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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

WENDELL DE OLIVEIRA MIRANDA

RELAÇÃO ENTRE OS INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS E AS


VARIAÇÕES DAS COTAÇÕES DAS AÇÕES: ANÁLISE DAS EMPRESAS COM IPO
LISTADAS NO ÍNDICE SMLL DA B3.

NATAL/RN
JUNHO/2019
WENDELL DE OLIVEIRA MIRANDA

RELAÇÃO ENTRE OS INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS E AS


VARIAÇÕES DAS COTAÇÕES DAS AÇÕES: ANÁLISE DAS EMPRESAS COM IPO
LISTADAS NO ÍNDICE SMLL DA B3.

Monografia apresentada à Banca Examinadora da


Universidade Federal do Rio Grande do Norte como
requisito final à obtenção do grau de Bacharel em
Ciências Contábeis.
Orientador(a): Profª MSc. Vanessa Câmara de Medeiros

NATAL/RN
JUNHO/2019
WENDELL DE OLIVEIRA MIRANDA

RELAÇÃO ENTRE OS INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS E AS


VARIAÇÕES DAS COTAÇÕES DAS AÇÕES: ANÁLISE DAS EMPRESAS COM IPO
LISTADAS NO ÍNDICE SMLL DA B3.

Trabalho de Monografia apresentado ao curso de


Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte – UFRN, como pré-requisito para obtenção do grau
de Bacharel em Ciências Contábeis.

NATAL/RN
JUNHO/2019
FICHA CATALOGRÁFICA

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN


Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Miranda, Wendell de Oliveira.


Relação entre os indicadores econômico-financeiros e as
variações das cotações das ações: análise das empresas com IPO
listadas no índice SMLL da B3 / Wendell de Oliveira Miranda. -
2019.
53f.: il.

Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade


Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais
Aplicadas, Departamento de Ciências Contábeis. Natal, RN, 2019.
Orientador: Profª Me. Vanessa Câmara de Medeiros.

1. Mercado financeiro - Monografia. 2. Mercado de capitais -


Monografia. 3. Índice Small Cap - Monografia. 4. Indicadores
econômicos e financeiros - Monografia. 5. Variação das cotações
- Monografia. I. Medeiros, Vanessa Câmara de. II. Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/Biblioteca do CCSA CDU 336.76

Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-15/355


FOLHA DE APROVAÇÃO

WENDELL DE OLIVEIRA MIRANDA

RELAÇÃO ENTRE OS INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS E AS


VARIAÇÕES DAS COTAÇÕES DAS AÇÕES: ANÁLISE DAS EMPRESAS COM IPO
LISTADAS NO ÍNDICE SMLL DA B3.

Monografia apresentada à Banca Examinadora da Universidade Federal do Rio


Grande do Norte como requisito final à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovado em 21 de junho de 2019.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________
Profª MSc. Vanessa Câmara de Medeiros

____________________________________________________________
Prof. MSc. Arlindo Nonato Morais de Souza

____________________________________________________________
Prof. MSc. Égon José Mateus Celestino
AGRADECIMENTOS

Na vida, deve-se gratidão a todas as pessoas e circunstâncias. Quando não se leva algo
de concreto de uma experiência, no mínimo ganha-se o aprendizado. Entretanto, quando se
expressa gratidão, creio que não só reflete aquilo que sentimos, mas nós propormos a sermos
melhores como seres humanos e insistimos a nos concentrar no que a vida tem de melhor.
Expresso minha gratidão a Deus. Não somente creio Nele, mas convivo, sinto, penso,
falo como Ele. É presente em minha vida em todos os momentos. Toda a minha vida subsiste
por Ele sem Ele, nada existiria.
Gratidão à família e amigos. Considero todos como família. Uns mais próximos e
outros não. Gratos aos meus irmãos e amigos, minha segunda família. Aqueles que dividem a
mesma fé que a minha e nós ajudam na caminhada.
Grato à família PROGRAD, aos colegas, pela paciência e contribuição que vocês dão
de diversas formas, cada uma na sua peculiaridade. Ao colega Fábio Barreto, pelas conversas
e refeições antes das aulas.
Gratidão ao Curso de Ciências Contábeis. Aos docentes do curso, colegas de turma.
Gratidão a minha querida orientadora Vanessa Medeiros. Obrigado pelo otimismo no
desenvolver trabalho e paciência com minha pessoa. Meus conceitos de orientação e zelo ao
ensino foram acrescidos.
RESUMO
A Oferta Pública Inicial (IPO) tem se revelado como alternativa para o financiamento das
empresas, sem que essas recorram a empréstimos financiamentos. Assim, muitas empresas
optam pela abertura de capital como meio de financiar suas operações de expansão. Este
trabalho teve como objetivo avaliar a relação dos indicadores econômico-financeiros com as
variações das cotações das ações após o IPO das empresas listadas no índice Small Cap
(SMLL) da bolsa de valores (B3 – Brasil, Bolsa, Balcão). Foi realizada uma análise através de
regressão linear múltipla com um banco de dados com 21 empresas em 7 setores, com
abertura de capital entre 2009 e 2017. A análise compreendeu indicadores de rentabilidade,
desempenho, estrutura de capitais, solvência e mercado de capitais, como: margem líquida ou
retorno sobre as vendas (RSV), retorno sobre o ativo (ROA), retorno sobre o investimento
(ROI), retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), participação sobre capital de terceiros
(PCT), composição de endividamento (CE), preço sobre o lucro (P/L), preço sobre o NOPAT
(P/NOPAT), valor econômico agregado (EVA) e variação da cotação. O estudo mostrou
indicadores como EVA teve relação com as variações de preços somente no setor de serviços
de utilidade pública. Já outros indicadores como P/NOPAT, CE, PCT e ROI tiveram
correlação negativa entre muitos setores. Nos setores de atendimento à saúde, industrial e
serviços de utilidade pública, os indicadores ROA e RSV apresentaram-se estatisticamente
significantes mas com relações diferentes. Assim, foi encontrado relações de significância
positivas e negativas para a maioria dos setores analisados com as variações das cotações após
o IPO das empresas, sugerindo que há relação com indicadores e impacto nas variações de
preços das ações com abertura de capital. Indicadores de rentabilidade e desempenho
mostraram-se estatisticamente significantes com as variações das cotações de forma positiva
e negativa variando de acordo com o setor. Já os indicadores de estrutura de capitais e
solvência foram significantes negativamente, mostrando variação negativa com as cotações
para empresas mais endividadas.

Palavras-chaves: IPO, indicadores econômicos e financeiros, SMLL. variações das cotações.


ABSTRACT

The Initial Public Offering (IPO) has proved to be an alternative for the financing of
companies, without which they resort to financing loans. Thus, many companies opt for the
opening of capital as a means of financing their expansion operations. The objective of this
study was to evaluate the relationship between economic and financial indicators and stock
price changes after the IPO of the companies listed in the Small Cap Index (SMLL) of the
stock exchange (B3 - Brasil, Bolsa, Balcão). A multiple linear regression analysis was
performed with a database of 21 companies in 7 sectors, with capital outlay between 2009 and
2017. The analysis included indicators of profitability, performance, capital structure,
solvency and capital markets, as : net margin or return on sales (RSV), return on assets
(ROA), return on investment (ROI), return on equity (ROE), equity interest (PCT), debt
composition EC), price on profit (P / L), price on NOPAT (P / NOPAT), aggregate economic
value (EVA) and price variation. The study showed indicators such as EVA was related to
price variations only in the utility sector. Other indicators such as P / NOPAT, CE, PCT and
ROI had negative correlation among many sectors. In the healthcare, industrial and public
utility sectors, the ROA and RSV indicators were statistically significant but with different
relationships. Thus, positive and negative significance relations were found for most of the
sectors analyzed with the changes in the prices after the IPO of the companies, suggesting that
there is a relation with indicators and impact on the price variations of shares with IPO.
Indicators of profitability and performance were statistically significant with the variations of
the prices in a positive and negative way varying according to the sector. On the other hand,
the indicators of capital structure and solvency were negatively significant, showing a
negative variation with the prices for more indebted companies.

Keywords: IPO, economic and financial indicators, SMLL. changes in quotations.


.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Lista de empresas da amostra final – lista SMLL........................................ 28


Tabela 2 - Análise descritiva dos indicadores de rentabilidade e desempenho............ 33
Tabela 3 - Análise descritiva dos indicadores de estrutura de capitais e solvência...... 34
Tabela 4 - Análise de regressão múltipla: indicadores X var. cot. (21 empresas)....... 35
Tabela 5 - Análise de regressão múltipla: indicadores X var. cot. Setores:
atendimento à saúde e bens de consumo discricionário................................................ 37
Tabela 6 - Análise de regressão múltipla: indicadores X var. cot. Setores: industrial
e serviços de utilidade pública...................................................................................... 38
Tabela 7 – Resumo das significâncias e relação entre as variáveis.............................. 39
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Estudos anteriores da relação do IPO com indicadores econômico e


financeiros..................................................................................................................... 25
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Divisão de empresas por setores................................................................ 32


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 13
1.1 CONTEXTO E PROBLEMÁTICA.............................................................. 13
1.2 OBJETIVOS................................................................................................. 14
1.2.1 Geral.................................................................................................. 14
1.2.2 Específicos........................................................................................ 14
1.3 JUSTIFICATIVA........................................................................................ 14
2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................... 16
2.1 MERCADO FINANCEIRO.......................................................................... 16
2.2 MERCADO DE CAPITAIS E BRASIL, BOLSA, BALCÃO (B3)............. 16
OFERTA PÚBLICA INICIAL DE AÇÕES (IPO) E ÍNDICE SMALL
2.3 18
CAP...............................................................................................................
2.4 ÍNDICES ECONÔMICOS-FINANCEIROS DE ANÁLISE....................... 20
3. METODOLOGIA................................................................................................. 27
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA E DO MÉTODO........................... 27
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA....................................................................... 27
3.3 ESCOLHAS DAS VARIÁVEIS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO.......... 29
4. ANÁLISE DE DADOS......................................................................................... 32
4.1 ANÁLISE DESCRITIVA............................................................................. 32
4.2 ANÁLISE DOS DADOS.............................................................................. 34
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 41
REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 43
APÊNDICE A – Empresas listadas no Índice Small Cap (SMLL) na B3.................. 46
APÊNDICE B – Empresas não contempladas na análise............................................ 48
APÊNDICE C – Indicadores econômicos e financeiros das empresas....................... 50
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1. INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO E PROBLEMÁTICA

Alguns dos problemas dos países emergentes, incluindo o Brasil, são as altas taxas de
juros adotadas no mercado tornando o crédito caro e escasso (OREIRO, 2012). Tal fato
dificulta que empresas e empreendedores possam movimentar o mercado através de
investimentos em novos negócios e melhoria dos já existentes. As altas taxas de juros
cobradas encarecem o crédito e trazem insegurança de retorno numa economia instável.
Para o empresário ou empreendedor, há a opção de investir com recursos próprios,
como recursos de caixa da empresa com a intenção de reter resultados ou mesmo optar por
recursos com capital de terceiros com objetivo de distribuir resultados. A decisão de usar
capital próprio ou de terceiros depende de vários fatores adotados pela empresa
(SCHNORRENBERGER, 2013). Uma outra opção é a abertura de capital da sociedade
através da Oferta Pública Inicial de Ações no mercado.
As empresas partem para a abertura de capital com objetivo de realizar projetos de
investimentos, e em troca aos seus acionistas, oferecem participação no capital social da
empresa (OLIVEIRA, 2014). Vemos que uma das opções para obter recursos é a abertura de
capital da sociedade através da Oferta Pública Inicial de Ações (IPO) na Bolsa de Valores.
A partir daí, a sociedade anônima abre seu capital para venda de suas ações na bolsa.
Anteriormente, a empresa deve se adequar a vários pré-requisitos necessários e avaliar o
quanto sua sociedade pode estar preparada ou não a exposição ao mercado acionário.
Abrindo o capital, a companhia deve se adequar as normas da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) e à Brasil, Bolsa, Balcão (B3), prezando por um nível satisfatório de
transparência com seus investidores. Todo o êxito no processo de IPO e levantamento de
recursos no mercado estarão atrelados à avaliação dos seus acionistas e nível de expectativa
de retorno que seus investidores poderão ter.
Empresas com menores valores de mercado podem representar maior potencial
de crescimento e, ao mesmo tempo, risco para investidores, uma vez que estão em expansão
no mercado e maturação nos negócios. As Small Caps ações de empresas de pequena
capitalização, maior volatilidade e um teor mais arriscado que as empresas maiores e mais
conhecidas (MACHADO, 2011).
14

O Índice Small Cap (SMLL) é um índice teórico da B3 que compõe as empresas de


baixa capitalização e de diversos setores da economia. Assim, busca-se uma análise do
impacto sofrido por essas companhias na abertura de seu capital. Assim, o estudo concentra
em empresas que abriram seu capital neste período de dez anos e companhias com portes
semelhantes, seguindo a indicação de pesquisa de Kalil e Benedicto (2018) onde se sugere
análises de empresas com tamanhos padronizados e em maiores períodos.
Diante disto, forma-se a seguinte pergunta: qual o impacto econômico-financeiro nas
variações das cotações das ações na Oferta Pública Inicial de Ações (IPO) das empresas que
compõem o índice SMLL?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral

Analisar o impacto econômico-financeiro nas variações nas variações das cotações na


abertura de capital nas empresas listadas no Índice Small Cap (SMLL) da B3.

