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Lorena
2021
ANA GABRIELLE PRADO ANTUNES DE SOUZA
Versão Original
Lorena
2021
AGRADECIMENTOS
Ao professor, orientador Dr. Felix Monteiro Pereira, você me apoiou e acreditou (e acredita)
no meu potencial e vou ser sempre muito grata por isso.
Ao meu pai, Carlos Assis de Souza, pela realização em mudar sua própria realidade, se
empenhando no estudo e mudando-se para uma nova cidade, em busca de seus sonhos e
alcançando suas metas. Me propiciando a oportunidade de viver meus sonhos e me desafiar
enquanto profissional. Meu exemplo, inspiração, mentor e herói.
À minha mãe, Ana Lúcia Prado Antunes de Souza, por me ensinar o valor do trabalho duro,
compreensão e que somente com ações atingimos nossas metas. Além do mais por me
ensinar o valor da família. Minha heroína, modelo de amor autêntico, amparo e cuidado.
“Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista.”
ALDO NOVAK
RESUMO
Existe atualmente uma diminuição significativa dos recursos fósseis encontrados, como
consequência há uma procura maior de tecnologias para a substituição de combustíveis
derivados dos materiais não renováveis por materiais biodegradáveis, como por exemplo o
biodiesel. O biodiesel vem sendo um dos grandes focos dos pesquisadores por contribuir
com inúmeras vantagens tanto para o consumidor quanto para o meio ambiente. No Brasil,
usualmente na sua produção é utilizado como matéria-prima óleos derivados da soja e
metanol. Entretanto essas matérias primas dificultam o crescimento da produção do
biodiesel, pois, em relação a soja, há uma competição com o mercado alimentício e, em
relação ao metanol, é um produto importado. Desta maneira o presente trabalho apresenta a
simulação de uma planta de biodiesel, pelo simulador Aspen Plus®, a fim de se realizar uma
comparação entre os métodos de produção de biodiesel produzidos a partir de óleos e
gorduras residuais utilizando-se o etanol. A partir de dados cinéticos, obtidos de outros
autores, e utilizando-se do modelo termodinâmico NRTL, por causa da presença de
componentes polares e por ser para simulações não ideais. No processo foi considerada como
base a separação dos ácidos graxos do óleo com etanol como solvente, para em seguida as
realizar as reações de esterificação e transesterificação nas cargas. Além disso foi comparado
na simulação o uso de reatores do tipo CSTR e PFR, ao qual ambos se apresentaram viáveis
tecnicamente (eficiência do processo e a qualidade do produto final de acordo com as normas
da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis e com porcentagem
mássica de ésteres superior a 99,65%) e economicamente a partir do segundo ano de
funcionamento. Entretanto o processo com reator do tipo CSTR indicou-se ser o mais viável
economicamente baseando na análise econômica empregada.
SOUZA, Ana Gabrielle Prado Antunes. Simulation of the biodiesel production process
from residual oil and fat. 2019. 43 f. Dissertation (Bachelor of Chemical Engineering) –
Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2019.
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
1.1 Objetivo ................................................................................................................. 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 18
2.1 Produção de Biodiesel ........................................................................................... 18
2.2 Principais matérias-primas usadas ........................................................................ 33
2.3 Álcool .................................................................................................................... 35
2.4 Reação de Transesterificação ................................................................................ 36
2.5 Reação de Esterificação ........................................................................................ 37
2.6 Viabilidade econômica de processos químicos ..................................................... 37
3 METODOLOGIA ...................................................................................................... 49
3.1 O Método de Pesquisa ........................................................................................... 49
3.1.1 Definição dos componentes ........................................................................... 49
3.1.2 Parâmetros cinéticos ...................................................................................... 49
3.1.3 Definição do modelo termodinâmico e equipamentos .................................. 50
3.1.4 Simulação do processo alternativo de produção de biodiesel ........................ 50
3.1.5 Comparação dos processos produtivos quanto à viabilidade......................... 50
3.2 Fluxograma proposto ............................................................................................ 51
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 56
4.1 Definição dos componentes .................................................................................. 56
4.2 Parâmetros cinéticos.............................................................................................. 57
4.3 Escolha do modelo termodinâmico ....................................................................... 58
4.4 Escolha do reator ................................................................................................... 58
4.5 Escolha do misturador ........................................................................................... 59
4.6 Escolha do aquecedor/condensador ...................................................................... 59
4.7 Escolha do separador............................................................................................. 59
4.8 Simulação do processo de produção de biodiesel com CSTR .............................. 60
4.8.1 Pré-tratamento ................................................................................................ 60
4.8.2 Pós-tratamento ............................................................................................... 64
4.9 Simulação do processo de produção de biodiesel com PFR ................................. 69
4.9.1 Pré-tratamento ................................................................................................ 69
4.9.2 Pós-tratamento ............................................................................................... 73
4.10 Comparação dos processos produtivos quanto à viabilidade ................................ 78
4.10.1 Viabilidade técnica dos processos estudados................................................. 78
4.10.2 Dimensionamento e viabilidade econômica dos processos estudados........... 78
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................... 89
6 REFERENCIAS ......................................................................................................... 91
13
1 INTRODUÇÃO
Com dados retratados da Tabela 1 averígua-se que a principal energia utilizada no Brasil
são energias não renováveis. Ademais pode-se dizer que a taxa de consumo desse tipo de
energia é muito maior do que as descobertas de novas reservas e no consumo há produção
de uma quantidade abundante de poluentes, necessitando assim de novas alternativas
sustentáveis.
Segundo a ANP, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (2020),
promulgado no mês de março de 2020 (Figura 1), verificou-se no país, no ano de 2019, um
aumento na produção de biodiesel comparado a outros anos. A Figura 1, também demonstra
que ao final dos meses de janeiro e fevereiro vem aumentando gradualmente o acumulado
se comparado ao mesmo período dos anos anteriores. O autor Albuquerque (2015) explica
que esse crescimento se deve a adesão do uso da mistura biodiesel e diesel desde 2001.
Atualmente a ANP sancionou em janeiro a B12, a qual o diesel passa a ter em seu percentual
no mínimo 12% de biodiesel (JORNAL DO COMÉRCIO, 2020).
14
Figura 1 – Gráfico da produção de biodiesel acumulada no Brasil entre os anos de 2017 e 2020
600.000
Biodisel produzido (m³)
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
Mês
O biodiesel é um combustível que pode ser produzido a partir de óleos vegetais, gorduras
animais e óleo de origem microbiana. As matérias-primas são convertidas em biodiesel
através de uma reação química que envolve o uso de álcool e catalisador. Essa reação pode
ser chamada de transesterificação.
A indústria química tem avançado bastante em termos de tecnologia. Um bom exemplo
disso foi o desenvolvimento de softwares de simulação de processos, tal como o Aspen Plus,
software que se utilizou para compor e analisar o Processo de Produção do Biodiesel. Foi
utilizado o software Aspen Plus® v8.8 (2015) nos laboratórios de informática da Escola de
Engenharia de Lorena (EEL-USP), além de pesquisas em diversas literaturas e artigos,
obtendo dados como parâmetros cinéticos, temperatura, e vazões mássicas nos processos.
No que diz respeito a simuladores, a carteira de produtos da Aspen Technology Inc. ®
detém as melhores ferramentas de solução e otimização de processos no mercado. Estas são
baseadas em modelos matemáticos e termodinâmicos fundamentados nos princípios básicos
dos fenômenos de transporte (SOUZA, 2011).
