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Capítulo III – Intermediários e componentes protéticos

Aloísio Borges Coelho

Daniel Telles

Originalmente os implantes foram principalmente porque agora os pacientes


desenvolvidos para devolver função e eram mais jovens. Essa exigência estética
conforto a pacientes denominados é ainda mais acentuada em pacientes com
inválidos orais, por sua inabilidade de perdas de dentes anteriores.
tolerar o uso de uma PT convencional.
Essa nova abordagem demandou o
Para esses pacientes a instalação de 4 a 6
surgimento de novos implantes e
implantes na região anterior da
componentes protéticos oferecendo mais
mandíbula, entre os forames mentonianos,
opções e soluções para a obtenção de um
e a confecção de uma prótese total fixa
resultado mais estético e natural possível.
implanto-suportada, também conhecida
como prótese tipo protocolo passou a ser Houve então, a necessidade de adaptar a
uma opção de tratamento. técnica, que foi concebida para a
execução de próteses metaloplásticas,
Foi a solução eficiente dos problemas dos
para as metalocerâmicas. Nessa transição
pacientes inválidos orais que levou à
era fundamental a criação de novos
ampliação do uso dos implantes
componentes protéticos, que
osteointegrados para os pacientes com
minimizassem potencias problemas
edentulismo parcial ou com a ausência de
estéticos. Tais problemas eram originados
um único dente. Essa nova possibilidade
parte pelas dificuldades no planejamento
de tratamento exigiu, no entanto, uma
da colocação dos implantes, em função da
nova abordagem dos implantes
remodelação óssea, e parte pela falta de
osteointegrados: a necessidade de aliar
refinamento da técnica de colocação
estética à função.
desses implantes. Assim, com os novos
Os novos pacientes não eram mais componentes tinham-se opções para
inválidos orais; haviam sofrido apenas corrigir, além da altura (Fig. 1), as
algumas perdas dentárias e queriam que diferentes angulações relativas dos
suas próteses sobre implantes se implantes (Fig. 2).
parecessem com seus dentes naturais,

Fig. 1 – Mesmo intermediário; diferentes alturas de cintas. Os intermediários foram desenvolvidos com diferentes alturas de
cintas para compensar as diferentes alturas dos implantes e dos tecidos gengivais.

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Intermediários e componentes
protéticos

Se por um lado o surgimento de novos


sistemas de implantes aumentava o
número de opções restauradoras, por
outro forçou os profissionais a entenderem
e manusearem uma quantidade muito
maior de informações necessárias para a
correta aplicação desses sistemas. Alguns
foram desenvolvidos como cópias de
sistemas já comercializados, mas outros
com características absolutamente
peculiares, que restringem ao uso de
componentes do mesmo fabricante (Fig.
3).
Fig. 2 – Mesmo intermediário; angulações diferentes.

Fig. 3 – Mesmo intermediário para implantes com conexões diferentes. Hexágono externo (esquerda) e hexágono interno
(direita).

Os sistemas ditos compatíveis, a maioria diferencial em muitos casos nas áreas


com hexágonos externos, possibilitam a estéticas.
intercambialidade de componentes, desde
Por definição, intermediário protético é
que se entenda que a compatibilidade
um componente que funciona como
entre diferentes sistemas vai além das
elemento de ligação entre a prótese e o
medidas das plataformas dos implantes e
implante. Não deve ser feita a confusão
dos hexágonos. Mais informações na
de nomenclatura entre intermediários e
Ferramenta de Compatibilidade de
componentes protéticos. Estes últimos são
Sistemas.
componentes incorporados à prótese,
Outra modificação nos intermediários durante o seu processo de confecção, para
protéticos criou a possibilidade de conectá-la ao intermediário, passando
cimentar as próteses ao invés de parafusá- assim a fazer parte indissociável da
las. Inicialmente essa evolução foi mesma.
proposta para as coroas unitárias e depois
Os intermediários podem ser chamados de
para as próteses fixas múltiplas. Os dois
abutment, pilar, transmucoso, conector,
processos de fixação das próteses
núcleo intraimplantar, entre outros, de
passaram a coexistir, com indicações
acordo com preferências pessoais de
próprias e específicas.
autores e professores.
Mais recentemente, na medida em que o
Os componentes protéticos são
foco das evoluções passou a iluminar
encontrados para três tipos de aplicações
também os tecidos moles, a
diferentes: (1) calcináveis, feitos em
personalização do perfil de emergência
plástico ou outro material equivalente; (2)
das coroas foi apresentada como um

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Intermediários e componentes
protéticos

com a base metálica usinada em liga


nobre ou semi-nobre, para sobrefundição;
e (3) em titânio, para provisórias (Fig. 4).
Vale ressaltar que alguns fabricantes
oferecem componentes para provisórias
de plástico ou náilon, que não possuem a
mesma resistência dos componentes de
titânio.

Fig. 5 – Enceramento da infra-estrutura sobre o


componente de base metálica usinada.

(a) (b) (c)


Fig. 4 – Mesmo componente; (a) de plástico calcinável, (b)
com base metálica e (c) de titânio. Fig. 6 – Infra-estrutura após a sobre fundição com liga de
ponto de fusão compatível.

As diferenças entre o uso de componentes


calcináveis – para fundição – e os de base
metálica – para sobrefundição – tem um
significado clínico além dos processos
laboratoriais de confecção das próteses
sobre implantes. No processo de
sobrefundição (Figs. 5 e 6), a porção do
componente que assenta sobre o
intermediário ou implante não sofre as
alterações do processo de fundição em si, Fig. 7 – Barra protética, obtida por um processo de
pois a liga derretida é injetada sobre o sobrefundição, seccionada na altura do componente
componente dentro do anel de fundição, protético. A diferença de coloração dos metais do
englobando-o e repondo a porção componente e da barra, indica que são de ligas de
previamente esculpida sobre este (Fig. 7). composições diferentes, tendo a de tom amarelado ou
dourado obrigatoriamente um ponto de fusão mais baixo
que a branca ou prateada que forma o componente.

Para isto, a liga a ser sobrefundida deve


possuir um ponto de fusão mais baixo do
que a liga com a qual foi feito o
componente usinado. Já no processo de
fundição, a estrutura protética é

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Intermediários e componentes
protéticos

esculpida sobre o componente calcinável,


que gera a forma de encaixe obtida pela
fundição da liga (Figs. 8 e 9).

