Você está na página 1de 39

Brigada Ambiental de Macaé

OSCIP / BMAC

- 2007

2007
ÍNDICE
1
UNIDADE I PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

CAPÍTULO I - Ciência do fogo

CAPÍTULO II - Agentes extintores de incêndio

CAPÍTULO III - Aparelhos extintores de incêndio

CAPÍTULO IV - Sistemas preventivos

CAPÍTULO V - Vias de escape e controle de pânico

CAPÍTULO VI - Prevenção e principais causas de incêndio

CAPÍTULO VII - Como e quando solicitar o corpo de Bombeiros

UNIDADE II SALVAMENTO

CAPÍTULO I - GÁS Liqüefeito de petróleo (GLP)

CAPÍTULO II - Prevenção de acidentes em elevadores

CAPÍTULO III - Prevenção de acidentes no trânsito

UNIDADE III PRIMEIROS SOCORROS

CAPÍTULO I Suporte básico de vida

CAPÍTULO II Noções de primeiros socorros

UNIDADE IV DEFESA CIVIL

CAPÍTULO I Conceito de defesa civil

CAPÍTULO II Enchentes

CAPÍTULO III Perigo dos balões

ELABORADORES EVENILSON DA PENHA E MARCELO MEDEIROS

UNIDADE I – PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO


2
CAPÍTULO I

CIÊNCIA DO FOGO

1. HISTÓRICO DO FOGO
O homem primitivo inicialmente observou o fogo surgido espontaneamente por meio
da ação de relâmpagos sobre madeira de árvores e começou a utilizá-lo de maneira
desorganizada, para iluminar, aquecer e cozinhar.
A etapa seguinte consistiria em produzir voluntariamente o fogo; talvez a observação
de que ele se propagava pelo aquecimento de galhos ou folhas secas indicou que a chama
poderia ser iniciada com temperaturas elevadas. Desta forma, a descoberta de que o atrito
entre dois pedaços de madeira seca elevava a temperatura até produzir uma chama, dando
início à jornada tecnológica do homem, no seu controle da natureza.
Posteriormente, outro método foi desenvolvido, que consistia no impacto entre duas
pedras para a produção de faíscas. A observação de que fagulhas têm o poder de começar
uma chama e que o choque de algumas rochas produz faíscas, conduziu a mais uma forma
de iniciar o fogo.

Muito tempo depois, foi descoberto que as fagulhas formadas eram mais fortes e
persistentes, quando se batia o mineral sílex com ferro ou aço. Esse processo persistiu até
o século XIX.
O avanço seguinte, e bem mais recente, de um processo simples de produção de
fogo, surgiria com a invenção, na Inglaterra, em 1827, do palito de fósforo. O elemento
fósforo combina-se com o oxigênio tão facilmente que se acende apenas exposto ao ar. Os
primeiros fósforos fabricados acendiam por atrito e exalavam um cheiro muito
desagradável. Mais adiante, em 1845, começaram a ser fabricados os chamados fósforos
de segurança, cuja cabeça combustível contém outros componentes não inflamáveis,
garantindo a sua utilização de forma segura.

2. TRIÂNGULO DO FOGO

3
O Triângulo do Fogo é uma didática criada para melhor ilustrar a reação química do
fogo, onde cada lado do triângulo representa um elemento participante desta reação.
Para que exista fogo, três elementos são necessários.
 Combustível;
 Comburente (oxigênio); e
 Calor (temperatura de ignição)

2.1 Combustível
É toda substância capaz de queimar, servindo de propagação do fogo. Os
combustíveis podem se apresentar na natureza sob três estados físicos: sólido, líquido e
gasoso.

Estados Físicos dos Combustíveis


SÓLIDO Ex.: Madeira, tecido, papel, borracha, etc.
LÍQUIDO Ex.: Gasolina, álcool, acetona, etc.
GASOSO Ex.: Gás de cozinha, hidrogênio, etc.

2.2 Comburente (Oxigênio - 02)


É o elemento, presente no ar atmosférico, participando da reação química do fogo.

2.3 Calor
É o elemento que fornece a energia necessária para iniciar a reação entre o
combustível e o comburente, mantendo e propagando a combustão, como a chama de um
palito de fósforos.

3. PROCESSOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO


4
Conhecido o triângulo do fogo, este só existirá quando estiverem presentes os três
elementos constituintes. Portanto, para extinguir o fogo, basta desfazer o triângulo, isto é,
retirar um de seus lados.

3.1 Isolamento
Processo de extinção de incêndio que constitui na retirada do combustível.

3.2 Abafamento
Processo de extinção de incêndio que consiste na redução ou retirada do oxigênio.

3.3 Resfriamento
Processo de extinção de incêndio que consiste na retirada parcial do calor
(diminuição da temperatura).

4. CLASSES DE INCÊNDIO
5
Para que as ações de combate a incêndio possam ter a máxima objetividade e
rendimento, com emprego correto de um agente extintor, os materiais combustíveis foram
divididos em Classes de Incêndios.

Classe A – Incêndio em materiais sólidos combustíveis. Ex.: madeira, papel, tecido,


borracha, etc.
Esses materiais apresentam duas propriedades:
 Deixam resíduos quando queimados (brasas, cinzas, carvão);
 Queimam em superfície e em profundidade.

Classe B – Incêndio em líquidos inflamáveis. Ex.: álcool, gasolina, querosene, graxa,


diesel, etc.
Esses materiais apresentam duas propriedades:
 Não deixam resíduos quando queimados;
 Queimam somente em superfície.

6
Classe C – Incêndio em equipamentos eletro-eletrônicos energizados. Ex.: televisor,
geladeira, computador, etc. Ao serem desligados da tomada, o incêndio passa a ser de
classe A.

Classe D – Incêndio em metais pirofóricos. Estes metais não são encontrados em nossa
fábrica. São encontrados em indústrias automobilísticas, por exemplo. Raspa de zinco,
limalhas de magnésio, etc...

CAPÍTULO II

7
AGENTES EXTINTORES DE INCÊNDIO
São substâncias que possuem a propriedade de extinguirem determinadas
combustões. O sucesso do combate está relacionado com a sua correta utilização e o tipo
de combustível.

1. ÁGUA
É o agente extintor “universal”. A sua abundância na natureza e as suas
características de emprego, sob diversas formas, possibilitam uma boa aplicação em
incêndios, porém ocorre a desvantagem desse agente ser condutor de corrente elétrica.

