Solo Reforcado Cortinas

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21- Solo reforçado: terra armada

a) Componentes
Elementos de face: placas de concreto. Não
possuem função estrutural. Impedem insta-
bilizações locais e erosão da face.

b) Vantagens

Fácil adaptação a vários tipos de taludes

Estrutura flexível, suporta grandes deforma-


ções da fundação

Acabamento da face pode ser adaptado para


atender requisitos de aparência.


Solo de aterro arenoso ( passando





na peneira #200).

Elementos de reforço: tiras metálicas co-


nectadas aos elementos de face, estendendo
até o interior do maciço.
c) Princípio de funcionamento Equilíbrio do elemento: tensão de cisalha-
mento na interface:
Incorporação de elementos resistentes à tra-





ção ao solo



Transferência de esforços se dá por atrito onde b é a largura da tira de reforço e T a
entre o solo e o reforço força de tração atuante.

Resulta num material composto com maior A máxima tensão de cisalhamento que pode
resistência que pode ser definido como co- ser desenvolvida é função da tensão normal
esivo anisotrópico. sobre o reforço e do ângulo de atrito na in-


σ1
terface.
F
Para que ocorra a mobilização total de é
F σ necessário que haja um deslocamento rela-
3
τ tivo entre o solo e o reforço.

d) Comportamento
φ
σ3 σ3 σ
O maciço reforçado se divide em duas zo-
σ1
nas: zona ativa e zona resistente.

Tensões
O solo na zona ativa está na iminência de
Tensões
no maciço no aterro ruptura. A ruptura é impedida pelo reforço.
e) Atrito solo-reforço

O solo na zona resistente atua como anco- O atrito entre o solo e o reforço depende de:
ragem do reforço. – Ângulo de atrito interno do solo


A linha divisória entre as duas zonas corres- – Coeficiente de atrito entre o solo e o metal
ponde à superfície potencial de ruptura.


Linha de Tmax
– Dilatância do solo sob efeito do cisalha-


Zona de
mento
Zona ativa
ancoragem
Coeficiente de atrito aparente:







Tmax







H

 
T0 τ onde é o aumento da pressão vertical


 
τ
la devido à dilatância.


O valor de depende de:
L
– Compacidade do solo: maior compacidade,
maior .




– Superfície das tiras de metal: tiras com


nervuras resultam maior que tiras li-
sas.
0,3H
Ka K0

K
– Sobrecarga: quanto maior , menor .






Tmax
T0 0,6H
– Tipo do solo: areias mais finas apresen-
tam menor dilatância. H
0,2H
6m

f) Dimensionamento
L z
Estabilidade externa: solo + reforço age como
muro de gravidade. Verificações de escor-
Esforço de tração máximo atuante:
regamento, tombamento, pressões na fun-



dação e ruptura global.








onde é o coeficiente de empuxo, éo


Estabilidade interna: cada camada de re- espaçamento vertical do reforço (em geral
forço é verificada quanto à ruptura do re- ).


 






forço e quanto ao seu arrancamento através
do equilíbrio local. é calculado pelo equilíbrio do bloco de


solo-reforço acima do nível analisado, con-
siderando seu peso próprio e o empuxo ativo


Pré-dimensionamento: para







sobre esse bloco.




estruturas convencionais; para








estruturas especiais.
varia entre no topo do maciço a



 

na profundidade de . A partir daí





Ficha ou









  (valores experimentais).
O número de fitas por unidade de compri-
mento:


 



onde é a resistência à tração da fita e 22- Solo reforçado com
 

a 2 é o coeficiente de segu-
 





rança. geotêxtil
Esforço necessário para o arrancamento da
fita: Pode-se também utilizar mantas geotêxteis (te-

cidas ou não tecidas) como material de reforço






 


do maciço.

onde é a distância entre a face e a super-




fície potencial de ruptura. Assim:


O dimensionamento é semelhante ao usado no




 

 

 

 



solo reforçado com tiras metálicas.





