássio nunca
terem nos impressionado, e nós nunca estivemos tentados a guiar nossos
pacientes por um caminho largo e fácil que possa levar a uma destruição da
mente e do corpo, nosso retrato medicamentoso do mês de janeiro relacionava-se
a Bromium potencializado, o elemento, que, como mostramos, foi usado para
curar, em pequenas doses de preparo homeopático, a asma de um marinheiro
cuja vida só era tolerável quando no mar. Esta é uma das mais preciosas
sugestões da nossa escola. Isto aparece no Repertório como “asma de
marinheiros, assim que eles desembarcam”; Bromium é a única droga referida, e
em negrito. De qualquer forma funciona e é, portanto, digna de conhecimento,
mesmo que, se necessário, uma só vez numa vida médica. Nós também curamos
um grande número de casos de epilepsia, cada um com o remédio especial
demandado por sintomas do indivíduo, e nunca pelo remédio do nome da
doença. Tem havido também falhas na cura - são casos difíceis, e este é o
caminho estreito daqueles que procuram penetrar na vida e, que
independentemente de di
KALI BROMATUM 3

ficuldades de trabalho e a necessidade de usar grandes doses de intuição e


conhecimento, visam sinceramente fazei coisas que importam. Não há grande
mérito em transformar uma criança bonita c inteligente em um “idiota cheio de
espinhas” - ainda que por meio disto, o número real de convulsões possa ser um
tanto reduzido ... “ah, mas o alcance de um homem deve exceder seu domínio,
ou para que serviria o céu?”
O preço que pode ter que ser pago, por uma mera diminuição, não a cura, de
convulsões epiléticas, ou por tal sono que os brometos podem oferecer, em nossa
concepção, não vale a pena. Drogas sedativas podém ser usadas impunemente, e
mesmo com vantagem, para sobrepujar uma crise difícil; mas para emprego
crônico - Não!
Desconfie de qualquer “cura” que nunca cura; que nunca pode ser dis-
pensada, mas que se torna um hábito, e a fim de manter um suposto alívio deve
ser sempre aumentada. Tal droga jamais pode curar tais casos!
E ainda assim, todas essas poderosas drogas PODEM ser usadas para curar,
quando prescritas para os sintomas que elas despertam. Tais condições como
doenças de pele, como aquelas, em número de cinco, que diz-se que os brometos
podem causar; estados de inconsciência com os sintomas do brometo. Aqui, na
dosagem pequena e cuidadosa homeopática, elas podem se mostrar curativas,
contanto que a condição - hemorragia cerebral etc., não tenha evoluído demais,
pois certas coisas são incuráveis.

HALE WHITE, Matéria Medica of Phannacy, Pharmacology and


Therapeutica: (nós citaremos o que a Velha Escola tem a dizer a respeito desta
droga, tão freqüentemente abusada por profissionais e leigos.)
“Os Brometos são poderosos depressivos do sistema nervoso ... No homem,
ao menos, não é somente a área cortical, mas o cérebro como um todo é
deprimido; por essa razão essas drogas são poderosos HIPNÓTICOS ... os
brometos são dignos de ser chamados de poderosos depresso- res nervosos...
Circulação - grandes doses provocam uma influência pa- ralisante direta no
coração, reduzindo a força e a freqüência das batidas e produzindo uma parada
em diástole...
“Se os brometos são tomados por um período muito longo, uma série de
sintomas de intoxicação, para os quais o nome de BROMISMO foi dado, pode
aparecer. O primeiro deles é um exantema consistente de pápulas vermelhas,
principalmente no rosto e nas costas lembrando exatamente algumas formas de
acne... Os próximos sintomas são diminuição geral da sensibilidade cutânea, e
também da faringe; e então há uma diminuição da potência sexual; o paciente se
torna deprimido, facilmente cansado, incapaz de trabalhar e seu intelecto
embotado... O brometo de potássio no homem, pelo menos, deprime as funções
mais elevadas do cérebro antes das inferiores, e estas ainda antes das medulares.
Assim a de
4 KALI BROMATUM

pressão ocorre em ordem regular de cima para baixo. Em ordem reversa do


desenvolvimento fisiológico da função, e este é normalmente o caso com muitas
drogas.
“Aqueles que tomam brometos habitualmente tornam-se incapazes de
dormir sem eles. Estes maus efeitos são intensificados pelo fato de que
gradualmente maiores doses são necessárias para produzir o sono, e assim o
infeliz sofredor se torna mais e mais um escravo da droga ... Elas são as drogas
mais valiosas que temos para o tratamento da epilepsia... Elas raramente curam,
mas freqüentemente diminuem grandemente o número de convulsões. É
impossível dizer em qualquer caso, se os brometos funcionarão, por essa razão
eles devem ser tentados em todos os casos.
... insônia por trabalho excessivo, preocupação... ” E daí por diante.

* * * * *
“Entre os sintomas causados pela droga existem alguns que escaparam a
observações prévias e, que se não reconhecidos, podem levar a sérios erros de
diagnóstico. Eu me refiro a afecções cerebro-espinhais, caracterizadas por
delírio geral, alucinações, fantasias de estar sendo perseguido, ações violentas,
ataxia dos membros e da língua, com a articulação dificultada - que podem ser
tomados como indicações de paralisia geral. Todos esses sintomas alarmantes
desaparecem ao cessar com o remédio.” - Encyclopedia àz ALLEN.
Na Cyclopedia ofDrugPathogenesy nós encontramos:
Um experimentador, depois de doses grandes e brutas de 1 onça repetidas
em meia hora, sentiu dificuldade na fala... tristeza dolorosa e indiferença, quase
que um desgosto pela vida. Ao tentar andar ele experimentou uma estranha
vertigem; uma sensação de vazio em volta e sob seus pés, estando com medo de
pisar errado; parecia faltar o chão, a sensação de resistência deste parecia
perdida, seu andar era cambaleante, e foi obrigado a parar. Uma profunda
obnubilação de sensibilidade, especialmente em relação aos atos reflexos.
Cócegas ou beliscões não provocavam reação; o tato estava alterado, tanto que
não era capaz de segurar algo com firmeza. O pulso mais lento e compressível
como se extinto.
Sintomas de uma dose tóxica... hálito nauseante; edema que sobrevêm na
congestão de úvula e faringe; a voz sussurrante se reduz à afonia, a fraqueza
sexual evolui para impotência; a fraqueza muscular torna-se uma completa
paralisia; desaparecem os reflexos e a sensibilidade geral e especial; os ouvidos
não ouvem, os olhos não vêem, nem a língua sente o gosto; a expressão de
embotamento vem antes da de imbecilidade, e então a de idiotia; as alucinações
visuais e auditivas, com ou sem mania, precedem a indiferença mental geral,
apatia e paralisia. À medida que o bro- mismo se torna mais profundo, o
paciente j az imóvel na cama, incapaz de mover-se ou sentir, ou engolir ou falar,
com pupilas dilatadas e incon-
KALI BROMATUM 5

tráteis, e raramente tem alguma mudança de cor. As extremidades tornam-se


gradualmente mais e mais frias; a ação do coração mais fraca e reduzida, até que
pára.
Em uma epilética que tomou grandes doses por um ano, observou-se
emagrecimento, pele amarelada, a face coberta de acne; ela sofria de gas- tralgia,
foi molestada por uma tosse seca e secura da garganta. Finalmente ela morreu,
delirante, com respiração oprimida, com o pulso fraco e freqüente e dores
abdominais agudas.
Existem cinco formas principais de erupção. Eritema, com febre, causando
uma grande dor; acne, a forma mais freqüente de erupção de Brometo de
Potássio. Uma pele espessa e gordurosa, com cravos, predispõe a esta erupção de
acne pontilhada e pustulosa. Dizem que o número de pústulas podem aumentar
ou diminuir com o aumento ou diminuição da dose. Às vezes toda a face é
coberta e desfigurada por elas. Outra forma é a urticária, eritema nodoso. A
forma vesicular, um eczema úmido, é aparentemente rara. A forma furuncular.
Também verrugas foram observadas na face e nas pernas.

$ $ $ * sjc
Lembre-se: o que uma droga pode causar, ela pode curar, se administrada
adequadamente. Presume-se que foi permitido a poucas drogas “causar” na
extensão comparável à do brometo de potássio; o remédio que alivia e acalma,
mas nunca CURA a insônia, a epilepsia e “nervos” em geral, e portanto, obtém
uma aplicação tão vasta e é tão grosseiramente usado. Mas onde você
reconhecer, em uma doença, o quadro de Brom. pot., e ministrar a droga como
um remédio homeopático, este agirá de modo curativo. E em pequena dosagem,
descontinuada quando não mais exigida pelos sintomas, ele é, claro, inofensivo,

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO

Perda de memória; a palavra tinha que lhe ser dita antes que ele pudesse
dizê~la.
Mãos constantemente ocupadas; todos os tipos de temíveis ilusões; anda
pela sala gemendo e lamentando seu destino; cheio de medo. Inseguro.
Acessos de choro convulsivo e incontrolâvel eprofundas ilusões melan-
cólicas.
Deprimido; desanimado. Ansiedade nervosa.
Terror noturno em crianças (não por indigestão), com gritos.
Inconsciência do que está acontecendo em volta deles. Não conseguem
reconhecer ou serem confortados pelos amigos. Seguido às vezes por estra-
bismo.
6 KALI BROM ATUM

Emissões seminais, com desânimo, raciocínio embotado, dornas costas,


modo de andar cambaleante e uma grande fraqueza.

Nervoso; inquieto, não pode parar quieto, mas deve movimentar-se, ou


então ocupar-se de algo; freqüentemente serve para mulheres nervosas.

Convulsões: por medo, raiva ou por outras causas emocionais, ocorren-


do em pessoas pletóricas ou nervosas ou em mulheres na época da mens-
truação; durante o parto; ou por .excitação sexual. Excitabilidade reflexa
aumentada; insônia; durante a dentição, coqueluche ou laringismo estridu-
loso; por doença de Bright.

Insônia; inquietude, só o que pode acalmá-la é uma incessante ocupa-


ção.
Terror noturno em crianças; range os dentes quando dorme; geme; cho-
ra; sonhos horríveis.

Perda de sensibilidade; do corpo em geral; da faringe, laringe, uretra,


etc.

ITÁLICOS IMPORTANTES Sintomas característicos ou peculiares


Memória absolutamente destruída; anemia; emagrecimento.
Esquecimento de palavras simples; omite sílabas.
Foi escolhido como objeto da vingança divina.
Ela imagina ser um diabo; não pode dormir; tem de medo de ficar so-
zinha.
Um remédio de delirium tremens.
Imaginações assustadoras (no fim da gravidez) que cometeu ou está para
cometer um grande crime ou crueldade; tal como matar seu filho ou seu
marido.
Alucinações de visões ou som, com ou sem mania, precedem os sintomas
paralíticos e cerebrais. Delírio com ilusões que: é perseguida, que será
envenenada, é escolhida para a vingança divina; que seu filho está morto.
Medo da destruição iminente de tudo próximo a ela.
Mania aguda, com plenitude dos vasos sanguíneos do cérebro.
Sente como se ele fosse enlouquecer.
Melancolia; depressão profunda; sentimento de deficiência moral; choro
freqüente, desânimo e infantilidade; profunda indiferença, quase que um
desgosto pela vida.
KALI BROMATUM 7

O cérebro parece muito apertado; com uma sensação de anestesia cerebral.


Cólera infantil. O cérebro irritado, a face ruborizada, pupilas dilatadas, os
olhos encovados, rola a cabeça, acorda gritando, extremidades frias.
KENT diz: “O paciente de Kali carb. é muito difícil de ser estudado, e o próprio
remédio também.”
E Farrington diz que “ Kali carb. é indicado para uma grande variedade de
doenças, mas é uma droga muito negligenciada na prática”, talvez porque,
exceto em poucos casos, como em asma e pneumonia, ele não aparece forte o
bastante na imaginação, e, portanto, não está - por assim dizer - ‘‘na mira”.
Para começar, o paciente de Kali carb. não é aquele que provoca entusiasmo;
é um enfadonho, irritável e sensível no mais alto grau - especialmente quando
abatido pelo mal-estar e doença. “Nunca em paz”. Nunca quer ficar sozinho.
Cheio de imaginações e medos. “Medo do futuro, da morte, de fantasmas; medo
de que algo vá acontecer”. “Parece não se preocupar com nada”... uma espécie
de pessoa cansativa, desinteressante e tediosa; o “lá vem ela de novo!” com um
paciente resmungão: especialmente se “ela” acontece de ser “ele”. Não é o tipo
de paciente que acende seu interesse ou desperta compaixão. Apesar disto é um
dentre a multidão.
Aqui não há sintomas mentais importantes para despertar a imaginação e
tornar fácil a prescrição; mas Kali carb. tão sensível, tão assustado, tão infeliz e
que não floresce, precisa muito da ajuda que o remédio pode dar.
Nervos tão sensíveis - tão agitado! Tão facilmente assustado que, com Kali
carb., “assustado” significa “mortalmente aterrorizado”. Irritadiço, nervoso; e
um sintoma curioso, muito característico de Kali carb.: qualquer golpe, choque
ou má notícia é sentido no estômago; o medo é sentido no estômago, Faz
lembrar de uma tia que, se você lhe dissesse que alguém cortou o dedo, ela diria,
“Oh, você me causou uma dor no joelho!” Com Kali carb. isto ocorre no
estômago. Kent diz que um paciente seu expressou o seguinte, “Doutor, eu não
tenho um medo igual ao das outras pessoas, porque eu o tenho em meu
estômago. Se uma porta bate eu a sinto bem aqui” (epigástrio).
Kent fala da “insidiosidade do Kali carb. ” no princípio de suas queixas, e
“sua aparência não descrita”.
Pobre Kali carb.l - não somente nervoso e agitado, mas muito frio-

8
KALI CARBONICUM 9

rento: “não tem a resistência normal à temperatura”. Resfria-se por qualquer


exposição ao ar livre; passa a ter “a sensação de uma espinha de peixe na
garganta”* sempre que resfria-se, e tem em particular uma “sensação obstinada
de frio ao meio dia”.
Kent diz: “Kali carb. está sempre frio; sempre tremendo. Se ele se cobre e
esquenta a parte dolorida, a dor vai para outro lugar; se ele cobre uma parte, a
dor vai para a parte descoberta.” E também esta é a droga citada no Repertório
para “transpiração de partes doloridas”.
E com todo este frio, Kali carb. tem “dores queimantes que se comparam
com aquelas d zArsenicum” ... “Hemorróidas queimam como fogo; uma sensação
de um atiçador em brasa enfiado dentro do ânus.” Mas aqui você diferencia: as
queimações deArs. são aliviada pelo calor; duvida-se que algum outro remédio
tenha isso; ao passo que quanto às hemorróidas queimantes do friorento Kali
carb., Kent diz que, são “temporariamente aliviadas ao sentar-se em água fria”;
então não é difícil de diagnosticar entre os dois. Recorda-se de um jovem médico
tão satisfeito porque ele tinha aliviado muito a condição hemorroidária de um
paciente, onde um outro médico de muita experiência tinha falhado. Foi^lrj. que
curou, quando ele descobriu a princípio que suas dores tinham um caráter de
queimação, e eram aliviadas pelo calor. As pessoas hoje em dia adoram injetar
ou remover as hemorróidas; os antigos homeopatas costumavam curá-las...
Mas entre as mais notáveis características de Kali carb. - as que de fato
freqüentemente chamam a atenção para a droga em muitas condições, são as
PONTADAS. Pontadas, queimação, dores que CORTAM COMO FACAS,
freqüentemente provocando gritos, em qualquer parte do corpo. Elas se parecem
com as dores d & Bryonia, mas aqui de novo, não precisa haver confusão entre
as drogas; com Kali carb. as dores são piores durante o repouso, piores com o
frio, com a pressão, ao deitar do lado afetado; enquanto que, com Bryonia
acontece o contrário, pois para Bryonia é melhor durante o repouso, pior com o
menor movimento, melhor com a pressão e ao deitar do lado afetado, e
geralmente piora com o calor. Por exemplo, em pleurisia e pleuropneu monia,
onde ambos são capazes de prestar bons serviços, com Bryonia as dores são
piores com o movimento, piores com a respiração que representa movimento,
enquanto que com Kali carb. ocorrem pontadas independentemente de
movimento, dores que provocam grito entre as respirações, e a qualquer outro
momento. Mas, não se deve deixar de insistir nisso: um remédio não poderá
substituir o outro, mesmo que ambos tenham pontadas por excelência; as con-

•Sensaçãode uma espinha de peixe ou um estilhaço na garganta, ARG. NIT., DOL., HEP., KALI C., Nit. a.,
Sil., etc. “Ao contrair uma gripe”, Kali c. somente.
IU IWIL.I LsLKtf Ul\l Li UM

dições -“modalidades” - devem também ser semelhantes. A homeopatia pode ser


difícil porque requer uma diferenciação cuidadosa onde um trabalho de primeira
classe deve ser feito; mas isto não é o mais interessante? - e realmente seus triunfos
mais do que compensam pelo tempo e cuidado gastos.
Então, entenda bem! Apesar das pontadas de Kali carb. & Bryonia fre-
qüentemente afetarem os mesmos locais - pleura, pericárdio, juntas, etc. - jamais
deveria ser difícil distingui-las, porque em Bryonia, enquanto o paciente estiver
parado, ele estará em relativa paz; enquanto que em Kali carb. as dores acontecem
de forma similar durante o movimento e o repouso, e especialmente durante o
repouso; Bryonia piora com o movimento e calor; Kali carb. piora com movimento
ou não, mas com o frio... E Kali carb., diferente de Bryonia, é muito sensível à
pressão e ao toque.
Kali carb. grita quando se assusta, e grita com suas dores em pontadas e
facadas, que aparecem em todo lugar; elas trespassam todos os tecidos e órgãos -
até o globo ocular. Recorda-se que ao tentar encontrar o remédio para um paciente
com pontadas peculiares nos dedos das mãos e dos pés, isto resolveu-se com Kali
carb. Hahnemann nos diz que “pontadas é o sintoma mais característico de Kali
carb. ”
Este remédio tem uma tosse paroxística com ânsia e vômito; daí seu valor na
coqueluche. Nós citamos (pág.78) de Boenninghausen (amigo e discípulo de
Hahnemann) um relatório de uma antiga epidemia de coqueluche, onde os sintomas
não eram os de Drosera, que falhou, enquanto que Kali carb. provou ser curativo;
sendo o sintoma curioso que sugeriu seu uso um inchaço como uma bolsa entre a
pálpebra superior e a sobrancelha. Este inchaço parece peculiar de Kali carb. “Não
é um abaulamento e flacidez de tecidos como na idade avançada, mas uma pequena
bolsa bem delimitada, que parece estar cheia de um fluído”.
Kali carb. afeta todo o peito com suas pontadas e inflamações; o coração,
pulmões, e as membranas serosas que os envolvem e também os músculos da
parede do peito. Em pneumonia escolhe especialmente o lobo inferior direito,
sendo aqui seus rivais Merc. e Phos. Mas as indicações para Merc. são a boca com
cheiro desagradável e suor (nós apresentaremos um pequeno caso), e aquelas de
Phos. são - sede de líquidos gelados (não tolerados por Kali carb.), um forte aperto
no peito, o paciente tem que se deitar do lado direito, expectora sangue vermelho
vivo, ou de cor ferrugem, ou escarros de pus purulento que podem ter um gosto
adocicado. Kali carb. pode ser útil também em peri e endocardite, com as pontadas
características. Lembramo-nos de um daqueles casos inesquecíveis, previamente
narrado, e que citaremos novamente em outro lugar, porque este caso pertence ao
quadro medicamentoso de Kali carb. e o enfatiza.
ASMA. Kali carb. é um dos nossos mais notáveis remédios para asma. Aqui o
paciente não pode deitar-se, deve sentar-se, inclinado para frente.
KALI CARBONICUM 11

Deve inclinar-se para frente com a cabeça sobre os joelhos. Terríveis ataques de
asma com agravação às 3 horas da manhã. Desperta às 3 da manhã com respiração
difícil e chiados. A propósito, a droga tem uma estranha sensação de uma massa
rolando repetidamente ao tossir, subindo do lado direito do abdome para a
garganta, e volta para o abdome novamente.
O quão curativo Kali carb. pode ser na asma, desde que os sintomas as-
semelham-se absolutamente, nós mostramos em A little case in Homeo- pathy,
volume II, pág. 24. Aqui um severo caso de asma foi curado com uma prescrição de
Kali carb. 6,12, 30 em três dias consecutivos. Quatro anos mais tarde (ao
encaminhar outro paciente com asma), seu relato era que ela “nunca tinha tido
outro ataque”. Nós apresentamos o desenvolvimento daquele caso, para mostrar
como a droga pode ser“alcançada.”
AS HORAS DE AGRAVAÇÃO de Kali carb. são marcantes e precisas, e têm
freqüentemente levado à consideração da droga...
Às 2 da manhã desperta com dores de estômago ou tosse seca.
Entre as 2 e 4 da manhã desperta com qualquer dos seus transtornos.
Às 3 da manhã: terríveis ataques de asma, ou tosse seca, ou coqueluche, ou
pontadas o despertam, então deve levantar-se e andar. Agravação com regularidade;
3 da manhã é a pior hora para Kali carb.
Das 3 às 4 da manhã a diarréia é pior.
Às 5 da manhã tosse asfixiante e sufocante (Nat. sulph.)
Às 9 da manhã a dor de cabeça é pior.
Às 10 da manhã tem fome e está fraco.
Ao meio dia “uma frialdade obstinada 1 \
Mas pode-se ver que as primeiras horas da manhã são horas de especial
sofrimento paia. Kali carb.
No abdome Kali carb. tem repetidos ataques de cólica, que sugere Colocynthis,
com o paciente dobrando-se de dor.* Colocynthis cura isto freqüentemente, mas
Kent diz que onde os ataques recorrem o paciente precisa de Kali carb. para acabar
com o problema; da mesma forma como quando Bell. cura repetidas vezes, o toque
final virá do seu “crônico”, Cal- carea. Há uma pobre e pequena mulher idosa que
apareceu como paciente ambulatorial, e que de tempos em tempos tem esta diarréia
com cólica que Colocynthis cura, mas que se repetem. Ela é uma típica Kali carb.
quando se pensa nisto! e na sua próxima visita se revisarão os sintomas dela com a
intenção de talvez prescrever Kali carb. para uma melhora geral e mais prolongada.
Deve-se também mencionar, “anemia com pulsações por todo o cor

* Aqui “Kali caib. está normalmente associado com distúrbios da vesícula biliar e Colocynthis com
problemas de intestino e diarréia”.
12 KALI CARBONICUM

po’\ “Coração enfraquecido com pulso irregular e intermitente”. “Kali carb. é


raramente indicado com um pulso cheio e redondo”. “Dispepsia na velhice, com
fraqueza como vazio antes de comer e plenitude depois de comer; especialmente
depois de sopas ou café”. (Plenitude é uma forte característica de Kali carb.).
“Nefrite com as pontadas de Kali carb”.
Às vezes é difícil encontrar casos hospitalares ilustrativos ou mesmo lembrá-
los; mas alguns podem ser descritos. Aqui estão três: -
Um homem de 65 anos, admitido em 8 de Dezembro de 1917. Pleu-
ropneumonia de base direita; escarro como suco de ameixa. Pontadas,
especialmente no lado direito do peito provocando gritos, ocorrendo ao respirar
ou mesmo independente disto. Temperatura de 40 graus. Freqüência respiratória de
40. Forte calafrio no 6 Q dia, insônia desde então, pelas dores. Grita com estas.
Deita-se do lado esquerdo. Quer estar bem aquecido. Kali carb. 30, a cada duas
horas. As dores pararam em duas horas - “Sua primeira noite boa”. Temperatura
elevada no 9 Q dia, 39 graus; então abaixou. Rápida recuperação. Os sintomas em
itálico são os de Kali carb.
(N.B. - As dores em facada deBryonia ocorrem com a respiração, isto é, com
movimento.)
Kali carb. e Carbo veg. são remédios “complementares”; um assume o caso
depois que o outro já fez sua parte. Nós já apresentamos o caso ao falar de Carbo
veg., mas o apresentaremos de novo aqui. Uma pequena garota praticamente em
articulo mortis, com endocardite, pericardite com efusão e também
pleuropneumonia com efusão pleural. Carbo veg. a trouxe de volta para a vida; ela
estava fria, inconsciente, dando seus últimos suspiros; então Kali carb. assumiu o
caso e a tirou desse estado.
Caso de reumatismo cardíaco em um pequeno garoto. Ele tomou Kali carb. 200
e teve uma agravação angustiante por poucas horas, gritando de dor, que quase fez
a irmã enfermeira sair de si. De qualquer modo, foi restabelecido - coração e tudo
o mais; então o resultado foi bom. Mas Kent adverte contra Kali carb. em
potências altas para gota, por exemplo, mas ele está falando de velhos casos
crônicos, “onde o remédio deveria ter sido dado anos antes.” Mas não é um mau
negócio começar com Kali carb. em potência baixa, digo a 30 a ou mais baixa; e
depois aumentar a potência. Quanto mais acertada a prescrição, e quanto mais um
paciente precisa da droga, mais chance existe de uma agravação inicial.

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO DE VÁRIAS FONTES

Intumescência, inchaço entre as sobrancelhas e pálpebras, como uma bolsa.


Nariz inchado, duro, vermelho da ponta à raiz.
KALI CARBONICUM 13

Inchaço da face, especialmente sobre os olhos. Pontadas no meio do olho.


Dificuldade para engolir; a comida desce pelo esôfago lentamente e pequenos
pedaços de comida facilmente entram na traquéia.
Desejo de dormir, durante a refeição.
Dispepsia de pessoas idosas mais inclinadas à obesidade, ou depois de uma grande
perda de vitalidade; repugnância por qualquer comida; frio constante, mãos e pés frios,
não sua apesar de muito calor.
Pontadas no lado direito do abdome, pior por movimento.
Dor cortante no lado esquerdo superior do abdome, estendendo-se a partir do lado
esquerdo inferior do peito, onde há uma pontada ao mesmo tempo.
Inflamação, dolorimento, pontadas e comichão como de áscaris nas varizes do reto.
Fístula anal.
Menstruação muito adiantada, escassa, de odor acre, picante, cobrindo as coxas com
uma erupçãopruriginosa.
Cólica violenta no abdome antes da menstruação, constipação durante.
Dores pressivas que forçam para baixo (“bearing-down ”) de mulheres grávidas,
como se um peso estivesse caindo em direção à pelvis. (Sepia, Lil. tigr. etc.)
Violentas dores na parte inferior das costas em mulheres grávidas.
Ameaça de aborto com dores das costas para as nádegas e coxas; eliminação de
coágulos: comum durante o segundo ou terceiro mês.
Dores de parto insuficientes. Violenta dor nas costas; quer que pressionem suas
costas. (Sepia). Bearing-down, das costas para a pelvis.
As dores são de pontada e tironeantes, ou elas são súbitas, indo das costas para os
músculos glúteos ou para as coxas.
Respiração difícil e sibilante.
Asma; deve inclinar-se para frente com a cabeça apoiada nos joelhos; pior de manhã.
Terríveis ataques de asma, pior às 3 da manhã.
Tosse às 3 da manhã, repetida a cada meia hora.
Dor cortante no peito; à noite; depois de deitar-se; não encontra uma posição para se
deitar; pior deitada do lado direito; de manhã; na parte inferior do peito, especialmente
no lado esquerdo indo para o epigástrio e deixando uma sensação de pontada no peito à
esquerda.
Pontadas nos lados do peito ao inspirar.
Pontada pressiva no peito à esquerda ao respirar.
Pessoas que sofrem de ulceração dos pulmões dificilmente ficam bem sem este
antipsórico. Hahnemann.
Insuficiência das válvulas mitrais.
Tendência à degeneração gordurosa do coração.
14 KALI CARBONICUM

Dores agudas na parte inferior das costas, com dores como as de parto, muito
agudas, indo para á frente em intervalos de poucos minutos, ocasionalmente descendo
para os músculos glúteos.
Dores nas costas enquanto anda; sente que deve parar e deitar-se.
Costas: pontadas agudas o despertam às 3 da manhã, ele deve levantar- se e
andar; dores penetrantes indo da região lombar para as nádegas.
Pontadas e dores penetrantes nas costas, descendo para a região glútea ou bacia.
Grande tendência a se sobressaltar; assusta-se com um grito alto.
Não suporta ser tocada, sobressalta-se quando tocada mesmo suavemente,
especialmente nos pés.
Sensação de uma massa rolando sem parar ao tossir, subindo do lado direito do
abdome para a garganta e voltando para o abdome.
Suscetibilidade ao frio; incapacidade de transpirar: ou grande inclinação a suar;
suores noturnos.
Esgotamento freqüente, sente que deve deitar-se, ou sentar-se.
Debilidade e desejo de deitar-se.
Desperta aproximadamente à 1 ou 2 da manhã, não pode dormir de novo.
Desperta aproximadamente às 2 da manhã e às 4 da manhã com quase todos os
transtornos, mas especialmente aqueles da garganta e peito.
Pontadas como um dardo, pior durante o repouso e ao deitar do lado afetado. (O
oposto de Bryonia, cujas pontadas melhoram em repouso e ao deitardo lq do
afetggQ.)
Opressão da respiração acompanha a maior parte das queixas.
Anemia com grande debilidade, pele úmida, branca leitosa.
KALI S ULPHURICUM

(Sulfato de Potássio)

V
J
Pediram-nos para demonstrar o Quadro Medicamentoso de Kali sulphu- ricum, e
estamos trabalhando nisto com todo o entusiasmo, visto que este é um remédio
valioso sobre o qual nós, e provavelmente muitos outros, conhecemos muito
pouco. Este sempre pareceu ser quase um sinônimo d e Pulsatilla, de tão
idênticos que são a maioria de seus sintomas interessantes e salientes; mas isto é
explicado pelo fato de que “uma análise química de Pulsatilla mostra que um de
seus componentes é Kali sulph., outro é Kali phos., e ainda outro é Cale. phos.
Seus sintomas mucosos são provavelmente devidos à presença de Kali sulph., e
seus sintomas nervosos e mentais a Kali phos. Mas isto é, certamente, pura
hipótese, e somente sugerido para estudo e observação posteriores”. (Boericke e
Dewey, Shuessler*s Twelve Tissue Remedies).
Mais do que isto, suas modalidades são na maioria aquelas de Pulsatilla. “As
principais características de Kali sulph. são:
A AGRAVAÇÃO AO ANOITECER.
A MELHORA AO AR LIVRE E FRESCO.
A GRANDE AGRAVAÇÃO NUMA SALA AQUECIDA.
Kali sulph. tem também uma descarga pelo nariz, amarela clara (ou
esverdeada), etc. e tem as mesmas dores erráticas características de Pulsatilla
quando prescrito para o “reumatismo”.
Citando novamente a edição acima de “Schuessler”, nós encontramos:
“O análogo mais próximo a Kali sulph. parece ser Pulsatilla. É interessante
comparar estes dois remédios, por eles terem muitos sintomas em comum.
Assim, ambos têm:
“Agravação de sintomas numa sala aquecida.
“Melhora ao ar livre e fresco.
“As secreções das membranas mucosas são amarelas, de caráter pu- rulento;
às vezes verde-amareladas.
“Língua com um revestimento amarelo e viscoso.
“Pressão e sensação de plenitude no estômago.
“Gonorréia com secreção amarela ou verde-amarelada, de caráter suave.
“Expectoração amarela dos pulmões ao tossir.

15
16 KALI SULPHURICUM

“Rouquidão por uma simples gripe.


“Dores nos membros, pior à noite e em liigar aquecido: melhor ao ar livre e
fresco.
“Palpitações.
“Dores reumáticas migratórias ou que mudam de lugar, ou errantes.
Mostradas as correspondências, é bom mostrar as considerações que
diferenciam as duas drogas. Elas são vitais.
SINTOMAS MENTAIS.
Kali sulph. “Nada de importante”.*
Pulsatilla é freqüentemente prescrita somente em cima de seus sintomas
mentais. Meigo, dócil, bem humorado; é ainda capaz de romper-se em lágrimas
quando lhe falam, ou quando tenta falar, como ao relatar seus sintomas.
Muito facilmente levado a chorar.
Preocupação e choro em relação a seus afazeres e sua saúde.
Riso e choro involuntários.
Disposição mutável; capricho.
Deseja e rejeita coisas como Chamomilla.
Desencorajamento: indecisão.
Uma das drogas da desconfiança e ciúmes (Hyos., Lach., Nux., Stram.).
OLHOS. Ambos os remédios afetam os olhos e têm uma reputação para o
tratamento de catarata.
OUVIDOS. Ambos afetam os ouvidos, com dores, surdez. Em Puls. a dor pode
ser quase que insuportável, e acompanhada de febre alta. Kali sulph. é útil para
pólipo de meato.
NARIZ. Em ambos, qualquer distúrbio ou obstrução é pior em uma sala
aquecida. Puls. tem também epistaxe, e sente cheiros imaginários.
A característica de Puls. é não ter duas evacuações parecidas.
Uma grande estertoração no peito é sugestivo de Kali sulph. Ester- toração de
muco com a tosse.
A pele e unhas são especialmente afetadas por Kali sulph.
Frieiras que se tornam azuis sugerem especialmente Puls., e também nos casos
onde estas são intoleráveis quando faz calor. (Agar. quando frio).
Kali sulph. é até mesmo sugerido para câncer epitelial. “Pólipo mole,
epitelioma”.
Falta de sede na febre, e durante seu calafrio precedente são características de
Pulsatilla. Também apresenta frialdade, calor, ou suor unilaterais; este último
vimos ocorrer intensamente em um jovem que tinha exagerado no uso de Pulsatilla.
As pessoas geralmente consideram Pulsatilla como um tipo de droga pediátrica
suave e inofensiva. Mas é sempre útil, quando os sintomas surgem durante o uso
do remédio, verificar se
KALI SULPHURICUM 17

clcs são causados pela droga, ou em outras palavras, são uma experimentação
parcial. E é analisando tais experimentos que o conhecimento cresce esc fixa.
CLARKE nos diz que Kali sulph. e a Pulsatilla dc Schuessler. Ele diz,
“Terapeuticamentc este responde ao processo de descamação que acontece após a
escarlatina, sarampo, erisipela da face, etc., ao catarro da laringe, brônquios,
narinas, etc., onde a secreção tem as características acima mencionadas” (a secreção
dc muco amarelo), “ao catarro do estômago, onde a língua tem uma camada mucosa
amarelada; ao catarro do ouvido módio e dos rins ... facilita a formação de um novo
epitélio.” Ele diz, “não foi experimentado adequadamente”. Ele cita um caso dc
asma curada, com uma expectoração amarela e espessa, bastante estertores no peito,
respiração difícil, fala quase impossível. Também um caso de psoríase ... erupção
oval e anular com o centro mais pálido, coberta com pequenas escamas, abaixo a
pele era vermelha e lustrosa. O sintoma guia foi “grande descamação da epiderme”.
\
KREOSOTUM
(Alcatrão: obtido a partir da destilação de madeira)

V
)
Mais uma entre as drogas “malcheirosas”. Seus odores detestáveis são os de
putrefação. “Odor podre da boca. Difteria com terrível odor fétido na boca.
Decomposição da membrana mucosa da garganta. Odor cadavé- rico do vômito.
Evacuações pútridas. Urina fétida. Estado de putrefação do útero depois do
parto. Leucorréia; pútrida, acre. Loquia; negra, grumosa, muito malcheirosa;
escoriante. Faringite séptica, com amolecimento e degeneração da membrana
mucosa da laringe, e especialmente do esôfago. Gangrena dos pulmões. Febre
pútrida. Tendência a decomposição.”
Pútrido, e ACRE. Escoriação das membranas mucosas em geral.
Além disso, rápido emagrecimento. Uma das drogas de estados deses-
peradores. Mas alivia e, quando as coisas não foram tão longe (e os sinto mas
sejam concordantes), pode curar.
Experimentei pessoalmente o grande valor àt Kreosotum em poucos e
surpreendentes casos, não facilmente esquecidos. Como por exemplo:
Há uns vinte anos uma velha senhora foi trazida para o nosso hospital,
agonizando de bronquite, com o hálito e a expectoração de um cheiro terrível;
era quase impossível chegar perto de seu leito. Duas ou três doses de Kreosotum
200 mudou completamente o quadro e ela rapidamente teve uma boa
recuperação.
Também em câncer do útero, especialmente de cérvix, com terrível mau
cheiro e descarga sangüínea fétida, Kreosotum foi ao menos paliativo e tornou
tolerável a proximidade da paciente.
Tem-se também usado Kreosotum, em potência, para pequenas crianças,
segundo a indicação: “cáries dos dentes tão logo ocorra a irrupção.”

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO

Inchaço crônico das pálpebras e suas margens; aglutinação das pálpebras.

18
KJtiEOSOTUM 19

Lupus no NARIZ: lado esquerdo.

Mau cheiro do DENTE cariado.


Dor de dente; estendendo-se para a têmpora e face esquerda; dor re- puxante e
estendendo-se para o interior dos ouvidos e têmporas: causada pelas cáries.
Os dentes apresentam manchas escuras e começam a deteriorar tão logo apareçam.
Gengivas: vermelho-azuladas, moles, esponjosas, sangram facilmente, inflamadas,
ulceradas, escorbúticas.
Odor podre da BOCA.

VÔMITO: aquoso e adocicado; de comida não digerida... com emba- çamento da


visão; de grande quantidade de fluido acre, ou muco espumante e branco.
A ágj.a, depois de ser engolida, tem gosto amargo.
Ponto duro e dolorido no estômago ou ao làdo esquerdo dele.

Freqüente desejo de URINAR, com descargas copiosas e incolores; à noite não


pode se levantar da cama rápido o suficiente.
Urina seis ou sete vezes por dia, sempre com muita urgência, e sempre em
quantidade considerável.
Ardor e queimação na regiãopudenda durante e depois da micção.

LEUCORRÉIA de cor amarela, também mancha a roupa de amarelo, com


grande fraqueza dos membros.
Leucorréia: se for branca, tem odor de milho verde.
Queimação na região pudenda depois de urinar.
Irritação na região pudenda^ com dores queimantes e mordentes, como ocorre nas
crianças pequenas.
Violenta coceira na vagina; obrigada a coçá-la. Posteriormente há ardor violento;
inchaço da genitália extema, quente e duro.
Ao urinar, a vagina dói como se ferida; ao anoitecer.
Coceira violenta e mordente entre os lábios vulvares; ela não pode impedir-se de
coçar.
20 KREOSOTUM

Coceira corrosiva entre a regiãopudenda e a vagina: de modo que ela era obrigada a
coçá-las; com uma sensação de queimação e inchaço na região pudenda,
Cirrus da vagina, dolorida ao tocar.
Úlceras inveteradas no colo do útero.
Severa dor de cabeça antes e durante a menstruação.
Sua hemorragia parece tomar-se uma descarga corrosiva e serosa, e depois
restabelece-se novamente.
Durante a gravidez, náusea e vômito; ptialismo, vômito de água doce.
Loquia:preta;grumosa, muito malcheirosa; escoriante; quase cessando e restaura-se
novamente;persistente, marrom e ofensiva.

Gangrena dos PULMÕES.

POLEGAR esquerdo dói como se deslocado e rígido.


PELE: coceira: ao anoitecer, tão violenta a ponto de deixar quase louco.

AQUI ESTÃO ALGUNS SINTOMAS CURIOSOS OU SUGESTIVOS DE


Kreosotum.

Gengivas ressaltadas, infiltradas com fluido escuro, aquoso.


Reabsorção das gengivas e processo alveolar.
*
Amolecimento, enegrecimento e decomposição da membrana mucosa da
garganta, com atonia e ampliação do amolecimento, especialmente em direção
ao esôfago, na difteria.
Apetite aguçado, especialmente por carne; deseja carnes defumadas.
Desejo de bebidas alcoólicas.
O estômago dói em conseqüência da ingestão de comida ácida.
Profunda e duradoura aversão por comida quando convalescente.
Enjôo domar.
Sensação de frio no epigástrio; como se lá tivesse água fria ou gelo. Enduração
maligna, fungos e úlceras do estômago: dor ulcerativa com
KREOSOTUM 21

hematêmese.
Sensação dolorida de frio no abdome; frio gelado no epigástrio.
Cólica, lembrando as dores de parto.
Diarréia com vômito, vômito contínuo. Esforços para vomitar; a criança resiste
a qualquer coisa que aperte em volta do abdome, porque aumenta a inquietação e a
dor.
Molha a cama à noite durante o primeiro sono. “Sonha que está urinando de
maneira normal”.
Mamas: pontadas; atrofia; nódulos pequenos, duros, e dolorosos nelas; rígidas,
vermelho-azuladas, cobertas com pequenas protuberâncias escamosas, das quais sai
sangue quando as escamas são removidas.
Insuficiência de respiração: como se o esterno estivesse comprimido.
Tosse, com abalo do abdome e escape de urina.
Tosse, agravada ao exalar.
Asma: abala o abdome; ânsia de vômito; descarga de urina; frio e dor de
cabeça; insônia.
Tosse de pessoas velhas: tosse de inverno de pessoas velhas; crises de tosse
espasmódica à noite, dor e pressão no esterno. Melhora com a pressão.
Terrível queimação no peito; constrição.
Acessos de tosse com expectoração de pus esverdeado; de sangue; de sangue
preto.
Febre e incapacidade de deitar-se de um lado.
Definhamento: intensa febre héctica; suores noturnos; respiração difícil; tosse
seca e incômoda. Grande debilidade.
Ansiedade no coração. Pontadas.
Pulsação em todas as artérias quando em repouso.
A parte inferior das costas parece que vai se quebrar: pior em repouso; melhor
em movimento.
Dor repuxante ao longo do cóccix, estendendo-se para o reto e vagina, onde é
sentida uma dor espasmódica e de contração.
Quer ficar em movimento todo o tempo.
Ao virar-se rapidamente, corre o risco de cair.
A criança geme constantemente, ou cochila com os olhos meio abertos
(Dentição).
“Depressão total do sistema nervoso trófico”.
Agita-se a noite toda sem causa aparente.
KJKÍLUÒUIUM

Grande sonolência; bocejo freqüente.


Sobressalto, quando adormece; ri quando dorme.
Queimação, como por carvão em brasa, no fundo da pelvis.

— - ** .
QUEIMAÇÕES são também uma característica de Kreos.: olhos, ouvidos,
intestinos, genitais, dorso e abdome inferior, no peito, na parte inferior das
costas.
Peso; rigidez; dormência; titilação; rastejamento; coceira.

O uso de Kreos. no vômito: HUGHES o considera especialmente útil em


vômito reflexo, onde a irritação começa em algum outro órgão que não o
estômago: i.e., no vômito da tísica, câncer hepático e uterino, e de doença
crônica do rim.
Ele diz, Kreos. em crianças e adultos é o principal remédio para odon-
talgia, quando causada por cáries dos dentes.
Também “quando a dentição evolui mal a ponto de se tornar uma doença,
compreendendo irritação geral e caquexia com degeneração dos próprios
dentes, especialmente quando a criança está constipada. Kreos. é
o remédio específico”.
E quanto à dentição, ele cita Dr. Madden a respeito de seu primeiro caso -
sua própria filha. “Ela tinha estado extremamente irritável e sem sono por
três ou quatro dias, e com ChamomiUa não tinha melhorado. Eu dei Kreos. 24, e
em quinze minutos ela estava sonolenta, dormiu onze horas seguidas e
acordou contente. A enfermeira estava quase apavorada, achando que eu
tinha dado um opiáceo.” E HUGHES cita Teste, “Os sintomas normalmente
são piores das 6 horas da tarde às 6 horas da manhã, de modo que a criança (e
enfermeira) dormem pouco.”
Aparece no Guiding Symptoms: “grande inquietação, quer ficar o tempo
todo em movimento, e grita a noite toda (Dentição).”

$ 5fC 5|C ♦ $

HERING apresenta, sob o título TECIDOS:


Hemorragias; pequenos ferimentos que sangram muito.
Hemorragias tifóides com fezes fétidas, seguidas de muita prostração.
AAÜUÜV/ A Ui*4

Evacuações fétidas e escoriação de superfícies mucosas em geral.


Pele enrugada; noites inquietas e sem sono.
Secreções de membranas mucosas copiosas e ofensivas, e ulceração das
mesmas, com grande perda de vitalidade.
Dores reumáticas... com adormecimento.
Rápido emagrecimento.
Úlceras ardentes esponjosas: pus acre, seroso, fétido, amarelo. Úlceras
gangrenosas, cancerosas e em decomposição.
Epitelioma: carcinoma ventricular ou uterino.
Tendência à decomposição; grande irritabilidade; pior em repouso. Antraz.

* %***

Principais indicações de GUERNSEY paraKreosotiim: - Leucorréia pútrida, com


queixas associadas. Leucorréia especialmente se muito fétida e esgotadora.
Úlceras pútridas de qualquer tipo. Diarréia pútrida.
Bocejos em geral, enfermidades acompanhadas de bocejo.
Criança sofrendo de dentição muito dolorida - não dorme à noite, a menos que
acariciada e agradada o tempo todo.

* * * * *

NASH. Cólera infantil: vômitos copiosos: fezes com cheiro cadavé- rico.
Diátese hemorrágica; pequenos ferimentos sangram copiosamente (Phos.)
Secreções mucosas acres, fétidas, pútridas; às vezes ulcerantes, san- grantes e
malignas.
Repentino desejo de urinar durante o primeiro sono, que é muito profundo ...
em alguns casos há uma horrível queimação na pélvis, como de carvão em brasa,
com eliminação de coágulos de sangue com cheiro repugnante ... Eu noto que
GUERNSEY o recomenda em câncer de mama, dizendo que elas estão duras,
vermelho-azuladas e cobertas com protuberâncias escamosas. Eu nunca o usei de
tal modo, mas em leucorréia corrosiva e ulcerações eu o tenho usado com grande
satisfação. Eu geralmente uso o C 200, com simples injeções de água morna para
limpeza.
7 /. não haja remédio que tenha ação mais decidida nas gengivas do
24 KREOSOTUM

que este (nem mesmo o mercúrio).


Não é usado com freqüência suficiente em dentição dolorosa. Gengivas muito
doloridas, inchadas, aparência vermelho-escura ou azulada, e os dentes já têm cáries
tão logo eles nascem.
Uma criança que tem sua boca cheia de dentes cariados, com gengivas
esponjosas e doloridas, encontrará seu melhor amigo em Kreosotum. Nunca se
esqueça de Kreosotum em cólera infantil que parece começar a partir de uma
dentição dolorida, ou em conexão com esta; pois já vi alguns dos mais excelentes
efeitos deste, jamais verificados em qualquer outro
remédio. (Aqui também na 200 a ______ )
Ele recapitula:- Dentes e gengivas em mau estado; descargas fétidas e corrosivas,
tendência a grande debilidade e hemorragia, deveria sempre lembrar este remédio.

sjc # % $ }|C

H. C. ALLEN (Keynotes) dá mais algumas sugestões para o uso de


Kreosotum.
Especialmente útil para indivíduos de compleição escura, fracos, magros, mal
desenvolvidos, subnutridos, crescidos em demasia: - “Muito alto para a idade”
(Phos.).
Crianças com aparência de velho, enrugadas. Rápido emagrecimento (Iod.).
Doenças pós-climatéricas de mulheres.
Então estado hemorrágico ... escoamento passivo em epistaxe, hemoptise,
hematúria ... exsudato escuro depois da extração de dente . .. menstruação
adiantada; abundante; prolongada; dor durante, mas pior depois dela. FLUXO
QUANDO DEITADA, pára ao sentar-se ou ao andar ... Novamente, “só pode
urinar quando deitada”, é um sintoma curioso... (E o resto nós já citamos).
Geralmente melhor por calor. Pior ao ar livre; tempo frio; esfriando; lavar ou
tomar banho com água fria. Pior em repouso, especialmente quando deitado.

* ****

KENT dá 3 características de Kreosotum,


1. Descargas escoriantes.
2. Pulsações por t odo o corpo.
3. Sangramento abundante por pequenos ferimentos.
KREOSOTUM 25

Ele diz que, quando estas coisas estão associadas em grau elevado, Kreosotum
deveria ser considerado.
Lágrimas escoriantes; escoriam as margens das pálpebras e bochechas; estas
ficam vermelhas e feridas. Descarga purulenta e acre. A saliva queima e arde. Os
olhos ardem e queimam como se esfolados. A leucorréia causa ardência e
queimação, com membranas mucosas às vezes inflamadas, mas sempre queimantes.
Urina arde e queima. Esta tendência à escoriação de excreções e secreções se aplicam a
todos os tecidos do corpo.
Toda emoção é acompanhada de pulsações por todo o corpo e choro. Música
enternecedora provocaria choro com lágrimas acres, palpitações e pulsações que são
sentidas até nas extremidades. Na dor de garganta de Kreosotum, o abaixador de
língua provocará o aparecimento de pequenas gotas de sangue.
Sangramento nasal. Olhos inflamados que sangram facilmente. Um dedo
quando picado sangrará muito.
KENT dá a face típica de Kreosotum: palidez anharelada; aparência doentia,
semi caquética, com pústulas avermelhadas; “isto costumava ser chamado de uma
fisionomia escorbútica.”
Ele também descreve a criança Kreosotum, que a maioria de nós pensaria ser
Chamomilla - i.e., com respeito à sua mentalidade irritante. “Você vê a criança nos
braços da mãe. Ela quer um brinquedo, que quando dado, ela o atira no rosto de
alguém; ela quer isto e aquilo, e então algo mais, nunca satisfeita. Os lábios
vermelhos e sangrando” (aqui nós nos afastamos de Cham., Cina> etc.). “Os cantos
da boca feridos, pálpebras vermelhas e pele escoriada. Se, com isto, tem fezes
soltas, e se você examinar o sulco entre as nádegas, você a encontrará vermelha e
escoriada. Uma criança mais velha colocará a mão sobre os genitais doloridos e vai
chorar e gritar da maneira mais irritante, pelo ardor e queimação. Tal é a criança de
Kreosotum. Ela pode estar sofrendo de cólera infantil; pode estar tendo enurese;
pode ter crises de vômito; é uma criança Kreosotum.
“Onde quer que haja uma membrana mucosa, ela estará escoriada. Os fluidos
que exsudam corroem e causam ulceração... Os fluidos do estômago quando
vomitados parecem arrancar a mucosa da boca, irritam a borda dos dentes, tornam
os lábios esfolados ... Então, escoriação por fluidos acres, bem como pulsação por
todo o corpo, são características de Kreosotum que você deve lembrar.”

* ****

É bom dar-se conta destas drogas menos freqüentemente usadas, ainda que
indispensáveis; drogas de estados extremos e com complexos sin
i um

tomáticos definidos e incorpuns.


E agora nós faremos um resumo, para aqueles que não desprezam tais
auxílios à memória.

Este é o estado de Kreosotum...


Descargas quentes, escoriantes:
De membrana mucosa - ferida - oü gengiva,
Copiosos e fáceis sangramentos vêm:
Exsudatos sangüíneos, fedores medonhos,
Os quais somente Kreosotum extingue Leucorréia
acre, pútrida, que mancha.
Dores pélvicas como carvão em brasa.
Os dentes têm cáries tão logo eles nascem...
Para cólera infantil, note,
Com dentição problemática - Kreosotum.
LAC CANINUM

(Leite de cadela)

V )

Em meus primeiros dias de medicina, não desejando estabelecer vínculos, nem


mesmo tornar-me assistente do Hospital, e somente desejando “por mãos à obra”
e somar experiências trabalhando em várias clínicas (clínica geral, ginecologia,
departamentos de pediatria e doenças nervosas), preenchíamos os meios períodos
de toda semana e tomávamos o lugar de ausentes, trabalhando desta maneira
incoerente desde o dia de habilitação em 1903 até 1914, quando procurei e me
foi dada, com relutância, uma nomeação no Hospital: - com relutância, porque a
equipe médica, na ocasião, tinha a idéia de elevar o status do Hospital, excluindo
quaisquer médicos que não pudessem ostentar as “mais altas qualificações”,
sendo o título de Doutor em Medicina (M. D. Lond) o requerido. Bem, naqueles
dias remotos, uma mulher se apresentou no Departamento de Ginecologia
reclamando de dor nos ovários; que apareceram primeiro de um lado, passando
para o outro, e assim sucessivamente. O médico encarregado ficou horrorizado
com a óbvia prescrição, Lac can. “Por que dar tal droga?” - para ele repulsiva
demais. Entretanto, na vez seguinte, quando ela voltou, um mês depois, a dor
tinha, é claro, desaparecido. Esta foi uma pequena boa introdução a Lac can.
Estas são coisas que fixam uma droga na memória; e a determinam como
potência e, como tal, certamente não pode ser desprezada. A propósito, enquanto
nós estamos contando casos de escola, o mesmo médico estava muito desgostoso
com a idéia do uso de Tuberculinum como um remédio. “Eu nunca tomaria, e
nunca daria aos meus pacientes” _____ Minúsculos glóbulos, observe! medi
cados com um preparo alcoólico altamente potencializado, provavelmente a 30a
naqueles dias, quer dizer, um em um decilhão, e dados pela bòca. Bem, logo em
seguida, quando a excitação de Koch apareceu como um perfeito tornado de
trombetas, e um pouco mais tarde, as demonstrações de Armbroth Wright, sob o
microscópio, do bacilo da tuberculose, no processo de digestão ou eliminação,
seguramente abrigados nos glóbulos brancos do sangue, este mesmo médico
começou a injetar seu antigo horror; a dosagem agora bruta, e o método muito
mais questionável e perigoso...
Ah!, mas nos dizem que tais drogas são, normalmente, neutralizadas ou
digeridas, ou algo parecido, e perdidas na boca ou no estômago. Pense

27
28 LAC CANINUM

sobre as impurezas da cavidade bucal! Por que arriscar agentes medicinais


delicados naquilo que é, afinal, a própria forma ordenada de absorção da natureza!
A verdade é que, uma vez potencializados, os remédios não sofrem os perigos
de neutralização. Hahnemann provou ist o para sua própria satisfação mais crítica,
há 100 anos atrás; apesar de estarmos ainda tardando e relutando em perceber o
verdadeiro íntimo de seus experimentos e ensinamentos. Entre os elementos
instáveis está Phosphorus, que, se exposto
1
ao ar, prontamente muda sua natureza e propriedades. Ele deve ser man tido
em água a fim de que sobreviva como Phosphonis, sem se metamor- fosear em
ácido fosfórico. Hahnemann ainda provou que, quando potencializado, poucos
glóbulos de Phosphonis em um papel podem sobreviver por muitos anos em uma
mesa, conservando suas propriedades medicinais, sem mudá-las para as do ácido
fosfórico. Ele diz, “as substâncias químicas medicinais que tenham sido, assim,
preparadas” (por potencialização), “não estão mais sujeitas às leis da química...
Um remédio elevado à mais alta potência, e, dessa forma, quase espiritualizado,
não está mais sujeito às leis de neutralização: sódio, altamente dinamizado, amô-
nia, baryta, magnésio, não podem, como suas bases, ser transformados em sais
neutros pelo ácido acético; suas propriedades medicinais não são mudadas ou
destruídas”. E ele ainda diz, “além do estômago, a língua e a boca são as partes
mais suscetíveis de impressões medicinais”. E Hahnemann não era, simplesmente,
um observador muito cuidadoso, mas considerado “um dos grandes analistas
químicos” do seu tempo. Mas é claro que tudo isto foi, recentemente, fisicamente
demonstrado pelo Dr. Boyd de Glasgow.
Bem:Lac can. é, como devemos reconhecer, um subversivo muito potente e,
portanto, um agente medicinal. Se alguém tem dúvida disto, que estude os
experimentos; especialmente os sintomas mentais, muitos deles detalhados na
página 438, os quais mostram que este remédio tem um raio de imaginações e
terrores fantásticos tão extenso quanto qualquer droga em nossa farmâcopéia; e são
aqueles sintomas “mentais” marcantes que, como ensina Hahnemann, são de
suprema importância na prescrição. E aqui, um ponto! As drogas que foram
experimentadas nas mais altas potências são as que revelam seus delicados
sintomas nervosos e mentais. As dosagens mais brutas somente evocam os efeitos
mais grosseiros, as lesões sistêmicas. Tais drogas como Lachesis e Lac can. têm
seus sintomas úteis bem definidos, porque foram experimentadas em po tências
mais altas.
Mas o leite canino, como um remédio, não se originou com os homeopatas;
mas um dentre eles, aquele pioneiro no uso de nosódios, o americano Dr. Swan, ao
ouvir sobre sua extraordinária utilidade numa epidemia de difteria maligna,
potencializou-o, e o experimentou, e, assim.
LAC CANINUM 29

mostrou sua esfera exata na medicina; e demonstrou, além disso, que sua antiga
fama correspondia, como é tão freqüentemente o caso, a seus presentes usos
científicos revelados por experimentações.
Todas as drogas de ação muito especial e ímpar são facilmente estudadas e
merecem ser aprendidas. Os policrestos, “as drogas comuns de muitos usos”, nos
servirão habitualmente; e quando tivermos dominado Sul- phur, Sepia, Lycopodium,
Calcarea, Nux, etc., teremos dado um grande passo à frente, facilmente e com
sucesso, no tratamento de pacientes comuns. Mas as drogas de uso menos
universal, de características muito peculiares e distintas, são menos
freqüentemente, ainda que surpreendentemente úteis. Uma vez dominadas, elas
sempre revelam brilhante sucesso, e tornam a prescrição uma excitação e um
deleite. Geralmente elas não “resolvem”, a menos que se domine seu segredo, de
que o melhor trabalho se faz com alguns dos “sintomas estranhos, raros e
peculiares”, adequados ao caso, e não com uma multidão de sintomas comuns
indefinidos, que, se tomados com refinada hierarquia, freqüentemente só irão
sugerir vários remédios de tipo policresto, e talvez deixar escapar completamente o
único brilhante e indispensável.
Mas, nós devemos retornar ao nosso assunto, as peculiaridades de Lac can.
Como já dito, este é o remédio, por excelência, de medos e imaginações
assustadoras, dentre as quais as COBRAS aparecem espantosamente. Os tecidos
que pode perturbar severamente e aliviar com sucesso são: pele, suas ulcerações são
vermelhas e reluzentes; membranas mucosas, especialmente garganta, como na
difteria, onde tem-se demonstrado tanto profilático como especificamente curativo;
problemas glandulares; problemas/ienwas', e como já dito, problemas mentais.
A garganta de Lac can. é muito sensível ao toque externo (Lach.), sensível
também internamente - terrivelmente sensível. Sente como se a garganta estivesse
se fechando; quer manter a boca aberta, senão poderia sufocar. É difícil engolir,
quase impossível, ainda que com constante inclinação a engolir, quando então as
dores se irradiam para os ouvidos (Phy- to.). Sensação de uma massa na garganta
que desce ao engolir, somente para voltar em seguida (fgn.). A dor é pior ao engolir
sólidos. Garganta seca, áspera, como se estivesse queimada. O Lac can. não é só um
dos grandes remédios de difteria, mas de sífilis, quando esta ataca a garganta que
apresenta uma aparência lustrosa, esmaltada e vermelha, ou manchas
características, que “parecem com porcelana branca”.
Nós já indicamos o caráter distinto de suas dores: elas deslocam-se ou,
caracteristicamente, vão de um lado para o outro e retornam para o ponto de
partida. Estas dores podem ser neurálgicas, reumáticas ou ovarianas. Boger
(Synopsis) indica suas regiões preferenciais como “NERVOS; GARGANTA;
órgãos reprodutores femininos”. Ele não afeta somente os ovários, mas inflama e
congestiona o útero, cujas hemorragias são bri-
Ihantes e filamentosas (Escuro e filamentoso, Croc.). Elas vêm em jorros, mas
(diferente das de Ipec.) elas coagulam facilmente. “Suas dores de garganta são
capazes de começar e terminar com a menstruação”. As mamas também são
afetadas: cheias, encaroçadas, sensíveis ao menor abalo, muito doloridas e devem
ser sustentadas ao subir e descer escadas ... E “Lac can. é útil em quase todos os
casos onde é preciso secar o leite”. Nisto e na sensibilidade a abalos, lembra um
caso de Bell.
Lac can. tem um sono inquieto, não encontra uma posição confortável. “Não
existe uma maneira de colocar as mãos em que estas não o incomodem; enfim
adormece deitado sobre seu rosto”. (Med., Cina.)

* * * * *
O Dr. H. C. ALLEN adiciona outras características mais. Para organismos
nervosos, agitados, altamente sensíveis.
Muito esquecido, distraído, faz compras e vai embora sem elas.
Ao escrever, usa muitas palavras e não as corretas; omite letras ou palavras;
não pode concentrar-se na leitura ou no estudo.
Desanimado, sem esperança; nada vale a pena; sua doença não tem esperança;
não tem um amigo no mundo. Poderia chorar. Zangado e irritável; a criança chora e
grita todo o tempo, especialmente à noite.
Ataques de raiva; xingando e praguejando muito. Desagradável.
Coriza; uma narina obstruída, a outra livre e escorrendo; isto alterna- se.
Descarga acre; nariz e lábio superior escoriados.
Não pode comer o bastante para satisfazer-se; tão faminto antes como depois
das refeições.
Sente como se a respiração fosse parar ao deitar-se: deve levantar e andar.
Ao andar, parece andar no ar; ao deitar, parece não tocar a cama.
Dor insuportável e intensa na coluna: dói da base do cérebro ao cóccix. Muito
sensível ao toque e pressão.
Seus outros pontos importantes, nós já indicamos.
Mas em sua Matéria Médica de Nosódios ele escreve, em relação a Lac caninum,
“Como Lachesis, e muitos outros bem conhecidos policrestos na Matéria Médica,
este remédio encontrou a mais violenta oposição devido à ignorância e preconceito.
Ele foi, durante anos, visto como uma das novidades ou ilusões daqueles que
acreditavam e usavam o remédio dinâmico; ainda assim, seus maravilhosos poderes
terapêuticos têm, vagarosa mas seguramente, ultrapassado esses obstáculos.
Ele foi usado com sucesso por Dioscorides, Rhasis e Plinio em tempos antigos.
Sammonicus e Sectus o glorificam em fotofobia, otite e outras afecções dos olhos e
ouvidos. Plinio declarou que este remédio curava ul- ceração dos orifícios internos.
Ele foi, então, usado como um antídoto para muitos venenos fatais.
LAC CANINUM 31

O uso do remédio foi revivido por Reisig, de New York, que, viajando pela
Europa, ouviu o remédio ser elogiado na cura de doenças da garganta e, em seu
retorno, usou-o com sucesso em uma epidemia de difteria maligna. Ele chamou a
atenção de Bayard, Wells e Swan para os maravilhosos resultados que obteve
durante aquela epidemia, e induziu-os a testá-lo.
Reisig o potencializou à 17 a cent., a partir da qual as potências de Swan e
Fincke foram preparadas. A profissão está em dívida com o incansável trabalho de
Swan em seus experimentos, que foram feitos a partir da 30 a, 200a e potências mais
altas ... Os experimentos têm posicionado este remédio entre os policrestos de
nossa escola e verificado e confirmado as exatidões clínicas dos observadores de
tempos antigos.
O Dr. Allen dá surpreendentes casos de seu poder, mesmo naquilo que
chamamos de “Difteria Crônica”, i.e. “nunca mais esteve bem após a difteria”.

NASH conta que ele achava vergonhoso tentar impingir o leite canino como
remédio na profissão, mas depois de acumuladas evidências, ele o usou num caso
de reumatismo, que migrava de uma junta para outra, que tinha resistido a Puls., e
onde ele não migrava simplesmente, mas ia de um lado para outro, ao modo de Lac
can. E o caso foi curado muito rapidamente. Também, um caso de escarlatina com
dores de um lado para outro na garganta, novamenteLcc can. foi superior a Rhus,
que parecia ser o indicado. Também um caso grave de amigdalite, com asfixia e
sufocação ao tentar engolir, onde os lados pioravam alternadamente, e novamente
Lac can. curou dentro de trinta e seis horas.
Então ele conseguiu três balconistas cm uma loja para experimentá- lo: - na
potência 200a, tomado a cada duas horas. Todos eles tiveram dor de garganta, um
deles com manchas em ambas amígdalas.
Nash o considera especialmente útil, não somente para doenças infla- matórias
que alternam os lados, mas também para seio e garganta que doem em cada período
menstruai; em mastite, sendo a principal indicação: elas não podem suportar o
sacolejar; têm que segurar as mamas ao subir ou descer escadas.

* * * * *
KENT, em sua pequena conferência sobre Lac can. diz: Todos os leites
deveriam ser potencializados, eles são os nossos remédios mais excelentes, eles são
produtos animais e alimento no começo da vida animal, e portanto correspondem
aos primórdios de nossa mais íntima natureza física.
Se nós tivéssemos experimentos de leite de macaco, vaca, égua e hu
32 LAC CANINUM

mano, cies seriam de grande valor. Lac defloratiim tem um excelente efeito
também. Lac caiu está ainda começando a ser conhecido, apesar de ter feito
algumas curas maravilhosas ... É um remédio de ação profunda e duradoura; os
experimentadores sentiram seus sintomas durante anos, depois de feita a
experimentação. Ele abunda em sintomas nervosos.
... Os sintomas mentais são prolongados e aflitivos. Produz úlceras muito
vermelhas, e cura tais úlceras; as úlceras são secas, lustrosas, como se cobertas
com epitélio. Um importante remédio em enfermidades depois de tratamentos
inadequados de difteria, em paralisia e outras condições que datam dc uma
difteria... hipersensível... hiperestesia de pele e de todas as partes. Ele deixa as
mulheres violentamente histéricas, e causa todos os tipos de sintomas estranhos e
aparentemente impossíveis. Por exemplo, uma mulher deita na cama com os dedos
abduzidos, e ficaria enfurecida se eles se tocarem; não pioravam com uma pressão
severa, mas ela gritaria se fossem locados... Este estado é difícil de se curar sem se
contar com Lac can. eLachesis.
Uma estranha e peculiar vertigem; como se estivesse flutuando no ar, ou não
estivesse tocando a cama...
A alternância de lados: na garganta, doenças reumáticas, dores eje cabeça e
neuralgias... erisipela ambulante, primeiro ataca um lado, e então o outro, e assim
sucessivamente ... o mesmo acontece com dores de garganta inflamatórias.
Cheio de imaginações e de pensamentos aflitos, atormentadores. Ausência de
realidade nas coisas, como: pensa que tudo que diz é mentira. (Compara-se a
Alumina) . . . ela não é ela mesma, e seus bens não lhé pertencem; como se ela
usasse o nariz de outra pessoa. E assim por diante: - nós já enfatizamos a maioria
dos pontos.
Boca pútrida. Onde quer que haja uma membrana mucosa, ela exsu- dará, um
enduto cinza e felpudo, como elevações na língua... Nós já demos os sintomas
característicos da garganta, mamas, etc.

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO

É muito difícil engolir, doloroso, quase impossível.


Dor de garganta começa com uma sensação de coceira, que causa tosse constante; e
então, uma sensação de uma massa em um làdo, causando constante deglutição; esta
condição cessa totalmente, somente para começar no lado oposto, e alterna com
freqüência, voltando para sua primeira condição; estas dores de garganta tendem a
começar e terminar com a menstruação.
Amígdalas inflamadas e muito doloridas, vermelhas e brilhantes, quase fprhnnHn n
onrvanta' KPcurn rjp farinoP p. oarvanta: incham dos pâiwlins SJlb-
LAC CAN IN UM 33

maxilares.
Membrana difiérica branca como porcelana; membrana mucosa da garganta
brilhante como se envemizada; as membranas deixam um lado e vão para o outro
repetidamente. Desejo de bebidas quentes, que podem voltar pelo nariz. Paralisia pós-
diftérica.
Util em quase todos os casos onde é necessário secar o leite.
Ao andar, parece andar no ar; ao deitar, parece não tocar a cama.
Tendência errática dos sintomas: as dores constantemente vão de uma parte para
outra.
Muito medo: de cair das escadas; de incapacidade de executar suas tarefas.
Medo da morte, com semblante ansioso.
Acorda aflita; deve levantar-se e ocupar-se. Medo de que ficará louca; que
qualquer sintoma é alguma doença estabelecida; que tudo o que ela diz é mentira;
que é desprezada por todos; que náo tem importância; que é suja; que usa o nariz de
outra pessoa; que vê aranhas.
Que ela está cercada por uma grande quantidade de cobras. Algumas correndo
como um relâmpago para cima e para baixo, por dentro da pele; algumas por dentro
que parecem longas e finas. Tem medo de pisar no chão por que poderia pisar
nelas, e fazê-las torcerem-se e enrolarem-se em suas pernas. (Compara-se a Arg.
nit., Sep.). Teme olhar para trás por que poderia ver cobras; raramente tem problemas
com elas depois que escurece.
Ao ir para a cama, teme fechar os olhos, com medo de que uma cobra grande
pique sua face (compara-se a Bell.). Tem as mais horríveis visões em sua
mente_(nem sempre cobras). Horrivelmente amedrontada de que elas se mostrem
tamtTém aos seus ólhos. Com medo de que as pústulas viessem a ser pequenas
cobras, e se torcessem e se enrolassem umas às outras.
Sente que ela é um repugnante e horrível monte de doenças; não podia suportar
olhar para qualquer parte de seu corpo, mesmo para as mãos, por intensificar o
sentimento de repugnância e horror.
Não podia suportar que qualquer parte de seu corpo tocasse uma outra; não
podia suportar que um dedo tocasse o outro. Se ela não pudesse sair de seu corpo,
logo ficaria louca.
Sente que ò coração ou respiração parariam; assusta-se, o que faz seu coração
palpitar. Fantasias de que ele está ficando louco.
Olha de baixo das cadeiras, mesa, sofá, esperando que algum monstro horrível
rasteje para fora: sente que isto a levaria à loucura. Não tem medo no escuro: só
imagina que os vê no claro.
Sente que vai ficar inconsciente; desperta com a sensação de que a cama se
move.
' Sonhou com uma grande cobra em sua cama. (Bell.)
' Ela sonha < ,n freqüência que está urinando: desperta encontrando-
Quanto maior o veneno, maior o remédio; e alguns dos medicamentos de ação mais
rápida e heróica em doenças desesperadoras são os venenos de cobra. Eles curam,
claro, somente as Condições que eles produzem; mas, quando usados com o
propósito de curar, estes venenos devem ser dados em doses pequenas e inócuas; e
somente para pessoas cujos sintomas (físico, mental ou moral) lembram os
sintomas do veneno. Neste caso o poder curativo é surpreendente.
Nós temos um grande número de venenos de cobra experimentados, sendo
cada um valioso onde seus sintomas se encaixam. Nós consideraremos um dos
mais importantes - LACHESIS.
Lachesis, o veneno da cobra Surucucu da América do Sul, foi primeiro obtido e
experimentado pelo Dr. Constantine Hering, um dos mais brilhantes seguidores
imediatos de Hahnemann. Nós já contamos a estória em alguma parte, então não
repetiremos. Mas o seu trabalho com as cobras vivas e seu veneno, quase custou-
lhe a vida. Ele ficou inconsciente e delirante; mas, ao recuperar-se, ele perguntou à
sua esposa: “O que eu disse e fiz?”. Que foi o primeiro experimento grosseiro
registrado de Lachesis.
Experimentos posteriores (em muitos deles foram usadas potências mais altas)
nos deram um medicamento maravilhoso. Nós enfatizaremos seus aspectos mais
marcantes porque ele é indispensável em tantas condições severas e
desesperadoras. Nós tomaremos emprestado da esclarecedora conferência de Kent,
além de nossa própria experiência e dos experimentos registrados na Encyclopedia
de Allen e Guiding Symptoms de Hering, para falar sobre o remédio.
Lachesis é muito AZUL, ou PURPÚREO. Em doença cardíaca uma face
purpúrea e inchada, deveria fazê-lo pensar cm Lachesis. Lembramos de uma
paciente no hospital, morrendo de uma doença cardíaca, com hi- dropsia, um
grande fígado e uma face purpúrea - um daqueles casos totalmente sem esperanças!
Aqui, Lachesis alterou tanto a gravidade da condição, que foi possível, mais tarde,
liberá-la e enviá-la ao departamento de pacientes ambulatoriais para tratamento
posterior, quando viu-se que sua face não estava mais purpúrea!
Um outro grande sintoma de Lachesis é freqüentemente encontrado

34
LACHESIS 35

naqueles casos muito graves de doença cardíaca com insuficiência cardíaca; a


agravação durante, ou depois de dormir. Isto é preeminentemente Lachesis. Lachesis
tem medo de dormir, pelo aumento dos sofrimentos, dor, sensação de sufocar ou
quaisquer que sejam. E, no entanto, estes corações “ruins” precisam, acima de tudo,
dormir.
Mas, a tonalidade AZUL em qualquer lugar aponta para Lachesis. Kent diz, se
há um ponto inflamado, este está purpúreo. As úlceras corroem, têm falsas
granulações, são pútridas, sangram facilmente - sangue preto, que coagula e parece
com palha queimada. Algumas partes tor-« nam-se pretas e caem. A dilatação das
veias é, também, uma condiçã^T" proeminente de Lachesis.
Lachesis afeta sobremaneira a GARGANTA e a MENTE. Nós falaremos
primeiro da garganta. Dor intensa na garganta, mesmo quando há, aparentemente,
pouca causa para isto; ainda que possa haver muita! Aqui, Lachesis é um dos
remédios fora de proporção. Arsenicum é outro; pelo fato de Arsenicum ter um estado
de colapso totalmente fora de proporção com a condição física - o tanto quanto esta
possa ser diagnosticada. Lachesis tem dores de garganta totalmente fora de
proporção ao que pode ser ali observado. Sensação de constrição. Sente como se
agarrado r pela garganta. Sensação de uma massa na garganta; de constrição. Lache-
>$^ sis não suporta ser tocado na garganta, e precisa afrouxar a roupa no local.
Tosse estimulada pelo toque na garganta. E isso tudo é pior, desde que se ja
Lachesis, ao dormir. Plenitude do pescoço e garganta; respiração difícil; sufoca-se
ao dormir; os sintomas da garganta são piores com bebidas quentes.
Em todo lugar, Lachesis dorme em uma agravação. E Lachesis não -jfc gosta do calor;
piora com bebidas quentes; pode desmaiar em um banho quente.
As inflamações de garganta de Lachesis são freqüentemente sérias e de natureza
destrutiva. Ulceração da garganta; vermelha; cinza; profunda; expansiva.
Curiosamente, nos problemas de garganta de Lachesis, seja nervoso ou orgânico, o
engolir em seco é muito mais doloroso do que o engolir sólidos. Quando se pensa
nas enormes massas que uma cobra pode engolir pode-se facilmente lembrar que a
deglutição de sólidos não preocupa Lachesis!
Rm Lachesis, novamente, nós temos um grande remédio para difteria.
Esta começa no lado esquerdo, apesar de que possa se estender para o lado direito;
pois Lachesis é proeminentemente um remédio de LATERA- LIDADE
ESQUERDA. Ele difere aqui de Lycopodium, que tem muitas esferas de uso em
comum com Lachesis’, mesmo a difteria, mas Lycopodium é um remédio de
LATERALIDADE DIREITA, e se esta se estender, será para a esquerda.
Ocorreu-me, outro dia, um velho caso de difteria de Lachesis. Um pe
36 LACHESIS

queno menino de cinco anos e meio, em nossa Enfermaria Infantil, com um ponto
de difteria na garganta, temperatura de 38° a 40°, tomou seis doses de Lachesis
200a. O bacilo foi encontrado no esfregaço e cultura; mas a mancha prontamente
desapareceu; e uma segunda cultura, vinte e quatro horas mais tarde, evidenciou-se
estéril. Ele estava livre e bem em seis dias.
E aqui nós podemos, também, citar um caso de difteria de Merc. cy. com
resultado igualmente satisfatório. Há poucas semanas atrás, uma enfermeira, com
uma mancha na amígdala, provada, por esfregaço e cultura, ser difteria. Foram-lhe
dadas seis doses d e. Merc. cy. 10M, e mandada para um hospital especializado,
onde trinta e seis horas mais tarde, sua garganta encontrou-se estéril. Eles
telefonaram surpresos, questionando o diagnóstico, e foi-lhes dito que viessem e
vissem os slides, que tinham sido guardados. É interessante saber além disto que,
sendo uma principiante, a garganta da moça tinha sido recentemente examinada e
feito um esfregaço (antes de ser admitida para trabalhar na Enfermaria) e este
revelou-se estéril.
Observe que, com o correto remédio homeopático, esta “negativação do
esfregaço” ocorreu (na difteria) em 24 a 48 horas; e as vantagens de tal tratamento
homeopático deve ser patente para todos. Existe menos risco de infecção; há uma
cura veloz de uma doença angustiante e perigosa e, como Hahnemann expressa:
“uma cura suave, rápida e permanente, sem distúrbios posteriores.” Isto não pode
ser dito do tratamento anti-toxina que, a propósito, não encontra recomendações
universais nestes dias. Nos casos de difteria de Lachesis, a diferença não é somente
ocorrer ou começar no lado esquerdo, mas também a língua não é suja como a dos
sais de mercúrio.
Nós falaremos sobre os sintomas mentais e morais a seguir; eles são muito
interessantes, e têm levado a belas curas.
Kent diz: “egocentrismo, presunção, inveja, ódio e crueldade; um excessivo
amor próprio. Todos os tipos de insanidade impulsiva; com a face purpúrea e
cabeça quente; talvez sufocação, e o colarinho parece-lhe apertado”. Mas dentro da
insanidade real que ele descreve, certas coisas sobressaem, indicando Lachesis.
CIUMENTO, DESCONFIADO; “como quando uma garota que nunca vê uma
conversa sussurrada, sem pensar que estão falando dela, em seu detrimento”.!
achesis é um importante remédio em estados beirando a insanidade; como quando
“uma pessoa imagina que os outros estão tentando prejudicá-la; suspeita que as
pessoas estão planejando colocá-la em um asilo; que estão tentando envenená-la;
ou imagina se tudo não é só um sonho. Sonhos sobre morte; que ela está morta, ou
está para morrer; que estão sendo feitos os preparativos para enterrá-la”.
Ou ainda, “pensa que está sob controle sobre-humano; que existe
LACHESIS 37

comandos (em parte nos sonhos) que ela deve obedecer. Ela pode pensar que é
comandada para roubar, assassinar; e ela não tem paz interior que confesse algo que
nunca fez. Também, insanidade religiosa, pensa que está cheia de maldade, e que
cometeu o pecado imperdoável; que eW vai morrer, e vai para o inferno”. Kent diz:
“o médico não deve dar pouca importância a essas coisas, elas são muito reais para
o paciente e devem ser tratadas com respeito; como se fossem reais”.
Ciúmes; desconfiança e, também, LOQUACIDADE. Para muitos de nós>
Lachesis está ligado à loquacidade e vice-versa.
“Faz discursos em frases escolhidas, mas saltando para assuntos os mais
heterogêneos”. Uma palavra freqüentemente conduz ao meio de uma outra estória.
Kent também diz: muito sensível aos arredores, e muito perturbada por barulho, ela
pode ouvir as moscas andando nas paredes ou relógios distantes. Neste caso,
Lachesis lembra um dos estados de Opium, e se compara aLyssinum.
Aqui um exemplo dc Lachesis ciumento. Um jovem com uma infecção
estreptocócica severa na parte posterior da língua e garganta, com manchas
sugestivas de difteria, tomou umas poucas doses de Lachesis em alta potência. Sua
garganta ficou logo boa; mas ele fez uma experimentação de Lachesis de um modo
extraordinário e inesperado. Ele “não sabia o que tinha lhe acontecido” durante
aquele fim de semana no campo. Ele ficou taciturno, desconfiado e “tão
furiosamente ciumento que rompeu seu noivado” - talvez uma sorte na desgraça,
como verificou-se. O experimento logo se esgotou; mas pode-se objetar que se o
ciúme não tivesse sido latente em sua juventude, mesmo Lachesis não poderia
evocá-lo. Você não pode por para fora o que não está lá.
Aqui está um segundo caso, que foi publicado, mas é tão esclarecedor quanto
ao poder curativo de Lachesis no que era praticamente uma insanidade, que será útil
aqui. Uma jovem sofrendo de ciúme insano de seu marido. Ela estava sempre se
olhando no espelho, porque ela dizia que seu rosto tinha mudado. Ela estava sempre
espiando pela pequena janela para dentro de sua loja, para ver o que seu marido
estava fazendo; se ele estava flertando com a vendedora. Phos. ajudou-a um pouco,
e então não mais. Ela ficou muito mal, foi pega com uma navalha; desceu para a
loja vestindo uma camisola; tentou fazer todos os tipos de coisas extraordinárias e
loucas. Eles foram atrás de mim, desesperados por ela; ela não estava segura. Nós
discutimos seu caso, e o médico com quem estava trabalhando pegou os sintomas
principais, ciúmes o desconfiança e, claro, ela tomou Lachesis. Eu acho que ela
precisou de uma segunda dose um mês depois. Então ela voltou a ser o que era
antes, sorridente e alegre, todos os problemas esquecidos e permaneceu bem
durante sete anos depois, e então a perdi de vista.
Aqui está outro experimento involuntário de Lachesis: -
JO

Uma pessoa tinha tomado Lachesis na 30 a potência para alguns antigos


sintomas catarrais, e mais tarde tomou uma dose de Lachesis 200. Isto teve uma
efeito muito desagradável. Havia um quase incessante desejo de evacuar,
praticamente sem resultados. Isto continuou, bastante inconvenientemente, durante
dias; até que uma dose óe Sepia acabou com o problema de uma vez. No Repertory
de Kent nós encontramos: “desejo, mas não de evacuar”, com uma única droga,
LACH. no mais alto grau. E, em outro lugar, Sepia é encontrada como antídoto para
este sintoma em Lach. É também interessante que a mesma pessoa tomou Lach. 1M
sem qualquer inconveniência ou mal-estar . Certamente diferentes potências dão
resultados muito diferentes. E um médico homeopata alemão, anos atrás,
costumava dizer que a 200 (da maioria dos remédios) era uma schlechterpotenz -
uma potência perigosa - ela tinha lhe trazido muitos casos de agravação. Ele temia
usá-la. Com algumas drogas, como Lycopodium , por exemplo, alguns preferem
começar com a 30 ou uma 1M, e não dar atenção à 200.
Quanto à loquacidade ... Em uma tarde, quando uma de nossas pacientes mais
cansativas estava despejando sua narrativa, com extraordinária volubilidade e uma
embaraçosa deficiência de seqüência, enquanto alguém “ao lado tentava tomar
nota” para futura referência. Finalmente (para os missionários que seguem nosso
estilo, e que estavam atentos com seus medicamentos), “Bem? - Qual é o
remédio?”. “Lachesis !” foi a resposta em coro. Quando aquela paciente voltou -
silenciosa e com respostas calmas, houve então um irreprimível murmúrio dos
missionários, que tinham reconhecido a paciente, a outrora típica Lachesis.
Mas muitas drogas têm efeitos opostos: e alguém descobre com sur presa, o que
poucas pessoas parecem saber, que Lachesis que é loquaz e fala rápido no mais alto
grau, tem também lentidão da fala em negrito. E^- Lachesis, como nós vimos agora
mesmo em um caso de experimento involuntário, tem, também, HU MOR
TACITURNO. Não se deve ser pego por meios conhecimentos e idéias pré-
concebidas; é sempre melhor ter certeza.
Hyoscyamus compete com Lachesis em loquacidade e ciúme; & Pulsatilla, Nux e
Stramonium podem ser ciumentos e desconfiados". Mas loquacidade, ciúme e
desconfiança pertencem a Lachesis e Hyoscyamus e, em Íím mais baixo grau, a
Opium eStramonium.
J Lachesis está pior na Primavera; em tempo ameno, chuvoso e especialmente em
tempo nublado.
) Em relação a “Pior pelo sono - ou dormindo”. Um garoto no Hospital estava
sofrendo de asma, e tinha ataques dormindo, que falhavam em despertá-lo.
Somente duas drogas têm isto, Sulphur e Lachesis. Por alguma razão foi dado
Sulphur, mas, mais tarde, Lachesis o curou.
Aqui estão alguns dos sintomas dos experimentos:-
LACHESIS 39

Tão logo ela vai dormir a respiração pára.


Com medo de ir dormir por medo de que vá morrer antes de desper tar.
Ocorrem distúrbios durante o sono, e o paciente desperta tanto em agonia ou
dor; como com tosse, asma ou espasmo.
Ao acordar, vertigem; tosse seca e curta; todos os sintomas estão pio res.
Alguns dos terríveis sonhos nós já citamos.

As dores de cabeça são como se estivessem explodindo, como se todo


o sangue do corpo tivesse ido para a cabeça. Dor de cabeça pulsante, com pulsação
geral, da cabeça aos pés.
Dores de cabeça martelantes. Kent mostra que martelante é uma característica
forte d & Lachesis. O ovário inflamado pulsa; e pode sentir como se um pequeno
martelo estivesse martelando a parte inflamada a cada pulsação das artérias. Fístula
no ânus foi curada, ele diz, quando se sente como se um pequeno martelo
continuamente martelasse a pequena abertura fistulosa; e na fissura, de longa
duração, quando se sente como se as partes inflamadas estivessem sendo
marteladas. As hemorróidas também têm esta sensação martelante. Explodindo e
martelandol E, com as dores de cabeça de Lachesis, provavelmente a face está
purpúrea, os olhos inchados, ingurgitados e as pálpebras inchadas. E sempre pior
ao acordar; pior depois do sono.
Outros sintomas peculiares de Lachesis são distúrbio do senso de hora, “uma
confusão incomum com relação à hora”. Uma imaginação extraordinariamente
vivida, mas comete erros ao escrever (Lyc.). As dores violentas no rosto e dentes se
estendem para os ouvidos. Dores na garganta se estendem para os ouvidos. Sente
os olhos como se eles tivessem sido arrancados e esmagados e colocados de volta.
Uma linha repuxando detrás, de olho a olho. Sente como se, quando a garganta era
pressionada, os olhos fossem empurrados para fora. Enorme inchaço das pálpebras.
Difícil colocar a língua para fora, esta prende nos dentes. Sensação de um espinho de
peixe na garganta (5*7., Hepar.)
Eu sempre lamento e nunca me esqueço de um caso perdido de Lachesis -
perdido por falta de (então) conhecimento. Era uma imensa cavidade na panturrilha
de uma mulher; uma daquelas grandes úlceras escavadas que costumávamos ver tão
freqüentemente nos tempos de estudante. Lachesis era seu remédio, e foi prescrito.
Na segunda vez que ela apareceu, havia uma fantástica cicatriz na úlcera. Mas ao
invés de esperar que a reação vital a levasse em direção da cura, isto foi
interrompido, por uma repetição do remédio. Quando ela voltou estava bem pior; e,
então, nunca mais voltou. Isto foi uma tragédia. “Meu povo perece por falta de
conhecimento”. O trabalho nem sempre é fácil, mas perder um bom caso é fácil e
40 LACHESIS

deplorável. Quando as coisas vão indo bem, decorridas todas as expectativas,


deixem-nas prosseguir. Salomão diz: “há um tempo para tudo”. E o momento de
melhora rápida c extraordinária não é o momento de “intrometer-se”.
Aqui estão alguns dos grandes sintomas grafados em negrito de Allen, quer
dizer, sintomas repetidamente causados e curados por Lachesis.
“Loquacidade.
Vertigem ao despertar. Vertigem ao fechar os olhos.
Dor de cabeça se estendendo para o nariz ou para a raiz do nariz.
Dor rasgante do zigoma para o ou vido.

Pigarrear, com irritação da garganta, depois de uma soneca durante o dia.


I Garganta seca, à noite, ao despertar.
Dores na garganta, em conexão com os ouvidos.
* \ Garganta e laringe doloridas, mesmo ao dobrar a cabeça para trás.
A garganta parece estar inchada, como se houvesse duas massas tão grandes
quanto punhos; ao engolir em seco, não ao comer, que parece lhe fazer bem.
Sensação de uma migalha de pão na garganta.
Garganta tão inflamada e ulcerada, que ela só podia engolir com dificuldade.
Garganta sensível, como se inflamada, com dor no lado esquerdo.
Os líquidos podem ser engolidos com mais facilidade do que sólidos.
Não pode suportar nada apertado na garganta.,
A garganta muito sensível àpressão extema...
Tudo ao redor da garganta é incômodo.
Se ao anoitecer, ao deitar-se, qualquer coisa tocar a garganta ou a laringe,
parece que vai sufocar e a dor piora.
^Garganta sensível, mesmo ao toque do lençol.
Laringe dolorida ao toque; a garganta toda é dolorida ao toque.
Sensação como se algo estivesse inchado na garganta e que o sufocaria; isto não
podia ser engolido; com dor de garganta.
A tosse piora sempre que dorme.
Tosse causada por pressão na laringe.
Tosse seca e curta, causada por toque na garganta; ocorrendo também depois de
dormirá noite.
Constantemente obrigado a respirar fundo.
Durante o calor, sente como um afluxo de sangue, é obrigado a afrouxar a roupa
em volta do pescoço, por esta impedir a circulação do sangue, com uma sensação de
sufocar.

Latejamento no ânus, como por pequenos martelos.


LACHESIS 41

Diarréia seguida de pulsação no ânus como por pequenos martelos.


Dor como câimbra na região precordial, causando palpitação e ansiedade.

Fraqueza de todo o corpo, ao levantar-se de manhã.


Esgotamento físico e mental.
Obrigada a afrouxar as roupas, que proporciona alívio (com debilidade).
Obrigada a usar as roupas bastante largas, especialmente ao redor do estômago;
mesmo na cama é obrigada a afrouxar e a levantar a camisola para evitar pressão; ela
nem mesmo ousa pousar o braço sobre o corpo por conta da pressão..."
* ****

OUTROS SINTOMAS NOTÁVEIS (mas em Lachesis eles são intermináveis!)


Compreensão rápida, atividade mental com percepção quase que profética.
Êxtase; um tipo de transe, ou mente confusa e vaga.
Ela pensa ser uma outra pessoa e estar nas mãos de um estranho poder; que
ela está morta, ou quase morta, e deseja que alguém a ajude; que é perseguida
por inimigos. Teme que o medicamento seja um veneno; que existem ladrões em
casa e quer pular para fora pela janela. Que está sob controle sçbre-humano.
Teme que será condenada ao inferno. Monomania religiosa.
Delírio, com a mais extraordinária loquacidade. Faz discursos em frases bem
escolhidas, mas pulando para assuntos os mais heterogêneos.
Extremamente impaciente com coisas tediosas e insípidas.
Morbidamente loquaz; dá uma descrição incoerente de suas indisposições.
Fala, canta, assobia.
Acorda sentindo-se sem amigos e abandonada. Desesperança, r
Pavor da morte; tem medo de ir para a cama; tem medo dc veneno, yr*
Medo do cólera: tem câimbras nas panturrilhas, por medo.
Transtornos por medo, decepção amorosa, ou ciúmes.
Pontadas como de facas nos olhos, vindas da cabeça; ou dos olhos para as
têmporas, vértex e occipício.
Como se um fio repuxasse detrás, de olho a olho.
Quando pressionada a garganta, sente como se os olhos fossem empurrados
para fora.
Sente os olhos como se tivessem sido arrancados e esmagados, e então,
colocados de volta.
Dor de cabeça assustadoramente seve ra; como se o cérebro fosse ex
42 LACHESIS

plodir o crânio.
Dor de cabeça cortante, como se uma parte do lado direito da cabeça fosse
cortada fora.
Peso e pressão no vértex; peso como chumbo no occipício. Dor de cabeça do
occipício para os olhos.
Lábios secos, escuros, rachados, sangrando.
Coloca a língua para fora com dificuldade; a língua treme.
Língua: empola-se, ulcera-se; ameaça sufocar. Gangrena da língua. Desejo de
ostras, vinho, café.
LEDUM PALUSTRE
(Chá do Pântano)

Nós temos uma grande variedade de “ervas para ferimentos”, remédios para
ferimentos de diferentes tipos, para diferentes tecidos e de diferentes estações, que
podemos sempre encontrar um ou outro à nossa porta por todo o mundo, e que um
prescritor aprende a usar e confia neles. Na verdade seus usos sobrepõem-se, mas
se conhecermos e tivermos à mão aquele que for o indicado, este será o ideal para
uma mágica rápida.
No momento, nosso Departamento de Feridos de Guerra está confiando no
efeito e descobrindo as transcendentes virtudes de Ledum; um remédio, como todos
nós claramente sabemos, para perfurações e picadas, e mordidas de animais
raivosos; para pregos enferrujados que furam perigosamente a sola dos pés ou a
palma das mãos. Mas nós, a maioria de nós, temos provavelmente uma idéia muito
pequena de sua completa “natureza interna”, e de seus mais amplos limites de uso.

Um oficial médico, muito aplicado em seu trabalho e, portamo, conseguindo os


dramáticos resultados que merecia, nos dá as seguintes experiências:
As indicações dele são especialmente ferimentos perfuraníes, ou ferimentos muito
sensíveis ao toque. Abscessos e estados sépticos muito sensíveis, aliviados pelo frio.
Se o paciente não tinha certeza com relação ao efeito do calor e frio, este médico o
fazia colocar a parte afetada sob a to* - neira de água fria, e se isto fosse agradável,
ele teria certeza do medicamento.
Ele cita dois casos recentes: Dedo; arianhado por prego enferrujado; tornou-se
infeccionado. O paciente colocou o dedo sob a torneira de água quente no hotel,
sem alívio. Isto era uma sepsis precoce, não muito inchado, mas parecia dolorido.
Foi prescrito Ledum 12, seis doses a cada quatro horas, mas o paciente deveria parar
com o remédio se melhorasse. Duas horas depois da primeira dose, toda a dor tinha
passado. Em vinte e quatro horas não havia nada mais.
Caso: dedos esmagados; gravemente dilacerados. Tinha sido suturado em
algum lugar. Não podia dormir. A dor era latejante e subia para o braço; aliviada
pelo frio; não podia suportar o toque. Depois que Ledum foi dado, não mais havia
dor... E assim por diante.

43
44 LEDUM PA LUSTRE

“Aliviado pelo frio - claro!” Quem não se lembra do caso dramático de KENT,
onde ele encontrou um paciente com os pés em uma tina de gelo, para aliviar uma
dor severa nestes. E talvez, a maioria de nós obtivemos a idéia totalmente errônea
de qu& Ledum é, portanto, um “remédio quente”. Vá a Hahnemann e seus
experimentos para ver que no caso, é exatamente o oposto. E aqui você percebe
que tem em Ledum um dos remédios de inestimáveis indicações aparentemente
contraditórias, o que torna fácil a escolha da droga.
Ledum é na realidade um remédio desesperadamente friorento, com suas dores
aliviadas pelo frio. Como GUERNSEY diz, “Para os transtornos de pessoas que
estão com frio todo o tempo: na cama, em casa, etc, elas estão sempre sentindo
frio”.
Ledum tem também alguns outros sintomas marcantes e freqüentemente
contraditórios, como: -
Rigidez de todas as juntas, só podia movê-las depois de aplicar água fria. Rigidez
nas juntas, com certeza, geralmente melhora imergindo-as em água quente.
E ainda, as partes feridas estão frias ao toque e também para o paciente, mesmo
assim, suas dores são aliviadas pelo frio. Exatamente como Ars. que tem
queimações, aliviadas pelo calor, Ledum tem frialdade, aliviadapelo frio.
Ledum tem, também, frio generalizado sem a sensação subjetiva de frialdade.
Ou, frialdade como se salpicado com água fria numa ou noutra parte. (O contrário
de Secale, que tem uma sensação de brasas caindo em partes que estão frias ao
toque). E por outro lado, Ledum tem tremor e frio e arrepio, sem a frialdade externa.
Ou o friorento Ledum transpira e não suporta ser coberto por cobertores.
Transpira a noite toda.
Seu reumatismo não só começa nos membros inferiores ou pés, e se desloca
para cima (o contrário de Kalmia) mas é, também, muito mais severo nos membros
inferiores.
Novamente contrasta com Lachesis, inchado, purpúreo e quente, e Ledum
inchado, purpúreo e frio.
E, como se diz, os ferimentos, abscessos e focos sépticos de Ledum são
doloridos, frios e aliviados pelo frio, enquanto que os de Ars. queimam e são
aliviados pelo calor.

* * * * *
HAHNEMANN, que fez um breve experimento da droga, diz de Ledum. “Os
sintomas concomitantes... já são suficientes para mostrar que este remédio bastante
poderoso é adequado principalmente para moléstias crônicas nas quais existe uma
predominância de frio e deficiência de calor animal.
LEDUM PALUSTRE 45

Ele diz, também, que na sua época, muitas cervejas intoxicantes foram
adulteradas com Ledum, num grau prejudicial e de uma forma criminosa, ao que as
autoridades policiais deveriam prestar mais atenção.

♦ * * * 4c
CLARKE - Dictionary, tem muito a dizer sobre Ledum e cita casos instrutivos.
Ele diz que as folhas de Ledum são ainda usadas na Suécia para aumentar o
poder intoxicante da cerveja.... Ledum ocupa o segundo lugar no Grupo Amica de
Teste, no qual estão também Crol. h., Ferr. magii., Rhus e Spigelia, mas Ledum tem
uma ação especial no sistema capilar em partes onde o tecido celular subcutâneo é
escasso, e onde uma textura seca e resistente está presente, como nos dedos das
mãos e dos pés. “Talvez por esta razão ele age melhor nas juntas menores do que
nas maiores...” Um tipo de tuberosidades azuladas ou violetas, especialmente na
testa, e uma erupção eczematosa, com uma coceira titilante que se espalha por todo
o corpo, penetrando dentro da boca e também nas vias aéreas, ocasionando uma
tosse espasmódica, às vezes muito violenta, que pode ser tomada erroneamente por
coqueluche .. . Especialmente útil em bronquite com enfisema do idoso; torna a
secreção bronquial menos viscosa, reduz a dispnéia, estimula a circulação e reduz a
cianose. Hemoptise alternando com reumatismo ... Ledum é freqüentemente dado a
cavalos, quando eles mancam e levantam a pata . . . sensação dos pés presos ao
chão como por um magneto ao tentar se mover; ao mover-se, sentiu como se
espetado por agulhas; dor subindo dos pés para a cabeça.

♦ ****
Fragmentos extraídos de GUERNSEY:
Ferimentos penetrantes causados por instrumentos pontudos e afiados; furador,
mordidas de rato, pregos, particularmente se as partes feridas estão frias. Por
exemplo: “Há dez anos atrás, eu pisei em um prego, e desde então tenho uma dor
que sobe para a coxa”. Efeitos molestos de ferimentos recentes ou antigos,
especialmente de ferimentos perfurantes.
Quando bate o dedo do pé ocorre uma frialdade no local, e uma dor como de
gota percorre rapidamente o pé e o membro. Estalos nas juntas.
Panarícios, paroníquia, etc., geralmente causados por ferimentos com agulhas.
O sofrimento é pior, ou aparece depois de se esquentar na cama. Deve sair da
cama, o que proporciona alívio.
Para transtornos de pessoas que têm frio todo o tempo - na cama, em casa, etc.;
eles sempre sentem frio e frialdade.
Pior com movimento, principalmente as juntas; enquanto anda; se aquecendo na
cama.
LLUUM PALUSIRE

Melhor enquanto repousa.

* * * * *
KENT, com seu jeito ilustrativo e prático, tem muito a dizer sobre Ledum. Nós
vamos selecionar e condensar.
Ele encontra muitos aspectos similares aos de Lachesis: face mos- queada,
túrgida e inchada. Por essa razão, claro, Ledum é antídoto de Lachesis; e também,
do veneno de insetos, deApis e de venenos animais.
Ele o chama de o grande remédio para o cirurgião, intimamente associado ao
traumatismo, junto com Amica e Hypericum;especialmente ferimentos por pisar em
tachas, furar-se com agulhas; ferimentos que sangram pouco, mas são seguidos de
dor, inchaço e resfriamento do local. Espinhos sob a unha, se o local ferido torna -
se frio, e então, pálido, paralisado e mosqueado, pense em Ledum. Um cavalo pisa
em um prego, este penetra e atinge a extremidade do osso do casco, seguido de
tétano e morte. Coloque Ledum na língua daquele cavalo e não haverá qualquer
problema. Ledum remove a tendência a tais conseqüências.
Se o tétano surge depois de ferimentos perfurantes, pense em Hyperi- cum, mas
dê Ledum a princípio, e previna o tétano. Unhas arrancadas, ou lacerações de partes
ricas em nervos, neste caso Hypericum é o remédio. Para contusão, mesmó extensa,
e sensação de contusão, o remédio éAmica. Dilacerações abertas e cortes, pense em
Calêndula. Ele diz: para causas locais, use remédios locais; para causas internas,
trate com remédios internos.
(Mas como nós vimos, Ledum administrado internamente em potência é
extraordinariamente útil e reparador de ferimentos externos). Ele diz, também, se
feito um curativo cuidadoso em um ferimento e a cura não acontece por primeira
intenção, procure a causa constitucional e descubra seu remédio.
O paciente de Ledum tem um frio constitucional, é frio ao toque; corpo e
extremidades frias e cabeça quente (Am.). Mas, também, outro extremo: o corpo
super aquecido, pele purpúrea ou altamente corada, late- jando e pulsando em todo
lugar, e quer se descobrir à noite. Numa dor de cabeça de Ledum, ela pode querer
expor a cabeça ao ar frio (Ars., Phos.), ou quer banhá-la em água muito fria.
Mãos e pés inchados, túrgidos e mosqueados; inchados tanto quanto a pele
permita; com dor torturante; o único alívio conseguido é ao colocar os pés dentro
de uma tina de água gelada por horas. Ele cita um caso de um bêbado sifilítico :
“Quando eu o vi pela primeira vez ele tinha uma tina de bom tamanho, e colocava
água gelada até os joelhos e com pedaços de gelo flutuando em volta, sendo que o
contato destes com a pele lhe era agradável. Ele continuava a colocar gelo, senão
sofria terríveis dores. Bem, uma dose de Ledum o fez tirar os pés da água gelada, de
modo que
LEDUM PALUSTRE 47

cie nunca mais utilizou-se disto depois. O inchaço e a cor purpúrea de seus pés
desapareceram e ele deixou de beber”. Ledum até “o curou de muito de seu
problema sifilítico”. KENT diz que: “Pulsatilla e Ledum são os dois principais
remédios que querem ter os pés na água fria. Mas foi Ledum que serviu para aquele
homem.
A maioria dos pacientes dc Ledum são fortes e pletóricos, robustos. Suas
superfícies inflamadas tendem a sangrar, e o sangue é preto.
Hemorragias dos olhos, cavidades nasais, urina sanguinolenta.
Úlceras - às vezes fagedênica, que se espalham, aliviadas pelo frio.
Condições reumáticas e gotosas, cálculo gotoso nas articulações, depósitos nos
punhos, dedos das mãos e dos pés. Vão debaixo para cima. Inflamam e são
aliviados pelo frio. Os joelhos são especialmente afetados. “Tais pacientes sentam-
se com a junta exposta ao frio, abanando-a ou colocando uma loção evaporante.”
A face inchada, intumescida e estupefacta, como a de um antigo bêbado. Tira
em grande parte o desejo de whisky, e age contra os seus efeitos. Ele diz: “Ledum é
para o whisky o que Caladium é para o fumante; ele quebra o hábito de fumar, de
tal forma que os fumantes freqüentemente ficam com aversão ao fumo”.
Ele fala de seus sintomas renais; de sua areia na urina. “Quando o paciente está
se sentindo melhor, há uma grande quantidade de depósitos arenosos na urina;
quando há pouca areia, os depósitos nas juntas tornam-se acentuados, e ele se sente
pior”.
Ledum tende a fazer os transtornos irem do centro para a periferia, porque suas
queixas começam na periferia e vão em direção aò centro. Ly- copodium, que
freqüentemente causa um retorno da areia vermelha à urina, também faz os
transtornos virem para a superfície.
Emagrecimento das partes afetadas, depois de ferimentos infecciona- dos dos
nervos

Tt * * * t

NASH tem algumas coisas extras para enfatizar com respeito a Ledum.
Equimose: Ledum às vezes vem para completar um caso de Amica. ond& Amica
foi melhor de início, Ledum freqüentemente remove a equimose e a descoloração
mais rápida e perfeitamente.
“Em olho preto, por conseqüência de um soco ou contusão, atua melhor do que
Amica”. Para isso, ele diz, não há remédio que se iguale a Ledum na potência 200.
Mas, se há uma grande dor no próprio globo ocular, Symphytum pode ser necessáru
>. Ele acrescenta: em todas essas afecções, eu acredito que a potência 200 é melhor
do que as preparações mais baixas"
Ele fala de Ledum em reumatismo agudo: as juntas estão inchadas e
48 LEDUM PALUSTRE

quentes, mas não vermelhas. Os inchaços são pálidos e as dores são piores à noite e
com o calor da cama\ quer que as juntas fiquem descobertas.
Em reumatismo crônico ele é igualmente eficaz. As juntas inchadas e doloridas,
especialmente no calor da cama; com nódulos duros e doloridos e concreções,
primeiro nas juntas dos pés, e então nas mãos. Periôsteo das falanges doloroso à
pressão. Tornozelos inchados e solas dos pés doloridas e sensíveis; mal pode pisar.
E nesses casos o paciente de Ledum é incomumente frio; falta de calor vital ou
animal.
Sobre Ledum, o alívio por conseqüência do frio é tão proeminente que às vezes
o único alívio é colocar os pés dentro da água fria. Ele diz: estude Ledum em todos
os casos de reumatismo dos pés.

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO

O dia todo descontente com seus companheiros, o que finalmente chega a


misantropia.
Vertigem. A cabeça tende a pender para trás.

Considerável dilatação das pupilas.


Contusões ou ferimentos dos olhos ou pálpebras, especialmente com ex-
travasamento de sangue.

Um barulho nos ouvidos como campainhas, ou como uma tempestade de vento.


Barulho nos ouvidos, como do vento.

Grande pressão para dentro no maxilar inferior.

Dor de garganta, com dor fina e súbita.


Um repentino fluxo de saliva aquosa da boca, com cólica. Azia.

Respiração apertada e dolorosa.


Constrição dispnéica do peito, pior com movimento e ao andar.
Tosse crônica caracterizada porfrio e deficiência de calor animal.
Expectoração de sangue vermelho vivo com tosse violenta.

Dor lombar após sentar-se.


Ao levantar o braço, pontada extremamente dolorosa no ombro.
Pressão no ombro esquerdo, agravada por movimentos.
Pressão em ambos ombros, agravada por movimentá-los.
Tremor das mãos ao segurar algo ou ao movê-las.
Panaríciosporferimentosperfurantes, poragidhas, espinhos...
LEDUM PALUSTRE 49

Pressão na face posterior da coxa esquerda; como se os músculos não estivessem no


lugar certo, como dor de deslocamento; em toda posição, mas especialmente violenta,
quando tocada e ao andar.
Tremor dos joelhos (e mãos) ao sentar-se e ao andar.
Fraqueza nas juntas dos joelhos, ao andar, uma pressão rasgante nelas. Pressão
rasgante na junta do joelho direito e abaixo dele, pior ao andar.
Inchaço, tensão e dor súbita nos joelhos, ao andar.
Pressão acima do tornozelo esquerdo, pior com movimento.
Uma coceira mordente muito intensa no dorso de ambos os pés; mais violenta depois
de coçar; somente aliviada quando se coça até ferir os pés; muito agravada pelo calor da
cama.
Inchaço persistente dos pés.
Pressão na curva intema do pé esquerdo.
Solas dos pés doloridas ao andar, como se cheias de sangue.
A saliência dos dedões é sensível, inchada e dolorida ao pisar; tendões rígidos.
Gota, pior nos pés, nodosidades gotosas nas juntas, dor rasgante fina nos dedos dos
pés.
Dor nos tornozelos, como por torção, ou passo em falso.
Dores reumáticas indo de baixo para cima; juntas pálidas, inchadas, tensas, quentes;
dores em pontada e repuxantes. Pior com o calor da cama e cobertor;pior com movimento
e à noite.
Reumatismo egota reumática; começa nos membros inferiores e ascende;
especialmente se levados a um estado degradado e astênico, pelo abuso de Colchicum; as
juntas tomam-se os locais onde ocorrem nodosidades, “cálculos gotosos” e são doloridas.
Inchaço dos pés epemas até os joelhos, purpúreos e mosqueados, afundam ao ser
pressionados, com dores dilacerantes no periósteo; somente aliviadas ao colocar os pés
em água gelada.

Afeta principalmente o ombro esquerdo e a junta do quadril à direita.


O reumatismo começa nos membros inferiores e ascende.

Calor nas mãos e pés, ao anoitecer.


Suor quente continuado nas mãos e pés.
Não pode suportar o calor da cama, por conta de calor e de queimação dos membros.
Sensação de dormência dos membros.

Sonhos inquietos: ele às vezes está em um lugar, outras vezes em outro, às vezes
ocupado com um assunto, outras vezes com outro.
Insônia com inquietude e agitação.
Ao despertar; um leve suor por toda parte, com coceira por toda parte,
L.ÈLUUM FALUÒ1 KtL

Calafrios sem febre subseqüente: membros extremamente frios, enquanto o resto do


corpo está quente.
Calafrio nas costas, com as bochechas e testa quentes, sem avermelha- mento da
face, ou sede; com mãos frias.

Entorses dos tornozelos e pés.


Ferimentos perfurantes, porinstmmentos de ponta aguda, como furadores, mordidas
de rato, pregos, etc.; particularmente se as partes feridas estão frias ao toque e também
para o paciente.
Ferimentos perfurantes; picadas de insetos, especialmente de mosquitos.
Diátesegotosa, reumática; indivíduos que abusaram de álcool.
Emagrecimento das partes afetadas. (?Plumb.)

OUTROS SINTOMAS NOTÁVEIS

Uma de suas características mentais é marcante: - Zangado, mal- humorado,


tudo é desagradável. Inquieto; não pode refletir ou trabalhar calmamente. Zangado:
ele se retira em solidão e, quase chorando, deseja a morte.
Não tolera nada lhe cobrindo a cabeça.
Gosto de bolor na boca sempre que ela tosse, causando náusea.
Inspiração espasmódica dupla, com soluço, como depois de chorar.
A criança fica rígida antes do paroxismo; dobra-se para trás, seguido de
expectoração de sangue claro espumante. (Coqueluche).
Hemoptise vermelho viva, profusa, com tosse, estertores e chiado nas vias
aéreas; dor queimante num ponto fixo no peito.
Um grande inchaço dos joelhos com dor reumática, aliviada somente ao aplicar
algo frio.
Rigidez de todas ,as juntas, só podia movê-las depois de aplicar água fria.
Frieza geral, com calor e vermelhidão da face.
As partes são frias ao toque, mas não subjetivamente para o paciente (Am.)
Os membros e o corpo todo dolorido, como se contundido e batido (Am.).
Pontos purpúreos sobre o corpo como petéquias (Am., Phos., Crot.
h.).
Furúnculos.
Erupção, somente em partes cobertas. (Thuja: transpira somente nas partes
descobertas).
Sensação como se piolhos estivessem rastejando sobre a pele, pior pelo calor,
movimento e à noite.
r

Um remédio precioso para condições muito aflitivas; bem experimentado e de


sintomas bem definidos e distintos, mas não suficientemente compreendido, assim
éLilium tigrinum.
O Lírio Tigrado é um veneno poderoso e, portanto, medicamento. Nós lemos
que uma criança colocou um antero de um desses lírios dentro de sua narina direita
e, apesar do conhaque etc. dado quatro horas mais tarde, ela morreu depois de
cinqüenta e seis horas.
Lilium é desconhecido da prática da Velha Escola; e talvez seja bom assim. Esta
é uma droga de ação tão veemente que só estará segura e será útil nas mãos
daqueles que aprenderam com Hahnemann como preparar e prescrever tais
remédios.
Hahnemann ensinou que as drogas deveriam ser experimentadas pelo sexo
feminino assim como pelo masculino, a fim de descobrir qual efeito elas produzem
com relação ao sexo.
E além dos sintomas produzidos em homens, o Lírio Tigrado (experimentado
por um grupo de médicas para Carroll Dunham) manifestou os mais terríveis
efeitos em mulheres.
Ninguém que tenha lido a Conferência de Dunham sobre Lilium esquecerá os
aspectos surpreendentes deste remédio.
Alguns dos experimentos foram feitos com uma tintura do pólen somente;
outros com a tintura de talos, folhas e flores frescas. A droga foi ex perimentada na
tintura-mãe e nas I a, 3a, 5a, 30a e 500a potências.
Lilium tem muitos sintomas surpreendentemente era comum com Sepia, como
nós veremos. Mas ele tem sintomas bem definidos que o distinguem de Sepia.
Ninguém deveria ter qualquer dificuldade ao escolher entre os dois.
Os sintomas mentais e físicos de Lilium são igualmente alarmantes e intensos; e
exceto pela depressão mental profunda c sensação intensa de “bearing-down”
comum a ambas as drogas, eles diferem totalmente daqueles dQ Sepia.
Preste atenção em Lilium ! . . . Esta é a resposta da droga, quando a ciência pura
coloca a questão quanto ao que ela pode causar e curar.
DEPRESSÃO. Constante inclinação a chorar, com medo e apreensão de sofrer
de alguma terrível doença interna.

51
52 ULIUM TIGR1NUM

Sentimento desvairado na cabeça. Indescritível sentimento de loucura.


Sentimento louco, a mente dela estava em tal estado que ela nem ao menos podia
relatar seus sintomas. Medo da insanidade. Pensamentos de suicídio. Não tem
esperança de salvação.
Não pode ler. Não pode pensar. Mantém-se andando rápido. Sente-se com
pressa, não sabe por quê. Tudo é irreal. Comete erros ao falar. Teme dizer qualquer
coisa, porque poderia dizer alguma coisa errada; ainda assim quer falar.
Excitação sexual, alternando com receio de desvio moral; isto alter- nou-se
durante meses depois que o experimento i inha acabado. Aversão a ficar sozinha.
Constante sentimento de pressa, como por tarefas imperativas e completa
incapacidade de realizá-las, durante a excitação sexual.
Uma sensação na pélvis como se tudo estivesse saindo pela vagina. A pressão
para baixo em direção à pélvis é sentida até a altura do estômago e mesmo dos
ombros. Pior de pé, apesar de não aliviada ao deitar-se. Quer colocar a mão no
hipogástrio e fazer pressão para cima, para aliviar a sensação de repuxão para
baixo. (Sanic.). Quer dar longas respiradas, a fim de levantar o conteúdo do
abdômen,
Bearing-down, com sensação de uma carga pesada e pressão na região do útero,
como se todo o conteúdo pressionasse para fora da vagina. Uma sensação, quando de
pé, como se todo o conteúdo da pélvis fosse escoar pela vagina, se não for impedido pela
pressão para cima pela mão na vulva, ou por ficar sentada. Dores queimantes e
cortantes nos ovários. Incapaz de se mover, teme que seu útero caia.

Isto não é tudo! Severa pressão no reto e no ânus, e um constante desejo de


evacuar. Diarréia, especialmente diarréia matutina, com dor em cólica e ardor.
Nem mesmo a bexiga escapa! Pressão na bexiga. Ela poderia urinar a cada
quinze minutos. Pressão contínua na bexiga, quer urinar todo o tempo.' Urina pequena
quantidade, com ardor e esforço.
E então, o CORAÇÃO. Dor cortante rápida, com batimento irregular do
coração. Dor pressiva no coração, como se o coração fosse violentamente apertado,
o aperto relaxando gradualmente. Palpitação. Todo intervalo é seguido por uma
violenta palpitação.
Apetite ardente para jantar. Grande desejo de cante. Aversão a pão, café, ao
cigarro habitual.

Os sintomas acima são os mais importantes e característicos da droga; grafados


na maioria em negrito, o que significa que eles foram, repetidas vezes, produzidos
em experimentos, e foram curados repetidas vezes por Lilium.
LILIUM TIGRJNUM 53

Foi relatado que durante os experimentos ocorreram deslocamentos


reais do útero.
Em uma experimentadora, os sofrimentos foram tantos que a experi-
mentação teve que ser interrompida. Platina 200, em doses repetidas, re-
solveu o problema. (Platina era o mais semelhante aos seus sintomas
mentais - o “complexo de superioridade” ).

Comparando Lilium e Sepia:

LILIUM
Bearing-down. SEPIA
Tudo forçando para baixo como Bearing-down.
se o conteúdo da pélvis fosse Pressão das costas para o
empurrado para baixo atra- abdome.
vés de um funil, sendo a va-
ginaa passagem.
Deve sustentar a vulva com a
mão, ou cruzar as pernas. Deve cruzar as pernas para
impedir a protru- são
Sente mais o calor. das partes.
Intolerante à compaixão. Sente mais o frio.
Apressada e preocupada Intolerante à compaixão.
(Arg. nit.) por tarefas INDIFERENTE.
imperativas que ela é
incapaz de realizar.
ELA TEM DESEJO POR CARNE. Aversão a carne.
A terrível diarréia e tenesmo Inexistentes em Sepia.
(dcMerc. cor. cLil.).

Lilium é muito agudo e intenso. Seu bearing-down não é o peso passi-


vo e incômodo de Sepia. Lilium sente que está sendo violentamente estri-
pada.
Dunham diz que a condição de Sepia é mais crônica.

Existem poucos, como o autor, que melhor podem compreender e


recordar coisas quando em rimas. Para tal nós anexamos uma rima de
Lilium. Adverte-se aos cientes para omitir o seguinte:
O LÍRIO TIGRADO tem pressa,
Sente que o interior dela está sendo arrastado para fora:
Freqüente desejo de urinar,
Quase se aproxima à condição de Cantharis;
Incômodo retal (Merc. cor.); uma faixa Contraindo o coração
(assim como Cactus grand.).
LLLIUM 11 URI NUM

Lágrimas como Pulsatilla; sua salvação é uma preocupação;


Como Nitrato de Prata, ela está “atarefada” e “apressada”.

Tem-se visto uma bela ação de Lilium tigr. em rapidamente aliviar o incômodo
depois de abortos.
Também um caso bastante surpreendente de cura de colite ulcerativa de dez
anos de duração e muito tratada pelos “mestres da profissão”. Nos primeiros dias
de sua doença, ela tinha mais de trinta evacuações por noite. Mesmo agora, ela
estava tão branca como uma folha de papel - uma brancura transparente. O
incômodo, o esforço e o número de evacuações de manhã tornava-lhe impossível
de sair até mais tarde do dia; e estava tão doente que precisava de uma enfermeira
com ela.
Ela apresentou alguns sintomas peculiares e característicos, característicos dela
mesma e não da doença rotulada como “colite”. Ela tinha muito apetite, estava
faminta no almoço. Ela adorava carne. E ela não só tinha a vontade de evacuar e
pressão para baixo no ânus, mas também no útero. Ela tomou Lilium tigr. em alta
potência, respondeu prontamente e atualmente é uma jovem saudável, com uma
boa cor, jogando tênis e desfrutando a vida; e mais tarde ela se casou.
O poder de lidar suave, rapidamente e com sucesso com tais condições (negado
àqueles que desprezam os ensinamentos de Hahnemann) é algo que traz alegria e
gratidão!
Kent diz: “Lilium tigrinum curou as mais inveteradas hemorróidas salientes,
com queimação”.
Existe um grande número de outras drogas que produzem a sensação de
“bearing-down” e que são úteis, cada qual em seu lugar, para tais condições; mas
nenhuma com tal intensidade como Lilium e Sepia. Duas delas, mas com
“modalidades” ou estados totalmente diferentes, são Pulsatilla cBelladonna.
Será lembrado que Lilium e Sepia não podem ficar de pé; devem se sentar, ou
cruzar as pernas, ou sustentar a região, a fim de prevenir a pro- trusão, tal é a
sensação. Mas o bearing-down de Belladonna melhora de pé, enquanto que o de
Pulsatilla piora deitado. Estas coisas são estranhas e inesperadas, portanto
importantes.
Lembramo-nos de uma pobre mulher, uma de nossas pacientes ambu- latoriais,
que veio ao hospital depois de um aborto, doente e com uma temperatura
preocupante, reclamando de angustiante sensação de bearing-down, pior depois de
sentar e deitar, e somente aliviada ao ficar de pé. Ela recusou a internação; foi-lhe
dado Pulsatilla (evidentemente o remédio dela) e dito para voltar no dia seguinte,
quando a temperatura era normal e o incômodo tinha acabado.
As “modalidades” ou condições que acompanham tais sintomas são enormemente
úteis para uma correta prescrição - sem os quais, os belos
LILIUM TIGRINUM 55

resultados da Homeopatia não são vistos. Tais modalidades ajudam a diagnosticar


entre remédios parecidos.

* * * * *

Pode-se mencionar aqui um remédio pouco usado, que vem da antigüidade e


que produz e cura dores em bearing-down, e até prolapso uteri- no, como foi visto.
Este éArctium Lappa ou Lappa Major - Burdock. Este é um dos remédios incomuns
que o falecido Dr. Compton Burnett pôs em evidência. Suas “virtudes” têm lhe
valido o nome de “magneto uterino”.

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO

Aíonnentada a respeito de sua salvação. Queixas uterinas.


Depressão de ânimo profunda, dificilmente pode parar de chorar; DISPOSIÇÃO a
chorar, com náusea e dor nas costas; aversão por comida; chora muito e é muito tímida;
indiferente a qualquer coisa que lhe seja feita.

Sensação de arrastamento para baixo de todo o conteúdo ABDOMINAL,


estendendo-se até os órgãos do peito; deve sustentar o abdome; como se todo o seu
conteúdo fosse empurrado para baixo por um funil; compelida a cruzar as pemas, por
medo de que tudo fosse pressionado para fora.
Sensação de bearing-down na pélvis como se tudo estivesse saindo através da
vagiria.
Pressão no reto, com um desejo quase constante de evacuar.

Pressão contínua na região da BEXIGA, constante desejo de urinar, com micção


escassa, ardor na uretra etenesmo.
Micção freqüente durante o dia; com dor de cabeça tediosa indo do sin- cipúcio para
o occipício, e finalmente fixando-se na têmpora esquerda.
Se o desejo de urinar não é atendido, sente uma congestão no peito.

Dor aguda na região OVARIANA; dores em queimação; ardência; cortante; dor


em aperto que se estende pelo hipogástrio até a virilha, descendo pela pema; bearing-
down ao ficar de pé; sensível à pressão; inchaço dos ovários que atinge quase o tamanho
da cabeça de uma criança.
Dores neurálgjcas severas no ÚTERO não suporta o toque, nem mesmo o peso de
cobertas ou o mais suave abalo; anteversão.
Anteversâo e retroversão do útero; quase todos as pacientes têm constipação.

Sensação como se o CORAÇÃO fosse apertado ou comprimido em um tomo; como


se todo o sangue tivesse ido para o coração, produzindo
56 LILIUM TIGR1NUM

uma sensação como se ele devesse dobrar-se; incapacidade de andar em linha reta.
Um dos preciosos presentes de Hahnemann. que demonstra e justifica
seus ensinamentos com relação ^potencializaçaB)
Ele escreve sobre LycopodiumrJ(Ebie pó parecido com poeira, que é
amarelado, macio ao se tocar, é obtido das espigas de ui musgo^Lycopo-
dium clavatum, que cresce nas florestas da Rússia e Finlândia (também na
Inglaterra). “Próximo ao fim do verão, as espigas são secas e em seguida moídas.” (
\ “Quando atirado em uma chama ele cintila e é usado para envolver pí- (
(
lulas que facilmente se aderem umas às outras, e para proteger locais feri-

Í
% dos em dobras contra a fricção ocasionada por andar ou por outros movi-
mentos. Ele flutua sobre líquidos sem ser dissolvido, não tem gosto ou
cheiro e em sua condição natural bruta quase não possui efeito sobre a
saúde do homem...
“Esta droga tem propriedades medicinais maravilhosas, que^somente podem ser
reveladas gejaJjjturaçãQ^siiçussão.
“Uma dose moderada age de quarenta a cinqüenta dias. Pode ser repetida
depois do uso intermediário de um outro antipsórico, mas uma segunda dose age
menos favoravelmente do que a primeira.
“Ele age com^specíãHreneYicío, guando indicado homeopaticamen- te, depois
que passou a ação de Cale—”
Kent diz: “Apesar de classificada entre as substâncias inertes e vista como
sendo somente útil para envolver pílulas alopáticas, Hahnemann tornou-a útil,
desenvolvendo seu poder por atenuação. É um monumento a Hahnemann. Age de
forma profunda na vida... Não há nada sobre o homem que Lycopodium não leve ao
tumulto..
Este “pó não-umectante” - inerte, no entanto brilhantemente cintilante “quando
atirado numa chama”, é também usado na fabricação de fogos de artifício. Quando
as sementes são esmagadas, uma substância oleosa é liberada. Leva duas horas de
4
trituração com lactose (nos é ensinado) para seu preparo inicial como um remédio
ao mesmo tempo potente e único em suas propriedades benéficas. \
Para começar, vamos reproduzir, mais ou menos, um daqueles pequenos e {
antigos retratos da droga que resumem em suas menores dimensões o que nós /
sabemos e consideramos absolutamente essencial ao emprego

57
de um remédio.

