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Anexo I:

Precedentes:

STJ Súmula nº 383 - 27/05/2009 - DJe 08/06/2009

Competência - Processo e Julgamento - Ações Conexas de Interesse de


Menor

"A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de


menor é, em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda."

01) Adoção por casais homoafetivos:

RECURSO ESPECIAL Nº 889.852 - RS (2006/0209137-4)


RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO
RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE
DO SUL
RECORRIDO : L M B G
ADVOGADO : MÔNICA STEFFEN - DEFENSORA PÚBLICA

DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. ADOÇÃO DE MENORES POR CASAL


HOMOSSEXUAL. SITUAÇÃO JÁ CONSOLIDADA. ESTABILIDADE DA
FAMÍLIA. PRESENÇA DE FORTES VÍNCULOS AFETIVOS ENTRE OS
MENORES E A REQUERENTE. IMPRESCINDIBILIDADE DA
PREVALÊNCIA DOS INTERESSES DOS MENORES. RELATÓRIO DA
ASSISTENTE SOCIAL FAVORÁVEL AO PEDIDO. REAIS VANTAGENS
PARA OS ADOTANDOS. ARTIGOS 1º DA LEI 12.010/09 E 43 DO
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. DEFERIMENTO DA
MEDIDA.
1. A questão diz respeito à possibilidade de adoção de crianças por parte de
requerente que vive em união homoafetiva com companheira que antes já
adotara os mesmos filhos, circunstância a particularizar o caso em
julgamento.
2. Em um mundo pós-moderno de velocidade instantânea da informação,
sem fronteiras ou barreiras, sobretudo as culturais e as relativas aos
costumes, onde a sociedade transforma-se velozmente, a interpretação da
lei deve levar em conta, sempre que possível, os postulados maiores do
direito universal.
3. O artigo 1º da Lei 12.010/09 prevê a "garantia do direito à convivência
familiar a todas e crianças e adolescentes". Por sua vez, o artigo 43 do ECA
estabelece que "a adoção será deferida quando apresentar reais vantagens
para o adotando e fundar-se em motivos legítimos".
4. Mister observar a imprescindibilidade da prevalência dos interesses dos
menores sobre quaisquer outros, até porque está em jogo o próprio direito de
filiação, do qual decorrem as mais diversas consequencias que refletem por
toda a vida de qualquer indivíduo.
5. A matéria relativa à possibilidade de adoção de menores por casais
homossexuais vincula-se obrigatoriamente à necessidade de verificar qual é
a melhor solução a ser dada para a proteção dos direitos das crianças, pois
são questões indissociáveis entre si.
6. Os diversos e respeitados estudos especializados sobre o tema, fundados
em fortes bases científicas (realizados na Universidade de Virgínia, na
Universidade de Valência, na Academia Americana de Pediatria), "não
indicam qualquer inconveniente em que crianças sejam adotadas por casais
homossexuais, mais importando a qualidade do vínculo e do afeto que
permeia o meio familiar em que serão inseridas e que as liga a seus
cuidadores".
7. Existência de consistente relatório social elaborado por assistente social
favorável ao pedido da requerente, ante a constatação da estabilidade da
família. Acórdão que se posiciona a favor do pedido, bem como parecer do
Ministério Público Federal pelo acolhimento da tese autoral.
8. É incontroverso que existem fortes vínculos afetivos entre a recorrida e os
menores – sendo a afetividade o aspecto preponderante a ser sopesado
numa situação como a que ora se coloca em julgamento.
9. Se os estudos científicos não sinalizam qualquer prejuízo de qualquer
natureza para as crianças, se elas vêm sendo criadas com amor e se cabe
ao Estado, ao mesmo tempo, assegurar seus direitos, o deferimento da
adoção é medida que se impõe.
10. O Judiciário não pode fechar os olhos para a realidade fenomênica. Vale
dizer, no plano da “realidade”, são ambas, a requerente e sua companheira,
responsáveis pela criação e educação dos dois infantes, de modo que a elas,
solidariamente, compete a responsabilidade.
11. Não se pode olvidar que se trata de situação fática consolidada, pois as
crianças já chamam as duas mulheres de mães e são cuidadas por ambas
como filhos. Existe dupla maternidade desde o nascimento das crianças, e
não houve qualquer prejuízo em suas criações.
12. Com o deferimento da adoção, fica preservado o direito de convívio dos
filhos com a requerente no caso de separação ou falecimento de sua
companheira. Asseguram-se os direitos
relativos a alimentos e sucessão, viabilizando-se, ainda, a inclusão dos
adotandos em convênios de saúde da requerente e no ensino básico e
superior, por ela ser professora universitária.
13. A adoção, antes de mais nada, representa um ato de amor,
desprendimento. Quando efetivada com o objetivo de atender aos interesses
do menor, é um gesto de humanidade. Hipótese em que ainda se foi além,
pretendendo-se a adoção de dois menores, irmãos biológicos, quando,
segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, que criou, em 29 de abril
de 2008, o Cadastro Nacional de Adoção, 86% das pessoas que desejavam
adotar limitavam sua intenção a apenas uma criança.
14. Por qualquer ângulo que se analise a questão, seja em relação à
situação fática consolidada, seja no tocante à expressa previsão legal de
primazia à proteção integral das crianças, chega-se à conclusão de que, no
caso dos autos, há mais do que reais vantagens para os adotandos,
conforme preceitua o artigo 43 do ECA. Na verdade, ocorrerá verdadeiro
prejuízo aos menores caso não deferida a medida.
15. Recurso especial improvido.

