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INTERVENÇÃO MULTIDISCIPLINAR NO TRANSTORNO TDAH

1
NOGUEIRA, Lucilene Rosa Magalhães
2
CORREA, Maria de Jesus Siqueira

Resumo
A atuação do psicólogo no tratamento de pessoas com Transtorno do Déficit de Atenção com
Hiperatividade, com uma equipe multidisciplinar, para resolução dos problemas que envolvem as
pessoas com esse transtorno, e que na falta de uma intervenção multidisciplinar, faz com que essas
pessoas sofram preconceitos, violências psicológicas, violências físicas, fato este, por falta de
tratamentos psicológicos, e conscientização sobre como lidar com a questão TDAH. Aborda também
a necessidade de um acompanhamento não só dos profissionais, como também das famílias, amigos
e colegas da pessoa com TDAH.

Palavras chave: TDAH. Intervenção. Multidisciplinar. Psicólogo TCC.

Abstract
The performance of the psychologist in the treatment of people with Attention Deficit Hyperactivity
Disorder with a multidisciplinary team to solve the problems that involve people with this disorder and
that in the absence of a multidisciplinary intervention, causes these people to suffer prejudices,
psychological violence, physical violence, this fact, for lack of psychological treatments, and
awareness about how to deal with the ADHD issue. Also addresses the need for follow-up not only of
professionals, but also of the families, friends and colleagues of the person with ADHD.

Keywords: ADHD. Intervention. Multidisciplinary. Psychologist TCC.

Resumem
La actuación del psicólogo en el tratamiento de personas con Trastorno del Déficit de Atención y
Hiperactividad con equipo multidisciplinario para resolver los problemas que involucran a personas
con ese trastorno y que, en ausencia de intervención multidisciplinaria, hace que esas personas
sufran prejuicios, violencia psicológica, física violencia, este hecho, por falta de tratamientos
psicológicos y concientización sobre cómo lidiar con la cuestión del TDAH. también aborda la
necesidad de acompañamiento no sólo de los profesionales, sino también de las familias, amigos y
colegas de la persona con TDAH.

Palabras clave: ADHD. Intervención. Multidisciplinaria. Psicólogo TCC.

1Pós-Graduação – Curso TCC - Terapia Cognitiva Comportamental. FACULDADE


MCEDUCACIONAL E POLIENSINO – Cuiabá/MT e-mail: lucilenecba@gmail.com
2Orientadora: Mestra em Psicologia da Saúde, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental e

Doutoranda em Psicologia da Saúde siqueiramj62@hotmail.com


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Introdução

Este artigo tem por desígnio elencar a atuação do psicólogo TCC, em


conjunto com a equipe multidisciplinar em frente ao TDAH- Transtorno do Déficit de
Atenção com Hiperatividade, na possibilidade de atuar com mais afinco nas
intervenções, conhecendo e compreendendo a experiência do sujeito em sua
condição individual e realidade social na primazia para qualquer possibilidade de
intervenção e transformação, um projeto para ação multidisciplinar em todo contexto
que envolva pessoas com TDAH, tendo como principal participante, o psicólogo que
servirá de norte nas ações terapêuticas. Primeiramente vamos entender o que é
TDAH- Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.
Baseado no tripé caracterizado pelo déficit, a atenção e a hiperatividade, o

TDAH pode apresentar nas funções motoras, deixando as pessoas com esse
transtorno, impulsivas com manifestações agitadas maiores que outras. A percepção
também pode se processar pela observação na função psicológica, onde são mais
ágeis nas atividades com inquietações intensas, pensamentos rápidos. Esse tripé é
acompanhado por manifestações secundárias como, dificuldade de foco, dificuldade
de aprendizagem, de planejar atividades necessárias ao dia a dia, ou seja, as
funções executivas do cérebro, essas funções executivas são responsáveis pelas
nossas habilidades cognitivas necessárias de controle de nossos pensamentos,
nossas ações, memória de trabalho, raciocínios e emoções. Na classificação do
TDAH, é um transtorno neurobiológico e não por condições externas socioculturais,
pode ser agravado por essas questões, mas não o responsável.
A atuação do psicólogo TCC nesse contexto sinaliza uma compreensão
através da psicoeducação, racionando as questões cognitivas, neurológicas e
comportamentais, para uma mudança de suas inquietações ou desatenções
excessivas, controlando suas dificuldades, com possibilidades de adaptação ao
convívio socioeducacional dentro de suas capacidades neuronais. O trabalho do
psicólogo em junção com a equipe multidisciplinar possibilita a pessoa com
transtorno do TDAH, meios de sobrevivência mais humanizada, explorando suas

