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Não há árvores de interior, mas existem condições especiais de interior que permitem seu cultivo. Dentro de casa faltam condições
(sol, vento, umidade...) para a vida sadia de um bonsai. Precisamos então fornecer condições dentro da casa semelhantes às do exterior.
O lugar ideal para colocar um bonsai dentro de casa é perto de uma janela grande e bem iluminada (sem cortinas), onde os raios de sol
possam atingir suas folhas (no mínimo por duas horas diárias). O ambiente das casas geralmente é seco demais para a saúde de um
bonsai. O melhor local para colocar o bonsai dentro de casa é uma sala fresca e arejada, longe de lareiras, ou eletrodomésticos que
transmitam calor.
• As espécies que mais se adaptam as condições acima são:
De maneira geral os bonsai de árvores tropicais! Ex: Buxus
Buxus,, Carmona
Carmona,, Ficus
Ficus,, Podocarpos
Podocarpos,, Sagerétia
Sagerétia,, Serissa
Serissa,, etc..
• As espécies que se adaptam melhor fora de casa, numa sacada ou peitoril ou mesmo no quintal protegido do sol do meio dia e com
incidência de sol acima de duas horas diárias são, no geral:
As árvores de flores e frutos como também a maioria das árvores caducas! Ex: Acer Vermelho,
Vermelho, Acer Tridente,
Tridente, Azalea
Azalea,, Ligustrum
Ligustrum,, Macieira
Macieira,,
Oliveira,, Piracanta
Oliveira Piracanta,, Primavera
Primavera,, Reseda
Reseda,, Romã
Romã,, Ulmus
Ulmus,, etc...
Espécies que só se adaptam fora de Casa, com incidência de sol acima de seis horas diárias são:
Os Pinheiros e Coníferas. Ex: Cipreste
Cipreste,, Ginco biloba,
biloba, Juniperus
Juniperus,, Metasequoia
Metasequoia,, Pinheiro Branco,
Branco, Pinheiro Negro,
Negro, etc...
2- Rega
Os bonsai devem ser regados. Eles são plantas. Sem água morreriam. As plantas que vivem no campo, alcançam com suas raízes
a água armazenada no solo mais profundo. As que vivem num vaso só encontram a água que está na terra do próprio vaso. Por isto os
bonsai precisam ser regados com maior ou menor freqüência.
• Quando devemos regar o bonsai?
Deve-se regar o bonsai quando a superfície da terra se apresentar seca. Ou seja, a terra apresenta uma aparência mais pálida,
embora o bonsai ainda não mostre indícios de murchar. Outra maneira é tocar a superfície da terra com os dedos para sentir se ela ainda
está úmida, neste caso não é preciso regá-la.
Como as plantas secam mais no calor, mais no sol do que na sombra, mais ao vento, etc... Não podemos prever com exatidão quando é
que o bonsai precisará de água. A partir da convivência com o bonsai o dono conhecerá os limites para esta rega. Não podemos, portanto
recomendar "regue todos os dias" ou "regue uma vez por semana”, o conselho apropriado é: "Aprender a regar só quando a árvore
precise".
Como regra geral, regue-o todos os dias em que a temperatura for maior que 20ºC e, dia sim dia não, quando abaixo dessa temperatura.
Foliar
de Solo
É aplicado diluindo-se o produto na dosagem especificada pelo fabricante e borrifando sobre as folhas. A absorção deste tipo de ad ubo
pelo vegetal é praticamente instantânea.
É aplicado na dosagem especificada pelo fabricante aplicando-se diretamente no solo do bonsai. Sua absorção é gradual.
II - Quanto a Seu Estado Natural
Liquido
Sólido
Pode ser Foliar ou de solo, deve ser diluído em água. É muito usado para recuperação da aparência do bonsai.
Pode ser em pó ou em grão. Em p ó deve-se diluir em água e aplicar no solo ou via foliar. Quando em grãos é do tipo "de solo".
Geralmente no rótulo dos adubos existem três números, 00-00-00, estes indicam a concentração de
respectivamente de N - P - K (Nitrogênio, Fósforo e Potássio), esta concentração vai variar de acordo com o tipo de planta e a necessidade
do vegetal.