02) Adoção Cadastral X Adoção “Intuitu Personae”

RECURSO ESPECIAL Nº 1.172.067 - MG (2009/0052962-4)


RELATOR : MINISTRO MASSAMI UYEDA
RECORRENTE : L C B E OUTRO
ADVOGADO : EXPEDITO LUCAS DA SILVA E OUTRO(S)
INTERES. : A C DA C

RECURSO ESPECIAL - AFERIÇÃO DA PREVALÊNCIA ENTRE O


CADASTRO DE ADOTANTES E A ADOÇÃO INTUITU PERSONAE -
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DO MENOR -
VEROSSÍMIL ESTABELECIMENTO DE VÍNCULO AFETIVO DA MENOR
COM O CASAL DE ADOTANTES NÃO CADASTRADOS - PERMANÊNCIA
DA CRIANÇA DURANTE OS PRIMEIROS OITO MESES DE VIDA -
TRÁFICO DE CRIANÇA - NÃO VERIFICAÇÃO - FATOS QUE, POR SI, NÃO
DENOTAM A PRÁTICA DE ILÍCITO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
I - A observância do cadastro de adotantes, vale dizer, a preferência das
pessoas cronologicamente cadastradas para adotar determinada criança não
é absoluta. Excepciona-se tal regramento, em observância ao princípio do
melhor interesse do menor, basilar e norteador de todo o sistema
protecionista do menor, na hipótese de existir vínculo afetivo entre a criança
e o pretendente à adoção, ainda que este não se encontre sequer
cadastrado no referido registro;
II - É incontroverso nos autos, de acordo com a moldura fática delineada
pelas Instâncias ordinárias, que esta criança esteve sob a guarda dos ora
recorrentes, de forma ininterrupta, durante os primeiros oito meses de vida,
por conta de uma decisão judicial prolatada pelo i. desembargador-relator
que, como visto, conferiu efeito suspensivo ao Agravo de Instrumento n.
1.0672.08.277590-5/001. Em se tratando de ações que objetivam a adoção
de menores, nas quais há a primazia do interesse destes, os efeitos de uma
decisão judicial possuem o potencial de consolidar uma situação jurídica,
muitas vezes, incontornável, tal como o estabelecimento de vínculo afetivo;
III - Em razão do convívio diário da menor com o casal, ora recorrente,
durante seus primeiros oito meses de vida, propiciado por decisão judicial,
ressalte-se, verifica-se, nos termos do estudo psicossocial, o estreitamento
da relação de maternidade (até mesmo com o essencial aleitamento da
criança) e de paternidade e o conseqüente vínculo de afetividade;
IV - Mostra-se insubsistente o fundamento adotado pelo Tribunal de origem
no sentido de que a criança, por contar com menos de um ano de idade, e,
considerando a formalidade do cadastro, poderia ser afastada deste casal
adotante, pois não levou em consideração o único e imprescindível critério a
ser observado, qual seja, a existência de vínculo de afetividade da infante
com o casal adotante, que, como visto, insinua-se presente;
V - O argumento de que a vida pregressa da mãe biológica, dependente
química e com vida desregrada, tendo já concedido, anteriormente, outro
filho à adoção, não pode conduzir, por si só, à conclusão de que houvera, na
espécie, venda, tráfico da criança adotanda. Ademais, o verossímil
estabelecimento do vínculo de afetividade da menor com os recorrentes deve
sobrepor-se, no caso dos autos, aos fatos que, por si só, não
consubstanciam o inaceitável tráfico de criança;
VI - Recurso Especial provido.