1.2.2 Específicos

 Identificar o momento do IPO e os indicadores econômicos e financeiros das


empresas.
 Analisar indicadores financeiros e econômicos e a variação dos preços das ações após
a abertura de capital.
 Identificar relações entre os indicadores e as variações das cotações das ações após
abertura do capital.

1.3 JUSTIFICATIVA

Diante da perspectiva de financiar as empresas sem arcar com altos juros de


financiamentos e prazos, a abertura de capital tem sido uma boa alternativa (OREIRO, 2012).
O crescimento da economia pode propiciar também o aumento dos investidores de bolsa de
valores em renda variável, uma vez que as taxas de juros e produtos de renda fixa se
15

apresentem menos atrativos, a população pode investir assumindo mais riscos na compra de
ações.
Neste sentido, alguns trabalhos já publicados procuraram fazer uma análise do impacto
do IPO nas empresas de capital aberto no Brasil, dentre eles o de Kalil e Benedicto (2018),
Biral (2010), Bossolani (2009), Wardil (2009) e Zilio (2012). No geral, estes trabalhos tem
procurado medir o impacto dos IPOs no desempenho, rentabilidade e endividamento nas
empresas. Cada um deles adota uma amostra específica de empresas e em períodos diferentes.
Nas análises das pesquisas realizadas, constataram-se diversos resultados de impacto
dos IPOs nas empresas, produto de diversificação de setores, tamanhos das empresas,
períodos analisados, capitalização obtida, além de outros fatores. Na maioria deles, a abertura
de capital resultou na piora do desempenho organizacional.
Coletar indicadores econômicos e financeiros e procurar uma relação com o momento
da abertura de capital pode ajudar a identificar fatores e futuros potenciais de melhoria no
desempenho das companhias, como também o estudo de empresas com alto potencial de
valorização e crescimento no mercado. Buscam-se relações com indicadores contábeis e
futuros potenciais de crescimento, podendo mostrar quais as relações existentes entre a
Contabilidade e momentos como o IPO.
Compreendendo também a escassez de estudos na literatura nacional e a importância
do assunto, este trabalho, buscou avaliar o impacto econômico e financeiro nas empresas
listadas no Índice Small Cap (SMLL) da Brasil, Bolsa, Balcão (B3), no período de 2009 a
2018.
16

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 MERCADO FINANCEIRO

Um dos fundamentos do Mercado Financeiro são os conceitos de agente deficitário e


superavitário. Agente deficitário é aquele que busca crédito, recursos, seja pessoa física,
jurídica ou mesmo governo. Já os agentes superavitários são aqueles com recursos
econômicos, com poder de poupança (NETO, 2014). Desta forma, um pilar do Mercado
Financeiro é viabilização dessa transferência de recursos entre agentes econômicos.
Assim, empresas, pessoas físicas, governos podem negociar com agentes poupadores
de recursos para financiar projetos, empreendimentos e negócios. Desta forma, O Sistema
Financeiro entra como conjunto de órgãos e instituições com objetivos de regular, normatizar
e fiscalizar essas operações.
O Sistema Financeiro Nacional é denominado como um rol de instituições financeiras
e instrumentos financeiros com objetivo de transferir recursos dos agentes econômicos
(pessoas, empresas, governo) superavitários para os deficitários (NETO, 2014).
Os órgãos responsáveis têm o objetivo de regular o mercado levando garantia e
confiabilidade as instituições que o compõem, proporcionando confiança e proteção aos
investidores (NETO, 2014). Assim, o mercado atua de forma normatizada e regulada para
propiciar segurança para quem investe como para quem toma recursos.
A partir de então, órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, Conselho
Monetário Nacional - CMN, Banco Central do Brasil- BACEN e outros entram com função
normalizadora, reguladora e fiscalizadora do Sistema Financeiro. Já as Bolsas de Valores são
organizações que mantém a negociação de títulos e valores mobiliários de pessoas físicas,
empresas, governos etc.

2.2 MERCADO DE CAPITAIS E BRASIL, BOLSA, BALCÃO (B3)

No Mercado Financeiro se desenvolve o mercado monetário, o mercado de crédito, o


mercado de capitais e o mercado cambial. É no mercado de capitais que se desenvolve o
objetivo de estudo deste trabalho, pois é nele que se desenvolvem os investimentos,
financiamentos e outras operações de médio e longo prazo.
17

No Mercado de Capitais, os principais títulos são aqueles que representam o capital


das empresas e de operações de crédito que não levam intermediação financeira (NETO,
2014).

Segundo Teixeira de Oliveira (2014), o papel do mercado monetário e de capitais é de


permitir a transferência de recursos entre os poupadores e os demandantes de créditos,
formando um mercado de poupança. Assim, há o desenvolvimento socioeconômico quando
os recursos são direcionados para a atividade produtiva, gerando emprego em renda.
Desta forma, vê-se que o Mercado de Capital funciona como uma vasta fonte de
financiamento para pessoas físicas ou jurídicas que precisam de recursos. Neste mercado, as
companhias, pessoas físicas ou jurídicas pode obter recursos para financiar seus projetos,
reestruturar seus negócios e alcançar crescimento.
Diante de um cenário competitivo entre as empresas e a necessidade recorrente de
captar recursos, há uma preocupação de apresentar aos investidores bons indicadores
financeiros para que possa fornecer base para uma boa avaliação empresarial. (GOMES E
SILVA, 2009).
Ainda segundo Assaf Neto (2014), o mercado de capitais tem estrutura para suprir as
necessidades de investimentos das empresas, através de suas diversas modalidades de
financiamentos a médio e longo prazos tanto para capitais de giro quanto para capitais fixo.
As emissões ou subscrições de ações são tipos de produtos ou financiamentos e não possuem
prazo determinado. Assim, o investidor, assume os riscos de acompanhar os recursos
aplicados e o resultado do negócio ou empreendimento.
As ações representam a menor parte do capital social de uma sociedade anônima. As
mais comuns negociadas na B3 são as ações ordinárias, preferenciais e units. As ações
ordinárias dão direito a voto em assembleia de acionistas, onde podem ser tomadas decisões
em relação aos resultados, projetos e objetivos da empresa. As ações preferenciais não
possuem direito a voto, mas tem preferência sobre recebimentos de dividendos e outras
vantagens renumeradas. Já as units são a combinação de mais de uma classe de ativos, como
uma ação ordinária e uma preferencial, por exemplo, sendo um único ativo.
Pelo mesmo autor, Assaf Neto (2014), a existência da bolsa de valores é proporcionar
liquidez aos títulos negociados no mercado, por meio de pregões contínuos. Possuem a
fixação de um preço justo mediante um consenso no mercado pelos mecanismos de oferta e
procura.
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A B3 além de funcionar como organismo de controle de negociações, atua também


como regulador e fiscalizador das operações, atuando na regulação do mercado,
proporcionando liquidez aos títulos e contribuindo para formação de um preço justo nas
negociações (B3, 2019). A Bolsa reflete ao máximo às demandas de oferta e procura no
mercado dos títulos negociados. Por estes títulos, entende-se por produtos em mercado de
ações, mercado de renda fixa, mercado de crédito.
A B3 S.A - Brasil, Bolsa, Balcão é a empresa provedora de infraestrutura para o
mercado financeiro no Brasil e no mundo, propiciando criação e administração de sistemas de
negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para todas as principais classes de
ativos, desde ações e títulos de renda fixa corporativa até derivativos de moedas, operações
estruturadas, taxas de juro e de commodities (B3, 2019).

2.3 OFERTA PÚBLICA INICIAL DE AÇÕES (IPO) E ÍNDICE SMALL CAP

A Oferta Pública Inicial de Ações, também conhecida pela sigla IPO, do inglês
“Initial Public Offer”, é quando a empresa anônima faz o primeiro lançamento de ações no
mercado abrindo seu capital em Bolsa. Outras ofertas de ações poderão ser feitas
posteriormente, conhecidas por “Follow on”. As ofertas públicas podem ser primárias ou
secundárias.
Nas ofertas primárias, a empresa capta recursos para seu financiamento de projetos,
investimentos etc. Já na oferta secundária, não há captação de recursos pela entidade, nem
aumento de seu capital, mas apenas altera a liquidez do capital da empresa, beneficiando os
investidores, em processos onde o capital da empresa permanece o mesmo, seja o
desdobramento de ações, agrupamento etc.
Em países emergentes com altas taxas de juros e crédito mais escasso, a abertura de
capital de empresa, tem sido uma boa opção para as empresas se autofinanciarem. Além de
conseguir recursos financeiros, exigem menos do caixa da empresa e não possuem um tempo
determinado para resgate dos recursos levantados, uma vez que o capital da empresa está
aberto e líquido em negociações em bolsa de valores e disponível para qualquer investidor.
Através da participação dos acionistas e proprietários, as empresas passam a ter
melhores condições financeiras para viabilizar seus projetos de investimentos, tanto pela
forma permanente de captação como pelo baixo comprometimento de caixa (NETO, 2014).
A B3 (2019) elenca algumas vantagens que as empresas podem ter na abertura de seu
capital: 1) uma empresa de capital aberto tende a ter um diferencial competitivo, tendo em
19

vista a transparência e a confiabilidade necessárias nas suas informações básicas fornecidas ao


mercado, o que facilita os negócios e atrai o consumidor final gerando maior reputação; 2) a
abertura de capital pode solucionar diversos problemas relativos a processos sucessórios,
heranças e estratégias empresariais; 3) as companhias listadas nos segmentos diferenciados da
B3 recebem um Selo de Governança Corporativa que é reconhecido internacionalmente; 4) as
ações negociadas podem integrar os índices da B3, os quais proporcionam às companhias
visibilidade e maior demanda pelos seus papéis.
Diante do exposto, pode-se ver que para uma empresa de capital aberto deve haver
transparência de todas as suas atividades e existir um nível de governança corporativa
adequado para agradar aos investidores. A competitividade das empresas com capital aberto
aumentam à medida que melhoram a qualidade, transparência e relação com seus acionistas.
Para abrir o capital e ter seus títulos mobiliários (ações ou debêntures) negociados em
bolsa de valores, a empresa deve tomar algumas ações, dentre elas: necessidade de registrar a
companhia como Sociedade Anônima S.A na Comissão de Valores Mobiliários, ter um
intermediário financeiro para subscrição de suas ações em bolsa, realizar auditoria externa por
empresa independente e credenciada pela CVM, divulgação de suas demonstrações
financeiras e criar departamento ou setor de relação com investidores, caso não tenha (NETO,
2014).
Desta forma, como Sociedade Anônima e com capital aberto, é comum que surjam
algumas exigências a serem cumpridas pela entidade. Algumas delas são: exigência de maior
nível de transparência e governança corporativa com o mercado, divulgação frequente de suas
demonstrações financeiras, desenvolver um bom relacionamento com seus investidores e
acionistas, custos administrativos com a CVM e bolsa de valores maiores, distribuir
dividendos obrigatórios segundo a legislação e realizar auditorias independentes com
regularidade (NETO, 2014).
Empresas que não apresentem bons indicadores e boa relação com seus investidores
podem passar insegurança para os acionistas, e consequentemente, o IPO não ter bons
resultados, não conseguindo boa capitalização e não mostrando boas perspectivas de
rentabilidades futuras aos seus investidores.
Dentre os vários índices que a B3 possui, o Índice Small Cap (SMLL) é um deles. É
uma carteira teórica de ativos de empresas com menor capitalização na Bolsa. É um índice
que mede o desempenho médio dessas empresas, muitas delas de menor porte e de diversos
setores da economia. Tanto este como outros índices são revisados em períodos
quadrimestrais pela B3.
20

O Índice Small Cap possui atualmente 77 empresas divididas em 7 setores da


economia. Essa divisão de setores segue metodologia da Bloomberg®. A importância de se
ater a este índice se deve a estudar empresas com portes semelhantes e com abertura de
capital com capitalização de recursos semelhantes em valores. Desta forma, pode-se comparar
sociedades com portes e recursos adquiridos semelhantes em números. Dessas empresas,
foram estudadas as que abriram seu capital entre os anos de 2009 e 2017, compreendendo 21
companhias.
O Índice Small Cap possui atualmente companhias com valores de mercado entre 200
milhões e 25 bilhões. Os valores de mercado dependem das negociações das ações negociadas
na B3 e variam diariamente.