Macronutrientes Principais
N
Nitrogênio
Crescimento da parte Aérea (enfolhamento). Parte integrante da constituição das proteínas (base física da vida).
P
Fósforo
Floração, Frutificação e ajuda a formação do sistema de raízes.
Sem fósforo o vegetal não respira e nem faz fotossíntese. O DNA contém fósforo.
K
Potássio
Plantas bem providas de potássio resistem mais ao frio, seca, a pragas e doenças.
Macronutrientes (2a. Escala)
Mg
Magnésio
Composição da Clorofila e Ativador de enzimas. Ajuda na absorção do fósforo.
S
Enxofre
Síntese da Clorofila e absorção do CO 2.
Ca
Cálcio
Crescimento e funcionamento das raízes e da fecundação do vegetal.
Micronutrientes
Cl
Cloro
Decomposição da água na fotossíntese.
Cu
Cobre
Respiração e síntese
da clorofila.
Co
Cobalto
Absorção do Nitrogênio
na fixação simbiótica.
B
Boro
Desenvolvimento de Raízes, frutos e sementes.
Mn
Manganês
Absorção do CO2
na fotossíntese.
Mo
Molibdênio
Fixação do nitrogênio.
Zn
Zinco
Produção e Maturação de sementes.
Fe
Ferro
Respiração, síntese da Clorofila e fixação do nitrogênio.
E muitos outros...
Se o adubo não for de uso específico para bonsai, devemos usar metade da dosagem recomendada para plantas envasadas.
O adubo líquido geralmente requer disciplina em sua aplicação, pois tem efeito por curto período de tempo.
Espalhar os adubos sólidos nos cantos dos vasos, evitando colocar junto ao tronco.
Para árvores de bonsai que produzam flores e frutos use adubos com maior concentração de Fósforo.
Ex: 4-14-8 ou 8-12-10
Para árvores de bonsai que não produzam flores e nem frutos use adubos com maior concentração de Nitrogênio.
Ex: 10-10-10 ou 8-4-6
A freqüência de transplantação ou troca de terra varia segundo a espécie, idade e a velocidade de crescimento das raízes daquela
planta específica. O curioso é que a velocidade de crescimento das raízes varia segundo o solo e o ambiente em que a arvore viveu em
seu habitat original. Se o solo do ambiente onde a árvore se adaptou durante décadas ou até mesmo séculos é seco, a velocidade de
crescimento das raízes deve ter sido rápida, para procurar e alcançar água, muito mais do que o de uma árvore acostumada a solos
úmidos. A freqüência pode variar muito, desde as frutíferas que, em regra geral, devem ser transplantadas anualmente, até os pinheiros
que podem ser transplantados a cada 5 ou 7 anos.
Dentro do Guia de Cuidados da espécie de sua árvore que pode ser acessada no topo desta página, você terá a informação do
período de transplantação do seu bonsai. Agende para trocar a terra regularmente dentro dessa freqüência.
É importante lembrar que existe época adequada do ano para a transplantação, que variará também de acordo com cada espécie de
árvore.
• Qual é o solo ideal para usar no bonsai?
A composição certa da terra para ser usada dependerá da espécie do bonsai. Normalmente devemos imitar a umidade natural
correspondente ao solo onde a árvore viveu durante toda sua existência.
• O que é umidade? Como podemos medi-la?
Umidade é a quantidade de água que o solo é capaz de armazenar. A umidade de um solo é determinada pela relação entre o peso
da água que existe nesse solo e o peso do solo úmido, de maneira que para se medir a umidade de um solo seria necessário fazer com
que o mesmo secasse completamente:
Umidade =
Peso do Solo úmido - Peso do Solo Seco
A umidade é medida em porcentagem. Ex: Se quisermos medir a umidade de uma mistura de solo que esta em um recipiente
devemos fazer o seguinte:
1. Pesar o Solo úmido (Ex: 10 Kg);
2. Colocar este solo por um período suficiente em um forno acima de 100ºC para que toda a água deste solo se evapore;
3. Pesar o solo seco (Ex: 8 Kg);
4. Calcular (10 - 8) / 10 = 2 / 10 = 20 / 100 = 20%;
5. A umidade deste solo naquele momento era de 20%.
Obs: A umidade é uma MEDIDA INSTANTÂNEA, logicamente variará com o tempo, pois a água vai se evaporando.