AgRg na MEDIDA CAUTELAR Nº 15.097 - MG (2008/0283376-7)


RELATOR : MINISTRO MASSAMI UYEDA
AGRAVANTE : J R R
AGRAVANTE : T G C R
ADVOGADO : HELISSON PAIVA ROCHA
AGRAVADO : L C B
AGRAVADO : A C G S B
ADVOGADO : EXPEDITO LUCAS DA SILVA E OUTRO(S)
AGRAVADO : A C DA C
RELATÓRIO
O EXMO. SR. MINISTRO MASSAMI UYEDA (Relator):
Cuida-se de agravo regimental interposto por J. R. R. e T. G. C. R.
em face da decisão monocrática de fls. 551/557, da lavra desta Relatoria,
assim
ementada:
"MEDIDA CAUTELAR - ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO AO
AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO CONTA DECISÃO QUE
NEGOU SEGUIMENTO AO RECURSO ESPECIAL - POSSIBILIDADE,
EXCEPCIONALMENTE - AFERIÇÃO DA PREVALÊNCIA ENTRE O
CADASTRO DE ADOTANTES E A ADOÇÃO INTUITU PERSONAE -
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DO MENOR -
ESTABELECIMENTO DE VÍNCULO AFETIVO DA MENOR COM O CASAL
DE ADOTANTES NÃO CADASTRADOS, COM O QUAL FICOU DURANTE
OS PRIMEIROS OITO MESES DE VIDA - APARÊNCIA DE BOM DIREITO -
OCORRÊNCIA - ENTREGA DA MENOR PARA OUTRO CASAL
CADASTRADO - PERICULUM IN MORA - VERIFICAÇÃO - PEDIDO
CAUTELAR DEFERIDO. " (D.J. 26.9.2008 - fl. 609)

Relator: Jorge Luis Costa Beber


Juiz Prolator: Angélica Fassini
Órgão Julgador: Câmara Especial Regional de Chapecó
Data: 05/10/2011
Ementa:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADOÇÃO INTUITU PERSONAE.
MINISTÉRIO PÚBLICO QUE PRETENDE O ABRIGAMENTO DA
ADOTANDA PORQUE OS AGRAVADOS, QUANDO RECEBERAM A
CRIANÇA, NÃO ESTAVAM CADASTRADOS NA LISTA DE
PRETENDENTES À ADOÇÃO. INFANTE QUE SE ENCONTRA COM OS
AGRAVADOS, SEUS PADRINHOS, DESDE OS PRIMEIROS DIAS DE VIDA.
DEMONSTRAÇÃO DE VÍNCULOS DE AFETIVIDADE. AUSÊNCIA DE
QUALQUER FATO DESABONATÓRIO. PREVALÊNCIA DOS INTERESSES
DA MENOR. MANUTENÇÃO DA GUARDA PROVISÓRIA ATÉ ULTERIOR
DECISÃO EM SENTIDO CONTRÁRIO QUE EVENTUALMENTE VENHA A
SER PROLATADA APÓS A INSTRUÇÃO PROCESSUAL. RECURSO
CONHECIDO E DESPROVIDO.