2.4 ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS DE ANÁLISE

Os indicadores econômico-financeiros são parte de ferramentas utilizadas na avaliação


de uma empresa, permitindo tomada de decisão a gestores, credores, investidores e acionistas
(SILVA, 2013). Como parte da avaliação, os índices econômico-financeiros permitem parte
de avaliação, pois a avaliação da uma companhia compreende condições endógenas (dentro
da empresa) como exógenas (fora da empresa).
Os indicadores se dividem em econômicos ou financeiros. Os primeiros revelam a
situação econômica da empresa através dos seus indicadores de rentabilidade. Já os
indicadores financeiros, expressam o desempenho da empresa com foco na geração de caixa.
Oliveira, Junior e Ponte (2017) diz que os indicadores econômicos revelam a situação
econômica da empresa, se relacionando aos resultados econômicos e indicadores de
rentabilidade. Já os indicadores de desempenho expressam geração de caixa, como o EBITDA
(Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization), representando a geração de
caixa operacional da empresa.
Corrobora Padoveze (2012) que a avaliação da empresa tem como objetivo analisar o
resultado e desempenho, detectando os pontos fortes e fracos do operacional e financeiro da
companhia, e assim, mostrar alternativas de curso que devem ser tomadas e seguidas pelos
seus gestores. Também é importante destacar que empresas que possuem a cultura de
divulgar seus demonstrativos financeiros e suas informações ao público, tendem a ter uma
valorização pelos seus investidores.
21

Ao praticar a política de prestar informações aos seus investidores e manter um bom


relacionamento com o mercado, as companhias acabam sendo reconhecidas pelos seus
investidores que tendem a valorizar suas ações. (SILVA, 2013).
Vale frisar que a relevância da análise financeira deve se ater aos objetivos de estudos.
Assim, um analista deve usar os índices necessários para constatar fatos relativos aos seus
objetos de pesquisa. Portanto, neste trabalho, são analisados os indicadores financeiros mais
ligados à análise de rentabilidade e desempenho, indicadores de estrutura de capitais e
solvência, indicadores de mercado de capitais e de geração de valor e suas relações com a
abertura de capital da companhia.
O índice Retorno Sobre as Vendas (RSV) ou margem líquida é a razão entre o lucro
líquido e a receita líquida de uma empresa em um determinado período. Esse indicador diz o
quanto de porcentagem do lucro está para o faturamento da empresa. Representa o que sobra
da receita líquida para a empresa depois de abater suas despesas operacionais e financeiras.
Um incremento nas vendas, e consequentemente, no lucro líquido, pode encadear uma
diluição dos custos fixos de produção e aumento do indicador margem líquida. Assim, há
melhoria da rentabilidade como afirma Padoveze (2012), a rentabilidade adequada
continuamente é um forte indicador de sobrevivência e sucesso da empresa.
É um indicador de que quanto maior seu percentual, melhor sua avaliação. Daí tem-se
que a forma algébrica para cálculo da margem líquida ou retorno sobre as vendas, dá-se pela
divisão entre lucro líquido (LL) e receita líquida (RL) e multiplica-se por cem.

O indicador Retorno Sobre o Ativo (RSA) ou ROA, do inglês, Return on Assets, tem a
função de medir o retorno produzido pelo total de aplicações em seus ativos. Desta forma,
pode ser representado pelo lucro líquido e o ativo médio total. Esse ativo médio total deve ser
o ativo total, excluídos os ativos não operacionais.
O ROA representa o quanto a empresa está sendo rentável em relação aos seus ativos
operacionais, ou seja, mede um grau de eficiência na gestão dos ativos usados na produção.
Algebricamente, calcula-se o ROA percentualmente da forma a seguir:
22

Já o Retorno sobre o Investimento (ROI), do inglês, Return on Investment, levanta o


que é produzido ou perdido de retorno do total de recursos aplicados pelos acionistas e
credores. É um demonstrativo do retorno aos seus financiadores, entre capitais próprios e de
terceiros.
Silva (2013) já afirma que o retorno sobre o investimento se trata de um conceito
bastante utilizado na área de finanças que se caracteriza como um prêmio aos empreendedores
pelo risco assumido no negócio. De forma algébrica, o ROI é calculado no formato a seguir:

O Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (RSPL) ou ROE, do inglês, Return on Equity,


representa o resultado entre o lucro líquido e o patrimônio líquido médio da empresa. É um
indicador representativo do prêmio que os acionistas e proprietários têm em relação aos seus
investimentos no empreendimento. É o quanto gerado do patrimônio líquido aplicado.
Segundo Wardil (2009), esse indicador é um dos critérios que são mais utilizados para
avaliar desempenho de empresas. Mede o nível de vitalidade na medida em que gera retorno
aos seus acionistas e proprietários e há previsão de saúde financeira da companhia. Pode ser
representado da forma seguinte:

O indicador Participação de Capital de Terceiros (PCT) retrata o quanto de capital de


terceiros está sendo usado em relação ao patrimônio líquido. Desta forma, mostra o quando a
empresa depende de recursos externos tanto com recursos de curto prazo quando de longo
prazo.
Apesar de ser um indicador de uso de capital externo, percentuais altos não
necessariamente indica alta dependência de recursos externos, mas pode indicar que a
empresa ache mais benéfica usar capital de terceiros do que seu próprio capital, sendo menos
oneroso.
23

Conforme Silva (2013), para uma empresa será conveniente o uso de capital de
terceiros à medida que o lucro gerado pelos seus ativos for superior ao custo da dívida.
Pode-se calcular a Participação de Capital de Terceiros da forma a seguir:

A Composição de Endividamento (CE) serve para evidenciar o quanto da dívida total


da empresa deverá ser paga em curto prazo. Desta forma, representa uma maior pressão em
honrar compromissos de curto prazo caso este índice esteja elevado. É um indicativo do
vencimento das dívidas mais próximas a serem pagas. É um índice que quanto maior, pior a
avaliação da empresa, mas assim como os demais índices, não se deve avaliá-lo isoladamente.
A Composição de Endividamento pode ser definida a seguinte maneira:

O índice Preço/Lucro (P/L) é usado como um indicador de comparação de


oportunidades entre empresas do mesmo setor. Essa relação mostra o número de exercícios
necessários para um investidor recuperar seu capital investido numa determinada ação. Assim,
quanto menor esta relação preço/lucro, o investimento na ação é considerado mais “barato”,
pois poderá apresentar um retorno em menor tempo.
A interpretação deste indicador revela quanto maior esse indicador, menor é a
percepção de risco da ação pelos investidores (SILVA, 2013). Também apresenta forte
relação com o desempenho da ação no mercado acionário. O índice pode ser interpretado da
seguinte forma:

O indicador Preço/NOPAT (P/NOPAT) mostra o valor de mercado da ação com seu


valor NOPAT por ação. O NOPAT mede o nível de desempenho operacional da empresa e
um indicador alto revela maior lucro operacional antes dos impostos por ação, ou seja, esse
indicador revela que quanto maior ele for menor será o risco da ação, pois traz um bom
desempenho operacional por ação.
O índice pode ser calculado na forma a seguir:
24

As cotações das ações são os preços atribuídos às ações das empresas negociadas em
bolsa de valores. Como preço, as cotações mudam diariamente e são reflexo da liquidez e
valor atribuído à empresa, pelos seus acionistas. Desta forma, a cotação passa a ter um
significado de valor que seus acionistas têm da empresa em relação às perspectivas futuras da
empresa no mercado. Uma evolução crescente da cotação das ações pode significar criação de
valor pela companhia, reflexo do seu crescimento e informações expectativas dos
investidores.
Segundo a hipótese do mercado eficiente, o preço de um ativo é formado a partir das
diversas informações que são publicadas e disponíveis aos investidores. Desta forma, os
preços são sensíveis às novas informações no mercado, refletindo ajustes rápidos aos seus
valores.
Portanto, a hipótese do mercado eficiente diz o quanto as cotações representam o valor
da empresa pelas informações nos fatos relevantes e seus indicadores econômico e
financeiros. Pode-se dizer que o preço da ação refletirá os indicadores de rentabilidade,
endividamento, eficiência e desempenho da companhia (NETO, 2014).
Quando se fala em geração de valor para a empresa ou acionista, o EVA®, do inglês,
Economic Value Added, é um dos principais indicadores. O Valor Econômico Agregado é
uma ferramenta que mede se está havendo ou não geração de valor a um negócio.
Para isto, é fundamental conhecer se o negócio está agregando valor. É necessário
saber se está havendo ou não criação de valor para a empresa para ser substancial a
continuidade do investimento. A geração de valor determina e atratividade do investimento
para os investidores e se torna fator determinante para a sobrevivência da companhia
(PADOVEZE, 2012).
Nesse sentido, o EVA® é um forte indicador de avaliação do desempenho
organizacional, mostrando aos investidores a atratividade do investimento. Para ser atrativo, o
investimento deve superar o custo de oportunidade do acionista. Segundo Haddad (2012), o
EVA® pode ser representado como lucro econômico que é adicionado pelos proprietários
pela administração e, quando positivo, gera valor ao acionista.
O EVA® servirá de indicador para mostrar se o custo de oportunidade está sendo
superado e se está havendo a manutenção do capital financeiro da empresa. Com valores de
EVA® positivo, há criação de valor e superação ao custo de oportunidade. Já com EVA®
25

com valores negativos, tem-se o processo de destruição de valor e o custo mínimo de


oportunidade não sendo atingido.
Pelo EVA, a empresa só gera valor aos seus acionistas quando seus lucros forem
superiores ao custo de todo o capital utilizado nas suas operações (SILVA, 2013).
Pode-se definir o cálculo do Valor Econômico Agregado pelo spread econômico
financeiro da empresa multiplicado pelos investimentos da companhia. Esse spread financeiro
é a diferença entre o Retorno Sobre o Investimento (ROI) e o Custo Médio Ponderado de
Capital (WACC). O WACC leva em conta os percentuais aplicados em capitais próprios e de
terceiros.
O Custo Médio Ponderado de Capital representará a média ponderada dos custos do
financiamento de capital próprio e de terceiros. Entre essas fontes de financiamento, o custo
do capital próprio que representa o custo de oportunidade ou mesmo taxa de retorno
pretendido pelos investidores. Já o custo de capital de terceiros, representado por dívidas e
obrigações perante terceiros.

