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EXPLICANDO O ERRO DOS CINCO PONTOS CALVINISTAS E O CAPÍTULO 9 DE ROMANOS

Jonh Piper, em seu livro cinco pontos, disse que: “os Cinco pontos
do Calvinismo se focaliza no ato central de Deus de Salvar pecadores”

Esta frase está errada em vários pontos fundamentais da fé Cristã, menos no último ponto.

1- Primeiro Ponto: Depravação total diz que devido ao pecado, os homens se tornaram incapazes de
escolherem o bem em questões espirituais.

Defesa – Por que o homem pode fazer coisas “boas” em áreas humanas, mas em questões espirituais, como
escolher a salvação dada por Deus, não pode?

Este argumento é completamente falho, já que as escrituras estão cheia de escolhas humanas em relação a
salvação e ao próprio pecado que jaz às portas.

Genesis 4:6 e 7 Então o Senhor perguntou a Caim: Por que te iraste? e por que está descaído o teu semblante? Porventura se
procederes bem, não se há de levantar o teu semblante? e se não procederes bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo;
mas sobre ele tu deves dominar.

Mateus 23: 37, Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os
teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste!
Deus queria, mas os homens não quiseram (Livre Arbítrio)

2 – Segundo Ponto: Eleição Incondicional diz que o homem não tem condições para escolher a Salvação, é
Deus que, pela graça, escolhe um número determinado de pecadores para salvar. Tal escolha, ou eleição é
incondicional, ou seja, não está relacionada com alguma resposta humana.

Defesa – Outro argumento falho. A Bíblia claramente relaciona a eleição com onisciência de Deus. O Homem
não é capaz de entender as ações de Deus juntamente com sua onisciência e erroneamente parte do
pressuposto que o ser humano é um “boneco com cordas”, sem consciência para fazer escolhas em relação
a salvação dada por Deus.

Além de ser uma grande heresia dizer que Deus predestina pessoas para a salvação e outras para o inferno,
mesmo olhando para um Deus soberano, não há como aceitar tal argumento.

Obs: Na verdade, nem Calvino e nem Agostinho ousaram fazer tal declaração, pois ela vem dos discípulos
de Calvino, que avançaram em seus argumentos falhos.

Ezequiel 33:11, Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim em que o ímpio se
converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que morrereis, ó casa de Israel?

Toda eleição e predestinação sempre será vista a partir da onisciência de Deus, não importa o que você
venha dizer ou citar versículos isolados, isso jamais irá invalidar o Livre Arbítrio humano, pois o homem
não vive no plano atemporal de Deus (aionios) , vivemos em um plano completamente temporal, (Kronos)
um dia após o outro, onde fazemos escolhas todos os dias e isso inclui a salvação dada por Deus.

PEDRO, FALANDO A DIVERSAS IGREJAS, QUE ELEIÇÃO É SEGUNDO A PRESCIÊNCIA DE DEUS:


1 Pedro 1: 2, eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de
Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.

PAULO CONCORDA COM PEDRO QUANDO FALA À IGREJA DE ROMA, DIZENDO QUE PREDESTINAÇÃO É
SOMENTE POSSÍVEL NO PLANO ATEMPORAL DE DEUS, ONDE ELE NOS CONHECE ANTES DE TOMARMOS
QUALQUER DECISÃO.
ROMANOS 8: 29, Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de
que ele seja o primogênito entre muitos irmãos;
3 – Terceiro ponto: Expiação Limitada diz que a morte expiatória de Jesus Cristo na cruz foi por aqueles que
Deus já havia predestinado.

Defesa – Esta é a maior heresia de todas, pois diz que a salvação foi apenas para os eleitos e não para todo o
mundo. Para os calvinistas, Jesus somente veio para os eleitos. Esta declaração não é Bíblica. A Bíblia diz
exatamente o contrário.

João 3:16, Porque Deus amou o mundo (do grego kosmos, os habitantes da terra, homens que compõe uma sociedade) de tal
maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

1 Timóteo 2:3, Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e
cheguem ao pleno conhecimento da verdade.

2 Pedro 3:9, O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não
querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se.

Não adianta dizer que não é bem assim, são declarações bíblicas. Declarações estas que não mancham de
forma alguma a soberania de Deus, mas reafirma quem é Deus e seus atributos naturais, chamados também
de atributos absolutos ou incomunicáveis, pois somente Deus concilia o Livre Arbítrio, Predestinação e a sua
Soberania.