* ****
Lyc. é uma das nossas drogas mais constantemente usadas. Ela não lhe é
evidente assim que o paciente entra, mas com umas poucas perguntas você
geralmente terá uma boa pista.
Pergunte antes dc tudo a hora do dia. Este paciente diz: “pior à tarde, ou pior às
16 horas, ou pior dasjjfcàs 20 horas”. Então você o observa para perceber
quõ^le^e^conformaao tipÕZycTêousca mais informações.
Kent diz: “O pobre e pequeno Paul Dombey precisava de uma dose de Lyc.,
mas Dombey não sabia disto e perdeu seu filho”.
Em Lyc. a mentsjS melhor desenvolvida do que o corpo. Lyc. está predisposto
ajuma aparência doentia e enrueada - maero, especialmente na

_ _
X ü ‘ ‘ ‘ / ' • - - _ . . . . . - - 7 _ - -
; -

(apesar de poucas pessoas saberem disto) Carbo veg.,Phos. ac.,Plb., Sii e Thuja. Estes
últimos têm que ser procurados em outras partes do repertório. E bom adicioná-los
à rubrica.
Há anos atrás, um de nossos excelentes prescritores fez-me entender uma fase
da mentalidade de Lyc. Ele explicou os terrores de antecipação, de como eles
afetam Lyc. Lyc. precisa encontrar seus acionistas ou seus eleitores para um
importante discurso e sabe que irá se atrapalhar, hesitar e esquecer seus pontos;
está Qhc.erado rpm ajdéia dgL&ue irá fazer uma confusão. Chega o temido
momento: ele se levanta, entusiasma-se com seu trabalho, desliza em um jubiloso
auto-esquecimento, para sentar-se, sentindo que fez o discurso de sua vida. Foi
tudo alegria e fluência; ele não somente lembrou de todos os seus pontos, mas falou
de novos assuntos assim que prosseguiu. Mas ele sofrerá do mesmo terror na
próxima vez, a menos que ele receba seu estímulo medicamentoso, pois é
Lycopodium.
Ou então Lyc. quer ficar sozinho - com alguém na sala ao lado, porque ele tem
medo de ficar sozinHof^eu Hesejo por solidão está em itálico; seu medo, quando
sozinho, está grafado em negrito. As drogas que têm estes estados opostos em
negrito são as mais interessantes. (Lach. tem em negrito, discurso rápido e
loquacidade; e, também, lentidão de fala! Isto nem
sempre é notadoV ___________ _______ ____ _____________________
7
/ Lyc. tem muitos MEDOS - medo de ficai sozinho^de multidões
escuro, da morte, de fantasmas, de pessoas./ ------------------------------- —~—^
^^TJycTT^rfiTtodas as DlSPEPSIAS~q^evocê pode imaginar. Compete com Carbo
veg. e China pela distinção de ser o remédio mais flatulento. Lyc. virá e dirá a você
que, durante dias seguidos, ela está distendida como
LYCOPODIUM 59

um tambor e precisa afrouxar suas roupas. Depois da comida ela fica dis-
tendida e tensa, quase para estourar, e não pode suportar pressão e cons-
trição de suas roupas. Ou ela se sente faminta e depois de alguns bocados
fica inchada e cheia e não consegue comer mais. Ou ela pode se sentir
absolutamente cheia e ainda com fome. Pois Lyc. tem em tipo negrito a
saciedade fácil e também o oposto, em negrito, “fome após comer.” ou
“fome após comer com o estômago cheio e tenso”.
OS DESEJOS POR COMIDA deLvc. são por coisas doces, por bebi-
das quentes. Lyc. adora ostras, mas fica doente com elas. Ode^TCSfeecàr-
—— ---------------------------------------------------------------------------------- —
-------------------------------------------------------------------------------------- , ■ — —
^fodos nós conhecemos a LATERALIDADE DIREITA a
direçao^QS^inlo^maS, da direita para a esq uerda, ou decima para baixo.
Sintomas URINÁRIOS são importantes. Areia vermelha na urina
clara; urina que é acre e escoria... assim você pode localizar um bebêL^c.
pela areia vermelha na fralda, ou pela erupção onde a urina irritou a pele;
e você pode curar sua nefriteehidropsia - como já se observou.
Lyc. é UM INTELECTUAL. CQXxverrrús-4^ftefrrosr^4ua^aiiiii-confian-
ça.ELyc. tem sofrimentõsintelectuais.falhaseconfusões,quandodoen-
te. Perda de memória. Fala palavras e sílabas erradas. Comete erros ao
escrever - pronuncia mal - omite palavras ou letras. Pode saber que o
ime. Isto
“Z” éTultima lêrra~5õ alfaBêto e ser incapaz de fornecer.
pode cKégar aTàl põnto que ele seja incapaz de ler - pode ser capaz de
esicreverTTqüBTteseja, maslHcapSzcTe ler oqQe -5§crêveu7
-Nossos doutores talam de grandes cüras conTTpCT de pessoas literatas
incapazes, depois de um ataque de GRIPE, de conseguir trabalhar de no-
vo. As seqüelas intelectuais de uma gripe freqüentemente pedem Lyc.,
enquanto que as neuróticas (quase chegando à insanidade) precisam de
Scutellaria, e aquelas com fraqueza e frialdade duradouras encontram rá-
pida ajuda de China.
Não existe doença, aguda ou crônica, onde Lyc. não possa ser o remé-
dio - em um pacienteLycopodiunú Dor de dente aproximadamente às 16
íoras (observou-se isto). Erupções que se irrompem de forniSrtrorrível às
horas (isto também). Pneumonias demoradas, onde se observa que a
temperatura sobe às 16 horas e cai depois das 20 horas. Difteria onde a
mglnbrana começa no lado direito e atravessa para o esquerdo, sendcTque
a^bocãe a iingua njmadicam M&çjQu. difterias pòs-nasais que se^sten-
dem para baixaLyc. tem também a Daiialkiapós^dift^(^sendrr?^/y
seu grande remédio usual), onde comida e bebida são regurgitados pelo
nariz. Problemas renais, comò dizem, onde a urina mtlamãlfavermelha a
pele ontterqtíer que toque,
) uas" ^Duàs^|^enãsbibricas miiitú Ateis pode mlnrá-ln de frente aLvc. Pé
direito frio, esquerdo normal, por queimante como brasas vermelhas en-
"treaseStapulas.(Phos. temissoemuitopouEaTcnitrasdrogás).ístaspè~
60 LYCOPODIUM

quenas rubricas são freqüentemente bastante úteis, se for somente para decidir
sobre o diagnóstico do remédio.
Se você tem piora à tarde
piora às 16 horas piora das
16 às 20 horas desejo por
bebidas quentes desejo por
doces acidez e flatulência
inchaço
com seus problemas urinários, você não errará se prescrever LYCOPODIUM.

SINTOMAS EM NEGRITO

(Allen, Hering, com alguns itálicos de Hahnemann)

MENTAIS. Medo de homens; de solidão; irritação e melancolia.


Chora o dia todo, ela não consegue acalmar-se. Pior das 16 às 20 horas.
Sensívelfc/ioramésn i o quando a agrããécemX
Faslio da vida, particulannentepelas manhãs, na cama.
Amorosa e sensível.
Sensível, irritável; mal humorada e zangada ao acordar. Facilmente ex-
citada até a raiva; não pode ^upnrinrjy^nK\rnn) p ficq rapidamenteJnnuia.
controle de si mesmãT
'—TrumttfrnoTpor medo, raiva, humilhação e aborrecimento, com reser-
vado descontentamento.
sensíveJjLdor. Paciente está fora de si mesmo (Cham.).
Fãlapajavras eMiabaz&radas. Seleciona palavras erradas.
Pica confuso sobre coisas da rotina. _
5rteapreènsão na boca ~3o estômago (Kalic.)

CABEÇA. Vertigem de manhã ao se levantar da cama e depois, de tal forma que


ele cambaleia para trás e para frente.
Latejamento no cérebro ao inclinara cabeça para trás durante o dia.
Dor de cabeça latejante depois de cada paroxismo de tosse.
Com a tosse, dordespedaçante nas têmporas epeito.
Dores das têmporas como se parafusadas juntas, pior durante a menstruação.
Afluxo de sangue à cabeça ao despertar.
Queda excessiva de cabelo; os cab&bs-uinuwi-sejidsalhos muitopre- coçzmçntfr—
v
OLHOS. Dor aflitiva, como se estivessem secos, com aglutinação no-
LYCOPODIUM 61

tuma.
Terçóis nas pálpebras, mais próximos do canto interno.
Vlceraçãoe vermelhidão das pálpebras.
A luz à noite o cega demais; não consegue enxergar nada sobre a mesa.

Rugidos, zumbidos, torrentes, etc., nos OUVIDOS.


Perda de audição em conexão com otorréia.
Eczema dos ouvidos, com crostas grossas e fissuras.

Catarro violento, com inchaço do NARIZ.


Catarro parado, de tal modo que ele não pode respirará noite.
Completa obstrução do nariz; a respiração da criança pára durante o sono,
freqüentemente gorjjuinze seguidos, mesmo enquanto a_boca_está
aESKZ
Movimento como o de abano das asas do nariz.

FACE cinza amarelada.


Contração espasmôdica dos músculos faciais.

Dentes doloridos ao mastigare quando são tocados.


Numerosas bolhàf .na Ungia. Úlceras sobre e sob a Ungia.

Sensação como se uma bola subisse, de baixo para cima até a GARGANTA.
Sente a garganta muito apertada ao engolir; nada desce; comida e bebida
regurgitadaspelo nariz. (Gels., Diph.)

Apetite excessivo, seguidodedistensãodo abdome.


A fomepèrmanece imediatamente depois de comer, apesar do ESTÔ-
MAGOeabdomeestaremcheios_£tensos.
^Ía~naõ^onsegüé^omer; estáconstantemente saciada e sem apetite; qualquer coisa
que ela coma lhe faz mal, chegando até a vomitar.
Saciedade repentina e grande sede.
Imediatamente depois das reM^ô^s. fica rhrin ^ii
Perda de apetite no primeiro bocado: peso no estômago depois de comer.
Uma eructação ácida, o gosto não permanece na boca; mas um ácido corrói no
estômago.
Eructações queimantes incompletas, que somente sobem para a faringe, onde
causam queimação, por muitas horas.
Epigástrio extremamente sensível ao toque e à roupa apertada.
A digestão parece se processar muito devagar.
Desconforto no estômago depois de comer um pouco.
L^A KJJSL U/n

Cólica no estômago, que está muito distendido.


Pressão no estômago, como se ela tivesse comido demais.
Pressão no estômago, como se estivesse super distendido, ao anoitecer, depois de
comer um pouco.
Pressão epeso no estômago, depois de comer um pouco à tarde.
Domo epigástrio causado por tosse.
Ela não ousa comer para se saciar, porque se ela assim fizer, terá uma sensação
desagradável e angustiante na REGIÃO HEPÁTICA Dorpressiva na região
hepática, ao respirar.
Dor pressiva como por um golpe na região do hipocôndrio direito, agravada pelo
toque.
O fígado é doloroso ao toque.
Dorna região hipocondríaca esquerda, à tarde.
Violenta cólica por pedra na vesícula.
{jHscite porafecções no fígado, depois de abuso de álcool.
^ Sénte alguma coisa pesada no lado esquerdo do ABDOME, não afe- t^tando a
respiração, mas constantemente sentida ao andar, sentar-se e dei- /^r/ar-se.
Distensão do abdome por gases. Aliviado por emissão de flatos.
(J/ Roncos egorgolejos no abdome.
/ Todo o abdome distendido porflatidência, depois de evacuar.
Muitos flatos acumulados aqui e ali no abdome, no hipocôndrio, até mesmo nas
costas, na região das costelas e peito, causando tensão e bor- borigmos, sempre
aliviado por eructações vazias.
Imediatamente depois de comer, o abdome está constantemente cheio, distendido
e tenso. Tensão com encarceramento de flatos.
Sensação de algo se movendo para cima e para baixo no estômago e intestinos.
(Compara-se a Crocus, Thuja, Sanicula).
Hémia do lado direito.
A

ANUS dolorosamente fechado.


O reto tão freqüentemente contraído que protrai-se durante uma evacuação
difícil.
Hemorróidas doloridas ao tocar.
Grande tendência a escoriações em volta do ânus; sangram facilmente.
Erupçãopruriginosa, úmida e sensível.
A primeira parte das fezes é nodulosa, a segunda é mole.

Dor no RIM, antes e depois de urinar.


Algum sedimento vemielho na urina.
Areia vennelha ou amarelo-avennelhada na urina.
,, Urina turva e leitosa, com sedimento pundento e mal cheiroso.
Tendência a cálculos.

11

(
LYCOPODIUM 63

Cólica renal, particularmente da ureter direita à bexiga.


Desejo de urinar: deve esperar muito até a urina passar, ou é incapaz de urinar,
com constante sensação repuxante para baixo; sustenta o abdome com as mãos.

TOSSE noturna afetando o estômago e diafragma, na maioria das vezes antes


dopôr-do-sol.
Tosse exaustiva ao anoitecer, antes de dormir, como se a laringe fosse estimulada
com uma pena de ave, com pouca expectoração.
Tosse por coceira, como por fumaça de enxofre na laringe.
Respiração difícil, como se ele tivesse inalado fumaça de enxofre.
Expectoração cinza, com gosto salgado.
Dispnéia: durante o sono; por qualquer esforço.
Sente o PEITO oprimido e internamente esfolado.
Pontadas no peito esquerdo e durante inspiração.

Heringcita “Hidropericárdio’>. (Ars.)

COSTAS queimando como por brasas ardentes entre as escápulas. (PHOS.,


KAUBICH., etc.).
Severa dornas costas, melhor ao urinar.

Desejo de sair ao ar livre (Puls., etc.).


Os sintomas dela são agravados às 16 h.; às 20 h. ela se sente melhor, mas fraca.
Dordecabeça, tosse, febre, calafrio,TUDO PIORífay I6h. às20h. Excitação
nervosa;prostração mental e do corpo. Debilidade nervosa.

rTaneada, d^rtarralha: ou-desperta ameíkotttada: náo


repousada.

Há muitos anos atrás, fui chamada para o “fim do mundo” para prescrever
para um pequeno menino - muito pequeno, apesar de já ser um grande jogador
de cricket aos cinco anos de idade. O problema era recente: - “urgência
urinária” atormentadora. Ao assisti-lo jogando cricket na areia com os outros
meninos, observava-se que a cada poucos minutos ele tinha que correr com
ímpeto para obter alívio. Isto tudo era embaraçoso para seus pais. Uns poucos
sintomas de Lycopodium emergiram, com este sintoma, também novo para ele,
de que “acordava choroso e zangado”. Lyc. rapidamente o curou; e,
incidentalmente, nos fez traba
64 LYCOPODIUM

lhar uma questão em casa, o qual continuaremos... Lyc. é, em quase tudo,


pior ao anoitecer e melhor dc manhã, exceto, como se descobriu através
deste caso, que é (mentalmente) “briguento ao acordar”.
São os casos enigmáticos que vem na memória, e seus triunfos que nos
;nsinam a conhecer as drogas.
Hughes cita o Dr. David Wilson a respeito do movimento como de
'bano das asas nasais, observado na patogenesia de Lyc. “Quando este
sintoma é claramente marcado, não importa por qual órgão ou tecido os
intomas dè qualquer acesso de doença possam se manifestar, em crian- as ou
jovens, eu me atrevo a dizer que todo o grupo de fenômenos em tais ataques
serão encontrados sob Lycopodium”. O Dr. David Wilson era um grande prescritor
e, observem, ele não diz “quando as asas nasais movimentam-se, dê Lyc”, mas
“Eu aceito que todo o grupo de fenômeno em tais ataques serão encontrados sob
Lycopodium ”.
Este sintoma é geralmente visto em doenças respiratórias. Este c, por
exemplo, o retrato clássico de uma pneumonia de Lycopodium.
Testa franzida.
Movimento das asas nasais.
v
^ A temperatura sobe todo dia das 16 às 20 horas, e então abaixa. Numa
pneumonia que tende a piorar, este último sintoma lhe coloca frente a
Lyc., que finaliza o caso. Kent fala de sua utilidade “no estágio avançado
de pneumonia, no período dc hepatização, com a face e sobrancelhas en -
rugadas, as asas no nariz vibrantes e a expectoração escassa. O pulmão di-
eito é o mais afetado, ou é afetado primeiro numa pneumonia dupla”.
Em uma difteria de Lyc., como dito, o problema começa no lado direi-
D e pode se expandir para o esquerdo; nós vimos um caso parecido, mas

lada do mau cheiro na boca e língua que pede fortemente por um dos
lercúrios.
Lycopodium é um dos grandes policrestos - as Drogas de Muitas Utilidades. Mas os
sintomas em negrito acima citados, “os sintomas causados e muitas vezes
curados”, que são clássicos em nossa escola, trazem seus importantes pontos de
ataque para mal e para bem.
A droga, como dito, adequa-se a intelectuais; (dc preferência intelectuais
muito magros ecom aparência de velhos); com vigor mais mental do que corporal.
Conseqüentemente, mostra-se subversivo e especialmente curativo da
mentalidade; afeta a MEMÓRIA, e restaura aqueles que, depois de doença ou
esforço, são afligidos com confusão, cansaço mental e incompetência.
E ainda, seus efeitos subversivos e portanto seus poderes curativos atuam
fortemente nas regiões digestivas e urinárias.
Lembramo-nos de um “novo” paciente em particular que, durante dias, quase
explodia com flatulência e distensão e precisava afrouxar toda sua roupa; com
que rapidezLyc. deixou-a bem.
LYCOPODIUM 65

Nash diz: “Lycopodium com Sulphur e Calcarea formam o trio guia' dos
remédios antipsóricos de Hahnemann. Todos eles agem.muito profundamente.
Lycopodium age favoravelmente em todas as idades, mas particularmente sobre
pessoas idosas e crianças... em pessoas de intelecto perspicaz, mas de
desenvolvimento muscular fraco: pessoas magras... O indivíduo Lycopodium é
pálido, magro, com rugas prematuras no rosto; parece mais velho do que ele é. As
crianças são fracas, com cabeças bem desenvolvidas, mas corpos débeis, doentios
... Este é um do trio de remédios flatulentos, Carbo veg. e China sendo os outros
dois ... lembre: se: enquanto China incha todo o abdome, Carbo veg. prefere a parte
superior, e Lycopodium as partes inferiores .. .” Guernsey frisa que “China tem
plenitude depois de uma refeição completa normal; Lyc. depois de comer um
pouco”. “A constipação predomina; e como Nux, pode haver freqüente desejo
ineficaz de evacuar, más enquanto que a constipação de Nux é causada por ação
peristáltica irregular, a de Lyc. parece ser causada por uma contração espasmódica
do ânus, que impede a evacuação e causa uma grande dor... Lyc. salvou com
freqüência casos imperfeitamente curados, negligenciados ou mal tratados dc
pneumonia, de chegar a uma consunção . . .” Nós demos essas indicações
características em outra parte: a testa franzida, o abanar das asas nasais, a
agravação da febre das 16 às 20 hs., etc.
Lyc. fica doente, como um remédio friorento; no entanto é um dos poucos
remédios que aparecem no Repertório na rubrica, Melhor quando está frio (IOD.,
PULS., comLach.,Nat. mur., Sulph. e alguns outros). Mas Lyc. fica geralmente
melhor por coisas, bebidas, etc. quentes ou mornas, e ainda melhor aquecido na
cama.
Uns poucos pontos adicionais vindos de KENT, que reitera, enfatiza e
amplifica: “Lycopodium emagrece em cima, enquanto que as extremidades estão
razoavelmente bem nutridas... O paciente Lyc. não pode comer ostras. Não parece
ser importante qual o problema dele, se comer ostras fica doente... dor de cabeça,
dor no ovário, tosse - depois de comer ostras. Ostras são como veneno para Lyc.,
assim como cebolas são um veneno P para o paciente Thuja. O paciente (Jxalic
acidum não pode cõmerinbran- gosTSevocê Estiver num lugaTondíT uni paciente
ficiTcloente^ depois^de

\ comer morangos, tomates ou ostras e não tiver remédios homeopáticos à \ mãos, é


bom lembrar que um pedaço de queijo irá digerir morangos, to- J mates ou ostras, em
poucos minutos.

vãTTqüêTfcr faZeralguma coisa, colocar roupas quentes ou água quente nas partes
doloridas, mas isto deixará o paciente Lyc. pior.
“Lyc. é cansado. Uma mente cansada, uma fadiga crônica, esqueci-
66 LYCUrUDIUM

mento, aversão a empreender algo novo, a apresentar-se em qualquer função


nova; aversão ao seu próprio trabalho.
“Taciturnidade; deseja ficar sozinho. Se houvesse dois quartos adja centes na
casa, o paciente Lyc. iria para dentro de um e ficaria lá, apesar de ficar muito
alegre por ter alguém no outro quarto. Este é o estado de espírito Lyc....
“Lyc. se desfaz em lágrimas quando encontra um amigo ________ Uma tris
teza incomum com choro surge neste paciente ao receber um presente. Na mais
leve alegria, Lyc. chora ... até cai em prantos quando lhe agradecem ...
“O pé esquerdo frio, o outro quente... areia vermelha na urina, depó sito
vermelho como pimenta...”
Com relação à garganta e difteria, além da localização “direita para esquerda”
de Lyc. e “esquerda para direita” de Lach., Kent mostra que “Lach. é melhor com o
frio e tem espasmos da garganta ao tentar beber bebidas mornas, enquanto que
Lyc. está melhor comjjebidas mornas, apesar jle às vezesjjçar melhor com bebidas
frias”, ^ importante saber disso, ou po3e-setendera descartar Lyc., quando no
entanto é o indicado.
Para se tornar um rápido e correto prescritor - para o volume de pacientes que
aglomeram-se num ambulatório hospitalar ou num instituto de aposentadoria,
existem dúzias de remédios que é preciso se conhecer, de modo a ser capaz de
reconhecê-los depois de um mínimo de olhares e perguntas. Tais remédios são
SEPIA, SULPHUR, LYCOPODIUM, CALCAREA, SILICEA, NATRUM MUR.,
ARSENICUM, BRY- ONIA - todos os antipsóricos de Hahnemann! E para
trabalhos agudos, ACONITUM, BELLADONNA, novamente BRYONIA, RHUS,
GELSEMIUM, BAPTISLA e alguns outros indispensáveis. Estes são to dos
remédios de personalidade distinta e não devem ser confundidos - uma vez que o
íntimo deles seja compreendido. Ê para tornar estes remédios facilmente
reconhecíveis que em nossos pequenos retratos das drogas, reiteramos e tentamos
produzir um instantâneo de um ou outro, com suas várias utilidades. Tal
sortimento de drogas nas pontas dos dedos deveria transformar a prescrição
homeopática, em uma larga proporção das queixas comuns, comparativamente
fácil e segura.

LYCOPODIUM EM ANEURISMA

O Dr. HUGHES (Pharmacodynamics) menciona um “ponto curioso” com relação a


Lycopodium. Ele diz: “Lycopodium tem sido, ocasionalmente, sugerido para
aneurisma, mas eu havia pensado pouco sobre isto, apesar de que em um caso,
tratado pelo Dr. Madden e por mim mesmo, o que parecia ser um aneurisma
aórtico sumiu enquánto nós estávamos
LYCOPODIUM 67

dando o medicamento para a saúde geral. Mas eu vi, depois, os resultados mais
surpreendentes deste remédio em um inconfundível aneurisma ca- rotídeo em
uma velha senhora, que para seus sintomas dispépticos o remédio freqüentemente
mostrava-se útil. As dores penetrantes que acompanhavam o inchaço
desapareceram nos primeiros três dias que havia tomado Lycopodium; e em duas
semanas, o aumento da artéria estava reduzido pela metade, sendo que deste
ponto em diante continuou estacionário, não lhe causando mais dor ou
inconveniência”.
r
MAGNÉSIA PHOSPHORICA

Mag. phos. é, provavelmente, o mais importante e precioso dos remédios


derivados dos estudos bioquímicos do Dr. Schuessler. E um de seus doze
“Remédios dos Tecidos”. Ele é utilizado em baixas potências e doses freqüentes,
mas nós podemos atestar, através de larga e freqüente experiência, que ele
funciona magnificamente nas altas e nas mais altas potências em dosagem
bastante infreqüente, i.e. somente repetida se e quando os mesmos sintomas
voltarem, talvez depois de meses, requisitando uma repetição do mesmo remédio.
Mas isto, é claro, somente quando prescrito em semelhança de sintomas causados
e curados.
Mag. phos. é um dos maiores, senão o maior, dos remédios de disme- norréia:
mas somente de dismenorréia dc seu próprio tipo, a saber onde as dores fazem
dobrara vítima; são aliviadas pelo calor, bebidas quentes, aplicações quentes; &
agravadas pelo frio. Neste alívio por dobrar-se e pelo calor, é muito parecido com
Colocynthis, um outro grande remédio para tais formas de dismenorréia; masMag.
phos. tem uma grande idiossincrasia com relação ao calor e frio; e as
mentalidades dos dois não são parecidas. As dores de Coloc. são freqüentemente
devidas à vexação. Raiva e irritação em Coloc, pode produzir dor em qualquer
parte do corpo - até mesmo na espinha. Mas não é surpresa que os sintomas em
Mag. phos. e Coloc. deveriam apresentar muitos pontos de semelhança, desde que
Coloc., que pertence ao reino vegetal, contém 3 por cento de Mag. phos. “Entre
as” (outras) “plantas que contêm Mag. phos., temos a Lobelia, Symphytum e
Vibumum, o que explica a presença de sintomas semelhantes”. É muito
interessante reconhecer, em remédios vegetais, os diferentes elementos ou sais
que aparecem neles, e que explicam alguns dos sintomas que possuem em
comum. Isto os torna mais fácil de serem lembrados.
Em “OS DOZE REMÉDIOS DOS TECI DOS DE SCHUESSLER” (Drs.
Boericke e Dewey) dizem-nos que o Dr. Schuessler recomendou a trituração D6
eafirmava que ela agia melhor quando dada em água quente... “Mas em vista dos
resultados realmente surpreendentes e, aparentemente, totalmente dignos de
confiança, obtidos através de experimentadores com as potências altas e as mais
altas, nós as recomendaríamos, se as mais baixas falharem”. (Nós podemos
acrescentar que nossos próprios

68
MAGNÉSIA PHOSPHORJCA 69

resultados têm sido, sempre, obtidos, até quando conseguimos nos lembrar, com
doses únicas da potência CM).
Um caso jamais esquecido, pela reação desagradável - até mesmo alarmante,
foi o de uma criança, no departamento ambulatorial, há muitos anos atrás, que
tomou uma dose de Mag. phos. CM, para coréia. Ela foi rapidamente trazida de
volta com uma extensão do problema, aparentemente, para dentro da região da
laringe, i.e. com espasmos respiratórios mais alarmantes. Foi imediatamente
internada, não tomou qualquer outro medicamento e ficou bem em poucos dias. A
droga, prescrita numa potência mais baixa, não teria provavelmente evocado tal
agravação alarmante - ou patogenesia, mas o resultado não foi tão ruim. Não se
cura completamente, de modo freqüente, uma coréia, dentro de duas sema nas, o
que ocorreu até onde se pode lembrar, naquele caso.
Entre os casos que vêm à memória com relação a Mag. phos., há aquele de um
bebê “muito doente”, que foi internado no Hospital por diarréia com dores em
cólica, fazendo-o dobrar as pernas. Coloc. foi dado e a diarréia foi aliviada, mas as
dores persistiram e o medo era de que o bebê morresse. Mas percebeu -se que uma
mão aquecida sobre o abdome evidentemente confortava o bebê; e Mag. phos., logo
depois, fez o resto.
Mas a principal utilidade de Mag. phos. tem sido no tratamento de dis-
menorréia. Doses únicas de CM, dadas a qualquer momento da vinda da paciente,
não necessariamente durante o período doloroso, curou para nós um número
considerável de casos, sendo as indicações: dismenorréia, com violenta dor
abdominal, fazendo a paciente se dobrar, e somente aliviada pelo calor.

SINTOMAS EM NEGRITO

Neuralgia ou dor de cabeça reumática: melhor com aplicações externas quentes;


muito martirizante.
Tendência a sintomas espasmódicos.
Dores penetrantes em ferroadas, erráticas, intermitentes ou espasmó- dicas; clarões
diante dos olhos.
Mais usado em pessoas jovens e fortes. Depois de trabalho mental.
Dor neurálgica, especialmente atrás do ouvido direito; pior ao sair no ar frio, e ao
lavar o rosto e pescoço em ágLia fria.
Otalgiapuramente nervosa.

Dor de dente, melhor com o calor e líquidos quentes.


Dor severa em dente cariado ou obturado; inchaço da língua.
Queixas de crianças na dentição.
Espasmos durante a dentição, sem febre.
Espasmos ou cólicas no estômago, picantes, agudas, apertadas, com curta eructação
de ar, não produzindo alívio.
Espasmos ou cólicas no estômago, com a língua limpa; como se uma fita fosse
apertadamente atada ou repuxada em volta do corpo.
Enteralgia.
Cólica flatulenta forçando o paciente a curvar-se dobrado (Coloc.); melhor por
pressão, fricção, calor. Acompanhada de eructação de gás, que não produz alívio.
Sensação de inchaço e plenitude no abdome; deve afrouxar as roupas (Lyc.) e andar.
Cólica flatulenta de crianças e de recém-nascidos, com levantar das pernas; cólica
renitente; dor em cólica com acidez.
Dor irradiante no abdome.
Meteorismoem vacas (Colch.).

Enurese noturna por irritação nervosa.

Cólica menstruai.
Dismenorréia membranosa.
Neuralgia ovariana, dor penetrante e súbita, como um relâmpago; pior do lado
direito.

Asma nervosa, espasmódica.

Coréia.
Neuralgia em intervalos, aliviada pelo aquecimento.

Lânguido; cansado; exausto.


Frialdade; calafrios correm de cima para baixo nas costas (Gels.) com tremedeira.
Medo de se descobrir (Nux).

Pior: lado direito; pelo frio; ao tocar: aliviado pelo calor; ao curvar-se \obrado.

* * * * *
Mag. phos. é útil em nistagmo; estrabismo; piscar de olhos espasmódico;
ptose; em gagueira espasmódica; constrição espasmódica da garganta com
sensação de sufoco. Em soluços, dia e noite, com ânsia de vômito.
Em neuralgia vesical, depois de cateterização; sensação como se os músculos
não contraíssem.
Em laryngismus stridulus. Em tosses espasmódicas e coqueluche. Em angina
pectoris. Em neuralgia intercostal, do tipo constritivo. Em agitação das mãos e
pernas; dor ciática; câimbras nas panturrilhas; mesmo
MAUNtSlA .PHOSPHOR1CA ^ li

para dores violentas em reumatismo agudo das juntas. Todos os tipos de


espasmos com contrações dos dedos e olhos fixos. Em convulsões, com in -
flexibilidade dos membros, dedos polegares contraídos para dentro e dedos
firmemente apertados (Cup.). Câimbras de pianistas ou violinistas; câimbra do
escritor. Em coréia ... e quando as fibras musculares do coração pareciam
participar do espasmo generalizado. Em epilepsia. Em paralisia; paralisia
agitante.
Dores violentas; dores enlouquecedoras; dores martirizantes; dores terríveis;
grande dor com ânsia de vômito.
Dores: agudas; penetrantes; como relâmpago; cortantes; em ferroa- da; em
câimbra; perfurantes; apertadas; repuxantes; constritivas; formi- gantes.
Diz-se ser “um remédio nutriente e funcional para tecidos nervosos”.

Nash diz: “Agora nós chegamos ao soberano das magnésias. Ele é


comparativamente novo e nunca lhe foi concedido um lugar em nossa Matéria
Médica, de acordo com sua importância e méritos.
“Ele está em primeiro lugar entre os nossos melhores remédios para neuralgia
ou dor: nenhum tem uma variedade tão grande de dores”; (ele as detalha).
“CÓLICA - esta continua sendo, em minha opinião, a mais característica e mais
freqüente, encontrada no estômago, abdome e pélvis. Em dismenorréia da
variedade neurálgica, com as dores em cólica características, eu não encontrei
remédio igual a este”. (Nota - Nash o dá em alta potência: 55M feita em seu
próprio dinam izador). N
“Ao lado da cólica, está sua modalidade característica: alívio por aplicações
quentes”. Aqui Nash faz uma importante comparação - com Arse- nicum. Ele diz:
“Nenhum remédio possui isto” (alívio por aplicações quentes)" mais
proeminentemente do queArsenicum alb. Mas você perceberá que entre todas as
várias dores que nós mencionamos como pertencentes a Magnésia phosa única
distinta por sua ausência é a mais característica deArsenicum, a saber - dores
queimantes. Eu vi esta diferença”, ele diz, “e descobri que se as dores queimantes
fossem aliviadas pelo calor, era quase certeza que Arsenicum aliviaria, enquanto
que dores não queimantes, mas também aliviadas pelo calor, seriam curadas por
Magnésia phos. Eu acho que isto será considerado um diagnóstico valioso entre os
dois remédios".
Ele diz: “Durante menstruação dolorosa Magnésia phos. é mais rápido em sua
ação do que Pulsatilla, Caulophylum, Cimicifuga ou qualquer outro remédio que eu
conheça”. Ele acha que Cimicifuga melhor cobre os casos reumáticos, Mag. phos.
aqueles de caráter puramente neurálgico. “Eu não confio na teoria schuessleriana.
Similia similibus curentur resistiu ao teste com outros remédios e assim fará com os
chamados remédios dos
72 MAGNÉSIA. PHOSPHORICA

tecidos, independente de teorias”.

Agora, nós vamos, com o risco de repetição, pedir sugestões à perspicácia e


clareza de Kent, condensando:
Melhor conhecido por suas condições espasmódicas e neuralgias. Uma dor
localiza-se em um nervo e permanece ali, torna-se cada vez pior, às vezes vindo
em paroxismos, mas tornando-se tão violenta que o paciente fica desvairado. As
dores são sempre melhoradas pelo calor e pressão... as dores são ocasionadas quando
ele fica frio, ou em um lugar frio,..
As dores são sentidas em todo lugar... estômago, intestinos, com as
mesmas modalidades... dores até na medula espinhal, melhoradas pelo
calor... câimbras por esforço prolongado - escritores, pianistas e harpis-

Í
tas; eles, de repente, falham, com rigidez e câimbra depois de muitas ho -
ras de trabalho, todos os dias, durante anos... A câimbra na mão do ope-
rário, do carpinteiro... esta é uma forte característica do remédio, em to-
dos os casos de esforço excessivo.
Grita com as cólicas violentas em disenteria e cólera morbo ... “Este
era o principal remédio de Schuessler para coréia, mas nós só podemos
usá-lo pela sua experimentação. Ele o prescrevia em todas condições ner -
vosas* mas sua experimentação justifica seu uso em neuralgia melhorada
pelo calor e pressão”. Câimbras e repuxões... Uma dor rasgante, como se
o nervo estivesse inflamado e esticado. Agitação, como em paralisia agi-
tans. Melhor com calor e pressão, e pior com o frio, banho frio, ventos
frios, tempo frio, falta de roupa. Dores por toda parte; mas dor mais pro -
vavelmente localizada em uma parte.
“Os sintomas mentais não se apresentam. Clinicamente utilizado
quando as diarréias cessaram de repente e problemas cerebrais surgiram.
Congestão cerebral; mas isto é totalmente clínico”.
Dores de cabeça, com face vermelha e pulsação, como Bell., mas ali-
viadas por bandagem apertada e um quarto quente.
Espasmos em volta dos olhos; contrações musculares; estrabismo.
Neuralgias da face, violentas neuralgias supra e infra-orbitais; especial-
^mente do lado direito; melhor com calor e pressão; pior com frio.
Dores no estômago com a língua limpa. Cólica melhorada ao dobrar-
fe, como Coloc., e pelo calor. “A cólica não é tão marcantemehte aliviada
"pelo calor em Coloc., mas é aliviada pela pressão”. Distensão do abdome
com muita dor. Irradiante. Compelido a andar e gemer. Meteorismo.
“Diz-^e que cura vacas nesta condição. Colchicum curará vacas quando
elas estiverem inchadas com gás, depois de tferem pastado em área cheia
de trevos”...

* %***
MAGNESÍA PHOSPHORICA 73

Dores de nervo, então, com espasmos, câimbra e cólica, sugerem Mag. phos.
Mas parece se observar que não é indicado onde houver febre, exce to em algumas
febres onde há câimbra. v4 grande esfera da droga é torturar e aliviar o tecido nervoso.
r >v

MEDORRHINUM

MEDORRHINUM é o produto esterilizado e potencializado de uma da quelas


doenças extremamente agudas que Hahnemann reconheceu como base de todas as
doenças crônicas e, portanto, uma sentença para a vida toda, a menos que
combatidas e “aniquiladas” pelos seus remédios homeopáticos adequados. Ele
põe em evidência dois deles, Thuja e Nitric acidum, como produtores de sintomas
semelhantes àqueles das manifestações gonorréicas agudas e, portanto,
potentemente curativos; prescritos, um ou outro, como o mais indicado.
Desde que seu trabalho mundano foi concluído, nós avançamos além do que
ele indicou, experimentando e empregando, com tremendo efeito, o próprio
produto da doença, mas “amansado”, segundo os métodos de preparo e
administração que ele estipulou, e tornado-absolutamentc inofensivo até para um
recém-nascido. Pudemos observar isto, certa vez, / quando uma mãe trouxe seu
filho de dias, por recomendação, porque ele constantemente esforçava-se para se
deitar sobre o rosto (um sintoma de Medorrhinum). A mãe estava aterrorizada de
que ele pudesse se sufocar. Mas depois de uma pequena dose dc Medorrhinum ele
mudou o temperamento e passou a dormir calma e normalmente.
A homeopatia empregou, nos últimos cem anos, os venenos mais mor tais não
somente com perfeita segurança, mas com um máximo de sucesso. Mas as
“doutrinas” dc Hahnemann, a respeito dos seus usos, devem ser observadas ou
aqueles venenos irão para o mesmo caminho dc tantas maravilhosas drogas
novas, louvadas aos céus, amplamente experimentadas - no doente, prescritas de
acordo com a fantasia individual do prescritor ou de alguém que as patrocinou,
reveladas como perigosas, expostas e censuradas publicamente em revistas
médicas, abandonadas em favor de alguma coisa ainda mais nova e mais
promissora. E durante todo este tempo, a Homeopatia pode ter estado usando -as
por cem anos ou mais c continua a empregá-las - em casos adequados, com a
absoluta previsão de onde e como pode se confiar nelas, meramente para
estimular a vitalidade para uma reação curativa e não produzir danos.
Medorrhinum foi introduzido como um medicamento homeopático, há cem
anos, pelo Dr. Swan, E.U.A., o grande pioneiro no uso de pro dutos de doenças
para a prevenção e cura de doença. A droga foi experi-
MEDORRHINUM 75

mcntada por um número de médicos bastanle eminentes, na maioria americanos.


Seus sintomas mais notáveis, aflorados por experimentações no ser saudável e
confirmados por subseqüentes experiências clínicas - i.e., seus “sintomas
patogenéticos verificados” são muitos e bastante surpreendentes, especialmente
aqueles da esfera méntal. Nós nos esforçaremos para chamar a atenção para eles,
pois eles não são facilmente entendidos pelo estudante de Matéria Médica, e já
que revelam o gênio da droga.
Mas, primeiramente, deixe-nos dizer enfaticamente - ninguém deve pensar
que pelo fato de Medorrhinum ser um remédio escolhido pelos sintomas de um
caso, o paciente deva ter tido a doença. É verdade que se observou este nosódio
agir brilhantemente em alguns casos agudos extremos e repugnantes, durante a
Grande Guerra. Mas bem mais comumen- te, a infecção pode ter-se infiltrado
através de muitas gerações e pode ser impossível se obter um progresso realmente
satisfatório na proteção à saúde sem umas poucas doses intercorrentes de
Medorrhinum, sugerido, é claro, pelos sintomas parecidos com aqueles de suas
experimentações. Podemos ficar seguros que, preparado segundo os métodos de
Hahnemann e prescrito como ele indicou, é impossível, como já dito, causar da no
através dele. Além disso, ele só pode afetar de modo curativo um paciente que se
apresente anormalmente sensível à sua ação por uma doença de sintomas
“parecidos”; estes, possivelmente, somente na esfera mental, pois o Medorrhinum
é uma das grandes drogas mentais.
Burnett, que teve uma grande experiência dos nosódios e, por meio deles,
ganhou sua enorme prática e a quase adoração dos pacientes, que encontraram
nele uma ajuda que não encontrariam cm outro lugar, costumava insistir que “o
lixo mais desprezível, preparado à maneira homeopática, pode ser não somente
inócuo, mas o mais puro ouro - aplicado homeopaticamente”.
Entre os sintomas de Medorrhinum, alguns são peculiares até onde sabemos. O
principal entre estes sintomas está “melhor no litoral”. Esta é a única droga citada
por Kent em seu Repertório, apesar de encontrarmos, em outro lugar, Bromiumy
em negrito, para a “asma de marinheiros tão logo chegam à terra finne”. Isto nós
verificamos alegremente em um caso que se apresentou para tratamento: A
respeito desta “melhora no litoral”, um de nossos perspicazes médicos jovens é o
mais entusiasmado, porque
o tem ajudado repetidas vezes a realizar um surpreendente trabalho. Este sintoma,
“melhor no litoral”, diz ele, “é reconhecido como sendo a grande característica da
droga”, e estes estão entre seus casos curados:
Um homem de 60 anos, que se queixava dc medo da morte; pior quando
sozinho; pior à noite; c reumatismo que sumia completamente no lito ral. Aqui
Medorrhinum 30 trouxe praticamente alívio instantâneo dos medos e o paciente
está melhor por completo, há uns quatro meses.
76 MEDORRHINUM

Uma mulher de 38 anos: úlcera duodenal com os sintomas habituais;


dor duas horas depois da refeição; flatulência excessiva; já com oito anos
de duração. Todos os seus problemas digestivos melhoram no litoral, foi
dado a ela Medorrhinum CM. isto foi seguido de melhora rápida de todos
os sintomas, que tem se mantido por três meses.
Mulher de 40 anos, emagrecida, com coceira no couro cabeludo e que-
i de cabelo. <Ela sempre melhorava nc rialdade das mamas
quando o resto ao cõrpó êslàva quente. Um desejo por sal - todos sinto-
as de Medorrhinum. Ela tomou Medorrhinum 10M. A coceira e a queda
í cabelò pararam; a paciente ganhou peso; com melhoria marcante,
mbém, da aparência. Ele considera a indicação “queixas físicas cessam
) litoral”, independentemente do efeito tônico geral de um feriado, ex-
tremamente valiosa.
Nós também vimos sua excelente ação em alguns casos reumatóides,
bem como em uma diversidade de condições difíceis, prescrita sobre sin -
tomas ou sobre a história.
Lembramo-nos dc um caso ocular horrendo, por conseqüência de
uma infecção gonorréica na infância, onde uma mulher idosa teve um
grande aumento da visão c os olhos tornaram-se comparativamente nor-
mais em aparência, sob doses, em longos intervalos, de Medorrhinum e
Syphillinum. Um amigo médico, confrontado com sintomas mentais con-
fusos em uma mulher idosa, muito angustiantes para a família dela, deu
Medorrhinum com esplêndidos resultados.
Medorrhinum, como dito, tem uma riqueza de sintomas mcntais: Jes^
ixanha clarividência; curiosas confusões com o sentido do tempo, “como
se coisas feitas hoje tivessem ocorrido há uma semana”. Perda de racio -
( cínio: dificuldade de emitir declarações corretas. Começa bem, e então
jgjío sabe como terminar. Ilusões de alguém atrás dela, sussurrando. Ros-
tos surgem para ela detrás da mobília; pessoas entram, olham para ela,
sussurram, e dizem “venha!” . Vê pessoas grandes na sala; ratos grandes
correndo; sente uma mão delicada acariciando a cabeça dela da frente
para trás. Sensação como se toda a vida fosse irreal, como um sonho. Está
sempre antecipando; sente os problemas mais sensivelmente antes deles
acontecerem e geralmente de forma correta. Está com muita pressa. An -
tecipa a morte. Uma tendência para o suicídio: levanta-se e pega sua pis-
tola, mas é impedido. Tudo a assusta: notícias que chegam para ela pare -
cem tocar seu coração antes de ouvi-las. Medo do escuro. Cometeu o pecado
imperdoável e está indo para o inferno. Desesperada; não se import? se ela vai
para o céu ou para o inferno. Muito impaciente, muito egoísta.
Uma sensação como se ela fitasse arregaladamente a tudo. Ptose das
pálpebras.
Quase total surdez de ambos ouvidos. Surdez parcial ou passageira. Sensação
de ser surda indo de um ouvido para o outro; como se um tubo
MEDORRHINUM 77

atravessasse sua cabeça. Quando assobia, o som é duplo, com vibração como se
duas pessoas assobiassem terças. Barulhos, de fritura e silvo, como se fosse em
células mastóides. Um verme se arrasta no ouvido direito e começa a perfurar a
parede anterior do canal auditivo.
Nariz ferido; sangra; como se uma centopéia rastejasse na narina es querda.
Gosto de cobre; língua com uma camada. Língua empolada; vesículas ha
superfície interna dos lábios e bochechas; pele descarnando em pedaços.
Garganta como se raspada. Salivação. Muco fibroso sai da boca du rante o
sono.
orazmente faminto, imediatamente depois de comer; ou absoluta raa de apetite.
Extremamente sedento; mesmo em sonhos ela está bebendo. Insaciável desejo por
licor, o qual ela odiava.
Desejo: por sal; doces; fruta verde; gelos; coisas azedas; laranjas.
O vômito é de muco grosso e bile preta; geralmente sem náusea.
Uma carteira de alfinetes no estômago parecem forçar através da carne,
fazendo-a dobrar-se e gritar. Dor intensa e apertada no estômago, com desejo de
rasgar alguma coisa.
Dores terríveis no fígado. Dor apertada no fígado e baço.
Palpitação e batidas na região da cápsula supra-renal; dores repuxan- tes e
relaxantes; como se causado por inset os com garras, frios como gelo.
Dor agonizante no plexo solar. Ele colocou a mão direita no estômago e a
esquerda na região lombar.
Batidas dos pulsos no abdome e em muitas regiões.
Somente pode evacuar ao inclinar-se para trás. Exsudação úmida do ânus,
fétida como peixe em salmoura.
Sensação borbulhante no rim.
Medorrhinum está grafado em negrito no Repertório, com Sulphur, Pulsatilla e
ChamomiUa, para solas dos pés queimantes, que são empurradas para fora da cama
à noite.
Um sintoma que faria alguém considerar Medorrhinum como o remédio é a
história de uma descarga acre, ofensiva da vagina; talvez esverdea da.
Medorrhinum afeta as mamas; como “Mamas frias como gelo ao tocar,
especialmente os mamilos, o resto do corpo quente” e, além disso, “dor nos
mamilos, sensíveis e inflamados”. “Sensibilidade peculiar das mamas”; até mesmo
“inchaço extenso, mas não doloroso, da mama esquerda”.
Este é um remédio útil em consunção incipiente.
Hering apresenta casos curados: “Criança de 15 meses, trazida em um
travesseiro, aparentemente morta; olhos vidrados, fixos; não se podia achar o
pulso, mas se sentiam as batidas do coração; saindo do ânus, fezes
78 MEDORRHINUM

amarelo- esverdeadas, finas, horrivelmente ofensivas”. “Um bebê de sete meses,


grande emagrecimento, diarréia verde, aquosa, viscosa, amarela, coagulada,
cheirando como ovos podres; fezes involuntárias; aparentemente sem vida, exceto
por ele virar a cabeça no travesseiro”. “Cólera in- fantum com opistòtono,
vômitos, e diarréia aquosa; profusa descarga de sangue e pus”.
Med. tem muitos sintomas urinários; dor nas supra-renais; borbulhar nos rins;
urina com cheiro forte; urina sem cor; urina com película gordurosa; é curativo
em alguns casos de enurese noturna; mesmo diabetes.
Entre os sintomas da respiração, citamos dificuldade e opressão para respirar;
tem que encher os pulmões, mas sem força para expelir o ar. Espasmo da glote, ar
expelido com dificuldade, mas inalado com facilidade (Chlorwn). Em asma e para
alívio da tosse, Medorrhinum deita sobre o rosto. Calor queimante no peito é um
de seus sintomas pulmonares e tem boa reputação para a tísica incipiente. Dores
no peito, no coração, nos membros. Mostrou-se útil onde as juntas estão tensas
com fluido: aquela forma de artrite reumatóide. Lembramo-nos de um caso onde
uma mulher, uma cozinheira, teve que deixar o trabalho: todas as suas pequenas
juntas estavam muito doloridas, inchadas e cheias de fluido. Uma dose de
“Gonorrhinum” 30 e na consulta seguinte, relatou que tinha calçado os sa patos e
andado Hampstead Heath, como um teste: e então, ela voltou para o trabalho.
A queimação das solas, nós notamos. Hering apresenta um caso onde, depois
de suprimida a gonorréia, os pés estavam tão sensíveis que o homem tinha que
andar de joelhos.
Em doenças nervosas, a julgar pelas experimentações, seria bom lembrar de
Medorrhinum’. tremores; língua trêmula; dormência; perda de for-

tanto, os sintomas cardinais de Medorrhinum são:


Melhor no litoral.
Melhor em tempo úmido.
Melhor deitado sobre o abdome; inclinando-se para trás.
Pior com a luz do dia até o pôr-do-sol (inverí.o em Syphillinum), apesar de
alguns de seus sintomas tornarem-se piores à noite.
Este é um remédio de grande poder, de ampla utilidade - mas em suas
indicações muito definidas.

H. C. ALLEN, que em sua Matéria Medica oflhe Nosodes, tornou muitas dessas
drogas acessíveis para nós, tem um longo artigo sobre Medorrhinum. Ele diz que
existem dois preparos: o agudo e o crônico. Ele diz: “Como todos os outros
nosódios, este deveria ser prescrito de acordo com estritas indicações, assim
como nós prescreveríamos,4/semcwm, Opium e
MEDORRHINUM 79

Sulphur, sem consideração à sua origem ou diagnóstico”.


Ele mostra um caso de “obstinado reumatismo articular agudo em um homem
de 60 anos, de junho a setembro”. Ele sofria de uma martirizante agonia por uma
neuralgia. Depois de uma batalha desesperada pela vida, na primeira semana de
setembro, ele estava aliviado e levantou-se de sua cama arruinado. Era esperado
que o tempo, uma vida ao ar livre e as melhores medidas de higiene o
recuperassem. Mas semanas e meses se passaram sem mudança; ele andava pelas
ruas inclinado sobre uma bengala, curvado, agasalhado até as orelhas e com
aparência de um velho à beira da morte. Três meses depois de minha consulta, eu
o vi passar pelo meu consultório e, considerando sua antiga boa saúde e estrutura
robusta, levantei a questão: Por que ele continua nesta condição? Existe algum
mi- asma incurável, hereditário ou adquirido, para explicar a obstinação do caso?
Esta poderia ser uma infecção gonorréica? Por razões desnecessárias de serem
mencionadas, eu não podia perguntar-lhe.
Ocorreu-me, agora, a sugestão do Dr. Swan:
Um caso obstinado de reumatismo poderia ser devido a uma gonor- réia
latente e Medorrhinum o curará; em muitos casos onde a melhora chega a um certo
estágio e então pára, Medorrhinum remove a obstrução e o caso progride em
direção à cura; e isto, também, em casos onde a go- norréia parecia ser a causa
mais improvável, ensinando-nos acerca da universalidade da gonorréia latente e
da força curativa do vírus dinâmico.
A esposa do paciente consultou-me sobre outros problemas e disse que “seu
marido estava tão bem quanto poderia ser esperado, considerando-se sua idade;
ela acreditava que ele não faria mais nada, pois considerava seu estado frágil ser
devido à idade”. Contudo, ele veio no dia seguinte e eu dei-lhe três doses de
Medorrhinum, para ser tomado a cada manhã. Dentro de dez dias, ele retornou
sentindo-se bem e com uma boa aparência. Eu, então, dei-lhe uma dose para ser
tomada depois de mais tempo: esta foi a última prescrição que ele precisou.
Dentro de um mês, depois de Medorrhinum, ele largou a bengala e o cachecol, e
andou pela rua com um passo firme, um homem perfeitamente bem, tendo aumen -
tado o peso de 63 Kg para 96 Kg.

♦****
NASH diz que “o veneno da gonorréia é indubitavelmente um grande
remédio. Qualquer um que teve de lidar com a gonorréia, bem conhece a severa
forma de reumatismo que é freqüentemente a conseqüência da in trodução deste
produto da doença dentro do sistema. Eu vi alguns resultados marcantes a partir
do uso deste remédio em formas crônicas de reumatismo”.
Ele apresenta casos notáveis...
Ele diz que nunca encontrou qualquer história de gonorréia nos casos
80 MEDORRHINUM

em que ele foi capaz de beneficiar com este remédio ... “Levanta-se a questão:
será verdadeira a teoria do nosódio de Swan, ou são os produtos da doença
homeopaticamente curativos somente naqueles casos semelhantes a eles, sem
haver uma história do produto da doença?...
“Desde que escrevi a citação acima, eu fiz mais experimentos com os assim
chamados nosódios e tive, aparentemente, muito bons resultados a partir deste
remédio, bem como com Syphillinum, em intratáveis casos de reumatismo crônico.
A diferença mais característica é que com Medorrhinum as dores são piores
durante o dia, e com Syphillinum elas são piores à noite.
“Não há dúvida de que grandes poderes curativos residem nestes dois venenos
de doença e eles não deveriam ser descartados, simplesmente porque eles são os
produtos da doença.
“Com relação aos outros nosódios, eu vi, nos últimos dois anos, alguns efeitos
marcantes com eles”.

SINTOMAS EM NEGRITO

O tempo passa muito devagar.


Fraqueza de memória; desejo de adiar, porque o negócio parecia durar demais, ou
como se ele nunca pudesse ser concluído.
Durante conversa, ele interrompia e observava que não podia pensar qual palavra
queria usar.
Medo de que irá morrer.
Está com muita pressa: tanta pressa, que se sente fatigado.

Epistaxe.

Contínuo lacrimejar dos olhos: sensação de areia sob as pálpebras.

Impotência.
Consunção incipiente.

Grande palidez; amarelamento da face, particularmente em volta dos olhos, como


por uma contusão. Uma faixa amarela atravessa a testa perto do cabelo.

Neuralgia do lado direito das maxilas superior e inferior, estendendo-se para a


têmpora.
Inchaço duro do lado direito da maxila superior, como se fosse na cavidade de um
dente que se foi há anos.
MEDORRHINUM 81 (

{
Gengivas pálidas. (
Boca muito dolorida; úlceras na língua e na boca, como bolhas.
Vesículas na superfície intema das bochechas e lábios; pele descaman- (
do em pedaços. (

* (
Ansia de vômito violenta e vômitos por quarenta e oito horas, primeiro
muco claro, por fim como borra de café, com intensa dor de cabeça, grande (
desespero e sensação de morte iminente; durante o paroxismo estava cons- ^
tantemente rezando.
Câimbras no estômago, como por ar. (
Sensação na boca do estômago como uma carteira de alfinetes, que pa- (
reciam forçar através da came, fazendo-a levantar, dobrar-se e gritar; os alf-
inetes parecem vir de todos os lados.
Dor intensa no estômago e abdome superior, com sensação de aperto. (
Congestão do fígado. {

(
Calor queimante ao redor das costas, como um carvão em brasa.
í
Pulsação e batidas na região da cápsula supra-renal, como se por abs- (
cesso ou ponto ferido logo abaixo da quinta costela, do lado direito. Cala-
frios formigantes na região do rim direito, pulsando, contraindo, repuxando (
e relaxando como se causado por insetos gelados com garras. ^

K
Ascite: abdome grandemente distendido, urina escassa e de cor escura. (

Fezes pretas. ^
1
Diarréia branca.
Somente pode evacuar ao inclinar-se para trás; muito doloroso; como se
houvesse um caroço na superfície posterior do esfíncter; tão doloroso que
causa lacrimejamento. (
Cólera infantil com opistótono, vômitos e diarréia aquosa: descarga {
profusa de sangue e pus.
Dolorosos ataques de hemorróidas, sem sangramento; inchaço quente (
no lado esquerdo do ânus. \
Lombrigas. -{

v
GUNICUM1000 i

“GLINICUM não é nada mais do que Medorrhinum; então, por que multiplicar (
nomes? Somente porque eu mesmo obtive sua matriz através de um caso típico e
eu mesmo a macerei em conhaque, então eu sei o que
MtLUUKKtilNUM

é isto, e como preparei, e qualquer um pode fazer o mesmo a qualquer


momento e em qualquer lugar em todo o mundo...
“Minhas indicações para Glinicum são: despertado nas primeiras ho-
ras da manhã pela dor, acidez, língua com uma camada, gosto e hálito
imundos, língua suja não limpável, fraqueza, palidez, calafrio, pior pela
umidade fria; além do mais, Glin. é amplamente um remédio de laterali-
dade esquerda. Glin. limpa a metade dos casos dc^ciática que passam pelo
meu caminho. Que pr
A fim de obter, por experimentações do metal, um exato conhecimento de sua
ação sobre a saúde humana - viciar e portanto curar, Hahnemann fez um grande
esforço para garantir um MERCÚRIO, de uma vez, em um estado puro e
solúvel.
Um de seus preparos, “Mercurius viviis”, foi o mercúrio purificado a partir
do chumbo, etc. e então tornado ativo por trituração e potencializa- ção.
Porque, como ele diz, “O mercúrio, em seu estado metálico fluido, tem pouca
ação dinâmica na saúde do homem; são somente seus componentes químicos
que causam grandes efeitos”.
Ele discute os vários sais do mercúrio. Ele diz que estes sais, quando
cuidadosamente experimentados, “todos demonstram em suas ações uma certa
similaridade geral como mercuriais; enquanto que, por outro lado, eles
diferenciam-se amplamente um do outro em suas peculiaridades e muito mais
na intensidade de suas ações na saúde humana”.
Então, “este grande químico analítico” - pois Hàhnemann era assim
conhecido em seus dias - trabalhou “para obter mercúrio puro, em tal condição
que deveria ser capaz de mostrar seus efeitos verdadeiros, puros e peculiares no
organismo humano de uma maneira mais poderosamente curativa do que todas
as outras preparações conhecidas e combinações salinas”.
O resultado foi MERCURIUS SOL.UBILIS HAHNEMANNII, o óxido
negro de mercúrio, qué foi rapidamente “preferido, em quase todos os países, a
todos os outros mercuriais até então em uso, por conta de suas propriedades
anti-sifilíticas muito maissuavese mais eficazes”; e que ainda permanece em
uso geral na medicina, por todo o mundo, até hoje.
Mesmo isso não satisfez totalmente o desejo de Hahnemann “pelo mais
elevado grau de pureza” e ele continuou a preparar no cinzento precipitado um
óxido de mercúrio perfeitamente puro. Contudo, este preparo requeria muito
cuidado e trabalho*, e seus efeitos sendo indistinguíveis do óxido preto, foi o
óxido preto, Mercurius sohtbilis, tão drasticamente experimentado por
Hahnemann e sua equipe, o qual prescrevemos como

Na Matcna Mcdica Pura, ele descreve os processo > das várias preparações.

83
84 MERCURÍUS

Merc. sol. ou simplesmente “Mercentendendo-se que todos os outros mercuriais


que nós usamos terão suas designações especiais anexas - Merc. vi., Merc. cor.,
Merc. cy., Merc. bi-iodatiis, etc., etc., para identificá- los.
HERING (GuidingSymptoms) diz que “os sintomas do solubilis, obtidos por
experimentações segundo as regras, e os efeitos do vivus, coletados a partir de
relatos toxicológicos cuidadosamente analisados e clinicamente verificados, são
suficientemente similares para ser colocados sob uma só combinação”; apesar de
que, quando possível, coloca um “s” ou um “v” para mostrar a qual
especialmente o sintoma pertence; e Clarke em seu Dictionary segue Hering.
Enquanto que a Encyclopedia de Allen dá os sintomas sob cada preparação
separadamente.
Mercurius é uma das “drogas de freqüente uso”, sem ela pouco poderíamos
fazer. Ela encontra seu lugar, conseqüentemente, em toda pequena botica de
bolso de uma dúzia de remédios domésticos; e nenhum médico jamais sairia sem
“Merc.” em seu arsenal portátil. Ele tem uma posição única no tratamento tanto
das mais leves como das mais sérias doenças; de gripes e tosses; dores de dente e
dores de ouvido; dores de cabeça e problemas oculares; doenças do nariz, boca,
gengivas, língua, onde ;ua ação é bastante notável; doenças da garganta, rim,
abdome e evacuações - com constipação e diarréia; de órgãos urinários, órgãos
sexuais, pulmões, membros, glândulas, nervos - com tremor; pele com erupções,
ulcerações e transpiração. Mas em todo lugar ele tem suas notáveis peculiari-
dades. Uma vez compreendida a sua maneira, é difícil de esquecê-la.
Merc. é notável especialmente por sua putridez e mau cheiro- do hálito, de sua
saliva profusa, de suas transpirações encharcantes; mas, curiosamente, fezes,
urina, menstruações, leucorréia não são especialmente ofensivas, exceto as fezes
no caso de Merc. cor.
Um outro grande aspecto é “Pior com o calor da cama”.
Um outro: “ Pior à noite”.
Um outro: viscosidade das membranas mucosas.
Agora nós veremos como Merc. atraiu e foi útil a alguns dos nossos grandes
prescritores, e quais sugestões eles nos devem dar a respeito de seus usos.

. Este é o pequeno sumário de NASH...


I “Língua inchada, amolecida, adquire as marcas dos dentes; gengivas também
inchadas, esponjosas e sangrantes; hálito muito mal cheiroso.
“Transpira dia e noite sem alívio - em muitas queixas.
“Calafrios formigantes no começo de um resfriado ou ameaça de supuração.
“Viscosidade das membranas mucosas.
“Língua úmida, com sede intensa.
MERCURIUS 85

“Inchaços ganglionares, frios, com tendência a supurar. Úlceras com base


lardácea.
“Modalidades: pior à noite; no calor da cama; enquanto transpira; deitado do
lado direito.
“Doença dos ossos; as dores são piores à noite.
“Disenteria: evacuações viscosas, com sangue; com cólica, desfaleci - mento;
com grande tenesmo durante e depois, seguido por calafrios, e uma 'sensação de
não poder parar' de evacuar”. (Mais marcante em Merc. cor.).
“Quanto mais sangue e dor, melhor indicado.
“Afeta o lobo inferior do pulmão direito: pontadas até as costas (Chel., Kalic.).
“Sede intensa, apesar da língua parecer úmida e a saliva ser profusa”.
E Nash diz: “em baixas potências ele acelera a supuração; em altas, nborta a
supuração, como em amigdalite” ________

Agora deixaremos BOGER falar a partir de seu Therapeutic Key\


“Transpiração profusa com quase toda queixa, que não alivia.
“Catarro Narinas esfoladas, ulceradas (Aur., Sulph.).
“Ptialismo - fétido Gosto metálico.
“Língua larga, amolecida, mostra as marcas dos dentes (Chel., Pod., Rhus.).
“Sede com uma língua úmida e salivação. (Puls. seca e sem sede) (Também
Nux mosch.)
“Disenteria. Evacuações viscosas com sangue, com cólica e desfaleci- mento.
“Sem alívio ao evacuar (Merc. cor.). Sensação de nunca conseguir terminar de
evacuar (Merc. cor.). ^
“Salivação. Molha o travesseiro ao dormir. _ -—
“Mãos trêmulas”. _____ —" '

ash discute e aprofunda mais - ele escreve:


“O calafrio de Mercurius é peculiar, como eu tenho observado. Não é calafrio
com tremor, mas simplesmente um calafrio fonnigante”. (Gels., grandes calafrios
com os membros pesados; Nux, calafrios por ualquer movimento, ao deixar o
fogo.) “Freqüentemente quando este calafrio formigante é sentido, é o primeiro
sintoma de um resfriado e, se deixado sozinho, coriza, dor de garganta, bronquite
ou mesmo pneumonia podem se seguir; mas se tomada no começo, uma dose de
Merc. pode prevenir todos estes problemas. O calafrio é sentido mais geralmente
ao anoitecer e piora à noite se não removido por Mercúrio ... É freqüentemente
sentido em partes separadas. E também sentido em abscessos e anuncia a
formação de pus”.
oo MZK^UKIUS

(Lembramo-nos de um caso onde um cirurgião estava limpando vá-


rios abscessos em uma junta do ombro. O paciente queixava-se destes ca-
lafrios arrepiantes nos ferimentos. Merc. foi dado, com (como se soube
mais tarde) um grande benefício à condição.
Compare 5/7., que tem uma sensação de frialdade nas úlceras.
“Agora, as transpirações. Elas são muito profusas e não aliviam como,
geralmente, fazem as transpirações de doenças inflamatórias mas, pelo
contrário, as queixas aumentam com a transpiração. (Tilia). Em quais
doenças esta condição é encontrada? Isto pode ser encontrado em quase
todas as doenças: em dor de garganta, bronquite, pneumonia, pleurite,
abscessos, reumatismo, etc ... Em resumo, em qualquer doença em que
esta transpiração profusa e persistente, sem alívio, estiver presente, Mercu-
riuséo primeiro remédio a ser pensado,
“Pior à noite e especialmente no calor da cama, é uma outra forte ca-
racterística d&Mercurius. (Led.). Existe uma longa lista de remédios que
têm agravações à noite, mas não muitos com o calor da cama. Eu curei
muitas doenças de pele de vários nomes guiados por esta modalidade..

H. C. ALLEN assinala que “Merc. é pior com calor da cama, mas é me-
lhor por descansar na cama; enquanto que>t/s. é melhor com o calor da
cama, mas pior por descansar na cama”.
É o conhecimento destes pequenos pontos que freqüentemente faz
com que prescrições bem sucedidas sejam rapidamente praticáveis em
trabalho agudo: e Allen diz: “Pior ao deitar do lado direito - muito poucos
remédios têm isso”^

E agora, algumas citações de KENT.


“Merc. tem dores em ferroadas como Apis. Todos os rotineiros darão
Apis para dores em ferroadas e, no entanto, é freqüentemente de Merc.
que o paciente precisa.
“Otorréia purulenta e ofensiva ... furúnculos no canal externo. Ex-
crescências fungosas e pólipos.
\ “Gosto e língua: língua amolecida, superfície farinhenta, freqüente-
J mente pálida. As marcas dos dentes são observadas por toda margem da
, \x língua. Ela está inchada e pressiona contra os dentes, e então fica com
-<SC suas marcas. Velhas constituições gotosas; a língua inchará à noite e ele
despertará com esta enchendo-lhe a boca (Comp. Crot. h.) ... copioso
fluxo de saliva fétida.
“Leite nas mamas na mulher não-grávida, no período menstruai. Leite nas
mamas em vez de fluxo menstruai. Eu uma vez encontrei uma ano malia num
garoto de dezesseis anos, que tinha leite nos peitos. Eu o curei com Merc.
“A urina queima e precisa lavar-se. Coceira pelo contato da urina.
Mt^K^UtUUò O I

“As queixas, em geral, são piores enquanto ele transpira, e quanto mais ele
transpira, pior ele fica.
“... escoriação sempre que duas partes se tocam.
“Merc. especialmente afeta as juntas; reumatismo inflamatório com muito
inchaço, agravado pelo calor da cama e por se descobrir. É difícil achar a
quantidade certa de roupa. Doenças reumáticas com transpiração, agravação à
noite, pelo calor da cama e enquanto transpira, com aparência doentia. Ataca
especialmente os membros superiores, mas é também encontrado nos inferiores.
“Merc. é um dos melhores paliativos em câncer do útero e mamas. Ele
restringirá e às vezes curará o epitelioma. Eu conheci um caso curado pelo proto-
iodatus, uma massa ulcerada e endurecida no seio, tão grande quanto um ovo de
ganso, com nódulos na axila, a parte azulada e sem esperanças. A 100 a atenuação,
dada sempre que as dores fossem severas, removeu-a e ela permaneceu bem.
J “A língua pesada e as febres biliosas desaparecem depois de Merc. Ele é
maravilhosamente útil em febre héctica nos últimos estágios de consun- ção, e em
exaustivas doenças com tísica e em câncer, onde há dor, transpi ração pútrida etc
... quando o paciente 6 ictérico, em mal-estado geral, prostrado, trêmulo, com
músculos trêmulos, grande exaustão e febre
contínua”.
V4.
A propósito: Mercurius e Silicea são “inimigos”. Observou-se severas
agravações em casos de abscesso, quando um foi administrado depois do outro.
AquiHepar“colocará ordem nas coisas”.
Merc., além da putridez da boca e salivação, tem gosto salgado; gosto doce;
gosto metálico; gosto de ovos podres; gosto “nauseante”. '
“Problemas ocorrendo dentro ou sobre as bordas das pálpebras; testa; couro
cabeludo; ossos da cabeça; topo externo da cabeça; gânglios nas proximidades dos
ouvidos.
“Secreção nasal acre, nariz vermelho e escoriado o tempo todo; 'criança de
nariz sujo' (Sulph.). O canal do nariz pode dilatar-se bastante, em ambos os lados e
no topo .. .Raramente dê Merc. se a língua estiver seca”. (Keynotes de Guernsey).
Não irei discutir Mercurius no tratamento de doença venérea como indicado
em Doenças Crônicas de Hahnemann (cujo trabalho parece estar, finalmente, sendo
reconhecido); no entanto não se pode passar por isto sem tomar conhecimento.
Para o que temos a falar sobre o assunto, os médicos poderiam gostar de dar uma
olhada em um pequeno panfleto, publicado pela Associação Homeopática
Britânica, intitulado: Concepção das Doenças Crônicas de Hahnemann Como
Causadas por Micro- Organismos Parasitários.
É lembrada a rápida cura de um caso ruim de “pneumonia gripai”, lo
88 MERCURIUS

go depois da Guerra, com umas poucas doses de Merc. 30: dado por causa da
boca e hálito pútridos, e transpiração profusa v. mal cheirosa.

SINTOMAS EM NEGRITO

Hahnemann; Encyclopedia de Allen; GuidingSymptoms de Hering.

Apressado e fala rápida.


Memória fraca: esquece coisas.
Coceira no couro cabeludo.
Toda a CABEÇAfica dolorida ao tocar.
Dores dilacerantes e repuxantes no periósteo, cabeça e face; dores de cabeça
reumáticas.
Congestão da cabeça; sente que ela vai explodir;plenitude do cérebro.
Como se contraído por uma cinta; como se estivesse cm um torno.
O exterior da cabeça dolorido ao tocar.

Insetos negros parecem estar sempre voando diante de sua visão.


Uma névoa diante de um ou de ambos os OLHOS. Obscuridade da visão.
A luz do fogo ofusca demais os olhos.
Os olhos não podem suportara luz do fogo, ou do dia.
Uma névoa diante de um ou de ambos os olhos.
Se cia tenta olhar para alguma coisa, não pode reconhecê-la distintamente, então
os olhos involuntariamente se aproximam; quanto mais ela tenta impedir a contração,
menos é capaz de evitar isto; é obrigada a deitar-se e fechar os olhos.
Lacrimejo profuso, queimante, escoriante.
Descargas dc mucopurulento, fino e acre.
Blefarite: pálpebras vermelhas, grossas, inchadas. Pior ao ar livre: pior com
aplicações frias.
Dolorimentonos olhos; coceira nos globos oculares.

Rugidos nos OUVIDOS.


Ouvido interna e externamente inflamado, com dor como de câimbra e em
pontadas, e uma sensação como entupido pelo inchaço.
Uma substância sanguinolenta e ofensiva flui do ouvido direito, com dor
dilacerante.

Epistaxe. Sangramento do nariz durante o sono.


Odor ofensivo do NARIZ como numa violenta còriza.
Uma substância acre flui do nariz. Pus verde fétido.
MERCURIUS 89

O osso nasal fica dolorido quando apertado.

Os cantos da BOCA ulcerados e dolorosamente feridos.


Amolecimento dos dentes, que doem demais quando tocados pela língua. Uma
sensação como se todos os dentes fossem frouxos.
Língua branca, como se coberta com uma pele; grande inchaço da lín- gua.
Um tipo de afia na boca.
Violenta dor de dente à noite, seguida por um grande calafrio por todo o corpo.
Dor de dente espasmôdica à noite... Espasmos dos dentes da maxila inferior para
dentro do ouvido, e da maxila superior para a cabeça, com dor nas gengivas.
Gengivas inchadas; separadas dos dentes.
Sangramento da gengiva ao mais leve toque.
Gengiva dolorida quando tocada e ao mastigar.
Língua com uma camada branca, com gengivas embranquecidas e inchadas, que
sangram quando tocadas.
Língua inchada e tão mole nas bordas, que mostrava as marcas dos dentes em
recortes, que pareciam ulcerados.
Os cantos da boca ulcerados e doloridos.
Dore inchaço das glândulas salivares.
Constante ecptisis.
Gosto adocicado na boca.

GARGANTA constantemente seca; dói como se estivesse muito apertada


posteriomiente; uma pressão nela se ele engolisse, porém constantemente obrigado a
engolir, porque a boca estava sempre cheia de água.
Algo quente sobe para a garganta dela.
Ao engolir, dor penetrante nas amígdalas.
Supuração das amígdalas, com dor aguda e em pontadas nas fauces ao engolir.
(Sensação de miolo de maçã espetando na garganta).

GOSTO muito salgado nos lábios. Gosto salgado na língua.


Expectoração salgada.
Gosto de ovos podres quando ele move a língua, e então engole involun-
tariamente.
Gosto nauseante na boca.
\

A noite (1 h.) muita água flui dentro aa boca, com náusea ao mesmo tempo, de
modo que ele desperta e deve vomitar; sobe algo muito amargo.

Freqüente SO LUÇO.
yu MlLKi^UtU Uò

SUDTiextremamente violenta. Sede extraordinariamente intensa.


Dores queimantes no scorbiculus cordis.
A
Inchaço dos GÂNGLIOS ingidnais, com avennelhamento circunscrito.
O gânglio inguinal toma-se vennelho e inflamado; fica doloroso ao tocar e ao andar.

Ineficaz desejo de EVACUAR a todo o momento, com tenesmo no reto.


Fezes sanguinolentas com sensação dolorosa e acre no ânus.
Fezes verdes, viscosas e acres, que escoriam o ânus.
Junto com as fezes moles, dor queimante no ânus.
Diarréia verde: diarréia de muco verde, com queimação e protnisão do ânus.
Gonorréia esverdeada, sem dor, especialmente à noite.

Queimação na URETRA
Desejo constante de URINAR; a cada dez minutos; mas urina somente uma
pequena quantidade.
Urina imediatamente depois de ter eliminado um sedimento bastante turvo que se
deposita.
jjt Ele elimina muito mais urina do que o líquido que bebeu.
Micção muito freqüente e muito profusa.

Emissão seminal notuma, misturada com sangue.


Catamenia muito profusa.
Leucorréia esverdeada e picante, com muita coceira, especialmente ao anoitecer e à
noite, com violenta queimação depois de coçar.

Espirros freqüentes sem coriza.


Pontadas no peito com espirro ou tosse.
Uma pontada na parte anterior e superior do peito, estendendo-se para as costas.
Durante a tosse, tendência a vomitar.
Pontada na região coccígea, ao respirar.

Fraqueza e cansaço de todos os membros.


Tremor das mãos.
As juntas dos tornozelos como se deslocadas.
Como se os membros estivessem contundidos.

TRANSPIRAÇÃO profusa ao andar.


MERCURIUS 91

Transpiração a todo o movimento.


As queixas aumentam durante a transpiração.
Mãos e pés constantemente frios.
Transpira dia e noite, maspiorà noite. rTranspiração
profusa à noite. Muito profusa.
[Transpiração gordurosa e oleosa à noite. rranspiração profusa e ofensiva,
encharcando as roupas de cama.

Grandes ÚLCERAS sangram e, quando tocadas, uma dor afeta o corpo todo. Suas
margens evertidas como came crua e suas bases cobertas com uma camada caseosa.
Sangramento de uma úlcera que existia previamente.
Pacientes hidrópicos (assim chamados) perderam muito rapidamente o inchaço, è
ganharam rapidamente, ao invés disso, úlceras fétidas e decompostas nas pemas.

Freqüente despertar do sono.


Grande cansaço.
Excessivamente exausto depois de evacuar.

Assim que ele vai para a cama à noite, as dores recomeçam e expulsam o sonô,

r Entre suas sensações estranhas, estão:


Cabeça em um torno; ficando maior.
Clarões nos olhos.
Um peso pendurado no nariz.
Penas saindo dos cantos dos olhos.
Uma cunha entrando no ouvido.
Gelo no ouvido; água fria correndo para fora do ouvido.
Dentes frouxos, fixados em uma massa de mingau.
Um verme subindo pela garganta; caroço de maçã parado na gargan-
ta.

E entre os sintomas mentais e demenciais, estão:


Medo excessivo diante de uma pequena surpresa; as bochechas in-
cham; sente-se completamente contundida; ela não consegue se acalmar
Indescritível sensação de insuportável mal interno.
Imagina que ele está sofrendo os tormentos do inferno.
Tormento à noite, como se ele tivesse cometido algum crime.
Desejo de fugir, com ansiedade noturna e apreensão.
Extrema inquietude à noite. Deita-se, levanta-se; não descansa em lu-
gar nenhum.
92 MERCURIUS

Pensa que perde a razão; sobre morrer; ilusões.


Não se preocupa com nada. Extrema indiferença.
Mau humor; irritável; desconfiado; briguento: disputativo.
Fala absurdos; age como palhaço; faz coisas absurdas e tolas.
Mania: arranca as roupas à noite; rasga coisas e xinga. Pula alto. Fala e xinga
muito para si mesma. Não reconhece suas relações mais íntimas. Freqüentemente
cospe, espalha a saliva com seus pés; lambe um pouco de saliva de novo.
Freqüentemente lambe esterco de vaca e lama de poças. (Comp. Verat.). Coloca
pequenas pedras em sua boca sem engoli-las, mas reclama que elas estão
cortando seus intestinos. Não faz mal a ninguém, mas resiste quando tocad a: não
faz nada que dizem para ela fazer ... Ao sair para um passeio, ele sentiu umaforte
inclinaçao de pegar eStranhos pelo nariz...

MERCURIUS VIVUS

SINTOMAS EM NEGRITO

Vagarosidade ao responder perguntas. Memória fraca.


Rosto cor-de-terra, inchado.
Dentes pretos, frouxos.
Dentes cariados. Cárie dos dentes, eles se tomam frouxos em sucessão...
enegrecidos, expostos, soltos e cariados.
Os dentes se tomam despojados de gengiva e tomam-se pretos, com dor noturna nos
dentes, maxilas e cabeça.
Violenta dor de dente, com inchaço da gengiva e glândulas salivares.
4r Gengivas vermelhas e sangrentas, espontaneamente, ao mais leve contato.
As gengivas têm uma borda vermelho-vivo; pequenas úlceras em intervalos.
Gengivas esponjosas e sangrentas. Dor.
Língua preta com as bordas vermelhas. Língua vermelha, inchada.
Língua com uma camada, mostrando as marcas dos dentes sobre as margens.
Língua inchada, com seus movimentos dificultados.
Odor ruim da boca; odor fétido; adocicado.
Violenta estomatite, e sali vação.
Fala difícil por conta do tremor da boca e da língua. Gagueira.
Tremor das mãos. Tremedeira.
MERCURIUS 93 (

(
MERCURIUS CYANATUS <
(
Quase um específico para difteria.
(
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(
(
(
MEZEREUM
(Daphne Mezereum)

Um dos preciosos legados medicinais de Hahnemann. Ele diz que o suco, ao tocar
a pele, produz uma queimação bastante dolorosa, que dura por muito tempo; e ele
nos conta que, como o poder medicinal desta droga não é volátil, é melhor secar a
planta e triturá-la, como todas as outras substâncias secas. A casca, a raiz e o
caule são usados para fazer a tintura.
Mezereum é um arbusto resistente, nativo da Grã-Bretanha e de países do
norte; floresce no começo da primavera, às vezes na neve. Foi introduzido por
Stapf e amplamente experimentado por Hahnemann e sua equipe. A
experimentação aparece em sua obra Doenças Crônicas.
Afeta poderosamente a pele, ossos e membranas mucosas. Sua ação é
caracterizada, em toda parte, pela VIOLÊNCIA. Dores violentas; coceira
violenta; repentinas dores violentas na face durante o sono; violentas sensações
de fome; queimação violenta na boca; dores violentas no estômago e no esôfago;
violenta tendência à tosse, mais fraca do que pode ser alcançado pela tosse;
“violenta febre aguda”.
E toda a sua violência é mais violenta pela noite. Este é um dos remédios que
pode ser necessário no tratamento da sífilis; pode ser também necessário em uma
variedade de condições da pele - lesões muito severas da pele, caracterizadas pela
coceira violenta, e pior à noite; pelo calor da cama; a droga que entrou no
Repertório como “erupções que coçam, pior com o calor do fogo”.
Possui contrações incômodas: contrações das pálpebras; contrações e
espasmos dos músculos da bochecha direita; contrações dos músculos na boca d o
estômago.
Este é um dos poucos remédios que adoram e têm desejo por presunto gordo;
Mez. encontra alívio ao beber leite e ao comer bacon gordo. (Compare com
Tuberculinum).
Algumas das dores são violentamente queimantes; queimações “picantes”
(compara-se a Caps.); e tem um gosto ardente; um gosto salgado e picante; gosto
amargo e ácido - especialmente a cerveja tem gosto amargo (não a água) e causa
vômitos.
As condições estomacais (tem uma reputação para úlcera gástrica e até
enduração e carcinoma) são curiosas. Sem fome, pode haver constante desejo de
comer e de colocar algo no estômago, tendo com isso menos

94
MEZEREUM 95

dor. (Compara-se a Graph., Chel., etc.). Constante desejo por comida. A náusea
desaparece depois de comer. (Compara-se a Sepia).
Com relação à sua pele, jamais nos esquecemos de uma experiência repetida
com Mezereum CM., ao fazer um trabalho com crianças e feridos, no hospital
durante a Guerra; sendo as crianças mal nutridas, provavelmente se prestaram a
tais condições miseráveis. A experiência foi com os muitos casos de kerion (tinea
kerion), assim descrita nos compêndios: “notáveis sintomas inflamatórios com
circunscrita tumefação úmida do couro cabeludo, que é coberto com pústulas ou
com orifícios abertos, dos quais exsuda pus viscoso”. E lembramo-nos,
vividamente, como alguns dos casos eram “acompanhados de piolhos”. Diz -se
que o kerion pode flutuar e dar a idéia de abscesso, mas quando feita uma incisão,
ao invés de uma bolsa de pus, só exsudam poucos pontos de pus, sendo as células
capilares individuais o sítio de inumeráveis pequenos abscessos. De qualquer
forma, Mezereum nunca falhou em rapidamente curar a condição. Tanto que,
quando se solicitou do interior ajuda para algumas crianças afetadas, enviou -se
Mezereum CM; umas poucas doses, que, como nos contaram depois, curou
rapidamente.
“Específicos? Como você ousa ensinar específicos? É essa a Homeopatia de
Hahnemann, que você afirma ensinar?"
De fato, é. Hahnemann nos conta que, se nós somente prestássemos atenção
para doenças “miasmáticas”, agudas ou crônicas, i.e.para doenças causadas por
organismos parasíticos, que têm em cada caso a mesma origem, os mesmos sintomas, o
mesmo curso, “um específico deveria ser encontrado”. E o kerion é, sem dúvida, uma
específica infecção parasítica, causada por microorganismos e tendo a mesma
origem, os mesmos sintomas e o mesmo curso; para a qual, em relação a uma
experiência epidêmica com uma dúzia ou mais de casos, Mezereum é o específico;
e provou- se ser assim, agindo magnificamente em uma única dose da mais alta
potência que alguém já foi capaz de por as mãos. Portanto, deixe-nos, mais uma
vez, citar Hahnemann, com relação a “doenças infecciosas, causadas por um
contágio peculiar (um miasma de regular caráter fixo) tal como varíola, sarampo,
escarlatina, etc ... Estas parecem ser tão fixas em seus cursos, que são sempre
reconhecidas como sendo familiares. Podem ser dados nomes a elas e n ós
podemos procurar formular alguns métodos fixos de tratamento adequado, como
regra, para cada uma delas”.
Podemos aqui, com vantagem, dar por extenso um caso clássico do Dr. Carroll
Dunham, da cura de uma surdez quase vitalícia, com Mezereum. Ele encontrou na
história passada um ataque severo de uma simples tinea capitis, na infância; e, ao
tratar aquela antiga condição - tantos anos mais tarde - ele conseguiu restaurar a
audição, a utilidade e a felicidade de um garoto cuja vida tinha, até então, sido
destruída. Este foi um caso, evidentemente, do que nós nos aventuramos a chamar
de “kerion crônico”. Isto
96 MEZEREUM

confirma nossa argumentação, completamente explicada no Curso de


Correspondência de Pós-Graduação No. 12, que, em estado doentio que data a partir de
alguma doença aguda, da qual o paciente, aparentemente, recuperou-se, mas nunca
esteve bem desde então, nós realmente podemos estar lidando com Sarampo Crônico,
Difteria Crônica, Vacinose Crônica (Burnett), Pneumonia Crônica, etc., e nós
podemos provar nosso caso (para nossa própria satisfação, de qualquer forma) ao
ver o rápido salto para uma melhor vida e energia, dèpois de uma dose ou duas
de Diphtlierinum, Morbillinum, Pneumococcinum, Scarlatinum ou Streptococcinum,
Vario- linum, ou Thuja, etc., de acordo com a “história passada” do sofredor.
Nós não nos desculpamos por reproduzir o caso na íntegra, junto com as
lições tiradas dele, por um dos antigos mestres da prescrição homeo pática, apesar
de estar sendo repetidas vezes apresentado por professores de Homeopatia.

SURDEZ CURADA POR MEZEREUM, COM OBSERVAÇÕES

Reproduzido de Homeopathy, the Science ofTherapeutics Por Dr. Carrol Dunham

G.W.W. (17), pequeno mas bem proporcional e de boa constituição, saudável


desde os seus nove anos, ficou surdo desde os quatro anos. Quando tinha três
anos de idade, ele teve uma doença eruptiva de todo o couro cabeludo que, depois
de resistir por um ano a todos os métodos mais suaves de tratamento alopático,
foi, finalmente, levada a desaparecer da seguinte maneira: uma touca de piche foi
colocada sobre a sua cabeça e, quando firmemente aderida às crostas, a touca foi
violentamente arrancada. As crostas vieram junto com a touca, deixando todo o
couro cabeludo em carne-viva. Esta superfície esfolada foi umedecida com uma
solução saturada de nitrato de prata. A erupção não reapareceu, mas dè pois disto
a criança ficou surda.
A condição do jovem agora exige um severo cuidado de seus amigos. Sua
incapacidade de viver em sociedade ou de obter um emprego, por conta de sua
surdez, produziu uma mentalidade mórbida. Ele pensa em sua enfermidade e
isola-se até mesmo de sua própria família.
Sob tais circunstâncias, ele me pediu para que o curasse de sua surdez. Sua
condição atual é a seguinte: ele é totalmente incapaz de ouvir uma conversa
comum e nunca ouviu um sermão em sua vida. Um forte tique- taque dê um
relógio pode ser ouvido a uma distância de três polegadas e meia de cada ouvido.
Ao encostar um relógio em sua testa ou em seus dentes, ele o ouve distintamente.
Zumbidos ocasionais nos ouvidos. Um exame físico de seus ouvidos revela as
seguintes condições: o meato externo
MEZEREUM 97

é abundantemente suprido com uma cera macia e normal. A membrana do


tímpano é branca, opaca e, evidentemente, espessada. Quando o paciente tenta
inflar o ouvido médio (o qual ele realiza com grande dificuldade, fechando a boca
e nariz e fazendo uma expiração forçada), a membrana do tímpano torna-se muito
levemente convexa e é impossível distinguir seus vasos sanguíneos distendidos.
Há evidentemente um depósito na substância da membrana. Em um exame da
garganta, parece que o orifício do tubo eustaquiano está livre.
3 de fevereiro de 1857: o paciente recebeu um papel contendo três gló bulos
de, Mezereum 30, para ser tomado ao deitar-se.
24 de fevereiro: acha que ouve melhor - “todo som parece bem mais alto do
que antes”. Ouve meu relógio a uma distância de quatro polegadas e meia do
ouvido direito, e a quatro e um quarto do ouvido esquerdo. (Sem remédio).
I o de março: não progrediu durante a semana passada. Mezereum 30, três
glóbulos.
27 de março: ouve meu relógio com o ouvido direito a seis polegadas e meia,
e com o esquerdo a sete polegadas. (Sem remédio).
20 de abril: ouve meu relógio com o ouvido direito a uma distância de dez
polegadas, e com o esquerdo a uma distância dc quatorze polegadas. Ouve
conversa comum facilmente, com atenção. (Sem remédio).
28 de setembro: melhorou regularmente até há três semanas atrás, quando
ficou mais surdo de novo, sem causa aparente. Mezereum 30, três glóbulos, ao
deitar-se.
26 de junho de 1858: ouve meu relógio a uma distância de quatorze polegadas
do ouvido direito, e 24 polegadas do esquerdo. A surdez volta ao pegar uma gripe,
mas desaparece com a gripe. Mezereum 30, três glóbulos, ao deitar-se.
19 de março: para sua surpresa, ao ir para a igreja, apesar de sentado no fim
do imenso edifício, ele ouviu, distintamente, todo o sermão - pela primeira vez em
sua vida. Em um exame físico, a opacidade da membrana do tímpano parece ter
desaparecido, e sua elasticidade ficou sensivelmente aumentada.
24 de maio: o paciente me escreve que obteve, sem dificuldade, um emprego
em uma loja, e que não mais se percebe surdo. Sua única dificuldade é que, por
ele ter a reputação de ser surdo, todo mundo grita com ele. Seu pai escreve que a
audição do filho está “perfeitamente restaurada”.

OBSERVAÇÕES. O sucesso do tratamento aplicado neste caso justifica que


se façam umas poucas observações sobre sua racionalidade. Este era um caso que
não apresentava ao preseritor, aparentemente, nada em que basear -se uma
prescrição. Havia uma membrana do tímpano espessada - nada mais. O processo
de espessamento concluiu-se, provável-
IVI£1,U£L£\JO J U1VI

mente, anos atrás. Havia aqui uma condição anatomopatológica, mas não um
processo patológico e, conseqüentemente, não havia funções anormalmente
desenvolvidas - ou, em outras palavras, não havia sintomas de doença - dos quais
retirar indicações para o tratamento. A condição anatomopatológica não lançou
uma luz certa no processo patológico, que a produziu - assim como um
conhecimento da cidade, à qual um viajante chegou, não dá uma pista certa da
estrada pela qual ele chegou nesta cidade.
Mas, como Hahnemann orientou os seus discípulos, a história de um caso é,
freqüentemente, de máxima importância para determinar o tratamento. No caso
diante de nós, a coincidência entre a violenta remoção da tinea capitis por nitrato
de prata e o surgimento da surdez foi muito marcante para deixar de se observar.
Não poderia deixar de ocorrer ao médico que a doença do couro cabeludo era
uma fase de uma afecçãopsórica, como Hahnemann a teria chamado, ou de uma
discrasia, como a escola moderna de patologistas alemães diria (pois a doutrina
de discrasias é apenas uma adaptação da teoria psórica de Halmemann), e que
esta afecção, localizada sobre o couro cabeludo, transferiu-se para os tecidos do
ouvido. Ocorreu-me, depois, de que já que nesta última localização não havia
suficientes indicações para uma prescrição, eu poderia encontrar tais indicações
no fenômeno da antiga localização sobre o couro cabeludo. Eu,
conseqüentemente, dediquei-me à tarefa de conseguir um quadro completo desta
afecção, que tinha desaparecido treze anos antes. Por sorte, a mãe do paciente
possuía uma boa memória e um excelente poder de descrição e, através dela,
aprendi que “crostas grossas e esbranquiçadas, duras e quase calosas, cobriam
todo o couro cabeludo. Havia fendas nas escamas, através das quais, ao
pressionar, exsudavam um pus grosso amarelado, freqüentemente muito ofensivo.
Havia uma grande coceira e uma vontade de arrancar as escamas com as unhas -
especialmente incômodo à noite”.
O remédio que mais corresponde, em sua patogenesia, com o grupo de
sintomas acima, é indubitavelmente Mezereum. Na introdução à experimentação
daquela droga, em Doenças Crônicas, Vol. IV, Hahnemann o recomenda para
erupções úmidas do couro cabeludo. Na experimentação, em Archiv., vol. LV,
muitos sintomas apontam para a erupção similar - coceira, especialmente à noite,
mas o grupo conclusivo de sintomas patogenéticos é o seguinte, a partir de uma
nova experimentação de Mezereum, pelo falecido Dr. Wahle, de Roma, do qual o
manuscrito me foi mostrado pelo seu filho, o atual Dr. Wahle:
“Cabeça coberta com uma crosta grossa como couro, sob a qual um pus
branco e grosso acumula-se aqui e ali, e o cabelo fica colado; na cabeça, grandes
crostas elevadas, irregulares e brancas, sob as quais pus acu mula-se em
quantidade, torna-se ofensivo e alimenta vermes. A criança
MEZEREUM 99

continua coçando sua face e cabeça à noite, e continuamente arranca as crostas.”


A semelhança entre estes grupos de sintomas era tão surpreendente que
Mezereum foi imediatamente escolhido como o remédio para este caso de surdez,
simplesmente como se á doença do couro cabeludo estivesse ainda em sua forma
original e fosse o objeto direto da prescrição.
Não são raras as vezes que nós somos chamados para prescreve r o que
parecem ser mais resultados de ações mórbidas do que doenças ativas. Em tais
casos, parece que nós podemos, freqüentemente, basear com su cesso uma
prescrição sobre os sintomas de uma condição de doença que não existe mais,
mas que forma, na realidade, uma parte do caso. Pode não ser inoportuno chamar
a atenção para o quão completa é a corrobo- ração que este caso propicia da teoria
da psora de Hahnemann. É pouco necessário dizer que Hahnemann não tinha a
idéia de restringir a psora à sarna, como nós entendemos aquele termo, ou seja à
doença causada pelo ácaro. Pelo contrário, em suas Doenças Crônicas, Vol. IV, ele
expressamente inclui, sob esta, várias fonnas, como “sarna, tinea capitis, herpes,
etc.”

SINTOMAS EM NEGRITO

Hipocondríaco e desesperado. Não sente prazerem nada.


Tudo lhe parece morto, e nada causa uma impressão viva em sua mente.

DOR DE CABEÇA muito violenta; cabeça dolorosa ao mais leve toque (depois de
uma leve vexação).
Dor óssea nos ossos do crânio, especialmente agravada pelo contato.
Dor nos ossos do crânio, inchados e sensíveis ao frio e ao contato; pior com
movimento e ao anoitecer. Cáries.
Coceira e queimação do COURO CABELUDO.
Cabeça coberta com uma crosta grossa como couro, sob a qual um pus grosso
branco acumula-se aqui e ali, e o cabelo fica colado.
Na cabeça, grandes crostas brancas elevadas, sob as quais uma linfa acumula-se em
quantidade e começa a ficar ofensiva e a criar vermes.

OLHOS: sensação de secura.


Obstinada contração dos músculos da pálpebra superior esquerda.

OUVIDO: Sensação de ar distendendo o meato direito extemo. (E então o


esquerdo).

Sente os DENTES sem corte e alongados; dolorosos ao morder ou pelo


100 MEZEREUM

ar fresco.
Violenta queimação na boca.

Calor e raspadura nas fauces.


Queimação na GARGANTA e faringe; secura nas fauces, tosse curta e seca;
opressão ansiosa no peito, eliminação de pouco muco ao tossir.

Vomita CERVEJA, que tem um gosto amargo (não a água).

Dor no periôsteo de OSSOS longos, especialmente a tíbia; pior à noite na cama; o


menor toque é intolerável. Pior no tempo úmido.
Ossos inflamados, inchados, especialmente nos eixos de ossos cilíndricos; depois do
abuso de Mercúrio e doença venérea.

Eczema, coça de maneira intolerável, copiosa exsudação serosa.


Neuralgia e queimação após zona.
A PELE da face é de uma profunda vennelhidão inflamatória, e a erupção é ugorda
”e úmida.
A criança coça o rosto continuamente; este fica coberto de sangue.
À noite, a criança coça tanto o rosto que a cama fica coberta de sangue pela manhã;
e a face fica coberta com uma crosta que a criança constantemente arranca, e nos pontos
deixados em carne viva grandes pústidas (gordas) se fomiam.
Úlceras cobertas de grossas crostas amarelas esbranquiçadas, sob as quais pus
grosso e amarelo acumula-se.
Vesículas aparecem em volta das úlceras, violentamente pruriginosas e queimando
como fogo. Depois de oito dias, estas vesículas secam, deixando crostas que ao serem
arrancadas causam grande dor e retardam a cura.

ALGUNS SINTOMAS ESTRANHOS OU EM ITÁLICO

Irritável; aversão a tudo; desejo de fugir. (Bell., etc.).


Apreensividade na boca do estômago (K. carb., etc.) como quando se espera
alguma notícia muito desagradável.
Tudo o irrita; ele quer dizer todos os tipos do coisas aborrecedoras e
vexatórias.
Incapaz de se recordar; ou entender. Toda observação intercorrente dos
outros o incomodava e confundia suas idéias.
A cabeça fica pesada como se embriagado; como se ele tivesse ficado
acordado toda a noite.
Dor de cabeça, da raiz do nariz para dentro da testa, como se tudo fosse se
separar.
MEZEREUM 101

Ao pressionar o osso frontal, este dói e repuxa até os pés.


Calor e transpiração na cabeça; calafrios e frialdade no resto do corpo (de
manhã).
Sensação na parte superior da cabeça, como se vigorosa.
Dores pressivas como se o crânio fosse rachar.
Na cabeça, grandes crostas brancas elevadas; crostas como giz, que se
estendem para as sobrancelhas e nuca.
Picadas violentas na cabeça, como se fossem de piolhos.
Pressão nos globos oculares, como se muito dilatados.
Erupção úmida, pruriginosa na cabeça e atrás das orelhas (Graph.)
Erupção seca na cabeça, com coceira intolerável, como se a cabeça estivesse
em um formigueiro. (Favus.). (Um caso de favus recentemente curado comPuls. -
em uma criança tipicamente/fy/stffrV/tf).
Eczema das pálpebras e cabeça; crostas grossas e duras, das quais ex - suda
pus, ao se pressionar.
Sente os ouvidos como se estivessem muito abertos, e como se ar esti vesse
fluindo para dentro deles; ou como se o tímpano estivesse exposto ao ar frio; com
desejo de cavoucar com o dedo dentro do ouvido.
Erupção exsudativa atrás das orelhas.
Coriza fluente, crostas no nariz - sensibilidade. Constante escoriação do nariz.
(Compare comAur., Sulph.).
Músculos faciais repuxados, tensos; contração incômoda dos músculos da
bochecha direita.
Sensação como se os olhos fossem puxados para trás, para dentro da cabeça.
Vento soprando no ouvido direito.
Crostas nas proximidades da boca, parecidas com mel.
Sensação como se o dente estivesse sendo arrancado de sua cavidade.
Os dentes apodrecem subitamente acima das gengivas; as partes su periores
dos dentes permanecem intactas.
Raízes em deterioração.
Sensação apimentada no palato e nas fauces.
Fome canina ao meio dia e ao anoitecer. Perda de apetite.
Desejo de presunto gordo, café, vinho.
A cerveja tem gosto amargo e causa vômito.
Queimação em toda boca como por pimenta.
Úlcera do estômago.
Enduração do estômago.
Dores queimantes, corrosivas no estômago, como se estivesse esfolado por
dentro.
As fezes contêm corpos brilhosos. Pequenos grãos brancos, brilhantes nas
fezes de cor marrom.
O ânus torna-se dolorido e contraído nas proximidades do reto
lUZ MJtLZ,EKEUM

protruso.
Fezes duras como uma pedra e grandes; como se fossem rachar o ânus.
Pontadas no rim, e dor como se dilacerado.
Leucorréia corrosiva.
Dispnéia como se por aderências ou contração dos pulmões.
Tosse espasmódica; muco amarelo víscido; gosto salgado.
Tosse; quando come ou bebe algo quente precisa tossir até vomitar; por
cerveja.
Neuralgia intercostal, segue herpes zoster (Raiu bulb., Ars.)
Sente os membros como se encurtados.
Mão direita fria, a esquerda quente, ou ambas frias.
Paralisia dos flexores dos dedos das mãos; ponta dos dedos sem força, não
pode segurar nada.
Dor violenta no tíbia como se golpeada, ou como se o periôsteo tivesse sido
dilacerado, depois da meia-noite.
Perna, do joelho ao dorso do pé, coberta com crosta grossa amarela, de cujas
fendas exsuda uma matéria grossa amarela ao se pressionar.
As crostas caem em pedaços, deixando a pele vermelha viva, dolorida, com
uma coceira violenta e exsudando um fluido fino e claro, formando uma crosta
fina sob a qual pus acumula-se novamente; em volta das crostas, a pele fica
vermelha escura, tensa, quente, pruriginosa. A noite, coceira e queimação
intoleráveis na erupção. Odor abominável (Herpes cros- tácea).
Violentas dores noturnas nos ossos dos pés.
Sensação de uma grande leveza do corpo.
Especialmente indicado em janeiro e fevereiro.
Pior por calor e por frio.
Cabeça especialmente pior com o frio; dores nos ossos do crânio e no couro
cabeludo, etc.
Também pior com o calor da cama; do fogo; coceira no couro cabeludo e nos
pés. (ComoPuls.), fica friorento e sonolento em uma sala quente.
Mãos e pés frios; unhas azuladas. Com ponto quente no topo da cabeça.
Sensações: como se bêbado. Como se a parte superior da cabeça fosse
vigorosa. Como se o crânio fosse rachar. Como se tivesse perdido o topo da
cabeça.
Olhos puxados para trás; ouvidos abertos.
Dentes muito longos; formigas correndo sobre o peito.
Como se o crânio fosse rachar; como se as fezes fossem rachar o ânus; rins
como se dilacerados. Periôsteo partido.
Garganta estreitada. Peito muito apertado; membros muito curtos.
Picadas como de agulhas; milhões de insetos rastejando sobre ele.
MEZEREUM 103

Dores puxantes; nas cavidades dos dentes; da junta do quadril para o jòelho;
na bochecha; na pálpebra.
Como fogo sendo lançado através dos músculos.
Constrição da garganta, estômago, em volta do ânus em prolapso.
Sente os ossos distendidos.

HUGHES (Phannacodynamics) nos conta que Mezereum era uma das


substâncias vegetais... com a qual tentaram substituir o mercúrio no tratamento da
sífilis. Ele se refere à sua influência sobre nódulos e dores noturnas. E diz que a
patogenesia na Fragmenta de Hahnemann menciona tais dores, por ela causada, no
crânio, clavícula e coxas, e muitos dos experimentadores posteriores relatam a
mesma experiência; na prática homeopática, nós o usamos com muita confiança
nestas afecções e em periostite simples ou reumática. “Se ele age mesmo nos
ossos, eu hesito em dizer”. Mas ele diz que existe o registro de um caso, no qual
pareceu ter controlado a necrose da maxila, produzida por fósforo.
O método homeopático, diz ele, adicionou uma outra aplicação valiosa de
Mezereum - em doenças cutâneas. A planta é violentamente acre e irrita a pele
quando aplicada externamente, e a garganta, estômago e intestinos quando
ingerida. Ele fala de uma coceira intolerável sobre todo o corpo causada pelo uso
interno da droga; e da reputação de Mez. como “o melhor medicamento para
herpes zoster; e não somente para a erupção, mas támbém para a neuralgia
consecutiva”. Ele também cita Dunham: "estes sintomas sugerem imediatamente a
aplicabilidade de Mezereum à crosta láctea, a várias formas de impetigo puro; e a
algumas daquelas úlceras mercuriais ou mercúrio-sifilíticas nas extremidades
inferiores que são freqüentemente tão difíceis de curar. Eu tive freqüentemente
ocasião para testemunhar a pronta ação curativa de Mezereum nestas doenças, nas
quais eu geralmente usei a potência 200 a . Esta provou ser eficaz em casos nos
quais as diluições mais baixas foram inertes. As características das doenças de
pele de Mezereum são bem definidas nos sintomas acima, a saber: coceira que
ocorre ao anoitecer na cama, agravada e transformada em queimação por tocar ou
por coçar; sensibilidade ao toque; úlceras com uma aréola, sensíveis e que
sangram facilmente, doloridas à noite; o pus tende a formar uma crosta aderente,
sob a qual uma quantidade de pus acumula-se”. Hughes também cita Pareira: “Os
órgãos urinários são às vezes afetados por ela, uma irritação similar à de Caniharis
sendo instalada."

NASH cita “Dor em ossos longos, especialmente a tíbia” (Dros. e Lach., Asaf.,
etc.).
Neuralgia facial ou dor de dente, quando as dores são muito piores ao comer
ou por movimentos das maxilas; melhor por calor radiante.
104 MEZEREUM

Nariz: erupção vesicular, com escoriações, formação de crostas grossas, pior


à noite; zona.
Ele diz: “Eu uma vez curei um caso bastante obstinado de neuralgia facial
com Mez.\ pior ao comer; só aliviava ao manter a face tão perto quanto ele podia
de um forno quente; nenhum outro calor aplicado, molhado ou seco, aliviava."
(Isto é interessante, porque Mez. é em relação à pele, de qualquer forma,
marcantemente pior com o calor do fogo).

4c * * 4c 4c

GUERNSEY, Keynotes, diz: freqüentemente útil em cãsos de dores


neurálgicas muito violentas nos dentes ou face, especialmente se a dor for no
osso esquerdo, correndo em direção ao ouvido. Também dores neurálgicas à noite
nos dentes: dentes do lado esquerdo. Tíbia.
Boca enche-se de água.
Urina com flocos vermelhos que flutuam na superfície da urina.
Subsultus tendinum. Quando os dedos são colocados sobre o pulso ou em
outras partes do corpo, sente-se os tendões pularem e contraírem-se.
Queimação; flechadas súbitas nos músculos, como fogo sendo arremessado
através deles.

* * * * 4<
Deixe-nos recorrer aos últimos esclarecimentos e ênfases em KENT, este
vivido pintor de sintomatoiogias.
Transtornos eruptivos; erupções e ulcerações.
As superfícies externas do corpo estão em um estado constante de irritação;
sensações nervosas, picadas, formigamentos, coceiras, mudando de um lugar a
outro, ao coçar. A parte torna-se fria após coçar.
Assim que ele se aquece na cama, ou em uma sala quente, a coceira co meça.
Kent, é claro, cita as crostas grossas, resistentes e coriáceas; com flu tuação
abaixo das crostas, que quando pressionadas causa a exsudação de pus grosso
branco... freqüentemente encontram-se vermes entre as crostas. Pus acre, destrói
o cabelo... Casos com uma história de eczema ou sífilis suprimidos. Erupções,
cicatrizes vermelhas em volta da face e dos olhos; fendas nos cantos dos olhos.
Problema de ouvido por conseqüência de erupções suprimidas... Ca tarro
atrófico; degeneração de membranas mucosas, ouvido, nariz, garganta. Tem
todos os estados catarrais, as ulcerações e áreas de erupções cor d e cobre
encontradas na sífilis.
Tende a manifestar os sofrimentos do corpo na pele; joga os males físi cos
para a superfície. O paciente de Mezereum fica em muito boa saúde quando as
erupções afloram. Quando suprimidas, doenças catarrais, de sarranjos nervosos,
estranhos sintomas mentais, constipação, reumatis
MEZEREUM 105

mo, sintomas de juntas aparecem; ele se torna uma pessoa destruída men talmente.
Melancolia religiosa ou financeira; melancolia com relação aos seus negócios;
indiferença a todo mundo e a todos ... Insanidade com melancolia, tristeza, e uma
história de erupções que pedem Mezereum ...
Sensação de vazio, medo, apreensão, debilidade no estômago, como se
alguma coisa fosse acontecer. Todo choque, dor, más notícias, quando a
campainha da porta toca, quando ele espera o carteiro, ou um amigo, ou quando
apresentado a alguém, ele experimenta uma vibração começando no estômago; ele
sente “medo no estômago”. (Cale., Kali carb., Phos., e Mez.). Kent também diz:
“Estes indivíduos de tipo plexo solar têm freqüentemente a língua profundamente
rachada e são difíceis de se curar”.
r

MORBILLINUM
(O Vírus do Sarampo)

v.

O que nós estamos tentando dizer aqui é meramente experimental. Mas sente -se
que o mínimo que se pode fazer é lançar sugestões, acreditando ^ que elas podem, se férteis,
germinar mesmo em terrenos inesperados, e
produzir frutos ao bem comum. Isto nunca tinha acontecido até que alguém
alegremente descobriu que não são somente “pragas e galinhas que vêm para casa
para se alojar”. Mas a semente deve ser boa e o solo, no qual ela cair, propício,
ou - “nada feito!”.
No passado, desprezaram tolamente o SARAMPO, pouco se importando em
registrar sua ocorrência na história passada do paciente, pois quase todo mundo já
não teve sarampo? Mas agora, por muito tempo, Morbillinum, junto com remédios
semelhantes a “doenças infantis”, começa a se tornar bastante importante e sair
da obscuridade, no tratamento de Doenças Crônicas. Tanto, na verdade, que se
cerram os dentes e se determina que, por favor, Deus, ninguém mais terá Velhos
Crônicos. Soa fantástico? Extravagante? Nós veremos!
A Homeopatia foi, antes, escarnecida com seu método muito moderado ou
sem sucesso no tratamento de certas doenças complicadas; e o fato de que elas
são igualmente complicadas em qualquer outro lugar não é desculpa. E agora, é
só aqui que se está vislumbrando um indistinto pôr- do-sol, mesmo com relação à
mais terrível e complicada de todas elas. Por conseqüência, este de do indicador,
tremendo com esperança.
Deixe-nos enfatizar mais uma vez o fato de que Hahnemann não teria nenhum
dos Velhos Crônicos. Quando ele primeiro percebeu o ponto de parada, em alguns
casos, de remédios simples do atual quadro complexo de sintomas, ele tinha que
saber PORQUE. E quando ele, enfim, descobriu (como ele indicou e como
aparece) a NATUREZA da Doença Crônica e seu único tratamentq possível, ele
estava táo adiante de seu tempo, a ponto de provocar uma amarga hostilidade e
escárnio entre os estranhos, e negligência, por causa da impossibilidade naqueles
dias, em provar suas opiniões, entre seus próprios seguidores. Portanto, seu mais
importante trabalho (não concluído, como nós estamos começando a per ceber) foi
tacitamente deixado de lado e negligenciado.
Para começar, deixe-nos tentar, mais uma vez, enunciar e elucidar ’ ( seus
últimos e mais importantes ensinamentos, desenvolvendo-os (como

106
(
M ORBJLLINUM 107

ele deveria ter feito se houvesse sobrevivido) a partir de suas próprias linhas.
Nós nos aventuraremos a reduzir seus ditos a termos atuais. Qualquer um que
deseje verificar e explorar mais, consulte o n ô 12 do nosso Curso por
Correspondência, publicado pelò B.H.A, ou, ainda melhor, o próprio Doenças
Crônicas, Vol. I de Hahnemann.
“Todas as doenças crônicas originam-se e são baseadas em infecções crônicas
fixas, que capacitam suas ramificações parasíticas a expandirem- se pelo
organismo humano, e a crescer sem fim”.
“Certas doenças, tais como varíola, sarampo, febre escarlatina, doenças
venéreas, a sarna dos trabalhadores da lã, raiva canina, coqueluche, etc., são
causadas por um contágio peculiar de regular caráter fixo. Estas são tão fixas em
seu curso, que são sempre reconhecidas. Podem ser dados nomes a elas, e nós
podemos tentar estabelecer algum método fixo de tratamento adequado, como
regra, para cada uma delas”.
Em todas essas doenças, ele nos diz: “a infecção é instantânea”.
Em todas elas, depois da infecção, existe um período de incubação de duração
variável, antes que a doença atinja a superfície com febre e erup ção ou
manifestação cutânea capaz de comunicar a doença.
Ele pergunta: “Existe alguma doença parasítica no mundo que, quando
infectada de fora, primeiro não torna o organismo doente, antes que seus sinais
externos se manifestem? - nós só podemos responder não: não existe”.
“Nós achamos que todas as doenças infecciosas que formam afecções locais
na pele são doenças internas, das quais o último resultado é a afec- ção cutânea
local”.
Algumas das infecções agudas acima mencionadas são, para ele, doenças
crônicas, sífilis, gonorréia e a psora (sob tal termo, ele inclui todas as doenças
crônicas não-venéreas * epilepsia, asma, melancolia e insanidade, marasmo,
diabetes, consunção, câncer, e uma longa lista de condições inveteradas das
vísceras e órgãos especiais do sentido). Observa-se que doenças crônicas, para
ele, persistem em variadas formas e intensidade enquanto a vida dure, a menos que
curadas por remédios homeopáticos à doença original. Enquanto que outras, com
aparência meramente aguda, depois de percorrerem seus cursos de
aproximadamente duas ou três semanas, terminam em uma crise, por meio da qual
a febre, junto com a erupção, são aniquiladas do sistema e o paciente ou morre
dessas doenças, ou então recupera-se. “Elas têm a natureza peculiar de torna- rem-
se extintas no corpo”.
Ele reitera: “As infecções crônicas são infecções semi-vitais de uma natureza
parasítica, que só podem ser neutralizadas e antidotadas por um remédio mais
poderoso, produzindo efeitos análogos”.
Ele mostra que tudo, semelhante nas doenças agudas e crônicas, segue
108 MORBILLINUM

precisamente o mesmo curso, estando a única diferença em seus resulta dos; e 6 só


aqui que nós, com experiências posteriores, compartilhamos com ele, a fim de
passar para um estágio mais adiante em seu rastro.
Porque agora nós conhecemos certos fatos: que algumas das doenças,
aparentemente agudas podem não ser “aniquiladas”, mas só parcialmen te
vencidas; podem tornar-se latentes; modificando reações saudáveis contra a
doença e o dano, que daí para frente, normalmente não se recuperam. Por
exemplo, um homem, durante o seu trabalho, experimenta freqüente ou constante
pressão sobre o osso. Sc ele sofre de alguma infecção latente, antes aguda, agora
crônica, tal como a sífilis, ele desenvolve uma necrose sifilítica. Um outro, em
uma saúde aparentemente perfeita, experimenta uma fratura composta; o osso
reçusa-se a se unir e o ferimento a cicatrizar-se. O pus é examinado e o
organismo da tifóide é encontrado, tendo ele apresentado uma enterite trinta ou
quarenta anos antes. Um golpe no seio ou a pressão de um cachimbo, ao invés de
ser fácil e rapidamente lidado pelo organismo saudável, endura, prolifera e
resulta em um carcinoma. Por que? Provavelmente por causa de alguma condi ção
crônica latente, outrora uma doença aguda, nunca totalmente recuperada que,
como Hahnemann expressa, “termina” ali; e não somente impede uma
recuperação normal mas, possivelmente, por uma irritação suplementar, pode
determinar um fluxo anormal de sangue à parte e encorajar uma irregular
proliferação, que produz uma pressão e leva à atrofia das partes adjacentes - toda
a malignidade. Esta teoria inspira e é talvez mais plausível do que a maioria das
causas mais buscadas de câncer, onde o único falo universalmente de acordo é
que o câncer, geralmente, tem um trauma como agente localizador. Mas* pense!
que a natureza saudável se apressa com o maior sucesso em lidar com o trauma.
“Saudável” - i.e., não sujeito a alguma doença, antes aguda e agora latente e
crônica.
Nós temos negligenciado por muito tempo as instruções e deduções de
Hahnemann neste assunto de doença crônica; portanto, jogando fora uma porção
bastante grande de nossa herança daquele inspirado Professor e Curador ...
“Inspirado?” ... existem pessoas que repugnam esta palavra. E, no entanto é
notável que, repetidas vezes, são os cientistas que alegam inspiração em
Hahnemann. De que outra forma, eles perguntam, poderia ele ter enunciado tão
infalivelmente, muito do que a ciência moderna está esclarecendo pouco a
pouco?
Inspiração? - a radiofonia tem algo a nos ensinar a respeito de inspiração - ao
menos por analogia? Lembramo-nos de como, na infância, costumava ser tão
enigmático - a Palavra de Deus vinha a este ou aquele, que aceitava, às vezes com
a maior relutância, a mensagem; sentia-se compelido a passar a diante, pois
aqueles que tivessem ouvidos, poderiam ouvir. Não pode ser que a Palavra de
Deus seja sempre transmitida? - e ainda somente clara para aqueles - profetas,
poetas, músicos, cientistas -
MORBILLINUM 109

que são receptores? Isto tem sido compreendido repetidas vezes e, no entanto,
geralmente esquecido.

Browning, por exemplo:


“Deus tem poucos de nós a quem Ele sussurra no ouvido;
O resto pode argumentar e acolher: disto nós os músicos sabemos".

Kipling, em seu maravilhoso Explorer:


“Até uma voz tão má quanto a Consciência, louvou intermináveis mudanças. Em um
duradouro Sussurro repetido dia e noite - assim; 'Algo escondido. Vá e encontre-o. Vá e
procure atrás das montanhas. Algo perdido atrás das montanhas. Perdido e esperando
por você. Vá/'
* ***

“Deus tomou o cuidado de esconder aquela terra até que Ele julgasse que Seu povo
estava pronto. Então Ele me escolheu para o seu Sussurro, e eu o encontrei, e ele é vosso!

“Sim, sua 'Terra-do--nunca' - sim, seu 'canto de cultivo'. E 'não havia sentido em
continuar mais'- até que eu atravessei a montanha para ver.
Deus perdoe-me! Não, não fui eu. Este é um presente de Deus para a nossa nação.
Qualquer um poderia tê-lo encontrado, mas - Seu Sussurro veio para Mim!”

A Rodésia, provavelmente? - mas o mesmo tem acontecido repetidas vezes


através dos séculos, como fomos lembrados num outro dia no Eve- ning Standard,
por Stephen Williams, com relação a “o mendigo que descobriu um novo mundo”,
Cristóvão Colombo.
“‘O Homem é um instrumento que deve funcionar até que quebre nas mãos da
providência, que o usa para os seus próprios propósitos. Enquanto o corpo for capaz, o
Espírito deve estar disposto*.
“Estas foram as palavras de um humilde e devoto navegante, filho de um
cardador de lã genovês, que velejou na direção do sol poente em uma viagem que
ia mudar o mapa do mundo o revolucionar a ciência da geografia.”

Mas alguém já descobriu alguma coisa em que algum outro trabalhador, dele
desconhecido, alcançasse a mesma idéia? Mesmo na astronomia tem sido assim:
reivindicações sincrônicas rivais em todo lugar! Você e eu somos surdos para as
mensagens que enchem o éter. Em nossa ignorância podemos dizer: “Não há som -
não há nada!” - porque nós não ouvimos nada. No entanto, traga um receptor,
sintonizado para o que nós desejamos ouvir, e veja! a música de todo mundo é
nossa para a audição.
110 M URBILLIN UM

E para aqueles, entre nós, que desejam de todo coração e alma curar, os céus
às vezes pareceram abrir-se e uma nova luz a jorrar com relação a este ou aquele
agente medicinal, até então nunca reconhecido e apreciado. Como quando, há uns
sessenta anos atrás, um médico americano, Swart, pioneiro no uso de produtos de
doenças para a cura de doenças semelhantes, recebeu a inspiração e preparou,
entre outras, a partir de muitas das tais substâncias, o sarampo potencializado, com
o qual ele realizou um trabalho surpreendente (veja HOMEOPATHY, Vol. I,
págs. 50, 461).
Hoje, depois de todos esses anos de embotamento e negligência, nós estamos
recebendo novo ímpeto e já estamos conseguindo resultados surpreendentes
(alguns dos quais esperamos publicar mais tarde em detalhes - ainda é muito
cedo) em doença cardíaca, em epilepsia (casos tratados de forma longa e terrível
com um mínimo de sucesso), em casos reu- matóides, mesmo em um caso de
carcinoma urgente, sem esperança e inoperável... Não estamos ainda prontos para
falar a respeito, mas é tão sugestivo que ousamos em não nos abster de passar o
Sussurro adiante.
Mais tarde, nós poderemos estar em uma posição de dogmatizar com relação à
potência e dose. Até agora, nossa tentativa, um método efetivo porém, tem sido ou
a potência 200 a , três doses em três manhãs sucessivas, ou (seguindo o mais novo
método de Hahnemann, publicado na sexta edição do Orgatton, a fim de acelerar a
melhora) em três doses de potência aumentada diariamente tal como 12 a , 30 a , 200a
ou 30 a , 200a e 1M. Istò estamos fazendo não só com Morbillinum, mas com muitos
outros nosódios. De fato, temos durante anos trabalhado com Variolinum,
Tuberculinum, Luesinum, Medorrhinum, Influenzinum; somente, como já foi dito,
Morbillinum e alguns outros, até agora, não constituíram um retrato, mas
Morbillinum ameaça ser o mais importante deste grupo. “Todo mundo já teve
sarampo” e nem todo mundo conseguiu “aniquilar a doença”, de modo que nada
latente e ameaçador tenha restado. No futuro nós devemos fazer o melhor para
perceber quando nos é contado sobre uma antiga doença aguda, da qual nunca ou
muito tardiamente se recuperou ou ... “Nunca bem desde uma difteria - escarlatina
- vacinação”.
“Ela perdeu um de seus ouvidos com o sarampo”. Amigdalite, seguida de
coréia, e então reumatismo: “coração danificado na infância por uma febre
reumática”, esta última colocada como uma forte justificativa para este poderoso
remédio - Streptococcinum.
Bem, acabamos de t.entar passar adiante o Sussurro, de tal forma que aqueles
que têm ouvidos possam ouvir, e aqueles que compreendem podem adotar a causa
para o bem da humanidade.
A'propósito, uma palavra de alerta. Estes elementos de doença, usados para a
cura da doença semelhante, são remédios homeopáticos, e neste caso também as
Leis de Hahnemann prevalecem, se é para eles rea
MORBILLINUM 111

lizarem seu melhor trabalho, sem a possibilidade de perigo ou daijo; i.e., eles
devem ser preparados segundo a maneira homeopática; devem ser
potencializados; devem ser dados pela boca: em dose única, ou em dose única
“dividida”; com atenção devida à possível agravação inicial, seguida de uma
reação de melhora - que não deve sofrer interferência.

* * * * *
Ontem, dois pacientes ambulatoriais apareceram oportunamente pa ra enfatizar
as últimas palavras acima. Para cada um a prescrição foi Streptococcinum e o relato
revelou: “Não melhor, pior!” “De que jeito?” “Eu tenho dores de novo nos dedos
das mãos”. “Mas como está você, você mesmo?” “Oh, eu estou melhor!” “Meu
coração” (no primeiro caso), “meu estômago” (no outro) “está muito melhor”. É
bom perguntar: de que jeito você está pior? porque aqui a Filosofia Homeopática
entra. “Partes piores, no entanto o paciente está melhor”, ou então a direção da cura, “de
dentro para fora”, pede sempre que mantenhamos nossas mãos longe, e demos ao
paciente uma chance.
r
MURIATIC ACIDUM

V
J
Muriatic acidum não é um remédio que se use com freqüência, exceto às vezes em
problemas anais; portanto, para retratá-lo, deve-se citá-lo extensivamente,
tentando apreender seus aspectos peculiares, que são bastante distintos e evocam
este poderoso remédio, quando requisitado, mesmo em doenças alarmantes e
ameaçadoras, ou em determinadas fases da doença.
FARRINGTON tem um brilhante capítulo sobre os ÁCIDOS. Ele faz
distinção entre os ácidos minerais e os orgânicos. Os ácidos minerais, enquanto
classe, produzem uma irritabilidade da fibra junto com fraqueza e prostração ...
enquanto que os ácidos vegetais produzem fraqueza sem irritabilidade... Todos os
ácidos, também, produzem uma debilidade peculiar... uma debilidade que
desenvolve-se pela nutrição imperfeita, particularmente devido a doença do
sangue. Portanto, nós os encontramos necessários em tipos muito graves de
doenças, doença na qual a toxemia é um aspecto proeminente, em estados tifóides
e em escarlatina, particularmente quando de tipo grave...
CLARKE diz: “Teste, que fez muito para definir os poderes de Mur. ac.,
agrupa-o com Agnus cast. e Hyosc.; ele considera que sua ação corresponde
perfeitamente a um caso típico de tifo” ... “Assim como Nit. ac., Mur. ac. é um
poderoso antídoto dcMerc. e se adequa a estados causados por Mercúrio, e
também a condições similares que surgem por outras causas. Assim como outros
desinfetantes, causa, tanto quanto cura, rápida decomposição de tecidos, e
dinamicamente cura estados pútridos graves encontrados nas doenças ... Mur. ac.
não somente corresponde a estados febris graves, mas também corresponde a
muitas das seqüelas destes. Surdez, otite e inchaços ganglionares em volta dos
ouvidos freqüentemente requerem Mur. ac—”
HUGHES escreve sobre Muriatic acidum: “Sua esfera de ação pode ser dita
como sendo um estado febril grave do sangue, com ulceração das membranas
mucosas e eczema das superfícies cutâneas vizinhas . . . E certo que Muriatic
acidum, em doses pequenas o suficiente para eliminar qualquer ação química, tem
uma reputação bastante grande na prática homeopática como remédio para febre
grave”.
GUERNSEY: “Tifo ou quadros graves de febre. Não suporta ver ou

112
MURIATIC ACIDUM 113

pensar em carne. Urina copiosa dia e noite; esta escapa ao elimina r gases. Não
pode urinar sem que evacue ao mesmo tempo. Hemorróidas muito sensíveis. Ele
escorrega para os pés da cama, e deve ser freqüentemente levantado”.
FARRINGTON: “Muriatic acidum é uma droga muito fácil de se estudar. Este
ácido, quando em excesso produz duas séries de sintomas para estudo. Nós
encontramos os seus distúrbios mental e nervoso sob dois estágios ou classes. O
paciente é irritável, mal-humorado; todos os sentidos bastante agudos. A luz
machuca seus olhos; barulhos distantes causam zumbidos ou rugidos nos ouvidos,
agravando a dor de cabeça; o olfato e paladar estão anormalmente agudos ...
Sonolento, mas incapaz de dormir; ou sono inquieto, cheio de sonhos e agita -se a
noite toda. Irritabilidade que vem sob a forma de uma debilidade irritável.
“O estágio seguinte, o de fadiga: ansioso por alguma coisa real ou ima ginária.
Sente o cérebro como rasgado ou golpeado. Ele fica inconsciente com delírio
murmurante, suspira e geme. A língua fica mais seca, parece realmente encolhida,
estreita e pontuda; tão seca que quando ele fala, a língua faz barulho como de um
pedaço de couro na boca. E mais tarde fica paralisada, de tal modo que ele
dificilmente pode movê-la. O pulso característico pára a cada três batidas.
Diarréia aquosa com prolapso do reto. Fezes involuntárias quando faz força para
urinar. Escorrega para os pés da cama, realmente não tem força para manter a
cabeça no travesseiro. Ameaça de paralisia cerebral, indicada pelos olhos vagos e
fixos, queda da maxila inferior, frieza das extremidades, e se isto prossegue
termina em morte. Estes são os sintomas que pedem por Muriatic acidum,
particularmente na febre tifóide”.