(a) (b) (c) (d)


Fig. 10 – PINHEIRO avaliou a desadaptação de
componentes (a) de ouro; (b) de plástico calcinável, antes
e após a fundição; e (c) cerâmico sobre (d) um
intermediário sextavado CeraOne®.

Fig. 8 – Enceramento da infra-estrutura sobre o


componente de plástico calcinável (branco).

Fig. 11 – A desadaptação na interface das peças (seta) foi


medida sobre o mesmo componente. A figura ilustra o
componente metálico obtido a partir da fundição do
componente calcinável.

Fig. 9 – Após a fundição, obtêm-se uma peça de corpo


único.

A diferença, portanto é que a interface de


adaptação do componente ao
intermediário ou implante é a de uma
peça fundida, que gera espaços (gaps)
significativamente maiores. Enquanto com
as peças torneadas e sobrefundidas tem-se
um espaço da ordem de 10 µm, com a
fundição de componentes calcináveis, esse
espaço pode passar de 50 µm (Figs. 10 a
12). Quando se discute os efeitos da Fig. 12 – Os componentes calcináveis em plástico
contaminação da interface apresentaram uma desadaptação média de 20,67 µm,
implante/intermediário para o osso ao enquanto que nos de ouro e de cerâmica essa
redor do implante, esse pode ser um fator desadaptação foi 9,55 e 13,33 µm respectivamente. Após
a ser considerado, especialmente quando a fundição dos componentes calcináveis com uma liga a
base de Níquel-Cromo para metalocerâmica, o espaço
são utilizados componentes calcináveis
entre estes e o intermediário (seta) aumentou para 53,78
tipo UCLA para serem parafusados µm, como pode ser visto nesta imagem aumentada no
diretamente nos implantes. perfilômetro.

Outra característica a ser considerada é a


presença ou não de uma forma anti-
rotacional nos intermediários e
componentes protéticos. Como regra, em

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Intermediários e componentes
protéticos

coroas unitárias, os componentes a serem


utilizados devem possuir uma forma de
encaixe anti-rotacional (Figs. 13 e 14),
enquanto que nas próteses múltiplas essa
característica é desnecessária e
indesejável, pois pode dificultar o
assentamento da prótese por falta de
paralelismo entre os implantes (Figs. 15 e
16).
Figs. 15 e 16 – Para uma prótese múltipla sobre implantes
com dentes unidos não há a necessidade de dispositivo
anti-rotacional, pois um elemento evita a rotação do outro
durante o aparafusamento.

Chaves e parafusos
Os parafusos que prendem os
intermediários nos implantes e os
componentes protéticos nos
intermediários, no caso das próteses
parafusadas, precisam ser utilizados com
uma técnica adequada. É o que garante o
correto funcionamento e a longevidade
dos componentes, evitando problemas
algumas vezes complexos de serem
administrados.
Primeiro, para cada tipo de parafuso
existe uma chave com encaixe adequado
(Fig. 13).

Figs. 13 e 14 – Para uma coroa unitária parafusada direto


no implante é necessário que haja um dispositivo anti-
rotacional na união com o implante para manter o
posicionamento da coroa durante o aparafusamento.

Fig. 13 – Chaves mais comuns, da esquerda para a


direita: de boca; quadrada; e de fenda (linha de cima).
Hexagonal 1,6 mm; hexagonal 1,2 mm; e hexagonal 0,9
mm (linha de baixo).

Alguns fabricantes criaram chaves


específicas para seus sistemas. Nunca
tente utilizar chaves incompatíveis com o
parafuso que se pretende apertar ou
afrouxar, sob pena de danificar o parafuso
e até a chave. Deve-se conhecer, através
de informações fornecidas pelos
fabricantes, as características dos
parafusos que serão utilizados.

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Intermediários e componentes
protéticos

As chaves costumam possuir um disco, que cabeça do parafuso tocar na base do


roda livre na extremidade do cabo (Fig. componente a ser fixado. Caso seja
14), para que seja mantida pressão digital sentida resistência no início do
durante a rotação da chave (Fig. 15). Isso aparafusamento, deve-se remover o
evita que a ponta da chave rode em falso parafuso e verificar se as roscas estão
no encaixe com o parafuso, danificando-o. limpas, íntegras e se os componentes
estão corretamente assentados e
alinhados. A insistência em forçar o
aparafusamento pode levar a danos nas
roscas e/ou comprometimento da
passividade de assentamento da prótese.
Algumas dicas:
Parafusos com encaixe quadrado (Figs. 16
a 18) são mais adequados para receberem
um torque de apertamento maior. Prefira
esse tipo de parafuso nas próteses
cimentadas;

Fig. 14 – Chave com disco livre na extremidade do cabo


para possibilitar que seja rodada mantendo-se a pressão
no encaixe da chave com o parafuso.

Fig. 16 – Parafusos tipo M 2,0 para fixação de


componentes em implantes com diferentes formas de
encaixe para a chave. O parafuso de encaixe quadrado foi
projetado para resistir a um torque de aparafusamento
que ultrapassa os 30Ncm, o que garante uma pré-carga
maior e, consequentemente, diminui a probabilidade de
ocorrer um afrouxamento do parafuso.

Fig. 15 – Posição correta para utilização das chaves.


Pode-se também manter a pressão com o dedo de uma
mão e rodar a chave com a outra.

Parafusos para roscas metálicas, como os


utilizados nos componentes para
Fig. 17 – Detalhe dos encaixes dos parafusos.
implantes, não são auto-atarraxantes
como os utilizados em madeiras ou buchas
plásticas para alvenaria. Enquanto esses
últimos têm como característica um
aumento progressivo da força necessária
para o seu completo aparafusamento, os
utilizados nas próteses sobre implantes
devem ser rosqueados de forma suave,
sem oferecer resistência ao
aparafusamento. A resistência ao
apertamento só deve ser sentida quando a

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Intermediários e componentes
protéticos

Fig. 21 – Notar os espaços conseguidos para a colocação


da resina.