Nessa perspectiva, os indicadores de rentabilidade econômico e financeiros foram


utilizados em diversos trabalhos com intuito de prever ou explicar os impactos da abertura de
capital na bolsa de valores. Algumas pesquisas procuraram analisar este impacto do IPO nos
indicadores das empresas, conforme evidenciado no quadro 1.

Quadro 1. Estudos anteriores da relação do IPO com indicadores econômicos e financeiros.


Autor Amostra Resultados
Os resultados mostraram que as empresas brasileiras
aceleram seu crescimento dos ativos e receitas, aumentaram
36 empresas não
Bossolani o patrimônio líquido e houve manutenção da rentabilidade
financeiras entre
(2009) da empresa após o IPO tornando-as menos alavancadas. Foi
2004 e 2006.
possível notar a restrição de crédito antes da abertura de
capital.
93 empresas que
Wardil abriram capital Houve redução na alavancagem e aumento na geração de
(2009) entre 2004 e resultado operacional das empresas após o IPO.
2007.
69 empresas que As empresas eram mais eficientes antes da abertura de
abriram capital capital, comparando empresas de capital aberto e fechado
Biral (2010)
entre 2004 e do mesmo setor. Não foi possível identificar se houve
2008. alteração de desempenho operacional das empresas pós IPO
824 empresas de Encontraram-se evidências de que o investimento das
Zilio (2012) capital aberto empresas listadas na bolsa eram superiores as empresas de
entre 2002 e capital fechado. Para os índices de rentabilidade, eficiência
26

2007. e endividamento, não houve diferenças significativas entre


as empresas listadas e as não listadas na bolsa.
28 empresas que A abertura de capital gerou crescimento da receita líquida
Kalil e
realizaram IPO de vendas, impactou negativamente na rentabilidade de
Benedicto
entre 2008 e ativos e patrimônio líquido das empresas. Não houve
(2018)
2013. significância em relação à lucratividade das vendas.
Fonte: elaborado pelo autor.

Os estudos apontaram que não houve muitas mudanças significativas em relação aos
indicadores de rentabilidade e desempenho. As mudanças mais notadas deram-se em relação
as diminuições das alavancagens das empresas pós IPO e pouco impacto no desempenho
operacional das companhias. Nos resultados mais recentes de Kalil e Benedicto (2018) foi
possível identificar impacto negativo na rentabilidade dos ativos e patrimônio líquido.
27

3. METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA E DO MÉTODO

A pesquisa realizada neste trabalho se utiliza de uma abordagem explicativa e


quantitativa. Neste sentido, considera-se que tudo pode ser quantificável em números e
informações e requer o uso de recursos e técnicas de estatística (LUCENA, 2011). Também se
utiliza de procedimentos técnicos de pesquisa bibliográfica, uma vez que se utilizando da
coleta de dados já publicados e conhecidos em artigos e periódicos.
Foi realizada pesquisa documental com a coleta de informações das empresas listadas
na B3, Comissão de Valores Mobiliários - CVM, se utilizando de indicadores de desempenho,
endividamento, de capital das companhias, assim como variações nos preços das ações. Os
indicadores estudados foram retirados do Bloomberg® e usado o software estatístico Stata.
Também foram utilizadas informações de fontes secundárias oriundas de livros, dissertações,
artigos de instituições e sites reconhecidos.

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

O objeto de estudo primário foi a listagem de empresas de capital abertas contidas no


índice SMLL da B3. Essa listagem é composta de empresas de menor capitalização, menor
liquidez e menor valor de mercado, no total de 77 empresas.
Identificamos as empresas que abriram seu capital no período de 2009 a 2017,
contabilizando 32 empresas. Foram excluídas da amostra: quatro empresas do setor
financeiro, como bancos, seguradoras e de programas de fidelização de clientes; três empresas
sem dados da abertura de capital e quatro empresas que não tinham seus dados no
Bloomberg®.
Desta forma, a amostra final ficou com 21 empresas de 7 setores que abriram seu
capital entre 2009 e 2017. Buscou-se incluir os dados financeiros e cotações das ações a partir
do ano da abertura de capital de cada empresa. Todos os dados econômico-financeiros foram
retirados do Bloomberg® e os valores das cotações das ações retirados do site da B3. Todas
as coletas de dados foram feitas nos meses de janeiro e maio de 2019. As empresas listadas
podem ser visualizadas nos apêndices A

A população amostral final está definida na tabela abaixo:


28

Tabela 1. Lista de empresas da amostra final – lista SMLL

PERÍODO DE
ANO
EMPRESA SETOR DADOS
IPO
ANALISADOS
Serviço de utilidade
ALUPAR INVESTIMENTO S/A 2013 2013 - 2018
pública
Bens de consumo
ANIMA HOLDING S.A. 2013 2013 - 2018
discricionário
AREZZO INDÚSTRIA E Bens de consumo
2011 2011 - 2018
COMÉRCIO S.A. discricionário
AZUL S.A. Industriais 2017 2017 - 2018
BK BRASIL OPERAÇÃO E
Bens de consumo
ASSESSORIA A 2017 2017 - 2018
discricionário
RESTAURANTES SA
Produtos básicos de
CAMIL ALIMENTOS S.A. 2017 2017 - 2018
consumo
CIA SANEAMENTO DO Serviço de utilidade
2016 2016 - 2018
PARANA - SANEPAR pública
CVC BRASIL OPERADORA E Bens de consumo
2013 2013 - 2018
AGÊNCIA DE VIAGENS S.A. discricionário
ECORODOVIAS
INFRAESTRUTURA E Industriais 2010 2010 - 2018
LOGÍSTICA S.A.
FLEURY S.A. Atendimento à saúde 2009 2010 - 2018
INSTITUTO HERMES PARDINI
Atendimento à saúde 2017 2017 - 2018
S.A.
INTERNATIONAL MEAL Bens de consumo
2011 2011 - 2018
COMPANY ALIMENTACAO S.A discricionário
Tecnologia da
LINX S.A. 2013 2013 - 2018
informação
Bens de consumo
MAHLE-METAL LEVE S.A. 2011 2011 - 2018
discricionário
MOVIDA PARTICIPACOES SA Industriais 2017 2017 - 2018
Serviço de utilidade
OMEGA GERAÇÃO S.A 2017 2017 - 2018
pública
PETRO RIO S.A. Energia 2010 2010 - 2018
QUALICORP CONSULTORIA E
Atendimento à saúde 2011 2011 - 2018
CORRETORA DE SEGUROS S.A.
Bens de consumo
SER EDUCACIONAL S.A. 2013 2013 - 2018
discricionário
TRANSMISSORA ALIANÇA DE Serviço de utilidade
2012 2012 - 2018
ENERGIA ELÉTRICA S.A. pública
Bens de consumo
VIA VAREJO S.A. 2013 2013 - 2018
discricionário
Fonte: elaborado pelo autor
29

No tratamento inicial de dados, através da análise estatística descritiva dos dados,


obtiveram-se variáveis como média, mediana e desvio padrão. O tratamento utilizado foi o
método estatístico de análise de regressão linear. Segundo Assaf Neto (2014), a análise de
regressão linear permite identificar relações entre as variáveis e fazer importantes projeções
no futuro.

3.3 ESCOLHA DAS VARIÁVEIS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Escolhida a população e definido as empresas da amostra, a amostra final foi composta


de 21 empresas que abriram seu capital entre 2009 e 2017 com lançamento de suas ações no
mercado. As 21 empresas distribuídas entre os setores de atendimento à saúde, bens de
consumo discricionário, energias, industriais, produtos básicos de consumo, serviços de
utilidade pública e tecnologia da informação. Companhias do setor financeiro como bancos,
seguradoras e planos de milhas ou pontos foram excluídas da amostra.
Os dados analisados compõem indicadores econômicos e financeiros desde o ano de
2010 até o ano de 2018, além das variações dos preços da ação em relação ao preço do IPO,
anunciado no prospecto de lançamento de cada empresa. Estas variações foram calculadas ano
a ano pegando o valor da cotação da ação no último dia útil do ano.
Desta forma, foram retirados da Bloomberg® indicadores como ROA, ROE, ROI,
P/L, RSV, PCT, CE, P/NOPAT e EVA. As cotações dos preços das ações foram retiradas do
site da B3 e suas variações calculadas de acordo com o valor da ação na oferta pública inicial.
Essas variações de preço em relação à cotação no IPO poderiam indicar alguma correlação
com os indicadores como consequência da abertura de capital das companhias.
Um teste inicial de Breusch Pagan foi feito para identificar se os estudos deveriam ser
estimados através de regressão linear ou dados em painel, obtendo o resultado para uso da
regressão linear múltipla. Aplicando a técnica de regressão linear múltipla na variação do
preço das ações em relação à abertura de capital com demais indicadores, com intuito de
medir as possíveis correlações existentes.
No estudo, foram identificadas as empresas que compõem o Índice Small CAP com 77
empresas de diversos setores. A amostra retirou as empresas que abriram seu capital entre os
anos de 2009 e 2017 e foram excluídas companhias do setor financeiro e que possuíam os
indicadores citados nesse trabalho da Bloomberg®, totalizando 21 empresas que tinham seus
indicadores a partir do ano de 2010.
30

Retirados os dados necessários das empresas, foi realizado o teste de Breusch Pagan e
constatado que o método a ser utilizado seria da regressão linear múltipla. Teste de
colinearidade mostrou que no modelo não há multicolinearidade. Os indicadores foram
trabalhados no software estatístico Stata e a amostra de 21 empresas foi dividida em 7 setores,
dentre eles: setores de atendimento à saúde, bens de consumo discricionário, energias,
industriais, produtos básicos de consumo, serviços de utilidade pública e tecnologia da
informação.
Somente foram trabalhados os setores com mais de uma empresa por grupo, ficando
de fora os setores de energia, produtos básicos de consumo e tecnologia da informação.
Diante isso, a análise dos grupos com mais de uma companhia por setor compreendeu as
variáveis ROA, ROE, ROI, P/L, RSV, PCT, CE, P/NOPAT e EVA com intuito de identificar
se elas interferem nas variações das cotações das ações das empresas em cada setor, como
também o quanto interferem e se essas relações diretas ou inversamente proporcionais.
Já a análise descritiva foi vista com os principais indicadores de todos os setores e
dividido por ano com intuito de identificar as empresas e anos que apresentaram disparidade
nas médias, medianas e desvios padrão.
Foi realizado todos os testes para validação dos pressupostos da regressão MQO
(Mínimo Quadrado Ordinário). A partir de então, foi visto um VIF no valor de 2.8 (VIF =
2.8), identificando heterocedasticidade e sendo corrigida pelos modelo robusto.
A análise de regressão tem como objetivo achar a relação entre duas ou mais variáveis
explicativas que se apresentam de forma linear e uma variável dependente (GUJARATI E
PORTER. 2011) Um modelo de regressão linear, de forma global, pode ser apresentado da
forma a seguir. Onde Y é a variável dependente; β₀ representa a constante; β são os
coeficientes de cada variável ou coeficientes angulares e Ꜫ é o resíduo ou termo de erro.

