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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE –FURG
INSTITUTO DE LETRAS E ARTES –ILA

Disciplina: Literatura Ocidental I


Professora: Cláudia Mentz Martins
Período letivo: 2020/1

Instruções:

• A presente avaliação deverá ser realizada individualmente.

• As respostas precisam ser dissertativas, necessitando haver a comprovação dos


argumentos apresentados durante a explanação.

• É permitida a consulta a textos e sites que não tenham sido utilizados e referidos
durante as aulas. Porém, salienta-se que todas as referências consultadas
precisam constar ao término da avaliação.

• Não será estabelecida uma extensão máxima ou mínima para a execução deste
trabalho.

• A avaliação deverá ser entregue digitada em fonte Times New Roman, 12, ou Arial,
11, com espaçamento entrelinhas 1,5; excetuando-se os casos de citação longa que
deverão estar de acordo com a ABNT.

• Todas as citações e referências precisam obedecer ao disposto na ABNT.

Para realização deste trabalho, é necessário escolher dois (02) dos sonetos aqui apresentados.
É importante que, na análise, sejam apontadas questões da ordem da construção do poema,
isto é, relacionadas ao aspecto rítmico (como as rimas, o esquema rítmico, as aliterações e
assonâncias...), à seleção lexical (predominância de substantivos, adjetivos etc, indicando quais
são eles), à construção sintática (mostrar se há repetições, paralelismos etc). A reunião de
todos esses aspectos conduz ao esclarecimento (que deve ser dissertado) da temática. Por fim,
deve-se tecer uma comparação – apontando semelhanças e/ou diferenças entre os sonetos -,
comprovando serem poemas significativos e exemplares da lírica camoniana.
Quem quiser ver d' Amor ũa excelência
onde sua fineza mais se apura,
atente onde me põe minha ventura,
por ter de minha fé experiência.

Onde lembranças mata a longa ausência,


em temeroso mar, em guerra dura,
ali a saudade está segura,
quando mor risco corre a paciência.

Mas ponha-me Fortuna e o duro Fado


em nojo, morte, dano e perdição,
ou em sublime e próspera ventura;

ponha-me, enfim, em baixo ou alto estado;


que até na dura morte me acharão
na língua o nome, n'alma a vista pura.

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No tempo que de Amor viver soía,


nem sempre andava ao remo ferrolhado;
antes agora livre, agora atado,
em várias flamas variamente ardia.

Que ardesse num só fogo, não queria


o Céu, porque tivesse exprimentado
que nem mudar as causas ao cuidado
Mudança na ventura me faria.

E se algum pouco tempo andava isento,


foi como quem co peso descansou,
por tornar a cansar com mais alento.

Louvado seja Amor em meu tormento,


pois para passatempo seu tomou
este meu tão cansado sofrimento!

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Indo o triste pastor todo embebido
na sombra de seu doce pensamento,
tais queixas espalhava ao leve vento
cum brando suspirar da alma saído:

«A quem me queixarei, cego, perdido,


pois nas pedras não acho sentimento?
Com quem falo? A quem digo meu tormento
que onde mais chamo, sou menos ouvido?

Oh! bela Ninfa, porque não respondes?


Porque o olhar-me tanto me encareces?
Porque queres que sempre me querele?

Eu quanto mais te vejo, mais te escondes!


Quanto mais mal me vês, mais te endureces!
Assi que co mal cresce a causa dele.

Referência

HISTÓRIA e antologia da literatura portuguesa: século XVI. Lisboa: Fundação Calouste


Gulbenkian, 1995.

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