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BIO

LO
GIA
BIOLOGIA 1............................................7

BIOLOGIA 2....................................... 199

3ª SÉRIE E EXTENSIVO
VOLUME A TEORIA E EXERCÍCIOS

AZ_EM3_BIO_VLB_TA_INICIAIS.indd 1 29/10/2020 20:49


©Conexia Educação

Diretor-geral
Sandro Bonás
Diretor de soluções educacionais
Diego Volpe Vieira
Diretor do AZ Escolas em Rede
Felipe de Castro Sundin
Gerente pedagógico
Ricardo Marques da Silva Nunes
Gerente editorial
Said Tayar Segundo
Gerente de produtos
Natália Messina
Coordenador editorial
Gustavo Fagundes
Edição e organização da coleção
Bruno B. Gomes, Camila Garcia, Camila Gullo, Everton Ferreira, Fernanda T. Ornelas, Gisele Castilho, Jonas
Gueraldi, Jordana Bueno, Laura Silva, Maísa Soares, Marina Nascimento, Messias de Lira, Moysés Elias Neto,
Otávio A. de Oliveira, Paulo Peruquetti, Priscila Garcia
Edição de arte
Edneia E. de Assis, Gabriel Z. Sibin, Renato Calderaro, Ricardo Cefali, Wellington Souza

Autoria da coleção
Aldene R. da Silva Júnior, Alex N. T. Leite, Antônio S. Ferreira, Bárbara Lima, Bruno Rabin, Bruno T. Pasquali,
Bruno Z. K. do Carmo, Carlos de O. Ferrão, Carolina P. M. Bernardinelli, Caroline S. Viana, Caroline P. Alves,
Catharina P. M. Rodrigues, David G. da Silva, Diane R. Nilson, Elio R. Alencar Junior, Elisângela Gusmão, Estevão C.
G. Júnior, Evelyn S. Valverde, Felipe de C. Sundin, Felipe G. Marinho, Fellipe A. Rossi, Fernanda L. Elias, Guilherme
P. da Silva, Heitor José S. F. Batista Gomes, Hugo da Silva Ferrão, Jaqueline V. Lopes, João Alberto J. P. Freitas,
João H. P. Soares, Juliana S. Rettich, Marcelo da Conceição Cruz, Marcelo H. da S. Borges, Marco Aurélio F.
Barbosa, Marcos A. Benfica dos Santos, Marina S. Scapolatempore, Murilo O. de Castro Coelho, Naun Zeliq Faul,
Rafael Pinna, Ricardo Fagundes, Rodrigo Magalhães, Rodrigo R. de Oliveira, Silvanna Delari Vasco da Costa,
Victor Gobatti, Victor Hugo C. Delmas, Vinícius de Paula Silveira, Vitor F. Lima, Viviane Podenciano, Wilmar Martins

Colaborações
Aline P. Atassio, Agnaldo A. Anderson Cinati, Angela Ap. A. G. Borges, Angelo Reis, Alexandre de M. Andrade,
Aline M. N. Augustinho, Altieris Lima, Amon Lucena, Anderson A. Lopes, André Brochi, André C. Pimenta,
Antonio Carlos P. Campos, Ava Silva, Bárbara L. M. de Souza Garbelini, Bárbara Sartori Teixeira, Beatriz M.
Carneiro, Carlismari O. Grundmann, Carlos R. E. M. Lizárraga, Carolina P. M. Bernardinelli, Caroline Cardoso,
Cibele de C. Cruz, Cintia Muramatsu, Clara Diament, Clinton M. Rodrigues, Daniela Veríssimo, Danilo Conti,
Danilo Defina, Danilo Yamaguti, David Sawazaki, Debora J. Ramos, Diogo Cardoso, Diogo S. Santos, Edson R.
M. da Costa, Edson S. Junior, Elaine A. Pinto, Emerson Cerdas, Emiliana da C. Ladeira, Enzo B. Santos, Ernani
B. dos S. Neto, Estevão C. G. Júnior, Esther Alcantara, Fernanda Marcussi, Fernanda M. de Jesus, Fernando
H. Lomas, Frederico A. Braga, Gabriel I. dos Santos, Giovane M. Fraiz, Guilherme Duarte, Heloisa M. dos S.
Toledo, Hires Héglan, Isabel M. Marques, John Karllus Paula, Jonatas C. Bloch, Jorge S. R. de Oliveira, Josiane
da Silva Garcia, Josiane P. Etelvino, Karina Serrazes, Kedimo Barbosa da Paixão, Laísa N. M. Curciolli, Laryssa
Rodrigues, Liliane Custódio, Lilian Rodrigues R. Souza, Lindailton Trajano G. Junior, Lívia Aceto F. dos Santos,
Luana de S. Mattos, Lucas F. Feliciano, Lucimar V. Amaral, Luís E. Bove, Luis Guilherme Maturano, Luiz G. E.
Arruda, Lutiano V. Freitas, Luzia Rodrigues, Mara Scorsafava, Marcela Batista, Marcelo Mitre, Marcio Della
Rosa, Marcos R. Domenici, Marilia Paris, Marina R. Batistuti, Mateus B. Sacoman, Mayanderson R. da Silva,
Melissa G. Spolon, Miriam C. M. da Silva, Murilo O. de Castro Coelho, Natália Maurício, Paula M. X. Fagundes,
Paulo Victor S. de Araújo, Phublio A. da Silva, Raphael F. Corrêa, Raphael Fracalossi, Ricardo F. Carvalho,
Roberta Ricci Molina, Rodrigo P. Pavesi, Saulo Y. Imada, Silvanna D. V. da Costa, Simone Silva, Sylvio Ferreira,
Stefania Fachina, Tamires C. e S. Mielo, Victor Gobatti, Victor T. Lourenço, Virgílio Aveiro

Pesquisa e licenciamento Diagramação e ilustração


Ana Flávia Silva Sardelari, Gilmara Martins, Laura AJ Ilustra e Diagramação, Ampel Produções Editoriais,
Maria Brasil Maurin, Nádia Maria Nonato Gouvea, BFS Bureau, Diagrama Soluções Editoriais, Texto e
Paloma Rodrigues Forma, Vespúcio Cartografia

Preparação de textos e originais Projeto gráfico e capas


Livia Mendes, Sônia Sato Gabriel Z. Sibin, Plano B Design, Ricardo Cefali

Assistência editorial Produção gráfica


Diego M. Beneton, Eneias Barros Venancio, Laís André Luiz Vieira
Coelho Caetano, Luciano de Oliveira, Willian Gallego
UM ECOSSISTEMA
DE APRENDIZAGEM
COMPLETO, DE A A Z!
Caro(a) aluno(a),
Nós do AZ somos apaixonados por aprender, por ensinar e, acima de tudo, por ver nossos alunos
superando-se academicamente. Acreditamos que dois fatores são fundamentais para o atingimen-
to de grandes resultados: a dedicação dos alunos e a aplicação de uma metodologia consistente
de ensino-aprendizagem.
Concebida com o objetivo de gerar alta performance acadêmica e tendo como premissa uma
perspectiva individualizada de aprendizagem, a metodologia AZ é composta por um conjunto de
ferramentas acadêmicas que estimulam a autonomia e o gosto pelo estudo. Os livros didáticos e
as avaliações compreendem o conjunto de ferramentas AZ a que você terá acesso no tradicional
formato impresso. No entanto, as ferramentas que mais ajudarão você nessa jornada não estão
nas folhas de papel. Você as acessará da mesma forma pela qual interage com seus amigos, as-
siste a séries de TV ou lê seus blogs favoritos: digitalmente!
Pelo aplicativo AZ, você vai poder elaborar seu MAPA (conjunto de metas personalizadas para
aprendizagem), assistir a videoaulas para todos os capítulos de cada disciplina, checar semanal-
mente seu desempenho (com feedback imediato), assistir a muitos vídeos de resolução de exer-
cícios e gerenciar sua performance acadêmica ao longo das semanas.
Os livros também são importantes dentro do conceito da metodologia AZ. Eles foram produzidos
com o objetivo de proporcionar uma sólida base de conhecimento científico. Da mesma forma, os
mais de quinze mil exercícios ajudarão você a adquirir as habilidades e competências necessárias
para obter alto rendimento tanto no Enem como nos principais vestibulares.
No dia a dia, seus livros o acompanharão nas aulas e nos seus momentos de estudo individual. Por
isso, é fundamental que você os conheça profundamente. Nas páginas a seguir, você encontrará as
explicações necessárias para dominar as seções do livro em todos os seus detalhes, assim como
a metodologia PDCA (do inglês: plan, do, check, act – planejar, executar, checar e atuar), base da
estratégia pedagógica do AZ.
Por fim, saiba que você também pode acessar integralmente seus livros na versão digital – tanto
em tablet quanto pelo desktop. Além disso, pelo aplicativo AZ você tem acesso, de forma fragmen-
tada, a cada uma das seções de seus livros.
Bem, as ferramentas de que você precisa para ter alto rendimento acadêmico e alcançar a aprova-
ção para a universidade dos seus sonhos estão agora em suas mãos.
Bons estudos!
Time AZ.

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CONHEÇA A SUA COLEÇÃO
Seção de Teoria
Dessa maneira, como sua aceleração é constante, no-
tamos que se trata de um MUV e podemos calcular sua ace-
P
CAPÍTULO 7
LANÇAMENT
LANÇAMEN
LANÇAMENTO
TO DE PROJÉTEIS
PROJÉTEIS
PR
leração como:

a=
Δv
=
9,
9, 8
= 9,8 m/s2
Capítulos
Δt 1
Objetivos de aprendizagem
Ícone indicativo de uma etapa de
Se o corpo for abandonado no vácuo, seja qual for sua
1. Compreender que a queda livre é um MUV partindo do massa ou dimensões, ele sempre adquire a mesma acele-
repouso, em que a aceleração é a da gravidade. ração. De agora em diante a chamaremos de aceleração da

2. Compreender que tanto o lançamento oblíquo quanto


gravidade, e será orientada verticalmente para baixo. Seu
módulo, nas proximidades da Terra, é aproximadamente
planejamento (Plan).
o lançamento horizontal (no vácuo) são movimentos 2
, assim:
compostos de outros dois movimentos distintos, porém
simultâneos: um MU na direção horizontal e um MUV g = 10 m/s2

3.
na direção vertical.

Perceber que o sentido adotado como positivo para o


Observação: o módulo da aceleração da gravidade
criada pelo planeta diminui à medida que nos afastamos
Cada capítulo possui seu conjunto
referencial e a determinação da origem dos espaços
são fundamentais para a montagem das funções
dele. Além disso, nas proximidades de outros corpos ce-
lestes, poderá assumir valores diferentes; por exemplo, na de objetivos de aprendizagem.
Eles funcionam como uma espinha
horárias de posição, velocidade e aceleração de todos superfície da Lua (1,6 m/s2), de Marte (3,7 m/s2) e de Jú-
os movimentos realizados. piter (24,8 m/s2). Estudaremos mais à frente quais são as
grandezas envolvidas no cálculo desses valores.
4. Verificar que o tempo de subida só é igual ao de
descida quando o corpo retorna à altura do lançamento. dorsal para a seleção da teoria e dos
Momento NERD exercícios.
D Podemos observar o intervalo de tempo que uma fo-
1. Movimento vertical no vácuo lha de papel leva para atingir o chão após cair de uma
mesa. Caso a folha estivesse amassada, assumindo a

1.1 Queda livre


forma de uma pequena esfera, ela chegaria ao chão
em menos tempo. Isso ocorre porque a resistência do
Ícone indicativo de uma etapa de
Se do alto de uma torre situada na superfície da Ter-
ra um corpo for abandonado, e se pudermos desprezar a
ar é maior quando a folha é plana, pois apresenta
maior área de contato com o ar. A queda livre é o es- execução (Do). Neste caso, está indicando
o início da teoria do capítulo.
resistência do ar, ele cairá de maneira que sua velocidade tudo em que justamente não há essa resistência, ou
sofre variações iguais em intervalos de tempo iguais. O que pelo menos em casos em que ela seja desprezível.
se observa é que sua velocidade varia aproximadamente Nesse caso, sem a resistência do ar, o papel plano e o
9,8 m/s a cada segundo que passa. papel amassado chegariam ao chão juntos.
Não é simples retirar o ar de uma sala para fazer
O Momento NERD é um box com
SHUTTERSTOCK/NERTHUZ
RTHUZ

esse teste, mas há vídeos interessantes mostrando


OCK/NER

V0 = 0 m/s (t = 0)
STOCK/NE

experimentos semelhantes. O link a seguir apresen-

curiosidades, informações adicionais


TERS
TTER

ta um experimento execu-
SHUT

© REDEAZ.LINK/IXM9S
© SHU

V = 9,8 m/s (t = 1s) tado em uma câmara de


vácuo em que uma bola de
boliche* e uma pena caem
juntas e têm o mesmo tem-
ou sugestões de pesquisa relacionadas
po de queda.
ao tema. Ele tem o intuito de provocar
V = 19,6 m/s (t = 2s)
sua curiosidade e aprofundar seu
Para o estudo da queda livre, temos o hábito de orien-
tar o sentido positivo da trajetória para baixo. Assim, gran-
aprendizado, para além do necessário
dezas como a velocidade, o deslocamento e a aceleração
da gravidade serão todas positivamente orientadas. A para as provas.
66

QU
QUÍMICA
CAPÍTULO 5 - INTERAÇÕES QUÍMICAS INTERMOLECULARES
Seção de Exercícios
D
EXER
EXE
EXERCÍCIOS FIXAÇÃO
FIXA
RCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 5. Relacionar as ligações intermoleculares com a so- Objetivo 2. Identificar a polaridade das moléculas em função
lubilidade dos compostos moleculares. da polaridade das ligações e da geometria molecular.

F1. (Unicamp-SP) F2. (EsPCEx-SP / Aman-RJ)


Compostos contendo enxofre estão presentes,
Uma alternativa encontrada nos grandes centros ur-
em certo grau, em atmosferas naturais não poluí-

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
banos para evitar que pessoas desorientadas urinem
das, cuja origem pode ser: decomposição de matéria
nos muros de casas e estabelecimentos comerciais é
orgânica por bactérias, incêndio de florestas, gases
revestir esses muros com um tipo de tinta que repele vulcânicos etc. No entanto, em ambientes urbanos e
a urina e, assim, “devolve a urina” aos seus verdadei- industriais, como resultado da atividade humana, as

São exercícios objetivos, com nível básico


ros donos. A figura a seguir apresenta duas represen- concentrações desses compostos são altas. Dentre
tações para esse tipo de revestimento. os compostos de enxofre, o dióxido de enxofre (SO2) é
considerado o mais prejudicial à saúde, especialmen-
te para pessoas com dificuldade respiratória.
Adaptado de BROWN, T.L. et al, Química: a Ciência Central. 9ª.
de dificuldade. Essas questões têm como
função garantir que você compreendeu os
ed. São Paulo: Pearson, 2007.

Em relação ao composto SO2 e sua estrutura molecu-


lar, pode-se afirmar que se trata de um composto que
apresenta: aspectos básicos do conteúdo do capítulo.
Dado: número atômico S = 16; O = 8.
(a) ligações covalentes polares e estrutura com

Ícone indicativo de uma etapa de


geometria espacial angular.
(b) ligações covalentes apolares e estrutura com

execução (Do).
Como a urina é constituída majoritariamente por água, geometria espacial linear.
e levando-se em conta as forças intermoleculares, po- (c) ligações iônicas polares e estrutura com geome-
de-se afirmar corretamente que tria espacial trigonal plana.
(a) os revestimentos representados em 1 e 2 apre- (d) ligações covalentes apolares e estrutura com
sentam a mesma eficiência em devolver a urina, geometria espacial piramidal.
porque ambos apresentam o mesmo número de (e) ligações iônicas polares e estrutura com geome-
átomos na cadeia carbônica hidrofóbica. tria espacial linear.

(b) o revestimento representado em 1 é mais efi-


Objetivo 3. Conceituar cada uma das ligações intermolecula-
ciente para devolver a urina, porque a cadeia res e relacioná-las com a polaridade das moléculas.
carbônica é hidrofóbica e repele a urina.
F3. (Unesp-SP)
(c) o revestimento representado em 2 é mais efi-
Para responder à questão a seguir, analise as fórmu-
ciente para devolver a urina, porque a cadeia
las estruturais de bases nitrogenadas que compõem o
carbônica apresenta um grupo de mesma pola-
DNA e os símbolos empregados para representá-las.
ridade que a água, e, assim, é hidrofóbica e re-
pele a urina.
(d) o revestimento representado em 2 é mais efi-
ciente para devolver a urina, porque a cadeia
carbônica apresenta um grupo de mesma pola-
ridade que a água, e, assim, é hidrofílica e repele
a urina.

89

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QU
QUÍMICA
CAPÍTULO 6 - FUNÇÕES INORGÂNICAS I – NOX, ÁCIDOS E BASES

EXER
EXE
EXERCÍCIOS PROPO
OPOSSTOS
RCÍCIOS PROPOSTOS
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E1. (UFPR-PR)
(d)
H H
Fase
Os exercícios propostos cobrem os
Recentemente, foram realizados retratos genéticos C C
e de habitat do mais antigo ancestral universal, co-
nhecido como LUCA. Acredita-se que esse organismo C – H+
gasosa

Fase
diversos objetivos de aprendizagem do
capítulo. Esta seção é composta por um
H+ C– aquosa
unicelular teria surgido a 3,8 bilhões de anos e seria
capaz de fixar CO2, convertendo esse composto inor-
(e)
misto de questões objetivas e discursivas,
gânico de carbono em compostos orgânicos.
H+
C–
Para converter o composto inorgânico de carbono Fase
H+ C–
mencionado em metano (CH4), a variação do Nox no gasosa
carbono é de:
(a) 1 unidades
H C
H C
Fase
aquosa
preferencialmente selecionadas de
(b) 2 unidades vestibulares recentes.
(c) 4 unidades
E3. (IFSul-RS)
(d) 6 unidades
O ferro, na presença de ar úmido ou de água que con-
(e) 8 unidades
tém gás oxigênio dissolvido, se transforma em um
produto denominado ferrugem que não tem fórmula
Dentre os exercícios propostos, há
E2. (Fuvest-SP)
Observa-se que uma solução aquosa saturada de HC
libera uma substância gasosa. Uma estudante de quí-
conhecida, mas que contém a substância Fe2O3. aqueles – marcados por uma estrela –
O número de oxidação do ferro do composto acima ci-
mica procurou representar, por meio de uma figura, os
tipos de partículas que predominam nas fases aquosa
tado é: denominados prioritários. Trata-se de
(a) 0
e gasosa desse sistema – sem representar as partícu-
las de água. A figura com a representação mais ade- (b) +1 um conjunto de questões que devem
quada seria:
(a)
H C
(c) +2

(d) +3
ser prioritariamente resolvidas (em
sala de aula ou em casa) para estimular
Fase
H C gasosa
H C E4. (Uerj-RJ)
Fase
H C aquosa O suco gástrico contém um ácido, produzido pelas cé-
lulas da parede do estômago, que desempenha papel
o desenvolvimento das habilidades e
(b)
H+
H+
H +

Fase
fundamental para a eficiência do processo digestório
no ser humano.
consolidar os aprendizados essenciais
H+

do capítulo.
gasosa
O ânion do ácido produzido no estômago correspon-
C– C–
Fase de ao elemento químico pertencente ao grupo 17 e ao
FÍSICA C– C– aquosa
terceiro período da tabela de classificação periódica.

(c) Esse ácido é denominado:


H C
(a) nítrico

Folha AZ
Fase
H C gasosa
(b) sulfúrico
H +
C–
Fase
H+ C– aquosa
(c) clorídrico

(d) fluorídrico

111
A Folha AZ é a tarefa semanal da
metodologia AZ. Ela é composta por
5 ou 10 exercícios objetivos – além
de uma proposta de tema de redação
C
FOLHA AZ – por disciplina de cada capítulo. Ela
BIOLOGIA

deve ser feita fora da sala de aula,


CAPÍTULO 2 - GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

sem a companhia do seu professor.


4. (PUC-MG-Adaptada)
Os lipídios compreendem um grupo quimicamente

Essas questões são uma excelente


variado de moléculas orgânicas tipicamente hidro-
fóbicas. Diferentes lipídios podem cumprir funções

oportunidade para você se autoavaliar


específicas em animais e vegetais. Assinale a alter-
nativa incorreta.
(a) Os fosfolipídios são os principais constituintes

R 2,0 V
quanto ao cumprimento dos objetivos
das membranas biológicas.
R
de aprendizagem. Os gabaritos dessas
(b) Os esteroides podem desempenhar papéis re-
R gulatórios como, por exemplo, os hormônios
Pilha sexuais.
Pode-se afirmar que a potência total dissipada nos
4 resistores é, aproximadamente, de: (d) L V
questões, assim como os respectivos
(c) Os triglicerídeos podem atuar como isolantes
térmicos ou reserva energética em animais.
(a) 8 W (d) 48 W A vídeos de resolução, estarão disponíveis
(d) O colesterol é uma das principais fontes de ener-
(b) 16 W (e) 64 W gia para o fígado.
(c) 32 W
Pilha
V
online, no momento em que você
5. (UFC-CE)
2. (Enem)
(e) L
terminar de respondê-las no aplicativo.
O colesterol tem sido considerado um vilão nos últi-
mos tempos, uma vez que as doenças cardiovascu-
Um eletricista precisa medir a resistência elétrica de uma A
lares estão associadas a altos níveis desse compos-
lâmpada. Ele dispõe de uma pilha, de uma lâmpada (L),
to no sangue. No entanto, o colesterol desempenha
de alguns fios e de dois aparelhos: um voltímetro (V), 3. (UFPI)
importantes papéis no organismo. Analise os itens a
para medir a diferença de potencial entre dois pontos, e
seguir.
um amperímetro (A), para medir a corrente elétrica.
I. O colesterol é importante para a integridade da
O circuito elétrico montado pelo eletricista para medir membrana celular.
A1 A2
essa resistência é:
II. O colesterol participa da síntese dos hormônios
Pilha esteroides.
III. O colesterol participa da síntese dos sais biliares.
Da análise dos itens, é correto afirmar que:
(a) somente I é verdadeiro.
(b) somente II é verdadeiro.

Gabarito (c) somente III é verdadeiro.


(d) somente I e II são verdadeiros.
(e) I, II e III são verdadeiros.

Nos livros, você encontra os gabaritos dos exercícios de


fixação (nos livros de teoria) e dos exercícios propostos GABARITO A
(nos cadernos de exercícios). Além disso, no aplicativo E1. C E7. E E13. D
E2. C E8. D E14. C
AZ você encontra respostas desenvolvidas e vídeos de E3. B E9. D E15. B

resolução de muitos desses exercícios. E4. B


E5. A
E10. D
E11. E
E16. D
E17. B
E6. C E12. E

Ícone indicativo de uma etapa de atuação nos erros (Act). 12

AZ_CA_EM1_BIO_EX_VLA_PF_CAP2.indd 12 16/10/18 21:36

AZ_LV_3EM_BIOLOGIA_TA_VLA.indb 5 29/10/2020 20:40


METODOLOGIA PDCA
O segredo dos bons alunos não é estudar “muito”, mas sim
estudar bem. Na prática, isso significa ter método e estraté-
R EX
JA EC
gia. Nesta coleção, cada capítulo é estruturado com base no
Ciclo PDCA, ferramenta muito utilizada por empresas que E
D
AN

AN

UT
visam à melhora constante.

O
PL

AR
PL
A ideia central é ensinar o aluno a sempre planejar antes
de qualquer tarefa, executar bem o planejamento, checar os
resultados da execução e atuar corretivamente, aprenden-
do com os erros.

Como fazer para conseguir, de fato, melhorar sempre? Em

CH E
resumo, refletindo sobre o que se faz e corrigindo as falhas

C
T
EC

AR
do percurso. Essa sabedoria não é nova, mas encontra uma

H
AC CA K
tradução contemporânea bastante prática. Trata-se do ciclo U
PDCA, sigla em inglês para quatro comportamentos suces- AT R
sivos: planejar (“Plan”), executar (“Do”), checar (“Check”) e
atuar nos erros (“Act”).

Em cada capítulo, um ciclo PDCA SEÇÃO DE SEÇÃO DE CONTEÚDO


TEORIA EXERCÍCIOS DIGITAL

P Objetivos de aprendizagem

Conteúdos teóricos

Exercícios de fixação
D
Exercícios Propostos

Aprofundamento

C Folha AZ

Gabaritos
A
Resoluções em vídeo e por escrito

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3 a SÉRIE DO ENSINO MÉDIO - LIVRO DE TEORIA E EXERCÍCIOS

BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 1
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES
VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

CAPÍTULO 2
COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

CAPÍTULO 3
COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

CAPÍTULO 4
COMPOSTOS ORGÂNICOS III: VITAMINAS

CAPÍTULO 5
CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

CAPÍTULO 6
MEMBRANA PLASMÁTICA I: ESTRUTURA E ESPECIALIZAÇÕES

CAPÍTULO 7
MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

CAPÍTULO 8
CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO
E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

CAPÍTULO 9
CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS,
VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

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CAPÍTULO 1 P D
1. Características gerais
CARACTERÍSTICAS GERAIS dos seres vivos
DOS SERES VIVOS E
COMPOSTOS INORGÂNICOS 1.1 Introdução

Objetivos de aprendizagem Os seres vivos se organizam das mais diversas for-


mas por todo o nosso planeta. Os biólogos, especialistas
1. Reconhecer e conceituar as características que
em estudar a vida, sabem que o estudo da Biologia pode
definem um ser vivo.
ser feito em vários níveis de complexidade, inseridos um
2. Identificar as propriedades da água, relacionando-as dentro do outro.
com processos vitais. Esse estudo vai desde o nível molecular, analisando os
3. Identificar funções gerais de sais minerais. componentes bioquímicos que formam o corpo dos orga-
nismos; até o nível das relações ecológicas entre os seres
4. Reconhecer funções específicas de microminerais vivos, e deles com o mundo não vivo.
e macrominerais, correlacionando-as com o
Veja na figura a seguir um resumo dos diferentes ní-
metabolismo.
veis de organização biológica.
5. Apontar os principais problemas carenciais

Molécula
Água
Biosfera: conjunto dos ecossistemas da Terra.
Célula
óssea Célula: unidade morfológica
e funcional dos seres vivos.

Tecido: conjunto de células e


substância intercelular que
interagem para a execução de
certas funções. Ecossistema: comunidade +
fatores abió�cos (luz +
Órgão: conjunto de água + solo e outros)
Tecido ósseo tecidos que interagem
para a execução de
Osso certas funções

Lobo
Sistema
esquelé�co Comunidade:
conjunto de populações
de espécies dis�ntas
que vivem em
População: conjunto de um mesmo local
Organismo:
Sistema: conjunto de órgãos indivíduos da mesma (lobos + coelhos +
conjunto de sistemas
que interagem para a execução espécie que vivem em um árvores + grama
de certas funções. mesmo local. e outros organismos).

MOLÉCULA → CÉLULA → TECIDO → ÓRGÃO → SISTEMA → ORGANISMO →


POPULAÇÃO → COMUNIDADE → ECOSSISTEMA → BIOSFERA
Níveis crescentes de complexidade dos seres vivos.

AZ_LV_3EM_BIOLOGIA_TA_VLA.indb 8 29/10/2020 20:40


BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

1.2 Características dos seres vivos


Uma das perguntas mais intrigantes e profundas da humanidade, que ao mesmo
tempo provoca curiosidade e perplexidade, é a seguinte: o que é a vida? Poderíamos
entrar em discussões espirituais e filosóficas. Não temos a ousadia de querer definir a
vida, mas, se olharmos uma rocha, um cão e uma samambaia, intuitivamente reconhe-
ceremos na rocha uma matéria não viva e no cão e na samambaia seres vivos.
Vamos discutir quais são as características que diferem um ser vivo de um não vivo
tentando usar essa noção intuitiva para relacionar as características exclusivas dos se-
res vivos.

1.2.1 Composição química


O corpo da matéria não viva e o dos seres vivos apresentam muitas diferenças quanto
à composição dos elementos químicos.
Na matéria não viva, os elementos químicos mais abundantes são oxigênio (O), silício
(Si) e alumínio (A l ); na tabela a seguir, temos os percentuais dos elementos químicos em
alguns seres vivos.

Algas Plantas
Fitoplâncton Ser humano Escherichia coli
vermelhas herbáceas
C 22,5 28,3 42,5 19,4 12,2

H 4,6 7,2 5,5 9,3 9,9

N 6,0 - 8,0 2,5 0,3 - 2,5 5,2 3,1

O 44,0 49,3 40,0 62,8 73,7

P 0,4 - 1,8 0,3 0,01 - 0,8 0,64 0,60

De acordo com a tabela acima, vemos que os elementos mais abundantes, nos seres
vivos, são: carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O).
O carbono é o elemento principal para a formação de substâncias orgânicas, repre-
sentadas por proteínas, glicídios, lipídios e ácidos nucleicos. Os seres vivos também têm
substâncias inorgânicas, representadas por água, sais minerais e íons.

1.2.2 Organização celular


A célula é a unidade morfológica e funcional dos seres vivos. Alguns são formados por
uma única célula: são chamados unicelulares (bactérias, protozoários, algas unicelulares
e leveduras ou fungos unicelulares). A única célula desses seres vivos precisa executar to-
das as funções necessárias à sua sobrevivência como indivíduo. Outros são formados por
muitas células: são chamados multicelulares ou pluricelulares (algas e fungos multice-
lulares, animais e vegetais). As muitas células dos organismos pluricelulares se diferen-
ciam e se especializam de modo diverso para melhor poder desempenhar as diferentes
funções necessárias às atividades dos indivíduos.
Existem dois tipos de células: eucarióticas e procarióticas.
A célula eucarionte ou eucariótica (eu = verdadeiro; karyon = núcleo) apresenta ba-
sicamente membrana plasmática, citoplasma, organelas membranosas e núcleo indivi-
dualizado. Este traz o material genético separado do citoplasma por uma estrutura cha-
mada de carioteca ou membrana nuclear. As células eucariontes em geral apresentam
uma maior complexidade estrutural e metabólica. Protozoários, fungos, algas, vegetais e
animais são exemplos de organismos que têm esse tipo de célula.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

Ribossomos Retículo endoplasmático


não granuloso

Cromatina
Centríolo

Lisossomo Mitocôndria

Peroxissomo
Retículo
endoplasmático
granuloso

Poro nuclear
Citosol
Carioteca
Complexo golgiense
Nucléolo

Membrana plasmática

Célula eucariótica.

A célula procarionte ou procariótica (pro = antes; karyon = núcleo) é o primeiro tipo ce-
lular que surgiu e tem basicamente membrana plasmática, citoplasma e material genético
localizado na região chamada nucleoide. O material genético se encontra disperso porque
não há envoltório nuclear (carioteca) para separá-lo do citoplasma. Os seres que têm esse
tipo celular são as bactérias, cianobactérias e arqueas.

Fímbrias Momento NERD

Nucleoide Flagelo Há algumas exceções à organização celular, como é o


caso de vírus, viroides e príons, todos acelulares.
Os vírus por muito tempo foram considerados os repre-
sentantes mais simples da escala biológica. A descoberta dos
viroides, por volta de 1970, comprovou a existência de uma
Cápsula
nova classe de estruturas auto-replicativas denominadas
agentes sub-virais. São constituídos por uma cadeia muito pe-
Parede Celular quena de RNA e parasitam células vegetais (fitopatogênicos).
Os príons são partículas proteicas com estrutura mo-
Membrana
plásmática dificada e possuem a propriedade de desnaturar outras
proteínas, provocando infecções. Apesar de também serem
replicantes, os príons são diferentes dos vírus, viroides,
Citoplasma
bactérias e demais organismos, pois não possuem carga
genética (DNA ou RNA). Portanto, não são considerados se-
Ribossomo
res vivos.
Célula procariótica.

1.2.3 Nutrição
A glicose (C6H12O6) é uma das substâncias orgânicas que os organismos degradam
para gerar energia e que pode ser aproveitada para a realização de suas atividades ou
utilizada para o crescimento do ser. O principal processo biológico de utilização da glicose
na geração de energia (ATP) é a respiração celular. A nutrição é a maneira pela qual os
seres vivos obtêm o seu alimento.

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CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

Na natureza, podemos encontrar duas formas bási- desse combustível. A maioria dos seres vivos obtém ener-
cas de nutrição: autotrófica ou autótrofa e heterotrófica gia pela quebra da glicose em moléculas mais simples.
ou heterótrofa.
Glicose → Moléculas menores + ENERGIA
Na autotrófica (auto = próprio; trofo = alimento), reali-
A quebra da glicose pode ocorrer das seguintes manei-
zada pelos vegetais, grande maioria das algas e algumas
ras, de acordo com a presença ou não do gás oxigênio (O2):
bactérias, o organismo é capaz de produzir seu próprio
alimento (principalmente a glicose) a partir de substâncias a) Respiração celular aeróbica: é um processo no
inorgânicas que ele retira do ambiente, como gás carbô- qual a glicose é quebrada na presença do oxigênio,
nico, água e sais minerais. Quando os seres utilizam a luz sendo, por isso, chamado de processo aeróbico (Obs.:
do Sol como fonte de energia chamamos esse processo existe também a respiração celular anaeróbica, que
de fotossíntese; se a fonte de energia provém de reações ocorre na ausência de oxigênio).
químicas que ocorrem no meio, chamamos o processo de
quimiossíntese, a qual ocorre em algumas bactérias. C6H12O6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O + ENERGIA
Equação química que representa a respiração.
6 CO2 + 6 H2O → C6H12O6 + 6 O2
b) Fermentação: é o processo no qual a glicose é que-
(Gás carbônico) (Água) (Glicose) (Oxigênio) brada na ausência do oxigênio; por isso é um processo
anaeróbico.
Equação química que representa a fotossíntese.

Protozoários, fungos, animais e a maioria das bacté- C6H12O6 → 2 C2H5OH + 2 CO2 + ENERGIA
rias não são capazes de produzir o próprio alimento. Esses Equação que representa a fermentação do tipo alcoólica.
seres precisam ingerir moléculas orgânicas prontas: é a A energia liberada em ambos os processos é utiliza-
nutrição heterotrófica (hetero = diferente). da nas atividades do organismo: construção de grandes
moléculas orgânicas durante o processo de crescimento
ou de reconstrução do corpo; movimento; transmissão do
impulso nervoso; etc.
Energia luminosa
Fotossíntese 1.2.5 Metabolismo
Outra característica dos seres vivos é o metabolismo
Glicose (metábole = transformar), conjunto de reações químicas que
e ocorrem no corpo dos seres vivos e que são responsáveis
pela transformação e pela utilização da matéria e da energia.
CO2 e H2O Vegetal O2
(autótrofo) O metabolismo pode ser dividido em dois processos
básicos:
• Anabolismo (ana = para cima; bollein = projetar):
Respiração síntese (produção) de substâncias utilizadas para o
celular crescimento do organismo e/ou reparação de suas
perdas. Poderíamos citar como exemplo a fotossín-
Animal Vegetal
(autótrofo) tese, na qual substâncias inorgânicas mais simples
(heterótrofo)
formam a glicose, uma substância mais complexa.
• Catabolismo (kata = para baixo; bollein = projetar): de-
Calor
gradação (quebra) de substâncias, com a liberação de
Na figura acima, observamos que os vegetais, por energia necessária às funções orgânicas. O exemplo,
meio da fotossíntese, produzem sua glicose (autotrofismo) nesse caso, seria a respiração celular, pois ocorre a
e podem transferi-la para os animais, que não podem pro- quebra da glicose em produtos finais mais simples.
duzi-la (heterotrofismo).
Catabolismo
MOLÉCULAS MOLÉCULAS
1.2.4 Obtenção de energia SIMPLES COMPLEXAS
Poderíamos dizer que, de certo modo, para o ser vivo, a Anabolismo
glicose é o que a gasolina é para o automóvel – que depende

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CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

2. No interior da célula, algumas


moléculas são usadas na
construção do corpo.

Anabolismo

Catabolismo

1. O alimento ingerido
é quebrado em moléculas
menores no tubo digestório
e absorvido. 3. Outras são quebradas
para obtenção de energia.

Representação das reações químicas que ocorrem em um organismo.

1.2.6 Desenvolvimento
Todos os seres vivos passam por diversos estágios, que vão desde o nascimento até
a morte. Um dia, todos fomos célula única, a célula-ovo ou zigoto, proveniente da união
de um espermatozoide e de um óvulo. O zigoto logo se transforma em um agregado de
células que aos poucos vai dar origem a um embrião e, depois do nascimento, a um re-
cém-nascido. Passamos pelos estágios da infância, da adolescência e da idade adulta. De
forma inevitável, envelhecemos e finalmente morremos. Chamamos desenvolvimento aos
estágios pelos quais um organismo passa durante a vida.
Recém-nascido

Indivíduos
adultos

Zigoto
(célula-ovo)
Espermatozoide

Fecundação
Óvulo

1.2.7 Crescimento
O crescimento dos seres vivos pode ocorrer por:
• aumento de volume, nos unicelulares;
• aumento de volume e do número de células, nos multicelulares.
O crescimento verificado nos seres vivos decorre da incorporação e da transformação
de energia, consequências da nutrição e do metabolismo.
A matéria não viva também pode crescer, como acontece com os cristais, que crescem
por deposição de nova matéria em sua superfície. Nesse caso, o crescimento não é resul-
tado do metabolismo.
Os seres vivos crescem como produto do metabolismo e por incorporação de material
a seu corpo. São condicionados geneticamente, por isso seu crescimento é sempre limitado.

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CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

1.2.8 Reprodução
É outra característica dos seres vivos, pela qual 2. Bioquímica
os seres originam novos indivíduos, permitindo, desse Os seres vivos têm uma composição química bastante
modo, a perpetuação das espécies. Existem dois tipos complexa, com grande variedade de substâncias. O ramo
de reprodução: da Biologia que estuda essas substâncias que formam os
a) Assexuada ou agâmica: a reprodução assexua- organismos é a Bioquímica. As substâncias podem ser
da, também chamada agâmica, ocorre sem a par- inorgânicas ou orgânicas. As inorgânicas, como a água e
ticipação de gametas, as células reprodutoras. Os os sais minerais, são formadas por moléculas simples nas
descendentes gerados nesse processo são gene- quais o carbono (C) não tende a formar cadeias. As orgâni-
ticamente iguais entre si e ao progenitor que lhes cas, como as proteínas, os glicídios, os lipídios, as vitami-
deu origem e, desse modo, a variabilidade genética nas e os ácidos nucleicos, são moléculas mais complexas
é muito baixa. e de tamanho maior, nas quais unidades menores (chama-
das de monômeros – mono = um; meros = parte) se unem
b) Sexuada ou gâmica: a reprodução sexuada, tam- por meio de ligações covalentes e formam essas macro-
bém chamada de gâmica, ocorre com a participação moléculas ou polímeros (poli = vários; meros = partes).
de gametas, células especializadas para a reprodu-
Nas substâncias orgânicas, a presença do carbono é
ção. Na reprodução sexuada, os descendentes são
obrigatória e ele tende a formar cadeias.
geneticamente diferentes entre si e dos ascenden-
tes que lhes deram origem, por isso a variabilidade Substâncias Substâncias
genética é elevada nesse caso. inorgânicas orgânicas

Reprodução Glicídios ou carboidratos


Água
Sexuada Assexuada Lipídios
Com gametas Sem gametas Proteínas
Grande variabilidade Pequena variabilidade
Sais minerais Ácidos nucleicos
genética genética
Vitaminas

1.2.9 Manutenção do equilíbrio


Todo ser vivo é capaz de regular suas atividades inter- 2.1 Introdução
nas em função das condições do meio em que vive. Os se-
A distribuição das substâncias químicas nos seres
res vivos conseguem manter seu organismo em equilíbrio,
vivos é bastante diversificada. Observe a tabela a seguir,
isto é, ele não modifica muito sua composição química e
que apresenta os percentuais de cada substância em célu-
suas características físicas. A isso se dá o nome de ho-
las animais e vegetais.
meostase (homeo = igual; stasis = parada), que significa “a
capacidade de se manter estável”. Constituintes
das Animais (%) Vegetais (%)
1.2.10 Hereditariedade e evolução células
A hereditariedade é a capacidade que os seres vivos
Água 60,0 70,0
têm de transmitir para os seus descendentes o seu ma-
terial genético, que na maioria dos casos é o DNA (ácido Sais minerais 4,3 2,4
desoxirribonucleico). Os genes, que correspondem a um
Carboidratos 6,2 18,0
segmento ou pedaço da molécula de DNA, contêm as in-
formações responsáveis pelas características do indiví- Lipídios 11,7 2,5
duo, como a cor dos olhos e a estatura.
Proteínas 17,8 7,1
A evolução está relacionada com as modificações que
os seres vivos sofrem no decorrer do tempo. As mudan- Note a alta percentagem de água que existe tanto em
ças que uma espécie sofre por evolução, quando permitem animais como em vegetais, seguida das proteínas nas cé-
maior adaptação ao ambiente, são mantidas e transferidas lulas animais e dos carboidratos nas células vegetais.
de uma geração para a outra. Assim, os seres vivos esta- Neste capítulo, veremos as substâncias inorgânicas,
rão mais bem adaptados para viver no ambiente. como a água e os sais minerais.

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CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

2.2 Água (H2O) 2.2.1 Coesão e adesão

A vida na Terra começou na água e, ainda hoje, a ela Por causa das ligações de hidrogênio, as moléculas de
se associa. Só há vida onde há água. As propriedades da água se mantêm fortemente unidas; essa importante atra-
água que a tornam fundamental para os seres vivos se ção é chamada de coesão. Ela é responsável por sua alta
relacionam com sua estrutura molecular, constituída por tensão superficial, em que as moléculas da superfície for-
dois átomos de hidrogênio ligados a um átomo de oxigênio mam “uma rede” orientada em direção ao corpo do líquido
por ligações covalentes. Embora a molécula como um todo e resistente à ruptura.
seja eletricamente neutra, a distribuição do par eletrônico

© MAREK MIERZEJEWSKI/SHUTTERSTOCK
em cada ligação covalente é assimétrica, deslocada para
perto do átomo de oxigênio.
Na figura, temos uma molécula de água, na qual dois áto-
mos de hidrogênio se ligam a um átomo de oxigênio. O ângulo
aproximado entre as ligações covalentes da água é de 104,5°.

O Ligação covalente
Por causa da tensão superficial, alguns animais são capazes de pousar
δ– e mesmo andar sobre a água sem afundar.

As moléculas de água, devido à sua polaridade, podem


δ+ aderir a superfícies constituídas por outras substâncias
H δ+ polares. Essa atração é denominada adesão.
A combinação entre as propriedades de coesão e ade-
A molécula apresenta, na extremidade do oxigênio, um
são da água são importantes em muitos processos biológi-
predomínio de cargas negativas (δ-), enquanto que, nas ex-
cos, como o transporte da seiva nos vegetais.
tremidades do hidrogênio, predominam cargas positivas
(δ+), por isso a molécula de água é polar ou polarizada. 2.2.2 Capilaridade
Moléculas que não têm essa polaridade são chamadas de
É a capacidade da água de penetrar em espaços redu-
moléculas apolares – por exemplo, os lipídios.
zidos. Isso permite, por exemplo, percorrer os microporos
Quando os átomos de hidrogênio da molécula de água do solo, tornando-se acessível às raízes das plantas. Outro
(com carga positiva) se colocam próximos ao átomo de exemplo é quando a água “sobe” a parede de tubos muito
oxigênio de outra molécula de água (com carga negativa), finos, mesmo contra a força da gravidade. Na figura a se-
estabelece-se uma ligação entre eles, denominada ligação guir, vemos esse processo:
de hidrogênio ou ponte de hidrogênio.
Forças de
adesão
Capilar de vidro Vidro
H
H
O

+
H
Moléculas Forças de coesão
+– O
de água
O H H + –
– O
H As moléculas de água prendem-se às paredes internas do ca-
H
+ pilar de vidro por adesão, e levam consigo outras moléculas
H H
por coesão. Quanto mais estreito for o tubo, mais alta será a
O H coluna de água.

As ligações de hidrogênio, por manterem uma ligação 2.2.3 Poder de dissolução


estável entre as moléculas, são responsáveis por várias A água é considerada como solvente universal porque
propriedades da água. tem grande poder de dissolver várias substâncias. Quando

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CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

moléculas entram em contato com a água, ela tem a ten- contribuindo para diminuir o atrito nessas regiões. Além
dência de envolver as moléculas, separando-as. disso, nas reações de hidrólise, como ocorre no processo
As substâncias que se dissolvem são chamadas hidrofí- digestivo, a água tem participação indispensável na trans-
licas (hidro = água; philus = amigo), e as que não se dissolvem formação das grandes moléculas orgânicas em outras mo-
são chamadas hidrofóbicas (hidro = água; phobos = medo). léculas menores.
As substâncias hidrofóbicas são apolares, enquanto as 2.2.6 Balanço hídrico
hidrofílicas são polares.
O balanço hídrico é essencial para a manutenção da
Molécula Íons vida, porque um ser vivo perde água continuamente para
Cristal
de água solvatados
de NaC o ambiente. As principais vias de perda de água pela maio-
ria dos animais são ar expirado, suor, fezes e urina, então
deve-se repor a água perdida. As principais vias de ganho
de água são a via exógena (a água que vem de fora), como a
C– água ingerida e a presente em alimentos, mas há também a
via endógena (a água que o organismo produz), proveniente
Na+
das reações do metabolismo. Em um quadro de desidrata-
ção (perda de água), o organismo, para evitar a sua mor-
te, busca diminuir suas perdas de água; por exemplo, uma
A água está dissolvendo os íons que formam o NaC l , o criança desidratada urina pouco ou até mesmo não urina
sal de cozinha. para evitar a desidratação excessiva.
Ganhos de água Perdas de água
2.2.4 Calor específico e calor latente elevados 2 500
Água metabólica Fezes (100 mL)
(200 mL) Pulmões
O calor específico consiste na quantidade de energia (300 mL)
térmica necessária para aumentar a temperatura de uma
2 000 Ingestão de
Média do volume diário de água (mL)

substância em determinada quantidade. O calor específico alimentos sólidos Pele


da água é de 1 cal/gºC, maior do que qualquer outra subs- (700 mL) (600 mL)
tância (com exceção da amônia líquida). Isso significa que 1 500
a água precisa absorver muita energia para aumentar sua
temperatura, e também necessita liberar muita energia
para baixar sua temperatura. Portanto, o alto calor especí- 1 000
Ingestão de Via renal
fico é a causa da estabilidade térmica da água. (1 500 mL)
líquidos
O calor latente é a energia necessária para a mudança (1 600 mL)

de estado físico de uma substância em determinada tempe- 500

ratura. O calor latente de vaporização da água a 25 ºC é de


44 kJ/mol, o valor mais alto conhecido para líquidos. Grande
parte dessa energia é utilizada para quebrar as pontes de 2.2.7 Fatores que alteram o percentual de água
hidrogênio entre as moléculas de água. Dessa forma, a eva-
A quantidade de água varia de acordo com alguns fatores:
poração da água exige a absorção de muita energia. Quando
a temperatura do ambiente ultrapassa determinados va- Metabolismo: quanto maior a atividade química (meta-
lores, ou quando o corpo esquenta por causa de um exer- bolismo) de um órgão, maior o teor hídrico.
cício físico, nossas glândulas sudoríparas eliminam suor. Quantidade de água em porcentagens do peso total em
A água contida no suor evapora, eliminando o calor da pele e alguns órgãos humanos
do sangue abaixo desta, o que impede que a temperatura se
Encéfalo de embrião 92,0
eleve muito. Assim, a água é um termorregulador.
Músculos 83,4
2.2.5 Outras propriedades Cérebro 77,8
Podemos dizer, ainda, que, por ter esse grande poder de Pulmões 70,9
dissolução, a água é um importante veículo de transporte Coração 70,9
de substâncias, permitindo o contínuo intercâmbio de íons
Osso 48,2
e de moléculas entre os líquidos extra e intracelular. Nas
articulações ósseas, a água exerce um papel lubrificante, Dentina 12,0

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CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

Idade: o encéfalo do embrião tem 92% de água e o do Alguns seres vivos conseguem sobreviver quase to-
adulto, aproximadamente 78%. A taxa de água em geral de- talmente sem água, por períodos mais ou menos prolon-
cresce com a idade. gados. É o caso dos esporos bacterianos e dos cistos de
Espécie: na espécie humana, há 64% de água e, nas protozoários. Esse fenômeno é chamado de anidrobiose
medusas (água-viva), 98%. Esporos e sementes vegetais (vida sem água) e corresponde a uma forma de vida laten-
são as estruturas com menor proporção de água (15%). te, na qual as reações do metabolismo estão reduzidas ao
mínimo necessário para a manutenção da vida.

A água e a taxa metabólica


Como veremos adiante, a água está envolvida
em numerosas reações químicas presentes nos
organismos vivos. O metabolismo é caracterizado 75%

Percentual de água
pelo conjunto de reações químicas que ocorrem em 64%
um sistema vivo (reações de quebra e síntese). 53% 53%
Dessa forma, a quantidade de água em um orga- 46%
nismo é diretamente proporcional à sua taxa metabó-
lica. Tecidos com baixa atividade metabólica, como o
tecido ósseo, têm pouca água quando comparados ao
recém- homens mulheres homens mulheres
tecido nervoso, que apresenta elevada taxa metabólica. -nascidos jovens jovens idosos idosas
Outro exemplo é o das sementes de vegetais,
que têm baixa quantidade de água, permanecendo
em estado de dormência até serem postas em con- 2.2.8 Distribuição de água nos seres humanos
tato com a água. Nos seres humanos, a distribuição de água nos dois
A quantidade de água em um organismo também sexos é diferente. No homem, representa em média 60%
varia de acordo com a idade: indivíduos mais jovens do peso e, na mulher, 50%.
têm mais água no corpo do que indivíduos mais velhos. A diferença é atribuída ao conteúdo de gordura dife-
rente nos dois sexos.
A água no organismo humano está distribuída em dois compartimentos principais: o
intracelular (dentro das células) e o extracelular (fora das células). O maior é o intracelu-
2
lar, que corresponde a da água total, sendo o restante presente no extracelular. O flui-
3
do extracelular é subdividido em dois compartimentos: o intravascular (dentro dos vasos
sanguíneos) e o interstício (espaço entre as células). O interstício corresponde a 80%, e o
intravascular, a 20% do fluido extracelular.
Massa corporal total Massa corporal total
(mulher) (homem)

40%
50% Sólidos
Sólidos
Fluidos
totais
do corpo

2
3 Células
Líquido
intracelular
60%
50%
Fluidos Líquido
Fluidos
extracelular
1 80%
3 espaço
Líquido intersticial
extracelular 20% plasma Vaso sanguíneo

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CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

2.3 Sais minerais

Os sais minerais aparecem de três maneiras diferentes nos organismos: dissolvidos


na forma de íons na água do corpo; formando cristais, como o carbonato e o fosfato de
cálcio, encontrados no esqueleto; combinados com moléculas orgânicas, como o ferro na
molécula de hemoglobina (que ajuda a levar o oxigênio para as células).
Os gráficos abaixo representam as distribuições de cátions e ânions no meio extrace-
lular e no meio intracelular.

Outros Outros
Outros Outros
Mg2+ Mg2+
concentração

concentração
Ca2+ Proteína– Ca2+
Na+ HPO42–
HCO3–

Na+
C – K+
Proteína–

HCO –3
K+ C–
Meio extracelular Meio intracelular

Na primeira coluna, temos a distribuição de cátions e, na segunda, a de ânions, nos


espaços extracelular e intracelular, respectivamente.
Os sais minerais são divididos em:
• Macrominerais: assim denominados por serem necessários na dieta em níveis iguais
ou superiores a 100 mg por dia. São eles: cálcio, fósforo, magnésio, enxofre, sódio,
potássio e cloro.

• Microminerais ou elementos-traço (residuais): necessários em quantidades inferio-


res a 100 mg por dia. São eles: ferro, iodo, cobre, zinco, flúor, manganês, cobalto,
cromo, selênio.

Nos seres vivos, os sais minerais desempenham algumas funções genéricas. Entre elas:
• Regulação da quantidade de água na célula: a água sempre se desloca do meio me-
nos concentrado para o meio mais concentrado. Portanto, a concentração de íons nos
meios intra e extracelulares definirá o sentido do fluxo da água. Esse fenômeno é
conhecido como osmose e será discutido mais adiante.

• Equilíbrio elétrico da célula: devido a uma diferença na distribuição de ânions e cá-


tions na membrana celular, a célula apresenta diferentes cargas elétricas em cada
uma de suas faces. A membrana externa apresenta mais cargas positivas que a in-
terna; assim, a última se torna relativamente negativa em relação à primeira. Essa
propriedade é especialmente importante nas células do tecido nervoso.

• Equilíbrio ácido-base: vários íons colaboram para manter o pH sanguíneo neutro,


condição importante para o equilíbrio e a constância das funções vitais (homeostase).

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CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

2.3.1 Principais funções dos sais minerais


A tabela abaixo resume os principais sais minerais e suas funções:

Sais Minerais Função/importância


Devido à ação da bomba de Na+ e K+, os íons sódio são bombeado para fora da célula e, por isso,
tornam-se os íons mais abundantes do meio extracelular. Esses cátions atuam no equilíbrio osmótico
Sódio (Na+)
do corpo, podendo participar da retenção de líquidos; são essenciais para a propagação do impulso
nervoso.
Devido à ação da bomba de Na+ e K+, os íons potássio são bombeados para dentro da célula e, por
Potássio (K ) +
isso, tornam-se os íons mais abundantes do meio intracelular. Participam, juntamente com o Na+, da
condução do impulso nervoso.
É um componente fundamental na rigidez da estrutura de ossos e dentes. Nessas estruturas, o cálcio é
Cálcio (Ca2+) encontrado principalmente na forma de hidroxiapatita [Ca10(PO4)6(OH)2]. Participam ainda da coagulação
do sangue, contração muscular e da condução do impulso nervoso.
É um componente inorgânico do grupamento Heme da hemoglobina (proteína encontrada no
Ferro
interior das hemácias, que participa do transporte de gases respiratórios). O ferro também é
(principalmente
encontrado na mioglobina, presente nas células musculares, e em enzimas encontradas nas
Fe2+)
mitocôndrias.
Fósforo
A molécula de ATP (trifosfato de adenosina), responsável pelo armazenamento e transferência de
(principalmente
energia para as células, é formada pelos íons fosfato ( PO3−
4 ). Esses íons também formam os ácidos
na forma de
3− nucleicos como o DNA e o RNA e, ainda, participam da formação de dentes e ossos.
PO4 )
Juntamente com o cálcio e o fósforo, participa da composição dos ossos. É o componente de muitas
Magnésio (Mg2+) coenzimas, que atuam na síntese da molécula de ATP, e da propagação do impulso nervoso. Nos
vegetais, o Mg2+ é encontrado na estrutura da clorofila, que participa da fotossíntese.
É o componente inorgânico dos hormônios da glândula tireoide. Esses hormônios participam do
Iodo (I–)
controle do metabolismo do corpo. É encontrado nos frutos do mar e no sal de cozinha iodado.

Componente de muitas enzimas e hormônios participantes de importantes vias metabólicas, como as


Zinco (Zn2+)
enzimas digestivas por exemplo. Atua no processo de cicatrização e tem ação antioxidante.

Componente estrutural da vitamina B12, também conhecida como cobalamina, a qual é importante
Cobalto (Co2+)
no processo de formação de hemácias (eritropoese).

Enxofre (S2–) Componente estrutural de proteínas na composição de importantes aminoácidos, como cisteína e metionina.

Flúor (F–) Constituinte dos ossos e dos dentes, atua na proteção contra as cáries.

2.3.2 Principais doenças carenciais


A carência do ferro acarreta a anemia ferropriva. A anemia é caracterizada pela di-
minuição do número de hemácias e/ou do seu teor de hemoglobina. Com isso, ocorrerá
deficiência no transporte de oxigênio para os tecidos.
Para corrigir esse problema, é recomendada a ingestão de ferro, possível de duas for-
mas: (1) forma Fe2+ (íons ferrosos), proveniente de alimentos de origem animal, e (2) forma
Fe3+ (íon férrico), derivada de alimentos de origem vegetal. A forma de origem animal é
mais bem absorvida do que a forma vegetal. Por isso, as fontes animais (carne vermelha,
frango e fígado) são as mais importantes em termos de reposição de ferro.

18

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

Laringe
Metabolismo do ferro
O ferro é, principalmente, absorvido no intes-
Tireoide
tino na forma de íon ferroso (Fe2+). Por essa razão,
agentes redutores ou antioxidantes, como a vitami-
na C, presentes na alimentação, facilitam a entrada
de ferro. O Fe2+ absorvido no intestino será levado
ao sangue, onde se ligará a uma proteína plasmá-
tica denominada transferrina. Essa proteína con-
duzirá o ferro até a medula óssea vermelha, onde Traqueia
esse íon será utilizado na formação do grupamento Paratireoides
(vistas por transparência)
heme que compõe a hemoglobina, pigmento res-
ponsável pelo transporte de gases respiratórios Visualização da tireoide.

nas hemácias.

©  CHATUPHOT/SHUTTERSTOCK
As hemácias duram pouco tempo na circulação
sanguínea, então o baço e o fígado estão encarre-
gados de remover essas células velhas, processo
chamado de hemocaterese. A parte orgânica do
grupamento heme será oxidada em bilirrubina, en-
quanto o ferro retorna ao sangue. A quantidade de
ferro reciclado na hemocaterese é muito maior do
que aquela absorvida no intestino.
O excesso de ferro é armazenado em uma pro-
teína presente, principalmente, no fígado, chamada
ferritina.
Note o aumento do volume do pescoço por conta do bócio.

A carência do iodo na alimentação causa o bócio endê- Para evitar o bócio, cuja principal causa é a falta de
mico ou “papeira”, identificado pelo aumento do volume da iodo, presente naturalmente nos frutos do mar, os órgãos
glândula tireoide, numa tentativa inútil de compensação por de saúde determinam a adição de iodo ao sal de cozinha e
causa da diminuição dos hormônios por ela produzidos. fiscalizam essa prática.

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 2. Identificar as propriedades da água, relacionando-as com processos vitais.

F1. (PUC-RJ)
A água será o bem mais precioso neste século por ser essencial aos seres vivos. Indique a opção que apresenta a
afirmativa correta sobre esse líquido.
(a) A atividade metabólica de uma célula está diretamente relacionada à condição de hidratação desta célula.
(b) Os seres aquáticos obtêm o oxigênio necessário para sua respiração a partir da molécula de água.
(c) Os seres terrestres não dependem da água para sua reprodução, respiração e metabolismo.
(d) A água só dissolve as moléculas celulares, mas não participa das atividades metabólicas celulares.
(e) A água tem baixo calor específico e, por isso, não consegue absorver o excesso de calor produzido no corpo,
provocando produção de suor.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

Considerando as funções exercidas nos seres vivos


Objetivo 3. Identificar as funções gerais de sais minerais.
pela substância em destaque no texto, analise as afir-
Objetivo 4. Reconhecer funções específicas de microminerais
mativas abaixo.
e macrominerais, correlacionando-as com o metabolismo.
I. Facilita o transporte das demais substâncias no
F2. (Uece-CE) organismo.
Relacione, corretamente, os minerais apresentados II. Participa do processo da fotossíntese.
a seguir com algumas de suas funções, numerando a
III. Tem baixo calor específico.
Coluna II de acordo com a Coluna I.
IV. Auxilia na manutenção da temperatura do corpo.
Coluna I
De acordo com as afirmativas acima, a alternativa cor-
1. Cálcio
reta é:
2. Ferro
(a) I e II
3. Sódio
(b) I, II e III
4. Flúor
(c) I, II e IV
Coluna II
(d) II, III e IV
( ) É um componente importante dos ossos e dos
(e) I, II, III e IV
dentes, é essencial à coagulação sanguínea e
tem ação em nervos e músculos.
Objetivo 3. Identificar as funções gerais de sais minerais.
( ) É um componente dos ossos e dos dentes, e au-
xilia na prevenção da cárie dentária. F4. (PUC-MG)
( ) É um componente da hemoglobina, da mioglobi- Os sais minerais são importantes constituintes esque-
na e de enzimas respiratórias, e é fundamental léticos de nosso corpo ou podem ocorrer como íons
para a respiração celular. intra e extracelulares que podem atuar em diversos
processos fisiológicos. Algumas importantes funções
( ) É importante no balanço de líquidos do corpo; é
dos íons são:
essencial para a condução do impulso nervoso e
1. formação e manutenção de ossos e dentes.
tem ação nos músculos.
2. processos de transmissão de impulsos nervosos.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
(a) 4, 1, 3, 2. 3. regulação da contração muscular.

(b) 1, 4, 2, 3. 4. manutenção do equilíbrio hídrico.

(c) 3, 2, 1, 4. Entre as funções citadas, assinale o sal mineral que NÃO


PARTICIPA diretamente de nenhuma dessas funções.
(d) 2, 3, 4, 1.
(a) cálcio
(b) ferro
Objetivo 2. Identificar as propriedades da água, relacionando-
-as com processos vitais. (c) fósforo

F3. (Uepa-PA) (d) potássio

O surgimento e a manutenção da vida, no nosso


planeta, estão associados à água que é a substância Objetivo 5. Apontar os principais problemas carenciais.
mais abundante dentro e fora do corpo dos seres vi-
F5. (PUC-MG)
vos. Entretanto, segundo dados fornecidos pela As-
No sal de cozinha costuma-se adicionar sais de iodo. O
sociação Brasileira de Entidades do Meio Ambiente
iodo participa da constituição dos hormônios da glân-
(Abema), 80% dos esgotos do país não recebem ne-
dula tiroide. A falta do iodo pode provocar nas pessoas:
nhum tipo de tratamento e são despejados direta-
mente em rios, mares, lagos e mananciais, contami- (a) barriga d’água
nando a água aí existente. (b) amarelão
Poluição da Água: <https://www.colegioweb.com.br/ (c) papo
biologia/constituicao-da-agua.html>.
Acesso em: set 2001. (Adaptado.) (d) mau hálito

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
“O ácido oxálico presente no espinafre forma sais
E1. (Uece-CE)
insolúveis com o ferro e também com o cálcio, dificul-
No corpo humano, a água exerce variadas atividades tando a absorção dos dois minerais”, afirma a nutricio-
fundamentais que garantem o equilíbrio e o funciona- nista Lara Cunha, da USP (Universidade de São Paulo).
mento adequado do organismo como um todo. Consi-
Segundo ela, a verdura contém muita fibra, vi-
derando que um ser humano adulto tem entre 40 e
taminas A, C e do complexo B, potássio e magnésio,
60% de sua massa corpórea constituída por água, é
correto afirmar que a maior parte dessa água se en- além de ser considerada laxativa e diurética, mas não
contra localizada deve ser consumida por pessoas com deficiência de
ferro ou propensão a formar cálculos renais, também
(a) no meio intracelular.
devido ao grande teor de ácido oxálico.
(b) na linfa. <http://www1.folha.uol.com.br/folha/comida/
(c) nas secreções glandulares. ult10005u374889.shtml>

(d) no plasma sanguíneo. O ferro é um mineral necessário para o bom funciona-


mento do nosso organismo e está diretamente asso-
E2. (Fuvest-SP) ciado à função de
Um pesquisador estudou uma célula ao microscópio (a) digestão de ácidos graxos.
eletrônico, verificando a ausência de núcleo e de com- (b) síntese de proteínas.
partimentos membranosos. Com base nessas obser-
(c) combate a agentes invasores.
vações, ele concluiu que a célula pertence a
(a) uma bactéria. (d) um fungo. (d) transporte de oxigênio.
(e) absorção de glicose.
(b) uma planta. (e) um vírus.
(c) um animal. E5. (Enem)
Os médicos do posto de saúde de uma pequena cida-
E3. (Uece-CE)
de começaram uma pesquisa e perceberam que uma
A água, substância essencial para todos os seres vivos,
parcela dos cidadãos apresentava problemas nas ar-
(a) apresenta-se em quantidade invariável, de es- ticulações e vários tipos de deformidades na arcada
pécie para espécie. dentária. Suspeitando que a água da região pudesse
(b) tende a aumentar seu percentual nos tecidos ter mais fluoreto que o permitido pela agência de pro-
humanos com o passar da idade. teção ambiental, os médicos deveriam ter
(c) em geral é mais abundante em células com (a) pedido aos pacientes que bebessem diariamente
maior metabolismo. mais água dessa região.
(d) é considerada um solvente universal por ser (b) diminuído o atendimento às pessoas com essas
uma substância apolar. patologias e atendido apenas casos graves.
(c) ficado indiferentes a situação e ter feito o trata-
E4. (PUCC-SP)
mento dos pacientes conforme o caso.
Espinafre prejudica a absorção de ferro
(d) realizado mais exames nos pacientes e ter pedido
Graças ao marinheiro Popeye, personagem que o exame de água da região, alertando as autorida-
recorre a uma lata de espinafre quando precisa reu- des se necessário.
nir forças para enfrentar o vilão Brutus, até as crian-
(e) tomado medidas para proteger exclusivamente o
ças pensam que a verdura é uma boa fonte de ferro.
O que os pequenos e muitos adultos não sabem é que meio ambiente físico, a fauna e a flora, que estariam
a disponibilidade desse mineral para o organismo é sendo agredidos pela presença de fluoretos na água.
bastante limitada.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

afetadas, e os colonos vindos de outras localidades


E6. (Acafe-SC)
não são muito sujeitos a ela.
A alternativa que apresenta a correspondência ade- James W. Wells, “Explorando e viajando três
quada é: mil milhas através do Brasil, do Rio de Janeiro ao
Maranhão.” v. 1. Belo Horizonte: Fundação
Sais Principais João Pinheiro, 1995. (Adaptado.)
Funções
minerais alimentos
(a) Das causas mencionadas pelo autor, alguma é
Forma a
(a) Magnésio Leite e frutas realmente responsável pelo aparecimento do
hemoglobina
bócio? Justifique.
Forma a Cerais e (b) Que medida foi tomada pelos órgãos de saúde
(b) Ferro
clorofila hortaliças brasileiros para combater o bócio endêmico?
Lacticínios,
Forma ossos
(c) Cálcio hortaliças e E9. (Enem)
e dentes
folhas verdes No Brasil, mais de 66 milhões de pessoas se
Faz parte dos Fígado e beneficiam atualmente do abastecimento de água
(d) Flúor
hormônios legumes fluoretada, medida que vem reduzindo, em cerca
Atua no de 50%, a incidência de cáries. Ocorre, entretanto,
(e) Iodo trabalho dos Carne e ovos que profissionais da saúde muitas vezes prescre-
nervos vem flúor oral ou complexos vitamínicos com flúor
para crianças ou gestantes, levando à ingestão
E7. (Fatec-SP)
exagerada da substância. O mesmo ocorre com o
uso abusivo de algumas marcas de água mineral
A invenção do microscópio possibilitou várias des-
que contêm flúor. O excesso de flúor – fluorose –
cobertas e, graças ao surgimento dos microscópios
nos dentes pode ocasionar desde efeitos estéticos
eletrônicos, houve uma revolução no estudo das cé-
até defeitos estruturais graves. Foram registrados
lulas. Esses equipamentos permitiram separar os
casos de fluorose tanto em cidades com água fluo-
seres vivos em procarióticos e eucarióticos, porque
retada pelos poderes públicos como em outras,
se descobriu que os primeiros, entre outras carac-
abastecidas por lençóis freáticos que naturalmente
terísticas,
contêm flúor.
(a) possuem parede celular e cloroplastos. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas –
APCD, v. 53, n. 1. (Adaptado.)
(b) possuem material genético disperso pelo cito-
plasma. Com base nesse texto, são feitas as seguintes afirmações.
(c) possuem núcleo organizado envolto por mem- I. A fluoretação da água é importante para a ma-
brana nuclear. nutenção do esmalte dentário, porém não pode
(d) não possuem núcleo e não têm material genético. ser excessiva.

(e) não possuem clorofila e não se reproduzem. II. Os lençóis freáticos citados contêm compostos
de flúor, em concentrações superiores às exis-
E8. (Unicamp-SP) tentes na água tratada.
O texto a seguir se refere ao relato de um via- III. As pessoas que adquiriram fluorose podem ter
jante inglês que esteve em Minas Gerais entre 1873 utilizado outras fontes de flúor além da água de
e 1875: O bócio é muito comum entre os campo- abastecimento público, como, por exemplo, cre-
neses mais pobres, mas raramente é visto nos fa- mes dentais e vitaminas com flúor.
zendeiros mais prósperos. A presença de cal nas Pode-se afirmar que apenas.
águas dos córregos e uma atmosfera úmida são
(a) I é correta.
consideradas as causas primárias do mal, mas
hábitos indolentes e uma ausência de toda higiene (b) II é correta.
e limpeza, seja na própria pessoa ou na casa, são (c) III é correta.
sem dúvida grandes promotores da doença. Pode
(d) I e III são corretas.
ser, e possivelmente é, hereditária, pois está prin-
cipalmente confinada àqueles nascidos nas áreas (e) II e III são corretas.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

E10. (UCS-RS)
Uma criança passeando com seus pais na beira da lagoa reparou que havia vários insetos caminhando sobre a
superfície da água. Eles não afundavam, porque
(a) as patas dos insetos estabelecem uma reação hidrofóbica.
(b) a água é uma substância apolar e forma uma reação química com a superfície das patas dos insetos.
(c) as pontes de hidrogênio são extremamente instáveis, tornando-se uma superfície sólida para os insetos.
(d) as patas dos insetos estabelecem uma reação hidrofílica.
(e) a tensão superficial da água consegue suportar o peso do inseto.

E11. (UFU-MG)
Na composição celular são encontrados vários elementos, entre os quais, os sais minerais. Por serem fundamentais
ao adequado funcionamento de diversas células e órgãos, esses sais aparecem em diferentes regiões do corpo huma-
no e em diversos alimentos. Faça a correlação entre os sais minerais apresentados na COLUNA A com as informações
descritas na COLUNA B.

COLUNA A COLUNA B
a – Sua maior reserva está nos ossos; é importante na contração muscular e na cascata de
1 - Ferro
coagulação sanguínea; é encontrado em folhas verdes e casca do ovo
2 - Potássio b – É um dos componentes da hemoglobina; é encontrado no fígado e carnes
c – Faz parte do esqueleto de vários animais, do processo de transferência de energia no interior
3 - Iodo
da célula e da molécula de ácidos nucleicos; é encontrado em carnes, feijão, ervilha e peixes.
4 - Cálcio d – atua na transmissão de impulsos nervosos; é encontrado em frutas, verduras e cereais.
e – É um importante componente de um hormônio cuja carência pode levar à obesidade; é en-
5 - Fósforo
contrado em frutos do mar e peixes.

Assinale a alternativa que apresenta a correlação correta.


(a) 1-b; 2-d; 3-e; 4-a; 5-c. (b) 1-b; 2-d; 3-e; 4-c; 5-a. (c) 1-d; 2-b; 3-e; 4-c; 5-a. (d) 1-a; 2-d; 3-c; 4-b; 5-e.

E12. (PUC-MG)
A anemia é uma doença que atinge inúmeras pessoas em todo o mundo, mesmo em países desenvolvidos, trazendo
fadigas e diminuição do desempenho físico e cognitivo. O esquema a seguir destaca alguns fatores envolvidos direta
ou indiretamente na eritropoiese.
No esquema E.P.O. (eritropoietina) é um hormônio produzido e liberado em resposta a baixos teores de oxigênio no
sangue que passa pelos rins.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

De acordo com o esquema e seus conhecimentos so-


E15. (Unicamp-SP)
bre o assunto, assinale a afirmativa INCORRETA.
Sobre uma mesa há dois ratinhos semelhantes, em
(a) Uma das vitaminas mostradas é necessária para
tamanho, forma e cor. Um deles goteja um pouco de
a síntese de DNA e RNA e sua deficiência tem
líquido, desloca-se em linha reta até cair da mesa e
profundo efeito na eritropoiese.
emitir um ruído como de engrenagens, que logo ces-
(b) A anemia perniciosa surge em consequência de sa. O outro ratinho percorre a mesa em linha sinuosa,
deficiência de uma vitamina necessária para a vai até a borda e volta. Anda para lá e para cá, pare-
absorção de ferro pelo organismo. cendo indeciso, como a procura de algo. De repente,
(c) Doença renal crônica pode acarretar anemia, dirige-se para um punhado de grãos, dos quais al-
que pode ser corrigida pela administração de guns são mordiscados e ingeridos. Em seguida, esse
E.P.O. recombinante. ratinho urina e defeca e, e depois disso, volta para
junto dos seus filhotes, numa caixinha em cima da
(d) Três dos fatores mostrados estão envolvidos mesa. Quais as características que você pode usar
com a síntese do grupo prostético da hemoglo- da descrição acima para dizer que um dos ratinhos
bina. é um ser vivo?

E13. (Enem) E16. (Enem)


Para lavar e refrescar o ambiente, que estava a Suponha que uma pessoa, desejosa de fazer seu pró-
40 °C, uma pessoa resolveu jogar água sobre um piso prio adubo orgânico, tenha seguido o procedimento
de granito. Ela observou que o líquido se concentrou descrito no texto, exceto no que se refere ao umedeci-
em algumas regiões, molhando parcialmente a super- mento periódico do composto. Nessa situação,
fície. Ao adicionar detergente sobre essa água, a pes- (a) o processo de compostagem iria produzir inten-
soa verificou que o líquido se espalhou e deixou o piso so mau cheiro.
totalmente molhado. A molhabilidade da superfície foi
(b) o adubo formado seria pobre em matéria orgâni-
melhorada em função da
ca que não foi transformada em composto.
(a) solubilidade do detergente em água ser alta.
(c) a falta de água no composto vai impedir que mi-
(b) tensão superficial da água ter sido reduzida. crorganismos decomponham a matéria orgânica.
(c) pressão de vapor da água ter sido diminuída. (d) a falta de água no composto iria elevar a tempe-
(d) densidade da solução ser maior que a da água. ratura da mistura, o que resultaria na perda de
nutrientes essenciais.
(e) viscosidade da solução ser menor que a da
(e) apenas microrganismos que independem de oxi-
água.
gênio poderiam agir sobre a matéria orgânica e
transformá-la em adubo.
E14. (Acafe-SC)
Identifique os diferentes sais minerais com suas fun- E17. (CESJF-MG)
ções no organismo, apresentadas abaixo.
A água é de importância vital para todos os seres vivos.
( ) Participa da molécula do ATP. Sob o ponto de vista biológico, entre as propriedades físi-
( ) Forma a hemoglobina dos glóbulos vermelhos. co-químicas, podemos citar três fundamentais que são:

( ) Importante para o equilíbrio dos íons do corpo. (a) baixo poder de dissolução, pequena tensão su-
perficial e baixo calor específico.
( ) Forma ossos e dentes. Age na contração muscular.
(b) grande poder de dissolução, pequena tensão su-
A alternativa correta, de cima para baixo, é: perficial e baixo calor específico.
(a) Cálcio - Ferro - Sódio - Fosfato (c) grande poder de dissolução, pequena tensão su-
(b) Ferro - Sódio - Cálcio - Fosfato perficial e alto calor específico.
(d) grande poder de dissolução, grande tensão su-
(c) Sódio - Fosfato - Ferro - Cálcio
perficial e alto calor específico.
(d) Fosfato - Ferro - Sódio - Cálcio
(e) grande poder de dissolução, pequena tensão su-
(e) Fosfato - Cálcio - Ferro - Sódio perficial e alto calor específico.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

de célula. Em média, a água corresponde a 70% da


E18. (UEM-PR-Adaptado)
composição química de um indivíduo normal.
A respeito de alguns minerais, de suas funções no or-
Quantidade
ganismo humano e suas principais fontes na alimen- Tipo de célula
de água
tação, indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
Tecido nervoso – substância cinzenta 85%
(01) O ferro é um componente da hemoglobina, da
Tecido nervoso – substância branca 70%
mioglobina e das enzimas respiratórias. O fíga-
do de boi é uma fonte rica desse componente, na Medula óssea 75%
forma oxidada. Tecido conjuntivo 60%
(02) O sódio é o principal cátion no líquido intrace- Tecido adiposo 15%
lular; apresenta-se como um cátion bivalente e Hemácias 65%
tem no sal de cozinha sua principal fonte. Ossos sem medula 20%
(04) O iodo é um dos componentes dos hormônios da
Durante uma biópsia, foi isolada uma amostra de teci-
tireoide e é encontrado na substância NaCl.
do para análise em um laboratório. Enquanto intacta,
(08) O cálcio é um elemento essencial à coagulação essa amostra pesava 200 mg. Após secagem em estu-
sanguínea, sendo encontrado em leites. fa, quando se retirou toda a água do tecido, a amostra
(16) O potássio influencia contração muscular e a passou a pesar 80 mg. Baseado na tabela, pode-se
atividade dos nervos, sendo o principal cátion afirmar que essa é uma amostra de
intracelular. (a) tecido nervoso - substância cinzenta.
(b) tecido nervoso - substância branca.
E19. (Enem)
(c) hemácias.
A água é um dos componentes mais importantes das
células. A tabela a seguir mostra como a quantidade (d) tecido conjuntivo.
de água varia em seres humanos, dependendo do tipo (e) tecido adiposo.

C
FOLHA AZ
(d) Participa de reações de hidrólise
1. (UFJF-MG)
Há um fenômeno de caráter geral entre aos seres vi- (e) Participa do transporte de moléculas
vos que justifica os mecanismos de evolução e da bio-
diversidade. Assinale-o: 3. (UFU-MG)

(a) reprodução Os sais minerais possuem funções diversificadas, po-


dendo existir, nos seres vivos, dissolvidos em água,
(b) metabolismo
sob a forma de íons, ou imobilizados como componen-
(c) crescimento tes de esqueletos. Assim sendo, podemos dizer que,
(d) nutrição dos sais minerais encontrados sob a forma de íon,
(e) ciclo vital (a) o cálcio está presente na clorofila e é indispensá-
vel para que ocorra o processo de fotossíntese.
2. (PUC-RS) (b) o sódio apresenta-se sempre em concentrações
O citoplasma celular é composto por organelas dispersas maiores dentro da célula do que fora dela.
numa solução aquosa denominada citosol. A água, por-
(c) o ferro está presente na hemoglobina, molécu-
tanto, tem um papel fundamental na célula. Das funções
la responsável pelo transporte de oxigênio no
que a água desempenha no citosol, qual NÃO está correta:
organismo.
(a) Participa do equilíbrio osmótico
(d) o magnésio é um íon indispensável na transfe-
(b) Catalisa reações químicas
rência de energia nos processos metabólicos
(c) Atua como solvente universal celulares.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

A propriedade físico-química mencionada no texto


4. (Enem)
confere à água a capacidade de:
Os distúrbios por deficiência de iodo (DDI) são fenôme-
(a) servir como doador de elétrons no processo de
nos naturais e permanentes amplamente distribuído
fotossíntese.
em várias regiões do mundo. Populações que vivem
em áreas deficientes de iodo têm o risco de apresen- (b) funcionar como regulador térmico para os orga-
tar os distúrbios causados por essa deficiência, cujos nismos vivos.
impactos sobre os níveis de desenvolvimento huma- (c) agir como solvente universal nos tecidos ani-
no, social e econômico são muito graves. mais e vegetais.
No Brasil, vigora uma lei que obriga os produtores de (d) transportar os íons de ferro e magnésio nos te-
sal de cozinha a incluírem em seu produto certa quan- cidos vegetais.
tidade de iodeto de potássio. (e) funcionar como mantenedora do metabolismo
Essa inclusão visa prevenir problemas em qual glân- nos organismos vivos.
dula humana
(a) hipófise. 7. (Uerj-RJ)
A presença de nitrogênio e fósforo na alimentação de
(b) tireoide.
todos os seres vivos é fundamental ao bom funciona-
(c) pâncreas. mento da célula. O processo celular que envolve dire-
(d) suprarrenal. tamente a participação de moléculas compostas por
esses elementos é:
(e) paratireoide.
(a) contração do músculo

5. (Enem) (b) armazenamento de energia


Durante a aula, um professor apresentou uma pes- (c) reconhecimento de antígenos
quisa nacional que mostrava que o consumo de sódio (d) transmissão do impulso nervoso
pelos adolescentes brasileiros é superior ao determi-
nado pela Organização Mundial da Saúde. 8. (UFRGS-RS)
O professor, então, destacou que esse hábito deve ser Assinale a alternativa que preenche corretamente as la-
evitado. cunas do enunciado abaixo, na ordem em que aparecem.
A doença associada a esse hábito é a O íon integra as moléculas de DNA,
(a) obesidade. RNA e ATP. Já o íon sódio contribui para
(b) osteoporose. , enquanto o íon participa da compo-
sição da mioglobina.
(c) diabetes tipo II.
(a) fósforo – a formação de ossos e dentes – zinco
(d) hipertensão arterial.
(b) ferro – a coagulação sanguínea – potássio
(e) hipercolesterolemia. (c) cálcio – o equilíbrio hídrico – ferro
(d) cálcio – a composição de açúcares de longas ca-
6. (Enem)
deias – potássio
A água apresenta propriedades físico-químicas que a co-
(e) fósforo – a transmissão do impulso nervoso – ferro
loca em posição de destaque como substância essencial
à vida. Dentre essas, destacam-se as propriedades tér-
9. (Fuvest-SP)
micas biologicamente muito importantes, por exemplo, o
elevado valor de calor latente de vaporização. Considere as seguintes características atribuídas aos
seres vivos:
Esse calor latente refere-se à quantidade de calor
que deve ser adicionada a um líquido em seu ponto de I. Os seres vivos são constituídos por uma ou mais
ebulição, por unidade de massa, para convertê-lo em células.
vapor na mesma temperatura, que no caso da água é II. Os seres vivos têm material genético interpretado
igual a 540 calorias por grama. por um código universal.

26

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS

III. Quando considerados como populações, os seres É correto o que se afirmar em:
vivos se modificam ao longo do tempo. (a) I.
Admitindo que possuir todas essas características (b) I – II.
seja requisito obrigatório para ser classificado como
(c) I – II – III.
“ser vivo”, é correto afirmar que:
(a) os vírus e as bactérias são seres vivos, porque (d) I – II – III – IV.
ambos preenchem os requisitos I, II e III. (e) I – II – III – IV – V.
(b) os vírus e as bactérias não são seres vivos, por-
que ambos não preenchem o requisito I.
(c) os vírus não são seres vivos, porque preenchem
os requisitos II e III, mas não o requisito I.
(d) os vírus não são seres vivos, porque preenchem
o requisito III, mas não os requisitos I e II.
(e) os vírus não são seres vivos, porque não preen-
chem os requisitos I, II e III.

10. (Acafe-SC)
O metabolismo celular pode ser conceituado como o
conjunto de reações de construção ou desconstrução
de moléculas realizado pela célula com o intuito de
manter-se viva.
Acerca das informações acima e dos conhecimentos
relacionados ao tema, analise as afirmações a seguir
I. O processo metabólico se divide em dois grupos:
anabolismo (reações de síntese) e catabolismo
(reações de degradação).
II. O metabolismo energético das células pode ocor-
rer através da fotossíntese e da respiração celular.
III. Há influência de diversos fatores no metabolismo
de um organismo como, por exemplo, a genética,
a idade, a prática de atividade física, entre outros.
IV. Anabolismo consiste especificamente nas rea-
ções de quebra ou degradação, como por exem-
plo a respiração celular.
V. Catabolismo incide em reações de síntese, pro-
dução como por exemplo a fotossíntese.

GABARITO
A
E01. A E05. D E10. E E17. D
E02. A E06. C E11. A E18. 01 + 08 + 16 = 25
E03. C E07. B E12. B E19. D
E04. D E13. B
E08. E14. D
a)  Não. O bócio endêmico é causa- E15. Características como necessi-
do pela falta nutricional de iodo. dade de alimento para obtenção
b)  Acrescentar iodo ao sal consu- de energia, capacidade de mo-
mido pela população. vimento e de reprodução.
E09. D E16. C

27

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• Múltiplas hidroxilas (-OH) ligadas a carbonos satu-
rados: por isso, um glicídio pode ser caracterizado
CAPÍTULO 2 P como um poliálcool.
COMPOSTOS ORGÂNICOS I: • Grupo carbonila (-C=O): pode localizar-se no meio
GLICÍDIOS E LIPÍDIOS da cadeia carbônica – se isso ocorrer, pertencerá à
função cetona – ou nas extremidades – se isso ocor-
Objetivos de aprendizagem rer, pertencerá à função aldeído. Um glicídio que
1. Compreender a estrutura química básica de glicídios pertença à função cetona será chamado de cetose, e
e lipídios. um que pertença à função aldeído, de aldose.

2. Identificar e classificar os principais tipos de glicídio e H


reconhecer suas funções. H C OH
3. Identificar e classificar os principais tipos de lipídio e C O
reconhecer suas funções. C
H OH
4. Descrever as rotas metabólicas para essas duas H
classes de macromoléculas, indicando as suas
principais atividades biológicas. Di-hidroxiacetona,
uma cetose

A molécula acima é caracterizada como um glicídio,


pois apresenta mais de uma hidroxila ligada a carbonos
D saturados e uma carbonila no meio da cadeia carbônica. As
1. Glícidios moléculas com essa configuração podem ser denominadas
poli-hidroxicetonas.
Os glicídios, também chamados de açúcares, carboi-
dratos ou hidratos de carbono, são compostos orgânicos H O
formados principalmente por átomos de carbono, hidrogê- C
nio e oxigênio e, eventualmente, de outros elementos, como H C OH
o nitrogênio. Antigamente, julgava-se que a cada átomo de
H C OH
carbono estivesse ligada uma molécula de água, gerando
a fórmula geral Cn(H20)n e, por isso, os glicídios foram de- H
nominados hidratos de carbono ou carboidratos (hidrato =
Gliceraldeído,
água). A utilização do termo açúcar, associado imediata- uma aldose
mente ao sabor doce, deve ser evitada, pois nem todos os
A molécula acima também é caracterizada como um
glicídios são adocicados.
glicídio, pois apresenta mais de uma hidroxila ligada a car-
Os glicídios representam a principal fonte de energia
bonos saturados e, dessa vez, uma carbonila na extremida-
para os seres viventes e são encontrados em diversos tipos de da cadeia carbônica. As moléculas com essa configura-
de alimentos. O leite, por exemplo, contém o glicídio lactose; ção podem ser denominadas poli-hidroxialdeídos.
o mel contém glicose; a cana de açúcar é rica em sacarose,
amplamente utilizada no dia a dia; os frutos adocicados con-
têm frutose e glicose, entre outros tipos de glicídios.
3. Funções dos glicídios
Os glicídios são as moléculas orgânicas mais abundantes
na natureza. A cada ano, a fotossíntese, por exemplo, converte A energia que os seres vivos utilizam em suas ativi-
mais de 100 milhões de toneladas de CO2 e H2O em celulose e dades (produção de células, movimentação, termogênese
outros produtos vegetais. etc.) é oriunda do catabolismo dos alimentos, principal-
mente dos glicídios, que são oxidados com maior facilidade
do que proteínas e lipídios.
Além da função energética, os glicídios desempenham
2. Estrutura química básica
uma função plástica ou estrutural, pois participam da ar-
Quimicamente, os glicídios são definidos, fundamen- quitetura corporal dos seres vivos. A celulose, que forma
talmente, pela presença dos seguintes grupamentos: a parede celular das células vegetais, é um exemplo de

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

glicídio com função estrutural. Outros polímeros assumem papel como lubrificante de arti-
culações (Ex: ácido hialurônico no líquido sinuvial) e participam da coesão e reconhecimen-
to entre as células (Ex: glicocálix).

Função energética
Funções dos glicídios Função estrutural ou plástica
Sinalização celular

4. Classificação dos glicídios


Os glicídios podem ser divididos basicamente em três grupos: monossacarídeos, dissa-
carídeos e polissacarídeos.

4.1 Monossacarídeos
São glicídios formados apenas por uma unidade, muito solúveis em água, facilmente
transportados para todo o corpo, e são substâncias que não sofrem hidrólise. Muitos são
imediatamente aproveitados como fonte de energia pelos seres vivos.
A fórmula geral dos monossacarídeos é Cn(H2O)n, em que o valor de n varia de 3 a 7.
Os nomes dados aos monossacarídeos se referem ao número de átomos de carbono
da molécula:

n Fórmula Nome
3 C3H6O3 Triose
4 C4H8O4 Tetrose
5 C5H10O5 Pentose
6 C6H12O6 Hexose
7 C7H14O7 Heptose
As trioses, tetroses e heptoses são intermediárias nos processos de respiração celular e na fotossíntese,
como veremos adiante.

Os principais monossacarídeos para os seres vivos são pentoses e hexoses.

4.1.1 Pentoses
São os monossacarídeos formados por 5 átomos de carbono.
Principais pentoses
Nome Estrutura Função

HOCH2 O OH

H H É constituinte da molécula do RNA (ácido ribonucleico) e do ATP


Ribose (C5H10O5)
H H (trifosfato de adenosina).

OH OH

HOCH2 O OH

H H
Participa da molécula de DNA (ácido desoxirribonucleico), que
Desoxirribose (C5H10O4)
H H compõe os genes.

OH H

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

A molécula de desoxirribose não obedece à fórmula geral das pentoses, ao contrário


da ribose, cuja fórmula é C5H10O5, pois há um átomo de oxigênio a menos na região indicada
pela seta na figura anterior e, assim, sua fórmula molecular será C5H10O4. A ausência desse
átomo de oxigênio é uma importante distinção entre RNA e DNA.
4.1.2 Hexoses
A tabela abaixo resume as principais hexoses e suas funções:

Principais pentoses
Nome Glicose Galactose Frutose

H O H O H
C C H C OH
H C OH H C OH C O
HO C H HO C H HO C H
Estrutura H C OH HO C H H C OH
H C OH H C OH H C OH
CH2OH CH2OH CH2OH

D-Glicose, D-Galactose, D-Frutose,


uma aldohexose uma aldohexose uma cetohexose
É o glicídio mais importante, pois é
É encontrada na composição da É encontrada nas frutas e no
Função usado como combustível pelo meta-
lactose, o açúcar do leite. esperma humano.
bolismo celular na produção do ATP.
As plantas produzem monossacarídeos por meio da fotossíntese, e os animais os ad-
quirem de forma direta ou indireta a partir dos vegetais. Todas as células vivas apresentam
a hexose glicose. Elas usam a glicose como fonte de energia, catabolizando-a em uma sé-
rie de reações de oxidação que liberam energia que será armazenada na molécula de ATP.
A glicose existe em duas formas: cadeia aberta (linear) ou cíclica (fechada). A estrutura cí-
clica predomina em mais de 99% das situações, pois é mais estável. Existem, também, duas
formas da estrutura cíclica chamada de α – glicose e β – glicose, que diferem somente na
posição do –H e –OH ligados ao carbono 1.
As formas α e β se interconvertem e existem em equilíbrio quando dissolvidas em água.
H O Grupamento
1
aldeído
C
2
H C OH Grupamento
hidroxila
HO 3
C H
6
C H2OH 6
C H2OH
6
C H2OH
5 5 5
4 H C O–H H H C O H H C O HO
H C OH H H ou H
4 C OH H 1 C 4 C 1 C 4 C 1 C
H 5
C OH OH H OH H
HO C3 C2 O HO C3 C OH HO C3 C H
2 2
6
H C OH H OH H OH H OH
H
Forma linear Forma intermediária α – D – glicose β – D – glicose

A cadeia linear da glicose A reação entre o grupamento aldeído Dependendo da posição do grupamento hidroxila quando o
apresenta um grupamento e o grupamento hidroxila do carbono anel se fecha, qualquer das duas moléculas, α − D – glicose ou
aldeído no carbono 1. 5 dá origem à forma fechada. β − D – glicose, são formadas.

A maioria das hexoses presentes nos seres vivos se encontra na forma dextrógira dos
isômeros ópticos; por isso, a glicose é comumente chamada de D–glicose ou dextrose.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

4.2 Dissacarídeos
São formados pela união de dois monossacarídeos. A reação é uma síntese por desi-
dratação: um dos monossacarídeos perde um hidrogênio (-H), o outro perde uma hidroxila
(-OH), e eles se unem por meio de uma ligação glicosídica, originando o dissacarídeo. Si-
multaneamente, o hidrogênio e a hidroxila liberados também se juntam, produzindo uma
molécula de água.
Os dissacarídeos são solúveis em água, mas não são imediatamente aproveitáveis
como fonte de energia. Para isso, precisam ser quebrados por hidrólise, dando origem a
dois monossacarídeos.

Monossacarídeo Monossacarídeo
C6H12O6 OH + HO C6H12O6

1 2

Ligação glicosídica

O
+
H2O

A formação de um dissacarídeo ocorre por uma reação de desidratação (sentido 1 da


reação); a quebra de um dissacarídeo, formando dois monossacarídeos, ocorre por uma
hidrólise (sentido 2 da reação).
Assim, a fórmula geral dos dissacarídeos, formados pela união de duas hexoses, será:

C6H12O6 + C6H12O6 – H2O = C12H22O11

Os principais dissacarídeos estão relacionados na tabela abaixo:

Nome Composição Características


É o dissacarídeo mais conhecido,
pois é utilizado como açúcar
comum, que é usado para adoçar
Sacarose Glicose + frutose
bebidas, bolos, sobremesas etc.
É encontrado em plantas como a
cana-de-açúcar e a beterraba.

A lactose é o dissacarídeo
encontrado no leite e é um dos
Lactose Glicose + galactose
principais substratos energéticos
utilizados pelos lactentes.

É encontrado em cereais e
sua produção ocorre durante
a germinação das sementes.
Maltose Glicose + glicose
É o dissacarídeo formado na
hidrólise parcial do amido e do
glicogênio.

É o dissacarídeo utilizado pelos


Celubiose Glicose + glicose
vegetais para produzir a celulose.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

Momento NERD
Por que a maltose e a celubiose são diferentes?
A maltose e a celubiose são formadas por duas moléculas de glicose, mas são diferentes entre si. Isso ocorre
porque o tipo de glicose utilizado e a ligação formada entre elas é diferente. Na formação da maltose, há a partici-
pação de uma molécula de α-D-glicose, enquanto na celubiose há somente moléculas de β-D-glicose.

Ligação glicosídica α – 1,4


CH2OH CH2OH CH2OH CH2OH
H O H H O OH H O H H O OH
H Formação da
H β H H β
4
OH H
1
α
4 1 ligação α 4 1 4 1
OH H OH H α OH H
OH OH HO H OH O H
H OH H OH H OH H OH
H2O
α – D – glicose β – D – glicose α – D – glicose β – D – glicose
Maltose

A maltose é produzida quando uma ligação glicosídica α - 1,4 se forma entre duas moléculas de glicose. O grupo
hidroxila no grupo de carbono 1 de uma D – glicose da posição α (para baixo) reage com o grupo hidroxila no carbono
4 de outra glicose.

Ligação glicosídica β – 1,4


CH2OH CH2OH CH2OH CH2OH
H O OH H O OH H O H H O OH
H Formação da
β + H β H H β
4
OH H
4 ligação β 4 1 4 1
1 OH H 1 OH H β OH H
OH H HO H OH O H
H OH H OH H OH H OH
H2O
β – D – glicose β – D – glicose β – D – glicose β – D – glicose
Celubiose

Na celubiose, duas glicoses estão ligadas por uma ligação glicosídica β - 1,4.

4.3 Polissacarídeos
Inicialmente, antes de comentar sobre polissacarídeos, precisamos saber que polí-
meros são substâncias formadas pela união de numerosas moléculas mais simples, os
monômeros, em uma reação chamada polimerização. Na união entre esses monômeros,
há a formação de moléculas de água.
Assim, polissacarídeos são glicídios de longas cadeias (polímeros), constituídos pela
união de muitos monossacarídeos (monômeros).
Os polissacarídeos podem ser divididos em:
• Homopolissacarídeos: estruturas que contêm apenas um tipo de unidade monomé-
rica. Por exemplo, amido, glicogênio e celulose são formados exclusivamente por
moléculas de glicose, enquanto a quitina é formada exclusivamente por moléculas
de N–acetilglicosamina.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

• Heteropolissacarídeos: estruturas que contêm dois ou mais tipos de estruturas mo-


noméricas. Por exemplo, o ácido hialurônico é formado pela polimerização alternada
entre a N–acetilglicosamina e o ácido glucurônico.
Os polissacarídeos são insolúveis em água e não apresentam sabor adocicado. Alguns
representam uma reserva de energia; outros fazem parte de certas estruturas do organis-
mo. Vejamos alguns exemplos a seguir.

4.3.1 Amido
O amido é a principal substância de reserva energética vegetal. Durante o processo de
fotossíntese, o vegetal gera glicídios que serão estocados na forma de amido, que durante
situações de necessidade (à noite, por exemplo, quando não há luz para a fotossíntese), é
quebrado para seus produtos serem utilizados como fonte de energia.
A espécie humana utiliza amplamente o amido fornecido pelos vegetais como uma
das mais importantes fontes energéticas. Diversos grãos como o arroz, milho e o trigo são
abundantes em amido. Algumas raízes e caules utilizados na alimentação humana, como
batatas e mandioca, são ricas nesse polissacarídeo.

4.3.2 Glicogênio
O glicogênio é o principal polissacarídeo de reserva de animais e fungos. Comumente,
ele é formado no fígado e nos músculos após refeições ricas em carboidratos. Quando há
um período de jejum, no qual a glicemia é reduzida, há a hidrólise do glicogênio para gerar
moléculas de glicose.

Se a glicose é realmente necessária como combustível, por que deve ser arma-
zenada em forma de polímero, como o amido e o glicogênio?
A razão é que mil moléculas de glicose exerceriam mil vezes mais a pressão
osmótica, causando a entrada de água na célula. Se não fosse pelos polissacarídeos,
que são insolúveis e, por isso, apresentam uma atividade osmótica reduzida, vários
organismos gastariam muito tempo e energia ao eliminar o seu excesso de água.

4.3.3 Celulose
A celulose é o principal componente da parede celular dos vegetais e das algas e é o
composto orgânico mais abundante do planeta. Como as ligações que formam a celulose
são muito estáveis, sua hidrólise é muito difícil. Assim, seu principal papel é como uma
substância estrutural. Alguns organismos como os ruminantes, com a ajuda de bactérias
e protozoários, conseguem digerir a celulose. Isso ocorre pois esses microrganismos for-
necem as enzimas celulase e celubiase que viabilizam a hidrólise desse polissacarídeo.
Celulose
CH2OH H OH CH2OH H OH

H O H H O H
H O OH H H O OH H
O OH H H O OH H H O
H H H H O
O
H OH CH2OH H OH CH2OH

Nestes pontos podem ocorrer ligações


de hidrogênio com outras moléculas.
A celulose é um polissacarídeo não ramificado de glicose que apresenta ligações glicosídicas β-1,4 que
são quimicamente muito estáveis.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

Amido e glicogênio
CH2OH

H O H
H
O OH H
As ramificações ocorrem aqui.
H OH O

CH2OH CH2OH CH2OH CH2OH

O O H O H H O H
H H H H
H H H H
O OH H O OH H O OH H O OH H O

H OH H OH H OH H OH
O amido e o glicogênio são polissacarídeos de glicose formados por ligações glicosídicas α-1,4. Ligações
α-1,6 formam as ramificações no carbono 6.

Principais diferenças entre os polissacarídeos formados exclusivamente pela glicose


Nome Celulose Amido Glicogênio

Estrutura

Sem ramificações (amilose)


Sem ramificações, a
Ramificações ou com poucas ramificações Muitas ramificações
molécula é linear
(amilopectina)

É a principal reserva
Forma a parede celular dos É a principal reserva energética animal, fica
Função
vegetais e algas. energética vegetal. estocado no fígado e no
músculo.

Por que devemos comer fibras?


Apesar de não possuirmos as enzimas necessárias à digestão da celulose, sua
ingestão, em associação a outros polissacarídeos vegetais, é muito importante para
a saúde do corpo.
As fibras vegetais, como a celulose, absorvem água, amolecem as fezes e aumen-
tam o volume delas, estimulando as contrações musculares do intestino e, assim, evi-
tando a prisão de ventre. Além disso, o consumo regular de fibras reduz o colesterol
e, aparentemente, diminui a incidência de câncer de intestino.
No entanto, atenção: o consumo excessivo de alimentos ricos em fibras pode cau-
sar diarreias e perda de eletrólitos e vitaminas.

4.4 Glicídios nitrogenados


Alguns glicídios podem ser modificados quimicamente por adição de grupos amino.
Por exemplo, a glicose pode ter a sua hidroxila (-OH) do carbono 2 substituída por um gru-
po amino N-acetil, formando o monossacarídeo nitrogenado N-acetilglicosamina.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

CH2OH
5 O
H H OH
4

OH OH H H
3
2
H NH

O C

CH3

A hidroxila do carbono 2 é substituída pelo grupo amino N-acetil, formando a N-acetilglicosamina.

A N-acetilglicosamina pode se polimerizar e formar a quitina, a principal substância


do exoesqueleto dos artrópodes e da parede celular dos fungos. Os grupos amino N-acetil,
presentes na quitina, permitem muitas ligações de hidrogênio, tornando essa molécula
altamente resistente, perfeita para o revestimento de seres vivos.

CH3 Radical N–ace�l


Glicosamina C O

CH2OH H N—H CH2OH


H O H H O
H O OH H H O
OH H H OH H
O H H O
O H
H N—H CH2OH H N—H
O C N–ace�lglicosamina O C
CH3 CH3
A quitina é um polímero de N-acetilglicosamina; grupos N-acetil fornecem pontos adicionais
para ligações de hidrogênio entre os polímeros.

A N-acetilglicosamina pode se polimerizar alternadamente com outro glicídio, o ácido


glucurônico, e formar o ácido hialurônico, que apresenta consistência altamente viscosa e
que age como lubrificante das juntas no líquido sinovial, além de contribuir para a resistên-
cia e a elasticidade da matriz extracelular de tendões e cartilagens.
Glicídios
Função energética
Função básica
Função estrutural ou plástica
Classificação dos glicídios
Compõe o RNA e o ATP.
Pentoses
Compõe o DNA.
Monossacarídeos Principal fonte de energia para os seres vivos.
Hexoses Encontrada em frutas e no esperma.
Monossacarídeo do leite.
Maltose Encontrada em cereais e em sementes em germinação.
Dissacarídeos Sacarose É o açúcar comum, proveniente da cana-de-açúcar ou da beterraba.
Lactose É o açúcar do leite.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

Classificação dos glicídios


Função de Amido: formado por glicose. Reserva energética dos vegetais.
reserva
Glicogênio: formado por glicose. Reserva energética dos animais e fungos.
energética
Polissacarídeos
Celulose: formada por glicose. Forma a parede celular dos vegetais e das algas.
Função
Quitina: formada por Forma o exoesqueleto dos artrópodes e a
estrutural
N-acetilglicosamina. parede celular dos fungos.

5. Lipídios
Definição de lipídios
A natureza química dos lipídios é bastante heterogênea, pois eles podem pertencer
a diversas funções químicas: alguns são ésteres, outros são ácidos carboxílicos, hidro-
carbonetos, álcoois etc. Os lipídios são substâncias apolares, por isso exibem, como ca-
racterística definidora e comum, a insolubilidade em água. Os lipídios não se dissolvem
na água, por esta ser polar, mas são solúveis em solventes orgânicos apolares, como o
álcool, a benzina, o éter, o querosene e o clorofórmio.
A figura abaixo representa os principais grupos de lipídios, divididos em dois grupos:
os hidrolisáveis e os não hidrolisáveis.

Lipídios hidrolisáveis O

––
C – O – CH2
O
O
––

O – O – CH2

––
C – O – CH
CH O

––
Ésteres
C – O – CH2
O
Triacilgliceróis
––

C–O
Cerídeos Lipídios não hidrolisáveis
Ésteres de esteróis

O Hidrocarbonetos
––

C – O – CH Alcanos
O Carotenoides
––

C – O – CH O
OH

– ––

H2C – O – P – O
Fosfolipídios Álcoois
O
Álcoois de cadeia longa
Esteróis
O Esteroides HO
––

C – O – CH2 COOH
O Ácidos
––

C – O – CH2 O CH2 Ácidos graxos


––

Eicosanoides
H2C – O – P – O N – CH3
O CH3
O
––

C NH
OH
Glicolipídios
OH
Cerebrosídeos
HO – CH
Gangliosídeos HO O
OH
OH

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

5.1 Funções dos lipídios


Diferentes tipos de lipídio desempenham diversos papéis nos organismos vivos:
• as gorduras e os óleos armazenam energia;
• os fosfolipídios desempenham papéis estruturais importantes nas membranas celulares;
• os carotenoides ajudam as plantas a captar energia solar;
• a gordura serve como isolante térmico no corpo dos animais;
• um revestimento lipídico envolve os nervos e age como isolante elétrico;
• óleos ou ceras na superfície da pele, pelos e penas repelem água.

Por que utilizar gordura?


Se a molécula comumente utilizada no processo de oxidação para obtenção de energia
é a glicose, por que utilizamos os lipídios como substância de reserva, e não o glicogênio?
Como discutido anteriormente, moléculas que têm polaridade se dissolvem facil-
mente em água. Este é o caso dos glicídios, que, sendo substâncias polares, carregam,
adendas à sua estrutura, moléculas de água, formando uma camada de hidratação.
Assim, se utilizássemos o glicogênio como única reserva, acumularíamos uma grande
quantidade de água, que aumentaria em muito o nosso volume. Nesse ponto, a gordura
se mostra como uma forma mais compacta de armazenamento energético, pois, uma
vez que é apolar, não acumula à sua volta uma camada de hidratação.
Além disso, os lipídios apresentam maior rendimento energético: 1 g de lipídio
libera 9 kcal contra 4 kcal liberadas por 1 g de glicídio; logo, com a mesma massa, a
produção de energia é maior em lipídios do que em glicídios. Por esses motivos, os
lipídios representam uma excelente forma de reserva energética.
Essa reserva é produzida quando o animal se alimenta, geralmente a partir da gor-
dura ingerida e do excesso de glicídio, que pode ser transformado em gordura. Quando
ingerimos muito glicídio, uma parte é usada, e outra é armazenada no fígado e no mús-
culo na forma de glicogênio. No entanto, a concentração desse glicogênio é limitada, e
o excesso de glicídios se transforma em gordura: uma pessoa tem, em média, 0,5 kg
de glicogênio, que pode ser consumido em um único dia de exercício intenso, mas essa
mesma pessoa tem, em média, 16 kg de gordura, que funciona como uma reserva du-
radoura, a longo prazo e por muitos dias.
Verificamos, também, que o tipo de reserva energética é adequado ao modo de vida
do ser vivo. As plantas, por exemplo, são imóveis, podendo armazenar amido como re-
serva principal. Já para os animais, que são móveis, uma reserva mais compacta e que
permita maior liberdade de movimentos é a ideal.
Observe que as plantas também usam a gordura como reserva quando isso é con-
veniente – por exemplo, nas sementes, que devem ser pequenas e compactas, a fim de
facilitar sua dispersão.

6. Classificação dos lipídios


Os principais tipos de lipídios são: glicerídios, representados por óleos e gorduras de
origem vegetal e animal; cerídios, ceras produzidas por abelhas e por plantas como a car-
naúba; carotenoides, pigmentos amarelos e vermelhos de certas plantas (tomate, cenoura
etc.); fosfolipídios, principais constituintes das membranas celulares; esteroides, repre-
sentados pelo colesterol e por hormônios.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

6.1 Glicerídios e ácidos graxos


Os glicerídios, também chamados de acilgliceróis, são formados pela união do glice-
rol (álcool de três carbonos com três hidroxilas) com ácidos graxos (ácidos monocarbo-
xílicos com cadeia carbônica longa, geralmente com número de carbonos par e maior do
que 12). Pode haver uma, duas ou – o que é mais comum – três moléculas de ácido graxo
ligadas ao glicerol.
Neste último caso, o composto é chamado de triglicerídio, triglicéride ou triacilglicerol.

Ligação éster Carbono quiral ou assimétrico

O O O
HO CH2 RI C O CH2 RI C O CH2 RI C O CH2
O O
HO C H HO C H RII C O C H RII C O C H
O
HO CH2 HO CH2 HO CH2 RIII C O CH2

Glicerol Monoacilglicerol Diacilglicerol Triacilglicerol

H H H H H H H H H H H O
C C C C C C C C C C C C
H H H H H H H H H H H OH

Fórmula estrutural de um tipo de ácido graxo

A união de um ácido, como o ácido graxo, com um álcool, como o glicerol, produz um
tipo de substância química chamada éster.
Os glicerídios são, portanto, ésteres de ácidos graxos. O grupo carboxila de um ácido
graxo pode reagir com o grupo hidroxila do glicerol, resultando em uma ligação covalente
chamada de ligação éster e água.
Essa reação é chamada de esterificação e é reversível. Um triacilglicerol pode sofrer
hidrólise e formar ácidos graxos e glicerol.

Reação de esterificação que forma o triacilglicerol

H H
Glicerol H2C C CH2 H2C C CH2
(um álcool) Reação de
OH OH OH esterificação O O O

OH OH OH O C O C O C Ligação
éster
O C O C O C CH2 CH2 CH2
+ 3 H2O
H2C H2C H2C
CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2
H2C H2C H2C 3 H2O H2C H2C H2C
CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2
H2C H2C H2C
3 H2C H2C H2C
CH2 CH2 CH2 Reação de CH2 CH2 CH2
moléculas
H2C H2C H2C hidrólise
de ácidos H2C H2C H2C
graxos CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2
H2C H2C H2C H2C H2C H2C
CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2
H2C H2C H2C H2C H2C H2C
CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2
H2C H2C H2C H2C H2C H2C
CH2 CH2 CH2 CH3 CH3 CH3
H2C H2C H2C
CH3 CH3 CH3 Triacilglicerol

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

Os triacilgliceróis são depositados Ácido graxos Glicerol


no tecido adiposo em células chamadas
de adipócitos, especialmente sob a pele,
Reação de
formando o panículo adiposo. Nesses Reservatório esterificação
casos, além de agir como reserva ener- de gordura
gética, esse tecido adiposo funciona
como isolante térmico e como proteção
contra choques mecânicos.
Núcleo Triacilglicerol
Os triacilgliceróis armazenados nos
adipócitos podem originar-se das seguin-
tes maneiras: Triacilglicerol
• absorvidos da alimentação e trazi- (alimentação)
dos até os adipócitos, como triacil- Síntese e armazenamento de
gliceróis, por proteínas carregadoras de lipídios; triacilgliceróis em adipócitos.

• oriundos do fígado e transportados até o tecido adiposo, sob a forma de triacilgli-


ceróis, por proteínas carregadoras de lipídios;
• da síntese nos próprios adipócitos, em que ocorrerá a reação de esterificação que
unirá os ácidos graxos ao glicerol.
Os ácidos graxos presentes em um triacilglicerol não necessitam ter o mesmo número
de carbonos ou estrutura. Quanto à cadeia carbônica, os ácidos graxos podem ser classi-
ficados em:
• Ácidos graxos saturados: todas as ligações entre os átomos de carbono da cadeia
são ligações simples, ligações sigma (σ) – não existem ligações duplas ou triplas. Ou
seja, todas as conexões são saturadas por átomos de hidrogênio. Essas moléculas de
ácidos graxos são lineares e se associam fortemente umas às outras, como os vários
lápis de uma caixa.

OH

O C
CH2
H2C
CH2
H2C
Em um ácido graxo saturado,
CH2
todas as ligações entre
H2C
carbonos são simples. A cadeia
CH2
carbônica é linear.
H2C
CH2
H2C
CH2
H2C
CH2
H2C
CH3

Ácido palmí�co

• Ácidos graxos insaturados: a cadeia carbônica contém uma ou mais ligações pi (π), for-
mando ligações duplas ou triplas. O ácido oleico, por exemplo, é um ácido graxo monoinsa-
turado com uma única ligação dupla no meio da cadeia, que causa uma dobra na molécula.
Alguns ácidos graxos têm mais de uma ligação dupla e dobras múltiplas; eles são ácidos
graxos poli-insaturados. Essas dobras previnem que as moléculas fiquem próximas.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

OH

O C
CH2
CH2
CH2
CH2
CH2
CH2
CH2 Ligações duplas entre carbonos
HC formam os ácidos graxos
insaturados. A cadeia carbônica
HC apresenta dobras.
CH2

HC

HC
CH2

CH2
CH2

CH2
CH3 Ácido linoleico

As dobras nas moléculas de ácidos graxos são determinantes no estado físico em


temperatura ambiente (20 oC). Os triacilgliceróis de origem animal, chamados gorduras,
tendem a ter muitos ácidos graxos saturados de cadeia longa, interagindo fortemente;
essas gorduras são, em geral, sólidas à temperatura ambiente e têm um alto ponto de
fusão. Os triacilgliceróis das plantas e de certos peixes de águas frias (como o salmão e
o bacalhau), chamados óleos, tendem a ter muitos ácidos graxos insaturados. Por causa
das dobras das cadeias insaturadas, esses ácidos graxos não conseguem se compactar
e apresentam um baixo ponto de fusão; esses triacilgliceróis são normalmente líquidos
em temperatura ambiente.

Gorduras Óleos
São triacilgliceróis formados por ácidos graxos saturados, que São triacilgliceróis formados por ácidos graxos insaturados,
têm formato linear. que apresentam dobras na cadeia.
São de origem vegetal ou de certos peixes de águas frias,
São de origem animal, como a gordura das carnes bovina
como os óleos de girassol, de milho, de canola e de fígado
e suína.
de bacalhau.
Estão no estado sólido à temperatura ambiente. Estão no estado líquido à temperatura ambiente.
No caso dos seres humanos, dietas ricas em ácidos graxos saturados podem contribuir
para a formação da placa de ateroma, que prejudicará o fluxo sanguíneo para os órgãos.
Essa placa caracteriza a aterosclerose, que contribuirá para a ocorrência das doenças car-
diovasculares, como o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral (A.V.C.).
Por isso é preciso moderar o consumo de alimentos de risco, como carnes gordurosas e
compostos hidrogenados (Ex: margarina, biscoitos industrializados etc).
Sob o ponto de vista energético, a ingestão diária de lipídios na dieta humana até poderia
ser substituída pela de glicídios. Entretanto, a ingestão de lipídios torna-se imprescindível por
duas razões: eles são veículos para a absorção de vitaminas lipossolúveis e há necessidade
de se obterem ácidos graxos essenciais – que não podem ser sintetizados pelo organismo e
devem provir diretamente da dieta. Essas moléculas são de ácidos graxos poli-insaturados
que pertencem às famílias chamadas ômega 6 e ômega 3 (ômega é a última letra do alfabeto
grego, e o nome “ômega 3” indica que há uma dupla-ligação no terceiro átomo de carbono a
partir do final da cadeia, e “ômega 6”, no sexto carbono a partir do final).

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

Os principais ácidos graxos que compõem a família ômega 6


são o ácido linoleico e o ácido araquidônico. Esses ácidos, em es- A Trans O
pecial o linoleico, são encontrados em óleos vegetais, principal- OH
mente o óleo de milho, de girassol, de linhaça, de canola e de soja.
Cis O
A carência do ácido linoleico acarreta alterações na mem-
OH
brana plasmática, que levam ao aumento da permeabilidade
e à diminuição da resistência dos capilares sanguíneos. A ca-
rência do ácido araquidônico interfere na síntese de uma clas- B
se de substâncias chamadas prostaglandinas, que participam
de grande variedade de processos em diferentes tecidos do
corpo. Participam, por exemplo, em processos inflamatórios, 6.2 Cerídios
na taxa de filtração do sangue nos rins e no controle da febre.
Neste grupo, são incluídas as ceras biológicas, como
A família ômega 3 contém três ácidos graxos: o linolêni-
aquelas encontradas no ouvido humano – o cerúmen, que
co, cujas principais fontes são os óleos de soja e de canola; o
protege o tímpano contra micro-organismos –, na carnaú-
eicosapentaenoico (EPA) e o docosahexaenoico (DHA), encon-
ba e no favo das abelhas.
trados em óleos de peixes marinhos, principalmente salmão,
sardinha, cavala e truta. Esses ácidos parecem contribuir Os cerídios representam o principal combustível me-
para diminuir a formação de coágulos, importante causa de tabólico do plâncton. Além disso, têm inúmeras outras fun-
infartos; reduzir o excesso de colesterol e triacilgliceróis no ções, em virtude de suas propriedades repelentes de água
sangue; ajudar a diminuir a pressão arterial elevada; atenuar e de sua consistência firme. As glândulas sebáceas de ma-
estados inflamatórios, como a artrite reumatoide. Por esses míferos secretam ceras para manter os pelos flexíveis e im-
motivos, algumas indústrias alimentícias passaram a adicio- permeáveis. Os pássaros marinhos têm glândulas uropigia-
nar ômega 3 a produtos como ovos, leite e pães. nas, que secretam ceras que deixam as penas repelentes à
água. Folhas lustrosas são cobertas com ceras que limitam
a transpiração excessiva e protegem a planta contra o ata-
A gordura trans que de patógenos.
A gordura trans é fabricada industrialmente pela
Os cerídios são ésteres de ácidos graxos saturados
hidrogenação (acréscimo de átomos de hidrogênio)
ou insaturados de cadeia longa, com álcoois de cadeia
dos ácidos graxos insaturados presentes nos óleos
longa. O resultado é uma molécula muito longa, com 40
vegetais. Nesse processo, algumas ligações duplas
a 60 carbonos. A grande cadeia carbônica garante uma
são transformadas em simples. Se a hidrogenação
forte apolaridade que contribui para a impermeabilidade
for parcial, será mantida pelo menos uma insatu-
dos cerídios à água. Seus pontos de fusão (60 oC a 100 oC)
ração que permite a ocorrência de duas formas
são geralmente mais altos que o dos triacilgliceróis, o que
isoméricas: a cis e a trans. O isômero cis é formado
significa que, à temperatura ambiente, são sempre sóli-
preferencialmente na biossíntese dos ácidos graxos
dos. Por exemplo, aqui está a estrutura da cera da abelha:
e, por isso, é a forma mais encontrada na natureza;
entretanto, a forma trans é termodinamicamente O
mais estável, em paralelo às reações de hidrogena- H3C (CH2)14 C O CH2 (CH2)28 CH3
ção, ocorrerá uma reação de isomerização, na qual
Ácido graxo Álcool de cadeia
o isômero cis será convertido no isômero trans. Ligação longa
Além da hidrogenação parcial, o aquecimento de éster
ácidos graxos insaturados, como utilização de certos
6.3 Fosfolipídios
óleos para fritura, pode levar à formação de ácidos
graxos trans. Diversos estudos apontam que os áci- Os fosfolipídios compõem a membrana plasmática.
dos graxos trans podem trazer muitos malefícios à Cada fosfolipídio contém um glicerídio ligado a um gru-
saúde, aumentando o risco para doenças cardiovas- po fosfato, sendo formado por uma região polarizada e
culares. Por isso, os médicos recomendam um con- outra apolar. Isso confere ao fosfolipídio uma caracte-
sumo bem restrito desse tipo de gordura. Também rística anfipática: um lado (dos ácidos graxos) é apolar
por esse motivo, a Agência de Vigilância Sanitária e, portanto, não se mistura com a água (hidrofóbico); o
(Anvisa) passou a exigir que os ácidos graxos trans outro é polar, dissolvendo-se na água (hidrofílico). Essa
sejam discriminados nos rótulos dos alimentos propriedade é decisiva para que a membrana assuma a
sua forma característica.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

A cabeça hidrofílica é atraída


pela água, que é polar. CH3

H3C N+ CH3
CH2
colina
carga CH2
positiva
O
carga fosfato -O P O
negativa
O

H2C CH CH2
glicerol
O O

C O C O

CH2 CH2
cadeias de
hidrocarbonetos

Cabeça hidrofílica
Cauda hidrofóbica As caudas hidrofóbicas
são repelidas pela água.

Por causa dessa propriedade, quando essas moléculas estão completamente en-
voltas por água, dispõem-se naturalmente em duas camadas, ficando com a parte hi-
drofílica da molécula para fora, em contato com a água, e a parte hidrofóbica para
dentro. A formação de membranas com duas camadas de lipídios assim dispostas é,
portanto, um processo natural.
Além disso, essas camadas de lipídios tendem a se unir em suas extremidades,
formando compartimentos fechados; quando, por qualquer motivo, essas membranas
Cabeça hidro�lica são separadas, elas tendem a se unir novamente, o que explica o grande poder de
Cauda hidrofóbica
recuperação das membranas celulares.
Água Água

Água Água

Ru
pt
ura

Representação esquemática da disposição natural de moléculas de fosfolipídios quando


colocadas em meio aquoso. Observe que, se rompermos essa estrutura, ela tende a se
fechar novamente.

6.4 Carotenoides
Os carotenoides são uma família de pigmentos (de cor amarela, vermelha ou laranja)
absorventes de luz encontrados nas plantas e nos animais. O β–caroteno é um pigmen-
to que fixa a energia solar durante a fotossíntese. Nos seres humanos, uma molécula de

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

β–caroteno pode ser degradada em duas moléculas de vitamina A, a partir das quais pro-
duzimos o pigmento visual, a rodopsina. Os carotenoides são responsáveis pelas cores das
cenouras, dos tomates, das abóboras, das gemas dos ovos e da manteiga.
H3C
H3C CH3 CH3 CH3

CH3 CH3 H3C CH3


CH3

β – Caroteno

H3C
H3C CH3 CH3 CH3 HO
OH CH3
CH3 CH3 H3C
CH3
Vitamina A Vitamina A

6.5 Esteroides
São substâncias que, apesar de não serem propriamente ésteres de ácidos graxos,
apresentam cadeias associadas aos lipídios, com os quais compartilham algumas proprie-
dades em comum. Sua estrutura característica é o núcleo esteroide, que consiste na fusão
de quatro anéis, três deles com seis carbonos e um com cinco.

O núcleo esteroide apresentado acima está presente em todos os esteroides. A diver-


sidade entre os esteroides é proveniente de alterações desse núcleo.
Os três grupos mais importantes de esteroides são os esteróis, os ácidos biliares e os
hormônios esteroides.

6.5.1 Esteróis
São álcoois esteroides, nos quais o núcleo esteroide recebe uma hidroxila. O esterol
mais importante nos animais é o colesterol. Nas plantas e nos micro-organismos há uma
diversidade de outros esteróis em vez do colesterol – por exemplo, o ergosterol, estimas-
terol e o β – sitosterol.
A ingestão excessiva de colesterol, por meio do consumo de gorduras animais, está
associada a um risco aumentado de doenças cardiovasculares. Entretanto, o organismo
humano necessita de colesterol, entre outras razões porque essa substância é um impor-
tante componente das membranas plasmáticas de nossas células, assim como de outros
animais. As membranas plasmáticas de vegetais e de bactérias não apresentam colesterol
em sua composição.
O colesterol, produzido em nosso organismo (principalmente no fígado) ou obtido dire-
tamente dos alimentos de origem animal, é transportado aos diversos tecidos por proteínas
especiais presentes no sangue. As células utilizam colesterol como matéria-prima para a
formação das membranas plasmáticas, ácidos biliares e dos hormônios esteroides.

6.5.2 Ácidos biliares


Os ácidos biliares são produzidos a partir do colesterol, no fígado. São substâncias
liberadas no duodeno e têm a função de emulsionar as gorduras, facilitando a digestão dos

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

lipídios por parte de enzimas chamadas de lipases.

6.5.3 Hormônios esteroides


Uma pequena parte do colesterol é recrutada para a síntese dos hormônios esteroides,
mas esses hormônios apresentam uma importância significativa no funcionamento dos
animais. Veremos, em outros capítulos, as funcionalidades desses hormônios. A seguir há
uma relação dos principais hormônios esteroides.

CH2OH CH2OH
C O OHC C O OH OH
HO OH HO

O O O HO
Cortisol Aldosterona Testosterona Estradiol

CH3 OH
25
C O OH
OH
HO
OH
HO Hormônio da
CH2
O muda nos
3 1 O
artrópodes.
Progesterona HO OH Calcitriol Ecdisona

7. Lipoproteínas
O colesterol e seus similares, assim como triacilgliceróis, ácidos graxos e fosfo-
lipídios, são essencialmente insolúveis em água. Esses lipídios precisam ser trans-
portados pela corrente sanguínea de seu tecido de origem para o tecido onde serão
armazenados. Isso pode representar um problema quando levamos em consideração a
composição do plasma sanguíneo. Eles são, portanto, transportados na forma de lipo-
proteínas plasmáticas.
As lipoproteínas são classificadas em cinco grupos. Em ordem decrescente de ta-
manho e crescente em densidade, os principais tipos de lipoproteínas são:

– Quilomícrons
– VLDL (lipoproteínas de densidade muito baixa, very low-density lipoproteins);
– IDL (lipoproteínas de densidade intermediária, intermediate - density lipoproteins);
– LDL (lipoproteínas de baixa densidade, low-density lipoproteins);
– HDL (lipoproteínas de densidade alta, high-density lipoproteins).

7.1 Ciclos das lipoproteínas

7.1.1 Ciclo exógeno


É o ciclo responsável pela captação dos lipídios da alimentação, no qual os quilomí-
crons são responsáveis pelo transporte dos triacilgliceróis e seus catabólitos do intestino

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

até os tecidos. Eles são formados na mucosa intestinal e atingem a circulação sanguínea
por meio da circulação linfática. Nos músculos e no tecido adiposo, uma enzima, chamada
de lipoproteína lipase, na superfície do endotélio vascular, hidrolisa a maior parte dos tria-
cilgliceróis. Durante a liberação dos ácidos graxos e do glicerol para as células, os quilomí-
crons são convertidos gradualmente em quilomícrons remanescentes, que posteriormente
serão removidos pelo fígado.

7.1.2 Ciclo endógeno


É o ciclo relacionado com a produção das lipoproteínas no fígado. O VLDL é formado
no fígado e transporta triacilgliceróis, colesterol e fosfolipídios para os outros tecidos. O
VLDL é gradualmente convertido em IDL e, posteriormente, em LDL, sob a ação da enzima
lipoproteína lipase, que permitirá a liberação de lipídios para os tecidos periféricos. O LDL,
formado ao final dessa via, retorna ao fígado por um mecanismo de endocitose mediado
por receptor, onde será reciclado para formar novos VLDL.
O HDL é também originado no fígado. Ele retorna o excesso de colesterol dos tecidos
para o fígado, que os eliminará por meio da bile. A enzima lecitina colesterol aciltransfera-
se permite que o colesterol dos tecidos seja enviado para o HDL.

Tecidos extra
Intestino Ciclo exógeno Ciclo endógeno hepáticos

*Endocitose Fígado
mediada por
receptor Colesterol Colesterol
LDL
Lipídios
Quilomícrons Ácidos graxos
Retorno do 2
colesterol
IDL
Quilomícrons
1 remanescentes
HDL
VLDL
1
Músculo
Ácidos Troca de
graxos lipídios
livres Tecido adiposo Ácidos
Ácidos graxos
graxos livres
livres Ácidos
graxos
1 Lipoproteína lipase 2 Lecitina – colesterol aciltransferase (LCAT) livres

O LDL está associado ao fornecimento de lipídios aos tecidos, por isso seu aumento
é relacionado com as doenças cardiovasculares. Como o HDL está associado à remoção
dos lipídios dos tecidos, o seu aumento é benéfico ao organismo. As expressões utiliza-
das popularmente de “bom” e “mal” colesterol, para o HDL e o LDL respectivamente, não
se referem às moléculas de colesterol mas sim às lipoproteínas transportadoras. Um
indivíduo que apresente altos níveis de LDL e baixos de HDL pode estar mais sujeito a
doenças cardiovasculares, enquanto níveis baixos de LDL e altos de HDL reduzem o risco
dessas doenças.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 2. Identificar e classificar os principais tipos de glicí- Objetivo 3. Identificar e classificar os principais tipos de lipídio
dios e reconhecer suas funções. e reconhecer suas funções.
Objetivo 3. Identificar e classificar os principais tipos de lipídio Objetivo 4. Descrever as rotas metabólicas para essas duas
e reconhecer suas funções. classes de macromoléculas, indicando as suas principais ati-
vidades biológicas.
F1. (UPM-SP)
F3. (PUC-PR)
São substâncias usadas preferencialmente como fon-
te de energia: O colesterol tem sido considerado um vilão nos últi-
mos tempos, uma vez que as doenças cardiovascula-
(a) fosfolipídios e esteroides.
res estão associadas a altos níveis desse composto no
(b) glicerídeos e polissacarídeos, como o amido. sangue. No entanto, o colesterol desempenha impor-
(c) proteínas e glicerídeos. tantes funções no organismo. Analise os itens abaixo:
(d) cerídeos e esteroides. I. O colesterol é importante para a integridade da
membrana celular.
(e) carotenoides e polissacarídeos, como a celulose.
II. O colesterol participa da síntese dos hormônios
esteroides.
Objetivo 1. Compreender a estrutura química básica de glicí-
dios e lipídios. III. O colesterol participa da síntese dos sais biliares.
Objetivo 2. Identificar e classificar os principais tipos de glicí- São corretas:
dio e reconhecer suas funções.
(a) I, II e III.
F2. (UFRGS-RS) (b) somente II.
Os carboidratos, moléculas constituídas, em geral, por (c) somente I.
átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio, podem ser
(d) somente III.
divididos em três grupos: monossacarídeos, oligossa-
carídeos e polissacarídeos. (e) somente I e II.
A coluna I, a seguir, apresenta três grupos de carboi-
dratos, e a II, alguns exemplos desses carboidratos. Objetivo 2. Identificar e classificar os principais tipos de glicí-
dio e reconhecer suas funções.
Associe adequadamente a segunda coluna à primeira.
COLUNA I COLUNA II F4. (Uepa-PA)
Em busca da estética perfeita e de boa saúde, as aca-
1. Monossacarídeo ( ) sacarose
demias tornaram-se pontos de encontro onde a comu-
2. Dissacarídeo ( ) amido nicação é extensa, ampla e irrestrita.
3. Polissacarídeo ( ) galactose Nesses espaços, os carboidratos são utilizados como
substrato energético celular durante cada série de exer-
( ) desoxirribose
cícios. Dentre esses carboidratos, destaca-se a glicose.
( ) quitina
Sobre o carboidrato em destaque, afirma-se que:
( ) maltose I. É produzido pelas plantas por meio do processo
de fotossíntese.
A sequência correta de preenchimento dos parênte-
ses, de cima para baixo, é II. Nos animais é armazenado sob a forma de gli-
cogênio.
(a) 2 - 3 - 1 - 1 - 3 - 2.
III. É um polissacarídeo utilizado pelos vegetais
(b) 3 - 1 - 3 - 2 - 2 - 1.
como reserva energética.
(c) 1 - 2 - 2 - 3 - 1 - 3.
IV. É encontrado em alimentos como uva, mel e fru-
(d) 2 - 1 - 2 - 2 - 3 - 1. tas de modo geral.
(e) 1 - 3 - 1 - 3 - 2 - 2. V. Nos vegetais é armazenado na forma de amido.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

A alternativa que contém todas as afirmativas corre- A principal característica das doenças cardiovascula-
tas é: res é a presença da aterosclerose, acúmulo de placas
(a) I, II, III e IV de gorduras nas artérias ao longo dos anos que impe-
de a passagem do sangue.
(b) I, III, IV e V
Fonte: <http://www.brasil.gov.br/saude/2011/09/doencas-
(c) I, II, IV e V cardiovasculares-causam-quase-30-das-mortes-no-pais ->.
Acesso em: maio de 2016.
(d) I, III, IV e V
Dentre as principais causas da aterosclerose, des-
(e) I, II, III, IV e V
tacam-se fatores genéticos, obesidade, sedentaris-
mo, tabagismo, hipertensão e colesterol alto. Se for
Objetivo 4. Descrever as rotas metabólicas para essas duas considerado isoladamente o fator colesterol, con-
classes de macromoléculas, indicando as suas principais ati-
vidades biológicas. clui-se que
(a) uma redução de HDL e um aumento de LDL re-
F5. (PUC-PR) duzem o risco de infarto.
Leia o texto a seguir.
(b) atividade física e ingestão de gorduras de ori-
Doenças cardiovasculares causam quase 30% gem vegetal aumentam a quantidade de LDL re-
das mortes no País duzindo o risco de infarto.
As doenças cardiovasculares são responsáveis (c) alimentação equilibrada e atividade física redu-
por 29,4% de todas as mortes registradas no País em zem o HDL e aumentam o risco de infarto.
um ano. Isso significa que mais de 308 mil pessoas
faleceram principalmente de infarto e acidente vas- (d) proporção de HDL e LDL não tem relação direta
cular cerebral (AVC). As doenças cardiovasculares com a alimentação, pois são moléculas de ori-
são aquelas que afetam o coração e as artérias, como gem endógena.
os já citados infarto e acidente vascular cerebral, e (e) uma redução de HDL e um aumento de LDL au-
também arritmias cardíacas, isquemias ou anginas. mentam o risco de infarto.

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E1. (Fatec-SP) E2. (UFU-MG)
Durante a realização de exercícios físicos intensos de O colesterol é um esteroide, que constitui um dos prin-
média duração, como uma corrida de 400 metros, a cipais grupos de lipídios. Com relação a esse tipo par-
principal fonte energética utilizada para a contração ticular de lipídio, é CORRETO afirmar que
dos músculos de um atleta é a reserva de carboidratos (a) o excesso de colesterol, na espécie humana, au-
que se encontra no interior de suas células musculares. menta a eficiência da passagem do sangue no
Essa reserva de carboidratos, no interior das células interior dos vasos sanguíneos, acarretando a ar-
mencionadas, corresponde a moléculas de teriosclerose.

(a) amido, o qual é sintetizado a partir da ligação de (b) o colesterol participa da composição química
aminoácidos. das membranas das células animais e é precur-
sor dos hormônios sexuais masculino (testoste-
(b) amido, o qual é sintetizado a partir da ligação de
rona) e feminino (estrógeno).
moléculas de glicose.
(c) o colesterol é encontrado em alimentos tanto
(c) ácidos graxos, os quais são sintetizados a partir
de origem animal como vegetal (ex.: manteigas,
da ligação de aminoácidos. margarinas, óleo de soja, milho etc.), uma vez
(d) glicogênio, o qual é sintetizado a partir da liga- que é derivado do metabolismo dos glicerídeos.
ção de moléculas de glicose. (d) nas células vegetais o excesso de colesterol di-
(e) glicogênio, o qual é sintetizado a partir da liga- minui a eficiência dos processos de transpiração
ção de aminoácidos. celular e de fotossíntese.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

Esse arranjo característico se deve ao fato de os fos-


E3. (PUC-RJ)
folipídios apresentarem uma natureza
Quanto ao tipo de nutrição e de material de reserva
(a) polar, ou seja, serem inteiramente solúveis em água.
dos vegetais e dos animais, temos, respectivamente:
(b) apolar, ou seja, não serem solúveis em solução
(a) heterotrófica e amido, autotrófica e lipídios.
aquosa.
(b) autotrófica e gordura, heterotrófica e amido.
(c) anfotérica, ou seja, podem comportar-se como
(c) autotrófica e amido, heterotrófica e gordura. ácidos e bases.
(d) heterotrófica e lipídios, autotrófica e amido. (d) insaturada, ou seja, possuírem duplas ligações
(e) autotrófica e amido; heterotrófica e proteínas. em sua estrutura.
(e) anfifílica, ou seja, possuírem uma parte hidrofíli-
E4. (Fuvest-SP) ca e outra hidrofóbica.

E6. (Unigranrio-RJ)
São considerados polissacarídeos nitrogenados.
(a) as gorduras e óleos.
(b) a celulose, glicogênio e o amido.
(c) os glicerídeos, os cerídeos e os fosfolipídios.
Fonte: <http://www2.uol.com.br/niquel/bau.shtml>.
Acesso em: Ago 2009. (d) a sacarose, a lactose e a maltose.
(e) a quitina e o ácido hialurônico.
Os animais que consomem as folhas de um livro ali-
mentam-se da celulose contida no papel. Em uma
E7. (PUC-MG)
planta, a celulose é encontrada
Os lipídeos são moléculas formadas predominante-
(a) armazenada no vacúolo presente no citoplasma.
mente por hidrocarbonetos sendo por isso tipicamen-
(b) em todos os órgãos, como componente da pare- te insolúveis em água. Diferentes tipos de lipídeos
de celular. desempenham diversos papéis nos organismos vivos.
(c) apenas nas folhas, associada ao parênquima. É INCORRETO afirmar que os lipídeos desempenham
(d) apenas nos órgãos de reserva, como caule e raiz. papéis de:

(e) apenas nos tecidos condutores do xilema e do (a) armazenar energia em óleos e gorduras.
floema. (b) captar energia solar pelos carotenoides.
(c) agir como isolante térmico e envolver axônios de
E5. (Enem) células nervosas.
Quando colocados em água, os fosfolipídios tendem a (d) atrair moléculas de água em óleos e ceras na
formar lipossomos, estruturas formadas por uma bi- superfície da pele, pelos e penas.
camada lipídica, conforme mostrado na figura. Quan-
do rompida, essa estrutura tende a se reorganizar em E8. (Uece-CE)
um novo lipossomo.
As moléculas que possuem regiões capazes de intera-
gir com moléculas de água e uma região onde não há
essa interação (região hidrofóbica) recebem a deno-
Fosfolipídios minação de moléculas anfipáticas. Dentre as molécu-
las listadas abaixo, assinale a opção que corresponde
à molécula anfipática que tem importante papel nas
Meio
Aquoso atividades celulares, como a capacidade seletiva.
(a) glicose
(b) fosfolipídios
Meio (c) ácidos graxos
Aquoso
(d) colesterol

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

( ) Exercem função plástica ou estrutural além da


E9. (PUCC-SP)
função energética.
O amido, um carboidrato presente em grande quanti-
A sequência correta, de cima para baixo, é:
dade na farinha, é a principal forma de armazenamen-
to de energia das plantas, ocorrendo principalmente (a) 2, 1, 1, 2.
nas raízes, frutos e sementes. Nos mamíferos, a re- (b) 1, 1, 2, 2.
serva de carboidratos que corresponde ao amido
(c) 1, 2, 2, 1.
(a) são os lipídeos, acumulados no tecido adiposo.
(d) 2, 2, 1, 1
(b) são os triglicérides, abundantes no plasma
sanguíneo. E12. (Unigranrio-RJ)
(c) é o glicogênio, encontrado no fígado e nos Em relação aos glicídios, podemos afirmar que:
músculos.
I. Os alimentos ricos em glicídios são todos de ori-
(d) é a glicose, armazenada no citoplasma das célu- gem vegetal: cereais, raízes e tubérculos, frutas,
las pancreáticas. entre outros.
(e) é o ATP, que é a principal fonte de energia de to-
II. Têm função energética e participam da formação
das as células.
de algumas estruturas dos seres vivos, compon-
do a membrana das células, e estão presentes
E10. (Unigranrio-RJ)
nas substâncias existentes entre as células de
Em relação ao amido, podemos afirmar. um tecido.
I. Polissacarídeo encontrado no interior do caule, III. São encontrados na estrutura dos ácidos nuclei-
concentra-se principalmente em raízes, tubér- cos, participando da estrutura dos genes.
culos e sementes.
Está(ão) correta(s)
II. Sua produção é consequência do excesso de gli-
cose resultante da fotossíntese. (a) apenas a afirmativa I.