Diversos estudos apontam que algumas propriedades do biodiesel são influenciadas pela
matéria-prima utilizada.
15
Figura 2 – Gráfico da produção de biodiesel acumulada no Brasil entre os anos de 2017 e 2020
por ser renovável, não tóxico, ter menor emissão de dióxido de carbono, diminuir o desgaste
das partes móveis do motor e ser mais viscoso proporcionando maior lubricidade”
(TORRES, 2015, p. 12).
Além da matéria-prima afetar o rendimento da produção, fatores como: temperatura,
razão molar, álcool também podem prejudicar ou melhorar a conversão do processo. Nesse
contexto, ferramentas como o Aspen Plus® tem se tornado essencial para avaliar, otimizar e
custear uma futura planta de produção de biodiesel.
Geralmente, o biodiesel é produzido por meio da transesterificação. Nela, os
triacilgliceróis dos óleos vegetais e gorduras animais reagem com álcoois uma mistura de
ésteres de ácidos graxos (biodiesel) e como subproduto o glicerol. Nesta reação, o uso de um
excesso de álcool é necessário com o fim de deslocar o equilíbrio químico para o lado dos
produtos e atingir, desta maneira, conversões elevadas. O excesso de álcool é recuperado
para possibilitar a purificação tanto do biodiesel como do glicerol, além de para reutilizá-lo
dentro do processo. O processo de recuperação do álcool é feito por meio de destilação
convencional, o qual é um processo que implica alto consumo de energia (SANTANDER,
2010).
Nos últimos anos, o biodiesel proveniente da soja girou em torno de 77% da produção
total nacional, mostrando a forte tendência da produção do combustível via óleo vegetal
(SILVA; BARRA, 2016).
Essa tendência deve se acentuar ainda mais nos anos seguintes. Os destaques são para as
produções de óleos de palma e de soja. Uma maior produção de óleo vegetal vai gerar,
consequentemente, uma maior quantidade de óleo vegetal residual. Para resolver essa
problemática e ainda reduzir os custos com óleo de insumo foi desenvolvido, nesse trabalho,
processo de produção que use óleo residual como matéria-prima.
O uso de catalisadores básicos permite obter taxas de reação quase 4000 vezes superiores
as obtidas pela mesma quantidade de catalisadores no processo ácido. Além disso, o custo
delas é inferior ao das enzimas utilizadas como biocatalisadores. A catálise básica permite o
uso de temperaturas e pressões menores, diminuindo os custos energéticos e ainda uma
menor relação álcool / óleo (CONGRESSO NACIONAL DE ENGENHARIA DE
PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS, 2015).
As enzimas desempenham papel de catalisador em reações químicas. A aplicação desses
biocatalisadores em processos de escala industrial é objeto de inúmeras investigações,
devido ao fato das reações por elas catalisadas terem uma pequena quantidade de produtos,
17
1.1 Objetivo
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo ele o modelo se baseia no fato de que as correntes de líquido e vapor que deixam
um prato estão em equilíbrio termodinâmico; a fase liquida e vapor são misturadas
homogeneamente; a corrente de vapor que sai não leva parte da fase liquida. Esse modelo
descreve o comportamento convencional de destilação por meio de equações MESH
(SANTANDER, 2010).
Na indústria, a maioria dos processos de elaboração de produtos faz uso das operações
de reação e separação, as quais são realizadas tipicamente em seções diferentes de uma
planta. A seção de reação química pode usar muitos tipos de reatores e a seção de separação,
por sua vez, pode utilizar várias técnicas de purificação (destilação, extração, cristalização,
dentre outras). Apesar destas operações serem realizadas em seções e equipamentos
20
diferentes, estes últimos estão interligados por correntes de reciclo de matéria e energia
(SANTANDER, 2010).
No entanto, em muitos casos a execução dessa estrutura clássica de processo pode ser
substituída pela integração da reação e da destilação em um único equipamento
multifuncional, o destilador reativo.
Santander (2010) usou óleo de soja como matéria-prima, hidróxido de sódio (soda
cáustica – NaOH) como catalisador e etanol para realização da produção de biodiesel. A
coluna de destilação reativa conta com um refervedor, condensador, controlador de
temperatura e controlador da razão de refluxo. Foi alimentado etanol no refervedor,
mantendo a taxa de refluxo no topo da coluna. A 70°C o vapor do etanol que atingiu o topo
da coluna foi condensado. Esse líquido recirculou à coluna umedecendo os anéis da coluna.
No pré-reator foi colocado óleo de soja, sendo aquecido até 50°C em banho térmico. O
etanol e NaOH foram misturados com agitador para posteriormente alimentar essa mistura
no pré reator. O tempo de residência da mistura no pré-reator é baixo, seguindo para a coluna
de destilação reativa por meio de uma bomba. O fluxo de alimentação foi de 250 mL/min,
com uma vazão de refluxo de 83 mL/min. Após a reação, a mistura da coluna foi retirado do
refervedor e transferida ao funil de separação, onde foi separada em duas fases, o produto e
o subproduto. O produto foi lavado e secado, enquanto o glicerol foi purificado com
destilação à vácuo. Na Figura 4 abaixo é mostrado o fluxograma de produção de biodiesel
com destilador reativo (SANTANDER, 2010).
decantador. Além disso, fez essas análises para óleo de soja e mamona em colunas de
destilação diferentes para efeito de comparação.
Silva Filho (2010) apresentou um estudo sobre a produção de biodiesel a partir de etanol
e óleos e gorduras residuais, obtidos em diversos restaurantes e cozinhas industriais, com
catalisador alcalino em reator químico de baixo custo a fim de gerar energia elétrica.
O biodiesel é comumente obtido em reatores contínuos e em batelada, mas ultimamente
tem-se estudado a aplicação de micro-ondas e ultrassom a fim de acelerar o processo de
transesterificação (SILVA FILHO, 2010). As especificações do biodiesel de acordo com a
ANP seguem na Figura 5 a seguir:
22
glicerol. O sistema biodiesel segue para destilação extrativa para separar água e etanol do
etil oleato (biodiesel).
A corrente etanol-água é enviada a uma torre de destilação atmosférica para recuperar o
etanol, que é recuperado ao processo, e a água, que é reciclada para a torre extrativa. Antes
de reciclar o etanol ao processo a corrente é purgada de 5% de sua vazão para evitar acúmulo
de água no sistema (SILVA; BARRA, 2016).
A corrente de fundo do flash, composta por etanol, água, glicerol e trioleína, passa por
um separador trifásico, para recuperação do glicerol produzido. No fundo, é retirada uma
corrente líquida contendo a trioleína não reagida, enquanto o glicerol é retirado na fase
líquida mais leve (SILVA; BARRA, 2016).
Diferente do trabalho de Silva e Barra (2016), faremos a purificação da glicerina, a fim
de possibilitar o uso comercial dela e recuperação dos resíduos para aproveitamento no
processo.
Assim como foi considerado no nosso trabalho, para Silva e Barra (2016), não foram
consideradas perdas de carga nos trocadores de calor.
Congresso Nacional De Engenharia De Petróleo, Gás Natural E Biocombustíveis (2015)
realizaram a reação com óleo de palma, metanol e hidróxido de sódio. A mistura é adicionada
em excesso no reator CSTR (reator de tanque agitado contínuo / reator perfeitamente
agitado) com agitador contínuo a temperatura de 60°C por 2 horas. A segunda etapa simulou
a recuperação do metanol, por destilação, colocado em excesso para otimizar o rendimento
da reação. A destilação foi feita por uma coluna de sete estágios, separando o álcool dos
demais componentes.
