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Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Instituto Avalon

Everaldo Bezerra da Silva

HOMEOPATIA E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ESCOLAR

São Paulo
2013
2

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Instituto Avalon

Everaldo Bezerra da Silva

HOMEOPATIA E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ESCOLAR

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial para
a obtenção do título de Especialista –
Lato Sensu em Homeopatia.

Orientador: José Carlos do Amaral Sampaio

São Paulo
2013
3

Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

Catalogação-na-Publicação

SILVA, Everaldo Bezerra da

Homeopatia e as dificuldades de aprendizagem escolar / Everaldo Bezerra da Silva;


orientador: José Carlos do Amaral Sampaio – São Paulo, 2013.
28p.: fig.: 30 cm.

Trabalho de Conclusão de Curso – Lato Sensu em Homeopatia – Centro Universitário


Leonardo da Vinci – UNIASSELVI e Instituto Avalon.

1. Introdução . 2. Homeopatia no Brasil. 3. Discuss]ao. I. Sampaio, José Carlos do


Amaral. II. Título
3

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Instituto Avalon

Everaldo Bezerra da Silva

Homeopatia e as Dificuldades de Aprendizagem Escolar

Comissão Examinadora

Dr. Carlos Roberto Dias Brunini – Orientador e Professor do curso de Pós-Graduação em


Homeopatia – UNIASSELVI – Instituto Avalon

Prof. e Msc. José Carlos do Amaral Sampaio – Professor e Coordenador do Curso de Pós-
Graduação em Homeopatia – UNIASSELVI – Instituto Avalon.

Profa. e Msc. Solange da Silva Lisboa – Professora do Curso de Pós-Graduação em


Homeopatia – UNIASSELVI – Instituto Avalon.

São Paulo
2013
4

Everaldo Bezerra da Silva

Homeopatia e as Dificuldades de Aprendizagem Escolar

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Instituto Avalon

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título
de Especialista – Lato Sensu em Homeopatia.

Comissão Examinadora

Dr. Carlos Roberto Dias Brunini – Orientador e Professor do curso de Pós-Graduação em


Homeopatia – UNIASSELVI – Instituto Avalon

______________________________________________________________________

Prof. e Msc. José Carlos do Amaral Sampaio – Professor e Coordenador do Curso de Pós-
Graduação em Homeopatia – UNIASSELVI – Instituto Avalon.

______________________________________________________________________

Profa. e Msc. Solange da Silva Lisboa – Professora do Curso de Pós-Graduação em


Homeopatia – UNIASSELVI – Instituto Avalon.

______________________________________________________________________

São Paulo
2013
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RESUMO

SILVA, E.B. Homeopatia e as Dificuldades de Aprendizagem Escolar. 2013. 28f. Monografia


(Lato sensu) - Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – SC e Instituto
Avalon – SP, 2013.

As dificuldades de aprendizagem podem afetar um número considerável de capacidades


cognitivas necessárias para o desenvolvimento de aptidões pré-acadêmicas e,
consequentemente, impedir uma aprendizagem com êxito. A homeopatia é um sistema
terapêutico que entende a doença como um desequilíbrio e procura através dos sinais e
sintomas a cura através dos semelhantes.  O objetivo deste trabalho é descrever as
contribuições da homeopatia no tratamento de crianças com dificuldade no aprendizado. Para
o desenvolvimento deste trabalho foi realizada uma busca eletrônica de artigos científicos
pela WEB nos sites “Scientific Electronic Library Online” e “National Center for
Biotechnology Information” usando palavras-chave. O resultado final da pesquisa
bibliográfica levou a 11 artigos científicos, compreendidos entre os anos de 1999 a 2011.
Concluiu-se com este trabalho que mais pesquisas precisam ser realizadas a fim de se
comprovar a eficácia da homeopatia, pesquisas estas mais elaboradas, utilizando placebo,
ensaio duplo cego e grande número amostral, para tornar a pesquisa mais fidedigna. Portanto,
a administração da homeopatia aliada a bons educadores além de pais presentes e médicos
homeopatas de boa qualidade poderá contribuir para um melhor prognóstico de pacientes com
dificuldade no aprendizado.
 
Palavras-Chave: Homeopatia. Tratamento. Dificuldade no aprendizado.
 
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ABSTRACT

SILVA, E.B. Homeopathy and Learning Disabilities School.2013. 28 f. Monografia (Lato


sensu) - Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – SC e Instituto Avalon –
SP, 2013.

Learning difficulties can affect a considerable number of cognitive abilities necessary for the
development of pre-academic skills and thus prevent successful learning. Homeopathy is a
therapeutic system that understands the disease as an imbalance and looking through the signs
and symptoms similar to cure through. The objective of this paper is to describe the
contributions of homeopathy in the treatment of children with learning difficulties. For the
development of this work was performed an electronic search of scientific articles in the WEB
sites "Scientific Electronic Library Online" and "National Center for Biotechnology
Information" using keywords. The end result of the literature search led to 11 scientific
articles, ranging from the years 1999 to 2011. The conclusion of this work that more research
needs to be conducted to prove the efficacy of homeopathy, these more elaborate studies
using placebo, double-blind and large sample to make search more accurate. Therefore,
administration of homeopathy coupled with good teachers besides parents present and
homeopathic doctors good quality can contribute to a better prognosis of patients with
learning difficulties.
 