2. GÁS CARBÔNICO (CO2 – DIÓXIDO DE CARBONO)


É um gás incombustível, inodoro, incolor, mais pesado que o ar. Não é tóxico, mas a
sua ingestão em excesso provoca asfixia. Atua por abafamento e, secundariamente, por
resfriamento. Dissipa-se rapidamente quando aplicado em locais abertos.
Não conduz corrente elétrica, nem danifica materiais eletrônicos.

3. PÓ QUIMICO SECO (PQS)


É um composto químico, que atua por abafamento. Não é tóxico, mas sua ingestão
em excesso provoca asfixia. Por ser corrosivo, o uso deste agente pode danificar os eletro-
eletrônicos. Não conduz corrente elétrica.

4. ESPUMA
Solução aquosa obtida através de reação química ou processo mecânico. Atua por
abafamento e, em menor proporção, por resfriamento. Conduz corrente elétrica.
Atualmente, este agente extintor dificilmente é encontrado em estabelecimentos
comerciais e residenciais, embora ainda seja utilizado por indústrias e pelo Corpo de
Bombeiros.

CAPÍTULO III

8
APARELHOS EXTINTORES DE INCÊNDIO

São equipamentos fundamentais para o estágio inicial das ações de combate a


incêndio.
São transportados em todas as viaturas operacionais do CBMERJ sendo
encontrados, também, nas edificações e estabelecimentos comerciais.
O êxito no emprego dos aparelhos extintores de incêndio depende dos seguintes
fatores basicamente:
 Aplicação correta do agente extintor para o tipo de combustível (sólido ou líquido) e sua
composição química;
 Manutenção periódica adequada;
 O operador do aparelho extintor deverá possuir conhecimentos específicos de
maneabilidade do equipamento e técnicas de combate a incêndio.

1. PARTES DO APARELHO EXTINTOR

gatilho pino
pino gatilho

manômetro

mangueira rótulo mangueira rótulo

cilindro
externo cilindro
externo
esguicho
difusor

2. TIPOS DE APARELHOS EXTINTORES


Normalmente, os aparelhos extintores são chamados pelo nome do agente que contém
e apresentam características para cada tipo.

2.1 APARELHO EXTINTOR DE ÁGUA-GÁS (AG)

Dados técnicos:
• Mangueira
• Esguicho
• Alça para transporte
• Recipiente
• Tubo sifão
• Cilindro de gás propelente (ampola externa)
Capacidade: 10 litros
Alcance médio do jato: 10 metros
Técnicas de utilização:
 Identifique o extintor através de sua aparência externa e etiqueta presa ao mesmo,
observando no manômetro se está carregado;
 Retire o extintor do suporte preso a parede ou outro lugar em que esteja acondicionado;
 Transporte o extintor até próximo do local sinistrado (± 10 metros);
 Retire o lacre do volante da ampola externa e o pino de segurança;
9
 Empunhe a mangueira para baixo e gire o volante da ampola externa no sentido anti-
horário para pressurizar a carga extintora e aperte o gatilho rapidamente;
 Direcione o jato para a base do fogo e movimente-o em forma de “zigue-zague”
horizontal.

2.2 APARELHO EXTINTOR DE ÁGUA-PRESSURIZADA (AP)


O gás propelente está acondicionado junto à carga extintora, mantendo o aparelho
pressurizado permanentemente.

Dados técnicos:
• Mangueira com esguicho
• Gatilho
• Alça de transporte
• Pino de segurança
• Tubo sifão
• Recipiente
• Manômetro
Capacidade: 10 litros
Alcance médio do jato: 10 metros

Técnicas de Utilização:
 Identifique o extintor através de sua aparência externa e etiqueta presa ao mesmo,
observando no manômetro se está carregado;
 Retire o lacre e o pino de segurança;
 Transporte o extintor até próximo do local sinistrado (± 10 metros);
 Aperte o gatilho e direcione o jato para a base do fogo e movimente-o em forma de
“zigue-zague” horizontal.

2.3 APARELHO EXTINTOR DE CO2 (GÁS CARBÔNICO)

Dados técnicos:
• Mangueira
• Gatilho
• Alça de transporte
• Pino de segurança
• Tubo sifão
• Recipiente
• Punho
• Difusor
Capacidade: 6 Kg
Alcance médio do jato: 3 metros

Técnicas de utilização:
 Identifique o extintor através de sua aparência externa e etiqueta presa ao mesmo;
 Retire o extintor do suporte preso a parede ou outro lugar em que esteja acondicionado;
10
 Retire o lacre e o pino de segurança;
 Segure no punho e aponte o difusor para baixo;
 Transporte o aparelho até próximo do local sinistrado (± 3 metros);
 Aperte o gatilho e direcione o jato para a base do fogo e movimente-o em forma de
“zigue-zague” horizontal, de forma que crie uma nuvem sobre o fogo.

3. APARELHO EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO (PQS)

Dados técnicos:
• Mangueira
• Gatilho
• Alça para transporte
• Recipiente
Capacidade 4, 6, 8 e 12 quilogramas
Alcance médio do jato: 6 metros

Técnicas de utilização:
 Identifique o extintor através de sua aparência externa e etiqueta presa ao mesmo,
observando no manômetro se está carregado;
 Retire o extintor do suporte preso a parede ou outro lugar em que esteja acondicionado;
 Retire o lacre e o pino de segurança;
 Transporte o extintor até próximo do local sinistrado (± 6 metros);
 Aperte o gatilho e direcione o jato para a base do fogo e movimente-o em forma de
“zigue-zague” horizontal.

EXTINTOR

CLASSE ÁGUA CO2 PQS


DE INCÊNDIO
SIM SIM SIM
A Ótimo resultado Pouco eficiente Pouco eficiente
SIM SIM SIM
B Pouco eficiente Bom resultado Ótimo resultado
NÃO SIM SIM
C Contra-indicado Ótimo resultado Regular (pode causar
danos aos aparelhos)
ABAFAMENTO E
PROCESSO DE EXTINÇÃO RESFRIAMENTO ABAFAMENTO
RESFRIAMENTO
10 litros 6 Kg 4 Kg
ALCANCE DO JATO ± 10 metros ± 03 metros ± 06 metros
10 litros 6 Kg 4 Kg
TEMPO DE DESCARGA 60 segundos 30 segundos 10 a 16 segundos

CAPÍTULO IV

11
SISTEMAS PREVENTIVOS

1. MANGUEIRAS
Tubos enroláveis de nylon revestidos internamente de borracha, possuindo nas
extremidades juntas do tipo storz.
Utilizado como duto para fluxo de água entre a caixa de incêndio e o esguicho.

2. ESGUICHO
Tubo metálico dotado de junta storz na extremidade de entrada e saída livre,
podendo possuir um sistema para comando.
Utilizado como terminal da linha de mangueira, tendo a função de regular o tipo de
saída e direcionar o jato de água. Os esguichos mais encontrados são tronco-cônico e
regulável.