4 – Quarto ponto: Graça irresistível diz que é impossível para os eleitos rejeitarem a graça de Deus. O
Espírito Santo sempre convence e salva. (Lógico que em todos os pontos vistos até agora, a graça tinha que
ser modificada para irresistível.)

Defesa – Primeiro é necessário esclarecer que na Bíblia não existe a palavra irresistível em relação a graça,
nem tão pouco a palavra resistível.

Graça é graça – Graça é um presente dado ao homem sem ele merecer – No caso o presente foi a salvação
dada por Deus em Cristo Jesus.

Mas a Bíblia diz que a salvação é para todos os homens (“Deus amou o mundo” – João 3:16 e “Deus deseja
que todos os homens sejam salvos” – 1 Timóteo 2:4), mas se TODOS não são salvos então a graça de Deus
pode ser resistida (ou rejeitada) pelo homem – isso porque a salvação só se concretiza quando o homem,
pelo Arrependimento e fé, recebe Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor. Não há possibilidade alguma da
graça ser irresistível – O Espírito Santo faz a obra em todos os corações humanos, onde haverá aceitação ou
rejeição (veja o que Jesus ensina em sua parábola do semeador, em Mateus 13)

Quando o Evangelho é pregado, o motivo da rejeição são vários, como explica a parábola do semeador, em
Mateus 13. Quando é aceito, há muitos frutos ou o fruto do Espírito (Gálatas 5:22)

Obs importante: Calvinistas dizem que se você recebe Jesus pelo seu Livre Arbítrio, isso então é mérito seu.
Defesa – Argumento falho, pois quem dá o presente é Deus, o mérito é do doador e não do recebedor. Se o
presente é aceito ou rejeitado isso não lhe confere mérito algum, há sim consequências desta ação. Se você
recebe o presente dado por Deus, você irá receber os benefícios deste presente recebido, mas se você rejeita,
você não receberá os benefícios desta ação, pois a Bíblia diz que todos pecaram (Romanos 3:23) e estão
separados da glória de Deus, ou seja, estão sob a ira de Deus e consequentemente condenados (João 3:36)
– Assim quem não recebe o presente de Deus, permanece sob condenação. No entanto, quem recebe, a
condenação é cancelada, e você se torna Justificado por Deus (Mérito de Deus). Então, o fato de um homem
receber ou aceitar o presente de Deus (exercendo seu livre Arbítrio), não lhe confere mérito algum.
5 - Quinto Ponto: Perseverança dos Santos diz que uma vez salvo, é impossível perder salvação. (Finalmente
um ponto concordante). Aquele que recebe Jesus Cristo como seu salvador não pode perder a salvação, pois
este, em Cristo, tem a promessa de Deus de nunca perdê-la.

Alguns podem argumentar que já conheceram pessoas que eram crentes “fiéis” e depois se afastaram.

Uma coisa é importante dizer: salvação é de foro íntimo. A pessoa que é salva, sabe que é, não há dúvidas,
nem mesmo em seu íntimo, não olha apenas as ações humanas, criando desculpas para suas ações
equivocadas.

Tempestades da vida podem vir, até mesmo a morte – não há dúvidas, pois a esperança do crente é Deus –
a herança do crente é Deus.

Romanos 8: 38 e 39, Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes,
nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus,
que está em Cristo Jesus nosso Senhor.

Efésios 4:30, E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.

João 14: 2 e 3, Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for
e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.

Concluindo

A questão não é predestinação x Livre Arbítrio, como pontos antagônicos!

É preciso ver a predestinação Bíblica, e não calvinista. Assim, iremos entender melhor a Bíblia quando vermos
estas doutrinas como doutrinas complementares à outra, assim é correto afirmar: Livre Arbítrio +
Predestinação (Soberania de Deus)

Deus é Deus para conciliar tudo em seu grande plano. O que dizer da trindade e dualidade de Cristo? Hoje
conciliamos tudo isso, mas não foi assim sempre na história da Igreja, foram necessários muitas controvérsias
para se chegar a um conceito básico sobre trindade e a dualidade de Cristo, e mesmo assim tudo, é entendido
pela fé.

