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Uns Fesceninos
Reprodução fac-similar da primeira edição,
a partir de exemplar com notas manuscritas do autor
Organização e prefácio
Carlos Newton Júnior
Edições Bagaço
Recife,2008
Carlos Eduardo Nunes Alves
Prefeito
Hélio de Oliveira
Chefe do Departamento de Patrimônio Cultural dos Bens Móveis e Imóveis
Revisão
Carlos Newton Júnior
Produção Executiva
Anna Maria Jasiello
CDU 398.5
CDD 398.5
PeR - BPE 08-0555
ISBN: 978-85-373-0452-5
Produção Gráfica
Edições Bagaço
Rua dos Arcos, 150 • Poço da Panela· Recife/PE
CEP 52061-180 • Telefax:(81) 3441.0132
bagaco@bagaco.com.br
www.bagaco.com.br
Sumário 1111111 ~III 111~111111'111 11111 1111~1I1I11111"11~1111I1
15 Oswaldo Lamartine
Rachel de Queiroz
19 Oswaldo Lamartine e eu
Ariano Suassuna
21 Uns Fesceninos
7
OSWALDO L"'\'IARTlT\E DE FARIA
constituídas por escritores dos mais reside ainda hoje. Tendo lido um livro
variados rincões do país, escritores de Oswaldo, Ferros de Ribeiras do Rio
que se correspondem anos a fio, Grande do Norte', Virgílio, que além de
trocam seus livros entre si, compar- grande poeta possui pendores para a
tilham descobertas em bibliotecas etnografia, resolvera dar a sua con-
e sebos, lêem-se e influenciam-se tribuição para o estudo da heráldica
mutuamente, solidarizam-se com dos ferros de marcar bois, analisando
as glórias a1cançadas e as injustiças o caso específico do Ceará e seguin-
recebidas (alguns chegam a ingres- do os passos de Oswaldo, numa trilha
sar em academias, outros são prete- que fora aberta, anos antes, por Ariano
ridos pelo colunista social da vez), Suassuna, através do livro-álbum Fer-
tornam-se grandes amigos e muitas ros do Cariri: uma heráldica sertaneia'. O
vezes morrem sem se conhecerem
ensaio de Virgílio seria publicado em
pessoalmente.
1992, sob o título Álbum de Iniciação à
A amizade que uniu o ensaísta norte- Heráldica das Marcas de Ferrar Gado',
rio-grandense Oswaldo Lamartine de recebendo, em segunda edição, o tí-
Faria e o poeta cearense Virgílio Maia tulo novo de Rudes Brasões', Em carta
foi um caso típico dessas amizades ao escritor e folclorista Veríssimo de
que começam a partir da literatu- Melo, datada de 20 de junho de 1994,
ra para adquirirem a intensidade de Virgílio Maia dava um testemunho
bem-querer quase sempre relacionada
acerca de sua amizade com Oswaldo:
à ligação entre irmãos de sangue. Co-
meçaram a se corresponder no início
dos anos 1990, quando Oswaldo ain- "Ainda não tive a oportunidade e
da residia na cidade do Rio de Janeiro a honra de conhecê-lo pessoalmen-
- onde se encontrava radicado desde te, mas após quase quatro anos de
1957 - e Virgílio em Fortaleza, onde carta pra lá, carta pra cá, livro vai,
8
UNS FESCFNINOS
5 MELO, Veríssimo de. Cartas e cartões de Oswaldo Lanutriine. Natal: Fundação José Augusto,
1995.
9
OSWALDO LAMARTlNE DE FARIA
10
n
'VL?