potencialidades e desenvolvimento, tanto em casa quanto no ambiente escolar e no

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setor laboral quando adulto. Entre as várias técnicas de tratamentos, encontramos a


Equoterapia, através de animais, especialmente os cavalos para desenvolver
habilidades que funcionarão no controle da hiperatividade. O trabalho em junção à
outros profissionais é de suma importância para que se tenha êxito no resultado da
terapia.
A observação ao transtorno deve ser minuciosa, tendo em vista dois tipos de
TDAH, o desatento e o combinado, sendo necessária a necessidade em aprofundar
o estudo em aplicações de técnicas psicológicas distintas para cada tipo de
transtornos aqui apresentado. Existe um equívoco ou falta de conhecimento pelas
pessoas leigas e até mesmo por profissionais das áreas humanas, sobre a
existência desses dois tipos de TDAH, generalizando o transtorno apenas no
transtorno do combinado, pois é precocemente identificada pela hiperatividade, a
falta de atenção e impulsividade no comportamento, na junção de todos os
sintomas, fazendo com que os pais levem a criança mais cedo ás equipes
multidisciplinares e as escolas procurem mais cedo os pais para que encaminhem
as crianças ao tratamento, deixando de lado o desatento que é um comportamento
passivo, onde as pessoas com TDAH desatento, não são hiperativas e não são
impulsivas, elas são apenas, desatentas em excesso e falta total da atenção, um
transtorno na qual a criança é silenciosa, quieta, não remete nenhum trabalho em
sala de aula, introspectiva e não faz perguntas em caso de dúvidas, necessitando de
estímulos para participar de atividades em sala de aula, é esquecida e como o
próprio nome indica, é desatenta em excesso, provocando baixo rendimento escolar
durante o ano letivo, e por não provocar problemas na escola ou em casa, ninguém
encaminha para tratamento.
A metodologia utilizada nesta pesquisa está amparada em técnicas e
métodos de pesquisa bibliográfica qualitativa. Na pesquisa foram analisados livros,
artigos nas bases de dados, com a intenção de promover uma reflexão da temática
abordada. As informações utilizadas foram coletadas em bases de dados como:
Scielo (Scientifc Eletronic Library Online), Google acadêmico, utilizando como

descritores para as buscas nas bases de dados: Intervenção Multidisciplinar no


transtorno TDAH. A atuação do psicólogo TCC nesse contexto marca a premissa

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estrutural repassado pelos marcos teóricos de Beck (2013). Relatamos também que
esta pesquisa bibliográfica, obteve embasamento das recentes publicações sobre
TDAH.

Abordagem da Terapia Cognitivo Comportamental

Esta terapia atende as exigências para com a ética profissional na psicologia,

para atendimento clínico às pessoas com TDAH, pelas técnicas aplicadas e as


necessidades apresentadas pelo contexto desse transtorno, tanto para os atingidos,
quanto aos seus familiares e servidores que trabalham no contexto que os recebem
para tratamentos ou questões educacionais.
O TDAH é extremamente conflituoso para a criança, cravando possíveis
danos psicológicos, muitas vezes trazendo doenças psicossomáticas para todas as
pessoas que interagem com pessoas portadoras do transtorno, estando no lar ou
não, os conviventes, podem acabar adoecendo por não saber lidar com a situação.
A terapia cognitiva comportamental ajuda a pessoa, identificar suas crenças
negativas, os pensamentos automáticos disfuncionais, substituindo-as por novos
pensamentos que facilite o paciente, a saber, lidar com seu problema de maneira
mais saudável.
No estudo com Beck (2013) o terapeuta cognitivo comportamental, estabelece
uma aliança terapêutica com o paciente para que outras sessões possam ocorrer de
maneira empática e que haja confiança por ambas as partes, respeitando os
princípios éticos da Psicologia, prescrito pelo Código de Ética do Psicólogo. A TCC,
procura a flexibilização cognitiva da pessoa, e o terapeuta deve estar preparado
para atender as necessidades do paciente. Beck (2013, p.145), orienta o psicólogo
TCC a lidar com possíveis dúvidas, principalmente se for recém-formado;