Entendo que hoje é necessário uma unificação do que significa Livre Arbítrio e Predestinação e assim
formar um conceito básico e entende-lo pela fé.

Calvino e seus seguidores erraram em formar uma definição de Deus a partir das controvérsias de Agostinho
e Pelágio (Século V d.C), e ainda que esta definição esteja levemente declarada em suas Institutas (de
Calvino), era necessário formar conceitos fundamentados biblicamente, ao invés de definições. Assim,
seguindo neste rumo, Calvino e Agostinho erraram em premissas fundamentais que nem mesmo os pais da
Igreja dos séculos II, III e IV erraram, ao descreverem o que significava receber a salvação dada por Deus.

As Institutas que falam da Soteriologia de Calvino, bem como a teologia soteriológica de seus predecessores,
são geralmente explicações do que o versículo não diz, ao invés de encarar as declarações bíblicas de frente.

Entenda! Se você encontra na Bíblia duas declarações Bíblicas claras (aparentemente antagônicas), elas
então são verdadeiras, cabendo a Deus conciliá-las, e a nós apenas crer, no Caso, Livre Arbítrio e
Predestinação.
EXPLICANDO ROMANOS 9
O LAMENTO DE PAULO POR ISRAEL
1 Digo a verdade em Cristo, não minto, dando testemunho comigo a minha consciência no Espírito Santo,
2 que tenho grande tristeza e incessante dor no meu coração.
3 Porque eu mesmo desejaria ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne;
4 os quais são israelitas, de quem é a adoção, e a glória, e os pactos, e a promulgação da lei, e o culto, e as promessas;
5 de quem são os patriarcas; e de quem descende o Cristo segundo a carne, o qual é sobre todas as coisas, Deus bendito
eternamente. Amém.

DEUS CUMPRE SUAS PROMESSAS


6 Não que a palavra de Deus haja falhado. Porque nem todos os que são de Israel são israelitas;
7 nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
8 Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus; mas os filhos da promessa são contados como descendência.
9 Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho.
10 E não somente isso, mas também a Rebeca, que havia concebido de um, de Isaque, nosso pai
11 (pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição
permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),
12 foi-lhe dito: O maior servirá o menor.
13 Como está escrito: Amei a Jacó, e aborreci a Esaú.
14 Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum.
15 Porque diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter
compaixão.
16 Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia.
17 Pois diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei: para em ti mostrar o meu poder, e para que seja anunciado o meu nome
em toda a terra.
18 Portanto, tem misericórdia de quem quer, e a quem quer endurece.

A ABSOLUTA SOBERANIA DE DEUS


19 Dir-me-ás então. Por que se queixa ele ainda? Pois, quem resiste à sua vontade?
20 Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?
21 Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para uso honroso e outro para uso desonroso?
22 E que direis, se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira,
preparados para a perdição;
23 para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que de antemão preparou para a glória,
24 os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?
25 Como diz ele também em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; e amada à que não era amada.
26 E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; aí serão chamados filhos do Deus vivo.
27 Também Isaías exclama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que
será salvo.
28 Porque o Senhor executará a sua palavra sobre a terra, consumando-a e abreviando-a.
29 E como antes dissera Isaías: Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado descendência, teríamos sido feitos como Sodoma,
e seríamos semelhantes a Gomorra.

ISRAEL TROPEÇOU NA FÉ
30 Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça, mas a justiça que vem da fé.
31 Mas Israel, buscando a lei da justiça, não atingiu esta lei.
32 Por que? Porque não a buscavam pela fé, mas como que pelas obras; e tropeçaram na pedra de tropeço;
33 como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço; e uma rocha de escândalo; e quem nela crer não será
confundido.

EXPLICANDO ROMANOS 9
Infelizmente este texto é mal interpretado pelos calvinistas que tentam provar a predestinação sem a
onisciência de Deus, dizendo que Deus é soberano e predestina pessoas para o céu e para o inferno,
fazendo de Deus um Deus que faz acepção de pessoas. (Muitos pastores calvinistas reconhecem que Deus
faz acepção de pessoas dizendo que é soberania de Deus).