·Y?~~W$
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SONIN'!.lSJJ SND
de proprietário, sendo a que está enviados a outros amigos, a outros
mais acima a marca do dono atual. membros da seita a que Oswaldo
De modo que, quando Dácio Galvão, pertencia, ocupando a indiscutível
Presidente da Capitania das Artes, posição de mestre.
solicitou-me ajuda para homenagear Para minha surpresa e minha alegria,
Oswaldo Lamartine de Faria, que se Dácio aceitou, de pronto, a sugestão.
vivo fosse completaria, em novem- E, na falta de imaginação criadora
bro próximo, 89 anos de idade, su- para um final melhor, termino esta
geri, logo, a reedição de Uns Fesceni- breve apresentação repetindo e adap-
nos. Não uma reedição qualquer, mas tando, para o nosso caso, a mesmís-
uma reprodução fac-similar a partir sima frase de D. Francisco Manuel
daquele exemplar que Oswaldo deu de Melo que Oswaldo Lamartine es-
de presente a Virgílio Maia e que co- colheu para epígrafe do seu livro e o
nheci meio por acaso. Seria, a meu leitor reencontrará logo mais à frente:
ver, uma bela oportunidade para que "Da infelicidade da composição, erros
os leitores, de um modo geral, pu- da escritura e outras imperfeições da
dessem ter acesso às correções que estampa, não há que dizer-vos: vós os
o autor pretendia realizar no caso de vedes, vós os castigais".
uma segunda edição - anotações de
próprio punho que certamente enri-
quecem outros exemplares do livro Recife, 5.IX.2008.
UNS FESCENJNOS
s
Martelo-gabinete* para
~l
t,
Oswaldo Lamartine de Faria
).
a
a
~l
:l
Virgílio Maia
,-O martelo-gabinete, também conhecido como "martelo de seis pés", pouquíssimo usado hoje
em dia pelos cantadores nordestinos, pertence à família da sextilha, e não da décima, como
o martelo tradicional. Caracteriza-se por ser uma estrofe de seis versos decassílabos, com o
mesmo esquema rimático do repente, ou seja, ABCBDB. (Nota do Org.)
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UNS FESCENINOS
Oswaldo Lamartine
RacheI de Queiroz
num velho mapa que descobrira nos recebi informação sobre a existência
senhada apenas nos seus limites ex- onde se punham em segurança ami-
gos que se escondiam ou se prendiam
ternos e marcada pelo letreiro: "Ter-
inimigos.
ritório não mapeado". Parece que
mais tarde, não sei se pelo Marechal Mostraram-me até uma foto das
Rondon, foi mapeada a região. ruínas do "cubico" da casa do sítio
15
OSWALDO LAMARTINE DE FARIA
16
UNS Fl5CENINOS
D; apartamento, aqui no Rio, é "ferrada" está na casa dos setenta, vão demorar
~4 como uma rês; e até agora tenho pelo menos ainda uns trinta anos, até
lO resistido em ferrar também a minha, aparecer o outro.
lO operação que ele me recomenda,
com empenho ...).
s-
le
o
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TI
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-,
J.
E
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u
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UNS FESCENINOS
Oswaldo Lamartine e eu
Ariano Suassuna
P
osso dizer que eu já era amigo onze anos, salvo engano, encontrava-
de Oswaldo Lamartine antes se estudando no Recife ou no Rio.
de conhecê-lo pessoalmente, Tanto eu quanto Oswaldo fomos pro-
ou mesmo através de cartas, urna fundamente feridos na Revolução de
vez que nunca nos correspondemos. 30 e seus desdobramentos: eu perdi
Quando, em 1930, minha família pre- meu pai, assassinado; Oswaldo per-
cisou deixar a Paraíba, por conta das deu um irmão, da mesma maneira. O
perseguições de que éramos vítimas, destino foi, assim, naturalmente, nos
foi o pai de Oswaldo, o então gover- unindo e nos fazendo solidários um
nador Juvenal Lamartine, quem nos com o outro. De longe, nos admiráva-
acolheu; passamos, assim, uma tem- mos mutuamente. Sempre li os seus
porada em Natal, minha mãe, eu e livros a que tive acesso e sabia que ele
meus irmãos, numa casa do Dr. [u- lia os meus. Quando o conheci pes-
venal que ficava junto ao mar e cuja soalmente, ambos já velhos, em Na-
lembrança me serviu para escrever tal, Oswaldo me deu dois presentes.
uma passagem do meu romance O O primeiro deles foi uma carta de
Rei Degolado. Eu tinha cerca de três minha mãe a seu pai, agradecendo a
anos de idade, e Oswaldo, já com acolhida de 30 e elogiando a simpatia
19
OSWALDO LArvlART1NE DE FAR1A
do povo potiguar. O segundo foi ter um dos homens mais íntegros que
me levado ao local onde se erguia a conheci em minha vida. f
i
casa em que fiquei quando menino e
que tanto marcara a minha infância.