Você deve monitorar seu nível de desconforto e identificar seus


pensamentos automáticos durante e entre as sessões. Você poderá então,
identificar um problema, avaliar, e responder aos seus pensamentos e
resolver o problema para facilitar o seu experimento com a aplicação da
estrutura padrão na próxima sessão.

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Na terapia TCC, o paciente interage os relatos com o terapeuta, onde este


participa intermediando o relato do paciente, com sessões estruturadas, tarefas para
casa, acompanhamento se necessário a locais onde o paciente necessite se libertar
de possíveis medos ou fobias. A TCC também determina prazos em tratamentos que
pode ser do curto ao longo prazo, depende da necessidade de cada paciente,
facilitando assim a aceitação do tratamento psicológico e psiquiátrico. O terapeuta
trabalha a motivação, o estímulo na educação positiva, estabelecendo metas,
ensaios, exposição gradual e questionamentos socráticos, entre outras técnicas de
aplicação em tratamento comportamental.
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) em 2013 embasou uma campanha
contra as medicações com o tema: Subsídios para a campanha NÃO à
medicalização da vida. Medicação da educação, para crianças em fases escolares,
incluindo as crianças portadoras do transtorno do TDAH, a crítica se deu pelo
precário diagnóstico apresentado pelos pais e professores por formulários pouco
confiáveis aos profissionais da área, pois há muitas crianças com alguns sintomas
do TDAH, porém, em consequências socioambientais e culturais, com um
diagnóstico errôneo, muitas crianças utilizam medicação errada e sem necessidade.
O DSM-V (2014) é um manual diagnóstico e estatístico feito pela Associação
Americana de Psiquiatria para definir como é feito o diagnóstico de transtornos
mentais e nos orienta aos vários transtornos psicológicos de personalidade,
incluindo os Déficits de aprendizagem e os transtornos neurobiológicos. O DSM-5
(2014) geralmente é utilizado por vários profissionais como, Psicólogos clínicos,
principalmente TCC, Psicólogos jurídicos e forenses, Psiquiatras, médicos, e
terapeutas ocupacionais. Em pesquisa pelo Google acadêmico no site da Medicina
Net, elenca o transtorno hipercinético do TDAH pelo CID 10 - F90.0, como distúrbios
da atividade e da atenção.
Caliman (2008), aponta que entre as funções, disfunções e otimização da
atenção, desnuda críticas ao entendimento sobre a TDAH, inclusive o
reconhecimento para a inclusão do adulto ao transtorno, pois antes, nos anos 80,
consideravam-se vagamente apenas aos critérios infantis. Devido às observações
nos diagnósticos do transtorno, estarem presentes em pessoas que cometiam

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crimes e desatenção ao trânsito, causando acidentes, e estes estarem relacionadas