Esguicho Tronco-cônico Esguicho Regulável

3. COMO UTILIZAR A CAIXA DE INCÊNDIO

1 – Abra a caixa de incêndio. Se a mesma estiver trancada,


quebre o vidro.

2 – Conecte a junta da mangueira na saída do hidrante,


desenrole-a e, em seguida, conecte o esguicho em sua outra
extremidade.

3 – Abra então o registro, segurando firmemente, com uma


das mãos, o esguicho e, na outra, a mangueira.

12
4 – Após esticar bem a mangueira, dirija o jato para a base
do fogo.

Materiais componentes da Caixa de Incêndio

CAPÍTULO V
13
VIAS DE ESCAPE E CONTROLE DE PÂNICO

1. COMO ESCAPAR DE UM EDIFÍCIO EM CHAMAS

Se um incêndio ocorrer em seu escritório ou apartamento,


saia imediatamente. Muitas pessoas morrem por não
acreditarem que um incêndio pode se alastrar com rapidez.

Se você ficar preso em meio à fumaça, respire pelo nariz,


em rápidas inalações. Se possível, molhe um lenço e utilize-o
como máscara improvisada. Procure rastejar para a saída, pois
o ar é sempre melhor junto ao chão.
Use as escadas – NUNCA O ELEVADOR! Num incêndio
pode ocorrer o corte de energia para os elevadores. Feche
todas as portas que ficarem atrás de você, assim retardará a
propagação do fogo.
Se você ficar preso numa sala cheia de fumaça, fique junto
ao piso, onde o ar é sempre melhor. Se possível, fique perto de
uma janela, de onde poderá chamar por socorro.

Toque a porta com o dorso (costas) da sua mão. Se estiver


quente, não abra. Se estiver fria, faça este teste: abra
vagarosamente e fique atrás da porta. Se sentir calor ou
pressão vindo através da abertura, mantenha-a fechada.
Se você não puder sair, mantenha-se atrás de uma porta
fechada. Qualquer porta serve como escudo. Procure um lugar
perto de janelas, e abra todas. Calor e fumaça devem sair por
cima. Você poderá respirar pela abertura inferior.
Procure conhecer o equipamento de combate a incêndio
para utilizá-lo com eficiência em caso de emergência. Se
necessário, “arme” uma linha de mangueira na saída do
hidrante.
Um prédio pode lhe dar várias opções de salvamento.
Conheça-as previamente. NÃO salte do prédio. Muitas pessoas
morrem sem imaginar que o socorro pode chegar em poucos
minutos.
Se houver pânico na saída principal, mantenha-se afastado
da multidão. Procure outra saída. Uma vez que você tenha
conseguido escapar, NÃO RETORNE. Chame o Corpo de
Bombeiros imediatamente. As pessoas que estão fora do
prédio devem afastar-se do local, deixando livres as vias
públicas para que os carros dos bombeiros possam circular
com a necessária rapidez.

CAPÍTULO VI

14
PREVENÇÃO E PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIO

1. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
 Não ligue mais de um aparelho elétrico na mesma tomada. Se a corrente elétrica está
acima do que a fiação suporta, ocorre um superaquecimento dos fios. Aí pode começar
o incêndio;

 Não utilize fios elétricos descascados ou estragados. Quando encostam um no outro,


podem provocar curto-circuito e faíscas, ocasionando um incêndio. Periodicamente, faça
uma revisão nos fios dos aparelhos elétricos e na instalação elétrica da sua casa;

 Se algum aparelho elétrico ou tomada apresentar defeito, não pense duas vezes para
mandar consertá-los;
 Não faça ligações provisórias;
 A fiação deve estar sempre embutida em conduítes;
 Os quadros de distribuição devem ter disjuntores. Se os dispositivos de proteção ainda
forem do tipo chave-faca, com fusíveis cartucho ou rolha, substitua-os por disjuntores;

 Caso note aquecimento dos fios e queima freqüente de fusíveis, chame um técnico
qualificado para fazer uma revisão;

15
Um simples curto-circuito pode causar uma grande tragédia

2. CIGARROS
 Nunca fume na cama;
 Não fume se estiver com muito sono e relaxado diante da televisão;

 Nunca fume ao encerar a casa ou lidar com álcool, parafina, solventes ou materiais de
limpeza em geral;
 Não use cinzeiros muito rasos. Utilize cinzeiros fundos, que protegem mais o cigarro,
evitando que uma cortina esbarre nele ou que caia por descuido no tapete;
 Antes de despejar o conteúdo do cinzeiro no lixo, certifique-se de que os cigarros estão
bem apagados;
 Nunca jogue um cigarro aceso em qualquer tipo de lixeira.

3. MATERIAL COMBUSTÍVEL
Os tecidos sintéticos são muito usados hoje em dia para confecção de tapetes,
carpetes, cortinas, colchas, forrações de estofados e roupas. Eles são altamente
inflamáveis. Se não puder evitá-los, tome todo cuidado para que não entre em contato com
o fogo. Basta uma simples fagulha para o fogo se alastrar em poucos segundos;
 Não use avental de plástico ou blusão de “nylon” quando estiver cozinhando;
 Não deixe vasilhames ou talheres de plástico em cima do fogão;
 Nunca deixe uma panela com óleo esquentando no fogo enquanto vai fazer outras
coisas;

16
 O gás de cozinha é altamente inflamável. Por isso, verifique sempre se há vazamentos;
 Nunca derreta cera no fogo;
 Guarde todo material inflamável e de limpeza em lugar seguro, arejado e afastado do
fogo;
 Nunca armazene gasolina em casa. O risco é muito grande;
 Evite acumular objetos fora de uso (jornais, pneus, roupas velhas, caixas de papelão
vazias, etc.), pois podem facilitar a propagação do fogo;

 Antes de sair de casa, verifique:


a) Se o registro do gás está fechado;
b) Se o ferro de passar está desligado;
c) Se os cigarros estão apagados nos cinzeiros.

17
CAPÍTULO VII

COMO E QUANDO SOLICITAR O CORPO DE BOMBEIROS

Geralmente as solicitações de socorro feitas ao Corpo de Bombeiros são realizadas


de forma errada, pois o solicitante não fornece informações reais e muitas vezes estas são
incompletas, atrasando o auxílio à população.
As solicitações ocorrem de forma verbal (pessoalmente) e, em sua maior parte, via
telefone. O telefone de solicitação é o 193, existindo ainda outras linhas telefônicas em
cada quartel, destinadas exclusivamente para o socorro.