 

O valor de varia desde na superfície


até a 6 m de profundidade (valores




Supõe-se uma superfície potencial de ruptura


experimentais).
plana separando a zona ativa da zona resis-
Coeficiente de segurança contra o arranca- tente.
mento da fita:
 

 








zona ativa
q No caso de paramentos inclinados:







 


sup. potencial de ruptura
















La




zona resistente
H O coeficiente de segurança contra a ruptura do
reforço é dado por:




45° + φ /2


 










onde é a força de tração admissível no




L0
reforço e é o espaçamento vertical.


A tensão horizontal atuante sobre a face hi-


O coeficiente de segurança contra o arranca-


potética do muro é dada por: mento do reforço é dado por:





 

 


 
















 

 










onde
onde é o comprimento de ancoragem e


é

 







 


o ângulo de atrito entre o solo e o reforço.









é o coeficiente de empuxo ativo de Rankine e




é o valor da sobrecarga uniforme atuante sobre


É necessário calcular também o comprimento
o maciço. suplementar de manta para o envelope de solo
23- Taludes reforçados com geo-
têxteis

a) Taludes íngremes
Para taludes com grande inclinação ( )






na extremidade externa: o dimensionamento segue o mesmo roteiro de
uma contenção em solo reforçado com geotêx-
 




 


 


til



 








O comprimento mínimo .





b) Taludes suaves
Para taludes suaves, considera-se a ruptura ao
longo de superfícies curvas, normalmente cir-
culares. Pode-se utilizar o método das lamelas,
adicionado-se uma força horizontal , corres-


pondente ao esforço de tração admissível na
manta, agindo na lamela.
24- Solo grampeado
O

y
1 Nesse tipo de estrutura, o reforço é constituído
2
R
por barras metálicas fixadas no maciço por meio
3 Td φ
c de escavação de um furo e injeção de calda de
γ
cimento.

O revestimento externo é executado normalmente


Sup. de ruptura em concreto projetado sobre tela metálica.
n

A força é o mínimo entre a resistência à rup-




tura da manta e a resistência ao arrancamento.


O coeficiente de segurança contra a ruptura do
talude é:
 


 






















 

 









onde é o número de lamelas e é o número


de camadas de reforço. Como ,






 


 
























 

 







O dimensionamento pode ser feito de modo se-
melhante ao utilizado no solo reforçado com ti-
ras metálicas.

A resistência ao arrancamento é dada por:













 





onde é o coeficiente de empuxo.







Há muita controvérsia sobre o método de di-


Deve-se notar que no caso do solo grampeado mensionamento mais confiável. Em muitos ca-
o reforço em geral não é horizontal. Tem uma sos o dimensionamento é feito de forma empí-
inclinação de rica.




Um método mais indicado utiliza pesquisa de


superfície de ruptura crítica como nas análises
de estabilidade de taludes.

Alguns métodos consideram também a contri-


buição do reforço na resistência ao cisalhamento
ao longo da superfície potencial de ruptura.
b) Tipos de cortinas
25- Cortinas
Estacas-prancha: perfis metálicos cravados
no terreno, formando uma estrutura contí-
a) Características
nua.
Estruturas planas embutidas no solo de fun-
Perfil pranchado: Estacas metálicas de per-
dação, submetidas a esforços de flexão e
fil “H” cravadas no solo espaçadas e em li-
forças cortantes.
nha, antes da escavação. À medida que a
O desnível é formado geralmente por esca- escavação avança, são colocadas pranchas
vação em um dos lados da estrutura. de madeira entre as estacas.

A estabilidade é fornecida, ao menos parci- Estacas justapostas: estacas de concreto


almente, pela porção da estrutura embutida moldadas in loco, uma ao lado da outra, for-
no solo abaixo da escavação. mando uma parede contínua.