Tratando-se de uma análise de regressão linear múltipla, a variável dependente é a


variação das cotações das ações e as variáveis dependentes os indicadores econômicos e
financeiros das empresas. Assim, o modelo a seguir será aplicado ao estudo do caso proposto.
31

Var.cot é o índice variação das cotações das ações dependente;


β₀ é a constante do modelo;
β são os coeficientes angulares de cada variável;
roa é a rentabilidade sobre os ativos;
roe é a rentabilidade sobre o patrimônio líquido;
roi é a rentabilidade sobre os investimentos;
pl é o preço sobre o lucro;
rsv é o retorno sobre as vendas ou margem líquida;
pct é a participação sobre o capital de terceiros;
ce é a composição sobre o endividamento;
pnop é o preço sobre o NOPAT;
eva é o valor econômico agregado;
Ꜫ é o resíduo ou termo de erro.
32

4. ANÁLISE DOS DADOS

4.1. ANÁLISE DESCRITIVA

Da amostra, 3 empresas eram do setor de atendimento à saúde, 8 de bens de consumo


discricionário, 3 de industriais, 1 de energia, 4 de serviço de utilidade pública, 1 de produtos
básicos de consumo e 1 de tecnologia da informação. O gráfico 1 mostra esta divisão em
termos percentuais.
Gráfico 1 – Divisão das empresas por setores

Fonte: elaborado pelo autor

Quando calculamos a média, mediana e desvio padrão dos indicadores de


rentabilidade e desempenho, podemos notar algumas anomalias e explicar algumas
diferenças.
33

Tabela 2 – Análise descritiva dos indicadores de rentabilidade e desempenho


MÉDIA
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
ROA 5,3837 5,1837 4,9899 1,9168 3,1254 5,7896 5,4311 6,2155 6,495
ROE 15,4479 9,4745 9,8084 10,9914 10,791 12,1138 6,1684 16,692 15,8347
ROI 7,6558 6,2954 6,8505 16,1226 11,5382 11,5641 11,1882 11,7023 10,6516
RSV -2,0225 -3,9276 -4,9555 -41,415 0,0813 0,2035 0,2204 0,1784 0,1805
MEDIANA
ROA 7,0292 4,8271 5,5584 6,5322 6,6767 6,2897 5,7547 5,6584 5,1824
ROE 11,065 7,6141 9,8851 15,26 15,4035 10,4562 13,947 14,4614 16,4213
ROI 8,3388 6,1806 7,9441 11,5808 11,8095 10,1564 11,536 11,553 11,1397
RSV 0,1418 0,112 0,1044 0,1485 0,199 0,1691 0,1873 0,1559 0,1344
DESVIO PADRÃO
ROA 10,9724 9,8827 6,6706 22,48 20,9679 4,8104 8,1931 4,0011 4,7835
ROE 24,4258 15,0123 10,9347 30,9448 31,7983 10,0794 29,4765 14,4867 13,9292
ROI 15,1545 12,4736 8,1271 54,2191 32,7857 9,0173 11,7772 6,2954 5,7129
RSV 4,5981 10,7301 14,6245 155,805 0,649 0,1934 0,2304 0,1632 0,1774
Fonte: elaborado pelo autor

Identificamos que nos anos de 2013 e 2014 o indicador ROA da Petro Rio S.A.
apresentou um indicador de -73,83 e -69,7184, respectivamente, destoando do ROA das
outras companhias. Isso explica a baixa da média nestes dois anos desse indicador. Já em
2016, a companhia Ecorodovias Infraestrutura e Logística S.A obteve um ROE negativo de
92,6435 e baixou a média desse indicador no ano de 2016.
As médias do ROI e RSV em 2013 foram afetadas. O RSV da Petro Rio S.A.
apresentou valor de -582,744 e o ROI da Petro Rio S.A. e CVC Brasil Operadora e Agência
de Viagens S.A. foram de-78,0772 e 178,9656. Assim as médias do RSV e ROI em 2013
destoaram das demais. Indicadores como ROI, ROE, ROA e RSV negativos e acentuados da
Petro Rio S.A. também contribuíram para elevar o desvio padrão no anos de 2013 e 2014.
Os indicadores de estrutura de capitais e solvência revelam alterações na média nos
anos de 2016 e 2017 provocadas pelo indicador elevado de PCT das companhias CVC Brasil
Operadora e Agência de Viagens S.A (3,6407 e 5,2438), Ecorodovias Infraestrutura e
Logística S.A (10,5333 e 9,3305) e Via Varejo S.A. (5,2418 e 6,1204).
O desvio padrão sofre alteração brusca no ano de 2011 devido ao PCT da Ecorodovias
Infraestrutura e Logística S.A ser elevado (1,2048). No ano de 2018, há novas anomalias
34

neste mesmo indicador devido ao PCT das companhias Azul S.A (-27,9037), Ecorodovias
Infraestrutura e Logística S.A (14,6738) e Via Varejo S.A (11,4867).

Tabela 3 – Análise descritiva dos indicadores de estrutura de capitais e solvência

MÉDIA
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
PCT 0,6421 0,6696 0,7918 1,3229 1,2771 1,3492 1,9266 1,837 0,8706
CE 0,57 0,4515 0,3642 0,4318 0,4288 0,4284 0,4482 0,4523 0,4509
MEDIANA
PCT 0,6127 0,6251 0,616 0,8593 0,9933 0,9355 0,9572 0,9645 0,8857
CE 0,4443 0,3794 0,3205 0,3207 0,3434 0,3248 0,3548 0,43 0,3737
DESVIO PADRÃO
PCT 0,5917 3094 0,5657 1,3692 1,0065 1,0808 2,7371 2,297 7,575
CE 0,2883 0,2022 0,1888 0,2504 0,2612 0,2247 0,2276 0,2063 0,2307
Fonte: elaborado pelo autor

4.2 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS

Realizada a análise descritiva dos indicadores, procedeu-se para a análise de regressão


linear múltipla. Resultados iniciais mostraram que quando se considera a amostra como uma
única (21 empresas) e considerando todos os setores, obtemos resultados satisfatórios apenas
para os indicadores PCT e P/L. Numa análise global, o PCT apresentou ser estatisticamente
determinante ao nível de até 10% e o PL até 5%, conforme pode ser visto na tabela 2.
Esse resultado colabora com a tese de que o uso de capital de terceiros é conveniente
quando o lucro gerados pelo operacional da empresa for superior ao custo da dívida. Vê-se
uma correlação positiva entre PCT e variação das cotações, embora o modelo global obteve
um poder explicativo baixo, com baixa significância.
35

Tabela 4 – Análise de regressão


múltipla: indicadores x var. cot. (21
empresas)

Variáveis Var. Cot.


-0,148979
EVA
(0,0097419)
0,493675
P/NOPAT
(0,406187)
36,88235
CE
(120,0984)
10,71181*
PCT
(5,712647)
1,036685
RSV
(0,8177046)
0,3461776**
PL
(0,1723727)
0,729295
ROI
(1,129598)
1,059486
ROE
(1,776195)
5,115824
ROA
(6,921214)
-168,4576**
CONST.
(65,60402)
Observações 119
Número de
21
empresas
Fonte: Elaboração própria a partir de dados
retirados do software estatístico Stata. Notas:
Desvio padrão robustos entre parênteses. ***
Estatisticamente significante a 1%. **
Estatisticamente significante a 5%. *
Estatisticamente significante a 10%.
36

Em relação à multicolinearidade, testes com os indicadores revelaram que não


apresentam colinearidade neste modelo, obtendo índice geral igual a 2,17. Assim, as variáveis
independentes não possuem relações exatas ou aproximadas. Mesmo os indicadores de
rentabilidade (ROE, ROA e ROI) apresentaram multicolinearidade inferior a 5.
Dando prosseguimento aos testes, foram realizados com os setores de atendimento a
saúde, bens de consumo discricionário, industrial e serviços de utilidade pública. Os setores
de energia, produtos básicos de consumo e tecnologia da informação não foram avaliados por
possuírem somente por uma empresa no setor. Desta forma, as análises contemplaram setores
com mais de uma empresa, respeitando a amostra heterocedástica e fazendo uma análise mais
homogênea.
O setor de atendimento a saúde, composto por 3 empresas, foi realizada a análise de
regressão e verificado que os indicadores P/NOPAT, CE, RSV e PL apresentaram
estatisticamente determinantes ao nível de 5%, 1%, 5% e 1%, respectivamente (tabela 3). Para
o grupo de atendimento à saúde, os indicadores P/NOPAT e CE se mostraram determinantes
nas variações das cotações com sinal negativo, exibindo uma relação negativa.
Já os indicadores RSV e P/L se mostraram determinantes nas variações das cotações
com significância e exibindo uma relação positiva. Isso mostra que, para este setor, o RSV e
P/L tendo melhorias contínuas e indicando o sucesso da empresa, a variação das cotações
também crescem continuamente, indicando boa perspectiva de sobrevivência de empresa.
Para o setor de bens de consumo discricionário, via tabela 3, foi obtido somente
significância ao nível de 10% para o indicador ROI e apresentando relação negativa,
indicando esse indicador ser estatisticamente oposto às variações das cotações. Como retorno
dos recursos aplicados pelos seus acionistas e credores, o esperado é que esse indicador
apresentasse relação positiva com as variações das cotações, já que a variação dos preços
mostra valorização da empresa pelo mercado.
37

Tabela 5 – Análise de regressão múltipla: indicadores x var. cot. Setores:


atendimento à saúde e bens de consumo discricionário.
Variáveis Var. Cot. Variáveis Var. Cot.
0,381397 -0,030796
EVA EVA
(0,669282) (0,0022834)
-0,255641** -0,0507021
P/NOPAT P/NOPAT
(0,009913) (0,0784782)
-33,67401*** 7,424764
CE CE
(9,982747) (1212318)
9,270232 0,3505937
PCT PCT
(15,75933) (1,587937)
124,6333** -28,94712
RSV RSV
(50,89817) (82,11936)
0,1249805*** 0,0744489
PL PL
(0,309251) (0,0833781)
-0,0868125 -0,2656006*
ROI ROI
(0,0739994) (0,1508677)
-0,0467454 1,425556
ROE ROE
(1,835819) (0,9199714)
0,9161933 -0,6211749
ROA ROA
(3,876215) (0,7267211)
-2477543* -17,38194**
CONST. CONST.
(12,24769) (7,776871)
Observações 19 Observações 50
Número de Número de
3 8
empresas empresas
Fonte: Elaboração própria a partir de dados retirados do software estatístico Stata. Notas: Desvio
padrão robustos entre parênteses. *** Estatisticamente significante a 1%. ** Estatisticamente
significante a 5%. * Estatisticamente significante a 10%.

Já no setor industrial foi observado que os indicadores P/NOPAT e CE apresentaram


sinais negativos e significâncias de 5% e 1%, respectivamente. Esses dois exibiram relações
negativas. Os indicadores RSV e PL tiveram significâncias de 5% e 1%, respectivamente,
com sinal e relações positivas nas variações de cotações. O setor de serviços de utilidade
pública resultou com significâncias nos indicadores EVA (10%), RSV (10%) e ROA (1%).
Obteve correlação positiva na EVA e negativa no RSV e ROA.
De fato, o EVA mostra uma relação positiva com as variações dos preços das ações
uma vez que é um indicador de geração de valor para a empresa, e consequentemente,
acionista.
38

Tabela 6 – Análise de regressão múltipla: indicadores x var. cot. Setores:


industrial e serviços de utilidade pública.
Variáveis Var. Cot. Variáveis Var. Cot.
0,0004197 0,0053192*
EVA EVA
(0,0003971) (0,0028776)
-0,5533139** 2204,471
P/NOPAT (0,11232 P/NOPAT
(5051,186)
3)
1,197003 -12,20028
CE CE
(5,177079) (121,4219)
-0,4135458** -1,831273
PCT PCT
(0,1238693) (17,9497)
-
-122,8849*
RSV 18,50028* RSV
(7,15565) (55,09882)
0,5433087** -2204,444
PL PL
(0,0959611) (5050,537)
-1,754012** -3,316311
ROI ROI
(0,4817137) (7,44851)
0,1572717*** 9,270583
ROE ROE
(0,200232) (5,941945)
2,343972** -14,02453***
ROA ROA
(0,6037698) (4,21043)
7,440995 37,26031
CONST. CONST.
(3,417193) (36,01773)
Observações 13 Observações 20
Número de Número de
3 4
empresas empresas
Fonte: Elaboração própria a partir de dados retirados do software estatístico Stata. Notas:
Desvio padrão robustos entre parênteses. *** Estatisticamente significante a 1%. **
Estatisticamente significante a 5%. * Estatisticamente significante a 10%.

