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CAPA

V.8, N o 4, 2016.
ÍNDICE DE CONFIANÇA DO MICRO E PEQUENO EMPRESÁ-
RIO DO ESTADO DO MARANHÃO (IC-MPEM)

PEQUENAS EMPRESAS
O IC-MPEM do quarto trimestre de 2016 registou agravamento
no Maranhão
do pessimismo dos empresários maranhenses, após dois tri-
mestres de melhora no índice.
Índice de Confiança do Micro e Pequeno Empresário do Estado Maranhão (IC-MPEM)

O Índice de Confiança do Micro e Pequeno Quadro 1 - Índice de Confiança dos Micro e Pequeno
Empresário do Maranhão (IC-MPEM), referente Empresário do Maranhão – 3° Tri//16 e 4° Tri/16.
ao 4º trimestre de 2016, mostra que os proprietá-
rios das MPE elevaram o pessimismo em relação
ao desempenho dos seus negócios. IC-MPEM

Em uma escala de 0 a 100, em que 100 re-


presenta um otimismo incondicional, 50 a neutra-
lidade e 0 o absoluto pessimismo, esse índice
(IC-MPEM) tem como objetivo medir o impacto da
conjuntura econômica nas MPE maranhenses e
suas expectativas, através de perguntas sobre o
faturamento, investimento, ocupações e inadim-
plência relativos ao mês anterior (Índice de Situ-
ação Presente –ISP) assim como as expectativas
ISP ISF IC-MPEM
para os próximos três meses (Índice de Situação
Futura – ISF). 65 62,7
60 58,5
O IC-MPEM do 4º trimestre de 2016, foi cal- 56,8 57,7
54,5 54,7 55,9
53,9
culado através de levantamentos estatistica- 55 52,3 55,1
55,4
mente controlados nos municípios de São Luís e 50 52,2
50,0
50,0
Imperatriz (totalizando 742 entrevistas), realiza- 45 46,0
44,3 44,0 42,9
das na segunda semana de novembro de 2016. 40 43,2 43,8
O resultado observado refere-se à média simples 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º
trim. trim. trim. trim. trim. trim. trim. trim. trim. trim.
dos índices obtidos em São Luís e Imperatriz. /2014 /2014 /2015 /2015 /2015 /2015 /2016 /2016 /2016 /2016
Com base nesses critérios, observa-se re-
dução de 0,8 pontos (p.) na confiança dos micros
Fonte: SEBRAE/Cenário Consultoria
e pequenos empresários maranhenses, do 3º
para o 4º trimestre de 2016. Com esse resultado, soma-se seis trimestres em que o índice se mantêm em
patamar pessimista.
Comparando a situação presente - ISP (42,9) e a situação futura - ISF (55,1) do 4º trimestre de 2016, com
o trimestre anterior, nota-se que o ISP apresentou decréscimo de 0,9 p., após um trimestre de elevação do
índice. O ISF, por sua vez, apresentou redução de 0,8 p. em relação ao trimestre anterior. Apesar do ISF se
manter no intervalo de otimismo moderado, o declínio do índice mostra os empresários maranhenses retroce-
deram suas expectativas relação ao desempenho econômico, após dois trimestres de elevação do índice.

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ÍNDICE DE CONFIANÇA DO MICRO E PEQUENO EMPRESÁ-
RIO DO ESTADO DO MARANHÃO (IC-MPEM)

PEQUENAS EMPRESAS
no Maranhão
O detalhamento do ISP e do ISF (Gráfico 1), segundo os valores obtidos em cada uma das variáveis
(subíndices) componentes, assim como as questões adicionais, possibilitam entender melhor a diferença do
IC-MPEM do 3º trimestre de 2016 em relação ao período anterior.