Oswaldo foi, sem sombra de dúvida, Recife,lO.lX.2008.
20
UNS FESCEN1NOS
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n5CENINOS
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OSWALDO DE FARIA
VOI...2
CAPA DE
24
08WALDO LAMARTINE FARIA
de Janeiro - GB
1910
25
OSWALDO FARtA
26
UNS
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OSWA1.DO
UNS FESCENINOS
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UNS FESCENLNOS
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OSWALDO LA\lART1NE DE FARlA
UNS FESCENINOS
30
UNS FESCENINOS
!I
em lasciva em •....
"."'~,,~
e mais das vêzes circunstancial e brincalhona. Dai no gesto pacifico,
i"t<>.••••f'>""''''''' uma
31
OSWAU10 LA'vlART1NF DE FA1{]A
Toous "ir&peçam"
NO' Caiei:
~IenDS(l'padr~
é I) pó...
32
OJ.IHe ao HaNeV
50NIN,DS'LI SN[1
OSWALDO LAMARTINE DE FARIA
34
,
UNS FESCEN1NOS
I"
ENTeRRO DO PECADO
.•
35
UNS FESCFN1NOS
tatu. mora no
Guaxinim, beira de praia,
Bicho. que ..mata
Mora debaixo de saia.
Que em cima
Dêle jamais se esquece
bicho .
Só elogios
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UNS FESCEN1NOS
CORIOLANO "RIBEIRO
39
OSWALDO LAMARITNE DE FARIA
10
40
UNS FESCENINOS
e€.u... ..~
Tanto tem o.sel de alto
Como o mar tem de fundura,)
Minha mulher tão magrinha,
Você com. tanta gordura.
permita que algum dia
Me veja nessa fartura
.{tf'
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UNS FESCENINOS
OAMASCENO BEZERRA
13
43
r
OSWALDO LAMARTINE DE FARIA
44
UNS FESCENINOS
escreveu!
45
--
.OSWALDO LAMARTINE DE FARIA
Liberdade! Liberdade!
Onde est4s, fel,a da pula?
É MERDA.'..
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UNS FESCEN1NOS
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OSWALDO LAMARllNE DE FARIA
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UNS FESCENINOS
A QUADR.ILHA
e
Ao fazer alavantu *"
Sentiu enorme fadiga.
Deu um trovão-de-barriga,
Soltou coriscos do eu...
1. ,.
49
UNS FESCEN1NOS
51
OSWALDO LNvlAR'JINE DE FARIA
I
Jarme dos Guimarãos WimdarltlY - E aS$UMSa da 1897 e mal se fê:!: homem também
se fêz
(19$:.l).
Fogo sagrado (19221. Espinho da JUFIImII,
pat1l1mllnltlre~. {19Si). Nalal - (lidaQ
Para li ribalta, além .oas inéditas. tem O oll\em que perdeu ti .ma
• Pedis 11 earvão,
11 01111 ao aol,
i
Adguém ,Chorou a perdida CaJllnltlde (J944j, Uma nolto em TambslI
!:serava _ aora,ão (1l1iS) (1956).~"" ti prinCipais, os
guardados e mais os esquocldos e terão um retrato. da corpo inteiro nosso numllde
e. Formado farmácia. ltmci()nll.rto autÁrqulco e presidente c;lo Clube
H_, (editor relu tia e lIuslra da A~1lI potigllar
52
~,
UNS FESCENIf\OS
53
OSWALDO LA!vV\RT1NF DE FARIA
24
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UNS FESCENINOS
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OSWALDO LAMARllNE DE FARIA
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UNS FESCENINOS
mundo,
Que se compare à tristeza
57
OSWALDO L,".MARTINE DE FARIA
28
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UNS FESCENINOS
JOSÉ CORIOLANO
59
OSWALDO LAMf\RTINE DE PARI!\
60
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UNS FESCFNINOS
MEDEIROS
63
OSWALDO LAivlARTlNE DE FARIA
64
UNS FI'SCENINOS
SAUDADE
pomba'"
olhando
A gente bole e rebole
a <<;1,,'''\.1. •• ,
pênk.