De forma resumida, podemos mostrar os resultados das significâncias e relações das


variáveis na tabela 5. Constata-se que no quesito geração de valor, o único setor a ter uma
correlação positiva com o EVA foi o setor de utilidade pública. Resultado já esperado uma
vez que esse indicador mostra a criação de valor pela empresa e refletido na cotação dos
preços. Entretanto, no modelo adotado, somente este setor apresentou significância.
Já os indicadores de CE e ROE ficaram restritos a ter significância nos setores de
atendimento à saúde e industrial, respectivamente. A CE no setor de atendimento a saúde
pode indicar que muitas dívidas de curto prazo podem ter relação inversa às variações das
39

cotações, e consequentemente, valorização da empresa. Já no setor industrial, o retorno sobre


o patrimônio líquido vai acompanhar o crescimento e variação do preço das ações.
Constata-se que o P/NOPAT e PL mantém mesma correlação positiva nos dois setores
em que aparecem, mostrando que nesses dois setores, os indicadores sempre têm correlação
positiva e significância com a variação dos preços das ações. Destaca-se o ROI e RSV que
mudam de correlação entre setores diferentes.

Tabela 7 – Resumo das significâncias e relações entre as variáveis.


SETORES
Variáveis Bens de Serviços de
Atendimento
consumo Industrial utilidade
à saúde
discricionário pública

EVA ↑10%

P/NOPAT ↓5% ↓5%

CE ↓1%

PCT ↓5%

RSV ↑5% ↓10% ↓10%

P/L ↑1% ↑5%

ROI ↓10% ↓5%

ROE ↑1%

ROA ↑5% ↓1%

Fonte: Elaboração própria a partir de dados retirados das tabelas 3 e 4. Notas: ↑


Correlação positiva. ↓ Correlação negativa.
40

Os resultados obtidos no trabalho de Wardil (2009) mostram uma relação positiva da


ROA enquanto o ROE decai com o IPO. Já o trabalho de Bossolani (2009) achou-se relação
com a rentabilidade, indicando relação positiva com a ROA. Para Zilio (2012) também foi
achado queda da ROA com o IPO, sendo uma relação negativa.
Já no trabalho de e Kalil e Benedicto (2018) tanto ROA quanto ROE apresentaram
relações negativas com a abertura de capital. No nosso trabalho, as relações tanto da RSV
quanto da ROA mudam de acordo com o setor analisado. Diferentemente dos outros
trabalhos, este teve o enfoque na relação entre as variáveis e a significância existente entre
elas.
41

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desse trabalho foi achar uma relação entre os indicadores econômicos e
financeiros com as variações das cotações das ações após o IPO. Tal estudo pode nos dizer o
quanto a abertura de capital influenciaria nos indicadores de rentabilidade, desempenho,
estrutura de capitais, solvência e mercado de capitais considerando a variação das cotações
das ações das empresas. Assim, estudaram-se as empresas listadas no índice Small Cap da
bolsa de valores com abertura de capital entre 2009 e 2017.
Diferentemente de outros estudos, esse buscou focar em empresas com menor
capitalização e de menor tamanho, como companhias com maior risco de mercado para seus
investidores. Outros estudos analisaram empresas de diversos tamanhos, e com abertura de
capital em períodos de tempos diferentes.
Dentre as análises feitas, foi possível constatar que, na análise descritiva, algumas
empresas se destacaram com seu alto endividamento e retornos baixos sobre seus ativos e
patrimônio líquido, caso da Petro Rio S.A, Ecorodovias Infraestrutura e Logística S.A, CVC
Brasil Operadora e Agência de Viagens S.A e Via Varejo S.A. Essas contribuíram para alterar
as médias, medianas e desvios padrão de alguns anos.
Nas análises de regressão múltipla foram estudados os quatro setores que possuíam
mais de uma empresa nelas: serviços de utilidade pública (4), bens de consumo discricionário
(8), industriais (3) e atendimento à saúde (3). Os setores de energia, produtos básicos de
consumo e tecnologia da informação continham somente uma empresa.
Em análise anterior, foi constatado que, quando todas as empresas são analisadas em
um único grupo, não se conseguia um coeficiente de correlação significativo para o modelo.
Desta forma, optou-se por trabalhar os setores separadamente. Não foi encontrado problema
com multicolinearidade no modelo.
Na regressão múltipla, os resultados apontaram que o indicador EVA foi significante
somente no setor de serviço de utilidade pública. Já o P/NOPAT e P/L foram significantes no
setor industrial e no setor de atendimento à saúde, apresentando correlação positiva e negativa
para estes dois indicadores, respectivamente. O CE teve significância negativa no setor de
atendimento a saúde e o ROI teve relação negativa e significante com os setores de bens de
consumo discricionário e industrial.
Já a ROA e a RSA mostraram comportamentos diferentes nos setores, apresentando
tanto significâncias diferentes quanto relações positivas e negativas. Isto mostra que setores
42

da economia podem mostrar relações diferentes nos seus indicadores com as variações das
cotações das ações, e até mesmo, com a valorização destas ações no mercado.
Os setores de energia, produtos básicos de consumo e tecnologia da informação não
foram analisados por possuírem uma empresa somente, por amostra.
Apesar da amostra ter se limitado a quatro setores, o estudo mostrou que os
indicadores de rentabilidade e desempenho podem ser estatisticamente significantes com as
variações das cotações e apresentar relações tanto positivas quanto negativas.
Já os indicadores de estrutura de capitais e solvência PCT e CE, mostraram-se
estatisticamente significantes negativamente nos setores industrial e atendimento à saúde,
respectivamente. Isso mostra que tanto o endividamento quanto o uso de capital de terceiros
podem interferir negativamente nas variações das cotações, revelando que o mercado não
interpreta bem esses indicadores de forma elevada para estes setores.
Recomenda-se, em estudos posteriores, que seja feito estudos sobre outros setores da
bolsa de valores, com um quantitativo maior de empresas e até mesmo, fazendo estudo sobre
empresas listadas em outros índices da B3. Empresas já consolidadas no mercado e de
crescimento, podem indicar uma boa relação dos seus indicadores com as variações de valor
de suas ações no mercado.
43

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46

APÊNDICE A
Empresas listadas no Índice Small Cap (SMLL) na B3.

EMPRESA MOTIVO DA EXCLUSÃO ANO IPO


ALIANSCE SHOPPING CENTERS S.A. Sem dados no Bloomberg. 2010
AES TIETE ENERGIA SA Dados do IPO não encontrados. 2016
BCO ABC BRASIL S.A. Empresa de natureza financeira. 2007
ALPARGATAS IPO anterior a 2008. 2000
BCO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Empresa de natureza financeira. 2012
S.A.
BR PROPERTIES S.A. Sem dados no Bloomberg. 2010
BRADESPAR S.A. IPO anterior a 2008. 2004
CESP - CIA ENERGETICA DE SAO PAULO IPO anterior a 2008. 2007
CIA FERRO LIGAS DA BAHIA - FERBASA IPO anterior a 2008. 2002
CIA HERING IPO anterior a 2008. 2004
CIA PARANAENSE DE ENERGIA - COPEL IPO anterior a 2008. 2000
CIA SANEAMENTO DE MINAS GERAIS-
IPO anterior a 2008. 2006
COPASA MG
CONSTRUTORA TENDA S.A. IPO anterior a 2008. 2007
COSAN S.A. IPO anterior a 2008. 2005
CTEEP - CIA TRANSMISSÃO ENERGIA
IPO anterior a 2008. 2006
ELÉTRICA PAULISTA
CYRELA BRAZIL REALTY
IPO anterior a 2008. 2005
S.A.EMPREEND E PART
DIRECIONAL ENGENHARIA S.A. Sem dados no Bloomberg. 2009
DOMMO ENERGIA S.A. Dados do IPO não encontrados. 2015
DURATEX S.A. IPO anterior a 2008. 2000
EDP - ENERGIAS DO BRASIL S.A. IPO anterior a 2008. 2005
ELETROPAULO METROP. ELET. SAO
IPO anterior a 2008. 2006
PAULO S.A.
ENEVA S.A IPO anterior a 2008. 2007
ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES S.A IPO anterior a 2008. 2007
EVEN CONSTRUTORA E
IPO anterior a 2008. 2007
INCORPORADORA S.A.
EZ TEC EMPREEND. E PARTICIPACOES
IPO anterior a 2008. 2007
S.A.
GAFISA S.A. IPO anterior a 2008. 2006
GERDAU S.A. IPO anterior a 2008. 2000
GOL LINHAS AEREAS INTELIGENTES
IPO anterior a 2008. 2004
S.A.
GRENDENE S.A. IPO anterior a 2008. 2004
GUARARAPES CONFECCOES S.A. IPO anterior a 2008. 2000
IGUATEMI EMPRESA DE SHOPPING
IPO anterior a 2008. 2007
CENTERS S.A
IOCHPE MAXION S.A. IPO anterior a 2008. 2000
LIGHT S/A IPO anterior a 2008. 2000
IPO em 2018. Sem dados para
LOG COMMERCIAL PROPERTIES 2018
análise anterior.
MARCOPOLO S.A. IPO anterior a 2008. 2000
47

MARFRIG GLOBAL FOODS S.A. IPO anterior a 2008. 2007


MARISA LOJAS S.A. IPO anterior a 2008. 2007
MINERVA S.A. IPO anterior a 2008. 2007
MRV ENGENHARIA E PARTICIPACOES
IPO anterior a 2008. 2007
S.A.
MULTIPLUS S.A. Empresa de natureza financeira. 2010
ODONTOPREV S.A. IPO anterior a 2008. 2006
QGEP PARTICIPAÇÕES S.A. Sem dados no Bloomberg. 2011
RANDON S.A. IMPLEMENTOS E
IPO anterior a 2008. 2004
PARTICIPACOES
SANTOS BRASIL PARTICIPACOES S.A. Dados do IPO não encontrados. 2016
SAO MARTINHO S.A. IPO anterior a 2008. 2007
SLC AGRICOLA S.A. IPO anterior a 2008. 2007
SUL AMERICA S.A. IPO anterior a 2008. 2007
SMILES FIDELIDADE S.A. Empresa de natureza financeira. 2013
TAURUS ARMAS S.A. IPO anterior a 2008. 2004
TEGMA GESTAO LOGISTICA S.A. IPO anterior a 2008. 2007
TOTVS S.A. IPO anterior a 2008. 2006
TUPY S.A. IPO anterior a 2008. 2001
UNIPAR CARBOCLORO S.A. IPO anterior a 2008. 2000
VALID SOLUÇÕES S.A. IPO anterior a 2008. 2006
VULCABRAS/AZALEIA S.A. IPO anterior a 2008. 2004
WIZ S.A Empresa de natureza financeira. 2015
48

APÊNDICE B
Empresas não contempladas na análise.
MOTIVO DA
EMPRESA EXCLUSÃO ANO IPO
ALIANSCE SHOPPING CENTERS S.A. Sem dados no Bloomberg. 2010
Dados do IPO não
AES TIETE ENERGIA SA 2016
encontrados.
Empresa de natureza
BCO ABC BRASIL S.A. 2007
financeira.
ALPARGATAS IPO anterior a 2008. 2000
BCO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Empresa de natureza
2012
S.A. financeira.
BR PROPERTIES S.A. Sem dados no Bloomberg. 2010
BRADESPAR S.A. IPO anterior a 2008. 2004
CESP - CIA ENERGETICA DE SAO
IPO anterior a 2008. 2007
PAULO
CIA FERRO LIGAS DA BAHIA -
IPO anterior a 2008. 2002
FERBASA
CIA HERING IPO anterior a 2008. 2004
CIA PARANAENSE DE ENERGIA -
IPO anterior a 2008. 2000
COPEL
CIA SANEAMENTO DE MINAS GERAIS-
IPO anterior a 2008. 2006
COPASA MG
CONSTRUTORA TENDA S.A. IPO anterior a 2008. 2007
COSAN S.A. IPO anterior a 2008. 2005
CTEEP - CIA TRANSMISSÃO ENERGIA
IPO anterior a 2008. 2006
ELÉTRICA PAULISTA
CYRELA BRAZIL REALTY
IPO anterior a 2008. 2005
S.A.EMPREEND E PART
DIRECIONAL ENGENHARIA S.A. Sem dados no Bloomberg. 2009
Dados do IPO não
DOMMO ENERGIA S.A. 2015
encontrados.
DURATEX S.A. IPO anterior a 2008. 2000
EDP - ENERGIAS DO BRASIL S.A. IPO anterior a 2008. 2005
ELETROPAULO METROP. ELET. SAO
IPO anterior a 2008. 2006
PAULO S.A.
ENEVA S.A IPO anterior a 2008. 2007
ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES S.A IPO anterior a 2008. 2007
EVEN CONSTRUTORA E
IPO anterior a 2008. 2007
INCORPORADORA S.A.
EZ TEC EMPREEND. E PARTICIPACOES
IPO anterior a 2008. 2007
S.A.
GAFISA S.A. IPO anterior a 2008. 2006
GERDAU S.A. IPO anterior a 2008. 2000
GOL LINHAS AEREAS INTELIGENTES
IPO anterior a 2008. 2004
S.A.
GRENDENE S.A. IPO anterior a 2008. 2004
49

