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E.

E Adolfo Casais Monteiro Professor

Beatriz Pereira Diniz 2°B N° 3

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A Primeira Guerra Mundial se iniciou em 1914 por conta de um
acontecimento significativo: O assassinato do herdeiro do trono do
Império Austro Húngaro, Franz Ferdinand. O evento ficou conhecido como
Atentado de Sarajevo.
Em 1914, a Europa estava às portas de uma guerra. As rivalidades entre as
potências europeias, as questões nacionalistas no continente,
principalmente na região do Bálcãs, e o crescente extremismo nacionalista
tomavam proporções preocupantes.
Após convulsões sociais de cunho nacionalista nas províncias da Bósnia e
da Sérvia, partes do Império Austro Húngaro, o arquiduque Franz
Ferdinand foi destacado para ir até Sarajevo (capital atual da Bósnia
Herzegovina) tentar conter a onda nacionalista e apaziguar os ânimos de
sérvios e bósnios, assegurando a manutenção do controle da região pelo
Império.
No comando dos conspiradores militares estava Dragutin Dimitrijević,
chefe da espionagem sérvia, seu braço direito, o major Vojislav Tankosić e
o espião Rade Malobabić. Tankosić armou e treinou os executores do
atentado e Malobabić deu-lhes acesso aos túneis secretos utilizados pelos
agentes sérvios para infiltrar espiões e armamento na Áustria-Hungria.
Todos os envolvidos no atentado que ainda estavam vivos foram presos,
julgados, condenados e punidos. Aqueles que foram presos na Bósnia
foram julgados em Sarajevo, em outubro de 1914. Os demais
conspiradores foram submetidos a uma corte sérvia no front de Salônica –
à época sob controle francês – entre 1916 e 1917, culminando com a
execução dos três principais oficiais envolvidos. Muito do que se conhece
sobre os assassinatos do arquiduque e de sua esposa teve origem nas
informações obtidas nesses dois julgamentos.
A verdadeira responsabilidade sobre o atentado tornou-se fruto de grande
controvérsia, porque o ataque levou à deflagração da Primeira Guerra
Mundial, um mês depois.
Na manhã de 28 de junho de 1914, Francisco Fernando e sua comitiva
partiram de trem de Ilidža para Sarajevo, onde foi recebido com grande
pompa pelo governador Oskar Potiorek. Seis carros foram colocados à
disposição da comitiva. Entretanto, por engano, três agentes da polícia
local embarcaram no primeiro carro juntamente com o chefe de
segurança especial, enquanto os oficiais a seu serviço foram deixados para
trás. O segundo carro levava o prefeito e o chefe de polícia de Sarajevo. O
terceiro carro era um Gräf & Stift, veículo esportivo conversível, onde
Francisco Fernando, Sofia, o governador Potiorek e o tenente-coronel
conde Franz von Harrach embarcaram. Segundo o programa oficial da
visita, a primeira parada da comitiva seria num quartel, para uma rápida
inspeção. Às 10 horas da manhã, o grupo seguiu para a câmara municipal.
Francisco Fernando e Sofia deixando a Câmara Municipal de Sarajevo
minutos antes do atentado que os matou.
O veículo usado por Francisco Fernando no dia do assassinato. O buraco
deixado pela bala que matou Sofia pode ser visto acima do pneu à
esquerda da foto.
A comitiva passou pelo primeiro terrorista, Mehmedbašić, que havia sido
posicionado por Ilić em frente ao jardim do Café Mostar. Entretanto, ele
não conseguiu atirar sua bomba sobre o carro do arquiduque. Vaso
Čubrilović, que estava ao seu lado com uma pistola e uma bomba,
também não conseguiu agir. O próximo terrorista por quem a comitiva
passaria era Nedeljko Čabrinović, armado com uma bomba no lado oposto
da rua paralela ao rio Miljacka.