KEYWORDS: Homeopathy. Treatment. Learning difficulties.
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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Categorias da dificuldade no aprendizado...............................................................15


Quadro 2: Resultado da primeira busca eletrônica com o descritor: “homeophaty”................18
Quadro 3: Resultado da segunda busca eletrônica com os descritores: “learning difficulties”.
...................................................................................................................................................18
Quadro 4: Resultado da terceira busca eletrônica com os descritores: “homephaty e learning
difficulties”...............................................................................................................................18
Quadro 5: Resultado da quarta busca eletrônica com os descritores: “homephaty e attention
deficit”.......................................................................................................................................19
Quadro 6: Resultado da seleção de artigos científicos .............................................................20
10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Prevalência dos principais distúrbios médicos associados ao baixo desempenho


escolar.......................................................................................................................................16
Tabela 2: Sintomas para o diagnóstico de TDAH de acordo com o Diagnostic and Statistical
Manual of Mental Disorders (1994).........................................................................................16
11

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................11

CAPÍTULO 1. HOMEOPATIA NO BRASIL.....................................................................14

1.1 Dificuldade no aprendizado............................................................................................14

CAPÍTULO 2. OBJETIVOS E METODOLOGIA.............................................................17

CAPÍTULO 3. RESULTADOS.............................................................................................18

CAPÍTULO 4. DISCUSSÃO..................................................................................................21

CONCLUSÃO.........................................................................................................................25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................26
12

INTRODUÇÃO

As terapias complementares (TC) também chamadas de terapias alternativas,


integrativas ou não convencionais, constituem um grupo de terapias e produtos que não fazem
parte da medicina alopática e englobam diversas práticas de atenção à saúde.

As TC compreendem a, homeopatia, acupuntura, medicina ayurvédica, naturopatia,


medicina fitoterápica, terapias baseadas em dietas, quiropraxia, massagem, meditação,
hipnose, yoga, terapia de cura por reiki, entre outras (BARNES et al., 2002).

A homeopatia é um sistema terapêutico estruturado em 1796 pelo médico alemão


Samuel Hahnemann, que entendendo a doença como um desequilíbrio, procura através dos
sinais e sintomas a cura através dos semelhantes.

Este médico foi descrito por Coulter (1982):

Hahnemann era médico alemão nascido na cidade de Meissen, em 1755, na Saxônia,


retomou as idéias de seus antecessores e estabeleceu um método terapêutico
fundamentado na "Lei dos Semelhantes". Ficou conhecido como o fundador da
Homeopatia. Nunca afirmou ter descoberto esta lei, mas sim ter sido o primeiro a
ensiná-la e aplicá-la de forma consistente. (COULTER, 1982).
 
 A homeopatia estabelecida por Hahnemann fundamenta-se em quatro princípios:

 A lei da Semelhança;
 A experimentação no homem são;
 A administração do medicamento em doses mínimas;
 Indicação de medicamento único.
 
Princípio importante a ser descrito estabelecido por Hahnemann, para melhor usar o
fenômeno homeopático, foi o da experimentação das substâncias a serem utilizadas como
medicamentos. Administraram-se substâncias a pessoas saudáveis, em quantidades diminutas,
todos os dias, até que estas pessoas manifestassem uma série de sinais e sintomas específicos
para aquela substância. Estes sinais e sintomas, obtidos para cada substância, foram
documentados a partir de uma ordem destinada a facilitar a consulta, desde a época de
Hahnemann em compêndios denominados “Matérias Médicas”. Hahnemann foi capaz de
realizar a experimentação de aproximadamente 99 substâncias, trabalho continuado por seus
seguidores por muito tempo (NICHOLLS, 1988).

Gerber (1988) em seu trabalho ressalta este princípio:

A homeopatia tem por base a lei da similitude, onde a escolha da medicação que foi
capaz de reproduzir os sintomas apresentados pela pessoa doente em uma pessoa
sadia. O quadro sintomático do paciente induz a ocorrência de uma combinação
vibracional entre paciente e remédio. O objetivo da Homeopatia é estimular e
reequilibrar o corpo físico através de uma dose de energia sutil que é administrada
via medicação ultra diluída, remédio esse escolhido devido a sua semelhança como
o estado da doença. (GERBER, 1988).
 
 Na prática, distanciando-se dos princípios ideais, pode-se perceber que a homeopatia
é um fenômeno natural, que pode ocorrer também com a utilização de substâncias ainda não
experimentadas, com o uso de doses ponderais de medicamentos e ainda quando mais de uma
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substância medicamentosa é utilizada. O princípio da Semelhança resta sempre como o


preceito essencial da homeopatia (TEIXEIRA, 1998).