SINTOMAS EM NEGRITO

Diarréia com protrusão de hemorróidas azuis ou purpúreas escuras, especialmente


quando ocorrem em crianças fracas que sofrem de alonia gástrica, debilidade muscular e
marasmo.
Hemorróidas inchadas, azuis; doloridas ao toque; aparecem repentinamente na
criança; protrusas, azuis-avemielltadas, queimantes, muito doloridas para suportar o
menor toque; mesmo o limpar incomoda.

Pequena emissão de urina; bexiga fraca; deve esperar muito tempo para urinar; tem
que pressionar tanto que o ânus protrai-se.

Leucorréia com dornas costas; ânus dolorido por causa das hemorróidas ou fissuras.
114 MURIATIC ACIDUM

Grande debilidade; tão logo se senta seus olhos fecham; a maxila inferior pende;
ele desliza para baixo na cama.
%

Tifo. Agitação constante ou sono estupefaciente; inconsciente; gemido alto ou fala


confusa; quer ficar descoberto; maxila inferior pendente; úlceras aftosas na boca,
fétida, cheiro azedo; língua com um induto nas bordas, encolhida, seca como couro,
paralisada. Evacuações líquidas, malcheirosas; fezes involuntárias enquanto urina;
respiração rápida, fraca, estertorosa, desliza para baixo na cama; urina escura, mas
limpa; sangramento do ânus; hemorragia de sangue escuro e líquido; a boca cheia de
úlceras azul-escu- ras; o pulso pára a cada três batidas; as pemas dobradas, os pés
repuxados para cima, a pele quente e seca. Febre tifóide.

Escarlatina; vermelhidão intensa que rapidamente se espalha; erupções escassas,


entremeadas com petéquias;pelepurpúrea.

Um dos maiores remédios de casos muito ruins de febre tifóide, difteria, febre
escarlatina, etc.

SINTOMAS EM NEGRITO DE HAHNEMANN

Tontura quando ao ar livre e andar cambaleante.


Dores espasmódicas, pulsantes e rasgantes da metade esquerda do oc- cipício
para a testa; logo seguida de uma dor similar na metade direita.
Sensação de peso no occipício. com pontadas repuxantes, mais no lado direito,
perto da nuca, com inchaço de um gânglio na nuca, que é dolorido ao toque; ao
mesmo tempo, peso e vertigem na cabeça, com visão turva, como quando ébrio.
Repuxão pinçante no fundo do ouvido esquerdo, que depois de freqüente repetição
fica como um espasmo, quase como dor de ouvido.
Sensação de vazio na região do estômago, especialmente no esôfago, que não
cessa ao comer, junto com roncos nos intestinos.
Violento aperto da região umbilical para os dois lados, com roncos intestinais.
Freqüente desejo de urinar com descarga de muita urina.
No lado direito do peito, uma sensação repuxante que começa abaixo do mamilo,
estende-se em direção à garganta, toma-se mais fraca e então desaparece.
Crises de dor cortante no meio do lado interno do esterno, com pressão obtusa na
parte posterior da cavidade torácica, opressão geral desta, e respiração impedida, o
dia todo, ocasionalmente.
Ao se sentar, uma domo meio das costas, e também em conseqüência
MURIATIC ACIDUM 115

de posição curvada prolongada, que desaparece ao levantar-se e ao andar.


Ao sentar-se, uma dor no lado esquerdo das costas, e por conseqüência de posição
curvada prolongada, que não desaparece ao tocar, andar ou levantar-se.
Ao sentar-se e escrever, sente nos músculos do braço direito uma dorre- puxante e
rasgante, que desaparece ao mover e estender o braço.
Sente no cotovelo direito uma dorrepuxante, tensiva, freqüente.
Na palma esquerda uma coceira voluptuosa, que o leva a coçar.
Na palma direita, uma súbita cócega voluptuosa, que o leva a coçar, mas que não
se alivia imediatamente ao coçar.
Ao escrever, uma dor espasmódica como câimbra, na base do polegar direito, que
desaparece ao movimentá-lo.
Ao sentar-se, uma dor como pontada, combinada com dor e repuxão nos músculos
da coxa esquerda, junto da virilha... que desaparece ao levantar-se ou ao andar.
Cambaleante ao andar, por causa da fraqueza das coxas.
Coceira persistente, picante, no dorso do pé esquerdo ao mover-se, mas piorem
repouso.

Ao sentar-se, os olhos dela se fecham por fadiga, mas se levantar-se e mover-se,


imediatamente ela reanima-se.
Despertarfreqüente duran te o sono.
Calafrio febril sobre o corpo, calafrio com bocejo e espreguiçamento dos membros,
mas sem sede e sem calor posteriormente.
Disposição triste sem causa aparente.

Hahnemann também cita alguns sintomas mentais.


Lacônico, silencioso e sombrio.
Pusilânime, desanimado e irritado com tudo.
E a reação, curativa. Muito tranqüilo, calmo e despreocupado.
* NATRUM MURIA TICUM
(Cloreto de Sódio: Sal Comum, potencializado)

Natrum mur. é uma das drogas introduzidas e experimentadas por Hah-


nemann e por cinco de seus experimentadores; reexperimentada pelos
experimentadores Austríacos e por outros, sendo os experimentos, na
maioria, feitos das potências I a à 30 a (centesimal).
HAHNEMANN fala em relação ao SAL.... “Se é verdade que subs-
tâncias que são capazes de curar doenças são, por outro lado, capazes de
produzir doenças semelhantes no organismo saudável, é difícil de se com-
preender como todas as nações, mesmo selvagens e bárbaras, podem ter
usado o sal em grandes quantidades sem experimentar quaisquer efeitos
nocivos daquele mineral... Considerando que o sal, quando comumente
usado, não tem qualquer efeito pernicioso no organismo, nós não de-
veríamos esperar qualquer influência curativa desta substância. Apesar
disso, o sal possui os poderes curativos mais maravilhosos em um estado
latente. ~ """" “ ‘ ""
'TtTransmutação, por meio do modo peculiar de preparo adotado na
homeopatia, de uma substância como o sal, que é, aparentemente, inerte
em seu estado bruto, em um medicamento heróico, cujo uso requer a
maior discriminação, é uma das provas mais convincentes, mesmo ao
mairpreconceitüoso, do TaKTcle que o processo peculiar delTlTuraçao^e
sUcussao utilizado ná homeopatia, traTavíHa umnovo mundo depoderes,
que a naturézã^n^ntgnrigt^íte emTubstâncias brutas! Estes processos
operam, por assim dizer, umãnovaal3ÇS<5 T
Mas numa nota de rocmpSTèle refere-se ao fato de que mesmo subs-
tâncias, aparentemente inócuas, inclusive o sal, quando tomadas em ex-
cesso, podem se tornar danosas.
BURNETT, em uma de suas pequenas e brilhantes monografias, aponta
“NATRUM MUR1ATICUM como provada dov^nq dc r>ingnii- zação da Droga’\ Ele
diz que muitos médicos aceilam_£omenl;e a J^ei de "Hahnemann, mas-
cçfllslãgraTTrerpOtencializaçaoirracional e não-científi- \ cO^sTelíTTiizr^Nüss!^
haver com a verdade ...
) desacreditar em uma coisa não a invalida ... da mesma forma que a pre - \ sença
exclusiva de ateus no mundo não acabaria com o Ser Supremo” ... \ E ainda, “As
drogas, como foi afirmado por muitos médicos capazes, pelo Ipróprio Hahnemann e
diariamente reafirmado por homens de conheci-

' 1X6
NA TR UM MU RIA TICUM 117

mcnto sólido, realmente agem diferentemente e melhor quando dinami zadas. De


fato, muitos afirmam, como o fez Hahnemann, que a doutrina (de potencialização)
“é de importância transcendental, desde que muitas doenças sérias só podem ser
curadas com drogas dinamizadas, sendo totalmente incuráveis com a mesma
droga em doses substanciais e, portanto, completamente incuráveis, a menos que
com um remédio altamente potencializado”.
Burnett “não teve muito respeito para com Natrum mur. como remédio e o
usou muito poucas vezes; porque, como pode qualquer homem sensível acreditar
que o condimento comum, que nós ingerimos em quase todas as refeições, pode
possivelmente ser de qualquer valor curativo; especialmente quando se sabe que
algumas pessoas comem sal em quantidades consideráveis todos os dias sem
qualquer efeito nocivo aparente ...” Enquanto “acreditar no sal como remédio é
quase sinônimo de acreditar na doutrina da dinamização da droga, e uma crença
nesta doutrina é extremamente repulsiva ao senso comum. Talvez o espírito apro -
priado ficaria grato a um beneficente Criador”, acrescenta Burnett.
A “conversão” de Burnett foi assim. Ele teve uma paciente com uma
neuralgia bastante obstinada, na qual ele tinha esgotado todas as drogas
neurálgicas registradas para tal doença. Tendo atingido os limites de seus
recursos, ele a mandou para o litoral, e - ela voltou pior! A neuralgia ficou muito
pior no litoral: Ele se espantou com a idéia de que podia ter sido o ar salgado que a
fez piorar e prescreveu Natrum mur. 6 - e a curou prontamente. Pior no litoral foi,
depois disso, uma de suas importantes indica- çõespara Nat. mur. Mas isto também
o converteu a respeito das afirma- çõesde Hahnemann sobre a potencialização;
este e outros casos, pois não tinha esta paciente comido ou inalado sal, e não
somente não se curou, mas pelo contrário, teve agravação de sintomas, e veja! o
sal potencializado imediatamente a curou. Burnett não era bobo: com ele, o
preconceito curvou-se diante dos fatos. Naquele pequeno livro - Natrum muri-
aticum, a prova da dinamização de drogas, ele cita um certo número de curas
brilhantes por sal potencializado.
p Sua idéia era que, da mesma forma, uma criança dispõe de uma quan- tjidade
suficiente de sais de cálcio em sua comida e ainda assim não consegue em
assimilar o suficiente para as suas necessidades até receber o (estímulo de
Calcarea potencializada. Assim também a fome de Natmm \nur. por sal é uma fome
muito real, o paciente não está assimilando o sufi- < :iente para satisfazer as
necessidades de seus tecidos, até que ele receba o istímulo da droga
potencializada.
' Com relação a esta verdadeira transmutação do Cloreto de Sódio de um alimento
comum em um poderoso agente medicinal através da potencialização, lembramo-
nos que o falecido Dr. Molson costumava dizer como ele encarregou-se da
Guarda Costeira em Brighton, “porque lá eles
não tinham nada a fazer”, para continuar triturando Natrum mur., para
produzir potências mais e mais altas. Ao invés das usuais trcs triturações
que reduzem uma substância para uma parte em um milhão, e pela qual as
substâncias mais intratáveis, tornando-se solúveis em água e álcool, são
facilmente elevadas às mais altas potências, ele descobriu que através de
tal trituração repetida, o seu Natrum mur. tornou-se tão intensamente -
quase explosivamente ativo, que no final ele estava, positivamente, com
medo de administrá-lo.
00 O Dr. Burnett, em seu primeiro experimento com Nat. mur., tomava

^Cy freqüentes pitadas da droga potencializada, para ver o que ela poderia
íazer.Interalia, abriu-se uma fenda no meio do seu lábio inferior! - algo
que ele nunca tinha tido antes, e nunca teve de novo depois de desconti -
nuar as suas pitadas. Ele tinha como hábito, portanto, experimentar gros-
jL^^^Acjramente remédios que.o interessavam, em si mesmo.
Diferentes pessoas percebem ou visualizam a mesma droga de for-
mas diferentes, de acordo com as suas experiências dos diferentes pode -
res e usos destas. É, portanto, inteligente estudar as drogas como foram
descritas por diferentes escritores; e por esta razão, nós tentamos apre -
sentar a melhor parte de toda a literatura com respeito a qualquer droga
que tentamos retratar. Descobrem-se pontos enfatizados por um autor e
outro autor.
O Natrum mur. de Burnett era um paciente muito friorento, com frie-
za especial nos joelhos, frieza das pernas, dos joelhos aos pés. Esta frieza
desapareceu repetidas vezes depois de tomar Natrum mur.
Pior no litoral.
ProfunHaTissura no centro do lábio inferior.
So"no invencível cfepois dojantar à rioiteT
Urina turvaTTJÍÍuririà muito clara e límpida. Ele descobriu que Nat.
mur. clareava a urina; ou, ao curar outros problemas, iria, por eliminação,
provocar o engrossamento e a nebulosidade da urina.
Lacrimejamento com dor de cabeça. Grande lacrimejamento muito
característico.
MALÁRIA; e moléstias a partir da malária e do quinino. Com Natrum
mur., ele curou a febre e a malária em um marinheiro, não curadas pelos
mantimentos salgados daquela época, nem pelo ar marinho. Foi necessá-
ria a droga potencializada para curá-lo.
Eu acredito que é ao Dr. Compton Burnett que nós devemos este im-
portante uso de Natrum muriaticum na malária e na intoxicação por quini-
no, mesmo se ocorrida anos atrás. Esta é uma das preciosas pequenas in -
dicações que nos ajudam repetidas vezes.
Natrum mur. vê “faíscas em ziguezague” antes da dor de cabeça (Sep.,
etc.).
Emagrecimento, especialmente nas proximidades das clavículas e
NATRUM MU RIA TICUM 119

partes superiores do corpo. {Lyc.)


Face brilhante, gordurosa.
Nat. mur. tçm periodicidade rrmjrr> marram f». Em malária, o calafrio começa
às 10 h. ou das 9 às 10 h.; ou das 10 às Uh., e a droga apresenta outros horários
muito definidos para calafrio, dor de cabeça, neuralgia, etc.
Uma indicação de Burnett que verificou-se - casos de aparente tuberculose em
pacientes que adquiriram malária e usaram quinino, podem melhorar
surpreendentemente com Nat. mur. . "T7
A mentalidade de Nat. mur. éJRRITÁVEL: odeia demonstrações de afeto e
consolo; chora; chora mais, ou se irrita se consolado.
NarTrníTTprocuràTHém antigos ãKorTeamen tos 7)u insultos, com
o propósito de remoê-los e sentir-se infeliz.
A mentalidade á&Lyc. revela-se no lado intelectual e a de Nat. mur. no \ lado
emocional e sentimental. Kent diz: Nat. mur. é o crônico de ígnatia, e / cura onde este
último for muito superficial. “Apaixona-se pela pessoa er- / rada, e sofre. É
absurdamente obcecada por uma paixão tola por um ho- / mem casado; apaixona-se
pelo cocheiro, e Nat. mur. traz a ordem e a say nidade”.
Um pequeno complexo sintomático que significa Natrum mur., e somente Natrum
mur. ,é: *
Odeia simpatia, demonstrações de afeto e companhia. ^ ^v^?7vCX.V\A
Desejo por sal. f —-—— ”
Detesta gordura.
(Sem o desejo por sal, pode ser Sepia).
O falecido Dr. BLUNT, um médico homeopata muito perspicaz e de sucesso,
escreveu-me uma vez:
“Natrum mur. seria o último remédio de que eu mc desfaria. Eu lenho mais
casos de Nat. mur. do que quaisquer duas outras drogas somadas.
Quando eu obtenho pior pelo calor e frio, melhor ao ar livre, então eu logo pergunto - 'como
o vento o afeta?' 'Os olhos enchem d'água'. 'Você y diz que chora? qual é a causa? 'Nat. mur.
responderá ‘por repreensão e . pena!' O consolo é pior. As pessoas escondem suas lágrimas
por medo de__j__jÉ__r pena e consolo. Se perguntado, como vai você? Nat. mur. responderá
'melhor obrigado', quando não está. 'Lacrimejamento com riso' é ouro puro. Quanto ao'Gosto
por sal: averno^ordurasrpeT?nrordiuysa: fenda no lábio inferior' - eu encontrei o/emédio em
Nat. nmr. mesmo na ausênciadestesjHnmossintQmas”. ’ ” _ .
\ GTJERNSEY (Keynotes) cita os sintornas febris de Natnim mur. deste
I modo: “Os sintomas mais característicos e seguros são: febre intermiten - \ te
com as mencionadas feridas (herpes) nos lábios, sendo a aproximação Jda febre
prenunciada pela sede excessiva antes do calafrio e durante o ca- Uafrio, sem sede
durante a febre; durante a febre ou ao seu término, a dor
NA TRUM MURIA TICUM

cabeça martelantc começa (dor de cabeça como se milhões de peque-


tos martelos estivessem batendo sobre o cérebro) e dura por muito tempo'
ciepois da febre e da transpiração terem desaparecido. O ataque surge n<
começo do dia; depois que este cessa, o paciente deseja manter-se deita^
do, não se sente capaz’ de levantar-se, ou de cuidar de qualquer coisaJ
Pulso intermitente ou irregular. Frialdade com sede”.
Então vê-se como diferentes prescritores descobrem seus sintomas-
guia de forma diferente; e só se pode aprender através do estudo de todos
eles.
Lembramo-nos de um recente caso de um paciente ambulatorial com
uma asma severa, incapaz mesmo de deitar-se na cama. O paciente me-
lhorou com Nat. mur. que foi dado, e rapidamente se curou. Então, per-
guntas posteriores revelaram que ele tinha o hábito de comer grandes
quantidades de sal. Foi ele envenenado, e o remédio potencializado anti-
dotou, como é comum, a substância bruta? Ou este era um caso de inca-
pacidade de assimilar o sal e, portanto, carente de sal, e foi a droga poten -
cializada que o estimulou a captar o que ele precisava de sua comida?
“Pele suja, malsã”...
Lembramo-nos dc um marinheiro com malária, durante a Guerra,
com um estado terrível da face, em conseqüência de cravos e furúnculos e
abscessos, que foram eliminados surpreendentemente por Natmm mur. e
o paciente voltou com aspecto novo.
O seguinte caso recente mostra o valor de Natrum mur. mesmo em
epilepsia, sendo a grande indicação o seu poder curativo em doenças que
sucéÈem a malária e o quinino.
História de T.B., um homem de me:ia-idade, forte: muitas vacinas, a
última sem sucesso; injeções para peste entérica muitos anos na índia,
onde ele pegou dengue e malária, e meses tomando 30 grãos de quinino.
Veio devido a freqüentes e severos ataques epilépticos, morde a língua.
Thuja não o ajudou muito, mas com Nat. mur. os ataques diminuíram e já
faz um ano e meio desde o últimó ataque, durante o que ele recuperou sua
yelha energia e força para o trabalho integral.
> Natrum mur. é um dos poucos remédios que tem “língua mapeada”,
língua geográfica”. Aqui ele divide as honras com Tarax., Ranunc. sc. e
mais um ou dois outros.
E agora nós vamos desenterrar umas poucas jóias de KENT:
Natrum mur. é um remédio de muitos estados histéricos. Chòro e riso;
raiva com praguejar e blasfêmias. O remédio de afetos não correspondi-
dos, e a incapacidade de controlar os afetos: sabe que estes são impruden -
tes, mas não pode evitá-los. Dores de cabeças horríveis, sem alívio en-
quanto não suar; ou, por outro lado, dor de cabeça c, quanto maior a dor ,
maior o suor, que não traz alívio.
Nat. mur. é um remédio de ação profunda c prolongada. Kent diz: “ele
NA TR UM MURlsi TICUM 121

toma conta de toda a economia, provocando mudanças que são prolon -


gadas”. Como Sepia, ele suporta repetição pouco freqüente em casos crô-
nicos. Kent diz: “ele opera vagarosamente, trazendo seus resultados de -
pois de muito tempo, pois ele corresponde às queixas que são lentas e pro -
longadas no seu processo. Isto não significa que ele não agirá rapidam en-
te; todos os remédios agem rapidamente, mas nem todos agem vagarosa -
mente; o de ação mais duradoura pode agir em doença aguda, mas o de
ação de mais curta duração não pode agir cm doença crônica”.

SINTOMAS EM NEGRITO

i.e. aqueles mais freqüentemente causados e curados por Natrwn muria-


ticum.

Muito inclinado a chorar e a ficar excitado.


Depressão. Precipitação com ansiedade e vibração no coração.
Humor triste e choroso sem causa. Choro involuntário.
Triste e choroso; o consolo agrava.
Humor melancólico, prefere ficar sozinho.
Quanto mais for consolado, mais fica afetado.
Hipocondríaco, cansado da vida.
Pequenas coisas causam cólera.
Indiferente.
Distração;pouco disposto ao trabalho mental.

Cabeça entorpecida, pesada.


Dor pressiva, como se a cabeça fosse explodir.
Quando tosse, parece que a cabeça vai explodir.

Vermelhidão no branco dos olhos com lacrimejamento.


Os olhos ficam cansados ao ler; ao escrever.
Pressão nos olhos, quando olha fixamente.
Instabilidade da visão. Letras epontos se embaralham.
Oftalmia, depois do abuso de nitrato de prata.
Oclusão espasmódica das pálpebras.

Lábio superior inchado.


Um grande inchaço do lábio inferior seguido de uma grande vesícula. Fissura
no meio do lábio inferior.

Bolhas na língua. Gosto amargo na boca.


122 NATRUM MUKIAUCUM

Perda do paladar; a comida não lem gosto.


Língua com um induto e com manchas insulares.
Língua pesada, fala difícil A criança demora a aprender a falar. (Lembramo-nos
de uma criança desse tipo, muito atrasada, que começou a falar no dia
seguinte após ter tomado uma dose dc Nat. mur.).

^^ede muito violenta. Sede insaciável.


rande desejo por coisas amargas, cerveja; por farináceos; por coisas
edas; por sal, ostras, peixes, leite.
Aversão a carne, pão, café.
Eructações ácidas e mal-estar depois de comer.
Diarréia crônica, aquosa; com febre, boca seca; pior quando se move, e depois de
comer farináceos. Com muitos flatos. Sensação de contração no reto durante a
evacuação; fezes duras evacuadas com grande esforço, de tal modo que o ânus rompe-
se, sangra e fica dolorido.
Constipação. Retenção obstinada de fezes. Vermes no ânus.
Fezes incomumente duras, secas e que se esfareiam facilmente.
Desejo aumentado de urinar, com uma urina muito clara, aquosa.
Saída involuntária de urina çaguouto nndn, tovju^xpirrn

Pulsação intermitente do coração.


As pulsações cardíacas sacodem o corpo.

Grande emagrecimento.
/ Facilmente fatigado.
/ Grande fraqueza e relaxamejito de todas as forças física e mental por
j conseqüência de esforço ou depois de falar muito.
I Paralisia por conseqüência de esgotamento nervoso, febre intermitente,
excessos sexuais, difteria, rai va e emoções; por dor - de flexores.

Sonhos: ansiosos; vividos; assustadores. De ladrões em casa, não acre-


X^ditará no contrário até que cheque tudo.

Erupções especialmente na margem do cabelo na nuca.


J Herpes na boca, braços e coxas.
/ Escamas brancas no couro cabeludo, caspa.
x y- Urticária; grandes manchas vermelhas com coceira violenta.
Eczema na dobra das juntas, exsudação de um fluido acre; crostas com
\ profundas fissuras. Escassas empçõcs descamantcs nas pregas de flexão.
bre com dor de cabeça; muito calor no rosto; grande sede, bebe muito
com freqüência; com náusea e vômito; pontadas na cabeça; inconsciên-
NA TR UM MURIA TICUM 123

cia; cegueira, visão embaçada; fraqueza; aversão a se descobrir; sem calafrio, das 10 às
11 h.
Ou predomina o calafrio, com sede, bocejo, dor de cabeça severa... dor de cabeça
explosiva; náusea e vômito; dores rasgantes nos ossos; bater dos dentes; interno,
comoporJalt^jde-GaloranimaL-*.

1fL Hf. if. tf.

Um remédio de periodicidade...
As 7 h., regularmente, neuralgia do ramo oftálmico do trigêmio.
Calafrio das 9 às 10 h.
Calafrio severo às llh., durando até as 13 h.
Acorda toda manhã com dor de cabeça...
Toda manhã das 8 às 11 h os músculos das costas e extremidades estendidos,
enquanto que os pulsos e as juntas dos pés estão flelidos.
Transpira depois da meia-noite.
De manhã até o meio-dia, dor de cabeça; diarréia < com o calafrio.
Das 13 às 15 h. febre quotidiana.
Despertado às 2 h. por severo calafrio.
As 4 h.a febre começa.
Às 5:30 h.começa o calafrio e dura uma hora.
Diariamente, em horário regular, lacrimejamento.
Ataques de dor de cabeça, durando 24 horas.
Neuralgia no olho direito, começando e cessando com o sol.
Dor de cabeça do nascer do sol ao pôr-do-sol, < ao meio-dia.
Dia sim, dia não, das 10 às 15 h. dor de cabeça, dor dc dente; dia sim, dia
não, constipação.
E assim por diante: grande periodicidade (Ars. - periodicidade como relógio,
Cedron.)

Sintomas estranhos.

Um vento frio soprando através da cabeça.


Latejamento na cabeça como por pequenos martelos. Dor explosiva. Como se
andasse no ar.
Ofuscação da visão.
Ziguezague de faíscas. Globos oculares como se muito grandes.
Uma massa na garganta.
Tem que engolir através de uma massa que sente na garganta.
Os pulmões muito apertados.
Com chumbo nos pés.
As costas como se espancadas; quebradas.
Gotejamento de água dentro das juntas.
124 NA TR UM MURIA TICUM

Dor terrívèl na cabeça. Dor violenta.


Adormecimento em um dos lados do nariz; dos lábios; da língua; dos braços
e das mãos; dos dedos das mãos e dos pés.
Vibração do coração.
Vazio na cabeça; no epigástrio.
Sensação de frio: no vértex; no estômago; em torno do coração; nas costas.

* ****
A propósito, uma palavra de alerta! Nat. mur. pode ser necessário para curar
as dores de cabeça mais terríveis, mas não o dê durante um ataque severo, com o
risco de uma agravação medonha. Dê o seu “agudo”, Bryo- niay para a dor
imediata, e para atenuar; e a droga curativa mais tarde, quando o ataque tiver
acabado.
V

Pediram-nos para pintar o quadro medicamentoso de Natnim phos. e, ^


como de costume, nós pesquisamos o conjunto de escritores de Matéria (
Médica Homeopática, somente para descobrir o quão pouco foi escrito (
sobre este. Por quê?
Para nós, ele é um dos Doze Remédios dos Tecidos que assumiu uma *
individualidade distinta; - o que, de qualquer maneira, não ocorre com (
todos eles. ^
Foi assim que aconteceu ... Em uma noite rememorável, já tarde do dia, disseram -me
que uma das empregadas estava com o “joelho eh- (
fermo”. Naqueles dias remotos, de um entusiasmo recente, ardoroso, (
quando o testar da eficácia das drogas era mais uma novidade e, portanto,
avidamente agarrada, corri para o sotão da casa, onde encontrei uma junta,
quente, inchada, muito dolorida, agudamente inflamada. Acon- teceu, também, de
estar interessada pelos remédios de Schuessler, tão ^
simples, tão encantadores, somente doze deles! - para serem aplicados ultracientificamente
em todas as doenças que afligem o corpo; até que, ^
então, surgiu o obstáculo inevitável, quando parecia, ao tentar assimilar (
seus ensinamentos, que um número considerável daqueles remédios se- riam
provavelmente necessários para quase todos os casos. De qualquer forma esta
garota tomou Natnim phos., o grande remédio de Schuessler (
para reumatismo e vermes.
Este atuou prontamente, pois na manhã seguinte o problema d o joelho tinha passado e
(
a paciente tinha eliminado duas lombrigas!
Este é o tipo de caso, você admitirá, que impressiona radicalmente a (
consciência. Isto, provavelmente, já apareceu nas páginas da revista HO -
MOEOPATH Y; e merece isto, mas o seu lugar real é aqui.
Esta foi uma feliz introdução a Natnim phos., doravante não um mero (
nome, mas um amigo confiável, a ser utilizado repetidas vezes em proble - ^
mas reumáticos, especialmente em crianças. Observa-se que este merece um lugar muito
importante como remédio para aquela perigosa me- *
tástase, quando as dores deixam as juntas ou os membros e vão para o co ração ...
expressado da seguinte forma nos experimentos:
“Dores na base do coração, aliviando as dores nos membros e no de- dãodopé. (
(
125
(
izb ÍSA i KUM rn UÒ rti UKI cUM

“Sente mal-estar e dores no coração quando as dores nos membros e no


dedão do pé estão melhores”. Surpreende quão grande porcentagem de “doença
cardíaca” tem tal origem?
Natnun phos., como será observado através de todos os registros de seus
experimentos, é AZEDO - ÁCIDO. Como por exemplo, “transpiração com odor
extremamente azedo... gosto ácido... estado de acidez do estômago, com náusea
e vômito de fluidos ácidos, eructações azedas... vômito de fluido tão azedo
quanto vinagre... excessiva secreção de ácido láctico . . . ulceração do estômago
com regurgitações azedas . . . fezes verdes, com cheiro azedo ... leucorréia c
descarga do útero com cheiro azedo... eczema com sintomas de acid ez”.
Quanto àquele moderno “fantasma”, a “acidose”, onde supõe-se ser
necessária uma dieta muito cuidadosa; o que não parece sensato em cri anças em
fase de crescimento. Não haveria nenhum perigo possível e seria muito bom que
a dieta fosse precedida por umas pequenas doses de Natrum phos. em potência.

SINTOMAS EM NEGRITO

Camada fina e úmida na língua.


Palato mole com aspecto amarelado e cremoso.
Eructações azedas, vômito azedo, diarréia esverdeada, dores, espasmos e febre com
sintomas de acidez.
Desarranjos gástricos com sintomas de acidez.
Induto amarelo, cremoso na parte posterior do céu da boca.

Itálicos ou sintomas diagnósticos importantes.

Pressão intensa e calor no topo da cabeça, como se ela fosse se abrir.


Dor severa na cabeça, como se o crânio estivesse muito cheio; frontal ou
occipital; com náusea e vômito azedo e viscoso. Ejeção de espuma aze da.
Estrabismo causado por irritação intestinal por vermes.
Crianças rangem os dentes quando dormem.
Língua coberta com uma camada branca suja, com o centro marrom escuro.
Azia e acidez; pirose.
Vômito de fluidos ácidos e massas coalhadas (não de comida).
Vômito de fluido azedo como vinagre; secreção excessiva de ácido láctico.
O estômago dói quando os vermes estão presentes, dor acompanhada
NATRUM PHOSPHORICUM 127

de eructações ácidas.
Ulceração do estômago; dor em um ponto, depois da comida. Face vermelha
e manchada, mas sem febre.
Esclerose do fígado e forma hepática de diabetes, especialmente onde há
uma sucessão de furúnculos.
Cólica em crianças com sintomas de acidez, fezes verdes com cheiro azedo,
vômito de leite coalhado.
Diarréia por excesso de acidez; fezes com cheiro azedo, esverdeadas.
A t

Anus com prurido, dor e escoriação.


Prurido no ânus por vermes, especialmente à noite no calor da cama.
Vermes compridos ou filiformes, cutuca o nariz, estrabismo oca sional, dor
nos intestinos, sono inquieto.
Poliúria. Diabetes.
Incontinência dc urina nas crianças, com acidez do estômago.
Sente como se uma massa ou bolha saísse do coração e fosse forçada através
das artérias.
Dores na base do coração, aliviando as dores nos membros e grande arlelho.
Sente mal-estar e dores no coração, quando as dores nos membros e no
grande artelho estão melhores.
Dor no terço inferior do estemo, como se rachado cm dois.
Bócio (em treze casos); a sensação de pressão foi aliviada em três a cinco
dias; em alguns casos efetuou-se a cura.
Dores reumáticas... contrações; rigidez ao levantar-se...
Crepitação sinovial.
Dores de câimbra nas mãos ao escrever.
Pior com a tempestade; tremor, palpitação e dores pioram.
Doenças de crianças que sofrem de excesso de ácido láctico, resul tante de
excesso de leite e açúcar.
Enfermidades com excesso de acidez.
Inchaço de gânglios linfáticos antes do endurecimento.
Artrite reumática.
Doenças de pele, com acidez...

* * * * *
Que tal aquele moderno fantasma, a “acidose”?
É isto o que Schuessler tem a dizer sobre este grande “sal do tecido”,
Natnimphosphoricum. (N.B. - deve ser lembrado que Schuessler era um médico
homeopata, cuja ambição era a de limitar o número de remédios para tornar a
homeopatia fácil, pelos seus estudos “bioquímicos”).
Ele diz que este sal é encontrado no sangue, músculo, nervos e células
nervosas, assim como no fluido intercelular ... útil em podagra, gota, as sim como
no reumatismo articular agudo e crônico, sendo então um
128 NA TRUM PHOSPHORICUM

remédio para a assim chamada diátese ácida... Este é o remédio para es tados
advindos do excesso de ácido láctico. Ele previne o engrossamento da bile e
muco, com cristalização do colesterol no duto biliar, e assim re moverá a causa
de muitos casos de icterícia, cólica hepálica, dor de cabeça biliosa e assimilação
imperfeita de gorduras por falta de bile. Schuessler escreve um longo parágrafo
sobre o papel deste s.al, ónde diz que o fígado é o laboratório mestre do corpo
animal...
De acordo com ele, o importante keynote para este remédio é a parte
posterior da língua e do céu da boca com um induto úmido cremoso ou amarelo
ouro. Bolhas e sensação de cabelo na ponta na língua.
Eructações azedas, vômito azedo, diarréia esverdeada.
Ele sugere: “Possivelmente seja este o remédio para diabetes, pois, como se
sabe, o açúcar é transformado em ácido láctico. Este, pela pre sença de Nat. phos.,
é convertido em ácido carbônico e água; enquanto este sal, portanto, diminui a
quantidade de ácido láctico no sistema, ele dá lugar a um suprimento posterior
deste a partir do açúcar e desse modo reduz o montante de açúcar a um grau
normal."
Entre os sintomas, como dado por Schuessler: Mental; imagina, ao despertar
à noite, que as peças de mobília são pessoas, que ele ouve passos na sala ao
lado.
(Em nossa cópia do livro de Schuessler, nós registramos na margem uma
sugestão que partiu de nossos estudantes, “bócio exoftálmico”, mas os sintomas
não parecem garantir isto).
Vômitos de fluidos azedos, ou de uma substancia escura como borra de café,
eructações azedas, perda de apetite.
Ele tem muitos sintomas urinários. Diabetes. Desejo de urinar cons tante; o
fluxo é intermitente, precisa fazer força, e daí por diante. Nós de mos, acima, os
sintomas mais salientes.
Evidentemente, Nat. phos. deveria ser útil na metástase alarmante onde as
dores nas extremidades melhoram, enquanto que o coração passa a ter sintomas.
Isto lembra uma quadrinha SQbreBtf/tzotc tf c/d«m:
“Melhor quando a urina é grossa e profusa Quando escassa e
clara, suas dores são terríveis!
E quando os seus membros e juntas encontram a calma,
Ele passa a ter doença cardíaca..

Schuessler sugere, como de costume, as potências 6x ou 12x; mas as


potências altas e altíssimas têm sido também empregadas com sucesso. Nós
temos usado a 30 a e a 200 a .

CLARKE (Dictionary) cita a experiência de um dos experimentadores, que


desenvolveu “prurido nos tornozelos com uma erupção eczema- tosa; medo,
especialmente à noite, de que algo aconteceria. Dor de cabe
NA TRUM PHOSPHORICUM 129

ça; náusea; algum defeito da visão, com uma pupila dilatada”. Dois anos mais
tarde, ele teve um paciente com distúrbio visual e dor de cabeça, com um
sentimento de medo pior à noite, e erupção nos tornozelos: Nat. phos. curou
prontamente. Isto lembra algo que Hahnemann disse com relação . aos
experimentadores:
“Ao fazer de sua própria pessoa o objeto de experimentos, o médico tirará
muitas vantagens inestimáveis ... Um auto- experimentador sabe com certeza o
que sentiu, e cada experimento deste tipo sobre ele mesmo estimula-o a explorar
os efeitos de numerosas outras drogas. Desta maneira, ele se tornará mais emais
um expert na arte da observação, tão indispensável ao médico, tanto mais quanto
ele continuar fazendo dele mesmo o objeto infalível e não enganoso de suas
observações”. E ele mostra (por sua própria experiência) como o organismo do
experimentador é "fortalecido, levando-o a repelir agentes injuriosos externos,
por meio destes experimentos moderados com drogas”.
E ele indica que “distúrbios mórbidos provocados por drogas no saudável são
as únicas revelações possíveis de seu inerente poder cura tivo”.
Não é verdade que se reconhece instantaneamente aquilo de que já se sofreu?
A
NATRUM SULPHURICUM

V )

Natrum sulphuricum, sulfato de sódio, foi descoberto por Glauber em 1658, por
ele chamado de Sal mirabile, comumente conhecido por “sal de Glauber”. Ele
existe em muitas fontes minerais, como Karlsbad, Marien- bad, etc., e é usado
pela velha escola como laxante ou purgante.
Mas a homeopatia elevou o seu status e estabeleceu a sua grande utilidade,
entre outras, em pneumonia e asma; é aqui que nós, pessoalmente, vimos sua
grande atuação; mas, claro, somente nos casos que exibem as características
peculiares deste medicamento, apresentadas nos experimentos. Nós falaremos
disto mais tarde. Para Grauvogel, aquele grande prescritor, este era o remédio
por excelência da constituição “hidrogenóide”, cujas enfermidades resultam de
um ambiente frio e úmido. Enquanto que Schuessler explicou laboriosamente o
papel que este sal representa na economia orgânica, onde “pelo distúrbio no
movimento de suas moléculas, a eliminação do excesso de água dos espaços
intercelu- lares acontece muito vagarosamente, e ali surge a hidremia ... O estad o
de saúde de pessoas que sofrem de hidremia”, ele diz, “é sempre pior com
o tempo úmido, perto da água, por umidade, moradias subterrâneas úmi das, e
melhor nas condições opostas”. Então aqui, uma observação inte ressante, teoria,
química orgânica, e os resultados de experimentos concordam absolutamente,
como será visto em seguida.
Natrum sulph. é um dos remédios de PERIODICIDADE marcada.
Em problemas do peito: pneumonia, asma, mesmo a tuberculose, existe á
característica agravação de manhã cedo, das 4às 5h. Isto tem repetidas vezes
chamado a atenção para o remédio e levado a seu estudo, com resultados
satisfatórios.
Além do seu horário de agravação das 4 às 5 h. em pneumonia e asma, Nat.
sulph. tem uma cólica às 2 h., ou das 2 às 3 h. e uma diarréia que começa
regularmente de manhã, depois de levantar-se da cama, e retorna regularmente a
cada dia. Há uma excessiva eliminação de flatos com as fezes. (N.B.: Sulph. faz o
paciente pular da cama, a diarréia de Nat. sulph. ocorre depois de levantar-se).
Novamente, com relação à sua periodicidade, este é um dos remédios que
tem “Piora a cada Primavera” (Lach., Rhus, etc.).
É notável como sendo um dos remédios em negrito no pequeno grupo
NATRUM SULPHURICUM 131

“Pior com tempo quente e úmido” (Lach., Carbo veg. e poucos outros;
entre eles, bastante curiosamente, Sil., que é um remédio friorento, mas
não pode suportar o calor úmido).
Então, no tórax, ele escolhe, especialmente, a base do pulmão esquer-
do. Uma pneumonia da base do pulmão esquerdo, com uma agravação
matutina das 4 às 5 h. (aumento da temperatura, etc.) é fortemente suges -
tiva de Natrum sulph. Nós publicamos alguns casos mostrando quão
rápido e brilhantemente ele age nestes pacientes. Para lembrar, é inútil,
por mais que se diga: “Eu acho Phos., Bry., Nat. sulph., simplesmente ma-
ravilhosos em pneumonia!” Eles são todos igualmente maravilhosos, mas
cada um em seu próprio caso; e eles são todos igualmente deficientes e
“medicamentos inúteis” quando não indicados pelos sintomas. O
“esplêndido”, o “maravilhoso” do rotineiro depende da sorte, onde os
sintomas do paciente e da droga ocasionalmente combinaram; e o seu dar
de ombros: “Eu tentei - é inútil!”, onde eles não combinaram. Igualmen-
te um número muito grande de pneumonias correspondem em sua sinto-
matologia aBryonia, e um grande número de casos curados, portanto, são
postos no cômputo daquela droga; e poucos a Natrum sulph., cujas dis-
tinções são menos comuns.
E, como dito, seus distúrbios e enfermidades tendem a começar pelo
rio úmido. Nat. sulf. não pode suportar o tempo úmido, moradias úmidas,
moradia perto da água, perto do mar, qualquer mudança para o tempo
úmido. “Grande dispnéia com desejo de respirar profundamente durante
o tempo úmido e nublado”.
Este é um dos remédios para ataques violentos de asma; o escarro ten -
de a ser esverdeado e copioso, e sempre pior no tempo úmido e chuvoso.
Nós extraímos de KENT, que dá as sugestões mais interessantes e prá -
ticak para a escolha e emprego deste realmente.!Valmirabile.
Ayy Ele diz: “Ele perturba a mente, sendo esta tomada por impulsos terrí -
impulsos de auto-destruição, ódio e vingança . . . e perturba a me-
mória”. (Todas essas coisas surgem em suas experimentações e podem
ser usadas para nos guiar na sua aplicação). Ele cita: “uma luta entre o de-
/sejo de morrer e o desejo de viver. O paciente tem que lutar consigo e com
/ o impulso de destruir-se. Quer morrer, também não quer morrer, o que
>çignifica noites insones e dias de conflito...
menor barulho a torna agressiva, mesmo a música. Pior com mú-
sica suave, luzes suaves (Aurum, mas Aunim somente deseja cometer sui-
cídio, e não tem desejo de viver)”. Kent diz que “Hahnemann sempre en -
sinou que os sintomas mentais, da droga e do paciente, são os mais impor-
tantes. E junto com o acima citado, a agravação matutina e a melhora pelo
ar fresco são o mais importante...
Problemas oculares, com secreção catarral verde e espessa. Descar -
ívv.
gas similares pelo nariz e pelas narinas posteriores. Descargas verdes de
132 NATRUM SULPHURICUM

todas as partes; leucorréia verde (Thuja)...


“Problemas estomacais, com regurgitação de comida (Phos.). ’A comida
sempre volta'. Gosto amargo; distensão, peso, náusea quase con stante. Pacientes
que estão sempre biliosos, com fígado perturbado...
“Útil em meningite cérebro-espinbal (C/c.). Dores violentas descendo pelo
pescoço e coluna com opistótono. Deve deitar-se de lado; é impossível deitar-se
de costas em tais casos...
“Sintomas de pele (um grande remédio para 'sarna do barbeiro'). E para
verrugas. Um remédio gonorréico, como Thuja; e ele tem muitos
I .sintomas em comum com Thuja”.
Nat. sulph. para nós é clássico para efeitos posteriores a traumatismos / da cabeça,
concussão; dor de cabeça, perda de memória, contrações mus- / culares, e mesmo
convulsões epileptiformes. Kent diz: “Amica para as
1 neuralgias, mas Nat. sulph. para os sintomas mentais que acompanham \ uma
pancada na cabeça”. Assim ele coloca: “Uma paciente entra no con sultório, de
repente pára, começa a transpirar, parece confusa, embaraça da, volta a si em um
segundo e diz: Doutor, tenho tido sempre tais crises desde quando bati a c abeça’.
Ela deve tomar Nat. sulph.” Ele diz que o remédio tem curado pequeno mal.
“As dores de Nat. sulph. são piores quando em repouso como Rhus, ^\r 'mas
também pior com o movimento como Bry. Inquieto”.
J Estados asmáticos em crianças de pais sicóticos. Kent diz: “A asma é
às vezes uma doença sicótica, e tem sido curada por remédios sicóticos nestes
casos”. Nat. sulph. tem também as verrugas de Thuja no ânus e ge- ^itália.

Nat. sulph. não pode digerir alimentos amiláceos; leite e batatas não lhe caem
bem (Alum.)
CLARKE chama a atenção para um sintoma peculiar, “salivação com dor de
cabeça”; e ele cita vários casos de asma curados por Nat. sulph., entre eles um
que apresenta suas características, “asma violenta, espas- módica, escarro
esverdeado e purulento; uma evacuação diarréica depois de se levantamos últimos
dois dias”. E entre os sintomas dos experimentos nós encontramos (Hering):
“Respiração curta com dor penetrante no peito à esquerda. Grande dispnéia,
desejo de respirar profundamente durante o tempo úmido e nublado. Ataque
violento de asma; expectoração esverdeada e purulenta; evacuação solta
imediatamente depois de se levantar, de manhã. Ataques asmáticos durante anos;
expectoração esverdeada e muito copiosa”. E assim por diante.
Nat. sulph. é também um remédio para artrite reumatóide crônica. Seus
estados artríticos são sempre devidos, ou piores por umidade e frio. Eles
obrigam o movimento, mas o alívio por mudar de posição não dura
NA TRUM SULPHURICUM 133

muito tempo.
Natnim sulph. tem sintomas malariais; arrepio e febre alternam-se.
Febre intermitente com vômito bilioso, ocasionado ou piorado pelo tem-
po úmido, ou atmosfera úmida no litoral. Vômito amarelo-esverdeado,
marrom ou preto.

* ****
Leaders, de NASH, para Natnim sulph. são: “Diarréia, aguda ou
crônica; pior de manhã e ao começar a se movimentar (Bry.); com muita
flatulência (Aloe e Cale. phos.) e roncos no abdome, especialmente na
região ileocecal direita.
“Tosse com expectoração, com grande dor no peito; pior na parte in-
ferior do peito à esquerda.
“Pior no tempo frio e úmido; porões úmidos”; hidrogenóide (diarréia,
reumatismo, asma).
“Efeitos mentais por traumas na cabeça.
“Efeitos crônicos de pancadas, tombos..
Ele diz: “Esta agravação no tempo úmido não é restrita à diarréia em
Nat. sulph., mas está especialmente presente em casos de asma crônica.
Eu vi um benefício muito grande em tais casos desta doença muito pro -
blemática e obstinada, e como a agravação no tempo úmido ocorre muito
comumente em casos de asma antiga, este remédio é freqüentemente in-
dicado.
“Tosse úmida, com irritação e domo peito à esquerda é muito caracte-
rística. Este é um dos pontos diagnósticos principais da diferença entre
Bry. e Nat. sulph.: enquanto que em ambos existe uma grande dor no peito
com a tosse, em Bry. a tosse é seca, e em Nat. sulph. ela é solta. O paciente
tem que sentar-se na cama, a tosse o machuca muito”.
Ele indica que “ambos levantam-se na cama com a tosse e seguram a
parte dolorida ..e ele diz que “vi, muitas vezes, pronto alívio notável e
cura em seguida à administração de Nat. sulph. em pneumonia, quando
este sintoma estava presente... Esta dor correndo através da parte infe -
rior esquerda do peito é uma característica de Nat. sulph., como aquela da
dor que corre através da parte inferior direita do peito é característica de í
Kali carb.
(
$**** (
Com relação à diarréia (pelo frio úmido) de Nat. sulph., BOGER em \ suaSynopticKey dá
em maiúsculas: “RONCOS, BORBORIGMOS NOS VíL. INTESTINOS, ENTÃO FEZES
REPENTINAS, JORRANTES E BA- RULHENTAS; depois de se levantar, de manhã” e diz
que Nat. sulph. é / t complementar a Ars. e Thuja. E, a propósito, Kent, ao falar de Nat. sulph.
J para estados asmáticos em crianças, na puberdade, etc., enfatiza que: “às (
ÍOH I \ SÍ i KUM òUJL,rnutíi^L.m

vezes a respiração difícil, a freqüência do ataque e a prostração guiaria pára


Ars.; mas Ars. somente atenuará e o caso voltará mais freqüentemente para a
paliação; enquanto que o remédio curativo postergará os ataques até que
sejam por fim curados”.
Observe que no Repertório de Glauber o Salmirabile (Nat. sulph.) é um do
pequeno grupo de remédios, especialmente indicado para asma em crianças,
viz. Acon., CHAM., IPEC., Mosch., NAT.SULPH., PULS., SAMB., com uns
poucos outros com valor menor. O curioso é que a Velha Escola não sabe
praticamente nada sobre Nat. sulph., salvo ser este um purgante!

NATRUM SULPH. parece precisar de experimentações posteriores nas


potências. Mas nós acrescentaremos sintomas impressos em itálico de Allen
eHering.
Depressivo. Irritável. Pior de manhã: odeia falar ou que falem com ele.
Enfastiado da vida: deve usar todo o auto-controle para evitar de se dar um tiro.
Pressão na testa como se a testa fosse estourar. Melhor apertando com a mão,
em repouso, deitado; pior quando pensa.
Sensação de calor no topo da CABEÇA
Sente o cérebro solto ao inclinar-se; este “cai” em direção da têmpora esquerda.
Espasmo na cabeça: jogando-a para o lado direito.
Dores violentas na cabeça, especialmente na base do cérebro e na nuca; depois
de traumas na cabeça.
Efeitos crônicos por traumas na cabeça; concussões simples e traumas sem
afecções orgânicas.
OLHOS, grandesgranulações como bolhas, com lágiimas ardentes.
Sensação de algo arrastar-se nos olhos.
Conjuntivite crônica com pálpebras granulares, pus verde, fotofobia terrível.
Pálpebras pesadas como chumbo.
Entupimento do NARIZ, com secura e queimação. Sangramento nasal antes. e
depois da menstruação. Descarga catarral, amarelo-esverdeada; verde.
Induto na raiz da LÍNGUA, sujo, cinza esverdeado, ou marrom-esver- deado.
A língua queima como se coberta com bolhas. A ponta da língua arde.
Bolhas na língua e no palato. Palato muito sensível, mal pode comer. Qualquer
coisa fria na boca a alivia/ia.

yyy Sede por alguma coisa muito fria; desejo degelo, ou água gelada. kJt
^Aversão ao pão, do qual antes gostava.
Diarrpia por vegetais, frutas, massas, comida e bebidas frias e fariná-
NATRUM SULPHUR1CUM 135

ceos.
Vômito de bile; de fluido a princípio azedo e depois amargo. Acidez.
Tensão e dor em pontadas na região do FÍGADO ao andar.
Ao respirar fundo, uma pontada agida e violenta no lado direito do AB-
DOME, como se no fígado, como se ele fosse estourar, pior sentado. Inal-
terada pela pressão, às 16 h..
Grande sensibilidade no fígado; muito dolorido quando tocado.
Dor rasgante em volta do umbigo, com jlatulência.
Acúmulo de flatos no abdome, com dor, sem eliminá-los. Borborigmos e
roncos em todo o abdome, com beliscões repentinos; e então, a diarréia.
Borborigtnos no abdome, com emissão de flatos muito fétidos.
Cólica flatidenta: o flato passa com dificuldade; causa dor de barriga e
dor de contusão na região lombar. Despertam-na às 2 h.
Não suporta roupa apertada em volta da cintura.
Fígado inchado e sensível. Ingurgitodo, pior se deitado do lado esquerdo.
Cólica biliar. Dores excniciantes. Vômito de bile. Gosto amargo. Icterícia
por irritação.
Diarréia no tempo úmido; de manhã; depois de comidas farináceas; no ar
frio da noite; por causa de vegetais, massa, comida ou bebida fria. Alter-
nando com constipação. Vem regularmente toda manhã e retoma regu-
larmente a cada dia.
DIARRÉIA crônica. Tuberculose abdominal.
A URINA queima, diminui sua quantidade. Poliúria, especialmente se
diabético.

Respiração curta, com dor penetrante do lado esquerdo do PEITO.

Grande dispnéia, desejo de respirar fundo durante o tempo úmido e


nublado.
Pressão no peito, como de uma carga pesada. Opressão no peito.
Pontadas no lado esquerdo do peito ao sentar-se, bocejar, durante a
inspiração, subindo do abdome para o lado esquerdo do peito.

Dor excmciante na junta do quadril à direita, pior ao inclinar-se e por


alguns movimentos. Quando se estica ou anda, não sente nada. Sente mais ao
levantar-se de um assento, ou ao mover-se na cama.
Cheio de dores nos membros, mãos e de dos.
Panando, dor mais suportável ao ar livre.

Depois de bater a cabeça, os ATAQUES o levam à destruição, nunca sabe


quando eles virão; epileptifonne. Muito irritável; queria morrer. Dor
constante na cabeça, fotofobia.
136 NA TR UM S ULPHUR1CUM

HORÁRIO: Cólica violenta às 2 h., das 2 às 3 h., cólica flatulenta. Das 4às5h.
asma. Às 9h. diarréia.

SINTOMAS MA LARIAIS: altemam-se arrepio efebre. CONSTITUIÇÃO


HIDROGENÓIDE.* sente qualquer mudança do seco para o úmido; não pode
tolerar o ar marinho, ou comer plantas que florescem perto da água. Sente-se
melhorem um dia seco.
HAHNEMANN mostra que este remédio é mais benéfico a indivíduos de fibra
rígida (morena), do que àqueles com uma fibra frouxa (loura). E, de fato, esta é
uma das drogas que, sugerida pela aparência do paciente: olhos castanhos -nos
faz, a princípio, considerar Nitríc acidum como um possível remédio; claro que
os sintomas devem concordar, mas isso freqüentemente acontece.
Em trabalho com pacientes ambulatoriais, quando se tem que ter sucesso, o
complexo sintomático - desejo de gordura, desejo de sal, frialdade, indiferença -
leva você a Nit. a. na Matéria Médica; para descobrir, freqüentemente, que o
resto dos sintomas ajustam-se ao paciente, e que você chegou ao remédio
curativo. No desejo por gordura e sal, somente Sulphur, no Repertório, compete
com Nitric acidum, mas com valor mais baixo. O Repertório nos dá muito
poucos remédios que desejam gordura, sendo Nit. a. o único em negrito; é útil
memorizá-los, viz. (Ars.), (Hep.), NIT. A., Nux e Sulph., mas, entre estes, Ars.,
Hep. e Nux não têm o desejo de sal; enquanto que a mentalidade de Nitric a.,
como nos parece, é mais parecida com Sepia, mas Sepia detesta gordura, e não
tem desejo de sal. Aqui está o pequeno complexo sintomático de Nit. a. que
ajuda na escolha da droga, em um trabalho rápido, e não se pode esquecê-lo!
Nit. a., além de seu desejo por gordura e sal, na sua manifestação mais
completa é:
Friorento.
Deprimido.
Indiferente.
Intolerante à simpatia.
Sensível ao barulho, dor, toque, abalo.
Irritável, desconfiado, obstinado, agitado.
Teme a morte.
Pior por vento, trovão, tempo chuvoso.
Tem transpiração profusa das mãos e pés.
Há alguns anos atrás, um médico de um lugarejo pediu ajuda a um de
nossos conferencistas pós-graduados com relação a uma criança, paciente
daquele médico, com constipação inveterada. Ela tinha o desejo de gor dura e
sal de Nitric acidum, e o conferencista começou a ler para o atônito

137
i ví j ívíu n s^i LSU i vi

médico os sintomas de Nitric acidum, dos keynotes de Allen. “Mas - você conhece a
criança? Claro que ele não conhecia; mas ele conhecia Nitric acidum e, tendo estes sintomas
sugerido a droga, o resto veio por si só. Que é como se atende uma tarde cheia de pacientes
ambulatoriais, um pequeno ( complexo sintomático sugere uma droga, e você a considera,
e fica feliz por
, descobrirque chegou "lá”.
Halmemann diz que Nitric acidum é mais útil a pessoas que sofrem de diarréia
(Puls.), mas Clarke diz que este é um dos remédios que tem sido ( mais útil para ele em
constipação. Clarke sempre insistiu nisso: os sintomas
, positivos são muito importantes, enquanto que os sintomas negativos são
menos importantes. Por exemplo, o fato de que uma pessoa não possa ajoe - '
lhar-se sem desmaio ou vertigem, ou o que quer que seja, sugere Sepia - a
( única droga que aparece no Repertório como “pior ao ajoelhar-se”. Mas o
fato de que ela possa ajoelhar-se sem nenhum transtorno não contra-indica Sepia.
Você encontrará aquele sintoma em muito poucos casos de Sepia; ( embora eu pense que
você não o encontrará sob nenhum outro remédio. (A
propósito, este “pior ao ajoelhar-se” é relativo ao paciente e não a seus joelhos
inflamados e inchados. O que seria um sintoma comum em artrite e ( não ajudaria na
escolha do remédio).
( Um outro aspecto quase inconfundível dos sofrimentos de Nitric acidum
( é a característica de suas dores: - não somente pontada, mas COMO ESPI
NHO. Onde quer que as dores ocorram, no osso, na boca, no nariz, no ânus, ( a
sensação é “um ESPINHO”; especialmente quando a parte dolorida é tocada
( ou pressionada. Clarke, em seu Dictionary of Matéria Medica, tem um pe
queno e brilhante parágrafo sobre Nitric acidum, introduzindo a experimen- v
tação deste. Aqui ele mostra, com relação às pontadas como de espinhos -
( “Este é um grande Keynote de Nitric acidum, e servirá para indicá-lo onde
/

, quer que seja encontrado. E preciso um toque ou movimento para trazê -lo à
tona. Quando isso ocorre na garganta e preciso o ato de engolir para desen cadear
isto; no ânus, a passagem das fezes; em úlceras, o toque da roupa. Pode acontecer
em qualquer parte do corpo: nas unhas encravadas dos pés”. (Magnetis Polus
Australis).
Então, os locais afetados pov Nitric acidum, para provocar ou curar, são

( muito marcantes e definidos. Ele escolhe os orifícios: locais de transição


( entre as membranas mucosas e a pele; endotélio em epitélio. Os olhos, o
nariz, e (especialmente) a boca, com lábios, língua, gengivas, amígdalas,
^ descendo para a garganta. Então, passa pelo trato digestivo sem afetá-lo
( muito, ele solta a sua raiva no reto e no ânus, na uretra e genitália, sempre
^ com ulceração, fissuras, pontadas, dores como por espinho, sangramentos
e mau cheiro. Como Guernsey diz: “Este remédio lembra Mercurius em
( muitos pontos, o que torna muito difícil distinguir um do outro”. E,
'( conseqüentemente, desde que nós prescrevemos em cima de sinto-
mas, e desde que o antídoto para qualquer droga ou doença é sempre

(
/V/iK/C AL.1UUM

a droga de sintomas mais semelhantes, tem-se que Nitric acidum é o remédio


mais útil em uma intoxicação e transtornos causados pelo abuso do Mercúrio. E,
novamente, desde que os sintomas de Mercúrio e da sífilis são quase indistintos,
Nit. a. entra também, como nós veremos, no tratamento desta doença.
Nit. a. é também semelhante a Merc. em mau cheiro. Ele tem boca e saliva
malcheirosas; transpiração malcheirosa nas axilas e nos pés; umi dade malcheirosa
em volta do ânus; urina malcheirosa, com cheiro forte (urina que cheira como a
de cavalo), com (um sintoma peculiar): “parece fria ao passar”. Aqui o único
outro remédio éAgar., com valor mais baixo.
Um outro sintoma doloroso dirige diretamente para Nit. a.: - não somente a
evacuação é dolorida, mas dói durante horas depois de evacuar. O ânus sofre
medonhamente com Nit. a. Não existem somente hemorróidas doloridas, mas
fissuras, que se abrem muito c sangram c são estranhamente doloridas. Quando se
tem que examinar o reto de Nit. a., é um terror para o médico, tanto quanto para a
vítima. Lembro-me, anos alrás, ao ser chamada à Great Armond Street para ver
uma moça que estava agoniada com dor no ânus e que tinha pedido para o
Hospital mandar um de seus médicos homeopatas. O remédio era Nit. a., que ela
tomou e teve alívio rápido; e ao perguntar no dia seguinte, soube-se que ela
eslava bem.
E aqui nós citaremos NASH. Ele diz: -
“Nenhum remédio tem uma ação mais decidida sobre o ânus e um sin toma
muito característico é: ‘grande dor depois de evacuar, mesmo quando as fezes são
moles’. Ele anda pela casa agoniado de dor durante uma ou duas horas depois de
evacuar (Ratanhia). Em disenteria este sintoma distingue este remédio de Nux
vom. que fica aliviado depois de evacuar e àzMerc. que tem tenesmo o tempo
lodo, antes, durante e depois de evacuar”. Nitric acidum ajuda em todas as
“Doenças Crônicas” de Hahnemann, - sífilis, gonorréia (sycosis) e aquela outra
que ele chama de “psora”, assim como em intoxicação e abuso de Mercurius. Em
sífilis tem- se visto o seu efeito magnífico em casos agudos e crônicos. Ficamos
muito interessados numa paciente que, recentemente, reapareceu depois de uns
vinte anos de ausência no hospital. Ela tinha originalmente vindo por causa de
uma leucoplasia, que foi curada por Nitric acidum em dosagem homeopática. Ela
tem agora oitenta anos, com aparência saudável e robusta; médicos que estavam
conosco pensaram que ela tinha sessenta! - e, apesar de tudo, o Wassermann dela
ainda é positivo! Evoca-se a argumentação de Hahnemann que a sífilis, não
tratada pelos métodos da velha escola, não é um tipo de doença tão mortal; e esta
mulher, com aparência jovem e vigorosa, queixando-se somente de algo trivial
(no momento escapa à memória o nome dela ou encontrar suas anotações) sem ter
tratamento durante todos esses anos!... bem, por causa de nossos preocupa dos
irmãos da Velha Escola, nós colocaremos assim: “A exceção põe a re -
140 NITRIC ACIDUM

graà prova”.
Clarke diz que Nit. a. é também um antídoto para o abuso de Iodeto de
Potássio; e ele diz que Burnett curou brilhantemente um caso de actino- micose
com Nitric acid, que como percorreu as escolas médicas, indubitavelmente teria
sido muito medicado com esta droga.
Para sycosis (? gonorréia) Hahnemann sugere que dois remédios se rão üteis -
TJiuja e Nitric acidum; dados de acordo com os sintomas, e a cada um se
permitindo completar o seu efeito antes que - mudando os sintomas - o outro seja
dado para seguir. Somente desta forma Hahnemann alterna. Veja
HOMEOPATHY, Vol IV, págs. 202 e 203, a respeito de Rhus ede Bryonia sobre
tifo durante a guerra.
Um outro uso, ao qual Clarke alude, para Nitric acidum, é em problemas
pulmonares - pneumonia e tuberculose. Inalado, dentre todos os ácidos este é o
único que produz uma inflamação muito rápida e fatal dos pulmões; Clarke cita
um caso e nas experimentações um grande número de seus sintomas sugerem
tuberculose. Portanto, sempre que os sintomas chaves sejam aquel es de Nit. a.,
esta droga deveria ser considerada em pneumonia e na tuberculose. É lembrado
um caso, anos atrás, na época dos dispensários, onde Nit. a. teve um efeito
surpreendentemente bom em um paciente tuberculoso. Mas, de alguma forma,
esta não é uma das drogas que alguém prontamente lembra para problemas
pulmonares, agudos ou crônicos, apesar de que Kent a tenha em itálico para
“inflamação dos pulmões”.
Eu não sei por quê, mas tem-se um certo tipo de afeições por Nitric acidum.
É tão dramático e tem características e ações tão definidas e intensas! Espera-se
que este pequeno quadro possa ajudar outros em um conhecimento mais íntimo
de “uma personalidade muito forte” dentre nossas drogas.

SINTOMAS EM NEGRITO

Deprimido e muito ansioso ao anoitecer.


Ansiedade, como se empenhado em um processo ou disputa, trazendo- lhe
inquietação.
Ansiedade sobre sua doença, com medo da morte. Medo mórbido de cólera.
Ansioso sobre sua moléstia;pensa constantemente sobre problemas do
passado.
Mente fraca e vaga.
Desesperado.
Nervoso, excitável, especialmente depois de abuso de Mercúrio.
Irritado com as menores coisas.
NITRIC ACIDUM 141

Sem disposição para o trabalho, para realizar qualquer ocupação séria.


Grande fraqueza da memória.
Depois de contínua perda de sono, ansiedade duradoura - fadiga mental ou física
por cuidar de um doente (Compare Cocc.); grande angústia por conseqüência de perda
de um amigo muito querido.

VERTIGEM ao levantar-se de manhã; tem que se sentar.


Peso, embotamento, plenitude na CABEÇA. Cabeça como se envolta em uma
bandagem apertada.
Sensação de “cabeça como que colocada em um tomo, de ouvido a ou vido sobre o
vértex”.
Tensão dolorosa dentro da cabeça, estendendo-se para os olhos, com náusea.
Cabeça muito sensível à pressão do chapéu: pior à noiteinha e pior sobre a patíe em
que está deitado. Como se contundido globalmente ou em pontos. Lado direito do crânio
dolorido.
Queda profusa de cabelo; especialmente no vértex; por congestão de sangue no
couro cabeludo; por sífilis; dores de cabeça de origem ner\'osa, debilidade,
emagrecimento.

Visão dupla.
Pontadas nos OLHOS; ardor.
De manhã dificuldade de abrir os olhos e de levantar as pálpebras superiores.
(CompareSepia, Causticum).
Oftalmia: neonatal; escrofulosa; gonorréica; sifilítica: por abuso de Potássio e
Mercúrio.
(Sintoma curioso, os cílios do lado direito apontam todos, rijamente, na
direção do nariz).

Barulho de nigido nos OUVIDOS. Estalos ao mastigar.


(Surdez: melhor ao andar de carmagem ou trem (Compare Graph.); com induração
das amígdalas; depois de abuso de Mercúrio; sifilítica).

Violentopntrido no NARIZ. O nariz sangra. (Ao comer, pedacinhos dc comida


entram nas narinas posteriores; não descem, a não ser que engolidos com saliva).
(Compare Gels.).
Catarro nasal; acre, aquoso à noite, amarelo, mal cheiroso; corrosivo: com inchaço
do lábio superior. Com febre escarlatina, difteria; ou sifilítico.
(Ozena: cilindros verdes toda manhã com úlceras; sifilítica, envolvendo o lábio
superior, que está inchado eperfurado com úlceras).
Ulceração das narinas, escamosas; interna, com freqüentes sangramen-

tos.
142 NITRIC ACIDUM

Cantos da BOCA ulcerados e escamosos; com dores em pontada.


Estalos na articulação da mandlbula ao mastigar e comer.
Odor pútrido e cadavérico da boca.
*

Úlceras na boca: com dores em pontada como por espinho; dentro das
bochechas; nas margens da língua; corrosão profunda; a princípio lardácea, mais
tarde descolorida, escura, suja, pútrida, destrutiva; sifilítica.
A membrana mucosa fica entre os dentes, é facilmente mordida; inchada,
ulcerada; com dores de agulhadas; especialmente depois de abuso de Mercúrio; aftas
cobertas com membrana branca ou cinza amarelado claro.
Saliva profusa; fétida, acre, deixa os lábios feridos; sangidnolenta.
Inchaço de glândulas parôúdas e submaxilares com dentes frouxos e gengivas
sangrantes, depois de abuso de Mercúrio.
Frouxidão dos dentes ao mastigar. (Compare Merc.).
Hálito pútrido.
Pequenas pápulas doloridas nos lados da língua.

GARGANTA* ao comer, um bocado fica parado na faringe, como se esta


estivesse contraída.
Deglutição muito difícil: contorce a face e dobra a cabeça para baixo: não pode
engolir nem mesmo uma colher de chá dc líquido; causa dor violenta que se estende
para o ouvido.
Amígdalas vermelhas, inchadas, irregidares, com pequenas úlceras; com umá
listra amarela; com manchas brancas.
Dores emferroada na garganta inchada.
Agidhadas, garganta dolorida.

Desejo de gordura, arenque, giz, cal, terra. (Cale.)


Pão lhe faz mal.
Icterícia: dorna região do FIG ADO; urina escassa e com cheiro forte.
Acorda à meia noite com dores em cólica no intestino delgado; friorento; dor pior
se ele se mover
Pontadas, na região do fígado.
Abundante flatidência, roncos no abdome.

Náusea depois de uma REFEIÇÃO. Transpiração por todo o corpo depois de


uma refeição.
Eructações antes e depois de uma refeição.

Desejo constante de EVACUAR; ineficaz.


Cólica, às vezes repuxantes, antes de evacuar.
Descarga profusa de sangue durante a evacuação.
Ardor das varizes do ÂNUS.
Pnirido do reto.
NITRIC ACIDUM 143

Queimação, prurido do ânus. Umidade do ânus.


Pontada no reto e contração espasmódica no ânus, durante a evacuação, dura
muitas horas.
Com dor ao evacuar, como se algo no reto se rasgasse.
Diarréia: muito esforço, mas pouca evacuação; como se as fezes ficassem no reto
e não pudessem ser expelidas; com dore escoriação do ânus.
Constipação: evacuação dolorida, difícil e irregular; fezes em massas duras; com
protrusão de hemorróidas em toda evacuação, com sangramento profuso; grande dor
durante e depois de evacuar, como se houvesse fissuras no ânus. As hemorróidas
pendem ao ficar de pé.
Hemorróidas: constante pressão para fora; com ou sem dor; com prolapso em
toda evacuação.

Pontadas como por agulha no orifício da URETRA


Úlceras na uretra: descargapumlenta ou muco-sanguinolenta.

ÓRGÃOS SEXUAIS muito afetados; com pequenas vesículas prurigi- nosas;


úlceras exsudando uma umidade mal cheirosa; sangram quando tocadas;pontadas
agudas.
Condiloma: fétido; sangra quando tocado; úmido; lembrando uma couve-flor; em
pedículos finos; exsudação; após abuso de Mercúrio.
Qonorréia: descarga amarelada ou sanguinolenta; muco- sanguino- lentà; dor
horrível. Condilomas nosgenitais e ânus. (Thuja).
Prurido, inchaço e queimação.

Hemoptise. TOSSE: seca, como de cachorro; coceira na laringe e boca do


estômago, com completa ptose de ambos os olhos por conseqüência da tosse.
Tosse seca crônica, laríngea, com picada aguda, como se houvesse pequenas
úlceras na laringe, geralmente sentidas em um dos lados.
O escarro parece grudar como cola; cilindros brancos esverdeados como se
saídos dos condutos aéreos; expectoração diária de sangue escuro misturado com
coágulos; ou amarela, pus amarelo, acre de odor mal cheiroso. Dorna base dos
pulmões como se estivesse rasgando...

CORAÇÃO, pára a cada quatro batidas; alterna batidas duras, rápidas e


pequenas.
Falta de ar, palpitação do coração e agonia ao subir escadas. Falta de ar
repentina e palpitação ao andar devagar. Respiração ofegante.

Pontadas nas escápulas e entre elas.


Dores neurálgícas na parte superior das costas, especialmente do lado esquerdo.
144 NITRIC ACIDUM

Herpes entre os dedos das mãos.


Paroníquia (aplicada quando incipiente).
Repuxamento em todos os membros, sendo o estiramento do corpo muito agradável.
Pontadas em todas as partes do corpo; dores repuxantes em todas as partes do
corpo, aparecendo e desaparecendo repentinamente.
Dores rasgantes nos ossos das extremidades inferiores, especialmente à noite.
Nódulos sifdíticos sobre os ossos da canela, com severas dores noturnas.
FRACO: quase que constantemente obrigado a se deitar. Perda de ar e dafala.
Fraqueza; trêmulo; sobressaltos ao adormecer. Deprimido.
Grande debilidade, peso e tremedeira dos membros:pior de manhã.

TRANSPIRAÇÃO, de manhã.
Transpiração noturna, uma noite sim, outra não; ou todas as noites. Transpiração
profusa na sola dos pés; causa irritação dos dedos e da sola dos pés, com pontadas como
se andasse sobre alfinetes.
\
»

Sonolência durante o dia.


Desperta às 2 h. toda noite e é incapaz de donnirde novo.

Entre as sensações estranhas estão: -


Crânio como que amarrado por uma fita, etc. (Sulph.)
Dor como por espinhos em erupções.
Como de um espinho no nariz.
Dentes como se alongados; como se fossem cair; como se moles e es-
ponjosos.
Como se tivesse um espinho nas úlceras da boca.
Como se a comida não fosse descer.
Como se o abdome fosse estourar: “uma caldeira func»onando nos in -
testinos”.
Como de uma roupa seca e quente no abdôme Como se as fezes
permanecessem no reto.
Espinhos no reto. Como farpas agudas pressionadas no ânus; entalhes nas
úlceras do escroto.
Como de um espinho ou pedaço de vidro no dedo da mão (Sil.).
Como de mordidas de cães na carne e nos ossos.
Espinho agudo espetado no dedão do pé.
Espinhos atravessando o carbúnculo.

Hemorragias: vivas, profusas; escuras; dos intestinos; depois de abor-


NITRIC ACIDUM 145

Dores ósseas sifilíticas.


Inchaço inflamatório de gânglios inguinais ou axilares, especialmente ^
após abuso de Mercúrio ou em indivíduos sifilíticos. (
Descargas finas, mal cheirosas e escoriantes; se purulentas são de um ^
verde-amarelado sujo.
Doenças que dependem da presença de veneno sifilítico, escrofuloso, mercurial ou
gonorréico. Constituições alquebradas. (
Verrugas: picam e ferroam; no lábio superior ardem e sangram ao lavar. Moles e
úmidas. Grandes, entalhadas, freqüentemente peduncula- ^
das; exsudando umidade e com sangramento. Condiloma sifilítico, ele- {
vado, exuberante, como couve-flor. ^

V
(
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NUX MOSCHATA
(Noz-Moscada)

Sobre a noz-moscada, Kent diz: “Um pequeno remédio, mas quando necessário,
nada tomará o seu lugar”.
Isto acontece tanto, que se tem encontrado este remédio muitas vezes, em
circunstâncias especialmente dramáticas, e testemunhado a sua rápi da e
maravilhosa ação. Por isso, esta é uma droga sobre a qual se tem ten tado muito
escrever - mas provavelmente pouco conhecida - um daqueles remédios que
nunca “funcionará”, a menos que se tome somente os seus sintomas peculiares -
que são totalmente distintos.

UMA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA

Há muitos anos, em um estado de enorme ansiedade com relação a uma


paciente de 80 anos, com trombose cerebral, paralisada e comatosa durante nove
semanas, onde o coma tinha se tornado tão profundo, que era quase impossível
fazê-la comer qualquer coisa, alguém saiu tarde da noite para pedir um conselho
a um certo médico homeopata no sul de Londres.
t Absolutamente o homem certo a quem recorrer, pois ele tinha uma /estória
curiosa a contar. Ele mesmo havia tido ataques de indiferença e / conduta
automática, depois de freqüentes ataques de gripe (e gripe era ' grave naqueles
dias!), de tal forma que ele mantinha fechadas suas cartas recebidas durante dias;
¥ sem interesse por nada e totalmente inútil para seus pacientes que, no entanto,
acreditavam muito nele, levaram em consideração seu estado pós-gripal e
esperaram que se recuperasse. Foi Nux mosch. que mostrou-se o remédio mágico e
o trouxe de volta à sua utilidade. Ele era, portanto, capaz de mostrar as “virtudes”
e a aplicabilidade \deNuxm. para o caso em questão.
E Ma: m. funcionou - somente uma dose da potência 200 (até onde se pode
lembrar) e toda ansiedade com relação à paciente estava no fim. Ela prontamente
acordou e depois teve uma maravilhosa recuperação, viven do por mais cinco anos
em completo poder de suas faculdades. Outros remédios (notavelmente Zinc. em
potência bastante alta) ajudaram-na mais tarde, mas foi Nux mosch. que,
humanamente falando, salvou sua

146
NUX MOSCHATA 147

vida. Depois de tal experiência, ninguém se esquece de um remédio.


Aqui está outra lembrança da noz-moscada...
Há alguns anos atrás, uma garota de 22 anos veio, em um estado curio so,
pedir ajuda. Oito meses antes, por causa de furúnculos, ela tinha comido uma
noz-moscada, moída e ingerida com pão e manteiga. Esta experiência
interessante já lhe tinha custado 100 libras em tentativas de tratamento.
Ela descreveu o que havia acontecido.
Ela ficou sonolenta; olhos somente meio-abertos.
Sentia que estava perdendo a consciência; sentiu-se paralisada; entorpecida.
Ela tomou óleo de castor e sais.
Ataques repetidos de inconsciência.
Eles tentaram deixá-la enjoada e ela vomitou o óleo de castor. Eles pensaram
que ela estava morta.
O coração dela foi afetado. Sentia que estava escorregando para o lado.
Esteve de cama durante um mês e nunca ficou bem desde então. Mui to
nervosa.
Agora - se cansada, sente-se amedrontada (? dc que?). Cansa-se facilmente.
Tem tido medo da morte.
Sonhos - pesadelos: acidente de aviões; é perseguida.
Indigestão. Pele oleosa, por toda a cabeça, rosto e costas. Gordurosa.
Ela forneceu um número considerável de sintomas, entre eles: axilas
escorrendo suor. Ela havia sido vacinada duas vezes, a primeira pegou su -
perficialmente, a segunda não pegou.
Fomos levados a Thuja e a Nux mosch. em alta potência. Ela tomou Thuja 1M,
10M, 50M em três manhas seguidas.
Em três semanas, “Distintamente melhor: não tinha mais pesadelos; ataques
vertiginosos menos freqüentes. O medicamento deu-me uma vida nova e eu me
sinto capaz de fazer qualquer coisa agora”. E no mês seguinte, “Eu sou uma
pessoa diferente e você dificilmente me reconheceria ... Jogando tênis
diariamente, e exceto por uma náusea esporádica, quase recuperei o meu antigo
eu”. Mas ainda alguma indigestão, para a qual ela tomou Nux mosch. 200 a e 1M
em duas manhãs sucessivas, e não se ouviu a respeito dela de novo durante onze
meses.
Kent diz que é melhor não jazer nada do que fazer algo errado. Neste caso, uma
dose ou duas de Thuja teria curado os furúnculos, e ela possivelmente teria
economizado as 100 libras.
Nux mosch. tem sido usado para provocar aborto. Sua ação é específica aqui,
veja QS sintomas. Lembramo-nos de um ou dois casos deste tipo, há tempos atrás;
em todos eles existia uma extrema sonolência e uma condição comatosa. Mas os
efeitos pareciam se. perder rapidamente, em tais
148 NUX MOSCHATA

casos.
CLARKE (Dictionary) dá um ou dois exemplos interessantes dos efeitos da
noz-moscada: interessantes e importantes, pois o que a noz-moscada pode causar,
isto é somente isto ela pode curar.
Um jovem comeu duas nozes-moscadas numa manhã. À tarde, estava
hilariante, capaz de fazer mais do que o normal, de argumentar sobre qualquer
assunto. No jantar, a boca seca, muita sede, sentia que não podia beber o bastante
para satisfazê-lo. Depois do jantar sentia a cabeça estranha, como se num sonho;
mas ele se juntou a uma pequena banda musical, como queria. Ele parecia ser duas
pessoas, e sua própria consciência parecia estar assistindo seu outro eu tocando. Ele
não podia tocar bem: teve que desistir, parecia perdido, e quando falavam com
ele, sobressaltava-se. Ouvindo sons distantes muito mais agudos do que o
normal... Uma mulher que comeu duas nozes com a idéia de provocar aborto,
teve a alucinação de que tinha duas cabeças. Uma outra mulher, quando a
consciência voltou, mantinha as mãos na cabeça “para evitar que a cabeça
caísse”; era obrigada a mover a cabeça com as mãos, sendo a cabeça “muito
grande e pesada para o seu corpo”. Clarke também enfatiza três grandes keynotes
de Nux mosch. - Sonolência, "frialdade e secura. “A saliva parece grossa, como
algodão”. Um outro keynote, tendência ao desmaio. Estado de clarividência:
responde perguntas de modo acurado, sobre assuntos totalmente fora de sua
esfera de conhecimento, e ao voltar à consciência não sabe nada a respeito.
Para dupla personalidade, comparePetrolPyrog.

SINTOMAS EM NEGRITO

MENTALMENTE: Estupor e insensibilidade; sono invencível.


Desaparecimento dos pensamentos enquanto conversa, lê ou escreve. Fraqueza
eperda de memória.
Utiliza palavras erradas (durante dor de cabeça ).
Tudo em volta parece mudado; fantasioso, imagens de sonhos; não reconhece uma
rua conhecida (Opium).
Inclinação a rir de tudo, mais ao ar livre.

Sensação como se todos os vasos estivessem pulsando, especialmente na CABEÇA;


uma dor latejante e pressiva, confinada a pequenos pontos, 'AX-principalmente
naprotuberânciasupra-orbital esquerda.
^] Severa dor rasgante no occipício, em direção à nuca.

Securados OLHOS: muito secos para fechar as pálpebras.


NUX MOSCHATA 149

LÍNGUA paralisada: dificuldade de mover a língua; seca, sente como se estivesse


adormecida ou coberta com couro. Seca à noite, como se fosse virar pó; cola-se no céu da
boca; muita queixa de sua secura; na realidade não está muito seca.
A boca está tão seca que a língua cola-se no céu da boca, mas está sem sede (ao
anoitecer).
Grandemente incomodado com a secura da boca e garganta enquanto dorme;
desperta sempre com a língua muito seca, mas sem sede.
___ ____ A

ESTOMAGO: Sem sede, com a boca seca.


Comer demasiadamente pouco causa dor de cabeça.
Vômitos: espasmódicos; durante gravidez; por irritação de pessários; pelo estômago
ácido; flatidência.
Plenitude no estômago impedindo a respiração; durante a gravidez.

EVACUAÇÃO: mole, mas difícil; reto inativo; morosa; indigesta; com grande
sonolência...

MENSTRUAÇÃO irregular em tempo e quantidade: muito precoce e profusa;


muito atrasada, precedida de dornas costas. Fluxo geralmente escuro, grosso... dorna
região coccígea, como se um pedaço de madeira estivesse atravessado e sendo
pressionado, . . . sonolência invencível; boca seca; risada histérica...
Ameaça de aborto; mulheres histéricas predispostas ao desmaio; sente- se friorenta e
pega gripe facilmente; ela teme que abortará; fluxo menstruai excessivo, contínuo e
obstinado.

Rouquidão por andar contra o vento.


Inalação difícil; asma histérica.
Dispnéia com sensação de peso no PEITO.
Pontaclasnopeito; aperto; cospe sangue.

Dores ora nas COSTAS, ora no sacro; joelhos muito cansados;pior durante o
repouso. Lumbago.
Domo sacro ao andar de carruagem.

MAOS frias como se congeladas; comichões sob as unhas, ao entrar em uma sala
quente.

NER V OS. Sonolência;,torpor; letargia.


Espasmos; histéricos nas partes internas; ataques histéricos crônicos; movimentos
convulsivos.
Histeria; exausto ao mínimo esforço...
15U NUX MO SC HAT A

Enfermidades causam sonolência; irresistivelmente sonolento; sono- j lento,


confuso, como se embriagado; coma, deita em silêncio, imóvel; olhos | fechados; estranha
sensação ao acordar.

\ Ausência de suor: pele fria e seca.

SENSAÇÕES ESTRANHAS

Como se bêbado; membros flutuando no ar; sente a cabeça grande de novo.


Como se o cérebro batesse contra um dos lados da cabeça.
Como se todos os vasos estivessem pulsando.
Como sc a cabeça fosse estourar.
Como se o cérebro estivesse solto.
Maxilascomosc paralisadas.
Os dentes como se seguros por uma garra; dentes como se soltos.
Como se a língua fosse colar no palato.
Como se ela tivesse comido arenque.
Como se um pedaço de bacon estivesse na garganta.
A comida forma massas no estômago.
Como se estivesse cheio de nós: uma massa no abdome.
Como se um pedaço de madeira atravessado na região coccígea estivesse
pressionando de dentro para fora.
Como se o coração fosse comprimido para fora. (Cact., Lil. tig.). Como se o
coração parasse (Gels., Dig.).
Peito muito estreito; uma faca cravada no peito.
Como se o coração estivesse parando: o sangue.fluindo para o coração, dali
para a cabeça e para todo o corpo. Coração apertado. (Cact., Dig.).
Sensações de aperto no coração, braço, joelho.
Sensações de um golpe por um soco: músculos lombares, panturri- lhas...
Sente doloridas as partes sobre as quais ele se deita. (Am.)
Como se o osso, do joelho ao tornozelo, tivesse sido golpeado por um soco.
Secura dos olhos, nariz, lábios, boca, língua, garganta; ou pelo menos uma
sensação de secura.
Membros como se flutuassem no ar.

* * * * *
Entre os sintomas de envenenamento por noz-moscada dados na Cy- clopedia
of Drug Pathogenesy, nota-se também, repetidas vezes, os seus
NUX MOSCHATA 151

efeitos sobre os órgãos pélvicos - ovários e útero muito inchados e sensíveis ao


toque; muitos dos sintomas continuaram a se repetir durante me ses. A cabeça é
descrita por um depois de outro, como pesada; “colocaria as mãos na cabeça para
evitar que ela caísse”; ela parecia grandemente aumentada; “obrigada a usar as
mãos para mover sua cabeça, sendo a cabeça muito grande e pesada para o corpo”
... “Sentia a cabeça muito maior, e inclinada para trás”. Tudo muito grande: as
mãos dobraram de tamanho... em um caso os objetos ficaram menores. As
respirações eram grandemente afetadas, “o poder de respirar estava me deixando”.
Em um caso, tentativas de separar as mãos causaram convulsões ... “Não ousa
dormir, porque poderia morrer”.“Mão vermelha: coberta com pontos vermelhos e
aumentada..Sensações de flutuação. “O coração parecia bater em um v ácuo:
sentia-o paralisado e frio: como se ele gotejasse: como se sua ação fosse
suspensa”, e assim por diante.

* * * * *
Nax mosch. é “sonolento e FRIO” - SONOLENTO, SECO, mas SEM SEDE.

* * * * *
O resumo de GUERNSEY sobre Nux mosch.: Sonolência; muito sonolento;
sono como estupor. Transtornos causando sono.
Frialdade sem sede; calor sem sede; ausência de transpiração; sem sede.
Boca muito secay tão seca que a língua pode aderir ao céu da boca, mas sem
desejo de água, pelo contrário, uma aversão a ela. (Merc., pelo contrário, tem a
língua muito úmida, talvez gotejando saliva, e há muita sede). Dores de cabeça
com boca muito seca e sem desejo de água.
Pior com o tempo frio e úmido? ao ar livre; ao ar frio. Quando o tempo muda
(seco para úmido, ou vice-versa, até que ele se fixe). Pior com o tempo úmido;
tempo ventoso.

* * * * *
FARRINGTON diz: Nux moschata exerce uma influência bastante ova sobre a
mente. O estado varia de um desnorteamento, no qual tudo ejrív olta é estranho,
como um sonho ou fantasioso, chegando a uma condição de ausência mental,
sonolência e finalmente um profundo estupor, com perda de movimento e
sensação. Os estados mentais podem alternar-se. Uma hora ela ri, como se tudo
tivesse algo de grotesco. Ela faz piada mesmo em assuntos sérios. De repente o
humor dela muda para a tristeza, com lamentos e choro alto; ou sua expressão se
torna estúpida, todas as idéias desaparecem e ela parece como se dominada pelo
sono.
Existem, também, erros de percepção; uma inconsciência momentâ -
152 NUX MOSCHATA

nea que ela considera como sendo de longa duração. Suas mãos parecem mui to
grandes. Os objetos gradualmente diminuem de tamanho cada vez

Í que ela olha para eles fixamente.


As funções corporais caem sob a mesma influência; muita fraqueza e
sensação de contusão na região coccígea e nas pernas; sente os joelhos
como se depois de uma longa caminhada; prostração; tendência ao des-
maio; respiração oprimida, fluxo de sangue para o coração, pele fria e
seca. Tão relaxada que o pulso e a respiração são escassamente discerní -
veis. A cabeça cai para frente, o queixo apoiado no peito. A cabeça balan-
ça como se fosse volumosa. Os intestinos enormemente distendidos com
gases, como por uma digestão fraca. Mesmo fezes moles são evacuadas
com dificuldade.
'— É esta atonia mental e física que tem levado às excelentes curas feitas com
Nivc moschata, não somente em fraqueza histérica, mas em tifóide e cólera
infantil. Os sintomas histero-espasmódicos da droga são intimamente coligados
com os sintomas acima; cabeça caída para frente; man- díbulas cerradas; coração
como se agarrado; repentina opressão do coração, com sensação sufocante;
espasmo tônico seguido por espasmo clô- nico; inconsciência ou desmaio.
Acompanham: grande secura da boca e garganta, da qual, com sua tendência
de exagerar, ela reclama extremamente. A menor excitação emocional r enova os
sintomas, aumenta a distensão do abdome, etc. Pele fria e seca, sem tendência
para transpirar...

* * * * *
KENT tem um pequeno artigo sobre Ma* moschata. Ele diz que este não é um
remédio muito grande, mas é freqüentemente omitido quando necessário. Nós
temos o hábito de confiar plenamente nos policrestos...
A raiz é muito mais forte do que a noz nas mesmas proporções, e con - "^tém
as reais qualidades medicinais.
Aturdido: automático .. . um maravilhoso estado mental. Ela vai fa zendo suas
tarefas mas, se interrompida, esquece o que tinha feito, esquece que ela estava
conversando com seu filho. Não se lembra de eventos passados.
Deita-se com os olhos fechados: sabe o que está acontecendo, mas não se
lembra de nada. Parece estar num sonho. Parece não reconhecer seus amigos.
Ela está sempre pronta para ir dormir... na hora própria ou fora dela.
Útil, ele diz, no coma de febres tifóide e intermitentes. Responde de vagar
depois de longo intervalo, e então parece confusa de novo. A res posta pode não
ter relação à pergunta feita.
A sonolência e o estado torporoso combinados são difíceis de ser co bertos
por um medicamento: este esiudo é algo semelhante a Opium.
NUX MOSCHATA 153

Desmaio ao ficar muito tempo em pé, como ao se ter um vestido ajustado.


Boca seca; sonolência e conduta automática; tem curado pequeno mal.
Especialmente útil para mulheres magras, que perderam peso; os seios ficam
achatados. Eu me lembro de uma mulher de trinta e cinco anos cujos seios, antes
bem cheios, tornaram-se perfeitamente achatados. Nux mosch. restaurou os seios.
Um pequeno remédio, mas quando requerido, nada tomará o seu lugar.

* * * * *
Nós finalizaremos com uma citação do Neatby and Stonham’s Manual:
“Assim como em todos os outros medicamentos, quando dados de acordo com
a lei dos semelhantes, Nux mosch. dará alívio e efetuará curas em doenças, não
importando o nome e a classificação, se a correspondência entre a droga e a
doença for suficientemente próxima”.
Lar nenhum deveria ficar sem a sua pequena caixa de medicamentos ho -
meopáticos para enfermidades comuns, e nenhuma caixa de medicamen tos
homeopáticos deveria ficar sem Nux. A caixa de medicamentos da creche quando
nós éramos crianças continha Nux, e as enfermeiras não eslavam erradas quando
batizavam-no dc “medicamento do temperamento explosivo”.
Hahnemann, ao escrever sobre Nux, conta-nos que existem poucos
medicamentos cujos sintomas são muito similares aos das enfermidades comuns,
de modo que são muito freqüentemente considerados úteis. Ele os denomina
Policrestos - drogas de muitas utilidades.
São os policrestos que deveriam estar à mão para enfermidades agudas
comuns e preeminentemente, entre estes, está “a semente de Nitx vo- mica”. Ele
diz que antigamente era temido o seu emprego, porque ele costumava ser
administrado em doses enormemente grandes (um grão inteiro ou muitos grãos).*
Mas Hahnemann indica que Nux mostra-se o mais suave e eficaz remédio quando
administrado em doses pequenas, onde os sintomas da doença correspondem
àqueles que é capaz de produzir nos seres humanos saudáveis.
Através de sua cuidadosa experiência de muitos anos, ele nos conta que Nux é
mais freqüentemente necessário a pessoas de temperamento ansioso, zeloso,
colérico e quente; ou de uma disposição malévola, perversa, irrascível. (Mas isto
não significa que, é claro, Nux não possa servir para qualquer enfermidade, os
sintomas concordando).
Parece sempre haver remédios para ajustar condições anormais, e isto da
forma a mais extraordinária. Nux, como você verá, deveria ser um remédio
inestimável no Paraguai, nos tempos em que os nativos corriam possess os por
uma fúria homicida.
Sir John Weir, em seu panfleto “Atitude nos dias de hoje”, cita um Dr.
Lindsay, do Paraguai, com relação ao poderoso efeito sobre o sis tema nervoso,
naquelas regiões, do vento Norte. (Será lembrado queAfox

* A medicina oficial dc hoje em dia dá a dose dc tintura de Nux como de 5 a 15 ni. Mas o Nux deles é
padronizado a 0,25% de estrienina, enquanto o nosso é o mais forte que se pode ob ter. A partir da nossa
“Tintura de Nux”, potencializamos.

154
NUX VOMICA 155

é um dos poucos remédios que piora no tempo seco e piora no tempo ventoso).
Dr. Lindsaydiz:
“Este é um vento seco e quente. Ele seca tudo por onde passa. Seus efeitos em
animais dc todas as espécies são os mais extraordinários.
“Todos os animais domésticos - cavalos, gado, cachorros, aves, sofrem da
mesma forma que o homem ... Os nervos de todo mundo estão por um fio. O
incidente mais trivial, uma palavra de brincadeira, mal en tendida, pode levar ao
assassinato.
“Um nativo mais velho, ao encontrar um mais jovem de uma classe levemente
superior, saudou-o assim: Porque, rapaz, você tem que parecer quase como um
homem, e levou um tiro do garoto, caindo morto.
“Durante o vento norte, o número de ferimentos e mortes é maior do que em
qualquer outra época. Quando as danças nativas são permitidas durante o vento
norte, nós deitamos ouvindo ti ros ou passos daqueles cor rendo à procura de
socorro por um caso de esfaqueamento.
K “Agora ouça as experimentações de Nux vomica.
I Pior com vento seco.
J Sensibilidade e irritabilidade exageradas.
Inquietação excessiva.
Exaltação e excitação morais, com extrema sensibilidade à mais leve dor,.ao
menor cheiro, barulho ou movimento.
Insano desejo de matar.
I Leva tudo a mal;prontamente irrompe em repreensões e insultos.
\ Ele é impetuoso. Olha perversamente para qualquer um que lhe per-
\gunte algo, sem responder.
j Parece que ele gostaria de golpear na face alguém que lhe dirija uma / palavra, tão
irritável e descontrolada está sua disposição.
Toda palavra inocente ofende. Mal humorado. Malévolo. Temperamento
colérico, excitado. Mau humor, irritação e raiva, irrompendo em atos de violência.
Ações extravagantes e furiosas.
V “Aqui você tem alguns dos estranhos sintomas da matéria médica,
Vxemplificados de uma forma bastante espantosa”.

Os sintomas seguintes estão entre os sintomas mentais cm negrito de Ma,


colhidos da Encyclopedia de Allen e de Hahnemann: sintomas repetidamente
causados pela droga em experimentações ou envenenamentos, é repetidamente
curados por meio dessa em potências homeopáticas.
Briguento, chegando até mesmo à violência.
Ansiedade extraordinária. Tristeza.
Ela não pode vencer o menor mal.
Bastante disposta ao mau humor e a repreensões.
156 NUX VOMICA

Muito dada a repreender os outros por suas falhas.


Ele sente tudo muito fortemente.
Hipersensível a impressões dos sentidos.
Não pode suportarfortes odores e luz ofuscante.
Não pode suportar qualquer barulho ou conversa.
Música e canto o afetam fortemente.
Irresolução.
Não pode suportar o mais leve transtorno.
Muito hipocondríaco, e afetado pela coisa mais leve, depois de comer. Medo
de trabalho literário no qual se tem que pensar e empregar as idéias.

Nux afeta o corpo e a alma, e isto sempre de uma forma extrema. Não
somente a mente, cabeça, cérebro, sentidos especiais, mas todo o sistema
digestivo, da boca ao ânus; todo o sistema respiratório; o fígado e o siste ma
portal; os sistemas urinário e genital. Ele afeta os nervos, músculos, pele, sono.
Ele é um grande remédio para febre - os sintomas concordando. Não é de se
admirar que os homeopatas do que se pode chamar o período intermediário da
Homeopatia, que cederam às potências baixas e obtiveram seus melhores
resultados em doença agudà, fizeram uso tão importante de Nux. Eles tinham os
policrestos nas pontas de seus dedos. Na cabeça, os sintomas em negrito de Nux
são:
Intoxicação.
Confusão ébria na cabeça.
Embotamento da cabeça depois do jantar, que ocorreu novamente vinte e
quatro horas depois.
De manhã, peso ébrio e vertiginoso na cabeça.
Dor no occipício de manhã imediatamente depois de se levantar da cama.
Dor de cabeça apertada.
Embotamento, dor de cabeça, sentida mesmo antes de abrir os olhos. Pior ao
mover os olhos.
Dor de cabeça matutina, como se a cabeça tivesse sido golpeada com um
machado.
Dor de cabeça pior depois de comer, com náusea e vômito bastante azedo.
Ataques de vertigem, como se girasse no cérebro, com momentânea fíGKla
da consciência.
, Confusão ébria na cabeça.
Aqui pode-se notar que Nux é (e como deveria ser!) um grande medi- /Camenlo para
bêbados. Mesmo homeopatas leigos costumavam saber ,^iisso. Uma tia nossa, ao
ver a miséria de uma pobre família onde o pai era >êbado, enviou Nux: com o
resultado, uma família feliz e sem bebida. E no
NUX VOMICA 157

ambulatório do Hospital, onde uma pobre mulher às vezes confessava o seu


problema - um marido que bebia, Nux foi enviado e mudou tudo. Havia um há
dias, onde mais tarde, o relatório era - se o homem ainda bebia, ele tinha deixado
de ser tão zangado e impossível, pelo qual sua mulher estava grata. (Sulphur,
remédio complementar de Nux, tem também uma reputação para pessoas “dadas a
beber”, como uma pobre mulher se expressou. Um dos residentes do Hospital,
anos atrás, costumava tratar seus “bêbados”, no Departamento de Feridos, com
Camphora em potência. E Burnett enalteceuSpiritusglandium Quercus (tintura do
fruto do carvalho) como útil para velhos bêbados que estavam pagando os peca -
dos.
v Nux, em adição à sua hipersensibilidade à luz, ao barulho, aos odores, afeta os
órgãos do sentido. Os olhos com ardência, especialmente nos fcantos interno e
externo dos olhos, “como por sal”. Eles ficam purulentos elacrimej antes.
E o nariz, como parte do sistema respiratório, é especialmente afetado por
Nux. Aqui está uma das grandes esferas de ação de Nux (no resfriado comum),
onde suas indicações são especialmente peculiares e muito de finidas. Nós
citaremos novamente os sintomas grafados em negrito, percorrendo todo o trato
respiratório.
Descarga profusa de muco de uma das narinas, que parece obstruída por catarro
seco.
Descarga freqüente de ambas as narinas, obstruídas pôr catarro seco.
Coriza fluente de manhã.
Coriza fluente durante o dia, e interrompida à noite.
Coriza de verdade, com sensação de raspadura na garganta, formigamento eprurido
no nariz, e espirros.
Catarro com dor de cabeça, calor na face, frialdade, e muito muco na garganta.
Espirros na cama; depois de se levantar, repentina coriza fluente.
Garganta áspera pelo catarro. Palato doloroso, em came-viva e machucado.
Sensação de came-viva na garganta, que provoca tosse.
Garganta como ferida. Garganta como raspada.
Sensação de raspadura e came-viva na laringe. Provoca tosse.
Tosse violenta antes de se levantar de manhã, com expectoração de sangue
coagidado, e dolorimento no peito.
Tosse de manhã muito cedo.
Tosse seca, da meia-noite até o nascer do sol.
Raspadura no peito, causando pigarro.
Tosse que causa dor de cabeça como se o cérebro fosse estourar.
Tosse que causa dor de contusão no epigástrio.
Aperto constritivo asmático transversalmente através do peito, ao andar
e ao subir um morro.
Entre os sintomas febris de Nux estão:
Depois de beber, frialdade e tremores imediatamente.
Hahnemann diz: “enfermidades sérias por ficar resfriado são freqüentemente
removidas por Nux.” Nux tem: Frialdade ao mais leve movimento; à menor exposição
ao ar livre. Resfriado pela mais leve corrente de ar. Não consegue se esquentar. Muito
frio, não removido pelo calor do forno, nem por cobertores. Ele não consegue se
esquentar. Febre à tarde e frialdade, com unhas azuis, seguida por calor generalizado e
queimação das mãos, com sede, primeiro de água, mais tarde de cerveja.

E agora percorreremos o trato digestivo, da boca para o ânus, como afetado por
Nux, dando somente os sintomas grafados em negrito:
Gosto pútrido de manhã, mas a comida e a bebida têm o gosto normal.
Gosto amargo. Gosto pútrido ao tossir.
Repugnância à comida. E ao tabaco e café de costume.
Eructação de líquido amargo e azedo.
Náusea - de manhã: depois de comer.
Fumar o faz sentir náusea e enjôo.
Depois de uma refeição ele fica enjoado, ansioso, com náusea, como depois de um
violento purgante.
Inclinação a vomitar. Vômito de muco azedo.
Ansia, como se fosse vomitar, enquanto escarra muco dasfauces.
Tensão acima do estômago.
Pressão, como de uma pedra no epigástrio: pior ao andar.
Pressão no estômago, depois de comer um pouco, de manhã.
Üm gosto metálico e medicinal retoma.
Pressão como por uma sobrecarga no estômago, imediatamente depois de comer.
Violentos sintomas gástricos.
Sensação de raspado no estômago.
Distensão flatulenta do abdome, depois de comer.
Cólica, como se uma diarréia fosse ocorrer por ter tomado frio.
Cólica cortante, com enjôo. Cólica que causa náusea.
Cólica que desaparece rapidamente durante o repouso - sentado ou deitado.
Domo anel abdominal, como se uma hémia pudesse ficar encarcerada.
Sensação de fraqueza no anel abdominal, como se uma hémia fosse aparecer.
Hahnemann tem vários sintomas grafados em negrito com relação ao efeito de
Nux nos intestinos.
Dor abdominal beliscante e rasgante, como se fosse ocorrer uma diarréia por
conseqüência dc um resfriado.
NUX VOMICA 159

Picadas de agulha - dores cortantes - dores beliscantes.


Depois da dor de barriga, evacuações de muco de cor escura, que causam
queimação - ardência no ânus.
Sensação de fraqueza no anel abdominal, como se uma hérnia fosse aparecer.
Sensação de força para baixo em direção aos genitais no abdome inferior.
Desenvolvimento de uma tendência a hérnia inguinal.
O reto e o ânus são extremamente afetados por Nux:
Hemorróidas internas.
Dor cruciante e pressiva no reto, depois de uma evacuação e depois de . ia refeição,
especialmente ao exercitara mente e estudar.
Dor rasgante, perfurante e constritiva, como por hemorróidas internas agravadas,
no reto e ânus, depois de uma refeição e depois de exercitar a mente e refletir.
Depois de evacuar parecia que alguma coisa continuava atrás e não podia ser
evacuada, com uma sensação de constrição no reto, não no ânus.
Descarga de sangue vivo com as fezes, com uma sensação de constrição e contração
no reto, durante a evacuação.
Com a evacuação, parecia sempre que não era o suficiente, e como se a evacuação
fosse incompleta.
Desejo ansioso de evacuar.
As velhas Irmãs do Hospital contaram-nos que no começo da Homeopatia,
ninguém sonhava em operar hemorróidas: eles costumavam curá- las com Nux €
Sulphur - em baixas potências - e alternando. (Sombras dos passos de
Hahnemann!) Sulphur certamente produziu hemorróidas; e as curou.
Desejo freqüente e ineficaz de evacuar, como se a evacuação fosse incompleta.
Diarréia de uma cor escura, especialmente de manhã e imediatamente depois do
jantar.
Obrigado a evacuar três ou quatro vezes por dia: era freqüentemente ineficaz, e as
fezes quando passavam eram moles.
Constipação, como por constrição e contração dos intestinos.
NASH elucida esta fase da ação de Nux. Ele diz: “Desejo freqüente e ineficaz
de defecar, ou evacua mas em pequenas quantidades a cada ten tativa. Este
sintoma é ouro puro. Existem outros poucos remédios que o possuem, mas
nenhum tão positiva e persistentemente.
“Estes são os sintomas guias na constipação para qual Nux é homeopático, e
em minha experiência irá, então e somente então, curar”.
Ele diz que neste caso Carrol Dunham comparou NuxeBryonia. Que “nunca
houve qualquer razão para confundi-los ou alterná-los. A constipação de Nux é
causada por ação peristáltica irregular dos intestinos, daí o
160 NUX VOMICA

desejo freqüente e ineficaz de evacuar; a constipação de Bryonia é causada pela


falta de secreção nos intestinos. Com Bryonia não existia desejo e as fezes eram
secas e duras, como se queimadas”. Ele acrescenta:
“Este sintoma de Nux não é somente encontrado na constipação. Ele está
presente na disenteria, onde as fezes (de muco viscoso e sanguino- lento) são
pequenas e insatisfatórias. Com Nux em disenteria, as dores são grandemente
aliviadas por um curto intervalo a cada evacuação; com Mercúrio (Merc. cor.) a
dor e o esforço continuam depois de toda evacuação - a sensação de nunca ter
conseguido ... Mas se o paciente tem constipação, disenteria, diarréia ou quaisquer
outras doenças, se existe este desejo freqüente e ineficaz de evacuar; nós primeiro
pensamos em Nux vomica, e o damos, a menos que contra-indicado por outros
sintomas”.
O que Nux realmente causa nos órgãos abdominais é uma peristalse irregular:
apertos em cólica aqui e ali, levando o conteúdo intestinal uma vez para frente,
outra para trás. Por isso o caráter da defecação. Um pou co passa com alívio, e
então há mais para vir: e sempre a sensação que tem mais para vir .
KENT diz: “Um outro estado que aparece com Nux é que as ações são
desviadas em direções opostas. Quando o estômago fica enjoado, ele es vaziará
seus conteúdos sem muito esforço, mas em Nux existe ânsia de vômito e esforço
como se a ação estivesse indo para o caminho errado, como se forçasse a abertura
do abdome; uma ação reversa; ânsias de vômito, esforços para vomitar, força, e
depois de um esforço prolongado ele finalmente esvazia o estômago”.
Ele descreve, nos intestinos, “um tipo de anti-peristalse. Na constipação,
quanto mais ele faz força é mais difícil de conseguir evacuar”.
Os órgãos urinários são também afetados com a condição espasmódi-
cadeNUX.
Desejo de urinar.
Desejo freqüente de urinar: sente constantemente que ficaria melhor se pudesse
urinar.
Doloroso desejo ineficaz de urinar.
Esforço violento: os esforços para urinar eram constantes e os mais dolorosos, sem
ser capaz de eliminar uma única gota.
Urina eliminada com dificuldade.
Enquanto urina, uma dor queimante e rasgante no colo da bexiga.
Enquanto urina uma coceira na uretra.
Menstruação três dias adiantada, com câimbras no abdome.
Durante a menstruação, náusea de manhã, com frialdade e ataques de desmaio.
Nas convulsões de Nux, observa-se o elemento estricnina.
O mais leve toque na mão imediatamente provoca espasmos.
Anos atrás, no campo, uma pobre galinha foi engaiolada sozinha, por
NUX VOMICA 161

que “se uma das outras a tocassem, ela tinha um ataque”. Testada, agi tando-se o
galinheiro, ela ficou imediatamente dobrada em convulsões. Foi-lhe dado Nux e
quando vista de novo uns dias depois, ela estava rodeando com o resto das aves.
“Nux tem as convulsões mais violentas com opistótono; convulsões de todos
os músculos do corpo, com face purpúrea e parada da respiração pelos
movimentos; consciente, ou semiconsciente durante todo o espasmo, ciente dos
sofrimentos e contorções, que são horríveis; pior com a mais leve corrente de ar;
cócegas nos pés; o mais simples toque na garganta causa ânsia de vômito”.
(Kent).
Nux não somente produz convulsões, mas trismo. Produziu “contra ção das
maxilas, como trismo" - “ fechamento das maxilas com completa consciência”. O
trismo é muito fatal a cavalos com “prego enfiado no casco”. Le mbramo-nos, em
tempos atrás, de um parágrafo em um jornal vespertino. O dono de um cavalo
com trismo chamou um veterinário para envenenar o animal, e o veterinário
administrou uma grande dose de es- triquinina. Ao encontrar o dono do cavalo
poucos dias depois, o veterinário perguntou sobre o cavalo. “ Estou andando com
ele”, foi a resposta... Uma das curas homeopáticas acidentais por um veterinário
que não conhecia a homeopatia. (A estriquinina, claro, é um dos alcalóides de
Nux).
Escrever exaustivamente sobre Nux “de muitas utilidades”, seria “escrever
uma matéria médica completa”.
Somente uma compilação adicional sobre o Nux:
NASH diz: “Espasmo, sensibilidade (nervosa) e frialdade são as três
características gerais deste remédio.
“Ansiedade com irritabilidade; e inclinação a cometer suicídio, mas com
medo de morrer.
“Para pessoas muito fastidiosas, cuidadosas e zelosas”. (Kent dá so mente
Arsenicum e Nux sob a rubrica fastidioso; e Nux é também semelhante a
Arsenicum em seu medo de facas pelos impulsos que elas sugerem).
“Contrações, espasmos, convulsões, piores ao mais leve toque. Con vulsões
com consciência.
“Sonolento ao anoitecer, horas antes de ir para a cama; então perma nece
deitado acordado por uma hora ou duas; então quer dormir até tarde.
“Quando enjoado ou por abuso de café ou álcool, os sintomas de Nux
sobrevêm, Nux será curativo.
“Grande calor, todo o corpo com calor ardente, especialmente face vermelha
e quente, e no entanto o paciente não pode se mover ou se descobrir o mínimo
sem sentir frio. Não importa qual febre, inflamatória, remitente, a febre
acompanhando inflamação da garganta, reumatismo, gripe, com es tas indicações
dê Nux e você não se desapontará no resultado. Eu levei
JLOZ tSUSi. KL/M/U/1

anos para aprender o valor destes sintomas”, diz Nash.


“A indigestão de Nuxé uma hora ou duas depois de comer - gosto azedo - azia
- intumescimento, deve afrouxar as roupas, com pressão como uma pedra no
estômago - com o humor e temperamento de Nux. Sendo as causas: café, álcool,
devassidão, abuso de drogas, hábitos sedentários, repouso interrompido por longa
vigília noturna, modo de vida muito abastado. Nux é adaptado a transtornos por
tais causas”.
Uma das características de Nux é uma sensaçãoraspante em garganta,
estômago, em condições inflamatórias.
Nux sonha com piolhos, como uma mulher que tinha tomado Nux durante um
mês por sua conta. Os sonhos de Nux são coléricos, amorosos, ansiosos, de
doença, de desgraça, de brigas.
- Nux é uma das poucas-dropas que desejam gorduras; também álcool e cerveja;
ou, por outro lado, Nux pode detestar cerveja, café, comida - até mesmo faminto,
e pode odiar carne, tabaco e água.
KENT dá alguns pequenos retratos vividos de Nux. “Nux é um antigo
dispéptico, magro, faminto, seco; curvado para frente; velhice prematura; sempre
selecionando sua comida e não digerindo quase nada; aversão a carne - isto o faz
ter enjôo; deseja coisas acres e amargas, tônicas. Estômago fraco; dor no
estômago depois das refeições; o estômago se afunda; murcha e perde peso”.
E ainda: “Um homem de negócios fica em sua mesa até se cansar; ele recebe
muitas cartas, ele trata de diversos negócios ao mesmo tempo; ele está
preocupado com milhares de coisinhas; sua mente fica constante mente correndo
de uma coisa para outra, até ficar torturado. Não é tanto as ocupações pesadas,
mas as pequenas coisas. Ele fica compelido a estimular sua memória para atender
a todos os pequenos detalhes; ele vai para casa e pensa sobre isto; fica acordado
à noite; sua mente está confusa com o turbilhão de negócios, e as ocupações do
dia amontoam-se sobre ele; finalmente a fadiga mental chega. Quando os
pequenos detalhes chegam até ele, ele fica nervoso e quer ir embora, rasga
coisas, xinga, vai para casa e afasta estes problemas de sua família e das
crianças. Dorme por acessos e sobressaltos; desperta às 3:00 h. e seus negócios
amontoam- se sobre ele de tal modo, que não pode dormir de novo até tarde pela
manhã, e acorda cansado e exausto. Ele quer dormir até tarde ... Melan colia,
tristeza, mas o tempo todo sente como se fosse explodir, arremessa as coisas,
rasga coisas; quer forçar as coisas à sua maneira. Levado por impulsos a cometer
atos que beiram a insanidade - a destruição dos outros”.
r

OPIUM
(Papaver somniferum, a papoula branca)

Um dos antigos provérbios da medicina diz: “Sinepapaveribus et sine me-


dicamentisexeis confectis manca et clauda essef medicina.”, que traduzido significa:
“Sem a papoula e seus derivados, a medicina estaria fracassa da”.
Nada melhor do que Opium exemplifica a diferença entre os dois meios de
prática médica. Opium e seu mais importante alcalóide, a Mor- phia* são um
tremendo apoio para o médico ortodoxo; e ao médico jovem e inexperiente pode
às vezes parecer absoluta crueldade abster-se dele. A verdade é que dado em
doses materiais ele não cura nada. A verdade é que, quanto mais eles são dados,
maior a necessidade e o desejo de ter a falsa paz que eles trazem. A verdade é
que um dos problemas mais difíceis da medicina é a cura do consumidor de ópio,
e a recuperação do viciado em morfina. Numa época, era moda entre os médicos
de Paris prover as moças de injeção hipodérmica de morfina, de tal forma que
elas se tornassem insensíveis à dor menstruai; com resultados chocan tes. Cos-
tumavam nos ensinar em nosso Curso de Doenças Mentais, que é impor tante
tentar quebrar o hábito da morfina de uma vez, mas que, se o pacien te tiver uma
recaída, era mais humano deixá-lo ao seu destino; os sofrimentos eram muito
terríveis para serem infligidos uma segunda vez.
O efeito final desta droga sedutora e tirânica é destruir completamen -J te
todo o sentido de certo e errado. O hábito de mentir e de roubar são ca-
racterísticos de Opium. Nada que a vítima de Opium diz pode-se acreditar; mais
especialmente ainda quando a necessidade da droga é impera tiva e a obtenção
difícil. Lembra bem a tragédia de um jovem oficial naval; isto foi há muitos anos
atrás. Por um ataque severo de dor no nervo ciático ele foi dopado com morfina
até que adquiriu o desejo, e infelizmente, com as drogas do navio sob seus
cuidados, ele só tinha que se servir. Ele foi uma vez tratado com a perspectiva de
cura, e soube-se que estava curado de seu vício. Ele estava “curado”, somente
para ter uma recaída depois, e a última notícia que chegou foi a sua prisão por
roubar um par de botas.
Por isso, Opium é uma droga (em preparo homeopático) a ser pensa-

* Ensinam-nos que “a ação do Opium é devida quase que inteiramente à sua Morfina”.

163
164 OPIUM

da para aquelas crianças anormais cujo senso moral nunca se desenvol veu, que
menlcm e roubam, e são encaminhadas para uma Instituição Mental... Mas
algumas crianças são meramente atrasadas no desenvolvimento da consciência, a
qual parece se desenvolver em idades diferentes; e a criança “sem consciência”
pode‘revelar-se um adulto de consciência bastante sensível posteriormente.
Mas o que fazer a respeito dc Opiuni ou Morfina em face de uma grande dor?
Nós deixaremos Nash responder esta pergunta por nós. Ele diz: “Opium cm doses
narcóticas não produz sono, mas torpor, e ele somente alivia a dor por tornar o
paciente inconsciente desta. Quantos casos têm sido tão mascarados por tal
tratamento, que a doença progrediu ate que não existisse mais chance de cur a.
Dor, febre e todos os outros sintomas são a voz da doença, dizendo onde está o
problema, e guiando ao remédio. O verdadeiro remédio curativo freqüentemente
alivia a dor até mesmo mais rapidamente do que O pium, e o faz por curar a
condição da qual esta depende”.
E aqui são lembradas as advertências de um de nossos cirurgiões con-
ferencistas, com relação ao perigo destas drogas em condições abdomi nais
agudas, que poderiam requerer uma cirurgia de emergência.
Mesmo nos casos de doença mais extensiva, inoperável e maligna, onde o
uso da Morfina não seria somente indicado mas imperativo, vê-se repetidas vezes,
que pequenas dosesá&Arsenicum, ou algum outro remédio que os sintomas
apontem, extinguem a dor, melhoram a saúde e o humor e adicionam tempo à
vida, sem a náusea e o mal-estar que acompanham tais tratamentos pela Morfina,
Hahnemann diz: “Opium é quase o único medicamento que em sua ação
primária não produz uma única dor”. Ele nos diz que qualquer outra droga
conhecida produz dor no corpo do homem saudável, cada uma do seu tipo^ e é
portanto capaz de remover tais dores quando elas ocorrem na doença; mas “ O
pium, sozinho, é incapaz de conter, permanentemente, qualquer dor, porque esle
não causa em sua ação primária uma única dor. mas o exato oposto, chamado de
insensibilidade, cuja conseqüência inevitável (ação secundária) é uma maior
sensibilidade do que antes, e daí uma sensação mais aguda de dor”.
E ele cita da Pharmacia ralionalis de Willis: “Opiáceos geralmente acalmam
as dores mais excruciantes e produzem insensibilidade por um certo período; mas
quando este período passa, as dores são imediatamente renovadas, e logo atingem
sua violência comum ... Quando a ação do O pium acaba, as dores abdominais
voltam, sem perder nada de seus caracteres excruciantes até que nós novamente
empreguemos a magia do O pium”.
Então, na confusão do medicamento curativo, O pium serve para casos de
ausência dc dor onde deverta haver incômodo e dor; para doenças de
OPIUM 165

sesperadas onde o paciente diz: “Eu me sinto tão bem! - tão bem!”, ou não
reclama de nada; para casos de insensibilidade, coma, como na apo - plexia; para
casos sem dor, sem sintomas, constipação completa; e daí por diante. Mas nós
veremos mais sobre isso daqui a pouco.
Hahnemann nos diz que é muito mais difícil estimar a ação de Opiutn do que a
ação de qualquer outra droga. A ação primária de doses peque nas e moderadas
exalta a irritabilidade e a atividade dos músculos volun tários por um curto
período, mas diminui aquelas dos músculos involuntários por um longo período.
E enquanto exalta a fantasia e a coragem em sua ação primária, parece ao mesmo
tempo embotar e entorpecer a sensibilidade e a consciência gerais. Mas depois
disso o organismo vivo, em contraposição, produz o estado oposto disto tudo (na
ação secundária), i.e. diminui a irritabilidade e a inatividade dos músculos
voluntários, com excitabilidade morbidamente exaltada dos músculos
involuntários, e perda de idéias e embotamento da fantasia, com pusilanimidade,
junto com hipersensibilidade geral. E ele diz: “Nenhum medicamento no mundo
suprime as queixas de pacientes mais rapidamente do que O pium”.
HALE WHITE nos diz que em O pium as faculdades mais elevadas são as que
primeiro se excitam: poder intelectual e vigor mental aumentados, especialmente
a imaginação; enquanto que a razão e o julgamento são embotados. E então vem o
sono, onde ele não responde a nada, e não sente dor. “Isto torna a droga de valor
inestimável”, diz Hale White.
E também, “Opium diminui todas as secreções, exceto o suor. Ele paralisa os
movimentos peristálticos do estômago e dos intestinos”.
A inconsciência entorpecida de Opium, com respiração estertorosa, mandíbula
caída, pupilas geralmente contraídas, face mosqueada, purpú- rea, quente, com
suor quente e bochechas infladas a cada respiração, dá um belo quadro de
apoplexia, e é justamente em tais casos de hemorragia cerebral que Opium é (ão
valioso. Como NASH diz, “não há qualquer resposta à luz, ao toque, ao barulho,
ou a qualquer outra coisa, exceto o remédio indicado, que é Opium”.
E Kent diz: “Opium causa um fluxo de sangue para o cérebro, e quando dado
homeopaticamente faz este cessar, e em seis horas e meia ele se tornará
consciente, sua pele resfriará, face com uma cor normal , pulso normal. Nós vimos
assim a utilidade dos efeitos tóxicos de Opium em nos
dar um quadro de apoplexia”. __________
^Ti€ent--diz^_ lentf^-os aspectosTnar cantes âeOpium, está um tipo ae /queixas
<

marcadas pela falta de dor, inatividade e torpor... distorções na visão, gosto, tato;
engano quanto ao estado em que vive; quanto sua própria percepção; uma
perversão de todos os sentidos com muitos en- gan^sü— ‘' ‘ ~
Ele acrescenta, segundo Hahnemann: a característica geral é a falta de dor,
mas de vez em quando o estado alternado é produzido, no qual
166 OPIUM

uma pequena dose de Opium causará dor, insônia, inquietação, excitação nervosa
... A maioria fica constipada, mas em alguns casos ocorre disen teria e tenesmo. O
paciente fica sonolento, ainda que às vezes a droga se caracterize por noites de
insônia, ansiedade, sensibilidade ao barulho aumentada, de tal forma que ele diz
que quase pode ouvir as moscas andando na parede, e ouve as batidas do relógio
numa torre distante”.
pizem-nos que poucas drogas têm tais efeitos diferentes em diferen-
tesj?essoâs.
E fadando de Opium, como em todo lugar dizem ser um produtor de
insensibilidade e paralisia parcial ou completa, Nash acrescenta:
‘Agora nós encontramos um estado de coisas exatamente oposto sob Opium.
Delirante: olhos bem abertos, cintilantes; face vermelha, estufa- "a”.
“Imaginação vivida, exaltação da mente”. “Nervoso, irritável, facilmente
amedrontado”. “Espasmo e tremores da cabeça, braços e mãos; contração dos
flexores e mesmo convulsões”. “Insônia com agudeza da audição, galos cantando
a uma distância muito grande a mantêm acordada”.
E CLARKE, ao comentar sobre a afirmação de Hahnemann: “É mais difícil
estimar a ação de Opium do que quase qualquer outra droga”, diz: “Isto é
verdade, se nós acharmos necessário dividir os efeitos da droga em primário e
secundário..." Ele acha que “se a ação é 'primária ou secundária', depende do
experimentador ou do paciente. Eu conheço algumas pessoas que ficam
absolutamente insones pelo uso de Opium em todos os tipos de doses; e Opium 30
tem me ajudado em casos de insônia tão freqüentemente quanto Coffea. Minha
experiência serve para mostrar que se o efeito da droga éprimário ou secundário, é um
efeito da droga e é bom conhecê-lo para prescrever baseado nele...”
E também, “Não há dúvida de que a anormal falta de dor é um grande Keynote
para Opium; mas na patogenesia muitas dores agudas serão encontradas, e entre
elas esta, relatado pelo próprio Hahnemann, 'Horríveis dores no útero, como de
parto, que a forçavam a dobrar-se sobre o abdome; com ansioso e quase ineficaz
desejo de evacuar 1 . Se esta é uma ação primária ou secundária eu não sei”; e ele
relata um caso de dismenorréia severa onde Opium deu o maior e mais duradouro
alívio do que qualquer outra droga, e outro caso, onde dado Opium 30 para
constipação, causou como início da menstruação seguinte “dor aguda que causou
vômito e um desejo de sentar-se dobrada e manter-se aquecida”.
Entre estas coisas contraditórias, Opium tem espasmos, contrações e mesmo
convulsões. E aqui, Kent diz: “um paciente de Opium com convulsões quer se
descobrir, e quer ar livre e fresco. Convulsões se o quarto estiver muito
aquecido”. “Se a mãe coloca uma criança deste tipo em um banho quente para
aliviar as convulsões, a criança ficará inconsciente e fria como morta”.
(Comparei/ws.).
OPIUM 167

Opium apresenta um quadro vivo de extremo alcoolismo - delirium tremens; e


é também útil neste caso.
Opium causa sensações de beatilude - física ementai; grande felicidade,
grande confiança, nas primeiras horas da droga. Como isto termina em um
tormento como dos condenados ao inferno, o consumidor de Opium deve voltar
àquele estado temporário de deleite, e ele sempre renova o tormento que o está
destruindo.
As visões por Opium de De Quincey eram arquiteturais, cênicas; sensações de
queda em abismos de precipícios sombrios, abismos debaixo de abismos, dos
quais parecia que ele nunca mais voltaria. Ele descreve as trevas, a escuridão
suicida. Os sensos de tempo c espaço foram poderosamente afetados. Imensidão
dc proporções - vastas expansões de tempo, até que ele parecesse ter vivido de 70
a 100 anos em uma noite ... Sonhos com lagos, extensões de águas prateadas,...
depois “uma tremenda mudança, se desenrolando como um pergaminho que
através dc muitos meseá prometia um tormento permanente... Agora, sobre o que
eu chamei de a tirania da face humana começou a sc revelar. Agora era que, sobre
o balanço das águas do mar, a face humana começou a aparecer; o mar aparecia
cheio de faces, voltadas para o céu; faces suplicantes, furio sas, desesperadoras,
moviam-se como as ondas, aos milhares, aos miría- des, por gerações, por
séculos; minha agitação era infinita; minha mente agitava e oscilava com o mar”.

SINTOMAS CURIOSOS E SUGESTIVOS

f Sem dor. Não reclama de nada. Não quer nada.


\ Ela pensa que não está em casa. {Bry.)
/ O rosto expressa medo e espanto.
\ Fezes involuntárias - depois de um susto (esfíncter paralisado).
\ Sente a cama tão quente que não pode deitar-se nela. Move-se à pro- Icura de
um lugar mais frio; deve estar descoberta. (Sulph.)
/ Retenção com a bexiga cheia (supressão cm Stram.); bexiga cheia, / mas a
repleção não era percebida.
Falta de reação ao medicamento homeopático adequadamente escolhido.