65
OSWALDO DE FARIA
I I /
66
UNS Fl'5CENINOS
lUIZ WANDERlEV
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OSWALDO LAi'vlART1NE DE FAR1A
se
Gostava rnaís da poesla
(I pitoft1$eOS
68
UNS FESCEN1N05
69
OSWALDO L4.MARIlNE DE FARiA
Ontem assisti um
Ao Dona Naninba
Gritava: negra maldita,
Softe oscoU .•õês de Tatu.
l:le rôto e quase nu,
calfca.oa abaixo
Josefa sôbre êle vai
enquanto
Os tatuzínhos gritavam:
Sane.os coIhõe6 de •papai.
40
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UNS FESCENlNOS
MAFUANO COELHO
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OSWALDO L"'MARTINE DE FARIA
cracor e poeta
bons.
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UNS FESCFNINOS
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OSWALDO L"MARTINE DE FARIA
me
Também não vos aflijaís,
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UNS FESCENINOS
AcertO' em cheio, de
Transpondo os vossos umbrais,
boto o. por onde mijo
No por onde vós mijais.
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UNS FESCEN1NOS
MILi'ON RIBEIRO
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OSWALDO LALvlARTINE DE FARIA
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UNS lTSCENINOS
pareça _mie,.
E quem é, não parecendo.
meu
com absoluta isenção;
convicção:
há quem pareça tem ser.
Só quem poderá dizer
o não ..sendo,
distinguir o que está vendo I
é o verdadeiro saeana
e quem é, não par~,
o cfonistasoeial
Se não é fresco, parece •••
79
OSWALDO LAMARTINE DE FAlUA
é somente em Natal,
11 .epidemia:
:nn'C!TITlt
que. a. NASA,
80
UNS FESCEN1NOS
MOYSÉS
81
OSWALDO LAMARTINE DE FARJA
82
UNS FESCENINOS
83
OSWALDO LAMART1NE DE FA1<lA
$e Cetina me matar,
Ninguém lenha. dó. de mim.
Perdôo de antemão,
Se Cetiná·me matar.
Se dela me aproximar
Terei um sem
alguém me vir assim,
Chupando o
Se eu morrer fedendo nela,
Ninguém tenha dó mim •••
4,
54
84
UN~; FESCENINOS
a lâmina cega de um
das injeções de 914. Ea llC1LtU.'l.:"" 11I'YII'1'4'"
CordãQ espermátícc.
85
OSWALDO LMvlARTINE DE FARIA
saco
Não cabe mais os eelhões,
Ana
Flor gõsto se pode olhar.
comigo analisou
O pé-da-rabo de Ana.
dirá
Da Urtiga, eu tiro
o os-ne-eaeo
Por gôsto se pode olhar.
Pill ('I
I,lMOU-sc trés vezes 'Inf. de
56
86
UNS FE"CENINOS
- De onde vêm?
respondeu ,Rodolfo, e cagamos
pé oomo boi,
foí ali mesmo que Sesyom, em rimas,
Rodolfo dançando nu
Cagou empécomO.boi.
o que é?
Fol visto no cabaré
Rodolfo dançando nu.
Quando ête mostrou o .