O glicerol é encaminhado a uma torre de extração, operando adiabaticamente. O fluxo
resultante vai para outro destilador e condensador, separando na fase de vapor composta por
metanol e água, e a líquida formada de biodiesel (CONGRESSO NACIONAL DE
ENGENHARIA DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS, 2015).
A maioria das impurezas contidas na glicerina é originada de ácidos graxos produzidos
por processos de decomposição do óleo neutro. Alguns ácidos graxos voláteis se associam
com bases utilizadas na transesterificação, formando sais solúveis que diminuem a qualidade
da glicerina bruta, sendo necessárias etapas de pré-purificação (LOPES et al., 2014).
Lopes et al. (2014) conduziu após a separação de glicerina e biodiesel, a transferência
dela para um funil para a separação de fases. A etapa extraiu resíduos de ésteres e
triacilgliceróis. Em seguida, o hexano (C6H14) foi recuperado por evaporação. A glicerina
25
resultante foi lavada, aquecida e titulada seguindo para a etapa de neutralização. A mistura
foi prepara para precipitação da glicerina e remoção do etanol por rotaevaporação.
A purificação da glicerina, segundo Lopes et al. (2014), passou por um tratamento com
carvão ativado para retirada de pigmentos e odor. Em seguida, a glicerina foi tratada por
troca iônica através de resinas para ser devidamente purificada.
Glicerina, realizou a pré-purificação da glicerina bruta através de uma hidrólise ácida
utilizando o ácido fosfórico (H3PO4). À temperatura ambiente a glicerina deposita-se na
parte inferior do funil de separação e os ácidos graxos na parte superior, podendo desta forma
separar a glicerina (LOPES et al., 2014).
Ocorre também a reação do glicerato de sódio (C3H6O3Na3) presente na glicerina, que
reage com o ácido e forma o glicerol e o respectivo sal (SOUZA, 2013). Foram realizados
26 experimentos para a purificação dessa glicerina pré-purificada. Primeiramente, a glicerina
passou por uma agitação com carvão ativado, meio adsorvente. Em seguida, realizou uma
filtração a vácuo para separar a glicerina purificada do carvão (SOUZA, 2013).
Congresso Nacional do Meio Ambiente (2018) propuseram como melhora no processo
de obtenção de biodiesel a introdução da coluna de destilação reativa baseando-se no
conceito de estágios, nos quais as correntes de líquido e vapor que o deixam estão em
equilíbrio químico (representada pela Figura 6). As equações usadas para modelar os
estágios foram as equações MESH, que são de conservação de massa, equilíbrio
termodinâmico, equações de somatória e conservação de energia.
Congresso Nacional do Meio Ambiente (2018) consideraram algumas premissas em
relação ao valor da alimentação do óleo e a composição do óleo. Além disso, utilizaram os
modelos UNIFAC e NRTL, com reações químicas na fase liquida, em sua majoritariedade.
O processo foi separado em duas etapas, a esterificação catalisada por ácido sulfúrico e a
transesterificação catalisada por hidróxido de sódio. O biodiesel produzido apresentou mais
de 99,9% de pureza em massa.
26
Figura 6 - Fluxograma do processo otimizado de produção de biodiesel por catálise básica com pré-
tratamento ácido
Em seguida a fase leve é levada a uma etapa de separação (polimento) composta por uma
coluna e destilação à vácuo, já que há a necessidade de manter a temperatura abaixo de
250°C, pois há a possibilidade dos metil-ésteres sofrem decomposição térmica com
temperaturas mais elevadas (VENDRAMIN, 2010).
De acordo com Vendramin (2010) o fluxograma geral da Figura 7 viabiliza duas
possibilidades de separação de fases, a qual cada uma nos fornece dois casos de simulação:
• “CASO A: separação de fases ocorre com o auxílio de uma lavagem com água”
Neste caso a coluna de lavagem com água é substituída por um decantador (mais
abordagem mais comum nas indústrias brasileiras), no simulador esse equipamento é
representado por um tanque horizontal, descontínuo, de grandes dimensões com tempo de
residência elevado (VENDRAMIN, 2010).
De acordo com Vendramin (2010) a separação irá ocorrer por causa da diferença entre a
densidade das fases. A fase mais pesada é rica em glicerol que posteriormente a separação
irá passar por uma neutralização (pH alto – substância muito básica). Já a fase leve, rica em
metil-ésteres e metanol, é enviado a uma destilação a vácuo com 5 pratos e um refervedor.
Abaixo na Figura 10 temos a representação do fluxograma do caso B:
29
Para a reação de esterificação foi considerado que ele possui uma conversão de 100%,
por tanto foi utilizado reatores de conversão (ALBUQUERQUE, 2015).
Na Figura 12 está representado o fluxograma utilizado pelo autor para o processo
convencional.
No processo a corrente de óleo e metanol são direcionados para o reator (R-C1) a uma
temperatura de 60°C, tendo o tempo de residência no reator de 2 horas. O produto da reação
é levado para um extrator (E-C1), extraindo o metanol, catalisador e água da corrente. A
corrente extraída é levada a uma coluna de destilação (D-C1) para a recuperação do metanol
que será utilizado no reciclo posteriormente. Após a recuperação a corrente é levado para a
32
neutralização do ácido sulfúrico (reação do óxido de cálcio com ácido sulfúrico) no reator
R-C2, a separação do sal é feita por hidrociclone no H-C1 (ALBUQUERQUE, 2015).
A corrente superior extraída do E-C1, é levada para o reator de transesterificação (R-
C3), logo em seguida o produto é direcionado para o processo de recuperação do metanol no
tanque de flash (F-C1). A corrente rica em glicerol e biodiesel é levada para o processo de
lavagem com água (E-C2), obtendo biodiesel com 99,65% de ésteres, portando atendendo
as especificações impostas para a viabilidade do processo (ALBUQUERQUE, 2015).
A corrente de base do E-C2 é dirigida para a neutralização do catalisador básico
(utilizando-se da reação do ácido fosfórico com hidróxido de sódio). O sal é separado depois
no H-C2 por hidrociclone. Já a corrente rica em glicerol é purificada na coluna D-C3
(ALBUQUERQUE, 2015).
Para o processo alternativo foi adicionado uma rota onde é separado os ácidos graxos
livres dos triglicerídeos presentes no óleo e gordura residual. O fluxograma está representado
na Figura 13.
Na rota foi adicionado um extrator (E-A1) no início do processo para a separação dos
ácidos graxos livres. O ácidos separados são levados para um reator de esterificação (R-A1)
utilizando a razão molar de 60: 1 e logo em seguida para uma torre de separação (D-A1).
Posteriormente é conduzido para um reator para fazer a neutralização (R-A2) do ácido
sulfúrico. O sal formado é guiado para um separador (H-A1) para o eliminá-lo da corrente.
A corrente é direcionada novamente para a rota principal para a lavagem com água e
sucessivamente para a purificação da glicerina (ALBUQUERQUE, 2015).
33
Álcool
Energia
4%
Óleo
Além dos óleos e gorduras citados, constituem também matéria-prima para a produção
de biodiesel, os óleos e gorduras residuais, resultantes de processamentos domésticos,
comerciais e industriais os quais são umas das alternativas com melhores perspectivas na
produção de biodiesel, já que são a matéria-prima com menor custo (SANTANDER, 2010).
35
2.3 Álcool
Vale ressaltar que, objetivamente, as reações químicas usando metanol ou etanol são
equivalentes, uma vez que os ésteres obtidos têm propriedades similares como combustível.
