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Por: Camila Ingrid, Érica Nathália e Maria do Socorro

A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA, AINDA UM DESAFIO

A gestão escolar democrática é um tema recorrente entre os


educadores, tanto na esfera pública quanto na esfera privada, nos discursos
não há quem seja a favor de uma escola autoritária, contra princípios de
autonomia e liberdade, no entanto, na prática nem sempre é assim que
acontece. Esse é um tema que ainda desafia muitos gestores de escolas
brasileiras.

No final dos anos 80, a ideia de gestão democrática tinha seu começo,
período o qual o Brasil entrava em processo de redemocratização e começava
uma nova base de regime político, a democracia, organização política em que
o povo é soberano pode escolher seus representantes, trazendo também a
responsabilidade para a política educacional, que é definido pela Constituição
Federal/88 que estabeleceu princípios para a educação brasileira, dentre eles:
obrigatoriedade, gratuidade, liberdade, igualdade e gestão democrática, sendo
esses regulamentados através de leis complementares. Enquanto lei
complementar da educação, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB nº 9.394/96) estabelece e regulamenta as diretrizes gerais para a
educação e seus respectivos sistemas de ensino. Em cumprimento ao art. 214
da Constituição Federal, ela dispõe sobre a elaboração do Plano Nacional de
Educação – PNE (art. 9º), resguardando os princípios constitucionais e,
inclusive, de gestão democrática.

A gestão escolar democrática é o modelo de organização no qual


prioriza a participação do coletivo, nela gestores, professores, funcionários,
pais, alunos e todos envolvidos na comunidade escolar podem opinar de
maneira ativa nas decisões. Por ser descentralizada, busca por uma relação
horizontal, não existe hierarquia nas tomadas de decisões. De forma
participativa a comunidade escolar é envolvida nas decisões para elaboração
do Projeto Político Pedagógico, para o uso dos recursos financeiros e o
acompanhamento do processo de aprendizagem.

Na experiência vivida no Estágio Supervisionado em Gestão e


Coordenação Pedagógica, tivemos uma situação bem comum às escolas
brasileiras, onde oficialmente a escola desfruta de uma gestão democrática,
mas na prática vive uma gestão centralizadora, onde toda tomada de decisão
parte do diretor, há um caráter de gerencialismo, apesar do bom
relacionamento existente entre a equipe gestora, a tomada de decisão parte
apenas de um gestor, deixando assim, os demais atores desse processo, como
passivos. Sabemos, no entanto que, uma gestão democrática, implica um
processo de participação coletiva, não basta a implantação do processo de
escolha de dirigentes escolares. Nesse sentido, para a efetivação da gestão
democrática na escola, devem ser observados alguns pontos básicos como,
por exemplo, a criação de órgão colegiado, a construção do Projeto Político
Pedagógico (PPP) com a participação de toda comunidade escolar entre outros
pontos. É necessária a existência de um espaço para o diálogo, para que
trocas aconteçam e só assim, gestores, coordenadores, professores,
funcionários, pais e alunos reconheçam suas parcelas de contribuições para o
sucesso do trabalho educativo.

Dar voz ao coletivo é a melhor maneira de manter uma gestão escolar


democrática eficaz, criando oportunidades de participação pela
responsabilidade e esforço coletivo para consolidação dos objetivos
educacionais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CORDEIRO, K. A. S.; SOARES, Z. M. P. Projeto de intervenção no estágio:


contribuições para formação de professores .Crítica Educativa (Sorocaba/SP),
v. 4, n. 1, p. 112-122, jan./jun.2018.

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