Atos 10:34 e 35, Então, falou Pedro, dizendo: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de
pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável.
Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio
de Jesus Cristo...
Romanos 2: 9-11, Tribulação e angústia virão sobre a alma de qualquer homem que faz o mal, ao judeu
primeiro e também ao grego; glória, porém, e honra, e paz a todo aquele que pratica o bem, ao judeu
primeiro e também ao grego. Porque para com Deus não há acepção de pessoas

Interpretando Romanos 9
É necessário entender que Paulo tinha em suas mãos o Velho Testamento e cita várias passagens para
fundamentar seus argumentos. Assim se faz necessário entender o contexto destas passagens para
interpretar o referido capítulo.

Versos 1-5 - Primeiro, o texto fala da profunda tristeza de Paulo, porque os Israelitas rejeitaram a
Cristo (Romanos 9:1-5). Se ele pudesse daria a própria vida em favor dos Israelitas (v.3) como
Moisés, que pediu, diante de Deus, que riscasse o seu nome do livro, intercedendo em favor dos
Israelitas. (Êxodo 32:32-33)

Segundo, Paulo agora faz uma exposição de um Deus que cumpre suas promessas (Romanos 9:6-
18). Isso porque diante do que estava acontecendo em seu tempo: o evangelho estava sendo espalhado
pelo mundo e a maioria dos convertidos não eram mais os judeus, e sim os gentios. Diante disso,
muitos indagavam se as promessas de Deus seriam cumpridas

(Pertinente aqui a pergunta dos Apóstolos na ascensão de Cristo e sua resposta, em Atos 1:6 e 7,
“Então,os que estavam reunidos lhe perguntaram:Senhor,será este o tempo em que restaures o reino
a Israel? Respondeu-lhes:Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua
exclusiva autoridade;”-na sequência disse para espalharem o evangelho ao mundo)-A questão aqui
era a indagação sobre as promessas de Deus: Restaurar o Reino a Israel.Como, e quando, estas coisas
iriam acontecer?Paulo fala de forma implicita da salvação dos Judeus no início do cápitulo,falando
sobre quem são os verdadeiros israelitas, e no final do capitulo ele é claro: “somente os remanecentes
serão salvos”

Paulo afirma no verso 6 e 7: “E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem
todos os de Israel são, de fato, israelitas; nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos;
mas:Em Isaque será chamada a tua descendência” – Ele mostra que a descendência de Deus não eram
os Israelitas na carne, mas eram Israelitas aqueles que são de Cristo, os Israelitas Espirituais. (Jesus
disse a mesma coisa para os fariseus, em Mateus 3:9 e 10). *Ele vai continuar sua explanação nos
versos 7 a 9* com a mesma temática sobre a promessa de sua descendência, e que os descendentes
de Abraão não são os da carne, dizendo: “Isto é, os filhos de Deus não são propriamente os da carne”

Os versos 10 a 13 são os mais exaltados pelos calvinistas e consequentemente mal explicados.


Como já foi dito: A Bíblia não deve ser interpretada com base apenas numa passagem, mas
interpretada de acordo com outras passagens, para então entende-las melhor.
Entendemos Eleição e Predestinação através do olhar onisciente de Deus (1 Pedro 1:2 e Romanos
8:9). Por isso, Paulo, antes de falar sobre o capítulo 9, explicou sobre a predestinação no capitulo 8:9.
Deus conhecia antecipadamente as atitudes de Esaú, através de sua onisciência, por isso disse a
Rebeca “o mais velho servirá ao mais novo”. E mesmo assim, Paulo está explanando sobre o
cumprimento de uma promessa (não vamos perder o foco) – onde um povo precisava ser escolhido
(Abraão 12:1 e 2) para que essa promessa fosse cumprida em Cristo na plenitude dos tempos (Gálatas
4:4), para que assim todas as famílias da terra fossem abençoadas através da descendência de Abraão
(Genesis 12:3).
Outro erro de interpretação, é que quando Paulo fala no verso 13 “Amei Jacó, porém me aborreci de
Esaú” ele esta citando Malaquias 1: 1 a 2, e dentro deste contexto, os Edomitas foram um povo
perverso, caçando e matando os Israelitas quando estes fugiam das guerras, e dizendo bem feito para
os Israelitas. Por isso, Obadias pronunciou a sentença de Deus contra eles e Malaquias lembra ao
povo Israelita do castigo dos Edomitas, para que o povo se mantenha fiel ao Senhor. (Tudo isso foi
previsto por Deus em sua onisciência, quando disse: “O mais velho servirá ao mais novo” – Palavras
estas, ditas para Rebeca, quando ainda estava gravida e eles lutavam em seu ventre, Gen 25:22 e 23).

