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LO
GIA
BIOLOGIA 1............................................7
3ª SÉRIE E EXTENSIVO
VOLUME A TEORIA E EXERCÍCIOS
Diretor-geral
Sandro Bonás
Diretor de soluções educacionais
Diego Volpe Vieira
Diretor do AZ Escolas em Rede
Felipe de Castro Sundin
Gerente pedagógico
Ricardo Marques da Silva Nunes
Gerente editorial
Said Tayar Segundo
Gerente de produtos
Natália Messina
Coordenador editorial
Gustavo Fagundes
Edição e organização da coleção
Bruno B. Gomes, Camila Garcia, Camila Gullo, Everton Ferreira, Fernanda T. Ornelas, Gisele Castilho, Jonas
Gueraldi, Jordana Bueno, Laura Silva, Maísa Soares, Marina Nascimento, Messias de Lira, Moysés Elias Neto,
Otávio A. de Oliveira, Paulo Peruquetti, Priscila Garcia
Edição de arte
Edneia E. de Assis, Gabriel Z. Sibin, Renato Calderaro, Ricardo Cefali, Wellington Souza
Autoria da coleção
Aldene R. da Silva Júnior, Alex N. T. Leite, Antônio S. Ferreira, Bárbara Lima, Bruno Rabin, Bruno T. Pasquali,
Bruno Z. K. do Carmo, Carlos de O. Ferrão, Carolina P. M. Bernardinelli, Caroline S. Viana, Caroline P. Alves,
Catharina P. M. Rodrigues, David G. da Silva, Diane R. Nilson, Elio R. Alencar Junior, Elisângela Gusmão, Estevão C.
G. Júnior, Evelyn S. Valverde, Felipe de C. Sundin, Felipe G. Marinho, Fellipe A. Rossi, Fernanda L. Elias, Guilherme
P. da Silva, Heitor José S. F. Batista Gomes, Hugo da Silva Ferrão, Jaqueline V. Lopes, João Alberto J. P. Freitas,
João H. P. Soares, Juliana S. Rettich, Marcelo da Conceição Cruz, Marcelo H. da S. Borges, Marco Aurélio F.
Barbosa, Marcos A. Benfica dos Santos, Marina S. Scapolatempore, Murilo O. de Castro Coelho, Naun Zeliq Faul,
Rafael Pinna, Ricardo Fagundes, Rodrigo Magalhães, Rodrigo R. de Oliveira, Silvanna Delari Vasco da Costa,
Victor Gobatti, Victor Hugo C. Delmas, Vinícius de Paula Silveira, Vitor F. Lima, Viviane Podenciano, Wilmar Martins
Colaborações
Aline P. Atassio, Agnaldo A. Anderson Cinati, Angela Ap. A. G. Borges, Angelo Reis, Alexandre de M. Andrade,
Aline M. N. Augustinho, Altieris Lima, Amon Lucena, Anderson A. Lopes, André Brochi, André C. Pimenta,
Antonio Carlos P. Campos, Ava Silva, Bárbara L. M. de Souza Garbelini, Bárbara Sartori Teixeira, Beatriz M.
Carneiro, Carlismari O. Grundmann, Carlos R. E. M. Lizárraga, Carolina P. M. Bernardinelli, Caroline Cardoso,
Cibele de C. Cruz, Cintia Muramatsu, Clara Diament, Clinton M. Rodrigues, Daniela Veríssimo, Danilo Conti,
Danilo Defina, Danilo Yamaguti, David Sawazaki, Debora J. Ramos, Diogo Cardoso, Diogo S. Santos, Edson R.
M. da Costa, Edson S. Junior, Elaine A. Pinto, Emerson Cerdas, Emiliana da C. Ladeira, Enzo B. Santos, Ernani
B. dos S. Neto, Estevão C. G. Júnior, Esther Alcantara, Fernanda Marcussi, Fernanda M. de Jesus, Fernando
H. Lomas, Frederico A. Braga, Gabriel I. dos Santos, Giovane M. Fraiz, Guilherme Duarte, Heloisa M. dos S.
Toledo, Hires Héglan, Isabel M. Marques, John Karllus Paula, Jonatas C. Bloch, Jorge S. R. de Oliveira, Josiane
da Silva Garcia, Josiane P. Etelvino, Karina Serrazes, Kedimo Barbosa da Paixão, Laísa N. M. Curciolli, Laryssa
Rodrigues, Liliane Custódio, Lilian Rodrigues R. Souza, Lindailton Trajano G. Junior, Lívia Aceto F. dos Santos,
Luana de S. Mattos, Lucas F. Feliciano, Lucimar V. Amaral, Luís E. Bove, Luis Guilherme Maturano, Luiz G. E.
Arruda, Lutiano V. Freitas, Luzia Rodrigues, Mara Scorsafava, Marcela Batista, Marcelo Mitre, Marcio Della
Rosa, Marcos R. Domenici, Marilia Paris, Marina R. Batistuti, Mateus B. Sacoman, Mayanderson R. da Silva,
Melissa G. Spolon, Miriam C. M. da Silva, Murilo O. de Castro Coelho, Natália Maurício, Paula M. X. Fagundes,
Paulo Victor S. de Araújo, Phublio A. da Silva, Raphael F. Corrêa, Raphael Fracalossi, Ricardo F. Carvalho,
Roberta Ricci Molina, Rodrigo P. Pavesi, Saulo Y. Imada, Silvanna D. V. da Costa, Simone Silva, Sylvio Ferreira,
Stefania Fachina, Tamires C. e S. Mielo, Victor Gobatti, Victor T. Lourenço, Virgílio Aveiro
a=
Δv
=
9,
9, 8
= 9,8 m/s2
Capítulos
Δt 1
Objetivos de aprendizagem
Ícone indicativo de uma etapa de
Se o corpo for abandonado no vácuo, seja qual for sua
1. Compreender que a queda livre é um MUV partindo do massa ou dimensões, ele sempre adquire a mesma acele-
repouso, em que a aceleração é a da gravidade. ração. De agora em diante a chamaremos de aceleração da
3.
na direção vertical.
V0 = 0 m/s (t = 0)
STOCK/NE
ta um experimento execu-
SHUT
© REDEAZ.LINK/IXM9S
© SHU
QU
QUÍMICA
CAPÍTULO 5 - INTERAÇÕES QUÍMICAS INTERMOLECULARES
Seção de Exercícios
D
EXER
EXE
EXERCÍCIOS FIXAÇÃO
FIXA
RCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 5. Relacionar as ligações intermoleculares com a so- Objetivo 2. Identificar a polaridade das moléculas em função
lubilidade dos compostos moleculares. da polaridade das ligações e da geometria molecular.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
banos para evitar que pessoas desorientadas urinem
das, cuja origem pode ser: decomposição de matéria
nos muros de casas e estabelecimentos comerciais é
orgânica por bactérias, incêndio de florestas, gases
revestir esses muros com um tipo de tinta que repele vulcânicos etc. No entanto, em ambientes urbanos e
a urina e, assim, “devolve a urina” aos seus verdadei- industriais, como resultado da atividade humana, as
execução (Do).
Como a urina é constituída majoritariamente por água, geometria espacial linear.
e levando-se em conta as forças intermoleculares, po- (c) ligações iônicas polares e estrutura com geome-
de-se afirmar corretamente que tria espacial trigonal plana.
(a) os revestimentos representados em 1 e 2 apre- (d) ligações covalentes apolares e estrutura com
sentam a mesma eficiência em devolver a urina, geometria espacial piramidal.
porque ambos apresentam o mesmo número de (e) ligações iônicas polares e estrutura com geome-
átomos na cadeia carbônica hidrofóbica. tria espacial linear.
89
EXER
EXE
EXERCÍCIOS PROPO
OPOSSTOS
RCÍCIOS PROPOSTOS
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E1. (UFPR-PR)
(d)
H H
Fase
Os exercícios propostos cobrem os
Recentemente, foram realizados retratos genéticos C C
e de habitat do mais antigo ancestral universal, co-
nhecido como LUCA. Acredita-se que esse organismo C – H+
gasosa
Fase
diversos objetivos de aprendizagem do
capítulo. Esta seção é composta por um
H+ C– aquosa
unicelular teria surgido a 3,8 bilhões de anos e seria
capaz de fixar CO2, convertendo esse composto inor-
(e)
misto de questões objetivas e discursivas,
gânico de carbono em compostos orgânicos.
H+
C–
Para converter o composto inorgânico de carbono Fase
H+ C–
mencionado em metano (CH4), a variação do Nox no gasosa
carbono é de:
(a) 1 unidades
H C
H C
Fase
aquosa
preferencialmente selecionadas de
(b) 2 unidades vestibulares recentes.
(c) 4 unidades
E3. (IFSul-RS)
(d) 6 unidades
O ferro, na presença de ar úmido ou de água que con-
(e) 8 unidades
tém gás oxigênio dissolvido, se transforma em um
produto denominado ferrugem que não tem fórmula
Dentre os exercícios propostos, há
E2. (Fuvest-SP)
Observa-se que uma solução aquosa saturada de HC
libera uma substância gasosa. Uma estudante de quí-
conhecida, mas que contém a substância Fe2O3. aqueles – marcados por uma estrela –
O número de oxidação do ferro do composto acima ci-
mica procurou representar, por meio de uma figura, os
tipos de partículas que predominam nas fases aquosa
tado é: denominados prioritários. Trata-se de
(a) 0
e gasosa desse sistema – sem representar as partícu-
las de água. A figura com a representação mais ade- (b) +1 um conjunto de questões que devem
quada seria:
(a)
H C
(c) +2
(d) +3
ser prioritariamente resolvidas (em
sala de aula ou em casa) para estimular
Fase
H C gasosa
H C E4. (Uerj-RJ)
Fase
H C aquosa O suco gástrico contém um ácido, produzido pelas cé-
lulas da parede do estômago, que desempenha papel
o desenvolvimento das habilidades e
(b)
H+
H+
H +
Fase
fundamental para a eficiência do processo digestório
no ser humano.
consolidar os aprendizados essenciais
H+
do capítulo.
gasosa
O ânion do ácido produzido no estômago correspon-
C– C–
Fase de ao elemento químico pertencente ao grupo 17 e ao
FÍSICA C– C– aquosa
terceiro período da tabela de classificação periódica.
Folha AZ
Fase
H C gasosa
(b) sulfúrico
H +
C–
Fase
H+ C– aquosa
(c) clorídrico
(d) fluorídrico
111
A Folha AZ é a tarefa semanal da
metodologia AZ. Ela é composta por
5 ou 10 exercícios objetivos – além
de uma proposta de tema de redação
C
FOLHA AZ – por disciplina de cada capítulo. Ela
BIOLOGIA
R 2,0 V
quanto ao cumprimento dos objetivos
das membranas biológicas.
R
de aprendizagem. Os gabaritos dessas
(b) Os esteroides podem desempenhar papéis re-
R gulatórios como, por exemplo, os hormônios
Pilha sexuais.
Pode-se afirmar que a potência total dissipada nos
4 resistores é, aproximadamente, de: (d) L V
questões, assim como os respectivos
(c) Os triglicerídeos podem atuar como isolantes
térmicos ou reserva energética em animais.
(a) 8 W (d) 48 W A vídeos de resolução, estarão disponíveis
(d) O colesterol é uma das principais fontes de ener-
(b) 16 W (e) 64 W gia para o fígado.
(c) 32 W
Pilha
V
online, no momento em que você
5. (UFC-CE)
2. (Enem)
(e) L
terminar de respondê-las no aplicativo.
O colesterol tem sido considerado um vilão nos últi-
mos tempos, uma vez que as doenças cardiovascu-
Um eletricista precisa medir a resistência elétrica de uma A
lares estão associadas a altos níveis desse compos-
lâmpada. Ele dispõe de uma pilha, de uma lâmpada (L),
to no sangue. No entanto, o colesterol desempenha
de alguns fios e de dois aparelhos: um voltímetro (V), 3. (UFPI)
importantes papéis no organismo. Analise os itens a
para medir a diferença de potencial entre dois pontos, e
seguir.
um amperímetro (A), para medir a corrente elétrica.
I. O colesterol é importante para a integridade da
O circuito elétrico montado pelo eletricista para medir membrana celular.
A1 A2
essa resistência é:
II. O colesterol participa da síntese dos hormônios
Pilha esteroides.
III. O colesterol participa da síntese dos sais biliares.
Da análise dos itens, é correto afirmar que:
(a) somente I é verdadeiro.
(b) somente II é verdadeiro.
AN
UT
visam à melhora constante.
O
PL
AR
PL
A ideia central é ensinar o aluno a sempre planejar antes
de qualquer tarefa, executar bem o planejamento, checar os
resultados da execução e atuar corretivamente, aprenden-
do com os erros.
CH E
resumo, refletindo sobre o que se faz e corrigindo as falhas
C
T
EC
AR
do percurso. Essa sabedoria não é nova, mas encontra uma
H
AC CA K
tradução contemporânea bastante prática. Trata-se do ciclo U
PDCA, sigla em inglês para quatro comportamentos suces- AT R
sivos: planejar (“Plan”), executar (“Do”), checar (“Check”) e
atuar nos erros (“Act”).
P Objetivos de aprendizagem
Conteúdos teóricos
Exercícios de fixação
D
Exercícios Propostos
Aprofundamento
C Folha AZ
Gabaritos
A
Resoluções em vídeo e por escrito
BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 1
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES
VIVOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS
CAPÍTULO 2
COMPOSTOS ORGÂNICOS I: GLICÍDIOS E LIPÍDIOS
CAPÍTULO 3
COMPOSTOS ORGÂNICOS II: PROTEÍNAS E ENZIMAS
CAPÍTULO 4
COMPOSTOS ORGÂNICOS III: VITAMINAS
CAPÍTULO 5
CONCEITOS BÁSICOS EM CITOLOGIA
CAPÍTULO 6
MEMBRANA PLASMÁTICA I: ESTRUTURA E ESPECIALIZAÇÕES
CAPÍTULO 7
MEMBRANA PLASMÁTICA II: TRANSPORTE
CAPÍTULO 8
CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO
E RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS
CAPÍTULO 9
CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS,
VACÚOLOS E PEROXISSOMOS
Molécula
Água
Biosfera: conjunto dos ecossistemas da Terra.
Célula
óssea Célula: unidade morfológica
e funcional dos seres vivos.
Lobo
Sistema
esquelé�co Comunidade:
conjunto de populações
de espécies dis�ntas
que vivem em
População: conjunto de um mesmo local
Organismo:
Sistema: conjunto de órgãos indivíduos da mesma (lobos + coelhos +
conjunto de sistemas
que interagem para a execução espécie que vivem em um árvores + grama
de certas funções. mesmo local. e outros organismos).
Algas Plantas
Fitoplâncton Ser humano Escherichia coli
vermelhas herbáceas
C 22,5 28,3 42,5 19,4 12,2
De acordo com a tabela acima, vemos que os elementos mais abundantes, nos seres
vivos, são: carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O).
O carbono é o elemento principal para a formação de substâncias orgânicas, repre-
sentadas por proteínas, glicídios, lipídios e ácidos nucleicos. Os seres vivos também têm
substâncias inorgânicas, representadas por água, sais minerais e íons.
Cromatina
Centríolo
Lisossomo Mitocôndria
Peroxissomo
Retículo
endoplasmático
granuloso
Poro nuclear
Citosol
Carioteca
Complexo golgiense
Nucléolo
Membrana plasmática
Célula eucariótica.
A célula procarionte ou procariótica (pro = antes; karyon = núcleo) é o primeiro tipo ce-
lular que surgiu e tem basicamente membrana plasmática, citoplasma e material genético
localizado na região chamada nucleoide. O material genético se encontra disperso porque
não há envoltório nuclear (carioteca) para separá-lo do citoplasma. Os seres que têm esse
tipo celular são as bactérias, cianobactérias e arqueas.
1.2.3 Nutrição
A glicose (C6H12O6) é uma das substâncias orgânicas que os organismos degradam
para gerar energia e que pode ser aproveitada para a realização de suas atividades ou
utilizada para o crescimento do ser. O principal processo biológico de utilização da glicose
na geração de energia (ATP) é a respiração celular. A nutrição é a maneira pela qual os
seres vivos obtêm o seu alimento.
10
Na natureza, podemos encontrar duas formas bási- desse combustível. A maioria dos seres vivos obtém ener-
cas de nutrição: autotrófica ou autótrofa e heterotrófica gia pela quebra da glicose em moléculas mais simples.
ou heterótrofa.
Glicose → Moléculas menores + ENERGIA
Na autotrófica (auto = próprio; trofo = alimento), reali-
A quebra da glicose pode ocorrer das seguintes manei-
zada pelos vegetais, grande maioria das algas e algumas
ras, de acordo com a presença ou não do gás oxigênio (O2):
bactérias, o organismo é capaz de produzir seu próprio
alimento (principalmente a glicose) a partir de substâncias a) Respiração celular aeróbica: é um processo no
inorgânicas que ele retira do ambiente, como gás carbô- qual a glicose é quebrada na presença do oxigênio,
nico, água e sais minerais. Quando os seres utilizam a luz sendo, por isso, chamado de processo aeróbico (Obs.:
do Sol como fonte de energia chamamos esse processo existe também a respiração celular anaeróbica, que
de fotossíntese; se a fonte de energia provém de reações ocorre na ausência de oxigênio).
químicas que ocorrem no meio, chamamos o processo de
quimiossíntese, a qual ocorre em algumas bactérias. C6H12O6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O + ENERGIA
Equação química que representa a respiração.
6 CO2 + 6 H2O → C6H12O6 + 6 O2
b) Fermentação: é o processo no qual a glicose é que-
(Gás carbônico) (Água) (Glicose) (Oxigênio) brada na ausência do oxigênio; por isso é um processo
anaeróbico.
Equação química que representa a fotossíntese.
Protozoários, fungos, animais e a maioria das bacté- C6H12O6 → 2 C2H5OH + 2 CO2 + ENERGIA
rias não são capazes de produzir o próprio alimento. Esses Equação que representa a fermentação do tipo alcoólica.
seres precisam ingerir moléculas orgânicas prontas: é a A energia liberada em ambos os processos é utiliza-
nutrição heterotrófica (hetero = diferente). da nas atividades do organismo: construção de grandes
moléculas orgânicas durante o processo de crescimento
ou de reconstrução do corpo; movimento; transmissão do
impulso nervoso; etc.
Energia luminosa
Fotossíntese 1.2.5 Metabolismo
Outra característica dos seres vivos é o metabolismo
Glicose (metábole = transformar), conjunto de reações químicas que
e ocorrem no corpo dos seres vivos e que são responsáveis
pela transformação e pela utilização da matéria e da energia.
CO2 e H2O Vegetal O2
(autótrofo) O metabolismo pode ser dividido em dois processos
básicos:
• Anabolismo (ana = para cima; bollein = projetar):
Respiração síntese (produção) de substâncias utilizadas para o
celular crescimento do organismo e/ou reparação de suas
perdas. Poderíamos citar como exemplo a fotossín-
Animal Vegetal
(autótrofo) tese, na qual substâncias inorgânicas mais simples
(heterótrofo)
formam a glicose, uma substância mais complexa.
• Catabolismo (kata = para baixo; bollein = projetar): de-
Calor
gradação (quebra) de substâncias, com a liberação de
Na figura acima, observamos que os vegetais, por energia necessária às funções orgânicas. O exemplo,
meio da fotossíntese, produzem sua glicose (autotrofismo) nesse caso, seria a respiração celular, pois ocorre a
e podem transferi-la para os animais, que não podem pro- quebra da glicose em produtos finais mais simples.
duzi-la (heterotrofismo).
Catabolismo
MOLÉCULAS MOLÉCULAS
1.2.4 Obtenção de energia SIMPLES COMPLEXAS
Poderíamos dizer que, de certo modo, para o ser vivo, a Anabolismo
glicose é o que a gasolina é para o automóvel – que depende
11
Anabolismo
Catabolismo
1. O alimento ingerido
é quebrado em moléculas
menores no tubo digestório
e absorvido. 3. Outras são quebradas
para obtenção de energia.
1.2.6 Desenvolvimento
Todos os seres vivos passam por diversos estágios, que vão desde o nascimento até
a morte. Um dia, todos fomos célula única, a célula-ovo ou zigoto, proveniente da união
de um espermatozoide e de um óvulo. O zigoto logo se transforma em um agregado de
células que aos poucos vai dar origem a um embrião e, depois do nascimento, a um re-
cém-nascido. Passamos pelos estágios da infância, da adolescência e da idade adulta. De
forma inevitável, envelhecemos e finalmente morremos. Chamamos desenvolvimento aos
estágios pelos quais um organismo passa durante a vida.
Recém-nascido
Indivíduos
adultos
Zigoto
(célula-ovo)
Espermatozoide
Fecundação
Óvulo
1.2.7 Crescimento
O crescimento dos seres vivos pode ocorrer por:
• aumento de volume, nos unicelulares;
• aumento de volume e do número de células, nos multicelulares.
O crescimento verificado nos seres vivos decorre da incorporação e da transformação
de energia, consequências da nutrição e do metabolismo.
A matéria não viva também pode crescer, como acontece com os cristais, que crescem
por deposição de nova matéria em sua superfície. Nesse caso, o crescimento não é resul-
tado do metabolismo.
Os seres vivos crescem como produto do metabolismo e por incorporação de material
a seu corpo. São condicionados geneticamente, por isso seu crescimento é sempre limitado.
12
1.2.8 Reprodução
É outra característica dos seres vivos, pela qual 2. Bioquímica
os seres originam novos indivíduos, permitindo, desse Os seres vivos têm uma composição química bastante
modo, a perpetuação das espécies. Existem dois tipos complexa, com grande variedade de substâncias. O ramo
de reprodução: da Biologia que estuda essas substâncias que formam os
a) Assexuada ou agâmica: a reprodução assexua- organismos é a Bioquímica. As substâncias podem ser
da, também chamada agâmica, ocorre sem a par- inorgânicas ou orgânicas. As inorgânicas, como a água e
ticipação de gametas, as células reprodutoras. Os os sais minerais, são formadas por moléculas simples nas
descendentes gerados nesse processo são gene- quais o carbono (C) não tende a formar cadeias. As orgâni-
ticamente iguais entre si e ao progenitor que lhes cas, como as proteínas, os glicídios, os lipídios, as vitami-
deu origem e, desse modo, a variabilidade genética nas e os ácidos nucleicos, são moléculas mais complexas
é muito baixa. e de tamanho maior, nas quais unidades menores (chama-
das de monômeros – mono = um; meros = parte) se unem
b) Sexuada ou gâmica: a reprodução sexuada, tam- por meio de ligações covalentes e formam essas macro-
bém chamada de gâmica, ocorre com a participação moléculas ou polímeros (poli = vários; meros = partes).
de gametas, células especializadas para a reprodu-
Nas substâncias orgânicas, a presença do carbono é
ção. Na reprodução sexuada, os descendentes são
obrigatória e ele tende a formar cadeias.
geneticamente diferentes entre si e dos ascenden-
tes que lhes deram origem, por isso a variabilidade Substâncias Substâncias
genética é elevada nesse caso. inorgânicas orgânicas
13
A vida na Terra começou na água e, ainda hoje, a ela Por causa das ligações de hidrogênio, as moléculas de
se associa. Só há vida onde há água. As propriedades da água se mantêm fortemente unidas; essa importante atra-
água que a tornam fundamental para os seres vivos se ção é chamada de coesão. Ela é responsável por sua alta
relacionam com sua estrutura molecular, constituída por tensão superficial, em que as moléculas da superfície for-
dois átomos de hidrogênio ligados a um átomo de oxigênio mam “uma rede” orientada em direção ao corpo do líquido
por ligações covalentes. Embora a molécula como um todo e resistente à ruptura.
seja eletricamente neutra, a distribuição do par eletrônico
© MAREK MIERZEJEWSKI/SHUTTERSTOCK
em cada ligação covalente é assimétrica, deslocada para
perto do átomo de oxigênio.
Na figura, temos uma molécula de água, na qual dois áto-
mos de hidrogênio se ligam a um átomo de oxigênio. O ângulo
aproximado entre as ligações covalentes da água é de 104,5°.
O Ligação covalente
Por causa da tensão superficial, alguns animais são capazes de pousar
δ– e mesmo andar sobre a água sem afundar.
+
H
Moléculas Forças de coesão
+– O
de água
O H H + –
– O
H As moléculas de água prendem-se às paredes internas do ca-
H
+ pilar de vidro por adesão, e levam consigo outras moléculas
H H
por coesão. Quanto mais estreito for o tubo, mais alta será a
O H coluna de água.
14
moléculas entram em contato com a água, ela tem a ten- contribuindo para diminuir o atrito nessas regiões. Além
dência de envolver as moléculas, separando-as. disso, nas reações de hidrólise, como ocorre no processo
As substâncias que se dissolvem são chamadas hidrofí- digestivo, a água tem participação indispensável na trans-
licas (hidro = água; philus = amigo), e as que não se dissolvem formação das grandes moléculas orgânicas em outras mo-
são chamadas hidrofóbicas (hidro = água; phobos = medo). léculas menores.
As substâncias hidrofóbicas são apolares, enquanto as 2.2.6 Balanço hídrico
hidrofílicas são polares.
O balanço hídrico é essencial para a manutenção da
Molécula Íons vida, porque um ser vivo perde água continuamente para
Cristal
de água solvatados
de NaC o ambiente. As principais vias de perda de água pela maio-
ria dos animais são ar expirado, suor, fezes e urina, então
deve-se repor a água perdida. As principais vias de ganho
de água são a via exógena (a água que vem de fora), como a
C– água ingerida e a presente em alimentos, mas há também a
via endógena (a água que o organismo produz), proveniente
Na+
das reações do metabolismo. Em um quadro de desidrata-
ção (perda de água), o organismo, para evitar a sua mor-
te, busca diminuir suas perdas de água; por exemplo, uma
A água está dissolvendo os íons que formam o NaC l , o criança desidratada urina pouco ou até mesmo não urina
sal de cozinha. para evitar a desidratação excessiva.
Ganhos de água Perdas de água
2.2.4 Calor específico e calor latente elevados 2 500
Água metabólica Fezes (100 mL)
(200 mL) Pulmões
O calor específico consiste na quantidade de energia (300 mL)
térmica necessária para aumentar a temperatura de uma
2 000 Ingestão de
Média do volume diário de água (mL)
15
Idade: o encéfalo do embrião tem 92% de água e o do Alguns seres vivos conseguem sobreviver quase to-
adulto, aproximadamente 78%. A taxa de água em geral de- talmente sem água, por períodos mais ou menos prolon-
cresce com a idade. gados. É o caso dos esporos bacterianos e dos cistos de
Espécie: na espécie humana, há 64% de água e, nas protozoários. Esse fenômeno é chamado de anidrobiose
medusas (água-viva), 98%. Esporos e sementes vegetais (vida sem água) e corresponde a uma forma de vida laten-
são as estruturas com menor proporção de água (15%). te, na qual as reações do metabolismo estão reduzidas ao
mínimo necessário para a manutenção da vida.
Percentual de água
pelo conjunto de reações químicas que ocorrem em 64%
um sistema vivo (reações de quebra e síntese). 53% 53%
Dessa forma, a quantidade de água em um orga- 46%
nismo é diretamente proporcional à sua taxa metabó-
lica. Tecidos com baixa atividade metabólica, como o
tecido ósseo, têm pouca água quando comparados ao
recém- homens mulheres homens mulheres
tecido nervoso, que apresenta elevada taxa metabólica. -nascidos jovens jovens idosos idosas
Outro exemplo é o das sementes de vegetais,
que têm baixa quantidade de água, permanecendo
em estado de dormência até serem postas em con- 2.2.8 Distribuição de água nos seres humanos
tato com a água. Nos seres humanos, a distribuição de água nos dois
A quantidade de água em um organismo também sexos é diferente. No homem, representa em média 60%
varia de acordo com a idade: indivíduos mais jovens do peso e, na mulher, 50%.
têm mais água no corpo do que indivíduos mais velhos. A diferença é atribuída ao conteúdo de gordura dife-
rente nos dois sexos.
A água no organismo humano está distribuída em dois compartimentos principais: o
intracelular (dentro das células) e o extracelular (fora das células). O maior é o intracelu-
2
lar, que corresponde a da água total, sendo o restante presente no extracelular. O flui-
3
do extracelular é subdividido em dois compartimentos: o intravascular (dentro dos vasos
sanguíneos) e o interstício (espaço entre as células). O interstício corresponde a 80%, e o
intravascular, a 20% do fluido extracelular.
Massa corporal total Massa corporal total
(mulher) (homem)
40%
50% Sólidos
Sólidos
Fluidos
totais
do corpo
2
3 Células
Líquido
intracelular
60%
50%
Fluidos Líquido
Fluidos
extracelular
1 80%
3 espaço
Líquido intersticial
extracelular 20% plasma Vaso sanguíneo
16
Outros Outros
Outros Outros
Mg2+ Mg2+
concentração
concentração
Ca2+ Proteína– Ca2+
Na+ HPO42–
HCO3–
Na+
C – K+
Proteína–
HCO –3
K+ C–
Meio extracelular Meio intracelular
Nos seres vivos, os sais minerais desempenham algumas funções genéricas. Entre elas:
• Regulação da quantidade de água na célula: a água sempre se desloca do meio me-
nos concentrado para o meio mais concentrado. Portanto, a concentração de íons nos
meios intra e extracelulares definirá o sentido do fluxo da água. Esse fenômeno é
conhecido como osmose e será discutido mais adiante.
17
Componente estrutural da vitamina B12, também conhecida como cobalamina, a qual é importante
Cobalto (Co2+)
no processo de formação de hemácias (eritropoese).
Enxofre (S2–) Componente estrutural de proteínas na composição de importantes aminoácidos, como cisteína e metionina.
Flúor (F–) Constituinte dos ossos e dos dentes, atua na proteção contra as cáries.
18
Laringe
Metabolismo do ferro
O ferro é, principalmente, absorvido no intes-
Tireoide
tino na forma de íon ferroso (Fe2+). Por essa razão,
agentes redutores ou antioxidantes, como a vitami-
na C, presentes na alimentação, facilitam a entrada
de ferro. O Fe2+ absorvido no intestino será levado
ao sangue, onde se ligará a uma proteína plasmá-
tica denominada transferrina. Essa proteína con-
duzirá o ferro até a medula óssea vermelha, onde Traqueia
esse íon será utilizado na formação do grupamento Paratireoides
(vistas por transparência)
heme que compõe a hemoglobina, pigmento res-
ponsável pelo transporte de gases respiratórios Visualização da tireoide.
nas hemácias.
© CHATUPHOT/SHUTTERSTOCK
As hemácias duram pouco tempo na circulação
sanguínea, então o baço e o fígado estão encarre-
gados de remover essas células velhas, processo
chamado de hemocaterese. A parte orgânica do
grupamento heme será oxidada em bilirrubina, en-
quanto o ferro retorna ao sangue. A quantidade de
ferro reciclado na hemocaterese é muito maior do
que aquela absorvida no intestino.
O excesso de ferro é armazenado em uma pro-
teína presente, principalmente, no fígado, chamada
ferritina.
Note o aumento do volume do pescoço por conta do bócio.
A carência do iodo na alimentação causa o bócio endê- Para evitar o bócio, cuja principal causa é a falta de
mico ou “papeira”, identificado pelo aumento do volume da iodo, presente naturalmente nos frutos do mar, os órgãos
glândula tireoide, numa tentativa inútil de compensação por de saúde determinam a adição de iodo ao sal de cozinha e
causa da diminuição dos hormônios por ela produzidos. fiscalizam essa prática.
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 2. Identificar as propriedades da água, relacionando-as com processos vitais.
F1. (PUC-RJ)
A água será o bem mais precioso neste século por ser essencial aos seres vivos. Indique a opção que apresenta a
afirmativa correta sobre esse líquido.
(a) A atividade metabólica de uma célula está diretamente relacionada à condição de hidratação desta célula.
(b) Os seres aquáticos obtêm o oxigênio necessário para sua respiração a partir da molécula de água.
(c) Os seres terrestres não dependem da água para sua reprodução, respiração e metabolismo.
(d) A água só dissolve as moléculas celulares, mas não participa das atividades metabólicas celulares.
(e) A água tem baixo calor específico e, por isso, não consegue absorver o excesso de calor produzido no corpo,
provocando produção de suor.
19
20
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
“O ácido oxálico presente no espinafre forma sais
E1. (Uece-CE)
insolúveis com o ferro e também com o cálcio, dificul-
No corpo humano, a água exerce variadas atividades tando a absorção dos dois minerais”, afirma a nutricio-
fundamentais que garantem o equilíbrio e o funciona- nista Lara Cunha, da USP (Universidade de São Paulo).
mento adequado do organismo como um todo. Consi-
Segundo ela, a verdura contém muita fibra, vi-
derando que um ser humano adulto tem entre 40 e
taminas A, C e do complexo B, potássio e magnésio,
60% de sua massa corpórea constituída por água, é
correto afirmar que a maior parte dessa água se en- além de ser considerada laxativa e diurética, mas não
contra localizada deve ser consumida por pessoas com deficiência de
ferro ou propensão a formar cálculos renais, também
(a) no meio intracelular.
devido ao grande teor de ácido oxálico.
(b) na linfa. <http://www1.folha.uol.com.br/folha/comida/
(c) nas secreções glandulares. ult10005u374889.shtml>
21
(e) não possuem clorofila e não se reproduzem. II. Os lençóis freáticos citados contêm compostos
de flúor, em concentrações superiores às exis-
E8. (Unicamp-SP) tentes na água tratada.
O texto a seguir se refere ao relato de um via- III. As pessoas que adquiriram fluorose podem ter
jante inglês que esteve em Minas Gerais entre 1873 utilizado outras fontes de flúor além da água de
e 1875: O bócio é muito comum entre os campo- abastecimento público, como, por exemplo, cre-
neses mais pobres, mas raramente é visto nos fa- mes dentais e vitaminas com flúor.
zendeiros mais prósperos. A presença de cal nas Pode-se afirmar que apenas.
águas dos córregos e uma atmosfera úmida são
(a) I é correta.
consideradas as causas primárias do mal, mas
hábitos indolentes e uma ausência de toda higiene (b) II é correta.
e limpeza, seja na própria pessoa ou na casa, são (c) III é correta.
sem dúvida grandes promotores da doença. Pode
(d) I e III são corretas.
ser, e possivelmente é, hereditária, pois está prin-
cipalmente confinada àqueles nascidos nas áreas (e) II e III são corretas.
22
E10. (UCS-RS)
Uma criança passeando com seus pais na beira da lagoa reparou que havia vários insetos caminhando sobre a
superfície da água. Eles não afundavam, porque
(a) as patas dos insetos estabelecem uma reação hidrofóbica.
(b) a água é uma substância apolar e forma uma reação química com a superfície das patas dos insetos.
(c) as pontes de hidrogênio são extremamente instáveis, tornando-se uma superfície sólida para os insetos.
(d) as patas dos insetos estabelecem uma reação hidrofílica.
(e) a tensão superficial da água consegue suportar o peso do inseto.
E11. (UFU-MG)
Na composição celular são encontrados vários elementos, entre os quais, os sais minerais. Por serem fundamentais
ao adequado funcionamento de diversas células e órgãos, esses sais aparecem em diferentes regiões do corpo huma-
no e em diversos alimentos. Faça a correlação entre os sais minerais apresentados na COLUNA A com as informações
descritas na COLUNA B.
COLUNA A COLUNA B
a – Sua maior reserva está nos ossos; é importante na contração muscular e na cascata de
1 - Ferro
coagulação sanguínea; é encontrado em folhas verdes e casca do ovo
2 - Potássio b – É um dos componentes da hemoglobina; é encontrado no fígado e carnes
c – Faz parte do esqueleto de vários animais, do processo de transferência de energia no interior
3 - Iodo
da célula e da molécula de ácidos nucleicos; é encontrado em carnes, feijão, ervilha e peixes.
4 - Cálcio d – atua na transmissão de impulsos nervosos; é encontrado em frutas, verduras e cereais.
e – É um importante componente de um hormônio cuja carência pode levar à obesidade; é en-
5 - Fósforo
contrado em frutos do mar e peixes.
E12. (PUC-MG)
A anemia é uma doença que atinge inúmeras pessoas em todo o mundo, mesmo em países desenvolvidos, trazendo
fadigas e diminuição do desempenho físico e cognitivo. O esquema a seguir destaca alguns fatores envolvidos direta
ou indiretamente na eritropoiese.
No esquema E.P.O. (eritropoietina) é um hormônio produzido e liberado em resposta a baixos teores de oxigênio no
sangue que passa pelos rins.
23
( ) Importante para o equilíbrio dos íons do corpo. (a) baixo poder de dissolução, pequena tensão su-
perficial e baixo calor específico.
( ) Forma ossos e dentes. Age na contração muscular.
(b) grande poder de dissolução, pequena tensão su-
A alternativa correta, de cima para baixo, é: perficial e baixo calor específico.
(a) Cálcio - Ferro - Sódio - Fosfato (c) grande poder de dissolução, pequena tensão su-
(b) Ferro - Sódio - Cálcio - Fosfato perficial e alto calor específico.
(d) grande poder de dissolução, grande tensão su-
(c) Sódio - Fosfato - Ferro - Cálcio
perficial e alto calor específico.
(d) Fosfato - Ferro - Sódio - Cálcio
(e) grande poder de dissolução, pequena tensão su-
(e) Fosfato - Cálcio - Ferro - Sódio perficial e alto calor específico.
24
C
FOLHA AZ
(d) Participa de reações de hidrólise
1. (UFJF-MG)
Há um fenômeno de caráter geral entre aos seres vi- (e) Participa do transporte de moléculas
vos que justifica os mecanismos de evolução e da bio-
diversidade. Assinale-o: 3. (UFU-MG)
25
26
III. Quando considerados como populações, os seres É correto o que se afirmar em:
vivos se modificam ao longo do tempo. (a) I.
Admitindo que possuir todas essas características (b) I – II.
seja requisito obrigatório para ser classificado como
(c) I – II – III.
“ser vivo”, é correto afirmar que:
(a) os vírus e as bactérias são seres vivos, porque (d) I – II – III – IV.
ambos preenchem os requisitos I, II e III. (e) I – II – III – IV – V.
(b) os vírus e as bactérias não são seres vivos, por-
que ambos não preenchem o requisito I.
(c) os vírus não são seres vivos, porque preenchem
os requisitos II e III, mas não o requisito I.
(d) os vírus não são seres vivos, porque preenchem
o requisito III, mas não os requisitos I e II.
(e) os vírus não são seres vivos, porque não preen-
chem os requisitos I, II e III.
10. (Acafe-SC)
O metabolismo celular pode ser conceituado como o
conjunto de reações de construção ou desconstrução
de moléculas realizado pela célula com o intuito de
manter-se viva.
Acerca das informações acima e dos conhecimentos
relacionados ao tema, analise as afirmações a seguir
I. O processo metabólico se divide em dois grupos:
anabolismo (reações de síntese) e catabolismo
(reações de degradação).
II. O metabolismo energético das células pode ocor-
rer através da fotossíntese e da respiração celular.
III. Há influência de diversos fatores no metabolismo
de um organismo como, por exemplo, a genética,
a idade, a prática de atividade física, entre outros.
IV. Anabolismo consiste especificamente nas rea-
ções de quebra ou degradação, como por exem-
plo a respiração celular.
V. Catabolismo incide em reações de síntese, pro-
dução como por exemplo a fotossíntese.
GABARITO
A
E01. A E05. D E10. E E17. D
E02. A E06. C E11. A E18. 01 + 08 + 16 = 25
E03. C E07. B E12. B E19. D
E04. D E13. B
E08. E14. D
a) Não. O bócio endêmico é causa- E15. Características como necessi-
do pela falta nutricional de iodo. dade de alimento para obtenção
b) Acrescentar iodo ao sal consu- de energia, capacidade de mo-
mido pela população. vimento e de reprodução.
