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Centro Universitário de Maringá

Curso: Ciências Econômicas


MANOEL VIEIRA FAÇANHA

FATORES DA ALTA INADIMPLÊNCIA DO CONSUMIDOR BRASILEIRO

MARINGÁ
2022
MANOEL VIEIRA FAÇANHA

FATORES DA ALTA INADIMPLÊNCIA DO CONSUMIDOR BRASILEIRO

Projeto de ARTIGO apresentado ao Centro


Universitário de Maringá, como MAPA para a
disciplina de Técnicas de Pesquisa em
Economia.

MARINGÁ
2022
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 3
1.1 TEMA.......................................................................................................................3
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA...................................................................................4
1.3 OBJETIVO...............................................................................................................4
2 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................4
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 6
4 RESULTADOS ESPERADOS 6
REFERÊNCIAS 6
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1 INTRODUÇÃO

O pressuposto da inadimplência é o aumento crescente de consumo, iniciado


e possibilitado a partir do Plano Real de 1994 seguido pelas metas da inflação de
1999; além do aumento do poder de compra proporcionado pela estabilização da
moeda nacional, outro fator a ser considerado quanto ao endividamento da pessoa
física é a concessão de crédito, que vem aumentando preocupantemente (FLORES,
2011).
Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic)
de 2022 mostram que o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer
alcançou 77,7% do total de famílias brasileiras em abril, a maior proporção da série
histórica. É relatado, ainda, que apesar dos juros altos (IPCA em 11,3% ao ano), a
dívida por crédito ainda é a mais comum.
No mais, pode-se elencar causas tanto extraeconômicas, como sociais e
demográficas: marketing, a simbólica social, materialismo (BAUMAN 2010 apud
Artifon e Piva 2013), quantidade de membros familiares e faixa etária; quanto
propriamente da economia: desemprego (STETER e BARROS, 2008), juros, inflação
e educação financeira.
Nesse contexto, vê-se a proeminência desse tema e de seus entrelaçamentos
na sociedade. Deve-se recordar, considerando o debate sobre a relação existente
entre endividamento e o crescimento econômico, que a tomada de decisão de um
indivíduo será sempre visando seu bem-estar com base nas informações que tem.
Destarte, o presente trabalho vê como significativo para as famílias a uma educação
financeira voltada para o consumo consciente.

1.1 TEMA

O tema tange o alto índice de inadimplência da população brasileira, das


causas e consequências explicitadas pela literatura do assunto. É importante bem
compreender os vetores que engendram e/ou atenuam o endividamento crônico,
pois ao informar-se a respeito os grupos da sociedade mais vulneráveis a esse
problema podem vir a evitá-lo ou resolvê-lo. Ademais, é de interesse do Governo
traçar não só políticas que almejem o crescimento econômico, mas também zelem
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pelas necessidades coletivas, haja vista que o Estado é o agente mantenedor do


mínimo existencial da população de renda baixa.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Procurar-se-á elencar e discutir os fatores responsáveis pela inadimplência de


boa parte da sociedade consumidora, a fim de entender o porquê dessa elevada
taxa ocorrer nas classes sociais com menor renda.

1.3 OBJETIVO
1.3.1 Objetivo Geral

Dado o problema, esta pesquisa pretende discutir as causas da agravada


insolvência civil, a partir de uma análise crítica da bibliografia pertinente e propor
uma resposta a esse problema, que é o planejamento financeiro.

1.3.2 Objetivos Específicos

Como objetivos específicos: o relato e desenvolvimento dos fatores


responsáveis por atenuar o aumento da inadimplência, a saber:
 Nível de desemprego;
 Variação da renda;
 Crédito;
 Taxa de juros
 Debilidades do consumidor;
 Ações do governo;
 Datas festivas.
 Ausência de educação e planejamento financeiro

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O endividamento, definido como saldo o devedor de um agregado familiar,