Fig. 18 – Diferença entre a chave quadrada e a


hexagonal.
Em próteses cimentadas, dê preferência
para parafusos que permitam a obtenção
de uma maior força de atrito entre a base
do intermediário e a plataforma do
Evite parafusos de fenda. São mais frágeis implante. Esse é o principal fator de
e difíceis de serem manuseados. resistência ao desparafusamento do
Entretanto, por terem a cabeça mais parafuso de fixação frente às forças
baixa do que os parafusos com encaixe oclusais. Quanto mais o parafuso penetrar
hexagonal (Fig. 20), podem ser uma boa girando na rosca com o mesmo torque,
opção para situações com pouco espaço maior a força de atrito gerada na
interoclusal, quando se precisa ganhar interface do intermediário com o
espaço para o recobrimento da cabeça do implante. Chama-se a isso de pré-carga, a
parafuso com resina (Figs. 19 e 21); qual é influenciada pelas características
dos parafusos. Parafusos de ouro (Fig. 22)
e parafusos com as superfícies das roscas
lubrificadas (Fig. 23) tendem a gerar uma
pré-carga significativamente maior que os
parafusos de titânio (Fig. 24).

Fig. 19 – Prótese Parcial Fixa parafusada com parafusos


de encaixe hexagonal em intermediários tipo pilar cônico
de perfil reduzido. Notar a falta de espaço adequado para
a colocação de resina para fechar o orifício de acesso.

Fig. 22 – Parafuso de ouro.

Fig. 20 – Os parafusos de encaixe hexagonal (esquerda)


foram trocados por parafusos de fenda(direita) que têm a
cabeça mais baixa.

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Intermediários e componentes
protéticos

Figs. 23 e 24 – Parafuso com cobertura lubrificante de


DLC (TorqTite, NobelBiocare) (esquerda); e parafuso de
titânio (direita).

Fig. 26 – Radiografia periapical para confirmar a


Os parafusos devem receber um aperto adaptação do componente antes da aplicação do torque
final com um torquímetro ou chave de final.
torque (Fig. 25). A quantidade de torque é
determinada pelo fabricante.

Fig. 25 – Torquímetro para prótese sobre implantes.


Fig. 27 – Os torquímetros para próteses permitem que o
torque aplicado ao parafuso seja controlado até
aproximadamente 40 Ncm.

Deve-se apertar firmemente o parafuso


com chave manual e, se necessário,
conferir a adaptação dos componentes
através de radiografia (Fig. 26) antes de Intermediários e componentes
se aplicar o torque ou aperto final (Fig. protéticos
27). Nesse capítulo serão apresentados os tipos
básicos de intermediários, para próteses
fixas parafusadas e cimentadas (Fig. 28),
encontrados com pequenas diferenças e
variações nominais nos diversos sistemas.
O estudo da seleção dos intermediários
poderá ser melhor desenvolvido na
Ferramenta de Seleção de Intermediários.

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Intermediários e componentes
protéticos

Fig. 28 – Fluxogramas resumindo os tipos básicos de intermediários e componentes para próteses fixas sobre implantes.

Intermediário convencional
Primeiro intermediário protético Sinônimos: Intermediário ou abutment
desenvolvido para o sistema original standard; Pilar trans-eptelial ou
Brånemark (Fig. 29). Servia basicamente transmucoso ou PME.
para conectar a prótese aos implantes, Descrição: um tubo cilíndrico reto com
compensando as diferenças de alturas dos um hexágono na base (Fig. 30), pelo qual
implantes no osso e do tecido mole, de transpassa um parafuso (Fig. 31) que fixa
forma que a prótese ficasse eqüidistante esse tubo diretamente no implante (Fig.
da mucosa. 32); esse parafuso possui um hexágono e
uma rosca na sua cabeça que, quando em
posição, forma com o tubo cilíndrico uma
plataforma semelhante a do próprio
implante (Fig. 33) sobre a qual se apóia
um componente protético fixado por um
parafuso menor (Figs. 34 a 36).

Fig. 29 – Intermediário ou abutment standard.

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Intermediários e componentes
protéticos

Fig. 34 – Componente protético com seu parafuso de


fixação.

Fig. 30 – Tubo cilíndrico cuja altura pode variar.

Fig. 35 – Sentido de encaixe entre a base do componente


protético e a plataforma do intermediário fixado no
implante.

Fig. 31 – Parafuso de fixação do tubo cilíndrico no


implante.
Fig. 36 – Conjunto completo: componente protético fixado
ao intermediário fixado no implante.

Partes: intermediário (Fig. 30); parafuso


de fixação do intermediário (Fig. 31);
componente protético; parafuso de
fixação do componente protético/prótese
Fig. 32 – Intermediário fixado em um implante. (ver Fig. 34). Transferente e análogo.
Indicação: próteses fixas parafusadas
metaloplásticas (Figs. 37 e 38);
eventualmente utilizados em próteses
parciais fixas ou para reter uma barra
para sobredentadura.
Diâmetro: 4,5 mm (Ø regular)
Torque: 20 Ncm

Fig. 33 – Intermediários standard fixados na boca. Note a


semelhança dos conceitos de plataformas dos
intermediários e dos implantes do sistema Brånemark.

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Intermediários e componentes
protéticos

Fig. 40 – Intermediários selecionados para ficarem de 1,0


Fig. 37 – Prótese Total fixa mandibular tipo ‘protocolo’. a 2,0 mm acima do nível gengival.
Dentes artificiais pré-fabricados unidos à uma barra
metálica com resina acrílica da cor da gengiva.

Intermediários cônicos
Lançado em 1990, esse componente foi
criado, como uma evolução do conceito do
intermediário convencional, para ser
usado em próteses metalocerâmicas (Fig.
41).

Fig. 38 – Radiografia panorâmica na qual é possível


visualizar os intermediários standard conectando a
prótese aos implantes.

Distância mínima interoclusal: 6,1 mm


Critérios de seleção: escolher a altura da
cinta (Fig. 39) de forma que a junção
entre o intermediário e o componente
protético fique de 1,0 a 2,0 mm acima do
nível gengival (Fig. 40).
Fig. 41 – Desenho esquemático de prótese fixa
metalocerâmica sobre implantes com intermediários
cônicos.