(SILVA FILHO, 2010)
processo é a forte intolerância à presença de graxos livres e água, caso contrário a reação de
saponificação é facilitada (SILVA; BARRA, 2016).
Figura 18 – Esquema de reação para o processo de esterificação: conversão de ácidos graxos (FFAs) em
ésteres de ácidos (FAME)
Variáveis Desempenho
de projeto econômico
OTIMIZAÇÃO
de serem realizados, Perlingeiro (2018) avaliou o uso do cálculo do custo relativo à matéria-
prima e utilidades. Além do mais estimou o custo de investimento em equipamentos,
descritos pelo conceito Inside Battery Limits (ISBL), para obter o desempenho econômico
do processo através do lucro. Este evidencia a vantagem de investir em um processo com
risco comercial em oposição ao interesse de outro processo já existente que apresenta taxa
de retorno garantida.
De acordo com Albuquerque (2015, p. 63):
Contudo, com emprego desses mesmos parâmetros econômicos, podem-se usar
outras variáveis para representar o desempenho econômico de um determinado
processo. Particularmente, se é desejado avaliar a viabilidade de um determinado
processo, já existente, em relação a outro a ser dimensionado, pode-se aplicar o
conceito do custo anualizado total unitário (CATU). Por conseguinte, obter a
viabilidade econômica do processo (Viab).
Albuquerque (2015) definiu as equações de custo anualizado total unitário dependente
dos valores obtidos pelo conceito do ISBL de operação e equipamento (representada pela
Equação 3). Já a viabilidade econômica foi definida como dependente do valor obtido pelo
custo anualizado, conforme mostrada na Equação 4.
(𝐼𝑆𝐵𝐿𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 +𝐼𝑆𝐵𝐿𝑒𝑞𝑢𝑖𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 )
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 (𝑈𝑆$/𝑎𝑛𝑜) = (3)
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑒𝑚 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠
(1−𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜)
𝑉𝑖𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑐𝑜𝑛ô𝑚𝑖𝑐𝑎 (%) = (4)
100
𝑓𝐿 = (1 + 𝑓𝐴 )(1 + 𝑓𝐵 ) (8)
𝑓𝐴 = ∑9𝑖=1 𝑓𝑖 (9)
𝑓𝐴 = ∑3𝑗=1 𝑓𝑗 (10)
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
1958
1970
1982
1994
2006
1960
1962
1964
1966
1968
1972
1974
1976
1978
1980
1984
1986
1988
1990
1992
1996
1998
2000
2002
2004
2008
2010
2012
2014
2016
CEPCI M&S
𝑀&𝑆
𝐼𝑆𝐵𝐿 (𝑈𝑆$) = (101,3)𝐴0,65 (2,29 + 𝐹𝑐 ) (11)
280
• Custo de projeto para reatores, casco das colunas de destilação, tanques flash e
de refluxo:
𝑀&𝑆
𝐼𝑆𝐵𝐿 (𝑈𝑆$) = (101,9)𝐷1,066 𝐻 0,902 (2,18 + 𝐹𝑐 ) (13)
280
𝐹𝑐 = 𝐹𝑝 𝐹𝑚 (14)
Onde, D é o diâmetro do equipamento, H é relativo à altura do equipamento, ambos em
ft (pés), 𝐹𝑚 e 𝐹𝑝 tem os mesmo significados da Equação 12, que estão representados nas
Figuras 29 e 30.
𝑀&𝑆 (2,29+ 𝐹𝑐
𝐼𝑆𝐵𝐿 (𝑈𝑆$) = (328) [ ] 𝐴0,65 (16)
280 3,29
𝑀&𝑆
𝐼𝑆𝐵𝐿 (𝑈𝑆$) = (4,7)𝐷1,55 𝐻𝑝𝑏 𝐹𝑐 (17)
280
𝐹𝑐 = 𝐹𝑠 + 𝐹𝑡 + 𝐹𝑚 (18)
Onde, 𝐻𝑝𝑏 e D é a altura e o diâmetro da pilha de bandejas de pratos em ft (pés), 𝐹𝑠 , 𝐹𝑡 e
𝐹𝑚 são fatores relacionados ao espaçamento entre pratos considerados, tipo de prato e
material (ALBUQUERQUE, 2015). Na Figura 31 está representado os valores apresentados
por Douglas (1988).
Então pode-se concluir que o custo total da coluna seria o somatórios dos resultados
encontrados nas Equações 13, 15, 16 e 17.
𝑆 = 𝑄𝐻 0,5 (19)
2}
𝐶𝐵 = 𝑒 {9,7171−0,6019[ln(𝑆)]+0,0519[ln(𝑆)] (20)
𝐶𝐸
𝐶𝑃𝐵 = (500) 𝐹𝑇 𝐹𝑀 𝐶𝐵 (21)
𝐶𝐸
𝐶𝑃𝐻 = (240) (500) 𝐹𝑀 𝑄 0,5 (22)
• Custo de projeto para extrator do tipo coluna de extração com discos rotativos :
𝑆 = 𝐻𝐷1,5 (23)
𝐶𝐸
𝐶𝐸𝑋𝑇𝑅𝐴𝐶𝑇 = (320) (500) 𝐹𝑀 𝑆 0,84 (24)
𝐶𝐸
𝐶𝐵𝑀𝐸𝑇𝐸 = (88.000 − 14.800) (500) 𝑄 0,64 (25)
3 METODOLOGIA
≥ 99,65%
≥ 98%
Fonte: Autoria Própria
52
Onde:
M-101 a M-105: Misturador
E-101 a E-110: Trocador de calor
P-101 a P-113: Bomba
R-101 a R-104: Reator
T-102, T-104-A, T-108-A: RadFrac
T-101, T-105: Extract
T-104, T-108: Separador Flash
T-103, T-106, T-107: Separador
S1, S26: Corrente de alimentação do etanol
S4: Corrente de alimentação do óleo residual
S11: Corrente de alimentação do ácido sulfúrico
S19: Corrente de alimentação do óxido de cálcio
S25: Corrente de alimentação do hidróxido de sódio
S40: Corrente de alimentação do água
S49: Corrente de alimentação do ácido fosfórico
54
Onde:
M-201 a M-206: Misturador
E-201 a E-210: Trocador de calor
P-201 a P-213: Bomba
R-201 a R-204: Reator
T-202, T-204-A, T-208-A: RadFrac
T-201, T-205: Extract
T-204, T-208: Separador Flash
T-203, T-206, T-207: Separador
PS1,PS27: Corrente de alimentação do etanol
PS4: Corrente de alimentação do óleo residual
PS11: Corrente de alimentação do ácido sulfúrico
PS20: Corrente de alimentação do óxido de cálcio
PS26: Corrente de alimentação do hidróxido de sódio
PS41: Corrente de alimentação do água
PS50: Corrente de alimentação do ácido fosfórico
56
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Além disso em reações de formação de sal a partir de um ácido e base foram considerados
como tendo conversão 100% do reagente limitante, portanto utilizou-se reatores do tipo de
conversão (ASPEN TECHNOLOGY, 2019).
4.8.1 Pré-tratamento
Inicialmente a vazão de óleo (1050 kg/h) corrente S1, a mesma empregada pelo trabalho
de Albuquerque (2015), composta por 80% de óleo e 20% de ácido graxo foi aquecida a uma
temperatura de 30ºC antes de entrar no extrator (T-101). O etanol fresco (corrente S4) e
reciclado (corrente S58) foram misturados (1334,14 kg/h) e resfriados para a temperatura de
30ºC foi adicionado no extrator para a separação dos ácidos graxos livres presente na
corrente S1. Tendo excesso de etanol no sistema.