Podem estar associadas a um sistema de Parede diafragma: painéis de concreto ar-


suporte adicional, como escoramento ou ati- mado, moldadas in loco, em “furos” execu-
rantamento. tados no terreno por equipamentos especi-
ais. As placas são executadas em seqüên-
cia, formando uma parede contínua.












H
26- Cortinas em balanço

As cortinas em balanço resistem ao empuxo devido Pressões ativas


O
Pressões passivas
ao seu engastamento no solo. É necessário existir
G f
uma fixa mínima para garantir a sua estabilidade. Ec
R 0,2 f

Essa determinação é feita em passos:


Empuxo ativo

Centro de rotação
Empuxo passivo
Determinar, por tentativas, a posição do ponto
Contra−empuxo
R, pelo coeficiente de segurança contra o tom-
Distribuição simplificada
Deslocamento da cortina Distribuição de pressões
bamento definido como




 







A determinação da fixa mínima pode ser feita pelo


método simplificado de Blum, através da verificação onde é o momento resultante das pressões



de “tombamento” da cortina. laterais ativas até o ponto O, em relação a R;
e é o momento resistente líquido entre o



ponto O e o ponto R.
cortina:


tra empuxo .
Ao ponto R somar


laterais até esse ponto.




se iguala ao da esquerda.


Para se determinar o máximo momento atuante na


comprimento de ficha capaz de mobilizar o con-

é nula, a área da porção do diagrama à direita

Calcula-se o momento resultante das pressões


Determina-se o ponto G, onde a força cortante
a fim de prover um

           
lp

                                  
Pressões passivas

                                  
P
H

                                  
                                  
                                  
                                  
                                  
                                  
                                  
                                  
a) Extremidade apoiada:

                                  
no tirante e a ficha mínima.

                                  
la
tremidade inferior engastada.

A
T
27- Cortina atirantada

Pressões ativas
mensionamento: extremidade inferior apoiada e ex-
de tirantes é necessário determinar a carga atuante

Há dois modelos estáticos básicos usados no di-

A ficha mínima é determinada por tentativas


tirantes. No caso de cortinas com apenas um nível
tinas a estruturas de apoio intermediárias, tais como
Para se vencer alturas maiores, associam-se as cor-


a .
onde


camento:
e

 



 



 



 



  



 



 




laterais à direita e à esquerda da cortina.
giro em torno do ponto de fixação do tirante:

inclinados e a força total no tirante deve ser tal


A força horizontal aplicada no tirante é obtida

Deve-se lembrar que os tirantes são em geral


através do coeficiente de segurança contra o

que forneça uma componente horizontal igual


pelo coeficiente de segurança contra o deslo-
são as resultantes das pressões


lp

                                      
Pressões passivas
P
H

                                      
                                      
                                      
                                      
Pressões laterais

                                      
la

                                      
A

P1
T

                                      
                                      
fletor na cortina é nulo.

Pressões ativas

                                      
b) Extremidade engastada.

t
Ht

B
x

inflexão. São executados os passos:

                         
                         
Vigas equivalentes

                         
W

depende do ângulo de atrito do solo


equivalente que divide a cortina em dois tre-
extremidade inferior. Assim, haverá um ponto
de inflexão na elástica da cortina abaixo da su-

inflexão, onde o momento é nulo. O valor de


Determinar o comprimento até o ponto de
chos: um abaixo e outro acima do ponto de
O dimensionamento utiliza o método da viga
perfície da escavação. Nesse ponto o momento
Neste caso considera-se que ficha é suficiente
para prover um engastamento da cortina na sua


























Determinar o vão da viga equivalente superior
entre o ponto de fixação do tirante e o ponto de Calcular a ficha total utilizando:


inflexão:




















 


Determinar a carga total sobre o vão, pela


Calcular a força necessária no tirante pelo


área do diagrama de pressões laterais. coeficiente de segurança contra o deslocamento:





 







Calcular o momento máximo, como viga sim-



plesmente apoiada e carga no centro:










Calcular a força cortante no ponto de infle-




xão por equilíbrio de momentos em relação ao


ponto de fixação do tirante.
Areias Argilas moles a médias Argilas rijas











0,25 H 0,25 H





28- Cortina com vários apoios















































0.5 H











0,75 H











Para grandes desníveis pode-se utilizar dois ou mais





























níveis de tirantes no suporte da cortina.