As putas disseram
E um sacana que lá
Me pintou o "
Tocou bronha 1, fez rnlnete,
Cagou em pé como
87
OSWALDO LMvlARTlNE DE FARIA
levadu
a êle em
talento, com
apóeríras ou a êle atribuídas, o que é difícil de ser identificado
de ve~ que nada ficou no
58
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UNS FESCEN!NUS
fõia de
••
89
OSWALDO L,"MARTiNE DE FARIA
90
UNS FLSCENINOS
PEDRO LUZ
91
OSWALDO LAMARTINE DE FARtA
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UNS FESCENJNOS
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OSWALDO LAMARTlNE DE FARIA
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UNS FESCENINOS
RAMIRO CAPITAO
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OSWALDO LAMARITNE DE FAR1A
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UNS FESCENINOS
após
Meu dedo com sua junta
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UNS FESCEN1NO'i
99
OSWALDO L"M!\RIli\'E DE FAmA
100
UNS ITSCTNIN05
Nem
Nem tõda música é balâe,
Nem todo frei calpelaQ,
Nem tudo que amarga é fel.
Nem todo vento é tufão,
Nem tenente é capitão,
Nem botija é botijão,
Mas tôda moça que mija
Deixa um buraco no chão!
água é ,,,,,."'OH<>
Nem tôda 'montanha é serra,
todo é guerra,
Nem todo homem é valente.
todo velho é rtAlmAntA
Nem tôda gruta é rincão,
todo rio é Jordão.
tôda madeira é rija
"88 8 m~ o
Deixa um
101
OSWALDO LAMARTlNE DE FARlA
Tudo no acontece
Tudo no se
Nascer, gozar e sofrer,
seca e
O valentão esmorece,
paz,
Há tumulto, há
Sem explicação
Só a mõça quando mija
Deixa. um buraco chão.
Não
Ou
A coisa que nunca vi
uma
Já não posso assegurar
Se a história é certa ou
Se elas mijando no chão
Deixam um buraco ficar ..
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UNS FESCENINOS
103
OSWALDO DE FAmA
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UNS FLSCENINOS
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OSWALDO L"MARTINE DE FARIA
Batata, batata-doce,
povo
Um quilo dessa batata
bem· dez
é.o'IBGB,
sem' fim dcs-camaubaís que crescem em suas a:reias até onde a. vista
Dá .sernefhantecagada
da RedençãofU
106
UNS FESCFNINOS
não
$ervia de brithantina.
Ninguém cagava em
Se merda 'ôsse dinheiro.
Todo. mundo era banqueirol
Sanitário - era baú,
Porém aqui no Assu,
A terra do interêsse,
coisa acontecesse
Pobre nascia sem eu. "
Ac:aDav~a-seo
Rico não tinha 'erota,
Não existia agiota
Se merda fôsse dinheiro.
Todo mundo
Até merda de urubu,
De gato e de cururu.
Iam ser padronizadas,
Depois da lei assinada,
O pobre nio tinha eu•••
107
OSWALDO LAMART1NE DE FARrA
- Ta qui, seu Renato, o bode qui seu Amaro mandô mede vesse-
.o. bode.
que Amara de\.l
Só tem cabeça e cothia.
o bodezlnho do Amare.
108
UNS FESCEN1NOS
e cansado,
passadO
levândo dedo no fundo!
O Or. Pedro Segundo,
1:quem vai aproveitar!
terei de suportar
enfadonho suplício:
o fundo em sacrifíci·o
Para poder melhorar ...
109
OSWALDO LMvlARTINE DE FARIA
ilustrar f""'iMontil,ri
Dissa entre assuntos varias;
Eu tenho um &lho escondido
ctllldadO com
Que o bicho que gosta dêle,
e também nIo vê..•
110
U>5 H5CEN1NOS
111
OSWALDO L"'MARTINE FARIA
112
UNS FESCENINOS
ápuz ("')
Da rêde me alevantet
Sai·prá fora deeasa,
Abestaíado fjquei!
Nó urinóda natureza
A ltia tava cagando!
fraQm merdeiro de luz.
Por tOda parte espaiande .
•~ afl~andO no <iéu azO.
Sem a menó eirimonha.
Com um retáia de nuve
A fuaUmpou e eu.c,
113
OSWALDO L"vlARTlNf DE FARIA
PASSARELA DO MAR
me
Com vergonha, se cobriu
ar,
No Brasil ou no estrangeiro
Provocariam, é lógico,
114
UNS FESCENINOS
115
UNS FESCENJNOS
osd.o
. vento
81
117
UNS FESCENJNOS
119
OSIVALDO LA\lART1NE FARIA
uma feita,
St:.'VerinoPinto
em êste 00
atacado me
espírito mau e bruto.