A abordagem homeopática utiliza diminutas quantidades de substâncias medicinais


que produzem alterações fisiológicas terapêuticas agindo nos campos energéticos sutis. Os
remédios homeopáticos fazem uso da informação energética da substância que é transferida
através de um solvente e depois passada para o doente, assim a vibracional de cada substância
é que é utilizada no processo de cura e não as propriedades moleculares como na
farmacologia tradicional. Nesse sistema, quanto mais diluída for a medicação maior potência
terá, contrariando o modelo farmacocinético (GERBER, 1988).

Para a homeopatia, curar a patologia equivale a curar o indivíduo e não apenas


suprimir os sintomas nosológicos, pois ao curar o sujeito, consequentemente, cura-se a
patologia. Assim, o médico homeopata deve investigar os relacionamentos sociais, condições
de vida, hábitos alimentícios, natureza e peculiaridades nas queixas descritas pelos pacientes,
bem como os sintomas físicos, mentais e emocionais de cada indivíduo.

Com o propósito de restabelecer a saúde do paciente a individualização no processo


homeopático é muito importante para definir o medicamento único a ser administrado, com a
finalidade de restabelecer a saúde do paciente. Ele só é conseguido, se o médico observar e
escutar o paciente, sem julgamentos ou interpretações, e anotar os sintomas objetivos e
subjetivos como relatados pelos doentes e/ou seus acompanhantes (LACERDA; VALLA
2007).

Assim, a homeopatia está baseada na valorização do sujeito enquanto totalidade e não


somente em sinais, sintomas e doenças específicas, com foco primordial na terapêutica e não
na diagnose e utilizando a narrativa do paciente como instrumento fundamental da consulta.

Segundo Lacerda e Valla (2007) a relação médico-paciente é  primordial e deve ser


valorizada como recurso terapêutico, que ajuda a compreender a singularidade do sujeito
doente e a curar ou aliviar o sofrimento.  Dessa forma, podem-se estabelecer vínculos
interpessoais de confiança entre profissional e paciente.

Por isso, a homeopatia é uma opção terapêutica que aumenta o processo de


humanização dos serviços de saúde, orientando as práticas de integralidade da atenção no
cuidado e na promoção da saúde.

Para a medicina integral a maioria das doenças ocorre simultaneamente em mais de


um dos cinco corpos da consciência – o físico, o vital, o mental, o supramental e o espiritual
podendo começar em um dos níveis citados e espalhar-se por outros. Essa idéia busca
compreender as energias, as vibrações e como ocorre sua interação com as estruturas
moleculares e o equilíbrio orgânico. É considerada a medicina quântica, pois a essa teoria
proporciona informação fundamental para a compreensão de que a energia e matéria são uma
coisa só, e esse pensamento possibilita a atualização da medicina com informações e
conceitos do mundo da física e outras ciências afins (GERBER, 1988).

Essa racionalidade chamada de medicina quântica trata de um centro superior


buscando o reequilíbrio, e não diretamente do local da área enferma. Também possui a
característica quântica na hora em que faz uso de substâncias ultradiluídas trabalhando com a
14

não matéria. A homeopatia individualizada como a ayurveda e a medicina chinesa, se


diferencia por sua filosofia operacional.

A prática médica homeopática contribui para a humanização da medicina, por fazer


uso de uma visão antropológica e abordagem semiológica holísticas, destacando os inúmeros
aspectos da individualidade humana no contexto de doença e na escolha da substância
curativa. Da mesma forma que esta “individualização” exige tempo maior de consulta e
acompanhamento para que o entendimento do paciente e a correspondente adequação
terapêutica sejam realizadas, a dinâmica semiológica homeopática clássica, que prioriza a
escuta de todas as queixas do doente, incrementa a relação entre médico e paciente, o que
torna a medicina mais humanizada (TEIXEIRA, 2007).
15

CAPÍTULO 1. HOMEOPATIA NO BRASIL

Em 1840 no Rio de Janeiro deu-se a chegada da medicina homeopática ao Brasil, pelo


médico francês Beno-Jules Mure, aluno e discípulo de Hahnemann, iniciando o atendimento
homeopático no país no ano seguinte em Santa Catarina (NOGUEIRA, 1986).

Antes desse episódio, a homeopatia era praticada de forma tímida e por iniciativas
pontuais que não levaram ao crescimento da especialidade. A empreitada de Mure não
cresceu no sul do país, tendo o francês regressado ao Rio de Janeiro onde se uniu com o
cirurgião português João Vicente Martins, radicado no Brasil, e então se criou em 1843 o
Instituto Homeopático do Brasil e após dois anos foi fundada a Escola Homeopática do Brasil
(NOGUEIRA, 1986).

Dentre os vários marcos na homeopatia, vale citar o ocorrido em 03 de maio de 2006


em que foi editada pelo Ministério da Saúde, a “Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares” no Sistema Único de Saúde, recomendando-se a implantação e
implementação das ações e serviços relativos às Práticas Integrativas e Complementares, nas
quais a Homeopatia está inclusa, representando um grande impulso no crescimento desta
especialidade.