E09. D E16. C
27
28
glicídio com função estrutural. Outros polímeros assumem papel como lubrificante de arti-
culações (Ex: ácido hialurônico no líquido sinuvial) e participam da coesão e reconhecimen-
to entre as células (Ex: glicocálix).
Função energética
Funções dos glicídios Função estrutural ou plástica
Sinalização celular
4.1 Monossacarídeos
São glicídios formados apenas por uma unidade, muito solúveis em água, facilmente
transportados para todo o corpo, e são substâncias que não sofrem hidrólise. Muitos são
imediatamente aproveitados como fonte de energia pelos seres vivos.
A fórmula geral dos monossacarídeos é Cn(H2O)n, em que o valor de n varia de 3 a 7.
Os nomes dados aos monossacarídeos se referem ao número de átomos de carbono
da molécula:
n Fórmula Nome
3 C3H6O3 Triose
4 C4H8O4 Tetrose
5 C5H10O5 Pentose
6 C6H12O6 Hexose
7 C7H14O7 Heptose
As trioses, tetroses e heptoses são intermediárias nos processos de respiração celular e na fotossíntese,
como veremos adiante.
4.1.1 Pentoses
São os monossacarídeos formados por 5 átomos de carbono.
Principais pentoses
Nome Estrutura Função
HOCH2 O OH
OH OH
HOCH2 O OH
H H
Participa da molécula de DNA (ácido desoxirribonucleico), que
Desoxirribose (C5H10O4)
H H compõe os genes.
OH H
29
Principais pentoses
Nome Glicose Galactose Frutose
H O H O H
C C H C OH
H C OH H C OH C O
HO C H HO C H HO C H
Estrutura H C OH HO C H H C OH
H C OH H C OH H C OH
CH2OH CH2OH CH2OH
A cadeia linear da glicose A reação entre o grupamento aldeído Dependendo da posição do grupamento hidroxila quando o
apresenta um grupamento e o grupamento hidroxila do carbono anel se fecha, qualquer das duas moléculas, α − D – glicose ou
aldeído no carbono 1. 5 dá origem à forma fechada. β − D – glicose, são formadas.
A maioria das hexoses presentes nos seres vivos se encontra na forma dextrógira dos
isômeros ópticos; por isso, a glicose é comumente chamada de D–glicose ou dextrose.
30
4.2 Dissacarídeos
São formados pela união de dois monossacarídeos. A reação é uma síntese por desi-
dratação: um dos monossacarídeos perde um hidrogênio (-H), o outro perde uma hidroxila
(-OH), e eles se unem por meio de uma ligação glicosídica, originando o dissacarídeo. Si-
multaneamente, o hidrogênio e a hidroxila liberados também se juntam, produzindo uma
molécula de água.
Os dissacarídeos são solúveis em água, mas não são imediatamente aproveitáveis
como fonte de energia. Para isso, precisam ser quebrados por hidrólise, dando origem a
dois monossacarídeos.
Monossacarídeo Monossacarídeo
C6H12O6 OH + HO C6H12O6
1 2
Ligação glicosídica
O
+
H2O
A lactose é o dissacarídeo
encontrado no leite e é um dos
Lactose Glicose + galactose
principais substratos energéticos
utilizados pelos lactentes.
É encontrado em cereais e
sua produção ocorre durante
a germinação das sementes.
Maltose Glicose + glicose
É o dissacarídeo formado na
hidrólise parcial do amido e do
glicogênio.
31
Momento NERD
Por que a maltose e a celubiose são diferentes?
A maltose e a celubiose são formadas por duas moléculas de glicose, mas são diferentes entre si. Isso ocorre
porque o tipo de glicose utilizado e a ligação formada entre elas é diferente. Na formação da maltose, há a partici-
pação de uma molécula de α-D-glicose, enquanto na celubiose há somente moléculas de β-D-glicose.
A maltose é produzida quando uma ligação glicosídica α - 1,4 se forma entre duas moléculas de glicose. O grupo
hidroxila no grupo de carbono 1 de uma D – glicose da posição α (para baixo) reage com o grupo hidroxila no carbono
4 de outra glicose.
Na celubiose, duas glicoses estão ligadas por uma ligação glicosídica β - 1,4.
4.3 Polissacarídeos
Inicialmente, antes de comentar sobre polissacarídeos, precisamos saber que polí-
meros são substâncias formadas pela união de numerosas moléculas mais simples, os
monômeros, em uma reação chamada polimerização. Na união entre esses monômeros,
há a formação de moléculas de água.
Assim, polissacarídeos são glicídios de longas cadeias (polímeros), constituídos pela
união de muitos monossacarídeos (monômeros).
Os polissacarídeos podem ser divididos em:
• Homopolissacarídeos: estruturas que contêm apenas um tipo de unidade monomé-
rica. Por exemplo, amido, glicogênio e celulose são formados exclusivamente por
moléculas de glicose, enquanto a quitina é formada exclusivamente por moléculas
de N–acetilglicosamina.
32
4.3.1 Amido
O amido é a principal substância de reserva energética vegetal. Durante o processo de
fotossíntese, o vegetal gera glicídios que serão estocados na forma de amido, que durante
situações de necessidade (à noite, por exemplo, quando não há luz para a fotossíntese), é
quebrado para seus produtos serem utilizados como fonte de energia.
A espécie humana utiliza amplamente o amido fornecido pelos vegetais como uma
das mais importantes fontes energéticas. Diversos grãos como o arroz, milho e o trigo são
abundantes em amido. Algumas raízes e caules utilizados na alimentação humana, como
batatas e mandioca, são ricas nesse polissacarídeo.
4.3.2 Glicogênio
O glicogênio é o principal polissacarídeo de reserva de animais e fungos. Comumente,
ele é formado no fígado e nos músculos após refeições ricas em carboidratos. Quando há
um período de jejum, no qual a glicemia é reduzida, há a hidrólise do glicogênio para gerar
moléculas de glicose.
Se a glicose é realmente necessária como combustível, por que deve ser arma-
zenada em forma de polímero, como o amido e o glicogênio?
A razão é que mil moléculas de glicose exerceriam mil vezes mais a pressão
osmótica, causando a entrada de água na célula. Se não fosse pelos polissacarídeos,
que são insolúveis e, por isso, apresentam uma atividade osmótica reduzida, vários
organismos gastariam muito tempo e energia ao eliminar o seu excesso de água.
4.3.3 Celulose
A celulose é o principal componente da parede celular dos vegetais e das algas e é o
composto orgânico mais abundante do planeta. Como as ligações que formam a celulose
são muito estáveis, sua hidrólise é muito difícil. Assim, seu principal papel é como uma
substância estrutural. Alguns organismos como os ruminantes, com a ajuda de bactérias
e protozoários, conseguem digerir a celulose. Isso ocorre pois esses microrganismos for-
necem as enzimas celulase e celubiase que viabilizam a hidrólise desse polissacarídeo.
Celulose
CH2OH H OH CH2OH H OH
H O H H O H
H O OH H H O OH H
O OH H H O OH H H O
H H H H O
O
H OH CH2OH H OH CH2OH
33
Amido e glicogênio
CH2OH
H O H
H
O OH H
As ramificações ocorrem aqui.
H OH O
O O H O H H O H
H H H H
H H H H
O OH H O OH H O OH H O OH H O
H OH H OH H OH H OH
O amido e o glicogênio são polissacarídeos de glicose formados por ligações glicosídicas α-1,4. Ligações
α-1,6 formam as ramificações no carbono 6.
Estrutura
É a principal reserva
Forma a parede celular dos É a principal reserva energética animal, fica
Função
vegetais e algas. energética vegetal. estocado no fígado e no
músculo.
34
CH2OH
5 O
H H OH
4
OH OH H H
3
2
H NH
O C
CH3
35
5. Lipídios
Definição de lipídios
A natureza química dos lipídios é bastante heterogênea, pois eles podem pertencer
a diversas funções químicas: alguns são ésteres, outros são ácidos carboxílicos, hidro-
carbonetos, álcoois etc. Os lipídios são substâncias apolares, por isso exibem, como ca-
racterística definidora e comum, a insolubilidade em água. Os lipídios não se dissolvem
na água, por esta ser polar, mas são solúveis em solventes orgânicos apolares, como o
álcool, a benzina, o éter, o querosene e o clorofórmio.
A figura abaixo representa os principais grupos de lipídios, divididos em dois grupos:
os hidrolisáveis e os não hidrolisáveis.
Lipídios hidrolisáveis O
––
C – O – CH2
O
O
––
O – O – CH2
––
C – O – CH
CH O
––
Ésteres
C – O – CH2
O
Triacilgliceróis
––
C–O
Cerídeos Lipídios não hidrolisáveis
Ésteres de esteróis
O Hidrocarbonetos
––
C – O – CH Alcanos
O Carotenoides
––
C – O – CH O
OH
–
– ––
H2C – O – P – O
Fosfolipídios Álcoois
O
Álcoois de cadeia longa
Esteróis
O Esteroides HO
––
C – O – CH2 COOH
O Ácidos
––
Eicosanoides
H2C – O – P – O N – CH3
O CH3
O
––
C NH
OH
Glicolipídios
OH
Cerebrosídeos
HO – CH
Gangliosídeos HO O
OH
OH
36
37
O O O
HO CH2 RI C O CH2 RI C O CH2 RI C O CH2
O O
HO C H HO C H RII C O C H RII C O C H
O
HO CH2 HO CH2 HO CH2 RIII C O CH2
H H H H H H H H H H H O
C C C C C C C C C C C C
H H H H H H H H H H H OH
A união de um ácido, como o ácido graxo, com um álcool, como o glicerol, produz um
tipo de substância química chamada éster.
Os glicerídios são, portanto, ésteres de ácidos graxos. O grupo carboxila de um ácido
graxo pode reagir com o grupo hidroxila do glicerol, resultando em uma ligação covalente
chamada de ligação éster e água.
Essa reação é chamada de esterificação e é reversível. Um triacilglicerol pode sofrer
hidrólise e formar ácidos graxos e glicerol.
H H
Glicerol H2C C CH2 H2C C CH2
(um álcool) Reação de
OH OH OH esterificação O O O
OH OH OH O C O C O C Ligação
éster
O C O C O C CH2 CH2 CH2
+ 3 H2O
H2C H2C H2C
CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2
H2C H2C H2C 3 H2O H2C H2C H2C
CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2
H2C H2C H2C
3 H2C H2C H2C
CH2 CH2 CH2 Reação de CH2 CH2 CH2
moléculas
H2C H2C H2C hidrólise
de ácidos H2C H2C H2C
graxos CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2
H2C H2C H2C H2C H2C H2C
CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2
H2C H2C H2C H2C H2C H2C
CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2
H2C H2C H2C H2C H2C H2C
CH2 CH2 CH2 CH3 CH3 CH3
H2C H2C H2C
CH3 CH3 CH3 Triacilglicerol
38
OH
O C
CH2
H2C
CH2
H2C
Em um ácido graxo saturado,
CH2
todas as ligações entre
H2C
carbonos são simples. A cadeia
CH2
carbônica é linear.
H2C
CH2
H2C
CH2
H2C
CH2
H2C
CH3
Ácido palmí�co
• Ácidos graxos insaturados: a cadeia carbônica contém uma ou mais ligações pi (π), for-
mando ligações duplas ou triplas. O ácido oleico, por exemplo, é um ácido graxo monoinsa-
turado com uma única ligação dupla no meio da cadeia, que causa uma dobra na molécula.
Alguns ácidos graxos têm mais de uma ligação dupla e dobras múltiplas; eles são ácidos
graxos poli-insaturados. Essas dobras previnem que as moléculas fiquem próximas.
39
OH
O C
CH2
CH2
CH2
CH2
CH2
CH2
CH2 Ligações duplas entre carbonos
HC formam os ácidos graxos
insaturados. A cadeia carbônica
HC apresenta dobras.
CH2
HC
HC
CH2
CH2
CH2
CH2
CH3 Ácido linoleico
Gorduras Óleos
São triacilgliceróis formados por ácidos graxos saturados, que São triacilgliceróis formados por ácidos graxos insaturados,
têm formato linear. que apresentam dobras na cadeia.
São de origem vegetal ou de certos peixes de águas frias,
São de origem animal, como a gordura das carnes bovina
como os óleos de girassol, de milho, de canola e de fígado
e suína.
de bacalhau.
Estão no estado sólido à temperatura ambiente. Estão no estado líquido à temperatura ambiente.
No caso dos seres humanos, dietas ricas em ácidos graxos saturados podem contribuir
para a formação da placa de ateroma, que prejudicará o fluxo sanguíneo para os órgãos.
Essa placa caracteriza a aterosclerose, que contribuirá para a ocorrência das doenças car-
diovasculares, como o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral (A.V.C.).
Por isso é preciso moderar o consumo de alimentos de risco, como carnes gordurosas e
compostos hidrogenados (Ex: margarina, biscoitos industrializados etc).
Sob o ponto de vista energético, a ingestão diária de lipídios na dieta humana até poderia
ser substituída pela de glicídios. Entretanto, a ingestão de lipídios torna-se imprescindível por
duas razões: eles são veículos para a absorção de vitaminas lipossolúveis e há necessidade
de se obterem ácidos graxos essenciais – que não podem ser sintetizados pelo organismo e
devem provir diretamente da dieta. Essas moléculas são de ácidos graxos poli-insaturados
que pertencem às famílias chamadas ômega 6 e ômega 3 (ômega é a última letra do alfabeto
grego, e o nome “ômega 3” indica que há uma dupla-ligação no terceiro átomo de carbono a
partir do final da cadeia, e “ômega 6”, no sexto carbono a partir do final).
40
41
H3C N+ CH3
CH2
colina
carga CH2
positiva
O
carga fosfato -O P O
negativa
O
H2C CH CH2
glicerol
O O
C O C O
CH2 CH2
cadeias de
hidrocarbonetos
Cabeça hidrofílica
Cauda hidrofóbica As caudas hidrofóbicas
são repelidas pela água.
Por causa dessa propriedade, quando essas moléculas estão completamente en-
voltas por água, dispõem-se naturalmente em duas camadas, ficando com a parte hi-
drofílica da molécula para fora, em contato com a água, e a parte hidrofóbica para
dentro. A formação de membranas com duas camadas de lipídios assim dispostas é,
portanto, um processo natural.
Além disso, essas camadas de lipídios tendem a se unir em suas extremidades,
formando compartimentos fechados; quando, por qualquer motivo, essas membranas
Cabeça hidro�lica são separadas, elas tendem a se unir novamente, o que explica o grande poder de
Cauda hidrofóbica
recuperação das membranas celulares.
Água Água
Água Água
Ru
pt
ura
6.4 Carotenoides
Os carotenoides são uma família de pigmentos (de cor amarela, vermelha ou laranja)
absorventes de luz encontrados nas plantas e nos animais. O β–caroteno é um pigmen-
to que fixa a energia solar durante a fotossíntese. Nos seres humanos, uma molécula de
42
β–caroteno pode ser degradada em duas moléculas de vitamina A, a partir das quais pro-
duzimos o pigmento visual, a rodopsina. Os carotenoides são responsáveis pelas cores das
cenouras, dos tomates, das abóboras, das gemas dos ovos e da manteiga.
H3C
H3C CH3 CH3 CH3
β – Caroteno
H3C
H3C CH3 CH3 CH3 HO
OH CH3
CH3 CH3 H3C
CH3
Vitamina A Vitamina A
6.5 Esteroides
São substâncias que, apesar de não serem propriamente ésteres de ácidos graxos,
apresentam cadeias associadas aos lipídios, com os quais compartilham algumas proprie-
dades em comum. Sua estrutura característica é o núcleo esteroide, que consiste na fusão
de quatro anéis, três deles com seis carbonos e um com cinco.
6.5.1 Esteróis
São álcoois esteroides, nos quais o núcleo esteroide recebe uma hidroxila. O esterol
mais importante nos animais é o colesterol. Nas plantas e nos micro-organismos há uma
diversidade de outros esteróis em vez do colesterol – por exemplo, o ergosterol, estimas-
terol e o β – sitosterol.
A ingestão excessiva de colesterol, por meio do consumo de gorduras animais, está
associada a um risco aumentado de doenças cardiovasculares. Entretanto, o organismo
humano necessita de colesterol, entre outras razões porque essa substância é um impor-
tante componente das membranas plasmáticas de nossas células, assim como de outros
animais. As membranas plasmáticas de vegetais e de bactérias não apresentam colesterol
em sua composição.
O colesterol, produzido em nosso organismo (principalmente no fígado) ou obtido dire-
tamente dos alimentos de origem animal, é transportado aos diversos tecidos por proteínas
especiais presentes no sangue. As células utilizam colesterol como matéria-prima para a
formação das membranas plasmáticas, ácidos biliares e dos hormônios esteroides.
43
CH2OH CH2OH
C O OHC C O OH OH
HO OH HO
O O O HO
Cortisol Aldosterona Testosterona Estradiol
CH3 OH
25
C O OH
OH
HO
OH
HO Hormônio da
CH2
O muda nos
3 1 O
artrópodes.
Progesterona HO OH Calcitriol Ecdisona
7. Lipoproteínas
O colesterol e seus similares, assim como triacilgliceróis, ácidos graxos e fosfo-
lipídios, são essencialmente insolúveis em água. Esses lipídios precisam ser trans-
portados pela corrente sanguínea de seu tecido de origem para o tecido onde serão
armazenados. Isso pode representar um problema quando levamos em consideração a
composição do plasma sanguíneo. Eles são, portanto, transportados na forma de lipo-
proteínas plasmáticas.
As lipoproteínas são classificadas em cinco grupos. Em ordem decrescente de ta-
manho e crescente em densidade, os principais tipos de lipoproteínas são:
– Quilomícrons
– VLDL (lipoproteínas de densidade muito baixa, very low-density lipoproteins);
– IDL (lipoproteínas de densidade intermediária, intermediate - density lipoproteins);
– LDL (lipoproteínas de baixa densidade, low-density lipoproteins);
– HDL (lipoproteínas de densidade alta, high-density lipoproteins).
44
até os tecidos. Eles são formados na mucosa intestinal e atingem a circulação sanguínea
por meio da circulação linfática. Nos músculos e no tecido adiposo, uma enzima, chamada
de lipoproteína lipase, na superfície do endotélio vascular, hidrolisa a maior parte dos tria-
cilgliceróis. Durante a liberação dos ácidos graxos e do glicerol para as células, os quilomí-
crons são convertidos gradualmente em quilomícrons remanescentes, que posteriormente
serão removidos pelo fígado.
Tecidos extra
Intestino Ciclo exógeno Ciclo endógeno hepáticos
*Endocitose Fígado
mediada por
receptor Colesterol Colesterol
LDL
Lipídios
Quilomícrons Ácidos graxos
Retorno do 2
colesterol
IDL
Quilomícrons
1 remanescentes
HDL
VLDL
1
Músculo
Ácidos Troca de
graxos lipídios
livres Tecido adiposo Ácidos
Ácidos graxos
graxos livres
livres Ácidos
graxos
1 Lipoproteína lipase 2 Lecitina – colesterol aciltransferase (LCAT) livres
O LDL está associado ao fornecimento de lipídios aos tecidos, por isso seu aumento
é relacionado com as doenças cardiovasculares. Como o HDL está associado à remoção
dos lipídios dos tecidos, o seu aumento é benéfico ao organismo. As expressões utiliza-
das popularmente de “bom” e “mal” colesterol, para o HDL e o LDL respectivamente, não
se referem às moléculas de colesterol mas sim às lipoproteínas transportadoras. Um
indivíduo que apresente altos níveis de LDL e baixos de HDL pode estar mais sujeito a
doenças cardiovasculares, enquanto níveis baixos de LDL e altos de HDL reduzem o risco
dessas doenças.
45
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 2. Identificar e classificar os principais tipos de glicí- Objetivo 3. Identificar e classificar os principais tipos de lipídio
dios e reconhecer suas funções. e reconhecer suas funções.
Objetivo 3. Identificar e classificar os principais tipos de lipídio Objetivo 4. Descrever as rotas metabólicas para essas duas
e reconhecer suas funções. classes de macromoléculas, indicando as suas principais ati-
vidades biológicas.
F1. (UPM-SP)
F3. (PUC-PR)
São substâncias usadas preferencialmente como fon-
te de energia: O colesterol tem sido considerado um vilão nos últi-
mos tempos, uma vez que as doenças cardiovascula-
(a) fosfolipídios e esteroides.
res estão associadas a altos níveis desse composto no
(b) glicerídeos e polissacarídeos, como o amido. sangue. No entanto, o colesterol desempenha impor-
(c) proteínas e glicerídeos. tantes funções no organismo. Analise os itens abaixo:
(d) cerídeos e esteroides. I. O colesterol é importante para a integridade da
membrana celular.
(e) carotenoides e polissacarídeos, como a celulose.
II. O colesterol participa da síntese dos hormônios
esteroides.
Objetivo 1. Compreender a estrutura química básica de glicí-
dios e lipídios. III. O colesterol participa da síntese dos sais biliares.
Objetivo 2. Identificar e classificar os principais tipos de glicí- São corretas:
dio e reconhecer suas funções.
(a) I, II e III.
F2. (UFRGS-RS) (b) somente II.
Os carboidratos, moléculas constituídas, em geral, por (c) somente I.
átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio, podem ser
(d) somente III.
divididos em três grupos: monossacarídeos, oligossa-
carídeos e polissacarídeos. (e) somente I e II.
A coluna I, a seguir, apresenta três grupos de carboi-
dratos, e a II, alguns exemplos desses carboidratos. Objetivo 2. Identificar e classificar os principais tipos de glicí-
dio e reconhecer suas funções.
Associe adequadamente a segunda coluna à primeira.
COLUNA I COLUNA II F4. (Uepa-PA)
Em busca da estética perfeita e de boa saúde, as aca-
1. Monossacarídeo ( ) sacarose
demias tornaram-se pontos de encontro onde a comu-
2. Dissacarídeo ( ) amido nicação é extensa, ampla e irrestrita.
3. Polissacarídeo ( ) galactose Nesses espaços, os carboidratos são utilizados como
substrato energético celular durante cada série de exer-
( ) desoxirribose
cícios. Dentre esses carboidratos, destaca-se a glicose.
( ) quitina
Sobre o carboidrato em destaque, afirma-se que:
( ) maltose I. É produzido pelas plantas por meio do processo
de fotossíntese.
A sequência correta de preenchimento dos parênte-
ses, de cima para baixo, é II. Nos animais é armazenado sob a forma de gli-
cogênio.
(a) 2 - 3 - 1 - 1 - 3 - 2.
III. É um polissacarídeo utilizado pelos vegetais
(b) 3 - 1 - 3 - 2 - 2 - 1.
como reserva energética.
(c) 1 - 2 - 2 - 3 - 1 - 3.
IV. É encontrado em alimentos como uva, mel e fru-
(d) 2 - 1 - 2 - 2 - 3 - 1. tas de modo geral.
(e) 1 - 3 - 1 - 3 - 2 - 2. V. Nos vegetais é armazenado na forma de amido.
46
A alternativa que contém todas as afirmativas corre- A principal característica das doenças cardiovascula-
tas é: res é a presença da aterosclerose, acúmulo de placas
(a) I, II, III e IV de gorduras nas artérias ao longo dos anos que impe-
de a passagem do sangue.
(b) I, III, IV e V
Fonte: <http://www.brasil.gov.br/saude/2011/09/doencas-
(c) I, II, IV e V cardiovasculares-causam-quase-30-das-mortes-no-pais ->.
Acesso em: maio de 2016.
(d) I, III, IV e V
Dentre as principais causas da aterosclerose, des-
(e) I, II, III, IV e V
tacam-se fatores genéticos, obesidade, sedentaris-
mo, tabagismo, hipertensão e colesterol alto. Se for
Objetivo 4. Descrever as rotas metabólicas para essas duas considerado isoladamente o fator colesterol, con-
classes de macromoléculas, indicando as suas principais ati-
vidades biológicas. clui-se que
(a) uma redução de HDL e um aumento de LDL re-
F5. (PUC-PR) duzem o risco de infarto.
Leia o texto a seguir.
(b) atividade física e ingestão de gorduras de ori-
Doenças cardiovasculares causam quase 30% gem vegetal aumentam a quantidade de LDL re-
das mortes no País duzindo o risco de infarto.
As doenças cardiovasculares são responsáveis (c) alimentação equilibrada e atividade física redu-
por 29,4% de todas as mortes registradas no País em zem o HDL e aumentam o risco de infarto.
um ano. Isso significa que mais de 308 mil pessoas
faleceram principalmente de infarto e acidente vas- (d) proporção de HDL e LDL não tem relação direta
cular cerebral (AVC). As doenças cardiovasculares com a alimentação, pois são moléculas de ori-
são aquelas que afetam o coração e as artérias, como gem endógena.
os já citados infarto e acidente vascular cerebral, e (e) uma redução de HDL e um aumento de LDL au-
também arritmias cardíacas, isquemias ou anginas. mentam o risco de infarto.
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E1. (Fatec-SP) E2. (UFU-MG)
Durante a realização de exercícios físicos intensos de O colesterol é um esteroide, que constitui um dos prin-
média duração, como uma corrida de 400 metros, a cipais grupos de lipídios. Com relação a esse tipo par-
principal fonte energética utilizada para a contração ticular de lipídio, é CORRETO afirmar que
dos músculos de um atleta é a reserva de carboidratos (a) o excesso de colesterol, na espécie humana, au-
que se encontra no interior de suas células musculares. menta a eficiência da passagem do sangue no
Essa reserva de carboidratos, no interior das células interior dos vasos sanguíneos, acarretando a ar-
mencionadas, corresponde a moléculas de teriosclerose.
(a) amido, o qual é sintetizado a partir da ligação de (b) o colesterol participa da composição química
aminoácidos. das membranas das células animais e é precur-
sor dos hormônios sexuais masculino (testoste-
(b) amido, o qual é sintetizado a partir da ligação de
rona) e feminino (estrógeno).
moléculas de glicose.
(c) o colesterol é encontrado em alimentos tanto
(c) ácidos graxos, os quais são sintetizados a partir
de origem animal como vegetal (ex.: manteigas,
da ligação de aminoácidos. margarinas, óleo de soja, milho etc.), uma vez
(d) glicogênio, o qual é sintetizado a partir da liga- que é derivado do metabolismo dos glicerídeos.
ção de moléculas de glicose. (d) nas células vegetais o excesso de colesterol di-
(e) glicogênio, o qual é sintetizado a partir da liga- minui a eficiência dos processos de transpiração
ção de aminoácidos. celular e de fotossíntese.
47
E6. (Unigranrio-RJ)
São considerados polissacarídeos nitrogenados.
(a) as gorduras e óleos.
(b) a celulose, glicogênio e o amido.
(c) os glicerídeos, os cerídeos e os fosfolipídios.
Fonte: <http://www2.uol.com.br/niquel/bau.shtml>.
Acesso em: Ago 2009. (d) a sacarose, a lactose e a maltose.
(e) a quitina e o ácido hialurônico.
Os animais que consomem as folhas de um livro ali-
mentam-se da celulose contida no papel. Em uma
E7. (PUC-MG)
planta, a celulose é encontrada
Os lipídeos são moléculas formadas predominante-
(a) armazenada no vacúolo presente no citoplasma.
mente por hidrocarbonetos sendo por isso tipicamen-
(b) em todos os órgãos, como componente da pare- te insolúveis em água. Diferentes tipos de lipídeos
de celular. desempenham diversos papéis nos organismos vivos.
(c) apenas nas folhas, associada ao parênquima. É INCORRETO afirmar que os lipídeos desempenham
(d) apenas nos órgãos de reserva, como caule e raiz. papéis de:
(e) apenas nos tecidos condutores do xilema e do (a) armazenar energia em óleos e gorduras.
floema. (b) captar energia solar pelos carotenoides.
(c) agir como isolante térmico e envolver axônios de
E5. (Enem) células nervosas.
Quando colocados em água, os fosfolipídios tendem a (d) atrair moléculas de água em óleos e ceras na
formar lipossomos, estruturas formadas por uma bi- superfície da pele, pelos e penas.
camada lipídica, conforme mostrado na figura. Quan-
do rompida, essa estrutura tende a se reorganizar em E8. (Uece-CE)
um novo lipossomo.
As moléculas que possuem regiões capazes de intera-
gir com moléculas de água e uma região onde não há
essa interação (região hidrofóbica) recebem a deno-
Fosfolipídios minação de moléculas anfipáticas. Dentre as molécu-
las listadas abaixo, assinale a opção que corresponde
à molécula anfipática que tem importante papel nas
Meio
Aquoso atividades celulares, como a capacidade seletiva.
(a) glicose
(b) fosfolipídios
Meio (c) ácidos graxos
Aquoso
(d) colesterol
48
49
50
E19. (Udesc-SC)
Na composição química das células, um constituinte de extrema importância são os glicídios, também chamados de
açúcares ou carboidratos. Analise as proposições com relação a estas moléculas.
I. Algumas são a fonte primária de energia para as células, e outras atuam como reserva desta energia.
II. Alguns glicídios são importantes para a formação dos ácidos nucleicos.
III. Como exemplo destas moléculas pode-se citar a glicose, o amido, o glicogênio e a celulose.
IV. Além de função energética, elas podem ter papel estrutural em algumas células.
(a) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
(b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
(c) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
(d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
(e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
E20. (PUC-SP)
A figura a seguir ilustra a composição de dois carboidratos, o amido e a celulose.
CH2OH
H O H O O O O
4 H 1 1 4
OH OH O O O
OH
H OH
Glicose α Amido: cadeia de subunidades de glicose α
O
O
CH2OH O
O
H O OH 4 O
O
4 H 1 O
OH OH 1
H
H OH
Glicose β Celulose: cadeia de subunidades de glicose β
Fonte: Raven, PH; Johnson, GB Biology. 6th Edition. Mc Graw-hill,2002
51
(e) densamente em torno das proteínas estruturais (a) II, III e IV.
do citoesqueleto. (b) I, II e III.
(c) III e IV.
E22. (UEM-PR-Adaptado)
(d) II e IV.
O colesterol é um dos lipídios encontrados no corpo hu-
mano, bastante conhecido devido à sua associação com (e) I e II.
doenças cardiovasculares. Apresenta ainda diversas
E24. (UEM-PR-Adaptado)
funções importantes ao organismo. Sobre essa molé-
cula, indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s). O termo lipídio designa alguns tipos de substâncias
orgânicas cuja principal característica é a insolubi-
(01) ela é a precursora dos hormônios sexuais, como
lidade em água e a solubilidade em certos solventes
a testosterona e a progesterona.
orgânicos. Sobre esse assunto, indique a soma da(s)
(02) ela participa da composição química da mem- proposição(ões) correta(s).
brana plasmática.
(01) a hidrólise de moléculas de lipídios produz áci-
(04) ela é encontrada em alimentos de origem animal dos graxos e glicerol.
e vegetal, uma vez que é derivada do metabolis-
(02) os lipídios são importantes na estocagem de
mo dos glicerídeos.
energia, na estrutura das membranas celulares
(08) ela é produzida no fígado, quando de origem en- e na ação hormonal.
dógena. (04) os fosfolipídios apresentam, além de ácido graxo
(16) ela permite a formação dos ácidos biliares. e glicerol, um grupo fosfato.
52
(08) os lipídios são compostos orgânicos formados gordura e proteína e ricas em carboidrato. Apesar dessa
pela polimerização de ácidos carboxílicos de ca- orientação, é grande a influência dos livros populares que
deias pequenas. defendem a estratégia oposta: dar preferência aos alimen-
(16) os carotenoides são lipídios importantes para os tos de origem animal e reduzir o consumo de carboidratos.
animais, por participarem da formação da vita- Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/
artigos/dietas-pobres-em-acucares-e-o-risco-de-doencas-
mina A.
cardiacas-artigo/>. Acesso em: nov.2014.
C
FOLHA AZ
1. (UEA-AM) 2. (PUC-MG)
A tabela lista três glicídios e seus componentes. Sobre a estrutura molecular e as funções apresenta-
das por carboidratos, assinale a afirmativa incorreta.
Glicídio Componentes
maltose Glicose + glicose (a) O pão duro se torna macio, quando se adicio-
na água e é levemente aquecido, separando as
sacarose Glicose + frutose
cadeias de polissacarídeos no amido, anterior-
lactose Glicose + galactose
mente agregados pela secura.
Sobre os glicídios da tabela, é correto afirmar que (b) A quitina é polissacarídeo muito abundante na Ter-
(a) a maltose é um monossacarídeo resultante da ra é constituinte do exoesqueleto dos insetos, de
digestão do amido. muitos crustáceos e também presentes em fungos.
(b) a sacarose é um dissacarídeo encontrado em (c) Os usos potenciais das teias de aranha, caso
abundância na cana-de-açúcar. pudessem ser produzidas em grandes quantida-
(c) a lactose é um polissacarídeo que não pode ser des, como suturas cirúrgicas, pois seus políme-
digerido pelo ser humano. ros de glicose unidos são muito fortes.
(d) a maltose, a sacarose e a lactose são classifica- (d) O glicogênio é polissacarídeo armazenado no
das como polissacarídeos. fígado e nos músculos dos animais e pode ser
(e) os três glicídios são dissacarídeos encontrados hidrolisado a monômeros de glicose, a ser utili-
nos vegetais. zada para a produção de ATP.
53
4. (Enem)
(b) ácidos nucleicos, autoduplicação.
54
9. (PUCC-SP)
Nossa dieta é bastante equilibrada em termos
de proteínas, carboidratos e gorduras, mas é insufi-
ciente em micronutrientes e vitaminas. “O brasileiro
consome 400 miligramas de cálcio por dia, quando a
recomendação internacional é de 1 200 miligramas,”
(…). É um problema cultural, mais do que socioeco-
nômico, já que os mais abastados, das classes A e B,
ingerem cerca da metade de cálcio que deveriam.
Revista Pesquisa Fapesp, junho de 2010, p. 56.
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56
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lam diversas outras propriedades, que estão listadas abaixo:
1) Proteínas de reserva: aquelas como albumina, presente
no ovo, e as de sementes são fontes de aminoácidos para
os embriões em formação. No fígado e no baço, temos
uma denominada ferritina, que representa o principal de-
pósito de ferro do corpo.
2) Proteínas de transporte: as apolipoproteínas são respon-
sáveis pelo transporte de lipídios para o corpo, por meio Na desnutrição grave, com a quebra de
da corrente sanguínea. proteínas musculares para gerar energia, ob-
3) Proteínas protetoras: são envolvidas na defesa do or- servamos que os membros de uma pessoa
ganismo, como os anticorpos, também chamados de desnutrida apresentam uma séria atrofia. Há
imunoglobulinas (Ig), responsáveis pela defesa do cor- também uma rarefação de cabelos e pelos,
po, pois auxiliam as células de defesa e inativam agen- pois eles são formados de aminoácidos. Nessa
tes infecciosos. Além disso, existem aquelas que agem situação, esses monômeros são utilizados para
na reparação, como é o caso do fibrinogênio, que atua gerar energia em vez de formar proteínas que
em lesões nos vasos sanguíneos e participa do proces- constituirão os cabelos e pelos.
so de coagulação.
Bactéria
An�corpo Linfócito B
57
Miofibrila
Miosina
Músculo
Actina
Fibras musculares
H2N C COOH
Grupamento Grupamento
amino H carboxila
58
Os 20 aminoácidos
Aminoácidos com cadeias laterais hidrofílicas carregadas eletricamente
Positivo
Aminoácidos abreviam-se
tanto com três letras como Arginina Histidina Lisina
com uma letra. (Arg; R) (His; H) (Lys; K)
H H H
H3N+
C COO –
H3N+
C COO –
H3N +
C COO–
CH2 CH2 CH2
+
CH2 C NH CH2
CH2 CH CH2
NH HC NH CH2
+
C NH2 +
NH3
NH2
Nega�vo
A estrutura
geral de todos Ácido aspár�co Ácido glutâmico
os aminoácidos (Asp; D) (Glu; E)
é a mesma... H H
H3N +
C COO –
H3N+ C COO–
...mas cada
um possui uma CH2 CH2
cadeia lateral COO –
CH2
diferente
COO–
CH3 C CH2
H2N O C OH
H2N O
Casos especiais
59
Os 20 aminoácidos
Aminoácidos com cadeias laterais hidrofóbicas
Momento NERD
Quando um aminoácido está em solução aquosa, sua Nessa situação, o aminoácido ficará com carga
carboxila libera um íon H+ e forma o grupamento -COO–; negativa.
enquanto o grupamento amino recebe um íon H+ e for- Em meio ácido, o zwitterion pode comportar-se
ma o grupamento –NH+3. Então, na água, os aminoácidos como base, recebendo H+.
se encontram como íons que têm uma parte com carga
H H
positiva e outra com carga negativa. Em solução aquosa,
esses aminoácidos são chamados de zwitterion (do ale- R C COO + H– +
R C COOH
mão zwitter, híbrido). NH3 NH3
Zwitterion
O O
Nessa situação, o aminoácido ficará com carga positiva.
HO C –
O C
As substâncias que apresentam esse comporta-
H2N C H +
H3N C H mento duplo, agindo como ácidos e como bases, são
R R denominadas anfóteras.
Forma não Forma O carbono α dos aminoácidos é assimétrico ou qui-
iônica zitteriônica ral, porque tem quatro diferentes ligantes (exceto a gli-
cina, pois o radical é um átomo de hidrogênio). Portan-
Em meio básico, um zwitterion pode comportar-se to, os aminoácidos podem exibir a isomeria óptica, em
como ácido, liberando H+. duas formas: dextrógira ou D–aminoácidos e levógira
ou L–aminoácidos. Ao contrário dos monossacarídeos,
H H
mais encontrados na forma dextrógira, a forma levógira
R C COO– R C COO– + H+ dos aminoácidos (L–aminoácidos) é comumente encon-
NH +
3
NH2 trada na maioria dos seres vivos, e sua presença é uma
Zwitterion importante “assinatura” química da vida.
60
– –
O O O O Feijão
C C
+ Uma refeição que inclua feijão e arroz é uma fonte ba-
H3N C H O C
rata de proteínas de boa qualidade porque fornece oito dos
R1 R1 aminoácidos essenciais.
61
R1 H R2
+
H3N CH C OH + H N CH COO–
Desidratação
O
Hidrólise
H2O H2O
R1 H R2
+
H3N CH C N CH COO–
O
Na figura acima está destacada a função orgânica amida, na qual o nitrogênio está ligado
diretamente a uma carbonila. A identificação da ligação peptídica é feita a partir da localiza-
ção da ligação entre o carbono e o nitrogênio dentro do grupamento amida.
Os produtos das ligações entre os aminoácidos são chamados de peptídios. A ligação en-
tre dois aminoácidos formam um dipeptídio, três formam um tripeptídio, quatro formam um
tetrapeptídio, e assim por diante. Como as proteínas são formadas por muitos aminoácidos,
a nomenclatura polipeptídios (do grego poli, muito) também é utilizada.
No início de qualquer proteína, há um grupamento amino livre do primeiro aminoácido
da cadeia, denominado como extremidade amino-terminal ou N-terminal. Na outra extre-
midade da cadeia, no último aminoácido, há uma carboxila livre chamada de extremidade
carboxi-terminal ou C-terminal. Dessa forma, as proteínas apresentam uma orientação em
sua cadeia de “N → C”.
OH
CH3 CH3
CH
CH2OH H H H CH2 H CH3 H CH2
H3N+
C C N C C N C C N C C N C COO–
H O H O H O H O H
Extremidade Extremidade
amino-terminal carboxi-terminal
ou N-terminal ou C-terminal
Como podemos ver na figura anterior, todos os grupamentos amino e carboxila (exceto
aqueles da cadeia lateral) estão envolvidos na formação da ligação peptídica, logo não
existem na cadeia como grupamentos livres.