III. É formado por moléculas de glicose reunidas em (b) as afirmativas II e III,


longas cadeias que se associam em grãos mi- (c) apenas a afirmativa II.
croscópicos.
(d) as afirmativas I e II.
Estão corretas;
(e) as afirmativas I e III.
(a) as afirmativas I, II e III.
(b) as afirmativas I e II. E13. (PUC-RJ)
(c) as afirmativas I e III. Sterna paradisaea, também conhecida como ando-
(d) as afirmativas II e III. rinha do ártico, é uma ave migratória que percorre
aproximadamente 40.000 km a cada ano. A maior
(e) as afirmativas nenhuma das alternativas.
parte da energia requerida para uma ave realizar uma
rota migratória de longa distância é armazenada sob
E11. (Uece–CE)
a forma de:
Relacione, corretamente, as substâncias orgânicas
(a) Glicogênio
com suas respectivas características, numerando os
parênteses abaixo de acordo com a seguinte indicação: (b) Gordura
1. Glicídios (c) Proteína
2. Lipídios (d) Carboidratos
( ) Podem ser classificados como monossacarí- (e) ATP
deos, dissacarídeos e polissacarídeos.
( ) Podem ser classificados como glicerídeos, ce- E14. (PUC-MG)
ras, carotenoides, dentre outros. Os lipídeos compreendem um grupo quimicamente
( ) Os principais componentes das membranas ce- variado de moléculas orgânicas tipicamente hidrofó-
lulares são a combinação de um glicerídeo com bicas. Diferentes lipídeos podem cumprir funções es-
um grupo fosfato. pecíficas em animais e em vegetais.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

Assinale a alternativa incorreta. Celulose fabricada em laboratório


(a) Os carotenoides são pigmentos acessórios ca- O feito é de uma equipe de químicos japoneses
pazes de captar energia solar. da Universidade de Kyoto. Eles conseguiram, pela
(b) Os esteroides podem desempenhar papéis regu- primeira vez, sintetizar em laboratório o polímero
latórios, como os hormônios sexuais. natural mais abundante do planeta, a celulose. Exis-
tem mais de cinquenta polímeros de glicose. O modo
(c) Os triglicerídeos podem atuar como isolantes
como a interligação é feita dá à celulose proprieda-
térmicos ou reserva energética em animais.
des especiais. Na natureza, ela é o componente das
(d) O colesterol é uma das principais fontes de ener- células das plantas. Os químicos estão animados.
gia para o fígado. A celulose sintética pode se tornar uma importante
matéria-prima para anticoagulantes e remédios que
E15. (UEM-PR-Adaptado) atacam tumores causados por vírus.
Carboidratos (glicídios ou hidratos de carbono) são <http://super.abril.com.br/ciencia/celulose-fabricada-
laboratorio-436544.shtml>. Acesso em: abr. 2015. (Adaptado.)
moléculas orgânicas constituídas fundamentalmen-
te por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. So- Com base no texto e nas características da celulose,
bre essas moléculas, indique a soma da(s) proposi- responda ao item a seguir.
ção(ões) correta(s).
Em qual estrutura das células vegetais esse polímero
(01) os monossacarídeos mais abundantes nos seres sintetizado em laboratório pode ser encontrado? Qual
vivos são as hexoses (frutose, galactose, glico- a sua função nessa estrutura?
se), que, quando degradadas, liberam energia
para uso imediato. E18. (Uepa-PA)
(02) ribose e desoxirribose são polissacarídeos que No Jornal Nacional foi comunicada a seguinte no-
compõem os ácidos nucleicos. tícia: “Temos várias opções para escolher a forma em
(04) a quitina é um polissacarídeo que constitui o que queremos o açúcar que pode ser no seu estado
exoesqueleto dos artrópodes e apresenta áto- sólido – em pó, mascavado, granulado – ou líquido –
mos de nitrogênio em sua molécula. caramelizado. Agora, existe uma nova possibilidade:
o açúcar (1) gaseificado. Um grupo de pesquisadores
(08) a maioria dos carboidratos apresenta função espanhóis da Universidade do País Basco, conseguiu
energética, como a celulose e a quitina; entre- vaporizar a substância conhecida como ribose (2),
tanto, alguns podem apresentar função estrutu- um açúcar composto por uma série de moléculas que
ral, como o amido e o glicogênio. fazem parte da composição celular, sendo, portanto,
(16) os animais apresentam grande capacidade de essenciais à vida”.
estocagem de carboidratos, quando comparados Disponível em: <http://www.cienciahoje.pt/30>
às plantas, que armazenam apenas lipídios.
Quanto às palavras em destaque, leia as afirmativas
abaixo:
E16. (UPM-SP)
I. (1) é conhecido como carboidrato e possui fun-
Assinale a alternativa correta a respeito dos carboidratos.
ção energética e estrutural.
(a) Somente são utilizados como fonte de energia.
II. (2) participa da constituição estrutural dos áci-
(b) A síntese de polissacarídeos ocorre nos ribos-
dos nucleicos RNA e DNA.
somos.
III. (2) possui cinco átomos de carbono e é classifi-
(c) Em mamíferos sua digestão ocorre preferencial- cado como uma pentose.
mente na boca.
IV. (1) quando possui seis carbonos é uma hexose
(d) Polissacarídeos podem ser sintetizados tanto como a glicose, que participa da respiração celular.
por animais como por vegetais.
A alternativa que contém todas as afirmativas corre-
(e) A fotossíntese é o único processo responsável tas é:
pela síntese de monossacarídeos.
(a) I, II e III. (d) II, III e IV.

E17. (UEL-PR) (b) I, II e IV. (e) I, II, III e IV.


Leia o texto a seguir. (c) I, III e IV.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

E19. (Udesc-SC)
Na composição química das células, um constituinte de extrema importância são os glicídios, também chamados de
açúcares ou carboidratos. Analise as proposições com relação a estas moléculas.
I. Algumas são a fonte primária de energia para as células, e outras atuam como reserva desta energia.
II. Alguns glicídios são importantes para a formação dos ácidos nucleicos.
III. Como exemplo destas moléculas pode-se citar a glicose, o amido, o glicogênio e a celulose.
IV. Além de função energética, elas podem ter papel estrutural em algumas células.
(a) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
(b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
(c) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
(d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
(e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

E20. (PUC-SP)
A figura a seguir ilustra a composição de dois carboidratos, o amido e a celulose.

CH2OH
H O H O O O O
4 H 1 1 4
OH OH O O O
OH
H OH
Glicose α Amido: cadeia de subunidades de glicose α

O
O
CH2OH O
O
H O OH 4 O
O
4 H 1 O
OH OH 1
H
H OH
Glicose β Celulose: cadeia de subunidades de glicose β
Fonte: Raven, PH; Johnson, GB Biology. 6th Edition. Mc Graw-hill,2002

Fonte: Raven, PH; Johnson, GB Biology. 6th Edition. Mc Graw-Hill, 2002.

As afirmativas a seguir dizem respeito a esses compostos.


I. Tanto o amido quanto a celulose são considerados polissacarídeos.
II. Pelo fato de ambos serem constituídos por monômeros de glicose, amido e celulose são hidrolisados pelas
mesmas enzimas digestórias.
III. As configurações moleculares diferentes da glicose α e glicose β resultam em biopolímeros diferenciados:
enquanto o amido serve de reserva de energia, a celulose forma fibras de grande importância estrutural
nas plantas.
Está CORRETO o que se afirma:
(a) em II, apenas.
(b) em I e III, apenas.
(c) em II e III, apenas.
(d) em I, II e III .

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

E21. (PUCC-SP) E23. (PUCC-SP)


Até hoje o corpo humano é um enorme depósito ENERGIA
de gorduras. Até uma pessoa magra, de 1,80 m de A quase totalidade da energia utilizada na Terra tem
altura e 70 kg, carrega consigo, em média, cerca de sua origem nas radiações que recebemos do Sol. Uma
um quinto de seu peso em forma de gordura; ou seja, parte é aproveitada diretamente dessas radiações (ilu-
14 quilos. (...) Independente de como esse material minação, aquecedores e baterias solares etc.) e outra
está distribuído, ele sempre é constituído do mes- parte, bem mais ampla, é transformada e armazenada
mo tipo de célula - o adipócito ou célula adiposa. (...) sob diversas formas antes de ser usada (carvão, petró-
Programados para se depositarem, os adipócitos vão leo, energia eólica, hidráulica etc.). A energia – incluindo
juntando gradualmente os blocos de construção bá- a luz visível e as radiações ultravioleta e infravermelha
sica que formam a gordura: os ácidos graxos. Cada – é um dos componentes abióticos dos ecossistemas e
três deles constroem um chamado triglicerídeo, uma juntamente com a atmosfera e o solo deve ser conside-
minúscula molécula de gordura que é armazenada rada no estudo dos diversos níveis de organização dos
pelas células (...). ecossistemas, desde moléculas orgânicas, células, teci-
Revista Geo, n. 38. p. 47. dos, organismos, populações e comunidades.
Antônio Máximo e Beatriz Alvarenga. Curso de Física. v. 2. S.
As gorduras, também conhecidas como lipídeos, são Paulo: Scipione, 1997. p. 433. (Adaptado.)
componentes estruturais importantes. Nas membra-
nas celulares encontram-se na forma de fosfolipídios, Considere as afirmativas abaixo, sobre a obtenção e
e organizam-se armazenamento de energia nos seres vivos.
I. Os animais adquirem energia para suas ativida-
(a) em uma bicamada na membrana celular e em
des através da alimentação.
camada única na carioteca.
II. Nos vertebrados, parte dos carboidratos ingeri-
(b) em uma bicamada, com as partes apolares vol-
dos é convertida em glicogênio.
tadas para o interior.
III. O glicogênio é armazenado no pâncreas e no fígado.
(c) em uma camada simples, sendo a parte apolar
interna à célula. IV. O excesso de carboidratos é transformado em
amido.
(d) na camada central, protegidos pelas proteínas
estruturais da membrana. Estão corretas somente:

(e) densamente em torno das proteínas estruturais (a) II, III e IV.
do citoesqueleto. (b) I, II e III.
(c) III e IV.
E22. (UEM-PR-Adaptado)
(d) II e IV.
O colesterol é um dos lipídios encontrados no corpo hu-
mano, bastante conhecido devido à sua associação com (e) I e II.
doenças cardiovasculares. Apresenta ainda diversas
E24. (UEM-PR-Adaptado)
funções importantes ao organismo. Sobre essa molé-
cula, indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s). O termo lipídio designa alguns tipos de substâncias
orgânicas cuja principal característica é a insolubi-
(01) ela é a precursora dos hormônios sexuais, como
lidade em água e a solubilidade em certos solventes
a testosterona e a progesterona.
orgânicos. Sobre esse assunto, indique a soma da(s)
(02) ela participa da composição química da mem- proposição(ões) correta(s).
brana plasmática.
(01) a hidrólise de moléculas de lipídios produz áci-
(04) ela é encontrada em alimentos de origem animal dos graxos e glicerol.
e vegetal, uma vez que é derivada do metabolis-
(02) os lipídios são importantes na estocagem de
mo dos glicerídeos.
energia, na estrutura das membranas celulares
(08) ela é produzida no fígado, quando de origem en- e na ação hormonal.
dógena. (04) os fosfolipídios apresentam, além de ácido graxo
(16) ela permite a formação dos ácidos biliares. e glicerol, um grupo fosfato.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

(08) os lipídios são compostos orgânicos formados gordura e proteína e ricas em carboidrato. Apesar dessa
pela polimerização de ácidos carboxílicos de ca- orientação, é grande a influência dos livros populares que
deias pequenas. defendem a estratégia oposta: dar preferência aos alimen-
(16) os carotenoides são lipídios importantes para os tos de origem animal e reduzir o consumo de carboidratos.
animais, por participarem da formação da vita- Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/
artigos/dietas-pobres-em-acucares-e-o-risco-de-doencas-
mina A.
cardiacas-artigo/>. Acesso em: nov.2014.

E25. (UFPR-PR) O Ministério da Saúde, ao lançar o seu tipo de dieta,


As moléculas mais utilizadas pela maioria das células e os livros populares, com suas orientações, estarão,
para os processos de conversão de energia e produção respectivamente, colaborando para
de ATP (trifosfato de adenosina) são os carboidratos. Em (a) diminuir o peso e reduzir o risco de doenças car-
média, um ser humano adulto tem uma reserva energé- diovasculares; aumentar os níveis de colesterol
tica na forma de carboidratos que dura um dia. Já a re- e triglicérides.
serva de lipídeos pode durar um mês. O armazenamento
(b) aumentar os níveis de colesterol e triglicérides;
de lipídeos é vantajoso sobre o de carboidratos pelo fato
reduzir o peso e diminuir o risco de doenças car-
de os primeiros terem a característica de serem:
diovasculares.
(a) isolantes elétricos.
(c) diminuir o peso e aumentar os níveis de coles-
(b) pouco biodegradáveis.
terol; aumentar a taxa de triglicérides e assim
(c) saturados de hidrogênios. diminuir o risco de doenças cardiovasculares.
(d) majoritariamente hidrofóbicos. (d) ganhar peso e reduzir o risco de doenças cardio-
(e) componentes das membranas. vasculares; diminuir os níveis de triglicérides e
colesterol.
E26. (Cesgranrio-RJ) (e) diminuir açúcares e reduzir o risco de doenças
O Ministério da Saúde e várias sociedades médicas cardiovasculares; aumentar os níveis de coles-
recomendam que a população adote dietas pobres em terol e triglicérides.

C
FOLHA AZ
1. (UEA-AM) 2. (PUC-MG)
A tabela lista três glicídios e seus componentes. Sobre a estrutura molecular e as funções apresenta-
das por carboidratos, assinale a afirmativa incorreta.
Glicídio Componentes
maltose Glicose + glicose (a) O pão duro se torna macio, quando se adicio-
na água e é levemente aquecido, separando as
sacarose Glicose + frutose
cadeias de polissacarídeos no amido, anterior-
lactose Glicose + galactose
mente agregados pela secura.
Sobre os glicídios da tabela, é correto afirmar que (b) A quitina é polissacarídeo muito abundante na Ter-
(a) a maltose é um monossacarídeo resultante da ra é constituinte do exoesqueleto dos insetos, de
digestão do amido. muitos crustáceos e também presentes em fungos.
(b) a sacarose é um dissacarídeo encontrado em (c) Os usos potenciais das teias de aranha, caso
abundância na cana-de-açúcar. pudessem ser produzidas em grandes quantida-
(c) a lactose é um polissacarídeo que não pode ser des, como suturas cirúrgicas, pois seus políme-
digerido pelo ser humano. ros de glicose unidos são muito fortes.
(d) a maltose, a sacarose e a lactose são classifica- (d) O glicogênio é polissacarídeo armazenado no
das como polissacarídeos. fígado e nos músculos dos animais e pode ser
(e) os três glicídios são dissacarídeos encontrados hidrolisado a monômeros de glicose, a ser utili-
nos vegetais. zada para a produção de ATP.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

Nesses plásticos, a fragmentação da resina poliméri-


3. (UPM-SP)
ca é facilitada porque os carboidratos presentes
A restrição excessiva de ingestão de colesterol pode (a) dissolvem-se na água.
levar a uma redução da quantidade de testosterona
(b) absorvem água com facilidade.
no sangue de um homem. Isso se deve ao fato de que
o colesterol (c) caramelizam por aquecimento e quebram.
(a) é fonte de energia para as células que sintetizam (d) são digeridos por organismos decompositores.
esse hormônio. (e) decompõem-se espontaneamente em contato
(b) é um lipídio necessário para a maturação dos es- com água e gás carbônico.
permatozoides, células produtoras desse hormônio.
6. (UPM-SP)
(c) é um esteroide e é a partir dele que a testostero-
na é sintetizada. As substâncias que se destinam a fornecer energia,
além de serem responsáveis pela rigidez de cer-
(d) é responsável pelo transporte da testosterona
tos tecidos, sendo mais abundantes nos vegetais,
até o sangue.
são os sintetizados no processo de
(e) é necessário para a absorção das moléculas que .
compõem a testosterona.
(a) lipídios, fotossíntese.

4. (Enem)
(b) ácidos nucleicos, autoduplicação.

A produção de biocombustíveis é resultado direto (c) ácidos nucleicos, fotossíntese.


do fomento a pesquisas científicas em biotecnologia (d) álcoois, fermentação.
que ocorreu no Brasil nas últimas décadas. A escolha
(e) carboidratos, fotossíntese.
do vegetal a ser usado considera, entre outros aspectos,
a produtividade da matéria-prima em termos de rendi-
mento e custos associados. O etanol é produzido a par- 7. (Unicamp-SP-Adaptado)
tir da fermentação de carboidratos e quanto mais sim- Os lipídios são:
ples a molécula de glicídio, mais eficiente é o processo. (a) Os compostos energéticos consumidos prefe-
“Etanol de quê?”. Revista Pesquisa Fapesp,
rencialmente pelo organismo.
28 de nov. 2007 (Adaptado.)
(b) Mais abundantes na composição química dos ve-
O vegetal que apresenta maior eficiência no processo getais do que na dos animais.
da produção do etanol é
(c) Substâncias insolúveis na água, mas solúveis
(a) o milho, pois apresenta sementes com alto teor nos chamados solventes orgânicos (álcool, éter,
de amido. benzeno).
(b) a mandioca, pois apresenta raízes com alto teor
(d) Presentes como fosfolipídios no interior da célula,
de celulose.
mas nunca na estrutura da membrana plasmática.
(c) a soja, pois apresenta sementes com alto teor
(e) Compostos orgânicos formados pela polimeri-
de glicogênio.
zação de ácidos carboxílicos de cadeias peque-
(d) o feijão, pois apresenta sementes com alto teor nas em meio alcalino.
de quitina.
(e) a cana-de-açúcar, pois apresenta colmos com 8. (Uerj-RJ)
alto teor de sacarose. O papel comum é formado, basicamente, pelo polissa-
carídeo mais abundante no planeta. Este carboidrato,
5. (Enem) nas células vegetais, tem a seguinte função:
Com o objetivo de substituir as sacolas de polietile- (a) Revestir as organelas.
no, alguns supermercados têm utilizado um novo tipo
de plástico ecológico, que apresenta em sua compo- (b) Formar a membrana plasmática.
sição amido de milho e uma resina polimérica termo- (c) Compor a estrutura da parede celular.
plástica, obtida a partir de uma fonte petroquímica.
(d) Acumular reserva energética no hialoplasma.
ERENO, D. Plásticos de vegetais. Pesquisa Fapesp, n. 179, jan.
2011 (Adaptado.) (e) Facilitar a digestão de animais herbívoros.

54

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 2 - COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS

9. (PUCC-SP)
Nossa dieta é bastante equilibrada em termos
de proteínas, carboidratos e gorduras, mas é insufi-
ciente em micronutrientes e vitaminas. “O brasileiro
consome 400 miligramas de cálcio por dia, quando a
recomendação internacional é de 1 200 miligramas,”
(…). É um problema cultural, mais do que socioeco-
nômico, já que os mais abastados, das classes A e B,
ingerem cerca da metade de cálcio que deveriam.
Revista Pesquisa Fapesp, junho de 2010, p. 56.

Uma característica dos seres vivos é a capacidade de


suas células sintetizarem macromoléculas orgânicas
como gorduras e carboidratos. Sobre essas macromo-
léculas é correto afirmar que:
(a) Entre as funções dos carboidratos no interior da
célula está a função enzimática que permite o
controle do metabolismo celular.
GABARITO
(b) As gorduras ou lipídeos são moléculas que A
atuam ativamente no transporte de substâncias E01. D
entre o meio extracelular e o citosol. E02. B
E03. C
(c) Gorduras e carboidratos são moléculas que parti-
E04. B
cipam da síntese de ATP como fontes de energia.
E05. E
(d) Gorduras e carboidratos são moléculas a base E06. E
de carbono e nitrogênio que desempenham fun- E07. D
ções reguladoras nas células. E08. B
(e) Carboidratos são moléculas complexas forma- E09. C
das a partir da união de inúmeras moléculas de E10. A
E11. C
aminoácidos e apresentam papel estrutural.
E12. B
E13. B
10. (Uerj-RJ)
E14. D
As principais reservas de energia dos mamíferos são, E15. 01 + 04 = 5
em primeiro lugar, as gorduras e, em segundo lugar, um E16. D
tipo de açúcar, o glicogênio. O glicogênio, porém, tem uma E17. A celulose pode ser encontrada na parede ce-
vantagem, para o organismo, em relação às gorduras. lular, e sua função é conferir rigidez à parede.
Essa vantagem está associada ao fato de o glicogênio E18. C
apresentar, no organismo, maior capacidade de: E19. E
E20. B
(a) sofrer hidrólise
E21. B
(b) ser compactado E22. 01 + 02 + 08 + 16 = 27
(c) produzir energia E23. E
E24. 02 + 04 + 16 = 22
(d) solubilizar-se em água
E25. D
E26. A

55

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libera moléculas menores, os aminoácidos. Durante o início
do século XX, foram descobertos vários aminoácidos e, em
CAPÍTULO 3 P 1940, chegaram a 20, completando a lista dos aminoácidos
COMPOSTOS ORGÂNICOS II: presentes nas proteínas dos seres vivos.
PROTEÍNAS E ENZIMAS
As proteínas são macromoléculas formadas
Objetivos de aprendizagem pela união de vários aminoácidos. Por isso, pode-
1. Identificar proteínas e seus componentes. mos dizer que as proteínas são polímeros, e os ami-
noácidos, monômeros.
2. Diferenciar estruturas proteicas primárias,
secundárias, terciárias e quaternárias.

3. Caracterizar o processo de desnaturação. Exemplos de polímeros


encontrados nos seres vivos.
4. Conceituar enzimas identificando suas principais
Polímero Monômeros
propriedades.
Proteína Aminoácidos
5. Analisar e compreender gráficos de cinética
Polissacarídeo Monossacarídeos
enzimática.
Ácido nucleico Nucleotídeos
6. Diferenciar inibidores enzimáticos competitivos e não
competitivos.

2. Importância das proteínas


D As proteínas são as moléculas orgânicas mais abun-
1. Proteínas dantes nas células animais. Elas ocorrem em todas as
células e em todas as partes destas, existindo em grande
variedade de tamanhos e podendo formar gigantescos po-
1.1 Descoberta das proteínas
límeros com pesos moleculares da faixa de milhões.
As proteínas foram descobertas no início do século XIX. Qual é a importância das proteínas? Por que devemos
A clara de ovos das aves, o albume (do latim albus, branco), consumir alimentos ricos nessa macromolécula?
era um dos compostos orgânicos mais analisados. A pro-
Elas compõem, como dito anteriormente, inúmeras es-
priedade da clara de ovo de coagular e solidificar-se com o
truturas celulares, sendo também encontradas na matriz
aquecimento chamava muito a atenção dos pesquisadores.
intercelular. Assim, são os mais importantes elementos
Outras substâncias presentes no leite e no sangue exibiam
estruturais dos seres vivos. Todas as membranas vivas
propriedades semelhantes e eram formadas pelos mes-
têm composição lipoproteica, ou seja, são compostas de
mos elementos químicos que a clara de ovo (carbono, hi-
lipídios e proteínas.
drogênio, oxigênio, nitrogênio e um pouco de enxofre). Por
isso, essas substâncias foram chamadas de albuminoides, O citoplasma apresenta, em sua composição, dois ele-
isto é, semelhantes ao albume. mentos de caráter proteico: o hialoplasma, substância de
preenchimento que tem constituição gelatinosa, e o citoes-
© ELENA SCHWEITZER/SHUTTERSTOCK

© SERGIY KUZMIN/SHUTTERSTOCK

queleto, responsável pela sustentação, funcionando como


um arcabouço.
As proteínas também podem ser utilizadas como com-
postos energéticos. Os aminoácidos que as compõem po-
dem perder seu grupamento nitrogenado, sendo utilizados
O ovo é muito rico em proteínas. Seu cozimento provoca o endureci- no processo de respiração celular. Quando consumimos
mento da clara e da gema.
um excedente de proteínas, elas são degradadas (geran-
Em 1838, foi sugerido o termo proteína (do grego pro- do CO2 e água) ou são armazenadas na forma de gordura.
teios, primeiro, primitivo) para se referir aos albuminoides Cada grama pode gerar até 4 000 calorias (quase o mesmo
por se acreditar que essas substâncias eram os compo- que os açúcares).
nentes fundamentais de todos os seres vivos. No final do Em situações de desnutrição grave, o corpo degrada
século XIX, descobriu-se que a hidrólise das proteínas proteínas estruturais e proteínas contráteis (como as dos

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

músculos), em uma tentativa desesperada de manter o metabolismo ativo. Entretanto, a


manutenção desse processo é proibitiva por dois motivos:
1) ao desagregarmos o valor estrutural funcional de uma proteína, estamos colocan-
do em risco a homeostase (equilíbrio) do organismo, posto que elas participam da
formação de diversas estruturas;
2) o processo de degradação dá origem a produtos nitrogenados (amônia e ureia),
tóxicos para o organismo.
As proteínas ilustram perfeitamente o conceito de versatili-
dade. Além das funções estruturais e energéticas, elas acumu-

© MUSTAFA OLGUN/SHUTTERSTOCK
lam diversas outras propriedades, que estão listadas abaixo:
1) Proteínas de reserva: aquelas como albumina, presente
no ovo, e as de sementes são fontes de aminoácidos para
os embriões em formação. No fígado e no baço, temos
uma denominada ferritina, que representa o principal de-
pósito de ferro do corpo.
2) Proteínas de transporte: as apolipoproteínas são respon-
sáveis pelo transporte de lipídios para o corpo, por meio Na desnutrição grave, com a quebra de
da corrente sanguínea. proteínas musculares para gerar energia, ob-
3) Proteínas protetoras: são envolvidas na defesa do or- servamos que os membros de uma pessoa
ganismo, como os anticorpos, também chamados de desnutrida apresentam uma séria atrofia. Há
imunoglobulinas (Ig), responsáveis pela defesa do cor- também uma rarefação de cabelos e pelos,
po, pois auxiliam as células de defesa e inativam agen- pois eles são formados de aminoácidos. Nessa
tes infecciosos. Além disso, existem aquelas que agem situação, esses monômeros são utilizados para
na reparação, como é o caso do fibrinogênio, que atua gerar energia em vez de formar proteínas que
em lesões nos vasos sanguíneos e participa do proces- constituirão os cabelos e pelos.
so de coagulação.

Bactéria

An�corpo Linfócito B

4) Proteínas que agem como mensageiros químicos e receptores de membrana:


algumas delas agem como mensageiros específicos, levando uma informação
para iniciar ou modificar a atividade em um órgão alvo. Elas são conhecidas
como hormônios. São exemplos de hormônios proteicos: hormônio do cresci-
mento, insulina, glucagon, ocitocina, ADH, FSH e LH. Atuam em receptores de
membrana, que também têm estrutura proteica.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

5) Proteínas contráteis: duas proteínas, a actina e a miosina, agem em conjunto para


proporcionar a contração dos músculos.
© SCIENCEPICS / SHUTTERSTOCK

Miofibrila

Miosina

Músculo

Actina

Fibras musculares

6) Enzimas: são proteínas que aumentam a velocidade de reações químicas. Mais


adiante, elas serão vistas com maior detalhamento.

3. Composição molecular das proteínas


Hoje sabemos que as proteínas são formadas por dezenas, centenas ou milhares de
aminoácidos, ligados em sequência.

3.1 Estrutura dos aminoácidos


Os aminoácidos que formam proteínas são chamados de α aminoácidos, pois estão ligados
ao carbono α (2o carbono da cadeia) dois grupos funcionais importantes: uma carboxila (-COOH)
e um grupamento amino (-NH2). Além desses grupamentos, a esse carbono também está ligado
um hidrogênio (-H) e uma cadeia lateral ou radical (R) que varia de aminoácido para aminoácido.
Radical ou cadeia
carbono α R lateral

H2N C COOH
Grupamento Grupamento
amino H carboxila

Os 20 α-aminoácidos que formam as proteínas diferem entre si somente pela mudança no


radical (R); são designados por abreviações de 3 letras ou de uma letra (veja o quadro a seguir).

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

Os 20 aminoácidos
Aminoácidos com cadeias laterais hidrofílicas carregadas eletricamente
Positivo
Aminoácidos abreviam-se
tanto com três letras como Arginina Histidina Lisina
com uma letra. (Arg; R) (His; H) (Lys; K)
H H H
H3N+
C COO –
H3N+
C COO –
H3N +
C COO–
CH2 CH2 CH2
+
CH2 C NH CH2
CH2 CH CH2
NH HC NH CH2
+
C NH2 +
NH3
NH2

Nega�vo
A estrutura
geral de todos Ácido aspár�co Ácido glutâmico
os aminoácidos (Asp; D) (Glu; E)
é a mesma... H H
H3N +
C COO –
H3N+ C COO–
...mas cada
um possui uma CH2 CH2
cadeia lateral COO –
CH2
diferente
COO–

Aminoácidos com cadeias laterais hidrofílicas e não carregadas

Serina Treonina Asparginina Glutamina Tirosina


(Ser; S) (Thr; T) (Asn; N) (Gln; Q) (Tyr; Y)
H H H H H
H3N+ C COO– H3N+ C COO– H3N+ C COO– H3N+ C COO– H3N+ C COO–
CH2 OH H C OH CH2 CH2 CH2

CH3 C CH2
H2N O C OH
H2N O

Casos especiais

Cisteína Glicina Prolina


(Cys; C) (Gly; G) (Pro; P)
H H H
H3N+ C COO– H3N+ C COO– H2N+ C COO–
CH2 H H2C CH2
SH CH2

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

Os 20 aminoácidos
Aminoácidos com cadeias laterais hidrofóbicas

Alanina Isoleucina Leucina Metionina Fenilalanina Triptofano


(Ala; A) (Ile; I) (Leu; L) (Met; M) (Phe; F) (Trp; W)
H H H H H H
H3N+ C COO– H3N+ C COO– H3N+ C COO– H3N+ C COO– H3N+ C COO– H3N+ C COO– H3N
CH3 H C CH3 CH2 CH2 CH2 CH2
CH CH2 C CH H
CH2
H3C CH3 NH
CH3 S
eias laterais hidrofóbicas CH3
cina Metionina Fenilalanina Triptofano Valina
u; L) (Met; M) (Phe; F) (Trp; W) (Val; V)
H H H H H
C COO– H3N+ C COO– H3N+ C COO– H3N+ C COO– H3N+ C COO–
CH2 CH2 CH2 CH2 CH
CH CH2 C CH H3C CH3
CH3 NH
S
CH3

Momento NERD
Quando um aminoácido está em solução aquosa, sua Nessa situação, o aminoácido ficará com carga
carboxila libera um íon H+ e forma o grupamento -COO–; negativa.
enquanto o grupamento amino recebe um íon H+ e for- Em meio ácido, o zwitterion pode comportar-se
ma o grupamento –NH+3. Então, na água, os aminoácidos como base, recebendo H+.
se encontram como íons que têm uma parte com carga
H H
positiva e outra com carga negativa. Em solução aquosa,
esses aminoácidos são chamados de zwitterion (do ale- R C COO + H– +
R C COOH
mão zwitter, híbrido). NH3 NH3
Zwitterion
O O
Nessa situação, o aminoácido ficará com carga positiva.
HO C –
O C
As substâncias que apresentam esse comporta-
H2N C H +
H3N C H mento duplo, agindo como ácidos e como bases, são
R R denominadas anfóteras.
Forma não Forma O carbono α dos aminoácidos é assimétrico ou qui-
iônica zitteriônica ral, porque tem quatro diferentes ligantes (exceto a gli-
cina, pois o radical é um átomo de hidrogênio). Portan-
Em meio básico, um zwitterion pode comportar-se to, os aminoácidos podem exibir a isomeria óptica, em
como ácido, liberando H+. duas formas: dextrógira ou D–aminoácidos e levógira
ou L–aminoácidos. Ao contrário dos monossacarídeos,
H H
mais encontrados na forma dextrógira, a forma levógira
R C COO– R C COO– + H+ dos aminoácidos (L–aminoácidos) é comumente encon-
NH +
3
NH2 trada na maioria dos seres vivos, e sua presença é uma
Zwitterion importante “assinatura” química da vida.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

3.2 Classificação dos aminoácidos


Os vegetais fabricam todos os 20 tipos de aminoácidos
necessários para a montagem de suas proteínas a partir
de cadeias de carbono (obtidas dos glicídios produzidos na
Triptofano
fotossíntese) e de nitrato ( NO3−) retirado do ambiente; con- Metionina
sequentemente, eles não precisam ingerir proteínas para Valina
Leucina
sobreviver. Os animais conseguem produzir alguns tipos
Treonina
de aminoácido a partir de outros que tenham obtido na ali- Fenilalanina
mentação, por meio de um processo que ocorre no fígado
chamado de transaminação, mas, como não conseguem
Arroz Lisina
produzir todos os tipos de aminoácidos, devem recebê-los Isoleucina
prontos na alimentação.

– –
O O O O Feijão
C C
+ Uma refeição que inclua feijão e arroz é uma fonte ba-
H3N C H O C
rata de proteínas de boa qualidade porque fornece oito dos
R1 R1 aminoácidos essenciais.

Aminoácido 1 Cetoácido 1 Aminoácidos do corpo humano


+ Transaminase ou
H3N Aminoácidos essenciais
aminotransferase
Aminoácidos não
Devem ser obtidos na essenciais ou naturais
– –
O O O O alimentação
C C Leucina* Alanina
+
O C H3N C H Isoleucina* Tirosina
R2 R2 Valina* Asparginina
Histidina Ácido aspártico
Cetoácido 2 Aminoácido 2
Lisina Cisteína
A transaminação é catalisada por enzimas chamadas de aminotrans-
ferases ou transaminases. O aminoácido 1 transfere seu grupamento
Metionina Ácido glutâmico
amino para o cetoácido 2, formando o aminoácido 2. Fenilalanina Glutamina

Os aminoácidos podem ser divididos em dois grupos: Treonina Glicina


Triptofano Prolina
–Naturais ou não essenciais: são aqueles sintetiza-
dos pelo metabolismo de um organismo. Arginina Serina
* BCAA: Aminoácidos de cadeia ramificada
–Essenciais: são aqueles que não podem ser produ-
zidos pelo metabolismo de um organismo e devem
ser obtidos obrigatoriamente na alimentação. Importância dos BCAA na atividade física
Os aminoácidos essenciais não são os mesmos para BCAA é a abreviação de Branch Chain Amino Acids,
todas as espécies, pois cada uma pode apresentar um con- que significa “aminoácidos de cadeia ramificada”. São
junto de aminoácidos essenciais diferentes da outra. formados por três aminoácidos essenciais, sendo eles:
Alimentos de origem animal, como carne, leite, queijo, L-Valina, L-Leucina e L-Isoleucina. Os BCAA são impor-
peixe e ovos, são classificados como proteínas completas tantes para os praticantes de atividades físicas, pois
ou de alto valor biológico, pois têm todos os aminoácidos eles constituem até 35% da massa muscular corporal
essenciais. Os alimentos de origem vegetal geralmente e são, possivelmente, úteis para a manutenção e o cres-
são deficientes em um ou mais aminoácidos essenciais, cimento dos músculos. Alguns estudos indicam que os
por isso suas proteínas são incompletas. Pessoas vege- BCAA interrompem o catabolismo muscular, reduzindo
tarianas, entretanto, podem obter todos os aminoácidos a perda de massa muscular, e estimulam a síntese de
essenciais se fizerem a combinação correta dos vegetais proteínas, podendo levar à hipertrofia muscular.
utilizados na alimentação.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

3.3 A ligação peptídica


A ligação estabelecida entre dois aminoácidos vizinhos é denominada ligação peptídica.
É uma ligação covalente entre o grupamento amino de um aminoácido com o grupamento
carboxila de outro.
Na formação da ligação peptídica, há a perda de uma hidroxila (-OH) no grupamento
carboxila de um aminoácido, enquanto no outro há a saída de um hidrogênio (-H) em seu
grupamento amino. O carbono da carboxila e o nitrogênio do grupamento amino ficam, cada
um, com uma ligação livre, então nessas ligações livres o carbono e o nitrogênio se unem,
formando a ligação peptídica. A hidroxila e o hidrogênio liberados se unem e formam uma
molécula de água (H2O).
Como houve a saída de uma molécula de água, podemos nomear essa reação como uma
síntese por desidratação. A quebra de uma ligação peptídica pode ser feita por meio da en-
trada de uma molécula de água, caracterizando uma reação de hidrólise; nesse caso, os ami-
noácidos retomam às suas formas isoladas.

R1 H R2
+
H3N CH C OH + H N CH COO–

Desidratação
O
Hidrólise

H2O H2O

R1 H R2
+
H3N CH C N CH COO–
O

Na figura acima está destacada a função orgânica amida, na qual o nitrogênio está ligado
diretamente a uma carbonila. A identificação da ligação peptídica é feita a partir da localiza-
ção da ligação entre o carbono e o nitrogênio dentro do grupamento amida.
Os produtos das ligações entre os aminoácidos são chamados de peptídios. A ligação en-
tre dois aminoácidos formam um dipeptídio, três formam um tripeptídio, quatro formam um
tetrapeptídio, e assim por diante. Como as proteínas são formadas por muitos aminoácidos,
a nomenclatura polipeptídios (do grego poli, muito) também é utilizada.
No início de qualquer proteína, há um grupamento amino livre do primeiro aminoácido
da cadeia, denominado como extremidade amino-terminal ou N-terminal. Na outra extre-
midade da cadeia, no último aminoácido, há uma carboxila livre chamada de extremidade
carboxi-terminal ou C-terminal. Dessa forma, as proteínas apresentam uma orientação em
sua cadeia de “N → C”.
OH

CH3 CH3
CH
CH2OH H H H CH2 H CH3 H CH2
H3N+
C C N C C N C C N C C N C COO–
H O H O H O H O H
Extremidade Extremidade
amino-terminal carboxi-terminal
ou N-terminal ou C-terminal

Como podemos ver na figura anterior, todos os grupamentos amino e carboxila (exceto
aqueles da cadeia lateral) estão envolvidos na formação da ligação peptídica, logo não
existem na cadeia como grupamentos livres.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

Teoricamente, o número de proteínas diferentes é


4. Arquitetura das proteínas enorme.
Considerando que existem vinte aminoácidos diferen-
As proteínas foram estudas pelos químicos Linus tes, poderiam existir 20100 polipeptídios distintos com cem
Pauling (1901-1994) e Robert Corey (1897-1971), que, em aminoácidos (considerado como uma cadeia pequena).
1951, descobriram a disposição espacial dos aminoácidos,
o que lhes valeu o prêmio Nobel de Química em 1954. Ser Tir Ser Mei Glu His

As proteínas têm uma arquitetura molecular especial


formada pelas estruturas primária, secundária, terciária e Pro Lis Gli Trp Arg Fen
quaternária.
© DOMÍNIO PÚBLICO

Val Gli Lis Lis Arg Arg

Pro Tir Val Lis Val Pro

Asp Ala Gli Glu Asp Gln

Pro Fen Ala Glu Ala Ser

Leu Glu Fen

Estrutura primária de uma proteína. Cada sigla representa um


aminoácido.

O controle da sequência de aminoácidos depende dos


genes (DNA) do organismo, e uma alteração em sua estru-
Linus Pauling. tura (mutação) pode mudar a sequência de aminoácidos e,
consequentemente, as propriedades da proteína. No ser
humano, por exemplo, a anemia falciforme, doença causa-
4.1 Estrutura primária
da por mutação, resulta da troca do aminoácido ácido glu-
A sequência linear de aminoácidos de uma cadeia tâmico por valina, em uma região da molécula da hemoglo-
polipeptídica é denominada estrutura primária e tem fun- bina. Essa alteração provoca uma mudança na forma e no
damental importância para a função que a proteína vai funcionamento das hemácias.
desempenhar, pois o enovelamento e o dobramento das
proteínas, que fornecem à molécula sua forma funcional
final, derivam da estrutura primária, ou seja, a precisa lo-
calização dos aminoácidos na cadeia polipeptídica.
Na estrutura primária, podemos identificar as diferen-
ças entre as proteínas, que podem diferir umas das outras Hemácias normais Hemácias em forma de foice,
nos seguintes aspectos: típicas da anemia falciforme
a) pela quantidade de aminoácidos da cadeia polipep- Os indivíduos normais apresentam hemácias em formato de
tídica; disco bicôncavo, enquanto, na anemia falciforme, as hemácias
têm forma de foice.
b) pelos tipos de aminoácidos presentes na cadeia;
c) pela sequência em que os aminoácidos estão uni- 4.2 Estrutura secundária
dos na cadeia. A estrutura secundária de uma proteína consiste em pa-
Assim, mesmo que duas proteínas tenham exatamen- drões espaciais regulares e repetidos ao longo de uma cadeia
te o mesmo número e as mesmas proporções de tipos de polipeptídica. Existem dois tipos básicos de estrutura secun-
aminoácidos, elas podem ser diferentes, dependendo da dária, ambos determinados pelas ligações de hidrogênio, en-
sequência em que eles estão combinados. tre os aminoácidos, que compõem a estrutura primária.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

• α-hélice: um filamento de aminoácidos se enrola ao redor de um eixo, formando uma


escada helicoidal, uma espiral, chamada α – hélice. É uma estrutura estável, cujas
voltas são mantidas por ligações de hidrogênio entre o grupo N-H de um aminoácido
com o grupo C=O do outro. A estrutura secundária em α-hélice é comum em proteínas
fibrosas, como a queratina, que forma os cabelos, as unhas, os cascos e as penas.
• Folha β – pregueada: é formada por duas ou mais cadeias polipeptídicas quase dis-
tendidas completamente e alinhadas. A folha é estabilizada por ligações de hidrogênio
entre os grupos N-H dos aminoácidos de uma cadeia e os grupos C=0 dos aminoácidos
de outra. A folha β-pregueada pode ser formada por cadeias polipeptídicas separadas,
como na teia de aranha, ou entre diferentes regiões de um mesmo polipeptídio dobrado
sobre si mesmo.
Muitas proteínas contêm regiões de α-hélice e de folha β-pregueada na mesma cadeia
polipeptídica.

Pontes de hidrogênio

Pontes de hidrogênio

Estrutura secundária de uma proteína. Em (A), a conformação em α-hélice; em (B), a conforma-


ção em folha β-pregueada.

4.3 Estrutura terciária


A cadeia de aminoácidos é dobrada várias vezes em pontos específicos nas três direções
do espaço, resultando em um arranjo tridimensional chamado de estrutura terciária. A es-
trutura terciária pode apresentar algumas partes com α-hélices e folhas β-pregueadas, mas
a maior parte da cadeia é composta de dobramentos e enovelamentos únicos e particulares.
A estrutura primária é estabelecida por ligações peptídicas, enquanto a secundária é
mantida por ligações de hidrogênio, entre os grupos N-H e C=O dentro das cadeias e entre
elas. Já as dobras na estrutura terciária são provocadas por interações entre as cadeias
laterais ou radicais (R) dos aminoácidos. As principais interações das cadeias laterais para
formar a estrutura terciária são:

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

• pontes dissulfeto, ligações covalentes entre as cadeias laterais dos aminoácidos cisteína;
• ligações de hidrogênio, ligação intermolecular entre as cadeias laterais;
• interações iônicas, também ligações intermoleculares, mas entre cadeias laterais
carregadas positivamente com cadeias laterais carregadas negativamente, formando
uma ponte salina;
• forças de Van der Waals (também chamada de dipolo-dipolo induzido), uma ligação
intermolecular muito fraca entre cadeias laterais hidrofóbicas, apolares.

Interações hidrofóbicas
(forças de Van der Waals)

CH Cadeia
CH2 H3C CH3 polipeptídica
OH

H3C CH3
Ligações de CH
hidrogênio
O
C OH
CH2 S S CH2
CH2
Ponte dissulfeto
(entre duas moléculas de cisteína)

O
CH2 CH2 CH2 CH2 NH3 + –0 C CH2
Interações eletrostáticas
(ponte salina)

É possível reparar que o arranjo final de uma proteína está diretamente relacionado à
sequência de aminoácidos presentes nela, o que, consequentemente, relaciona a forma e a
respectiva função. Por exemplo, as enzimas funcionam por meio de um encaixe entre elas e a
substância com a qual vão reagir. Podemos, também, citar os anticorpos que têm formato espe-
cífico para se ligar a determinado antígeno. Assim, ao alterarmos a sequência de aminoácidos
de uma proteína, estamos, também, alterando a forma e, em decorrência disso, a função desta.

Estrutura terciária → Forma → Função

4.4 Estrutura quaternária


Algumas proteínas contêm duas ou mais cadeias polipeptídicas, que podem ser iguais
ou diferentes, chamadas de subunidades. Essas subunidades se unem por meio de ligações
intermoleculares; como as forças de Van der Waals, as pontes salinas e as ligações de hi-
drogênio, formando a estrutura quaternária. Podemos classificar as proteínas que formam
estruturas quaternárias em dois principais grupos:
• Proteínas fibrosas: apresentam cadeias polipeptídicas em arranjos filamentosos e
são formadas por um único tipo de estrutura secundária. São todas insolúveis em
água, por serem formadas por aminoácidos de cadeia hidrofóbica, e são responsá-
veis, principalmente, pela forma, suporte e proteção. Exemplos: queratina e colágeno.

65

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

• Proteínas globulares: apresentam cadeias polipep- A desnaturação pode ser ocasionada pelos seguintes
tídicas enoveladas, produzindo formas esféricas, e fatores:
costumam conter diversos tipos de estruturas secun- • Aumentos na temperatura: promovem maior agita-
dárias. As enzimas e as proteínas transportadoras ção das moléculas e podem romper as ligações de
estão nesse grupo. hidrogênio e as forças de Van der Waals.
4 cadeias polipeptídicas (globinas) • Alterações no pH: podem mudar o padrão de ionização
dos aminoácidos que compõem as proteínas e, assim,
Cadeia β desfazer as interações iônicas entre as cadeias laterais.
• Algumas substâncias químicas: como ureia, acetona
e etanol, podem romper as interações que determi-
nam a estrutura terciária da proteína, sem quebrar a
ligação peptídica.
A desnaturação é geralmente irreversível (o cozimento
Cadeia α Ferro (Fe2+) de um ovo desnatura as suas proteínas); entretanto, em al-
gumas situações, a desnaturação pode ser reversível, desde
que os fatores que promoveram a alteração sejam retirados.
Grupamento Nessas situações, a proteína retorna à sua forma “nativa” e
Heme
à sua função normal. Esse processo é denominado renatura-
A hemoglobina é um exemplo de proteína globular com estrutura ção e pode ser retardado por baixas temperaturas.
quaternária. Ela é formada pela união de quatro cadeias polipeptídi-
A desnaturação rompe a estrutura secundária
cas, duas cadeias α e duas cadeias β. e terciária de uma proteína e destrói suas
funções biológicas.

Proteína
Classificação das proteínas desnaturada

As proteínas formadas somente por aminoácidos


são chamadas de simples, enquanto algumas proteí-
nas, formadas por outros componentes, além dos ami- Proteína
noácidos, são denominadas conjugadas. As proteínas normal

conjugadas apresentam uma parte proteica, chamada A renaturação (remontagem de uma proteína que
foi desnaturada) é às vezes possível, mas normalmente
apoproteína, e uma parte não proteica, o radical ou a desnaturação é irreversível.
grupamento prostético. Quando essas duas partes es-
A estrutura terciária de uma proteína é determinada
tão unidas, podemos chamá-la de holoproteína. A he-
pela sequência de aminoácidos, ou seja, pela estrutura pri-
moglobina é um exemplo de proteína conjugada, em
mária. A prova mais importante disso vem do fato de que
que o grupamento heme é um radical prostético.
algumas proteínas que tiveram sua estrutura terciária al-
HOLOPROTEÍNA = APOPROTEÍNA +
terada podem organizar-se novamente na renaturação.
+ GRUPAMENTO PROSTÉTICO
Em geral, as proteínas adaptadas a altas temperaturas
conseguem manter sua estrutura terciária porque apre-
sentam muitas pontes dissulfeto, que, por serem ligações
covalentes, são mais fortes que as outras ligações, inter-
5. Desnaturação moleculares. Essas proteínas são encontradas em bacté-
rias termófilas, que vivem em locais onde a temperatura
A estrutura tridimensional de uma proteína é sensível pode chegar a, aproximadamente, 80 °C.
a condições ambientais. Determinadas situações podem A desnaturação se mostra útil com relação aos pro-
alterar as ligações que estabelecem a estrutura secundá- cessos de esterilização, nos quais aquecemos objetos ou
ria e terciária de uma cadeia polipeptídica. Desse modo, alimentos, visando desnaturar as enzimas de microrganis-
pode haver a perda da forma da proteína, e assim haverá, mos possivelmente patogênicos.
também, a perda da função. A perda da estrutura terciá- Além disso, a desnaturação das proteínas dos alimen-
ria normal de uma proteína chama-se desnaturação. Esse tos durante o processo de cozimento facilita a digestão
processo não afeta a ligação peptídica, então não ocorrerá destes. Como a estrutura primária não é alterada, o valor
mudança na estrutura primária da cadeia. nutritivo das proteínas também não é.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

Em contrapartida, o aumento da temperatura corporal nomes tradicionais, como os casos da pepsina e da tripsina,
quando estamos com febre é preocupante, pois corremos que também catalisam a digestão de proteínas. Há ainda en-
o risco de afetar nossas proteínas (como enzimas, por zimas nomeadas de acordo com a sua função. São exemplos
exemplo), principalmente do tecido nervoso. as ligases (catalisam reações de união entre duas molécu-
las), as hidrolases (catalisam reações de hidrólise, ou seja,
quebra de ligações pela adição de uma molécula de água)
Curiosidades sobre a desnaturação
e as oxidorredutases (catalisam reações de oxidorredução).
1) Cozinhando um ovo sem fogo
Uma maneira fácil de demonstrar como modifi- 6.1 Mecanismo das reações químicas em geral
cações no pH podem causar desnaturação das pro- Considere a queima do butano, o gás de cozinha
teínas é colocar um ovo cru em contato com vinagre. (C4H10 + 13/2 O2 → 4CO2 + 5H2O). Toda vez que o butano
O ácido acético destrói as interações elétricas en- é exposto ao oxigênio do ar, espera-se que a reação ocor-
tre os aminoácidos das proteínas do ovo, causando ra espontaneamente. Contudo, isso não ocorre. A simples
a desnaturação. O vinagre causa “teoricamente” o mistura do butano com o oxigênio não produz reação. A
mesmo efeito final do fogo no processo de cozimento. queima do butano começará somente se for fornecida uma
2) A “chapinha” e a renaturação energia inicial (no caso do fogão, essa energia é forneci-
Quando mulheres utilizam a famosa “chapinha” da riscando-se um fósforo ou até mesmo por meio de uma
para alisar os cabelos, estão, na verdade, ocasionan- faísca elétrica produzida pelo próprio fogão). A necessida-
do um processo de desnaturação, ao submeter os ca- de dessa energia para iniciar a reação mostra que existe
belos a altas temperaturas. A perda da forma original uma barreira entre os reagentes e os produtos.
das proteínas do cabelo faz com que ele fique liso. As reações só prosseguem após ter sido superada essa
Todavia, diferentemente das do ovo, as proteí- barreira energética, pela adição de uma pequena quantidade
nas do cabelo podem voltar ao estado normal de- de energia. Assim, a barreira energética representa a quantida-
pois de algum tempo. Assim, quando molhados, os de de energia necessária para iniciar a reação, conhecida como
cabelos voltam à forma original. energia de ativação (Ea). Em uma reação química, a energia de
ativação é responsável por formar uma estrutura intermediária
instável entre os reagentes e os produtos, denominada comple-
xo ativado ou estado de transição. No complexo ativado, exis-
tem ligações enfraquecidas (presentes nos reagentes) e forma-
6. Enzimas ção de novas ligações (presentes nos produtos); nesse estágio,
As reações que ocorrem nas células são tão lentas que há mais energia que os reagentes e os produtos.
podem não contribuir para a vida, a menos que as células fa- Complexo a�vado
çam algo a fim de acelerá-las. Este é o papel dos catalisadores: (instável)
Energia da reação

substâncias que aceleram uma reação sem serem permanen-


Reagentes Ea
temente alteradas por ela. Um catalisador não provoca uma
(Estável) A ∆Energia (EProduto
reação; apenas acelera a velocidade dela, permitindo que ela ∆Energia –EReagente) não é
atinja o equilíbrio de forma mais rápida. Então, é importante alterada pela Ea�
compreender que as reações ocorrem com ou sem os catalisa- Produtos
Curso da reação
dores, mas, se houver o catalisador, a reação será mais rápida. A energia de a�vação
(Ea) é necessária para
Os catalisadores biológicos são representados, prin- que a reação comece.
cipalmente, por proteínas chamadas enzimas, mas alguns
catalisadores biológicos – talvez os primeiros na origem da As diversas reações químicas apresentam diferentes
vida – são moléculas de RNA, denominadas ribozimas. Ao energias de ativação, e as reações que exigem menor ener-
longo do tempo, as proteínas evoluíram como catalisadores, gia de ativação ocorrem mais rapidamente, ou seja, ocor-
devido, provavelmente, à sua grande diversidade na estrutu- rem com maior velocidade.
ra tridimensional e à variedade de funções químicas.
6.2 Mecanismo de ação das enzimas
Usualmente as enzimas são designadas pelo nome do
substrato com o acréscimo do sufixo ase. São exemplos Mediante o que foi exposto anteriormente, como forne-
a lactase (atua na digestão da lactose), a amilase (atua na cer a energia de ativação para que as reações do metabolis-
digestão do amido) e a peptidase (atua na digestão de pro- mo ocorram? Poderíamos aumentar a temperatura de um
teínas). Algumas fogem à essa regra por conservarem seus organismo para garantir a formação do complexo ativado?

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

O aumento da temperatura não funcionaria em seres vivos, pois aceleraria todas as rea-
ções, inclusive as destrutivas. A maneira mais eficaz de acelerar uma reação em seres vivos
seria diminuir, de forma específica, a energia de ativação dessa reação. A resposta se encontra
no mecanismo de atuação dos catalisadores. Como dito, catalisadores aceleram as reações,
porque reduzem a energia de ativação necessária para que a reação ocorra. Dessa forma, per-
mitem a existência de reações com uma boa velocidade, mesmo em temperaturas baixas.

A reação não catalisada


tem maior energia de
Ea Reação não
ativação do que a reação
catalisada

Energia da reação
catalisada.
Ea

Reagentes
Não há diferença na
Reação ∆E variação de energia
catalisada entre a reação catalisada
e a não catalisada
Produtos
Curso da reação

Os catalisadores não biológicos são, na maioria, não específicos. A platina pulverizada, por
exemplo, catalisa virtualmente qualquer reação em que o hidrogênio molecular (H2) seja um
reagente. Em contrapartida, os catalisadores biológicos são, na maioria, altamente específicos.
Os catalisadores biológicos são moléculas de proteínas (enzimas) ou RNA (ribozimas) e, geral-
mente, reconhecem e se ligam apenas a um ou a poucos reagentes e catalisam somente uma
única reação. Abordaremos, ao longo deste capítulo, as enzimas.
Nas catálises enzimáticas, os reagentes são chamados de substratos. As moléculas do
substrato se ligam a uma região especial na superfície da enzima, chamada sítio ativo, em
que ocorre a catálise.

O substrato se encaixa
perfeitamente no sítio ativo. Liberação do produto
Sítio ativo

Substratos

Enzima Complexo Enzima Enzima


Não é substrato. Substrato (ES)
O produto se separa do sítio ativo, e a
As moléculas que não enzima fica novamente livre.
são substratos não se
encaixam.

A especificidade de uma enzima resulta da forma de sua estrutura terciária e da estru-


tura de seu sítio ativo, no qual somente um pequeno grupo de substratos pode encaixar-se.
Outras moléculas – com diferentes formas, grupos funcionais ou propriedades – não po-
dem se encaixar no sítio ativo.
O sítio ativo da enzima (E) estabelece ligações (principalmente, ligações de hidrogênio e
interações eletrostáticas) com o substrato (S); ao se unirem, formarão o complexo enzima-
-substrato (ES). No interior do sítio ativo, ocorrerão modificações no substrato e será formado
o complexo enzima-produto (EP); ao se dissociarem, liberarão o produto (P) e a enzima (E).

E+S ES EP E+P

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

Classificação das enzimas


Da mesma forma que classificamos as proteínas quanto à presença de componentes não proteicos, podemos
fazer o mesmo com as enzimas, então podemos dividi-las em dois grupos:
1) Enzimas simples: são aquelas formadas somente por aminoácidos.
2) Enzimas conjugadas: são enzimas que apresentam uma parte proteica (apoenzima) e uma parte não proteica
(grupamento ou radical prostético). Quando o grupamento prostético é inorgânico, ele é chamado de cofator – por exem-
plo, os íons ferro, cobre e zinco. Se o grupamento prostético for orgânico, ele será chamado de coenzima – por exemplo,
as vitaminas. A enzima conjugada completa (apoenzima mais o grupamento prostético) é chamada de holoenzima.
HOLOENZIMA = APOENZIMA + GRUPAMENTO PROSTÉTICO

Zimogênios
São precursores enzimáticos inativos que, ao sofrerem hidrólise, provocada por um determinado agente, se
tornam ativos. Várias dessas enzimas são proteases (enzimas que catalisam a hidrólise de proteínas) altamente
reativas e podem ser prejudiciais à célula caso seja sintetizada na forma ativa.

Conversão de zimogênios em enzimas ativas

Zimogênio Agente ativador Enzima ativa


Presença de íons H (Meio ácido)
+
Pepsinogênio Pepsina
Pepsina

Enteroquinase
Tripsinogênio Tripsina
Tripsina

Quimotripsinogênio Tripsina Quimotripsina

Procarboxipeptidase Tripsina Carboxipeptidase

6.3 Propriedades das enzimas


As enzimas apresentam certas propriedades em comum. Vejamos algumas:
• Têm sua produção sob controle do DNA: enzimas são proteínas e, como tal, são pro-
duzidas por meio de informações contidas no material genético.
• Controlam o metabolismo celular: as reações químicas dentro da célula só são pos-
síveis porque são catalisadas pelas enzimas; caso contrário, seriam tão lentas que
inviabilizariam a existência dos seres vivos.
• Não são consumidas ou alteradas no processo de catálise: como todo catalisador, as
enzimas conseguem acelerar uma reação sem sofrer alteração permanente, isto é, não
são consumidas durante a reação. Essa propriedade nos permite compreender por
que é suficiente uma pequena concentração de moléculas enzimáticas em uma reação.
Note que, na reação a seguir, a enzima se apresenta com a mesma forma química (E)
tanto no final como no início da reação. Enquanto está ligada ao substrato, pode sofrer
alterações, mas ao final da reação retorna à sua forma inicial.
Reação direta
E+S ES EP E+P
Reação inversa

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

• Aceleram tanto a reação direta quanto a inversa: isso ocorre porque são capazes de dimi-
nuir a energia de ativação em ambos os sentidos; desse modo, as enzimas não são capazes
de alterar ou deslocar o equilíbrio químico de uma reação. O único efeito que elas provocam
no equilíbrio é a diminuição do tempo necessário para que esse equilíbrio seja atingido.
• São altamente específicas: os primeiros estudos sobre a especificidade das enzimas
apontavam que os substratos eram estruturalmente complementares ao sítio ativo. O
modelo desenvolvido admitia que o substrato se encaixaria perfeitamente ao sítio ativo
que seria um “molde rígido”, como uma chave encaixando-se em sua fechadura; a partir
dessa comparação, surgiu o chamado modelo “chave-fechadura”. Anos depois, esse mo-
delo foi contestado, pois um sítio ativo perfeitamente complementar ao substrato e rígido
impediria a formação do estado de transição (complexo ativado), e, assim, não haveria
“espaço” para a mudança conformacional do substrato em complexo ativado.

O substrato se encaixa
perfeitamente ao sítio
ativo.

Não ocorre
a reação.

Complexo enzima-
substrato (ES)

No modelo “chave-fechadura” não há espaço


para a formação do estado de transição.

Então surgiu uma nova explicação, o modelo do “encaixe induzido”. Nesse modelo, o
sítio ativo é flexível; assim, o substrato pode ser modificado, formando o estado de tran-
sição, e depois, o produto. O sítio ativo é estruturalmente complementar ao estado de
transição; isso garante a especificidade da enzima.

Complexo enzima- Estado de transição + Enzima


substrato (ES) (complexo ativado)
Produto

No modelo do “encaixe induzido”, o sítio ativo é


flexível e complementar ao estado de transição.

6.4 Fatores que afetam a velocidade das reações enzimáticas


Vários fatores influenciam a velocidade das reações controladas por enzimas, entre
eles os estudados a seguir.

6.4.1 Concentração de substrato


Mantendo a concentração enzimática constante, o aumento da concentração de subs-
trato promove o aumento da velocidade da reação até que todos os sítios ativos se encon-
trem “ocupados”, o que leva à saturação das enzimas. Nesse ponto, a velocidade é máxima
e, a partir daí, é inútil qualquer aumento na quantidade de substrato, pois a velocidade
permanecerá constante.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

Velocidade da reação (V)


Velocidade máxima Vmáx
Velocidade da reação (V)

2.0 2.0
C
1.5 1.5 Concentração 4x de enzima
B
1.0 1.0
Vmáx
0.5 0.5
A
Concentração x de enzima
0 0 Km
Km
Concentração de substrato ([S]) Concentração de substrato ([S])

=S
Na mesma reação, quanto maior for a concentração
=E da enzima, maiores serão as velocidades alcançadas. Note
que o Km é o mesmo, pois se trata da mesma enzima; logo,
deve haver a mesma afinidade.
No ponto A, há baixa concentração de substrato; as-
6.4.3 Temperatura
sim, há muitas enzimas livres para catalisar a reação. No
As reações químicas dependem de choques efetivos entre
ponto B, metade das enzimas está com seus sítios ativos
os reagentes. Assim, ao elevarmos a temperatura, aumentan-
completamente ocupados. No ponto C, a concentração de
do a velocidade de movimento das moléculas, aumentamos,
substrato é alta, e todas as enzimas estão com seus sítios também, a chance de um choque efetivo e, consequentemen-
ativos ocupados. Como não há enzimas “disponíveis” para te, a velocidade da reação. Quando utilizamos catalisadores
catalisar, todas estão trabalhando o mais rápido possível – enzimáticos, no entanto, percebemos que a velocidade da
na sua velocidade máxima. reação aumenta até determinada temperatura, chamada de
ponto ótimo (no qual a velocidade é máxima), diminuindo, a
partir daí, até atingir valores próximos a zero.
A equação de Michaelis-Menten
Imaginar a causa desse prejuízo não é difícil quan-
O gráfico visto acima, que expressa a relação do pensamos na natureza proteica das enzimas. Quando
entre a concentração de substrato ([S]) e a veloci- aquecemos excessivamente uma proteína, rompemos liga-
dade (V), apresenta uma curva semelhante para a ções químicas que mantêm o seu perfil específico. Ao per-
maioria das enzimas e pode ser determinado alge- der sua forma, a proteína também perde sua função. Esse
bricamente pela equação de Michaelis-Menten: processo é a chamada desnaturação. Quando alteramos a
Vmáx [[S] forma de uma enzima, alteramos o formato de seu sítio ati-
V =
Km + [S] vo, impedindo sua ligação com o substrato.
O valor da constante de Michaelis, Km, corres- As enzimas não se tornam inativas pelo congelamento. A
ponde à concentração de substrato quando a velo- velocidade das reações diminui com a queda da temperatura,
cidade é igual à metade de Vmáx. No gráfico acima, podendo até mesmo cessar. No entanto, a atividade catalítica
corresponde ao ponto B. reaparece quando a temperatura se eleva a valores normais.
Km = [S], quando V = ½ Vmáx Velocidade
Didaticamente, podemos dizer que Km é um indi- máxima
cador da afinidade da enzima por seu substrato. Se o
Velocidade da reação

Km é baixo, isso indica que será necessária uma pe- Catalisador


quena quantidade de substrato para que seja atingi- Enzima inorgânico
da a metade de Vmáx; logo, podemos dizer que, quanto
menor o Km, maior será a afinidade da enzima.

6.4.2 Concentração da enzima

Aumentando a concentração de moléculas de enzimas, Ponto


ó�mo
a velocidade da reação aumenta, desde que haja quantida-
de de substrato suficiente para receber as enzimas. Temperatura

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

Se após a desnaturação retornarmos para o ponto óti- 6.5 Inibição enzimática


mo, a enzima pode não funcionar mais, pois a desnatura-
Os inibidores enzimáticos são substâncias que inter-
ção pode ter sido irreversível.
ferem na catálise, diminuindo profundamente a veloci-
As reações mediadas por catalisadores inorgânicos dade das reações mediadas pelas enzimas. As enzimas
geralmente apresentam baixa velocidade nas faixas de catalisam praticamente todos os processos celulares,
temperatura ideais para os seres vivos, mas, em elevadas então a utilização dos inibidores permite modificar esses
temperaturas, nas quais as enzimas não funcionariam, processos. Alguns inibidores ocorrem naturalmente nas
essas substâncias apresentam elevada eficiência. células, outros são artificiais. Os inibidores de ocorrência
natural regulam o metabolismo; os inibidores artificiais
6.4.4 pH
podem ser empregados para tratar doenças, eliminar
Enzimas apresentam um pH ótimo, no qual a atividade pragas ou, em laboratório, no estudo do funcionamento
delas é máxima. Variações de pH podem alterar as cargas das enzimas. Por exemplo, a aspirina (ácido acetilsali-
elétricas dos aminoácidos e desestabilizar as interações cílico) inibe a enzima cicloxigenase (COX), que catalisa a
eletrostáticas que determinam a forma da enzima, afetan- primeira etapa na síntese das substâncias responsáveis
do sua função. pela sensação de dor.
O pH varia de enzima para enzima e, em geral, está
6.5.1 Inibição irreversível
associado com o local de atuação delas. Assim, a ptialina,
enzima da saliva responsável pela digestão do amido, tem Quando um inibidor se liga de forma irreversível a uma
pH ótimo em torno de 7,0 (neutro como o da boca), en- enzima, ele é chamado de inibidor irreversível. Esses ini-
quanto a pepsina, que compõe o suco gástrico e é respon- bidores estabelecem ligações covalentes com as cadeias
sável pela digestão de proteínas, tem pH ótimo em torno laterais dos aminoácidos presentes no sítio ativo das enzi-
de 2,0 (ácido). mas. Com isso, as inativam permanentemente, ao destruir
V V sua capacidade de interagir com o substrato. Por exemplo,
o DIPF (diisopropilfosfofluoridrato) se liga ao aminoácido
Vmáx Vmáx serina presente no sítio ativo da enzima acetilcolineste-
rase, cuja ação é fundamental para o funcionamento do
sistema nervoso. Por causa de sua ação sobre a acetilcoli-
nesterase, o DIPF é classificado como um gás neurotóxico.
Em 1995, houve um ataque terrorista ao metrô de Tóquio,
em que um gás que contém DIPF, o gás sarin, foi liberado,
7,0 pH 2,0 pH
afetando muitas vítimas.
Enzima: p�alina Enzima: pepsina
Acetilcolinesterase Sítio
Substrato: amido Substrato: proteína ativo
pH ideal: 7,0 pH ideal: 2,0 DIPF
Local de atuação: boca Local de atuação: estômago

Vmáx
O DIPF, um inibidor A ligação covalente
irreversível, reage do DIPF ao sítio
O grupamento covalentemente ativo impede a
hidroxila está na com o grupo entrada do
cadeia lateral hidroxila. substrato.
da serina, no CH3 CH3
sítio ativo. H CH3 H CH3
8,5 pH Ser OH F Ser O
O O
Enzima: lipase P P
O sítio ativo
apresenta O O O O
Substrato: lipídios
uma serina CH3 CH3
pH ideal: 8,5 H H
CH3 CH3
Local de atuação: intes�no

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CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

6.5.2 Inibição reversível Substrato

Os inibidores reversíveis podem ser classificados em


dois subtipos de acordo com seu mecanismo de ação: com-
petitivos e não competitivos. Enzima Enzima

Inibição competitiva
Os inibidores competitivos são similares a um substra-
to natural específico da enzima, o suficiente para se liga- Inibidor não
compe��vo
rem de modo não covalente ao seu sítio ativo. No entanto,
eles são suficientemente diferentes para que a enzima não Note que o inibidor permite a ligação da enzima ao
catalise qualquer reação química. Enquanto o inibidor esti- substrato, mas não haverá a formação de produto.
ver ligado à enzima, o substrato natural não entra no sítio Como o inibidor impede a formação do produto, e não
ativo, então vemos que esses inibidores competem, pelo a ligação entre o substrato e o sítio ativo, não haverá mu-
sítio ativo, com o substrato normal. Podemos concluir que dança na afinidade da enzima pelo substrato; logo, o valor
o inibidor reduz a afinidade da enzima por seu substrato; de Km será o mesmo. Em essência, o inibidor simplesmente
logo, o valor de Km será maior. diminui a concentração de enzima funcional. O restante da
Inibidor compe��vo
Substrato enzima se comporta como uma solução mais diluída da en-
zima, com a mesma afinidade.

O inibidor e o substrato Mesmo sendo um inibidor reversível, pois pode se disso-


“competem” e apenas ciar das enzimas, o aumento da concentração de substrato
Sí�o a�vo um se liga ao sí�o a�vo.
nunca reverte o quadro inibitório: mesmo com altas concen-
trações de substrato, como não haverá a formação de produto,
não será possível atingir a mesma Vmáx da reação não inibida.
Velocidade da reação (V)

Vmáx
No entanto, esses inibidores são reversíveis; logo, se 2,0
Enzima sem
aumentarmos a concentração do substrato, haverá mais 1,5 inibidor
moléculas de substrato do que de inibidor. Então, o subs-
1,0
trato entrará preferencialmente no sítio ativo, reverten-
Vmáx
do esse quadro. Em altas concentrações de substrato, as 0,5
enzimas inibidas voltam a exibir a mesma Vmáx. Enzima com inibidor
0 Km
Vmáx
1,0 Concentração de substrato ([S])
Velocidade da reação (V)

Enzima sem
0,8 inibidor
Na inibição não competitiva, o Km será o mesmo, e a Vmáx
Enzima com inibidor
0,6 será menor, mesmo com altas concentrações de substrato.
0,4
Aplicações farmacológicas da inibição enzimática
0,2
Km K’m • A penicilina, um tipo de antibiótico, atua como
0
Concentração de substrato ([S]) inibidor de enzimas que catalisam reações de
síntese da parede celular, danificando assim a
A enzima com inibidor apresenta um Km maior, por causa estrutura de proteção das bactérias.
da baixa afinidade, mas, em elevadas concentrações de subs-
trato, a Vmáx é a mesma da reação enzimática sem inibidor. • Os principais medicamentos contra o HIV ini-
bem enzimas que promovem a replicação do
Inibição não competitiva vírus. Um exemplo é a zidovudina ou AZT, que
Os inibidores não competitivos são aqueles que não é inibidor da transcriptase reversa. O desen-
se assemelham ao substrato e, portanto, ocupam um sítio volvimento e utilização desses fármacos tem
diferente do sítio ativo. A ligação do inibidor permite que o aumentado consistentemente o tempo e a
substrato se ligue ao sítio ativo da enzima, mas não ocorre qualidade de vida de pacientes.
reação à formação de produto.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

• O controle da hipertensão arterial (pressão alta) utiliza remédios contendo ini-


bidores de enzimas conversoras da angiotensina. A forma ativa dessa proteína
provoca a contração dos vasos sanguíneos, causando um aumento da pressão
arterial. O medicamento é então utilizado como um estabilizador.

6.6 Enzimas alostéricas


Nem todas as enzimas obedecem a equação de Michaelis-Menten, pois algumas po-
dem apresentar várias subunidades com múltiplos sítios. Essas enzimas são chamadas
de alostéricas.
Em uma enzima alostérica, além dos diversos sítios ativos, há um outro local no qual
uma molécula reguladora pode entrar. Esse local é chamado de sítio alostérico e as molé-
culas reguladoras podem ser ativadoras ou inibidoras. Quando um ativador alostérico se
encaixa no sítio alostérico, ocorre uma mudança no sítio ativo aumentando sua eficiência,
porém a entrada de um inibidor alostérico altera o sítio ativo reduzindo a sua eficiência.
Inibição Alostérica Ativação Alostérica
Sítio
Alostérico

Enzima Enzima
Sítio
Ativo

Sítio Ativo
Inibidor Modificado Ativador

Enzima Enzima

Substrato Sítio Ativo Substrato Sítio Ativo


Modificado

O gráfico da velocidade (V) em função da concentração de substrato ([S]) de uma enzi-


ma alostérica é diferente do gráfico de uma enzima michaeliana (aquela que segue a equa-
ção de Michaelis-Menten). Essa diferença pode ser visualizada na figura a seguir.

Enzima michaeliana Enzima alostérica


Velocidade da reação

Concentração de substrato

Na observação dos gráficos, sob baixas concentrações de substrato, é possível identifi-


car que uma enzima alostérica apresenta um pequeno aumento da velocidade. No entanto,
a partir de certa faixa de substrato, o aumento na concentração de substrato promove um
significativo incremento na velocidade enzimática. Esse fenômeno ocorre porque, nessas
enzimas, a entrada do substrato em seu sítio ativo também pode aumentar a eficiência dos
outros sítios ativos.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 1. Identificar proteínas e seus componentes. Objetivo 4. Conceituar enzimas identificando suas principais
propriedades.
F1. (Uece-CE) Objetivo 5. Analisar e compreender gráficos de cinética enzi-
Atente-se à seguinte representação química-estrutu- mática.
ral de um aminoácido.
F3. (PUC-RS)
H A longevidade de frutos durante o armazenamento
depende do nível de atividade de determinadas en-
H
O zimas do metabolismo. A ilustração a seguir mostra
H
como a temperatura e o pH podem afetar a atividade
N C C destas enzimas.
H
R O

Considerando a figura acima, assinale a afirmação


verdadeira.
(a) observa-se a presença de um carbono central α
(alfa) responsável pela diferenciação entre os 20
aminoácidos.
(b) o quarto ligante é um radical chamado generica-
mente de R ou cadeia lateral R, de forma cons-
tante ou inalterada nos 20 aminoácidos.
(c) um grupamento carboxila, um grupamento ami-
na, um grupo R e um átomo de hidrogênio estão
ligados ao carbono central.
(d) além desses 20 tipos de aminoácidos principais,
há alguns aminoácidos especiais que só apa-
recem em alguns tipos de proteínas e não pos-
suem o grupo amina.

Objetivo 3. Caracterizar o processo de desnaturação. Dentre as condições indicadas a seguir, as mais efi-
cientes para prolongar a longevidade de frutos atra-
F2. (Uece-CE)
vés da redução da atividade enzimática estão reuni-
Sobre proteínas que foram desnaturadas sob condi- das em:
ções de elevadas temperaturas, é correto afirmar que
(a) Elevação do pH de 2 para 4 e redução da tempe-
(a) tiveram sua estrutura primária rompida irrever-
ratura de 40 °C para 20 °C.
sivelmente.
(b) Redução do pH de 6 para 4 e elevação da tempe-
(b) apesar de modificadas, permaneceram com sua
ratura de 40 °C para 60 °C.
estrutura primária, composta pela sequência de
aminoácidos ligados entre si. (c) Elevação do pH de 6 para 8 e elevação da tempe-
ratura de 40 °C para 60 °C.
(c) foram temporariamente modificadas, podendo
assumir sua conformação espacial original em (d) Redução do pH de 4 para 2 e redução da tempe-
condições ideais de temperatura. ratura de 40 °C para 20 °C.
(d) se tornaram inadequadas para o consumo hu- (e) Elevação do pH de 4 para 8 e elevação da tempe-
mano, já que foram estruturalmente alteradas. ratura de 40 °C para 60 °C.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

(c) saponificação e pode ser causada pela alteração


Objetivo 3. Caracterizar o processo de desnaturação.
de pH do meio.
F4. (PUC-RJ) (d) floculação e pode ser causada pela mudança de
Analise a figura a seguir que mostra a mudança da densidade do meio.
estrutura terciária de uma proteína enzimática, pela (e) desnaturação e pode ser causada pela alteração
modificação das condições às quais ela está exposta. de temperatura do meio.

Objetivo 5. Identificar proteínas e seus componentes.

F5. (Fuvest-SP)
Os carboidratos, os lipídios e as proteínas constituem
material estrutural e de reserva dos seres vivos. Qual
desses componentes orgânicos é mais abundante no
corpo de uma planta e de um animal?
Proteína na forma original Proteína após modificação
(a) Proteínas em plantas e animais.
Esta mudança é chamada de
(b) Carboidratos em plantas e animais.
(a) saturação e pode ser causada pela alteração do
(c) Lipídios em plantas e animais.
pH do meio.
(b) renaturação e pode ser causada pela alteração (d) Carboidratos nas plantas e proteínas nos animais.
da temperatura do meio. (e) Proteínas nas plantas e lipídios nos animais.

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
IV. Pelos nucleotídeos presentes na cadeia.
E1. (UPM-SP)
Analisadas as proposições, assinale a alternativa correta.
Para inibir a ação de uma enzima, pode-se fornecer à
célula uma substância que ocupe o sítio ativo dessa (a) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
enzima. Para isso, essa substância deve: (b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
(a) estar na mesma concentração da enzima. (c) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
(b) ter a mesma estrutura espacial do substrato da (d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
enzima.
(e) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
(c) recobrir toda a molécula da enzima.
(d) ter a mesma função biológica do substrato da E3. (PUC-RJ)
enzima.
As macromoléculas biológicas são polímeros forma-
(e) promover a desnaturação dessa enzima. dos pela união de unidades menores, denominadas
genericamente de monômeros.
E2. (Udesc-SC)
Os monômeros das proteínas e dos lipídeos são, res-
Importantes compostos orgânicos dos seres vivos as pectivamente:
proteínas (cadeia polipeptídica) diferem entre si, nos
(a) Monossacarídeos e ácidos graxos.
seguintes aspectos:
(b) Aminoácidos e nucleotídeos.
I. Tipos de aminoácidos presentes na cadeia.
II. Quantidade de aminoácidos presentes na cadeia. (c) Enzimas e ácidos graxos.

III. Sequência em que os aminoácidos estão unidos (d) Aminoácidos e ácidos graxos.
na cadeia. (e) Monossacarídeos e nucleotídeos.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

remoção do solvente, voltam a assumir sua conforma-


E4. (UFPR-PR)
ção e propriedades originais.
Enzimas são conhecidas como catalisadores biológi-
Essas características mostram que a conformação
cos. Elas fazem com que as reações químicas sejam
espacial das proteínas depende do seguinte tipo de
realizadas com muito mais rapidez por diminuírem
estrutura de suas moléculas:
a energia de ativação necessária para que a reação
(a) primária
aconteça. A maioria das enzimas são
(a) glicídios. (b) secundária

(b) carboidratos. (c) terciária

(c) lipídios. (d) quaternária

(d) glicerídeos.
E8. (UFRGS-RS)
(e) proteínas. Nos seres vivos, as enzimas aumentam a velocidade
das reações químicas.
E5. (PUCC-SP)
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações
Uma amostra de quilo retirada do intestino de uma abaixo, referentes às enzimas.
pessoa apresentou-se rica em aminoácidos e glicose.
( ) As enzimas têm todas o mesmo pH ótimo.
Pode-se concluir que a pessoa alimentou-se de:
(a) lipídios e proteínas ( ) A temperatura não afeta a formação do comple-
xo enzima-substrato.
(b) lipídios e amido
( ) A desnaturação, em temperaturas elevadas, aci-
(c) lipídios e carboidratos ma da ótima, pode reduzir a atividade enzimática.
(d) proteínas e carboidratos ( ) A concentração do substrato afeta a taxa de rea-
(e) proteínas e ácidos graxos ção de uma enzima.
A sequência correta de preenchimento dos parênte-
E6. (UEG-GO)
ses, de cima para baixo, é
As enzimas são, em sua grande maioria, proteínas com (a) V – V – F – F. (d) F – V – F – V.
atividade catalítica e participam de diferentes reações
metabólicas nos organismos. Durante a catálise, o subs- (b) V – F – V – F. (e) F – F – V – V.
trato é convertido em um produto para que haja síntese (c) V – F – F – V.
de macromoléculas, decomposição de outras moléculas
do organismo ou a liberação de energia para manutenção E9. (UEG-GO)
do metabolismo. Todavia, para que essas ações ocorram, Algumas pessoas possuem genes que não comandam
diversos fatores são necessários, dentre eles a: a produção de certas enzimas e, por isso, podem não
(a) disponibilidade de substrato para ocupar todos realizar determinadas funções. Um exemplo disso no
os respectivos sítios catalíticos das enzimas. organismo humano é a ausência da enzima que trans-
(b) presença de metais tóxicos, como cálcio e zinco, forma a fenilanina, encontrada nas proteínas ingeri-
que inviabilizam as reações enzimáticas. das com alimento, em tirosina. Sobre as enzimas, é
correto afirmar:
(c) reposição das enzimas, na medida em que são
consumidas pelo processo de catálise. (a) dependem da variação da temperatura e da con-
centração de substrato, ativando o sistema en-
(d) ação da temperatura, uma vez que quanto maior zimático.
a temperatura, maior será a catálise.
(b) são proteínas que funcionam como catalisado-
(e) concentração de H+ ideal, visto que confere pH res de determinadas reações químicas nos or-
neutro para a reação, oxidando-a. ganismos.

E7. (Uerj-RJ) (c) ocorrem associadas a uma substância química


Na presença de certos solventes, as proteínas sofrem não proteica, conhecida como cofator do sistema A.
alterações tanto em sua estrutura espacial quanto (d) favorecem a ocorrência de reações químicas em
em suas propriedades biológicas. No entanto, com a temperaturas altas, mantendo o pH constante.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

(c) Aumentam a energia de ativação das reações


E10. (UFPR-PR)
químicas.
Boa parte das proteínas são classificadas como enzi-
(d) São produzidas de acordo com a informação
mas e apresentam papel importante no processo de
contida no DNA.
aumento da velocidade de uma reação química. Sobre
(e) Atuam como catalisadores orgânicos nas reações.
as enzimas do corpo humano, é correto afirmar:
(a) Apresentam capacidade de suportar grandes E12. (Uerj-RJ)
variações de pH, solubilidade e temperatura sem
Um estudante recebeu um quebra-cabeça que contém
perder as suas características funcionais.
peças numeradas de 1 a 6, representando partes de
(b) Em geral, uma mesma enzima pode apresen- moléculas.
tar diferentes aplicações, trabalhando com um 1 2 3
grande número de substratos. Essa flexibilidade
H O
é dada pela capacidade das enzimas em alterar CH 3 C C H
a sua conformação de acordo com o substrato. CH3 CH NH2

(c) As enzimas apresentam alta especificidade com o


seu respectivo substrato, devido às características
químico-estruturais do sítio de ligação geradas 4 5 6

pela estrutura tridimensional da própria enzima. CH3


H O
C C OH
CH 3 CH CH2
(d) As enzimas apresentam a característica de sinali- NO2

zarem e desencadearem respostas fisiológicas a


partir do seu reconhecimento por um receptor. Em
Para montar a estrutura de uma unidade fundamental
geral são produzidas em algum tecido específico, de uma proteína, ele deverá juntar três peças do jogo
diferente daquele onde se desencadeia a resposta. na seguinte sequência:
(e) As enzimas apresentam a capacidade de serem (a) 1, 5 e 3
reguladas somente pelos produtos diretamente
(b) 1, 5 e 6
formados pela sua atividade, em um processo
denominado retroalimentação negativa. (c) 4, 2 e 3
(d) 4, 2 e 6
E11. (PUC-PR)
E13. (UEPG-PR -Adaptado)
Rosto vermelho depois de beber pode sinalizar
risco de câncer. Na célula, as enzimas realizam importante função na
realização de reações químicas. Com relação aos fa-
Manifestação está ligada à deficiência enzimática
tores que alteram a velocidade das reações enzimá-
no metabolismo do álcool. (...) Essa resposta do fluxo
ticas, indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
sanguíneo, que pode acompanhar náusea e batimen-
tos cardíacos acelerados, é causada, principalmente, (01) Aumentando a concentração de moléculas de
enzima, a velocidade de reação aumenta, desde
por uma deficiência herdada numa enzima chamada
que haja quantidade de substrato suficiente para
ALDH2, uma característica compartilhada por mais
receber as enzimas.
de um terço da população de famílias do leste asiáti-
co – japonês, chineses ou coreanos. Mesmo meia gar- (02) Aumentando a concentração de substrato, au-
rafa de cerveja já pode deflagrar a reação. menta-se a velocidade de reação até o momento
<http: //q1.globo.com./Noticias?Ciencia/0,,MUL1057722- em que haja saturação de ocupação dos sítios
5603,00-ROSTO+VERMELHO+DEPOIS+DE+BEBER+PODE+ ativos das enzimas.
SINALIZAR+RISCO+DE+CANCER.html>. Acesso em:
Abr 2015. (Adaptado.) (04) Variações na temperatura não alteram o funcio-
namento enzimático.
Assinale a alternativa que NÂO caracteriza a ação das (08) Algumas substâncias químicas como a ureia e o
enzimas. etanol podem provocar a desnaturação proteica.
(a) Aumentam a velocidade das reações químicas. (16) Uma enzima é capaz de funcionar em amplas
(b) Não se misturam aos produtos formados, isto é, variações de pH sem alteração na atividade
não são consumidas na reação. catalítica.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

(d) oxidam as proteínas do leite ao aumentar a con-


E14. (UFSC-SC-Adaptado)
centração de O‚ no meio.
Considere os compostos, apresentados na coluna da es-
(e) acidificam o meio, precipitando a gordura do lei-
querda e as características, apresentadas na coluna da
te ao torná-la solúvel em água.
direita e indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
I. água (A) biocatalizador de origem E17. (UnB-DF)
proteica As reações biológicas geralmente requerem alta
II. sal mineral (B) molécula mais abundante energia de ativação para que ocorram. Se essa ativa-
na matéria viva ção fosse térmica, a temperatura no interior das cé-
III. monossacarídeo (C) composto orgânico lulas teria de ser muito elevada, o que é incompatível
IV. lipídeo (D) composto inorgânico com a vida. Os catalisadores diminuem a energia da
V. enzima (E) tipo de carboidrato ativação: seria como se eles conduzissem os reagen-
tes por um atalho energético, o qual permitiria que a
(01) III – E reação pudesse ser iniciada com energia de ativação
(02) II – B mais baixa, como ilustra a figura a seguir.
(04) III – C Com o auxílio do texto e da situação ilustrada na figu-
(08) I – C ra, julgue os itens abaixo, colocando C para certo e E
para errado.
(16) IV – C
(32) V – D
(64) V – A

E15. (FGV-SP)
Considere o seguinte esquema em que as letras repre-
sentam substâncias químicas e os números represen-
tam enzimas que catalisam reações de transformações.
( ) As enzimas facilitam as reações biológicas, di-
minuindo a energia de ativação.
( ) Nos animais pecilotérmicos, a temperatura am-
biente pode interferir na velocidade das reações
(a) A enzima 4 é a mais importante da série. biológicas.

(b) Se uma substância destruir a enzima 3 todas as ( ) Ao sofrerem hidrólise, as enzimas produzem
reações cessarão. ácidos graxos.

(c) Se a enzima 1 for removida, B será formada a ( ) Na situação ilustrada na figura, é estabelecida a
partir de A, mas a reação inversa não ocorre. analogia resumida na tabela a seguir.

(d) Quando a substância A for sintetizada não have- Trabalho


rá necessidade da formação de B. Energia de
Caminho realizado para
ativação
(e) A substância C será acumulada após a remoção mover a pedra
da enzima 3. Necessário para
Sem enzima alta vencer a força
E16. (PUC-RJ) gravitacional
O leite talhado é resultado da ação de micro-organis- Com enzima baixa nulo
mos que:
Assinale a sequência correta:
(a) alcalinizam o meio, precipitando a lactose do leite.
(a) C, E, C e E.
(b) acidificam o meio, precipitando as proteínas
do leite. (b) C, C, E e E.

(c) reduzem a lactose do leite, transformando-a (c) E, E, C e C.


em gordura. (d) E, C, E e C.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

Com a adição de cloreto de sódio, a temperatura de


E18. (Unesp-SP)
ebulição da água do banho, com relação à da água
No interior de uma célula mantida a 40 ºC ocorreu pura, era . O aquecimento do meio
uma reação bioquímica enzimática exotérmica. O de cultura provocava .
gráfico 1 mostra a energia de ativação (Ea) envolvida As lacunas podem ser corretamente preenchidas, res-
no processo e o gráfico 2 mostra a atividade da enzi- pectivamente, por:
ma que participa dessa reação, em relação à varia-
(a) maior; desnaturação das proteínas das bacté-
ção da temperatura.
rias presentes.
Gráfico 1 (b) menor; rompimento da membrana celular das
bactérias presentes.
(c) a mesma; desnaturação das proteínas das bac-
térias.
Energia

(d) maior; rompimento da membrana celular dos vírus.


Ea (e) menor; alterações no DNA dos vírus e das bac-
térias.

E20. (UPF-RS)

Tempo A maioria das reações metabólicas de um organismo


somente ocorre se houver a presença de enzimas. So-
bre as enzimas, analise as afirmativas abaixo.
Gráfico 2
I. A ação enzimática sofre influência de fatores
como temperatura e potencial de hidrogênio; va-
Atividade da enzima

riações nesses fatores alteram a funcionalidade


enzimática.
II. São formadas por aminoácidos e algumas delas
podem conter também componentes não protei-
cos adicionais, como, por exemplo, carboidratos,
lipídios, metais ou fosfatos.
III. Apresentam alteração em sua estrutura após a
reação que catalisam, uma vez que perdem ami-
36 40 ºC
noácidos durante o processo.
Se essa reação bioquímica ocorrer com a célula manti- IV. A ligação da enzima com seu respectivo substra-
da a 36 ºC, a energia de ativação (Ea) indicada no gráfico to tem elevada especificidade. Assim, alterações
1 e a velocidade da reação serão, respectivamente, na forma tridimensional da enzima podem tor-
(a) a mesma e a mesma. ná-la afuncional, porque impedem o encaixe de
seu centro ativo ao substrato.
(b) maior e menor.
Está correto apenas o que se afirmar em:
(c) menor e menor.
(a) I, II e IV.
(d) menor e maior.
(b) I, II e III.
(e) maior e maior.
(c) II, III e IV.

E19. (Fuvest-SP) (d) III e IV.

Louis Pasteur realizou experimentos pioneiros em (e) I, III e IV.


Microbiologia. Para tornar estéril um meio de cultura,
o qual poderia estar contaminado com agentes cau- E21. (FPP-PR)
sadores de doenças, Pasteur mergulhava o recipiente A teoria do encaixe induzido (Induced Fit) foi desenvol-
que o continha em um banho de água aquecida à ebu- vida por Koshland e colaboradores e mostra que ligan-
lição e à qual adicionava cloreto de sódio. tes e receptores não são tão rígidos como se imaginava.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

De acordo com essa teoria, o substrato induz uma mu- (c) nos tubos I e II.
dança conformacional na enzima com a qual ele intera- (d) nos tubos I e III.
ge. Essas mudanças garantem um melhor ajuste entre o
sítio ativo e o substrato. Alguns autores comparam esse (e) nos tubos II e III.
encaixe com um aperto de mão, o qual vai se moldando e
se tornando cada vez mais forte. Quando o substrato in- E23. (UEA-AM)
terage com o sítio ativo da enzima, surgem ligações que Todas as reações metabólicas, sejam elas anabó-
induzem mudanças, as quais permitem que mais liga- licas ou catabólicas, só ocorrem na presença de
ções sejam estabelecidas. Com isso, o sítio ativo envolve enzimas especificas. As moléculas enzimáticas
cada vez mais o substrato, mantendo-o em seu local. participam da reação, mas não são consumidas ou
modificadas no processo. Por esse motivo são cha-
madas catalisadores biológicos. O gráfico abaixo
indica as velocidades com que ocorrem as reações
das enzimas I, II e III, em função do pH do meio. Com
base no gráfico e em seus conhecimentos é correto
afirmar que:

O que permite a atividade catalítica de uma enzima são as


suas características dentre quais foi citado corretamente
(a) a ligação ao substrato apresenta sítio específi-
co permitindo que uma enzima só se ligue a um
substrato, mas o substrato pode se ligar a vários
tipos diferentes de enzimas.
(b) a enzima não sofre mudanças químicas como
consequência da reação que catalisa.
(c) a enzima aumenta a velocidade de reação quí-
mica e faz ocorrer uma reação que não ocorreria (a) A enzima II pode sofrer desnaturação no pH 2.
em sua ausência.
(b) A enzima I age numa faixa de pH mais estreita
(d) enzimas não apresentam a capacidade de aumen-
do que a 2 e a 3.
tar a velocidade reversa de uma reação química.
(c) As três enzimas atuam sobre o mesmo substrato.
(e) enzimas aumentam a velocidade de reação e a
energia de ativação. (d) As três enzimas possuem a mesma temperatura
ótima de ação.
E22. (UEL-PR) (e) A enzima III atua, certamente, no estômago.
Para verificar a hipótese, “a lipase age sobre as gor-
duras, provocando a liberação de ácidos graxos”, foi E24. (Uerj-RJ)
feita uma experiência, colocando-se em três tubos de Existem dois tipos principais de inibidores da ativida-
ensaio os seguintes materiais: de de uma enzima: os competitivos e os não competi-
tivos. Os primeiros são aqueles que concorrem com o
Tubo Substrato Indicador Lipase
substrato pelo centro ativo da enzima.
I Leite Rosa Presente
Considere um experimento em que se mediu a veloci-
II Leite Rosa Ausente
dade de reação de uma enzima em função da concen-
III Água Rosa Presente
tração de seu substrato em três condições:
Sabendo-se que o indicador passa de rosa a azul em • ausência de inibidores;
meio ácido, a hipótese ficará comprovada, se a cor • presença de concentrações constantes de um inibi-
mudar apenas: dor competitivo;
(a) no tubo I. • presença de concentrações constantes de um inibi-
(b) no tubo II. dor não competitivo.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

Os resultados estão representados no gráfico abaixo: A curva I corresponde aos resultados obtidos na au-
sência de inibidores.
As curvas que representam a resposta obtida na pre-
sença de um inibidor competitivo e na presença de um
não competitivo estão indicadas, respectivamente, pe-
los seguintes números:
(a) II e IV
(b) II e III
(c) III e II
(d) IV e III

C
FOLHA AZ
A formação das proteínas depende da união dos ami-
1. (PUC-PR)
noácidos por meio de ligações do tipo
As enzimas são moléculas polipeptídicas de grande
(a) glicosídicas.
tamanho que muitas vezes apresentam uma forma
globosa. Elas são capazes de interagir com substra- (b) fenólicas.
tos e atuar como catalisadores biológicos. O nome (c) peptídicas
dado à região da enzima capaz de interagir com o (d) aromáticas.
substrato é:
(e) lipídicas.
(a) sítio ativo.
(b) núcleo ativo. 4. (Enem)
(c) neurotransmissor. Na década de 1940, na Região Centro-Oeste, produto-
(d) complexo enzimático. res rurais, cujos bois, porcos, aves e cabras estavam
(e) cofator. morrendo por uma peste desconhecida fizeram uma
promessa, que consistiu em não comer carne e deri-
2. (Uece-CE) vados até que a peste fosse debelada. Assim, durante
três meses, arroz, feijão, verduras e legumes forma-
A Astrobiologia, uma ciência moderna que trata de in-
ram o prato principal desses produtores.
vestigar a existência de moléculas orgânicas em ou-
tros planetas, asteroides e meteoros, aponta em pes- Para suprir o déficit nutricional a que os produtores ru-
quisas recentes a “importação” de aminoácidos por rais se submeteram durante o período da promessa, foi
meteoritos que caíram na Terra. Tais moléculas são importante eles terem consumido alimentos ricos em:
de grande relevância para o estudo da vida, pois são (a) vitaminas A e E.
(a) os monômeros dos ácidos nucleicos. (b) frutose e sacarose.
(b) os monômeros construtores de proteínas. (c) aminoácidos naturais.
(c) moléculas básicas para a atividade da maioria (d) aminoácidos essenciais.
das enzimas. (e) ácidos graxos saturados.
(d) coenzimas de importante relevância no proces-
so de síntese proteica. 5. (Enem)
O milho verde recém-colhido tem um sabor adocicado.
3. (PUCC-SP) Já o milho verde comprado na feira, um ou dois dias de-
O glúten é formado pelas proteínas gliadina e glute- pois de colhido, não é mais tão doce, pois cerca de 50%
nina, que se encontram naturalmente na semente de dos carboidratos responsáveis pelo sabor adocicado
muitos cereais, como trigo, cevada, centeio e aveia. São convertidos em amido nas primeiras 24 horas.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

Para preservar o sabor do milho verde, pode-se usar o (c) Temperatura, superfície de contato e catalisadores.
seguinte procedimento em três etapas: (d) Superfície de contato, temperatura e concentração.
1. descansar e mergulhar as espigas em água fer-
(e) Temperatura, concentração e catalisadores.
vente por alguns minutos;
2. resfriá-las em água corrente; 7. (PUC-PR)
3. conservá-las na geladeira. As enzimas estão presentes em pequenas quantidades
A preservação do sabor original do milho verde pelo no organismo. Elas são moléculas extremamente espe-
procedimento descrito pode ser explicada pelo se- cíficas, atuando somente sobre um determinado com-
guinte argumento: posto e efetuam sempre o mesmo tipo de reação. Em
(a) O choque térmico converte as proteínas do mi- relação às enzimas, foram feitas quatro afirmações:
lho em amido até a saturação; o amido saturado I. Enzimas são proteínas que atuam como catali-
ocupa o lugar do amido que seria formado es- sadores de reações químicas.
pontaneamente. II. Cada reação química que ocorre em um ser vivo,
(b) A água fervente e o resfriamento impermeabi- geralmente é catalisada por um tipo de enzima.
lizam a casca dos grãos de milho, impedindo a
III. A velocidade de uma reação enzimática indepen-
difusão de oxigênio e a oxidação da glicose.
de de fatores como a temperatura e o pH do meio.
(c) As enzimas responsáveis pela conversão desses
IV. As enzimas sofrem um processo de desgaste
carboidratos em amido são desnaturadas pelo
durante a reação química da qual participam.
tratamento com água quente.
São verdadeiras as afirmações:
(d) Microrganismo que, ao retirarem nutrientes dos
grãos, convertem esses carboidratos em amido, (a) Apenas I e II.
são destruídos pelo aquecimento. (b) Apenas I e III.
(e) O aquecimento desidrata os grãos de milho, al- (c) Apenas I, II e IV.
terando o meio de dissolução no qual ocorreria
(d) Apenas III e IV.
espontaneamente a transformação desses car-
boidratos em amido. (e) I, II, III e IV.

6. (Enem) 8. (Uece-CE)
Alguns fatores podem alterar a rapidez das reações No processo de defesa contra as ROS (Espécies Reati-
químicas. A seguir, destacam-se três exemplos no con- vas de Oxigênio), um inteligente mecanismo evolutivo
texto da preparação e da conservação de alimentos: em plantas inclui a biomolécula catalase – CAT – (Wil-
1. A maioria dos produtos alimentícios se conserva lekens et al., 1997; Bowler et al., 1992). Estudos sobre
por muito mais tempo quando submetidos à re- o processo de envelhecimento nos seres vivos apon-
frigeração. Esse procedimento diminui a rapidez tam a catalase exercendo papel protetor contra danos
das reações que contribuem para a degradação oxidativos (Aragão, 2007). A biomolécula referida na
de certos alimentos. informação é um(a)

2. Um procedimento muito comum utilizado em (a) proteína de defesa.


práticas de culinária é o corte dos alimentos (b) enzima.
para acelerar o seu cozimento, caso não se te-
(c) lipídio.
nha uma panela de pressão.
(d) carboidrato.
3. Na preparação de iogurtes, adicionam-se ao leite
bactérias produtoras de enzimas que aceleram as
9. (UEA-AM)
reações envolvendo açúcares e proteínas lácteas.
Enzimas são proteínas que atuam como catalisadores
Com base no texto, quais são os fatores que influen-
orgânicos, acelerando reações químicas específicas. A
ciam a rapidez das transformações químicas relacio-
atividade das enzimas sofre influência de alguns fato-
nadas aos exemplos 1, 2 e 3, respectivamente?
res, como a elevação da temperatura, que altera a es-
(a) Temperatura, superfície de contato e concentração. trutura espacial das moléculas de proteínas. Foi rea-
(b) Concentração, superfície de contato e catalisadores. lizada uma experiência com uma enzima digestória

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

bovina para verificar a variação da velocidade de II.

Velocidade da reação
uma reação com o aumento da temperatura do meio
em que ocorreu. Com os dados dessa experiência foi
construído o seguinte gráfico.
Assinale a alternativa que contém a correta explica-
ção do gráfico
0
5 10 pH
Velocidade da reação

III.
II

Velocidade da reação
0
5 10 pH

IV.
III

Velocidade da reação
0°C 10°C 20°C 30°C 40°C 50°C 60°C 70°C
Temperatura

(a) A velocidade da reação é inversamente propor-


cional ao aumento da temperatura.
(b) A velocidade da reação aumenta proporcional-
0
mente com o aumento da temperatura. 5 10 pH
(c) A velocidade da reação diminui proporcional-
(a) I e II
mente com o aumento da temperatura. IV
(b) I e III
(d) Existe uma temperatura ótima na qual a veloci-
dade da reação é máxima. (c) IV e II

(e) A reação sofre inversão de sentido a partir de (d) IV e III


determinada temperatura.

10. (Uerj-RJ)
A sacarose é uma importante fonte de glicídios alimen-
tares. Durante o processo digestivo, sua hidrólise é ca-
talisada pela enzima sacarase ou invertase. Em um la-
boratório, essa hidrólise foi feita por aquecimento, em
presença de HCl. As variações da velocidade de reação
da hidrólise da sacarose em função do pH do meio es-
tão mostradas em dois dos gráficos a seguir. Aqueles
que representam a hidrólise catalisada pela enzima e
pelo HCl são, respectivamente, os de números:
I.
Velocidade da reação

0
5 10 pH

84
I

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 3 - COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS

GABARITO
E01. B
A
E02. E
E03. D
E04. E
E05. D
E06. A
E07. A
E08. E
E09. B
E10. C
E11. C
E12. D
E13. 01 + 02 + 08 = 11
E14. 01 + 04 + 16 + 64 = 85
E15. E
E16. B
E17. B
E18. D
E19. A
E20. A
E21. B
E22. A
E23. A
E24. B

85

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Algumas proteínas não apresentam aminoácidos es-
senciais em quantidades adequadas, sendo chamadas de
CAPÍTULO 4 P proteínas parciais. Uma dieta rica nesse tipo de proteína
COMPOSTOS ORGÂNICOS III: aumenta a necessidade diária de ingestão proteica.
VITAMINAS De forma geral, proteínas de origem animal são mais
completas do que as de origem vegetal. O milho, por exem-
Objetivos de aprendizagem plo, quase não apresenta triptofano, um dos aminoácidos
essenciais. É notável, portanto, que pessoas que vivem
1. Identificar os principais mecanismos que controlam a
ingestão alimentar. em países pobres, onde a principal fonte de proteínas vem
de alimentos como o milho, desenvolvem algumas vezes
2. Conhecer a função das principais vitaminas. síndromes de deficiência proteica (como o marasmo e o
Kwashiorkor).
3. Identificar as principais hipovitaminoses.
Uma dieta rica em carboidratos e gorduras diminui a
4. Correlacionar os elementos de uma tabela nutricional. utilização de proteínas como fonte energética. Esses são,
portanto, considerados “poupadores de proteínas”. Entre-
tanto, em um quadro de inanição, quando carboidratos e

D gorduras já sofreram depleção, observamos um rápido


consumo dos estoques de proteína.
1. Equilíbrio dietético
Medindo o consumo de nutrientes
A energia produzida pela ingestão de carboidratos,
proteínas e gorduras pode ser utilizada para a realização A excreção de nitrogênio pode ser usada para calcu-
de diferentes atividades ou ser armazenada. lar o metabolismo proteico. Cerca de 90% do nitrogênio
O equilíbrio entre gasto e ingestão é responsável pela presente nas moléculas proteicas é eliminado com a urina
manutenção do peso e da estabilidade corporal. Quando a na forma de ureia, ácido úrico, amônia, creatinina e outros
ingestão excede de modo persistente o gasto, a maior parte produtos.
do excesso de energia é armazenada na forma de gordura, Já a utilização de carboidratos e gorduras pode ser
levando ao aumento do peso corporal; em contrapartida, mensurada por meio do Quociente Respiratório, ou seja,
quando a ingestão é insuficiente para suprir os gastos me- a proporção da produção de CO2 em relação à utilização
tabólicos do organismo, observamos perda de massa cor- de O2.
poral e a inanição. O consumo de O2 é maior na degradação de proteínas e
Alimentos apresentam diferentes proporções de pro- gorduras, em razão da combinação deste com o excesso de
teínas, gorduras, carboidratos, sais minerais e vitaminas. átomos de hidrogênio presentes nessas moléculas.
Sendo assim, é necessária atenção para que todos os seg-
mentos metabólicos corporais recebam as quantidades
adequadas de cada nutriente. 2. Obesidade
1.1 Alimentos e energia Podemos definir obesidade, de maneira geral, como o
A proporção média de energia liberada por carboidra- excesso de gordura corporal. Podemos estimar a gordura
tos, lipídios e proteínas enquanto são oxidados até seus corporal por meio do IMC (índice de massa corpórea):
componentes mais simples – água, gás carbônico e ureia
IMC = peso (em kg) ÷ altura2 (em m)
(este último no caso de proteínas) – é a seguinte:
Em termos clínicos, um IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 é de-
Carboidratos 4
nominado sobrepeso, e um IMC maior que 30 kg/m2 é desig-
Gorduras 9 nado obesidade. Entretanto, o IMC não é uma medida direta
Proteínas 4 de massa adiposa e, portanto, não leva em consideração
Diariamente, de 20 a 30 gramas de proteínas são de- indivíduos que têm grande quantidade de massa muscular.
gradadas para produção de outros compostos no organis- A melhor medida para obesidade é o percentual de
mo. Dessa forma, é necessária uma reposição constante, gordura corporal total. São considerados obesos homens
por meio do suprimento dietético diário, que supere de 30 com 25% ou mais de gordura corporal total e mulheres
a 50 gramas. com 35% ou mais.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 4 - COMPOSTOS ORGÂNICOS III: VITAMINAS

A obesidade ocorre quando a entrada de energia em devemos observar uma progressiva depleção de proteí-
nosso corpo (ingestão de alimentos) supera os gastos me- nas e gorduras.
tabólicos. Para cada 9,3 calorias de excesso energético que As gorduras são a principal fonte de energia em um
adentram o corpo, aproximadamente 1 grama de gordura quadro de suspensão alimentar, sendo seu consumo cons-
é armazenado. tante até que a maior parte dos depósitos adiposos tenham
A gordura é armazenada principalmente no tecido se esgotado.
subcutâneo e na cavidade intraperitoneal, embora o fí- Proteínas sofrem depleção em três estágios:
gado e outros tecidos corporais frequentemente arma-
1. Depleção rápida inicial: uso de proteínas facilmente
zenam quantidades significativas de lipídios em indiví-
mobilizáveis para produção de energia ou para a gli-
duos obesos.
coneogênese, gerando glicose principalmente para
As principais causas da obesidade são: o cérebro.
• estilo de vida sedentário;
2. Redução na velocidade: as proteínas facilmente
• comportamento alimentar anormal causado por fato- mobilizáveis sofrem depleção, e a taxa de gliconeo-
res ambientais, sociais e psicológicos; gênese e a metabolização de proteínas caem dras-
ticamente. Ocorre um aumento dramático na me-
• supernutrição infantil;
tabolização de gorduras, o que leva à produção de
• anomalias neurogênicas; grande número de corpos cetônicos. Isso produz um
• fatores genéticos. quadro chamado cetose. Os corpos cetônicos, assim
como a glicose, podem atravessar a barreira hema-
toencefálica, sendo utilizados como fonte de energia
pelas células cerebrais.
3. Inanição
3. Depleção rápida tardia: os depósitos de gordura es-
Caracterizada por extrema perda de peso, que pode tão quase completamente esgotados, e a única fon-
ser causada por disponibilidade inadequada de comida ou te remanescente de energia são as proteínas, que
por redução anormal do desejo de se alimentar (anorexia), passam novamente a ser rapidamente metaboliza-
incluindo distúrbios psicogênicos e outros tipos de anoma- das. A morte sobrevém quando a metade da massa
lias fisiológicas. proteica corporal sofrer depleção, comprometendo
a integridade e o funcionamento das células.
3.1 Depleção de nutrientes durante a inanição

4. Vitaminas
Quan�dades de alimentos armazenados

12
Proteína Moléculas orgânicas necessárias ao organismo.
10
4.1 Atuação
8
(quilogramas)

Gordura I. Como coenzimas → atuando em conjunto às enzimas


6
Vitamina B1 → Descarboxilase
4
Vitamina B2 → Desidrogenase (FAD)
2
Carboidrato Vitamina B6 → Transaminase
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 Vitamina B12 → Biossíntese
Semanas de inanição Ácido fólico → Biossíntese

A depleção consiste na perda de substâncias vitais Vitamina H → Carboxilações


para o organismo. Carboidratos são os combustíveis
Ácido pantotênico → componente da coenzima A
preferenciais, embora seus estoques na forma de glico-
gênio muscular e hepático possam suprir as necessida- Vitamina PP → Desidrogenase (NAD)
des energéticas por menos de um dia (aproximadamente
12 horas). Portanto, após as primeiras horas de jejum,

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 4 - COMPOSTOS ORGÂNICOS III: VITAMINAS

II. Sem função coenzimática conhecida


Vitamina C
Vitamina A
Vitamina D
Vitamina E
Vitamina K

4.2 Fontes e produção


São sintetizadas por vegetais (exceto a vitamina B12), protozoários e bactérias. Os ani-
mais obtêm as vitaminas pela alimentação ou pela flora intestinal.
*Ruminantes → Em seus compartimentos digestivos existem microrganismos produ-
tores de vitaminas.

4.3 Hipervitaminose
Superdosagem – 150% de sua DDR (dose diária recomendada).

4.4 Avitaminose
Insuficiência dietética, síndromes de má absorção, perda pelas fezes e perda pela flora
intestinal.

4.5 Formas precursoras


Algumas vitaminas são encontradas, na natureza, na forma precursora.

Provitamina
Provitamina Organismo
Organismo Vitamina
Vitamina
Provitamina Organismo Vitamina
I. I. VitaminaAA
I. Vitamina
Vitamina A
I. Vitamina A
Vitamina
Vitamina AA
Caroteno
Caroteno Organismo
Organismo Vitamina
Retinol A
Retinol
Caroteno Organismo
Retinol
II. Vitamina
Vitamina D
II.II. VitaminaDD
II. Vitamina D
Provitamina
Provitamina D2D2 Vitamina
Vitamina D D
Organismo
Organismo
Provitamina
ErgosterolD2
Ergosterol Vitamina
CalciferolD
Calciferol
Organismo
Ergosterol Calciferol

4.6 Grupos
I. Hidrossolúveis
Em geral não são armazenadas no organismo e o excesso é eliminado na urina.
Exemplo: Vitamina C e o complexo B (B1, B2, B3, B6, B12, ácido fólico, biotina e
ácido pantotênico)
II. Lipossolúveis
São armazenados no fígado.
Exemplo: Vitaminas A, D, K e E

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 4 - COMPOSTOS ORGÂNICOS III: VITAMINAS

Distúrbios por
Vitaminas Fontes Papéis metabólicos
deficiência

Carnes, fígado,
Hidrossolúveis Coenzima da respiração
cereais integrais, Beribéri (deficiência cardíaca)
B1 (tiamina) celular
leguminosas

Componente do FAD e de
Amplamente
B2 (riboflavina) outras coenzimas do me- Lesões de pele
distribuída na dieta
tabolismo energético

Fígado, carnes,
Componentes do NAD e do Pelagra (diarreia crônica, dermatite e
B3 (niacina) cereais integrais,
NADP alterações neurológicas)
leguminosas

Carnes, cereais Coenzima do metabolismo Alterações neurológicas, dermatite,


B6 (piridoxina)
integrais, fígado dos aminoácidos fraqueza muscular

Coenzima do metabolismo
B12 Fígado, ovos, carnes,
dos ácidos nucleicos, Anemia perniciosa, alterações neurológicas
(cianocobalamina) leite e derivados
divisão celular

Folhas verdes, cereais Coenzima do metabolismo


Ácido fólico integrais, fígado, dos ácidos nucleicos e dos Anemia, distúrbios gastrointestinais
leguminosas aminoácidos

Amplamente Componente da Fadiga, distúrbios do sono, falta de


Ácido pantotênico
distribuído na dieta coenzima A coordenação motora

Verduras, Coenzima do metabolismo Fadiga, depressão, náusea, dermatite, dor


Biotina
leguminosas, carnes de aminoácidos e lipídios muscular

Frutas cítricas, Importante para a


Escorbuto (lesões da pele, sangramento
C (ácido ascórbico) acerola, kiwi, tomate, manutenção da matriz
nasal e gengival, lesões nas articulações)
folhas verdes intercelular

Ovos, leite e derivados, Componente de


Lipossolúveis provitaminas pigmentos visuais, Cegueira noturna, xeroftalmia
A (retinol) (caroteno) de vegetais manutenção da (ressecamento da córnea), lesões de pele
amarelos e vermelhos integridade dos epitélios
Participa da mineração
dos ossos, facilita a Raquitismo (descalcificação e
D (calciferol) Ovos, leite e derivados
absorção do cálcio dos deformidades ósseas)
alimentos
Sementes oleaginosas, Antioxidante, previne
E (tocoferol) folhas verdes e óleos lesões das membranas Anemia, esterilidade (em roedores)
vegetais celulares.

Folhas verdes, cereais


e fígado, síntese pelas
Produção de fatores da
K (naftoquinona) bactérias na flora Hemorragias graves, sangramentos internos
coagulação pelo fígado
intestinal (principal
fonte no adulto)

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 4 - COMPOSTOS ORGÂNICOS III: VITAMINAS

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
do corpo, quando não há tempo suficiente para dedi-
Objetivo 3. Identificar as principais hipovitaminoses.
cação a uma alimentação equilibrada. Sobre as vita-
F1. (FGV-SP) minas, é correto afirmar-se que

Um grupo de pesquisadores constatou os seguintes sin- (a) o consumo em excesso de vitaminas classifica-
tomas de avitaminose em diferentes populações da Amé- das como hidrossolúveis é um risco para a saú-
rica do Sul: escorbuto, raquitismo e cegueira noturna. de, pois, com o tempo, acumulam-se no organis-
mo, tornando-se tóxicas.
Para solucionar esses problemas propuseram forne-
cer as seguintes vitaminas, respectivamente: (b) devido a sua extraordinária capacidade de dis-
solução na gordura corporal, as vitaminas lipos-
(a) C, D, E (d) A, B, E
solúveis não se acumulam no organismo.
(b) C, D, A (e) C, B, A
(c) a carência das vitaminas lipossolúveis C, A e K
(c) E, B, A pode causar, respectivamente, escorbuto, ce-
gueira noturna e hemorragia.
Objetivo 3. Identificar as principais hipovitaminoses.
(d) nos seres humanos, a quantidade de vitaminas
F2. (Suprema-RJ)
que deve ser ingerida varia em função da idade,
do sexo, do estado de saúde e da atividade física
Algumas doenças hemorrágicas ocorrem por defi-
do indivíduo.
ciência no metabolismo de vitamina. Assim, um indi-
víduo com índices baixos de determinadas vitaminas
Objetivo 3. Identificar as principais hipovitaminoses.
pode apresentar algum tipo de processo hemorrágico.
Assinale a alternativa que corresponde a vitamina que F4. (FGV-SP)
está envolvida no processo de coagulação sanguínea
A opção por uma dieta excludente de qualquer pro-
e a sua função nesse processo.
duto de origem animal é totalmente possível, porém,
(a) Vitamina K atuando na formação da trombina, implica em uma reeducação alimentar cujo objetivo é
que é uma proteína essencial no processo de manter a fisiologia do organismo a mais equilibrada
coagulação sanguínea. possível, e, assim, evitar a carência nutricional de
(b) Vitamina C atuando na formação dos leucócitos, (a) vitaminas do complexo B.
que são essenciais no processo de coagulação
(b) nucleotídeos essenciais.
sanguínea.
(c) colesteróis de baixa densidade.
(c) Vitamina E, que faz parte do complexo de molé-
culas existentes no tampão sanguíneo, que se (d) minerais como o ferro e o cálcio.
forma para interromper o processo hemorrágico. (e) vitaminas A e K.
(d) Vitamina A, atuando no aumento da permeabili-
dade capilar, contribuindo assim para a conten- Objetivo 2. Conhecer a função das principais vitaminas.
ção das hemorragias.
F5. (Uece-CE)
Uma alimentação saudável proporciona qualidade de
Objetivo 1. Identificar os principais mecanismos que contro-
lam a ingestão alimentar. vida, pois faz nosso corpo funcionar adequadamente,
Objetivo 2. Conhecer a função das principais vitaminas. e é uma das melhores formas de prevenção para qual-
quer doença. Em uma dieta equilibrada, é preciso in-
F3. (Uece-CE) cluir alimentos ricos em nutrientes, pois esses elemen-
Na atualidade, os suplementos vitamínicos fazem, tos participam de importantes processos metabólicos
cada vez mais, parte da rotina de pessoas em todo o no nosso organismo. Relacione os nutrientes da coluna
mundo, pois possuem a função de suprir a deficiência I, com suas respectivas funções, listadas na coluna II, e
de nutrientes necessários para o bom funcionamento suas respectivas fontes, colocadas na coluna III.

90

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 4 - COMPOSTOS ORGÂNICOS III: VITAMINAS

COLUNA I COLUNA II COLUNA III


Nutrientes Função Fonte
1. Ferro i. Difusão dos impulsos nervosos a. Óleo de fígado de bacalhau
2. Sódio ii. Assimilação e transporte de oxigênio b. Repolho
3. Vitamina D iii. Síntese de proteínas c. Fígado de boi
4. Enxofre iv. Fortalecimento dos ossos d. Peixe

A relação correta entre as colunas é:


(a) 1–ii–c; 2–i–d; 3–iv–a; 4–iii–b.
(b) 1–iii–d; 2–ii–a; 3–iv–b; 4–i–c.
(c) 1–i–c; 2–iv–b; 3–ii–d; 4–iii–a.
(d) 1–iv–a; 2–iii–c; 3–ii–d; 4–i–b.

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E1. (UPM-SP) Indivíduos Tipos de vitaminas em déficit

Cenouras e legumes amarelos são importantes fontes Gustavo K


de vitamina. Por isso, esses alimentos são indicados Guilherme D
para se evitar __(1)__, devido à presença de __(2)__ . Artur C
Assinale a alternativa que preenche de forma adequa- Juliano A
da as lacunas 1 e 2.
(a) raquitismo – calciferol (precursor da vitamina D) O indivíduo que apresenta problemas com a coagula-
ção do sangue e que tem como recomendação médica
(b) cegueira noturna – b-caroteno (precursor da vi-
o consumo de verduras, frutas e óleo de fígado é:
tamina A)
(a) Gustavo. (c) Artur.
(c) hemorragias – vitamina K
(b) Guilherme. (d) Juliano.
(d) escorbuto – vitamina C
(e) beribéri – vitamina B1 E4. (UEL-PR)

E2. (Uerj-RJ) Nos supermercados, encontramos diversos alimen-


tos, enriquecidos com vitaminas e sais minerais. Es-
Um médico holandês observou, no final do século XIX,
ses alimentos têm como objetivo a suplementação
que galinhas alimentadas com arroz polido, ou des-
de nutrientes necessários ao metabolismo e ao de-
cascado, apresentavam os sintomas de uma doença
conhecida como beribéri, que era curada com a inges- senvolvimento do indivíduo. Com base nessas infor-
tão da película, ou casca, retirada dos grãos do arroz. mações e nos conhecimentos sobre nutrição e saúde,
A substância necessária em pequenas quantidades na considere as afirmativas a seguir.
dieta para evitar o beribéri, é a vitamina denominada: I. A vitamina A está envolvida na produção de hor-
(a) E mônios e associada à exposição solar.

(b) C II. A falta de vitamina C pode levar aos sintomas de


(c) B1 fraqueza e sangramento das gengivas, avitami-
nose denominada escorbuto.
(d) A
III. O cálcio tem importância para a contração mus-
E3. (UFU-MG) cular e a coagulação do sangue.
Na tabela a seguir, são apresentados os resultados IV. O ferro faz parte da molécula de hemoglobina,
dos déficits vitamínicos de 4 indivíduos. prevenindo a ocorrência de anemia.

91

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 4 - COMPOSTOS ORGÂNICOS III: VITAMINAS

Assinale a alternativa correta.


E7. (UFPR-PR)
(a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
Estima-se que, no mundo, mais de um bilhão
(b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. de pessoas estão expostas a contrair verminoses
(c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. transmitidas pelo solo contaminado e que aproxima-
(d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. damente 200 milhões de crianças apresentam defi-
ciência de vitamina A. Dados recentes mostram que
(e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
verminoses estariam associadas à deficiência de vi-
tamina A. Alguns estudos dão respaldo a essa ideia,
E5. (Unicentro-PR)
ao mostrar que a vermifugação aumenta a efetivida-
Diversas doenças podem ser causadas pela falta de de de tratamentos de suplementação vitamínica.
algumas vitaminas. São as chamadas avitamino- Fonte: Trends in Parasitology, January 2016, v. 32, n. 1.
ses. O escorbuto (do latim scorbutus) é uma doença
que tem como primeiros sintomas hemorragias nas Qual a importância da vitamina A para o organismo?
gengivas, tumefação purulenta das gengivas (incha-
ço com pus), dores nas articulações, feridas que não E8. (Uece-CE)
cicatrizam, além de desestabilização dos dentes. O ácido L-ascórbico apresenta grande importância
Outra importante avitaminose é o raquitismo. para sistemas bioquímicos, farmacológicos, eletroquí-
O raquitismo é uma doença decorrente da mine- micos, processamento de alimentos e outros, sendo
ralização inadequada do osso em crescimento, ou suas propriedades redox uma das características quí-
seja, da placa epifisária. Está entre as doenças mais micas de maior interesse. Sobre esse ácido, é correto
frequentes da infância em muitos países em desen- afirmar-se que:
volvimento. (a) Vitamina K é o termo frequentemente usado
O escorbuto e o raquitismo estão associados à defi- para referência ao ácido L-ascórbico.
ciência das vitaminas: (b) O ácido ascórbico, ou vitamina B6, apresenta vá-
(a) D e B, respectivamente. rias funções importantes no corpo, estando en-
(b) A e E, respectivamente. volvido no metabolismo de vários tecidos e em
múltiplos processos bioquímicos.
(c) C e D, respectivamente.
(c) Alguns estudos concluem que a absorção de
(d) B e D, respectivamente.
íons ferro, especialmente quando complexado
(e) B12 e A, respectivamente com glicina, é favorecida em presença de ácido
ascórbico (vitamina K) devido à reação de óxido-
E6. (Cesva-RJ) -redução.
As vitaminas lipossolúveis são absorvidas e transpor-
(d) O ácido ascórbico previne o escorbuto, é impor-
tadas com a gordura da dieta. Elas não são facilmente
tante na defesa do organismo contra infecções
excretadas na urina e podem ser armazenadas no fí-
e fundamental na integridade das paredes dos
gado e tecido adiposo.
vasos sanguíneos. É essencial para a formação
As vitaminas hidrossolúveis, de uma maneira geral, das fibras colágenas existentes em praticamen-
não são normalmente armazenadas em quantida- te todos os tecidos do corpo humano: derme,
des significativas no organismo, o que leva, muitas cartilagem e ossos.
vezes, à necessidade de um suprimento diário des-
sas vitaminas. E9. (UPF-RS)
Um exemplo de vitamina liberada pela urina, em razão
As vitaminas são substâncias que o organismo não
da sua solubilidade em água, é a
consegue produzir e, por isso, precisam fazer parte
(a) vitamina A da dieta alimentar para que se tenha um organismo
(b) vitamina C saudável. Analise o quadro referente às vitaminas,
seu nome químico, sintomas ou distúrbios causados
(c) vitamina D
pela sua deficiência no organismo e principais fontes,
(d) vitamina E e assinale a alternativa que faz a correta relação entre
(e) vitamina K esses fatores.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 4 - COMPOSTOS ORGÂNICOS III: VITAMINAS

Nome Sintomas/Distúrbios
Vitamina Principais fontes
químico causados pela deficiência
Óleo de amendoim, carnes magras e
(a) Tocoferol E Esterilidade masculina e aborto
laticínios
Cegueira noturna, escorbuto e doenças Óleo de fígado de bacalhau, castanhas e
(b) Retinol A
da pele gema de ovo
(c) Filoquinona D Raquitismo, hemorragias e infertilidade Feijão, vegetais verdes e frutas amarelas
Ácido
(d) C Escorbuto, raquitismo e xeroftalmia Tomate, pimentão e frutas cítricas
ascórbico
(e) Calciferol K Anemia perniciosa, hemorragias e fadiga Castanhas, vegetais verdes e tomate

E10. (Uece-CE) E12. (UEPG-PR-Adaptado)


Analise o quadro abaixo, associando o problema de As vitaminas são moléculas reguladoras, ou seja, con-
saúde à carência vitamínica e ao alimento capaz de trolam várias atividades da célula e funções do cor-
suprir esta carência. po. Com relação às vitaminas e os quadros de doen-
ças devidos à falta dessas moléculas, indique a soma
Problema Carência de Alimento
da(s) proposição(ões) correta(s).
de saúde vitamina suplementar
(01) As vitaminas lipossolúveis, representadas pelas
I. levedo de
Beribéri B1 vitaminas A, D, E e K, dissolvem-se bem em gor-
cerveja
dura e são encontradas no leite, na gema de ovo,
II. Raquitismo
D gema de ovo na carne, no fígado, entre outros.
infantil
(02) As células nervosas necessitam de vitamina B1.
III. Escorbuto C acerola
A falta dessa vitamina provoca inflamação nos
IV. Cegueira K fígado de boi
nervos, paralisia e atrofia dos músculos provo-
Está correta a associação em cando a doença conhecida como beribéri.
(a) I, II, III e IV. (04) A vitamina B12 e o ácido fólico são importantes
(b) I, II e IV apenas. para a renovação das células do corpo. A fal-
ta desses componentes pode causar a anemia
(c) I, II e III apenas.
perniciosa.
(d) III e IV apenas.
(08) A falta do ácido ascórbico torna os tecidos con-
juntivos (derme, ossos, cartilagem etc.) mais
E11. (UFMG-MG)
fracos. Essa doença é conhecida como escor-
Quanto as vitaminas, todas as afirmativas estão cor- buto e pode promover sangramentos na pele,
retas, exceto: na gengiva, nas articulações, perda de dentes,
(a) A vitamina A, encontrada principalmente em entre outros.
ovos e leite, é protetora do epitélio e sua carên-
cia pode determinar a cegueira noturna. E13. (UFU-MG)
(b) A vitamina D, encontrada principalmente nas Considere as informações abaixo.
frutas cítricas, age no metabolismo das gordu- “Gengivas inchadas, esponjosas, arroxeadas,
ras e sua carência pode determinar o beribéri. com sangramento, hálito fétido, dentes amolecidos,
(c) A vitamina B12 pode ser sintetizada por bacté- juntas inchadas, hemorragia nasal, vômito sangren-
rias intestinais e sua carência pode determinar to, ferimentos não cicatrizados, lassidão, fraqueza
a anemia perniciosa. e morte súbita. Tudo isso era tão comum a bordo
(d) A vitamina C, encontrada em vegetais, mantem quanto o enjoo de mar. Vasco da Gama em 1497 per-
normal o tecido conjuntivo e sua carência pode deu, desse modo, 160 homens de sua tripulação.”
GORDON, Richar. A Assustadora História
determinar o escorbuto.
da Medicina, Rio de Janeiro:
(e) A vitamina K atua como um dos fatores indispen- Ediouro, 1995, p. 55.
sáveis a coagulação sanguínea.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 4 - COMPOSTOS ORGÂNICOS III: VITAMINAS

Responda: III. Vitaminas hidrossolúveis, como a vitamina D, po-


(a) Que avitaminose poderia ser responsável pelo dem ser transportadas pelos líquidos corporais
quadro clínico descrito? Justifique sua resposta. e não são armazenadas em grande quantidade
pelo organismo. Desse modo, como a vestimenta
(b) Como pode ser prevenida esta avitaminose?
promove uma maior taxa de transpiração, favo-
rece a eliminação da vitamina D.
E14. (UFRGS-RS)
IV. Para minimizar os efeitos do uso constante da
Se o filho do Radicci se tornar vegetariano do tipo que
burca, seria aconselhável que essas mulheres
não utiliza produtos derivados de animais, ficará im- suplementassem sua dieta com laticínios, gema
possibilitado de obter, em sua dieta, a vitamina de ovo e vegetais ricos em óleos.
São corretas as afirmações:
(a) I, II, III e IV.
(b) I, II e III, apenas.
(c) II e IV, apenas.
(d) II e III, apenas.
(e) I e IV, apenas.

(a) B12, que atua na formação de células vermelhas E16. (UEL-PR)


do sangue. As vitaminas são usualmente classificadas em dois
grupos, com base em sua solubilidade, o que, para al-
(b) B12, que é encontrada nos pigmentos visuais.
guns graus determina sua estabilidade, ocorrência em
(c) D, que auxilia na formação do tecido conjuntivo. alimentos, distribuição nos fluídos corpóreos e sua
(d) E, que é responsável pela absorção de cálcio. capacidade de armazenamento nos tecidos. Com base
no texto e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a
(e) E, que participa da formação de nucleotídeos.
alternativa correta.

E15. (FGV-SP) (a) A vitamina E é lipossolúvel, age como um antio-


xidante protege as hemácias da hemólise, atua
“Burca faz mal à saúde”. Um grupo de cientistas
na reprodução animal e na manutenção do teci-
marroquinos concluiu que a burca – vestimenta
do epitelial.
que cobre o corpo das mulheres de alto a baixo – é
um fator de risco para a osteoporose, doença que (b) A vitamina A é hidrossolúvel auxilia na produ-
causa o enfraquecimento dos ossos principalmente ção de protrombina – um composto necessário
em mulheres mais idosas. (…) Segundo o estudo, para a coagulação do sangue – e apresenta
baixa toxicidade quando consumida em grande
isso acontece porque o véu impede que a pele re-
quantidade.
ceba a luz do Sol, (…).
“Época”, 26.06.2006 (c) A vitamina D é hidrossolúvel, auxilia no cresci-
mento normal, melhora a visão noturna, auxilia o
Sobre o fato noticiado, foram feitas as seguintes afir- desenvolvimento ósseo e influencia a formação
mações: normal dos dentes.
I. A luz do Sol é fundamental para que o organis- (d) A vitamina B6 é lipossolúvel, auxilia na res-
mo sintetize todas as vitaminas necessárias posta imunológica, na cicatrização de feridas e
para suas atividades metabólicas, dentre elas a reações alérgicas, além de estar envolvida na
vitamina D. glicólise, na síntese de gordura e na respiração
II. Na pele humana existe uma substância, deriva- tecidual.
da do colesterol, que em presença de raios ultra- (e) A vitamina C é lipossolúvel auxilia na res-
violetas do Sol converte-se em vitamina D, que é posta imunológica, na cicatrização de feridas
absorvida pela pele. A vitamina D é fundamental e reações alérgicas, na síntese e quebra de
para a absorção de cálcio e fósforo, que contri- aminoácidos e na síntese de ácidos graxos in-
buem para a rigidez dos ossos. saturados.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 4 - COMPOSTOS ORGÂNICOS III: VITAMINAS

( ) Imprescindível à produção de insulina e à manuten-


E17. (Fepar-PR)
ção do sistema imunológico. Regulação do cálcio no
Essenciais para nossa vida, elas podem ser en- sangue e nos ossos. Reduz o risco de doenças re-
contradas em sashimis, frutas ou castanhas. E tam- nais. É sintetizada com ajuda de raios solares.
bém em uma cápsula colorida. As vitaminas estão en-
( ) Importante oxidante que protege a membrana
tre os principais nutrientes consumidos sob a forma
das células da ação de radicais livres. Está re-
de suplementos, mas especialistas alertam: a quali-
lacionada à formação dos ossos e proteção da
dade da absorção de vitaminas em cápsulas não se
pele. Desempenha função vital no ciclo visual.
compara à obtida por meio dos alimentos in natura.
Diferentemente dos carboidratos e das proteínas, ( ) Participa da multiplicação de todas as células e
que devem ser consumidos em gramas, as vitaminas da produção de hemácias e das células do siste-
são ingeridas em miligramas. Para quem tem identi- ma imunológico. Influencia o sistema nervoso e
ficada a deficiência de algum nutriente ou barreiras é responsável pela produção de hormônios.
para absorver a quantidade necessária via alimenta- ( ) Responsável pela formação de hemácias e mul-
ção, os comprimidos são um trunfo. Se não for neces- tiplicação celular. Evita a anemia, auxilia na coa-
sária, a suplementação tende a aumentar o risco de gulação do sangue e acelera o crescimento.
cânceres e doenças cardiovasculares. ( ) É antioxidante e previne abortos. Alivia cãibras,
<http://www.bbc.com/portuguese/noticias>.
distensões musculares e acelera a cura de le-
Acesso em: ago. 2016. (Adaptado.)
sões na pele.
Sobre as vitaminas, sua importância e funções bioló-
Assinale a alternativa que apresenta a sequência cor-
gicas, marque a alternativa incorreta:
reta, de cima para baixo.
(a) A ingestão de azeite de oliva pode facilitar a ab-
(a) 2 – 4 – 1 – 5 – 3 (d) 2 – 1 – 5 – 3 – 4
sorção de vitaminas, como o retinol (vitamina A)
e o tocoferol (vitamina E). (b) 3 – 1 – 5 – 4 – 2 (e) 2 – 1 – 4 – 5 – 3
(b) A cobalamina (vitamina B12), presente em car- (c) 3 – 4 – 5 – 2 – 1
nes, ovos e laticínios, atua na produção de eri-
trócitos; sua carência pode causar distúrbios do E19. (Enem)
sistema nervoso e anemia perniciosa. Estudos mostram que a prática de esportes pode
(c) A vitamina D (calciferol), a vitamina K (filoquino- aumentar a produção de radicais livres, um subpro-
na) e as vitaminas do complexo B são mais facil- duto da nossa respiração que está ligado ao processo
mente absorvidas com a ingestão de um copo de de envelhecimento celular e ao surgimento de doen-
água mineral com gás. ças como o câncer. Para neutralizar essas moléculas
(d) A vitamina C (ácido ascórbico), presente em le- nas células, quem faz esporte deve dar atenção es-
gumes frescos e frutos cítricos, tem ação antio- pecial aos antioxidantes. As vitaminas C, E e o selênio
xidante e participa da síntese de colágeno. fazem parte desse grupo.
SÁ, V. Exercícios bem nutridos. Disponível em: http://saude.
(e) A ingestão insuficiente de vitamina A (presente abril.com.br. Acesso em: 29 abr. 2010. (Adaptado.)
em leite, fígado bovino, gema de ovo) pode cau-
sar pele seca, escamosa e cegueira noturna. A ação antioxidante das vitaminas C e E e do selênio
deve-se às suas capacidades de
E18. (Udesc-SC) (a) reagir com os radicais livres gerados no metabo-
As vitaminas são compostos orgânicos presentes nos lismo celular através do processo de oxidação.
mais variados tipos de alimentos, e são essenciais ao (b) diminuir a produção de oxigênio no organismo e o
bom funcionamento do metabolismo humano. Associe processo de combustão que gera radicais livres.
os tipos de vitaminas e as suas funções no organismo.
(c) aderir à membrana das mitocôndrias, interferindo
1. Vitamina A
no mecanismo de formação desses radicais livres.
2. Vitamina D
(d) inibir as reações em cadeia utilizadas no meta-
3. Vitamina E bolismo celular para geração dos radicais.
4. Vitamina B6 (e) induzir a adaptação do organismo em resposta à
5. Vitamina B12 geração desses radicais.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 4 - COMPOSTOS ORGÂNICOS III: VITAMINAS

– (4) vegetais com folhas verdes como fontes de


E20. (UEL-PR)
vitamina K.
Os meios de comunicação têm noticiado, frequentemen-
(b) (1) peixe, leite e gema de ovo como fontes de vi-
te, que o Brasil está se tornando um país de obesos. Os
tamina D. – (2) frutas cítricas como fontes de vi-
órgãos envolvidos com a saúde pública têm mostrado
tamina C. – (3) vegetais com folhas verdes como
preocupação constante com a dieta do povo brasileiro,
fonte de vitamina K. – (4) abóbora, fígado e ce-
pois o tradicional prato de “feijão, arroz, bife e salada”
noura como fontes de vitamina A.
está sendo substituído por comidas industrializadas e
com alto teor calórico. Estima-se que o consumo de fei- (c) (1) peixe, leite e gema de ovo como fonte de vi-
jão e de arroz caiu em torno de 30% nos últimos anos. tamina K. – (2) frutas cítricas como fontes de vi-
Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre o tamina A. – (3) vegetais com folhas verdes como
tema, considere as afirmativas a seguir. fonte de vitamina D. – (4) cenoura, abóbora e fí-
gado como fonte de vitamina C.
I. O prato tradicionalmente consumido pelo brasi-
leiro apresenta elementos essenciais ao meta- (d) (1) cenoura, abóbora e fígado como fontes de vi-
bolismo, como proteínas, carboidratos, gordu- tamina D. – (2) peixe, leite e gema de ovo como
ras, vitaminas e sais minerais. fontes de vitamina K. – (3) vegetais com folhas
verdes como fonte de vitamina A. – (4) frutas cí-
II. A ingestão de proteínas é importante, pois elas
tricas como fontes de vitamina C.
serão degradadas em aminoácidos, usados
como fonte na síntese das proteínas codificadas (e) (1) vegetais com folhas verdes como fonte de vi-
pelo organismo. tamina D. – (2) cenoura, abóbora e fígado como
fontes de vitamina C. – (3) frutas cítricas como
III. Os carboidratos e lipídeos da dieta são fonte impor-
fontes de vitamina K. – (4) peixe, leite e gema de
tante de energia para os organismos, pois essas
ovo como fontes de vitamina A.
moléculas preservam, na forma de energia quími-
ca, boa parte da energia gasta para a sua síntese.
E22. (UFU-MG)
IV. Os ácidos nucleicos ingeridos são incorporados
A obesidade começa a preocupar os governantes no
ao DNA do organismo, razão pela qual se ques-
momento em que passa a ser de alta incidência entre
tiona o consumo de alimentos transgênicos.
crianças, jovens e adultos. Essa preocupação se justi-
Estão corretas apenas as afirmativas fica porque tal problema pode levar ao surgimento de
(a) I e III. patologias como hipertensão e diabetes, entre outras.
(b) I e IV. A reeducação alimentar baseada numa dieta balan-
ceada, em que carboidratos, proteínas, lipídeos e vita-
(c) II e IV. minas estejam presentes, é o método mais eficaz para
(d) I, II e III. a solução inicial desse problema.
(e) II, III e IV. (a) Quanto à solubilidade, que grupo de vitaminas,
se consumido em excesso, mais comumente po-
E21. (UFPR-PR) derá causar distúrbios orgânicos? Por quê?
A falta de vitaminas pode causar doenças chamadas (b) Quais vitaminas pertencem a cada grupo, de
avitaminoses, cujos sintomas dependem do tipo de vi- acordo com a solubilidade?
tamina que está deficiente. Em um estudo realizado
em diferentes populações humanas, foram constata- E23. (Unesp-SP-Adaptado)
dos os seguintes sintomas e doenças relacionados a Um determinado medicamento, recentemente lan-
avitaminoses: (1) raquitismo, (2) escorbuto, (3) hemor- çado no mercado, passou a ser a nova esperança de
ragias e (4) cegueira noturna. pessoas obesas, uma vez que impede a absorção de
Assinale a alternativa com a dieta correta para o tra- lipídios, facilitando sua eliminação pelo organismo.
tamento de cada uma das quatro avitaminoses acima Como efeito colateral, os usuários deste medicamento
identificadas. poderão apresentar deficiência em vitaminas liposso-
(a) (1) cenoura, abóbora e fígado como fontes de lúveis, tais como A, D, E e K.
vitamina D. – (2) frutas cítricas como fontes de Quais são os efeitos que a falta das vitaminas A e K
vitamina C. – (3) peixe como fonte de vitamina A. pode causar ao homem?

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 4 - COMPOSTOS ORGÂNICOS III: VITAMINAS

C
FOLHA AZ
Segundo o texto, a cenoura atua apenas na nutrição
1. (Uece-CE)
necessária para manutenção do olho, não tendo efei-
O cajueiro é uma árvore comum em pequenos poma- to nos problemas refrativos. Ainda assim, seu consu-
res, nas cidades e também é muito cultivada em quase mo é importante, pois ela possui uma vitamina que é
todo o País. O seu fruto verdadeiro é a castanha, um matéria-prima para produção da rodopsina, proteína
fruto seco muito apreciado no Brasil e no exterior. O encontrada no epitélio pigmentar da retina. Assinale
“caju” é um pseudofruto, carnoso, suculento e muito a alternativa que mostra corretamente essa vitamina.
rico em fonte de vitamina C, utilizado principalmen-
(a) Vitamina C.
te na produção de sucos e doces. Vitamina C também
pode ser denominada de ácido (b) Vitamina D.

(a) ascórbico. (c) Vitamina B12.

(b) fólico. (d) Vitamina K.

(c) benzoico. (e) Vitamina A.