As árvores em geral necessitam de uma umidade entre 15% (Quinze por cento) e 25% (Vinte e Cinco por cento) para realizarem a
fotossíntese com eficiência máxima. Com essa umidade as células das raízes podem bombear os nutrientes juntamente com a água para a
alimentação e hidratação das folhas.
Se pudéssemos manter essa umidade permanentemente no solo dos bonsai forneceríamos uma condição de alimentação ideal para
nossas árvores. Essa umidade é chamada: "Umidade Ótima".
• O Que altera a umidade do Vaso?
Obviamente existem outras variáveis em nossos bonsai e no ambiente que fazem mudar constantemente a umidade, desviando-a do que
seria o ideal, algumas delas são:
1. Clima
Logicamente a evaporação da água é muito maior durante os dias de verão (Calor) do que durante o inverno (Frio).
Além disso, a própria natureza e funcionamento das raízes dependem d a temperatura. A faixa ideal de temperatura para a absorção
de nutrientes pelas raízes, na maioria das espécies de árvores, se encontra entre 20ºC a 35ºC. Quando a temperatura do solo onde as
raízes se encontram estiver abaixo de 15ºC ou acima de 35ºC a árvore poderá entrar em dormência e assim não estará se alimentando.
4. Material do vaso
A superfície interna do vaso deverá ser porosa, de preferência argilosa, para favorecer a retenção de água.
Argila: Composta de partículas microscópicas (menores que 0,002mm) em forma de bastões, com grande poder de retenção de água.
Quando moldada com água se a jogarmos no chão ela não se desagrega.
Areia: Compostas de partículas visíveis ( maiores que 0,02mm até 5mm) de forma arredondada. Quando amassados com a mão, não se
aglomeram. Como suas partículas são maiores e arredondadas, formam-se vazios entre os grãos, proporcionando pequenos canais onde a
água percorre com maior facilidade em condições ideais de drenagem.
Silte: Composta de partículas microscópicas (maiores que 0,002mm e menores que 0,02mm), com poder de retenção de água. Quando
seco esfarela e se desagrega quando submerso.
Matéria Orgânica: Possuí coloração escura, consistência plástica e fibrosa.
Na horticultura dos bonsai é importante entender que estamos trabalhando com pouquíssima quantidade de solo, tornando o vaso
um verdadeiro laboratório de reações vitais para nossa planta. Uma das preocupações adotadas pelos grandes colecionadores do mundo
tem sido a prevenção de doenças ocasionadas por solos contaminados por bactérias e fungos. E apesar de se saber da importância de
algumas bactérias e fungos nas reações de absorção de nutrientes pela raiz, através da simbiose, está sendo cada vez mais adotado o
procedimento de redução do volume de matéria orgânica no substrato (Mistura de solo) para o bonsai.
Adotaremos dois procedimentos para evitar ao máximo contaminações causadas por fungos, bactérias ou vírus procedentes de
solos orgânicos:
1. A porção máxima de solo orgânico no substrato do bonsai não deverá ultrapassar 20% (Vinte por cento) do peso total da
mistura.
2. Certificar-se que esse solo orgânico esteja curtido.
Teremos sempre uma mistura predominante de dois componentes, Areia e argila. De preferência estes devem ser granulados nas
seguintes categorias:
De 4mm até 6 mm Ideais para vasos pequenos e planos. Ótimo para coníferas velhas. De 3mm a 4 mm Ideais para coníferas
jovens e bonsai de meia idade. De 1mm a 3mm para qualquer espécie jovem e de meia idade.
Não usar solos com granulação menores do que 1mm e maiores do que 6mm para bonsai.