 Mantenha sempre o número do telefone do Corpo de Bombeiros, junto ao aparelho


telefônico. Mesmo que você saiba combater um incêndio, não deixe de avisar à Corporação
imediatamente.

Em caso de socorro, o solicitante deverá nos fornecer os seguintes dados:

- TIPO DE EVENTO (incêndio, colisão de veículos, escapamento de gás, etc.);


- ENDEREÇO DO EVENTO (com referências do local – Ex.: próximo ao
supermercado tal, no cruzamento da rua tal);
- TELEFONE PARA CONFIRMAÇÃO DO AVISO.

Obs.: Quanto mais completas forem as informações, mais rápido e de forma mais eficaz
será efetuado o socorro.

 Jamais passe “TROTE” para o Corpo de Bombeiros. Quando alguém passa um “trote”
está comprometendo a vida de uma outra pessoa que está necessitando com a máxima
urgência do Corpo de Bombeiros. Lembre-se que a vítima pode ser você, ou alguém de sua
família;

É dever de cada Bombeiro Mirim


instruir todas as crianças e
adolescentes a não passarem
“trotes”!!!

 A ambulância do Corpo de Bombeiros somente atende a acidentes em via pública, como


por exemplo, atropelamento, queda de moto, colisão de veículos. Dentro de residências, o
atendimento é feito por ambulâncias de Hospitais Municipais, Estaduais ou particulares.

UNIDADE II – SALVAMENTO
18
CAPÍTULO I

GÁS LIQÜEFEITO DE PETRÓLEO (GLP)

1. INSTALAÇÃO
Os componentes para a instalação do botijão de gás são:
 Mangueira: Deve ser de plástico PVC transparente, estar dentro do prazo de validade e
ser certificada pelo INMETRO.
 Braçadeiras: Servem para fixar a mangueira no fogão e no regulador de pressão do
botijão. Nunca use arame, esparadrapo ou outro material no lugar de braçadeiras.
 Regulador de pressão: É a peça que regula a passagem do gás do botijão para a
mangueira.
 Botijão: Vasilhame cilíndrico, que acondiciona o GLP, sendo 85% na forma líquida e
15% na forma gasosa.

2. PARA SUA SEGURANÇA:


 Compre botijões somente com empresas credenciadas. Evite as clandestinas;
 Verifique o estado do botijão ao recebê-lo. Se houver dúvidas quanto ao seu peso ou
qualidade, aproveite a presença do entregador e peça para trocá-lo. O botijão não pode
estar amassado, enferrujado ou apresentar qualquer outro tipo de danificação;
 Nunca instale o botijão próximo a ralos ou grelhas de escoamento de água. Por ser mais
pesado que o ar, o gás pode se infiltrar em seu interior e explodir;
 Nunca coloque os botijões em compartimentos fechados e sem ventilação (armários,
gabinetes, vãos de escada, porões, etc.).

2.1 Antes de trocar o botijão, certifique-se de que:


 Todos os botões dos queimadores estão desligados;
19
 O local está bem ventilado e livre de qualquer tipo de fogo (velas, fósforos, cigarros).

2.2 Em seguida faça a troca:


 Feche o registro de gás;
 Retire o lacre do botijão cheio;
 Retire o regulador do botijão vazio;
 Segure o bico do regulador na posição vertical e encaixe-o na válvula do botijão cheio;
 Gire a borboleta do regulador para a direita, até ficar firme.

 Use apenas as mãos para rosquear a borboleta do regulador; nunca utilize ferramentas.
 Ao rosquear a borboleta, evite inclinar o regulador, mantendo-o sempre na posição
vertical.
 Após a instalação do botijão, verifique se há vazamento de gás aplicando espuma de
sabão na junção do regulador com a válvula do botijão.

 Se houver vazamento, começarão a se formar bolhas na espuma. Neste caso, feche


imediatamente o registro de gás.
Obs.: Nunca use fósforos ou qualquer tipo de chama para verificar se há vazamento.

3. COMO ACENDER O FOGÃO E O FORNO


 Abra o registro de gás do botijão;
 Abra a porta do forno se for usá-lo;
 Acenda o fósforo;
 Aproxime o fósforo aceso do queimador que vai ser usado;
 Gire o botão do queimador.

Obs.: Acostume-se a acender o fósforo antes de girar o botão. Se você girar o botão
primeiro, o gás começa a sair imediatamente, o que pode ser perigoso.
20
Lembre-se:
 Ao comprar o regulador de pressão e a mangueira, verifique se possuem a identificação
do INMETRO gravada. Não use outro tipo de material;
 Ao sair de casa, feche o registro de gás e nunca deixe panela no fogo aceso;

 Não permita que as crianças tenham acesso ao fogão;


 Não coloque cortinas, panos de prato ou outros materiais que possam pegar fogo junto
ao fogão ou sobre o botijão;
 Não tente eliminar vazamento de maneira improvisada com sabão, cera, etc.

4. COMO PROCEDER EM CASOS DE EMERGÊNCIAS

4.1 Vazamento de gás sem fogo


 Feche o registro de gás;
 Afaste as pessoas do local;
 Não acione interruptores de eletricidade;
 Desligue a chave geral de eletricidade somente se ela estiver fora da residência;
 Não fume nem acenda fósforos ou isqueiros;
 Se ocorrer em ambiente fechado, abra portas e janelas;
 Entre em contato com a empresa distribuidora de gás e, em casos mais graves, com o
Corpo de Bombeiros.

4.2 Vazamento de gás com fogo


 Se possível, feche o registro de gás;
 Afaste as pessoas do local;
 Desligue a chave geral da eletricidade;
 Retire do local os materiais combustíveis que puder;
 Chame o Corpo de Bombeiros.

CAPÍTULO II
21
ELEVADORES
O elevador é uma máquina de transporte extremamente útil, mas seu uso requer
cuidados para evitar acidentes, que muitas vezes são fatais.

1. O QUE VOCÊ NÃO DEVE FAZER


 Puxar a porta do pavimento sem a presença da cabina no andar;
 Apressar o fechamento das portas;
 Apertar várias vezes o botão de chamada;
 Fumar dentro do elevador;
 Fazer movimentos bruscos dentro do elevador;
 Lotar o elevador com o peso acima do permitido;
 Colocar as mãos na porta;
 Entrar no elevador, enquanto a porta se abre;
 Bloquear o fechamento das portas com objetos.

Obs.: As crianças devem usar o elevador com segurança. Evite que elas usem o
elevador sozinhas. Elevador não é lugar de brincadeiras!