No final do processo foi obtida uma corrente de topo rica em etanol e ácidos graxos livres
(corrente S7) e uma corrente de fundo rica em etanol e óleo. Isso decorreu, porque o álcool
é relativamente solúvel em ambos os componentes. A extração ocorreu em 6 estágios a
pressão de 1 bar. As condições foram baseadas em análise de sensibilidade variando o
número de estágios no extrator até alcançar fração mássica 0,5% de ácidos graxos no óleo,
recomendação também empregada por Albuquerque (2015). As condições das correntes
obtidas estão representadas na Tabela 10.
61
Logo depois do processo de extração, a corrente de topo (S7) foi bombeada e aquecida
a 109,85ºC antes de entrar no reator (R-101) para a reação de esterificação. Foi adicionado
ao reator um corrente de catalisador ácido (S11), composta de 100% de H2SO4 (2,07 kg/h).
Devido à alta concentração de etanol, foi considerado que a mistura dos componentes foi
rápida, logo podendo ser considerado como se estivesse sido misturado com o metanol antes
de entrar no reator, como analisado por Albuquerque (2015).
A reação ocorreu a uma pressão de 4,8 bar a temperatura de entrada do etanol no reator
109,85ºC com tempo de residência de 1 hora, como a concentração de água estava abaixo
de 5% kg água/kg de ácidos graxos não houve queda na conversão dos ésteres. As condições
das correntes obtidas estão representadas na tabela 11.
62
Após o reator, a corrente resfriada para 64ºC passou por uma coluna de destilação por
estágios (T-102) para recuperação do etanol, que será retornado para o reator de esterificação
(S58). Para a coluna foi aplicado uma pressão de 1 bar, 7 estágios com razão de destilação
de 28,03 kmol/h, alimentação no estágio 2 e razão de refluxo (RR) igual a 2. As condições
foram baseadas em análise de sensibilidade variando o número de estágios, a razão de
destilação, o estágio de alimentação e razão de refluxo.
Nessa etapa houve uma diferença com o trabalho proposto por Albuquerque (2015) em
relação ao número de estágios, isso pode ter ocorrido por causa da maior dificuldade em
separar o biodiesel do etanol.
A coluna, assim como do autor Albuquerque (2015), foi dimensionada em pratos e a
queda de pressão entre eles foi de 0,01 bar. As correntes resultantes foram uma corrente de
topo rica em etanol (S15), com fluxo de 1273,56 kg/h, e uma corrente rica em biodiesel,
água e catalisador (S16). A corrente rica em etanol foi devolvida ao processo em forma de
uma corrente de reciclo (S58). As condições das correntes obtidas estão representadas na
Tabela 12.
63
Tabela 13 – Condições das correntes envolvidas na neutralização do catalisador ácido (R-102 e T-103)
VARIÁVEIS DAS CORRENTES S18 S19 S21 S22 S23
Vazão molar (kmol/h) 1,33 0,02 1,35 0,02 1,33
Vazão mássica (kg/h) 232,43 1,18 233,61 2,87 230,74
Temperatura (K) 318,51 298,15 298,15 298,15 298,15
Pressão (bar) 2 1 1 1 1
FRAÇÃO MÁSSICA S18 S19 S21 S22 S23
Trilinoleína 0 0 0 0 0
Trioleína 0 0 0 0 0
Trilpalmitina 0 0 0 0 0
Ácido Linoléico 0 0 0 0 0
Ácido Oléico 0 0 0 0 0
Ácido Palmítico 0 0 0 0 0
Etil Linoleato 0,481 0 0,478 0 0,484
Etil Oleato 0,301 0 0,299 0 0,303
Etil Palmitoleato 0,164 0 0,164 0 0,166
Etanol 0 0 0 0 0
Água 0,045 0 0,046 0 0,047
H2SO4 0,009 0 0 0 0
CaO 0 1 0 0 0
CaSO4 0 0 0,012 1 0
Fonte: Autoria Própria
4.8.2 Pós-tratamento
Nesta etapa a corrente de base do extrator T-101 (corrente S8) rica em etanol e óleo,
seguiu para o reator de transesterificação (R-103). O catalisador básico foi adicionado a
reação na porcentagem em massa de 1% em relação ao óleo (S25) juntamente com o etanol
fresco (S26). Logo em seguida foi misturado com o etanol reciclado vindo da corrente de
topo do tanque de flash (T-104) da recuperação do etanol depois do reator R-103, e com a
corrente S8.
Subsequentemente a corrente formada passou pelo aquecedor (E-106) e a reação ocorreu
a 74ºC com excesso de etanol. Depois da reação, o óleo foi transformado em biodiesel e a
corrente resultante seguiu para o tanque de flash (T-104) para a recuperação e reciclo do
etanol. As condições das correntes obtidas estão representadas na Tabela 14.
65
Logo após a reação, a corrente de produto (S31) seguiu para o a coluna Radfrac (T-104),
para a recuperação e reciclo do etanol a ser reempregado no reator R-103. A separação
ocorreu na seguinte condições: 7 estágios, a 1 bar com razão de destilação 111 kg/h. Para
melhor análise do processo foi empregado também um tanque de flash na separação,
entretanto a separação foi ineficiente havendo a necessidade de utilizar uma coluna de
destilação tipo Radfrac (T-104). As condições das correntes obtidas estão representadas na
Tabela 15.
66
Tabela 16 – Condições das correntes envolvidas na lavagem com água (T-105 e T-106)
VARIÁVEIS DAS CORRENTES S39 S40 S45 S47
Vazão molar (kmol/h) 5,35 3,33 3,51 7,39
Vazão mássica (kg/h) 1174,65 60 1063,34 211,31
Temperatura (K) 333,15 298,15 323,01 318,95
Pressão (bar) 2 1 1 1
FRAÇÃO MÁSSICA S39 S40 S45 S47
Trilinoleína 0,0003 0 0 0,001
Trioleína 0,0002 0 0 0,0009
Trilpalmitina 0 0 0 0,0005
Ácido Linoléico 0,0002 0 0 0,001
Ácido Oléico 0,0001 0 0 0,0009
Ácido Palmítico 0 0 0 0,0005
Etil Linoleato 0,460 0 0,508 0
Etil Oleato 0,288 0 0,318 0
Etil Palmitoleato 0,157 0 0,174 0
Etanol 0,003 0 0 0,017
Água 0,009 1 0 0,525
H2SO4 0 0 0 0
CaO 0 0 0 0
CaSO4 0 0 0 0
NaOH 0,007 0 0 0,040
Glicerina 0,074 0 0 0,413
Fonte: Autoria Própria
Após a lavagem, a corrente de base proveniente do extrator (T-105) rica em água, etanol,
catalisador e glicerol seguiu para a reação de neutralização do catalisador básico (NaOH). A
corrente foi colocada no reator com uma corrente de H3PO4 (S49) a fim de neutralizar o
catalisador usado na transesterificação. A reação resultou na formação de água e o sal
Na3PO4, sendo o sal separado com auxílio do hidrociclone (T-107), assim como utilizado no
pré-tratamento.
A corrente isenta de NaOH e rica em etanol, água e glicerol (S52) foi direcionada para
o processo de purificação do glicerol, a fim de obter uma concentração alta de pureza. As
condições das correntes obtidas estão representadas na Tabela 17.
