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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA A'POLITÉCNICA

ISGCT - Instituto Superior de Gestão, Ciências e Tecnologias * Curso de Engenharia Civíl.


Disciplina de Resistência de Materiais I
I TENSÃO
1. Definição ( conceito) / Tipos de tensão
2. Unidades de Medição
3. Exercícios Resolvidos
4. Exercícios por Resolver
5. Bibliografia

I.1 - É definida como sendo a resistência interna de um corpo qualquer, à aplicação


de uma Força externa por Unidade de Área, ou seja, é a força por unidade de
Área.

F
σ=A
Onde :
σ - Tensão Normal uniforme que pode ser de tração simples ou de compressão simples.
Quando ocorre Tracção o sinal é + e quando ocorre compressão o sinal é -.
( Este tipo de tensão ocorre com freqüência em elementos estrururais como pilares e treliças )
F - Força aplicada ao corpo

A - Área da seção transversal do corpo

Ao longo do Estudo que procedemos na RESMAT I, calcularemos também tensões


originadas pela flexão em vigas. Essas tensões calcularemos, e continuaremos a calcular em
diante, pela formula:

M onde M é o Momento Flector actuante na secção


σ = Wx e Wx é o Módulo Resistente da secção à flexão.
FIG 1: Situação de Barra Comprimida

FIG 2: Situação de Barra Flexionada


P ( Tracção na ʺbarrigaʺ da viga e compressão no ʺdorsoʺ )

B
P
σ- = P/A
Tensão Uniforme = Força / Área

compressão σ- = Mmáx/Wx
Linha neutra

σ+ = Mmáx/Wx
tracção
A B

P/2 L P/2
σ- = P/A
A

P Mmáx Mmáx = P*0,5*L/2


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FIG 3: Situação de Barra Traccionada


FIG 4: Situação de Barra Flexionada
P ( Tracção na ʺdorsoʺ da viga e compressão no ʺbarrigaʺ )

P
σ+ = P/A
Tensão Uniforme = Força / Área

tracção σ+ = Mmáx/Wx
Linha neutra
σ- = Mmáx/Wx
Mp P compressão

L
σ+ = P/A Mmáx = - P x L

I.1.1 - Observe atentamente a acção das reacções de apoio nas Figuras 2 e 4.


Na Fig. 2, uma vez a acção da força externa é aplicada a meio do vão, cada uma das reacções
representa metade da acção externa aplicada sobre a viga, enquanto que na Fig. 4 ela é representada
por uma única força de reacção cujo o valor é igual a força de acção mas no sentido contràrio.

Estas reacções de apoio, são forças externas que agem com uma tendência de cortar a viga
perpendicularmente ao seu eixo transversal, conforme podemos observar nas figuras abaixo:

FIG 5:Tensões internas em Barra Flexionada


O mesmo teremos se analizarmos o caso da
viga em Consola na Fig. 4

compressão
Linha neutra
Nesta Fig 5, podemos observar a deformação
do eixo neutro da viga em função da acção da
Nova Linha neutra carga P e, por força disso, a alteração do
A tracção B ângulo de incidência das tensões normais
internas, que originam tensões tangenciais a
meio do vão e de corte nos apoios. Estas
P/2 L P/2
Tensões são as responsàveis pelas ropturas
dos elementos estruturais quer nos apoios
P/2 quer a meio dos vãos.É importante lembrar
que as Tensões a meio dos vãos são
originadas pelos Momentos flectores e nos
P/2 apoios pelas Reacções de Apoio.
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É em conformidade com estes fenômenos, que introduzimos o conceito de Tensões de Corte.


Constatamos no parágrafo anterior que as Tensões normais são as que surgem como consequencia da
acção de uma carga sobre uma superficie perpendicular a sua linha de força. Quando uma carga actua
paralelamente a sua superficie de actuação da sua linha de força estamos perante a uma Força que
provoca uma Tensão de corte a essa superficie.

RA

h
b

FIG 5: Parafuso em Esforço de Corte FIG 6: Viga em Esforço de Corte

Esforço cortante simples desprezando a flexão.