Versos 14-18, Versículos também mal interpretado pelos calvinitas, sempre fora de seu real contexto
e da explanação paulina das promessas de Deus.
*Paulo diz:* “Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum!” - Pois dentro
do contexto ele irá explanar o que o próprio Deus vai dizer a Moisés – “Riscarei do meu livro todo
aquele que pecar contra mim.” (Exodo 32:33). Podemos lembrar de Ezequiel 18: 20-24, “a alma que
pecar esta morrerá”
“Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver
ter compaixão”. Seguindo dentro do contexto de Exodo 32 e Exodo 33, Moises pede para Deus lhe
mostrar a sua Gloria, mas antes pede para não sair daquele lugar se o Senhor não for com eles. Deus
então concede o pedido, dizendo que iria com eles, e assim o Senhor diz a Moisés neste contexto:
“Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver
ter compaixão”

Lógico que toda a salvação e todo o seu plano para o homem depende de Deus, depende da iniciativa
de Deus em salvar o homem, em traçar um plano para este homem. Mas em toda a história de Israel
houve aqueles que rejeitaram o plano de Deus e sofreram as consequências de seus atos. (Livre
Arbítrio)

Nos versos 16 a 17, ele finaliza esta seção falando de Faraó (Êxodo 6-14) – Tudo que Deus faz tem
um propósito, inclusive para quem é usado para tal. Entenda! No mundo, no passado, no presente e
no futuro existem pessoas que sempre serão de dura cerviz (más) e que nunca se converterão ao
Senhor, mesmo diante de sinais e prodígios.
Assim, se Deus quiser usar estas pessoas para mostrar seu poder, sua salvação, tornando-as ainda
mais cruéis para que assim sua glória seja manifesta, com certeza Ele o fará. (Faraó viu o poder de
Deus – “Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder, Os Sacerdotes e Saduceus no
tempo de Jesus viram o poder de Deus, Judas Iscariotes viu o poder de Deus – apesar de tudo
preferiram endurecer seus corações.
Deus em sua onisciência, nos trouxe salvação,usando a vida destes homens maus) – Isso não
invalida O livre Arbitrio, pelo contrario, o reafirma, pois o homem vive o seu presente e toma suas
próprias decisões. Deus vê tudo isso antecipadamente e usa como lhe apraz para que sua glória, poder
e vontade sejam manifestas e a sua misericórdia atinja os que irão crer.
Paulo esclarece isso no verso 22 e 23 de Romanos 9 – Não leia versiculos isolados fora do seu
contexto sem entender o contexto e as razões das afirmações de Paulo em sua premissa inicial sobre
os questionamentos das promessas de Deus.
Nos versos 19 a 29,
Paulo vai falar sobre a soberania de Deus, igualmente mal interpretado pelos Calvinistas. Veja que o
contexto ainda fala sobre as promessas de Deus, que muitos Judeus acreditavam que não estavam
sendo cumpridas neles, por causa do grande número de gentios convertidos. Eles desejavam a
restauração do Reino de Israel, como mostra também o questionamento dos discípulos na Ascenção
de Jesus Cristo (Atos 1 6 e 7)

Assim, Paulo, na sequência dos versículos 14 a 18, vai falar do Barro de honra e de desonra, citando
Isaías 45:9, “Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?” O contexto
era de total condenação de Israel, pois este povo não conseguia servir ao Senhor e assim eles iriam
aprender a servir a Deus no Exilio Babilônico. Mas Deus iria levantar Ciro, um homem que seria
usado para libertar o povo de Israel de seu cativeiro, e os faria voltar para Jerusalém. Muitos, no
tempo de Isaías, estavam questionando suas profecias. Por isso, ele vai dizer: “Quereis, acaso, saber
as coisas futuras? Quereis dar ordens acerca de meus filhos e acerca das obras de minhas mãos?”