0,25 H











σh σh σh

Cortina
Cabo
A pressão lateral máxima é dada por:


Bulbo de ancoragem

Areias:

 



 









Argilas moles a médias: ,










Nesse caso, os deslocamentos no solo não são su- onde para argilas plásticas e





ficientes para mobilizar toda a resistência ao cisa-



se e se houver argila mole abaixo do




lhamento disponível. fundo da escavação.

O dimensionamento da cortina e dos tirantes é feito


Argilas rijas:











utilizando diagramas de pressão empíricos basea-


dos na medição das forças atuantes nos apoios da
cortina. Esses diagramas são envoltórias aparen- A força aplicada nos tirantes é determinada através
tes das medições feitas em escavações escoradas. de áreas de influência atribuídas a cada ponto de
apoio.
29- Tirantes Trecho livre: é a parte do cabo livre da calda de
injeção.
Tirantes são elementos de apoio formados por um
cabo ancorado a grande distância do ponto de fixa- Trecho ancorado: é a parte do tirante que trans-
ção por um bulbo de ancoragem. O bulbo de anco- mite os esforços ao terreno. A transferência de
ragem em solo é executado através da injeção de carga se dá por atrito ao longo do bulbo de an-
calda de cimento. coragem.

O dimensionamento dos tirantes consta de:

Determinação da força de trabalho aplicada

Determinação do comprimento necessário do


bulbo de ancoragem:

























onde é o diâmetro do furo, é o compri-


Os componentes de um tirante são:



mento do bulbo, é a aderência entre a calda


de cimento e o solo (pode ser tomado como
Cabeça: é parte do tirante que suporta a estru- igual à coesão do solo), é a profundidade do


tura, onde é aplicada a força de protenção. centro do bulbo e é o aumento da tensão



30- Estacas-raiz e microestacas
São estacas de pequeno diâmetro injetadas no ter-
reno em grupo, formando em conjunto com o solo
um bloco coeso. São usadas em estabilização de
taludes e como estruturas de reforço do terreno.

a) Estacas-raiz: são estacas moldadas in loco em


normal devido à pressão residual de injeção (5
furos revestidos, em que se aplicam injeções
a 10 vezes ).


de ar comprimido no topo da estaca logo após


a moldagem. Ao mesmo tempo o revestimento
Determinação do comprimento livre, de tal forma é extraído.
que o bulbo de ancoragem fique fora da cunha
ativa.
b) Microestacas: são estacas executadas com a
tecnologia de execução de bulbos de ancora-
gem de tirantes injetados. Após a perfuração
do terreno é inserido um tubo de injeção no furo
e o espaço circundante é preenchido com ar-
gamassa de cimento e areia. Após a cura do
cimento é executada a injeção de calda de ci-
mento através de vávulas existentes no tubo de
injeção.
As principais características desses dois tipos de
estaca são:

Podem ser executadas com inclinações de 0 a


.


Viga de coroamento















Geralmente possuem maior densidade de ar-
madura que as estacas normais. Estacas injetadas

A transferência de carga se dá principalmente


por atrito lateral. Assim, podem ser usadas
tanto em compressão com em tração.
Outra forma de emprego é como reforço do solo,
quando as estacas agem como armadura para o
Na estabilização de taludes, essas estacas podem solo, interceptando a superfície potencial de rup-
ser executadas em grupos formando estruturas de tura.
arrimo que interceptam a parte instável do talude. O
topo das estacas pode ser ligado por um reticulado
de concreto, que dá maior rigidez ao conjunto.

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