 Exija do responsável pelo prédio que o acesso à porta do elevador seja bloqueado
quando ele estiver em reparos ou revisão técnica.

Atenção!

22
Em caso de incêndio, não utilize os elevadores. O abandono do edifício deve ser feito pelas
escadas.

2. SE O ELEVADOR PARAR ENTRE ANDARES, OS OCUPANTES DEVEM:


 Manter a calma, pois o perigo não é iminente;
 Acionar o botão de alarme e/ou utilizar o interfone para pedir ajuda;
 Solicitar que chamem o zelador e, se necessário, a empresa conservadora ou o Corpo
de Bombeiros;

 Não force as portas, nem tente sair por conta própria;

 Se o elevador parar entre andares e a porta abrir, não tente sair pela abertura. O
elevador pode voltar a funcionar no momento em que você estiver saindo. Aguarde o
nivelamento com o andar.

3. NUNCA SE AFOBE AO TOMAR O ELEVADOR!


23
 Quando a porta do elevador abrir, preste atenção. Antes de entrar, verifique que a
cabina do elevador está no andar. Falhas mecânicas permitem, às vezes, que a porta
abra sem a presença do elevador, o que já provocou muitos acidentes fatais.

 Entre no elevador e saia dele devagar, para evitar colisão com outros usuários. Não
tente entrar no elevador enquanto os ocupantes estiverem saindo;
 Ao entrar no elevador e ao sair dele, cuidado para não tropeçar nos degraus que se
formam quando ele não pára no mesmo nível do pavimento.

CAPÍTULO III

24
PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRÂNSITO

1. NÚMEROS DO TRÂNSITO NO BRASIL


Os acidentes de trânsito são as principais causas de mortes dos 5 aos 49 anos; 92%
dos acidentes ocorrem por falha humana e, destes, 35% por uso de álcool. Cerca de 88%
dos acidentes ocorrem nas cidades, sendo que 70% nos primeiros 10 minutos ao volante. A
cada 10 acidentes, duas vítimas ficam gravemente feridas, com lesões complexas e com
seqüelas de difícil tratamento. Aproximadamente 76% dos acidentes ocorrem em
velocidade inferior a 40Km/h, que corresponde a uma queda do 2º andar.

2. RECOMENDAÇÕES
 Use sempre o cinto de segurança, tanto nas estradas quanto nas cidades e nos trechos
curtos;
 Ajuste o cinto confortavelmente para você e, se necessário, procure uma oficina
mecânica para este serviço;
 Mantenha as crianças sempre no banco de trás: acima de 5 anos, sentadas em
almofadas altas e rígidas, com o cinto de segurança afivelado; crianças menores
sempre na cadeirinha própria, com os cintos de veículo e o da cadeirinha afivelados;
 Não dirija cansado ou após ingerir certos remédios, álcool ou drogas. Os hospitais estão
superlotados e com carência de recursos humanos e materiais;
 Nas motocicletas, use o capacete e as vestimentas adequadas e não transite entre
veículos;
 Respeite as Leis de Trânsito.

PREVENIR É MELHOR DO QUE INTERNAR, OPERAR OU REMEDIAR

3. QUAIS AS FUNÇÕES DO CINTO DE SEGURANÇA?


Havendo a colisão do veículo contra o obstáculo, ocorrem duas outras colisões que o
cinto evita: a do ocupante contra o veículo e dos órgãos contra a parede do corpo, evitando
assim traumas do crânio, do tórax e do abdômen mantendo os ocupantes em posição e
conscientes, o que facilitará a ajuda e o socorro aos envolvidos. Além disso, permite maior
controle do veículo em situações perigosas. O motorista solto escorrega e perde o controle
do veículo nesses casos.

4. CONSCIENTIZAÇÃO NO TRÂNSITO
 O cinto retrátil de 3 pontos é o mais indicado;
 O "air bag" não substitui o cinto. Use-os juntos;

25
 O cinto não prenderá os ocupantes no veículo e raramente provocará lesões por seu
uso.

5. JUSTIFICATIVAS PARA USO DO CINTO DE SEGURANÇA


Os traumas diretos, causados pelos veículos e destes contra os pedestres, são
responsáveis por 50% da ocupação dos leitos hospitalares públicos no Brasil.
Nas freadas bruscas, os ocupantes do veículo colidem principalmente nas crianças
que, se soltas, por serem mais leves, tornam-se vítimas freqüentes.

6. PROCEDIMENTOS DOS PEDESTRES


O posicionamento do pedestre na calçada, antes de atravessar uma via pública é
muito importante. O pedestre nunca deverá se posicionar atrás de bancas de jornais,
árvores, ônibus parados no ponto, e sim, deverá ficar na calçada em posição que o
motorista o veja.
O pedestre expõe-se a riscos, ao tentar compartilhar as vias com os veículos. Tome
muito cuidado em estradas e principalmente nos centros comerciais. Muitos pedestres não
percebem suas limitações (especialmente aqueles que não sabem dirigir) e correm riscos
excessivos, ao atravessarem fora da faixa de pedestres, não usando as passarelas ou
quando o sinal está aberto para os veículos.
Existem dados que comprovam que o pedestre é indisciplinado, distraído e cria
situações tais, que prejudicam sua segurança. O número de pedestres envolvidos em
acidentes de trânsito indica o quanto as pessoas ainda não conhecem as leis, pois, não
compreendendo a posição dos motoristas, as limitações dos veículos e suas próprias,
atiram-se em situações arriscadas e que nem sempre têm um final feliz. O pedestre bem
educado respeita as regras de trânsito. Sabe que não deve usar as vias indevidamente.

7. SINALIZAÇÃO SEMAFÓRICA
A sinalização semafórica tem a função de efetuar o controle do trânsito através de
indicações luminosas, alternando o direito de passagem dos vários fluxos de veículos e/ou
pedestres.
As cores das luzes são dispostos verticalmente e estabelecidas da seguinte forma:

 Para Controle de Fluxo de Pedestres:


Vermelha – Indica que os pedestres não podem atravessar.
Vermelha Intermitente – Indica que a fase durante a qual podem passar os pedestres está
a ponto de terminar. Isto indica que os pedestres não poderão começar a cruzar a via e os
pedestres que hajam iniciado a travessia na fase verde se desloquem o mais breve
possível, para o refúgio seguro mais próximo.
Verde – Indica que os pedestres podem passar.

 Para Controle de Fluxo de Veículos:


Vermelha – Indica obrigatoriedade de parar.
Amarela – Indica “atenção” , devendo o condutor parar o veículo, salvo se isto
resultar em situação de perigo para os veículos que vêm atrás.
Verde – Indica permissão de prosseguir na marcha, efetuando, o condutor, a
operação indicada pelo sinal luminoso.