Gráfico 1 – Indicador médio padronizado das respostas de situação presente e de expectativas futuras -
3° Tri//16 e 4° Tri/16
-- 10,00
10,0 20,00
20,0 30,00
30,0 40,00
40,0 50,00
50,0 60,00
60,0 70,00
70,0 80,00
80,0 90,00
90,0 100,00
100,0

**Ritmo
Ritmode
decrescimento
crescimento 75,077,8
73,6
75,5
Expectativas Fu-
Indicadores de

Volume
Volumede
deInvestimentos
Investimentos 60,764,9
61,7 74,9
tura

Pessoas
PessoasOcupadas
Ocupadas 55,2
56,2
54,2
56,8
Inadiplência
Inadiplênciados
dosClientes
Clientes 36,241,5
40,7
40,1
Faturamento
FaturamentoAnual
Anual 68,4
71,5
67,1
79,4
**Situação
Situaçãodos
dosNegócios
Negócios 41,8 56,0
40,0 55,6
Indicadores de Situação

**Volume
Volumede
decompras
comprasnos
nosFornecedores
Fornecedores 44,3 57,7
44,1 56,5
Volume
Volumede
deInvestimentos
Investimentos 47,2 59,3
48,2
Presente

58,4
**Endividamento 46,3
48,8
Endividamento 50,8
48,0 4º trimestre
Pessoas
PessoasOcupadas
Ocupadas 43,8 51,6
42,5 49,6 3º trimestre
Inadiplência 45,145,8 4º trimestre de 2016
Inadiplênciados
dosClientes
Clientes 51,6
47,4
Faturamento
FaturamentoAnual
Anual 35,5 51,9 3º trimestre de 2016
32,8 44,5
0%
0% 10%
10% 20%
20% 30%
30% 40%
40% 50%
50% 60%
60% 70%
70% 80% 90% 100%

Fonte: SEBRAE/Cenário Consultoria Nota (*): Indicadores que não fazem parte do cálculo do IC-MPEM

Após 5 trimestres consecutivos de arrefecimento, o ISP havia apresentado leve melhora (0,6 p.) no 3º
trimestre de 2016, porém no 4º trimestre de 2016 os empresários voltaram a sinalizar acréscimo do pessimismo,
o que resultou no pior resultado (42,9) da série 3º tri./2014 a 4º tri./16. Dentre os fatores que pesaram para o
aumento do pessimismo dos empresários maranhenses em relação à situação atual dos negócios, estão: I) a
instabilidade política nacional; II) o aumento de 2,3 pontos percentuais no percentual de famílias endividadas,
na passagem de setembro para outubro, saindo de 69,9% para 72,2%, segundo a pesquisa de Endividamento
e Inadimplência do Consumidor – PEIC realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
do Estado do Maranhão – Fecomércio/ MA; III) e queda de 8,7% no volume de vendas do varejo ampliado do
Maranhão na comparação interanual (contra setembro de 2015).
Desagregando o ISP por componentes, percebe-se que o declínio do índice foi ocasionado principalmente
pelo subíndice Inadimplência dos Clientes, cuja a redução foi de (6,5 p.), e em menor intensidade pelo subíndice
de Volume de Investimentos (-1,0 p.). O subíndices Faturamento Anual e Pessoas Ocupadas, apesar de apre-
sentarem aumento de 2,7 p. e 1,3 p., respectivamente, mantêm-se como subíndices de pior avaliação pelos
empresários dentre os indicadores que compõem o ISP. No trimestre anterior, o subíndice Inadimplência dos
Clientes já havia apresentado piora. Com o resultado do 4º trimestre de 2016, o subíndice Inadimplência dos
Clientes, que era única variável do ISP a permanecer com avaliação classificada como otimista, a foi para o
campo pessimista (45,1).
Avaliando, por meio do indicador Situação dos Negócios, a percepção dos empresários em relação ao
desempenho dos empreendimentos relacionados ao mesmo ramo de atividade dos seus negócios, evidencia-
se que os empresários acreditam que os demais estabelecimentos estão apresentando desempenho melhor