1.1 Dificuldade no aprendizado

A dificuldade escolar é queixa frequente nos ambulatórios e consultórios de pediatria,


e um dos principais motivos de encaminhamento aos neuropediatras.

A National Joint Committee on Learning Disabilities (NJCLD) definiu a dificuldade


no aprendizado, que obteve grande aceitação internacional por incluir os elementos
considerados essenciais e defendidos pelos profissionais da área:

Dificuldades de Aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo heterogéneo


de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala,
leitura, escrita, raciocínio, ou habilidades matemáticas. Estas desordens são intrínsecas ao
indivíduo, presumivelmente devem-se à disfunção do sistema nervoso central e podem
ocorrer ao longo da vida. Problemas na auto-regulação comportamental, percepção social e
interação social podem coexistir com as dificuldades de aprendizagem, mas não constituem
por eles próprios uma dificuldade de aprendizagem. Embora as dificuldades de aprendizagem
possam ocorrer concomitantemente com outras condições desvantajosas (por exemplo,
dificuldades sensoriais, deficiência mental, distúrbios emocionais sérios) ou com influências
extrínsecas (tais como diferenças culturais, instrução insuficiente ou inapropriada), elas não
são o resultado dessas condições ou influências. (NJCLD,1994).
  
As dificuldades de aprendizagem podem afetar um número considerável de
capacidades cognitivas necessárias para o desenvolvimento de aptidões pré-académicas e,
consequentemente, impedir uma aprendizagem com sucesso. Até 2004 foram identificadas
pelo menos seis categorias de DA (Quadro 1):
16

 CATEGORIAS DEFINIÇÃO
Auditivo- Prende-se com um problema de percepção que, frequentemente, leva o
linguística aluno a ter dificuldade na execução ou compreensão das instruções que
lhe são dadas. Não é, portanto, um problema de acuidade auditiva (o
aluno consegue ouvir bem), mas sim de compreensão/percepção daquilo
que é ouvido.
Visuo-espacial Envolve características tão diversas como uma inabilidade para
compreender a cor, para diferenciar estímulos essenciais de secundários
(problemas de figura-fundo) e para visualizar orientações no espaço.
Assim, aqueles alunos que apresentem problemas nas relações espaciais e
direccionais têm frequentemente dificuldades na leitura, começando, por
exemplo, por ter problemas na leitura das letras b e d e p e q.
Motora Aqui o aluno que apresenta DA ligadas à  área motora tem problemas de
coordenação global ou fina, ou mesmo de ambas, visíveis quer em casa,
quer na escola, criando, tantas vezes, problemas na escrita e no uso do
teclado e do rato de um computador.
Organizacional Este problema leva o aluno a experimentar dificuldades quanto
à localização do princípio, meio e fim de uma tarefa. O aluno tem ainda
dificuldade em resumir e organizar informação, o que o impede, com
frequência, de fazer os trabalhos de casa, apresentações orais e outras
tarefas escolares afins.
Acadêmica Esta categoria é uma das mais comuns no seio das DA. Os alunos tanto
podem apresentar problemas na área da matemática, como serem dotados
nesta mesma área e terem problemas severos na área da leitura ou da
escrita, ou em ambas.
Sócio emocional O aluno com problemas nesta área tem dificuldade em cumprir regras
sociais (esperar pela sua vez) e em interpretar expressões faciais o que faz
com que ele seja muitas vezes incapaz de desempenhar tarefas
consentâneas com a sua idade cronológica e mental.

Quadro 1: Categorias da dificuldade no aprendizado.


Fonte: Correia, 2004.
 
A integridade da função sensorial é primordial para que o indivíduo possa ter um
aprendizado eficiente. A correta nutrição durante a gravidez e nos dois primeiros anos de vida
concorre para um bom desenvolvimento psicomotor. Atenção especial deve ser dada ao
desenvolvimento psicomotor da criança nos primeiros anos de vida, pois pode dar indícios da
sua integridade cognitiva (ARAÚJO, 2002).

Antes de iniciar a vida escolar devem ser investigados nas crianças os problemas
oftalmológicos e audiológicos, para que situações passíveis de correções possam ser
estabelecidas ao paciente. Outras situações médicas serão passíveis de diagnóstico no
momento do aparecimento da dificuldade escolar (WOODHOUSE; GRIFFITHS; GEDLING,
2000; GODINHO et al., 2001).

Crianças com fatores de risco para desvios do desenvolvimento psicomotor, ou


aquelas nas quais estes desvios são observados previamente ao ingresso na escola, devem ter
um acompanhamento e uma avaliação mais detalhada.
17

Araújo (2002) realizou em seu trabalho uma estimativa de prevalência dos principais
distúrbios associados à dificuldade no aprendizado escolar (Tabela 1).

Tabela 1: Prevalência dos principais distúrbios médicos associados ao baixo desempenho


escolar.
Fonte: Araújo (2002).
 
