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DE BEBIDAS
Vitor Skif
Origem do bar e
coquetelaria clássica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
As bebidas alcoólicas estão na essência das comemorações sociais desde
os primórdios da civilização, e seus fins relaxantes as tornaram presentes
em ritos de naturezas distintas. Desde que os primeiros grupos come-
çaram o cultivo de grãos com a vinda da agricultura, pode-se admitir a
relevância que elas tiveram ao prazer humano. Entretanto, é difícil saber
as origens mais remotas dos bares, pois elas se confundem com as da
alimentação e da humanidade.
Todavia, os locais para venda de alimentos têm existência milenar,
pois a troca de produtos entre os povos ocorre há mais de 10 mil anos.
Existem muitas versões sobre os primeiros estabelecimentos que teriam
as características dos bares atuais já na Antiguidade, assim, eles datam de
muitos séculos, recebendo diversas designações durante esse período.
Já em relação à origem da coquetelaria, coexistem teorias fascinantes
e arriscadas para elucidar seu nascimento e sua popularização. O que
não deixa dúvida é seu poder de atração, entretenimento e celebração,
abarrotado de simbolismos.
Neste capítulo, você estudará a origem e os principais tipos de bar,
o surgimento e a classificação dos coquetéis, bem como os coquetéis
clássicos mais notórios.
2 Origem do bar e coquetelaria clássica
Atualmente, cada vez mais atrativos são oferecidos pelo bar, o qual atua como ambiente
social integrador, tornando-se ponto de referência e, às vezes, conhecido por seus
clientes famosos ou personalidades, pelo cardápio ou pelas especialidades gastro-
nômicas. Seu serviço deve ser concebido com uma visão profissional, o que requer
uma avaliação objetiva sobre sua forma de atuação, o público-alvo, a localização, o
cardápio de comidas e bebidas oferecidas, bem como as expectativas comerciais desse
tipo de empreendimento. Para saber mais como montar um bar, acesse o link a seguir.
https://qrgo.page.link/YyQR
Tipologia
Não é preciso enumerar uma vasta lista de qualidades e credenciais para que
um local seja denominado de bar, mas ele se caracteriza por ser um lugar
4 Origem do bar e coquetelaria clássica
Para saber mais sobre a instituição britânica pub, acesse o link a seguir.
https://qrgo.page.link/RjLH
No Brasil, o tipo mais conhecido de bar é o botequim, onde os clientes são geralmente
servidos de pé. As bebidas mais consumidas incluem a cerveja, o chope, a cachaça e
o tradicional café (FREITAS; NOVAKOSKI; FREUND, 2012).
Você sabe qual a relação da proibição de bebidas alcoólicas na Lei Seca com o surgi-
mento da coquetelaria e a profissão do bartender?
Em 1920, para salvar o país de problemas relacionados à pobreza e violência, a
Constituição norte-americana estabeleceu a Lei Seca, uma medida que proibia a
produção, o comércio e o consumo de toda bebida alcoólica no seu território, mas
a comercialização não cessou. Assim, o negócio ilegal ficou a cargo da máfia, que
montava os bares em porões secretos, chamados de speakeasy. Havia ainda um homem
de confiança da máfia responsável pelas bebidas e pelo sigilo, que era discreto, de
raciocínio rápido e criativo, dando origem oficialmente à coquetelaria e profissão do
bartender. A lei foi revogada em 1933, já a crise de 1929 ajudou na liberação de bebidas
como uma alternativa para gerar novos empregos no país.
Para saber mais sobre o período da Lei Seca, assista ao vídeo no link a seguir.
https://qrgo.page.link/sM9N
Coquetel é a mistura de bebidas alcoólicas entre si ou com outras que não o sejam,
adicionada a vários elementos aromáticos ou sápidos. Apesar de ser breve, essa defi-
nição abrange vários aspectos. Você nunca pode determinar com segurança quais os
ingredientes utilizados na sua preparação, nem suas quantidades, se não compreender
sua função ou não souber os fins que deve atingir (MARQUES, 2002).
Figura 4. Cosmopolitan.
Fonte: Shyripa Alexandr/Shutterstock.com.
Classificação
Conforme analisado, em um conceito genérico, o coquetel é a mistura de
duas ou mais bebidas alcoólicas ou não, que segue algumas regras básicas
que determinam sua categoria, modalidade, finalidade e grupo, tendo como
princípio a dosagem, temperatura, forma de preparo, classificação e peculia-
ridade, conforme exposto por Pacheco (2005) a seguir.
Categorias
Modalidades
Finalidades
Grupos
60 mL de gim.
10 mL de vermute seco branco.
Casca de limão ou azeitonas para decorar.
Gelo.
Copo — taça martini (o coquetel é coado).
Categoria — short drink.
Modalidade — mexido.
Finalidade — estimulante do apetite.
30 mL de gim.
30 mL de campari.
30 mL de vermute doce vermelho.
½ rodela de laranja.
Gelo.
Copo — old fashioned (o coquetel é servido com gelo).
Categoria — short drink.
Modalidade — montado.
Finalidade — estimulante do apetite.