68
Logo após a neutralização a corrente resultante livre se sal seguiu para o processo de
purificação através do tanque flash (T-108). Foi aplicado também uma coluna de Radfrac
para a comparação entre o tanque flash, para o tanque flash a pureza do glicerol foi de
98,28% enquanto com a coluna de Radfrac quanto mais aumenta o número de estágios mais
água é adicionada ao sistema diminuindo a pureza do glicerol, portanto tornando o tanque
flash mais viável para esse processo. A separação ocorreu a 0,2 bar e 421,15 K, para não
ultrapassar a temperatura de degradação do glicerol. As condições das correntes obtidas
estão representadas na Tabela 18.
69
4.9.1 Pré-tratamento
Assim como o processo com o CSTR, inicialmente a vazão escolhida de óleo (1050 kg/h)
corrente PS1, a mesma empregada pelo trabalho de Albuquerque (2015), composta por 80%
de óleo e 20% de ácido graxo foi aquecida a uma temperatura de 30ºC antes de entrar no
extrator (T-201). O etanol fresco (corrente PS4) e reciclado (corrente PS59) foram
misturados (1334,14 kg/h) e resfriados para a temperatura de 30ºC foi adicionado no extrator
para a separação dos ácidos graxos livres presente na corrente PS1. Tendo excesso de etanol
no sistema.
No final do processo foi obtida uma corrente de topo rica em etanol e ácidos graxos livres
(corrente PS7) e uma corrente de fundo rica em etanol e óleo. Isso decorreu, porque o álcool
é relativamente solúvel em ambos os componentes. A extração ocorreu em 6 estágios a
pressão de 1 bar. As condições foram baseadas em análise de sensibilidade variando o
70
número de estágios no extrator até alcançar fração mássica 0,5% de ácidos graxos no óleo,
recomendação também empregada por Albuquerque (2015).
Vale ressaltar que as condições das correntes serão a mesma que no processo de produção
com CSTR, pois a modificação foi realizada somente no reator de PFR. As condições das
correntes obtidas estão representadas na Tabela 19.
Logo depois do processo de extração, a corrente de topo (PS7) foi bombeada e aquecida
a 109,85ºC antes de entrar no reator (R-201) para a reação de esterificação. Foi adicionado
ao reator um corrente de catalisador ácido (PS11), composta de 100% de H2SO4 (2,07 kg/h).
Depois ambas as correntes foram misturadas no misturador M-202, antes de entrar no reator
PFR.
A reação ocorreu a uma pressão de 4,8 bar a temperatura de entrada do etanol no reator
109,85ºC com tempo de residência de 0,027 hora diferente do tempo utilizado no reator de
batelada que foi de 1 hora, como a concentração de água estava abaixo de 5% kg água/kg de
ácidos graxos não houve queda na conversão dos ésteres. Pelo volume ser o mesmo foram
utilizadas as mesmas medidas de diâmetro e comprimento usados no CSTR.
Vale ressaltar que nessa reação não foi aplicado um PFR com vários tubos mesmo que o
tempo de reação foi mais curto, pois seriam necessários 22 tubos com o mesmo diâmetro do
reator de PFR com um único tubo para alcançar uma conversão próxima, tornando o
equipamento inviável. As condições das correntes obtidas estão representadas na Tabela 20.
71
Após o reator, a corrente resfriada para 64ºC passou por uma coluna de destilação por
estágios (T-202) para recuperação do etanol, que será retornado para o reator de esterificação
(PS59). Para a coluna foi aplicado uma pressão de 1 bar, 7 estágios com razão de destilação
de 28,03 kmol/h, alimentação no estágio 2 e razão de refluxo (RR) igual a 2. As condições
foram baseadas em análise de sensibilidade variando o número de estágios, a razão de
destilação, o estágio de alimentação e razão de refluxo.
Nessa etapa houve uma diferença com o trabalho proposto por Albuquerque (2015) em
relação ao número de estágios, isso pode ter ocorrido por causa da maior dificuldade em
separar o biodiesel do etanol.
A coluna, assim como do autor Albuquerque (2015), foi dimensionada em pratos e a
queda de pressão entre eles foi de 0,01 bar. As correntes resultantes foram uma corrente de
topo rica em etanol (PS16), com fluxo de 1273,56 kg/h, e uma corrente rica em biodiesel,
água e catalisador (PS17). A corrente rica em etanol foi devolvida ao processo em forma de
uma corrente de reciclo (PS59). As condições das correntes obtidas estão representadas na
Tabela 21.
72
Tabela 22 – Condições das correntes envolvidas na neutralização do catalisador ácido (R-202 e T-203)
VARIÁVEIS DAS CORRENTES PS19 PS20 PS22 PS23 PS24
Vazão molar (kmol/h) 1,326141 0,021105 1,347247 0,02 1,326142
Vazão mássica (kg/h) 232,43 1,18 233,61 2,87 230,74
Temperatura (K) 318,5096 298,15 298,15 298,15 298,15
Pressão (bar) 2 1 1 1 1
FRAÇÃO MÁSSICA PS19 PS20 PS22 PS23 PS24
Trilinoleína 0,0002 0 0,0002 0,0002 0
Trioleína 0,0001 0 0,0001 0,0001 0
Trilpalmitina 0 0 0 0 0
Ácido Linoléico 0 0 0 0 0
Ácido Oléico 0 0 0 0 0
Ácido Palmítico 0 0 0 0 0
Etil Linoleato 0,481 0 0,478 0,484 0
Etil Oleato 0,301 0 0,299 0,303 0
Etil Palmitoleato 0,164 0 0,164 0,166 0
Etanol 0 0 0 0 0
Água 0,045 0 0,046 0,047 0
H2SO4 0,009 0 0 0 0
CaO 0 1 0 0 0
CaSO4 0 0 0,012 0 1
Fonte: Autoria Própria
4.9.2 Pós-tratamento
Nesta etapa a corrente de base do extrator T-202 (corrente PS8) rica em etanol e óleo,
seguiu para o reator de transesterificação (R-203). O catalisador básico foi adicionado a
reação na porcentagem em massa de 1% em relação ao óleo (PS26) juntamente com o etanol
fresco (PS27). Logo em seguida foi misturado com o etanol reciclado vindo da corrente de
topo do tanque de flash (T-204) da recuperação do etanol depois do reator R-203, e com a
corrente PS8.
Subsequentemente a corrente formada passou pelo aquecedor (E-206) e a reação ocorreu
a 74ºC com excesso de etanol. Depois da reação, o óleo foi transformado em biodiesel e a
corrente resultante seguiu para o tanque de flash (T-204) para a recuperação e reciclo do
etanol. Pelo volume ser o mesmo utilizou-se as mesmas medidas de diâmetro e comprimento
usados no CSTR. Assim como ocorreu no reator de esterificação, nesse não foi aplicado um
PFR com vários tubos, pois seriam necessários 19 tubos para alcançar aproximadamente a
mesma conversão. As condições das correntes obtidas estão representadas na Tabela 23.
74
Logo após a reação, a corrente de produto (PS32) seguiu para o a coluna Radfrac (T-
204), para a recuperação e reciclo do etanol a ser reempregado no reator R-203. A separação
ocorreu na seguinte condições: 7 estágios, a 1 bar com razão de destilação 111 kg/h. Para
melhor análise do processo foi empregado também um tanque de flash na separação,
entretanto a separação foi ineficiente havendo a necessidade de utilizar uma coluna de
destilação tipo Radfrac (T-204). As condições das correntes obtidas estão representadas na
Tabela 24.