62
63
Pontes de hidrogênio
Pontes de hidrogênio
64
• pontes dissulfeto, ligações covalentes entre as cadeias laterais dos aminoácidos cisteína;
• ligações de hidrogênio, ligação intermolecular entre as cadeias laterais;
• interações iônicas, também ligações intermoleculares, mas entre cadeias laterais
carregadas positivamente com cadeias laterais carregadas negativamente, formando
uma ponte salina;
• forças de Van der Waals (também chamada de dipolo-dipolo induzido), uma ligação
intermolecular muito fraca entre cadeias laterais hidrofóbicas, apolares.
Interações hidrofóbicas
(forças de Van der Waals)
CH Cadeia
CH2 H3C CH3 polipeptídica
OH
H3C CH3
Ligações de CH
hidrogênio
O
C OH
CH2 S S CH2
CH2
Ponte dissulfeto
(entre duas moléculas de cisteína)
O
CH2 CH2 CH2 CH2 NH3 + –0 C CH2
Interações eletrostáticas
(ponte salina)
É possível reparar que o arranjo final de uma proteína está diretamente relacionado à
sequência de aminoácidos presentes nela, o que, consequentemente, relaciona a forma e a
respectiva função. Por exemplo, as enzimas funcionam por meio de um encaixe entre elas e a
substância com a qual vão reagir. Podemos, também, citar os anticorpos que têm formato espe-
cífico para se ligar a determinado antígeno. Assim, ao alterarmos a sequência de aminoácidos
de uma proteína, estamos, também, alterando a forma e, em decorrência disso, a função desta.
65
• Proteínas globulares: apresentam cadeias polipep- A desnaturação pode ser ocasionada pelos seguintes
tídicas enoveladas, produzindo formas esféricas, e fatores:
costumam conter diversos tipos de estruturas secun- • Aumentos na temperatura: promovem maior agita-
dárias. As enzimas e as proteínas transportadoras ção das moléculas e podem romper as ligações de
estão nesse grupo. hidrogênio e as forças de Van der Waals.
4 cadeias polipeptídicas (globinas) • Alterações no pH: podem mudar o padrão de ionização
dos aminoácidos que compõem as proteínas e, assim,
Cadeia β desfazer as interações iônicas entre as cadeias laterais.
• Algumas substâncias químicas: como ureia, acetona
e etanol, podem romper as interações que determi-
nam a estrutura terciária da proteína, sem quebrar a
ligação peptídica.
A desnaturação é geralmente irreversível (o cozimento
Cadeia α Ferro (Fe2+) de um ovo desnatura as suas proteínas); entretanto, em al-
gumas situações, a desnaturação pode ser reversível, desde
que os fatores que promoveram a alteração sejam retirados.
Grupamento Nessas situações, a proteína retorna à sua forma “nativa” e
Heme
à sua função normal. Esse processo é denominado renatura-
A hemoglobina é um exemplo de proteína globular com estrutura ção e pode ser retardado por baixas temperaturas.
quaternária. Ela é formada pela união de quatro cadeias polipeptídi-
A desnaturação rompe a estrutura secundária
cas, duas cadeias α e duas cadeias β. e terciária de uma proteína e destrói suas
funções biológicas.
Proteína
Classificação das proteínas desnaturada
conjugadas apresentam uma parte proteica, chamada A renaturação (remontagem de uma proteína que
foi desnaturada) é às vezes possível, mas normalmente
apoproteína, e uma parte não proteica, o radical ou a desnaturação é irreversível.
grupamento prostético. Quando essas duas partes es-
A estrutura terciária de uma proteína é determinada
tão unidas, podemos chamá-la de holoproteína. A he-
pela sequência de aminoácidos, ou seja, pela estrutura pri-
moglobina é um exemplo de proteína conjugada, em
mária. A prova mais importante disso vem do fato de que
que o grupamento heme é um radical prostético.
algumas proteínas que tiveram sua estrutura terciária al-
HOLOPROTEÍNA = APOPROTEÍNA +
terada podem organizar-se novamente na renaturação.
+ GRUPAMENTO PROSTÉTICO
Em geral, as proteínas adaptadas a altas temperaturas
conseguem manter sua estrutura terciária porque apre-
sentam muitas pontes dissulfeto, que, por serem ligações
covalentes, são mais fortes que as outras ligações, inter-
5. Desnaturação moleculares. Essas proteínas são encontradas em bacté-
rias termófilas, que vivem em locais onde a temperatura
A estrutura tridimensional de uma proteína é sensível pode chegar a, aproximadamente, 80 °C.
a condições ambientais. Determinadas situações podem A desnaturação se mostra útil com relação aos pro-
alterar as ligações que estabelecem a estrutura secundá- cessos de esterilização, nos quais aquecemos objetos ou
ria e terciária de uma cadeia polipeptídica. Desse modo, alimentos, visando desnaturar as enzimas de microrganis-
pode haver a perda da forma da proteína, e assim haverá, mos possivelmente patogênicos.
também, a perda da função. A perda da estrutura terciá- Além disso, a desnaturação das proteínas dos alimen-
ria normal de uma proteína chama-se desnaturação. Esse tos durante o processo de cozimento facilita a digestão
processo não afeta a ligação peptídica, então não ocorrerá destes. Como a estrutura primária não é alterada, o valor
mudança na estrutura primária da cadeia. nutritivo das proteínas também não é.
66
Em contrapartida, o aumento da temperatura corporal nomes tradicionais, como os casos da pepsina e da tripsina,
quando estamos com febre é preocupante, pois corremos que também catalisam a digestão de proteínas. Há ainda en-
o risco de afetar nossas proteínas (como enzimas, por zimas nomeadas de acordo com a sua função. São exemplos
exemplo), principalmente do tecido nervoso. as ligases (catalisam reações de união entre duas molécu-
las), as hidrolases (catalisam reações de hidrólise, ou seja,
quebra de ligações pela adição de uma molécula de água)
Curiosidades sobre a desnaturação
e as oxidorredutases (catalisam reações de oxidorredução).
1) Cozinhando um ovo sem fogo
Uma maneira fácil de demonstrar como modifi- 6.1 Mecanismo das reações químicas em geral
cações no pH podem causar desnaturação das pro- Considere a queima do butano, o gás de cozinha
teínas é colocar um ovo cru em contato com vinagre. (C4H10 + 13/2 O2 → 4CO2 + 5H2O). Toda vez que o butano
O ácido acético destrói as interações elétricas en- é exposto ao oxigênio do ar, espera-se que a reação ocor-
tre os aminoácidos das proteínas do ovo, causando ra espontaneamente. Contudo, isso não ocorre. A simples
a desnaturação. O vinagre causa “teoricamente” o mistura do butano com o oxigênio não produz reação. A
mesmo efeito final do fogo no processo de cozimento. queima do butano começará somente se for fornecida uma
2) A “chapinha” e a renaturação energia inicial (no caso do fogão, essa energia é forneci-
Quando mulheres utilizam a famosa “chapinha” da riscando-se um fósforo ou até mesmo por meio de uma
para alisar os cabelos, estão, na verdade, ocasionan- faísca elétrica produzida pelo próprio fogão). A necessida-
do um processo de desnaturação, ao submeter os ca- de dessa energia para iniciar a reação mostra que existe
belos a altas temperaturas. A perda da forma original uma barreira entre os reagentes e os produtos.
das proteínas do cabelo faz com que ele fique liso. As reações só prosseguem após ter sido superada essa
Todavia, diferentemente das do ovo, as proteí- barreira energética, pela adição de uma pequena quantidade
nas do cabelo podem voltar ao estado normal de- de energia. Assim, a barreira energética representa a quantida-
pois de algum tempo. Assim, quando molhados, os de de energia necessária para iniciar a reação, conhecida como
cabelos voltam à forma original. energia de ativação (Ea). Em uma reação química, a energia de
ativação é responsável por formar uma estrutura intermediária
instável entre os reagentes e os produtos, denominada comple-
xo ativado ou estado de transição. No complexo ativado, exis-
tem ligações enfraquecidas (presentes nos reagentes) e forma-
6. Enzimas ção de novas ligações (presentes nos produtos); nesse estágio,
As reações que ocorrem nas células são tão lentas que há mais energia que os reagentes e os produtos.
podem não contribuir para a vida, a menos que as células fa- Complexo a�vado
çam algo a fim de acelerá-las. Este é o papel dos catalisadores: (instável)
Energia da reação
67
O aumento da temperatura não funcionaria em seres vivos, pois aceleraria todas as rea-
ções, inclusive as destrutivas. A maneira mais eficaz de acelerar uma reação em seres vivos
seria diminuir, de forma específica, a energia de ativação dessa reação. A resposta se encontra
no mecanismo de atuação dos catalisadores. Como dito, catalisadores aceleram as reações,
porque reduzem a energia de ativação necessária para que a reação ocorra. Dessa forma, per-
mitem a existência de reações com uma boa velocidade, mesmo em temperaturas baixas.
Energia da reação
catalisada.
Ea
Reagentes
Não há diferença na
Reação ∆E variação de energia
catalisada entre a reação catalisada
e a não catalisada
Produtos
Curso da reação
Os catalisadores não biológicos são, na maioria, não específicos. A platina pulverizada, por
exemplo, catalisa virtualmente qualquer reação em que o hidrogênio molecular (H2) seja um
reagente. Em contrapartida, os catalisadores biológicos são, na maioria, altamente específicos.
Os catalisadores biológicos são moléculas de proteínas (enzimas) ou RNA (ribozimas) e, geral-
mente, reconhecem e se ligam apenas a um ou a poucos reagentes e catalisam somente uma
única reação. Abordaremos, ao longo deste capítulo, as enzimas.
Nas catálises enzimáticas, os reagentes são chamados de substratos. As moléculas do
substrato se ligam a uma região especial na superfície da enzima, chamada sítio ativo, em
que ocorre a catálise.
O substrato se encaixa
perfeitamente no sítio ativo. Liberação do produto
Sítio ativo
Substratos
E+S ES EP E+P
68
Zimogênios
São precursores enzimáticos inativos que, ao sofrerem hidrólise, provocada por um determinado agente, se
tornam ativos. Várias dessas enzimas são proteases (enzimas que catalisam a hidrólise de proteínas) altamente
reativas e podem ser prejudiciais à célula caso seja sintetizada na forma ativa.
Enteroquinase
Tripsinogênio Tripsina
Tripsina
69
• Aceleram tanto a reação direta quanto a inversa: isso ocorre porque são capazes de dimi-
nuir a energia de ativação em ambos os sentidos; desse modo, as enzimas não são capazes
de alterar ou deslocar o equilíbrio químico de uma reação. O único efeito que elas provocam
no equilíbrio é a diminuição do tempo necessário para que esse equilíbrio seja atingido.
• São altamente específicas: os primeiros estudos sobre a especificidade das enzimas
apontavam que os substratos eram estruturalmente complementares ao sítio ativo. O
modelo desenvolvido admitia que o substrato se encaixaria perfeitamente ao sítio ativo
que seria um “molde rígido”, como uma chave encaixando-se em sua fechadura; a partir
dessa comparação, surgiu o chamado modelo “chave-fechadura”. Anos depois, esse mo-
delo foi contestado, pois um sítio ativo perfeitamente complementar ao substrato e rígido
impediria a formação do estado de transição (complexo ativado), e, assim, não haveria
“espaço” para a mudança conformacional do substrato em complexo ativado.
O substrato se encaixa
perfeitamente ao sítio
ativo.
Não ocorre
a reação.
Complexo enzima-
substrato (ES)
Então surgiu uma nova explicação, o modelo do “encaixe induzido”. Nesse modelo, o
sítio ativo é flexível; assim, o substrato pode ser modificado, formando o estado de tran-
sição, e depois, o produto. O sítio ativo é estruturalmente complementar ao estado de
transição; isso garante a especificidade da enzima.
70
2.0 2.0
C
1.5 1.5 Concentração 4x de enzima
B
1.0 1.0
Vmáx
0.5 0.5
A
Concentração x de enzima
0 0 Km
Km
Concentração de substrato ([S]) Concentração de substrato ([S])
=S
Na mesma reação, quanto maior for a concentração
=E da enzima, maiores serão as velocidades alcançadas. Note
que o Km é o mesmo, pois se trata da mesma enzima; logo,
deve haver a mesma afinidade.
No ponto A, há baixa concentração de substrato; as-
6.4.3 Temperatura
sim, há muitas enzimas livres para catalisar a reação. No
As reações químicas dependem de choques efetivos entre
ponto B, metade das enzimas está com seus sítios ativos
os reagentes. Assim, ao elevarmos a temperatura, aumentan-
completamente ocupados. No ponto C, a concentração de
do a velocidade de movimento das moléculas, aumentamos,
substrato é alta, e todas as enzimas estão com seus sítios também, a chance de um choque efetivo e, consequentemen-
ativos ocupados. Como não há enzimas “disponíveis” para te, a velocidade da reação. Quando utilizamos catalisadores
catalisar, todas estão trabalhando o mais rápido possível – enzimáticos, no entanto, percebemos que a velocidade da
na sua velocidade máxima. reação aumenta até determinada temperatura, chamada de
ponto ótimo (no qual a velocidade é máxima), diminuindo, a
partir daí, até atingir valores próximos a zero.
A equação de Michaelis-Menten
Imaginar a causa desse prejuízo não é difícil quan-
O gráfico visto acima, que expressa a relação do pensamos na natureza proteica das enzimas. Quando
entre a concentração de substrato ([S]) e a veloci- aquecemos excessivamente uma proteína, rompemos liga-
dade (V), apresenta uma curva semelhante para a ções químicas que mantêm o seu perfil específico. Ao per-
maioria das enzimas e pode ser determinado alge- der sua forma, a proteína também perde sua função. Esse
bricamente pela equação de Michaelis-Menten: processo é a chamada desnaturação. Quando alteramos a
Vmáx [[S] forma de uma enzima, alteramos o formato de seu sítio ati-
V =
Km + [S] vo, impedindo sua ligação com o substrato.
O valor da constante de Michaelis, Km, corres- As enzimas não se tornam inativas pelo congelamento. A
ponde à concentração de substrato quando a velo- velocidade das reações diminui com a queda da temperatura,
cidade é igual à metade de Vmáx. No gráfico acima, podendo até mesmo cessar. No entanto, a atividade catalítica
corresponde ao ponto B. reaparece quando a temperatura se eleva a valores normais.
Km = [S], quando V = ½ Vmáx Velocidade
Didaticamente, podemos dizer que Km é um indi- máxima
cador da afinidade da enzima por seu substrato. Se o
Velocidade da reação
71
Vmáx
O DIPF, um inibidor A ligação covalente
irreversível, reage do DIPF ao sítio
O grupamento covalentemente ativo impede a
hidroxila está na com o grupo entrada do
cadeia lateral hidroxila. substrato.
da serina, no CH3 CH3
sítio ativo. H CH3 H CH3
8,5 pH Ser OH F Ser O
O O
Enzima: lipase P P
O sítio ativo
apresenta O O O O
Substrato: lipídios
uma serina CH3 CH3
pH ideal: 8,5 H H
CH3 CH3
Local de atuação: intes�no
72
Inibição competitiva
Os inibidores competitivos são similares a um substra-
to natural específico da enzima, o suficiente para se liga- Inibidor não
compe��vo
rem de modo não covalente ao seu sítio ativo. No entanto,
eles são suficientemente diferentes para que a enzima não Note que o inibidor permite a ligação da enzima ao
catalise qualquer reação química. Enquanto o inibidor esti- substrato, mas não haverá a formação de produto.
ver ligado à enzima, o substrato natural não entra no sítio Como o inibidor impede a formação do produto, e não
ativo, então vemos que esses inibidores competem, pelo a ligação entre o substrato e o sítio ativo, não haverá mu-
sítio ativo, com o substrato normal. Podemos concluir que dança na afinidade da enzima pelo substrato; logo, o valor
o inibidor reduz a afinidade da enzima por seu substrato; de Km será o mesmo. Em essência, o inibidor simplesmente
logo, o valor de Km será maior. diminui a concentração de enzima funcional. O restante da
Inibidor compe��vo
Substrato enzima se comporta como uma solução mais diluída da en-
zima, com a mesma afinidade.
Vmáx
No entanto, esses inibidores são reversíveis; logo, se 2,0
Enzima sem
aumentarmos a concentração do substrato, haverá mais 1,5 inibidor
moléculas de substrato do que de inibidor. Então, o subs-
1,0
trato entrará preferencialmente no sítio ativo, reverten-
Vmáx
do esse quadro. Em altas concentrações de substrato, as 0,5
enzimas inibidas voltam a exibir a mesma Vmáx. Enzima com inibidor
0 Km
Vmáx
1,0 Concentração de substrato ([S])
Velocidade da reação (V)
Enzima sem
0,8 inibidor
Na inibição não competitiva, o Km será o mesmo, e a Vmáx
Enzima com inibidor
0,6 será menor, mesmo com altas concentrações de substrato.
0,4
Aplicações farmacológicas da inibição enzimática
0,2
Km K’m • A penicilina, um tipo de antibiótico, atua como
0
Concentração de substrato ([S]) inibidor de enzimas que catalisam reações de
síntese da parede celular, danificando assim a
A enzima com inibidor apresenta um Km maior, por causa estrutura de proteção das bactérias.
da baixa afinidade, mas, em elevadas concentrações de subs-
trato, a Vmáx é a mesma da reação enzimática sem inibidor. • Os principais medicamentos contra o HIV ini-
bem enzimas que promovem a replicação do
Inibição não competitiva vírus. Um exemplo é a zidovudina ou AZT, que
Os inibidores não competitivos são aqueles que não é inibidor da transcriptase reversa. O desen-
se assemelham ao substrato e, portanto, ocupam um sítio volvimento e utilização desses fármacos tem
diferente do sítio ativo. A ligação do inibidor permite que o aumentado consistentemente o tempo e a
substrato se ligue ao sítio ativo da enzima, mas não ocorre qualidade de vida de pacientes.
reação à formação de produto.
73
Enzima Enzima
Sítio
Ativo
Sítio Ativo
Inibidor Modificado Ativador
Enzima Enzima
Concentração de substrato
74
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 1. Identificar proteínas e seus componentes. Objetivo 4. Conceituar enzimas identificando suas principais
propriedades.
F1. (Uece-CE) Objetivo 5. Analisar e compreender gráficos de cinética enzi-
Atente-se à seguinte representação química-estrutu- mática.
ral de um aminoácido.
F3. (PUC-RS)
H A longevidade de frutos durante o armazenamento
depende do nível de atividade de determinadas en-
H
O zimas do metabolismo. A ilustração a seguir mostra
H
como a temperatura e o pH podem afetar a atividade
N C C destas enzimas.
H
R O
Objetivo 3. Caracterizar o processo de desnaturação. Dentre as condições indicadas a seguir, as mais efi-
cientes para prolongar a longevidade de frutos atra-
F2. (Uece-CE)
vés da redução da atividade enzimática estão reuni-
Sobre proteínas que foram desnaturadas sob condi- das em:
ções de elevadas temperaturas, é correto afirmar que
(a) Elevação do pH de 2 para 4 e redução da tempe-
(a) tiveram sua estrutura primária rompida irrever-
ratura de 40 °C para 20 °C.
sivelmente.
(b) Redução do pH de 6 para 4 e elevação da tempe-
(b) apesar de modificadas, permaneceram com sua
ratura de 40 °C para 60 °C.
estrutura primária, composta pela sequência de
aminoácidos ligados entre si. (c) Elevação do pH de 6 para 8 e elevação da tempe-
ratura de 40 °C para 60 °C.
(c) foram temporariamente modificadas, podendo
assumir sua conformação espacial original em (d) Redução do pH de 4 para 2 e redução da tempe-
condições ideais de temperatura. ratura de 40 °C para 20 °C.
(d) se tornaram inadequadas para o consumo hu- (e) Elevação do pH de 4 para 8 e elevação da tempe-
mano, já que foram estruturalmente alteradas. ratura de 40 °C para 60 °C.
75
F5. (Fuvest-SP)
Os carboidratos, os lipídios e as proteínas constituem
material estrutural e de reserva dos seres vivos. Qual
desses componentes orgânicos é mais abundante no
corpo de uma planta e de um animal?
Proteína na forma original Proteína após modificação
(a) Proteínas em plantas e animais.
Esta mudança é chamada de
(b) Carboidratos em plantas e animais.
(a) saturação e pode ser causada pela alteração do
(c) Lipídios em plantas e animais.
pH do meio.
(b) renaturação e pode ser causada pela alteração (d) Carboidratos nas plantas e proteínas nos animais.
da temperatura do meio. (e) Proteínas nas plantas e lipídios nos animais.
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
IV. Pelos nucleotídeos presentes na cadeia.
E1. (UPM-SP)
Analisadas as proposições, assinale a alternativa correta.
Para inibir a ação de uma enzima, pode-se fornecer à
célula uma substância que ocupe o sítio ativo dessa (a) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
enzima. Para isso, essa substância deve: (b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
(a) estar na mesma concentração da enzima. (c) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
(b) ter a mesma estrutura espacial do substrato da (d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
enzima.
(e) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
(c) recobrir toda a molécula da enzima.
(d) ter a mesma função biológica do substrato da E3. (PUC-RJ)
enzima.
As macromoléculas biológicas são polímeros forma-
(e) promover a desnaturação dessa enzima. dos pela união de unidades menores, denominadas
genericamente de monômeros.
E2. (Udesc-SC)
Os monômeros das proteínas e dos lipídeos são, res-
Importantes compostos orgânicos dos seres vivos as pectivamente:
proteínas (cadeia polipeptídica) diferem entre si, nos
(a) Monossacarídeos e ácidos graxos.
seguintes aspectos:
(b) Aminoácidos e nucleotídeos.
I. Tipos de aminoácidos presentes na cadeia.
II. Quantidade de aminoácidos presentes na cadeia. (c) Enzimas e ácidos graxos.
III. Sequência em que os aminoácidos estão unidos (d) Aminoácidos e ácidos graxos.
na cadeia. (e) Monossacarídeos e nucleotídeos.
76
(d) glicerídeos.
E8. (UFRGS-RS)
(e) proteínas. Nos seres vivos, as enzimas aumentam a velocidade
das reações químicas.
E5. (PUCC-SP)
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações
Uma amostra de quilo retirada do intestino de uma abaixo, referentes às enzimas.
pessoa apresentou-se rica em aminoácidos e glicose.
( ) As enzimas têm todas o mesmo pH ótimo.
Pode-se concluir que a pessoa alimentou-se de:
(a) lipídios e proteínas ( ) A temperatura não afeta a formação do comple-
xo enzima-substrato.
(b) lipídios e amido
( ) A desnaturação, em temperaturas elevadas, aci-
(c) lipídios e carboidratos ma da ótima, pode reduzir a atividade enzimática.
(d) proteínas e carboidratos ( ) A concentração do substrato afeta a taxa de rea-
(e) proteínas e ácidos graxos ção de uma enzima.
A sequência correta de preenchimento dos parênte-
E6. (UEG-GO)
ses, de cima para baixo, é
As enzimas são, em sua grande maioria, proteínas com (a) V – V – F – F. (d) F – V – F – V.
atividade catalítica e participam de diferentes reações
metabólicas nos organismos. Durante a catálise, o subs- (b) V – F – V – F. (e) F – F – V – V.
trato é convertido em um produto para que haja síntese (c) V – F – F – V.
de macromoléculas, decomposição de outras moléculas
do organismo ou a liberação de energia para manutenção E9. (UEG-GO)
do metabolismo. Todavia, para que essas ações ocorram, Algumas pessoas possuem genes que não comandam
diversos fatores são necessários, dentre eles a: a produção de certas enzimas e, por isso, podem não
(a) disponibilidade de substrato para ocupar todos realizar determinadas funções. Um exemplo disso no
os respectivos sítios catalíticos das enzimas. organismo humano é a ausência da enzima que trans-
(b) presença de metais tóxicos, como cálcio e zinco, forma a fenilanina, encontrada nas proteínas ingeri-
que inviabilizam as reações enzimáticas. das com alimento, em tirosina. Sobre as enzimas, é
correto afirmar:
(c) reposição das enzimas, na medida em que são
consumidas pelo processo de catálise. (a) dependem da variação da temperatura e da con-
centração de substrato, ativando o sistema en-
(d) ação da temperatura, uma vez que quanto maior zimático.
a temperatura, maior será a catálise.
(b) são proteínas que funcionam como catalisado-
(e) concentração de H+ ideal, visto que confere pH res de determinadas reações químicas nos or-
neutro para a reação, oxidando-a. ganismos.
77
78
E15. (FGV-SP)
Considere o seguinte esquema em que as letras repre-
sentam substâncias químicas e os números represen-
tam enzimas que catalisam reações de transformações.
( ) As enzimas facilitam as reações biológicas, di-
minuindo a energia de ativação.
( ) Nos animais pecilotérmicos, a temperatura am-
biente pode interferir na velocidade das reações
(a) A enzima 4 é a mais importante da série. biológicas.
(b) Se uma substância destruir a enzima 3 todas as ( ) Ao sofrerem hidrólise, as enzimas produzem
reações cessarão. ácidos graxos.
(c) Se a enzima 1 for removida, B será formada a ( ) Na situação ilustrada na figura, é estabelecida a
partir de A, mas a reação inversa não ocorre. analogia resumida na tabela a seguir.
79
E20. (UPF-RS)
80
De acordo com essa teoria, o substrato induz uma mu- (c) nos tubos I e II.
dança conformacional na enzima com a qual ele intera- (d) nos tubos I e III.
ge. Essas mudanças garantem um melhor ajuste entre o
sítio ativo e o substrato. Alguns autores comparam esse (e) nos tubos II e III.
encaixe com um aperto de mão, o qual vai se moldando e
se tornando cada vez mais forte. Quando o substrato in- E23. (UEA-AM)
terage com o sítio ativo da enzima, surgem ligações que Todas as reações metabólicas, sejam elas anabó-
induzem mudanças, as quais permitem que mais liga- licas ou catabólicas, só ocorrem na presença de
ções sejam estabelecidas. Com isso, o sítio ativo envolve enzimas especificas. As moléculas enzimáticas
cada vez mais o substrato, mantendo-o em seu local. participam da reação, mas não são consumidas ou
modificadas no processo. Por esse motivo são cha-
madas catalisadores biológicos. O gráfico abaixo
indica as velocidades com que ocorrem as reações
das enzimas I, II e III, em função do pH do meio. Com
base no gráfico e em seus conhecimentos é correto
afirmar que:
81
Os resultados estão representados no gráfico abaixo: A curva I corresponde aos resultados obtidos na au-
sência de inibidores.
As curvas que representam a resposta obtida na pre-
sença de um inibidor competitivo e na presença de um
não competitivo estão indicadas, respectivamente, pe-
los seguintes números:
(a) II e IV
(b) II e III
(c) III e II
(d) IV e III
C
FOLHA AZ
A formação das proteínas depende da união dos ami-
1. (PUC-PR)
noácidos por meio de ligações do tipo
As enzimas são moléculas polipeptídicas de grande
(a) glicosídicas.
tamanho que muitas vezes apresentam uma forma
globosa. Elas são capazes de interagir com substra- (b) fenólicas.
tos e atuar como catalisadores biológicos. O nome (c) peptídicas
dado à região da enzima capaz de interagir com o (d) aromáticas.
substrato é:
(e) lipídicas.
(a) sítio ativo.
(b) núcleo ativo. 4. (Enem)
(c) neurotransmissor. Na década de 1940, na Região Centro-Oeste, produto-
(d) complexo enzimático. res rurais, cujos bois, porcos, aves e cabras estavam
(e) cofator. morrendo por uma peste desconhecida fizeram uma
promessa, que consistiu em não comer carne e deri-
2. (Uece-CE) vados até que a peste fosse debelada. Assim, durante
três meses, arroz, feijão, verduras e legumes forma-
A Astrobiologia, uma ciência moderna que trata de in-
ram o prato principal desses produtores.
vestigar a existência de moléculas orgânicas em ou-
tros planetas, asteroides e meteoros, aponta em pes- Para suprir o déficit nutricional a que os produtores ru-
quisas recentes a “importação” de aminoácidos por rais se submeteram durante o período da promessa, foi
meteoritos que caíram na Terra. Tais moléculas são importante eles terem consumido alimentos ricos em:
de grande relevância para o estudo da vida, pois são (a) vitaminas A e E.
(a) os monômeros dos ácidos nucleicos. (b) frutose e sacarose.
(b) os monômeros construtores de proteínas. (c) aminoácidos naturais.
(c) moléculas básicas para a atividade da maioria (d) aminoácidos essenciais.
das enzimas. (e) ácidos graxos saturados.
(d) coenzimas de importante relevância no proces-
so de síntese proteica. 5. (Enem)
O milho verde recém-colhido tem um sabor adocicado.
3. (PUCC-SP) Já o milho verde comprado na feira, um ou dois dias de-
O glúten é formado pelas proteínas gliadina e glute- pois de colhido, não é mais tão doce, pois cerca de 50%
nina, que se encontram naturalmente na semente de dos carboidratos responsáveis pelo sabor adocicado
muitos cereais, como trigo, cevada, centeio e aveia. São convertidos em amido nas primeiras 24 horas.
82
Para preservar o sabor do milho verde, pode-se usar o (c) Temperatura, superfície de contato e catalisadores.
seguinte procedimento em três etapas: (d) Superfície de contato, temperatura e concentração.
1. descansar e mergulhar as espigas em água fer-
(e) Temperatura, concentração e catalisadores.
vente por alguns minutos;
2. resfriá-las em água corrente; 7. (PUC-PR)
3. conservá-las na geladeira. As enzimas estão presentes em pequenas quantidades
A preservação do sabor original do milho verde pelo no organismo. Elas são moléculas extremamente espe-
procedimento descrito pode ser explicada pelo se- cíficas, atuando somente sobre um determinado com-
guinte argumento: posto e efetuam sempre o mesmo tipo de reação. Em
(a) O choque térmico converte as proteínas do mi- relação às enzimas, foram feitas quatro afirmações:
lho em amido até a saturação; o amido saturado I. Enzimas são proteínas que atuam como catali-
ocupa o lugar do amido que seria formado es- sadores de reações químicas.
pontaneamente. II. Cada reação química que ocorre em um ser vivo,
(b) A água fervente e o resfriamento impermeabi- geralmente é catalisada por um tipo de enzima.
lizam a casca dos grãos de milho, impedindo a
III. A velocidade de uma reação enzimática indepen-
difusão de oxigênio e a oxidação da glicose.
de de fatores como a temperatura e o pH do meio.
(c) As enzimas responsáveis pela conversão desses
IV. As enzimas sofrem um processo de desgaste
carboidratos em amido são desnaturadas pelo
durante a reação química da qual participam.
tratamento com água quente.
São verdadeiras as afirmações:
(d) Microrganismo que, ao retirarem nutrientes dos
grãos, convertem esses carboidratos em amido, (a) Apenas I e II.
são destruídos pelo aquecimento. (b) Apenas I e III.
(e) O aquecimento desidrata os grãos de milho, al- (c) Apenas I, II e IV.
terando o meio de dissolução no qual ocorreria
(d) Apenas III e IV.
espontaneamente a transformação desses car-
boidratos em amido. (e) I, II, III e IV.
6. (Enem) 8. (Uece-CE)
Alguns fatores podem alterar a rapidez das reações No processo de defesa contra as ROS (Espécies Reati-
químicas. A seguir, destacam-se três exemplos no con- vas de Oxigênio), um inteligente mecanismo evolutivo
texto da preparação e da conservação de alimentos: em plantas inclui a biomolécula catalase – CAT – (Wil-
1. A maioria dos produtos alimentícios se conserva lekens et al., 1997; Bowler et al., 1992). Estudos sobre
por muito mais tempo quando submetidos à re- o processo de envelhecimento nos seres vivos apon-
frigeração. Esse procedimento diminui a rapidez tam a catalase exercendo papel protetor contra danos
das reações que contribuem para a degradação oxidativos (Aragão, 2007). A biomolécula referida na
de certos alimentos. informação é um(a)
83
Velocidade da reação
uma reação com o aumento da temperatura do meio
em que ocorreu. Com os dados dessa experiência foi
construído o seguinte gráfico.
Assinale a alternativa que contém a correta explica-
ção do gráfico
0
5 10 pH
Velocidade da reação
III.
II
Velocidade da reação
0
5 10 pH
IV.
III
Velocidade da reação
0°C 10°C 20°C 30°C 40°C 50°C 60°C 70°C
Temperatura
10. (Uerj-RJ)
A sacarose é uma importante fonte de glicídios alimen-
tares. Durante o processo digestivo, sua hidrólise é ca-
talisada pela enzima sacarase ou invertase. Em um la-
boratório, essa hidrólise foi feita por aquecimento, em
presença de HCl. As variações da velocidade de reação
da hidrólise da sacarose em função do pH do meio es-
tão mostradas em dois dos gráficos a seguir. Aqueles
que representam a hidrólise catalisada pela enzima e
pelo HCl são, respectivamente, os de números:
I.
Velocidade da reação
0
5 10 pH
84
I
GABARITO
E01. B
A
E02. E
E03. D
E04. E
E05. D
E06. A
E07. A
E08. E
E09. B
E10. C
E11. C
E12. D
E13. 01 + 02 + 08 = 11
E14. 01 + 04 + 16 + 64 = 85
E15. E
E16. B
E17. B
E18. D
E19. A
E20. A
E21. B
E22. A
E23. A
E24. B
85
86
A obesidade ocorre quando a entrada de energia em devemos observar uma progressiva depleção de proteí-
nosso corpo (ingestão de alimentos) supera os gastos me- nas e gorduras.
tabólicos. Para cada 9,3 calorias de excesso energético que As gorduras são a principal fonte de energia em um
adentram o corpo, aproximadamente 1 grama de gordura quadro de suspensão alimentar, sendo seu consumo cons-
é armazenado. tante até que a maior parte dos depósitos adiposos tenham
A gordura é armazenada principalmente no tecido se esgotado.
subcutâneo e na cavidade intraperitoneal, embora o fí- Proteínas sofrem depleção em três estágios:
gado e outros tecidos corporais frequentemente arma-
1. Depleção rápida inicial: uso de proteínas facilmente
zenam quantidades significativas de lipídios em indiví-
mobilizáveis para produção de energia ou para a gli-
duos obesos.
coneogênese, gerando glicose principalmente para
As principais causas da obesidade são: o cérebro.
• estilo de vida sedentário;
2. Redução na velocidade: as proteínas facilmente
• comportamento alimentar anormal causado por fato- mobilizáveis sofrem depleção, e a taxa de gliconeo-
res ambientais, sociais e psicológicos; gênese e a metabolização de proteínas caem dras-
ticamente. Ocorre um aumento dramático na me-
• supernutrição infantil;
tabolização de gorduras, o que leva à produção de
• anomalias neurogênicas; grande número de corpos cetônicos. Isso produz um
• fatores genéticos. quadro chamado cetose. Os corpos cetônicos, assim
como a glicose, podem atravessar a barreira hema-
toencefálica, sendo utilizados como fonte de energia
pelas células cerebrais.
3. Inanição
3. Depleção rápida tardia: os depósitos de gordura es-
Caracterizada por extrema perda de peso, que pode tão quase completamente esgotados, e a única fon-
ser causada por disponibilidade inadequada de comida ou te remanescente de energia são as proteínas, que
por redução anormal do desejo de se alimentar (anorexia), passam novamente a ser rapidamente metaboliza-
incluindo distúrbios psicogênicos e outros tipos de anoma- das. A morte sobrevém quando a metade da massa
lias fisiológicas. proteica corporal sofrer depleção, comprometendo
a integridade e o funcionamento das células.
3.1 Depleção de nutrientes durante a inanição
4. Vitaminas
Quan�dades de alimentos armazenados
12
Proteína Moléculas orgânicas necessárias ao organismo.
10
4.1 Atuação
8
(quilogramas)
87
4.3 Hipervitaminose
Superdosagem – 150% de sua DDR (dose diária recomendada).
4.4 Avitaminose
Insuficiência dietética, síndromes de má absorção, perda pelas fezes e perda pela flora
intestinal.
Provitamina
Provitamina Organismo
Organismo Vitamina
Vitamina
Provitamina Organismo Vitamina
I. I. VitaminaAA
I. Vitamina
Vitamina A
I. Vitamina A
Vitamina
Vitamina AA
Caroteno
Caroteno Organismo
Organismo Vitamina
Retinol A
Retinol
Caroteno Organismo
Retinol
II. Vitamina
Vitamina D
II.II. VitaminaDD
II. Vitamina D
Provitamina
Provitamina D2D2 Vitamina
Vitamina D D
Organismo
Organismo
Provitamina
ErgosterolD2
Ergosterol Vitamina
CalciferolD
Calciferol
Organismo
Ergosterol Calciferol
4.6 Grupos
I. Hidrossolúveis
Em geral não são armazenadas no organismo e o excesso é eliminado na urina.
Exemplo: Vitamina C e o complexo B (B1, B2, B3, B6, B12, ácido fólico, biotina e
ácido pantotênico)
II. Lipossolúveis
São armazenados no fígado.
Exemplo: Vitaminas A, D, K e E
88
Distúrbios por
Vitaminas Fontes Papéis metabólicos
deficiência
Carnes, fígado,
Hidrossolúveis Coenzima da respiração
cereais integrais, Beribéri (deficiência cardíaca)
B1 (tiamina) celular
leguminosas
Componente do FAD e de
Amplamente
B2 (riboflavina) outras coenzimas do me- Lesões de pele
distribuída na dieta
tabolismo energético
Fígado, carnes,
Componentes do NAD e do Pelagra (diarreia crônica, dermatite e
B3 (niacina) cereais integrais,
NADP alterações neurológicas)
leguminosas
Coenzima do metabolismo
B12 Fígado, ovos, carnes,
dos ácidos nucleicos, Anemia perniciosa, alterações neurológicas
(cianocobalamina) leite e derivados
divisão celular
89
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
do corpo, quando não há tempo suficiente para dedi-
Objetivo 3. Identificar as principais hipovitaminoses.
cação a uma alimentação equilibrada. Sobre as vita-
F1. (FGV-SP) minas, é correto afirmar-se que
Um grupo de pesquisadores constatou os seguintes sin- (a) o consumo em excesso de vitaminas classifica-
tomas de avitaminose em diferentes populações da Amé- das como hidrossolúveis é um risco para a saú-
rica do Sul: escorbuto, raquitismo e cegueira noturna. de, pois, com o tempo, acumulam-se no organis-
mo, tornando-se tóxicas.
Para solucionar esses problemas propuseram forne-
cer as seguintes vitaminas, respectivamente: (b) devido a sua extraordinária capacidade de dis-
solução na gordura corporal, as vitaminas lipos-
(a) C, D, E (d) A, B, E
solúveis não se acumulam no organismo.
(b) C, D, A (e) C, B, A
(c) a carência das vitaminas lipossolúveis C, A e K
(c) E, B, A pode causar, respectivamente, escorbuto, ce-
gueira noturna e hemorragia.
Objetivo 3. Identificar as principais hipovitaminoses.
(d) nos seres humanos, a quantidade de vitaminas
F2. (Suprema-RJ)
que deve ser ingerida varia em função da idade,
do sexo, do estado de saúde e da atividade física
Algumas doenças hemorrágicas ocorrem por defi-
do indivíduo.
ciência no metabolismo de vitamina. Assim, um indi-
víduo com índices baixos de determinadas vitaminas
Objetivo 3. Identificar as principais hipovitaminoses.
pode apresentar algum tipo de processo hemorrágico.