Duas características diferenciam-no do


intermediário convencional: a altura da
cinta mais baixa; e o contorno do
componente protético adequado para a
técnica da metalocerâmica, com uma
forma mais aproximada de um preparo
para coroa total (Fig. 42).
Fig. 39 – O tubo cilíndrico que forma o intermediário pode
ser encontrado em diferentes alturas.

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Intermediários e componentes
protéticos

Fig. 42 – O intermediário cônico tem uma forma que se Fig. 43 – Parafuso de fixação da base do intermediário no
aproxima de um preparo para coroa total. implante.e base do intermediário.

Sinônimos: estheticone, esteticone;


abutment ou pilar cônico.
Descrição: um anel em forma de meio
cone com um hexágono na base pelo qual
transpassa um parafuso (Fig. 43) que fixa
esse anel no implante (Fig. 44); esse
parafuso possui um hexágono e uma rosca
na sua cabeça que, quando em posição,
forma com o anel um cone sobre o qual se
apóia um componente protético fixado por
um parafuso menor (Fig. 45). Fig. 44 – Intermediário cônico fixado no implante.
Partes: anel do intermediário; parafuso de
fixação do intermediário (Figs. 43 a 45);
componente protético; parafuso de
fixação do componente protético/prótese
(Fig. 46). Transferente e análogo.

a
d

b
c
Fig. 45 – Intermediário cônico (a) parafusado em um implante (b) com componente protético (c) e parafuso de fixação desse
componente (d).

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Intermediários e componentes
protéticos

Fig. 49 – Vista oclusal da prótese.

Angulação máxima entre os implantes:


Fig. 46 – Desenho esquemático de um intermediário até 30º
cônico fixado no implante com o componente protético
(em laranja). Critérios de seleção: Escolher a altura da
cinta (ver Fig. 1) de forma que a junção
entre o intermediário e o componente
protético fique de 1,0 a 2,0 mm abaixo do
nível gengival (Fig. 50).
Indicação: próteses fixas parafusadas
metalocerâmicas (Figs. 47 a 49); pode ser
usado em coroas unitárias com
componente protético específico anti-
rotacional.
Diâmetro: 4,8 mm (Ø regular)
Torque: 20 Ncm
Distância mínima interoclusal: 6,7 mm

Fig. 50 – Intermediário selecionado para ficar com a


plataforma de 1,0 a 2,0 mm abaixo do nível gengival.
Notar que a variação da arquitetura gengival faz com que
a junção entre a prótese e o intermediário fique, às vezes,
excessivamente subgengival em parte do diâmetro do
Fig. 47 – Vista oclusal dos intermediários cônicos na boca. intermediário.

Intermediário cônico de perfil baixo


Componentes lançados para suprirem a
dificuldade de uso dos intermediários
cônicos em regiões com espaço
interoclusal menor que 6,7 mm (Figs. 51 e
52), o que ocorre especialmente na região
posterior da arcada. Inicialmente
Fig. 48 – Vista gengival da prótese com os componentes possuíam um hexágono na base,
protéticos incorporados.
entretanto há atualmente uma tendência
dos fabricantes a produzirem esse tipo de

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Intermediários e componentes
protéticos

intermediário sem o hexágono, para Descrição: um anel em forma de meio


simplificar e integrar em um só, o cone com um hexágono na base (Fig. 53)
componente para próteses múltiplas pelo qual transpassa um parafuso (Fig. 54)
parafusadas, substituindo-se os que fixa esse anel diretamente no
intermediários Standard e Cônicos em implante; esse parafuso possui um
todas as aplicações. hexágono e uma rosca na sua cabeça que,
quando em posição, forma com o anel um
cone (Fig. 51) sobre o qual se apóia um
componente protético fixado por um
parafuso menor.
Partes: anel/cinta do intermediário (Fig.
53); parafuso de fixação do intermediário
(Fig. 54); componente protético; parafuso
de fixação do componente
protético/prótese (Figs. 55 e 56).
Transferente e análogo.

Fig. 51 – Intermediário cônico de perfil baixo.

EsthetiCone®
MirusCone®

6,7 mm
4,5 mm

Fig. 52 – Comparação entre os intermediários MirusCone Figs. 53 e 54 – Anel em forma de meio cone que forma a
e EsthetiCone. base do intermediário (abaixo) e parafuso de fixação da
base do intermediário no implante (acima).

Sinônimos: MirusCone, Micruscone; Mini


pilar cônico; Mini-abutment; Multi-unit;
Micro-unit; UMA.

a c
Fig. 55 – Intermediário cônico de perfil baixo (a) com componente protético (b) e parafuso de fixação desse componente (c).

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Intermediários e componentes
protéticos

Fig. 60 – Intermediários cônicos de perfis baixos


selecionados e posicionados para a confecção de uma
prótese metaloplástica tipo protocolo.

Fig. 56 – Desenho esquemático do conjunto completo:


componente protético (em laranja) fixado ao intermediário
fixado no implante.
Angulação máxima entre os implantes:
até 40º
Critérios de seleção: escolher a altura da
Indicação: próteses fixas parafusadas cinta de forma que a junção entre o
metalocerâmicas (Figs. 57 a 59) ou intermediário e o componente protético
metaloplástica tipo protocolo (Fig. 60). fique de 1,0 a 2,0 mm abaixo (Figs. 61 e
62) ou acima – casos de protocolo - do
Diâmetro: 4,8 mm (Ø regular) nível gengival.
Torque: 20 Ncm
Distância mínima interoclusal: 4,5 mm

Fig. 57 – Intermediários cônicos de perfis baixos na boca.

Fig. 61 – Plataforma de implante no fundo do alvéolo


cicatricial que será preenchido pelo perfil de emergência
da coroa protética.

Fig. 58 – Vista gengival da prótese, evidenciando os


componentes protéticos.

Fig. 59 – Prótese fixa metalocerâmica parafusada na


boca. Fig. 62 – Intermediário cônico de perfil baixo para a
confecção de uma prótese fixa estética parafusada.

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Intermediários e componentes
protéticos

Intermediário cônico angulado


Idealizados para casos com indicação para
intermediários cônicos, nos quais os
implantes foram colocados com
inclinação esteticamente incompatível
em relação à posição prevista para os
orifícios de acesso aos parafusos de
fixação da prótese (Fig. 63).