GUARARAPES CONFECCOES S.A. IPO anterior a 2008. 2000


IGUATEMI EMPRESA DE SHOPPING
IPO anterior a 2008. 2007
CENTERS S.A
IOCHPE MAXION S.A. IPO anterior a 2008. 2000
LIGHT S/A IPO anterior a 2008. 2000
IPO em 2018. Sem dados
LOG COMMERCIAL PROPERTIES 2018
para análise anterior.
MARCOPOLO S.A. IPO anterior a 2008. 2000
MARFRIG GLOBAL FOODS S.A. IPO anterior a 2008. 2007
MARISA LOJAS S.A. IPO anterior a 2008. 2007
MINERVA S.A. IPO anterior a 2008. 2007
MRV ENGENHARIA E PARTICIPACOES
IPO anterior a 2008. 2007
S.A.
Empresa de natureza
MULTIPLUS S.A. 2010
financeira.
ODONTOPREV S.A. IPO anterior a 2008. 2006
QGEP PARTICIPAÇÕES S.A. Sem dados no Bloomberg. 2011
RANDON S.A. IMPLEMENTOS E
IPO anterior a 2008. 2004
PARTICIPACOES
Dados do IPO não
SANTOS BRASIL PARTICIPACOES S.A. 2016
encontrados.
SAO MARTINHO S.A. IPO anterior a 2008. 2007
SLC AGRICOLA S.A. IPO anterior a 2008. 2007
SUL AMERICA S.A. IPO anterior a 2008. 2007
Empresa de natureza
SMILES FIDELIDADE S.A. 2013
financeira.
TAURUS ARMAS S.A. IPO anterior a 2008. 2004
TEGMA GESTAO LOGISTICA S.A. IPO anterior a 2008. 2007
TOTVS S.A. IPO anterior a 2008. 2006
TUPY S.A. IPO anterior a 2008. 2001
UNIPAR CARBOCLORO S.A. IPO anterior a 2008. 2000
VALID SOLUÇÕES S.A. IPO anterior a 2008. 2006
VULCABRAS/AZALEIA S.A. IPO anterior a 2008. 2004
Empresa de natureza
WIZ S.A 2015
financeira.
50

APÊNDICE C
Indicadores econômicos e financeiros das empresas.
EMPRESA Ano ROA ROE ROI P/L RSV PCT CE P/NOPAT EVA COTAÇÃO Var. Cot.
ALUPAR INVESTIMENTO SA-UNIT 2018 2,967 9,4191 7,7175 13,8885 0,49191 1,33268 0,18321 13,88847 -97,80115 18,27 -0,23
ALUPAR INVESTIMENTO SA-UNIT 2017 3,0506 9,7561 9,2937 15,7193 0,51341 1,04455 0,29117 15,71952 -70,78591 18,04 -0,46
ALUPAR INVESTIMENTO SA-UNIT 2016 3,0867 11,4919 10,9118 12,4733 0,52207 1,24450 0,31336 12,47356 -53,13594 16,65 -1,85
ALUPAR INVESTIMENTO SA-UNIT 2015 2,2208 8,4285 10,6472 13,0954 0,43488 1,43634 0,31995 13,09509 -187,75441 12,91 -5,59
ALUPAR INVESTIMENTO SA-UNIT 2014 4,1969 14,4549 12,1264 10,1284 0,54963 1,30208 0,21656 10,12875 -168,53195 16,63 -1,87
ALUPAR INVESTIMENTO SA-UNIT 2013 3,7006 13,8012 11,4759 10,8105 0,60692 1,03800 0,27587 10,81008 -391,99990 18,5 0
ANIMA HOLDING SA 2018 0,1617 0,3306 2,2606 595,2798 0,00360 1,17433 0,29644 594,40559 0,00000 16,99 -1,51
ANIMA HOLDING SA 2017 6,2474 12,7843 10,9512 26,5485 0,04621 0,92141 0,34512 26,54784 -0,28038 27,97 9,47
ANIMA HOLDING SA 2016 1,6262 3,2626 4,433 52,5715 0,02011 1,18321 0,35669 52,56460 -900,77281 13,41 -5,09
ANIMA HOLDING SA 2015 6,0573 10,3685 8,2647 17,8087 0,07003 0,83109 0,44610 17,80875 -1104,72398 13,33 -5,17
ANIMA HOLDING SA 2014 18,2095 30,5488 21,9223 17,7645 0,19908 0,58323 0,49945 17,76471 21,94697 33,11 14,61
ANIMA HOLDING SA 2013 6,7974 15,2945 17,89675 32,2952 0,06919 0,81760 0,29882 32,29738 0,00000 18,5 0
AREZZO INDUSTRIA E COMERCIO 2018 13,618 20,7286 18,9448 34,736 0,11135 0,46910 0,76685 34,73598 156,31399 54,22 35,22
AREZZO INDUSTRIA E COMERCIO 2017 15,786 23,1475 17,7779 31,6441 0,13446 0,57889 0,92697 31,64411 75,97714 52,43 33,43
AREZZO INDUSTRIA E COMERCIO 2016 13,1905 18,0411 14,5083 19,1561 0,12670 0,35456 0,84999 19,15609 15,41503 23,11 4,11
AREZZO INDUSTRIA E COMERCIO 2015 14,5006 20,0407 14,3493 15,5671 0,14685 0,38201 0,80821 15,56709 -22,61167 18,73 -0,27
AREZZO INDUSTRIA E COMERCIO 2014 15,0298 20,6726 15,9656 21,2283 0,15337 0,38213 0,81194 21,22835 0,02137 23,15 4,15
AREZZO INDUSTRIA E COMERCIO 2013 16,4951 22,8315 18,0015 23,8 0,16212 0,36795 0,75986 23,80000 0,09817 24,89 5,89
AREZZO INDUSTRIA E COMERCIO 2012 16,8885 23,1218 18,9919 36,2844 0,15518 0,40249 0,69745 36,28440 0,14484 32,96 13,96
AREZZO INDUSTRIA E COMERCIO 2011 23,5272 34,5537 26,7417 22,0952 0,18479 0,32960 0,80832 22,09524 0,94953 19 0
- -
AZUL SA 2018 3,1961 28,324589 4,171 107,4386 0,06578 27,90371 0,31642 107,43062 15948,21210 36 15
AZUL SA 2017 5,653 27,5857 12,7144 62,6518 0,07675 2,64080 0,44559 62,64555 -77,15883 21 0
BK BRASIL OPERACAO E ASSESSO 2018 5,1824 7,6803 5,6479 35,9152 0,05864 0,47099 0,74156 35,91525 -71,48119 20,42 2,42
BK BRASIL OPERACAO E ASSESSO 2017 0,1987 0,354 1,6464 726,2013 0,00507 0,49367 0,59246 726,14108 -62,08878 18 0
51

CIA SANEAMENTO DO PARANA-PRF 2018 8,5389 16,4213 13,4119 6,0393 0,27990 0,88577 0,26832 6,03940 43,06975 10,36 0,86
CIA SANEAMENTO DO PARANA-PRF 2017 7,0101 13,7767 11,8512 8,5892 0,23623 0,96455 0,25284 8,58905 5,25206 11,22 1,72
CIA SANEAMENTO DO PARANA-PRF 2016 7,0835 13,947 11,536 8,1839 0,22705 0,96606 0,20823 8,18362 -32,10302 9,67 0,17
CVC BRASIL OPERADORA E AGENC 2018 4,8562 28,7194 20,1458 32,7338 0,22124 4,53241 0,72413 32,79022 600,03849 61,15 45,15
CVC BRASIL OPERADORA E AGENC 2017 5,4013 31,5131 25,0916 29,248 0,28774 5,24390 0,71968 29,38147 731,89293 45,29 29,29
CVC BRASIL OPERADORA E AGENC 2016 5,7547 29,7181 29,364 17,5009 0,28160 3,64072 0,89918 17,71565 441,88250 22,57 6,57
CVC BRASIL OPERADORA E AGENC 2015 6,6556 33,3007 38,0655 10,4882 0,30339 3,30623 0,85462 10,48788 861,26584 11,69 -4,31
CVC BRASIL OPERADORA E AGENC 2014 6,6767 37,6049 82,7681 13,905 0,31521 4,00458 0,98969 13,90509 848,03686 13,43 -2,57
CVC BRASIL OPERADORA E AGENC 2013 5,8944 42,3911 178,9656 17,7724 0,27239 5,54285 0,93517 17,77210 0,00000 16 0
ECORODOVIAS INFRA E LOG SA 2018 4,1957 57,6639 9,142 13,281 0,22831 14,67386 0,21481 13,93759 0,00000 9,38 -0,12
ECORODOVIAS INFRA E LOG SA 2017 5,4439 67,7525 11,553 17,1054 0,24663 9,33052 0,24926 17,43939 0,00000 11,41 1,91
ECORODOVIAS INFRA E LOG SA 2016 -13,3379 -92,6435 -15,0112 23,4867 0,07781 10,53339 0,27470 -4,75339 0,00000 7,33 -2,17
ECORODOVIAS INFRA E LOG SA 2015 1,4966 6,5789 6,6078 22,6929 0,10630 3,79781 0,27764 25,99591 0,00000 4,4 -5,1
ECORODOVIAS INFRA E LOG SA 2014 7,1486 24,8216 13,1766 12,5843 0,24410 2,75626 0,25925 12,58411 -196,78745 8,66 -0,84
ECORODOVIAS INFRA E LOG SA 2013 6,267 19,038 11,2249 20,8026 0,24030 2,09851 0,26480 20,80112 -204,98284 10,8 1,3
ECORODOVIAS INFRA E LOG SA 2012 8,1541 21,1584 12,3529 22,9066 0,31881 1,91508 0,35240 22,90784 0,02520 11,7 2,2
ECORODOVIAS INFRA E LOG SA 2011 9,2047 20,9112 14,2508 20,2174 0,33118 1,20489 0,37948 20,21739 54,71494 9,24 -0,26
ECORODOVIAS INFRA E LOG SA 2010 16,6217 48,9446 25,3416 11,4107 0,53935 1,33003 0,46805 11,41071 544,04576 9,5 0
FLEURY SA 2018 8,9162 19,1862 11,1397 18,7965 0,16932 1,23459 0,28915 18,79692 -23,80110 18,98 2,98
FLEURY SA 2017 9,8151 19,7775 12,0965 29,0634 0,17951 1,06696 0,35102 29,06360 2,78108 27,34 11,34
FLEURY SA 2016 7,3671 14,3364 9,24 24,379 0,14044 0,95726 0,27834 24,37774 -31,83235 16 0
FLEURY SA 2015 3,3471 6,6499 5,0246 23,2963 0,09102 0,93558 0,26982 23,29645 -79,17527 6,25 -9,75
FLEURY SA 2014 2,6726 5,2607 4,003 29,6 0,08553 1,04059 0,16195 29,60000 -74,87173 6,28 -9,72
FLEURY SA 2013 2,0555 3,602 3,471 47,0339 0,06710 0,90119 0,17091 47,03476 -65,59928 5,99 -10,01
FLEURY SA 2012 3,8203 6,3867 6,15 33,8971 0,10380 0,60510 0,23601 33,89706 -1,10009 7,09 -8,91
FLEURY SA 2011 4,8271 7,6141 6,1806 28,9189 0,11844 0,74151 0,31406 28,91892 -1,89628 6,5 -9,5
FLEURY SA 2010 10,0608 14,0483 10,8186 26,9192 0,22410 0,31267 0,42066 26,91919 -9,83092 16 0
INSTITUTO HERMES PARDINI SA 2018 10,2678 21,5638 16,5691 19,7869 0,12551 1,05274 0,36856 19,78627 1,10755 18,4 -0,6
52