Ocorre quando uma peça é submetida a uma força F ou RA no caso, actuando
transversalmente ao seu eixo longetudinal, produzindo um corte.
τC = Tensão de corte
F - Força aplicada ao elemento estrutural. F
A - Área da seção transversal do elemento.
C=τ A

Tensão de Esmagamento

FIG 7: Pormenor do Apoio da Viga

P Área de Esmagamento

Viga

A B

P/2 L P/2

A tensão de Esmagamento calcula-se pela distribuição da Reacção de


apoio pela Area da base do triângulo do prisma de apoio.Portanto a
Reacção de apoio e aplicada no centro de gravidade do triangulo, que
coincide com A Reacção de apoio aplicada a 1/3 da distancia mais
proxima do cateto menor do triangulo.
b/2 b/2
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II UNIDADES DE MEDIÇÃO

A Unidade de Medição da Tensão é Pa ( Pascal ). Blaise Pascal


(Clermont-Ferrand, 19 de junho de
2 1623 — Paris, 19 de agosto de
1 Pa = 1 N / m 1662) foi um físico, matemático,
filósofo moralista e teólogo francês.
3 2
1 KPa = 10 Pa = 1 KN / m ≈ 100 Kgf /m2

6 2
1 MPa = 10 Pa = 0,1 KN / cm = 1 N / mm2 ≈ 10 Kgf / cm2 = 1 MN / m2

9
1 GPa = 10 Pa = 1 KN / mm
2
≈ 10 000 Kgf / cm2 = 10 Tf / cm2

As unidades acima são do Sistema SI ( Sistema Internacional ), e são as que estamos usando e
continuaremos a utilizar no nosso curso.

Contudo, em alguma bibliografia disponível nas nossas bibliotecas, poderemo-nos confrontar com o psi,
que é uma unidade de medição da pressão e tensão utilizada em países que não adoptaram o SI, como a
Inglaterra e os Estados Unidos da América.
psi - significa Libra-força por Polegada ao Quadrado ( Poud force per Square Inch ) .

1 Psi = 6 894.75 Pa 1 MPa = 145,04 Psi


6.89 KPa
0.0069 MPa 2 1 Libra = 4,448 N
0.07 Kgf / cm 1 Polegada = 25,4 mm

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Considere a estrutura representada na figura que foi concebida para suportar uma carga de 30
kN. Esta estrutura é constituída por:
Uma escora AB (barra bi-articulada sujeita a compressão) de secção transversal rectangular
cujas dimensões são de 30x50 mm.
Um tirante (barra bi-articulada sujeita à tracção) cuja secção circular tem 10 mm de raio.
EXEMPLO DE CÁLCULO DE TENSÕES ORIGINADAS POR FORÇAS DE TRACÇÃO E COMPRESSÃO

A escora e o tirante encontram-se ligados por uma articulação no ponto B e são suportados por
apoios fixos em A e C.

Observemos as tres Equações das condições


de Equilibrio da Estrutura:
① ∑MC = Ax 0.6 - 30´0.8 = 0
→ Ax = 30 x 0.8 / 0,6 → Ax = 40 KN
② ∑FX = AX + CX = 0 → CX = -AX = - 40 KN
Sendo negativo significa que não advinhamos
correctamente o sentido da força CX. Logo,
invertemos o sentido, portanto, a força é
horizontal e é orientada da direita para a
esquerda.

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A união das peças metálicas é assegurada por dois parafusos, conforme a figura abaixo. Com
base nas condições de carregamento da união, determine o diâmetro dos parafusos tendo em
conta que a tensão de roptura do materal que compôe os parafusos é de 350 MPa. Adopte um
coeficiente de segurança de 2,5. A carga P = 80 kN é aplicada no eixo de simetria.
EXEMPLO DE CÁLCULO DE TENSÕES ORIGINADAS POR ESFORÇOS CORTANTES

Portanto: P = 80 000 N τrupt = 350 MPa = 350 N/mm2 γf = 2,5


( Nota : ajustamos as unidades de medição para facilitarmos os cálculos. Neste caso
pretendemos calcular o diâmetro dos parafusos em mm , é mais confortável)

A Tensão Admissivel será igual à Tensão Ruptura dividida pelo Coeficiente de Segurança :

τadm = τrupt : γf τadm = 350 N/mm2 : 2,5 τadm = 140 N/mm2

Tendo em conta que estamos perante um corte duplo ( Ver apontamentos do dia 30.04.2021):

Essforço transverso T em cada parafuso : T = 80 000 N : ( 2 . 2 Parafusos)


T = 20 000 N
τadm = T : Aparafuso Aparafuso = T : τadm

Aparafuso = 20 000 N : 140 N/mm2 Aparafuso = 142,86 mm2

3,14 . R2 = 142,86 mm2 R = 6,75 mm

Resposta : O o Diâmetro dos parafusos é de 13,50 mm

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A viga abaixo está solicitada por três forças atuando no plano de simetria vertical. Calcule as
Tensões Normais Extremas (σmáx+ e σmáx- ) e a maior Tensão cisalhante τmáx.
EXEMPLO DE CÁCULO DE TENSÕES ORIGINADAS POR MOMENTOS FLECTORES

Não vamos apresentar os cáculos das Reacções de Apoio e nem apresentaremos os pormenores
sobre a construção dos Diagramas DMF e DEC porque são matérias já estudadas na Mecânica
Aplicada II.