Às 10h10min da manhã, o carro de Francisco Fernando se aproximou e


Čabrinović atirou sua bomba. Entretanto, o artefato bateu na capota
aberta do veículo e caiu na rua, explodindo sob o carro seguinte da
comitiva. A explosão abriu no chão um buraco de 30 cm de diâmetro e
feriu um total de 20 pessoas.
Após o ataque, Čabrinović engoliu a cápsula de cianureto e pulou no rio
Miljacka. Porém, a tentativa de suicídio fracassou, pois o terrorista
vomitou o veneno e o rio tinha apenas cerca de 12 centímetros de
profundidade. Detido pela polícia, Čabrinović foi agredido pela multidão
antes de ser levado em custódia.
A comitiva partiu em disparada em direção à câmara municipal, deixando
o carro danificado para trás. Cvjetko Popović, Gavrilo Princip e Trifun
Grabež não conseguiram efetuar nenhum ataque contra o grupo, devido à
velocidade com que se deslocavam. A farda de Francisco Fernando, ainda
com vestígios de sangue.
Ao chegar à câmara municipal para uma recepção oficial, Francisco
Fernando mostrou claros sinais de irritação e estresse, interrompendo um
discurso de boas vindas do prefeito Curcic para protestar: "Senhor
prefeito, eu vim aqui para uma visita e lançaram bombas contra mim. É
ultrajante!". A duquesa Sofia, então, sussurrou algo ao ouvido do marido.
Francisco Fernando fez uma pausa e disse ao prefeito: ".. Agora você pode
falar". Finalmente o arquiduque acalmou-se e o prefeito fez seu discurso.
Quando chegou o momento de Francisco Fernando discursar, ele
acrescentou ao texto já preparado algumas observações sobre os
acontecimentos do dia agradecendo ao povo de Sarajevo pela "expressão
de sua alegria com o fracasso da tentativa de assassinato."

Oficiais e membros da comitiva do arquiduque discutiram o que fazer a


seguir. Francisco Fernando e Sofia cancelaram sua agenda para visitar os
feridos pelo atentado no hospital. O conde Harrach postou-se no estribo
esquerdo do carro para proteger o arquiduque. Às 10h45min da manhã,
Francisco Fernando e Sofia embarcaram, como antes, no terceiro carro da
comitiva. A fim de evitar o centro da cidade, o governador Potiorek
decidiu que o veículo imperial deveria seguir em linha reta ao longo do
cais Appel para o Hospital de Sarajevo. No entanto, Potiorek esqueceu-se
de informar o motorista, Leopold Lojka, sobre esta decisão. No caminho
para o hospital, Lojka entrou à direita na rua Francisco José.
Após saber que o plano de assassinato havia malogrado, Princip foi até
uma delicatessen nas proximidades. No curto trajeto o sérvio avistou o
carro aberto de Francisco Fernando manobrando próximo da Ponte Latina.
Neste momento, o motorista iniciava o retorno para tomar o caminho
certo para o Hospital de Sarajevo, mas o motor do veículo parou durante a
manobra e Princip teve a sua oportunidade.
Princip avançou e disparou dois tiros a uma distância de cerca de cinco
metros, usando uma pistola semi-automática 9x17mm (.380 ACP) FN
modelo 1910, com o número de série #19074. A primeira bala atingiu o
arquiduque na veia jugular e a segunda atingiu o abdome da duquesa.
Princip foi imediatamente detido. Durante o julgamento ele afirmaria que
sua intenção não era matar Sofia, mas o governador Potiorek.
Gravemente ferido, o casal foi levado para atendimento médico na
residência do governador. Conforme relatado pelo conde Harrach, as
últimas palavras de Francisco Fernando foram: "Sofia, Sofia! Não morra!
Viva para nossos filhos!" seguidas por seis ou sete declarações de "Não é
nada", em resposta às perguntas do conde sobre seu estado. Suas
palavras foram, então, seguidas por um longo estertor. Sofia morreu antes
de chegar à residência do governador. Francisco Fernando morreu 10
minutos depois.
Todos os envolvidos no atentado acabaram sendo capturados. Aqueles
que permaneceram sob custódia austro-húngara foram julgados
juntamente com os responsáveis pelo túnel, que ajudaram a entregar as
armas dos conspiradores em Sarajevo. Mehmedbašić foi preso em
Montenegro, mas foi autorizado a "escapar" para a Sérvia, onde se juntou
aos auxiliares do major Tankosić - em 1916 ele seria finalmente preso.
Tumultos anti-Sérvia eclodiram em Sarajevo e em vários outros locais da
Áustria-Hungria nas primeiras horas após o assassinato, até que a ordem
fosse restabelecida pelos militares.
Autoridades austro-húngaras prenderam e processaram os conspiradores
de Sarajevo juntamente com os agentes e camponeses que ajudaram na
execução dos planos. A principal acusação era conspiração para alta
traição envolvendo círculos oficiais no Reino da Sérvia, cuja pena era a
morte. O julgamento ocorreu entre 12 e 23 outubro e o veredicto foi
proferido em 28 de outubro de 1914.
Os réus adultos, sujeitos à pena de morte, apresentaram-se no julgamento
como participantes involuntários da conspiração. O depoimento de Veljko
Cubrilović (agente da Narodna Odbrana que ajudou a coordenar o
transporte das armas) é ilustrativo dessa tática de defesa. Ele declarou ao
tribunal: "Princip me encarou e falou energicamente: 'Se quer saber, é por
essa razão que vamos efetuar o assassinato do herdeiro e, já que sabe
disso, deve manter segredo. Se nos trair, você e sua família serão
destruídos'". Questionado por seu advogado, Cubrilović descreveu
detalhadamente os motivos que o obrigaram a cooperar com Princip e
Grabež. Explicou que uma organização revolucionária, capaz de cometer
grandes atrocidades, estava por trás de Princip, que ele sabia da existência
de tal organização na Sérvia e que, portanto, temia que sua casa fosse
destruída e sua família morta se ele não fizesse o que queriam. Quando
questionado por que se arriscou a ser punido pela lei ao invés de contar
com a proteção dela contra tais ameaças, ele respondeu: "Eu tinha mais
medo do terror do que da lei".