INSTITUTO HERMES PARDINI SA 2017 11,9431 27,4931 20,2657 33,4988 0,15596 1,14404 0,38923 33,49714 3,55083 19 0
CAMIL ALIMENTOS SA 2018 6,5862 15,7561 9,5997 13,1686 0,06974 1,07632 0,33661 13,16866 -135,46673 7 -2
CAMIL ALIMENTOS SA 2017 5,3227 14,4614 10,0547 16,6897 0,06111 1,81515 0,57102 6,75649 -138,25906 9 0
INTERNATIONAL MEAL COMPANY A 2018 0,5011 0,7849 1,1202 145,6959 0,00488 0,61392 0,60384 145,58522 -339,64305 6,99 -6,51
INTERNATIONAL MEAL COMPANY A 2017 0,2431 0,3617 0,3536 386,3081 0,01319 0,50645 0,48112 386,22222 -341,61515 8,67 -4,83
INTERNATIONAL MEAL COMPANY A 2016 -4,0999 -6,877 -3,8882 49,8907 -0,04182 0,44448 0,53737 -10,68128 -519,58063 4,96 -8,54
INTERNATIONAL MEAL COMPANY A 2015 -4,812 -9,4048 -2,8655 46,789 -0,07964 0,84778 0,56149 -4,91406 -962,32842 4,05 -9,45
INTERNATIONAL MEAL COMPANY A 2014 -0,7208 -1,5377 1,345 44,876 -0,02630 1,06973 0,34342 -111,73184 -528,00743 11,97 -1,53
INTERNATIONAL MEAL COMPANY A 2013 2,8768 5,0633 4,4519 47,6568 0,13504 1,50130 0,23026 47,66258 -15,48734 18,2 4,7
INTERNATIONAL MEAL COMPANY A 2012 1,2914 2,1 2,5191 118,8083 0,03402 0,62702 0,36629 118,83513 -49,14886 25,23 11,73
INTERNATIONAL MEAL COMPANY A 2011 0,153 0,2807 0,3485 551,2646 0,02102 0,62519 0,29174 550,42373 -35,94454 13,5 0
LINX SA 2018 4,4248 6,3791 5,0645 74,8214 0,13441 0,55851 0,37377 74,82213 -31,07603 32,45 5,45
LINX SA 2017 5,5684 7,3023 4,3123 41,3759 0,19028 0,33618 0,43008 41,37531 -176,57225 21,09 -5,91
LINX SA 2016 5,5255 7,5337 4,5852 41,9458 0,18737 0,28622 0,35481 41,94874 -168,82529 16,74 -10,26
LINX SA 2015 6,7954 9,8226 6,8346 32,4824 0,18114 0,49734 0,29883 32,48350 -25,58705 14,01 -12,99
LINX SA 2014 8,1858 11,074 7,4233 34,8613 0,22653 0,39106 0,40857 34,85815 -8,91559 15,47 -11,53
LINX SA 2013 10,9065 15,2254 9,1543 34,908 0,25976 0,31148 0,43662 34,90710 0,00000 27 0
MAHLE-METAL LEVE SA 2018 12,8427 21,5147 18,9921 11,0503 0,13711 0,71192 0,58292 11,05050 3,31674 23,56 -17,44
MAHLE-METAL LEVE SA 2017 10,3603 18,3539 15,1641 12,5226 0,12326 0,64873 0,48607 12,90619 2,27663 20,83 -20,17
MAHLE-METAL LEVE SA 2016 1,0203 1,9559 3,0652 57,3958 -0,00876 0,93706 0,42922 108,01249 -9,46384 17,59 -23,41
MAHLE-METAL LEVE SA 2015 8,003 15,365 9,2932 15,7972 0,10447 0,91975 0,49311 15,79754 -20,81875 20,43 -20,57
MAHLE-METAL LEVE SA 2014 8,3684 15,4035 11,0208 12,9231 0,11239 0,89242 0,49937 12,92311 0,00000 16,38 -24,62
MAHLE-METAL LEVE SA 2013 8,3977 14,789 11,6857 17,449 0,11637 0,76658 0,38248 17,44890 0,00000 20,14 -20,86
MAHLE-METAL LEVE SA 2012 7,2965 13,3835 9,8945 17,9028 0,10513 0,75301 0,58140 17,90318 -0,24286 18,19 -22,81
MAHLE-METAL LEVE SA 2011 7,3714 14,1775 9,1806 28,9052 0,11207 0,89291 0,66412 28,90635 -1,51855 10 -31
MOVIDA PARTICIPACOES SA 2018 3,4734 10,854 7,9501 11,8241 0,08152 2,13008 0,46495 11,82456 -18,18429 8,6 1,1
MOVIDA PARTICIPACOES SA 2017 1,956 6,6247 7,1514 22,1171 0,03659 2,11826 0,59368 21,87403 -9,03811 7,5 0
OMEGA GERACAO SA 2018 1,0457 2,3452 4,5404 49,0763 0,10173 1,21240 0,09404 49,07199 -603,42793 17,45 1,85
53

OMEGA GERACAO SA 2017 4,2903 9,7659 8,9194 20,5372 0,24149 1,15727 0,15230 20,53750 -280,50560 15,6 0
PETRO RIO SA 2018 14,5958 21,683 12,2176 6,4577 0,28433 0,52699 0,69936 6,45791 0,00000 9,92 -1190,08
PETRO RIO SA 2017 4,3229 5,9223 4,7982 21,2209 0,09113 0,43834 0,56018 21,21920 0,00000 8,18 -1191,82
PETRO RIO SA 2016 21,3881 27,6415 26,6763 1,1852 0,63576 0,29757 0,32077 1,18518 0,00000 2,19 -1197,81
PETRO RIO SA 2015 9,8727 14,3793 11,4559 1,4631 0,41448 0,28764 0,32489 1,46304 0,00000 1,23 -1198,77
PETRO RIO SA 2014 -69,7184 -96,2045 -83,9099 1,6789 -2,16088 0,70468 0,35225 -0,13761 0,00000 2,31 -1197,69
-
PETRO RIO SA 2013 -73,8358 -87,5198 -78,0772 1,857 582,74448 0,24108 0,63820 -0,12078 0,00000 4,55 -1195,45
PETRO RIO SA 2012 -5,7547 -7,3712 -8,5805 1,5678 -41,14527 0,16317 0,27468 -103,23003 0,00000 23,65 -1176,35
-
PETRO RIO SA 2011 -7,5203 -9,3088 -13,0384 2,9809 -28,25994 0,39217 0,39220 9964,91228 0,00000 56,8 -1143,2
-
PETRO RIO SA 2010 -9,1453 -9,283 -11,3958 2,3456 -8,91329 0,01323 1,00000 7293,57798 0,00000 1200 0
QUALICORP CONS E CORR SEG SA 2018 11,2148 16,8189 18,0092 9,2606 0,32509 0,50746 0,87702 9,26072 0,96599 12,41 -0,59
QUALICORP CONS E CORR SEG SA 2017 10,4115 16,7348 18,9738 24,1266 0,28100 0,49198 0,34992 24,12639 1,76562 28,8 15,8
QUALICORP CONS E CORR SEG SA 2016 11,5238 19,97 22,5388 13,1049 0,23439 0,73606 0,47874 13,10504 2,34969 17,01 4,01
QUALICORP CONS E CORR SEG SA 2015 6,2897 10,4562 12,7266 17,0529 0,23165 0,72248 0,33101 17,05286 -0,71778 11,23 -1,77
QUALICORP CONS E CORR SEG SA 2014 3,57 5,7781 11,0537 59,419 0,18643 0,60714 0,33980 59,41440 -0,93693 19,62 6,62
QUALICORP CONS E CORR SEG SA 2013 -1,0034 -1,5833 -29,6056 212,56759 0,00301 0,62168 0,34272 -188,28452 -4,30608 16,07 3,07
QUALICORP CONS E CORR SEG SA 2012 0,7549 1,1305 3,7384 249,2831 0,07029 0,52923 0,28860 249,23619 -29,22389 15,15 2,15
QUALICORP CONS E CORR SEG SA 2011 -1,2771 -1,9066 0,404 238,9876 -0,00079 0,47323 0,31065 -121,11352 -14,67117 13 0
SER EDUCACIONAL SA 2018 8,1532 13,5135 12,5225 10,4936 0,16524 0,65215 0,42467 10,49329 -43,34091 15,36 -2,14
SER EDUCACIONAL SA 2017 8,7254 16,0628 15,8533 20,1653 0,16392 0,66262 0,29534 20,16493 30,58274 30,1 12,6
SER EDUCACIONAL SA 2016 11,9182 26,9903 23,3293 10,1137 0,20961 1,12391 0,34175 10,11384 1167,61242 16,82 -0,68
SER EDUCACIONAL SA 2015 10,3988 23,2772 21,4038 5,969 0,16912 1,44124 0,24810 5,96882 799,31524 6,78 -10,72
SER EDUCACIONAL SA 2014 20,8391 39,6773 32,9433 17,3243 0,32644 0,99339 0,31594 17,32442 72,33144 26,04 8,54
SER EDUCACIONAL SA 2013 19,671 36,0939 31,5423 22,3515 0,26599 0,77985 0,26262 22,35272 111,10475 17,5 0
TRANSMISSORA ALIANCA DE-UNIT 2018 12,8522 24,0214 12,2733 7,589 0,74525 0,88456 0,15993 7,58916 -17,73613 23,45 -41,55
TRANSMISSORA ALIANCA DE-UNIT 2017 7,8745 14,9803 8,7788 11,3401 0,65332 0,85273 0,17392 11,34021 -67,24256 18,69 -46,31
TRANSMISSORA ALIANCA DE-UNIT 2016 9,9816 19,8526 12,0886 8,2881 0,69755 0,95251 0,26185 8,28804 -24,50268 16,85 -48,15
54

TRANSMISSORA ALIANCA DE-UNIT 2015 10,3808 21,1452 13,1983 6,3451 0,69329 1,02475 0,22482 6,34518 -63,71365 11,97 -53,03
TRANSMISSORA ALIANCA DE-UNIT 2014 10,1595 21,2163 11,8095 7,1729 0,73635 1,04960 0,16954 7,17277 -5575,31412 12,04 -52,96
TRANSMISSORA ALIANCA DE-UNIT 2013 9,5294 21,2525 11,6915 7,0223 0,65732 1,12635 0,22635 7,02242 -4501,88821 10,94 -54,06
TRANSMISSORA ALIANCA DE-UNIT 2012 7,4687 18,5577 9,7383 11,0725 0,71332 1,33936 0,11716 11,07273 -56,70359 65 0
VIA VAREJO SA 2018 -1,1931 -11,1809 12,2429 65,7896 -0,01441 11,48677 0,68354 -21,25908 -353,11250 4,39 -18,61
VIA VAREJO SA 2017 0,9015 6,0204 18,1471 60,9587 0,00987 6,12045 0,84127 60,95311 2220,44640 7,91 -15,09
VIA VAREJO SA 2016 -0,5619 -2,6935 14,4452 87,9807 -0,00318 5,24181 0,81915 -48,91304 48,30240 3,58 -19,42
VIA VAREJO SA 2015 0,0867 0,3125 8,2998 133,6898 0,00415 2,83608 0,78625 134,25926 -789,21600 1,49 -21,51
VIA VAREJO SA 2014 6,3675 21,6503 21,3193 9,3573 0,06227 2,39427 0,86093 9,35737 6884,46570 6,54 -16,46
VIA VAREJO SA 2013 9,0836 33,6002 23,8379 8,1458 0,07754 2,40709 0,82141 8,35651 9019,86400 23 0

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