Fig. 64 – Intermediário cônico angulado na boca.

Fig. 63 – O uso de um intermediário angulado permite


obter o posicionamento correto do parafuso de fixação da
prótese, independente do direcionamento do implante.

Sinônimos: estheticone ou esteticone


angulado; abutment ou pilar angulado
ou cônico angulado.
Descrição: um cone angulado com uma
pequena rosca na extremidade oclusal Fig. 65 – A base do intermediário cônico angulado possui
(Fig. 64) e uma base com um encaixe em um encaixe em forma de dodecaedro.
forma de dodecaedro (Fig. 65), que
permite um ajuste fino de angulação,
variando-se entre as doze posições
possíveis de encaixe com o hexágono do
implante (Fig. 66). Um parafuso
transpassa esse cone, fixando-o
diretamente no implante (Fig. 67). Os
componentes protéticos, bem como os
transferentes e análogos, em geral, são
os mesmos utilizados para os
intermediários cônicos.

49
Intermediários e componentes
protéticos

Fig. 66 – O encaixe em forma de dodecaedro se adapta Indicação: próteses fixas múltiplas


em doze posições diferentes no hexágono da plataforma parafusadas metalocerâmicas (Figs. 70 a
do implante, permitindo um ajuste fino da inclinação do 75); podem ser usados em coroas
intermediário. unitárias com componente específico
anti-rotacional de alguns fabricantes.

Fig. 69 – Os intermediários cônicos são idênticos na


parte de adaptação dos componentes protéticos.
Fig. 70 – Caso clínico com dois intermediários cônicos,
um reto e outro angulado.

Partes: intermediário cônico angulado;


parafuso de fixação do intermediário (Fig.
68). Componente protético e parafuso de
fixação do componente protético/prótese
idênticos aos do pilar cônico reto (Fig.
69). Transferente e análogo.

b Fig. 71 – Vista lingual da prótese no modelo, mostrando


a um correto posicionamento dos parafusos de fixação da
prótese, conseguido com uso do intermediário angulado.

Fig. 68 – Intermediário cônico angulado (b); e parafuso


de fixação do intermediário no implante (a).

Fig. 72 – Vista da prótese dento-gengival na boca.

Fig. 69 – Os intermediários cônicos são idênticos na


parte de adaptação dos componentes protéticos.

50
Intermediários e componentes
protéticos

Fig. 75 – Vista frontal da prótese, evidenciando a


dificuldade de se esconder a cinta metálica dos
intermediários angulados.
Fig. 73 – Intermediários cônicos, retos e angulados,
ajustando as inclinações de 7 implantes para suportarem
uma PT fixa.

Torque: 20 Ncm
Opções de angulação: 17º e 30º (Fig. 76)
Distância mínima interoclusal: 7,4 mm
(17º) e 8,3 mm (30º) (Fig. 77).

17º 30º

Fig. 74 – Prótese fixa em posição.

Fig. 76 – Opções de angulações.

30º
17º

7,4 mm 8,3 mm

4,0 mm
2,0 mm

Fig. 77 – Dimensões dos pilares cônicos angulados que podem limitar suas indicações por razões estéticas, pela altura da cinta,
ou de espaço interoclusal.

Critérios de seleção: escolher a altura da Os intermediários angulados apresentam


cinta de forma que a junção entre o uma cinta mínima de 2,0 mm (17º) e 4,0
intermediário e o componente protético mm (30º) (Fig. 77).
fique de 1,0 a 2,0 mm abaixo do nível
Em casos de múltiplos implantes,
gengival.
selecionar a angulação correta utilizando

51
Intermediários e componentes
protéticos

um kit de seleção de intermediários


protéticos.
Sinônimos: Mini pilar cônico ou Mini-
abutment ou Micro-unit angulado.
Intermediário cônico angulado de perfil
baixo Descrição: cone angulado de perfil baixo
Associa as características e indicações dos com uma pequena rosca na extremidade
intermediários cônicos de perfis baixos oclusal e uma base com um encaixe em
com os angulados (Fig. 78). Utilizado em forma de dodecaedro, semelhante ao do
regiões com pouco espaço interoclusal e intermediário angulado que também
necessidade de corrigir as angulações dos permite um ajuste fino de angulação. Um
implantes. parafuso transpassa esse cone (Fig. 80),
fixando-o diretamente no implante. Os
componentes protéticos, bem como os
transferentes e análogos, em geral, são os
mesmos utilizados para os intermediários
cônicos de perfil baixo.

Fig. 78 – Intermediário cônico angulado de perfil baixo na


boca.
Fig. 80 – Intermediário cônico angulado com o parafuso
de fixação em posição.

Por suas dimensões reduzidas,


considerando as características que
incorpora, é um componente frágil, Partes: intermediário cônico de perfil
passível de ser danificado especialmente baixo angulado; parafuso de fixação do
durante a manipulação (Fig. 79). intermediário (Figs. 81 a 83). Componente
protético e parafuso de fixação do
componente protético/prótese idênticos
aos do pilar cônico reto. Transferente e
análogo.

b
a

Fig. 79 – A porção da rosca que fixa o parafuso da prótese Fig. 81 – Intermediário cônico angulado (b); e parafuso de
voltada para o acesso ao parafuso de fixação do fixação do intermediário no implante (a).
intermediário é muito fina, o que faz com que qualquer
mínimo movimento excêntrico da chave danifique essa
rosca.

52
Intermediários e componentes
protéticos

Fig. 85 – Detalhe dos intermediários na boca.

Fig. 86 – Vista oclusal da prótese, evidenciando o


posicionamento correto dos orifícios de acesso aos
parafusos de fixação da prótese.
Figs. 82 e 83 – Uma haste com uma rosca na extremidade
ajuda a segurar o intermediário cônico angulado durante a
sua fixação.