(d) pantenoico.
3. (Enem)

2. (PUC-PR) O arroz-dourado é uma planta transgênica capaz de


produzir quantidades significativas de betacaroteno,
Faz parte do senso comum o conhecimento de que
que é ausente na variedade branca. A presença dessa
cenoura faz bem para a visão. No entanto, a revista
substância torna os grãos amarelados, o que justifica
Scientific American publicou uma notícia intitulada
seu nome. A ingestão dessa variedade geneticamente
“Cenouras ajudam a enxergar melhor? Não, mas o
modificada está relacionada à redução da incidência de:
chocolate sim!”. Leia o trecho abaixo:
(a) fragilidade óssea
“(…) fui questionada inúmeras vezes por pacientes se
cenouras realmente podem melhorar a visão. Acho (b) fraqueza muscular
que alguns olham para as cenouras pensando ser (c) problemas de visão
a grande cura mágica para seu problema refrativo.
(d) alterações da tireoide
Querem eliminar a necessidade de usar óculos co-
mendo cenouras encantadas. Quando, na verdade, a (e) sangramento gengival
cenoura faz parte da nutrição necessária para man-
ter olhos saudáveis e ajudar a retardar a progressão 4. (Enem)
de determinadas doenças como catarata e degene- A obesidade, que nos países desenvolvidos já é trata-
ração macular. No entanto, estudos recentes têm de- da como epidemia, começa a preocupar especialistas
monstrado que o que você come pode, temporaria- no Brasil. Os últimos dados da Pesquisa de Orçamen-
mente, aumentar a nitidez da sua visão e até mesmo tos Familiares, realizada entre 2002 e 2003 pelo IBGE,
melhorar a cognição. mostram que 40,6% da população brasileira estão aci-
(…) Os pesquisadores perceberam uma melhora na ma do peso, ou seja, 38,8 milhões de adultos. Desse
performance visual e cognitiva dos indivíduos que con- total, 10,5 milhões são considerados obesos. Várias
sumiram chocolate amargo. Os indivíduos que consu- são as dietas e os remédios que prometem um ema-
miram chocolate branco não tiveram um aumento real grecimento rápido e sem riscos. Há alguns anos foi
em seus testes de desempenho. Isso sugere que em lançado no mercado brasileiro um remédio de ação di-
menos de duas horas os flavonoides do cacau podem ferente dos demais, pois inibe a ação das lipases, en-
melhorar temporariamente certos aspectos da visão zimas que aceleram a reação de quebra de gorduras.
e cognição. Pesquisadores acreditam que os flavonoi- Sem serem quebradas elas não são absorvidas pelo
des do cacau aumentam o fluxo sanguíneo dos olhos intestino, e parte das gorduras ingeridas é eliminada
e cérebro e que é isso que leva a um melhor funciona- com as fezes. Como os lipídios são altamente energé-
mento dessas estruturas.” ticos, a pessoa tende a emagrecer.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 4 - COMPOSTOS ORGÂNICOS III: VITAMINAS

No entanto, esse remédio apresenta algumas con-


traindicações, pois a gordura não absorvida lubrifica o
intestino, causando desagradáveis diarreias. Além do
mais, podem ocorrer casos de baixa absorção de vita-
minas lipossolúveis, como as A, D, E e K, pois
(a) essas vitaminas, por serem mais energéticas
que as demais, precisam de lipídios para sua
absorção.
(b) a ausência dos lipídios torna a absorção dessas
vitaminas desnecessária.
(c) essas vitaminas reagem com o remédio, trans-
formando-se em outras vitaminas. Tendo em vista as consequências da carência dessas
vitaminas e as propriedades de suas moléculas, pode-
(d) as lipases também desdobram as vitaminas
-se afirmar que a
para que essas sejam absorvidas.
(a) carência de vitamina A leva ao raquitismo infantil.
(e) essas vitaminas se dissolvem nos lipídios e só
são absorvidas junto com eles. (b) carência de vitamina D provoca doença óssea.
(c) vitamina C apresenta o grupo funcional ácido
5. (Enem) carboxílico.
De acordo com o Ministério da Saúde, a ceguei- (d) vitamina C é lipossolúvel.
ra noturna ou nictalopia é uma doença caracteriza-
da pela dificuldade de se enxergar em ambientes 7. (PUC-MG)
com baixa luminosidade. Sua ocorrência pode estar
As vitaminas são compostos orgânicos que funcionam
relacionada a uma alteração ocular congênita ou a
como coenzimas, ou seja, atuam juntamente com as
problemas nutricionais. Com esses sintomas, uma
enzimas envolvidas no metabolismo celular. A defi-
senhora dirigiu-se ao serviço de saúde e seu médico
ciência de vitaminas provoca enfermidades chamadas
sugeriu a ingestão de vegetais ricos em carotenoides,
de doenças de carências.
como a cenoura.
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br>.
Sejam dados os seguintes sintomas de carências:
1. córnea ressecada
Essa indicação médica deve-se ao fato de que os caro-
2. raquitismo na infância
tenoides são os precursores de
3. deficiência na coagulação sanguínea
(a) hormônios, estimulantes da regeneração celular
da retina. 4. anemia perniciosa
(b) enzimas, utilizadas na geração de ATP pela res- Os sintomas carenciais enumerados acima estão re-
piração celular. lacionados, respectivamente, com a deficiência das
seguintes vitaminas:
(c) vitamina A, necessária para a formação de es-
truturas fotorreceptoras. (a) K, E, B2 e B12. (c) A, D, K e B12.

(d) tocoferol, uma vitamina com função na propaga- (b) B1, D, C e E. (d) A, E, K e C.
ção dos impulsos nervosos.
8. (Cesva-RJ)
(e) vitamina C, substância antioxidante que diminui
a degeneração de cones e bastonetes. O déficit de vitaminas está presente em populações
carentes do Nordeste, principalmente, em mulheres e
6. (UEG-GO) crianças. O desenvolvimento e a seleção de variedades
de mandioca de mesa com maiores teores de betaca-
As vitaminas são um conjunto de moléculas orgânicas
roteno é um dos objetivos do Projeto de Melhoramento
que desempenham, dependendo de suas caracterís-
de Mandioca para Biofortificação, liderado pela Embra-
ticas químicas, papéis distintos, porém importantes
pa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas / BA).
para o bom funcionamento do corpo humano. Abaixo,
Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/
estão apresentadas as estruturas químicas de algu- noticia/2404344/prosa-rural---mandioca-de-mesa-com-alto-
mas dessas moléculas. teor-de-vitamina-a>. Acesso em: jul. 2017. (Adaptado.)

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 4 - COMPOSTOS ORGÂNICOS III: VITAMINAS

O desenvolvimento de alimentos com maiores teores (d) osteoporose, cansaço e cegueira noturna.
de betacaroteno se justifica porque essa substância é (e) risco aumentado de doenças cardíacas, hiper-
precursora da tensão e câncer na próstata.
(a) vitamina B3, que previne a pelagra.
10. (Udesc-SC)
(b) vitamina E, conhecida como tocoferol.
As vitaminas, embora não sejam produzidas pelo orga-
(c) vitamina A, que evita a cegueira noturna. nismo, não são uma classe particular de substâncias,
(d) tiamina, uma vitamina estimuladora do apetite. e sim uma designação geral para qualquer substância
(e) filoquinona, uma vitamina que atua na coagula- orgânica necessária ao nosso organismo, mesmo em
ção sanguínea. quantidades reduzidas. Sabemos que a vitamina B5
(Ácido pantotênico) é um componente da coenzima A;
9. (UEA-AM) a vitamina B9 (Biotina) atua na síntese das bases ni-
trogenadas; a vitamina B12 (Cianocobolamina) atua na
O alcoolismo crônico é apenas uma das muitas doen-
maturação das hemácias; vitamina C (Ácido ascórbico)
ças causadas pela ingestão excessiva de álcool. Um
atua na manutenção da integridade dos vasos sanguí-
dos problemas associados ao consumo de bebidas al-
neos e a vitamina K (Filoquinona) atua na coagulação do
coólicas é a inibição da absorção de tiamina (vitamina
sangue. Assinale a alternativa correta.
B1) que, dentre outras funções, também é essencial
ao funcionamento de diversas enzimas envolvidas no (a) A ausência da vitamina C está diretamente liga-
processo de respiração celular. Assim, num quadro de da à fragilidade óssea.
deficiência de tiamina, causado por alcoolismo crôni- (b) A vitamina B9 está envolvida com os mecanis-
co, espera-se que o indivíduo apresente os seguintes mos de duplicação do DNA.
sintomas: (c) A vitamina B5 não está envolvida com a forma-
(a) insônia, cansaço e fraqueza muscular. ção de ATP.
(b) cegueira noturna, anemia e baixa produção de (d) A ausência de vitamina B12 levará a um aumen-
hemácias. to de hemácias circulantes.
(c) hemorragia nas gengivas, descalcificação den- (e) A ausência da vitamina K pode evitar quadros
tária e anemia. hemorrágicos.

GABARITO
A
E01. B E08. D E19. A
E02. C E09. A E20. D
E03. A E10. C E21. B
E04. E E11. B E22.
E05. C E12. 01 + 02 + 04 + 08 = 15 a)  As lipossolúveis, pois apresen-
E13. tam uma alta capacidade de
E06. B
migrar pela membrana plas-
E07. A vitamina A (retinol) atua a)  Escorbuto, doença caracteriza- mática, gerando assim acúmulo
na visão por meio da forma- da por hemorragias, alteração em alguns tecidos, como fígado
ção da rodopsina (proteína das gengivas e queda da resis- e tecido adiposo.
componente dos bastonetes tência às infecções.
b)  Lipossolúveis: A, D, E e K; Hi-
da retina). Os bastonetes são b)  Pode ser prevenido pelo con- drossolúveis: B1 (tiamina), B2
células que detectam os tons sumo diário de vitamina C (riboflavina), B3 (niacina), B5
de preto, cinza e branco, sen- (ácido ascórbico), presente em (ácido pantotênico), B6 (piri-
do responsáveis pela visão frutas cítricas, verduras e le- doxina), B8 (biotina), B9 (ácido
noturna. Sua avitaminose ou gumes. fólico), B12 (cianocobalamina)
hipovitaminose pode oca- E14. A e C (ácido ascórbico).
sionar hemeralopia, que é a E15. C E23. A carência de vitamina A pode
dificuldade de enxergar em provocar a cegueira noturna e
E16. A
ambientes pouco iluminados; a xeroftalmia; e a carência de
e a xeroftalmia, que é o res- E17. C vitamina K prejudica o proces-
secamento da córnea. E18. E so de coagulação do sangue.

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© ROBERT HOOKE
CAPÍTULO 5 P
CONCEITOS BÁSICOS
EM CITOLOGIA
Objetivos de aprendizagem
1. Apresentar noções gerais da estrutura celular.

2. Compreender a proporção entre a superfície e o


volume da célula.

3. Identificar diferenças fisiológicas e estruturais entre


vírus, eucariontes e procariontes.

4. Identificar as diferenças entre células animais e


vegetais.

Representação dos pedaços de cortiça observados ao microscópio.


D Em 1833, Robert Brown (1773-1858) publicou suas
Introdução observações microscópicas descrevendo claramente o nú-
cleo da célula. Hoje, sabemos que essa estrutura abriga o
Citologia (do grego Kytos, célula, e logos, estudo) é o
material genético celular.
segmento da Biologia que estuda a célula. O conhecimento
da célula está diretamente relacionado ao aperfeiçoamento
do microscópio composto, um instrumento inventado pelo
artesão holandês Zacharias Janssen (1580-1628). 1. Teoria celular
No final do século XVII, outro holandês, Anton van Leeu-
Em 1838, o botânico alemão Matthias Schleiden (1804-
wenhoek (1621-1723), construiu um sistema com lentes que
1881) e o zoólogo alemão Theodor Schwann (1810-1882),
permitiam observar objetos pequenos com aumentos de até
com base em seus estudos microscópicos desenvolvidos
270 vezes. Era o aparecimento de um mundo totalmente novo:
em plantas e animais, propuseram a teoria celular para to-
um mundo de vida que, de tão pequena, era invisível a olho nu.
dos os organismos, segundo a qual “todos os seres vivos
Em 1665, o físico inglês Robert Hooke (1635-1703), com são formados por células”.
auxílio de um microscópio melhor que o de Leeuwenhoek, es-
A teoria celular foi complementada em 1858, quando o
tudou partes de diversos seres vivos (penas de aves, patas
médico alemão Rudolf Virchow (1821-1902) sugeriu que a
de insetos), incluindo pedaços de cortiça. Ele observou que a
continuidade dos seres vivos dependia da reprodução das
cortiça era formada por diversas cavidades às quais ele deu o
células e criou o aforisma “toda célula provém de outra
nome de células (diminutivo latino de cella, lugar fechado, pe-
célula preexistente”. Dessa forma, a célula passava a ser
queno cômodo). Como a cortiça é um tecido de células mortas,
responsável pela hereditariedade.
o que Hooke viu foi apenas o envoltório da célula vegetal (a pa-
rede celular) e o espaço vazio antes ocupado pela célula viva. Com base nessas descobertas e em outras, elaborou-
-se a teoria celular. Seus princípios fundamentais são:
• Todos os seres vivos são formados por células. Al-
guns têm o corpo formado por uma única célula. Por-
tanto, a célula é a unidade morfológica dos seres vivos.
• A célula é a menor unidade viva. As propriedades vitais
de um organismo dependem das propriedades de suas
© DOMÍNIO PÚBLICO

células, nas quais ocorrem as reações do metabolismo.


Portanto, a célula é a unidade fisiológica dos seres vivos.
• As células surgem sempre de outras células. Cada uma
Microscópio utilizado por Hooke. contém informações hereditárias de todo o organismo.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

2.1 Componentes básicos de uma célula


2. Organização estrutural As células têm três partes fundamentais: membrana
dos seres vivos plasmática, citoplasma e núcleo. A membrana controla as
trocas de substâncias com o meio externo; no citoplasma
Os seres vivos podem apresentar uma estrutura for-
ocorre a maioria das reações químicas da célula; no núcleo,
mada por uma ou mais células, sendo respectivamente
está o material genético (ácidos nucleicos), que controla as
classificados como unicelulares (bactérias, cianobacté-
atividades da célula.
rias, protozoários, alguns fungos e algumas algas) e plu-
Membrana plasmática
ricelulares (vegetais, animais, alguns fungos e algumas
algas). A única célula dos seres unicelulares é capaz de Célula animal Célula vegetal
realizar todas as funções necessárias à sua sobrevivên- Núcleo
cia. Na maioria dos seres pluricelulares existem células
especializadas em realizar diferentes funções, necessá-
rias à sobrevivência do organismo. Nesses seres, essa di-
visão de trabalho entre as células é consequência da dife-
renciação celular. É a diferenciação celular que permite a
formação de células especializadas na execução de cada Citoplasma
função do organismo.
Parede celular

Agentes acelulares simples e extremidades unidas (formato circular), que


Os agentes listados abaixo não apresentam os com- se alojam no núcleo das células infectadas. Os viroides
ponentes básicos de uma célula e, por isso, são conside- distinguem-se dos vírus por não formarem envoltórios
rados agentes acelulares. proteicos e não codificarem proteínas, mas o RNA do vi-
roide é capaz de se reproduzir no núcleo da célula hos-
a) Vírus
pedeira. Até agora, foram encontrados viroides apenas
em plantas, nas quais causam doenças.
Capsídeo
c) Virusoides
São moléculas infecciosas de RNA com as mesmas
características dos viroides. Eles diferem dos viroides,
Ácido nucleico no entanto, por necessitar do auxílio de um vírus para se
(DNA ou RNA) propagar, isto é, o RNA do virusoide só se multiplicará se
a célula estiver infectada simultaneamente por determi-
Proteína de superfície nado tipo de vírus.
d) Príons
São moléculas de proteínas resistentes à inativa-
ção por procedimentos que normalmente degradam
O estudo detalhado da estrutura dos vírus, a par- proteínas e ácidos nucleicos. A forma normal dessas
tir da década de 1950, mostrou um fato surpreendente: proteínas ocorre na membrana plasmática das células
eles não apresentam células em sua constituição, isto nervosas e são sintetizadas pela própria célula, mas,
é, são acelulares. Os vírus são extremamente pequenos em certas circunstâncias, podem sofrer alterações na
(20 a 300 nm) e são formados, basicamente, por um en- forma, dando origem a proteínas anormais, os príons
voltório proteico e um único tipo de ácido nucleico. Como infecciosos. Essas proteínas podem alterar a forma de
todos os vírus precisam necessariamente invadir uma proteínas normais, que também passam a se comportar
célula viva para produzir novos vírus, podemos afirmar, como príons infecciosos. São responsáveis por doenças
mais uma vez, que as atividades essenciais à vida ocor- neurodegenerativas, provocando várias perfurações no
rem somente dentro de células vivas. tecido cerebral, por isso são conhecidas como encefalo-
b) Viroides patias espongiformes. A mais conhecida é a doença da
São minúsculos segmentos de RNA de cadeia vaca louca.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

3. Dimensões celulares
Em geral, as células são tão pequenas que não podem ser vistas a olho nu, pois o limite
de resolução do olho humano é da ordem de 0,1 mm, e as células apresentam, em média,
de 10 μm a 100 μm de tamanho – por isso, a observação das células requer a utilização de
microscópios. Os microscópios ópticos de boa qualidade têm limite de resolução da ordem
de 0,25 μm, enquanto o microscópio eletrônico tem limite de resolução de 1 nm.

Unidades de medidas usadas na Citologia


1 micrômetro (μm) = 10–6 m
1 nanômetro (nm) = 10–9 m
1 angström (Å) = 10–10 m

© EYE OF SCIENCE / SCIENCE PHOTO LIBRARY / FOTOARENA


© FRANK FOX / SCIENCE PHOTO LIBRARY / FOTOARENA

Visualização com microscópio óptico. Visualização com microscópio eletrônico.


Observe a diferença no nível de detalhamento das duas imagens anteriores, geradas
pelos dois tipos de microscópio, do mesmo protozoário.
Diâmetro Ebola Lactobacillus Hemácia
Átomo do DNA (vírus) (bactéria) (célula animal) Mosca

1Å 1 nm 10 nm 100 nm 1 µm 10 µm 100 µm 1 mm 1 cm
Microscópio eletrônico
Microscópio de luz

Visível a olho nu
Gráfico comparativo dos Ale-ks/ Thinkstock | Molekuul.be/Shutterstock | Nixxphotography/iStockphoto | Dtkutoo/Shutterstock
limites de resolução do Kateryna Kon/Dreamstime | Molekuul.be/Shutterstock
olho humano, microscó- Surgiram algumas leis para explicar o reduzido tamanho das células. As principais são
pio de luz e microscópio
eletrônico. a lei de Spencer e a lei de Driesch.

3.1 Lei de Spencer


O pequeno tamanho das células resulta de uma desproporção da razão entre a área
de superfície e o volume quando ela cresce. O volume aumenta mais depressa que a su-
perfície, porque o aumento do volume é proporcional ao cubo das dimensões lineares, e o
aumento da superfície é proporcional ao quadrado dessas dimensões.
Essa lei, conhecida como lei de Spencer, pode ser justificada da seguinte maneira
(observe a figura a seguir): uma célula de formato cúbico com 1 mm de aresta tem uma

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

superfície igual a 6 mm2 (1 cm2 de cada face multiplicado


por 6 faces), enquanto seu volume é igual a 1 mm3 (1 mm Células macroscópicas
de altura × 1 mm de largura × 1 mm de profundidade). Se Apesar da lei de Spencer, algumas células atin-
essa célula aumentar de tamanho e passar a ter 10 mm gem grandes dimensões. Isso ocorre porque, geral-
de aresta, a superfície passará a ser 600 mm2 e o volume, mente, essas células são finas e longas ou apresentam
1000 mm3. Tanto a superfície como o volume aumentaram, dobras na sua membrana, o que aumenta a superfície
mas, enquanto o volume aumentou mil vezes (de 1 mm3 relativa, ou seja, a relação área-volume. Algumas cé-
para 1000 mm3), a superfície aumentou apenas cem vezes lulas nervosas têm um prolongamento muito fino, de
(de 6 mm2 para 600 mm2). espessura microscópica, que pode atingir mais de 1 m.
Entretanto, essas células só se mostram grandes em
seu comprimento, sendo ainda necessário um micros-
1 mm cópio para a visualização delas.

1 mm Superfície: 6 mm2
Volume: 1 mm3
1 mm Aumento de:
100 vezes na superfície;
10 mm 1000 vezes no volume.

Superfície: 600 mm2


10 mm
Volume: 1000 mm3

10 mm Aumento de:
Um caso diferente é o da gema de ovo da gali-
100 vezes na superfície; nha, quando o desenvolvimento embrionário ainda
100 mm 1000 vezes no volume.
não se iniciou, ou do caviar (óvulo de algumas es-
pécies de peixes). Nesses casos, a célula aumenta
muito de volume, porque armazena grande reserva
100 mm Superfície: 60 000 mm2
de alimento (que será consumida por um possível
Volume: 1000 000 mm3
embrião). Assim, apenas uma pequena parte da
célula é formada por citoplasma em atividade. Por
isso, há pouca necessidade de trocar substâncias
100 mm
com o ambiente, e sua pequena área relativa não
constitui problema.

Essa desproporção tem grande importância, em razão


de dois pontos:
• O volume de uma célula determina a quantidade de
reações químicas a serem desempenhadas por uni-
dade de tempo, ou seja, está associada à quantidade
de nutrientes e de oxigênio para manter seu meta-
bolismo.

• A área de superfície da célula determina a quantida-


de de substâncias que ela pode incorporar a partir do
ambiente externo.

Uma célula que cresce tem um aumento muito maior 3.2 Lei de Driesch ou lei da constância do volume celular
no gasto de nutrientes e de oxigênio do que na absorção
dessas substâncias. Esse problema – a desproporção entre O enunciado dessa lei é o seguinte: “Em indivíduos da
mesma espécie, mesmo sexo e mesmo grau de desenvol-
a área e o volume quando a célula cresce – pode ser re-
vimento, as células de um mesmo tecido têm o mesmo
solvido com a divisão da célula em duas, restabelecendo a
volume”.
relação área-volume original. Por isso, as células mantêm
um pequeno tamanho.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

Segundo a lei de Spencer, as células que crescem de- No citoplasma das cianobactérias, é possível encon-
vem dividir-se, logo elas serão igualmente pequenas. Então, trarmos pigmentos como a clorofila, responsável pela rea-
a diferença de tamanho entre indivíduos da mesma espécie lização da fotossíntese.
é causada pelo número de células, e não pelo tamanho de-
Ribossomos Membrana
las. As células do fígado de um anão são do mesmo tamanho Enzimas relacionadas plasmá�ca
que as de uma pessoa de 2 m, por exemplo. A diferença en- com a respiração e Fímbrias
Cápsula
que estão ligadas Mesossomo
tre ambos é resultado do número distinto de células. à face interna da
membrana
plasmá�ca

4. Tipos celulares
Flagelo
4.1 Células procariotas Plasmídeos
As células procariotas ou procariontes apresentam Citoplasma Parede celular
Nucleoide associado
uma estrutura muito simples, e sua característica mais a um mesossomo
marcante é a ausência de membrana nuclear ou carioteca,
Estrutura de uma bactéria.
estando o material genético disperso no citoplasma.
Na verdade, os procariotos não apenas carecem de Envoltório de mucilagem
Inclusões
um núcleo organizado, mas de todos os tipos de organelas Parede celular
membranosas (mitocôndrias, cloroplastos, complexo gol- Nucleoide
giense, lisossomos, retículo endoplasmático).
Os procariotos têm seu citoplasma envolvido por uma
membrana plasmática, que, por sua vez, é reforçada ex-
ternamente por uma camada de glicídios e aminoácidos
(peptidioglicanos) denominada parede celular. A membra-
na plasmática pode formar invaginações ou dobras, cha-
madas mesossomos, ricas em enzimas respiratórias e im-
Ribossomos Membrana
portantes no período da divisão celular, guiando o material
plasmá�ca
genético para os polos da célula. Muitas bactérias têm fla- Membrana fotossinté�ca Citoplasma
gelos, filamentos longos usados na locomoção, formados
Estrutura de uma cianobactéria.
por proteína, denominada flagelina (não são oriundos dos
centríolos como nas células eucariontes). Além dos flage-
los, pode haver filamentos de citoplasma, chamados fím- As menores células, os micoplasmas
brias, que atuam na conjugação (troca de material genético
Micoplasmas são bactérias muito pequenas, que
entre duas bactérias) e ajudam na adesão da bactéria às
medem entre 0,1 e 0,25 μm de diâmetro e não têm
células do hospedeiro, facilitando a infecção.
parede celular. Tais organismos eram chamados de
No citoplasma, encontramos os ribossomos do tipo 70S PPLO (pleuropneumonia like organisms, ou seja, orga-
e o material genético, formado de moléculas de DNA circular nismos semelhantes aos da pleuropneumonia).
não associado a histonas, proteínas envolvidas pelo DNA.
O DNA dos procariotos pode localizar-se no(s): Nucleoide
• Nucleoide: é o local do citoplasma onde está o mate-
rial genético principal, que contém genes necessários
ao crescimento e à reprodução da bactéria. Está liga-
do ao mesossomo.
Inclusão
• Plasmídios: são moléculas menores e circulares de
DNA. Os plasmídios apresentam genes que comandam
a síntese de proteínas capazes de degradar as molécu-
las dos antibióticos, conferindo resistência às bactérias.
Ribossomos Vacúolo
Os procariotos são organismos unicelulares que medem
entre 1 e 10 μm, incluem bactérias, cianobactérias e arqueas.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

4.2 Células eucariotas sustentação à célula; permitir a adesão da célula a


células vizinhas e a superfícies externas; formar as
As células eucariotas ou eucariontes formam orga-
fibras do fuso que auxiliam na divisão celular; partici-
nismos unicelulares ou pluricelulares. São típicas da
par da constituição de cílios e flagelos; e promover a
maioria dos seres vivos, como animais, plantas, fungos,
movimentação celular.
protozoários e algas.
Suas células têm dimensões compreendidas entre 5 • Membrana nuclear (carioteca): envelope nuclear
e 100 μm. Seu material genético é compactado em asso- que envolve e protege o material genético (DNA)
ciação com histonas e individualizado por uma membrana das células eucarióticas, ocorrendo uma separação
nuclear ou carioteca. precisa entre núcleo e citoplasma. A membrana nu-
clear apresenta poros por onde ocorre a troca de
Embora existam diferenças entre células animais e
substâncias entre essas duas regiões. Células pro-
vegetais, podemos dizer de maneira geral que as eucarió-
carióticas (como as bactérias) são desprovidas de
ticas dispõem de uma mesma arquitetura e padrão geral
envoltório nuclear.
de funcionamento. Ambas apresentam um sistema de en-
domembranas (retículos, complexo golgiense, lisossomos), • Núcleo: é o local onde se encontra a maior parte do
ribossomos do tipo 80S e mitocôndrias. DNA da célula, que, associado a proteínas, compreen-
As células vegetais costumam apresentar contornos de a cromatina.
prismáticos, comumente de aspecto hexagonal ou polié- • Nucléolo: região densa e esférica do núcleo envolvida
drico, com grandes vacúolos centrais, deixando o citoplas- com a formação dos ribossomos das células. Células
ma espremido na periferia. A membrana plasmática tam- procarióticas não apresentam nucléolo.
bém tem um reforço externo (parede celular) – diferente
• Ribossomos: podem ser encontrados livres no ci-
do das bactérias – composto, predominantemente, de um
tosol, aderidos à membrana do retículo endoplas-
polissacarídeo, a celulose. Na célula vegetal, há o cloro-
mático rugoso ou, ainda, aderidos à face externa
plasto, responsável pela fotossíntese, organela exclusiva
da carioteca. A função dos ribossomos na célula é a
de plantas e algas, e não há algumas estruturas presentes
síntese de proteínas.
em células animais, por exemplo, centríolos e o glicocálix
(ou glicocálice). • Retículo endoplasmático rugoso: o retículo endo-
As células animais, em contrapartida, geralmente são plasmático rugoso (RER), ou retículo endoplasmático
granuloso, é um sistema de canais membranosos que
arredondadas ou achatadas, sem ângulos bruscos, reve-
apresenta continuidade com a membrana nuclear e
lando ausência de grandes vacúolos, parede celular e clo-
com o retículo endoplasmático liso (REL). A membra-
roplastos.
na do RER apresenta ribossomos aderidos, portanto
A seguir, estão listados o conjunto de estruturas e or-
sua principal função é a síntese de proteínas. As pro-
ganelas que compõem as células eucarióticas e suas res-
teínas produzidas no RER são armazenadas, trans-
pectivas funções:
portadas e modificadas quimicamente no interior de
• Membrana plasmática: delimita a fronteira entre o seus canais.
meio intracelular e o meio extracelular. Apresenta
• Retículo endoplasmático liso: o retículo endoplas-
permeabilidade seletiva, ou seja, ela permite a pas-
mático liso (REL), ou retículo endoplasmático não
sagem de apenas algumas substâncias entre o inte-
granuloso, não apresenta ribossomos aderidos, como
rior e o exterior da célula.
o retículo endoplasmático rugoso (RER). O REL parti-
• Citosol: o citoplasma das células é toda a região com- cipa da síntese, do armazenamento e do transporte
preendida entre a carioteca e a membrana plasmá- de lipídios. Também apresenta enzimas capazes de
tica. O líquido viscoso que preenche o citoplasma é degradar moléculas de substâncias tóxicas. As célu-
chamado de citosol ou hialoplasma. Está em cons- las do fígado apresentam um REL bem desenvolvido.
tante movimento dentro da célula (ciclose), sendo o
• Mitocôndrias: são as organelas em forma de bas-
local onde ocorre grande parte das reações químicas
tonete responsáveis pela liberação de energia nas
do metabolismo.
células. Por meio da respiração aeróbia, as mitocôn-
• Citoesqueleto: rede complexa de tubos e filamentos drias oxidam moléculas orgânicas, como a glicose,
formados por proteína, dentre os quais os microfila- produzindo ATP (tri-fosfato de adenosina), água e gás
mentos, os filamentos intermediários e os microtúbu- carbônico. As mitocôndrias possuem o seu próprio
los. As funções do citoesqueleto incluem: dar forma e DNA e capacidade de autoduplicação.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

• Complexo golgiense: o complexo golgiense, ou com- ria das células vegetais tem um grande vacúolo
plexo de Golgi, é a organela celular responsável pelo central, preenchido por um líquido constituído por
armazenamento, empacotamento e modificação de água, sais minerais e outras moléculas. Pode ar-
proteínas e outras macromoléculas de importância
mazenar substâncias úteis, como açúcares, proteí-
biológica para a célula, como os carboidratos. Muitas
nas e pigmentos, ou substâncias tóxicas, como ni-
das proteínas produzidas no retículo endoplasmático
rugoso são empacotadas em vesículas e direciona- cotina, cafeína, tanino etc. O vacúolo ainda contém
das ao complexo golgiense. As vesículas liberadas enzimas digestivas, possuindo função análoga à do
pelo complexo golgiense podem fundir-se à membra- lisossomo na célula animal. Além disso, auxilia na
na plasmática, liberando seu conteúdo no meio extra- manutenção do equilíbrio osmótico da célula, bem
celular (secreção celular) ou podem permanecer no como no crescimento celular (por meio do aumento
citoplasma, como os lisossomos, por exemplo.
de volume).
• Lisossomos: são vesículas repletas de enzimas di-
• Parede celular: é uma camada espessa e resistente
gestivas derivadas do complexo golgiense. Têm duas
funções: degradar materiais englobados pela célula secretada pela própria célula, externamente à mem-
(por fagocitose ou pinocitose) e degradar organelas brana plasmática. A parede celular é constituída de
desgastadas, sem uso. finíssimas fibras de celulose, um polissacarídeo.
Sua função é proteger, dar forma e sustentação à
• Peroxissomos: são pequenas vesículas que atuam
na degradação de substâncias tóxicas. Apresentam célula. As células vegetais conseguem se comuni-
enzimas conhecidas como oxidases, as quais promo- car entre si porque existem poros na parede celular
vem a oxidação de ácidos graxos e outras moléculas, que conectam os citoplasmas de células vizinhas: os
como o álcool, por exemplo. Uma consequência das plasmodesmos.
reações de oxidação nos peroxissomos é a formação
de água oxigenada ou peróxido de hidrogênio (H2O2),
que é tóxico para a célula. No entanto, os peroxisso- Ribossomos Cromatina

mos também têm a enzima catalase, capaz de trans- Retículo


endoplasmático
formar o peróxido de hidrogênio em água (H2O) e oxi- Centríolo
não granuloso
gênio (O2). Lisossomo
Mitocôndria
Peroxissomo
• Centríolos: um par de centríolos, perpendiculares Retículo
endoplasmático
um ao outro, localizam-se perto do núcleo, em uma granuloso
região conhecida como centrossomo. Os centríolos Poro nuclear
participam do processo de divisão celular. Também Citosol
Carioteca
estão envolvidos com a formação de cílios e flagelos Complexo golgiense
Nucléolo
e com o controle de seus movimentos. Membrana plasmática

A célula eucariótica vegetal, por sua vez, além dessas já Célula eucariótica animal.
citadas possui adicionalmente as seguintes estruturas e
organelas:
• Cloroplastos: são as organelas celulares responsá-
veis pelo processo de fotossíntese, o qual converte
gás carbônico e água em moléculas orgânicas, libe-
rando oxigênio como subproduto. Esse processo re-
quer energia, que é obtida pela captação da luz do
sol por moléculas de clorofila. Os cloroplastos, assim
como as mitocôndrias, têm o próprio DNA e capacida-
de de autoduplicação.
• Vacúolo: bolsa revestida por uma membrana se-
melhante às demais membranas celulares. A maio- Célula eucariótica vegetal.

106

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

Células eucariotas
Estrutura celular Células procariotas
Animais Vegetais
Presente, feita de
Parede celular Ausente Presente, feita de celulose
peptidioglicanas
Glicocálix Presente Ausente Ausente
Membrana plasmática Presente Presente Presente
Hialoplasma Presente Presente Presente
Retículo endoplasmático granular Presente Presente Ausente
Retículo endoplasmático agranular Presente Presente Ausente
Ribossomos Presente, tipo 80S* Presente, do tipo 80S* Presente, do tipo 70S*
Complexo golgiense Presente Presente Ausente
Lisossomo Presente Presente Ausente
Peroxissomo Presente Presente Ausente
Glioxissomo Ausente Presente Ausente
Vacúolo central Ausente Presente Ausente
Mitocôndria Presente Presente Ausente
Cloroplasto Ausente Presente Ausente
Centríolo Presente Ausente em vegetais superiores Ausente
Carioteca Presente Presente Ausente
Presente, com Presente, com Presente, com
DNA
formato linear formato linear formato circular
Histonas Presente Presente Ausente
Nucléolo Presente Presente Ausente
Citoesqueleto Presente Presente Ausente
* S é o símbolo de Svedberg, unidade usada para medir a velocidade com que uma estrutura se
deposita durante a centrifugação.

Glicocálix (glicocálice) Meio extracelular

É uma camada exter- Proteoglicana


na à membrana plasmá- Glicoproteína transmembrana
trasmembrana
tica formada por glicídios
que estão associados a Glicocálix Glicolipídios
proteínas (glicoproteínas)
e lipídios (glicolipídios)
presentes na membrana
plasmática. É uma estru-
tura exclusiva da célula
animal. Tem a função de
reconhecimento celular,
Bicamada de
adesão e proteção. fosfolipídios

Meio intracelular

• Moléculas de glicídios.

107

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 3. Identificar diferenças fisiológicas e estruturais en- Objetivo 1. Apresentar noções gerais da estrutura celular.
tre vírus, eucariontes e procariontes. Objetivo 3. Identificar diferenças fisiológicas e estruturais en-
tre vírus, eucariontes e procariontes.
F1. (PUC-RJ)
Os seres vivos são descendentes de um ancestral F3. (Unicamp-SP)
unicelular que surgiu há, aproximadamente, 4 bilhões Considere os seguintes componentes celulares:
de anos. Devido a sua ancestralidade comum, com- I. parede celular
partilham algumas características não encontradas
II. membrana nuclear
no mundo inanimado. No entanto, algumas exceções
levam os cientistas a terem dúvidas se os vírus são ou III. membrana plasmática
não seres vivos. IV. DNA
A respeito dos vírus, considere as afirmativas: É correto afirmar que as células de
I. São formados por uma ou mais células. (a) fungos e protozoários possuem II e IV.
II. Apresentam material genético e evoluem. (b) bactérias e animais possuem I e II.
III. Apresentam capacidade de converter moléculas (c) bactérias e protozoários possuem II e IV.
obtidas a partir do seu ambiente em novas mo-
(d) animais e fungos possuem I e III.
léculas orgânicas.
Sobre os vírus, NÃO é correto o que se afirma em:
Objetivo 1. Apresentar noções gerais da estrutura celular.
(a) Apenas I. (d) Apenas II e III. Objetivo 3. Identificar diferenças fisiológicas e estruturais en-
(b) Apenas II. (e) I, II e III. tre vírus, eucariontes e procariontes.

(c) Apenas I e III. F4. (FTESM-RJ)


Os príons são tipos de proteínas anormais capazes
Objetivo 3. Identificar diferenças fisiológicas e estruturais en- de induzir proteínas normais a mudarem a estrutu-
tre vírus, eucariontes e procariontes. ra espacial de modo a ficarem idênticas aos príons.
O aumento na quantidade de proteínas com a forma
F2. (UPM-SP)
priônica causa alguns tipos de doenças, como é o caso
As cianobactérias foram, no passado, consideradas
da doença da vaca louca.
como algas, sendo denominadas algas azuis em ra-
Com relação aos príons, é correto afirmar que:
zão da coloração azulada que muitas possuem. Hoje
sabemos que elas têm parentesco muito distante das (a) devem ser incluídos na categoria de vírus, uma
algas, porque vez que são partículas patogênicas acelulares.
(a) as cianobactérias são procariontes, enquanto as (b) devem ser incluídos no reino Monera, uma vez
algas são eucariontes. que agem causando infecções.
(b) as cianobactérias são heterótrofas, enquanto as (c) são heterotróficos, uma vez que utilizam molé-
algas são autótrofas. culas orgânicas complexas.
(c) as cianobactérias não possuem clorofila, en- (d) devem ser considerados vivos, porque são capa-
quanto as algas possuem. zes de reprodução.
(d) as cianobactérias não têm parede celular, en- (e) não apresentam nenhuma característica que
quanto as algas possuem. justifique sua classificação como vivos.
(e) as cianobactérias não têm reprodução assexua-
da, enquanto as algas possuem.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

Objetivo 3. Identificar diferenças fisiológicas e estruturais entre vírus, eucariontes e procariontes.

F5. (FMP-RJ)
Considere as Figuras I e II, que ilustram duas células típicas: uma eucariótica e outra procariótica. Os traços indicam
diferentes estruturas subcelulares.
Citoplasma Cápsula
I
Parede celular
DNA circular
Flagelo

Ribossomos
Plasmídeo

Pili

Membrana plasmática

II Retículo endoplasmático rugoso


Complexo Golgiense

Vesículas

Núcleo

Lisossomos

Microtúbulos
Envoltório
nuclear
Mitocôndria

Membrana
Centríolos plasmática

Microfilamentos
Ribossomos
Sabendo-se, então, as principais diferenças entre esses eucariotos e procariotos, exemplificam e justificam serem os
tipos celulares I e II, respectivamente, o que se apresenta em

COLUNA I COLUNA II
(a) Cianofícea: tem plasmídeo Plaqueta: tem ribossomos
(b) Vírus: tem DNA circular Ameba: tem mitocôndrias
(c) Espermatozoide: tem flagelo Bactéria: tem membrana plasmática
(d) Bactéria: tem DNA no citoplasma Leucócito: tem envoltório nuclear
(e) Bactéria: tem pili Vírus: tem núcleo

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
próprio. Considerando essa informação, das seguintes
E1. (Uece-CE)
alternativas, qual NÃO é uma característica dos orga-
No que diz respeito a vírus, é correto afirmar que nismos vivos?
(a) são parasitas intracelulares não obrigatórios. (a) Podem ser celulares ou acelulares.
(b) genoma viral é um ácido nucleico de cadeia simples. (b) São estruturados por proteínas.
(c) podem ser unicelulares ou pluricelulares. (c) São baseados em soluções aquosas.
(d) o capsídeo viral tem composição proteica. (d) São mantidos por reações enzimáticas.
(e) Possuem genoma composto por bases nucleo-
E2. (Uece-CE)
tídicas.
A base da Teoria Celular proposta por Schwann e
Schleiden pode ser identificada na seguinte afirmação: E6. (UFPE-PE)
(a) Todos os seres vivos são formados por células. Os vírus são responsáveis por inúmeras doenças que
(b) Todas as células são compostas por membrana afetam vegetais e animais, incluindo seres humanos.
que delimita o citoplasma. As doenças virais provocam prejuízos econômicos por
(c) Toda célula se origina de outra célula. afetar a produção de alimentos e por gerar custos na
área da saúde. Sobre esses agentes, podemos fazer
(d) As células são as unidades morfológicas e fun-
as seguintes afirmações:
cionais dos seres vivos.
( ) possuem sistemas de produção de energia alta-
mente eficientes.
E3. (PUC-RS)
A chamada ‘’estrutura procariótica’’ apresentada pe- ( ) possuem estrutura geralmente simples, sendo
las bactérias indica que esses seres vivos são: formados estruturalmente por proteínas e áci-
dos nucleicos.
(a) destituídos de membrana plasmática.
( ) os capsídeos são as estruturas proteicas que
(b) formadores de minúsculos esporos.
contêm os ácidos nucleicos virais.
(c) dotados de organelas membranosas.
( ) podem possuir RNA ou DNA como ácido nucleico.
(d) constituídos por parasitas obrigatórios.
( ) dependem do metabolismo das células que in-
(e) desprovidos de membrana nuclear. fectam para se reproduzir.

E4. (PUC-RJ) E7. (PUC-RJ)


Em relação aos envoltórios celulares, podemos afir- Durante um exame de uma criança enferma, o
mar que: médico explica aos pais que o paciente tem uma
(a) todas as células dos seres vivos têm parede celular. doença causada por um organismo, unicelular,
(b) somente as células vegetais têm membrana celular. procarionte e que pode ser combatido com uso
de medicamento conhecido genericamente como
(c) somente as células animais têm parede celular.
um antibiótico. O médico descreveu um organismo
(d) todas as células dos seres vivos têm membrana classificado como:
celular. (a) Fungi.
(e) os fungos e bactérias não têm parede celular. (b) Animal.
(c) Protista.
E5. (PUC-RS)
Os organismos vivos são assim denominados por apre- (d) Vírus.
sentarem, entre outras propriedades, metabolismo (e) Monera.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

E8. (Uerj-RJ) E11. (PUC-RJ-Adaptado)


Protistas e bactérias são seres vivos que podem ser Os seres vivos são descendentes de um ancestral
classificados em diferentes domínios, pois: unicelular que surgiu há, aproximadamente, 4 bi-
(a) protistas se alimentam de bactérias. lhões de anos. Devido a sua ancestralidade comum,
os organismos, com exceção dos vírus, comparti-
(b) bactérias não são constituídas de células.
lham algumas características não encontradas no
(c) protistas têm um núcleo envolto por membra- mundo inanimado.
nas, do qual as células bacterianas carecem.
Quais são as exceções que levam os cientistas a terem
(d) bactérias decompõem protistas. dúvidas se os vírus podem ser classificados como se-
(e) protistas são fotossintéticos. res vivos?

E9. (FTESM-RJ) E12. (UFPE-PE)

A tabela a seguir resume dados comparativos corres- A respeito das células procarióticas, qual das afirma-
pondentes a três parasitas celulares: tivas está errada?
(a) Não apresentam um núcleo verdadeiro.
Parasita I II III
(b) Não possuem um sistema de membranas in-
Membrana plasmática + – +
ternas.
Núcleo – – +
(c) Não apresentam ribossomos.
DNA + + +
(d) São representadas pelas bactérias e ciano-
RNA + – + bactérias.
Ribossomos + – + (e) Não apresentam cloroplastos.

Analisando os dados da tabela e considerando que (+)


E13. (UEM-PR-Adaptado)
signifique presente e que (–) signifique ausente, é cor-
reto afirmar que I, II e III são, respectivamente Considerando as características gerais dos seres vi-
vos, indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
(a) bactéria, vírus e protozoário.
(01) Nos seres vivos, além das substâncias orgâni-
(b) vírus, vírus e protozoário.
cas, existem as inorgânicas, representadas prin-
(c) bactéria, vírus e bactéria. cipalmente por água e sais minerais.
(d) vírus, vírus e bactéria. (02) A célula, unidade morfológica e funcional dos
(e) protozoário, bactéria e protozoário. seres vivos, possui quatro componentes básicos:
membrana plasmática, citoplasma, ribossomos
E10. (Udesc-SC) e material genético (DNA), podendo ser classifi-
Várias substâncias, moléculas e estruturas estão pre- cada como procariótica ou eucariótica.
sentes nos seres vivos. Ao se analisar esses seres vi- (04) Outra característica dos seres vivos é o me-
vos, podem-se encontrar algumas estruturas comuns tabolismo, conjunto de reações químicas que
às bactérias, às células vegetais e aos animais. ocorrem nos seres vivos e que são responsá-
Assinale a alternativa correta, em relação à informação. veis pela transformação e utilização da matéria
(a) Mitocôndrias, retículo endoplasmático, parede e da energia.
celular e ribossomos. (08) O processo de crescimento dos seres vivos
(b) DNA, RNA, membrana citoplasmática e ribossomos. pode ocorrer por aumento em peso de sua úni-
ca célula, nos organismos unicelulares, e por
(c) Retículo endoplasmático, complexo golgiense,
aumento de volume e peso das células, nos
lisossomos e peroxissomos.
multicelulares.
(d) Vacúolos, plastos, ribossomos e membrana cito-
(16) Todos os seres vivos têm capacidade de percep-
plasmática.
ção de estímulos do meio, mas não têm capaci-
(e) Carioteca, mitocôndria, ribossomos e lisossomos. dade de reagir a eles.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

E14. (PUC-RS)
Analise o quadro abaixo e assinale a única sequência que NÃO associa corretamente a organela celular com sua fun-
ção e/ou sua ocorrência em determinado grupo de seres vivos.

Organela Função Ocorrência


Compartimento que contém o
(a) Núcleo Procariotos e Eucariotos
material genético (DNA)
(b) Ribossomos Síntese de proteínas Todas as células
(c) Cloroplasto Responsável pela fotossíntese Protistas e Plantas
Membrana Permeabilidade seletiva, trocas
(d) Todas as células
Plasmática entre meio intra e extracelular
Síntese, modificação, armazena-
(e) Complexo de Golgi mento e secreção de produtos Eucariotos
celulares

(c) o retículo endoplasmático está presente nas cé-


E15. (PUC-RJ)
lulas animais e vegetais e os plastos estão pre-
Marque a afirmativa incorreta sobre estruturas celulares. sentes somente nas células vegetais.
(a) Citoesqueleto é uma rede de moléculas proteicas (d) o retículo endoplasmático e os plastos estão
que confere forma à célula, ancora outras estru- presentes nas células animais e vegetais.
turas celulares e está envolvido no movimento
(e) todas as alternativas acima estão incorretas.
celular. Ele pode ser de três tipos: microtúbulos,
filamentos de actina e filamentos intermediários.
E17. (Suprema-RJ)
(b) Cloroplastos, vacúolos e parede celular são es-
O desenho a seguir representa uma célula:
truturas exclusivas das células vegetais.
(c) Mitocôndrias e cloroplastos são estruturas que Parede celular
Retículo endoplasmático Complexo de Golgi
apresentam duas membranas, ribossomos e rugoso

DNA. Vacúolo

(d) O reticulo endoplasmático rugoso apresenta ri-


bossomos aderidos a sua superfície e tem um
papel importante na síntese de proteínas. Cloroplasto

(e) A membrana plasmática é uma bicamada lipí-


Nucléolo
dica que tem a função de controlar a entrada e
Mitocôndria
a saída de substâncias da célula, bem como de
atuar no reconhecimento e sinalização celular.
Núcleo
Microtúbulos

E16. (Unisc-RS)
No citoplasma das células eucarióticas, encontram-se (a) Procariota heterotrófica.
várias organelas responsáveis pelas suas funções vi-
(b) Procariota autotrófica.
tais. Considerando-se o retículo endoplasmático e os
plastos, pode-se afirmar que (c) Eucariota heterotrófica.
(a) o retículo endoplasmático está presente apenas (d) Eucariota autotrófica.
nas células animais e os plastos estão presentes
somente nas células vegetais. E18. (Udesc-SC)
(b) os plastos estão presentes tanto nas células ani- A organização dos componentes orgânicos nos seres
mais como nas vegetais e o retículo endoplasmá- vivos (com exceção dos vírus), em nível celular, pode
tico está presente apenas nas células vegetais. ser de dois tipos básicos: procarióticas e eucarióticas.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

Com relação a estes dois tipos de células assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso.
( ) Nas células eucarióticas existe uma compartimentalização para atividades específicas como, por exemplo, a
digestão e o armazenamento.
( ) Nas células eucarióticas o material genético encontra-se disperso no citoplasma.
( ) Nas células procarióticas existem, além da membrana citoplasmática, membranas internas denominadas de
endomembranas.
( ) Em células procarióticas encontram-se além do DNA nuclear o DNA mitocondrial.
( ) As células procarióticas são encontradas principalmente nas algas e nos fungos.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
(a) V – F – F – F – F (b) F – F – V – F – F (c) V – V – V – F – V (d) F – F – V – F – V (e) V – V – F – F – V

E19. (Unesp-SP)
A figura apresenta os esquemas de duas células.

Porém, o ilustrador cometeu um engano ao identificar as estruturas celulares. É correto afirmar que
(a) II é uma célula vegetal e o engano está na identificação do complexo golgiense nesta célula, uma vez que este
ocorre em células animais, mas não em células vegetais.
(b) II é uma célula animal e o engano está na identificação do vacúolo em ambas as células, além de este ser carac-
terístico de células vegetais, mas não de células animais.
(c) II é uma célula animal e o engano está na identificação dos centríolos nesta célula, uma vez que estes são carac-
terísticos de células vegetais, mas não de células animais.
(d) I é uma célula animal e o engano está na identificação das mitocôndrias em ambas as células, além de estas
ocorrerem em células animais, mas não em células vegetais.
(e) I é uma célula vegetal e o engano está na identificação da membrana plasmática nesta célula, uma vez que esta
ocorre em células animais, mas não em células vegetais.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

E20. (Unifeso-RJ) E21. (UEPG-PR-Adaptado)


Considerando o sistema de classificação de cinco rei- A membrana plasmática é fluida e, como tal, trata-
nos, a presença ou ausência de mitocôndrias e/ou clo- -se de uma estrutura permeável. Ao longo da evo-
roplastos em determinados grupos está corretamente lução dos seres vivos, surgiram modificações na
representada em: Considere: superfície das células que trouxeram a essas, algu-
+: presença –: ausência mas vantagens. Com relação a essas estruturas e
envoltórios externos à membrana plasmática, indi-
(a)
Reinos Mitocôndrias Cloroplasto que a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
Protistas – + (01) O glicocálice ou glicocálix é formado por uma
Animais + – camada frouxa de glicídios, associados a lipídios
(b) e às proteínas de membrana. É encontrado nas
Reinos Mitocôndrias Cloroplasto
células animais e de muitos protistas.
Protistas – +
(02) Em algumas bactérias, além da parede celular,
Fungos + +
ocorre outro envoltório chamado de cápsula. A
(c) Reinos Mitocôndrias Cloroplasto cápsula está situada entre a membrana plasmá-
Protistas + + tica e a parede celular e sua função é tornar a
Fungos – + bactéria impermeável.
Animais + – (04) A parede celular está presente na maioria das
(d) bactérias, nas cianobactérias, em alguns protis-
Reinos Mitocôndrias Cloroplasto
tas, nos fungos e nas plantas.
Protistas + +
(08) Nas bactérias e cianobactérias, a parede celular
Fungos + +
é composta basicamente por celulose.
Animais + –
(16) O glicocálice ou glicocálix tem como uma das
(e) Reinos Mitocôndrias Cloroplasto suas funções constituir uma barreira contra
Protistas + + agentes físicos e químicos do meio externo.
Fungos + –
Animais + –

C
FOLHA AZ
1. (UFRGS-RS)
Observe a tira abaixo.

BECK, A. Armandinho, Zero Hora. ago. 2015.

A biologia como ciência começou a ser estruturada no século XIX.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações Que estruturas celulares permitiriam a separação das
abaixo, referentes a essa área de conhecimento. amostras, se reconhecidas?
( ) As células são unidades estruturais básicas que (a) Ribossomos e mitocôndrias, ausentes nas célu-
provêm de células preexistentes. las animais.
( ) Os seres vivos são geneticamente relacionados (b) Centríolos e lisossomos, organelas muito nume-
e capazes de evoluir. rosas nas plantas.
( ) A maioria das reações químicas que mantém os (c) Envoltório nuclear e nucléolo, característicos
organismos vivos ocorre no ambiente extracelular. das células eucarióticas.
( ) Conclusões obtidas a partir de um determinado (d) Lisossomos e peroxissomos, organelas exclusi-
organismo não podem servir de base para inves- vas de células vegetais.
tigações em outros seres vivos. (e) Parede celular e cloroplastos, estruturas carac-
A sequência correta de preenchimento dos parênte- terísticas de células vegetais.
ses, de cima para baixo, é
(a) V – V – F – F. 5. (PUC-RJ)

(b) V – F – V – F. Considere os seguintes componentes celulares.


1. parede celular
(c) V – F – F – V.
2. membrana nuclear
(d) F – F – V – F.
3. membrana plasmática
(e) F – V – V – V.
4. DNA
2. (Fuvest-SP)
(a) protozoários e vegetais possuem 2 e 4.
A bactéria não possui:
(b) bactérias e animais possuem 1 e 2.
(a) Membrana plasmática.
(c) bactérias e protozoários possuem 2 e 4.
(b) Ribossomo.
(d) animais e vegetais possuem 1 e 3.
(c) Parede celular.
(e) bactérias e vegetais possuem 2 e 3.
(d) DNA.
(e) Membrana nuclear. 6. (UFRGS-RS)
Observe o esquema abaixo, referente a uma célula
3. (Uece-CE) eucarionte
As células procariontes são reconhecidas como aque- 1
las que não possuem material genético delimitado por
um envoltório nuclear.
Sobre os procariontes, é possível afirmar que contêm
3
apenas
(a) complexo golgiense e ribossomos.
(b) ribossomos e parede celular.
(c) retículo endoplasmático e parede celular.
(d) mitocôndria e plasmídeos. 2

(e) mitocôndria e cloroplasto.

4. (Enem) (a) animal, porque se observa a ausência de centríolos.


Um pesquisador preparou um fragmento do caule de (b) animal, porque apresenta a estrutura de número 1.
uma flor de margarida para que pudesse ser observado
(c) vegetal, porque apresenta a estrutura de número 2.
em microscopia óptica. Também preparou um fragmento
de pele de rato com a mesma finalidade. Infelizmente, (d) vegetal, porque se observa a ausência de vacúolos.
após algum descuido, as amostras foram misturadas. (e) vegetal, porque apresenta a estrutura de número 3.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 5 - CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA

7. (Fuvest-SP) 10. (FGV-SP)


As estruturas presentes em uma célula vegetal, po- As células procariontes e as células eucariontes dife-
rém ausentes em uma bactéria, são: renciam-se e assemelham-se em diversos aspectos,
(a) cloroplastos, lisossomos, núcleo e membrana como, por exemplo, quanto à presença de membranas
plasmática. internas, constituindo as organelas e o envoltório nu-
clear, e quanto à constituição dos envoltórios mem-
(b) vacúolos, cromossomos, lisossomos e ribossomos.
branosos.
(c) complexo golgiense, membrana plasmática, mi-
Assinale a alternativa que cita, correta e respecti-
tocôndrias e núcleo.
vamente, uma diferença e uma semelhança rela-
(d) cloroplastos, mitocôndrias, núcleo e retículo en- cionadas às membranas das células procariontes e
doplasmático. eucariontes.
(e) cloroplastos, complexo golgiense, mitocôndrias (a) Mitocôndrias com membranas internas e exter-
e ribossomos. nas nas células eucariontes; e constituição de
dupla camada lipoproteica nas membranas de
8. (Udesc–SC) ambas as células.
Assinale a alternativa que faz a relação correta entre (b) Ribossomos com membranas simples nas célu-
a organela celular e a sua função. las procariontes; e constituição de glicoproteí-
(a) Mitocôndria – Respiração Celular nas e glicolipídios nas membranas de ambas as
(b) Lisossomos – Permeabilidade Seletiva células.
(c) Vacúolo – Armazenamento de DNA (c) Cloroplastos com clorofila imersa nas membra-
(d) Complexo Golgiense – Síntese de proteínas nas internas nas células eucariontes; e consti-
tuição de dupla camada celulósica nas membra-
(e) Cloroplastos – Transporte de aminoácidos
nas de ambas as células.

9. (Unisc-RS) (d) Lisossomos contendo enzimas digestivas nas


células procariontes; e constituição de dupla
Qual a organela abaixo que não pertence à célula animal?
camada proteica nas membranas de ambas as
(a) Cloroplasto.
células.
(b) Mitocôndria.
(e) Ribossomos aderidos às membranas do retículo
(c) Retículo endoplasmático não granuloso. rugoso nas células eucariontes; e constituição
(d) Lisossomo. de polissacarídeos nas membranas de ambas
(e) Todas as alternativas anteriores estão incorretas. as células.

GABARITO
A
E01. D e sim por cápsulas proteicas E16. C
E02. A que contém material genéti- E17. D
E03. E co. Não apresentam fisiologia E18. A
própria, sendo obrigatoria-
E04. D mente parasitas que utilizam o E19. B
E05. A maquinário das células hospe- E20. E
E06. F – V – V – V – V deiras para exercer diferentes E21. 01 + 04 + 16 = 21
E07. E funções, incluindo reprodução.
E08. C E12. C
E09. A E13. 01 + 02 + 04 = 07
E10. B E14. A
E11. Não são formados por células, E15. B

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circundante, estabelecendo, ainda assim, interação com
ele, realizando constantes trocas de substâncias.
CAPÍTULO 6 P A propriedade das membranas biológicas que permi-
MEMBRANA PLASMÁTICA I: te a manutenção da estabilidade química dentro da célula
ESTRUTURA E ESPECIALIZAÇÕES pelo controle da entrada e da saída de substâncias é cha-
mada de permeabilidade seletiva.
Objetivos de aprendizagem
1. Identificar estruturalmente e funcionalmente os Tipos de membrana
principais componentes das membranas biológicas.
Podemos considerar a existência de quatro
2. Compreender o modelo mosaico fluido de membrana. tipos de membrana, de acordo com seu grau de
permeabilidade:
3. Reconhecer e identificar a função das principais
especializações de membrana, citando exemplos de • Impermeável: membrana que não permite a passa-
localização nos tecidos humanos. gem de água nem de substâncias dissolvidas nela.
• Permeável: permite a passagem de água e de
substâncias dissolvidas.

D • Semipermeável: permite a passagem da água,


1. A membrana e a delimitação mas não dos solutos.

da célula • Membrana com permeabilidade seletiva: per-


mite a passagem de água e de alguns tipos de
Nos oceanos primitivos, onde as primeiras moléculas partículas.
orgânicas começaram a se associar, formando os primei-
ros seres vivos, ocorreu a delimitação destes por finos re-
Além de individualizar o citoplasma do meio externo,
vestimentos, denominados micelas, que lhes garantiram
as membranas agem na delimitação das organelas em cé-
uma separação em relação ao meio.
lulas eucarióticas. Tal divisão em compartimentos separa
Esse revestimento impedia que as moléculas compo-
as atividades metabólicas, aumentando a velocidade das
nentes dos primeiros seres se dispersassem no ambiente
reações e garantindo maior rendimento e eficiência dos
oceânico.
processos celulares.

2. A estrutura das membranas


Cabeça hidrofílica
A membrana plasmática é tão fina que não pode ser
observada ao microscópio óptico. Entretanto, muito antes
Cauda hidrofóbica
de o microscópio eletrônico vir a revelar a imagem de uma
membrana, uma série de experimentos forneceu pistas so-
© DARIAREN / SHUTTERSTOCK

Ânion

bre sua composição química e sobre sua estrutura.


Água
Em 1895, o fisiologista alemão Ernest Overton, após
uma extensa análise química, demonstrou a presença de
lipídios na composição química. Vinte anos depois, em
Modelo esquemático de uma micela. análises mais cuidadosas, realizadas em hemácias, foi de-
monstrada também a existência de proteínas.
As reações químicas que ocorriam dentro desse espa-
ço delimitado não ocorriam no meio externo e, aos poucos, Embora já se soubesse algo sobre a composição, qua-
a composição intracelular foi se tornando completamente se nada havia sido proposto sobre sua organização.
diferente, dando às células primitivas sua identidade. Um dos primeiros modelos amplamente aceitos foi
Isso deu aos primeiros seres vivos uma de suas prin- proposto por dois pesquisadores, Hugh Davson e James
cipais características distintivas em relação à matéria bru- Danielli, em 1935. Eles colocaram a membrana como um
ta: manter sua constituição interna distinta do ambiente “sanduíche” de lipídios entre duas camadas de proteínas.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 6 - MEMBRANA PLASMÁTICA I: ESTRUTURA E ESPECIALIZAÇÕES

Camada de proteínas 2.1 Lipídios


Os fosfolipídios apresentam uma disposição parti-
Zona hidrofílica
cular na membrana, em razão do seu caráter bipolar ou
Zona hidrofóbica anfipático. As regiões polares – representadas por ácidos
fosfóricos e bases nitrogenadas – são hidrofílicas, ou seja,
Zona hidrofílica dissolvem-se bem em água.
Portanto, estas se encontram voltadas externamente
Modelo original Davson-Danielli
para a água do meio extracelular e internamente para a
água presente no citosol.
As porções apolares ou hidrofóbicas – representa-
das pelas caudas de ácido graxo – não se dissolvem bem
Bicamada no meio aquoso, voltando-se para a região interna da
fosfolipídica
membrana.
Isso garante a arrumação dos lipídios no formato de
Região hidrofóbica da proteína uma dupla camada.
Modelo do “mosaico fluido” proposto por Singer e Nicholson.
Na década de 1960, com o advento de novas técnicas, A composição lipídica e a fluidez da membrana
uma série de novas informações expôs problemas que não A fluidez exata das membranas celulares é bio-
podiam ser explicados pelo modelo Davson-Danielli. Uma logicamente importante, sendo essencial para cer-
dessas técnicas, chamada de criofratura, revelou a presen- tos processos de transporte pela membrana e para
ça de proteínas no interior da camada de lipídios. atividades enzimáticas.
Em 1972, S. J. Singer e G. L. Nicholson, pesquisadores Essa fluidez depende tanto de sua composição
da Universidade de Califórnia, com base em um amplo tra- quanto da temperatura. Em temperaturas muito
balho de levantamento bibliográfico coletando informações baixas, os fosfolipídios componentes da membrana
de outros cientistas, propuseram o atual modelo para a es- tendem a se cristalizar, reduzindo de forma mar-
trutura da membrana plasmática: o modelo mosaico fluido. cante a fluidez dela.
Nele, encontramos três tipos de substância: lipídios, A temperatura na qual ocorre essa cristaliza-
proteínas e uma pequena quantidade de glicídios. Essas ção, chamada de transição de fase, varia de acordo
moléculas são organizadas de forma intercalada, forman- com a composição da membrana. Aquelas que têm
do uma espécie de mosaico. fosfolipídios com caudas de ácido graxo muito cur-
Os lipídios em questão são principalmente os fosfoli- tas ou que têm ligações duplas (insaturações) são
pídios (vistos anteriormente), mas também podemos en- mais dificilmente cristalizadas, precisando de tem-
contrar o colesterol em membranas de células animais. As peraturas muito baixas.
proteínas aparecem constantemente associadas a glicídios Isso ocorre porque cadeias longas ou saturadas
de cadeia curta (com até 15 unidades monossacarídicas). associam-se com mais facilidade, favorecendo a
Esses três componentes formam uma estrutura bila- transição de fase.
minar com aproximadamente 75 angströns (um décimo de A presença de colesterol em grandes quanti-
milésimo do micrômetro). dades entre as moléculas de fosfolipídios impede a
estabilização (cristalização) da membrana, colabo-
© MAGNETIX/SHUTTERSTOCK

Oligossacarídeo
rando para sua fluidez.
O colesterol é largamente encontrado nas
membranas de eucariotos.
As células das patas de animais que caminham
constantemente na neve – por exemplo, as renas –
têm em sua membrana alta concentração de coles-
terol para evitar o congelamento ocasionado pelas
baixas temperaturas.
Fosfolipídios

Proteínas

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 6 - MEMBRANA PLASMÁTICA I: ESTRUTURA E ESPECIALIZAÇÕES

A quantidade de proteínas está associada à


Colesterol função da membrana
As quantidades e os tipos de proteínas em uma
membrana são muito variáveis. Nas células nervo-
© TSUGULIEV/SHUTTERSTOCK

sas, a gordura (mielina) atua como isolante elétrico


nos axônios, apresentando, portanto, papel funda-
mental para o impulso nervoso. Nelas, as proteínas
representam apenas 25% da massa da membrana.
Já em membranas envolvidas na transdução de
energia, como as de mitocôndrias e cloroplastos, o
valor enzimático das proteínas faz com que estas
2.2 Proteínas
ocupem cerca de 75% da massa total. A membrana
As proteínas estão mergulhadas na camada dupla plasmática comum apresenta em média 50% de sua
de lipídios, ocupando parcial ou totalmente a sua espes- massa constituída de proteínas.
sura. Essas moléculas movimentam-se livremente entre
as duas faces, tendo também deslocamento lateral. Em
razão dessa característica, foi dado o nome fluido ao mo- 2.3 Glicídios
delo de membrana.
As proteínas de membrana, como uma regra, não es-
Podemos classificar as proteínas de membrana como
tão descobertas no exterior da célula; ao contrário, são re-
integrais (quando atravessam toda a espessura da mem-
vestidas, decoradas ou escondidas por carboidratos – os
brana) ou periféricas (quando ocupam apenas uma das fa-
glicídios –, presentes na superfície de todas as células eu-
ces da membrana – interna ou externa).
carióticas. Esses oligossacarídeos, que contêm geralmente
Proteínas integrais menos de 15 resíduos de monossacarídeos, podem estar
associados covalentemente tanto a proteínas de membra-
na (formando glicoproteínas) como a lipídios (formando
glicolipídios).
O termo cobertura celular ou glicocálix é frequentemen-
te utilizado para designar a região da superfície celular rica
em glicídios. Suas funções serão discutidas em seguida.

Proteínas periféricas
3. Envoltórios e especializações
Proteínas exercem diversas funções em uma membra-
na, entre elas: 3.1 Glicocálix
• são transportadoras de partículas de uma face para a
Como visto anteriormente, a face externa das células
outra da membrana;
animais é caracterizada por apresentar uma camada de
• servem como pontos de adesão com células vizinhas; glicídios, associados a proteínas e lipídios. Ela recebe o
• são receptoras de mensageiros químicos; nome de glicocálix.
Uma parte importante da função do glicocálix é a pro-
• funcionam como pontos de fixação para o citoesqueleto.
teção de lesões mecânicas e químicas, além de manter
A função das proteínas está diretamente relaciona- partículas estranhas e outras células a distância, impedin-
da à disposição na membrana. Proteínas integrais es- do interações proteína-proteína indesejáveis.
tão associadas ao transporte de substâncias por meio Entretanto, o papel dos glicídios de membrana não se limi-
da membrana, uma vez que integram os meios interno ta a isso. Eles funcionam como intermediários em diversos pro-
e externo. cessos transitórios de adesão célula-célula, inclusive aqueles
Já as periféricas estão envolvidas com a sinalização que ocorrem em interações espermatozoide-óvulo, coagulação
celular, agindo como receptores para outras moléculas sanguínea, recirculação de linfócitos e respostas inflamatórias.
químicas, como os hormônios. Exercem também um importante papel como sinalizadores no

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 6 - MEMBRANA PLASMÁTICA I: ESTRUTURA E ESPECIALIZAÇÕES

reconhecimento de uma célula por outra. Quando há um trans- Nos fungos, a parede celular é composta de quitina, um
plante, por exemplo, as diferenças de glicocálix podem ativar a polissacarídeo nitrogenado.
resposta imune contra o órgão recebido. É por este motivo que

© RATTIYA THONGDUMHYU/SHUTTERSTOCK
os pacientes necessitam de imunossupressores.
Cada tipo de célula tem um glicocálix distinto. Ele é
responsável, por exemplo, pela determinação do tipo san-
guíneo das pessoas (A, B, AB e O). Uma pessoa com sangue
do tipo A tem uma combinação de glicídios na membrana
de suas hemácias diferente de uma pessoa com sangue do
tipo B (ver figura a seguir).
Antígeno A Antígeno B

© VECTORMINE / SHUTTERSTOCK
Parede Celular
Sangue tipo A Sangue tipo B
Fibras de
celulose
Antígeno AB
Sem antígeno Macrofibrila

Células

Cadeias
de celulose
Microfibrila

Sangue tipo AB Sangue tipo O


Fibras
3.2 Parede celular Planta

Nas células vegetais, nos fungos, nos procariotos e Moléculas


de celulose
nas algas, a membrana plasmática é protegida por um en-
voltório espesso denominado parede celular. Essa estru- Estrutura da parede celular.

tura é inexistente nas células animais, e sua composição


difere entre os vegetais, os procariontes e os fungos. 3.3 Junções intercelulares
Nos vegetais, ela é formada principalmente pelo acú- As células de organismos pluricelulares estão organi-
mulo de celulose, mas podemos encontrar também pectina, zadas em grupos cooperativos chamados tecidos, os quais
hemiceluloses e outras substâncias adesivas que mantêm também são associados em várias combinações para for-
as células adjacentes unidas. A camada de substâncias que mar unidades maiores, denominadas órgãos.
garantem a adesão entre as células vegetais é denominada
A forma como as células se mantêm unidas varia radi-
lamela média.
calmente de tecido para tecido. Alguns têm grande quantida-
Em certos casos, a parede celular recebe um reforço de de substâncias intercelulares, como as fibras colágenas
de substâncias endurecedoras, como a lignina, que são e outros polímeros fibrosos. Estes sustentam a maior parte
responsáveis pela dureza encontrada, por exemplo, na cas- do estresse mecânico aos quais as células são submetidas.
ca da noz e na madeira.
Entretanto, alguns outros são caracterizados por apre-
Apesar de resistente, a parede celular é, na maioria sentarem pouca matriz intercelular, como é o caso do epitelial.
das vezes, totalmente permeável à água. Nele, as tensões são suportadas pelas células, que, portanto,
Além disso, apresenta poros que comunicam o citoplas- devem ter mecanismo para aumentar a adesão entre elas.
ma das células adjacentes, facilitando a passagem de subs- Essas estruturas proteicas de adesão e comunicação
tâncias entre elas. Eles são chamados de plasmodesmos. são denominadas de junções celulares e estão presentes
Nas bactérias, a parede celular não é formada por ce- em todos os tecidos, mas principalmente no epitelial, que
lulose, mas pela associação de polissacarídeos com proteí- tem função de revestimento. A seguir serão apresentados
nas (peptideoglicanas). os principais tipos de junção.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 6 - MEMBRANA PLASMÁTICA I: ESTRUTURA E ESPECIALIZAÇÕES

3.3.1 Desmossomos As células do tecido epitelial do intestino delgado de-


vem manter a maior parte do conteúdo alimentar dentro da
Os desmossomos são pontos em forma de botões ade-
luz do intestino, mas, ao mesmo tempo, devem transportar
sivos que atuam como rebites para distribuir as forças de
e selecionar nutrientes que irão para a corrente sanguínea.
tensão ou corte por um epitélio.
Essa seleção só ocorre se tais nutrientes atravessam
Eles fazem isso fixando as células “rebitadas” umas
a membrana do epitélio intestinal, que tem proteínas car-
às outras. Dentro delas, eles atuam como sítios de fixação
readoras específicas. Esse tipo de transporte é chamado
para filamentos intermediários, como a queratina. Assim,
de transcelular.
por meio dos desmossomos, filamentos de queratina de
células adjacentes são conectados indiretamente, forman- No entanto, os nutrientes também poderiam passar
do uma rede contínua. pelo espaço entre as células, realizando um transporte pa-
racelular. Para evitar isso, as zonas de oclusão, também
Os desmossomos são compostos de uma placa cito-
chamadas junções do tipo compacta, agem como cintas,
plasmática densa, formada por um complexo de proteínas
envolvendo as células do epitélio intestinal e obstruindo os
que serve de sítio de ligação para a queratina e proteínas de
espaços entre as células.
ligação transmembrana, que unem as membranas celulares
adjacentes. Essas proteínas de adesão são chamadas de ca- Quanto maior o número de zonas de oclusão, maior
derinas e dependem do Ca++ para realizar sua função. será a capacidade de restringir o transporte paracelular.
Superfície Célula 1 Célula 2
Junção apical
compacta

Desmossomos
© JOSE LUIS CALVO / SHUTTERSTOCK

Superfície
Imagem de três desmossomos por microscopia eletrônica de basal
transmissão. Cinta proteica

3.3.3 Nexos ou junções gap comunicantes


São formados por um conjunto de canais que unem
células adjacentes. Cada canal é formado por proteínas e
recebe o nome de conéxon. Esses canais permitem a pas-
sagem de pequenas moléculas e íons.
Eles estão presentes em células nervosas e muscu-
lares cardíacas (células eletricamente excitáveis). Atuam
garantindo maior velocidade de transmissão do impulso
nervoso e sincronizando os batimentos cardíacos.
Os nexos também são encontrados em tecidos embrio-
Desmossomos nários, nos quais realizam a troca de nutrientes e mediado-
res químicos (sinalizadores) entre as células.
Existem estruturas que lembram morfologicamente
desmossomos, mas são funcional e quimicamente distin-
tas. São os hemidesmossomos, que, em vez de realizarem
a fixação célula-célula, fixam as células epiteliais ao tecido
conjuntivo subjacente, chamado de lâmina basal.

3.3.2 Zonas de oclusão


Apesar das diferenças estruturais e bioquímicas entre os
vários tipos de epitélio, todos têm em comum pelo menos uma
função importante: servem de barreiras de permeabilidade
seletiva, separando fluidos de composição química diferente. Junções GAP

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 6 - MEMBRANA PLASMÁTICA I: ESTRUTURA E ESPECIALIZAÇÕES

3.3.4 Interdigitações
São dobras da membrana que representam um recurso para proporcionar maior ade-
são entre as células. Elas funcionam como encaixes: aumentam a coesão, ao mesmo tempo
que aumentam a superfície de contato, facilitando a troca de substâncias.
As interdigitações lembram a interposição dos dedos das mãos quando colocados em
posição de prece – daí vem o nome dessa junção. São características do tecido epitelial.

Interdigitações
Membrana Núcleo
celular

3.4 Microvilosidades
São dobras da membrana citoplasmática, de aparência digitiforme, que se projetam
para o meio extracelular. Elas são formadas por filamentos de actina e miosina e aumen-
tam de forma excepcional a superfície de absorção das células.
São muito comuns em células do epitélio intestinal, que têm como principal função a
absorção de nutrientes.
Microvilosidades

Complexo
golgiense
© DESIGNUA/SHUTTERSTOCK

Núcleo

Retículo
endoplasmático
Mitocôndria

3.5 Estereocílios
São evaginações da membrana plasmática. Apesar de apresentarem a mesma fun-
ção das microvilosidades, têm dobras com tamanhos heterogêneos. Estão presentes no
epitélio do epidídimo, que promoverá a reabsorção dos espermatozoides que não saíram
na ejaculação.

122

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 6 - MEMBRANA PLASMÁTICA I: ESTRUTURA E ESPECIALIZAÇÕES

Momento NERD
Analogia com bolhas de sabão
A membrana plasmática é constituída de uma bicamada Os sabões e detergentes são também lipídios anfi-
de lipídios com proteínas intercaladas entre eles. Essa mem- páticos. Os sabões são geralmente feitos a partir de uma
brana é muito fina e fluida, e essa fluidez é uma característica reação química de uma gordura com uma base forte,
resultante de sua composição química. Uma das funções da como soda cáustica (NaOH). As moléculas de sabão tam-
membrana é a permeabilidade seletiva, isto é, a capacidade bém têm uma parte apolar ou hidrofóbica e uma polar
de controlar o que entra e sai da célula. Nessa estrutura, os ou hidrofílica (Figura 2) e devido às características anfi-
lipídios têm como uma de suas principais funções formar páticas são utilizados na limpeza, pois apresentam uma
uma barreira que impede as substâncias hidrossolúveis de parte que se solubiliza em água e outra que se solubiliza
atravessarem a membrana. Os caminhos para a passagem em gorduras. Diferentemente dos fosfolipídios, em meio
dessas substâncias pela membrana são as proteínas, que aquoso os sabões tendem a formar micelas (sem interior
exercem controle sobre a passagem da maior parte das aquoso – Figura 2b) e não bicamadas. A Figura 2 repre-
substâncias hidrossolúveis que atravessam a membrana. senta o modo com que as micelas de sabão, ao adsorver
Os fosfolipídios, componentes predominantes da mem- gordura, tornam essas moléculas “solúveis” em água.
brana, são anfipáticos, isto é, têm uma parte da molécula que Quando a quantidade de água é limitada, as moléculas
é hidrofílica (com afinidade pela água) e outra hidrofóbica de sabão podem se arranjar em estruturas diferentes: as
(sem afinidade pela água). Quando em contato com a água, bolhas de sabão (Figura 3). Bolhas de sabão, assim como
esses fosfolipídios tendem a formar bicamadas concêntricas, a membrana plasmática, são formadas por bicamadas de
semelhantes à membrana plasmática. Conforme podemos moléculas anfipáticas, estrutura esta cuja manutenção não
ver na Figura 1, nessas bicamadas as moléculas de lipídios depende de ligações químicas entre as moléculas, mas so-
se arranjam de tal forma que as partes hidrofílicas ficam em mente das interações hidrofílicas e hidrofóbicas de seus
contato com a água (tanto na monocamada externa quanto componentes. Dessa forma, as moléculas que constituem
na interna), e as hidrofóbicas ficam em contato entre si. Note- as membranas não têm uma posição física estática, mas, ao
-se que, dessa forma, cria-se uma região hidrofóbica no “in- contrário, podem mover-se livremente, o que dá um caráter
terior” da bicamada que impede a passagem de substâncias fluido à membrana. Na bolha de sabão, a fluidez pode ser
hidrossolúveis. observada claramente. O mesmo sucede com as membra-
nas biológicas, por isso a analogia bolha de sabão/membra-
Proteínas
na é um elemento útil na compreensão da estrutura celular.
Lipídios

Parte
hidrofílica Filme de água
Parte
hidrofóbica

Parte hidrofóbica da
Figura 1 – Representação da membrana plasmática con- molécula de sabão
forme o modelo do mosaico fluido.

A
Gordura neutra Sabão
parte hidrofílica
hidrofóbica parte hidrofóbica

B
H2O
H2O
Parte hidrofílica da
H2O molécula de sabão
H2O
micela de gordura
Bolha de sabão
detergente H2O
insolúvel em água
Figura 3 – Constituição da membrana da bolha de sabão,
Figura 2 – A) representação esquemática de moléculas de formada entre água e ar.
gordura neutra e de sabão (detergente); B) gota de gordura
em solução aquosa interage com a região apolar das mice- Relação entre membrana plasmática e citoesqueleto na
las de detergente; o conjunto permanece solúvel devido à forma celular: estudo com modelos. Revista Brasileira de
extremidade polar das moléculas do detergente. Ensino de Bioquímica e Biologia Molecular, jan. 2003.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 6 - MEMBRANA PLASMÁTICA I: ESTRUTURA E ESPECIALIZAÇÕES

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 2. Compreender o modelo mosaico fluido de membrana.

F1. (PUC-RJ)
A figura abaixo representa o modelo do mosaico fluido da membrana plasmática e as diferentes estruturas que a compõem.
I
II

III
IV V

Identifique as estruturas que estão associadas aos números, respectivamente:

I II III IV V
(a) matriz extracelular proteína periférica colesterol citoesqueleto glicolipídeo
(b) matriz extracelular glicolipídeo proteína periférica citoesqueleto colesterol
(c) matriz extracelular citoesqueleto colesterol glicolipídeo proteína periférica
(d) matriz extracelular citoesqueleto colesterol proteína periférica glicolipídeo
(e) matriz extracelular glicolipídeo citoesqueleto proteína periférica colesterol

Objetivo 1. identificar estruturalmente e funcionalmente os principais componentes das membranas biológicas.


Objetivo 2. Compreender o modelo mosaico fluido de membrana.
1 Proteína integral;
F2. (Unifeso-RJ) 2e3 Proteínas não integrais;
4 Dupla camada fosfolipídica.
O esquema ao lado representa, de modo resumido, o modelo da membrana celular, em que os números correspondem a:

2 1

1 Proteína integral;
2e3 Proteínas não integrais; 4
4 Dupla camada fosfolipídica.

2 1 3
1

Com relação ao esquema, é correto afirmar que o transporte facilitado de moléculas é realizado somente por:
(a) 1. 4
(b) 2. (c) 3. (d) 4. (e) 2 e 3.

124
1 3

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 6 - MEMBRANA PLASMÁTICA I: ESTRUTURA E ESPECIALIZAÇÕES

Esse tipo de associação entre as células proporciona o


Objetivo 2. Compreender o modelo mosaico fluído da membrana.
seguinte resultado:
F3. (Uece-CE) (a) forte adesão.
Sobre o modelo mosaico fluido das membranas celula-
(b) barreira de proteção.
res, é correto afirmar-se que
(a) os componentes mais abundantes da membrana (c) integração funcional.
são fosfolipídios, proteínas e aminoácidos livres.
(d) exocitose de substâncias.
(b) a membrana tem constituição glicoproteica.
(c) lipídios formam uma camada única e contínua, no Objetivo 3. Reconhecer e identificar a função das principais
meio da qual se encaixam moléculas de proteína. especializações de membrana, citando exemplos de localiza-
(d) a dupla camada de fosfolipídios é fluida, possui ção nos tecidos humanos.
consistência oleosa, e as proteínas mudam de
F5. (Unigranrio-RJ)
posição continuamente, como se fossem peças
de um mosaico. As junções intercelulares, presentes no coração, que
permitem a passagem rápida de íons entre as células,
Objetivo 3. Reconhecer e identificar a função das principais fazendo o órgão se contrair como um todo, são:
especializações de membrana, citando exemplos de localiza-
ção nos tecidos humanos. (a) junções oclusivas.

F4. (Uerj-RJ) (b) nexos.


Junções comunicantes ou junções gap, um tipo de adap- (c) desmossomos.
tação da membrana plasmática encontrada em células
animais, permitem a comunicação entre os citoplasmas (d) microvilosidades.
de células vizinhas. (e) plasmodesmos.

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
(b) fungos.
E1. (PUC-PR)
(c) angiospermas.
No início da década de 70, dois cientistas (Singer e Nichol-
son) esclareceram definitivamente como é a estrutura (d) algas.
das membranas celulares, propondo-se o modelo deno- (e) protozoários.
minado mosaico-fluido. Neste conceito, todas as mem-
branas presentes nas células animais e vegetais são E3. (PUC-MG)
constituídas basicamente pelos seguintes componentes:
(a) ácidos nucleicos e proteínas. Meio extracelular
(b) ácidos nucleicos e enzimas.
(c) lipídios e enzimas.
(d) enzimas e glicídios.
(e) lipídios e proteínas.

E2. (PUC-RJ)
Seres vivos que apresentam, simultaneamente, ausên-
cia de pigmento fotossintetizante e presença de paredes
celulares com quitina são:
Citosol
(a) bactérias.

125

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A membrana plasmática apresenta, em sua superfície, (d) vesículas superficiais.
moléculas especiais que permitem à célula detectar ou- (e) microvilosidades.
tras substâncias presentes no meio externo, dando a ela
certa sensibilidade química. E6. (PUC-SP)
Essas moléculas fazem parte: Sabe-se que células epiteliais acham-se fortemente
(a) da cutícula. unidas, sendo necessária uma força considerável para
(b) do glicocálix. separá-las. Isto se deve à ação:

(c) dos desmossomos. (a) do ATP, que se prende às membranas plasmáti-


cas das células vizinhas.
(d) dos cílios.
(b) da substância intercelular.
E4. (UPM-SP) (c) dos desmossomos.
O esquema representa um modelo de organização da (d) dos centríolos.
membrana plasmática. A respeito dele, assinale a alter-
(e) da parede celular celulósica.
nativa correta.
2 E7. (UFRGS-RS)
A membrana plasmática é uma estrutura que atua como
limite externo da célula, permitindo que esta realize
1 suas funções.
Com relação à membrana plasmática, considere as afir-
mações abaixo.
I. Sua estrutura molecular tem como componen-
tes básicos lipídeos e proteínas.
II. Os fosfolipídios apresentam uma região hi-
drofílica que fica voltada para o ambiente não
(a) Essa organização é encontrada somente em cé- aquoso.
lulas eucarióticas. III. O esteroide colesterol é um lipídeo presente
(b) A substância apontada em 1 ocupa local fixo na na membrana plasmática de células animais
membrana. e vegetais.
(c) As membranas que compõem organelas celula- Quais estão corretas?
res apresentam apenas uma camada de fosfo- (a) Apenas I.
lipídios.
(b) Apenas II.
(d) A seta 2 indica carboidratos que compõem o gli-
(c) Apenas I e III.
cocálix.
(d) Apenas II e III.
(e) A substância apontada em 1 está envolvida ape-
nas em transportes ativos. (e) I, II e III.

E5. (FTESM-RJ) E8. (Uerj-RJ)

“As células de certos epitélios de revestimento apre- Macromoléculas polares são capazes de atravessar a
sentam, em sua face livre, projeções citoplasmáticas membrana plasmática celular, passando do meio ex-
revestidas por membrana, somente visíveis claramente terno para o meio interno da célula.
na microscopia eletrônica. Um exemplo são células do Essa passagem é possibilitada pela presença do se-
epitélio do intestino delgado.” guinte componente na membrana plasmática:
O texto acima refere-se a: (a) açúcar
(a) cílios. (b) proteína
(b) flagelos. (c) colesterol
(c) microtúbulos. (d) triglicerídeo

126

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 6 - MEMBRANA PLASMÁTICA I: ESTRUTURA E ESPECIALIZAÇÕES

E9. (Uece-CE) E11. (UEL-PR)


As células apresentam um envoltório, que as separa do Hemácias humanas possuem em sua membrana
meio exterior, denominado membrana plasmática, ex- plasmática proteínas e glicídios que atuam no proces-
tremamente fina. A disposição das moléculas na mem- so de reconhecimento celular dos diferentes tipos de
brana plasmática foi proposta por Singer e Nicholson, e sangue pertencentes ao sistema A-B-O.
recebeu o nome de Modelo Mosaico Fluido, que pode ser Tais moléculas vão ajudar a compor uma região de-
definido como nominada:
(a) dupla camada lipídica com extremidades hidro- (a) Glicocálix. (d) Microvilosidade.
fóbicas voltadas para o interior da célula e ex-
(b) Citoesqueleto. (e) Parede celular.
tremidades hidrofílicas voltadas para proteínas
globulares, presente apenas em eucariontes. (c) Desmossomo.
(b) uma camada lipídica com extremidades hidro-
E12. (Uerj-RJ-Adaptado)
fílicas voltadas para dentro e extremidades hi-
drofóbicas voltadas para proteínas globulares, A composição assimétrica da membrana plasmática
em que as proteínas encontram-se estendidas possibilita alguns processos fundamentais para o fun-
sobre a membrana e ocupam espaços vazios en- cionamento celular.
tre lipídios. Um processo associado diretamente à estrutura assi-
(c) uma camada monomolecular composta apenas métrica da membrana plasmática é:
por lipídios, presente em todas as células, sejam (a) síntese de proteínas.
elas procariontes ou eucariontes. (b) armazenamento de glicídios.
(d) dupla camada lipídica com extremidades hi- (c) transporte seletivo de substâncias.
drofóbicas voltadas para o interior e as hidro-
(d) transcrição da informação genética.
fílicas voltadas para o exterior, composta por
proteínas (integrais ou esféricas) e glicídios li-
E13. (Unigranrio-RJ)
gados às proteínas (glicoproteínas) ou lipídios
(glicolipídios). Em relação a parede celular vegetal são feitas as se-
guintes afirmativas:
E10. (UEL-PR-Adaptado) I. Protege e sustenta a célula vegetal.
Analise a imagem a seguir que representa a ciclodextrina II. Em suas malhas, além da celulose, há água e
outros polissacarídeos adesivos, como o ácido
Cavidade interna apolar
pectilico e as hemiceluloses.
III. Entre as paredes de células adjacentes há a
lamela média, camada de lignina e suberina,
substâncias adesivas que mantem as células
unidas.
Esta(ão) correta(s):
Várias estruturas celulares apresentam disposição de
moléculas semelhante à da ciclodextrina, isto é, pos- (a) As afirmativas I e II.
suem superfícies polares e hidrofílicas e uma região (b) Apenas a afirmativa III.
central apolar e hidrofóbica. Com base nos conheci-
(c) As afirmativas I, II e III.
mentos sobre o tema, assinale a alternativa que apre-
senta a estrutura celular com esse padrão molecular (d) As afirmativas I e III.
de polaridade. (e) Apenas a afirmativa I.
(a) Centríolos.
E14. (UEPG-PR-Adaptado)
(b) Membrana plasmática.
O envoltório presente nas células é denominado de
(c) Parede celulósica.
membrana plasmática e o modelo de sua estrutura foi
(d) Ribossomos. proposto por S. J. Singer e G. Nicholson, em 1972, e
(e) Cromossomos. denomina-se modelo do mosaico fluido.

127

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Quanto às características desta estrutura indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
(01) A parede celular, presente em bactérias, fungos e plantas, é um envoltório da membrana plasmática, que con-
fere resistência e torna a célula impermeável, uma vez que impede o trânsito de substâncias tanto de fora para
dentro, quanto de dentro para fora das células.
(02) O glicocálice é formado por uma camada de glicídios, associados aos lipídios e às proteínas de membrana, pro-
porcionando resistência à membrana e conferindo às células a capacidade de se reconhecerem.
(04) A membrana plasmática tem como característica a permeabilidade seletiva, ou seja, a membrana plasmática
permite a livre passagem de qualquer substância, independente de tamanho ou origem da mesma.
(08) Segundo o modelo do mosaico fluido, existem duas camadas de fosfolipídios que formam um revestimento fluido,
delimitando a célula e separando-a do meio externo. Existem proteínas que ficam imersas na bicamada fluida de
fosfolipídios formando vias de passagem para substâncias.

E15. (UFRGS-RS)
O quadro abaixo refere-se aos envoltórios celulares e algumas de suas especializações. Assinale a alternativa que
associa corretamente a estrutura celular com suas características.

Presença em células Presença em células


Nome Função
vegetais animais
Aderência entre as
(a) Microvilosidades Não Sim
células
Proteção da superfície
(b) Glicocálix celular contra lesões Não Sim
mecânicas e químicas
Controle de trocas entre
(c) Membrana plasmática Não Sim
a célula e o meio externo
Sustentação e manuten-
(d) Parede celular Sim Sim
ção da forma da célula
Aumento da superfície da
(e) Desmossomos Sim Sim
membrana

E16. (PUC-RJ)
A membrana plasmática de seres pluricelulares é capaz de apresentar modificações para atender a necessidades da
célula e do organismo. Um exemplo de uma dessas adaptações são os chamados desmossomos, cuja representação
gráfica encontra-se a seguir.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 6 - MEMBRANA PLASMÁTICA I: ESTRUTURA E ESPECIALIZAÇÕES

A estrutura apresentada na figura tem como função:


(a) garantir a passagem de estímulos de natureza
elétrica entre duas células vizinhas.
(b) permitir o trânsito de substâncias hidrossolú-
veis entre células do mesmo tecido.
(c) controlar a passagem de macromoléculas entre
células de diferentes tecidos.
(d) manter a adesão entre células, de um mesmo
tecido, submetido a pressões.
(e) estabelecer ligações entre células com diferen-
tes funções em tecidos diferentes.
Disponível em: <www.mundoeducacao.com>
E17. (FGV–SP) Acesso em: Set 2015.

As setas 1, 2 e 3, na figura seguinte, indicam biomolé-


Analise as proposições em relação à estrutura pro-
culas componentes da membrana plasmática de uma
posta por Singer e Nicholson (Figura) e assinale (V)
célula animal.
para verdadeira e (F) para falsa.
1
( ) A estrutura indicada por A representa a cama-
da dupla de lipídios que compõem a membrana
plasmática.
( ) A estrutura indicada por B representa as proteí-
nas da membrana plasmática.
( ) A estrutura indicada por C são as fibras de celu-
lose da parede celular .
3 ( ) A estrutura proposta por Singer e Nicholson
2
para a membrana plasmática independe de ser
<http://brasilescola.uol.com.br>. (Adaptado.) uma célula vegetal ou animal.

Com base nas funções desempenhadas pela membra- ( ) Algumas proteínas presentes na membrana
na em diferentes tipos celulares, é correto afirmar que plasmática podem servir como receptores de
substâncias para a célula.
(a) a biomolécula 1 é um carboidrato componente do
glicocálix e atua no reconhecimento intercelular. Assinale a alternativa que contém a sequência correta,
de cima para baixo.
(b) a biomolécula 2 é um fosfolipídio componente da
bicamada e atua no transporte de gases respira- (a) V – V – F – F – F
tórios nos eritrócitos. (b) V – V – F – V – V
(c) a biomolécula 3 é um polissacarídeo componen- (c) V – V – V – V – V
te da parede celular e confere resistência e sus-
(d) F – F – F – V – V
tentação às células ósseas.
(e) V – V – F – F – V
(d) as biomoléculas 1 e 3 são proteínas da bicamada
e realizam a contração e o relaxamento nas cé-
E19. (Unigranrio-RJ)
lulas musculares.
Relacione as regiões especializadas da membrana e dos
(e) as biomoléculas 2 e 3 são aminoácidos do glico-
envoltórios celulares às suas funções respectivas:
cálix e atuam na síntese de secreções nas célu-
las epiteliais. I. ajudam na sustentação das células e na adesão
entre elas, sendo importantes em tecidos sub-
E18. (Udesc-SC) metidos a tração, como o epitelial.
A figura a seguir representa a estrutura proposta por II. facilitam a troca de alimento e de outras subs-
Singer e Nicholson para a membrana plasmática. tâncias entre as células.

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III. criam um corpo ao redor das células epiteliais, Com relação a essas estruturas e suas funções, indi-
impedindo a passagem de produtos no espaço que a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
entre as duas células. (01) A zônula de oclusão é a região onde há junção
As regiões que executam as funções são: da membrana plasmática de células adjacentes
(a) I – desmossomos; II – junções comunicantes e nas áreas mais próximas do polo apical, estabe-
III – zônulas oclusivas lecendo uma barreira à entrada de macromolé-
culas no espaço entre células vizinhas.
(b) I – desmossomos; II – junções oclusivas e III –
junções comunicantes (02) As células epiteliais, além de unidas entre si,
aderem à lâmina basal por meio de hemides-
(c) I – nexos; II – microvilosidades e III – junções co- mossomos, cuja morfologia é semelhante à de
municantes meio desmossomo.
(d) I – nexos; II – microvilosidades e III – junções (04) Nas junções comunicantes tipo gap, as mem-
oclusivas branas plasmáticas de células adjacentes apre-
(e) I – microvilosidades; II – junções comunicantes e sentam grupos de proteínas específicas, que se
III – desmossomos dispõem formando canais que atravessam a bi-
camada de fosfolipídios das membranas.
E20. (UEPG-PR-Adaptado) (08) A zônula de adesão corresponde a discos de
Os tecidos epiteliais, especialmente os de revestimen- adesão entre as células com fusão das mem-
to, são altamente resistentes à tração e suas células branas plasmáticas das células vizinhas. São
dificilmente se separam umas das outras. Nesses, formadas por duas partes que se unem, sendo
existem estruturas especializadas que participam do uma delas localizada em uma célula, e a outra,
processo de adesão. na célula vizinha.

C
FOLHA AZ
1. (UCB-DF) 3. (Uerj-RJ)
Estrutura celular composta por duas camadas de fos- Os diferentes tipos de transplantes representam um
folipídios, com proteínas incrustadas cuja função é grande avanço da medicina. Entretanto, a compatibi-
isolar o espaço celular interno do ambiente ao redor. lidade entre doador e receptor nem sempre ocorre,
A definição apresentada refere-se à (ao) resultando em rejeição do órgão transplantado.
(a) parede celular. O componente da membrana plasmática envolvido no
(b) retículo endoplasmático. processo de rejeição é:

(c) vacúolo. (a) colesterol (c) citoesqueleto

(d) membrana plasmática. (b) fosfolipídio (d) glicoproteína


(e) carioteca.
4. (Enem)
2. (Unisc-RS) As serpentes que habitam regiões de seca podem fi-
Os componentes mais abundantes encontrados na es- car em jejum por um longo período de tempo devido à
trutura molecular da membrana plasmática da célula escassez de alimento.
animal são Assim, a sobrevivência desses predadores está re-
(a) proteínas e glicídios. lacionada ao aproveitamento máximo dos nutrientes
(b) fosfolipídios e glicídios. obtidos com a presa capturada. De acordo com essa
situação, essas serpentes apresentam alterações
(c) proteínas e fosfolipídios.
morfológicas e fisiológicas, como a aumento das vilo-
(d) lipídeos e glicídios. sidades intestinais e a intensificação da irrigação san-
(e) todas as alternativas acima estão incorretas. guínea na porção interna dessas estruturas.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 6 - MEMBRANA PLASMÁTICA I: ESTRUTURA E ESPECIALIZAÇÕES

A função do aumento das vilosidades intestinais para briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiosper-
essas serpentes é maximizar o(a) mas). São encontrados em todos os organismos fotos-
(a) comprimento do trato gastrointestinal para ca- sintetizantes:
ber mais alimento. (a) membrana lipoproteica e ribossomos.
(b) área de contato com o conteúdo intestinal para (b) membrana lipoproteica e cloroplastos.
absorção dos nutrientes. (c) ribossomos e mitocôndrias.
(c) liberação de calor via irrigação sanguínea para (d) ribossomos e cloroplastos.
controle térmico do sistema digestório.
(e) mitocôndrias e cloroplastos.
(d) secreção de enzimas digestivas para aumentar
a degradação proteica no estômago. 7. (Unigranrio-RJ)
(e) processo de digestão para diminuir o tempo de São junções encontradas em células embrionárias,
permanência do alimento no intestino. cardíacas e hepáticas nas quais as proteínas das duas
membranas se unem, formando canais por onde pas-
5. (Unesp-SP) sam íons e pequenas moléculas:
Ação implacável de pesquisadores descobre no (a) zônulas oclusivas.
solo antibiótico natural capaz de matar bactérias re-
(b) desmossomos.
sistentes causadoras de doenças graves, como infec-
ções hospitalares e tuberculose. (c) plasmodesmos.
<http://cienciahoje.uol.com.br> (d) nexos.

O novo antibiótico, a teixobactina, impede a síntese da (e) microvilosidades.


parede celular de alguns tipos de bactérias por se li-
gar a substâncias precursoras de lipídios dessa pare- 8. (UEL-PR)
de. Além de presente nas bactérias, a parede celular A imagem a seguir representa a estrutura molecular
também é encontrada da membrana plasmática de uma célula animal.
(a) nas células animais, nas quais recebe o nome
de membrana plasmática que, por ter compo-
sição lipoproteica, poderia sofrer ação do novo
antibiótico.
(b) nos fungos, sobre os quais o novo antibiótico po-
deria exercer sua ação, uma vez que a parede
celular dos fungos é constituída por quitina, um
tipo de lipídio. Com base na imagem e nos conhecimentos sobre o
tema, considere as afirmativas a seguir.
(c) nos protozoários que, por serem unicelulares e
aquáticos, apresentam parede celular lipoprotei- I. Os fosfolipídios têm um comportamento peculiar
ca para contenção do volume celular, razão pela em relação à água: uma parte da sua molécula é
qual poderiam sofrer ação do novo antibiótico. hidrofílica e a outra, hidrofóbica, favorecendo a
sua organização em dupla camada.
(d) nas células vegetais, sobre as quais o novo antibió-
tico não teria ação, uma vez que sua parede celular II. A fluidez atribuída às membranas celulares é
tem o carboidrato celulose em sua composição. decorrente da presença de fosfolipídios.
(e) nos vírus, sobre os quais o novo antibiótico não III. Na bicamada lipídica da membrana, os fosfolipí-
teria ação, uma vez que sua parede celular é dios têm a sua porção hidrofílica voltada para o
proteica, razão pela qual são combatidos com interior dessa bicamada e sua porção hidrofóbi-
vacinas, mas não com antibióticos. ca voltada para o exterior.
IV. Os fosfolipídios formam uma barreira ao redor
6. (FGV-SP-adaptado) das células, impedindo a passagem de molé-
A fotossíntese é realizada por uma grande varieda- culas e íons solúveis em água, que são trans-
de de organismos, incluindo representantes nos do- portados através das proteínas intrínsecas à
mínios Bacteria (cianobactérias) e Eucarya (algas, membrana.

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Estão corretas apenas as afirmativas:
(a) I e II. (b) I e III. (c) III e IV. (d) I, II e IV. (e) II, III e IV.

9. (Uece-CE)
Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do seguinte enunciado:
“A fonte energética primária para os animais vivos é constituída pelos 1 que, as-
sociados a outras 2 , produzem glicoproteínas e glicolipídios que compõem o
3
, estrutura importante na proteção e no reconhecimento celular”.
(a) 1lipídios, 2micromoléculas, 3glicocálix
(b) 1carboidratos, 2micromoléculas, 3envoltório celular
(c) 1lipídios, 2macromoléculas, 3envoltório celular
(d) 1carboidratos, 2macromoléculas, 3glicocálix

10. (Enem)
Visando explicar uma das propriedades da membrana plasmática, fusionou-se uma célula de camundongo com uma
célula humana, formando uma célula híbrida. Em seguida, com o intuito de marcar as proteínas de membrana, dois
anticorpos foram inseridos no experimento, um específico para as proteínas de membrana do camundongo e outro
para as proteínas de membrana humana. Os anticorpos foram visualizados ao microscópio por meio de fluorescência
de cores diferentes.

Célula de Célula
camundongo humana
Etapa 1
Proteína da
membrana
Proteína da
membrana
Fusão celular
Etapa 2

Célula híbrida

Etapa 3

membrana de camundongo, de membrana humana


marcados com fluoresceína. marcados com rodamina.

Tempo = 0 minutos Incubação a 37 °C


Etapa 4

Tempo = 40 minutos

A mudança observada da etapa 3 para a etapa 4 do experimento ocorre porque as proteínas


(a) movimentam-se livremente no plano da bicamada lipídica.
(b) permanecem confinadas em determinadas regiões da bicamada.
(c) auxiliam o deslocamento dos fosfolipídios da membrana plasmática.
(d) são mobilizadas em razão da inserção de anticorpos.
(e) são bloqueadas pelos anticorpos.

132

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 6 - MEMBRANA PLASMÁTICA I: ESTRUTURA E ESPECIALIZAÇÕES

GABARITO
A
E01. E E08. B E15. B
E02. B E09. D E16. D
E03. B E10. B E17. A
E04. D E11. A E18. D
E05. E E12. C E19. A
E06. C E13. A E20. 01 + 02 + 04 = 07
E07. A E14. 02 + 08 = 10

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Moléculas pequenas e apolares, como CO2 e O2, dissol-
vem-se e rapidamente se difundem através da membrana.
CAPÍTULO 7 P Algumas moléculas polares sem carga conseguem
MEMBRANA PLASMÁTICA II: difundir-se pela membrana se são suficientemente pe-
TRANSPORTE quenas. A água, o etanol e a ureia, por exemplo, apesar de
polares, atravessam bem a membrana. Moléculas polares
Objetivos de aprendizagem um pouco maiores, como o glicerol, têm mais dificuldade,
e moléculas grandes, como a glicose, praticamente não se
1. Associar as propriedades da membrana plasmática à
velocidade de transporte de substâncias através dela.
difundem.
As bicamadas lipídicas são altamente impermeáveis
2. Diferenciar transporte ativo de transporte passivo, à passagem de íons, não importando quão pequenos eles
identificando as variedades em cada modalidade de
sejam.
transporte.
O2
3. Interpretar gráficos, reconhecendo os tipos de Moléculas CO2
hidrofóbicas N2
transporte representados, bem como fatores benzeno
interferentes. Moléculas
polares H2O
pequenas ureia
glicerol
sem carga
Moléculas
D polares
grandes
glicose
sacarose
1. Transporte através da sem carga
membrana Íons
H+, Na+

Ca2+, Cl–
Por causa do interior hidrofóbico (apolar), a membra- Mg2+ Bicamada
lipídica
na plasmática atua como uma barreira para a maioria dos
compostos polares. Diferentes velocidades de transporte através da membrana.
Essa propriedade, como visto no capítulo anterior,
é essencial à manutenção da vida, uma vez que permite 1.2 Um pouco sobre energia e organização – Tipos de
manter a concentração de solutos citoplasmáticos diferen- transporte
te da concentração extracelular. Entretanto, boa parte dos
Na natureza, todos os sistemas tendem a um grau
nutrientes indispensáveis à preservação do equilíbrio ce-
maior de desorganização, de forma espontânea. Os li-
lular é hidrossolúvel, bem como alguns tipos de resíduos
vros em uma estante, objetos em um armário, frutas em
que devem ser excretados. Além disso, as células precisam um balcão do supermercado. Todos esses sistemas ca-
constantemente regular as concentrações de íons em seu minham naturalmente para um estado de maior desor-
citoplasma. ganização.
Para tanto, elas desenvolveram mecanismos de trans- Talvez você já tenha reparado que seu quarto natu-
porte específicos que utilizam proteínas especiais, chama- ralmente se torna bagunçado, ao passo que deixá-lo or-
das de carreadoras ou transportadoras. ganizado pode ser uma tarefa difícil. Arrumar o quarto,
assim como organizar qualquer sistema, exige gasto de
1.1 Algumas propriedades de permeabilidade
energia.
Dado o tempo suficiente, qualquer molécula pode se Chamamos de trabalho qualquer atividade que vá con-
difundir através da bicamada lipídica ao longo de seu gra- tra a tendência natural de desorganização, tentando reor-
diente de concentração, mesmo na ausência de proteínas. ganizar um sistema.
A velocidade com que isso ocorre, no entanto, pode va- Quando colocamos uma gota de corante em um copo
riar de forma radical, dependendo de seu tamanho e de sua de água, a tendência é de que o corante ocupe todo o espa-
solubilidade em lipídios. ço. Essa é a ordem natural dos sistemas, sempre apontan-
Em geral, quanto menor a partícula e quanto mais ela do para menor organização e menor nível de energia.
for solúvel em lipídios (ou seja, quanto mais hidrofóbica ou Para que as moléculas de corante se mantivessem se-
apolar ela for), mais rapidamente ela se difundirá através paradas da água, elas deveriam ser contidas, o que repre-
da bicamada. sentaria gasto de energia.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

Difusão como os gases O2 e CO2 difundem-se entre os meios exte-


rior e interior das células. Existem dois fatores que podem
influenciar a velocidade da difusão:
• Temperatura: quanto maior a temperatura, maior é
o grau de agitação das moléculas. As moléculas da
água estão firmemente unidas por ligação de hidro-
gênio, mas o calor enfraquece essas ligações, tor-
Alta concentração Baixa concentração
nando mais fácil o trânsito de partículas pela água.
soluto

Sistemas tendem à “desorganização”.

Velocidade
Sempre que existir uma diferença de concen-
tração entre duas regiões, haverá movimento de
partículas da região mais concentrada para a região
menos concentrada.
Temperatura
Essa diferença de concentrações é denominada gra- • Concentração da substância difundida: a passagem
diente de concentração. Quando partículas atravessam uma de uma substância pela membrana por meio de di-
membrana seguindo a tendência natural (do meio mais fusão simples é diretamente proporcional à sua con-
concentrado para o meio menos concentrado), dizemos que centração. A velocidade da difusão é expressa em
elas estão a favor do gradiente de concentração. Como não quantidade de material que passa pela membrana
há gasto de energia para que isso ocorra, chamamos esse por segundo ou por minuto.
tipo de transporte de passivo. Entretanto, quando a situação
é inversa (partículas indo do meio menos concentrado para
2.1.2 Difusão facilitada
o mais concentrado), dizemos que elas estão indo contra o
gradiente de concentração. Como essa situação exige gasto Como visto anteriormente, algumas partículas têm
de energia, nós a chamamos de transporte ativo. certa dificuldade para atravessar a parte hidrofóbica da
membrana, enquanto outras simplesmente não conse-
guem fazê-lo. Mesmo estando a favor do gradiente de con-
2. Transporte passivo centração, tais partículas precisam de uma passagem es-
pecial que facilite a sua entrada. Essa passagem facilitada
é realizada por proteínas transportadoras. Elas existem em
2.1 Difusão
muitas formas e em todos os tipos de membranas biológi-
É o nome dado ao movimento aleatório de ocupação cas. Cada proteína transporta uma classe particular de mo-
dos espaços pelas partículas. Ele ocorre quando, por exem- léculas (íons, açúcares, aminoácidos etc.) e, frequentemen-
plo, uma pessoa borrifa perfume em um canto da sala e te, uma espécie molecular de cada classe. Ou seja: existe
logo o cheiro se espalha por todo o ambiente. Na difusão, as um transportador específico para a glicose, outro para a
moléculas se deslocam a favor do gradiente de concentração frutose, um para o Na+, outro para o K+, e assim por diante.
(do meio mais concentrado para o meio menos concentrado) Existem duas classes principais de transportadores:
e, portanto, não há gasto de energia. • Proteínas carreadoras ou permeases: elas se ligam
Quando a diferença de concentração entre os meios ao soluto específico, sofrendo uma série de trans-
cessa, ou seja, é atingida uma homogeneidade, o desloca- formações conformacionais, de modo a transferi-lo
mento das partículas ocorre nos dois sentidos, com a mes- para o outro lado da membrana. A travessia de glico-
ma probabilidade. se, aminoácidos e nucleotídeos é feita dessa forma.
Existem dois tipos de difusão, vistos a seguir. • Proteínas de canal: em vez de se ligarem aos so-
lutos, elas formam poros hidrofílicos que se esten-
2.1.1 Difusão simples
dem pela bicamada lipídica, permitindo que solutos
É aquela na qual ocorre a passagem de moléculas di- específicos (geralmente íons) cruzem a membrana
retamente através da membrana. É a forma, por exemplo, através delas.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

molécula transportada
Proteínas
Proteína carreadoras
de canal

Bicamada Gradiente de
lipídica Concentração

mediado mediado por


difusão por canal carregador
simples Transporte passivo
Transporte a�vo

Diferentes modalidades de transporte pela membrana.

Velocidade de transporte e ponto de saturação


• O transporte de substâncias por meio de proteínas canais ocorre em uma
velocidade superior à das proteínas carreadoras, uma vez que dispensa a
ligação com o soluto.
• Ao contrário do que ocorre com a difusão simples, na difusão facilitada a ve-
locidade de transporte não aumenta de maneira proporcional à concentração
do soluto transportado. Isso ocorre porque a velocidade de transporte está
limitada pela atuação das proteínas carreadoras. Quando todas as proteínas
estiverem ocupadas, atinge-se o ponto de saturação, no qual a velocidade de
transporte é máxima. A partir daí, incrementos na concentração do soluto
não se refletem na velocidade do transporte.
Velocidade de
difusão

Gradiente de
concentração

Simples
Facilitada

2.2 Osmose
Quando duas soluções de concentrações diferentes estão separadas por uma mem-
brana semipermeável, a água sempre se deslocará da solução com menor concentração de
soluto para a de maior concentração. Esse fenômeno é denominado osmose.
Chamamos de pressão osmótica a força que empurra a água para dentro de uma solu-
ção. Quando duas soluções apresentam a mesma concentração de soluto, dizemos que elas
são isotônicas. Nesse sistema, o movimento da água ocorre nos dois sentidos, não havendo
alteração do volume em nenhum dos lados.

136

AZ_LV_3EM_BIOLOGIA_TA_VLA.indb 136 29/10/2020 20:41


BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

Entre soluções com diferentes concentrações, dizemos Hipertônico Isotônico Hipotônico


que a mais concentrada é hipertônica, enquanto a mais di-
luída é chamada de hipotônica.
A água sempre se deslocará do meio hipotônico para o
meio hipertônico.
Água
Solução hipotônica Solução hipertônica
Água

Hemácias submetidas a diferentes osmolaridades

2.2.2 Problemas osmóticos em células vegetais


H2O Os efeitos osmóticos em plantas variam um pouco em
Mais soluto
relação às células animais, em razão de dois fatores ine-
Menos soluto
rentes à sua estrutura celular:
Membrana semipermeável • A existência da parede celular, que suporta a entrada
de grandes quantidades de água no interior da célula,
Experimento com tubos “U” e membrana semipermeável. sendo muito resistente e ligeiramente flexível. Isso
torna a ocorrência da plasmoptise impossível em cé-
2.2.1 Problemas osmóticos em células animais lulas vegetais, mesmo em meios extremamente hipo-
tônicos, como a água destilada.
Os glóbulos vermelhos do sangue estão imersos em
• As trocas relacionadas a fenômenos osmóticos são
uma matriz líquida, denominada plasma. Eles são isotôni-
feitas entre o meio e um enorme vacúolo de suco
cos em relação ao líquido circundante, ou seja, têm a mes- celular, que ocupa quase todo o volume interno da
ma concentração de soluto e, portanto, mantêm seu volu- célula.
me constante.
Parede
celular
Membrana
A concentração do plasma
O plasma sanguíneo tem concentração equiva- Núcleo

lente a 9 gramas de NaCl dissolvidos em 1 litro de Vacúolo


água destilada.
Citoplasma
Essa solução pode ser preparada em laborató-
rio, sendo utilizada para aplicações endovenosas, Célula vegetal Plasmólise Plasmólise Deplasmólise
nebulizações e limpezas de lente de contato. Ela é normal mais avançada
chamada soro fisiológico (0,9 % de NaCl ).
Diferentes estados de uma célula vegetal.

A entrada de água em uma célula depende da pressão


Entretanto, se colocarmos os glóbulos vermelhos em osmótica de seu suco vacuolar, que, por sua vez, é propor-
uma solução hipertônica (1,5% de NaCl), o citoplasma de- cional à concentração de solutos, principalmente sais mi-
les tenderá a perder água para a solução, murchando. Esse nerais e açúcares.
processo é chamado de crenação. Em um meio hipotônico em relação ao vacúolo, ocor-
Contrariamente, a imersão de uma hemácia em um re a entrada de água, fazendo com que o volume celular
meio hipotônico em relação ao seu citoplasma fará com aumente. Esse fenômeno, presente somente em células
vegetais, é conhecido como turgência. A água continua a
que ela receba grande quantidade de água.
entrar, enquanto força cada vez mais a parede celular, que,
Soluções altamente diluídas podem levar ao rompimen- por sua vez, exerce uma força contrária, limitando o au-
to da membrana da célula, por causa da entrada excessiva mento de volume.
de água, caracterizando um processo denominado plasmop- Podemos, então, entender que a entrada de água na
tise. Nas hemácias, esse processo é chamado de hemólise. célula vegetal é medida por duas forças:

137

AZ_LV_3EM_BIOLOGIA_TA_VLA.indb 137 29/10/2020 20:41


BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

• A pressão osmótica (PO) do suco vacuolar, também


chamada de sucção interna (Si). Quanto maior a Si, 3. Transporte ativo
maior é a tendência de entrada de água no vacúolo.
No transporte passivo, as partículas transportadas
• A reação contrária à expansão do vacúolo, realizada
sempre se movimentam na direção do gradiente de con-
pela parede celular. Ela é chamada de resistência da
centração (também chamado de gradiente eletroquímico),
membrana (M) ou pressão de turgência (PT) e aumen- não ocorrendo acúmulo de soluto em nenhum dos lados
ta de acordo com a distensão da parede celular. acima do ponto de equilíbrio (isotonia).
A quantidade real de água que entra nas células é re- Entretanto, vários processos fisiológicos dependem da
sultado da diferença entre as pressões que favorecem (Si) diferença de concentração de substâncias entre os meios
e impedem (M) essa entrada. Tal diferença é chamada de interno e externo. O transporte de partículas contra seu
sucção celular (Sc) ou déficit de pressão de difusão (DPD). gradiente de concentração (transporte ativo) é termodina-
A fórmula abaixo resume isto: micamente desfavorável, ou seja, consome energia para
que possa ocorrer. Ele é realizado por uma classe de pro-
Sc = Si – M
teínas carreadoras especiais que, mediante o consumo de
Vamos agora ver com podemos aplicar essa fórmula:
grande quantidade de energia, sofrem alterações em sua
• Em uma célula túrgida: nessa situação, a célula co- conformação, combinando-se com o soluto em um lado da
locada em um meio hipotônico passa a ganhar água, membrana e soltando-o do outro.
até que a resistência da parede celular cause o im- Podemos classificar dois tipos de transporte ativo, de
pedimento da distensão. Nesse momento, não ocorre acordo com a fonte de energia utilizada.
mais a entrada de líquido, sendo a Sc igual a zero.
3.1 Transporte ativo primário
Si = M, logo:
Sc = 0 O acúmulo de solutos é acoplado diretamente a uma
reação química geradora de energia, como a quebra do ATP
(molécula utilizada para armazenar energia). As proteínas
As células vegetais encontram-se geralmente
carreadoras capazes de agir como enzimas quebrando
túrgidas. Isso ajuda na sustentação das folhas e au-
moléculas de ATP para liberar sua energia são denomina-
menta a rigidez de alguns tecidos.
das de ATPases. Essas proteínas são comumente chama-
A turgência faz com que as células atuem como das bombas, sendo uma das mais conhecidas a bomba de
um verdadeiro “esqueleto hídrico”. sódio e potássio.
Essa bomba mantém a concentração de Na+ no meio ex-
• Em uma célula flácida: se a célula vegetal é coloca- terno maior que no meio interno, fazendo o oposto com o
da em um ambiente hipertônico, seu vacúolo tende a K+. Ela faz isso jogando três moléculas de Na+ para fora das
perder água, sendo a pressão feita pela parede celu- células, enquanto coloca duas moléculas de K+ para dentro.
lar muito pequena ou igual a zero. Portanto, a quanti- Isso é feito constantemente e com gasto de energia,
dade de água que entra não sofre influência da resis- para compensar a ação do processo de difusão, que tende
tência da membrana. a igualar as concentrações extra e intracelulares.
M = 0, logo: Bomba de sódio e potássio (Na+ K+ ATPase)

Sc = Si Maior Na+ Meio Menor


Na+ Extracelular
Na+
concentração de potássio

Se o processo de perda de água é contínuo, o ci-


concentração de sódio

toplasma acompanha a retração do vacúolo, poden-


Gradiente de

Gradiente de

do desprender-se da parede celular. Esse fenômeno


é denominado plasmólise e, se mantido por tempo
prolongado, pode levar à morte da célula. Se ela for
colocada novamente em um meio hipotônico (e de
mesma concentração à da célula flácida), a mem-
brana volta ao seu estado normal, caracterizando ATP ADP+Pi
um processo denominado deplasmólise. K+
Citosol K+
Menor Maior

138

AZ_LV_3EM_BIOLOGIA_TA_VLA.indb 138 29/10/2020 20:41


BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

Por que devemos gastar energia para manter essa diferença?


Compartimentos celulares distintos na maioria das vezes necessitam de com-
posições químicas também distintas.
Um exemplo são os lisossomos, organelas responsáveis pela digestão celular,
que precisam de uma alta concentração de H+ em seu interior para realizar a ativa-
ção de suas enzimas hidrolíticas. Isso é conseguido por uma bomba de H+ existente
em sua membrana.
Já o funcionamento correto da bomba de sódio e potássio está relacionado a
diversos processos celulares, entre eles:
• Formação de um gradiente eletroquímico na membrana dos neurônios, criando o
potencial elétrico responsável pela transmissão do impulso nervoso.
• Manutenção do equilíbrio osmótico das células. O citosol tem uma série de macro-
moléculas (como proteínas), moléculas menores (aminoácidos) e principalmente
íons, que aumentam em grande parte a sua osmolaridade. Assim, o meio intra-
celular tenderia a ganhar muita água por meio do processo de osmose, levando à
plasmoptise da célula. Ao enviar íons de sódio para o meio externo, a bomba ajuda
a regular a pressão osmótica do citosol.
• Criação de gradientes para realização de transporte ativo secundário.

3.2 Transporte ativo secundário


Utiliza a energia de gradientes eletroquímicos formados pelo transporte primário.
Um bom exemplo desse transporte ocorre junto à bomba de sódio e potássio. Essa
bomba mantém a concentração externa de sódio superior à concentração interna. Des-
sa forma, o sódio tem uma tendência natural de entrar nas células, através da difusão.
Durante esse processo de passagem, o sódio fornece energia impulsora para que outras
moléculas, como aminoácidos e glicose, entrem ou saiam da célula. É como se a molécula
fosse “arrastada” pelo Na+.
Os transportadores responsáveis pelo processo de passagem simultânea de molécu-
las e íons são chamados de transportadores acoplados e podem ser classificados em
dois grupos:
• Transportadores simporte ou co- Simporte Antiporte
transportadores: quando as subs-
tâncias são transportadas na mes- Íon transportado
ma direção.
Molécula
• Transportadores antiporte ou con- carreadora
tratransportadores: quando as
substâncias são transportadas em
direções diferentes.
Um exemplo comum de simporte é o
da glicose com o Na+. A glicose é trans-
portada da luz intestinal para o interior
das células epiteliais do intestino utili-
Transporte acoplado
zando o gradiente eletroquímico do Na+. Energia
Um exemplo de antiporte é o do Cl- e
Transporte ativo
do HCO3- nas hemácias.
Modalidades de transporte ativo.

139

AZ_LV_3EM_BIOLOGIA_TA_VLA.indb 139 29/10/2020 20:41


BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 2. Diferenciar transporte ativo de transporte passivo, identificando as variedades em cada modalidade de transporte.
Objetivo 3. Interpretar gráficos, reconhecendo os tipos de transporte representados, bem como fatores interferentes.

F1. (UFPR-PR)
Dois tipos de transporte que podem acontecer nas membranas plasmáticas são o transporte passivo e o transporte
ativo. O primeiro pode acontecer por simples difusão do elemento a ser transportado através da bicamada lipídica da
membrana. Já o transporte ativo sempre depende de proteínas que atravessam a membrana, às quais o elemento a
ser transportado se liga, desligando-se posteriormente do outro lado da membrana. Ambos os tipos de transporte
estão esquematizados na figura abaixo.

Com base nessas informações e nos conhecimentos de biologia celular, assinale a alternativa que apresenta correta-
mente os gráficos de cada tipo de transporte.
(a) Difusão simples Transporte ativo

20 20
velocidade de transporte
velocidade de transporte

15 15

10 10

5 5

0 0
0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50

concentração do elemento transportado concentração do elemento transportado

20 20
velocidade de transporte
velocidade de transporte

15 15

10 10

140
5 5

0 0
AZ_LV_3EM_BIOLOGIA_TA_VLA.indb 140
0 0 10 20 30 40 29/10/2020
50 20:41
10 20 30 40 50
5 00 0
00 0 10 20 30 40 50 10 20 30 40 50

veloci
veloci
00 10 20 30 40 50 00 10 20 30 40 50
10 20 30 40 50 10 20 30 40 50
0 concentração do elemento transportado 0 concentração do elemento transportado
0 0 concentração do
concentração
10
concentraçãodo
doelemento
20 30transportado
elemento 40
transportado 50 10
concentração do elemento
20 elemento transportado
30transportado
40 50

concentração do elemento transportado concentração do elemento transportado


BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE
20 20

(b) Difusão
20 simples
20 Transporte
20
20 ativo

de transporte
de transporte
15 15
20

transporte
20

de transporte

de transporte
de transporte
15
15
15
15
10 10

de transporte
de transporte 15 15
10
10 10

velocidadevelocidade
10
velocidade

velocidade de
5 5

velocidade
velocidade

10
velocidade

10
55 55
0 0
velocidade

5 0 5 0
00 10 20 30 40 50 00 10 20 30 40 50

00 10 20 30 40 50 00 10 20 30 40 50
50
10 20 30 40 50 0 concentração do elemento transportado
0 concentração do elemento transportado
0 0 10 20 30transportado
40 50
10
concentração
concentração 20
do
doelemento30transportado
elemento 40
transportado 50 concentração
concentração do elemento

concentração do elemento transportado concentração do elemento transportado



(c) Difusão
20 simples Transporte
20 ativo
20
20 20
20
de transporte

de transporte
15 15
20
de transporte

20
de transporte

velocidade de transporte
15
15 15
15
10 10
de transporte

de transporte
15 15
1010
velocidade

10
10

velocidadevelocidade
5 5
velocidade
velocidade

10

velocidade
10
55 55
0
velocidade

0
5 0 5 0
00 10 20 30 40 50 10 20 30 40 50
00
00 10
10 20
20 30 40 50 00
0 concentração do elemento 30 40
transportado 50
0
10
10
concentração do20
30 40
elemento transportado
50
50
0 10 20 30transportado
40 50 0
concentração
concentração doelemento
do elementotransportado 10
concentração 20 30transportado
do elemento
elemento 40 50
concentração do transportado

concentração do elemento transportado concentração do elemento transportado
(d) Difusão simples Transporte ativo
20
20
20
20
de transporte

20
20
de transporte

15
15
20
de transporte

20
de transporte

transporte

15
detransporte

15 15
10 15
de transporte

10
de transporte

15
10 15
velocidade

10 10
velocidadevelocidade

5 10
velocidadede

5
velocidade

10
velocidade

10
velocidade

55
0 55
velocidade

0
5 0
10 20 30 40 50 5 0
00 10 20 30 40 50
00
0 10 20 30 40 50
0 0 10
concentração 20
do elemento 30 40
transportado 50 0 10 20 30 40 50
0 0 10
concentração do20 30 40
elemento transportado 50
0 10
concentração 20
doelemento30transportado
elemento 40 50 0
concentração do transportado 10
concentração 20 30transportado
do elemento
elemento 40 50
concentração do transportado
(e) Difusão simples
concentração do elemento transportado Transporte ativo
20 20 concentração do elemento transportado

20 20
de transporte

20
de transporte

20
15 15
20 20
transporte
de transporte

detransporte
de transporte

15 15
15 15
10 10
de transporte
de transporte

15 15
10 10
velocidadevelocidade
velocidade

10 10
5 5
velocidadede
velocidade

10 10
velocidade
velocidade

5 5
5 5
0 0
velocidade

5 0 5 0
0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50
0 0
0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50
0 0 concentração
10 do
20elemento 30
transportado
40 50 0 0 concentração
10 do20
elemento transportado
30 40 50
0 10 20 30transportado
40 50 0 10 20 30transportado
40 50
concentração do elemento concentração do elemento
concentração do elemento transportado concentração do elemento transportado
concentração do elemento transportado concentração do elemento transportado

141

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

Objetivo 3. Interpretar gráficos, reconhecendo os tipos de


transporte representados, bem como fatores interferentes.

F2. (PUC-RJ)
O gráfico abaixo representa a entrada, sem gasto de
energia, da substância “X” em uma célula, em função
da concentração desta substância no meio externo.
Penetração de “X” na célula

I
As tiras de pimentão do experimento murcharam porque
II (a) a água passou de dentro das células do pimen-
tão para o exterior, tornando-as plasmolisadas.
(b) a solução hipotônica recebeu água da solução
hipertônica deixando as células do pimentão
Concentração de “X” fora da célula
crenadas.
Com base nesse gráfico, as curvas I e II representam, (c) o movimento passivo da água contra o gradiente
respectivamente, um processo de: de concentração aumentou o volume do vacúolo
(a) transporte ativo e osmose. celular.
(b) difusão facilitada e osmose. (d) o volume do vacúolo celular diminuiu em função
da turgência das células do pimentão.
(c) osmose e difusão facilitada.
(e) as células do pimentão estavam hipertônicas,
(d) osmose e transporte ativo.
em relação à solução de sacarose e perderam
(e) transporte ativo e difusão facilitada. água por osmose.

Objetivo 1. Associar as propriedades da membrana plasmá- Objetivo 1. Associar as propriedades da membrana plasmá-
tica à velocidade de transporte de substâncias através dela. tica à velocidade de transporte de substâncias através dela.
Objetivo 2. Diferenciar transporte ativo de transporte passivo,
F3. (Unesa-Estácio-RJ) identificando as variedades em cada modalidade de transporte.
Sabemos que a água consegue atravessar livremen-
te as membranas celulares e que este movimento da F5. (Unifeso-RJ)
água ocorre de acordo com a tonicidade do meio. He- A tabela abaixo registra a concentração de íons nas
mácias humanas colocadas em água destilada irão: células da alga Nitella clavata.
(a) murchar, visto que a água destilada é hipertônica.
ÍONS CITOPLASMA ÁGUA DO LAGO
(b) manter o seu volume, uma vez que a água desti- Ca2+ 26,0 2,6
lada é isotônica.
Mg2+ 21,6 6,0
(c) inchar, visto que a água destilada é hipotônica.
Na+ 49,9 1,2
(d) murchar, uma vez que a água destilada é hipotônica.
K+ 49,3 0,5
(e) inchar, visto que a água destilada é hipertônica.
(dados em mg/dm3)

Objetivo 1. Associar as propriedades da membrana plasmá- Analisando os dados da tabela, é correto afirmar que as
tica à velocidade de transporte de substâncias através dela.
diferenças de concentração se devem a processos de:
F4. (Cesva-RJ) (a) transporte ativo.
Em um experimento feito em laboratório, tiras de pimen- (b) difusão.
tão foram colocadas no interior de placas de Petri imersas (c) osmose.
em solução de sacarose à 1M. Após 24 horas, observou-se
que as tiras de pimentão murcharam e curvaram-se para (d) fagocitose.
o lado carnoso, como mostra a Figura a seguir. (e) pinocitose.

142

AZ_LV_3EM_BIOLOGIA_TA_VLA.indb 142 29/10/2020 20:41


BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Com relação a essas membranas, é correto afirmar que
E1. (Unigranrio-RJ)
(a) qualquer transporte de substâncias por meio
Considere: “(ESTOCOLMO, 07 Out 2013 (AFP)) - O das membranas celulares nos seres vivos exige
Prêmio Nobel de Medicina 2013 foi atribuído a dois gasto de energia.
americanos, Randy Schekman e James Rothman, e
(b) suas moléculas lipídicas são anfipáticas, pois
ao americano nascido na Alemanha, Thomas Südhof,
possuem uma extremidade polar (insolúvel em
por suas pesquisas sobre transportes intracelula-
meio aquoso) e uma extremidade não polar (so-
res, úteis para diversos tratamentos. Os três cientis-
lúvel em água).
tas foram recompensados por seus inovadores tra-
balhos sobre o sistema de transporte no interior da (c) seu glicocálix, estrutura que confere resistên-
célula, para que ‘as moléculas sejam transportadas cia física e química e capacidade de reconhecer
substâncias nocivas, é composto exclusivamen-
ao local correto da célula no momento adequado’, se-
te por lipídios.
gundo o Comitê Nobel.”
(d) possuem permeabilidade variável, o que signi-
Meio extracelular
fica que algumas substâncias não conseguem
atravessar sua estrutura.

E3. (UFU-MG)
1 1 1
As hemácias são usadas para se entender e verificar o
transporte de nutrientes através de membranas. A fim
de demonstrar o processo de osmose, uma professora
Meio intracelular Permease
levou seus alunos ao laboratório e colocou algumas
hemácias em três tubos de ensaio contendo uma so-
“Suas descobertas tiveram um enorme impacto
lução de NaCl com diferentes concentrações.
na compreensão da forma como uma carga é entre-
gue dentro e fora da célula e têm implicações nos tra- A seguir, está descrito o que ocorreu com as hemácias
balhos sobre diversas doenças, incluindo distúrbios transcorrido um determinado tempo.
neurológicos e problemas imunológicos, assim como Tubo I: enrugadas.
o diabetes, destacou o Comitê.” Tubo II: normais.
Disponível em: <g1.globo.com>. Acesso em: out. 2013. Tubo III: rompidas.
Sabendo-se que os mecanismos de transporte podem A partir dessas informações, assinale a alternativa
envolver vesículas, e que estas possuem membrana. que expressa corretamente a concentração da solu-
Veja a imagem ao lado e identifique a estrutura sinali- ção de NaCl nos três tubos de ensaio.
zada com o número 1: (a) Tubo I - solução hipotônica; Tubo II - solução iso-
(a) Lisossomos tônica; Tubo III - solução hipertônica.

(b) Lipídeos (b) Tubo I - solução hipertônica; Tubo II - solução


isotônica; Tubo III - solução hipotônica.
(c) Micela
(c) Tubo I - solução hipertônica; Tubo II - solução hi-
(d) Retículo Endoplasmático potônica; Tubo III - solução isotônica.
(e) Proteínas Integrais (d) Tubo I - solução hipotônica; Tubo II - solução hi-
pertônica; Tubo III - solução isotônica.
E2. (Uece-CE)
Membranas biológicas são finas películas que en- E4. (Acafe-SC)
volvem as células vivas, delimitando as organelas As biomembranas separam o meio interno da célula (ci-
em seu interior e promovendo sua interação com tosol) do meio externo. Além disso, permitem a passa-
outras células. gem de substâncias e a comunicação entre as células.

143

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

Considere a estrutura das biomembranas, analise as (b) Taxa de


afirmações a seguir e assinale a alternativa correta. osmose

I. O modelo de biomembrana atualmente aceito


denomina-se mosaico fluido, formado por uma
camada dupla de lipídios e de proteínas.
II. Além dos fosfolipídios, das proteínas e dos car-
boidratos, as membranas das células eucarióti-
cas possuem um esteroide. No caso de células Tempo
animais trata-se do colesterol e no caso das cé-
(c) Taxa de
lulas vegetais, o estigmasterol. osmose

III. A passagem de íons através da membrana pode


ocorrer através da osmose, difusão simples e
difusão facilitada, que são formas de transporte
passivo, onde não ocorre gasto de energia.
(a) Todas as afirmações estão corretas.
(b) Apenas as afirmações I e II estão corretas. Tempo
(c) Apenas as afirmações II e III estão corretas. (d) Taxa de
osmose
(d) Apenas a afirmação II está correta.

E5. (Uerj-RJ)
O esquema abaixo demonstra o fenômeno da osmose.
No início do experimento, há uma solução de glicose a
50% dentro de um recipiente envolvido por uma mem-
brana que é impermeável à glicose, mas não à água. Tempo
(e) Taxa de
Solução de glicose a 50% osmose

Tempo

E6. (UPM-SP)
Membrana
A respeito da membrana plasmática, é correto afir-
Água destilada
mar que
A variação da taxa osmótica em função do tempo, no (a) as moléculas de fosfolipídios são completamen-
sistema envolvido por membrana, está apresentada te apolares.
precisamente pelo seguinte gráfico: (b) a fluidez da membrana permite a movimentação
(a) Taxa de das proteínas que fazem parte dessa membrana.
osmose
(c) os canais de transporte permanecem abertos o
tempo todo.
(d) a difusão facilitada é um processo que indepen-
de da participação de proteínas.
(e) a organização da membrana plasmática é di-
ferente da membrana que forma as organelas
Tempo celulares.

144

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

Considerando a função de permeabilidade seletiva,


E7. (Fuvest–SP)
descreva os processos pelos quais as substâncias
Nas figuras abaixo, estão esquematizadas células ani- atravessam a membrana plasmática.
mais imersas em soluções salinas de concentrações
diferentes. O sentido das setas indica o movimento de E10. (PUC-RJ)
água para dentro ou para fora das células, e a espes- Quando comemos em um restaurante, as saladas de
sura das setas indica o volume relativo de água que alface que são servidas não contêm, em geral, sal ou
atravessa a membrana celular. nenhum tipo de condimento. As saladas são tempera-
das apenas na hora de comer.
Esse procedimento evita que a salada murche rapida-
mente, pois, quando adicionamos sal e outros condi-
mentos à salada,
(a) o meio externo torna-se hipotônico, e as células
da alface ficam túrgidas.
(b) o meio externo torna-se isotônico, e as células
A ordem correta das figuras, de acordo com a concen- da alface ficam túrgidas.
tração crescente das soluções em que as células es- (c) o meio externo torna-se hipertônico, e as células
tão imersas, é: da alface sofrem plasmólise.
(a) I, II e III.
(d) o meio externo torna-se hipertônico, e as células
(b) II, III e I. da alface sofrem lise celular.
(c) III, I e II. (e) o meio externo torna-se isotônico, e as células
(d) II, I e III. da alface sofrem lise celular.

(e) III, II e I.
E11. (Uepa-PA)
As sensações, sentimentos, pensamentos, res-
E8. (Unesp-SP)
postas motoras e emocionais, a aprendizagem e a
Leia o trecho da sentença condenatória de Joaquim
memória, resultam do processo de comunicação en-
José da Silva Xavier, o Tiradentes.
tre as células nervosas, os neurônios, que continua-
Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Sil- mente coletam informações sobre o estado interno
va Xavier por alcunha o Tiradentes Alferes que foi da do organismo e de seu ambiente externo. Estas cé-
tropa paga da Capitania de Minas a que com baraço e lulas possuem a habilidade de processarem informa-
pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar ções que controlam o fluxo de substâncias do meio
da forca e nela morra morte natural para sempre, […] intracelular (íons sódio, potássio, etc.) e realizam os
e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e processos de difusão e osmose em suas membranas.
salgada, para que nunca mais no chão se edifique […]. <http://www.cerebromente.org.br/n10/fundamentos/
<http://bd.tjmg.jus.br> pot2.htm>. (Adaptado.)

Como se verifica, além da condenação à morte, a sen- Segundo o texto, a comunicação entre essas células
tença determinava ainda que a casa em que o inconfi- ocorre por meio de processo:
dente vivia fosse demolida e a terra salgada, tornan- (a) passivo com desprendimento de energia como a
do-a assim improdutiva. difusão e a osmose.
Referindo-se aos processos de transporte de subs- (b) ativo sem desprendimento de energia como a
tâncias através da membrana, os quais permitem às Bomba de sódio e potássio.
células dos pelos absorventes das raízes obterem
(c) passivo como a difusão, a osmose e a Bomba de
água e minerais do solo, explique por que salgar a ter-
sódio e potássio.
ra torna o solo improdutivo.
(d) ativo como a Bomba de sódio e potássio e pro-
E9. (PUC-RJ) cesso passivo como a difusão e a osmose.
A membrana plasmática tem três funções principais: (e) ativo como a difusão e bomba de sódio e potás-
revestimento, proteção e permeabilidade seletiva. sio e processo passivo como a osmose.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

E12. (UEA-AM)
A figura ilustra três diferentes mecanismos de transporte através da membrana celular, indicados pelos números 1, 2 e 3.
Gradiente de substâcias não Moléculas polares
concentração polares sem carga

Proteína de canal
1 2 3

O2 N2
CO2
Glicose Aminoácidos

Sobre os processos numerados, é correto afirmar que


(a) 1 é denominado osmose, pois ocorre a favor do gradiente de concentração.
(b) 3 é um mecanismo ativo por ser mediado por uma proteína.
(c) 1 e 2 são denominados difusão facilitada.
(d) 1 e 2 são mecanismos ativos por não serem mediados por proteínas.
(e) 1, 2 e 3 são mecanismos que não consomem energia.

E13. (Acafe-SC-Adaptado)
A membrana plasmática, também denominada membrana celular ou plasmalema é a estrutura que delimita todas as
células vivas, tanto as procariontes como as eucarióticas.
A seguir está representado, esquematicamente, o modelo sugerido por dois pesquisadores, Singer e Nicholson, para
a constituição da membrana plasmática, denominado Modelo Mosaico Fluido.

Acerca do tema, é correto afirmar:


(a) Segundo o Modelo Mosaico Fluido, a membrana celular é formada basicamente por uma bicamada lipídica e por
proteínas. A bicamada lipídica é constituída por fosfolipídios, colesterol e glicolipídios. Os fosfolipídios são os lipídios
mais abundantes, constituídos de “caudas” polares (hidrofílica) e por ácidos graxos “cabeça” apolar (hidrofóbica).
(b) Como a membrana plasmática representa a superfície das células, muitas vezes necessita adaptações espe-
ciais, denominadas especializações da membrana. Entre essas especializações, encontram-se as microvilo-
sidades, cuja função é aumentar a superfície de contato com o meio externo, possibilitando a adesão entre as
células. São encontradas no epitélio do intestino delgado humano.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

(c) A capacidade de uma membrana de ser atravessada por algumas substâncias e não por outras define a sua per-
meabilidade. A passagem de substâncias através das membranas celulares envolve vários mecanismos, como
o transporte ativo, onde algumas substâncias podem atravessar a membrana plasmática de forma espontânea,
sem gasto de energia, e o transporte passivo, onde ocorre o gasto de energia (ATP).
(d) A membrana celular apresenta três funções principais: revestimento, proteção e permeabilidade seletiva. Na
face externa da membrana plasmática dos animais encontramos o glicocálix que, entre outras funções, é res-
ponsável pelo reconhecimento celular, sendo, por isso, de grande importância em transplantes.

E14. (PUC-RS)
O modelo do mosaico fluido das membranas celulares, proposto por Singer e Nicholson, corresponde a uma bicamada
lipídica com proteínas associadas.

1 2 3

Relacione as proteínas de membrana representadas nas figuras acima com suas respectivas funções na célula, nu-
merando os parênteses.
( ) Permitem a passagem livre de certas substâncias pela membrana.
( ) Permitem a ligação com moléculas sinalizadoras que desencadeiam processos intracelulares.
( ) Interagem de maneira específica com algumas moléculas e íons, carregando-os através da membrana, muitas
vezes contra um gradiente de concentração.
A sequência correta que preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
(a) 1 – 2 – 3 (b) 1 – 3 – 2 (c) 2 – 1 – 3 (d) 3 – 1 – 2 (e) 3 – 2 – 1

E15. (UFRGS-RS)
O quadro abaixo refere-se aos mecanismos de transporte através da membrana.

