Você está na página 1de 16

Universidade Federal de Pelotas Resistência dos Materiais II

Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias Estruturas III

Capítulo 4
Flambage
m
Universidade Federal de Pelotas Resistência
Resistênciados
dosMateriais
MateriaisII
Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias II
Estruturas III
Estruturas III

1.– Experiências para entender a


flambagem
1) Pegue uma régua escolar de plástico e pressione-a
entre dois pontos bem próximos, um a cinco
centímetros do outro. Você está simulando uma
estrutura em compressão simples. Agora,
pressione dois pontos distantes 15cm um do outro.
Algo começa a aparecer nessa nova posição, é
visivelmente mais fácil criar condições para a
barra começar a encurvar. A barra está começando
a sofrer o fenômeno da flambagem. Faça agora
com pontos distantes a 30cm. Force a régua até a
ruptura. A régua se quebra, pois o plástico é um
material frágil.
Universidade Federal de Pelotas Resistência
Resistênciados
dosMateriais
MateriaisII
Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias II
Estruturas III
Estruturas III

2) Pise em cima de uma lata vazia de refrigerante. Você notará que a lata,
sem se quebrar, amassa. Não quebrou porque, ao contrário do plástico
que é frágil, o alumínio é dúctil e se deforma bastante antes de perder
sua unidade.

Conclusões
 Peças comprimidas de grande altura podem flambar, fato que é
reduzido sensivelmente se a altura for pequena.
 Quanto mais maior for a espessura da peça comprimida, menor a
tendência a flambar.
Quanto mais flexível for o material
(menor E), mais fácil é a ocorrência da
flambagem.
Deve-se a Leonhard Euler (1744) a primeira formulação de uma
quantificação do limite que se pode colocar uma peça comprimida,
para que ela não flambe.
Universidade Federal de Pelotas Resistência
Resistênciados
dosMateriais
MateriaisII
Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias II
Estruturas III
Estruturas III

4.2 – Carga crítica – fórmula de Euler


Elementos estruturais compridos e esbeltos, sujeitos a
uma força de compressão axial são denominados
colunas.
A deflexão lateral que ocorre é denominada
flambagem.
A carga axial máxima que uma coluna pode suportar
quando está na iminência de sofrer flambagem é
denominada carga crítica, Pcr.
Universidade Federal de Pelotas Resistência dos Materiais II
Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias Estruturas III

Pcr   EI
2
2
L Pcr ⟶ carga crítica ou carga
axial
 2E σcr ⟶tensão crítica
σcr  E ⟶módulo de elasticidade para o material
L/i 2
I ⟶ menor momento de inércia para a área da seção
transversal

L ⟶ comprimento da coluna sem apoio


 2
E( Ai2 ) i⟶ menor raio de giração da coluna i  I
Pcr 
L2 A
 2E λ=L/i ⟶ índice de esbeltez – medida da flexibilidade
 P  2
 A  da coluna
cr  L/i


Universidade Federal de Pelotas Resistência dos Materiais II
Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias Estruturas III

Uma coluna ideal é uma coluna perfeitamente reta


antes da carga. A carga é aplicada no centroide da
seção transversal.

A coluna sofrerá flambagem em torno do


eixo principal da seção transversal que tenha o
momento
menor de (o eixo menos resistente).
inércia
Na coluna da figura ao lado, sofrerá flambagem em
torno do eixo a-a e não do eixo b-b.
Universidade Federal de Pelotas Resistência dos Materiais II
Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias Estruturas III

Exemplo 1-
O elemento estrutural A-36 W200 X 46
de aço mostrado na figura ao lado deve
ser usado como uma coluna acoplada
por pinos. Determine a maior carga
axial que ele pode suportar antes de
começar a sofrer flambagem ou antes
que o aço escoe.

A  5890 mm2 , I  45,5106 mm4 , I 


15,3106 mm4
x y

 y  250MPa, E  200GPa
Universidade Federal de Pelotas Resistência dos Materiais II
Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias Estruturas III

Ocorrerá flambagem em torno do eixo y–y


(menor):
2
 EI
Pcr    2 (200103 N /mm2 )15,310 6
mm 4
 1887,6103 N 
L2 1887,6kN (4000mm) 2


Quando totalmente carregada, a tensão de compressão média na coluna é:

P 1887,6103 N  320,5 
 cr  A
cr
 5890 mm2 320,5MPa mm2
N
Visto que a tensão ultrapassa a tensão de escoamento,
N P
250  P  1472,510 3
N
mm2 1472,5kN
5890mm2

Resposta: P  1472,5kN
Universidade Federal de Pelotas Resistência dos Materiais II
Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias Estruturas III

4.3- Tipo de apoios


A fórmula de Euler foi deduzida para uma coluna com extremidades
acopladas por pinos ou livres para girar. Todavia, muitas vezes as colunas
podem ser apoiadas de outro modo.
Le é denominado comprimento efetivo da coluna.
Um coeficiente dimensional K, fator de comprimento efetivo, é usado para
calcular Le.

Le  KL
Universidade Federal de Pelotas Resistência dos Materiais II
Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias Estruturas III

 EI2
2  2E
Portanto, temos, P   cr 
Le Le /i
cr 2


λ=Le/i ⟶índice de esbeltez 
efetivo
Universidade Federal de Pelotas Resistência dos Materiais II
Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias Estruturas III
Universidade Federal de Pelotas Resistência dos Materiais II
Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias Estruturas III
Universidade Federal de Pelotas Resistência dos Materiais II
Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias Estruturas III

Exercício de fixação-
1) O elemento estrutural W200x100 é feito de
aço A—36 e usado como uma coluna de 7,5m
de comprimento. Podemos considerar que a
base dessa coluna está engastada e que o topo
está preso por um pino. Determine a maior
força axial P que pode ser aplicada sem
provocar flambagem. Considere:

E = 200GPa
Ix = 113(106)mm4
Iy = 36,6(106)mm4 Resposta: Pcrit=2621,2kN
Universidade Federal de Pelotas Resistência dos Materiais II
Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias Estruturas III

Exemplo 2-
A coluna de alumínio está presa na base e
seu topo está ancorado por cabos de
modo a impedir que o topo movimente-se
ao longo do eixo x . Se considerarmos que
ela está fixa na base, determine a maior
carga admissível P que pode ser aplicada.
Use um fator de segurança para
flambagem FS = 3,0.
Considere:
Eal = 70GPa
σy = 215MPa
A = 7,5(10-3)m2
Ix = 61,3(10-6)m4
Iy = 23,2(10-6)m4
Universidade Federal de Pelotas Resistência dos Materiais II
Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias Estruturas III

Para x–x flambagem, K = 2, Le   25  10 m


x

Para y–y flambagem, K = 0,7,  Le   0,7 5 


3,5 m
y
Universidade Federal de Pelotas Resistência dos Materiais II
Centro
Centrode
deEngenharias
Engenharias Estruturas III

 2EI
Pcr 
Le 2

As cargas críticas para cada caso são

 cr 
P   2
7010 9
Pa  61,310 6

 424 kN
x m4 (10m)2
 2 70109 Pa  23,2106 m4
P cr y
 2
 1308 kN
 3,5m
A carga admissível e tensão crítica

Padm  Pcr  424  141 kN


FS 3,0
424
 cr  Pcr   56,5 MPa  215 MPa
A 7,5  
103

Você também pode gostar