Torque: 20 Ncm
Opções de angulação: 17º e 30º
Indicação: próteses fixas múltiplas
parafusadas metalocerâmicas (Figs. 84 a Distância mínima interoclusal: 5,4 mm
86) ou metaloplásticas tipo protocolo. (17º) e 6,5 mm (30º).
Critérios de seleção: escolher a altura da
cinta de forma que a junção entre o
intermediário e o componente protético
fique de 1,0 a 2,0 mm abaixo ou acima
(para os casos de protocolo) do nível
gengival. As cintas apresentam uma altura
mínima de 2,0 mm (17º) e 3,0 mm (30º).
Em casos de múltiplos implantes,
selecionar a angulação correta utilizando
um kit de seleção de intermediários
protéticos.
Fig. 84 – Intermediários cônicos de perfis baixos
angulados, ajustando as inclinações de 3 implantes para
suportarem uma prótese fixa. UCLA
Surgiu em meados dos anos 80 na
Universidade da Califórnia em Los
Angeles, a partir da necessidade de
transpor as limitações do sistema
Brånemark.
Foi concebido inicialmente como um
conceito, no qual obtinha-se um padrão
de fundição para um componente

53
Intermediários e componentes
protéticos

diretamente sobre um análogo ou a


plataforma de um implante.
Esse conceito nasceu em meio a
questionamentos a respeito da
necessidade ou não de se utilizar somente
o titânio também nos componentes em
contato com os tecidos moles, uma vez
que outros materiais comprovadamente
compatíveis com o epitélio oral poderiam
interagir negativamente com o titânio do
implante.
O conceito UCLA ganhou popularidade
com o lançamento pela Attachments
International, na segunda metade da
década de 80, de um padrão de plástico
de fundição pré-usinado para adaptar-se
perfeitamente na cabeça do implante
Fig. 88 – Componente UCLA plástico calcinável anti-
(Fig. 87). Esse padrão plástico, chamado
rotacional.
de pilar UCLA, foi projetado para receber
um enceramento e depois ser incluído
como padrão a ser calcinado no processo
de fundição para a obtenção da estrutura
metálica da prótese (ver Figs. 8 e 9). A essa altura, a adaptação da peça
fundida sobre o hexágono do implante
surgiu como um novo questionamento em
relação à utilização dos pilares UCLA. Os
tipos de liga metálica a ser utilizada e a
técnica de fundição se mostraram como
fatores críticos.
Considerando-se que o componente UCLA
plástico calcinável é um dos mais vendidos
no Brasil e que, provavelmente, isso
acontece como uma estratégia dos
profissionais para reduzir custos, esse
ainda é um problema que sucinta
Fig. 87 – Componente UCLA plástico calcinável. discussão.
A solução veio com lançamento de
componentes UCLA com base metálica
usinada para sobrefundição (Fig. 89), o
Os primeiros pilares UCLA foram que também possibilitou o uso desse tipo
concebidos para próteses múltiplas, já de componente em implantes com
que não possuíam hexágono na base para diferentes tipos de conexões (Fig. 90).
não dificultar sua adaptação à plataforma
do implante após a fundição. Ainda assim,
era recomendado o uso de uma fresa
retificadora específica para corrigir
pequenas imperfeições, oriundas do
processo de fundição, na porção do
componente metálico obtido que entraria
em contato com a plataforma do
implante.
Quando se vislumbrou a possibilidade e as
vantagens que poderiam ser obtidas a
partir do uso desse tipo de componente
para coroas unitárias, um hexágono foi
incorporado à sua base, tornando-o um
componente anti-rotacional (Fig. 88). Fig. 89 – Componente UCLA com base metálica.

54
Intermediários e componentes
protéticos

Fig. 90 – UCLA para implante com hexágono interno.

A versatilidade é a principal característica


dos UCLAs. Permitem a confecção de
próteses unitárias simples, sem
a b c
intermediários, parafusadas diretamente
nos implantes até intermediários Fig. 91 – Componentes UCLA de plástico calcinável (a);
individualizados complexos para serem com base metálica para sobrefundição (b); e de titânio
utilizados em coroas cimentadas em áreas para próteses provisórias (c).
estéticas. Por essa versatilidade, é o tipo
de componente que mais exige
conhecimento e bom senso para ser bem
utilizado. Deve-se, por exemplo, restringir
Indicação: próteses fixas múltiplas
seu uso em próteses parafusadas com
parafusadas sem cantilevers (Figs. 92 e
cantilevers ou grandes demandas
93); coroas unitárias parafusadas
funcionais. Para esses casos, é mais seguro
diretamente no implante; para a
o uso de intermediários específicos para
confecção de intermediários protéticos
próteses parafusadas, como os descritos
para próteses fixas cimentadas múltiplas
anteriormente, uma vez que, caso ocorra
ou unitárias (Figs. 94 a 98).
uma sobrecarga funcional, evita-se a
quebra do implante já que a parte mais Torque: 20 a 40 Ncm, dependendo do tipo
frágil seria o parafuso de fixação da de prótese e do parafuso utilizado.
prótese ao intermediário.
Sinônimos: AurAdapt; Cilindro de fixação
direta; Pilares diretos; Pilar cilíndrico;
universal; Cilindro provisório.
Descrição: cilindro plástico, cuja base
(plástica ou metálica) adapta-se à
plataforma do implante e pelo qual
transpassa um parafuso que fixa esse
cilindro no implante.
Partes: cilindro e parafuso de fixação
(Fig. 91). Transferente e análogo da
plataforma ou cabeça do implante.

Fig. 92 – Vista inferior da prótese fixa, onde se observa a


ausência de sextavados internos nos encaixes das
coroas.

55
Intermediários e componentes
protéticos

Figs. 96 e 97 – Intermediário fixado na boca. Aspectos


clínico e radiográfico.

Fig. 93 – Vista oclusal da prótese parafusada em posição


na boca. Os acessos aos parafusos devem ser fechados
com resina composta.

Fig. 98 – Coroa cimentada.