PROTEÍNA DE
MECANISMO DE ENERGIA EXTERNA FORÇA DE
MEMBRANA ESPECIFICIDADE
TRANSPORTE NECESSÁRIA? MOVIMENTO
NECESSÁRIA?
A favor do gradiente
Difusão simples Não Não 1
de concentração
A favor do gradiente
Difusão facilitada Não 2 Específico
de concentração
Contra o gradiente
Transporte ativo 3 Sim 4
de concentração

Assinale a alternativa que contém a sequência de palavras que substitui corretamente os números de 1 a 4, comple-
tando o quadro.
(a) específico – sim – sim – específico
(b) específico – não – sim – não específico
(c) não específico – sim – não – não específico
(d) não específico – sim – sim – específico
(e) não específico – não – não – específico

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

E16. (Uece-CE) E18. (Uerj-RJ)


Analise as seguintes afirmações sobre membrana Em condições adequadas, células foram incubadas
plasmática e assinale-as com V ou F conforme sejam com as substâncias A e B. A partir do momento ini-
verdadeiras ou falsas. cial do experimento - tempo zero, foram medidas as
( ) Cada tipo de membrana possui proteínas espe- concentrações intra e extracelulares e estabelecida a
cíficas que funcionam como portas de entrada e relação C(intra)/ C(extra), para cada substância A e B.
saída de moléculas do meio interno para o meio O gráfico abaixo mostra a variação dessas relações
externo à célula, e vice-versa. em função do tempo de incubação.
( ) Mosaico fluido é o modelo válido para explicar a 3,0

membrana plasmática, mas não para as mem- 2,5


A
branas que envolvem as organelas celulares.

Cintra/Cextra
2,0
( ) As proteínas periféricas se encontram embutidas 1,5
nas membranas, interagindo fortemente com as
1,0
porções hidrofóbicas dos lipídios e, por essa ra- B
zão, são de difícil isolamento em laboratório. 0,5

( ) O2, CO2, ácidos graxos e hormônios esteroides 0,0


Tempo
são substâncias que entram e saem da célula
Cintra – concentração intracelular
por difusão simples, pois o movimento acontece Cextra – concentração extracelular
apenas pela força do gradiente de concentração.
A sequência correta, de cima para baixo, é: (a) Cite os tipos de transporte das substâncias A e B,
respectivamente, através da membrana plasmá-
(a) V, F, V, F. (c) V, F, F, V.
tica. Justifique sua resposta.
(b) F, V, F, V. (d) F, V, V, F.
(b) O cianeto de sódio é um inibidor da síntese de
ATP na célula. Indique a consequência de sua
E17. (Unesp-SP)
presença no transporte da substância A e da
Devido à sua composição química – a membrana é substância B.
formada por lipídios e proteínas – ela é permeável a
muitas substâncias de natureza semelhante. Alguns E19. (PUC-SP)
íons também entram e saem da membrana com faci-
A fibrose cística é uma doença hereditária em que, na
lidade, devido ao seu tamanho. ... No entanto, certas
pessoa afetada, as secreções de glândulas exócrinas
moléculas grandes precisam de uma ajudinha extra
apresentam-se anormalmente espessas, menos diluídas
para entrar na célula. Essa ajudinha envolve uma
que o normal. Isso se deve ao fato de que a mutação leva
espécie de porteiro, que examina o que está fora e o
a problemas na síntese de uma proteína de membrana
ajuda a entrar.
(CFTR), responsável, nessas células, pelo transporte de
Solange Soares de Camargo, in Biologia, Ensino Médio. 2.ª
série, volume 1, SEE/SP, 2009. cloretos do meio intracelular para o extracelular. Nesse
caso, é CORRETO afirmar que uma das consequências da
No texto, e na ordem em que aparecem, a autora se referida mutação é tornar o meio intracelular
refere (a) pobre em cloreto, em relação ao meio extracelular.
(a) ao modelo mosaico-fluído da membrana plas-
(b) isotônico, em relação ao meio extracelular.
mática, à difusão e ao transporte ativo.
(c) hipertônico, em relação ao meio extracelular.
(b) ao modelo mosaico-fluído da membrana plas-
mática, à osmose e ao transporte passivo. (d) hipotônico, em relação ao meio extracelular.

(c) à permeabilidade seletiva da membrana plasmá-


E20. (Acafe-SC)
tica, ao transporte ativo e ao transporte passivo.
A salga é um dos mais antigos meios de conservação de
(d) aos poros da membrana plasmática, à osmose e
alimentos conhecido. Seu princípio está baseado no em-
à difusão facilitada.
prego do sal que, em concentração adequada, diminui ou
(e) aos poros da membrana plasmática, à difusão e até mesmo impede a decomposição do alimento, quer
à permeabilidade seletiva da membrana. seja pela autólise, quer seja pela ação de microrganismos.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

Este processo está diretamente relacionado com a Nos gráficos abaixo, os valores de V são medidos em
membrana plasmática (membrana celular). função do tempo de incubação:
Em relação ao tema é correto afirmar. O resultado do experimento descrito está representa-
(a) O Transporte Passivo ocorre através da mem- do na curva do gráfico indicado por:
brana semipermeável sempre a favor do gra-
W X
diente de concentração, no sentido de igualar V V
as concentrações nas duas faces da membrana.
Nele, a água se movimenta livremente através
da membrana, sempre do local de maior concen-
tração de soluto para o de menor concentração,
não envolvendo gasto de energia. A pressão com
a qual a água é forçada a atravessar a membra-
na é conhecida por pressão osmótica. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
t (minutos) t (minutos)
(b) A membrana plasmática, também chamada de
membrana celular ou plasmalema, consiste em
Y Z
um envoltório composto por fosfolipídios e proteí- V V
nas, encontrada somente em células eucariontes.
(c) O modelo teórico atualmente aceito para a es-
trutura da membrana plasmática é o mosaico
fluido, proposto por Singer e Nicholson. De acor-
do com este modelo, a membrana é formada por
uma bicamada lipídica (fosfolipídios) onde se en-
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
contram mergulhadas moléculas de proteínas.
t (minutos) t (minutos)
Externamente, apresenta o glicocálix, que entre
outras funções, participa do reconhecimento in- (a) W (c) Y
tercelular.
(b) X (d) Z
(d) O sal inibe o crescimento microbiano afetando a
pressão osmótica das células. Os microrganis-
E22. (UFU-MG)
mos morrem por turgência, pois como o meio
externo contém alta concentração de sal, a água Hemácias humanas foram colocadas em três soluções
entra no citoplasma do microrganismo através com diferentes concentrações salinas (Soluções A, B e
do processo de osmose. C) e as variações de seus volumes, após certo tempo,
foram analisadas e ilustradas no gráfico a seguir.
E21. (Uerj-RJ)
No fígado, o transporte de glicose é realizado por di- Solução A
fusão passiva mediada por proteínas transportadoras
da membrana plasmática. Volume das
hemácias Solução B
Em um experimento, cuja base consistiu em cultivar
humanas
células hepáticas em um meio adequado, foram se-
Solução C
guidos os seguintes passos:
• Adicionar ao meio de cultivo uma concentração de Tempo
glicose suficiente para manter, já no primeiro minu- Em relação à tonicidade do citoplasma das hemácias
to, seu transportador saturado;
humanas, as soluções A, B e C são, respectivamente,
• Medir, a partir do primeiro minuto de incubação, a classificadas como
velocidade V do transporte de glicose para o interior
(a) hipotônica, hipotônica, isotônica.
dos hepatócitos;
(b) hipertônica, isotônica, hipotônica.
• Bloquear, após três minutos de incubação, o meta-
bolismo da glicose já absorvida, por meio da adição (c) hipotônica, isotônica, hipertônica.
de um inibidor da enzima glicoquinase. (d) hipertônica, hipotônica, hipotônica.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

E23. (UEPG-PR-Adaptado)
A figura abaixo se trata de uma representação esquemática da passagem de partículas de soluto através da membra-
na plasmática. Indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).

LOPES, S., ROSSO, S. BIO, 2a ed. Volume 1, Editora Saraiva. São Paulo. 2010. (Adaptado.)

(01) O transporte ativo, representado em D, ocorre através da membrana plasmática, com gasto de energia, ou seja,
ocorre contra o gradiente de concentração.
(02) Em A, B e C podemos observar exemplos de transporte pela membrana plasmática sem gasto de energia, ten-
dendo a igualar a concentração da célula com a do meio externo, ou seja, acontece a favor do gradiente de con-
centração.
(04) Em C, está representada a difusão facilitada. Neste processo, algumas proteínas da membrana, ou permeases,
atuam facilitando a passagem de certas substâncias. Podemos citar, como exemplo, o transporte de glicose em
células do fígado.
(08) A difusão facilitada corresponde ao movimento de partículas de onde elas estão menos concentradas para uma
região de maior concentração, como demostrado por D. Neste tipo de transporte, faz-se uso de energia para
passagem de substâncias do meio intracelular (hipotônico) para o meio extracelular (hipertônico).
(16) Na osmose, representada em A, partículas, íons e proteínas podem atravessar a membrana por simples difusão,
com o objetivo da manutenção das concentrações em equilíbrio entre os meios intra e extracelular.

E24. (Uerj-RJ)
Num experimento sobre absorção intestinal foi utilizado o seguinte procedimento:
• Fechar um pedaço de alça intestinal em uma das extremidades, formando um saco;
• Virar o saco, expondo a mucosa para o lado externo;
• Colocar solução salina no interior do saco;
• Mergulhá-lo, parcialmente, numa solução salina idêntica, porém acrescida de glicose;
• Medir, em função do tempo, a variação da concentração da glicose na solução externa, mantendo as condições
adequadas;
• Adicionar, em um determinado momento T, à solução externa, cianeto de sódio, um forte inibidor da cadeia respira-
tória mitocondrial.
O resultado deste experimento está representado por uma das curvas do gráfico a seguir.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

A curva que representa as variações da concentração


de glicose na solução em que o saco foi mergulhado é
a de número:
(a) 1
(b) 2
GRATIERI, T; GELFUSO, G. M.; LOPES, R. F. V. Medicação do
(c) 3 futuro-iontoforese facilita entrada de fármacos no organismo.
Ciência Hoje, vol 44, nº 259, maio 2009. (Adaptado.)
(d) 4
De acordo com as informações contidas no texto e nas
figuras, o uso da iontoforese
E25. (Enem)
(a) provoca ferimento na pele do paciente ao serem
Um medicamento, após ser ingerido, atinge a cor-
introduzidos os eletrodos, rompendo o epitélio.
rente sanguínea e espalha-se pelo organismo, mas,
como suas moléculas “não sabem” onde é que está o (b) aumenta o risco de estresse nos pacientes, cau-
problema, podem atuar em locais diferentes do local sado pela aplicação da corrente elétrica.
“alvo” e desencadear efeitos além daqueles deseja- (c) inibe o mecanismo de ação dos medicamentos
dos. Não seria perfeito se as moléculas dos medica- no tecido-alvo, pois estes passam a entrar por
mentos soubessem exatamente onde está o problema meio da pele.
e fossem apenas até aquele local exercer sua ação? A (d) diminui o efeito colateral dos medicamentos, se
técnica conhecida como iontoforese, indolor e não in- comparados com aqueles em que a ingestão se
vasiva, promete isso. Como mostram as figuras, essa faz por via oral.
nova técnica baseia-se na aplicação de uma corrente
(e) deve ser eficaz para medicamentos constituídos
elétrica de baixa intensidade sobre a pele do pacien-
de moléculas polares e ineficaz, se essas forem
te, permitindo que fármacos permeiem membranas
apolares.
biológicas e alcancem a corrente sanguínea, sem pas-
sar pelo estômago. Muitos pacientes relatam apenas
E26. (Fuvest-SP)
um formigamento no local de aplicação. O objetivo da
As bananas mantidas à temperatura ambiente deterio-
corrente elétrica é formar poros que permitam a pas-
ram-se em consequência da proliferação de microrga-
sagem do fármaco de interesse. A corrente elétrica é
nismos. O mesmo não acontece com a bananada, con-
distribuída por eletrodos, positivo e negativo, por meio
serva altamente açucarada, produzida com essas frutas.
de uma solução aplicada sobre a pele. Se a molécula
do medicamento tiver carga elétrica positiva ou nega- (a) Explique, com base no transporte de substân-
tiva, ao entrar em contato com o eletrodo de carga de cias através da membrana plasmática, por que
mesmo sinal, ela será repelida e forçada a entrar na bactérias e fungos não conseguem proliferar em
pele (eletrorrepulsão - A). Se for neutra, a molécula conservas com alto teor de açúcar.
será forçada a entrar na pele juntamente com o fluxo (b) Dê exemplo de outro método de conservação de
de solvente fisiológico que se forma entre os eletro- alimentos que tenha por base o mesmo princípio
dos (eletrosmose - B). fisiológico.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

(a) dificulta a absorção de íons minerais pelas raí-


E27. (Unifeso-RJ)
zes, por transporte ativo.
O gráfico a seguir mostra a influência das concentra-
(b) impede a ação das proteínas transportadoras
ções dos íons sódio (Na+) e potássio (K+) na atividade
das membranas das células da raiz.
da ATPase da bomba de sódio.
(c) estimula maior absorção de água pelas células
4
da raiz, provocando turgescência e lise celular.
Atividade de ATPase
(unidade arbitrária)

3 (d) impede a absorção de água, através de osmose,


pelas células da raiz, aumentando a concentra-
2 20 nM de Na+
ção osmótica do solo.
1
E29. (Udesc-SC)
0 0 nM de Na+
0 20 40 60 80 100 Analise as proposições com relação à osmose, um fe-
nômeno vital para os seres vivos.
Concentração de K+ (nM)
I. Ocorre a passagem de solvente do meio hipotô-
Analisando os dados do gráfico, é correto afirmar que nico para o meio hipertônico.
a atividade da ATPase
II. Ocorre a passagem de água do meio hipotônico
(a) é influenciada apenas pelos íons Na+. para o meio hipertônico.
(b) é influenciada apenas pelos íons K+.
III. Ocorre a passagem de soluto do meio hipotônico
(c) exige a presença dos íons Na+ e K+. para o meio hipertônico.
(d) é inibida pela presença de íons K+ IV. Ocorre a passagem de soluto do meio hipertôni-
(e) é inibida pela presença de íons Na+. co para o meio hipotônico, por transporte ativo.
V. Caracteriza-se por ser um transporte ativo.
E28. (UEMG-MG)
Assinale a alternativa correta.
Nos autos de condenação de revoltosos do Brasil Co-
lônia, como Tiradentes, era comum constar que, além (a) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
da pena de morte e do esquartejamento dos corpos, (b) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
seus bens seriam confiscados e suas terras seriam (c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
salgadas, para que nada mais ali nascesse. O ato de
(d) Somente a afirmativa I é verdadeira.
salgar a terra realmente provoca a morte das plantas
porque o excesso de sal na terra. (e) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.

C
FOLHA AZ
(b) A difusão facilitada é o transporte de substân-
1. (ESPBA-BA)
cias pela membrana com o auxílio de proteínas
A membrana plasmática é constituída, basicamente, transportadoras e gasto de energia.
por uma bicamada de fosfolipídios associados a mo-
(c) A osmose é a passagem de substâncias através
léculas de proteína. Essa estrutura delimita a célula,
da membrana plasmática em direção à menor
separa o conteúdo celular do meio externo e possibi-
concentração de solutos.
lita o trânsito de substâncias entre os meios intra e
extracelular. (d) Uma membrana permeável à substância A pos-
sibilitará o transporte dessa substância para
Sobre o transporte através da membrana, é correto
fora da célula, desde que exista ATP disponível.
afirmar:
(a) A passagem de substâncias através da membra- (e) No transporte ativo, ocorre a passagem de subs-
na plasmática, utilizando proteínas transporta- tâncias por proteínas de membrana com gasto
doras é denominada difusão simples. de energia.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

(a) são moléculas hidrofóbicas que impedem a saí-


2. (UFRGS-RS)
da de água do citoplasma, evitando a desidrata-
Observe a tira abaixo. ção celular.
(b) atuam preferencialmente nos mecanismos de
transporte, organizando verdadeiros túneis que
permitem a passagem de substâncias para den-
tro e para fora da célula.
(c) são responsáveis pela regulação das trocas de
substâncias entre a célula e o meio, permitindo
apenas a passagem de moléculas do meio exter-
no para o meio interno à célula.
(d) podem funcionar como catalisadores biológicos,
diminuindo a velocidade das reações químicas
da célula, através da captação de substâncias do
meio externo.

4. (Enem)
Uma das estratégias para conservação de alimentos
é o salgamento, adição de cloreto de sódio (NaCl) his-
toricamente utilizado por tropeiros, vaqueiros e ser-
tanejos para conservar carnes de boi, porco e peixe.
O que ocorre com as células presentes nos alimentos
preservados com essa técnica?
(a) O sal adicionado diminui a concentração de solu-
tos em seu interior.
Fonte: Fernando Gonsales. Folha de São Paulo. 01 fev. 2011.
(b) O sal adicionado desorganiza e destrói suas
Com base no observado, assinale a alternativa que membranas plasmáticas.
preenche corretamente as lacunas do enunciado abai- (c) A adição de sal altera as propriedades de suas
xo, na ordem em que aparecem. membranas plasmáticas.
O caracol ficou desidratado como resultado do proces- (d) Os íons Na+ e Cl– e provenientes da dissociação
so denominado , no qual do sal entram livremente nelas.
o sal grosso é um que
(e) A grande concentração de sal no meio extrace-
torna o ambiente em
lular provoca a saída de água de dentro delas.
relação às células do caracol.
(a) transporte ativo – soluto – hipertônico
5. (Enem)
(b) osmose – solvente – hipertônico A horticultura tem sido recomendada para a agri-
(c) difusão – solvente – isotônico cultura familiar, porém as perdas são grandes devido
(d) difusão – solvente – hipotônico à escassez de processos compatíveis para conservar
frutas e hortaliças. O processo, denominado desi-
(e) osmose – soluto – hipertônico dratação osmótica, tem se mostrado uma alternativa
importante nesse sentido, pois origina produtos com
3. (Uece-CE) boas condições de armazenamento e qualidade se-
Toda célula procariótica ou eucariótica possui uma melhante à matéria-prima.
membrana que a isola do meio exterior denominada GOMES, A. T.; CEREDA, M. P.; VILPOUX, O. Desidratação osmótica:
membrana plasmática. As proteínas presentes na uma tecnologia de baixo custo para o desenvolvimento
da agricultura familiar. Revista Brasileira de Gestão e
membrana plasmática são fundamentais para a es-
Desenvolvimento Regional, n. 3, set.-dez. 2007. (Adaptado.)
trutura das células, pois

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

Esse processo para conservar os alimentos remove a (d) aquecimento, pois a luz do Sol incide sobre o
água por tronco e aquece a cal, que mata os seres vivos
(a) aumento do ponto de ebulição do solvente. do microambiente.

(b) passagem do soluto através de uma membrana (e) vaporização, pois a cal facilita a volatilização da
semipermeável. água para a atmosfera, eliminando os seres vi-
vos do microambiente.
(c) utilização de solutos voláteis, que facilitam a
evaporação do solvente.
8. (Acafe-SC)
(d) aumento da volatilidade do solvente pela adição
A membrana plasmática é um envoltório celular que
de solutos ao produto.
delimita o espaço interno da célula.
(e) pressão gerada pela diferença de concentração
Quanto às suas propriedades e funções é correto afir-
entre o produto e a solução.
mar, exceto:

6. (Enem) (a) A difusão facilitada ocorre com o auxílio de pro-


teínas transportadoras na membrana plasmáti-
Osmose é um processo espontâneo que ocorre em todos
ca, do meio mais concentrado para o menos con-
os organismos vivos e é essencial à manutenção da vida.
centrado, com baixo gasto energético.
Uma solução 0,15 mol/L de (cloreto de sódio) possui a
mesma pressão osmótica das soluções presentes nas (b) A osmose é a movimentação da água, através da
células humanas. A imersão de uma célula humana em membrana plasmática, quando há diferença nas
uma solução 0,20 mol/L de tem, como consequência, a concentrações dos solutos entre o meio extra e
intracelular. A movimentação ocorre sempre da
(a) adsorção de íons Na+ sobre a superfície da célula.
solução hipotônica para a hipertônica.
(b) difusão rápida de íons Na+ para o interior da célula.
(c) A difusão simples é a movimentação de partícu-
(c) diminuição da concentração das soluções pre- las (átomos, moléculas, íons etc.) para dentro ou
sentes na célula. para fora da célula, sem gasto de energia, sem-
(d) transferência de íons Na+ da célula para a solução. pre do ambiente mais concentrado para menos
(e) transferência de moléculas de água do interior concentrado.
da célula para a solução. (d) A membrana plasmática apresenta semiper-
meabilidade, ou permeabilidade seletiva, uma
7. (Enem) vez que permite a entrada de certas substâncias
A cal (óxido de cálcio, CaO), cuja suspensão em úteis à célula e a saída de outras.
água é muito usada como uma tinta de baixo custo,
dá uma tonalidade branca aos troncos de árvores. 9. (UFRGS-RS)
Essa é uma prática muito comum em praças públicas Considere o enunciado abaixo e as quatro propostas
e locais privados, geralmente usada para combater para completá-lo. No processo de transporte, através
a proliferação de parasitas. Essa aplicação, também da membrana, pode ocorrer.
chamada de caiação, gera um problema: elimina mi- 1. A difusão facilitada, um tipo de transporte passivo.
crorganismos benéficos para a árvore.
2. O transporte passivo, a favor do gradiente de
Disponível em: http://super.abril.com.br.
Acesso em: 1 abr. 2010. (Adaptado.) concentração.
3. O transporte ativo, feito com gasto de energia.
A destruição do microambiente, no tronco de árvores
pintadas com cal, é devida ao processo de 4. A difusão simples, independentemente do gra-
diente de concentração.
(a) difusão, pois a cal se difunde nos corpos dos se-
res do microambiente e os intoxica. Quais propostas estão corretas?
(b) osmose, pois a cal retira água do microambiente, (a) Apenas 2.
tornando-o inviável ao desenvolvimento de mi- (b) Apenas 2 e 4.
crorganismos.
(c) Apenas 1, 2 e 3.
(c) oxidação, pois a luz solar que incide sobre o
tronco ativa fotoquimicamente a cal, que elimina (d) Apenas 1, 2 e 4.
os seres vivos do microambiente. (e) Apenas 1, 3 e 4.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 7 - MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE

Assinale a alternativa correta.


10. (Unicamp-SP)
(a) A substância A difunde-se livremente através da
Hemácias de um animal foram colocadas em meio de
membrana; já a substância B entra na célula por
cultura em vários frascos com diferentes concentra-
um transportador que, ao se saturar, mantém
ções das substâncias A e B, marcadas com isótopo de
constante a velocidade de transporte através da
hidrogênio. Dessa forma os pesquisadores puderam
membrana.
acompanhar a entrada dessas substâncias nas hemá-
cias, como mostra o gráfico apresentado a seguir. (b) As substâncias A e B atravessam a membrana da
mesma forma, porém a substância B deixa de en-
4 trar na célula a partir da concentração de 2 mg/mL.
3,5
Velocidade de transporte

(c) A quantidade da substância A que entra na célu-


3
la é diretamente proporcional a sua concentra-
2,5
B ção no meio extracelular, e a de B, inversamente
2
A proporcional.
1,5
1 (d) As duas substâncias penetram na célula livre-
0,5 mente, por um mecanismo de difusão facilita-
0 da, porém a entrada da substância A ocorre por
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
Concentração no meio transporte ativo, como indica sua representação
extracelular (mg/mL) linear no gráfico.

GABARITO A
E01. E meio mais concen- E10. C deve ser alterado
E02. D trado de solutos. E11. D pelo cianeto.
E03. B 2. Transporte ativo E12. E E19. C
(com gasto de energia E20. C
E04. D E13. D
– ATP): substâncias
E05. B E14. B E21. A
transportadas do meio
E06. B menos concentrado E15. D E22. C
E07. C para o mais concen- E16. C E23. 01 + 02 + 04 = 07
E08. O salgamento torna trado, em sentido con- E24. B
E17. A
o solo hipertônico trário ao gradiente de E25. D
concentração. E18.
em relação aos pelos E26.
absorventes da raiz. 3.Transporte de ma- a)  Substância A: trans-
cromoléculas (em porte ativo, realizado a)  D e c o m p o s i t o r e s
Consequentemente,
bloco): endocitose continuamente mes- como bactérias e
as plantas perdem
– englobamento de mo contra o gradien- fungos não conse-
água para o solo e
substâncias para te de concentração; guem sobreviver em
não sobrevivem.
Substância B: trans- meio hipertônico,
E09. 1. Transporte passivo dentro da célula.
porte passivo, o qual pois perdem água
(sem gasto de ener- Existem dois tipos:
se estabiliza à me- por osmose passi-
gia): difusão simples fagocitose (partícu-
dida em que os gra- vamente através da
– passagem de subs- las sólidas captura-
dientes de concen- membrana plasmáti-
tâncias do meio mais das através de pseu-
tração dentro e fora ca.
concentrado para o dópodes, projeções
da membrana) e pi- da célula se igualam. b)  O salgamento utili-
meio menos concen-
nocitose (partículas b)  O transporte da zado, por exemplo,
trado; difusão facili-
líquidas capturadas substância A deve na produção de car-
tada – passagem de
através da invagina- ser inibido pelo cia- ne-seca e de peixes
substâncias auxilia-
ção da membrana, neto, pois o trans- como o bacalhau.
das por proteínas de
membrana; e osmo- formando vesículas); porte ativo depende E27. C
se – passagem de Exocitose – saída de de fonte energética E28. D
água do meio menos substâncias através (ATP). O transpor-
concentrado para o de vesículas. te passivo de B não E29. C

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O coloide é um tipo de solução em que as partículas
dispersas apresentam grande tamanho. Por exemplo,
CAPÍTULO 8 P água e sal de cozinha (NaCl) representam uma solução,
CITOPLASMA I: enquanto a gelatina, preparada na sobremesa, formada
HIALOPLASMA, CITOESQUELETO de água e proteínas (colágeno), constitui um coloide.

E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS Ele pode facilmente alternar entre dois estados de


consistência, dependendo do grau de coesão entre as
Objetivos de aprendizagem macromoléculas (principalmente as proteínas). Quando
as moléculas se unem de forma mais intensa, o hialo-
1. Identificar e conceituar citoplasma com suas plasma se torna denso e viscoso (estado gel ou plasma-
diferentes partes.
gel). Entretanto, quando as interações são mais fracas,
2. Descrever os componentes estruturais do ele se torna mais líquido (estado sol ou plasmassol).
citoesqueleto, diferenciando-os funcionalmente. Em algumas células vivas, podemos observar ao mi-
croscópio óptico uma região mais externa do citoplas-
3. Descrever e exemplificar os principais tipos de
ma, denominada de ectoplasma, que se mostra bastante
movimento celular.
viscosa. A parte interna do hialoplasma é mais fluida,
4. Entender a estrutura e o funcionamento de cílios e encontrando-se no estado de plasmassol. Ela é chamada
flagelos. de endoplasma.

5. Descrever as principais características estruturais 1.2 Citoesqueleto


e funcionais de ribossomos e do retículo
endoplasmático, bem como a localização destes no A capacidade que as células eucarióticas têm de
interior da célula. adotar uma variedade de formas e executar movimen-
tos coordenados e direcionados depende de uma rede
complexa de filamentos de proteínas, que se estendem
por todo o citoplasma. Ela é denominada de citoesquele-
D to, embora a comparação com um esqueleto ósseo não
1. Citoplasma caracterize as propriedades altamente dinâmicas des-
sa estrutura celular, que se reorganiza continuamente
O espaço delimitado entre a membrana plasmática sempre que a célula altera sua forma, se divide ou res-
e a membrana nuclear é denominado citoplasma. Ele é ponde ao seu ambiente.
constituído por um material mais ou menos viscoso, cha-
mado hialoplasma, citosol ou citoplasma fundamental, no

© BLAMB / SHUTTERSTOCK
qual estão mergulhadas organelas e inclusões citoplas- Citoplasma
máticas. Nos procariotos o citoplasma envolve inclusive o Microfilamento
material genético.
Filamento
O hialoplasma é formado por duas partes: substância
intermediário
amorfa e citoesqueleto.

1.1 Substância amorfa Microtúbulo

Cerca de 85% da massa do citoplasma é composta de


água. Isso torna o hialoplasma ou citosol um local excelen-
te para a ocorrência de reações químicas, além de facilitar
a distribuição de substâncias por difusão. Organelas

Nessa massa de água estão dissolvidos íons, proteí-


nas, glicídios, aminoácidos livres, nucleotídeos.
A existência de numerosas macromoléculas confere
ao hialoplasma uma consistência gelatinosa, semelhante à
clara de um ovo, chamada coloide.
Esquema representando a distribuição dos elementos do citoesqueleto.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

Membrana plasmática

Microtúbulos

Filamentos Membrana
intermediários plasmática

Composição do citoesqueleto

Microtúbulos Filamentos intermediários Microfilamentos

Formados pela tubulina. Formados por inúmeras proteínas, Formados pela actina.
Funções: suporte estrutural, como a queratina. Funções: suporte para algumas
formação dos fusos, formação dos Funções: resistência mecânica e estruturas (microvilosidades), ciclose
centríolos, cílios e flagelos e no junções de adesão entre células e divisão das células. Em conjunto
tranporte de macromoléculas e subjacentes. com a miosina são os principais
organelas. componentes contráteis.

Esquemas evidenciando os filamentos proteicos que compõem o citoesqueleto, bem como suas estruturas.

As diversas atividades do citoesqueleto dependem de três diferentes tipos de filamentos


proteicos. Cada um deles representa um polímero, formado pela união de milhões de monôme-
ros idênticos, organizados linearmente, capazes de atravessar uma célula de um lado ao outro:
• Filamentos de actina ou microfilamentos: são estruturas flexíveis, formadas por
duas cadeias helicoidais, apresentando diâmetros de 5 a 9 nm. Eles são os compo-
nentes mais abundantes do citoesqueleto. Encontram-se distribuídos na célula toda,
mas se concentram principalmente na região do córtex, logo abaixo da membrana
plasmática. Monômeros de actina podem formar estruturas lábeis (que se montam
e desmontam com facilidade) ou estruturas estáveis. As primeiras estão envolvidas
com a contração muscular e com a formação de microvilosidades, enquanto as últi-
mas se mostram importantes para os movimentos celulares.

POLIMERIZAÇÃO

DESPOLIMERIZAÇÃO
© VECTORMINE / SHUTTERSTOCK

Monômeros de actina Filamento de actina

Tropomiosina Troponina Actina 157

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DESPOLIMERIZAÇÃO

BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO
Monômeros de E RETÍCULOS
actina ENDOPLASMÁTICOS Filamento de actina

Tropomiosina Troponina Actina

MICROFILAMENTO DE ACTINA

• Microtúbulos: são filamentos longos e ocos formados pela polimerização de uni-


dades proteicas denominadas tubulinas. Eles apresentam um diâmetro externo de
25 nm, sendo muito mais rígidos que os filamentos de actina. Os microtúbulos são
longos e retos, tendo uma de suas extremidades ligadas a uma região mais densa
do citoplasma, localizada próxima ao núcleo, denominada de centro organizador de
microtúbulos ou centrossomo. Eles representam estruturas extremamente instá-
veis, despolimerizando-se facilmente, a não ser que se liguem a certas estruturas
celulares, sendo seletivamente estabilizados. Os microtúbulos estão envolvidos
com a coordenação da localização de organelas e outras estruturas celulares.
© KATERYNA KON / SHUTTERSTOCK

β - Tubulina α - Tubulina

Tubulina (dímero)

Esquema de um microtúbulo.

• Filamentos intermediários: são filamentos de fibras proteicas duras e resistentes


encontradas no citoplasma da maioria das células animais. Eles têm papel parti-
cularmente importante em células sujeitas a tensão mecânica. Eles se encontram
em grande quantidade, por exemplo, no epitélio, juntando células por meio de
junções especializadas. As queratinas representam uma família de proteínas for-
madoras de filamentos intermediários, especialmente abundantes nos epitélios.

1.3 As funções do citoesqueleto

• Mantém a forma da célula e dá sustentação a estruturas celulares.

• É responsável pelos movimentos celulares.

• Fornece a maquinaria necessária a movimentos intracelulares, como o transporte de


organelas de um ponto a outro da célula e a segregação de cromossomos durante a
divisão celular.

O citoesqueleto também desempenha papel fundamental na distribuição das células


durante a formação dos tecidos embrionários. A síndrome de Kartagener é caracterizada

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

pelo mau funcionamento dos microtúbulos. Isso acarreta a • Movimento de circulação do hialoplasma típico de
formação do coração do lado direito do peito, uma vez que, células vegetais, denominado de ciclose. É formado
durante o período embrionário, as células não conseguiram por uma camada de plasmassol que se desloca por
migrar de forma correta. um corredor formado por uma camada de plasmagel
Além disso, a síndrome também causa esterilidade, próxima à membrana e ao vacúolo central. É criada
uma vez que os microtúbulos estão envolvidos na forma- uma correnteza que realiza o transporte de inúmeros
ção do flagelo dos espermatozoides. orgânulos citoplasmáticos, como os cloroplastos. A
formação da ciclose também depende dos filamentos
de actina.

2. Movimentos celulares Núcleo Cloroplasto

De fato, poderíamos chamar o citoesqueleto de cito-


musculatura, uma vez que é responsável por inúmeros
movimentos celulares, entre eles:
• Movimentos sob o substrato, denominados movimen-
tos ameboides, causados por prolongamentos tem-
porários do citoplasma, chamados de pseudópodes.
Esses prolongamentos servem tanto para a locomo-
ção quanto para a captura de alimentos. A formação
dos pseudópodes se dá pela polimerização e despoli-
merização de filamentos de actina. Os glóbulos bran-
cos executam movimentos semelhantes, podendo, Citoplasma
Vacúolo
até mesmo, sair dos vasos sanguíneos onde circulam,
Figura representando o movimento de ciclose em uma célula vegetal.
indo até o local de infecção. Esse fenômeno é denomi-
nado diapedese. • Contração muscular, ocasionada pelo encurtamento
das células musculares. Nelas, a actina está associada
© MICRO_PHOTO/ISTOCKPHOTOS

a outra proteína, a miosina. O encurtamento das células


advém do deslizamento dos filamentos de actina sobre
os da miosina. Juntas, elas ocupam quase toda a exten-
são do citoplasma da célula muscular (ou sarcoplasma).

Fibra muscular

© ALILA MEDICAL MEDIA / SHUTTERSTOCK


© Micro_photo/iStockphotos

Miofibrila

Sarcômero

Miosina
Fotomicrografia do protista Amoeba proteus. Os pseudópodes Actina
servem para locomoção e para alimentação.
Representação de uma fibra muscular.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

3. Centríolos, cílios e flagelos


Os centríolos são estruturas encontradas em todas as células animais, mas são au-
sentes em procariontes, fungos e células vegetais superiores (gimnospermas e angios-
permas). Eles estão localizados em uma região citoplasmática mais densa e próxima ao
núcleo, denominada centrossomo, centro celular ou centro organizador de microtúbulos.

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Centríolo
Alila/123RF

Centríolo
Microtúbulos Seção transversal
do centríolo
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triplete
Microtúbulos Seção transversal
triplete do centríolo
Fibras de fuso

Fibras de fuso

Ligação das
fibras Centríolo
Ligação das Microtúbulos
fibras Centríolo
Microtúbulos

Cromossomos
Representação esquemática da estrutura do centríolo.
Cromossomos

Eletromicrografia de transmissão evidenciando a formação


dos fusos mitóticos, representando o crescimento dos micro-
túbulos do áster. Colorida artificialmente por computação.

Os centríolos têm a forma de bastonetes ou cilindros dispostos perpendicularmente,


tendo diâmetro de 200 nm.
Cada um deles é formado por microtúbulos que se dispõem de forma característi-
ca. Nele, existem 27 microtúbulos, organizados em nove trincas, formando as paredes
dos cilindros.
Os centríolos têm a capacidade de se autoduplicar, formando novos centríolos a partir
de microtúbulos que partem do centrossomo.
Eles orientam a formação do fuso acromático, responsável pela separação de cromos-
somos durante o processo de divisão celular. Além disso, são responsáveis pela formação
de cílios e flagelos.

3.1 O fuso acromático ou mitótico


Durante o processo de divisão celular, os centríolos se duplicam, passando de dois
cilindros para quatro. Esses cilindros estão envolvidos por grande quantidade de microtú-
bulos, formando uma estrutura denominada áster.
Cada par de centríolo se desloca para um dos polos da célula. Os microtúbulos que
partem do centrossomo passam a formar o fuso acromático. No fuso se prendem os cro-
mossomos que serão posteriormente divididos.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

Estrutura de cílios e flagelos

Microtúbulos periféricos
Dineína

Membrana plasmática

Corpo basal
(cinetossomo)

Áster Cinetócoro Centríolos Centrossomo

Microtúbulo central
Células de vegetais superiores não têm cen-
Corte mostrando a organização dos microtúbulos em um flagelo.
tríolos, mas formam o fuso acromático da mesma
maneira, sugerindo que talvez tais estruturas não
tenham um papel fundamental, mas apenas facili-
tador no processo.
4. Ribossomos
Os ribossomos (presentes tanto em células procarion-
3.2 A formação e estrutura de cílios e flagelos tes como nas eucariontes) foram descritos pela primeira
vez por Palade, em 1953. Eles são grãos formados por RNA
Cílios e flagelos são estruturas móveis, que podem ser
e proteínas, encontrados nas células eucariotas, livres no
encontradas tanto em organismos unicelulares quanto em
hialoplasma ou aderidos à membrana do retículo endo-
pluricelulares. Flagelos são estruturas longas e aparecem
plasmático. Os ribossomos livres no hialoplasma ainda po-
em menor quantidade; já os cílios são mais curtos, porém
dem aparecer em duas formas: isolados ou presos uns aos
numerosos. A despeito disso, a estrutura interna dos dois
outros por uma fita de RNA mensageiro. Nesse caso, são
é idêntica.
chamados de polirribossomos ou polissomos.
Essas estruturas podem ter função na locomoção de
Cada um deles é formado por duas subunidades de
diversos protozoários, larvas de invertebrados e outros
tamanhos e densidades diferentes. Em decorrência disso,
organismos unicelulares. Também são responsáveis pela
elas se depositam em velocidades diferentes quando sub-
locomoção dos espermatozoides.
metidas à técnica de centrifugação fracionada.
Ainda podemos encontrar cílios e flagelos atuando na
A unidade utilizada para medir o tempo de deposição
manutenção do fluxo constante de água em animais filtra-
após a centrifugação é o Svedberg (nome dado em home-
dores (esponjas, mexilhões etc.) ou realizando a retenção
nagem a Theodor Svedberg, químico alemão que inventou
de impurezas na traqueia humana.
a ultracentrifugadora). Dizemos que procariontes têm ri-
A presença dos centríolos é obrigatória para a forma-
bossomos que se depositam em 70S, enquanto os dos eu-
ção de cílios e flagelos. Ambos são formados por microtú-
cariontes depositam-se em 80S.
bulos e proteínas contráteis (dineína) envolvidos por uma
Os ribossomos são responsáveis pela síntese de pro-
projeção da membrana plasmática.
teínas. Ela é feita por meio da união de aminoácidos, utili-
A distribuição dos microtúbulos é feita formando-se
zando as informações contidas em uma fita de RNA men-
nove pares periféricos e mais um par localizado na parte
sageiro. Este é produzido no núcleo da célula a partir do
central.
DNA. Durante o processo de síntese, os ribossomos des-
O centríolo serve como molde para a construção do ar- lizam sobre a fita de RNA, à medida que adicionam novos
ranjo de microtúbulos característicos, situando-se na base aminoácidos e formam proteínas.
dos cílios ou flagelos. Lá eles recebem o nome de corpús-
As proteínas produzidas nos ribossomos livres no cito-
culo basal ou cinetossomo.
plasma serão utilizadas pela própria célula, permanecendo
O batimento constante de cílios e flagelos demanda no citoplasma. Em contrapartida, as proteínas produzidas
grande gasto de energia. Portanto, é comum observarmos pelos ribossomos aderidos ao retículo endoplasmático se-
um acúmulo de mitocôndrias próximas aos cinetossomos. rão lançadas no meio extracelular.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

As funções do retículo endoplasmático:


Algumas funções são comuns aos dois tipos de retículo:
• Facilitar reações enzimáticas: enzimas associadas a
uma grande superfície de membranas garantem um
excelente ambiente para reações químicas.
• Transportar substâncias no interior da célula: a
rede de canais do retículo comunica a membrana
plasmática com a carioteca, facilitando o transporte
Subunidade de substâncias entre os diversos pontos da célula e
grande Subunidade
Subunidade Subunidade pequena aumentando sua superfície de contato com o meio
pequena grande
extracelular.
Representação das subunidades de um ribossomo.
• Armazenar substâncias produzidas na célula.
Funções do retículo endoplasmático rugoso ou granular
Devido à presença de ribossomos, o RE rugoso é capaz de
5. Retículo endoplasmático sintetizar proteínas que podem ter dois destinos diferentes:
Mergulhado no hialoplasma, principalmente na sua • formar a membrana plasmática e de organoides;
parte mais interna, encontramos um sistema de membra- • ser secretadas para fora da célula, como é o caso de
nas duplas, lipoproteicas, que formam uma complicada secreções glandulares e anticorpos.
rede de sacos achatados ou tubos espalhada por toda a
célula. Essas membranas tipicamente constituem mais O RE rugoso ou granular realiza a glicosilação inicial
do que a metade do total de membrana de uma célula ani- (inserção de glicídios) das proteínas que produz, em segui-
mal média. Todos esses sacos e tubos se interconectam, da, enviando-as para o complexo golgiense.
de forma que a membrana do retículo endoplasmático Funções do retículo liso ou agranular
compõe uma folha contínua que engloba um espaço inter-
no único. Esse espaço é denominado lúmen e ocupa 10% O RE liso geralmente representa uma pequena parcela
do volume total da célula. da região total da organela. Entretanto, em algumas célu-
Distinguem-se dois tipos de retículo endoplasmático: las especializadas, ele é abundante e desempenha funções
adicionais.
• Retículo endoplasmático liso ou agranular: compos-
to apenas por membranas. Ele é particularmente proeminente em células espe-
cializadas no metabolismo de lipídios, como aquelas que
• Retículo endoplasmático rugoso ou granular (ergasto- sintetizam os hormônios esteroides a partir do colesterol.
plasma): tem ribossomos aderidos em sua membrana. Elas têm compartimentos do RE liso expandidos para aco-
Membrana nuclear modar as enzimas responsáveis pela produção e pela mo-
Núcleo dificação do colesterol.
Ribossomos
As membranas do RE liso dos hepatócitos têm enzi-
mas responsáveis pela remoção de drogas lipossolúveis
e vários compostos tóxicos produzidos pelo metabolismo.
Essas enzimas pertencem à família do citocromo P450,
catalisam reações que transformam compostos insolúveis
em água (e que, normalmente, se acumulariam nos teci-
dos), em substâncias mais solúveis, facilitando sua elimi-
nação pela urina.
Nas células musculares, o RE liso recebe o nome de
retículo sarcoplasmático. Nelas, ele sequestra ativamen-
te (por meio de uma bomba de Ca++) cálcio do citoplasma,
Retículo ativando-o em seus compartimentos. A liberação de cálcio
Retículo endoplasmático para o citoplasma pelo RE liso regula os fenômenos de con-
endoplasmático rugoso
liso tração e relaxamento das miofibrilas.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

Momento NERD a bactéria Rickettsia, um parasita intracelular


A origem das organelas causador do tifo, cujo genoma foi sequenciado em 1998.
Os eucariotos, como conhecemos hoje, isto é, cé- A hipótese tradicional diz que a célula hospedeira,
lulas nucleadas e com organelas, surgiram a partir de que adquiriu sua mitocôndria, já tinha um núcleo. Al-
eventos de endossimbiose (simbiogênese) entre uma guns autores propõem que uma ordem de origem das
célula hospedeira e células procarióticas que deram estruturas eucarióticas mais lógica seria: primeiro o
origem às mitocôndrias e aos cloroplastos. Simbiogê- citoesqueleto, possibilitando a fagocitose, depois a ori-
nese é o surgimento de uma nova linhagem de orga- gem da mitocôndria, seguido do sistema de endomem-
nismos como consequência de uma associação sim- branas e, por fim, o compartimento nuclear.
biótica estável.
Todos os organismos que apresentam cloroplastos
A principal implicação da simbiogênese é que os também têm mitocôndrias, o que sugere que as mito-
eucariotos são, de fato, quimeras produzidas pela com- côndrias precederam os plastos. Entretanto, isso tam-
binação de diversos genomas. bém pode indicar que as mitocôndrias são obrigatórias
As evidências que apoiam a simbiogênese das or- para a manutenção de plastos.
ganelas como mitocôndrias e cloroplastos são: (1) as
A época de origem dos eucariotos tem sido estima-
proteínas presentes nas organelas são mais semelhan-
da usando o tamanho das células no registro fóssil. A
tes aos seus análogos procarióticos do que aos euca-
descoberta de um fóssil denominado Grypania spiralis,
rióticos; (2) existem procariotos de vida livre com forte
semelhança estrutural, bioquímica e genética com as com idade estimada em 2,1 bilhões de anos, interpreta-
respectivas organelas; (3) as organelas possuem ge- do como uma alga eucariótica fotossintetizante, indica
noma próprio, com organização semelhante ao genoma que a origem do cloroplasto por endossimbiose teria
procariótico; (4) os RNAs (ribossômico, transportador ocorrido antes dessa data.
e mensageiro) das organelas também são mais seme- A associação simbiótica entre organismos autótrofos
lhantes aos de procariotos; (5) as organelas são semi- e heterótrofos é extremamente comum na natureza. Di-
-independentes, com capacidade de replicação; e (6) as versos animais e protozoários apresentam associações
organelas e suas funções estão, alternativamente, pre- com microalgas (como corais, esponjas, ascídias e fora-
sentes ou ausentes das células eucarióticas, não sendo miníferos). Os fungos associam-se às algas, formando os
encontradas formas intermediárias. liquens. Em ambientes iluminados e ricos em nutrientes,
Além das características mencionadas, a presença a fotossíntese tende a ser superprodutiva, a ponto de ha-
de uma membrana dupla ao redor dessas organelas ver excesso de produção para o organismo hospedeiro.
também é tomada como uma evidência de origem en-
Atualmente, a origem endossimbiótica dos cloro-
dossimbiótica. A membrana mais interna é de origem
plastos já está plenamente estabelecida, embora ainda
procariótica (membrana plasmática do endossimbionte)
exista controvérsia quanto ao número de eventos de
e a mais externa é de origem eucariótica (membrana do
fagossomo da célula hospedeira). endossimbiose que levou à formação dos diferentes ti-
pos de cloroplasto. Além do evento de endossimbiose
Uma vez ocorrida a endossimbiose, genes do en-
primário, múltiplos eventos de endossimbiose secundá-
dossimbionte podem ser transferidos lateralmente
rios ocorreram nas linhagens eucarióticas fotossintéti-
para o núcleo da célula hospedeira. Os produtos des-
ses genes devem ser então direcionados às organelas. cas. Um evento de endossimbiose secundário é aque-
Mitocôndrias e cloroplastos são, portanto, semi-inde- le em que uma célula eucariótica engloba outra célula
pendentes, já que necessitam dos produtos de alguns eucariótica que já contenha um cloroplasto (produto do
genes que agora são codificados no núcleo. Esses even- evento primário). Eventos de endossimbiose secundá-
tos de transferência intensificam a dependência entre rios geraram cloroplastos complexos com mais de duas
organelas e núcleo e provavelmente são essenciais à membranas (três ou quatro). Em alguns casos, é ainda
manutenção da associação endossimbiótica. possível verificar a presença de um núcleo vestigial
A maioria das linhagens eucarióticas tem mitocôn- (chamado nucleomorfo) entre a segunda e a terceira
drias que foram adquiridas por meio de um evento de membranas do cloroplasto. Na endossimbiose secun-
endossimbiose entre uma célula eucariótica e uma bac- dária, o núcleo da célula englobada sofre o mesmo pro-
téria púrpura, provavelmente há cerca de 2,5 bilhões de cesso de redução, com perda e transferência lateral de
anos. O parente atual mais próximo das mitocôndrias é genes para o núcleo da célula hospedeira.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

Entre os eucariotos fotossintetizantes atuais, reco- Ao contrário, os dados existentes favorecem a hi-
nhecemos três grupos cujo cloroplasto seria produto de pótese de origem autógena, segundo a qual essas es-
um evento primário de endossimbiose: (1) as algas verdes truturas teriam se originado e se organizado gradati-
(Chlorophyta) e as plantas terrestres; (2) as algas ver- vamente na célula eucariótica. Uma possível presença
melhas (Rhodophyta); e (3) um pequeno grupo de algas de DNA e RNA nos centros organizadores de microtú-
unicelulares flageladas (Glaucocystophyta). Esses gru- bulos não foi confirmada.
pos, por sua vez, teriam originado os plastos de outras A rápida diversificação das principais linhagens
linhagens de eucariotos por meio de eventos de endos- dos eucariotos ocorreu em torno de 1 a 1,5 bilhão de
simbiose secundária. anos atrás e pode ter sido ocasionada por diversos
A origem endossimbiótica dos plastos e mitocôn- fatores, como alterações ambientais, por exemplo, o
drias já está firmemente estabelecida. aumento de oxigênio na atmosfera que pode ter atin-
Entretanto, endossimbiose também tem sido propos- gido patamares que possibilitaram a ocupação de no-
ta para explicar a origem de praticamente todas as demais vos nichos.
organelas das células eucarióticas. Para essas outras or- Baseado em trechos do capítulo “O mundo de RNA e a
ganelas, como o sistema relacionado à motilidade (siste- origem da complexidade da vida”, escrito pela Profa. Dra.
Mariana Cabral de Oliveira e pelo Prof. Dr. Carlos Frederi-
ma microtubular e flagelo), retículo endoplasmático, pero- co Martins Menck, ambos da Universidade de São Paulo,
xissomos, entre outros, não existe evidência molecular ou e publicado no livro Biologia Molecular e Evolução, Holos
bioquímica conclusiva de origem endossimbiótica. Editora, Organizador Sérgio Russo Matioli.

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 4. Entender a estrutura e o funcionamento de cílios massa corporal em água, e uma formiga, três vezes
e flagelos. a sua própria massa. Um cão de 27 kg, com 500 g
de água em seu pelo, precisaria gastar 20% de seu
F1. (Unigranrio-RJ)
consumo calórico diário para se secar naturalmen-
Dentre as funções abaixo podemos, corretamente, as- te ao ar livre.”
sociar aos Cílios e Flagelos, exceto: Revista Geo, n. 28, p. 15.
(a) Locomoção;
Uma das adaptações de mamíferos aos climas frios é
(b) Sustentar as microvilosidades;
o acúmulo de tecido adiposo que tem, entre suas fun-
(c) Defesa; ções, o isolamento térmico. As células que sintetizam
(d) Eliminação de partículas; lipídios apresentam intensa atividade relacionada ao

(e) Movimentação de gameta. (a) condrioma.


(b) nucléolo.
Objetivo 5. Descrever as principais características estruturais (c) retículo endoplasmático liso.
e funcionais de ribossomos e do retículo endoplasmático, bem
como a localização destes no interior da célula. (d) complexo golgiense.
(e) retículo endoplasmático rugoso.
F2. (PUCC-SP)
Centrifugadores quadrúpedes
Objetivo 1. Identificar e conceituar citoplasma com suas dife-
“Quando está molhado e sente frio, um animal rentes partes.
precisa se secar o mais rápido possível para evi- Objetivo 5. Descrever as principais características estruturais
tar uma hipotermia e, até mesmo, a morte. Isso se e funcionais de ribossomos e do retículo endoplasmático, bem
como a localização destes no interior da célula.
aplica principalmente a animais de pequeno porte
que, em relação ao seu tamanho, absorvem grande F3. (PUC-PR)
quantidade de água. Um ser humano sustenta cer-
Com relação às organelas celulares presentes na fi-
ca de 500 g de água logo após o banho; um camun-
gura, é correto afirmar:
dongo molhado pela chuva carrega metade de sua

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

LOPES, S. Bio. São Paulo: Saraiva, 2017. A estrutura apontada pela seta corresponde:
(a) ao microtúbulo.
(a) A síntese proteica nos eucariontes depende da
presença de ribossomos. Nos procariontes, é ne- (b) à unidade de membrana.
cessária, apenas, a presença de poliribossomos. (c) ao feixe esquelético calcificado.
(b) No retículo endoplasmático não granuloso (liso) (d) a tecido conjuntivo fibroso.
ocorre a síntese de proteínas que serão utilizadas
(e) a uma fibra conjuntiva elástica.
pela própria célula, no seu citoplasma.
(c) No retículo endoplasmático granuloso (rugoso) Objetivo 5. Descrever as principais características estruturais
ocorre a síntese de proteínas que serão secre- e funcionais de ribossomos e do retículo endoplasmático, bem
tadas pela célula. como a localização destes no interior da célula.

(d) A função do complexo golgiense (de Golgi) é ar- F5. (Unifeso-RJ)


mazenar proteínas já produzidas pela célula,
Uma cultura de células que utilizam o aminoácido gli-
sem participar da biossíntese destas moléculas.
cina exclusivamente para síntese de proteínas rece-
(e) Os ribossomos participam da síntese de diver- beu alimentação na qual toda a glicina era radioativa.
sas biomoléculas celulares, como as proteínas, Analisando as células da cultura, a radioatividade será
os nucleotídeos e os lipídeos. primeiramente observada:
(a) nos ribossomos.
Objetivo 4. Entender a estrutura e o funcionamento de cílios
e flagelos. (b) nos lisossomos.
(c) nas mitocôndrias.
F4. (PUC-MG)
(d) nas cisternas de Golgi.
Observe a figura a seguir, que representa o corte
transversal de um cílio de um protozoário: (e) no retículo endoplasmático.

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
(b) na superfície externa do retículo endoplasmáti-
E1. (Cesgranrio-RJ)
co rugoso.
Uma célula jovem cresce à custa de proteínas por ela
(c) no interior do retículo endoplasmático rugoso.
sintetizadas.
(d) no aparelho de Golgi.
Essas proteínas são sintetizadas:
(a) no retículo endoplasmático liso. (e) nos ribossomos livres no citoplasma.

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CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

E2. (Unigranrio-RJ) E5. (UFRGS-RS)


“O citosol encontra-se em contínuo movimento, Entre as alternativas abaixo, assinale a que NÃO cor-
impulsionado pela contração rítmica de certos fios de responde a uma função desempenhada pelo citoes-
proteínas presentes no citoplasma, em um processo queleto.
semelhante ao que faz nossos músculos se movimen- (a) batimento de cílios em moluscos
tarem. Em algumas células, é tão intensa que há verda-
(b) locomoção de espermatozoides
deiras correntes circulatórias internas. Sua velocidade
aumenta com elevação da temperatura e diminui em (c) ciclose em células vegetais
temperaturas baixas, assim como na falta de oxigênio.” (d) contração muscular em vertebrados
Só Biologia: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/ (e) fagocitose em bactérias
Citologia/cito16.php>. (Adaptado.)

O texto acima faz referência à (aos): E6. (USS-RJ)

(a) Movimentos Ameboides Os antibióticos são substâncias químicas que, em-


pregadas contra infecções bacterianas, conseguem
(b) Ciclose
destruir o micróbio invasor sem agredir o hospedei-
(c) Organoides ro humano. Uma das classes de antibióticos exis-
(d) Cissiparidade tentes atua bloqueando a fabricação de proteínas
das bactérias, sem interferir na síntese proteica
(e) Divisão celular
humana. Essa classe de antibióticos age sobre a se-
guinte organela:
E3. (PUC-RJ)
(a) lisossomo
Vimblastina é um fármaco quimioterápico padrão usa-
(b) ribossomo
do para tratar câncer. Devido ao fato de ela interfe-
rir no alinhamento dos microtúbulos, sua efetividade (c) retículo rugoso
está diretamente relacionada à inibição da (d) complexo golgiense
(a) formação do fuso mitótico.
E7. (USS-RJ)
(b) fosforilação de proteínas regulatórias.
No citoplasma das células eucariontes, encontram-
(c) respiração celular.
-se diversas estruturas denominadas organelas, cujo
(d) síntese de DNA. número e tamanho estão relacionados à função que
(e) produção de protease. desempenham na célula. Uma dessas organelas, o re-
tículo endoplasmático rugoso, age na síntese de subs-
E4. (FMC-RJ) tâncias com ação fora da célula. Desse modo, células
de um determinando tecido do organismo humano que
As organelas celulares desempenham funções espe-
possuem o retículo endoplasmático rugoso bastante
cíficas e dependendo da célula onde se encontram, al-
desenvolvido podem desempenhar a seguinte função:
gumas ficarão mais desenvolvidas. Nos linfócitos B, as
(a) biotransformação do etanol para excreção.
organelas que precisam estar em maior quantidade
e mais bem desenvolvidas, para que possam exercer (b) produção de amilase para digestão do amido.
sua função no sistema imune, são: (c) polimerização da tubulina para o citoesqueleto.
(a) Retículo Endoplasmático Agranular e Complexo (d) síntese de fosfolipídios para a membrana plas-
de Golgi. mática.
(b) Polissomos livres e mitocôndrias.
E8. (Suprema-RJ)
(c) Retículo Endoplasmático Granular e Complexo
de Golgi. A Vimblastina é um medicamento utilizado no trata-
mento de tumores. Seu mecanismo de ação ocorre
(d) Polissomos ligados e lisossomos.
através da sua ligação a uma proteína do citoesque-
(e) Retículo Endoplasmático Granular e Retículo En- leto celular que interfere diretamente na metáfase da
doplasmático Agranular. mitose, impedindo a multiplicação celular.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

Assinale a alternativa que corresponde ao elemento do (08) Nos eucariotos, os cílios e flagelos são capazes
citoesqueleto celular que é afetado pela vimblastina. de provocar correntes no ambiente líquido onde
(a) Filamentos de Actina. estão mergulhadas as células, sendo que estas
correntes podem ser usadas para locomoção e
(b) Filamentos Intermediários. captura de alimentos.
(c) Microtúbulos. (16) Os cílios são estruturas curtas e numerosas, sen-
(d) Filamentos de miosina. do que nas vias respiratórias humanas atuam na
expulsão de partículas estranhas ao corpo.
E9. (UEA-AM)
Existem drogas quimioterápicas usadas no tratamen- E12. (UERJ-RJ)
to de pacientes com câncer que impedem a formação O núcleo de uma célula eucariota, por ser 20% mais
de microtúbulos. Sua interferência no processo de di- denso que o meio intracelular, tende a se deslocar
visão celular será nesse meio. No entanto, é mantido em sua posição
normal pelo citoesqueleto, um conjunto de estruturas
(a) no desaparecimento da carioteca.
elásticas responsáveis pelo suporte das estruturas
(b) no desaparecimento do nucléolo. celulares. Em viagens espaciais, em condições de gra-
(c) na duplicação dos cromossomos. vidade menor que a da Terra, o esforço do citoesque-
leto para manter esse equilíbrio diminui, o que pode
(d) na condensação dos cromossomos.
causar alterações no metabolismo celular.
(e) na migração dos cromossomos. As estruturas básicas dos componentes do citoesque-
leto são formadas por moléculas de:
E10. (UPM-SP)
(a) proteínas. (c) polissacarídios.
Os anabolizantes atuam acelerando a síntese de fibrilas
(b) glicolipídios. (d) nucleoproteínas.
musculares. Assim, na célula, essas substâncias agem:
(a) no retículo endoplasmático rugoso. E13. (PUC-MG)
(b) no complexo de Golgi. A seguir estão enunciadas três funções exercidas por
(c) no núcleo. uma certa estrutura comum às células animais.

(d) no retículo endoplasmático liso. • Manter a forma e sustentação celular.


• Permitir movimentos de vários tipos de células.
(e) nos centríolos.
• Proporcionar movimentos de material dentro da célula.
E11. (UEPG-PR-Adaptado) Assinale a opção que nomeia CORRETAMENTE a es-
Com relação à sustentação da célula e seus movimen- trutura que desempenha as funções dadas.
tos, indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s). (a) Citoesqueleto (c) Lisossomo
(01) Os microtúbulos são formados pela proteína tu- (b) Centríolos (d) Vacúolo
bulina. Fornecem o suporte estrutural da célula,
além de atuarem nos movimentos dos cromos- E14. (UFRGS-RS)
somos durante a divisão celular e formação de Assinale a alternativa que preenche corretamente as la-
centríolos, cílios e flagelos. cunas do enunciado abaixo, na ordem em que aparecem.
(02) Os microfilamentos são formados por actina e Os encontram-se nos centros
concentram-se preferencialmente próximos à organizadores de da maioria
membrana plasmática, fornecendo sustentação dos eucariontes e estão envolvidos na formação do
às microvilosidades. Além disso, atuam em cer- fuso mitótico.
tos movimentos celulares, graças à capacidade (a) ribossomos – microfilamentos
de contração.
(b) lisossomos – filamentos intermediários
(04) Os centríolos são estruturas cilíndricas compos-
(c) centríolos - microtúbulos
tas de nove grupos de três microtúbulos. São
encontrados geralmente aos pares e dão origem (d) ribossomos – filamentos intermediários
aos cílios e flagelos. (e) centríolos - microfilamentos

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

A fenilalanina hidroxilase é uma enzima produzida nas


E15. (PUC-RJ)
células do fígado. Dentro dessas células, essa enzima
O citoesqueleto encontrado no citoplasma de células é produzida
eucarióticas contém um conjunto de longas fibras fi-
(a) nos lisossomos.
nas que desempenham importantes funções na cé-
lula. A respeito das funções desempenhadas pelo ci- (b) nas mitocôndrias.
toesqueleto, considere as afirmativas abaixo: (c) no retículo endoplasmático liso.
I. sustenta a célula e mantém sua forma.
(d) no complexo golgiense.
II. atua como barreira contra infecções por orga-
(e) nos ribossomos.
nismos que podem provocar doenças.
III. interage com estruturas extracelulares auxilian- E17. (FGV-SP)
do na ancoragem da célula a seu local adequado.
O uso constante de drogas psicotrópicas, como o ál-
IV. auxilia a filtrar materiais que passam entre dife- cool, pode fazer com que seus usuários desenvolvam
rentes tecidos. certa tolerância à droga, de tal modo que passam a
Está INCORRETO o que se afirma em: ser necessárias doses cada vez maiores para que o
(a) I e II. (d) III e IV. efeito seja obtido.

(b) I e III. (e) I e IV. Nesses casos, é correto dizer que, nas células do fíga-
do desses usuários,
(c) II e IV.
(a) o retículo endoplasmático liso se apresenta pou-
E16. (PUCC-SP)
co desenvolvido. Esse processo pode contribuir
para diminuir a eficácia de alguns medicamen-
“A fenilalanina é um aminoácido que está pre-
tos, como os antibióticos.
sente em quase todos os alimentos, com importân-
cia na constituição das proteínas e também como (b) o retículo endoplasmático liso se apresenta bas-
precursor de outras moléculas. Uma pequena parte tante desenvolvido. Esse processo pode contri-
da fenilalanina ingerida é incorporada pelo organis- buir para diminuir a eficácia de alguns medica-
mo na síntese proteica, mas o excedente, que geral- mentos, como os antibióticos.
mente corresponde à maior parte, é naturalmente (c) o retículo endoplasmático rugoso se apresenta
convertido em outro aminoácido, a tirosina, por uma
pouco desenvolvido. Esse processo pode contri-
enzima produzida no fígado e denominada fenilala-
buir para aumentar a eficácia de alguns medica-
nina hidroxilase.
mentos, como os antibióticos.
Um pequeno grupo de indivíduos, estimadamente
(d) o retículo endoplasmático rugoso se apresenta
uma a cada 24.310 crianças nascidas na população
brasileira, apresenta uma deficiência genética que im- bastante desenvolvido. Esse processo pode con-
pede a produção da enzima fenilalanina hidroxilase, tribuir para aumentar a eficácia de alguns medi-
impossibilitando o organismo de converter o excesso camentos, como os antibióticos.
de fenilalanina em tirosina. O grande problema causa- (e) o complexo golgiense se apresenta bastante de-
do pela falta da enzima é o acúmulo do excedente da senvolvido. Esse processo pode contribuir para
fenilalanina ingerida (hiperfenilalaninemia) que, nessa aumentar a eficácia de alguns medicamentos,
condição, é convertida em outra substância, o ácido fe- como os antibióticos.
nilpirúvico (encontrado na urina e também no suor). No
organismo, o ácido fenilpirúvico é um inibidor de vias E18. (Unicamp-SP)
metabólicas responsáveis pela produção de determi-
Os microtúbulos, parte do citoesqueleto, estão envol-
nados lipídeos importantes na constituição da mem-
vidos em diversas etapas da diferenciação de neurô-
brana de mielina, fundamental para o funcionamento
nios, incluindo a origem e a função de seus prolonga-
dos tecidos neurais, o que compromete gravemente o
desenvolvimento neurológico do indivíduo. São deno- mentos celulares – dendritos e axônios.
minados fenilcetonúricos os indivíduos incapazes de As proteínas associadas aos microtúbulos (MAPs) têm
converter a fenilalanina em tirosina.” funções essenciais nas células neuronais, podendo
Revista Genética na Escola, v. 5, n. 2, 2010. ser divididas em três famílias – MAP1, MAP2 e Tau.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

A B C

Tau
Fase 1-2 Fase 3 Fase 4 MAP2
MAP1B

Fase 1-2: célula precursora neural, com prolongamentos do tipo lamelipódio e futuros neuritos; Fase 3: neurônio com pola-
ridade, com axônio e neuritos; Fase 4: neurônio maduro, com dendritos formados a partir dos neuritos e axônio ramificado.
Os gráficos de barras representam a quantidade das MAPs, conforme legenda no painel C.

L. Penazzi e outros, Chapter Three - Microtubule Dynamics in Neuronal Development, Plasticity, and Neurodegeneration. International
Review of Cell and Molecular Biology, Kidlington, v. 321, p. 89-169, 2016.

Cite pelo menos dois papéis dos microtúbulos em uma célula eucariótica, diferentes daqueles mencionados acima.
As distribuições subcelulares de Tau, MAP2 e um tipo de MAP1 (MAP1B) durante a diferenciação neuronal são repre-
sentadas na figura. Na fase 4, qual MAP é encontrada em maior quantidade nos dendritos?

E19. (UFRGS-RS)
O quadro a seguir refere-se aos tipos de citoesqueletos, à sua composição e às suas funções.

TIPOS COMPOSIÇÃO FUNÇÕES


microtúbulos 2 preenchimento de cílios
microfilamentos actina 3
1 proteínas fibrosas reforço de membrana

Assinale a sequência de termos que correspondem, respectivamente, aos números 1, 2 e 3 do quadro, completando-o.
(a) filamentos intermediários - troponina - formação de centríolos
(b) filamentos intermediários - tubulina - preenchimentos de microvilosidades
(c) tonofilamentos - miosina - formação do fuso mitótico
(d) citoqueratinas - miosina - preenchimentos de flagelos
(e) citoqueratinas - tubulina - formação de centríolos

E20. (UFPR-PR)
O cultivo de células tem sido utilizado como uma possível alternativa para a produção de moléculas úteis na medicina,
como a produção de hormônios naturais. Com a intenção de produzir hormônios como a testosterona e a progeste-
rona, que são derivados do colesterol, pesquisadores tiveram que selecionar uma linhagem de células a partir da
caracterização morfológica delas. Na figura abaixo estão apresentadas essas características.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

A partir da observação, qual é o número da linhagem (02) A energia celular é proveniente das mitocôn-
selecionada para atingir o objetivo pretendido? drias, organelas responsáveis pela digestão de
(a) 1. (c) 3. (e) 5. partículas no interior das células.

(b) 2. (d) 4. (04) Os lisossomos são pequenos vacúolos que têm


por função armazenar substâncias tóxicas às
E21. (UEPG-PR-Adaptado) células e excretá-las ao meio extracelular.

Com relação às células, indique a soma da(s) proposi- (08) Os centríolos são organelas localizadas próximo
ção(ões) correta(s). ao centro das células, proporcionado a nutrição
(01) A célula da bactéria é mais simples do que a cé- necessária ao funcionamento celular.
lula dos eucariotos. A célula procariota é carac- (16) O retículo endoplasmático é chamado de rugo-
terizada pela ausência de uma membrana en- so quando está associado aos ribossomos, tendo
volvendo o seu material genético, não havendo como função a síntese de proteínas. Já o retículo
então a presença de um núcleo individualizado. endoplasmático liso é aquele livre dos ribossomos.

C
FOLHA AZ (d) 2 – 1 – 1 – 1.
(e) 2 – 1 – 1 – 2.
1. (PUC-PR)
O espermatozoide possui uma “bolsa” cheia de enzi- 3. (Enem)
mas digestivas na sua região anterior, o acrossomo.
A ricina, substância tóxica extraída da mamona,
Essa estrutura será utilizada para auxiliar na pene-
liga-se ao açúcar galactose presente na membrana
tração do óvulo. Assinale a alternativa que mostra a
plasmática de muitas células do nosso corpo. Após
organela celular responsável pela produção das enzi-
serem endocitadas, penetram no citoplasma da célu-
mas contidas no acrossomo.
la, onde destroem os ribossomos, matando a célula
(a) Lisossomo. (d) Ribossomo. em poucos minutos.
(b) Complexo de Golgi. (e) Mitocôndria. SADAVA, D. et al. Vida: a ciência da biologia. Porto Alegre:
Artmed, 2009. (Adaptado.)
(c) Centríolo.
O uso dessa substância pode ocasionar a morte de
2. (UFRGS-RS) uma pessoa ao inibir, diretamente, a síntese de
No bloco superior abaixo, são citados dois diferentes (a) RNA. (d) proteínas.
componentes estruturais do citoesqueleto; no inferior, (b) DNA. (e) carboidratos.
suas funções.
(c) lipídios.
Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.
1. Microtúbulos 4. (UPM-SP)
2. Microfilamentos
( ) locomoção do espermatozoide Ribossomos

( ) ciclose em células vegetais


( ) contração e distensão das células musculares
( ) formação de centríolos
A sequência correta de preenchimento dos parênte-
ses, de cima para baixo, é
(a) 1 – 1 – 2 – 2.
(b) 1 – 2 – 2 – 1.
(c) 1 – 2 – 2 – 2.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

Assinale a alternativa correta a respeito da organela salivares, o retículo endoplasmático granular ou er-
representada no desenho anterior. gastoplasma tem por função:
(a) Representa o complexo de Golgi. (a) A síntese de lipídios.
(b) Está presente tanto em células procariotas (b) A síntese de proteínas.
quanto em células eucariotas. (c) A síntese de glicose.
(c) Apresenta um sistema de membranas duplas e (d) A degradação de corpúsculos fagocitados.
possui DNA e RNA próprios.
(e) A síntese de ATP.
(d) É responsável pelo armazenamento e secreção
de substâncias. 8. (PUCC-SP)
(e) Está diretamente envolvida na síntese proteica. Uma célula secretora apresenta, como organela mais
desenvolvida, o retículo endoplasmático liso. Pode-se
5. (FCMSJF-MG) concluir que esta célula produz
O uso de álcool e drogas em excesso induz a proli- (a) aminoácidos. (d) glicoproteínas.
feração de uma organela citoplasmática que é res- (b) proteínas. (e) lipídios.
ponsável pela degradação dessas substâncias. Dessa
(c) muco.
forma, aumenta-se a tolerância do organismo a essas
drogas, necessitando cada vez mais altas doses para
9. (PUC-RS-Adaptado)
que elas possam fazer efeito.
Durante um experimento, um biólogo introduziu no
Assinale a alternativa referente a organela de que se
citoplasma de amebas certa droga capaz de despo-
trata o texto acima:
limerizar as proteínas do citoesqueleto. Em suas
(a) ribossomo. observações, ele notou que amebas desprovidas de
(b) retículo endoplasmático liso. citoesqueleto íntegro ficavam impedidas de realizar
muitas funções, exceto
(c) retículo endoplasmático rugoso.
(a) locomoção. (d) exocitose.
(d) complexo de Golgi.
(b) divisão. (e) osmose.
6. (PUC-RS) (c) fagocitose.
Sobre o citoesqueleto, é correto afirmar que
10. (UFJF/Pism-MG)
(a) está presente em células procarióticas e euca-
rióticas. O citoesqueleto é formado por componentes pro-
teicos que realizam diversas funções celulares.
(b) está relacionado à ciclose, contínuo movimento
Dentre elas está a manutenção estrutural e susten-
de organelas e substâncias no citosol, envolven-
tação das células animais. São componentes do ci-
do proteínas como actina e miosina.
toesqueleto: filamentos intermediários, filamentos
(c) organiza a estrutura interna celular, mas não de- de actina e microtúbulos. Assinale a opção que cita
fine a forma da célula. CORRETAMENTE as funções desses elementos do
(d) o movimento ameboide de algumas células in- citoesqueleto.
depende de suas adaptações. (a) resistência mecânica, contração da célula muscular,
(e) os microfilamentos de actina que o compõem se composição estrutural de cílios e flagelos.
originam dos centrossomos, também chamados (b) divisão celular com formação do fuso mitótico, sín-
de centro de organização celular. tese proteica, replicação do DNA.
(c) resistência mecânica, armazenamento de energia,
7. (UEL-PR) transporte de vesículas.
A ciência tem demonstrado que, nas células dos seres
(d) transcrição do RNA, composição estrutural de cílios
vivos eucariontes, diversos aspectos do metabolismo
e flagelos, contração da célula muscular.
celular estão associados a determinadas organelas
citoplasmáticas. Assim, em células epiteliais secre- (e) composição estrutural de cílios e flagelos, síntese
proteica, tradução de proteínas.
toras, como por exemplo a dos ácinos das glândulas

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS

GABARITO
A
E01. B E14. C
E02. B E15. C
E03. A E16. E
E04. C E17. B
E05. E E18. Os microtúbulos presentes em células eucarióticas
E06. B formam o fuso acromático de divisão durante a mi-
tose e a meiose. Também aparecem na estrutura
E07. B
dos centríolos, cílios e flagelos relacionados com a
E08. C motilidade celular. A mais encontrada nos dendri-
E09. E tos na fase 4 é a MAP2.
E10. A E19. B
E11. 01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31 E20. C
E12. A E21. 01 + 16 = 17
E13. A

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As duas vias citadas apresentam tráfego altamente or-
ganizado. A via biossintética-secretora tem seus fluxos no
CAPÍTULO 9 P sentido da saída do retículo endoplasmático em direção ao
CITOPLASMA II: COMPLEXO complexo golgiense, e deste para a superfície celular. Já a
GOLGIENSE, LISOSSOMOS, via endocítica, tem seu sentido voltado para a entrada em li-
sossomos e endossomos a partir da membrana plasmática.
VACÚOLOS E PEROXISSOMOS Além disso, para o perfeito funcionamento desse sis-
Objetivos de aprendizagem tema, cada vesícula de transporte deve captar apenas as
substâncias apropriadas, fundindo-se apenas com a mem-
1. Descrever características estruturais e funcionais
brana alvo.
do complexo golgiense, lisossomos, peroxissomos
e vacúolos.

2. Identificar os principais destinos da via biossintética-


2. Complexo golgiense
-secretora.
O complexo golgiense foi observado pela primeira vez
3. Entender os passos da via endocítica.
em 1898 pelo médico italiano Camilo Golgi, que, ao corar
4. Caracterizar termos como heterofagia, autofagia células nervosas com nitrato de prata, verificou o surgi-
e autólise. mento de uma estrutura em forma de rede.

5. Diferenciar necrose de apoptose. Ele está normalmente localizado próximo ao núcleo


ou frequentemente próximo ao centrosssomo (nas células
animais).
Sua estrutura consiste em conjunto de cisternas (sá-
D culos lameliformes) envolvidas por membranas achatadas,
1. Vias de transporte assemelhando-se a uma pilha de pratos. Cada pilha é cons-
tituída de quatro a seis cisternas, e a quantidade de pilhas
Como visto em capítulos anteriores, a célula necessi- pode variar de um tipo de célula para outro.
ta de uma constante comunicação com seu ambiente. Em
células procarióticas (desprovidas de organelas membra- Lúmen

© LDARIN / SHUTTERSTOCK
nosas), toda comunicação com o meio externo é estabele- Cisterna
cida por meio da membrana plasmática. Assim, enzimas
FACE CIS
digestivas de uma bactéria, por exemplo, são lançadas OU
FACE TRANS
OU DE
para o exterior da célula, e os metabólitos provenientes FORMATIVA
MATURAÇÃO
do processo de digestão são transportados para o interior Nova vesícula
em formação
por meio de proteínas transportadoras.
A existência de complexos compartimentos mem-
branosos em células eucariontes permite a captação
Vesículas
de macromoléculas, por um processo denominado en- de transporte Vesículas
de secreção
docitose. Nele, tais macromoléculas são entregues às
enzimas digestivas, que se encontram estocadas em
estruturas chamadas lisossomos. A consequência direta
disso é que os metabólitos da digestão são liberados di-
retamente no citosol.
Modelo esquemático do complexo golgiense.
Além da digestão regulada de macromoléculas por
meio da via endocítica, o sistema de membranas também As pilhas do complexo golgiense apresentam inúmeras
regula a liberação de proteínas e carboidratos recém-for- vesículas associadas, que se agrupam e costeiam o retícu-
mados para o exterior. Chamamos essa via de biossintéti- lo endoplasmático. Elas transportam proteínas e lipídios,
ca-secretora, sendo ela responsável também pela modifi- para fora e para dentro do complexo golgiense, realizando,
cação das substâncias que realizam o percurso por seus também, o transporte entre as cisternas. Ao longo do pro-
múltiplos compartimentos. A secreção de substâncias se cesso de transporte, essas substâncias sofrem inúmeras
dá por um processo denominado exocitose. modificações covalentes.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

Cada pilha possui duas faces: mente, em vesículas secretoras para posteriormente
• Face cis: recebe proteínas e lipídios em vesículas de serem liberadas. Essa via é encontrada principalmen-
transporte provenientes do retículo endoplasmático. te em células especializadas na secreção de produtos
como hormônios, neurotransmissores ou enzimas di-
• Face trans: libera vesículas transportadoras conten- gestivas, de uma forma rápida, de acordo com a deman-
do lipídios e proteínas, sendo destinadas à membra- da do organismo (por isso, o nome “regulada”).
na plasmática ou a outros compartimentos.
Retículo endoplasmático Complexo
rugoso golgiense

O papel das redes de Golgi


Via constitutiva
Cada uma das faces apresenta um importante
papel na seleção das proteínas. As proteínas que
entram pela face cis podem ser movidas adiante ou Transporte de proteínas
de membrana
retornarem ao retículo endoplasmático. Proteínas
que não estão corretamente montadas e dobradas
Núcleo
recebem um sinal de retenção (uma sequência de
aminoácidos) do retículo endoplasmático. Esse sinal Estocagem para
é reconhecido por receptores da face cis, que empa- via regulada
cota as proteínas em vesículas especiais e as devol-
vem para o retículo endoplasmático.
A face trans, por sua vez, seleciona as proteínas
de acordo com o seu destino: lisossomos, vesículas Ribossomo

secretoras ou para a superfície da célula. Esquema da célula mostrando os três possíveis destinos de substân-
cias sintetizadas no R.E.

2.1 As funções do complexo golgiense


Vesículas secretoras recebem sinais de liberação
• A secreção de proteínas e outras substâncias
Em células secretoras especializadas, as vesí-
Ao estudarmos a atividade secretora de uma célula, culas se acumulam em um local do citoplasma de-
podemos imaginar um sistema polarizado, unidirecional, nominado sítio de secreção. Em alguns casos, esse
que funciona como uma linha de montagem. Ele começa sítio se localiza muito afastado do complexo gol-
em um dos polos, onde a matéria-prima (aminoácidos, áci- giense, como é o caso do neurônio.
dos graxos) é utilizada para a fabricação das secreções, e
termina em outro, onde tais secreções são eliminadas. Cisterna
Ca++
Utilizando aminoácidos marcados com átomos radioa- Nova vesícula
tivos, podemos acompanhar o trajeto da produção das pro- sináptica
teínas. Ela começa no retículo endoplasmático rugoso, onde
os aminoácidos serão incorporados à cadeia polipeptídica. Heterorreceptor
Essas proteínas são encaminhadas ao complexo golgiense,
onde serão “empacotadas” em vesículas, posteriormente Ca++

enviadas para seu local de destino.


Fenda
Podemos identificar dois tipos de via secretora: Proteína de sináptica
estocagem
• Constitutiva: ocorre em um fluxo constante em todas
as células, sendo responsável pela reposição de pro- Membrana Receptores Corpo ômega
teínas e lipídios da membrana plasmática, bem como pós-sináptica
pela secreção de componentes da matriz extracelular
Neles, a produção e o empacotamento de neu-
(proteoglicanas e glicoproteínas).
rotransmissores ocorre no corpo celular, onde en-
• Regulada: trata-se de uma segunda via existente em contramos o retículo endoplasmático, o complexo
células secretoras especializadas, nas quais proteínas golgiense e os ribossomos.
solúveis e outras substâncias são armazenadas, inicial-

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

As vesículas devem percorrer, então, toda a ex- 3. Os lisossomos e a via endocítica


tensão do axônio, utilizando-se de proteínas do ci-
toesqueleto, até chegar ao sítio de secreção, denomi- É de nosso conhecimento que alguns tipos de células
nado botão sináptico, onde acumulam-se. especializadas e organismos unicelulares são capazes de
englobar partículas de variados tamanhos por meio de um
Para que ocorra a liberação das secreções, é ne-
fenômeno chamado endocitose. Entretanto, além da capa-
cessário um sinal, geralmente representado por um
cidade de englobar partículas complexas, é necessário que
mensageiro químico, como um hormônio que se liga a
a célula possua meios para digeri-las em partículas meno-
receptores na superfície da célula. No caso dos neurô-
res, aproveitáveis pelo metabolismo celular.
nios, o sinal é normalmente uma excitação elétrica.
As enzimas responsáveis pelo processo de digestão
Os mastócitos também secretam uma substância
celular não podem estar dispersas no citoplasma, senão
através da via regulada, a histamina, um vaso dilatador
ele também seria digerido. Elas ficam confinadas em orga-
liberado mediante a presença de antígenos específicos.
nelas especializadas denominadas lisossomos (lise: que-
bra, soma: corpo, “corpo que quebra”).
• Síntese de glicídios Os lisossomos são sacos membranosos de aproxima-
Além de atuar na secreção de substâncias, o aparelho damente 0,5 μm que contêm cerca de quarenta tipos de
de Golgi também é o principal local de síntese de carboi- enzima hidrolítica, incluindo proteases, nucleases, glicosi-
dratos, bem como de modificação de oligossacarídeos adi- dases, lipases, fosfolipases, fosfatases e sulfatases, sendo
cionados pelo retículo endoplasmático às proteínas. todas hidrolases ácidas. Elas são produzidas pelo retícu-
lo endoplasmático rugoso e posteriormente enviadas ao
Os glicídios produzidos ou modificados no complexo
complexo golgiense, onde serão acumuladas em vesículas,
golgiense podem ser usados de diferentes maneiras:
formando os lisossomos.
a) Formação do glicocálix, presente na membrana
plasmática.
Lisossomo – proteção dobrada para as estru-
• Constituição da parede celular e lamela média de cé- turas celulares
lulas vegetais, sendo esta responsável pela separa- Para uma boa atividade enzimas lisossomais, é
ção do citoplasma durante a divisão celular. necessária a existência de um ambiente com caracte-
• Associados às proteínas secretadas, principalmente rísticas ácidas (pH em torno de 5,0). O lisossomo pro-
as que entram na composição da matriz extracelular, picia essa condição, mantendo o pH ácido em seu in-
denominadas mucopolissacarídeos (glicosaminogli- terior. Dessa forma, podemos dizer que os lisossomos
canas e peptídeoglicanas), que agem como uma es- oferecem uma proteção dupla para a célula contra seu
pécie de cola que une as células. próprio mecanismo de digestão.
Além de a membrana lisossomal normalmente
b) Formação do muco que protege as cavidades do
manter as enzimas afastadas das estruturas celula-
corpo, como as vias respiratórias e o tubo digestivo.
res, mesmo que ocorra um vazamento, os danos cau-
sados seriam menores, pois o pH citoplasmático situa-
Funções especiais do complexo golgiense – a -se em torno de 7,2.
formação do acrossoma Além de enzimas próprias, a membrana que cir-
O complexo golgiense participa da formação de cunda os lisossomos também apresenta caracterís-
uma vesícula presente em espermatozoides, deno- ticas únicas. Ela tem proteínas transportadoras que
minada acrossoma. permitem a passagem dos produtos finais da digestão
Ela é rica em enzimas que digerem proteínas e (nucleotídeos, aminoácidos, monossacarídeos etc.)
glicoproteínas que formam as paredes protetoras para o citoplasma, onde serão exocitados ou reapro-
do óvulo (corona radiata e zona pelúcida), facilitan- veitados pela célula.
do a penetração do espermatozoide. O acrossoma Existe, também, uma bomba de H+ que utiliza a
é formado pela concentração de vesículas de Golgi energia proveniente da hidrólise de ATP para bombear H+
na parte anterior do espermatozoide. Esse processo para o lúmen do lisossomo, mantendo o mesmo ácido.
ocorre durante o estágio de especialização das célu- A parede interna da membrana lisossomal é pro-
las reprodutoras masculinas. tegida por glicoproteínas que impedem sua digestão.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

Membrana Enzimas A taxa de reciclagem das organelas varia de acordo


lisossomal hidrolíticas
com o tipo celular. As mitocôndrias de hepatócitos (célu-
las do fígado), por exemplo, apresentam uma vida útil de
apenas dez dias. Essa reciclagem é altamente regulada por
sinais internos da célula.
A terceira via é utilizada em células especializadas na
fagocitose de grandes partículas e micro-organismos. Es-
sas células engolfam tais partículas, posteriormente retor-
nando à membrana alguns de seus componentes interna-
lizados (proteínas de membrana), formando o fagossomo
© DESIGNUA / SHUTTERSTOCK

que se fundirá com os lisossomos.


Membrana Receptor
plasmática Ligante
Proteínas
transportadoras

Lisossomo.
Sinal

Reciclagem de Endossomos
Lisossomos são organelas heterogêneas receptores prematuros
O tamanho e forma dos lisossomos variam de
modo extraordinário entre os diversos tipos celulares.
Essa diversidade reflete a grande variedade de funções Endossomos
das hidrolases ácidas. Essa característica dos lisosso- tardios
Lisossomo
mos contrasta com outras organelas, que geralmente
apresentam uma estrutura relativamente uniforme.
Dissociação e
seleção
Degradação
• A digestão celular
De forma geral, os lisossomos representam os locais
de convergência de vias de tráfego intracelular. As enzi-
mas produzidas pelo retículo endoplasmático rugoso che-
gam até os lisossomos por meio do complexo golgiense,
Exocitose
enquanto as substâncias que serão digeridas chegam até Criando
eles por ao menos três vias distintas. Complexo
vesícula em
torno da
A mais comum delas é a entrada de substâncias golgiense mitocôndria

dissolvidas nos líquidos extracelulares por pinocitose. Retículo


Nela, as moléculas endocitadas são levadas até vesícu- liso
las intracelulares pequenas, denominadas endossomos Lisossomo Vesícula autofágica
prematuros. Algumas proteínas de membrana, como re- primário
Lisossomo Corpo residual
ceptores, são selecionadas e retornam à membrana. As autofágico
substâncias que sobram após essa reciclagem formam Enzimas

o endossomo tardio. Este se fundirá com os lisossomos, Lisossomo secundário


colocando as substâncias de seu interior em contato
com as hidrolases.
Lisossomo
A segunda via de degradação nos lisossomos é utiliza- Lisossomo heterofágico
primário
da em todos os tipos celulares para descartar organelas e
estruturas obsoletas do próprio citoplasma. Esse processo Bactéria
(fagocitose)
é denominado autofagia. Ele se inicia com a organela sen-
Vacúolo fagocítico
do envolvida por membranas derivadas do retículo endo-
plasmático, formando um autofagossomo. Essa estrutura Ruptura do
lisossomo
posteriormente se fundirá com os lisossomos para dar
continuidade à digestão.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

Todas as três vias formam produtos de digestão que membrana, como polissacarídeos e polipeptídios. Além disso,
se acumulam nas vesículas. Estas passam a ser cha- partículas de tamanho relativamente grande também podem
madas de corpos residuais. Essas vesículas podem ser ser englobadas, como bactérias e vírus.
eliminadas por exocitose ou acumular-se no citoplasma, Entretanto, nenhum dos processos vistos anterior-
como ocorre em células do fígado, do cérebro e dos gló- mente é capaz de realizar o transporte de tais moléculas.
bulos brancos. Nos glóbulos brancos, o acúmulo de resí- Para que isso ocorra, é necessário que haja alterações
duos pode levar à morte, formando o pus encontrado em morfológicas da membrana plasmática.
locais infeccionados.
A entrada de substâncias nas células é realizada por
O acúmulo de resíduos também é associado ao enve- um processo chamado endocitose, enquanto a saída é feita
lhecimento de células cerebrais e hepatócitos. por exocitose.
• Endocitose: é dividida em dois processos: fagocitose
A participação dos lisossomos no processo de e pinocitose.
autólise
• Fagocitose: é o englobamento de partículas relati-
A regressão da cauda do girino, bem como a vamente grandes (maiores que 0,25 micrômetros),
modelagem dos dedos do embrião humano (que como micro-organismos e resíduos celulares. Ela é
inicialmente são unidos por uma membrana), é realizada por meio de expansões citoplasmáticas de-
realizada por um processo conhecido como autó- nominadas pseudópodes, que envolvem a partícula,
lise ou citólise. colocando-a em uma vesícula no interior da célula.
Nele, a membrana dos lisossomos se rompe, Ela é a principal forma de captura de alimentos entre
levando à dispersão das enzimas digestivas pelo protozoários, sendo também utilizada em organis-
citoplasma com consequente destruição da célula. mos pluricelulares como forma de defesa contra a
Esse processo também é responsável pela re- penetração de organismos estranhos ou na destrui-
novação de células velhas ou destruição de células ção de células velhas.
mortas. A autólise é, na verdade, apenas uma eta-
pa de um mecanismo maior, chamado apoptose ou
morte celular programada.
Certas doenças apresentam efeitos semelhan-
tes aos da autólise, com ruptura da membrana dos
lisossomos. Em trabalhadores de minas, é comum
uma doença chamada silicose, em que ocorre a rup-
tura dos lisossomos e a destruição das células pul-
monares devido à inalação de pó de sílica e carvão.
Um caso semelhante ocorre devido ao acúmulo
de ácido úrico nas articulações, caracterizando uma
doença chamada de gota.
Por outro lado, algumas doenças genéticas pro-
Neutrófilo realizando fagocitose de uma bactéria.
vocam a deficiência de certas enzimas lisossomiais,
como a doença de Tay-Sachs, em que ocorre uma • Pinocitose: a maioria das células eucarióticas realiza
deficiência na enzima que degrada fosfolipídios de pinocitose, enquanto nem todas realizam fagocitose.
membrana, causando um acúmulo de lipídios nas Ela consiste no processo de captura de partículas in-
membranas dos neurônios e dificultando a trans- feriores a 0,15 micrômetros, geralmente dissolvidas
missão do impulso nervoso. em pequenas gotículas, por meio de invaginações da
membrana.
• Exocitose: também chamada de clasmocitose ou
clasmatose, consiste em um processo de eliminação
4. Transporte de grandes partículas de produtos ou excretas para o exterior da célula, que
se dá de forma inversa ao da endocitose. É por meio
Além de pequenas moléculas e íons, as células são ca- da exocitose, por exemplo, que células secretoras li-
pazes de realizar o transporte de macromoléculas através da beram seus produtos para a corrente sanguínea.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

5. Peroxissomos 6. Vacúolos
Os peroxissomos são organelas envoltas por membra- Vacúolos são vesículas de grandes dimensões, cheias
nas que se autorreplicam, estando presentes em todas as de líquido, presentes em células vegetais, em protozoá-
células eucarióticas. rios e em fungos. Eles ocupam de 30 a 90% do volume
Eles contêm, em grandes quantidades, enzimas oxida- total da célula. Os vacúolos podem ser relacionados aos
tivas como a catalase e a urato oxidase, sendo esta última lisossomos de células animais, uma vez que apresentam
armazenada na forma de cristais. enzimas hidrolíticas, entretanto suas funções são muito
mais abrangentes.
Como as mitocôndrias, o peroxissomo é um sítio im-
portante de utilização de oxigênio. Uma hipótese é que os O vacúolo vegetal pode atuar como:
peroxissomos são vestígios de uma organela ancestral na • Organela de armazenamento para nutrientes ou
qual ocorria todo o metabolismo de oxigênio em células eu- para dejetos. As substâncias armazenadas pelos
carióticas primitivas. vacúolos variam enormemente (látex, opiáceos,
Quando os primeiros organismos fotossintéticos co- substâncias aromáticas do alho etc.) dependendo
meçaram a acumular o oxigênio na atmosfera, este se da espécie vegetal. Muitos desses produtos têm
mostrava altamente tóxico para a grande maioria das célu- função metabólica, como proteínas armazenadas
las. Assim, o peroxissomo era uma ferramenta importante em células de sementes, utilizadas para a nutrição
para reduzir a concentração intracelular de oxigênio. O de- de embriões. Vacúolos também podem armazenar
senvolvimento posterior da mitocôndria tornou o peroxis- pigmentos chamados de antocianinas, que dão a
somo de certa forma obsoleto, pois agora o metabolismo coloração a pétalas de flores. Substâncias tóxicas
do oxigênio poderia ser atrelado à produção de ATP. armazenadas em vacúolos fornecem extensa pro-
Entretanto, os peroxissomos apresentam outras fun- teção contra a herbivoria.
ções importantes. O nome peroxissomo se deve ao fato de • Compartimento de degradação.
que essas organelas têm enzimas que usam o oxigênio
• Um modo econômico de aumentar o tamanho da
molecular para retirar átomos de hidrogênio de substratos
célula. Como veremos em detalhes mais adiante,
orgânicos, em reações de oxidação, formando peróxido de
alguns hormônios vegetais promovem o enfraque-
hidrogênio:
cimento da parede celular, propelida pela pressão
RH2 + O2 R + H2O2 da água que entra no vacúolo em expansão.

As catalases utilizam o H2O2 produzido por outras enzi- • Aparelho homeostático, permitindo à célula su-
mas para oxidar uma série de compostos orgânicos, como portar grandes variações do ambiente. Quando
fenóis, ácido fórmico, formaldeído e álcool. Essas reações ocorre, por exemplo, uma diminuição no pH do ci-
são denominadas peroxidativas. tosol, há um maior transporte de íons H+ para o va-
Elas são de especial importância nas células do fígado, nas cúolo, evitando a acidificação do ambiente celular.
quais os peroxissomos são responsáveis pela eliminação de
Núcleo
moléculas tóxicas. Um quarto do etanol que bebemos é trans-
formado em acetaldeído nos peroxissomos de hepatócitos. Complexo Retículo
golgiense endoplasmático
A principal função das reações que ocorrem nos pero-
xissomos é a quebra de moléculas de ácidos graxos. Esse Mitocôndria
processo é denominado oxidação e transforma cadeias Cloroplasto
de ácidos graxos em moléculas menores de dois carbonos,
utilizados pelas mitocôndrias para a produção de energia. VACÚOLO
Um outro tipo de peroxissomo exerce uma função im-
portante em células de sementes em germinação. Eles
convertem os ácidos graxos presentes nas sementes em
© TEFI / SHUTTERSTOCK

Membrana
carboidratos utilizados para o crescimento da planta. O plasmática
conjunto de reações envolvidas nessa transformação é de-
nominado ciclo do glioxalato. Por isso, esse tipo de peroxis- Parede celular
somo é denominado glioxissomo. Célula vegetal, com destaque para o vacúolo

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

Vacúolo pulsátil mesmo em organismos que vivem em ambientes hiper-


Vacúolos pulsáteis ou contráteis são estruturas en- tônicos, como alguns protozoários marinhos.
contradas em protozoários de água doce e têm a função Sulco oral
de bombear o excesso de água para fora da célula. Citóstoma
itóstoma
O ambiente que circunda os protozoários é hipotôni-
co em relação ao seu citoplasma; portanto, a célula tem
Citofarin
itofaringe
a tendência de ganhar água por meio do processo osmó- Vacúolo
tico. Se o ganho de água for excessivo, ocorrerá rompi- pulsátil
mento da membrana plasmática, com extravasamento
Vacúolo
do citosol e morte celular. Micronúcleo digestivo
O vacúolo bombeia a água ativamente (com gasto
Macronúcleo
de energia) para fora da célula, compensando a pressão
Citopígeo
osmótica (pressão de entrada) e evitando o rompimento
da célula. Representação esquemática do Paramecium sp. com dois vacúo-
Com a água, são eliminadas substâncias tóxicas e los pulsáteis de posição fixa, um em cada extremidade da célula,
os quais realizam o balanço hídrico.
excretas, explicando, assim, a existência dessa estrutura

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 1. Descrever características estruturais e funcio- Objetivo 1. Descrever características estruturais e funcio-
nais do complexo golgiense, lisossomos, peroxissomos e nais do complexo golgiense, lisossomos, peroxissomos e
vacúolos. vacúolos.

F1. (FGV-SP) F2. (Uneb-BA)


O pâncreas é uma glândula anfícrina, ou seja, com Os alvejantes para roupas coloridas, destinados à
dupla função, desempenhando um papel junto ao sis- limpeza e ao clareamento de manchas por meio de
tema digestório na produção de enzimas, tais como lavagem, são produtos à base de oxigênio. Eles libe-
amilases e lipases, e também junto ao sistema endó- ram essa substância química na forma ativa, em pro-
crino, na produção de hormônios, tais como a insuli- cesso semelhante ao que ocorre quando se adiciona
na e o glucagon. água oxigenada sobre um ferimento, observando-se
Tendo em vista a composição bioquímica desses cata- a formação de “espuma” no local.
lisadores pancreáticos, as organelas citoplasmáticas Diferentemente dos alvejantes para roupas
membranosas envolvidas diretamente na produção e brancas, que são à base de cloro, eles têm uma ação
no armazenamento dessas substâncias são, respec- mais suave sobre as fibras e corantes do tecido, que
tivamente, o não são afetados pelo oxigênio ativo. Funcionam,
(a) retículo endoplasmático rugoso e o complexo ainda, como bactericidas e fungicidas. Nas roupas,
golgiense. o branqueamento ocorre pela destruição dos coran-
tes e compostos orgânicos presentes nos tecidos,
(b) retículo endoplasmático liso e o lisossomo.
levando à reflexão da luz como um todo. Ou seja, ao
(c) ribossomo e o retículo endoplasmático rugoso. incidir luz branca, todas as cores são refletidas, pro-
(d) complexo golgiense e o lisossomo. duzindo o branco.
NASCIMENTO. 2009. p. 6.
(e) lisossomo e o vacúolo digestivo.

179

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

A respeito da “espuma” formada em um ferimento após A principal organela participante desse processo de
a utilização de água oxigenada, H2O2(aq), é correto afirmar: destruição celular é denominada:
(a) É resultado da ação da enzima catalase sobre o (a) lisossomo.
peróxido de hidrogênio que também é um produ- (b) peroxissomo.
to decorrente do metabolismo celular de orga-
(c) complexo de Golgi.
nismos que utilizam oxigênio do ambiente.
(d) retículo endoplasmático rugoso.
(b) A respiração aeróbia, em células fragmentadas
por ferimentos, oxida o componente orgânico a
partir da ação do CO2 com produção de O2 como Objetivo 3. Entender os passos da via endocítica.
resíduo metabólico. Objetivo 4. Caracterizar termos como heterofagia, autofagia e
autólise.
(c) A lavagem de ferimentos com o peróxido de hi-
drogênio aquoso produz uma reação química, F4. (UPE-PE)
como a de alvejantes naturais intracelulares, que A figura a seguir ilustra o processo de digestão in-
produzem intensa liberação do gás carbônico. tracelular, no qual estão envolvidas várias organelas
(d) É resultado da ação das enzimas hidrolíticas dos celulares. Identifique as estruturas e/ou processos
lisossomos presentes nos macrófagos sobre as enumerados na figura a seguir:
bactérias infectantes que se aproveitam da ex- I
posição celular associada aos ferimentos. VI

(e) A presença de alvejantes à base de oxigênio em


ferimentos provoca a produção de água oxige-
nada com consequente liberação de CO2 para o
ambiente.

II V
Objetivo 5. Diferenciar necrose de apoptose.

F3. (Uerj-RJ) III


Em embriões de alguns vertebrados, conforme ilus-
IV
tra a imagem, pode-se observar a presença de uma
membrana interdigital que não estará presente em
filhotes de desenvolvimento normal por ocasião do
nascimento.
<http://3.bp.blogspot.com/_klKFmeWGnUQ/
THF49NcH8TI/AAAAAAAAAG8/0YkWYfNfing/s1600/
Autofagia+e+Heterofagia.gif>. (Adaptado.)

Estão corretas
(a) I - Endocitose; II - Peroxissomo; III - Retículo en-
doplasmático rugoso; IV - Vacúolo digestivo; V -
Fagossomo; VI - Exocitose.
(b) I - Fagocitose; II - Lisossomo; III - Complexo de
Golgi; IV - Vacúolo autofágico; V - Corpo residual;
VI - Clasmocitose.
(c) I - Pinocitose; II - Vacúolo; III - Retículo endoplas-
mático liso; IV - Mitocôndria; V - Fagossomo; VI
-Autofagia.
med.unsw.edu (d) I - Heterofagia; II - Ribossomo; III - Complexo de Gol-
gi; IV - Vacúolo; V - Exocitose; VI - Excreção celular.
A perda desse tecido ocorre a partir de determinada
fase do desenvolvimento, quando as células da mem- (e) I - Fagossomo; II - Grânulo de inclusão; III - Re-
brana liberam em seu citoplasma enzimas que dige- tículo endoplasmático liso; IV - Mitocôndria; V -
rem a si próprias. Heterofagia; VI - Clasmocitose.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

Objetivo 1. Descrever características estruturais e funcionais do Complexo Golgiense, lisossomos, peroxissomos e vacúolos.

F5. (Unesp-SP)
Em cada um dos gráficos A e B, há três curvas, porém apenas uma delas, em cada gráfico, representa corretamente
o fenômeno estudado.
Gráfico B
Gráfico A

Atividade dos peroxissomos


Atividade dos lisossomos

1
1

(+)
(+)

2
2

(-)
(-)

3
3 0
0 100 80 60 40 20 0
100 80 60 40 20 0
Quantidade relativa de lipídios na semente
Comprimento relativo da cauda do girino (em %)
(em %)

No gráfico A, o fenômeno estudado é a atividade dos lisossomos na regressão da cauda de girinos na metamorfose.
No gráfico B, o fenômeno estudado é a atividade dos peroxissomos na conversão dos lipídios em açúcares que serão
consumidos durante a germinação das sementes.
A curva que representa corretamente o fenômeno descrito pelo gráfico A e a curva que representa corretamente o
fenômeno descrito pelo gráfico B são, respectivamente,
(a) 1 e 1. (b) 3 e 3. (c) 3 e 1. (d) 1 e 2. (e) 2 e 2.

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Observe a imagem, leia o texto e responda:
E1. (Unigranrio-RJ)
Em células vegetais jovens observam-se algumas
regiões, conforme indicado no desenho e sinalizado
pela seta e a letra (A). Mas, à medida que a célula atin-
ge a fase adulta, essas estruturas se fundem, tornan-
do-se únicas, grandes e centrais, com ramificações
A que lembram sua origem reticular.
<http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia/cito18.
php>. (Adaptado.)

Com base na imagem acima e no texto ao lado, a res-


posta correta é:
(a) Lisossomo.
(b) Vacúolo.
(c) RER.
(d) Carioteca.
A
(e) Dictiossomos.

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20 5 min 10 min 15 min
10

R
0 Retículo Tempo
5 endoplasmático
min 10 min 15 min
Complexo
Retículogolgiense
Tempo
endoplasmático
Vesícula de secreção
BIOLOGIA 1 Retículo golgiense
Complexo
100
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS
endoplasmático
90 Vesícula de secreção
Complexo golgiense

Radioatividade (%)
80
(d) 100
70 Vesícula de secreção
E2. (Enem) 6090

(%) (%)
5080
Muitos estudos de síntese e endereçamento de proteí- 100
4070

Radioatividade
3090
60
nas utilizam aminoácidos marcados radioativamente 80
2050
70

Radioatividade
para acompanhar as proteínas, desde fases iniciais de 1040
060
30
sua produção até seu destino final. Esses ensaios fo- 50
20 5 min 10 min 15 min
40
10
ram muito empregados para estudo e caracterização 30
0 Tempo
20 5 min 10 min 15 min
de células secretoras. Após esses ensaios de radioa- 10
Retículo Tempo
0
tividade, qual gráfico representa a evolução temporal 5 endoplasmático
min 10 min 15 min
da produção de proteínas e sua localização em uma Complexo
Retículogolgiense
Tempo
endoplasmático
célula secretora? Vesícula de secreção
Retículo golgiense
Complexo
(a) 100 endoplasmático
100 Vesícula de secreção
90 90 Complexo golgiense
Radioatividade (%)

Radioatividade (%)
80 80
100
70 100
70 Vesícula de secreção
6090 6090
(%) (%)

(%) (%)
5080 80
100
4070 (e) 50
100
4070
Radioatividade

Radioatividade
3090
60 90
3060
2080
50 2080
50
1070
40 1070
Radioatividade

Radioatividade
60 40
030
50 060
30
20 5 min 10 min 15 min 50
20 5 min 10 min 15 min
40
10 40
10
30
0 Tempo 30 Tempo
20 0
5 min 10 min 15 min 20 5 min 10 min 15 min
10 10
0 Retículo Tempo Retículo Tempo
0
5 endoplasmático
min 10 min 15 min 5 endoplasmático
min 10 min 15 min
Complexo
Retículogolgiense
Tempo Complexo
Retículogolgiense
Tempo
endoplasmático endoplasmático
Vesícula de secreção Vesícula de secreção
Retículo golgiense
Complexo Retículo golgiense
Complexo
endoplasmático endoplasmático
(b) Vesícula de secreção Vesícula de secreção
100 Complexo golgiense
90 Complexo golgiense
(%) (%)

100
80 Vesícula de secreção Vesícula de secreção
90
70
Radioatividade

80
60
70
50
Radioatividade

60
40
50
30
40
20
30
10 E3. (Uece-CE)
20
0
10 5 min 10 min 15 min O retículo endoplasmático e o complexo de Golgi são
0
5 min Tempo
10 min 15 min organelas celulares cujas funções estão relacionadas
Tempo da seguinte forma:
Retículo
endoplasmático
Retículo o complexo de Golgi
endoplasmático
Complexo golgiense
(a) recebe proteínas sintetizadas no retículo endo-
Vesícula
Complexo degolgiense
secreção
plasmático.
100 Vesícula de secreção
90 (b) envia proteínas, nele sintetizadas, para o retícu-
(c)
(%) (%)

100
80 lo endoplasmático.
90
70
Radioatividade

80
60
70
50 (c) envia polissacarídeos, nele sintetizados, para o
Radioatividade

60
40
50
30 retículo endoplasmático.
40
20
30
10 (d) recebe monossacarídeos sintetizados no retí-
20
0
10 5 min 10 min 15 min culo endoplasmático, para o qual envia polis-
0
5 min Tempo
10 min 15 min sacarídeos.
Tempo
Retículo
endoplasmático
Retículo E4. (Unioeste-PR)
endoplasmático
Complexo golgiense
O tecido epitelial da traqueia apresenta um tipo ce-
Vesícula
Complexo degolgiense
secreção
lular que produz muco (glicoproteína), capaz de re-
100 Vesícula de secreção
ter partículas em suspensão no ar inspirado.
90
(%) (%)

100
80
90
70
Radioatividade

182 80
60
70
50
dioatividade

60
40
50
30
40
20
30
10
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20
0
BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

Com base na função dessas células, qual organela


aparece bastante desenvolvida?
(a) Vacúolo.
(b) Lisossomo.
(c) Mitocôndria.
(d) Complexo de Golgi.
(e) Retículo endoplasmático liso.

E5. (UCS-RS)
Todas as células digerem parte de si mesmas por
meio de seus/suas .
Quando um organismo é privado de seu alimento
e as reservas do seu corpo se esgotam, como es-
tratégia de sobrevivência, as células passam a di-
gerir parte de si mesmas, processo denominado
.
Assinale a alternativa que completa correta e respec- A referência feita aos leucócitos define o fenômeno
tivamente as lacunas acima. biológico denominado:
(a) lisossomos; autofagia (a) autólise
(b) mitocôndrias; digestão celular (b) pinocitose
(c) vacúolos digestivos; autodestruição
(c) fagocitose.
(d) complexos de Golgi; autopreservação
(d) plasmocitose.
(e) retículos endoplasmáticos; digestão celular
E8. (Uerj-RJ)
E6. (UFRGS-RS)
Nos últimos anos, estudos mostraram que, em neurô-
Assinale a alternativa que preenche corretamente nios de pacientes com Alzheimer, uma enzima desen-
as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em que
cadeia a fragmentação de uma determinada organela
aparecem.
citoplasmática.
Os peroxissomos são organelas enzimáticas
Essa fragmentação resulta em alterações no empaco-
de membrana única, cuja principal função é a
tamento e encaminhamento de proteínas para o exte-
de certas subs-
rior da célula.
tâncias orgânicas nas células, em especial,
. Nessa reação, surge um Nomeie a organela citoplasmática fragmentada nos
subproduto muito tóxico para a célula, a água oxige- casos dos pacientes com Alzheimer e apresente
nada (peróxido de hidrogênio), que precisa ser rapi- uma função dessa organela relacionada à reprodu-
damente degradado por uma de suas principais enzi- ção humana.
mas, a
(a) fluoretação – açúcares – amilase E9. (Suprema-RJ)

(b) substituição – sais minerais – anidrase Sua função está relacionada à presença de uma en-
zima, chamada catalase que converte o peróxido de
(c) acetilação – celulose – fosfatase
hidrogênio, altamente tóxico, em água e oxigênio.
(d) oxidação – ácidos graxos – catalase
A frase acima se refere a
(e) redução – nitritos – lipase (a) Lisossomos.

E7. (Uerj-RJ) (b) Retículo endoplasmático liso.

Considere o quadrinho a seguir, no qual a fala das bac- (c) Retículo endoplasmático rugoso.
térias se refere ao sistema de defesa do organismo.
(d) Peroxissomos.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

E10. (USS-RJ)
Durante anos, a autofagia foi reconhecida apenas
como um tipo de morte celular, pela qual ocorre a
autodestruição seletiva de componentes intrace-
lulares. Entretanto, estudos recentes consideram
esse processo como um artifício de sobrevivência
bastante sofisticado dos organismos, a ponto de o
biólogo japonês Yoshinori Ohsumi ser laureado com
o prêmio Nobel de medicina 2016 por suas contri-
buições nessa área.
<revistapesquisa.fapesp.br>. Out 2016. (Adaptado.)

A autofagia é um processo de digestão celular realiza- As etapas que correspondem a 1, 2 e 3, respectiva-


do pela seguinte organela: mente, e algumas organelas representadas no esque-
ma, estão corretamente listadas em:
(a) centríolo.
(a) absorção de aminoácidos, síntese proteica e ex-
(b) lisossomo.
portação de proteínas; retículo endoplasmático,
(c) complexo golgiense. lisossomo e mitocôndria.
(d) retículo endoplasmático. (b) fagocitose de macromoléculas, digestão celular
e ingestão de resíduos; retículo endoplasmático,
E11. (UFRGS-RS) complexo de Golgi e lisossomo.
No ano de 2013, o Nobel de Medicina ou Fisiologia foi (c) fagocitose de sais minerais, fotossíntese e ex-
concedido para os pesquisadores que elucidaram os portação de compostos orgânicos; cloroplastos
mecanismos de transporte de moléculas, através de e vacúolos.
vesículas, no interior das células.
(d) absorção de oxigênio, respiração celular e eli-
Considere as seguintes afirmações sobre esse tema minação de dióxido de carbono; mitocôndrias e
no citoplasma de células eucarióticas. vacúolos.
I. As proteínas produzidas pelo retículo endoplas- (e) fagocitose de macromoléculas, digestão celu-
mático rugoso são transportadas por vesículas lar e exportação de proteínas; mitocôndrias e
até a face cis do complexo golgiense. lisossomos.
II. As vesículas que contêm secreções despren-
dem-se do complexo golgiense e fundem-se à E13. (FGV-SP)
membrana plasmática na exocitose. Os lisossomos são organelas eucariotas importantes
III. Algumas vesículas liberadas pelo complexo gol- para processos vitais da célula. São delimitados por
giense irão formar os peroxissomos. uma membrana semelhante à de outras organelas e
ao próprio envoltório celular. Caso o conteúdo enzimá-
Quais estão corretas?
tico interno de todos os lisossomos seja liberado no
(a) apenas I citoplasma, ocorre então a digestão
(b) apenas III (a) das partículas endocitadas pelos processos de
(c) apenas I e II fagocitose e pinocitose, nutrindo a célula.

(d) apenas II e III (b) das estruturas internas, causando a morte celu-
lar programada.
(e) I, II e III
(c) das organelas envelhecidas, para a renovação
dessas estruturas.
E12. (Unesp-SP)
No esquema estão representadas etapas, numeradas (d) do vacúolo alimentar responsável por nutrir a
de 1 a 3, de um importante processo que ocorre no célula.
interior das células, e algumas organelas envolvidas (e) do núcleo, iniciando-se o processo de divisão
direta ou indiretamente com esse processo. celular.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

E14. (UFPR-PR) E17. (Cesagranrio-RJ)


Lisossomos são organelas importantes nos proces- No dia 16 de novembro é comemorado em todo
sos de digestão intracelular. Possuem enzimas que o País o Dia do Não Fumar, que tem como proposta
catalisam a hidrólise de praticamente todos os tipos mobilizar a população para discutir as consequên-
de macromoléculas. Essas enzimas funcionam em pH cias do tabagismo para a saúde. Dentre as doenças
ácido (em torno de 5), que é o pH encontrado no inte- relacionadas ao uso prolongado do cigarro, há di-
rior dessas vesículas. Sobre os lisossomos, responda: versos tipos de câncer como de pulmão, de rim e de
(a) Qual o nome geral dado às enzimas digestivas bexiga, além de enfisema pulmonar, problemas vas-
que ficam em seu interior? culares, derrame cerebral e até mesmo a amputa-
ção de membros. A OMS considera o tabaco uma das
(b) Qual a importância, para a “saúde” da célula, de
principais causas de morte que poderia ser evitada.
que essas enzimas funcionem bem apenas em
No mundo, de acordo com o organismo internacio-
pH ácido?
nal, cerca de um bilhão de pessoas são fumantes,
e as mortes relacionadas ao cigarro se aproximam
E15. (Unesp-SP)
de 5 milhões por ano, devendo dobrar até 2030 com
Analise a figura. O organoide mencionado é o vacúolo
10 milhões de mortes por ano. No Brasil, estima-se
contrátil, presente em alguns seres protistas.
que 200 mil pessoas morram por ano por causa do
consumo do tabaco.
Reuters.com e Agência Brasil (ABr). (Adaptado.)

Considera-se que o uso do tabaco está relacionado a


cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão. O res-
tante dos casos relaciona-se, em sua maior parte, à
exposição ocupacional a substâncias químicas, como
(a) Quais as principais funções desta organela cito- a sílica livre cristalina, caracterizando, nesse caso,
plasmática, e em que grupo de protistas ela está uma doença chamada de silicose.
presente? Sobre a silicose e processos relacionados, assinale a
(b) Em quais condições ambientais esta organela opção incorreta.
entra em atividade? (a) O termo sílica refere-se aos compostos de dió-
xido de silício, que apresentam fórmula mole-
E16. (Udesc-SC) cular SiO2.
Assinale a alternativa correta quanto à célula. (b) O dióxido de silício pode ser classificado como
(a) O peroxissoma é responsável pelo armazenamen- um anidrido de ácido ou óxido ácido.
to das proteínas ligadas ao peróxido de nitrogênio (c) Os organoides citoplasmáticos das células dos
e é constituído por uma rede de túbulos separados. alvéolos pulmonares afetados pelos cristais de
(b) O retículo endoplasmático liso possui a função sílica são os lisossomos.
de sintetizar proteínas e é constituído por uma
(d) Formas cristalinas da sílica, como o quartzo e a
rede de túbulos separados.
cristobalita, podem ser consideradas como va-
(c) O retículo endoplasmático rugoso possui a fun- riedades alotrópicas dessa substância.
ção de sintetizar proteínas e é constituído por
(e) Autólise é o processo pelo qual uma célula se
uma rede de túbulos interconectados que se co-
autodestrói espontaneamente através do rompi-
municam com o envoltório nuclear.
mento da membrana lisossômica.
(d) O complexo de Golgi possui algumas funções,
dentre elas, é responsável pela formação das mi- E18. (Uema-MA)
tocôndrias e pela formação do espermatozoide. É
Como são proteínas, as enzimas são sintetizadas
constituído por uma rede de túbulos interconecta-
no(a) ou em ribossomos livres no hia-
dos que permitem o armazenamento de lipídeos.
loplasma. Distribuídas pelo(a) , algu-
(e) O lisossomo possui a função de sintetizar lipídio mas enzimas migram até o(a) , onde
e é constituído por uma rede de lipídeos. ficam armazenadas.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

Das bolsas e cisternas do(a) (c) 1 – 2 – 2 – 2.


desprendem-se vesículas cheias de enzimas di- (d) 2 – 2 – 1 – 1.
gestórias, que podem ser exportadas pela cé-
(e) 2 – 1 – 1 – 1.
lula ou promover a digestão de substâncias en-
globadas por ou .
E20. (UEPG-PRA-Adaptado)
Nesse último caso, essas pequenas vesículas por-
tadoras de enzimas digestórias são denominadas Em relação às funções desempenhadas pelos lisosso-
. mos, indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
WILSON, P. Biologia. São Paulo: Ática, 2005. (Adaptado.) (01) Lisossomos podem desempenhar função auto-
fágica, digerindo partes desgastadas da própria
Qual a alternativa que completa as lacunas corretamente? célula; ou função heterofágica, digerindo mate-
(a) Retículo endoplasmático rugoso – retículo rial capturado por fagocitose ou pinocitose.
endoplasmático liso – complexo golgiense –
(02) Lisossomos são pequenas vesículas esféricas
complexo golgiense – fagocitose – pinocitose
repletas de enzimas responsáveis pela digestão,
– lisossomos. além de participar de processos de respiração
(b) Retículo endoplasmático liso – retículo endo- celular e fotossíntese.
plasmático liso – complexo golgiense – com- (04) Em muitas células normais, a função autofági-
plexo golgiense – fagocitose – pinocitose – li- ca ocorre por um processo de digestão de es-
sossomos. truturas citoplasmáticas que não estão mais
(c) Retículo endoplasmático rugoso – retículo endo- realizando suas funções, o que contribui para a
plasmático rugoso – mitocôndria – mitocôndria renovação do material citoplasmático.
– fagocitose – pinocitose – lisossomos. (08) Lisossomos armazenam substâncias que irão
(d) Retículo endoplasmático liso – retículo endoplas- agir em outras partes do corpo, tais como as en-
mático liso – complexo golgiense – complexo zimas digestivas, produzidas e secretadas pelas
golgiense – fagocitose – pinocitose – ribossomos. células do pâncreas e que irão atuar no intestino.

(e) Retículo endoplasmático rugoso – retículo en-


E21. (UFPR-PR)
doplasmático rugoso – complexo golgiense –
complexo golgiense – fagocitose – pinocitose O cultivo de células possibilita o estudo de diver-
– lisossomos. sos processos moleculares sob condições bastante
controladas.
E19. (UFRGS-RS) O seguinte experimento foi realizado para comparar
células em cultivo normais com células mutantes: no
No bloco superior, abaixo, são citados dois componen-
meio de cultivo foram colocados nutrientes neces-
tes do sistema de membranas internas de uma célula
sários ao crescimento das células, como polissaca-
eucariótica; no inferior, funções desempenhadas por
rídeos, proteínas e lipídios. Todas essas substâncias
esses componentes.
são normalmente endocitadas. A tabela abaixo mostra
Associe adequadamente o bloco inferior ao superior. os produtos metabólicos obtidos depois de as células
1. retículo endoplasmático liso permanecerem por 24 horas no meio.
2. sistema golgiense
Substância Produto do metabolismo
( ) modificação de substâncias tóxicas fornecida no Células Células
( ) síntese de lipídeos e esteroides meio de cultivo normais mutantes
( ) secreção celular polissacarídeos monossacarídeos polissacarídeos
proteínas aminoácidos aminoácidos
( ) síntese de polissacarídeos da parede celular
lipídios ácidos graxos ácidos graxos
vegetal.
A sequência correta de preenchimento dos parênte- A partir dos dados acima apresentados, responda:
ses, de cima para baixo, é (a) Qual a organela celular envolvida no defeito
(a) 1 – 2 – 2 – 1. apresentado pelas células mutantes?
(b) 1 – 1 – 2 – 2. (b) Qual a provável causa do defeito apresentado?

186

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

E22. (Unicamp-SP)
As funções das células estão relacionadas com sua estrutura e com sua atividade metabólica. Apresenta-se abaixo
uma tabela em que estão discriminadas, em porcentagens, as extensões de membranas de algumas organelas de
duas células, A e B, provenientes de dois órgãos diferentes.

Porcentagem de área de membrana


Tipo de membrana
Célula A Célula B
Membrana de retículo endoplasmático rugoso 35 60
Membrana de retículo endoplasmático liso 16 <1
Membrana do complexo de Golgi 7 10
Membrana externa da mitocôndria 7 4
Membrana interna da mitocôndria 32 17

(a) Compare os dados das células A e B e indique em qual delas predomina a atividade de destoxificação e em qual
predomina a atividade de secreção. Justifique.
(b) Experimentos bioquímicos realizados com os dois tipos celulares mostraram que a célula A apresentava meta-
bolismo energético mais elevado do que o da célula B. Como o resultado desses experimentos pode ser confir-
mado a partir dos dados fornecidos pela tabela?

E23. (UEPG-PRA-Adaptado)
A figura abaixo é uma representação esquemática da estrutura do retículo endoplasmático, complexo golgiense e
membrana plasmática (parcialmente cortados para mostrar suas organizações). Com relação à organização, trans-
porte de vesículas e função destas estruturas celulares.

Amabis, JM; Martho, GR. Biologia das Células: Origem da vida, citologia e histologia, reprodução e desenvolvimento. Volume 1. 2a ed.
Editora Moderna, São Paulo, 2004. (Adaptado.)

Indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).


(01) Em 1, está apresentado a face cis do complexo golgiense. A face cis é por onde as vesículas provenientes do
retículo endoplasmático penetram no complexo golgiense.

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

(02) Nas cisternas do complexo golgiense mostradas dos diferentes tipos de células. Sobre o assunto, indi-
em 3 ocorrem os processos finais necessários à que a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
exportação das proteínas produzidas no retícu- (01) Dentre as organelas celulares, os lisossomos
lo endoplasmático granuloso. No complexo gol- são vesículas que armazenam em seu interior
giense, as proteínas são modificadas, separadas enzimas responsáveis pela produção de energia
e empacotadas em bolsas membranosas para no processo de respiração celular.
serem enviadas aos locais em que atuarão.
(02) Nos vegetais, além da membrana plasmática exis-
(04) Em 4, é mostrada uma vesícula sendo secretada te uma parede celular, a qual protege e sustenta a
através da membrana plasmática. O complexo célula e é constituída principalmente por celulose.
golgiense atua também neste processo de se-
(04) A osmose, um tipo de transporte passivo, é a
creção celular (processo de envio para fora da
passagem de solvente através de uma mem-
célula de substâncias úteis ao organismo).
brana semipermeável do meio hipotônico para o
(08) A face do complexo golgiense voltada para a meio hipertônico.
membrana plasmática é denominada de face
(08) As células eucarióticas caracterizam-se por
trans, como mostrado em 2. É nesta face que
apresentarem o material genético protegido por
brotam as vesículas contendo as proteínas mo-
uma bicamada lipídica, a carioteca.
dificadas, as quais serão endereçadas aos locais
onde exercerão suas funções. (16) Dentre as diversas funções do Complexo de Gol-
(16) Em 5, é apresentada a rota de formação de um gi, pode-se citar: secreção celular, armazena-
peroxissomo contendo as enzimas digestivas a mento de substâncias e formação do acrossomo
partir de uma vesícula que brota da face trans do dos espermatozoides.
complexo golgiense.
E26. (Unesp-SP)
E24. (UEM-PRA-Adaptado) Foram coletadas três amostras de espermatozoides de
Sobre as estruturas e organelas citoplasmáticas de um rato adulto apto para reprodução e colocadas sepa-
uma célula eucariótica animal, indique a soma da(s) radamente em três tubos de ensaio. Cada uma destas
proposição(ões) correta(s). amostras foi submetida a uma situação experimental:

(01) o citoesqueleto, formado por microtúbulos, mi- Tubo 1: Todos os espermatozoides tiveram um deter-
crofilamentos e filamentos intermediários, dá minado tipo de organoide extraído do citoplasma atra-
suporte e forma para as células, além de colabo- vés de uma microagulha.
rar em vários movimentos. Tubo 2: Todos os espermatozoides tiveram outro tipo
(02) os centríolos colaboram na formação dos cílios e de organoide citoplasmático extraído.
flagelos e na organização do fuso acromático. Tubo 3: Todos os espermatozoides foram mantidos in-
tactos e utilizados como controle.
(04) os ribossomos são responsáveis pela síntese
de proteína, mecanismo determinado pelo RNA Em seguida, as três amostras foram introduzidas,
produzido no núcleo da célula, conforme especi- cada uma separadamente, nos colos uterinos de três
fica o DNA. ratazanas em condições de serem fertilizadas. Duran-
te o experimento, verificou-se que:
(08) o complexo de Golgi recebe proteínas do retículo
endoplasmático e acondiciona essas moléculas • os espermatozoides do tubo 1 se aproximaram dos
em vesículas que serão enviadas para a mem- óvulos, mas nenhum deles conseguiu perfurar suas
brana plasmática ou para outras organelas. membranas plasmáticas;

(16) o retículo endoplasmático contém enzimas di- • os espermatozoides do tubo 2 não foram além do colo ute-
gestivas e participa da digestão intracelular rino e sofreram um processo degenerativo após 48 horas;
unindo-se ao fagossomo e formando o vacúolo
• os espermatozoides do tubo 3 caminharam até os
digestivo.
óvulos e todos foram fertilizados.

E25. (UEPG-PR-Adaptado) (a) Quais foram os organoides extraídos dos esper-


Atualmente, detalhes da morfologia e da fisiologia ce- matozoides dos tubos 1 e 2?
lular são bem conhecidos, bem como as características (b) Quais as funções desses organoides?

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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

C
FOLHA AZ
relacionada com o armazenamento da enzima cata-
1. (Unisc-RS)
lase. Esta reage com o peróxido de hidrogênio, subs-
São estruturas citoplasmáticas que contêm no seu tância tóxica que necessita da sua degradação, contri-
interior enzimas importantes nos mecanismos de di- buindo com a desintoxicação do organismo, a partir da
gestão intracelular. oxidação de substâncias absorvidas do sangue.
(a) Ribossomos. Com base nessas informações, a organela celular a
(b) Peroxissomo. que o texto se refere denomina-se
(c) Lisossomos. (a) Lisossomos. (d) Ribossomos.

(d) Retículo endoplasmático. (b) Peroxissomos. (e) Glioxissomos.

(e) Complexo de Golgi. (c) Mitocôndrias.

2. (PUCC–SP) 5. (Enem)
Quando o girino se metamorfoseia em sapo ocorre Uma das funções dos neutrófilos, um tipo de glóbulo
reabsorção da cauda larval devido à ação dos branco, é fagocitar bactérias invasoras em nosso or-
(a) golgiossomos. ganismo. Em uma situação experimental, um cientista
colocou em um mesmo meio neutrófilos e bactérias
(b) ribossomos.
Gram positivas que apresentavam a parede celular
(c) peroxissomos. fluorescente. Em seguida, o cientista observou os neu-
(d) cromossomos. trófilos ao microscópio de fluorescência e verificou a
presença de fluorescência em seu interior. Em qual
(e) lisossomos.
organela do neutrófilo foi percebida a fluorescência?

3. (Fuvest-SP)
(a) Mitocôndria.

O retículo endoplasmático e o complexo de Golgi são (b) Peroxissomo.


organelas celulares cujas funções estão relacionadas. (c) Vacúolo digestivo ou fagossoma
O complexo de Golgi
(d) Complexo golgiense.
(a) recebe proteínas sintetizadas no retículo endo-
(e) Retículo endoplasmático liso.
plasmático rugoso.
(b) envia proteínas nele sintetizadas para o retículo 6. (Enem)
endoplasmático.
Os sapos passam por uma metamorfose completa. Os
(c) recebe polissacarídeos sintetizados no retículo girinos apresentam cauda e brânquias externas, mas
endoplasmático. não têm pernas. Com o crescimento e desenvolvimen-
(d) envia polissacarídeos nele sintetizados para o to do girino, as brânquias desaparecem, as pernas
retículo endoplasmático. surgem e a cauda encolhe. Posteriormente, a cauda
(e) recebe monossacarídeos sintetizados no retículo desaparece por apoptose ou morte celular programa-
endoplasmático e para ele envia polissacarídeos. da, regulada por genes, resultando num sapo adulto
jovem. A organela citoplasmática envolvida direta-
4. (UPE-PE) mente no desaparecimento da cauda é o

Num determinado hospital da Região Metropolitana do (a) ribossomo.


Recife, nasceu um menino com a síndrome de Zellwe- (b) lisossomo.
ger ou síndrome cérebro-hepatorrenal. Considerada
(c) peroxissomo.
uma doença raríssima, por ocorrer 1 em cada 50.000
a 100.000 nascimentos, é resultante do defeito no fun- (d) complexo golgiense.
cionamento de uma organela celular, cuja função está (e) retículo endoplasmático.

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CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

7. (Enem)
Uma indústria está escolhendo uma linhagem de microalgas que otimize a secreção de polímeros comestíveis, os
quais são obtidos do meio de cultura de crescimento. Na figura podem ser observadas as proporções de algumas
organelas presentes no citoplasma de cada linhagem.
Perfil celular de microalgas
100%
90%
Quantidade de organelas

80%
70%

60%
50%
40%
30%

20%
10%
0%
Linhagem I Linhagem II Linhagem III Linhagem IV Linhagem V
Núcleo 20 20 20 20 20
Retículo endoplasmático 20 35 15 40 35
Complexo golgiense 50 40 35 20 15
Mitocôndrias 10 5 30 20 30

Qual é a melhor linhagem para se conseguir maior rendimento de polímeros secretados no meio de cultura?
(a) I (b) II (c) III (d) IV (e) V

8. (Uepa-PA)
A unidade funcional e estrutural do ser vivo é a célula. Ela é caracterizada pela presença de um invólucro celular,
organização estrutural complexa, e também por possuir um conjunto de organelas celulares.
Sobre a palavra em destaque no enunciado acima, é correto afirmar que:
(a) os microtúbulos formam o esqueleto externo das células.
(b) nas células, a digestão de nutrientes ocorre nos lisossomos.
(c) o complexo de Golgi sintetiza lipídios da parede celular.
(d) os ribossomos representam os locais onde ocorre a síntese de lipídios.
(e) na célula animal os plastos auxiliam a síntese de proteínas.

9. (UFRGS-RS)
No bloco superior abaixo, são citadas duas estruturas celulares; no inferior, características dessas estruturas.
Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.
1. Lisossomos 2. Ribossomos
( ) estão presentes em procariontes
( ) realizam digestão de nutrientes
( ) realizam autofagia
( ) constituem subunidades de tamanhos distintos
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
(a) 1 – 2 – 2 – 1. (b) 1 – 1 – 2 – 2. (c) 1 – 2 – 2 – 2. (d) 2 – 1 – 1 – 1. (e) 2 – 1 – 1 – 2.

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CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

10. (UPF-RS)
Associe corretamente cada organela celular (coluna 1) com sua respectiva função (coluna 2):
COLUNA 1 COLUNA 2
I. Retículo endoplasmático rugoso ou granular ( ) Síntese de proteínas
II. Retículo endoplasmático liso ou agranular ( ) Digestão intracelular, função heterofágica e auto-
III. Ribossomos fágica

IV. Complexo de Golgi ( ) Processamento e empacotamento de proteínas

V. Lisossomos ( ) Síntese e transporte de proteínas

VI. Peroxissomos ( ) Síntese de esteroides, ácidos graxos e fosfolipídios

( ) Decomposição do peróxido de hidrogênio (H2O2)


que é tóxico para as células
A sequência correta da associação, de cima para baixo, é:
(a) III, V, IV, I, II, VI. (c) I, II, III, IV, V, VI. (e) IV, V, III, II, I, VI.
(b) III, V, IV, II, I, VI. (d) VI, V, IV, III, II, I.

GABARITO A
E01. B b)  Em meio hipotônico, os vacúo- E25. 02 + 04 + 08 + 16 = 30
E02. C los pulsáteis entram em ativida- E26.
de com a finalidade e eliminar
E03. A o excesso de água que penetra na a) Acrossomo e mitocôndrias são
E04. D célula passivamente por osmose. os organoides extraídos, respec-
tivamente, dos espermatozoides
E05. A E16. C 1 e 2.
E06. D E17. D b) O acrossomo contém enzimas
E07. C E18. E que facilitam a penetração do
E08. Complexo golgiense, função re- E19. B espermatozoide no óvulo. As mi-
produtiva na formação do acros- tocôndrias produzem a energia
E20. 01 + 04 = 05 necessária ao batimento flagelar
somo.
E21. dos gametas masculinos.
E09. D
a)  Lisossomos
E10. B
b) Devido a mutações nos genes que
E11. C as codificam, as enzimas lisossô-
E12. B micas envolvidas na hidrólise de
E13. B polissacarídeos são defeituosas
E14. ou ausentes.
a)  As enzimas lisossômicas são E22.
denominadas genericamente a)  A atividade de destoxificação é
como hidrolases ácidas. maior na célula A; isso se justifica
b) Como funcionam bem apenas pela presença de maior porcen-
em pH ácido, o citoplasma das tagem de área de membrana de
células em geral, ligeiramente retículo liso. A célula B, por sua
alcalino, fica protegido contra vez, é claramente secretora por
o ataque pelas enzimas diges- apresentar grande área de retí-
tórias de lisossomos eventual- culo endoplasmático rugoso e de
mente rompidos. complexo golgiense.
E15. b) A célula A possui maior quanti-
dade de membranas internas nas
a)  Os vacúolos pulsáteis (ou contrá- mitocôndrias (cristas mitocon-
teis) são observados em protistas driais) e deve apresentar maior
de água doce, tais como protozo- metabolismo energético do que a
ários e a alga euglena. Têm por célula B.
funções realizar a excreção e a
regulação osmótica nestes mi- E23. 01 + 02 + 04 + 08 = 15
crorganismos. E24. 01 + 02 + 04 + 08 = 15

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CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

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CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS

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3 a SÉRIE DO ENSINO MÉDIO - LIVRO DE TEORIA E EXERCÍCIOS

BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1
MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

CAPÍTULO 2
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO
DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

CAPÍTULO 3
RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA
DAS POPULAÇÕES

CAPÍTULO 4
SUCESSÃO ECOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

CAPÍTULO 5
DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

CAPÍTULO 6
INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

CAPÍTULO 7
DIGESTÃO HUMANA

CAPÍTULO 8
CIRCULAÇÃO HUMANA

CAPÍTULO 9
RESPIRAÇÃO

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O Empirismo
P

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CAPÍTULO 1 No passado, os sábios não tinham,
MÉTODO CIENTÍFICO muitas vezes, o cuidado de basear
E ORIGEM DA VIDA suas ideias em raciocínios lógicos e
muito menos em realizar experiên-
Objetivos de aprendizagem cias científicas para testar aquilo que
1. Diferenciar hipótese de teoria. era dito. Esse procedimento, resultado
da “experiência pessoal”, isto é, da vi-
2. Identificar e organizar etapas do método hipotético- vência, da observação espontânea, da
-dedutivo. conclusão individual, é chamado de
empirismo. No empirismo, não há a
3. Identificar as teorias sobre a origem da vida.
aplicação do método científico.
4. Reconhecer a importância do experimento de Pasteur. Nesta figura, temos o chamado
5. Identificar as etapas da hipótese de Oparin. homúnculo, uma pequena criatura humana, já for-
mada no interior de um espermatozoide, que se
6. Conhecer a evolução metabólica segundo as hipóteses desenvolveria, após a fecundação, dando origem ao
heterotrófica e autotrófica. embrião, uma ideia totalmente empírica.
7. Compreender os eventos que levaram à formação da
célula eucarionte.
1.2 Definições e etapas
O método científico é um conjunto de regras básicas

D para um cientista desenvolver uma experiência controla-


da a fim de testar e observar acontecimentos, para chegar
1. Método científico a conclusões, de forma a relatá-las, as quais, em caso de
validade, serão aplicadas à ciência. As bases da metodo-
1.1 Introdução logia científica moderna foram construídas pelos filósofos
A ciência moderna começou a surgir, na Europa, entre Francis Bacon (1561-1626) e René Descartes (1596-1650).
os séculos XV e XVI, durante o período histórico conhecido Podemos ter duas linhas de raciocínio no método cien-
por Renascimento. Até então, as explicações para os fenô- tífico: dedução e indução.
menos naturais estavam alicerçadas fundamentalmente
no senso comum ou em crenças religiosas. Nessa época, 1.2.1 Dedução ou método dedutivo
começou a se firmar a ideia de que era necessário buscar Na dedução, as suposições em casos particulares são
explicações para os fenômenos naturais na própria nature- criadas a partir de premissas gerais. Citaremos um exem-
za, e não em crenças pessoais, religiosas ou políticas. Essa plo genérico por meio do qual poderemos compreender
busca deveria ser realizada por meio do método científico, melhor este método.
que iremos explanar neste capítulo. Exemplo: Todos os homens são mortais (premissa geral).
Se Platão é homem, logo Platão é mortal (caso particular).
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1.2.2 Indução ou método indutivo


Nesta situação, partimos de premissas particulares,
para inferirmos uma verdade geral.
Exemplo: Pedro, José e João são homens (caso par-
ticular). Pedro, José e João são mortais, logo todos os ho-
mens são mortais (premissa geral).
O cientista, em seu trabalho, é guiado por uma caracte-
rística humana básica: a curiosidade. Está, continuamente,
tentando explicar os porquês e os comos das coisas. Albert
Francis Bacon (à esquerda) e René Descartes (à direita).