Afinal, as profecias conduziam Israel para um cativeiro anunciado, por causa do insistente pecado de
Idolatria e injustiças sociais do povo. Assim o povo começa a questionar tais profecias, assim como
os questionamentos do povo no NOVO TESTAMENTO estava pondo em cheque as promessas de
Deus. No entando, se Israel não se convertia ao evangelho, Deus era culpado? “por que replicas a
Deus”? (v.20) Não são os homens responsaveis por suas proprias decisões? Mas no tempo certo, “o
remanecente será salvo” (v.27) e as promessas serão cumpridas.

Neste contexto, Paulo fala sobre os vasos de Honra e desonra (da mesma forma que Faraó, os farizeus
e Judas Iscariotes, Deus sabe quem serão os vasos de honra e desonra – para assim serem usados por
Deus. Por isso, ele diz no verso 22 e 23, “Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e
dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a
perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia,
que para glória preparou de antemão.”)

“suportou com muita longanimidade os vasos de ira” – Deus poderia, rapidamente, em sua justiça
destruí-los, mas esperou o tempo certo, para que assim “desse a conhecer as riquezas da sua glória
em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão”
- Repare a onisciência de Deus no verso: “que para glória preparou de antemão” – Deus sabia de
tudo, das decisões humanas, das suas rebeldias e de seus corações duros. Assim Deus usou estas
decisões humanas para seus próprios propósitos de Salvação, usando de sua misericórdia, para salvar
outros muitos, que haveriam de tomar a decisão de receber Cristo como Salvador.
Agora Paulo cita respectivamente Oseias 1:10 e 2:23, “Vós não sois meu povo, ali mesmo serão
chamados filhos do Deus vivo” e “Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e amada, à que
não era amada” - Para mostrar à Igreja de Roma, que aqueles gentios, que não eram considerados o
povo de Deus, se tornaram seu povo e foram chamados Filhos de Deus.

O contexto de Oséias é muito amplo, é uma história lindíssima de um homem que casa com uma
prostituta Israelita e essa mulher tem filhos do profeta, e um deles não é seu filho. A sua esposa sai
de casa e se afasta dele por muitos anos. Mais a frente, ele vê a sua esposa sendo vendida em um
mercado e ele a compra com todo o amor em seu coração, simbolizando assim o amor de Deus por
Israel, apesar da infidelidade do povo. Aquele filho que não era seu, passa a se tornar seu filho amado.
- Aqui Paulo mostra a importência das conversões gentilicas, e mostra o amor de Deus por cada um
deles, pois aquele que não era chamado de seu filho, se torna filho amado através de Jesus Cristo.

Não podemos deixar de mencionar a redenção da esposa de Oséias que fora comprada no mercado.
Ela simboliza a humanidade perdida que foi redimida, resgatada, comprada por preço de sangue, o
Sangue de Jesus Cristo vertido na Cruz. Este foi, desde o inicio (Genesis 3:15), o plano de Deus para
a humanidade (Genesis 12: 1 e 2 – 1 Corintios 6:20 – 1 Pedro 1:18 e 19)

O plano de Deus é universal, mas somente recebem os beneficios deste plano os que creem, os que
recebem Cristo como Seu salvador (João 1:12 – Colossenses 2:6 – 1 João 5:11 e 12)

Romanos 9:27, “Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o
remanescente é que será salvo” - Paulo citando Isaías 10:22 e 23, diz que apesar de Israel ser uma
grande nação, apenas será salvo aquele que reconhecer Cristo como Salvador – “o remanecente é que
será salvo”.

Paulo termina esta seção, no verso 29, citando Isaías 1:9, “se não tivesse deixado descendência
estaríamos como Sodoma e Gomorra”.
Israel teria que ser sacerdote de Deus, ensinando os oráculos de Deus ao mundo; mesmo com suas
falhas e idolatrias, Israel deu grande testemunho de Deus às nações (conforme pode ser visto na
conquista de Canaã, no reino de Davi, nos profetas, em Daniel na Babilonia, etc). Nós somos hoje
essa descendência e temos a responsabilidade de proclamar o poder e a salvação de Deus ao mundo,
pois se não fosse assim, “se não houvesse descêndencia” (pessoas recebendo Jesus) como diz Paulo,
“estariamos como Sodoma e Gomorra.”

Nos versos 30 a 33, Paulo conclui que as promessas de Deus foram e serão cumpridas, mas Israel é
responsável pela rejeição do evangelho.
Onde os gentios buscaram a justificação decorrente da fé e a alcançaram, os Judeus buscaram essa
justificação através da lei e não a alcançaram, Por que? Porque a salvação acontece pelo
arrependimento e fé (Romanos 9: 30-32).