GUERNSEY diz: “Em problemas do peito, onde há contínua respira ção


estertorosa, dê Opium. Respiração profunda, desigual”. (Cheyne- Stokes).
Entre os sintomas que Opium pode causar está o medo terrível ou a
ansiedade,... e ele é útil em transtornos por medo, onde o medo permanece. Não pode
se recuperar do choque, nem da coisa horrível: isto volta
168 OPIUM

continuamente perante seus olhos.


Clarke lembra ao ler sobre a cura de uma úlcera na perna. Não havia
sensações sobre as quais um remédio poderia ser diagnosticado, mas a
ausência de sensações indicou Opium, e Opium curou.
De Quincey escreve que entre os seus sofrimentos, como ele gradual -
mente interrompeu o uso da droga, estavam violentos espirros. Ele podia
espirrar às vezes durante duas horas, e no mínimo por duas ou três vezes
no dia. Ele teve, também, a excessiva transpiração de Opium, tão violenta
que ele era “obrigado a banhar-se de cinco a seis vezes por dia”.
Kent diz: “Não existe qualquer utilidade para Opium em estado bruto
na enfermaria. Na cirurgia de vez em quando admite-se que seja ne-
cessário, e nós não discutiremos com o cirurgião. Mas na doença, na pes -
soa doente ele não é necessário. Ele não traz qualquer proveito e, no fim,
ele é um mal; impede a descoberta do remédio homeopático. Ele mascara
os sintomas, e você não pode fazer nada durante dias”.
Agora olhe para Opium à luz da Lei de Arndt-Schultz... Grandes do-
ses de uma droga venenosa são letais, doses menores paralisam, enquanto
que as doses ainda menores do mesmo veneno estimulam as atividades vi-
tais das mesmas células.
Em doses maiores, Opium primeiro proâuz excitação, depois a sono-
Sr0 a lência e a incapacidade de esforço, sono e finalmente coma.
No princípio pode ser despertado; logo nenhum estímulo acorda-o;
OK pupilas minúsculas, contraídas; sem reflexos.
Ele fica frio, pálido; e no fim banhado em suor frio.
Pulso fraco e lento; respiração mais lenta e mais irregular, por fim es-
tertorosa, e o paciente morre por asfixia.
Em doses materiais (não letal), ele diminui todas as secreções, exceto
o suor. Boca seca; estômago e intestinos secos e paralisados por conse -
qüência da paralisia da estrutura muscular da parede dos intestinos. Por
isso, quase sempre ocorre constipação, a mais completa constipação.
Os vasos dilatam na medula e bulbo.
É um veneno direto para o sistema respiratório; produz respiração
lenta e estertorosa.
Exatamente o que Opium pode provocar, ameaça de morte, ele pode
curar.
Em doses mínimas ele cura seu próprio tipo de constipação; desperta
¥ '(^^consciência no comatoso, e naqueles que estão atordoados por um cho -
^/que; pode dar sono, ao anormalmente acordado com exaltação dos senti-
l
y / dos, e daí por diante. Esta não é a droga de “utilidade” universal da velha
S J escola, mas pode fazer,permanentemente, coisas mais do que maravilho-
sas, quando dada segundo a maneira de Hahnemann.
OPIUM 169

SINTOMAS EM NEGRITO

Medo da morte iminente. Expressão de medo e terror.


Completa insensibilidade. Impossível de se provocar qualquer sinal de reação ao
puxar o cabelo, ou beliscar a pele, ou repentina aspersão de água fria.
Insensibilidade com respiração apoplélica.
Inconsciente: olhos vidrados, meio fechados, face pálida, coma profundo.
Mania à potu: sentidos embotados; sopor com roncos. Vê animais vindo em sua
direção. As pessoas querem machucá-lo: treme sob os cobertores: quer saltar da cama.
Acreditam ser assassinos ou criminosos, a serem executados. Querem fugir.
Expressão espantada: contração dos músculos faciais. Trismo. Tremor. /'"
Transtornos por conseqüência de alegria, medo, raiva ou vergonha ex- / cessivos.
? Enfermidades depois de susto, onde o medo causado pelo susto per- \ manece.
I Tremor dos membros depois de um susto. Espasmos por emoção, susto, etc.
Face pálida. Face ruborizada.

PUPILAS dilatadas, insensíveis à luz ou contraídas e inertes.


Paralisia da língua com articulação difícil.

Grande sede: sede insaciável.


Cólica:passageira; muito violenta; cólica, com constipação, como se os intestinos
estivessem cortados em pedaços. Cólica de pintores.
Fezes: involuntárias depois de um susto; fluidas, espumosas; queimação no ânus;
tenesmo. Fezes como bolas duras, redondas, secas e pretas; como fezes de carneiro; sente
como se o reto estivesse fechado; as fezes vêm e depois retrocedem. (Sil.)
Constipação crônica quase que insuportável.
Cólera infantil: estupor, ronco, con vulsões, pupilas contraídas.
O remédio bem escolhido não age. Falta de susceptibilidade às drogas.
^ Falta de reação vital.
Falta de dor em todas as enfennidades. Não reclama de nada; não quer nada.
Paralisia; insensibilidade; depois apoplexia, em bêbados, cm pessoas velhas.
Enfraquece o poder expulsivo da bexiga, que é incapaz de expelir seu conteúdo;
retenção de urina.
17U DPI UM

Freqüente respiração profunda involuntária. Respirações longas, suspi- rantes, ou


respirações estertorosas.
Pulso lento com respiração estertorosa e vagarosa; face excessivamente vermelha;
transpiração extremamente profusa. Convulsões.
Geme enquanto dorme. Sonolento, difícil de mantê-lo acordado; à noite, agitação
com muita transpiração.
Insônia com a audição aguda; relógios batendo e galos cantando longe mantêm-na
acordada.
r

ORN1THOGALUM UMBELLATÜM
(Estrela de Belhlehem)

Nos tempos do Cooper Club, que se reunia na casa do Dr. Clarke, e onde os
espíritos instigantes eram: Dr. Robert Cooper, com o seu talento para a
descoberta de remédios úteis; Dr. James Compton Burnett, que tinha o talento
para compreender as idiossincrasias e possibilidades daqueles re médios,
empregando-os com sucesso nos pacientes que o procuravam e Dr. Clarke, qu e os
observava com o cuidado de um gênio e os registrava para o permanente
benefício da humanidade em seu Diclionary of Matéria Medica: trabalhando, como
ele costumava dizer, a fim de evitar trabalho, por que ele PRECISAVA saber
como lançar mão de qualquer droga que pudesse necessitar. Um dos remédios
muito importantes, mas pobremente experimentado, que emergiu de suas
descobertas e deliberações foi:

ORNITHOGALUM,

um membro da família da cebola, alho-porró e alho, com muitas das pecu-


liaridades de ação, em sensíveis, destes comestíveis.
Boericke tem, agora, uma breve referência a Oniilhogahun em seu abrangente
Pocket Book. Mas tudo o que ele diz é:
“A ser considerado em indurações gástricas e abdominais crônicas,
possivelmente câncer do trato intestinal, especialmente do estômago e ceco. O
centro (sic) de ação é o piloro, causando contração dolorosa com distensão
abdominal.
“Depressão do humor. Completa prostração. Sensação de mal-estar mantém o
paciente acordado à noite”.

Anos atrás, conseguimos uma permissão de Kew para apanhar espéci mes de
plantas medicinais. A maneira do Dr. Cooper de obter seus remédios vegetais era
colhendo*os quando estivessem em seu ápice, não somente com relação à
estação, mas quanto à hora do dia ou da noite. Armado de um pequeno frasco
cheio com três partes de álcool de vinho, ele protegia seu espécime escolhido
engarrafando-o imediatamente. Ele se provia assim da mais pura e mais
descontaminada possível “tintura- mãe”. Em muitos casos ele daria uma gota
disto, a longos intervalos, como requerido, sempre esperando até que sua ação
estimulante cessasse

171
172 ORNITHOGALUM UMBELLA TUM

antes de repetir a medicação. E,.para remédios assim preparados ele tinha um


nome de sua autoria “Remédios Arborivitais”. Ele evidentemen te conseguiu
reações extraordinárias de cura. Mas, claro, para este propó sito, e para tal
administração, ele não poderia usar uma droga de propriedades virulentamente
venenosas; esta era preparada na “3x” a fim de ser útil sem trazer perigo à vida.
Mas voltando à Kew... Eu estava inclinada, um dia, sobre um,canteiro de
Estrelas de Bethlehem, escolhendo a ideal para engarrafar a la Cooper, quando,
atrás de nós, veio uma voz repreensiva, “O que você está fazendo?” Claro, era a
voz de um guarda, cuja função era a de evitar tais depredações; e, também é
claro, era a primeira vez que não tinha trazido a permissão antes nunca usada.
O único jeito era uma explicação humilde, e consegui fazer o guarda se
interessar e se acalmar tanto que me levou a uma das grandes estufas sub -
tropicais, e me deu um espécime de uma outra planta medicinal desco nhecida,
mas muito preciosa - assim disse o guarda.
Tudo isso a propósito ... A pergunta é: O que nós sabemos da impor tância
prática, do ponto de vista da prescrição, sobre Omiíhogalum?
Em um dos livros do Dr. Cooper intitulado Câncer e os Sintomas do Câncer, ele
escreve sobre
ORNITHOGAL UM UMBELLA TUM citando
primeiramente o Treasure of Botany, como se segue:
“Uma erva daninha comum em muitas partes da Inglaterra e Escócia. E
conhecida como Estrela de Bethlehem por ser abundante na Palestina e ter flores
como estréias. Supõe-se também ser o chamado Esterco de Pombo das Escrituras
(Reis 6:2); e seus bulbos que são saudáveis e nutrientes quando cozidos, são até
hoje em dia comidos na Palestina. A espécie está bastante associada à Scilla, da
qual é distinta somente por suas flores que são persistentes em v ez de efêmeras, e
brancas-esverdeadas ou amarelas em vez de azuis. Todas as espécies são plantas
de bulbos, com folhas radicais e não revestindo o talo, e cachos de flores na
extremidade, cada flor com uma folha seca sob ela. O perianto delas tem seis
segmentos distintos, abertos no formato de estrelas; e seus cinco estames têm
filamentos achatados, e são quase que separados dos periantos.”
Cooper continua: “Pertencente à ordem natural das Liliaciae, ela está
botanicamente associada a Asparagits officinalis, Paris quadrífolia, Con- valaria
majalis, Scilla marítima, Agraphis nutans, Colchicum aulumnale, Allium sativum, AUium
cepa e Polygonatwn officinale, além de, é claro, muitos outros remédios menos
conhecidos mas de valor.
“O meu conhecimento com relação a ele em casos de câncer era devido ao
distúrbio bastante característico que produzia numa mulher muito sensível a
todos os condimentos aliáceos na comida.y4 dose foi tomada ao meio-dia, e ao
anoitecer apareceu distensão do estômago e duodeno, com
ORNITHOGALUM UMBELLATUM 173

freqüente eructação de bocados de gases malcheirosos, obrigando-a a afrouxar as


roupas, e isto era acompanhado pela mais odiável depressão de humor e um desejo de
suicídio, uma sensação de completa prostração e afundamento doloroso no peito, e uma
sensação de mal-estar que a manteve acordada a maior parte da noite, e que não passou
durante muitos dias.
“A pessoa que sofreu este distúrbio tinha aproximadamente 54 anos de idade,
de temperamento sanguíneo, sujeita a digestão enfraquecida, e com uma história
de ataques pleuríticos, e possivelmente de tendência tísica, mas por outro lado,
não sujeita a qualquer forma localizada da doença.
“A partir da sensação medicamentosa acima relatada, sua energia ger al,
digestão e capacidade de gozar a vida têm melhorado de forma ma nifesta.
“Omithogalum umb., naqueles sensíveis a este, ataca a princípio o pi- loro, causa
contrações espasmódicas dolorosas, e distende o duodeno com gases, sendo suas dores
invariavelmente aumentadas quando a comida atravessa opiloro(Os itálicos são
nossos).
Em outro lugar ele diz: “Omithogalum umb. é uma espécie de alho (Allium
sativum) e, como este cAllium cepa, produz indigestão com excessivas eructações
de gás.”
Dr. Cooper cita casos maravilhosos de ulceração aparentemente maligna do
estômago, curada por Omithogalum, e uma realmente mostrou-se maligna através
de operação em um dos Hospitais do Câncer de Londres, onde o paciente depois
foi informado de que “aderências foram encontradas entre o estômago e a parede
torácica com um crescimento canceroso e espessamento da extremidade pilórica
do duodeno, e que foi impossível remover todos os tecidos doentes”. Ele foi mais
tarde internado novamente no hospital de câncer por causa de suas d ores
agonizantes, mas ao ser mandado para casa seis semanas depois, foi informado
pelo seu próprio médico que tudo possívelfoi feito por ele; que ele, possivelmente, não
poderia viver por muito tempo, e que deveria suportar a dor enquanto vivesse.
Cooper 0 encontrou contorcendo-se em agonia na sua cama. Ele não podia
manter nada por muito tempo em seu estômago; comidas quentes aliviavam,
bebidas geladas agravavam. As dores eram piores à noite; elas se espalhavam do
estômago para o coração e entre os ombros, como se um ferro fosse forçado
através do estômago e peito. O tumor estava rapidamente aumentando, com
visível saliência abaixo da inserção do diafragma; com marcante macicez à
percussão; a saliência estendendo-se para o scorbiculus cordis. Língua vermelha,
com um induto na parte posterior; intestino preso, às vezes com diarréia.
Neste caso o efeito da dose de Omithogalum do Dr. Cooper foi, primeiro, uma
dor intensificada, depois os intestinos agiram e uma subs
174 ORNITHOGALUM UMBELLA TUM

tância espumante foi eliminada, o que deu grande alívio. Depois de uma segunda
dose ele começou a eliminar uma substância preta gelatinosa, com grande alívio
da dor, e melhora geral de seu estado.
Nos meses seguintes as pernas e os pés adormeciam e ele era incapaz de ficar
parado. Depois os pés e tornozelos começaram a inchar; sentia a perna direita
como contundida e ficou dolorida e inflamada, depois incha da e tensa. Ele tinha
também uma sensação como se a comida o entupisse, com alguns flato s... Estes
sintomas confirmaram Cooper em sua crença de que esse inchaço, demonstrado
pelo estado da perna direita e o inchaço prévio dos pés e tornozelos, resultava da
alta pressão colocada sobre os emunctórios devido à liberação do veneno
existente no sistema. Algumas semanas depois ele veio para mostrar o terrível
estado de suas pernas - inchadas, com grandes listras e manchas vermelhas
descendo pelos membros. Cooper insistiu para ele ir embora sem uma outra dose,
acreditando nue isso era devido à rápida eliminação do veneno do câncer. Depois
disso s>üa recuperação foi ininterrupta. Ele não tomou qualquer outro medica -
mento, exceto bem no começo, quando sofria muito, umas poucas doses de Carbo
veg. 3x, que pareceu aumentar a dor, e que foi interrompido e, no final, uma dose
deAlliaria officinalis. O tratamento de Cooper começou em Julho de 1898 e em
Maio de 1899 o homem escreveu que estava “em quase perfeita saúde, bom
apetite, comendo quase qualquer tipo de comida, capaz de apreciar as refeições, o
que ele não fazia há muitos anos; capaz de movimentar-se bem, e levar em frente
seus negócios sem fadiga”. “Eu voltei à Força Voluntária e fiz duas ou três boas
marchas rigorosas, além de atirar em competições, sem sentir mal -estar. Eu
nunca me senti tão bem nos últimos aproximadamente 20 anos. Eu me sinto
maravilhosamente bem agora e ganhei o peso que tinha perdido durante a minha
doença".
Nós citamos em uma certa extensão, mas condensando, a fim de que
possamos pegar a essência, aprender a atuar e a esperar. Pode ser bom reproduzir
estas brochuras do Dr. Cooper, pois as experiências de tais ho mens de
originalidade e sucesso não devem ser esquecidas e perdidas.
Nós lembramos ter visto aproximadamente meia dúzia de casos de ul ceração
gástrica ou duodenal melhorarem com esta droga. Todos eles aconteceram
aproximadamente ao mesmo tempo, no fim da última Grande Guerra até onde se
pode lembrar, quando houve uma grande quantidade de trabalho de enfermaria, e
quando somente um dos casos resistiu a Omithogalum e precisou de Phosphoms.
No pior destes casos, o paciente estava absolutamente pálido por perda de sangue
e teve que ser internado às pressas no hospital, para ter uma brilhante melhora
com Omithogalum. E sabe-se que ela realmente melhorou, posto que ela ainda
retorna por enfermidades superficiais, todos esses anos depois e relata que
aqueles problemas nunca mais voltaram. Por isso percebe-se que o Dr. Cooper es
UKNlltiUUALUM UMBELLA TUM 175

tava correto em afirmar que Omithogalum pode CURAR, em casos adequados,


ulcerações gástricas ou duodenais.
Mas nós precisamos de sintomas definidos se nós vamos prescrever a droga
com um grau de segurança. Sua localidade e modo de ataque são importantes,
mas precisamos de mais sintomas, pois, além de tudo, outras drogas têm causado,
e por isso curado, tais ulcerações: - que tal Kali bi- chromArsenicum, Phosphorusl -
como nós vamos escolher entre eles? Tentá-los um por um? - ou dar aquele que já
ajudou um caso anterior, e está, por isso, em primeiro lugar em nossa apreciação?
. . . NÃO É O SUFICIENTE! Nós temos que saber mais, a fim de fazer uma
escolha adequada do remédio apropriado, e então estabelecer um contato de cura.
Como todas as cebolas, como o Dr. Cooper nos conta, este é capaz de
provocar realmente terríveis flatulências cm sensíveis. E nós devemos nos
lembrar de que é somente através de sensíveis que se pode obter experi mentos
úteis, e são somente os sensíveis que responderão de forma cu rativa a um
remédio, i.e. serão estimulados através desse às reações curativas.
Nós trouxemos à lona três dos panfletos originais do Dr. Cooper, pu blicados
em 1897,1898 e 1899. Em um desses, com relação aos seus “Re médios
Arborivitais”, ele nos diz:
“Um Remédio Arborivital é aquele cuja ação pode somente ser explicada supondo-se
uma força oculta existente nas plantas, que não é de- monstrável aos sentidos, e que é
independente de qualquer modo especial de preparo. ” E quanto ao que é uma Dose
de Arborivital, ele diz:
“E simplesmente uma única gota do suco preservado de uma planta fresca a qual
deixa-se esgotar sua ação até que mais nenhuma evidência desta apareça”.
Pode-se dizer que o Dr. Cooper tinha a reputação (como se escutou
acidentalmente de um estranho em uma reunião anos atrás) de “o único mé dico
que cura câncer”. Temos nós pelo menos um hoje em dia?
r
PAEONLA
(.Peôtiia)

Um de nossos remédios secundários, parcialmente experimentados, que achamos


ser mais útil em seu especial raio de ação - hemorróidas e sofrimentos do reto e
ânus. Mas além de seu amplo campo em fístulas, fissuras e hemorróidas, diz-se
ser geralmente curativo em estados varicosos.
Sua principal ação é mostrada em seus sintomas em negrito e em itá lico, que
citaremos em seguida:
Coceira mordente no ânus que provoca o ato de coçar; o orifício parece um pouco
inchado.
Uma pequena úlcera no períneo, perto do ânus, que constantemente exsuda uma
umidade de odor ofensivo.
Hemorróidas com fissuras no ânus, dores insuportáveis durante e depois de
evacuar.
Úlceras e rágades muito doloridas e sensíveis no reto.
Úlcera muito dolorida, parcialmente no tegumento; redondas, margens talhadas
àpique, exsudando muita umidade.
Fissuras do ânus. Dores atrozes, durante e depois de evacuar, que voltam depois de
uma ou duas horas, e que duram doze horas, impedindo o sono; deve andar quase a
noite toda; exsudação de um idade ofensiva. PESADELO.

OUTROS SINTOMAS NOTÁVEIS

Sono: muito perturbado por sonhos ansiosos que chegam a pesadelos, sonho
de uma figura definida sentada sobre o peito, tornando a respiração muito
ansiosa.
O experimentador adiciona uma nota de rodapé: “Naquele tempo eu ignorava
o fato de que ambos, Dioscorides e Plínio, afirmaram que pe sadelo poderia ser
curado por esta droga..."
Sonho de um fantasma que estava sentado sobre seu peito e oprimindo sua
respiração, de modo que ele freqüentemente despertava gemendo.
Ansioso: com medo de falar com qualquer um; muito afetado por más
notícias.
Vertigem; em todo movimento, com cambalear constante e zoeira.

176
PAEONIA 177

Calor ardente nos olhos, rosto, garganta, ânus.


Pressão na boca do estômago, como por grande ansiedade.
Completa perda da voz.
Violentas dores tironeantes descendo da clavícula para o diafragma, através
do coração.
Dizem que Paeonia compara-se a Hamamelis em varicose, Silicea em úlceras &
Sulphur em diarréia.
Paeonia mostrou-se bastante curativa em ulcerações crônicas não-si- filíticas,
como evidenciado por casos citados. Aqui temos um:
Dezoito anos de hemorróidas e ulcerações do reto, depois de várias cirurgias.
Paciente constipado, nervoso e emagrecido; cheiro desagradável do corpo. Anus e
adjacências purpúreos e cobertos com uma crosta grossa. Nas margens e na
entrada do reto, muitas úlceras fissuradas com bordas elevadas, endurecidas, com
dores atrozes.
Toda a membrana mucosa, na margem e mais acima, coberta de úlce ras,
fissuras e rágades. Reto purpúreo e congestionado.

CULPEPPER (1610-1644), em minha “velha” cópia - datada somente de


1819, mas grande e quadrada, com capa de couro sólido, parecendo antiga - fala
da Peônia MASCULINA e Feminina. Ele nos conta que os médicos dizem que as
raízes de Peônia masculina são melhores: “mas o Dr. Razão me disse que a
Peônia Masculina era melhor para homens, e a Peônia Feminina para mulheres, e
ele quer ser julgado pelo seu irmão, o Dr. Experiência.”
Culpepper afirma (nós resumiremos): “As raízes são consideradas co mo
sendo de maior valor do que a semente; depois as flores e, por último, as folhas.
As raízes da Peônia Masculina, colhidas frescas, têm se revelado curativas, por
experiência, na epilepsia; mas o meio mais seguro é (além de pendurá-la no
pescoço, meio pelo qual crianças têm sido curadas) pegar a raiz da Peônia
Masculina, lavada e esmagada e deixar numa infusão em vinho por pelo menos 24
horas, depois passar numa peneira e tomar um bom gole de manhã e ao anoitecer,
durante vários dias seguidos, antes e depois da lua cheia; e isto também curará
pessoas velhas, se a doença não estiver avançada demais e a possibilidade de cura
ter passa-do ... Ele diz que a mesma ajuda às mulheres depois do parto, e aquelas
com transtornos na matriz (o útero) ... A semente preta tomada antes de dormir é
bastante efetiva para aqueles que no seu sono são transtornados com a do ença
chamada de Ephialtes ou Incubo, mas nós normalmente chamamos de pesadelo;
uma doença à qual pessoas melancólicas estão sujeitas. Peônia é boa contra
sonhos melancólicos..."
(Estranho e notável! Traduções modernas de “Culpepper” não dão is to tudo.
Elas o reduzem. Elas citam seus tipos clínicos, mas omitem a alma
178 PAEONÍA

do homem.)

* 41 * * %

PARKINSON: um mais antigo herborista londrino (1567-1650). Em minha


cópia do Dictionary de Clarke, em “Peônia”, eu uma vez escrevi uma citação de
um manuscrito daquele herborista, que eu já não mais possuo:
“A raiz da peônia masculina é além de tudo um remédio singular e aprovado
para todas as doenças epilépticas (sic)... A raiz verde é melhor do que a seca”.
Então nós vemos que a Peônia, além de seus usos comuns, tem uma
reputação bastante antiga para a cura da epilepsia, mas isto parece ter sido
esquecido.
«

$ $ ♦ ♦ *
DR. OSCAR HANSON, de Copenhagen, em seu Rare Homeopathic Remedies,
nos apresenta Paeonia officinalis, com seus sintomas anais e ulceração dolorosa
naquela região. Também cita seus usos terapêuticos, tão concisamente, que com o
nosso espaço restrito, vale a pena reproduzir.
Diarréia pastosa, seguida de queimação no ânus e frialdade interna.
Hemorróidas com ulceração; o ânus e as partes vizinhas estão purpú - reos,
cobertos com crostas; úlceras doloridas no ânus; fissuras do ânus.
Evacuação seguida de queimação mordente; exsudação de umidade ofensiva
(Ratanhia). Abscesso abaixo do cóccix. Pesadelo.

$ $ $ ♦ ♦
CLARKE diz que Paeonia pertence à grande ordem dos Ranunculá- ceos (os
botões de ouro), que inclui os Acôniíos, Aciaeas e Helléboros. “Sua experimentação
exibe muitos sintomas de congestões, afluxo dc sangue para a cabeça, rosto e
peito; queimação, prurido e inchaço do ânus. Úlceras em geral; úlceras por
pressão, como úlceras de decúbito e por botas ortopédicas. Ele tem dores
insuportáveis durante e depois de evacuar.
Nós estávamos propondo considerar Palladium como nosso Retrato
Medicamentoso deste mês, tão similar o é em alguns de seus raros e pecu liares
sintomas a Platinum, mas o Dr. Patrick, de Bexhill, amavelmente nos enviou um
interessante resumo deste remédio pouco conhecido e nós gratam ente
apresentaremos seu material, somente prefaciando-o com algumas observações e
comparações.
Palladium, como indicado no Dicionário, é “uma estátua de Pallas, de cuja
preservação dependia a segurança da antiga Tróia. Qualquer defesa. Um metal de
cor e flexibilidade extraordinárias, lembrando Platinum”.
Palladium foi introduzido como droga e experimentado em 1850, por
Constantine Hering e sua equipe de experimentadores. Ele foi proposto como um
remédio previamente, antes mesmo de 1833. Dizem que Platina e Palladium,
ambos experimentados em pó, demonstraram tal semelhança em seus efeitos, que
surgiu a questão sobre se as diferenças correspondentes podiam ser descobertas.
Um sintoma mental bastante marcante e comum às duas drogas é a sensação
de altura. Ambos são orgulhosos e arrogantes; e com ambos este sintoma se
estende para a esfera física, e eles se sentem altos, enquanto que as coisas em
volta deles parecem pequenas e insignificantes. STRAMONIUM também imagina
que é grande e alto e que os objetos em volta dele são pequenos. ( Cop.)
Palladium, como Platina, tem muito a sensação de “bearing-down” uterina.
Em Plat. a sensação pode ser como se o útero fosse sair. Aparentemente Plat.
afeta mais o útero e Pcll. os ovários, especialmente o ovário direito. Mas, ao
prescrever estes remédios, é a mentalidade peculiar - a arrogância, o orgulho, a
sensação de altura, etc. que distingue estas drogas de Sepia com sua indiferença
embotada, ou Lilium tigr. com sua pressa sem propósito e suas preocupações,
mental e mesmo espiritual. Um sintoma, uma localização, não são o suficiente
para uma prescrição! Eles podem sugeri-la, mas é preciso todo o quadro,
especialmente o mental, assemelhar-se, se for para a mágica funcionar.
Palladium, Crocus, Thuja e Theridion têm uma sensação de alguma coisa
viva mexendo-se dentro do corpo, mas Palladium vai além; ele sente “como se
um animal estivesse mordendo e arrancando pequenos pedaços

179
180 PÀLLADIUM

de dentro do abdome.”
Palladium sente “raslejamento como de pulgas”, - nas costas, braços, abdome,
coxas e tornozelos; e marcas verdadeiras como de mordidas de pulga aparecem
em vários lugares como lábios, narinas, etc. Ele sente também coceira violenta.

* *$
CLARKE diz: “A principal característica de Palladium é afecções do ovário
direito, acompanhadas por dores que são aliviadas pela pressão. Skinner curou
com Palladium uma jovem que tinha dor intensa no ovário direito durante a
menstruação. O único alívio que ela podia conseguir era por colocar sua irmã
sentada sobre aquela região. Este alívio pela pressão distingue a dor ácPall. da
dor ovariana similar dcPlat.”

PALLADIUM

UM REMÉDIO DE ORGULHO FERIDO

Por Dr. W. S. Patrick


ORGULHO FERIDO! Quão cruciante a dor e quão humilhante a mortificação! E
contudo o primeiro passo em direção ao conhecimento é a per cepção do quão
pouco realmente se sabe. Orgulho, presunção, egotismo - estes tiranos feitos por
nós mesmos são tão nossos inimigos quanto qualquer déspota ou ditador na
forma humana; e devem ser derrotados antes que se possa progredir no caminho
que leva à liberação. E assim nós temos remédios para curar as feridas do
conflito mental e um dos menos conhecidos destes é Palladium, rico em sintomas
mentais e digno do mais profundo estudo. Palladium é um dos remédios
freqüentemente negligenciados em favor de sua irmã Platina. Aqueles que se
preocupam em personificar seus remédios podem pensar no deus grego Pallas
Atenas, negligenciado pelos seus adeptos.
Vamos ver como a linha do conflito mental corre por todo o remédio,
incluindo somente rubricas em negrito e itálico.
Do Repertório de KENT - “ILUSÃO DE QUE ELE(A) É NEGLI-.
GENCIADO. MORTIFICAÇÃO. CHORO - Humor Choroso. E, em itálico -
Cólera (irritabilidade). Transtornos por más notícias.
Desejo de companhia, pior sozinho.
Ilusão dequeele(a)é insultado (a).
Descontente. Descontente com tudo.
Egotismo. Transtornos por egotismo.
PALLADIUM 181

Medo do mal.
Orgulho. Histeria.
Irritabilidade. Obstinado. Facilmente ofendido”.

Da Matéria Médica de CLARKE - “Como se cie tivesse ficado mais alto”.


“Como se alguma coisa terrível fosse acontecer”. “Como se os in testinos fossem
estrangulados”. “Como se um animal estivesse mordendo e cortando pequenas
porções dos intestinos”.

Da Matéria Médica de BOERICKE - (Sintomas Itálicos) -


“Amor por aprovação.
Facilmente ofendido. Mantém-se vivaz quando em companhia (depois fica
muito exausto e as dores pioram).
As dores atravessam o topo da cabeça de ouvido a ouvido.
Dor e inchaço na região do ovário direito.
Particularidades salientes - O complexo sintomático de anexite crônica
(direita). Dorna região do ovário direito com melhora pela pressão.
AGRAVAÇÃO em geral por: Frio, Movimento. Depois de esforço. Depois de
excitação social.
MELHORA em geral por: Toque (dor de cabeça). Pressão (dor no ovário).
Esfregar. Repouso. Ar livre. Dormindo”.

Do Suplemento da Encyclopaedia de ALLEN - “Sintomas mentais - Forte


inclinação a usar linguagem forçada e expressões violentas.
As horas parecem mais longas para ele... A criança era irritável. Mal -
humorada ao anoitecer.
Ela fica com um humor desagradável; sente como se não pudesse suportar
qualquer coisa, sem que nada tivesse acontecido. A criança é a única com quem
ela não é impaciente.
Apesar de cansaço normal ao anoitecer, sente-se mentalmente “arruinado”; é
bastante desajeitado ao falar em inglês, isto é muito problemático, ele está
cansado disto”.
E para concluir, umas poucas rubricas “elaboradas”:
“ORGULHO - Caust. Hyos. Ip. Lach. LYC. Pall. PLAT. Staph. Stram. SULPH.
VERAT.
MORTIFICAÇÃO - Arg.n. Aur. Aur.m. Bry. Cham. COLOC. IGN. LYC.Lyw.
NAT.M. Op. PALL. PH. AC.Puls. Seneg STAPH.Sulph.
TRANSTORNOS POR MÁS NOTÍCIAS - A pis CALC. GELS. Ign. Med. Pall.
Nat.m. Sulph.
ILUSÃO - de que ele(a)é negligenciado (a) - Arg,.n. PALL.
EGOTISMO - Cale. Lach. Pall. PLAT. 5/7. Sulph.
TRANSTORNOS POR EGOTISMO - Cale. Lyc. Pall. Sulph.
jl * KAst—u X.ÃS1 U i n

“Palladium é o único remédio qúe tem as seis rubricas acima. O estudo


cuidadoso de nossos Repertórios é bastante importante, pois existem outros metais
preciosos escondidos além do ouro!”
PETROLEUM - OLE UM PETRE

)
HAHNEMANN diz que este produto do interior da terra deve ser líquido e
amarelo claro se for para ser usado como agente medicinal. Ele ensina como este
deve ser purificado, tratando-o com ácido sulfúrico, “que age nas substâncias
oleosas estranhas, deixando o petróleo intocado. Se puro, uma gota de petróleo
depositada no papel, evaporará no ar, sem deixar nenhum rastro”.
Entre os sintomas curiosos dados por Hahnemann está: “Pontadas no
calcanhar, como se um espinho estivesse alojado neste”. Lembra um caso; um
médico que tinha assistido as Conferências de Compton Burnett, vindo toda
semana de Yorkshire, escreveu mais tarde para o conferencis- ta: “Eu sinto umas
pontadas em meu calcanhar. Dói ao andar”. A resposta foi: “Tome Petroleum ... "O
médico mandou de volta um relatório logo depois: “Maldito seja, W. - o sintoma
desapareceu”. Recentemente, no ambulatório, tivemos um caso parecido,
lembramos daquele e fizemos umã prescrição pronta e bem sucedida.
Somos capazes de lembrar de qualquer caso sobre o qual se fez um primeiro
contato com um remédio realmente útil, não concebido previamente. A introdução
ao Petroleum ocorreu num caso onde as palmas das mãos tinham fissuras
profundas, que foram previamente beneficiadas por Petroleum em baixas potências
e de freqüente administração. Foi muito interessante e instrutivo, porque viu -se
que uma dose dcPetrol. 10M a fez passar todo o inverno com as palmas das mãos
sadias. Este teve que ser repetido, devido a ameaças leves, quando o inverno
chegava, mas não em todos os invernos. Ela vinha a intervalos bastante longos,
ano após ano, sempre exultante, o que era compartilhado.
Um outro caso, lembro-me, de um lipoma grande e bastante dolorido na face
externa de ambas as coxas, na região da articulação do quadril, que tornava
problemático o ato de se deitar. Até onde recordo, ela tomou Baryta carb. - que é
clássico, mas ha minha experiência desapontador para lipoma. Depois viu -se que
suas mãos ficavam muito fissuradas, especialmente nas palmas, e ela tomou
Petroleum, depois do que as “massas” ficaram mais moles, indolores e pararam de
perturbá-la; hoje em dia ela já não vem mais, de modo que não se pode dizer o
resultado absoluto, i.e. se eles “se foram” completamente. MAS - e aqui está o que
faz da Home-

183
184 PETROLEUM - OLEUM PETRE

opatia um deleite quase que intolerável e aborrecedor; começa-se a imaginar se


encontramos um remédio específico para lipoma; somente para descobrir que não.
A paciente em particular precisou d&Petroleum, e as palmas de suas mãos
evidenciaram o fato; e o remédio poderia agir de forma curativa mesmo em seus
tumores gordurosos. Mas os outros, que não precisam da droga, não serão
sensíveis à sua ação.
Em erupções que sangram, Petroleum se destaca.

* ****
O Guiding Symptoms de ALLEN apresenta-o de forma concisa e encantadora.
Nós citaremos alguns dos pontos enfatizados por ele.
Irritável; briguento; aborrecido com tudo.
Transtornos por andar de carruagem, carro ou barco.
Os sintomas aparecem e desaparecem rapidamente (Bell.).
Transtornos antes e durante um temporal (Nat.c., Phos., Psor., RJio- do.).
Dormindo, ou delirando: imagina que uma perna é dupla; que outra pessoa
está deitada ao seu lado na cama; que existem dois bebês na cama (Vai).
(CompareBapt., Pyrog.).
Vertigem, ao se levantar; no occipício; como se estivesse embriagado (Cocc.).
Como enjôo do mar.
Dor de cabeça no occipício; que fica pesado como chumbo. Como se tudo na
cabeça estivesse vivo...
Gastralgia: da gravidez; sempre que o estômago está vazio; aliviada por comer
constantemente.
Diarréia... em jato; depois de comer repolho; no tempo tempestuoso; sempre
durante o dia...
Pele, mãos, áspera e fissurada; pontas dos dedos ásperas, rachadas,
fissuradas, todo invemo. Pés sensíveis, banhados em suor cheirando a podre.
Frieiras dolorosas e pruriginosas e mãos fendidas, pior no tempo frio;
decúbito...

Keynotes de GUERNSEY:
Afecções em geral de qualquer tipo, aparecendo no olho direito; occipício
interno e externo; atrás das orelhas; face interna das coxas; na parte inferior dos
dedos dos pés; na articulação do joelho.
Erupções ou prurido à noite (especialmente no escroto), sendo a erupção seca
ou úmida; frieiras, particularmente quando coçam muito e são úmidas. Exantema
corrosivo e que se espalha; muito difícil de cicatrizar; sensibilidade da pele em
geral; escaras produzidas por ficar deitado na cama.
PETROLEUM - OLEUM PETRE 185

Forte aversão à comida gordurosa; à carne; ao ar livre. Pior por comcr repolho.
Catalepsia; espasmos tônicos; cstalos das articulações; rigidez das ar-
ticulações. Entorses; entorse crônico.

* * :* * *
NASH recapitula/Y^ro/. assim:
Eczemas no escalpo, alrás das orelhas, escroto, ânus, mãos, pés, per nas. As
mãos racham e sangram. Tudo fica pior no invemo\ melhora no verão.
Diarréia precedida de cólica, somente durante o dia.
Dor de cabeça, ou peso como de chumbo no occipício; às vezes com náusea e
vômito; pior com movimento, como ao andar de barco ou carruagem.
Ele o chama de um dos nossos melhores remédios psóricos. , . suas erupções
são semelhantes às‘dc Graphites.
“Existe um sintoma característico bastante marcante que leva a este remédio,
dentre um grande número que tem erupções semelhantes, que é: a erupção é pior
durante o inverno. Não existe qualquer outro remédio que tenha isto tão
proeminentemente. As mãos racham, fendem-se e sangram, e ficam totalmente
cobertas com eczema durante o inverno e ficam boas no verão”. Ele diz: “Eu curei um
caso de eczema das pernas de vinte anos de duração, sempre pior no inverno, com
uma prescrição da 200 a . Eu curei mãos fissuradas da mesma forma. Um caso de
diarréia crônica obstinada, que tão logo ficou claro que ele tinha eczema das mãos
no inverno me veio a idéia e eu o curei rapidamente do problema por comp leto
com Petrol. 200a ”. Ele diz que frieiras que são úmidas e que coçam e ardem muito
no tempo frio, são curadas por Petrol... O mais leve arranhão ou esfoladura supura
(Hep.)...
Petrol. é também um dos nossos melhores remédios para enjôo do mar (Cocc.).
Um outro sintoma curioso é o estalar das juntas (Caust.). Ambos são valiosos em
reumatismo crônico, especialmente com estes estalos. Petrol. tem, com Chel.
zAnac., dor no estômago aliviada ao comer ... Disenteria e diarréia, pior durante o
dia.

* * * * *
KENT. Petroleum é um dos remédios mal usados; quando usado externamente
em reumatismo e contusões, ele age por contra-irritação, ao estabelecer uma
doença na superfície; esta não é uma ação homeopática.
Uma das primeiras coisas que ele faz a um experimentador, é colocá- lo em um
estado de confusão e atordoamento, tão atordoado que se perde na rua. Imagina
que há pessoas perto, o que não é real. Que a atmosfera está cheia de formas
estranhas; que suas pernas estão duplicadas; que
4 *A A A~* A A UJ/

uma outra pessoa está na cama com ela; uma outra criança na cama. Sonha que ele
é dois ou mais.
Erupções herpéticas, vesiculares, tendem a formar crostas grossas e amarelas,
ou rompem-se precocemente e ulceram; podem se tornar fa- gedênicas. Petrol.
desenvolve erupções no local de velhas erupções, com crescente dureza na base da
velha erupção. Crostas secas, induram; e a induração se racha, sangra, apresenta
cor purpúrea. Rachaduras nas pontas dos dedos e no dorso das mãos. Pele áspera,
esfoliante, racha, sangra; os tecidos ficam endurecidos; isto também acontece nas
palmas das mãos eunha^.
Todas as erupções coçam violentamente; não sossega até que tenha arrancado
a pele, quando o local se torna úmido, sangrante, esfolado e inflamado, ... coça-se
até sangrar (mesmo sem erupção) e o local se torna frio.
Frialdade em pontos é um aspecto deste remédio: no estômago, abdome, útero;
um ponto frio entre as escápulas; sensação como se o coração estivesse frio.
Membrana mucosa (pele interna) tem pequenas áreas com úlceras, com
induração em volta desta área; útil em úlceras sifilíticas. Nariz, nari nas posteriores
e faringe com mucosa espessada. Laringe acometida, com perda de voz. Tosse
curta, seca e intermitente, alternando com expectora- ção copiosa.
Um aspecto marcante da droga é que a tosse é pior durante a noite, e a diarréia
é pior durante o dia. Diarréia durante o dia, melhor à noite. Fome constante com
diarréia, apesar de não poder comer sem sentir dor. Faminto, sensação de vazio
depois da evacuação, que o leva a comer.
“Emagrecimento; erupções na pele; pele malsã, dedos ásperos que nunca parecem
limpos; ele não pode lavá-los, pois isso os faz rachar
Suor ofensivo dos pés (Sil.), suores ofensivos em toda parte, especialmente nas
axilas, onde é tão pungente que pode ser notado assim que o paciente entra na
sala.
Dor de cabeça occipital: - “Todos os produtos carbônicos (comoGra- phites,
Carbo veg.) afetam mais ou menos a parte posterior da cabeça”.
Depois, a vertigem peculiar de Petroleum, quando a bordo de um navio,
andando de carro ou carruagem, com náusea como enjôo de mar. Ele diz: “dor de
cabeça occipital, com vertigem por fixar os olhos nas ondas, ou em objetos em
movimento, com alívio em lugar escuro, e com a sensação de vazio, fome ou dor
no estômago levando-o a comer, pode ser melhorada por Petrol.; enquanto que a
terrível náusea mortal, com palidez, suor frio, fadiga, que melhora ao ar livre,
repousando no escuro, e pior por calor, sugere Tabac.”
Depois os sintomas oculares: fissuras nos cantos dos olhos, com muito
prurido. Todas as congestões de membranas mucosas de Petrol. coçam...
PETROLEUM - OLEUM PETRE 187

como na trompa de Eustáquio. Prurido no fundo do ouvido, muito profundo para


coçar. Coceira na faringe.
Pele quente em certos locais, com frieza em pontos. Partes que ardem e coçam
muito. Pode adivinhar o momento do degelo pela coceira nas frieiras. Frieiras que
coçam, ardem e se tornam purpúreas.
A erupção e o estado de induração são como Graphites, mas a exsu- dação em
Petrol. é fina e aquosa, e em Graph. é pegajosa, como mel, viscosa.
Ele‘diz que Petrol. e Rhus são de uso maravilhoso em erupções na genitália
masculina ou feminina. Mas Petrol. produz pequenas vesículas e Rhus grandes
bolhas. Suor e umidade da genitália externa.
Sensível à mudança de tempo, cbmo Rhod. e Phos. Pior antes de temporais.
Mãos e pés queimam; quer as mãos e os pés fora da cama. Ele nos aler ta: “Não
fique tão seguro de Sulphur porque as solas dos pés queimam; ou tão certo de
Silicea porque os pés transpiram”.
Ele mostra Petroleum como sendo um remédio de partes isoladas: transpiração de
partes isoladas; frieza em pontos; erupções em certas áreas.

* * * * *
Muitas sensações estranhas que são peculiares e surpreendentes.
Não sabia onde ela estava na rua.
Disposição melancólica, imagina quanto tempo lhe resta para fazer seu
testamento.
Grande ansiedade com relação à sua família, ao sair para uma peque na
viagem. A ansiedade aumenta até que ele se torna inconsolável.
Sensação como se tudo na cabeça estivesse vivo.
Cabelos grudados pelas crostas e exsudação; eczema.
Maxila facilmente deslocada.
Sensação de frieza, ou dormência nos dentes.
Língua branca; branca no centro com uma faixa escura nas bordas.
Faminto imediatamente depois de evacuar.
Violenta sede de cerveja.
Note bem, o extraordinário acúmulo de água na boca.
Fome canina depois de evacuar; com muita vontade de evacuar, como se
houvessem ainda grandes quantidades de fezes para serem expelidas.
Coceira no meato urinário, durante a micção; coceira no fundo dos ouvidos, na
trompa de Eustáquio.
Ela imagina ter dois bebês; muito preocupada com relação a como cuidará
deles; imagina um outro bebê na cama que requer atenção.
Frieza: como se houvesse uma pedra fria no coração.
Psoríase das palmas: escamas grossas de epiderme, entre as quais cor
188 PETROLEUM - OLEUM PETRE

rem fissuras úmidas. Mãos completamente ásperas dos punhos aos dedos, com
constante exsudação aquosa.
Úlceras com cheiro ofensivo nas pontas dos dedos. Sente as unhas como
machucadas.
Ponto frio no joelho, por isso uma corrente fria penetra na perna.
Frieiras no calcanhar, pontadas como por espinhos no calcanhar; bolhas.
Deve inclinar-se para frente por causa da náusea.
Estalos nas juntas, pescoço, etc.
Imagina que uma criança está dormindo na cama com ela; fala sobre isto e
fica nervosa quando contrariada.
Cabeça como feita de madeira: pele firmemente aderida sobre o canal do
nariz.
Extremidades rígidas, como se sem articulações.

SINTOMAS EM NEGRITO

Delírio: pensa que outra pessoa está deitada ao lado dele, ou que um membro é
duplo.
Mau-humore com raiva; toma-se facilmente veemente.
Esquecido e não disposto a pensar.

Peso como de chumbo no occipício; sensação de beliscão no occipício.

Grande pressão nos olhos.


Conjuntivite pustulosa, com inflamação aguda das pálpebras. Pálpebras vermelhas,
inflamadas, cobertas com crostas ou caspas. Pele áspera ao redor; blenorréia do saco
lacrimal; domo occipício.
Inflamação do saco lacrimal, quando a supuração tiver começado e a fístulase
fonnado.

Trompa de Eustáquio afetada, causando zumbidos, rugidos e estalos, com


dificuldade na audição.
Vermelhidão, inflamação e secreção atrás das orelhas.

Pústula no nariz. Hemorragia nasal.

Náusea e enjôo o dia todo; toda manhã depois de acordar. Não podia tomar o café
da manhã.
De manhã, acúmulo de água na boca; repentinamente ao andar; ao andar de
carruagem; freqüentemente tão violenta que tira a respiração, sem vômito; violenta, com
suor frio, incessante; com vertigem e vômito.
PETROLEUM - OLEUM PETRE 189

Enjôo de mar.
Depois de uma refeição leve, sente-se com vertigem e a cabeça flutua. Azia ao
anoitecer.
Náusea e enjôo o dia todo.

Herpes persistente e pruriginoso no períneo; prurido, vennelhidão e umidade do


escroto. Pele rachada, áspera e sangrante.

Rouquidão: tosse por secura na garganta.

Dores agudas, subindo da espinha dorsal para o occipício.

Frieiras dolorosas nas mãos.


Pontas dos dedos ásperas, rachadas e fissuradas.
PHOSPHORIC ACIDUM

OUTRO dos legados de Hahnemann na Matéria Médica Pura. Ele dá orientações


para o seu preparo e potencialização até a “trilionésima diluição”. Ele escreve
sobre Phos. ac. :
“Os seguintes sintomas mórbidos artificiais marcantes e puros, produzidos por
Phos. ac. no corpo saudável são por si indicativos dos estados mórbidos naturais
nos quais ele é especialmente curativo por motivo de sua semelhança
homeopática”.
Algumas drogas alegram, outras deprimem; mas entre os depressores pode
haver um estado depressivo ativo, sendo Aurum um exemplo extremo, onde a
depressão é tão grande que leva a vítima ao suicídio. Não é assim com Phos. ac.
Aqui a depressão toma a forma de extrema indiferença. “Desatento, apático;
marcante indiferença a tudo na vida; especialmente se houver emagrecimento e
debilidade”.
Ele é “o remédio de transtornos por preocupação, pesar, tristeza, mortificação,
nostalgia, amor frustrado; particularmente quando acompanhado por suores
noturnos até de manhã, e emagrecimento”. As funções corporais, assim como as
mentais participam de sua depressão c debilidade.
E então, a alegre experiência de Hahnemann, como recompensa à sua dose
bem empregada: “Ele ficou muito alegre e bem disposto”, como efeito curativo da
droga que causou o sintoma e que por isso pode curá-lo. São estas coisas que
tornam a vida digna de se viver!
Phosphoric acidum é uma droga de utilidade bastante delimitada, mas muito
definida e importante. Veja os tipos que precisam de sua ajuda. O escolar magro,
que cresceu demais, extenuado, com dores de crescimento que podem significar
destruição cardíaca. O cansado e apático por desproporcional esforço em
circunstâncias adversas, mentais e físicas. Os “neurastênicos” que nos aborrecem;
pelo menos, aqueles que são esgotados, indiferentes, apáticos e emagrecidos.
Aqueles para quem a vida - ci- ^ vilização - tem sido tão árdua; e suas
obrigações e desapontamentos têm
[ posto à prova sua resistência.
j “Deterioração da saúde por amamentar”. Aqui considera-se China,
que também é apático, indiferente, taciturno, mas por perda de fluidos vitais:
hemorragias, lactação excessiva, supurações. Tem-se provavelmente

190

‘•Sv*.
<
PHOSPHORIC A Cl DUM 191

prescrito China com freqüência, quando Phos. ac. teria sido a melhor prescrição,
com seu decaimento, especialmente por esgotamento nervoso. Enfraquecimento
mental, como KENT diz; mente cansada; completamente exausto.
Considere ainda: - “Doenças por preocupação, pena”: aqui se pensa em Ignatia.
Mas Ign. é o remédio do sensível, do facilmente excitado, com mudanças de humor
incrivelmente rápidas; muito diferente da apatia e indiferença de Phos. ac.
“Transtornos por mortificação”. Aqui logo se pensa em Staphisagria, também
apático, indiferente, deprimido, mas com, seus transtornos por or gulho, inveja ou
mortificação. KENT nos diz que quando Staph. tem que se controlar, ele fica em
frangalhos, treme da cabeça aos pés, perde a vo 2, sua capacidade de trabalhar, etc.
Staph. é bem mais intenso e enérgico em seu sofrimento do que Phos. ac.
“Transtornos por amor frustrado”: fica-se tentado a prescrever Natrum mur. ou
Hyos. ou Ignatia. Mas Hyos. tem um ciúme notável e é bem mais intenso
mentalmente, um quadro medicamentoso totalmente diferente, e Natrum mur. com,
possivelmente, o emagrecimento de Phos. ac., é apaixonado, intenso; chora, odeia a
simpatia; não tem nada da apatia embotada que clama por Phos. ac.
KENT contrasta Phos. ac. com Muriatic acidum. Em Phos. ac., ele diz, os
sintomas mentais são os primeiros a se desenvolverem; o remédio vai do mental
para o físico, do cérebro para os músculos; os músculos podem per manecer fortes
depois da mente já ter se esgotado. Em Mur. ac. a prostração muscular vem
primeiro e a mente parece clara até bem depois dos músculos estarem prostrados.
KENT diz que o paciente Phos. ac. definha e emagrece, fica cada vez mais
fraco, o rosto murcho; suores noturnos; suores frios descem pelas cos tas; suores
frios nos braços e mãos mais do que nos pés; extremidades frias; coração e
circulação fracos; fica resfriado facilmente e o resfriado se aloja no peito ... e
caminha para uma tuberculose. Palidez com crescente fraqueza e emagrecimento.
A maioria dos que escrevem sobre Phos. ac. salientam o fato curioso de que
com toda a sua prostração, sua diarréia aguda ou crônica não causa prostração, e
eles apontam para Calcarea, que “sente-se melhor, de todos os modos, quando
constipado”. Em Phos. ac., pode haver “melhora de transtornos por seu término em
uma diarréia”. Kent fala sobre Phos. ac. da criança com copi- osas fezes, aquosas
no verão, tão copiosas que a fralda e inútil; as fezes se espalham por toda parte,
sobre a roupa da mãe e formam grandes poças no chão; as fezes são quase
inodoras, finas e aquosas, e a criança sorri como se nada estivesse acontecen do. A
mãe se admira de onde vem isso tudo, e mesmo assim a criança parece estar bem”,
“A diarréia de Phos. ac. freqüentemente melhora muitos dos sintomas e o
192 PHOSPHORIC A CIDUM

paciente se sente melhor. Alguns pacientes dizem que nunca ficam bem, a menos
que tenham diarréia”.
N.B. - Phos. ac. tem dores beliscantes e pressivas.

A grande indicação para Phos. ac. de GUERNSEY é um estado de completa


indiferença a tudo; não um estado de sopor, delírio ou irritação, mas simplesmente
um estado mental indiferente a tudo. Ele não quer nada, nem falar; não demonstra
interesse no mundo externo. Nas febres tem dificuldade de compreensão; pensará
sobre a pergunta, talvez a responda, depois a esquece de todo. Ele chama isto de
“atordoamento da mente”.
Além dos transtornos por emoções, ele cita: - “depois de supressão de
erupções cutâneas, i.e. qualquer efeito ruim que seja conseqüência de tais
supressões; “por perda de líquidos, especialmente o seminal,..”

Guias de NASH: - Apático sonolento; inconsciente de tudo em volta, mas


pode ser trazido para a completa consciência.
Efeitos crônicos de pena: os cabelos ficam grisalhos; desesperança, aspecto
encovado.
Cresce muito rápido e fica muito alto: pessoas jovens com dores de
crescimento nos ossos... e daí por diante.
Phos. ac. é uma das drogas que sentem-se melhores depois de um sono curto.
(Camph.,Phos., Sepia, etc.)
Expectoraçãosalgada. (Phos. cArs.,Sepia, Lyc., Puls., etc.)
gstupefato com o pesar; um desespero fixo.
Com relação ao crescimento: “com Cale. carb., eles crescem muito gordos,
com Phos. ac. muito rápido e altos”.
Com relação a estudos fatigantes, Nash diz: “Enquanto é verdade que a
juventude é o tempo para se obter a educação, é também verdade que é o tempo
que quando um esforço muito grande nesta direção pode destruir e incapacitar
para sempre uma mente que possivelmente, com mais tempo e cuidado, teria si do
uma bênção para o mundo. Phos. ac., dado adequadamente, pode ser de um
benefício incalculável em tais casos”.
Ele diz também: “parece bastante singular que, depois de tanto falar sobre a
depressão e fraqueza geral deste remédio, nós somos obrigados a r egistrar uma
diarréia profusa e às vezes prolongada que não debilita, como sintoma
característico. Bem, existem inúmeras coisas incríveis na doença e na terapêutica,
e esta é uma delas, mas o fato permanece e nós agimos baseados neste... A
profunda fraqueza e depressão de Phos. ac. ocorre sobre o sensório e sistema
nervoso... Ele indica que China debilita através de sua diarréia ou perda dc
líquidos; Phos. ac. ataca primariamente o sistema nervoso... e seus efeitos ou
resultados não são devido a perda de fluidos vitais, como cm China.
PHÒSPHORIC A Cl DUM 193

Com relação à emissão profusa dc urina aquosa de Ign. e de Phos. ac., ele
aponta que no primeiro caso esta é histérica e no último não.

SINTOMAS EM NEGRITO

Quieto. Indiferente.
Perda de idéias, e fraqueza mental.
Ele não pode reunir seus pensamentos de maneira adequada.
Ele fala sem vontade; con versar é cansa ti vo.
Fala pouco e responde as perguntas sem vontade.
Desatento, apático: indiferença notável a tudo na vida, especialmente se houver
emagrecimento e debilidade.
Transtornos por preocupação, pesar, mortificação, nostalgia ou amor frustrado;
particularmente com sonolência, suores noturnos até de manhã; emagrecimento.
Ele parece muito mal-humorado e zangado.
Humor triste, pela preocupação com o futuro.
Ele ficou muito alegre e bem disposto (reação curativa secundária).

Dores de cabeça de meninas na idade escolar, por uso excessivo dos olhos.
Dores de cabeça occipitais e dorna nuca por exaustão nervosa ou tristeza excessiva.
Confusão da cabeça toda. Dor de cabeça estupidificante; zumbido na cabeça.
Dor de cabeça constante.
Ao mais leve choque ou bandho, as dores na cabeça se tomam extremamente
violentas.
Pressão forte no lado esquerdo da testa.
Pressão esmagante na têmpora direita, mais violenta com movimento.
Pressão esmagante em ambos ossosparietais; pior com movimento.
Dor como se as têmporas fossem pressionadas uma em direção a outra, como se
violentamente comprimidas por fórcsps.
Pressão repuxante nos ossos parietal direito e occipital, mais violenta quando em
movimento.
Dorrasgante e esmagante no cérebro, aqui e ali.
Pressão rasganle no occipício, pior com barulho e ao mais leve movimento.
Dor penetrante violenta, na têmpora direita, estendendo-se para o olho direito.
Queimação, dor no lado da nuca.
A/Ti 4 í / v j í i i v_y/vj stK^ÀJLtutvi

Vertigem ao anoitecer, quando em pé e andando.


Vertigem de manhã, fazendo-o cair quando de pé.

Queimação passageira no olho esquerdo, como se algo pungente tivesse sido


cheirado.
Dor como se os globos oculares fossem forçosamente pressionados juntos epara
dentro da cabeça.
Coceira na ponta do nariz; deve coçar.

Queimação violenta no lábio inferior direito, persistindo quando movimentado.


Gengivas sangrantes.
Sensação de secura no palato. Náusea, palato.
Ao engolira comida, dor penetrante na garganta.
Uma sede quase que insaciável de leite frio.
( Depois de comer, peso no estômago pressionando para baixo e dor.
No umbigo uma doresmaganteperiódica.
Ruído alto no abdome, especialmente na parte superior.
{ Contração beliscante extremamente violenta dos intestinos, a partir de ambos os
lados da região umbilical.
Pressão em várias partes do hipogástrio. A flição no abdome.
Fezes finas, cinzas esbranquiçadas.
Diarréia aquosa branca ou amarela, crônica ou aguda, sem dor ou debilidade ou
fadiga notáveis.
Fezes involuntárias.

Desejo de urinar, com escassa descarga de urina.


Urina muito pálida que, imediatamente, forma uma espessa nuvem esbranquiçada.
Emissões bastante profusas de urina.
Onanismo, com angústia quanto à sua culpabilidade.

Grande rouquidão.
Inspiração difícil, por pressão e opressão atrás do estemo. Domo peito por fraqueza,
Dorpressiva no meio do peito, mais severa ao expirar.
Sentia como se o estemo fosse pressionado para fora: dor mais violenta ao pressionar
com a mão o estemo, ao inclinar-se para frente, ao tossir, etc.
Tosse seca por conseqüência de uma coceira que desce até quase a boca do
estômago.

Sente-se como se contundido no quadril, coxas, braços e nuca; como dores de


crescimento; com pontadas rasgantes isoladas em todas essas

W*>/
PHOSPHORJC ACIDUM 195

partes de tuna só vez.


Fadiga nas pemas ao andar. Fonnigamentona perna direita.
Pressão esmagante nas solas dos pés (um ou outro).
Aqui e ali, um rastejo, como de fonnigascorrendo.
Rastejoprurigjnoso no corpo e nas mãos, ao anoitecer, ao se deitar.
Sonolento de manhã: dificilmente pode ser acordado.

Deterioração da saúde por amamentar.


Fraco eprostrado; fraco e apático de manhã.
Neurastenia: fadiga cerebroespinhal por excesso de trabalho; o menor esforço causa
peso na cabeça e nos membros.
Inflamação intersticial dos ossos: escrofulosa, sifilítica ou mercurial.
Inflamaçãoperiosteal, com dores de queimação, mordentes e rasgantes.
Afecções escrofulosas de crianças: doença do quadril, curvatura da espinha,
raquitismo, SENSAÇÃO COMO SE OS OSSOS FOSSEM RASPADOS
COM UMA FACA
Crianças e jovens que cresceram muito depressa: altos, magros, fracos; dores nas
costas e nos membros como se contundidos; dores de crescimento.

HUGHES (Phannacodynamis) diz: “Falta de memória é considerada uma


indicação especial para este remédio em depressão cerebral; o estado
emocional é de apatia e indiferença. Ele é para 'debilidade nervosa' o que
o ferro é para anemia”.
É na diabete que Phos. ac. ganhou seus mais verdes louros. Não somente
na forma “insípida” ... mas na cura da glicosúria verdadeira que tem
repetidamente se seguido à administração deste ácido.
Em febres baixas, ele é indicado quando o sistema nervoso mais do que
o sangue é afetado pelo veneno... Ele se provou mais de uma vez curativo
em púrpura e hemorragias passivas.
* * * * *
AQUI está o típico Phos ac. em febre tifóide; nós citamos HERING.
TIFÓIDE: completa apatia e indiferença; não toma conhecimento,
mesmo quando beliscado; completamente desatento às coisas em volta;
rosto pálido; nariz comprimido; olhos encovados; olhar fixo, vago,
estúpido; olhos vidrados; não quer nada, não pede nada; movimento das
mãos, como se quisesse agarrar alguma coisa; não responde às perguntas
ou o faz sem vontade; dá respostas curtas e ininteligíveis, que às vezes são
inadequadas, como as de quem estivesse dormindo; sopor; adormece en-
quanto conversa; quando acorda reclama de grande e aborrecedora con-
fusão e obnubilação na cabeça, com grande ansiedade;durante sono leve
tem muitas visões; grande zunido nos ouvidos; dificuldade ná audição;
196 PHOSPHORIC ACIDUM

deita com os olhos semi-abertos, indiferente a tudo em volta dela, reflete


bastante tempo, depois responde corretamente, mas vagarosamente; ver-
tigem; nariz pontudo; anéis azuis escuros em volta dos olhos; rápido de-
clínio da força; o nariz sangra, o que todavia não alivia os sintomas nos
primeiros estágios; enfia os dedos dentro do nariz; coceira do nariz por
irritação das placas de Peyer; lábios com crostas; tártaro nos dentes;
hálito fétido; sede; abdome dilatado e intumescido, com muitos gorgolejos
e borborigmos; lado esquerdo do abdome sensível ao toque; fezes aquosas,
às vezes involuntárias, e contêm comida não digerida; o leite passa mais
ou menos sem ser digerido; copiosa saída de flato com as fezes; fezes san-
grentas e viscosas; língua seca, pode ter uma f^ixa vermelha escura no
centro, mas pode ser pálida e pegajosa e às vezes coberta com um muco
viscoso; morde a língua involuntariamente enquanto dorme; urina
altamente albuminosa, leitos#, que se decompõe rapidamente, carregada
com fosfatos; petéquias; equimose; prostrado; aumento do baço.
PHOSPHORUS

Porque tudo que pode fazer mal pode curar, a Matéria Médica Homeo-
pática é realmente ilimitada. É somente através de constante leitura e es-
tudo que se pode obter uma idéia da promessa que ela já nos oferece em
nossa luta contra a doença e o sofrimento.
Como nós dissemos anteriormente, mesmo um trabalho de repertório
atento pode, razoavelmente, restringir nosso método. Ele não pode jamais
substituir a Matéria Médica, à qual ele é meramente e somente, até certo
ponto, um ÍNDICE; e, por essa razão, é impossível que todas as drogas,
não somente aquelas de uso e utilidade diários, mas aquelas de necessidade
somente ocasional, pudessem ser igualmente bem representadas em
qualquer repertório que fosse possível de se manusear, muito menos de
compilar.
Mas a maioria das drogas conhecidas de ação única e definida real-
mente obtêm uma referência, ainda que somente um surpreendente ne-
grito em alguma rubrica solitária, e quando nós vemos uma droga em ne-
grito pouco conhecida presente no sintoma ou condição que nós estamos
procurando, seria melhor que nós recorressemos à Matéria Médica para
ver se ela se ajusta in toto ao caso.
Mas PHOSPHORUS não é uma droga não experimentada, ou com
sintomas não representados: pelo contrário, ela é uma das drogas melhor
provadas e registradas, um policresto - uma droga de muitos usos. Na En-
cyclopedia de Allen não tem menos do que 3.920 sintomas relatados, cada
um com seu minúsculo número de referência que se refere ao início da
seção áePhosplwriis, onde não somente a autoridade para cada sintoma
isolado é encontrada, mas como ele ocorreu, se em uma criança que tinha
chupado palitos de fósforo (nos bons e velhos tempos quando os fósforos
eram somente “seguros”), ou em empregados de fábricas de palitos de
fósforo aqui ou no exterior, ou em pessoas que puseram um fim em suas
vidas de forma horrível, com veneno de rato, ou ainda nos experimenta-
dores à& Phosphoras mais ou menos potencializado, desde Hahnemann; e
neste caso a exata potência que evocou os sintomas é dada.
A Matéria Médica Homeopática não é uma compilação imaginária, não
é uma coleção acidental de questionáveis sintomas da droga. Ela é toda
muito metódica e cuidadosamente investigada, muito concisamente
197
A/U rn uòrn UK Uò

apresentada, muito científica. Pode-se somente admirar o enorme trabalho


dos homens que, com paciente propósito, construíram para nós um templo
de cura tão verdadeiro - não somente Hahnemann e sua equipe de
experimentadores, em sua maioria médicos, mas Lippe, Hering, Dud- geon,
Hughps, Carrol Dunham e todos os seguintes até Kent, que tornou nosso
trabalho não só comparativamente fácil mas segurò, e legou para a
humanidade uma ciência - tão única e ordenada, tão simples e acessível.- e
tão prática que “os homens viajantes, ainda que tolos, não podem errar
nesse particular”.
Phosphorus está entre as nossas drogas melhor experimentadas - nossas
drogas mais constantemente úteis e, além disso, um remédio de sintomas
característicos bastante definidos. Para objetivos práticos de prescrição,
pode ser útil compará-lo e diferenciá-lo com Sepia e Natnim mur., porque
Sepia (a tinta da siba) deve ter alguns de seus sintomas do fósforo e alguns
do sal que entra na sua constituição. Mas, como acontece com Ferrum,
Pulsatilla eKalisul., com Calcarea, Cale.phos. e Cale. sulph., ou com Colocynthis,
Elaterium e Mag. phos., mesmo quando certas substâncias químicas são
comuns às suas composições elaboradas, e ainda que alguns dos sintomas
devam se assemelhar a outros, a totalidade não é a esma, e um remédio não
funcionará pelo outro.
Phosphorus, em seus envenenamentos e experimentações, e nas condições
que pode curar, é marcaritemente INDIFERENTE (Sepia; e Natrum mur. em
menor escala): é indiferente às pessoas de seu relacionamento e amadas
(Sepia). É apático: responde vagarosamente, tem uma grande sensação de
fadiga, sem inclinação para o trabalho. Ele é um grande medicamento de
dor de cabeça, com Natnim mur. e Sepia. Mas as dores de cabeça de Phos. são
piores em uma sala aquecida e com o calor, e melhores com aplicações
frias, totalmente diferente d c Sepia. ç\ Phosphorus é compassivo, deseja
companhia, toque, massagem e aju- Paa. Sepia e Natnim mur. ficam melhores
sozinhos, & Sepia “só quer ir embora e ficar quieto”. ESepiac Natrum mur.
odeiam ou ficam irritados com a compaixão - não suportam isso - choram.
Natrum mur. e. Phos. têm desejo de sal, nem tanto Sepia; enquantoSe/wa e
Natrum mur. são relacionados com os que detestam gordura, o que não é o
caso de Phos. Phos. e Sepia são drogas friorentas, i.e. adaptam-se a pessoas
friorentas, enquanto que Natnim mur. é uma das drogas relatada como a que
fica melhor quando está frio. Ainda: Phos. e Sepia temem trovões e sofrem
em uma tempestade - ou até mesmo na aproximação de um trovão - e
assim por diante.

Compassivo Phos. ------- -----


Odeia ----- Nat.mur. Sepia
Phos. ------- -----
compaixão
Quer
companhia
PHOSPHORUS 199

Melhor sozinho --- Nat.mur. Sepia


Deseja sal Phos. Nat.mur. ----

Detesta gordura Nat.mur. Sepia
Pior no frio Phos. ---- Sepia
Friorento, mas melhor
---------------- ------------------
no frio Nat.mur.
Medo de trovão Phos. Sepia

Agrupamentos de sintomas com contrastes e semelhanças são de


grande ajuda na rápida e correta prescrição.
HAHNEMANN nos diz a respeito dc Phosphonis que ele age mais
beneficamente em pessoas que sofrem cronicamente de fezes soltas e
diarréia. Ele também chama a atenção à favorável reação do paciente Phos.
ao mesmerismo. Phos. é uma das drogas que adora ser massageado.
Hahnemann também usa Phosphonis para provar que medicamentos
potencializados “não mais estão sujeitos às leis químicas”. Todos nós sa -
bemos que o fósforo quando exposto ao ar, oxida-se; que, de fato, quando
dissolvido em dissulfeto de carbono c depositado na mais perfeita subdivi-
são enquanto o último se evapora, ele espontaneamente entra em com-
pustão. Alguns supõem ter sido o antigo “Fogo Grego”, usado para pro-
pósitos incendiários e, mais recentemente, imagina-se, por militantes 'su-
fragettes’, quando para perturbar, elas queimavam as cartas nas caixas
dos correios. E no entanto, como Hahnemann indica, um pó de Phos. na
mais alta potência pode durar anos em seu papel em uma mesa, sem per-
der suas propriedades medicinais, ou mesmo mudá-las para aquelas de
Ácido Fosfórico. Ele dá outros exemplos também para mostrar que: “Um
remédio que foi elevado à mais alta potência ... não mais está sujeito às leis
da neutralização”. Se isso não fosse verdade, como nós poderíamos
manusear nossos pequenos frascos de glóbulos medicamentosos, sem estar
seguros de saber que eles não interferem um com o outro, ou não se
neutralizam, mas estão sempre prontos para o uso e nunca falharão -
desde que eles sejam corretamente prescritos.

GUERNSEY, o autor de “Keynotes to the Matéria Medica”, diz: “Phos. é


particularmente adaptado para os transtornos de pessoas altas e magras,
que têm cabelos escuros”. Ele chama a atenção para as fezes
características, longas, finas, duras e secas, evacuadas com grande difi-
culdade. Ele chama a atenção para a SENSAÇÃO DE FRAQUEZA OU
VAZIO, sentida em todo o abdome, especialmente quando acompan hada
de um sensação de queimação entre as escápulas. E um surpreendente
sintoma de estômago, quando bebidas frias são toleradas até que se
tornam quentes no estômago, quando são vomitadas. (Oposto de Ars. que
tem dor queimante no estômago, aliviada por bebidas quentes.
200 PHOSPHORUS

Com Phos. a dor queimante é aliviada pelo frio). Ele também enfatiza a
tosse severa, seca, compacta, que arruina o paciente, e o escarro salgado.

A Lach. pertence a piora ao acordar; pior por dormir; medo de


dormir pela agravação dos sintomas. Exatamente o oposto pertence a Phos.
e Sepia: eles têm um grande alívio ao dormir, mesmo um sono curto;
dores de cabeça curadas pelo sono.
“Em Phos. os ferimentos sangram muito, mesmo se muito pequenos:
ferimentos que parecem ter cicatrizado, abrem-se novamente”. Phos. é
um sangrador e se contunde facilmente.
* * * * *
NASH descreve sua pequena miniatura vivida do paciente de Phos., i.e.
a pessoa que precisa d c Phosphonis.
“Pessoas altas, esbeltas, dc peito estreito, tísicas, com cílios delicados,
cabelos macios; ou pessoas fracas e nervosas, que gostam dc ser magneti-
zadas. Pessoas cerosas, anêmicas, ictéricas.
“Ansiosas; inquietação universal, não pode ficar em pé ou sentada
quieta; pior no escuro, ou quando deixada sozinha, ou antes de uma tem-
pestade.
“QUEIMAÇÕES em todo lugar, boca, estômago, intestinos, ânus,
entre as escápulas, intensas, subindo pela espinha, palmas das mãos.
“Deseja coisas frias, sorvetes, que lhe fazem bem, água gelada, que
pode ser vomitada quando se torna quente no estômago. Deve comer
freqüentemente ou sente fraqueza. Acorda à noite para comer.
“Sensações de afundamento, desfalecimento, vazio - em todo lugar.
“Diarréia profusa, fluindo como por um hidrante; com o ânus bem
aberto.
“Tosse, pior deitada sobre o lado esquerdo... Nos pulmões, o lobo in-
ferior direito é o mais afetado. Tosse pior indo de uma sala aquecida para
uma fria. Pior ao inalar ar frio” (Rumex), etc.
Ele diz: “Zincum tem os pés inquietos, Phos. é todo inquieto”.
Ele diz: ,lPhosphonis é inclinado a sangrar” e “Phos. ataca os ossos na
forma de necrose”. Que tal “fosfonecrose da mandíbula”?

O típico Phos. dc GUERNSEY tem cabelos escuros; NASH diz: “pes-


soas altas e esbeltas de temperamento sanguíneo, pele suave, cabelos loiros
ou ruivos, ativas, animadas, sensíveis”. Ambos estão certos.
Desejo anormal de sal (Natr. mur., Nit. a., Arg. nit., mas Nat. mur. deseja sal
com aversão a gorduras, Nit. a. com desejo de gorduras cArg. nit. com desejo
de doces e açúcar).

E agora nós voltaremos a KENT, este grande observador e professor,


PHOSPHORUS 201

para nos ajudar a ver P/iosp/ionis nos pacientes que precisam da ajuda
desse remédio. Nós simplesmente vamos examinar rapidamente sua con-
ferência sobre Phosphorus, apenas separando e escolhendo, guardando e
deixando de lado como nos parece melhor.
“Os transtornos de Phosphorus são mais prováveis de surgirem nas
constituições fracas - que nascem doentes, crescem magras e crescem
muito rapidamente - pessoas que emagrecem, que emagrecem rapida-
mente - que têm as sementes da consunção razoavelmente bem plantadas”.
“Pulsações e palpitações violentas; constituições hemorrágicas: pequenos
ferimentos sangram muito sangue vivo. Hemorragias de todos os órgãos e
tecidos. Petéquias e contusões.”
As queixas de Phos. ficam piores pelo frio e no tempo frio, melhor com o calor e com
aplicações quentes, exceto as queixas da cabeça e estômago, que são melhoradas
pelo frio.
Em Phos. os sintomas do peito e membros são aliviados pelo calor, os
do estômago e cabeça pelo frio. (Tais sintomas, contraditórios com relação
ao paciente em geral e suas partes em particular, são de grande valor
como indicadores do remédio que os exibe).
Ele dá os medos dc Phos., um dos remédios hipersensíveis. “Medo de
que alguma coisa acontecerá; ansioso no crepúsculo; medo de tempes-
tades; tremedeira; ataques de indigestão pelo medo. Medo ao anoitecer;
medo da morte; medo de ro§tos estranhos olhando-o de uma esquina.
Cheio de estranhas e insanas imaginações”.
Apatia, indiferença, aos amigos e ambiente, mesmo aos seus filhos
(Sepia). Não responderá, ou responderá vagarosamente, pensa devagar.
Vertigem e tontura. Pior com esforço mental, com barulho; pior no es-
curo; pior sozinho.
Phos. pode servir em degenerações gordurosas e cm amolecimento do
cérebro.
A surdez de Phos. é especialmente para a voz humana.
Melhor por comer; melhor por dormir. Náusea e vômitos por colocar
as mãos na água quente, por entrar em sala quente, por colocar coisas
quentes no estômago. Regurgitação dc bocados de comida é bastante ca-
racterístico de Phos. “Phos. é o amigo do cirurgião - o grande remédio
para vômitos depois de clorofórmio”.
Em Keynotes, ALLEN dá um sintoma curioso dc Phos. durante a
gravidez. Ela é incapaz de beber água. A visão da água a faz vomitar; deve
fechar os olhos enquanto se banha.
Ele diz que a transpiração d cPhos. cheira a enxofre.
E, lembre-se, Phos. não tem somente queimações no estômago, etc.,
mas também queimações nos pulmões. Um sintoma que pode ser útil em
alguns casos de pneumonia.
Phos. afeta o fígado (lembramo-nos da atrofia amarela aguda do enve-
Zi )Z rtiUSPHüRUS

nenamento pelo fósforo) e é um dos remédios de hepatite e icterícia (Chel).


Em alguns de seus sintomas, Phos. lembra Crotalus hor.y veneno de cascavel.
Phos. afeta todos os órgãos e tecidos, mas suas maiores esferas de ação,
para pejudicar e para curar, estão nos pulmões e ossos - e fígado. Nós
daremos uma seleção de sintomas grafados em negrito de,Phos. - um tanto
resumida. Eles dão uma chave às suas possibilidades mais úteis e aos
órgãos que ele mais notavelmente afeta.
A propósito, a respeito da relação de Phosphonis com as hemorragias ...
Foi visto um caso de câncer dc língua, onde um sangramento bastante
severo cessou rapidamente depois de uma dose de Phos. 200 e não voltou a
ocorrer. Por outro lado, nós somos alertados de que é perigoso dar Phos. em
altas potências a pessoas com tísica avançada, pois uma hemorragia pode
começar e ameaçar a vida. Restrinja-se neste caso às potências mais
baixas, 12 ou 30.
Lembramo-nos de uma jovem que sofria de púrpura hemorrágica. Ela
tinha numerosas pústulas grandes de sangue e contusões. Ela tinha sido
alertada para que não engravidasse, mas estava grávida. Phos. curou a
condição e ela teve um parto normal.

UMA SELEÇÃO DE SINTOMAS DE PHOSPHORUS EM


NEGRITO

espiração muito difícil.


Grande apatia: não deseja conversar.
Responde vagarosamente epreguiçosamente.
Fadiga, sem inclinação para o trabalho, sem causa.
Sem inclinação para estudar; ou trabalhar, ou conversar, ou pensar.
Idéias lentas.
Vertigem: tão logo ele fez qualquer esforço para se levantar, a vertigem retomou
(Bry.).
Podia ver melhor quando as pupilas estavam dilatadas ao proteger os olhos da luz.
(Phos. tem grande fotofobia.)
Sangramento do nariz. Nariz inchado e seco.

Durante a prostração (do envenenamento de Phos.) a tuberculose


freqüentemente se desenvolve; às vezes também pneumonia lobar, tenni- nando em
gangrena do pulmão e piemia. (Aqui se vê a grande utilidade de Phos. em
pneumonias severas)

Vômito de comida. Pressão, como por uma substância rígida, no


PHOSPHORUS 203

estômago.
Vazio e sensação de fraqueza no abdome.
Diarréia. Evacuações como se involuntárias no momento em que algo entra no reto.
Fezes cinzas - cinzas esbranquiçadas.
Menstruação antecipada e mais escassa.

Aspereza na laringe e traquéia, com freqüente tosse seca e curta e pigarro.


Com pressão sufocante na parte superior do peito.
Voz áspera - rouca - pode dificilmente falar além de um sussurro.

Tosse com opressão do peito.


Violenta tosse seca ao lerem vóz alta.
Freqüente tosse seca, com leve embotamento na porção inferior direita
posterionnente, com murmúrios respiratórios diminuídos e leves estertores vesiculares.
(Ambospulmões, especialmente do lado direito).
Muco pegajoso, purulento.
Opressão violenta no peito.
Tosse com constante coceira na garganta. Tosse com respiração difícil.
Expectoraçãosanguinolenta, com muco.
Expectoração sanguinolenta dos pulmões.
Estertores de muco em ambos os pulmões, mais notáveis nos lobos inferiores.
Respiração ansiosa, ofegante, oprimida. Muito trabalhosa.
Difícil. A respiração é impedida ao andar depressa.
Grande dispnéia.
Tubérculos dos pulmões desenvolvidos, com febre héctica.
Grande opressão do peito, de modo que o paciente, durante ataque de tosse, deve se
sentar na cama, quando ela sente grande dor, com uma sensação constritiva sob o estemo.
Peso no peito, como se um peso fosse colocado sobre ele.
Ansiedade e pressão angustiantes no peito, chegando a uma verdadeira sufocação, de
modo que a inspiração profunda era difícil, mas não impossível.
(Se Phos. pode causar isso tudo, onde está a surpresa de ser um dos
nossos maiores remédios para pneumonias e tísica?).

Ansiedade no coração e uma sensação peculiar de fome, um tanto aliviada ao comer,


afligindo-a mesmo na cama.
Palpitação violenta.

Dorqueimante entre as escápulas.


Os processos espinhosos das vértebras dorsais entre as escápulas tornaram-se
extremamente sensíveis à pressão.
204 PHOSPHORUS

Fraqueza de todos os membros.


Dedos são desajeitados.
Extensa periostite gangrenosa do tíbia, com severo distúrbio febril, periôsteo
descascado a partir de uma grande área para cima, até a junta do joelho; o osso estava
áspero.

Emagrecimento.
Deita-se constantemente do lado direito. Ele só se deita sobre o lado direito à noite.
Membranas mucosas pálidas.
O sangue das hemorragias era bastante líquido e difícil de coagular. Sensação
de asfixia.
Pequenos ferimentos sangram muito.
Sistema muscularfrouxo.
Grande fadiga. Fraqueza. Fraco e oprimido. Fraco e prostrado. Exaustão excessiva.
Peso no corpo todo.
Deitar-se do lado esquerdo causa ansiedade.
Úlceras sangram.
Constante sonolência. Grande sonolência, mesmo de dia.
Não pode dormir antes da meia-noite.
Bochechas ruborizadas (em febre), especialmente a esquerda.
Frialdade ao anoitecer.
Joelhos frios constantemente, à noite, na cama.
Calor à noite sem sede.
Calor e suor febris à noite, com fome voraz.
Transpiração profusa sobre o corpo todo.
Suores profusos ao mais leve esforço.
Exaustivos suores profusos toda manhã.
Transpiração de manhã na cama - com sensação de ansiedade.

(,
De cento e setenta trabalhadores em fábricas de palitos de fósforo (a maioria
garotos), cento e vinte foram atacados pelo tifo, freqüentemente complicado com
pneumonia e bronquite, que freqüentemente levavam à consunção”. (Russian Med. Zeit..
1850).
PHYTOLACCA DEC AN DR A
(Poke-Weed / Caruru-de-cacho)

É sempre um dia memorável quando se trava amizade com uma nova droga. Ao
invés de ser meramente um conhecimento de vista - não muito mais do que um
nome, descobre-se subitamente um novo Poder, sempre à mão, oportunamente
propondo-se à ajuda precisa que pode dar em casos apropriados. E é com o fim de
agir como um apresentador, ou pelo menos como aquele que lembra a droga ao
médico, que estes “retratos” são redigidos.
Você não observou que em qualquer multidão (e nossa Matéria Médica
Homeopática é, seguramente, uma densa multidão!) existem certas pessoas - e
drogas - que chamam, à primeira vista, nossa atenção e afirmam-se vividamente?
Como a bordo de um navio, a partir do momento do embarque, existem pessoas
que prendem a atenção e são observadas, com ou sem aprovação, do começo ao
fim da viagem. Aproximamo*nos para saber o que eles vão falar e fazer em todas
as ocasiões, apesar de que podemos jamais chegar a nos apresentar. Por outro lado,
no último dia da viagem, pode-se descobrir um estranho, jamais observado antes,
mas um companheiro de viagem durante semanas. Assim é com as drogas: um
grande número delas - a maioria - são para nós meramente um nome e nada mais:
quando, veja! prestol elas mostram possuir características e possibilidades não
sonhadas ... É dito, então, no último dia da viagem: “Por que eu desperdicei toda
essa viagem? Por que nós não nos conhecemos antes?” Assim é com as drogas:
“Por que eu não a conheci anos atrás? Você poderia ter me ajudado com este ou
aquele caso quando, por não conhecer você, eu miseravelmente falhei”.
No relacionamento com a droga é também necessário reconhecer
características e possibilidades', para ser capaz de confiar nas reações e resposta.
Depois destas colocações, deixe-nos proceder ao estudo de PHYTOLACCA,
de cujos magníficos poderes, talvez, jamais se tenha aproveitado suficient emente,
em condições difíceis, agiidas e urgentes, bem como crônicas. Pois Phytolacca
preenche um nicho recente mas único no Templo de Hahnemann.
Phytolacca é um dos nossos remédios mais novos, bastante poderosos e de ação
imediata.
AVO rtt Y / ULA CCA DECANDRA

Nós conseguimos os dados mais úteis, com relação à esta droga, atra vés de
NewRemedies dc Halc.Como Baptisia, Gelsemium, Caulophyllum (Squaw-root) e
outros, Phyt. vem até nós da América, a partir de uso doméstico ou nativo - mas se
apresentou útil em indicações precisas, através de experimentações.
Hale o chama de “um dos nossos mais valiosos e poderosos remédios
indígenas”. Mas, ele diz: “até que fosse sujeito à experimentação científi ca pela
nossa escola e seus efeitos no indivíduo saudável descobertos através de
‘provings’, era pouco conhecido quanto à sua extensão de poderes curativos”.
Mas é ainda necessário que Phylolacca passe por mais experimentos, para
completar seu retrato drogai.
Hale diz que ele tem sido usado especialmente em doenças crônicas,
reumatismo - doença venérea - algumas doenças cutâneas severas . .. “mas seus
poderes curativos não são limitados a doenças crônicas. Ele tem se provado um de
nossos melhores remédios em muitas doenças agudas do mais severo caráter”.
Por exemplo, um médico, diz Hale, “relatou efeitos imediatos e curativos em
difteria através de uma tintura feita das folhas colhidas no fim de outono”.
Enquanto que recentemente a rápida cura de um caso de difte ria com sintomas de
Phylolacca, doou eternamente uma cama ao Hospital Homeopático dc Londres.
Dizem que as cinzas de Phylolacca contêm mais dc 50% de potassa cáustica,
que explica algumas de suas relações com outras drogas.
As partes oficinais da planta são as raízes, folhas c fnitos.
Dizem que “pássaros que se alimentam dos frutos perdem todo o seu tecido
adiposo” e a tintura dos frutos tem sido usada para propósitos de
“emagrecimento” c (?) como um remédio para tumores gordurosos.
O envenenamento pelos frutos causou “agonia opressiva no estômago com
náusea e vômito violento, seguido de purgação e dor, quando qualquer pressão no
estômago fazia gritar. Ocorreu também escurecimento da visão; a língua ficou
com uma cobertura branca; haviam contrações musculares espasmódicas dos
braços e pernas; e dor de garganta, as fauces congestionadas e de cor escura, a
garganta seca e as amígdalas um pouco inchadas”.
Hale ainda diz: “ele afeta o sistema nervoso poderosamente, também os tecidos
fibroso e ósseo.
“A esfera de ação de Phylolacca inclui a pele, membranas mucosas, tecidos
fibrosos, o periôsteo e os centros nervosos cerebrocspinhais”.
“Em sua ação na pele ele lembra Arsenicum e Mercúrio” (Kent diz que ele
deveria ser chamado de “Mercúrio Vegetal”), “e ele tem curado psorí- ase, ptiríase,
tinha da cabeça, erupções lúpicas e escamosas em geral” - i.e. com sintomas de
Phylolacca, que nos esforçaremos em apresentar a
t*tiYiOLACCA DECANDRA 207

seguir.
Nos experimentos de Phytolacca nós encontramos: “Uma tensão e pressão
bastante peculiares nas parótidas”; que pode ser um indicativo importante para o
uso da droga - mesmo em casos de reumatismo crônico.
Entre os casos de reumatismo curado que ele relata, o mais interessante e
sugestivo é um caso de reumatismo das juntas com aumento das glândulas
parótidas e gânglios submaxilares, onde havia um “rápido abrandamento dos
tumores glandulares também”. Conclui-se que Phytolacca pode ser mais útil nos
casos com envolvimento peri-articular do que nos casos com extensivas mudanças
das juntas ósseas.
Mas talvez Phytolacca seja melhor conhecida pela sua espantosa
A /

afinidade com as GLANDULAS MAMARIAS - seja para o bem ou para o mal.


Pois em medicina são somente os agentes do mal, entre as drogas, que podem ser
confiados para a cura e, mesmo assim, somente os precisos males que eles podem
causar, na localidade - tecido - e condições de agra- vação e melhora. Por isso as
experimentações minuciosamente relatadas da Homeopatia.
Nos experimentos nós encontramos: “Inflamação, inchaço e supuração das
mamas”. KENT diz algo tão importante que nós citaremos por completo:
“Parece que o todo do remédio centra-se nas glândulas mamárias. Dolorimento
e protuberâncias nas mamas a cada período frio e úmido: a mulher fica friorenta e
isso resulta em dolorimento na mama; mamas doloridas em conexão com a
menstruação; uma lactante fica exposta ao frio e as mamas se inflamam e o leite
fica filamentoso e fica pendurado nos mamilos; leite coagulado. Isto é resultante
da experimentação, mas a raiz caruru-de-cacho tem sido extensivamente usado por
criadores de gado quando o leite das vacas engrossa e existem protuberâncias nas
mamas, e quando a condição foi causada pelo fato da vaca ter ficado exposta à
chuva.
“Quase todos os centros de excitação na glândula mamária; medo ou um
acidente; protuberâncias se formam, dores, calor, inchaço, tumefa- ção, mesmo
uma inflamação e supuração violentas. Nenhum outro remédio na Matéria Médica
centra-se tanto na glândula mamária ... Se toda tribulação deixa as glândulas
doloridas na mulher lactante, dê a ela Phytolacca. Quando uma mãe diz que não
tem leite, ou que o leite é escasso, grosso, não saudável, seca logo, Phytolacca
torna-se então um remédio constitucional se não houver sintomas contra-
indicando. Uma descarga sanguinolenta aquosa que continuou por cinco anos
depois de desmamar a criança, foi curada por Phytolacca. A mama fica tão dolorida
que, quando a mãe amamenta a criança, ela quase tem espasmos com a dor
estendendo-se para baixo nas costas e membros e por todo o corpo”.
208 PHYTOLACCA DECANDRA

Como Kent diz, nas vacas tem boa reputação para o “endurecimento” das
úberes: para tais casos, “úberes endurecidos, inchados, intensamente quentes,
doloridos e sensíveis, onde nem uma gota de leite sai; neste caso, em poucas
horas, o leite poderia ser tirado, a glândula amolecida e a recu peração seria
completa”. (A propósito, falaram-me outro dia de um caso em nossa fazenda.
Uma das vacas estava apresentando constantes episódios de leite filamentoso.
Isso cessou absolutamente depois de uma dose áz Phytolacca).
Mas não é somente em problemas inflamatórios iniciais das mamas que
Phylolacca é indicada e eficiente. Phyt. tem
“Mamilos feridos e fissurados.
A dor começa no mamilo e séirradia para o corpo todo.
Sente os mamilos como um tijolo, granulosos e nodulares.
Mama dura como pedra, dolorida. Mamas endurecidas.
Abscesso mamário: pus.
Grandes e doloridas úlceras fistulosas que se abrem, com descarga de um
pus fétido e aquoso.
A dor é insuportável. Irritável. Inquieta. Indiferente à vida; ou à morte;
está certa de que vai morrer”.
(BORLAND, Homeopathy forMotherand ínfant).
Kent diz que Phylolacca é um remédio muito imperfeitamente experimentado,
mas que tem alguns •aspectos surpreendentes, e que muitos dos que ele apresenta
vêm da experiência clínica.
E agora nós apresentaremos algumas das modalidades distintivas de
Phylolacca, de modo que se pode ser capaz de prescrever com segurança e deixá-
lo de lado quando um outro remédio melhor preencher o quadro.
Phytolacca tem: - Agravação à noite; em dias frios; em tempo frio e úmido; em
uma sala fria. Kent também diz que é pior no calor da cama, “de modo que há
uma controvérsia entre calor e frio”; e, na difteria, a garganta é pior com bebidas
quentes. A exposição ao tempo frio e úmido causa ou agrava a tosse, as dores dos
músculos intercostal, abdominal e lombar, o pescoço rígido, o reumatismo em
geral e as dores nas juntas.
Dores como choques elétricos - penetrantes, lancinantes, movimentam-se
rapidamente; pior com movimento; pior à noite; com Rhus, “desejo de se mover,
mas pior com movimento”.
Em GARGANTAS DOLORIDAS, quando mais se usou Phytolacca, as fauces
e faringe parecem secas e congestionadas, e de uma cor vermelha escura,
completamente diferente do inchaço liso vermelho vivo de Belladonna. A faringe
fica seca, áspera, “sentida como se fosse uma caverna”, ou “sente a garganta
cheia, como se sufocada”. Sensação de calor, como se uma bola de ferro quente e
vermelho estivesse alojada na faringe. A deglutição é dolorosa, difícil; e a cada
tentativa, dores excruciantes penetram através dos ouvidos. Pode até haver
regurgitação pelas narinas;
PHYTOLACCA DECANDRA 209

incapacidade de engolir até mesmo água - quase que impossível, porque sente a
garganta muito áspera e seca.
Ulceração da boca e garganta; inflamação folicular da garganta: placas na
garganta; mesmo difteria com estes sintomas, i.e. a cor azulada, a secura, a dor
(raiz da língua e garganta) penetra dentro dos ouvidos; a piora com bebidas
qiientes. Tudo piora com o frio, exceto os sintomas da gar ganta, que são piores
com bebidas quentes.
Sintomas curiosos - não somente a garganta pode parecer uma “caverna
vazia”, mas o peito pode também parecer “um barril grande e vazio”.
Entre os sintomas de Phytolacca encontra-se, em um caso de envenenamento:
“Extremidades rígidas, punhos cerrados, pés estendidos, dedos dos pés fletidos,
dentes cerrados, lábios virados para fora, firmes, queixo caído sobre o esterno,
opistótono, convulsões tetânicas”.
FARRINGTON (Comparative Matéria Medica) diz: “Camphora e Phytolacca são
muito semelhantes a Strychnia em espasmos tetânicos. Ambos mostram os dentes
pelo repuxamento dos cantos da boca. Camphora é indicada em tétano com a
sempre presente frialdade mortal”.
Phytolacca tem sido considerada útil em cirro, em câncer dos lábios e em
“úlceras cancerosas do rosto”. Úlceras perfuradas (Kali bich.).
As dores periosteais (tíbia) lembram as de Asaf, Dros., Lach.
NASH chama a atenção para o raro sintoma “que tem sido de grande valor
para mim: ‘Irresistível inclinação para morder os dentes ou as gen givas’. Baseado
nesta indicação eu tenho freqüentemente aliviado as queixas de vários tipos que
ocorrem no período da dentição.
“Eu uma vez tive um caso que foi mandado sair de New York para o interior.
A criança estava doente há bastante tempo com cólera infantil (en- terocolite) e
seus médicos disseram que ela deveria deixar a cidade ou morreria. Mas o ar do
campo e a mudança da dieta não trouxeram alívio. A criança estava bastante
magra, apresentando freqüentes evacuações moles de cor marrom escura,
misturado com limo ou muco da mesma cor. Depois de tentar vários remédios, eu
descobri que a criança queria morder as gengivas, ou morder tudo que ela pudesse
colocar na boca, e a mãe disse que isso aconteceu durante todo o período da
doença. Phytolacca deu alívio imediato aos sintomas, seguido de rápida
recuperação. Eu tenho, desde então, verificado este sintoma várias vezes”.
Phytolacca tem também uma grande reputação para pescoço rígido, então aqui
está uma pequena e recente experiência pessoal que sugeriu Phytolacca como o
nosso Retrato de Droga.
E claro que nós já conhecemos a maravilhosa ação da Phytolacca na glândula
mamária, e encontramos repetidas vezes sua rápida cura para gargantas agudas,
embotadas, azuladas e vermelhas, com os pilares das fauces congestionados e
rígidos, e a garganta aflitamente dolorida.
x xx x i L/uun/yí^ívi

mesmo em um caso com os lados do pescoço também inchados, inflama dos e


rígidos. Mas - reumatismo? Esteve sempre fitando-nos dos livros- texto, e
sentíamos que seria bom procurar suas modalidades neste caso, a fim de garantir
mais uma arma contra este fantasma dos ambulatórios: curado facilmente, com
dificuldade, ou não curado... esta última possibilidade é vergonhosa para o
médico homeopata. Mas é claro que os casos variam. O paciente entra com um
diagnóstico já feito de reumatismo, ou mais freqüentemente a popular “neurite”,
que em muitos casos cede a uma pequena manipulação - i.e., quando a ciática ou
dor é devido a sub- luxação. Em alguns casos tem-se visto, sob cuidadosa
prescrição, melhora de casos severos e de longa duração de artrite reumatóide,
além do que parecia ser possível; em alguns casos NÃO, o que é vexatório.
Bem, esta experiência pessoal foi meramente um “pescoço duro”, mas um
caso realmente grave, no qual o trapézio todo estava envolvido e seus ligamentos
e ações maravilhosamente demonstrados. Quanto à dor, somente em movimento,
leia o Velho Marinheiro: -
“Sem demora esse meu esqueleto estava torcido.
“Em uma aflita agonia,
“Que me forçava” (a permanecer em repouso)
“E depois me deixou livre”.
Bry. (pior com movimento), Rhus (pior no primeiro movimento e com sua
reputação para pescoços duros) e Cimicif. tinham sido inúteis. Era tanto quanto se
poderia suportar para deslizar na cama; o trapézio se recusava a sustentar a cabeça
de lado sem um protesto agudo; e despertar à noite e virar levemente a cabeça era
uma experiência excruciante. Queria- se saber como seria possível se levantar da
cama! No dia seguinte, “Qual é aquele remédio?” e o Keynotes de Allen foi
consultado. “Ah! aqui está! ‘Phytolacca ocupa um espaço intermediário entre Rhus
e Bry., e cura quando estes falham, ainda que aparentemente bem indicados”’. E
assim ocorreu! - que alegria, naquela noite, poder se deitar na cama e mover a
cabeça, e levantá-la e virá-la sem nenhuma dor aguda. A propósito, não era
somente o movimento que afetava o músculo tão dolorosamente, mas o frio e a
corrente de ar eram insuportáveis ... e havia uma temperatura leve, mas já estava
se sentindo doente.
Aquela experiência assentou nossa amizade com Poke-weed, e é somente
relatada porque isto pode interessar, e ser lembrada para futuros
A

triunfos por VOCE.

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO

Sente desfalecimento ao se levantar da cama (Opium ).


rn I 1 LV1V4L.C/4 UtL^\l\UtW\ m

Dolorosa pressão na testa e na parle superior de ambos os olhos.

Tendência a cerrar os dentes.

GARGANTA inflamada; o istmo congestionado e de cor vermelha escura; secura


na garganta, com algum inchaço das amígdalas.
Difteria; indisposto e atordoado ao tentar se sentar; dor de cabeça frontal; dores
penetrantes, da garganta para dentro dos ouvidos, especialmente ao tentar deglutir; rosto
mborizado; língua bastante coberta, prolrusa; espessamente coberta na parte posterior,
vermelho fogo na ponta, hálito fétido, pútrido; vômitos, dificuldade de deglutir; amígdalas
inchadas, cobertas com membrana, primeiro sobre três ou quatro placas, amígdalas,
úvula e parte posterior da garganta coberta com exsudação de cor cinza; amígdalas
cobertas com uma pseudomembrana branca suja; pequenos pontos brancos ou amarelos
nas amígdalas que se aglutinam e formam placas de membrana; a membrana tem
aparência de couro gasto sujo; exsudação perolada ou branca - acinzentada; grande
sede; pior por bebidas quentes; dispnéia; muco ofensivo, viscoso, cobrindo a boca e a
garganta; gânglios do pescoço bastante sensíveis; domo pescoço e nas costas, domo
corpo como se contundido, geme de dor, especialmente ao tentar se mover ou sc virar na
cama; membros doloridos; grande prostração; calafrios violentos, logo segiddos de febre
alta; febre sem calafrio; pulso 120, 140, fraco; enipção na pele; fenômeno nervoso
notável; paralisia consecutiva; deixa a visão enfraquecida, audição embotada; no tempo
frio geralmente epidêmico; normalmente de origem catarralou reumática, causada por
exposição à atmosfera fria e úmida ou ao dormirem quartos úmidos e mal ventilados.

ABSCESSOS ou úlceras fistulosas das mamas.


A /

GLANDULA MAMARIA cheia de nodosidades duras e doloridas.


As mamas apresentam uma precoce tendência a solidificarem-se; especialmente útil
quando a supuração é inevitável; ao amamentar a criança, a dor vai dos mamilos para o
corpo todo.
Mamas solidificadas; mamilos rachados e escoriados.

Sarna de barbeiro (aplicação local de tintura).

Tinha; herpes circinatus.

Erupções escamosas, pitiríase;psoríase.


f
PICRICUM ACIDUM

J
'
V

Picricum acidum tem seu lugar como talvez o maior remédio de todos para
CANSAÇO CEREBRAL.
Um de seus sintomas mais estranhos, é o de que o menor estudo causa
queimaçõo ao longo dç espinha. Outros remédios notáveis em possuir queimações
nas costas ou na espinha são Arsenicum, Phosphorus, Lyco- podium cZincum. Mas,
enquanto a queimação na espinha dcArs. não c qualificada, exceto que as
queimações deArs. geralmcnlc são aliviadas pelo calor, as queimações dc Lyc. são
principalmente entre as escápulas (como são as de PHOS. e KALI BICH.); mas as
dc Phos. pulsam e querem ser esfregadas. As de Picricum acidum, somente, são
causadas pelo esforço mental.Phos., em envenenamentos, é semelhante a Picricum
acidum ao causar degenerações gordurosas; Phos. especialmente do fígado: Acido
Picrico especialmente do cérebro e espinha. Tudo no Acido Pícrico é pior pelo
estudo, sua grande característica; isto se aplica não somente às dores da espinha,
mas também àquelas das juntas. Pode-se mencionar que o veneno da aranha
Theridion está em negrito para queimação na região lombar; mas Theridion
distingue-se pela extrema sensibilidade ao barulho e ao toque.
Picricum acidum foi descoberto por um médico observador e aplicado, que
percebeu que as queimaduras de Picricum acidum são indo- lores: e seu principal
uso tem sido como curativo para queimaduras. (Urt.,
Canth.)
Nós sempre associamos Picricum acidum com Phosphoricum acidum; sendo seus
usos tão semelhantes que às vezes se poderia ficar na dúvida de qual deveria se
empregar. Deixe-nos estudar, de uma vez por todas, suas diferenças, a fim de
prescrever um ou outro com o melhor resultado.

Phos. acid. Fraqueza e debilidade. Lentidão; apatia.


Picric. acid. Fraco; cansado; pesado, mente e corpo. Fácil prostração. ,
Phos acid. Afeta especialmente a MENTE; nervos; espinha, com fraqueza
paralítica; ossos.
Picric. acid. CÉREBRO; espinha; nervos; rins.
Ambos afetam os órgãos sexuais: Phos. acid. com fraqueza; Picric. acid.
com irritação. ’

212
PICRICUM AC fD UM 213

Phos. acid. é pior com febres; perda de fluidos; excessos sexuais; fadiga. Picríc.
acid. Pior com esforço, físico ou MENTAL; tempo chuvoso.
Phos. acid. é melhor com aquecimento; sono curto; evacuação.
Picric. acid. é melhor com repouso, ar frio, água fria; o sol; com atadura.

Nunca duas drogas podem ser iguais em sua ação nos órgãos, tecidos e,
especialmente, na mentalidade; contudo, cias podem parecer necessárias em
condições semelhantes. E aqui, quanto à exaustão e debilidade, existe um grande
número de drogas essencialmente diferentes para escolher; tendo relação,
naturalmente, com a causa do problema, emocional, mental, físico; então nós
estamos apresentando neste número alguns remédios sugestivos com indicações.
Os pacientcs tendem a precisar de um “tônico”. O único tônico real, lembre -
se, é a droga curativa de sintomas semelhantes; mas levando-se em conta, como
estamos descobrindo cada vez mais, a discrasia latente de uma doença aguda do
passado remoto, que deve ser combatida com seu próprio remédio que até agora
nunca havia sido usado para curar.
Um outro uso de Picricum acidum é para furúnculos no ouvido externo. Neste
caso, pensa-se também em MERC. e SULPH. Mas recentemente em um caso grave
de furúnculos rccurrentes no meato auditivo externo, com terrível dor
incapacitante, Morbillinwn os limpou, prescrito com base em uma história de
sarampo antigo.

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO

Neurastenia.
Sensação de cansaço, ao menor esforço, por todo o corpo; com peso; abatimento
excessivo; sem vontade de falar ou de fazer qualquer coisa; indiferente a tudo; é obrigado
a se deitar; parece difícil mover os membros; grande debilidade muscular; prontamente
exausto ao subir um morro; inclinado a sonolência de dia; apetite pobre; sensação de
torpor geral.

ALGUNS DOS SINTOMAS ITÁLICOS OU CURIOSOS

Cérebro cansado.
Sem inclinação para o trabalho mental ou físico; desejo de se sentar quieto
sem qualquer interesse pelo ambiente.
Dores de cabeça; pulsação maçante; sensação de peso ou dores agu das.
Pior ao estudar, ou com movimento dos olhos. Melhor em repouso, ao ar livre,
ao atar a cabeça de forma apertada.
214 PICRICUM ACIDUM

Depois de cada esforço mental severo, intensa dor de cabeça pulsante; pior na
base do cérebro; freqüentemente com congestão da espinha, exci tação sexual, etc.
Dores de cabeça de homens de negócio que trabalham demais; ou quando
mágoa ou emoções depressivas resultam em estafa nervosa. Local de dor, região
occipito-cervical.
Cérebro cansado de pessoas literatas ou de negócios; a mais leve exci tação
mental ou trabalho excessivo causam dor de cabeça.
OUVIDOS. Inflamação furuncular ou circunscrita do meato.
Forma crônica ou sub-aguda de otite.
Furúnculos no meato auditivo externo.
Terríveis ereções; priapismo; satiríase, etc.
Queimação ao longo da espinha e fraqueza bastante grande das pernas e das
costas; sensibilidade de todos os músculos e juntas, pior ao estudar.
Calor na parte inferior da espinha; dolorido e repuxante (lombar).
Grande fraqueza das pernas, especialmente a esquerda, que treme; pesadas
como chumbo; levantadas do chão com dificuldade.
Grande fraqueza, quadris.
Extremidades frias. E pesadas.
Depois de choque mental severo por uma morte, abatimento, fadiga; muito
cansado; quer se deitar e dormir o tempo todo, o que ela faria se não fosse
despertada.
Exaustão, progredindo de uma leve fadiga ao movimento para uma completa
paralisia.
Paralisia por amolecimento da medula.
Formigamento nos lábios; rastejamento como de formigas sobre a superfície
da cabeça.
Dores piores no tempo chuvoso; melhor no ar frio e água fria.
Sensação de esgotamento do corpo todo.
Pequenos furúnculos em qualquer parte do corpo, especialmente nos ouvidos.
Frialdade: dos genitais; na parte inferior das costas; dos pés.
Restaurativo de um sistema gasto e esgotado.
Em progressiva anemia perniciosa.
Em esclerose da espinha.
PLATINUM

V
)
Platinum ou Platina, como alguns autores preferem chamá-lo, é um grande
medicamento “grafado em negrito”; o que quer dizer que este tem jus tificado
repetidamente seu lugar em nossa Farmacopéia por causar (em experimentos) c
por curar (em preparo homeopático) diversas moléstias, especialmente mentais, ou
aquelas relacionadas com mentalidade pervertida; tais mentalidades, além disso,
tornam insuportável a vida das pessoas vizinhas condenadas ao contato com o
paciente Platina.
Platinum fere e machuca, não no sentido violento e rancoroso de Nux e Hepar,
mas pela postura de superioridade; a atitude perniciosa de desprezar os outros, e
segue agradecendo a Deus por ele (ou ela) não ser igual aos outros homens.
O curioso é que, com Platina, esta subconsciência mental estende-se para o
sensório físico, de modo que Platina não apenas secretamente não gosta de seus
filhos, como se fossem muito pequenos, insignificantes; mas também se sente alta
e imponente, enquanto que as coisas em volta dela parecem ser pequenas,
inferiores e desprezíveis. Como Kent diz: “Os experimentos dc Platinum
representam a mente feminina pervertida”. E ele diz que “o remédio é
especialmente adequado para mulheres histéricas que têm sofrido de medo,
excitação prolongada; ou para os efeitos ulte- riores de desapontamentos, choque
ou hemorragias prolongadas”. Platinum, portanto, não somente provoca, mas cura
traumatismo mental.
O que é exatamente um traumatismo? Ele é definido como “um estado
anormal do corpo causado por danos externos”. Ou, como "uma ferida ou outro
dano produzido por ferimentos”.
Por isso, nós poderíamos expressar “Traumatismo Mental” como fe rimentos
da mente-coração-alma. A fraseologia que nós aplicamos a estes ferimentos é
emprestada do traumatismo físico... “sentindo-se muito machucado”...
“profundamente ferido”... “coração cortado”. E nós falamos de “sentimentos
lacerados”; de estar com “o coração partido”, enquanto que Shakespeare nos
lembra que “mais afiado que um dente de serpente é ter um filho ingrato”.
A fim de sugerir remédios para agir contra tais injúrias e danos, agu dos ou
crônicos, inflingidos por traumatismos, nós devemos compará-los com drogas que,
nos experimentadores, têm produzido sensibilidade a
216 PLATINUM

tais agentes traumáticos.


Um ferimento físico pode ser uma facada, uma esfoladura, um corte, uma
escoriação aguda, ou uma pressão danosa crônica, que se persisten te, pode
conduzir até mesmo a uma ulceração maligna. Pode-se sentir todos esses
ferimentos mentalmente. E aqui Platinum, Staphisagria, Colo- cynthis, Ignatia,
Natrum muriaticum, Phosphoric acidum podem ser não somente causadores, mas
curativos, desde que os sintomas sejam concordes.
É lembrada a mentalidade típica de Platina, onde se queria administrar a droga
a uma mulher que tinha voltado de um penoso período de peste na índia. Mal se
podia reconhecê-la: seu rosto anteriormente jovem e bonito ficou cansado e
petulante; enquanto que toda a sua conversa era maçante de se ouvir, reiterando
as maravilhas que ela tinha feito em manter aquele terror fora.de seu recinto de
estrangeiro. Havia uma terrível exibição de um misto de auto -glorificação e
desprezo por qualquer outra pessoa. É claro que tudo aquilo era meramente como
a excitação e a preocupação tinham-na afetado, pois ela era Platinum. São os
momentos de stress que fazem surgir em nós as características das drogas
medicinais; e pode ser evitado muito sofrimento para o indivíduo e os
circunvizinhos, onde acontecer de estar por perto alguém co m o conhecimento da
Lei dos Semelhantes e a chance de empregá-la.
O paciente de Platinum pode estar patinando em gelo bastante fino, do ponto
de vista da sanidade. Recordamo-nos de diversos “casos border- line” curados por
Platinum. Um, especialmente, há muitos anos atrás, onde Platinum restaurou à
sanidade e vida normal uma mulher cujas sensações de aumento físico local tinha
criado a desconfiança de estar sendo envenenada por seu marido e uma amiga que
vivia em sua casa. Este foi um belo caso e, até onde se sabe, ela continuou normal
durante muitos anos depois. É muito difícil - isto foi tentado mais de uma vez e
mesmo agora tem-se um caso em mãos - conseguir não interná-la em repugnante
prisão; e esta é uma das alegrias da vida, restaurar a doença mental à nor-
malidade, e ainda salvar do estigma ligado à internação em um hospício. Platina é
um dos remédios quevêmà consideração em casos de paranóia.
Diz-se que Platina é o remédio de senhoras solteiras que ostentam um ar
afetado. Platina melhora andando ao andar ao ar livre e ao sol (o oposto de Natrum
muriaticum). Entre os sintomas físicos, a menstruação é bastante profusa. A
genitália intensamente sensível pode levar à escolha da droga curativa, Platinum,
na qual este sintoma é bastante marcante e característico.
As sensações e dores de Platinum são bastante sugestivas, quanto ao emprego
do remédio. A paciente pode se sentir apertada, como se enfai- xada; dormente,
amortecida, paralisada. Ela reclama de tremedeira, adormecimento, sensação de
rastejamento, câimbras, choques. Sente até
PLATINUM 217

o cérebro amortecido. Existem também sensações de frio local (aqui lem bra
Calcared).
Um sintoma curioso, que aparece em Plumbum, pertence também a Platinum:
dores repuxantes no umbigo, como se por um barbante, que causa uma sensação de
retração. Kent diz quê as dores são tão parecidas com Plumbum que Platinum tem
sido usado como um antídoto. (.Plumbum tem: “O umbigo parece prender-se à
coluna”).

* ****

Entre outras coisas, com relação a Platinum, GUERNSEY diz: “Sintomas


mentais em geral: sensualidade; estado de loucura; histeria. A paciente é muito
arrogante, olha com desdém para tudo e todos. Sensações de medo e horror...
Menstruação: quando a descarga é muito abundante, espessa e preta como
piche...
Fezes: evacuadas com dificuldade; parecem grudar no ânus e no reto comò
massa de vidraceiro...
Epistaxe com sangue escuro coagulado... Freqüente mudança de cor do rosto...
Tênia, se os outros sintomas concordarem."

SINTOMAS EM NEGRITO

Ilusões da fantasia, como se tudo em volta dela fosse muito pequeno e todas as
pessoas física e mentalmente inferiores, mas ela mesma fisicamente grande e superior.
Arrogante, sentimento de orgulho.
Desdenhosa, um olhar por cima desprezivo às pessoas normalmente veneradas, com
um tipo de rejeição a elas.
(Ela pensava que não tinha lugar no mundo, a vida era cansativa), mas tinha um
grande medo da morte, que pensava estar próxima.
Orgulho e superestima de si própria: olhando por cima dos outros com arrogância.
A sala parecia melancólica e desagradável, com humor apreensivo e irritável.

Uma sensação de adormecimento na testa, como se apertada.


Constrição repuxante como câimbra, na cabeça, de tempos em tempos.

Sensação de tensão e de adormecimento no zigoma e processo mastóide, como se a


cabeça estivesse atarraxada.
(Choques na cabeça), seguidos de uma sensação de adormecimento, como se atada
deforma muito apertada.
Rastejamento, como de formigamento, na têmpora direita, depois se
estende para baixo na maxila inferior, com sensação de frialdade nesta.
Dor de cabeça que aumenta gradualmente até que se toma muito in-
tensa, depois diminui também gradualmente.
Sensação dolorosa de adonnecimentò como de câimbra, no osso malar
esquerdo.

Fermentação na região epigástrica.


Constipação: depois de envenenamento por chumbo; enquanto viaja;
desejo freqüente, com expulsão de pequenas porções depois de um grande
esforço, após NUXfalhar.
Pressão dolorosa para baixo na genitália, como durante a menstruação.
(Desejo de evacuar fezes escassas) com uma sensação dolorida de
fraqueza.

Rastejamento voluptuoso na genitália e abdome.


Sensibilidade dolorosa e pressão constante no monte de vênus e nos
genitais.
Emissão de muito sangue coagulado durante o primeiro dia de mens-
truação.
Menstniação adiantada aproximadamente quatorze dias e muito pro-
fusa.
Menstruação seis dias adiantada.

Enquanto está sentada, uma sensação de adormecimento no cóccix.

Tensão nas coxas como se atadas de forma muito apertada.


Rastejamento trêmulo e inquietação nas pemas enquanto sentada; uma
sensação de adormecimento e rigidez.
Grande adonnecimento. Sensação de dormência dolorosa, como de uma
pancada, aqui e ali.
As partes afetadas por câimbra ficam doloridas ao serem
pressionadas, como se contundidas.
Sensação de frio, rastejamento e adormecimento em toda parte direita do
rosto. (Na febre).

ALGUNS SINTOMAS CURIOSOS OU EM ITÁLICO

Felicidade indescritível especialmente ao ar livre, tanto que ela abra-


çariatjualquer coisa e riria pelas coisas mais tristes.
Muito inquieta, não pára em lugar algum; tristeza, tanto que as coisas mais
alegres a angustiavam.
rtsti I I V U M ju\y

Não gosta de seus filhos, considera-qs muito pequenos.


Qualquer pensamento sério é apavorante.
Ansiedade e tremor das mãos com ondas de calor sobre o corpo todo.
Ansiedade mortal com tremor, respiração opressiva e violenta palpi tação.
Muito rabugenta, teria batido em qualquer um, mesmo sem provocação.
Indisposta com o mundo todo, tudo parece muito estreito.
Chora por dor.
Os sintomas físicos desaparecem e os sintomas mentais aparecem, e vice-
versa. O corpo sofre guando a mente está bem disposta; e o corpo se sente
bem quando a mente está afetada.
Parece-lhe que não pertence à sua própria família; depois de uma cur ta
ausência tudo parece totalmente mudado.
Estado mental perturbado; religiosidade, com taciturnidade, arrogância,
volúpia e crueldade.
Distúrbio mental depois de medo, mágoa ou vcxação.
Vertigem: ela não ousa mover seus olhos.
Sensação como se a cabeça estivesse aumentada.
Sensação de frio, rastejamento e adormecimento nos olhos.
Sensação de água na testa.
Sensação de adormecimento no cérebro.
Vertigem como se rasgada e desfiada.
Sensação deirio nos ouvidos.
Frio, rastejamento e adormecimento em todo o lado direito do rosto.
Sensação como se a língua estivesse queimada.
Fome voraz e ato de comer apressado, detesta tudo em volta dele.
Cólica de pintores: dor umbilical que vai para as costas. Ele grita e procura
aliviar a dor tentando todas as posições possíveis.
Ovários inflamados, com queimação em paroxismos.
Tumores e cistos ovarianos.
Prurido terrível, excessivo, no útero (em irritação espinhal).
Útero indurado e prolapso: partes dolorosamente sensíveis ao toque.
Sensibilidade dolorosa com frialdade interna da vulva.

* * * * *
CLARKE ( Dictionary) explica que o nome -original dc Platinum era
Platina, do significado espanhol “como prata”; Hahnemann foi o primeiro a
pensar nele como medicamento, e seu experimento (Doenças Crônicas) é a
base de nosso conhecimento de sua ação. Um sintoma característico,
encontrado sozinho ou associado a outras condições, tem levado a muitas curas
com Plat. - perda do senso de proporção em ambos os aspectos, ocular e
mental. Os objetos parecem pequenos e a paciente pensa
220 PLATINUM

que eles são pequenos: isto se transforma em orgulho e arrogância na esfera


mental, o paciente (geralmente uma mulher) menospreza tudo e todos ... Um
outro keynote é a ocorrência de câimbras e espasmos, que evoluem para
convulsões. Um outro é a alternância dos sintomas mentais e físicos. Ele diz que
Nash curou um caso antigo de insanidade, onde os sintomas mentais alternavam
com dor em toda extensão da espinha. Ele diz que Jahr curou com Plat. uma
mulher que tinha vontade de matar seu filho; e Jules Gaudy curou uma mulher
que estava atormentada com um impulso quase que irresistível de matar seu
marido, a quem ela amava apaixonadamente e com quem ela era perfeitamente
feliz.
PLUMBUM
(Chumbo) /

__________________________________________

{
Uma indicação muito importante para o uso de Plumbum (nós verifica- ^
mos isso) é a Hiperestesia com perda da força. Nós conseguimos essa in- (
formação de Nash (Leaders). Pode ser bom citá-la. Nash escreve: “Eu cu-
rei um caso de paralisia pós-diftérica com Plb. Era um caso bastante seve- ^
ro em um homem de meia-idade. Seus membros inferiores estavam total- <
mente paralisados e havia, ao mesmo tempo, um sintoma que eu nunca
tinha visto antes nem depois em tal caso, i.e. excessiva hiperestesia da
pele. Ele não suportava ser tocado em lugar algum, isso doía muito. De-
pois de muita procura eu encontrei esta hiperestesia perfeitamente des- ^
crita na Encyclopedia de Allen, que junto com a paralisia parecia-me uma
boa razão para prescrever Plumbunt, o que fiz, com uma dose de 40m de
Fincke, resultando numa melhora rápida e contínua até que se alcançou a (
cura perfeita... Foi desnecessária a repetição do remédio”.
Nós já citamos, em algum lugar, um caso notável, inspirado em Nash,
mas que merece ser repetido. Uma mulher forte e robusta de meia-idade,
após tomar frio, desenvolveu um estado semi-paralítico (descrevo-o de
memória). Ela foi internada em nosso hospital onde, junto com a perda da
força, havia uma hiperestesia tão intensa que não era somente uma agonia [
quando o pulso dela era tomado, mas aquele ato teve que ser omitido,
porque isto provocou-lhe não somente “arrepios”, como ela dizia, mas ^
seu braço ficava realmente inchado. Plumbum a restaurou à vida ativa,
com sensibilidade e forças normais, tanto que durante a Grande Guerra
ela foi capaz de conseguir um emprego - escrevendo - no Escritório do \
Exército. Durante um longo tempo depois, ela costumava voltar para o
tratamento, à menor suspeita de rccorrcncia, o que nunca sc materiali - (
zou. E jamais foi esquecida aquela indicação dc Plumbum, que Nash dc- (
scobriu e enfatizou, Hiperestesia com perda da força. (
Oulra dc suas grandes indicações t emagrecimento das partes afetadas.
Esta seria, é claro, um estágio mais avançado do envenenamento por ^
Plumbum. <
Um outro aspecto de Phtmbum : retração de partes. Ele não somente
{
apresenta “abdome cm forma de barco”, onde a sensação é de que o um bigo é
puxado para trás ou adere-se à coluna (Plat.), mas com Plunib. o abdome fica
realmente retraído, duro, dolorido e o paciente chega a rolar (
221 (
\
no chão, pressionando o abdome com violência. Os experimentos ainda expressam
o seguinte: “O umbigo parece aderir à coluna, e a dor também envolve a região
peitoral” ... “Sensação como se as paredes do abdome fossem puxadas para dentro;
como se o abdome e as costas estivessem quase juntos”... “Dores excruciantes e
rasgantes, especialmente em volta do umbigo, como se os intestinos estivessem
torcidos”... “Intensa retração do abdome em direção à coluna, e sensação de um nó
apertado nos músculos em vários lugares sobre sua superfície”... “Cólica violenta;
abdome repuxado em direção à coluna, para a espinha, como se por um bar bante; -
melhor com massagem ou pressão forte; abdome duro como uma pedra; ansiedade,
com suor frio e fraqueza mortal” ... e assim por diante. Estes são alguns dos
aspectos da “Cólica dos pintores” e do envenenamento por chumbo.
O chumbo é um veneno poderoso e de ação profunda, que causa dege- neração
de todos os tecidos do corpo. Ele interfere com os glóbulos vermelhos, resultando
em anemia. Ele afeta nervos e músculos, provocando câimbras, indurações,
amolecimentos, fraquezas, contrações; “sendo seus fenômenos a cólica, paralisia,
artralgia e encefalopatia”. E Plumbum é, por isso, um remédio poderoso, desde que
os sintomas concordem, e paliativo mesmo quando a destruição já estiver bastante
avançada. Entre outras coisas, ele tem uma reputação para cólica com paralisia
das extremidades inferiores; hérnia encarcerada; intussupção com cólicas e vômito
fecal; hérnia estrangulada (somente que neste caso ninguém ousa esperar muito
tempo pela reação a qualquer remédio, ou a qualquer tentativa de recolocar o
órgão no lugar, pois o pinçamento dos vasos sangüíneos do intestino ocasionaria
falha no suprimento sangüíneo o tempo suficiente para levar à gangrena).
Mas outras regiões também podem ser retraídas por Plumbum, Como nós
lemos sobre “dor intolerável por espasmos do reto - uma sensação horrível de
constrição e contração espasmódica - sc a evacuação não for líquida, a tortura é
extrema. O ânus violentamente contraído c puxado para dentro”.
Muitos dos sintomas dc Plumbum são muito semelhantes aos de.Platina, que é a
única outra droga, até onde nós sabemos, que tem a sensação de Plumbum de
“dores repuxantes no umbigo como se por um cordão, que causa a sensação de
retração do abdome”. Platinum tem sido dado como um remédio para cólica dos
pintores, por causa da semelhança de suas sensações e dores.
Mas, na disposição, as duas drogas diferem amplamente. Indiferença,
depressão, sonolência e melancolia são características de Plumbum, com nada da
arrogância, orgulho e excessiva auto-estima dc Platina.
PLUMBUM 223

KENT aponta o estado paralítico geral de Plumbum. Todas as atividades do


corpo e as funções dos órgãos estão diminuídas cm velocidade. Os nervos não
transmitem suas mensagens com a rapidez normal como de um raio. Os músculos
são vagarosos e preguiçosos. Há primeiro uma pa- resia; depois paralisia; a
princípio local e finalmente do corpo todo... Vo- cc ficará intrigado sobre o que o
paciente está pensando, enquanto este decide-se responder. Dê uma picada nele, e
você terá que esperar um segundo antes que ele responda. Existe hiperestesia nas
doenças agudas, mas nas crônicas, ocorre perda de sensação e da capacidade de sentir -
anestesia da pele.
A pele murcha; a região dolorida fica em “pele e osso”.
Estados crônicos lentos e insidiosos; sem tendência a se recuperarem;
paralisia progressiva; atrofia muscular progressiva.
Ele cita um caso de coma urêmico, na esposa de um médico. O cateter
mostrou que não havia urina na bexiga; ela tinha a sensação de repuxa - mento no
umbigo ... No meio da noite seu marido ficou muito aflito; ela estava pálida como
morta e respirando devagar, em coma profundo. “Uma única dose de Plumbum em
potência alta foi dada e ela urinou em algumas horas, levantou-se, e nunca mais
teve tal crise novamente”.
Tais remédios são seguramente dignos de estudo e compreensão. A
homeopatia é, de fato, um poder maravilhoso. Obtenha o remédio certo e você
poderá realizar aparentes milagres - com, aparentemente, nada!; mas erre o
remédio, e não ocorrerá nada!
Kent também assinala, na mentalidade de Plumbum, um estado histérico
crônico; com uma inclinação para enganar, para se fingir de doente, para exagerar
sua doença.
Lembramo-nos de Tarentula quando ele diz: “Ela poderia ficar num estado
histérico durante horas se alguém estivesse olhando para ela. Quando ela pensava
que não havia ninguém por perto, ela se levantava, andava pelo quarto e olhava -se
no espelho para ver o quanto era bonita; mas, se ouvisse um passo nas escadas ela
se deitava na cama e aparentava estar inconsciente. Ela suportava várias picadas e
você mal podia dizer se ela estava respirando”.
Na cólica, o paciente inclina-se para trás. (Diosc.; o contrário de Colo- cynthis).
Ele aponta a tendência de Plumbum de assumir atitudes e posições estranhas na
cama.
Plumbum, ele diz, é intensamente emocional enquanto que o intelecto é vagaroso.