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

Einstein (1879-1955), um dos maiores físicos da humanida- realizam novas experiências.


de, comparou o trabalho de um cientista ao de um detetive:
reúne uma série de fatos e, a partir deles, procura entender 1.3 A experiência controlada
como ou por que determinado fenômeno ocorre. O cientista Ao realizar experimentos para testar uma hipótese,
vai além da simples observação ou confirmação de fatos; ele devemos buscar realizar sempre um experimento ou teste
procura entender por que certos fatos ocorrem e quais as controlado que consiste em dividir a amostra a ser estuda-
consequências de sua ocorrência. da em dois grupos.
Para facilitar a compreensão do método científico, cos-
tuma-se dividi-lo em fases ou etapas. São elas: 1.3.1 Grupo-teste ou grupo experimental
I. Observação de um fato na natureza: o fenômeno é É o grupo em que se promove a alteração a ser testada,
observado. deixando todas as demais condições sem alteração.
II. Formulação do problema por meio de perguntas:
1.3.2 Grupo-controle
desenvolve-se a curiosidade em relação a ele.
III. Elaboração de hipóteses: há uma suposição para Deve ser um grupo semelhante ao anterior, mas sem
explicar o fenômeno. nenhuma alteração.
Observe a seguir um exemplo de experimento
IV. Montagem e execução do experimento: planejam-
controlado:
-se experimentos que testem as hipóteses.
V. Análise dos resultados: analisam-se os resultados
das observações e dos experimentos para verificar Analisando plantas de milho, com folhas ama-
se confirmam ou refutam as hipóteses apresenta- reladas, um estudante de agronomia considerou
das. que essa aparência poderia ser devida à deficiên-
cia mineral do solo. Sabendo que a clorofila contém
VI. Elaboração das conclusões: estabelecimento de magnésio, ele formulou a seguinte hipótese: “As fo-
conclusões a partir das informações obtidas. lhas amareladas aparecem quando há deficiência
VII. Repetição do experimento: para ter certeza, o cien- de sais de magnésio no solo”. Então ele realizou o
tista repete o experimento. cultivo de novos lotes de plantas, fornecendo à me-
VIII. Publicação científica: confirmados os resultados, tade deles mistura completa de sais minerais, in-
eles devem ser publicados em revistas científicas, clusive sais de magnésio (grupo-controle), e à outra
metade, uma mistura com os mesmos sais, menos
para que sejam analisados e criticados por outros
os de magnésio (grupo-teste ou experimental).
cientistas, que podem repetir os experimentos.
As conclusões do método científico são universais, isto é,
sua aceitação não depende do prestígio ou do poder de con- Os experimentos controlados são amplamente utilizados
vencimento do cientista, mas de suas evidências científicas. na verificação da eficácia de novos medicamentos. Em huma-
Se uma hipótese for confirmada por grande número de nos, esses experimentos são chamados de ensaios clínicos.
experimentos, então ela pode tornar-se uma teoria. Na lin- Quando um novo medicamento é descoberto, inicialmente é
guagem coloquial, a palavra teoria é usada como sinônimo de amplamente testado in vitro e em animais, para mais tarde
hipótese (“eu tenho uma teoria para explicar isso”); em ciên- ser utilizado em voluntários humanos, nos quais também é
cia, teoria é um conjunto de conhecimentos mais amplos, que verificada a existência de possíveis efeitos colaterais.
busca explicar fenômenos abrangentes da natureza. Para iniciar o ensaio clínico, os cientistas selecionam
A lei, muito citada em ciência, é a descrição da regula- um grupo de pacientes e devem obedecer a alguns critérios:
ridade com que ocorrem as manifestações de uma classe I. A amostra deve ser relativamente grande: isso é
de fenômenos. A lei tem um universo limitado, e a teoria feito para evitar possíveis erros, pois a análise es-
envolve a totalidade do universo. tatística de um estudo com uma amostra pequena
É importante, porém, ter sempre em mente que, por pode não ser válida quanto à veracidade dos re-
mais bem-sucedidas que uma lei ou teoria sejam, elas nun- sultados obtidos, uma vez que não se avaliou uma
ca poderão ser consideradas uma verdade absoluta: elas grande variedade de pessoas. Ou seja, o resultado
podem sempre ser corrigidas, aperfeiçoadas e até subs- pode ser mascarado por resultados semelhantes
tituídas, à medida que se descobrem novos fatos ou se em uma amostra pequena.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

II. O grupo de pacientes escolhido deve ser homo- melhor, o que é chamado de efeito Hawthorne. Da mesma
gêneo: dessa forma, pode-se comparar com mais forma, tomar um medicamento pode ter efeito psicológico
fidedignidade os resultados obtidos e concluir que e fazer o paciente se sentir melhor, mesmo que o medica-
a única diferença significativa entre eles se deve à mento não seja eficiente. Isso é chamado de efeito placebo.
administração do medicamento. Nem os pacientes nem os médicos que os acompa-
III. Os pacientes devem ser distribuídos em dois gru- nham sabem quem está no grupo-teste ou experimental.
pos de maneira aleatória (ou randômica): cada pa- Apenas um pesquisador, que não participa diretamente do
ciente participante é colocado aleatoriamente em experimento, sabe quem está em cada grupo. Isso evita di-
um dos grupos, de forma que as diferenças existen- ferença no procedimento com os pacientes e uma possível
tes entre os pacientes tendam a se distribuir igual- influência na avaliação da doença (se o médico reconhecer
mente pelos dois grupos. os grupos, ele pode, com isso, ser induzido a achar que os
pacientes que fizeram uso da medicação estão um pouco
Em um grupo, os pacientes recebem o medicamen-
melhores que os que tomaram o placebo). Esse tipo de tes-
to (grupo-teste). O outro grupo recebe uma imitação do
te se chama teste duplo-cego.
medicamento (farinha, água etc.), chamada placebo, que,
portanto, não tem efeito no organismo (grupo-controle). Se o número de pacientes que melhoraram for maior
Este grupo é usado como comparação, já que o simples no grupo que toma o medicamento, o grupo-teste, podere-
fato de uma pessoa ser observada já pode fazê-la se sentir mos concluir que o remédio teve algum efeito; caso contrá-
rio, deveremos realizar novos estudos.

2. A origem da vida

2.1 O começo de tudo

Proto-sol

Big Bang
Via-Láctea Formação do
(12-15 bilhões de anos)
em formação sistema solar
(10 bilhões de anos) (5 bilhões de anos)
Terra

Sol
Sistema solar

Para entendermos a origem da vida, precisamos cor- passado, todo o Universo estivesse em um pequeno pon-
relacionar essa complexa questão e a formação do Univer- to extremamente condensado. Assim, bilhões de galáxias
so. Segundo a teoria da evolução cósmica, conhecida como surgiram há 12 bilhões de anos, dentre as quais nossa Via
Teoria do Big Bang ou Teoria da Grande Explosão, o Uni- Láctea, que tem mais de 100 bilhões de sóis. Há 4,5 bilhões
verso surgiu há 15 bilhões de anos, quando toda a energia de anos surgiu a Terra, nosso planeta.
concentrada em uma parte muito pequena do espaço, me-
nor que a ponta de uma agulha, foi liberada por uma gran- 2.2 Ideias sobre a geração espontânea
de explosão. À medida que se dispersa pelo espaço, essa
Desde a Antiguidade, o problema da origem da vida e
energia foi diminuindo e lentamente formou as estrelas,
dos seres vivos preocupa o homem.
os planetas, os sistemas solares e as galáxias. O principal
argumento dessa teoria é o fato de que todas as galáxias Na tentativa de explicar a origem da vida, há 2.200
estão se afastando de nós. Se as galáxias estão se afas- anos Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) elaborou a Teoria da
tando umas das outras, pensaram os cientistas, é porque Geração Espontânea ou Abiogênese (a = prefixo de nega-
está ocorrendo a expansão do universo, isto é, ele está se ção; bio = vida; gênese = origem, formação), segundo a qual
tornando cada vez maior, então é possível que um dia, no todos os seres vivos originaram-se espontaneamente da

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

matéria bruta mediante a atuação de um “princípio ativo” A Teoria da Abiogênese, entretanto, foi contestada por
ou “vital”. A grande influência de Aristóteles na cultura vários cientistas, que, por meio de experimentos, provaram
ocidental fez com que pensadores ilustres, como William que um ser vivo só se origina de outro ser vivo. Essa teoria
Harvey (1578-1657), René Descartes (1596-1650) e Isaac é atualmente aceita, a Teoria da Biogênese.
Newton (1642-1727), acreditassem na possibilidade da
2.3 A controvérsia entre os adeptos da biogênese e da
geração espontânea. abiogênese

2.3.1 Francesco Redi: o primeiro a contestar a abio-


No século XVII, acreditava-se que gansos
podiam surgir por transformação de um gênese
tipo de crustáceo marinho

© BRENDAN HOWARD/SHUTTERSTOCK
Segundo a hipótese da geração
espontânea, diversos seres vivos
podiam surgir espontaneamente, a
partir da matéria inanimada

Jan Baptista van Helmont (1577-1644), famoso médico


belga, chegou até a elaborar uma “receita” para produzir
ratos por geração espontânea.
Dizia ele: [...] coloca-se, num canto sossegado e pou-
co iluminado, camisas sujas (de suor). Sobre elas espa-
lham-se grãos de trigo, e o resultado será que, em 21 dias,
surgirão ratos [...].
Nessa experiência, para van Helmont, o “princípio ati-
vo” estaria presente no suor humano.

Francesco Redi.

Na época em que o italiano Francesco Redi (1626-


1698) vivia, a Teoria da Abiogênese era a mais aceita para
explicar a origem dos seres vivos. Havia uma afirmação
empírica de que ocorria o surgimento espontâneo de “ver-
mes” na carne em decomposição, uma evidência a favor
da abiogênese.
Segundo a teoria da abiogênese, ratos poderiam ser gerados a
partir de uma camisa suja de suor e grãos de trigo. O cientista italiano, porém, estava convencido de que
os tais “vermes” não surgiam espontaneamente da própria
Vemos que a abiogênese é francamente empírica; não carne. Sua hipótese era de que eles surgiam de ovos colo-
havia o uso do método científico. Sabe-se hoje que os ratos cados por moscas.
apareceram por serem atraídos por essa mistura, e não Acompanhe, no esquema a seguir, como Redi, utilizan-
surgiram a partir dela. do o método científico, testou sua hipótese.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

Obsevação de fatos
Moscas voam ao redor de pedaços de carne deixados ao ar livre.
Larvas aparecem na carne em decomposição.

Hipótese
Manter as moscas afastadas da carne
prevenirá o aparecimento de larvas.
Gaze
Experimento
Em dois frascos idênticos são colocados dois Pedaço
pedaços de carne de mesmo tamanho de carne
Larvas

– Variável experimental:
gaze previne a entrada
Grupo-controle de moscas. Grupo experimental
Outro frasco é fechado
Um dos frascos é mantido
– Variáveis controladas: com gaze e assim mantido
aberto por vários dias.
tempo, temperatura por vários dias.
e local.

Moscas não
Moscas voam sobre Resultados chegam até a carne.
a carne e larvas aparecem.
Nenhuma larva aparece.

Conclusões:
A geração espontânea de larvas a partir da carne não ocorre.
As moscas são provavelmente a fonte de larvas.

2.3.2 As descobertas de Leeuwenhoek: os microrganismos


Em meados do século XVII, o holandês Antonie van Leeuwenhoek (1632-1723), com
um microscópio de sua própria fabricação, descobriu os microrganismos, na época cha-
mados de micróbios, seres pequenos demais para serem vistos a olho nu.

2
S
ON

5
MM

4
4
ICO
WI K

1-Suporte do material 1
©

2-Placa de metal
3-Parafuso de regulagem
3
4-Lente
5-Material biológico

3 3

O microscópio criado por Leeuwenhoek.


Antonie van Leeuwenhoek.

Os defensores da abiogênese achavam que seres tão simples e pequenos como os mi-
crorganismos não se reproduziam, surgindo por geração espontânea. Assim, os abiogenis-
tas formularam uma suposição de que soluções nutritivas poderiam gerar espontaneamente
microrganismos.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

2.3.3 Nedham versus Spallanzani: o conflito GA


LL
ERY

A IT
R TR
PO
A hipótese da geração espontânea, entretanto, ganhou

L
NA
TI O
novo impulso, em 1745, com os trabalhos do naturalista in-

NA
D/
AN
glês John Tuberville Needham (1713–1781). Needham co-

AR
EG
locou um caldo nutritivo em diversos frascos, fervendo-os

TIST
BAP
por alguns minutos e arrolhando-os; depois de alguns dias,

AN
© JE
os caldos estavam repletos de seres microscópicos. Assu-
mindo que a fervura tinha matado todos os seres eventual-
mente existentes no caldo e que nenhum ser vivo poderia
ter entrado através das rolhas, Needham argumentou que
só havia uma explicação para a presença de microrganis-
mos nos frascos: eles surgiram por geração espontânea.
Ele dizia que a solução nutritiva continha um “princípio
ativo” ou “força vital” responsável pelo surgimento das
formas vivas.
Aquecimento Frascos turvos, com
Frascos com sucos contaminação por
rápido, por
nutritivos (caldo de galinha microrganismos
pouco tempo
ou suco de frutas)

Após
alguns dias John T. Needham, defensor da abiogênese.

© MASSIMO BARBIERI
Posteriormente, em 1770, o pesquisador italiano
Lazzaro Spallanzani (1729-1799) realizou experimen-
tos semelhantes aos de Needham, mas obteve resulta-
dos totalmente diferentes. Os caldos nutritivos prepara-
dos por Spallanzani, muito bem fervidos (fervura por cerca
de uma hora) e hermeticamente fechados por rolhas, con-
tinuaram livres de microrganismos mesmo que passados
muitos dias.
Frascos com sucos Os frascos
Aquecimento
nutri�vos (caldo de galinha permanecem
prolongado
ou suco de frutas). sem contaminação

Após
alguns dias

Spallanzani concluiu que o tempo de aquecimento de


Needham não tinha sido suficiente para esterilizar o caldo
ou que a vedação realizada por ele não tinha sido capaz
de impedir a entrada de “germes” no caldo. Needham res- Lazzaro Spallanzani, defensor da biogênese.
pondeu a essas críticas dizendo que Spallanzani, ao ferver
por muito tempo as substâncias nutritivas em recipientes
2.3.4 Louis Pasteur: a derrota definitiva da abiogênese
hermeticamente fechados, havia destruído o “princípio ati-
vo” ou “força vital” e tornado o ar desfavorável ao apareci- Em 1862, o cientista francês Louis Pasteur (1822-
mento da vida. 1895) derrotou, de maneira brilhante, a abiogênese. Ele
Não se conseguia imaginar um experimento controla- ferveu caldo de carne em um vidro aberto que deixava en-
do no qual não houvesse interferência do “princípio vital” e trar o ar, mas com o gargalo curvado em forma de S (fras-
do ar. Nessa polêmica, Needham saiu favorecido, reforçan- cos em “pescoço de cisne”). O líquido permaneceu estéril
do ainda mais a teoria da geração espontânea.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

(sem microrganismos) por muito tempo, pois, apesar de resistiriam às adversidades cósmicas, tais como as gran-
entrar ar, os seres, vindos com o ar, ficavam depositados des temperaturas e as radiações mortais de alta intensi-
junto à poeira na curvatura do gargalo (figura a). dade. Além disso, o panspermismo não explica a origem
Para demonstrar que a ausência de microrganismos da vida em si; apenas transfere o problema da Terra para
não se devia à falta do suposto “princípio vital”, após al- outro ponto qualquer do Universo.
guns dias Pasteur quebrou o pescoço do frasco e depois
2.4.3 Origem por evolução química: a abiogênese
de algum tempo verificou que havia o desenvolvimento de moderna
microrganismos (figura b).
Essa teoria defende a tese de que a vida deve ter sur-
gido da matéria inanimada, com associações entre as mo-
léculas, formando substâncias cada vez mais complexas,
que acabaram se organizando de tal modo que formaram
os primeiros seres vivos.
Essa hipótese foi defendida, na década de 1930, pelo
a b biólogo inglês John B. S. Haldane (1892-1964) e pelo bio-
químico russo Alexander Ivanovich Oparin (1894-1980).
Com isso, Pasteur comprovou que o caldo nutritivo não
gerava os microrganismos, mas eles eram trazidos pelo 2.5 Hipótese de Oparin e Haldane
ar e, quando entravam em contato com o caldo, se prolife- Para entendermos essa hipótese, devemos conhecer
ravam. A partir dos experimentos de Pasteur, a biogênese as condições da Terra primitiva.
passou a ser predominante nos meios científicos.
• Os gases predominantes seriam a amônia (NH3),
2.4 A origem dos primeiros seres vivos o metano (CH4), o hidrogênio (H2) e o vapor-d'água
(H2O). Não havia oxigênio (O2) na atmosfera primitiva
Com a aceitação da biogênese, foi levantada a seguinte ou talvez ele estaria presente em quantidades des-
questão: se os seres vivos surgem a partir de outro pree- prezíveis.
xistente, como surgiu o primeiro ser vivo?
• A intensa atividade vulcânica que provavelmente ha-
Há três hipóteses principais para explicar a origem dos
via naquela época ocasionou elevadas temperaturas.
primeiros seres vivos na Terra.
• A condensação do vapor-d'água originava chuvas que
2.4.1 Criacionismo: a origem por criação divina caíam sobre a crosta quente. Assim, a água evapo-
Essa é a mais antiga ideia sobre a origem da vida e tem rava-se rapidamente, e novas condensações origina-
um forte cunho religioso. Essa corrente afirma que a Terra vam novas tempestades, promovendo um ciclo ativo
surgiu há apenas alguns poucos milhares de anos, que os de chuvas que eram acompanhadas por inúmeras
seres vivos foram criados individualmente por uma divin- descargas elétricas (raios).
dade e que, desde então, têm a mesma forma com que fo- • A ausência de uma camada de ozônio perfeitamen-
ram criados. Os cientistas apontam argumentos contrários te formada acarretava um verdadeiro “bombardeio”
ao criacionismo: a Terra se formou há muito mais tempo, da superfície terrestre por radiações ultravioletas de
cerca de 4,5 bilhões de anos atrás; e os seres vivos mudam alta intensidade.
ao longo do tempo, ou seja, evoluem.
Para esses cientistas, os gases que constituíam a at-
2.4.2 Panspermia cósmica: a origem extraterrestre mosfera primitiva após sofrer a ação de raios ultravioletas
e descargas elétricas formariam moléculas orgânicas sim-
Essa hipótese supõe que a Terra teria sido “contamina- ples na atmosfera (aminoácidos, glicídios ou nucleotídeos).
da”, em tempos remotos, por microrganismos oriundos do A água das chuvas arrastava os compostos orgânicos da at-
espaço, denominados cosmozoários. Transportados, por mosfera para a crosta ou para os oceanos. O calor favoreceu
exemplo, por meteoros, esses seres teriam atingido nosso as reações entre as moléculas, que formavam moléculas
planeta e, encontrando condições favoráveis de sobrevivên- orgânicas mais complexas (proteínas, polissacarídeos e áci-
cia, proliferaram, formando a fonte de vida na Terra. dos nucleicos), nos oceanos, devido ao acúmulo de compos-
A panspermia cósmica é considerada improvável, tos orgânicos, chamado de sopa química ou sopa nutritiva.
uma vez que as formas de vida conhecidas dificilmente As proteínas, em especial, teriam se associado às moléculas

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CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

de água e formaram massas gelatinosas denominadas coacervados ou coacervatos. Alguns


coacervados teriam se tornado mais complexos, passando a incorporar ácidos nucleicos em
seu interior. Com a presença do ácido nucleico, essas formas teriam a capacidade de repro-
dução. Nesse momento, teriam surgido os primeiros seres vivos, que, apesar de muito primi-
tivos, eram capazes de se reproduzir, dando origem a seres semelhantes a eles.
Sol

Calor
CH4
H2O NH3
H2

Componentes Moléculas
Esses componentes orgânicas A chuva Formação de
da atmosfera
sofrem influência simples na arrasta essas moléculas
primitiva
de fortes descargas atmosfera moléculas para Mares quentes orgânicas
elétricas e de a superfície complexas
raios ultravioletas da Terra

Alterações no Surgem formas


meio propiciam a capazes de
formação de reprodução: os
aglomerados de primeiros seres
moléculas orgânicas: vivos
os coacervados

2.6 Experimentos a favor de Oparin

2.6.1 O experimento de Miller-Urey


Em 1953, os cientistas norte-americanos Stanley L. Miller e Harold C. Urey construí-
ram um aparelho que recriava as condições da atmosfera primitiva.
Pela análise da água contida nessa parte em U, pode-se verificar a formação de moléculas
orgânicas, entre elas alguns aminoácidos, substâncias que formam as proteínas.

2.6.2 O experimento de Fox


Poucos anos depois (1957), baseando-se nos experimentos de Miller, Sidney Fox, tam-
bém norte-americano, aqueceu uma mistura seca de aminoácidos. Ao final de sua experiência,
constatou a presença de proteínas, em uma
Vapor-d’água
evidência de que os aminoácidos teriam (simula as nuvens Alta tensão (60.000 V)
se unido. de vapor-d’água da Descargas elétricas
Terra primitiva) (simulam os relâmpagos
das tempestades)
2.7 Evolução do metabolismo Mistura gasosa contendo metano,
amônia, hidrogênio e água (simula
a atmosfera supostamente existente
2.7.1 A hipótese heterotrófica na Terra primitiva)
Oparin e Haldane admitiam que os Saída d’água
Vapor-d’água Água fria
primeiros seres vivos no planeta fossem
Condensador
heterotróficos, pois eles ainda não apre- (simula a condensação das nuvens,
sentariam a complexidade para serem gerando as chuvas na Terra primitiva)
autotróficos e havia uma grande disponi- Água acumulada
bilidade de alimento nos mares primitivos (simula o acúmulo de água das
Água em ebulição chuvas, formando os mares da
(“sopa nutritiva”). Como não havia O2 na at- (simula a evaporação Terra primitiva)
de água da Terra primitiva)
mosfera, esses seres eram provavelmente
Formação de moléculas
anaeróbicos; logo, a primeira célula obte- orgânicas
ria energia por meio da fermentação.
Experimento de Miller-Urey

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

C6H12O6 → 2 C2H5OH + 2 CO2 + ENERGIA FeS + H2S → FeS2 + H2 + ENERGIA


(etanol ou álcool etílico)
Equação que representa a fermentação do Dos primeiros quimiolitoautotróficos teriam evoluído
tipo alcoólica os organismos heterotróficos fermentadores, seguidos pe-
los fotossintetizantes e, por fim, pelos aeróbicos.
Após milhares de anos, as células atingiram um nível
maior de complexidade e, provavelmente, consumiram boa O surgimento dos ácidos nucleicos
parte das reservas de matéria orgânica contida nos meios
A membrana e a presença de enzimas dariam
aquosos. Por causa desses fatores, desenvolveram-se as ao organismo estabilidade e metabolismo. Contu-
células autotróficas fotossintéticas que utilizavam o CO2 li- do, a capacidade de reprodução, evolução e heredi-
berado pela fermentação. tariedade estaria a cargo dos ácidos nucleicos.
É possível dizer que, dificilmente, os primeiros
6 CO2 + 6 H2O → C6H12O6 + 6 O2 ácidos nucleicos surgidos teriam sido moléculas de
Equação química que representa a fotossíntese DNA, uma vez que estas são extremamente com-
plexas e exigiriam extensa maquinaria enzimática
para realizar a replicação. O RNA, todavia, tem me-
O O2 liberado durante a fotossíntese, entretanto, não se canismos mais simples de duplicação e, justamente
acumulou de imediato, porque, inicialmente, reagiu com o ferro, por isso, é mais provável que tenha sido a primeira
abundante nas águas e no solo, transformando-o em óxidos do molécula a armazenar informações genéticas.
ferro. Somente após esgotar o ferro, acumulou-se O2 na atmos- Outro fator que corrobora essa hipótese é o fato
fera, criando as condições necessárias para o aparecimento de algumas moléculas de RNA, como o RNA ribos-
dos seres aeróbios, que realizavam a respiração celular. somal, apresentarem poder catalítico. Logo, isso
nos leva a acreditar que, sendo estas as primeiras
moléculas, poderiam catalisar a própria duplicação
C6H12O6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O + ENERGIA
sem a necessidade de enzimas específicas.
Equação química que representa a
A incorporação de mutações durante a repro-
respiração aeróbia
dução dos primeiros organismos teria aprimorado o
processo de replicação submetido à seleção natural:
A fermentação, a fotossíntese e a respiração celular
organismos capazes de se duplicar mais eficiente-
permaneceram ao longo do tempo e ocorrem nos organis-
mente geravam maior número de descendentes.
mos que vivem atualmente na Terra.

2.7.2 A hipótese autotrófica


2.8 A origem dos eucariontes
A hipótese autotrófica sugere que a Terra primitiva não
tinha moléculas orgânicas em quantidade suficiente para Admite-se que a organização celular dos primeiros
atender à demanda de multiplicação dos primeiros organis- seres vivos deveria ser muito simples, como a dos proca-
mos, até o aparecimento dos primeiros fotossintetizantes. riotos modernos, seres que não apresentam estruturas in-
ternas delimitadas por membranas.
Os primeiros seres vivos seriam, portanto, quimioli-
toautotróficos, utilizando-se de de reações químicas inor- Todavia, podemos dizer que, há aproximadamente
gânicas (por exemplo, entre FeS e H2S) do meio para reali- 2 bilhões de anos, ocorreu um gigantesco salto evolutivo:
zar síntese de matéria orgânica. tiveram origem as primeiras células eucarióticas, presen-
tes em praticamente todas as linhagens atuais, com exce-
Essa ideia tem sido corroborada pela descoberta de mi-
crorganismos denominados arqueas (outrora, arqueobacté- ção de bactérias e arqueas. Sabemos que, nos eucariotos,
rias), que vivem em ambientes de condições extremas, como encontram-se membranas internas e citoesqueleto.
fontes de água quente e vulcões submarinos. A quimiossín- O processo de formação dos compartimentos internos
tese é um processo que pode ocorrer nos locais mais inós- eucarióticos, chamados de organelas, provavelmente ocor-
pitos da Terra, obtendo energia a partir de reações químicas reu por invaginação da membrana plasmática. Inicialmente,
como a mostrada a seguir: imagina-se que devam ter ocorrido a perda da parede celular

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

e o consequente desenvolvimento de um citoesqueleto, con- • a membrana dupla dessas organelas sugere um pro-
cedendo a essas células superfície flexível e dinâmica. cesso de endocitose;
• as cristas na membrana interna das mitocôndrias são
semelhantes a dobras presentes na membrana de
bactérias, chamadas de mesossomos.

Célula original
Formação de organelas por invaginação da membrana procariótica DNA
plasmática.

Algumas organelas encontradas em eucariotos mo- Bactéria simbiôntica


dernos podem ter sido geradas por meio da associação Invaginações da membrana

com procariontes primitivos. Essas organelas estão envol-


vidas com processos fundamentais de transformação e ob-
tenção de energia: cloroplastos e mitocôndrias.
Segundo a hipótese endossimbiótica, os eucariotos Bactérias fotossintetizantes Bactérias simbiônticas
tornam-se cloroplastos tornam-se mitocôndrias
primitivos desenvolveram a capacidade de aproveitamento
metabólico do O2 por meio da fagocitose de bactérias aeró-
bicas (surgimento das mitocôndrias). Entre essas células,
existiam trocas de benefícios: alimento e abrigo para as
bactérias; energia e proteção contra a ação oxidativa do O2
O retículo e a carioteca formam-se
para os eucariotos. Eucariotos
pelo dobramento da membrana
(plantas e algas) Eucariotos (animais, fungos
e protozoários)
Os cloroplastos teriam surgido de forma semelhante
pela incorporação de bactérias fotossintetizantes.
Muitas evidências suportam essa hipótese: A hipótese endossimbiótica.

• a presença de DNA próprio e de formato circular, Encontramos mitocôndrias em todos os organismos


também encontrado em procariontes; eucariotos modernos, mas os cloroplastos estão restritos
às plantas e algas. Essa evidência sugere que a incorpora-
• a presença de ribossomos semelhantes aos de pro-
ção dos cloroplastos foi subsequente à das mitocôndrias.
cariontes (70S);

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
( ) Surgiu a partir de evidências irrefutáveis de tes-
Objetivo 3. Identificar as teorias sobre a origem da vida.
tes rigorosos realizados por Redi, Spallanzani,
F1. (Uece-CE) Pasteur e outros que chegaram à conclusão de
que seres vivos surgem somente pela reprodu-
Relacione, corretamente, as teorias sobre a origem da
vida com suas respectivas características, numerando os ção de seres da sua própria espécie.
parênteses abaixo de acordo com a seguinte indicação: ( ) Considera que a vida surgiu por mecanismos di-
1. Abiogênese versos como, por exemplo, a partir da lama de
lagos e rios, além da reprodução.
2. Biogênese
( ) A vida é resultado de um processo de evolução
3. Panspermia
química em que compostos inorgânicos se com-
4. Evolução molecular binam, originando moléculas orgânicas simples
( ) Afirma que a vida na Terra teve origem a partir que se combinam produzindo moléculas mais
de seres vivos ou de substâncias precursoras da complexas, até o surgimento dos primeiros se-
vida proveniente de outros locais do cosmo. res vivos.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

A sequência correta, de cima para baixo, é: (a) a alteração do pH do líquido dentro do frasco.

(a) 4, 1, 3, 2. (c) 1, 4, 2, 3. (b) a alteração da temperatura do líquido dentro do


frasco.
(b) 3, 2, 1, 4. (d) 2, 3, 4, 1.
(c) a alteração da temperatura do líquido dentro do
frasco.
Objetivo 5. Identificar as etapas da hipótese de Oparin.
Objetivo 6. Conhecer a evolução metabólica segundo as hipó- (d) o contato do vapor d’água presente no ar com o
teses heterotrófica e autotrófica. líquido dentro do frasco.
(e) o contato de microrganismos presentes no ar
F2. (Unesp-SP)
com o líquido dentro do frasco.
Segundo a teoria de Oparin, a vida na Terra poderia ter
sido originada a partir de substâncias orgânicas for- Objetivo 3. Identificar as teorias sobre a origem da vida.
madas pela combinação de moléculas, como metano,
F4. (UPE-PE)
amônia, hidrogênio e vapor-d’água, que compunham
Observe as frases abaixo.
a atmosfera primitiva da Terra. A esse processo se-
I. No canto XIX do poema épico Ilíada (Homero VIII-
guiram-se a síntese proteica nos mares primitivos, a
IX a. C.), Aquiles pede a Tétis que proteja o corpo de
formação dos coacervados e o surgimento das primei-
Pátrocles contra os insetos, que poderiam dar ori-
ras células. Considerando os processos de formação e gem a vermes e assim comer a carne do cadáver.
as formas de utilização dos gases oxigênio e dióxido
II. A geração espontânea foi aceita por muitos cien-
de carbono, a sequência mais provável dos primeiros tistas, dentre estes, pelo filósofo grego Aristóte-
seres vivos na Terra foi: les (384-322 a. C.).
(a) Autotróficos, heterotróficos anaeróbicos e hete- III. “[...] colocam-se, num canto sossegado e pouco
rotróficos aeróbicos. iluminado, camisas sujas. Sobre elas, espalham-
-se grãos de trigo, e o resultado será que, em
(b) Heterotróficos anaeróbicos, heterotróficos aeró-
vinte e um dias, surgirão ratos [...]”(Jan Baptista
bicos e autotróficos.
van Helmont –1577-1644).
(c) Autotróficos, heterotróficos aeróbicos e hetero- IV. Pasteur (1861) demonstrou que os microrganismos
tróficos anaeróbicos. surgem em caldos nutritivos, através da contamina-
(d) Heterotróficos anaeróbicos, autotróficos e hete- ção por germes, vindos do ambiente externo.

rotróficos aeróbicos. Assinale a alternativa que correlaciona adequada-


mente os exemplos com as teorias relativas à origem
(e) Heterotróficos aeróbicos, autotróficos e hetero-
dos seres vivos.
tróficos anaeróbicos.
(a) I - abiogênese, II - biogênese, III - abiogênese e
IV - biogênese.
Objetivo 4. Reconhecer a importância do experimento de
Pasteur. (b) I - abiogênese, II - biogênese, III - biogênese e
IV - abiogênese.
F3. (PUC-RJ) (c) I - abiogênese, II - abiogênese, III - biogênese e
Louis Pasteur derrubou a teoria da abiogênese, com- IV - biogênese.
provando que a vida não surgia espontaneamente. (d) I - biogênese, II - abiogênese, III - biogênese e
Para isso, ele realizou experimento utilizando um IV - abiogênese.
frasco com gargalo em forma de pescoço de cisne que (e) I - biogênese, II - abiogênese, III - abiogênese e
impedia IV - biogênese.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

Objetivo 2. Identificar e organizar etapas do método hipotético-


(c) desmentir as conclusões obtidas com o grupo
-dedutivo.
experimental.
F5. (UFRGS-RS)
Numa experiência controlada o grupo-controle tem (d) servir de referência padrão em face dos resulta-
por objeto
dos fornecidos pelo grupo experimental.
(a) testar outras variantes do resultado previsto.
(b) confirmar as conclusões obtidas com o grupo (e) testar a eficiência dos equipamentos usados na
experimental.
experiência.

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
(c) Os primeiros seres vivos foram heterotróficos
E1. (PUC-RS)
anaeróbicos, porque a atmosfera primitiva não
Responder à questão com base nos eventos relativos
à origem da vida em nosso planeta. apresentava oxigênio e gás carbônico, essen-

I. Aumento gradativo da concentração de O2‚ na at- ciais para a respiração aeróbica e a fotossíntese.
mosfera. (d) Os primeiros seres vivos foram formados pela
II. Aparecimento dos organismos heterótrofos. coacervação de moléculas orgânicas encontra-
III. Surgimento de organismos com capacidade de das em meteoritos que caíram na Terra primitiva.
utilizar energia luminosa.
A ordem em que esses eventos ocorreram mais aceita E3. (Uerj-RJ)
na atualidade está contida na alternativa
(a) I - II - III. (d) II - III - I.
O TEMPO DE OSCILAÇÃO DE UM
(b) I - III - II. (e) III - II – I. PÊNDULO NÃO DEPENDE DO PESO
DO CORPO SUSPENSO NA
(c) II - I – III. EXTREMIDADE DO FIO.

E2. (UFU-MG)
Várias hipóteses foram formuladas para explicar a
origem da vida, sendo que a mais aceita é a da evo-
lução gradual dos sistemas químicos. Aceitando-se
Galileu Galilei
esta hipótese, e as supostas condições da atmosfera
primitiva da Terra, formada de metano (CH4), amônia
Com base neste conhecimento, Galileu, antes mesmo
(NH3), hidrogênio (H2) e vapores-d`água (H2O), assinale
a alternativa correta. de realizar seu famoso experimento da torre de Pisa,

(a) Os primeiros seres vivos eram heterotróficos afirmou que uma pedra leve e outra pesada, quando
aeróbicos porque, com a fermentação de mo- abandonadas livremente de uma mesma altura, deve-
léculas orgânicas, conseguiam obter energia e riam levar o mesmo tempo para chegar ao solo. Tal
também liberar oxigênio suficiente para realiza-
afirmação é um exemplo de:
rem a respiração.
(a) lei.
(b) Os primeiros seres vivos eram autotróficos fo-
tossintetizantes, uma vez que eram capazes de (b) teoria.
quebrar moléculas de água existentes nos vapo-
res atmosféricos e utilizar o metano como fonte (c) modelo.
de carbono. (d) hipótese.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

Considerando as etapas do método científico para um


E4. (FGV-SP)
experimento relacionado a essa problemática, assina-
No século XIX, Louis Pasteur realizou experimentos le a opção que não corresponde a uma delas.
utilizando frascos com e sem pescoços alongados (a) Observação.
(pescoços de cisne), com o objetivo de compreender
(b) Formulação de hipótese.
a origem da contaminação por microrganismos em
meios de cultura, conforme ilustrado a seguir. (c) Realização de dedução.
(d) Uso do senso comum para as discussões e con-
clusões.

E6. (Uerj-RJ)
Fervura Balão estéril Balão contaminado
após fervura após alguns dias Considere a hipótese de que o ambiente marinho pri-
mitivo, sem oxigênio molecular, onde viveram os pri-
meiros organismos, contivesse moléculas orgânicas
produzidas por síntese abiótica. Admita, ainda, que
essas moléculas eram por eles decompostas para
obtenção de energia. O tipo de nutrição e a forma de
Balão estéril Balão ainda Balão contaminado
após fervura estéril após após alguns dias obtenção de energia desses organismos deveriam ser,
alguns dias da ruptura do
de fervura pescoço respectivamente:
(a) homeotrófica – oxidação.
Tais experimentos embasaram Pasteur a comprovar
(b) autotrófica – fotossíntese.
a teoria:
(c) autotrófica – quimiossíntese.
(a) Da abiogênese, observando que os microrganis-
mos são gerados constantemente em meios nu- (d) heterotrófica – fermentação.
tritivos adequados, desde que em contato direto
com o ar. E7. (FTESM-RJ)

(b) Da geração espontânea, observando que os mi- Mitocôndrias e cloroplastos apresentam algumas se-
melhanças como membrana dupla, membrana inter-
crorganismos se proliferam em meios nutritivos
na com sistema de transporte de elétrons, enzimas
adequados, independentemente do contato dire-
solúveis que catalisam reações no líquido interno,
to com ar.
cromossomo circular, ribossomos com estrutura e
(c) Da evolução biológica, observando que o am- dimensões semelhantes e sensibilidade a mesmos ti-
biente adequado proporciona o surgimento de pos de antibióticos. Esses fatos sugerem que:
diversidade biológica, desde que em contato di-
(a) as mitocôndrias se associaram aos heterotrófi-
reto com o ar.
cos e os cloroplastos aos autotróficos.
(d) Celular, observando que todos os organismos são
(b) em células autotróficas, as mitocôndrias foram
formados por algum tipo de organização celular,
transformadas em cloroplastos.
independentemente do contato direto com o ar.
(c) ambos fizeram parte da teoria endossimbiótica.
(e) Da biogênese, observando que todo organismo
(d) a remoção da clorofila transformou cloroplastos
vivo provém de outro preexistente, independen-
em mitocôndrias.
temente do contato direto com o ar.
(e) ambos tiveram uma origem comum.
E5. (Uece-CE)
Atente ao seguinte estudo de caso: em um hospital do E8. (Unicamp-SP)
interior do Ceará, um grupo de pesquisadores preten- “Ouvintes de rádio em pânico tomam drama de
de investigar o efeito da adição da vitamina C à medi- guerra como verdade”.
cação rotineira para pacientes hipertensos, partindo Com esta manchete, o jornal New York Times de 10
da informação, existente em literatura, de que o ácido de novembro de 1938 relatou o que aconteceu nos
ascórbico combinado a medicamento para hiperten- Estados Unidos na noite anterior, quando foi narrada
são potencializa este medicamento. pela rádio CBS uma história fictícia sobre invasão por

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

marcianos de uma pequena cidade do Estado de Nova 1. Abiogênese ( ) Os primeiros seres vivos
Jersey. Marte sempre fascinou os cientistas porque, utilizaram compostos inor-
mesmo que lá não existam homenzinhos verdes, esse gânicos da crosta terrestre
2. Biogênese
planeta parece apresentar, entre os do sistema solar, para produzir suas substân-
as condições mais propícias à vida. Recentemente fo- cias alimentares.
ram enviadas sondas espaciais para procurar indícios 3. Panspermia
de vida em Marte. ( ) A vida na Terra surgiu a
Comparando com a origem da vida na Terra, indique 4. Evolução química partir de matéria provenien-
que condições seriam fundamentais para o surgimen- te do espaço cósmico.
to de vida em Marte. 5. Hipótese ( ) Um ser vivo só se origina
autotrófica de outro ser vivo.
E9. (Uerj-RJ)
Até o século XVII, o papel dos espermatozoides na
fertilização do óvulo não era reconhecido. O cientista
italiano Lazzaro Spallanzani, em 1785, questionou se
seria o próprio sêmen, ou simplesmente o vapor dele A sequência correta de preenchimento dos parênte-
derivado, a causa do desenvolvimento do óvulo. Do re- ses, de cima para baixo, é
latório que escreveu a partir de seus estudos sobre a
(a) 4 – 2 – 1. (d) 5 – 1 – 3.
fertilização, foi retirado o seguinte trecho:
[…] para decidir a questão, é importante empregar (b) 4 – 3 – 2. (e) 5 – 3 – 2.
um meio conveniente que permita separar o vapor da
(c) 1 – 2 – 4.
parte figurada do sêmen e fazê-lo de tal modo, que os
embriões sejam mais ou menos envolvidos pelo vapor.
E12. (UFSJ-MG)
Dentre as etapas que constituem o método científico,
esse trecho do relatório é um exemplo de: O aparecimento de animais vermiformes em carne du-

(a) análise de dados. rante o processo de decomposição pode ser observado

(b) elaboração de hipótese. frequentemente. Em 1668, Francesco Redi realizou um


experimento para tentar elucidar o fenômeno citado. O
(c) coleta de material.
experimento, de forma simplificada, consistiu em dois
(d) planejamento do experimento.
frascos de vidro; em ambos, Redi colocou pedaços de
E10. (Uece-CE) carne. Um dos frascos foi fechado com gaze, e o outro
Embrulhar as goiabas para protegê-las contra o apa- foi mantido aberto, conforme a figura a seguir. Depois
recimento de bichos é uma ação que lembra um expe- de vários dias, Redi encontrou os animais vermiformes.
rimento famoso, que foi idealizado para refutar a teo-
ria da abiogênese, o qual demonstrou que larvas não
surgem espontaneamente em carne. Esse experimento
famoso foi realizado no século XVII e seu idealizador foi
(a) Spallanzani.
(b) Needham.
(c) Pasteur.
Com relação ao experimento, analise as afirmativas
(d) Redi.
abaixo.

E11. (UFRGS-RS) I. A gaze no frasco B impede a entrada de insetos,


A coluna da esquerda, a seguir, apresenta o nome de mas não impede a entrada de microrganismos.
teorias sobre a evolução da vida na Terra; a da direita,
II. Os vermes são formas larvais das moscas e por
afirmações relacionadas a três dessas teorias.
isso só apareceram no frasco A.
Associe adequadamente a coluna da direita à
da esquerda. III. O frasco A controla experimentalmente o frasco B.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

IV. Redi não padronizou a quantidade de carne nos denominado TRAPPIST-1f, pode ter oceanos de água
frascos. Com isso, o experimento é inconclusivo. em forma líquida na superfície.
V. Toda matéria em estado de decomposição pro- * irradiação estelar é a potência de energia rece-
duz naturalmente seus vermes. Por isso, os ver- bida da estrela por unidade de área do planeta.
GILLON, Michael et al. Seven temperate terrestrial planets
mes foram observados nos dois frascos.
around the nearby ultracool dwarf star TRAPPIST-1. Nature,
VI. Os vermes aparecem nos dois frascos, porém Cambridge, v. 542, p. 456-460, fev. 2017.
aparecem primeiro no frasco A e, vários dias de-
Responda à questão a seguir.
pois, no frasco B.
O estudo sugere que o planeta TRAPPIST-1f pode
De acordo com essa análise, estão corretas apenas as ter sido palco do surgimento de formas de vida se-
alternativas melhantes às da Terra. Levando em conta apenas as
(a) II, III e IV. características encontradas atualmente em todos os
(b) I, V e VI. organismos vivos, explique a importância de duas ca-
racterísticas físicas ou químicas presentes no plane-
(c) I, II e III.
ta TRAPPIST-1f para a biologia dos organismos vivos
(d) IV, V e VI. como nós os conhecemos.

E13. (PUC-RS) E16. (UEL-PR)


Nos primórdios da vida em nosso planeta, ocorreram Um dos temas mais controversos da história da ciên-
dois fatos que se encontram intimamente relaciona- cia diz respeito à origem da vida, pois existia a dúvi-
dos. São eles: da se ela teria surgido pela abiogênese (geração es-
(a) quimiossíntese e aparecimento dos vírus. pontânea) ou pela biogênese. Por séculos, inúmeros
pesquisadores propuseram e desenvolveram explica-
(b) formação dos mares e extinção dos anaeróbios. ções, por meio de experimentos, como consequência
(c) fotossíntese e vida aeróbia. de diferentes olhares.
(d) formação de argilas e origem das algas. Com base nos conhecimentos sobre abiogênese e bio-
gênese, assinale a alternativa que relaciona, correta-
(e) coacervação e evolução dos poríferos.
mente, o pesquisador, a hipótese por ele defendida e
o experimento que deu sustentação para sua defesa.
E14. (UEL-PR)
(a) John Tuberville Needham defendeu a abiogêne-
Louis Pasteur (1822-1895) conseguiu, por volta de
se por meio de experimentos que demonstraram
1860, mostrar que os seres vivos surgem de outros
o surgimento de microrganismos em um caldo
seres vivos preexistentes.
de carne aquecido e mantido em recipientes
(a) Explique como Pasteur, por meio de um experi- fechados.
mento, conseguiu tal fato.
(b) Jean-Baptiste van Helmont defendeu a biogêne-
(b) O que representou o experimento de Pasteur e se por meio de experimentos que demonstraram
qual sua importância para a época? o surgimento de larvas em pedaços de carne em
putrefação.
E15. (Unicamp-SP) (c) Lazzaro Spallanzani defendeu a biogênese por
Em 2017, um grupo de astrônomos europeus de- meio de estudos que demonstraram a origem da
tectou sete planetas orbitando uma estrela da Via matéria que permitia o crescimento das plantas
Láctea denominada TRAPPIST-1. Reproduzimos abai- em vasos.
xo algumas informações extraídas desse estudo. (d) Felix Pouchet defendeu a biogênese por meio de
As estimativas das massas dos seis planetas experimentos a partir dos quais surgiam micror-
mais próximos da estrela sugerem fortemente uma ganismos pela fervura de um caldo nutritivo em
composição rochosa. frascos de vidro.
Em especial, três planetas têm irradiações este- (e) Louis Pasteur defendeu a abiogênese por meio
lares* muito próximas das de Vênus, Terra e Marte. de experimentos com uma mistura aquecida de
Supondo condições atmosféricas semelhantes às água, feno e gás oxigênio (O2) a partir da qual
da Terra, deduziu-se que um desses três planetas, surgiam microrganismos.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

(c) uma ideia sem base em observação e experi-


E17. (UEPG-PR-Adaptado)
mentação, que usa o senso comum para explicar
Ao longo da história, temos relatos sobre cientistas fatos do cotidiano.
que vêm interpretando as evidências da origem e evo-
(d) uma ideia, apoiada pelo conhecimento científico,
lução dos seres vivos. Indique a soma da(s) proposi-
que tenta explicar fenômenos naturais relacio-
ção(ões) correta(s).
nados, permitindo fazer previsões sobre eles
(01) Segundo a hipótese heterotrófica, os primeiros or-
(e) uma ideia, apoiada pelo conhecimento científi-
ganismos viviam nos mares e utilizavam a energia
co, que, de tão comprovada pelos cientistas, já é
solar para a síntese de seus próprios alimentos
considerada uma verdade incontestável.
orgânicos, a partir de água e gás carbônico.
(02) O processo aeróbio de fermentação era muito E19. (UPM-SP)
utilizado por seres primitivos, visto que podiam
Assinale a alternativa correta a respeito da origem da
adquirir energia quebrando compostos orgâni-
vida.
cos, em um ambiente pobre em oxigênio e rico
(a) Ao simular as características da atmosfera pri-
em gás carbônico.
mitiva em seu aparelho, Miller contribui para a
(04) Segundo a teoria da geração espontânea ou abio- confirmação da teoria da abiogênese.
gênese, os seres vivos surgem a partir da matéria
(b) Os primeiros seres vivos devem ter sido forma-
inanimada (exemplo: origem de sapos a partir de
dos na atmosfera primitiva e carregados para os
lama). Já segundo a teoria da biogênese, um ser
oceanos pelas chuvas.
vivo só surge a partir de outro ser preexistente.
(c) Por serem muito simples, os coacervados prova-
(08) Os coacervados (ou coacervatos) são considera-
velmente formam as primeiras formas de vida.
dos os primeiros seres vivos a habitar a Terra
e foram encontrados em mares ricos em maté- (d) A descoberta de bactérias quimiossintetizantes
ria orgânica. Apresentam-se envoltos por uma em cavidades oceânicas forneceu evidências de
membrana, com função de proteção e trocas de que os primeiros seres vivos podem ter sido au-
nutrientes com o meio e, detêm complexa orga- tótrofos.
nização de duplicação do DNA e síntese de pro- (e) Devido às condições especiais da Terra primiti-
teínas nos ribossomos. va, os compostos orgânicos formaram-se ape-
(16) Os primeiros seres autotróficos ou fotossinteti- nas em nosso planeta, sendo inexistente em
zantes foram fundamentais na modificação da qualquer outro local do universo.
atmosfera, pois introduziram o gás oxigênio ao
meio, extremamente importante para a maioria E20. (UnB-DF)
das espécies atuais. Num balão de vidro com gargalo recurvado e aberto,
Pasteur ferveu um caldo nutritivo, deixando esfriar len-
E18. (Fuvest-SP) tamente. O caldo permaneceu inalterado por muitos
O tema “teoria da evolução” tem provocado debates dias. A seguir, o gargalo foi removido e, 48 horas depois,
em certos locais dos Estados Unidos da América, com era evidente a presença de bactérias e fungos no caldo.
algumas entidades contestando seu ensino nas esco- Assinale as alternativas corretas, referentes ao expe-
las. Nos últimos tempos, a polêmica está centrada no rimento descrito.
termo TEORIA, que, no entanto, tem significado bem ( ) As bactérias e os fungos do ar foram incapazes
definido para os cientistas. de passar ao longo do gargalo e atingir o caldo
Sob o ponto de vista da ciência, teoria é: nutritivo após seu resfriamento.
(a) sinônimo de lei científica, que descreve regula- ( ) O aquecimento matou as bactérias e os fungos
ridade de fenômenos naturais, mas não permite primitivamente existentes no caldo.
fazer previsões sobre eles. ( ) As bactérias e os fungos que apareceram no
(b) sinônimo de hipótese, ou seja, uma suposição caldo eram de espécies diferentes daqueles que
ainda sem comprovação experimental. ocorrem no ar.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

( ) O aquecimento inativou, temporariamente, as podem ser produzidas no tubo de ensaio mediante a
substâncias do caldo capazes de originar bacté- presença de certos tipos de argila. [...]
rias e fungos.
Mas o avanço verdadeiramente criativo – que pode,
( ) Os sinais evidentes da presença de bactérias e
na realidade, ter ocorrido apenas uma vez – ocorreu
fungos no caldo nutritivo foram consequência da
multiplicação rápida desses microrganismos. quando uma molécula de ácido nucleico “aprendeu” a
orientar a reunião de uma proteína, que, por sua vez,
E21. (UFSC-SC-Adaptado) ajudou a copiar o próprio ácido nucleico. Em outros
Evidências indicam que a Terra tem aproximadamen- termos, um ácido nucleico serviu como modelo para
te 4,5 bilhões de anos de idade. A partir de sua for-
a reunião de uma enzima que poderia então auxiliar
mação até o aparecimento de condições propícias ao
na produção de mais ácido nucleico. Com este desen-
desenvolvimento de formas vivas, milhões de anos se
passaram. Sobre a origem da vida e suas hipóteses, volvimento apareceu o primeiro mecanismo potente
indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s). de realização. A vida tinha começado.
(01) O aparecimento da fotossíntese foi muito impor- LURIA, S. E. Vida: experiência inacabada.
tante, pois através deste fenômeno alguns seres Belo Horizonte: Editora Itatiaia.
vivos passaram a ter capacidade de formar mo- São Paulo: EDUSP, 1979. (Adaptado.)
léculas energéticas.
Considere o esquema abaixo:
(02) Segundo a hipótese heterotrófica, os primeiros
seres vivos obtinham energia através de proces-
sos químicos bem simples como a respiração Tempo (anos) Eventos importantes
Atual
aeróbica. Seres humanos
0,5 bilhão
Plantas, répteis, pássaros, peixes
(04) As hipóteses heterotrófica e autotrófica foram 1 bilhão
Respiração aeróbia
baseadas em fatos comprovados que levaram à Consumo de oxigênio nas células
formulação da Lei da Evolução Química. 2 bilhões
Fotossíntese
(08) Os processos químicos nos seres vivos ocorrem Produção de oxigênio nas células
3 bilhões
dentro de compartimentos isolados do meio ex-
Primeiras células
terno, em função da existência de uma membra-
4 bilhões
na citoplasmática. Primeiros ácidos nucleicos
Formação da Terra
(16) Em 1953, Stanley L. Miller, simulando as prová- 5 bilhões
veis condições ambientais da Terra no passado,
comprovou a possibilidade da formação de mo- GEPEQ - Grupo de Pesquisa em Educação Química. USP –

léculas complexas como proteínas e glicídios. Interações e Transformações III – Atmosfera: fonte de materiais
extrativos e sintéticos. São Paulo: EDUSP, 1998. (Adaptado.)
(32) Há um consenso entre os cientistas quanto à
impossibilidade de serem formadas moléculas O “avanço verdadeiramente criativo” citado no tex-
orgânicas fora do ambiente terrestre.
to deve ter ocorrido no período (em bilhões de anos)

E22. (Enem)
compreendido entre

Na solução aquosa das substâncias orgânicas (a) 5,0 e 4,5.


pré-bióticas (antes da vida), a catálise produziu a
(b) 4,5 e 3,5.
síntese de moléculas complexas de toda classe, in-
clusive proteínas e ácidos nucleicos. A natureza (c) 3,5 e 2,0.
dos catalisadores primitivos que agiam antes não é
(d) 2,0 e 1,5.
conhecida. É quase certo que as argilas desempe-
nharam papel importante: cadeias de aminoácidos (e) 1,0 e 0,5.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

C
FOLHA AZ
1. (Fuvest-SP) 3. (UPE-PE)
Observando plantas de milho com folhas amarela- O experimento, utilizando-se de frascos de vidro, com
das, um estudante de Agronomia considerou que essa o formato de “pescoço de cisne”, contendo um “caldo
aparência poderia ser devida à deficiência mineral do nutritivo” e submetido primeiramente ao isolamento
solo. Sabendo que a clorofila contém magnésio, ele e posteriormente à exposição ao ar, conforme figura
formulou a seguinte hipótese: “As folhas amareladas abaixo, foi usado para se provar a origem da vida.
aparecem quando há deficiência de sais de magnésio
no solo”. Qual das alternativas descreve um experi-
mento correto para testar tal hipótese?
(a) Fornecimento de sais de magnésio ao solo em
que as plantas estão crescendo e observação
dos resultados alguns dias depois.
(b) Fornecimento de uma mistura de diversos sais Fervura O líquido
minerais, inclusive sais de magnésio, ao solo em permanece
estéril
que as plantas estão crescendo e observação
dos resultados dias depois.
(c) Cultivo de um novo lote de plantas, em solo su-
plementado com uma mistura completa de sais
minerais, incluindo sais de magnésio.
(d) Cultivo de novos lotes de plantas, fornecendo à
metade deles mistura completa de sais mine-
Fervura Quebra do Crescimento
rais, inclusive sais de magnésio, e à outra meta- gargalo microbiano
de, apenas sais de magnésio.
O autor e a teoria por ele provada foram, respectiva-
(e) Cultivo de novos lotes de plantas, fornecendo à
mente:
metade deles mistura completa de sais mine-
rais, inclusive sais de magnésio, e à outra meta- (a) Charles Darwin e Teoria da Evolução.
de, uma mistura com os mesmos sais, menos os (b) Francesco Redi e Teoria da Abiogênese.
de magnésio.
(c) Aristóteles e Teoria da Geração Espontânea.

2. (Unicamp-SP) (d) Louis Pasteur e Teoria da Biogênese.

Na antiguidade, alguns cientistas e pensadores fa- (e) Louis Joblot e Teoria da Seleção Natural.
mosos tinham um conceito curioso sobre a origem da
vida e em alguns casos existiam até receitas para re- 4. (Enem)
produzir esse processo. Os experimentos de Pasteur Em certos locais, larvas de moscas, criadas em arroz
foram importantes para a mudança dos conceitos e cozido, são utilizadas como iscas para pesca. Alguns
hipóteses alternativas para o surgimento da vida. Evi- criadores, no entanto, acreditam que essas larvas sur-
dências sobre a origem da vida sugerem que gem espontaneamente do arroz cozido, tal como pre-
(a) a composição química da atmosfera influenciou conizado pela teoria da geração espontânea.
o surgimento da vida. Essa teoria começou a ser refutada pelos cientistas
(b) os coacervados deram origem às moléculas or- ainda no século XVII, a partir dos estudos de Redi e
gânicas. Pasteur, que mostraram experimentalmente que
(c) a teoria da abiogênese foi provada pelos experi- (a) seres vivos podem ser criados em laboratório.
mentos de Pasteur. (b) a vida se originou no planeta a partir de micror-
(d) o vitalismo é uma das bases da biogênese. ganismos.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

(c) o ser vivo é oriundo da reprodução de outro ser


7. (PUC-SP)
vivo preexistente.
Considere os seguintes eventos relativos à origem da
(d) seres vermiformes e microrganismos são evolu-
vida:
tivamente aparentados.
I. aparecimento do processo de fermentação.
(e) vermes e microrganismos são gerados pela ma-
II. formação de coacervados.
téria existente nos cadáveres e nos caldos nutri-
tivos, respectivamente. III. aparecimento dos processos de fotossíntese e
respiração aeróbica.
5. (Enem) IV. estabelecimento do equilíbrio entre heterotrófi-
Nas recentes expedições espaciais que chegaram ao cos e autótrofos.
solo de Marte, e através dos sinais fornecidos por dife- A ordem lógica em que esses eventos ocorrem é
rentes sondas e formas de análise, vem sendo investiga- (a) I; II; III; IV.
da a possibilidade da existência de água naquele planeta.
(b) I; II; IV; III.
A motivação principal dessas investigações, que ocupam
frequentemente o noticiário sobre Marte, deve-se ao fato (c) II; I; III; IV.
de que a presença de água indicaria, naquele planeta, (d) II; III; IV; I.
(a) a existência de um solo rico em nutrientes e com (e) IV; III; II; I.
potencial para a agricultura.
(b) a existência de ventos, com possibilidade de ero- 8. (FGV-SP)
são e formação de canais. Na difícil busca pela explicação científica sobre a ori-
gem da vida no planeta Terra, uma das etapas consi-
(c) a possibilidade de existir ou ter existido alguma
deradas essenciais é o surgimento de aglomerados de
forma de vida semelhante à da Terra.
proteínas, os coacervados, capazes de isolar um meio
(d) a possibilidade de extração de água visando ao interno do ambiente externo, permitindo que reações
seu aproveitamento futuro na Terra. bioquímicas ocorressem dentro dessas estruturas de
(e) a viabilidade, em futuro próximo, do estabeleci- forma diferenciada do meio externo.
mento de colônias humanas em Marte. Tal hipótese, envolvendo essa etapa,
(a) contesta o princípio da abiogênese sobre a evo-
6. (Uece-CE)
lução bioquímica de moléculas orgânicas.
De acordo com as teorias sobre a origem da vida, é (b) reforça a ideia comprovada de que todo ser vivo
correto afirmar que se origina de outro.
(a) a biogênese representa as teorias que conside- (c) considera como espontâneo o processo de sur-
ravam possível o surgimento da vida a partir de gimento da vida no planeta.
compostos inorgânicos e de outros mecanismos
(d) sugere que os primeiros seres vivos se multipli-
que não sejam a reprodução.
cavam como os vírus atuais.
(b) a teoria da geração espontânea ou abiogênese
(e) questiona a teoria criacionista, assim como a
considera que os seres vivos surgem somente
evolucionista lamarckista.
pela reprodução, indiferente das espécies envol-
vidas nesse evento.
9. (Unesp-SP)
(c) segundo a panspermia, a vida teve origem a par-
Uma vez que não temos evidência por observação dire-
tir de seres vivos oriundos de outros locais do
ta de eventos relacionados à origem da vida, o estudo
cosmo: essa é a teoria mais aceita até hoje em
científico desses fenômenos difere do estudo de muitos
função das comprovadas atividades extraterres-
outros eventos biológicos. Em relação a estudos sobre a
tres na Terra.
origem da vida, apresentam-se as afirmações seguintes.
(d) para a teoria da evolução molecular, a vida é I. Uma vez que esses processos ocorreram há
resultado da combinação de compostos inorgâ- bilhões de anos, não há possibilidade de reali-
nicos em moléculas orgânicas simples que se zação de experimentos, mesmo em situações
complexaram até atingirem a capacidade de au- simuladas, que possam contribuir para o enten-
toduplicação e metabolismo. dimento desses processos.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1 - MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA

II. Os trabalhos desenvolvidos por Oparin e Stan-

Conquista da Terra
Primeiros vertebrados
ley Miller ofereceram pistas para os cientistas Oxigênio
(% da quantidade atual)
na construção de hipóteses plausíveis quanto à
100
origem da vida.
III. As observações de Oparin sobre coacervados 10 Atmosfera
Atmosfera semelhante à Anteparo
ofereceram indícios sobre um processo que se primitiva do planeta Marte de ozônio

Pneumatosfera Primitiva

primeira célula
constituiu, provavelmente, em um dos primeiros

Terciário e Quaternário
1

Aparecimento da vida

eucarionte
passos para a origem da vida, qual seja, o isola-

Fotossíntese
Começo da

–0,7 Pré-cambriano
mento de macromoléculas do meio circundante.
0,1

–0,1 Secundário
–0,4 Primário
Em relação a estas afirmações, podemos indicar como
corretas: 0

–4
–3,8

–3,1

–2,7

–2

–1,6

–1

–0,6

–0,2
(a) I, apenas.
Tempo (bilhões de anos)
(b) II, apenas.
De acordo com o gráfico é correto afirmar que:
(c) I e II, apenas. (a) as primeiras formas de vida surgiram na ausên-
(d) II e III, apenas. cia de O2.
(e) I, II e III. (b) a atmosfera primitiva apresentava 1% de teor de
oxigênio.
(c) após o início da fotossíntese, o teor de oxigênio
10. (Enem)
na atmosfera mantém-se estável.
O gráfico a seguir representa a evolução da quanti-
(d) desde o Pré-Cambriano, a atmosfera mantém os
dade de oxigênio na atmosfera no curso dos tempos mesmos níveis de teor de oxigênio.
geológicos. O número 100 sugere a quantidade atual (e) na escala evolutiva da vida, quando surgiram os
de oxigênio na atmosfera, e os demais valores indicam anfíbios, o teor de oxigênio atmosférico já se ha-
diferentes porcentagens dessa quantidade. via estabilizado.

GABARITO A
E1. D E13. C E15. Para a sobrevivência dos se-
E2. C E14. res vivos como conhecemos,
são essenciais a atmosfera e
E3. D a) Pasteur realizou experimen- a água. As atividades metabó-
E4. E tos com a utilização de fras- licas dos seres vivos ocorrem
cos de vidro retorcidos em em meio aquoso. A atmosfera
E5. D forma de “pescoço de cisne”,
E6. D é essencial para a manuten-
contendo um caldo nutritivo. ção das condições favoráveis à
E7. E Esse líquido foi fervido até a vida. Entre muitos fatores, po-
E8. A atmosfera de Marte deveria liberação do vapor através do demos citar a temperatura e a
ter as condições existentes seu gargalo. Ao resfriar, hou- umidade. A atmosfera também
na Terra primitiva, quando se ve a entrada de ar no frasco. é fonte de compostos inorgâ-
originaram os primeiros seres No entanto, as partículas em nicos (gás carbônico para a
vivos, ou seja, amônia, meta- suspensão (bactérias encon- fotossíntese e oxigênio para a
no, hidrogênio e vapor-d’água. tradas no ar atmosférico) fica- respiração) para os organis-
Esses gases, em temperaturas ram retidas no interior do gar- mos vivos.
adequadas, com as descargas galo. Assim, nenhum frasco
desenvolveu microrganismos. E16. A
elétricas e radiações teriam
reagido, formando as primei- Ao se quebrar o gargalo, os mi- E17. 04 + 16 = 20
ras moléculas orgânicas. crorganismos, que vieram pelo E18. D
ar, contaminaram o líquido.
E9. D E19. D
b) Esse experimento de Pasteur
E10. D reforçou a teoria da biogênese, E20. V, V, F, F, V
E11. E derrubando a teoria da abiogê- E21. 01 + 08 = 9
E12. C nese. Além disso, permitiu nova E22. B
visão sobre a microbiologia.

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• Aloiobiose: compreende as relações entre indivíduos
de espécies diferentes.
CAPÍTULO 2 P

© RICH CAREY/SHUTTERSTOCK
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO,
FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS,
TEIAS E PIRÂMIDES
ECOLÓGICAS
Objetivos de aprendizagem
1. Demarcar as áreas de atuação da ecologia.

2. Conceituar nicho e hábitat, citando exemplos.

3. Diferenciar nicho potencial de nicho realizado.

© FILIPE FRAZAO/SHUTTERSTOCK
4. Identificar e compreender cadeias e teias alimentares.

5. Identificar e compreender os três tipos de pirâmide


ecológica.

6. Descrever a dinâmica de energia e a matéria dentro


dos ecossistemas.

D
1. O campo de estudo da Ecologia
Temas relacionados à Ecologia são diariamente veicula- ser vivo
dos em inúmeros meios de comunicação, desde publicações meio
Alelobiose Ecobiose ambiente
especializadas até manchetes de jornal e programas de te-
levisão. Existe uma associação direta entre a palavra ecolo- ser vivo
gia e uma série de impactos ambientais, tais como poluição,
modificações em ecossistemas e perda de biodiversidade.
Mas qual seria o verdadeiro campo de estudo da Ecologia? 1.1 Os níveis de organização
O termo ecologia é de origem grega, sendo oikos, casa, Existem diferentes níveis de organização quando estu-
e logos, estudo, tratado. Portanto, significa o estudo de nos- damos organismos mais complexos. Células com diferentes
sa casa ou ambiente em que vivemos. Entretanto, Ecologia funções se organizam em tecidos. Tecidos se agrupam para
não é somente o estudo do ambiente, mas também de um formar órgãos, e estes se organizam em sistemas. Final-
complexo relacionamento que existe reciprocamente entre mente, sistemas se integram para formar um organismo. Os
os seres e destes com o ambiente. Essa ciência envolve vá- níveis de organização superiores aos de um organismo são
rios ramos do conhecimento biológico, incluindo Fisiologia, alvo de estudo da Ecologia. É preciso notar que a Ecologia
Evolução e Genética. também estuda organismos unicelulares, que são de grande
Além disso, são necessários conhecimentos de clima e importância para inúmeros processos no ambiente.
muitos conceitos de Física e Química aplicados à luz, à água, São eles:
ao ar e ao solo, ou seja, aos fatores não vivos do meio.
• População: um conjunto de organismos da mesma
Utilizamos o termo “ecobiose” para designar as rela- espécie que vivem no mesmo espaço e período. In-
ções entre os seres e o meio ambiente. Já o termo “alelo- tegrantes de uma população sofrem conjuntamente
biose” é usado para definir as relações entre os seres. A os efeitos do processo evolutivo. Em contrapartida,
alelobiose pode ainda ser subdividida em: subpopulações que se mantêm isoladas por tempo
• Cenobiose: compreende a relação entre indivíduos da suficiente podem acumular diferenças ao ponto de
mesma espécie; configurar novas espécies.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

• Comunidade: populações não estão isoladas e de- • Biosfera: podemos imaginar uma grande variedade
pendem umas das outras. Os animais dependem das de ecossistemas terrestres e aquáticos (mares, rios e
plantas, pois elas são responsáveis pela produção de lagos) em nosso planeta. O conjunto de ecossistemas
matéria orgânica por meio da fotossíntese. Chama- de nosso planeta é chamado de biosfera.
mos de comunidade biótica o conjunto de organismos
de espécies distintas (populações) que convivem em Podemos conceituar a biosfera como uma camada de
uma mesma área e em um mesmo tempo, mantendo 15 km de espessura (da montanha mais alta até as partes
entre si relacionamentos que podem ser harmônicos mais profundas do oceano) que circunda nosso planeta e
ou desarmônicos. que contém toda a vida existente nele.

Dá-se o nome de biocenose ao processo de integra-


ção e relacionamento das diversas populações de 2. Conceitos ecológicos
espécies diferentes que formam uma comunidade importantes
biótica.
• Hábitat: é o local ou estrutura física onde o ser vivo
se desenvolve. Podemos, entretanto, encontrar em
• Ecossistema: é o resultado dos inter-relacionamen-
um mesmo hábitat (como uma parte do oceano) di-
tos que os seres praticam entre si e com o meio am-
versos segmentos com características distintas.
biente, levando à formação de complexos sistemas
Duas espécies marinhas podem estar adaptadas a
constituídos por fatores bióticos (organismos) e abió-
viver no substrato do costão rochoso ou boiando na
ticos (condições ambientais: luz, temperatura, umida-
coluna de água. Quando descrevemos o hábitat de
de, salinidade etc.) com uma contínua passagem de
determinada espécie, devemos procurar a fatia mais
matéria e energia entre eles.
específica dentro daquele espaço. Ele determina as
Exemplo: uma floresta com seu tipo de vegetação, condições de sobrevivência e reprodução do grupo. O
seus animais, seu tipo de solo e seu clima característico. hábitat não é exclusivo de uma espécie. Dessa forma,
É importante ressaltar que a comunidade em equilí- podemos encontrar diversas espécies ocupando o
brio de um ecossistema é autossuficiente em alimentos. mesmo hábitat.

• Nicho: refere-se ao conjunto de condições toleráveis


Para que uma espécie se instale em determina-
da região, deve estar adaptada às condições impos- e recursos que podem ser explorados por uma espé-
tas pelo ambiente local. A esse conjunto de imposi- cie em um hábitat. Estão incluídos na descrição de ni-
ções dá-se o nome de biócoro. cho, portanto, os hábitos alimentares de uma espécie,
As comunidades podem evoluir e atingir um bem como ela ser afetada por fatores físico-químicos
grau máximo de desenvolvimento em função do bió- e biológicos.
coro local. Bioma é um conjunto de diferentes ecos-
sistemas, que apresentam certo nível de homoge- Podemos dizer, de forma geral, que, se o hábitat é o
neidade, relacionada à sua vegetação caraterística.
lugar físico, então o nicho é o espaço funcional de deter-
São exemplos de biomas a floresta equatorial (como
minada espécie em um ecossistema. Vale ressaltar, ainda,
a Amazônia), a floresta de coníferas e o pantanal.
A área ocupada por um bioma é demarcável, que espécies convivendo em um mesmo hábitat têm nichos
pois tem limites próprios e bem definidos. O espaço ecológicos diferentes. Mesmo que haja uma sobreposição,
ocupado por um bioma (com todas as suas carac- ela será somente parcial, ou seja, dois animais podem ali-
terísticas físicas) é denominado biótopo. Caracterís- mentar-se de forma semelhante e procurar alimentos em
ticas como clima e tipo de solo são fundamentais horários parecidos, mas dificilmente serão iguais em todos
para a definição da fitofisionomia de um bioma. os seus hábitos. Eles podem, por exemplo, reproduzir-se
em épocas diferentes do ano.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

• Ecótono: nas zonas limítrofes dos biótopos, ocorre e matéria orgânica entre os seres vivos enquanto estes se
grande densidade populacional. Cria-se, portanto, nutrem uns dos outros.
uma linha de tensão na qual espécies de cada um dos Cada etapa de uma cadeia alimentar é chamada de
biótopos tentam alargar seus domínios. Essa linha é nível trófico. Podemos identificar três níveis tróficos dis-
denominada ecótono, local onde é muito comum ob- tintos:
servarmos sobreposição de nichos.
a) Produtores
Existem várias combinações de ecossistemas que po-
Ocupam o primeiro nível trófico da maioria das cadeias
dem formar um ecótono. Podemos citar, por exemplo, fa-
alimentares. Compreendem organismos com metabolismo
zendas no encontro de áreas desmatadas com áreas natu-
autotrófico, que utiliza componentes inorgânicos (água, gás
rais (campos com florestas ou matas), manguezais (água
carbônico e sais) para produção de biomoléculas novas.
do mar e de rios) etc.
O vasto contingente de compostos surgidos pela atua-
ção desses seres, representado inicialmente por carboi-
dratos ou glicídios, acumula, nas ligações químicas de suas
3. Cadeia alimentar
cadeias de carbono, a energia retirada da luz do sol. Entre-
A maioria das relações estabelecidas entre os organis- tanto, em ambientes abissais, podemos encontrar ecossis-
mos de um ecossistema é de base alimentar. Cadeias ali- temas inteiros sustentados sem luz por meio da atuação de
mentares representam a transferência contínua de energia bactérias quimiossintetizantes.

O2 CO2

CO2 O2

Fotossíntese

Síntese da Oxidação
Respiração da glicose
glicose (açúcar)
Seiva bruta Seiva elaborada
H2 O Cloro
Micronutrientes

Fe
C Cobre
Mo Boro
Cu Manganês
Sais minerais

Zn
B Ferro
Mn Molibdênio
Zinco

N P K Macronutrientes primários
Nitrogênio / Fósforo / Potássio
Ca Mg S Macronutrientes secundários
Cálcio / Magnésio / Enxofre

Entendemos, portanto, os produtores como introdutores de energia nos ecossistemas,


visto que essa energia será repassada de organismo a organismo ao longo dos níveis tróficos.

Em uma cadeia alimentar, a seta sempre aponta para o organismo que está
consumindo.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

b) Consumidores Assim, o papel fundamental dos decompositores se


Os consumidores são seres heterótrofos, organis- encontra na reciclagem de matéria orgânica, fornecendo
mos que obtêm energia a partir de outros organismos. matéria inorgânica para os produtores. Se os produtores
são vistos como introdutores de energia na cadeia, pode-
Aqueles que se alimentam de organismos produtores são
mos considerar os decompositores como reintrodutores de
classificados como consumidores primários (herbívoros),
matéria na cadeia.
ocupando o segundo nível trófico em uma cadeia alimen-
tar. Aqueles que se alimentam dos consumidores primá-
rios são classificados como consumidores secundários
(carnívoros), ocupando o terceiro nível trófico, e assim por 4. Teias alimentares
diante. Os organismos onívoros podem ser consumidores Uma teia alimentar, ou teia trófica, é o inter-relaciona-
primários ou secundários, uma vez que se alimentam de mento de cadeias alimentares de uma comunidade. Nela
produtores e de consumidores (fonte vegetal e animal). São existem várias espécies de organismos produtores, consu-
exemplos de animais onívoros o ser humano, chimpanzé, midores e decompositores que interagem entre si de forma
lobo-guará, gambá, jabuti, dentre outros. Todos os demais complexa.
níveis de consumidores são carnívoros e alimentam-se do Um organismo pode participar de várias cadeias ali-
nível trófico anterior. mentares e ocupar diferentes níveis tróficos na mesma teia
c) Decompositores e detritívoros alimentar. Assim, a teia representa uma forma multidire-
cional de passagem de matéria e energia, e não unidirecio-
Podemos identificar dois grupos de organismos que
nal como ocorre nas cadeias alimentares.
utilizam matéria orgânica morta (saprobiontes): os decom-
positores (fungos e bactérias) e os detritívoros (animais Consumidores de Consumidores de Consumidores de
Produtores 1ª ordem 2ª ordem 3ª ordem
que se utilizam de carcaças e excrementos).
Qualificamos esses organismos como um tipo especial
de consumidor, uma vez que não controlam ativamente a Cobra

disponibilidade e a renovação de seu alimento. Dependem Zebra


Árvore
do envelhecimento e da morte de outros organismos.
Onça
Coruja
A atividade de decompositores leva à desagregação
Coelho
progressiva da matéria orgânica morta, transformando Verdura
moléculas complexas e ricas em energia em compostos
Roedor Raposa
simples como CO2, água e outros nutrientes inorgânicos. Gavião
As substâncias minerais produzidas durante o proces-
so de decomposição são devolvidas aos produtores e rein- Gramíneas Inseto herbívoro Lagarto

corporadas na cadeia alimentar, por meio da absorção de Decompositores

nutrientes e da fotossíntese.

5. O fluxo de energia

Alimento disponível CO2, H2O e calor


Produtores CO2, H2O e calor (perda na Alimento
(perda na respiração) para os consumidores disponível para os
primários respiração,fezes,
urina) consumidores secundários

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

Apenas 1% de toda energia que chega a Terra na for- A energia transformada em trabalho celular ou perdi-
ma de luz solar é aproveitada pelo processo fotossintético. da na forma de calor, no entanto, não pode ser reaproveita-
Todavia, essa energia é suficiente para gerar, no planeta, de da. Ela precisa ser constantemente reposta por uma fonte
150 a 200 bilhões de toneladas de matéria orgânica por ano. externa à cadeia. Essa fonte externa é o sol, que, por inter-
A energia luminosa que os organismos fotossinte- médio dos produtores, reintroduz energia no ecossistema.
tizantes absorvem é transformada em energia química, De maneira geral, podemos dizer que um ecossistema
armazenada nas ligações das moléculas de compostos é aberto ou unidirecional em relação à energia e fechado ou
orgânicos produzidos. Uma parte desses compostos é cíclico em relação à matéria.
consumida nas reações oxidativas da respiração celular,
visando obter energia para a manutenção dos processos
celulares. Durante esse processo, a matéria orgânica é eli- 6. A produtividade e os
minada na forma de água e gás carbônico. O restante dela
é incorporado nas estruturas celulares das plantas e algas
ecossistemas
(como a parede celular), formando partes dos corpos des- A quantidade de matéria orgânica produzida ou trans-
ses organismos (caules, folhas e raízes). ferida em certa área e em determinado intervalo de tempo
É exatamente essa matéria orgânica fixada que servirá para um nível trófico é denominada produtividade. Pode-
de alimento para os consumidores primários (herbívoros). mos dividi-la em:
Uma parte dela é consumida na respiração celular. Outra • Produtividade primária: quantidade de matéria orgâ-
é eliminada no processo de defecação (fezes) e excreção nica produzida pelos autotróficos;
(urina). O restante é incorporado.
• Produtividade secundária: quantidade de matéria or-
Essa sequência se repete a cada nível trófico, com par- gânica incorporada pelos consumidores.
te da matéria e da energia sendo perdida na forma de água,
gás carbônico, dejetos e calor. Podemos subdividir essas categorias em outras duas:

Em média, apenas 10% da energia de um nível trófico • Produtividade bruta: total de matéria orgânica acu-
passam para o nível seguinte. Com isso, podemos com- mulada;
preender por que uma cadeia alimentar dificilmente tem • Produtividade líquida: total de matéria orgânica acu-
mais do que cinco níveis tróficos: a quantidade cada vez mulada depois de descontados os gastos com a res-
menor de matéria e energia disponíveis ao longo da cadeia piração celular.
permite sustentar uma quantidade cada vez menor de con-
A produtividade pode ser expressa em peso (gramas
sumidores.
ou quilos); por metro quadrado por ano (ou dias). Ela tam-
Energia I bém pode ser medida por meio da quantidade de energia
absorvida ou transferida para determinado nível trófico.
M Biosfera Nesse caso, será expressa em calorias ou quilocalorias por
at
ér metro quadrado por ano (ou dias).
ia
or
gâ A produtividade primária pode sofrer interferência de
nica Energia II
inúmeros fatores, entre eles:
• Disponibilidade de luz;
M
at • Índice pluviométrico e disponibilidade de água;
ér
ia
ino • Temperatura;
rgâ
nica • Sais minerais.
Assim, florestas tropicais costumam ter grande produ-
Os resíduos produzidos ao longo da sequência alimen- tividade primária bruta, uma vez que apresentam grandes
tar (excretas e organismos mortos) acabam voltando para índices pluviométricos, associados a altas temperaturas e
a cadeia pela ação dos decompositores, que transformam a grande intensidade de luz. Essa produtividade tende a di-
a matéria orgânica em inorgânica, utilizada pelos produ- minuir à medida que nos aproximamos dos polos.
tores na fotossíntese. Dessa forma, é possível dizer que a Da mesma forma, como dito anteriormente, áreas de
matéria de um ecossistema nunca se esgota: ela está em estuário apresentam grande produtividade, pois acumulam
constante reciclagem. grande quantidade de sais minerais associados à grande

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

quantidade de luz. Regiões de alto-mar, por sua vez, apre- Exemplo: Milhares de pés de capim sustentam cente-
sentam baixa produtividade, porque nelas os sais se preci- nas de insetos, que por sua vez servem de alimento para
pitam para o fundo, aonde a luz não chega. dezenas de pássaros.

Floresta Amazônica – Uma grande floresta 50 passarinhos


com grande produtividade bruta
700 gafanhotos
Grandes biomas, como a floresta Amazônica,
que se apresentam como comunidades clímax, têm
grande produtividade primária bruta, por causa da 5000 pés de capim
associação de diversos fatores, como citado ante-
riormente. Entretanto, apesar de produzir grande Uma pirâmide de números tem o inconveniente de
quantidade de matéria orgânica, esta é totalmente igualar os organismos sem levar em conta o seu tamanho
consumida pela própria floresta, o que caracteriza e sem representar, adequadamente, a quantidade de ma-
as comunidades clímax, como veremos com mais téria orgânica em cada nível. Isso gera alguns erros de re-
detalhes em outro capítulo. Sendo assim, a produti- presentação quando as pirâmides se mostram invertidas.
vidade primária líquida da Amazônia é próxima ou Imagine, por exemplo, uma árvore que fornece alimento
igual a zero, mantendo a floresta em equilíbrio.
para um grande número de pulgões, que, por sua vez, são
parasitados por um número ainda maior de protozoários.

30000 protozoários
7. Pirâmides ecológicas
Pirâmides ecológicas permitem uma análise quantita-
tiva dos níveis tróficos. Elas representam os níveis tróficos
de um ecossistema por meio de retângulos sobrepostos, 500 pulgões
nos quais os produtores são sempre colocados na base.
Em geral, as quantidades de energia e biomassa ten- 1 árvore
dem a diminuir através dos níveis. Sendo assim, podemos
chegar a uma concepção gráfica, em que a base é sempre
mais larga que o ápice.
Onde colocar os decompositores em uma
Existem três tipos de pirâmide:
pirâmide ecológica?
• Pirâmide de número;
Como os decompositores recebem matéria
• Pirâmide de biomassa; orgânica de todos os níveis tróficos, sua repre-
• Pirâmide de energia. sentação pode ser problemática. Eles podem ser
colocados na pirâmide como um retângulo sobre
7.1 Pirâmide de número o retângulo dos produtores (figura a) ou como um
retângulo destacado da pirâmide (figura b).
Ela indica o número de organismos em determinada
cadeia alimentar. a)
Nos grandes biomas da Terra, é notável uma escala
decrescente no número de indivíduos que ocupam os di-
ferentes níveis tróficos, ou seja, observamos, por exemplo,
que os predadores costumam estar em menor quantidade
que suas presas.
Essa constatação é consequência direta da perda de
energia inerente aos processos alimentares da cadeia
(como discutido nos tópicos anteriores), fazendo com que
apenas uma pequena quantidade de energia chegue aos
últimos níveis tróficos. Assim, apenas um pequeno número
de consumidores pode ser mantido por essa energia.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

primários, secundários, terciários...). Dessa forma, as pirâ-


b) mides de biomassa em geral não são invertidas.
Há, como na pirâmide de número, alguns fatores que
levam a possíveis inversões na pirâmide. O problema da
pirâmide de biomassa é desconsiderar o fator tempo, em
curtos períodos.
Em ambientes aquáticos, observamos uma pequena
massa de fitoplâncton (produtores) alimentando uma mas-
Adolescente (47 kg)
sa maior de zooplâncton (consumidores primários). No en-
tanto, como isso seria possível? Bezerros (1 t)
Embora a biomassa de fitoplâncton seja realmente
menor, sua taxa de reprodução é maior do que a do zoo-
plâncton, permitindoAlfafa
uma (8 t)
renovação rápida de biomassa
7.2 Pirâmide de biomassa
de produtores capaz de sustentar os consumidores.
Chamamos de biomassa a quantidade de matéria or-
gânica presente no corpo dos seres vivos de determinado
nível trófico. A biomassa é expressa em peso por unidade
Zooplâncton (20 g/m2)
de área (gramas por metro quadrado) ou de volume (gra-
mas por metro cúbico) em um determinado momento. Fitoplâncton (4 g/m2)
Por exemplo: cerca de 8 toneladas de alfafa sustentam
uma tonelada de bezerros, e estes, por sua vez, alimentam 7.3 Pirâmide de energia
um adolescente de 47 kg durante o período de um ano.
Em uma pirâmide de energia, representamos a quanti-
dade de energia acumulada ou fixada por unidade de área
Adolescente (47 kg)
ou volume e unidade de tempo. Assim, temos os dados de
uma pirâmide de energia dispostos, por exemplo, em qui-
Bezerros (1 t)
localorias por metro quadrado por ano.
Uma pirâmide de energia nunca se mostra invertida,
Alfafa (8 t) em razão do princípio de perda energética a cada nível tró-
fico. Isso garante que cada nível trófico tenha quantidade
Assim como na pirâmide de número, também na pi- menor de energia que o nível anterior.
râmide de biomassa ocorre decréscimo quantitativo de Ao considerar o fator tempo, uma pirâmide de energia
Zooplâncton (20 g/m2)
matéria da base (produtores) para o ápice (consumidores também informa a produtividade líquida de um ecossistema.

Fitoplâncton (4 g/m2)

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 1. Demarcar as áreas de atuação da ecologia.

F1. (Fuvest-SP)
Em um lago, estão presentes diversas espécies de animais, plantas, algas, protozoários, fungos e bactérias.
O conjunto desses seres vivos constitui
(a) uma cadeia alimentar. (d) uma população.
(b) uma comunidade biológica. (e) uma sucessão ecológica.
(c) um ecossistema.

226

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

Objetivo 1. Demarcar as áreas de atuação da ecologia.

F2. (Unigranrio-RJ)
Há quatro espécies de girafa – não uma, como se
acreditava “A ciência reconhecia até hoje a existência
de uma única espécie de girafa, dividida em diversas
subespécies mais ou menos iguais. Mas um grupo
de cientistas da Alemanha realizou a maior análi-
se genética feita até hoje sobre o animal e concluiu
que existe não uma, mas quatro espécies de girafa
no mundo. Assim, o cruzamento entre as quatro não
gera descendentes férteis, o que pode estar contri-
buindo para o declínio da população desses animais Fonte: SOARES, José Luis. Biologia. São Paulo, v. único.
na natureza. Duas das espécies já nascem ameaça-
das de extinção”. Sobre o tema abordado no esquema, analise as afir-
Veja, Ciência. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/
mações a seguir.
ciencia/ha-quatro-especies-de-girafa-nao-uma-como- I. Uma cadeia alimentar é sempre composta por
seacreditava/>. (Adaptado.)
diferentes níveis que são caracterizados de
Assim sendo, sabe-se que dentro de uma definição acordo com o tipo de nutrição dos organismos.
clássica o táxon em destaque na matéria acima pode Dependendo do nível trófico ocupado, os orga-
ser definido como: nismos podem ser produtores, ou consumido-
(a) conjunto de populações de diversas espécies res, ou decompositores.
que habitam uma mesma região num determi- II. Os produtores são seres autótrofos, sintetizam
nado período; matéria orgânica a partir de substâncias inorgâni-
(b) lugar específico onde uma espécie pode ser en- cas, por isso estão obrigatoriamente no início de
contrada dentro do ecossistema; qualquer cadeia alimentar. Transformam energia
luminosa em energia química através da fotossín-
(c) conjunto de indivíduos semelhantes (estrutural,
tese. Essa energia nutre os tecidos vegetais que
funcional e bioquimicamente) que se reprodu-
servirão de fonte energética para outros organis-
zem naturalmente, originando descendentes
férteis; mos, com eficiência ecológica média de 90%.

(d) conjunto de indivíduos de mesma espécie que III. A decomposição é um processo de transforma-
vivem numa mesma área em um determinado ção da matéria orgânica em moléculas simples,
período; que podem ser reutilizadas pelos produtores,
num processo natural de reciclagem.
(e) conjunto de indivíduos diferentes (estrutural,
funcional e bioquimicamente) que se reprodu- IV. A teia alimentar é caracterizada pelo conjunto
zem naturalmente ou não, podendo originar des- de cadeias alimentares, ligadas entre si e, geral-
centes estéreis. mente, representadas como um diagrama das
relações tróficas (alimentares) entre os diversos
Objetivo 4. Identificar e compreender cadeias e teias alimen- organismos ou espécies de um ecossistema.
tares.
V. A produtividade de um ecossistema depende de
Objetivo 6. Descrever a dinâmica de energia e a matéria den-
tro dos ecossistemas. diversos fatores, dentre os quais os mais im-
portantes são a luz, a água, o gás carbônico e
F3. (Acafe-SC) a disponibilidade de nutrientes. A produtividade
Os seres vivos interagem e estabelecem relações en- bruta corresponde ao total de matéria orgânica
tre si e com o ambiente. A seguir está representada, acumulada depois de descontados os gastos
esquematicamente, a relação de alimentação entre os referentes à atividade metabólica, enquanto a
organismos de um ecossistema e a respectiva trans- produtividade líquida corresponde ao total de
ferência de energia e de nutrientes. matéria orgânica acumulada.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

Assinale a alternativa que contém as afirmações (d) Apenas nas cadeias (I) e (II).
corretas.
(e) Nas cadeias (I), (II) e (III).
(a) I - III - IV. (c) III - IV.
(b) II - III - V. (d) IV - V. Objetivo 5. Identificar e compreender os três tipos de pirâmide
ecológica.
Objetivo 6. Descrever a dinâmica de energia e a matéria den-
tro dos ecossistemas. F5. (Uece-CE)
As pirâmides ecológicas, que podem ser de números,
F4. (Unesp-SP)
de biomassa e de energia, são bons modelos para
Considere as três cadeias alimentares a seguir. análise de cadeias alimentares. Sobre esses modelos,
I. Vegetação → insetos → anfíbios → cobras → é correto afirmar que
fungos.
(a) a cada nível trófico, a energia do nível anterior é
II. Vegetação → coelho → gavião. obtida em maior quantidade.
III. Fitoplâncton → zooplâncton → peixes → (b) a pirâmide de energia representa o número total
tubarão. de indivíduos de uma cadeia alimentar.
A maior quantidade de energia disponível para os ní- (c) a quantidade de energia em cada nível trófico é
veis tróficos mais elevados estará:
calculada multiplicando-se o número de indiví-
(a) Apenas na cadeia (I). duos pela sua massa.
(b) Apenas nas cadeias (I) e (III). (d) a pirâmide de energia não pode ser expressa na
(c) Apenas na cadeia (II). forma invertida.

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E1. (UEL-PR) E2. (Emescam-ES)
Em um ribeirão foram pescados dois peixes muito seme- Qual a afirmativa correta:
lhantes, exceto pela coloração das nadadeiras. Um bió- (a) O local do ecossistema onde vive uma determi-
logo informou que pertenciam ao mesmo gênero; eram, nada espécie é denominado de hábitat.
porém, de espécies diferentes e apresentavam dietas
(b) Populações são conjuntos indivíduos genetica-
distintas. O peixe com as nadadeiras claras alimenta-
mente iguais.
va-se de moluscos e crustáceos que viviam no fundo do
ribeirão, e o outro, cujas nadadeiras eram avermelhadas, (c) Clone é um grupo de indivíduos da mesma espé-
cie que vivem no mesmo hábitat.
comia folhas de plantas e insetos aquáticos.
Com base nessas informações, é correto afirmar: (d) Ecossistema é a palavra empregada para indicar
o conjunto de populações de um ambiente.
(a) os dois peixes viviam em hábitats diferentes,
mas ocupavam o mesmo nicho. (e) Comunidade é a palavra que indica o conjunto de
indivíduos de uma mesma espécie que habitam
(b) os dois peixes viviam no mesmo hábitat e ocupa-
uma região.
vam o mesmo nicho.
(c) os dois peixes viviam em hábitats diferentes e E3. (PUC-PR)
ocupavam nichos diferentes. Em uma floresta ocorrem três espécies de árvores,
(d) os dois peixes viviam no mesmo hábitat, mas igualmente bem-sucedidas e numerosas. Essas árvo-
ocupavam nichos diferentes. res constituem

(e) os dois peixes viviam no mesmo nicho, mas ocu- (a) três populações.
pavam hábitats diferentes. (b) uma população.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

(c) um ecossistema. (d) são consumidores de primeira ordem.


(d) três comunidades. (e) são consumidores de segunda ordem.
(e) duas comunidades.
E7. (UnB-DF)
E4. (UFPR-PR-Adaptado) Uma ave que se alimenta das larvas que atacam fo-
O sucesso do estabelecimento do mexilhão-dourado lhas do fumo comporta-se como:
na América do Sul (e de outras espécies consideradas (a) Decompositor.
exóticas em locais onde não existiam previamente) (b) Transformador primário.
depende da inter-relação entre dois conceitos ecoló-
(c) Consumidor primário.
gicos: nicho ecológico e hábitat. Assim:
(d) Consumidor secundário.
Defina esses dois conceitos (nicho ecológico e hábitat)
de forma objetiva. (e) Consumidor terciário.

E5. (Enem) E8. (PUC-RS)


Suponha que o chefe do departamento de administra- Considere a figura a seguir, a qual representa parte
ção de uma empresa tenha feito um discurso defen- dos organismos que constituem uma comunidade e as
dendo a ideia de que os funcionários deveriam cuidar inter-relações existentes.
do meio ambiente no espaço da empresa. Um dos fun-
cionários levantou-se e comentou que o conceito de
meio ambiente não era claro o suficiente para se falar Onça pintada
Gavião-real
sobre esse assunto naquele lugar. Considerando que o
chefe do departamento de administração entende que
Graxaim Coruja
a empresa é parte do meio ambiente, a definição que
mais se aproxima dessa concepção é:
(a) Região que inclui somente cachoeiras, manan-
ciais e florestas.
(b) Apenas locais onde e possível o contato direto
Lebre
com a natureza.
(c) Locais que servem como áreas de proteção onde Pássaro
fatores bióticos são preservados. Vegetação
(d) Apenas os grandes biomas, por exemplo, Mata
Atlântica, Mata Amazônica, cerrado e caatinga.
Qual das possibilidades apresentadas a seguir possui
(e) Qualquer local em que haja relação entre fatores
um efeito mais provável na promoção do aumento na
bióticos e abióticos, seja ele natural ou urbano.
população de graxains?
(a) A redução da população de corujas.
E6. (UPM-SP)
Há espécies de insetos, como, por exemplo, o Aedes (b) O aumento da população de gaviões.
aegypti, em que machos e fêmeas vivem no mesmo es- (c) O aumento da população de onças.
conderijo, porém na hora de se alimentar a fêmea bus- (d) A redução da vegetação.
ca o sangue de outros animais, enquanto que o macho
se alimenta de frutas ou outros vegetais adocicados. (e) A redução da população de pássaros.
Assim, podemos afirmar que o macho e a fêmea
E9. (Enem)
(a) ocupam nichos ecológicos diferentes, porém o
mesmo hábitat. Estudos de fluxo de energia em ecossistemas demons-
tram que a alta produtividade nos manguezais está
(b) ocupam o mesmo nicho ecológico, porém com diretamente relacionada às taxas de produção primá-
hábitats diferentes. ria líquida e à rápida reciclagem dos nutrientes. Como
(c) ambos ocupam o mesmo nicho ecológico e o exemplo de seres vivos encontrados nesse ambiente,
mesmo hábitat. temos: aves, caranguejos, insetos, peixes e algas.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

Dos grupos de seres vivos citados, os que contribuem (a) 1 = árvore – 2 = pulgão – 3 = joaninha – 4 = pássaro.
diretamente para a manutenção dessa produtividade
(b) 1 = capim – 2 = pulgão – 3 = joaninha – 4 = pássaro.
no referido ecossistema são
(c) 1 = árvore – 2 = pássaro – 3 = joaninha – 4 =
(a) aves.
pulgão.
(b) algas.
(d) 1 = bezerro – 2 = capim – 3 = homem – 4 = parasita
(c) peixes.
intestinal do homem.
(d) insetos.
(e) 1 = capim – 2 = bezerro – 3 = homem – 4 = parasita
(e) caranguejos. intestinal do homem.

E10. (PUC-RS)
E12. (UFRGS-RS)
Produtividade é o termo dado à capacidade que al-
Considerando que, nas pirâmides ecológicas apre-
guns seres vivos têm de converter a energia lumi-
sentadas nas alternativas, P (produtor) = fitoplâncton,
nosa assimilada na fotossíntese em biomassa. Con-
C1 (consumidor primário) = zooplâncton e C2 (consu-
sidere as informações a seguir sobre os fluxos de
midor secundário) = peixes, assinale a que representa
energia e matéria.
uma pirâmide de biomassa.
I. A produtividade primária bruta (PPB) correspon-
de à quantidade total de energia luminosa con- (a)
vertida em biomassa por um ser vivo.
II. A produtividade primária líquida (PPL) corres-
C2
ponde à energia que estará à disposição do nível C1
trófico seguinte, somada à energia derivada da P
fotossíntese.
(b)
III. Florestas tropicais costumam ter grande produ-
tividade primária bruta, uma vez que apresentam
grandes índices pluviométricos, associados a al-
C2
tas temperaturas e a grande intensidade de luz. C1
P
Estão corretas as afirmativas
(a) I e II, apenas. (c)
(b) I e III, apenas.
(c) II e III, apenas. C2
(d) I, II e III.
C1
P
E11. (UFPR-PR)
(d)
Pode-se representar o número de indivíduos de cada
nível trófico por uma pirâmide de números. O diagra-
ma ao lado representa uma pirâmide de números.
C2
C1
4 P
3 (e)
2
1 C2
C1
Assinale a alternativa que identifica corretamente os
P
organismos indicados no diagrama.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

interagem entre si. Denomina-se de sistemas ecoló-


E13. (PUC-RJ)
gicos ou ecossistemas qualquer unidade, biossiste-
Considere os conceitos de nicho ecológico e hábitat ma, que abranja todos os organismos que funcionam
apresentados abaixo: em conjunto, a comunidade biótica, em uma dada
I. O nicho de um organismo é seu papel ecológico. área, interagindo com o ambiente físico de tal forma
que um fluxo de energia produza estruturas bióticas
II. A ocupação de nichos distintos por diferentes
claramente definidas e uma ciclagem de materiais
espécies reduz a competição por recursos.
entre as partes vivas e não vivas.
III. Nicho ecológico é o lugar onde um organismo ODUM, 2008, p. 9.
vive.
Analisando-se as informações do texto e com base
IV. Um determinado hábitat pode proporcionar dife-
nos conhecimentos a respeito dos ecossistemas, em
rentes nichos aos organismos.
geral, é correto afirmar:
Estão corretas:
(a) os fatores abióticos são prescindíveis à manu-
(a) Todas as afirmações. tenção da vida.
(b) Apenas a I. (b) a ação dos decompositores é fundamental para
(c) Apenas I e IV. a reciclagem da energia.
(d) Apenas II e III. (c) os heterótrofos, normalmente, são encontrados
em estratos desprovidos de energia luminosa.
(e) Apenas I, II e IV.
(d) os componentes bióticos autotróficos têm como
E14. (UEL-PR) objetivo produzir alimentos para todos os outros
Nas cadeias alimentares, a energia luminosa solar é níveis tróficos do ecossistema.
transformada em energia química pela ação dos pro- (e) em sua estrutura, há um estrato autotrófico
dutores, a qual é transferida para os herbívoros e des- constituído de organismos clorofilados que po-
tes para os carnívoros. Portanto, o fluxo de energia no dem ser encontrados em reinos distintos.
ecossistema é unidirecional. Com base nessas infor-
mações, considere as afirmativas a seguir: E16. (Unesp-SP)
I. A energia na cadeia alimentar acumula-se gra- Considere a notícia sobre o controle biológico de pra-
dativamente, alcançando a sua disponibilidade gas adotado pela prefeitura de Paris e as pirâmides
máxima nos carnívoros. ecológicas apresentadas logo a seguir.
II. A energia armazenada é maior nos produtores Para combater parasitas que têm consumido a
quando comparada com a dos carnívoros. vegetação de Paris, a prefeitura distribuiu aos mo-
III. A energia fixada pelos produtores é transferida radores 40000 larvas de joaninhas, predador natural
sempre em menor quantidade para os herbívoros. desses organismos e que pode substituir pesticidas.
Veja, 05.04.2017. (Adaptado.)
IV. A energia consumida pelos carnívoros é sempre
maior quando comparada com a consumida pe-
los produtores e herbívoros. 3 3 3
2 2 2
Assinale a alternativa correta. 1 1 1
(a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
I II III
(b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
(c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. A pirâmide de biomassa, a pirâmide de energia e a
barra que representa as joaninhas são:
(d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
(a) I, II e 3.
(e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
(b) II, II e 3.

E15. (UEFS-BA) (c) I, II e 2.


Os organismos vivos e seu ambiente não vivo ou (d) II, III e 1.
abiótico estão inseparavelmente inter-relacionados e (e) III, III e 2.

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CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

E17. (UFRGS-RS) E19. (UFPR-PR-Adaptado)


Observe a teia alimentar representada no diagrama Abaixo estão representados três exemplos de cadeias
abaixo. alimentares na coluna da esquerda e, na coluna da di-
reita, três pirâmides que expressam o número relativo
Mosquito
de indivíduos em cada nível, numa situação de equi-
Gambá
líbrio ecológico. Relacione as cadeias alimentares da
Homem coluna da esquerda com as pirâmides da direita.

1. Árvore ---: preguiças ( )


Galinha Ovo Pássaro Gavião
-----: pulgas

Inseto Cobra
2. Árvore ---: cotias -----: ( )
Milho Rato Gato jaguatiricas

Com base neste diagrama, assinale a afirmação correta.


3. Milharal ---: roedores ( )
(a) O mosquito e o gavião ocupam níveis tróficos -----: cobras
diferentes.
(b) O nível trófico dos produtores não está repre-
Assinale a alternativa que apresenta a numeração
sentado no diagrama.
correta da coluna da direita, de cima para baixo.
(c) O homem e o gambá ocupam o mesmo nível trófico.
(a) 1 – 2 – 3.
(d) O pássaro e o gato ocupam o mesmo nicho eco- (b) 1 – 3 – 2.
lógico.
(c) 3 – 1 – 2.
(e) O gavião e o gambá são equivalentes ecológicos.
(d) 2 – 1 – 3.
E18. (Uerj-RJ) (e) 3 – 2 – 1.
Observe a cadeia alimentar representada no esquema
a seguir. E20. (Enem)
O caramujo gigante africano, Achatina fulica, é uma espécie
exótica que tem despertado o interesse das autoridades
brasileiras, uma vez que tem causado danos ambientais e
prejuízos econômicos à agricultura. A introdução da espé-
cie no Brasil ocorreu clandestinamente, com o objetivo de
ser utilizada na alimentação humana. Porém, o molusco
teve pouca aceitação no comércio de alimentos, o que re-
sultou em abandono e liberação intencional das criações
por vários produtores. Por ser uma espécie herbívora ge-
neralista (alimenta-se de mais de 500 espécies diferentes
de vegetais), com grande capacidade reprodutiva, tornou-
-se uma praga agrícola de difícil erradicação. Associada
a isto, a ausência de predadores naturais fez com que
(a) Nomeie o nível trófico no qual é encontrada a ocorresse um crescimento descontrolado da população. O
maior concentração de energia, indique a letra que desequilíbrio da cadeia alimentar observado foi causado
o representa no esquema e justifique sua resposta. pelo aumento da densidade populacional de

(b) Nomeie o nível trófico responsável pela recicla- (a) consumidores terciários, em função da elevada
gem da matéria no meio ambiente, indique a le- disponibilidade de consumidores secundários.
tra que o representa no esquema e justifique sua (b) consumidores primários, em função da ausência
resposta. de consumidores secundários.

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CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

(c) consumidores secundários, em função da au- (d) 5 representa uma população de consumidores
sência de consumidores primários. secundários.
(d) consumidores terciários, em função da elevada (e) A diminuição da população 6 não afetará a po-
disponibilidade de produtores. pulação 3.
(e) consumidores primários, em função do aumento
E23. (Enem)
de produtores.
A forma larval do parasitoide assume qual papel nes-
E21. (PUC-RJ) sa cadeia alimentar?
O estudo da comunidade biótica do ecossistema ma- Ciclo de vida de um inseto
rinho de uma faixa litorânea revelou o esquema mon- parasitoide de lagartas
tado abaixo. (B) O ovo eclode e a
larva do parasitoide se
desenvolve dentro da
Algas marinhas Crustáceos Moluscos lagarta.
Fungos e
Bactérias
Peixes Golfinhos Gaivotas
(C) A larva torna-se
(A) Na fase adulta, pupa, levando o
após a cópula, a hospedeiro
Quais indivíduos ocupam o mesmo nível trófico nesta fêmea procura seu à morte.
teia alimentar? hospedeiro e põe (D) O parasitoide, após a
um ou mais ovos metamorfose, cava um túnel
(a) Algas marinhas, fungos e bactérias. dentro de seu corpo. nos tecidos do hospedeiro e
(b) Peixes, crustáceos e moluscos. emerge como adulto.

(c) Golfinhos, moluscos e gaivotas.


SANTO, M. M. E.; FARIA, M. L. Parasitoides: insetos benéficos
(d) Peixes, golfinhos e gaivotas. e cruéis. Ciência Hoje, v. 49, n. 291, abr. 2012 (Adaptado.)
(e) Algas marinhas, crustáceos e moluscos.
(a) Consumidor primário, pois ataca diretamente
uma espécie herbívora.
E22. (FTESM-RJ)
(b) Consumidor secundário, pois se alimenta direta-
No esquema a seguir estão representadas, de modo sim-
mente dos tecidos da lagarta.
plificado, as populações participantes de uma teia ecoló-
gica, na qual as setas indicam o sentido do alimento. (c) Organismo heterótrofo de primeira ordem, pois
se alimenta de pólen na fase adulta.
6 (d) Organismo heterótrofo de segunda ordem, pois
apresenta o maior nível energético na cadeia.
(e) Decompositor, pois se alimenta de tecidos do in-
terior do corpo da lagarta e a leva à morte.

3 4 5 E24. (UPM-SP)

1 2
Considerando que 1 e 2 sejam produtores, é correto
afirmar que nessa teia A respeito das pirâmides A, B e C, representadas aci-
(a) a energia entra nesse sistema apenas por 1. ma, são feitas as seguintes afirmações.
(b) 3 e 5 ocupam o mesmo nicho ecológico. I. A pode representar pirâmides de número, de
massa e de energia.
(c) 4 representa uma população constituída por
onívoros.
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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

II. A e B podem representar apenas pirâmides de (b) Desenhe as pirâmides de energia corresponden-
massa e energia. tes às pirâmides de biomassa, para os dois ecos-
III. B e C podem representar apenas pirâmides de sistemas indicados.
energia e massa.
E27. (Uerj-RJ)
IV. A, B e C podem representar apenas pirâmides de
massa e número. Em um lago, três populações formam um sistema es-
tável: microcrustáceos que comem fitoplâncton e são
Estão corretas apenas as afirmativas
alimento para pequenos peixes. O número de indiví-
(a) I e II.
duos desse sistema não varia significativamente ao
(b) I e III. longo dos anos, mas, em um determinado momento,
(c) I e IV. foi introduzido no lago um grande número de preda-
(d) II e IV. dores dos peixes pequenos.
Identifique os níveis tróficos de cada população do siste-
(e) III e IV.
ma estável inicial e apresente as consequências da in-
E25. (Uerj-RJ) trodução do predador para a população de fitoplâncton.

Observe a figura abaixo e responda:


E28. (Uerj-RJ)
O Parque Nacional de Yellowstone é considerado o há-
Sapos
bitat selvagem dos EUA com maior variedade de mega-
Gafanhotos fauna. Depois de 70 anos ausentes, os lobos cinzentos
foram reintroduzidos nesse espaço, causando grande
Capim impacto no ecossistema. A figura abaixo ilustra uma teia
alimentar do parque, após a reintrodução dos lobos.
(a) O que esse gráfico representa? Explique.
(b) O que são os compartimentos e por que eles são
representados por barras de diferentes tama-
nhos?
(c) Se esse gráfico representasse um ecossistema
aquático, a relação de tamanho entre os compar-
timentos seria a mesma? Explique.

E26. (Fuvest-SP)
As figuras I e II mostram pirâmides ecológicas de bio-
massa para dois ecossistema

P = Produtor Explique por que a reintrodução dos lobos provoca re-


CP = Consumidor primário dução das espécies A e B. Pesquisadores observaram
CS = Consumidor secundário que, em menos de dez anos, diminuiu a erosão do solo
CT = Consumidor terciário
no parque. Indique o efeito da reintrodução dos lobos
(a) Indique um ecossistema que cada uma dessas sobre as populações de alces, veados e plantas de que
pirâmides de biomassa possa representar. estes se alimentam.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

C
FOLHA AZ
1. (Unigranrio-RJ) 3. (FEI-SP)
Dezenas de leões marinhos têm adoecido – até Num ecossistema, um fungo, uma coruja e um coelho
a morte, em alguns casos – nas praias da Califórnia podem desempenhar os papéis, respectivamente, de:
central nos últimos dois meses. E o inimigo está no (a) Decompositor, consumidor de 2ª ordem e consu-
próprio oceano. “Tivemos muito trabalho, disse à BBC midor de 1ª ordem.
Mundo Shawn Johnson, diretor de ciência veteriná-
(b) Produtor, consumidor de 1ª ordem e consumidor
ria no Centro de Mamíferos Marinhos, em Sausalito,
de 2ª ordem.
perto de San Francisco. Sob a sua coordenação, os
veterinários do centro dificilmente têm tempo para (c) Consumidor de 1ª ordem, consumidor de 2ª or-
pausas. E o que os mantêm ocupados são os casos dem e consumidor de 1ª ordem.
crescentes de envenenamento pela neurotoxina áci- (d) Consumidor de 2ª ordem, consumidor de 3ª or-
do domoico (toxina que age sobre o sistema nervoso, dem e consumidor de 1ª ordem.
causando paralisias ou contraturas musculares). O
ácido domoico é produzido por certas algas marinhas, (e) Decompositor, consumidor de 1ª ordem e de-
como as chamadas doumoi ou hanayanagi (Chondria compositor.
armata), que são comumente ingeridas por peixes.”
G1. Disponível em: <https://g1.globo.com/natureza/noticia/ 4. (Enem)
por-que-dezenas-de-leoes-marinhos-estao-aparecendo- A posição ocupada pela vaca, na interação apresenta-
doentes-ou-mortos-em-praias-da-california.ghtml>.
(Adaptado.)
da na tirinha, a caracteriza como

Nos ecossistemas, existe um fluxo de energia e de


nutrientes como elos interligados de uma cadeia,
uma cadeia alimentar. Nela, os “elos” são chamados
de níveis tróficos e incluem os produtores, os consu-
midores (primários, secundários, terciários etc.) e os
decompositores. No ecossistema aquático citado na
matéria acima, as algas marinhas se encontram em
que nível trófico?
(a) Consumidor Primário.
(b) Consumidor Terciário.
(c) Produtores.
(d) Decompositor.
(e) Consumidor Secundário.

2. (UFPE-PE)
Ao dizer onde uma espécie pode ser encontrada e o
que faz no lugar onde vive, estamos informando res-
pectivamente,
(a) Nicho ecológico e hábitat. (a) Produtora.
(b) Hábitat e nicho ecológico. (b) Consumidora primária.
(c) Hábitat e biótopo. (c) Consumidora secundária.
(d) Nicho ecológico e ecossistema. (d) Consumidora terciária.
(e) Hábitat e ecossistema. (e) decompositora.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

em cena anterior à apresentada, o homem tenha se


5. (Enem)
alimentado de frutas e grãos que conseguiu coletar.
O menor tamanduá do mundo é solitário e tem
hábitos noturnos, passa o dia repousando, geralmen-
te em um emaranhado de cipós, com o corpo curva-
do de tal maneira que forma uma bola. Quando em
atividade, se locomove vagarosamente e emite som
semelhante a um assobio. A cada gestação, gera um
único filhote. A cria é deixada em uma árvore à noite
e é amamentada pela mãe até que tenha idade para
procurar alimento. As fêmeas adultas têm territórios
grandes e o território de um macho inclui o de várias
fêmeas, o que significa que ele tem sempre diversas
pretendentes à disposição para namorar!
Ciência Hoje das Crianças, ano 19, n.º 174, nov. 2006. (Adaptado.)

Essa descrição sobre o tamanduá diz respeito ao seu


Na hipótese de, nas próximas cenas, o tigre ser bem-
(a) Hábitat.
-sucedido e, posteriormente, servir de alimento aos
(b) Biótopo. abutres, tigre e abutres ocuparão, respectivamente,
(c) Nível trópico. os níveis tróficos de
(d) Nicho ecológico. (a) produtor e consumidor primário.

(e) Potencial biótico. (b) consumidor primário e consumidor secundário.


(c) consumidor secundário e consumidor terciário.
6. (Enem) (d) consumidor terciário e produtor.
Bioindicador ou indicador biológico é uma espécie (e) consumidor secundário e consumidor primário.
ou grupo de espécies que reflete o estado biótico ou
abiótico de um meio ambiente, o impacto produzido 8. (Uerj-RJ)
sobre um hábitat, comunidade ou ecossistema, entre
Considere dois ecossistemas, um terrestre e outro ma-
outras funções. A posição trófica do organismo bioin-
rinho. Em cada um deles, é possível identificar o nível
dicador é uma das características mais relevantes
trófico em que se encontra a maior quantidade de bio-
quanto ao seu grau de importância para essa função:
massa por unidade de área, em um determinado perío-
quanto mais baixo o nível trófico do organismo, maior
do. Para o ecossistema terrestre e para o marinho, es-
é a sua utilidade, pois pressupõe-se que toda a cadeia
ses níveis tróficos correspondem, respectivamente, a:
trófica é contaminada a partir dele.
ANDRÉA, M. M. Bioindicadores ecotoxicológicos de agrotóxicos. (a) produtores − produtores.
Disponível em: <www.biologico.sp.gov.br>. (b) consumidores primários − produtores.
Acesso em: mar. 2013. (Adaptado.)
(c) produtores − consumidores primários.
O grupo de organismos mais adequado para essa con- (d) consumidores primários − consumidores primários.
dição, do ponto de vista da sua posição na cadeia tró-
fica, é constituído por 9. (Fuvest-SP)
(a) algas. O cogumelo shitake é cultivado em troncos, onde suas
(b) peixes. hifas nutrem-se das moléculas orgânicas componen-
(c) baleias. tes da madeira. Uma pessoa, ao comer cogumelos
shitake, está se comportando como
(d) camarões.
(a) produtor.
(e) anêmonas.
(b) consumidor primário.

7. (Enem) (c) consumidor secundário.

Os personagens da figura estão representando uma (d) consumidor terciário.


situação hipotética de cadeia alimentar. Suponha que, (e) decompositor.

236

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

A extinção da espécie X provocará aumento do núme-


10. (FCMSCSP-SP)
ro de indivíduos das espécies
A figura mostra duas pirâmides ecológicas de número
que representam cadeias alimentares de uma mesma (a) K e Z.
teia alimentar.
(b) W e Y.
Y
(c) W e Z.
X Z
W W (d) K e W.
K K (e) Y e K.

GABARITO A
E1. D E24. C res primários (zooplâncton),
E2. A E25. os quais por sua vez possuem
maior biomassa.
E3. A a) O gráfico representa uma
pirâmide trófica que ilustra b) A única pirâmide que não pode
E4. Nicho ecológico: papel biológi- ser invertida é a de energia.
co (“profissão”) da espécie no a relação entre a quantidade
de energia ou biomassa para Assim, em ambos os ecossis-
ecossistema. É o conjunto de temas, tanto o aquático como o
relações e atividades próprias cada nível trófico.
terrestre, a pirâmide de energia
(modo de vida) de uma espécie. b) Cada um dos compartimen- é a mesma. Ela mostra maior
Hábitat: o local onde vive uma tos representa um nível trófico. quantidade de energia no nível
determinada espécie, local que Como uma proporção da bio- trófico dos produtores. Essa
ela ocupa em um ecossistema. massa em cada nível trófico não energia vai diminuindo ao lon-
E5. E é consumida e uma proporção da go da cadeia alimentar a partir
energia é perdida na transferên- dos produtores. Tal pirâmide
E6. A cia entre níveis tróficos, o tama-
E7. D está representada abaixo:
nho dos retângulos decresce da
E8. A base para o topo, seja em pirâmi- CT
E9. B des de energia ou de biomassa.
CS
E10. B c) Nos ecossistemas aquáti-
cos, no entanto, a pirâmide tró- CP
E11. A fica pode ser invertida quando P
E12. A se trata da biomassa contida
E13. E em cada um dos comparti- E27. Na cadeia alimentar descrita, o
mentos. Nesses ecossistemas, fitoplâncton representa os produ-
E14. B onde a taxa de consumo é alta tores; os microcrustáceos que se
E15. E e os tempos de vida dos pro- alimentam desse fitoplâncton são
E16. B dutores primários são baixos, os consumidores primários; já os
E17. C a biomassa será maior para pequenos peixes, que comem os
os heterótrofos do que para os microcrustáceos, são consumi-
E18. autótrofos, fazendo com que a dores secundários. A introdução
a) Produtores, letra A. Por pirâmide seja invertida quando de predadores desses peixes vai
ser o primeiro nível trófico e comparada àquela de ecossis- provocar um desequilíbrio no sis-
captar diretamente a luz do temas terrestres. tema, pois haverá inicialmente
sol, não há perda de energia, E26. um aumento no número de mi-
como nos demais níveis. crocrustáceos, o que, por sua vez,
a) Sabe-se que a única pirâmide de vai contribuir para a diminuição
b) Decompositores, letra F. biomassa que pode ser invertida
Eles degradam os restos de da população de fitoplâncton que
é a aquática. Assim, a pirâmide serve de alimento para eles.
seres vivos em moléculas me- de biomassa I representa um
nores. ecossistema terrestre, enquanto E28. Com a redução da população de
E19. C a pirâmide de biomassa II repre- coiotes, haverá crescimento da
senta um ecossistema aquático. população de castores e ratos,
E20. B aumentando o consumo dos ve-
Neste tipo de ecossistema, o pro-
E21. C getais A e B. A reintrodução dos
dutor (fitoplâncton), tem menor
E22. C biomassa, mas se reproduz rapi- lobos reduziu a população de
E23. B damente e supre as necessida- alces e veados, aumentando a
des alimentares dos consumido- população das plantas C e D.

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Em meio a esses três tipos principais há uma série de
possibilidades de relações. Há aquelas em que ocorrem
CAPÍTULO 3 P benefícios para ambas as espécies (+/+), ou prejuízos para
RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ambas as espécies (–/–). Algumas podem gerar benefícios
ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES para apenas uma delas e prejuízos para a outra (+/–). Por
fim, a relação pode ser benéfica para a primeira e indife-
Objetivos de aprendizagem rente para a segunda (+/0), ou causar prejuízos à primeira
1. Reconhecer e exemplificar os principais tipos de e ser indiferente para a segunda espécie (–/0).
relações ecológicas harmônicas e desarmônicas.
1.1 Relações harmônicas
2. Analisar e compreender gráficos, identificando o tipo
de relação ecológica representado. 1.1.1 Intraespecíficas ou homotípicas
3. Analisar e compreender gráficos de crescimento a) Sociedade (+/+)
populacional, dominando conceitos como:
É caracterizada por indivíduos da mesma espécie que
• crescimento teórico x crescimento real;
se agrupam de maneira estável para obter algumas vanta-
• potencial biótico;
gens. Nelas, é comum a divisão de trabalho. Podemos ob-
• capacidade suporte. servar dois tipos de sociedade:
• Isomorfas: nessas sociedades, todos os indivíduos
nascem iguais, sem predefinição morfológica de tra-
D balho. É muito comum entre sociedade de vertebra-
dos, como peixes, lobos e o próprio homem.
1. Relações ecológicas
• Heteromorfas: entre insetos sociais, como formigas,
Como visto anteriormente, as interações dos seres en-
cupins e abelhas, a divisão de trabalho atinge seu ní-
tre si são chamadas de alelobiose e podem ser divididas
vel máximo. Cada indivíduo é anatomicamente modi-
em cenobiose ou intraespecíficas, quando ocorrem entre
ficado para a função que realiza. Dentro dessa varie-
indivíduos da mesma espécie, e aloiobiose ou interespe-
cíficas, quando entre indivíduos de espécies diferentes. dade de formas (polimorfismo intraespecífico), cada
Grande parte dessas relações é de base alimentar. Entre- grupo diferente é denominado casta.
tanto, as interações entre as populações são muito mais Por exemplo, na sociedade das formigas, podemos
complexas. identificar três tipos de indivíduos: operárias, soldados e
Todas as espécies necessitam de recursos do sistema rainhas.
e liberam resíduos de suas atividades. Uma espécie pode
servir de recurso para outra, proporcionando-lhe abrigo
ou alimento, e seus resíduos são utilizados por outras es-
pécies. Portanto, interações são presentes e constantes,
acontecendo de forma direta ou indireta entre os seres vi-
vos que compartilham um ecossistema.
© D. KUCHARSKI K. KUCHARSKA/SHUTTERSTOCK

Operária Rainha
Essas interações estão sempre se modificando, se-
guindo os passos da evolução, uma vez que tais indivíduos
são agentes e alvos da seleção natural.
Existem três tipos de relação:
• Harmônicas: quando não há prejuízo de nenhum dos
associados; Soldado

• Desarmônicas: quando pelo menos um dos indiví- Na sociedade dos cupins existem rainhas e reis, além
duos é prejudicado; de operários e soldados. As larvas são estimuladas a se
• Neutras: quando uma ou mais espécies compartilham desenvolverem em uma dessas castas por feromônios e de
um mesmo ambiente sem serem afetadas pelas outras. acordo com a necessidade da sociedade.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

• Nectozoides → Locomoção;
© SAKURRA/SHUTTERSTOCK

• Pneumatóforos → Flutuação;
• Gastrozoides → Digestão;
• Dactilozoides → Apreensão e defesa;
• Gonozoides → Reprodução.
Operário
Soldado

© SCIENCEPICS/SHUTTERSTOCK
Rei

Alado Rainha
reprodutivo

Entre as abelhas, identificamos operárias, rainhas e


zangões. A distinção entre as castas de rainhas e operá-
rias é dada pelo tipo de alimentação fornecida às larvas.
Todas as larvas são alimentadas, nos primeiros dias, com
uma secreção glandular da rainha denominada geleia real.
Entretanto, para as abelhas destinadas a serem operárias,
essa alimentação é substituída por mel e pólen, enquanto
para as futuras rainhas a geleia é mantida.
Os zangões são originados de óvulos não fecundados
(haploides), que recebem secreções hormonais da rainha. 1.1.2 Interespecíficas ou heterotípicas
Esse fenômeno é conhecido como partenogênese.
O conceito de simbiose foi criado em 1879 por
© ANNALISA E MARINA DURANTE/SHUTTERSTOCK

Heinrich Anton de Bary (1831-1888). Já foi usado


como sinônimo de mutualismo obrigatório. Atual-
mente, simbiose é considerada como qualquer tipo
de relação interespecífica permanente, seja ela
uma associação positiva ou negativa.
Rainha Zangão Operária
a) Mutualismo (+/+)
b) Colônia (+/+) É caracterizado por duas espécies associadas anatô-
É caracterizada pela união de indivíduos da mesma mica e fisiologicamente que auferem benefícios de forma
espécie em nível anatômico e fisiológico. Eles apresentam mútua. Essa relação é necessária à sobrevivência das duas
um grau profundo de interdependência, sendo impossível espécies, sendo, portanto, obrigatória.
a vida quando isolados. É comum entre organismos com o • Os liquens são formados pela associação entre uma
sistema nervoso pouco desenvolvido ou inexistente. Esse alga verde ou uma cianobactéria e um fungo ascomi-
fator impede uma união em nível comportamental, como ceto. A alga oferece parte da matéria orgânica pro-
ocorre nas sociedades. duzida por fotossíntese, enquanto o fungo oferece
Podemos identificar dois tipos de colônia: umidade e nutrientes minerais.

• Isomorfas: não há diferença morfológica entre os in- • Os animais ruminantes não são capazes de digerir ce-
divíduos da colônia nem divisão do trabalho. lulose. Em seu sistema digestório, encontram-se mi-
crorganismos que recebem alimento e abrigo e produ-
Exemplo: protozoários, algas e corais.
zem enzimas capazes de digerir esse polissacarídeo.
• Heteromorfas: os indivíduos que compõem a colônia
apresentam diferenças morfológicas e há a divisão • As micorrizas são associações entre fungos e raízes
do trabalho. de plantas. As hifas dos fungos contribuem com a ab-
sorção de íons minerais presentes no solo, enquan-
Exemplo: caravela (Physalia sp.) to a planta fornece aos fungos compostos orgânicos
Os principais tipos de indivíduos desta colônia são: produzidos pela fotossíntese. Embora a maioria das

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

© RICH CAREY/SHUTTERSTOCK
micorrizas sejam interações obrigatórias, existem al-

© RICH CAREY/SHUTTERSTOCK
AA
gumas associações entre fungos e raízes de plantas
que são facultativas, sendo, portanto, casos de proto-
cooperação.
• As plantas leguminosas apresentam bactérias (como,
por exemplo, o gênero Rhizobium) em nódulos de
suas raízes, as quais realizam a fixação do nitrogê-

© PASSAKORN22/SHUTTERSTOCK
nio atmosférico e oferecem compostos nitrogena-
dos à planta. A leguminosa, por sua vez, fornece às

© PASSAKORN22/SHUTTERSTOCK
bactérias um ambiente propício à fixação biológica e B

© PASSAKORN22/SHUTTERSTOCK
compostos orgânicos sintetizados por meio da fotos-
síntese.
• Os cupins apresentam protozoários em seu sistema
digestório, os quais são capazes de digerir a celulose
ingerida por esse inseto, disponibilizando a energia
do polissacarídeo para ambos os organismos.
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©  DOIKANOY/SHUTTERSTOCK

C
TAKAYUKI OHAMA/SHUTTERSTOCK
© OHAMA/SHUTTERSTOCK
© TAKAYUKI

(A) Peixes-palhaço encontrados nos tentáculos de uma anêmona.


(B) Pássaros alimentando-se de ectoparasitas presentes em bois.
(C) Associação entre paguros e anêmonas-do-mar.
Associação mutualística entre algas e fungos, caracterizada (A) Peixes-palhaço encontrados nos tentáculos de uma anêmona.
como líquen. (B) Pássaros alimentando-se de ectoparasitas presentes em bois.
(A) c) Comensalismo
Peixes-palhaço
(C) Associação
(+/0)nos tentáculos de uma anêmona.
entreencontrados
paguros e anêmonas-do-mar.
b) Protocooperação ou mutualismo facultativo (+/+) (B) Se
Pássaros alimentando-se
o mutualismo e adeprotocooperação
ectoparasitas presentes
são em bois.
caracteri-
(C) Associação entre paguros e anêmonas-do-mar.
zados pela bilateralidade de benefícios, existem, em con-
É caracterizada por duas espécies que se beneficiam
trapartida, relações nas quais apenas um dos lados se
de forma facultativa, ou seja, elas não são dependentes
beneficia, mas sem causar prejuízo ao outro. Muitos seres
uma da outra para a sobrevivência.
se aproveitam dos restos alimentares de outros, estando
• Os peixes-palhaço ganham proteção vivendo entre os em perfeita harmonia. Chamamos esse tipo de relação de
tentáculos das anêmonas. A proximidade entre es- comensalismo.
sas espécies é facilitada porque a pele desses peixes
Os peixes-piloto (rêmoras) se prendem ao corpo de
apresenta uma defesa especial, que impede o dispa-
tubarões e raias, e assim se beneficiam das sobras de ali-
ro dos nematocistos encontrados nos tentáculos das
mento. Os tubarões e as raias são indiferentes à presença
anêmonas, as quais também se beneficiam dos res-
deles. Outro exemplo são os abutres, que esperam os leões
tos de alimento deixados pelos peixes-palhaço.
e as hienas se alimentarem para só depois se aproximar e
• Algumas espécies de pássaros alimentam-se de ec- comer os restos das presas.
toparasitas que vivem na pele de grandes mamíferos d) Forésia (+/0)
herbívoros.
Quando um organismo se prende ao outro, usando-o
• O caranguejo paguro, também conhecido como ber- como transporte. Um exemplo novamente é o da rêmora,
nardo-eremita, vive no interior de conchas de gas- que apresenta nadadeira dorsal modificada funcionando
trópodes. Sobre a concha, instalam-se uma ou mais como uma ventosa, localizada sobre a cabeça, que serve
anêmonas-do-mar, que afugentam predadores por para mantê-la presa à parte ventral do tubarão.
apresentarem células urticantes.

240

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

Outro exemplo interessante de forésia está associado 1.2 Relações desarmônicas


ao transporte de sementes. O fruto modificado das espécies
do gênero Triumphetta sp. (popularmente conhecido como 1.2.1 Intraespecíficas ou homotípicas
carrapicho) adere ao pelo de animais como um velcro.
a) Canibalismo (+/–)
AA
© FIONA AYERST/SHUTTERSTOCK

Ocorre quando um animal mata e devora outro da mes-


ma espécie. Ocorre entre insetos, quando animais menores,
mais fracos ou doentes são devorados por outros maiores
e sadios. É comum também após o ato sexual, principal-
mente entre algumas espécies de aracnídeos e insetos, em
que a fêmea devora o macho depois (ou em alguns casos
até durante) da cópula.
BB O canibalismo também ocorre em populações nas
© FOREST & KIM STARR

quais os recursos se tornaram escassos, devido ao cres-


cimento excessivo do número de seus integrantes. Alguns
peixes predadores, por exemplo, na falta de presas costu-
meiras, podem devorar os indivíduos mais jovens.
Podemos identificar o canibalismo até mesmo em uma
poça de água, em que anfíbios lutam para completar sua
metamorfose antes que ela seque. Para isso, indivíduos
maiores devoram os menores, conseguindo nutrientes
para acelerar seu desenvolvimento.

© WAGNER CAMPELO/SHUTTERSTOCK
(A) Tubarão cercado por peixes-piloto.
(B) Frutos que se aderem ao pelo de animais, adaptação para
a dispersão de sementes.

e) Inquilinismo (+/0)
Quando um animal usa o corpo de outro como abrigo.
Exemplo: o fierásfer ou peixe-agulha é um pequeno
peixe que se esconde dentro do aparelho digestivo do pe-
pino-do-mar (uma equinoderma), sem, no entanto, lhe cau-
sar prejuízo. Girinos realizam canibalismo para obtenção de nutrientes
f) Epifitismo (+/0) adicionais. Isso permite um processo de metamorfose mais
rápido.
Quando uma planta utiliza outra como suporte para ga-
rantir maior eficiência na captação de raios solares. É uma b) Competição (–/–)
adaptação comum em florestas tropicais densas, onde os Organismos de uma mesma população competem com
estratos mais baixos recebem pequenas quantidades de frequência pela obtenção de diversos recursos, tais como
luz, por causa do sombreamento ocasionado pelas copas alimentos, espaço e possibilidade de reprodução. Uma das
das árvores mais altas. consequências desse processo é o controle do crescimento
populacional.
© WAGNER CAMPELO/SHUTTERSTOCKK

Entre aves e mamíferos, é comum, durante a época da


reprodução, que se estabeleçam territórios onde a presen-
ça de estranhos não é bem-vinda. Esse comportamento é
denominado territorialidade.
Existem inúmeras maneiras de se demarcar um terri-
tório. Entre mamíferos, como os lobos, é comum a utiliza-
ção de substâncias presentes na urina que têm odor carac-
terístico. As aves, como o bem-te-vi, utilizam seu canto de
sonoridade particular para delimitar seu espaço.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

A luta constante para defender território é movimen- observou que, quando criadas em um mesmo ambiente,
tada pelo instinto dos seres vivos de passar seus genes uma das espécies tendia a ser eliminada pela competição
adiante. A competição contribui de forma marcante para por alimento.
a seleção natural, uma vez que, geralmente, apenas os Observe que mesmo a espécie que sai vencedora da
indivíduos mais adaptados ou com vantagem reprodutiva competição é prejudicada. Ela apresenta uma taxa de cres-
conseguem gerar descendentes. cimento muito menor do que quando criada em um am-
Em uma relação de competição, ocorre prejuízo para biente separado.
ambos os lados. Isso é fácil de imaginar quando pensa-
O princípio de Gause tem grande importância no pro-
mos no cenário de uma guerra. Embora um dos lados saia
cesso de seleção natural. Na natureza, quando há sobrepo-
teoricamente vencedor, ocorrem gastos, perdas e mortes
sição de nichos, a competição ocorre, eliminando indivíduos
dos dois lados. Da mesma forma, na natureza, embora um
de ambas as espécies. A pressão ambiental seleciona, en-
dos indivíduos saia vencedor, ele apresenta um gasto de
tão, indivíduos que têm as vantagens adaptativas que lhes
energia e de tempo que poderia estar sendo alocado para
permitem explorar outros nichos, evitando a competição.
a própria reprodução.
b) Parasitismo (+/–)
1.2.2 Interespecíficas ou heterotípicas
Parasitas se instalam nos corpos de seus hospedeiros,
a) Competição (–/–) espoliando recursos destes sem matá-los de forma ime-
Quando duas espécies diferentes, ocupando o mesmo diata, mas reduzindo severamente a qualidade de vida de-
hábitat, utilizam-se de um mesmo tipo de recurso ou ali- les por meio da interferência em suas funções fisiológicas
mento, é estabelecida uma competição que pode levar à e sendo, portanto, causadores de inúmeras doenças.
eliminação de uma das populações da comunidade. Encontramos parasitas em quase todos os grupos de
Isso foi demonstrado pelo cientista russo G. F. Gause, em organismos: vírus, bactérias, protozoários, fungos, vermes,
1934, por meio do seu “princípio da exclusão competitiva”. insetos e até mesmo plantas.
Podemos dividir os parasitas de acordo com alguns
P. caudatum critérios, entre eles:
da população
Densidade

• Localização no hospedeiro

–Endoparasitas:
localizam-se internamente no hos-
pedeiro.

Exemplo: vermes, vírus e bactérias.


Tempo (dias)

© WIKICOMMONS/MAGDALENA ZZTOCK
P. aurelia
da população
Densidade

Tempo (dias)
da população
Densidade

P. aurelia

P. caudatum
Verme platelminto Taenia saginata.
0 4 8 12 16 20 24
Tempo (dias) –Ectoparasitas:
localizam-se externamente no hos-
pedeiro.
Ele se utilizou de duas espécies de paramécio que fo-
ram criadas em duas situações: separadas e juntas. Assim, Exemplo: carrapatos e piolhos.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

tanto para capturar quanto para manipular o alimento. So-


© TACIO PHILIP SANSONOVSKI/SHUTTERSTOCK

ma-se a isso a estratégia de caça própria de cada predador.


Presas se escondem, fogem ou defendem-se ativa-
mente, dependendo da situação. Em locais abertos, como
savanas, existem poucas opções de esconderijo para pas-
tadores. Sendo assim, a melhor estratégia é correr. Plantas
fazem uso de acúleos e defesas químicas (substâncias ve-
nenosas ou com sabor impalatável), uma vez que são fixas.
O gráfico a seguir mostra o controle entre a população
Carrapato parasita. de predadores e presas, com as oscilações periódicas e sin-
cronizadas, as quais mantém o equilíbrio da comunidade.
• Tipo de recurso extraído do hospedeiro
160
–Holoparasita:
ocasionam um parasitismo completo.

População de lebres e linces (milhares)


140
É o caso do cipó-chumbo, que retira a seiva elabo-
rada das árvores que parasita, visto que não tem 120

clorofila, sendo incapaz de realizar a fotossíntese. 100

–Hemiparasita:
ocasionam um parasitismo incom- 80

pleto. É o caso da erva-de-passarinho, que apresen- 60


ta clorofila, retirando da planta parasitada apenas a 40
seiva bruta (água e sais minerais). 20

1845 1855 1865 1875 1885 1895 1905 1915 1925 1935
O que são parasitoides?
Tempo (anos)
É uma denominação utilizada para larvas de Predador Presa
certas espécies de vespas e moscas. Os ovos são
colocados sobre um hospedeiro, e a larva conso-
me os tecidos deste enquanto ele ainda se encontra Adaptações para a sobrevivência
vivo. O processo leva o hospedeiro à morte, mas Todos os organismos têm alguma forma de
não antes de as larvas se transformarem em pu- adaptação para os tornar mais bem-sucedidos e
pas. Dessa forma, podemos dizer que o parasitoide aumentar a chance de sobrevivência e reprodução.
combina características inicialmente de parasitas, Quando o assunto é escapar do ataque de preda-
espoliando o hospedeiro, e posteriormente de pre- dores, ou então do predador se aproximar de suas
dadores, levando a presa à morte. presas sem ser notado, estas são as principais es-
tratégias observadas na natureza:
c) Predação (+/–) Mimetismo
Algumas espécies copiam a forma e o padrão
A espécie predadora ataca, mata e devora a presa. A
de cores de outras, visando a obter proteção. Exis-
necessidade de obtenção de alimento e a habilidade de não
tem dois tipos de mimetismo:
ser predado são duas características extremamente adap-
tativas e, dessa forma, a predação mostra-se como uma • Batesiano: animais ou plantas impalatáveis
grande motivadora da seleção natural. ou venenosos servem de modelo para organismos
palatáveis e não nocivos. Um exemplo muito co-
Várias adaptações são encontradas em predadores e pre-
nhecido é o da cobra falsa-coral, que mimetiza com
sas. A forma e a fisiologia de um predador têm relação direta
perfeição a coral-verdadeira.
com sua dieta. Isso pode ser observado de forma bem sim-
ples por meio da estrutura dos dentes e dos bicos. Caninos e • Mülleriano: espécies impalatáveis ou veneno-
bicos curvados são próprios para carnívoros. Enquanto isso, sas assumem um padrão similar. Esses complexos
herbívoros fazem uso de dentes molares e pré-molares dota- miméticos aceleram o aprendizado dos predadores,
dos de grande superfície para trituração das fibras vegetais. que evitarão todas as espécies com as mesmas carac-
terísticas. Exemplo: as borboletas-monarca (Danaus
Podemos citar também uma grande variedade de
apêndices anteriores (patas, garras, pinças) que servem

243

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

Um exemplo bem conhecido é a maré vermelha. Em


plexippus) e as borboletas-vice-rei (Limenitis ar-
determinadas condições ambientais, como a hiperfertiliza-
chippus) apresentam a forma e a coloração muito
ção das águas, certas algas marinhas microscópicas de cor
similares. Nesse caso, as sinalizações em comum
avermelhada e produtoras de substâncias altamente tóxi-
são verdadeiras, uma vez que ambas as espécies
cas apresentam intensa proliferação, formando enormes
são nocivas.
manchas vermelhas no oceano. Por essa razão, a concen-
Camuflagem tração dessas substâncias tóxicas aumenta, provocando
Espécies que optam por se esconder em al- grande mortalidade de animais marinhos.
guns casos podem apresentar cores e formas que Outro exemplo é o de algumas plantas, como o eucalip-
se confundem com o meio onde vivem. O inseto co- to e o Pinus, que produzem substâncias de inibição do cres-
nhecido como bicho-pau, por exemplo, se mistura à cimento de outras plantas de menor porte que estejam pró-
vegetação e passa despercebido por seus predado-
ximas. Esse fenômeno também é chamado de alelopatia.
res. Outros exemplos são o urso-polar, o bicho-fo-
e) Esclavagismo (+/–)
lha e o linguado.
© BY ALONSO AGUILAR/SHUTTERSTOCK
Quando um organismo se aproveita do trabalho de ou-
A tro ou de produtos gerados por outro. Um exemplo bem ca-
racterístico é o do cuco, que coloca seus ovos nos ninhos de
outras aves, atribuindo a elas a tarefa de alimentá-lo. Como
o ovo do cuco choca mais rápido, ao eclodir, o filhote joga os
outros ovos para fora do ninho.
O esclavagismo também ocorre entre algumas formi-
gas. As operárias de uma determinada espécie invadem
um formigueiro alvo e capturam todos os imaturos (larvas
e pupas) da outra espécie a ser escravizada. Eles então são
© BY TROPICAL STUDIO/SHUTTERSTOCK

B
B
trazidos até o ninho de origem, onde serão controlados pe-
los feromônios da nova rainha.