120
UNS FESCENINOS
Hoje aqui no
muito o que
Vi mõça com tatu
nem pode mais
E eompanrrerro arremateu:
121
OSWALDO LAIvIARTINE DE FARIA
eaaa, qu'é O
92
122
UNS FESCENINOS
Se essa história
De dois modos se expilic
Ou você não tem boceta,
Ou os homem não pica!
Vancêdlzqui ecantadô
Cantadô bom cuma eu:
faÇa uft'lvel'$o arrepetindo
Quatro vez o nome meu!
123
OSWALDO LA,M;\RTINE FARtA
de um certo cantador,
que
calos de um adversário. O outro não contou nem uma nem duas e no
que costumava
tado de seus
ma-roupa para o outro:
124
UNS FESCENINOS
Eu me chamo Cavilosa
Corto mais do que
Tenho uma saia de chita
E um eabeção de carnbrala.
acaso levanto a
O cabra adiante desmaia!
que
é um
95
12:=;
OSWALDO LAMARTINE DE FARIA
de
- Ah, do Ca.s.simirlo? Conheço. FoipOO~ de saber! Vou fazer
Vou e cMSimírtocom a. Hisf;órlado ~. E
126
UNS FESCFNJNOS
no
durou medonho estampido.
sem
desmaiou o Grão-Suítão;
a Europa, em
o motivo não atina;
morreu gente em Cochlnchina,
no Peru sentiu-se o
abalou o mundo inteiro
um peido dado na China.
Horrorosa epidemia
assolou a Gra~Bretanha;
Sardenha. Grécia. I=.SiUarUl
a mortandade varia;
ter mão na Barbaria,
tal perfume acre, danado,
que o eoncflio convocado
deçidiu,que êsse fedor
era essência de bolor,
pelo eu .de dova irado.
97
OSWALDO LAMART1NE DE FAR]A
o Javary ressentiu-se:
dos Andes, o cumeabríu-se:
o Chimborazo gemeu;
o Ganges estremeceu;
er a voz ferina
tornou gelado o Dohyma,
o Denubio e o
ouviu-se além do Haiti,
riafrança eaUlOurWna ...
98
128
UNS FESCENINOS
n n
H H
"
. Eu afirmo e dou-lhe fé
com tõda convicção:
99
129
OSWALDO LAMARTINE DE FARIA
c o L o F Ã ,O
130
UNS FESCENINOS
'*
T A B u
...-_
A:BNm
Enlên"o
Bl:(!ho ve»eJloso
cOttlOLANO \UBEIRO
•......
J.~
Embora ••• aconteça .... fi aendll mesmo <) malillto
se merda tôsse illnbeIro .
JOSÉ CORlo'LANO ... () bode que Amaro deu .
é melhor 1Ie'Qu Illleb~.a .. Levlmdo dedo no fundo ...•.
.lBIItraído .
JOOé MEDEIROS
$lI.udlule ZECA. GALO . 81
Só a )1m; de
Na,~
se merda fÔ$se
~O COEI..HO ••.... ' , eç.aro e palie, doum
No sitio Volta do Fio .. . 00 DO VENTO .•
setnagenário '1_ . '- to~ antigamente i •••••
o po)' !lide JDljo •.• BoJe aqUI. :no Tot.ol'Ó •••..
I!: Me (I COmpadre João .
MILTON RIBEIRo DANTAS ••... 47 FtIt ~ sete V,,""" .
Eu tui tomar _ ba:nll.o
V~ dH. que " ean~õ
50 Cil.nll.otínho $C eu lhe pe&",'
Eu. me ~ CavIlO$.l\ ..
Foi. quanao To. de SoIW\ '"
me matar' Um. peido tlodo na China : .
Cellna eravon Maeó,rlo .•...•••... Um Dêro deu mn pcldo
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131
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133
UNS FESCENINOS
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I~ I ET....RAS NATALENSES
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2. Depois comigo
Napoleào de Paiva Soma
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