ao TDAH, passaram a considerar o transtorno infantil/adultos.
Caliman (2008) nos oferece uma reflexão, do quão importante são as
percepções dos pais hoje em relação aos comportamentos de seus filhos, quanto
mais cedo for diagnosticado, mais eficácia terá o tratamento e o resultado. Esse
diagnóstico poderá ser pelo médico neurologista e ou psiquiatras, o tratamento
relacionado aos comportamentos é de competência dos psicólogos, necessitando
também de uma equipe multidisciplinar na fase escolar.
Tipo predominantemente hiperativo: Apresenta inquietação – mexer as mãos
e/ou pés quando sentado, musculatura tensa, com dificuldade em ficar parado num
lugar por muito tempo. Costuma ser o "dono" do controle remoto. Faz várias coisas
ao mesmo tempo, está sempre a mil por hora, em busca de novidades, de estímulos
fortes. Detesta o tédio. Consegue ler, assistir e ouvir música ao mesmo tempo.
Muitas vezes é visto como imaturo insaciável. Pode falar comer, comprar,
compulsivamente e/ou sobrecarregar-se no trabalho. Muitos acabam estressados,
ansiosos e impacientes: são os workaholics.
Tendência ao vício: álcool, drogas, jogos, Internet e salas de bate papo.
Interrompe a fala do(s) outro(s); sua impaciência faz com que responda perguntas
antes mesmo de serem concluídas. Costuma ser prolixo ao falar, perde sua
objetividade em mil detalhes, sem perceber como se comunica.
No entanto, não tem a menor paciência em ouvir alguém como ele, sem dar-
se conta que é igual. Baixo nível de tolerância: não sabe lidar com frustrações, com
erros (nem os seus, nem dos outros). Muitas vezes sente raiva e se recolhe.
Impaciência: não suporta esperar ou aguardar por algo: filas, telefonemas,
atendimento em lojas, restaurantes..., quer tudo para "ontem". Instabilidade de
humor: ora está ótimo, ora está péssimo, sem que precise de motivo sério para isso.
Os fatores podem ser externos ou internos, uma vez que costuma estar em
eterno conflito. Dificuldade em expressar-se: muitas vezes as palavras e a fala não
acompanham a velocidade da sua mente. Muitos quando estão em grupo, falam
sem parar sem se dar conta que outras pessoas gostariam de emitir opiniões, fazer
colocações e o que deveria ser um diálogo, transforma-se num monólogo que só

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interessa a quem está falando. A comunicação costuma ser compulsiva, sem filtro
para inibir respostas inadequadas, o que pode provocar situações constrangedoras
e/ou ofensivas: fala ou faz e depois pensa. Tem um temperamento explosivo: não
suporta críticas, provocações e/ou rejeição. Rompe com certa facilidade
relacionamentos de trabalho, sociais e/ou afetivos.
Podem mudar inesperadamente de planos, metas. Sexualidade instável: pode
alternar períodos de grande impulsividade sexual com outros de baixo desejo.
Hipersensibilidade: pode melindrar-se facilmente, tendo uma tendência ao
desespero, como se seu mundo fosse desmoronar-se a qualquer instante,
incapacitando-o muitas vezes de ver a realidade como ela realmente é, e buscar
soluções.
O desatento, ao contrário do combinado, traz muitas complicações para a
criança em seu ambiente socioambiental e na vida adulta, em muitas pessoas,
essas complicações tende a se intensificar, este transtorno ´só foi reconhecido em
1994 através do DSM-IV, para Pereira (2014, p. 19), os sintomas são,

São marcas registradas dessas pessoas a constante falta de atenção e


aparente falta de esforço. Mostram dificuldade de dar a partida, são lentas,
morosas, hipoativas, e tendem a adiar todas suas atividades. Com
frequência parecem estar sonhando acordadas, “no mundo da lua”, e não é
raro que ao serem chamadas pelo professor não têm ideia do que estava
sendo discutido. Todavia, a maior parte dessas pessoas tem algumas
atividades nas quais conseguem sustentar a atenção e o esforço
adequadamente, e em geral são atividades novas ou aquelas pelas quais
sentem grande interesse (informática, esportes, pintura, desenho, música,
etc.).

Ao contrário do combinado que pode ser diagnosticado desde muito cedo, o

desatento retarda a sua observação, sendo possível o reconhecimento a partir dos


nove anos de idade e mais preciso notar os prejuízos aos onze anos, podendo
complicar-se na vida adulta na universidade.
De acordo com Pereira (2014, p. 20), com o passar dos anos os portadores
do transtorno TDAH desatento podem desenvolver,

O retraimento social, timidez, fobia social; Traços obsessivos de


personalidade; Os sentimentos crônicos de incapacidade; A angústia,

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depressão; A auto-medicação (com tranquilizantes); O tabagismo e uso de
álcool.