O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade/ impulsividade (TDAH) pode
ser classificado de três formas distintas: com predomínio da desatenção, com predomínio da
hiperatividade/impulsividade, ou com a combinação de ambos. O diagnóstico desta situação é
clínico e se baseia na presença dos sintomas descritos no Diagnostic and Statistical Manual of
Mental Disorders (1994) (Tabela 2).
 
Tabela 2: Sintomas para o diagnóstico de TDAH de acordo com o Diagnostic and
Statistical Manual of Mental Disorders (1994).
 
As dificuldades de aprendizagem não se restringem apenas ao aspecto cognitivo, mas
se estendem por todo o campo de atividade das crianças. Em muitas delas, com problemas de
aprendizagem, é possível perceber um conjunto de vivências e dificuldades como, por
exemplo: sentimentos de autodepreciação, vivências acentuadas de incapacidade,
comprometimento da autoconfiança, posição de antecipação de fracasso. O que se percebe é
que muitas perdem a confiança na possibilidade de aprendizagem.
18

CAPÍTULO 2. OBJETIVOS E METODOLOGIA

Descrever as contribuições da homeopatia no tratamento de crianças com dificuldade


no aprendizado.

Foi realizada uma busca eletrônica de artigos científicos pela WEB nos sites
“Scientific Electronic Library Online” (www.scielo.br) e “National Center for Biotechnology
Information” (www.pubmed.com), usando composições dos seguintes descritores em língua
inglesa e portuguesa: “attention deficit”, “homeophaty”, “learning difficulties”.

Este trabalho tem caráter retrospectivo, uma vez que a revisão bibliográfica utiliza
trabalhos já publicados na literatura, segundo Lakatos & Marconi (1992):

A pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já


tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins,
jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc, até
os meios de comunicação orais: rádio, gravação em fita magnética, e audiovisual:
filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com
tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive
conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma,
quer publicadas quer gravadas. (LAKATOS; MARCONI, 1992).
 
 Esta pesquisa descritiva tem por finalidade observar, registrar e analisar fatos. Como
se refere Cervo (2002) em seu trabalho:

A pesquisa descritiva não possui interferência do investigador, que apenas procura


perceber, a frequência com que o fenômeno acontece, inferindo sobre os dados ou fatos
encontrados na própria realidade, utilizando-se da coleta de dados. Cervo (2002).
  
Foram incluídos trabalhos que descreveram e/ou citaram a homeopatia no tratamento
de crianças com dificuldades no aprendizado. Além daqueles que descreveram a homeopatia
no tratamento de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade/ impulsividade.

Os artigos científicos que não possuíam as palavras-chave e não contemplavam o tema


abordado foram excluídos deste trabalho.

Para os artigos que possuíam objetivos similares, foram considerados para este
trabalho aqueles mais recentes.

Após a seleção dos artigos científicos, foi realizada a leitura crítica, que é o estudo
propriamente dito dos textos, com o objetivo de verificar o que o autor realmente afirma sobre
a homeopatia no tratamento de dificuldades de aprendizagem.
19

CAPÍTULO 3. RESULTADOS

Por meio da busca eletrônica nos sites Pubmed e Scielo foram encontrados diversos
artigos científicos publicados no período de 1999 a 2012, para a realização da pesquisa
bibliográfica sistemática. Utilizou-se para esta busca os descritores na língua inglesa e
portuguesa: “homeophaty”, “learning difficulties” e “attention déficit”.

Na primeira busca foi empregado o descritor em língua portuguesa e inglesa:


“homeophaty”, na qual foram encontrados um número alto de artigos científicos (quadro 2).

 
Número de artigos encontrados com o descritor:
“homeophaty”
Pubmed Scielo
4.607 51

Quadro 2: Resultado da primeira busca eletrônica com o descritor: “homeophaty”.


 
Uma segunda busca foi realizada com os descritores na língua portuguesa e inglesa:
“learning difficulties”, conforme mostra a quadro 3.

 
Número de artigos encontrados com os descritores:
“learning difficulties”
Pubmed Scielo
6.666 24

Quadro 3: Resultado da segunda busca eletrônica com os descritores: “learning


difficulties”.
 
Com o objetivo de refinar a busca bibliográfica foram utilizados em conjunto todos os
descritores mencionados acima em uma terceira busca bibliográfica (quadro 4).
 
Número de artigos encontrados com os descritores:
“homephaty e learning difficulties”
Pubmed Scielo
2 0

Quadro 4: Resultado da terceira busca eletrônica com os descritores: “homephaty e


learning difficulties”.
 
Como esta última busca resultou em um número diminuto de artigos empregou-se
outras palavras-chave para novos resultados. Foram utilizadas as palavras-chave: “homephaty
e attention deficit” (Quadro 5).
 
Número de artigos encontrados com os descritores:
“homephaty e attention deficit”.
20

Pubmed Scielo
27 0

Quadro 5: Resultado da quarta busca eletrônica com os descritores: “homephaty e


attention deficit”.
 