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ÍNDICE DE CONFIANÇA DO MICRO E PEQUENO EMPRESÁ-
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PEQUENAS EMPRESAS
que o registrado em seus empreendimentos, posto que o índice apresentou significativa melhora (1,8 p.), em
nodeMaranhão
relação ao trimestre anterior. O índice Volume Compra nos fornecedores, permaneceu praticamente inalte-
rado (+0,3 p.) e evidencia que os empresários esperam a manutenção do volume de vendas nos seus negócios.
Lembra-se que esses dois indicadores não estão inclusos no cálculo do ISP, mas são importantes na avaliação
do ISP obtido.
No tocante as variáveis que compõem o Índice de Expectativas Futuras, percebe-se que apesar da me-
lhora do subíndice de expectativa de Faturamento (1,3 p.) e do subíndice de expectativa de ocupações (1,0 p.),
houve elevado decréscimo das expectativas no subíndices Inadimplência dos Clientes (-4,5 p.) e em menor
intensidade no volume de Investimentos (-1,0 p.).
Vale destaca que apesar do decréscimo do otimismo em relação ao futuro dos seus negócios (ISF), prin-
cipalmente em decorrência de um possível aumento da inadimplência, os empresários presumem que o Ritmo
de Crescimento da economia tenderá para uma leve melhora, porém, sem capacidade de alavancar o desem-
penho dos seus negócios.

IC-MPEM segundo o porte e setor das empresas

Foram pesquisadas Micro e Pequenas Empresas dos setores de Serviços, Indústria e , fazendo-
se, distinção entre as empresas que eram Micro Empreendedores Individuais – MEI. Por conseguinte, a pes-
quisa possibilita análise da confiança dos empresários segundo o porte e o setor.

Gráfico 2: IC-MPEM por Porte e Setor – 3° Tri//16 e 4° Tri/16

3º trimestre de 2016 4º trimestre de 2016


100
Os resultados da sondagem de 90
confiança, mostram que a avalia- 80
ção dos empresários, referente ao 70
terceiro trimestre de 2016, foi 60 50,251,3 48,9 48,047,9 48,848,0 48,948,2 49,047,3 48,848,0
mais pessimista em todos os se- 50 47,5
tores de atividade pesquisados e 40
nas ME e MEI. 30
20
10
0
PE ME MEI MPE Serviços Indústria Comércio

Fonte: SEBRAE/Cenário Consultoria

No que se refere ao porte das empresas, nota-se que apenas as Pequenas Empresas – PE que apresen-
taram elevação do índice (de 50,2 no 3º tri/2016 para 51,3 no 4º tri/16), e a maior aumento do pessimismo,
entre o 3º e o 4º trimestre de 2016, foi registrado nas Micro Empresas - ME (-1,4 p.) que assumiu a posição de
setor com pior avaliação (47,5). O MEI registrou leve piora de 0,2 p. no índice.
Já os resultados por setor, a comparação entre o 2º e o 3º trimestre de 2016, mostra que o setor da
Indústria apresentou a maior redução de (-1,7 p.) e assume a posição de segmento com menor avalição pelos

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RIO DO ESTADO DO MARANHÃO (IC-MPEM)

PEQUENAS EMPRESAS
empresários (47,3 pontos). Os índices do Comércio e o do Serviço apresentaram redução de 0,7 cada, e
no Maranhão
ficaram com 48,2 e 48 pontos, respectivamente. (Gráfico 2)
Detalhando a contribuição do Índice de Situação Presente (ISP) e Índice de Situação Futura (ISF) no IC-
MPEM, segundo porte e setor das empresas, verifica-se que quanto as PE foram as únicas a apresentar vari-
ação positiva nas duas óticas, no 4º trimestre de 2016. No que se refere ao Porte e ao Setor, as MEs e as
Indústrias foram as que apresentaram maiores reduções (ME: -1,1p ISP e -1,9p ISF; Indústria: -1,6p ISP e -
1,7p ISF) (Gráfico 3).