Portanto VA = 4 500 N e VB = 8 000 N

As Tensões Normais Extramas, portanto, a de Tracção e a de Compressão, são calculadas com base no
Momento de Maior amplitude apartir do DMF, pela seguinte fórmula:

σ+máx = Mmáx . Y
σ-máx = Mmáx . Y
I I

Calculemos primeiro o Momento de Inércia da Secção :

b . h3 100 . 3003
I= I= I = 225 000 000 mm4
12 12

σ+máx = 9 000 000 N.mm . 150 mm


4
σ-máx = 9 000 000 N.mm . (- 150) mm
225 000 000 mm 225 000 000 mm4

σ+máx = 6 N/mm2 = 6 MPa σ-máx = - 6 N/mm2 = - 6 MPa


Conhecidas as Tensões Extremas Normais, Passemos para o Cálculo da τmáx.
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Continuação da Página 07.

A Tensão máxima cisalhante :

3.T 1,5 . T
τmáx = 2.A
ou τmáx = A

Onde: T = 6 000 N, é o esforço interno transversal de amplitude máxima extraído do DEC -


Diagrama de Esforços Cortantes .

A = b . h, é a Àrea da secção transversal da viga no local de actuacção do esforço


transverso T; A = 100 mm . 300 mm = 30 000 mm2

Finalmente Calculemos a Tensão máxima Tangencial:

3 . 6 000 N
τmáx = 2 . 30 000 mm2

τmáx = 0,3 N/mm2 τmáx = 0,3 MPa


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PRINCIPAIS FÓRMULAS USADAS PARA O CÁLCULO DE TENSÕES CAUSADAS POR MOMENTOS TORÇORES
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EXERCÍCIOS DE CONSOLIDAÇÃO

A viga tem seção transversal retangular e é feita de madeira.Se for submetida a

1
um cisalhamento de V=20kN, e o lado a = 250 mm, determine a tensão de
cisalhamento máxima e trace uma curva da variação de tensão de cisalhamento.
Actuando nessa mesma secção um Momento flector de 60 kN.m construa
igualmente a curva de variação da tensão normal.

A viga é feita de madeira e está sujeita a uma força de cisalhamento vertical

2 interna resultante de V=3kN.(a) Determine a tensão de cisalhamento na viga no


ponto P e (b) calcule a tensão de cisalhamento máxima na viga.
Continuação da página anterior

Se o tubo estiver sujeito a um cisalhamento de V=75kN, determine a

3
tensão de cisalhamento máxima nele.

Uma viga de aço tem as dimensões mostradas nafigura abaixo.Se for submetida a

4 uma força cortante V=80kN (a) trace uma curva da distribuição da tensão de
cisalhamento que age na área da seção transversal da viga e (b) determine a força
de cisalhamento à qual a alma resiste.
Continuação da página anterior

A viga com perfil em T mostrada na figura abaixo está sujeita ao carregamento


5 indicado. Determine as tensões máximas Normais e de cisalhamento desta viga.
Construa as respectivas curvas de variação.

Para a viga com o carregamento mostrado,determine o valor das

6 tensôes Normais e de Cisalhamento nos pontos a e b, localizados na


seção transversal n-n.
Continuação da página anterior

Se a força é de P=800lb, determine a tensão máxima de cisalhamento


7 desta viga. Em MPa ou N/mm2

Um elemento com as dimensões mostradas na figura deverá ser usado para resistir a um

8 momento fletor interno M = 2 kN · m. Determine a tensão máxima no elemento se o momento


for aplicado (a) em torno do eixo z e (b) em torno do eixo y. Trace um rascunho da distribuição
de tensão para cada caso.
Atenção, caros Estudantes. Sobre esta matéria falaremos na próxima aula. Quem puder
resolver o exercício, PARABÈNS. Quem não puder…, Até a proxima aula!

A peça de mármore, que podemos considerar como um material linear elástico

9
frágil, tem peso específico de150lb/ft3 e espessura de 0,75in. Calcule a tensão de
flexão máxima nas peças se ela estiver apoiada: (a) De seus lados, e
(b) De suas bordas. Se a
Tensão de ruptura for σrup=200psi, explique as consequências da opção de apoiar
a peça em cada uma das posições.

FIM DA AULA

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