Assinale a alternativa que corresponde a vitamina que F4. (FGV-SP)
está envolvida no processo de coagulação sanguínea
A opção por uma dieta excludente de qualquer pro-
e a sua função nesse processo.
duto de origem animal é totalmente possível, porém,
(a) Vitamina K atuando na formação da trombina, implica em uma reeducação alimentar cujo objetivo é
que é uma proteína essencial no processo de manter a fisiologia do organismo a mais equilibrada
coagulação sanguínea. possível, e, assim, evitar a carência nutricional de
(b) Vitamina C atuando na formação dos leucócitos, (a) vitaminas do complexo B.
que são essenciais no processo de coagulação
(b) nucleotídeos essenciais.
sanguínea.
(c) colesteróis de baixa densidade.
(c) Vitamina E, que faz parte do complexo de molé-
culas existentes no tampão sanguíneo, que se (d) minerais como o ferro e o cálcio.
forma para interromper o processo hemorrágico. (e) vitaminas A e K.
(d) Vitamina A, atuando no aumento da permeabili-
dade capilar, contribuindo assim para a conten- Objetivo 2. Conhecer a função das principais vitaminas.
ção das hemorragias.
F5. (Uece-CE)
Uma alimentação saudável proporciona qualidade de
Objetivo 1. Identificar os principais mecanismos que contro-
lam a ingestão alimentar. vida, pois faz nosso corpo funcionar adequadamente,
Objetivo 2. Conhecer a função das principais vitaminas. e é uma das melhores formas de prevenção para qual-
quer doença. Em uma dieta equilibrada, é preciso in-
F3. (Uece-CE) cluir alimentos ricos em nutrientes, pois esses elemen-
Na atualidade, os suplementos vitamínicos fazem, tos participam de importantes processos metabólicos
cada vez mais, parte da rotina de pessoas em todo o no nosso organismo. Relacione os nutrientes da coluna
mundo, pois possuem a função de suprir a deficiência I, com suas respectivas funções, listadas na coluna II, e
de nutrientes necessários para o bom funcionamento suas respectivas fontes, colocadas na coluna III.
90
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E1. (UPM-SP) Indivíduos Tipos de vitaminas em déficit
91
92
Nome Sintomas/Distúrbios
Vitamina Principais fontes
químico causados pela deficiência
Óleo de amendoim, carnes magras e
(a) Tocoferol E Esterilidade masculina e aborto
laticínios
Cegueira noturna, escorbuto e doenças Óleo de fígado de bacalhau, castanhas e
(b) Retinol A
da pele gema de ovo
(c) Filoquinona D Raquitismo, hemorragias e infertilidade Feijão, vegetais verdes e frutas amarelas
Ácido
(d) C Escorbuto, raquitismo e xeroftalmia Tomate, pimentão e frutas cítricas
ascórbico
(e) Calciferol K Anemia perniciosa, hemorragias e fadiga Castanhas, vegetais verdes e tomate
93
94
95
96
C
FOLHA AZ
Segundo o texto, a cenoura atua apenas na nutrição
1. (Uece-CE)
necessária para manutenção do olho, não tendo efei-
O cajueiro é uma árvore comum em pequenos poma- to nos problemas refrativos. Ainda assim, seu consu-
res, nas cidades e também é muito cultivada em quase mo é importante, pois ela possui uma vitamina que é
todo o País. O seu fruto verdadeiro é a castanha, um matéria-prima para produção da rodopsina, proteína
fruto seco muito apreciado no Brasil e no exterior. O encontrada no epitélio pigmentar da retina. Assinale
“caju” é um pseudofruto, carnoso, suculento e muito a alternativa que mostra corretamente essa vitamina.
rico em fonte de vitamina C, utilizado principalmen-
(a) Vitamina C.
te na produção de sucos e doces. Vitamina C também
pode ser denominada de ácido (b) Vitamina D.
(d) pantenoico.
3. (Enem)
97
(d) tocoferol, uma vitamina com função na propaga- (b) B1, D, C e E. (d) A, E, K e C.
ção dos impulsos nervosos.
8. (Cesva-RJ)
(e) vitamina C, substância antioxidante que diminui
a degeneração de cones e bastonetes. O déficit de vitaminas está presente em populações
carentes do Nordeste, principalmente, em mulheres e
6. (UEG-GO) crianças. O desenvolvimento e a seleção de variedades
de mandioca de mesa com maiores teores de betaca-
As vitaminas são um conjunto de moléculas orgânicas
roteno é um dos objetivos do Projeto de Melhoramento
que desempenham, dependendo de suas caracterís-
de Mandioca para Biofortificação, liderado pela Embra-
ticas químicas, papéis distintos, porém importantes
pa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas / BA).
para o bom funcionamento do corpo humano. Abaixo,
Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/
estão apresentadas as estruturas químicas de algu- noticia/2404344/prosa-rural---mandioca-de-mesa-com-alto-
mas dessas moléculas. teor-de-vitamina-a>. Acesso em: jul. 2017. (Adaptado.)
98
O desenvolvimento de alimentos com maiores teores (d) osteoporose, cansaço e cegueira noturna.
de betacaroteno se justifica porque essa substância é (e) risco aumentado de doenças cardíacas, hiper-
precursora da tensão e câncer na próstata.
(a) vitamina B3, que previne a pelagra.
10. (Udesc-SC)
(b) vitamina E, conhecida como tocoferol.
As vitaminas, embora não sejam produzidas pelo orga-
(c) vitamina A, que evita a cegueira noturna. nismo, não são uma classe particular de substâncias,
(d) tiamina, uma vitamina estimuladora do apetite. e sim uma designação geral para qualquer substância
(e) filoquinona, uma vitamina que atua na coagula- orgânica necessária ao nosso organismo, mesmo em
ção sanguínea. quantidades reduzidas. Sabemos que a vitamina B5
(Ácido pantotênico) é um componente da coenzima A;
9. (UEA-AM) a vitamina B9 (Biotina) atua na síntese das bases ni-
trogenadas; a vitamina B12 (Cianocobolamina) atua na
O alcoolismo crônico é apenas uma das muitas doen-
maturação das hemácias; vitamina C (Ácido ascórbico)
ças causadas pela ingestão excessiva de álcool. Um
atua na manutenção da integridade dos vasos sanguí-
dos problemas associados ao consumo de bebidas al-
neos e a vitamina K (Filoquinona) atua na coagulação do
coólicas é a inibição da absorção de tiamina (vitamina
sangue. Assinale a alternativa correta.
B1) que, dentre outras funções, também é essencial
ao funcionamento de diversas enzimas envolvidas no (a) A ausência da vitamina C está diretamente liga-
processo de respiração celular. Assim, num quadro de da à fragilidade óssea.
deficiência de tiamina, causado por alcoolismo crôni- (b) A vitamina B9 está envolvida com os mecanis-
co, espera-se que o indivíduo apresente os seguintes mos de duplicação do DNA.
sintomas: (c) A vitamina B5 não está envolvida com a forma-
(a) insônia, cansaço e fraqueza muscular. ção de ATP.
(b) cegueira noturna, anemia e baixa produção de (d) A ausência de vitamina B12 levará a um aumen-
hemácias. to de hemácias circulantes.
(c) hemorragia nas gengivas, descalcificação den- (e) A ausência da vitamina K pode evitar quadros
tária e anemia. hemorrágicos.
GABARITO
A
E01. B E08. D E19. A
E02. C E09. A E20. D
E03. A E10. C E21. B
E04. E E11. B E22.
E05. C E12. 01 + 02 + 04 + 08 = 15 a) As lipossolúveis, pois apresen-
E13. tam uma alta capacidade de
E06. B
migrar pela membrana plas-
E07. A vitamina A (retinol) atua a) Escorbuto, doença caracteriza- mática, gerando assim acúmulo
na visão por meio da forma- da por hemorragias, alteração em alguns tecidos, como fígado
ção da rodopsina (proteína das gengivas e queda da resis- e tecido adiposo.
componente dos bastonetes tência às infecções.
b) Lipossolúveis: A, D, E e K; Hi-
da retina). Os bastonetes são b) Pode ser prevenido pelo con- drossolúveis: B1 (tiamina), B2
células que detectam os tons sumo diário de vitamina C (riboflavina), B3 (niacina), B5
de preto, cinza e branco, sen- (ácido ascórbico), presente em (ácido pantotênico), B6 (piri-
do responsáveis pela visão frutas cítricas, verduras e le- doxina), B8 (biotina), B9 (ácido
noturna. Sua avitaminose ou gumes. fólico), B12 (cianocobalamina)
hipovitaminose pode oca- E14. A e C (ácido ascórbico).
sionar hemeralopia, que é a E15. C E23. A carência de vitamina A pode
dificuldade de enxergar em provocar a cegueira noturna e
E16. A
ambientes pouco iluminados; a xeroftalmia; e a carência de
e a xeroftalmia, que é o res- E17. C vitamina K prejudica o proces-
secamento da córnea. E18. E so de coagulação do sangue.
99
100
101
3. Dimensões celulares
Em geral, as células são tão pequenas que não podem ser vistas a olho nu, pois o limite
de resolução do olho humano é da ordem de 0,1 mm, e as células apresentam, em média,
de 10 μm a 100 μm de tamanho – por isso, a observação das células requer a utilização de
microscópios. Os microscópios ópticos de boa qualidade têm limite de resolução da ordem
de 0,25 μm, enquanto o microscópio eletrônico tem limite de resolução de 1 nm.
1Å 1 nm 10 nm 100 nm 1 µm 10 µm 100 µm 1 mm 1 cm
Microscópio eletrônico
Microscópio de luz
Visível a olho nu
Gráfico comparativo dos Ale-ks/ Thinkstock | Molekuul.be/Shutterstock | Nixxphotography/iStockphoto | Dtkutoo/Shutterstock
limites de resolução do Kateryna Kon/Dreamstime | Molekuul.be/Shutterstock
olho humano, microscó- Surgiram algumas leis para explicar o reduzido tamanho das células. As principais são
pio de luz e microscópio
eletrônico. a lei de Spencer e a lei de Driesch.
102
1 mm Superfície: 6 mm2
Volume: 1 mm3
1 mm Aumento de:
100 vezes na superfície;
10 mm 1000 vezes no volume.
10 mm Aumento de:
Um caso diferente é o da gema de ovo da gali-
100 vezes na superfície; nha, quando o desenvolvimento embrionário ainda
100 mm 1000 vezes no volume.
não se iniciou, ou do caviar (óvulo de algumas es-
pécies de peixes). Nesses casos, a célula aumenta
muito de volume, porque armazena grande reserva
100 mm Superfície: 60 000 mm2
de alimento (que será consumida por um possível
Volume: 1000 000 mm3
embrião). Assim, apenas uma pequena parte da
célula é formada por citoplasma em atividade. Por
isso, há pouca necessidade de trocar substâncias
100 mm
com o ambiente, e sua pequena área relativa não
constitui problema.
Uma célula que cresce tem um aumento muito maior 3.2 Lei de Driesch ou lei da constância do volume celular
no gasto de nutrientes e de oxigênio do que na absorção
dessas substâncias. Esse problema – a desproporção entre O enunciado dessa lei é o seguinte: “Em indivíduos da
mesma espécie, mesmo sexo e mesmo grau de desenvol-
a área e o volume quando a célula cresce – pode ser re-
vimento, as células de um mesmo tecido têm o mesmo
solvido com a divisão da célula em duas, restabelecendo a
volume”.
relação área-volume original. Por isso, as células mantêm
um pequeno tamanho.
103
Segundo a lei de Spencer, as células que crescem de- No citoplasma das cianobactérias, é possível encon-
vem dividir-se, logo elas serão igualmente pequenas. Então, trarmos pigmentos como a clorofila, responsável pela rea-
a diferença de tamanho entre indivíduos da mesma espécie lização da fotossíntese.
é causada pelo número de células, e não pelo tamanho de-
Ribossomos Membrana
las. As células do fígado de um anão são do mesmo tamanho Enzimas relacionadas plasmá�ca
que as de uma pessoa de 2 m, por exemplo. A diferença en- com a respiração e Fímbrias
Cápsula
que estão ligadas Mesossomo
tre ambos é resultado do número distinto de células. à face interna da
membrana
plasmá�ca
4. Tipos celulares
Flagelo
4.1 Células procariotas Plasmídeos
As células procariotas ou procariontes apresentam Citoplasma Parede celular
Nucleoide associado
uma estrutura muito simples, e sua característica mais a um mesossomo
marcante é a ausência de membrana nuclear ou carioteca,
Estrutura de uma bactéria.
estando o material genético disperso no citoplasma.
Na verdade, os procariotos não apenas carecem de Envoltório de mucilagem
Inclusões
um núcleo organizado, mas de todos os tipos de organelas Parede celular
membranosas (mitocôndrias, cloroplastos, complexo gol- Nucleoide
giense, lisossomos, retículo endoplasmático).
Os procariotos têm seu citoplasma envolvido por uma
membrana plasmática, que, por sua vez, é reforçada ex-
ternamente por uma camada de glicídios e aminoácidos
(peptidioglicanos) denominada parede celular. A membra-
na plasmática pode formar invaginações ou dobras, cha-
madas mesossomos, ricas em enzimas respiratórias e im-
Ribossomos Membrana
portantes no período da divisão celular, guiando o material
plasmá�ca
genético para os polos da célula. Muitas bactérias têm fla- Membrana fotossinté�ca Citoplasma
gelos, filamentos longos usados na locomoção, formados
Estrutura de uma cianobactéria.
por proteína, denominada flagelina (não são oriundos dos
centríolos como nas células eucariontes). Além dos flage-
los, pode haver filamentos de citoplasma, chamados fím- As menores células, os micoplasmas
brias, que atuam na conjugação (troca de material genético
Micoplasmas são bactérias muito pequenas, que
entre duas bactérias) e ajudam na adesão da bactéria às
medem entre 0,1 e 0,25 μm de diâmetro e não têm
células do hospedeiro, facilitando a infecção.
parede celular. Tais organismos eram chamados de
No citoplasma, encontramos os ribossomos do tipo 70S PPLO (pleuropneumonia like organisms, ou seja, orga-
e o material genético, formado de moléculas de DNA circular nismos semelhantes aos da pleuropneumonia).
não associado a histonas, proteínas envolvidas pelo DNA.
O DNA dos procariotos pode localizar-se no(s): Nucleoide
• Nucleoide: é o local do citoplasma onde está o mate-
rial genético principal, que contém genes necessários
ao crescimento e à reprodução da bactéria. Está liga-
do ao mesossomo.
Inclusão
• Plasmídios: são moléculas menores e circulares de
DNA. Os plasmídios apresentam genes que comandam
a síntese de proteínas capazes de degradar as molécu-
las dos antibióticos, conferindo resistência às bactérias.
Ribossomos Vacúolo
Os procariotos são organismos unicelulares que medem
entre 1 e 10 μm, incluem bactérias, cianobactérias e arqueas.
104
105
• Complexo golgiense: o complexo golgiense, ou com- ria das células vegetais tem um grande vacúolo
plexo de Golgi, é a organela celular responsável pelo central, preenchido por um líquido constituído por
armazenamento, empacotamento e modificação de água, sais minerais e outras moléculas. Pode ar-
proteínas e outras macromoléculas de importância
mazenar substâncias úteis, como açúcares, proteí-
biológica para a célula, como os carboidratos. Muitas
nas e pigmentos, ou substâncias tóxicas, como ni-
das proteínas produzidas no retículo endoplasmático
rugoso são empacotadas em vesículas e direciona- cotina, cafeína, tanino etc. O vacúolo ainda contém
das ao complexo golgiense. As vesículas liberadas enzimas digestivas, possuindo função análoga à do
pelo complexo golgiense podem fundir-se à membra- lisossomo na célula animal. Além disso, auxilia na
na plasmática, liberando seu conteúdo no meio extra- manutenção do equilíbrio osmótico da célula, bem
celular (secreção celular) ou podem permanecer no como no crescimento celular (por meio do aumento
citoplasma, como os lisossomos, por exemplo.
de volume).
• Lisossomos: são vesículas repletas de enzimas di-
• Parede celular: é uma camada espessa e resistente
gestivas derivadas do complexo golgiense. Têm duas
funções: degradar materiais englobados pela célula secretada pela própria célula, externamente à mem-
(por fagocitose ou pinocitose) e degradar organelas brana plasmática. A parede celular é constituída de
desgastadas, sem uso. finíssimas fibras de celulose, um polissacarídeo.
Sua função é proteger, dar forma e sustentação à
• Peroxissomos: são pequenas vesículas que atuam
na degradação de substâncias tóxicas. Apresentam célula. As células vegetais conseguem se comuni-
enzimas conhecidas como oxidases, as quais promo- car entre si porque existem poros na parede celular
vem a oxidação de ácidos graxos e outras moléculas, que conectam os citoplasmas de células vizinhas: os
como o álcool, por exemplo. Uma consequência das plasmodesmos.
reações de oxidação nos peroxissomos é a formação
de água oxigenada ou peróxido de hidrogênio (H2O2),
que é tóxico para a célula. No entanto, os peroxisso- Ribossomos Cromatina
A célula eucariótica vegetal, por sua vez, além dessas já Célula eucariótica animal.
citadas possui adicionalmente as seguintes estruturas e
organelas:
• Cloroplastos: são as organelas celulares responsá-
veis pelo processo de fotossíntese, o qual converte
gás carbônico e água em moléculas orgânicas, libe-
rando oxigênio como subproduto. Esse processo re-
quer energia, que é obtida pela captação da luz do
sol por moléculas de clorofila. Os cloroplastos, assim
como as mitocôndrias, têm o próprio DNA e capacida-
de de autoduplicação.
• Vacúolo: bolsa revestida por uma membrana se-
melhante às demais membranas celulares. A maio- Célula eucariótica vegetal.
106
Células eucariotas
Estrutura celular Células procariotas
Animais Vegetais
Presente, feita de
Parede celular Ausente Presente, feita de celulose
peptidioglicanas
Glicocálix Presente Ausente Ausente
Membrana plasmática Presente Presente Presente
Hialoplasma Presente Presente Presente
Retículo endoplasmático granular Presente Presente Ausente
Retículo endoplasmático agranular Presente Presente Ausente
Ribossomos Presente, tipo 80S* Presente, do tipo 80S* Presente, do tipo 70S*
Complexo golgiense Presente Presente Ausente
Lisossomo Presente Presente Ausente
Peroxissomo Presente Presente Ausente
Glioxissomo Ausente Presente Ausente
Vacúolo central Ausente Presente Ausente
Mitocôndria Presente Presente Ausente
Cloroplasto Ausente Presente Ausente
Centríolo Presente Ausente em vegetais superiores Ausente
Carioteca Presente Presente Ausente
Presente, com Presente, com Presente, com
DNA
formato linear formato linear formato circular
Histonas Presente Presente Ausente
Nucléolo Presente Presente Ausente
Citoesqueleto Presente Presente Ausente
* S é o símbolo de Svedberg, unidade usada para medir a velocidade com que uma estrutura se
deposita durante a centrifugação.
Meio intracelular
• Moléculas de glicídios.
107
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 3. Identificar diferenças fisiológicas e estruturais en- Objetivo 1. Apresentar noções gerais da estrutura celular.
tre vírus, eucariontes e procariontes. Objetivo 3. Identificar diferenças fisiológicas e estruturais en-
tre vírus, eucariontes e procariontes.
F1. (PUC-RJ)
Os seres vivos são descendentes de um ancestral F3. (Unicamp-SP)
unicelular que surgiu há, aproximadamente, 4 bilhões Considere os seguintes componentes celulares:
de anos. Devido a sua ancestralidade comum, com- I. parede celular
partilham algumas características não encontradas
II. membrana nuclear
no mundo inanimado. No entanto, algumas exceções
levam os cientistas a terem dúvidas se os vírus são ou III. membrana plasmática
não seres vivos. IV. DNA
A respeito dos vírus, considere as afirmativas: É correto afirmar que as células de
I. São formados por uma ou mais células. (a) fungos e protozoários possuem II e IV.
II. Apresentam material genético e evoluem. (b) bactérias e animais possuem I e II.
III. Apresentam capacidade de converter moléculas (c) bactérias e protozoários possuem II e IV.
obtidas a partir do seu ambiente em novas mo-
(d) animais e fungos possuem I e III.
léculas orgânicas.
Sobre os vírus, NÃO é correto o que se afirma em:
Objetivo 1. Apresentar noções gerais da estrutura celular.
(a) Apenas I. (d) Apenas II e III. Objetivo 3. Identificar diferenças fisiológicas e estruturais en-
(b) Apenas II. (e) I, II e III. tre vírus, eucariontes e procariontes.
108
F5. (FMP-RJ)
Considere as Figuras I e II, que ilustram duas células típicas: uma eucariótica e outra procariótica. Os traços indicam
diferentes estruturas subcelulares.
Citoplasma Cápsula
I
Parede celular
DNA circular
Flagelo
Ribossomos
Plasmídeo
Pili
Membrana plasmática
Vesículas
Núcleo
Lisossomos
Microtúbulos
Envoltório
nuclear
Mitocôndria
Membrana
Centríolos plasmática
Microfilamentos
Ribossomos
Sabendo-se, então, as principais diferenças entre esses eucariotos e procariotos, exemplificam e justificam serem os
tipos celulares I e II, respectivamente, o que se apresenta em
COLUNA I COLUNA II
(a) Cianofícea: tem plasmídeo Plaqueta: tem ribossomos
(b) Vírus: tem DNA circular Ameba: tem mitocôndrias
(c) Espermatozoide: tem flagelo Bactéria: tem membrana plasmática
(d) Bactéria: tem DNA no citoplasma Leucócito: tem envoltório nuclear
(e) Bactéria: tem pili Vírus: tem núcleo
109
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
próprio. Considerando essa informação, das seguintes
E1. (Uece-CE)
alternativas, qual NÃO é uma característica dos orga-
No que diz respeito a vírus, é correto afirmar que nismos vivos?
(a) são parasitas intracelulares não obrigatórios. (a) Podem ser celulares ou acelulares.
(b) genoma viral é um ácido nucleico de cadeia simples. (b) São estruturados por proteínas.
(c) podem ser unicelulares ou pluricelulares. (c) São baseados em soluções aquosas.
(d) o capsídeo viral tem composição proteica. (d) São mantidos por reações enzimáticas.
(e) Possuem genoma composto por bases nucleo-
E2. (Uece-CE)
tídicas.
A base da Teoria Celular proposta por Schwann e
Schleiden pode ser identificada na seguinte afirmação: E6. (UFPE-PE)
(a) Todos os seres vivos são formados por células. Os vírus são responsáveis por inúmeras doenças que
(b) Todas as células são compostas por membrana afetam vegetais e animais, incluindo seres humanos.
que delimita o citoplasma. As doenças virais provocam prejuízos econômicos por
(c) Toda célula se origina de outra célula. afetar a produção de alimentos e por gerar custos na
área da saúde. Sobre esses agentes, podemos fazer
(d) As células são as unidades morfológicas e fun-
as seguintes afirmações:
cionais dos seres vivos.
( ) possuem sistemas de produção de energia alta-
mente eficientes.
E3. (PUC-RS)
A chamada ‘’estrutura procariótica’’ apresentada pe- ( ) possuem estrutura geralmente simples, sendo
las bactérias indica que esses seres vivos são: formados estruturalmente por proteínas e áci-
dos nucleicos.
(a) destituídos de membrana plasmática.
( ) os capsídeos são as estruturas proteicas que
(b) formadores de minúsculos esporos.
contêm os ácidos nucleicos virais.
(c) dotados de organelas membranosas.
( ) podem possuir RNA ou DNA como ácido nucleico.
(d) constituídos por parasitas obrigatórios.
( ) dependem do metabolismo das células que in-
(e) desprovidos de membrana nuclear. fectam para se reproduzir.
110
A tabela a seguir resume dados comparativos corres- A respeito das células procarióticas, qual das afirma-
pondentes a três parasitas celulares: tivas está errada?
(a) Não apresentam um núcleo verdadeiro.
Parasita I II III
(b) Não possuem um sistema de membranas in-
Membrana plasmática + – +
ternas.
Núcleo – – +
(c) Não apresentam ribossomos.
DNA + + +
(d) São representadas pelas bactérias e ciano-
RNA + – + bactérias.
Ribossomos + – + (e) Não apresentam cloroplastos.
111
E14. (PUC-RS)
Analise o quadro abaixo e assinale a única sequência que NÃO associa corretamente a organela celular com sua fun-
ção e/ou sua ocorrência em determinado grupo de seres vivos.
DNA. Vacúolo
E16. (Unisc-RS)
No citoplasma das células eucarióticas, encontram-se (a) Procariota heterotrófica.
várias organelas responsáveis pelas suas funções vi-
(b) Procariota autotrófica.
tais. Considerando-se o retículo endoplasmático e os
plastos, pode-se afirmar que (c) Eucariota heterotrófica.
(a) o retículo endoplasmático está presente apenas (d) Eucariota autotrófica.
nas células animais e os plastos estão presentes
somente nas células vegetais. E18. (Udesc-SC)
(b) os plastos estão presentes tanto nas células ani- A organização dos componentes orgânicos nos seres
mais como nas vegetais e o retículo endoplasmá- vivos (com exceção dos vírus), em nível celular, pode
tico está presente apenas nas células vegetais. ser de dois tipos básicos: procarióticas e eucarióticas.
112
Com relação a estes dois tipos de células assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso.
( ) Nas células eucarióticas existe uma compartimentalização para atividades específicas como, por exemplo, a
digestão e o armazenamento.
( ) Nas células eucarióticas o material genético encontra-se disperso no citoplasma.
( ) Nas células procarióticas existem, além da membrana citoplasmática, membranas internas denominadas de
endomembranas.
( ) Em células procarióticas encontram-se além do DNA nuclear o DNA mitocondrial.
( ) As células procarióticas são encontradas principalmente nas algas e nos fungos.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
(a) V – F – F – F – F (b) F – F – V – F – F (c) V – V – V – F – V (d) F – F – V – F – V (e) V – V – F – F – V
E19. (Unesp-SP)
A figura apresenta os esquemas de duas células.
Porém, o ilustrador cometeu um engano ao identificar as estruturas celulares. É correto afirmar que
(a) II é uma célula vegetal e o engano está na identificação do complexo golgiense nesta célula, uma vez que este
ocorre em células animais, mas não em células vegetais.
(b) II é uma célula animal e o engano está na identificação do vacúolo em ambas as células, além de este ser carac-
terístico de células vegetais, mas não de células animais.
(c) II é uma célula animal e o engano está na identificação dos centríolos nesta célula, uma vez que estes são carac-
terísticos de células vegetais, mas não de células animais.
(d) I é uma célula animal e o engano está na identificação das mitocôndrias em ambas as células, além de estas
ocorrerem em células animais, mas não em células vegetais.
(e) I é uma célula vegetal e o engano está na identificação da membrana plasmática nesta célula, uma vez que esta
ocorre em células animais, mas não em células vegetais.
113
C
FOLHA AZ
1. (UFRGS-RS)
Observe a tira abaixo.
114
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações Que estruturas celulares permitiriam a separação das
abaixo, referentes a essa área de conhecimento. amostras, se reconhecidas?
( ) As células são unidades estruturais básicas que (a) Ribossomos e mitocôndrias, ausentes nas célu-
provêm de células preexistentes. las animais.
( ) Os seres vivos são geneticamente relacionados (b) Centríolos e lisossomos, organelas muito nume-
e capazes de evoluir. rosas nas plantas.
( ) A maioria das reações químicas que mantém os (c) Envoltório nuclear e nucléolo, característicos
organismos vivos ocorre no ambiente extracelular. das células eucarióticas.
( ) Conclusões obtidas a partir de um determinado (d) Lisossomos e peroxissomos, organelas exclusi-
organismo não podem servir de base para inves- vas de células vegetais.
tigações em outros seres vivos. (e) Parede celular e cloroplastos, estruturas carac-
A sequência correta de preenchimento dos parênte- terísticas de células vegetais.
ses, de cima para baixo, é
(a) V – V – F – F. 5. (PUC-RJ)
115
GABARITO
A
E01. D e sim por cápsulas proteicas E16. C
E02. A que contém material genéti- E17. D
E03. E co. Não apresentam fisiologia E18. A
própria, sendo obrigatoria-
E04. D mente parasitas que utilizam o E19. B
E05. A maquinário das células hospe- E20. E
E06. F – V – V – V – V deiras para exercer diferentes E21. 01 + 04 + 16 = 21
E07. E funções, incluindo reprodução.
E08. C E12. C
E09. A E13. 01 + 02 + 04 = 07
E10. B E14. A
E11. Não são formados por células, E15. B
116
Ânion
117
Oligossacarídeo
rando para sua fluidez.
O colesterol é largamente encontrado nas
membranas de eucariotos.
As células das patas de animais que caminham
constantemente na neve – por exemplo, as renas –
têm em sua membrana alta concentração de coles-
terol para evitar o congelamento ocasionado pelas
baixas temperaturas.
Fosfolipídios
Proteínas
118
Proteínas periféricas
3. Envoltórios e especializações
Proteínas exercem diversas funções em uma membra-
na, entre elas: 3.1 Glicocálix
• são transportadoras de partículas de uma face para a
Como visto anteriormente, a face externa das células
outra da membrana;
animais é caracterizada por apresentar uma camada de
• servem como pontos de adesão com células vizinhas; glicídios, associados a proteínas e lipídios. Ela recebe o
• são receptoras de mensageiros químicos; nome de glicocálix.
Uma parte importante da função do glicocálix é a pro-
• funcionam como pontos de fixação para o citoesqueleto.
teção de lesões mecânicas e químicas, além de manter
A função das proteínas está diretamente relaciona- partículas estranhas e outras células a distância, impedin-
da à disposição na membrana. Proteínas integrais es- do interações proteína-proteína indesejáveis.
tão associadas ao transporte de substâncias por meio Entretanto, o papel dos glicídios de membrana não se limi-
da membrana, uma vez que integram os meios interno ta a isso. Eles funcionam como intermediários em diversos pro-
e externo. cessos transitórios de adesão célula-célula, inclusive aqueles
Já as periféricas estão envolvidas com a sinalização que ocorrem em interações espermatozoide-óvulo, coagulação
celular, agindo como receptores para outras moléculas sanguínea, recirculação de linfócitos e respostas inflamatórias.
químicas, como os hormônios. Exercem também um importante papel como sinalizadores no
119
reconhecimento de uma célula por outra. Quando há um trans- Nos fungos, a parede celular é composta de quitina, um
plante, por exemplo, as diferenças de glicocálix podem ativar a polissacarídeo nitrogenado.
resposta imune contra o órgão recebido. É por este motivo que
© RATTIYA THONGDUMHYU/SHUTTERSTOCK
os pacientes necessitam de imunossupressores.
Cada tipo de célula tem um glicocálix distinto. Ele é
responsável, por exemplo, pela determinação do tipo san-
guíneo das pessoas (A, B, AB e O). Uma pessoa com sangue
do tipo A tem uma combinação de glicídios na membrana
de suas hemácias diferente de uma pessoa com sangue do
tipo B (ver figura a seguir).
Antígeno A Antígeno B
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Parede Celular
Sangue tipo A Sangue tipo B
Fibras de
celulose
Antígeno AB
Sem antígeno Macrofibrila
Células
Cadeias
de celulose
Microfibrila
120
Desmossomos
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Superfície
Imagem de três desmossomos por microscopia eletrônica de basal
transmissão. Cinta proteica
121
3.3.4 Interdigitações
São dobras da membrana que representam um recurso para proporcionar maior ade-
são entre as células. Elas funcionam como encaixes: aumentam a coesão, ao mesmo tempo
que aumentam a superfície de contato, facilitando a troca de substâncias.
As interdigitações lembram a interposição dos dedos das mãos quando colocados em
posição de prece – daí vem o nome dessa junção. São características do tecido epitelial.
Interdigitações
Membrana Núcleo
celular
3.4 Microvilosidades
São dobras da membrana citoplasmática, de aparência digitiforme, que se projetam
para o meio extracelular. Elas são formadas por filamentos de actina e miosina e aumen-
tam de forma excepcional a superfície de absorção das células.
São muito comuns em células do epitélio intestinal, que têm como principal função a
absorção de nutrientes.
Microvilosidades
Complexo
golgiense
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Núcleo
Retículo
endoplasmático
Mitocôndria
3.5 Estereocílios
São evaginações da membrana plasmática. Apesar de apresentarem a mesma fun-
ção das microvilosidades, têm dobras com tamanhos heterogêneos. Estão presentes no
epitélio do epidídimo, que promoverá a reabsorção dos espermatozoides que não saíram
na ejaculação.
122
Momento NERD
Analogia com bolhas de sabão
A membrana plasmática é constituída de uma bicamada Os sabões e detergentes são também lipídios anfi-
de lipídios com proteínas intercaladas entre eles. Essa mem- páticos. Os sabões são geralmente feitos a partir de uma
brana é muito fina e fluida, e essa fluidez é uma característica reação química de uma gordura com uma base forte,
resultante de sua composição química. Uma das funções da como soda cáustica (NaOH). As moléculas de sabão tam-
membrana é a permeabilidade seletiva, isto é, a capacidade bém têm uma parte apolar ou hidrofóbica e uma polar
de controlar o que entra e sai da célula. Nessa estrutura, os ou hidrofílica (Figura 2) e devido às características anfi-
lipídios têm como uma de suas principais funções formar páticas são utilizados na limpeza, pois apresentam uma
uma barreira que impede as substâncias hidrossolúveis de parte que se solubiliza em água e outra que se solubiliza
atravessarem a membrana. Os caminhos para a passagem em gorduras. Diferentemente dos fosfolipídios, em meio
dessas substâncias pela membrana são as proteínas, que aquoso os sabões tendem a formar micelas (sem interior
exercem controle sobre a passagem da maior parte das aquoso – Figura 2b) e não bicamadas. A Figura 2 repre-
substâncias hidrossolúveis que atravessam a membrana. senta o modo com que as micelas de sabão, ao adsorver
Os fosfolipídios, componentes predominantes da mem- gordura, tornam essas moléculas “solúveis” em água.
brana, são anfipáticos, isto é, têm uma parte da molécula que Quando a quantidade de água é limitada, as moléculas
é hidrofílica (com afinidade pela água) e outra hidrofóbica de sabão podem se arranjar em estruturas diferentes: as
(sem afinidade pela água). Quando em contato com a água, bolhas de sabão (Figura 3). Bolhas de sabão, assim como
esses fosfolipídios tendem a formar bicamadas concêntricas, a membrana plasmática, são formadas por bicamadas de
semelhantes à membrana plasmática. Conforme podemos moléculas anfipáticas, estrutura esta cuja manutenção não
ver na Figura 1, nessas bicamadas as moléculas de lipídios depende de ligações químicas entre as moléculas, mas so-
se arranjam de tal forma que as partes hidrofílicas ficam em mente das interações hidrofílicas e hidrofóbicas de seus
contato com a água (tanto na monocamada externa quanto componentes. Dessa forma, as moléculas que constituem
na interna), e as hidrofóbicas ficam em contato entre si. Note- as membranas não têm uma posição física estática, mas, ao
-se que, dessa forma, cria-se uma região hidrofóbica no “in- contrário, podem mover-se livremente, o que dá um caráter
terior” da bicamada que impede a passagem de substâncias fluido à membrana. Na bolha de sabão, a fluidez pode ser
hidrossolúveis. observada claramente. O mesmo sucede com as membra-
nas biológicas, por isso a analogia bolha de sabão/membra-
Proteínas
na é um elemento útil na compreensão da estrutura celular.
Lipídios
Parte
hidrofílica Filme de água
Parte
hidrofóbica
Parte hidrofóbica da
Figura 1 – Representação da membrana plasmática con- molécula de sabão
forme o modelo do mosaico fluido.
A
Gordura neutra Sabão
parte hidrofílica
hidrofóbica parte hidrofóbica
B
H2O
H2O
Parte hidrofílica da
H2O molécula de sabão
H2O
micela de gordura
Bolha de sabão
detergente H2O
insolúvel em água
Figura 3 – Constituição da membrana da bolha de sabão,
Figura 2 – A) representação esquemática de moléculas de formada entre água e ar.
gordura neutra e de sabão (detergente); B) gota de gordura
em solução aquosa interage com a região apolar das mice- Relação entre membrana plasmática e citoesqueleto na
las de detergente; o conjunto permanece solúvel devido à forma celular: estudo com modelos. Revista Brasileira de
extremidade polar das moléculas do detergente. Ensino de Bioquímica e Biologia Molecular, jan. 2003.
123
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 2. Compreender o modelo mosaico fluido de membrana.
F1. (PUC-RJ)
A figura abaixo representa o modelo do mosaico fluido da membrana plasmática e as diferentes estruturas que a compõem.
I
II
III
IV V
I II III IV V
(a) matriz extracelular proteína periférica colesterol citoesqueleto glicolipídeo
(b) matriz extracelular glicolipídeo proteína periférica citoesqueleto colesterol
(c) matriz extracelular citoesqueleto colesterol glicolipídeo proteína periférica
(d) matriz extracelular citoesqueleto colesterol proteína periférica glicolipídeo
(e) matriz extracelular glicolipídeo citoesqueleto proteína periférica colesterol
2 1
1 Proteína integral;
2e3 Proteínas não integrais; 4
4 Dupla camada fosfolipídica.
2 1 3
1
Com relação ao esquema, é correto afirmar que o transporte facilitado de moléculas é realizado somente por:
(a) 1. 4
(b) 2. (c) 3. (d) 4. (e) 2 e 3.
124
1 3
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
(b) fungos.
E1. (PUC-PR)
(c) angiospermas.
No início da década de 70, dois cientistas (Singer e Nichol-
son) esclareceram definitivamente como é a estrutura (d) algas.
das membranas celulares, propondo-se o modelo deno- (e) protozoários.
minado mosaico-fluido. Neste conceito, todas as mem-
branas presentes nas células animais e vegetais são E3. (PUC-MG)
constituídas basicamente pelos seguintes componentes:
(a) ácidos nucleicos e proteínas. Meio extracelular
(b) ácidos nucleicos e enzimas.
(c) lipídios e enzimas.
(d) enzimas e glicídios.
(e) lipídios e proteínas.
E2. (PUC-RJ)
Seres vivos que apresentam, simultaneamente, ausên-
cia de pigmento fotossintetizante e presença de paredes
celulares com quitina são:
Citosol
(a) bactérias.
125
“As células de certos epitélios de revestimento apre- Macromoléculas polares são capazes de atravessar a
sentam, em sua face livre, projeções citoplasmáticas membrana plasmática celular, passando do meio ex-
revestidas por membrana, somente visíveis claramente terno para o meio interno da célula.
na microscopia eletrônica. Um exemplo são células do Essa passagem é possibilitada pela presença do se-
epitélio do intestino delgado.” guinte componente na membrana plasmática:
O texto acima refere-se a: (a) açúcar
(a) cílios. (b) proteína
(b) flagelos. (c) colesterol
(c) microtúbulos. (d) triglicerídeo
126
127
E15. (UFRGS-RS)
O quadro abaixo refere-se aos envoltórios celulares e algumas de suas especializações. Assinale a alternativa que
associa corretamente a estrutura celular com suas características.
E16. (PUC-RJ)
A membrana plasmática de seres pluricelulares é capaz de apresentar modificações para atender a necessidades da
célula e do organismo. Um exemplo de uma dessas adaptações são os chamados desmossomos, cuja representação
gráfica encontra-se a seguir.
128
Com base nas funções desempenhadas pela membra- ( ) Algumas proteínas presentes na membrana
na em diferentes tipos celulares, é correto afirmar que plasmática podem servir como receptores de
substâncias para a célula.
(a) a biomolécula 1 é um carboidrato componente do
glicocálix e atua no reconhecimento intercelular. Assinale a alternativa que contém a sequência correta,
de cima para baixo.