Com a realização desta quarta busca foram selecionados no Pubmed os artigos que
descrevessem o tratamento homeopático para dificuldade no aprendizado. Para o Scielo foram
usadas todas as buscas para a seleção dos artigos científicos. Também foram incluídos alguns
artigos de revistas eletrônicas.

O resultado final da pesquisa bibliográfica levou a 11 artigos científicos,


compreendidos entre os anos de 1999 a 2011, todos os trabalhos são mostrados no quadro 6.
 
AUTOR(S) TÍTULO DO TRABALHO CONCLUSÃO DO AUTOR(S)
CIENTÍFICO
BULL, 2009 Survey of complementary Profissionais de educação e saúde devem
and alternative therapies estar cientes de que muitas crianças
used by children with disléxicas usam a medicina
specific learning complementar e alternativa. Aos pais de
difficulties. crianças com dislexia deve ser fornecido
aconselhamento baseado em evidências
para ajudá-los a fazer as escolhas
terapêuticas.
BULL, 2007 Sunflower therapy for Houve melhorias estatisticamente
children with specific significativas na autoestima acadêmica do
learning difficulties paciente. A maioria dos pais considerou
(dyslexia): a randomised, que a terapia “Sunflower” foi eficaz no
controlled trial. tratamento de dificuldades de
aprendizagem. Mais pesquisas são
necessárias para verificar estes
resultados, incluindo um grupo controle,
recebendo tratamento similar para excluir
efeito placebo.
DAVIDSON et Homeopathic treatments in Os estudos de homeopatia com ensaios
al., 2011 psychiatry: a systematic clínicos randomizados controlados com
review of randomized placebo em psiquiatria é muito limitado,
placebo-controlled studies. mas os resultados não excluem a
possibilidade de algum benefício.
MACHUCAR; Dietary and nutritional Ervas, embora "natural", são na verdade
ARNOLD treatments for attention- drogas, que, juntamente com tratamentos
LOFTHOUSE, deficit/hyperactivity homeopáticos têm poucas evidências de
2011. disorder: current research eficácia para pacientes com falta de
support and atenção e hiperatividade.
recommendations for
practitioners.
SCHMIDT, Homeopatia, uma proposta O tratamento homeopático pode ser
2008 terapêutica para a dislexia. eficaz na melhora/cura de sintomas
disléxicos. Não existe na literatura
21

nenhum tratamento para Dislexia que


tenha sido tão eficaz, rápido e não
exaustivo. Pelo exposto acima sugerimos
a homeopatia como uma proposta
terapêutica a ser considerada na
abordagem da Dislexia.
SNYDER; Complementary and As modalidades mais comuns foram
BROWN, 2012 alternative medicine in suplementos de ervas/ dieta, acupuntura,
children: an analysis of the massagem, quiropraxia e homeopatia. As
recent literature. condições mais estudadas foram: dor, dor
de cabeça, déficit de atenção e
hiperatividade transtorno (TDAH), asma
e cólicas.
EREZ et al., Reasons for referrals of A maior parte do déficit de atenção e
1999 children and adolescents to perturbações de concentração foi tratada
alternative medicine in por homeopatia e reflexologia.
southern Israel.
COULTER; Homeopathy for attention Atualmente existem poucas evidências
DEAN,  2007. deficit/hyperactivity para comprovar a eficácia da homeopatia
disorder or hyperkinetic para o tratamento de déficit de atenção e
disorder. hiperatividade.
ALTUNÇ; Homeopathy for childhood A evidência de rigorosos testes clínicos
PITTLER; and adolescence ailments: de qualquer tipo de intervenção
ERNST , 2007 systematic review of terapêutica ou preventiva em homeopatia
randomized clinical trials. para doenças da infância e adolescência
não são convincentes o suficiente para
sua recomendação em qualquer condição.
JACOBS, 2005 Homeopathy for attention- Este estudo piloto não fornece nenhuma
deficit/hyperactivity evidência para apoiar remédios
disorder: a pilot homeopáticos em crianças com déficit de
randomized-controlled atenção/hiperatividade.
trial.
FREI et al., 2005 Homeopathic treatment of O estudo sugere evidência científica da
children with attention eficácia da homeopatia no tratamento de
deficit hyperactivity déficit de atenção e hiperatividade,
disorder: a randomised, principalmente nas áreas de funções
double blind, placebo comportamentais e cognitivas.
controlled crossover trial.

Quadro 6: Resultado da seleção de artigos científicos .


22

CAPÍTULO 4. DISCUSSÃO

Na literatura, vários motivos foram descritos para a utilização de terapias


complementares, estes motivos são listados abaixo (BARNES et al., 2004; RICHARDSON,
2004):

 Complementação da medicina convencional;


 Orientação médica;
 Curiosidade em relação às terapias complementares;
 Falta de dinheiro para aquisição da terapia convencional;
 Indicação de conhecidos, pais, amigos e familiares;
 Medo de efeitos colaterais provocados pela medicina convencional;
 Presença de doença crônica;
 Insatisfação com a medicina convencional, ou seja, decepção com os resultados
do tratamento convencional;
 Abordagem holística;
 Relacionamento médico- paciente baseado em apoio e confiança.
 