A saúde dos bonsai depende das raízes, que por sua vez dependem do substrato ( Mistura de solo ). Logo devemos escolher muito
bem a mistura que usaremos para nossa árvore. As raízes fixam a planta no vaso, absorvem a água e os sais minerais e os conduzem até
o caule. É imprescindível lembrar que as raízes precisam respirar. Portanto se a planta é regada em excesso, ou se o solo é impermeável,
as raízes podem morrer ou apodrecer.
Como sugestão, fizemos uma relação das árvores mais usadas e as regiões do país para que você possa encontrar a melhor
mistura.
Em que época devemos transplantar os bonsai?
A melhor época, no geral, para se transplantar um bonsai é o fim do inverno, quando a planta vai iniciar o seu período de
crescimento. Veja a época com precisão no guia de cuidados específicos de cada tipo de árvore.
• Como transplantar um bonsai ?
1. Retirar o torrão de terra com uma espátula, separando-o do vaso. Olhe embaixo do vaso para ver se ele não está preso ao solo por
meio de arames.
2. Separar, tendo a mão todo o material para transplantar (vaso, terra, ferramentas...) para não interromper a operação.
3. Levantar a árvore do vaso, tirar a terra velha (no Maximo 70% do total) desembaraçando as raízes com a ajuda de um Raque
(ferramenta de ferro com aparência de garfo). Se preciso, usar um jato de água de esguicho.
4. Com a maior parte das raízes livres de terra velha, cortar aproximadamente um terço de todas as raízes. Este procedimento estimula
uma nova brotação. Use uma tesoura para cortar as mais finas. Não poupe as raízes mais grossas, pois estas só ocupam o espaço das
raízes de alimentação que são as mais finas.
5. Replantar a árvore com terra nova, fazendo uma compactação leve por meio de pauzinhos (talher japonês, por exemplo) para que o
solo penetre entre as raízes, sem deixar bolsas de ar. Segurar de leve com movimentos circulares.
6. Submergir o vaso dentro de uma bacia com água, de preferência com algum tipo de hormônio enraizador, para que saia todo o ar da
terra. Deixar pausar por uma hora dentro da bacia.
IMPORTANTE:
Após a transplantação são necessários alguns cuidados com o Bonsai, pois acabamos de cortar o órgão com que o mesmo absorve
água (Raízes) para hidratar-se. São Eles:
6.1. Reduza o metabolismo da árvore poupando-a do sol até que ela volte a brotar, geralmente não mais do que 10 dias.
6.2 Proteja-a também do Vento.
6.3. Borrife as folhas do bonsai durante esse período, o maior número de vezes possível para que não se desidratem.
6.4. Continue regando normalmente.
7. Escorrer.
5- Como dar Forma aos Bonsai
I – ARTE BONSAI
A Arte bonsai procura inspiração nas formas existentes na natureza. Essa busca nos leva a um espectro riquíssimo de texturas, formas e
cores, tornando nosso hobby um dos mais interessantes e criativos.
Como toda arte, podemos nos basear em alguns padrões para que possamos chegar com maior facilidade a resultados satisfatórios. Esses
padrões consistem na semelhança das proporções encontradas em árvores com idade muito avançada, ou seja procurando sempre
assemelhar nosso bonsai às formas de árvores antigas. Obviamente estas regras não se encaixam a todas as árvores antigas, mas à
maioria delas.
Alguns procedimentos na composição das árvores serão importantes para que possamos desenvolver um trabalho esteticamente
equilibrado, são eles:
# As Raízes e a grossura do tronco na base da árvore;
# Altura;
# Posição dos galhos no tronco;
# Largura da copa.
As árvores mais antigas na natureza são normalmente encontradas, onde as condições de temperatura e pressão são relativamente
baixas. Isso acontece no alto das montanhas, onde as temperaturas permanecem abaixo de zero a maior parte do ano. Essa condição nos
mostra árvores com troncos impressionantemente retorcidos, copas das mais diferentes formas, devido à ação do tempo. O vento,
temperatura, umidade, além de outras condições formam verdadeiras esculturas vivas, que nos encantam por sua beleza e diferenciação
estética.