2. Ecologia das populações


Como visto anteriormente, populações são conjuntos
de indivíduos da mesma espécie convivendo em um mes-
(A) Nezara viridula mimetizando a vegetação local para se esconder mo espaço durante certo período de tempo. É importante
de predadores. (B) Linguado camuflado no assoalho oceânico.
notar que a inclusão do fator “tempo” é essencial para essa
Coloração de advertência ou aposematismo definição, pois as populações não são estáticas. Elas so-
Animais e plantas que são impalatáveis ou pro- frem constantes alterações ao longo do tempo que afetam
duzem toxinas geralmente anunciam o fato para diretamente o seu desenvolvimento. Mesmo quando esta-
seus predadores por meio de cores fortes. Dessa bilizadas, na verdade se encontram em equilíbrio dinâmico,
forma, a presa adverte o predador de que possui ou seja, um conjunto de forças age sobre as populações
defesas. Um exemplo clássico é o que ocorre com de forma a manter seu crescimento estável. O papel da
determinados anfíbios, como o sapo-dardo-enve- Ecologia, nesse sentido, é estudar esse conjunto de forças,
nenado (Phyllobates terribilis), que apresenta uma observando como as populações crescem, declinam ou se
forte coloração amarela com um veneno de alta to- mantêm estáveis.
xidade em sua pele. Podemos encarar as populações como subunidades de
uma espécie, posto que encontramos organismos da mes-
ma espécie vivendo em áreas diferentes.
d) Amensalismo (–/0)
Amensalismo ou antibiose é uma relação em que uma 2.1 O crescimento das populações –
espécie secreta substâncias que impedem ou dificultam o Densidade populacional
desenvolvimento de outra, sem ser afetada diretamente Densidade populacional é definida como a relação en-
no processo. tre o número de indivíduos de determinada espécie por

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

espaço ocupado, que pode ser expresso em área (para o


caso das espécies terrestres) ou em volume (para o caso Como é feita uma amostra de densidade?
das espécies aquáticas). Para medir a densidade de uma população, ini-
Dessa forma, pode-se dizer que uma área é superpo- cialmente é preciso delimitar a área ocupada por
voada quando o número de indivíduos por unidade de área ela. Em seguida, devem-se contar todos os indiví-
ou volume é grande, ou seja, quando a densidade popula- duos existentes na área ou tomar amostras de pe-
cional é alta. Grandes densidades populacionais ou densi- quenas áreas. Então, realiza-se a soma dos indiví-
dades em ascensão podem indicar uma boa capacidade de duos ou extrapola-se o total deles e a densidade,
adaptação a um determinado ambiente ou a circunstâncias como estimativa. A contagem dos indivíduos tam-
ambientais particularmente favoráveis. bém pode ser feita de forma indireta, considerando
os ninhos, as tocas ou as pegadas.
Quatro fatores contribuem para aumentar ou diminuir
a densidade de uma população:
• Taxa de natalidade: é o número de nascimento de
2.2 Potencial biótico x resistência ambiental
indivíduos. A capacidade reprodutiva de algumas
espécies é muito alta, como uma estratégia para Duas variáveis que atuam antagonicamente interferem
compensar o alto índice de predação nos primeiros e regulam o crescimento de populações: o potencial biótico
estágios da vida. É caso das ostras, que lançam ao e a resistência ambiental.
mar milhões de ovos a cada estação de reprodução. A capacidade de reprodução de uma espécie aferida
Os mamíferos de grande porte (elefante, rinoceronte, em um ambiente sem restrições de recursos, espaço ou
homem etc.) têm capacidade reprodutiva muito baixa outros agentes dificultadores é denominada potencial bió-
(geralmente um filhote por ninhada). Dessa forma, tico. Quanto maior a capacidade reprodutiva e de dispersão,
existe maior investimento em cuidado parental, para maior é o potencial biótico da população.
assegurar a sobrevivência do filhote, assim como o É possível imaginar que tal medida varie entre as es-
tempo de gestação e amamentação é longo. pécies de acordo com suas particularidades reprodutivas.
Uma única bactéria é capaz de se reproduzir assexuada-
• Taxa de mortalidade: refere-se ao número de or- mente a cada 20 minutos, enquanto um casal de seres
ganismos que morrem em determinado período de humanos conseguiria produzir, em média, apenas um des-
tempo. É geralmente alta em populações naturais, cendente a cada nove meses.
em razão de vários fatores, como doenças, falta de
Em um ambiente real, entretanto, o crescimento das
alimento e predação.
populações é limitado por uma série de fatores bióticos e
• Taxa de imigração e emigração: a taxa de imigração re- abióticos relacionados ao ecossistema onde vivem. Esse
flete o número de indivíduos que entram em uma popu- conjunto de fatores é denominado resistência ambiental.
lação, enquanto a taxa de emigração se refere ao núme- Podemos dividir os componentes da resistência am-
ro de indivíduos que saem de determinada população. biental em dois tipos:

Podemos dizer, de forma geral, que, enquanto a nata- Predação


lidade e a imigração aumentam a densidade de uma popu- Fatores Bióticos Competição
lação, a mortalidade e a emigração contribuem para a sua Parasitismo
diminuição. Todas essas taxas podem ser influenciadas por
fatores ambientais.
Clima
• Taxa de natalidade (N), Fatores Abióticos Espaço
Alimento
• Taxa de mortalidade (M),

• Taxa de imigração (I), • Fatores bióticos

• Taxa de emigração (E). Como visto em relações ecológicas, as interações ne-


gativas, como competição, parasitismo e predatismo, são
N + I > M + E → há crescimento populacional prejudiciais a, pelo menos, uma das partes envolvidas.
N + I = M + E → há equilíbrio populacional No entanto, em longo prazo, podem representar
N + I < M + E → há declínio populacional um benefício à população, impedindo que ela cresça

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

demasiadamente e esgote os recursos ambientais. Por O crescimento de populações em espaços reduzidos


exemplo, parasitas se desenvolvem em organismos mais leva a um progressivo aumento da tensão, distúrbios de
velhos, debilitados ou desnutridos, assim como predadores comportamento, elevação da taxa de mortalidade e dimi-
atacam os indivíduos mais velhos e doentes. Dessa forma, nuição da natalidade. As disputas se tornam constantes,
tanto predadores quanto parasitas não eliminam as popu- mesmo havendo abundância de alimento. São comuns,
lações de suas presas (hospedeiros), mas contribuem para também, o abandono de filhotes e o canibalismo. O estres-
que elas não aumentem a ponto de perturbar o equilíbrio se causado por um ambiente como esse provoca modifica-
do ecossistema, além de auxiliarem na seleção natural. ções hormonais nas fêmeas, o que as impede de entrar no
período fértil, impossibilitando os acasalamentos.
© STYVE REINECK/SHUTTERSTOCK

A
2.3 Curvas de crescimento populacional
Vamos analisar dois tipos de gráfico: um com bactérias
crescendo sem a resistência ambiental e outro regulado
pela resistência.
• Situação 1 (sem a resistência ambiental)
Tomando bactérias como exemplo, vamos imaginar a
utilização de meios de cultura ideais, com alimento abun-
dante, temperatura adequada e dos quais são retirados os
resíduos metabólicos que potencialmente prejudicariam as
bactérias. Nesse ambiente, também não ocorre competição
e predação.
Essa população cresceria em sua máxima velocidade
(potencial biótico), descrevendo um gráfico de crescimento
exponencial. Uma única bactéria poderia gerar, em seis ho-
ras, mais de 250 mil descendentes.
© KATERYNA KON/SHUTTERSTOCK

B
64
Número de bactérias

32

Predadores e parasitas regulam o crescimento potencial das


populações e auxiliam na seleção natural. (A) Leopardo se ali-
mentando de um coelho logo após a caça; (B) ilustração 3D do 16
protozoário Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas.
8
• Fatores abióticos: 4
2
Os fatores abióticos que apresentam ação mais direta 1
no crescimento das populações são o clima e o espaço. O 0 20 40 60 80 100 120 Tempo (minutos)
alimento, apesar de ser um fator biótico, tem sua disponi-
• Situação 2 (regulado pela resistência ambiental)
bilidade atrelada a fatores climáticos, como temperatura,
luz e pluviosidade. Se deixarmos de interferir no ambiente em que as
Isso ocorre porque o alimento de um ecossistema é bactérias estão vivendo, sem fornecer alimentos ou remo-
produzido por meio da fotossíntese; portanto, qualquer ver os resíduos, logo começarão a surgir problemas como
fator ambiental que cause a diminuição da produtividade competição, falta de espaço e alimento, acúmulo de resí-
primária (como a escassez de água, por exemplo) estará duos etc.
afetando diretamente a quantidade de alimento disponibi- Teremos, então, um gráfico que será resultado dire-
lizada para os outros níveis tróficos. to da interação entre o potencial biótico das bactérias e a

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

resistência ambiental que se opõe ao crescimento. Esse grá-


fico apresenta o aspecto de uma curva sigmoide, ou seja, em Utilizando o exemplo do gráfico, se eliminás-
forma de S. semos todos os gaviões e todas as cobras, os ratos
cresceriam de forma exponencial até atingirem a ca-
Tamanho populacional máximo
suportado pelo ambiente pacidade suporte, esgotando os recursos e levando a
população a decrescer rapidamente, possivelmente
Resistência
de maneira irreversível. Essa situação também é en-
N° de indivíduos

do meio
Curva de
potencial contrada quando introduzimos uma espécie nova em
biótico um ambiente que não apresenta predadores naturais.
Curva de
crescimento real Morte por falta de alimento
Explosão
populacional
A população é mantida
em equilíbrio pelos inimigos
naturais

Tempo

População
Existem quatro fases do crescimento dessa população:
Curva em S
I. Fase de crescimento lento: período de adaptação
às condições ambientais; Curva em J
Gerações
II. Fase de crescimento rápido ou fase logarítmica
(fase log): apresenta crescimento exponencial; Controle biológico
III. Diminuição do crescimento: início da ação da resis- Baseado na natureza, o homem desenvolveu
tência ambiental; uma forma eficiente de controlar o tamanho popu-
lacional de espécies indesejadas: a introdução de
IV. Fase de equilíbrio: a população atingiu sua capa-
inimigos naturais. Esta técnica é conhecida como
cidade de carga do ecossistema, ou seja, o número
controle biológico, e é utilizada no combate a pra-
máximo de organismos que o ambiente é capaz de
gas agrícolas como estratégia não poluente que
sustentar em termos de alimento e espaço.
evita o uso de inseticidas nas lavouras.
Os predadores geralmente são inimigos naturais
Crescimento na natureza generalistas, ou seja, eles irão consumir várias espé-
Na natureza, um dos mais importantes meca- cies de pragas. As joaninhas, por exemplo, são preda-
nismos de controle do crescimento das populações dores vorazes de pulgões, ácaros e pequenas lagar-
é a ação dos predadores. Eles impedem que a po- tas. Já os parasitas ou patógenos normalmente são
pulação cresça muito além da capacidade suporte, inimigos naturais especialistas, ou seja, eles infectam
o que faria esgotar os recursos do ambiente. As- hospedeiros específicos. É o exemplo do baculovírus
sim, uma curva típica de um ecossistema sem inte- utilizado no controle da lagarta-da-soja.
ração do homem é a curva em S, como a mostrada Também há um grupo de inimigos naturais co-
no gráfico a seguir. Em um primeiro momento, a nhecido como parasitoides. Como visto anterior-
população de ratos cresce, mas, em seguida, sofre mente, eles combinam comportamentos de para-
a ação da resistência ambiental (no caso, os pre- sitas e predadores. Consistem em alguns tipos de
dadores, como cobras e gaviões), sem atingir uma vespas ou moscas que depositam seus ovos no
densidade que afete a permanência da população interior do corpo dos insetos-alvo. As larvas cres-
naquele ambiente. cem se alimentando do interior de seus hospedei-
ros, por fim matando-os ao atingirem o tamanho
Em ecossistemas que sofreram a ação do ho- adequado para a metamorfose. Um caso de muito
mem, é comum encontrarmos desequilíbrios. Por sucesso é a utilização da vespa Cotesia flavipes no
exemplo, em cadeias alimentares muito simples, controle da broca-da-cana-de-açúcar.
com apenas um tipo de consumidor primário e um
Antes da introdução de qualquer tipo de inimi-
tipo de consumidor secundário, a remoção de um
go natural é necessária a realização de vários estu-
dos elos da cadeia pela ação do homem pode ser
dos populacionais, de forma a garantir o equilíbrio
catastrófica.
ecológico após o controle biológico.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 1. Reconhecer e exemplificar os principais tipos de
relações ecológicas harmônicas e desarmônicas.

F1. (Uece-CE)
São exemplos de relações ecológicas harmônicas en-
tre indivíduos de espécies diferentes:
(a) comensalismo, inquilinismo, colônia.
(b) sociedade, colônia, protocooperação. Disponível em: <http://nossomeioporinteiro.wordpress.com/
tag/comunidades/>.
(c) mutualismo, competição, sociedade.
Considere o tipo de relação ecológica entre essas duas
(d) protocooperação, mutualismo, comensalismo.
espécies e indique a afirmação correta.
(a) A espécie P. aurelia é predadora de P. caudatum.
Objetivo 1. Reconhecer e exemplificar os principais tipos de
relações ecológicas harmônicas e desarmônicas. (b) P. aurelia exclui P. caudatum por competição in-
traespecífica.
F2. (PUC-RJ)
(c) P. aurelia e P. caudatum utilizam recursos dife-
A digestão de celulose nos ruminantes é realizada por rentes.
bactérias celulolíticas presentes em um de seus estô-
(d) P. aurelia exclui P. caudatum por parasitismo.
magos. Essas bactérias encontram abrigo e alimento
(e) P. aurelia exclui P. caudatum por competição in-
nos estômagos dos ruminantes, e, em contrapartida,
terespecífica.
digerem a celulose em moléculas menores, capazes
de serem aproveitadas por esses animais. Essa rela-
ção pode ser classificada como Objetivo 1. Reconhecer e exemplificar os principais tipos de
relações ecológicas harmônicas e desarmônicas.
(a) comensalismo. (d) parasitismo.
F4. (Unesp-SP)
(b) competição. (e) predatismo.
Na natureza, a grande maioria dos gafanhotos é verde.
(c) mutualismo. No entanto, uma mutação genética incomum e pouco
conhecida, chamada eritrismo, provoca alteração na
Objetivo 2. Analisar e compreender gráficos, identificando o produção de pigmentos, o que resulta em gafanhotos
tipo de relação ecológica representado. cor-de-rosa. Descobertos em 1887, esses gafanhotos
raramente são encontrados.
F3. (PUC-RJ)
As figuras abaixo mostram o crescimento popu-
lacional, ao longo do tempo, de duas espécies de
Paramecium cultivadas isoladamente e em conjunto.
Os resultados desse experimento embasaram o que é
conhecido como Princípio de Gause.

<http://voices.nationalgeographic.com> (Adaptado.)

Os gafanhotos cor-de-rosa são raros porque


(a) a mutação reduz a variabilidade genética na po-
pulação de gafanhotos, prejudicando a seleção
natural de indivíduos cor-de-rosa.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

(b) concorrem por alimento com os gafanhotos ver- peixe carnívoro. A presença desse predador provocou
des, que são mais eficientes por terem a mesma variação das populações de seres vivos ali existentes,
coloração das folhagens. conforme mostra o gráfico a seguir.
(c) destacam-se visualmente e são facilmente en-

população dos seres vivos


contrados e predados, enquanto os gafanhotos X
verdes se camuflam na natureza. W
(d) os gafanhotos verdes são mais numerosos na Y
natureza e, portanto, se reproduzem e deixam
muito mais descendentes.
(e) são muito menos evoluídos que os gafanhotos
Z
verdes e por isso sobrevivem por pouco tempo
na natureza.
tempo

Objetivo 3. Analisar e compreender gráficos de crescimento introdução do


populacional, dominando conceitos como: peixe carnívoro
• crescimento teórico x crescimento real;
• potencial biótico; A curva que indica a tendência da variação da popula-
• capacidade suporte. ção de fitoplâncton nesse lago, após a introdução do
peixe carnívoro, é a identificada por:
F5. (Uerj-RJ)
(a) W (c) Y
Em um ecossistema lacustre habitado por vários pei-
xes de pequeno porte, foi introduzido um determinado (b) X (d) Z

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
(a) sociedade. (d) mutualismo.
E1. (Unigranrio-RJ)
(b) comensais. (e) inquilinismo.
A imagem abaixo representa um conjunto de cracas,
crustáceos marinhos sésseis que quando adultos têm (c) colônia.
o exoesqueleto calcificado, composto por várias pla-
cas que definem uma forma cônica. As cracas podem E2. (UFPA-PA)
se fixar em rochas, cascos de embarcações, madeiras A respeito das interações entre os seres vivos, consi-
de ancoradouros e até em seres vivos como as baleias. dere os seguintes enunciados:
Em um ecossistema, há muitos tipos de interações en-
I. Na natureza, as diversas populações que for-
tre seres vivos tal qual as intraespecíficas harmônicas,
1
mam um(a) _______________ estabelecem entre
como no exemplo das cracas. Assim sendo, pode-se di-
zer que as cracas são um exemplo de: si relações mais ou menos íntimas.
2
II. As ______________________________ compreen-
dem as relações estabelecidas entre indivíduos
pertencentes à mesma espécie. Exemplos: colô-
nias e sociedades.
3
III. As _________________________compreendem as
interações nas quais não se verifica nenhum tipo
de prejuízo entre os organismos associados e
pelo menos uma espécie é beneficiada.
IV. As ______________________
4 são as relações nas
quais pelo menos uma espécie é prejudicada.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

A única alternativa que completa corretamente as la- ( ) Inquilinismo


cunas enumeradas de 1 a 4 nos enunciados acima é, ( ) Comensalismo
respectivamente,
( ) Protocooperação (ou cooperação)
(a) comunidade, relações intraespecíficas, relações
( ) Mutualismo
harmônicas, relações desarmônicas ou negativas.
Assinale a alternativa que apresenta a numeração
(b) ecossistema, relações intraespecíficas, relações correta, de cima para baixo.
harmônicas, relações desarmônicas ou negativas.
(a) 1 – 3 – 2 – 4. (d) 2 – 4 – 3 – 1.
(c) comunidade, relações interespecíficas, relações
(b) 4 – 2 – 1 – 3. (e) 1 – 2 – 4 – 3.
harmônicas, relações desarmônicas ou negativas.
(c) 2 – 3 – 1 – 4.
(d) simbiose, relações intraespecíficas, relações po-
sitivas ou harmônicas, relações desarmônicas E5. (Fuvest-SP)
ou negativas.
Em 1910, cerca de 50 indivíduos de uma espécie de
(e) comunidade, relações intraespecíficas, relações mamíferos foram introduzidos numa determinada
negativas ou desarmônicas, relações positivas. região. O gráfico abaixo mostra quantos indivíduos
dessa população foram registrados a cada ano, desde
E3. (UFRGS-RS) 1910 até 1950.
Considere as seguintes afirmações sobre as intera-
ções intraespecíficas desarmônicas. 2.000

I. O canibalismo sexual observado em fêmeas de


Número de indivíduos
louva-a-deus é um exemplo desse tipo de inte- 1.500

ração.
1.000
II. Esse tipo de interação não ocorre em plantas.
III. A disputa por fêmeas entre machos de uma es-
500
pécie exemplifica esse tipo de interação.
Quais estão corretas?
0
1910 1920 1930 1940 1950
(a) Apenas I. Ano
(b) Apenas II. Fonte: BSCS Biology - An ecological approach. Kendal/Hunt
(c) Apenas l e III. Pub. Co., 5th ed. 2006. (Adaptado.)

(d) Apenas II e III. Esse gráfico mostra que,


(e) I, II e III. (a) desde 1910 até 1940, a taxa de natalidade supe-
rou a de mortalidade em todos os anos.
E4. (UFPR-PR) (b) a partir de 1938, a queda do número de indiví-
Associe os tipos de relação ecológica com as situa- duos foi devida à emigração.
ções apresentadas. (c) no período de 1920 a 1930, o número de nasci-
1. Um pássaro que se alimenta de carrapatos que mentos mais o de imigrantes foi equivalente ao
vivem sobre grandes mamíferos, como bois ou número de mortes mais o de emigrantes.
búfalos.
(d) no período de 1935 a 1940, o número de nasci-
2. Uma epífita (por exemplo, uma orquídea) que mentos mais o de imigrantes superou o número
cresce sobre uma grande árvore. de mortes mais o de emigrantes.
3. Uma rêmora (ou peixe-piloto) que vive em asso- (e) o período de 1910 a 1950, o número de nasci-
ciação com um tubarão, sendo transportada por mentos mais o de imigrantes superou o número
ele e aproveitando-se dos restos da alimentação de mortes mais o de emigrantes.
do carnívoro.
4. Bactérias e protozoários que vivem no inte- E6. (FTESM-RJ)
rior do intestino de cupins, em que digerem No chaparral californiano, nota-se a existência de ar-
a celulose. bustos de Salvia leucophylla, em torno dos quais não

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

nasce nenhuma planta em um raio de 1 a 2 m. Desco- Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:
briu-se que esse fato era consequência da ação dos (a) V, V, V, F.
óleos voláteis produzidos pela Salvia. A relação entre
(b) V, F, V, F.
a Salvia e as demais plantas é conhecida como
(a) amensalismo. (d) predatismo. (c) F, V, F, V.
(d) F, F, F, V.
(b) competição. (e) comensalismo.
(c) parasitismo. E9. (Unesp-SP)
O garoto gosta de biologia e, de pronto, identificou no
E7. (UDESC-SC)
quintal alguns exemplos de associações interespecí-
Em uma comunidade biológica os organismos intera- ficas: as orquídeas, fixas ao tronco da árvore, apre-
gem entre si nas chamadas relações ecológicas. Com sentam raízes com micorrizas e, nesse mesmo tron-
respeito a estas interações, associe as colunas A e B. co, são observados alguns liquens. Que associações
interespecíficas são identificadas nesses exemplos?
A. B. Justifique.
1. Colônias ( ) Abelhas e vespas.
2. Inquilinismo ( ) Liquens. E10. (UFPR-PR)
3. Sociedades ( ) Bromélias, orquídeas. Em uma região onde cresce o capim-dourado (Syn-
4. Mutualismo ( ) Corais. gonanthus nitens), vivem gafanhotos (Rhammatocerus
5. Protocooperação ( ) Anêmonas do mar e conspersus), cupins (Cornitermes cumulans), pássa-
caranguejo-eremita. ros-pretos (Gnorimopsar chopi), andorinhas-de-coleira
(Pygochelidon melanoleuca), morcegos (Artibeus cine-
Assinale a alternativa que contém a sequência corre- reus), tamanduás-bandeira (Myrmecophaga tridactyla)
ta, de cima para baixo. e raposinhas (Lycalopex vetulus).
(a) 1 - 3 - 4 - 5 - 2. (a) Com base nas informações apresentadas na
(b) 4 - 3 - 2 - 5 - 1. questão, liste as populações que constituem a
comunidade biológica.
(c) 2 - 3 - 1 - 4 - 5.
(b) A raposinha (Lycalopex vetulus) tem uma dieta
(d) 3 - 4 - 2 - 1 - 5. onívora, mas se alimenta principalmente de in-
(e) 3 - 2 - 4 - 5 - 1. setos. O tamanduá-bandeira é especializado em
se alimentar de formigas e cupins. Consideran-
E8. (Uece-CE) do essas informações, que relações ecológicas
Em relação à dinâmica de populações, escreva V ou F interespecíficas podem ser descritas entre a ra-
conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma nos posinha e as espécies de insetos e entre a rapo-
itens abaixo. sinha e o tamanduá?

( ) A densidade populacional é definida como o nú-


E11. (UFRGS-RS)
mero de indivíduos presentes na comunidade
que vive em determinada área ou volume. O quadro abaixo apresenta, na primeira coluna, tipos
de interações entre populações de uma comunidade;
( ) A curva de crescimento populacional real resul- na segunda, exemplos dessas interações; e, na tercei-
ta da interação entre seu potencial biológico e a ra, alguns organismos que ilustram os exemplos.
resistência ambiental.
( ) Qualquer população pode apresentar cresci- Tipos de Exemplos de
Organismos
mento exponencial, independente do meio em interações interações
que vive. (I) Inquilinismo Orquídeas

( ) A capacidade de carga ou resistência ambiental, Interespecífica


(II) Piolho
a competição e a densidade populacional são desarmônica
exemplos de fatores que regulam o crescimento Intraespecífica Sociedades
(III)
populacional. harmônica heteromórficas

251

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

Assinale a alternativa que substitui adequadamente a (01) O potencial biótico da população corresponde
sequência de números do quadro. à sua capacidade potencial para aumentar, por
(a) Interespecífica harmônica – Parasitismo – reprodução, seu número de indivíduos em con-
Cupins dições ideais, isto é, sem fatores que impeçam
esse aumento.
(b) Intraespecífica desarmônica – Canibalismo –
Corais (02) O gráfico demonstra que, quando a população
(c) Interespecífica desarmônica – Competição – tem sua fundação, o crescimento populacional é
Liquens lento, pois há pequeno número de indivíduos e,
consequentemente o número de intercruzantes
(d) Interespecífica harmônica – Predação –
é baixo.
Carrapatos
(e) Intraespecífica harmônica – Amensalismo – (04) A região mais escura apontada em A demonstra
Physalia (caravela-portuguesa) a resistência do meio ao crescimento populacio-
nal, ou seja, à medida que a população cresce,
a resistência ambiental aumenta, reduzindo o
E12. (UFPR-PR)
crescimento populacional.
Uma coruja caça durante a noite e captura um mor-
cego. Ambos são capturados por uma rede armada (08) Na situação apontada em B, a população terá
por pesquisadores. Após análise cuidadosa da coruja atingido a capacidade de suporte do meio. A par-
tir de então tem-se a população cujo tamanho é
e do morcego, os pesquisadores encontraram, sob as
máximo para aquele ambiente.
penas da coruja, ácaros e piolhos, e sob os pelos do
morcego, moscas hematófagas. As interações interes-
E14. (Unesp-SP)
pecíficas entre a coruja e o morcego, entre os ácaros e
os piolhos e entre as moscas hematófagas e o morce- Nos troncos de várias árvores do quintal de Dona
go são denominadas, respectivamente: Márcia, crescem exemplares de Oncidium sp., a chu-
va-de-ouro, uma espécie de orquídea nativa da Mata
(a) predação, parasitismo e inquilinismo.
Atlântica que produz numerosos cachos de flores pe-
(b) predação, mutualismo e parasitismo. quenas e amarelas.
(c) parasitismo, competição e predação. Antes da floração, são comuns o ataque de pul-
(d) predação, competição e parasitismo. gões, que costumam sugar a seiva das hastes novas,
e, também, o aparecimento de joaninhas, que se ali-
(e) competição, inquilinismo e parasitismo.
mentam desses animais e controlam naturalmente a
população de pulgões.
E13. (UEPG-PR-Adaptado)
Quando da floração, as plantas são visitadas por
Os seres vivos sempre originam um número muito maior diferentes espécies de abelhas, que disputam o pólen
de descendentes do que o próprio meio comporta. O gráfico e o óleo secretado por glândulas da flor. Esse óleo é
abaixo representa o potencial biótico e a resistência am- utilizado pelas abelhas na alimentação de suas larvas.
biental de uma população ao longo do tempo. Com relação
a essas características ecológicas de crescimento popula-
cional, indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).

Curva do potencial
biótico
Tamanho da população

Curva de crescimento O texto traz vários exemplos de diferentes relações


real interespecíficas. Cite quatro delas, relacionando-as ao
exemplo do texto, e explique-as em termos de benefí-
Tempo cio ou de prejuízo para as espécies envolvidas.

252

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

De acordo com as informações acima,


E15. (Uerj-RJ)
(a) a presença de populações de grandes mamífe-
As imagens abaixo retratam besouros de espécies
distintas transportando ácaros. ros herbívoros provoca o declínio das acácias.

(b) os hábitos de alimentação constituem um padrão


de comportamento que os herbívoros aprendem
pelo uso, mas que esquecem pelo desuso.

(c) as formigas da espécie 1 e as acácias mantêm


uma relação benéfica para ambas.

(d) os besouros e as formigas da espécie 2 contri-


Na imagem I, a relação estabelecida entre os ácaros buem para a sobrevivência das acácias.
e o besouro é de comensalismo e, na imagem II, de (e) a relação entre os animais herbívoros, as for-
parasitismo.
migas e as acácias é a mesma que ocorre entre
Diferencie os dois tipos de relação ecológica e indique
qualquer predador e sua presa.
duas vantagens para os ácaros na relação de comen-
salismo.
E17. (UEM-PR-Adaptado)
E16. (Enem) Um grupo de alunos, em uma aula de campo às mar-
Um grupo de ecólogos esperava encontrar aumento de gens do rio Paraná, observou: garças brancas peque-
tamanho das acácias, árvores preferidas de grandes nas que acompanhavam o gado bovino e comiam os
mamíferos herbívoros africanos, como girafas e elefan- carrapatos; serpentes que capturavam sapos e pe-
tes, já que a área estudada era cercada para evitar a en- quenos roedores; seriemas capturando serpentes e
trada desses herbívoros. Para espanto dos cientistas,
pererecas. Os alunos fizeram muitas considerações, e
as acácias pareciam menos viçosas, o que os levou a
algumas estão relacionadas abaixo.
compará-las com outras de duas áreas de savana: uma
área na qual os herbívoros circulam livremente e são Indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
feitas podas regulares nas acácias, e outra de onde eles (01) Entre os bois e os carrapatos, as garças e os
foram retirados há 15 anos. O esquema a seguir mostra
carrapatos, existem relações interespecíficas,
os resultados observados nessas duas áreas.
denominadas, respectivamente, parasitismo e
acácias predação.

(02) Os pequenos roedores e as pererecas estabele-

presença
cem uma relação de comensalismo.
Sim de Não
herbívoros (04) As garças brancas pequenas e o gado têm uma
relação de mutualismo.
poda das acácias
acácias sem poda (08) As pererecas estabelecem uma simbiose com as
serpentes e as seriemas, relação que regula a
maior produção menor produção densidade populacional das espécies envolvidas.
de néctar de néctar
(16) As serpentes e as seriemas estabelecem uma
domínio das formigas aumento e domínio relação de competição.
da espécie 1, que de formigas da
dependem do néctar espécie 2
E18. (PUC-RJ)
diminuição de ataque de besouros
formigas da
espécie 2 e outros insetos A partir da observação do gráfico que segue, que
mostra diferentes tipos de crescimento populacional,
preservação das enfraquecimento é correto afirmar que as letras a, b e c representam,
acácias das acácias
respectivamente:

253

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

a
E20. (UFSC-SC-Adaptado)
c Um pesquisador interessado em estudar dinâmica po-
número de indivíduos

pulacional monitorou, em uma determinada área e por


b
um período de tempo, as densidades populacionais de
cobras e ratos, obtendo como resultado o gráfico abaixo.
Cobras

Densidade das populações


Ratos
tempo

(a) uma curva de crescimento real, uma curva de


crescimento exponencial e a resistência am-
biental.
(b) uma curva de crescimento real, uma curva de Tempo
potencial biótico e a resistência ambiental.
Com respeito ao gráfico e aos fatores que influenciam
(c) uma curva de potencial biótico, uma curva de
as densidades populacionais, indique a soma da(s)
crescimento real e a resistência ambiental.
proposição(ões) correta(s).
(d) uma curva de potencial biótico, uma curva de (01) O crescimento da população de ratos não in-
crescimento exponencial e a resistência am-
fluencia o crescimento da população de cobras.
biental.
(02) As duas espécies ocupam o mesmo hábitat e ni-
(e) uma curva de potencial biótico, uma curva de
cho ecológico.
crescimento real e a capacidade de suporte do
ambiente. (04) Se duas espécies ocupam o mesmo nicho eco-
lógico, ocorre simbiose entre elas, o que pode
E19. (UEL-PR) levar ao desaparecimento de uma delas da área.
Mimetismo é um termo utilizado em biologia, a par- (08) As densidades populacionais representadas so-
tir da metade do século XIX, para designar um tipo de freram variações ao longo do tempo.
adaptação em que uma espécie possui características (16) O parasitismo, os intemperismos, a disponibili-
que evoluíram para se assemelhar com as de outra dade de alimentos e espaço são fatores que in-
espécie. As observações do naturalista Henry Walter fluenciam na densidade das populações.
Bates, estudando borboletas na Amazônia, levaram
ao desenvolvimento do conceito de mimetismo bate- (32) Por serem autótrofas, não são observados me-
siano. É correto afirmar que o mimetismo batesiano é canismos de controle da densidade populacional
uma adaptação em que nas espécies vegetais.

(a) a fêmea de algumas espécies de inseto é imitada (64) A territorialidade (estabelecimento de territó-
por flores que se beneficiam da tentativa de có- rios) de algumas espécies animais é fator in-
pula do macho para sua polinização. fluente na densidade populacional de uma área.

(b) uma espécie apresenta características que a as-


E21. (Enem)
semelham ao ambiente, dificultando sua locali-
zação por outras espécies com as quais interage. Um pesquisador investigou o papel da predação por
peixes na densidade e tamanho das presas, como pos-
(c) um modelo inofensivo é imitado por um preda-
sível controle de populações de espécies exóticas em
dor para se aproximar o suficiente de sua presa
costões rochosos. No experimento colocou uma tela
a ponto de capturá-la.
sobre uma área da comunidade, impedindo o acesso
(d) um modelo tóxico ou perigoso é imitado por es- dos peixes ao alimento, e comparou o resultado com
pécies igualmente tóxicas ou perigosas. uma área adjacente na qual os peixes tinham acesso
(e) um modelo tóxico ou perigoso é imitado por es- livre. O quadro apresenta os resultados encontrados
pécies palatáveis ou inofensivas. após 15 dias de experimento.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

Área com tela Área sem tela III. Na protocooperação, duas populações são be-
neficiadas pela associação, embora as relações
Tamanho
Densida- Tamanho não sejam obrigatórias. Quanto ao mutualismo,
Espécie Densida- médio
de (indi- médio dos o crescimento e a sobrevivência de duas popula-
exótica de (indiví- dos in-
víduos/ indivíduos ções são beneficiados, sendo que nenhuma de-
duos/m )2
divíduos
m2) (cm) las consegue sobreviver em condições naturais
(cm)
sem a outra.
Alga 100 15 110 18
IV. A competição pode ser inferida por uma mu-
Craca 300 2 150 1,5
dança no tamanho populacional de uma espécie
Mexilhão 380 3 200 6
após a adição ou remoção de outra. Quando duas
Ascídia 55 4 58 3,8 espécies competem fortemente, a população da
O pesquisador concluiu corretamente que os peixes primeira espécie é sensível à mudança nos nú-
controlam a densidade dos(as) meros da segunda, e vice-versa.
(a) algas, estimulando seu crescimento. Assinale a alternativa correta.
(b) cracas, predando especialmente animais peque- (a) Somente as afirmativas I e III são corretas.
nos. (b) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
(c) mexilhões, predando especialmente animais pe- (c) Somente as afirmativas I e II são corretas.
quenos.
(d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
(d) quatro espécies testadas, predando indivíduos
(e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
pequenos.
(e) ascídias, apesar de não representarem os me- E23. (Fuvest-SP)
nores organismos.
Analise o gráfico abaixo, relativo à mortalidade de fêmeas
férteis do camarão-da-areia (Crangon septemspinosa) em
E22. (UEL-PR)
água aerada, em diferentes temperaturas e salinidades,
No nível de organismo, a ecologia procura saber durante determinado período.
como os indivíduos são afetados pelo seu ambiente
e como eles os afetam. No nível de população, a eco-
logia ocupa-se da presença ou ausência de determi-
nadas espécies, da sua abundância ou raridade e das
25
tendências e flutuações em seus números. A ecologia
de comunidades, então, trata da composição ou es-
Mortalidade: 100%

Mortalidade: 50%

trutura de comunidades ecológicas.


Temperatura (ºC)

20
TOWNSEND, C. R. Fundamentos em ecologia. 2. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 28. (Adaptado.) Mortalidade: zero

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, 15


considere as afirmativas.
I. No mimetismo mülleriano, os organismos pa-
latáveis se desenvolvem de forma idêntica aos 10
impalatáveis, que são rejeitados pelos predado-
res. Os complexos mimetismos batesianos com-
preendem as espécies nocivas que usam apa-
5
rências semelhantes entre si para anunciarem 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
que são impalatáveis. Salinidade (%)
II. A competição é o uso ou a disputa de um recurso
BERGON, M; TOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia de
por um ou mais indivíduos consumidores. Quando indivíduos e ecossistemas. Artmed: Porto Alegre, 2007.
os indivíduos pertencem à mesma espécie, sua (Adaptado.)
interação é chamada de competição interespecí-
fica. Quando pertencem a espécies diferentes, é (a) Qual dos seguintes conceitos - ecossistema, hábi-
chamada de competição intraespecífica. tat, nicho ecológico - está implícito nesse gráfico?

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

(b) Os dados de mortalidade representados nesse B). O gráfico 2 mostra o número médio de insetos da
gráfico referem-se a que nível de organização: espécie A por planta.
espécie, população ou comunidade?
Gráfico 2 – Espécie A na presença da espécie B
(c) Temperatura e salinidade são fatores abióticos
que, nesse caso, provocaram mortalidade das fê- 8

Número médio de
7

insetos/planta
meas do camarão-da-areia. Cite dois fatores bió- 6
5
ticos que também possam produzir mortalidade. 4
3
2
E24. (Uerj-RJ) 1
© ERIC ISSELEE | DIRK ERCKEN/SHUTTERSTOCK 0
A 1 2 3 4 5 6 Semanas

(a) Cite um tipo de interação ecológica que possa ter


ocorrido entre as espécies A e B. Que informação
fornecida nos gráficos apoia sua resposta?
B C
(b) Cite um tipo de interação ecológica entre as espé-
cies A e B que não seja compatível com os dados
apresentados nos gráficos. Para serem compatíveis
com a interação ecológica citada, os números mé-
As imagens acima mostram três espécies de rãs ve- dios de indivíduos por planta, no gráfico 2, deveriam
nenosas encontradas na América do Sul, que se ca- ser maiores ou menores? Justifique sua resposta.
/Shutterstock
racterizam por suas cores vivas. É possível observar
que os padrões de coloração de alguns indivíduos da E26. (Fuvest-SP)
espécie A são semelhantes àqueles presentes nos in-
divíduos da espécie B, enquanto outros da espécie A Determinada planta do cerrado abriga formigas, ci-
se assemelham aos indivíduos da espécie C. garrinhas, predadores e parasitas de cigarrinhas e
Nomeie o fenômeno da presença de cores vivas em também herbívoros que causam dano foliar. Os grá-
animais venenosos e explique sua vantagem para a ficos abaixo mostram os resultados de estudo sobre
sobrevivência desses animais. relações entre os animais e entre eles e a planta.
Em seguida, indique o tipo de mimetismo presente nas Gráfico I
três espécies retratadas e descreva seu mecanismo
Plantas com formigas
de atuação. Plantas sem formigas
30
E25. (Fuvest-SP)
cigarrinhas/planta
Número médio de

Num estudo, a população do inseto Caliothrips phaseoli 20

(espécie A) permaneceu isolada de outros insetos; o


gráfico 1 mostra o número médio de indivíduos por 10

planta, registrado ao longo de seis semanas.


Gráfico 1 – Espécie A isolada 0 2 4 6 8 10 12 14
8 Dias
7
Número médio de

Gráfico II
insetos/planta

6
5 Plantas com formigas
Número médio de predadores e
parasitas da cigarrinha/planta

4 20 Plantas sem formigas


3
2
1
0 10
1 2 3 4 5 6 Semanas

Em outra situação do estudo, os insetos da espécie


Caliothrips phaseoli (espécie A) foram mantidos na pre- 0 2 4 6 8 10 12 14
sença de insetos da espécie Orius insidiosus (espécie Dias

256

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

Gráfico III • Gráfico II: Número médio de predadores e parasitas


Plantas com associação entre
formigas e cigarrinhas das cigarrinhas, em plantas com e sem formigas, ao
Plantas sem associação entre
longo de duas semanas.

Número de plantas
formigas e cigarrinhas

15
• Gráfico III: Porcentagem de dano foliar em plantas
com e sem associação entre formigas e cigarrinhas
10 Com base nos resultados representados nos gráficos,
responda:
5
(a) A associação entre formigas e cigarrinhas é
benéfica ou é prejudicial para alguma dessas
0 0–5% 5,1–10% 10,1–20% >50%
Dano foliar populações de insetos? Cite o(s) gráfico(s) que
K. Del-Claro & H. M. Torezan-Silingardi. Ecologia das permite(m) tal conclusão.
Interações Plantas-Animais, 2012. (Adaptado.)
(b) A associação entre formigas e cigarrinhas é be-
• Gráfico I: Número médio de cigarrinhas, em plantas néfica ou prejudicial para a planta? Justifique
com e sem formigas, ao longo de duas semanas. sua resposta.

C
FOLHA AZ
em vários locais, como folhas e brotos. Durante a sua
1. (UPM-SP)
procura por alimento, formigas se deparam com esses
Muitos seres vivos formam associações denominadas nectários, passam a se alimentar do néctar produzido,
colônias. A respeito delas, são feitas as afirmações a a eles retornando repetidamente. Durante essa ativi-
seguir. dade, as formigas acabam patrulhando essas plantas
I. Envolvem somente indivíduos da mesma espécie. e defendendo-as contra potenciais herbívoros, como
lagartas e percevejos. Esse tipo de interação entre
II. Os indivíduos, mesmo sendo da mesma espécie,
formigas e plantas com nectários extraflorais pode
podem ser iguais ou diferentes, de acordo com a
ser categorizado como:
função que desempenham.
(a) epifitismo. (d) predação.
III. Há sempre o envolvimento de produtores e con-
sumidores. (b) mutualismo. (e) parasitismo.

IV. Há somente benefício para os indivíduos envol- (c) colonialismo.


vidos.
3. (Acafe-SC)
São verdadeiras apenas as afirmações
As relações ecológicas são interações entre os seres
(a) I e II.
que vivem em um determinado ambiente. Essas inte-
(b) I e III. rações podem trazer ou não benefícios para os envol-
(c) II e III. vidos. Assim, correlacione as colunas a seguir.

(d) I, II e III. 1. Amensalismo ( ) Relação ecológica em que uma


(e) I, II e IV. espécie vive às custas de outra
2. Esclavagismo espécie, causando-lhe prejuízos.
2. (UFPR-PR) ( ) Relação desarmônica interes-
Para atrair potenciais polinizadores, as plantas co- 3. Inquilinismo pecífica em que o desenvolvi-
mumente armazenam néctar nas suas flores em es- mento ou o próprio nascimento
truturas específicas chamadas de nectários. Contudo, 4. Competição de indivíduos de uma espécie é
várias espécies de plantas também podem apresen- prejudicado devido à secreção
tar nectários longe das flores, os chamados “nectários 5. Parasitismo de substâncias tóxicas produzi-
extraflorais”. Essas estruturas podem ser encontradas das por outra espécie.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

( ) Associação entre seres vivos em que apenas um outro tipo, o Photinus, fingindo ser desse gênero. Quan-
dos participantes se beneficia obtendo abrigo do o macho Photinus se aproxima da fêmea Photuris,
ou, ainda, suporte no corpo da espécie hospedei- muito maior que ele, é atacado e devorado por ela.
ra, sem causar qualquer prejuízo ao outro. BERTOLDI, O. G.; VASCONCELOS, J. R. Ciências & Sociedade:
a aventura da vida, a aventura da tecnologia. São Paulo:
( ) Relação desarmônica, podendo ser intra ou inte- Scipione, 2000. (Adaptado.)
respecífica, em que há disputa por recursos ou
por fatores do ambiente que, geralmente, encon- A relação descrita no texto, entre a fêmea do gênero Pho-
tram-se em quantidades limitadas. turis e o macho do gênero Photinus, é um exemplo de:
(a) comensalismo. (d) predatismo.
( ) Relação ecológica desarmônica na qual um ser
vivo se beneficia explorando as atividades, o (b) inquilinismo. (e) mutualismo.
trabalho ou que foi produzido por outro ser (da (c) cooperação.
mesma espécie ou não).
A sequência correta, de cima para baixo, é: 6. (Enem)
(a) 2 - 4 - 1 - 5 - 3. (c) 4 - 3 - 5 - 2 - 1. No Brasil, cerca de 80% da energia elétrica advém
de hidrelétricas, cuja construção implica o represa-
(b) 5 - 1 - 3 - 4 - 2. (d) 1 - 5 - 2 - 4 - 3.
mento de rios. A formação de um reservatório para
esse fim, por sua vez, pode modificar a ictiofauna
4. (Enem)
local. Um exemplo é o represamento do rio Paraná,
O controle biológico, técnica empregada no combate onde se observou o desaparecimento de peixes cas-
a espécies que causam danos e prejuízos aos seres cudos quase que simultaneamente ao aumento do
humanos, é utilizado no combate à lagarta que se ali- número de peixes de espécies exóticas introduzidas,
menta de folhas de algodoeiro. Algumas espécies de como o marapá e a corvina, as três espécies com ni-
borboleta depositam seus ovos nessa cultura. A micro- chos ecológicos semelhantes.
vespa Trichogramma sp. introduz seus ovos nos ovos de PETESSE, M. L.; PETRERE JR., M. Ciência Hoje,
outros insetos, incluindo os das borboletas em ques- São Paulo, n. 293, v. 49, jun. 2012. (Adaptado.)
tão. Os embriões da vespa se alimentam do conteúdo
desses ovos e impedem que as larvas de borboleta se Nessa modificação da ictiofauna, o desaparecimento
desenvolvam. Assim, é possível reduzir a densidade de cascudos é explicado pelo(a)
populacional das borboletas até níveis que não prejudi- (a) redução do fluxo gênico da espécie nativa.
quem a cultura. A técnica de controle biológico realiza- (b) diminuição da competição intraespecífica.
do pela microvespa Trichogramma sp. consiste na
(c) aumento da competição interespecífica.
(a) introdução de um parasita no ambiente da espé-
cie que se deseja combater. (d) isolamento geográfico dos peixes.

(b) introdução de um gene letal nas borboletas para (e) extinção de nichos ecológicos.
diminuir o número de indivíduos.
7. (Unesp-SP)
(c) competição entre a borboleta e a microvespa
para a obtenção de recursos. Tudo começa com os cupins alados, conhecidos
como aleluias ou siriris. Você já deve ter visto uma re-
(d) modificação do ambiente para selecionar indiví-
voada deles na primavera. São atraídos por luz e calor,
duos melhor adaptados.
e quando caem no solo perdem suas asas. Machos e
(e) aplicação de inseticidas a fim de diminuir o nú- fêmeas se encontram formando casais e partem em
mero de indivíduos que se deseja combater. busca de um local onde vão construir os ninhos. São
os reis e as rainhas. Dos ovos nascem as ninfas, que
5. (Enem) se diferenciam em soldados e operários. Estes últimos
Os vaga-lumes machos e fêmeas emitem sinais lu- alimentam toda a população, passando a comida de
minosos para se atraírem para o acasalamento. O ma- boca em boca. Mas, como o alimento não é digerido,
cho reconhece a fêmea de sua espécie e, atraído por ela, dependem de protozoários intestinais que transfor-
vai ao seu encontro. Porém, existe um tipo de vaga-lu- mam a celulose em glicose, para dela obterem a ener-
me, o Photuris, cuja fêmea engana e atrai os machos de gia. Mas do que se alimentam? Do tronco da árvore de

258

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

seu jardim, ou da madeira dos móveis e portas da sua (e)


casa. Segundo os especialistas, existem dois tipos de I. Benéfica para um dos envolvidos, prejudicial
residência: as que têm cupim e as que ainda terão.
para o outro.
Texto extraído de um panfleto publicitário de uma empresa
dedetizadora. (Adaptado.)
II. Prejudicial para ambos os envolvidos;
III. Benéfica para ambos os envolvidos.
No texto, além da relação que os cupins estabelecem
com os seres humanos, podem ser identificadas três 9. (FGV-SP)
outras relações ecológicas.
Analise os gráficos a seguir, os quais ilustram três in-
A sequência em que aparecem no texto é: terações ecológicas entre espécies diferentes.
(a) sociedade, mutualismo e parasitismo.
Nº Nº
Indiv. Indiv. I
(b) sociedade, comensalismo e predatismo.
(c) sociedade, protocooperação e inquilinismo.
A
(d) colônia, mutualismo e inquilinismo. B A
B
(e) colônia, parasitismo e predatismo.

Isoladas Tempo Unidas Tempo


8. (PUC-PR)
Na planície africana, dois leões competem por uma Nº Nº
Indiv. Indiv. II
zebra (I). O que ganha a disputa alimenta-se dela (II) e, C
uma vez que se satisfaz, um bando de hienas “limpa” D
os restos que ficaram (III). Considerando as relações C
D
ecológicas descritas, podemos afirmar que elas são:
(a)
I. Benéfica para um dos envolvidos, prejudicial Isoladas Tempo Unidas Tempo

para o outro.
Nº Nº
II. Benéfica para um dos envolvidos, prejudicial Indiv. Indiv. III
para o outro. F
III. Benéfica para um dos envolvidos, indiferente E E
para o outro. F

(b)
I. Benéfica para um dos envolvidos, prejudicial Isoladas Tempo Unidas Tempo
para o outro.
O estudo envolveu seis espécies (A e B; C e D; E e F)
II. Benéfica para um dos envolvidos, prejudicial
para o outro. criadas em hábitats isolados, conforme ilustrado nos
III. Benéfica para ambos os envolvidos. três gráficos à esquerda, e criadas unidas no mesmo
hábitat, conforme ilustrado nos gráficos à direita.
(c)
As interações I, II e III, respectivamente, são classifi-
I. Prejudicial para ambos os envolvidos. cadas como
II. Benéfica para um dos envolvidos, indiferente
(a) competição, cooperação e comensalismo.
para o outro.
III. Benéfica para um dos envolvidos, indiferente (b) predatismo, mutualismo e inquilinismo.
para o outro. (c) parasitismo, comensalismo e epifitismo.
(d) (d) amensalismo, mutualismo e cooperação.
I. Prejudicial para ambos os envolvidos.
II. Benéfica para um dos envolvidos, prejudicial 10. (Famerp-SP)
para o outro. Indivíduos de duas espécies de roedores (X e Y) compe-
III. Benéfica para um dos envolvidos, indiferente tem entre si por sementes de girassol, podendo, além
para o outro. disso, apresentar os mesmos parasitas intestinais.

259

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 3 - RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

Y
Os resultados mostrados no gráfico permitem con-

Quantidade de sementes
cluir que:

ingeridas por dia


X
(a) quando os parasitas estão ausentes, as espécies
X X e Y não competem entre si.
Y

(b) quando os parasitas estão ausentes, a espécie X


é melhor competidora do que a espécie Y.
Sem parasitas Com parasitas (c) quando os parasitas estão presentes, a espécie
Em um experimento, um pesquisador manteve a mesma X é melhor competidora do que a espécie Y.
quantidade de indivíduos dessas duas espécies no mes-
(d) os parasitas não influenciam a competição entre
mo ambiente, com sementes de girassol como alimento.
as duas espécies de roedores.
A análise foi feita com as espécies de roedores parasita-
das e, depois de um tratamento, com as mesmas espécies (e) quando os parasitas estão presentes, a espécie Y
sem os parasitas. O gráfico ilustra o resultado obtido. é melhor competidora do que a espécie X.

GABARITO A
E1. C E5. C E12. D b) O conjunto de indivíduos
E2. A E6. A E13. 01 + 02 + 04 + 08 = 15 da espécie Crangon septemspi-
E3. C E7. D E14. A relação ecológica entre os nosa constitui uma população.
E4. C E8. C pulgões x orquídeas é exemplo c) Predatismo, competição,
E9. A relação entre as orquídeas e a de parasitismo. Os pulgões se parasitismo, amensalismo.
árvore é do tipo epifitismo (um alimentam da seiva elabora- E24. Coloração de advertência / apo-
tipo de inquilinismo). Nessa re- da produzida pelas orquídeas. semática. Sua predação é re-
lação apenas as orquídeas se Dessa forma, as orquídeas são duzida pela indicação de que o
beneficiam, com maior captação prejudicadas. A relação ecoló- animal é venenoso. Mimetismo
de luz para a realização da fo- gica entre as joaninhas x pul- mülleriano. Espécies veneno-
tossíntese. Micorrizas resultam gões é do tipo predatismo. As sas, ao se copiarem, reforçam o
da associação mutualística en- joaninhas matam e comem os padrão de advertência.
tre raízes das orquídeas e deter- pulgões. Portanto, as joaninhas E25.
minados tipos de fungos. Nessa são beneficiadas. A relação en- a) Certamente ocorreu entre as
associação as orquídeas benefi- tre as abelhas x orquídeas é do espécies A e B uma interação de-
ciam-se com maior superfície de tipo mutualismo. As abelhas se sarmônica. Provavelmente pode
absorção de água e sais mine- alimentam e polinizam as plan- ter ocorrido competição interes-
rais, e os fungos beneficiam-se tas, o que garante variabilidade pecífica, pois, de acordo com o
com matéria orgânica (alimento) genética por meio da polinização gráfico 2, a espécie A foi pratica-
que recebem das plantas. A re- cruzada. A relação entre as abe- mente eliminada quando coloca-
lação entre liquens e árvores é lhas entre si é do tipo competi- da na presença da espécie B.
do tipo inquilinismo, nesse caso ção. As diferentes espécies de b) Interações ecológicas har-
apenas os liquens se benefi- abelhas competem pelo pólen e mônicas, como, por exemplo, a
ciam, obtendo abrigo. Liquens óleo das flores das orquídeas. protocooperação, não seriam
são resultantes da associação E15. Comensalismo: só uma das par- compatíveis com os dados apre-
do tipo mutualismo entre algas tes se beneficia, sem prejudicar a sentados nos gráficos. Para
verdes com fungos, ou entre outra. Parasitismo: uma espécie serem compatíveis com intera-
cianobactérias e fungos. Nesse é beneficiada enquanto a outra é ções harmônicas, os números
caso as algas recebem proteção prejudicada. Vantagens: conquis- médios de indivíduos por planta,
e ambiente úmido, e os fungos tar novos ambientes, escapar de no gráfico 2, deveriam ser maio-
recebem matéria orgânica. predadores e parasitas, reduzir a res, pois a presença da espécie
E10. competição em novos ambientes B influenciaria positivamente a
a) A comunidade biológica e aumentar o fluxo gênico / diver- população da espécie A.
é constituída pelos tamandu- sificação da população. E26.
ás-bandeira, capim-dourado, E16. C a) A associação entre formi-
gafanhotos, cupins, pássaros- E17. 01 gas e cigarrinhas é benéfica.
-pretos, andorinhas-de-coleira, E18. E Os gráficos I e II permitem essa
morcegos e raposinhas. E19. E conclusão.
b) A relação ecológica entre E20. 08 + 16 = 24 b) Benéfica. O gráfico III mos-
a raposinha e os insetos é de E21. C tra que o número de plantas
predatismo. Entre o tamanduá E22. B com danos nas folhas é maior
e a raposinha é do tipo compe- na ausência da associação com
tição interespecífica. E23.
a) Nicho ecológico. a população de formigas.
E11. A

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Podemos definir alguns tipos de sucessão dependendo
das condições do ambiente e dos seres envolvidos:
CAPÍTULO 4 P • Sucessão primária: ocorre a partir de um ambiente
SUCESSÃO ECOLÓGICA sem vida preexistente. Exemplo: uma rocha vulcânica
E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS recém-formada.
• Sucessão secundária: geralmente ocorre em um am-
Objetivos de aprendizagem
biente impactado onde existem resquícios de vida ou
1. Conceituar sucessão ecológica, identificando suas condições para instalação de organismos. Exemplo:
etapas. um campo agrícola abandonado.
2. Diferenciar sucessões primária e secundária. • Sucessão autotrófica: apresenta organismos auto-
tróficos como pioneiros.
3. E
ntender as alterações ocorridas nas comunidades
durante as seres: • Sucessão heterotrófica ou degradativa: não envolve
autotróficos. Depende de uma fonte de matéria orgâ-
• biomassa;
nica. Exemplo: um cadáver em decomposição ou uma
• biodiversidade; infusão contendo matéria orgânica.
• produtividade primária líquida.
1.1 As etapas da sucessão autotrófica
4. Descrever os principais ciclos biogeoquímicos.

D
1. Sucessão ecológica
Processo ordenado da instalação e desenvolvimento
de uma comunidade. Ocorre com o tempo e termina quan- 0 20 40 60 80 100 >100
do se estabelece na área uma comunidade estável.
Tempo (em anos)

Local X
Partindo de uma rocha completamente desabitada, va-
mos encontrar condições imensamente desfavoráveis para
a instalação de plantas ou animais:
Instalação de espécies
pioneiras • Iluminação direta causa altas temperaturas;
• A ausência de solo dificulta a fixação de vegetais;

Sucessivas instalações de • A água das chuvas não se fixa e rapidamente evapora.


populações Seres vivos capazes de se instalar em tal ambiente de-
vem ser bem adaptados e pouco exigentes. Estes podem
ser liquens (associações de algas e fungos), cianobacté-
Desenvolvimento Ecossitema rias, fitoplâncton ou gramíneas, dependendo do ambiente.
máximo da comunidade em equilíbrio
No caso dos liquens, o micélio dos fungos apresen-
ta uma excelente capacidade de reter água, agindo como
Campo de cultura abandonado uma esponja. Além disso, as algas são capazes de realizar
Floresta derrubada
fotossíntese e a fixação do nitrogênio atmosférico, conse-
guindo, portanto, sobreviver apenas com água, luz e pouca
Local Lago recém-formado quantidade de sais minerais.
Ilha vulcânica Esses eventos caracterizam a formação de uma comu-
Remanescente de nidade pioneira ou ecese. Os primeiros seres a se instala-
mata incendiada rem são chamados de “organismos pioneiros”.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

A atividade metabólica dos liquens vai lentamente modi- instabilidade ocasionada pelo desaparecimento de deter-
ficando as condições iniciais da região. Eles produzem ácidos minada espécie. Comunidades mais simples têm poucas
orgânicos que corroem gradativamente a rocha, formando, opções alimentares e, portanto, são mais instáveis.
por meio da erosão química, as primeiras camadas de solo. É fácil imaginarmos essa instabilidade quando obser-
Camada sobre camada de líquen, vai se formando um vamos como uma monocultura agrícola é suscetível ao ata-
tapete orgânico, que enriquece o solo, deixando-o úmido e que de pragas.
rico em sais minerais.

© GUSTAVO FRAZAO/SHUTTERSTOCK
A
A partir de então, as condições, já não tão desfavorá-
veis, permitem o aparecimento de plantas de pequeno por-
te, como briófitas (musgos), que necessitam de pequena
quantidade de nutrientes para se desenvolverem e atingi-
rem o estágio de reprodução.
Novas e constantes modificações se sucedem, per-
mitindo o aparecimento de plantas de maior porte, como
samambaias e arbustos. Também começam a aparecer os
pequenos animais, como insetos e moluscos.
A etapa intermediária que ocorre até que a composição
da comunidade esteja estabilizada é denominada sere.
Assim, a cada nova etapa do processo, enxergamos a
evolução da comunidade pioneira acompanhada com pro-

© BUDILNIKOV YURIY/SHUTTERSTOCK
gressiva redução da velocidade de sucessão das espécies, B
até que seja atingido um ponto de equilíbrio no qual a co-
munidade atinge seu desenvolvimento máximo e compatí-
vel com as condições físicas do hábitat.
Essa comunidade é a etapa final do processo de suces-
são, conhecida como comunidade clímax.

Observação
Como visto anteriormente, às vezes encontra-
mos uma região de transição entre duas comuni-
dades clímax (uma floresta e um campo), na qual
existe grande competição por alimento entre os in-
(A) A Floresta Amazônica é um exemplo de comunidade clí-
divíduos. Essa região é denominada ecótono. max; (B) Monocultura agrícola.

Apesar de a biomassa total e a biodiversidade serem


maiores na comunidade clímax, temos algumas diferenças
1.2 As características de uma comunidade clímax em relação à produtividade primária.
Ao observarmos o processo de sucessão ecológica, A produtividade bruta (total de matéria orgânica pro-
podemos identificar um progressivo aumento na biodi- duzida) em comunidades clímax é grande, sendo maior
versidade, em espécies e na biomassa total. As teias e as do que as das comunidades antecessoras. Entretanto, a
cadeias alimentares se tornam cada vez mais complexas produtividade líquida é próxima a zero, pois quase toda a
e ocorre a constante formação de novos nichos. A comuni- matéria orgânica produzida é consumida pela própria co-
dade clímax é mais estável que as anteriores. munidade. Por isso, uma comunidade clímax é estável, ou
A estabilidade de uma comunidade clímax está em seja, não está mais em expansão.
grande parte associada ao aumento da variedade de espé- Em comunidades pioneiras e nas seres, ocorre um
cies e da complexidade das relações alimentares. excedente de matéria orgânica (produtividade líquida)
Isso ocorre porque, ao apresentar uma teia alimentar exatamente utilizado para a evolução do processo de
complexa e multidirecional, torna-se mais fácil contornar a sucessão ecológica.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

2. Os ciclos biogeoquímicos

2.1 Ciclo do nitrogênio


O nitrogênio se mostra como um dos elementos de caráter fundamental na composição
dos sistemas vivos. Ele está envolvido com a coordenação e o controle das atividades me-
tabólicas. As principais estruturas orgânicas nitrogenadas encontradas na natureza são:
• Proteínas: compostas por aminoá-
cidos, que têm radical amina em sua
Nitrogênio
estrutura (–NH2). atmosférico

• Nucleotídeos: têm em sua composi- Fixação de


nitrogênio
ção bases nitrogenadas, sendo res- Por processos
industriais, raios, Tecidos vegetais Tecidos animais,
ponsáveis pela formação das molécu- vulcões fezes, urina
Síntese de
las de DNA e RNA. aminoácido

• ATP: são moléculas que participam


do metabolismo energético, agindo
como armazenadores de energia. Têm Decomposição
a base nitrogenada adenina em sua por fungos
Nitrato Desnitrificação
e bactérias
composição. nas plantas por bactérias
Por bactérias
simbióticas nos no solo
Entretanto, apesar de 78% da atmos- nódulos das Assimilação por
raízes células vegetais Compostos
fera ser constituída de nitrogênio, a grande orgânicos
parte dos organismos é incapaz de utilizá- Por bactérias de Nitratos no solo
vida livre no solo
-lo, pois ele se encontra na forma gasosa Perda por Perda em
N2, que é muito estável, apresentando pouca livixiação sedimentos
profundos
tendência a reagir com outros elementos.
Nitrificação por Amonificação por
Os consumidores conseguem o nitrogê-
bactérias no solo bactérias no solo
nio de forma direta ou indireta por meio dos
produtores. Eles aproveitam o nitrogênio Amônia
no solo
que se encontra na forma de aminoácidos.
Produtores introduzem nitrogênio na
cadeia alimentar, por meio do aproveitamento de formas inorgânicas encontradas no meio,
principalmente nitratos ( NO3− ) e amônia.
O ciclo do nitrogênio pode ser dividido em algumas etapas: fixação, amonificação, ni-
trificação e desnitrificação.
• Fixação
Consiste na transformação do nitrogênio gasoso em substâncias aproveitáveis pelos
seres vivos (amônia e nitrato).
Os organismos responsáveis pela fixação são bactérias, que retiram o nitrogênio do ar,
fazendo com que este reaja com o hidrogênio para formar amônia. A enzima que participa
desse processo é chamada de nitrogenase.
Entre as cianobactérias fixadoras, encontramos espécies dos gêneros Nostoc e Ana-
baena. Também são fixadoras as bactérias dos gêneros Clostridium e Azotobacter.
Como visto anteriormente, quando falamos de relações ecológicas, algumas bacté-
rias se associam mutualisticamente a raízes de leguminosas. Essas bactérias do gênero
Rhizobium fixam nitrogênio para a planta, e esta fornece alimento e proteção para as
primeiras.

263

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

b) Nitratação
N2
Consiste na oxidação dos nitritos liberados no solo em
nitratos. Esse processo é realizado por um gênero de bac-
Enzima térias quimiossintetizantes, denominado Nitrobacter. Elas
Nitrogenase Amônia também são chamadas de bactérias nítricas.
Biofixadores (NH3) Esses nitratos podem ser absorvidos pelas plantas,
para fabricação de seus compostos nitrogenados (proteí-
nas e ácidos nucleicos), delas passando para outros níveis
meio
da cadeia alimentar.

• Amonificação 2NO2− + O2 Oxidação 2NO3− → Energia


Parte da amônia presente no solo é originada pelo pro-
cesso de fixação. A outra é proveniente do processo de de-
composição das proteínas e outros resíduos nitrogenados,
Nitrato 17.500 Cal
contidos na matéria orgânica morta e nas excretas.
A decomposição ou amonificação é realizada por bactérias • Desnitrificação
e fungos, que se utilizam de proteínas e outros compostos or- As bactérias desnitrificantes (como a Pseudomonas de-
gânicos nitrogenados para realizar seu processo de respiração nitrificans) são capazes de converter os nitratos em nitro-
celular. Durante esse processo, ocorre a oxidação de tais com- gênio molecular.
postos com liberação de energia, água, gás carbônico e amônia.
Elas vivem em regiões pobres em oxigênio e utilizam os
nitratos como agente oxidante para obtenção de energia. Esse
Matéria Amônia
Decomposição processo caracteriza-se como um tipo de respiração anaeróbica.
orgânica (NH3)
O nitrogênio molecular volta à atmosfera, fechando o
ciclo, uma vez que repõe o nitrogênio que foi fixado. Esse
meio processo também estabiliza a taxa de nitratos no solo.

À temperatura ambiente e pressão atmosférica de


1 atm, a amônia apresenta-se como um gás incolor alta- Solos pobres em nitrogênio – Como resolver?
mente tóxico. No solo, a amônia reage com a água forman- O nitrogênio é um dos principais nutrientes li-
do hidróxido de amônio (NH4OH) que se ioniza formando o mitantes do crescimento e do desenvolvimento das
íon amônio (NH4+), o qual é mais estável que a amônia (NH3). plantas, tanto em ecossistemas naturais quanto em
• Nitrificação campos de cultivo. Assim, a produtividade das cul-
turas agrícolas está diretamente ligada à disponi-
É o nome dado ao processo de conversão da amônia bilidade de compostos nitrogenados no solo, como
em nitratos. Ele ocorre em duas etapas: amônia e nitrato.
a) Nitrosação
O cultivo intensivo de monoculturas (Ex: cana-
É realizada por bactérias dos gêneros Nitrosomonas e -de-açúcar) em determinada região pode levar ao
Nitrosococcus. Nela, a amônia existente no solo e que não empobrecimento da quantidade de nitrogênio no
foi absorvida pelas plantas é transformada, por meio de solo, levando à diminuição na produtividade.
uma reação de oxidação, em nitritos.
Isso ocorre na lavoura porque as plantas são
As bactérias que realizam a nitrosação são quimios- completamente retiradas e levam consigo os nutrien-
sintetizantes e se utilizam da energia liberada da reação tes do solo, impossibilitando a reciclagem destes.
de oxidação da amônia para produzir compostos orgânicos
como a glicose. Existem algumas técnicas para evitar isso e
manter o manejo adequado do solo. São elas:
Oxidação 2NO− + 2H O + 2H+ → Energia
2NH3 + 30 2 Oxidação
• Utilização de fertilizantes sintéticos: são fei-
2 2

tos em fábricas de adubos, a partir da amônia sub-


metida a condições de alta pressão e temperatura.
Nitrito 66.500 Cal

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

Esse processo também é conhecido como fixação industrial. Grandes quanti-


dades de nitrogênio no solo podem causar uma série de desequilíbrios ambientais,
quando arrastados pelas chuvas até ecossistemas aquáticos.
• Rotação de culturas: nessa técnica, alterna-se o cultivo de monocultura, como
o arroz e o trigo, com o de leguminosas. Estas realizam a reposição do nitrogênio do
solo por meio das bactérias fixadoras de nitrogênio em suas raízes. Desse modo, o
nitrogênio perdido durante a safra (culturas de plantas não leguminosas) é recupe-
rado durante a entressafra (culturas de plantas leguminosas).
• Adubação verde: em culturas perenes, ou seja, que se desenvolvem ao longo de
vários anos, gerando várias colheitas (como o café e a laranja), a técnica da rotação de
cultura não pode ser aplicada. Uma alternativa é adicionar ao solo um extrato macera-
do de raízes e folhas de leguminosas que o enriquecerão de compostos nitrogenados.
As espécies de leguminosas a serem utilizadas, tais como o feijão-guandu (Cajanus
cajan) ou o feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), podem ser plantadas e cultivadas na
região da lavoura, e por fim incorporadas ao solo para a decomposição da matéria or-
gânica, gerando grande riqueza de nutrientes minerais.

2.2 Ciclo da água


A sobrevivência de todos os seres vivos da biosfera está ligada à existência de água no
planeta. Cerca de 3/4 da superfície da Terra estão cobertos por água, sendo 97,4% desta
pertencentes a mares e oceanos. Os 2,6% restantes são de água doce, dos quais 2% estão
localizados em geleiras.
O sol desempenha importante função no ciclo, sendo responsável pela evaporação da
água, que será posteriormente condensada nas camadas mais frias da atmosfera, voltando
à superfície, por meio de chuvas ou na forma de granizo e neve. Também pode se infiltrar no
solo, formando lençóis subterrâneos.

Transporte-pressão
do vento e da atmosfera

Deposição
neve e gelo Sol

Precipitação – chuva,
neve, névoa, granizo Condensação
nuvens e névoa
Degelo
© BY VECTORMINE/SHUTTERSTOCK

Transpiração
árvores e plantas
Fluxo superficial

Lago
Percolação
fluxo subsuperficial
Descarga do rio
Evaporação
Infiltração
Oceano

265

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

O ciclo da água pode acontecer por meio de dois cami- 2.4 Ciclo do carbono
nhos diferentes:
As plantas realizam fotossíntese retirando o carbono do
• Ciclo curto: é aquele que ocorre pela lenta evapora- CO2 do ambiente para formação de matéria orgânica. Ela é oxi-
ção da água dos mares, rios e lagos, formando nu- dada pelo processo de respiração celular, que resulta em libe-
vens. Estas se condensam, voltando à superfície na ração de CO2 para o ambiente. A fermentação, a decomposição
forma de chuva ou neve. da matéria orgânica e a queima de florestas e combustíveis
fósseis (carvão e petróleo) também liberam CO2 na atmosfera.
• Ciclo longo: é aquele em que a água passa pelo cor-
po dos seres vivos antes de voltar ao ambiente. Ela é Respiração
Gás carbônico (CO2)
retirada do solo por meio das raízes das plantas, sen-
do utilizada para a fotossíntese e a transpiração da Combustão
Fotossíntese
planta ou passada para os animais por meio das ca- Fotossíntese
Respiração
deias e teias alimentares. Volta à atmosfera por meio e decomposição

da respiração, da transpiração e da decomposição da


matéria morta, das fezes e da urina. Algas
microscópicas

Carbono na forma de moléculas


2.3 Ciclo do oxigênio orgânicas de seres vivos

O ciclo do oxigênio se encontra intimamente ligado com Carbono da terra Carvão

o ciclo do carbono, uma vez que o fluxo de ambos está as- Carbono com
Petróleo combustíveis fósseis
sociado aos mesmos fenômenos: fotossíntese e respiração.
Os processos de fotossíntese liberam oxigênio para a
2.5 Ciclo do fósforo
atmosfera, enquanto os processos de respiração e com-
bustão o consomem. O ciclo do fósforo apresenta também grande importân-
Podemos encontrar o oxigênio presente em uma va- cia para os seres vivos, uma vez que muitos componentes
orgânicos essenciais (ATP, ácidos nucleicos etc.) dependem
riedade de compostos orgânicos e inorgânicos (combinan-
desse íon.
do-se com minerais do solo para formar óxidos), além de
oxigênio na forma livre, que representa de 18% a 21% da Em razão do fato de seus componentes gasosos não
composição gasosa da atmosfera. serem muito abundantes, o ciclo do fósforo não tem uma
etapa atmosférica, sendo, portanto, mais simples do que
outros estudados.
H2O (vapor)
O2 atmosférico Outro facilitador é o fato de que somente um composto
CO2 atmosférico
fosforado é realmente importante para os seres vivos: o fos-
Condensação (chuva)

fato (PO34). Ele pode ser absorvido pelas raízes das plantas.
Evaporação

Respiração Transpiração
vegetal Podemos dividir o ciclo do fósforo em duas partes, de-
Transpiração
pendendo da sua velocidade de reciclagem:
animal
• Ecológico: os compostos orgânicos que contêm fós-
Assimilação pelos
herbívoros Planta
foro são decompostos por microrganismos, sendo
Utilização por
animais e plantas devolvidos à cadeia alimentar por meio dos produto-
Morte e
decomposição res, que absorvem fosfato do solo e da água.
Absorção Evaporação
da água do solo
Decompositores
• Geológico: parte do fosfato inorgânico é arrastada
por chuvas até lagos e mares, onde é incorporada em
Parte do O2 da estratosfera é transformada pela ação rochas, dependendo de processos físicos muito mais
de raios ultravioleta em ozônio (O3). Este forma uma camada demorados para ser reciclada.
que funciona como filtro, evitando a penetração de 80% dos
raios ultravioleta. A liberação constante de clorofluorcarbo- 2.6 Ciclo do cálcio
nos (CFC) leva à destruição da camada de ozônio. A outorga Em vegetais o cálcio atua como ativador enzimático, fa-
do Protocolo de Montreal, tratado internacional que entrou cilita a absorção de nutrientes e é encontrado na estrutura
em vigor em 1989, permitiu a redução e eliminação da pro- da lamela média (camada da parede celular). Nos animais
dução e consumo destas substâncias por todo o planeta. o cálcio é importante na formação de esqueletos, conchas,

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

cascas calcárias de ovos etc. Participa também da contra- Os sais de cálcio dissolvidos no solo ou na água são ab-
ção muscular e do processo da coagulação sanguínea. sorvidos pelos vegetais ou ingeridos (direta ou indiretamente)
Nas rochas o cálcio encontra-se na forma de fosfatos pelos animais terrestres ou aquáticos, onde participam no
ou de carbonatos. Devido ao fenômeno do intemperismo seu metabolismo. Após a morte desses organismos, através
(desgaste pela ação de agentes climáticos) sobre as ro- da decomposição, os sais de cálcio ficam livres para serem
chas, os sais de cálcio são depositados no solo ou trans- usados por outros seres vivos. Também podem sedimentar-
portados pelas chuvas para rios e mares. -se e formar novas rochas contendo cálcio, reiniciando o ciclo.

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 1. Conceituar sucessão ecológica, identificando suas N2
etapas. I V

F1. (Uerj-RJ)
NH3 NO3-
Por conta de um incêndio, uma floresta teve sua vege-
tação totalmente destruída. Ao longo do tempo, foram
observadas alterações no número e na diversidade de II IV
espécies vegetais no local, conforme ilustra a imagem. III
NH4+ NO2-

A espécie nitrogenada mais oxidada tem sua quanti-


dade controlada por ação de microrganismos que pro-
movem a reação de redução dessa espécie, no proces-
so denominado desnitrificação.
O processo citado está representado na etapa

(a) I (d) IV

Essas alterações caracterizam o fenômeno denominado: (b) II (e) V

(a) eutrofização (c) III


(b) amensalismo
Objetivo 4. Descrever os principais ciclos biogeoquímicos.
(c) magnificação trófica

(d) sucessão ecológica F3. (PUC-SP)

Nos ecossistemas, o carbono é incorporado por orga-


Objetivo 4. Descrever os principais ciclos biogeoquímicos. nismos fotossintetizantes para a síntese de compos-
tos orgânicos, que podem ser utilizados:
F2. (Enem)
(a) Apenas por organismos consumidores no pro-
A aplicação excessiva de fertilizantes nitrogenados
cesso de respiração celular, sendo o carbono de-
na agricultura pode acarretar alterações no solo e na
volvido ao ambiente na forma de CO2.
água pelo acúmulo de compostos nitrogenados, prin-
cipalmente a forma mais oxidada, favorecendo a pro- (b) Apenas por organismos clorofilados no proces-
liferação de algas e plantas aquáticas e alterando o so de respiração celular, a partir do qual o carbo-
ciclo do nitrogénio, representado no esquema. no não é devolvido ao ambiente.

267

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

(c) Apenas por organismos anaeróbicos no proces-


Objetivo 4. Descrever os principais ciclos biogeoquímicos.
so de fermentação, sendo o carbono devolvido
ao ambiente na forma de CO2. F5. (Uece-CE)
(d) Por organismos clorofilados e por animais no O movimento entre as substâncias provenientes do
processo de respiração celular, a partir do qual o meio abiótico para o mundo vivo e o retorno delas a
carbono não é devolvido ao ambiente. partir dos seres vivos para o meio ambiente se dá por
(e) Por organismos clorofilados, por animais e por meio dos ciclos biogeoquímicos.
decompositores, sendo o carbono devolvido ao Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) o que se afir-
ambiente na forma de CO2. ma sobre os ciclos biogeoquímicos.
( ) O CO2 que passa a circular na atmosfera é reti-
Objetivo 2. Diferenciar sucessões primária e secundária.
rado do ambiente através do processo de fotos-
F4. (PUC-RJ) síntese realizado exclusivamente pelas plantas.
“Krakatau, uma ilha do tamanho de Manhattan, lo- ( ) No ciclo hidrológico, a água circula entre animais
calizada entre Java e Sumatra, foi destruída em 1883 da cadeia alimentar, retornando à superfície
após uma série de poderosas erupções vulcânicas. através de evapotranspiração, respiração, fezes,
Apenas um pequeno pedaço da ilha original permane- urina ou decomposição.
ceu acima do nível do mar. Essa pequena ilha, chama- ( ) A maioria dos seres vivos consegue incorporar e
da de Rakata, não possuía qualquer vida, era uma ilha utilizar o nitrogênio na forma de gás presente no ar.
estéril. Mas a vida logo começou a surgir novamente...”
( ) As rochas fosfatadas sofrem erosão e liberam
WILSON, E. O. Diversidade da vida. Companhia das Letras,
1992. (Adaptado.) para o solo o fósforo, elemento que será absor-
vido pelos vegetais, para a produção de ATP e
Quando o biólogo E. O. Wilson diz que “a vida logo co- ácidos nucleicos.
meçou a surgir novamente”, ele estava se referindo a
A sequência correta, de cima para baixo, é:
que fenômeno ecológico?
(a) Sucessão secundária. (a) V, F, V, V.
(b) Biomagnificação. (b) F, V, F, V.
(c) Sucessão primária. (c) V, F, V, F.
(d) Insularização.
(d) F, F, F, V.
(e) Isolamento geográfico.

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E1. (UEMG-MG)
Em 28 de junho de 2014, foram completados 100 anos
do assassinato de Francisco Ferdinando, herdeiro
do trono do Império da Áustria-Hungria, e sua espo-
sa, Sofia, em Sarajevo, fato esse que desencadeou a
Primeira Guerra Mundial. A imagem a seguir mostra
os remanescentes das trincheiras e das explosões
de bombas, semelhantes a cicatrizes em um campo
aberto, na localidade de Beumont Hamel, na França.

Revista Veja, Editora Abril, edição 2379 - ano 47 - no 26,


25 jun. 2014, p. 55 - 56.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

O que foi uma terra totalmente devastada, à época, hoje (02) Nos oceanos há muito mais evaporação do que
se vê recuperada e coberta de vegetação. O fenômeno chuvas. Isso ocorre porque grande parte da água
biológico que permitiu tal recuperação é conhecido como evaporada dos oceanos é carregada pelo vento
(a) cadeia alimentar. em forma de nuvens até os continentes, nos
quais ocorre exatamente o fenômeno inverso:
(b) sucessão ecológica.
mais chuva do que evaporação.
(c) ciclos biogeoquímicos.
(04) A respiração de todos os seres vivos produz como
(d) nicho ecológico. subproduto água, mas sua quantidade é tão insig-
nificante que não é incluída no ciclo da água.
E2. (Uerj-RJ)
(08) A água evaporada do continente provém muito
No ciclo do nitrogênio, as bactérias desnitrificantes
mais da evaporação de massas aquáticas do que
estão relacionadas à função apontada em:
da transpiração da cobertura vegetal do planeta.
(a) conversão da amônia em nitrito.
(16) Os animais, inclusive o ser humano, ingerem
(b) produção de nitrato a partir da amônia. água diretamente ou a obtêm do seu alimento.
(c) liberação de gás nitrogênio para o ambiente. Parte dessa água é devolvida ao ciclo pela trans-
(d) incorporação de nitrogênio molecular em ami- piração, pela urina e pelas fezes, fazendo parte,
noácidos. portanto, do ciclo da água.

E3. (Enem) E5. (Enem)

O ciclo da água é fundamental para a preservação Uma grande virada na moderna história da agricul-
da vida no planeta. As condições climáticas da Terra tura ocorreu depois da Segunda Guerra Mundial. Após a
permitem que a água sofra mudanças de fase e a com- guerra, os governos haviam se deparado com um enor-
preensão dessas transformações é fundamental para me excedente de nitrato de amônio, ingrediente usado
se entender o ciclo hidrológico. Numa dessas mudan- na fabricação de explosivos. A partir daí as fábricas de
ças, a água ou a umidade da terra absorve o calor do sol munição foram adaptadas para começar a produzir fer-
e dos arredores. Quando já foi absorvido calor suficien- tilizantes tendo como componente principal os nitratos.
te, algumas das moléculas do líquido podem ter energia SOUZA, F.A. Agricultura natural/orgânica como
instrumento de fixação biológica e manutenção do
necessária para começar a subir para a atmosfera. nitrogênio no solo: um modelo sustentável de MDL.
Disponível em: <http://www.keroagua.blogspot.com>. Disponível em: <www. planetaorganico.com.br>.
Acesso em: jul. 2015. (Adaptado.)
A transformação mencionada no texto é a
No ciclo natural do nitrogênio, o equivalente ao prin-
(a) fusão. (d) solidificação.
cipal componente desses fertilizantes industriais é
(b) liquefação. (e) condensação. produzido na etapa de
(c) evaporação. (a) nitratação.
(b) nitrosação.
E4. (UEPG-PR-Adaptado)
(c) amonificação.
Na natureza, átomos como os de nitrogênio, hidrogênio,
(d) desnitrificação.
carbono e oxigênio não são criados ou destruídos, nem
transformados uns nos outros. A matéria que constitui os (e) fixação biológica do N2.
componentes dos ecossistemas é constantemente recicla-
da. Esses componentes da natureza têm movimento cíclico E6. (UEMG-MG)
no ecossistema. É o caso da água. Sobre o ciclo da água na As briófitas mais conhecidas são os musgos, que for-
natureza, indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s). mam extensos tapetes verdes sobre rochas, troncos de
(01) A maior parte da água do planeta fica nos ocea- árvores e barrancos. Quando habitam rochas, fazem
nos. O calor do Sol faz com que a água de mares, parte de um importante processo ecológico denomina-
rios e lagoas evapore constantemente. O vapor do sucessão ecológica. Em relação ao papel das briófi-
de água que fica na atmosfera se condensa na tas nesse processo, assinale a alternativa correta.
forma de nuvem e volta à superfície sob a forma (a) Ao habitarem as rochas, as briófitas iniciam o pro-
de chuva, neve ou granizo, recompondo o volume cesso de sucessão ecológica secundária, no qual se
hídrico de rios, lagoas e oceanos. comportam como espécies-chave no ecossistema.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

(b) A comunidade formada pelas briófitas sobre a


E10. (PUC-RJ)
rocha pode ser considerada uma comunidade clí-
max, já que a rocha não pode sofrer alterações. Com relação ao que chamamos de sequestro de car-
bono, é correto afirmar que
(c) As briófitas são consideradas espécies secundá-
rias por conseguirem viver em mais de um tipo (a) seu aumento contribui para o aquecimento global.
de hábitat além das rochas. (b) é feito por organismos autotróficos.
(d) O processo de sucessão que ocorre nas rochas (c) aumenta consideravelmente com as queimadas.
nuas é chamado de sucessão primária e as brió- (d) é feito por organismos heterotróficos.
fitas são as plantas pioneiras nesse hábitat. (e) corresponde, nas plantas, à respiração.

E7. (Uerj-RJ) E11. (UEPG-PR -Adaptado)


A adubação verde é uma prática de fertilização agrícola A água é essencial para os seres vivos, pois entre as
que consiste na adição de determinadas plantas à su- diversas funções, possibilita a ocorrência de reações
perfície do solo, favorecendo a produção de biomassa químicas, ajuda a regular a temperatura e facilita o
vegetal. As plantas utilizadas nesse tipo de adubação transporte de substâncias. Com relação ao ciclo da
também proporcionam a incorporação ao solo do nitro- água, indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
gênio, essencial à produção de aminoácidos e proteínas.
(01) O ciclo longo ou grande da água é aquele que de-
Indique o tipo de planta mais adequado para a adubação pende do degelo dos polos da Terra.
verde e aponte uma característica desse tipo de planta que
(02) O ciclo curto ou pequeno da água ocorre por
contribui para o enriquecimento do solo com nitrogênio.
evaporação da água dos oceanos, rios, mares e
lagos e sua volta à superfície da Terra ocorre na
E8. (UFRGS-RS)
forma de chuva ou neve.
Ao longo do tempo, ocorrem mudanças na repartição
(04) A energia solar desempenha papel importante
de energia, na estrutura das espécies e nos processos
no ciclo da água. Graças a ela, a água em estado
de uma comunidade biológica, e essa sequência de
líquido sofre constante evaporação e penetra na
mudanças é denominada sucessão ecológica. Com re-
atmosfera na forma gasosa.
lação à sucessão ecológica, considere as afirmações.
(08) Nas camadas mais altas e quentes da atmosfe-
I. O estágio inicial de uma sucessão caracteriza-se
ra, a água sofre vaporização, auxiliando no retor-
pela presença de plantas pioneiras que exibem
no à superfície terrestre no estado sólido.
altas taxas de crescimento.
II. A sucessão secundária leva mais tempo para
E12. (Enem)
atingir o clímax do que a primária.
O nitrogênio é essencial para a vida e o maior reser-
III. O estágio de clímax caracteriza-se por baixa di-
vatório global desse elemento, na forma de N2, é a atmos-
versidade de espécies, em função do aumento
fera. Os principais responsáveis por sua incorporação na
dos nichos ecológicos.
matéria orgânica são microrganismos fixadores de N2,
Quais estão corretas?
que ocorrem de forma livre ou simbiontes com plantas.
(a) Apenas a I. (d) Apenas II e III. ADUAN, R. E. et aI. Os grandes ciclos biogeoquímicos do
(b) Apenas a III. (e) I, II e III. planeta. Planaltina: Embrapa, 2004. (Adaptado.)

(c) Apenas I e II. Animais garantem suas necessidades metabólicas


desse elemento pela
E9. (Enem) (a) absorção do gás nitrogênio pela respiração.
Na natureza a matéria é constantemente transforma- (b) ingestão de moléculas de carboidratos vegetais.
da por meio dos ciclos biogeoquímicos.
(c) incorporação de nitritos dissolvidos na água
Além do ciclo da água, existem os ciclos do carbono, do
consumida.
enxofre, do fósforo, do nitrogênio e do oxigênio. O elemen-
to que está presente em todos os ciclos nomeados é o (d) transferência da matéria orgânica pelas cadeias
(a) fósforo. (d) oxigênio. tróficas.

(b) enxofre. (e) nitrogênio. (e) protocooperação com microrganismos fixadores


(c) carbono. de nitrogênio.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

aquecimento provocado por emissões de CO2 e sua rela-


E13. (Fuvest-SP)
ção com o efeito estufa. Um dos métodos mais discutidos
Considere as seguintes comparações entre uma co- para neutralizar o CO2 consiste na realização de cálculos
munidade pioneira e uma comunidade clímax, ambas específicos para saber quanto CO2 é lançado na atmos-
sujeitas às mesmas condições ambientais, em um fera por determinada atividade e quantas árvores devem
processo de sucessão ecológica primária. ser plantadas para absorver esse CO2. Por outro lado, sa-
I. A produtividade primária bruta é maior numa comu- be-se que, se, por absurdo, todo o CO2 fosse retirado da
nidade clímax do que numa comunidade pioneira. atmosfera, as plantas desapareceriam do planeta.
II. A produtividade primária líquida é maior numa (a) Explique como as plantas retiram CO2 da atmos-
comunidade pioneira do que numa comunidade fera e por que elas desapareceriam se todo o
clímax. CO2 fosse retirado da atmosfera.
III. A complexidade de nichos é maior numa comuni- (b) Considerando o ciclo do carbono esquematizado
dade pioneira do que numa comunidade clímax. na figura a seguir, identifique e explique os pro-
Está correto apenas o que se afirmar em: cessos biológicos responsáveis pelo retorno do
(a) I. (d) I e II. CO2 para a atmosfera.

(b) II. (e) I e III.


(c) III.

E14. (PUC-RJ)
Cientistas brasileiros e ingleses publicaram recente-
mente os resultados de uma pesquisa que mostra que
a perda de carbono na Amazônia brasileira é 40% maior
do que se sabia. De acordo com essa pesquisa, a perda
de carbono não se restringe apenas ao desmatamento
da Amazônia, mas também ao corte seletivo, aos efei-
tos de borda e à queima da vegetação de sub-bosque.
Com relação ao ciclo do carbono e ao papel desem- E16. (Uerj-RJ)
penhado pelas florestas nesse processo, considere as
O esquema abaixo indica etapas do ciclo do carbono
afirmações abaixo:
em um ecossistema lacustre. Os conjuntos A e B re-
I. As florestas armazenam carbono na forma de presentam importantes atividades metabólicas en-
açúcar. contradas em seres vivos desse lago.
II. Todo o carbono da Terra está armazenado nos
organismos fotossintetizantes.
III. Florestas tropicais representam uma das princi-
pais áreas de fixação de carbono.
IV. O gás carbônico é lançado no ambiente pela de-
composição e combustão e é retirado pela respi-
ração e fotossíntese.
É correto o que se afirmar em
(a) somente I e II.
Considere as atividades metabólicas encontradas em
(b) somente I e III. animais e em cianobactérias desse ecossistema.
(c) somente I, II e III.
Aponte quais desses seres vivos realizam tanto o con-
(d) somente II, III e IV. junto A quanto o conjunto B de atividades. Justifique
(e) somente III e IV. sua resposta, utilizando as informações do esquema.

E15. (Unicamp-SP) E17. (Unioeste-PR)


Muito se tem comentado sobre o aquecimento global, Os ciclos biogeoquímicos referem-se à movimentação
e um dos assuntos mais debatidos é o aumento do dos elementos químicos no ecossistema entre os seres

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

vivos e o meio ambiente. Analise as afirmativas abaixo (02) as mesmas bactérias que realizam o processo A,
sobre os diversos ciclos e assinale a alternativa correta. realizam os processos D e E.
(a) Toda água absorvida por plantas e animais é uti- (04) o esquema mostra que produtos nitrogenados
lizada na síntese de outras substâncias, retor- originados de animais ou vegetais podem ser
nando ao meio ambiente exclusivamente atra- reaproveitados no ciclo.
vés dos decompositores.
(08) o processo mostrado em D constitui uma etapa
(b) O carbono da atmosfera é incorporado aos seres fundamental no ciclo, chamada de fixação do ni-
vivos através da respiração. trogênio.
(c) O fósforo é incorporado aos seres vivos através
(16) as plantas podem se utilizar diretamente da
dos vegetais pela absorção de fosfatos dissolvi-
amônia e não dependem do processo que ocorre
dos na água e solo.
em C para obter os produtos nitrogenados.
(d) As bactérias fixam o nitrato atmosférico e o
transferem para as plantas através de N2. (32) o processo mostrado em E indica que os animais
terrestres excretam principalmente amônia.
(e) Os vegetais absorvem o nitrogênio do solo, prin-
cipalmente na forma de nitrito. (64) o nitrogênio é importante para os seres vivos,
pois entra na composição molecular dos ami-
E18. (UPM-SP) noácidos e dos ácidos nucleicos.
Sucessão ecológica é o nome que se dá a uma série
de mudanças nas comunidades que compõem um E20. (Enem)
ecossistema. As diversas comunidades se sucedem, Certas espécies de algas são capazes de absor-
até que se atinja um estágio de relativa estabilidade e ver rapidamente compostos inorgânicos presentes na
equilíbrio, denominado comunidade clímax. água, acumulando-os durante seu crescimento. Essa
É correto afirmar que, ao longo da sucessão, capacidade fez com que se pensasse em usá-las como
biofiltros para a limpeza de ambientes aquáticos conta-
(a) a produtividade primária bruta diminui no início, minados, removendo, por exemplo, nitrogênio e fósforo
depois se estabiliza. de resíduos orgânicos e metais pesados provenientes
(b) a razão fotossíntese/respiração, no início a fo- de rejeitos industriais lançados nas águas. Na técnica
tossíntese é maior, depois se iguala. do cultivo integrado, animais e algas crescem de forma
(c) o tamanho dos indivíduos tende a diminuir. associada, promovendo um maior equilíbrio ecológico.
(d) a composição em espécies muda lentamente no SORIANO, E. M. Filtros vivos para limpar a água.
Revista Ciência Hoje, v. 37, n. 219, 2005. (Adaptado.)
início, depois rapidamente.
(e) a reciclagem de nutrientes diminui. A utilização da técnica do cultivo integrado de animais
e algas representa uma proposta favorável a um ecos-
E19. (UFSC-SC-Adaptado) sistema mais equilibrado porque
O esquema abaixo mostra de maneira simplificada o ci- (a) os animais eliminam metais pesados, que são
clo do nitrogênio na natureza. As letras A, B, C, D e E in- usados pelas algas para a síntese de biomassa.
dicam processos metabólicos que ocorrem neste ciclo. (b) os animais fornecem excretas orgânicas nitro-
genadas, que são transformadas em gás carbô-
nico pelas algas.
(c) as algas usam os resíduos nitrogenados libera-
dos pelos animais e eliminam gás carbônico na
fotossíntese, usado na respiração aeróbica.
(d) as algas usam os resíduos nitrogenados prove-
nientes do metabolismo dos animais e, durante a
síntese de compostos orgânicos, liberam oxigê-
Indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s). nio para o ambiente.
(01) o processo mostrado em A é realizado somente (e) as algas aproveitam os resíduos do metabolismo
por bactérias simbiontes que vivem no interior dos animais e, durante a quimiossíntese de com-
das raízes de leguminosas. postos orgânicos, liberam oxigênio para o ambiente.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

IV. Parte das moléculas orgânicas produzidas na


E21. (UPM-SP)
fotossíntese é degradada pelo próprio organis-
Sucessão ecológica é o nome que se dá a uma série de mo em sua respiração celular e o carbono, de-
mudanças nas comunidades que compõem o ecossis- volvido ao ambiente na forma de gás carbônico.
tema. As diversas comunidades se sucedem até que V. O carbono constituinte da biomassa é restituído
se atinja um estágio de relativa estabilidade e equilí- ao ambiente com a morte do organismo.
brio, denominado comunidade clímax.
Assinale a alternativa que contém a associação correta.
A respeito dessa sucessão, são feitas as seguintes
(a) I - C, II - B, III - F, IV - G, V - A.
afirmações:
(b) I - D, II - C, III - B, IV - G, V - F.
I. Durante a sucessão ecológica, a quantidade de
(c) I - G, II - B, III - D, IV - C, V - E.
energia vai aumentando.
(d) I - G, II - C, III - D, IV - A, V - H.
II. Na razão fotossíntese/respiração, no início a
fotossíntese é maior e no final a fotossíntese é (e) I - H, II - D, III - B, IV - C, V - A.
igual à respiração.
E23. (UFSC-SC-Adaptado)
III. A reciclagem dos nutrientes, torna-se menor.
IV. A diversidade das espécies aumenta atingindo o Com a eleição de Donald Trump para a Presidência dos
máximo no clímax. Estados Unidos, muitos cientistas mostraram-se preocu-
pados com suas manifestações céticas quanto às causas
Estão corretas, apenas,
do aquecimento global. Recentemente, os Estados Uni-
(a) I e II. (d) II e III. dos saíram do chamado Acordo de Paris. Esse acordo,
(b) I e III. (e) II e IV. assinado por muitos países, prevê metas de redução na
(c) I e IV. emissão de carbono e de outros poluentes na atmosfe-
ra. Estima-se que 7 bilhões de toneladas de carbono são
E22. (UEL-PR) lançadas na atmosfera devido às atividades humanas.
A utilização de combustíveis fósseis pela espécie hu- Em relação ao carbono lançado na atmosfera, indique
mana tem restituído à atmosfera, na forma de CO2, áto- a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
mos de carbono que ficaram fora de circulação durante (01) Uma parte do carbono lançada na atmosfera é
milhões de anos. O ciclo do carbono consiste na passa- utilizada pela respiração de animais e vegetais.
gem de átomos de carbono (C) presentes nas molécu-
(02) Estima-se que as florestas atualmente existen-
las de gás carbônico (CO2) disponíveis no ecossistema
tes sejam responsáveis pela fixação de 95% e os
para moléculas que constituem as substâncias orgâ-
oceanos pelos outros 5% do carbono lançado na
nicas dos seres vivos (proteínas, glicídios, lipídios etc.)
atmosfera pela atividade humana.
e vice-versa. Relacione as afirmativas a seguir com as
(04) O aumento da quantidade de carbono na atmosfe-
etapas do ciclo do carbono indicadas no esquema.
ra atual tem sua origem exclusivamente na ativi-
dade da respiração celular de animais e vegetais.
(08) Os vegetais são importantes para a fixação do
carbono atmosférico, pois em algumas de suas
células os cloroplastos são capazes de utilizar o
carbono na formação de açúcares.
(16) Nas células animais e vegetais, através de um
processo químico realizado nas mitocôndrias,
ocorre a transformação e a fixação do carbono
para a formação de açúcares.
I. Grande parte das substâncias orgânicas incorporadas
pelos herbívoros são degradadas na respiração celu-
E24. (PUC-RS)
lar e o carbono, liberado na forma de gás carbônico.
Sobre o Ciclo de Nitrogênio, não se pode afirmar que:
II. O gás carbônico é captado pelos organismos fo-
tossintetizantes e seus átomos são utilizados na (a) a atmosfera da Terra tem em sua composição
síntese de moléculas orgânicas. aproximadamente 78% de nitrogênio, porém as
plantas não são capazes de utilizar o nitrogênio
III. O carbono constituinte da biomassa é transferi-
em sua forma gasosa livre.
do aos herbívoros.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

(b) o nitrogênio é o nutriente mineral mais limitante É misteriosa canção


para o crescimento vegetal, por ser necessário Água que o Sol evapora
em grandes quantidades na composição de pro-
Pro céu vai embora
teínas e ácidos nucleicos.
Virar nuvens de algodão
(c) a fixação do N2 atmosférico é a única fonte de
nitrogênio para as bactérias de solo. Disponível em: <www.radio.uol.com.br>.

(d) a planta, apesar de não conseguir absorver o N2 Na canção, o autor refere-se ao ciclo biogeoquímico da
atmosférico, é capaz de absorver o amônio e o ni- água e, nesses versos, faz referência a um processo fí-
trato formados pelas bactérias presentes no solo. sico, a evaporação. Além da evaporação, outro proces-
(e) parte do nitrogênio é perdido no solo quando so, fisiológico, contribui para que a água dos corpos de
bactérias desnitrificantes convertem o nitrato alguns organismos passe à pele e, desta, à atmosfera.
em N2, o qual se difunde para a atmosfera.
(a) Que processo fisiológico é esse e qual sua prin-
E25. (Unesp-SP)
cipal função?

Leia alguns versos da canção Planeta Água, de Gui- (b) Cite um processo fisiológico que permite que o car-
lherme Arantes. bono da atmosfera seja incorporado a moléculas
Água dos igarapés orgânicas, e um processo fisiológico que permite
que esse mesmo carbono retorne à atmosfera.
Onde Iara, a mãe d’água

C
FOLHA AZ
(a) desnitrificação.
1. (Enem)
(b) fixação de N2.
Surtsey é uma ilha vulcânica situada perto da costa
(c) fixação do CO2.
sul da Islândia. A erupção vulcânica que lhe deu origem
(d) respiração das raízes.
ocorreu na década de 1960, o que faz dela, seguramente,
(e) amonificação.
a ilha mais nova do oceano Atlântico. As primeiras espé-
cies que aí se fixaram foram musgos e liquens. À medida
3. (Unicamp-SP)
que as aves foram fixando-se na ilha, as condições do
solo foram melhorando e espécies vegetais mais com- O nitrogênio é um elemento essencial para as plantas,
podendo ser obtido do solo ou da atmosfera. No último
plexas puderam iniciar a colonização do território. Em
caso, verifica-se a associação entre plantas e bactérias,
1988 foi observada a presença do primeiro arbusto.
que irão captar moléculas de nitrogênio e convertê-las
Disponível em: <www.nacopadasarvores.blogspot.com.br>.
Acesso em: 25 maio 2012 (fragmento). em compostos nitrogenados usados na nutrição das
plantas. Em contrapartida, as bactérias se aproveitam
O conjunto das alterações ocorridas no ambiente des-
dos produtos oriundos da fotossíntese realizada pelas
crito é exemplo de
plantas. Essa associação é denominada
(a) nicho ecológico.
(a) mutualismo. O texto se refere a bactérias do gê-
(b) eficiência ecológica. nero Rhizobium, que produzem amônio.
(c) sucessão ecológica. (b) comensalismo. O texto se refere a bactérias do
(d) irradiação adaptativa. gênero Rhizobium, que produzem amônio.
(e) resistência ambiental. (c) mutualismo. O texto se refere a bactérias do gê-
nero Nitrossomona, que produzem proteínas.
2. (PUC-RJ)
(d) comensalismo. O texto se refere a bactérias do
Johanna Döbereiner foi uma pesquisadora pionei- gênero Nitrossomona, que produzem proteínas.
ra no Brasil, que correlacionou a maior produção de
biomassa vegetal em leguminosas com a presença de 4. (Enem)
nódulos em suas raízes. Essas estruturas estão rela- A modernização da agricultura, também conhecida
cionadas a que processo descrito? como Revolução Verde, ficou marcada pela expansão da

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

agricultura nacional. No entanto, trouxe consequências A rotação de culturas citada no texto pode beneficiar
como o empobrecimento do solo, o aumento da erosão economicamente os produtores de cana porque
e dos custos de produção, entre outras. Atualmente, a (a) a decomposição da cobertura morta dessas cul-
preocupação com a agricultura sustentável tem susci- turas resulta em economia na aquisição de adu-
tado práticas como a adubação verde, que consiste na bos industrializados.
incorporação ao solo de fitomassa de espécies vegetais
(b) o plantio de cana-de-açúcar propicia um solo
distintas, sendo as mais difundidas as leguminosas.
mais adequado para o cultivo posterior da soja,
ANUNCIAÇÃO, G. C. F. Disponível em: <www.muz.
ifsuldeminas.edu.br>. Acesso em: dez. 2012. (Adaptado.)
do amendoim e do feijão.
(c) as leguminosas absorvem do solo elementos
A utilização de leguminosas nessa prática de cultivo
químicos diferentes dos absorvidos pela cana,
visa reduzir a
restabelecendo o equilíbrio do solo.
(a) utilização de agrotóxicos.
(d) a queima dos restos vegetais do cultivo da ca-
(b) atividade biológica do solo. na-de-açúcar transforma-se em cinzas, sendo
(c) necessidade do uso de fertilizantes. reincorporadas ao solo, o que gera economia na
(d) decomposição da matéria orgânica. aquisição de adubo.
(e) capacidade de armazenamento de água no solo. (e) a soja, o amendoim e o feijão, além de possibili-
tarem a incorporação ao solo de determinadas
5. (Enem) moléculas disponíveis na atmosfera, são grãos
Os seres vivos mantêm constantes trocas de maté- comercializados no mercado produtivo.
ria com o ambiente mediante processos conhecidos
como ciclos biogeoquímicos. O esquema representa 7. (Uerj-RJ)
um dos ciclos que ocorrem nos ecossistemas. O nitrogênio é um dos principais gases que compõem o
ar atmosférico. No esquema, estão resumidas algumas
Estado gasoso etapas do ciclo biogeoquímico desse gás na natureza.

substâncias orgânicas 7 substâncias orgânicas


nitrogenadas de animais nitrogenadas de plantas
Plantas
8
1
Herbívoro Carnívoro Combustão

Morte 5
NH4+ N2

6
2
Depósito
Decomposição subterrâneo 4
NO2–
O esquema apresentado corresponde ao ciclo biogeo-
3
químico do(a) NO3–
(a) água. (d) carbono.
(b) fósforo. (e) nitrogênio. O processo de nitrificação, composto de duas etapas,
(c) enxofre. e o de desnitrificação, ambos executados por micror-
ganismos, estão identificados, respectivamente, pelos
6. (Enem) seguintes números:
De 15% a 20% da área de um canavial precisa (a) 2 e 3; 4. (c) 4 e 6; 8.
ser renovada anualmente. Entre o período de corte
(b) 1 e 5; 7. (d) 2 e 5; 1.
e o de plantação de novas canas, os produtores estão
optando por plantar leguminosas, pois elas fixam ni- 8. (Enem)
trogênio no solo, um adubo natural para a cana. Essa
Plantas terrestres que ainda estão em fase de cresci-
opção de rotação é agronomicamente favorável, de
mento fixam grandes quantidades de CO2, utilizando-o
forma que municípios canavieiros são hoje grandes
para formar novas moléculas orgânicas, e liberam gran-
produtores de soja, amendoim e feijão.
de quantidade de O2. No entanto, em florestas maduras,
As encruzilhadas da fome. Planeta. São Paulo, ano 36,
n. 430, jul. 2008. (Adaptado.) cujas árvores já atingiram o equilíbrio, o consumo de O2

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

pela respiração tende a igualar sua produção pela fo- composição química de todos os componentes
tossíntese. A morte natural de árvores nessas florestas orgânicos e de uma grande parcela dos inorgâ-
afeta temporariamente a concentração de O2 e de CO2 nicos também. Os mecanismos de retorno do
próximo à superfície do solo onde elas caíram. A concen- carbono ao ambiente ocorrem por intermédio
tração de O2 próximo ao solo, no local da queda, será da respiração, queima de combustíveis fósseis
(a) menor, pois haverá consumo de O2 durante a de- (gasolina, óleo diesel, gás natural e carvão) e de
composição dessas árvores. queimada em florestas.
(b) maior, pois haverá economia de O2 pela ausência II. Sendo a Terra um sistema dinâmico e em cons-
das árvores mortas. tante evolução, o movimento ou os caminhos per-
(c) maior, pois haverá liberação de O2 durante a fo- corridos ciclicamente de seus materiais afetam
tossíntese das árvores jovens. todos os processos físicos, químicos e biológicos.
(d) igual, pois haverá consumo e produção de O2 pe- III. A quantidade de água na forma de vapor na at-
las árvores maduras restantes. mosfera é pequena quando comparada às grandes
(e) menor, pois haverá redução de O2 pela falta da quantidades que são encontradas nos outros esta-
fotossíntese realizada pelas árvores mortas. dos físicos. Mas, apesar dessa pequena quantidade,
ela é fundamental na determinação das condições
9. (Acafe-SC) climáticas e de vital importância para os seres vivos.

Os ciclos biogeoquímicos são fluxos contínuos dos IV. O fósforo é um elemento químico que participa
elementos químicos na natureza para os seres vivos, estruturalmente de moléculas fundamentais do
em diferentes formas químicas. Dessa forma, elemen- metabolismo celular, como fosfolipídios, coenzi-
tos como o carbono, enxofre, cálcio, oxigênio, dentre mas, ácidos nucleicos e hidrato de carbono.
outros, percorrem esses ciclos, unindo todos os com- V. O nitrogênio é um elemento químico que entra
ponentes vivos e não vivos da Terra. na constituição de duas importantes classes de
moléculas orgânicas: carboidratos e ácidos nu-
A seguir está representado esquematicamente o ciclo
cleicos. Além disso, o nitrogênio é o componente
do carbono.
de uma molécula essencial para todos os seres
vivos da biosfera: o ATP.
Todas as afirmações corretas estão em:
(a) I - II - III. (c) III - IV - V.
(b) II - III - IV. (d) IV - V.

10. (Enem)
O alemão Fritz Haber recebeu o Prêmio Nobel de
química de 1918 pelo desenvolvimento de um pro-
cesso viável para a síntese da amônia (NH3). Em seu
discurso de premiação, Haber justificou a importân-
cia do feito dizendo que: “Desde a metade do século
passado, tornou-se conhecido que um suprimento de
nitrogênio é uma necessidade básica para o aumen-
to das safras de alimentos; entretanto, também se
sabia que as plantas não podem absorver o nitrogê-
nio em sua forma simples, que é o principal consti-
tuinte da atmosfera. Elas precisam que o nitrogênio
seja combinado [...] para poderem assimilá-lo. Eco-
nomias agrícolas basicamente mantêm o balanço do
nitrogênio ligado. No entanto, com o advento da era
A respeito dos ciclos biogeoquímicos, analise as afir- industrial, os produtos do solo são levados de onde
mações a seguir. cresce a colheita para lugares distantes, onde são
I. O carbono é um elemento químico de grande im- consumidos, fazendo com que o nitrogênio ligado não
portância para os seres vivos, pois participa da retorne à terra da qual foi retirado. Isso tem gerado a

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 4 - SUCESSÃO BIOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

necessidade econômica mundial de abastecer o solo (b) O aumento da exploração de carvão vegetal e
com nitrogênio ligado. [...] carvão mineral.
A demanda por nitrogênio, tal como a do carvão, in- (c) A redução da fertilidade do solo nas economias
dica quão diferente nosso modo de vida se tornou com agrícolas.
relação ao das pessoas que, com seus próprios cor-
(d) A intensificação no fluxo de pessoas do campo
pos, fertilizam o solo que cultivam. Desde a metade do
para as cidades.
último século, nós vínhamos aproveitando o suprimen-
to de nitrogênio do salitre que a natureza tinha deposi- (e) A necessidade das plantas de absorverem sais
tado nos desertos montanhosos do Chile. Comparando de nitrogênio disponíveis no solo.
o rápido crescimento da demanda com a extensão cal-
culada desses depósitos, ficou claro que em meados
do século atual uma emergência seríssima seria inevi-
tável, a menos que a química encontrasse uma saída.”
HABER, F. The Synthesis of Ammonia from its Elements.
Disponível em: <www.nobelprize.org>.
Acesso em: jul. 2013. (Adaptado.)

De acordo com os argumentos de Haber, qual fenô-


meno teria provocado o desequilíbrio no “balanço do
nitrogênio ligado”?
(a) O esgotamento das reservas de salitre no Chile.

GABARITO
A
E1. B que, caso desaparecesse todo o E21. C
E2. C gás carbônico, as plantas e ani- E22. C
mais também desapareceriam.
E3. C E23. 08
b) Os processos biológicos mos-
E4. 01 + 02 + 16 = 19 trados na figura, responsáveis E24. C
E5. A pelo retorno do CO2 à atmosfe- E25.
E6. D ra são: respiração celular (oxi- a) O processo biológico é a trans-
E7. São as leguminosas, devido à dação de moléculas orgânicas piração. Através da transpi-
presença de nódulos com bac- pelos seres aeróbios), decom- ração, ocorre a eliminação de
térias fixadoras do nitrogênio posição da matéria orgânica água na forma de vapor, pro-
atmosférico em suas raízes. (degradação de moléculas or- vocando o equilíbrio térmico
gânicas dos organismos mor- no organismo e eliminando
E8. A tos e também suas excretas o excesso de calor do corpo.
E9. D – processo realizado por bac- Portanto, a transpiração é fun-
E10. B térias e fungos). É importante damental para a manutenção
salientar que a combustão ob- da temperatura corporal.
E11. 02 + 04 = 06 servada na figura produz gás
E12. D b) Através da fotossíntese, o car-
carbônico, mas não é um pro- bono da atmosfera é incorpo-
E13. D cesso biológico, e sim químico. rado a moléculas orgânicas,
E14. B E16. O conjunto A representa a fo- como glicose, sacarose e ami-
E15. tossíntese (absorve CO2, libe- do. Os processos que permitem
ra oxigênio e produz matéria que o carbono retorne à atmos-
a) Através do processo da fo- orgânica). O conjunto B repre- fera são: respiração aeróbica,
tossíntese as plantas retiram senta a respiração (libera CO2 fermentação alcoólica e acética
o gás carbônico da atmosfera. e usa a matéria orgânica). As e decomposição da matéria or-
Usam a água e o gás carbônico cianobactérias realizam tanto gânica. É importante salientar
para produção de matéria or- a fotossíntese como a respira- que a fermentação láctica não
gânica (glicose) e O2. Os vege- ção. Os animais realizam ape- produz gás carbônico.
tais e os animais usam tanto o nas respiração celular.
oxigênio como a matéria orgâ-
nica para realizar a respiração E17. C
aeróbica. A respiração fornece E18. B
a energia (ATP) para os proces- E19. 04 + 64 = 68
sos biológicos. Isso significa E20. D

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Qual é o segredo para o crescimento sustentável?

CAPÍTULO 5 P O mais importante é a manutenção dos processos bio-


lógicos que equilibram a biosfera.
DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO Modificar o antigo paradigma desenvolvimentista do
E AÇÃO ANTRÓPICA progresso é o grande desafio da humanidade no século XXI.
O desenvolvimento sustentável leva ao aumento na qualida-
Objetivos de aprendizagem de de vida, respeitando a capacidade suporte do ambiente.
1. Identificar os principais tipos de impactos causados As interferências antrópicas na natureza geralmente
pela atividade humana ao meio ambiente. provocam alterações significativas no equilíbrio e conser-
2. Descrever e explicar as interações de tais impactos vação da biodiversidade. Uma das mais impactantes é a
com processos biológicos. poluição, que pode ser caracterizada como qualquer alte-
ração ambiental causada por um agente (poluente, seja de
3. Avaliar consequências a longo prazo da ação do
natureza física, química ou biológica) que cause prejuízos
homem, estabelecendo possíveis soluções para a
aos seres vivos. Podemos dividir seus efeitos em poluição
redução dos problemas.
do ar, das águas e do solo.

1.1 Poluição do ar

D 1.1.1 Efeito estufa


1. Desequilíbrio ecológico
Uma parte da radiação solar que atinge a Terra é refle-
(ações antrópicas)
tida pelas nuvens e pela superfície do planeta. Parte dela é
O progresso científico permitiu o crescimento da po- absorvida e irradiada novamente na forma de calor (radia-
pulação humana, bem como o desenvolvimento industrial ção infravermelha) pela superfície. Parte do calor é retido
e tecnológico. Entretanto, atrelado a isso, encontramos o pelas nuvens e por gases presentes na atmosfera. Esse fe-
planeta Terra ameaçado por sérios problemas: poluição, nômeno é chamado de efeito estufa.
aquecimento global, destruição da camada de ozônio, es- Desde a origem da vida na Terra, o efeito estufa tem
gotamento de recursos naturais, extinção de espécies etc.
sido o responsável pela manutenção da média das tempe-
Nas duas últimas décadas, o foco tem-se voltado para raturas do planeta, evitando grandes oscilações que se-
a necessidade de implementar um uso mais racional dos riam incompatíveis com a sobrevivência dos organismos
recursos naturais, sob risco de tornarmos nosso planeta aqui existentes. Assim, o efeito estufa na sua forma natural
inabitável para as próximas gerações. é imprescindível à existência de todos os seres vivos e não
O crescimento demográfico aliado ao desenvolvimento pode ser considerado como poluição.
de uma sociedade industrial tem levado ao rápido esgota- No entanto, muitos membros da comunidade científica
mento de recursos naturais, além de levar ao acúmulo de comprovaram que a interferência humana está levando a
resíduos provenientes da atividade humana no meio.
um aumento do efeito estufa. O impacto imediato disso é o
Todas as espécies, incluindo a humana, exploram re- incremento da temperatura média global.
cursos do meio, causando, assim, algum tipo de impacto.
O aumento da emissão de gás carbônico vem crescen-
Como tais recursos não são inesgotáveis, o que podemos
do desde a Revolução Industrial, quando a queima de com-
esperar do futuro?
bustíveis fósseis começou a ser utilizada em larga escala
Desequilíbrios que ocasionem acúmulo ou redução desses para a produção de energia.
recursos são compensados principalmente pela modificação
O metano também é um gás cuja quantidade vem au-
do componente biológico dos ecossistemas. Por exemplo, o
mentando na atmosfera, embora sem estimativas precisas.
acúmulo de matéria morta levaria ao aumento de detritívo-
ros. Ou, então, o aumento na população de herbívoros levaria Ele é derivado principalmente da decomposição de
à redução de recursos utilizados por estes. O aumento na mor- matéria orgânica por microrganismos. A quantidade de
talidade e a redução na natalidade restabeleceria o equilíbrio. matéria orgânica tem seu aumento diretamente relaciona-
Podemos chamar isso de automanutenção dinâmica. do com o crescimento das populações humanas, que ge-
Quando rompemos processos naturais, como ao des- ram cada vez mais lixo e esgoto.
matarmos grandes áreas de floresta tropical, colocamos Outra possível fonte de metano são os rebanhos de bovinos
em risco esse equilíbrio delicado. e ovinos, que produzem gás metano em seu tubo digestório.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

• CO2 → Respiração, combustão, redução da absorção


com a derrubada das florestas (veja ciclo do carbono). De acordo com alguns modelos climáticos, a
• Metano (CH4) → Decomposição de matéria orgânica, temperatura média global pode aumentar mais de 6,0
depósito de lixo, arrozais inundados, queima de madei- °C até o fim do século XXI, dependendo do ritmo de
ras e bactérias metanogênicas (ruminantes e cupins). emissões de gases estufa pelos seres humanos. Uma
• Óxidos nitrosos → Queima de combustíveis fósseis. série de investigações científicas comprovam o atual
cenário de aquecimento global e seus inúmeros efei-
Ozônio tos negativos sobre a biosfera. Uma das principais ini-
CFCs
ciativas é coordenada pelo Painel Intergovernamental
8%
sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês),
12% criado em 1988 e atualmente reunindo pesquisado-
Óxido res de 195 países, incluindo o Brasil. Em 2007 o IPCC
nitroso 5% recebeu o prêmio Nobel da Paz, em conjunto com Al-
60% bert (Al) Gore Jr. (vice-presidente norte-americano na
15% CO2 gestão de 1993-2001), pelo conhecimento sobre as
Metano mudanças climáticas causadas pela ação antrópica.

• Gases responsáveis pelo efeito estufa.


C
Em 1997, vários países assinaram o Protocolo de Kyo- B
A Atmo
sfera
to, tratado que prevê a redução da emissão dos gases de
efeito estufa. No entanto, os Estados Unidos, país que mais
emite esses gases, não o assinaram, alegando que isso
poderia dificultar o seu avanço industrial. O Protocolo de
Kyoto estimula os países signatários a cooperarem entre
si, por meio de algumas ações básicas:
• reformar os setores de energia e transportes;
• promover o uso de fontes energéticas renováveis;
• eliminar mecanismos financeiros e de mercado ina-
propriados aos fins da Convenção;
• eliminar as emissões de metano no gerenciamento Efeito estufa
de resíduos e dos sistemas energéticos; A - A radiação solar atravessa a atmosfera. A maior parte da radiação
é absorvida pela superfície terrestre e aquece-a.
• proteger florestas e outros sumidouros de carbono. B - Uma parte da radiação solar é refletida pela Terra e pela atmosfera
e volta ao espaço.
C - Parte da radiação infravermelha (calor) é refletida pela superfície da
Terra, mas não regressa ao espaço pois é refletida de novo e absorvi-
da pela camada de gases de estufa que envolve o planeta. O efeito é o
Aquecimento global aquecimento terrestre e da atmosfera.
A temperatura média global vem aumentando gra-
dativamente desde o final do século XIX. Registrou-se
uma elevação de 0,8 °C nos últimos 100 anos. Pode pa- A intensificação do efeito estufa causa a dimi-
recer um pequeno aumento, mas ele já é suficiente para nuição do pH dos oceanos devido à reação entre o
causar secas acentuadas em algumas regiões, chuvas CO2 e a água, formando ácido carbônico (H2CO3) que
torrenciais em outras, aumento do número de furacões, se dissocia em HCO3− e H+ .
derretimento do gelo acumulado nas calotas polares e A acidez das águas oceânicas afeta o metabolis-
nas geleiras, elevação do nível dos mares e oceanos etc. mo de diferentes organismos, como o fitoplâncton,
Além disso, uma consequência direta do aumen- moluscos, equinodermos e cnidários. Nos corais, o
to da concentração de CO2 na atmosfera é a acidifica- meio ácido prejudica a formação e provoca danos
ção dos oceanos e o seu impacto sobre as comunida- à estrutura dos esqueletos calcários, diminuindo
des marinhas, em especial os corais. drasticamente o tamanho das populações.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

1.1.2 Monóxido de carbono (CO) rápido resfriamento do solo ou um rápido aquecimento das
camadas atmosféricas superiores. Dessa forma, o ar quente
É liberado principalmente pelos motores a explosão de
veículos automotivos, mas também em queimadas e fábricas fica por cima da camada de ar frio, impedindo os movimen-
que utilizam combustíveis fósseis. É um gás incolor e inodoro tos verticais de convecção. Partículas, gases tóxicos e poeira
que, quando inalado, combina-se com a hemoglobina (pigmen- ficam presos e acumulados junto à camada de ar frio, impedi-
to encontrado nas hemácias), comprometendo o transporte de dos de subir para camadas mais altas, gerando um aumento
oxigênio para os tecidos, podendo causar asfixia e morte. nos casos de problemas respiratórios entre os habitantes das
-
cidades. O fenômeno é mais grave em cidades industriais, já
1.1.3 Chuva ácida que a quantidade de poluentes aprisionados é grande.
A queima de gasolina e de outros combustíveis (com ma- Veja como ocorre a inversão térmica:
deira e carvão) ligados principalmente à atividade de indús-
Ar mais frio Ar frio
trias libera, entre outros poluentes já citados, óxidos ácidos,
como o SO2 (dióxido de enxofre). Após reagir como o oxigênio,
Ar frio Cam
formando SO3, este se mistura com o vapor de água presente
na atmosfera, produzindo gotinhas de ácido sulfúrico (H2SO4), Ar quente Ar frio
que caem sobre a Terra, formando o que se chama de chuva
ácida. Essa chuva, além de destruir monumentos, mármore,
grades metálicas e carrocerias de carros, provoca acidentes
ecológicos mais graves: queima a vegetação e contamina
o solo e a água. O aumento da acidez em certos lagos, por
exemplo, tem causado grande mortandade de peixes.
O dióxido de nitrogênio (NO2) também pode reagir com
vapor-d’água da atmosfera e formar ácido nítrico (HNO3), re- Em condições climáticas normais, formam-se correntes de Durante o fenômeno da
tornando à superfície terrestre na forma de chuva ácida. É um convecção: o ar junto à superfície é aquecido, torna-se menos aquece, tornando-se as
gás liberado pelas indústrias e pode provocar doenças respi- denso e sobe; e o ar nas camadas mais altas da atmosfera, frio e modo, as correntes de
mais denso, desce. frio junto ao solo vai ac
ratórias como asma, bronquite e até enfisema pulmonar.
Ar mais frio Ar frio
© MARY TERRIBERRY/SHUTTERSTOCK

Ar frio Camada de inversão (ar quente)

Ar quente Ar frio

Efeitos da chuva ácida na vegetação


Em condições climáticas normais, formam-se correntes de Durante o fenômeno da inversão térmica, o ar junto à superfície não se
convecção: o ar junto à superfície é aquecido, torna-se menos aquece, tornando-se assim mais frio do que o ar logo acima dele. Desse
denso e sobe; e o ar nas camadas mais altas da atmosfera, frio e modo, as correntes de convecção são interrompidas, e a camada de ar
1.1.4denso,
mais Inversão
desce.térmica frio junto ao solo vai acumulando poeira e poluentes atmosféricos.
Frequentemente, quando o sol aquece a superfície ter-
restre, o ar próximo ao solo é aquecido, fica mais quente e 1.1.5 Ozônio e camada de ozônio
menos denso e sobe, enquanto o ar mais frio e mais denso
das camadas superiores da atmosfera desce. Essas trocas Encontramos grandes quantidades de ozônio entre 12 e
de ar são chamadas de correntes de convecção. 50 km de altitude na atmosfera terrestre. Esse gás é forma-
No entanto, condições desfavoráveis podem provocar do a partir do oxigênio sob a ação da radiação ultravioleta.
uma alteração na disposição das camadas na atmosfera, fe- O ozônio atua com um filtro, impedindo a ação danosa
nômeno chamado de inversão térmica. A inversão térmica da radiação ultravioleta sobre as estruturas celulares dos
acontece principalmente no inverno, quando pode ocorrer um seres vivos.

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CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

Por volta de 1930, surgiu o gás CFC (clorofluorcarbono) interromperam toda a produção de CFCs. Assim, com o fim
com finalidade industrial; a empresa pioneira no uso des- da utilização dos CFCs, observa-se uma recuperação gra-
sa substância foi a General Motors. No decorrer do tempo, dual da camada de ozônio. Estima-se que ela irá estar com-
o uso dispersou-se pelo mundo, especialmente nos paí- pletamente regenerada por volta de 2065.
ses industrializados, então o CFC foi inserido em bens de
consumo, como geladeiras, ar-condicionado, sprays, entre 1.2 Poluição da água e do solo
outros. Os poluentes encontrados na atmosfera são trazidos
Nas primeiras décadas da utilização do gás, não foram de volta à superfície terrestre pelas precipitações. Uma vez
detectados prejuízos ao ambiente, mas a ideia de que ele na superfície, contaminam o solo, os lençóis freáticos, os
era inofensivo foi superada no fim da década de 1970, mo- rios, os lagos e os oceanos.
mento em que foram realizados diversos tipos de estudos A ação combinada da circulação atmosférica com as
que constataram uma modificação na camada de ozônio na precipitações pode fazer com que poluentes lançados em
Antártica. Tal observação foi feita a partir de informações um local sejam transferidos para regiões distantes de sua
obtidas por meio de imagens de satélites. Os cientistas, uti- emissão. Demonstrou-se , por exemplo, que algumas áreas
lizando os dados adquiridos, descobriram que havia ocorri- antárticas estão contaminadas por DDT, lançado em locais
do redução de 60% na camada da região. distantes dali.
Depois dessa descoberta, os cientistas estabeleceram
uma relação direta entre a emissão do gás CFC e a dimi- 1.2.1 Bioacumulação
nuição da camada de ozônio. O gás CFC expelido para a at- O acúmulo progressivo de substâncias não biode-
mosfera sobe para as camadas mais elevadas dela, onde é gradáveis de um nível trófico para outro ao longo de uma
submetido às ações dos raios ultravioleta, o que ocorre da cadeia alimentar é denominado magnificação trófica ou
seguinte forma: bioacumulação.
• o CFC se fragmenta; As substâncias bioacumuladas não são metabolizadas
• o cloro começa a interagir com o ozônio; pelos organismos ou não são biodegradáveis, de manei-
ra que suas taxas de absorção e de armazenamento são
• ocorre a degradação do ozônio.
maiores que as taxas de excreção. Além disso, elas são li-
Radiação Ultravioleta possolúveis, dissolvendo-se em gorduras e, desse modo,
fixando-se nos tecidos dos organismos. Os principais com-
postos não biodegradáveis que sofrem bioacumulação
CFCS Liberam o cloro (C)
são os metais pesados, como o mercúrio e o chumbo, e as
Estratosfera substâncias organocloradas, como o pesticida DDT.
C + O3 CO + O2
Origem: O mercúrio é usado no garimpo para fazer liga com
Aerossóis, gases o ouro, a qual se desfaz com o calor e libera vapores que
refrigeradores, Óxido de cloro
contaminam o ar e a água. Alguns fungicidas e defensivos
entre outros
agrícolas também utilizam mercúrio. O chumbo é muito
A diminuição da quantidade de ozônio resulta no au- utilizado na indústria, sendo liberado em resíduos de fá-
mento da entrada de raios ultravioleta na superfície ter- bricas e fundições. Tem deixado de ser usado como aditivo
restre, alterando toda a composição natural do clima e das à gasolina (em mistura antidetonante), devido à conscien-
paisagens, provocando algumas doenças nos seres huma- tização ambiental. O acúmulo de chumbo no organismo
nos, como câncer de pele, catarata e queda da imunidade, causa a doença conhecida como saturnismo, que provoca
podendo comprometer a vida no planeta. perturbações nervosas, nefrites crônicas e anemia.
Em baixas altitudes, entretanto, o ozônio é um gás al- Quanto mais alto for o nível trófico que uma espécie
tamente nocivo aos seres vivos, provocando irritação nos ocupa, maior será a concentração de poluentes em seus te-
olhos e problemas respiratórios. cidos. As aves e os mamíferos, por exemplo, por ocuparem
Em 1987, firmou-se um tratado internacional, co- níveis mais elevados na cadeia alimentar, podem conter
nhecido como Protocolo de Montreal, no qual as nações uma quantidade de DDT mais de um milhão de vezes maior
signatárias, cerca de 197 na época, comprometiam-se a do que a encontrada nas águas marinhas.
substituir os CFCs por gases inofensivos à ozonosfera. Em Uma série de ações conjuntas deve ser empregada para
2010, as indústrias dos países desenvolvidos oficialmente impedir a poluição causada por resíduos agrícolas e industriais:

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

• maior controle governamental sobre indústrias que reduzem a passagem de luz e dificultam as trocas de gases
produzem fertilizantes e agrotóxicos; entre a água e a atmosfera.
• controle sobre a venda de produtos comprovadamen- Animais aquáticos também são diretamente afetados
te tóxicos e perigosos como o DDT; pelo petróleo. O contato ou ingestão causa intoxicação e as-
fixia (quando recobre as brânquias de peixes).
• campanhas educativas junto aos agricultores sobre o
emprego correto de defensivos agrícolas; Além do problema da intoxicação, aves marinhas ficam
com as penas recobertas por petróleo, não conseguindo
• utilização de biotecnologia, para produção de varie- voar nem termorregular, e morrem a seguir. Os mamíferos
dades de plantas resistentes a pragas e que, por isso, marinhos com o corpo impregnado por petróleo também
dispensam o uso de defensivos agrícolas; têm sua termorregulação prejudicada.
• controle biológico de pragas.

© WIM CLAES/SHUTTERSTOCK
Carnívoro
Perdas
pela
respiração

Carnívoro

Herbívoro
DDT
1.2.4 Maré vermelha

O aumento de nutrientes inorgânicos, como nitratos e fos-


fatos, acompanhado de condições favoráveis, promove a pro-
liferação de algas Pyrrophytas (dinoflageladas) que liberam
Planta neurotoxinas que atingem cadeias alimentares marinhas.
A maré vermelha é um exemplo de amensalismo. Nes-
se tipo de relação ecológica, uma espécie libera substân-
cias tóxicas que inibem o desenvolvimento de outra.

© TAK-PHOTO/SHUTTERSTOCK
Efeito cumulativo ou magnificação trófica.
Efeito cumulativo ou Magnificação trófica.
1.2.2 Poluição atômica ou nuclear
Testes de explosões atômicas, acidentes em usinas
nucleares e o acúmulo de lixo atômico têm liberado ele-
mentos radioativos altamente prejudiciais. Temos como
exemplo o césio 137, que escapou de uma cápsula de cé-
sio de um aparelho de radioterapia descartado (em ferro-
-velho) em Goiânia; e o estrôncio-90, semelhante ao cál-
cio normal, seguindo a mesma via e provocando danos à
medula óssea.
A aglomeração de algas é percebida pela formação de uma
1.2.3 Poluição por derramamento de petróleo grande mancha avermelhada.

A contaminação das águas por petróleo bruto ocorre


normalmente em acidentes durante a extração ou trans- 1.2.5 Eutrofização
porte e pela água utilizada na lavagem dos reservatórios O lançamento excessivo de matéria orgânica em lagos
que é descartada no oceano sem tratamento. e rios promove o aumento da disponibilidade de nutrientes
As manchas de petróleo na camada superficial da água no meio, o que pode acarretar no aumento das populações

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

de algas e cianobactérias (floração). As algas superficiais em aterros sanitários apropriados, nos quais são usadas
dificultam a passagem de luz para a fotossíntese, prejudi- técnicas de tratamento e impermeabilização, o chorume
cando as algas do fundo. A morte desses organismos fo- não contaminará os lençóis freáticos. Além disso, o metano
tossintetizantes aumenta o acúmulo de matéria orgânica (CH4) derivado da decomposição do lixo não será liberado
morta e contribui para a reprodução e o aumento exagera- na atmosfera.
do de populações de bactérias decompositoras aeróbias. Grande parte dos resíduos sólidos inorgânicos pode
O elevado consumo de oxigênio por essas bactérias ser reciclada, como papéis, plásticos, vidros e metais. Nes-
leva à diminuição da concentração de oxigênio na água, se processo, a matéria-prima contida em embalagens e
causando a morte de vários organismos aquáticos aeró- outros produtos é reaproveitada para a produção de novos
bios, como peixes, algas e as próprias bactérias aeróbias. materiais. Dessa forma, pode-se diminuir a quantidade de
Com a falta de oxigênio e o aumento da disponibilidade de lixo que vai para os lixões e aterros sanitários, ao mesmo
matéria orgânica morta causado pela morte dos indivíduos, tempo em que se conservam os recursos naturais.
as bactérias decompositoras anaeróbias aumentam em A parcela orgânica do lixo urbano, ou mesmo os resí-
número e realizam a decomposição anaeróbia, processo duos provenientes da agropecuária, pode ser convertida em
que libera gases como o sulfeto de hidrogênio, o que pode biogás por meio de biodigestores. Nesse processo, bactérias
causar mau cheiro. anaeróbias decompõem os resíduos orgânicos e produzem
diversos gases como subprodutos, principalmente o metano
© MIKHAIL SEDOV/SHUTTERSTOCK

(ou gás natural), que pode ser usado como combustível ou


empregado na produção de energia elétrica. Além disso, os
materiais sólidos que se acumulam nos biodigestores po-
dem ser usados como fertilizantes na agricultura.

© TIAGO ABREU/WIKIPEDIA COMMONS


Rio eutrofizado.

1.2.6 Lixo urbano


A coleta e o descarte de centenas de toneladas diárias de
lixo representam um grave problema ambiental e econômico. Aterro sanitário de Goiânia.
Entre as soluções mais comuns estão: a incineração,
que reduz o volume de lixo; ou a criação de aterros sani-
tários, o que diminui o contato das pessoas com o lixo. A Compostagem: processo biológico aeróbio em
incineração gera gases poluentes na atmosfera e aterros que microrganismos transformam matéria orgâni-
podem causar a contaminação do solo e do lençol freático. ca, como folhas, papel e restos de comida, em um
material semelhante ao solo. Este produto, chama-
Milhões de toneladas de lixo são produzidas todos os
do composto, é usualmente utilizado como adubo.
dias nas grandes cidades. Esses resíduos incluem mate-
riais orgânicos, como restos de vegetais e animais usados
na alimentação, e inorgânicos, como vidros, plásticos, lati-
nhas etc. Se descartados de forma inadequada, os resíduos
sólidos tornam-se uma fonte de doenças e de poluição do 2. A ação do homem
solo, do ar e do lençol freático. Alguns problemas ambien-
tais podem ser causados pelo descarte inadequado do lixo, 2.1 Desmatamento
como a formação e a lixiviação do chorume, um derivado
do processo de decomposição do lixo, sendo um líquido or- O desmatamento é um processo em escala global as-
gânico, escuro e de odor forte. Se o lixo for acondicionado sociado ao aumento da densidade demográfica e das ativi-
dades econômicas e produtivas que a seguem.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

Dessa forma, podemos apontar a produção agro- ção e do desmatamento. Com a perda do seu ambiente
pecuária, a expansão das cidades e o extrativismo natural, vários grupos de indivíduos morrem ou migram
como principais responsáveis pela perda de mais da para outras áreas, o que provoca redução ou extinção
metade da vegetação natural do mundo nos últimos 3 das populações.
séculos.
A caça e pesca são responsáveis por um impacto ne-
gativo no número de indivíduos de várias espécies, além
© RICH CAREY/SHUTTERSTOCK

da exploração ilegal de madeira e de algumas plantas,


como o xaxim. O tráfico de animais e plantas silvestres
(biopirataria) também dificulta a conservação de várias
espécies ameaçadas de extinção.
A introdução de espécies que normalmente não são
encontradas em determinado ambiente, ou seja, espé-
cies exóticas, também é uma ameaça à biodiversidade.
As espécies exóticas consideradas invasoras não têm
predadores naturais no ambiente em que foram intro-
duzidas e podem reproduzir-se e competir por espaço

O extrativismo vegetal é uma das principais causas do des-


e alimento com espécies nativas, alterando a estrutura
matamento. do ecossistema.

A atividade de extrativismo vegetal é extremamente Um exemplo é o do mexilhão-dourado (Limnoperna


importante em vários países como o Brasil, com predo- fortunei), um molusco de água doce originário da China
mínio de florestas tropicais, assim como a Indonésia e o e do sudoeste da Ásia. Foi trazido para a América do
Canadá, com florestas temperadas, e essa extração co- Sul por meio da água de lastro de navios. Esse mexi-
loca em risco diversos tipos de vegetações distribuídas lhão provoca a obstrução de tubulações de captação
no mundo. de água, prejudica filtros de indústrias e usinas hi-
As principais consequências da retirada da cobertura droelétricas, danifica motores de embarcações, dentre
vegetal nativa são: outros.
• perda de biodiversidade; Como visto neste capítulo, a poluição também é uma
• erosão e empobrecimento do solo; das causas da perda de biodiversidade, pois provoca a
morte de indivíduos, leva ao desenvolvimento de doenças
• assoreamento de rios devido à destruição da mata
ciliar; e causa desequilíbrios no ecossistema.

• mudanças no microclima; © MARSHMAN/WIKIPEDIA COMMONS

• desertificação.

2.2 Impacto na biodiversidade


Biodiversidade é a variedade de espécies que exis-
tem na Terra. Observa-se uma progressiva diminuição da
biodiversidade, apesar da importância de cada organismo
vivo para o ecossistema como um todo.
Dentre os principais motivos causadores do impacto
na biodiversidade estão: a fragmentação ou destruição de
hábitat, o modo como os recursos naturais são utilizados,
a introdução de espécies exóticas, e a poluição.
O caramujo africano Achatina fulica é uma espécie exótica in-
A fragmentação ou destruição de hábitat é conse- vasora que se alastrou por quase todo o Brasil e tornou-se
quência do agravamento do efeito estufa, da urbaniza- uma praga agrícola.

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CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 1. Identificar os principais tipos de impactos causa- efeito estufa são
dos pela atividade humana ao meio ambiente.
(a) chuva ácida e destruição da camada de ozônio.
Objetivo 2. Descrever e explicar as interações de tais impactos
com processos biológicos. (b) alagamento e inversão térmica.

F1. (Enem) (c) erosão e extinção das espécies.

De acordo com o relatório “A grande sombra da pecuá- (d) poluição das águas e do solo.
ria” (Livestock’s Long Shadow), feito pela Organização (e) queimada e desmatamento.
das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimenta-
ção, o gado é responsável por cerca de 18% do aque- Objetivo 1. Identificar os principais tipos de impactos causa-
cimento global, uma contribuição maior que a do setor dos pela atividade humana ao meio ambiente.
de transportes. Objetivo 2. Descrever e explicar as interações de tais impactos
com processos biológicos.

F3. (Enem)
Suponha que um pesticida lipossolúvel que se acumu-
la no organismo após ser ingerido tenha sido utiliza-
do durante anos na região do Pantanal, ambiente que
tem uma de suas cadeias alimentares representadas
no esquema:
Plâncton → Pulga-D’Água → Lambari → Piranha →
Tuiuiú
Um pesquisador avaliou a concentração do pesticida
nos tecidos de lambaris da região e obteve um resul-
A criação de gado em larga escala contribui para o tado de 6,1 partes por milhão (ppm).
aquecimento global por meio da emissão de Qual será o resultado compatível com a concentração
(a) metano durante o processo de digestão. do pesticida (em ppm) nos tecidos dos outros compo-
nentes da cadeia alimentar?
(b) óxido nitroso durante o processo de ruminação.
(c) clorofluorcarbono durante o transporte de carne. PULGA-
PLÂNCTON PIRANHA TUIUIÚ
-D’ÁGUA
(d) óxido nitroso durante o processo respiratório.
(a) 15,1 10,3 4,3 1,2
(e) dióxido de enxofre durante o consumo de pas-
(b) 6,1 6,1 6,1 6,1
tagens.
(c) 2,1 4,3 10,4 14,3

Objetivo 1. Identificar os principais tipos de impactos causa- (d) 2,1 3,9 4,1 2,3
dos pela atividade humana ao meio ambiente. (e) 8,8 5,8 5,3 9,6
Objetivo 2. Descrever e explicar as interações de tais impactos
com processos biológicos.
Objetivo 1. Identificar os principais tipos de impactos causa-
F2. (Enem) dos pela atividade humana ao meio ambiente.
Algumas estimativas apontam que, nos últimos cem Objetivo 2. Descrever e explicar as interações de tais impactos
anos, a concentração de gás carbônico na atmosfera com processos biológicos.
aumentou em cerca de 40%, devido principalmente à
F4. (UFPR-PR)
utilização de combustíveis fósseis pela espécie huma-
na. Alguns estudos demonstram que essa utilização O fenômeno da eutrofização da água, causado pelo ex-
em larga escala promove o aumento do efeito estufa. cesso de esgoto despejado em lagoas, pode ser expli-
Outros fatores de origem antrópica que aumentam o cado da seguinte forma:

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CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

(a) proliferação de microrganismos decomposito- poluentes, dentre outros. Sobre isso, estão listadas al-
res, devido a um aumento de teor de matéria gumas afirmativas. Analise-as.
orgânica, com consequente diminuição da quan- I. As substâncias da decomposição de organoclo-
tidade de oxigênio presente na água. rados, presentes em muitos agrotóxicos, acumu-
(b) diminuição da quantidade de microrganismos lam-se nos tecidos dos organismos e passam
decompositores, devido a um aumento no teor inalteradas pela cadeia alimentar.
de matéria orgânica, com consequente diminui- II. A poluição por elementos radioativos provoca
ção da quantidade de oxigênio presente na água. doenças de vários tipos em humanos e outros
(c) proliferação de microrganismos decomposito- animais, como câncer, lesões nos tecidos e mu-
res, devido a um aumento no teor de matéria tações genéticas.
orgânica, com consequente aumento da quanti- III. As combustões incompletas de alguns combus-
dade de oxigênio presente na água. tíveis podem produzir, além de monóxido de car-
(d) diminuição da quantidade de microrganismos de- bono, alguns hidrocarbonetos gasosos e óxidos
compositores, devido a uma diminuição no teor de nitrogênio, nocivos ao meio ambiente e ao ser
de matéria orgânica, com consequente aumento humano.
da quantidade de oxigênio presente na água. IV. Eutrofização é o aumento excessivo de nutrien-
(e) diminuição da quantidade de microrganismos tes na água, decorrente de resíduos urbanos,
decompositores, devido a um aumento no teor industriais ou agrícolas. Isso provoca o cresci-
de matéria orgânica, com consequente aumento mento exagerado de certos organismos, espe-
na quantidade de oxigênio presente na água. cialmente bactérias anaeróbicas, que passam a
consumir grande parte do oxigênio.
Objetivo 3. Avaliar consequências a longo prazo da ação do V. Nos aterros sanitários, o solo é preparado de
homem, estabelecendo possíveis soluções para a redução dos forma a receber a impermeabilização e impedir
problemas.
que o lixo contamine o solo e o lençol freático.
F5. (UPE-PE) Estão corretas apenas
O planeta atravessa uma grande transformação acar- (a) I, III e IV. (d) I, II e IV.
retada pelo uso inadequado dos recursos naturais,
(b) III e V. (e) II e IV.
consumo exagerado de matéria-prima, emissão de
(c) II, III e V.

