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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.

Centro de Ciências Humanas e Sociais - CCH


Curso: Licenciatura em Biblioteconomia – 2° período – noite.
Disciplina: História do Livro e das Bibliotecas I.
Professor: Fabiano Cataldo.
Aluno: Roge Cavalcante da Silva. Turma: LIBN2

Tema 8: Gutenberg e a invenção da imprensa

BARBIER, Frédéric. Gutenberg e a invenção da imprensa. In:______. História do


livro. São Paulo: Paulistana, 2008, p. 119-141.

Comentário:

Com detalhes relevantes, que vão além do habitual, o Prof. Dr. Frédéric
Barbier, em seu texto intitulado “Gutenberg e a invenção da imprensa,” conta a
trajetória de Gutenberg e a dimensão que seu invento alcançou.
Barbier (2008) considera que Gutenberg nascera na Alemanha, na cidade de
Maiença (ou Mogúncia). Johann (ou Henne) Genfleisch era o nome verdadeiro do
inventor, e, Gutenberg, correspondia ao “nome da insígnia da casa em que nasceu”
(BARBIER, 2008, 119). Nessa casa Gutenberg montaria mais tarde sua oficina de
tipografia.
Segundo Barbier (2008), Gutenberg, antes se estabelecer como impressor
aprendeu a técnica de ourives, e ainda foi sócio de uma fábrica de espelhos. O
trabalho com espelhos exigia certo domínio da metalurgia. Talvez essas
experiências anteriores justifiquem a destreza de Gutenberg na fabricação dos tipos
móveis de metal utilizado na impressão de textos.
Outros dois elementos, apontados por Barbier (2008), importantes para a
criação da tipografia é a da maquina de fundir e a prensa. A máquina de fundir
tornou possível a produção dos caracteres em metal (material mais resistente a
pressão da maquina). Já a prensa, maquina antiga que utilizava o principio da força
vertical para amassar frutas e produzir o vinho, foi de grande relevância, pois esse
mesmo princípio foi empregado por Gutenberg na construção de seu maquinário, o
que nos faz supor que o inventor possuía um conhecimento prévio a prensa antiga.
Com essas questões, inferimos que a imprensa se tratou do emprego e
desenvolvimento de técnicas já existentes.
De acordo com o escritor, antes da impressão da Bíblia de 42 linhas
(aproximadamente em 1455) o ateliê de Gutenberg imprimiu o Arsminor, de Donat, e
cartas de indulgência. Contudo foi a Bíblia de 42 linhas um marco. Foram impressos
cerca de cento e oitenta exemplares, no qual foram previamente vendidos na feira
de Frankfurt (BARBIER, 2008). Acreditamos que a escolha da Bíblia como primeiro
livro produzido em maior escala ocorreu, em parte, por motivos financeiros. Segundo
Barbier (2008) calcula-se que houvesse na oficina de Gutenberg quatro prensas e
dezoito trabalhadores, entre eles compositores e impressores, isso demanda um alto
custo. No século XV a Bíblia era um livro muito estimado, daí sua boa aceitação no
mercado.
No tocante ao estabelecimento e difusão da tipografia Barbier (2008) atenta
para o surgimento da sociedade capitalista. Muitas oficinas foram financiadas por
ricos negociantes, isso inclusive afeta a política de difusão do invento, que se
espalha pela Europa e de forma maior intensa nos grandes centros. Já no Oriente
essa lógica capitalista ganha resistência pela própria rigidez do regime político, isso
retarda o desenvolvimento de um tipo peculiar de impressão encontrado nessa
região, a xilografia (BARBIER, 2008).
O capitalismo que impulsionava o mercado livreiro alcançou a oganização do
trabalho nas oficinas tipográficas. Sobre isso Barbier (2008) aponta para a presença
de diversos profissionais que a estrutura de trabalho exigia, como impressores,
compositores, autores, e até carpinteiros. O livro passou a ser produzido em escala
espantosa, e muitos trabalhadores eram submetidos ao trabalho exaustivo. Estima-
se que eram produzidas nas oficinas da França cerca de 3350 folhas em doze horas
de trabalho ininterrupto. Tais condições de trabalho provocam a primeira greve de
trabalhadores (BARBIER, 2008).
Diante dos apontamentos de Barbier (2008) percebemos que na historia da
impressão existem pontos que não são comumente apresentados a sociedade. Em
Barbier (2008) é tratada origem e a história de Johann Genfleisch, o dito Gutenberg,
e especialmente, a revolução ocorrida com a chegada imprensa.

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