Figura 6. Negroni.
Fonte: Oleg VD/Shutterstock.com.
40 mL de vodca.
20 mL de licor de pêssego.
40 mL de suco de cranberry.
40 mL de suco de laranja.
1 rodela de laranja.
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Gelo.
Copo — long drink (hurricane, servido com gelo).
Categoria — long drink.
Modalidade — montado.
Finalidade — refrescante.
70 mL de tequila.
40 mL de cointreau.
30 mL de suco de limão fresco.
Sal (para a crusta).
Gelo.
Copo — fiesta ou coupette crustada com limão e sal (o coquetel é
servido coado).
Categoria — short drink.
Modalidade — batido.
Finalidade: estimulante do apetite e para todos os dias.
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Figura 8. Margarita.
Fonte: pilipphoto/Shutterstock.com.
40 mL de rum prata.
30 mL de suco de limão fresco.
6 folhas de hortelã.
2 colheres de chá de açúcar.
Água com gás para completar.
Gelo.
Copo — long drink stick (servido com gelo).
Categoria — long drink.
Modalidade — montado.
Finalidade — refrescante.
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Figura 9. Mojito.
Fonte: Anna_Pustynnikova/Shutterstock.com.
45 mL de dose de vodca.
90 mL de suco de tomate.
15 mL de suco de limão.
2 a 3 gotas de molho inglês.
Tabasco, pimenta caiena e sal para temperar.
1 talo fino de aipo.
Gelo.
Copo — long drink high ball (servido com gelo).
Categoria — long drink.
Modalidade — montado.
Finalidade — refrescante e nutritivo.
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60 mL de espumante prosecco.
40 mL de aperol (bitter de laranja).
Água com gás para completar.
Club soda ou água com gás.
1 rodela de laranja.
Gelo.
Copo — taça de vinho branco (o coquetel é servido com gelo).
Categoria — long drink.
Modalidade — montado.
Finalidade — refrescante.
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50 mL de vodca.
20 mL de licor de café.
Gelo.
Copo — old fashioned (o coquetel é servido com gelo).
Categoria — short drink.
Modalidade — montado.
Finalidade — digestivo.
Para fazer o white russian, adicione creme de leite fresco levemente
batido e misture com os outros ingredientes delicadamente.
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30 mL de rum prata.
90 mL de suco de abacaxi.
30 mL de leite de coco.
1 rodela de abacaxi para decorar.
1 unidade de cereja em calda para decorar.
Gelo.
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30 mL de cognac (brandy).
30 mL de licor de cacau.
30 mL de creme de leite.
Noz-moscada ralada na hora para decorar.
Gelo.
Copo — taça martini (o coquetel é coado nela).
Categoria — short drink.
Modalidade — batido.
Finalidade — digestivo e nutritivo.
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45 mL de vodca.
120 mL de cerveja de gengibre.
5 mL de suco de limão.
1 fatia de limão.
Gelo.
Copo — caneca de cobre (o coquetel é servido com gelo).
Categoria — long drink.
Modalidade — montado.
Finalidade — refrescante.
No Brasil, devido à dificuldade de encontrar a cerveja de gengibre, os
bartenders adaptaram a receita, substituindo-a por xarope ou espuma
de gengibre e decorando a superfície do coquetel.
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50 mL de uísque de centeio.
20 mL de vermute vermelho.
1 dash de angostura.
Gelo.
Cereja para decorar.
Copo — taça martini (o coquetel é coado nela).
Categoria — short drink.
Modalidade — mexido.
Finalidade — estimulante do apetite.
Dash significa uma gotejada do ingrediente e é uma medida pouco precisa, que
corresponde a cerca de 1 mL de líquido. Você não pode confundi-la com splash ou a
popular “espirrada”, que deve ter cerca de 2 a 3 mL.
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A caipirinha é o único coquetel brasileiro inserido no IBA e o mais famoso do país, sendo
um elo de identificação cultural para os estrangeiros que visitam o Brasil. Acredita-se
que ele tenha surgido no interior de São Paulo (o que explicaria seu nome) como
um remédio contra a gripe espanhola, em 1918. A bebida era à base de limão, mel e
alho, mas atualmente a receita inclui 50 mL de cachaça, ½ limão fresco cortado em 4
fatias, 2 colheres de chá de açúcar e bastante gelo. Seu método de preparo é direto
no copo (old fashioned ou Ilha Bela), com a maceração do limão com o açúcar, que
depois recebe o gelo e a cachaça.
Já para uma caipiroska, use vodca em vez da cachaça; e para uma sakerita, utilize
saquê.
https://qrgo.page.link/AA45
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Leituras recomendadas
PACHECO, A. O. Manual do bar. 6. ed. São Paulo: Senac, 2008. 230 p.
RICCETTO, L. N. Uma dose de conhecimento sobre bebidas alcoólicas. Distrito Federal:
Senac, 2011. 260 p.
THE UNFORGETTABLES. International Bartenders Association, Singapore, [2015]. Disponível
em: https://iba-world.com/iba-cocktails/. Acesso em: 18 abr. 2019.