75
Tabela 25 – Condições das correntes envolvidas na lavagem com água (T-205 e T-206)
VARIÁVEIS DAS CORRENTES PS40 PS41 PS46 PS48
Vazão molar (kmol/h) 5,34 3,33 3,50 7,39
Vazão mássica (kg/h) 1174,72 60 1061,84 212,88
Temperatura (K) 333,15 298,15 323,01 318,95
Pressão (bar) 2 1 1 1
FRAÇÃO MÁSSICA PS40 PS41 PS46 PS48
Trilinoleína 0,001 0 0 0,005
Trioleína 0,0006 0 0 0,003
Trilpalmitina 0,0003 0 0 0,002
Ácido Linoléico 0,0002 0 0 0,001
Ácido Oléico 0,0002 0 0 0,0009
Ácido Palmítico 0 0 0 0,0005
Etil Linoleato 0,459 0 0,508 0
Etil Oleato 0,287 0 0,318 0
Etil Palmitoleato 0,157 0 0,174 0
Etanol 0,003 0 0 0,016
Água 0,009 1 0 0,521
H2SO4 0 0 0 0
CaO 0 0 0 0
CaSO4 0 0 0 0
NaOH 0,007 0 0 0,039
Glicerina 0,074 0 0 0,411
Fonte: Autoria Própria
Após a lavagem, a corrente de base proveniente do extrator (T-205) rica em água, etanol,
catalisador e glicerol seguiu para a reação de neutralização do catalisador básico (NaOH). A
corrente foi colocada no reator com uma corrente de H3PO4 (PS50) a fim de neutralizar o
catalisador usado na transesterificação. A reação resultou na formação de água e o sal
Na3PO4, sendo o sal separado com auxílio do hidrociclone (T-207), assim como utilizado no
pré-tratamento.
A corrente isenta de NaOH e rica em etanol, água e glicerol (PS53) foi direcionada para
o processo de purificação do glicerol, a fim de obter uma concentração alta de pureza. As
condições das correntes obtidas estão representadas na Tabela 26.
77
Logo após a neutralização a corrente resultante livre se sal seguiu para o processo de
purificação através do tanque flash (T-208). Assim como usado no processo com CSTR foi
aplicado também uma coluna de Radfrac para a comparação entre o tanque flash, para o
tanque flash a pureza do glicerol foi de 96,37% enquanto com a coluna de Radfrac quanto
mais aumenta o número de estágios mais água é adicionada ao sistema diminuindo a pureza
do glicerol, portanto tornando o tanque flash mais viável para esse processo. A separação
ocorreu a 0,2 bar e 421,15 K, para não ultrapassar a temperatura de degradação do glicerol.
Comparando os dois processos observa-se que a porcentagem de pureza do glicerol
diminuiu, isso foi devido a maior concentração de diglicerídeos e monoglicerídeos formados
na reação de transesterificação. As condições das correntes obtidas estão representadas na
Tabela 27.
78
Assim como foi colocado pelo autor Albuquerque (2015), para a determinação de
viabilidade de um processo de produção conforme uma rota tecnológica é preciso a análise
sobre o alcance dos requisitos especificados anteriormente à fase de projeto. Os principais
parâmetros de análise especificados anteriormente foram atingidos por ambos os processos,
ou seja, o percentual de glicerol abaixo de 0,25%, etanol 0,2% em relação a massa total e
pureza de ésteres de 99,65%. Portanto pode-se concluir que ambos os processos são viáveis
tecnicamente.
conseguinte, foram calculados o custo anualizado total unitário e viabilidade econômica para
os dois primeiros anos, conforme as Equações 3 e 4 do item 2.6 (ALBUQUERQUE, 2015).
Para a realização dos cálculos da dimensão e custos dos processos foi usado o Microsoft
Excel®. O Quadros 1 a 3 representam algumas das variáveis, materiais e dimensões dos
principais equipamentos usados em cada etapa dos processos.
Vale ressaltar que foram usados para os equipamentos pré-tratamento o aço inoxidável,
o mesmo empregado pelo Albuquerque (2015), pois de acordo com o autor apresenta uma
boa resistência à corrosão com concentrações abaixo de 60% (em massa) e acima de 80% a
temperatura entre 323,15 K e 373,15 K, já que o sistema é catalisado por ácido sulfúrico.
Para os equipamentos pós-tratamento o sistema é catalisado por hidróxido de sódio, o
autor Albuquerque (2015) afirma que foi preferível equipamentos de aço carbono por ser de
menor custo e podendo ser usado para reações com baixas concentrações de catalisador e na
presença de água.
Ao examinar as dimensões dos equipamentos e contrapondo-os com os resultados
apresentados por Albuquerque (2015), vê-se diferenças bem significativas nos extratores,
reatores e destiladores. Isso pode ter ocorrido por causa da diferença de parâmetros entre o
metanol e o etanol, como por exemplo o equilíbrio líquido-líquido nos equipamentos de
separação.
Quadro 1 – Principais equipamentos empregados na unidade de pré-tratamento dos processos e suas variáveis
PROCESSO PROCESSO
PROCESSO VARIÁVEL ALTERNATIVOa
CSTR PFR
T (K) 303,15 303,15 303,15
P (bar) 1 1 1
Extrator de ácidos Diâmetro (m) 0,47 0,47 0,66
graxos livres Altura/Comprimento (m) 4,63 4,63 3,83
Tipo de aço Inoxidável Inoxidável Inoxidável
Nomenclatura T-101 T-201 E-A1
T (K) 383 383 383,15
P (bar) 1 1 1
Diâmetro (m) 0,82 0,82 0,82
Reator de
Altura/Comprimento (m) 2,47 2,47 2,46
esterificação
τ (min) 60 1,62 30
Tipo de aço Inoxidável Inoxidável Inoxidável
Nomenclatura R-101 R-201 R-A1
Fonte: Autoria Própria
Nota: a Processo alternativo empregado pelo autor Albuquerque (2015)
80
Quadro 2 – Principais equipamentos empregados na unidade de pré-tratamento dos processos e suas variáveis
(continuação)
PROCESSO PROCESSO
PROCESSO VARIÁVEL ALTERNATIVOa
CSTR PFR
T (K) 338,59/384,78 337,58/382,71 337,56/344,26
P (bar) 1/1,01 1/1,01 1/1,04
Qr 1275,20 1268,34 1140,91
Recuperação e reciclo
Qc 1139,83 1136,43 1136,36
do etanol após a
Diâmetro (m) 0,82 0,82 0,76
esterificação
Altura/Comprimento (m) 6,15 6,15 4,39
Tipo de aço Inoxidável Inoxidável Inoxidável
Nomenclatura T-101 T-201 D-A1
T (K) 383,15 383,15 383,15
P (bar) 1 1 1
Reator de Diâmetro (m) 0,24 0,24 0,24
neutralização do Altura/Comprimento (m) 0,63 0,63 0,73
catalisador ácido τ (min) 5 5 5
Tipo de aço Inoxidável Inoxidável Inoxidável
Nomenclatura R-102 R-202 R-A2
Fonte: Autoria Própria
Nota: a Processo alternativo empregado pelo autor Albuquerque (2015)
Já para os extratores usados percebeu que as dimensões foram maiores que o valores
quando comparados aos valores encontrados pelo auto Albuquerque (2015), isso deve ter
ocorrido por causa do aumento do número de pratos usados em ambos no processo de CSTR.