(b) a biomolécula 2 é um fosfolipídio componente da
bicamada e atua no transporte de gases respira- (a) V – V – F – F – F
tórios nos eritrócitos. (b) V – V – F – V – V
(c) a biomolécula 3 é um polissacarídeo componen- (c) V – V – V – V – V
te da parede celular e confere resistência e sus-
(d) F – F – F – V – V
tentação às células ósseas.
(e) V – V – F – F – V
(d) as biomoléculas 1 e 3 são proteínas da bicamada
e realizam a contração e o relaxamento nas cé-
E19. (Unigranrio-RJ)
lulas musculares.
Relacione as regiões especializadas da membrana e dos
(e) as biomoléculas 2 e 3 são aminoácidos do glico-
envoltórios celulares às suas funções respectivas:
cálix e atuam na síntese de secreções nas célu-
las epiteliais. I. ajudam na sustentação das células e na adesão
entre elas, sendo importantes em tecidos sub-
E18. (Udesc-SC) metidos a tração, como o epitelial.
A figura a seguir representa a estrutura proposta por II. facilitam a troca de alimento e de outras subs-
Singer e Nicholson para a membrana plasmática. tâncias entre as células.
129
C
FOLHA AZ
1. (UCB-DF) 3. (Uerj-RJ)
Estrutura celular composta por duas camadas de fos- Os diferentes tipos de transplantes representam um
folipídios, com proteínas incrustadas cuja função é grande avanço da medicina. Entretanto, a compatibi-
isolar o espaço celular interno do ambiente ao redor. lidade entre doador e receptor nem sempre ocorre,
A definição apresentada refere-se à (ao) resultando em rejeição do órgão transplantado.
(a) parede celular. O componente da membrana plasmática envolvido no
(b) retículo endoplasmático. processo de rejeição é:
130
A função do aumento das vilosidades intestinais para briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiosper-
essas serpentes é maximizar o(a) mas). São encontrados em todos os organismos fotos-
(a) comprimento do trato gastrointestinal para ca- sintetizantes:
ber mais alimento. (a) membrana lipoproteica e ribossomos.
(b) área de contato com o conteúdo intestinal para (b) membrana lipoproteica e cloroplastos.
absorção dos nutrientes. (c) ribossomos e mitocôndrias.
(c) liberação de calor via irrigação sanguínea para (d) ribossomos e cloroplastos.
controle térmico do sistema digestório.
(e) mitocôndrias e cloroplastos.
(d) secreção de enzimas digestivas para aumentar
a degradação proteica no estômago. 7. (Unigranrio-RJ)
(e) processo de digestão para diminuir o tempo de São junções encontradas em células embrionárias,
permanência do alimento no intestino. cardíacas e hepáticas nas quais as proteínas das duas
membranas se unem, formando canais por onde pas-
5. (Unesp-SP) sam íons e pequenas moléculas:
Ação implacável de pesquisadores descobre no (a) zônulas oclusivas.
solo antibiótico natural capaz de matar bactérias re-
(b) desmossomos.
sistentes causadoras de doenças graves, como infec-
ções hospitalares e tuberculose. (c) plasmodesmos.
<http://cienciahoje.uol.com.br> (d) nexos.
131
9. (Uece-CE)
Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do seguinte enunciado:
“A fonte energética primária para os animais vivos é constituída pelos 1 que, as-
sociados a outras 2 , produzem glicoproteínas e glicolipídios que compõem o
3
, estrutura importante na proteção e no reconhecimento celular”.
(a) 1lipídios, 2micromoléculas, 3glicocálix
(b) 1carboidratos, 2micromoléculas, 3envoltório celular
(c) 1lipídios, 2macromoléculas, 3envoltório celular
(d) 1carboidratos, 2macromoléculas, 3glicocálix
10. (Enem)
Visando explicar uma das propriedades da membrana plasmática, fusionou-se uma célula de camundongo com uma
célula humana, formando uma célula híbrida. Em seguida, com o intuito de marcar as proteínas de membrana, dois
anticorpos foram inseridos no experimento, um específico para as proteínas de membrana do camundongo e outro
para as proteínas de membrana humana. Os anticorpos foram visualizados ao microscópio por meio de fluorescência
de cores diferentes.
Célula de Célula
camundongo humana
Etapa 1
Proteína da
membrana
Proteína da
membrana
Fusão celular
Etapa 2
Célula híbrida
Etapa 3
Tempo = 40 minutos
132
GABARITO
A
E01. E E08. B E15. B
E02. B E09. D E16. D
E03. B E10. B E17. A
E04. D E11. A E18. D
E05. E E12. C E19. A
E06. C E13. A E20. 01 + 02 + 04 = 07
E07. A E14. 02 + 08 = 10
133
Ca2+, Cl–
Por causa do interior hidrofóbico (apolar), a membra- Mg2+ Bicamada
lipídica
na plasmática atua como uma barreira para a maioria dos
compostos polares. Diferentes velocidades de transporte através da membrana.
Essa propriedade, como visto no capítulo anterior,
é essencial à manutenção da vida, uma vez que permite 1.2 Um pouco sobre energia e organização – Tipos de
manter a concentração de solutos citoplasmáticos diferen- transporte
te da concentração extracelular. Entretanto, boa parte dos
Na natureza, todos os sistemas tendem a um grau
nutrientes indispensáveis à preservação do equilíbrio ce-
maior de desorganização, de forma espontânea. Os li-
lular é hidrossolúvel, bem como alguns tipos de resíduos
vros em uma estante, objetos em um armário, frutas em
que devem ser excretados. Além disso, as células precisam um balcão do supermercado. Todos esses sistemas ca-
constantemente regular as concentrações de íons em seu minham naturalmente para um estado de maior desor-
citoplasma. ganização.
Para tanto, elas desenvolveram mecanismos de trans- Talvez você já tenha reparado que seu quarto natu-
porte específicos que utilizam proteínas especiais, chama- ralmente se torna bagunçado, ao passo que deixá-lo or-
das de carreadoras ou transportadoras. ganizado pode ser uma tarefa difícil. Arrumar o quarto,
assim como organizar qualquer sistema, exige gasto de
1.1 Algumas propriedades de permeabilidade
energia.
Dado o tempo suficiente, qualquer molécula pode se Chamamos de trabalho qualquer atividade que vá con-
difundir através da bicamada lipídica ao longo de seu gra- tra a tendência natural de desorganização, tentando reor-
diente de concentração, mesmo na ausência de proteínas. ganizar um sistema.
A velocidade com que isso ocorre, no entanto, pode va- Quando colocamos uma gota de corante em um copo
riar de forma radical, dependendo de seu tamanho e de sua de água, a tendência é de que o corante ocupe todo o espa-
solubilidade em lipídios. ço. Essa é a ordem natural dos sistemas, sempre apontan-
Em geral, quanto menor a partícula e quanto mais ela do para menor organização e menor nível de energia.
for solúvel em lipídios (ou seja, quanto mais hidrofóbica ou Para que as moléculas de corante se mantivessem se-
apolar ela for), mais rapidamente ela se difundirá através paradas da água, elas deveriam ser contidas, o que repre-
da bicamada. sentaria gasto de energia.
134
Velocidade
Sempre que existir uma diferença de concen-
tração entre duas regiões, haverá movimento de
partículas da região mais concentrada para a região
menos concentrada.
Temperatura
Essa diferença de concentrações é denominada gra- • Concentração da substância difundida: a passagem
diente de concentração. Quando partículas atravessam uma de uma substância pela membrana por meio de di-
membrana seguindo a tendência natural (do meio mais fusão simples é diretamente proporcional à sua con-
concentrado para o meio menos concentrado), dizemos que centração. A velocidade da difusão é expressa em
elas estão a favor do gradiente de concentração. Como não quantidade de material que passa pela membrana
há gasto de energia para que isso ocorra, chamamos esse por segundo ou por minuto.
tipo de transporte de passivo. Entretanto, quando a situação
é inversa (partículas indo do meio menos concentrado para
2.1.2 Difusão facilitada
o mais concentrado), dizemos que elas estão indo contra o
gradiente de concentração. Como essa situação exige gasto Como visto anteriormente, algumas partículas têm
de energia, nós a chamamos de transporte ativo. certa dificuldade para atravessar a parte hidrofóbica da
membrana, enquanto outras simplesmente não conse-
guem fazê-lo. Mesmo estando a favor do gradiente de con-
2. Transporte passivo centração, tais partículas precisam de uma passagem es-
pecial que facilite a sua entrada. Essa passagem facilitada
é realizada por proteínas transportadoras. Elas existem em
2.1 Difusão
muitas formas e em todos os tipos de membranas biológi-
É o nome dado ao movimento aleatório de ocupação cas. Cada proteína transporta uma classe particular de mo-
dos espaços pelas partículas. Ele ocorre quando, por exem- léculas (íons, açúcares, aminoácidos etc.) e, frequentemen-
plo, uma pessoa borrifa perfume em um canto da sala e te, uma espécie molecular de cada classe. Ou seja: existe
logo o cheiro se espalha por todo o ambiente. Na difusão, as um transportador específico para a glicose, outro para a
moléculas se deslocam a favor do gradiente de concentração frutose, um para o Na+, outro para o K+, e assim por diante.
(do meio mais concentrado para o meio menos concentrado) Existem duas classes principais de transportadores:
e, portanto, não há gasto de energia. • Proteínas carreadoras ou permeases: elas se ligam
Quando a diferença de concentração entre os meios ao soluto específico, sofrendo uma série de trans-
cessa, ou seja, é atingida uma homogeneidade, o desloca- formações conformacionais, de modo a transferi-lo
mento das partículas ocorre nos dois sentidos, com a mes- para o outro lado da membrana. A travessia de glico-
ma probabilidade. se, aminoácidos e nucleotídeos é feita dessa forma.
Existem dois tipos de difusão, vistos a seguir. • Proteínas de canal: em vez de se ligarem aos so-
lutos, elas formam poros hidrofílicos que se esten-
2.1.1 Difusão simples
dem pela bicamada lipídica, permitindo que solutos
É aquela na qual ocorre a passagem de moléculas di- específicos (geralmente íons) cruzem a membrana
retamente através da membrana. É a forma, por exemplo, através delas.
135
molécula transportada
Proteínas
Proteína carreadoras
de canal
Bicamada Gradiente de
lipídica Concentração
Gradiente de
concentração
Simples
Facilitada
2.2 Osmose
Quando duas soluções de concentrações diferentes estão separadas por uma mem-
brana semipermeável, a água sempre se deslocará da solução com menor concentração de
soluto para a de maior concentração. Esse fenômeno é denominado osmose.
Chamamos de pressão osmótica a força que empurra a água para dentro de uma solu-
ção. Quando duas soluções apresentam a mesma concentração de soluto, dizemos que elas
são isotônicas. Nesse sistema, o movimento da água ocorre nos dois sentidos, não havendo
alteração do volume em nenhum dos lados.
136
137
Gradiente de
138
139
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 2. Diferenciar transporte ativo de transporte passivo, identificando as variedades em cada modalidade de transporte.
Objetivo 3. Interpretar gráficos, reconhecendo os tipos de transporte representados, bem como fatores interferentes.
F1. (UFPR-PR)
Dois tipos de transporte que podem acontecer nas membranas plasmáticas são o transporte passivo e o transporte
ativo. O primeiro pode acontecer por simples difusão do elemento a ser transportado através da bicamada lipídica da
membrana. Já o transporte ativo sempre depende de proteínas que atravessam a membrana, às quais o elemento a
ser transportado se liga, desligando-se posteriormente do outro lado da membrana. Ambos os tipos de transporte
estão esquematizados na figura abaixo.
Com base nessas informações e nos conhecimentos de biologia celular, assinale a alternativa que apresenta correta-
mente os gráficos de cada tipo de transporte.
(a) Difusão simples Transporte ativo
20 20
velocidade de transporte
velocidade de transporte
15 15
10 10
5 5
0 0
0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50
20 20
velocidade de transporte
velocidade de transporte
15 15
10 10
140
5 5
0 0
AZ_LV_3EM_BIOLOGIA_TA_VLA.indb 140
0 0 10 20 30 40 29/10/2020
50 20:41
10 20 30 40 50
5 00 0
00 0 10 20 30 40 50 10 20 30 40 50
veloci
veloci
00 10 20 30 40 50 00 10 20 30 40 50
10 20 30 40 50 10 20 30 40 50
0 concentração do elemento transportado 0 concentração do elemento transportado
0 0 concentração do
concentração
10
concentraçãodo
doelemento
20 30transportado
elemento 40
transportado 50 10
concentração do elemento
20 elemento transportado
30transportado
40 50
(b) Difusão
20 simples
20 Transporte
20
20 ativo
de transporte
de transporte
15 15
20
transporte
20
de transporte
de transporte
de transporte
15
15
15
15
10 10
de transporte
de transporte 15 15
10
10 10
velocidadevelocidade
10
velocidade
velocidade de
5 5
velocidade
velocidade
10
velocidade
10
55 55
0 0
velocidade
5 0 5 0
00 10 20 30 40 50 00 10 20 30 40 50
00 10 20 30 40 50 00 10 20 30 40 50
50
10 20 30 40 50 0 concentração do elemento transportado
0 concentração do elemento transportado
0 0 10 20 30transportado
40 50
10
concentração
concentração 20
do
doelemento30transportado
elemento 40
transportado 50 concentração
concentração do elemento
de transporte
15 15
20
de transporte
20
de transporte
velocidade de transporte
15
15 15
15
10 10
de transporte
de transporte
15 15
1010
velocidade
10
10
velocidadevelocidade
5 5
velocidade
velocidade
10
velocidade
10
55 55
0
velocidade
0
5 0 5 0
00 10 20 30 40 50 10 20 30 40 50
00
00 10
10 20
20 30 40 50 00
0 concentração do elemento 30 40
transportado 50
0
10
10
concentração do20
30 40
elemento transportado
50
50
0 10 20 30transportado
40 50 0
concentração
concentração doelemento
do elementotransportado 10
concentração 20 30transportado
do elemento
elemento 40 50
concentração do transportado
concentração do elemento transportado concentração do elemento transportado
(d) Difusão simples Transporte ativo
20
20
20
20
de transporte
20
20
de transporte
15
15
20
de transporte
20
de transporte
transporte
15
detransporte
15 15
10 15
de transporte
10
de transporte
15
10 15
velocidade
10 10
velocidadevelocidade
5 10
velocidadede
5
velocidade
10
velocidade
10
velocidade
55
0 55
velocidade
0
5 0
10 20 30 40 50 5 0
00 10 20 30 40 50
00
0 10 20 30 40 50
0 0 10
concentração 20
do elemento 30 40
transportado 50 0 10 20 30 40 50
0 0 10
concentração do20 30 40
elemento transportado 50
0 10
concentração 20
doelemento30transportado
elemento 40 50 0
concentração do transportado 10
concentração 20 30transportado
do elemento
elemento 40 50
concentração do transportado
(e) Difusão simples
concentração do elemento transportado Transporte ativo
20 20 concentração do elemento transportado
20 20
de transporte
20
de transporte
20
15 15
20 20
transporte
de transporte
detransporte
de transporte
15 15
15 15
10 10
de transporte
de transporte
15 15
10 10
velocidadevelocidade
velocidade
10 10
5 5
velocidadede
velocidade
10 10
velocidade
velocidade
5 5
5 5
0 0
velocidade
5 0 5 0
0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50
0 0
0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50
0 0 concentração
10 do
20elemento 30
transportado
40 50 0 0 concentração
10 do20
elemento transportado
30 40 50
0 10 20 30transportado
40 50 0 10 20 30transportado
40 50
concentração do elemento concentração do elemento
concentração do elemento transportado concentração do elemento transportado
concentração do elemento transportado concentração do elemento transportado
141
F2. (PUC-RJ)
O gráfico abaixo representa a entrada, sem gasto de
energia, da substância “X” em uma célula, em função
da concentração desta substância no meio externo.
Penetração de “X” na célula
I
As tiras de pimentão do experimento murcharam porque
II (a) a água passou de dentro das células do pimen-
tão para o exterior, tornando-as plasmolisadas.
(b) a solução hipotônica recebeu água da solução
hipertônica deixando as células do pimentão
Concentração de “X” fora da célula
crenadas.
Com base nesse gráfico, as curvas I e II representam, (c) o movimento passivo da água contra o gradiente
respectivamente, um processo de: de concentração aumentou o volume do vacúolo
(a) transporte ativo e osmose. celular.
(b) difusão facilitada e osmose. (d) o volume do vacúolo celular diminuiu em função
da turgência das células do pimentão.
(c) osmose e difusão facilitada.
(e) as células do pimentão estavam hipertônicas,
(d) osmose e transporte ativo.
em relação à solução de sacarose e perderam
(e) transporte ativo e difusão facilitada. água por osmose.
Objetivo 1. Associar as propriedades da membrana plasmá- Objetivo 1. Associar as propriedades da membrana plasmá-
tica à velocidade de transporte de substâncias através dela. tica à velocidade de transporte de substâncias através dela.
Objetivo 2. Diferenciar transporte ativo de transporte passivo,
F3. (Unesa-Estácio-RJ) identificando as variedades em cada modalidade de transporte.
Sabemos que a água consegue atravessar livremen-
te as membranas celulares e que este movimento da F5. (Unifeso-RJ)
água ocorre de acordo com a tonicidade do meio. He- A tabela abaixo registra a concentração de íons nas
mácias humanas colocadas em água destilada irão: células da alga Nitella clavata.
(a) murchar, visto que a água destilada é hipertônica.
ÍONS CITOPLASMA ÁGUA DO LAGO
(b) manter o seu volume, uma vez que a água desti- Ca2+ 26,0 2,6
lada é isotônica.
Mg2+ 21,6 6,0
(c) inchar, visto que a água destilada é hipotônica.
Na+ 49,9 1,2
(d) murchar, uma vez que a água destilada é hipotônica.
K+ 49,3 0,5
(e) inchar, visto que a água destilada é hipertônica.
(dados em mg/dm3)
Objetivo 1. Associar as propriedades da membrana plasmá- Analisando os dados da tabela, é correto afirmar que as
tica à velocidade de transporte de substâncias através dela.
diferenças de concentração se devem a processos de:
F4. (Cesva-RJ) (a) transporte ativo.
Em um experimento feito em laboratório, tiras de pimen- (b) difusão.
tão foram colocadas no interior de placas de Petri imersas (c) osmose.
em solução de sacarose à 1M. Após 24 horas, observou-se
que as tiras de pimentão murcharam e curvaram-se para (d) fagocitose.
o lado carnoso, como mostra a Figura a seguir. (e) pinocitose.
142
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Com relação a essas membranas, é correto afirmar que
E1. (Unigranrio-RJ)
(a) qualquer transporte de substâncias por meio
Considere: “(ESTOCOLMO, 07 Out 2013 (AFP)) - O das membranas celulares nos seres vivos exige
Prêmio Nobel de Medicina 2013 foi atribuído a dois gasto de energia.
americanos, Randy Schekman e James Rothman, e
(b) suas moléculas lipídicas são anfipáticas, pois
ao americano nascido na Alemanha, Thomas Südhof,
possuem uma extremidade polar (insolúvel em
por suas pesquisas sobre transportes intracelula-
meio aquoso) e uma extremidade não polar (so-
res, úteis para diversos tratamentos. Os três cientis-
lúvel em água).
tas foram recompensados por seus inovadores tra-
balhos sobre o sistema de transporte no interior da (c) seu glicocálix, estrutura que confere resistên-
célula, para que ‘as moléculas sejam transportadas cia física e química e capacidade de reconhecer
substâncias nocivas, é composto exclusivamen-
ao local correto da célula no momento adequado’, se-
te por lipídios.
gundo o Comitê Nobel.”
(d) possuem permeabilidade variável, o que signi-
Meio extracelular
fica que algumas substâncias não conseguem
atravessar sua estrutura.
E3. (UFU-MG)
1 1 1
As hemácias são usadas para se entender e verificar o
transporte de nutrientes através de membranas. A fim
de demonstrar o processo de osmose, uma professora
Meio intracelular Permease
levou seus alunos ao laboratório e colocou algumas
hemácias em três tubos de ensaio contendo uma so-
“Suas descobertas tiveram um enorme impacto
lução de NaCl com diferentes concentrações.
na compreensão da forma como uma carga é entre-
gue dentro e fora da célula e têm implicações nos tra- A seguir, está descrito o que ocorreu com as hemácias
balhos sobre diversas doenças, incluindo distúrbios transcorrido um determinado tempo.
neurológicos e problemas imunológicos, assim como Tubo I: enrugadas.
o diabetes, destacou o Comitê.” Tubo II: normais.
Disponível em: <g1.globo.com>. Acesso em: out. 2013. Tubo III: rompidas.
Sabendo-se que os mecanismos de transporte podem A partir dessas informações, assinale a alternativa
envolver vesículas, e que estas possuem membrana. que expressa corretamente a concentração da solu-
Veja a imagem ao lado e identifique a estrutura sinali- ção de NaCl nos três tubos de ensaio.
zada com o número 1: (a) Tubo I - solução hipotônica; Tubo II - solução iso-
(a) Lisossomos tônica; Tubo III - solução hipertônica.
143
E5. (Uerj-RJ)
O esquema abaixo demonstra o fenômeno da osmose.
No início do experimento, há uma solução de glicose a
50% dentro de um recipiente envolvido por uma mem-
brana que é impermeável à glicose, mas não à água. Tempo
(e) Taxa de
Solução de glicose a 50% osmose
Tempo
E6. (UPM-SP)
Membrana
A respeito da membrana plasmática, é correto afir-
Água destilada
mar que
A variação da taxa osmótica em função do tempo, no (a) as moléculas de fosfolipídios são completamen-
sistema envolvido por membrana, está apresentada te apolares.
precisamente pelo seguinte gráfico: (b) a fluidez da membrana permite a movimentação
(a) Taxa de das proteínas que fazem parte dessa membrana.
osmose
(c) os canais de transporte permanecem abertos o
tempo todo.
(d) a difusão facilitada é um processo que indepen-
de da participação de proteínas.
(e) a organização da membrana plasmática é di-
ferente da membrana que forma as organelas
Tempo celulares.
144
(e) III, II e I.
E11. (Uepa-PA)
As sensações, sentimentos, pensamentos, res-
E8. (Unesp-SP)
postas motoras e emocionais, a aprendizagem e a
Leia o trecho da sentença condenatória de Joaquim
memória, resultam do processo de comunicação en-
José da Silva Xavier, o Tiradentes.
tre as células nervosas, os neurônios, que continua-
Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Sil- mente coletam informações sobre o estado interno
va Xavier por alcunha o Tiradentes Alferes que foi da do organismo e de seu ambiente externo. Estas cé-
tropa paga da Capitania de Minas a que com baraço e lulas possuem a habilidade de processarem informa-
pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar ções que controlam o fluxo de substâncias do meio
da forca e nela morra morte natural para sempre, […] intracelular (íons sódio, potássio, etc.) e realizam os
e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e processos de difusão e osmose em suas membranas.
salgada, para que nunca mais no chão se edifique […]. <http://www.cerebromente.org.br/n10/fundamentos/
<http://bd.tjmg.jus.br> pot2.htm>. (Adaptado.)
Como se verifica, além da condenação à morte, a sen- Segundo o texto, a comunicação entre essas células
tença determinava ainda que a casa em que o inconfi- ocorre por meio de processo:
dente vivia fosse demolida e a terra salgada, tornan- (a) passivo com desprendimento de energia como a
do-a assim improdutiva. difusão e a osmose.
Referindo-se aos processos de transporte de subs- (b) ativo sem desprendimento de energia como a
tâncias através da membrana, os quais permitem às Bomba de sódio e potássio.
células dos pelos absorventes das raízes obterem
(c) passivo como a difusão, a osmose e a Bomba de
água e minerais do solo, explique por que salgar a ter-
sódio e potássio.
ra torna o solo improdutivo.
(d) ativo como a Bomba de sódio e potássio e pro-
E9. (PUC-RJ) cesso passivo como a difusão e a osmose.
A membrana plasmática tem três funções principais: (e) ativo como a difusão e bomba de sódio e potás-
revestimento, proteção e permeabilidade seletiva. sio e processo passivo como a osmose.
145
E12. (UEA-AM)
A figura ilustra três diferentes mecanismos de transporte através da membrana celular, indicados pelos números 1, 2 e 3.
Gradiente de substâcias não Moléculas polares
concentração polares sem carga
Proteína de canal
1 2 3
O2 N2
CO2
Glicose Aminoácidos
E13. (Acafe-SC-Adaptado)
A membrana plasmática, também denominada membrana celular ou plasmalema é a estrutura que delimita todas as
células vivas, tanto as procariontes como as eucarióticas.
A seguir está representado, esquematicamente, o modelo sugerido por dois pesquisadores, Singer e Nicholson, para
a constituição da membrana plasmática, denominado Modelo Mosaico Fluido.
146
(c) A capacidade de uma membrana de ser atravessada por algumas substâncias e não por outras define a sua per-
meabilidade. A passagem de substâncias através das membranas celulares envolve vários mecanismos, como
o transporte ativo, onde algumas substâncias podem atravessar a membrana plasmática de forma espontânea,
sem gasto de energia, e o transporte passivo, onde ocorre o gasto de energia (ATP).
(d) A membrana celular apresenta três funções principais: revestimento, proteção e permeabilidade seletiva. Na
face externa da membrana plasmática dos animais encontramos o glicocálix que, entre outras funções, é res-
ponsável pelo reconhecimento celular, sendo, por isso, de grande importância em transplantes.
E14. (PUC-RS)
O modelo do mosaico fluido das membranas celulares, proposto por Singer e Nicholson, corresponde a uma bicamada
lipídica com proteínas associadas.
1 2 3
Relacione as proteínas de membrana representadas nas figuras acima com suas respectivas funções na célula, nu-
merando os parênteses.
( ) Permitem a passagem livre de certas substâncias pela membrana.
( ) Permitem a ligação com moléculas sinalizadoras que desencadeiam processos intracelulares.
( ) Interagem de maneira específica com algumas moléculas e íons, carregando-os através da membrana, muitas
vezes contra um gradiente de concentração.
A sequência correta que preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
(a) 1 – 2 – 3 (b) 1 – 3 – 2 (c) 2 – 1 – 3 (d) 3 – 1 – 2 (e) 3 – 2 – 1
E15. (UFRGS-RS)
O quadro abaixo refere-se aos mecanismos de transporte através da membrana.
PROTEÍNA DE
MECANISMO DE ENERGIA EXTERNA FORÇA DE
MEMBRANA ESPECIFICIDADE
TRANSPORTE NECESSÁRIA? MOVIMENTO
NECESSÁRIA?
A favor do gradiente
Difusão simples Não Não 1
de concentração
A favor do gradiente
Difusão facilitada Não 2 Específico
de concentração
Contra o gradiente
Transporte ativo 3 Sim 4
de concentração
Assinale a alternativa que contém a sequência de palavras que substitui corretamente os números de 1 a 4, comple-
tando o quadro.
(a) específico – sim – sim – específico
(b) específico – não – sim – não específico
(c) não específico – sim – não – não específico
(d) não específico – sim – sim – específico
(e) não específico – não – não – específico
147
Cintra/Cextra
2,0
( ) As proteínas periféricas se encontram embutidas 1,5
nas membranas, interagindo fortemente com as
1,0
porções hidrofóbicas dos lipídios e, por essa ra- B
zão, são de difícil isolamento em laboratório. 0,5
148
Este processo está diretamente relacionado com a Nos gráficos abaixo, os valores de V são medidos em
membrana plasmática (membrana celular). função do tempo de incubação:
Em relação ao tema é correto afirmar. O resultado do experimento descrito está representa-
(a) O Transporte Passivo ocorre através da mem- do na curva do gráfico indicado por:
brana semipermeável sempre a favor do gra-
W X
diente de concentração, no sentido de igualar V V
as concentrações nas duas faces da membrana.
Nele, a água se movimenta livremente através
da membrana, sempre do local de maior concen-
tração de soluto para o de menor concentração,
não envolvendo gasto de energia. A pressão com
a qual a água é forçada a atravessar a membra-
na é conhecida por pressão osmótica. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
t (minutos) t (minutos)
(b) A membrana plasmática, também chamada de
membrana celular ou plasmalema, consiste em
Y Z
um envoltório composto por fosfolipídios e proteí- V V
nas, encontrada somente em células eucariontes.
(c) O modelo teórico atualmente aceito para a es-
trutura da membrana plasmática é o mosaico
fluido, proposto por Singer e Nicholson. De acor-
do com este modelo, a membrana é formada por
uma bicamada lipídica (fosfolipídios) onde se en-
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
contram mergulhadas moléculas de proteínas.
t (minutos) t (minutos)
Externamente, apresenta o glicocálix, que entre
outras funções, participa do reconhecimento in- (a) W (c) Y
tercelular.
(b) X (d) Z
(d) O sal inibe o crescimento microbiano afetando a
pressão osmótica das células. Os microrganis-
E22. (UFU-MG)
mos morrem por turgência, pois como o meio
externo contém alta concentração de sal, a água Hemácias humanas foram colocadas em três soluções
entra no citoplasma do microrganismo através com diferentes concentrações salinas (Soluções A, B e
do processo de osmose. C) e as variações de seus volumes, após certo tempo,
foram analisadas e ilustradas no gráfico a seguir.
E21. (Uerj-RJ)
No fígado, o transporte de glicose é realizado por di- Solução A
fusão passiva mediada por proteínas transportadoras
da membrana plasmática. Volume das
hemácias Solução B
Em um experimento, cuja base consistiu em cultivar
humanas
células hepáticas em um meio adequado, foram se-
Solução C
guidos os seguintes passos:
• Adicionar ao meio de cultivo uma concentração de Tempo
glicose suficiente para manter, já no primeiro minu- Em relação à tonicidade do citoplasma das hemácias
to, seu transportador saturado;
humanas, as soluções A, B e C são, respectivamente,
• Medir, a partir do primeiro minuto de incubação, a classificadas como
velocidade V do transporte de glicose para o interior
(a) hipotônica, hipotônica, isotônica.
dos hepatócitos;
(b) hipertônica, isotônica, hipotônica.
• Bloquear, após três minutos de incubação, o meta-
bolismo da glicose já absorvida, por meio da adição (c) hipotônica, isotônica, hipertônica.
de um inibidor da enzima glicoquinase. (d) hipertônica, hipotônica, hipotônica.
149
E23. (UEPG-PR-Adaptado)
A figura abaixo se trata de uma representação esquemática da passagem de partículas de soluto através da membra-
na plasmática. Indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
LOPES, S., ROSSO, S. BIO, 2a ed. Volume 1, Editora Saraiva. São Paulo. 2010. (Adaptado.)
(01) O transporte ativo, representado em D, ocorre através da membrana plasmática, com gasto de energia, ou seja,
ocorre contra o gradiente de concentração.
(02) Em A, B e C podemos observar exemplos de transporte pela membrana plasmática sem gasto de energia, ten-
dendo a igualar a concentração da célula com a do meio externo, ou seja, acontece a favor do gradiente de con-
centração.
(04) Em C, está representada a difusão facilitada. Neste processo, algumas proteínas da membrana, ou permeases,
atuam facilitando a passagem de certas substâncias. Podemos citar, como exemplo, o transporte de glicose em
células do fígado.
(08) A difusão facilitada corresponde ao movimento de partículas de onde elas estão menos concentradas para uma
região de maior concentração, como demostrado por D. Neste tipo de transporte, faz-se uso de energia para
passagem de substâncias do meio intracelular (hipotônico) para o meio extracelular (hipertônico).
(16) Na osmose, representada em A, partículas, íons e proteínas podem atravessar a membrana por simples difusão,
com o objetivo da manutenção das concentrações em equilíbrio entre os meios intra e extracelular.
E24. (Uerj-RJ)
Num experimento sobre absorção intestinal foi utilizado o seguinte procedimento:
• Fechar um pedaço de alça intestinal em uma das extremidades, formando um saco;
• Virar o saco, expondo a mucosa para o lado externo;
• Colocar solução salina no interior do saco;
• Mergulhá-lo, parcialmente, numa solução salina idêntica, porém acrescida de glicose;
• Medir, em função do tempo, a variação da concentração da glicose na solução externa, mantendo as condições
adequadas;
• Adicionar, em um determinado momento T, à solução externa, cianeto de sódio, um forte inibidor da cadeia respira-
tória mitocondrial.
O resultado deste experimento está representado por uma das curvas do gráfico a seguir.
150
151
C
FOLHA AZ
(b) A difusão facilitada é o transporte de substân-
1. (ESPBA-BA)
cias pela membrana com o auxílio de proteínas
A membrana plasmática é constituída, basicamente, transportadoras e gasto de energia.
por uma bicamada de fosfolipídios associados a mo-
(c) A osmose é a passagem de substâncias através
léculas de proteína. Essa estrutura delimita a célula,
da membrana plasmática em direção à menor
separa o conteúdo celular do meio externo e possibi-
concentração de solutos.
lita o trânsito de substâncias entre os meios intra e
extracelular. (d) Uma membrana permeável à substância A pos-
sibilitará o transporte dessa substância para
Sobre o transporte através da membrana, é correto
fora da célula, desde que exista ATP disponível.
afirmar:
(a) A passagem de substâncias através da membra- (e) No transporte ativo, ocorre a passagem de subs-
na plasmática, utilizando proteínas transporta- tâncias por proteínas de membrana com gasto
doras é denominada difusão simples. de energia.
152
4. (Enem)
Uma das estratégias para conservação de alimentos
é o salgamento, adição de cloreto de sódio (NaCl) his-
toricamente utilizado por tropeiros, vaqueiros e ser-
tanejos para conservar carnes de boi, porco e peixe.
O que ocorre com as células presentes nos alimentos
preservados com essa técnica?
(a) O sal adicionado diminui a concentração de solu-
tos em seu interior.
Fonte: Fernando Gonsales. Folha de São Paulo. 01 fev. 2011.
(b) O sal adicionado desorganiza e destrói suas
Com base no observado, assinale a alternativa que membranas plasmáticas.
preenche corretamente as lacunas do enunciado abai- (c) A adição de sal altera as propriedades de suas
xo, na ordem em que aparecem. membranas plasmáticas.
O caracol ficou desidratado como resultado do proces- (d) Os íons Na+ e Cl– e provenientes da dissociação
so denominado , no qual do sal entram livremente nelas.
o sal grosso é um que
(e) A grande concentração de sal no meio extrace-
torna o ambiente em
lular provoca a saída de água de dentro delas.
relação às células do caracol.
(a) transporte ativo – soluto – hipertônico
5. (Enem)
(b) osmose – solvente – hipertônico A horticultura tem sido recomendada para a agri-
(c) difusão – solvente – isotônico cultura familiar, porém as perdas são grandes devido
(d) difusão – solvente – hipotônico à escassez de processos compatíveis para conservar
frutas e hortaliças. O processo, denominado desi-
(e) osmose – soluto – hipertônico dratação osmótica, tem se mostrado uma alternativa
importante nesse sentido, pois origina produtos com
3. (Uece-CE) boas condições de armazenamento e qualidade se-
Toda célula procariótica ou eucariótica possui uma melhante à matéria-prima.
membrana que a isola do meio exterior denominada GOMES, A. T.; CEREDA, M. P.; VILPOUX, O. Desidratação osmótica:
membrana plasmática. As proteínas presentes na uma tecnologia de baixo custo para o desenvolvimento
da agricultura familiar. Revista Brasileira de Gestão e
membrana plasmática são fundamentais para a es-
Desenvolvimento Regional, n. 3, set.-dez. 2007. (Adaptado.)
trutura das células, pois
153
Esse processo para conservar os alimentos remove a (d) aquecimento, pois a luz do Sol incide sobre o
água por tronco e aquece a cal, que mata os seres vivos
(a) aumento do ponto de ebulição do solvente. do microambiente.
(b) passagem do soluto através de uma membrana (e) vaporização, pois a cal facilita a volatilização da
semipermeável. água para a atmosfera, eliminando os seres vi-
vos do microambiente.
(c) utilização de solutos voláteis, que facilitam a
evaporação do solvente.
8. (Acafe-SC)
(d) aumento da volatilidade do solvente pela adição
A membrana plasmática é um envoltório celular que
de solutos ao produto.
delimita o espaço interno da célula.
(e) pressão gerada pela diferença de concentração
Quanto às suas propriedades e funções é correto afir-
entre o produto e a solução.
mar, exceto:
154
GABARITO A
E01. E meio mais concen- E10. C deve ser alterado
E02. D trado de solutos. E11. D pelo cianeto.
E03. B 2. Transporte ativo E12. E E19. C
(com gasto de energia E20. C
E04. D E13. D
– ATP): substâncias
E05. B E14. B E21. A
transportadas do meio
E06. B menos concentrado E15. D E22. C
E07. C para o mais concen- E16. C E23. 01 + 02 + 04 = 07
E08. O salgamento torna trado, em sentido con- E24. B
E17. A
o solo hipertônico trário ao gradiente de E25. D
concentração. E18.
em relação aos pelos E26.
absorventes da raiz. 3.Transporte de ma- a) Substância A: trans-
cromoléculas (em porte ativo, realizado a) D e c o m p o s i t o r e s
Consequentemente,
bloco): endocitose continuamente mes- como bactérias e
as plantas perdem
– englobamento de mo contra o gradien- fungos não conse-
água para o solo e
substâncias para te de concentração; guem sobreviver em
não sobrevivem.
Substância B: trans- meio hipertônico,
E09. 1. Transporte passivo dentro da célula.
porte passivo, o qual pois perdem água
(sem gasto de ener- Existem dois tipos:
se estabiliza à me- por osmose passi-
gia): difusão simples fagocitose (partícu-
dida em que os gra- vamente através da
– passagem de subs- las sólidas captura-
dientes de concen- membrana plasmáti-
tâncias do meio mais das através de pseu-
tração dentro e fora ca.
concentrado para o dópodes, projeções
da membrana) e pi- da célula se igualam. b) O salgamento utili-
meio menos concen-
nocitose (partículas b) O transporte da zado, por exemplo,
trado; difusão facili-
líquidas capturadas substância A deve na produção de car-
tada – passagem de
através da invagina- ser inibido pelo cia- ne-seca e de peixes
substâncias auxilia-
ção da membrana, neto, pois o trans- como o bacalhau.
das por proteínas de
membrana; e osmo- formando vesículas); porte ativo depende E27. C
se – passagem de Exocitose – saída de de fonte energética E28. D
água do meio menos substâncias através (ATP). O transpor-
concentrado para o de vesículas. te passivo de B não E29. C
155
© BLAMB / SHUTTERSTOCK
qual estão mergulhadas organelas e inclusões citoplas- Citoplasma
máticas. Nos procariotos o citoplasma envolve inclusive o Microfilamento
material genético.
Filamento
O hialoplasma é formado por duas partes: substância
intermediário
amorfa e citoesqueleto.
156
Membrana plasmática
Microtúbulos
Filamentos Membrana
intermediários plasmática
Composição do citoesqueleto
Formados pela tubulina. Formados por inúmeras proteínas, Formados pela actina.
Funções: suporte estrutural, como a queratina. Funções: suporte para algumas
formação dos fusos, formação dos Funções: resistência mecânica e estruturas (microvilosidades), ciclose
centríolos, cílios e flagelos e no junções de adesão entre células e divisão das células. Em conjunto
tranporte de macromoléculas e subjacentes. com a miosina são os principais
organelas. componentes contráteis.
Esquemas evidenciando os filamentos proteicos que compõem o citoesqueleto, bem como suas estruturas.
POLIMERIZAÇÃO
DESPOLIMERIZAÇÃO
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BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 8 - CITOPLASMA I: HIALOPLASMA. CITOESQUELETO
Monômeros de E RETÍCULOS
actina ENDOPLASMÁTICOS Filamento de actina
MICROFILAMENTO DE ACTINA
β - Tubulina α - Tubulina
Tubulina (dímero)
Esquema de um microtúbulo.