Relator: Stanley da Silva Braga


Juiz Prolator: Sônia Eunice Odwazny
Órgão Julgador: Sexta Câmara de Direito Civil
Data: 27/09/2011
Ementa:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CAUTELAR DE DE BUSCA E


APREENSÃO DE MENOR E DESTITUIÇÃO DO PÁTRIO PODER. RECÉM
NASCIDO ENTREGUE AOS RECORRENTES APÓS O PARTO. SUSPEITA
DE ADOÇÃO DIREITA OU À BRASILEIRA. RESPEITO AO CADASTRO DE
INTERESSADOS À ADOÇÃO. AUSÊNCIA DE FORMAÇÃO DE LAÇOS
AFETIVOS. MENOR QUE PERMANECEU COM OS DEMANDADOS POR
PERÍODO DE UM MÊS. VISANDO O BEM ESTAR DA CRIANÇA, MANTÉM-
SE A DECISÃO QUE DESTITUIU O PÁTRIO PODER E DETERMINOU A
BUSCA E APREENSÃO DO MENOR COM O CONSEQUENTE
ABRIGAMENTO. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
[...] Tendo em vista a idade ínfima do menor (quase cinco meses), a
precariedade da guarda do ECA, o exíguo tempo de convivência com os
guardiões de fato (pouco mais de hum mês), os indícios de ADOÇÃO dirigida
com suspeitas de pagamento de contraprestação, a pendência da ação de
perda do poder familiar, a não consolidação dos laços afetivos com os
postulantes ou configuração da posse do estado de filho, a manifesta
intenção de ADOÇÃO dos autores, bem como a necessidade de respeito ao
CADASTRO de adotantes, mostra-se conveniente, in casu, o abrigamento da
menor e a rejeição do pleito de regularização da guarda de fato da criança
(Agravo de Instrumento n. 2009.014159-2, de Capivari de Baixo, Rel. Des.
Henry Petry Junior, j. 23-6-2009).

Relator: Maria do Rocio Luz Santa Ritta


Juiz Prolator: Gustavo Schwingel
Órgão Julgador: Terceira Câmara de Direito Civil
Data: 26/09/2011
Ementa:

INFÂNCIA. BUSCA E APREENSÃO DE CRIANÇAS. LIMINAR DEFERIDA.


INFANTES ENTREGUES PELA MÃE BIOLÓGICA AOS RECORRENTES.
INTENÇÃO DE ADOÇÃO. AUSÊNCIA, TODAVIA, DE INSCRIÇÃO NO
CADASTRO DE ADOTANTES. ADEMAIS, INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE
PARENTESCO OU DE VÍNCULO AFETIVO, À VISTA DO EXÍGUO TEMPO
DE CONVIVÊNCIA. INCONVENIÊNCIA DA SUA MANUTENÇÃO.
ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DAS CRIANÇAS PARA POSTERIOR
ADOÇÃO QUE SE IMPUNHA. RECURSO DESPROVIDO.

Relator: Victor Ferreira


Juiz Prolator: Karen Guollo
Órgão Julgador: Quarta Câmara de Direito Civil
Data: 29/08/2011
Ementa:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR.


ENTREGA DA FILHA A CASAL ESTRANHO. ADOÇÃO INTUITU
PERSONAE. ABANDONO MATERIAL E EMOCIONAL EVIDENCIADOS.
EXPOSIÇÃO DA CRIANÇA A SITUAÇÃO DE RISCO. PREVALÊNCIA DOS
INTERESSES DA INFANTE. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.
O ESTATUTO da Criança e do Adolescente jamais conferiu aos pais
qualquer direito de escolha em relação às pessoas que irão adotar seus
filhos, pois esta é uma prerrogativa exclusiva da Justiça da Infância e da
Juventude.