UNIDADE III – PRIMEIROS SOCORROS

26
CAPÍTULO I

SUPORTE BÁSICO DE VIDA

1. CONCEITO
Podemos conceituar primeiros socorros, como sendo a atenção imediata prestada a
uma pessoa, cujo seu estado (físico ou emocional) coloca em perigo sua vida.

2. FINALIDADE
Entre as finalidades da aplicação dos primeiros socorros, os mais importantes são:
manter funções vitais presentes, evitar o agravamento das condições da vítima,
providenciar assistência médica qualificada.
Como característica dos socorros de emergência, podemos evidenciar que o
socorrista sempre deve ter em mente três passos:
 O que deve procurar;
 O que deve fazer e o que não fazer;
 Como fazer.

Após a aprendizagem de Primeiros Socorros, o socorrista terá a capacidade de:


 Prevenir acidentes;
 Ter segurança face às emergências;
 Caso necessário, conseguir ajuda qualificada;
 Prevenir danos maiores aos já detectados;
 Salvar vidas.

Ao falarmos de Primeiros Socorros, temos a plena consciência de que cada acidente


possui características e circunstâncias particulares, contudo há medidas que devem sempre
ser tomadas pelo socorrista em todas as situações:

a)Assumir a situação:
 Evite o pânico;
 Obtenha ajuda de outras pessoas, dando ordens claras e concisas;
 Não tente resolver o problema sozinho; sempre que necessário, solicite reforço para o
local;
 Mantenha curiosos afastados, evitando assim confusões e maiores danos. Assim o
socorrista poderá atuar melhor.

b) Proteja o acidentado:
 Observe o local onde se encontra o acidentado, visando à exclusão ou diminuição de
possíveis riscos para o socorrista e acidentado (fios elétricos, animais, tráfego). Caso
necessário, mude o acidentado de lugar. Identifique pessoas capazes de desviar o
trânsito ou construir uma proteção provisória;
 Caso o acidentado encontre-se vomitando, colocá-lo na posição lateral de segurança.

3. ABORDAGEM AO ACIDENTADO

3.1 Exame Primário


27
Consiste em avaliar o acidentado quanto a tudo o que puder causar risco de vida:
 Verificar o estado de consciência da vítima;
 Proceder a leve extensão do pescoço da vítima (evite alongar exageradamente o
pescoço pois a vítima pode ter uma lesão na coluna cervical);
 Desobstruir vias aéreas de qualquer corpo estranho. Ex.: bala, dentadura, dentes,
chicletes, língua, etc. A queda da língua é uma das principais causas de morte em
acidentes de trânsito.
 Observar se a vítima encontra-se com parada respiratória ou cardíaca; caso positivo,
iniciar imediatamente a RCP (Reanimação Cárdio-Pulmonar);
 Observar quanto a temperatura da vítima, aquecê-la com cobertores ou lençóis, se for
necessário.

3.2 Exame Secundário


É realizado somente quando a vítima apresenta-se estável. Consiste em apalpar
todo o corpo a fim de verificar possíveis traumatismos:
A – Cabeça e face
B – Tronco
C – Membros (superiores e inferiores)

4. PARADA CÁRDIO-RESPIRATÓRIA
Ocorre quando há cessação dos batimentos cardíacos, ocorrendo juntamente com a
parada respiratória.
O socorrista deve diagnosticar e tratar o mais rápido possível, dentro de um período
máximo ou igual a 06 minutos. A eficácia está relacionada a dois importantes fatores:
rapidez e perfeição, com o que é feita a aplicação da RCP.

4.1 Principais causas de uma parada cárdio-respiratória:


 Ataque cardíaco;
 Choque elétrico;
 Intoxicação medicamentosa;
 Obstrução das vias aéreas;
 Estrangulamento;
 Intoxicação por monóxido de carbono.

4.2 Sintomas de uma parada cárdio-respiratória:


 Pulso ausente;
 Insuficiência ou ausência respiratória;
 Midríase (dilatação das pupilas);
 Perda da consciência;
 Palidez e cianose (arroxeamento das extremidades dos dedos, lábios);
 Ausência de batimentos cardíacos.

Conduta diante de uma parada cárdio-respiratória:


4.3
 Certifique-se que a vítima respira ou não;

28
 Iniciar imediatamente com 02 (duas) insuflações caso haja ausência de movimentos
respiratórios ou quando a vítima apresentar dispnéia (dificuldade respiratória) grave;
 Verificar o pulso durante 05 segundos e quais suas características;
 Iniciar a massagem cardíaca.

5. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA RCP


 Posicionamento das mãos;
 Localizar o ponto de compressão que está no terço inferior do externo;
 Exercer pressão sobre o ponto de compressão.
 Colocar a vítima sobre uma superfície plana

Obs.: Crianças recém-nascidas e menores de 1 ano, o posicionamento das mãos e a forma


de proceder a RCP é diferenciada; utilizando-se para tal o apoio do antebraço para apoiar a
criança e com as pontas dos dedos exercer a pressão.

5.1 Instrução para RCP


 Respiração artificial;
 Massagem cardíaca externa.

Atualmente, quando houver um ou dois socorristas para proceder a reanimação:


1º passo: Fazer duas insuflações;
2º passo: Fazer quinze compressões.

2 X 30

Proceder desta forma até a reanimação da vítima ou até que esta receba ajuda
médica qualificada.

CAPÍTULO II
29
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS

1. HEMORRAGIA
Perda de sangue para o meio externo ou interno, ocasionado por ruptura ou
dilaceração de vasos sangüíneos.
Basicamente, os órgãos que compõe o sistema circulatório são o coração e os vasos
sangüíneos, sendo este um circuito fechado.
Temos dois tipos de hemorragias:
 Arterial: Sangue com cor vermelho vivo, que sai em jatos e com grande pressão.
 Venosa: É caracterizada por sangue de cor vermelho escuro, e sai de forma escorrida
(baixa pressão).

1.1 Sinais e sintomas de hemorragia


 Pulso fraco e acelerado;
 Palidez e sudorese;
 Queda de temperatura;
 Náuseas e vômito;
 Sede;
 Desmaio;
 Estado de choque.

1.2 Técnicas para a contenção de hemorragia


a) Compressão direta: Faz-se pressão direta no local onde esteja o ferimento, utilizando-
se gaze ou compressa limpa;
b) Elevação do membro: A elevação da parte lesada a um nível superior ao do coração,
que visa dificultar a saída do sangue pela própria pressão;
c) Curativo compressivo: É feito com uma compressa limpa e esparadrapo;
d) Pontos de pressão: Pressionar determinadas áreas onde se saiba a localização de
artérias e veias;
Obs.: Em todas as técnicas acima citadas, sempre utilizar luvas de proteção individual.