Para refutar a acusação, os conspiradores de Belgrado - que, devido sua


pouca idade, não estavam sujeitos à pena de morte - tentaram preservar
os órgãos oficiais sérvios, modificando seus depoimentos e assumindo
toda a culpa pela conspiração. Princip declarou em seu depoimento: "Sou
um nacionalista iugoslavo e acredito na unificação de todos os eslavos do
Sul sob qualquer forma de estado que seja livre da Áustria". Inquirido
sobre como pretendia realizar seu objetivo, ele respondeu: "Por meio do
terror." Cabrinović, porém, declarou que as convicções políticas que o
motivaram a matar Francisco Fernando eram as mesmas defendidas em
meios sérvios. O tribunal não acreditou nas histórias dos réus, alegando
que estes pretendiam eximir a Sérvia de culpa. O veredicto foi: "O tribunal
considera provado pelas evidências que tanto a Narodna Odbrana quanto
círculos militares do Reino da Sérvia responsáveis pelos serviços de
espionagem, colaboraram com a conspiração".
Pela lei austro-húngara, os condenados com idade inferior a 20 anos à
época do crime poderiam receber uma pena máxima de 20 anos de
prisão. Apesar de pairarem dúvidas sobre a real idade de Princip, o
tribunal terminou por concluir que ele tinha menos de 20 anos no
momento do assassinato. Como a Bósnia e Herzegovina não pertencia
formalmente ao Império Austro-Húngaro, o governador bósnio - e
ministro das finanças austríaco - Leon Biliński pediu clemência a Francisco
José I para os condenados à morte. O imperador atendeu a dois dos
pedidos.

Nome Sentença

Gavrilo Princip 20 anos de prisão.

Nedjelko Čabrinović 20 anos de prisão.

Trifko Trifun Grabež 20 anos de prisão.

Vaso Čubrilović 16 anos de prisão.

Cvjetko Popović 13 anos de prisão.

Lazar Djukić 10 anos de prisão.

Danilo Ilić Morte por enforcamento (executado em 3 de fevereiro de 1915).

Veljko Čubrilović Morte por enforcamento (executado em 3 de fevereiro de 1915).

Morte por enforcamento, comutada em 20 anos de prisão pelo


Nedjo Kerović
imperador Francisco José I

Mihaijlo Jovanović Morte por enforcamento (executado em 3 de fevereiro de 1915).

Morte por enforcamento, comutada em 20 anos de prisão pelo


Jakov Milović
imperador Francisco José I.
Mitar Kerović Prisão perpétua.

Ivo Kranjcević 10 anos de prisão.

Branko Zagorac 3 anos de prisão.

Marko Perin 3 anos de prisão.

Cvijan Stjepanović 7 anos de prisão.

Outros 9 réus Absolvidos.

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