158
pelo mau funcionamento dos microtúbulos. Isso acarreta a • Movimento de circulação do hialoplasma típico de
formação do coração do lado direito do peito, uma vez que, células vegetais, denominado de ciclose. É formado
durante o período embrionário, as células não conseguiram por uma camada de plasmassol que se desloca por
migrar de forma correta. um corredor formado por uma camada de plasmagel
Além disso, a síndrome também causa esterilidade, próxima à membrana e ao vacúolo central. É criada
uma vez que os microtúbulos estão envolvidos na forma- uma correnteza que realiza o transporte de inúmeros
ção do flagelo dos espermatozoides. orgânulos citoplasmáticos, como os cloroplastos. A
formação da ciclose também depende dos filamentos
de actina.
Fibra muscular
Miofibrila
Sarcômero
Miosina
Fotomicrografia do protista Amoeba proteus. Os pseudópodes Actina
servem para locomoção e para alimentação.
Representação de uma fibra muscular.
159
Photoresearchers/Photoresearchers/Latinstock
© PHOTORESEARCHERS/ PHOTORESEARCHERS/LATINSTOCK
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Centríolo
Alila/123RF
Centríolo
Microtúbulos Seção transversal
do centríolo
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triplete
Microtúbulos Seção transversal
triplete do centríolo
Fibras de fuso
Fibras de fuso
Ligação das
fibras Centríolo
Ligação das Microtúbulos
fibras Centríolo
Microtúbulos
Cromossomos
Representação esquemática da estrutura do centríolo.
Cromossomos
160
Microtúbulos periféricos
Dineína
Membrana plasmática
Corpo basal
(cinetossomo)
Microtúbulo central
Células de vegetais superiores não têm cen-
Corte mostrando a organização dos microtúbulos em um flagelo.
tríolos, mas formam o fuso acromático da mesma
maneira, sugerindo que talvez tais estruturas não
tenham um papel fundamental, mas apenas facili-
tador no processo.
4. Ribossomos
Os ribossomos (presentes tanto em células procarion-
3.2 A formação e estrutura de cílios e flagelos tes como nas eucariontes) foram descritos pela primeira
vez por Palade, em 1953. Eles são grãos formados por RNA
Cílios e flagelos são estruturas móveis, que podem ser
e proteínas, encontrados nas células eucariotas, livres no
encontradas tanto em organismos unicelulares quanto em
hialoplasma ou aderidos à membrana do retículo endo-
pluricelulares. Flagelos são estruturas longas e aparecem
plasmático. Os ribossomos livres no hialoplasma ainda po-
em menor quantidade; já os cílios são mais curtos, porém
dem aparecer em duas formas: isolados ou presos uns aos
numerosos. A despeito disso, a estrutura interna dos dois
outros por uma fita de RNA mensageiro. Nesse caso, são
é idêntica.
chamados de polirribossomos ou polissomos.
Essas estruturas podem ter função na locomoção de
Cada um deles é formado por duas subunidades de
diversos protozoários, larvas de invertebrados e outros
tamanhos e densidades diferentes. Em decorrência disso,
organismos unicelulares. Também são responsáveis pela
elas se depositam em velocidades diferentes quando sub-
locomoção dos espermatozoides.
metidas à técnica de centrifugação fracionada.
Ainda podemos encontrar cílios e flagelos atuando na
A unidade utilizada para medir o tempo de deposição
manutenção do fluxo constante de água em animais filtra-
após a centrifugação é o Svedberg (nome dado em home-
dores (esponjas, mexilhões etc.) ou realizando a retenção
nagem a Theodor Svedberg, químico alemão que inventou
de impurezas na traqueia humana.
a ultracentrifugadora). Dizemos que procariontes têm ri-
A presença dos centríolos é obrigatória para a forma-
bossomos que se depositam em 70S, enquanto os dos eu-
ção de cílios e flagelos. Ambos são formados por microtú-
cariontes depositam-se em 80S.
bulos e proteínas contráteis (dineína) envolvidos por uma
Os ribossomos são responsáveis pela síntese de pro-
projeção da membrana plasmática.
teínas. Ela é feita por meio da união de aminoácidos, utili-
A distribuição dos microtúbulos é feita formando-se
zando as informações contidas em uma fita de RNA men-
nove pares periféricos e mais um par localizado na parte
sageiro. Este é produzido no núcleo da célula a partir do
central.
DNA. Durante o processo de síntese, os ribossomos des-
O centríolo serve como molde para a construção do ar- lizam sobre a fita de RNA, à medida que adicionam novos
ranjo de microtúbulos característicos, situando-se na base aminoácidos e formam proteínas.
dos cílios ou flagelos. Lá eles recebem o nome de corpús-
As proteínas produzidas nos ribossomos livres no cito-
culo basal ou cinetossomo.
plasma serão utilizadas pela própria célula, permanecendo
O batimento constante de cílios e flagelos demanda no citoplasma. Em contrapartida, as proteínas produzidas
grande gasto de energia. Portanto, é comum observarmos pelos ribossomos aderidos ao retículo endoplasmático se-
um acúmulo de mitocôndrias próximas aos cinetossomos. rão lançadas no meio extracelular.
161
162
163
Entre os eucariotos fotossintetizantes atuais, reco- Ao contrário, os dados existentes favorecem a hi-
nhecemos três grupos cujo cloroplasto seria produto de pótese de origem autógena, segundo a qual essas es-
um evento primário de endossimbiose: (1) as algas verdes truturas teriam se originado e se organizado gradati-
(Chlorophyta) e as plantas terrestres; (2) as algas ver- vamente na célula eucariótica. Uma possível presença
melhas (Rhodophyta); e (3) um pequeno grupo de algas de DNA e RNA nos centros organizadores de microtú-
unicelulares flageladas (Glaucocystophyta). Esses gru- bulos não foi confirmada.
pos, por sua vez, teriam originado os plastos de outras A rápida diversificação das principais linhagens
linhagens de eucariotos por meio de eventos de endos- dos eucariotos ocorreu em torno de 1 a 1,5 bilhão de
simbiose secundária. anos atrás e pode ter sido ocasionada por diversos
A origem endossimbiótica dos plastos e mitocôn- fatores, como alterações ambientais, por exemplo, o
drias já está firmemente estabelecida. aumento de oxigênio na atmosfera que pode ter atin-
Entretanto, endossimbiose também tem sido propos- gido patamares que possibilitaram a ocupação de no-
ta para explicar a origem de praticamente todas as demais vos nichos.
organelas das células eucarióticas. Para essas outras or- Baseado em trechos do capítulo “O mundo de RNA e a
ganelas, como o sistema relacionado à motilidade (siste- origem da complexidade da vida”, escrito pela Profa. Dra.
Mariana Cabral de Oliveira e pelo Prof. Dr. Carlos Frederi-
ma microtubular e flagelo), retículo endoplasmático, pero- co Martins Menck, ambos da Universidade de São Paulo,
xissomos, entre outros, não existe evidência molecular ou e publicado no livro Biologia Molecular e Evolução, Holos
bioquímica conclusiva de origem endossimbiótica. Editora, Organizador Sérgio Russo Matioli.
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 4. Entender a estrutura e o funcionamento de cílios massa corporal em água, e uma formiga, três vezes
e flagelos. a sua própria massa. Um cão de 27 kg, com 500 g
de água em seu pelo, precisaria gastar 20% de seu
F1. (Unigranrio-RJ)
consumo calórico diário para se secar naturalmen-
Dentre as funções abaixo podemos, corretamente, as- te ao ar livre.”
sociar aos Cílios e Flagelos, exceto: Revista Geo, n. 28, p. 15.
(a) Locomoção;
Uma das adaptações de mamíferos aos climas frios é
(b) Sustentar as microvilosidades;
o acúmulo de tecido adiposo que tem, entre suas fun-
(c) Defesa; ções, o isolamento térmico. As células que sintetizam
(d) Eliminação de partículas; lipídios apresentam intensa atividade relacionada ao
164
LOPES, S. Bio. São Paulo: Saraiva, 2017. A estrutura apontada pela seta corresponde:
(a) ao microtúbulo.
(a) A síntese proteica nos eucariontes depende da
presença de ribossomos. Nos procariontes, é ne- (b) à unidade de membrana.
cessária, apenas, a presença de poliribossomos. (c) ao feixe esquelético calcificado.
(b) No retículo endoplasmático não granuloso (liso) (d) a tecido conjuntivo fibroso.
ocorre a síntese de proteínas que serão utilizadas
(e) a uma fibra conjuntiva elástica.
pela própria célula, no seu citoplasma.
(c) No retículo endoplasmático granuloso (rugoso) Objetivo 5. Descrever as principais características estruturais
ocorre a síntese de proteínas que serão secre- e funcionais de ribossomos e do retículo endoplasmático, bem
tadas pela célula. como a localização destes no interior da célula.
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
(b) na superfície externa do retículo endoplasmáti-
E1. (Cesgranrio-RJ)
co rugoso.
Uma célula jovem cresce à custa de proteínas por ela
(c) no interior do retículo endoplasmático rugoso.
sintetizadas.
(d) no aparelho de Golgi.
Essas proteínas são sintetizadas:
(a) no retículo endoplasmático liso. (e) nos ribossomos livres no citoplasma.
165
166
Assinale a alternativa que corresponde ao elemento do (08) Nos eucariotos, os cílios e flagelos são capazes
citoesqueleto celular que é afetado pela vimblastina. de provocar correntes no ambiente líquido onde
(a) Filamentos de Actina. estão mergulhadas as células, sendo que estas
correntes podem ser usadas para locomoção e
(b) Filamentos Intermediários. captura de alimentos.
(c) Microtúbulos. (16) Os cílios são estruturas curtas e numerosas, sen-
(d) Filamentos de miosina. do que nas vias respiratórias humanas atuam na
expulsão de partículas estranhas ao corpo.
E9. (UEA-AM)
Existem drogas quimioterápicas usadas no tratamen- E12. (UERJ-RJ)
to de pacientes com câncer que impedem a formação O núcleo de uma célula eucariota, por ser 20% mais
de microtúbulos. Sua interferência no processo de di- denso que o meio intracelular, tende a se deslocar
visão celular será nesse meio. No entanto, é mantido em sua posição
normal pelo citoesqueleto, um conjunto de estruturas
(a) no desaparecimento da carioteca.
elásticas responsáveis pelo suporte das estruturas
(b) no desaparecimento do nucléolo. celulares. Em viagens espaciais, em condições de gra-
(c) na duplicação dos cromossomos. vidade menor que a da Terra, o esforço do citoesque-
leto para manter esse equilíbrio diminui, o que pode
(d) na condensação dos cromossomos.
causar alterações no metabolismo celular.
(e) na migração dos cromossomos. As estruturas básicas dos componentes do citoesque-
leto são formadas por moléculas de:
E10. (UPM-SP)
(a) proteínas. (c) polissacarídios.
Os anabolizantes atuam acelerando a síntese de fibrilas
(b) glicolipídios. (d) nucleoproteínas.
musculares. Assim, na célula, essas substâncias agem:
(a) no retículo endoplasmático rugoso. E13. (PUC-MG)
(b) no complexo de Golgi. A seguir estão enunciadas três funções exercidas por
(c) no núcleo. uma certa estrutura comum às células animais.
167
(b) I e III. (e) I e IV. Nesses casos, é correto dizer que, nas células do fíga-
do desses usuários,
(c) II e IV.
(a) o retículo endoplasmático liso se apresenta pou-
E16. (PUCC-SP)
co desenvolvido. Esse processo pode contribuir
para diminuir a eficácia de alguns medicamen-
“A fenilalanina é um aminoácido que está pre-
tos, como os antibióticos.
sente em quase todos os alimentos, com importân-
cia na constituição das proteínas e também como (b) o retículo endoplasmático liso se apresenta bas-
precursor de outras moléculas. Uma pequena parte tante desenvolvido. Esse processo pode contri-
da fenilalanina ingerida é incorporada pelo organis- buir para diminuir a eficácia de alguns medica-
mo na síntese proteica, mas o excedente, que geral- mentos, como os antibióticos.
mente corresponde à maior parte, é naturalmente (c) o retículo endoplasmático rugoso se apresenta
convertido em outro aminoácido, a tirosina, por uma
pouco desenvolvido. Esse processo pode contri-
enzima produzida no fígado e denominada fenilala-
buir para aumentar a eficácia de alguns medica-
nina hidroxilase.
mentos, como os antibióticos.
Um pequeno grupo de indivíduos, estimadamente
(d) o retículo endoplasmático rugoso se apresenta
uma a cada 24.310 crianças nascidas na população
brasileira, apresenta uma deficiência genética que im- bastante desenvolvido. Esse processo pode con-
pede a produção da enzima fenilalanina hidroxilase, tribuir para aumentar a eficácia de alguns medi-
impossibilitando o organismo de converter o excesso camentos, como os antibióticos.
de fenilalanina em tirosina. O grande problema causa- (e) o complexo golgiense se apresenta bastante de-
do pela falta da enzima é o acúmulo do excedente da senvolvido. Esse processo pode contribuir para
fenilalanina ingerida (hiperfenilalaninemia) que, nessa aumentar a eficácia de alguns medicamentos,
condição, é convertida em outra substância, o ácido fe- como os antibióticos.
nilpirúvico (encontrado na urina e também no suor). No
organismo, o ácido fenilpirúvico é um inibidor de vias E18. (Unicamp-SP)
metabólicas responsáveis pela produção de determi-
Os microtúbulos, parte do citoesqueleto, estão envol-
nados lipídeos importantes na constituição da mem-
vidos em diversas etapas da diferenciação de neurô-
brana de mielina, fundamental para o funcionamento
nios, incluindo a origem e a função de seus prolonga-
dos tecidos neurais, o que compromete gravemente o
desenvolvimento neurológico do indivíduo. São deno- mentos celulares – dendritos e axônios.
minados fenilcetonúricos os indivíduos incapazes de As proteínas associadas aos microtúbulos (MAPs) têm
converter a fenilalanina em tirosina.” funções essenciais nas células neuronais, podendo
Revista Genética na Escola, v. 5, n. 2, 2010. ser divididas em três famílias – MAP1, MAP2 e Tau.
168
A B C
Tau
Fase 1-2 Fase 3 Fase 4 MAP2
MAP1B
Fase 1-2: célula precursora neural, com prolongamentos do tipo lamelipódio e futuros neuritos; Fase 3: neurônio com pola-
ridade, com axônio e neuritos; Fase 4: neurônio maduro, com dendritos formados a partir dos neuritos e axônio ramificado.
Os gráficos de barras representam a quantidade das MAPs, conforme legenda no painel C.
L. Penazzi e outros, Chapter Three - Microtubule Dynamics in Neuronal Development, Plasticity, and Neurodegeneration. International
Review of Cell and Molecular Biology, Kidlington, v. 321, p. 89-169, 2016.
Cite pelo menos dois papéis dos microtúbulos em uma célula eucariótica, diferentes daqueles mencionados acima.
As distribuições subcelulares de Tau, MAP2 e um tipo de MAP1 (MAP1B) durante a diferenciação neuronal são repre-
sentadas na figura. Na fase 4, qual MAP é encontrada em maior quantidade nos dendritos?
E19. (UFRGS-RS)
O quadro a seguir refere-se aos tipos de citoesqueletos, à sua composição e às suas funções.
Assinale a sequência de termos que correspondem, respectivamente, aos números 1, 2 e 3 do quadro, completando-o.
(a) filamentos intermediários - troponina - formação de centríolos
(b) filamentos intermediários - tubulina - preenchimentos de microvilosidades
(c) tonofilamentos - miosina - formação do fuso mitótico
(d) citoqueratinas - miosina - preenchimentos de flagelos
(e) citoqueratinas - tubulina - formação de centríolos
E20. (UFPR-PR)
O cultivo de células tem sido utilizado como uma possível alternativa para a produção de moléculas úteis na medicina,
como a produção de hormônios naturais. Com a intenção de produzir hormônios como a testosterona e a progeste-
rona, que são derivados do colesterol, pesquisadores tiveram que selecionar uma linhagem de células a partir da
caracterização morfológica delas. Na figura abaixo estão apresentadas essas características.
169
A partir da observação, qual é o número da linhagem (02) A energia celular é proveniente das mitocôn-
selecionada para atingir o objetivo pretendido? drias, organelas responsáveis pela digestão de
(a) 1. (c) 3. (e) 5. partículas no interior das células.
Com relação às células, indique a soma da(s) proposi- (08) Os centríolos são organelas localizadas próximo
ção(ões) correta(s). ao centro das células, proporcionado a nutrição
(01) A célula da bactéria é mais simples do que a cé- necessária ao funcionamento celular.
lula dos eucariotos. A célula procariota é carac- (16) O retículo endoplasmático é chamado de rugo-
terizada pela ausência de uma membrana en- so quando está associado aos ribossomos, tendo
volvendo o seu material genético, não havendo como função a síntese de proteínas. Já o retículo
então a presença de um núcleo individualizado. endoplasmático liso é aquele livre dos ribossomos.
C
FOLHA AZ (d) 2 – 1 – 1 – 1.
(e) 2 – 1 – 1 – 2.
1. (PUC-PR)
O espermatozoide possui uma “bolsa” cheia de enzi- 3. (Enem)
mas digestivas na sua região anterior, o acrossomo.
A ricina, substância tóxica extraída da mamona,
Essa estrutura será utilizada para auxiliar na pene-
liga-se ao açúcar galactose presente na membrana
tração do óvulo. Assinale a alternativa que mostra a
plasmática de muitas células do nosso corpo. Após
organela celular responsável pela produção das enzi-
serem endocitadas, penetram no citoplasma da célu-
mas contidas no acrossomo.
la, onde destroem os ribossomos, matando a célula
(a) Lisossomo. (d) Ribossomo. em poucos minutos.
(b) Complexo de Golgi. (e) Mitocôndria. SADAVA, D. et al. Vida: a ciência da biologia. Porto Alegre:
Artmed, 2009. (Adaptado.)
(c) Centríolo.
O uso dessa substância pode ocasionar a morte de
2. (UFRGS-RS) uma pessoa ao inibir, diretamente, a síntese de
No bloco superior abaixo, são citados dois diferentes (a) RNA. (d) proteínas.
componentes estruturais do citoesqueleto; no inferior, (b) DNA. (e) carboidratos.
suas funções.
(c) lipídios.
Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.
1. Microtúbulos 4. (UPM-SP)
2. Microfilamentos
( ) locomoção do espermatozoide Ribossomos
170
Assinale a alternativa correta a respeito da organela salivares, o retículo endoplasmático granular ou er-
representada no desenho anterior. gastoplasma tem por função:
(a) Representa o complexo de Golgi. (a) A síntese de lipídios.
(b) Está presente tanto em células procariotas (b) A síntese de proteínas.
quanto em células eucariotas. (c) A síntese de glicose.
(c) Apresenta um sistema de membranas duplas e (d) A degradação de corpúsculos fagocitados.
possui DNA e RNA próprios.
(e) A síntese de ATP.
(d) É responsável pelo armazenamento e secreção
de substâncias. 8. (PUCC-SP)
(e) Está diretamente envolvida na síntese proteica. Uma célula secretora apresenta, como organela mais
desenvolvida, o retículo endoplasmático liso. Pode-se
5. (FCMSJF-MG) concluir que esta célula produz
O uso de álcool e drogas em excesso induz a proli- (a) aminoácidos. (d) glicoproteínas.
feração de uma organela citoplasmática que é res- (b) proteínas. (e) lipídios.
ponsável pela degradação dessas substâncias. Dessa
(c) muco.
forma, aumenta-se a tolerância do organismo a essas
drogas, necessitando cada vez mais altas doses para
9. (PUC-RS-Adaptado)
que elas possam fazer efeito.
Durante um experimento, um biólogo introduziu no
Assinale a alternativa referente a organela de que se
citoplasma de amebas certa droga capaz de despo-
trata o texto acima:
limerizar as proteínas do citoesqueleto. Em suas
(a) ribossomo. observações, ele notou que amebas desprovidas de
(b) retículo endoplasmático liso. citoesqueleto íntegro ficavam impedidas de realizar
muitas funções, exceto
(c) retículo endoplasmático rugoso.
(a) locomoção. (d) exocitose.
(d) complexo de Golgi.
(b) divisão. (e) osmose.
6. (PUC-RS) (c) fagocitose.
Sobre o citoesqueleto, é correto afirmar que
10. (UFJF/Pism-MG)
(a) está presente em células procarióticas e euca-
rióticas. O citoesqueleto é formado por componentes pro-
teicos que realizam diversas funções celulares.
(b) está relacionado à ciclose, contínuo movimento
Dentre elas está a manutenção estrutural e susten-
de organelas e substâncias no citosol, envolven-
tação das células animais. São componentes do ci-
do proteínas como actina e miosina.
toesqueleto: filamentos intermediários, filamentos
(c) organiza a estrutura interna celular, mas não de- de actina e microtúbulos. Assinale a opção que cita
fine a forma da célula. CORRETAMENTE as funções desses elementos do
(d) o movimento ameboide de algumas células in- citoesqueleto.
depende de suas adaptações. (a) resistência mecânica, contração da célula muscular,
(e) os microfilamentos de actina que o compõem se composição estrutural de cílios e flagelos.
originam dos centrossomos, também chamados (b) divisão celular com formação do fuso mitótico, sín-
de centro de organização celular. tese proteica, replicação do DNA.
(c) resistência mecânica, armazenamento de energia,
7. (UEL-PR) transporte de vesículas.
A ciência tem demonstrado que, nas células dos seres
(d) transcrição do RNA, composição estrutural de cílios
vivos eucariontes, diversos aspectos do metabolismo
e flagelos, contração da célula muscular.
celular estão associados a determinadas organelas
citoplasmáticas. Assim, em células epiteliais secre- (e) composição estrutural de cílios e flagelos, síntese
proteica, tradução de proteínas.
toras, como por exemplo a dos ácinos das glândulas
171
GABARITO
A
E01. B E14. C
E02. B E15. C
E03. A E16. E
E04. C E17. B
E05. E E18. Os microtúbulos presentes em células eucarióticas
E06. B formam o fuso acromático de divisão durante a mi-
tose e a meiose. Também aparecem na estrutura
E07. B
dos centríolos, cílios e flagelos relacionados com a
E08. C motilidade celular. A mais encontrada nos dendri-
E09. E tos na fase 4 é a MAP2.
E10. A E19. B
E11. 01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31 E20. C
E12. A E21. 01 + 16 = 17
E13. A
172
© LDARIN / SHUTTERSTOCK
nosas), toda comunicação com o meio externo é estabele- Cisterna
cida por meio da membrana plasmática. Assim, enzimas
FACE CIS
digestivas de uma bactéria, por exemplo, são lançadas OU
FACE TRANS
OU DE
para o exterior da célula, e os metabólitos provenientes FORMATIVA
MATURAÇÃO
do processo de digestão são transportados para o interior Nova vesícula
em formação
por meio de proteínas transportadoras.
A existência de complexos compartimentos mem-
branosos em células eucariontes permite a captação
Vesículas
de macromoléculas, por um processo denominado en- de transporte Vesículas
de secreção
docitose. Nele, tais macromoléculas são entregues às
enzimas digestivas, que se encontram estocadas em
estruturas chamadas lisossomos. A consequência direta
disso é que os metabólitos da digestão são liberados di-
retamente no citosol.
Modelo esquemático do complexo golgiense.
Além da digestão regulada de macromoléculas por
meio da via endocítica, o sistema de membranas também As pilhas do complexo golgiense apresentam inúmeras
regula a liberação de proteínas e carboidratos recém-for- vesículas associadas, que se agrupam e costeiam o retícu-
mados para o exterior. Chamamos essa via de biossintéti- lo endoplasmático. Elas transportam proteínas e lipídios,
ca-secretora, sendo ela responsável também pela modifi- para fora e para dentro do complexo golgiense, realizando,
cação das substâncias que realizam o percurso por seus também, o transporte entre as cisternas. Ao longo do pro-
múltiplos compartimentos. A secreção de substâncias se cesso de transporte, essas substâncias sofrem inúmeras
dá por um processo denominado exocitose. modificações covalentes.
173
Cada pilha possui duas faces: mente, em vesículas secretoras para posteriormente
• Face cis: recebe proteínas e lipídios em vesículas de serem liberadas. Essa via é encontrada principalmen-
transporte provenientes do retículo endoplasmático. te em células especializadas na secreção de produtos
como hormônios, neurotransmissores ou enzimas di-
• Face trans: libera vesículas transportadoras conten- gestivas, de uma forma rápida, de acordo com a deman-
do lipídios e proteínas, sendo destinadas à membra- da do organismo (por isso, o nome “regulada”).
na plasmática ou a outros compartimentos.
Retículo endoplasmático Complexo
rugoso golgiense
secretoras ou para a superfície da célula. Esquema da célula mostrando os três possíveis destinos de substân-
cias sintetizadas no R.E.
174
175
Lisossomo.
Sinal
Reciclagem de Endossomos
Lisossomos são organelas heterogêneas receptores prematuros
O tamanho e forma dos lisossomos variam de
modo extraordinário entre os diversos tipos celulares.
Essa diversidade reflete a grande variedade de funções Endossomos
das hidrolases ácidas. Essa característica dos lisosso- tardios
Lisossomo
mos contrasta com outras organelas, que geralmente
apresentam uma estrutura relativamente uniforme.
Dissociação e
seleção
Degradação
• A digestão celular
De forma geral, os lisossomos representam os locais
de convergência de vias de tráfego intracelular. As enzi-
mas produzidas pelo retículo endoplasmático rugoso che-
gam até os lisossomos por meio do complexo golgiense,
Exocitose
enquanto as substâncias que serão digeridas chegam até Criando
eles por ao menos três vias distintas. Complexo
vesícula em
torno da
A mais comum delas é a entrada de substâncias golgiense mitocôndria
176
Todas as três vias formam produtos de digestão que membrana, como polissacarídeos e polipeptídios. Além disso,
se acumulam nas vesículas. Estas passam a ser cha- partículas de tamanho relativamente grande também podem
madas de corpos residuais. Essas vesículas podem ser ser englobadas, como bactérias e vírus.
eliminadas por exocitose ou acumular-se no citoplasma, Entretanto, nenhum dos processos vistos anterior-
como ocorre em células do fígado, do cérebro e dos gló- mente é capaz de realizar o transporte de tais moléculas.
bulos brancos. Nos glóbulos brancos, o acúmulo de resí- Para que isso ocorra, é necessário que haja alterações
duos pode levar à morte, formando o pus encontrado em morfológicas da membrana plasmática.
locais infeccionados.
A entrada de substâncias nas células é realizada por
O acúmulo de resíduos também é associado ao enve- um processo chamado endocitose, enquanto a saída é feita
lhecimento de células cerebrais e hepatócitos. por exocitose.
• Endocitose: é dividida em dois processos: fagocitose
A participação dos lisossomos no processo de e pinocitose.
autólise
• Fagocitose: é o englobamento de partículas relati-
A regressão da cauda do girino, bem como a vamente grandes (maiores que 0,25 micrômetros),
modelagem dos dedos do embrião humano (que como micro-organismos e resíduos celulares. Ela é
inicialmente são unidos por uma membrana), é realizada por meio de expansões citoplasmáticas de-
realizada por um processo conhecido como autó- nominadas pseudópodes, que envolvem a partícula,
lise ou citólise. colocando-a em uma vesícula no interior da célula.
Nele, a membrana dos lisossomos se rompe, Ela é a principal forma de captura de alimentos entre
levando à dispersão das enzimas digestivas pelo protozoários, sendo também utilizada em organis-
citoplasma com consequente destruição da célula. mos pluricelulares como forma de defesa contra a
Esse processo também é responsável pela re- penetração de organismos estranhos ou na destrui-
novação de células velhas ou destruição de células ção de células velhas.
mortas. A autólise é, na verdade, apenas uma eta-
pa de um mecanismo maior, chamado apoptose ou
morte celular programada.
Certas doenças apresentam efeitos semelhan-
tes aos da autólise, com ruptura da membrana dos
lisossomos. Em trabalhadores de minas, é comum
uma doença chamada silicose, em que ocorre a rup-
tura dos lisossomos e a destruição das células pul-
monares devido à inalação de pó de sílica e carvão.
Um caso semelhante ocorre devido ao acúmulo
de ácido úrico nas articulações, caracterizando uma
doença chamada de gota.
Por outro lado, algumas doenças genéticas pro-
Neutrófilo realizando fagocitose de uma bactéria.
vocam a deficiência de certas enzimas lisossomiais,
como a doença de Tay-Sachs, em que ocorre uma • Pinocitose: a maioria das células eucarióticas realiza
deficiência na enzima que degrada fosfolipídios de pinocitose, enquanto nem todas realizam fagocitose.
membrana, causando um acúmulo de lipídios nas Ela consiste no processo de captura de partículas in-
membranas dos neurônios e dificultando a trans- feriores a 0,15 micrômetros, geralmente dissolvidas
missão do impulso nervoso. em pequenas gotículas, por meio de invaginações da
membrana.
• Exocitose: também chamada de clasmocitose ou
clasmatose, consiste em um processo de eliminação
4. Transporte de grandes partículas de produtos ou excretas para o exterior da célula, que
se dá de forma inversa ao da endocitose. É por meio
Além de pequenas moléculas e íons, as células são ca- da exocitose, por exemplo, que células secretoras li-
pazes de realizar o transporte de macromoléculas através da beram seus produtos para a corrente sanguínea.
177
5. Peroxissomos 6. Vacúolos
Os peroxissomos são organelas envoltas por membra- Vacúolos são vesículas de grandes dimensões, cheias
nas que se autorreplicam, estando presentes em todas as de líquido, presentes em células vegetais, em protozoá-
células eucarióticas. rios e em fungos. Eles ocupam de 30 a 90% do volume
Eles contêm, em grandes quantidades, enzimas oxida- total da célula. Os vacúolos podem ser relacionados aos
tivas como a catalase e a urato oxidase, sendo esta última lisossomos de células animais, uma vez que apresentam
armazenada na forma de cristais. enzimas hidrolíticas, entretanto suas funções são muito
mais abrangentes.
Como as mitocôndrias, o peroxissomo é um sítio im-
portante de utilização de oxigênio. Uma hipótese é que os O vacúolo vegetal pode atuar como:
peroxissomos são vestígios de uma organela ancestral na • Organela de armazenamento para nutrientes ou
qual ocorria todo o metabolismo de oxigênio em células eu- para dejetos. As substâncias armazenadas pelos
carióticas primitivas. vacúolos variam enormemente (látex, opiáceos,
Quando os primeiros organismos fotossintéticos co- substâncias aromáticas do alho etc.) dependendo
meçaram a acumular o oxigênio na atmosfera, este se da espécie vegetal. Muitos desses produtos têm
mostrava altamente tóxico para a grande maioria das célu- função metabólica, como proteínas armazenadas
las. Assim, o peroxissomo era uma ferramenta importante em células de sementes, utilizadas para a nutrição
para reduzir a concentração intracelular de oxigênio. O de- de embriões. Vacúolos também podem armazenar
senvolvimento posterior da mitocôndria tornou o peroxis- pigmentos chamados de antocianinas, que dão a
somo de certa forma obsoleto, pois agora o metabolismo coloração a pétalas de flores. Substâncias tóxicas
do oxigênio poderia ser atrelado à produção de ATP. armazenadas em vacúolos fornecem extensa pro-
Entretanto, os peroxissomos apresentam outras fun- teção contra a herbivoria.
ções importantes. O nome peroxissomo se deve ao fato de • Compartimento de degradação.
que essas organelas têm enzimas que usam o oxigênio
• Um modo econômico de aumentar o tamanho da
molecular para retirar átomos de hidrogênio de substratos
célula. Como veremos em detalhes mais adiante,
orgânicos, em reações de oxidação, formando peróxido de
alguns hormônios vegetais promovem o enfraque-
hidrogênio:
cimento da parede celular, propelida pela pressão
RH2 + O2 R + H2O2 da água que entra no vacúolo em expansão.
As catalases utilizam o H2O2 produzido por outras enzi- • Aparelho homeostático, permitindo à célula su-
mas para oxidar uma série de compostos orgânicos, como portar grandes variações do ambiente. Quando
fenóis, ácido fórmico, formaldeído e álcool. Essas reações ocorre, por exemplo, uma diminuição no pH do ci-
são denominadas peroxidativas. tosol, há um maior transporte de íons H+ para o va-
Elas são de especial importância nas células do fígado, nas cúolo, evitando a acidificação do ambiente celular.
quais os peroxissomos são responsáveis pela eliminação de
Núcleo
moléculas tóxicas. Um quarto do etanol que bebemos é trans-
formado em acetaldeído nos peroxissomos de hepatócitos. Complexo Retículo
golgiense endoplasmático
A principal função das reações que ocorrem nos pero-
xissomos é a quebra de moléculas de ácidos graxos. Esse Mitocôndria
processo é denominado oxidação e transforma cadeias Cloroplasto
de ácidos graxos em moléculas menores de dois carbonos,
utilizados pelas mitocôndrias para a produção de energia. VACÚOLO
Um outro tipo de peroxissomo exerce uma função im-
portante em células de sementes em germinação. Eles
convertem os ácidos graxos presentes nas sementes em
© TEFI / SHUTTERSTOCK
Membrana
carboidratos utilizados para o crescimento da planta. O plasmática
conjunto de reações envolvidas nessa transformação é de-
nominado ciclo do glioxalato. Por isso, esse tipo de peroxis- Parede celular
somo é denominado glioxissomo. Célula vegetal, com destaque para o vacúolo
178
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 1. Descrever características estruturais e funcio- Objetivo 1. Descrever características estruturais e funcio-
nais do complexo golgiense, lisossomos, peroxissomos e nais do complexo golgiense, lisossomos, peroxissomos e
vacúolos. vacúolos.
179
A respeito da “espuma” formada em um ferimento após A principal organela participante desse processo de
a utilização de água oxigenada, H2O2(aq), é correto afirmar: destruição celular é denominada:
(a) É resultado da ação da enzima catalase sobre o (a) lisossomo.
peróxido de hidrogênio que também é um produ- (b) peroxissomo.
to decorrente do metabolismo celular de orga-
(c) complexo de Golgi.
nismos que utilizam oxigênio do ambiente.
(d) retículo endoplasmático rugoso.
(b) A respiração aeróbia, em células fragmentadas
por ferimentos, oxida o componente orgânico a
partir da ação do CO2 com produção de O2 como Objetivo 3. Entender os passos da via endocítica.
resíduo metabólico. Objetivo 4. Caracterizar termos como heterofagia, autofagia e
autólise.
(c) A lavagem de ferimentos com o peróxido de hi-
drogênio aquoso produz uma reação química, F4. (UPE-PE)
como a de alvejantes naturais intracelulares, que A figura a seguir ilustra o processo de digestão in-
produzem intensa liberação do gás carbônico. tracelular, no qual estão envolvidas várias organelas
(d) É resultado da ação das enzimas hidrolíticas dos celulares. Identifique as estruturas e/ou processos
lisossomos presentes nos macrófagos sobre as enumerados na figura a seguir:
bactérias infectantes que se aproveitam da ex- I
posição celular associada aos ferimentos. VI
II V
Objetivo 5. Diferenciar necrose de apoptose.
Estão corretas
(a) I - Endocitose; II - Peroxissomo; III - Retículo en-
doplasmático rugoso; IV - Vacúolo digestivo; V -
Fagossomo; VI - Exocitose.
(b) I - Fagocitose; II - Lisossomo; III - Complexo de
Golgi; IV - Vacúolo autofágico; V - Corpo residual;
VI - Clasmocitose.
(c) I - Pinocitose; II - Vacúolo; III - Retículo endoplas-
mático liso; IV - Mitocôndria; V - Fagossomo; VI
-Autofagia.
med.unsw.edu (d) I - Heterofagia; II - Ribossomo; III - Complexo de Gol-
gi; IV - Vacúolo; V - Exocitose; VI - Excreção celular.
A perda desse tecido ocorre a partir de determinada
fase do desenvolvimento, quando as células da mem- (e) I - Fagossomo; II - Grânulo de inclusão; III - Re-
brana liberam em seu citoplasma enzimas que dige- tículo endoplasmático liso; IV - Mitocôndria; V -
rem a si próprias. Heterofagia; VI - Clasmocitose.
180
Objetivo 1. Descrever características estruturais e funcionais do Complexo Golgiense, lisossomos, peroxissomos e vacúolos.
F5. (Unesp-SP)
Em cada um dos gráficos A e B, há três curvas, porém apenas uma delas, em cada gráfico, representa corretamente
o fenômeno estudado.
Gráfico B
Gráfico A
1
1
(+)
(+)
2
2
(-)
(-)
3
3 0
0 100 80 60 40 20 0
100 80 60 40 20 0
Quantidade relativa de lipídios na semente
Comprimento relativo da cauda do girino (em %)
(em %)
No gráfico A, o fenômeno estudado é a atividade dos lisossomos na regressão da cauda de girinos na metamorfose.
No gráfico B, o fenômeno estudado é a atividade dos peroxissomos na conversão dos lipídios em açúcares que serão
consumidos durante a germinação das sementes.
A curva que representa corretamente o fenômeno descrito pelo gráfico A e a curva que representa corretamente o
fenômeno descrito pelo gráfico B são, respectivamente,
(a) 1 e 1. (b) 3 e 3. (c) 3 e 1. (d) 1 e 2. (e) 2 e 2.
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Observe a imagem, leia o texto e responda:
E1. (Unigranrio-RJ)
Em células vegetais jovens observam-se algumas
regiões, conforme indicado no desenho e sinalizado
pela seta e a letra (A). Mas, à medida que a célula atin-
ge a fase adulta, essas estruturas se fundem, tornan-
do-se únicas, grandes e centrais, com ramificações
A que lembram sua origem reticular.
<http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia/cito18.
php>. (Adaptado.)
181
R
0 Retículo Tempo
5 endoplasmático
min 10 min 15 min
Complexo
Retículogolgiense
Tempo
endoplasmático
Vesícula de secreção
BIOLOGIA 1 Retículo golgiense
Complexo
100
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS
endoplasmático
90 Vesícula de secreção
Complexo golgiense
Radioatividade (%)
80
(d) 100
70 Vesícula de secreção
E2. (Enem) 6090
(%) (%)
5080
Muitos estudos de síntese e endereçamento de proteí- 100
4070
Radioatividade
3090
60
nas utilizam aminoácidos marcados radioativamente 80
2050
70
Radioatividade
para acompanhar as proteínas, desde fases iniciais de 1040
060
30
sua produção até seu destino final. Esses ensaios fo- 50
20 5 min 10 min 15 min
40
10
ram muito empregados para estudo e caracterização 30
0 Tempo
20 5 min 10 min 15 min
de células secretoras. Após esses ensaios de radioa- 10
Retículo Tempo
0
tividade, qual gráfico representa a evolução temporal 5 endoplasmático
min 10 min 15 min
da produção de proteínas e sua localização em uma Complexo
Retículogolgiense
Tempo
endoplasmático
célula secretora? Vesícula de secreção
Retículo golgiense
Complexo
(a) 100 endoplasmático
100 Vesícula de secreção
90 90 Complexo golgiense
Radioatividade (%)
Radioatividade (%)
80 80
100
70 100
70 Vesícula de secreção
6090 6090
(%) (%)
(%) (%)
5080 80
100
4070 (e) 50
100
4070
Radioatividade
Radioatividade
3090
60 90
3060
2080
50 2080
50
1070
40 1070
Radioatividade
Radioatividade
60 40
030
50 060
30
20 5 min 10 min 15 min 50
20 5 min 10 min 15 min
40
10 40
10
30
0 Tempo 30 Tempo
20 0
5 min 10 min 15 min 20 5 min 10 min 15 min
10 10
0 Retículo Tempo Retículo Tempo
0
5 endoplasmático
min 10 min 15 min 5 endoplasmático
min 10 min 15 min
Complexo
Retículogolgiense
Tempo Complexo
Retículogolgiense
Tempo
endoplasmático endoplasmático
Vesícula de secreção Vesícula de secreção
Retículo golgiense
Complexo Retículo golgiense
Complexo
endoplasmático endoplasmático
(b) Vesícula de secreção Vesícula de secreção
100 Complexo golgiense
90 Complexo golgiense
(%) (%)
100
80 Vesícula de secreção Vesícula de secreção
90
70
Radioatividade
80
60
70
50
Radioatividade
60
40
50
30
40
20
30
10 E3. (Uece-CE)
20
0
10 5 min 10 min 15 min O retículo endoplasmático e o complexo de Golgi são
0
5 min Tempo
10 min 15 min organelas celulares cujas funções estão relacionadas
Tempo da seguinte forma:
Retículo
endoplasmático
Retículo o complexo de Golgi
endoplasmático
Complexo golgiense
(a) recebe proteínas sintetizadas no retículo endo-
Vesícula
Complexo degolgiense
secreção
plasmático.