* ****
HUGHES (Phamtacodynamics) diz: Os primeiros sintomas do envenenamento
por chumbo são a. queda do pulso, por paralisia dos músculos extensores do
antebraço. Um envenenamento mais profundo induz um
224 PLUMBUM

tipo de degeneração de todos os tecidos. Os centros nervosos encontram- se


endurecidos ou amolecidos; ocorre durante a vida dor de cabeça, amaurose,
neuralgia, paralisia, anestesia, epilepsia. O tecido muscular fica desgastado ou
contraído. Os rins ficam pequenos e granulares. Há uma completa decadência das
forças física e mental, com profunda melancolia; e a diminuição da nutrição se
mostra na aparência anêmica e caquética, com uma cor amarelada da pele (Icterus
satuminus).
Ele diz que os sintomas abdominais do envenenamento por chumbo
imediatamente sugerem o metal como remédio para cólica e constipação, que
ocorrem separadamente ou juntas. “Eu realmente não conheço outro melhor
exemplo da verdade da lei dos semelhantes do que a bela ação de Plumbum em
tais estados . . . Nós confiamos neste medicamento em qualquer forma de
obstrução intestinal que não tenha causa mecânica, e em hérnia encarcerada ou
mesmo estrangulada”. Ele cita um caso surpreendente do Dr. Holland’s. “O
paciente sentia espasmos abdominais agonizantes há dois dias, com vômito e
supressão de fezes e urina. Foi dado um grão de Plumbum ac. na terceira decimal e
em menos de dez minutos o paciente dormiu, despertando depois de várias horas
livre das dores e foi possível evacuar uma massa de cíbalos. No dia seguinte elç
estava bem”.
Ele diz: “A associação de cólica com constipação, e de constipação com
cólica, sempre configura uma a indicação especial de Plumbum como um remédio
para ambos sintomas. Mas a constipação pode ser totalmente indolor, e uma
enteralgia neurálgica também pode ser curada por ele, mesmo que o intestino
funcione regularmente. Em tais casos, a sensação de retração no abdome, ou um
estado de rigidez e tensão deste, observada por Bãhr, pode levar à sua escolha.
“O paciente pode lembrar um esqueleto ambulante; os músculos no exame post
mortem estão atrofiados e muito pálidos, às vezes com a aparência de tecido
fibroso branco”. Aqui ele menciona a atrofia muscular progressiva e exemplifica
um paciente, que apresentava a aparência de um esqueleto vivo, onde a presença
de contrações fibrilares nos músculos paralisados levou uo uso de Plumbum ...
com os maisgratificantes resultados ...
Hughes cita seis aspectos do envenenamento por chumbo. (1) a CÓLICA, à
qual nós temos chamado a atenção: “sempre aliviada pela pressão, sendo o alívio
maior quanto mais firme esta for feita”. (2) a PARALISIA, iniciando-se com o
punho caído. Esta é mais propriamente parcial do que geral. Ele diz que tem sido
observado que certos músculos ficavam, paralisados, e que outros de mesma
inervação não ficavam. Há sempre uma atrofia marcante dos músculos afetados ...
às vezes este estado se torna tão geral que o paciente lembra um esqueleto
ambulante. (3) As dores NEURÁLGICAS e ESPASMÓDICAS, freqüentemente
como um
PLUMBUM 225

raio, sugerem as dores como raio da ataxia Iocomotora. (4) A ENCEFA-


LOPATIA: - seus sintomas cerebrais, às vezes urêmicos, mas mais comu- mente
primários, começam com dor de cabeça violenta e amaurose, depois estados
maníacos ou melancólicos podem se suceder, mas mais freqüentemente ocorre
eclâmpsia, sendo as convulsões de caráter epilepti- forme, e pode aparecer coma
ou delírio nos intervalos destas últimas. Com relação à epilepsia Hughes diz: “Eu
concordo com Bàhr em comparar Plumbum com Cuprum como o remédio do qual é
esperado o máximo em casos confirmados desta doença”. (5) Sua ação nos
ÓRGÃOS URINÁRIOS. Há um aumento de muco na urina, com irritação da
mucosa da bexiga. Afirma-se qu& Plumbum tem curado doenças crônicas dos
órgãos urinários. Sua ação no rim leva este a ficar pequeno, granular e contraído,
o que constitui a forma mais séria da doença de Bright. Durante a vida, a
albuminúria é uma evidência do dano que está se estabelecendo. (6) A
AMAUROSE: “secundária à lesão renal ou, aparentemente, uma neurite óptica,
com seu escotoma central”.

Evidentemente, a partir dos casos dados, Plumbum pode fazer o seu grandioso
trabalho de cura, seja prescrito em doses únicas de alta potência, ou ao estilo dos
“prescritores de baixa potência”. Isto é, o remédio de sintomas semelhantes é o que é
imperativo, sendo sua forma de prescrição um assunto discutível. Ambos
funcionarão, mas em nossa experiência as potências mais altas, quan do nós
ousamos usá-las, são as mais milagrosas. Mas um contratempo ocasional incutiu-
nos um vivo respeito para com o que alguns poderiam considerar como um
fantástico nada. E foi o Dr. H. C. Allen que teria dito: “Cavalheiros, as potências
podem matar”.

$ $ $ jfc

Plumbum tem: “Paralisia precedida por distúrbio mental, tremor, espasmos ou


fortes dores rasgantes, penetrantes, dardejantes, ao longo do trajeto dos nervos
principais; as regiões afetadas emagrecem; punho caído, causado por apoplexia,
esclerose do cérebro ou atrofia muscular, alternando com cólica. Depois de
apoplexia ocorre rápido emagrecimento, atrofia e perda de sensação da parte
afetada; paralisia dos braços, com dor, secura, palidez mortal e frieza das mãos".

* ****
O Dr. BOERICKE diz de Plumbum'. “A grande droga para estados escleróticos
em geral. A paralisia por chumbo é principalmente dos ex- tensores, do antebraço
ou membro superior, do centro para a periferia, com anestesia parcial ou
hiperestesia excessiva, precedida de dor; dores neurálgicas localizadas; neurite. O
sistema nervoso, o digestivo e o sangue
rJLUM&UM

são os mais afetados por Plumbum. A hematose sofre interferência, com uma
rápida redução no número de glóbulos vermelhos, porisso a palidez, icterícia,
anemia. Sensação constritiva nos órgãos internos”.

SINTOMAS EM NEGRITO

Percepção lenta.
Perda de memória, tal que enquanto falava era freqüentemente incapaz de
encontrara palavra adequada.

Dor de cabeça.

Aspecto amarelado. Rosto pálido amarelado.

Distinta linha azul ao longo da margem das gengivas. Linha azul escura nas
gengivas.
Gengivas pálidas, inchadas; mostram uma linha cor de chumbo; azul, púrpura ou
marrom; gengivas doloridas, com tubérculos duros.
Hálito fétido.

Constrição da garganta.

Perda do apetite.
Náusea.
Vômito. Vômito freqüente. Vômito constante.
Vômito de comida.

Dores extremamente violentas na região umbilical, que se estendem para outras


partes do abdome, aliviadas em parte pela pressão.
O umbigo parece colar-se à coluna.
Cólica violenta.
Dor intensa no abdome, irradiando-se dali para todas as partes do corpo.

Constipação: fezes duras, em grumos, como fezes de carneiro; com vontade de


evacuar e terrível dor pela constrição ou espasmo do ânus...

Micção difícil.
Urina albuminosa.
Urina de cor escura e escassa, eliminada de gota em gota.
Morbus Brightii; rim contraído.
PLUMBUM 227

Vaginismo.
Dores violentas nas extremidades: especialmente ao anoitecer eà noite;
especialmente na parte muscular das coxas.
Dores neurálgicas nos membros.
As dores nos membros pioram em paroxismos, que são tão severos que ele grita.
Espasmos, tremores, dormência dos membros.
Dores nas extremidades.
Dores nos membros agravadas à noite.
Punho caído.
Dores neurálgicas muito agudas.
Doresparoxísmicas extremamente agudas.
Dores como raio nos membros in feriores.

Emagrecimento.
Anemia.
Convulsões.
Paralisia.
Prostração geral.
Lassidão.
Desfalecim ento.
Inquietação.
Hiperestesia excessiva.
Anestesia.
Artralgia.
Domo tronco e nos membros.

Extremo emagrecimento, com anemia e grande fraqueza; das partes paralisadas,


seguida de inchaço.
Atrofia muscular; por esclerose medular.

Pele seca.
Pele amarela.

Insônia (totalmente sem sono).

* afe * * sfc

Algumas notas de rodapé da Encyclopedia de Allen.


“Um exame microscópico do cérebro mostrou uma degeneração gordurosa
granular das paredes dos vasos sangüíneos e depósito de grandes quantidades
de corpúsculos amilóides”.
“O coração estava gorduroso, as paredes mais espessas e mais pálidas
228 PLUMBUM

do que 0 normal. A cápsula dos rins estava aderente ao parênquima, o rim


mostrou inflamação intersticial. O cérebro estava amolecido”.
SINTOMAS EM ITÁLICO OU RAROS E PECULIARES

Seu delírio girava sobre a idéia de que sua vida estava em perigo de as-
sassinato ou envenenamento, e que todo mundo em volta dele era um as sassino.
Como se alguma coisa estivesse em atividade no topo da cabeça.
Pálpebras como se paralisadas.
Uma bola sobe da garganta para o cérebro.
Sente os olhos muito grandes.
Um tampão na garganta.
Tudo diminuiu de peso.
Como se as paredes abdominais fossem puxadas para dentro, como se o
abdome e as costas estivessem muito juntos. Como se o abdome fosse puxado
para a coluna espinha por um barbante. (Plat.).
Uma sensação no abdome à noite na cama, levando-a a esticar-se vi-
olentamente durante horas seguidas. Ela sente que deve se esticar em toda
direção: o desejo de fazê-lo em si não é o suficiente, como se por uma paralisia.
Sente o esfíncter anal repuxado.
Como se não houvesse espaço suficiente para o feto no útero. Como se uma
bolsa não totalmente cheia de líquido se alojasse nos intestinos.
Como se os pés fossem feitos de madeira.
Movimento violento e sonoro da maxila inferior e medonho ranger dos dentes.
Paralisia da garganta, com incapacidade de engolir.
Gosto doce; regurgitação de água adocicada.
Anestesia, ou hiperestesia excessiva.
Tendência para tomar as mais estranhas atitudes e posições na cama. Pode
haver absoluta ausência de suor. Ou suor frio com palidez.
Suor fétido dos pés, nas solas, cheiro como de queijo velho.

* * * * *
Nash cita um caso interessante de Plumbum, que nós resumiremos. Um
homem, com mais de setenta anos, foi atacado por uma severa dor abdominal.
Finalmente, um inchaço grande e duro se desenvolveu na região ileocecal, muito
sensível ao contato ou ao menor movimento. Este inchaço começou a assumir
uma cor azulada e, por conta de sua idade e extrema fraqueza, pensou-se que ele
iria morrer. Na patologia de Raue, contudo, foram encontrada s as indicações para
Plumbum, dadas como sugestões terapêuticas para tiflite. Ele foi administrado na
200a potência, seguido de alívio e perfeita recuperação.
r ■
PSORINUM \

V
J
O primeiro “nosódio” de Hahnemann - produto da doença para a cura da doença.
A experimentação á& Psorinum de Hahnemann aparece no Arquiv de Stapf, em
1833. Ele usou a "substância sero-purulenta contida na vesícula da sarna”. Alguns
dos experimentos foram o produto da “Psora sica” (erupção epidermóide d e
pitiríase). (GuidingSymptoms de Hering).
Nós dizemos que é o primeiro nosódio de Hahnemann, deliberadamente,
porque deduz-se de seus escritos que ele usou outros; mas “que seus efeitos no
organismo saudável não tinham ainda sido suficientemente averiguados” para
justificar a publicação deles. Ele insistiu muito na experimentação em pessoas
saudáveis de todas as drogas, antes de ensinar ou mesmo sugerir o uso delas em
doentes.
Mas nós citaremos uma passagem (de Doenças Crônicas, vol). Hahnemann,
evidentemente, refletiu muito se os produtos da doença usados para a cura da
doença eram Isopáticos ou Homeopáticos - idênticos ou semelhantes. Ele decidiu,
como veremos, que através do preparo deles (triturações com lactose, seguidas de
potencialização através de repetidas sucussões, uma parte para noventa e nove
partes de álcool a cada vez), o material não é mais idêntico, mas mudado - apenas
“semelhante”.
Ele diz: “Na lista subseqüente de remédios antipsóricos, os remédios isopáticos
não são mencionados, pela razão de que seus efeitos no organismo saudável não
foram suficientemente averiguados. Mesmo o mias- ma de sarna (psorinum) em
seus vários graus de potência, estão sob esta objeção. Eu considero psorinum um
antipsórico homeopático, porque se o preparo do psorinum não mudou sua natureza
para a de um remédio homeopático, ele jamais poderia ter qualquer efeito sobre
um organismo infectado com o mesmo e idêntico vírus. O vírus psórico, ao sofrer
os processos de trituração e sucussão, torna-se assim tão alterado em sua natureza
quanto o ouro quando submetido à esta preparação, tornando- se ambos, por este
processo, poderosos agentes ativos na economia animal, e não substâncias inertes.
“Psorinum é um similimum do vírus da sarna. Não existe um grau intermediário
entre idem & similimum: em outras palavras, o homem que reflete, vê que o
similimum é a média entre similar e igual. O único signifi

229
• V -U» * «-aá « V * **■

cado definido que os termos ‘isopático e igual’ podem exprimir, é o de si -


milimum; eles não são idênticos”.
H.C. ALLEN, em seu Keynotes ofLeadingRemedies, salienta bastante Psorinum,
e em seus Nosódios nos dá sessenta e quatro páginas sobre esta droga e sua
experimentação; bastante curioso é que ele não mostra, mesmo através de aspas,
que a citação com a qual ele começa sua lista de experimentações, é de
Hahnemann!
Ele enfatiza o seguinte: “Psorinum não deveria ser dado para psora ou diátese
psórica mas, como qualquer outro remédio, sobre uma estrita indi- vidualização - a
totalidade dos sintomas - e então, nós percebemos seu maravilhoso efeito
Com relação à sua ação normalizadora sobre o couro cabeludo e ca belos,
Allen cita um caso curioso. Um jovem de compleição escura e cabelos castanhos
tinha uma área de cabelo e da pele na região frontal “totalmente brancos”. Depois
dePsor. o cabelo e a mancha voltaram à cor natural.
E em algum outro lugar ele cita: “Se já derivado do mais puro ouro ou do
mais puro lixo, nossa gratidão pelo seu excelente efeito nos impede de pôr em
dúvida seu valor”.

* * * * *
CLARKE (.Dictionary), diz: “Psorinum foi totalmente experimentado nas
potências, e eu não conheço nenhum outro experimento mais con fiável na Matéria
Médica”. Ele cita um número de casos, mostrando seus usos; e também casos
onde alguns dos sintomas de Psorinum foram despertados em pacientes sob
tratamento com esta droga.
Seus principais keynotes são “Falta de reação vital, prostração depois de doença
aguda; deprimido, sem esperança; suores noturnos”. Ele diz: “Desesperançado,
desânimo de recobrar-se perfeitamente, é uma parte da falta de reação”. “Putridez
pode ser considerada seu seguindo keynote”, i.e. putridez de todas as descargas,
como veremos mais tarde, das erupções, dos ouvidos, do intestino; e mau cheiro
da leucorréia, suor, escarro, etc."
Ele indica alguns de seus estados peculiares, tais como “Bebês doen tes que
não dormem dia e noite, aborrecem-se, irritam-se, choram; ou, ficam bonzinhos e
brincam o dia todo; e inquietos, difíceis, gritam a noite toda” ... “Sentem-se
incomumente bem antes do ataque de doença” ... “Suor profuso depois de doenças
agudas, com alívio de todos os sofrimentos”. Ele diz: “Psor. curou mais casos de
febre do feno em minha prática do que qualquer outro remédio”. Entre os
sintomas peculiares, para os quais ele chama a atenção estão: “Sensação obtusa na
metade esquerda da cabeça. Como se o cérebro fosse protrundii; não tinha espaço
suficiente na testa. Como se a cabeça estivesse separada do corpo. Como se
PSORINUM 231

ele não ouvisse com seus próprios ouvidos. Os dentes como se grudados. Mãos e
pés como se quebrados ... Psorium não suporta que seus membros se toquem à
noite, ou não suporta o peso dos braços sobre o peito”. (Lach. sobre o abdome).

* * * 4c *
GUERNSEY, Keynotes. - Os sintomas dessa droga estão bastante associados
aos de Sulphur. Se Sulphur parece ser o indicado, mas falha na cura, estude
Psorinum.
Cabelos secos, sem brilho, crespos. Eructações cotn gosto de ovos po dres;
fezes (diarréicas) com cheiro de ovos podres. Debilidade que per manece depois
de doenças agudas.

%%***
Agora nós extrairemos da sabedoria e conhecimento de KENT, resumindo.
Psorinum está bastante associado a Sulphur. Ele, também, tem medo de ser
banhado; tem aparência esquálida, suja, imunda, como se coberto com sujeira.
Pele áspera, racha, sangra; áspera e escamosa. Esta não fica limpa mesmo ao
lavar-se. Parece ter sempre as mãos sujas. Doenças da pele piores ao lavar, e com
o calor da cama. Coceira quando quente. (E no entanto Psorinum é o mais
friorento dos mortais). Escoriação, prurido, titilação, rastejamento e sangramento
da pele.
Em eczema, pior com aplicações quentes, pior à noite, pior por qualquer coísa
que isole do ar. “Isto é bem o oposto do estado geral de Psorinum, que é agravado
pelo ar livre”. (O paciente quer fugir do ar livre; “mas sua pele precisa deste”. São
estes sintomas contraditórios, com relação ao paciente e suas partes, que tornam a
prescrição mais fácil; como cm Phos. friorento que quer gelo para o seu estômago
doente, e bebidas geladas em quantidade; ou o típico Ars. que precisa “de cobertas
até o queixo e sua cabeça para fora da janela”). “A exsudação das erupções é
ofensiva como cadáver ou carne podre; odor nauseante e repugnante do líquido
que ex- suda”.
O mau cheiro percorre Psorinum - odores fétidos, hálito fétido. Descargas e
exsudações - fezes, transpiração, leucorréia, são todas anormalmente
malcheirosas. Evacuação, flatos e eructações cheiram como ovos podres. Psor. é
repugnante no aspecto e no cheiro.
E o mesmo em relação às doenças dos olhos, nariz e outras partes: des cargas
verde-amarelas, horrivelmente malcheirosas.
“Debilidade: pior ao ar livre; não podo respirar; quer ir para casa e se deitar
para, assim, poder respirar. Quer um lugar aquecido para se deitar e ficar
sozinho”. Deita-se de costas, com os braços bem abertos e esticados, para aliviar a
respiração, em asma, etc. Pior quanto mais os braços
232 PSORINUM

estiverem perto do corpo.


Nas febres o calor e o suor são intensos; “coberto com um suor ferven - te nas
febres”; calor tão grande quanto o á&Bell., mas não o calor seco de Bell.\ um suor
quente como vapor sob as cobertas. (Ou, como é freqüente, o oposto. “Em febres de
tipo tifóide, depois do menor esforço, transpira, e o suor é frio”).
Quanto às fezes, Kent cita: “Em Psorinum nós encontramos a urgência de
Sulphur, a flatulência de Olean. e Aloe, e a dificuldade de expelir fezes moles
comoAlumina, China e Nuxmosch
Psorinum odeia correntes de ar; còuro cabeludo frio; usa um gorro de pele no
verão.
Mentalmente sem esperança e triste; os negócios serão um fracasso; ofendeu
seu dia de graça; sem alegria em sua família; estas coisas não são para ele!
Ansiedade, chegando ao suicídio; sem esperança de se recuperar.

* * * * *
Psorinum, antes do tratamento, não é de modo algum a companhia ideal; não é
como o Sr. Guppy, tornado famoso por Dickens, “um jovem agradável para um
chá”.
Não se tem usado Psorinum muito freqüentemente, tendo-se talvez, falhado
em compreender sua “intimidade” em casos que não são os bastante
característicos, onde sua indicação é tão evidente que não escapa aos olhos. Mas
lembramos dois ou três exemplos surpreendentes de seu emprego.
Uma jovem, à beira da morte por tísica, veio para uma consulta há anos atrás;
hálito muito ofensivo, um pesadelo, de modo que era quase impossível se respirar
perto dela; escarro verde e horrivelmente fétido. Psorinum íoi prescrito e nós
rapidamente abrimos as portas e janelas para uma grande corrente de ar levar
embora a lembrança dela. Na vez seguinte que ela apareceu, não havia nada
desagradável para se observar, o odor tinha desaparecido. O que aconteceu com
ela depois, não se pode relatar, ela somente apareceu umas poucas vezes e não foi
mais vista. Isto é o que de pior acontece com as multidões de pacientes
ambulatoriais. Eles chegam e suas condições e remédios são estudados e
observados. Alguns deles continuam a aparecer; alguns que são recebidos com
um sofrimento íntimo - como as maldições que se voltam contra o amaldiçoador -
enquanto que outros trazem-nos grande alegria. Ou, então, eles param de
reaparecer e outros os substituem; e isto requer esforço - e grande - para
acompanhá-los no seguimento, quando seria bastante interessante e instrutivo
saber o que aconteceu. Os melhores casos são freqüentemente ouvidos somente
vários anos depois, quando um novo paciente chega dizendo: “A senhora curou
Sra. fulana, há uns dez anos atrás; e agora eu vim
PSORINUM 233

para ver se.a Sra. pode me curar também. Eu tenho a mesma coisa que ela teve!”.
No trabalho no Hospital, a história se repete: “Onde estão os nove pacientes que
não retornaram para agradecer?” O paciente que retorna é freqüentemente um
personagem bastante precioso e encorajador. Mas este é o mesmo caso da
lavadeira de Hahnemann. “Durante muitas semanas com uma grande dor e incapaz
de trabalhar! - porque deveria a pobre mulher deixar o seu trabalho meramente
para dizer ao médico que ela está bem?”
Um outro caso d e Psorinum, há muitos anos atrás, era de um pequeno garoto,
internado em nossa Enfermaria de Pediatria com uma T.B. em abdome e tórax. O
odor daquela criança infeliz - ou feliz, porque este cessou posteriormente - era tão
medonho, que mal se podia chegar perto de sua cama. Ele tomou uma dose de
Psor. 30 e foi posto fora na sacada durante alguns meses; e saiu do hospital
aparentemente bem.
E ainda um outro caso, de muito tempo atrás, de uma miserável pequena
garota doente, com um insuportável odor nocivo e uma pele seca e áspera - era
quase uma ictiose - que melhorou muito com Psorinum. Citamos os casos de
memória; estes são de muito tempo atrás e procurar as anotações, sem ao menos
saber os nomes, seria uma tarefa considerável. Mas eles podem servir para
estampar duas das grandes características de Psorinum - o seu insuportável mau
cheiro, jamais a ser esquecido - somente comparável àquele de ovos podres (e
qualquer um que tenha quebrado um ovo podre saberá como, pois ao tê-lo jogado
o mais longe possível, se é impelido a fugir na direção oposta!) e a pele seca e
áspera, que é, ou pode ser, um grande aspecto no retrato de Psorinum.
Uma outra droga de odor pavoroso éKreosotum. Uma mulher, que se pensava
estar morrendo de bronquite (bronquiectasia?), veio ao hospital há alguns anos
atrás. Era quase impossível entrar no local onde ela estava
- ela foi abrigada em outro local por causa do odor medonho do hálito e do
escarro. Kreosotum200 não somente baniu o odor no dia seguinte, mas restaurou
sua vida, para o espanto do então médico interno. Tem-se visto que Kreosotum 200
também aniquila os terríveis odores que às vezes acompanham o câncer do cérvix;
onde, se ele não fizer nada mais, tornará a vida mais suportável para a paciente e
seus acompanhantes.

sf: * * * #

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO

Ansioso; temeroso; melancólico.


Muito deprimido, triste, pensamentos suicidas.
Levado ao desespero pela coceira excessiva.
Erupções no couro cabeludo: úmidas, supuradas, fétidas e também se-
lô* PSORIN.UM

cas.
Tinea capitis et faciei.

Descarga de pus fétido dos ou vidos.


Otorréia; com dor de cabeça; fina, serosa e horrivelmente malcheirosa, como carne
podre. Muito malcheirosa, purulenta, com diarréia aquosa e fedorenta. Marrom,
malcheirosa, do ouvido esquerdo, durante quase quatro anos.
Casos crônicos de otorréia após febre escarlatina.
Ferida úmida atrás das orelhas: escamas nas orelhas, e escamas úmidas atrás das
orelhas.

Lábio superior inchado.

Língua muito seca.

Sensação de um tampão ou massa na garganta impedindo o pigarro.

Bastante faminto.

Eructos com gosto de ovos podres.

Fezes, marrom escuras; muito líquidas, e de cheiro podre.

Tosse, com expectoração de muco verde, quase como pus.


Ele transpira abundantemente ao andar; suor profuso com conseqüente debilidade.

A pele tem uma aparência suja e asquerosa, como se o paciente jamais tivesse se
banhado; em alguns lugares parece grossa, como se banhada em óleo. Glândulas
sebáceas secretam em excesso.
Eczema atrás das orelhas, no couro cabeludo, nas dobras dos cotovelos e axilas,
acompanhado de abscessos afetando os ossos.
Santa; seca nos braços e peito, mais intensa nas juntas dos dedos; segidda de
furúnculos; casos inveterados com sintomas de tuberculose, repetidas erupções de
pústidas isoladas depois da erupção principal ter sumido. Erupções suprimidas.

SINTOMAS IMPORTANTES, ITÁLICOS CARACTERÍSTICOS OU


PECULIARES

Muito irritável, facilmente zangado; sempre pensa em morrer.


Grande medo da morte. Triste e sem alegria.
PSORINUM 235

O maior desespero, torna sua vida e a dos ouiros em volta dele intolerável.
Melancolia religiosa. Sem esperança de recuperação.
Ataques de medo; medo de fogo, de ficar sozinho, de apoplexia, de ficar
louco, etc.

Dor dc cabeça frontal, com sensação dc fraqueza na fronte; não há espaço


suficiente no crânio, como se tudo fosse empurrado para fora - ao se levantar.
Melhor: por sangramento nasal; depois de tomar banho e depois do café da
manhã.

Clarões faiscantes diante dos olhos; os objetos parecem tremer, vi brar.


Secreção dos ouvidos de cera avermelhada, ou pus fétido.
Herpes da têmpora, indo da orelha até a bochecha.
No ouvido direito uma massa de crostas e pus.
Amolecimento dos dentes; tão moles que sente que eles podem cair.

Desejo de cerveja; desejo de ácidos; aversão a carne de porco.


Vômito dc muco doce toda manhã às dez horas e ao anoitecer.

Fezes líquidas e escuras, horrivelmente ofensivas, evacuação quase indolor,


quase que involuntária; à noite, e principalmente ao amanhecer.

Leucorréia, grandes massas de odor insuportável; dores violentas no sacro e no


quadril à direita.

As fixia e formigamento na laringe; titilação; a garganta parece se estreitar,


deve tossir.
Ao andar ao ar livre, deve voltar para casa a fim dc conseguir respirar, ou para
se deitar, pois assim pode respirar mais facilmente: piora ao invés de melhorar ao
ar livre.
O peito se expande com dificuldade: não pode respirar. Dispnéia ansiosa. Pior
quando sentado; melhor deitado. Pior quanto mais os braços estiverem perto do
corpo.
Asma como se ele fosse morrer.
Tosse com expectoração verde e amarela, dc gosto salgado.
Expectoração dc sangue, com sensação dc calor no peito; verde-ama- relada.
Blenorréia crônica dos pulmões, ameaça dc tuberculose.
Supuração dos pulmões.
Sintomas do peito melhoram deitado.
236 PSORINUM

Dor no coração melhor deitado; pensa que as pontadas no coração o matarão


se continuarem.
Murmúrio na região do coração, observado principalmente quando deitado.
Dispnéia com palpitação.

Fraqueza em todas as juntas como se elas não fossem sustentá-lo.


Juntas facilmente deslocadas; tendência a entorses; problemas de tensão ou
estiramento dos músculos.
Erupções herpéticas e pruriginosas, especialmente nas dobras das juntas, nas
dobras dos cotovelos, nos espaços poplíteos.
Melhor ao inclinar-se para frente.
Suor profuso ao mais leve exercício.

Indisposição: exausto.
Debilidade constantemente crescente, com afecções abdominais.
A criança se vira e se agita a noite inteira, e no dia seguinte está tão vivaz
como sempre.
Crianças emagrecidas. As crianças passam bem o dia todo, mas ficam
inquietas, irritáveis, gritando a noite toda. Ou não dormirão, mas se aborrecerão,
ficarão inquietas e chorarão dia e noite.

Muito sensível ao ar frio, ou à mudança de tempo. Usa um gorro de pele, um


sobretudo ou um xale, mesmo no verão mais quente.
Inquieto antes e durante uma tempestade.
Aversão a ter a cabeça descoberta.
O corpo coça enquanto está na cama.
Suores noturnos profusos de tísica; ou falta de transpiração; pele seca.
Todas as excreções, diarréia, leucorréia, menstruação e suor têm um odor
cadavérico.
O corpo tem um odor imundo mesmo depois de um banho.
Tendência anormal a doenças de pele.
Coceira quando o corpo se aquece. Quando se coça, surgem pequenas pápulas
e vesículas entre os dedos, nas dobras dos joelhos; coceira terrível no corpo todo,
à noite, impede o sono.
Erupções sangram facilmente e tendem a supurar.
r
PTELIA TRIFOLIATA

UM TANTO restrito quanto ao espaço, nestes dias de guerra, nós tenta remos falar
sobre um dos menores remédios, mas muito útil; experimentado menos
extensamente, provavelmente desconhecido quanto às suas maiores possibilidades,
ainda que reconhecível e até mesmo mais fácil de se prescrever do que alguns dos
policrestos.
Ptelia é um grande medicamento para estômago e fígado; e, como visto nos
experimentos, ele causa pressa e uma sensação de calor ardente da pele, rosto;
mesmo a respiração queima as narinas.

OS SINTOMAS MAIS ENFATIZADOS DE Ptelia

Depressão geral do humor.


Dores de cabeça biliosas.
Repugnância à comida animal e saborosos pudins dos quais ele normalmente gosta
muito; à manteiga e comidas gordurosas, mesmo uma pequena quantidade agrava a
dorepigástrica.
Apetite pobre, com indigestão, ou dores no fígado.
Sintomas hepáticos egástricos, piores depois das refeições.
Sensação de peso e plenitude, mesmo depois de uma refeição moderada.
Queimação, opressão, vômito; catarro gástrico crônico.
Gastralgia.
Dispepsia crônica obstinada.
Gastrite crônica: uma sensação constante de corrosão, calor e queimação no
estômago, com vômito do que foi ingerido, constipação e febre à tarde.

Peso e dor incômoda na região hepática; dor surda, peso; melhor deitado do lado
direito. Virar para o lado esquerdo causa uma sensação de re- puxar.
Fígado inchado, dolorido à pressão, causando dores surdas, dolori- mento ou
pontadas; cólica no intestino; as roupas parecem estar muito apertadas (LYC.)
Congestão do fígado; hepatite crônica.
Diarréia biliosa, fina, fecal\ escura, malcheirosa; até mesmo com odor cadavérico ou
sulfúrico; com tenesmo, precedida de cólicas e roncos. Dor agida no ânus.
Constipação e diarréia alternadamente.

ALGUNS OUTROS SINTOMAS NOTÁVEIS OU RAROS

Cambaleante como se embriagado, ao andar.


Dor entorpecida na testa, com depressão e acidez no estômago; dor estirante,
com um jeito apressado e rosto vermelho... um grande desejo de apressar seus
negócios.
Sensação dc um prego enfiado no ccrcbro {Thuja).
Sensível a sons; a impressão dos sons ouvidos por último continuam por
muito tempo.
Dor de cabeça nos ossos do crânio (Ipec.).
A respiração parece tão quente que queima as narinas.
Calor ardente nas bochechas e no rosto.
Rosto amarelado, com a pele seca e quente.
Sente os dentes como se alongados.
Uma sensação dc picadas finas sobre toda a superfície da língua.
Pior por queijo, carne, pudins.
Náusea persistente e vômito, com vertigem e vacilaçao das pernas. Melhor ao
andar.
O estômago parece vazio depois dc comer; sensação de ôco (Lyc., Sep.).
Cólica no estômago, com boca seca, língua coberta com um induto dc cor
amarela; gosto amargo.
Peso constante em ambos hipocôndrios ao andar; dor puxante.
Icterícia com hiperemia do fígado.
Pulsaçãoe dor abdominal severa perto do umbigo (comp. Dulc.).
Asfixia opressiva ao se deitar de costas.
Sente as paredes do peito como se elas fossem afundar; asma.
Febre héctica com expectoração purulenta, e de gosto adocicado.
Cócegas e picadas nos dedos e mãos, como aquelas produzidas por
eletricidade.
Acorda suando profusamente. Friorento, quer ficar perto do fogo. Cu rou
malária, com vômito profuso de substância biliosa.

Sobre Ptelia, NASH diz: “Um outro remédio para fígado, pois tem um sintoma
bastante característico: Dor e peso na região do fígado, grandemente agravado ao
se deitar do lado esquerdo; virar-se para a esquerda
PTELIA TRIFOLLA TA 239

causa uma sensação de repuxão. (VejaBryonia, que também sente-se pior ao deitar
do lado esquerdo e tem a sensação de repuxão. Lembre-se, Bryo- nia sente-se
geralmente melhor deitada sobre o lado dolorido). Magnésia mur. tem todos esses
sintomas, denominados “biliosos” mas, como Mer- curius, piora quando deitada
sobre o lado direito ... Ptelia pode ter tanto constipação como diarréia, ou como
Nux vômica, constipação e diarréia alternadamente.
“Eu curei um caso grave de distúrbio de fígado com Ptelia depois de se
instalar um edema dos pés e das pernas; ela tinha os seguintes sintomas: não podia
se deitar confortavelmente do lado esquerdo, sua respiração estava se tornando
oprimida, e eu pensei que o caso não melhoraria muito. Eu usei a 30 a neste caso.
O problema rapidamente desapareceu e nunca mais retornou. Eu a considerei uma
cura brilhante”.
Esta é uma das drogas mais fáceis de se reconhecer e aprender e também
um dos Policrestos de Hahnemann, ou “drogas de vários usos”. Em seus
experimentos ela provoca sintomas em toda parte do corpo e pode ser
prescrita baseando-se em seus marcantes sintomas mentais e peculiares.
Hahnemann diz: “Esta planta bastante poderosa produz muitos sinto-
mas no indivíduo saudável, que freqüentemente correspondem aos sinto-
mas mórbidos mais comumente encontrados”. Por isso, a menor caixa de
medicamentos homeopáticos, mesmo uma de somente^umailúzia de re-
meciios, invariavòlmeiUécõntém Pulsatilla'.
“Ele“diz quê'‘^stC 7XÜmb todos os outros medicamentos, é mais ade-
quadamente empregado quando não somente as afecções físicas corres-
pondam, mas também quando as alterações mentais e emocionais pecu-
liares à droga encontrem estados semelhantes na doença a ser curada, ou
pelo menos no temperamento do indivíduo a ser tratado”.
A Por isso, “Pulsatilla será mais eficaz quando o paciente exibir uma dis-
j/rü ntfsição tímida e lacrimosa, com tendência para mágoa interna e mau hu-
r^j/mor silencioso, ou em todo o caso uma disposição suave e dócil, especial-
/ mente quando o paciente em saúde normal era bem-humorado e suave
Vy (ou mesmo frívolo e brincalhão)”. “Pulsatilla é especialmente adaptada”,
ele diz, “para temperamentos lentos, fleumáticos; e pouco adequada para
pessoas que tomam suas resoluções com rapidez^ e são rápidas em seus
rifcAÔInentosrTncsrmrapesar de podérem^parecerBem-hnmnraHiis”,
Í3T Ele nos~cfiz: "Esta'age mejhõj^uan^iajâ uma disposição para frial-
cP uade e adipsia. ElaVpãrlicularmentelíprQpriada para as mulheres quan-
/ cio suas menstruações aparecenE álgúns dlas depolTdo dia certo: especíal-
ntente lámbém quandoo paciente deve ticár deitado por muito tempo na
cama a noite antes que consiga dormir, e quando o paciente piora ao anoi-
tecerrutil para transtornospor comer carne de norco”. Ele sugerea
30°poiéncia. ” ‘
~ Frialdade!... Alguns consideram Pulsatilla como um dos “remédios
J$quentes”. Mas ela tem produzido e curado frialdade, como nós veremos
^ quando percorrermos os sintomas grafados em negrito. Entre outras coi -
sas ela apresenta frialdade em uma sala quente.
Pulsatilla odeia e abomina salas quentes e salas abafadas. De todos os

240
PULSATILLA 241

remédios este é um dos que mais adora o ar livre.


Duardãs~gFandéJc^a£ter!sIIcã^ são: “melhor com movi
mento lento” (como Ferr.) e “melhor ao ar livre”.
Lembramo-nos que Pulsatilla curou dores de cabeça angustiantes em um
homem, que somente encontrava alívio ao “andar pela rua à noite”; elas só eram
toleráveis durante o movimento, ao ar frio. Pulsatilla não é uma das drogas que
“melhoram deitado”!
Com Pulsatilla,wwarfl\\via. a vertigem, dor de dente, dores em pontada no
estÔTirafó^feado, dôr de contusão nas costas e nos joelhos, enquanto que <Mr
livre/Aivia a vertigem, as dores na cabeça, os sintomas dos olhos, a corizafluente, a
dor de dente, a tosse, etc., etc. Mas Pulsatilla não tolera ficar moJhadaAsto pode lhe
trazer cólica, ataques de âiãrréiàTTrra- cosa, supressão de urina, ovarite, metrite,
supressão da menstruação, reumatismo. O aririo sim, masJxjo e jà&ço, e não frio e
úmido! Assim nós vemos que as drogas têm todas as peculiaridades e
idiossincrasias dos mortais e, por isso, são capazes de curá-los, quando os
sintomas combinam. Pulsatilla tem um raio de ação bastante amplo, mas os
sintomas mentais e as “modalidades”, estes sintomas peculiares distintivos, devem
combinar.
Por exemplo, um caso de erisipela severa, em uma mulher que tinha ti do
freqüentes ataques, foi curada em alguns dias por Pulsatilla porque os sintomas
dela não permitiam que qualquer outra droga fosse prescrita. E um caso recente de
uma terrível doença de pele, que tinha resistido a todos os outros tratamentos e que
veio até o nosso hospital como uma última esperança, está se curando rapidamente
- está praticamente curada - depois de umas poucas doses d & Pulsatilla. Outros de
nossos médicos contarão casos de psoríase eliminados por Pulsatilla, . . . e assim
por diante. Este é um grande medicamento para pele^cjuando os sintomas concor-
dam.^
Um caso interessante foi o de uma asma severa de oito anos de duração,
ataques a cada quatorze dias, confinando-a à cama, com sintom as absoluta e
totalmente de Pulsatilla, “Irritável: inconstante; ri e chora facilmente; medo do
escuro; da morte. Desconfiada; detesta~gordura e sonFTã conTgatos’ 5 . Pulsatilla
tem todos esses sintomas no mais alt^gr^ú7 (^pro- võcoüfSonhos com gatos! Foi
dada Pulsatilla em alta potência, em Setembro de 1929 e novamente cm Janeiro de
1930, para “um ameaço”. Ela foi vista há alguns dias atrás; tem estado bem desde
então. Se fosse possível sempre obter tais indicações nítidas, o ato de prescrever
seria realmente fácil. Esta mulher, depois de oito anos de asma, teve realmente só
dois ataques depois de sua primeira dose d QPulsatilla.
Recordo um caso severo de artrite reumatóide, no hospital há alguns anos
atrás, onde a paciente estava completamente impotente e inválida, dificilmente
podia mover os braços, eles eram inúteis; mas, entre seus sin tomas, ela desejava o
ar livre e frio, e gostava de um vento frio soprando
242 PULSATILLA

sobre si. Pulsatilla a tornou capaz de levantar os braços; de colocá-los para trás e
depois ela conseguiu levá-los até os pés: e saiu uma mulher diferente e com um
modo de vida bastante diferente de antes.
Lembre-se, não é a doença mas a droga que importa, e ela deve combi- {
nar, em sua mentalidade e em seus sintomas estranhos, raros e peculiares
< com aqueles do indivíduo com aquela doença.
Hahnemann diz: “A^ocorrência de sintomas em apenas uma metade do corpo
é uma peculiaridade treaüente de tSUsStttTã’7j££Ie chama a ^ateaçãepamiinritasTní^
' "ümsíntõm a curiosoda Pulsatilla, que demandaria alguma explicação, que ela
tem suor unilateral - suor profuso em um lado do rosto!
^ Há alguns anos atrás um dos residentes do hospital estava muito preo
cupado, pois estava transpirando profusamente em um lado do rosto e não no
outro. “O que ele vinha tomando?” - “Pulsatilla” - e o sintoma foi procurado;
quando então se percebeu que ele estava meramente experi- mentando aquela
droga.
^ Pulsatilla produz: “Suor apenas no lado direito do corpo”. - “Suor
*. rJ‘-^''íípenas no lado esquerdo do corpo”. “Calor de uma mão, e frialdade na v outra”.
“Mão e pé frios e vermelhos de um lado e quentes do outro”. “Es tremecimento em um lado
do rosto”.
Nux também se encontra grafado em negrito para suor em um lado do rosto. E
um grande número de remédios têm transpiração de um lado, no tavelmente entre
eles estão Bar.c., Chin., NUX, Phos., PETROL, PULS., Sulph. t THUJA.
Lycopodium, como Puls., tem um pé quente e o outro frio.
Thuja tem um sintoma muito peculiar, que tem levado a curas surpreendentes,
i.e. suor profuso em partes descobertas. Sir John Weir, em suas palestras, cita dois
destes casos.
Hahnemann dá 1.156 sintomas, de todas as partes do corpo, como produzidos
por Pulsatilla. Allen, através de experimentos posteriores, acrescenta outros e dá 1.323
sintomas. Os seguintes sintomas grafados em negrito são de Hahnemann, os quais ele
considera os mais característicos do / remédio. Allen dá muitos mais destes sintomas
grafados em negrito, cau
sados e curados por Pulsatilla, mas eles são muito numerosos para citar dentro de
um pequeno espaço, como desta vez. Como dito, a droga ataca todo órgão e tecido
do corpo; e para aplicá-la com sucesso é apenas necessário ver a PULSATILLA
no paciente.
Vertigem, como por intoxicação.
Vertigem especialmente ao sentar-se.
Peso na cabeça.
- Obscurecimentopassageiro da visão.
Coceira ardente nos olhos, compele a coçar e esfregar.
( Coceira aguda no couro cabeludo.
PULSATILLA 24.5

Uma tensão do rosto, como se as partes fossem inchar.


Asa do nariz ulcerada externamente e exsuda um fluido aquoso.
Epistaxe. Fluxo de sangue do nariz com congestão nasal.
Gengivas doloridas como se escoriadas.
Língua coberta com muco viscoso, como com uma pele.
No centro da língua, mesmo quando umidecida, tem uma sensação como se estivesse
queimada e insensível, à noite e de manhã.
Garganta dolorida como se em came viva. Dor de garganta, esta arranha e fica seca.
Secura da garganta de manhã.

Gosto como de came podre, com tendência para vomitar.


Um gosto de queimado na boca.
O amargo da cerveja tem para ele um gosto adocicado, que lhe causa fastio.
Depois de beber cerveja, permanece um gosto amargo na boca Não gosta de
manteiga.
Eructações biliosas ao anoitecer.
Diminuição do sabor de todas as comidas.
Adipsia.
Emctações freqüentes, com o gosto do que foi comido.
Sensação de enjôo na região epigástrica, especialmente depois de comer e beber.
Inclinação para vomitar, com roncos e gargarejos na região subcostal. Soluço ao
fumar tabaco.
De manhã, no scorbiculus cordis, dolorimentoedorrepuxante. Imediatamente depois
do jantar sente cólica flatulenta; a flatulência provoca roncos e dore ocorre
principalmente na parte superior do abdome. O flato é eliminado com dor cortante no
abdome, de manhã.
Dor de barriga como se fosse ter uma diarréia, mas ocorre somente uma evacuação
nonnal.
Dor de barriga depois de evacuar.
Desejo freqüente de evacuar.
Evacuação freqüente de fezes moles misturadas com muco.
Evacuação consistindo somente de muco branco amarelado, misturado com um
pouco de sangue.
Fezes totalmente brancas.

Desejo freqüente de urinar.


A urina sai em gotas ao se sentar e ao andar.
Coceira e ardor nas partes intenta e superior do prepúcio.
De manhã, ao despertar, sente uma excitação dos genitais e desejo de coito.
244 PULSATILLA

Espirro. Cotiza.
Tosse seca noturna, que cessa ao se sentar na cama, mas retoma ao se deitar (Hyos.).
Expectoração de sangue.

Dortironeante na nuca.
Peso naspemas durante o dia.

Ele se mexe dormindo. Insônia por ebulição do sangue.


Ele sobressalta-se aterrorizado durante o sono.
À noite ele desperta assustado e confuso, sem saber onde está, e não se recobra
imediatamente. Murmura enquanto donne.
Bocejo.

Sensação de frio com tremor, que desaparece depois de alguns minutos, com um
pouco de calor depois disso e sem transpiração.
O calor extemo lhe é intolerável, as veias ficam dilatadas.
Calor ansioso como se água quente fosse jogada sobre ele, com a testa fria.
Palpitação do coração com grande ansiedade, de modo que ele precisa arrancar as
roupas.

Melancolia hipocondríaca; leva tudo para o lado ruim.


Tudo desagrada e lhe é repugnante. Cai em lágrimas.
Irritável; i/resoluto; ansiedade com tremor, aliviada pelo movimento.
Taciturno; mal-humorado; descontente; irritável.

As mães vêm ao hospital e “não imaginam qual pode ser o problema com a
criança: ela está choramingando tanto ultigulEmenlç,'\ Pulsatilla
geralmentécnrsrgste esTa&CC ""
Entre outros sintomas peculiares e característicos de Pulsatilla que devem ser
notados, estão os seguintes. Nós percorreremos os escritos de Kent, citando...
“A paciente dé Pulsatilla é interessante» encontrada em qualquer família onde
haja várias jovens. Ela é chorosa, pletórica e geralmente nãâ aparenta estar doente
devido a seu aspecto; ela é também muito nervosa, inquieta, inconstante,
facilmente levada e facilmente persuadida. Apesar de meiga, gentil e chorosa, ela
é também marcantemente irritável, extremamente sensível, sente-se desprezada;
sensível a qualquer influência social. Melancolia, tristeza, choro, desespero,
desespero religioso, fanática; cheia de preconceitos e caprichos; imaginativa;
extremamente excitável. Ela imagina que a companhia do sexo oposto é uma
coisa perigosa de se cultivar ... Estas imaginações se relacionam tanto ao comer
quanto ao
PULSATILLA

pensar. Elas imaginam que o leite não é bom de se beber, então não o be- berão.
Ou que certos itens da dieta não são bons para a raça humana. Aversão ao
casamento é um sintoma forte... Excentricidades religio-
sasrrrttsa^Trptíea^nrrriÇarnente as Escrituras em seu^proprio detrimen- to,... ele
pensa estar num maravilhoso estado santimonial, ou que pecou contra seu dia de
graça. . . Choroso, triste e desanimado, com melhora ao andar ao ar livre,
especialmente quando o tempo está fresco, frio e claro...
“Agravação por gorduras e comidas pesadas; pior por gordura, carne de porco,
coisas oleosas, bolos, pastelarias e coisas pesadas. O estômago dc Pulsatilla é lento
para digerir...
“Não consegue respirar em uma sala quente; quer as janelas abertas; sufoca-se
em uma cama quente à noite..."
Kent compara a criança de ChamomiUa com a de Pulsatilla (com dores nos
ouvidos). “Em ChamomiUa você tem uma criança impaciente e irritada, nunca
satisfeita, briga com a enfermeira e com a mãe, melhora ao passear. A
irritabilidade decide por ChamomiUa. Você pode distinguir um choro lamentoso de
um choro irritado. Ambas melhoram pelo movimento, por serem carregadas no
colo. Ambas querem isto e aquilo e nunca ficam satisfeitas; elas querem distração.
Mas a criança Pulsatilla quando não se distrai tem um choro lamentoso, e a criança
ChamomiUa um choro irritado. Você vai querer acariciar uma e espancar a outra..."
“Pulsatilla é uma de nossas âncoras em velhos catarros com perda do olfato,
descarga amarela grossa e melhora ao ar livre; em pessoas nervosas e tímidas,
dóceis, com obstrução do nariz à noite e fluxo copioso de manhã...
“Pulsatilla t&m dores erráticas, o reumatismo vai de uma junta para outra, pula
daqui para lá; as dores neurálgicas vão de um lugar para o outro; as inflamações
vão de uma glândula para outra.” '
Aqui está a característica inconstância de Pulsatilla, levada da esfera mental
para a física. Mas Kent diz que Pulsatilla, “apesar das mudanças de lugar, não muda
(como outras drogas) para uma nova classe de doença, a ponto do médico alopata
poder afirmar, como no caso do paciente de Abrotanum, que ‘Esta é uma nova
doença hoje'.”
Com Pulsatilla, como dito, a digestão é lenta. E Kent diz: “Aqui está um
aspecto surpreendente, ele nunca quer água. Boca seca, mas raramente com sede.
Deseja sorvete, pastelarias, coisas que o deixam enjoado.”
> Um quadro dePulsatilla que se pode esquematizar é:
I Sem fome.
\ Sem sede.
Não constipado.
Choroso: não pode relatar os sintomas sem chorar.
Inconstante; e sorrirá no momento seguinte.
rUJLÒ/ii ILJLA

Reage bem à simpatia.


Como “Phosphonis”, tem medo dc: ficar sozinho; do cscuro; do crepúsculo;
ao anoitecer. (Pulsatilla piora ao anoitec er).
Grande medo da insanidade.
Imaginativo; ciumento; desconfiado.
Friorento, ainda que piore com o calor.
Deseja o ar livre.
Deseja movimento, quando em sofrimento mental ou físico.
Pulsatilla é um grande medicamento para sarampo; para frieiras quando são
insuportáveis no calor (Agaricus, quando frio).
A descrição clássica de Pulsatilla c “cabelo loiro, olhos azuis, rosto pálido,
facilmente levada a sorrir ou a chorar; afetuosa, meiga, tímida, gentil, dócil,
tendência a ser gorda”. Mas pessoas de outros tipos podem, por séus sintomas,
precisar c ser curadas por Pulsatilla.
r

UM OUTRO grande remédio para FEBRE! - mas não o remédio de simples


febres agudas, comoAconitum, mas de estados sépticos - estados tifóides - febre
tifóide.
Pyrogenium é um medicamento estranho, estranho na origem, estranho nos
sintomas; e ele pertence somente à Homeopatia.
Nós devemos este remédio ao Dr. Drysdale, que publicou seu panfleto
“Sobre Pyrexinum ou Pyrogenium, como um Agente Terapêutico”, em 1880.
Dr. Drysdale tinha sido intensamente atacado por uma observação feita pelo
Dr. Burdon Saunderson em um número do British Medicai Journal de 1875.
“Deixe-me chamar sua atenção para o fato de que não se conhece nenhum agente
terapêutico, nenhum produto sintético de laboratório, nenhum veneno, nenhuma droga
que possua a propriedade de produzir a febre. Os únicos líquidos que têm este dom são
os líquidos que contêm bactérias, ou têm marcante propensão para produção delas”.
Drysdale diz que.* “esta última condição é modificada por outras afirmações de
outras fontes, de que o agente produtor de febre é uma substância química não viva
formada por bactérias vivas, mas agindo independentemente de qualquer influência
ulterior destas; e formada não somente pelas bactérias, mas também pelos corpúsculos
vivos de pus, ou pelo sangue vivo, ou tecido- protoplasma do qual estes corpúsculos
nascem. Esta substância, quando produzida pelas bactérias, é a sepsina de Panum e
outros, mas em face de sua origem também a partir do pus e de seu poder de produzir
febre, o Dr. B. Saunderson a nomeia de Pyrogenium ”.
A citação acima pode não ser a última palavra em bacteriologia - ou em
Homeopatia - mas esta é lembrada in toto, porque, por causa da sua inspiração
nós possuímos um remédio único e bastante útil, como será visto.
Mas o Dr. Drysdale, é claro, não pôde admitir que nenhuma outra droga ou
veneno possa produzir febre, porque “Aconitum, Belladonna, Arsenicum, Quinino,
Baptisia, Gelsemium e uma multidão de outras drogas produzem mais ou menos
um estado febril, entre outros efeitos. Mas elas produzem-no somente depois de
doses repetidas e contingen- cialmente baseada na predisposição do sujeito do
experimento - ou elas

247
248 PYROGENIUM

produzem febre como uma parte da variedade de complexos estados mórbidos


gerais e locais. Por isso,” ele diz, “é praticamente verdade que nenhuma outra
substância conhecida induz pirexia idiopática, certamente, diretamente e após uma
dada dose. Esta ação direta deve fazer dele um remédio do mais elevado valor, se ele
puder sempre ser usado terapeu- ticamente e, se a Lei dos Semelhantes for aplicável
aqui também, nós devemos verificar ser este curativo em certos estados de pirexia
e certas desordens sangüíneas às quais a sua ação corresponde patologicamente”.
Drysdale cita os experimentos de Burdon Saunderson em animais, que
mostram que a Sepsina ou Pyrogenium, dado em doses letais, mata - produzindo
mudanças no sangue e nos tecidos análogas àquelas da sep- ticemia após
ferimentos; enquanto que em doses não letais, depois de sintomas severos, “o
animal, em poucas horas, recupera seu apetite normal e sua vivacidade com
maravilhosa rapidez... mostrando que este veneno séptico não tem a menor
tendência para se multiplicar no organismo”.
Então, ponderando essas coisas, Drysdale começou a preparar seu remédio
para febres de tipo grave, a partir de decomposições esterilizadas.
Ele cortou, em pedacinhos, 225g de bife de carne magra em uma medida de
água e a deixou em um lugar ensolarado durante três semanas.
O fluido macerado era avermelhado, grosso e fétido; e pode-se imaginar o mau
cheiro quando ele começou a trabalhar para tornar este material absolutamente
estéril e seguro.
Este foi coado, filtrado, evaporado até a secura em calor fervente; macerado
em um pilão junto com álcool de vinho; fervido; novamente filtrado; novamente
seco para formar uma massa amarronzada; macerado agora com água destilada e
novamente filtrado. O líquido resultante, claro, de cor âmbar, era um extrato
aquoso ou solução de Sepsina. Este, misturado com um volume igual de glicerina,
foi rotulado como tintura de Pyrexinum.
(Mas Burnett, quando o preparou para si uns oito anos depois, elevou- o até a
sexta potência em álcool de vinho e usou-o de modo curativo em casos de febre
tifóide; e alguns dos preparados de Burnett chegaram ao Dr. Swan, famoso pelas
altas potências, que preparou a partir destes as potências mais elevadas de
Pyrogenium', muito usado nos E.U.A.).
Para ficar absolutamente seguro de que o seu “Pyrexinium” ou Pyro- gen era um
veneno puro, estéril e incapaz de levar ou gerar doença, este foi testado, através de
uma injeção em camundongos brancos. E Drysdale foi capaz de afirmar que
“Sepsina ou Pyrogenium é somente um veneno químico, cuja ação é definida e limitada
pela dose; ele é incapaz de induzir uma doença indefinidamente propagável, em
dose mínima, à maneira dos venenos especiais das febres específicas”.
Ele diz: “A indicação mais sumária para Pyrogenium, seria denominá- lo
oAconitumda pirexia do tipo tifóide ou tifosa”.
PYROGENIUM 249

Burnett, sempre à procura de agentes curativos, escreveu uma pequena


monografia sobre Pyrogenium em febre tifóide, apresentando casos; porque o
trabalho de Drysdale tinha sido mais ou menos deixado de lado, e ele percebeu e
experienciou a importância do remédio.
Depois o Dr. H. C. Allen (não o Allen da Encyclopedia of Pure Matéria Medica,
mas o Allen dos Keynoles e da Matéria Medica of the Nosodes), incluindo Pyrogenium
entre seus remédios, introduziu-o no uso prático.
Mas, de longe, o artigo mais brilhante sobre Pyrogenium vem do Dr. Sherbino,
do Texas, publicado no Homeopathic Physiáan, em Abril de 1893; e no mesmo
volume encontra-se um artigo do Dr. Yingling, que “coleta as indicações seguras
de Pyrogenium”. Yingling diz: “Como a maior parte deste relatório é clínica e como
os sintomas curados com um único remédio são dados seguros, eu não indico a
diferença ..(supõe-se que entre os sintomas dos experimentos e os sintomas
curados).
Eu não fui capaz de encontrar, até agora, um experimento adequado e completo
dc Pyrogenium em humanos. Mas Clarke costumava insistir que este não era um
caso de “o que um remédio pode causar ele pode curar”, mas o contrário: o que ele
pode curar, ele pode também causar. No último caso o remcdio, segundo ele, nasceu
do avesso, e ele ficou exultante quando, mais tarde, foi descoberto que seus
sintomas curados foram também causados por este remédio.
O Dr. Sherbino não somente dá indicações interessantes para Pyrogenium, mas
um conjunto de casos demonstrativos de seu grande poder e utilidade, e também da
rapidez de sua ação; e ele dá ênfase pára os sintomas marcantes e peculiares que
devem sugerir o seu uso.
Nós daremos alguns dos seus indicadores, e depois, brevemente, alguns de seus
casos.
As sensações de cama dura, travesseiro duro, a dor insuportável, com parável a
deitar-se sobre uma pilha de pedras, mostra a extrema sensibilidade de Pyrogenium.
(Arnica, Baptisia). O paciente pode “se sentir como se um trem ou carro tivessem
passado por cima dele”.
Extrema inquietação, melhor quando começa a se mover. Esta é a grande
diferença entre Rhus e Pyrogenium. Rhus piora ao começar se mover, mas melhora
pelo movimento continuado. Como o alívio pelo movimento em Pyrogenium dura
somente uns poucos momentos, o paciente tem que se manterem movimento. Daí sua
terrível inquietação. Inquietação melhor ao se sentar em uma cadeira e balançar-se
fortemente. Pyrogenium tem somente alívio momentâneo pelo movimento, mas deve
se movimentar para conseguir o alívio. (Pensa-se em Pyrogenium como o sonho dos
cientistas - movimento perpétuo).
Movimento como de fole das asas do nariz (Ant.t., Bapt., Bell., Brom., Hell, Lyc.,
Phos., Rhustox.).
Vomita água quando esta se aquece no estômago (Phos.). Estômago
enjoado, melhor ao beber água bem quente (contrário de Phos.). Expec- tora
muco cor de ferrugem; dor no pulmão e ombro direitos, agravada ao tossir ou
conversar.
Pulsação dos vasos sangüíneos do pescoço (Bell., Spig.). Ação cardíaca
violenta. O coração bate forte; sensação como se estivesse muito cheio de
sangue; bate muito alto, pode ser ouvido a trinta centímetros do tórax. Não pode
dormir pelo ronronar e zumbido do coração.
Delírio ao fechar os olhos, vê um homem ao pé da cama, ou num lugar mais
longe no quarto. Inclinado a falar o tempo todo, à noite durante a febre. Fala
consigo mesma. Sussurra para ela mesma. Se perguntada sobre o que ela disse,
não responde. Grita dormindo dizendo que alguém ou um peso está sobre ela.
Sensação de um gorro na cabeça. Quando ela acorda e sente o gorro, sabe que
não está delirando! Sensação como se ela cobrisse com seu corpo a cama toda;
ou ela sabia que sua cabeça estava sobre o travesseiro, mas não podia dizer onde
o resto do seu corpo estava. (Comp. Bapt., Petrol.). Sente que quando se deita de
um lado é uma pessoa, e quando se vira para o outro lado, é uma outra pessoa.
Sentia como se existisse em uma segunda pessoa, ou como se existissem duas
delas. A febre não evolui igualmente em ambas, (em Bapt. a febre pode evoluir
separadamente).
Sente-se com vários braços e pernas.
Sabe quando a febre está chegando, porque ele precisa urinar. Urina clara
como água de nascente. Tenesmo intolerável da bexiga.
Frieza e calafrio que nenhum calor aqueceria. Sentasse perto do fogo e
respira o calor do fogo. Mais tarde, sensação dos pulmões estarem em fogo, e
que ele precisa de ar fresco, o que aliviava.
Dor como de facada na face lateral do tórax, que atravessa para as costas;
pior com movimento, tosse e respiração profunda; melhor deitado do lado
afetado (Bry.). Gemido com cada respiração.
Rosto e orelhas vermelhos, como se o sangue fosse jorrar através deles.
Depois da febre a alucinação ainda persiste, de que ele é muito rico e tem
uma grande soma de dinheiro no banco; esta é a última idéia a deixá- lo, a de
que tem dinheiro.
Adormecimento das mãos e pés, estende-se para o corpo todo. Mãos frias e
úmidas.
Intestinos tão doloridos que ele mal pode respirar. Tão doloridos que não
suporta a pressão sobre o lado direito do abdome.
Língua com uma capa branca; uma faixa marrom-amarelada que desce pelo
centro (Bapt.). Língua seca, seca no centro, nenhuma umidade nela. Gosto
amargo.
(Allen também cita: língua limpa, polida e seca; primeiro vermelho fogo,
depois escura e intensamente seca; polida e seca; lustrosa, brilhante
PYROGENIUM 251

como se envernizada; seca, rachada, articulação difícil).


Rola a cabeça de um lado para outro.
E um sintoma muito curioso. Dor em bearing-down e prolapso do útero,
somente aliviado ao prender a respiração e fazer um esforço expul- sivo. Dor
iniciando no umbigo, ou logo acima, indo para baixo em direção ao útero, mas
interceptada pelo mesmo tipo de dor que começa no útero e sobe até que elas se
encontram e cessam, até que uma outra ocorra...
Dr. Sherbino chama Pyrogenium de um “grande nosódio - um dos maiores
monumentos a Hahnemann e à Homeopatia, por ele cobrir um raio de ação bastante
amplo e por preencher um espaço próprio, que nenhum outro pode preenchef\

O mencionado acima está bastante resumido, assim como os casos que se


seguem. Dr. Sherbino usa as mais altas potências do Pyrogenium de Swan nestes
casos. Como dissemos, a atuação de Burnett foi com a sexta potência, que é uma
potência bastante útil.
PNEUMONIA. Menina de 14 anos. Estava doente há uma semana. Temp.
40,8; resp. 52; pulso 120; escarro cor de ferrugem. Dor no pulmão e ombro
direitos, pior ao conversar e tossir. Movimento como de fole das asas do nariz.
Inquieta. Temp.39, nos dias seguintes (melhorando rápido); 37,7; 36,3; sub-
normal em três dias. Ela tomou quatro doses de Pyro- geniüm CMM. “Curada” no
terceiro dia. (Mas as pneumonias têm um jeito de se resolver rapidamente
através de crises ou lise. Então, não se pode alegar muito neste caso).
Sra. X. Toda dolorida, muito inquieta toda a noite passada; não podia ficar
parada. Pyrogenium DMM. Curada na manhã seguinte.
UMA MENINA PEQUENA com sintomas de paralisia. Não podia se manter
em pé e, quando a colocaram na cama, balançava para trás e para frente como se
não tivesse controle sobre si mesma. O pulso dela era 120. Tomando-se a ação
cardíaca aumentada como um sintoma guia, eu dei a elaPyrogen ium CMM. que a
curou rapidamente.
Sra. A. A febre começou ontem.Teve uma noite terrível. Temp. 39,4, pulso
130. Muito inquieta, especialmente depois da meia-noite; constantemente
mudando de posição na cama. Rhus não ajudou. Sem melhora na manhã
seguinte. Tinha tido uma noite ruim, não dormiu, diz que man- teve-se ocupada
tentando buscar uma posição confortável, e ela percebeu que ela ficava melhor
enquanto mantinha esse movimento o tempo todo. Pyrogenium CMM. Começou
a melhorar de imediato, repousou melhor à noite e no dia seguinte a dor tinha
parado, pulso 108, temp. normál. Ela teve muitas pulsações nos vasos
sangüíneos do tórax e pescoço, tão violentas que chacoalhavam a cama.
CRIANÇA COM GRIPE. O pai dela ligou para pedir um medicamento.
Disse que ela estava muito inquieta, pior deitada, melhor sentada.
252 PYROGENIUM

Vomitava depois de beber tão logo a bebida se aquecia no estômago. Melhor ao


vomitar. Curada com uma dose de Pyrogenium CMM.
GRIPE. Sr. X - Frieza e calafrio tal que nenhum calor podia aquecer. Ficava
mais inquieto à noite. Tinha respirado ar quente do fogo, agora tinha um desejo de
ar fresco, senão seus pulmões pareciam que iriam queimar. Gemeu a noite toda,
virava-se e se torcia de um lado para o outro na cama, não ficava deitado em um
lugar, mas mudava a todo momento. A cama parecia tão dura quanto tábua, o
travesseiro parecia duro e ele estava tão dolorido como se um trem tivesse passado
por cima dele. Ele tentou deitar-se de bruços, mas achou que aquele lado do corpo
estava dolorido também.
Antes do amanhecer ele despertou e disse à sua esposa que estava contente
pois tinha conseguido se libertar daquela multidão de braços e pernas que o
tinham atormentado a noite toda; para onde se virasse eles es- tariam lá, e ele
tentou a noite toda colocá-los para fora da cama ... Ele tomou duas ou três doses
de Pyrogenium CMM.
DISMENORRÉLA. Sra. W. F. F. tem menstruação dolorosa há muitos anos,
sempre precedida de dor nos ossos, levando-a a reclamar que a cama está dura,
acompanhada de inquietação insuportável. Melhor quando começa a se mover - e
ela deve seguir fazendo isto, por lhe trazer algum alívio à inquietação. Eu a vi
tendo um desses ataques, ela estava no chão e se encaracolava e depois se
esticava, depois se virava e se torcia em toda posição possível. O CMM. do
Pyrogenium sempre a aliviava, até que hoje ela não tem mais a dor. Este remédio
curou este estado, mas outros remédios tiveram que ser usados...
Eu fui chamada para ver uma MENINA NEGRA com aproximadamente 12
anos de idade, que parecia estar parcialmente paralisada. Ela não podia se sentar
ou ficar em pé; nem dar um passo sem ajuda. Ela estava muito inquieta e
mantinha-se balançando para trás e para frente enquanto sentada na beira da cama.
Ela disse que este movimento de balanço a aliviava e então ela o mantinha. Eu dei
a ela uma dose de Pyrogenium CMM. e ela ficou bem em um dia ou dois.
CRIANÇA teve uma febre durante vários dias e estava piorando. (Bell. &Rhus
tinham falhado). Eu fiquei sentado a noite toda com o caso e ele tinha toda a
inquietação de üma morte próxima. Havia mais movimento da perna e braço
direitos, ela fazia um semi-círculo da esquerda para a direita e seus pés iam parar
no travesseiro, ela não ficou parada um minuto a noite toda. Ela fazia este peculiar
círculo e tinha que ser colocada no travesseiro, em um tempo bastante curto ela
estava chutando a cabeceira com seus pés. Todos esses sintomas sumiram sob a
ação de Pyrogenium DMM.
Sra. M. tem estado incomodada durante algum tempo com sensações de
bearing-down na região uterina, aliviadas ao prender a respiração e
PYROGENIUM 253

pressionar para baixo como em um esforço de parto. Ela estava muito inquieta à
noite e tinha que se manter em movimento, pois só assim podia encontrar algum
alívio. (Melhor quando começa a se mover). Curada por Pyrogenium DMM.
Outros casos, Pneumonia - pneumonia tifóide - recaída depois de febre tifóide,
curados por Pyrogenium, em potências bastante altas, são muito longos para citar
aqui. Eles são todos do mesmo tipo, quanto aos sintomas.

Dr. Yingling coleta as indicações seguras de Pyrogenium, dando-as em forma


esquemáúca. Ele “omite quaisquer sintomas onde a ação de outros remédios usados
em conexão com Pyrogenium possivelmente tenham influenciado seu raio de ação
curativa”.
Entre seus sintomas adicionais, pode-se citar:
Muito loquaz. “Eu nunca falei tanto em um dia em toda a minha vida. Eu podia
pensar mais rápido do que jamais pude”.
Dor de cabeça terrível, latejante, melhor atando a cabeça firmemente. Sente
cada pulsação na cabeça e nos ouvidos. Dor de cabeça excruciante, explosiva,
latejante, com intensa inquietação; com sangramento do nariz, náusea e vômito.
Espirrando sempre que tira sua mão de debaixo das cobertas.
Gosto fétido terrível, como se a boca e a garganta estivessem cheias de pus,
como se houvesse um abscesso aberto na boca. (Experimento).
Sensação de cansaço em volta do coração, “sente vontade de tirã-Io para fora
para descansar; seria um tal alívio pará-lo, deixá-lo se deitar e parar de pulsar”.
Transpiração horrivelmente ofensiva, cheiro como de carne podre; repugnância,
chegando à náusea, em relação a qualquer exalação que se desprende de seu próprio
corpo.
Grande inquietação. “Ela pensava que ia quebrar se ficasse muito tempo em
uma posição”.
Estados sépticos. Estados tifóides.
Yingling também dá alguns casos - Pneumonia descuidada: tosse, suores
noturnos, pulso freqüente e com toda aparência de uma consump- ção pneumônica
no último estágio. Um abscesso tinha rompido naquele dia e estava drenando uma
grande quantidade de pus; o gosto como de pus. Poucas doses de Pyrogenium CM
trouxeram uma rápida recuperação.
“Sabia que teria uma febre tifo-malarial, que ele tinha tido há dois anos atrás,
depois de uma exposição à malária em uma missão em outro país”. Tinha um dia
sim outro não o que chamava de “febre intermitente latente”. Pyrogenium curou-o.
Yingling diz que Pyrogenium tem curado casos de envenamento
r I/KULTJC,IVÃUM

sangüíneo. Deveria se pensar nele em ferimentos dissecantes; e ele cita: uEm todas
as febres, quando outros remédios não agem, pense em Pyrogenium” (Swan).
“Em intoxicação séptica por ferimentos, depois de aborto, de parto, etc., etc., pense
em Pyrogenium ” (H. C. Allen).
“Pyrogenium assemelha-se bastante aIpecac. em hemorragia uterina. Se você
tiver um caso de Ipecac., e este remédio falhar, pense em Pyrogenium”.
Kent diz: “Em condições sépticas, onde há uma contínua intermitên- cia de
pequenos calafrios e pequenos estremecimentos pelo corpo e o pulso tiver perdido
sua relação direta com a temperatura, Pyrogenium deve ser administrado”.

O Nosodes de Allen tem um capítulo sobre Pyrogenium, e aqui está uma


pequena citação das “Notes from Lectures by H.C. Allen”, que resume bem a
“intimidade” deste remédio poderoso e de ação rápida.

PYROGENIUM

Eu considero este remédio inestimável cm febres de origem séptica, de


todas as formas; quandoBapt., Ech., Rhus ou o remédio melhor selecionado
falha em aliviar ou melhorar permanentemente, estude Pyrogenium.
Sente a cama como se estivesse dura (Am.); sente as partes sobre que se
deita doloridas e contundidas (Bapt.); muda dedecúbito rapidamente
(Carb.ac.); origem séptica.
Calafrio: - Começa nas costas entre as escápulas, frialdade intensa
geral dos ossos e extremidades.
Febre: - Repentina, pele sèca e queimante; pulso rápido, pequeno,
duro, 140-170; temp. 39,4 - 41°.
Suor: - Frio, viscoso, profuso, freqüentemente malcheiroso, geralmente
exaustivo.
Pulso anormalmente rápido, fora de proporção com a temperatura^//.).
Em febres sépticas, especialmente puerperal, onde o feto ou pla- centa são
retidos, decompostos; feto morto há dias, preto, secreção horrivelmente
malcheirosa.
Quando o paciente diz: “Nunca me senti bem” desde uma febre séptica
ou aborto ou um parto ruim.
Para elevar a atividade vital do útero e capacitá-lo a expelir seus
conteúdos.
PYROGENIUM 255

Muito disso - e muito mais - será encontrado no Dictionary de Clarke. E, a


propósito, uma das indicações de, Pyrogenium que nós esquecemos de mencionar é:
Pulso muito alto, fora de proporção com a temperatura. Admira-se que ele possa até
mesmo salvar a vida naqueles estados desespe- radores quando, com um pulso
elevado, a temperatura alta cai repentinamente.
A minha própria experiência com Pyrogenium dificilmente parece ser digna de
mencionar depois do precedente, mas ainda assim é corrobora- tiva.
INFLUENZA. Lembro-me dos tempos remotos de influenza severa, que chegou
como um raio no céu azul depois de muitos anos de ausência - assim nos contaram.
Ela foi chamada de Influenza Russa, porque supunha-se ter se propagado a partir do
Ministério do Exterior, tendo vindo em despachos oriundos da Rússia. Lembro das
agonias da inquietação, com a completa impossibilidade de permanecer por mais de
um minuto em qualquer posição até em uma cadeira, a pessoa se torcia e se retorcia
à procura de alívio até ir para o chão, quando a pessoa começava de novo a se
mexer. Este sintoma clama por Pyrogenium - tivesse eu o conhecido!
No ano em que o Duque de Clarence morreu, os médicos estavam escrevendo
para os jornais, quase em pânico (porque muitas pessoas tinham morrido), que era
imperativo, já que a doença era tão severa e breve, dar aos pacientes grandes
quantidades de álcool. Com Pyrogenium 6 de Burnett nós tivemos uma experiência
maravilhosa. Naquele tempo nós tínhamos um grande número de adultos e de
crianças morando no lugar - a família, empregados internos e externos e suas
famílias (não as famílias restritas de 1932!) - e assim que eles caíram doentes com
influenza um por um, ou em grupos, o Pyrogenium 6 dado a cada seis horas em
poucas doses, curou todos os casos em cerca de vinte e quatro a quarenta e oito
horas; e não havia álcool, e não houveram complicações. E depois disso, era
Pyrogenium, uma dose ou duas de Pyrogenium no início repentino das pulsações
violentas, que costumavam anunciar um novo ataque de influenza que, para mim,
terminou com suas recorrências bi-anuais.
É claro que epidemias as quais nós chamamos de influenza variam grandemente
em seus sintomas e no remédio do “genus epidemicus”, necessário para combatê-
los. Num ano pode ser Mereurius, no outro Gelse- miun; num ano a maioria dos casos
serão do tipo de Baptisia, e assim por diante. Mas na febre com pulsações violentas
e intensa inquietação, porque é somente o movimento constante que torna a
existência possível, é necessário Pyrogenium.
Um médico estava outro dia contando-me um caso recente de Pyrogenium. Não
estava cedendo com outros remédios semelhantes, quando o sintoma, “Sentia como
se ele cobrisse a cama toda”, levou-o a prescrever Pyrogenium, que prontamente
curou.
256 PYROGENIUM

Médicos americanos acham que um dos mais dramáticos usos para


Pyrogenium é em sepsias depois de parto, com descargas ofensivas e onde parte
da placenta ficou retida. Ele dizem que dão Pyrogenium e este a “expulsa”
rapidamente. Aqui está um caso:
Há alguns anos atrás uma de nossas vacas pariu no pasto. O bezerro foi
encontrado morto e sem placenta. O veterinário removeu parte dela, mas não
conseguiu retirá-la por completo. Ela teve febre e ficou muito doente, e ele
estava pensando cm retirar o restante; mas foi dado Pyrogenium, e no dia
seguinte a febre cessou e ela ficou bem. Eu não sei se este foi um caso de
“expulsão rápida”, mas não houve mais problema.
Tem-se visto grande alívio através de Pyrogenium em abscesso e panarício.
Mas aqui a Homeopatia tem uma grande riqueza em remédios úteis - Crotalus,
Lachesis, Anthracinum, Silicea, Arsenicum, Hepar, Pyrogeniumetc.
Lembro-me de um caso de diarréia que persistiu durante anos depois de uma
febre tifóide e outros casos de diarréia, curados por Pyrogenium', também um
caso de diabete (indicações esquecidas) onde Pyrogenium removeu o açúcar.
O Nosodes de Allen dá um grande número de casos mostrando a rápida ação
curativa de Pyrogenium; casos de sepsis depois de parto com descargas
ofensivas; casos de úlcera varicosa com descargas ofensivas; de diarréia com
fezes terrivelmente ofensivas, depois de envenenamento por gás de esgoto, etc.
Ele cita um caso de Bogers: “Uma mulher idosa, morrendo de gangrena,
contagiou uma de suas enfermeiras; a enfermeira teve calafrios, febre alta e
estrias vermelhas que percorriam o braço no curso dos linfáticos.Pyrogenium
removeu rapidamente o processo todo.”
Allen diz: “Eu mal posso mencionar Pyrogenium sem ficar entusiasmado,
por causa dos maravilhosos resultados que eu tenho tido através dele em
envenenamento sangüíneo. Em qualquer tipo de infecção séptica, tanto
puerperal como traumática, Pyrogenium fará maravilhas, quando os sintomas
correspondem. Ele é similar a Anthracinum em alguns aspectos”.
Pyrogenium, como vimos, é feito de material animal em putrefação. Allen, em
seu Nosodes, compara-o com outro poderoso remédio que produz e cura febre,
feito de material vegetal em putrefação, i.e. o material vegetal podre de uma
região bastante malárica no rio Wabash. Ele o chama de uMalaria officinalis, o
Pyrogenium vegetal” e descreve o seu preparo e os sintomas produzidos em seus
experimentadores. Ele também diz: “Eu conheço vários locais na América do
Sul, África e Espanha, onde o miasma malárico inquestionavelmente detém a
tuberculose pulmonar, sem qualquer outro tratamento ou restrição quanto à
comida ou bebida”.
Experimentadores â&Malaria off. tiveram uma dor de cabeça horrível,
PYROGENIUM 257

náusea, vômito em alguns casos, incômodo no estômago e hipocôndrios,


“primeiro afetando o baço, depois o fígado e estômago, e no terceiro dia
calafrios pronunciados, que eram tão severos que tiveram que ser antido- tados”.
Com um dos preparos, o estômago, baço, fígado e rins foram envolvidos,
com febres intermitentes quartã e terçã. Em um caso se estabeleceu um estado
tifóide genuíno, obrigando o experimentador a ir para a cama.
Seria mais interessante experimentar o efeito de Malaria officinalis em G.P.I.
Seria mais simples e menos arriscado do que através de mosquitos importados. -
P.S.

SEPTICEMINUM

Um remédio semelhante a Pyrogenium é Septiceminum (um dos nosódios de


Swan), sendo as potências feitas “de conteúdos de um abscesso séptico”.
Clarke (Dicíionary of Matéria Medica) diz que Skinner deu um suprimento do
remédio para um voluntário que estava indo para a Guerra dos Bôers, com
instruções para tomar um glóbulo a cada quatro horas se ele fosse atacado por
qualquer coisa parecida com uma febre tifóide. Ele escreveu de volta:
“Septiceminum é como uma mágica em diarréia e disenteria” e pediu mais,
porque seu estoque estava sendo amplamente distribuído entre seus
companheiros.
RANUNCULUS BULBOSUS
(Ranúnculo amarelo, botão de ouro)

QUEM, ao chegar em um campo, dourado na primavera com ranúnculos


amarelos, sonharia com suas propriedades venenosas e porisso seu poder de
curar condições dolorosas e obstinadas, tais como herpes-zoster?
É por causa da nossa feliz experiência na cura do herpes-zoster com
Ranunculus bulb. que sou impelida, agora na primavera, a honrá-lo e expandir
o conhecimento de seu poder devastador e, portanto, curativo. No decorrer
dos anos tenho tido vários casos de herpes-zoster para tratar, não havendo
nenhum caso de Ranunc. onde umas poucas doses de uma potência alta não
hajam limpado o caso em alguns dias - dor e tudo mais. Em alguns casos,
onde a dor é ardente e aliviada pelo calor, com grande inquietação e
ansiedade, Ars. seria o remédio; e muitos médicos sugerem Mezereum. Mas
mesmo no idoso, com dor extrema, tenho visto o problema simplesmente
desaparecer e cessar a dor que, segundo os médicos seus pacientes
continuariam sentindo* pelo resto de suas vidas; nós apresentamos um caso
assim recentemente nesta revista. Também, não se deve esquecer de
Variolinum que, para Burnett, “limpa o caso, a dor e tudo mais”, o que é
muito interessante porque nos dias de hoje, associa-se herpes-zoster à
catapora. Lembro-me de um caso terrível, qtfe esteve sob tratamento da velha
escola, com extrema dor e grande deformidade, incluindo a destruição de um
olho, onde a paciente melhorou no concernente à dor, mas parou de vir
porque o olho dela, com sua hérnia apavorante e saliente, não se recuperou.
Com relação aos seus sintomas peitorais, é necessário diagnosticar entre
Ranunc. bulb. e Bryonia. Ambos têm pontadas no peito, pior com movimento,
mas Bry. quer pressão no local afetado para aliviá-lo, enquanto que Ranunc.
não suporta o toque ou a pressão. Bry. piora com o tempo seco e frio, Ranunc.
no tempo úmido. A etiologia de Acon. é também o “frio seco” - ataques
repentinos por exposição a ventos frios e secos. Enquanto que Amicay aquele
grande remédio da pleurodinia, com suas pontadas que não permitirão uma
respiração profunda, com suas sensações de dor, de estar contundido,
espancado, não é particularmente afetado pelo frio ou pelo calor, pelo tempo
úmido ou seco, mas é fisicamente hi- persensível e acha que a cama é
insuportavelmente dura.

258
RANUNCULUS BULBOSUS 259

SINTOMAS EM NEGRITO

Dor de cabeça acima do olho direito: pior deitado, andando e em pé.


Pressão e dor aguda nos globos oculares.
Dor em ambos os hipocôndrios, com dor ao toque.
Ao anoitecer, sente ambos hipocôndrios e costelas inferiores no peito doloridos,
como se contundidos.
Pontada com pressão, no abdome à direita, na região da última costela
verdadeira (fígado) impedindo a respiração, com pontadas e pressão no topo do
ombro direito.
Pontadas, dores neurálgicas, miálgicas ou reumáticas no peito.
Pleurodinia, reumática, miâlgicaou neurálgica.
Pressão e aperto na parte inferior do peito, com pontadas finas, sentidas
primeiro nas partes externas do peito, depois se estendem profundamente no peito,
às vezes à direita, às vezes à esquerda; aumentadas pelo movimento, ao inclinar-se
para frente ou ao inspirar.
A respiração é dolorosa, mesmo o toque é doloroso.
Pontadas no lado esquerdo acima do mamilo, em um espaço do tamanho de
uma mão, pior por contato e movimento.
Pontadas finas violentas no meio do peito à esquerda, na parte anterior, durante
a inspiração, de manhã.
Queimação e pontadas finas no peito à esquerda.
Dòr, como se contundido, na região das costelas curtas, com dor nas costas,
lassitude e mau-humor.
Pontada violenta no lado direito do peito, na região das 5ae7a costelas,
impedindo a respiração, com pontadas e pressão no topo do ombro direito.
Dor em pontada no lado direito do peito, região das 5a e 6a costelas, com
grande sensibilidade do local ao toque egrande debilidade.
Pontadas no peito a cada mudança de tempo.
Sente o peito dolorido, machucado; pior ao toque, ao movimento, ao virar o
corpo.
Neuralgia intercostal ou espinhal, pleurodinia.
Reumatismo dos músculos, especialmente dos músculos do tronco; reumatismo
intercostal; músculos doloridos ao toque; como se eles tivessem sido esm urrados.
Herpes e neuralgia intercostal.
Pequenas bolhas profundas, transparentes, azuis-escuras, e um pouco elevadas;
vesículas transparentes azuis, (aglomeradas em grupos de formato oval, com
coceira ardente insuportável).
260 RANUNCULUS BULBOSUS

SINTOMAS EM ITÁLICO; IMPORTANTES, OU CURIOSOS E


SUGESTIVOS

Herpes-zostcr supra-orbital, com vesículas azul escuras e as dores usuais.


Febre do feno, ardor nos olhos, as pálpebras ardem e estão doloridas; nariz
entupido, com coceira e formigamento por dentro; ou coceira nas narinas
posteriores, o paciente pigarreia e engole, e tenta de qualquer forma coçar a
parte afetada; o colo da bexiga também é afetado, com queimação durante a
micção.
Dor nos pulmões por aderências depois de pleurisia. (Bry.).
Dor em todo o peito, como de uma ulceração subcutânea, ao menor
movimento do tronco.
Violenta dor em pontada acima do mamilo esquerdo, perto da axila, ao se
levantar de manhã. Não ousa mover o braço, ou levantá-lo, não ousa nem
mesmo levantar o tronco, pois gritaria de dor; tem que se sentar ou fi car de pé,
inclinado para frente, com a cabeça e o peito para frente e para a esquerda.
Herpes ou erupções como bolhas nas palmas; bolhas azuis nos dedos.
O peito mesmo bem coberto fica frio ao ar livre.
Como se panos frios e molhados fossem aplicados a diferentes partes do
tórax; como uma facada do lado do tórax para as costas.
Formigamento e sensação de rastejamento no couro cabeludo, nariz e
dedos.
Pior no tempo úmido, por mudança de tempo, por mudança de temperatura.
Herpes-zoster; zona; vesículas cheias de soro que ardem, podem ter uma
aparência azulada escura, especialmente quando seguem o curso dos nervos
supra-orbitais ou intercostais, e seguidas de dores agudas e pontadas.
Dor como aquela do herpes, sem erupção.
Pênfigo, eczema.

* * * * *
O que têm os Mestres a dizer com relação às suas experiências pessoais
com Ranunculusl
NASH somente diz: “Erupções como bolhas nas palmas das mãos”.

* * * * *
GUERNSEY cita:
Dor mordente ou pungente; dor como se as partes fossem estourar, como se
fossem pressionadas e apertadas.
Exantema pustuloso, de cor azul.
RANUNCULUS BULBOSUS 261

Desperta muito cedo de manhã.


Afecções de qualquer tipo dos ângulos externos dos olhos; hipocôn- drio,
particularmente na região do baço; região inferior do abdome; palmas das mãos.
Pior: ao entrar em um lugar frio; com bebidas alcoólicas; em bêbados; ao
estirar os membros; em mudanças de temperatura, do calor para o frio, ou vice-
versa.

* * * * *

CLARKE (Dictionary) diz: “Pequenas bolhas profundas, transparentes, azuis


escuras e um pouco elevadas, do tamanho de uma cabeça de alfinete comum,
aglomeradas em grupos de formato oval, do tamanho de uma moeda, com
queiroação insuportável e coceira, que segregam uma linfa de cor amarela escura
quando abertas, posteriormente ficam cobertas com uma caspa calosa herpética;
um quadro completo de herpes. As dores, assim como a aparência do herpes, são
encontradas na patogenesia
de Ranunc. bulb ------- dores lancinantes; pressivas e pressivas para fora; re-
puxantes e em pontadas; como se contundido; com sensibilidade externa”. Ele
diz que seus sintomas semelhantes aos da febre do feno têm levado a muitas
curas desta com Ranunc. bulb.
“A sensibilidade geral de Ranunc. bulb. ao ar, ar frio, mudança de tem-
peratura, é o grande keynote do remédio; um outro keynote é a sensibilidade ao
toque - sensibilidade dolorosa das partes afetadas.
“Ranunc. bulb. tem provado ser um dos mais efetivos agentes na remoção dos
efeitos maléficos das bebidas alcoólicas; soluço; ataques epi- leptiformes;
delirium tremens. Briguento, nervoso; e medo de fantasmas”.
Ele dá um caso de Burnett com relação à sensação de água fria de Ranunc.
bulb. Uma mulher, depois de uma queda ocorrida dois anos antes, tinha uma
sensação peculiar: sempre que saía ao ar livre sentia como se panos molhados
fossem aplicados em três partes diferentes da parede anterior do tórax - ambas as
fossas intraclaviculares e sob a mama esquerda. Ranunc. bulb. a curou
rapidamente...

* * * * *
FARRINGTON tem muito a dizer sobre Ranunc. bulb. e dá informações
valiosas que nós não encontramos em outro lugar, exceto nos experimentos.
Nós citaremos de forma resumida.
Ele diz: “Compare comAcon., Am., Cact., Bry., Rhus., Ars., Mez.”
“Ambas estas plantas” (bulbosus e sceleraUis) “possuem um suco ou seiva que
é excessivamente irritante para a pele. Aplicado localmente produz eritema,
seguido de uma erupção a princípio vesicular, com queima-
ção, dor aguda e prurido. Se devido à intensidade da ação da droga, os sintomas
continuarem, seguem-se ulceração e mesmo gangrena, gangrena com febre e
delírio.
“Pense em Ranunc. bulb. em sua ação sobre as membranas serosas,
especialmente pleura e peritôneo, com dores êm pontadas no peito e efu- são de
soro dentro de uma ou outra cavidade, correspondente à inflamação de uma ou
outra membrana. Acompanhando esta efusão nós encontramos grande ansiedade,
dispnéia e angústia, causadas parcialmente pelo acúmulo de fluido e parcialmente
pela ansiedade em conseqüência das próprias dores. Agora, estes sintomas não são
normalmente conhecidos entre os médicos; mesmo assim você verá que
Ranunculus será tão útil quanto Apis^Bryonia ou Sulphur, ou ainda melhor do que
estes, se o caráter das dores descrito estiver presente..
“Músculos”. Nós vemos Ranunculus agir aqui como um agente curativo.
Particularmente nos músculos do tronco. “O reumatismo intercostal cede muito
mais rapidamente a esta droga do que a qualquer outra. Existe normalmente muita
sensibilidade ao toque, sente os músculos contundidos, como se eles tivessem sido
espancados. Eu vejo qu&Aconitum,Ar- nica ou Bryonia são freqüentemente dados
onde Ranunculus seria o indicado”.
Ranunculus é útil para pessoas que estão sujeitas a pontadas no peito a cada
mudança do tempo.
Pode ser usado para pontos no peito que continuam doloridos depois de uma
pneumonia. Uma sensação de ulceração subcutânea ( Puls.).
Para dores por aderências depois de pleurisia. Para diafragmite com dores
agudas e tironeantes que vão dos hipocôndrios e epigástrio para as costas ( Cactus).
Novamente para efeitos nocivos de bebida... Depois, a atuação sobre a pele.
(Nós falamos bastante com relação a herpes-zoster.) Mas atua também no pênfigo,
com grandes bolhas que estouram e deixam as superfícies em carne vivà. Em
eczema, com espessamento da pele e formação de crostas duras e calosas. (Ant.
crud.) Febre do feno. (Nós já citamos).
Farrington nos alerta que Sulphur não segue bem Ranuculus.
Ele diz que Ranunculus sceleratus desenvolve mais marcantemente grandes
bolhas isoladas. Quando elas estouram, forma-se uma úlcera, com descarga muito
acre, deixando sensíveis as partes em volta.
Ele diz que, mesmo em difteria ou tifóide, este é indicado pela presença de
placas nuas na língua, o restante desta possuindo um revestimento. Nat. mur.,
A r s R h u s e Tarax têm estas placas (“língua geográfica”), mas nenhum desses
remédios têm a mesma intensidade de queimação e sensação de carne viva qu&
Ranunc. sceleratus tem.
Pode ser indicado em catarros comuns com espirro, coriza fluente, dores nas
juntas e queimação ao urinar.
. iv/ii « V^UjUUJ UJ xoo

♦***%
H. C. ALLEN (Keynotes) comcça com: “um dos nossos mais efetivos remédios
para os efeitos nocivos de bebidas alcoólicas; soluço espasmó- dico, delirium
tremens..
Depois das pontadas, etc., ele cita:
Pleurisia ou pneumonia por exposição repentina ao frio, quando o corpo está
muito aquecido ÇAconAm.).
Calos sensíveis ao toque; dor aguda, queimação (Salicyl. a.)
E daí por diante, como já relatado.

****%
Lembro-me de um caso ocorrido há muito tempo atrás, antes da existência do
Raio-X, que teria inevitavelmente revelado o estado, onde havia um extremo
sofrimento por causa de dores no peito. O caso foi cuidadosamente observado a
partir do ponto de vista sintomático e, depois de umas poucas doses de Ranunc.
bulb. a dor desapareceu. O homem, um paciente interno, tinha ficado magoado
porque um dos cirurgiões que o examinou sugeriu ser um fingimento de
enfermidade. Os sintomas dele tinham sugerido a prescrição do “semelhante”, com
sucesso, c ele saiu do hospital feliz e (aparentemente) bem. Alguns anos mais tarde
ele foi internado novamente por uma doença aguda - uma verdadeira pneumonia
séptica e acabou morrendo. Uma necrópsia foi feita e revelou o surpreendente: -
um grande aneurisma que causou o desgaste de vários discos interverte- brais. Isto
explicou completamente a velha dor, mas não a sua interrupção. Ranunc. tinha feito
por aquele homem o que nada mais poderia ter feito: tornou a vida suportável,
mesmo onde ele não poderia curar.
Para a Homeopatia, “incurável” não significa que nenhum alívio do sofrimento
pode ser dado. Longe disso.

♦ %***
BURNETT costumava substituí-lo por Ranunc. sceleratus (o ranún culo amarelo
bravio). Sua indicação era a excessiva sensibilidade da parte externa do peito. Isto,
CLARKE diz, tem levado à cura de muitas afecções do peito, incluindo o
aneurisma.
Mas, a característica melhor conhecida de Ranunc. sc. (que é uma dro ga bem
experimentada) é a língua geográfica ou despelada e, quando isto estiver associado
com dor aguda, queimação e sensação de esfoladura, Ranunc. sc. será o remédio.
(CLARKE).
-

r >
RHODODENDRON

V )

Rhododendron e Rhus tox. estão ligados na nossa memória como remédios


reumáticos de modalidades semelhantes. Ambos ficam piores com o frio, piores no
tempo úmido e são aliviados pelo movimento. Mas Rhododendron é muito mais
afetado pelas condições elétricas da atmosfera: todos os seus sofrimentos e dores
ficam piores antes de uma tempestade.

CLARKE fala dc Rhododendron. “Crescendo entre os nevoeiros e tempestades


das montanhas siberianas, seus experimentos mostram que produz sensibilidade à
tempestade c a mudanças do tempo, e isto dá o grandekeynote de seu uso em
medicina”.

GUERNSEY nos diz para pensar neste remédio para os sofrimentos que se
tornam piores em tempo ventoso. “O paciente pode estar na.cama ou em uma sala
confortável e aquecida, mas o sopro do vento agrava seus sintomas”.
Rhododendron é um remédio de dores reumáticas em geral, causadas pelo
tempo úmido e frio, e pior durante o tempo chuvoso.

HUGUES diz que ele tem uma grande reputação natural para gota e
reumatismo.
Este é um dos remédios de reumatismo errático (Lac. ean.). Os incha ços
agudos inflamatórios vão de uma junta para outra (como Rhus) e podem até
reaparecer na primeira junta afetada. Observe que ele compartilha esta migração
das condições inflamatórias com Rhus\ apesar de que cmRhus, “as dores não
permitem que os membros fiquem parados”.
Ele é também um remédio de reumatismo crônico, afetando as juntas menores
e seus ligamentos.
Entre as principais localidades afetadas, ele tem a sensação como se os pulsos
(Ruía) estivessem deslocados: dor como de entorse na junta do pulso, impedindo o
movimento; pior em repouso, no tempo tempestuoso.
Ele é também um remédio de nodosidades artríticas.
Ele afeta especialmente os tecidos fibrosos (Rhus, Ruía).
Ele cura pleurisia, onde a respiração e a fala interrompem-se por conta da
violência das pontadas pleuríticas, que se estendem para baixo; pior

264
RHODODENDRON 265

depois de sentar no cbão frio e ficar com frio. Também dores reumáticas, no lado
esquerdo, abaixo das pequenas costelas, depois de pegar um resfriado por ter
ficado molhado.
As dores na cabeça de Rhododendron são piores quando deitado na cama de
manhã, pior com vinho e no tempo frio e chuvoso. Ele é muito sensível ao álcool:
“embriagado por um pouco de vinho”. A cabeça dolorida fica melhor quando
agasalhada; por calor seco; por exercício.
Pode haver neuralgia ciliar antes de uma tempestade.
Diarréia ou disenteria no tempo frio e chuvoso, que reaparece antes de um
temporal.
Lembro-me de ter curado um pequeno garoto de hidrocele com Rhododendron.
Tem uma grande reputação para hidrocele, especialmente em crianças, mesmo
recém-nascidos. Ele é também um remédio de orquite; testículo endurecido; sente-
o como se estivesse esmagado.
Há suores profusos e debilitantes, especialmente ao andar ao ar livre, e a
transpiração tem o odor de condimento.

SINTOMAS EM NEGRITO

A aproximação de um temporal, ou de tempo ventoso e nublado, é sempre precedida


por dor, dorrepuxante (e cortante).
Os testículos, especialmente o epidídimo, são intensamente doloridos ao toque,
durante vários dias. Dor contusa nos testículos, alternada com repuxões. Ora pior num,
ora no outro.
Repuxões muito doloridos nos testículos, que estão um tanto inchados e duros, que se
estendem até o abdome e coxas, especialmente no lado direito.

CLARKE diz que Rhododendron perturba todas as partes da economia,


produzindo delírio, febre, dor de cabeça, neuralgias (dor de ouvido, dor de dente) e
inflamações; mas sua principal característica determinante é que os sintomas
siir^em ou pioram com a aproximação de uma tempestade, durante um temporal ou
no tempo úmido. Sensibilidade a mudanças elétricas.
Adequado a pessoas nervosas, que têm medo de tempestade e particularmente
de trovão...
Mas Rhododendron tem outras características, entre as quais a perda de
memória. Omite palavras enquanto escreve; repentino desaparecimento do
pensamento; esquece-se do que está falando... Vertigem quando deitado na cama,
melhor quando se movimenta, O grau intenso de “tinnitus aurium” dá a
Rhododendron um lugar na doença de Ménière. (Observamos que Salicylic acidum
tem sido curativo neste caso). Clarke fala que uma coréia na perna, braço e rosto
esquerdos, que piorava à
266 RHODODENDRON

aproximação de uma tempestade, foi curada por Rhod.


Ele fala de um rebanho de ovelhas envenenadas por comerem as folhas; um
certo número morreu imediatamente - “por paralisia dos músculos da deglutição”.
Ele dá casos interessantes dc cura - ncuralgias, onde outros remédios falharam;
piores no tempo ruim. Em um caso houve alívio instantâneo quando o sol surgiu.
Um sintoma curioso: uma pupila dilatada, a outra contraída.
Rhododendron é uma droga poderosa e um estudo fascinante, por causa de suas
características bastante marcantes. Mas lembre-se, as dores nas juntas de
Rhododendron migram de junta para junta, e até voltam para a mesma (Lac.can.).
Rhus, Rhododendron zRuta afetam especialmente os tecidos fibrosos, Bryonia
especialmente os tecidos serosos.
RHUS
(“Rhus radicans, também chamado de taxicodendrori”.
-HAHNEMANN)

V
J
Rhus é nativo da América do Norte e um dos mais valiosos medicamentos que nós
devemos à prática doméstica dos índios norte americanos: - Bap- tisia, Gelsemium,
Caulophylum, etc. Foi experimentado e incluído em sua Matéria Médica Pura por
Hahnemann, como “uma substância medicinal extraordinária e valiosa”. Ele
observa “um grande número de peculiaridades características em sua ação”, e diz:
“Para mencionar somente uma: nós observamos uma curiosa ação (que é
encontrada em muito poucos remédios, e nestes nunca no mesmo alto grau), viz. os
sintomas e sofrimentos mais severos são excitados quando o corpo ou o membro está em
repouso e mantido o máximo possível sem movimento”. E acrescenta, “o oposto, um
aumento dos sintomas pelo movimento, é muito mais raramente observado”.
Então ele contrasta a ação de Rhus com a de Bryonia. Aqui, “com sintomas
quase idênticos”, há “a surpreendente melhora ao evitar qualquer movimento” de
Bryonia, “exatamente o oposto de Rhus”.
Hahnemann os chama de “estes dois remédios irmãos e antagônicos” e fala de
seus inestiqiáveis valores na desastrosa praga durante a guerra de 1813, quando os
pacientes estavam “morrendo aos milhares enquanto que os médicos travavam vãs
disputas quanto àpresumida natureza interna da doença”.* Hahnemann a tratou
sintomaticamente com Rhus alternado com Bryonia, conforme os sintomas mudavam e
requeriam um ou outro remédio. E ele diz que dos 183 casos que tratou em Leipzig,
nenhum morreu, “o que criou uma grande sensação entre os russos então no poder
em Dresden, mas foi relegado ao esquecimento pelas autoridades médicas”. Ele
diz, “Se já houve triunfo para a única verdade, o tratamento homeopático, este foi
um”.
Farrington diz: “Você deve se lembrar de Rhus como um complementar à
Bryonia, um fato descoberto por Hahnemann em sua experiência com uma
epidemia de tifo durante a guerra... O sucesso que ele obteve foi reconhecido em
toda parte. Muitas vidas têm sido salvas desde então, pelo uso destes dois
remédios era alternância; i.e. uma alternância que

• Veja a ctnsideraçãode Hahnemann acerca desta epidemia, HOMEOPATHY, Vol. ÍV., p. 202.

267
268 RHUS

consiste em dar Bryonia quando os sintomas d eBryonia estão presentes, e Rhus tox.
quando o paciente manifesta os sintomas que pedem por este. Esta é uma
alternância legítima”.
Farrington nos diz que o filho de Boenninghausen* teve tifóide e foi assistido
por seu pai. Entre seus sintomas estáva a inquietude de Rhus, mas apesar disso
Rhus não trouxe alívio. Ao consultar a Matéria Médica, Boenninghausen descobriu
que Taraxacum tinha essa mesma inquietação dos membros com dor rasgante e,
além disso, um sintoma presente no caso de seu filho que era a língua geográfica.
Ele deu Taraxacum com alívio imediato.
Farrington descreve o uso de Rhus em FEBRES...
“Rhus, quando doenças agudas tomam a forma tifóide - disenteria - febre
escarlatina - difteria - pneumonia...
Ele diz: uRhus é indicado em DISENTERIA, quando há dores rasgan- tes que
descem para as coxas durante a evacuação. Eu uma vez curei com Rhus, um caso
de varíola que tinha evoluído para uma forma hemorrágica, as pústulas continham
pus sanguinolento; as indicações para o remédio eram: evacuações de sangue escuro,
com dores rasgantes que desciam para as coxas durante a evacuação”.
Ele descreve Rhus em TIFÓIDE . .. “temperamento suave,'.delírio suave,
apesar de que pode tentar pular para fora da cama para fugir. Inquietação: não
consegue ficar deitado quieto. Às vezes alucina, com medo de que será
envenenado. Não tomará os remédios, ou não comerá a comida, por medo de que
as pessoas queiram envenená-lo ( Hyos., Lach.). Língua marrom escura, seca,
rachada; as rachaduras podem se abrir e sangrar. Ponta da língua com um
triângulo vermelho. Pneumonia tifóide, escarro cor de ferrugem. Dor nas costas
quase que insuportável”.
Dunham diz: “Estas observações” (i.e. dos efeitos acima) “serão suficientes
para dar uma idéia da aplicação de Rhus em FEBRES. Elas não incluíram nenhum
nome exceto o de febre tifóide - mas eu, certamente, não preciso neste momento
lembrá-lo que, não importa quão diferentes possam ser os nomes aplicados às condições
mórbidas, se as condições forem semelhantes o remédio pode ser o mesmo.
Freqüentemente acontece que no curso das febres exantemáticas, sarampo e
escarlatina, aparece uma série de sintomas semelhantes àqueles já descritos e que
pedem por Rhus. É especialmente este o caso com a escarlatina, uma doença na
qual o valor do Rhus não é bem entendido pela profissão”.
Farrington diz: “EM FEBRE INTERMITENTE é muito importante observar
em que ponto o calafrio começa.
“Rhus começa em uma perna, normalmente na coxa, ou entre os om

* Amigo c grande discípulo de Hahnemann.


RHUS 269

bros, ou sobro uma escápula.


“Eupatorium, e às vczcs Nat. mur. começam na região lombar.
“Em Gels. sobe pela coluna”.
Com relação à extraordinária ação de Rhus na PELE - mesmo as exalações da
planta afetarão indivíduos sensíveis; Carroll Dunham diz:
“Rhus produz uma imitação marcante da erisipela vcsicular céo nosso mais
valioso remédio neste caso . . . Mas o seu grande papel é no tratamento da forma
pustular”.
E ele cita Trousseau, “nem um defensor nem amigo da Homeopatia’', que
“relata um experimento interessante dc Rhus” (que concorda com outras
experimentações deste)...
“ ’Dr. Savini aplicou duas gotas do suco de Rhusrad. na primeira falange dc seu
dedo indicador; deixadas somente por dois minutos e, mesmo assim, no fim de uma
hora, este produziu dois pontos pretos. Vinte e cinco dias depois, os seguintes
sintomas sc manifestaram repentinamente: grande calor na boca e garganta; rápido
inchaço da bochecha esquerda, lábio superior, e pálpebras. Na noite seguinte,
inchaço do antebraço, que ficou com o dobro do seu volume normal; a pele eslava
áspera, a coceira insuportável, o calor muito intenso, etc. ‘Esta ação singular de
Rhus\ diz Trousseau, “induziu os homeopatas a usá-lo em doenças de pele; mas já
antes deles, Dufresnoy, de Valenciennes, tinha publicado um panfleto exaltando as
virtudes desta planta contra doenças cutâneas, e subseqüentemente contra paralisia
. . . ’ e Trousseau diz que ele usava freqüentemente Rhus radicans para paralisia das
extremidades inferiores ‘conseqüente à concussão da medula espinhal ou uma lesão
deste órgão, que não destruía seu tecido. Neste ponto nós coletamos fatos
suficientes para colocar fora de dúvida a eficácia terapêutica de Rhus radicans’ ”,
PROBLEMAS DE PELE e PARALISIAS TRAUMÁTICAS sem destruição do
tecido nervoso! Nós ampliaremos e detalharemos alguns de seus outros usos.
Dunham afirma que “em febres, os sentidos estão embotados, mas não
deturpados”.
Dunham também explica os sintomas aparentemente contraditórios deRhus,
como foram sugeridos por Hahnemann.
"A grande e característica peculiaridade de Rhus é que, com poucas exceções,
os sintomas ocorrem e são agravados durante o repouso, e melhoram pelo
movimento...
“Rhus tem sintomas que lembram a paralisia, e também grupos de sintomas que
lembram reumatismo muscular e articular. Estes últimos surgem com severidade
durante o repouso e aumentam quanto mais o paciente se mantiver parado, até que
o compelem a se mover. Aqui o primeiro movimento é excessivamente doloroso
mas, ao continuar o movimento, a rigidez é aliviada e as dores diminuem, e ele se
sente bem melhor. Mas,
í!\} KíiUò

depois de um período de movimento contínuo por encontrar alívio dessa maneira,


os sintomas paralíticos interpõem seu protesto de exaustão, e o paciente é
obrigado, pela lassitude e falta de força, a suspender seus movimentos e a voltar ao
repouso. Este repouso é a princípio gratificante e ali- viante, não aliviando as
dores, mas a sensação de prostração. Em pouco tempo as dores aparecem
novamente e o paciente é obrigado a se mover novamente como antes... Isto
explica as aparentes contradições nos sintomas d&Rhus”.
Kent fala sobre Rhus, “Ele nunca fica perfeitamente confortável e nunca encontra
sossego”.
Com relação à característica piora no início do movimento e depois melhora de
Rhus, Guernsey diz: “Nós somos levados a pensar neste remédio onde nós
encontrarmos um desejo irresistível de se mover, ou mudar de posição a cada
momento, seguido de grande alívio por um curto período, quando eles devem
novamente se mover, e novamente experimentam o mesmo alívio por pouco
tempo. Depois de repousar, ao primeiro movimento sente-se uma rigidez dolorosa que
desaparece pelo movimento contínuo”.
Ele diz “uma mãe lactante pode tor mamilos sensíveis e, quando a criança
começa a mamar, o mamilo dói excessivamente, mas com o prosseguir da
amamentação isto se torna muito mais tranqüilo”.
E Kent diz o seguinte: “Rouquidão logo ao começar a cantar, o que desaparece
ao cantar umas poucas notas, ou desaparece depois de falar um pouco”.
DILATAÇÃO DO CORAÇÁO com angústia; por esforço excessivo (Am.).
Hipertrofia não complicada do coração, i.e. não associada com lesões valvulares...
pelos efeitos de esforço excessivo, em atletas e homens que manejam ferramentas
pesadas. (Am.) Palpitação do coração depois de esforço excessivo, geralmente
acompanhada de dormência do braço e ombro esquerdos.
Farrington nos diz que Rhus é o grande remédio de esforço excessivo.
“Esforço excessivo. Um músico que toca instrumentos de sopro apresenta
hemorragia pulmonar: Rhus será o seu remédio. Se por um esforço violento um
paciente for acometido por uma paralisia, seu problema pode ceder com Rhus tox.”
(Am., - mas Am. não tem asensação de cansaço de Rhus. Escalada de uma colina, Ars.
Rhus é quase que o remédio específico para ESFORÇOS e ENTORSES).
Mas sobre Lumbago ele fala, “Aqui Rhus é o remédio se o paciente melhora
com o movimento ou não. Rhus tem 'grandes dores ao tentar se levantar; pescoço
enrijecido por exposição a uma corrente de ar; dores in- terescapulares, melhores
com o calor e piores com o frio’ ”.
E ele diz: uRhus é especialmente indicado no que tem sido denominado de gota
reumática. Especialmente indicado em inchaço reumático
RHUS 271

duro da junta do dedão do pé, freqüentemente tomado erroneamente por joanete”.


,.
Rhus tem “Cólica, melhor ao se dobrar e se movimentar. (Coloc. melhor ao se
dobrar, mas não ao se movimentar)”.
“Em celulite orbital, RJius é quase um específico”.
Reumatismo das juntas maxilares, como se a maxila fosse se quebrar.
Deslocamento fácil da maxila.
“RHUS é muito excêntrico. Por exemplo, faminto sem apetite; sensação de
fome, ou sensação de estômago vazio sem desejo por comida. Secura da boca e
garganta com muita sede; sede insaciável por bebidas geladas, especialmente à
noite, com muita secura da boca. Ainda que muitas vezes as bebidas geladas
causem calafrios e tosse”. KENT.
A inexorável periodicidade do envenenamento por Rhus, em sensíveis, é
exemplificada por um caso onde os sintomas retornaram no mesmo dia-até na
mesma hora, durante dezesseis anos, até que Tuberculinum acabou com o problema
(Clarke); e um outro caso (Hering) onde a ardência e coceira da pele, que durava
vinte e quatro horas, ocorria empre no 13° dia de Maio de cada ano.
Em um número anterior da HOMEOPATHY nós citamos uma carta ao Dr.
Kent, aludindo à sua declaração que “quando uma pessoa era envenenada por Rhus,
era por que ela estava precisando daquele veneno e, se tivesse sido dado em
potência alta, ela não teria sido envenenada pelo contato com a planta”; e dizendo
que, em viagens nas partes do norte e oeste de New York, o escritor chamado Dr.
Peters “aprendeu com os fazendeiros que tão logo ás folhas aparecem, eles colhem
duas ou três e as mastigam, após o que eles podem manusear a planta com as mãos
nuas sem perigo”. Pessoalmente, não nos importaríamos em nos arriscar assim!
Farrington fala de Rhus como sendo útil em diversas formas de PARALISIA,
especialmente em pacientes reumáticos por esforço excessivo, ou por exposição à
umidade (como por se deitar no chão úmido -Dulc.). Ele acha que esta se origina
numa inflamação reumática das meninges da medula. As três drogas que ele
compara para paralisia por frio são Rhus., Sulph. e Caust. Rhus afeta especialmente
os tecidos fibrosos, tendões, fáscias, bainhas dos nervos, ligamentos e tecidos
externos às juntas, mais do que as próprias juntas (Bry.). Possui uma grande
reputação no tratamento de lumbago e ciática, onde não for por causa mecânica; e,
como Hahnemann insiste, Deslocamentos. Parece que foi o alívio imediato de um
deslocamento de tornozelo bastante problemático que fez um dos nossos médicos
investigar a Homeopatia.
272 RHUS

SINTOMAS EM NEGRITO

(Allen, Hering e Hahnemann)

Pior dentro de casa, aliviado ao andar ao ar livre (Puls.).


Triste, começa a chorar sem saber por quê.
Disposição muito inquieta.
Grande apreensão à noite; não consegue permanecer na cama.
Ao se levantar sentiu tal vertigem, que parecia que iria cair para frente e para
trás.

Inflamação dos OLHOS


Muito sensível em volta do olho direito.
Os olhos estão fechados, muito inchados e inflamados.
Grande inchaço das pálpebras.
Olho esquerdo fechado por conseqüência do inchaço das pálpebras. Inflamação
das pálpebras.
Olhos vermelhos e aglutinados com pus de manhã.
Olhos aglutinados com mucopurulento de manhã.
Peso e rigidez das pálpebras, como uma paralisia; dificuldade de mover as
pálpebras.

Muco nasal flui em profusão do nariz, como na mais severa coriza, de manhã,
depois de se levantar da cama (Nux). Espirro freqüente, violento e espasmódico.

Grande inchaço do ROSTO.


Bocejo tão violento e espasmódico; causa dor na junta maxilar ,que corre o risco
de ser deslocada.

Sensação de irritação com vermelhidão na ponta da LÍNGUA- Língua


seca. Salivação.

GARGANTA muito inchada externamente, glândulas maxilares e pa- rótidas


muito crescidas.
Glândulas parótidas e submaxilares duras e inchadas.

Muita sede.
Sede e secura da garganta.

Doenças agudas que tomam uma forma TIFÓIDE - disenteria. Perito- nite,
Pneumonia, Escarlatina, Difteria.
Febre tifóide: temperamento suave; delírio suave; às vezes pode tentar
RHUS 273

pular para fora da cama ou tentar fugir. . . Inquietação mental e física.


Constantemente se agita na cama, primeiro se deita de um lado, depois do outro, num
momento se senta, no outro se deita. No começo da doença quer se deitar totalmente
quieto por causa da grande fraqueza - prostração - indiferente. Alucinações: tem medo
de que será envenenado; recusa o medicamento e a comida.
TOSSE curta, por coceira e irritação intensas atrás da parte superior do estemo,
seguida da sensação de desânimo e apreensão.
Tosse pneumônica, escarro cor de ferrugem.

Rigidez na região lombar, dolorida ao se movimentar.


Sente a região lombar como contundida.
Enquanto está sentado a região lombar dói, como depois de estar muito tempo
inclinado para frente e com as costas dobradas.
Dorna região lombar como se contundida, sempre que ele se deita tranqüilamente
sobre ela ou se senta quieto; ao se movimentar ele não sente nada.
Peso e pressão na região lombar, como se tivesse recebido um golpe enquanto
estava sentado.

Os MEMBROS tremem depois de esforçá-los.


Sente todos os membros rígidos e paralisados, durante e depois de andar; com
uma sensação como se tivesse cem quilos sobre a nuca.
Sensação de rigidez ao começar a mover o membro depois de estar em repouso.
Adonnecimento dos membros sobre os quais ele se deita, especialmente o braço.
Uma sensação como de tremor nos braços e nas extremidades inferiores, mesmo
enquanto está em repouso.
Repuxões em todos os membros, enquanto deitado.
Tremedeira dos braços depois de esforço moderado destes.
Violenta dor rasgante no braço, mais violenta enquanto deitado quieto.
Sensação de repuxões e de pontadas no braço esquerdo que se estende de cima
para baixo até as pontas dos dedos.
Domo braço esquerdo como se os músculos ou tendões fossem indevidamente
esforçados, quando o move muito para cima e para trás, às 14:00 e 15 h.
Dor rasgante e espasmódica no cotovelo e punho, durante o repouso, melhor
durante o movimento.
Perda de força e rigidez nos antebraços e dedos ao movê-los.
Uma sensação de falta de força no antebraço direito, ao movimento, e dor como se
deslocado no punho, ao agarrar alguma coisa.
Sensação na superfície superior do punho esquerdo ao dobrá-lo, como
À / *■# nnuò

se ele tivesse sido deslocado.


Ao cerrar as mãos, sensação como se alfinetes estivessem furando as pontas e a
superfície palmar da primeira falange dos dedos.
Grande fraqueza das pemas ao andar ao ar livre (à tarde), dificilmente capaz de
prosseginr, porque elas ficam muito pesadas e cansadas (Gels.); depois de ficar
sentado por uma hora, o cansaço desaparece.
Grande peso nas pemas enquanto está sentado, desaparece ao andar.
Dores nas pemas, incapaz de repousar em qualquer posição, exceto por um
momento.
Dor pressiva em ambas as juntas do quadril a cada passo, e sensação de paralisia
nos músculos anteriores das coxas.
Tensão, na junta do quadril esquerdo, enquanto está sentado.
Quando deitado de lado a junta dos quadris dói e, quando deitado de costas, a
região lombar dói.
Rigidez, especialmente nos joelhos e nos pés.
Tensão na junta do joelho esquerdo, ao se levantar da posição sentada.
Tensão no joelho, como se ele fosse muito curto.
Inquietação no pé (por puxões e tensão nos tendões).
Dorrasgante no joelho e no tornozelo, piorem repouso.
Pemas pesadas e cansadas, como se ele tivesse andado uma longa distância.
Dor como um formigamento na tíbia à noite, quando as pemas estão cmzadas.
Constantemente obrigado a mover as pemas para trás e para frente, e, portanto,
incapaz de dormir.
Peso e tensão nos pés enquanto está sentado, mas somente cansaço ao andar.
Pés doloridos, como se deslocados ou torcidos ao se levantar de manhã.
Um repuxão, como paralisia, em todo o pé, enquanto está sentado.
Fraqueza incomum dos membros, principalmente durante o repouso.
Fraqueza muito grande, especialmente ao andar ao ar livre.
Cansaço, pior sentado, aliviado ao andar; rigidez intensa ao se levantar de uma
posição sentada.

INQUIETAÇÃO incomum à noite. Grande inquietação.


Não podia se sentar sossegada por causa da inquietação intema, mas era
obrigada a se virar para todos os lados na cadeira e mover todos os seus membros
(Pyrogenium).
Grande inquietação à noite.
Rigidez ao se levantar da posição sentada.
Sensibilidade em todos os músculos, desaparece durante o exercício.

PELE.* erisipelas, com numerosas vesículas que estouram, e secretam


KtiUS 275

durante oito dias um líquido viscoso.


Depois de 24 horas começaram o prurido e a queimação, durando de meia hora a
duas horas.
Depois de 36 horas, inchaço das partes, com violento prurido e queimação, que
aumentavàm ao tocar e com o movimento; sente as partes afetadas como se picadas
por agulhas quentes (Ars.). Vesículas brancas transparentes apareceram na pele que
estava muito vermelha e inflamada (Ran. bulb.).
Coberto da cabeça aos pés com uma enipção vesicular fina e vermelha, coçando e
ardendo terrivelmente, especialmente nas juntas; piorà noite fazendo-o coçar-se
constantemente, com pouco ou nenhum alívio, e que pareciam muito duras quando
pressionadas com o dedo;pele muito quente.
O rosto ficou vermelho, enormemente inchado e edematoso, então também as mãos
e a pele do corpo todo ficou coberta com um exantema como escarlatina, com coceira
mordente e insuportável; no quarto dia as costas das mãos e as pemas ficaram
cobertas com bolhas, que estouraram e lentamente descarnaram. Violenta erisipela
vesicular do rosto e mãos, acompanhada de um estado de febre alta.
Empções ardentes e pruriginosas.
Urticária por terficado molhado; durante o reumatismo; com calafrios e febre.
Pior ao ar frio.
Eczema: esfolado, escoriado; crostas grossas, exsudação e mau cheiro.
Dòres queimantes, pruriginosas e titilantes. Prurido e coceira incessantes. Quanto
mais se coça, maior a necessidade de coçar-se.

Age em TECIDOS fibrosos e musculares.


As partes afetadas são sensíveis ao toque.
Dor como se a carne fosse arrancada dos ossos; ou como ossos sendo raspados.
Dores como de deslocamento: tendência a deslocamento ao levantar cargas muito
pesadas, ou se esticar para alcançar algo.
Inflamação dos tendões e músculos por esforço excessivo, ou torsão súbita como
em unvdeslocamento.
Transtornos por ter ficado molhado, especialmente depois de ter estado aquecido.
Inchaços lisos, vennelhos e brilhantes, sendo que a pele inflamada está coberta
com pequenas vesículas brancas e dolorosas.
Glândulas inchadas, quentes, doloridas; endurecidas; que supuram.

PARALISIA/ depois de esforço inusual; parto; reumática, por ter ficado molhado
ou por se deitar no chão úmido; depois de malária ou tifóide.
Partes indolores, ou dolorosamente rígidas, e çlaudicantes, dor rasgante e
adormecimentpfonnigante.
276 RHUS

Estremecimentos dos membros e músculos.

Inquietação à noite, tem que mudar de posição freqüentemente.

Transtornos por ter ficado molhado, especialmente depois de ter estado aquecido.

FEBRE. Tosse durante o calafrio; seca, incômoda, exaustiva.


Febres baixas: língua seca e marrom, ou vermelha como se despelada; tártaro nos
dentes; intestinos soltos; grande fraqueza; falta de força dos membros inferiores,
dificilmente pode levantá-los. Grande inquietação depois da meia-noite; deve se
moverfreqüentemente para obter alívio.

* * * * *
Como vimos, Rhus tem esfera de ação muito definida. PELE, levando à vesicação
e erisipelas; glândulas de toda a parte do corpo, aumentadas e inflamadas,
incluindo as parótidas e as placas de Peyer (Dros.), o que sugere sua profunda
utilidade em tifóide. Ele “deprime a atividade nutricional; deprime o sensório e a
capacidade da mente para o pensamento contínuo; assim um paciente que tenciona
escrever o número 12 escreverá o algarismo 1, mas não pode se lembrar do
seguinte” (DUNHAM). A falta de força d&RJius, que se aproxima da paralisia, é
mais pronunciada nas extremidades inferiores (DUNHAM). E Dunham resume a
ação d&Rhus da seguinte forma: “Ele produz um tipo de afecção reumática dos
músculos e ligamentos, aliviada pelo movimento; uma paralisia agravada pelo
movimento; uma congestão da cabeça aparentemente passiva, aliviada pelo
repouso; uma debilidade dos órgãos da nutrição marcada pelo apetite deficiente e
alterado, e pela timpanite; uma infiltração serosa do tecido celular em várias
partes, como rosto, faringe, órgãos genitais, pés; uma erupção vesicular
generalizada; um estado acre das secreções em geral - lágrimas, muco nasal, urina,
fluxo menstruai, conteúdo das vesículas cutâneas; depressão geral do sensório”.
Mas Rhus é somente prescrito, na prática, baseado em suas modalidades
peculiares e isto em qualquer doença: sua inquietação; seu alívio temporário pelo
movimento; sua intolerância à umidade e ao frio; e a etio- logia da maioria das
condições que ele causa e cura - UM FRIO ÚMIDO, UM CALAFRIO PELA
UMIDADE, especialmente quando está aquecido (Dulc.).