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
(d) complexa a proteínas da cadeia respiratória.
E1. (PUC-RJ)
(e) obstrui os brônquios, enrijecendo os alvéolos
Na Linha Amarela, via existente na zona Oeste da cida- pulmonares.
de do Rio de Janeiro, existe uma operação denomina-
da “túnel limpo”, que consiste em promover medidas E2. (Enem)
que evitem que os carros fiquem parados e ligados
A maior parte dos veículos de transporte atual-
em engarrafamento no interior do túnel. Caso o movi-
mente é movida por motores a combustão que uti-
mento seja muito grande, o engarrafamento acontece
lizam derivados de petróleo. Por causa disso, esse
a céu aberto. A razão principal desta medida é evitar
setor é o maior consumidor de petróleo do mundo,
que as pessoas respirem monóxido de carbono pro-
com altas taxas de crescimento ao longo do tempo.
duzido pela combustão parcial dos combustíveis. Este
gás é considerado extremamente tóxico porque: Enquanto outros setores têm obtido bons resulta-
dos na redução do consumo, os transportes tendem
(a) se liga à hemoglobina, competindo com o O2. a concentrar ainda mais o uso de derivados do óleo.
(b) se combina com o O2, formando O3 e CO2.
MURTA, A. Energia: o vício da civilização.
(c) se liga às células do pulmão, dificultando a Rio de Janeiro: Garamond, 2011. (Adaptado.)
hematose.

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CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

Um impacto ambiental da tecnologia mais empregada lago tem prejudicado o ambiente por décadas, com
pelo setor de transportes e uma medida para promo- problemas como a pesca sem prudência, poluição e
ver a redução do seu uso, estão indicados, respectiva- proliferação de algas tóxicas.
mente, em:
(a) aumento da poluição sonora – construção de
barreiras acústicas.
(b) incidência da chuva ácida – estatização da in-
dústria automobilística.
(c) derretimento das calotas polares – incentivo aos
transportes de massa.
(d) propagação de doenças respiratórias – distribui-
ção de medicamentos gratuitos.
(e) elevação das temperaturas médias – criminali-
zação da emissão de gás carbônico. Algas verdes em abundância na superfície de lago.

Durante os meses de verão, o lago Erie, juntamente


E3. (Enem)
com o resto dos cinco grandes lagos é impregnado por
Se por um lado a Revolução Industrial instituiu um enormes quantidades de algas verdes, muitas vezes
novo patamar de tecnologia e, com isso, uma melho-
com milhares de quilômetros quadrados de extensão.
ria na qualidade de vida da população, por outro lado
As algas flutuam na superfície e se multiplicam rapi-
os resíduos decorrentes desse processo podem se
damente, e quando elas morrem, vão para o fundo do
acumular no ar, no solo e na água, causando desequi-
líbrios no ambiente. O acúmulo dos resíduos prove- lago, onde se deterioram e absorvem o oxigênio da
nientes dos processos industriais que utilizam com- água, criando zonas mortas onde a maioria dos ani-
bustíveis fósseis traz como consequência o(a) mais aquáticos não consegue sobreviver.” A reporta-
(a) eutrofização dos corpos-d’água, aumentando a gem melhor descreve o fenômeno denominado:
produtividade dos sistemas aquáticos. (a) fossitetização.
(b) precipitação de chuvas ácidas, danificando flo- (b) eutrofização.
restas, ecossistemas aquáticos e construções.
(c) cissiparidade.
(c) mudança na salinidade dos mares, provocando a
(d) decomposição.
mortalidade de peixes e demais seres aquáticos.
(d) acúmulo de detritos, causando entupimento de (e) antropização.
bueiros e alagamento das ruas.
E5. (UFPR-PR)
(e) presença de mosquitos, levando à disseminação
de doenças bacterianas e virais. Algumas populações de humanos têm sua dieta ba-
seada em carne de peixe. Para as populações que vi-
E4. (FTESM-RJ) vem à beira de rios poluídos por mercúrio, por exem-
O lago mais gosmento do mundo é completamen- plo, é mais prejudicial comer peixes carnívoros do que
te impregnado de algas tóxicas. (Sáb, 5 de abril de peixes herbívoros porque
2014 15:44 Priscila Nayade, Jornal Ciência, R7) “O (a) os peixes carnívoros se alimentam de qualquer
lago Erie é o quarto maior dos cinco grandes lagos tipo de organismo, aumentando a chance de
da América do Norte, e o décimo primeiro maior lago
contaminação por substâncias tóxicas além do
do mundo, por área de superfície. Esse lago, além
mercúrio.
de fornecer água potável para a população vizinha,
é uma fonte para muitos comércios fluviais e nave- (b) os peixes herbívoros não ficam expostos ao
gações. A vazão do lago Erie gira as turbinas enor- mercúrio por muito tempo, diminuindo as chan-
mes nas Cataratas do Niágara, que fornecem energia ces de contaminar os humanos.
hidrelétrica para o Canadá e os EUA. O desenvolvi-
(c) os peixes carnívoros ficam expostos também ao
mento industrial intensivo ao longo das margens do
mercúrio presente no ar.

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CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

(d) os peixes carnívoros acumulam o mercúrio em (e) gás liquefeito de petróleo, obtido pela decom-
seu organismo quando se alimentam de outros posição de vegetais presentes nos restos de
organismos, inclusive dos peixes herbívoros. comida.
(e) os peixes herbívoros não acumulam mercúrio
em seus tecidos. E8. (PUC-RJ)
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente brasi-
E6. (UEA-AM) leiro, espécies exóticas invasoras são reconhecidas,
O governo do Amazonas regulamentou a licença atualmente, como uma das maiores ameaças biológi-
ambiental para o garimpo, liberando o uso de mer- cas ao meio ambiente, com enormes prejuízos à eco-
cúrio na separação do ouro de outros materiais. A nomia, à biodiversidade e aos ecossistemas naturais,
utilização do metal é polêmica, porque polui os rios além dos riscos à saúde humana. Essas espécies são
e contamina peixes e seres humanos, podendo pro- consideradas a segunda maior causa de perda de bio-
vocar intoxicação e lesões no sistema nervoso. Há 20 diversidade, após as alterações de hábitat. Assinale a
anos, ecologistas pediram a proibição do uso do mer- alternativa que mostra os tipos de relações envolvidas
cúrio na Carta da Terra Eco-92. na extinção de espécies nativas por espécies invaso-
Disponível em: <www.folha.com.br>. ras exóticas.

Considerando o texto e uma rede alimentar formada (a) Competição intraespecífica, predação e parasi-
por plantas aquáticas, moluscos e crustáceos, peixes tismo.
herbívoros, peixes carnívoros e botos-cinza e cor-de- (b) Canibalismo, amensalismo e predação.
-rosa, as maiores concentrações de mercúrio serão (c) Competição interespecífica, predação e comen-
observadas nos tecidos salismo.
(a) dos peixes herbívoros.
(d) Canibalismo, mutualismo e predação.
(b) dos botos-cinza e cor-de-rosa.
(e) Competição interespecífica, predação e parasi-
(c) das plantas aquáticas. tismo.
(d) dos moluscos e crustáceos.
E9. (Enem)
(e) dos peixes carnívoros.
Devido ao aquecimento global e à consequente di-
E7. (Enem) minuição da cobertura de gelo no Ártico, aumenta a
distância que os ursos polares precisam nadar para
O potencial brasileiro para transformar lixo em ener-
encontrar alimentos. Apesar de exímios nadadores,
gia permanece subutilizado — apenas pequena parte
eles acabam morrendo afogados devido ao cansaço.
dos resíduos brasileiros é utilizada para gerar ener-
gia. Contudo, bons exemplos são os aterros sanitários, A situação descrita acima
que utilizam a principal fonte de energia ali produzida. (a) enfoca o problema da interrupção da cadeia ali-
Alguns aterros vendem créditos de carbono com base mentar, o qual decorre das variações climáticas.
no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), do (b) alerta para prejuízos que o aquecimento global
Protocolo de Kyoto. pode acarretar à biodiversidade no Ártico.
Essa fonte de energia subutilizada, citada no texto, é o
(c) ressalta que o aumento da temperatura decor-
(a) etanol, obtido a partir da decomposição da maté- rente de mudanças climáticas permite o surgi-
ria orgânica por bactérias. mento de novas espécies.
(b) gás natural, formado pela ação de fungos de- (d) mostra a importância das características das
compositores da matéria orgânica. zonas frias para a manutenção de outros biomas
(c) óleo de xisto, obtido pela decomposição da ma- na Terra.
téria orgânica pelas bactérias anaeróbias. (e) evidencia a autonomia dos seres vivos em rela-
(d) gás metano, obtido pela atividade de bactérias ção ao hábitat, visto que eles se adaptam rapi-
anaeróbias na decomposição da matéria orgânica. damente às mudanças nas condições climáticas.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

E10. (Uerj-RJ-Adaptado)

concentração de metal
5
No gráfico ao lado, está indicada a concentra-
ção de um metal pesado no corpo de vários
habitantes de um lago, bem como a concen- 4

tração do isótopo de nitrogênio 15N cujos va-


lores mais elevados estão associados a níveis 3
crescentes na cadeia alimentar.
A curva de concentração de metal, nesses se-
res vivos, pode ser explicada pelo processo de: 2

(a) magnificação trófica.


(b) eutrofização do lago. 1

(c) interrupção do fluxo de energia.


(d) retenção de matéria orgânica em consu- 0
concentração de 15N
midores maiores.
Disponível em:<boundless.com>.
Adaptado de boundless.com
E11. (Uerj-RJ) (Adaptado.)

O lançamento de esgoto in natura em mares, rios e lagos constitui uma catástrofe para o
meio ambiente. A alta concentração de matéria orgânica favorece, inicialmente, a prolife-
ração de organismos decompositores aeróbios. Observa-se, posteriormente, a morte de
peixes e a liberação de ácido sulfídrico, principal causador de mau cheiro. Identifique a
relação entre a proliferação de organismos aeróbios decompositores e a morte de peixes.
Em seguida, explique como ocorre o aumento da produção de ácido sulfídrico.

E12. (Enem)
Nos últimos 50 anos, as temperaturas de inverno na península antártica subiram
quase 6º C. Ao contrário do esperado, o aquecimento tem aumentado a precipitação
de neve. Isso ocorre porque o gelo marinho, que forma um manto impermeável sobre
o oceano, está derretendo devido à elevação de temperatura, o que permite que mais
umidade escape para a atmosfera. Essa umidade cai na forma de neve.
Logo depois de chegar a essa região, certa espécie de pinguins precisa de solos nus
para construir seus ninhos de pedregulhos. Se a neve não derrete a tempo, eles põem seus
ovos sobre ela. Quando a neve finalmente derrete, os ovos se encharcam de água e goram.
Scientific American Brasil, ano 2, n. 21, 2004, p. 80. (Adaptado.)

A partir do texto, analise as seguintes afirmativas.


I. O aumento da temperatura global interfere no ciclo da água na península antártica.
II. O aquecimento global pode interferir no ciclo de vida de espécies típicas de re-
gião de clima polar.
III. A existência de água em estado sólido constitui fator crucial para a manutenção
da vida em alguns biomas.
É correto o que se afirma
(a) apenas em I. (c) apenas em I e II. (e) em I, II e III.
(b) apenas em II. (d) apenas em II e III.

E13. (Fuvest-SP)
O inseticida DDT, de uso proibido no Brasil, é acumulado ao longo das cadeias alimen-
tares, sendo absorvido pelos produtores, passando para os consumidores primários,

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

desses para os consumidores secundários e assim À luz da Química Verde, métodos devem ser desenvol-
por diante. Após a utilização ilegal de DDT, em uma vidos para eliminar ou reduzir a poluição do ar causa-
plantação, foi avaliada a porcentagem da substância da especialmente pelas
acumulada na cadeia alimentar a seguir: (a) hidrelétricas. (d) fontes de energia solar.
alfaces → insetos → sapos. (b) termelétricas. (e) fontes de energia eólica.
Espera-se obter a menor e a maior concentração de (c) usinas geotérmicas.
DDT, respectivamente, em:
(a) alfaces e insetos. (d) insetos e alfaces. E16. (Enem)
(b) sapos e insetos. (e) alfaces e sapos. Parte do gás carbônico da atmosfera é absorvida
(c) insetos e sapos. pela água do mar. O esquema representa reações que
ocorrem naturalmente, em equilíbrio, no sistema am-
E14. (UPM-SP) biental marinho. O excesso de dióxido de carbono na
Considere as seguintes ocorrências poluidoras: atmosfera pode afetar os recifes de corais.
1
I. Fenômeno provocado por poluentes atmosféri- Dióxido de carbono Menos Mais
atmosférico ácido ácido
cos emitidos pela queima de carvão mineral e CO2
diesel, como o dióxido de enxofre, que pode ori-
ginar o ácido sulfúrico. 2 3
Dióxido de carbono Ácido
dissolvido Água carbônico Íons hidrogênio
II. Fenômeno que pode causar mudanças climáti- CO2 + H2O H2CO3
H+
cas globais e a elevação do nível dos mares.
III. No inverno, é frequente ocorrer a retenção de Íons bicarbonato
poluentes atmosféricos próximos ao solo. HCO3– Íons carbonato
CO32–
IV. Leva à proliferação de bactérias aeróbicas que
Conchas
consomem o gás oxigênio da água, causando a deformadas
morte de peixes e outros organismos aquáticos.
I, II, III e IV correspondem, respectivamente, aos se- Disponível em: <http://news.bbc.co.uk>. Acesso em: maio de
2014. (Adaptado.)
guintes tipos de eventos poluidores:
(a) chuva ácida, efeito estufa, inversão térmica e eu- O resultado desse processo nos corais é o(a)
trofização. (a) seu branqueamento, levando à sua morte e
(b) chuva ácida, eutrofização, inversão térmica e extinção.
efeito estufa. (b) excesso de fixação de cálcio, provocando calcifi-
(c) efeito estufa, chuva ácida, inversão térmica e eu- cação indesejável.
trofização. (c) menor incorporação de carbono, afetando seu
metabolismo energético.
(d) eutrofização, chuva ácida, efeito estufa e inver-
são térmica. (d) estímulo da atividade enzimática, evitando a
descalcificação do esqueleto.
(e) inversão térmica, eutrofização, efeito estufa e
chuva ácida. (e) dano à estrutura dos esqueletos calcários, dimi-
nuindo o tamanho das populações.
E15. (Enem)
Química Verde pode ser definida como a criação, E17. (Enem)
o desenvolvimento e a aplicação de produtos e pro- O uso de defensivos agrícolas é preocupante pela sua
cessos químicos para reduzir ou eliminar o uso e a toxidade aos ecossistemas, tanto ao meio biótico como
geração de substâncias nocivas à saúde humana e ao abiótico, afetando as cadeias alimentares. Alguns de-
ambiente. Sabe-se que algumas fontes energéticas fensivos, como o DDT (diclorodifeniltricloroetano), por
desenvolvidas pelo homem exercem, ou têm poten- serem muito estáveis, entram nas cadeias alimenta-
cial para exercer, em algum nível, impactos ambien- res e permanecem nos ecossistemas.
tais negativos. Com base nas informações e na figura, o elo da cadeia
CORRÊA, A. G.; ZUIN, V. G. (Orgs.). Química Verde: fundamentos alimentar que apresentará as maiores concentrações
e aplicações. São Carlos: EdUFSCar, 2009. do defensivo é o do(a)

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

(d) proliferação de líquens, que são associações


entre algas unicelulares componentes do fi-
toplâncton e fungos. O termo maré vermelha
decorre da produção de pigmentos pelas algas
marinhas associadas ao fungo.
(e) explosão populacional de algas unicelulares do
grupo das Pyrrofitas, componentes do fitoplâncton.
A liberação de toxinas afeta a fauna circunvizinha.

PASCHOAL, A.D. Pragas, praguicidas e a crise ambiental:


E19. (Enem)
problemas e soluções. Rio de Janeiro: FGV, 1979. (Adaptado.) A eutrofização é um dos fenômenos responsáveis pela
(a) sapo, devido ao tempo de vida ser longo, acumu- mortalidade de parte das espécies aquáticas e, em re-
lando maior quantidade de compostos tóxicos ao giões próximas a centros urbanos, pela perda da qua-
lidade de vida da população. Um exemplo é a Lagoa da
longo da vida.
Pampulha, um dos mais conhecidos pontos turísticos
(b) cobra, devido à digestão lenta dos alimentos,
da capital de Minas Gerais, onde as atividades de pes-
resultando na concentração dos compostos tóxi-
ca e nado não são mais permitidas. Para evitar a ocor-
cos neste organismo.
rência desse fenômeno em lagos deve-se
(c) gafanhoto, devido ao elevado consumo de milho, (a) manter inalterado seu volume de água.
resultando em altas concentrações dos compos-
(b) aumentar a população de algas planctônicas.
tos tóxicos no seu organismo.
(c) diminuir o teor de nutrientes despejados nas
(d) milho, devido à aplicação direta de defensivo na águas.
gramínea, gerando altas concentrações de com-
(d) impedir a fotossíntese das algas abaixo da
postos tóxicos em toda a planta. superfície.
(e) gavião, devido à acumulação de compostos tóxi- (e) aumentar a população de espécies do topo da
cos ao longo da cadeia alimentar, resultando nas cadeia alimentar.
maiores concentrações.
E20. (Enem)
E18. (Unesp-SP)
Chamamos de lixo a grande diversidade de resíduos
Maré vermelha deixa litoral em alerta sólidos de diferentes procedências, como os gerados
Uma mancha escura formada por um fenômeno em residências. O aumento na produção de resíduos
conhecido como “maré vermelha” cobriu ontem uma sólidos leva à necessidade de se pensar em maneiras
parte do canal de São Sebastião [...] e pode provocar a adequadas de tratamento. No Brasil, 76% do lixo é dis-
morte em massa de peixes. A Secretaria de Meio Am- posto em lixões e somente 24% tem como destino um
biente de São Sebastião entrou em estado de alerta. tratamento adequado, considerando os aterros sanitá-
O risco para o homem está no consumo de ostras e rios, as usinas de compostagem ou a incineração.
moluscos contaminados. FADINI, P. S.; FADINI, A. A. A. Lixo: desafios e compromissos.
Jornal “Vale Paraibano”, 1 fev. 2013. Química Nova na Escola, maio 2001. (Adaptado.)

A maré vermelha é causada por Comparando os tratamentos descritos, as usinas de com-


postagem apresentam como vantagem serem o destino
(a) proliferação de algas macroscópicas do grupo
das rodófitas, tóxicas para consumo pelo ho- (a) que gera um produto passível de utilização na
mem ou pela fauna marinha. agricultura.

(b) proliferação de bactérias que apresentam em (b) onde ocorre a eliminação da matéria orgânica
seu hialoplasma o pigmento vermelho ficoeri- presente no lixo.
trina. As toxinas produzidas por essas bactérias (c) mais barato, pois não implica custos de trata-
afetam a fauna circunvizinha. mento nem controle.
(c) crescimento de fungos sobre material orgânico (d) que possibilita o acesso de catadores, pela dis-
em suspensão, material este proveniente de es- posição do lixo a céu aberto.
gotos lançados ao mar nas regiões das grandes (e) em que se podem utilizar áreas contaminadas
cidades litorâneas. com resíduos de atividades de mineração.

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CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

organização podem ser citados a População, a Comu-


E21. (UEMA-MA)
nidade e o Ecossistema.
As atividades econômicas praticadas na região da
(a) As figuras adiante representam a biomassa de
Amazônia, tais como o garimpo, a extração de madei-
níveis tróficos em dois tipos de ecossistemas.
ras e os grandes projetos que demandam a explora-
Relacione cada uma das figuras com um ecos-
ção ambiental, são causas de impactos ambientais e
sistema. Justifique.
de agravos à saúde, como desmatamento das barran-
cas dos cursos d’água, com o assoreamento dos rios,
o descontrole das cheias e a escassez de caça e de
pesca, e, no caso específico do garimpo, o mercúrio
jogado nas águas pode ser posteriormente ingerido
pelas pessoas, causando como efeito mais deletério
as anomalias de formação de fetos humanos.
(b) Explique como o dióxido de enxofre (SO2), libe-
LIMA, Deborah e POZZOBON, Jorge. Estudos avançados,
rado na atmosfera por diversas indústrias, pode
19, 54, 2005.
afetar as populações dos diferentes níveis trófi-
Em relação às causas e consequências do desmata- cos da pirâmide A.
mento é correto afirmar, com base no texto, que
(a) a contaminação humana pelo mercúrio ocorre E24. (Enem)
diretamente por ingestão do peixe contaminado. Os botos-cinza (Sotalia guianensis), mamíferos da
(b) o desmatamento das barrancas contribui para o família dos golfinhos, são excelentes indicadores da
acúmulo de CO2 no ar atmosférico. poluição das áreas em que vivem, pois passam toda a
(c) o mercúrio é ingerido na forma oxidada. sua vida – cerca de 30 anos – na mesma região. Além
disso, a espécie acumula mais contaminantes em seu
(d) o assoreamento do leito dos rios não compro-
organismo, como o mercúrio, do que outros animais
mete o curso natural da água.
da sua cadeia alimentar.
(e) a diminuição da quantidade de pescado pode ocor-
MARCOLINO, B. Sentinelas do mar. Disponível em: <http://
rer pela maior disponibilidade de oxigênio na água. cienciahoje.uol.com.br>. Acesso em: ago. 2012. (Adaptado.)

E22. (Fuvest-SP) Os botos-cinza acumulam maior concentração dessas


Nos últimos anos, tem aumentado o número de espé- substâncias porque
cies de anfíbios em extinção, mesmo quando esses (a) são animais herbívoros.
animais habitam áreas pouco exploradas, como as (b) são animais detritívoros.
partes mais altas das montanhas. (c) são animais de grande porte.
(a) Ovos ou embriões de certos anfíbios tornam-se (d) digerem o alimento lentamente.
inviáveis, quando o pH do meio é igual ou inferior (e) estão no topo da cadeia alimentar.
a 5 ou quando há excesso de incidência de raios
ultravioleta. Cite dois eventos decorrentes da ati- E25. (Enem)
vidade humana que contribuem diretamente para A liberação de gases clorofluorcarbono (CFC) na at-
a intensificação desses fatores ambientais que mosfera pode provocar depleção de ozônio (O3) na es-
determinam a mortalidade dos ovos e embriões. tratosfera. O ozônio estratosférico é responsável por
(b) O aquecimento global tem aumentado a incidên- absorver parte da radiação ultravioleta emitida pelo
cia de uma doença de pele causada por fungos Sol, a qual é nociva aos seres vivos. Esse processo,
(micose) em sapos adultos. na camada de ozônio, é ilustrado simplificadamente
na figura. Quimicamente, a destruição do ozônio na at-
• Que tipo de relação ecológica ocorre entre o fungo
mosfera por gases CFCs é decorrência da
causador da micose e o sapo?
• Cite uma função vital diretamente afetada pelo com- Legenda
prometimento da pele do sapo. C
+ F
E23. (Unicamp-SP) hv Cℓ
O
Os seres vivos têm níveis de organização acima do
organismo, e a Ecologia é a área da Biologia que es-
+
tuda as relações entre os organismos e destes com
o ambiente em que vivem. Dentre os vários níveis de

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CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

(a) clivagem da molécula de ozônio pelos CFCs para redução registrada no Ártico nos últimos 30 anos po-
produzir espécies radicalares. dem ser creditados a atividades humanas [...]
(b) produção de oxigênio molecular a partir de ozô- O Globo, 20 set. 2012.
nio, catalisada por átomos de cloro.
A seguir, são descritas três “atividades humanas”:
(c) oxidação do monóxido de cloro por átomos de oxigê-
I. Os aumentos de queimadas e da utilização de
nio para produzir átomos de cloro.
combustíveis fósseis têm contribuído para au-
(d) reação direta entre os CFCs e o ozônio para pro-
mentar a concentração de gás carbônico na at-
duzir oxigênio molecular e monóxido de cloro.
mosfera.
(e) reação de substituição de um dos átomos de
II. A inundação de grandes áreas de florestas para
oxigênio na molécula de ozônio por átomos de
a construção de represas tem aumentado a con-
cloro. centração do gás metano na atmosfera.
III. A queima crescente de diesel e carvão provoca
E26. (FTESM-RJ)
aumento da concentração de SO2 e de NO2 que,
Camada de gelo no Ártico se reduz ao menor tama-
aumentando a possibilidade de chuvas ácidas,
nho já registrado Em relação ao mínimo de 2007, houve
desfolham árvores.
uma redução percentual no tamanho da cobertura de
gelo de 18%; placas estão mais perdendo tamanho e Assinale:
espessura A cobertura de gelo do Ártico alcançou, no (a) se apenas a citação I estiver correta.
último domingo, 16 de setembro, o menor tamanho já (b) se apenas a citação II estiver correta.
registrado, desde que medições começaram a ser feitas (c) se apenas as citações I e III estiverem corretas.
no local, em 1979. Segundo anúncio feito pelo National (d) se apenas as citações II e III estiverem corretas.
Snow&Ice Data Center (NSIDC), (...) cerca de 60% da (e) se todas as citações estiverem corretas.

E27. (Fuvest-SP)
Leia o texto e observe a ilustração. O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara – PDBG – foi concebido para
melhorar as condições sanitárias e ambientais da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Verifique a distribuição,
a situação e as fases de operação das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) do PDBG.

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CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

Considerando essas informações, é correto afirmar: (c) ilustram a interdependência das diversas for-
(a) a área mais atendida em relação à mitigação mas de vida (animal, vegetal e outras) e o seu
da poluição encontra-se no sudeste da Baía de hábitat.
Guanabara, pois possui maior número de es- (d) indicam a alta resistência do meio ambiente à
tações que atuam em todos os níveis de trata- ação do homem, além de evidenciar a sua sus-
mento de esgoto. tentabilidade mesmo em condições extremas
(b) o tratamento do esgoto objetiva a diminuição da de poluição.
poluição das águas, poluição essa causada pela (e) evidenciam a grande capacidade animal de se
introdução de substâncias artificiais ou pelo au- adaptar às mudanças ambientais, em contras-
mento da concentração de substâncias naturais te com a baixa capacidade das espécies ve-
no ambiente aquático existente. getais, que estão na base da cadeia alimentar
(c) a Baía de Guanabara encontra-se ainda poluí- hídrica.
da, em razão de as ETEs existentes reciclarem
apenas o lodo proveniente dos dejetos, sendo os E29. (UEG-GO)
materiais do nível primário despejados sem tra- Há aproximadamente dois anos, a Lagoa Rodrigo de
tamento no mar. Freitas, na Zona Sul do Rio de Janeiro, amanheceu co-
(d) a elevada concentração de resíduos sólidos des- berta por mais de 12 toneladas de peixes mortos. A
pejados na Baía de Guanabara, tais como plás- Secretaria Municipal de Meio Ambiente explicou que
ticos, latas e óleos, acaba por provocar intensa uma importante causa das mortes dos peixes foi a se-
eutrofização das águas, aumentando a taxa de
quência de fortes chuvas que atingiu a cidade em dias
oxigênio dissolvido na água.
consecutivos. A relação entre a morte dos peixes e as
(e) o tratamento de esgoto existente concentra-se fortes chuvas deve-se ao fato de
na eliminação dos fungos lançados no mar, prin-
cipalmente aqueles gerados pelos dejetos de (a) a quantidade de oxigênio dissolvido na água,
que foi consumido durante a decomposição da
origem industrial.
matéria orgânica levada pela enxurrada, pro-
vocar a falta de oxigênio para os organismos
E28. (Enem)
aeróbicos.
No ano de 2000, um vazamento em dutos de óleo
(b) os peixes não serem os únicos organismos afe-
na baía de Guanabara (RJ) causou um dos maio-
tados pelas chuvas, mas também as algas e zoo-
res acidentes ambientais do Brasil. Além de afetar plâncton que deixam de se proliferar e se acu-
a fauna e a flora, o acidente abalou o equilíbrio da mulam na superfície da água ao morrer.
cadeia alimentar de toda a baía. O petróleo forma
(c) o volume de água da lagoa elevar-se de for-
uma película na superfície da água, o que prejudica
ma súbita, o que reduziu a taxa de nutrientes
as trocas gasosas da atmosfera com a água e desfa-
para manutenção dos peixes, em um mecanis-
vorece a realização de fotossíntese pelas algas, que
mo oposto ao observado na eutrofização e na
estão na base da cadeia alimentar hídrica. Além dis- lixiviação.
so, o derramamento de óleo contribuiu para o enve-
(d) as chuvas interferirem de forma significativa na
nenamento das árvores e, consequentemente, para
morte exclusiva dos peixes, visto que são orga-
a intoxicação da fauna e flora aquáticas, bem como
nismos produtores da cadeia, gerando inclusive
conduziu à morte diversas espécies de animais, en-
o combate da pesca no lago.
tre outras formas de vida, afetando também a ativi-
dade pesqueira.
E30. (Unesp-SP)
LAUBIER, L. Diversidade da Maré Negra. In: Scientific
American Brasil 4(39), ago. 2005 (Adaptado.) A forma comum, e talvez a mais antiga, de poluir
as águas é pelo lançamento de dejetos humanos e de
A situação exposta no texto e suas implicações animais domésticos em rios, lagos e mares. Por se-
(a) indicam a independência da espécie humana rem constituídos de matéria orgânica, esses dejetos
com relação ao ambiente marinho. aumentam a quantidade de nutrientes disponíveis no
(b) alertam para a necessidade do controle da ambiente aquático, fenômeno denominado eutrofiza-
poluição ambiental para redução do efeito ção (do grego eu, bem, bom, e trofos, nutrição).
estufa. AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia
das populações. v. 3, 2004. (Adaptado.)

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CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

Nos gráficos, o eixo Y corresponde a um dentre os vá- (século XIX), a concentração de gases traços na atmos-
rios fatores que se alteram durante o processo de eu- fera, em particular o CO2, tem aumentado significativa-
trofização, e o eixo X, ao tempo decorrido no processo. mente, o que resultou no aumento da temperatura em
escala global. Mais recentemente, outro fator tornou-
Fator alterado
(valores arbitrários) -se diretamente envolvido no aumento da concentra-
ção de CO2 na atmosfera: o desmatamento.
BROWN, I. F.; ALECHANDRE, A. S. Conceitos básicos sobre
I
clima, carbono, florestas e comunidades. MOREIRA, A. G.;
SCHWARTZMAN, S. As mudanças climáticas globais e os
ecossistemas brasileiros. Brasília: Instituto de Pesquisa
Ambiental da Amazônia, 2000. (Adaptado.)
Tempo
Considerando o texto uma alternativa viável para
combater o efeito estufa é
Fator alterado (a) reduzir o calor irradiado pela Terra mediante a
(valores arbitrários) substituição da produção primária pela indus-
trialização refrigerada.
II (b) promover a queima da biomassa vegetal, respon-
sável pelo aumento do efeito estufa devido à pro-
dução de CH4.
Tempo (c) reduzir o desmatamento, mantendo-se, assim, o
potencial da vegetação em absorver o CO2 da at-
mosfera.
Fator alterado
(valores arbitrários) (d) aumentar a concentração atmosférica de H2O, molé-
cula capa z de absorver grande quantidade de calor.
III (e) remover moléculas orgânicas polares da atmosfe-
ra, diminuindo a capacidade delas de reter calor.

Tempo E32. (UFSC-SC-Adaptado)


Terminou, no dia 2 de agosto de 2014, o prazo de
A partir das informações fornecidas, considere um quatro anos concedido pela Lei n. 12.305, de 2010 – a
lago que esteja em processo de eutrofização. O teor de Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
oxigênio na água, a concentração de microrganismos – para os municípios brasileiros apresentarem seus
aeróbios, a mortandade dos peixes e a concentração planos diretores de gerenciamento de resíduos e
de microrganismos anaeróbios podem ser represen- instalarem aterros sanitários adequados. Segundo
tados, respectivamente, pelos gráficos a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), exis-
(a) I, III, III e II. (d) III, I, II e II. tem hoje 1.360 aterros nos mais de 5 mil municípios
(b) III, III, II e I. (e) II, I, I e III. do país; o restante, fica implícito, vai para lixões a
céu aberto. De acordo com a Associação Brasileira
(c) I, II, III e II.
de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Espe-
ciais (Abrelpe), 40% do lixo coletado tem “destinação
E31. (Enem)
irregular”. Mas, sem planos adequados, as prefeitu-
A atmosfera terrestre é composta pelos gases ni- ras não poderiam receber recursos federais. E, diz
trogênio (N2) e oxigênio (O2), que somam cerca de 99%, a CNM, 61,7% dos municípios não se adequaram às
e por gases traços, entre eles o gás carbônico (CO2), exigências da PNRS.
vapor de água (H2O), metano (CH4), ozônio (O3) e o óxido Indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
nitroso (N2O), que compõem o restante 1% do ar que (01) nos lixões, os gases resultantes da decomposi-
respiramos. Os gases traços, por serem constituídos ção da matéria orgânica podem causar explo-
por pelo menos três átomos, conseguem absorver o sões, ocasionando risco de acidente aos catado-
calor irradiado pela Terra, aquecendo o planeta. Esse res de materiais recicláveis e reutilizáveis.
fenômeno, que acontece há bilhões de anos, é chama- (02) nos aterros sanitários, deve haver um revesti-
do de efeito estufa. A partir da Revolução Industrial mento com material impermeável, evitando a

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CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

infiltração do chorume no solo e a contamina- O gráfico que representa o processo de eutrofização


ção dos lençóis freáticos. Além disso, o chorume ocorrido na água desse lago está indicado pela se-
deve ser coletado e encaminhado à Estação de guinte letra:
Tratamento de Líquidos.
(a) W
(04) a compostagem, além de reciclar a matéria or-
gânica, proporciona ao solo melhores caracte- (b) X
rísticas estruturais, como a redução de erosões (c) Y
e a retenção da umidade e dos nutrientes.
(d) Z
(08) os lixões representam um sério problema de
saúde pública, pois atraem animais transmisso-
E34. (Enem)
res de doenças.
O cultivo de camarões de água salgada vem se
(16) resíduos biológicos provenientes dos serviços
desenvolvendo muito nos últimos anos na região Nor-
de saúde podem ser descartados junto com o
lixo comum, desde que devidamente embalados. deste do Brasil e, em algumas localidades, passou a
ser a principal atividade econômica. Uma das grandes
(32) aparelhos celulares e baterias podem ser des-
preocupações dos impactos negativos dessa atividade
cartados no lixo comum, pois os metais que os
está relacionada à descarga, sem nenhum tipo de tra-
constituem já foram consumidos gradativamen-
te durante o uso dos aparelhos. tamento, dos efluentes dos viveiros diretamente no am-
biente marinho, em estuários ou em manguezais. Esses
(64) as lâmpadas fluorescentes devem ser encami-
efluentes possuem matéria orgânica particulada e dis-
nhadas aos postos de coleta específicos, pois
solvida, amônia, nitrito, nitrato, fosfatos, partículas de
contêm mercúrio, substância nociva ao ser hu-
mano e ao meio ambiente. sólidos em suspensão e outras substâncias que podem
ser consideradas contaminantes potenciais.
CASTRO, C. B.; ARAGÃO, J. S.; COSTA-LOTUFO, L. V.
E33. (Uerj-RJ)
Monitoramento da toxicidade de efluentes de uma fazenda de
O processo de eutrofização ocorrido em um determi- cultivo de camarão marinho. Anais do IX Congresso Brasileiro
nado lago acarretou alterações em diversos parâme- de Ecotoxicologia, 2006. (Adaptado.)
tros medidos na água, dentre eles, as concentrações
Suponha que tenha sido construída uma fazenda de
de nutrientes, de oxigênio dissolvido, de organismos
carcinicultura próximo a um manguezal. Entre as per-
aeróbicos e de organismos anaeróbicos.
turbações ambientais causadas pela fazenda, espera-
Observe os gráficos abaixo, que relacionam as concentra-
-se que
ções desses parâmetros e o tempo no processo citado.
(a) a atividade microbiana se torne responsável
W X pela reciclagem do fósforo orgânico excedente
2
concentração

2
concentração
concentração

concentração

no ambiente marinho.
3 3
(b) a relativa instabilidade das condições marinhas
4 torne as alterações de fatores físico-químicos
1 1 pouco críticas à vida no mar.
4
(c) a amônia excedente seja convertida em nitrito,
0 tempo 0 tempo
por meio do processo de nitrificação, e em nitra-
Y Z to, formado como produto intermediário desse
concentração

1
concentração

concentração
concentração

processo.
2
4 (d) os efluentes promovam o crescimento exces-
sivo de plantas aquáticas devido à alta diver-
4
sidade de espécies vegetais permanentes no
1
3 3 manguezal.
2
0 tempo 0 (e) o impedimento da penetração da luz pelas
tempo
partículas em suspensão venha a comprome-
1 nutrientes ter a produtividade primária do ambiente ma-
2 oxigênio dissolvido
rinho, que resulta da atividade metabólica do
3 organismos aeróbios
4 organismos anaeróbios fitoplâncton.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

E35. (Uerj-RJ) E37. (Fuvest-SP)


Alguns seres vivos, em especial animais situados no Há buracos do fundo do mar, conhecidos como
topo da cadeia alimentar, podem acumular algumas pockmarks, que são formados pela expulsão de
substâncias tóxicas em decorrência de sua alimenta- gás, principalmente o metano (CH4). A maior parte
ção. Indique o principal motivo da ocorrência do pro- desse metano é utilizada por bactérias e outros
cesso de bioacumulação dessas substâncias. organismos no próprio oceano, antes de chegar
Explique, ainda, porque as concentrações de substân- à atmosfera. O metano dissolvido é oxidado pela
cias tóxicas tendem a ser maiores em animais perten- ação de microrganismos da coluna d’água, for-
centes a níveis tróficos superiores. mando CO 2, e isso constitui uma fração do CO2 que
chega à atmosfera. Os pockmarks possuem comu-
E36. (Unicamp-SP)
nidades de microrganismos, moluscos e outros
O aquecimento global é assunto polêmico e tem sido invertebrados que têm mais espécies e biomassa
associado à intensificação do efeito estufa. Diversos que as das regiões vizinhas. O metano que final-
pesquisadores relacionam a intensificação desse efei- mente chega à atmosfera dura bem menos que o
to a várias atividades humanas, entre elas a queima CO2, mas sua capacidade de reter calor é mais de
de combustíveis fósseis pelos meios de transporte 20 vezes maior.
nos grandes centros urbanos.
FIORAVANTI, Carlos. Fontes de metano, Revista Pesquisa
FAPESP, Edição 271, set. 2018. (Adaptado.)
Temperatura média

Concentração de CO2
na atmosfera (ppm)

15,5 A
350 B
global (°C)

15 330 Com base no texto, responda ao que se pede.


310 (a) Além do metano oxidado, cite alguma outra fonte
14,5 290 de CO2 nos oceanos.
1880 1920 1950 2000 1880 1920 1950 2000
Ano Ano (b) Sabendo-se que o gás metano é produzido tam-
Figuras adaptadas de Karen Arms & Pamela S. Camp,
bém na decomposição da matéria orgânica, cite
Biology, Saunders College Publishing, 1995, p. 1108
duas outras fontes, não marinhas, relacionadas
(a) Explique que relação existe entre as figuras A e
a processos biológicos em que há grande produ-
B e como elas estariam relacionadas com a in-
ção de metano.
tensificação do efeito estufa.
(b) Por que a intensificação do efeito estufa é consi- (c) Qual é o processo biológico envolvido na ori-
derada prejudicial para a Terra? gem da energia que sustenta a alta diversida-
(c) Indique uma outra atividade humana que tam- de das comunidades em regiões de pockmar-
bém pode contribuir para a intensificação do ks? Qual é o nível trófico dos seres vivos que
efeito estufa. Justifique. o realizam?

C
FOLHA AZ
Considere um município que deposita os resíduos só-
1. (Enem) lidos produzidos por sua população em um lixão. Esse
Os lixões são o pior tipo de disposição final dos procedimento é considerado um problema de saúde
resíduos sólidos de uma cidade, representando um pública porque os lixões
grave problema ambiental e de saúde pública. Nes- (a) causam problemas respiratórios, devido ao mau
ses locais, o lixo é jogado diretamente no solo e a céu cheiro que provém da decomposição.
aberto, sem nenhuma norma de controle, o que cau-
(b) são locais propícios à proliferação de vetores
sa, entre outros problemas, a contaminação do solo
de doenças, além de contaminarem o solo e as
e das águas pelo chorume (líquido escuro com alta
águas.
carga poluidora, proveniente da decomposição da
matéria orgânica presente no lixo). (c) provocam o fenômeno da chuva ácida, devido
RICARDO, B.; CANPANILLI, M. Almanaque Brasil Socioambiental aos gases oriundos da decomposição da matéria
2008. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2007. orgânica.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

(d) são instalados próximos ao centro das cidades, provoca um grande crescimento bacteriano e, por fim,
afetando toda a população que circula diaria- pode promover escassez de oxigênio.
mente na área.
Uma maneira de evitar a diminuição da concentração
(e) são responsáveis pelo desaparecimento das de oxigênio no ambiente é:
nascentes na região onde são instalados, o que
(a) aquecer as águas dos rios para aumentar a velo-
leva à escassez de água.
cidade de decomposição dos dejetos.
2. (Enem) (b) retirar do esgoto os materiais ricos em nutrien-
A coleta das fezes dos animais domésticos em sacolas tes para diminuir a sua concentração nos rios.
plásticas e o seu descarte em lixeiras convencionais (c) adicionar bactérias anaeróbicas às águas dos rios
podem criar condições de degradação que geram pro- para que elas sobrevivam mesmo sem o oxigênio.
dutos prejudiciais ao meio ambiente (figura 1). (d) substituir produtos não degradáveis por biode-
A figura 2 ilustra o Projeto Park Spark, desenvolvido gradáveis para que as bactérias possam utilizar
em Cambridge, MA (EUA), em que as fezes dos ani- os nutrientes.
mais domésticos são recolhidas em sacolas biode- (e) aumentar a solubilidade dos dejetos no esgoto
gradáveis e jogadas em um biodigestor instalado em para que os nutrientes fiquem mais acessíveis
parques públicos; e os produtos são utilizados em às bactérias.
equipamentos no próprio parque.
Figura 1 4. (Enem)
Sabe-se que o aumento da concentração de ga-
ses como CO2, CH4 e N2O na atmosfera é um dos fa-
tores responsáveis pelo agravamento do efeito estu-
fa. A agricultura é uma das atividades humanas que
pode contribuir tanto para a emissão quanto para o
Figura 2 sequestro desses gases, dependendo do manejo da
matéria orgânica no solo.
ROSA, A. H.; COELHO, J. C. R. Cadernos Temáticos da Química
Nova na Escola. São Paulo, n. 5, nov. 2003. (Adaptado.)

De que maneira as práticas agrícolas podem ajudar a


minimizar o agravamento do efeito estufa?
(a) Evitando a rotação de culturas.
(b) Liberando o CO2 presente no solo.
(c) Aumentando a quantidade de matéria orgânica
do solo.
Disponível em: <http://parksparkproject.com>. Acesso
em: 30 ago. 2013. (Adaptado.) (d) Queimando a matéria orgânica que se deposita
no solo.
Uma inovação desse projeto é possibilitar o(a)
(e) Atenuando a concentração de resíduos vegetais
(a) queima de gás metano. do solo.
(b) armazenamento de gás carbônico.
(c) decomposição aeróbica das fezes. 5. (Enem)

(d) usa mais eficiente de combustíveis fósseis. Segundo dados do Balanço Energético Nacional
de 2008, do Ministério de Minas e Energia, a matriz
(e) fixação de carbono em moléculas orgânicas.
energética brasileira é composta por hidrelétrica
3. (Enem) (80%), termelétrica (19,9%) e eólica (0,1%). Nas ter-
melétricas, esse percentual é dividido conforme o
O despejo de dejetos de esgotos domésticos e indus-
combustível usado, sendo: gás natural (6,6%), bio-
triais vem causando sérios problemas aos rios brasi-
massa (5,3%), derivados de petróleo (3,3%), energia
leiros. Esses poluentes são ricos em substâncias que
nuclear (3,1%) e carvão mineral (1,6%). Com a gera-
contribuem para a eutrofização de ecossistemas, que
ção de eletricidade da biomassa, pode-se considerar
é um enriquecimento da água por nutrientes, o que
que ocorre uma compensação do carbono liberado

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

na queima do material vegetal pela absorção desse


7. (UEG-GO)
elemento no crescimento das plantas. Entretanto,
estudos indicam que as emissões de metano (CH4) O Projeto Residência Resíduo Zero foi lançado em
das hidrelétricas podem ser comparáveis às emis- Goiânia no dia 1/3/2016 pela Sociedade Resíduo
sões de CO2 das termelétricas. Zero de Goiânia. Um dos sete pontos defendidos por
MORET, A.S.; FERREIRA, I.A. As hidrelétricas do Rio Madeira esse projeto é que o lixo orgânico doméstico seja
e os impactos socioambientais da eletrificação no Brasil. transformado em adubo orgânico por compostagem
Revista Ciência Hoje, v. 45, n. 265, 2009. (Adaptado.) em caixas biodigestoras. Nas caixas superiores, fi-
No Brasil, em termos do impacto das fontes de ener- cam minhocas e restos alimentares, e na caixa infe-
gia no crescimento do efeito estufa, quanto à emissão rior acumula-se um composto líquido nutritivo com
de gases, as hidrelétricas seriam consideradas como função de adubo, conforme apresentado na figura
uma fonte a seguir.

(a) limpa de energia, contribuindo para minimizar


os efeitos desse fenômeno.
(b) eficaz de energia, tomando-se o percentual de
oferta e os benefícios verificados. Caixa digestora 1
(c) limpa de energia, não afetando ou alterando os
níveis dos gases do efeito estufa.
Caixa digestora 2
(d) poluidora, colaborando com níveis altos de ga-
ses de efeito estufa em função de seu potencial
de oferta. Caixa coletora
(e) alternativa, tomando-se por referência a grande
emissão de gases de efeito estufa das demais
fontes geradoras.

6. (Enem)
Para o consumidor, é praticamente impossível 7
Participação em 1
identificar a diferença entre a sacola biodegradável Redes de Práticas
Consumo
Resíduo Zero
Consciente
e a comum, feita de polietileno – derivado do petró-
leo. Alguns governos municipais já exigem que os su-
permercados ofereçam sacolas biodegradáveis em
6
2
Deposição
final somente
substituição às sacolas comuns. de rejeitos
Separação
Disponível em: <http://epocanegocios.globo.com>. RESÍDUOZERO dos Resíduos
Acesso em: ago. 2012. em 3 Tipos

A atitude tomada pelos governos municipais deve-se ao(à) 5


3
Compostagem
(a) maior resistência que os materiais biodegradá- Domiciliar de
Orgânicos

4
Reúso e
veis apresentam em relação aos comuns. reaproveitamento
Coleta
(b) escassez das matérias-primas derivadas do pe- Seletiva de
tróleo para produção das sacolas comuns. Recicláveis

(c) custo consideravelmente menor das sacolas bio-


degradáveis em relação ao das sacolas comuns. No contexto desse sistema de compostagem, verifi-
(d) maior capacidade de produção das sacolas ca-se que
biodegradáveis, já que as fontes podem ser (a) não há produção de odores desagradáveis, pois
renováveis. o uso de minhocas substitui a ação de fungos e
(e) rápida decomposição das sacolas biodegradá- bactérias.
veis pela ação de bactérias, em comparação às (b) essa prática, apesar de eficiente, é nova e de difí-
sacolas comuns. cil aceitação pela população urbana e rural.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

(c) devido à decomposição rápida, a composta- 2010, provocou um desastre ambiental de grandes
gem doméstica se torna inócua para os ater- proporções. Com relação às possíveis consequências
ros sanitários. das manchas de petróleo na superfície do oceano,
(d) se evita a aeração do material em decomposição considere as afirmativas a seguir.
para evitar a presença de insetos e pragas. I. Interferem na passagem de luz, prejudicando a
(e) a matéria orgânica é transformada em húmus, fotossíntese das algas.
livre de toxicidade, metais pesados e patógenos. II. Provocam a proliferação de dinoflagelados, cau-
sando o fenômeno da “maré vermelha”.
8. (Unesp-SP)
III. Modificam o pH da água do oceano, liberando
Os testes de qualidade de água realizados nos
gases que ocasionam o aumento do buraco na
rios atingidos pela lama proveniente do rompimento
camada de ozônio.
da barragem de uma mineradora, em Mariana (MG),
identificaram metais pesados em proporções fora IV. Afetam a difusão do oxigênio da atmosfera para
dos parâmetros permitidos. Nessas águas, os metais a água do oceano.
identificados em maior quantidade foram o ferro e Assinale a alternativa correta.
o manganês, mas alguns testes também apontaram (a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
grande quantidade de mercúrio.
(b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
Disponível em: <http://epoca.globo.com>. (Adaptado.)
(c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
Assinale a alternativa que apresenta um impacto am-
biental esperado decorrente da presença de metais (d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
pesados nas águas dos rios atingidos. (e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
(a) A lama contendo metais pesados aumenta a
10. (Fuvest-SP)
densidade da água, o que dificulta o revolver das
águas e a incorporação natural de gás oxigênio Nas margens de um rio, verificava-se a seguinte ca-
proveniente do ar atmosférico, diminuindo a deia trófica: o capim ali presente servia de alimento
concentração deste gás na água. para gafanhotos, que, por sua vez, eram predados por
(b) A grande quantidade de metais aumenta a concen- passarinhos, cuja espécie só ocorria naquele ambien-
tração de partículas em suspensão na água, tor- te e tinha exclusivamente os gafanhotos como ali-
nando-a turva o suficiente para impedir a entrada mento; tais passarinhos eram predados por gaviões
de luz, o que inviabiliza a fotossíntese pelo plâncton. da região. A lama tóxica que vazou de uma empresa
(c) A presença de grande quantidade de manganês mineradora matou quase totalmente o capim ali exis-
e ferro nas águas favorece o processo de eutro- tente. É correto afirmar que, em seguida, o consumi-
fização, pois há a proliferação de algas que, ao dor secundário
morrerem, são decompostas por bactérias que (a) teve sua população reduzida como consequência
consomem o gás oxigênio da água. direta do aumento da biomassa no primeiro ní-
(d) O excesso de minério de ferro na água provoca vel trófico da cadeia.
a queda da concentração de gás oxigênio dissol- (b) teve sua população reduzida como consequência
vido, uma vez que ocorre reação de oxirredução indireta da diminuição da biomassa no primeiro
entre o ferro e o gás oxigênio da água, formando nível trófico da cadeia.
o óxido de ferro.
(c) não teve sua população afetada, pois o efeito da
(e) Os metais identificados na água lamacenta dos
lama tóxica se deu sobre o primeiro nível trófico
rios têm efeitos cumulativos na cadeia alimen-
da cadeia e não sobre o segundo.
tar, de modo que os últimos indivíduos ao longo
da cadeia contaminada apresentam maior con- (d) não teve sua população afetada, pois a lama tó-
centração desses metais. xica não teve efeito direto sobre ele, mas sim so-
bre um nível trófico inferior.
9. (UEL-PR) (e) teve sua população aumentada como conse-
O vazamento de petróleo causado pela explosão da quência direta do aumento da biomassa no se-
plataforma oceânica no Golfo do México, em abril de gundo nível trófico da cadeia.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

GABARITO A
E1. A • Respiração cutânea. e metais pesados, como
E2. C E23. o mercúrio, o chumbo etc.
E3. B a) A pirâmide de biomassa A repre- E36.
E4. B senta as relações alimentares a) O aumento de CO2 na atmosfe-
de um ecossistema terrestre, ra está diretamente relacionado
E5. D com a biomassa diminuindo ao com o aumento da temperatura
E6. B longo dos níveis tróficos. A pirâ- global. O CO2 retém raios infra-
E7. D mide de biomassa B representa vermelhos, fato que provoca au-
E8. E um ecossistema marinho, onde mento de temperatura.
a menor biomassa dos produto- b) A intensificação do efeito es-
E9. B res é compensada por sua alta tufa é a causa do aquecimento
E10. A taxa de reprodução, asseguran- global. São consequências do
E11. A proliferação de organismos ae- do a nutrição dos consumidores aquecimento global: degelo das
róbios diminui a quantidade de primários. calotas polares e aumento do
oxigênio disponível na água, o que b) O SO2 liberado na atmosfera rea- nível dos oceanos; intensifica-
provoca a morte dos peixes. ge com o vapor d’água produzin- ção das secas, desertificação e
A baixa concentração de oxigê- do ácido sulfúrico (H2SO4), o que escassez de água; alteração no
nio favorece o desenvolvimento provoca as chuvas ácidas que regime das chuvas com conse-
de microrganismos anaeróbios diminuem o pH do solo, assim quentes tempestades, furacões
que produzem ácido sulfídrico prejudicando o crescimento ve- e inundações; alterações dos
durante a decomposição da ma- getal. Além disso, o ácido sulfúri- ecossistemas e redução da bio-
téria orgânica. co mata o meristema apical das diversidade.
plantas, impedindo o crescimen- c) O desmatamento, ou seja, a di-
E12. E to do vegetal. Como os vegetais minuição da fotossíntese pode
E13. E são os produtores dos ecossiste- aumentar a quantidade de CO2
E14. A mas terrestres, todos os demais na atmosfera e com isso elevar
E15. B níveis tróficos seriam afetados. a temperatura do planeta.
E16. E E24. E E37.
E17. E E25. B a) Além do metano oxidado nos
E18. E E26. E oceanos, outras fontes de CO2
E27. B são a respiração dos seres vivos
E19. C e a decomposição da matéria
E20. A E28. C orgânica.
E21. B E29. A b) São processos biológicos em
E22. E30. D que há produção de metano: a
E31. C decomposição nos pântanos, a
a) Um dos eventos é a chuva ácida. ação de bactérias metanogêni-
A atividade industrial libera para E32. 01 + 02 + 04 + 08 + 64 = 79
cas do sistema digestório dos
a atmosfera compostos como o E33. D ruminantes (pecuária), a rizicul-
óxido de enxofre produzido pela E34. E tura e tratamento de resíduos
queima da gasolina de outros (biodigestão).
combustíveis como madeira e E35. Apenas uma pequena quantida-
carvão. O SO2 (dióxido de enxo- de da matéria e da energia de c) O processo biológico envolvido é
fre), ao se misturar com o vapor um nível trófico é efetivamente a quimiossíntese. O nível trófico
de água presente na atmosfera, aproveitada pelos componen- dos seres vivos que realizam tal
produz gotas de ácido sulfúrico, tes do nível imediatamente su- processo é o dos produtores.
o qual provoca a diminuição do perior, o qual têm de consumir
pH da água. Outro evento é a in- uma biomassa muitas vezes
cidência de raios violetas, oriundo maior, acumulando, portanto,
da destruição da camadade ozônio. substâncias não biodegradáveis
existentes em seres do nível
b) trófico anterior. São exemplos
• A relação ecológica é o parasitis- de substâncias não biodegradá-
mo. veis: inseticidas organoclorados

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CAPÍTULO 5 - DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

nismos explorem seus ambientes de diversos modos


e de que forma essas adaptações são adequadas a
CAPÍTULO 6 P suas funções;
INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, • Homeostase;
DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO
• Mecanismos de feedback.
Objetivos de aprendizagem
1.1 Homeostase – o equilíbrio dinâmico
1. Caracterizar o alvo de estudo da Fisiologia.
Apesar do fato de muitos animais parecerem viver
2. Dominar conceitos como: metabolismo e homeostase.
confortavelmente em seus ambientes, a maioria dos hábi-
3. Entender os mecanismos de feedback e a importância tats é, na verdade, muito hostil às células animais.
deles para a manutenção do equilíbrio interno.
Para muitos animais aquáticos, por exemplo, a água
4. Caracterizar as diferentes partes do sistema digestório circundante é mais diluída (doce) ou mais concentrada
de aves e mamíferos herbívoros. (salgada) que o citoplasma de suas células e seus líquidos
corporais.
5. Diferenciar herbívoros ruminantes de não ruminantes.
Com a exceção de alguns ecossistemas, como os abis-
6. Entender a importância evolutiva do desenvolvimento sais, a maioria dos ambientes se caracteriza por peque-
de um sistema circulatório.
nas e constantes oscilações em suas propriedades físicas
7. Descrever adaptações em animais sem sistema e químicas. Essas alterações poderiam levar à perda da
circulatório. integridade dos organismos, com ruptura do meio inter-
no celular, tecidual e da função dos órgãos. Entretanto, os
8. Caracterizar a circulação dos diferentes grupos de
vertebrados. sistemas fisiológicos são direcionados para a manutenção
das condições relativamente estáveis dentro dos tecidos
do corpo de um animal.
Essa tendência dos organismos de manter uma relati-
D va estabilidade interna é chamada de homeostase.
1. O estudo da fisiologia Na verdade, as células de nosso corpo experimentam
A fisiologia animal é o estudo da maneira como os um ambiente relativamente coerente com respeito não
animais vivos agem. Ao longo de sua evolução, os animais somente à temperatura, mas também à concentração de
encontraram diversas maneiras de resolver alguns proble- glicose, ao pH, à pressão osmótica, ao nível de oxigênio, à
mas em comum, como: a obtenção de energia e oxigênio, a concentração iônica, e assim por diante.
eliminação de gás carbônico e outros resíduos, a manuten-
Ao nos referirmos à estabilidade, não estamos fazendo
ção da temperatura do corpo etc.
alusão a um sistema totalmente estático, mas a um equilí-
A constância do meio interno é a condição da vida livre. brio dinâmico, que varia dentro de parâmetros precisos e
Claude Bernard, 1872.
ajustados.
Enquanto a anatomia busca mostrar “como é” um or-
ganismo, a fisiologia procura mostrar “como ele realiza 1.2 Mecanismos de feedback – Sensores e centros
uma função” ou “como funciona”. Ela procura saber como controladores
o animal absorve, transforma e elimina substâncias, como
Para conseguirmos o equilíbrio dinâmico citado acima,
respira, locomove-se, reproduz-se e se autorregula.
precisamos de mecanismos de ajuste. A constante monito-
Ao estudarmos a fisiologia animal, enfocaremos as
ração e acerto dos parâmetros são responsabilidades de
funções dos tecidos, dos órgãos e dos sistemas orgânicos
três tipos de estruturas:
de animais pluricelulares, sendo esta acima de tudo uma
ciência integrativa. • Sensores: estruturas que avaliam permanentemente
o meio interno e o ambiente.
Serão temas constantemente revisitados ao longo do
estudo da fisiologia animal: • Controladores: interpretam as informações reco-
• A relação estrutura-função, ou seja, como as adap- lhidas pelos sensores e desencadeiam mecanismos
tações morfológicas permitem que diferentes orga- de ajuste.

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• Efetores: comandados pelos centros controladores,
operam as mudanças para que os parâmetros voltem 2. Nutrição e obtenção de energia
às condições normais.
Exemplo: Sensores de calor em órgãos internos e na 2.1 Nutrientes e metabolismo
pele levam a informação das condições de temperatura de Os organismos, para se manterem vivos, devem con-
nosso corpo. Nossa temperatura ideal é 37,1 oC. Se o dia esti- tinuamente receber, transformar, assimilar e eliminar um
ver quente e nosso corpo começar a esquentar, os sensores grande número de substâncias. Essas substâncias são
informam ao hipotálamo (centro controlador). Este, por sua chamadas de nutrientes e devem estar disponíveis para o
vez, por meio de impulsos nervosos, aciona as glândulas su- organismo não só na quantidade suficiente, como também
doríparas (efetores), que começam a produzir suor visando na variedade adequada.
à diminuição da temperatura. Quando a temperatura é nor-
A cada segundo, no interior de suas diferentes estruturas,
malizada, os sensores novamente informam ao hipotálamo,
o organismo realiza milhares de reações químicas responsá-
que envia um comando para cessar a produção de suor.
veis pela manutenção de nossas funções vitais. Ao conjunto
dessas reações químicas damos o nome de metabolismo.
© WERAYUTH TES/SHUTTERSTOCK

Podemos dividir o metabolismo em dois processos:


–Anabolismo:
é o processo construtivo, no qual nu-
trientes são assimilados e utilizados para a produ-
ção de novas biomoléculas, responsáveis pela rege-
neração, manutenção e crescimento das células e
do organismo como um todo.
–Catabolismo:
é o processo desconstrutivo, no qual a
quebra ou desdobramento de moléculas gera ener-
gia, utilizada nos processos anabólicos e em outras
Assim como existe uma temperatura ideal para nosso
atividades do corpo.
corpo, cada parâmetro também possui um ponto de ajuste.

© MARIDAV/SHUTTERSTOCK
Qualquer sistema de controle efetivo, seja o sistema
nervoso humano, um computador ou um termostato, é vi-
talmente dependente do feedback.
Ele é o retorno da informação sensorial para um con-
trolador que regula uma variável. O feedback ou retroali-
mentação pode ser positivo ou negativo, produzindo efeitos
profundamente diferentes.
• Feedback negativo
A resposta desencadeada diminui a intensidade do es-
tímulo desencadeante.
Glicogênio
Exemplo: O glucagon é um hormônio produzido pelo Amido Macromoléculas
pâncreas, que estimula a quebra de glicogênio do fígado. Proteína
Lipídio
Quanto menor a concentração de glicose, maior será a libe-
ração de glucagon pelo pâncreas. À medida que a resposta
Anabolismo

Catabolismo

ATP
desencadeada (liberação de glicose) aumenta, o estímulo ATP
desencadeante (produção de glucagon) diminui. Glicose
Aminoácidos Monômeros orgânicos
• Feedback positivo Ácidos graxos
A resposta desencadeada aumenta a intensidade do
estímulo desencadeante.
ATP ATP
Exemplo: A ocitocina é um hormônio liberado durante
o trabalho de parto, devido ao contato do bebê com a aber- Compostos inorgânicos
tura do útero e que estimula as contrações. Quanto maiores
são as contrações, maior é o contato do bebê com o útero e Podemos reconhecer três tipos de nutrientes de acor-
maior é a secreção de ocitocina. do com sua função:

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

–Plásticos:
representados pelas proteínas. São utili- –Difusão
ou absorção: é o método de alimentação me-
zadas principalmente em processos anabólicos de nos dependente da captura e de órgãos digestórios
síntese de novas proteínas, que formam estruturas especializados, envolvendo a absorção de nutrientes
celulares. Exemplo: carne e ovos. diretamente através da parede corpórea. É o tipo de
captação utilizado por certos protozoários, endopa-
–Energéticos:
são carboidratos e gorduras, usados
rasitas (tênia, por exemplo) e invertebrados aquáti-
fundamentalmente em processos catabólicos de ob- cos, que retiram seus nutrientes diretamente do meio
tenção de energia. Exemplo: arroz, macarrão, batata. circundante. Tais moléculas, como aminoácidos, por
–Reguladores:
são as vitaminas requeridas em do- exemplo, são retiradas do meio diluído, contra um gra-
ses mínimas e que regulam várias funções orgâni- diente de concentração, utilizando transporte ativo.
cas. Exemplo: frutas, verduras, fígado. Entretanto, de forma geral, o alimento obtido pelos hete-
rotróficos ocorre da forma de grandes moléculas orgânicas
Apesar de classificarmos um alimento de acordo com
de proteínas, carboidratos, lipídios e ácidos nucleicos. Essas
sua utilização, não queremos dizer que esta é sua única
moléculas são biopolímeros de grandes proporções, sendo,
função, e sim que esta é sua função principal. Por exemplo,
portanto, incapazes de atravessar a membrana das células.
proteínas podem ser utilizadas como compostos energéti-
Dessa forma, o papel da digestão é transformar gran-
cos. Além disso, alguns tipos de glicídios podem ser utiliza-
des e complexas moléculas do alimento em moléculas
dos como precursores na produção de aminoácidos.
simples, pequenas e solúveis.
2.2 Obtenção de alimento A digestão abrange processos físicos e químicos:

A maioria dos seres vivos ocupa grande parte do com- –Físicos:


o alimento é englobado em grandes blocos e
portamento alimentar na obtenção de comida em quanti- quebrado em fragmentos menores, o que aumenta a
superfície de contato das enzimas digestivas, facili-
dade e qualidade adequadas. Certamente, a morfologia e a
tando, assim, sua reação. A mastigação, a deglutição
fisiologia dos seres vivos são resultantes da seleção natu-
e o peristaltismo são atividades mecânicas controla-
ral, que favorece a aquisição efetiva da energia do alimen-
das por ação nervosa (voluntária ou involuntária).
to, enquanto evita que eles próprios se tornem alimento de
outros organismos. –Químicos:
a quebra de macromoléculas em molécu-
las mais simples é feita por um tipo de reação quími-
Devemos lembrar que existem duas formas funda-
ca catalisada por enzimas digestivas, utilizando uma
mentais de obtenção de alimento: molécula de água. Essa reação é chamada de hidróli-
–Autotrófica:
organismos produzem sua própria ma- se, e as enzimas envolvidas são chamadas de forma
téria nutritiva de natureza orgânica a partir de com- geral de hidrolases.
postos inorgânicos, por meio de processos como a
fotossíntese ou a quimiossíntese.
Um tipo diferente de especificidade
–Heterotrófica:
organismos são incapazes de elabo- As enzimas, como dito anteriormente, têm alta
rar matéria orgânica, tendo de se valer de nutrien- especificidade, agindo sobre substratos particulares.
tes previamente formados. Eles podem ser preda- Entretanto, muitas enzimas digestivas não têm afini-
dores, parasitas etc. dade por um substrato específico, mas por um tipo de
ligação química específica.
Os heterotróficos podem obter seus alimentos de inú-
Um bom exemplo são as pepsinas, enzimas que
meras formas, entre elas:
digerem proteínas. Elas não agem especificamente
–Ingestão:
é o tipo de captação de alimento mais co- sobre um tipo de proteína, e sim sobre um tipo de li-
mum entre seres pluricelulares, mais complexos. É gação peptídica. Isso garante que quaisquer proteínas
procedida por organismos que têm aparelho bucal que apresentem essas ligações sejam hidrolisadas.
ou estrutura análoga.

–Endocitose:
presente em organismos unicelulares.
Organismos como amebas conseguem seus alimen-
tos por meio do englobamento de partículas por 3. Digestão
projeções de seu citoplasma denominadas pseu- É o processo destinado à fragmentação das moléculas
dópodes. Em seguida, a vesícula formada se funde orgânicas complexas em pequenas moléculas assimiláveis
com os lisossomos, sendo digerida. pelas células. A digestão é uma etapa da nutrição.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

Exemplos 3.2 Tipos de Tubos Digestivos

Proteínas → Aminoácidos
3.2.1 Tubo Digestivo Incompleto
Polissacarídeos → Monossacarídeos
Lipídios → Ácidos graxos e álcool Existe apenas uma abertura, a boca, por onde entra o
Ácidos Nucleicos → Nucleotídeos alimento a ser digerido e por onde saem as substâncias

3.1 Tipos de Digestão não reaproveitadas.

3.1.1 Digestão Intracelular Ramo anterior


Cavidade do intestino
intestinal
Ocorre por meio dos mecanismos de fagocitose ou pi-
nocitose, as partículas ingeridas pela célula serão digeri-
das mediante ação dos lisossomos.
Ex.: Protozoários e poríferos.

As desvantagens da digestão intracelular Ramos posteriores Boca


do intestino
Organismos com digestão exclusivamente in- Faringe protrátil
(probóscide)
tracelular apresentam as seguintes desvantagens:
• limitação da variedade de presas, pois o tama-
nho das partículas que podem ser englobadas Ex.: Cnidários e platelmintos.
está atrelado ao tamanho da célula que irá
realizar a digestão. Assim sendo, apenas par- 3.2.2 Tubo Digestivo Completo
tículas pequenas ou de tamanho inferior ao da
célula podem ser aproveitadas. Existe a boca, por onde entra o alimento, e o ânus, por

• as células são obrigadas a dispor de um gran- onde as substâncias não aproveitadas saem. Não há mistu-
de arsenal enzimático, uma vez que devem ser ra do alimento digerido com o não digerido.
capazes de digerir qualquer tipo de substân-
cia. Na digestão extracelular, ocorre especia- Tubo digestivo
lização do trabalho entre as células, levando
a um gasto menor de energia da fabricação de
Cavidade corporal
enzimas. (pseudoceloma)

Boca Parede do corpo


3.1.2 Digestão Extracelular
Ectoderme
É a que se processa fora das células, no interior de ca-
vidades ou tubos digestivos onde serão lançadas as enzi-
Mesoderme
mas digestivas. Após a digestão, as substâncias digeridas
serão absorvidas. Pseudoceloma
Endoderme
Ex.: Todos os animais (exceto poríferos). Ânus
Nos cnidários a digestão extracelular é completada
pela intracelular.
O surgimento de um tubo digestivo completo trouxe

3.1.3 Digestão Extracorpórea vantagens no aproveitamento dos nutrientes. Tal novidade


evolutiva, surgida no grupo dos nematelmintos, foi mantida
É um tipo especial de digestão extracelular.
em todos os grupos animais posteriores.
As enzimas são lançadas para o exterior do ser vivo,
ocorrendo, portanto, a digestão fora do corpo. Ex.: Nematelmintos, anelídeos, artrópodes, moluscos,
Ex.: Fungos, aracnídeos e equinodermos. equinodermos e cordados.

306

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

3.3 Órgãos Digestivos dos Invertebrados 3.3.5 Moluscos


Alguns deles apresentam uma estrutura semelhante a
3.3.1 Cnidários
uma língua com pequenos dentes de quitina, a rádula, que
A digestão se processa numa cavidade chamada gas- raspa seus alimentos das rochas. Também há o hepatopân-
trocele, cavidade gastrovascular ou celêntero. creas, que libera suas enzimas digestivas no estômago.

Medusa
Ectoderme

Endoderme
Pólipo
Boca Tentáculos
Mesogleia
Ectoderme
Cavidade
gastrovascular
Endoderme
Mesogleia
Cavidade Boca
gastrovascular
Tentáculos

Medusa
Ectoderme

Endoderme
áculos
Mesogleia
Ectoderme
Cavidade
gastrovascular
Endoderme

avidade Boca
astrovascular
Tentáculos

3.3.2 Platelmintos

Primeiros animais a desenvolver sistema digestório.


O tubo digestivo é incompleto, pois apresenta uma única e = esôfago
m = boca
abertura para ingestão e egestão. As tênias (classe Cesto- mx = maxila
da) não possuem sistema digestivo, devido às adaptações o = odontóforo
ao parasitismo. op = músculo protrator do odontóforo
r = rádula
rp = músculo protrator da rádula
3.3.3 Nematódeos rr = músculo retrator da rádula
O sistema digestório é completo, com boca e ânus, ca- 3.3.6 Artrópodes
racterística que permanece ao longo dos próximos grupos.
Possuem uma grande variedade de hábitos alimenta-
3.3.4 Anelídeos res e consequentemente de adaptações do sistema diges-
tório. Nos insetos, por exemplo, a diversidade de apêndices
Apresentam regiões especializadas como o papo, para bucais está intimamente relacionada à forma de obtenção
armazenamento de alimento, e a moela, a qual realiza a e ao tipo de alimento. Nos aracnídeos a digestão é extracor-
digestão mecânica. pórea e não possuem mandíbula.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

3.3.7 Equinodermos O esôfago dilata-se formando o papo, que tem a função


de armazenar e hidratar o alimento. Especialmente desen-
Nos ouriços, a boca é provida por um forte aparelho
volvido nas aves granívoras, o papo é reduzido e até ausen-
mastigador – a lanterna-de-aristóteles – formado por den-
te nas carnívoras.
tes montados num suporte calcário.
Nas aves granívoras, o estômago apresenta duas par-
3.4 Sistemas Digestórios nos Vertebrados tes: o proventrículo (ou estômago químico) e a moela (es-
tômago mecânico).
O sistema digestivo nos vertebrados é formado pelo
tubo digestivo (completo) e pelas glândulas anexas. • O proventrículo, menos desenvolvido e com paredes
delgadas, constitui o estômago glandular, que secreta
Boca as enzimas digestivas.
Faringe • A moela, bem mais alargada, tem paredes espessas
Esôfago e fortemente musculosas, com a superfície interna
Tubo Digestivo Estômago cornificada, e funciona como estômago mecânico ou
triturador. No seu interior encontram-se pedrinhas e
Intestino delgado
areia que a ave engole para facilitar a trituração dos
Intestino grosso
grãos.
Ânus
O alimento segue ao estômago e ao intestino, onde
a digestão se completa. As aves não possuem ânus, e
Glândulas salivares sim cloaca, abertura única compartilhada pelos canais in-
Glândulas
Fígado testinal, urinário e genital.
Anexas
Pâncreas
Faringe
3.4.1 Digestão nos Peixes
Esôfago
• Peixes Ósseos (Osteíctes) Papo

Possuem um tubo digestivo completo, conforme men-


cionado anteriormente, no entanto, na sua faringe há es-
Estômago
truturas responsáveis pela respiração, as brânquias. químico Fígado

• Peixes Cartilaginosos (Condríctes)


Moela
Na sua faringe, há as fendas branquiais (também são
órgãos respiratórios). O intestino é curto, mas isso é com- Pâncreas
pensado pela existência da válvula espiral ou tiflossole,
Cecos
uma dobra mucosa e helicoidal que aumenta a superfície
Intestino
de absorção. Não possuem ânus, o tubo digestivo termina
juntamente com os ductos excretor e genital numa cavida-
de chamada cloaca que se comunica com o meio externo. Cloaca
Sistema digestivo - ave
Válvula espiral
3.4.4 Digestão nos Mamíferos
• Animais Herbívoros Não Ruminantes
Os herbívoros terrestres consomem plantas e estas
possuem uma parede celulósica rígida ao redor da célula.
Os animais não conseguem fabricar enzimas que digerem
3.4.2 Digestão nos Anfíbios e Répteis
a celulose, o que se torna um problema quando as únicas
Tubo digestivo completo, com glândulas anexas, que fontes de alimentação são as plantas.
finaliza em cloaca. Alguns herbívoros resolvem esse problema simples-
mente ingerindo uma quantidade enorme de alimento, de
3.4.3 Digestão nas Aves
forma a compensar as perdas em alimentos não digeridos.
As aves não possuem dentes. Duas adaptações, o papo Outros possuem, ainda, dentes que moem o alimento, faci-
e a moela, suprem essa deficiência. litando a sua digestão. Os dentes molares são muito largos
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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

ou aplanados, geralmente sem caninos (ao contrário dos Pança


carnívoros, que possuem caninos e dentes molares com sa- (Rúmen) Esôfago
liências aguçadas e cortantes). O tubo digestivo é grande e
elaborado, e retém a comida durante mais tempo. O intestino Barrete
delgado é proporcionalmente maior que o dos carnívoros. O (Retículo)
apêndice e o ceco desenvolvidos são típicos de animais her-
bívoros. Por esses motivos, observamos que o tubo digestivo Folhoso
(Omaso)
dos animais herbívoros é mais complexo que o dos carnívo-
ros. Bastante comum, ainda, é a presença dos microrganis-
mos simbiontes que digerem celulose no trato digestivo de Intestino
Coagulador
herbívoros, como protozoários ciliados e bactérias. (Abomaso)
• Animais Herbívoros Ruminantes
Exemplos: boi, carneiro, cabra, camelo, veado, girafa, Boca Rúmen
Reg
entre outros. urgit
ação
Os ruminantes constituem um grupo especial de mamí-
Retículo
feros herbívoros que possuem um estômago poligástrico,
isto é, dividido em várias câmaras. Quando um ruminante in- Omaso Abomaso
gere o alimento, ele mastiga muito pouco antes de engolir. O
alimento passa rapidamente ao esôfago e desce à primeira
cavidade do estômago, o rúmen (ou pança), onde o alimento Ruminantes
é armazenado. Do rúmen o alimento passa ao retículo (ou
• Animais poligástricos (estômago com várias
barrete), onde é misturado a bactérias e protozoários que
cavidades) → o estômago é colonizado por pro-
habitam estas duas câmaras. Essas bactérias e protozoá-
tozoários e bactérias produtoras de celulase
rios fabricam enzimas, a celulase, que digerem a celulose
em glicídios simples e fabricam aminoácidos e vitaminas, (para digerir a celulose, abundante em sua dieta
por isso essas duas câmaras são chamadas de câmaras de de herbívoro).
fermentação. A comida é, então, regurgitada e volta à boca • Ruminação → o alimento no estômago, após so-
para uma segunda mastigação, dessa vez mais demorada frer ação da celulase, volta à boca, onde é mas-
(ruminação). O alimento, agora uma pasta, é engolido, en- tigado mais demoradamente. Dupla mastigação.
trando no omaso (ou folhoso), onde a digestão da celulose
continua e há reabsorção de água. Em seguida, o alimento
passa ao abomaso (ou coagulador). O abomaso é o estôma-
go químico, que produz enzimas digestivas que digerem tan- 4. Circulação
to o alimento quanto as bactérias simbiontes. O alimento vai
Um dos grandes problemas enfrentados por animais
para o intestino, onde se processa normalmente.
pluricelulares é a grande distância entre as células. As tro-
Intestino Esôfago cas de nutrientes, oxigênio e a remoção de resíduos devem
delgado ser feitos de maneira rápida e eficiente.
Folhoso Em organismos unicelulares ou organismos plurice-
lulares, formados por poucas camadas de células, essas
trocas são feitas por difusão, em que as partículas passam
do meio mais concentrado para o meio menos concentrado.
Isso é possível pois a relação entre a superfície de troca e o
volume do animal é alta.
Entretanto, a velocidade é um fator limitante para o
Barrete processo de difusão, tornando-o ineficiente para abastecer
as camadas mais profundas de organismos de grande por-
Coagulador
te, como grandes mamíferos.
Rúmen Neles, geralmente são encontrados sistemas internos
de distribuição de líquidos. As substâncias são transferidas
desse líquido para o meio intersticial, de onde passam para
as células e vice-versa.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

Esse líquido circulante, o sangue, comunica e integra as se utilizam dela para levar oxigênio aos tecidos e remover
diversas superfícies do corpo especializadas em trocas com o o gás carbônico destes, apresentam um baixo metabolis-
meio externo. Um sistema circulatório é constituído de vasos, mo, sendo letárgicos e apresentando movimentos lentos a
onde circula o sangue, impulsionado por um ou mais corações.
maior parte do tempo.
Podemos apontar algumas características principais
Os insetos representam uma exceção, pois apesar de
dos sistemas circulatórios:
possuírem hemolinfa, são capazes de se mover com gran-
• Transporte de gases;
de velocidade. Isso é explicado pelo mecanismo respiratório
• Transporte de nutrientes; desses organismos. Os insetos usam a respiração traqueal,
• Transporte de resíduos metabólicos; que leva o oxigênio diretamente aos tecidos por meio de tubos

• Transporte de hormônios; (traqueias), dispensando a utilização do sistema circulatório.


Nos anelídeos e em moluscos cefalópodes (polvos e lu-
• Intercâmbio de materiais;
las), a circulação é classificada como fechada. Nela, o sangue
• Transporte de calor;
circula exclusivamente dentro de vasos, que penetram nos
• Distribuição de mecanismos de defesa. órgãos, ramificando-se em vasos muito finos, os capilares.

A
4.1 A Circulação nos Invertebrados Coração
Como dito anteriormente, alguns animais não possuem
sistema circulatório, sendo classificados como avasculares.
Os grupos com ausência de sistema circulatório são os porí-
feros, cnidários, platelmintos e nematódeos. hemolinfa envolvendo
os órgãos
Os poríferos, por exemplo, apresentam canais que se co-
municam, pelos quais a água circula facilitando as trocas por
vaso vasos coração
difusão. Nos cnidários, como a hidra e as águas-vivas, a cavi- tubular
arterial laterais
dade gastrovascular funciona como sistema de distribuição. óstio
Em animais pseudocelomados, como o Ascaris lumbri-
coides, o líquido pseudocelomático que ocupa a cavidade
corporal auxilia a distribuição de substâncias por difusão,
impulsionado pelas contrações dos músculos longitudi-
nais, durante sua locomoção.
Em artrópodes, protocordados e em muitos moluscos
B Coração
ocorre um tipo de circulação em que o sangue, depois de
ser bombeado pelo coração, circula dentro de vasos san-
guíneos por curta distância, sendo em seguida despejado
dentro de cavidades ou lacunas entre os órgãos. Essas la-
cunas são chamadas de hemoceles, e a circulação desses
fluido
organismos recebe o nome de aberta ou lacunar. intersticial capilares
Os animais com sistema circulatório aberto têm, na maio-
ria das vezes, diversos corações que são partes dilatadas e
mais musculosas de vasos sanguíneos, que se contraem rit- vaso dorsal
micamente. Essas contrações assemelham-se aos movimen- principal
tos peristálticos observados no sistema digestório.
Devido à baixa concentração de células e, consequen-
temente, um predomínio da parte líquida, o sangue desses
animais é denominado hemolinfa.
corações auxiliares vaso ventral
A hemolinfa é capaz de transportar nutrientes, resí- principal
duos e hormônios, mas não é adequada para o transporte
Esquemas mostrando (A) a circulação aberta encontrada em
de gases. Assim, animais como moluscos e crustáceos, que
artrópodes e (B) a circulação fechada encontrada em anelídeos.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

4.2 A Circulação nos Vertebrados

Todos os vertebrados apresentam um sistema cir-


culatório fechado, com um coração único que sempre
possui posição ventral e não dorsal. As cavidades do
coração em que o sangue chega são os átrios ou aurícu-
las. As cavidades que bombeiam o sangue para fora do
coração são os ventrículos. Seu pigmento respiratório
– a hemoglobina – localiza-se concentrado dentro de
células especiais chamadas de hemácias. Nos inverte-
Sistema circulatório dos peixes.
brados, os pigmentos respiratórios encontram-se dis-
solvidos no plasma.
4.2.2 Anfíbios
A concentração da hemoglobina em hemácias apre-
Os anfíbios representam, entre os vertebrados, a tran-
senta duas vantagens:
sição entre a vida aquática e a vida terrestre. As larvas de
• pode ser transportada em grande quantidade sem al- anfíbios vivem na água e possuem circulação semelhante à
terar a pressão osmótica do sangue; dos peixes. Os adultos têm um coração com três cavidades:
• fica em contato direto com enzimas que auxiliam seu dois átrios e um ventrículo.
funcionamento. O sangue venoso chega ao átrio direito, passando para o
ventrículo, onde é bombeado para os pulmões e para a pele,
4.2.1 Peixes sendo oxigenado e transformando-se em sangue arterial.

O coração dos peixes apresenta duas câmaras ou Ao passar por esses órgãos, o sangue perde velocida-
cavidades: um átrio e um ventrículo. O sangue contendo de, mas em vez de ser enviado ao corpo, ele volta ao cora-
gás carbônico, vindo de todas as partes do corpo, chega ção pelo átrio esquerdo. Em seguida, o sangue passa para o
a uma pequena câmara do átrio chamada de seio venoso. ventrículo, onde novamente é bombeado para o corpo.
Do átrio, o sangue passa para o ventrículo, que impulsio- A circulação dos anfíbios é classificada como dupla, já
na o sangue vigorosamente com suas paredes musculo- que o sangue passa duas vezes pelo coração em cada ciclo.
sas, pela artéria aorta ventral, que leva o sangue até as Os dois átrios despejam sangue no mesmo ventrículo,
brânquias. portanto ocorre mistura de sangue venoso com sangue arte-
A aorta se ramifica em quatro pares de vasos, indo um rial. Sendo assim, chamamos essa circulação de incompleta.
para cada brânquia. Esses vasos são chamados de arcos A circulação dupla permite que o sangue chegue com
aórticos. maior pressão aos tecidos, uma vez que é bombeado nova-
Os arcos aórticos se ramificam e originam os capilares mente após a perda de pressão nos órgãos respiratórios.
das brânquias. Entre os capilares e as brânquias, ocorrerá
a hematose, sendo em seguida o sangue recolhido pela ar- A mistura de sangue no ventrículo dos anfíbios
téria aorta dorsal e distribuído pelo corpo. não é total, pois o sangue venoso e o arterial não são
O sangue sai do coração sob alta pressão, mas depositados ao mesmo tempo no ventrículo. Além
quando passa pelas brânquias, parte dessa pressão disso, as paredes esponjosas do coração ajudam a
é perdida, permanecendo baixa no sangue, que segue separar parcialmente os dois tipos de sangue.
lentamente das brânquias para outras partes do corpo,
onde passará novamente por capilares. A cada contra-
ção do músculo cardíaco, o sangue atravessa duas re-
des de capilares.
A circulação dos peixes possui apenas um circui-
to; por isso é classificada como circulação simples.
Portanto, no coração dos peixes passa apenas sangue
venoso.
Em nenhum momento do circuito há mistura de sangue
arterial com o sangue venoso, sendo por isso chamada de Sistema circulatório dos anfíbios.
circulação completa.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

4.2.3 Répteis Além disso, a circulação desses organismos é dupla (o san-


Uma evidente melhora na eficiência dos sistemas cir- gue passa duas vezes pelo coração em um ciclo completo).
culatórios é propiciada pela separação entre o sangue oxi- A inexistência da mistura de sangues, associada à sua
genado e o sangue pobre em oxigênio. A divisão dos ventrí- alta pressão, aumenta de maneira abundante a oferta de
culos se iniciou nos répteis, que têm um padrão circulatório oxigênio para as células.
muito semelhante ao dos anfíbios. Mais oxigênio se reflete em uma maior taxa de respira-
Os répteis têm o coração dividido em três cavidades. ção celular, permitindo que as aves e os mamíferos mante-
Entretanto, o ventrículo é parcialmente dividido por um nham intensa atividade metabólica e alto grau de atividade
septo, chamado de septo de Sabatier, que diminui a pro- física e neurológica.
porção de sangue venoso misturado ao arterial. Ou seja, o
sangue bombeado do ventrículo para a grande circulação Boa parte da energia dissipada na respiração celular é
é mais rico em oxigênio que o sangue impulsionado pelo utilizada para manter a temperatura corporal estável.
ventrículo dos anfíbios.
O coração dos répteis crocodilianos é uma exceção, di-
vidido em quatro cavidades (dois átrios e dois ventrículos).
Todavia, mesmo nesses répteis, ocorre alguma mistura de
sangue venoso com sangue arterial, devido a uma peque-
na comunicação entre os dois arcos aórticos, denominada
forame de Panizza.
Essa comunicação é útil para crocodilos e jacarés, que fi-
cam longos períodos sem respirar quando estão submersos.
Nessas condições, o forame de Panizza permite que uma par-
te do sangue que iria para o pulmão, nos momentos em que
este não está funcionando, seja desviada para o corpo.
Sistema circulatório de mamíferos e aves.
© JDCARBALLO/SHUTTERSTOCK

A aorta das aves toma direção ascendente, fazendo


uma curva para a direita, chamada de crossa da aorta, e
desce emitindo numerosas artérias a diversos órgãos. Nos
mamíferos, o esquema é semelhante, com a aorta voltada
para o lado esquerdo.

Peixes Anfíbios
Sistema circulatório dos répteis.
Capilares branquiais Capilares pulmonares e cutâneo

Corpo Pulmões

AD AE
Circulação
AD AE Artéria Circulação pulmocutânea
branquial

VD VE VD VE
Ventrículo (V)
Forame A A
de Panizza Aurícula (A)
V
Esquema comparativo entre os corações dos répteis não crocodilia-
Dir. Esq.
nos e crocodilianos, respectivamente. Circulação Circulação
Veia sistêmica sistêmica

4.2.4 Aves e Mamíferos


O coração das aves e dos mamíferos apresenta quatro
cavidades (dois átrios e dois ventrículos) e não há mistura de
Capilares sistêmicos Capilares sistêmicos
sangue arterial com sangue venoso (circulação completa).

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Répteis Aves e mamíferos

AZ_LV_3EM_BIOLOGIA_TA_VLA.indb 312 Capilares pulmonares Capilares pulmonares 29/10/2020 20:43


Capilares sistêmicos Capilares sistêmicos
BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

Répteis Aves e mamíferos


Circulação aberta ou fechada – qual é a mais
Capilares pulmonares Capilares pulmonares
eficiente?
Em uma primeira observação, um sistema cir-
culatório aberto pode parecer mais eficiente, uma
vez que permite a troca direta entre os tecidos e o
sangue. Entretanto, ao ser lançado em lacunas ou
Circulação Circulação
pulmonar pulmonar cavidades, o sangue perde pressão e flui de maneira
mais lenta, não conseguindo atender à demanda de
animais de maior porte.
A A A A
Já no sistema circulatório fechado, o sangue apre-
V V V V senta maior pressão e velocidade (desde que haja um
Dir. Esq. Dir. Esq. coração musculoso e ativo), mostrando-se mais efi-
Circulação
sistêmica ciente para suprir as necessidades de um organismo.
Além disso, em animais com sistema circulató-
rio fechado, o fluxo de sangue para as diversas re-
giões do corpo pode ser controlado, dependendo da
necessidade. Por exemplo, o fluxo de sangue para
Capilares sistêmicos Capilares sistêmicos
os músculos durante os exercícios físicos é maior
Esquema comparativo entre os sistemas circulatórios dos do que para a pele.
vertebrados.

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 2. Dominar conceitos como: metabolismo e homeostase.

F1. (Udesc-SC)

Apesar das transformações do metabolismo, o ser


vivo se mantém em equilíbrio, isto é, ele não muda
sua composição química e nem suas características
físicas. É esta propriedade do ser vivo que mantém re-
lativamente constante o seu meio interno.
Assinale a alternativa que define esta propriedade.
(a) Evolução

(b) Homeostase

(c) Ciclo de Krebs

(d) Fotossíntese e quimiossíntese

(e) Reprodução
Disponível em: <https://dicasdeciencias.com/2011/03/28/
garfield-saca-tudo-de-fisica/>. Acesso em: abr. 2016.
Objetivo 2. Dominar conceitos como: metabolismo e ho-
meostase. Garfield, um dos personagens da charge, construiu
sua fama devido ao fato de apresentar algumas ca-
F2. (UEL-PR) racterísticas, como, por exemplo, a disposição exces-
Leia a tirinha e responda à(s) questão(ões). siva de gordura corporal. Essa condição, na qual se in-
cluem os humanos, pode ser explicada pela ingestão

313

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

de alimentos em quantidades maiores do que aquelas (e) através de um coração rudimentar dividido em
que podem ser utilizadas pelo organismo para a ob- câmaras, das quais partem túbulos, chamados
tenção de energia. traqueias, que distribuem o sangue rico nesse
Com base nos conhecimentos sobre metabolismo, as- gás aos tecidos do corpo.
sinale a alternativa correta.
(a) A função do metabolismo é transformar molécu- Objetivo 6. Entender a importância evolutiva do desenvolvi-
las grandes e complexas em pequenas, simples mento de um sistema circulatório.
e solúveis, assim, o amido é convertido em áci-
F4. (UEL-PR)
dos graxos, as proteínas, em aminoácidos, e os
lipídios, em moléculas de glicose. Assinale a alternativa que indica corretamente os filos
de invertebrados que possuem sistema digestório com-
(b) As substâncias reguladoras, por possuírem a
pleto e o sistema circulatório do tipo aberto ou lacunar.
função de suprir as necessidades energéticas,
garantem um metabolismo normal e devem ser (a) Moluscos e anelídeos.
ingeridas em todas as refeições. (b) Cnidários e artrópodes.
(c) O catabolismo é a etapa na qual os nutrientes (c) Anelídeos e poríferos.
são assimilados e utilizados para formar novas
substâncias indispensáveis ao crescimento, à (d) Artrópodes e maioria dos moluscos.
manutenção e à regeneração do organismo. (e) Anelídeos e equinodermas.
(d) O anabolismo é a etapa na qual ocorre a quebra
de moléculas complexas em outras mais sim- Objetivo 8. Caracterizar a circulação dos diferentes grupos de
ples, com liberação de energia e eliminação de vertebrados.
substâncias de excreção.
F5. (UFRGS-RS)
(e) O pâncreas produz o glucagon, que age no fígado e
As figuras 1 e 2 representam, esquematicamente, os
estimula a glicogenólise, reação que transforma o
dois tipos de sistemas circulatórios apresentados pe-
glicogênio em glicose, e a insulina, que tem por fun-
los vertebrados. As setas indicam o trajeto percorri-
ção reduzir a concentração de glicose no sangue.
do pelo sangue em cada tipo de circulação. Com base
nas informações anteriores, assinale a alternativa
Objetivo 6. Entender a importância evolutiva do desenvolvi-
mento de um sistema circulatório. que apresenta, pela ordem, exemplo de um grupo de
vertebrados com o tipo de circulação representado na
F3. (Unesp-SP) figura 1 e outro com o tipo de circulação representado
Para voar, os insetos consomem muito oxigênio, em na figura 2.
consequência da elevada atividade muscular necessá-
ria para o movimento de suas asas. Para suprir a inten-
sa demanda, o oxigênio é levado às células musculares
(a) pelo sangue, através de um sistema cardiovas-
cular fechado, o que favorece um rápido aporte
desse gás aos tecidos.
(b) pelo sangue, através de um sistema cardiovas-
cular aberto, o que favorece um rápido aporte
desse gás aos tecidos.
(c) através de um sistema de túbulos denominado
traqueia, o qual leva o sangue rico nesse gás aos (a) anfíbios - aves.
tecidos musculares. (b) répteis - mamíferos.
(d) através de um conjunto de túbulos denominado (c) anfíbios - mamíferos.
traqueia, o qual transporta esse gás desde orifí-
(d) peixes - répteis.
cios externos até os tecidos, sem que o sangue
participe desse transporte. (e) mamíferos - peixes.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Na relação apresentada na tirinha, o parasita e o hos-
E1. (UFRN-RN)
pedeiro são, respectivamente,
Dos animais a seguir, aquele que só realiza digestão
(a) aracnídeo e cetáceo.
intracelular é:
(b) ápode e bípede.
(a) a esponja.
(b) a hidra. (c) herbívoro e frugívoro.

(c) a planária. (d) ametábolo e hemimetábolo.


(d) a minhoca. (e) de sistema circulatório aberto e fechado.
(e) o gafanhoto.
E4. (Uece-CE)
E2. (UFRGS-RS) Existem inúmeras características que nos permitem
Em agosto de 2013, foi divulgada a descoberta de diferenciar a matéria viva da inanimada. A caracte-
um mamífero, o olinguito, que parece uma mistura de rística “O ser vivo é capaz de manter a constância do
gato doméstico e urso de pelúcia, nativo das florestas meio interno” é identificada como:
da Colômbia e do Equador. (a) homeostase
Disponível em: <http://exame.abril.com.br/ciencia/noticias/
americano-olinguito-e-o-mais-novo-mamifero-descoberto>. (b) metabolismo
Acesso em: ago. 2013.
(c) irritabilidade
Sobre esse mamífero, pode-se afirmar que deve ne- (d) nutrição
cessariamente apresentar
(a) sistema circulatório duplo. E5. (UEL-PR)
(b) glândulas uropigianas. Os mamíferos são um grupo de vertebrados que teve
evolutivamente uma ampla irradiação adaptativa
(c) pecilotermia.
a partir de um ancestral comum, o que resultou na
(d) glândulas mamárias com origem endodérmica. adaptação em diferentes latitudes do planeta. Assina-
(e) notocorda como principal estrutura de sustentação. le a alternativa que apresenta a característica respon-
sável pela grande amplitude de distribuição geográfi-
E3. (UFG-GO-Adaptado) ca dos mamíferos.
Confira a tirinha (a) Coração dividido em quatro cavidades.
(b) Respiração pulmonar.
(c) Endotermia.
(d) Pele queratinizada.
(e) Fecundação interna.

E6. (UFJF-MG)
Os itens relacionam-se com o estômago de um rumi-
nante. Verifique qual das ordenações corresponde à
sequência correta do processo digestivo:
1. Pança ou rúmem.
2. Intestino.
Davies, J. Garfield de dieta. Porto Alegre: L&PM, 2006, p. 67.
(Adaptado.) 3. Abomaso ou coagulador.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

4. Esôfago.
E9. (Udesc-SC)
5. Boca.
Imagine um animal cujo coração tem quatro cavida-
6. Folhoso ou ômaso. des. Assinale a alternativa que tem exemplos de ani-
mais com este tipo de coração.
7. Retículo ou barrete.
(a) sabiás – jararacas – rãs e salmões.
(a) 5 – 4 – 1 – 7 – 5 – 4 – 6 – 3 – 2.
(b) jacarés – pardais – cavalos e leões.
(b) 5 – 4 – 3 – 2 – 1 – 6 – 7 – 4 – 2.
(c) sapos – tainhas – tartarugas e hipopótamos.
(c) 5 – 4 – 7 – 1 – 5 – 1 – 3 – 6 – 2. (d) tigres – salamandras – cobras e bagres.
(d) 5 – 4 – 1 – 7 – 1 – 5 – 6 – 2 – 3. (e) gorilas – tubarões – lagartixas e golfinhos.

(e) 5 – 4 – 1 – 6 – 7 – 1 – 5 – 3 – 2.
E10. (Unioeste-PR-Adaptado)
A digestão é um processo fisiológico a partir do qual
E7. (Fuvest-SP)
os alimentos são reduzidos a pequenas partículas ab-
Qual das alternativas distingue organismos heterotró- sorvíveis e disponíveis para a utilização metabólica.
ficos de organismos autotróficos? Considerando-se o processo da digestão e a estrutura
(a) Somente organismos heterotróficos necessitam do sistema digestório dos organismos, é correto afir-
de substâncias químicas do ambiente. mar que
(a) a digestão intracelular ocorre totalmente no inte-
(b) Somente organismos heterotróficos fazem res- rior da célula e o alimento fica armazenado em
piração celular. vacúolos digestivos, repletos de enzimas. Este
tipo de digestão é exclusivo dos organismos uni-
(c) Somente organismos heterotróficos possuem
celulares tais como bactérias e protozoários.
mitocôndrias.
(b) em alguns animais, por exemplo, poríferos e cnidá-
(d) Somente organismos autotróficos podem viver rios, o alimento é parcialmente digerido no meio ex-
com nutrientes inteiramente inorgânicos. tracelular e depois o processo é finalizado no inte-
rior das células que revestem a cavidade digestiva.
(e) Somente organismos autotróficos não requerem
gás oxigênio. (c) o sistema digestório é dito incompleto quando
ele possui apenas uma abertura que se comunica
com o meio externo através da qual os alimentos
E8. (UFPR-PR)
são captados e os restos não digeridos são elimi-
A parede celular das plantas é a principal fonte de nados. Ocorrem em cnidários e platelmintos.
energia dos consumidores na biosfera e alimento es-
(d) os animais ruminantes são caracterizados pela
sencial para muitos insetos. Diversas hipóteses têm presença de estômago monogástrico.
surgido para explicar a capacidade dos insetos em
(e) o papo, uma dilatação do tubo digestivo, cuja fun-
digeri-la. Uma delas propõe que esta digestão seria
ção é umedecer e armazenar temporariamente o
possível pela existência de simbiose com protistas e alimento ingerido, é exclusivo e característico do
bactérias. Uma segunda hipótese postula que insetos sistema digestório das aves.
têm a capacidade de produzir enzimas responsáveis
pela digestão da parede celular. E11. (FCM-MG)
(a) Qual o componente mais abundante da parede Em animais herbívoros ruminantes, a obtenção de
celular das plantas? glicose dos alimentos se torna mais viável, desde que:

(b) Qual das duas hipóteses apresentadas no texto é (a) haja bastante água no tubo digestório para amole-
cer o alimento antes da digestão propriamente dita.
válida para mamíferos herbívoros?
(b) bactérias e protozoários que vivem em seus es-
(c) De que maneira a análise do genoma de um inseto tômagos produzam enzimas para a digestão de
poderia contribuir para testar a segunda hipótese? celulose.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

(c) o peristaltismo dos diversos compartimentos (a) I – bem-te-vi; II – truta; III – crocodilo; IV – ho-
gástricos triture corretamente os componentes mem; V - rã.
do bolo alimentar.
(b) I – foca; II – sardinha; III – jacaré; IV – pato; V - sapo.
(d) a saliva durante a ruminação contenha abun-
(c) I – sabiá; II – salmão; III – rã; IV – boi; V - jabuti.
dante amilase.
(e) os ácidos graxos sejam convenientemente dige- (d) I – pardal; II – baleia; III – tartaruga; IV – onça;
ridos ao nível intestinal. V - girino.

(e) I – gato; II – atum; III – cascavel; IV – quero-quero;


E12. (Ufscar-SP) V - enguia.
O sistema circulatório dos vertebrados mostra uma
evolução ocorrida entre os grandes grupos. Na maio- E14. (UFTM-MG-Adaptado)
ria das espécies de cada grupo, há um padrão na di-
O micélio vegetativo de um único indivíduo da espé-
visão das cavidades do coração. Isto pode ser confir-
cie Armillaria ostoyae, que ocorre no estado de Oregon
mado na frase:
(EUA), expande-se por cerca de 8,9 km2 de área e prova-
(a) O coração dos peixes tem dois átrios e um ven-
velmente deve ter 2400 anos e centenas de toneladas, o
trículo, ocorrendo a mistura do sangue venoso
que o qualifica como o maior organismo da Terra.
com o sangue arterial nos primeiros.
LOPES, Sônia; ROSSO, Sérgio.
(b) O coração dos anfíbios tem dois átrios e um ven- Bio, volume 2, 2010. (Adaptado.)
trículo, ocorrendo a mistura de sangue venoso
com o sangue arterial neste último. De acordo com o texto, é possível afirmar que esse fungo

(c) O coração dos répteis tem dois átrios e um ven- (a) consegue obter seus nutrientes por absorção,
trículo, não ocorrendo mistura do sangue venoso após a realização da digestão extracorpórea.
com o sangue arterial. (b) é autotrófico, dependente da luz para conseguir
(d) O coração dos répteis é igual ao das aves, ocor- produzir sua própria matéria orgânica.
rendo em ambos mistura do sangue venoso com
(c) são organismos heterótrofos, que obtêm o ali-
sangue arterial.
mento por ingestão.
(e) O coração dos mamíferos apresenta dois átrios e
dois ventrículos, parcialmente separados, ocor- (d) realiza processos de anabolismo, para a produção
rendo mistura do sangue venoso com o sangue do alimento e catabolismo para liberar energia.
arterial em pequena escala. (e) consegue obter seus nutrientes por ingestão.

E13. (UFPR-PR)
E15. (UFRGS-RS)
Considere a tabela abaixo, com informações sobre o
A expressão popular “estômago de avestruz” é utilizada
sistema circulatório de vertebrados. Assinale a al-
para definir pessoas que comem de tudo e não enfren-
ternativa com a sequência correta de animais a que
tam problemas digestivos com isso.
corresponderiam as características indicadas de I a V.
Sobre o processo alimentar das aves, assinale a afirma-
Coração Circulação
ção correta.
Dois átrios e dois ven- Dupla e completa, com aor-
I (a) O alimento ingerido passa direto ao estômago
trículos. ta curvada para a direita.
Um átrio e um ventrí- químico.
II Simples e completa.
culo. (b) As enzimas digestivas começam a agir no papo.
Dois átrios e dois
(c) A moela tem uma ação mecânica que tritura o
III ventrículos, aorta com Dupla e incompleta.
alimento ingerido.
Forame de Panizza.
Dois átrios e dois ven- Dupla e completa, com aor- (d) Algumas espécies regurgitam o conteúdo da
IV
trículos. ta curvada para a esquerda. moela para alimentar os filhotes.
Dois átrios e um ven- (e) A dieta alimentar inclui somente animais como
V Dupla e incompleta.
trículo trabeculado. insetos e vertebrados.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

E16. (FMJ-SP) E19. (PUCC-SP)


Os mamíferos ruminantes apresentam um estômago Durante a digestão dos animais ruminantes ocorre a for-
com quatro compartimentos: rúmen (pança), retículo mação do gás metano (constituído pelos elementos car-
(barrete), omaso (folhoso) e abomaso (coagulador). bono e hidrogênio) que é eliminado pelo arroto do animal.
(a) Sabe-se que existem microrganismos nas re- Os ruminantes possuem o estômago dividido em qua-
giões do rúmen e retículo. Qual o principal papel tro compartimentos, dois dos quais possuem as bac-
desses microrganismos na digestão dos vegetais térias cujo metabolismo libera o gás metano. O capim
ingeridos pelos ruminantes? Explique por que o ingerido por um boi primeiramente sofre atuação:
fornecimento excessivo de antibióticos aos rumi- (a) das bactérias, que são em seguida digeridas du-
nantes pode fazê-los emagrecer. rante as mastigações.
(b) Qual compartimento do estômago dos ruminan-
(b) do suco gástrico, que deixa o capim adequado
tes tem o papel análogo ao estômago humano?
para as bactérias.
Como ocorre a digestão química nesse comparti-
mento do estômago dos ruminantes? (c) de amilases pancreáticas e depois das secreções
do duodeno.
E17. (Unisc-RS)
(d) do suco gástrico que é posteriormente regurgita-
A circulação sanguínea dos peixes é completa e sim-
do para a atuação das bactérias.
ples. Completa, porque o sangue arterial e o venoso
não se misturam; e simples, porque o fluxo sanguíneo (e) das bactérias que, posteriormente, são digeridas
passa somente uma vez pelo coração. Conforme estas com a ação do suco gástrico.
características morfológicas e anatômicas, pode-se
dizer que o coração dos peixes ósseos tem
E20. (Udesc-SC)
(a) um ventrículo e dois átrios.
Analise as proposições abaixo, em relação à circulação
(b) dois ventrículos e um átrio.
dos vertebrados e dos invertebrados.
(c) um ventrículo e nenhum átrio.
I. O coração dos peixes possui duas dilatações prin-
(d) um ventrículo e um átrio. cipais: um átrio e um ventrículo. O sangue com
(e) nenhum ventrículo e dois átrios. gás carbônico é levado pelas veias para o seio ve-
noso, logo o sangue é levado para o átrio. O átrio
E18. (ESPBA-BA-Adaptado) bombeia o sangue para o ventrículo e este o bom-
O sistema circulatório é formado pelos vasos sanguí- beia para o cone arterial ou bulbo arterioso.
neos e pelo coração, sendo que o padrão de divisão
II. Os anfíbios possuem uma circulação fechada e
das cavidades do coração varia entre os vertebrados.
completa, que passa por um coração com duas
Com relação ao sistema circulatório, é correto afirmar: cavidades (um átrio e um ventrículo).
(a) O sistema circulatório é uma novidade evolutiva III. Nos anelídeos e nos moluscos cefalópodes a
que surge nos artrópodes – apresentam circula- circulação é fechada. O sangue tem um fluxo de
ção fechada composta por vasos interligados.
circulação que ocorre no interior dos vasos san-
(b) O coração dos anfíbios, na fase adulta, possui dois guíneos.
átrios e um ventrículo o que ocasiona a mistura
IV. Os répteis possuem um coração com três cavida-
do sangue venoso com o arterial.
des. Em alguns répteis, o ventrículo é parcialmen-
(c) O coração tetracavitário é uma aquisição evolutiva te dividido pelo Septo de Sabatier.
exclusiva dos mamíferos que possibilita a separa-
ção da circulação sanguínea venosa e arterial. Assinale a alternativa correta.

(d) A organização anatômica do coração de répteis (a) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
e aves impede a mistura do sangue venoso com (b) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
o arterial.
(c) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
(e) o coração das aves e dos mamíferos apresenta qua-
tro cavidades (dois átrios e dois ventrículos) e ocor- (d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
re a mistura de sangue arterial com sangue venoso. (e) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

Com base na figura e nos conhecimentos sobre circu-


E21. (UEPG-PR-Adaptado)
lação sanguínea, responda aos itens a seguir.
Com relação ao sistema circulatório dos vertebrados.
(a) Que órgãos são representados pelos números
Indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
1 e 2?
(01) Em crocodilos e jacarés não há separação entre
(b) Cite uma única classe animal à qual pode per-
os lados direito e esquerdo do ventrículo e o co-
tencer o organismo X e outra à qual pode perten-
ração é organizado em duas câmaras, um átrio e
cer o organismo Y.
um ventrículo.
(c) Que vantagens apresenta a circulação dupla
(02) Na maioria dos répteis, o coração é dividido em
completa, no organismo Y, em relação à circula-
três câmaras, dois átrios e um ventrículo parcial-
ção encontrada no organismo X?
mente dividido por uma parede interna, o que di-
minui a mistura de sangue arterial com sangue
E23. (UFPR-PR)
venoso durante a contração do ventrículo.
O sistema circulatório é um importante sistema de
(04) Nos peixes e nos anfíbios, o coração tem três câ- integração entre as diferentes regiões de um or-
maras, sendo dois átrios e um ventrículo. ganismo, em função do transporte de substâncias
(08) O coração das aves, como o dos mamíferos, tem entre essas regiões. Em relação ao sistema circula-
quatro câmaras, sendo dois átrios e dois ventrícu- tório, responda:
los completamente separados. (a) Como os cnidários sobrevivem sem esse sistema?
(b) Quais são as consequências, para os animais,
E22. (UEL-PR) da presença de um sistema circulatório aber-
Além do transporte de gases, a circulação sanguínea to? Dê um exemplo de animal com esse tipo de
transporta outros solutos, calor e nutrientes. Cada sistema.
classe de vertebrados tem um tipo muito uniforme (c) Quais foram as tendências evolutivas rela-
de circulação, mas as diferenças entre as classes são cionadas à circulação e ao coração dos ver-
substanciais, principalmente quando se comparam os tebrados?
vertebrados aquáticos com os terrestres.
As figuras a seguir representam dois tipos de circu- E24. (UnB-DF)
lação sanguínea observados em vertebrados. A letra Redija um texto, na modalidade padrão da língua por-
V representa os ventrículos e a letra A representa os tuguesa, apresentando as diferenças anatômicas en-
átrios. As setas indicam a direção do fluxo sanguíneo. tre o coração esquematizado na figura e o coração de
um indivíduo adulto da classe Mammalia. Apresente,
Organismo X Organismo Y
ainda, as implicações dessas diferenças do ponto de
1 2
vista fisiológico.

A A
V Aorta
A
V V
Aorta

Capilares que irrigam órgãos e tecidos corporais

Disponível em: <http://wikiciencias.casadasciencias.org/


wiki/index.php/Sistemas_de_Transporte_nos_Animais>.
Acesso em: jul. 2015. (Adaptado.)

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

podem ser identificadas as artérias, que trans-


E25. (Uece-CE)
portam sangue para o coração, e as veias, que
Alguns animais não possuem sistema circulatório,
transportam o sangue a partir do coração.
pois realizam suas trocas diretas com o ambiente. So-
(c) nos sistemas circulatórios abertos, à medida
bre o sistema circulatório, é correto afirmar que
que o animal se move, o fluido extracelular com-
(a) o sangue flui para fora do coração e para dentro prime-se pelos espaços intercelulares.
dos vasos, através da contração cardíaca, onde a (d) nos mamíferos o sangue é bombeado do coração
pressão é mais alta. para os pulmões e de volta para o coração, o que
(b) no sistema vascular fechado dos vertebrados, é denominado circuito sistêmico.

C
FOLHA AZ
moléculas. Após determinada refeição, completadas
1. (PUC-MG)
a digestão e a absorção, o nutriente majoritariamen-
As figuras mostram sistemas digestivos monogás- te absorvido foi a glicose. É correto afirmar que essa
tricos e poligástricos de alguns mamíferos. Sobre o refeição estava constituída de
sistema digestivo e a dieta desses animais, assinale a
(a) contrafilé na brasa.
alternativa incorreta.
(b) camarão na chapa.

(c) ovo frito.

(d) frango assado.


esôfago intestino delgado
Estômago (e) arroz e feijão.
retículo rúmen
Ceco
omaso 3. (Unesp-SP)
abomaso
so Leia:
os rúmen
gr
in
o omaso Quando abrirem meu coração
est duodeno
Int
Vão achar sinalização

De mão e contramão.
abomaso FERNANDES, Millôr. Veja, 04.04.2012.
retículo
No contexto da biologia, os versos de Millôr Fernan-
(a) No sistema monogástrico, a fermentação ocorre des, falecido em 2012, podem ser usados para ilus-
no ceco aumentado e no intestino grosso. trar, de maneira poética, as características de um sis-
tema circulatório em que os sangues arterial e venoso
(b) No sistema digástrico, o alimento passa através
seguem fluxos distintos, sem se misturarem.
das quatro câmeras do estômago.
Nessas condições, o protagonista desses versos po-
(c) Nos dois sistemas, os animais são considerados
deria ser
ruminantes.
(a) uma ave ou um peixe.
(d) Vegetais constituem a base alimentar dos ani-
mais representados. (b) um réptil ou um mamífero.

(c) um mamífero ou uma ave.


2. (Fuvest-SP-Adaptado)
(d) um peixe ou um réptil.
Alimentos fornecem nutrientes utilizados pelo nos-
so organismo para obtenção de energia e síntese de (e) um réptil ou uma ave.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

4. (Enem) Colesterol
Alimento
Cru Cozido
Arroz e feijão formam um “par perfeito”, pois forne-
cem energia, aminoácidos e diversos nutrientes. O que Carne de frango (bran-
58 75
ca) sem pele
falta em um deles pode ser encontrado no outro. Por
exemplo, o arroz é pobre no aminoácido lisina, que é Carne de frango
80 124
(escura) sem pele
encontrado em abundância no feijão, e o aminoácido
metionina é abundante no arroz e pouco encontrado Pele de frango 104 139
no feijão. A tabela seguinte apresenta informações Carne suína (bisteca) 49 97
nutricionais desses dois alimentos. Carne suína (toucinho) 54 56
Carne bovina
Arroz Feijão 51 66
(contrafilé)
(1 colher de (1 colher de Carne bovina
sopa) sopa) 52 67
(músculo)
Calorias 41 kcal 58 kcal Revista ProTeste, n. 54, dez. 2006. (Adaptado.)

Carboidratos 8,07 g 10,6 g


Com base nessas informações, avalie as afirmativas
Proteínas 0,58 g 3,53 g a seguir.
I. O risco de ocorrerem doenças cardiovasculares
Lipídios 0,73 g 0,18 g
por ingestões habituais da mesma quantidade
Colesterol 0g 0g de carne é menor se esta for carne branca de
Silva, R. S. Arroz e feijão, um par perfeito. Disponível em: frango do que se for toucinho.
http://www.correpar.com.br. Acesso em: fev. 2009. II. Uma porção de contrafilé cru possui, aproximada-
mente, 50% de sua massa constituída de colesterol.
A partir das informações contidas no texto e na tabela,
conclui-se que III. A retirada da pele de uma porção cozida de car-
ne escura de frango altera a quantidade de co-
(a) os carboidratos contidos no arroz são mais nu-
lesterol a ser ingerida.
tritivos que os do feijão.
IV. A pequena diferença entre os teores de coleste-
(b) o arroz é mais calórico que o feijão por conter
rol encontrados no toucinho cru e no cozido in-
maior quantidade de lipídios.
dica que esse tipo de alimento é pobre em água.
(c) as proteínas do arroz têm a mesma composição É correto apenas o que se afirma em:
de aminoácidos que as do feijão.
(a) I e II.
(d) a combinação de arroz com feijão contém ener-
(b) I e III.
gia e nutrientes e é pobre em colesterol.
(c) II e III.
(e) duas colheres de arroz e três de feijão são me-
(d) II e IV.
nos calóricas que três colheres de arroz e duas
(e) III e IV.
de feijão.
6. (Uerj-RJ)
5. (Enem)
Esponjas e mexilhões podem ser considerados bioin-
Defende-se que a inclusão da carne bovina na dieta é dicadores, uma vez que a análise de seus tecidos re-
importante, por ser uma excelente fonte de proteínas. vela a concentração de poluentes na água.
Por outro lado, pesquisas apontam efeitos prejudiciais
Isso ocorre porque, no meio aquático, esses animais
que a carne bovina traz à saúde, como o risco de doen-
são caracterizados, em sua maioria, como:
ças cardiovasculares. Devido aos teores de colesterol
(a) filtradores
e de gordura, há quem decida substituí-la por outros
tipos de carne, como a de frango e a suína. O quadro a (b) raspadores
seguir apresenta a quantidade de colesterol em diver- (c) predadores
sos tipos de carne crua e cozida. (d) decompositores

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

7. (PUC-RJ) 9. (Fuvest-SP)
A água, por ter um alto calor específico, é um elemen- Na história evolutiva dos metazoários, o processo
to importante para a regulação da temperatura corpo- digestivo
ral em todos os chamados animais de sangue quente. (a) é intracelular, com hidrólise enzimática de mo-
A quantidade de água necessária para a manutenção léculas de grande tamanho, a partir dos equino-
da estabilidade da temperatura corporal varia, basi- dermas.
camente, em função de dois processos: a sudorese e
(b) é extracelular, já nos poríferos, passando a com-
a produção de urina. Assinale a opção que aponta cor-
pletamente intracelular, a partir dos artrópodes.
retamente como funciona esse controle.
(a) Quando há aumento da temperatura ambiente (c) é completamente extracelular nos vertebrados,
o indivíduo produz menor quantidade de suor e o que os distingue dos demais grupos de ani-
menor quantidade de urina. mais.

(b) Quando há aumento da temperatura ambiente, (d) passa de intracelular a completamente extrace-
o indivíduo produz maior quantidade de suor e lular, a partir dos nematelmintos.
maior quantidade de urina. (e) passa de completamente extracelular a comple-
(c) Quando há diminuição da temperatura ambiente, tamente intracelular, a partir dos anelídeos.
o indivíduo produz menor quantidade de suor e
maior quantidade de urina. 10. (UFRGS-RS)
(d) Quando há diminuição da temperatura ambiente, Observe os esquemas abaixo que representam siste-
o indivíduo produz maior quantidade de suor e mas circulatórios de vertebrados.
menor quantidade de urina. A
(e) Quando há diminuição da temperatura ambiente,
o indivíduo produz maior quantidade de suor e
maior quantidade de urina. Troca de Tecidos
Gases

8. (Fuvest-SP)
O esquema representa, de maneira simplificada, a cir-
culação sanguínea em peixes. CORAÇÃO
Brânquias
B

Ventrículo
Coração

Troca de
Átrio Gases Tecidos
Átrio
Esquerdo

Tecidos
do copo Átrio
Direito
Pode-se afirmar corretamente que, nos peixes,
Em relação aos dois esquemas, considere as seguin-
(a) o coração recebe somente sangue pobre em tes afirmações.
oxigênio.
I. O vertebrado do esquema A possui brânquias; o
(b) ocorre mistura de sangue pobre e de sangue rico do B, pulmões.
em oxigênio, como nos répteis.
II. O esquema A representa circulação simples; o B,
(c) o sangue mantém constante a concentração de
circulação dupla.
gases ao longo do percurso.
III. O esquema A é característico de anfíbios.
(d) a circulação é dupla, como ocorre em todos os
demais vertebrados. Quais estão corretas?
(e) o sistema circulatório é aberto, pois o sangue (a) Apenas I. (c) Apenas I e II.
tem contato direto com as brânquias. (b) Apenas III. (d) Apenas II e III.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 6 - INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO

GABARITO
A
E1. A compostos orgânicos essen- suem circulação fechada,
E2. A ciais para manter seu metabo- dupla e incompleta. O san-
lismo. gue arterial (rico em oxigênio)
E3. E mistura-se com sangue ve-
b) Abomaso (coagulador). Nesse
E4. A local há secreção do suco gás- noso (rico em gás carbônico).
E5. C trico, rico em enzimas e ácido Os anfíbios possuem coração
E6. A clorídrico. O principal papel é com três cavidades, enquanto
digerir as proteínas pela enzi- que o coração dos répteis tem
E7. D três ou quatro cavidades. Aves
ma pepsina.
E8. e mamíferos possuem circula-
E17. D ção fechada, dupla e completa.
a) O componente orgânico mais
abundante na parede celular E18. B O sangue venoso não se mistu-
das plantas é o polissacarídeo E19. E ra com o sangue arterial. O co-
celulose. E20. A ração desses animais possui
quatro cavidades (dois átrios e
b) Mamíferos herbívoros vivem E21. 02 + 08 = 10 dois ventrículos). A tendência
em mutualismo com bactérias E22. evolutiva é a separação com-
e protozoários capazes de di- pleta entre sangue venoso e
gerir a celulose dos vegetais a) O número 1 representa as
brânquias e o número 2 re- sangue arterial.
ingeridos por esses animais.
presenta os pulmões. O orga- E24. O coração dos anfíbios adultos
c) A análise do genoma de um in- nismo X pode ser um peixe e o é formado por 3 câmaras: 2
seto pode indicar se ele possui organismo Y pode ser uma ave átrios e 1 ventrículo. A circu-
genes que codificam enzimas ou um mamífero. lação desses animais é incom-
que quebrem a celulose. pleta porque ocorre mistura
b) Maior disponibilidade de oxi-
E9. B gênio e, consequentemente, de sangue arterial e venoso no
E10. C aquisição de níveis metabóli- único ventrículo. Isso contribui
E11. B cos mais elevados. para o fato de os anfíbios se-
rem animais ectotérmicos. Em
E12. B E23. mamíferos, o coração é tetra-
E13. A a) Os cnidários são animais cavitário e formado por 2 átrios
E14. A aquáticos, cujas células reali- e 2 ventrículos completamente
zam trocas de gases e excre- separados por um septo mus-
E15. C ção diretamente com o meio culoso. A circulação é dupla e
E16. externo por difusão. completamente separada, sem
a) O principal papel dos micror- b) O sangue circula sob baixa mistura de sangue arterial e
ganismos é digerir a celulose pres são, de forma venoso. Dessa forma, o sangue
através da celulase que pro- mais lenta, causando uma me- arterial que chega aos tecidos
duzem, digerir/degradar pro- nor nutrição e oxigenação dos é rico em oxigênio, fato que
teínas vegetais (fibras). Os ru- tecidos. Todos os moluscos, contribui, decisivamente, para
minantes emagrecem porque exceto a classe cefalópode, e a manutenção da endotermia.
os antibióticos podem eliminar os artrópodes possuem siste- E25. C
as bactérias (microrganismos) ma circulatório aberto.
do estômago e sem elas não c) Os peixes possuem circulação
haverá a digestão de celulo- fechada e simples. O coração
se (comprometimento da di- dos peixes tem duas cavidades
gestão ou no fornecimento de (um átrio e um ventrículo), por
energia e nutrientes etc.) e o onde passa apenas sangue ve-
animal não consegue obter os noso. Os anfíbios e répteis pos-

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

• Túnica submucosa: formada de tecido conjuntivo.


Une a túnica mucosa à túnica muscular. Tem muitos
CAPÍTULO 7 P vasos sanguíneos e linfáticos, que absorvem as mo-
DIGESTÃO HUMANA léculas provenientes do processo de digestão.
• Túnica muscular: é uma espessa camada de múscu-
Objetivos de aprendizagem
lo. Na boca e na parte superior do esôfago, ela con-
1. Compreender as etapas do processo de digestão siste de músculo esquelético, tendo, portanto, contra-
humana. ção voluntária e sendo responsável pela deglutição.
No restante do trato digestório, a túnica muscular é
2. Citar as principais enzimas hidrolíticas envolvidas,
formada por tecido muscular liso, tendo contração in-
bem como seus substratos e locais de produção.
voluntária. Esses músculos são os responsáveis pelo
3. Identificar os processos regulatórios hormonais e peristaltismo, que empurra o alimento pelo tubo.
nervosos envolvidos com a digestão.
• Túnica serosa: é a camada mais externa, sendo for-
4. Descrever as etapas do processo absortivo dos mada por tecido epitelial escamoso e tecido conjunti-
diversos nutrientes. vo. Protege o trato gastrintestinal do atrito, secretando
um líquido que permite o deslizamento contra outros
órgãos. O peritônio é a maior túnica serosa do corpo.

D O tubo digestivo é dividido em boca, faringe, esôfago,


estômago, intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intes-
1. A digestão humana tino grosso (ceco, cólon e reto) e ânus.
Em traços gerais, podemos entender o sistema digestó- Ao longo da sequência de compartimentos do tubo diges-
rio humano como um tubo que se estende da boca ao ânus, tório, o alimento é submetido a fenômenos físicos (Ex: masti-
sendo formado por diversos segmentos. Anexados a este gação e peristaltismo) e químicos (Ex: ação enzimática).
tubo estão alguns órgãos, como glândulas salivares, língua,
dentes, fígado, vesícula biliar e pâncreas, cuja atuação em
Glândula parótida
conjunto visa, em última análise, à digestão do alimento.v

D
Microvilosidades Boca
Vilosidades
Células que
C Glândula sublingual
Serosa
A absorvem
nutrientes
Glândula submandibular

Esôfago
Camadas Cavidade Vaso
musculares intestinal linfático

Submucosa Dobras
intestinais B
Mucosa
Fígado

Vesícula biliar
Estômago
Pâncreas
(A) Organização da parede intestinal Intestino delgado
(B) Detalhe das dobras da mucosa intestinal
(C) Detalhe das vilosidades intestinais Intestino grosso
(D) Células intestinais mostrando microvilosidades
Apêndice
A parede do trato gastrintestinal é formada por quatro ca- Reto
madas de tecido. Da mais interna para a mais externa, temos: Ânus
• Túnica mucosa: formada por uma camada de tecido
epitelial que entra em contato direto com o conteú-
do do tubo digestório e uma camada fina de tecido
muscular liso que forma pregas, responsáveis pelo
aumento da superfície digestiva. Esquema ilustrativo do sistema digestório humano.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

1.1 O processo da digestão A atividade da ptialina é bastante eficaz, mas, de modo


geral, o alimento não fica exposto à saliva, na boca, por
1.1.1 Modificações do alimento na boca tempo suficiente para que mais de 5% a 10% desses com-
postos sejam digeridos.
ALIMENTO BOLO ALIMENTAR Entretanto, a mistura de saliva com o alimento é comu-
Palato mole mente armazenada no estômago, por período variável (de
Glândula Faringe Cavidade nasal 30 minutos a várias horas) antes de ser misturada com as
parótida Palato duro secreções gástricas. Durante esse período, a saliva pode
digerir mais de 50% do amido da alimentação. Quando as
secreções do estômago são lançadas, o pH ácido e as enzi-
Cavidade bucal mas digestivas inativam a ptialina, cessando sua ação.
Lábios
Dente
O controle da salivação
Língua Os núcleos salivatórios superior e inferior são
responsáveis pelo controle das glândulas salivares
Glândula e se localizam no tronco cerebral.
sublingual
Esses núcleos, por sua vez, são controlados por
Glândula impulsos gustativos e impulsos sensoriais tácteis,
submandibular com origem na boca.
Na boca, os dentes se encarregam de cortar o alimento Alimentos com sabor agradável estimulam a
em pedaços pequenos, facilitando a ação das enzimas, uma secreção abundante de saliva, enquanto os de sabor
vez que aumentam a superfície de contato para estas. O ser desagradável podem reduzir de modo tão acentua-
humano, assim como todos os mamíferos, possui duas denti- do a secreção salivar a ponto de dificultar a degluti-
ções (difiodonte) e dentes diferentes (heterodonte). A primeira ção. Você provavelmente já ouviu falar que certo tipo
dentição é a decídua (popularmente chamada dentição de lei- de alimento é de “dar água na boca”.
te) com 20 dentes; a qual é substituída pela dentição perma-
nente com 32 dentes. Os dentes incisivos cortam, os caninos

© M. UNAL OZMEN/SHUTTERSTOCK
perfuram e rasgam, e os molares trituram os alimentos.
A língua – um órgão muscular dotado de grande mobi-
lidade e possuidor de corpúsculos sensoriais que captam
o sabor – manipula o alimento, misturando-o à saliva. São
funções da língua o sentido do paladar, a insalivação dos
alimentos, auxiliar na deglutição e na fonação. Na língua en-
contramos as papilas gustativas, com as quais percebemos
sabores básicos: salgado, amargo, azedo, doce e umami.
A saliva é secretada pelas glândulas parótidas, subma-
xilares e sublinguais e por inúmeras pequenas glândulas
©  IAODESIGN/SHUTTERSTOCK

na boca. A saliva tem pH neutro, entre 6 e 7. Uma pessoa é


capaz de produzir em média um litro de saliva por dia.
Ela é formada por metade de muco e metade de solução
da enzima ptialina. Sem o muco, dificilmente o alimento con-
seguiria ser engolido; portanto, ele tem papel essencial na
lubrificação da deglutição. Se utilizássemos água em vez de
muco, seria necessária uma quantidade dez vezes superior
de água para que se obtivesse o mesmo grau de lubrificação. Frequentemente, a salivação ocorre mesmo an-
A função da ptialina (amilase salivar) é iniciar a diges- tes de que o alimento chegar à boca. Ela pode dar-
tão das substâncias amiláceas (amido da dieta) e outros -se quando uma pessoa sente o cheiro ou pensa em
carboidratos (glicogênio), resultando em moléculas de uma comida saborosa.
maltose, um dissacarídeo.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

cárdia, que impede o refluxo do alimento.


Podemos dividir a salivação em três fases: O estômago é um órgão de paredes musculosas, no
• Fase psíquica: prepara a boca para receber o formato de uma bolsa, com capacidade variável (1 a 2 li-
alimento; tros), contendo uma solução aquosa, composta de água,
sais, enzimas e ácido clorídrico.
• Fase gustativa: fornece a saliva, misturada
Toda a superfície da mucosa gástrica é coberta com as
durante a mastigação;
glândulas gástricas. Tais glândulas apresentam três tipos
• Fase gastrintestinal: prolonga a secreção de distintos de células secretoras:
saliva mesmo depois de o alimento ser deglu- • Células mucosas: a função principal das enzimas do
tido. Ocorre quando ingerimos algum tipo de estômago é a de iniciar a digestão das proteínas. En-
alimento abrasivo. O excesso de saliva ingeri- tretanto, as paredes do próprio estômago são consti-
do reduz a irritação gástrica. tuídas de proteínas, que formam principalmente uma
extensa camada de músculo liso. Consequentemente,
Após a mastigação, o alimento, agora transformado essas paredes devem ser bem protegidas ou sofre-
em uma massa denominada bolo alimentar, é engolido. Ao rão o ataque das enzimas do suco gástrico. Essa pro-
passar pela faringe, uma pequena tampa de cartilagem teção é conferida por um muco, chamado de mucina,
elástica denominada epiglote fecha a passagem da tra- produzido abundantemente pelas células mucosas. A
queia (sistema respiratório), fazendo com que o bolo ali- ausência de muco ou a diminuição de sua produção
mentar siga seu caminho em direção ao esôfago. Quando pode causar o aparecimento de feridas na parede do
ocorre descontrole da epiglote, resíduos de alimento caem estômago denominados úlceras gástricas.
no trato respiratório, e nós nos engasgamos. O reflexo da • Células pépticas ou principais: secretam a enzima
tosse, entretanto, encarrega-se de expelir tais resíduos. digestiva pepsina. A pepsina é a enzima mais potente
O trajeto pelo esôfago até o estômago demora em tor- do suco gástrico e é produzida em uma forma inativa,
no de sete segundos, durante os quais o bolo alimentar é o pepsinogênio, evitando, assim, a digestão das estru-
ativamente carregado por movimentos peristálticos oca- turas da própria célula. Ela consiste em uma enzima
sionados pela contração da túnica muscular. proteolítica (hidrolisa proteínas), que age rompendo as
O esôfago não secreta enzimas, mas produz um muco ligações peptídicas entre os aminoácidos. Assim, ela
que facilita a passagem do alimento, reduzindo o atrito com produz peptídeos menores, denominados oligopeptí-
as paredes do tubo. deos, que mantêm ligações não acessíveis à enzima.
• Células oxínticas ou parietais: são responsáveis pela
© ALDONA GRISKEVICIENE/SHUTTERSTOCK

secreção do ácido clorídrico, que mantém o pH do es-


tômago variando entre 0,9 e 2,0. Esse ambiente ácido
é essencial, pois a conversão da forma inativa da pep-
sina (pepsinogênio) para sua forma ativa depende da
presença do HCl. O ácido atua dissolvendo os cimen-
tos intercelulares e contribuindo para o processo de
desagregação mecânica. Além disso, o baixo pH tem
grande atividade bactericida.

Outras enzimas
O estômago secreta outras enzimas em
menor quantidade que têm importância quase
nula em indivíduos adultos. Entre elas temos a
lipase gástrica, que realiza o início da digestão
Peristaltismo do esôfago e o transporte do alimento. de lipídios, e a renina, que coagula as proteínas
presentes no leite (caseína), facilitando a ação
1.1.2 Modificações do alimento no estômago da pepsina. Esta se mostra especialmente im-
BOLO ALIMENTAR → QUIMO – Processo de quimificação: portante nos primeiros meses de vida dos ma-
O esôfago mostra-se como um canal longo, percorre míferos, quando o leite materno representa a
verticalmente o tórax, atravessa o diafragma e vai abrir-se principal fonte energética.
no estômago. Entre o estômago e o esôfago existe a válvula

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

A passagem pelo estômago demora de duas a quatro horas, formando, no


final, uma pasta ácida e branca denominada quimo. Entre o estômago e o intes-
tino existe a válvula piloro, que impede o refluxo do alimento do intestino para
o estômago.

1.1.3 Modificações do alimento no intestino delgado


QUIMO → QUILO – Processo de quilificação
O intestino delgado é um tubo com 3 cm de diâmetro e de 7 a 8 metros de com- A regulação da secre-
primento. Ele é dividido em três partes: duodeno, jejuno e íleo. Suas funções são a ção gástrica
digestão e a absorção de alimentos. A secreção do estôma-
O duodeno corresponde aos 30 centímetros iniciais, onde são lançadas as secre- go é controlada tanto por
ções do pâncreas e do fígado. mecanismos neurogênicos
quanto por mecanismos
hormonais. Os mecanis-
Veia cava inferior mos neurogênicos podem
Fígado Diafragma ser semelhantes àqueles
observados nos processos
A
que regulam a produção
Estômago de saliva. Eles podem ser
locais ou podem atraves-
sar a mucosa do estômago,
indo até o bulbo raquidiano
Dutos através do nervo vago. O
hepáticos
pensamento, o cheiro ou a
visão de alimentos podem
desencadear a secreção de
suco gástrico.
Os mecanismos hor-
Vesícula monais envolvem um hor-
biliar Pâncreas
mônio denominado gas-
trina. Quando carnes ou
Duodeno
outros tipos específicos de
alimento são lançados na
porção final do estômago,
ocorre o estímulo de glân-
dulas presentes na parede
do estômago para produção
O pâncreas é uma grande glândula situada imediatamente abaixo do estômago, que
e secreção de gastrina no
lança 1.200 mL de secreções por dia no duodeno. Essa secreção, denominada suco pan-
sangue. Esta, por sua vez,
creático, contém grande quantidade de enzimas:
irá estimular as glândulas
• Amilase pancreática: age na digestão das moléculas de amido que não foram gástricas a produzir um
hidrolisadas pela ptialina. Quebra o amido em maltose. suco gástrico fortemente
• Tripsina e quimiotripsina: são enzimas proteolíticas, ou seja, atuam na rea- ácido.
ção de hidrólise de proteínas, quebrando-as em aminoácidos e pequenos pep- Podemos dizer que
tídeos. São secretadas em suas formas inativas (tripsinogênio e quimiotripsi- 30% do controle sobre a
nogênio). Quando o tripsinogênio entra em contato com a enteroquinase, uma produção do suco gástrico
enzima produzida pelas células da mucosa intestinal, ele é convertido em sua é feito pelo cérebro, en-
forma ativa, a tripsina. Uma vez ativada, a tripsina ajuda a converter outras quanto 70% é de natureza
moléculas de tripsinogênio em tripsina, bem como moléculas de quimiotrip- hormonal, utilizando o me-
sinogênio em quimiotripsina. canismo da gastrina.
• Nucleases: fragmentam ácidos nucleicos (DNA e RNA) em nucleotídeos.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

• Lipase pancreática: quebra lipídios como os triacil-


gliceróis em glicerol e ácidos graxos. A regulação da secreção pancreática e biliar
• Carboxipeptidases: agem em outros tipos de ligação Existem dois hormônios que estão envolvidos
peptídica, continuando o processo de digestão das com a secreção do suco pancreático e da bile: a se-
proteínas. cretina e a colecistocinina (CCK).
Quando o quimo atinge o duodeno, ele produz
O suco pancreático tem pH que oscila entre 8,5 e 9,0 a secreção de secretina pelas células da mucosa
(básico), apresentando grandes concentrações de bicarbo- intestinal. Essa liberação é particularmente maior
nato de sódio, que reage com o ácido clorídrico levado para quando o quimo está muito ácido. A secretina age
o duodeno junto com o quimo que sai do estômago. Essa no pâncreas, fazendo com que este secrete líquidos
neutralização do quimo é essencial para o funcionamento que contenham altas concentrações de bicarbonato
das enzimas pancreáticas. de sódio, visando à neutralização do quimo.
O fígado secreta uma solução denominada bile, que Ao mesmo tempo, outro hormônio também esta-
contém grande quantidade de sais biliares, quantidade rá sendo secretado, em sua maior parte em reposta à
presença de gorduras. Ele é denominado colecistocini-
moderada de colesterol e pequena quantidade de um
na e age sobre o pâncreas, fazendo com que ele libere
pigmento pardo – a bilirrubina (que advém da destruição
um suco pancreático rico em enzimas digestivas.
de glóbulos vermelhos) –, além de outras substâncias de
O pâncreas também pode receber estímulo do
menor importância.
nervo vago, que responde, por sua vez, à presença
Os sais biliares não são enzimas. Eles agem como de- de alimento no tubo digestivo. No entanto, a secre-
tergente, emulsificando as gorduras. Emulsificar significa ção determinada por essa via é muito escassa.
quebrar grandes glóbulos de gordura em pequenas gotícu- A produção de bile pelo fígado é constante. À me-
las, a fim de facilitar a ação da lipase. dida que vai sendo produzida, ela é armazenada e con-
centrada na vesícula biliar. A contração da vesícula biliar
é provocada pela colecistocinina, produzida mediante
Outras funções do fígado
altas concentrações de gordura no tubo digestivo.
• Metabolismo de carboidratos: o fígado age
A quantidade de quimo que chega até o duodeno
mantendo constante a concentração de glicose
também é regulada. Quando o duodeno se encontra
no sangue. Faz isso sintetizando ou quebran-
cheio de quimo (causando distensão da parede) ou
do glicogênio, dependendo da necessidade do
quando os ácidos presentes neste causam irritação
corpo. Também é capaz de sintetizar glicose a
da parede intestinal, ocorre reflexo enterogástri-
partir de aminoácidos, lactato ou glicerol (gli-
co, que fecha o esfíncter pilórico (anel que separa
coneogênese);
o estômago do duodeno) e paralisa o peristaltismo
• Metabolismo de lipídios: armazena alguns tri- estomacal. Além disso, vários hormônios também
glicerídeos e degrada ácidos graxos; diminuem o esvaziamento gástrico, entre eles a se-
cretina e a colecistocinina. Ao grupo desses hormô-
• Metabolismo de proteínas: sintetiza a maioria
nios é dado o nome de enterogastronas.
das proteínas contidas no plasma sanguíneo;
albuminas, globulinas, protrombina, fibrinogê-
nio etc. É responsável pelas reações de tran- A digestão termina na parte mais longa do intestino
saminação. Realiza conversão de amônia em delgado – jejuno e íleo – que produz enzimas próprias. Elas
ureia (Ciclo da Ornitina); compõem uma solução de pH aproximadamente neutro, o
• Remoção de drogas e hormônios; suco entérico, e são responsáveis pelas etapas finais do
processo de digestão:
• Armazenamento de vitaminas (A, D, E, K, B12)
e sais minerais (ferro e cobre); • Enteroquinase: como visto antes, atua na ativação da
tripsina;
• Ativação da vitamina D;
• Dissacaridases: irão quebrar dissacarídeos em mo-
• Produção de aminoácidos não-essenciais;
nossacarídeos. São exemplos de dissacaridases: a
• Remoção de glóbulos vermelhos velhos. maltase, que hidrolisa a maltose em glicose; a saca-
rase, que hidrolisa a sacarose em glicose e frutose; a
lactase, que hidrolisa a lactose em glicose e galactose;

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

• Aminopeptidases, dipeptidases e tripeptidases: dão O intestino delgado absorve cerca de 90% da água inge-
sequência à digestão das proteínas, transformando rida; os outros 10% são reabsorvidos pelo intestino grosso.
oligopeptídeos em aminoácidos; O cólon é a parte mais ativa na absorção de água. Ele tam-
• Lipases: aparecem em menor quantidade. Quebram bém absorve sais minerais. Não há absorção de nutrientes
lipídios em glicerol, ácidos graxos e monoglicerídeos; (glicose, aminoácidos, lipídios etc) no intestino grosso.
• Nucleotidases: hidrolisam nucleotídeos, separando seus O intestino grosso tem glândulas que lubrificam e auxi-
componentes – pentose, fosfato e bases nitrogenadas. liam a saída das fezes pelo reto. Algumas bactérias vivem no
intestino grosso e produzem vitaminas importantes para o
homem, como a vitamina K, a biotina e o ácido fólico. Além dis-
Regulação do apetite
so, essas bactérias compõem a microbiota intestinal, que im-
A vontade de comer é um dos desejos instinti- pede o crescimento de bactérias patogênicas por competição.
vos mais importantes para a sobrevivência. Um dos
estímulos para o apetite é a liberação do hormônio
grelina (conhecido como “hormônio da fome”), secre-
Cólon Estômago
tado principalmente pelo estômago. Já a inibição é transverso
controlada pelo hormônio leptina, secretado pelos
Cólon
adipócitos. Ambos atuam no hipotálamo. descendente
Cólon
ascendente
Após o processo de digestão, o alimento se transfor- Intestino
delgado
mou em um líquido branco denominado quilo. As vilosida-
Ceco
des e microvilosidades do intestino delgado aumentam a
superfície de absorção. As moléculas simples (Ex: aminoá- Sigmoide
cidos e monossacarídeos) são absorvidas pela parede in- Reto
testinal e lançadas no sangue. As gorduras agrupam-se no Apêndice Ânus
interior das células intestinais, onde são envelopadas em
pequenas gotículas denominadas quilomícrons, que serão
absorvidas para a corrente linfática e posteriormente de-
volvidas para a circulação sanguínea.
Momento NERD
A importância do apêndice
Doença celíaca
O apêndice cecal do ser humano é uma bolsa rudimen-
Algumas pessoas possuem predisposição gené- tar estreita e alongada, que não participa do processo
tica para a doença celíaca, causada por uma reação digestivo. Além de ser “dispensável” do ponto de vista
do organismo ao glúten, proteína presente no trigo anatômico, pode causar danos graves durante proces-
e em outros cereais como a cevada. Os sintomas in- sos inflamatórios (apendicite). Então por que essa es-
cluem problemas gastrointestinais como diarreia, trutura está presente em nosso intestino grosso?
distensão abdominal, má absorção intestinal e per- Em um outro cenário, o de mamíferos herbívoros como
da de apetite. O diagnóstico é feito após análise dos os coelhos por exemplo, o apêndice é bem desenvolvi-
anticorpos do sangue e biópsia do intestino. Alguns do e tem a importante função de acumular microrga-
exames genéticos podem apoiar o diagnóstico. Entre- nismos relacionados à digestão da celulose.
Dessa forma, o nosso apêndice é considerado um ór-
tanto, em muitos celíacos, o exame aos anticorpos é
gão vestigial. Esta é uma denominação para estrutu-
negativo e muitos indivíduos apresentam pequenas
ras de tamanho reduzido (às vezes atrofiadas) e com
alterações intestinais com vilosidades normais.
pouca ou nenhuma função em uma determinada espé-
O único tratamento possível é a restrição de cie, mas que em outros organismos são proporcional-
glúten da dieta. mente grandes e funcionais.
Os órgãos vestigiais são sinais claros de parentesco
entre as espécies. A importância do apêndice para os
1.1.4 O intestino grosso e a formação das fezes humanos na verdade está relacionada ao processo evo-
lutivo e deve ser interpretada em escala temporal: é um
O intestino grosso é formado de três partes: ceco, có-
remanescente histórico de estruturas que contribuíram
lon e reto. Encontramos no ceco uma projeção denominada
muito para a sobrevivência dos nossos ancestrais.
apêndice. Nos herbívoros, o apêndice é bem desenvolvido e
funcional. O apêndice humano é bem reduzido.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 4. Descrever as etapas do processo absortivo dos di-
versos nutrientes.