Gráfico 3: IC-MPEM por Porte e Setor, desagregado pelo ISP e ISF – 3° Tri//16 e 4° Tri/16

3º trimestre de 2016
100
4º trimestre de 2016
90
80
70
57,1
60 55,4 56,354,4 55,255,7 55,955,1 55,654,8 55,653,9 56,255,7
47,1 44,1
50 46,5 43,6 42,5 43,0 42,3 43,8 44,242,6 43,4
42,9 43,5 42,6
40
30
20
10
0
PE ME MEI MPE Serviços Indústria Comércio

Fonte: SEBRAE MA/Cenário Consultoria Nota (*): Indicadores que não fazem parte do IC-MPEM

Quando se desagrega os resultados da sondagem pelos dois municípios pesquisados, para os dois últi-
mos trimestres, observa-se os dois apresentaram redução, mas com maior intensidade em São Luís (-1,1 p.)
do que em Imperatriz (-0,5 p.). São Luís registra aumento no índice pelo segundo trimestre consecutivo e se
aproxima cada vez mais do IC-MPEM de Imperatriz. Imperatriz, por sua vez, havia registrado crescimento no
trimestre anterior e por apresentar menor redução no índice, entende-se que a recuperação econômica de
Imperatriz está ocorrendo antes da Capital. (Tabela 1).
Observando os dois municípios de pesquisa, segundo o ISP e o ISF, verifica-se que em São Luís o ISP
apresentou maior redução (-1,4p) enquanto em Imperatriz foi o ISF (-0,9p), sendo que ambos os índices regis-
traram recuo nos dois municípios. Em São Luís, todos os portes e setores apresentaram queda no ISP, no ISF
as reduções foram nas MEs, Indústria e Comércio. Em Imperatriz, apenas as MEIs e as PEs registraram cres-
cimento no ISP, quanto ao ISF, apenas as PEs e Comércio apresentaram variação positiva.

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ÍNDICE DE CONFIANÇA DO MICRO E PEQUENO EMPRESÁ-
RIO DO ESTADO DO MARANHÃO (IC-MPEM)

PEQUENAS EMPRESAS
Tabela 1: IC-MPEM por Porte e Setor, São Luís e Imperatriz – 3º tri/16 e 4º
no Maranhão
tri/16
Porte / São Luís Imperatriz
A tabela mostra que
Setor ISP ISF IC-MPEM ISP ISF IC-MPEM
para São Luís e Impera-
Trimestre III/16 IV/16 III/16 IV/16 III/16 IV/16 III/16 IV/16 III/16 IV/16 III/16 IV/16
triz, as expectativas futu-
ras foram melhores ava- MPE 42,5 41,0 55,8 55,1 48,0 46,9 45,1 44,8 56,1 55,2 49,7 49,1
liadas peles micro e pe- MEI 42,0 40,5 54,5 55,8 47,2 46,9 43,9 44,0 55,8 55,6 48,9 48,9
quenos empresários. ME 42,0 40,7 56,3 54,3 47,9 46,3 45,3 44,3 56,3 54,6 49,9 48,6
PE 46,0 44,7 55,6 56,7 50,0 49,7 47,0 49,5 55,2 57,5 50,4 52,8
Serviços 43,4 42,3 55,6 56,1 48,5 48,0 44,8 44,7 55,6 53,6 49,3 48,4
Indústria 42,0 40,1 55,0 54,7 47,4 46,2 46,5 45,1 56,2 53,0 50,5 48,4
Comércio 42,0 40,5 56,1 54,5 47,9 46,3 44,9 44,7 56,3 56,8 49,7 49,8
Fonte: SEBRAE/Cenário Consultoria

As diferenças de IC-MPEM registradas em São Luís e Imperatriz podem ser verificadas no mercado de
trabalho formal divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social para o período de janeiro a outubro
de 2016, em que entre os 217 municípios do Estado, Imperatriz foi o com maior saldo empregos formais (+851),
impulsionado pelas as admissões líquidas no setor de Serviços (1.769). São Luís, por sua vez, foi o município
que registrou o maior saldo negativo de empregos formais no período, com 4.518 demissões liquidas, concen-
tradas nos segmentos da Construção Civil (-4,9 mil) e Comércio (-1,9 mil).
De modo geral, após dois trimestres consecutivos de melhora, o sugere um leve recuo na economia do
Estado. Destaca-se ainda que a contribuição, ainda que tênue, do ISP na variação negativa do IC-MPEM sugere
que a confiança dos micro e pequenos empresários se manterá no campo pessimista no início de 2017.

ÍNDICE DE COMPETITIVIDADE E INOVAÇÃO DAS MICRO E PEQUENO EMPRESÁRIO DO ESTADO DO MA-


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