* * * * *
Existem outras espécies de Rhus usadas na homeopatia. Rhus radicans
(Sumagre Venenoso), que Jahr usa bastante e que nos parece ser um remédio mais
potente em lumbago, ciática e até mesmo em dor de cabeça,
RHUS 277 K
(.
do que Rhus tox. (Veneno do Carvalho), mas que Hahnemann incluiu, como se vê
no nosso cabeçalho, em sua experimentações com Rhus tox. Existe também Rhus
aromatica (Sumagre Aromático), um arbusto não (
venenoso, que tem uma reputação, usado em tintura, para diabete. Rhus ç
venehala (Sumagre Venenoso), dito ser mais venenoso do que Rhus tox. e que tem que ser
manuseado com extremo cuidado, do qual se diz ser mais ^
ativamente curativo em doenças de pele. Ele parcce afetar mais os ossos (
do que Rhus tox., especialmente onde os ossos estão perto da superfície, “diretamente
cobertos pela pelç?\Rhus diversiloba, também, um remédio de eczema e erisipela, e Rhus
glabra - todos são encontrados no ( Dictionary de Clarke.
RUTA GRAVEOLENS

“Eis a arruda para você!”... Uma antiga erva de grande virtude: “A Erva da Graça”,
“A Erva do Arrependimento”; dizem ser uma valiosa defesa contra as bruxas e “um
antídoto para todos os medicamentos perigosos e venenos mortais”, assim
Culpepper nos diz; um “Mitridato”, i.e. um dos venenos com os quais o Rei de
Pontus se alimentava diariamente, com a intenção de “que eles não tivessem nenhum
poder, exceto o de ser um tipo de alimento1'. Diz-se que ele comia duas pequenas
folhas de arruda, entre outros venenos, para se tornar adaptado a eles, e imune a
envenenamentos. E a arruda é um veneno e, por isso, um medicamento.
Usada com propósitos de aborto, ela encerra a gravidez da forma mais
prolongada e sofrida, às vezes terminando em morte, assim como outros métodos
com a mesma intenção.
A arruda é uma amiga querida entre os medicamentos; ela foi primeiro
conhecida como uma planta que nossos jardineiros sempre mantinham em um canto
singular do jardim da cozinha, para fazer dela um ungüento para as tetas das v acas,
se estas ficassem feridas. Como ungüento, ela é útil também para frieiras; uma
pessoa costumava pedir mais do ungüento de arruda para as frieiras do jovem
sobrinho que, do contrário, ficavam tão ruins que obrigavam o menino a se manter
na cama. Descobrimos suas virtudes também para tratar do joelho de empregadas
domésticas, e geralmente em inflamações das membranas sinoviais. Mas neste caso
parece que ela faz igualmente bem, quando dada internamente na 200 a potência.
Ela foi experimentada.por Hahnemann e por alguns de seu grupo, tendo uma
esfera de ação bastante definida, como nós veremos: olhos - ânus - gânglios e
semelhantes - danos aoperiôsteo - deslocamentos, especialmente do pulso e tornozelo.
Esta é uma das grandes plantas vulne- rárias (comoAmica), ajudando em traumas
não somente de partes moles, mas também dos ossos e periôsteo e, como dito,
deslocamentos (como Rhus) - e pele, mesmo em erisipelas. Assim como RJius ela
causou, em algumas pessoas que a manipularam, severos problemas de pele. Algu-
mas pessoas! - não todas, pois a manipulamos, de tempos em tempos, durante anos,
e nunca tivemos problemas.
Com relação à arruda, ouça Hahnemann (Matéria Médica Pura). “Es-
RUTA GRAVEOLENS 279

ia planta poderosa, até agora quase que somente empregada acidentalmente pelo
povo como um remédio doméstico em casos indeterminados, adquire considerável
importância pelos seguintes sintomas (todos tão pobres!), observados através de
sua administração. O praticante da homeopatia pode ver, deste modo, quais
peculiares casos sérios de doença ele é capaz de curar por meio dela.
“Se Rosenstein não pode recomendar suficientemente as virtudes da arruda em
afecções do olho e diminuição da visão por leitura excessiva, no que Swedjaur e
Chomel concordam, ele deve ser muito cego para não ver que estas afecções
somente se devem ao poder homeopático da arruda para causar uma condição
semelhante em pessoas saudáveis”. Ele se refere aqui aos sintomas 44,45:
“Sente seus olhos como se tivesse forçado demais a vista por ler.
“Olhos fracos, dor como pressão no olho direito, com embaçamento dos
objetos em volta, como se estivesse olhando por muito tempo para um objeto e isto
tivesse cansado os olhos.
“Uma sensação de calor e queimação nos olhos e dor neles quando
lê”.
Ele continua: “Através deste medicamento de ação tão semelhante, a doença
não é, certamente, aumentada e agravada como nossos oponentes, que pensam que
são tão sábios em sua própria ignorância, concluiriam, com ridículas expressões de
alerta, e sem interrogar a experiência. Pelo contrário, a doença será curada (se não
for dependente de uma dis- crasia miasmática) para o grande desapontamento e
confusão dos sábios médicos que rejeitam a mais benéfica de todas as verdades”.
Hahnemann é encantador em suas felizes expressões. “Um remédio doméstico em
casos indeterminados”; os oponentes “que sem interrogar a experiência pensam que
são sábios em sua própria ignorância”. Mas, eu suponho que todos nós fazemos mais
ou menos isso; como a loucura, “é só uma questão de graus”. “Ridículas
expressões de alerta sem interrogar a experiência”.
Os sintomas grafados em negrito dão uma grande idéia quanto ao raio de ação
de uma droga, e os locais em particular que ela ataca. Ao dar uma olhada nestes,
você verá que não há dúvida quanto ao efeito dp Ruta no olho; mas é
principalmente nos músculos do olho, cansados e sem conseguir efetuar a
acomodação, que Ruta age. Ela não parece inflamar violentamente o olho, como
Arg. nit. por exemplo; mas Milton se expressa muito bem quando diz: uEuphrasia e
Arruda para clarear seu raio visual É lembrado um caso de uma mulher, do interior,
com alongamento da visão e visão imperfeita por isso, estava precisando de óculos,
mas uma dose de Ruta (tintura, até onde nos lembramos) melhorou tanto o cansaço
ocular, que a necessidade de óculos foi adiada.
Novamente, ao ler os sintomas abaixo grafados em negrito, você ficará
280 RUTA GRAVEOLENS

surpreso com as sensações de Ruta: “cansaço” - “como porum esforço” - “como por
um golpe” - “como por uma queda” - e repetidas vezes, “como se contundido”, - até
mesmo, “como se partido ao meio” (a coxa). Depois, perda de força, especialmente
nas coxas e extremidades inferiores.
Seus efeitos benéficos em punhos doloridos e deslocados são vistos
freqüentemente; ela parece ter uma ação específica nos punhos e tornozelos. Tem
sido permitido torturar os pulsos de uns poucos experimentadores, a fim de se
provar ser esta curativa em punhos deslocados. Em Homeopatia é de fato bom que
poucos sofram por muitos.
Com relação à arruda, GUERNSEY (“Keynotes”) diz: “Traumas do periósteo,
como quando alguém sofre uma queda ou um acidente que lese
o periósteo, tornando-o muito dolorido e causando uma sensação de contusão.
“Quando o reto se protrai após o parto; prolapsus ani, que pode ocorrer sempre
que se evacua.
“Dor como se contundido nas partes externas e nos ossos; dor nos ossos em
geral; ferimentos onde os ossos foram afetados...
“Afecções em geral do lado esquerdo da cabeça; da bexiga; do punho; região
lombar; ossos das extremidades inferiores.
“Pior ao se deitar do lado dolorido; olhando fixamente para um objeto, como
aqueles que olham de perto para fazer relógios, para costurar, etc.; ao comer
comida crua”.
Ruta piora com o frio; pior com tempo úmido; aliviada pelo movimento. (Igual
a Rhusl).
A náusea pode ser sentida em várias partes do corpo, na garganta, como
CYCL., PHOS. A., STANN; no estômago, como dezenas de drogas, incluindo, por
excelência, IPEC.; no abdome, junto com umas poucas drogas, incluindo Puls..
Clarke dá um curioso “sintoma clínico de Ruta: Uma sensação de náusea localizada
no reto”.
NASH diz: “Ruta é também um de nossos melhores remédios para prolapso do
reto”. (Jgn., Mur.a., Pod. tAloe.). E para cansaço ocular, ele diz: “Nat. mur. eSenega
devem ser lembrados”.
A propósito, com relação a Ruta para problemas nas “costas”, membranas
sinoviais e ciática. Depois de manipular uma sub-luxação da pélvis, parece ser
uma boa prática dar uma dose ou duas de Ruta. Até onde se tem observado, a dor,
às vezes sentida durante um dia ou dois depois de tais manipulações, pode ser
assim diminuída ou removida.
Em conclusão, KENT nos diz que os sintomas de Ruta são difíceis de se
classificar no Repertório; sua natureza deve ser obtida. Ela lembra RHUS, por ser
sensível ao frio, e ao frio úmido; por sofrer por esforços e por esforços excessivos;
para ele Ruta é RJtus, mas algo mais. Ruta tem, mais do que qualquer outra droga,
problemas periosteais por trauma; como quando persistem inchaços doloridos no
periósteo; reparação
RUTA GRAVEOLENS 281

lenta; contusões deixam endurações; massas endurecidas nos tendões, depois de


câimbras e apertos, como nas mãos; com contração gradual dos flexores, até que as
mãos ficam permanentemente fletidas. Os pés ficam também contraídos, e tão
fletidos que a sola fica côncava e os dedos puxados para baixo. (Comp. Caust.).
Em problemas do olho ele compara Ruta com Arg. nit. Mas Ruta piora com o
írio, Arg. nit. piora com o calor e quer um lugar frio.
Ele diz que ambos Ruta e Phos. têm sede violenta e insaciável de água gelada, e
esta nunca é o suficiente.
Neuralgias, etc. Ele diz que Ruta “tem todas as dores existentes nos livros,
descritas por todos os adjetivos que se aplicam à dor, mas que pioram quando
deitado, e pioram com o frio. As neuralgias são de todos os tipos e intensas”. As
mais severas formas de ciática, pior tão logo ele se deita à noite. Inquieto como
RJius\sensação de contusão como Amica...
Inquestionavelmente é uma de nossas maiores drogas vulnerárias.

SINTOMAS EM NEGRITO

CABEÇA. Dortironeante do osso frontal para o temporal; do osso temporal para o


occipício; no periôsteo; dor como se por uma queda.
Pontadas no osso frontal esquerdo, somente porler.
Dorpressiva rítmica na cabeça.

Sensação de calor e fogo nos OLHOS; dor enquanto lê, ao anoitecer, com luz
artificial.
Sente os olhos cansados, como depois de ler durante muito tempo.
Dor cansada nos olhos enquanto lê.
Dor dentro dos olhos e sobre eles, visão obscurecida, depois de usar os olhos e
esforçá-los em trabalho minucioso.
Visão muito fraca, como se os olhos tivessem sido excessivamente esforçados.
Astenopia: irritabilidade de todos os tecidos do olho, por ter trabalhado demais, ou
por usar os olhos em trabalho muito minucioso; calor e dor dentro dos olhos e sobre eles;
sente os olhos como bolas de fogo à noite; visão borrada: as letras parecem se amontoar;
lacrimejamento.
Uma queimação sob o olho esquerdo.
Coceira no canto interno e nas pálpebras inferiores, que ardem depois de serem
esfregá-los, quando então os olhos ficam cheios de água.
Espasmo na pálpebra inferior; o tarso é puxado de lá prá cá, e quando isto cessa,
ocorre lacrimejamento.

Sensação no OUVIDO como se um pedaço de madeira, de ponta cega,


( fosse empurrado para dentro dele: uma pressão que coça.
Dornas cartilagens do ouvido, como por um golpe ou queda. Dor
sob o processo mastóide como por um golpe ou queda.

( Tensão no ESTÔMAGO, melhor ao tomar leite.

^ Na REGIÃO HEPÁTICA sente uma dor, dor corrosiva.


Quando sentado, sente pontadas rasgantes no reto.
Dorrasgante no reto ena uretra, quando não urina.
Prolapso do reto. As fezes passam involuntariamente quando dobra o corpo para
frente. Prolapso sempre com e às vezes sem evacuação.
Protrusão do reto depois de parto. Apôs disenteria que ocorreu há seis meses.

i Uma dor mordente no lado esquerdo do peito.


^ No PEITO à direita uma sensação mordente, algo entre corrosivo e
ardente.
(
( Dor, como se espancado na ESPINHA.

^ Coceira no BRAÇO esquerdo; leva a coçar.


( Dor na junta do cotovelo esquerdo, como por um golpe, com fraqueza
no braço.
Os ossos do punho e do dorso da mão ficam doloridos, como se contun- (
didos, quando em repouso e ao movimentá-los.
( Dor nos ossos do quadril como se por um golpe ou uma queda.
Ele não pode dobrar o corpo, todas as juntas e os ossos do quadril estão doloridos
como se contundidos.
( Ao tocar as partes doloridas, especialmente os ossos do quadril e da
^ coxa, sente-as doloridas conto se contundidas.
Toda a face anterior das coxas fica como se contundida e dolorida ao tocar.
( Se ele estica as extremidades inferiores, mesmo um pouco, as coxas
ficam doloridas, como se quebradas ao meio.
^ Sente a parte posterior da coxa e acima do joelho, como contundidos.
( Depois de ficar sentado, ele não pode andar imediatamente, cai para
^ trás de novo.
Ao andar, cai de um lado para o outro; suas pemas não podem sustentá-
* lo; não há força ou estabilidade nas coxas.
( Dificuldade de subir e descer as escadas, as pemas se dobram sob ele.
^ Não ousa pisar fortemente: os ossos dos pés estão doloridos, com sen
sação de calor.
( Uma dor na parte anterior da junta do tornozelo esquerdo, latejante e
{

(
RUTA GRA VEOLENS 283

cortante, como se houvesse uma úlcera ali.


Queimação e dor corrosiva nos ossos dos pés quando em repouso.
Não sabe onde colocar as pemas por causa da inquietação e do peso: primeiro as
coloca em um lugar, depois em outro, e vira o corpo de um lado para o outro.
Movimento defeituoso depois de deslocamentos, especialmente dos punhos e
tornozelos.

Boceja, estica e estende as mãos.


Todas as partes do corpo sobre as quais ele se deita, mesmo na cama, ficam
doloridas como se contundidas.

Contusões e traumas mecânicos dos ossos e periôsteo; deslocamentos; periostite;


erisipelas.
Lesões e fraturas dos ossos; exostose escrofulosa.

Frialdade que desce da coluna.


Desperta freqüentemente à noite; sonhos vívidos e confusos.

Uma das sensações peculiares de Ruta é câimbra na língua. “Espasmo da língua


com dificuldade para falar”.
Uma outra é: náusea sentida no reto.
UMA das drogas grandemente usada e às vezes grandemente abusada pela Velha
Escola e, por isso, no nosso ponto de vista, digna de cuidadoso estudo. Porque, a
fim de saber de antemão e com certeza o que uma droga pode curar, é necessário
descobrir simplesmente o que ela pode causar de dano à mente e ao corpo. Então
nós nos empenharemos para considerar seus usos e abusos, a fim de concluir qual
a melhor forma dela ser empregada.
Ensinam-nos que “é principalmente usado pelos seus efeitos em reumatismo
articular, no qual ele é altamente eficaz, mas que não tem valor em artrite
gonorréica ou cm artrite deformante, e é de pouco uso na gota”.
“Em reumatismo agudo alivia imediatamente todos os sintomas locais da junta,
mas não atua sobre a endocardite e não é, em qualquer sentido, um remédio
específico”. Pode-se ver agora porque os homeopatas, com sua multidão de
remédios para reumatismo (ou para o paciente com reu- matismo), não estão muito
prontos a saudarem um remédio, mesmo sendo popular, que, ao aliviar
brilhantemente o estado local e a febre, deixa a real ameaça ao coração intocada.
Deve-se lembrar que em crianças, o reumatismo agudo é uma doença cardíaca e
que qualquer coisa que suprima as manifestações externas, com suas dores e
inconveniências, deve ser um remédio muito perigoso. O reumatismo agudo pode
ser facilmente eliminado, enquanto que um coração lesado pode ser um terrível
empecilho na vida de uma pessoa.
A propósito, apesar de falarem de sua inutilidade em artrite gonorréica, artrite
deformante e gota, no entanto, quando dado sob indicações homeopáticas, em
preparos homeopáticos, o ácido salicílico, como qualquer outra droga, tem
provado seus poderes curativos.
São as seguintes as suas propriedades subversivas, a partir das quais nós
podemos vislumbrar suas virtudes homeopáticas. Apesar de ser um “analgésico,
antipirético e um antisséptico fraco”, ele tem sido usado com sucesso,
homeopaticamente, em febre puerperal.
“Ele irrita as membranas mucosas e pode causar vômito quando dado em
grandes doses com o estômago vazio. Nos compêndios da velha escola, dizem que
‘grandes doses terapêuticas’ produzem zumbidos nos ouvi-

284 ?
I
?
SA LI Cl LA TOS: SALICYLICUM ACIDUM 285

dos, náusea, às vezes vômito e um aumento na quantidade de urina; elas tambcm


podem causar albuminúria e irritação renal, que geralmente desaparece depois da
droga ser excretada ... Em doses muito grandes ele pode produzir depressão do
sistema nervoso central, raramente convulsões ... é útil em algumas formas de
doença ocular. A dose, 15 grãos, pc. de ser repetida a cada hora até que ocorra
salicilismo, e depois repetida três vezes ao dia. Depois da morte por
envenenamento por Salicylicum acidum, tem sido encontradas equimoses e ulceração
da membrana mu- cosa do estômago”.
Nossa principal experiência com SaUcylicum acidum tem sido cm uns poucos
casos de doença de Ménicre, onde sua ação, nas pequenas doses usuais da
Homeopatia, tem sido ativa e satisfatória. E é interessante ver que em alguns
compêndios da velha escola esta droga é recomendada para aquela doença, o que é
possível por causa de seu poder de produzir os sintomas!

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO, EM ITÁLICO E


SUGESTIVOS

ULCERAÇÃO DAS MEMBRANAS MUCOSAS.


REUMATISMO ARTICULAR AGUDO.
Delírio; estúpido, dificilmente pode reunir seus pensamentos; riu sem motivo; falou
incessante e incoerentemente; freqüentemente olhou ao redor de si com aparentes
alucinações.

Vertigem, tendência a cair para o lado esquerdo; enquanto que os objetos ao redor
parecem cairpara o lado direito.
/ X

DOENÇA DE MENIERE,* vertigem vem e vai sem causa; freqüentes dores de


cabeça, nem sempre presentes; bamlhos no ouvido; audição defec- tiva ou peróssea; sem
sintomas gástricos, ou muito leves em relação ao resto do quadro; tontura indefinida na
posição horizontal, aumenta consideravelmente ao levantar a cabeça, ou ao se sentar.
Surdez, com barulhos nos ouvidos.
Vertigem por alteração do nervo auditivo; náusea incômoda acompanha os sintomas
da cabeça.

Catarro incipiente; espirra o dia todo.

Boca egarganta secas; queimação e secura da boca e fauces.


Estomatite; boca seca e quente; língua coberta dc vesículas ardentes.
Aftas na boca; com dorqueimante e hálito fétido.
Aftas na boca, estômago e intestinos.
0 / i L. l L . lL ^ i l U Ò : Ò S l Ll ^ r L l ^ U M A i ^ t U U M

Queimação na garganta.
Amídalas vermelhas, inchadas, com um pontilhado branco.
Dificuldade para engolir; esforços violentos para engolir. Pior do lado direito.
Garganta efaringe vermelhas, inchadas, ulceradas.

Equimoses e ulceração na membrana mucosa do estômago e intestinos


(encontradosPostMortem em envenenamentos).
Queimação na região epigástrica.
Dispepsia; eructações pútridas e muito gás no estômago.
Diarréia; cholera infantum, quando as eructações têm um odor peculiarmente pútrido
e ofensivo.

Urina muito malcheirosa; com muco, pus, sangue.


Urina: três horas depois de ser eliminada, esta apresenta uma coloração verde e
sedimenta um precipitado leve - ácido saliciúrico; se este for removido, ela logo se toma
pútrida; senão, ela se mantém fresca durante mais de uma semana.

Reumatismo: calor, vermelhidão, sensibilidade e inchaço nas juntas, pior nos joelhos,
com dores penetrantes agudas. Pior com movimento. Pior em contato com qualquer coisa
fria.
Piorà noite. Melhor com calor seco; por aplicações quentes.

Suores dos pés copiosos e mal cheirosos.


Sensação como se o pé fosse transpirar.
As dores são queimantes; são também tironeantes e em pontadas.

Púrpura hemorrágica, com hemorragia de todas as membranas mu- cosas; com


surda dor incômoda e constante no estômago, e vômito ocasional de sangue e muco.
Tem uma ação bastante específica sobre as membranas serosas.

* ****
Dr. HUGHES, Pharmacodynamics : “Nós conhecemos os efeitos fisiológicos do
ácido e de suas combinações com soda, principalmente através de observações de
intoxicações . . . Ele lembra quinina em sua ação patogenética, assim como na ação
curativa... Seus efeitos mais marcantes ocorreram em um tipo de febre não
contagiosa, quero dizer de reumatismo agudo, que até agora havia sido classificada
separadamente das febres zimóticas. Ele tem recebido a mais ardente
recomendação de todas as partes como um remédio para esta moléstia. Ele parece
atuar melhor quando a temperatura é alta, e quando uma junta após outra está
sendo acometida com dor intensa. Sua administração neste momento
SA LI ClLA TOS: SALICYLICUM ACIDUM 287

raramente deixa de abaixar a febre e aliviar as dores num espaço de 36 a 48 horas...


Em face destes fatos, nós, discípulos de Hahnemann, temos que considerar o que
devemos fa/.er. Nossos resultados em reumatismo agudo, apesar de satisfatórios o
bastante, não foram certamente tão bons quanto aqueles obtidos por este remédio . .
Ele cita casos nos quais a Salicina, em experimentações e num caso dc reumatismo
agudo onde foi dada em grandes doses, provocou febre; e neste último, a
temperatura subiu constantemente até que ocorreu a morte, quando o termômetro
registrava 43°. Também, em experimentos cm animais, o Salicylicum icidum, tanto
livre como no estado de Salicilalo, abaixa a temperatura, mas dentro de certos
limites. Em uma dose um tanto mais alta, ele não somente não abaixa a
temperatura, mas às vezes a aumenta consideravelmente...
Ele ainda diz que existem três formas nas quais o reumatismo agudo tem sido e
pode ser tratado, e os medicamentos que tem reputação em tais casos,
conseqüentemente, caem dentro destas três classes. Você pode se empenhar para
neutralizar quimicamente a presumida malcries morbi ácida, através dc álcalis, sais
neutros ou suco de limão. Você pode procurar brecar a formação desta matéria
pccans. Ou você pode suprimir forçosamente a febre e amortecer a dor, enquanto
deixa intocado o processo mórbido específico presente... O grande defeito de tais
remédios é que, ào deixar a moléstia essencial intocada c somente calar as suas ex -
pressões, eles favorecem a tendência de recaída e então prolongam indevidamente
a doença.
Ele então discute os sintomas conhecidos como salicilismo: surdez, barulhos
nos ouvidos, vertigem; sendo estes os aspectos principais da doença de Ménière:
“vertigem por alteração do nervo auditivo” para os quais até mesmo as autoridades
da velha escola acham-no útil.

* * * * *
BOERICKE, cm sua Matéria Médica, diz: “Os sintomas apontam para seu uso
em reumatismo, dispepsia e doença de Ménière. Prostração depois de influenza;
também tinnilus aurium e surdez. Hematúria”.

* * * * *
A Cyclopedia of Drug Paihogenesy dá casos interessantes, especialmente onde
detalha casos de dosagem excessiva e envenenamentos. Sèus aspectos salientes
estão praticamente contidos no que já dissemos acima. Seus efeitos nas membranas
mucosas: suas dores, especialmente queimações, com inflamação que leva à
ulceração, mau cheiro e putrefação; seus efeitos específicos nos ouvidos e audição,
com todos os sintomas da doença de Ménière; sua tendência hemorrágica, bastante
pronunciada com relação ao nariz, gengiva e estômago, faz dele um importante
288 SALICILATOS: SALICYLICUM ACIDUM

remédio. Em um caso de uma jovem casada de 27 anos que foi medicada com
Ácido Salicílico para reumatismo agudo e primeiro desenvolveu a surdez usual,
zunido nos ouvidos e alucinações auditivas. Uns poucos dias depois, o nariz e as
gengivas começaram a sangrar, o sangramento das gengivas se tornou tão intenso
que ela ficou pálida e fraca, com um pulso pequeno e rápido. Grandes coágulos
surgiam na boca e as fezes ficaram enegrecidas, que se supôs por ter engolido
sangue. Foi interrompido o uso do Ácido Salicílico; apesar da idéia de que
pudesse ser uma afecção purpúrica ou escorbútica; depois da suspensão, a
hemorragia também cessou. Mas quando em uns poucos dias, por uma leve
recaída do reumatismo articular, o salicilato foi dado novamente, no dia seguinte
as gengivas começaram a sangrar de novo - o que encerrou o tratamento pelo
Ácido Salicílico. Foi averiguado que ela nunca tinha antes sofrido de sangramento
das gengivas, nem elas eram esponjosas ou com tendência a sangrar entre estes
dois ataques de hemorragia acima citados.
Em um outro caso, a um paciente que sofria de um ataque de febre reumática
aguda, foram dadas grandes doses de Ácido Salicílico; depois da quinta dose, as
dores desapareceram como por magia, mas no terceiro dia ele sentiu, a principio,
uma dor violenta na região epigástrica e de repente morreu. Um grande número de
mortes repentinas tem sidò rela- tado.
Além de epistaxe, outras hemorragias têm sido freqüentemente observadas,
devidas à administração de grandes doses de Ácido Salicílico para reumatismo
agudo; entre elas hematúria e até mesmo hemorragia da retina.
Sabe-se que o Ácido Salicílico é usado para preservar geléias de frutas da
deterioração. E deveria, em pequenas doses, visto que em doses “heróicas” ele
produz putrefação em todo lugar. Em susceptíveis deveria se estar alerta mesmo a
pequenos envenenamentos salicílicos. Já se começa a pensar que em nossos dias o
diabo tem métodos especiais de tortura e dano à civilização, no conhecimento do
bem e do mal que vem através de tais ciências como a química. Quanto mais
simples e naturais nossas comidas e vidas, mais seguro será quanto ao vigor e
bem-estar. Mas sempre se insinua a questão da individualidade e da idiossincrasia', e
muitos parecem tolerar sem prejuízo notável o que é a destruição e talvez a morte
de alguns. E é provável que a maioria também sofra conseqüências numa extensão
difícil de se apreciar.
Moral: quanto mais se aprende, mais se convence de que os métodos rápidos,
seguros e de sucesso da Homeopatia são sempre preferíveis, mesmo no tratamento
de tais condições dolorosas como o reumatismo agudo, onde um prescritor
mediano pode não obter resultados rápidos e completos, mas, pelo menos, não
coloca a vida do paciente em perigo.
SANG UINARIA CA NADENS IS
(<Sanguinária)

Quando se pensa em dores de cabeça recorrentes, logo vem à mente íris e


Sangiiinaria, afora os policrestos; e pode ser bom ensiná-las juntas, a fim dc
perceber suas grandes diferenças, assim como suas semelhanças, pois nfio existe
melhor forma de se aprender qualquer coisa do que ensiná-la. A pessoa que você
ensina pode absorver pouco ou muito, depende talvez um pouco da forma como a
coisa é apresentada e do quanto isso interessa a elá para conseguir sua atenção; mas
a pessoa que ensina é realmente obrigada a estudar e dominar o assunto, que
provavelmente fica mais profundamente gravado.
Sanguinaria, como íris, tem uma grande reputação em dores de cabeça;
masSangtiinaria é do tipo de “dor de cabeça solar”: começa com o nascer do sol,
fica mais intensa com o passar do dia, e diminui ao anoitecer. Isso não existe em
íris. Outras drogas que entram neste caso são GLON., Nat. ni., Phos., Spig, Stann.
Sanguinaria não tem a acridez ardente de íris e afeta mais os pulmões do que o
trato digestivo, como em íris. Sanguinaria é um grande medicamento para problemas
do peito; é útil mesmo em tuberculose. Hahnemann, em seu arranjo dos
experimentos (e todos os seus seguidores em seus arranjos de matéria médica e
Repertórios, seguiram seu útil guia), começa coro a boca, percorre todo o trato
digestivo, esôfago, estômago, intestinos, reto, ânus e fezes, acrescentando os
órgãos de secreções digestivas, fígado e pâncreas; íris interfere terrivelmente em
todos estes e, por isso, cura. Depois ele começa novamente na boca e percorre o
sistema respiratório: e aqui Sanguinaria interfere especialmente, tanto para o mal
como para o berti. Então, depois de tudo, pode-se classificar esses dois remédios,
perceber suas possibilidades e peculiaridades muito facilmente e, assim, formar
uma imagem.
Nós estamos tentando salientar as esferas de ação destes dois remédios de dor
de cabeça, mas eles são só dois entre muitos.

* * * * *
OS SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO de Sanguinaria (os mais
freqüentemente confirmados por sintomas causados e curados) são, é claro,
enfatizados por qualquer professor e qualquer compêndio que

289
290 SANGUINAR1A CANADENSIS

trate da “sanguinária - do - canadá”.

Aflaxo de sangue para a cabeça, com zunido nos ouvidos e sensação transitória de
calor, depois uma sensação como se fosse vomitar.
A DOR DE CABEÇA começa no occipício, estende-se para cima e se instala sobre
o olho direito.
Dor de cabeça periódica; começa de manhã, aumenta durante o dia, dura até o
anoitecer. Sente a cabeça como se esta fosse estourar, ou como se os olhos fossem
pressionados para fora. Dores latejantes e lancinantes através do cérebro, pior do lado
direito, especialmente na testa e no topo da cabeça; sentidas de calafrios, náusea, vômito
de comida ou bile; deve deitar-se e ficar quieto; aliviada pelo sono.
Dor de cabeça paroxísmica. Dor de cabeça, com náusea e frialdade, seguida de
acessos de calor, que se estendem da cabeça para o estômago.

Neuralgia no OLHO direito e acima dele.

Pólipo NASAL

BOCHECHAS vermelhas com queimação nas orelhas, com tosse.


Queimação na FARINGE<?/io ESÔFAGO.

VOMITO de uma água amarga; de fluidos azedos, acres; do que foi ingerido; de
vermes; precedido por ansiedade; com dor de cabeça e queimação no estômago; a dor de
cabeça melhora após vomitar; com prostração.

TOSSE SECA, com considerável coceira na garganta e uma sensação de


rastejamento, que se estende para baixo, sob o estemo. Tosse persistente, seca e curta,
com secura na garganta. Tosse seca e curta, causada por coceira na garganta, por várias
noites depois de se deitar. Tosse portitilação na garganta, com garganta muito seca.
Tosse severa que ocorre depois de coqueluche, quando o paciente se resfria, com a
mesma natureza espasmódica da coqueluche.
Irritação catarral no peito; suores noturnos; depois de um resfriado ocorrido vários
meses antes.

DOR REUMÁTICA no braço e ombro direitos; pior à noite; ao se virar na cama;


não pode levantar o braço.
Lassitude, torpor, langiddez, sem disposição para se movimentar ou para fazer
qualquer esforço mental. Pior no tempo úmido.
Fraqueza do braço direito.
SANGUINARIA CÀNADENS1S 291

SINTOMAS EM ITÁLICO OU CURIOSOS

Ondas de calor, que se estendem da cabeça para o estômago.


Sensação como de algo duro no estômago.
Cabeça como se puxada para frente; como se fosse explodir; como se os olhos
fossem pressionados para fora.
Têmporas e escalpo congestionados com pulsações irreprimíveis.
Como se num veículo que estivesse movendo e balançando-a; como se tudo em
volta dela se movesse rapidamente.
Língua como se queimada; como se em contato com alguma coisa quente.
Garganta tão seca, como se fosse rachar.
Como se houvesse alguma coisa viva no estômago (CrocThuja).
Como se água quente vertesse do peito para o abdome.
Tosse como se a cabeça estivesse coberta.
Sente a parte superior do peito como se muito cheia de sangue.
Dor severa: na cabeça; raiz do nariz; seios frontais; na mama direita, que se
estende para o ombro. No lado direito do peito.
As dores são queimantes; em pontadas; constritivas.
Dores reumáticas nas partes onde há pouca carne entre a pele e o osso.

* * * * *
GUERNSEY resume brevemente Sanguinaria: tocando, como de costume, nos
principais pontos úteis à prescrição.
Útil onde existe uma dor que sobe da nuca para o topo da cabeça, descendo
para a testa; este sintoma pode ocorrer sozinho, ou em conexão com algum outro
problema.
A dor de cabeça começa de manhã, piora durante o dia e continua até o
anoitecer. Aparece a cada sete dias (Sabad., Sii, Sulph.).
Ele diz que esta é freqüentemente útil para problemas de menopausa, ondas de
calor, etc. Reumatismo do ombro direito.

* * * * *
NASH enfatiza onde Sanguinaria lhe tem sido útil. A dor de cabeça que sobe da
nuca e se instala acima do olho direito (olho esquerdo, Spi- gelia), com náusea e
vômito; melhor ao descansar em um quarto escuro. “Ela provavelmente curará ou
aliviará bastante a dor de cabeça americana comum tão freqüentemente quanto
qualquer outro remédio. Eu uso a potência 200 a ”.
Ele imprime em itálico, “Tosse solta, com expectoração malcheirosa; o hálito e o
escarro têm mau cheiro para o próprio paciente”. Às vezes dor atrás do esterno. Este
tipo de tosse normalmente surge depois de bronquite severa ou pneumonia, e
parece que o paciente evolui rapidamente
292 SANGU1NARIA CANADENSIS

para uma tuberculose. Pode haver acessos de febre, com vermelhidão cir cunscrita
das bochechas, como febre héctica. Muitos casos desse tipo têm sido ajudados por
este remédio. Ele diz que o Dr. T. L. Brown usou a primeira trituração do alcalóide
com bom efeito; a 200 a tem feito curas tão boas quanto. Sangiiinaria em minhas
mãos tem sido útil em pneumonia tifóide com grande dispnéia e vermelhidão
circunscrita das bochechas. O pulmão direito parece estar sob sua influência, tanto
em problemas agudos como crônicos. Ele diz que na dor do ombro e braço
direitos, Sang. tem sido muito eficaz. Ele viu uma dose da primeira trituração curar
tais casos de longa duração, assim como uma C.M.
Age intensamente no pulmão direito e no peito.

ALLEN (Keynotes) enfatiza um sintoma curioso, que quando ocorre, é bom se


ter em mente este remédio. “Neuralgia facial, aliviada ao se ajoelhar e pressionar a
cabeça firmemente contra o chão; a dor se estende em todas as direções a partir da
maxila superior”. “Também a tosse tem a seguinte peculiaridade: tosse seca,
acorda-o à noite, não cessa enquanto ele não se sentar e eliminar flatos”.

* * * * *
KENT diz que a erva-impigcm é um antigo remédio doméstico. As esposas de
fazendeiros do leste não passam o inverno sem a erva-impigem em casa. No dias
frios de inverno, para “resfriado” na cabeça, garganta e peito, elas fazem um chá
desta planta, um remédio de rotina ... e experimentações mostram sua relação com
“resfriados” que vão para o peito.
Dores de cabeça, quando estas surgem a cada sete dias; começam ao despertar
de manhã, ou despertam o paciente. Começa no occipício, sobe e se instala acima
do olho direito e na têmpora. O paciente deve ir para um quarto escuro c tem que
se deitar. Depois o vômito de bile, muco e de comida ingerida no dia anterior;
então a dor se alivia e ele dorme. Pode haver calor nas palmas das mãos e sola dos
pés, que precisam ser postos para fora da cama; este é mais um aspecto marcante.
Ele diz que este não é um remédio de ação duradoura e somente de
profundidade mediana. É preciso dar mais tarde uma droga mais profunda, um
antipsórico, ou a dor de cabeça pode voltar mais intensa, pois Sanguinária não
penetra profundamente na natureza do caso. Ele diz que Hahnemann alerta contra
o uso doPhosphonis em tais casos de vitalidade deficiente; nestes casos Sanguinaria
é um excelente remédio superficial, um excelente paliativo.
Sanguinaria tem o “resfriado das rosas” em Junho, é sensível às flores e aos
odores; febre do feno... palmas das mãos e solas dos pés secas, enrugadas e
quentes ao toque; os dedos dos pés ardem; os calos ardem; colo
SANGUINARIA CANADENSIS 293

ca as mãos e os pés para fora da cama para obter alívio. (Neste caso, como Sulph,
Pitls., Chatn. e Medorrh.).
Junto com a dor de cabeça e muitos outros transtornos, Sanguinria sente uma
fraqueza, como uma fome, ainda que não por comida. Uma sensação de fome,
fraqueza, vazio. Psorinum é o principal remédio em dores de cabeça de fome, mas
Psor. quer comer e nunca é o suficiente. Sang. tem uma fome, mas não por comida;
aversão ao pensar em comida ou ao sentir o cheiro desta ... em Sang., ocorre uma
falsa fome durante a dor de cabeça.
r
SANICULA AQUA

\ _____________________________ y
Proveniente da água de uma fonte mineral de Ottawa, experimentada quanto aos
seus efeitos nocivos à saúde pelo Dr. J. G. Gundlach, que, com sua família, bebeu
esta água durante mais de um ano e estava ainda sofrendo seus efeitos cinco anos
depois. O sal obtido por evaporação, triturado e potencializado, foi experimentado
na forma de costume sob os auspícios do médico americano Sherbino.
Cíarke diz: “Em Sanicula nós temos um dos remédios melhor experimentados
da Matéria Médica; um policresto e antipsórico de amplo raio de ação”.
Pessoalmente tenho usado este remédio em potência muito alta, de tempos em
tempos, com grande satisfação no caso de crianças que não se desenvol vem. Ele é
muito parecido com Silicea quanto ao tipo de criança que beneficia, sendo muitos
de seus sintomas peculiares quase que idênticos, tais como o suor na cabeça à
noite, molhando o travesseiro; as “fezes tímidas”, muito grandes, que retrocedem
quando já quase evacuadas; e o suor malcheiroso dos pés. A aparência da criança
que este beneficia também sugere Silicea.

O “Keynotes” de ALLEN tem uma apresentação de Sanicula muito útil. Nós


extrairemos alguns de seus aspectos notáveis, reorganizando-os.
A criança parece velha, suja, gordurosa, amarronzada. Pele do pescoço
enrugada, pendendo em dobras.
Há um emagrecimento progressivo.
Mentalmente: obstinada, cabeça dura. Grita e chuta. Não quer ser tocada. (Ant.
cru d., Cham., etc.).
“Muda constantemente” é uma característica que acompanha Sanicula.
Zangada e irritável, depois rapidamente sorri. Muda de ocupação constantemente.
Os sintomas físicos também mudam constantemente. A diarréia muda no aspecto e
odor; como ovos mexidos; ou espumosa e verde - “como espuma de um charco de
rãs” (Mag. carb.)
A constipação é uma grande característica. Fezes grandes, duras, impossíveis
de se evacuar. Depois de grande esforço, as fezes parcialmente expelidas
retrocedem (Op., SilLAC. D., NAT. MUR., THUJA, etc.) e precisam ser
mecanicamente removidas.
SANICULA AQUA 295

Um sintoma de Sulphur, o odor das fezes persiste, apesar do banho. Odor forte
e malcheiroso dos ouvidos; da leucorréia; do suor dos pés.
Os sintomas uterinos lembram Sepia e Lilium tigr. Bearing-down como se o
conteúdo da pélvis fosse escapar. Pior ao andar; ao sacolejar. Deve sustentar as
partes, pressionando a vulva com as mãos.
O suor dos pés, como de Sílica, não é somente malcheiroso mas também causa
escoriação entre os dedos. (Graph., BAR. C., ZINC.,5//., etc.)
Sente os pés como se estivessem em água fria (comp. Sepia) ou queimando:
deve descobri-los ou colocá-los em ura lugar frio (como SULPH., CHAM.,
MEDORRH., PULS., etc.).
E, novamente comoSulph.,a criança chuta fora as cobertas.
Sanicula é um remédio de sintomas que parecem ter sido tirados de uma dúzia
de outros remédios melhor conhecidos, e aqui reunidos desconcertantemente.
Mas uma sensação é provavelmente peculiar a ela mesma: De explosão: no
períneo, intestinos, bexiga, vértex, peito.

* * * * *
CLARKE (Dictionary) dá alguns dos sintomas raros e peculiares de Sanicula e,
já que os experimentos completos da droga não são facilmente obtidos, não se
encontrando na Encyclopedia de ALLEN ou no Guiding Symptoms de HERING, nós
citaremos alguns deles; lembrando sempre que um sintoma raro pode ser, na
realidade, comum a várias drogas, somente que talvez ainda não foram trazidos à
tona nos experimentos destas. Ainda, as experiências estranhas de
experimentadores podem chamar atenção a um remédio, que não seria de outro
modo considerado, e que se pode encontrá-lo, na investigação, cobrindo o caso.
Aliás, quase mais do que qualquer outro remédio, esta droga apresenta, repetidas
vezes, estados exatamente opostos.

Desejo inquieto de ir de um lugar para o outro (Tub., etc.).


Grande medo da escuridão (Stram., Phos., CANN. IND., etc.).
Constante e irresistível desejo de olhar para trás de si (Brom., Lach., MED. etc.)
Sensação de que a cabeça estava aberta e o vento entrava nela.
Sensação de um pano frio em volta do cérebro.
Despertou com secura em todo o olho, e sensação de que o olho está grudado
na pálpebra.
Escoriação retroauricular, com secreção de uma substância branca, pegajosa e
grudenta. (Comp. Graph.).
Grandes crostas no lábio superior; arranca-as até que sangram. (Comp. Arum
triph.).
Ao acordar, apresenta uma faixa marrom escura no centro da língua,
296 SANICULA AQUA

que está saburrosa e seca como couro.


Os lados da língua virados para cima. A língua gruda no céu da boca.
Dentes sensíveis ao ar frio como se eles fossem muito finos.
Sente o céu da boca esfolado.
A criança quer mamar o tempo todo e, mesmo assim, perde peso. (Comp. Nat.
mur., Abrot.)
A criança tem desejo por carne; bacon gordo, que agravam. Tem desejo por
sal.
Perda de desejo por pão (Nat.mur.).
A criança fica frenética quando vê um copo d’água, bebe grandes quantidades
avidamente. Ou, sede freqüente de pequenas quantidades, sendo que a água é
vomitada logo que chega ao estômago.
Distensão do estômago ao começar a comer.
Sente-se terrivelmente estufada depois de uma refeição, deve afrouxar as
roupas (Lyc.).
Logo depois de mamar, todo o alimento volta com um jato e a criança cai num
sono sem sentido. (Comp.Aeth.).
Náusea repentina enquanto se alimenta, vomita toda a comida ingerida.
(Dormir depois de vomitar é uma característica á&Sanic.) (Aeth., Ip.).
Vomita grandes coágulos consistentes, como clara de ovo cozido (Aeth.).
Vomita depois de beber água fria.
A comida fica azeda e rançosa no estômago, com desejo ardente de água, que
alivia por pouco tempo, e depois agrava.
(Sanicula é rica em sintomas do estômago; em náusea e vômito; em vômito de
bebês). (Comp.Aethusa).
Sensação de uma massa no estômago (Bry).
Estômago sensível à pressão e à vibração; não pode dar risada sem segurar o
estômago e os intestinos; pior quando o estômago está vazio.
Enjôo matutino; enjôo de mar; náusea e enjôo por andar de carro ou
carruagens fechadas, com desejo de ar livre (Cocc., Se/?., etc.).
Roncos e gargarejos, “como um trovão distante”, ao longo do intestino grosso;
intestinos distendidos como se fossem estourar.
Crianças barrigudas.
N
Roncos intestinais aliviados ao comer (GRAPH., MOSCH., SUL., etc.).
Depois de esforço intenso de evacuar, as fezes, que tinham sido parcialmente
evacuadas, retrocedem. (5/7., THUJA).
Mesmo as fezes moles requerem grande esforço para sérem expelidas ( Alum.),
ou - Fezes finas e amarelas com pelo menos dez polegadas de comprimento
(Comp. Phos.), que não requerem muito esforço...
Grande evacuação de pequenas bolas secas e cinzas; devem ser remo
SANICULA AQUA 297

vidas com o dedo, a fim de que não rompam o esfíncter.


Grande dor no períneo enquanto evacua, como se fosse estourar.
Períneo dolorido e ardendo durante horas depois de evacuar. (Comp. Nit. ac.).
Sente as fezes como se denteadas.
Evacua tão freqüentemente quanto comida é ingerida; precisa sair correndo da
mesa depois de cada refeição. Deve cruzar as pernas para evitar que as fezes
escapem.
Fezes angulares como se talhadas por uma faca.
Sem controle sobre o esfíncter: se suja freqüentemente, estando em pé,
correndo e mesmo à noite.
Micção freqüente, profusa e repentina. Grande esforço para reter a urina, mas
se o desejo for refreado, ele cessa.
Necessidade urgente de urinar, como se a bexiga fosse estourar.
Sente como se um objeto duro como um lápis fosse forçado para cima e para
trás da bexiga para o rim.
A criança chora antes de urinar. A urina mancha a fralda de vermelho (Comp.
Lyc.).
Odor como de peixe em salmoura na genitália. A genitália da criança cheira a
peixe em salmoura, mesmo depois do banho.
Leucorréia ou secreção aquosa da vagina com forte odor de peixe em salmoura.
Durante a gravidez, inchaço e rigidez das mãos e dos pés; sensação de que o
colo do útero está se abrindo (Comp. Lach.), ou dilatando.
Ao engolir tem a sensação de algo duro natraquéia.
Sensação de estouro no topo da cabeça ao tossir.
Respiração asmática, chiado e estertores sob o esterno; pior ao comer.
Coceira sob o esterno.
Sensação súbita e terrível de peso no peito:por um momento parecia que iria
estourar.
Pescoço tão fraco e emagrecido que a criança não consegue sustentar a cabe ça
(Nat. mur.,Abrot.). Os músculos da nuca parecem muito curtos.
Pele do pescoço enrugada e pendendo em pregas.
Dor aguda à menor virada, precisa ficar duro e virar o corpo todo a fim de
olhar em volta.
Inclina a cabeça para a frente para acalmar a dor nos músculos da nuca.
Uma sensação de deslocamento na última vértebra lombar. Sensação na região
lombar inferior de que as vértebras deslizavam entre si.
Sensação como se as costas estivessem partidas em dois.
Região do cóccix dolorida (Sil., Hyper.).
Queimação na coluna (Phos., Zinc. etc.); frialdade na coluna, pior no frio.
SANICULA AQUA

Um aspecto: furúnculos que não amadurecem, em vários lugares.


Rachaduras profundas, ásperas e doloridas nas mãos (Petrol.), chegam a
sangrar.
Mãos tão frias quanto se estivesse segurando gelo; ou palmas das mãos
ardentes (Phos., etc.).
Ao unir as mãos, elas transpiram tanto que o suor escorre delas.
Os nós dos dedos racham e vazam.
Pés úmidos e frios; câimbra nos pés na cama, eles ficam muito frios.
Ou, queimação dos pés, especialmente as solas, quer colocá-los em um lugar
frio, na água, ou descobri-los (Comp. Sulph., Puls., Cham., Me- dorrh.).
Suor entre os dedos dos pés, que deixa-os escoriados, com um odor pútrido
(Baryta c., etc.).
A criança chuta fora as cobertas, mesmo no tempo mais frio (Sulph.).
Quer se deitar sobre uma superfície dura.
A criança parece velha, suja, gordurosa, amarronzada. Emagrecimento
progressivo.
Acorda seu companheiro para averiguar um ruído de passos no quarto dela;
levanta-se e olha em baixo da cama à procura. (Comp. Nat. mur.).
Ao acordar, a criança esfrega os olhos e o nariz com seu punho (Comp. Cina.).
Não suporta que ninguém se deite perto dele ou o toque.
Começa a transpirar tão logo é coberto. (Partes descobertas, Thuja).
Transpira no primeiro sono (Comp. Co/t.), especialmente no occipício e no
pescoço, molhando as roupas. Suor pegajoso e frio, sente o local que transpira
como se fosse uma pedra molhada (VeraLa.).
Tem fome enquanto transpira.
Febres com periodicidade.

Nós encontramos, em uma velha cópia do The Homeophatic Physi- ciany 1893,
alguns dos casos curados do Dr. Gundlach, mostrando o raio de ação do remédio.
O primeiro é um caso de poliúria com urina clara, sem cor, densidade 1.000, dia e
noite, mas pior de dia. O homem, um procurador, sentia-se cansado, exausto; a
região lombar fraca e dolorida. Gosto ruim, sem muito apetite; sedento de grandes
quantidades de líquido; “quer beber o tempo todo. Pés frios e úmidos, suor
malcheiroso”. Ele tinha ido a dois médicos - um alopata e “nosso amigo
bioquímico”, mas não tinha melhorado. Lembrando seu próprio caso e também as
subseqüentes experimentações, Dr. Gundlach deu a ele Sanicula, que o curou. Um
ano depois, o problema não tinha retornado.
Um segundo caso, “dor de cabeça e problemas mentais”, em um im- pressor de
40 anos de idade. Ele sofria de excesso de trabalho, com dor entorpecente na testa,
acima dos olhos; sentia os olhos como se fossem
SANICULA AQUA 299

puxados para trás e para dentro da cabeça. Tudo piorava em um quarto aquecido
ou fechado; melhor ao ar livre. A mente vagueava, ao tentar usá-la. Não consegue
persistir em nada no escritório durante qualquer período de tempo. Começa uma
coisa, desiste dela e começa uma outra. Era seu próprio patrão, com relação ao
trabalho que devia ser feito, mesmo assim, pela razão mais insignificante ele
desistia e ia embora. Sem apetite; língua apresentando um induto; boca seca. Neste
caso não havia sede. O homem estava muito angustiado. Estava certo que perderia
a razão se não fosse ajudado logo. Sanicula lOm o curou prontamente e, três meses
depois, ele estava ainda perfeitamente bem. Puls., dada a princípio, “não ajudou em
nada”.
Seu terceiro caso, uma mulher de 45 anos de idade, friorenta com ondas de
calor. Calafrios pior ao se movimentar ou virar na cama, melhor por calor externo.
Os calafrios ocorriam em horários irregulares. Vinham de baixo para cima. Durante
o calafrio queria ficar coberta; quando o calor vinha, queria se descobrir (rever
Camphora); sentia-se toda dolorida e machucada, na carne e nos ossos. Dores nos
membros. Não pode levantar a mão até atrás da cabeça ou sobre ela, devido a dores
no ombro. O calor alivia as dores no corpo, mas não as da cabeça, que melhora m
com o frio.
Não suporta o calor da estufa na cabeça. Gosto ruim, nada tem gosto bom' Quer
coisas azedas. Um pouco de sede com a febre. Urina escura e escassa. O problema
existia há algumas semanas e o médico não parecia atingi-lo, até que deu Sanicula
lOm, que a curou.
N.B. - As pessoas que experimentaram em si os efeitos de um remédio podem
sempre reconhecê-lo e aplicá-lo melhor. Na Alemanha, recentemente, estudantes
de Homeopatia tinham que experimentar remédios, como parte de seu treinamento.

* * * * *
NASH menciona Sanicula dez vezes em seu Leaders, comparando-a com outras
drogas de sintomas semelhantes. Ele mostra que ela “não tem duas evacuações
iguais”; comoPulsatilla; o bebê que chora, e depois disso aparece areia na fralda,
como Lycopodium ; as “fezes tímidas” de Silicea e Thuja; as imensas fezes, retidas
por muito tempo, dolorosas e que retrocedem quando parcialmente expelidas como
Silicea] o pescoço fino como Natrum mur. e Lycopodium ; o emagrecimento apesar
de se alimentar bem como lodum ; medo do movimento descendente como
Gelsemium e Borax.

* * * * *
Dr. OSCAR HANSON (Copenhagen), em seu compêndio The Matéria Medica
and Therapeutics of Rare Homeopathic Remedies, observa
300 SANICULA AQUA

especialmente com relação a Sanicula o suor profuso no occipício e na nuca


durante o sono; sua grande fotofobia e o lacrimejamento por ar frio, ou por frio
aplicado externamente; o muco espesso, pegajoso e viscoso da garganta, como
Kali bichrom.; as fezes, grandes e dolorosas a ponto de romper o esfíncter, com dor
em todo o períneo. E seus usos terapêuticos, para ele, relativos à “oftalmia
escrofulosa; Enjôo do mar (um bom remédio). Enurese noturna (muitos casos
curados). Constipação”.
Esta água mineral contém cloretos de sódio, cálcio, magitésio, etc., etc., e
também Sillcea.
s • \
SEPIA

(Siba)

V
)
Sobre Sepia Hahnemann diz: “Este suco marrom-escuro que, antes de mim,
somente tinha sido usado para desenhar, está contido no abdome do molusco do
mar, peixe-tinta {sepia octopoda) e é às vezes expelido pelo molusco para escurecer a
água em volta, tanto com propósito de conter uma vítima, como para se opor a um
ataque”.
(Para saber como Hahnemann descobriu este grande remédio, que ele
introduziu, depois de experimentos, na Matéria Médica, veja a p. 652).
É imperativo ter-se uma concepção exata de SEPIA, um dos nossos remédios
mais importantes em doenças crônicas; relacionado a Nat. mur. ePhos., ambos
entram na composição da tinta da siba e determinam alguns de seus sintomas.
Apesar disso, Sepia tem um estímulo todo próprio, que nenhum dos outros produz.
Dizem que o Dr. Gibson Miller, um grande prescritor, costumava falar que se
tivesse que ter uma só droga, ele escolheria Sepia. E Sepia trouxe algumas curas
maravilhosas, quando se deixa que a dose única aja durante vários meses - no bócio,
insanidade, artrite reumatóide, etc. Sepia é uma das drogas que não admite, de
forma geral, repetição em casos crônicos e quando dada em potência.

Agora, como enfocar Sepia? .. . E aqui, para esboçar vividamente a mentalidade


de Sepia, nós reproduziremos nosso retrato medicamentoso de Sepia a partir de um
artigo apresentado à Sociedade Homeopática Britânica há alguns anos atrás e ainda
encontrado, junto com algumas outras drogas, em um pequeno panfleto.
Sepia tem sido chamada de Remédio da Lavadeira, e não sem motivo.
O quadro dela: a mãe de uma grande família, pálida-amarelada e cansada, no
"dia de lavar a roupa".
Ela está transpirando profusamente, o suor escorre das axilas. Ela não pode
ficar fechada em um ambiente, por causa do calor e do abafamento que a fazem
sentir-se desfalecer; apesar disso, o vento frio que passa através de uma porta
aberta lhe é quase insuportável.
As costas dela dóem terrivelmente. Ela quer pressioná-las, apoiá-las em algo
(Nat. mur.). Ela sente que DEVE se sentar, ou cruzar as pernas, porque todo o
conteúdo abdominal parece estar sendo pressionado para

301
•J\9AÊ òUrLA

baixo e saindo de dentro dela. Ela simplesmente deve se sentar para mantê-lo
dentro (Lil. tig.).
O aborrecimento que as crianças lhe trazem são maiores do que ela pode
suportar. Seu bebê Cham. que ser pego e carregado no colo, e grita e ( chora. As brigas das
crianças mais velhas, empenhadas em arranhar os
olhos umas das outras, são mais do que ela pode suportar. E quando seu filho de
seis anos de idade começa a bater em uma panela com uma colher, ela não agüenta
mais. Ela pega a panela e atira longe, e dá uma palmada em seu pequeno filho; o
que não melhora a situação. Ele berra medonhamente, e ela não se importa.
Oh! como ela quer sair correndo e deixar isso tudo, e ter um pouco de paz!
A cabeça dela dói. A dor é do lado esquerdo hoje; da última vez era d o lado
direito, como ela vagamente se lembra.
Ela fica tão nervosa e exaltada, que se agarra na borda da tina de lavar roupa
para evitar de gritar. Se ela simplesmente pudesse fugir de todos e de tudo, e se
deitar sozinha no escuro, éfechar seus olhos!
Seu marido chega: ela não tem nenhum sorriso para corresponder ao dele.
Nada além de uma indiferença insípida, cansaço e sofrimento. Ele tem que deixá-la
sozinha. Ela tem seu trabalho a fazer.
Ptose - em todo lugar. Sente qualquer parte do corpo arrastada para baixo, por
“dentro” e por "fora". Veias e hemorróidas congestionadas e com sensação de
puxar para baixo. Até mesmo suas pálpebras são muito pesadas para mantê -las
abertas.
Se ela simplesmente pudesse se deitar e fechar os olhos! Ela sabe que ( mesmo
dez minutos de sono fariam dela uma nova mulher! - mas existe a
roupa de molho ou para passar, a cozinha, o terror de seus filhos inquietos, com
barulho e agitação. Dormir não é para ela.
Sua pequena filha Pulsatilla se aproxima. “Posso ajudar você ma- { mãe?"
mas ela a empurra. E a pequena se afasta, chorando, e a 'mamãe'
sente que é indiferente às lágrimas daquela.
O jantar está sendo preparado e o cheiro da comida a deixa com um ( enjôo
mortal. As crianças estão com fome e seu marido espera pelo jan-
( tar. Ela está indiferente. Deixa-os esperar. Elá está irritável, indiferente,
apática.
Ele a olha tristemente. Seu rosto inerte perdeu seu contorno, sua exuberância,
suas linhas amáveis. Faixas ou grandes manchas amarronzadas na testa e em forma
de sela sobre o nariz e os ossos da bochecha.
Ela era uma moça bela e radiante quando ele se casou com ela - agora
elaéSEPIA.
Dê a ela seu remédio e ele virá e o abençoará por ter-lhe devolvido a esposa
que ele escolheu e amou. (Isto tem realmente acontecido, um em [ dez volta para
agradecer!)
(
\
SEPIA 303

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO E SUGESTIVOS

(de HAHNEMANN, Encyclopedia de ALLEN, GuidingSymptoms de


HERING.)

Muito irritáveL
Muito indiferente a tudo e apática.
Aversão à sua ocupação e àfamília.
Grande indiferença à sua família - a aqueles a quem mais ama.
Humor indolente.
Inquietação na presença de estranhos.
Tendência ao suicídio por desespero relativo à sua existência miserável.
“Uma dose tira a minha ambição, eu simplesmente não quero fazer nada, nem
trabalhar nem me divertir; mesmo o pensar é um esforço.”
“Tão nervosa, que senti que a menos que me agarrasse a alguma coisa, eu
gritaria”.

Dor de cabeça, do lado direito da cabeça e do rosto, com uma sensação, como de
ondas de dor rolando e batendo contra o osso frontal.
Dores como por dardos, do olho esquerdo sobre um lado da cabeça, em direção ao
occipício.
Dor rasgante na têmpora esquerda indo para a parte superior do lado esquerdo da
cabeça.
Dor de cabeça com aversão a todos os tipos de comida, uma sensação muito aflitiva
de vazio e de fraqueza no estômago.
Dor de cabeça toda manhã com náusea, vertigem, epistaxe.
Dores de cabeça em mulheres de aspecto amarelado, ou placas em fonnade mariposa
na testa; o cheiro da comida lhe é repulsivo.
Dor de cabeça melhor depois das refeições.
Grande queda de cabelo.

Ardor no olho direito, ao anoitecer; as pálpebras se fecham contra sua vontade.


Sensação de grão de areia, especialmente no olho direito.
Afecções inflamatórias de caráter astênico; conjuntivas vermelhas, um pouco de
fotofobiae inchaço das pálpebras, pior de manhã.
Lacrimejamento de manhã e ao anoitecer.
Queda das pálpebras, pálpebras pesadas ou não as sente o suficiente para
erguê-las.
Chispas como de fogo diante dos olhos. Bruxuleio ao olhar para a luz. Pontos
negros. Ziguezagues como de fogo; ziguezague entremeado de cores {Nat. mur.,
Graph.).
304 SEPIA

Rosto pálido. Amarelidão do rosto e do branco dos olhos.


Manchas amarelas no rosto e uma mancha amarela em forma de sela sobre a parte
superior das bochechas e do nariz. Mancha amarela em for/na de sela sobre o nariz.
Grandes massas malcheirosas saem do nariz (ozena).
Uma fissura no meio do lábio inferior (Nat. mur., Dros., etc.).

Cotiza seca: narinas doloridas, inchadas, ulceradas e cobertas de crostas; com


eliminação de grandes massas verdes de muco.
Muito sensível ao barulho, música e odores.
O cheiro de comida a enjoa (Ars., Cocc., Colch., Dig., Ip., Thuja).

Náusea, somente de manhã, passa depois de comer alguma coisa.


Dor corrosiva e fraqueza no estômago, que cessam ao jantar.
Vazio no estômago, com náusea tão logo ela pensa na comida que gostaria de comer.
Uma sensação de fraqueza peculiar; um vazio como de fome.
Náusea: depois de comer; também de manhã em jejum; pelo cheiro da comida; ao
andar de carruagem; com ansiedade ao esforçar os olhos; com fraqueza.
Enjôo matutino da gravidez. Dor de dente, especialmente da gravidez.
Vômito: de comida e bile de manhã; esforços para vomitar tão freqüentes que
provocam sangramento; de muco, depois de ingerir a comida mais simples.
Queimação na boca do estômago. Pontadas na boca do estômago.
Fome canina ou ausência de apetite.
Desejo de vinagre, vinho e doces.
Aversão à comida, particularmente à carne e à gordura, ao pão durante a
gravidez; aversão ao leite, que também causa diarréia. Enjôo.
Pior por pão, leite, comida gordurosa ou ácidos.
“Sepia cria uma aversão a beber cerveja”.

Sensação de 'bearing-down' de todos os órgãos pélvicos.


Mães pançudas.
Muitas manchas marrons no abdome; cloasma.
Peso no abdome; distensão; roncos egargarejos.
Sensação de vazio no abdome.
Dore peso no abdome, ao se levantar de manhã.
Dor,, sensibilidade; sensação de peso, como de uma carga no abdome durante
movimento. _
Sensação de 'bearittgdown 'nos órgãos pélvicos, com lenta dor puxante no sacro.
Pressão no abdome como se o conteúdo deste fosse escoar pelos órgãos
genitais. Pressão no útero, como se tudo fosse escoar pela vulva. Sensação de plenitude e
de pressão para baixo.
Ondulação no abdome, como se houvesse alguma coisa viva lá (Croc Thuja).
Depois esta sensação sobe para a garganta.
Constipação; durante a gravidez; evacuação lenta e difícil, mesmo sendo as fezes
moles; esforço excessivo para evacuar...
Sensação de peso ou bola no ânus que não melhora com a evacuação.

Pressão na bexiga e micção freqüente com tensão e dor em 'bearing- down' na pélvis.
Descarga involuntária de urina à noite, especialmente durante o primeiro sono. A
cama fica molhada tão logo a criança vai dormir, ou urina duas horas depois de ter ido
para a cama.
Urina: limpa como água; espessa, viscosa e muito malcheirosa, depositando um
sedimentopastoso na manhã seguinte. O sedimento adere como cimento.
Urina tun>a, cor de barro, com sedimento avermelhado.

Útero congestionado uma leucorréia amarelada flui deste: início de pro- lapso. O
útero está um pouco deslocado.
Grande secura da vulva e vagina, causando uma sensação bastante desagradável ao
andar, após o término das menstmações.
Pressão no útero, como se tudo fosse sair pela vulva.
A mesma sensação no reto e que não melhora pela evacuação; sensação que deve
cnizaras pernas para evitar que tudo saia pela vagina. ( Vej a LU. tigr.).
Dor no útero, em 'bearing-down', que vem das costas para o abdome; cruza as pemas
para evitara protnisão das partes.
Prolapso do útero, da vagina, com constipação.
Pressão no útero, causando opressão da respiração; a pressão para baixo é como se
tudo fosse sair para fora, com dor no abdome. Ela deve cruzar as pemas a fim de evitar a
protnisão da vagina, ainda que nada pro- traia, mas há um aumento de leucorréia
gelatinosa. Descarga leucorréica amarelada.
Leucorréia como leite, somente duranie o dia, com queimação e escoriação entre as
coxas.
Antes da menstruação, leucorréia acre, com escoriação da região pu- denda.
Metrorragia durante o climatério ou gravidez, especialmente no quinto e sétimo
meses.
Menstmação: muito atrasada; muito adiantada; causando desfaleci- mento, frialdade,
tremores...
Amenorréia: na puberdade; por um frio; em mulheres frágeis com pele
delicada.
Ondas de calor súbitas, no climatérío, com suor momentâneo, fraqueza e tendência
para desmaiar.

Tosse curta, seca e intermitente, ao anoitecer, ao se deitar.


Tosse espasmódica.
Não pode dormirá noite por causa da tosse incessante.
Tosse curta e seca, parece sair do estômago.
Opressão do peito de manhã e ao anoitecer.
(Lembro um caso de asma, onde nada surtiu efeito até que foi dado Sepia,
baseado nos sintomas gerais).
Hering cita: “Estados tuberculosos e outras condições mórbidas crônicas do
terço central do pulmão direito. - Ars., o terço superior”.

Dor nas costas que se estende para os quadris.


Quando se inclina para a frente sente súbita dor nas costas como por uma
martelada, melhora por pressionar as costas contra algo duro.
Dorna região lombar: dore fraqueza; fraqueza ao andar; dor como por
deslocamento. Dor com rigidez, melhor ao andar.

Uma caminhada curta cansa muito.


Prostração repentina e fraqueza como de fome.
Desmaio com calor, depois frialdade.
Desmaio ao estar ajoelhada na igreja; desmaio à toa.
Grande exaustão de manhã durante a menstruação.

Mãos geralmente frias, mas úmidas com transpiração.


Pés muito frios com dor de cabeça (sensação coqio se eles estivessem em água fria
até os tornozelos).
Crises de ondas de calor.; como se água quente fosse vertida sobre ela, com
vermelhidão do rosto, suor do corpo todo e ansiedade, sem sede.
Suor noturno profuso. Suor frio, noturno, no peito, costas e coxas.
Transpiração da cabeça à noite dormindo. (Cale., Merc., Sii).
Sensação de uma mão gelada entre as escápulas:

Erupção herpética nos lábios; em volta da boca. (Nat mur., Rhus., etc.).
As coceiras freqüentemente queimam quando coçadas.
Coceira nas dobras dos cotovelos.
Escoriação da pele; pontos úmidos na dobra dos joelhos.
Erupções marrons ou cor de vinho; cloasma.
Herpes circinatus.
Manchas marrons na pele com leucorréia.
SEPIA 307

Erupções eczematosas; úmidas; com prurido e queimação.

Sensações raras:
Como se o coração tivesse parado.
Como se estivesse suspenso no ar; ou o cérebro esmagado; ou que a cabeça
fosse estourar.
Como se os olhos tivessem saído e um vento frio soprasse das órbitas
Como se as pálpebras estivessem muito pesadas para abri -las. Como se
estivessem paralisadas.
Os olhos como bolas de fogo; como se as pálpebras estivessem muito justas
para cobrir os globos oculares.
Como se tudo no abdome estivesse se virando: como se as vísceras es-
tivessem pelo avesso.
Como se as costelas estivessem quebradas e as extremidades pon tiagudas
estivessem espetando a carne.
Como se uma faixa, larga como a mão dela, estivesse apertando sua cintura.
O fígado como se estourando; como de alguma coisa aderente no ab dome.
Como se tudo fosse sair pela vulva.
Como se houvesse alguma coisa viva no abdome. (Crocus, Thuja).
Um peso rio ânus. Bexiga cheiá como se o conteúdo fosse sair para fora.
Como se os órgãos urinários fossem ser pressionados para fora.
Como se tudo fosse cair para fora do útero; útero como se apertado.
Como se a vulva estivesse aumentada; como se alguma coisa pesada se
forçasse pela vagina.
O peito como se oco; dolorido.
Como se o estômago fosse arranhado.
Como se uma faca estivesse enfiada no ápice do pulmão esquerdo.
Como se as costas fossem atingidas por um martelo, como se fosse quebrar as
costas.
Ombro deslocado, os pés adormecidos.
Como um camundongo correndo nos membros inferiores.
Como se os ossos das pernas estivessem se deteriorando.
Como se uma mão gelada estivesse entre as escapulas. (Queimação, Lyc.,
Phos.).
Como se ela fosse sufocar.
Alguma coisa se agitando no estômago e subindo para a garganta.
Os pés em água fria até os tornozelos... (Compare Cale,).
Dores, transtornos, doenças, em qualquer parte do corpo, e de qual quer tipo -
em um paciente Sepia.

Ptose sugere Sepia.


308 SEPIA

Intertrigo sugere Sepia.


“Bearingdown” sugere Sepia.
Sepia é um remédio importante na insanidade e em “casos limítrofes”. Nós
reproduziremos uns poucos casos, já citados em outro lugar, mas especialmente
pertinentes aqui: -
“Lady está para parir. No ano passado ela mordeu e chutou sua primeira cria;
não a deixou mamar e esta morreu. O que nós podemos dar a ela?” “Oh!
indiferençaàprole?Sepia, é claro! Dê-lhe uma dosedeSepia”.
.. E a cria chegou no tempo certo e Lady era a mais devotada mãe de todas as
éguas daquele ano; não suportava que sua cria ficasse um minuto fora de suas
vistas; pastava em volta da cria quando esta se deitava...
“Doutor, você pode ajudar um jovem? Este é o seu primeiro filho e ele o
odeia. Ele não suporta que sua mulher o toque. A família dela conseguiu prendê-
lo, mas a família dele conseguiu libertá-lo novamente. Eu fiquei com ela toda a
noite passada, e ele estava se enfurecendo na sala ao lado, golpeando e
quebrando as coisas. Eles têm medo de que ele mate o bebê” ... “Oh! indiferença
àprole”... ele tomou uma dose de Sepia. Em uma semana ele se ergueu sozinho,
choroso, trêmulo, ainda medonhamente abatido, mas melhor. O relatório seguinte
foi, “Doutor, você se lembra daquele jovem que odiava seu bebê? Bem, agora ele
est ádevotado ao seu filho. Ele mal pode suportar que qualquer pessoa o toque
quando está por perto. Ele está totalmente curado”.
Você vê, Sepia é a droga que tem causado e curado indiferença à prole. Os
sintomas mentais, quando eles existem, são os mais importantes para determinar
o remédio necessário.
Aqui está um outro surpreendente e bem lembrado caso mental de Sepia ...
Uma jovem bonita, semelhante a uma estátua, não somente nos traços e na cor
branca pétrea, mas na imobilidade, foi trazida para o ambulatório alguns anos
atrás. Era impossível arrancar uma resposta dela, exceto depois de esperar muito,
e ainda assim era monossilábica. Diziam que a causa da perturbação foi o choque
por seu irmão ter saído do país. A expressão dela jamais mudava; não se podia
conseguir qualquer resposta; ela simplesmente se sentou ali imóvel, enquanto
que sua mãe deu os sintomas que podia e depois a levou embora. Arsenicum se
insinuava e também Sepia; pode-se estranhar agora, depois de um certo tempo,
que se tivesse pensando em Ars. numa paciente tão desprovida de inquietação, o
que é totalmente atípico em Ars. (mesmo assim, recentemente viu-se Arsenicum
fazer um milagre em uma menina com doença cardíaca aguda, com endocardite e
grande efusão, sem a típica inquietação ansiosa; apesar de que seus outros
sintomas eram, por outro lado, dc Ars.).
Bem, em reflexão posterior (tendo Ars. falhado em tocar a bela estátua), foi
dado Sepia, e umas poucas semanas depois um verdadeiro 'tornado de garota'
varreu o ambulatório, toda expressão e animação, toda
SEPIA 309

ânsia de contar sua estória ... o que ela tinha feito e sentido; todas as for mas sob
as quais tinha tentado se suicidar. Ela tinha tentado empurrar sua mãe para a
frente de um ônibus; tinha tentado se enforcar numa clara bóia, quando alguém
entrou; também tinha tentado se afogar no lavatório. Ela despejou isso tudo e
ainda mais, com uma vivacidade intensa c indescritível. Aquela dose de Sepia a
tinha descongelado e resgatou sua vida. Por vários anos após isto ela costumava
retornar, e continuava normal; nunca mais teve uma recaída, mesmo sob
circunstâncias posteriores de sofrimento e angústia... A Homeopatia pode ser
menosprezada como “contra-senso”, “pílulas de açúcar”, “imaginação”, mas ela
funciona, contanto que você acerte o remédio (como aqui, onde uma droga não fez
nada e a outra curou). Por outro lado, o que dizem contra ela é verdade, mas
somente quando não se está fazendo Homeopatia de fato. Tire da sua cabeça que uma
droga é homeopática e que a Homeopatia deve ser comprovada ou não por esta,
porque surge de um caso homeopático, ou foi preparada segundo a maneira de
Hahnemann por um farmacêutico homeopata, ou foi potencializada, ou prescrita
por um médico home- opata (ou mesmo por um homeopata leigo!), ou porque ela
“deu certo” e tem, mais ou menos, “funcionado”. Enquanto que, por outro lado,
um remédio pode ser absolutamente homeopático quando ele vem de um labo -
ratório comum, quando é prescrito por um médico da velha escola e quan do
supõe-se ser uma droga “alopática” comum: - Como por exemplo, Ipe- cac. para
náusea e vômito incessantes, os quais ela causa; Pot. iod. para goma, que ele
produz e cura; Ácido Salicílico para doença de Ménière, cujos sintomas ele
provoca, e assim por diante, um grande número de drogas. Eu acho que foi o Dr.
Dyce Brown que encheu um panfleto com esses exemplos. Então, quando nós
falhamos (como com/lrs. no caso acima), não foi por que a Homeopatia foi
incapaz de curar, mas sim porque nós fomos incapazes de encontrar o remédio
homeopático. Isto se aplica às nossas falhas em todo lugar; em alguns casos de
artrite reumatóide, por exemplo, onde o remédio é às vezes terrivelmente difícil
de se encontrar, mas quando encontrado pode ter uma atuação surpreendente
aliviando o que é incurável em casos avançados e curando casos de início
recente..

O que faz lembrar! que Sepia é um dos remédios que têm curado artrite
reumatóide em pacientes Sepia. Em nossa prática ela tem sido freqüentemente útil.
Aqui está um caso. Mas lembre-se de que a Homeopatia não trata as doenças, mas
os paciente com as doenças; e jamais grave em sua mente, por qualquer razão, que
Sepia é “uma cura” para aquela doença. Esta é a forma perfeita de demonstrar,
para a satisfação de sua inexperiência, que a “Homeopatia não é nada útil em
artrite reumatóide!"
- você “provou que não!” - com remédios que não estavam en rapport com o
paciente.
J1U SEPIA

Mulher de 42 anos de idade, enviada por um médico do interior, que lhe disse
que jamais andaria novamente. Ela tinha uma história de quinze anos de artrite
reumatóide, supostamente sem esperança. Estava numa cadeira de rodas, nâo
podia se alimentar ou se vestir sem ajuda, nem mesmo conseguia se cobrir à
noite. Houve uma rápida melhora após Sepia 30, uma dose em Dezembro (1915).
Em Fevereiro ela estava andando. Após seis meses a anotação do Hospital dizia:
“As mãos parecem normais, caminha mancando levemente”. Vista novamente, de
tempos em tempos por causa do “estômago”e por “um leve retorno do reumatis -
mo”. etc. As anotações se estenderam por mais de quatorze anos e não houve
retorno dos sintomas. Aqui, é claro, as mudanças ósseas não podem ter sido
grandes. Mas tais casos mostram o amplo raio de ação de Sepia, em pacientes
Sepial E aqui deixe-nos contar novamente suas principais características, nas
palavras, desta vez, de KENT.

/
“Sepia se adapta às mulheres altas e magras, com pélvis estreita e fi -
brasg mnscnlos lassos... Um dos aspectos mais iortes qa paciente~5fepm
se encontra na mente, no estado dos sentimentos ... o remédio parece
abolir a capacidade de sentiro amor natural, de ser aletuosa... ' Eu sei que
\ -cfévò amar meus tilhos e meu marido, eu amava-os, mas agora não tenho
\ qualquer sentimento desse tipo’... O amor não se manifesta como afeto..
Uma total ausência dc alegria, incapacidade de perceber que as coisas
são reais: indiferente às coisas agradáveis Havida: sem alegnáTa vidanlo
tem nadifpãra sli ^PalidezeTcterícia... asela amarefi sobre onaríz e nos
lados do rosto... enormes sardas, grandes manchas marrons ... verrugas
marrons... Rosto pálido e mole, como se os músculos estivessem flácidos
... Você raramente verá Sepia indicada quando existe um rosto que mostra
linhas acentuadas de intelecto... e que tenha determinação. Sepia é mais
freqüentemente estúpida e embotada, pensa lentamente e é esquecida...
ou é um paciente ligeiro: mas o embotamento do intelecto é o aspecto
mais mlrrcante... Rosto geralmente inchado, freqüentemente liso e áirre-
dondado e marcado pela ausência de ângulos e linhas intelectuais . . .
Anêmico ... a pele se torna enrugada ... Constipação com sensação de
uma massa no reto. (Fome corrosiva^ que raramente é satisfeita; come
muito e ainda sente uma corrosão, uma sensação de fraqueza, de vazio, de
fome no estômago ... Quando esses sintomas estão associados com pro -
lapso, Sepia quase que certamente curará, não importa quão ruim o pro-
lapso seja, ou que tipo de deslocamento exista... As partes internas como
se arriadas, quer uma bandagem para sustentá-las, ou colocar uma mão
ou um pano no local; uma sensação como de algo passando por um funil,
melhor sentada e com as pernas cruzadas. Quando esses sintomas se apre-
. sentam juntos, a fome corrosiva. a constipação, a pressão para baixo_e o
estado mental, é Sepia, e somente Sepia”.
Sepia é util em problemas menstruais; leucorréia; erupções herpéti -
SEPIA ÓLL

cas, crostosas e exsudantes, especialmente nas dobras das juntas, “endu- ração
como em algumas formas de epitelioma”. Kent diz: “Sepia tem curado epitelioma
dos lábios, asas do nariz e pálpebras”. Ele ainda cita: me do de fantasmas, etc.
“Nunca está feliz, a menos que perturbe alguém Medo; medo da insanidade . . .
ofende-se muito facilmente. E então o alívio pelo sono de Sepia, mesmo um sono
curto (PHOS.), e alívio da maioria dos transtornos ao comer.

E agora uns poucos apanhados do magistral artigo de Farrington sobre Sepia


(Comparative Matéria Medica).
Ele nos diz que Sepia é um remédio de valor inestimável. Age sobre as forças
vitais, assim como sobre a matéria orgânica do corpo. Atua pron tamente sobre a
circulação, que se torna mais e mais perturbada. Passadas apenas quatro horas
ocorrem ondas de calor e ebulições que terminam em suor e sensação de fraqueza
... Juntamente com este afluxo de sangue existe um eretismo do sistema nervoso,
com inquietação, ansiedade, etc.
' Logo em seguida há um relaxamento dos tecidos e uma fraqueza ner vosa. As
juntas parecem fracas, como se fossem deslocar-se; a sensação de pressão para
baixo nas vísceras, a “sensação de fraqueza”. O útero pro-

lapsado fica cada vez mais ingurgitado; a estase portal aumenta; o fígado \ fica
pesado e mais preguiçoso; os vasos sanguíneos cheios, e os membros ficam
doloridos, como contundidos, cansados e pesados... Os esfíncteres íe todas as
estruturas dependentes da força do músculo não-estriado estão fracos, i.e. o reto
prolapsa; e o esvaziamento do intestino e bexiga é tardio

SM> alterações orgânicas são vistas no aspecto amarelo, terroso; nas se~
ereções ácidas, escoriantes; na péle conTexalação mãtdT^íroSu c predis-
posta a erupções, alteração da cor,^escãm2^<57ulcerãi ), etc
Alívio pekTmovTmeniO víolentô, por êSTr-TrrêlHorãr a circulação, . . .
“As mãos ficam quentes e os pés frios; ou tão logo os pés ficam quentes, as
mãos ficam frias. Este é um excelente sintoma indicativo de Sepia”.
“Um sintoma concomi' num, claramente indicativo de um
caso de Sepia, é o excelent de Guernsey, ‘sensação de peso no
^j^ânus como uma bola pesadu .

Para mostrar quão profunda pode ser a ação de Sepia, nós detalharemos um
caso de tempos remotos.
Ela era uma viúva esquelética, cinza e de cabelos grisalhos, com múlti plas
manifestações de T.B., cujo marido tinha morrido de tuberculose. Lembro
especialmente da bursa pré-patelar crescida e muito inflamada,
312 SEPIA

acerca da qual ela não queria saber de cirurgia; e três fístulas de T.B., uma na
face palmar do antebraço direito e uma em cada lado do dedo médio da mão
direita, tomando a primeira e segunda falanges. Tub. bov. e Sili- cea, para espanto,
pouco alteraram o estado, assim como três semanas em nosso Sanatório do lado
leste, com um bom ar, limpeza e curativos.
Então, posteriormente, veio a idéia de “encontrar o remédio dela, dá - lo e
depois tentar lidar com as manifestações tuberculosas”. Seu remédio ocorreu ser
Sepia, que rapidamente curou as fístulas, apesar de, sendo uma “faxineira” em
uma hospedaria, suas mãos viverem molhadas, de manhã até de noite, em água
suja, pois ela lavava o chão e vasilhas de urina. As fístulas se fecharam, o dedo
cicatrizou, com todo o resto; e o “inchaço” da bursa pré-patelar podia ser sentido
se quebrando em massas menores como borracha, antes de finalmente
desaparecer.
Vale a pena fazer amizade com Sepial Pouco se admira que o Dr. Gibson Miller
tenha dito, “Se lhe fosse permitido um só remédio, ele escolheria SEPIA”.

SEPIA EM MALÁRIA

Em casos antigos de malária suprimida^Sepia trás de volta o calafrio, mas a


sua esfera de ação mais útil acontece depois de uma má cscolha do remédio,
quando o caso se torná Cõriluso. Onde um remédio foi selecio nado para somente
uma parte do caso e o mudou um pouco, mas o paciente não melhora. Quando
ocaso chega neste %ran cfc dificuldade, pare imediatamente e dê SêpiãTVêr-
se^áque a febre, o calafrio e o suor são tão erráticos quanto possível. Natrum mur.
é um dos maiores remédios para malária, mas é cheio de ordem, como China.
Sepia é cheia de desordem. Em casos tornados confusos por remédios, pense em
Calc.,Ars., Sulph., Sep. elpecac. Nunca dê China owNatmm mur. para casos
desordenados.
KENT.

FARRINGTON conta a história da introdução desta substância em nossa


Matéria Médica. “Hahnemann tinha um amigo, um artista, que ficou tão doente
que mal podia continuar suas funções. Apesar da mais cuidadosa atenção de
Hahnemann, ele não melhorou. Um dia, quando estava no estúdio do amigo,
Hahnemann o observou usando o pigmento feito da Sepia e notou também que o
pincel era freqüentemente umede- cido na boca do artista. Passou imediatamente
pela mente de Hahnemann a possibilidade desta ser a causa da doença. Ele
sugeriu a idéia ao artista, que declarou seguramente que a tinta de Sepia era
absolutamente inócua. Por sugestão do médico, contudo, abandonou o hábito de
umede- cer o pincel na boca e a obscura doença do artista rapidamente desapare -
*

v
/í*
SEPIA 313

ceu. Hahnemann depois instituiu experimentos com Sepia succus. Todos ^


os sintomas observados por ele têm sido desde então confirmados. Em 1 ^
1874, o Instituto Americano de Homeopatia, agindo sob a idéia de que (
nossos antigos remédios deveriam ser re-experimentados, realizou com ^ ^
Sepia. Foram feitas vinte e cinco experimentações da droga nas potências terceira
até ducentésima. Estes experimentos foram relatados no Encon tro da Associação
em 1875. Eles confirmaram o fato de que os experimen- ^
tos deixados para nós por Hahnemann não podem ser melhorados”.
V

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SILICEA

O típico Silicea engatinha nervosamente, ou é levado pela mão de sua mãe, e você
dificilmente pode confundi-lo.
Ela é a droga mais homeopática que você pode imaginar! Leia somen te o
grafado em negrito na Enciclopédia de Allen, e veja quão extraordi nariamente
sugestivos são os experimentos com relação à tuberculose, principalmente
abdominal; às pústulas, furúnculos e abscessos; aos efei tos de espinhos, picadas
e escoriações; à falta de reação contra ferimentos e doenças.
Dizem que Silicea tem falta de arenito, precisa de areia. Doses de Silicea
estimulam vigorosamente estas pessoas fracas que estão perdendo energia, a
travar uma luta, mental e física.
Observe como o pobre e pequeno Silicea é arrastado relutantemente. Ele está
desatento; desinteressado; não assustado.
Você vê um rosto pálido, doentio e sofredor; e você percebe imedia tamente
que há algo profundamente errado ali; não uma mera indisposição, mas uma
DOENÇA.
Agora a estória da mãe (a partir dos sintomas grafados em negrito de Allen):
“Ele não progride. Ele não prospera, não floresce. Ele não aprende; ele nem
mesmo brinca. Ele é irritável e amuado. Ele está sempre na ra beira de tudo e sua
professora não pode fazer nada com ele; veja o que ela escreve! - 'ele recua
diante de um esforço, diante da menor responsabilidade e é completamente
carente de autoconfiança e auto-afirmação'. Parece não haver nenhum 'impulso'
nele. Não parece ser capaz de pensar! Ele não pode ajustar sua mente. Ele não
pode ler ou escrever. E ainda está sempre mortalmente preocupado por pequenas
coisas que fez de errado. Ou seja, ele é tão estranho e tão diferente dos outros.
“Ele tem ataques violentos de dor de cabeça, diz ela, e reclama que a parte
posterior da cabeça está fria. É onde dói, mas a dor se estende por toda a cabeça.
Ele diz que a cabeça vai estourar. Ele a quer atada de forma apertada. Ele a quer
aquecida. Aquecida e aj * a
tem que ficar quando tem um desses ataques

“E uma coisa engraçada, que ela perce t


com a lua nova!
SILICEA 315

“E ele tem uma tosse terrível, pobre criancinha. Ele cospe uma coisa
horrível com a tosse, grumosa e amarela, ou esverdeada; que afunáa em
qualquer líquido e cheira horrivelmente. Parece com algo podre (pus).
‘E ele está errado de alguma forma, todo errado! Olhe para as suas
unhas - ásperas e amarelas; e sentindo como se houvesse um espinho em
dedo. Ou fica com um dedo vermelho e inchado que lateja, parecendo
urn panarício. Ou olhe para aquele dedo, como ele está inchado, e o osso
-// parece grande. Ele acorda chorando e diz que suas mãos adormeceram.
“E então sua pele que não cicatriza. Ele é um menino terrível por se
/^y^machucar ou por cair e esfolar os joelhos; e todo pequeno arranhão e ma -
chucado inflama-se e ulcera-se, e jamais cicatriza. E em qualquer ma-
chucado ele sente dores em pontadas ou queimação. Ele é tão magro; e
tão cheio de pontos machucados.
“Furúnculos também! - um garoto com tantos furúnculos como você
nunca viu. Um furúnculo no queixo; depois furúnculos no pescoço; pústu -
las ou furúnculos em qualquer parte do corpo. Até onde ela se lembra ele
nunca esteve bem desde que foi vacinado.
XQ “E a criança é tão fria; nunca parece estar aquecida. Friorento com
*Ç/ Jfòualquer movimento. Por que ele parece tão friorento em um quarto
/ví^aquccido? * sto Hão é natural em uma criança! Gelado do joelho para
Y baixo. Não consegue dormir por causa dos pés frios.
VE junto com toda esta frieza, ele transpira terrivelmente! Ele fica
simplesmente ensopado à noite; anda sem apetite; e sempre tão cansado!
“Tão fraco e cansado. Quer sempre se deitar. Ele está sofrendo dfc
tísica, é o que ela pensa, se você lhe perguntar. À noite ele é um terror de \
uma forma ou de outra. Sente como se estivesse todo dolorido do lado que I
ele se deita; e quando se vira na cama, o deslocamento das cobertas e o J
movimento fazem-no sentir ainda mais frio. E seus sonhos, que assusta-
dores!
/“Às vezes é somente a sua cabeça que transpira durante o sono. Mas
v p$so não é tudo; tem também o cheiro terrível do suor de seus pés. Você vê,
'çP suor de seus pés não somente cheira mal o suficiente para nos fazer dar
meia volta, mas também deixa os pobres pezinhos escoriados! Existem
escoriações entre os dedos, tal que ele mal pode arrastar os pés. Em suas
axilas, também, há um suor bastante malcheiroso.
“Se ele corre, fica extremamente pálido.
/ “Oh! ela havia esquecido. Ele parece ter sempre uma umidade no rn^nus; e parece que tem
muita dor ali, como se o ânus estivesse muito XCi fechado. E parece sempre estar querendo
evacuar alguma coisa, apesar ^r^de eliminar somente uma substância gelatinos a. Mas tem
fezes horrivel- j&s mente malcheirosas; freqüentemente duras e difíceis de serem evacua-
das. Ele tem que fazer muita força, e isto deixa toda a parede do estômago dolorida; e, às
vezes, quando as fezes estão metade para fora, elas,retro-
316 SILICEA

cedem novamente. (Se essa mãe fosse uma médica americana, ela de-
screveria isso como ‘fezes tímidas’).
“Oh, e ela também tinha esquecido de que o estômago dele é muito
duro, inchado e grande. Ele parece ter uma enorme quantidade de gases,
bs flatos cheiram muito mal. E isso não parece de forma alguma nor -
mal.
“E - uma coisa engraçada para um garoto! - um mamilo parece estar
inchado e dolorido, parece como se estivesse supurando; e ele diz ter
dores tironeantes no outro mamilo. Todas as suas dores são como por es-
pinhos ou pontadas; ou dores como se estivesse formando pus”.
Este é o grafado em negrito de Allen. Qual é o seu diagnóstico, antes
de pôr a mão na criança? Não é isto tão descritivo? Você poderia esperar
um T.B. abdominal ou pulmonar, uma dactilite por T.B., uma história
familiar de T.B.. Não o tipo com tísica aguda, ele nem mesmo pode desen -
volver uma tuberculose aguda; ele é simplesmente Silicea. Silicea e Tub.
bov. podem ainda fazer dele um homem.
ry Não é de se admirar que Silicea, com tal experimento, seja uma droga
r* para se pensar em abscessos, panarícios, cicatrização difícil, pés com mau
YflQ cheiro, abscessos mamários, câncer mamário, ferimentos que se recusam
a cicatrizar, tuberculose da pele, osso, abdome. Mas os antigos homeo-
patas dizem: “Use Sil. com cuidado em tísica pulmonar”. Ela tem uma ca-
pacidade bem conhecida de eliminar corpos estranhos e de romper o
tecido cicatricial. Ela pode liberar um tubérculo. Não use-a em alta
potência na tuberculose.
Sua grande esfera de ação é o tecido conectivo. Nós sabemos agora, a partir
dos experimentos da Velha Escola com Silicea coloidal, que ela não somente
rompe o tecido cicatricial quando dada cm potência, mas que também produz
cirrose do fígado, rins, etc. se é dada em doses tóxicas.

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO

E alguns sintomas.itálicos importantes, dados entre parênteses.

Sensível ao barulho.
(Excessivos escrúpulos de consciência, freqüentemente sobre coisas insignificantes).
(Grande dificuldade para prestar atenção. Pensamento difícil).

DOR DE CABEÇA subindo da nuca para o vértex.


(Dor de cabeça muito violenta).
Dorrasgante em toda a cabeça, começando nas protuberâncias occipi- tais e se
estendendo para cima e para a frente sobre ambos os lados da cabeça.
(Como se a cabeça fosse explodir), aliviada ao atar firmemente a cabeça.
Dorpressiva no occipício, aliviada por aquecer a cabeça ao cobri-la... logo seguida
por pontadas na testa, com frialdade na nuca e nas costas.
A cabeça doía ao tocá-la externamente.
Os pontos que coçam na cabeça estão doloridos, como se escoriados, depois de
coçar.
Inchaço na região da glândula e saco lacrimais à direita.
Sensibilidade dolorosa dos ouvidos a sons altos.
A gengiva fica dolorosamente sensível ao colocar água fria na boca.
Sensação de um cabelo na parte anterior da língua.
Inflamação e supuração das glândulas salivares.

ABDOME duro, tenso.


Flatos muito malcheirosos.
Umidade no ÂNUS.
Hemorróidas dolorosamente sensí veis.
As FEZES permanecem um longo período no reto.
Dor cortante no reto. Dor em pontada no reto.
Tensão no ânus.
Domo ânus como se contraído durante a evacuação.
Queimação no ânus depois de fezes duras e secas.
Desejo freqüente de evacuar, mas evacua somente muco, com frialdade do corpo.
Desejo de evacuar constante, mas ineficaz.
Fezes horrivelmente mal cheirosas.
Evacuação de massas duras, eliminadas somente com grande esforço.
Fezes escassas, difíceis; depois de muita vontade e esforço para evacuar, tal que as
paredes abdominais ficam doloridas; as fezes que quase já tinham saído, retrocedem.
Fezes muito duras, seguidas de queimação no ânus.
Fezes muito duras e nodulosas, como pedra argilosa, evacuadas somente com grande
esforço.
Fezes muito duras e evacuação insatisfatória, com esforço muito grande.
Fissura efístula anal.

EXPECTORAÇÃO espessa, amarela, grumosa.


Expectoraçãopurulenta ao tossir.

A MAMA direita está dura, dolorida e inchada no mamilo, sente, -a como se


estivesse i,supurando,\
Dor dardejante e de queimação no mamilo esquerdo.
^ Aversão ao leite malemo; se a criança mama, ela vomita.

Rigidez da nuca, com dor de cabeça.


O CÓCCIX está dolorido, como depois de uma longa viagem de carruagem.
Dor empontada no cóccix, que também é doloroso à pressão.

Fraqueza de todos os MEMBROS.


As mãos adormecem à noite.
As unhas das mãos são ásperas e amarelas.
Sensação como se as pontas dos dedos estivessem supurando.
Domo dedo indicador da mão esquerda como se um panarício fosse se formar.
Panarício se estendendo para os tendões e osso.
Fraqueza das extremidades inferiores.
Dornos quadris.
O joelho fica dolorido, como se amarrado de forma muito apertada. Odor
intoleravelmente mim, como de cadáver, nos pés, sem transpiração, sempre ao
anoitecer.
Transpiração malcheirosa na sola e entre os dedos dos pés; doem muito ao
andar.
Transpiração malcheirosa nos pés.

Transpiração toda manhã, que às vezes era muito profusa.

Sensação de grande debilidade; ela quer ficar sempre deitada.


Grande cansaço. Grande fraqueza.
Inquietação e excitação internas.
Sensibilidade ao ar frio.
Ele ficava resfriado muito facilmente.
Fica resfriado facilmente e tem tosse.
Sensação de contusão no corpo todo, depois de coito.
O lado todo do corpo sobre o qual se deita fica dolorido, como se ulcerado, com
frialdade constante por descobrir-se mesmo um pouco; com sede intolerável e
freqüentes ondas de calor na cabeça.
Todo o corpo fica dolorido como se espancado.

A maioria dos sintomas de Silicea ocorrem na lua nova.


Dor agravada pelo movimento.

Pequenos ferimentos na PELEcicatrizam com dificuldade e facilmente supuram.


SILICEA 319

Pústulas como varíola na testa, occipício, estemo e sobre a coluna; elas são
extremamente dolorosas e, porfim, formam úlceras supurantes.
Vários furúnculos surgem em diferentes partes do corpo, com dor em picada ao
serem tocados.
Um furíinculo na nuca.
Alguns furúnculos nas porções posteriores das coxas.
Úlceras freqüentes ao redor das unhas.
Uma grande úlcera corrosiva, comcoceira violenta, no calcanhar.
Crostas sensíveis e doloridas no septo nasal, com dorperfurante quando tocadas.
Crostas pruriginosas e supurantes nos dedos dos pés.
Dorpressiva e em pontadas na região ulcerada da perna.
Dor perfurante numa úlcera na perna.

Sono inquieto.
Sonhos assustadores. Sonha com sua juventude.

Muito FRIORENTO o dia todo.


Frialdade a cada movimento.
Frialdade ao anoitecer.
Sensação incômoda de frialdade à tarde, em um quarto aquecido. Ele se
sente muito frio mesmo em um quarto aquecido.
Calafrio como câimbra ao anoitecer na cama, tal que ele treme.
Tremor de frio gelado arrepia o corpo todo.
Frialdade das pemas, até os joelhos, em um quarto aquecido.
Pés gelados ao anoitecer, mesmo na cama.
Pés gelados durante a menstruação.
Pés frios ao anoitecer na cama, impedindo o sono.

^^X^FEBRE com calor violento na cabeça.


/ Calorfebril a noite toda, com sede violenta e respiração difícil.
Calor da cabeça. ^ „ rÒ

Suorgeneralizado à noite. \w
TRANSPIRAÇAOprofusa toda noite, pertaTlo amanhecer.
Suor noturno generalizado e profuso.
Transpiração profusa toda noite, com perda do apetite e prostração, como se fosse
ter tísica.
Transpiração de odor forte.
Suor na cabeça.
Suor somente na cabeça, escorrendo para o rosto.
320 SILICEA

Transpiração malcheirosa na sola e entre os dedos dos pés; eles doem muito ao
andar.
Transpiração malcheirosa nos pés.

Veremos agora o que NASH tem a falar a respeito de Silicea.


Crianças fracas e débeis, não por alimentação deficiente, mas por as similação
imperfeita ... Crianças que transpiram na cabeça, hipersensí- veis, malnutridas. A
criança Silicea não é maior do que o normal, exceto por sua “grande barriga”, que
se deve ao mesentério adoecido. Seus membros são finos e seu rosto apresenta
uma aparência triste, envelhecida. Ela não cresce em tamanho ou força, aprende a
andar tardiamente:... parece estar parada, no que concerne ao seu crescimento e
desenvolvimento . . . esforça-se seguidamente para evacuar, mas as fezes parcial-
mente evacuadas retrocedem (Sanicula, Thuja). Ou o intestino fica muito solto . ..
apesar da alimentação abundante, continua a emagrecer e a se enfraquecer até
que morre de inanição, a menos que Silicea pare esse processo. Eu tenho salvo
muitos desses casos com esse remédio, e também os tenho tornado crianças
saudáveis. (Eu sempre uso a 30 a e superiores).
Inflamação tendendo a terminar em supuração, ou que se recusa.a ci catrizar,
tornando-se crônica.
Frialdade, falta de calor vital, mesmo quando se exercita; deve ficar
agasalhado, principalmente na cabeça.
Suor suprimido, principalmente dos pés, que é profuso e malcheiroso. Fraco,
nervoso, facilmente irritado; submisso, disposição a desistir, ““m coragem”.
Pior por frio ou corrente de ar, movimento, ar livre, na lua nova; me lhor em
um quarto aquecido, com a cabeça agasalhada...
Doenças causadas por suor dos pés suprimido; por exposição da cabeça ou
das costas a qualquer leve corrente de ar; por vacinação (Thuja), doenças de
pessoas que trabalham com pedra (lapidários, escultores), com perda total da
energia...
Pele malsã, qualquer pequeno ferimento supura.
Úlceras: nestas ocorre um sintoma curioso, Mercúrio tem “arrepios nos
abscessos”, Silicea tem “uma sensação de frialdade nas úlceras”
Favorece a expulsão de corpos estranhos dos tecidos: espinhos de peixe,
agulhas, fragmentos ósseos.

E entre as SUGESTÕES DE NASH, nós encontramos:


“No marasmo das crianças nós podemos ter que escolher dentre re médios tais
como Silicea, Abrolanum, Natmm mur., Sulphur, Calcarea e Iodium.
“ Em todos esses remédios nós podemos encontrar emagrecimento
SILICEA 321

do corpo todo, enquanto que o abdome é bastante grande.


“Além disso, em todos esses remédios a criança pode ter um apetite voraz;
come o suficiente, mas sempre continua enfraquecendo. Isto significa uma
assimilação imperfeita."
“Existem pontos fortes de semelhança entre Baryta carb. e Silicea, a saber:
Suor malcheiroso nos pés. A cabeça é desproporcionalmente grande em relação ao
corpo. Ambos sofrem com as mudanças de umidade no tempo e ambos são sensíveis ao
frio na cabeça.
“Mas Silicea tem a importante diferença diagnóstica - transpiração profusa na
cabeça (igual a Cale.), que Baryta não tem. E não há aquela fraqueza mental em
Silicea, a qual é encontrada em Baryta, pelo contrário, a criança é teimosa e do
contra”.

GUERNSEY diz: -
“Os pés transpiram demais e cheiram muito mal; os pés ficam escoria -
e com bolhas entre os dedos. A cabeça transpira demais ao anoitecer,
indo vai dormir. Isso se parece com Cale., mas em Silicea a trans-
ição se estende pára a nuca e tende a cheirar mal.
“Pior por molhar os pés; quando certas partes ficam frias; por descobrir a
cabeça”.

HUGHES, ao escrever sobre raquíticos diz: “Eu estou acostumado a


prescrevê-la {Silicea) nas manifestações mais precoces da diátese, que são
geralmente: evacuações não saudáveis, suores da cabeça e amolecimento e
sensibilidade da superfície óssea; com os melhores resultados”
Ele cita os usos clássicos de Silicea: seu poder sobre supurações,no seu início
ou se persistente; para úlceras externas ou internas. De seu efeito no cérebro e
bulbo, “afetando os centros de nutrição”; em crianças incapazes de ficar em pé ou
de andar. De sua importância no tratamento de fístula lacrimal; afecções no joelho
de empregadas domésticas; suor dos pés suprimido e doenças daí resultantes. Para
diminuir as dores do
er, etc., etc.
Hughes cita Dunham, repassando a mentalidade de Silicea: “Silicea
pode possivelmente fazer qualquer coisa!, ‘mas quando premida a
fazer, parte para um paroxismo de fazer demais”.

Clarkediz: -
“Um sintoma curioso e de grande valor, é o seguinte: ‘Idéias fixas: o paciente
pensa somente em alfinetes, tem medo deles, procura por eles e os conta
cuidadosamente’. Este sintoma me ajudou a fazer uma rápida cura de-insanidade
pós-influenza, no caso de um homem com uma história familiar grave; uma de
suas irmãs tinha ficado louca e se afogou, uma outra irmã foi afetada por lupus. A
esposa do paciente me disse que numa
KJ IJ UI 1

manha ele estava procurando em todo lugar por alfinetes. Sil. 30 rapidamente
colocou um fim à procura por alfinetes e restaurou o paciente à
razao.
“Silicea tem uma outra ligação com a insanidade, em sua agravação nas fases
da lua; epilepsia e sonambulismo também são piores nas luas nova e cheia”.

Silica é um dos grandes medicamentos a ser pensado em epilepsia - e em petit


mal num paciente Silicea. Tive recentemente notícias de uma garota; uma jovem
pálida e frágil, epiléptica de muitos anos atrás, que costu mava vir ao Hospital e
que melhorou tanto com Silicea que (como se soube agora) “nunca mais teve
outro ataque”. Quer dizer, as "maldições" - e as más prescrições - "se voltam
rápido contra o amaldiçoador", enquanto que os bons resultados às vezes são
sabidos acidentalmente anos depois, ou nunca.

E agora mais alguns apanhados de Kent...


“A ação à& Silicea é lenta. No experimento ela leva muito tempo para
desenvolver os seus sintomas. Ela é, por isso, adequada a doenças que se
desenvolvem lentamente ... Os remédios de ação duradoura e profunda são
capazes de penetrar tão completamente nas desordens vitais que dis túrbios
hereditários são extirpados...
“O estado mental é peculiar. Falta resistência ao paciente. O que Silicea é
para o talo de trigo no campo, ele é para a mente humana (o ‘brilhan te revestimento
silíceo’ de Farrar) ... Quando a mente precisa de Silicea . /ffipfela está num estado de
fraqueza, embaraço, medo, um estado de submis- \j são... Um clérigo ou advogado
proeminente lhe dirá que chegou num es-
f. tado em que tem medo de aparecer em público, ele perdeu sua autoconfi
ança, de modo que não pode fazer seu discurso, sua mente não funcio nará ... mas
dirá que quando começar e forçar-se a prosseguir, ele conseguirá continuar com
facilidade, seu autocontrole habitual volta e ele faz bem seu trabalho, com
presteza, perfeição e precisão. O estado peculiar de Silicea encontra-se no medo
de falhar...

uut. UIQ auugu um wui^u piuiuagauu t jjaaaviu íiuu^ d&guiuao atui"


dado. Silicea restaurou o cérebro ao seu tônus normal...
“Ele produz inflamação sobre qualquer ninho fibrinoso, provocando a
drenagem do pus; age em constituições que são lentas e inflama depósitos
fibrosos que se assentam sobre balas, etc. Ele faz drenar abscessos em
SILICEA 323

velhas cicatrizes e as abre.* ... (Ele chama a atenção contra o uso Silicea onde
existam vários tubérculos no pulmão, pois Silicea determina uma inflamação
sobre os tubérculos, como sobre outros corpos estranhos, e os faz drenar; e em
tais casos isso pode levar a uma pneumonia séptica generalizada...)
“Doenças por supressão de secreções, supressão de suor, do suor dos pés.
Silicea cura suor dos pés muito duradouro quando os sintomas concordam, ou
doenças que datam da supressão de suor dos pés.
“Não há remédio tão profundo quanto Silicea em erradicar a tendência
tuberculosa, quando os sintomas concordam; a maioria dos casos tu berculosos
pioram com o tempo frio e úmido; melhoram com o tempo frio e seco.
“Silicea tem uma agravação pelo leite. Muitas vezes o bebê é incapaz de
tomar qualquer tipo de leite e, daí, o médico é levado a prescrever to dos os
alimentos existentes no mercado por não conhecer o remédio correto. Natrum
carb. e Silicea são ambos úteis quando o leite materno causa diarréia e vômito. É
provável que o rotinista dê medicamentos tais como Aethusa, esquecendo-se
completamente de Silicea. Silicea, assim como Nat. carb., tem vômito azedo e
coágulos ácidos nas fezes. 'Aversão ao leite materno e vômito' . 'Diarréia pelo
leite' ”.
Nos problemas de pele Kent diz: “Há uma tendência para tornar os tecidos,
moles mais duros, e os tecidos duros mais duros ainda. Indu- rações, rachaduras e
fissuras. Formações de crostas”.

Abscessos, fístulas. Eu lembro de um médico com quem estava trabalhando,


que ficou muito grato a mim, pois, durante meses tinha estado tentando curar um
caso de fístula anal com Silicea em baixa potência e uma dose da CM, dada por
sugestão minha, tinha encerrado o caso.
Certamente Silicea é um dos policrestos, uma das drogas de vários usos;
afetando especialmente as membranas mucosas, pele, unhas, tecido conectivo,
gânglios, em um paciente Silicea ; i.e. friorento, que transpira facilmente, com
falta de auto-confiança, de coragem; atiia erguendo e dando firmeza às pessoas
fracas.

* * * * *

* Cyclopedia of Drug Pathogenesy, lê-se, entre os re-experimentos dc Silica: Menina de 17 anos dc idade.
Tem diversos gânglios cervicais crescidos, um dos quais tinha supurado e drenado há alguns anos. Após
tomar duas doses da 21 a diluição, o gânglio recomeçou a descarregar um pus amarelo. Isso continuou
enquanto tentou-se outras diluições, viz. a 12 a, 4 a e a 1 . Enquanto tomava a 4 a ela pegou uma tosse com
sensação de arranhar a garganta e expectoraçâo mucosa. A tosse durou aproximadamente uma quinzena, e
a descarga de pus mais de um mês.
324 SILICEA

A propósito:

Silicea é um dos remédios da ANTECIPAÇÃO. Eles não estão todos reunidos


em uma só rubrica no Repertório de Kent, mas nós os daremos, até onde foram
descobertos; pode haver mais.

São eles:-
ARG.N.,Ars., Carb. v.,GELS.,LYC.,Med.,Plb.^/zas.a.,SIL.,(Thuja?). Transtornos
por.antecipação (p. 4)-Arg. n. ,Ars., Gels., Lyc., Med., Phos.a. Ansiedade,
antecipando um compromisso (p. 5) - ARG. N., Gels., Med. Ansiedade quando
alguma coisa está sendo esperada dele (p. 6) - Ars. Timidez ao aparecerem público (p.
9) - Carbo veg., GELS., Plb., SIL. Diarréia por antecipação (p. 611) - Arg. n., Gels.,
Phos. a.
Diarréia por excitação, como antes de um teatro (p. 612) - ARG. N. Diarréia por
excitação - ARG. N., Gels., Phos. a., Thuja e alguns em minúscula.
HAHNEMANN, Matéria Médica Pura, em sua introdução aos experi mentos de
Staphisagna, diz:
"E somente nos mais poderosos remédios, dados nas menores doses, que nós
devemos procurar as virtudes curativas nas doenças mais sérias de caráter peculiar, para
as quais este medicamento e nenhum outro mais é o adequado.
"Por essas razões eu antevi em Staphisagria um grande valor curativo nas
doenças mais singulares; e essas razões me levaram a fazer um experimento
cuidadoso em indivíduos sadios. Assim as virtudes curativas dessa substância
medicinal tem sido esclarecidas e são infinitamente de maior valor do que seu
poder para matar piolhos! (a única propriedade medicinal que a arte médica
charlatanesca comum sabia aquela possuir) - virtudes curativas das quais o
médico homeopata pode fazer uso com efeitos maravilhosos em estados mórbidos
raros, para os quais não existe outro remédio além desse”.
Ele diz que esta semente ganhou fama como um exterminador de piolhos da
cabeça. Que um certo médico, sofrendo de dor de dente, colocou algumas dessas
sementes na boca, mas isso lhe trouxe uma exacerbação tão violenta da dor que
ele pensou que ficaria louco. “Que enorme poder deve possuir essa droga!”
E nesse pequeno prefácio que ele escreve: “Agora, como nossa nova e j
verdadeira arte de curar mostra, através da experiência, que toda droga é
1
medicinal em proporção à intensidade de sua ação na saúde, e que ela somente
supera a doença natural em virtude de seu poder patogênico conquanto este seja
análogo àquela; segue-se que o medicamento pode vencer as mais sérias doenças
i
quanto mais nocivamente ele atuar sobre seres humanos sadios, e que nós só
temos que averiguar exatamente seus efeitos nocivos peculiares a fim de saber a K
que propósitos curativos ele pode ser aplicado na arte de restaurar a saúde ({
humana. Seu efeito, sendo tão intenso, não nos leva a deixar de usá-lo; pelo (
contrário, ele se torna mais valioso; pois, seu poder de alterar a saúde humana nos y
revela mais distinta e claramente os estados mórbidos peculiares que ele pode
produzir nos seres humanos saudáveis, de modo que nós podemos descobrir mais
segura e indubitavelmente os casos de doença nos quais ele deve s er

A
325
326 S TAPHISA GRIA

empregado de forma semelhante (homeopaticamente) e, por isso, curati -


vamente, Enquanto que, por outro lado, sua grande intensidade de ação
pode ser facilmente moderada pela diluição apropriada e redução da
dose, de modo que somente deve se tornar útil e não prejudicial, se for
descoberta sua correspondência na maior semelhança possível aos sinto -
mas da doença que nós desejamos curar”.
O Keynote para Staphisagria é sua mentalidade peculiar, “Doenças
/y que surgem a partir de uma raiva contida: raiva suprimida; sentimentos
->/y/ w suprimidos. Incapaz de falar após indignação suprimida... ele controla a
>y Py indignação, e então sofre por isso . . .quando um paciente Staphisagria
tem que se controlar, fica em frangalhos, treme da cabeça aos pés, perde a
voz, a capacidade de trabalhar, não consegue dormir, e segue-se uma dor
de cabeça”. Esta é a imagem que KENT traz.
Como foi visto, quando um oficial, depois do esforço da Grande Guer -
ra, sai desta com a sensação de que não foi tratado justamente, que ele não
recebeu o reconhecimento devido; e sua saúde ficou abalada, mês após
mês ele não conseguia se recompor, até que uma dose de Staphisagria,
com seu misterioso efeito mágico, melhorou sua saúde, para sua grande
surpresa. Ele quer saber o que aquele maravilhoso medicamento pôde ter
\feito.
Staphisagria também afeta os olhos e especialmente as pálpebras. Ela tem uma
grande reputação para terçóis recorrentes, para terçóis que dei xam como seqüela
uma enduração, e para descamação das margens das pálpebras. Também para
traumatismos dos olhos; para cortes com uma incisão nítida, como em cirurgia;
para esfíncteres estirados, com a dor agonizante que se segue, como com um
paciente internado, que depois de uma operação no ânus, tinha tanta dor e
angústia que teve que ser providenciado um enfermeiro para contê-lo na cama.
Felizmente o médico residente conhecia seu trabalho e deu uma dose de
Staphisagria; e voltou uma hora depois, encontrando ambos, paciente e
enfermeiro, dormindo. Essas coisas, uma vez vistas, jamais são esquecidas. A
atuação é mais rápida e mais satisfatória do que a morfina, pois é curativa. Não é
meramente uma narcotização até que, como se espera, o pior do sofrimento tenha
passado.
Staphisagria é uma das drogas que afeta intensamente os dentes. Útil em casos
onde o dente fica preto tão logo irrompe; o primeiro dente fica rapidamente
cariado (comp. Kreos.); ou em dor de dente com sensibilidade tão intensa que não
tolera que a língua ou mesmo líquidos toquem os dentes.
Ele é também um medicamento para a pele: “Eczema: uma secreção acre
amarela exsuda sob as crostas; formam-se novas vesículas pelo contato do
exsudato com a pele sadia. Erupção úmida, pruriginosa e fétida na cabeç a e atrás
das orelhas; o coçar muda o lugar da coceira, mas aumenta
SIAPHISA GRIA 327

a exsudaçao”.

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO

(Principalmente de Hahnemann e Hering)


Ir Fraqueza da memória; quando ele leu alguma, coisa, depois de alguns minutos ele só se
lembra vagamente daquilo, e quando ele pensou em algo para si, isto logo lhe escapou e
depois de longa reflexão mal podia recordar '£^2

o que pensou.
Indiferença, deprimido, embotamento mental.
As crianças ficam mal-humoradas e choram pedindo as coisas, que depois de
obtidas, são rechaçadas petulantemente ou jogadas longe (comp.
Cham.); pior de manhã cedo.
Grande indignação por coisas feitas pelos outros, ou por si próprio; preocupa-se
com as conseqüências.
Doenças por indignação e vexação, ou desgosto contido; insônia.

Dor estupefaciente na CABEÇA, especialmente na testa.


Como se o cérebro fosse comprimido, principalmente a testa, com zumbido nos
ouvidos que cessa mais brevemente que a dor de cabeça.
Sente como se o occipício fosse comprimido interna e externamente.
Peso na cabeça; pressão forte na cabeça, no osso temporal direito e vértex.
Dor pressiva na têmpora esquerda extema e internamente, como se o dedo fosse
fortemente pressionado sobre esta.
Pontada perfurante e pressiva na testa à esquerda, de dentro para fora, a violência
desta o desperta do sono de manhã.
Agulhadas ardentes e agudas na têmpora esquerda.
Dor tironeante obtusa na têmpora direita, extema e internamente, como se o osso
fosse pressionado para fora; mais violenta quando tocada.
Repuxão doloroso externamente em várias partes da cabeça, mais violento quando
tocado. -—p C)Q
Pápulaspruriginosas na nuca. ’

OLHOS. Pupilas muito dilatadas durante muitas horas.


Blefarite, margens das pálpebras secas, com terçóis endurecidos ou tumores
tarsianos.
Terçóis, nodosidades, calázios nas pálpebras, um atrás do outro, às vezes ulcerandò-
se.
Pressão na pálpebra superior; dor aguda no canto intemo. (Hahnemann adiciona
uma nota de rodapé: “em um homem que nunca tinha tido problemas com os olhos em
toda a sua vida ”).
328 STAPHISAGRIA

Inflamação no branco do olho, com dores.


Os olhos estão muito encovados, com olheiras azuladas, como depois de grandes
excessos.

Pontada tensiva no ouvido esquerdo.

Dor rasgante e repuxante descendo da cabeça, pelas bochechas, indo para os


DENTES.
Queimação e dortironeante aguda na bochecha esquerda, precisa esfregara região.
Os dentes ficam pretos, ou apresentam faixas escuras. As gengivas doem.
As gengivas sangram quando pressionadas, ou ao escovar os dentes.
Dor rasgante nas gengivas e nas raízes dos molares inferiores, ao comer.
Muita dor de dente: num dente cariado; numa fileira toda de dentes; durante a
menstruação, estendendo-se para o ouvido. Pior por bebidas frias e pelo toque, não por
morder; piora puxando arfrio; pior depois de comer.
Dor de dente enquanto come: os destes não são firmes, quando tocados eles
balançam; ao comer, sente como se os dentes fossem pressionados para dentro da
gengiva, e o mesmo acontece quando as duas fileiras de dentes simplesmente se tocam;
as gengivas são pálidas. *
Picadas titilantes nos molares inferiores direitos.

Garganta áspera.
Acúmulo constante de muco na boca, sem gosto mim.
Soluço freqüente.
Adipsia: ingere líquidos menos do que o de costume.
Cardialgia depois de indignação.+

Cólica, depois de indignação; depois de litotomia; com desejo de evacuar; ou com


desejo de urinar e enjôo, pior por comida e bebida.
A flatulência se desloca no hipogástrio.
Pressão muito dolorosa no ABDOME à direita, abaixo do umbigo.
Pontada beliscante nas vísceras abdominais.
Violenta torcedura, dor beliscante em todo o abdome, ora numa parte, ora noutra.
Fia to quente, forma muitos gases.
Agulhaspniriginosas na região renal.

* Hering cita um caso curado, “Prosopalgia em uma senhora, que tornava sua vida insuportável; ao tocar
a colher ou garfo nos lábios, dores inexprimíveis se projetavam dos lábios para todo o rosto; comidas
líquidas tinham que ser ingeridas com os dedos (sic.), não podia comer c omida sólida, a mastigação era
impossível."
+
(“Depois de indignação ou depois dc ficar com raiva, sente todos os tipos de trantornos.” Comp.
Chamomilla, Colocynthis).
STAPHISAGRIA 329

Prisão de ventre.
Com a sensação de como se um flato fosse ser eliminado, ocorre a descarga de fezes
finas que passam sem serem notadas.
Coceira no ânus enquanto sentado, independente da evacuação.

Necessidade freqüente de URINAR, eliminando somente uma pequena quantidade


de urina escura.
Necessidade de urinar; urina somente a quantidade de uma colher, na maioria das
vezes de cor avermelhada ou amarela escura, num jato fino ou em gotas, e depois de ter
urinado sente sempre como se a bexiga não estivesse vazia, pois um pouco de urina
continua a gotejar.
Ao despertar do sono sente uma pressão na bexiga.
Toda vez que urina sente a uretra toda queimando.

Violentas pontadas repuxantes e ardentes para fora do anel ingiiinal direito, como
vindas do cordão espermático ou do testículo direito.
Dor no testículo esquerdo, ao andar e sempre que esfregado; a dor piora ao ser
tocado.
Efeitos de onanismo ou excessos sexuais. Emissões seminais seguidas de grande
pesar e mortificação; de prostração; de dispnéia.

Espirros freqüentes, com ou sem coriza.


Coriza: primeiro sai somente um muco grosso do nariz, depois uma secreção fina.
Aparece um muco viscoso em seu PEITO.
Na extremidade superior do estemo, imediatamente abaixo da garganta, sente
picadas finas e coceira; precisa coçar.
Aperto no peito no término do coito.
Coceira picante entre as cartilagens das costelas.
Pontadas agudas na região da quarta cartilagem costal, dos lados direito e
esquerdo, intermitentementea dor penetra lentamente de dentro para fora, sem relação
com a respiração.

Picadas que coçam em ambas axilas.

Dores como deslocamento na junta do ombro direito, somente ao mover.


Dores tironeantes obtusas na junta do ombro, pior com moyimento e com o toque.
Dor violenta na junta do ombro esquerdo, não piorem movimento.
Dor paralítica no braço esquerdo, pior ao toque e movimento, com o braço
enfraquecido. Pressão paralítica no braço e antebraço, pior com movimento e toque.
ò lArniòALrKLA

Dor repaxante paralítica nas juntas proximais dos dedos: pior com movimento,
Dor rasgante fina e constritiva nos músculos do polegar, e vários outros dedos;
principalmente nas pontas.
Agulhadas agudas, profundas, ardentes e pruriginosas no polegar, obrigado a se
coçar.
Sensação como de uma pele dura estendida sobre as pontas dos dedos da mão
esquerda:pouca sensibilidade neles, eperda do tato.
Coceira picante nos músculos das nádegas; na face interna das coxas.
Dornas coxas ao andar.
Dor repuxante súbita, ou pontadas obtusas na junta do joelho, pior com movimento.
Ao tocar, as pontadas se transfonnam em dor.
Dor súbita ardente sob o joelho esquerdo, do lado extemo; em paroxismos?
Pontada perfurante na tíbia direita, quando em repouso.
Dor rasgante nos músculos de uma ou outra pema; dortironeante sob e na
panturrilha direita e acima do calcanhar esquerdo.
Coceira picante logo acima do tornozelo direito na face externa. E obrigado a se
coçar.
Dores repuxantcs aqui e ali nos músculos do corpo todo.
Picadas agudas que coçam em várias partes do corpo.
Dor em todos os ossos.
Fraqueza no corpo, especialmente nos joelhos ao andar.

Bocejo tão violento, que aparecem lágrimas nos olhos.


Sonolência ao anoitecer, tal que os olhos se fecham.
Sonhos amorosos e emissões seminais.
Freqüentemente desperta à noite com sensação de frio, mas não desperta totalmente.
Arrepio e sensação de frio ao comer, sem sede.
Indisposto para um trabalho sério.

Ferimentos com uma incisão regular.


E deve ser adicionado: esfínctercs estirados.

Escritores depois de Hahnemann não têm falado muito a respeito das dores de
cabeça de Staphisagria. Os experimentos dc Hahnemann dão ênfase a dois fatos
sobre cias, que são pressivas internas e externas, e que a violência das dores da
cabeça aumenta pelo toque. “Picadas que coçam, de dentro para fora, são
características”. As dores de Staph. ficam “mais fortes pelo toque”.
S TA PHISA GRIA 331

E Hahnemann parece dar ainda mais ênfase à ação d Q Staphisagria nas juntas e
membros do que seus seguidores deram, embora Hering cite: “Rigidez e sensação
de fadiga em todas as juntas; nodosidades artríticas nas juntas”. Mas, em
problemas articulares em indivíduos com a mentalidade de Síaphisagria, o remédio
deveria ser considerado principalmente quando ocorre sua característica mais
saliente “pior com o toque.” Chtr-^ montilla, tão semelhante à Síaphisagria na
mentalidade, é também freqüentemente negligenciada em dores reumáticas onde
poderia ser tão útil. Mas Cham. não pode ficar parada, especialmente à noite. As
dores terríveis nos membros mantêm o paciente acordado, movendo-se e às vezes
de pé e andando. Enquanto que as dores de Staphisagria pioram inç^J
suportavelmente com o (oque. '
Quem já usou Staphisagria por exemplo em artrite reumatóide? Aqui, a partir
de seus experimentos, ela deveria ser útil, quando seu aspecto mental prevalecer,
sendo os sintomas mentais na “classificação dos sintomas” os mais importantes,
desde que sejam marcantes, e especialmente se, devido à doença, mostrarem uma
mudança com relação ao que o indivíduo é em seu normal. E observa-se, em
alguns dos piores e mais intratáveis casos de artrite reumatóide, uma tal miséria
desassossegada e uma sensação de indignação e ressentimento (coincidê ncia?),
estado esse que aparece nos experimentos e que tem sido curado por Staphisagria.
HUGHES (Phartnacodynaniics) diz: “Hahnemann foi assim levado a
experimentá-la; e ele a achou tão poderosa na capacidade de afetar o or ganismo
saudável, que devido a isto também deveria ser um grande medicamento. Seus
efeitos patológicos têm sido substanciados pelas proprie dades ativas encontradas
como pertencentes aos dois alcalóides (Staphisagria) - delphinina e staphisagrina;
mas suas possibilidades terapêuticas não têm sido bem compreendidas.
Staphisagria é de fato uma daquelas drogas em que dificilmente alguém pensa para
o tratamento das formas ordinárias de doença. De vez em quando, contudo, q.
consulta de um repertório nos leva a escolhê-la como o siniillimiun do grupo de
sintomas e, com o tempo, talvez ela alcance um lugar de destaque na terapêuti ca;
pois seus experimentos mostram possuir um raio de ação bastante grande”.
Hughes também cita diferentes escritores sobre o uso desta droga em enjôo do
mar e cm vômitos da gravidez; em doenças dos olhos, especialmente as
pálpebras; em periostites e dores erráticas de ossos longos (Dros.), em neuralgia;
em cáries. Tudo isso principalmente ”nos que são extremamente sensíveis às
impressões mental e física; também é útil como um antídoto para os efeitos
tóxicos do Mercúrio e também para os problemas decorrentes de indignação e
desgosto”. Também tem sido útil em problemas sexuais.
Alguns sintomas peculiares: “Qüando ele anda depressa, sente como
332 STAPHISAGRIA

se alguém o estivesse seguindo; isso causa ansiedade c medo; c leva-o a estar


sempre olhando cm torno, vigilantemente”. Laclu, Med. e algumas outras drogas
têm essa sensação do Velho Marinheiro:

“Como alguém cm uma estrada erma


Caminha assustado e apreensivo.
E, ao ter uma vez olhado em volta, segue andando E
não vira mais sua cabeça,
Pois sabe que um demônio terrível
Segue logo atrás”.

Um outro sintoma característico é, “Inclinado a jogar tudo o que toma nas


mãos”. Isto é parte do sintoma: “Quer uma coisa e, quando a consegue, joga-a
fora”. (Comp. Cham., Cina.)
E NASH diz, “Staphisagria, Chamomilla, Nax vomica, Cina e Colo- cynthis
compartilham a seguinte característica: indivíduos mal humorados, coléricos e
irritáveis; existem poucos casos em que um deles não será
o remédio adequado”.
E Nash chama a atenção para uma outra característica única, diz ele: “Este
remédio tem um sinloma bastante pecufiar, que apareceu nos expe rimentos e que
eu lenho verificado, viz. “queimação na uretra quando não está urinando”.
Enquanto urina a queimação cessa. Nós temos diversos remédios para queimação
antes, durante c depois da micção, mas Staphisagria é o único que tem essa
queimação o tempo todo entre as mic- ÇÕcs."
Resumo de NASH:
Crianças mal humoradas,coléricas, magras, barrigudas; sujeitas a cólicas;
pior após comer ou beber. Fome extrema mesmo quando o estô mago está cheio
de comida.
Terçóis, nodosidades, calázios nas pálpebras, um atrás do outro, às ve zes
ulccrando-se.
Queimação na urelra quando não está urinando.
Muito sensível às mais leves impressões mentais; a menor ação ou a palavra
mais inocente ofende-o.
Transtornos por abuso sexual; a mente se ocupa continuamente de as suntos
sexuais.
Os dentes das crianças cariam precocemente; não podem ser mantidos
limpos.
Sensação como se o estômago e o abdome estivessem afrouxados,
pendessem. Desejo de tabaco.
NASH fala sobre sua utilidade na cura de condilomas, excrescências como
couve-flor, ou verrugas como figo. “Eni um caso, com este remédio
nAtônoio onna on rpmnvi uma cxc.rescência no Deríneo de uma moça,
STAPHISAGRIA 333

de uma polegada de comprimento e a aparência era exatamente de uma couve -flor.