Relator: Maria Terezinha Mendonça de Oliveira


Juiz Prolator: Heloisa Beirith
Órgão Julgador: Câmara Especial Regional de Chapecó
Data: 22/07/2011
Ementa:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ADOÇÃO. RECÉM-NASCIDA QUE FOI


ENTREGUE IRREGULARMENTE PARA OS AUTORES. PERMANÊNCIA DA
MENOR NO LAR DOS RECORRENTES POR APENAS TRINTA E QUATRO
DIAS. AUSÊNCIA DE VÍNCULO SÓCIO-AFETIVO CAPAZ DE SOBREPOR-
SE ÀS EXIGÊNCIAS LEGAIS PREVISTAS NO ESTATUTO DA CRIANÇA E
DO ADOLESCENTE. NECESSIDADE DE PRÉVIA INSCRIÇÃO NO
CADASTRO ÚNICO INFORMATIZADO DE ADOÇÃO E ABRIGO.
INOBSERVÂNCIA DO DISPOSTO NO ARTIGO 50 DA LEI N. 8.069/1990.
PEDIDO INDEFERIDO. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

Relator: Sérgio Izidoro Heil


Juiz Prolator: Bernardo Augusto Ern
Órgão Julgador: Segunda Câmara de Direito Civil
Data: 21/07/2011
Ementa:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE GUARDA. EXTINÇÃO DO FEITO SEM


JULGAMENTO DE MÉRITO. ANTERIOR DESTITUIÇÃO DO PODER
FAMILIAR SOBRE A CRIANÇA. COLOCAÇÃO DESTA EM FAMÍLIA
SUBSTITUTA PARA AVALIAÇÃO DA POSSIBILIDADE DE ADOÇÃO.
CENÁRIO QUE IMPOSSIBILITA A CONTINUAÇÃO DA PRESENTE
DEMANDA. MEDIDA PRETENDIDA QUE IMPLICARIA SUBVERSÃO DO
CADASTRO DE ADOTANTES. IMPOSSIBILIDADE. SITUAÇÕES
EXCEPCIONAIS DO § 13 DO ARTIGO 50 DO ECA NÃO EVIDENCIADAS.
ATENÇÃO AO PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA.
CONDIÇÕES DA AÇÃO INEXISTENTES. SENTENÇA EXTINTIVA
MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

Apelação Cível n. 2010.055709-8, de Xanxerê


Relator: Eduardo Mattos Gallo Júnior
Juiz Prolator: Nádia Inês Schmidt
Órgão Julgador: Câmara Especial Regional de Chapecó
Data: 14/07/2011
Ementa:

APELAÇÃO CÍVEL. GUARDA DE MENOR. PRETENDENTES QUE SE


ENCONTRAM EM DESENVOLVIMENTO DE VÍNCULO AFETIVO COM A
CRIANÇA. MEDIDA QUE MELHOR PROTEGE OS INTERESSES DO
INFANTE. PREVALÊNCIA DO INTERESSE DO MENOR EM RELAÇÃO AO
CADASTRO. ACOLHIMENTO DO PEDIDO. RECURSO PROCEDENTE.
"GUARDA E RESPONSABILIDADE COM PEDIDO DE POSTERIOR
ADOÇÃO. POSSE DE FATO POR UM ANO E QUATRO MESES COM O
CASAL. INSURGÊNCIA CONTRA A DETERMINAÇÃO DE BUSCA E
APREENSÃO E TRANSFERÊNCIA DA CRIANÇA PARA ABRIGO.
RECURSO PROVIDO.
"A criança deve ser mantida por mais tempo possível no mesmo ambiente
familiar que a acolheu, visto que para a formação de seu caráter e de sua
personalidade faz-se necessário pertencer a um grupo, com cultura e valores
morais de convivência próprios, fundamentais à formação de sua identidade.
"O CADASTRO estadual de pretendentes à ADOÇÃO é de fundamental
importância à organização judiciária, mas, antes de fazer justiça aos
cadastrados, prevalece o superior interesse de crianças e adolescentes".
(Agravo de Instrumento n. 2009.065502-2, de Xanxerê, rel. Des. Gilberto
Gomes de Oliveira, j. em 11.05.2010).

Apelação Cível n. 2011.020806-4, de Joinville


Relator: Sérgio Izidoro Heil
Juiz Prolator: Sérgio Luiz Junkes
Órgão Julgador: Segunda Câmara de Direito Civil
Data: 12/07/2011
Ementa:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ADOÇÃO. PLEITO IMPROCEDENTE.