Fig. 94 – Intermediário para prótese cimentada, obtido a Intermediário sextavado


partir de um enceramento sobre um componente UCLA de
Intermediário desenvolvido para próteses
base metálica, e sua coroa protética.
cimentadas no sistema original
Brånemark. Apesar de hoje ser visto como
um sistema com limitações, ainda tem
indicação por ser um sistema padronizado,
o que facilita e melhora a qualidade final
do trabalho. Entretanto, sua indicação
está restrita aos casos com implantes
precisamente posicionados.
Sinônimos: CeraOne; Cera One; Abutment
STA.
Descrição: um tubo com a porção externa
hexagonal, e um encaixe também em
Fig. 95 – Coroa sobre o intermediário. Observe o contorno
individualizado do intermediário na área de papila.
forma de hexágono na base (Fig. 99), pelo
qual transpassa um parafuso que fixa esse
tubo diretamente no implante (Fig. 100);
sobre a porção hexagonal do intermediário
assenta uma coifa (Figs. 100 e 101), que
pode ser metálica ou cerâmica, sobre a
qual será construída uma coroa (Figs. 102
e 103) a ser fixada com um cimento sobre
o intermediário.

56
Intermediários e componentes
protéticos

Fig. 99 – Intermediário sextavado. Vista do sextavado


externo e do sextavado da base, que se encaixa no
hexágono externo do implante para evitar que o
intermediário rode durante seu aparafusamento.

Fig. 100 – Intermediário fixado no implante e a coifa


metálica sobre a qual a coroa é construída.

Figs. 102 e 103 – Coroa metalocerâmica construída sobre


o componente protético (coifa) do intermediário sextavado.
Notar que foi acrescido metal por sobrefundição para se
obter uma forma mais favorável para a aplicação da
cerâmica.

Partes: intermediário; parafuso de fixação


do intermediário; componente protético
Fig. 101 – Coifa encaixada no intermediário. ou coifa (Fig. 104). Transferente e
análogo.

c a
b

Fig. 104 – Intermediário sextavado (a); parafuso de fixação do intermediário (b) com componente protético ou coifa (c).

57
Intermediários e componentes
protéticos

Indicação: coroas unitárias cimentadas em


implantes com o longo eixo orientado para
a incisal, em dentes anteriores, ou para o
centro da mesa oclusal, em dentes
posteriores (Figs. 105 a 107).
Diâmetro: 4,8 mm (Ø regular)
Torque: 32 Ncm
Distância mínima interoclusal: 6,0 mm

Fig. 108 – Intermediários sextavados com diferentes


alturas de cintas.

Fig. 105 – Intermediários sextavado para receberem


coroas unitárias sobre implantes.

Fig. 109 – Intermediário selecionado com a plataforma de


2,0 a 3,0 mm subgengival.

Intermediários preparáveis
Paralelamente ao desenvolvimento sueco
dos sistemas de implantes
osteointegrados, nos EUA surgiram
Fig. 106 – Vista gengival das coroas construídas sobre sistemas que ofereciam intermediários
coifas de cerâmica. para próteses cimentadas que podiam ser
preparados, como dentes (Figs. 110 e
111), aproximando-se os conceitos das
próteses sobre implantes às próteses sobre
dentes. Atualmente, por uma demanda
dos próprios profissionais que queriam
obter benefícios das vantagens que cada
sistema pudesse oferecer, os fabricantes
promoveram uma convergência dos
sistemas, que estão cada vez mais
parecidos e deixando de espelhar
filosofias para contemplar diferentes
maneiras de trabalhar.

Fig. 107 – Vista oclusal das coroas cimentadas.

Critérios de seleção: escolher a altura da


cinta (Fig. 108) de forma que a junção
entre o intermediário e o componente
protético fique de 2,0 a 3,0 mm abaixo do
nível gengival (Fig. 109).

58
Intermediários e componentes
protéticos

Fig. 110 – Intermediário preparável fixado no implante.

Fig. 112 – Intermediário preparável de metal.

Fig. 113 – Intermediário preparável de cerâmica.

Fig. 111 – O preparo pode ser feito diretamente na boca,


sob refrigeração abundante e restrito, preferencialmente, à
pequenos ajustes e acabamentos para minimizar o risco
de aquecimento do implante.

Os intermediários preparáveis são


versáteis e relativamente simples de se
trabalhar, sendo encontrados em
diferentes materiais (Figs. 112 e 113) e
inclinações (Fig. 114). Entretanto são
limitados quando se necessita personalizar
o perfil de emergência gengival de coroas
em áreas estéticas.

a b c
Fig. 114 – Intermediários preparáveis em diferentes
angulações: reto (a); 17º (b); e 30º (c).

59
Intermediários e componentes
protéticos

O preparo pode ser realizado diretamente


na boca, mas é preferível fazê-lo em um
modelo com as réplicas dos implantes, já
que torna o procedimento mais fácil e
controlável, especialmente em relação ao
calor gerado pelo desgaste, o qual pode
ser nocivo para os tecidos ao redor do
implante.
Fig. 117 – Intermediário preparável fixado no implante
Sinônimos: Munhão; Gengi Hue; TiAdapt; antes do preparo.
Abutment poste ou cimentado ou COC
(Cement-On Crown); pilares
personalizáveis por desgaste; pilares
sólidos ou de preparo; CerAdapt; ZiReal; Os intermediários preparáveis angulados
Ceraprep; pilar zircônia. normalmente apresentam um encaixe em
Descrição: um cilindro metálico (Fig. 115) forma de dodecaedro ou semelhante, que
ou de cerâmica (Fig. 116) com um encaixe permite variar a sua posição sobre o
em forma de hexágono ou compatível com implante para corrigir a angulação.
a plataforma do implante, pelo qual Partes: cilindro e parafuso de fixação.
transpassa um parafuso que fixa esse Transferente e análogo da plataforma ou
cilindro diretamente no implante (Fig. cabeça do implante.
117). Diferenciam-se dos UCLAs pelo
maior volume de estrutura para o preparo. Indicação: próteses sobre implantes
múltiplas (Figs. 118 e 119) ou unitárias
cimentadas (Figs. 120 a 123). Alguns
pilares cerâmicos e metálicos aceitam
aplicação direta de cerâmica para se
a confeccionar coroas unitárias parafusadas
diretamente no implante.

Fig. 115 – Intermediário preparável de titânio (a) e


parafuso de fixação (b).

Fig. 118 – Intermediário preparado para servir como pilar


de uma prótese fixa cimentada, retida por um dente e um
implante.

a
Fig. 116 – Intermediários preparável de cerâmica (a) e
parafuso de fixação (b).

Figs. 119 – Prótese fixa metalocerâmica cimentada.