100 Vesícula de secreção
90 (b) envia proteínas, nele sintetizadas, para o retícu-
(c)
(%) (%)
100
80 lo endoplasmático.
90
70
Radioatividade
80
60
70
50 (c) envia polissacarídeos, nele sintetizados, para o
Radioatividade
60
40
50
30 retículo endoplasmático.
40
20
30
10 (d) recebe monossacarídeos sintetizados no retí-
20
0
10 5 min 10 min 15 min culo endoplasmático, para o qual envia polis-
0
5 min Tempo
10 min 15 min sacarídeos.
Tempo
Retículo
endoplasmático
Retículo E4. (Unioeste-PR)
endoplasmático
Complexo golgiense
O tecido epitelial da traqueia apresenta um tipo ce-
Vesícula
Complexo degolgiense
secreção
lular que produz muco (glicoproteína), capaz de re-
100 Vesícula de secreção
ter partículas em suspensão no ar inspirado.
90
(%) (%)
100
80
90
70
Radioatividade
182 80
60
70
50
dioatividade
60
40
50
30
40
20
30
10
AZ_LV_3EM_BIOLOGIA_TA_VLA.indb 182 29/10/2020 20:41
20
0
BIOLOGIA 1
CAPÍTULO 9 - CITOPLASMA II: COMPLEXO GOLGIENSE, LISOSSOMOS, VACÚOLOS E PEROXISSOMOS
E5. (UCS-RS)
Todas as células digerem parte de si mesmas por
meio de seus/suas .
Quando um organismo é privado de seu alimento
e as reservas do seu corpo se esgotam, como es-
tratégia de sobrevivência, as células passam a di-
gerir parte de si mesmas, processo denominado
.
Assinale a alternativa que completa correta e respec- A referência feita aos leucócitos define o fenômeno
tivamente as lacunas acima. biológico denominado:
(a) lisossomos; autofagia (a) autólise
(b) mitocôndrias; digestão celular (b) pinocitose
(c) vacúolos digestivos; autodestruição
(c) fagocitose.
(d) complexos de Golgi; autopreservação
(d) plasmocitose.
(e) retículos endoplasmáticos; digestão celular
E8. (Uerj-RJ)
E6. (UFRGS-RS)
Nos últimos anos, estudos mostraram que, em neurô-
Assinale a alternativa que preenche corretamente nios de pacientes com Alzheimer, uma enzima desen-
as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em que
cadeia a fragmentação de uma determinada organela
aparecem.
citoplasmática.
Os peroxissomos são organelas enzimáticas
Essa fragmentação resulta em alterações no empaco-
de membrana única, cuja principal função é a
tamento e encaminhamento de proteínas para o exte-
de certas subs-
rior da célula.
tâncias orgânicas nas células, em especial,
. Nessa reação, surge um Nomeie a organela citoplasmática fragmentada nos
subproduto muito tóxico para a célula, a água oxige- casos dos pacientes com Alzheimer e apresente
nada (peróxido de hidrogênio), que precisa ser rapi- uma função dessa organela relacionada à reprodu-
damente degradado por uma de suas principais enzi- ção humana.
mas, a
(a) fluoretação – açúcares – amilase E9. (Suprema-RJ)
(b) substituição – sais minerais – anidrase Sua função está relacionada à presença de uma en-
zima, chamada catalase que converte o peróxido de
(c) acetilação – celulose – fosfatase
hidrogênio, altamente tóxico, em água e oxigênio.
(d) oxidação – ácidos graxos – catalase
A frase acima se refere a
(e) redução – nitritos – lipase (a) Lisossomos.
Considere o quadrinho a seguir, no qual a fala das bac- (c) Retículo endoplasmático rugoso.
térias se refere ao sistema de defesa do organismo.
(d) Peroxissomos.
183
E10. (USS-RJ)
Durante anos, a autofagia foi reconhecida apenas
como um tipo de morte celular, pela qual ocorre a
autodestruição seletiva de componentes intrace-
lulares. Entretanto, estudos recentes consideram
esse processo como um artifício de sobrevivência
bastante sofisticado dos organismos, a ponto de o
biólogo japonês Yoshinori Ohsumi ser laureado com
o prêmio Nobel de medicina 2016 por suas contri-
buições nessa área.
<revistapesquisa.fapesp.br>. Out 2016. (Adaptado.)
(d) apenas II e III (b) das estruturas internas, causando a morte celu-
lar programada.
(e) I, II e III
(c) das organelas envelhecidas, para a renovação
dessas estruturas.
E12. (Unesp-SP)
No esquema estão representadas etapas, numeradas (d) do vacúolo alimentar responsável por nutrir a
de 1 a 3, de um importante processo que ocorre no célula.
interior das células, e algumas organelas envolvidas (e) do núcleo, iniciando-se o processo de divisão
direta ou indiretamente com esse processo. celular.
184
185
186
E22. (Unicamp-SP)
As funções das células estão relacionadas com sua estrutura e com sua atividade metabólica. Apresenta-se abaixo
uma tabela em que estão discriminadas, em porcentagens, as extensões de membranas de algumas organelas de
duas células, A e B, provenientes de dois órgãos diferentes.
(a) Compare os dados das células A e B e indique em qual delas predomina a atividade de destoxificação e em qual
predomina a atividade de secreção. Justifique.
(b) Experimentos bioquímicos realizados com os dois tipos celulares mostraram que a célula A apresentava meta-
bolismo energético mais elevado do que o da célula B. Como o resultado desses experimentos pode ser confir-
mado a partir dos dados fornecidos pela tabela?
E23. (UEPG-PRA-Adaptado)
A figura abaixo é uma representação esquemática da estrutura do retículo endoplasmático, complexo golgiense e
membrana plasmática (parcialmente cortados para mostrar suas organizações). Com relação à organização, trans-
porte de vesículas e função destas estruturas celulares.
Amabis, JM; Martho, GR. Biologia das Células: Origem da vida, citologia e histologia, reprodução e desenvolvimento. Volume 1. 2a ed.
Editora Moderna, São Paulo, 2004. (Adaptado.)
187
(02) Nas cisternas do complexo golgiense mostradas dos diferentes tipos de células. Sobre o assunto, indi-
em 3 ocorrem os processos finais necessários à que a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
exportação das proteínas produzidas no retícu- (01) Dentre as organelas celulares, os lisossomos
lo endoplasmático granuloso. No complexo gol- são vesículas que armazenam em seu interior
giense, as proteínas são modificadas, separadas enzimas responsáveis pela produção de energia
e empacotadas em bolsas membranosas para no processo de respiração celular.
serem enviadas aos locais em que atuarão.
(02) Nos vegetais, além da membrana plasmática exis-
(04) Em 4, é mostrada uma vesícula sendo secretada te uma parede celular, a qual protege e sustenta a
através da membrana plasmática. O complexo célula e é constituída principalmente por celulose.
golgiense atua também neste processo de se-
(04) A osmose, um tipo de transporte passivo, é a
creção celular (processo de envio para fora da
passagem de solvente através de uma mem-
célula de substâncias úteis ao organismo).
brana semipermeável do meio hipotônico para o
(08) A face do complexo golgiense voltada para a meio hipertônico.
membrana plasmática é denominada de face
(08) As células eucarióticas caracterizam-se por
trans, como mostrado em 2. É nesta face que
apresentarem o material genético protegido por
brotam as vesículas contendo as proteínas mo-
uma bicamada lipídica, a carioteca.
dificadas, as quais serão endereçadas aos locais
onde exercerão suas funções. (16) Dentre as diversas funções do Complexo de Gol-
(16) Em 5, é apresentada a rota de formação de um gi, pode-se citar: secreção celular, armazena-
peroxissomo contendo as enzimas digestivas a mento de substâncias e formação do acrossomo
partir de uma vesícula que brota da face trans do dos espermatozoides.
complexo golgiense.
E26. (Unesp-SP)
E24. (UEM-PRA-Adaptado) Foram coletadas três amostras de espermatozoides de
Sobre as estruturas e organelas citoplasmáticas de um rato adulto apto para reprodução e colocadas sepa-
uma célula eucariótica animal, indique a soma da(s) radamente em três tubos de ensaio. Cada uma destas
proposição(ões) correta(s). amostras foi submetida a uma situação experimental:
(01) o citoesqueleto, formado por microtúbulos, mi- Tubo 1: Todos os espermatozoides tiveram um deter-
crofilamentos e filamentos intermediários, dá minado tipo de organoide extraído do citoplasma atra-
suporte e forma para as células, além de colabo- vés de uma microagulha.
rar em vários movimentos. Tubo 2: Todos os espermatozoides tiveram outro tipo
(02) os centríolos colaboram na formação dos cílios e de organoide citoplasmático extraído.
flagelos e na organização do fuso acromático. Tubo 3: Todos os espermatozoides foram mantidos in-
tactos e utilizados como controle.
(04) os ribossomos são responsáveis pela síntese
de proteína, mecanismo determinado pelo RNA Em seguida, as três amostras foram introduzidas,
produzido no núcleo da célula, conforme especi- cada uma separadamente, nos colos uterinos de três
fica o DNA. ratazanas em condições de serem fertilizadas. Duran-
te o experimento, verificou-se que:
(08) o complexo de Golgi recebe proteínas do retículo
endoplasmático e acondiciona essas moléculas • os espermatozoides do tubo 1 se aproximaram dos
em vesículas que serão enviadas para a mem- óvulos, mas nenhum deles conseguiu perfurar suas
brana plasmática ou para outras organelas. membranas plasmáticas;
(16) o retículo endoplasmático contém enzimas di- • os espermatozoides do tubo 2 não foram além do colo ute-
gestivas e participa da digestão intracelular rino e sofreram um processo degenerativo após 48 horas;
unindo-se ao fagossomo e formando o vacúolo
• os espermatozoides do tubo 3 caminharam até os
digestivo.
óvulos e todos foram fertilizados.
188
C
FOLHA AZ
relacionada com o armazenamento da enzima cata-
1. (Unisc-RS)
lase. Esta reage com o peróxido de hidrogênio, subs-
São estruturas citoplasmáticas que contêm no seu tância tóxica que necessita da sua degradação, contri-
interior enzimas importantes nos mecanismos de di- buindo com a desintoxicação do organismo, a partir da
gestão intracelular. oxidação de substâncias absorvidas do sangue.
(a) Ribossomos. Com base nessas informações, a organela celular a
(b) Peroxissomo. que o texto se refere denomina-se
(c) Lisossomos. (a) Lisossomos. (d) Ribossomos.
2. (PUCC–SP) 5. (Enem)
Quando o girino se metamorfoseia em sapo ocorre Uma das funções dos neutrófilos, um tipo de glóbulo
reabsorção da cauda larval devido à ação dos branco, é fagocitar bactérias invasoras em nosso or-
(a) golgiossomos. ganismo. Em uma situação experimental, um cientista
colocou em um mesmo meio neutrófilos e bactérias
(b) ribossomos.
Gram positivas que apresentavam a parede celular
(c) peroxissomos. fluorescente. Em seguida, o cientista observou os neu-
(d) cromossomos. trófilos ao microscópio de fluorescência e verificou a
presença de fluorescência em seu interior. Em qual
(e) lisossomos.
organela do neutrófilo foi percebida a fluorescência?
3. (Fuvest-SP)
(a) Mitocôndria.
189
7. (Enem)
Uma indústria está escolhendo uma linhagem de microalgas que otimize a secreção de polímeros comestíveis, os
quais são obtidos do meio de cultura de crescimento. Na figura podem ser observadas as proporções de algumas
organelas presentes no citoplasma de cada linhagem.
Perfil celular de microalgas
100%
90%
Quantidade de organelas
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Linhagem I Linhagem II Linhagem III Linhagem IV Linhagem V
Núcleo 20 20 20 20 20
Retículo endoplasmático 20 35 15 40 35
Complexo golgiense 50 40 35 20 15
Mitocôndrias 10 5 30 20 30
Qual é a melhor linhagem para se conseguir maior rendimento de polímeros secretados no meio de cultura?
(a) I (b) II (c) III (d) IV (e) V
8. (Uepa-PA)
A unidade funcional e estrutural do ser vivo é a célula. Ela é caracterizada pela presença de um invólucro celular,
organização estrutural complexa, e também por possuir um conjunto de organelas celulares.
Sobre a palavra em destaque no enunciado acima, é correto afirmar que:
(a) os microtúbulos formam o esqueleto externo das células.
(b) nas células, a digestão de nutrientes ocorre nos lisossomos.
(c) o complexo de Golgi sintetiza lipídios da parede celular.
(d) os ribossomos representam os locais onde ocorre a síntese de lipídios.
(e) na célula animal os plastos auxiliam a síntese de proteínas.
9. (UFRGS-RS)
No bloco superior abaixo, são citadas duas estruturas celulares; no inferior, características dessas estruturas.
Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.
1. Lisossomos 2. Ribossomos
( ) estão presentes em procariontes
( ) realizam digestão de nutrientes
( ) realizam autofagia
( ) constituem subunidades de tamanhos distintos
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
(a) 1 – 2 – 2 – 1. (b) 1 – 1 – 2 – 2. (c) 1 – 2 – 2 – 2. (d) 2 – 1 – 1 – 1. (e) 2 – 1 – 1 – 2.
190
10. (UPF-RS)
Associe corretamente cada organela celular (coluna 1) com sua respectiva função (coluna 2):
COLUNA 1 COLUNA 2
I. Retículo endoplasmático rugoso ou granular ( ) Síntese de proteínas
II. Retículo endoplasmático liso ou agranular ( ) Digestão intracelular, função heterofágica e auto-
III. Ribossomos fágica
GABARITO A
E01. B b) Em meio hipotônico, os vacúo- E25. 02 + 04 + 08 + 16 = 30
E02. C los pulsáteis entram em ativida- E26.
de com a finalidade e eliminar
E03. A o excesso de água que penetra na a) Acrossomo e mitocôndrias são
E04. D célula passivamente por osmose. os organoides extraídos, respec-
tivamente, dos espermatozoides
E05. A E16. C 1 e 2.
E06. D E17. D b) O acrossomo contém enzimas
E07. C E18. E que facilitam a penetração do
E08. Complexo golgiense, função re- E19. B espermatozoide no óvulo. As mi-
produtiva na formação do acros- tocôndrias produzem a energia
E20. 01 + 04 = 05 necessária ao batimento flagelar
somo.
E21. dos gametas masculinos.
E09. D
a) Lisossomos
E10. B
b) Devido a mutações nos genes que
E11. C as codificam, as enzimas lisossô-
E12. B micas envolvidas na hidrólise de
E13. B polissacarídeos são defeituosas
E14. ou ausentes.
a) As enzimas lisossômicas são E22.
denominadas genericamente a) A atividade de destoxificação é
como hidrolases ácidas. maior na célula A; isso se justifica
b) Como funcionam bem apenas pela presença de maior porcen-
em pH ácido, o citoplasma das tagem de área de membrana de
células em geral, ligeiramente retículo liso. A célula B, por sua
alcalino, fica protegido contra vez, é claramente secretora por
o ataque pelas enzimas diges- apresentar grande área de retí-
tórias de lisossomos eventual- culo endoplasmático rugoso e de
mente rompidos. complexo golgiense.
E15. b) A célula A possui maior quanti-
dade de membranas internas nas
a) Os vacúolos pulsáteis (ou contrá- mitocôndrias (cristas mitocon-
teis) são observados em protistas driais) e deve apresentar maior
de água doce, tais como protozo- metabolismo energético do que a
ários e a alga euglena. Têm por célula B.
funções realizar a excreção e a
regulação osmótica nestes mi- E23. 01 + 02 + 04 + 08 = 15
crorganismos. E24. 01 + 02 + 04 + 08 = 15
191
192
193
194
195
196
197
198
BIOLOGIA 2
CAPÍTULO 1
MÉTODO CIENTÍFICO E ORIGEM DA VIDA
CAPÍTULO 2
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO, FLUXO
DE ENERGIA, CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS
CAPÍTULO 3
RELAÇÕES ECOLÓGICAS E ECOLOGIA
DAS POPULAÇÕES
CAPÍTULO 4
SUCESSÃO ECOLÓGICA E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
CAPÍTULO 5
DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO E AÇÃO ANTRÓPICA
CAPÍTULO 6
INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA, DIGESTÃO E CIRCULAÇÃO
CAPÍTULO 7
DIGESTÃO HUMANA
CAPÍTULO 8
CIRCULAÇÃO HUMANA
CAPÍTULO 9
RESPIRAÇÃO
199
200
201
II. O grupo de pacientes escolhido deve ser homo- melhor, o que é chamado de efeito Hawthorne. Da mesma
gêneo: dessa forma, pode-se comparar com mais forma, tomar um medicamento pode ter efeito psicológico
fidedignidade os resultados obtidos e concluir que e fazer o paciente se sentir melhor, mesmo que o medica-
a única diferença significativa entre eles se deve à mento não seja eficiente. Isso é chamado de efeito placebo.
administração do medicamento. Nem os pacientes nem os médicos que os acompa-
III. Os pacientes devem ser distribuídos em dois gru- nham sabem quem está no grupo-teste ou experimental.
pos de maneira aleatória (ou randômica): cada pa- Apenas um pesquisador, que não participa diretamente do
ciente participante é colocado aleatoriamente em experimento, sabe quem está em cada grupo. Isso evita di-
um dos grupos, de forma que as diferenças existen- ferença no procedimento com os pacientes e uma possível
tes entre os pacientes tendam a se distribuir igual- influência na avaliação da doença (se o médico reconhecer
mente pelos dois grupos. os grupos, ele pode, com isso, ser induzido a achar que os
pacientes que fizeram uso da medicação estão um pouco
Em um grupo, os pacientes recebem o medicamen-
melhores que os que tomaram o placebo). Esse tipo de tes-
to (grupo-teste). O outro grupo recebe uma imitação do
te se chama teste duplo-cego.
medicamento (farinha, água etc.), chamada placebo, que,
portanto, não tem efeito no organismo (grupo-controle). Se o número de pacientes que melhoraram for maior
Este grupo é usado como comparação, já que o simples no grupo que toma o medicamento, o grupo-teste, podere-
fato de uma pessoa ser observada já pode fazê-la se sentir mos concluir que o remédio teve algum efeito; caso contrá-
rio, deveremos realizar novos estudos.
2. A origem da vida
Proto-sol
Big Bang
Via-Láctea Formação do
(12-15 bilhões de anos)
em formação sistema solar
(10 bilhões de anos) (5 bilhões de anos)
Terra
Sol
Sistema solar
Para entendermos a origem da vida, precisamos cor- passado, todo o Universo estivesse em um pequeno pon-
relacionar essa complexa questão e a formação do Univer- to extremamente condensado. Assim, bilhões de galáxias
so. Segundo a teoria da evolução cósmica, conhecida como surgiram há 12 bilhões de anos, dentre as quais nossa Via
Teoria do Big Bang ou Teoria da Grande Explosão, o Uni- Láctea, que tem mais de 100 bilhões de sóis. Há 4,5 bilhões
verso surgiu há 15 bilhões de anos, quando toda a energia de anos surgiu a Terra, nosso planeta.
concentrada em uma parte muito pequena do espaço, me-
nor que a ponta de uma agulha, foi liberada por uma gran- 2.2 Ideias sobre a geração espontânea
de explosão. À medida que se dispersa pelo espaço, essa
Desde a Antiguidade, o problema da origem da vida e
energia foi diminuindo e lentamente formou as estrelas,
dos seres vivos preocupa o homem.
os planetas, os sistemas solares e as galáxias. O principal
argumento dessa teoria é o fato de que todas as galáxias Na tentativa de explicar a origem da vida, há 2.200
estão se afastando de nós. Se as galáxias estão se afas- anos Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) elaborou a Teoria da
tando umas das outras, pensaram os cientistas, é porque Geração Espontânea ou Abiogênese (a = prefixo de nega-
está ocorrendo a expansão do universo, isto é, ele está se ção; bio = vida; gênese = origem, formação), segundo a qual
tornando cada vez maior, então é possível que um dia, no todos os seres vivos originaram-se espontaneamente da
202
matéria bruta mediante a atuação de um “princípio ativo” A Teoria da Abiogênese, entretanto, foi contestada por
ou “vital”. A grande influência de Aristóteles na cultura vários cientistas, que, por meio de experimentos, provaram
ocidental fez com que pensadores ilustres, como William que um ser vivo só se origina de outro ser vivo. Essa teoria
Harvey (1578-1657), René Descartes (1596-1650) e Isaac é atualmente aceita, a Teoria da Biogênese.
Newton (1642-1727), acreditassem na possibilidade da
2.3 A controvérsia entre os adeptos da biogênese e da
geração espontânea. abiogênese
© BRENDAN HOWARD/SHUTTERSTOCK
Segundo a hipótese da geração
espontânea, diversos seres vivos
podiam surgir espontaneamente, a
partir da matéria inanimada
Francesco Redi.
203
Obsevação de fatos
Moscas voam ao redor de pedaços de carne deixados ao ar livre.
Larvas aparecem na carne em decomposição.
Hipótese
Manter as moscas afastadas da carne
prevenirá o aparecimento de larvas.
Gaze
Experimento
Em dois frascos idênticos são colocados dois Pedaço
pedaços de carne de mesmo tamanho de carne
Larvas
– Variável experimental:
gaze previne a entrada
Grupo-controle de moscas. Grupo experimental
Outro frasco é fechado
Um dos frascos é mantido
– Variáveis controladas: com gaze e assim mantido
aberto por vários dias.
tempo, temperatura por vários dias.
e local.
Moscas não
Moscas voam sobre Resultados chegam até a carne.
a carne e larvas aparecem.
Nenhuma larva aparece.
Conclusões:
A geração espontânea de larvas a partir da carne não ocorre.
As moscas são provavelmente a fonte de larvas.
2
S
ON
5
MM
4
4
ICO
WI K
1-Suporte do material 1
©
2-Placa de metal
3-Parafuso de regulagem
3
4-Lente
5-Material biológico
3 3
Os defensores da abiogênese achavam que seres tão simples e pequenos como os mi-
crorganismos não se reproduziam, surgindo por geração espontânea. Assim, os abiogenis-
tas formularam uma suposição de que soluções nutritivas poderiam gerar espontaneamente
microrganismos.
204
A IT
R TR
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A hipótese da geração espontânea, entretanto, ganhou
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novo impulso, em 1745, com os trabalhos do naturalista in-
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glês John Tuberville Needham (1713–1781). Needham co-
AR
EG
locou um caldo nutritivo em diversos frascos, fervendo-os
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BAP
por alguns minutos e arrolhando-os; depois de alguns dias,
AN
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os caldos estavam repletos de seres microscópicos. Assu-
mindo que a fervura tinha matado todos os seres eventual-
mente existentes no caldo e que nenhum ser vivo poderia
ter entrado através das rolhas, Needham argumentou que
só havia uma explicação para a presença de microrganis-
mos nos frascos: eles surgiram por geração espontânea.
Ele dizia que a solução nutritiva continha um “princípio
ativo” ou “força vital” responsável pelo surgimento das
formas vivas.
Aquecimento Frascos turvos, com
Frascos com sucos contaminação por
rápido, por
nutritivos (caldo de galinha microrganismos
pouco tempo
ou suco de frutas)
Após
alguns dias John T. Needham, defensor da abiogênese.
© MASSIMO BARBIERI
Posteriormente, em 1770, o pesquisador italiano
Lazzaro Spallanzani (1729-1799) realizou experimen-
tos semelhantes aos de Needham, mas obteve resulta-
dos totalmente diferentes. Os caldos nutritivos prepara-
dos por Spallanzani, muito bem fervidos (fervura por cerca
de uma hora) e hermeticamente fechados por rolhas, con-
tinuaram livres de microrganismos mesmo que passados
muitos dias.
Frascos com sucos Os frascos
Aquecimento
nutri�vos (caldo de galinha permanecem
prolongado
ou suco de frutas). sem contaminação
Após
alguns dias
205
(sem microrganismos) por muito tempo, pois, apesar de resistiriam às adversidades cósmicas, tais como as gran-
entrar ar, os seres, vindos com o ar, ficavam depositados des temperaturas e as radiações mortais de alta intensi-
junto à poeira na curvatura do gargalo (figura a). dade. Além disso, o panspermismo não explica a origem
Para demonstrar que a ausência de microrganismos da vida em si; apenas transfere o problema da Terra para
não se devia à falta do suposto “princípio vital”, após al- outro ponto qualquer do Universo.
guns dias Pasteur quebrou o pescoço do frasco e depois
2.4.3 Origem por evolução química: a abiogênese
de algum tempo verificou que havia o desenvolvimento de moderna
microrganismos (figura b).
Essa teoria defende a tese de que a vida deve ter sur-
gido da matéria inanimada, com associações entre as mo-
léculas, formando substâncias cada vez mais complexas,
que acabaram se organizando de tal modo que formaram
os primeiros seres vivos.
Essa hipótese foi defendida, na década de 1930, pelo
a b biólogo inglês John B. S. Haldane (1892-1964) e pelo bio-
químico russo Alexander Ivanovich Oparin (1894-1980).
Com isso, Pasteur comprovou que o caldo nutritivo não
gerava os microrganismos, mas eles eram trazidos pelo 2.5 Hipótese de Oparin e Haldane
ar e, quando entravam em contato com o caldo, se prolife- Para entendermos essa hipótese, devemos conhecer
ravam. A partir dos experimentos de Pasteur, a biogênese as condições da Terra primitiva.
passou a ser predominante nos meios científicos.
• Os gases predominantes seriam a amônia (NH3),
2.4 A origem dos primeiros seres vivos o metano (CH4), o hidrogênio (H2) e o vapor-d'água
(H2O). Não havia oxigênio (O2) na atmosfera primitiva
Com a aceitação da biogênese, foi levantada a seguinte ou talvez ele estaria presente em quantidades des-
questão: se os seres vivos surgem a partir de outro pree- prezíveis.
xistente, como surgiu o primeiro ser vivo?
• A intensa atividade vulcânica que provavelmente ha-
Há três hipóteses principais para explicar a origem dos
via naquela época ocasionou elevadas temperaturas.
primeiros seres vivos na Terra.
• A condensação do vapor-d'água originava chuvas que
2.4.1 Criacionismo: a origem por criação divina caíam sobre a crosta quente. Assim, a água evapo-
Essa é a mais antiga ideia sobre a origem da vida e tem rava-se rapidamente, e novas condensações origina-
um forte cunho religioso. Essa corrente afirma que a Terra vam novas tempestades, promovendo um ciclo ativo
surgiu há apenas alguns poucos milhares de anos, que os de chuvas que eram acompanhadas por inúmeras
seres vivos foram criados individualmente por uma divin- descargas elétricas (raios).
dade e que, desde então, têm a mesma forma com que fo- • A ausência de uma camada de ozônio perfeitamen-
ram criados. Os cientistas apontam argumentos contrários te formada acarretava um verdadeiro “bombardeio”
ao criacionismo: a Terra se formou há muito mais tempo, da superfície terrestre por radiações ultravioletas de
cerca de 4,5 bilhões de anos atrás; e os seres vivos mudam alta intensidade.
ao longo do tempo, ou seja, evoluem.
Para esses cientistas, os gases que constituíam a at-
2.4.2 Panspermia cósmica: a origem extraterrestre mosfera primitiva após sofrer a ação de raios ultravioletas
e descargas elétricas formariam moléculas orgânicas sim-
Essa hipótese supõe que a Terra teria sido “contamina- ples na atmosfera (aminoácidos, glicídios ou nucleotídeos).
da”, em tempos remotos, por microrganismos oriundos do A água das chuvas arrastava os compostos orgânicos da at-
espaço, denominados cosmozoários. Transportados, por mosfera para a crosta ou para os oceanos. O calor favoreceu
exemplo, por meteoros, esses seres teriam atingido nosso as reações entre as moléculas, que formavam moléculas
planeta e, encontrando condições favoráveis de sobrevivên- orgânicas mais complexas (proteínas, polissacarídeos e áci-
cia, proliferaram, formando a fonte de vida na Terra. dos nucleicos), nos oceanos, devido ao acúmulo de compos-
A panspermia cósmica é considerada improvável, tos orgânicos, chamado de sopa química ou sopa nutritiva.
uma vez que as formas de vida conhecidas dificilmente As proteínas, em especial, teriam se associado às moléculas
206
Calor
CH4
H2O NH3
H2
Componentes Moléculas
Esses componentes orgânicas A chuva Formação de
da atmosfera
sofrem influência simples na arrasta essas moléculas
primitiva
de fortes descargas atmosfera moléculas para Mares quentes orgânicas
elétricas e de a superfície complexas
raios ultravioletas da Terra
207
208
e o consequente desenvolvimento de um citoesqueleto, con- • a membrana dupla dessas organelas sugere um pro-
cedendo a essas células superfície flexível e dinâmica. cesso de endocitose;
• as cristas na membrana interna das mitocôndrias são
semelhantes a dobras presentes na membrana de
bactérias, chamadas de mesossomos.
Célula original
Formação de organelas por invaginação da membrana procariótica DNA
plasmática.
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
( ) Surgiu a partir de evidências irrefutáveis de tes-
Objetivo 3. Identificar as teorias sobre a origem da vida.
tes rigorosos realizados por Redi, Spallanzani,
F1. (Uece-CE) Pasteur e outros que chegaram à conclusão de
que seres vivos surgem somente pela reprodu-
Relacione, corretamente, as teorias sobre a origem da
vida com suas respectivas características, numerando os ção de seres da sua própria espécie.
parênteses abaixo de acordo com a seguinte indicação: ( ) Considera que a vida surgiu por mecanismos di-
1. Abiogênese versos como, por exemplo, a partir da lama de
lagos e rios, além da reprodução.
2. Biogênese
( ) A vida é resultado de um processo de evolução
3. Panspermia
química em que compostos inorgânicos se com-
4. Evolução molecular binam, originando moléculas orgânicas simples
( ) Afirma que a vida na Terra teve origem a partir que se combinam produzindo moléculas mais
de seres vivos ou de substâncias precursoras da complexas, até o surgimento dos primeiros se-
vida proveniente de outros locais do cosmo. res vivos.
209
A sequência correta, de cima para baixo, é: (a) a alteração do pH do líquido dentro do frasco.
210
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
(c) Os primeiros seres vivos foram heterotróficos
E1. (PUC-RS)
anaeróbicos, porque a atmosfera primitiva não
Responder à questão com base nos eventos relativos
à origem da vida em nosso planeta. apresentava oxigênio e gás carbônico, essen-
I. Aumento gradativo da concentração de O2‚ na at- ciais para a respiração aeróbica e a fotossíntese.
mosfera. (d) Os primeiros seres vivos foram formados pela
II. Aparecimento dos organismos heterótrofos. coacervação de moléculas orgânicas encontra-
III. Surgimento de organismos com capacidade de das em meteoritos que caíram na Terra primitiva.
utilizar energia luminosa.
A ordem em que esses eventos ocorreram mais aceita E3. (Uerj-RJ)
na atualidade está contida na alternativa
(a) I - II - III. (d) II - III - I.
O TEMPO DE OSCILAÇÃO DE UM
(b) I - III - II. (e) III - II – I. PÊNDULO NÃO DEPENDE DO PESO
DO CORPO SUSPENSO NA
(c) II - I – III. EXTREMIDADE DO FIO.
E2. (UFU-MG)
Várias hipóteses foram formuladas para explicar a
origem da vida, sendo que a mais aceita é a da evo-
lução gradual dos sistemas químicos. Aceitando-se
Galileu Galilei
esta hipótese, e as supostas condições da atmosfera
primitiva da Terra, formada de metano (CH4), amônia
Com base neste conhecimento, Galileu, antes mesmo
(NH3), hidrogênio (H2) e vapores-d`água (H2O), assinale
a alternativa correta. de realizar seu famoso experimento da torre de Pisa,
(a) Os primeiros seres vivos eram heterotróficos afirmou que uma pedra leve e outra pesada, quando
aeróbicos porque, com a fermentação de mo- abandonadas livremente de uma mesma altura, deve-
léculas orgânicas, conseguiam obter energia e riam levar o mesmo tempo para chegar ao solo. Tal
também liberar oxigênio suficiente para realiza-
afirmação é um exemplo de:
rem a respiração.
(a) lei.
(b) Os primeiros seres vivos eram autotróficos fo-
tossintetizantes, uma vez que eram capazes de (b) teoria.
quebrar moléculas de água existentes nos vapo-
res atmosféricos e utilizar o metano como fonte (c) modelo.
de carbono. (d) hipótese.
211
E6. (Uerj-RJ)
Fervura Balão estéril Balão contaminado
após fervura após alguns dias Considere a hipótese de que o ambiente marinho pri-
mitivo, sem oxigênio molecular, onde viveram os pri-
meiros organismos, contivesse moléculas orgânicas
produzidas por síntese abiótica. Admita, ainda, que
essas moléculas eram por eles decompostas para
obtenção de energia. O tipo de nutrição e a forma de
Balão estéril Balão ainda Balão contaminado
após fervura estéril após após alguns dias obtenção de energia desses organismos deveriam ser,
alguns dias da ruptura do
de fervura pescoço respectivamente:
(a) homeotrófica – oxidação.
Tais experimentos embasaram Pasteur a comprovar
(b) autotrófica – fotossíntese.
a teoria:
(c) autotrófica – quimiossíntese.
(a) Da abiogênese, observando que os microrganis-
mos são gerados constantemente em meios nu- (d) heterotrófica – fermentação.
tritivos adequados, desde que em contato direto
com o ar. E7. (FTESM-RJ)
(b) Da geração espontânea, observando que os mi- Mitocôndrias e cloroplastos apresentam algumas se-
melhanças como membrana dupla, membrana inter-
crorganismos se proliferam em meios nutritivos
na com sistema de transporte de elétrons, enzimas
adequados, independentemente do contato dire-
solúveis que catalisam reações no líquido interno,
to com ar.
cromossomo circular, ribossomos com estrutura e
(c) Da evolução biológica, observando que o am- dimensões semelhantes e sensibilidade a mesmos ti-
biente adequado proporciona o surgimento de pos de antibióticos. Esses fatos sugerem que:
diversidade biológica, desde que em contato di-
(a) as mitocôndrias se associaram aos heterotrófi-
reto com o ar.
cos e os cloroplastos aos autotróficos.
(d) Celular, observando que todos os organismos são
(b) em células autotróficas, as mitocôndrias foram
formados por algum tipo de organização celular,
transformadas em cloroplastos.
independentemente do contato direto com o ar.
(c) ambos fizeram parte da teoria endossimbiótica.
(e) Da biogênese, observando que todo organismo
(d) a remoção da clorofila transformou cloroplastos
vivo provém de outro preexistente, independen-
em mitocôndrias.
temente do contato direto com o ar.
(e) ambos tiveram uma origem comum.
E5. (Uece-CE)
Atente ao seguinte estudo de caso: em um hospital do E8. (Unicamp-SP)
interior do Ceará, um grupo de pesquisadores preten- “Ouvintes de rádio em pânico tomam drama de
de investigar o efeito da adição da vitamina C à medi- guerra como verdade”.
cação rotineira para pacientes hipertensos, partindo Com esta manchete, o jornal New York Times de 10
da informação, existente em literatura, de que o ácido de novembro de 1938 relatou o que aconteceu nos
ascórbico combinado a medicamento para hiperten- Estados Unidos na noite anterior, quando foi narrada
são potencializa este medicamento. pela rádio CBS uma história fictícia sobre invasão por
212
marcianos de uma pequena cidade do Estado de Nova 1. Abiogênese ( ) Os primeiros seres vivos
Jersey. Marte sempre fascinou os cientistas porque, utilizaram compostos inor-
mesmo que lá não existam homenzinhos verdes, esse gânicos da crosta terrestre
2. Biogênese
planeta parece apresentar, entre os do sistema solar, para produzir suas substân-
as condições mais propícias à vida. Recentemente fo- cias alimentares.
ram enviadas sondas espaciais para procurar indícios 3. Panspermia
de vida em Marte. ( ) A vida na Terra surgiu a
Comparando com a origem da vida na Terra, indique 4. Evolução química partir de matéria provenien-
que condições seriam fundamentais para o surgimen- te do espaço cósmico.
to de vida em Marte. 5. Hipótese ( ) Um ser vivo só se origina
autotrófica de outro ser vivo.
E9. (Uerj-RJ)
Até o século XVII, o papel dos espermatozoides na
fertilização do óvulo não era reconhecido. O cientista
italiano Lazzaro Spallanzani, em 1785, questionou se
seria o próprio sêmen, ou simplesmente o vapor dele A sequência correta de preenchimento dos parênte-
derivado, a causa do desenvolvimento do óvulo. Do re- ses, de cima para baixo, é
latório que escreveu a partir de seus estudos sobre a
(a) 4 – 2 – 1. (d) 5 – 1 – 3.
fertilização, foi retirado o seguinte trecho:
[…] para decidir a questão, é importante empregar (b) 4 – 3 – 2. (e) 5 – 3 – 2.
um meio conveniente que permita separar o vapor da
(c) 1 – 2 – 4.
parte figurada do sêmen e fazê-lo de tal modo, que os
embriões sejam mais ou menos envolvidos pelo vapor.
E12. (UFSJ-MG)
Dentre as etapas que constituem o método científico,
esse trecho do relatório é um exemplo de: O aparecimento de animais vermiformes em carne du-
213
IV. Redi não padronizou a quantidade de carne nos denominado TRAPPIST-1f, pode ter oceanos de água
frascos. Com isso, o experimento é inconclusivo. em forma líquida na superfície.
V. Toda matéria em estado de decomposição pro- * irradiação estelar é a potência de energia rece-
duz naturalmente seus vermes. Por isso, os ver- bida da estrela por unidade de área do planeta.
GILLON, Michael et al. Seven temperate terrestrial planets
mes foram observados nos dois frascos.
around the nearby ultracool dwarf star TRAPPIST-1. Nature,
VI. Os vermes aparecem nos dois frascos, porém Cambridge, v. 542, p. 456-460, fev. 2017.
aparecem primeiro no frasco A e, vários dias de-
Responda à questão a seguir.
pois, no frasco B.
O estudo sugere que o planeta TRAPPIST-1f pode
De acordo com essa análise, estão corretas apenas as ter sido palco do surgimento de formas de vida se-
alternativas melhantes às da Terra. Levando em conta apenas as
(a) II, III e IV. características encontradas atualmente em todos os
(b) I, V e VI. organismos vivos, explique a importância de duas ca-
racterísticas físicas ou químicas presentes no plane-
(c) I, II e III.
ta TRAPPIST-1f para a biologia dos organismos vivos
(d) IV, V e VI. como nós os conhecemos.