Esta desapareceu rapidamente sob a ação do remédio e nunca mais voltou”.
“Ferimentos incisos. Este é o melhor remédio nestes casos, onde há um corte com
bordas regulares como depois de operações cirúrgicas. Ele é para tais ferimentos o
que Calendula é para lacerações, Amica, Hama- melis, Ledunt e Sulph. acid. para
contusões, Rhus tox., Calcarea e Niix para lesões conseqüentes a esforços; Cale. phos. e
Syniphytunt para fraturas”.

GUERNSEY, Guiding Symploms, resume Staphisagria, e vê-se o quanto lembra,


mental e fisicamente, o mais sensível dos remédios sen síveis - Hepar.
“Os pacientes ficam tão sensíveis que a menor ação ou palavra per turba ou
aborrece-o, trazendo-lhe cólera e indignação...
“Pior por abalos mentais, por cólera com indignação.
“Por mágoa; por mortificação, especialmente se causada por ofensas.
“Por perda de líquidos; por tabaco; mercúrio; por excessos sexuais.
“Por dormir à tarde.
“Por locar a parte afetada, como na dor de dente, onde não suporta que a língua,
líquido ou qualquer coisa toque os dentes.
"Pelo mais leve toque nas partes afetadas”.

* * * * *

Entre os sintomas dados por Hahnemann, lê-se: “Bom humor; ele eslava alegre e
falante em sociedade, e aproveitava a vida”. E numa nota de rodapé, cie acrescenta,
“Ação curativa secundária do organismo, em um homem de caráter opostoStaphisagria é de
falo um dos poderosos remédios par a mentalidade pervertida.
STRAMONIUM - D ATURA STRAMONIUM

V
J
HAHNEMANN diz: Esta planta narcótica não apresenta em sua ação primária
quaisquer dores verdadeiras (com exceção de sensações desa gradáveis, que o
experimentador não pode chamar de “dor”).
Sensações que podem ser estritamente chamadas de dor ocorrem somente na
ação secundária, i.e. na reação subseqüente do organismo. Esta não somente
restaura a sensação normal como oposição ao aniquilamento de sensações
provocado pela droga mas, quando esta última é dada em grandes doses, a reação
subseqüente do organismo causa uma sensação morbidamenie exaltada, ou dor.
Além disso, em sua ação primária ela produz grande mobilidade dos
músculos voluntários e supressão de todas as secreções e excreções; o reverso
disso ocorre na ação secundária, isto é, paralisia dos músculos, e se creções e
excreções excessivas.
Por isso, em doses adequadas alivia curativamente os espasmos mus culares e
restaura excreções suprimidas em diversos casos nos quais a ausência de dor é
um sintoma proeminente.
Ele somente pode curar homeopaticamente os estados mórbidos se melhantes
aos produzidos por sua ação primária característica.
Os sintomas da ação secundária (que, como com todas as drogas narcóticas,
são muito mais numerosos, mais explícitos e mais distintos do que com drogas
não-narcóticas) ensinam o médico observador a abster-se de seu emprego em
casos onde o paciente já está sofrendo de transtornos que lembram aqueles da sua
ação secundária. Ele jamais administraria Stram. em paralisia completa, ou
diarréias inveteradas, ou onde dores violentas constituem o aspecto principal da
doença.
Ele fala “por experiência” da incomparável ação curativa de Stram. “em
distúrbios mentais naturais e semelhantes” e de sua utilidade em doenças
convulsivas semelhantes àquelas que Stram causa... Sua eficácia também em algumas
febres epidêmicas, com os sintomas que esta pode excitar na mente e no corpo;
em variedades de hidrofobia, por mordida de ^nimais com hidrofobia, as quais
não podem ser todas curadas com um só remédio, algumas das quais precisando
de Belladonna, outras de Hy- oscyamus e ainda outras, de Stramonium, de acordo
com a maior semelhança de seus sintomas mórbidos com uma ou outra dessas
três plantas...
STRAMONIUM - D ATURA STRAMONIUM 335

* ****
HUGHES (Phannacodynamics): “Stramoniwn é, como Hahnemann afirma,
perfeitamente homeopático para a hidrofobia, ainda mais do que Belladonna. Ele
diz que na China, as diferentes espécies de Datara, entre elas a D. Stramonium, são
de uso popular como profiláticos contra a hidrofobia. Diz-se que deve ser
ingerida uma quantidade tal da planta, o suficiente para provocar um ataque de
‘raiva’, então o paciente estará seguro."
Ele diz que há poucas neuroses nas quais Stram. não é mais ou menos útil.
Este é o nosso remédio principal em mania aguda, para a qual este é mais
homeopático do que Belladonna, queé mais inflamatória. Também é de grande
valor em delirium tremens, na forma ativa - a mania-a-potu dos escritores antigos.
A constante associação de alucinações com o seu delírio, torna-o bastante
apropriado nesse caso... Em ninfomania e mania puerperal ele é o primeiro
remédio a se pensar, devido à sua ação especial sobre as funções sexuais ...
Epilepsia, causada por susto . .. Em coréia, é um dos melhores medicamentos
vegetais...
Ele cita Guemsey, com relação à seguinte indicação: “Mulheres par- turientes
que apresentam tal medo que as leva a se assustar e recuar frente ao primeiro
objeto visto ao abrirem os olhos. Se elas ainda não tiveram es pasmos, logo os
terão, após evidenciarem tais sintomas (de medo), a menos que Stramonium seja
imediatamente administrado... Suas outras indicações são: grande loquacidade,
expressando fantasias selvagens e absurdas; desejo de luz e companhia; um
humor suplicante e implorador”.

* ****
A Encyclopedia de ALLEN dá seis páginas e meia dc rcfcrências para os 243
diferentes envenenamentos e experimentos, cujos sintomas são mais ou menos em
número de 1.680. A maioria são envenenamentos pela droga, mas existem
experimentos, mesmo em potências altas.
Ao dar uma olhada somente nos sintomas grafados em negrito, sem contar os
importantes sintomas em itálico, vê-se hidrofobia, mania, delírio violento e
delirium tremens, epilepsia, coréia, um grande número de alucinações e MEDO.
Não é o medo vago âcAconitum, mas algo mais concreto; medo de objetos
imaginariamente vistos; e curiosamente vistos mais a seu lado que à sua frent e.
Stramonium tem muito em comum com seus primos, Belladonna e Hyoscyamus,
e vem à consideração para muitas das moléstias que estes últimos espelham. Mas
parece faltar em Stramonium a intensidade inflamatória de Belladonna.

* * * * *

HALE WHITE, que supre o ensino dc Matéria Médica para estudan


336 STRAMONIUM - DATURA STRAMONIUM

tes de medicina, descreve em curtas vinte e uma linhas a AÇÃO e o USO


TERAPÊUTICO de Stramonium.
Ele diz que sua ação é quase a mesma de Belladonna, e que não há razão por
que Stramonium não deva ser aplicado para os mesmos propósitos que Belladonna.
E que o único uso que ele tem para esta droga, poderosa e valiosa, é o de um
paliativo para relaxar o revestimento muscular dos tubos bronquiais, mais
poderosamente do que Belladonna. Ele descreve um pó que, queimado, desprende
uma fumaça densa e dá grande alívio à asma; e ele acrescenta que “as 'curas' de
Himrod e Bliss e outras para asma, são de tipo semelhante”. Ele sabiamente
coloca 'curas' entre apóstrofes, porque paliativos não curam, eles aliviam
temporariamente; e como nós sabemos, tais pós podem ter que ser queimados
repetidas vezes em uma noite. Apesar disso Stramonium pode curar alguns casos
de asma, pois é capaz de causar respiração difícil, principal mente em conexão
com espasmo do diafragma.

* ****
CULPEPPER (Herbal, 1653) menciona Stramonium para problemas
epilépticos, convulsões e loucuras; sendo sua antiga reputação, como ve mos,
amplamente confirmada do ponto de vista homeopático, através de
envenenamentos, experimentos e prática.

♦ ****
Para conseguir um conhecimento geral dos usos de qualquer droga, tem-se
que obter as impressões de muitos prescritores e a experiência destes com
relação à utilidade da droga.
BOGER (Synoptic Key) enfatiza: “UM REMÉDIO DE TERRORES, MAS
SEM DORES .. . Movimentos desordenados, graciosos ou rítmicos... MEDO DA
ESCURIDÃO e tem horror a objetos reluzentes ... Grande sede, mas tem medo de
água ... Diarréia pútrida, escura, in- dolor e involuntária... Desperta assustado ou
grilando”.

* * $ * :|e
GUER^SEY (Keynotes), que tem um talento para ir diretamente aos aspectos
principais de uma droga, fala úeStramonium:
“A principal atuação deste remédio se encontra nas afecções mentais. Em
pessoas jovens, às vezes histéricas, que rezam, que cantam devotamente,
suplicantes, que imploram, etc. (Mulheres jovens com menstrua ções suprimidas
podem ser assim afetadas). Em febres onde o paciente não suporta a solidão ou a
escuridão; se é deixado sozinho em um quarto escuro, a perturbação mental é
muito agravada. Também em delírio inconsciente quando o paciente de vez em
quando levanta a cabeça do travesseiro e depois a deixa cair, continuando isso
sem interrupção du
STRAMONIUM - DATURA STRAMONIUM 337

rante um longo período. Mulheres com febre puerperal podem ter sensações
absurdas, que elas são duplas, que alguém está na cama com elas, e outras
estranhas fantasias sem significado. Afecções do intelecto; lou cura.. ..
“Rosto vermelho e entumescido. Não consegue andar, ou ficar de pé num
quarto escuro, cai...”

* *
NASH resume Stramonium assim:
“Selvagemente delirante, com o rosto vermelho e grande LOQUACI- ADE.
“Pupilas muito dilatadas; quer luz e companhia; medo de ficar sozi nho. Quer
que lhe segurem a mão. (Zinc.).
“Um lado paralisado, o outro convulsivo.
“Desperta com uma aparência assustada; amedrontado, medo do pri meiro
objeto visto.
“Ausência de dor com a maioria dos transtornos (Opium). Levanta
subitamente a cabeça do travesseiro, em espasmos”.
Ele o chama de um do trio de remédios proeminentes em quadros de delírio
intenso, diferenciando-se dos outros dois principalmente no grau de intensidade.
Ele diz:
“O desvairio é tremendo. Canta, ri, sorri de modo malicioso arrega- nhando
os dentes, assobia, grita, reza piedosamente ou pragueja horrivelmente e, mais
que todos os remédios, éloquaz”.
Além disso o paciente assume todas as posições correspondentes ao seu
delírio cambiante: transversalmente, longitudinalmente, rola como uma bola ou
fica rígido alternadamente ... As coisas parecem tortas ou oblíquas para ele.
Sente a boca como se estivesse esfolada; a língua dura como se parali sada.
Fezes soltas, enegrecidas, cheirando como cadáver ou ausência de fezes ou urina.
Mais tarde tem perda da visão, audição e fala, estando as pupilas dilatadas e
imóveis e suor que ensopa mas que não traz alívio. A morte em breve encerrará a
cena, a menos qu&Slram. ajude-o.
Ele compara os três:
Stram. é o mais loquaz.
Hyos. é o mais insensivelmente estúpido.
Bell. fica no meio termo entre os dois.
Stram., num solavanco, levanta a cabeça.
Hyos. se contrai, esgaravata ou alcança objetos no ar, em outros mo mentos
está deitado e completamente tranqüilo.
Bell. sobressalta-se ou pula fora da cama, ao adormecer ou despertando do
sono.
I Todos têm momentos onde querem fugir...
O l KS1M V I V J U M - JU/1 1 UJtíA ò 1 ttAMUJVJ UM
{
(*****
=y Agora vamos a alguns dos pontos especiais citados por KENT: Ao
_ ^ /) Xpensar em Stramonium, a idéia de violência vem à mente,... é espantoso
ver um paciente envenenado ou precisando de Stramonium, num tre-
mendo tumulto, uma grande revolta acontecendo. Excitação, raiva, tudo é
tumultuoso, violento; o rosto selvagem, ansioso, assustado; olhos fixos em
algo; rosto ruborizado; febre intensa, com delírio, com a cabeça quente e
extremidades frias. Vira-se contra a luz, quer a escuridão, agravado espe-
cialmente por luz brilhante. Febre alta com delírio violento; febre tão in -
tensa que pode ser confundida com a de Belladonna, mas habitualmente é
W.
/ uma febre contínua, enquanto que a febre intensa da Bell. é sempre re-
mitente.
E como um terremoto em violência. A mente está tumultuada, pra-
gueja, rasga as roupas, fala violenta, fúria, erotomania, impudico. (Útil
em tifóides violentas).
Mania que existe por algum tempo. Um único ataque pareceria de
Bell. Mas Bell. poderia ser um paliativo no primeiro ataque e no segundo
não faria nada.
Quando o delírio não está presente, o paciente tem a aparência de es-
tar em grande sofrimento; com a testa franzida; rosto desfigurado, doen-
tio, pálido. Aparência ansiosa, indicativa de intenso sofrimento por com -
prometimento meníngeo.
Delírio: suave, murmurante, um palavrório incoerente, com os olhos
^abertos; vivido; alegre, com risadas espasmódicas; furioso, encolerizado,
ilvagem; tenta bater e morder; com as mais esquisitas sensações . . .
‘$/ /rme(
*° 001110 se um cachorro fosse atacá-lo. Idéias estranhas a respeito do
seu corpo, de que o corpo está com aparência doentia, alongado, defor -
/ JÇ^o • * •

í ^ animais, fantasmas, anjos, espíritos, diabos; sabe que eles não são
%
k j£èÁ reais, mas depois está certo que são...
^ \ Canta canções amorosas e profere discursos obscenos... Grita até ficar
'‘rouco e perder a voz. Guincha e grita dia e noite, com febre ou em mania.
Hyos. tem um delírio selvagem e maníaco, mas muito pouca febre. Em Stram.
há uma febre considerável. EmM. a febre é de tarde e ao anoite cer (15:00 às
3:00), e então ocorre uma remissão.
Convulsões puerperais e insanidade. Ele tem natureza sépti ca. “Acha que
está condenado por suas faltas", ainda que tenha vivido uma vida cor reta ...
Congestão cerebral; intoxicação profunda; estupor; respiração ester - torosa;
maxila inferior caída... Tifóide, com exsudação de sangue da bo ca, língua seca,
inchada, que enche a boca, pontuda, vermelha, como um
pedaço de carne...
/ _________________________________________________________________
< Meningite basilar por supressão de secreção dos ouvidos. Testa fran -
STRAMONIUM - DATURA STRAMONIUM 339

zida, olhos vidrados... dor horrível na base do crânio com uma história de
necrose no ouvido.
Violenta dor de cabeça por andar ao sol, pior deitado. Pior por mo vimento ou
por sacudir o corpo... Dor no occipício.
Inflamação intensa, formação de pus, abscessos com dor excruciante, ...
estados sépticos viciosos. Abscessos crônicos: a articulação do quadril à
esquerda é o principal local afetado.
Stram., dentre os remédios de ação profunda, é o mais violento em seus
transtornos mentais...
Supuração dos pulmões quando a tosse piora ao olhar para a luz.
Ilusões com relação à sua identidade pessoal.. . Grande ansiedade quando um
trem está passando por um túnel.

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO

Delírio maníaco: sintomas qae lembram a HIDROFOBIA.


Delírio com medo, como se um cachorro fosse atacá-lo.
Impressão de perigo: se agarra à pessoa que está cuidando dele.
DELÍRIO turbulento, com ALUCINAÇÕES.
A aparência do paciente sugere mania.
Tem aqueles bichos, ajude-me a pegá-los”, diz ele.
“Ali, uma longa fila de percevejos, e depois deles uma procissão de besouros, e aqui
rastejando sobre mim uma multidão de baratasEle recua assustado; depois de repente
diz: “Eu creio que sei que os percevejos não são reais, mas de vez em quando eles me
parecem reais. ”
(Agarrando-se à mão de um homem), às vezes ela grita dizendo que viu gatos,
cachorros e coelhos, no teto, nas paredes e no meio do quarto.
■fo/P® (Ao falar), o som lembra mais um guincho do que o tom natural da voz.
Manifestou grande aversão a líquidos de qualquer tipo. Quando uma /j^K^acara de
água era colocada em seus lábios, ela se assustava com isso e às /u vezes recaía em seu ataque;
ela tinha uma aversão tão grande aos líquidos, que somente com muita dificuldade foi possível
que bebesse um pouco.
Hidrofobia: Aversão e mesmo raiva, quando se tentava fazê-lo tomar qualquer
líquido. Tinha até mesmo uma irritação espasmódica dos músculos da faringe e qualquer
coisa ingerida sufocava-o e era regurgitada.
Pediu à mãe para que não a deixasse, porque "alguma coisa iria machucá-la
Fica olhando pasmo em tomo de si, depois um olhar fixo, com sobressaltos súbitos
dos braços e dos membros inferiores, murmurante, depois gritos repentinos e furiosos,
arranhando, rompe coisas com as mãos, e chuta.
Ele faz todos os movimentos com rapidez.
340 STRAMONIUM - DATURA STRyiMONIUM

Pela expressão do rosto e pelos movimentos, ele parece às vezes estar


perseguindo ou fugindo de objetos imaginários.
Aterrorizado por ilusões fantasiosas; parecem brotar do chão ao lado dele
grandes cachorros, gatos e bestas horríveis, dos quais ele foge aterrorizado, mas não
consegue se livrar destes.
Estranhas imagens aparecem continuamente em suas fantasias, aterrorizando-o.
Ele vê imagens horripilantes mais ao seu lado do que à sua frente.
O menino parecia ver objetos pretos.
(Via um canasco parado diante dele) que lhe parecia real.
Todas as idéias pareciam consistir de meras reproduções, não havia nada
original ou quaisquer novas combinações.
Ocupada com alucinações; olhar fixo; parecia tentar alcançar alguma coisa que
ela tinha visto. Exclusivamente absorta com objetos de sua fantasia.
A visão de uma luz, um espelho ou água., excitava convulsões terríveis.
Totalmente irracional; esgaravatava as roupas de cama, via bichos, etc.
Tremendo e parecendo muito amedrontada. Sobressaltos por medo.
MEDO de ficar no escuro e, em menor intensidade, de ficar sozinho ao
anoitecer; depois dopôr-do-sol.
Conduta e semblante como de uma criança muito amedrontada, e temendo uma
terrível calamidade.
DELÍRIO .* suave; murmurante; violento; tolo; alegre; loquaz; incoerente;
falando sem sentido; com os olhos abertos; vivido; divertido; com risada
espasmódica; furioso; frenético; tentativas selvagens de golpear e morder; com as
noções mais estranhas; com excitação sexual; medo como se um cachorro fosse
atacá-lo; consciente de seu estado; chama pelo pai e pela mãe, os quais estão
presentes e tentando consolar a criança; com olhos abertos; com alucinações
turbulentas; tímido, se esconde; tenta fugir; com muito medo; fala incessantemente,
absurdamente, ri, aplaude com as mãos sobre a cabeça, com os olhos bem abertos.
Desejo de luz e companhia; não suporta ficar sozinho.
DELIRIUM TREMENS. Alucinações , principalmente à noite, que deixam o
paciente em uma inquietação selvagem...
Rindo. Intoxicação.
Afluxo de sangue para a cabeça. Violenta congestão da cabeça.

OLHOS bem abertos, proeminentes; pupilas excessivamente dilatadas,


insensíveis, com conjuntivas injetadas, como se os vasos estivessem cheios com um
líquido sujo. Reclamava que estava escuro e pedia por luz.
Alucinações ESCURAS. (Bell.: fogosas, brilhantes).

Bochechas quentes. Afluxo de sangue para o ROSTO.


STRAMONIUM - DATURA STRAMONIUM 341

Um halo branco em volta da boca.


Olhar selvagem efixo: expressão de grande medo e terror. (Acon.).

Saliva como clara de ovo escorrendo da BOCA.


Fala gagiiejante, difícil e ininteligível.
Tem que se esforçar durante bastante tempo antes que consiga falar uma palavra.
(Entorta o rosto efaz grandes esforços para falar).

Secura da GARGANTA Constrição.


Constrição espasmódica da garganta, um tipo de paralisia, tal que engolirfica
muito difícil, quase que impossível.
Faringe seca; muito vermelha; com dificuldade de engolir. Terrível espasmo da
garganta a cada tentativa de engolir, como na hidrofobia.
Secura da garganta que não é eliminada mesmo por freqüentes goles d’água.
A criança tinha não somente perdido o poder de dicção, mas também a voz. Podia
simplesmente externar um som rouco e coaxante, alternando com tosse crupal, com
som como de latido; incapaz de engolir por causa de espasmos violentos.
Sede violenta, por bebidas azedas. Medo de água e aversão a todos os líquidos.

ABDOME distendido, mas não duro.


Fezes e urina suprimidos.

VOZ rouca e coaxante. Aguda, guinchante, fora do tom.


Modulação normal da voz quase que totalmente perdida, fica mais alta e mais
fina do que o usual.

Contrações súbitas das mãos e dos pés; dos tendões; das extremidades;
*
durante o calafrio; ao longo do corpo como tia CORELA

Tremor dos membros.


Tremor do corpo todo, parecia como se estivesse com muito medo.
CONVULSÕES.
Convulsões medonhas ao ver uma vela acesa, um espelho ou a água.
Rejeitava todo líquido e parecia estar com hidrofobia, pois no momento em que
uma xícara cheia de líquido tocou seus lábios, os espasmos \retomaram com grande
violência.
' A criança fica inquieta; agita-se; pede água; consegue engolir com muita
dificuldade.
Constantes movimentos inquietos de todos os membros e do corpo todo.
Ò1KAMONIUM - DATURA STRAMONIUM

Convulsões, alternando com raiva; opistótono, provocados por objetos brilhantes,


reluzentes, uma vela acesa, um espelho, ou pelo toque. A criança fica rígida como tábua,
quando alguém fala com ela em voz alta ou quando é tocada. Grita com uma voz rouca.

Vertnelhidão escarlate da PELE


Erupção intensamente vermelha na pele, lembrando febre escarlatina, mas tendo
uma aparência mais brilhante.
Exantema escarlate no corpo todo.

CABEÇA muito quente. Pele quente, seca, queimante, escarlate.

A criança não consegue DORMIR no escuro, mas adormece logo, quando em um


quarto iluminado.

SINTOMAS ESTRANHOS, RAROS E PECULIARES

Mãos e braços em movimento, como se estivesse fiando ou tecendo.


Agarrando coisas no ar, pegando objetos imaginários.
Sem movimento, sem pulso; depois se agita com muita raiva; faz sinais
incompreensíveis para os que estão em volta.
O quadro lembra o de uma grande embriaguez.
Chama as coisas pelos nomes errados; suas botas, de toras de madeira; seu
quarto, de estábulo.
Sem uma estimativa correta de distância e tamanho: tenta alcançar coisas que
estão distantes no quarto; colide com as pessoas e coisas que lhe pareciam estar
distantes.
Usa palavras erradas, não consegue encontrar as palavras corretas. Fala
em línguas diferentes.
Senta-se em silêncio, os olhos no chão, esgaravatando suas roupas.
A mente vagueja, com movimentos rápidos dos olhos e das mãos.
* Excessiva dilatação das pupilas, com pulso lento. s-yr Aberrações da
mente. Um leva madeira para casa para fazer conha- Otrê; um outro cruza dois
machados para partir a madeira; um terceiro es- ^T^/cava o chão com a boca
como um porco; um quarto era um “carpinteiro” e começa a perfurar buracos;
um quinto corre para a fornalha para^pegar o peixe que ele viu nadando lá... uma
menina corria pelo quarto e gritava que todos os espíritos do mal a estavam
perseguindo.
O rosto expressa perturbação, estupidez, MEDO.
Conversa com espíritos; está sob influência deles; co munica-se com Deus; dá
sermões; faz profecias.
Animais pulam do chão ao seu lado; ele se move rapidamente para o
STRAMONIUM - DATURA STRAMONIUM 343

outro lado, onde outros aparecem e começam a persegui-lo.


Pensa.que é alto; duplo; que está deitado transversalmente; que foi
morto, grelhado e estava sendo comido.
Vê imagens horríveis mais ao seu lado, do que à sua frente; todas elas
causam terror.
Parecia ver objetos pretos; falava de pessoas negras e nuvens negras;
agarrava coisas no ar.
Afluxo de sangue para a cabeça com delírio furioso, loquaz.
“Sente que um cachorro está mordendo-o e arrancando a carne de seu
peito”; reclama de dor de cabeça violenta; confessa-se e reza; quer ser
morto; ser beijado; acusa sua esposa de infidelidade; não quer ser tocado;
toma as pessoas por cachorros e late para elas.
Acha que é uma pessoa ilustre. Ameaça esfaquear os que estão em
volta; ou quebrar a mobília; ou se jogar pela janela.
Pensa ter cobras dentro dele; lagartos; vermes em suas roupas.
Mania religiosa; olhar devoto; reza; fala inspirada; desespero de sua
salvação.
A água, um espelho, ou qualquer coisa brilhante excita as convulsões.
Grita e uiva. Quer matar as pessoas, ou a si mesmo.
Mutável; pressente a morte; sente raiva; depois faz gestos engraçados;
depois arrogância e desconsolo.
Pensamentos e atos obscenos. Procura morder ou pegar moscas. Can -
ta e externa coisas.obscenas.
Ri. Faz caretas; imita movimentos, gestos e vozes de diferentes ani -
mais.
Suicida, quer uma navalha para cortar sua garganta.
Sentimento de culpa, pensa que não é honesto.
Ao ser repreendido, as pupilas dilalam-se imediatamente.
Criança muito zangada; bate ou morde.
Ao descer as escadas toma dois degraus por um e cai.
Asas do nariz brancas e o rosto vermelho.
Gosto amargo; todas as comidas têm gosto amargo; perda total do
paladar.
Língua esbranquiçada e com pequenos pontos vermelhos! Em cons -
tante movimento; inchada; pende para fora da boca.
Aversão a líquidos; à água; só o falo de vê-la já lhe provoca espasmos.
Desejo violento de morder e rasgar coisas com seus dentes.
A visão de uma luz, espelho ou água excita horríveis convulsões.
Espuma na boca, cospe constantemente. ,
\
Sede violenta com desejo de bebidas a 2:edas.
Grande desejo de ácidos. Melhor por vinagre.
Soluço muito violento. Salivação muito salgada.
Vomita água, bile, uma substância verde escura; bíle verde.
344 STRAMONIUM - DATURA STRAMONIUM

Como se o umbigo fosse ser arrancado.


Gases no abdome despertam-na; grita pensando que está cheia de coisas
rastejantes.
Como se a urina não pudesse passar, por causa de estreitamento na uretra.
Como se um corpo cilíndrico estivesse sendo empurrado através da uretra,
melhor depois de beber vinagre.
Excitação sexual; mãos constantemente nos genitais.
Ninfomania.
Metrorragia com excessiva loquacidade, canta, reza, louva.
Olhar assustado ao acordar.
Afonia; afasia; gagueira.
Grande sensação de asfixia.
Pressão forte nas cartilagens da terceira e quarta costelas com difi culdade de
respirar; incapaz de inalar o suficiente para respirar sem ansiedade.
Ao tossir quando está sentado, as extremidades inferiores são arre messadas
para cima.
Alguma coisa dando voltas no peito.
Diafragmite.
Tão logo ela cai num sono leve, irrompe um profuso suor ( Con.).
Os braços estirados; jogados para cirna.
Batendo com um braço e agarrando com o outro.
Cai sobre seus próprios pés. Dedos e calcanhares adormecidos.
Cai, sem perder a consciência, curva-se para trás de tal modo que o
calcanhar toca o occipício; de repente move-se rapidamente para frente de novo.
Cai ao andar no escuro; pode andar bem em lugar iluminado.
Músculos voluntários não obedecem a vontade.
Cãibra contínua nas mãos e nos pés.
Grande mobilidade dos membros.
Estranhos movimentos involuntários; grande elasticidade.
Sensação nas juntas como se todas as partes dos membros estivessem
completamente separadas umas das outras. Braços e pernas separadas do corpo:
mãos e pés soltos das juntas...
(E assim por diante: convulsões; coréia; histeria; epilepsia; etc. ).
Desperta: não sabe onde está; com um ar solene de importância; gri tando,
amedrontado,sem reconhecer ninguém, recua assustado ou salta da cama; com os
olhos fixos em um ponto; assume uma aparência comi- camente majestosa...
Como se água fria fosse vertida sobre suas costas.
Como se faíscas de fogo se movessem do estômago para os olhos.
STRAMONIUM - DATURA STRAMONIUM 345

E importante reconhecer os estados exatamente opostos produzidos (e


curáveis) por Stramonium. Praguejando e rezando (como o garoto que se arrastava
por vielas e cantos estranhos, quando ele caiu de joelhos rezando). Desejo de luz,
incapaz de andar ou de dormir no escuro (como o jovem que tem que ter uma luz
acesa para dormir, porque “derruba a casa aos berros” se a luz acabar) e o oposto,
convulsões que reaparecem ao ver objetos brilhantes. Além disso tem violentas
convulsões, com deformidade terrível do rosto; ou somente o (característico)
"movimento desordenado, gracioso e rítmico em delírio ou coréia, completamente
diferentes das contrações angulares dcHyos”. (Todos casos lembrados).
Recordo de diversos exemplos marcantes da rápida ação curativa de
Stramonium. Dois casos, anotados na margem daEncyclopedia de Allen. (1) Um
grande e forte escocês, anos atrás, quando a influenza voltou, de pois de muitos
anos de ausência, pondo os médicos em pânico e fazendo um grande número de
vítimas, incluindo um dos príncipes, que sucumbiu durante um acesso da
epidemia corrente. O escocês tinha uma temperatura muito alta, uma dor terrível,
“direto no meu calcanhar”, como ele depois a expressou; com delírio e vômito de
uma substância verde. Mas o sintoma “estranho, raro e peculiar” aqui era que ele
disse que o copo d’água que sua esposa trouxe para ele era preto, e que o rosto
desta era preto. Esta visão como se as coisas fossem negras sugeriu Stram. e ele
foi curado em poucas horas por Stram. 30. (2) Há muito esquecido, mas escrito
logo abaixo, na mesma época, lê-se: “Alice” (uma empregada doméstica). “Dor
forte por dentro da cabeça o dia todo, curada por uma dose de Stram. 30”.
Um terceiro e mais recente caso hospitalar, já citado, mas que merece ser
contado novamente aqui, que é o lugar próprio. Este foi um caso sur preendente ...
Uma mulher de 33 anos foi trazida para o L.H.H. em 17 de Janeiro de 1930.0
médico da velha escola que a enviou estava tratando-a durante os últimos 14 dias
de um pielite e freqüentes ataques cardíacos, com uma temperatura de 40°; e no
ano anterior de "insuficiência mitral e albumi- núria”.
Na internação havia muito pus e sangue na urina; um pouco de dor lombar e
dificuldade de urinar. Ela parecia estar muito doente; mas na internação não foi
encontrado nada anormal nos pulmões.
No dia seguinte ela estava inquieta e delirante ao anoitecer, com me dos
mórbidos e uma temperatura de 40.8, respiração 24.
No terceiro dia a temperatura era de 40-40.8, respiração agora 44. Ela tinha
desenvolvido uma pneumonia dupla rapidamente. A pele, ruborizada, quente, seca.
Delírio. Sede. E à noite inquietação com contrações do rosto e das mãos.
Temperatura 40. Respiração 34-48 (apesar do Phos. 30 que ela estava tomando a
cada seis horas). E ela só tinha urinado 300 ml
346 STRAMONIUM - DATURA STRAMONIUM

em vinte e quatro horas.


Nò quarto dia, muitas contrações do rosto;mãos contraídas; um pecu liar
sorriso “angélico”no delírio. Ela estava consciente quando se levan tou.
Observou-se que a temperatura atingiu ssu pico ao MEIO-DIA (40.6).
O caso foi reconsiderado, levando em conta seus sintomas incomuns e
característicos.
Para febre ao meio-dia, existe uma só droga em itálico: Stram.
Os espasmos graciosos e contrações do rosto - “os músculos faciais movem-se
constantemente durante o delírio": novamente Stram.
. É o caráter do delírio,não tendo a violência de Bell., junto com a febre, a
pele seca e quente, e a urina suprimida, novamente sugeria Stram. Então ao
meio-dia do quarto dia de internação, o segundo dia da pneumonia, foi-lhe dado
Stram. Int., três doses, com intervalos de quatro horas.
O resultado foi dramático! Isto é, passou uma noite mais tranqüila; sem
contrações; sem delírio.Consciente.^4 temperatura descendo.
No dia seguinte a temperatura aumentou mais uma vez, mas às 8:00 e não ao
meio-dia, e somente até 39.8 - um grau a menos; quando ela tomou mais três
doses de Stram. lOm. Após o que, somente mais uma pequena elevação de
temperatura, que voltou a cair e permaneceu sub-nor- mal durante alguns dias.
Um dia depois, como ela estava fraca e sonolenta e “parecia intoxi - cada”,
lhe foram dadas três doses deAmica 200; depois disso ela não mais precisou de
medicamentos.
Stram. foi dado no segundo dia da pneumonia dupla e ela ficou sub- normal
três dias depois.
Em 18 de Fevereiro ela estava andando pela ala do hospital e teve alta
quinze dias depois, “pulmões normais, coração normal, urina normal. Totalmente
bem”.
O interesse nesse caso foi sua grande severidade (o médico que a encaminhou
acreditava que ela morreria de pielite e do problema cardíaco antes mesmo que a
pneumonia dupla somasse ao quadro), e a droga in- comum para pielite e
pneumonia dupla. Este caso mostra como o remédio curativo foi encontrado,
baseado em poucos sintomas, mas característicos, não de pneumonia ou de
pilelite, mas daquele paciente individual que exibia aqueles quadros de doença.
Aqui, a “totalidade de Sintomas Característicos” de Hahnemann sugeriu um
remédio ao qual o paciente indubitavelmente devia sua vida.
E com isso encerramos Stramonium. Uma droga maravilhosa,quando
corretamente aplicada, ainda que somente digna de vinte e uma curtas linhas na
Matéria Médica deHale White, o compêndio para estudantes de medicina.
As coisas estão finalmente mudando e nos perguntamos quanto tem
STRAMONIUM - DA TURA STRAMONIUM 347

po vai levar até que esses estudantes possam vir a aprender Matéria Médica
conosco! Nós não desejamos montar uma escola de medicina; todo o resto pode
ser melhor ensinado em qualquer outro lugar, com apli cação e com professores de
primeira classe; mas Matéria Médica! Bom Deus! Não admira saber quantos
médicos já “perderam sua fé na medicina”.

* * * * *
NASH dá um caso de mania aguda, curada com Stramonium. “Uma moça com
aproximadamente 30 anos, super aquecida por andar ao sol, durante uma
excursão. Membro da Igreja Presbiteriana, mas imaginava estar perdida e me
chamou durante seis manhãs sucessivas para vê-la morrer. Perdida, perdida,
perdida, eternamente perdida, era seu tema, pedindo ao pastor, ao médico, a todos
para rezarem por ela e com ela. Falava dia e noite sobre isso. Eu tive que fechá -la
cm seu quarto sozinha, pois senão não iria dormir e também não deixaria
ninguém dormir.
“Ela imaginava que sua cabeça era tão grande quanto um alqueire e me
obrigou a examinar suas pernas, que ela insistia serem maiores do que uma igreja.
Após tratá-la durante várias semanas com Glon., Lach., Nat. carb. e outros
remédios tomando a causa como base da prescrição, sem a menor melhora de seu
estado, eu lhe dei Stramonium, que cobria seus sintomas e em vinte e quatro horas
havia desaparecido qualquer vestígio daquela mania . Ela estava para ser enviada
para o Asilo Utica”. (Nash deu a ela a sexta potência).
r \
SULPHUR

V )

Sulphur é um dos maiores “policrestos” (drogas de muitos usos) - o Príncipe dos


“antipsóricos” (remédios de doenças crônicas não venéreas) de Hahnemann - e é
um dos constituintes do protoplasma, portanto não somente existe no organismo,
mas também provoca e cura sintomas em todos os tecidos e órgãos do corpo. Sua
grande e ampla extensão na prescrição homeopática é evidenciada pelo fato de
que a Encyclopedia de Allen dá não menos do que 1.040 sintomas singulares,
cada um com referência não somente à autoridade responsável mas à dose usada.
Hahnemann fala de Sulphur: “O médico homeopata (que age apenas cm
conformidade com as leis naturais) encontrará muitos estados mórbi dos
importantes para os quais descobrirá e poderá esperar muito auxílio nos sintomas
de Sulphur e Heparsulphuris”
Ele aponta a semelhança das erupções produzidas por Sulphur-com aquelas
da sarna: - a erupção pruriginosa característica que Sulphur pode excitar, “na
qual é revelada uma afecçãè. similar (homeopática) mas não idêntica à sarna... e
nos diz que “a Homeopatia requer medicamentos que produzam doenças apenas
semelhantes àquelas para as quais devem ser administrados a fim de curá-las A
Homeopatia nunca preten
deu produzir uma doença idêntica com medicameikos, mas sempre orde nou a
seleção de um medicamento para a cura que produza somente uma afecção
semelhante.... A estátua de Canova do prisioneiro de Sta. He lena pode ser muito
parecida, mas não é NAPOLEAO! ... Será que os nossos tolos oponentes não
entendem isto? São eles incapazes de compreender a diferença entre idêntico (o
mesmo) e semelhante! Ou não querem compreender isto?” E ele dá a diferença
entre “sarna verdadeira e as pápulas e vesículas muito parecidas com a sarna dos
trabalhadores de lã.” Na Matéria Medica Pura, ele despreza a idéia de empregar
doenças para a cura de doença; mas mais tarde, em suas Doenças Crônicas e cer-
tamente no Organon (possivelmente em suas últimas edições), elediscute o fato
de que pela preparação e potencialização, os produtos da doença se tornam “tão
mudados a ponto de não serem maisidem massimillimum”; e foi o próprio
Hahnemann que preparou e potencializou o conteúdo da pústula da sarna e o
provou (a experimentação pode ser encontrada nos Archives de Stapf); e mostrou
desse modo suá grande semelhança de sin

348
SULPHUR 349

tomas aos de Sulphur - e suas grandes diferenças, ensinando-nos assim quando


prescrever um e quando prescrever outro.
Mas acredita-se qué Hahnemann, mais tarde, parcialmente provou e usou
alguns outros produtos de doença; apesar dele não nos ter dado uma orientação
para o uso destes, já que eles não foram suficientemente ex perimentados para
que fosse possível seu emprego científico. (Veja um artigo interessante sobre
este assunto, HOMEOPATHY, vol. I, p. 462).
De qualquer forma, Sulphur é um dos nossos grandes medicamentos de pele,
mas somente nos problemas de pele semelhantes aos que ele po de produzir, ou
em típicos pacientes Sulphur. Apresentá FURÚNCULOS (AnthracTarent.
cub:,Am., Bellis e uma multidão de outros, cada qua em seu lugar); grupo de
furúnculos que sucedem um ao outro. Coceira extrema; coceira “voluotimsa” .-
aliviada-nor cocar, depois sente ardor; pior^como calor da cagx&(Merc.). “Pele
seca, áspera, escamosa ou pru- riginosa, que tende a romper^se ou supurar e sem
tendência a cicatrizar (Hep., Sil.y, também aparecem erupções pustulosas.
E as erupções de Sulphur podem se alternar com outros transtornos, ptais
como ãSTjia%&rs. ,etcj! ’
fuaíuto nós éramos crianças, um precioso Livro de Enigmas dizia que
“Sulphur vem^dos vulcões e é bom para erupções”, e Sulphur está asso-
ciàdoemceTtarõpíníòescomoLagode i-Ogüe QueimaçõesEternas; e Sulphur de
fato causa QUEIMAÇÕES; dor queimante nos olhos, lábios, língua; nas narinas,
rosto, garganta; nas faces e na faringe; no estômago e no abdome; no ânus; nas
hemorróidas, etc.; entre as escápulas {Lyc., Phos.); nos dedos, palmas das mãos
(PHOS.), joelhos, pés, especialmente à noite; nas solas dos pés, noscalos, em
frigidas, na pele do corpo todo, em ^ üaffêslsofar^^ se deita. As
erupções de Sulphur UÜEI-
\ MXJVÍTe com toda sua queimação, pode haver queimações em partes iso ladas -
queimações em certas áreas ou locais, com frialdade em algum outro lugar, como
pés frios com cabeça ou rosto ardentes; da mesma forma que Nat. mur. pode ter
distribuição irregular dos fluidos do corpo, como diarréia com boca e língua
secas, ou “secura de membranas mu* cosas com secreções aquosas em outros
locais”.
“Sulphur avermelha os orifícios como nenhum outro remédio” - lábios ( Tub.),
pálpebras ( Graph.), narinas, ÂNUS vermelho, sujo, com secreção (Aurum), com
prurido; com fezes escoriantes e freqüentes; e temos em Sulphur um grande
remédio para hemorróidas. Tem-se visto Sulphur em baixa potência produzi-las
em quem nunca as teve até então. Os antigos que usavam “potências baixas”
tinham um artifício para a cura de hemorróidas com o uso alternado de Sulphur e
Nux (eles são remédios complementares). Naquele tempo eles considerariam uma
desgraça ter as hemorróidas “operadas” ou injetadas.
Sulphur provoca sintomas do topo da cabeça às solas dos pés. Na
350 SULPHUR

cabeça apresenta sensação de pressão que lembra LACH., BELL., GLON. e


outros, enquanto que as solas dos pés queimam tanto que precisa por os pés para
fora da cama (PULS., MED., CHAM.).
Sulphur é, decerto, um grande remédio para problemas estomacais e
intestinais. O estômago de Sulphur sente-se vazio e “fundo”, especialmente por
volta das 11:00 (ou ao meio-dia, ou uma hora antes do almoço), além disso o
paciente Sulphur freqüentemente lhe dirá que não quer tomar o café da manhã,
mas estará morrendo de fome mais tarde. E a típica diarréia de Sulphur
(geralmente crônica) atormenta sua vítima com evacuações ou diarréia urgentes
de manhã cedo, não o incomodando o resto do dia.
Seria impossível dar todos os sintomas grafados em negrito de Sulphur
- i.e. os sintomas produzidos repetidas vezes e curados repetidas vezes por essa
droga - tais sintomas são demasiadamente numerosos para o espaço disponível;
mas adentraremos em Kent, e tomaremos um pouco da experiência desse grande
prescritor derivada dc uma prática bastante grande e de sucesso, e de anos de
ensino de Matéria Médica. Quanto mais se recorre a Kent, mais é necessário
recorrer. Ele, provavelmente mais do que qualquer outro, embebeu -se do espírito
de Hahnemann, e expôs e perpetuou suas doutrinas.
KENT diz: “Sulphur é um remédio tão completo que é difícil dizer onde
começar. Ele parece conter uma semelhança a todas as doenças, e um iniciante
ao ler sobre os experimentos de Sulphur pode naturalmente pensar que não há
necessidade de qualquer outro remédio, pois a imagem de todas as doenças
parece estar contida neste.” Ainda assim, ele diz, “ele não curará todas as
doenças do homem e não de ve ser usado indiscriminadamente Parece que
quanto menos um médico conhece da Matéria
Médica, mais freqüentemente ele dá Sulphur, mas este é freqüentemente dado por
bons prescritores, de modo que a linha entre o conhecimento e a ignorância dos
médicos não pode ser desenhada a partir da freqüência do uso que eles fazem de
Sulphur.
“O paciente Sulphur é magro, delgado, faminto, dispéptico com ombros
inclinados para a frente; ainda que muitas vezes este possa ser dado para pessoas
gordas, rotundas, bem nutridas.”
“O estado de Sulphur pode ser causado por ficar em casa meditando -
pesquisa filosófica, sem fazer exercício; precisam comer somente os ali mentos
mais simples e não o suficiente para alimentá-los, e terminam por entrar numa
mania filosófica.... Um outro tipo é o de aparência suja, enrugada, rosto
avermelhado. Se for uma criança, esta pode ser banhada freqüentemente, mas
mantém um aspecto como se tivesse sido lavada superficialmente. ... O estudante
Sulphur - inventor - trabalha «dia e noite com roupas e chapéu puídos; cabelos
compridos e um rosto sujo; seus cadernos são sujos, desmazelados, os livros são
empilhados indiscriminada
SULPHUR 351

mente, sem ordem. Sulphur parece produzir esse estado de desordem, de sujeira,
‘não se importa com a forma comoas coisas se encaminham\ e 4im estadcTcíe
egoísma ETe se tõrnã”um falso filósofo, desapontado^por quê~omundo
líão^õ~ccm5rdera o maior horTreínda terra. . . . Ele veste a ntcsmâ-eanrisa
duiaírtenrtíúTfas^iSmàrTa^r^è nãòTtvésse^uma esposa, ele vestiria a mesma
camisa até que ela 'caísse' dele.” (Tem-se visto com triunfo como uma dose ou
duas de Sulphur, em tal paciente, tem produzido uma “camisa limpa!” ) “Limpeza
não é uma grande idéia para o paciente Sulphur,” diz Kent. “Sulvhur raramente é
indicado para pessoas limpas, mas é comumente indicadojpara aguelas que
naZrsifuicomodam eòm a
sujeira ----- A cnàrtça'3«7^^ secreçoe^cBtErrfais peíolianz e
oHíÕsTefc., e asTnãésTfirãO que a criança cume as‘süer eçõ-esrrhxTrariz. ...
IsS5~e pecuííãrT^porqueo pacteTiTe Sulp/uTr16-sitpermsüT[Sívèl~ãlJdor de sujeira",
mas quanto as próprias substâncias sujas, ele as comerá e engo lirá. Elgj:em
odor^de^ sujeira, e este o nauseia. Ele imagina que sente certos cheiros.... As
secreções são não somCntc malcheirosas mas também escoriantes. As fezes e a
secreção nasal escoriam, queimam e esfolam a região correspondente.
Furúnculos - supurações - abscessos - erupções, mas sempre com queimação. A
queimação percorre Sulphur. Queimação na sola dos pés, na palma das mãos, no
topo da cabeça. Piora pelo calor da cama. Transtornos de aparecimento noturno
são uma característica.” E assim por diante por muitas páginas.
Sulphur tem algumas sensações estranhas, talvez nem sempre combinem entre
si, mas são úteis para a prescrição quando elas ocorrem. Uma bandagem apertada
em volta da testa; como se a cama fosse muito pequena para ele; como se
estivesse balançando, ou como se estivesse em um chão ondulante. Pressão no
topo da cabeça, como se o cérebro estivesse batendo contra o crânio; comose a
cabeça fosg^Tgxplodir. Como se o escalpo estivesse solto; como se os olhos
tivessem sido perfurados; como se os sons não entrassem pelos ouvidos mas pela
testa; como se houvesse uma massa ou cabelo na garganta; intestinos como em
nós; como se o intestino fosse muito fraco para reter seu conteúdo; como se
houvesse um cubo de gelo no peito; como se o peito fosse rebentar ao tossir ou
ao respirar profundamente; como se um camundongo corresse nos braços e nas
costas. (Veja Cale.) E muitas outras. Sertsação de um rebite através do
terço superior do pulmão esquerdo indo para a escápula _______
Sulplmrtem também algumas mentalidades estranhas. Como GUERNSEY a
coloca, ‘^lusõ^fãntasticasdomtelecto, especialmente se ^a pessoa
ti^nsformã~tudÕ~êm belezay^omo umTvelho trãpo ou bastão lhe parecem ser
uma bela peça de artesanato - o paciente ímágina que tudo tem mnTffpãrencia
bonita. Deseja tocar em alguma coisa”... tem-se esse sintoma emenanças, mas os
médicos talHam em encontrá -^ ~” -
Sulphur éum "dos remédios que tem periodiçiãtvde. Dores na cabeça,
352 SULPHUR

por exemplo, a cada sete dias, a cada quatorze dias; “uma neuralgia pe riódica,
intermitente, com agravação a cada 24 horas, geralmente ao meio-dia ou à meia-
noite.” Diarréia às 5:00.
O paciente Sulphur odeia ou piora com o banho, e apesar de ser um “paciente
quente” piora com o tempo úmido ou frio e úmido.
Sulphur tem uma grande reputação para resolver estados agudos que tardam a
curar-se: pneumonias - exsudações em sacos serosos, que seguem-se a
inflamações (como efusões pleurais - que nós temos visto). Doenças que
continuamente apresentam recaídas (Tub.). Mas, em um “paciente Sulphur”.
A propósito, em intoxicações, Sulphur tem produzido convulsões, e é um dos
primeiros medicamentos a se pensar para a epilepsia - em um paciente Sulphur,
ou quando o paciente tem uma erupção como a de Sulphur.
Quando se começa a “desvendar” seu próprio caso, parece que Sulphur deve,
sempre ser usado, tão constante é o seu aparecimento nas diver sas rubricas, mas
não é o caso. Seus sintomas são bem definidos e muito marcantes; ele tem o seu
próprio lugar e efeito; e sempre vem, como nós dissemos, para clarear quadros
difíceis, e aqueles que não apresentam uma resposta satisfatória - em um
paciente Sulphur.
Para fazer um trabalho rápido e ao mesmo tempo confiável no atendi mento
ambulatorial, onde os pacientes se aglomeram e onde eles devem ser
considerados como indivíduos, e não como essa ou aquela doença, e tratados
conformemente, deve-se saber os vários retratos medicamentosos de Sulphur -
Sepia - Lycopodium e uma dúzia de outros remédios comuns, de doenças comuns,
na ponta da língua. E quando você sabe de cor um ou dois dos pequenos quadros
medicamentosos de Sulphur e prescreve Sulphur corretamente, é surpreendente
quanto tempo ele manterá bem seu paciente - i.e. um paciente crônico. Muitos
desses pacientes retornam somente depois de muitos meses pedindo pelo
“medicamento que você me dá, que sempre me faz sentir bem”. Sepia é outro
desses medicamentos de sintomas bastante definidos, fácil de se reconhecer; e
quando se olha para as anotações do paciente, e se vê Sepia registrada nestas,
quase sempre se sabe que o paciente dirá, “Muito melhor!” e que demorará
muito tempo até que seja necessária a repetição da droga.
Deve-se perdoar se "arrancamos" sintomas dos “pacientes ambulato- riais”
tão freqüentemente, mas o trabalho contínuo e pesado com pacientes externos
por pelo menos trinta anos imprime certas coisas na consciência.
Há alguns anos atrás nós enviamos um material para a Sociedade
Homeopática Britânica sobre “RETRATOS MEDICAMENTOSOS” que ainda
continua em forma de panfleto. Aquele pequeno artigo foi tão »>«**•«* nu<»
nrrv;<;#M7uíK<emos com a elaboração
SULPHUR ’ 353 (

de tais retratos, que isto levou aos presentes esforços neste mesmo sen -
tido. E os pequenos quadros de Sulphur naquele material - que só tòmava ^
uma página - são tão concisos que somos levados a reproduzi-los aqui. {
Sulphur tem sido chamado de o “filósofo esfarrapado”.
Uma pessoa argumentativa e coifTa^abeça eTfmbros encurvados para '
a frente, que está sempre à procura de uma cadeira para se deixar cair. (
Desordenado, desleixado. ^
Cabelos sem brilho, ásperos, rebeldes, como seu dono; não obediente
às convenções. ^
Esfomeado antes das refeições: esfomeado às 11:00.
Come qualquer coisa.
Tem desejo de gordura. (Sulphur é a única droga QUENTE que tem*~D^' y*-
desejo de gordura). "
Intolerante à roupa, à roupa de flanela em contato com a pele. (
Diarrcia matutina; mas, depois disso, não a apresenta mais pelo resto
do dia. ^
\ Um aspecto curioso da mentalislaíigjlouSj^aZiu^-é-a admiração-palo (^
) quejnão^Lâdipiwt^ Farrapos podem lhe parecer bonitos. Extasia-se^^^^-
\ cOTrfcoisas as quais as pessoas normais não vêm nada o que admirar.
\ Sulphur existe em todos os tecidos do corpo: não existe nada que Sul-
\phiir não possa ajudar, EM UM PACIENTE SULPHUR. í
(*EÕ~maior dos pftlícrestos"
(
Atua também em mulheres idosas com ondas de calor. (
Jogam fora as roupas dc cama.
(
Famintas às 11:00.
Colocam os pés, cujas solas queimam, para fora da cama à noite para \
resfriá-los. (CHAM., MED., PULS. e um ou dois outros mais provocam ^
essa sensação tanibém). '

Também: Bebês calorentos, famintos. Chutam fora as roupas de ca - (


ma, é impossível mantê-los cobertos à noite.
Cabelos muito desgrenhados, (?) amarelados, ásperos e sem brilho, (
crescem em todas as direções. (
Crianças com sujeira no nariz; narinas escoriadas c com secreção. <
(Aur.)
Orifícios do corpo vermelhos e brilhantes: ânus, narinas, pálpebras, '
lábios. f
Prurido no ânus.

NASH diz: “Todo verdadeiro homeopata conhece o valor destes e de (


muitos outros sintomas deste remédio. Somente os homeopatas apre- ^
ciam-nos. Além disso, ninguém exceto aqueles que usam Sulphur poten-
354 SULPHUR

cializado pode saber o que ele é capaz de curar.”

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO

Alegria e orgulho tolos, pensa que tem a posse de coisas belas; mesmo
trapos lhe parecem belos.
Indisposto a tiido, trabalho, prazer, conversar ou se movimentar; in-
dolência mental e física.
Humor melancólico; fica meditando sobre assuntos religiosos ou
filosóficos; ansiedade sobre a salvação da alma; indiferença com relação
aos outros.
Muito preguiçoso para se levantar, e muito infeliz para viver.
Hipocondria após supressão de erupção.
Medo de ser banhado (em crianças).

Calor no topo da CABEÇA; pés frios; rubor freqüente.


Doenças cerebrais em crianças que não gostam de ser banhadas, têm
pápulas, furúnculos e outras erupções na cabeça, rosto e em todo lugar,
esgaravatam o nariz, têm lábios vermelhos, desejam coisas azedas, sentem
desfalecimento antes do meio-dia, podem ter diarréia de manhã cedo;
dortnem inquietas, sóbressaltam ao adormecer, gritam durante o sono, ou
tnunnuram, choramingam, gemem ou roncam; sentem os pés frios de
tnanhã e quentes ao anoitecer; elas correm e não gostam de ficar paradas,
se sentam curvadas e andam curvadas para a frente.
$ Coceira intensa na testa e no couro cabeludo.
^ \çP y Pápulaspniriginosas na testa; inflamadas, doloridas ao toque.
-9
‘v í) \/ Pápulas inflamadas e supurantes no couro cabeludo.
/ly/ Erupção úmida e malcheirosa no topo da cabeça, contendo pus que
V/ seca formando crostas da cor de mel.
Erupção ardente, seca, malcheirosa, que sangra facilmente, começa na
tuica e atrás das orelhas; com dores e fissuras; melhor ao coçar.
Erupção úmida, malcheirosa, com pus grosso, crostas amarelas, san-
gram e ardem.

Visão embaçada; como se houvesse um véu ou uma gaze diante dos


OLHOS; como por um nevoeiro; com dor de cabeça; como se a córnea
tivesse perdido sua transparência; com ataques súbitos de nictalopia;
enquanto lê; os objetos parecem estar mais distantes; para objetos
próximos e distantes; com fraqueza dos olhos, cegueira, catarata,
glaucoma; com inú- fneras moscas voantes flutuando diante dos olhos.
Ceratite parenquimatosa em um indivíduo escrofuloso, cómea como
vidro opaco, fotofobia, pálpebras inchadas e que sangram facilmente.
SULPHUR 355

Calor ardente nos olhos; dor aguda.


Lacrimejamento; de manhã, seguido de secura; e queimação de manhã;
lacrimejamento profuso, queimantepor lágrimas acres e escoriantes; piora ao ar livre
e secura dos olhos dentro de uma sala; coceira e ferroadas nos olhos.

SURDEZ: precedida por hipersensibihdade de audição; especialmente para a


voz humana; por tendência a catarros; pior após comer, ou assoar o nariz.
Otite: em pacientes psóricos com tendência a empções cutâneas, coriza e
congestão cerebral; por um furíinculo no meato; em crianças que repentinamente
choram de dor, quando pareciam estas desatentas ou distraídas, e onde se fica na
dúvida se a irritação está no cérebro ou no canal intestinal; em complicação com
meningite ou febres eruptivas; dor lancinante, como picada ou rasgante no ouvido,
que se estende para a cabeça e garganta, pior por tumulto, por sons musicais e por
todos os barulhos, e ouve a voz humana imperfeitamente; otite crônica com
secreçãopundenta.

Sente um cheiro no nariz como de um catarro velho: como de um muco velho e


malcheiroso.
•Espirro freqüente.
Inchaço e inflamação no nariz; nariz vermelho.

ROSTO: Erupções doloridas no queixo.


Vermelhidão brilhante nos lábios, particularmente em crianças de tez amarelada.
Lábios secos, ásperos e rachados.

DOR DE DENTE. 1 aparecem ao ar livre; à mais leve corrente de ar, à noite na


cama; por tomar banho com água fria; com congestão na cabeça, ou pontadas no
ouvido.
Estomalite; aftas.

Secura da GARGANTA* excitando a tosse; à noite; com constante desejo de


engolir saliva a fim de umedeceras partes afetadas.
Pontadas na garganta ao engolir; contração dolorosa.
Inchaço do palato e das amígdalas, alongamento do palato.

APETITE.- excessivo; canino; voraz, obrigado a comer freqüentemente, se não o


fizer sente uma dor de cabeça e grande lassilude, e tem que se deitar; sensação de
desfalecimento com grande necessidade de comer às 11:00; crianças vorazes colocam
na boca tudo o que vêm, engole/n tudo, observam aualauerum aue esteia comendo*
356 SULPHUR

Bebe muito mas come pouco.


Desejo de doces; doenças por comer coisas doces, balas, etc.
Desejo de bebidas alcoólicas, de manhã até de noite.
Bebe muito e come só um pouco.
Sensação de fraqueza, vazio ou de estômago fundo por volta das 11:00.
Peso no estômago; sensação de peso.

Distensão do ABDOME com gases; roncos e gargarejos no intestino.


Emissão de flatos; especialmente ao anoitecer e à noite; com odor de ovos
podres, ou hidrogênio sulfuretado; flatos inodoros.
Roncos e gargarejos no intestino; diarréia indolor; que faz o paciente sair da
cama às 5:00.
Barriga grande e membros emagrecidos; em crianças que não gostam de tomar
banho.

Estase portal; congestão hemorroidária; com indigestão, constipação,


etc.
Necessidade súbita de EVACUAR ao acordar de manhã.
Desejo de evacuar, com cólica, que o desperta por volta das 5:00.
Fezes moles toda manhã, com dor cortante na parte inferior do abdome.
Diarréia: depois da meia-noite; indolor, fazendo o paciente sair da cama de
manhã cedo; como se o intestino fosse muito fraco para reter seu conteúdo.
Disenteria: a criança desmaia regularmente às 11:00; agravação de manhã
cedo.
Cólera Asiática: como profilático, usa-se uma pilada de enxofre, preparado em
lactose, colocada nas meias em contato com as solas dos pés; a diarréia começa
entre a meia-noite e a manhã, com ou sem dor, com ou sem vômito, com desejo
ineficaz de evacuar; diarréia e vômito ao mesmo tempo; dormência dos membros;
cãibras nas solas dos pés e panturrilhas; olheiras azuladas; frialdade da pele;
indiferença mental; durante a convalescência, aparecem manchas vermelhas,
furúnculos, etc.; sensibilidade à temperatura, coisas mornas lhe parecem quentes;
sintomas nervosos.
Queimação epressão no reto.
Prurido no reto.
Congestão aumentada dos vasos hemorroidais.
Hemorróidas, úmidas, cegas ou que deixam fluir um sangue escuro, com
violentas dores em 'bearing-down' indo da região lombar para o ânus.
Hemorróidas suprimidas com cólica, palpitação, congestão dos pulmões, sente
as costas rígidas como se contundidas.
Hemorróidas grandes, com queimação e pontadas violentas no ânus; pressão no
reto durante e depois de evacuar; sente o reto como se cheio.
Queimação no ânus; depois de sentar um pouco; depois de evacuar
SULPHUR 357

fezes moles ao anoitecer.


Constante 'bearing-down' no ânus; pressão para baixo no ânus depois de se
sentar.
Prurido no ânus. Sangramentopelo ânus.
Escoriação no ânus.

Queimação na URETRA
Prurido n a uretra.
Tanto a urina como as fezes provocam dornas partes sobre as quais elas passam.

Eliminação involuntária de sêmen, com queimação na uretra.


Testículos relaxados, pendentes; escoriações e umidade do escroto, ou suor malch
eiroso dos genitais.
Prurido naglande.
Eliminação de fluido prostático depois de micção e evacuação.
Escoriação e umidade do escroto; escoriação entre as coxas ao andar.
Transpiração fétida nos órgãos genitais, com irritação e escoriação que destrói a
maior parte dos pêlos, com dor ao andar■ com espessamento e en- duração do
escroto.
Ondas de calor no de climatério, com cabeça, mãos e pés quentes, e uma grande
sensação de vazio no estômago.
Queimação na vagina, mal pode ficar parada.
Prurido incômodo na vulva, com pápulas.
Sente fome e DESFALECIMENTO por volta das 11:00; não pode esperar pelo
almoço.

Respiração curta: e opressão ao flexionar os braços para trás; por falar muito;
ao andar ao ar livre; ao anoitecer na cama.
Sente-se sufocado; quer as portas e janelas bem abertas; particularmente à noite.
Opressão, peso epressão no PEITO.
Queimação no peito, que sobe para o rosto.
Dortironeante no lado esquerdo do peito que atravessa para as costas.
Pontadas através do peito, estendendo-se para a escápula esquerda; pior deitado
de costas e durante o menor movimento.
Congestão de sangue no peito.
Pleutisia: (depois de A CON.) forma plástica, aguda.

Afluxo de sangue para o CORAÇÃO.


Palpitação: ansiosa; ao anoitecer na cama; e vibração do coração; sem
ansiedade, a qualquer hora do dia; durante a evacuação; violenta à noite, ao se virar
na cama; violenta e rápida ao adormecer; ao subir escadas ou
358 SULPHUR

uma colina; visível.


Sensação como se o coração estivesse aumentado.
Pontadas agudas na regiãoprecordial.
Dor aguda no coração atravessando o peito, indo para a região entre os ombros;
especialmente com sintomas dispépticos.
Grande afluxo de sangue, com violenta queimação nas mãos.

Dor na região lombar: não podia andar ereto, era obrigado a andar curvado;
violenta somente ao dobrar-se para a frente, tensiva como se tudo estivesse muito curto;
ao levantar-se de uma cadeira; dormordente; depois de levantar coisas pesadas e pegar
friagem ao mesmo tempo; dor violenta também no cóccix, como se contundido;
sensação de fadiga, como se contundido; pontadas.
Curvatura da espinha dorsal, amolecimento das vértebras.

Dores reumáticas no OMBRO, especialmente no esquerdo.


Transpiração nas axilas, cheirando a alho; repulsiva ao paciente.
Sensação de tremor nas MAOS ao escrever; mãos trêmulas e frias.
Queimação nas mãos.
Rágades nas mãos, especialmente entre os dedos, nas juntas dos dedos e nas
palmas.
Rigidez dos JOELH OS e estalos.
Cãibras naspanturrilhas e na solas dos pés, particularmente à noite; intestino solto.
Rigidez dos tornozelos.
Queimação nos pés, quer encontrar um lugar frio para colocá-los; coloca-os para
fora da cama para esfriá-los.
Queimação na sola dos pés; ao pisar depois de ter ficado sentado por muito tempo;
e coceira, especialmente ao andar; quer encontrar um lugar frio para colocá-los,
coloca-os para fora da cama; quer que estejam descobertos.

Fraco, crises freqüentes de desfalecimento durante o dia; sente-se muito débil e


fraco, coní uma grande necessidade de comer; das 11:00 às 12:00 toda manhã.

Excessivamente sensível ao ar livre e não que tomar banho; muito inclinado a ficar
resfriado.

Coréia; em doenças crônicas, particularmente depois de erupções suprimidas;


freqüente contração espasmódica de todo o corpo; tremor de mãos; andar trôpego;
rabugento, irritável, obstinado; crises de desfalecimento efonte às 10:00; as solas dos
pés queimam.
SULPHUR 359

Sonolência irresistível durante o dia, insônia à noite.


Acorda às 3:00,4:00ou 5:00, e não consegue DORMIR novamente.
Sono pesado, não revigorante.
\

A noite percebe-se deitado de costas.


Pesadelo.
Sonhos: vividos, ansiosos, como se persegiddo por animais selvagens; vividos,
cômicos, com risadas altas, que continuam por algum tempo depois de acordado;
vividos, achando que está sentada em um vaso sanitário, urina na cama; horríveis, com
intensa palpitação, de que ele foi mordido por um cão; de que ele está caindo.

Quer que as portas e janelas estejam abertas.


A fluxo de sangue; freqüentes ondas de CALOR.
Onda de calor no rosto, com arrepio febril por todo o corpo.
Calor na cabeça; impede-o de dormir; de manhã; ao anoitecer com os pés frios.
Ondas de calor com crises de fraqueza, ou que cessam com um pouco de umidade,
fraqueza ou debilidade.

Transtornos com recidivas freqüentes. Alternam: bochechas pálidas e vermelhas;


diarréia e constipação; asma ou gota e empções na pele.

Mau cheiro do corpo, apesar de banhos freqüentes: aversão ao banho.

Não anda deforma ereta; inclina-se para a frente e curva-se andando ou sentado;
ficar de pééa posição mais desagradável.

Doenças crônicas escrofidosas que resultam de ERUPÇÕES SUPRIMIDAS.

DESCARGAS acres por todos os orifícios do corpo, escoriando a pele onde quer
que entrem em contato.

CONGESTÃO em partes isoladas; olhos, nariz, peito, abdome, braços, pemas, etc.

Os transtornos apresentam RECIDIVAS freqüentes; parece que já está quase bem e


então a doença retoma.

COCEIRA* por todo o corpo; o local fica dolorido depois de coçar; ou sangra e
fica ferido depois de coçar; em diversas partes, desaparecem depois de coçar; às vezes
seguida depicação e queimação;por todo o corpo, voltando a ocorrer toda noite na
cama; mordente nas nádegas; violenta nas coxas
360 SULPHUR

e pemas, à noite; nos joelhos; nos dedos dos pés; de dedos dos pés após terem ficado
gelados; à noite, no calor da cama, ora num lugar, ora noutro, especialmente na nuca;
nas palmas das mãos, às vezes picando, queimando; é obrigado a esfregá-las, após o
que elas ardem; nas costas das mãos; sobrancelhas; no abdome, à noite; no escroto; na
face interna das coxas; nas axilas e dobra dos joelhos; como se houvesse algo vivo por
baixo da pele; como se um verme estivesse andando para lá e para cá; piorà noite e de
manhã, na cama, depois de acordar; acima da sobrancelha esquerda; externamente nas
orelhas e nariz; no queixo; no pescoço; no peito; em um eczema antigo, é obrigado a
coçar até que sangre.
QUEIMAÇÃO na pele do corpo todo.
FORMIGAMENTO da pele no corpo todo.
Coceira voluptuosa; o ato de coçar a alivia; queimação; às vezes pequenas
vesículas.
Dor após coçar-se violentamente, adonnecimento da pele, inchaço da pele e mesmo
ulceração.
Urticária; com febre; no rosto, braços, pescoço e nas extremidades inferiores; nas
costas das mãos.
Urticáriapruriginosa sobre o corpo todo, mãos epés.
Furúnculos.
Pele áspera, descamante, coberta de crostas.
/ Irritação nas dobras da pele.
^^^Cpmedões; poros da pele pretos, particularmente no rosto.

W Pessoas magras, de ombros curvados para a frente, que andam e se sentam


curvadas; a posição em pé é muito desconfortável.

Pessoas de temperamento ner\'oso, de movimentos rápidos, de temperamento


rápido, pictóricas, pele excessivamente sensível às mudanças atmosféricas.
Pessoas sujas, imundas, propensas a doenças de pele.
Crianças: não suportam ser lavadas ou banhadas; emagrecidas, com a barriga
grande; inquietas, quentes, chutam fora as cobertas à noite; têm vermes.
Apropriado para pessoas com diátese escrofulosa, sujeitas a congestões venosas,
especialmente do sistema portal.
SYMPHYTUM

)
UM dos inestimáveis remédios para “os que sofrem fraturas e contusões”
éSymphytum - Confrei: “Consolidador Ósseo”, “Erva de Cicatrização”.
Para acidentes, hemorragias e contusões, nós temos um grande número de
remédios de valor inestimável; sendo que nenhum deles será útil em todo e
qualquer caso, seja em forma de tintura diluída ou recém- obtida e preparada em
infusão, especialmente em sua própria estação, onde está no ápice do crescimento
e intensidade do poder de cura. Cada um difere dos outros em sua relação com os
vários tecidos afetados.
Pode ser útil apresentar os aspectos marcantes de alguns dos mais comuns
destas dádivas de Deus para a dor e incapacidade física.

Amica montaria, cujo próprio nome enfatiza seu habitat e funções. Ela é o
“Fall-krout” das montanhas: e é especialmente valiosa para a repa ração de
“partes moles”.
Sua grande ação é sobre o sangue e vasos sanguíneos.
Ela é inestimável por combater os efeitos de choque, tanto mental como
físico, e abalos; além daqueles de esforço excessivo, extenuação e entorses.
Amica é toda dolorida e muito sensível ao toque, tanto que fica ater rorizada
só com o fato de alguém aproximar-se.
Ela é sempre usada internamente; também pode ser externamente, contanto
que a pele não esteja rompida; nesse caso ela tem uma terrível reputação por
provocar inflamação de natureza erisipelatosa. Nesse caso é mais seguro
empregar, externamente, algum dos outros medicamentos.

Calendula. Malmequer, que, além de suas propriedades como um


medicamento para ferimentos, também estimula os mecanismos vitais na
prevenção ou cura de Septicemia. O seu uso é muito reconhecido, entre
homeopatas, no pós-cirúrgico e na obstetrícia.

Bellis perennis. A margarida comum; nossa Amica indígena. Um grande


remédio para traumatismos e entorses, que são, como aqueles de Amica, muito
sensíveis ao toque.
Além disso, como Amica, Bellis afeta os vasos sanguíneos; e, como
362 SYMPHYTUM

Hypericum, os nervos.
Ela é também preciosa pelos seus efeitos nas mamas, quando persis tem
endurações depois de uma pancada.

Hypericum. Nosso maravilhoso remédio paia o conforto e alívio de


perfurações, dilaceração ou trauma de regiões ricas em nervos; tais como os
lábios (nós vimos um lábio cortado com alguma perda de tecido, cica trizado em
poucas horas após Hypericum). Também em ferimentos das pontas dos dedos
cujas finas terminações nervosas estão em volta de pequenos e duros
“corpúsculos do tato”, que podem registrar o mais leve impacto.
Hypericum alivia a dor de nervos, que geralmente são excruciantes. Ele é útil
em traumas de coluna, mesmo os ocorridos há muito tempo, e do cóccix, como
em um caso recente de dor coccígea persistente, que em inquérito posterior ao
uso de Hypericum, respondeu, “Oh! ela se foi!”

Ruta. Tem provocado, em experimentos, sensação de contusão por todo o


corpo, como por uma queda ou pancada; com dolorimento das par tes sobre as
quais a pessoa se deita (Amica).
Um grande remédio para contusões e traiímas de ossos e periósteo; de
entorses; e de periostite c dores em conseqüência de trauma externos com
inflamação erisipelatosa.
Lesões e fraturas ósseas (Symph.).
Ruta é também um grande remédio para o olho {Symph.). Esforço ocular e
perda de força nos músculos oculares.

Symphytum. Específico para traumas causados, não por instrumentos


perfurantes, cortantes, mas por objetos rombos sem corte, que lesam, mas não
penetram.
Especialmente útil para traumas do globo ocular.
Symphylwn é o nosso grande remédio para fraturas, e aquelas fraturas que não
se consolidam. Ele tem uma atuação especial em relação ao periósteo (Ruta) e o
osso.
No caso de fraturas, feitas a redução e imobilização, Symphytum fará o resto.

Urtica urens, a urtiga comum, com suas maravilhosas propriedades com


relação a queimaduras, especialmente as mais ou menos superficiais, e por isso
as mais dolorosas. É preciso ver para crer a maneira como a dor é
instantaneamente eliminada e a cicatrização começa imediatamente.
De um coração agradecido, se é obrigado a repetir o reconhecimento de
Hahnemann: “HOMEOPATIA: a grande dádiva de Deus! ”
SYMPHYTUM 363

Mas você dirá que existe uma igualdade nas indicações de todas essas ervas
para contusão. Felizmente! porque pode ser possível usar uma òu outra, mas não
sempre aquela que nos agrada como sendo o agente cura tivo mais adequado.
Dr. Robert Cooper, em seu Cases of Serious Disease Saved from Ope- ration, dá
vários dos triunfos do Confrei (Symphytum). Nós estamos dispostos a reproduzir
um desses casos in extenso, sendo de especial interesse, pois foi confirmado pelo
então Presidente do Royal College of Sur- geons na Irlanda - uma testemunha
não simpatizante e incrédula.

TUMOR SARCOMATOSO INFILTRANDO O TECIDO ÓSSEO DO MAXILAR


SUPERIOR

Dr. William Thompson, Presidente do Royal College of Surgeons na Irlanda,


proferiu uma comunicação em Dublin em 13 de Novembro de 1896, entitulada
“Algumas Surpresas c Erros”, na qual o seguinte impor tante caso foi narrado:
“No começo deste ano eu vi um homem que sofria de um tumor no nariz. Eu
recomendei que ele procurasse o Dr. Woods, e mais tarde o vi junto com o Sir.
Thornley Stoker e o Dr. Woods. Nós chegamos à conclusão de que ele estava
sofrendo de um tumor maligno do antro que tinha se estendido para o nariz. Nós
recomendamos uma operação exploratória e, se nossa opinião fosse confirmada,
que a maxila deveria ser removida imediatamente. Ele recusou a operação mais
ampla. A exploração foi feita pelo Dr. Woods. Nós descobrimos que o tumor
tinha se estendido a partir do antro, dentro do qual eu podia pôr meu dedo
facilmente. Dr. 0’Sullivan, Professor de Patologia do Trinity College, declarou
que o crescimento era um sarcoma de células redondas. Não havia mais dúvida.
O tumor retornou em alguns meses e o paciente então procurou o Dr. Semon em
Londres, que aconselhou uma remoção imediata da maxila. Ele voltou para casa
e, depois de uma protelação, ele pediu para que a cirurgia fosse realizada. Eu a
fiz em Maio pelo método de costume. Eu encontrei o tumor ocupando todo o
antro. A base do crânio estava totalmente infiltrada. O tumor tinha passado para
dentro do lado direito do nariz e perfurado o septo, chegando a se estender para o
lado esquerdo do nariz. Ele se aderiu ao septo em torno do local da perfuração.
Ele foi totalmente removido, deixando um buraco no septo aproximadamente do
tamanho de um florim. O paciente voltou para casa após uma quinzena. Em um
mês o crescimento deu sinais de retorno. Ele cresceu através da incisão e se
salientou sobre o rosto. Dr. Woods o viu depois disso, visto que eu tinha
declarado por carta que uma operação posterior seria inútil. O tumor tinha agora
quase que fechado o olho direito. Ele era azul, tenso,
364 SYMPHYTUM

firme e lobulado, mas não se rompia. Dr. Woods relatou-me o resultado desta
visita e nós concordamos quanto ao prognóstico. No começo de Outubro o
paciente entrou em meu consultório, depois de uma visita ao Dr. Woods. Ele
parecia melhor de saúde do que jamais o tinha visto. O tumor tinha desaparecido
completamente do rosto e eu não podia identificar qualquer vestígio dele na
boca. Ele disse que não sentia nenhuma dor de qualquer tipo. Ele podia falar
bem quando a abertura remanescente da remoção do palato duro ficava tampada,
e ele estava na cidade para que fosse feito um obturador. Desde então foi para
casa aparentemente bem. Ele me disse que tinha aplicado cataplasmas de raiz de
confrei e que o inchaço gradualmente foi desaparecendo. Bem, esse era um caso
em que nenhum de nós tinha qualquer dúvida e nossa primeira opinião foi
confirmada pelo distinto patologista que eu mencionei, e por nossa própria ob-
servação no momento da operação principal. Aqui, então, foi uma outra
surpresa. Eu estou convencido que o crescimento era maligno e de um tipo
grave. Nós sabemos que na história de alguns tumores o crescimento é demorado
e que a recorrência do sarcoma é freqüentemente tardia. Mas este é um caso em
que a recorrência ocorreu duas vezes - a segunda vez em um grau extremo e,
ainda assim, este tumor recorrente tinha desaparecido. O que produziu esta
atrofia e desaparecimento? Eu não sei. Eu não sei nada sobre os efeitos da raiz
de confrei, mas eu não acredito que ela possa remover um tumor sarcomatoso. É
claro que o tempo que decorreu é muito curto; mas o fato de que este grande
tumor recorrente não exista mais - que ele não ulcerou ou caiu, mas que
simplesmente com o revestimento intato ele desapareceu - é para mim uma das
maiores surpresas e enigmas que eu já encontrei.”
Dr. Cooper acrescenta: O bom senso do Dr. Thompson o leva a uma
oposição direta à sua própria observação; se as investigações em outros
departamentos do conhecimento humano fossem agir de forma seme lhante,
haveria pouco conhecimento humano dignos de importância. O apelo ao bom
senso é freqüentemente testemunha de seu destronamento.
Dr. Cooper nos dá mais um caso instrutivo de Symphytum; este também
registrado incredulamente pela Velha Escola...
Ele diz: “Cento e vinte anos antes do Dr. Thompson ter escrito sobre este
assunto, nós encontramos o então grande mestre da arte cirúrgica, o Sr. Percivall
Pott, referindo-se num tom igualmente cético à ação da raiz de confrei, em seu
famoso artigo sobre ‘A Paralisia dos Membros Inferiores’, em conexão com
curvatura da coluna dorsal. Era um caso no qual o Sr. Pott tinha diagnosticado
doença óssea da coluna e tinha aplicado um sedenho. Algumas semanas depois
ele encontrou o paciente andando pela rua perfeitamente bem. O paciente tinha
usado a raiz de confrei e cola de peixe, o que, em sua inocência, pensava tê -lo
curado, mas o Sr. Pott não tinha usado nada disso. Poderia ser o pró prio sedenho
o agente
SYMPHYTUM 365

curativo, e somente ele!”

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO E OUTRAS INDICAÇÕES


MARCANTES DOR NOS OLHOS DEPOIS DE UMA PANCADA OU
CONTUSÃO POR UM OBJETO ROMBO

Casos curados (Hering). Há mais de um anos atrás, caiu e bateu o joelho em


uma pedra; o ferimento cicatrizou e mal deixou qualquer sinal, mas no local
permaneceu uma pontada aguda, que sentia quando a roupa tocava a região, ou
quando o joelho estava dobrado.
Um homem sofrendo de uma luxação espontânea da coxa desde a infância,
caiu e fraturou a coxa afetada. Depois de dois meses os fragmentos ósseos ainda
estavam totalmente móveis; foi feito um aparelho para que ele pudesse se sentar
durante o dia. Symphytum 4, a cada seis horas, trouxe uma consolidação completa
em vinte dias.
Inflamação de ossos. Enfermidades dos processos espinhosos.
Abscesso do psoas.
Facilita a união de ossos fraturados, e diminui as peculiares dores per -
furantes.”
Favorece a produção do calo ósseo.
Traumas mecânicos, transtornos conseqüentes a pancadas, contusões ou
golpes no olho.
Dor peculiar no periósteo depois que os ferimentos cicatrizaram.
Hipersensibílidade do osso no ponto da fratura.
Ferimentos por tiro.

* ****
Dr. Oscar Hanson, em seu Therapeutics o/Rare Homeopathic Reme- dies, dá as
indicações de Symphytum , assim:
Traumas ósseos. Não consolidação de fraturas (Cale. phos.). Coto
hipersensível depois de operação. Hipersensibílidade do osso no ponto da fratura.
Abscesso do psoas por doenças das vértebras. Inflamação do osso maxilar
inferior. Periostite traumática. Ferimentos penetrantes no periósteo e ossos.
r 'N

Nós temos tentado traçar o quadro de Tarentula cubensis a partir de dados


bastante escassos e espalhados; o espécime putrefato da tarântula cu bana, que é
um remédio maravilhoso em diversos estados sépticos: mas não parece que
atacamos a melhor conhecida Tarentula de nossa Matéria Médica. Este é um
remédio bastante interessante e único, recomendado nas mais penosas alterações,
especialmente nervosas e mentais; e como todas as outras drogas da Homeopatia,
é inestimável quando se adapta ao caso.
Tarentula sugere violência e tormento. Sem poder específico de prejudicar
certas partes ou órgãos como muitos dos nossos remédios, ela pode atormentar
violentamente tanto o corpo como a mente de uma maneira totalmente
subversiva à decência e comportamento da infeliz vítima, desorientando e
alarmando os amigos e acompanhantes. Tarentula vem a ser, portanto, um
remédio poderoso em espasmos e em histeria com suas “manifestações
multiformes”, como Clarke coloca.
Depois da picada desta aranha, a vítima canta e dança, com comportamento
extravagante e completa perda de controle, e somente pode ser curada e
repetidamente curada em sua recorrência anual dos sintomas, pela música e
dança - assim nos contam.

E esta droga não só é surpreendentemente sensível à música, mas também


pode ser até mesmo fisicamente afetada pela cor. “uma cor desagradável causa
opressão no coração”.
Tarentula apresenta as mudanças súbitas de humor como Crocus, mas a sua
alegria e risada se transformam em repentina malevolência; num paroxismo de
insanidade, no qual ela golpeará a si e aos outros, despedaçará, rasgará e
destruirá os objetos. Violência súbita ou atitudes destru tivas ardilosas são
absolutamente características e únicas a essa droga - tanto quanto sabemos. E
depois o paciente pode se arrepender e pedir desculpas: “Eu não pude evitar!”
Ela “finge estar doente”, como aparece no Repertório; finge acessos; finge
desmaios e insensibilidade; além disso olha furtivamente em volta para ver se ela
está sendo observada e para notar o efeito que está produzindo. Rapidez
inacreditável: pula da cama e quebra alguma coisa antes que possa ser impedida.

366
TARENTULA HISPANM E CUBENSIS 367

Atormentada e também com uma inquietude extraordinária, especialmente


dos braços e pernas.
Medo: medos indefinidos; medo de algo que está para acontecer; de perigo de
alguma coisa que não existe; vê coisas terríveis que não estão ali.
Os sintomas urinários sugerem Cantharís. Os problemas sépticos da pele -
abscesso, antraz, etc., lembram Tarent. cub.

* ****
Muitas das nossas Matérias Médicas mais consultadas têm se esqui vado de
comentar Tarentida; mas CLARKE tem muita coisa interessante a dizer sobre a
droga.
Resumindo, ele diz que o “Tarantismo” é uma mania dançante que aparece
em pessoas mordidas pela Tarentula, ou que imaginam ter sido mordidas. A cura é
a música e a dança. E ele cita casos marcantes de tais curas, que mostram os
aspectos cardinais da Tarentula: inchaço vermelho escuro ou purpúreo da pele e
tecidos. Movimentos coréicos; inquietação; aparente asfixia iminente: alívio pela
música, que primeiro excita, depois alivia;periodicidade - retomo dos sintomas
anualmente na data da picada.
A inquietude é particularmente observável nas extremidades inferiores; com
desejo de chorar; deve se manter em movimento, apesar de que o andar agrava
todos os sintomas ... Muitos dos sintomas mentais, “que quase esgotam a
variação mulliforme da histeria”, estavam em conexão com desordens sexuais.

%****
NASH diz que este veneno de aranha tem, como outros venenos de aranha,
muitos sintomas nervosos positivos. Ela age no útero, ovários e nos órgãos
sexuais femininos em geral. “Em casos de hiperestesia ou congestão destes
órgãos, que desencadeiam um estado histérico geral, estados simulando
neurastenia espinhal, costas doloridas e sensíveis, in quietação excessiva e
impressionabilidade a excitações, principalmente a música ... Espasmos e
contrações musculares em conjunção com outros problemas, devem sempre trazer
à mente este remédio”. “Este remédio não é compreendido tão completamente
como deveria”.

* * * * *
FARRINGTON diz: O local que foi picado fica inchado e com a cor alterada,
os gânglios linfáticos aumentam de tamanho. Pelo transporte do veneno ao
pescoço, o tecido celular no local é afetado, surgindo um incha ço de cor
vermelha escura ou purpúrea. A sufocação parece ser iminente, quando então
aparece a epistaxe, com coágulos escuros, que alivia os sin tomas. O indício de
congestão cerebral ó dado pelas artérias carótidas com pulsações violentas; mas,
junto com tudo isso, há uma coloração
368 TARENTULA HISPANIA E CÜBENSIS

pálida, terrosa do rosto... Os sintomas nervosos estão presentes cm todos os


venenos de aranha, mas Tarentula se aplica, mais do que os outros membros do
grupo, à histeria... A música a faz começar a agir como um^|^ louca; quando
ninguém a observa ela não tem ataques histéricos. Tão logo a atenção se volta para
ela, ela começa a se contrair...
Tem uma boa reputação em câncer da língua, etc. e em “tumores fi brosos, do
abdome, com descarga de sangue pálido do útero”.
Desejo de comer e sede intensa: constante desejo de grandes quantidades de
água gelada. Ou perda de apetite.
Desejo de coisas cruas.
Aversão ao pão, a carnes assadas.
Sede inextingüível.
Contrações musculares do epigástrio.
Muitos dos sintomas digestivos são peculiares por causa das dores
simpáticas, neurálgicas ou congestivas que os acompanham, ou surgem nos lados
da cabeça, rosto, orelhas, dentes, ossos malares.

SINTOMA GRAFADO EM NEGRITO

HISTERIA.

OMAS NOTÁVEIS, DIAGNÓSTICOS OU EM ITÁLICO

Grande excitação causada pela música; uma hora depois disso, uma
transpiração global e copiosa.
Acessos de insanidade; bate a cabeça, puxa os cabelos; queixa -se; ameaça,
arranha-se; inquietação; suas roupas a incomodam; pernas inquietas; palavras
ameaçadoras de destruição e morte: sai do ataque com uma dor de cabeça
intensa; olhos bem abertos e fixos.
Vê pequenas figuras flutuando diante de seus olhos.
Histeria com eructações amargas.
Eles cantam, dançam, choram; alegria extrema.
Histeria jocosa e lasciva; tinha que ser contida à força.
Visões de monstros, animais, que o assustam; de várias coisas que não estão
presentes, de rostos, insetos, fantasmas.
Fingiu paroxismos; finge desmaio e insensibilidade; olha para os lados para
observar a reação daqueles que estão à sua volta.
Taciturno, irritável; quer bater nele mesmo e nos outros.
Extrema disposição a rir e a brincar.
Ri, corre, dança, gesticula; canta até ficar rouco e exausto.
Tristeza, mágoa e depressão moral são os sintomas mais constantes da
TARENTULA HISPANLí E CUBENSIS 369

picada e estão presentes de uma maneira marcante em diferentes experi -


mentações do medicamento.
Não conseguia pôr fim ao medo; tentava encontrar uma causa e dei -
xava os outros pensarem que existia uma; na realidade não havia.
Medo constante de que alguma coisa fosse acontecer para impedir
que eu terminasse algo; me assustava e rapidamente mudava minha posi -
ção, por medo de que alguma coisa fosse cair sobre mim; ao andar, parava
e desviava a cabeça para um dos lados, por medo de bater em algum ob-
jeto imaginário suspenso algumas polegadas acima da minha cabeça.
Grande desejo de ficar sozinho, com medo de ficar sozinho.
Humor mutável; de alegria para tristeza; de idéias fixas para intran-
qüilidade mental.
Não entende as perguntas; não conhece as pessoas que ela vê todos os
dias; não consegue dizer suas rezas.
Acessos de risadas nervosas; desejo de brincar, gracejar, rir.
Extrema alegria.
Grande excitação causada pela música; mais tarde, suor global e co-
pioso.
Tentativas destrutivas súbitas e matreiras, requerendo extrema vigi-
lância para se evitar danos; seguidas de risadas e pedidos de desculpa.
Profere palavras ameaçadoras de destruição e morto.
De repente foge dos auxiliares e derruba os enfeites que estavam so-
bre a lareira; ela diz que sente muito mas não podia evitar.
Muito maldoso e destrutivo; divertido e alegre.
Ataques de histeromania diários, aproximadamente à mesma hora, a princípio
briguento e desesperado, de repente entra num estado de gran de exaltação, bate e
maltrata todos, destrói tudo o que estiver à mão dela, rasga suas roupas, ri e canta;
zomba de pessoas idosas por suas idades; se for contida fica violenta; o ataque
termina em um sono comatoso.
Pula da cama, destruindo tudo o que ela puder pegar; tão rapidamente que não
podia ser contida.
Dor de cabeça como se uma certa quantidade de água gelada fosse entornada
sobre a cabeça e o corpo.
Dor de cabeça intensa, como se milhares de agulhas estivessem fu rando o
cérebro.
Dor no occipício, como marteladas, estendendo-se para as têmporas.
Calor queimante e ardente no occipício.
Dor no nervo maxilar direito, com sensação de cócega no estômago.
Como se um corpo vivo estivesse se movimentando ou fazendo cóce gas no
estômago, com tendência a subir para a garganta.
Diabete - desejo constante de coisas cruas. Aversão à carne; poliúria.
Micção involuntária ao tossir, rir, ao fazer qualquer esforço.
Ansiedade precordial, batimentos cardíacos violentos.
370 TARENTULA HISPANIA E CÜBENSIS

Dor tironeante no coração e artérias do lado esquerdo do peito, esten dendo-se


para o braço esquerdo; o contato com a roupa é muito doloroso.
Tumores na coluna vertebral.
Estranhas fantasias com relação às cores.
Angústia do coração ao ver uma cor desagradável.
Angina pectoris.
Ansiedade precordial; batimento cardíaco violento; tremor e batimentos
violentos do coração, como por susto.
Angústia precordial; o movimento do coração não é sentido. Falta de ar
constante. O coração para de bater e o paciente teme morrer.
Pupila direita muito dilatada e a esquerda contraída. Perda da visão do olho
direito, até que a pupila que está dilatada se contraia.
Rosto com expressão de terror.
Rosto pálido terroso, contrastando com o pescoço quase que purpú- reo.
Queimação e suor nas palmas das mãos.
Dor na maxila inferior como se todos os dentes fossem cair.
Onanismo; violenta ninfomania.
Intenso e insuportável prurido vulvar.
Prurido terrível, como se insetos rastejassem e se arrastassem.
Como se houvesse vermes ou insetos perfurando e rastejando no órgãos
externos.
Pontos pruriginosos, ardentes, formigantes ou com equimoses. Erupções
dolorosas vesiculares e especialmente pustulares.

KENT, que não tem um texto sobre Tarentula, cita um caso exemplificando
uma fase de sua ação: “Rolar de um lado para o outro para aliviara angústia é uma
característica de Tarentula. Um homem com constipação inveterada, que tinha
usado remédios até que eles não mais faziam efeito, foi encorajado pela sua filha
a esperar o funcionamento ulterior do intestino até que o remédio adequado
pudesse ser reconhecido, como aconselhado pelo médico. Em sua angústia ele
rolava de um lado para o outro na cama, gritando de dor - ‘Oh! Meu Deusí’.
Tarentula o acalmou. Dois dias depois ele teve uma evacuação normal e, depois
disso, não teve mais dificuldade para evacuar.”
New Remedies, etc.

* ****

Há alguns anos atrás um paciente na Enfermaria de Pediatria do nosso


Hospital de Londres, sofrendo de coréia, fazia pouco ou nenhum progresso.
Durante as visitas do médico esta menina parecia tímida e reservada, mas a Irmã
disse que ela era “muito matreira”. Quando pensava que ninguém a estava
olhando, ela de repente começava a rasgar livros e a
TARENTULA HISPANLX E CUBENSIS 371

destruir brinquedos que estivessem ao seu alcance.


Uma observação posterior levou à descoberta de que ela era incomu - mente
sensível à música; quando o rádio era ligado, ela pulava e dançava. Foi dado
Tarentula com sucesso.
O caso seguinte do The Homoeopathician, de Outubro de 1913, ilustra as
potencialidades de Tarentula hispania, onde os sintomas, especialmente os
marcantes sintomas mentais se adequam ao caso.

INSANIDADE - TARENTULA HISPANIA Por A. W. McDonough, M.D., E.U.A.

1912. 14 de Março. Senhorita P., uma moça delicada de 18 anos, alta e magra, de
tez amarelada, trazida para tratamento dois meses antes de sua formatura no
colégio; evidentemente tinha se esforçado demais nos estudos. Dor de cabeça
intensa na semana anterior; frontal e occipital; au- menta depois de estudar e ao
andar. Dor atrás dos olhos. Ao anoitecer sente-se pior de uma forma global.
Sensível ao frio. Muito irritável. Tosse freqüentemente, pior quando quieta.
Melhor em um quarto aquecido. Desejo de coisas doces. Transpiração escassa.
Depois de estudar cuidadosamente o caso com um repertório, dei Sepia 200. O
resultado foi esplêndido. Ela não teve mais problemas até Outubro, quando ao
cavalgar, o cavalo disparou e ela ficou amedrontada, apesar de não ter se ferido.
12 de Dezembro. Amenorréia. Perda de apetite. Constipação. Muito fr iorenta,
mas sente mais frio em uma sala fechada. Zangada e difícil de se lidar, piora com
o calor; piora com o frio; melhora quando sossegada. Dor de cabeça ao despertar.
Deseja o frio. Sensação de peso no estômago depois de comer. Como Sepia tinha
feito bem antes, dei novamente Sepia. Como o remédio não funcionou à contento
da família, ela não voltou para uma segunda prescrição, mas foi a um médico da
velha escola. Com o auxílio de um osteopata, ele a tratou de amenorréia até
meados de Fe- vereiro^de 1913. Sob o tratamento osteopático e alopático ela
ficou muito nervosa, pálida e inquieta, emagrecendo de 46kg para 35kg. O alopata
a aconselhou a ir para o oeste para melhorar sua saúde. O osteopata disse que ela
estava quase insana. Ela foi levada para a cidade de Iowa para ver um especialista
em problemas nervosos. Ele afirmou que ela estava em bom estado, mas disse que
deveria comer para ganhar alguma energia. De início ela se recusava a comer. Ele
lhe deu fortes estimulantes estomacais, semelhantes àqueles que ela tinha estado
tomando, mas no quarto dia de tratamento ela ficou tão intratável que eu fui
novamente chamado. Eu aceitei o caso somente com a condição de poder pedir a
ajuda do Dr. W.
G. Allen, de Barnes City, que eu sabia sei* um médico homeopata cuidadoso,
com quem eu me sentia seguro da possibilidade de curar a menina.
372 TARENTULA HISPANIA E CUBENSIS

Incontrolável. A família não podia fazer nada com ela. Exaltada; inquieta. Queria
tudo em movimento. Tocou o gato de debaixo do fogão; “Eu não suporto ver a
preguiça”. Ordenou a seu padrasto que este corresse em volta da casa e não se
sentasse o dia todo. Ela eslava determinada a fazer todo o trabalho, mas todos
deviam se movimentar, e rapidamente. Insistiu em servir a refeiçã o; enchia os
pratos, mas ela mesma não comia nada; tinha medo de ficar gorda. Apressada;
andava rapidamente; devia estar ativa a todo o momento; pegou os livros da
escola e começou a estudar física e geometria; forçou seu professor de música a
dar-lhe lições; praticava piano durante horas. Zangada, detestável; párecia
“possuída pelo diabo”. Dormir era impossível; não ia para a cama antes da meia -
noite; não queria ter hora para ir para a cama. Nunca estava cansada; sentia -se
constantemente “excitada”. Não podia relaxar. Aversão ao cheiro de carne.
Friorenta; sensível ao frio. Inclinação constante a chorar; chora muito. Desejo de
sal; colocava uma grande quantidade de sal em qualquer porção de comida que
comesse. Desejava e comia muitas balas de chocolate. Tomava suco puro de
limão “para manter o peso”. Sangramento nasal vermelho vivo, da narina direita.
Pele amarelada. “Língua como morango”. Albumina em abundância na urina.
Pulso 67, temperatura 35.8, quando em pé; tão logo se sentava o pulso caía para
60. Através de nosso estudo do caso com o repertório, a escolha parecia estar
entre Nainun mur. c Sulph., mas a escolha foi difícil.
Sulph. 200 foi o escolhido. Este fez pouco por ela; ele parecia meramente não
deixar o caso piorar, mas ela não teve melhora. Como Dr. Al- len foi chamado em
Rochester, eu temi sua partida, mas ele estava feliz em ir-se. Depois de alguns
dias dei Natnun mur. 200, pois Sulph. parecia ter sido quase que inútil. O caso
continuou imutável. Ela continuava a “fazer tudo correndo” de manhã até a meia-
noite. Recusava-se a comer. Era terrível viver com ela. Tinha medo de engordar,
apesar de somente pesar 30kg e era terrível de se olhar. Novamente ao estudar o
caso, começando com a rubrica RECUSA-SE A COMER, Ars. alb. aparecia em
todos os sintomas. DciArs. 200. Ele dissipou sua inquietação, aqueceu-a e a
ajudou. Depois de alguns dias ela piorou novamente. Ao relatar o caso ao Dr.
Kent, seu telegrama logo chegou em resposta: “Dê à paciente Tarentula hisp.
lOm.” Este correspondia exatamente ao quadro e eu não o tinha visto, mesmo
sendo óbvio!
Após Tarentula hisp. em três horas seu estado estava completamente mudado.
Em vez de mandar sua mãe para fora do quarto, não deixando-a tocá-la, ela
queria ficar com a mãe todo minuto, como faria qualquer outra criança doente.
Completamente relaxada, ela estava uma pessoa totalmente diferente. Uma
melhora gradual a partir da dose de Tarent. As mãos e pés ficaram muito secos e
descamantes aproximadamente quatro semanas depois de começar com Tarentula.
Depois de cinco semanas Dr.
TARENTULA HISPANbi E CUBENSIS 373

Kent aconselhou o uso de Tarent. Iiisp. 50m. Aproximadamente quatro semanas


depois que a pele descarnou e voltou ao normal, aparecendo pelos finos como
penugem, de três quartos de polegada de comprimento, no corpo todo exceto nas
palmas das mãos e solas dos pés, mas no presente o rosto está limpo, os pelos
desapareceram totalmente. Ela agora parece estar perfeitamente bem, mas a força
e o peso ainda não estão completamente restaurados.
Este é um caso raro, que não será observado freqüentemente na prá tica
privada. Ilustra novamente o maravilhoso poder do remédio potencializado,
quando o similimum exato é usado. Se não fosse Tarentula hisp. esta paciente teria
morrido em um asilo.

TARENTULA CUBENSIS

Tarentula cubensis é um remédio que se salientou e chamou a atenção por


muitos anos, pois era um dos 144 preciosos medicamentos na potência "cm”,
“existentes em sua caixa de medicamentos”, enviada para nós pelo Dr.NASH,
depois de sua visita a este país. Se era tão estimado por tal médico a ponto de ter
um lugar em sua maleta de medicamentos e de ser um dos seus “144”, certamente
era válido experimentá-lo em estados sépticos, que ele pleiteia em seu “Leaders”
(?) como se segue:
“Tarentula cubensis ou a aranha peluda. Este é um dos remédios mais eficazes
para furúnculos, abscessos, panarícios, ou inchaço de qualquer tipo onde o tecido
apresente uma cor azulada, e haja queimação intensa.
“Nós costumávamos pensar que tínhamos dois grandes remédios, Arsenicum e
Anthracinum; mas Tarentula cubensis é simplesmente maravilhosa. Eu tenho visto
panarícios que mantêm pacientes acordados noite após noite andando pelo quarto
em agonia devido às terríveis dores, tão aliviados em tempo muito curto, que
podiam dormir em perfeito conforto até que o inchaço drenasse espontaneamente e
evoluísse para uma cura rápida. Este remédio deveria receber um experimento
completo. Ele é uma pedra preciosa.”
Pode-se dizer que muitas experiências com este remédio têm mais do que
confirmado seu valor.

* * * * ale
KENT, em seu New Remedies, dá um caso mostrando a poderosa ação de
Tarentula cubensis em um caso de carbúnculo na nuca.
Uma senhora, de aproximadamente 30 anos de idade, sofria enormemente
devido a um carbúnculo em sua nuca. Ela tinha aplicado miiitos re médios caseiros
e não tinha obtido alívio. A tumefação parecia tender a supurar. Estava azulada e a
dor era intensa, cortante como faca e ardente.
.. — . A / Ai V X/T JLir V>- C/ Í3Í1>/V ò / Ò

Ela tinha enjôo no estômago de vomitar, e à noite ficava delirante. Os o - lhos


dela estavam fixos e havia um pouco de febre; a língua era suja e o hálito fétido.
Havia uma grande tensão no couro cabeludo e músculos do rosto. Ela clamava por
morfina para “parar aquela queimação e dor cortante”. Tarentula cubensis 12x, uma
dose, produziu um sossego imediatamente e a tumefação de mau aspecto não
progrediu, não supurou. A cor azulada desapareceu em dois dias e o
endurecimento do local logo desapareceu também. Ela recobrou seu estado
normal bastante rapidamente e me disse há pouco tempo atrás que nunca mais
teve sua antiga dor de cabeça desde que aquele inchaço desapareceu, mostrando o
quão profundamente o medicamento afetou todo o seu organismo.
Se uma região está mosqueada ( Lach.), azulada, ficando escura, com aqueles
sintomas, Tarentula cubensis deve ser o remédio mais apropriado.

♦ ****
Com relação a Tarentula cubensis, Dr. Oscar Hansen, de Copenha- gen, em seu
Textbook of Rare Homeopathic Remedies, escreve: “Terapêutica. Gangrena.
Carbúnculo, mesmo estando este flutuante, com grande prostração e diarréia,
febre intermitente com exacerbação ao anoitecer. Age de forma mágica nas dores
em queimação e em pontada mais terríveis, neste caso. Uma cor purpúrea do
local, junto com as dores acima é característico do remédio. (Se compara a
Lachesis, Anthracinum, Silicea). Recomendada no último estágio de tuberculose
pulmonar. Difteria, de caráter maligno, membrana de cor eí.cura, hálito fétido,
febre séptica. Febre tifóide, fezes escuras e fétidas, grande prostração”.
Nossos compêndios de Matéria Médica têm tão pouco a dizer sobre Tarentula
- tanto a Espanhola como a Cubana, que pode ser útil citar uma discussão nos
Estados Unidos, em um artigo entitulado “ Tarentula em Meningite” pelo Dr.
Neiswandler (Ohio) que apareceu há algum tempo no Homeopathic Recorder. Neste
nós aprendemos muito sobre Tarentula cubensis, conhecimento de que estamos
ávidos, pois é um remcdio bastante potente, especialmente em estados sépticos, e
porque há muito pouco material sobre este em nossos compêndios para ser
aprendido.
A propósito, o artigo “ Tarentula em Meningite” do Dr. Neiswandler era sobre
zHispania. Mas o que o Dr. Roberls tem a dizer com relação à origem da cubensis
é do maior interesse. Ele diz que nós não temos aqui somente a Tarentida Cubana,
mas a Tarentula Cubana putrefata; o que nos dá, ele sugere, não somente o
temperamento e os sintomas mentais de Tarentula, mas o elemento séptico dà aranha
decomposta. Soa desagradável?... mas ela funciona. E se equipara, em parte a
Pyrogeniunt, “obtido da vala” como dizem, de carne podre. Eles têm poderes de
combater estados sépticos similares e são drogas da maior importância e valor.
Nós
TARENTULA HISPANM £ CUBENSIS 375

reproduziremos o que foi discutido sobre as duas drogas.


DR. MACFARLAN: Eu não sei nada sobre a Tarentula hispania, mas sei que
Tarentula cubensis é um remédio maravilhoso. Eu fiz uma experimentação há
aproximadamente dez anos atrás. E também realizei uma grande cura com ela em
um caso terrível de tosse, parecida com coqueluche, que parecia que ia arrebentar
o paciente. Tarentula provoca esta sensação e eu a dei com uma maravilhosa
resposta desde o início.
Tarentula cubensis produz grande sonolência. Eu acho que ela é mais útil em
coqueluche do que Ipecac. ou Castanea vesca ou qualquer outro remédio que eu
conheço; ela é maravilhosa.
DR. BENTHACK: Eu nunca tinha ouvido sobre seu uso em meningite antes,
mas Tarentula cubensis é meu apoio em qualquer abscesso onde existe uma dor
intensa. Eu antigamente pensava que tinha um grande remédio para tais quadros
em Arsenicum cAnthracinum, mas descobri que Tarentula cubensis na 30 a potência é
muito melhor.
DR. ROBERTS: Tarentula é um dos mais interessantes venenos de aranha. Eu
acho que nós conseguimos um melhor conceito dela ao estudarmos seus hábitos.
Tarentula hispania, como você sabe, é encontrada na parte ocidental deste país e
me disseram que antes da estação de chuvas elas migram em bandos, viajando aos
pulos e saltos. Ela faz seu ninho no chão, uma toca guarnecida com teia, e virando
um ângulo acentuado depois de descer algumas polegadas. Aqui a aranha se
instala para esperar pela sua vítima.
Ela faz seu trabalho com violência, um ataque rápido no pescoço de sua
vítima, rompendo os gânglios. Ela ataca e refugia-se, nunca se prendendo. Ela é
uma perfeita covarde quando longe de casa. É nestas coisas que você consegue o
característico, pois você encontra esta repentina violência repentina ao longo de
todo o remédio - o impulso súbito à destruição.
Um paciente Tarentula que eu conheci parecia ser calmo e pacífico; a
enfermeira deixou o quarto e instantaneamente o paciente pulou da cama, jogou
tudo de cima da prateleira no chão e eslava de volta na cama antes que a
enfermeira pudesse voltar. Isto é Tarentula: violência de investida, medo dc
encarar uma oposição real ou quando estão longe de casa - exatamente como a
aranha o faz em seu cenário natural.
Com relação a Tarentula cubensis, apesar de não ser mencionada neste
material, é muito semelhante a Tarentula hispania; ela é a mesma aranha ou da
mesma família, só que proveniente de Cuba. Dr. T. F. Allen contou-me a história
deste remédio. A Tarentula cubensis foi mandada por navio para este país em um
frasco com álcool para preservá-la. O frasco se quebrou no caminho, o álcool
escorreu e o espécime se decompôs. Entretanto o remédio potencializado foi
preparado e é o efeito piogênico, devido a esta decomposição, a maior
diferenciação entre Tarentula
376 TARENTULA HISP AN IA E CUBENSIS

hispania e Tarentula cubensis, e as nossas potências mais altas foram feitas a partir
daquela matéria-prima. Isto é digno de consideração, por que ali você tem a
mentalidade de Tarentula hispania e o estado séptico de Tarentula cubensis.
DR. FARRINGTON diz: Seria interessante reexperimentar um espécime
fresco de Tarentula cubensis. Pode-se dizer que é uma deficiência em nossa matéria
médica e seus experimentos o fato de que evidentemente não obtivemos os
sintomas reais de Tarentula cubensis. Talvez resultasse em uma reprodução daquilo
que obtivemos em Tarentula hispania.
DR. FARRINGTON: Provavelmente o acidente nos deu um novo remédio que
de outra maneira jamais teríamos, asim como um acidente nos deu Causticum, pois
esta é uma substância composta, a tinctura acris kali de Hahnemann, que não pode
ser encontrada em nenhuma farma- copéia, exceto a Homeopática...
Há alguns anos atrás eu relatei um caso a esta associação, de um jovem de
dezoito anos que pensava-se estar com demência precoce e que foi curado por
Tarentula; e seus sintomas e comportamento geral eram exatamente como Dr.
Roberts tinha descrito. Ele se atirava colérico sobre algo e jogava o que quer que
estivesse em suas mãos ou que pudesse alcançar. Ele quase matou sua mãe com
um jarro grande. Ela achoú ruim alguma coisa que ele tinha feito ou dito, e ele
atirou o jarro nela mas não acertou, atingindo um espelho enorme que ficou em
pedacinhos.
Um outro sintoma interessante de Tarentula ocorre no coração. Diversos
sintomas cardíacos que você conhece, repentinos e violentos e, em algumas de
nossas matérias médicas, o estado que Tarentula produz e cura é chamado de
Dança de São Vito do coração.
Há muitos anos atrás eu fui chamado no meio da noite a South Bend, Indiana,
e encontrei um homem de quarenta e cinco anos de idade, pálido como morto,
amedrontado. Seu coração estava batendo rapidamente e ele pensava que iria
morrer; de fato, o médico que o examinou disse-lhe que tinha um sério problema
cardíaco e que não leria muito tempo de vida.
Eu examinei seu coração bastante cuidadosamente e não encontrei quaisquer
lesões, mas freqüentemente ele começava a pular, e daí o coração acompanhava
os movimentos, para cima e para baixo, e depois sossegava; e ele tinha uma
história prévia de diarréia e sintomas digestivos, particularmente do cólon, e eu
lenho que acrescentar, apesar de ter-lhe feito algumas perguntas, eu consegui
muito poucos sintomas além dos objetivos. Eu acho que o que eu disse a ele fez -
lhe tanto bem quanto o medicamento. Eu lhe disse que estava sofrendo de uma
auto-intoxicação e que não tinha qualquer doença cardíaca, e lhe dei uma dose de
Tarentula. Duas semanas depois ele estava de pé para me ver, aparentando saúde.
TARENTULA HISPANIA E CUBENSIS 377

DR. GREEN: Eu tive uma chance de observar um caso de Tarentula bem de


perto e quero acrescentar algo ao que Dr. Roberts disse sobre a malevolência
súbita, a tendência destrutiva, uma tendência de alguém a mudar completamente
de um temperame nto amável, saudável, racional, para uma pessoa terrivelmente
auto-centrada e egoísta, e que quer todos em volta servindo-os, até mesmo
interferindo com as tarefas da enfermeira, por causa de alguma doença imaginária
como fingir um desmaio ou outra coisa que obrigue aquela pessoa a ficar perto.
DR. BENTHACK dizia que antes de saber que Tarentula era usada em úlceras,
ele costumava depender do uso de Arseniciun para o tratamento de úlceras com dor
em queimação. “Isto faz-me lembrar de dizer que aprendi que Tarentula e
Arsenicum são remédios complemen- tares em tais casos crônicos”.
/

TEREBINTHINA
(Óleo de Terebintina)

Lendo os experimentos e envenenamento por Terébinth. na Cyclopedia of Dmg


Pathogenesy, fica-se surpreso com relação a diversos pontos. Sempre se lê na
Matéria Médica que em Terebinth. a “urina cheira a violetas”; este fato curioso
ocorre repetidamente, mesmo no envenenamento de animais por terebintina. A
urina pode ser limpa, sanguinolenta, escura, fuliginosa, mas ela cheira
aparentemente a violetas; ou, como é às vezes expresso, ela cheira doce.
Além disso, observa-se sonolência e estupor, tão freqüentemente produzidos.
E também o caráter das dores: em QUEIMAÇÃQi^ueimação nas gengivas; na
boca; na língua, como fogo; na gargant^ èstômago; hipo- côndrios; no reto e
ânus; nos rins; na bexiga; no umbigo; na uretra; na região lombar; no testículo;
no útero; nas vias aéreas; no peito; ao longo do esterno. Pressão ardente no
hipocôndrio.
Mas freqüentemente se obtém o estado oposto na ação da droga, talvez ação e
reação, e apesar doTercbinth. apresentar “queimação no umbigo”, ela também
apresenta o seguinte sintoma curioso, “a região umbilical parece retraída, fria,
simplesmente como se um prato frio fosse pressionado contra esta”.
Observa-se também sua natureza extremamente hemorrágica, causando
equimose; “equimoses em grande número, aparecendo dia a dia”; equimose na
boca e nos ângulos dos lábios, que sangram; sangramento do estômago,
“queimação no estômago com náusea e vômito de muco, bile ou sangue,
hemorragias copiosas”; “fezes escuras como café”; entero-co- lite, com
hemorragias e ulceração dos intestinos; hemorragia anal e hemorróidas que
sangram; “albuminúria, quando existe sangue e albu- mina em abundância”, urina
com odor de violeta, fétida, albuminosa, escassa, escura, nublada e esfuniaçada,
sanguinolenta; leucorréia mal cheirosa e sanguinolenta; expectoração de catarro
com laivos de sangue; expectoração sanguinolenta. Aqui terebintina compete com
os venenos de cobra, Crotalus hor., etc.
Ela tem a capacidade de provocar estupefação e sono profundo; incapacidade
para pensar ou trabalhar; cansaço da vida. Dois casos de “sui cídio por
enforcamento estão relatados, de pessoas que trabalhavam
TEREBINTHINA 379

lavando tecidos com terebintina e álcool”; e os vapores de terebintina têm sido


bastante venenosos para muitas pessoas. “Comatoso, somente pode ser despertada
de um aparente estupor ao ser sacudida, mas, imediatamente cai neste estupor
novamente.” Ou ainda pode apresentar um efeito intoxicante: “levemente bêbado
durante várias horas”; andar cam- baleante, como se bêbado, fica em pé com as
pernas bem afastadas; nâo consegue equilibrar o corpo; insensibilidade das
extremidades, especialmente das inferiores; sem controle da mão e braço ao tentar
escrever; fraqueza e prostração; cansado e incapaz de andar, cambaleia e cai;
“sente os músculos rígidos, anda lentamente e se curva para a frente como um
velho”; quando os membros são erguidos, eles caem pesadamente de volt a por seu
próprio peso. Ou, por outro lado, subsultus ocasionalmente; espasmos tetânicos;
trismo; coréia e epilepsia, quando em intervalos de dez a quinze minutos ocorrem
violentos paroxismos convulsivos, produzindo intenso opistótono. Espasmos
urêmicos.
Nós publicamos no mês passado um caso de Terebinth. bastante interessante,
mas que merece ser reapresentado aqui. Ele mostra como a droga potencializada é
antídoto para a mesma droga quando usada em estado bruto, contanto que, claro,
não exista uma destruição irremediável do tecido.
Uma criança de quatro anos, que apresentava crises passageiras de in -
consciência; incapaz de controlar a urina de dia ou à noite, foi absolutamente
curada por uma dose de Terebinthina Im. A história do caso foi que a criança bebeu
uma grande quantidade de terebintina quando tinha 18 meses de idade e estava
indo de mal a pior desde então. Ela nunca mais teve outro ataque depois daquela
dose e, gradual mas rapidamente, venceu a enurese. Ela não tomou nada além de
placebo desde então. - Dr. Chas. C. Bowes, E.U.A.Recorder, Março de 1931.
Terebinth. é um remédio muito interessante, mas seu principal uso e sua
toxicidade mais importante (como visto a partir dos sintomas grafados em
negrito) centram-se nos órgãos urinários: rins, bexiga e uretra.

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO

A língiia fica seca, com tensão abdominal; depois de limpá-la, fica seca novamente e
com aumento do timpanismo.
A língua não fica limpa de modo gradual, mas rapidamente e em grandes camadas,
começando do meio, deixando a língaa lisa e brilhante.

Distensão do abdome, com sensação como de fiato.


Meteorismo; timpanismo excessivo, abdome sensível.
380 TEREBINTH1NA

Hemorragia dos intestinos, com ulceração; degeneração epitelial passiva.

Dores repuxantes violentas, na região dos rins.


Albuminúria; estágios iniciais quando a urina é mais rica em sangue e albumina do
que em cilindros e células epiteliais.
Sensibilidade do hipogástrio, tenesmo vesical.
Queimaçõo violenta e dor cortante na bexiga, alternando com uma dor similar no
umbigo; piorem repouso; melhor andando ao ar livre.
Urina escassa e sanguinolenta. Queimaçõo na uretra.
Estranguria; retenção espasmódica de urina.
Micção freqüente à noite, com intensa queimação e dorna região lombar.
Urina nublada e esfumaçada, sanguinolenta; clara, aquosa, profusa.
Hematíuia.
Urina escura, com sedimento como grão de café.
Depois de escarlatina; elimina pequenas quantidades de urina escura, de cheiro
doce, tiin>a e com sedimento como grãos de café; a mente fica embotada às vezes, ou o
paciente fica sonolento, chegando ao estupor; hidrop- sia; urina apesar de ser rica em
albumina e sangue, contém pouco ou nenhum cilindro.

Metrite e peritonite puerperal, com tendência à mortificação; lóquios suprimidos,


terrível queimação no útero, abdome mais cheio do que o habitual; dor de cabeça com
sede; língua seca e marrom, náusea e vômito; o abdome fica distendido, dolorido ao
tocar; pulso fraco, freqüente.

Catarro bronquial epneumonia durante tifo.


Hemorragia dos pulmões.

Febres malárica e africana.

Prostração.
Púrpura hemorrágica.
Congestão e inflamação de vísceras; rins, bexiga, pulmões, intestinos e útero.

Ascitecom anasarca.

Escarlatina, especialmente quando os rins são comprometidos, com estupor; urina


sanguinolenta e esfumaçada.
TEREBINTHINA 381

OUTROS SINTOMAS MARCANTES, KM ITÁLICO OU CURIOSOS

“Supunha-se estar morrendo, mas descobriu-se estar íntoxicado por


terebintina.”
Pupilas “violentamente contraídas”.
Coriza sem os sintomas acompanhantes usuais e sem sintomas premonitórios,
de um líquido aquoso de uma ou de ambas as narinas.
Como se ele tivesse engolido uma pequena bola, que permanece na boca do
estômago.
Como se os intestinos estivessem sendo puxados em direção à coluna {Pb.,
Plat.).
Diz-se que Terebinth. previne e dissolve cálculos renais.
Cólica constante de todo o abdome, que se estende para as pernas.
Movimento na região inguinal, como se uma hérnia fosse protrair.
Sensação como se o púbis fosse de repente separado à força.
Queimação e sensação de rastejamento no ânus, como se vermes es tivessem se
arrastando para fora (tem provocado a eliminação de ne- matódeos e tênia).
Um movimento transitório na região da bexiga, durante a evacuação, como se
a bexiga de repente ficasse distendida e pendendo para a frente.
“Estrangúria angustiante, mais violenta do que jamais testemunhei, e
acompanhada de grande perda de sangue.”
Urina muito escassa e vermelha, ou ainda muito copiosa e clara, mas em
ambos os casos tem cheiro de violetas.
“Tem o assim chamado odor de violetas em um alto grau.”
Sente o corpo todo enjoado, com vertigem e embotamento da cabeça.
Muito sonolento, difícil de mantê-lo acordado.
Transpiração fria e viscosa por todo o corpo.
Suor profuso nas pernas, ao anoitecer 11a cama.
Andar cambaleante como se estivesse bêbado.
Boger cita: “As dores excitam a micção”.

* ****
NASH cita, como suas principais indicações para o uso desta droga:
queimação e dor aguda ao urinar; urina vermelha, marrom, preta ou de aparência
esfumaçada.
Língua lisa, lustrosa, vermelha, com excessivo timpanismo (Tifóide).
Hemorragia de todos os orifícios, especialmente com problemas urinários ou
renais.
Ele diz que, como Berberis, Terebinth tem muita dor nas costas acompanhando
problemas no rim e bexiga. Pintores que trabalham expostos ao cheiro de
terebintina são freqüentemente muito afetados, tornando-se mesmo incapazes de
trabalhar em contato com esta.
Para queimação e ardor ao urinar, Terebintina se compara mais a Canth. ou
Canttabis do que a Berb— é um dos nossos melhores remédios anti-hemorrágicos.
Em hematúria, hemoptise c hemorragia intestinal, especialmente em febre tifóide,
e mesmo em púrpura hemorrágica ela pode trazer ura resultado esplêndido.
Umas das principais características para seu uso é a língua vermelha, lisa e
lustrosa ( CrotPyrog.); uma outra é o timpanismo excessivo. Estes dois sintomas
são freqüentemente encontrados na febre tifóide e, entáo, Terebinth. é o remédio
______________________ ”

* * * * *
FARRINGTON diz que Terebinthina é uma droga que tem sido bastante mal
usada pela velha escola de mediciha; por isso ela tem sido grandemente
negligenciada pelos homeopatas. Junto com a reação à concepção errônea dos
médicos da velha escola, nós freqüentemente fur- tamo-nos a avaliar a droga. Sua
principal ação é sobre os rins e bexiga. Quando você encontra uma metrite,
peritonite, febre tifóide ou escarlatina, ou de fato, qualquer doença séria e grave, com os
seguintes sintomas renais, Terebinthina surge como nosso remédio.
Dor surda na região dos rins, queimação nos rins, dores que se estendem dos
rins para os ureteres, queimação durante a micção, estrangúria, urina albuminosa
e, muito caracteristicamente, a urina é escura, nublada e com aparência
esfumaçada, como se ela contivesse sangue decomposto, o que é fato.
O estado patológico real dos rins neste çaso não é o da enfermidade de Bright
aguda, nem o de uma formação crupal nos rins, mas sim de uma congestão renal,
com exsudação de sangue dos rins para a pélvis renal. Quando os sintoma s
urinários acima estiverem presentes, você pode dar Terebinthina com confiança,
não importando qual possa ser a doença do paciente.
Terebinthina freqüentemente age poderosamente nas membranas mucosas. Ela
produz queimação nas vias aéreas, com expectoração fluida e muito difícil de
desprender.

* * * * *
UM A EXPERIMENTAÇÃO DE Terebinthina

Uma mulher tinha ficado com os pés doloridos por andar e aplicou terebintina
neles. Isto foi seguido por um estado como hidrofobia; ela tinha espasmos sempre
que via água ou quando a ouvia correr, ou ao ver um objeto brilhante; e também
sempre que tentava urinar. CLARKE. (Comp. Lyssin., Belladonna, Stramoniunt).
\
THERIDION

(Aranha da Laranja)

V
J
O veneno de uma aranha pequena e muito venenosa: encontrada nas laranjeiras da
índia Ocidental. Em adição ao seu habitat, ela tem pontos cor de laranja na parte
posterior do corpo e uma grande mancha quadrada amarela no abdome. A tintura
alcoólica é preparada a partir da aranha viva, esmagada.
Este remédio foi introduzido e experimentado por Hering em 1832. Ele é
interessante por causa de alguns sintomas muito peculiares.
Ele tem sido útil em vertigem; doenças da cabeça; tosse; irritação es pinhal;
histeria; e estados escrofulosos.
Os venenos de aranha são especialmente virulentos e observa-se que estes são
curativos em estados difíceis conhecidos como histeria, com sensibilidade
extraordinária e pervertida com relação a impressões externas. Nós já discutimos
aquela droga bastante importante, a Tarentiila, com sua intensa reação à música,
sua violência esubitaneidade.
Theridion reage mais particularmente ao barulho. Seu keynote é, “Todo som
parece penetrar no corpo todo, causando náusea e vertigem; todo som águdo
penetra nos dentes.”
Este é um dos remédios a ser pensado na doença de Ménière (Salicylic acidum).
Aqui, como no enjôo do mar, suas indicações peculiares são: Vertigem ao fechar
os olhos ; ou “quando eles fecham seus olhos para se livrarem do movimento do
barco, ficam com um enjôo mortal”.
Este veneno de aranha tem uma extrema sensibilidade nervosa.
Nós daremos resumos de experimentações, de alguns de seus SINTOMAS
RAROS, PECULIARES E NOTÁVEIS, que levam ao seu emprego bem sucedido
onde os sintomas correspondam.
SEMPRE QUE FECHA OS OLHOS, ela é tomada de náusea e vertigem; pior pelo
baralho, movimento, ao inclinar-se para frente.
Sente a CABEÇA tão densa como se esta fosse uma outra e estranha cabeça.
Náusea e vômito ao menor movimento, particularmente ao fechar os olhos.
VERTIGEM com náusea que leva ao vômito; pior ao inclinar-se para frente; ao
menor movimento; com qualquer barulho ou som; acompanhada de suor frio.

383
384 THERIDION

Desperta às 23 h. com pulso lento.


Vertigem com cegueira causada por dor nos olhos.

Violenta DOR DE CABEÇA frontal, com pulsação que se estende nara o


occipício; ou com pressão intensa atrás dos olhos.
Dor de cabeça ao começar a se movimentar.
Durante dias uma sensação como se o topo da cabeça não lhe pertencesse: sentia-
o como se estivesse separado do resto da cabeça; como se ela •udesse levantá-lo;
sentia que gostaria de removê-lo.
Dor de cabeça no fundo dos olhos, ou atrás deles, pior no olho esquerdo.
Um remédio para insolação.
Sente a cabeça como se fosse uma outra cabeça estranha, ou como se tivesse
alguma outra coisa sobre esta.
Dor de cabeça como uma faixa pressiva na raiz do nariz, e sobre e em volta das
orelhas.
Cabeça internamente quente, oprimida e pesada, ao mesmo tempo alegre e
cantando.
Devido às dores no fundo do cérebro ela deve se sentar ou andar: é impossível se
deitar.
Dores de cabeça com náusea e vômito como enjôo do mar., e calafrios que es
trem ecem -n o.

Luzes bruxuleantes diante dos OLHOS em paroxismos freqüentes. Como um véu


diante dos olhos. Deve se deitar.
As coisas parecem duplas. Neste tremeluzir aparece náusea; mãos frias. Por
muito tempo depois ela não se atrevia a inclinar-se para a frente.
Vertigem e confusão da visão; as coisas pareciam estar todas juntas e tomaram-se
indistintas.

Pior ao menor BARULHO; todo som agudo e reverberação penetram no corpo


todo, especialmente os dentes; o barulho toma a vertigem pior e causa náusea.

Ruídos em ambos os OUVIDOS,* coceira atrás das orelhas, gostaria de coçar


até esfolar.

Coriza e ozena. Secreção crônica, mal cheirosa, espessa, amarela ou amarela


esverdeada.
NARIZ seco como se tivesse passado muito ar por este; coceira; espirros
violentos.
Âs vezes, ao andar, a mandíbula fica imóvel. (Tem sido usado em tétano).
A água fria afeta os DENTES; todo som agudo penetra nos dentes.
THERIDION 385

BOCA adormecida;gosto salgado e muco salgado.