Vale enfatizar que para o processo de PFR não houve diferença por ter vazões muito
próximas variando só na 4 casa decimal, sendo assim não muito relevante para os cálculos
de custo. Além do mais, foram considerados extratores do tipo coluna de extração com
discos rotativos, pois tem maiores valores de eficiência e altura equivalente ao prato teórico
que resulta em diâmetros e alturas menores comparados a outros diminuindo assim o custo
de instalação (ALBUQUERQUE, 2015).
82
Para as colunas de destilação foram consideradas do tipo pratos, pois todas as colunas de
destilação possuíam diâmetros maiores que 0,6 m e pressões não muito baixas, tornando
mais interessante o uso de colunas tipo prato do que de recheio pelo custo ser menor do que
comparados com os de recheio (ALBUQUERQUE, 2015).
Logo após o dimensionamento, foi realizado o cálculo para os custos de investimentos
segundo as equações apresentadas no item 2.6. Também foram calculados os custos de
matéria-prima e utilidades, o custo de mão de obra foi utilizado o apresentado por
Albuquerque (2015). Para os cálculos os valores para as matérias primas considerados estão
na Tabela 28 e os valores de utilidade na Tabela 29.
Tabela 30 – Resultados dos cálculos do custo de produção para os processos CSTR e PFR
Custo ou receita Processo CSTR Processo PFR Alternativoa
Produtos (US$/ano) 10.853.263,65 10.518.384,22 9.390.463,55
Matérias primas (US$/ano) 3.765.836,13 3.765.836,13 4.179.840,07
Utilidades (US$/ano) 715.508,86 715.508,86 553.515,74
Mão de obra (US$/ano) 888.000,00 888.000,00 888.000,00
ISBLoperação 5.369.345,00 5.369.345,00 5.621.355,81
ISBLequipamento 4.650.803,38 4.656.925,40 3.710.362,87
Custo anualizado total unitário (1º ano) 0,92 0,95 0,99
Viabilidade econômica (1º ano) 7,68% 4,68% 0,63%
Custo anualizado total unitário (2º ano) 0,49 0,51 0,60
Viabilidade econômica (2º ano) 50,53% 48,95% 40,14%
Fonte: Autoria Própria
Nota: a Processo alternativo empregado pelo autor Albuquerque (2015)
De acordo com os dados da Tabela 30, foi observado que para todos os processos o custo
anualizado foi menor que 1, ao qual reflete numa viabilidade econômica maior que zero.
Entretanto os valores encontrados para os processos CSTR e PFR no primeiro ano, assim
como no processo alternativo do autor Albuquerque (2015), foram muito próximo de 1, o
que sugere que os processos podem não se tornar viável economicamente no primeiro ano
quando feito uma avaliação econômica mais detalhada.
Contudo a começar do segundo ano, os processos analisados mostram-se
economicamente viável para o cálculo econômico realizado, pois os investimentos
empregados nos equipamentos não seriam considerados nos anos posteriores ao primeiro
ano. Todavia o processo com o uso do reator CSTR a viabilidade econômica do segundo ano
foi maior dentre os processos estudados, consequentemente esse processo é o mais viável
economicamente. Além do mais ao compararmos os processos com o reator PFR e o
processo alternativo aplicado pelo autor Albuquerque (2015), o primeiro apresentou uma
viabilidade maior que no processos alternativo, isto é, mostrou-se mais viável
economicamente que o processo alternativo do autor Albuquerque (2015).
Ao analisar os resultados da Tabela 30, observa-se que a ordem de receita dos produtos
se comportou igualmente a ordem de viabilidade (“processo CSTR” > “processo PFR” >
“alternativo”), isso pode ter ocorrido por causa do uso do etanol como matéria-prima que é
muito mais barato que o metanol (25% mais barato).
Para compreender os resultados foram elaborados gráficos dos custos relativos ao ISBL
dos processos estudados, representados na Figura 37. Nesta é notado que no primeiro ano
mais de 50% do custo é relativo ao custo de operação (ISBLoperação) para todos os processos.
De acordo com o gráfico, o ISBLoperação segue a ordem “alternativo” > “processo CSTR” >
“processo PFR”, sendo que o mesmo vale para o ISBLequipamento. Vale ressaltar também que
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a diferença entre os processos com o reator CSTR e com o reator PFR é bem pequena, pois
nos processos o ISBLoperação é igual para ambos e o ISBLequipamento não possui grandes
diferenças entre ambos.
Tabela 31 – Resultados dos cálculos do custo de produção para os processos CSTR e PFR
Custo ou receita Processo CSTR (%) Processo PFR (%) Alternativoa (%)
Matérias primas 37,58% 37,56 44,79
Utilidades 7,14 7,14 5,93
Mão de obra 8,86 8,86 9,52
ISBLequipamento 46,41 46,41 39,76
Total 100 100 100
Fonte: Autoria Própria
Nota: a Processo alternativo empregado pelo autor Albuquerque (2015)
Figura 39 – Diagrama que compara as contribuições dos componentes para o custo de matéria-prima
75,72%
3.000 80%
70%
2.500
60%
Custo (103 US$/ano)
2.000
Porcentagem (%)
50%
1.500 40%
30%
1.000 19,18%
20%
0,04% 3,97%
500
0,10% 0,001% 10%
1,00%
- 0%
Óleo de CaO Etanol NaOH H2SO4 H3PO4 Água
fritura
Processo CSTR e PFR %
Como visto na Figura 39, o óleo de fritura é o principal componente no valor do custo
de operação. Já quando analisado a receita dos processos vê-se que o processo com maior
receita se trata do processo CSTR, seguido pelos outros dois processos (Figura 40). No
gráfico também constata que o aumento de cada processo levando em consideração o
processo alternativo do autor Albuquerque, sendo que o PFR teve um aumento relativo de
aproximadamente 12% e o processo com CSTR o aumento aproximadamente 15,6%. Assim
como realizado com o custo operacional o custo da receita também foi segmentado para
melhor análise, tal como mostrado nas Figuras 41 e 42.
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Figura 40 – Diagrama que compara as contribuições dos componentes para o custo de matéria-prima
11.000 18%
15,58%
16%
10.500
14%
12,01%
12%
Custo (103 US$/ano)
Porcentagem (%)
10.000
10%
8%
9.500
6%
4%
9.000
2%
0,00%
8.500 0%
Alternativo Processo PFR Processo CSTR
Receita Aumento
Figura 41 – Diagrama que compara as contribuições dos componentes para o custo de matéria-prima
93,55%
12.000 100%
90%
10.000
80%
70%
8.000
Custo (103 US$/ano)
Porcentagem (%)
60%
6.000 50%
40%
4.000
30%
20%
2.000
0,22% 4,59%
1,64% 10%
- 0%
Na3PO4 CaSO4 Glicerol Biodiesel
Processo CSTR %
Figura 42 – Diagrama que compara as contribuições dos componentes para o custo de matéria-prima
96,39%
12.000 100%
90%
10.000
80%
70%
Custo (103 US$/ano)
8.000
Porcentagem (%)
60%
6.000 50%
40%
4.000
30%
20%
2.000
1,69% 1,69% 10%
0,23%
- 0%
Na3PO4 CaSO4 Glicerol Biodiesel
Processo PFR %
6 REFERENCIAS
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0Óleo%20Residual%20Através%20de%20Modelagem%20e%20Simulação%20de%20Col
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<http://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/BEN-Series-Historicas-
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SRILATHA, K. et al. Biodiesel production from used cooking oil by two-step heterogeneous
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