No âmbito econômico, a consulta, embora mais demorada, possibilita uma observação
mais aprofundada do paciente, diminuindo o número de internações, pedidos de exames e o
custo com a medicação (FLEITH et al., 2008).

Por ser uma medicina do sujeito, a relação médico-paciente é um fator primordial da
resolução dos problemas de saúde e parte da sua eficácia médica ocorre da satisfação dos
pacientes, durante o processo do tratamento. Essa satisfação não se limita ao aspecto técnico
científico da medicina, mas inclui também a qualidade dos vínculos entre médicos e usuários,
a comunicação interpessoal e o modo como se estabelecem essas relações, implantando desta
forma o processo de humanização nos setores de saúde que utilizam o tratamento
homeopático (LUZ, 1997).

Esta forma de o médico posicionar-se perante o paciente atende à necessidade da


terapêutica ao mesmo tempo totalizante e individualizante, que é a homeopatia. Sua
consequência é a sensação de acolhimento e cuidado, por parte dos pacientes, que muitas
vezes se assemelha ao que estes conhecem acerca de, ou imaginam que seja uma psicoterapia.
Muitos destes clientes, ao tentarem descrever o que se passa durante a consulta homeopática,
revelam que seu o médico homeopata “parece um psicólogo” (LUZ, 1998).

Por meio do tratamento homeopático, uma das consequências desse autoconhecimento


é que os pacientes consigam melhorar sua convivência social e familiar, além de desempenhar
suas tarefas cotidianas com maior eficácia, porque mais consciente de si e de suas limitações e
aptidões, ocorre a melhora e até mesmo da recuperação da saúde (LUZ, 1998).

O uso da medicina alternativa para o tratamento de déficit de atenção e hiperatividade


tem aumentado tanto por parte dos pais e prestadores de cuidados de saúde. Este crescimento
pode ser explicado pelo uso de estimulantes da medicina convencional que para muitos pais, é
preocupante em relação aos efeitos adversos e as perspectivas de longo prazo da utilização
desses tratamentos farmacológicos, isso gera um desconforto para a família e assim, eles
buscam "tratamentos alternativos".
23

Soma-se a isso a explosão de informações produzidas pela internet e marketing sobre


as terapias alternativas, que além da homeopatia, englobam erva medicinais, dietas e
suplementos alimentares para o tratamento de déficit de atenção e hiperatividade. Apesar de
algumas evidências científicas existentes em relação a algumas terapias, para a maioria, há
questões fundamentais relativas à segurança e eficácia desses tratamentos em crianças
(SAWNI, 2008).

Weber e Newmark (2007)relatam em seu estudo científico que as terapias


complementares são comumente usados por pais para seus filhos que são portadores de déficit
de atenção e hiperatividade; e também em crianças com transtornos mentais (RODRIGUES-
NETO et al., 2008) . Além disso, outros trabalhos científicos descrevem os benefícios da
homeopatia para diversas patologias em crianças, como a enxaqueca (DANNO et al., 2012) e
depressão (ADLER, 2008).

No artigo científico de autoria de Pellow e colaboradores (2011) foram mencionados


vários estudos para comprovar os benefícios da homeopatia no tratamento de déficit de
atenção e hiperatividade, como o estudo de Strauss (1998) que determinou a eficácia de um
complexo homeopático, na qual foi observada uma melhoria dos sintomas em crianças. Outro
estudo realizado por Smith e colaboradores (2001) que afirmaram que a homeopatia reduziu
os sintomas de desatenção; e o trabalho de White e colaboradores (2004) que obtiveram
melhoria significativa no comportamento das crianças. Com isso foi concluído por Pellow
(2011) que os complexos homeopáticos podem proporcionar alívio sintomático sem qualquer
efeito adverso, no entanto, são necessárias mais pesquisas para verificar estes resultados.

Como resultado da pesquisa científica em homeopatia Almeida (2003) pôde concluir


que existe uma ampla evidência para mostrar que a terapia homeopática não é cientificamente
justificável, pois estudos clínicos e pesquisas in vitro apontam para a ineficácia da
homeopatia, alguns estudos com resultados positivos são questionáveis em razão de
problemas com a qualidade e falta de controles adequados, já os estudos de meta-análises
mais recentes sobre o tema produziram resultados negativos, e um dos poucos estudos de
meta-análise com resultados positivos obteve sérios problemas metodológicos.

Portanto, a utilização do tratamento convencional deve ser considerada, caso as


intervenções alternativas se revelarem infrutíferas (BRUE; OAKLAND, 2002).

Muitos profissionais utilizam além da homeopatia outras terapias complementares,


como foi o caso do trabalho de Bull (2007) que incluiu em sua terapia “sunflower” a
cinesiologia aplicada, a manipulação física, massagem, plantas medicinais e programação
neurolinguística (BULL, 2007).