Os galhos mais antigos têm sua inclinação voltada para baixo, pois é a ação do peso que provoca este efeito. Imitaremos isso nos
bonsai. A forma cônica das copas são fatores estéticos coletados por observação que devem ser levados em conta na elaboração do
bonsai. Se ainda pormenorizar nossa atenção e nos atentarmos as características de texturas e cor da casca dos troncos poderemos
projetar modelos ou réplicas das formas das árvores mais antigas criando assim a impressão visual de tensão que são transmitidas através
da estética natural e captadas pela sensibilidade do homem.
Na composição do bonsai inclui-se logicamente o vaso, que d eve adequar-se ao conjunto, de maneira que sua massa visual (Razão entre a
área do vaso e área total do conjunto) não seja superior a 25% (Vinte e cinco por cento). Esta preocupação aliada com a escolha de uma
forma e textura adequadas, fará com que o vaso não se evidencie mais do que a própria árvore, pois é o conjunto arvore-vaso que cabe a
proeminência estética.
II - REGRAS DE PROPORÇÃO
Nossa preocupação é a de dar ao artista a noção de análise de um bonsai esteticamente atraente. As regras que serão expostas são
baseadas em formas de árvores centenárias. Estas podem ser divididas em dois grandes grupos, as árvores masculinas onde o movimento
da linha do tronco e sua esbelteza são mais contidos. As árvores femininas possuem completa liberdade em seu desenho. As regras que
se seguirão são aplicáveis às árvores masculinas.
1. Relação entre a Largura do Tronco na base e a altura do Vaso
A altura do vaso deverá ser menor ou igual à largura do tronco na base da árvore. Esta é uma regra fundamental na identificação da
grande maioria dos estilos de bonsai. Pode-se dizer que o bonsai somente será autêntico se obedecer esta regra e concluir que a maioria
dos bonsai que vemos com os troncos muito fininhos e vendidos em grande número, na verdade não são bonsai, são mudas.
O cultivo de árvores com o tronco muito fino cria a ilusão que com o tempo o tronco poderá e ngrossar e criar condições estéticas de
bonsai. Na verdade para se engrossar o tronco de uma muda, além de tempo, é necessário aumentar muito seu volume de copa e raízes,
coisa que não conseguiremos enquanto a muda estiver em um vaso pequeno e sendo podada como bonsai.
Como então poderemos transformar uma muda em bonsai?
Para isso, precisaremos aumentar o volume de copa e raízes suficientemente para aumentarmos o fluxo de seiva entre eles. Dessa
maneira precisaremos de condutores de seiva, ramos, galhos e tronco, maiores para suprir essa demanda. E como poderemos manter
nesta condição a forma de bonsai sem podar a copa? O que é feito nesta operação é deixar alguns galhos (que não participarão do bonsai
no futuro) crescerem sem poda, estes serão podados (inteiramente) quando a muda já tenha forma de bonsai e condições estéticas para
ser plantada em um vaso pequeno.
É fácil entender que além da técnica será necessário tempo e dedicação para que isso aconteça.
Valorize os bonsai que possuam troncos grossos, pois eles representam dedicação, tempo e um longo trabalho.
Existem artifícios para criar uma impressão de maior largura de tronco: Podemos aumentar o volume de terra acima do bordo do vaso
causando uma impressão de engrossamento na base do tronco. Mas não passa de um artifício condenável em uma análise criteriosa.
Obedecendo esta regra, devemos escolher o vaso de acordo com a árvore e nunca o contrário.
2. Altura da Árvore
A altura da árvore será seis vezes o diâmetro do tronco na base do bonsai. É de suma importância que se observe esta regra em uma
análise qualitativa. As árvores que possuam altura maior que seis vezes o diâmetro do tronco, deverá sofrer uma poda de galhos de
maneira a se aproximarem dessa relação. Isso será mais fácil do que esperarmos engrossar o tronco, o que levaria muito tempo.