O tratamento do transtorno TDAH, necessita da intervenção da equipe


multidisciplinar, incluindo o psicólogo, psicopedagogos, psiquiatras, terapia
ocupacional, neurologista, neuropsicólogos, pois a junção desses profissionais irá
proporcionar ao portador da TDAH, suporte para superar as suas dificuldades, e
como se trata de um transtorno neurobiológico, a medicação se faz necessária,
associada às psicoterapias e as terapias, pois a TDAH não é adquirida e sim de
nascença, na hereditariedade.
Segundo Santos (2013), a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) consiste
em quatro etapas: a psicoeducação, a psicoterapia em si, a avaliação das
comorbidades e as intervenções no ambiente.
Sendo assim, podemos afirmar seus estudos nas seguintes premissas de
tratamento pela TCC – Terapia Cognitiva Comportamental. Na Psicoeducação, o
cliente irá receber informações sobre o TDAH, permitir que o indivíduo reconheça os
sintomas e interprete os danos que estes sintomas causam, desta forma, poderão
obter novas maneiras ou estratégias para o manejo destes (BARKLEY, 2002;
DOYLE, 2006; KNAPP, 2004, ROHDE, 2003).
Na etapa 2, ou seja, na Psicoterapia é de extrema importância identificar as

crenças dos paciente, pois podem estar relacionadas ao desconhecimento da


doença de forma que o mesmo acredite ser incapaz de realizar qualquer tipo de
tarefa e se julgue inútil (DOLEY, 2006; ROHDE E MATTOS, 2003).
A psicoterapia também é muito indicada quando há presença de
comorbidades associadas ao TDAH, embora todos os casos de TDAH requererem
orientações (KLEIN & ABIKOFF, 1997).
Já a etapa seguinte consiste na avaliação das comorbidades, ou seja
identificar outros transtornos que estão associados ao TDAH, tais como: Transtorno
de Depressão, Transtorno Desafiador Opositivo e Transtorno de Conduta, embora o
Transtorno da Ansiedade seja mais comum (KLEIN & ABIKOFF, 1997). Por fim, as
Intervenções no Ambiente que são realizadas no início do tratamento ajudam o
paciente a encontrar um equilíbrio entre estrutura e liberdade (DOYLE, 2006). Nesta
etapa, o psicólogo mostra à criança que ela pode realizar as tarefas que lhe são
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impostas e que é possível conviver melhor com os outros de sua idade. Deste modo,
o terapeuta irá orientar a criança a usar lembretes, bilhetes, quadros de avisos,
cronogramas, procurar lugares silenciosos para estudar e sempre que necessário,
realizar intervalos entre uma tarefa e outra.
A participação dos pais ou dos responsáveis é de suma importância para uma
síntese satisfatória do tratamento aos portadores de TDAH, onde estes deverão
acompanhar assiduamente todo o processo de ensino psico-aprendizagem de seus
entes portadores do transtorno, em apoio, suporte ao acesso do tratamento,
locomoção, mudanças de comportamento no ambiente do lar, escolar e social
possibilitando a criança ou adulto com TDAH, tenha consciência de seu problema e
facilite a aceitação ao tratamento.
O tratamento psicológico é importante a participação de toda a família, pelo
fato de existir casos, até de separações por conflitos familiares pelos dissabores
recorrentes do comportamento de crianças portadoras do TDAH, pais inexperientes
ou com total desconhecimento sobre o que é, como é, como tratar ou lidar com esse
transtorno, existe casos de pais que negam a patologia dos filhos, colocando uma
fenda imaginária nos olhos, pois todos querem apresentar filhos saudáveis,
fisicamente e psiquicamente. O psicoterapeuta TCC é preparado para atender essa
demanda.

Palavras finais

Este estudo pretende colaborar para o progresso do entendimento,


intervenção e acompanhamento sobre o TDAH, e que venha ao encontro com o
contexto da realidade vivenciada nas questões biopsicossociais culturais de crianças
e adultos portadores de TDAH, com objetivo de demonstrar como os psicólogos
TCC, podem devolver condições saudáveis de sobrevivência às pessoas em
sofrimento pelo transtorno, através de uma intervenção multidisciplinar,
psicoeducacional, pois, o tratamento pode variar dependendo de cada portador do
transtorno TDAH, cada pessoa responde de uma forma aos tratamentos, e as
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propostas de tratamento devem ser coerentes, geralmente o TDAH, vem