60
Intermediários e componentes
protéticos

Critérios de seleção: escolher a


inclinação de forma a minimizar a
necessidade de desgaste.

Intermediários personalizados
Essa tipo de componente foi introduzido
em 1994 com o lançamento do sistema
PROCERA® pela NobelBiocare.
Desde então, cresce o seu uso, pois, além
Fig. 120 – Intermediário cerâmico preparado e coroa de
cerâmica pura a ser cimentada sobre o intermediário. de ser um sistema que privilegia a
estética, por ser totalmente
personalizado, se aplica a praticamente
todos os casos. Seu fator limitante é o
custo e a falta de compatibilidade com um
número maior de sistemas, especialmente
os de conexão interna.
O sistema, que utiliza a tecnologia
CAD/CAM, funciona baseado em um
escâner próprio (Fig. 124) que cria uma
imagem digitalizada de um enceramento
ou padrão de resina individualizado ao
caso, obtidos em modelos.

Figs. 121 e 122 – Coroa posicionada sobre o intermediário


(esquerda) e intermediário parafusado no implante
(direita).

Fig. 124 – Escâner do sistema Procera.

Fig. 123 – Coroa cimentada na boca.


A partir dessa imagem, um torno esculpe
um componente idêntico ao padrão
escaneado em titânio ou zircônia (Figs.
125 a 127).

Torque: 20 a 45 Ncm, dependendo do tipo


de prótese e do parafuso utilizado.
Angulação: de 0º (reto) a 30º.
Composição: geralmente titânio
(metálicos); óxido de alumínio ou zircônia
(cerâmicos).

61
Intermediários e componentes
protéticos

Partes: componente e parafuso de


fixação. Transferente e análogo da
plataforma ou cabeça do implante.
Indicação: próteses sobre implantes
múltiplas ou unitárias cimentadas (Fig.
128). Aceitam aplicação direta de
cerâmica para se confeccionar coroas
unitárias parafusadas diretamente no
implante (Figs. 129 e 130).

Fig. 128 – Intermediário Procera em zircônia para servir


como pilar de uma coroa total cimentada.

Figs. 125 a 127 – Padrão de resina aplicada sobre um


UCLA e o intermediário Procera obtido a partir desse
padrão. Vistas frontais, gengivais e laterais.

Com o sucesso do sistema Procera® ,


fabricantes como 3i e Straumann, já
aparecem com sistemas semelhantes, o
que deve popularizar ainda mais o seu uso
nos próximos anos.
Sinônimos: Procera; CARES; Architec PSR;
Atlantis.
Descrição: componente obtido a partir de
um padrão, que poderá servir tanto como
intermediário para cimentação de uma
coroa protética, como para aplicação
direta de porcelana, obtendo-se uma
coroa em peça única para ser parafusado
no implante. Fabricado com um encaixe
em forma de hexágono ou compatível com Fig. 129 – Componente Procera em zircônia (parte mais
a plataforma do implante, pelo qual clara) com cerâmica aplicada, formando uma peça única a
transpassa um parafuso que fixa esse ser parafusada direto no implante.
componente diretamente no implante.

62
Intermediários e componentes
protéticos

Figs. 132 – Vista oclusal. Notar também a falta de


paralelismo no sentido vestíbulo lingual.
Fig. 130 – Coroa cimentada.

Nesses casos deve-se fazer uma moldagem


(Fig. 133), registrando-se os
Torque: 20 a 45 Ncm, dependendo do tipo
posicionamentos dos implantes e
de prótese e do parafuso utilizado.
montando-se o modelo obtido com os
Composição: geralmente titânio análogos dos implantes (Fig. 134) em um
(metálicos); óxido de alumínio ou zircônia articulador (Figs. 135 e 136). É uma boa
(cerâmicos). estratégia optar pela técnica da moldeira
fechada, pela facilidade de execução e
por que esta técnica se ajusta melhor à
falta de paralelismo entre os implantes.
Seleção de intermediários
Esse modelo poderá servir para a
Em casos complexos, envolvendo muitos confecção de uma prótese provisória para
implantes e em áreas estéticas, é comum ser instalada após a colocação dos
haver dúvidas na escolha dos intermediários. Feito isso, deve-se fazer
intermediários. Fatores como as uma nova moldagem, transferindo-se a
angulações relativas entre os implantes e posição dos intermediários com as
a necessidade de adequá-las aos angulações corrigidas.
posicionamentos dos futuros dentes
artificiais, como também o espaço
disponível para a confecção da prótese,
podem criar dificuldades para a indicação
dos intermediários e suas características
específicas (Figs. 131 e 132).

Fig. 133 – Modelo obtido com a técnica da moldeira


fechada, ainda com os transferentes em posição. Apesar
da falta de paralelismo, como os transferentes não estão
unidos, consegue-se remover a moldeira às custa da
flexibilidade do material de moldagem.
Figs. 131 – Vista lateral de cicatrizadores em três
implantes que serão unidos por uma prótese fixa
parafusada. Notar a falta de paralelismo no sentido mésio-
distal.

63
Intermediários e componentes
protéticos

por réplicas em diferentes inclinações e alturas de cada


intermediário.

Figs. 134 – Análogos dos implantes no modelo.

Fig. 138 – Réplicas de intermediários angulados


posicionadas no modelo.

Fig. 139 – Intermediários escolhidos posicionados na


boca, evidenciando a correção das angulações obtida.

Figs. 135 e 136 – No modelo quantifica-se mais


precisamente as diferenças de angulações. Vistas lateral
e oclusal.

Utilizando-se um Kit de Seleção de


Intermediários as características de cada Fig. 140 – Vista oclusal dos intermediários angulados na
intermediário são mais facilmente boca
visualizadas. O kit é composto por réplicas
dos pilares (Fig. 137), em diferentes
alturas e inclinações, que são encaixadas
nos análogos de cada implante (Fig. 138),
buscando-se estabelecer qual delas é a
mais adequada (Figs. 139 a 142).

Fig. 141 – Parafusos de trabalho posicionados sobre os


intermediários para evidenciar o paralelismo conseguido
e...

Fig. 137 – O Kit de Seleção de Intermediários é composto

64
Intermediários e componentes
protéticos

Fig. 142 – ...o direcionamento em relação aos


antagonistas.

65

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