Apesar de a paciência ser uma virtude indispensável na arte do bonsai, é desejável e inteligente usar os recursos disponíveis pela
ciência e pela tecnologia modernas. Elas nos ajudarão na formação estrutural e na proporcionalidade, no adensamento da copa, e na
escolha de um vaso "definitivo" para que o trabalho, inicialmente visualizado, ganhe o mais belo acabamento estético.
Já nas árvores em que observarmos que a altura da árvore é menor do que seis vezes a largura do tronco na base, poderemos trabalhar
no desenvolvimento de sua altura.
3. Comprimento e Largura do Vaso
Para vasos retangulares ou ovais:
Podar é estilizar a formação de uma árvore. Com a poda eliminamos os ramos defeituosos ou os ramos desnecessários (os que saem da
zona não desejada no desenho da copa). Na figura ao lado podemos ver uma serie de defeitos: Vemos o "Galho Ladrão", este rouba a
força da árvore; os "Galhos Opostos" criam uma estética visual desagradável; "Galhos Radiais" que nascem na mesma altura da árvore;
"Galhos Verticais" com uma inclinação exagerada para cima; e, Vemos "Galho que cruza o tronco", onde falta naturalidade.
A melhor época para podar é geralmente no final do inverno, quando as árvores, então em repouso, não perderão seiva pela ferida
da poda.
Para podar devemos utilizar ferramentas adequadas de corte côncavo e tesouras bem afiadas. O Alicate côncavo realiza um corte limpo
penetrante na casca favorecendo uma cicatrização melhor alem produzir um efeito estético adequado. Em algumas espécies como as
coníferas, podemos fazer antecipadamente um pré-corte para depois, quando a madeira secar, executarmos o acabamento. Quando as
feridas da poda forem de grande tamanho (maior que o diâmetro de um cigarro), é conveniente cobri-las com pasta de selagem para
garantir sua perfeita cicatrização. Pode-se usar clara de ovo, tinta PVA, massinha de modelar, graxa de sapato ou cera d e abelha.
2. Pinçagem / Poda de Manutenção
Chamamos de pinçagem ao corte da ponta das novas brotações. A pinçagem é feita para conseguirmos aumentar a densidade das
folhagens e diminuir o tamanho de suas folhas ajudando na formação da copa do bonsai. É feita em época de grande crescimento da
árvore. Como as árvores têm diferentes formas de crescimento, não devemos pinçar todas as árvores da mesma maneira. Devemos então
conhecer como as árvores crescem para sabermos como podá-las melhor:
Assim a poda da vela que possui muito provocará a brotação das outras velas com menor poder de crescimento, gerando assim
entrenós (distância entre ramificações de galhos) menores e criando maior densidade de folhas. É preciso atentar que nos bonsai de
Pinheiros existem zonas de Brotação mais e menos intensas. No exemplo ao lado podemos classificar três zonas de vigor de crescimento:
Vigor Intenso, Médio Vigor e Pouco Vigor.
2.4 Pinçagem de árvores de folhas Caducas de crescimento anual (Acer palmatum, Fagus,...):
Estas Árvores perdem as folhas no inverno e tem seu crescimento praticamente paralisado após a época de sua brotação. Estas
podem ser desfolhadas no meio do verão para forçarmos uma segunda brotação anual. Vale lembrar que este procedimento poderá ser
feito somente se a árvore estiver sadia.
Na época de brotação intensa (Primavera) devemos cortar as gemas terminais, o que proporcionará maior ramificação.
E Durante o período vegetativo (do Verão ao Outono) não deixar galhos com mais de dois ramos para aumentar a densidade de
galhos.
2.5 Pinçagem de árvores de folhas Caducas de crescimento ativo durante todo o período vegetativo (Ulmus, Celtis,
Ligustrum, Romã, Maça, Acer Tridente, Piracantha e Cotoneaster.):
Estas Árvores perdem as folhas no inverno e, geralmente apresentam crescimento intenso, inclusive durante o seu período vegetativo. São
muito fáceis de podar devendo-se deixar em cada ramo no máximo dois ou três pares de folhas, aumentando assim a quantidade de
ramos.