Vale dizer que o desempenho escolar depende de diferentes fatores como: as


características físicas e pedagógicas da escola, a qualificação do professor; o nível de
escolaridade dos pais e a interação dos pais com escola e com seus filhos. Desta forma, o
problema da dificuldade de aprendizado precisa de uma equipe multidisciplinar para o
tratamento da criança, incluindo: educadores, sociólogos, psicólogos e médicos (ARAÚJO,
2002).
A escola, enquanto espaço de promoção do saber, tem a função de promover
momentos de dúvidas e descobertas. Já o educador, enquanto mediador da aprendizagem tem,
como uma de suas funções, investigar a dúvida, provocar o educando para a dúvida do que
anseia aprender e mostrar-lhe que há várias fontes de saber (TAVARES, 1996).
24

Entretanto, é preciso entender que as crianças com dificuldade de aprendizagem não


são, de forma alguma, seres incapazes, necessitam apenas de um tempo maior e de um ensino
mais elaborado. Para isso é preciso criar novos contextos que se adaptem às individualidades
de cada aluno com o auxílio de uma psicopedagoga, valorizando o que cada um sabe, a fim de
reforçar e ampliar suas potencialidades e não reforçar suas dificuldades (FIGUEIREDO,
2008).

Na maioria das vezes a autoestima da criança com dificuldade no aprendizado


encontra-se baixa. Assim, foi estabelecida para o resgate da autoestima, a conquista de
vínculos com pessoas fora do contexto familiar e o vínculo afetivo com o contexto escolar,
melhorando consequentemente a relação com a aprendizagem, para isso pode ser utilizado os
procedimentos facilitadores descritos por Matos (2008):

 Estabelecer contato visual sempre que possível, facilitando uma maior sustentação
da atenção;
 Propor uma programação diária tentando cumpri-la; se possível, além de falar
colocá-las no quadro. Em caso de mudanças da rotina, comunicar previamente;
 Estimular o desenvolvimento de técnicas que auxiliem a memorização usando
listas, rimas, músicas etc;
 Determinar intervalos entre as tarefas como forma de recompensa pelo esforço
feito. Essa medida aumenta o tempo de atenção concentrada e reduz a dispersão;
 Adotar sistema de pontuação, incentivos e recompensas;
 Incentivar a leitura, utilizando procedimentos alternativos como o uso do
computador;
 Estimular a prática de fazer resumos em tópicos, facilitando a estruturação das
idéias e a fixação dos conteúdos;
 Destacar palavras-chaves, fazendo uso de cores, sublinhados ou negritos
(principalmente nas palavras em que a criança demonstra maior grau de
dificuldade de fala ou escrita);
 Evitar tarefas longas, subdividindo-as em tarefas menores;
 Manter constante contato com a família, tentando utilizar informações fornecidas
por ela com o objetivo de compreender melhor o aluno;
 Procurar nesses encontros enfatizar os ganhos e não apenas pontuar as
dificuldades;
 Evitar chamar a família apenas quando há problemas;
 Estimular a atividade física. MATOS (2008).
 
 Vale mencionar que a homeopatia também chamada de terapia complementar ou
alternativa, em uma conotação terapêutica, o adjetivo “alternativo” remete “o que se diz ou
faz com alternação” ou “que vem ora um, ora outro”, deixando de lado a frequente atuação da
homeopatia de forma concomitante a outras práticas médicas; já a denominação
“complementar” também não condiz com a atuação desta prática no tratamento de doenças,
pois significa “que serve de complemento”, em oposição às evidências clínicas que apontam
para os benefícios de vários problemas de saúde tratados exclusivamente pela homeopatia.

Com isso foi encontrado um termo apropriado para a forma terapêutica homeopática: o
termo “coadjuvante”, que remete aquele que “coadjuva, ajuda ou concorre para um fim
comum”, que deve se colocar perante as demais práticas médicas vigentes, em vista de
buscarem, como objetivo comum, o bem-estar físico, psíquico, social e espiritual dos seus
25

pacientes. O adjetivo “integrativo” também exprime a idéia de atuar de forma integrada com
outras abordagens terapêuticas (TEIXEIRA, 2007).

Contudo, embora estejam surgindo evidências para sustentar a eficácia destas terapias
alternativas, mais pesquisas são necessárias para que estas terapias sejam consideradas como
tratamentos eficazes e confiáveis para a dificuldade no aprendizado.
26

CONCLUSÃO

Vários artigos científicos foram encontrados por meio da busca bibliográfica em


relação à homeopatia para o tratamento de dificuldade no aprendizado; muitos desses artigos
relatam os benefícios da homeopatia para o tratamento de déficit no aprendizado.

Entretanto, mais pesquisas precisam ser realizadas a fim de se comprovar a eficácia


desta terapia alternativa, pesquisas estas mais elaboradas, utilizando placebo, ensaio duplo
cego e grande número amostral, para tornar a pesquisa mais fidedigna.

Pelo exposto, a administração da homeopatia aliada a bons educadores além de pais


presentes e médicos homeopatas de boa qualidade poderá  contribuir para um melhor
prognóstico de pacientes com dificuldade no aprendizado.
27

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