No verso 33, Paulo cita Isaías 28:16, “Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha de
escândalo, e aquele que nela crê não será confundido”, mostrando que a salvação é pela fé, não pela
Lei, seja para judeus ou gentios.
Para os judeus, a pedra fundamental, que é Cristo, se tornou escândalo, para os gentios era loucura,
como diz Paulo em I Corintios 1:23, “mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os
judeus, loucura para os gentios” - Mas quem nela (a pedra fundamental - Cristo) crer, não será
confundido, Seja judeu ou gentio! (Amem!)

Concluindo
Este capítulo que é tão exaltado pelos Calvinistas, mostra de forma clara e contundente que o
propósito de Paulo não é explicar sobre Eleição ou Predestinação, ainda que haja alguns pontos
difíceis para os leigos, mas se procurar entender o contexto e as citações que Paulo faz do Velho
Testamento, tudo é explicado de forma coerente.
O Capítulo 9 é para que a igreja de Roma entendesse o que estava acontecendo no mundo, pois
uma grande quantidade de gentios estavam se convertendo, mas na realidade, os judeus estavam, em
sua grande maioria, rejeitando o Evagenlho, sendo assim responsáveis por suas escolhas. Por isso,
muitos judeus convertidos estavam até questionando as promessas de Deus referentes aos Israelitas.
Mas Paulo argumenta com muita propriedade que as promessas de Deus sempre são cumpridas,
mesmo que tudo pareça dizer o contrário. Este é o verdadeiro contexto de Romanos 9.

EXPLICANDO EFÉSIOS 2: 8 e 9
Os Cavinistas dizem que a fé salvadora é um dom de Deus e que por isso o homem não é capaz de
escolher a salvação e fazem uma confusão na exegese desta passagem.
“Vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, e dom de Deus; não por obras, para que
ninguém se glorie.”

Os Calvinistas frequentemente entendem que o sujeito da frase “é dom de Deus” e “ela”, ou seja, a “fé”,
mencionada anteriormente.

O defensor do calvinismo R. C. Sproul está tão confiante de que essa é a ideia contida no texto que,
triunfantemente, conclui em seu livro “Eleitos de Deus”, Pag. 134: “Essa passagem deve selar esse assunto para
sempre. A fé pela qual somos salvos é um dom de Deus”.

Resposta:
O próprio João Calvino declara que esse texto “não quer dizer que a fé é o dom de Deus, mas que a salvação nos
é dada por Deus, ou, que nós a obtemos pelo dom de Deus”. Além disso, não importando quão plausível essa
interpretação possa ser, está muito claro no texto grego que Efésios 2.8,9 não está se referindo à fé como um
dom de Deus, mas claramente a Salvação, que é o assunto principal deste versículo e de todo o seu contexto do
capitulo 2 de Efésios.

A palavra grega touto (“isto”), sujeito de “é dom de Deus”, é neutra na forma e não pode se referir à fé, que é
feminino. O antecedente de “isto é dom de Deus” á a salvação pela graça por meio da fé (v. 9).

Comentando essa passagem, o grande estudioso do Novo Testamento A. T. Robertson observa: “A graça é a
parte de Deus, a ‘fé’ é a nossa.
E “isto” (kai touto), é neutro, não o feminino taute. Portanto, não se refere a pistis (‘fe’) ou a charis (‘graca’),
mas ao ato de ser salvo pela graça, condicionando a fé de nossa parte”.

Gregory Sapaugh, observa: “Se Paulo quisesse referir-se a pistis (‘fé’), poderia ter escrito o feminino haute, em
vez do neutro touto, e seu significado teria sido claro”. Mas o apostolo não o faz. Ao contrário, quando usa “isto”
(touto), refere-se ao processo todo da “salvação pela graça por meio da fé”. Gregory Sapaugh ainda observa que
“essa posição é apoiada ainda pelo paralelismo entre ouk hymon (‘e isto nao vem de vocês’) em 2.8 e ouk ex
ergon (‘não por obras’) em 2.9.

A última frase não seria significativa se se referisse a pisteos (‘fe’). Em vez disso, ela claramente significa que a
salvação “não vem de obras”.

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