TEM DESEJO DE laranjas e bananas; vinho, conhaque, tabaco, frutas e bebidas


ácidas.

SENSAÇÃO como se uma criança estivesse se mexendo no corpo


('Cr0c.,Thujaj.
Ansiedade no CORAÇÃO; dores agiidas que se irradiam para o braço e ombro
esquerdos.
Pulso lento com vertigem.

Irritação ESPINHAL; grande sensibilidade entre as vértebras; senta-se de lado


na cadeira para evitara pressão contra a coluna.
Irritação espinhal: não suporta o menor barulho: a vibração provocada por um
passo traz tal agravação que a faz gritar.

Dores nos OSSOS como se estivessem quebrados, como se eles fossem se partir.

Desmaio depois de qualquer esforço.

Durante o sono morde a ponta da língua.

Tem sido útil em anginapectoris.


Também é útil em irritação espinhal; raquitismo; cáries; necrose; tísica florida;
atrofia infantil com aumento dos gânglios.
* * * * *
Sobre Theridion, Clarke diz (Dictionary of Matéria Medica): É muito
venenosa. Produz um estado nervoso de hipersensibilidade, com fraque za,
tremor, frialdade, ansiedade, d.esfalecimento e suor frio que brota facilmente.
Existem dois keynotes bem marcantes, sendo que um ou outro será
encontrado na maioria dos casos que pedem por Therid. (1) extrema sensibilidade
ao baralho; pior pelo menor barulho: os sons penetram nos dentes. A
sensibilidade se estende a vibrações de qualquer tipo, o sacudir pro vocado por
um passo, ao andar de carruagem ou em um barco. Este sintoma também mostra
a relação que Therid. tem com estruturas ósseas, assim como com o tecido
nervoso que estas envolvem; Therid. é adequado para casos de irritação espinhal
e também casos de doença dos ossos da coluna. Cáries, necrose e doença
escrofulosa dos ossos têm sido todos curados por este.... (2) Pior ao fechar os
olhos. Isto se aplica à vertigem e a sintomas da cabeça e estômago e dá a
indicação em muitos casos de enjôo
do mar ou enjôo da gravidez ______ mas apesar de haver piora ao fechar os
olhos, há também intolerância à luz. ... Uma espécie de bebedeira, hilariedade,
loquacidade _____________

* * * * *
BOERICKE diz: “. . . tem uma afinidade com a diátese tuberculosa os
barulhos parecem bater em pontos doloridos sobre o corpo. In
quieto; não encontra prazer em nada. O tempo passa muito rapidamente. Sensação
de picadas em todo lugar ”
Ele sugere a 30 a potência.

* * $ * £
Vxendion piora por BARULHO; toque; FECHANDO OS OLHOS
FECHADOS; ao menor movimento. Melhora pelo repouso e calor.

* * * * *
NASH escreve sobre Theridion: Existe um sintoma característico peculiar
neste remédio, que tem sido verificado por mim mesmo e por outros. “Vertigem
com náusea especialmente ao fechar os olhos” Allen indica - vertigem ao fechar os
olhos (Lach., Thuja), ao abri-los (Taba- cum), ao olhar para cima (Puls57/.), por
qualquer e mesmo pelo menor barulho; auricular ou labiríntico (doença de Ménière).
Novamente, “Todo som parece penetrar através do corpo todo, causando náusea e
vertigem.” Asarum tem um sintoma semelhante que é digno de se lembrar,
“Hipersensibilidade dos nervos, os ruídos do raspar do linho ou seda ou a crepitação
do papel são insuportáveis.” (Ferr., Tarax.).
Este tipo de vertigem ocorre em diferentes afecções da cabeça ou estômago e
Therid. cura o problema por inteiro quando este sintoma está presente
Um outro sintoma que parece ser bastante valioso em doenças do peito é, “a
dor corre através da parte superior esquerda do peito para o ombro.” (A tísica
florida tem sido curada, tendo este sintoma como guia, se dado precocemente).
Ele é semelhante aMyrtus communis, com o qual eu tenho ajudado muitos casos
que têm este sintoma local peculiar. (Sulphur, Pixliquida eAnisumstellatum também
o têm).
r
THUJA OCCIDENTAUS
(“Arbor Vitae”)

Arbor vitae! De fato a “Árvore da Vida, para a cura das nações!”, como nós
veremos.
Hahnemann diz que não foi feito nenhum uso médico sério desta planta “até
então”.
Ele diz que “os efeitos puros desta substância medicinal peculiarmen te
poderosa serão considerados pelo homeopata como uma grande adi ção ao seu
tesouro medicinal para algumas das mais sérias doenças da humanidade, para as
quais até agora não existe remédio.” Ele a especifica como “o único remédio
eficaz” para verrugas em forma de figo e gonor- réia. Ele usou a 30 a potência e
depois descobriu que na 60 a potência, “ela ainda não havia perdido a força*, mas
pelo contrário ficava ainda mais intensamente carregada com a virtude medicinal
de Thuja”.
Thuja produz dores de cabeça e neuralgias intensas. Ela afeta espe cialmente a
têmpora esquerda. Sua dor característica é uma “sensação de um prego sendo
enfiado na cabeça”.
Ela afeta os rins provocando micção freqüente e todos os tipos de uri na
patológica, incluindo açúcar e também urina como água (Ign.). Ela tem uma
grande ação sobre o ânus e genitália: ânus fissurado, dolorido ao toque,
freqüentemente com verrugas, “às vezes com diversos condilomas ou tubérculos
mucosos, planos, úmidos em volta do ânus, especialmente em indivíduos
sicóticos.” Suor na genitália, mal cheiroso. Excrescências verrucosas e como
couve-flor no ânus e genitália. Ela apresenta a intensa dor nas costas da varíola,
para a qual tem se mostrado um remédio muito útil, sendo uma das drogas que
produz e cura erupções pustulares.
Que Thuja pode produzir verrugas, nós tivemos uma curiosa prova anos atrás.
Um dos nossos cavalos tinha algumas verrugas e cicatrizes, provavelmente de
verrugas que tinham sido cauterizadas em algum outro momento. Foi dado ao
cocheiro um pequeno frasco de Thuja 0, com instruções para colocar um pouco
dela dentro da água, para banhar as verrugas. Ele entendeu mal, colocou tudo
dentro da água de beber do cavalo, e

* Hahnemann começou com tinturas fortes e somente como a experiência mostrou, atingiu gradualmente a
“Poteneializaçáo”; quando verificou, como neste caso, que drogas em ex trema subdivisão, em vez de ficarem
sem força, tornam-se mais intensamente carregadas com suas virtudes curativas.

387
388 THUJA OCCIDENTAL1S

agora havia um grande número de exemplares das verrugas de Thuja, seu aspecto
e suas localizações mais típicas.
Um dos sintomas grafados em negrito de Hahnemann é: “Ao expor o corpo
ao ar quente, sente um estremecimento por todo o corpo. Calafrio com muito
bocejo, o ar quente lhe parece frio e o sol parece não ter o poder de aquecê -lo".
Thuja tem uma transpiração peculiar, oleosa, adocicada, fétida; e um estado
singular de “suorprofuso somente em partes descobertasIsto tem sugerido o uso
curativo de Thuja em diversas doenças e condições, relatadas de tempos em
tempos em nossa literatura.
Este foi o sintoma determinante num caso de miosite ossificante, onde trouxe
uma extraordinária mudança no caso e iniciou uma desossifícação.
Quanto ao mental, Thuja comete erros ao ler e escrever. Fala lentamente,
como se estivesse embaraçado com relação às palavras; apresenta “um pensar
prolongado sobre as coisas mais insignificantes”. Tem idéias fixas, como se o
corpo estivesse frágil e fosse facilmente se quebrar; ao andar sente como se as
pernas fossem feitas de madeira; como se um animal vivo estivesse dentro do
abdome (Croc.); como se estivesse sob a influência de uma força superior. Sono
inquieto com sonhos de: estar caindo de algum lugar alto, com pessoas mortas,
etc.
KENT descreve o típico paciente Thuja : aparência doentia, com o rosto
ceroso, que parece como se estivesse lambuzado de gordura.
A transpiração é peculiar: adocicada, forte, pungente.
Ele diz qucArsenicum é freqüentemente o remédio agudo e Thuja o crônico,
como por exemplo na asma; aqui, em casos onde Arsenicum parecia ser o remédio
mas que funciona somente como paliativo, Thuja ou Natrum sulph. completarão o
trabalho e curarão. E neste caso eles podem curar fazendo reaparecer uma
manifestação primitiva que tinha sido suprimida.
Ele descreve as excrescências verrucosas de Thuja como sendo moles,
carnudas e muito sensíveis; que queimam, coçacn e sangram facilmente pelo
atrito com a roupa. Excrescências como couve-flor na vagina, no colo uterino, no
ânus e membranas mucosas em geral.
"Herpes em qualquer parte do corpo, com excessivas dores neurálgi- cas....
“Thuja lidera todos os medicamentos para sintomas que aparecem pela supressão
de verrugas em figo.
“Este é um medicamento proeminentemente poderoso em casos onde você
tem na história uma picada de cobra, varíola ou vacinação.”
Mas pertence ao Dr. James Compton BURNETT, com sua teoria da
“Vacinose”, a honra de ter trazido Thuja para nossa prática diária. Ele costumava
dizer que Thuja lhe rendia 200 libras por ano.
CLARKE também reconhece sua ampla utilidade: “Todas as pessoas são
vacinadas e tomam chá,” ele costumava direr, “e Thuja é o grande
THUJA OCCIDENTALIS 389

antídoto para o chá e para a vacinação.”


Burnett, no prefácio à sua brilhante monografia, que marcou época, Vaccinosis
and Homeoprophylaxis, escreve: “A Verdade não é a Verdade salvo apenas o
Infinito; para a mente do homem mortal a Verdade não é necessariamente
Verdade, mas somente aquilo que parece ser verdadeiro. Conseqüentemente aquilo
que é uma verdade gloriosa para um homem é um contra-senso inglório para
outro, e ambos indivíduos podem ser igualmente honestos nos seus propósitos e
semelhantes em seu zelo na busca pela Verdade.... A idéia de usar Thuja
occidentalis como aqui recomendado não é nova, nem é peculiar ao escritor, mas é
muito pouco conhecida neste país e usada menos ainda, por isso espera -se que a
publicação destas páginas possa ajudar a estabelecer a vacinose como uma forma de
doença e Thuja como um de seus principais remédios. ”
Burnett admite que a vacinação realmente protege, numa grande extensão,
contra a varíola; ele não é um anti-vacinador: seu objetivo é “mostrar ( 1) que
existe um estado mórbido da constituição que é engendrado pelo vírus vacinai (a
chamada linfa), o que ele propõe chamar de VACI- NOSE ou o estado vacinai; e
(2) que também existe na natureza um notável remédio para a dita vacinose, isto
é,Thuja occidentalis', e (3) que Thuja é um remédio para vacinose em razão de sua
homeopaticidade a essa; e (4) que a lei dos semelhantes também se aplica à
prevenção de doença.”
“Vacinose”, para Burnett, não significa a reação aguda à vacinação, o estado
febril, com os fenômenos locais no ponto onde o pus foi inserido, ne m mesmo a
erupção varioliforme generalizada que se segue à vacinação.
Ele diz, “tudo isto está incluído no termo vacinose, mas não meramente isto,
também o estado constitucional mórbido profundo e de longa duração engendrado
pelo vírus da vacina: - É claro que não a linfa, mas
sim o pus O poder protetor da vacinação deve-se a um estado enfermo
do corpo.
“Alguém que sofre de vacinose pode não estar doente no sentido comum. Mas
ele deve estar em um estado mórbido latente, ele sofreu uma
influência prejudicial, ou ele não está vacinado” ______ e ele diz que alguns de
seus piores casos de vacinose foram aqueles em quem a vacina não “pe gou”. Ele
tem observado que “não poucas pessoas datam sua doença de uma assim chamada
vacinação sem sucesso.” E ele afirma que a “ ‘pega’ é a reação constitucional pela
qual o organismo se liberta mais ou menos do vírus inserido. Enquanto que se a
vacina não pega e o viras for absorvido, a 'pega* se torna um processo crônico -
paresia, neuralgia, cefalgia, pústulas, acne, etc.”
O pequeno livro de Burnett está cheio de casos maravilhosos que sus tentam
esta teoria; e nós que o sucedemos, temos nossas próprias expe
IHUJA OCCIDENTALIS

riências encantadoras para relatar, que provam mais ainda sua afirmação.
Aqui estão, em resumo, alguns de seus casos ... Um bebê morrendo, pálido
como um morto, desfalecido, ficou doente repentinamente há poucas horas. Foi
descoberto que a (nova) ama-de-leite tinha sido recentemente vacinada no braço e
que este estava “um pouco dolorido”. Burnett ponderou o estranho caso e deu
Tfiuja 6 para ambos, bebê e ama. Resultado, o bebê na manhã seguinte estava
ainda pálido, mas praticamente bem, e as vesículas da vacina no braço da ama
tinham secado, completamente e não se tornaram pustulares. O bebê continuou
bem.
(Nós vimos uma vez um caso de doença muito severa depois de vaci nação em
um bebê; temperatura alta, erupção por todo o corpo, enquanto que a área da
vacinação estava no estágio de vesícula. Thuja curou prontamente o bebê, ele
estava praticamente bem no dia seguinte e não havia pustulação, nem cicatrizes.
Então, Thuja É UM ANTÍDOTO PARA VACINAÇÃO em seu estágio inicial,
agudo.)
Entre os casos de Burnett estão... Homem de meia idade: eczema por 20 anos
com uma enipção pustular na perna. O eczema datava de uma revacinação vinte
anos atrás. Thuja 30x o curou. As pústulas começaram a secar imediatamente, e o
paciente, “muito ocupado para vir ele mesmo”, mandou uma carta mais tarde
dizendo que sua pele estava boa.
Uma jovem, depois de revacinação, teve uma erupção no queixo, envolvendo o
lábio inferior. Ela tinha que usar um véu grosso para esconder a repulsiva
desfiguração. Thuja 30x a curou em quinze dias, não deixando qualquer
espessamento da pele ou cicatriz.
Neuralgia pós-orbital de vinte anos de duração-, mesmo uma boa homeopatia
tinha falhado em curá-la. Sua “existência era uma via crucis”. Ela chegou “em
completo desespero”. Burnett descobriu que ela tinha sido vacinada cinco ou seis
vezes e lhe deu Thuja 30x - que a curou. A neuralgia desapareceu lentamente.
Aproximadamente seis semanas mais tarde ele foi capaz de relatar que “os olhos
estão bem”. Um ano depois ela lhe escreveu dizendo que estava vivendo com uma
saúde bem melhor, “e exceto por uma ou duas ameaças de retorno do inimigo, eu
tênho estado completamente livre de sofrimento”.
Dor de cabeça crônica de nove anos de duração. Ataques uma ou duas vezes por
semana. Muito intensa, dores de cabeça constritivas e explosi vas. Ele primeiro
deu Graphites, quando uma placa mole e vermelha apareceu acima do olho direito,
com duas ou três pústulas de ponta branca. Descobrindo depois que ela tinha sido
vacinada aos três meses, revacinada aos sete e quatorze anos, e tinha tido varíola
há aproximadamente dez anos, ele deu Thuja. Ela começou a melhorar, depois
ficou agudamente doente com febre, náusea e transpiração. Então brotaram pápu -
las no rosto e em diferentes partes do corpo, que se encheram de pus e de pois
desapareceram. Disseram que os sintomas lembravam aqueles de
itiUJA UCCIUENI A LIS 391

seu ataque de varíola. Não havia dores de cabeça antes deste ataque ocor rer e,
alguns anos depois, Burnett foi informado que a cura se confirmou. Não havia
mais dores de cabeça.
Ele relata casos de gânglios, alopécia em placas, influenza comum com mal-estar e
dores de cabeça, em que o paciente foi vacinado com sucesso quatro vezes; um
outro de acne no rosto e nariz, dermatite nasal, depois de revacinação sem
sucesso; um caso de rteuralgia do olho direito em um homem que, quando lhe
orientaram para uma revacinação parecia aterrorizado, “eu não gostaria de ser
vacinado novamente!”, porque sua última vacinação o tinha deixado muito doente
durante um mês; casos de alterações das unhas dos dedos da mão, de paresia
(vacinado seis ou sete vezes, e nunca pegou); de irritação espinhal, um caso grave
com náusea e incapacidade, tinha sido vacinado quatro vezes e uma quinta vez
não pegou; um caso de desenvolvimento interrompido e hemiparesia ; e vários outros
mostrando o amplo raio de ação de Thuja e seus surpreendentes poderes curativos;
sendo a indicação não tanto os sintomas presentes, para os quais Thuja pode ou
não ser cogitada, mas os sintomas da moléstia original, agora latente e crônica,
ofons et origo.
A “Vacinose” de Burnett torna-se facilmente compreensível ao voltar a
Hahnemann. Mesmo Burnett nunca parece ter alcançado a verdadeira essência da
questão, i.e. que a vacinação pode numa certa extensão proteger de, ou modificar
a varíola, porque o vacinado foi dotado com uma doença parasítica crônica similar, que
lhe confere, mais ou menos, imunidade àquela doença “semelhante”, a varíola.
Hahnemann nos diz que duas doenças similares não podem repelir uma à
outra; nem podem elas, como as doenças dissimilares, deter uma à outra; nem
podem duas doenças semelhantes existirem juntas no mesmo organismo, para
formar um complexo mórbido duplo.
Não, duas doenças (de tipos diferentes, mas bastante semelhantes nos
sintomas e efeitos) aniquilarão uma à outra quando se encontrarem no organismo;
a nova, de poder morbífico maior, por causa de sua semelhança, se apossará
precisamente das partes afetadas pela mais fraca, que é conseqüentemente
aniquilada; então a força vital permanece afetada, somente - e temporariamente -
pela nova influência morbífica.
Provavelmente a explicação moderna seria que para a doença crônica ser
mantida em suspenso, deve produzir mecanismos de proteção no corpo, que estão,
por isso, em estoque prontos para repelir o adversário “semelhante”.
O modo de infecção e a história subseqüente do vacinado atende aos
postulados de Hahnemann com relação àí. suas doenças parasíticas crôni cas:-
A infecção se estabelece em um momento.
Depois segue-se um período silencioso, até que todo o organismo es*
392 THUJA OCCIDENTALIS

tando afetado, reage vigorosamente e se esforça para mandar a doença para a pele,
no local de entrada da infecção.
Então, depois de uma reação mais ou menos violenta, o corpo pára de lutar e
se acomoda num tipo de tolerância latente, na qual o organismo, apesar de não
mais infectante, subsiste inofensivo, mas não morto, para influenciar
adversamente toda a história de vida de seu hospedeiro, junto com suas reações às
doenças e drogas; é de tal modo que as drogas, mesmo quando homeopaticamente
indicadas, tendo ajudado no início, ajudam menos e menos, e finalmente falham
em curar, porque não correspondem à causa básica do contínuo mal-estar do paciente.
A Vacinose de Burnett, um estado de um indefinido mal-estar crônico, toma
diferentes formas em diferentes indivíduos, de acordo com a constituição pessoal
de cada um: um se torna asmático, outro epiléptico, enquanto que outros
desenvolvem doenças estomacais ou articulares; e outros ainda, neuralgias ou
dores de cabeça que duram a vida toda. Tais casos são confusos e intrincados,
terrivelmente resistentes ao tratamento, e jamais são desvendados sem a chave
adequada - Thuja . . . THUJA, aquele maravilhoso antídoto para a vacinação,
tanto na sua forma aguda como crônica; naqueles que foram muitas vezes
vacinados, ou foram excessivamente afetados pela vacinação, ou ainda, naqueles em que
a vacina não “pegou”, i.e. nos que não houve reação aguda ao vírus inoculado.
Estes últimos, como nós mostramos, são, na v experiência de Burnett, os piores
casos.
Hahnemann nos dá somente 634 sintomas da Thuja, mas a droga foi
extensivamente experimentada desde seu tempo - freqüentemente em potência, e
a Encyclopedia de Allen dá não menos do que 3.370 sintomas (apontando, como
de costume, as autoridades relacionadas a cada sintoma).
Nestas últimas reexperimentações cuidadosas em cem pessoas de ambos os
sexos, nós descobrimos que Thuja causou, em pessoas sensíveis, condições sérias
tais como asma, convulsões epilépticas, nódulos nos seios; então ela não somente
cura, mas também deveria curar estas coisas, com ou sem a ‘Vacinose” de Burnett
para dar o voto decisivo. Thuja é também responsável pelas mais terríveis dores
de cabeça, por problemas de pele e tem determinado, reproduzido e curado
secreção uretral e outras. Alguns destes estados você não consegue tocar sem o
uso de Thuja.
Então o reumatismo gonorréico. Viu-se um caso de artrite reumatói- de
(gonorréico na origem?), onde Thuja fez maravilhas em aliviar as juntas e
restaurar a locomoção e força, quando outros remédios aparentemente indicados
falharam.
Clarke tem um artigo surpreendente sobre Thuja em seu Dictionary, digncí de
ser lido. Ele cita as partes principais do pequeno livro de Burnett, com muitas de
suas próprias observações.
THUJA OCCIDENTALIS 393

O Guiding Symptoms de Hering também dá casos interessantes de Thuja, alguns


depois de vacinação.
Mas onde eu imagino que estou à frente, é por tentar levar adiante a teoria do
porquê a vacinose é o que é, o porquê ela pode fazer o que faz no sentido de viciar
a saúde, tudo porquê ela é uma das DOENÇAS PAR-
/ A
ASITICAS CRÔNICAS de Hahnèmann. Somente isso explica complet amente seu
curso, ou sua cura.
E agora vamos a alguns casos recentes, de meu próprio saber, que ampliam
ainda mais o conhecimento das virtudes curativas de Thuja\ prescrita nas bases da
Vacinose de Burnett e seu grande remédio Thuja e na concepção da
naturezaparasítica das doenças crônicas de Hahnemann; habitualmente vista com um
mero dar de ombros e considerada como um obstáculo ou um rochedo de ofensas,
até que a Ciência tomou o problema em mãos para demonstrar sua verdade. Estes
casos serão encontrados detalhados em meu panfleto: Concepção de Hahnemann das
Doenças Crônicas,causadas por Microorganismos Parasílicos. Nós os daremos só
resumidamente, como citado em uma carta enviada para uma das grandes revistas
médicas, que despertou o interesse do Editor, mas não o suficiente para assegurar
sua publicação.
Esta carta continha o seguinte:
“Com relação à comunicação presidencial do Professor Maitland para a
Sociedade Patológica de Manchester (à qual você se refere em sua edição de 29 de
Outubro de 1932) e sua sugestão de que a resistência à vacinação depois da
recuperação da infecção pode depender da PERSISTÊNCIA DO VÍRUS VIVO
nos tecidos; é interessante notar que uma sugestão semelhante foi feita por
Hahnemann há cem anos atrás, com relação a todas as Doenças Crônicas; e que a
prática homeopática, baseada naquela teoria, está produzindo resultados que
parecem confirmar isto.
“Nosso grande antídoto para vacinação é Thuja occidentalis, que abortará a
vacinação, como nós vimos, e que mostra-se poderosamente curativa em estados
crônicos de pessoas que foram repetidamente vacinadas, freqüentemente sem a
reação aguda local à vacina, ou que ficaram muito doentes pela vacinação e que
‘nunca estiveram bem desde então’.
“Aqui estão alguns casos... Menina, desde a vacinação apresentando pústulas
nas pernas, ou alternadamente, quando estas desapareciam, surgiam ataques
epilépticos. Thuja rapidamente a curou.
“Menino, oníquiapumlenta, muito obstinada. A unha foi removida e o polegar
cicatrizou. Depois apareceram abscessos em diferentes partes do corpo, até que
foi descoberto que ele tinha sido vacinado oito vezes por um persistente e
consciencioso pediatra. Thuja imediatamente acabou com o problema.
“Mulher de vinte e nove anos, ataques epilépticos pelo menos uma vez por
semana, com (pela aura) um sintoma de Thuja, 'Antes dos ataques
sentia as orelhas donnentes*. Ela tinha outros sintomas de Thuja ,pior por cebolas, que
provocaram um ataque na manhã segitinte; cai no sono. Duas vezes vacinada, a última
pegou insatisfatoriamente. Depois da primeira dose de Thuja, em ‘alta’ potência
homeopática, os ataques cessaram por completo nos dez meses que esteve sob
observação. Ela dizia em relação aos ataques: ’eu não os tenho agora\
“Mulher de sessenta anos. Durante sua vida toda dores de cabeça que cegavam.
Vacinada três vezes, a última pegou insatisfatoriamente; ‘ficou de cama e
delirante, em conseqüência’. Foi-lhe dado Thuja. Um mês depois, ‘somente uma
dor de cabeça, e não das severas; aumentando de peso’. Mas ‘sem ar, como
quando vacinada, e os ossos têm doído, também como quando vacinada’. O
retorno de sintomas antigos, no caminho da cura, comprova o remédio. A
paciente ficou sem as dores de cabeça, mas engordou aproximadamente 3kg, e
voltou para o trabalho quando pela última vez ouvi a respeito dela cinco meses
depois. Ela teve, o que a maioria desles pacientes de Thuja têm, sensações que a
despertam do sono, como por cair num abismo sem fundo.
“Uma enfermeira de trinta e nove anos. Ataques severos de asma durante dois
anos; eles duravam de três a quatro dias, onde ela mal podia respirar. Vacinada
cinco vezes, a última não pegou. Ela tomou Thuja em potência alta. Resultado:
totalmente sem asma durante três anos e meio, depois a asma voltou, e ela
novamente tomou Thuja. Isto foi há nove meses atrás, e não ouvi nada a respeito
desde então.
“Moça de dezenove anos. Leucorréia entre ou em vez dos períodos
menstruais. Sintomas vagos, mas totalmente diferente de si própria com relação ao
seu comportamento. Vacinada uma vez há dezoito meses atrás e teve febre muito
alta, ficando doente durante quatorze dias, o braço só ficou vermelho durante um
dia. Disseram que a vacina ‘pegou internamente’. Ela tomou Thuja. Um mês
depóis, o médico que a mandou escreveu: ‘A Srta. H. está curada’; e a mãe dela
escreveu: ‘Ela está totalmente bem e animada. Para mim ela ficou tão diferente
em seu comportamento que eu gostaria de saber o que provocou aquela alteração
se foi a vacina.’ “Mulher de cinqüenta e nove anos, furúnculos que surgiam e
secavam durante seis anos. Pior em volta da vulva e do ânus. Começou com>um
carbúnculo. Inocula^ões para tifóide. Vacinada quatro ou cinco vezes, ‘por via de
regra não pegaram’. Foi dado Thuja para ela. Sob observação durante nove meses
e, até então, ‘Não teve mais problemas. Espera que sejam coisas do passado.’
“Mulher com filhos crescidos. Erupção entre os dedos dos pés, depois nos
punhos, depois nas palmas, agora também nas solas e lados dos pés; muito
irritável, especialmente nos pés à noite. Um toque inicia a coceira. Vacinada três
vezes. Thuja. Sua filha, uma médica, escreveu seis dias depois, ‘Totalmenle sem
problemas desde que tomou a primeira dose, mui
THUJA OCCIDENTALIS 395

to grata. Todas as erupções secaram, nenhuma nova reapareceu.’ Thuja tinha


resolvido o problema.
“Anos de dores de cabeça incapacitantes em mãe de uma família de crianças
novas e muito inquietas. Muito vacinada. Foi-lhe dado a Thuja. Isto foi há uns
trinta anos atrás. Foi vista recentemente. ‘Nunca mais tive uma recorrência
daquelas dores de cabeça.’
“Mulher de quarenta e sete anos. Atacada com gás tóxico durante a guerra, asma
na mesma noite e novamente em 1921. Agora (1931), asma a cada dois meses, ou
mais freqüente. Os remédios vão perdendo o efeito. Cai no sono. Vacinada várias
vezes, sendo que estas parecem nunca ter "pego". Thuja. Nenhum ataque durante
quatro meses, seu maior período sem asma. Agora, com uma gripe, surgiu um
ataque intenso e foi repetido Thuja. Neste caso foram dez anos de crises de asma
pelo menos a cada dois meses, passou praticamente bem durante dezoito meses
(‘somente um ataque de verdade depois de quatro meses, e dois leves ameaços’).
“Srta. X.Asma durante sete anos, febre do feno durante quinze anos. A mãe tem
asma, o pai teve asma. História de T.B. na família materna. A asma começou
depois de vacinação falha sete anos antes. Tinha sido tratada por injeções. Foi
dado Thuja. A feliz condição de ‘não ter asma’ após esta dose de Thuja durou um
ano todo e não foi necessário repetir o remédio. Durante todo o verão, sem asma e
sem febre do feno. Depois, treze meses mais tarde, um leve retorno, foi repetido
Thuja, desde então ela permaneceu ‘extraordinariamente bem’.
“Pequeno menino de três anos. Vem como um deficiente mental. Muito sujo,
incontinência de fezes e urina à noite. Comeu as fezes de um cachorro. No
hospital pediátrico disseram para a mãe, ‘Não se pode substi tuir cérebros, ele
jamais será normal.’ Ele foi vacinado e a vacina não "pegou", foi novamente
vacinado aos nove meses. A mãe também teve, antes do nascimento do filho, uma
leucorréia (gonorréica?), uma outra indicação para Thuja. Foi-lhe dado Thuja, com
resultados quase que miraculosos. Quatro meses depois, ‘Maravilhosamente bem.
Maravilhosamente diferente. Entende o que você diz, conversa e está engordando.
Dorme melhor. Bastante atento, pergunta 'O que é isso? O que é aquilo?' Teve
uma festa de aniversário há quatro dias atrás e estava tão normal quanto qualquer
outro.’ A mãe diz, ‘O médico da Rua Great Ormond disse', “Você não pode
substituir cérebros” - mas você o fezV Um mês mais: ele brinca no quarto e tagarela.
Quando sua mãe o chama para colocar o casaco, ele diz, ‘Só um minuto, mamãe!’
Mas é claro que este não foi um caso real de deficiência mental, mas meram ente
uma interrupção do desenvolvimento agora não mais interrompido, graças a
Hahnemann, Burnett & Thuja.
“Mas, um alerta. Se alguém quiser repetir estes experimentos, deve se lembrar
de quç está usando um remédio homeonático. c.nio nrpna^ ^
396 THUJA OCCIDENTALIS

posologia são absolutamente diferentes dos remédios que ele está acostu mado a
usar. Se você deseja produzir um efeito em um paciente, fazê-lo dormir,
transpirar, vomitar ou atenuar a dor, você deve dar a dose que irá naquela medida
forçar o organismo dele. Mas o remédio de ‘sintomas semelhantes’ é meramente
um estímulo vital, para iniciar no paciente a reação curativa, e requer ser dado
somente em doses mínimas e infre- qüentes, o que foi estabelecido por 100 anos de
experiência como sendo a dose mais adequada para o objetivo. Você está usando
venenos celulares e, neste caso, de acordo com a lei de Arndt-Schulz, grandes
doses podem ser letais, pequenas doses inibem, enquanto que as menores doses
estimulam.

E agora um alerta aos homeopatas com relação à Thuja. Esta não é uma droga
segura em mãos descuidadas e ignorantes. A “doença de Thuja”, quando se persiste
no uso repetitivo do remédio, pode até se tornar crônica, de acordo com Kent. Nós
citaremos...
Ele diz, com relação a Thuja: “Se você a repetir várias vezes, você terá algo
que persistirá uma vida toda --------------- As drogas em estado bruto não im
primem a força vital tão permanentemente, mas um indivíduo que é com-
pletamente e particularmente sensível à droga, tanto quanto ao agente contagioso,
então se você se puser a experimentar, dando-a (em potêntía) (ia e noite, você
assegurará ao indivíduo um miasma vitalício.”
Sempre, quanto maior o poder, maior a capacidade para o bem e para o mal, e mais
conhecimento é necessário para o seu emprego. E eu penso que nós comprovamos
que Thuja é, como Hahnemann diz, “uma substância medicinal incomumente
poderosa . . . útil em algumas das mais sérias doenças da humanidade, para as
quais até agora não havia nenhum remédio.”

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO

Dores de cabeça nevosas, sicóticas ou sijilíticas.


Caspa branca, descamante; cabelo seco e que cai.

Oftalmia dos recém-nascidos.


A.

Condiloma no ANUS.
Ânus fissurado, dolorido ao toque, freqüentemente com verrugas, às vezes um grande
número de tubérculos ou condilomas mucosos, achatados e úmidos em volta do ânus,
especialmente em indivíduos sifilíticos.
Doençasprostáticas porgonorréia suprimida ou mal tratada.
Gonorréia; queimação ao urinar, uretra inchada; jato urinário bifi.tr.-
THUJA OCC1DENTALIS 397

cado; secreção amarela, verde, aquosa; com vemigas e erosões avermelhadas na glande;
casos sub-agiidos e crônicos, especialmente quando foram usadas injeções e quando a
próstata está acometida.
Condilomas, tubérculos mucosos, excrescências sicóticas em forma de couve-flor;
verrugas em forma de figo, com cheiro de queijo velho ou arenque salgado.
Verrugas, condilomas e outras excrescências na vulva.
Condilomas úmidos, supurantes, com pontadas e que sangram.
A

INSÔNIA; vê aparições ao fechar os olhos; as partes sobre as quais se deita ficam


doloridas; por calor e inquietação; por depressão mental; depois de revacinação.

Excrescências vemicosas nas costas da mão, no queixo e em outros lugares.


Verrugas e condilomas, grandes, vegeíantes e pedunculados; às vezes exsudam uma
umidade e sangram facilmente.

SINTOMAS RAROS

Sente o corpo muito fino e delicado; frágil, quebradiço; como se fosse feito de
vidro.
Como se houvesse um animal vivo no abdome.
Sensação de “prego” entrando ou saindo de partes do cérebro.
Como se os músculos abdominais fossem empurrados para fora pelo braço de
uma criança.
Como se chumbo fervente estivesse passando pelo reto.
Como se o ânus fosse se romper durante a evacuação.
Como se umidade ou uma gota estivesse escorrendo através da uretra.
Como se as pernas fossem feitas de madeira; ou alongadas.
Dores de picadas e pontadas em várias partes do corpo.
Frialdade ao longo da coluna; nos braços.
Queimação no escalpo, olhos, pálpebras, indo da região lombar para o meio
das escápulas, etc.
“Uma produção excessiva de tecido; proliferação quase que ilimitada de
vegetações patológicas, condilomas, excrescências verrucosas sicóti cas, tumores
esponjosos.. .Todas as manifestações mórbidas são excessivas, mas aparecem
silenciosamente, de modo que o início do estado doentio é pouco percebido.”
Reumatismo: sente a carne violentamente arrancada dos ossos.
Transtornos cohseqüentes a vacinação.
Crescimento exuberante dos pelos em partes inusuais.
398 THUJA OCCIDENTALIS

A pele parece suja, apesar do banho não fica limpa. {Psor.)


Verrugas, condilomas, grandes, vegetantes, pedunculadas, às vezes exsudam
umidade e sangram facilmente.
Erupções somente nas partes cobertas, queimam violentamente depois de
coçar.
Suor somente nas partes descobertas, enquanto que as partes cobertas ficam
secas e quentes.
TUBERCULIN NOSÓDIOS (NOSÓDIOS TUBERCULINUM)
Bacillinum (Burnett); Tuberculinum (Kent) Tuberculinum (Koch);TuberculÍnum bovinum

Bacillinum (originalmente chamado de Tuberculinum) foi o primeiro a ser criado; e


no livro de Burnett que marcou época, o New Cure of Con- sumption, brilhava à luz
de sua própria experiência no uso sobretudo d&Tuberculinum bovinum,
provavelmente o infinitamente mais potente dos dois.
Existem muitos preparados oriundos de diferentes manifestações do tubérculo
e todos eles agem. É um “nosódio” que, em uma forma ou outra de preparo, seria
lamentável não se contar com ele. A natureza humana é estranha e interessante.
Quando Burnett publicou seu livro e começaram a usar o “vírus da tuberculose”,
seguindo suas orientações, um dos nossos médicos expressou repugnância quanto
à idéia de empregar tal abominável substância para propósitos curativos. “Ele
mesmo não o tomaria e certamente não o daria a seus pacientes ..e então, não
muito tempo depois, inspirado por Koch, ele o estava injelandol Imagine! -
abominável demais em potência, morto, esterilizado e triturado, e na 30 a potência,
meramente uma parte em um decilhão, em tintura alcoólica; e disto, somente
usado o suficiente para impregnar alguns pequenos glóbulos de lactose. Pode
alguém imaginar algo mais nojento? Mas,pelos métodos de Hahnemann, os mais
terríveis venenos e produtos mórbidos podem ser tão amansados e tornados
inofensivos o suficiente para afetar dc forma curativa o homem forte, que precisa
deles e é por isso hipersensível à ação destes, e no entanto perfeitamente inócuos
“para um bebê saudável de um dia de idade”. Será talvez uma questão de se entrar
em contato? Nem é o delicado preparo,/;<?/-st', um poder, nem é o homem doente
sensível a qualquer droga, mas é somente a “semelhança entre um e outro” que
produz o contato-e então as coisas acontecem.
E quanto a quaisquer objeções ao seu uso, devido à sua origem desagradável,
Burnett diz: “Se a tísica pode ser curada por pão e manteiga ou essência de rosas,
muito bem; mas sc não, então deixe-nos ter algo que a curará.”
Estes são alguns dos preparos do veneno da doença tuberculosa. Dr.
H. C. Allen, que muito promoveu o uso dos nosódios, dizem seuKeynotes, “As
potências dc Fincke e Swan foram preparadas de uma gota de pus obtida de um
abscesso pulmonar tuberculoso ou escarros. As de Heath
400 TUBERCULIN NOSÓDIOS

foram feitas a partir de um pulmão tuberculoso no qual o bacillus tubercu- losis foi
encontrado ao exame microscópico; cíaí o primeiro foi chamado "de Tuberculmum
e o último de Bacillinum. Ambos os preparos são confiáveis e eficientes.”
BURNETT, que introduziu o nosódio na prática através da pequena
monografia brilhante acima mencionada, usou o preparo de Heath, “feito
especialmente para ele”. Burnett nos diz que os Homeopatas, sempre na
vanguarda estavam, anos antes, usando o vírus da tuberculose par a curar a própria
tuberculose, mas “os líderes da facção dominante da profissão médica levantaram
um clamor público contra aqueles homeopatas que eram tão terríveis a ponto de
usar o vírus da tuberculose contra a própria doença; e por medo de uma oposição
insuportável e intensa e do preconceito ignorante, a prática foi desfavorecida e
quase que interrompida - somente uns poucos publicavam aqui e ali um caso
marcante de cura da tuberculose pelo vírus do próprio processo”.
Burnett esteve usando constantemente seu preparo durante cinco anos em sua
prática diária, quando o Dr. Koch “estourou com sua grande e sensacional
descoberta de uma nova cura para a tuberculose e que vinha a ser nada mais que
nosso velho vírus homeopaticamente administrado, contra o qual anteriormente
foi levantado o clamor por justiça pelos mesmos homens que agora se ajoelhavam
aos pés do Dr. Koch em adoração abjeta.”
Burnett diz que a diferença entre o nosso velho amigo Tuberculinum (que eu
ouso chamar de “Bacillinum” por ter sido provado estar o bacilo no preparado) e
aquele de Koch reside na maneira como este é obtido; o nosso é o vírus da própria
doença natural, enqnanto que o de Koch é o mesmo vírus artificialmente obtido
em uma incubadora de colônias de bacilo florescendo em geléia de carne; o nosso
é o pintinho chocado pela galinha, o de Koch é o pintinho chocado em uma
incubadora. A incubação artificial é a descoberta de Koch, não “o próprio
remédio ou seu uso como cura para a tuberculose”... Mas “existe uma ou outra
diferença, i.e. o modo de administrá-lo ao paciente. Eu uso o remédio em alta
potência, o que não traz os perigos palpáveis do método de Koch de injetar
quantidades substanciais sob a pele, ou, em outras palavras, direto no sangue."
Um ano mais tarde, em um segundo Prefácio para uma nova edição, Burnett
escreveu sobre o remédio de Koch, “Quase que universalmente tido como ‘inútil
para a cura e terrivelmente perigoso’, Koch e seu mundialmente famoso remédio
chegaram e se foram! Mas eles voltarão em breve e... para ficar! somente a dose
será mais e mais diminuída, até que as diluições homeopáticas tão menosprezadas
adquiram direitos de cidadania nas universidades e hospitais do mundo. O que
agora bloqueia o caminho para um maior progresso áoKochismo >5 a terrível
admissão que terá que ser feita sobre a eficácia terapêutica do infinitesimalmente
TUBERCULIN NOSÓDIOS 401

pequeno; a pequena dose é & grande barreira para esta marcha progressiva ”
“A Homeopatia”, diz Burnett, “é o cavalo ganhador no Derby Médico do
mundo e em breve ultrapassará o disco de chegada, tendo a própria Ortodoxia
como condutora.”
Falamos muito sobre o preparado dc Burnett; agora vamos a como Kent
preparava Tuberculinum: - “um pouco diferente daquele geralmente encontrado no
mercado. Eu obtive este preparo através de um Professor de Cirurgia Veterinária.
Na Pensilvânia, um belo rebanho de gado teve que ser abatido por causa de
tuberculose. Através deste Cirurgião Veterinário da Universidade de Pensilvânia,
eu obtive alguns gânglios com tubérculos provenientes destes bois abatidos. Eu
examinei e selecionei o exemplar mais adequado. Este foi potencializado por
Boericke & Tafel até a 6a e, a partir daí, preparado cuidadosamente na máquina
Skinner até a 30 a , 200 a , 1000 a e as potências altíssimas. Este preparo eu tenho
usado durante dez anos.”
Todos os preparos têm um bom efeito, mas eu penso que o maior uso
encontrado para eles é no “tuberculinismo”; o estado mórbido ou a falha quanto a
uma recuperação normal de uma doença aguda de pessoas com uma história
familiar (mesmo distante) de “T.B.”, ou que podem eles mesmos terem tido há
muito tempo atrás um processo tuberculoso, aparentemente sanado. Mas o
trabalho de Burnett parece ir além e seu Bacillinum parece ser capaz de lidar de
forma magnífica com a tuberculose pulmonar e cerebral; e ele o achou de maior
utilidade em certos casos de artrite reumatóide do que nós parecemos achar. Será
interessante testá- los, desde que seus preparos estejam ainda disponíveis, o que
deve ser verificado, e observar se alguém consegue resultados ainda melhores ou
mais amplos, do que a partir de nossas preparações usuais de “Tuberculinum” ou
“Tuberculinum bov.”
Clarke, em seu Dictionary usa o termo “Tuberculinum” para o preparo de Koch,
do qual nós temos potências; e o termo Bacillinum para o preparo de Burnett, feito
por Heath, que, como dito, foi originalmente chamado de Tuberculinum. O preparo
de Swan, provavelmente o criador do vírus como um remédio, foi também
chamado de Tuberculinum. E uma pena que haja essa confusão e deve se saber qual
deles se está usando.
Além disto tudo, existe o “Bacillinum testium” e o “Aviarium”, feito a partir do
tubérculo de pássaros; e Dr. Nebel, que ficou durante anos em Davos Platz,
preparou um grande número de diferentes remédios a partir de tubérculos. Ele
enviou todo um grupo, mas receio que os deixaram ressecar.
Encerramos aqui o assunto sobre a origem e preparo do remédio, agora vamos
a seus usos e as indicações para seu uso.
402 TUBERCULIN NOSÓDIOS

Os remédios devem ser experimentados por indivíduos saudáveis e esta é uma


das essências da Homeopatia, a fim de que eles possam ser usados com segurança
científica no doente. Mas, como Swan afirma, “MorbiUinum, Scarlatinum,
Variolinum” (e outros) "são os venenos mais completamente experimentados entre
todos, eles têm sido experimentados durante centenas de anos por milhares de
pessoas, velhas e jovens, homens e mulheres. . . . Aqui nós temos os
experimentos já feitos pela natureza para nós, nas pessoas saudáveis. Colete os
sintomas ... e você terá o efeito patogenético daquele veneno e, quando encontrar
tais sintomas no doente, administre-o potencializado” (qualquer que seja este), “e
você curará aqueles efeitos".
Burnett tinha o hábito de experimentar os remédios nele mesmo e este é o seu
experimento com o seu Bacillinum.
“Uma dor de cabeça severa, no dia seguinte após tomar a droga, e que durou
até o tecceiro dia. Eu sentia esta dor de cabeça sempre que o to- mava; eu
imaginei que a dor de cabeça da 30 a fosse muito pior do que a da 100 a . Eu só
poderia descrever a dor de cabeça como muito profunda e „ PQ' compelindo a
ficar parado, quieto. As dores de cabeça voltavam a ocorrer de tempos em tempos
durante várias semanas.
Y^-q^ 0c#?O próximo efeito constante sobre mim foi uma expectoração de um ' ^ 2o'^ arro v*as
aéreas grosso, não viscoso, que desprendia-se facilmente, Lsegj^r) depois de um dia ou dois de um timbre claro da voz.
terceiro efeito não foi tão constante, isto é, dispepsia flatulenta e em a P erto
s
°k as c°stelas do lado direito da linha mamária,
i. finalmente, sono perturbado, angustiante.” Então ele diz que co-
meçou a usar o vírus não exatamente com mais confiança, mas com mais <yv -“
/fomiliaridade. Ele também comenta “uma tosse bastante fraca, somente 2 ^A/^^^^jificiente
para fazer o catarro subir, o qual subia tão facilmente que ,, Y>^quase se poderia dizer que
ele subiu por si só.”

< _________
Burnett perguntou ao DR. CLARKE sobre a sua experiência com o novo
remédio e sua resposta, com um pequeno experimento, aparece na terceira edição
do livro de Burnett.
Clarke escreveu, “Eu comecei a usar Bacillinum e, ao mesmo tèmpo, ( eu o
experimentei em mim mesmo, na 30 a potência e depois na 100 a po
tência”, com o seguinte resultado.
^ { 1. Dor nos gânglios do pescoço, pior ao virar a cabeça ou ao esticar o
í ) pescoço. O lado direito mais afetado.
2. Dor profunda da cabeça, pior ao balançar a cabeça.
\ 3. Dor nos dentes, especialmente nos incisivos inferiores (que não
' Vinham qualquer lesão). A dor era nas raízes, especialmente ao levantar o
lábio inferior; os sintomas persistiram muitos meses e eu, ocasional
TUBERCULIN NOSÓDIOS 403

mente, os sinto agora. Dentes muito sensíveis ao ar frio.


4. Dores agudas ,de curta duração, no peito e várias partes do corpo.
5. Dor no joelho esquerdo enquanto andava ao anoitecer; passou de- / pois
de continuar andando por uma curta distância.
6. Catarro nasal. Picadas na garganta (laringe) e depois uma tosse súbita.
Uma única tosse ao se levantar da cama de manhã. Tosse despertando-me à noite.
Expectoração fácil. Dor aguda na região precordial, impedindo a respiração. Dor
muito aguda na escápula esquerda, pior ao deitar na cama à noite, aliviada pelo
calor.
7. Uma pápula indolente e inflamada na bochecha esquerda. Esta persistiu
durante várias semamas e eu comecei a temer que fosse algo pior. Depois de ter
cicatrizado, ela voltou a aparecer diversas vezes a longos intervalos, e ainda agora
pode se sentir uma leve denteação no local.
E então ele cita casos tratados pelo nosódio. Muitos destes são afec- \?ões
inflamatórias das pálpebras, nas quais as doses de Bacillinum agiram imediata e
curativamente. (E nós o consideramos quase que específico para ulceração da
córnea em crianças. - M.L.T.).

* * * * *
Burnett relata outros experimentos parciais de Bacillinum, um feito pelo Dr.
Boocock (E.U.A.), publicado no Homeopathic Recorder. O Dr. Booçock, não tendo
a 100 a potência, mas somente a 30 a e a 200 a potências, empenhou-se em preparar
uma potência intermediária partindo da 30 a; estando cansado pelo processo de
sucussionar, pôs o frasco na mesa e limpou os dedos na língua. Logo após sentiu
“um acesso de calor, um pouco de transpiração e uma severa dor de cabeça,
profunda.” ... Mais tarde, tendo terminado o processo de potencialização,
tolamente fez a mesma coisa - “limpei meus dedos em minha língua. A dor de
cabeça aumentou muito, mais nas têmporas e no occipício. Dores como de picadas
e pontadas em minhas Kemorróidas e uma dor em pontada e rastejante no pulmão
esquerdo e uma tosse titilante. Eu me senti muito fraco. Eu não tinha tosse antes,
mas agora eu sinto uma coceira em minha faringe'que me obriga a tossir; a dor de
cabeça continuou, também a fraqueza e a sensação na parte inferior esquerda do
tórax, profundamente _____________________________________
“Se esta diluição, na quantia de 2 gotas mais ou menos, pode fazer alguém
saudável sentir o que eu senti, estou certo de que existe um poder na dinamização.
Tive uma sensação de muita inquietude, incapaz de ler com proveito, então fui
para a cama cedo; muito inquieto, dormi bem, tive que me levantar para urinar
três vezes, urina clara, mas com um cheiro muito ruim, pútrido. Acordei ao
alvorecer e não consegui mais dormir, me sentindo muito cansado”... e os
sintomas da experimentação são relatados durante mais dez dias. Como Burnett e
Clarke, ele verificou que a droga provocava uma dor de cabeça bastante severa,
profunda; que irri-
404 TUBERCULIN NOSÓDIOS

tava a garganta e especialmente o pulmão esquerdo, como também distendia os


intestinos por gases (veja o experimento de Burnett); causou uma evacuação
pastosa, mole e verde escura, e afetou o ânus, aliviando um eczema incômodo ali
existente.
Nós não nos desculpamos por reproduzir estes experimentos insufi cientes de
Bacillinum. A maioria dos nossos remédios usuais foram ma- gnificamente
experimentados e têm recebido milhares de confirmações no tratamento do
doente; mas como alguns destes remédios escassamente experimentados são de
grande significânçia, nós precisamos de toda a luz que possa ser dirigida sobre
eles por quem realmente experimentou, estando em saúde, o efeito do agente
destruidor (e portanto curativo), junto com as localidades ou órgãos
principalmente atingidos, e exatamente de que maneira. Retratos da ação
medicamentosa, pequenos mas reais, traçados por observadores competentes e
perspicazes, são inestimáveis. Mesmo Allen em seu Keynotes, onde dá muitos dos
sintomas de Tuberculinum, não menciona a dor de cabeça “profunda”, relatada por
estes três outros médicos.
Dr. H. C. Allen, em seu grande Matéria Medica ofThe Nosodes, dá um longo
esquema de Tuberculinum mas, curiosamente, ele não menciona ali em quais
autoridades está baseado ou como os experimentos foram feitos. Nash cita o
pequeno Keynotes de Allen (que dá muitas indicações inestimáveis para o uso da
droga); e relata casos, para provar seu grande valor.

/" E agora, vamos à pequena lista de indicações de NASH ________


“Cosmopolita; nunca satisfeito por ficar em um lugar por muito tem-
po”; quer viajar.
\ “Dores erráticas nos membros e nas juntas; rigidez ao começar a se mover: pior
parado: melhor pelo movimento contínuo.
\ “Deseja ar livre, quer as portas e janelas abertas, ou passear ao vento

“Resfria-se à menor exposição, mal se cura e já se resfria novamente.


“Emagrecimento, mesmo comendo bem; tão faminto que deve se le-
vantar à noite para comer.
“Dor que atravessa da parte superior esquerda do pulmão para as
costas. Os depósitos tuberculares começam ali.
“Pessoas com história de tuberculose na família.
“Sintomas que sempre mudam, começam e cessam repentinamente.”

* * * * *
HERING, GuidingSymptoms, diz que os experimentos fragmentários foram
feitos por Swan; e ele cita, interaliay o New Cure of Consumption de
TUBERCUUN NOSÓDIOS 405-

Burnett.
Kent apresenta muitas de suas observações pessoais, “registradas em
notas sobre sua cópia do Guiding Symptoms de Hering”; estas “agora me
guiam no uso de Tuberculinum” e destas ele se serviu para sua Con-
ferência. Nós as citaremos condensadamente.
"Eu não uso Tuberc. meramente porque ele é um nosódio, ou com a
idéia que geralmente prevalece no uso dos nosódios - que é um produto da
doença para tratar a doença e os resultados desta ... o que não é a melhor
idéia de Homeopatia. Isto pertence a uma homeopatia histérica que pre-
domina neste século. Ainda que tenha advindo muito benefício desta. Es-
pera-se que experimentos possam ser feitos, de modo que nós possamos
ser capazes de prescrevê-lo simplesmente como usaríamos qualquer
outra droga.
“Ele tem ação profunda, constitucionalmente profunda.. . . Quando
nossos mais profundos remédios agem somente umas poucas semanas, e
têm que ser então mudados, este medicamento surge como um dos re-
médios, quando os sintomas combinam. - ---------------- _
“Um de seus usos mais proeminentes é nqfebre intermitente^fcm ca-
sos obstinados que apresentam seguidas recaídas _________ Quando o remédio
bem selecionado agiu, a constituição mostra uma tendência para recair e
o remédio bem selecionado não dá cabo, devido a fraqueza vital e
tendências profundamente enraizadas; é aí que Tub. às vezes entra.
“Burnett colocou uma idéia que foi confirmada muitas vezes: pacien-
tes que têm uma herança tuberculosa, cujos pais morreram de tubercu -
lose, são freqüentemente de vitalidade fr^car-Rlftr, p,f>t no_gf>mpre cansados.
adoecem facilmente, são anêmicos, nervosos, de cor cérea ou pálidos.
Burnett evidentementeusou este medicamento como um tipo de ròtina~
parã~estetiffõ de constituição, queelechamou de < Consunção , .
~~“Oslünrõmas mentais que cederam quando o paciente estava sob tra-
tamento, os sintomas mentais que eu vi aparecerem nos experimentos e
os sintomas mentais que eu tão freqüentemente vi associados quando o
paciente está envenenado pelas toxinas tuberculosas, são iguais aos que
existem em muitas doenças e são curados por Tuberculinum. Desespe-
rançado: aversão ao trabalho mental; ansj&tjade do_anoitecer atéàmeia-
nç^ite; ansiedade durante a febre; joquacidade durante a febre; cansado da
vida; cosmopolita; os pensamentos sé~introduzem e se aglon^ranTiihi
sõbnTo outro dnrantglTTitrilgrUTná pessoa que se enfraquece, paraquem
nunca se encontra o remédio certo ou quando o alívio é somente mom-
entâneo, tem um desejo constante de mudar, viajar, de ir para algum lugar
e fazer algo diferente. Este estado cosmopolita da mente pertence decidi -
damente àquele que precisa de Tuberculinum. Pessoas à margem da in-
sanidade; e tuberculose e insanidade são estados convertíveis, um desem-
bocan^oütro.
-»W A \ V> v J-ü 1 i

“Dores de cabeça periódicas muito violentas e crônicas, dores de cabeça


nervosas periódicas. Tuberc. quebra a tendência para se ter dor de cabeça
periódica, quando os sintomas combinam.
“Sensação de dolorimento, contusão. Dor nos ossos. Globos oculares
doloridos, como contundidos, sensíveis ao toquê e ao se virar os olhos para os
lados.
“Rosto indo do vermelho ao purpúreo. Aversão a todas as comidas. Aversão à
carne, é impossível comê-la. Desejo de grandes quantidades de água gelada
durante o calafrio e a febre. Desejo de leite frio. Sensação de vazio no estômago,
de fraqueza; sensação de fome, que o leva a comer.
“Emagrecimento; perde peso gradualmente; uma fraqueza crescente; fadiga
crescente.
“Constipação é uma característica forte de Tuberculinum. Fezes grandes e
duras e depois diarréia. Suor excessivo em diarréia crônica. Obri gado a sair da
cama pela diarréia, ou a diarréia é pior de manhã. (.Aloe, Sulph.)
“Menstruação muito adiantada, muito profusa e prolongada; amenor- réia,
dismenorréia.
“Desejo de respirar fundo. Deseja o ar livre.
“Especialmente quando os depósitos tuberculosos começam no ápice do
pulmão esquerdo: uma indicação verificada por muitos observadores.
“Transpiração por esforço mental; mancha a roupa de amarelo. Suores
noturnos. Sensível a mudanças do tempo, ao frio úmido, ou calor úmido, ao
tempo chuvoso. Pior antes de uma tempestade, sensível a cada alteração elétrica
no clima.”

* He * * 4c

Com relação às minhas próprias experiências, bem!, são uma legião. Esta é
uma droga que aparece repetidamente no trabalho com pacientes ambulatoriais,
em casos mal sucedidos e que apresentam uma história de T.B. familiar. “Alguém
com tuberculose? - pai, mãe, irmãos, irmãs, tios, tias?” é uma das primeiras
perguntas que se faz a um paciente novo, junto com perguntas sobre vacinas e
doenças anteriores. As respostas podem poupar muito trabalho. Usado como um
poderoso medicamento inter- corrente em casos mal sucedidos, apresentando
aquela história, freqüentemente se sente após prescrever tardiamente a droga: “Se
eu simplesmente tivesse começado com ela, quão mais rápido nós teríamos con-
seguido!” - e isto fez uma grande diferença para o paciente.
Quando uma pneumonia demora e nega-se a melhorar e uma história de T.B. é
trazida à tona, Tub. bov. (geralmente a 200 de preferência) é dado, sendo capaz da
temperatura aumentar durante algumas horas, depois cair e não subir novamente,
enquanto o paciente faz a recuperação desejada. Ele pode ajudar da mesma forma
um leumatismo agudo, onde
/ UIJJtLKCULIN NOSUDIOS 407

remédios cuidadosamente prescritos falharam.


Ele parece ser complementar a Dros. e Silicea; estas drogas parecem favorecer
uma à outra, por assim dizer, especialmente em casos de T.B. de ossos e gânglios
e também em alguns casos de deficiência mental com aquela doença latente.
Poderia contar casos maravilhosos de T.B. de gânglios e ossos tratados em nossa
clínica pediátrica. Dcve-se provavelmente adicionar Cale. eSU.> mas com menos
experiências pessoais lembradas.
Além disso, Tuberculinum entra especialmente na regulação das atividades
menstruais, em pessoas com a história familiar ou com cicatrizes denunciadoras
no pescoço, etc. Pensa-se nele quando a menstruação demora a aparecer ou é
muito profusa, ou mesmo dolorosa ou escassa. Vê-se a sugestão de Burnett em
relação ao seu uso em desenvolvimento interrompido, mental ou físico, com
resultados. No caso de uma jovem, em que não tinham nascidos todos os seus
dentes, depois de uma dose de Tub. nasceram (também para a surpresa dela) - eu
acho que em número de oito em algumas semanas.

* * * sfç *
Começamos falando de Burnett e seu maravilhoso livreto, nós agora
encerraremos este assunto lembrando que era o seu Bacillinum que ele usava, feito
diretamente a partir do pulmão com tuberculose ativa e avançada. Ele detalha
cerca de cinqüenta casos em sua primeira edição e outros mais nas duas edições
seguintes, que foram reunidas para formar um único volume.
Ele dá muitos casos de crianças com problemas cerebrais; por exemplo:
criança com aproximadamente 20 meses de idade, com febre alta há dias, inquieta
e chorando constantemente, em um “estado de colapso, de abatimento”. Um cheiro
fétido peculiar na criança e uma forte história familiar de tuberculose. Depois de
uma dose de Bacc., em potência alta, a criança dormiu em dez minutos e não
chorou mais. Fez uma recuperação rápida e completa. Ele precisou de mais duas
doses posteriormente e seu cérebro, com o tempo, ficou totalment e bem formado
e, ele, um “menino bem dotado”.
Muitos dos casos relatados de tuberculose, etc., foram vacinados e
beneficiados por Tliuja também; e muitos dos casos durante um tra tamento algo
prolongado, necessitaram de outros remédios constitucionais. Com relação a isto
Burnett escreve:
“Quanto ao uso de outros remédios, eu especialmente insistiria no fato de que
o vírus da tuberculose somente age dentro de sua própria esfera, que esta esfera é
bem precisa quanto ao ritmo e o que este remédio não fizer logo e prontamente,
não o fará mais. Sua ação é, se eu assim puder me expressar, aguda ; tendo seu
equivalente crônico em Psorinum.” Mas ele explica em uma nota de rodapé,
“Quando eu digo logo, eu quero dizer
408 TUBERCULIN NOSÓDIOS

que a ação começa imediatamente; mas somente, é claro, como os processos


tuberculosos são em geral crônicos, o tratamento deve também ser crônico.”
Nos casos de crianças aparentemente desesperançadas, doentes, mi seráveis,
Burnett diz: “Tendo se tornado mais criterioso e reconhecendo plenamente que o
ponto de parada da ação de remédios tais como Aconi- tum, Chamomilla, PulsatiUa”,
que ajudaram, “foi um longo caminho em direção à cura”, ele dizia para si mesmo
.. . “ 'Este tipo de remédio vai
somente até o tubérculo e a esfera do tubérculo é seu ponto de parada __________
Mas são os tubérculos que matam!' Por isso, eu comecei o uso do vírus da
tuberculose.”
Ele nos diz que usou o Bacilo “sempre em doses bastante infre- qüentes; isto
deve ser entendido para todos os casos, assim ele não precisa expor novamente
este fato tão importante.” Suas potências foram a 30 a , 100a 6200a.
O caso XXIII é interessante. Um autor eminente, com uma dor terrível na
cabeça, insônia quase absoluta e profunda adinamia; tinha tido tuberculose, com
hemoptise durante anos, com o pulmão direito maciço, mas que tinha “saído” de
sua tuberculose. Seus irmãos e irmãs tinham morrido de hidrocefalia. Ele estava
sendo acompanhado por precaução, por se pensar que ele estava à beira da
insanidade. A dor em sua cábeça era “como se ele tivesse um aro de ferro
apertado em volta dela; e ele tinha uma sensação incômoda como de roupas
úmidas sobre sua coluna. É difícil de acreditar, mas em menos de um mês depois
de começar com o vírus, a dor na cabeça tinha desaparecido, também a sensação
de roupas úmidas e seu sono estava consideravelmente bom. Ele tomou algumas
doses mais a longos intervalos e depois não precisou mais de tratamento.
Continuou em boa saúde, firme no trabalho e terminando sua próxima
publicação.”
Muitos casos de tuberculose são assim curados, os casos iniciais; mas Burnett
dá um caso “que está totalmente de acordo com minha experiência prévia: quando
o processo tuberculoso está em completo fulgor, o vírus é inútil.” (Isto é, decerto, o que
é chamado de tuberculose galopante. E tal é, creio eu, a experiência de todos. De
fato pensa-se que Tuber- culinum é mais útil em “tuberculinismo” e em casos onde
estruturas outras que não os pulmões’estão afetadas).
Burnett cita muitos casos de tísica, menos rápidos, que cederam a doses
ocasionais de Bacillinum, dadas intercorrentemente com outros remédios
homeopáticos, como requerido pelos sintomas; ou. casos onde coexistia uma
dupla afecção crônica, tal como “tuberculose” mais “vacinose”, tratados com
doses ocasionais primeiro de Thuja, depois de Ba- cillinum.
É claro que Burnett foi considerado um inovador, violentamente criti
TUBER CULIN NOSÓDIOS 409

cado por alguns de seus colegas homeopatas; realmente ele era uma pessoa sobre
quem eles não poderiam “falar confortavelmente”. Mas em tudo isto ele só estava
seguindo Hahnemann, a quem seus colegas também declaravam seguir - mais ou
menos - e que, sessenta anos antes tinha afirmado, com relação aos seus (então)
três miasmas crônicos, que dois ou mais podem coexistir em um paciente crônico,
interferindo com suas reações normais aos remédios indicados, e que estes
miasmas requeriam ser “aniquilados” um por um. “Os diferentes remédios para
tais miasmas”, diz ele, devem ser alternadamente empregados, se necessário, até
que a cura se complete.” Mas - ele nos alerta - “Deixe a cada medicamento o tempo
necessário para completar sua ação”
Sessenta anos antes, Hahnemann já tinha então chegado ao “ponto de parada”
dos remédios óbvios dados a partir dos sintomas presentes na doença crônica, mas
não ao “ponto de parada” de seu gênio dedutivo. Recusando-se absolutamente a
reconhecer a falha da homeopatia nestes casos de aparente fracasso, ele entendia
que era só uma questão de maior extensão do princípio e de investigar mais
profundamente as causas. Por isso ele se aplicou ao trabalho, “dia e noite, durante
dez anos”, para elucidar o problema, e chegou à natureza parasítica da doença
crônica e ao fato de que os remédios homeopáticos às suas manifestações
primárias devem ser empregados alternadamente, onde mais de uma doença estav?
em questão - se um progresso real em direção à cura era para ser obtido... e tudo
isto anos antes do microscópio começar a confirmá-lo com relação à real natureza
parasítica daquelas doenças.
Burnett, por sua vez, veio contra o ponto de parada dos remédios dos sintomas
e condições presentes “no caminho da cura”, onde um dos “miasmas crônicos”, o
tubérculo, estava em questão. Tais remédios como Aconitum, Pulsatilla, Chamomilla
e seus semelhantes, “somente vão até o tubérculo; a esfera do tubérculo é o seu
ponto de parada”; então ele começou a interpor doses do vírus do tubérculo.
Mas, da mesma forma, e com isto ninguém deve se ofender!, ele encontrou o
“ponto de parada” do vírus de T.B., que somente age dentro de sua própria esfera.
Outros remédios, ele diz, “são necessários para a parte não tísica do caso”.
Pensa-se, por inferências a partir de seus escritos, que Hahnemann já estava
trabalhando com outros produtos de doença como remédios, além d^Psorinum que
ele experimentou e deu ao mundo. Ele designou certas drogas, como necessárias
intercorrentemente ao tratar casos crônicos, notavelmente “a melhor preparação de
Mercúrio” por um ladoe Thuja ou Nitric acidum por outro, onde a cronicidade
estava baseada em uma ou outra das doenças venéreas. Mas aqui, dentro de seus
limites, os remédios mais potentes de todos são os próprios produtos da doença.
Os “remédios isopáticos” de Hahnemann, alterados, como ele afirma, pela
preparação,
410 TUBERCULIN NOSÓDIOS

até não mais serem “idem” - o mesmo, mas “simillimum” -usemelhante" ou


“homeopáticos”, são de longe os mais “parecidos” e, quanto a isto, não pode
haver dúvida.
Para Hahnemann, o trabalho contínuo cessou depois dos oitenta anos; e
Burnett obteve sua obra inesperadamente, sozinho, em um quarto de hotel numa
noite; e agora cabe a nós a responsabilidade de continuar e estender seu
maravilhoso trabalho para a humanidade. A llomeopatia não necessariamente falhou
onde nós falhamos em lidar - com câncer; por exemplo; o que é uma lição que nós
devemos aprender com Hahnemann e Burnett. Hahnemann recusou, assim ele nos
conta, a desculpa plausível para a falha como sendo pelo pequeno número de
drogas experimentadas; e, em vez disso, pesquisou mais profundamente do que os
sintomas superficiais do momento, indo em direção à CAUSA; e assim obteve um
sucesso ainda maior. Como Burnett escreveu:
“MacWs nach, abermach’s bessef\ “continue com este trabalho mas vá além
dele.”
Burnett finaliza sua primeira edição com o seguinte: “Agora, livrinho, vá e
diga a todos os interessados que graças ao trabalho de Paracelsus, Fludd, Lux,
Hahnemann, Hering, Pasteur, Swan, Berridge, Skinner, Koch e a muitos outros, a
tísica e as doenças tuberculares em geral definitivamente entraram na lista de
doenças medicáveis. Mas finalmente, e pela úUima vez, o remédio não deve ser
administrado por injeção; ele deve ser dado em potências altas e altíssimas e as
doses devem ser BASTANTE ESPAÇADAS.
Para aqueles que somente podem usar baixas diluições, eu solene mente digo -
Não toquem!”

* ****
• Em sua segunda edição, ele diz: “É claro que não se sugere que Bacillinum seja
um específico para todos os casos de tísica e, necessariamente, este não ajudará
nos tantos casos que não vêm para tratamento até que seja muito tarde; algo que
curará todos os casos de qualquer moléstia de um dado nome, decerto, inexiste.
“Ainda, uma tísica bacilar pega no início e sern outras complicações, é
curável por Bacillinum, e isto eu digo depois de oito anos de experiência à
cabeceira de pacientes e no consultório. Qualquer coisa mesmo aproximada a isto
em eficácia terapêutica é até agora absolutamente desconhecida.
“Onde, por exemplo, a vacinose também estiver presente, esta vacinose deve
ser curada primeiro, ou a tísica permanecerá sem cura, faça o que se fizer.
“Onde existir uma doença primária do baço que levou à tísica, tal caso deve
ser tomado tendo o baço como o ponto de partida, ou o tratamento
TUBERCULIN NOSÓDIOS 411

falhará. Quando uma doença do fígado formar a base de todoo estado da doença e
a tísica somente coexistir com esta, a doença do fígado deve ser curada primeiro.
“Quando este estado surge de uma tara sifilítica hereditária (eu digo tara, e
não a doénça propriamente), o nosódio específico pode ser necessário a princípio.
“Quando a tísica surge de uma ascendência cancerosa, Bacillinum nem sempre
será adequado, até que outros remédios tenham preparado o caminho.
“Quando a constituição foi danificada pela febre tifóide, pelo mala - rialismo,
pelo alcoolismo, pelo cinchonismo e daí por diante, todas estas doenças devem
ser terapeuticamente ajustadas, ou o sucesso não recompensará os nossos
esforços. Sempre que, de fato, a tísica coexistir com outras doenças ou marcas de
doenças, o Bacillinum tocará SOMENTE a parte bacilar do caso.
“Quando a tísica sobrevier em ambientes apinhados, onde haja comida ruim,
ar fétido, impregnação de matérias de esgoto, orgulho ferido, ... será em vão
esperar que a simples administração de um remédio de qualquer tipo cure sem
ajuda, se a causa ativa ainda permanecer presente
e operante __________ É a tísica simples e descomplicada percebida no início que
pode ser curada imediatamente pelo seu semelhante patológico _________
“Aos meus irmãos profissionais eu diria: Desfaçam-se do preconceito e
tentem por si só, eu posso ser pessoalmente levado pelas asas do entu siasmo pelo
meu objetivo. Mas, lembre-se, somente as altas diluições e não as injeções
kochianas; e além disso, se você der as doses muito freqüentemente você
fracassará, como eu antes o fiz, antes de aprender a lição de que o semelhante
patológico da doença deve ser administrado em alta potência e infreqüentemente.
Além disso, quanto pior o caso, maior a potência, como via de regra.”

* * * * *
Novamente, nós não nos desculpamos por estas longas e interessantes
citações. Dr. Burnett foi um pensador original e importante, um escritor muito
fascinante e não são todos que podem ser fascinantes e instrutivos em seus
livrinhos.
r
URTICA URENS

\ _______________________________________________________________ y

No campo é difícil ficar livre das urtigas. Nós as chamamos de ervas daninhas: nós
as arrancamos com varetas; nós as cortamos com podadeiras; nós as
desenterramos; e apesar do velho ditado,
“Corte-as em Junho E elas
logo crescem de novo,
Corte-as em Julho,
E as cortará de fato”

elas estão sempre conosco.


POR QUE? Talvez seja por que elas sejam inestimáveis e devam estar à mão
para emergências? Teste-as! Faça uma infusão vertendo água fer- vente nas urtigas e
cubra a queimadura com um linho limpo embebido naquela infusão, eveja\
O dicionário as chama de “ervas daninhas negligenciadas, com pêlos que
provocam ferroadas”. Apesar disto, nenhuma casa na cidade ou no campo deveria
ficar sem a tintura da urtiga, Urtica urens, mesmo que somente por causa de seu
poder mágico sobre
QUEIMADURAS, pelo seu quase que instantâneo
alívio da dor e rápida cicatrização. (Isto se aplica, é claro, a queimaduras
consideravelmente superficiais - “queimaduras de primeiro e segundo graus”).
Alguém, fazendo uma experiência química, explodiu um pequeno tubo de
ácido sulfúrico fervente (óleo de vitríolo) no rosto e nos olhos. O local foi lavado
rapidamente, mas havia extensas queimaduras superficiais e uma úlcera de
córnea. O bom e velho RUDDOCK, em seu Domes- tic Homeopathy, aconselhava: .
. . e um pano macio, umedecido com algumas gotas de Urtica em água,
rapidamente tirou a dor e houve cicatrização em alguns dias, no que dizia respeito
à pele.
Lembro um empregado de um hotel, levado às pressas para o hospital, por ter
queimado severamente o rosto. Ele teve que ser internado por caus a do choque e
Urtica foi rapidamente aplicada. Na manhã seguinte era difícil ver onde estavam
as queimaduras, exceto nas margens dos lábios, etc., que não tinham sido bem
cobertas. Por outro lado não havia vesicação, nem inflamaçao

411
URT1CA URENS 413

Um médico que não acreditava nos contos de fada contados a ele, a respeito do
poder de Urtica, foi aconselhado a “queimar os dedos e tentar”. Ele acidentalmente
se queimou algumas horas depois e ficou convencido. A dor desapareceu em
alguns minutos e a queimadura logo se cicatrizou.
Poderia multiplicar, indefinidamente, exemplos do alívio e poder de
cicatrização da urtiga em queimaduras.
Recorda-se com um estremecimento as crianças queimadas e escaldadas dos
tempos de estudante; e seus gritos, dia após dia, quando nós éramos instruídos
para tirar as roupas delas, coladas nos ferimentos intensamente dolorosos. Mas
quando se usa Urtica (pace asepsisl) não há necessidade de remover as roupas, para
tão constantemente interferir com a cicatrização. Fique feliz por elas realmente
“colarem” e simplesmente as molhe bem, de tempos em tempos, com loção de
Urtica, para limpar e mantê-las úmidas. As roupas cairão, assim que a cicatrização
iniciar. Eu vi uma pequena úlcera com uma superfície de pus, cicatrizar
rapidamente sob a pequena crosta de pus, ao ser esta mantida umedecida com Urtica.
Também em velhas queimaduras! que nunca cicatrizam. Um menino chegou a
nós com cicatrizes terríveis, retrações na coxa e com conside ráveis áreas ainda
ulceradas. Estas começaram rapidamente a cicatrizar, quando foram aplicadas
compressas de Urtica. E lembramo-nos de uma camponesa com uma velha
queimadura logo acima do pulso que se recusava a cicatrizar e' que cicatrizou
imediatamente sob o toque mágico de uma compressa de urtiga.
MAS ... Sempre existe um “mas”! Lembre-se, o que um remédio pode curar,
ele pode causar. E se você usa Urtica externamente por muito tempo ou em
solução muito forte, você se surpreenderá ao encontrar novas vesículas,
misturando-se com as da queimadura e fora da área de queimadura, provando a
homeopaticidade. E então? - ora, um pouco de água e sabão acabam com aquilo.
Mas, fica-se curioso! É evidentemente uma erva medicinal poderosa! - para o
que mais ela é boa?
Ela tem sido por bastante tempo usada de forma doméstica p^ra “areia dos rins
e doenças urinárias, provocando, como DIOSCORIDES diz,diuresee expelindo
pedras dos rins”.
CULPEPPER, que viveu de 1615 a 1654, a elogia como um remédio para
problemas do peito; “para provocar diurese e expelir areia e pedra dos rins”; limpa
“velhas feridas, putrefatas e com mau cheiro, etc.” e para GOTA (falaremos mais
sobre isto. em seguida); também é um ótimo remédio para “dores nas juntas em
qualquer parte”.
Mas nós queremos saber mais do que isto. Nós queremos saber qual o dano que uma
droga pode fazer a úm indivíduo sensívela fim de SABER o A ^r,nn-r Ao /'umr í»m utii
mto/.’ :;endo uma pessoa sensível que
414 URTICA URENS

sofra de sintomas “semelhantes ”.

URTICÁR1A.

Burnett diz, “Parece-me que se um pesquisador honesto está realmente com


vontade de colocar a verdade da Homeopatia grosseiramente à prova, ele só
precisa manusear algumas urtigas sem luvas nas mãos, neste momento ele
descobrirá que as urtigas realmente produzem a ur- ticária; e então, se ele for
tratar alguns casos de urticária com o chá ou tintura de urtiga, ele descobrirá que
a urtiga realmente cura a doença urticária ... e se isto não for homeopatia, diga-me
o que é?”
Urtica não tem sido bem experimentada; e nunca foi experimentada em
potência, para obtenção de sintomas mais apurados. Mas diversos ex perimentos
são relatados. Um, o mais dramático, foi em “uma mulher que bebeu duas xícaras
da infusão quente de aproximadamente 60g da erva”.
O resultado foi uma urticária muito intensa, “com queimação, cocei - ra,
dormência, inchaço, edema e vesicação. O rosto, braços, peito e ombros foram
afetados, toda a parte superior do corpo até o umbigo. Coçava tanto, a ponto de
arrancar as vesículas, e estas exsudavam uma grande quantidade de soro. A
aparência da paciente era monstruosa: pálpebras completamente fechadas; lábio
superior, nariz e orelhas terrivelmente inchados”. Mas, o mais surpreendente foi
que “nesta mulher, que não tinha tido filhos nos últimos 3 anos e que não tinha
amamentado nenhum de seus filhos, as mamas incharam e secretaram, primeiro
soro e depois leite perfeito; e esta secreção copiosa de leite durou oito dias”.
Outros experimentadores apresentaram urticária, “especialmente nos dedos e
mãos”. (Veja a Enciclopédia de Allen, etc.)
Nós citaremos dois casos de urticária, mostrando, inter alia, que a potência é
de menor importância do que o remédio.
O primeiro. Depois de um prolongado curso sobre queijo Camembert,
surgiram inchaços urticariformes ocasionais nas palmas das mãos; mas somente
quando quentes por andar. Suspeitou-se do Camembert e este foi deixado de lado.
Novamente o Camembert foi manipulado, como um teste, com o mesmo
resultado. Depois o Camembert foi finalmente deixado de lado, (Isto foi nos
primeiros dias da guerra do Boer, aproximadamente no ano de 1900).
Anos depois (atguns anos depois da Grande. Guerra) em um lugar estranho
no campo, numa tarde bebeu uma xícara de chá com leite de cabra. Poucas horas
depois, após chegar em casa, começou uma terrível irritação, primeiro num lugar,
depois noutro, depois em toda a parte, até
URTICA URENS 415

cabeça aos pés, e ela era forçada a se coçar. Ela costumava escarnecer da urticária
- até então ! Felizmente Urtica foi lembrada e algumas gotas da forte tintura em
água, bebida aos poucos, trouxe rápido alívio e, até à noite, a urticária tinha
desaparecido, nunca voltando desde então, i.e, há uns dez anos.
Um segundo caso: “Ela parecia como se tivesse caído, nua, em uma cama de
urtigas: nem mesmo uma polegada estava livre dos vergões. Ela tomou Urtica urens
lOm., uma dose, e ficou bem na manhã seguinte.”

* * * * *

LACTAÇÂO.

Urtica tem sido usada para promover a secreção de leite e também para
suprimi-lo, em mulheres que estão desmamando. Em um caso citado no Dictionary
de Clarke, uma mulher com uma massa na mama foi vista seis semanas depois do
parto, apresentando dores de picadas nesta massa e em várias partes do corpo,
com total ausência de leite. Nada ajudou até que foi dado Urtica, “‘quando em três
dias as mamas ficaram cheias de leite e as dores se aliviaram. As mamas agora
tinham que ser sustentadas devido a sua turgidez”.

REUMATISMO DELTÓIDE.

Um outro aspecto notável dos experimentos de Urtica foi um reumatismo


deltóide direito bastante severo, e Urtica demonstrou ser curativa neste estado
incômodo.

* * * * *
Dr. Compton Burnett, que tinha um talento especial para reconhecer,
experimentar de modo grosseiro e lidar com remédios incomuns, nos fala muito
sobre Urtica urens em sua brilhante pequena monografia sobre GOTA. É a ele que
nós devemos muito de nosso conhecimento desta erva-daninha menosprezada, mas
extremamente útil.

FEBRE INTERMITENTE-MALÁRIA.

Em uma pequena estória fascinante e característica, ele dá um relato de seu


“primeiro contato com a urtiga como um medicamento”.
“Há vinte anos atrás eu estava tratando uma moça de febre intermitente de
tioo inglês suave, quando um dia minha paciente entrou salti-
416 URTICA URENS

tando alegremente em meu consultório e me informou que estava totalmente


curada da febre e que gostaria de me consultar por outro problema. Eu logo
peguéi minhas anotações do caso dela e pesquisei mais profundamente a
questão da cura, a fim de creditar prontamente meu remédio prescrito com a
cura, tanto mais porque a febre intermitente nem sempre é facilmente resolvida
terapeuticamente. ‘Oh!’, disse a moça, ‘Mas eu não tomei o seu remédio, pois
quando cheguei em casa tive um ataque tão severo de febre que minha
empregada pediu-me que a deixasse fazer um chá de urtiga, pois este era uma
cura certa para a febre. Eu consenti e ela logo foi até o nosso jardim, onde
havia muitas urtigas crescendo em um monte de entulho e pedaços de tijolos;
pegou algumas urtigas, das quais fez o chá para mim e eu o tomei. Ele me
deixou muito quente. A febre cedeu e eu não a tive mais.’ ”
Burnett acrescenta: “Honras à empregada do célebre chá de urtiga!”
Burnett continua, “Eu tinha me esquecido disto durante anos, mas um dia
quando estava em dificuldade com um caso de febre intermitente, eu o tratei
com a tintura de urtigas e curei-o imediatamente, e meu próximo caso também,
e o outro, e quase todos os casos desde então, com um su cesso quase que
uniforme. Alguns de meus casos de febre intermitente curados com a tintura da
urtiga foram os mais severos, inválidos que voltavam para casa vindos da índia
e Birmânia. E bastante tempo depois um paciente em Sião, a quem eu tinha
enviado um grande frasco de tintura de urtiga, escreveu-me, ‘A tintura que
você enviou tem mitigado grandemente a febre que nós temos aqui. Por favor
nos envie mais um frasco.’”
Eu digo quase todo caso tem cedido a Urtica urens; é claro que não todo
caso.”
Este uso é também homeopático, Burnett diz, “Urtica urens, em minhas
mãos, tem produzido febre repetidas vezes” Um sensível a quem ele deu
grandes doses da 0 relatou, “eu não posso continuar com este medicamento, ele
mantém todos os meus pulsos batendo, me deixa terrivelmente tonto, como se
eu fosse tombar para frente na cama, e depois surge uma forte dor de cabeça; e
quando eu o tomo à noite ele me deixa muito febril.”
Em um oficial indiano, que sofria de furúnculos de Scinde (de origem
malárica?), a quem Burnett deu Urtica, "se seguiu um furioso acesso de febre,
tão severo que seu estado causou em seus amigos uma considerável
ansiedade.” Mas “ele teve uma recuperação rápida e completa
Em outro caso desse tipo, seguido de uma febre bastante severa com
estágios incomumente longos, o paciente se recuperou com Nat. mur.
Burnett diz, “É curioso notar os efeitos marcantes de Natrum muri- aticum
e Urtica urens em gota tão bem como em febre intermitente e malarialismò.”
URTICA URENS 417

GOTA.

Urtica urens era um dos grandes remédios de Burnett, não somente para
malária & febre intermitente (ele descobriu no remédio um poderoso “esplênico”),
mas também “por seu poder de expelir areia dos rins” e para gota.
Ele diz, “O paciente sob a influência de pequenas doses materiais de Urtica
freqüentemente eliminará uma certa quantidade de areia dos rins”; (um de'seus
pacientes “costumava apontar um ponto sob seu baço como sendo seu poço de
areia”), “quando eu observei outros que, estando sob a influência de Urtica
urens, eliminaram areia e pequenos cálculos com fluidez, pela primeira vez em
suas vidas, eu cheguei à conclusão de que Urtica possui o poder de eliminar
uratos da economia. E gradualmente ficou claro em minha mente que Urtica
podia ser o remédio que eu estava pesquisando há tempos, isto é, um remédio
homeopático de ação rápida e facilmente obtido para os ATAQUES de gota, ou
para alguns deles; nós, é claro, pela experiência, nunca esperamos resultados
uniformes, isto seria como esperar que todas as árvores da floresta tivessem a
mesma altura.”
Ele diz, “eu não confio em curas de gota a menos que durante o processo
haja um engrossamento da urina:” E ele diz, “em gota aguda, ela corta o ataque
rapidamente e de um modo seguro, isto é,por livrar a economia do produto da
doença, a substância destaque efetivamente produz o sofrimento.”
Era seu costume dar cinco gotas da tintura mãe em um cálice de vinho de
água morna, a cada duas ou três horas; e poucas horas depois ele ouvi ria, “Oh!
a dor desapareceu, e eu urinei uma grande quantidade de areia.”
A gota aguda era mais comum no tempo dele do que no nosso, mas-eu me
lembro de um caso em uma moça, cujo pé estava vermelho, inchado e
intensamente dolorido, e que costumava ter ataques de gota. Urtica urens $ a
curou imediatamente.
Por seu sucesso em curar gota aguda, Dr. Burnett passou a ser conhe cido
como o “DR. URTICA” em Londres West-end Clubland.
Além disso, é útil em supressão de urina e uremia. Lembro de um menino,
morrendo de meningite tuberculosa, onde a urina estava suprimida, e o corpo
tinha um odor forte de urina. Umas poucas gotas da poderosa tintura de urtigas
trouxe a liberação da urina e o odor do corpo desapareceu, e a vida io\,pro tem,
prolongada. A mesma restauração da função urinária foi vista em um caso de
uremia no hospital há alguns anos atrás.
O pequeno livro de Burnett está cheio de casos brilhantes, contados em seu
inimitável estilo; nós estamos aqui só dando os resultados de suas experiências.
Como dito, ele usava Urtica “em pequenas doses substanciais”-, repeti
418 URTIOi URENS

das bastante freqüentemente (desde que as doenças fossem agudas) du rante


alguns dias.
No curso do seu uso do remédio, como vimos, ele obteve algumas ex-
perimentações bastante rigorosas em alguns de seus pacientes, que mos tram a
homeopaticidade da droga: capaz de causary assim como de curar.
Foi exatamente desta forma que Hahnemann começou, originalmente, quando
administrava seus “similares”. Depois ele teve que diluir, para evitar severas
agravações; e isto especialmente quando usava drogas venenosas. Depois indo
mais e mais no processo de atenuação, como pareceu ser fato, ele descobriu que
as Diluições se tornavam Potências.
Pobre velho Culpepper! Quão surpreso ele ficaria em saber que estava
defendendo a Homeopatia uns cem anos antes desta nascer! Assim como o
Bourgeois Gentilhomme de Molière ficou encantado com as maravilhosas notícias
de que ele esteve fazendo prosa por toda a sua vida! Mas Culpepper somente
contava o que ele sabia ter curado. Enquanto que nós agora sabemos que o que
pode curar, pode também causar.

** *‘Jf. *
A proposito, se você estiver sendo picado por um mosquito, não o esmague
em seu rosto, assim você estaria espremendo seu veneno ao máxi mo, mas retire-o
delicadamente. Da mesma forma, se você tiver a infelicidade de ser gravemente
espetado por urtigas, não “esfregue o local”, mas passe levemente uma faca
afiada sobre os locais doloridos, como se bar- beando, e então extraía aqueles
pequenos terrores, os pêlos venenosos.
Depois disso tudo, eu acho que nós deveríamos COMPREENDER A
URTIGA, lembrando que é somente a partir dos sofrimentos que esta causa, que
nós podemos extrair a CURA.

ífe $ jfc $ a|e

A poderosa tintura á&Amica aplicada a uma picada de vespa, evita a dor e


inchaço, e em algumas horas a picada é esquecida.
Diz-se que Urtica faz o mesmo em picadas de abelha.
E Cantharis 200, dado internamente, cura rapidamente inflamações e inchaços
horríveis que podem se seguir a picadas de mosquito.
r VERATRUM ALBUM
\

(Heléboro brat i co)

J
Todo mundo conhece Veratrwn alb. como um dos grandes remédios de colapso;
colapso com frieza como dc gelo; com suor frio profuso, espe cialmente na testa;
com evacuações profusas; com grande sede. Mas nem todos conhecem Veratrwn
alb. como sendo um remédio notável para dor; ou seus aspectos mentais, como
Hahnemann conhecia e deixou para nós, e como seus mais fiéis seguidores o têm
experimentado e ensinado.
É uma velha loucura substituir fatos por opiniões. Hahnemann nos deu fatos,
resultados de experimentos reais, cuidadosamente conduzidos, e a experiência de
um dos mais astutos observadores que já lançaram mão da pena de escrever. Mas
desde o seu tempo, alguns dos professores de Homeopatia, sábios em suas
próprias opiniões, têm mutilado o conhecimento e por isso tornado-o inútil,
substituindo os fatos por suas opiniões. Talvezo pior de todos eles tenha sido
Hughes, cujo “Phannaco dynamics” foi apelidado por seus contemporâneos de
“leite homeopático para bebês alòpáticos” e que, sempre pronto para estar à frente
de Hahnemann, por seu ditos e omissões, roubou-nos ou depreciou muito da
experiência de Hahnemann. Ele colocou em dúvida, por exemplo, uma observação
de Hahnemann que “uma única dose dt Drosera 30 é o suficiente para a cura
nomeopática da coqueluche epidêmica de acordo com as indicações dos
Sintomas” (que ele enumera): “a cura se estabelece com certeza em sete a nove
dias, sob dieta não-medicinal” (veja HOMEOPATHY, vol. III, p. 24). Não foi a
homeopatia de Hughes, que favorecia o uso de doses repetidas de potência baixa,
das quais, de acordo com sua própria apresentação, ele obteve resultados bastante
inferiores; mas Hughes foi obrigado a imprimir uma nota de rodapé em edições
posteriores de seu trabalho, com o fato de que esta observação de Hahnemann foi
confirmada por outros médicos. E pode-se dizer que, recentemente, um médico
atrás do outro têm apresentado voluntariamente com grande alegria os resultados
por seguirem as orientações de Hahnemann com relação à coqueluche.
Outros escritores, além disso, têm nos privado de um guia ao bom trabalho,
ignorando os sintomas em negrito de Drosera citados por Hahnemann com relação
aos ossos e juntas, como se sua verdadeira e única esfera de ação fosse a
coqueluche e a laringite. Assim certos casos, mesmo de artrite reumatóide, onde
Drosera podia ter ajudado, foram deixados

419
420 VERA TRUM ALBUM

sem cura.
Novamente, com relação a Veratmm alb., Hughes, do alto de sua arrogância
crítica tem o prazer de dizer que “os sintomas marcantes de in sanidade que ficam
nò topo da lista de Hahnemann” (de sintomas mentais) “foram observados em
pacientes insanos que tomaram a droga e são mais do que inúteis”. Imagine! mais
do que inúleis! - na opinião de Hughes. E na Encyclopedia de Allen, onde um dos
“contribuintes” foi o Dr. Richard Hughes, existe uma nota de rodapé para o
seguinte efeito: “Todos os sintomas da mente e disposição ocorrendo nas duas
primeiras classes e todos os fenômenos espasmódicos manifestados pela terceira
foram postos entre parênteses, pois as doses administradas eram muito pequenas para
induzi-los- HUGHES.
Novamente, opinião versus fato! E espantoso ver o quanto de Hahnemann foi
anulado ou passado por cima por Hughes! Só se descobre estas coisas
gradualmente. O Guiding Symptoms de Hering não sugere tais tolices; e Kent, um
professor e prescritor mais importante do que Hughes, percebe a grande
importância de Veratrum alb. 11a insanidade; como nós iremos ver.
Por enquanto ouça Hahnemann sobre o assunto: “ .. . É totalmente falso que
os paciente afetados por doenças emocionais ou mentais precisam e toleram doses
enormes de medicamento, como os médicos ainda imaginam.... Em tais casos,”
ele diz,“ a saúde física é freqüentemente pouco afetada e os pacientes são
geralmente bastante robustos ... a -noléstia se localiza nos órgãos delicados e
invisíveis das esferas mental e emocional, os quais não podem ser descobertos
pela anatomia ...” e, em sua experiência, “pacientes que sofrem de doenças
mentais ou emocionais logo recuperam o estado saudável de seus órgãos mentais
e emocionais, i.e, uma perfeita recuperação da saúde c razão, por doses tão pe -
quenas quanto aquelas que são o suficiente para outras moléstias não psí quicas,
mas somente do medicamento apropriado, perfeitamente homeopático”. Podc-se
dizer aqui, a propósito, que nos experimentos das drogas, para verificar seus
poderes de adoecer mental e fisicamente, para poder usá-las a fim de neutralizar
uma doença semelhante, os sintomas mentais são trazidos à tona de uma forma
melhor por experimentações com as potências mais altas.
Mas Hahnemann sabia do que ele estava falando na questão da insanidade.
Ele descreve (Lesser Writings) como (tendo estado durante muitos anos ocupado
com o tratamento de doenças de caráter tedioso e desesperado, incluindo
hipocondria e insanidade em particular), com a assistência do duque reinante, ele
estabeleceu um asilo para pacientes afetados com tais desordens, em Georgenthal,
perto de Gotha. Aqui ele tratou e curou, “o Secretário Particular da Corte de
Justiça, um Klocken- k*-;nrr Hannvpr- nm hrvmp.m mm. nuando em saúde,
“atraiu a admi
VERA TRUM ALBUM 421

ração da Alemanha por seus. talentos práticos para o trabalho e sua pro funda
sagacidade, como também pelo seu conhecimento da ciência antiga e moderna e
suas aptidões em vários ramos da ciência”. Seus trabalhos quase sobre-humanos
no departamento de polícia, para o qual ele tinha um grande talento, sua constante
vida sedentária, combinada com uma dieta bastante nutritiva” foram perturbando -
o gradualmente; “possivelmente sua indulgência com relação ao uso de vinhos
fortes também tivesse contribuído”. De qualquer maneira, a gota d’água foi
alguma horrível difamação que completou sua catástrofe mental.
Hahnemann descreve em detalhes seu estado maníaco selvagem; ora citando
diferentes autores em diferentes línguas; noutro instante se atirava em uma agonia
chorando aos pés de seus pasmos acompanhantes; ora cortava e rasgava em
pedaços suas roupas e sua cama; depois corria em volta nu, gritando, pedindo
comidas ou bebidas que eram derramadas e emporcalhadas.
Primeiro Hahnemann meramente observou-o, tratando-o e fazendo- o ser
tratado com a maior gentileza e consideração, ganhando assim sua confiança. E
então com o uso de remédios, sem dúvida que Veratnim estava entre eles, a razão
do grande homem foi gradualmente restaurada, de fato tão perfeitamente
restaurada que lhe foi proporcionado um posto no governo, sem dúvida menos
árduo.
E, fora suas experiências, Hahnemann tem o seguinte para nos dizer com
relação a Veratnim alb.
“Os médicos não têm noção do poder que esta droga possui de promovera cura de
quase um terço dos insanos dos asilos de loucos (em todo o caso como um remédio
homeopático intermediário) porque eles não conhecem o tipo peculiar de insanidade no
qual empregá-lo, nem a dose na qual ele deve ser administrado de modo a ser eficaz e não
causar danos.”
Em seu tratamento de pacientes mentais, Hahnemann se afastou to talmente do
tratamento de costume daquele tempo, que era brutal ao extremo. Ele descreve
assim seus métodos absolutamente novos.
“Eu nunca permito que qualquer pessoa insana seja punida com pancadas ou
outra punição física dolorosa, porque não pode haver qualquer punição para atos
involuntários, e porque estes pacientes sempre pioram e nunca melhoram com tal
tratamento áspero. Ele (Klockenbring) costumava freqüentemente me mostrar,
com lágrimas, as marcas das cordas que seus antigos atendentes tinham
empregado a fim de contê-lo. O médico que cuida de tais pessoas infelizes deve
realmente ter uma atitude que inspire respeito, mas que também crie confiança;
ele jamais se sentirá insultado pelos pacientes, porque o ser humano que não pode
raciocinar é incapaz de insultar qualquer um. Suas eclosões de raiva irracional so -
mente despertam suá simpatia pelo estado lamentável deles e trazem à tona sua
caridade para aliviar o triste estado daquelas pessoas.”
422 VERATRUM ALBUM

E novamente, no Organon, ele lida com tratamento de aberrações mentais....


A loucura enfurecida deve ser vista com calma, destemor e firmeza; a
melancolia chorosa deve ser confortada pela compaixão silenciosa demonstrada
por gesto e expressão; a loquacidade tola deve ser ouvida em silêncio, com
atenção; o comportamento indecente e linguagem obscena devem ser tratados
com indiferença; a destruição e dano de objetos deve ser prevenida por colocá -
los em locais fora do alcance, sem reprovar o paciente; a punição ou tortura
corporal deve ser absolutamente evitada. Mesmo a administração de
medicamentos não precisam de coação; a pequenez da dose e a falta de sabor
dos medicamentos homeopáticos permite que eles sejam misturados com a
bebida do paciente, evitando qualquer tipo de coerção e não provocando sua
desconfiança.... Ele acrescenta, “não existe nada que amargure tanto o insano e
aumente suas doenças como expressões de desprezo e dissimulação mal disfarçada. O
médico e os auxiliares devem sempre tratar tais pacientes como se eles fossem seres
humanos racionais”.

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO


{Hahnemann, Allen e Hering)

Fúria persistente.
Inconsolável sobre uma desgraça imaginada, corre pelo quarto uivando e
gritando, olhando pelo chão; ou senta-se num canto pensativamente, lamentando e
chorando de uma forma inconsolável.
Taciturno.
Irritabilidade, quando lhe dão moltivo.
Ataques de dor com delírio, levando à loucura.
Mania com desejo de cortar e rasgar tudo, especialmente as roupas; com
impudicícia efala lasciva; religiosa ou amorosa.
Ilusões de grandeza.
Suorfrio na testa com angiístia e medo da morte.
Desespero de salvação com menstruação suprimida.
Tem a sensação de como se estivesse em um sonho.

Dor de cabeça pressiva achatante no vértex, que se tomava pulsante quando em


movimento.
Sensação de uma massa degelo no vértex.
Suorfrio na testa.

Rosto pálido, encovado, com expressão ansiosa.


Ele ficava com o rosto pálido, com evacuações freqüentes.
Ele não consegue falar.
VpRA TRUM ALB UM 4 Z5

A saliva escorre incessantemente da boca como na pirose.


Saliva insípida, falta de gosto na boca.
Gosto e frialdade na boca, como por hortelã.
Gosto pungente de hortelã na garganta; sensação de calor que sobe para a boca.

Sede de bebidas geladas. Desejo degelo; de fruta.


Fome violenta. Sede excessiva durante a transpiração.
Sede intensa com fome.
Náusea forte antes de vomitar.
Vômito violento de líquido viscoso e ácido, com comida.
Vômito excessivo e violento.
Vômito e diarréia mais do que dez vezes, ficando com o rosto pálido e encovado,
coberto com suor frio.
Vômito de muco verde.
Catarro gástrico, grande fraqueza; uma sensação súbita de vazio, frio.

Cólica, como se desse um nó nos intestinos.


Sensação de frio no abdome.
Cólica com queimação, como se desse um nós nos intestinos, com suor frio.
Dores cortantes; cólica flatulenta, que ataca o intestino grosso, aqui e ali e em
todo o abdome; quanto mais tempo o flato é retido, mais difícil de ser expelido.

Diarréia com transpiração profusa.


Diarréia freqüente e violenta; muito profusa e dolorosa.
Evacuações excessivas; evacuações copiosas.
Constipação devido à dureza e tamanho das fezes.
Cholera morbus;piorà noite; com suor frio na testa; vômito e evacuação ao mesmo
tempo, depois de comer frutas; descargas amarronzadas e profusas; sede; cãibras;
prostração; suores frios; fraqueza intensa depois da evacuação.
Cólera asiática... evacuações e vômitos violentos; frio degelo no corpo; cãibras
nas panturrilhas; vômito com desejo constante de bebidas frias; rosto sem cor ou
azulado; olheiras azuladas; aspecto de agonia mortal; língua e hálito frios;... intensa
angústia opressiva no peito, com desejo de fugir da cama; cólica violenta,
especialmente em volta do umbigo, como se o abdome fosse se romper; sensível ao
contato; dores repuxantes e cãibras nos dedos das mãos; pele enrugada nas palmas
das mãos; retenção de urina.

Palpitação com grande ansiedade e respiração acelerada e audível.


424 VERATRUM ALBUM

Ansiedade excessiva que tira o fôlego.


Constriçõo espasmódica da laringe, com pupilas contraídas.
Ataques asfixiantes de constrição na laringe.
Tosse profunda e oca em três ou quatro acessos.
Parece em perigo de asfixia, a respiração está muito restringida.
Hálito frio (no cólera).

Mãos geladas e azuladas. Unhas azuladas.


Dor reumática, sentida quando em movimento—
Dificuldade muito grande de andar, como por paralisia, primeiro na junta coxo-
femoral direita depois a esquerda.
Dor sob o joelho, como se o osso tivesse sido quebrado e não estivesse totalmente
firtne.
Dor pesada nas pemas, como por fadiga....

Prostração e fraqueza de todo o corpo; extrema fraqueza.


Síncope. Bocejo. Declínio paralítico da força.
Palidez do corpo todo e do rosto.

Calafrio e tremor com evacuações freqüentes.


Calafrio febril com frialdade e sede.
Frialdade arrepiante por todo o corpo.
Pele fria.
Frialdade arrepiante na cabeça, especialmente no topo desta. Sensação de
(<
massa de gelo” no topo da cabeça.
Rosto frio, estado de colapso.
Frialdade nas costas; extremidades frias. Grande frialdade das mãos. Suor frio.
Suor frio na testa. Transpiração profusa na testa com a evacuação.
Transpiração fria no corpo todo.
Formas tifóides de febre quando as forças vitais se debilitam; suor frio; coma.
Vômito e diarréia aquosa; rosto azulado; nariz pontiagudo; pele enrugada.
Calafrio intemo que vai da cabeça até os dedos dos pés,com sede. Hahnemann
também cita, calor e vermelhidão do rosto.

Entre as sensações peculiares de Verat. alb. nós encontramos.*


Como se estivesse grávida, ou com dores de parto.
Como se tivesse consciência pesada e tivesse cometido um crime. Como se tivesse
uma massa degelo no vértex.
Como se a língua fosse muito pesada.
Como se houvesse hortelã (frieza) na boca egarganta.
VERA TR UM ALB UM 425

Como se alguma coisa viva estivesse subindo do estômago para a garganta.


Como se facas estivessem cortando os intestinos; como se tivessem carvões em
brasa no abdome; dores beliscantes como por torquês no abdome; um nó nos
intestinos.
Sensação de água fria correndo pelas veias.
Sensações de ossos pressionados ou quebrados. Como se uma pedra pesada
estivesse amarrada nos pés e joelhos.
Como se ela tivesse que sair voando.

Veratrum tem então mania, insanidade, delírio, todos de grande violência.


KENT condensa isso de forma mais notável do que nós podemos, então nós o
citaremos. Ele diz:
“Os sintomas mentais são marcados por violência e destrutividade; ele quer
destruir, rasgar as coisas; ele rasga as vestes. Quer sempre estar ocu pado,
continuar seu trabalho diário. Um tanoeiro, que sofria da insanidade de
Veratrum, empilhava cadeiras uma sobre a outra e quando perguntavam o que
ele estava fazendo, ele respondia que estava empilhando tábuas de barril.
Quando não estava ocupado com isto, ele rasgava suas roupas ou rezava”
(,Stram.) “durante horas de joelhos e tão alto, que podia ser ouvido a quadras de
distância.
“Estado excitado de loucura religiosa; acredita que é o Cristo ressuscitado;
grita e guincha tanto que fica com o rosto azulado; a cabeça fria como gelo,
suor frio, com os braços erguidos exorta ao arrependimento.
“Exorta ao arrependimento, prega, berra, canta canções obscenas, desnuda -
se” (Hyos.). “Medo e os efeitos do medo; medo da morte e de ser condenado ao
inferno; imagina que o mundo está em chamas.
“Mania com desejo de cortar e rasgar tudo, especialmente as roupas ...
mania puerperal e convulsões com congestão cerebral violenta; rosto inchado e
azulado; olhos protrusos; gritos selvagens, com disposição a
morder e rasgar ____ Estados alternados: pensativo, aos gritos e guinchos.
Uns poucos remédios como este esvaziariam nossos asilos para loucos,
especialmente dos casos recentes. A insanidade é curável se já não houver
resultados incuráveis da doença.”

Kent diz novamente, “Veratrum é um remédio que manteria muitas mulheres


fora do asilo para loucos, especialmente aquelas com problemas uterinos....
Durante a menstruação fica fria como a morte, lábios azulados, extremidades
frias e azuladas, dores terríveis, sensação de afundamento, mania de beijar todo
mundo” (Crocus)\“hi eria com uma frial- dade no período menstruai, suor
copioso, vômito e diarréia...”

Kfent se lembra de um fazendeiro, num verão, que teve uma estranha


426 VERA TRUM ALBUM

sensação quando tomava água, como se ela escorresse por fora e não des-
cesse pelo esôfago, tão marcante erá esta sensação que ele pediu para que
seus amigos vissem se a água não escorria por fora. Veratrum 2m o curou.
“Nenhum remédio produziu esta sensação, mas eu o imaginei por analogia”,
diz Kent. Verat. tem também uma sensação de água fria correndo nas veias.
Com relação ao sintoma: “sente a cabeça como se estivesse envolta em
gelo; como se houvesse gelo no topo da cabeça”, lembramo-nos de um
paciente internado no hospital, uma robusta mulher de idade avançada, cheia
de bom senso e alegre ao máximo, que desenvolveu dores terríveis na cabeça
e foi internada quase que insana com o sofrimento. O rosto estava distorcido
pela angústia. Um remédio atrás do outro falhou em aliviá-la, até que um dia
aconteceu que ela tinha uma sensação de um cubo de gelo no topo da cabeça;
isto sugeria Veratrum, assim como o sintoma “ataques de dor com delírio,
levando à loucura” - o delírio era quase tão ruim quanto a dor! e Veratrum
rapidamente mudou o quadro, e ela voltou a ser o que era antes. Ninguém
jamais esquecerá de Veratrum para dores terríveis e insuportáveis na cabeça
que mudam a feição e quase levam à insanidade, com aquela sensação de gelo
no topo da cabeça.

E com relação à DOR, Hahnemann diz, “Paroxismos de dores, seme-


lhantes àqueles que a própria raiz do heléboro branco pode produzir e que
sempre levam o paciente, por um curto período, a um tipo de delírio e mania,
que freqüentemente cede à menor dose da solução acima” (o quadrilionésimo
de um grão da raiz).

Então os sintomas que pedem por Veratrum são: frialdade excessiva; suor
frio excessivo; sede extrema; extrema violência das evacuações; extrema
copiosidade do vômito, diarréia e suor; colapso; fraqueza paralítica e perda
da força; com violência de reações à dor e mania.
Os remédios que provavelmente mais se aproximam deste são Arseni-
cum e Carb. veg. Mas Arsenicum tem extrema ansiedade e inquietude, “ó
paciente Veratrum é quieto”; e Carb. veg. não tem a profusão de evacuações e
suor. As evacuações excessivas também o distinguem de Camphora e Cuprum
(no cólera).
A Homeopatia registrou seus louros no CÓLERA, com seus três prin-
cipais remédios designados por Hahnemann, que nunca viu a doença, mas
tinha estudado seus sintomas e escreveu um panfleto atrás do outro para
ajudar. Nos estágios iniciais, com colapso, frialdade e prostração repentina,
Camphora\ com cãibras excessivas, não somente no abdome, mas nos dedos
das mãos e dos pés e começando nestes, Cuprum; com suor frio excessivo e
vômitos e evacuações profusas, Veratrum alb. (Veja HO- MEOPATH Y, Vol.
I, p. 126; Vol. III, p. 338).
(
VERATRUM VIRIDE

\

V
)
Apresenta vários nomes: heléboro branco americano, heléboro verde americano,
'poke weed.' {Veratrum alb. é uma planta diferente, de sintomas e usos
diferentes; cresce na Europa eÁsia).
Veratrum viride cresce em pântanos; campinas molhadas; ao longo dos
riachos de montanhas do Canadá às Carolinas”.
Veratnim viride produz e cura a pneumonia: ele é, de fato, um dos maiores
medicamentos homeopáticos para pneumonia, quando os sintomas combinam.
Tem-se visto casos surpreendentes, nas mãos de um dos nossos médicos em
particular, que sabe exatamente quando prescrever a droga. As indicações
dele são: “O caso se parece muito com um caso de Phos. O rosto está
vermelho, ruborizado; com suor profuso. Uma faixa vermelha no centro da
língua. Temperatura alta; pulso ressaltante; às vezes delírio. Sede. O paciente
tem aversão a doces e pode reclamar que a água tem gosto doce.” Então nós
podemos “imitá-lo” na prescrição.
Uma faixa vermelha (às vezes seca) no centro da língua é seu sintoma mais
sugestivo e interessante. Mas, como muitas drogas, ele pode ter sintoma
exatamente oposto; ao observar os experimentos, descobre-se que ele também
produziu uma faixa branca no centro da língua. Ele evidentemente tem
alguma ação sobre o suprimento de sangue para a língua.
Ele apresenta, “língua branca, não um revestimento branco, parece
descorada... Língua branca no centro, com bordas vermelhas e ponta branca.
Não é uma língua com um revestimento branco, é como se o sangue tivesse
sido espremido desta... Sente a língua queimada COM UMA FAIXA
VERMELHA NO CENTRO.” Este último sintoma, classi- camente pede o
uso de Veratrum viride, não somente em pneumonia mas em quaisquer dos
quadros que ele tanto pode beneficiar.
Ao observar os experimentos, como dados no Cyclopedia ofDrugPa-
thogenesyy fica-se surpreso por várias de suas outras peculiaridades. Por
exemplo, quase todos os experimentadores desenvolveram prontamente
soluço. Além disso, o efeito espantoso que ele tinha, imediatamente, na
freqüência do pulso. As pulsações caíam, às vezes para 40, 34 ou mais baixas.
Ou, em outros casos, talvez melhor observados, o pulso aumentava a princípio
e depois caía. Pulso geralmente pequeno e fraco; freqüentemente de difícil
percepção.

427
430 VERA TR UM VIRIDE

* ****
BOGER {Synoptic Key), com experiência posterior (?), tem muito a dizer
sobre Verat. vir. “CONGESTÕES REPENTINAS E VIOLENTAS (cérebro,
peito, etc.) com náusea e vômito. Prostração muscular. . . . Cabeça jogada
para trás; movimentos da cabeça de oscilação para frente ou giratórios ...
Visão de pontos vermelhos ou púrpureos ao fechar os olhos. ROSTO
LÍVIDO E TÚRGIDO, TORNA-SE PÁLIDO AO SE SENTAR. Listra
vermelha ou seca no centro da língua. Vômito violento sem náusea...
Respiração lenta e pesada... Pulso cheio, grande e mole, ou lento, com
batimento cardíaco forte ou violento. Tosse violenta desde o início do
quadro. Hiperpirexia ou oscilação rápida da temperatura . .. Febre cérebro -
espinhal...”

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO

Brigiiento e delirante.
Pupilas dilatadasr
Rosto enmbescido. Boca e lábios secos, o dia todo.
Língua vermelha no centro.
Língua (? coberta de amarelo) com uma faixa vermelha no centro.
Língua: branca ou amarela, com uma faixa veimelha no centro: seca ou
úmida, com um revestimento branco ou amarelo, ou sem revestimento em ambos
os lados. Sente-a como escaldada.

Vômito.
Cólica menstruai com dismenorréia; nuiita náusea e vômito; pletora;
congestão cerebral.
Menstruação suprimida, com congestão cerebral.

Pneumonia, pulso duro, fone, rápido; ingurgitação dos pulmões, com


sensação de desfalecimento no estômago, náusea, vômito; ou pulso lento,
intermitente.

Congestões, especialmente na base do cérebro, peito, espinha e estômago.


Dore sensibilidade bem acima da pélvis.

OUTROS SINTOMAS MARCANTES OU CURIOSOS

Imensos círculos verdes aparecem em volta da vela, os quais, com o


aoarecimento de vertieem, tornam-se vermelhos.
VERA TR UM VIRI DE 431

Soluço: quase que constante; doloroso, com espasmos na parte superior


do esôfago.
Vômito: prolongado, de muco como clara de ovo, depois da comida;
ânsia de vômito dolorosa, com doenças inflamatórias e cerebrais; a menor
quantidade de comida ou bebida é imediatamente rejeitada; com colapso,
pulso muito lento e suor frio.
Convulsões puerperais; delírio furioso; excitação arterial; suor frio e
viscoso. Mãos e pés contraídos.
Convulsões com mania.
Respiração: difícil, deve se sentar, suor frio no rosto; respiração difícil,
convulsiva, quase asfixiante; sensação de um peso no peito.
Pleurisia; segura os lados do tórax; “não pode respirar” por dores em
pontada. (Bry.)
Banhado em suor frio. (Se compara a Verat. alb.)
Coréia: contrações e contorções do corpo, inalteradas pelo sono. (o
contrário deAgar.)
Cabeça com contrações ou contínua oscilação para a frente é peculiar.
Faz caretas; sacode a cabeça; rosto lívido e coberto de suor frio.
Ao se levantar dá uma série de pulos, aparentemente por impossibilidade
de levantar um pé do chão sem levant ar o outro.
Sensações: como se cabeça fosse estourar; como se o estômago fosse
fortemente empurrado contra a coluna (se compara a Plumb., Plat.).
Como se estivesse com roupas úmidas nos braços e pernas (Sepia).
Língua como se estivesse escaldada; um peso no peito.
Dor excruciante na parte inferior do estômago.
Como se água fervente fosse vertida sobre certas partes.
Sonhos com água.
r
VÍBURNUM OPULUS

\ ______________________________________J
(Clarke diz, “A nossa bola de neve (GuelderRose), é a variedade culti-
vada e estéril”).
Experimentos feitos por H. C. Allen, com onze experimentadores, entre
homens e mulheres. e a primeira e trigésima potências foram usadas.

e VÍBURNUM PR UNIFOIJUM

O mais que se pode aprender sobre os Viburnos é a partir do Matéria Me-


dica ofthe New Remedies de HALE (Edição de 1880).
Ele diz: “O médico que encontrar um remédio para menstruação do-
lorosa terá as bênçãos de milhares de mulheres que sofrem.”
Também diz que VIBURNUM OPULUS é tradicional nesté país
(E.UA.) para o tratamento de dismenorréia. Que os indígenas usavam- no e
passaram-no para o homem branco;... que ele tem sido usado com sucesso
como um remédio doméstico por mais de um século. Hale diz que a
princípio percebeu seu valor, por observar seus usos domésticos. Ele usou
uma infusão fraca; ou gotas da tintura, e finalmente diluições até a 3x.
Parece que tem sido mais usado em potências baixas.
Ele diz que este é especialmente indicado em dismenorréia espasmó-
dica\ para ufalsas dores de parto, que podem trazer à vida da mulher semanas
de tortura”; para “cólicaspós-parto - uma dose depois de cada crise de dor”.
Ele diz que “cólicas no abdome e cãibras naspemas das mulheres grávidas
são controladas bastante rapidamente por este remédio”. - “Ele evitará o
aborto, se dado antes das membranas serem lesadas e quando as dores são
espasmódicas ou ameaçadoras.” Ele prediz que este remédio se mostrará
útil em espasmos de todos os órgãos musculares ocos. Ele diz que usou
Vibumum era muitos casos de neuralgia e dismenorréia es- pasmódica “e
ainda está para ver um caso onde este não tenha funcionado.” ... Tanto
assim, que ele se esforçou para pesquisar velhos casos, tidos como
incuráveis anos atrás e “em toda ocasião, até agora, este remédio tem
curado estes casos antigos e obstinados.”
Ele fala da confirmação por parte dos médicos que lhe têm escrito desde
suas primeiras considerações sobre o valor de Vibumum. Um deles

432
VIBURNUM OPULUS E PRUN. 433

relata uma cura dé uma dismenorréia membranosa: - “se isto puder ser
confirmado, nós teríamos agora quatro remédios para aquele quadro do-
loroso - Borax, Guaiacum, UstilagoeVibumum.
“Eu não ficarei surpreso,” ele diz, “se for visto que ele é útil na cãibra
cardíaca, que é o estado real na angina pectoris; também talvez em larin- gite
espasmódica.”
(Porque não também emAsmal)

Com relação a VIBURNUM PRUNIFOLIUM, ele escreve: Esta espécie


parece possuir algumas das propriedades de Vibumum op. Mas
provavelmente não é idêntico em seus poderes. Ele tinha usado a tintura em
ameaça de parto prematuro ou aborto, dismenorréia e dores uterinas
espasmódicas, com bons resultados.
Ele cita o Dr. Phares do Alabama (alopata), que diz: “Ele é particu-
larmente valioso na prevenção do aborto, seja este habitual ou de outro tipo;
seja por causas acidentais ou por injestão criminosa de drogas.... Ele
neutraliza completamente a ação de Gossypium (usado com propósitos de
aborto) e compele a mãe delinqüente, mesmo sem o desejar, a carregar o feto
até o fim da gravidez. Alguns fazendeiros, em cujas plantações eu usei este
medicamento, têm visto muitos de seus efeitos em mulheres negras, que
muitas vezes procuram provocar o aborto, e declaram sua crença de que
possivelmente nenhuma mulher pode abortar se compelida a usar Vibumum.”
Ele diz que “este medicamento tem certamente prevenido o aborto em todo
caso no qual o receitei para tal fim, . .. que não ocorreu aborto, assim ele foi
informado, em nenhum caso onde este medicamento foi usado como
preventivo.” Ele cita uma série de casos interessantes.
* ****
Posso dizer que dei Vibumum prun. em tintura para um certo número de
casos de ameaça de aborto, com sucesso.
Pode concluir que VIBURNUM é absolutamente homeopático às
condições, que, pela longa prática nativa e doméstica ele tradicionalmente
cura, serão coletadas dos seguintes experimentos - alguns feitos com a 30 a
potência. Portanto ele provavelmente funcionaria melhor, precisando de
repetição menos freqüente, se usado nas potências mais altas. Disto nós não
temos experiência pessoal - ainda!

SINTOMAS GRAFADOS EM NEGRITO E ITÁLICO {Vibumum opuhis)


Dor de cabeçafrontal entorpecente.
434 VIBURNUM OPULUS E PRU.N.

( Ela tem cólicas como cõibra na parte inferior do abdome, quase que
insuportáveis.
As dores surgem de repente e com intensidade terrível.
( Cólicas como cãibra na parte inferior do abdome (durante a mens-
j truação).
Antes da menstruação: dor em rbearing-down' intensa; dor repuxante (
nos músculos anteriores da coxa: dor pesada na região sacral e sobre o
( púbis; ocasionalmente dores agudas e tironeantes nos ovários; as dores a
deixam tão nervosa que ela não consegue parar quieta. Dores excruciantes,
^ de cãibra e de cólica na parte inferior do abdome e através do útero. As
( dores começam nas costas e se irradiam, terminando em cólicas no útero.
I Durante a menstruação: náusea; cólicas egrande inquietação nervosa, o
fluxo cessa por várias horas, depois volta em coágulos.
' Fluxo menstruai escasso, fino, de cor clara, com sensação de leveza na
( cabeça, desmaia quando tenta se levantar da posição deitada para se sentar.
Dismenorréia espasmódica ou membranosa.
^ Leucorréia, fina, branca-amarelada ou sem cor, exceto quando evacua;
( então é grossa, branca e com faixas de sangue.
( DISMENORRÉIA NEURÁLGICA E ESPASMÓDICA.
A dor começa nas costas e desce para o quadril e osso púbico, como dor de
parto.
Ovários sensíveis, com dismenorréia.
Dores como cólicas e espasmos no estômago, intestinos, bexiga ou outros
órgãos, quando reflexas a uma irritação uterina. í, Cólicas no abdome e cãibras
naspemas, em mulheres grávidas.
Previnirá o aborto se dado antes das membranas serem danificadas e
quando as dores forem espasmódicas e ameaçadoras.
(
( Convulsões histéricas por irritação uterina.
Irritação geral do sistema nervoso.
■ Cãibras e contrações dos membros, especialmente durante a gravidez.

Entre as sensações peculiares estâo também:


Abrir e fechar na região paxietal esquerda (no^ccipícíõTTocc. Sé com-
para também a Cann. ind.).
( Golpeada com uma faca nos olhos e ouvidos.
Orelhas presas com alfinetes à cabeça.
"‘f Como se ela não pudesse viver; sensação de enjôo no estômago.
.( órgãos pélvicos de cabeça para baixo.
.^ Como se perdesse a força, da cintura até a parte inferior da pélvis.
Como se o alento deixasse o corpo e o coração fosse parar de bater.
- Dores em aperto ou cãibra no coração,
iy Dor excruciante e de cãibra no coração.
4
VJBURNUM OPULUS E PRUN. 435

Opressão em todo o peito: dispnéia, como se os músculos do peito


falhassem em agir.
Como se as mãos fossem se romper.
Durante o sono tem sensação de queda, desperta com um susto, (se
compara a Thujá).
Dr. Boger, escrevendo posteriormente, salienta mais alguns pontos.
Transtornos nervosos ou espasmódicos violentos em mulheres. Não
conseguem se manter paradas.
CÃIBRA.
Hemorragia.
Micção freqüente e profusa: durante dor de cabeça, menstruação,
hemorragia, etc.
Dor pesada, ou CÓLICAS EXCRUCIANTES NA PÉLVIS: melhora com
menstruação.
Dismenorréia; com flatulência, eructações ruidosas e nervosismo.
ABORTO. Dores de parto falsas.
HEMORRAGIA UTERINA.
ASFIXIA: à noite; pior pelo frio úmido.
Asma infantil.
Dores nas costas, terminando em CÓLICAS NO ÚTERO, OU
DESCENDO PARA A SUPERFÍCIE ANTERIOR DAS COXAS.
UM dos nossos remédios pouco conhecidos e não muito bem experimen-
tados, deduz-se. Mas um remédio para coréia e epilepsia não deve ser
despreocupadamente deixado de lado.
Foi um dos últimos casos do Dr. Robert Cooper que trouxe a droga à
mente, e nós tentaremos lhe fazer justiça e torná-lo utilizável por todos nós.
BOGER (Synoptic Key) apresenta-o em algumas poucas linhas somente,
mas diz que está relacionado a Bufo. Uma de suas indicações é: “Vertigem
persiste depois de ataques epilépticos”. Uma última edição de BOERICKE
nos dá muitos sintomas; e CLARKE tem muito a dizer sobre ele em seu
Dictionary.
Clarke, Burnett e Cooper - é difícil falar deles no tempo passado; apesar
deles terem morrido, ainda se manifestam com convicção. Eles fotam um
maravilhoso trio de gênios, cada um à sua maneira. Um parece sempre
complementar os outros.
Realmente o visco é um remédio bastante antigo - para epilepsia, coréia,
desordens do baço e para “apostemas” (abscessos) de acordo com o que
dizia o velho Culpepper, há uns trezentos anos atrás. Nós veremos se segue
nos nossos dias o que ele dizia. Ele não fala somente do visco, mas das
virtudes das sementes do visco, “para amadurecer e puxar líquidos
orgânicos grossos e finos de partes remotas do corpo, digerindo e se-
parando-os; para abrandar a dureza do baço; para cicatrizar velhas úlceras e
feridas e, misturado com sandericke pigmento de ouro, ele ajuda a expelir
unhas apodrecidas. O Visco, feito em pó e dado para beber, é bom para
epilepsia. A madeira fresca triturada e extraído o suco e pingado dentro dos
ouvidos é eficiente em curar os abcessos dos ouvidos. O Visco é um
medicamento cefálico e nervino, útil para ataques convulsivos, paralisia e
vertigem.”
Estes usos antigos ainda se mantêm.
Viscum alb. tem sido experimentado. Em um dos experimentos apare-
ceram aqueles sintomas da aura epiléptica e petit mal, que voltaram a
suceder freqüentemente durante dois anos.
Clarke tem muita coisa interessante para dizer com relação ao visco. Ele
curou uma criação de cavalos de raça, que se tornaram epilépticos aos

436
VISCUM ALBUM 437

quatro anos de idade. Ele curou coréia; problemas de ouvido; baço; doenças
uterinas. Uma série de casos “de surdez catarral com barulhos nos ouvidos”
são também relatados como casos curados.
Ele dá alguns sintomas curiosos mentais e físicos: Sente como se fosse
fazer alguma coisa medonha enquanto treme. Desperta à noite pensando nas
coisas mais horríveis. Membros trêmulos. Bate os dentes; espasmos. Ele diz
que o visco curou coqueluche em dois dias. Há uma sensação no dorso da
mão esquerda como uma grande aranha rastejando sobre ela e, depois, a
mesma sensação no dorso da mão direita. Uma outra sensação rara, como se
alguma coisa estivesse puxando-a para baixo a partir da cintura, e
imediatamente depois como se a parte superior do corpo estivesse flutuando
no ar.
Em casos fatais de envenenamento, todos os músculos do corpo ficaram
paralisados exceto os dos olhos. As vítimas não podiam falar nem engolir e
morreram no oitavo ou nono dia.
Isto o que o Dr. Robert Cooper tem a dizer com relação a um caso que
ele curou:
“Quanto às minhas razões para prescrever Viscum alb. - elas são, pri-
meiramente, seus efeitos bem conhecidos sobre os sintomas coréicos. Neste
caso nós temos um coração trêmulo, contração muscular dos • membros à
noite e severos ataques de agitação, com um estado cata- leptóide de
insensibilidade durante horas. A prescrição de Viscum foi amplamente
justificada pelo princípio de Hahnemann de que os sintomas, e não
meramente os nomes das doenças, devem corresponder ao remédio...” Ele
também cita um escritor que expressa sua opinião de que Viscum é superior,
em casos de dores de parto, a todos os remédios que ele tinha até então
usado.

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