acompanhado de outras comorbidades como o TOD,depressão, ansiedade, déficit
de aprendizagem, entre outros. No site do Neuro Saber (2016), informa as
comorbidades que podem estar associadas ao TDAH.
Considerando todos os quesitos de tratamentos e controles, juntamente com
profissionais qualificados para desenvolver ações psicológicas, educacionais,
sociais, psiquiátricas e neurológicas, reputa-se o objetivo deste artigo, diagnósticos e
tratamentos adequados pelos especialistas para o encaminhamento e indicação ao
melhor tratamento.
Quando o transtorno do TDAH é diagnosticado precocemente, tratados e
medicados, a criança na fase adulta, terá menos dificuldade em interagir e
desenvolver suas habilidades na interação social e psicoeducacional.
Sugere-se para a intervenção psicológica, psicólogos da Abordagem da
Terapia Cognitiva Comportamental TCC, pela premissa da tríade visionária de Beck
(2007, 2013), de como o sujeito enxerga e entende o si próprio, o outro e o mundo.
A equipe multidisciplinar é essencial para o bom desenvolvimento e controle do
transtorno, associado também à medicação, se necessário.
É necessária palestras/diálogos com os pais, conviventes ou responsáveis
pelas crianças com TDAH e colaboradores das instituições que recebem esse tipo
de demanda para capacitação, orientações de como lidar com a situação. O estudo
espera ainda, colaborar para uma compreensão do que seja o TDAH, quais as
limitações, sofrimentos, comportamentos dos portadores do transtorno e poder
ajudá-los, a saber, lidar com os sintomas, e tratamentos através de intervenções da
equipe multidisciplinar.

Referências
BECK, Judith S. Terapia Cognitiva para Desafios Clínicos: O que Fazer quando o
Básico não Funciona. Porto Alegre: Artmed, 2007.

_______. Terapia Cognitiva Comportamental: teoria e prática. 2ed- Porto Alegre:


Artmed.2013.

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BARKLEY, R. A. Transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade (TDAH): guia


completo e autorizado para os pais, professores e profissionais da saúde. Tradução
de Luís Sérgio Roizman. Porto Alegre: Artmed, 2002.

CALIMAN, L.V. O TDAH: entre as funções, disfunções e otimização da atenção. In


Psicologia em Estudo. Maringá, v. 13, n. 3, 2008.

DSM-5. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. (Trad. Maria


Inês Corrêa Nascimento ... et al.). 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
DOYLE, B. B. Understanding and Treating Adults with Attention Deficit
Hyperactivity Disorder. Washington: American Psychiatric Publishing, 2006.

NEURO SABER. Crianças com TDAH podem ter outros transtornos associados?
Disponível em: https://neurosaber.com.br/criancas-com-tdah-podem-ter-outros-
transtornos-associados/. Acesso em: 08 de Abril de 2019.

PEREIRA, M. S. B. Déficit de Atenção ou TDAH. 1º Módulo. Ganhe Sempre. 2014.


Disponível em: file:///C:/Users/meu/Desktop/LIVRO%20TDAH.pdf. Acesso em: 07
de Abril de 2019.

KNAPP, Paulo. Terapia Cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica. Porto


Alegre:Artmed, 2004.

KLEIN, R. G., & ABIKOFF, H. Behavior therapy and methylphenidate in the


treatment of children with ADHD. Journal of Attention Disorders, 1997

ROHDE, L. A. & Mattos, P. Princípios e práticas em transtorno de déficit de


atenção/hiperatividade. Porto Alegre: Artmed., 2003.

SANTOS B. PIOVESAN, G. GOMES, I. GOULART K.OLIVEIRA L. TEIXEIRA, S. A


Atuação do Psicólogo no Apoio à Criança com TDAH (2013). Disponível em:
https://psicologado.com.br/psicopatologia/transtornos-psiquicos/a-atuacao-do-
psicologo-no-apoio-a-crianca-com-tdah. Acesso em: 07 de Abril de 2019.
RCC, Juara/MT/Brasil, v. 5, n. 1, p. 69-79, maio/ago. 2019, ISSN: 2525-670X 79

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