F1. (Fuvest-SP)
Qual cirurgia comprometeria mais a função do siste-
ma digestório e por quê: a remoção dos vinte e cinco
centímetros iniciais do intestino delgado (duodeno) ou a
remoção de igual porção do início do intestino grosso? 3
(a) A remoção do duodeno seria mais drástica, pois 2
4
nele ocorre a maior parte da digestão intestinal. 1
5
(b) A remoção do duodeno seria mais drástica, pois
nele ocorre a absorção de toda a água de que o
organismo necessita para sobreviver.
(c) A remoção do intestino grosso seria mais drás-
tica, pois nele ocorre a maior parte da absorção
dos produtos do processo digestivo.
Local onde se inicia a digestão enzimática das proteí-
(d) A remoção do intestino grosso seria mais drás-
nas que ingerimos como alimento está identificado
tica, pois nele ocorre a absorção de toda a água
pelo número
de que o organismo necessita para sobreviver.
(a) 1 (d) 4
(e) As duas remoções seriam igualmente drásti-
cas, pois, tanto no duodeno quanto no intestino (b) 2 (e) 5
grosso, ocorrem digestão e absorção de nu- (c) 3
trientes e de água.
Objetivo 2. Citar as principais enzimas hidrolíticas envolvidas,
Objetivo 1. Compreender as etapas do processo de digestão bem como seus substratos e locais de produção.
humana.
F4. (Uerj-RJ)
F2. (Fuvest-SP)
A atividade das enzimas no organismo humano varia
Em qual das alternativas abaixo as três funções men-
em função do pH do meio.
cionadas são realizadas pelo fígado?
(a) Armazenar glicose na forma de glicogênio, Observe o gráfico:
transformar amônia em ureia, produzir bile. 15
atividade enzimática

(b) Regular o nível de glicose no sangue, transfor-


mar amônia em ureia, secretar quimotripsina. 10 W
(c) Armazenar glicogênio, produzir ácido clorídrico, X
secretar quimotripsina. Y
5
Z
(d) Produzir bile, transformar amônia em ureia, pro-
duzir ácido clorídrico.
0 2 4 6 8 10 12
(e) Produzir bile, produzir ácido clorídrico, secretar pH
quimotripsina.
A curva que representa a variação da atividade da qui-
Objetivo 2. Citar as principais enzimas hidrolíticas envolvidas, motripsina, enzima proteolítica encontrada no suco
bem como seus substratos e locais de produção.
duodenal, é a identificada pela seguinte letra:
F3. (Fuvest-SP-Adaptado)
(a) W (c) Y
O esquema representa o sistema digestório humano
e os números indicam alguns dos seus componentes. (b) X (d) Z

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

(a) emulsificação de gorduras – absorção de ami-


Objetivo 1. Compreender as etapas do processo de digestão
noácidos.
humana.
Objetivo 4. Descrever as etapas do processo absortivo dos di- (b) quebra de moléculas de carboidratos – produção
versos nutrientes. de muco.
F5. (Uerj-RJ) (c) transformação de pepsinogênio em pepsina –
O consumo excessivo de antiácidos pode interferir na eliminação de microrganismos.
atuação do suco gástrico, prejudicando o funcionamen- (d) digestão de compostos carboxílicos – manuten-
to normal do estômago. As duas principais funções do ção de pH adequado à absorção.
estômago prejudicadas por esse uso excessivo são:

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
de gordura. Sobre o processo de digestão dos alimen-
E1. (UPM-SP)
tos apresentados, considere as seguintes afirmativas:
Local Enzima Substrato 1. A carne é digerida principalmente pela pepsina,
Glândula salivar Ptialina A no estômago, e depois pela tripsina, no duodeno.
Estômago B Proteína 2. A celulose proveniente das folhas verdes é di-
Pâncreas C Amido gerida pela boca, originando glicose e maltose.

D Lipase entérica Lipídeos 3. O arroz é rico em carboidratos, que são degrada-


dos principalmente pela enzima amilase salivar.
Os espaços A, B, C e D são preenchidos correta e res-
4. A camada de gordura da carne é degradada,
pectivamente por
principalmente, no duodeno, pela enzima lipase,
(a) glicose, tripsina, amilase, fígado.
secretada pelo pâncreas.
(b) lipídeos, tripsina, lipase, intestino grosso.
Assinale a alternativa correta.
(c) amido, pepsina, amilase, intestino delgado. (a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
(d) maltose, pepsina, tripsina, intestino delgado. (b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
(e) amido, protease, tripsina, intestino grosso. (c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
(d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
E2. (Enem)
(e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
Para serem absorvidos pelas células do intestino
humano, os lipídios ingeridos precisam ser primei- E4. (PUC-RJ)
ramente emulsificados. Nessa etapa da digestão,
Sobre a digestão humana, verifica-se que a(o)
torna-se necessária a ação dos ácidos biliares, visto
que os lipídios apresentam uma natureza apolar e (a) principal função do intestino grosso é a digestão
são insolúveis em água. enzimática de lipídeos.
Esses ácidos atuam no processo de modo a (b) ácido clorídrico (HCl) liberado no estômago ina-
(a) hidrolisar os lipídios. tiva todas as enzimas digestivas.
(b) agir como detergentes. (c) digestão enzimática de carboidratos só ocorre
(c) tornar os lipídios anfifílicos. na boca, por meio da amilase salivar.

(d) promover a secreção de lipases. (d) bile é produzida pela vesícula biliar e atua na
(e) estimular o trânsito intestinal dos lipídios. emulsificação de lipídeos, facilitando a ação de
lipases.
E3. (UFPR-PR) (e) superfície interna do jejunoíleo apresenta do-
Seja uma refeição composta de arroz, salada de folhas bras (vilosidades) para facilitar a absorção de
verdes e um pedaço de carne com uma grande camada nutrientes.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

(b) Cite uma enzima digestiva que apresente o padrão


E5. (Enem)
de atividade da enzima B e seu local de atuação.
As serpentes que habitam regiões de seca podem fi-
(c) Explique o que ocorreria com a atividade enzimá-
car em jejum por um longo período de tempo devido à
tica se, experimentalmente, a temperatura fosse
escassez de alimento. Assim, a sobrevivência desses
pouco a pouco aumentada até atingir 60º C.
predadores está relacionada ao aproveitamento má-
ximo dos nutrientes obtidos com a presa capturada.
E8. (Unesp-SP)
De acordo com essa situação, essas serpentes apre-
O processo final e o mais importante da digestão dos ma-
sentam alterações morfológicas e fisiológicas, como a
míferos ocorre no duodeno, em pH básico. Esse processo
aumento das vilosidades intestinais e a intensificação
é denominado quilificação e depende da ação conjunta:
da irrigação sanguínea na porção interna dessas es-
truturas. A função do aumento das vilosidades intesti- (a) dos sucos pancreático e intestinal.
nais para essas serpentes é maximizar o(a) (b) do suco pancreático e da bile.
(a) comprimento do trato gastrointestinal para ca- (c) da ptialina e do ácido clorídrico.
ber mais alimento. (d) dos sucos pancreático, intestinal e de bile.
(b) área de contato com o conteúdo intestinal para (e) do ácido clorídrico e do suco pancreático.
absorção dos nutrientes.
E9. (UFRGS-RS)
(c) liberação de calor via irrigação sanguínea para
controle térmico do sistema digestório. O gráfico apresenta a taxa de reação de três diferentes
enzimas em função do pH, em seres humanos. Com
(d) secreção de enzimas digestivas para aumentar
base no gráfico, considere as seguintes afirmações.
a degradação proteica no estômago.
2
(e) processo de digestão para diminuir o tempo de 3
permanência do alimento no intestino.
1
Taxa de reação

E6. (Uerj-RJ)
A bile, secretada pelo fígado e armazenada pela ve-
sícula biliar, faz parte do processo de digestão de ali-
mentos em seres humanos.
Cite o tipo de alimento sobre o qual a bile age e a en-
zima que o digere. Em seguida, explique como a bile 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
facilita a ação dessa enzima. Ácido pH Básico

I. A enzima 1 pode ser a pepsina, pois sua ativida-


E7. (Unicamp-SP) de máxima ocorre em meio ácido.
O gráfico abaixo representa as atividades de duas II. A enzima 2 pode ser a amilase salivar, pois sua
enzimas do sistema digestório humano, avaliadas a atividade máxima ocorre em um meio próximo
37º C (condições normais de temperatura corpórea). ao neutro.
III. A enzima 3 pode atuar no duodeno, pois sua ati-
10 enzima A vidade máxima ocorre em pH básico.
Atividade Enzimática

enzima B
8 Quais estão corretas?
6 (a) Apenas I. (d) Apenas II e III.
4 (b) Apenas II. (e) I, II e III.
2 (c) Apenas I e III.
0
0 2 4 6 8 10 12
pH E10. (FTESM-RJ)
Uma pessoa que tenha passado por uma cirurgia para
Faça o que se pede. a retirada da vesícula biliar recebe a recomendação
(a) Qual é o local de atuação da enzima A? Justifique. de evitar comidas gordurosas pois

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

(a) a vesícula biliar armazena e libera a bile que (a) I corresponde à atividade da pepsina, que é a
apresenta lípases. principal enzima do suco pancreático; II corres-
(b) a parede interna da vesícula biliar produz enzi- ponde à atividade da ptialina, que inicia a diges-
mas que digerem lipídeos. tão do amido e do glicogênio na boca; III corres-
ponde à atividade da tripsina, que é a principal
(c) a vesícula biliar controla a secreção da bile cujos
enzima do suco gástrico.
sais biliares digerem lipídeos.
(b) I corresponde à atividade da pepsina, que é a
(d) sem o controle de secreção da bile a ação da lí-
principal enzima do suco gástrico; II correspon-
pase pancreática torna-se pouco eficiente.
de à atividade da ptialina, que inicia a digestão
(e) a remoção da vesícula biliar suprime a produção do amido e do glicogênio na boca; III correspon-
da bile. de à atividade da tripsina, que é produzida pelo
pâncreas e age no intestino delgado.
E11. (Acafe-SC-Adaptado)
(c) I corresponde à atividade da ptialina, que é a
A digestão é o conjunto de processos pelos quais os ali- principal enzima do suco gástrico; II correspon-
mentos são quebrados e transformados em substâncias de à atividade da pepsina, que inicia a digestão
assimiláveis pelas células. Costuma ser dividida em: diges- do amido e do glicogênio na boca; III correspon-
tão mecânica, que consiste na trituração dos alimentos, e de à atividade da tripsina, que é produzida pelo
digestão química, que é a quebra das moléculas orgânicas pâncreas e age no intestino delgado.
por ação de enzimas hidrolíticas. Todas as etapas da diges- (d) I corresponde à atividade da tripsina, que é a
tão química descritas a seguir estão corretas, exceto a: principal enzima do suco gástrico; II correspon-
(a) a amilase salivar, também chamada de ptialina, de à atividade da pepsina, que inicia a digestão
está presente na saliva, e atua sobre as grandes do amido e do glicogênio na boca; III correspon-
moléculas de amido e de glicogênio do alimento. de à atividade da ptialina, que é produzida pelo
(b) as carboidrases, como a lactase e sacarase, são pâncreas e age no intestino delgado.
enzimas presentes na bile e que atuam princi- (e) I corresponde à atividade da pepsina, que é a
palmente na primeira porção do intestino delga- principal enzima salivar; II corresponde à ati-
do. São produzidas pelo fígado. vidade da ptialina, que é a principal enzima do
suco gástrico; III corresponde à atividade da
(c) a pepsina é a principal enzima ativa no suco gás-
tripsina, que é produzida pelo pâncreas e age no
trico, digere proteínas quebrando as ligações
intestino delgado.
peptídicas entre certos aminoácidos. É produzida
por glândulas presentes na parede estomacal.
E13. (UEPG-PR-Adaptado)
(d) a lípase está presente no suco pancreático, digere O papel da digestão é transformar as moléculas
lipídios,transformando-os em ácidos graxos e gli- grandes e complexas dos alimentos em moléculas
cerol. É produzida no pâncreas e atua no duodeno. pequenas, simples e solúveis. Depois de algumas
modificações, os nutrientes são distribuídos por todo
E12. (PUC-RJ) o organismo, através do sangue e da linfa. Sobre as
O gráfico abaixo mostra a atividade de algumas enzimas enzimas digestivas, indique a soma da(s) proposi-
digestivas humanas em diferentes valores de pH. Com ção(ões) correta(s).
base nessa informação, assinale a afirmativa correta com (01) O amido começa a ser digerido já na boca, sob a
relação às enzimas que estão atuando nas curvas I, II e III. ação da amilase presente na saliva, e a digestão
I II III prossegue no duodeno, sob a ação da amilase,
também presente no suco pancreático. O produ-
atividade enzimática

to destes dois processos digestivos é a maltose,


que ainda deverá ser digerida pela enzima mal-
tase, presente no suco entérico, resultando em
glicose no interior do intestino delgado.
(02) O quimo, rico em gorduras, estimula a parede
2 7 8 pH do duodeno a liberar o hormônio colecistocinina,
Disponível em: <www.vestiprovas.com.br>. que vai provocar fortes contrações na muscula-
Acesso em: set. 2013. tura lisa da vesícula biliar, permitindo a expulsão

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

da bile, que, atuando na digestão das gorduras, Ao reagir com o iodo, o amido assume coloração azula-
formará glicerol e ácidos graxos. da. Identifique o único tubo de ensaio que não apresen-
(04) Ao sair do estômago, o quimo acidificado estimula tará tal coloração e justifique sua resposta em função
a parede do duodeno a produzir o hormônio secre- das duas condições experimentais empregadas.
tina. A secretina é levada pelo sangue ao pâncreas,
estimulando-o a liberar o suco pancreático no duo- E16. (Uerj-RJ)
deno. Estão presentes no suco gástrico as enzimas Lipases são enzimas relacionadas à digestão dos lipí-
sacarase, lactase e maltase, que obtêm glicose, dios, nutrientes que, em excesso, levam ao aumento da
frutose e galactose dos alimentos ingeridos. massa corporal. Certos medicamentos para combate à
obesidade agem inibindo essas enzimas. Assim, como
(08) A chegada do alimento ao estômago faz com que
não há digestão de parte da gordura ingerida, há menor
as células da sua mucosa produzam um hormô-
absorção desses nutrientes, contribuindo para o con-
nio, a gastrina, que é levada por via sanguínea às
trole do peso. Com base nessas informações, conclui-
glândulas gástricas, estimulando-as a produzir
-se que tais medicamentos agem principalmente sobre
suco gástrico. Estão presentes no suco gástrico
as enzimas produzidas pelo seguinte órgão:
o ácido clorídrico e a enzima pepsina, que atua,
na digestão de proteínas. (a) fígado
(b) jejuno
E14. (Uerj-RJ)
(c) pâncreas
Durante a digestão, o alimento é transportado ao lon-
(d) estômago
go do tubo digestório por meio de contrações invo-
luntárias denominadas peristaltismo, o que impede o
E17. (UEM-PR-Adaptado)
refluxo do alimento. Para tanto, essas contrações são
mantidas até a chegada do alimento ao intestino del- Durante uma refeição constituída de arroz, feijão, car-
gado, onde diminuem de intensidade. ne assada com batatas e salada verde, um vestibulan-
do aproveitou para revisar o processo da digestão em
Aponte duas consequências da redução do peristaltis-
seu próprio organismo. Sobre o processo de digestão,
mo no intestino delgado que favorecem a digestão e
absorção dos alimentos. indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
(01) Após a mastigação e a ação da amilase salivar
E15. (Uerj-RJ) (ptialina), o alimento, sob a forma de bolo alimen-
Um laboratório analisou algumas reações ocorridas tar, é deglutido e transportado para o estômago.
durante o processo de digestão do amido em seres (02) O nervo vago estimula a produção da enzima
humanos. Para isso, foram utilizados quatro tubos de gastrina no estômago, a qual atuará na digestão
ensaio, cada um contendo pequena concentração de da proteína da carne.
amido, igual a 0,05 mg/mL e excesso de enzima di-
(04) A digestão se inicia na boca, onde a amilase sa-
gestiva em relação a esse substrato. O experimento
livar (ptialina) desdobra o amido em moléculas
consistia em adicionar uma gota de solução de iodo
menores.
a cada um dos tubos de ensaio. Observe, abaixo, as
condições experimentais empregadas: (08) Quando o quimo ácido chega ao estômago, ocorre
a secreção dos hormônios bilirrubina e colecis-
1 2 3 4
tocinina, que promovem a liberação da bile e da
tripsina.
(16) Na última etapa da digestão, os aminoácidos, a
glicose, a frutose e a galactose são absorvidos
pelos capilares sanguíneos, e os lipídios são lan-
çados nos vasos linfáticos.
temperatura 37ºC 100ºC –1ºC 0ºC
pH neutro neutro neutro 3
E18. (FGV-SP)
Cite o nome de uma enzima, encontrada no tubo di- A tabela a seguir apresenta, na primeira coluna, qua-
gestório humano, que poderia ser utilizada no experi- tro substâncias do sistema digestório humano e, na
mento para hidrolisar o amido. segunda coluna, as funções dessas substâncias.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

I. Renina a. Emulsificar gorduras E20. (UEA-AM)


II. Lipase b. Hidrolisa moléculas no intestino
Com frequência, lemos nos rótulos de alguns pro-
III. Bile c. Eleva o pH do bolo alimentar dutos alimentícios a informação “contém glúten”.
IV. Bicarbonato d. Hidrolisa moléculas no estômago Esse alerta é colocado porque existem pessoas
portadoras da doença celíaca, uma doença au-
Assinale a alternativa que associa corretamente as
toimune causada pela intolerância ao glúten, que
substâncias às suas respectivas funções.
ataca e danifica as vilosidades do epitélio de re-
(a) Id – IIc – IIIb – IVa. vestimento interno do intestino delgado, como
mostra a figura.
(b) Id – IIb – IIIa – IVc.

(c) Ic – IIa – IIIb – IVd.

(d) Ib – IId – IIIc – IVa.

(e) Ib – IIa – IIId – IVc.

E19. (UFPR-PR)

As enzimas encontradas nos órgãos de diferentes espé-


cies de animais apresentam atividade próxima do ótimo
nos valores de temperatura e pH encontrados nesses ór-
gãos. Baseado nesse preceito, um pesquisador realizou
um estudo traçando o perfil cinético de quatro enzimas
(I a IV) presentes em aves e peixes da Antártida, encon-
trando os resultados apresentados nos gráficos.
Disponível em: <http://www.ufrgs.br>. (Adaptado.)
Velocidade da reação

Enzimas
I A lesão terá como consequência
II
III (a) a redução da absorção de água sem diminuição
IV da massa corpórea.
(b) o aumento da absorção de água, porém sem
pH
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 efeito sobre a massa corpórea.
Velocidade da reação

(c) a redução da absorção de nutrientes e a acen-


Enzimas
tuada perda de massa corpórea.
I
II (d) o aumento da absorção de água e nutrientes e o
III
aumento da massa corpórea.
IV
T (°C) (e) a redução da absorção de água e o aumento da
0 5 10 ........ 25 30 35 40 45 50 55 massa corpórea.

As enzimas provenientes do intestino de peixe e do E21. (Unicamp-SP)


estômago de ave da Antártida são, respectivamente.
Ao ingerirmos alimentos, o trato digestório secreta
(a) I e II. enzimas digestivas e outras secreções de acordo com
a característica química desses alimentos. Foram ana-
(b) I e IV.
lisadas as diferentes secreções encontradas ao longo
(c) III e II. do trato digestório de três grupos de indivíduos. Cada
grupo foi submetido, separadamente, a dietas ricas
(d) III e IV.
em gorduras, ou em carboidratos, ou em proteínas. Os
(e) IV e I. resultados estão mostrados na tabela.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

Enzimas pancreáticas
Secreções Enzima Enzima Secreção
Enzima I Enzimas Enzima IV
grupos salivar gástrica hepática
II e III
1 + - + - - -
2 - + - + - -
3 - - - - + +
(a) Indique o tipo de alimento ingerido pelo grupo 1 e o tipo ingerido pelo grupo 2. Explique por que, na digestão do alimento
do grupo 1, não foram secretadas as mesmas enzimas secretadas pelos indivíduos do grupo 2.
(b) Qual é a relação entre a secreção hepática e a secreção pancreática na digestão do alimento ingerido pelo
grupo 3?

C
FOLHA AZ
1. (PUC-RJ) 3. (Fuvest-SP)
As condições de acidez dos sucos presentes no siste- A ingestão de alimentos gordurosos estimula a con-
ma digestório humano variam de acordo com as dife- tração da vesícula biliar. A bile, liberada no
rentes partes do tubo digestório. Assim, em relação ao (a) estômago, contém enzimas que digerem lipídeos.
pH, podemos afirmar que
(b) estômago, contém ácidos que facilitam a diges-
(a) na boca é ácido e lá ocorre principalmente a di-
tão dos lipídeos.
gestão de amido.
(c) fígado, contém enzimas que facilitam a digestão
(b) na boca é neutro e lá ocorre principalmente a di-
dos lipídeos.
gestão de gordura.
(d) duodeno, contém enzimas que digerem lipídeos.
(c) no estômago é ácido e lá ocorre principalmente
a digestão de proteínas. (e) duodeno, contém ácidos que facilitam a diges-
tão dos lipídeos.
(d) no intestino é neutro e lá não ocorre nenhum tipo
de digestão enzimática.
4. (Enem)
(e) no estômago é básico e lá ocorre principalmente A digestão de carboidratos inicia-se na boca pela
a digestão de proteínas. ação da enzima amilase salivar ou ptialina. O pH de
atuação dessa enzima é entre 6 e 7. Ela atua sobre
2. (UFRGS-RS)
as moléculas de amido e de glicogênio do alimento,
Em relação às diferentes regiões do sistema diges- quebrando em partículas menores denominadas dex-
tório humano e o seu funcionamento, é correto afir- trinas, que se transformam em maltose. No intestino
mar que delgado, num pH em torno de 8 a 8,5, a enzima amila-
(a) a ptialina é produzida e secretada pelas glându- se pancreática ou amilopsina digere também o amido
las salivares da boca. e glicogênio restante, transformando-os em maltose.
(b) a digestão das proteínas inicia com a libera- Nesse mesmo pH, as enzimas, genericamente deno-
ção de ácido clorídrico e pepsina no intestino minadas carboidrases, terminam a digestão dos car-
delgado. boidratos. Atuam na digestão de dissacarídeos como
a maltose (maltase), lactose (lactase) e sacarose (sa-
(c) a bile é a enzima digestiva que atua no estômago
carase), transformando-os em monossacarídeos que
para a formação do quimo.
podem ser absorvidos no intestino.
(d) a vesícula biliar armazena substâncias produzi- Essas enzimas tem a sua temperatura ótima de atua-
das pelo pâncreas. ção na faixa de temperatura normal do corpo huma-
(e) o intestino grosso apresenta vilosidades que au- no. Com relação as propriedades químicas e biológi-
mentam a absorção de nutrientes. cas das enzimas, e correto afirmar que:

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

(a) no pH ácido, atuam tanto a ptialina como a maltase. ver a enzima age em algum deles.
(b) a atuação desses biocatalisadores independe do O tubo de ensaio em que a enzima deve agir para in-
pH e da temperatura. dicar que a hipótese do pesquisador está correta é
(c) a enzima liberada pelo pâncreas atua melhor em aquele que contém
pH neutro. (a) cubo de batata em solução com pH 9.
(d) no pH mais próximo da neutralidade atua a ami- (b) pedaço de carne em solução com pH 5.
lase salivar. (c) clara de ovo cozida em solução com pH 9.
(e) a enzima amilase não será destruída no estoma- (d) porção de macarrão em solução com pH 5.
go devido ao pH. (e) bolinha de manteiga em solução com pH 9.

5. (Enem) 7. (UFPR-PR)
Para explicar a absorção de nutrientes, bem como a A ocorrência de razoável quantidade de guerras e
função das microvilosidades das membranas das célu- guerrilhas no mundo atual é bastante preocupante,
las que revestem as paredes internas do intestino del- especialmente quando se considera a possibilidade
gado, um estudante realizou o seguinte experimento: de serem usadas armas nucleares. A radioatividade
Colocou 200 mL de água em dois recipientes. No primei- produzida por essas armas pode resultar em muta-
ro recipiente, mergulhou, por 5 segundos, um pedaço de ções no material genético dos indivíduos, o que, se
papel liso, como na figura 1; no segundo recipiente, fez o ocorresse durante uma gestação, por exemplo, po-
mesmo com um pedaço de papel com dobras simulando deria levar a prejuízos futuros na função de diversos
as microvilosidades, conforme figura 2. Os dados obtidos órgãos da criança em desenvolvimento.
foram: a quantidade de água absorvida pelo papel liso foi A respeito das funções que poderiam ser prejudicadas
de 8 mL, enquanto pelo papel dobrado foi de 12 mL. em consequência da má-formação de alguns órgãos,
é incorreto afirmar:
3c

(a) Digestão química de proteínas – por lesão no


m
3 cm

estômago.
10 cm (b) Absorção de nutrientes orgânicos – por lesão no
10 cm
intestino delgado.
Figura 1 Figura 2 (c) Controle da glicemia – por lesão no pâncreas
Com base nos dados obtidos, infere-se que a função endócrino.
das microvilosidades intestinais com relação à absor- (d) Crescimento e metabolismo – por lesão na tireoide.
ção de nutrientes pelas células das paredes internas (e) Digestão química de carboidratos – por lesão no
do intestino é a de fígado.
(a) manter o volume de absorção.
8. (UEL-PR)
(b) aumentar a superfície de absorção.
A digestão do amido inicia-se na boca em pH 7, pela
(c) diminuir a velocidade de absorção.
ação da amilase salivar, que tem sua eficácia inter-
(d) aumentar o tempo de absorção. rompida no estômago, devido à desnaturação da
(e) manter a seletividade na absorção. amilase no meio extremamente ácido desta cavida-
de digestória. No entanto, a quebra do polissacarídeo
6. (Enem) citado não é totalmente prejudicada, pois ela ainda
Um pesquisador percebe que o rótulo de um dos vi- ocorre no (I) e resulta na formação de (II) em pH em
dros em que guarda um concentrado de enzimas di- torno de (III). Os números I, II e III podem ser substituí-
gestivas está ilegível. Ele não sabe qual enzima o vi- dos, respectivamente, por
dro contém, mas desconfia de que seja uma protease (a) intestino grosso, frutose e 7.
gástrica, que age no estômago digerindo proteínas. (b) duodeno, glicose e 2.
Sabendo que a digestão no estômago é ácida e no in-
(c) duodeno, maltose e 8,5.
testino é básica, ele monta cinco tubos de ensaio com
alimentos diferentes, adiciona o concentrado de enzi- (d) fígado, bile e 7.
mas em soluções com pH determinado e aguarda para (e) fígado, frutose e 8,5.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

(a) O estômago (I) sofre a ação da secretina, que,


9. (Enem)
ao entrar em contato com o alimento, estimula
Diversos estudos sobre o tubo digestório humano a secreção do suco pancreático e o aumento da
mencionam que o câncer do intestino grosso (cólon e acidez estomacal.
reto) se deve especialmente aos maus hábitos alimen-
tares. Esse fato é evidenciado pela atividade da flora (b) A vesícula biliar (II) possui a função de armaze-
bacteriana intestinal, em que o aumento das gorduras namento da bile, responsável pela saponificação
e a diminuição das fibras vegetais na dieta intensifi- da gordura proveniente dos alimentos.
cam a multiplicação bacteriana e a degradação dos (c) O duodeno (III) secreta a enterogastrona, que
ácidos biliares, formando diversos agentes carcino- atua na inibição da secreção do suco gástrico e
gênicos. Isso acontece porque a menor quantidade da motilidade gástrica, tornando o esvaziamento
dessas fibras aumenta o tempo em que esses agentes
do estômago mais lento.
(presentes nas fezes) se mantêm em contato com a
mucosa intestinal, retardando a função do intestino (d) O pâncreas (IV) secreta as enzimas encontradas
grosso. Os estudos sugerem que as fibras vegetais, no suco pancreático, que atuam diretamente no
constituídas de celulose, atuam como pontos de ade- intestino delgado.
rência para diversas substâncias e microrganismos, (e) O fígado (V) não possui uma função que o ligue
auxiliando a formação, o amolecimento e a eliminação diretamente à digestão, mas apenas à destrui-
das fezes, além de evitar a prisão de ventre. ção e excreção de metabólitos, como o álcool e
De acordo com o exposto, é importante ingerirmos fi- os medicamentos.
bras vegetais porque:
(a) além de apresentarem muitos ácidos graxos em
sua composição, são responsáveis pela facilita-
ção do trânsito intestinal, possibilitando a elimi-
nação das fezes.
(b) são constituídas de celulose, uma proteína que
o ser humano não consegue digerir, permitindo
assim a formação do bolo fecal.
(c) evitam a prisão de ventre, pois auxiliam a elimi-
nação de substâncias que podem ser prejudi-
ciais para a mucosa gástrica.
(d) ativam o peristaltismo, o que evita a estagnação
das fezes e desfavorece a proliferação de bacté-
rias nocivas ao intestino humano.
(e) melhoram a capacidade de absorção dos ali-
mentos digeridos no estômago.

10. (UPE-PE)
Baseando-se na relação de cada uma das alternativas
com a figura e a funcionalidade de cada órgão, assina-
le a correta.

IV

II
III
Disponível em: <http://srec.azores.gov.pt>. (Adaptado.)

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 7 - DIGESTÃO HUMANA

GABARITO
A
E1. C declínio, até sua cessação com- E21.
E2. B pleta, em razão da desnaturação a) O grupo 1 ingeriu carboi-
proteica causada pela elevação dratos, porque para a sua
E3. D térmica. digestão há necessidade da
E4. E E8. D secreção de enzimas salivar
E5. B E9. E (amilase salivar) e pancreática
E6. A bile age emulsionando gor- (amilase pancreática). O grupo
E10. D 2 ingeriu proteínas, porque no
duras (lipídios) e separando-
-as em partículas de pequeno E11. B estômago há secreção de en-
tamanho. Dessa forma, há um E12. B zima gástrica (pepsina) e de
aumento na área superficial E13. 01 + 02 + 08 = 11 enzimas pancreáticas (tripsi-
exposta, o que facilita a ação na e quimotripsina), que são
de uma enzima denominada E14. Maior tempo de ação das en- proteases. As enzimas secre-
lipase pancreática. zimas digestivas sobre o ali- tadas são diferentes porque
mento, e também maior tempo os alimentos ingeridos são de
E7. de contato com as vilosidades natureza química distinta e as
a) A enzima A atuará no estôma- do intestino. enzimas apresentam especifi-
go pois é um local com pH bai- E15. Amilase salivar (ptialina). cidade de atuação, isto é, são
xo (ou ácido), como é mostrado específicas para a digestão de
pelo gráfico. Tubo 1.
carboidratos ou de proteínas.
b) Enzimas que apresentam o A atividade ótima da enzima
ocorre em 37o C e em pH neu- b) A secreção hepática (bile)
padrão da enzima B: tripsina, permite a emulsão da gordu-
quimotripsina, proteases do tro.
ra ingerida pelo grupo 3, faci-
suco entérico, lipase pancreá- A enzima não degrada o amido litando a atuação da secreção
tica. Atuam no intestino delga- em temperaturas muito altas pancreática, que contém a
do. ou muito baixas, nem em pH enzima fundamental (lipase)
c) A temperatura ótima para as ácido. para a digestão de gordura.
atividades enzimáticas no corpo E16. C
humano se situa em torno de 37º E17. 01 + 04 + 16 = 21
C. O aumento gradual da tem- E18. B
peratura até 60º C causaria, em
princípio, uma estabilização da E19. C
atividade enzimática, seguida de E20. C

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O coração situa-se no centro da caixa torácica, logo
atrás do osso esterno, na região do mediastino (entre os
CAPÍTULO 8 P dois pulmões). É formado por duas bombas distintas: uma
CIRCULAÇÃO HUMANA delas envia o sangue para os pulmões e a outra bombeia o
sangue que sai dos pulmões para o resto do corpo. Dessa
Objetivos de aprendizagem maneira, o sangue flui ao longo de um sistema contínuo, o
sistema circulatório.
1. Conhecer a anatomia de vasos e do coração.
O coração é um órgão muscular oco, formado por qua-
2. Descrever as etapas do ciclo cardíaco. tro cavidades: dois átrios e dois ventrículos.
3. Entender as variações de pressão dentro do coração e Os dois átrios forçam a quantidade adicional de sangue
dos vasos. para o interior dos ventrículos respectivos, imediatamente
antes da contração ventricular. Já os ventrículos bombeiam
4. Identificar os mecanismos de controle do ritmo
o sangue com extrema força para a corrente sistêmica ou
cardíaco e suas alterações elétricas.
para os pulmões.
5. Explicar o mecanismo de troca transcapilar. A contração, assim como o relaxamento dos átrios e
dos ventrículos, é feita de maneira ritmada. A fase de con-
6. Apontar os mecanismos responsáveis pelo retorno
venoso. tração é chamada de sístole e a fase de relaxamento é cha-
mada de diástole.
O coração é constituído por três camadas:
• Pericárdio – é a membrana que reveste externamen-
D te o coração, composta por tecido conjuntivo.
1. O coração
• Endocárdio – é uma membrana que reveste a super-
fície interna das cavidades do coração, composta por
Região capilar do corpo superior (cabeça e braços) tecido epitelial.
CO2 O2 • Miocárdio – localizado entre pericárdio e endocárdio,
Veia jugular Artéria carótida é o músculo responsável pelas contrações ritmadas
PULMÕES e involuntárias do coração. É denominado músculo
O2 CO2
estriado cardíaco, e se caracteriza por ter de um a
Região capilar dos pulmões
dois núcleos em cada uma de suas fibras (células).
O miocárdio é rico em capilares e suas células pos-
Veia pulmonar Artéria pulmonar
suem grande quantidade de mitocôndrias.
Veia cava superior Artéria aorta
Estrutura do coração
Átrio esquerdo
Átrio direito Ventrículo esquerdo
Veia cava superior
Artéria aorta
Veia cava inferior
Linfonodo Ventrículo direito
Artéria pulmonar
FÍGADO Veia porta-hepática
Veia hepática Veia pulmonar
SISTEMA DIGESTÓRIO
Vasos linfáticos
Átrio esquerdo
Artérias mesentéricas
Átrio direito Válvula mitral
Válvula aórtica
Veia renal Válvula pulmonar
Artéria renal
Válvula
Veia ilíaca
Artéria ilíaca tricúspide Ventrículo
RINS
esquerdo
Ventrículo direito

© MARI-LEAF/SHUTTERSTOCK
CO2 O2

Região capilar do corpo inferior (tronco e pernas)


Representação esquemática de um coração humano.

Cada átrio comunica-se com seu respectivo ventrículo


Representação esquemática do sistema circulatório. por meio de orifícios protegidos por válvulas. Do lado direito,

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

encontramos a válvula tricúspide, formada por três peças ou Nódulo


valvas. Do lado esquerdo, encontramos a bicúspide ou mitral, atrioventricular (AV)
Nódulo sinoatrial
formada por duas valvas. Ambas as válvulas permitem a pas- (SA) ou marca-passo
sagem de sangue apenas do átrio para o ventrículo, uma vez
Feixe atrioventricular
que a própria pressão do sangue provoca seu fechamento.
(Feixe de His)
A passagem dos ventrículos para as artérias também
possui válvulas, chamadas válvulas semilunares. A válvula Ramo
pulmonar localiza-se no ventrículo direito, ligando-o à artéria esquerdo
pulmonar; e a válvula aórtica se encontra na conexão entre
o ventrículo esquerdo e a artéria aorta. O fechamento delas
ocasiona a vibração das paredes do coração, gerando dois ruí-

© BLAMB/SHUTTERSTOCK
dos característicos: o primeiro corresponde ao fechamento da
tricúspide e da mitral e é chamado de primeira bulha cardíaca
Ramo direito
ou “lub”; o segundo, que corresponde ao fechamento das se-
Ramos subendocárdicos
milunares, é chamado de segunda bulha cardíaca ou “dub”. (Fibras de Purkinje)

Representação esquemática das estruturas de controle da ati-


Os sopros cardíacos e o diagnóstico de doen- vidade cardíaca.
ças valvulares
O nódulo sinoatrial situa-se no átrio direito. O impulso
Quando se ausculta uma pessoa com um este- elétrico que surge nesse espaço propaga-se pelas célu-
toscópio, o batimento cardíaco é marcado por dois las dos átrios, ocasionando uma contração que expulsa o
sons. Eles marcam o fechamento dos dois grupos
sangue que enche os ventrículos. A contração dos átrios se
de válvulas do coração: o que envolve a tricúspi-
completa antes de ter início a contração dos ventrículos. O
de e a mitral e o grupo das semilunares. O método
mais comum para o diagnóstico de doenças valvu- impulso elétrico gerado pelo nódulo sinoatrial atinge outro
lares cardíacas se dá por meio da detecção de ruí- grupo de células, denominado nódulo atrioventricular. Daí
dos anormais, denominados sopros cardíacos. um segundo impulso é levado aos ventrículos, por meio de
Esses ruídos podem ser gerados em consequên- um feixe de fibras chamado de feixe atrioventricular ou feixe
cia de um fluxo forçado de sangue por entre válvulas de His. Esse feixe se ramifica em células especializadas –
que se tornaram estreitadas por tecido fibroso cica- as células ou fibras de Purkinje – que transmitem impulsos
tricial (estenose valvular) ou, ainda, em consequência elétricos para os ventrículos de forma homogênea, garan-
de um refluxo de sangue, por válvulas que não mais tindo que eles se contraiam simultaneamente.
conseguem se fechar (insuficiência valvular). O impulso elétrico gerado pelo coração transmite-se
também a outras partes do corpo – pode, inclusive, ser de-
tectado na pele. A fim de se registrar e se analisar essas
1.1 O controle da atividade cardíaca
atividades elétricas do coração, é possível utilizar um apa-
O músculo cardíaco de um ser humano adulto bate, em relho especial, o eletrocardiógrafo, que é capaz de acusar
repouso, aproximadamente 72 vezes por minuto. São mais defeitos cardíacos.
de 2,5 bilhões de batidas ao longo de 70 anos de vida. Es- Sístole atrial Sístole ventricular
sas batidas são ritmadas e capazes de fazer o sangue per-
correr todo o corpo em cerca de um minuto, fornecendo a
quantidade exata de oxigênio de que as células necessitam.
A maioria dos músculos sofre contração apenas ao re-
ceber estímulos por impulsos originários do sistema ner-
voso. O músculo cardíaco, no entanto, é capaz de funcionar R
independentemente do sistema nervoso.
Durante o desenvolvimento embrionário, o coração co- P T
meça a bater mesmo antes de se conectar ao sistema ner- S
Q
voso. Se mantivermos o coração de um vertebrado em uma Átrio Sístole
Ventrículo Diástole
solução nutritiva adequada, ele continuará a bater mesmo 0 ms 800 ms
depois de retirado do corpo. Isso é possível graças a um
grupo de células musculares especiais, que, além de se
Ciclo cardíaco e eletrocardiograma (ECG). Cada onda eletro-
contraírem, têm a capacidade de gerar impulsos elétricos. cardiográfica é caracterizada por cinco fases (deflexões), de-
Elas são chamadas de marca-passo ou nódulo sinoatrial. signadas pelas letras P, Q, R, S e T.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

Fatores que interferem na frequência cardíaca A pressão resultante da contração do coração,


A frequência cardíaca normal pode ser alterada chamada de pressão hidrostática, tende a expulsar
pela ação de hormônios ou pelo sistema nervoso. A a água do sangue para os tecidos, enquanto as pro-
elevação dela (taquicardia), assim como a da força de teínas do sangue exercem uma pressão osmótica em
contração, podem ser provocadas pelo sistema nervo- sentido contrário.
so simpático ou pela ação do hormônio da adrenalina. Na porção arterial do capilar, a pressão hidrostáti-
O sistema simpático entra em ação em situações ca é alta (maior do que a pressão osmótica do plasma).
de estresse, como durante exercícios, em função de
Essa diferença de pressões faz com que a água
doença, por um calor específico etc.
deixe os vasos, levando consigo pequenas molécu-
A diminuição de frequência (bradicardia) e força las presentes no sangue arterial. O líquido que ba-
dos batimentos cardíacos pode ser provocada pela nha os tecidos é chamado líquido intersticial.
ação do sistema nervoso parassimpático.
Já na extremidade venosa do capilar, a pressão
Uma área do encéfalo, o centro vasomotor, recebe hidrostática é baixa (menor do que a pressão osmótica
e processa informações de diversas regiões do corpo e do plasma), ocorrendo, então, o retorno do fluido para
controla a frequência cardíaca e a pressão sanguínea. o capilar.
Chamamos de débito cardíaco o produto da fre- Capilar linfático Extremidade
arteriolar
quência pelo volume de sangue ejetado em cada sís-
tole. Por exemplo, se o coração está batendo 70 vezes Capilar
por minuto e a cada contração 70 mL de sangue são Pressão hidrostática sanguíneo
ejetados, o débito cardíaco é de 4900 mL/min. Em
exercícios físicos, quanto mais intensa a atividade

Fluxo sanguíneo
maior é o débito cardíaco. Atletas bem preparados
fisicamente têm um alto débito cardíaco com baixa
frequência de batimentos.

© ALILA MEDICAL MEDIA/SHUTTERSTOCK


1.2 A pequena e a grande circulação – a viagem do Pressão osmótica

sangue pelo corpo

No lado direito do coração circula apenas sangue veno- Espaço intersticial


Extremidade
venular
so, enquanto que no lado esquerdo apenas sangue arterial. Trocas entre o sangue e os tecidos.
As veias são os vasos que chegam ao coração, e as artérias
são os que saem em direção ao restante do corpo.
O sangue arterial sai do ventrículo esquerdo pela ar- As ramificações dos capilares tornam-se vasos cada
téria aorta (a maior artéria do corpo, com cerca de 2,5 cm vez mais calibrosos conforme se estendem, formando as
de diâmetro), que se ramifica pelo corpo. Da aorta, partem vênulas e, posteriormente, as veias. As veias cava superior e
também as artérias coronárias, que alimentam o próprio cava inferior são duas veias grandes que recolhem o sangue
coração. Conforme a distância, as ramificações tornam-se venoso e o direcionam para o átrio direito. A veia cava supe-
cada vez menores e mais finas, formando arteríolas e, fi- rior drena o sangue das partes localizadas acima do coração
nalmente, os vasos capilares onde ocorrem as trocas ga- (braços, pescoço e cabeça). Já a veia cava inferior recolhe o
sosas entre o sangue e as células. O sangue cede oxigênio sangue venoso das outras partes do corpo.
e nutrientes para as células, que, por sua vez, liberam gás Para fins de estudo, dividiremos a circulação sanguínea
carbônico e as excretas no sangue. em duas etapas: a grande circulação (em que o sangue segue
do coração aos tecidos e de volta ao coração) e a pequena cir-
Como ocorrem as trocas entre o sangue e os culação (o sangue segue do coração para os pulmões e de volta
tecidos? para o coração). Na grande circulação ou circulação sistêmica
o sangue arterial sai do átrio esquerdo, passa para o ventrí-
Além da difusão, na qual os gases e outras subs-
culo esquerdo e dali é bombeado para a artéria aorta, sendo
tâncias deixam o sangue passivamente a favor de um
impulsionado para todo o corpo. O sangue venoso retorna ao
gradiente de concentração, existe outro mecanismo
coração por meio da veia cava, até o átrio direito. Na pequena
responsável pelas trocas entre sangue e tecidos.
circulação ou circulação pulmonar o sangue venoso sai do átrio

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

direito, passa para o ventrículo direito e dali é bombeado para Artéria


Lâmina elástica
o pulmão através da artéria pulmonar. É nesta etapa que acon- externa

tece a troca de gases ou hematose, na qual o sangue venoso é


transformado em sangue arterial. Em seguida, o sangue arte-
rial volta para o coração pela veia pulmonar, chegando ao átrio
esquerdo e, então, reiniciando o processo.
Túnica
Luz Veia
© YARUNA/SHUTTERSTOCK

adventícia
Circulação sanguínea

Pequena circulação Tecido muscular liso


(circulação pulmonar) Lâmina elástica
Endotélio interna
Artéria Veia pulmonar
pulmonar Hemácias Tecido conjuntivo

Veia Artéria aorta


cava Compare as diferenças e similaridades das artérias e veias.
Note, por exemplo, que a camada muscular que envolve a ar-
téria (em vermelho) é mais espessa do que a camada equi-
Átrio esquerdo valente da veia (em azul). As veias, no entanto, apresentam a
Átrio
direito luz proporcionalmente maior do que a das artérias, além de
válvulas para minimizar o refluxo sanguíneo.
Ventrículo
esquerdo Os capilares são vasos interpostos entre arteríolas e
Grande circulação vênulas e representam o único local do sistema circulató-
(circulação sistêmica)
Ventrículo rio onde ocorrem as trocas gasosas. Eles são formados por
direito Sangue rico em O2 e pobre em CO2 apenas uma camada de células endoteliais.
Sangue rico em CO2 e pobre em O2 A camada média das artérias, por ser mais grossa que
a das veias, permite uma grande pressão sanguínea, que
Representação esquemática da circulação sanguínea no corpo hu- diminui à medida que o sangue se afasta do coração, até
mano, diferenciando a pequena circulação da grande circulação. que, nas veias, se torne muito baixa.
Essa baixa pressão dificulta o retorno do sangue das
partes inferiores do corpo para o coração. Ao longo da evo-
2. Os vasos sanguíneos lução dos primatas, o desenvolvimento do bipedismo foi
um grande avanço, pois permitiu que as mãos permane-
As artérias são vasos pelos quais o sangue deixa o coração cessem livres. Porém, apresentou um problema ao retorno
e, sob alta pressão, é conduzido para os tecidos do corpo. Esses venoso: a gravidade.
vasos pulsam ao serem distendidos pelo sangue, o qual, como Existem três mecanismos que lutam contra a gravida-
vimos, é impulsionado pelos batimentos cardíacos. de para garantir o retorno venoso:
As veias, por sua vez, são vasos pelos quais o san- • Pressão residual: é aquela que resta do sangue im-
gue flui dos tecidos em direção ao coração; em seu inte- pulsionado pelo coração por meio das artérias;
rior existem válvulas que impedem o refluxo do sangue.
• Válvulas: atuam como portas que se abrem para um
As veias não pulsam como as artérias e suas paredes são lado só, permitindo a passagem do sangue em ape-
facilmente comprimidas. As lesões em veias determinam nas um sentido.
hemorragias mais discretas, pois a pressão do sangue que
• Ação muscular: a ascensão do sangue deve-se ao
corre dentro delas é pequena.
trabalho dos músculos e da respiração. Quando esses
A parede das artérias e das veias é formada por três músculos se contraem, as veias que estão próximas
camadas: se comprimem, impulsionando o sangue.
• externa: composta de tecido conjuntivo rico em fibras
colágenas e elásticas;

• média: apresenta musculatura lisa e fibras elásticas; 3. A circulação linfática


• interna: formada por células epiteliais achatadas, A diferença de pressão na parte do vaso capilar que
que formam o endotélio. conduz o sangue arterial é maior que a diferença no lado

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

venoso. Assim, a quantidade de líquido que sai do capilar é delgado, devolve proteínas plasmáticas para o sangue e
superior à quantidade que retorna. produz linfócitos, contribuindo para a defesa do organismo.
O líquido que permanece no interstício é recolhido por
um sistema paralelo ao circulatório, o sistema linfático, no
qual o líquido passa a se chamar linfa. A linfa tem movi- Timo
mentação lenta pelos vasos linfáticos, os quais, por isso,
também apresentam válvulas.
Gânglios
O sistema linfático é composto por vasos linfáticos, lin- linfáticos
fa e órgãos como os linfonodos, baço, timo e as tonsilas
Baço
palatinas (amídalas). A linfa é um líquido transparente a
levemente amarelado que flui vagarosamente através dos
vasos linfáticos. É um ultrafiltrado do plasma sanguíneo e
sua composição é rica em leucócitos, não apresentando he-
mácias nem plaquetas.
Uma parte desse líquido retorna aos capilares san- Gânglios linfáticos
guíneos, enquanto outra parte é recolhida pelos capilares
linfáticos, que a transportam até vasos de maior calibre,
os vasos linfáticos. Esses, por sua vez, desembocam em
grandes veias, onde a linfa é liberada, misturando-se com

© ALILA MEDICAL MEDIA/SHUTTERSTOCK


o sangue. Antes de retornar à corrente sanguínea, a linfa é
filtrada nos gânglios linfáticos.
O sistema linfático possui a função de auxiliar o siste-
ma cardiovascular na remoção de resíduos (células mor-
tas, partículas estranhas ou velhas), na coleta e na distri-
buição de ácidos graxos e gliceróis absorvidos no intestino
Ilustração esquemática do sistema linfático.

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
(d) átrio cardíaco esquerdo - ventrículo cardíaco es-
Objetivo 2. Descrever as etapas do ciclo cardíaco. querdo - pulmões - átrio cardíaco direito - ven-
trículo cardíaco direito.
F1. (Uerj-RJ)
Num contraste radiológico, uma substância opaca ao
Objetivo 2. Descrever as etapas do ciclo cardíaco.
raio X foi injetada por via venosa no braço de um pa-
ciente submetido a uma radiografia dos rins. F2. (UPM-SP)
Essa substância, logo após a injeção e antes de atingir Assinale a alternativa correta a respeito do sistema
os rins, passa pela seguinte sequência de estruturas circulatório humano.
anatômicas:
(a) Hemoglobina é uma das proteínas presentes no
(a) pulmões - átrio cardíaco direito - ventrículo car- plasma sanguíneo.
díaco direito - átrio cardíaco esquerdo - ventrí-
(b) Os anticorpos são um tipo de célula de defesa.
culo cardíaco esquerdo.
(c) A principal função da hemoglobina é transportar
(b) átrio cardíaco direito - ventrículo cardíaco direito
o CO2 produzido nos tecidos.
- pulmões - átrio cardíaco esquerdo - ventrículo
cardíaco esquerdo. (d) O número de glóbulos brancos é constante em
(c) pulmões - átrio cardíaco esquerdo - ventrículo um indivíduo.
cardíaco esquerdo - átrio cardíaco direito - ven- (e) As células sanguíneas são produzidas na medu-
trículo cardíaco direito. la óssea a partir de células-tronco pluripotentes.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

Objetivo 1. Conhecer a anatomia de vasos e do coração. Objetivo 1. Conhecer a anatomia de vasos e do coração.
Objetivo 3. Entender as variações de pressão dentro do cora- Objetivo 3. Entender as variações de pressão dentro do cora-
ção e dos vasos. ção e dos vasos.

F3. (UPM-SP) F4. (UFPR-PR)


No esquema abaixo as setas indicam o sentido de cir- A pressão parcial de oxigênio (pO2) no sangue foi me-
culação do sangue. Assinale a alternativa correta. dida simultaneamente em diferentes pontos do siste-
ma circulatório de um mamífero. Em condições nor-
mais espera-se que
(a) pO2 Veia pulmonar < pO2 Ventrículo direito.
(b) pO2 Átrio esquerdo > pO2 Veia cava.
(c) pO2 Átrio esquerdo < pO2 Ventrículo direito.
(d) pO2 Artéria pulmonar > pO2 Veia pulmonar.
A (e) pO2 Artéria pulmonar > pO2 Veia cava.
B

Objetivo 1. Conhecer a anatomia de vasos e do coração.

F5. (Fuvest-SP)
No sistema circulatório humano,
(a) a veia cava superior transporta sangue pobre
C em oxigênio, coletado da cabeça, dos braços e
da parte superior do tronco, e chega ao átrio es-
(a) Todos os vasos A apresentam, na sua parede, querdo do coração.
uma camada muscular mais reforçada do que os
(b) a veia cava inferior transporta sangue pobre em
vasos B.
oxigênio, coletado da parte inferior do tronco e
(b) Se os vasos C forem os dos pulmões, o vaso A dos membros inferiores, e chega ao átrio direito
será uma artéria porque transporta sangue ar- do coração.
terial vindo dos pulmões.
(c) a artéria pulmonar transporta sangue rico em
(c) A pressão do sangue no vaso A é menor que no oxigênio, do coração até os pulmões.
vaso B.
(d) as veias pulmonares transportam sangue rico em
(d) O vaso B apresenta inúmeras válvulas para im- oxigênio, dos pulmões até o átrio direito do coração.
pedir o refluxo do sangue.
(e) a artéria aorta transporta sangue rico em oxigê-
(e) No vaso C as substâncias somente passam para o nio para o corpo, por meio da circulação sistêmi-
meio externo, não sendo possível a passagem de ca, e sai do ventrículo direito do coração.
substâncias para dentro do sangue nessa estrutura.

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
III. O coração se contrai e relaxa. A fase de contração
E1. (Udesc-SC)
denomina-se sístole e a de relaxamento, diástole.
Analise as proposições em relação à circulação humana. IV. A artéria aorta está ligada ao ventrículo direito
I. O átrio direito comunica-se com o ventrículo di- pelo qual sai o sangue rico em gás carbônico.
reito por meio da válvula mitral, e o átrio esquer- Assinale a alternativa correta.
do comunica-se com o ventrículo esquerdo pela (a) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
válvula tricúspide. (b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
II. O coração é envolto pelo pericárdio (membrana (c) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
dupla) e possui quatro câmaras: dois átrios e (d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
dois ventrículos. (e) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

O esquema acima representa um corte longitudinal de


E2. (Uerj-RJ)
uma veia localizada no braço de um homem e as setas
Artérias são vasos sanguíneos que transportam o indicam o sentido do fluxo sanguíneo. Estão também
sangue do coração para os tecidos, enquanto veias representadas válvulas (V) cuja função é:
trazem o sangue para o coração.
(a) bombear o sangue no sentido do átrio direito, já
Admita, no entanto, que as artérias fossem definidas que a pressão diminui após a passagem pelos
como vasos que transportassem sangue oxigenado e capilares.
as veias, vasos que transportassem sangue desoxi-
(b) impulsionar o sangue no sentido do lado es-
genado. Neste caso, a artéria e a veia que deveriam
querdo do coração, de onde será enviado para
inverter suas denominações, no ser humano, seriam,
os pulmões.
respectivamente, as conhecidas como:
(c) impedir a mistura de sangue venoso com sangue
(a) renal e renal.
arterial, pois este possui maior pressão.
(b) aorta e cava.
(d) facilitar as trocas de substâncias com os tecidos
(c) coronária e porta.
vizinhos, pois aumentam a superfície interna
(d) pulmonar e pulmonar. desses vasos.

E3. (Unicentro-PR) (e) garantir que o sangue se desloque sempre no


sentido do lado direito do coração.
Considere as afirmações abaixo:
I. Saem do coração e tornam-se cada vez mais E5. (Fatec-SP)
finas à medida que se ramificam. Esses vasos
Os trilhões de células que constituem o corpo humano
apresentam como função principal levar o san-
precisam de água e de variados tipos de nutrientes,
gue e, consequentemente, nutrientes e oxigênio
além de um suprimento ininterrupto de gás oxigênio.
do coração para os tecidos. Transportam sangue
Os nutrientes absorvidos nas células intestinais e o
sob alta pressão, sendo necessário, portanto,
gás oxigênio absorvido nos pulmões são distribuídos
paredes elásticas e fortes.
às células do corpo pelo sistema cardiovascular, uma
II. Resultam da convergência de vasos sanguíneos, vasta rede de vasos sanguíneos, pela qual circula o
que se tornam de maior calibre à medida que sangue impulsionado pelo coração. Sobre esse assun-
chegam próximo ao coração. A tarefa principal é to, assinale a alternativa correta.
levar sangue do corpo para o coração para que
(a) A artéria pulmonar conduz sangue, rico em oxi-
ele possa ser bombeado novamente para o corpo.
gênio, do coração para todo o corpo.
III. Vasos sanguíneos muito delgados, sem túnica
(b) As veias pulmonares conduzem o sangue arte-
média e adventícia, que formam uma rede com-
rial, rico em oxigênio, dos pulmões ao coração.
plexa de vasos. Por possuírem parede fina, com
apenas poucas camadas de células, tornam-se (c) A absorção e distribuição dos nutrientes são
local ideal para que ocorram as trocas gasosas. facilitadas pela digestão completa do amido no
De acordo com os conhecimentos sobre o sistema circu- estômago.
latório humano as afirmações acima dizem respeito a: (d) Os capilares da circulação sistêmica distribuem
(a) I – veias; II – capilares; III – válvulas o gás carbônico aos tecidos, de onde recebem o
gás oxigênio.
(b) I – veias; II – artérias; III – arteríolas
(e) A absorção dos nutrientes ocorre nas vilosida-
(c) I – artérias; II – capilares; III – válvulas
des intestinais localizadas na superfície interna
(d) I – artérias; II – veias; III – capilares do intestino grosso.
(e) I – válvulas; II – veias; III – capilares
E6. (PUC-RJ)
E4. (FTESM-RJ) Na circulação dos mamíferos, o coração funciona
como uma bomba que se contrai e se relaxa ritmi-
V
camente. O sangue bombeado percorre todo o corpo
numa sequência constante.
Assinale a afirmação correta entre as apresentadas.
V

346

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

(a) O sangue venoso passa do átrio para o ventrículo (01) Internamente, o coração apresenta quatro cavida-
direito e de lá é bombeado para a artéria pulmonar. des, dois átrios que se comunicam entre si e dois
(b) A artéria pulmonar se ramifica levando o sangue ventrículos que também se comunicam entre si.
arterial para o pulmão, onde ocorre a hematose. (02) A válvula bicúspide (mitral) se situa no lado es-
(c) O sangue arterial volta ao coração pela aorta, en- querdo do coração e a válvula tricúspide, no lado
trando pelo átrio direito e recomeçando o trajeto. direito.
(d) É chamada pequena circulação a via que leva o (04) No lado esquerdo do coração circula sangue
sangue arterial aos tecidos e traz de volta o san- arterial.
gue venoso para o coração. (08) As veias pulmonares desembocam no átrio di-
(e) O sangue venoso é vermelho vivo em razão da reito e as veias cavas, no esquerdo.
combinação da hemoglobina com o oxigênio, en- (16) O sangue arterial chega ao coração através das
quanto o sangue arterial é azul-escuro. veias pulmonares.

E7. (Unioeste-PR) E9. (PUC-RJ)

A figura representa a vista anterior do coração de um O coração humano apresenta uma série de peculiari-
mamífero. Analise as afirmativas e assinale a alterna- dades para que a circulação sanguínea se dê de forma
tiva correta. eficiente.
Assinale a opção que apresenta a afirmativa correta
em relação a estas características.
F
E G E (a) A musculatura mais espessa do ventrículo es-
E querdo é necessária para aumentar a pressão
H H
B H
do sangue venoso.
H
(b) O sangue oxigenado nos pulmões entra no coração
A pela veia pulmonar, e o sangue rico em gás carbô-
D nico entra nos pulmões pela artéria pulmonar.
C (c) As válvulas do coração têm por função permitir
G o refluxo do sangue para a cavidade anterior du-
rante o processo de diástole.
I. O circuito que passa pela sequência H → B → (d) As paredes internas do coração permitem cer-
D → F contém sangue rico em O2, uma vez que ta taxa de difusão de gases, o que faz com que
acabou de chegar dos pulmões e será encami- esse órgão seja oxigenado durante a passagem
nhado ao corpo. do sangue por ele.
II. O sangue rico em CO2 será oxigenado nos pul- (e) A separação das cavidades do coração impede o
mões através do circuito na seguinte sequência: maior controle do volume sanguíneo.
E → C → A → G.
III. Em C encontra-se sangue rico em O2 que será E10. (Fuvest-SP)
distribuído pelo corpo através de E. O esquema a seguir representa o coração de um
IV. O sangue rico em CO2, chega dos tecidos corpo- mamífero.
rais ao coração através de G, passando por A e C, 5
onde é encaminhado aos pulmões através de E. 2
1
(a) Apenas as alternativas I e II estão corretas. 3

(b) Apenas as alternativas I e III estão corretas. 4


(c) Apenas a alternativa III está correta.
Veia cava
(d) Apenas as alternativas I e IV estão corretas. inferior

(e) Todas as alternativas estão incorretas. 8


6

E8. (UEPG-PR-Adaptado)
7
Sobre o sistema circulatório dos mamíferos, indique a
soma da(s) proposição(ões) correta(s).

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

Indique, com os números correspondentes, A partir das informações acima e dos seus conheci-
(a) as câmaras do coração em que o sangue apre- mentos sobre estrutura e fisiologia dos vasos e do
senta maior concentração de gás carbônico; mecanismo de circulação sanguínea em humanos,
(b) as câmaras do coração as quais chega sangue marque a resposta correta:
trazido por vasos; (a) a túnica adventícia interage diretamente com o
(c) o vaso que sai do coração com sangue venoso; sangue;
(d) a câmara da qual o sangue arterial sai do coração. (b) os capilares apresentam as maiores túnicas mé-
dias;
E11. (Unesp-SP) (c) a túnica íntima não está presente nos capilares;
Durante um exame médico para se localizar um coá-
(d) a túnica média é responsável por suportar a
gulo sanguíneo, um indivíduo recebeu, via parenteral,
pressão sanguínea;
um cateter que percorreu vasos, seguindo o fluxo da
corrente sanguínea, passou pelo coração e atingiu um (e) a túnica adventícia é a que mais varia entre os
dos pulmões. calibres arteriais.
(a) Cite a trajetória sequencial percorrida pelo ca-
teter, desde sua passagem pelas cavidades car- E13. (Udesc-SC)
díacas até atingir o pulmão. A figura representa o esquema de um coração humano,
(b) Que denominação recebe a contração do múscu- no qual estão indicadas algumas de suas estruturas.
lo cardíaco que, ao bombear o sangue, possibili- VD – Ventrículo Direito
tou a passagem do cateter ao pulmão? Qual foi o VE – Ventrículo Esquerdo
tipo de sangue presente nessa trajetória?
AD – Átrio Direito

E12. (Unigranrio-RJ) AE – Átrio Esquerdo


A estrutura dos vasos sanguíneos, a despeito de ser VP – Veias Pulmonares
uma veia ou artéria, são marcados por três túnicas: ín- VCS – Veia Cava Superior
tima, média e adventícia. A interna ou íntima: formada VCI – Veia Cava Inferior
por tecido endotelial; média: composta principalmente
APD – Artéria Pulmonar Direita
por fibras musculares (lisas e ou elásticas); externa ou
adventícia: composta principalmente por tecido conjun- APE – Artéria Pulmonar Esquerda
tivo. Os capilares, são em geral formados apenas pela VCS
íntima. Neste sentido, dependendo do circuito vascular
que o vaso sanguíneo esteja atendendo, o calibre (diâ- APD AORTA
APE
metro do vaso) e a sua função (levar ou trazer sangue
do coração), podem fazer com que estas camadas va- VP
AD AE
riem. A variação funcional citada acima, reflete direta-
mente na capacidade destes fazerem suportar a pres-
são hidrostática do sangue na parede dos vasos. VE
VD
tecido
conjuntivo VCI
tecido
muscular liso
Analise as proposições em relação a este órgão.
endotélio
I. O sangue arterial circula dentro das artérias e o
venoso dentro das veias.
Artéria
endotélio Veia II. As artérias pulmonares esquerda e direita con-
tecido
conjuntivo duzem o sangue venoso aos pulmões.
tecido
muscular liso Capilar III. O ventrículo direito do coração possui paredes
endotélio
mais espessas do que o ventrículo esquerdo,
pois tem que impulsionar o sangue rico em oxi-
gênio para todo o corpo.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

IV. As veias cavas trazem o sangue venoso dos pul- (d) e nutrientes para todos os tecidos corpóreos.
mões ao átrio direito do coração. (e) dos pulmões em direção ao ventrículo esquerdo
V. As paredes das veias possuem músculos que do coração.
auxiliam na impulsão do sangue.
E15. (Fuvest-SP)
Assinale a alternativa correta.
O gráfico abaixo mostra a variação na pressão sanguí-
(a) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
nea e na velocidade do sangue em diferentes vasos do
(b) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. sistema circulatório humano.
(c) Somente a afirmativa II é verdadeira.
(d) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras.
(e) Somente as afirmativas III e V são verdadeiras.

E14. (FGV-SP)
Um dos procedimentos médicos em casos de obstru-
ção de vasos sanguíneos cardíacos, causada geral-
mente por acúmulo de placas de gordura nas paredes
(figura 1), é a colocação de um tubo metálico expansí- I II III
vel em forma de malha, denominado stent (figura 2), Pressão sanguínea (mmHg)
evitando o infarto do miocárdio.
Velocidade do sangue (cm/s)
Figura 1
Qual das alternativas correlaciona corretamente as re-
giões I, II e III do gráfico com o tipo de vaso sanguíneo?
I II III
(a) artéria capilar veia
(b) artéria veia capilar
(c) artéria veia artéria
(d) veia capilar artéria
↑ (e) veia artéria capilar
Artéria coronária
bloqueada
E16. (FPP-PR)
Figura 2 O coração é uma bomba dupla, auto ajustável, de sucção
Stent e pressão, cujas partes trabalham em conjunto para im-
pulsionar o sangue para todos os locais do corpo. O cora-
ção tem quatro câmaras: átrios direito e esquerdo e ven-
trículos direito e esquerdo. As primeiras são câmaras de
recepção que bombeiam sangue para os ventrículos, as
câmaras de ejeção.
Aorta
Veia cava
Artéria coronária superior
bloqueada Feixe de Hiss

Disponível em:<http://www.infoescola.com>. (Adaptado.) Nódulo Ramo


Sinoatrial esquerdo
Tal procedimento, quando realizado nas artérias coro-
nárias, tem como objetivo desbloquear o fluxo sanguí- Ramo
anterior
neo responsável pela condução de gás oxigênio Nódulo
Atrioventricular Ramo
(a) dos pulmões em direção ao átrio esquerdo do posterior
coração. Ramo
direito
(b) e nutrientes para o tecido muscular cardíaco.
Sistema de Purkinje
(c) do ventrículo esquerdo em direção à aorta.

349

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

Sobre a anatomia e fisiologia do sistema cardiovascu- colhidas simultaneamente de um homem normal. A


lar, assinale a alternativa correta. amostra I teve pO2 = 104 mm Hg e pCO2 = 40 mm Hg,
(a) O nó sinoatrial possui fibras musculares cardía- enquanto a amostra II teve pO2 = 40 mm Hg e pCO2 = 45
cas especializadas e atua como o marca-passo mm Hg. Em relação ao caso em análise, é correto afir-
do coração. mar que:
(b) Os vasos sanguíneos do coração incluem as arté- (a) a amostra I corresponde a sangue arterial, que
rias coronárias e as veias cardíacas, que condu- pode ter sido obtido de artéria pulmonar, que
zem, respectivamente, o sangue que sai do mio- cede O2 para as células corporais com baixa con-
cárdio e o sangue que entra no miocárdio. centração desse gás.
(c) Os vasos sanguíneos do coração são afeta- (b) a amostra II corresponde a sangue venoso, que
dos pela inervação simpática, liberadora de pode ter sido obtido de veias pulmonares, que
acetilcolina, e parassimpática, liberadora de levam sangue do pulmão ao coração.
adrenalina. (c) a amostra II pode ter sido obtida de uma artéria
(d) O infarto agudo do miocárdio é consequência pulmonar, que leva sangue do coração ao pul-
do aumento do suprimento sanguíneo para mão, onde a pO2 do ar é menor que a do sangue
o tecido do miocárdio, por meio das artérias que chega a esse órgão.
coronárias. (d) a amostra I pode ter sido obtida de veias pulmo-
(e) As valvas tricúspide e bicúspide (mitral) estão nares, que chegam ao coração trazendo sangue
localizadas na saída da artéria pulmonar e na oxigenado, que será usado para irrigar o próprio
saída da artéria aorta, respectivamente. coração e outros órgãos.

E17. (Udesc-SC) E19. (Fuvest-SP)


Analise as proposições em relação à circulação san- O sistema circulatório dos vertebrados é constituído
guínea humana. por uma complexa rede de vasos sanguíneos distri-
I. As veias possuem uma camada espessa de tecido buída por todo o corpo.
conjuntivo e muscular para poder suportar a pres- (a) Que tipo de vaso sanguíneo palpamos quando
são sanguínea vinda do coração, que aumenta à tomamos a pulsação de uma pessoa? O que sig-
medida que o sangue se afasta do coração. nifica essa pulsação?
II. No coração, o sangue que sai do ventrículo es- (b) Descreva a estrutura básica de uma veia huma-
querdo pela artéria aorta é rico em oxigênio. na e explique como o sangue flui através dela.
III. A circulação que leva o sangue rico em oxigênio
E20. (Uerj-RJ)
para os pulmões e o coração é chamada de pe-
quena circulação. Em avaliações físicas, é comum a análise conjunta de
duas variáveis:
IV. O sangue rico em gás carbônico passa do átrio
para o ventrículo direito. Depois, o sangue é 1. débito cardíaco – volume de sangue que o cora-
bombeado para as artérias pulmonares, direita e ção é capaz de bombear em determinado perío-
esquerda, que levam o sangue para os pulmões do de tempo;
para que ocorra a hematose. 2. frequência cardíaca – número de batimentos do
Assinale a alternativa correta. coração nesse mesmo período de tempo.

(a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. Em geral, atletas apresentam elevado débito cardía-
co, ou seja, o coração bombeia um volume maior de
(b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
sangue com menos batimentos, se comparado a um
(c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. indivíduo sedentário.
(d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. Admita que quatro homens não fumantes, sem diag-
(e) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. nóstico de patologia cardíaca, com mesmo peso cor-
poral e idade, foram submetidos à corrida em uma
E18. (Unicamp-SP) mesma esteira. Durante esse processo, foi registrado
A pressão parcial do gás O2 (pO2) e a do gás CO2 (pCO2) o débito cardíaco de cada um, obtendo-se os resulta-
foram medidas em duas amostras (I e II) de sangue dos indicados no gráfico.

350

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

40 E22. (UEPG-PR-Adaptado)

débito cardíaco (L/min)


35 Além de transportar alimentos, gases, excreções e
30 hormônios, a circulação sanguínea tem ainda função
I de defesa contra agentes infecciosos e manutenção
25
II da temperatura corporal. Indique a soma da(s) propo-
20
III sição(ões) correta(s) sobre os componentes e caracte-
15 rísticas do sistema cardiovascular.
IV
10 (01) As paredes do coração humano são constituídas
5 por tecido muscular estriado cardíaco (miocár-
0
dio). O coração apresenta duas câmaras supe-
0 5 10 15 20 25 riores, denominadas átrios cardíacos, e duas
velocidade da esteira (km/h) inferiores, os ventrículos cardíacos.
Disponível em: <ekgmachines.org>. (Adaptado.) (02) O átrio cardíaco esquerdo recebe sangue rico em
De acordo com os resultados apresentados, a curva que gás oxigênio proveniente dos pulmões, enquan-
representa o indivíduo com maior frequência cardíaca é: to o átrio cardíaco direito recebe sangue rico em
gás carbônico, proveniente do resto do corpo.
(a) I (c) III
(04) O sistema cardiovascular humano é fechado,
(b) II (d) IV
com circulação dupla: (I) circulação pulmonar ou
pequena circulação (trajeto: coração → pulmões
E21. (FGV-SP)
→ coração); e, (II) circulação sistêmica ou grande
A figura ilustra um coração artificial mecânico, cujos
circulação (trajeto: coração → sistemas corpo-
números indicam os orifícios para a entrada e saída
rais → coração).
do fluxo sanguíneo.
(08) O relaxamento de uma câmara cardíaca é cha-
1
mado diástole, é quando a câmara se enche de
sangue; já na sístole, a câmara se contrai e ocorre
2 o bombeamento de sangue para fora do coração.

3 (16) Quando o sangue é bombeado pelos ventrículos,


ele penetra nas artérias sob alta pressão, as pa-
4 redes arteriais então relaxam-se e aumentam
de volume, diminuindo a pressão em seu inte-
1 - Entrada de sangue rico em CO2 rior. Caso não haja este relaxamento das arté-
rias, a pressão sanguínea pode subir, com risco
2 - Entrada de sangue rico em O2
de ruptura de suas paredes.
3 - Saída de sangue rico em CO2
4 - Saída de sangue rico em O2 E23. (Fuvest-SP)
Coração artificial mecânico
No intestino humano, cada uma das vilosidades da
Disponível em: <http://ufuktarhan.com>. (Adaptado.)
superfície interna do intestino delgado tem uma arte-
Ao ser implantado em um ser humano, os números ríola, uma vênula e uma rede de capilares sanguíneos.
(a) 1 e 2 indicam, respectivamente, os locais de co- Após uma refeição, as maiores concentrações de oxi-
nexão com as veias cavas e pulmonares. gênio, glicose e aminoácidos no sangue são encontra-
(b) 3 e 4 indicam, respectivamente, os locais de cone- das nas
xão com a artéria aorta e as artérias pulmonares.
Oxigênio Glicose Aminoácidos
(c) 1 e 3 indicam, respectivamente, os locais de co- (a) vênulas vênulas vênulas
nexão com as veias cavas e pulmonares.
(b) vênulas vênulas arteríolas
(d) 2 e 4 indicam, respectivamente, os locais de cone-
(c) arteríolas arteríolas arteríolas
xão com as artérias pulmonares e a artéria aorta.
(d) arteríolas arteríolas vênulas
(e) 2 e 3 indicam, respectivamente, os locais de co-
(e) arteríolas vênulas vênulas
nexão com as artérias e veias pulmonares.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

E24. (UFSC-SC-Adaptado)
A figura abaixo representa esquematicamente o funcionamento das valvas e das válvulas cardíacas durante a sístole
e a diástole ventricular.
Valva mitral Cavidade nº 1
Esqueleto Aorta
Valva tricúspide fibroso (fechada)
(fechada)

Valva mitral
(fechada)
Válvula semilunar
aórtica (aberta)
Cordas tendíneas
(tensionadas)
Músculos papilares
Válvula semilunar (tensionados)
pulmonar (aberta)
Cavidade nº 2
(contraída)

Secção Secção
transversal frontal Veias pulmonares

Valva mitral
(aberta)
Valva mitral
(aberta)
Cordas tendíneas
Válvula semilunar (relaxadas)
aórtica (fechada)
Músculos papilares
(relaxados)

Válvula semilunar Cavidade nº 2


Valva tricúspide pulmonar (fechada) (dilatada)
(aberta)

SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 2. ed. São Paulo: Manole, 2003, p. 416. (Adaptado.)

Sobre o sistema cardiovascular, indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).


(01) durante a sístole ventricular, as valvas atrioventriculares permanecem fechadas.
(02) as valvas semilunares impedem que o sangue que entrou nas veias retorne para dentro do ventrículo.
(04) a valva mitral se localiza no lado direito do coração.
(08) as duas valvas atrioventriculares são idênticas e possuem três cúspides.
(16) a cavidade indicada pelo número 1 é o átrio direito.
(32) a parede muscular da cavidade indicada pelo número 2 é mais espessa do que a do ventrículo direito.
(64) nas duas cavidades em destaque da secção frontal, circula apenas sangue arterial.

E25. (Enem)
A imagem representa uma ilustração retirada do A O H
livro De Motu Cordis, de autoria do médico inglês
Willian Harvey, que fez importantes contribuições
para o entendimento do processo de circulação do
sangue no corpo humano. No experimento ilustra-
do, Harvey, após aplicar um torniquete (A) no braço OH
A
de um voluntário e esperar alguns vasos incharem,
pressionava-os em um ponto (H). Mantendo o ponto
pressionado, deslocava o conteúdo de sangue em Disponível em: <www.answer.com>.
direção ao cotovelo, percebendo que um trecho do Acesso em: 18 dez. 2012. (Adaptado.)

vaso sanguíneo permanecia vazio após esse pro- A demonstração de Harvey permite estabelecer a re-
cesso (H – O). lação entre circulação sanguínea e

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

(a) pressão arterial. boca fechada. O processo corre a sua revelia, porque
(b) válvulas venosas. a tensão contínua faz o organismo liberar, em maior
quantidade, dois hormônios responsáveis pela obe-
(c) circulação linfática.
sidade – a adrenalina e a cortisona. Quanto mais ten-
(d) contração cardíaca. são, maior o risco de engordar. Pior. Esse tipo de obe-
(e) transporte de gases. sidade invariavelmente desencadeia doenças como
diabetes, hipertensão arterial, infarto e derrame.
E26. (PUC-RJ) Revista Isto é, 15/8/2010.
O estresse tem sido apontado como responsável
Considerando as doenças cardiovasculares destaca-
por boa parte das doenças que afligem o homem mo-
das na matéria jornalística:
derno. Agora, entra na lista de mazelas mais um (e
(a) esquematize as circulações sistêmica e pulmonar
terrível) efeito colateral: o estresse engorda. E não
nos seres humanos indicando os principais com-
apenas porque o estressado costuma atirar-se avi-
ponentes e os tipos de sangue em cada um deles;
damente sobre uma torta de chocolate. Num proces-
so perverso, a vítima pode engordar mesmo com a (b) explique como ocorre o infarto do miocárdio.

C
FOLHA AZ
1. (Unicentro-PR) capilares
dos pulmões
A figura a seguir representa o coração de um ma-
artéria
mífero, no qual AD corresponde ao átrio direito, AE pulmonar veia pulmonar

corresponde ao átrio esquerdo, VD corresponde ao artéria aorta


ventrículo direito, VE corresponde ao ventrículo es-
veia cava
querdo e os números correspondem aos vasos san-
guíneos.

3 4
capilares dos
tecidos e órgãos
2 Disponível em: <http://br.depositphotos.com>. (Adaptado.)
5
AD AE Com relação ao trajeto dos sangues arterial e venoso,
é correto afirmar que o sangue rico em
VD VE (a) gás carbônico chega pela veia cava até o átrio
1 direito, que o direciona para o ventrículo direito
de onde é levado para os pulmões.
Assinale a alternativa que apresenta, correta e res- (b) gás oxigênio chega pela artéria pulmonar até o
pectivamente, a relação entre os números e os tipos átrio esquerdo, que o direciona para o ventrículo
de vaso correspondentes. esquerdo de onde é levado para os demais ór-
gãos do corpo.
(a) Veias: 1, 2 e 5; artérias: 3 e 4.
(c) gás carbônico chega pela veia pulmonar até o
(b) Veias: 1, 3 e 4; artérias: 2 e 5. coração, que o bombeia para os pulmões pela
(c) Veias: 2 e 3; artérias: 1, 4 e 5. artéria pulmonar.

(d) Veias: 2 e 5; artérias: 1, 3 e 4. (d) gás oxigênio chega pela artéria aorta até o átrio e
ventrículo esquerdo, que o direcionam para a veia
(e) Veias: 3 e 4; artérias: 1, 2 e 5. pulmonar de onde é levado para os pulmões.
(e) gás oxigênio é captado pelos capilares dos pulmões,
2. (UEA-AM) que o direcionam pela artéria pulmonar até o coração,
Observe o esquema do sistema circulatório humano. de onde é levado para os demais órgãos e tecidos.

353

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

(a)
3. (PUC-SP)
“Por meio de I , o sangue II chega ao coração e sai
deste para os tecidos por meio da III ”.
No trecho acima, as lacunas I, II e III, podem ser preen-
chidas correta e respectivamente, por
(a) artérias pulmonares, pobre em oxigênio e veia
aorta.
(b) artérias pulmonares, rico em oxigênio e veia aorta.
(c) veias pulmonares, pobre em oxigênio e artéria
aorta.
(d) veias pulmonares, rico em oxigênio e artéria aorta.
(e) artérias e veias, rico em oxigênio e veia aorta. (b)

4. (UPM-SP)
Um estudo coordenado por um hospital paulista está
acompanhando os pacientes submetidos à cirurgia de
substituição de válvulas cardíacas. Um estudo seme-
lhante já havia sido realizado para avaliação do uso de
stents, “molas” que mantêm as coronárias abertas. É
correto afirmar que
(a) as coronárias são vasos que conduzem sangue
do coração para os pulmões.
(b) as válvulas são responsáveis pelo controle da
frequência cardíaca.
(c)
(c) no coração são encontradas válvulas entre os
átrios e ventrículos e na base das artérias.
(d) na circulação periférica as válvulas são abun-
dantes nas artérias.
(e) o uso de stents é uma alternativa para as cirur-
gias de troca de válvulas.

5. (Enem)
Os efeitos do exercício físico na redução de doenças
cardiovasculares são bem conhecidos, aumentando, por
exemplo, a tolerância a infartos em comparação com in-
divíduos sedentários. Visando ganho de força, de massa
(d)
muscular e perda de gordura, verifica-se o uso de ana-
bolizantes por alguns esportistas. Em uma pesquisa com
ratos, confirmou-se a melhora da condição cardíaca em
resposta ao exercício, mas verificou-se que os efeitos be-
néficos do exercício físico são prejudicados pelo uso de
anabolizantes, como o decanoato de nandrolona, aumen-
tando a área cardíaca afetada pelo infarto.
CHAVES, E. A. et al. Cardioproteção induzida pelo exercício é
prejudicada pelo tratamento com anabolizante decanoato de
nandrolona. Brazilian Journal of Biomotricity, v. 1, n. 3, 2007.
(Adaptado.)

Qual gráfico representa os resultados desse estudo?

354

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

(e)
8. (PUC-PR)
Leia a seguir.
O preço da abstinência
Oferta de vale-compras ajuda dependentes de crack
a evitar o consumo da droga. Uma das principais dife-
renças entre a cocaína aspirada e a fumada está na ve-
locidade de absorção, que influencia a rapidez com que
a droga chega ao cérebro e o tempo que permanecerá
ativa, fatores determinantes para o poder de gerar de-
pendência. Ao cheirar uma carreira de coca, a droga é ab-
sorvida lentamente pela mucosa nasal, entra na corrente
sanguínea e é parcialmente processada pelo fígado an-
6. (UPM-SP) tes de alcançar o cérebro. Passam-se alguns minutos até
O esquema abaixo mostra, de forma simplificada, o começarem os efeitos, que podem durar mais de meia
caminho do sangue no corpo humano, indicado por hora. Já com o crack, tudo é mais rápido e intenso. Tão
setas. As câmaras cardíacas estão legendadas por AD logo a fumaça chega aos pulmões, a droga passa para o
(átrio direito), AE (átrio esquerdo), VD (ventrículo di- sangue e é levada para o cérebro em concentrações mais
reito) e VE (ventrículo esquerdo) e os principais vasos elevadas. O efeito é quase imediato: há uma explosão de
sanguíneos estão numerados de 1 a 4. prazer e euforia, que desaparece em minutos e leva a
uma depressão intensa. Aí começam os problemas.
2 4
Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.
br/2016/12/16/o-preco-da-abstinencia/>.

AD AE Ao ser fumado, o crack chega rapidamente no cérebro.


Pulmões Órgãos Logo, o trajeto percorrido dos pulmões até a saída do
VD VE
coração para o cérebro apresenta a seguinte sequência:
(a) pulmões - artéria pulmonar - átrio esquerdo -
1 ventrículo esquerdo - artéria aorta.
3
Disponível em: <www.planetabio.com>. (b) pulmões - veias cavas - átrio esquerdo - ventrí-
culo esquerdo - artéria aorta.
A artéria aorta e as veias cavas estão representadas,
(c) pulmões - veias cavas - átrio direito - ventrículo
respectivamente, pelos números
direito - artéria aorta.
(a) 2 e 1.
(d) pulmões - veias cavas - átrio direito - ventrículo
(b) 4 e 3.
esquerdo - artéria aorta.
(c) 4 e 2.
(e) pulmões - veias pulmonares - átrio esquerdo -
(d) 2 e 3.
ventrículo esquerdo - artéria aorta.
(e) 1 e 3.
9. (UPM-SP)
7. (UPM-SP)
Em uma cirurgia de ponte de safena, retira-se um pe-
A respeito do coração, assinale a alternativa correta. daço da veia safena (situada na perna), com o objetivo
(a) Os nódulos atrioventricular e sinoatrial são res- de restabelecer a oxigenação do coração. Considere I,
ponsáveis pelo controle do ritmo cardíaco. II e III, abaixo.
(b) As valvas são responsáveis por estimular a con- I. A falta de oxigenação no coração provoca mor-
tração do miocárdio. te das células do miocárdio, condição conhecida
(c) A contração do miocárdio é completamente in- como infarto.
dependente da ação do sistema nervoso. II. A oxigenação do coração é feita pela circulação
(d) A oxigenação desse órgão é feita pelo sangue coronária.
que circula em seu interior. III. O sangue que é desviado para as pontes é prove-
(e) Todo sangue que sai do coração é arterial. niente da artéria pulmonar.

355

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

Dessa forma,
(a) somente II está correta.
(b) somente I e II estão corretas.
(c) somente I está correta.
(d) I, II e III estão corretas.
(e) somente II e III estão corretas.

10. (PUC-MG)
O gráfico apresenta a variação de três parâmetros
(pressão hidrostática média; área da secção trans-
versal dos vasos; velocidade de percurso) ao longo da
circulação sanguínea no organismo humano.

Artéria Artérias
Aorta médias Arteríolas Capilares Vênulas Veia

Pressão média (mm Hg)


Área transversal dos vasos (cm2)
Velocidade no percurso (cm/seg)

Com base no gráfico e outros conhecimentos sobre o


assunto, assinale a afirmação incorreta.
(a) A queda na velocidade de percurso ao longo dos
capilares é determinada pela queda da pressão
osmótica ao longo dos mesmos.
(b) A queda de pressão ao longo dos capilares pode
ser influenciada pelo extravasamento de líqui-
dos através das fenestras (aberturas) entre as
células endoteliais.
(c) A redução da pressão sanguínea entre a aorta e
os capilares é influenciada pelo aumento na área
da secção transversal dos vasos.
(d) O sentido de condução venoso é determinado
pela presença de válvulas e o fluxo é favorecido
pela contração da musculatura esquelética.

356

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 8 - CIRCULAÇÃO HUMANA

GABARITO
A
E1. B gue que passa por elas. Esse para os pulmões e devolve
E2. D fluxo é mantido pela pressão sangue rico em oxigênio para
do ventrículo esquerdo do co- o coração – denomina-se pe-
E3. C ração e pelo tônus muscular quena circulação ou circulação
E4. E (dos músculos periféricos às pulmonar.
E5. B veias). b) O infarto é uma lesão do mús-
E6. A E20. D culo cardíaco, a partir da redu-
E7. D E21. A ção do suprimento sanguíneo,
provocada pelo estreitamento
E8. 02 + 04 + 16 = 22 E22. 01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31 ou obstrução das artérias co-
E9. B E23. E ronarianas que nutrem o cora-
E10. E24. 01 + 32 + 64 = 97 ção ou um dos seus ramos. O
E25. B entupimento da artéria resulta
a) 7 e 8
em isquemia e o tecido deixa
b) 4 e 8 E26. de receber sangue, oxigênio e
c) 3 a) A circulação sistêmica, tam- nutrientes. Pode ocorrer mor-
d) 6 bém chamada grande circula- te do tecido se a área for mui-
ção, é aquela que transporta to grande provocando infarto,
E11. sangue rico em oxigênio para morte súbita ou falência crô-
a) O cateter percorreu, sequen- os tecidos e traz o sangue po- nica do coração, e neste caso
cialmente, as seguintes estru- bre em oxigênio para o cora- tornando o paciente com insu-
turas: átrio direito, ventrículo ção. O sangue rico em oxigênio ficiência cardíaca limitado em
direito e artéria pulmonar. sai do ventrículo esquerdo pela sua qualidade de vida. A angi-
b) A contração do músculo cardí- aorta que se ramifica pelo cor- na do peito é uma dor que re-
aco, que possibilitou a passa- po. As ramificações tornam-se sulta geralmente da obstrução
gem do cateter ao pulmão, de- cada vez menores e de menor intermitente do fluxo sanguí-
nomina-se Sístole Ventricular. calibre e formam os capilares neo. Como a doença é um pro-
O cateter percorreu a trajetória sanguíneos e as arteríolas. O cesso dinâmico e contínuo, a
seguida pelo sangue venoso, do sangue oxigenado transforma- placa de ateroma (gordura) se
ventrículo direito aos pulmões. -se em sangue pobre em oxi- rompe, ativando a coagulação
gênio e rico em gás carbônico. do sangue no local e forman-
E12. D As ramificações dos capilares do o trombo que pode obstruir
E13. C vão se unir e formar vasos totalmente as artérias coroná-
E14. B cada vez maiores, até cons- rias (infarto) ou de modo inter-
E15. A tituírem as vênulas e veias. O mitente (angina instável). De
sangue desoxigenado é reco- angina instável para o infarto o
E16. A lhido por duas grandes veias tempo pode ser curto.
E17. A que o lançam no átrio direito,
E18. D são elas: a veia cava superior
que recolhe o sangue das re-
E19.
giões acima do coração - como
a) Quando tomamos a pulsação braços, pescoço e cabeça - e a
de uma pessoa, apalpamos veia cava inferior, que recolhe
uma artéria. A pulsação cor- o sangue do resto do corpo. O
responde à dilatação da ar- sangue rico em gás carbônico
téria produzida pelo fluxo do passa do átrio direito para o
sangue impulsionado pela ventrículo direito sendo bom-
contração do coração (sístole bardeado para as artérias pul-
do ventrículo esquerdo). monares que o transportam
para os pulmões. Nos pulmões
b) Veias são vasos sanguíneos ocorre a hematose: o sangue
de paredes elásticas. As veias dos capilares perde gás car-
apresentam revestimento bônico, recebe oxigênio dos
interno denominado endoté- alvéolos pulmonares o qual é
lio. Além disso têm a túnica transformado em sangue rico
muscular com tecido muscu- em oxigênio. Este sangue volta
lar liso. A sua parede é mais então ao coração pelas veias
delgada que a das artérias. A pulmonares, e ao entrar no
principal característica das átrio esquerdo recomeça o cir-
veias é a presença de válvulas cuito. A esta circulação – que
que impedem o refluxo do san- leva sangue pobre em oxigênio

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Esse processo de constante troca recebe o nome de
respiração externa ou orgânica.
CAPÍTULO 9 P
1.1 Difusão e respiração cutânea
RESPIRAÇÃO
O oxigênio e o dióxido de carbono são transferidos pas-
Objetivos de aprendizagem sivamente do ambiente por meio da superfície do corpo, por
difusão. Para facilitar a transferência desses gases, a super-
1. Diferenciar e correlacionar respiração celular e
fície de transferência deve ser tão grande quanto possível e
respiração orgânica.
a distância de perfusão, tão pequena quanto possível.
2. Citar as diferentes adaptações em organismos sem Em alguns organismos muito pequenos e muito finos,
sistema respiratório.
somente a difusão é necessária para o transporte de gases.
3. Descrever os diferentes tipos de sistema respiratório, É o que ocorre em organismos como protozoários. Os porí-
apontando características marcantes de cada um feros e cnidários (animais basais) também transportam os
deles. gases por difusão.
Os animais que apresentam uma epiderme bem defi-
4. Comparar os tipos de pulmão encontrados em
vertebrados, entendendo seu funcionamento. nida, mas ainda não possuem sistema respiratório, fazem
o que chamamos de respiração cutânea, que não deixa de
ser uma forma de difusão, mas que se dá por meio de um
epitélio. Na planária, por exemplo, o oxigênio se difunde da
D pele para as camadas mais profundas do corpo. O mesmo
acontece com os nematelmintos. Esse tipo de respiração é
1. Respiração
denominada cutânea direta.
Há mais de duzentos anos, Antoine Lavoisier (1743- Protozoários Poríferos Nematelmintos
1794) mostrou que os animais utilizam oxigênio e produ-
zem dióxido de carbono e calor. Mais tarde, foi mostrado
que esse processo ocorria nas mitocôndrias. Os animais
obtêm o oxigênio do ambiente, usando-o para a respiração
celular. O dióxido de carbono é, então, liberado no ambiente.
Podemos observar nisso dois fenômenos, que, embora
Cnidários
ocorram em níveis diferentes, se encontram intimamente Platelmintos
relacionados: um ocorre no nível celular e o outro, no nível
do organismo.
A respiração celular é um processo que envolve inú-
meras reações bioquímicas e tem como objetivo o despren-
dimento da energia contida nas ligações químicas de com- As minhocas, organismos mais complexos e com mais
postos orgânicos. Ela faz parte do importante fenômeno camadas de tecidos, utilizam um tipo especial de respira-
conhecido como metabolismo celular. ção cutânea. Nela, o oxigênio, ao atravessar a pele, é reco-
Durante as reações bioquímicas envolvidas nesse pro- lhido por um sistema circulatório que o transporta para os
cesso, são produzidos íons H+, que devem se combinar com outros tecidos. O mesmo ocorre com o gás carbônico, mas
oxigênio para formar água, enquanto são liberadas molé- no sentido inverso. Esse tipo de respiração é denominada
culas de CO2. cutânea indireta.

Portanto, para que a produção de energia ocorra nor- 1.2 Sistemas respiratórios de invertebrados
malmente, o suprimento de oxigênio deve ser constante- Em animais mais volumosos, a superfície relativa é
mente renovado. Já o gás carbônico deve ser constantemen- pequena, então o oxigênio captado por ela não consegue
te eliminado, pois, no caso de acúmulo o pH sanguíneo pode atingir as camadas mais profundas do corpo.
cair e ocasionar a morte do animal: Assim, a evolução e o aparecimento de animais maio-
res e mais volumosos só foram possíveis com o desenvol-
vimento de aparelhos respiratórios, ou seja, com a especia-
CO2 + H2O  H2CO3  H+ + HCO3–
lização de uma determinada área do corpo para captação
de oxigênio e eliminação de gás carbônico.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 9 - RESPIRAÇÃO

Corrente
Além da maior eficiência metabólica, associada à melhor
Filamento
de água branquial captação de oxigênio, essa novidade evolutiva trouxe consigo
outra vantagem: com a superfície do corpo liberada do pro-
O2 cesso de respiração, os animais não mais precisaram ficar
dissolvidos tão expostos e desenvolveram então, uma superfície imper-
no sangue
Vaso meabilizada e protegida por carapaças e conchas. Esse foi um
CO2 sanguíneo
(capilar) passo importantíssimo para a conquista definitiva dos am-
dissolvidos bientes terrestres.
CO2
O2 na água Os sistemas respiratórios apresentam algumas caracte-
rísticas em comum:
Respiração branquial.
• são constituídos de uma grande superfície ramificada;
• têm revestimento delgado (grande superfície relativa), que
Traqueia Parede facilita a troca de gases.
corporal
A seguir, são apresentados os sistemas respiratórios en-
contrados em invertebrados.
• Brânquias: estrutura formada por expansões da pele ricas
Espiráculo em vasos sanguíneos, adaptadas para a respiração na água.
Em animais mais simples, como invertebrados, as brânquias
Líquido
traqueolar são externas, como expansões filiformes do próprio corpo. Elas
são encontradas em poliquetas, moluscos e crustáceos. Se fo-
rem retiradas da água, as brânquias se fecham completamente,
Células Traquéola como um pincel molhado, perdendo superfície de troca gasosa.
musculares
• Traqueias: são compostas por redes de finos tubos que co-
Respiração traqueal.
meçam em orifícios na parede do corpo, chamados de estig-
mas ou espiráculos. Esses tubos se ramificam até a intimidade dos tecidos,
levando o oxigênio diretamente até as células e delas trazendo o gás carbôni-
co; nesse tipo de sistema, o sangue não tem participação nas trocas gasosas.
A superfície interna das traqueias é recoberta de quitina, o que evita o acha-
tamento, impede a desidratação e, portanto, torna os insetos perfeitamente
adaptados à vida na terra. A respiração traqueal é comum em insetos e em
algumas espécies de artrópodes.
• Filotraqueias: essas câmaras são uma espécie de pulmão primitivo. Apesar de
garantirem a sobrevivência de organismos, como os insetos, impedindo a desi-
dratação, o sistema de traqueias ainda depende, em última análise, da difusão.
Portanto, em artrópodes de maior porte e mais ativos, como as grandes aranhas,
é preciso um meio de transporte mais rápido, que possa suprir seu metabolismo
acelerado: as filotraqueias ou pulmões foliáceos. Esse processo consiste em uma
O2 combinação de traqueias com câmaras contornadas que contêm ar e vasos san-
guíneos, e cuja aparência lembra a de folhas de um livro.
Respiração filotraqueal.

Estrutura respiratória em caramujos


Ainda que os pulmões sejam uma aqui-
c
sição dos vertebrados, alguns invertebra- b

dos têm estruturas análogas aos pulmões. a

Alguns moluscos (caramujos) possuem O2


abaixo da concha uma cavidade – a cavida- CO2

de paleal –, que atua como um pulmão pri-


mitivo. Na imagem, observa-se: (a) abertura
da cavidade; (b) cavidade paleal; (c) coração.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 9 - RESPIRAÇÃO

1.3 Os pigmentos respiratórios • Mecanismo de contracorrente


Em animais que possuem respiração cutânea indireta, Nos peixes, o sangue das guelras passa no sentido
branquial ou pulmonar, o sangue conecta as células com oposto ao da água. Essa disposição aumenta a eficiência
a superfície respiratória por meio do sistema circulatório. respiratória das brânquias, uma vez que em qualquer ponto
Uma vez que o oxigênio se difunde por meio do epitélio do trajeto haverá sempre maior concentração de oxigênio na
respiratório até o sangue, há uma combinação com o pig- água do que no sangue. A troca de oxigênio entre o sangue e
mento respiratório que dá cor ao sangue. a água é feita a favor de um gradiente de concentração, indo
do meio mais concentrado para o meio menos concentrado.
O pigmento respiratório mais conhecido é a hemoglo-
bina, que apresenta a cor vermelha. Combinando-se com o Isso não aconteceria se os dois fluxos corressem no
oxigênio, esse pigmento aumenta o volume do gás no sangue. mesmo sentido. As concentrações tenderiam a se igualar,
interrompendo a transferência de oxigênio mais cedo.
Sem pigmentos, o conteúdo de O2 no sangue seria mui-
to baixo. O coeficiente de solubilidade do O2 a 37  °C é de Filamentos Opérculo
branquiais (cobertura das
0,3 mL em 100 mL de sangue, ou seja, 0,3% do volume to- Rastros brânquias)
tal. Com a presença da hemoglobina, essa solubilidade au- branquiais
Sangue oxigenado
menta mais de 70 vezes, chegando a 20% do volume de O2. abandonando
a brânquia
Os pigmentos respiratórios são sempre proteínas as- Água
sociadas com íons metálicos e possuem cores distintas, +
O2
específicas a cada pigmento.
Embora a hemoglobina seja encontrada em muitos
invertebrados, outros grupos possuem pigmentos respira-
tórios diferentes, como a hemeritrina (presente em anelí- Água
deos), a clorocluorina (também em anelídeos), a hemocia- + Sangue
CO2 desoxigenado
nina (em moluscos e artrópodes). entrando
na brânquia
1.4 Respiração nos vertebrados
Filamento
a) Peixes branquial
A respiração dos peixes, assim como a dos invertebra- Água
dos aquáticos, é feita por meio de brânquias. Entretanto, as Fluxo do e
sangue CO2
brânquias dos peixes não são expansões da superfície do
corpo (brânquias externas). Elas são expansões laterais da Capilares
faringe, com mucosa ricamente vascularizada, que se abrem sanguíneos
Água
para o exterior em fendas na parede do corpo do animal, jun- e
to da cabeça. Elas são chamadas de brânquias internas. O2
Nos tubarões, essas fendas são nitidamente visíveis, em
número de cinco. Já nos peixes ósseos, as fendas branquiais Troca através de Troca por
corrente paralela contracorrente
são protegidas por uma tampa denominada opérculo. 100 100
% saturação com O2

% saturação com O2

As guelras dos peixes são geralmente ventiladas com Água


Água
um fluxo unidirecional de água. O fluxo corrente de água,
semelhante àquele de ar existente nos pulmões, seria difi- 50 50
cultoso por causa da viscosidade e da densidade da água. Sangue
Sangue
Ou seja, fazer a água ir e voltar, como o ar em nossos pul-
0 0
mões, causaria um custo energético muito alto. Distância ao longo da Distância ao longo da
O fluxo de água pelas guelras dos peixes ósseos é qual ocorre a troca qual ocorre a troca
mantido pela ação de bombeamento dos músculos es- de gases de gases

queléticos nas cavidades bucal e opercular. A alteração de


volume alternada entre a boca e as cavidades operculares Água Água
cria uma força de sucção que mantém o fluxo unidirecional %O2 %O2
da água pelas guelras.
Em outros peixes, o movimento do corpo faz com que Sangue Sangue em contracorrente Sangue
a água entre pela boca e saia pelas brânquias, por onde alcança uma saturação de O2
ocorre a troca de gases. Mecanismo de respiração de contracorrente nos peixes.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 9 - RESPIRAÇÃO

Em períodos de pouca atividade, a respiração cutâ-


Peixes pulmonados nea é suficiente para suprir as necessidades respiratórias
A maioria dos peixes ósseos apresenta uma dos anfíbios.
bolsa de paredes flexíveis e cheia de gás, que
permite o controle da flutuação. Em algumas es-
Ar Glote
pécies essa bolsa pode se ligar à faringe, mas fechada
Narina
quase sempre se constitui como uma bolsa com- aberta
pletamente isolada.
Podemos relacionar evolutivamente a bexiga na-
Ampliação da
tatória com os pulmões. O ancestral dos peixes cavidade bucal
ósseos provavelmente vivia em ambiente de água
rasa e pobre em oxigênio (como pântanos). Uma ex- Glote
Narina aberta
pansão da faringe altamente irrigada deveria atuar fechada
como um órgão para trocas gasosas com o ar at-
mosférico, auxiliando as brânquias.
Diminuição da
Durante o processo de irradiação adaptativa, esse cavidade bucal
órgão respiratório deu origem às bexigas natatórias
nos peixes ósseos atuais e, provavelmente, aos pul-
mões dos primeiros anfíbios.
Um grupo de peixes ósseos (dipnoicos) manteve a Respiração em anfíbios.
função respiratória da bolsa; por isso, são denomi-
nados peixes pulmonados. c) Répteis
Os répteis possuem pulmões parenquimatosos, com
inúmeras dobras, proporcionando uma área de troca ga-
b) Anfíbios sosa superior à dos anfíbios. Isso dispensa a ação da pele
Anfíbios são caracterizados por possuírem três ti- como superfície de troca. A pele dos répteis é queratiniza-
da, protegendo-os da desidratação e concedendo-lhes total
pos de respiração ao longo de sua vida. Suas larvas são
autonomia no ambiente terrestre.
aquáticas, respirando por meio de brânquias; quando
Os répteis, assim como os mamíferos, possuem costelas
sofrem a metamorfose para a fase adulta, passam a
que formam uma caixa torácica. A contração da musculatura
respirar por meio de pulmões, os quais, entretanto, por
que envolve essas costelas leva a um aumento da caixa torá-
não apresentarem muitas dobras, oferecem uma su- cica, facilitando a entrada de ar graças à baixa pressão. Esse
perfície insuficiente para trocas gasosas que atendam mecanismo torna a respiração mais eficiente.
à demanda do animal. Eles são chamados de pulmões d) Aves
saculiformes.
As aves, assim como os mamíferos, são animais en-
O restante do oxigênio é absorvido com a respiração dotérmicos, ou seja, regulam sua temperatura ativamente.
cutânea indireta. A pele dos anfíbios precisa manter-se Para tanto, uma grande demanda energética deve ser su-
sempre úmida, impedindo, na maioria dos casos, que esses prida. Uma respiração mais eficiente garante melhor apor-
animais se afastem da água. te de oxigênio e, consequentemente, melhor fornecimento
de energia.
As narinas e a glote dos anfíbios podem ser abertas e
A capacidade respiratória das aves é aumenta-
fechadas independentemente. Assim, as narinas se abrem,
da pelo grande número de ramificações no interior do
enquanto a glote está fechada. O ar entra pelas narinas,
pulmão. Os brônquios se dividem em parabrônquios,
que posteriormente se fecham, enquanto a glote se abre.
os quais emitem projeções muito finas denominadas
Ao mesmo tempo, o assoalho da boca desce e se eleva, for- capilares aéreos. As trocas gasosas ocorrem entre os
çando o ar para dentro dos pulmões. É como se os anfíbios capilares aéreos e os capilares sanguíneos no interior
engolissem o ar. dos pulmões.

361

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 9 - RESPIRAÇÃO

A ventilação dos pulmões das aves é feita por meio


dos sacos aéreos, que atuam como reservatórios de ar que
facilitam o voo. Graças a ele, há um fluxo constante de ar
para dentro dos pulmões.
O fluxo de ar através dos parabrônquios é unidirecional Cavidades com ar
Pulmão
e contracorrente. Essa adaptação aumenta muito a eficiên- nos ossos
cia dos pulmões, que apresentam tamanho e peso reduzi-
dos, apropriados para o voo.
Os sacos aéreos também diminuem a densidade das Sacos aéreos
Traqueia Brônquios
aves, facilitando o voo e refrigerando o interior dos orga-
nismos com ar frio vindo do exterior.

Traqueia Os capilares aéreos


transportam o ar
dos parabrônquios
PRIMEIRO CICLO
aos capilares sanguíneos, Sacos aéreos
onde o O2 é absorvido, e
Brônquios anteriores
Pulmão levam-no, de novo, aos
parabrônquios. Parabrônquios
pulmonares
Inalação

Sacos aéreos Sacos aéreos


anteriores posteriores
Ar Parabrônquios

Brônquios
Sacos aéreos
posteriores

Anatomia do sistema respiratório das aves. Exalação

Capilar sanguíneo Capilares aéreos

PRIMEIRO CICLO SEGUNDO CICLO


Sacos aéreos
anteriores

Parabrônquios
pulmonares
Inalação
Inalação
Sacos aéreos
posteriores

Brônquios

Exalação Exalação

Mecanismo da respiração em aves.

362
SEGUNDO CICLO

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 9 - RESPIRAÇÃO

e) Mamíferos
Os mamíferos, incluindo os aquáticos, respiram por meio de pulmões, os quais são ventilados por
músculos intercostais e um diafragma. Milhões de minúsculas bolsas altamente irrigadas, denominadas
alvéolos, constituem os pulmões de mamíferos. Os alvéolos pulmonares são os locais em que ocorrem
as trocas de gases.

Cavidade Traqueia
nasal
Gás Oxigênio
Brônquios carbônico

Capilares
sanguíneos
Alvéolo
Pulmão

CO2 O2
Diafragma

Hemácias ricas em CO2 Hemácias ricas em O2

Mecanismo da respiração em mamíferos.

D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 3. Descrever os diferentes tipos de sistema respira- Objetivo 3. Descrever os diferentes tipos de sistema respira-
tório, apontando características marcantes de cada um deles. tório, apontando características marcantes de cada um deles.

F1. (Uerj-RJ) F2. (Acafe-SC)

Os primeiros artrópodes eram animais marinhos. Ao Relacione os animais às estruturas especializadas às


longo do processo evolutivo, alguns membros desse trocas gasosas com o ambiente.
grupo sofreram transformações que possibilitaram a 1. minhoca ( ) traqueia
eles a conquista do meio terrestre. 2. anfíbio ( ) pulmões
3. inseto ( ) pulmões e pele
Uma transformação que contribuiu para a permanên-
4. mamífero ( ) brânquias
cia destes artrópodes nesse ambiente seco foi:
5. peixe ( ) cutânea
(a) circulação aberta. A correlação certa de cima para baixo é:
(b) respiração traqueal. (a) 4, 2, 5, 1, 3 (d) 3, 4, 2, 5, 1
(c) fecundação externa. (b) 1, 4, 3, 5, 1 (e) 1, 2, 4, 5, 1
(d) digestão extracorpórea. (c) 3, 2, 5, 1, 4

363

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 9 - RESPIRAÇÃO

Objetivo 3. Descrever os diferentes tipos de sistema respirató- Assinale a alternativa que indica, correta e respectiva-
rio, apontando características marcantes de cada um deles. mente, o tipo do sistema respiratório de cada um dos
animais citados (e destacados) no texto.
F3. (Unesp-SP)
(a) Ausente (ou respiração por difusão direta); bran-
Uma professora explicava a seus alunos que a trans-
quial; pulmonar; traqueal; traqueal.
piração contribui para o controle da temperatura cor-
poral e que os desodorantes antitranspirantes apre- (b) Traqueal; ausente; branquial; pulmonar; ausente.
sentam em sua composição sal de alumínio, o qual (c) Ausente; branquial; branquial; pulmonar; traqueal.
obstrui os ductos sudoríparos, impedindo a saída do
(d) Branquial; traqueal; traqueal; pulmonar; ausente.
suor. Um dos alunos perguntou à professora o que
aconteceria se uma generosa dose de desodorante (e) Traqueal; ausente; pulmonar; traqueal; branquial.
antitranspirante fosse borrifada no corpo de uma ba-
rata e no corpo de uma lagartixa. Objetivo 2. Citar as diferentes adaptações em organismos
A professora desaconselhou o experimento em razão sem sistema respiratório.
dos maus tratos aos animais e explicou que, caso fos- Objetivo 3. Descrever os diferentes tipos de sistema respirató-
rio, apontando características marcantes de cada um deles.
se realizado, considerando os sistemas respiratórios
desses animais, provavelmente F5. (PUCC-SP)
(a) a lagartixa e a barata morreriam por aumento da A respiração é um processo universal dos animais,
temperatura corporal. mas pode variar muito de animal para animal. Sobre a
(b) a lagartixa e a barata morreriam por falta de oxi- respiração é correto afirmar que:
gênio em suas células. (a) No gato e na abelha, o oxigênio chega ao sangue
(c) a barata sobreviveria e a lagartixa morreria por quando atravessa uma superfície respiratória.
aumento da temperatura corporal. (b) Na planária, a tomada de oxigênio ocorre por di-
(d) a lagartixa sobreviveria e a barata morreria por fusão simples através da pele, ao passo que no
falta de oxigênio em suas células. camarão ocorre transporte ativo nas brânquias.
(e) a barata e a lagartixa sobreviveriam. (c) Na abelha e no camarão, o oxigênio dissolvido na
água entra no corpo através de finos filamentos
Objetivo 2. Citar as diferentes adaptações em organismos branquiais.
sem sistema respiratório.
(d) Na abelha e no camarão, o oxigênio é transpor-
Objetivo 3. Descrever os diferentes tipos de sistema respira-
tado dos órgãos respiratórios para os tecidos na
tório, apontando características marcantes de cada um deles.
forma de oxiemoglobina.
F4. (UEL-PR) (e) O camarão aproveita o oxigênio dissolvido na
Motivado pela beleza da água verde-néon de uma água para sua respiração, enquanto o gato utili-
praia brasileira, um banhista se arrisca a um mer- za oxigênio atmosférico.
gulho. Não podia ter tido ideia melhor. Sobre uma
pedra, pôde ver uma anêmona-do-mar reluzindo um
azul-florescente indescritível. Pouco adiante, um ou-
riço-do-mar movimentava lenta e ritmadamente os
seus espinhos, como em uma solitária dança. Ao sair
da água, foi surpreendido por uma fuga de vários si-
ris para suas tocas. Olhou para o lindo céu azul, como
em um ato de agradecimento. Gaivotas faziam gran-
des rasantes sobre a água em busca de alimento. O
festival de beleza só cessou quando, ao sentar-se à
orla, para uma água de coco, percebeu que o lixo hu-
mano é um desastrado atrativo de insetos, especial-
mente de baratas.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 9 - RESPIRAÇÃO

D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E1. (PUC-RS) E4. (PUC-RJ)
Dos sistemas respiratórios abaixo descritos, qual é o O gráfico abaixo mostra a porcentagem de oxigênio
único que não depende do sistema circulatório para absorvido e de dióxido de carbono excretado através
fazer o transporte de gases? da pele de diferentes animais, em um processo conhe-
(a) As brânquias de um caranguejo. cido como respiração cutânea.
(b) Os pulmões de um réptil. ser humano captação de oxigênio
excreção de
(c) A pele de uma minhoca. lagarto dióxido de carbono

(d) O sistema traqueal de um inseto. morcego


(e) As brânquias de um peixe. jiboia

tubarão
E2. (FGV-SP)
truta
Na gincana da escola, os concorrentes deveriam citar
serpente
4 animais que realizassem, respectivamente, respira-
ção cutânea, branquial, traqueal e pulmonar. cágado

Venceu a prova, o aluno que citou lagarto

(a) sapo, sardinha, caranguejo e vaca. peixe

(b) lesma, aranha, mosca e sapo. tartaruga

(c) ouriço-do-mar, atum, ácaro e polvo. linguado

salamandra
(d) planária, golfinho, tatuzinho-de-jardim e galinha.
enguia
(e) minhoca, camarão, gafanhoto e lagartixa.
salamandra

E3. (Uece-CE) peixe

Através da respiração, os seres vivos extraem a ener- serpente marinha


gia armazenada nos alimentos para realizar os seus peixe
diversos processos metabólicos. No quadro abaixo,
girino
estabeleça corretamente a correlação entre os ani-

mais listados e seus respectivos tipos de respiração.
salamandra
Animais
salamandra
1. Estrela-do-mar
2. Capote 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Porcentagem do oxigênio absorvido e do dióxido de carbono excretado.

3. Minhoca
KARDONG, K. V. Vertebrados: anatomia comparada, função e
4. Carrapato evolução. 5 ed. São Paulo: Roca, 2011. (Adaptado.)
Respiração
Em função do que é mostrado no gráfico, com relação
( ) Pulmonar
à respiração cutânea, conclui-se que:
( ) Branquial
(a) é mais importante em animais com tegumentos
( ) Cutânea pouco queratinizados.
( ) Traqueal (b) é sempre um tipo de respiração auxiliar, comple-
A sequência correta, de cima para baixo, é: mentando a respiração por pulmões ou brânquias.
(a) 2 - 1 - 3 - 4. (c) 1 - 4 - 2 - 3. (c) quanto mais dependente da água for o organis-
(b) 1 - 2 - 3 - 4. (d) 2 - 4 - 1 - 3. mo maior é a sua importância.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 9 - RESPIRAÇÃO

(d) não ocorre captação cutânea de oxigênio em ani- poluição. Ouviu também da professora que, nas marés
mais pulmonados. baixas, o rio Capibaribe está com pouco oxigênio.
(e) a presença de brânquias impede que ela ocorra. Num belo dia de sol, observou um imenso Camurupim
na flor d’água e ficou curioso em perguntar para a pro-
E5. (Udesc-SC) fessora de Biologia como aquele peixe apareceu num
Assinale a alternativa que contém exemplos de ani- rio, quase sem vida, escuro e fétido? Como ele respira?
mais com respiração exclusivamente pulmonar. Qual alternativa apresenta a resposta correta da
(a) Sapo, crocodilo, lobo e cavalo. professora?

(b) Sabiá, morcego, baleias e cobras. (a) Adaptação das brânquias para um ambiente
anóxico ou com pouco oxigênio, otimizando a re-
(c) Lambari, minhoca, caracol e tigre.
tirada desse oxigênio no meio aquoso.
(d) Pardal, rã, golfinho e ovelha.
(b) Respiração pulmonada, cuja estrutura da farin-
(e) Polvo, canguru, gato e lombriga. ge e da traqueia, altamente vascularizadas, per-
mite retirar o oxigênio do ar atmosférico.
E6. (PUC-RJ)
(c) Trocas gasosas com o meio através da respira-
O quadro a seguir mostra características fisiológicas
ção cutânea, retirando oxigênio da água ou do ar
de diferentes grupos animais quanto ao tipo de respi-
atmosférico.
ração, circulação e esqueleto.
(d) Brânquias adaptadas para retirar o oxigênio do
Assinale a opção que indica os grupos aos quais esses
ar atmosférico, necessitando subir à superfície.
animais pertencem, respectivamente:
(e) A bexiga natatória auxilia na respiração, suple-
Tipo de Tipo de mentando a respiração branquial ao aspirar ar
Tipo de
Animal respiração circulação atmosférico.
esqueleto
sistêmica sistêmica
exoesqueleto E8. (UCS-RS)
I traqueal aberta
de quitina A respiração é um importante processo pelo qual os ani-
esqueleto mais capturam o oxigênio, que será utilizado em reações
II branquial simples cartilaginoso metabólicas, e eliminam o gás carbônico, que é um resí-
ou ósseo duo resultante dessa utilização. Diferentes formas de cap-
dupla e esqueleto tação e eliminação de gases foram desenvolvidas durante
III pulmonar
completa ósseo a evolução, principalmente direcionadas pela demanda de
oxigênio e pelo ambiente onde o animal captura esse gás.
cutânea e dupla e esqueleto
IV Em relação às formas de respiração, assinale a alter-
pulmonar incompleta ósseo
nativa correta.
(a) I - insetos; II - peixes; III - mamíferos; IV - anfíbios. (a) As minhocas terrícolas, apesar de animais ter-
(b) I - equinodermas; II - peixes; III - mamíferos; IV restres, habitam ambientes úmidos e capturam
- anelídeos. o oxigênio por meio da respiração cutânea.
(c) I - insetos; II - mamíferos; III - anfíbios; IV - aves. (b) Os anfíbios anuros, durante a metamorfose,
(d) I - aves; II - peixes; III - répteis; IV - insetos. substituem a respiração cutânea pela respira-
ção branquial para realizar a troca gasosa.
(e) I - anfíbios; II - répteis; III - insetos; IV - mamíferos.
(c) As aves apresentam um sistema de troca gasosa
E7. (UPE-PE) semelhante aos répteis, com pulmões expansíveis
e sacos aéreos que auxiliam o movimento no ar.
Morador da Ilha de Deus, Marcelo, um estudante de Ensi-
no Médio, atravessa, quase todos os dias, os canais que (d) Os mamíferos, assim como todos os anfíbios
cortam a cidade, seja a pé pelas pontes, seja de jangada adultos, utilizam predominantemente os pul-
com seu pai. Bastante curioso com a natureza, tem ob- mões para fazer a troca gasosa.
servado que existem poucos peixes no estuário e ouve (e) Os moluscos, crustáceos e cnidários, por serem
sempre as reclamações do seu pai, pescador, sobre o animais aquáticos, realizam as trocas gasosas
fato de os peixes estarem sumindo sempre por causa da com auxílio de brânquias.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 9 - RESPIRAÇÃO

(I) coração
E9. (IMED-RS) carapaça músculo e
(II)
artéria outros tecidos
Em insetos, a troca de gases com o ambiente é realizada
pelo sistema ___________. Em aves_____________, su-
prem essa função, em minhocas_____________________
e em crustáceos,______________ .
Assinale a alternativa que preenche, correta e respec- traqueia
tivamente, as lacunas do trecho acima. brânquias

(a) pulmonar – os pulmões – a cutícula – as brân-


quias
(III) (IV)
(b) branquial – as brânquias – os pulmões – os pul-
mões
(c) traqueal – os pulmões – as brânquias – os me- ar
tanefrídeos pulmões
filotraqueia
parenquimatosos
(d) traqueal – os pulmões – a superfície corporal –
as brânquias Linhares, S.; Gewandsznajder, F. Biologia hoje. 15a ed.
Volume 2. Editora Ática.São Paulo. 2010. (Adaptado.)
(e) branquial – os traqueídes – as brânquias – os
pulmões (01) Os sistemas respiratórios podem ser encontra-
dos em: (I) Crustáceos; (II) Insetos; (III) Aranhas;
E10. (UFPR-PR) (IV) Répteis, respectivamente.
Analise o gráfico abaixo e assinale a alternativa correta. (02) As filotraqueias (ou pulmões foliáceos) estão
Trocas Gasosas presentes em grandes aranhas e escorpiões. Ao
utilizar o sangue para transporte de gases, as fi-
lotraqueias aumentam a velocidade com que os
gases chegam ou saem das células.
Importância

brânquias
pulmões
traqueias (04) Ao contrário dos anfíbios, que possuem pul-
parede do corpo mões saculiformes e respiração cutânea, nos
animais que possuem o sistema respiratório
1 2 3 4 representado em (IV), a pele deixa de ter função
respiratória e passa a ser mais bem protegida
(a) O padrão 1 é característico dos anfíbios. contra a desidratação.
(b) O padrão 3 é mais adequado ao ambiente aquá- (08) Nos insetos, a superfície do corpo está adapta-
tico. da à vida terrestre, apresentando uma cobertura
impermeável. As trocas gasosas ocorrem por
(c) O padrão 2 é característico dos insetos.
meio de tubos finos e ramificados, as traqueias.
(d) Mamíferos aquáticos como as baleias e os golfi-
(16) Os sistemas apresentados em (III) e (IV) são en-
nhos também apresentam o padrão 1.
contrados em representantes de mamíferos.
(e) O padrão 4 não é encontrado em vertebrados,
mesmo que estes apresentem pele espessa e E12. (UEPG-PR-Adaptado)
queratinizada.
Os animais obtêm energia para as suas atividades vi-
tais por meio da respiração celular, processo em que
E11. (UEPG-PR-Adaptado)
moléculas orgânicas reagem com moléculas de gás
A seguir estão representados partes de sistemas oxigênio (O2) produzindo água, gás carbônico e energia.
respiratórios utilizados por algumas classes de ani- O suprimento de O2 para as células e a remoção de gás
mais. Analise as representações esquemáticas e carbônico ocorrem por meio da respiração, que consis-
indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s). te na realização de trocas gasosas com o ambiente.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 9 - RESPIRAÇÃO

Com relação aos modos de respiração dos animais, in- (02) Nos nematoides e turbelários, o gás oxigênio ab-
dique a soma da(s) proposição(ões) correta(s). sorvido pela superfície do corpo e os nutrientes
(01) Na respiração pulmonar, a troca de gases ocorre assimilados pela parede do tubo digestório di-
em órgãos chamados pulmões. Estes são pobre- fundem-se para o líquido do celoma, atingindo
mente vascularizados e a troca de gases ocorre todas as partes do corpo.
na veia pulmonar que chega ao tecido esponjoso (04) Os artrópodos têm sistema circulatório aberto,
dos pulmões. e em seus vasos flui um líquido chamado he-
(02) Na respiração branquial, o sangue (ou a hemolin- molinfa.
fa), ao passar pelos vasos que irrigam as brân- (08) Em um animal com sistema circulatório fechado,
quias, fica próximo da água o suficiente para per- o sangue circula a partir do coração para arté-
mitir as trocas de gases com o ambiente aquático. rias, capilares, veias, hemoceles e coração.
(04) No sistema respiratório traqueal, a troca gasosa (16) A distribuição de nutrientes e de gás oxigênio no
ocorre entre os vasos sanguíneos que envolvem corpo de uma minhoca é feita pelo sangue.
os espiráculos e as traqueias.
(08) São exemplos de animais que apresentam respi- E15. (UFU-MG)
ração cutânea: crustáceos, anfíbios e moluscos. Não há relação entre os sistemas respiratório e circu-
(16) Nos animais que apresentam respiração cutâ- latório em insetos, pois a hemolinfa não contém pig-
nea, uma condição fundamental para sua ocor- mentos transportadores de gases.
rência é o umedecimento da superfície corporal, Quadro A – características dos sistemas respiratórios
que permite a difusão dos gases.
I. Sistema respiratório composto por finos tubos
ramificados que partem de orifícios situados aos
E13. (PUC-MG)
pares nos anéis do tórax e abdome.
Tanto os vertebrados quanto os invertebrados trans-
II. Sistema respiratório onde existem vasos san-
portam oxigênio para seus tecidos através de estrutu-
guíneos superficiais correndo abaixo da camada
ras funcionais, características de cada grupo animal.
de revestimento do corpo.
Sobre essa temática, marque a alternativa incorreta.
III. Sistema respiratório com sacos aéreos.
(a) Os insetos difundem oxigênio para seus tecidos
corporais através do sistema traqueal. IV. Sistema respiratório em que o oxigênio absorvi-
do é aquele dissolvido na água.
(b) A circulação contracorrente das guelras de peixes
aumenta a eficiência da captação de oxigênio. Quadro B – tipos de respiração
(c) Nas aves, o fluxo unidirecional do ar em oposi- 1. Respiração cutânea encontrada na minhoca.
ção ao do sangue possibilita maior entrega de 2. Respiração pulmonar encontrada nos pássaros.
oxigênio necessário para suas atividades vitais.
3. Respiração traqueal encontrada no pulgão.
(d) A hematose pulmonar é dificultada pela grande
4. Respiração branquial encontrada na lagosta.
vascularização alveolar, que recebe sangue ve-
noso vindo do coração. Assinale a alternativa que apresenta a associação
correta.
E14. (UEM-PR-Adaptado) (a) I.2; II.3; III.1; IV.4
Todas as células de um animal precisam receber (b) I.3; II.2; III.4; IV.1
substâncias nutrientes e gás oxigênio (O2). O transpor-
(c) I.2; II.4; III.3; IV.1
te dessas e de outras substâncias pelo corpo do ani-
mal ocorre de diversas maneiras. Sobre isso, assinale (d) I.3; II.1; III.2; IV.4
a(s) alternativa(s) correta(s).
(01) A distribuição de substâncias pelo corpo, de cé- E16. (Fuvest-SP)
lula a célula, conhecida como difusão, é um pro- Considere os seguintes tipos de sistemas respirató-
cesso lento, sendo o único mecanismo de trans- rios: branquial, traqueal e pulmonar. Em qual deles as
porte em animais pequenos, como poríferos, trocas respiratórias se realizam sem a participação
cnidários e platelmintos. do sistema circulatório? Explique.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 9 - RESPIRAÇÃO

(b) circulação apresentou poucas mudanças. O nú-


E17. (Unicamp-SP)
mero de câmaras cardíacas aumentou, o que
A taxa metabólica, definida como sendo o gasto ener- não influenciou a circulação pulmonar e a sis-
gético total do organismo em suas atividades vitais têmica, que são completamente separadas em
(crescimento, reprodução etc.), é medida pelo consumo todos os grupos.
de O2 por grama de massa corpórea. O gráfico abaixo
(c) respiração, no nível celular, manteve-se seme-
apresenta as taxas metabólicas de vários animais.
lhante em todos os grupos. Houve mudança, po-
rém, nos órgãos responsáveis pelas trocas ga-
(mm3 de 02/g de massa corpórea)

camundongo sosas, que diferem entre grupos.


beija-flor
rato (d) excreção sofreu muitas alterações, devido a mu-
Taxa metabólica

codorna
coelho
danças no sistema excretor. Porém, independen-
gato temente do ambiente em que vivem, os animais
cachorro homem A excretam ureia, amônia e ácido úrico.
(e) reprodução sofreu algumas mudanças relacio-
elefante
C nadas com a conquista do ambiente terrestre.
Massa corpórea (kg) B
Assim, todos os vertebrados, com exceção dos
peixes, independem da água para se reproduzir.
(a) Por que o consumo de O2 é usado como medida
de taxa metabólica? E19. (UFJF-MG)
(b) Qual será a curva esperada para os animais da A respiração nos animais envolve, além de proces-
curva B, quando ocorrer uma diminuição da tem- sos bioquímicos intracelulares, trocas gasosas com
peratura ambiente? Justifique. o meio externo. Para essas trocas são utilizadas di-
(c) A curva C poderia corresponder aos peixes? Jus- ferentes estruturas, características dos diversos gru-
tifique. pos. As estruturas respiratórias denominadas tra-
queias, filotraqueias, brânquias, pulmões ocorrem,
E18. (Fuvest-SP) respectivamente, nos seguintes animais:
Ao longo da evolução dos vertebrados, a (a) formiga, cupim, peixe, pinguim.
(a) digestão tornou-se cada vez mais complexa. A (b) barata, aranha, girino, lesma.
tomada do alimento pela boca e sua passagem (c) cobra, minhoca, caranguejo, pepino-do-mar.
pelo estômago e intestino são características (d) escorpião, camarão, ostra, piramboia.
apenas do grupo mais recente.
(e) planária, cigarra, anêmona, salamandra.

C
FOLHA AZ
1. (Fatec-SP) 2. (PUC-RS)
Os sistemas respiratórios de minhocas, baratas, pei- A figura a seguir, que apresenta o resultado de um ex-
xes e cobras são, respectivamente:
perimento com rãs da espécie Rana catesbiana, mos-
(a) traqueal, cutâneo, branquial, pulmonar.
tra a porcentagem de absorção de O2 e de excreção de
(b) traqueal, traqueal, branquial, pulmonar.
CO2 pelos pulmões (1), brânquias (2) e pele (3) desses
(c) cutâneo, cutâneo, branquial, branquial.
animais em quatro estágios de seu desenvolvimento,
(d) cutâneo, traqueal, pulmonar, pulmonar.
caracterizados pelas alterações anatômicas e funcio-
(e) cutâneo, traqueal, branquial, pulmonar. nais entre a eclosão e a sua fase adulta.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 9 - RESPIRAÇÃO

100 (c) os crustáceos.


(1)
% Captação 02

80 (d) os anfíbios.
60
40 4. (Enem)
20
(3) O sucesso adaptativo dos répteis relaciona-se, den-
0
(2) tre outros fatores, ao surgimento de um revestimento
100
epidérmico de queratina para economia de água me-
% Excreção C02

80 (3) tabólica.
60 Essa característica seria prejudicial em anfíbios, pois
40 acarretaria problemas
20 (1) (a) circulatórios, em razão da limitação na força
0 contrátil do coração tricavitário.
(2)
Fase I Fase II Fase III Fase IV (b) excretórios, em razão de incapacidade renal de
processar níveis elevados de urina.
Durante o experimento, todos os animais foram imer-
(c) digestivos, em razão da limitação do intestino
sos em água bem aerada, com a temperatura mantida
em absorver alimentos muito diluídos.
em 20º C, e tiveram acesso ao ar. Com base nos dados,
afirma-se: (d) locomotores, em razão de incapacidade óssea
de sustentar um animal mais pesado.
I. Em todas as fases de desenvolvimento, a estru-
tura mais importante para a excreção de CO2 é (e) respiratórios, em razão da pequena capacidade
a pele. dos pulmões de realizar trocas gasosas.
II. Durante a progressão da fase I para a fase II, as
5. (Unicamp-SP)
brânquias contribuem mais para a captação de
O2 do que para a excreção de CO2. Para suprirem suas células com oxigênio e remove-
rem o gás carbônico dos tecidos, os animais realizam
III. À medida que os pulmões se desenvolvem, a
trocas gasosas com o ambiente, processo denomina-
pele vai perdendo importância para a captação
do respiração. Na tabela a seguir estão listados 4 gru-
de O2 .
pos de animais e 4 tipos de respiração:
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)
(a) I, apenas. Grupo de animais Tipo de respiração
I – Poríferos A - Branquial
(b) I e II, apenas.
II - Crustáceos B - Traqueal
(c) I e III, apenas.
III – Insetos C - Cutânea
(d) II e III, apenas.
IV – Répteis D - Pulmonar
(e) I, II e III.
As relações corretas entre os grupos de animais men-
cionados à esquerda e os tipos de respiração mencio-
3. (PUC-SP)
nados à direita são:
Em vários grupos animais, a troca de gases respirató-
(a) IC; IIA; IIIB; IVD.
rios com o ambiente depende do trabalho conjunto rea-
lizado entre sistema respiratório e sistema circulatório. (b) IB; IIA; IIIC; IVD.
Enquanto o sistema respiratório se ocupa da aquisição (c) IA; IIB; IIIC; IVD.
e eliminação de gases realizadas diretamente entre o (d) IC; IID; IIIA; IVB.
organismo e o ambiente, o sistema circulatório atua
na distribuição desses gases pelo corpo. No entanto, 6. (Uece-CE)
existem animais cujo sistema circulatório é desprovi-
A respiração animal proporciona o suprimento do gás
do de funções respiratórias, como, por exemplo,
oxigênio e a remoção do gás carbônico através das
(a) os insetos. trocas gasosas com o ambiente. É correto afirmar que
(b) os peixes. na respiração

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 9 - RESPIRAÇÃO

(a) cutânea, as trocas gasosas ocorrem pela super- (d) Brânquias internas podem ocorrer tanto em in-
fície do corpo de animais que habitam ambien- vertebrados como em vertebrados.
tes aquáticos ou úmidos.
8. (Uece-CE-Adaptado)
(b) pulmonar, as trocas gasosas ocorrem nos pul-
mões, os quais apresentam pequena área su- Relacione a coluna I (sistema respiratório) com a co-
perficial e podem ser inflados e desinflados. luna II (animais).

(c) traqueal, são as traqueias que se abrem em Coluna I


estruturas específicas, as quais se comunicam 1. Traqueias
com o sistema circulatório. 2. Brânquias
(d) branquial, os vasos que irrigam as brânquias fi- 3. Filotraqueias
cam próximos o suficiente da água para possibi- 4. Pulmões
litar as trocas gasosas com o ambiente terrestre.
Coluna II

7. (PUC-MG) ( ) Aranha

As figuras destacam órgãos envolvidos com as trocas ( ) Gafanhoto


gasosas entre quatro animais e o meio ambiente em ( ) Siri
que vivem. ( ) Lula
Brânquias ( ) Anelídeos marinhos
internas
Indique a opção que contém a sequencia correta, de
cima para baixo, na coluna II.
(a) 3, 1, 2, 2, 2

Lagosta (b) 1, 2, 2, 3, 4
Salamandra (c) 2, 3, 4, 2, 1
Brânquias
externas (d) 3, 1, 2, 4, 2

9. (Uece-CE)
O aparecimento do oxigênio na atmosfera da Terra
Traqueias provocou diversas alterações na vida terrestre, uma
vez que diversos seres vivos não adaptados a esse
novo ambiente morreram, enquanto outros desenvol-
veram estratégias para utilizar esse gás, de maneira
Louva-Deus
eficiente. Com relação à respiração aeróbia, assinale a
Pulmões afirmação correta.
Coelho
(a) Em certos animais, a superfície do corpo pode
funcionar como órgão de trocas gasosas, com
difusão direta dos gases, sem necessidade de
um sistema respiratório diferenciado, como é o
caso dos moluscos.
Sobre os referidos órgãos, é correto afirmar, exceto:
(b) Os insetos apresentam um sistema respiratório
(a) Os pulmões do mamífero são mais alveolados e, com base em uma rede externa de canais (tra-
portanto, mais eficientes nas trocas gasosas que queias) que se comunicam diretamente com as
o pulmão dos anfíbios. células por meio de fluido circulante.
(b) Os animais adultos da classe a que pertence a sa- (c) Nos peixes, as brânquias se encontram prote-
lamandra normalmente apresentam pulmões e gidas por estruturas denominadas opérculos,
pele como órgãos envolvidos nas trocas gasosas. formadas por uma grande quantidade de la-
(c) A traqueia do louva-deus é ricamente vasculari- melas pouco vascularizadas, mas que, no seu
zada por capilares para a captação e transporte conjunto, representam uma extensa área de
de oxigênio. contato com a água.

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BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 9 - RESPIRAÇÃO

(d) Os pulmões são as estruturas respiratórias pre- IV. Nos vertebrados, o sistema respiratório pode
sentes em anfíbios, répteis, aves e mamíferos, ser pulmonar ou branquial, ou seja, os proces-
que independentemente de sua morfologia, pro- sos de trocas gasosas ocorrem nos pulmões ou
porcionam aumento da área superficial relacio- nas brânquias.
nada às trocas gasosas. Estão CORRETAS as afirmativas:
(a) I, II, III e IV.
10. (UEMG-MG)
(b) I e II apenas.
O Reino Animal, Animalia ou Metazoa é constituído por
espécimes heterótrofos que necessitam ingerir ou ab- (c) I, II e III apenas.
sorver moléculas orgânicas pré-formadas de outros (d) I, II e IV apenas.
seres vivos para aquisição de energia e síntese das
moléculas de que precisam. Os seres que pertencem
ao Reino Animal são eucariontes e pluricelulares. Eles
possuem capacidade de locomoção e de reprodução
sexuada. Os animais vertebrados (que possuem vér-
tebras) e os animais invertebrados (que não possuem
vértebras) são classificados em diversos filos.
Sobre os animais invertebrados e os vertebrados,
analise as afirmativas a seguir:
I. Nos artrópodes e na maioria dos moluscos, o
sistema circulatório é aberto (lacunar), ou seja, o
líquido bombeado pelo coração periodicamente
abandona os vasos e cai em lacunas corporais.
II. Nos artrópodes e na maioria dos insetos, a res-
piração é traqueal; nos aracnídeos, além da tra-
queal, também é observada a filotraqueal; e os
crustáceos em geral respiram por brânquias.
III. Nos anelídeos e nos vertebrados, o sistema circu-
latório é fechado, o sangue circula por uma gran-
de rede de vasos pelos quais ocorrem as trocas
de substâncias entre o sangue e os tecidos.

GABARITO
A
E1. D E15. D da taxa metabólica, para
E2. E E16. No sistema traqueal, pois as compensar a perda de calor pela
traqueias ramificam-se interna- superfície do corpo.
E3. A
mente no corpo, e as trocas de c) A curva C poderia representar a
E4. A gases ocorrem diretamente com relação entre massa corpórea e
E5. B as células dos tecidos. taxa metabólica dos peixes. Mes-
E6. A E17. mo nos animais heterotérmicos
E7. E (pecilotérmicos) esta relação é
a) O consumo de oxigênio pode inversamente proporcional.
E8. A ser considerado uma medida da
taxa metabólica do organismo, E18. C
E9. D
pois esse gás está envolvido na E19. B
E10. A produção de energia através do
E11. 01 + 02 + 04 + 08 = 15 processo de respiração celular
E12. 02 + 16 = 18 aeróbica.
E13. D b) Curva A. A diminuição da tem-
peratura causará, nos animais
E14. 01 + 04 + 16 = 21 homeotérmicos, um aumento

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