2. FRATURAS
Devemos ter em mente uma consideração simples e bastante distinta entre fratura,
luxações e entorse.
 Entorse: A articulação se desencaixa temporariamente e, logo em seguida, se encaixa
novamente, sem o rompimento dos ligamentos;
 Luxação: Ocorre quando a articulação se desencaixa de sua forma primária, e assim
permanece;
 Fratura: Ocorre quando há a quebra de osso.
As fraturas apresentam-se, basicamente, de duas formas:
 Fechadas: não há um rompimento do tecido com exposição óssea.
 Aberta ou exposta: há o rompimento do tecido com exposição do osso fraturado.

O socorrista deve sempre proceder a imobilização quando suspeitar de fraturas. Da


mesma forma, quando se tratar de entorses ou luxações.

2.1 Sinais e sintomas de vítimas com fraturas


 Forte dor no local, aumentada com o movimento;
 Edema local;
 Hematoma ou equimose;
 Paralisia.

30
2.2 Procedimento do socorrista frente a vítima com fraturas
 Primeiro diagnóstico será quanto ao local e gravidade da fratura;
 Não tentar reduzir as fraturas, pois este é um procedimento médico;
 O socorrista deverá utilizar-se de talas apropriadas e ataduras para proceder a
imobilização. Na falta destes, poderá utilizar-se de materiais como papelão, ripas,
pedaços de pano, cinto e outros de acordo com a criatividade do socorrista.

3. QUEIMADURAS
Queimadura é a lesão térmica ou química dos tecidos. Pode ser produzida por
líquidos ou corpos quentes, por produtos químicos cáusticos, por eletricidade ou por
radiações eletromagnéticas (raios X, radiações nucleares). A pele se queima por exposição
a temperaturas superiores a 50 ºC durante mais de cinco minutos.

3.1 Classificação
As queimaduras são classificadas de acordo com a profundidade em primeiro,
segundo ou terceiro graus. As queimaduras de primeiro grau produzem vermelhidão e dor
(por exemplo, as queimaduras de sol). As de segundo grau apresentam bolhas (por
exemplo, as queimaduras por líquido fervendo). Nas queimaduras de terceiro grau, a pele
se destrói por completo e são atingidos ainda os tecidos subjacentes (subcutâneo, músculo
e até o osso).
A extensão de uma queimadura se expressa segundo a porcentagem da superfície
corporal lesada, conforme figura abaixo:

3.2 Como prevenir:


 Evitar o uso de panelas com cabos voltados para fora do fogão ou frouxos;
 Líquidos a serem fervidos devem ser feitos nas bocas posteriores do fogão;
 Evite utilizar líquidos inflamáveis para acender churrasqueiras;
 Ao fazer frituras, não jogue água sob o óleo quente e coloque alimentos a serem fritos
com muito cuidado na panela;
 Não manuseie balões;
 Panelas de pressão só devem ser abertas depois de resfriadas;
 Ao manusear produtos corrosivos, utilize luvas e outros equipamentos de proteção que
julgar necessários;
 Cuidado com as fontes de energia elétrica. Não as toque.

31
 Evite contato da pele com objetos muito frios.

4. CHOQUE ELÉTRICO
São acidentes provocados por contato com alguma fonte de energia elétrica. O
contato com a fonte de energia pode causar, desde pequenos choques, até queimaduras e
arritmias cardíacas (alteração no ritmo cardíaco) e inconsciência.

4.1 Como prevenir:


 Não tocar em tomadas.
 Caso faça reparos elétricos ou instalações de aparelhos desta natureza, certifique-se de
haver desligado a chave geral.

 Quando houver falta de energia, desligue os aparelhos na tomada para evitar curto-
circuito, quando a energia voltar;
 Utilize luvas isolantes e botas, sempre que for lidar com eletricidade;
 Não colocar aparelhos energizados em contato com a água;
 Use suportes nas tomadas de energias, eles evitam que crianças introduzam objetos de
metal nos orifícios das tomadas;

 Ao soltar pipas, tome o cuidado com a rede elétrica. Um choque elétrico pode provocar
a morte de uma pessoa;

 Tomar cuidado ao manusear baterias de automóveis bem como alternadores, pois


podem provocar choques de alta intensidade;
 Faça sempre manutenção de instalações e aparelhos elétricos;
 Não manuseie equipamentos elétricos com as mãos ou partes do corpo molhadas;

32
Obs.: Quando uma pessoa estiver sendo eletrocutada, não a toque! Remova a fiação
elétrica com materiais isolantes.

5. ENVENENAMENTO OU INTOXICAÇÃO
São acidentes que ocorrem, geralmente, envolvendo substâncias de uso diário.
Podem ser causadas pela ingestão de alimentos, plantas venenosas e etc.

 O que é veneno?
Veneno ou toxina é a substância que introduzida no corpo em quantidade
suficiente, podem causar danos temporários ou permanentes. Eles podem ser ingeridos,
inalados, absorvidos pela pele, introduzidos nos olhos ou injetados. Os sinais ou sintomas
variam com as toxinas e o modo como ela penetrou no corpo.

5.1 Locais e Produtos Potencialmente Tóxicos em Casa


 Cozinha: sabão, detergentes, desentupidores e desinfetantes;
 Área de Serviço, despensa ou garagem: ceras, fertilizantes, solventes, tintas, alvejantes,
inseticidas, raticidas, álcool, gás de cozinha, sabão em pó;
 Sala: plantas ornamentais, bebidas alcoólicas;
 Quarto: perfumes, inseticidas, naftalina ou remédios;
 Banheiro: cosméticos, remédios, talco, desodorantes, água de colônia;
 Jardim: plantas ornamentais, aranhas, escorpiões, cobras e outros insetos.

5.2 Como prevenir:


 Mantenha longe das crianças: medicamentos e produtos de limpezas;
 Mantenha os produtos em embalagens originais;
 Siga as instruções dos fabricantes: leia o rótulo ou a bula antes de usar qualquer
produto;
 Não guarde resto de medicamentos, produtos químicos velhos ou com embalagens
danificadas;
 Feche armários com medicamentos, bebidas alcoólicas, e de limpeza;
 Não pratique automedicação. Qualquer medicamento pode ser perigoso.
 Mantenha plantas tóxicas ou desconhecidas, longe do alcance das crianças;
 Ensine as crianças a não colocarem plantas na boca;
 Conheça as plantas que tem em casa pelo nome e características;
 Não coma plantas desconhecidas. Lembre-se que não há regras ou testes seguros para
distinguir as plantas comestíveis das venenosas. Nem sempre o cozimento elimina a
toxicidade da planta.