Deixar crescer alguns ramos podando-os ainda na época de brotação, assim sairão novas gemas aumentando a densidade de
folhas.
3. Aramação
A utilização dos arames na estilização de um bonsai ap resenta as seguintes funções:
3.1 Corrigir a inclinação de ramos, permitindo assim utilizar ramos que, de outra maneira, teríamos que podar. De certo modo os arames
provocarão o efeito do peso dos grandes galhos nas árvores, inclinando-os para baixo.
3.2 Direcionar o crescimento de galhos na direção onde a copa do bonsai se encontre vazia.
3.3 Direcionar o crescimento de galhos para a formação de uma copa triangular.
O Arame deve ser colocado nos galhos de maneira a não estrangular ou bloquear a circulação periférica da árvore. Se o colarmos de
maneira incorreta, ele poderá deixar marcas na casca da árvore, eliminando sua estética natural.
Como os ramos engrossam devido ao seu crescimento, devemos tirar o arame antes que se crave na casca. Devemos usar arames de
alumínio ou cobre, o de alumínio é mais flexível que o de cobre, em compensação o de cobre é mais resistente (Duro). A grossura do
arame dependerá da força necessária para se vergar o ramo. Não esqueça que é de suma importância que os arames não deixem marcas
na casca. Estes arames geralmente ficam na árvore por um período não superior a oito meses.
A regra mais importante é aramar evitando-se castigar a árvore. Para isso o conhecimento de técnicas de
aramação é fundamental. Vamos fazer um "passo a passo" da aramação para que você veja como é fácil:
1 – Proteção
Proteja a casca da árvore, principalmente em suas regiões mais importantes, onde o arame será colocado. Faça isso com uma tira de
borracha ou com filme plástico de cozinha (magipac).
2 - Bitola do arame
O arame deve ser colocado usando-se as duas mãos. Cada uma terá a sua função. Para destros, por exemplo:
A mão direita será responsável pra fazer com que o arame envolva o galho com movimentos espiralados. E a mão esquerda irá absorver a
maior parte da força exercida nesta operação.
Devemos ainda nos preocupar em deixar uma distancia mínima entre a casca e o arame, esta folga será a garantia de que não estamos
machucando a árvore. Observe que a mão esquerda segura o arame junto ao tronco evitando que a força no processo de aramação seja
descarregada nos galhos. A utilização incorreta da mão esquerda poderá acarretar marcas instantâneas na casca.
O arame deverá ter uma das extremidades escoradas em alguma parte do bonsai que não se movimente (um galho grosso ou tronco); a
outra, envolveremos no galho que pretendemos mudar de direção e/ou de movimento. Com o arame escorado os movimentos serão mais
precisos. Poderemos colocar mais de um arame no mesmo galho se for preciso. E este deverá estar paralelo ao já colocado, caso contrário
iremos impedir a circulação da seiva que corre pela casca, com irreparáveis conseqüências para a árvore.
Na imagem à esquerda podemos ver uma forma diferente de aramação. O mesmo arame é aproveitado para o direcionamento de dois
galhos. Este aproveitamento beneficia a árvore que ficará menos sobrecarregada.
Devemos podar os galhos que não forem importantes esteticamente, mesmo que estes já estejam bem crescidos. O galho neste caso
estava impedindo a visualização da frente do bonsai.
4 - Retirada do Arame
O artista só estará preparado realmente para aramar um bonsai quando tiver plena consciência que a retirada dos arames é tão
importante quanto a sua colocação. Isto porque se adiantarmos a sua retirada os galhos voltarão um pouco para a posição anterior e se
atrasarmos, os galhos crescerão sendo espremidos e marcarão a casca. A retirada deve ser feita no momento em que o arame já esteja
apertando o galho, mas ainda sem marcá-lo. Retire o arame com um alicate próprio, nunca desenrolando o arame, pois assim você
fatalmente poderá quebrar algum galho importante.
A informação da época adequada para a colocação do arame e tempo de permanência na árvore variará de acordo com a espécie.
Geralmente poderemos obedecer a seguinte regra:
Tipo de Árvores
Colocação
Permanência média