PRELIMINARES DE NULIDADE DA SENTENÇA POR AUSÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO E CERCEAMENTO DE DEFESA AFASTADAS. MENOR
QUE PERMANECEU POR APROXIMADAMENTE SEIS MESES COM OS
APELANTES. INTERMÉDIO DE TERCEIRA PESSOA PARA A ENTREGA DA
CRIANÇA PELA MÃE, QUE JÁ DOOU OUTROS FILHOS E DEPENDENTE
QUÍMICA (CRACK). INÚMERAS TENTATIVAS DE CONTATO COM A
INTERMEDIADORA, ASSIM COMO PARA O CUMPRIMENTO DO
MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO DA INFANTE. FORTES INDÍCIOS
DE OCULTAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE PARENTESCO OU DE
VÍNCULO AFETIVO CONSOLIDADO. AUSÊNCIA DE SITUAÇÃO
EXCEPCIONAL A ENSEJAR O AFASTAMENTO DOS PROCEDIMENTOS
LEGAIS DA ADOÇÃO. CADASTRO DE ADOÇÃO QUE DEVE SER
OBSERVADO. PREVALÊNCIA DOS INTERESSES DA MENOR.
APLICAÇÃO DO ARTIGO 227 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E DOS
ARTIGOS 3º, 4º E 6º DO ECA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO
DESPROVIDO.
A considerar a necessidade de respeito ao CADASTRO de adotantes, o
exíguo tempo de convivência entre o casal e a infante, o não
estabelecimento do vínculo socioafetivo definitivo e a má-fé de todos os
envolvidos nesta pretensa ADOÇÃO, mostra-se inconveniente o pedido dos
autores, consoante o superior interesse da criança envolvida.

Agravo de Instrumento n. 2011.003230-0, de Blumenau


Relator: Nelson Schaefer Martins
Juiz Prolator: Álvaro Luiz Pereira de Andrade
Órgão Julgador: Segunda Câmara de Direito Civil
Data: 05/07/2011
Ementa:

AGRAVO. AÇÃO DE GUARDA E RESPONSABILIDADE COM PEDIDO DE


LIMINAR. SITUAÇÃO EXCEPCIONAL NÃO CONFIGURADA APTA A
AFASTAR OS PROCEDIMENTOS LEGAIS DA ADOÇÃO. INEXISTÊNCIA
DE RELAÇÃO DE PARENTESCO QUE APROXIME O CASAL COM A
CRIANÇA OU DE VÍNCULO AFETIVO CONSOLIDADO. MENOR QUE
PERMANECEU POR APROXIMADAMENTE SETE (7) MESES COM OS
AGRAVANTES. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE ELEMENTOS
SEGUROS A RESPEITO DAS CONDIÇÕES MORAIS, MATERIAIS E
PSICOLÓGICAS DOS AGRAVANTES. CADASTRO DE ADOÇÃO QUE
DEVE SER OBSERVADO. INSCRIÇÃO DE POSTULANTES À ADOÇÃO A
SER PRECEDIDA DE PERÍODO DE PREPARAÇÃO PSICOSSOCIAL E
JURÍDICA SOB A ORIENTAÇÃO E SUPERVISÃO DE EQUIPE TÉCNICA DA
JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE. LEI N. 8.069, DE 13.07.1990,
ARTS. 50, §§ 1º, 2º E 3º E 197-C § 1º COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI N.
12.010/2009. CONFIRMAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA QUE
DETERMINOU O ACOLHIMENTO DA CRIANÇA EM INSTITUIÇÃO PARA
QUE FOSSE COLOCADA SOB A GUARDA DE FAMÍLIA DEVIDAMENTE
INSCRITA NO CADASTRO DE ADOÇÃO. PREVALÊNCIA DOS
INTERESSES DO MENOR. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, ART. 227 E
LEI N. 8.069/1990, ARTS. 3º, 4º E 6º. RECURSO DESPROVIDO.

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