33
UNIDADE IV – DEFESA CIVIL

CAPÍTULO I

CONCEITO DE DEFESA CIVIL

1. O QUE É DEFESA CIVIL?


De uma forma intuitiva, Defesa Civil é um conjunto de medidas que tem por
finalidade prevenir e limitar, em qualquer caso, os riscos e perdas a que estão sujeitas às
pessoas, seus bens e recursos, em conseqüência de fatos adversos de toda a espécie.
Quando você socorre alguém, em qualquer situação, está praticando Defesa civil.
É claro que existem órgãos, como o Corpo de Bombeiros, a Policia Militar e os
Hospitais, capacitados para socorrer as populações. Contudo, você precisa compreender
que a sua participação é igualmente importante na ajuda a comunidade.

2. HISTÓRICO
E tudo começou a muito tempo, quando o homem apareceu no mundo, logo
compreendeu que havia muitas coisas que lhe poderiam fazer mal. Entendeu então que a
melhor maneira de se proteger seria o trabalho em conjunto, com parentes e amigos,
visando o bem comum através da ajuda mútua. A prática de Defesa Civil é a união das
pessoas, protegendo a si própria, a família, a cidade em que vive. O homem sempre foi
vítima de calamidades, nas grandes cidades ou nas cidades do interior. Enchentes,
tempestades, desabamentos, incêndios, acidentes rodoviários, pânico em grandes
concentrações de pessoas, acidentes em instalações industriais e tantos outros acontecem
constantemente no mundo.

3. PERÍODOS DE ATUAÇÃO DA DEFESA CIVIL


Antes de apresentarmos as fases da Defesa Civil, faz-se necessário dizer que a
atuação dos Órgãos de Defesa Civil se processa em dois distintos períodos: de
normalidade e de anormalidade.

4. FASES DA ATUAÇÃO DA DEFESA CIVIL

PREVENÇÃO AOS DESASTRES: Corresponde ao período de normalidade;


PREPARAÇÃO PARA EMERGÊNCIA E DESASTRE: Corresponde ao início do
período de anormalidade;
RESPOSTA AOS DESASTRES: Nela já se tem uma avaliação mais real do fato e de
suas conseqüências;
RECONSTRUÇÃO: É a mais longa das fases. Suas atividades visam o retorno da
normalidade.

34
4.1 Desdobramento das Fases

• Prevenção aos desastres


1. Ação de atividade comunitária;
2. Ação de proteção.

• Preparação para Emergência e desastres


1. Ação de socorro;
2. Ação de proteção.

• Resposta aos Desastres


1. Ação de assistência comunitária;
2. Ação de assistência local.

• Reconstrução
1. Ação recuperativa;
2. Ação preventiva.

5. A DEFESA CIVIL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


Em nosso Estado, existe um órgão que se preocupa, exclusivamente, em ajudar
você, sua família e sua cidade: o Departamento Geral de Apoio Comunitário (DGAC), que
trata das enchentes, deslizamentos de barreiras, desabamentos, problemas de grandes
multidões, pessoas desabrigadas e grandes acidentes ocorridos no Estado.
Como não poderia deixar de ser, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de
Janeiro (CBMERJ) presta uma grande ajuda ao DGAC. Em um Grupamento de Bombeiro
Militar, foi instalado uma Coordenadoria Regional de Defesa Civil (REDEC), que visa
coordenar, de forma integrada, os Municípios vizinhos em casos de mobilização de mais de
um deles.

35
CAPÍTULO II

ENCHENTES
1. COMO AGIR DURANTE UMA ENCHENTE:
 A chuva inundou a cidade e você está em local seguro. Não se aventure a enfrentar
correntezas e inundações. Os riscos são muito grandes.

 Se você precisar mesmo sair, sintonize as rádios que divulgam informações sobre o
tempo e as áreas afetadas por alagamentos. Faça o seu roteiro de deslocamento
evitando esses locais.

 Se a água invadir sua casa, saia e procure um local seguro.


 Não passe por áreas alagadas.

 Caminhe na calçada junto aos muros e longe dos postes.


36
 Não passe por pontes improvisadas.

 Cuidado com as águas e a lama das enchentes, pois podem transmitir doenças.
 Não deixe seu filho brincar nas águas das chuvas e enxurradas.

 Ajude a evitar enchentes:


• Mantendo limpos os ralos e calhas;
• Não jogando lixo ou entulho em bueiros, rios e galerias.

CAPÍTULO III

37
PERIGO DOS BALÕES

SOLTAR BALÕES É CRIME!

De acordo com a Lei de Crimes Ambientais, Lei Nº 9.065, de fevereiro de 1998,


soltar balões é "crime" como também fabricar, vender ou transportar. A pena prevista é
de detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

O balão pode cair aceso em florestas, residências e indústrias, causando um grande


incêndio e, assim, ameaçando o nosso meio ambiente e até mesmo colocando a
integridade física e a vida das pessoas em risco.

Entre os inúmeros contratempos que representam, os balões podem ainda oferecer


sérios riscos à aviação, principalmente, às pequenas aeronaves.

“ A brincadeira de alguns pode ser a tristeza de muitos! ”

UNIDADE V – CIDADANIA

38
CAPÍTULO I
HINO NACIONAL BRASILEIRO

Letra: Joaquim Ozório Duque Estrada


Música: Francisco Manuel da Silva

I II

Ouviram do Ipiranga às margens plácidas Deitado eternamente em berço esplêndido


De um povo heróico o brado retumbante, Ao som do mar e à luz do céu profundo,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Se o penhor dessa igualdade Do que a terra mais garrida


Conseguimos conquistar com braço forte, Teus risonhos, lindos campos têm mais
Em teu seio, ó liberdade, flores;
Desafia o nosso peito a própria morte! “Nossos bosques têm mais vida”,
“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.
Ó Pátria amada,
Idolatrada, Ó Pátria amada,
Salve! Salve! Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança a terra desce Brasil, de amor eterno seja símbolo
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, O lábaro que ostentas estrelado,
A imagem do cruzeiro resplandece. E diga o verde-louro desta flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso, Mas, se ergues da justiça a clava forte,
E o teu futuro espelha essa grandeza! Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil, Terra adorada,
És tu, Brasil, Entre outras mil,
Ó Pátria amada! És tu, Brasil,
Dos filhos deste solo és mãe gentil, Ó Pátria amada!
Pátria amada Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Brasil! Pátria amada
Brasil!

39

Você também pode gostar