normalmente associado aos compromissos de crédito para aquisição de bens,
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serviços e habitação (MARQUES & FRADE, 2003), se não for bem planejado,
comumente conduz o endividado ao descumprimento de suas dívidas; e caso essa
situação se alastre pelos dias e meses, desemboca-se na inadimplência – podendo-
se agravar ao superendividamento (MARQUES, p. 256, 2006) 1.
Averígua-se, ainda, na literatura, que esta situação de inadimplência pode ser
passiva ou ativa (MARQUES, LIMA, VIAL, p. 123, 2020). No caso ativo, ou
consciente, o sujeito contrai contas as quais sabe de sua futura impossibilidade de
quitação; quanto à situação passiva, quando é acometido por eventos inesperados e
em sua vida – como desemprego ou morte do provedor principal de sua família etc.
A inadimplência é, portanto, o comprometimento da receita de um indivíduo
com uma dívida que, se tentasse liquidá-la, deixaria de garantir para si e seus
dependentes o mínimo existencial.
Quanto aos agravantes da inadimplência, autores como Steter e Barros
(2012) constaram que os índices de desemprego, de juros e liberação crédito
influem e são influenciados pelo aumento dessa condição financeira.
Enquanto Linardi (2008) aplicou em sua pesquisa o modelo Vetor
Autorregressivo para investigar a relação dos aspectos da macroeconomia (como:
taxa de juto Selic, inflação, hiato do produto etc.) com a inadimplência das
instituições bancárias brasileiras, concluindo que de fato há, realmente esse nexo,
seja positivo ou negativo. Silva et al. (2012) utilizaram o índice geral de preços ao
consumidor amplo, o nível de desemprego e o montante comercial de vendas a fim
de avaliar os vetores da taxa de inadimplência no município de Recife.
Não menos impactante é a falta de educação e planejamento financeiro. Pois,
com o crescimento econômico e aumento da renda geral da população o confiança
em adquirir mais e melhores produtos e serviços acarreta acúmulo de dívidas. Uma
pesquisa muito pertinente põe essa questão: a população brasileira está
suficientemente educada financeiramente para gerenciar seu orçamento num
momento de crescimento econômico? (Cordeiro, Almeida e Figueiredo 2013).
Há uma infinidade de condicionantes psicológicos responsáveis pela
inadimplência dos consumidores menos disciplinados. Artifon e Piva (2013) tratam
em sua pesquisa, por exemplo, da compulsividade, da buscar por alívio no consumo,
da simbólica que certos bens causam, e é entendido que tudo isso pode ser aflorado

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O superendividamento é definido por Claudia Lima Marques como a impossibilidade global de o consumidor,
leigo e de boa-fé, pagar todas as suas dívidas atuais e futuras de consumo.
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em datas especiais para o consumidor, geralmente no Natal, onde, de acordo com


dados levantados pelo Portal Meu Bolso Feliz e SPC Brasil, no ano de 2014, 52%
dos consumidores relataram terem passado pela situação de comprar presentes
para seus filhos conscientes de que excederia o orçamento.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho se limitará ao aspecto do endividamento dos brasileiros pessoas


físicas. Dada esse escopo, buscar-se-á explicar os condicionantes econômicos e
sociais deste fenômeno, caracterizando pesquisa explicativa e qualitativa.
Os dados deste trabalho advêm de fontes secundárias como Serasa, Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Banco Central e Confederação Nacional
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

4 RESULTADOS ESPERADOS

Espera, ao fim do trabalho, ter elencado e desenvolvido os fatores que


mantêm alto o índice de inadimplência da população, especialmente as classes com
menos renda; ademais, auxiliar o leitor chegar à conclusão de educar-se
economicamente e planejar suas finanças.

REFERÊNCIAS

ARTIFON, Simone; PIVA, Maristela. Endividamento nos dias atuais: fatores


psicológicos implicados neste processo, 2013.

BAUMAN, Zygmunt. Vida a crédito: Conversas com Citlali Rovirosa-Madrazo.


Tradução de Alexandre Werneck. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010.

CORDEIRO, Rafaela Almeida; ALMEIDA, Liliane M. de; FIGUEREDO, Júlio C. B. de.


Classe média brasileira: mais dinheiro e menos dívidas, sonho ou realidade? IV
Encontro de Administração Política para o Desenvolvimento do Brasil, Vitória da
Conquista, Bahia, 05 a 07 de junho de 2013.

FLORES, Thiago. Bolha de Crédito? O Aumento do crédito e do endividamento das


famílias no Brasil. Portal de Auditoria. Curitiba, 2011. Disponível em:
<http://www.portaldeauditoria.com.br/artigos/Bolha-de-Cr%C3%A9dito.asp>. Acesso
em: 21 de julho de 2022.
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LINARDI, Fernando de Menezes. Avaliação dos Determinantes


Macroeconômicos da Inadimplência Bancária no Brasil. Faculdade de Ciências
Econômicas UFMG: Belo Horizonte, 2008.

MARQUES, Claudia Lima. O endividamento dos consumidores:


superendividamento e crédito. São Paulo: RT, 2006.

MARQUES, Claudia Lima; DE LIMA, Clarissa Costa; VIAL, Sophia.


Superendividamento dos consumidores no pós-pandemia e a necessária
atualização do Código de Defesa do Consumidor. Direito do Consumidor:
reflexões quanto aos impactos da pandemia de Covid-19: Edição especial de 30
anos de vigência do CDC, São Paulo, v. 1, p. 107-144, 2020.

MARQUES, Maria Manuel Leitão; FRADE, Catarina. Regular o


sobreendividamento. Observatório do Endividamento dos Consumidores.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra: Coimbra, 2003

SILVA, Carla Calixto; SANTOS, Gilvanise de Arruda; BEZERRA, Jocildo Fernandes;


Igor Ézio Maciel Silva. UM ESTUDO EMPÍRICO DOS DETERMINANTES
MACROECÔNOMICOS DA INADIMPLÊNCIA NO RECIFE. X Enaber, Recife, 2012.

STETER, E.R.; BARROS,O. Determinantes macroeconômicos apontam para


redução da taxa de inadimplência de pessoa física ao longo deste ano.
Destaque Depec – Bradesco. Ano X - Número 27 - 24 de fevereiro de 2012.

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