214
215
( ) O aquecimento inativou, temporariamente, as podem ser produzidas no tubo de ensaio mediante a
substâncias do caldo capazes de originar bacté- presença de certos tipos de argila. [...]
rias e fungos.
Mas o avanço verdadeiramente criativo – que pode,
( ) Os sinais evidentes da presença de bactérias e
na realidade, ter ocorrido apenas uma vez – ocorreu
fungos no caldo nutritivo foram consequência da
multiplicação rápida desses microrganismos. quando uma molécula de ácido nucleico “aprendeu” a
orientar a reunião de uma proteína, que, por sua vez,
E21. (UFSC-SC-Adaptado) ajudou a copiar o próprio ácido nucleico. Em outros
Evidências indicam que a Terra tem aproximadamen- termos, um ácido nucleico serviu como modelo para
te 4,5 bilhões de anos de idade. A partir de sua for-
a reunião de uma enzima que poderia então auxiliar
mação até o aparecimento de condições propícias ao
na produção de mais ácido nucleico. Com este desen-
desenvolvimento de formas vivas, milhões de anos se
passaram. Sobre a origem da vida e suas hipóteses, volvimento apareceu o primeiro mecanismo potente
indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s). de realização. A vida tinha começado.
(01) O aparecimento da fotossíntese foi muito impor- LURIA, S. E. Vida: experiência inacabada.
tante, pois através deste fenômeno alguns seres Belo Horizonte: Editora Itatiaia.
vivos passaram a ter capacidade de formar mo- São Paulo: EDUSP, 1979. (Adaptado.)
léculas energéticas.
Considere o esquema abaixo:
(02) Segundo a hipótese heterotrófica, os primeiros
seres vivos obtinham energia através de proces-
sos químicos bem simples como a respiração Tempo (anos) Eventos importantes
Atual
aeróbica. Seres humanos
0,5 bilhão
Plantas, répteis, pássaros, peixes
(04) As hipóteses heterotrófica e autotrófica foram 1 bilhão
Respiração aeróbia
baseadas em fatos comprovados que levaram à Consumo de oxigênio nas células
formulação da Lei da Evolução Química. 2 bilhões
Fotossíntese
(08) Os processos químicos nos seres vivos ocorrem Produção de oxigênio nas células
3 bilhões
dentro de compartimentos isolados do meio ex-
Primeiras células
terno, em função da existência de uma membra-
4 bilhões
na citoplasmática. Primeiros ácidos nucleicos
Formação da Terra
(16) Em 1953, Stanley L. Miller, simulando as prová- 5 bilhões
veis condições ambientais da Terra no passado,
comprovou a possibilidade da formação de mo- GEPEQ - Grupo de Pesquisa em Educação Química. USP –
léculas complexas como proteínas e glicídios. Interações e Transformações III – Atmosfera: fonte de materiais
extrativos e sintéticos. São Paulo: EDUSP, 1998. (Adaptado.)
(32) Há um consenso entre os cientistas quanto à
impossibilidade de serem formadas moléculas O “avanço verdadeiramente criativo” citado no tex-
orgânicas fora do ambiente terrestre.
to deve ter ocorrido no período (em bilhões de anos)
E22. (Enem)
compreendido entre
216
C
FOLHA AZ
1. (Fuvest-SP) 3. (UPE-PE)
Observando plantas de milho com folhas amarela- O experimento, utilizando-se de frascos de vidro, com
das, um estudante de Agronomia considerou que essa o formato de “pescoço de cisne”, contendo um “caldo
aparência poderia ser devida à deficiência mineral do nutritivo” e submetido primeiramente ao isolamento
solo. Sabendo que a clorofila contém magnésio, ele e posteriormente à exposição ao ar, conforme figura
formulou a seguinte hipótese: “As folhas amareladas abaixo, foi usado para se provar a origem da vida.
aparecem quando há deficiência de sais de magnésio
no solo”. Qual das alternativas descreve um experi-
mento correto para testar tal hipótese?
(a) Fornecimento de sais de magnésio ao solo em
que as plantas estão crescendo e observação
dos resultados alguns dias depois.
(b) Fornecimento de uma mistura de diversos sais Fervura O líquido
minerais, inclusive sais de magnésio, ao solo em permanece
estéril
que as plantas estão crescendo e observação
dos resultados dias depois.
(c) Cultivo de um novo lote de plantas, em solo su-
plementado com uma mistura completa de sais
minerais, incluindo sais de magnésio.
(d) Cultivo de novos lotes de plantas, fornecendo à
metade deles mistura completa de sais mine-
Fervura Quebra do Crescimento
rais, inclusive sais de magnésio, e à outra meta- gargalo microbiano
de, apenas sais de magnésio.
O autor e a teoria por ele provada foram, respectiva-
(e) Cultivo de novos lotes de plantas, fornecendo à
mente:
metade deles mistura completa de sais mine-
rais, inclusive sais de magnésio, e à outra meta- (a) Charles Darwin e Teoria da Evolução.
de, uma mistura com os mesmos sais, menos os (b) Francesco Redi e Teoria da Abiogênese.
de magnésio.
(c) Aristóteles e Teoria da Geração Espontânea.
Na antiguidade, alguns cientistas e pensadores fa- (e) Louis Joblot e Teoria da Seleção Natural.
mosos tinham um conceito curioso sobre a origem da
vida e em alguns casos existiam até receitas para re- 4. (Enem)
produzir esse processo. Os experimentos de Pasteur Em certos locais, larvas de moscas, criadas em arroz
foram importantes para a mudança dos conceitos e cozido, são utilizadas como iscas para pesca. Alguns
hipóteses alternativas para o surgimento da vida. Evi- criadores, no entanto, acreditam que essas larvas sur-
dências sobre a origem da vida sugerem que gem espontaneamente do arroz cozido, tal como pre-
(a) a composição química da atmosfera influenciou conizado pela teoria da geração espontânea.
o surgimento da vida. Essa teoria começou a ser refutada pelos cientistas
(b) os coacervados deram origem às moléculas or- ainda no século XVII, a partir dos estudos de Redi e
gânicas. Pasteur, que mostraram experimentalmente que
(c) a teoria da abiogênese foi provada pelos experi- (a) seres vivos podem ser criados em laboratório.
mentos de Pasteur. (b) a vida se originou no planeta a partir de micror-
(d) o vitalismo é uma das bases da biogênese. ganismos.
217
218
Conquista da Terra
Primeiros vertebrados
ley Miller ofereceram pistas para os cientistas Oxigênio
(% da quantidade atual)
na construção de hipóteses plausíveis quanto à
100
origem da vida.
III. As observações de Oparin sobre coacervados 10 Atmosfera
Atmosfera semelhante à Anteparo
ofereceram indícios sobre um processo que se primitiva do planeta Marte de ozônio
Pneumatosfera Primitiva
primeira célula
constituiu, provavelmente, em um dos primeiros
Terciário e Quaternário
1
Aparecimento da vida
eucarionte
passos para a origem da vida, qual seja, o isola-
Fotossíntese
Começo da
–0,7 Pré-cambriano
mento de macromoléculas do meio circundante.
0,1
–0,1 Secundário
–0,4 Primário
Em relação a estas afirmações, podemos indicar como
corretas: 0
–4
–3,8
–3,1
–2,7
–2
–1,6
–1
–0,6
–0,2
(a) I, apenas.
Tempo (bilhões de anos)
(b) II, apenas.
De acordo com o gráfico é correto afirmar que:
(c) I e II, apenas. (a) as primeiras formas de vida surgiram na ausên-
(d) II e III, apenas. cia de O2.
(e) I, II e III. (b) a atmosfera primitiva apresentava 1% de teor de
oxigênio.
(c) após o início da fotossíntese, o teor de oxigênio
10. (Enem)
na atmosfera mantém-se estável.
O gráfico a seguir representa a evolução da quanti-
(d) desde o Pré-Cambriano, a atmosfera mantém os
dade de oxigênio na atmosfera no curso dos tempos mesmos níveis de teor de oxigênio.
geológicos. O número 100 sugere a quantidade atual (e) na escala evolutiva da vida, quando surgiram os
de oxigênio na atmosfera, e os demais valores indicam anfíbios, o teor de oxigênio atmosférico já se ha-
diferentes porcentagens dessa quantidade. via estabilizado.
GABARITO A
E1. D E13. C E15. Para a sobrevivência dos se-
E2. C E14. res vivos como conhecemos,
são essenciais a atmosfera e
E3. D a) Pasteur realizou experimen- a água. As atividades metabó-
E4. E tos com a utilização de fras- licas dos seres vivos ocorrem
cos de vidro retorcidos em em meio aquoso. A atmosfera
E5. D forma de “pescoço de cisne”,
E6. D é essencial para a manuten-
contendo um caldo nutritivo. ção das condições favoráveis à
E7. E Esse líquido foi fervido até a vida. Entre muitos fatores, po-
E8. A atmosfera de Marte deveria liberação do vapor através do demos citar a temperatura e a
ter as condições existentes seu gargalo. Ao resfriar, hou- umidade. A atmosfera também
na Terra primitiva, quando se ve a entrada de ar no frasco. é fonte de compostos inorgâ-
originaram os primeiros seres No entanto, as partículas em nicos (gás carbônico para a
vivos, ou seja, amônia, meta- suspensão (bactérias encon- fotossíntese e oxigênio para a
no, hidrogênio e vapor-d’água. tradas no ar atmosférico) fica- respiração) para os organis-
Esses gases, em temperaturas ram retidas no interior do gar- mos vivos.
adequadas, com as descargas galo. Assim, nenhum frasco
desenvolveu microrganismos. E16. A
elétricas e radiações teriam
reagido, formando as primei- Ao se quebrar o gargalo, os mi- E17. 04 + 16 = 20
ras moléculas orgânicas. crorganismos, que vieram pelo E18. D
ar, contaminaram o líquido.
E9. D E19. D
b) Esse experimento de Pasteur
E10. D reforçou a teoria da biogênese, E20. V, V, F, F, V
E11. E derrubando a teoria da abiogê- E21. 01 + 08 = 9
E12. C nese. Além disso, permitiu nova E22. B
visão sobre a microbiologia.
219
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NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO,
FLUXO DE ENERGIA, CADEIAS,
TEIAS E PIRÂMIDES
ECOLÓGICAS
Objetivos de aprendizagem
1. Demarcar as áreas de atuação da ecologia.
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4. Identificar e compreender cadeias e teias alimentares.
D
1. O campo de estudo da Ecologia
Temas relacionados à Ecologia são diariamente veicula- ser vivo
dos em inúmeros meios de comunicação, desde publicações meio
Alelobiose Ecobiose ambiente
especializadas até manchetes de jornal e programas de te-
levisão. Existe uma associação direta entre a palavra ecolo- ser vivo
gia e uma série de impactos ambientais, tais como poluição,
modificações em ecossistemas e perda de biodiversidade.
Mas qual seria o verdadeiro campo de estudo da Ecologia? 1.1 Os níveis de organização
O termo ecologia é de origem grega, sendo oikos, casa, Existem diferentes níveis de organização quando estu-
e logos, estudo, tratado. Portanto, significa o estudo de nos- damos organismos mais complexos. Células com diferentes
sa casa ou ambiente em que vivemos. Entretanto, Ecologia funções se organizam em tecidos. Tecidos se agrupam para
não é somente o estudo do ambiente, mas também de um formar órgãos, e estes se organizam em sistemas. Final-
complexo relacionamento que existe reciprocamente entre mente, sistemas se integram para formar um organismo. Os
os seres e destes com o ambiente. Essa ciência envolve vá- níveis de organização superiores aos de um organismo são
rios ramos do conhecimento biológico, incluindo Fisiologia, alvo de estudo da Ecologia. É preciso notar que a Ecologia
Evolução e Genética. também estuda organismos unicelulares, que são de grande
Além disso, são necessários conhecimentos de clima e importância para inúmeros processos no ambiente.
muitos conceitos de Física e Química aplicados à luz, à água, São eles:
ao ar e ao solo, ou seja, aos fatores não vivos do meio.
• População: um conjunto de organismos da mesma
Utilizamos o termo “ecobiose” para designar as rela- espécie que vivem no mesmo espaço e período. In-
ções entre os seres e o meio ambiente. Já o termo “alelo- tegrantes de uma população sofrem conjuntamente
biose” é usado para definir as relações entre os seres. A os efeitos do processo evolutivo. Em contrapartida,
alelobiose pode ainda ser subdividida em: subpopulações que se mantêm isoladas por tempo
• Cenobiose: compreende a relação entre indivíduos da suficiente podem acumular diferenças ao ponto de
mesma espécie; configurar novas espécies.
220
• Comunidade: populações não estão isoladas e de- • Biosfera: podemos imaginar uma grande variedade
pendem umas das outras. Os animais dependem das de ecossistemas terrestres e aquáticos (mares, rios e
plantas, pois elas são responsáveis pela produção de lagos) em nosso planeta. O conjunto de ecossistemas
matéria orgânica por meio da fotossíntese. Chama- de nosso planeta é chamado de biosfera.
mos de comunidade biótica o conjunto de organismos
de espécies distintas (populações) que convivem em Podemos conceituar a biosfera como uma camada de
uma mesma área e em um mesmo tempo, mantendo 15 km de espessura (da montanha mais alta até as partes
entre si relacionamentos que podem ser harmônicos mais profundas do oceano) que circunda nosso planeta e
ou desarmônicos. que contém toda a vida existente nele.
221
• Ecótono: nas zonas limítrofes dos biótopos, ocorre e matéria orgânica entre os seres vivos enquanto estes se
grande densidade populacional. Cria-se, portanto, nutrem uns dos outros.
uma linha de tensão na qual espécies de cada um dos Cada etapa de uma cadeia alimentar é chamada de
biótopos tentam alargar seus domínios. Essa linha é nível trófico. Podemos identificar três níveis tróficos dis-
denominada ecótono, local onde é muito comum ob- tintos:
servarmos sobreposição de nichos.
a) Produtores
Existem várias combinações de ecossistemas que po-
Ocupam o primeiro nível trófico da maioria das cadeias
dem formar um ecótono. Podemos citar, por exemplo, fa-
alimentares. Compreendem organismos com metabolismo
zendas no encontro de áreas desmatadas com áreas natu-
autotrófico, que utiliza componentes inorgânicos (água, gás
rais (campos com florestas ou matas), manguezais (água
carbônico e sais) para produção de biomoléculas novas.
do mar e de rios) etc.
O vasto contingente de compostos surgidos pela atua-
ção desses seres, representado inicialmente por carboi-
dratos ou glicídios, acumula, nas ligações químicas de suas
3. Cadeia alimentar
cadeias de carbono, a energia retirada da luz do sol. Entre-
A maioria das relações estabelecidas entre os organis- tanto, em ambientes abissais, podemos encontrar ecossis-
mos de um ecossistema é de base alimentar. Cadeias ali- temas inteiros sustentados sem luz por meio da atuação de
mentares representam a transferência contínua de energia bactérias quimiossintetizantes.
O2 CO2
CO2 O2
Fotossíntese
Síntese da Oxidação
Respiração da glicose
glicose (açúcar)
Seiva bruta Seiva elaborada
H2 O Cloro
Micronutrientes
Fe
C Cobre
Mo Boro
Cu Manganês
Sais minerais
Zn
B Ferro
Mn Molibdênio
Zinco
N P K Macronutrientes primários
Nitrogênio / Fósforo / Potássio
Ca Mg S Macronutrientes secundários
Cálcio / Magnésio / Enxofre
Em uma cadeia alimentar, a seta sempre aponta para o organismo que está
consumindo.
222
nutrientes e da fotossíntese.
5. O fluxo de energia
223
Apenas 1% de toda energia que chega a Terra na for- A energia transformada em trabalho celular ou perdi-
ma de luz solar é aproveitada pelo processo fotossintético. da na forma de calor, no entanto, não pode ser reaproveita-
Todavia, essa energia é suficiente para gerar, no planeta, de da. Ela precisa ser constantemente reposta por uma fonte
150 a 200 bilhões de toneladas de matéria orgânica por ano. externa à cadeia. Essa fonte externa é o sol, que, por inter-
A energia luminosa que os organismos fotossinte- médio dos produtores, reintroduz energia no ecossistema.
tizantes absorvem é transformada em energia química, De maneira geral, podemos dizer que um ecossistema
armazenada nas ligações das moléculas de compostos é aberto ou unidirecional em relação à energia e fechado ou
orgânicos produzidos. Uma parte desses compostos é cíclico em relação à matéria.
consumida nas reações oxidativas da respiração celular,
visando obter energia para a manutenção dos processos
celulares. Durante esse processo, a matéria orgânica é eli- 6. A produtividade e os
minada na forma de água e gás carbônico. O restante dela
é incorporado nas estruturas celulares das plantas e algas
ecossistemas
(como a parede celular), formando partes dos corpos des- A quantidade de matéria orgânica produzida ou trans-
ses organismos (caules, folhas e raízes). ferida em certa área e em determinado intervalo de tempo
É exatamente essa matéria orgânica fixada que servirá para um nível trófico é denominada produtividade. Pode-
de alimento para os consumidores primários (herbívoros). mos dividi-la em:
Uma parte dela é consumida na respiração celular. Outra • Produtividade primária: quantidade de matéria orgâ-
é eliminada no processo de defecação (fezes) e excreção nica produzida pelos autotróficos;
(urina). O restante é incorporado.
• Produtividade secundária: quantidade de matéria or-
Essa sequência se repete a cada nível trófico, com par- gânica incorporada pelos consumidores.
te da matéria e da energia sendo perdida na forma de água,
gás carbônico, dejetos e calor. Podemos subdividir essas categorias em outras duas:
Em média, apenas 10% da energia de um nível trófico • Produtividade bruta: total de matéria orgânica acu-
passam para o nível seguinte. Com isso, podemos com- mulada;
preender por que uma cadeia alimentar dificilmente tem • Produtividade líquida: total de matéria orgânica acu-
mais do que cinco níveis tróficos: a quantidade cada vez mulada depois de descontados os gastos com a res-
menor de matéria e energia disponíveis ao longo da cadeia piração celular.
permite sustentar uma quantidade cada vez menor de con-
A produtividade pode ser expressa em peso (gramas
sumidores.
ou quilos); por metro quadrado por ano (ou dias). Ela tam-
Energia I bém pode ser medida por meio da quantidade de energia
absorvida ou transferida para determinado nível trófico.
M Biosfera Nesse caso, será expressa em calorias ou quilocalorias por
at
ér metro quadrado por ano (ou dias).
ia
or
gâ A produtividade primária pode sofrer interferência de
nica Energia II
inúmeros fatores, entre eles:
• Disponibilidade de luz;
M
at • Índice pluviométrico e disponibilidade de água;
ér
ia
ino • Temperatura;
rgâ
nica • Sais minerais.
Assim, florestas tropicais costumam ter grande produ-
Os resíduos produzidos ao longo da sequência alimen- tividade primária bruta, uma vez que apresentam grandes
tar (excretas e organismos mortos) acabam voltando para índices pluviométricos, associados a altas temperaturas e
a cadeia pela ação dos decompositores, que transformam a grande intensidade de luz. Essa produtividade tende a di-
a matéria orgânica em inorgânica, utilizada pelos produ- minuir à medida que nos aproximamos dos polos.
tores na fotossíntese. Dessa forma, é possível dizer que a Da mesma forma, como dito anteriormente, áreas de
matéria de um ecossistema nunca se esgota: ela está em estuário apresentam grande produtividade, pois acumulam
constante reciclagem. grande quantidade de sais minerais associados à grande
224
quantidade de luz. Regiões de alto-mar, por sua vez, apre- Exemplo: Milhares de pés de capim sustentam cente-
sentam baixa produtividade, porque nelas os sais se preci- nas de insetos, que por sua vez servem de alimento para
pitam para o fundo, aonde a luz não chega. dezenas de pássaros.
30000 protozoários
7. Pirâmides ecológicas
Pirâmides ecológicas permitem uma análise quantita-
tiva dos níveis tróficos. Elas representam os níveis tróficos
de um ecossistema por meio de retângulos sobrepostos, 500 pulgões
nos quais os produtores são sempre colocados na base.
Em geral, as quantidades de energia e biomassa ten- 1 árvore
dem a diminuir através dos níveis. Sendo assim, podemos
chegar a uma concepção gráfica, em que a base é sempre
mais larga que o ápice.
Onde colocar os decompositores em uma
Existem três tipos de pirâmide:
pirâmide ecológica?
• Pirâmide de número;
Como os decompositores recebem matéria
• Pirâmide de biomassa; orgânica de todos os níveis tróficos, sua repre-
• Pirâmide de energia. sentação pode ser problemática. Eles podem ser
colocados na pirâmide como um retângulo sobre
7.1 Pirâmide de número o retângulo dos produtores (figura a) ou como um
retângulo destacado da pirâmide (figura b).
Ela indica o número de organismos em determinada
cadeia alimentar. a)
Nos grandes biomas da Terra, é notável uma escala
decrescente no número de indivíduos que ocupam os di-
ferentes níveis tróficos, ou seja, observamos, por exemplo,
que os predadores costumam estar em menor quantidade
que suas presas.
Essa constatação é consequência direta da perda de
energia inerente aos processos alimentares da cadeia
(como discutido nos tópicos anteriores), fazendo com que
apenas uma pequena quantidade de energia chegue aos
últimos níveis tróficos. Assim, apenas um pequeno número
de consumidores pode ser mantido por essa energia.
225
Fitoplâncton (4 g/m2)
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 1. Demarcar as áreas de atuação da ecologia.
F1. (Fuvest-SP)
Em um lago, estão presentes diversas espécies de animais, plantas, algas, protozoários, fungos e bactérias.
O conjunto desses seres vivos constitui
(a) uma cadeia alimentar. (d) uma população.
(b) uma comunidade biológica. (e) uma sucessão ecológica.
(c) um ecossistema.
226
F2. (Unigranrio-RJ)
Há quatro espécies de girafa – não uma, como se
acreditava “A ciência reconhecia até hoje a existência
de uma única espécie de girafa, dividida em diversas
subespécies mais ou menos iguais. Mas um grupo
de cientistas da Alemanha realizou a maior análi-
se genética feita até hoje sobre o animal e concluiu
que existe não uma, mas quatro espécies de girafa
no mundo. Assim, o cruzamento entre as quatro não
gera descendentes férteis, o que pode estar contri-
buindo para o declínio da população desses animais Fonte: SOARES, José Luis. Biologia. São Paulo, v. único.
na natureza. Duas das espécies já nascem ameaça-
das de extinção”. Sobre o tema abordado no esquema, analise as afir-
Veja, Ciência. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/
mações a seguir.
ciencia/ha-quatro-especies-de-girafa-nao-uma-como- I. Uma cadeia alimentar é sempre composta por
seacreditava/>. (Adaptado.)
diferentes níveis que são caracterizados de
Assim sendo, sabe-se que dentro de uma definição acordo com o tipo de nutrição dos organismos.
clássica o táxon em destaque na matéria acima pode Dependendo do nível trófico ocupado, os orga-
ser definido como: nismos podem ser produtores, ou consumido-
(a) conjunto de populações de diversas espécies res, ou decompositores.
que habitam uma mesma região num determi- II. Os produtores são seres autótrofos, sintetizam
nado período; matéria orgânica a partir de substâncias inorgâni-
(b) lugar específico onde uma espécie pode ser en- cas, por isso estão obrigatoriamente no início de
contrada dentro do ecossistema; qualquer cadeia alimentar. Transformam energia
luminosa em energia química através da fotossín-
(c) conjunto de indivíduos semelhantes (estrutural,
tese. Essa energia nutre os tecidos vegetais que
funcional e bioquimicamente) que se reprodu-
servirão de fonte energética para outros organis-
zem naturalmente, originando descendentes
férteis; mos, com eficiência ecológica média de 90%.
(d) conjunto de indivíduos de mesma espécie que III. A decomposição é um processo de transforma-
vivem numa mesma área em um determinado ção da matéria orgânica em moléculas simples,
período; que podem ser reutilizadas pelos produtores,
num processo natural de reciclagem.
(e) conjunto de indivíduos diferentes (estrutural,
funcional e bioquimicamente) que se reprodu- IV. A teia alimentar é caracterizada pelo conjunto
zem naturalmente ou não, podendo originar des- de cadeias alimentares, ligadas entre si e, geral-
centes estéreis. mente, representadas como um diagrama das
relações tróficas (alimentares) entre os diversos
Objetivo 4. Identificar e compreender cadeias e teias alimen- organismos ou espécies de um ecossistema.
tares.
V. A produtividade de um ecossistema depende de
Objetivo 6. Descrever a dinâmica de energia e a matéria den-
tro dos ecossistemas. diversos fatores, dentre os quais os mais im-
portantes são a luz, a água, o gás carbônico e
F3. (Acafe-SC) a disponibilidade de nutrientes. A produtividade
Os seres vivos interagem e estabelecem relações en- bruta corresponde ao total de matéria orgânica
tre si e com o ambiente. A seguir está representada, acumulada depois de descontados os gastos
esquematicamente, a relação de alimentação entre os referentes à atividade metabólica, enquanto a
organismos de um ecossistema e a respectiva trans- produtividade líquida corresponde ao total de
ferência de energia e de nutrientes. matéria orgânica acumulada.
227
Assinale a alternativa que contém as afirmações (d) Apenas nas cadeias (I) e (II).
corretas.
(e) Nas cadeias (I), (II) e (III).
(a) I - III - IV. (c) III - IV.
(b) II - III - V. (d) IV - V. Objetivo 5. Identificar e compreender os três tipos de pirâmide
ecológica.
Objetivo 6. Descrever a dinâmica de energia e a matéria den-
tro dos ecossistemas. F5. (Uece-CE)
As pirâmides ecológicas, que podem ser de números,
F4. (Unesp-SP)
de biomassa e de energia, são bons modelos para
Considere as três cadeias alimentares a seguir. análise de cadeias alimentares. Sobre esses modelos,
I. Vegetação → insetos → anfíbios → cobras → é correto afirmar que
fungos.
(a) a cada nível trófico, a energia do nível anterior é
II. Vegetação → coelho → gavião. obtida em maior quantidade.
III. Fitoplâncton → zooplâncton → peixes → (b) a pirâmide de energia representa o número total
tubarão. de indivíduos de uma cadeia alimentar.
A maior quantidade de energia disponível para os ní- (c) a quantidade de energia em cada nível trófico é
veis tróficos mais elevados estará:
calculada multiplicando-se o número de indiví-
(a) Apenas na cadeia (I). duos pela sua massa.
(b) Apenas nas cadeias (I) e (III). (d) a pirâmide de energia não pode ser expressa na
(c) Apenas na cadeia (II). forma invertida.
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E1. (UEL-PR) E2. (Emescam-ES)
Em um ribeirão foram pescados dois peixes muito seme- Qual a afirmativa correta:
lhantes, exceto pela coloração das nadadeiras. Um bió- (a) O local do ecossistema onde vive uma determi-
logo informou que pertenciam ao mesmo gênero; eram, nada espécie é denominado de hábitat.
porém, de espécies diferentes e apresentavam dietas
(b) Populações são conjuntos indivíduos genetica-
distintas. O peixe com as nadadeiras claras alimenta-
mente iguais.
va-se de moluscos e crustáceos que viviam no fundo do
ribeirão, e o outro, cujas nadadeiras eram avermelhadas, (c) Clone é um grupo de indivíduos da mesma espé-
cie que vivem no mesmo hábitat.
comia folhas de plantas e insetos aquáticos.
Com base nessas informações, é correto afirmar: (d) Ecossistema é a palavra empregada para indicar
o conjunto de populações de um ambiente.
(a) os dois peixes viviam em hábitats diferentes,
mas ocupavam o mesmo nicho. (e) Comunidade é a palavra que indica o conjunto de
indivíduos de uma mesma espécie que habitam
(b) os dois peixes viviam no mesmo hábitat e ocupa-
uma região.
vam o mesmo nicho.
(c) os dois peixes viviam em hábitats diferentes e E3. (PUC-PR)
ocupavam nichos diferentes. Em uma floresta ocorrem três espécies de árvores,
(d) os dois peixes viviam no mesmo hábitat, mas igualmente bem-sucedidas e numerosas. Essas árvo-
ocupavam nichos diferentes. res constituem
(e) os dois peixes viviam no mesmo nicho, mas ocu- (a) três populações.
pavam hábitats diferentes. (b) uma população.
228
229
Dos grupos de seres vivos citados, os que contribuem (a) 1 = árvore – 2 = pulgão – 3 = joaninha – 4 = pássaro.
diretamente para a manutenção dessa produtividade
(b) 1 = capim – 2 = pulgão – 3 = joaninha – 4 = pássaro.
no referido ecossistema são
(c) 1 = árvore – 2 = pássaro – 3 = joaninha – 4 =
(a) aves.
pulgão.
(b) algas.
(d) 1 = bezerro – 2 = capim – 3 = homem – 4 = parasita
(c) peixes.
intestinal do homem.
(d) insetos.
(e) 1 = capim – 2 = bezerro – 3 = homem – 4 = parasita
(e) caranguejos. intestinal do homem.
E10. (PUC-RS)
E12. (UFRGS-RS)
Produtividade é o termo dado à capacidade que al-
Considerando que, nas pirâmides ecológicas apre-
guns seres vivos têm de converter a energia lumi-
sentadas nas alternativas, P (produtor) = fitoplâncton,
nosa assimilada na fotossíntese em biomassa. Con-
C1 (consumidor primário) = zooplâncton e C2 (consu-
sidere as informações a seguir sobre os fluxos de
midor secundário) = peixes, assinale a que representa
energia e matéria.
uma pirâmide de biomassa.
I. A produtividade primária bruta (PPB) correspon-
de à quantidade total de energia luminosa con- (a)
vertida em biomassa por um ser vivo.
II. A produtividade primária líquida (PPL) corres-
C2
ponde à energia que estará à disposição do nível C1
trófico seguinte, somada à energia derivada da P
fotossíntese.
(b)
III. Florestas tropicais costumam ter grande produ-
tividade primária bruta, uma vez que apresentam
grandes índices pluviométricos, associados a al-
C2
tas temperaturas e a grande intensidade de luz. C1
P
Estão corretas as afirmativas
(a) I e II, apenas. (c)
(b) I e III, apenas.
(c) II e III, apenas. C2
(d) I, II e III.
C1
P
E11. (UFPR-PR)
(d)
Pode-se representar o número de indivíduos de cada
nível trófico por uma pirâmide de números. O diagra-
ma ao lado representa uma pirâmide de números.
C2
C1
4 P
3 (e)
2
1 C2
C1
Assinale a alternativa que identifica corretamente os
P
organismos indicados no diagrama.
230
231
Inseto Cobra
2. Árvore ---: cotias -----: ( )
Milho Rato Gato jaguatiricas
(b) Nomeie o nível trófico responsável pela recicla- (a) consumidores terciários, em função da elevada
gem da matéria no meio ambiente, indique a le- disponibilidade de consumidores secundários.
tra que o representa no esquema e justifique sua (b) consumidores primários, em função da ausência
resposta. de consumidores secundários.
232
(c) consumidores secundários, em função da au- (d) 5 representa uma população de consumidores
sência de consumidores primários. secundários.
(d) consumidores terciários, em função da elevada (e) A diminuição da população 6 não afetará a po-
disponibilidade de produtores. pulação 3.
(e) consumidores primários, em função do aumento
E23. (Enem)
de produtores.
A forma larval do parasitoide assume qual papel nes-
E21. (PUC-RJ) sa cadeia alimentar?
O estudo da comunidade biótica do ecossistema ma- Ciclo de vida de um inseto
rinho de uma faixa litorânea revelou o esquema mon- parasitoide de lagartas
tado abaixo. (B) O ovo eclode e a
larva do parasitoide se
desenvolve dentro da
Algas marinhas Crustáceos Moluscos lagarta.
Fungos e
Bactérias
Peixes Golfinhos Gaivotas
(C) A larva torna-se
(A) Na fase adulta, pupa, levando o
após a cópula, a hospedeiro
Quais indivíduos ocupam o mesmo nível trófico nesta fêmea procura seu à morte.
teia alimentar? hospedeiro e põe (D) O parasitoide, após a
um ou mais ovos metamorfose, cava um túnel
(a) Algas marinhas, fungos e bactérias. dentro de seu corpo. nos tecidos do hospedeiro e
(b) Peixes, crustáceos e moluscos. emerge como adulto.
3 4 5 E24. (UPM-SP)
1 2
Considerando que 1 e 2 sejam produtores, é correto
afirmar que nessa teia A respeito das pirâmides A, B e C, representadas aci-
(a) a energia entra nesse sistema apenas por 1. ma, são feitas as seguintes afirmações.
(b) 3 e 5 ocupam o mesmo nicho ecológico. I. A pode representar pirâmides de número, de
massa e de energia.
(c) 4 representa uma população constituída por
onívoros.
233
II. A e B podem representar apenas pirâmides de (b) Desenhe as pirâmides de energia corresponden-
massa e energia. tes às pirâmides de biomassa, para os dois ecos-
III. B e C podem representar apenas pirâmides de sistemas indicados.
energia e massa.
E27. (Uerj-RJ)
IV. A, B e C podem representar apenas pirâmides de
massa e número. Em um lago, três populações formam um sistema es-
tável: microcrustáceos que comem fitoplâncton e são
Estão corretas apenas as afirmativas
alimento para pequenos peixes. O número de indiví-
(a) I e II.
duos desse sistema não varia significativamente ao
(b) I e III. longo dos anos, mas, em um determinado momento,
(c) I e IV. foi introduzido no lago um grande número de preda-
(d) II e IV. dores dos peixes pequenos.
Identifique os níveis tróficos de cada população do siste-
(e) III e IV.
ma estável inicial e apresente as consequências da in-
E25. (Uerj-RJ) trodução do predador para a população de fitoplâncton.
E26. (Fuvest-SP)
As figuras I e II mostram pirâmides ecológicas de bio-
massa para dois ecossistema
234
C
FOLHA AZ
1. (Unigranrio-RJ) 3. (FEI-SP)
Dezenas de leões marinhos têm adoecido – até Num ecossistema, um fungo, uma coruja e um coelho
a morte, em alguns casos – nas praias da Califórnia podem desempenhar os papéis, respectivamente, de:
central nos últimos dois meses. E o inimigo está no (a) Decompositor, consumidor de 2ª ordem e consu-
próprio oceano. “Tivemos muito trabalho, disse à BBC midor de 1ª ordem.
Mundo Shawn Johnson, diretor de ciência veteriná-
(b) Produtor, consumidor de 1ª ordem e consumidor
ria no Centro de Mamíferos Marinhos, em Sausalito,
de 2ª ordem.
perto de San Francisco. Sob a sua coordenação, os
veterinários do centro dificilmente têm tempo para (c) Consumidor de 1ª ordem, consumidor de 2ª or-
pausas. E o que os mantêm ocupados são os casos dem e consumidor de 1ª ordem.
crescentes de envenenamento pela neurotoxina áci- (d) Consumidor de 2ª ordem, consumidor de 3ª or-
do domoico (toxina que age sobre o sistema nervoso, dem e consumidor de 1ª ordem.
causando paralisias ou contraturas musculares). O
ácido domoico é produzido por certas algas marinhas, (e) Decompositor, consumidor de 1ª ordem e de-
como as chamadas doumoi ou hanayanagi (Chondria compositor.
armata), que são comumente ingeridas por peixes.”
G1. Disponível em: <https://g1.globo.com/natureza/noticia/ 4. (Enem)
por-que-dezenas-de-leoes-marinhos-estao-aparecendo- A posição ocupada pela vaca, na interação apresenta-
doentes-ou-mortos-em-praias-da-california.ghtml>.
(Adaptado.)
da na tirinha, a caracteriza como
2. (UFPE-PE)
Ao dizer onde uma espécie pode ser encontrada e o
que faz no lugar onde vive, estamos informando res-
pectivamente,
(a) Nicho ecológico e hábitat. (a) Produtora.
(b) Hábitat e nicho ecológico. (b) Consumidora primária.
(c) Hábitat e biótopo. (c) Consumidora secundária.
(d) Nicho ecológico e ecossistema. (d) Consumidora terciária.
(e) Hábitat e ecossistema. (e) decompositora.
235
236
GABARITO A
E1. D E24. C res primários (zooplâncton),
E2. A E25. os quais por sua vez possuem
maior biomassa.
E3. A a) O gráfico representa uma
pirâmide trófica que ilustra b) A única pirâmide que não pode
E4. Nicho ecológico: papel biológi- ser invertida é a de energia.
co (“profissão”) da espécie no a relação entre a quantidade
de energia ou biomassa para Assim, em ambos os ecossis-
ecossistema. É o conjunto de temas, tanto o aquático como o
relações e atividades próprias cada nível trófico.
terrestre, a pirâmide de energia
(modo de vida) de uma espécie. b) Cada um dos compartimen- é a mesma. Ela mostra maior
Hábitat: o local onde vive uma tos representa um nível trófico. quantidade de energia no nível
determinada espécie, local que Como uma proporção da bio- trófico dos produtores. Essa
ela ocupa em um ecossistema. massa em cada nível trófico não energia vai diminuindo ao lon-
E5. E é consumida e uma proporção da go da cadeia alimentar a partir
energia é perdida na transferên- dos produtores. Tal pirâmide
E6. A cia entre níveis tróficos, o tama-
E7. D está representada abaixo:
nho dos retângulos decresce da
E8. A base para o topo, seja em pirâmi- CT
E9. B des de energia ou de biomassa.
CS
E10. B c) Nos ecossistemas aquáti-
cos, no entanto, a pirâmide tró- CP
E11. A fica pode ser invertida quando P
E12. A se trata da biomassa contida
E13. E em cada um dos comparti- E27. Na cadeia alimentar descrita, o
mentos. Nesses ecossistemas, fitoplâncton representa os produ-
E14. B onde a taxa de consumo é alta tores; os microcrustáceos que se
E15. E e os tempos de vida dos pro- alimentam desse fitoplâncton são
E16. B dutores primários são baixos, os consumidores primários; já os
E17. C a biomassa será maior para pequenos peixes, que comem os
os heterótrofos do que para os microcrustáceos, são consumi-
E18. autótrofos, fazendo com que a dores secundários. A introdução
a) Produtores, letra A. Por pirâmide seja invertida quando de predadores desses peixes vai
ser o primeiro nível trófico e comparada àquela de ecossis- provocar um desequilíbrio no sis-
captar diretamente a luz do temas terrestres. tema, pois haverá inicialmente
sol, não há perda de energia, E26. um aumento no número de mi-
como nos demais níveis. crocrustáceos, o que, por sua vez,
a) Sabe-se que a única pirâmide de vai contribuir para a diminuição
b) Decompositores, letra F. biomassa que pode ser invertida
Eles degradam os restos de da população de fitoplâncton que
é a aquática. Assim, a pirâmide serve de alimento para eles.
seres vivos em moléculas me- de biomassa I representa um
nores. ecossistema terrestre, enquanto E28. Com a redução da população de
E19. C a pirâmide de biomassa II repre- coiotes, haverá crescimento da
senta um ecossistema aquático. população de castores e ratos,
E20. B aumentando o consumo dos ve-
Neste tipo de ecossistema, o pro-
E21. C getais A e B. A reintrodução dos
dutor (fitoplâncton), tem menor
E22. C biomassa, mas se reproduz rapi- lobos reduziu a população de
E23. B damente e supre as necessida- alces e veados, aumentando a
des alimentares dos consumido- população das plantas C e D.
237
Operária Rainha
Essas interações estão sempre se modificando, se-
guindo os passos da evolução, uma vez que tais indivíduos
são agentes e alvos da seleção natural.
Existem três tipos de relação:
• Harmônicas: quando não há prejuízo de nenhum dos
associados; Soldado
• Desarmônicas: quando pelo menos um dos indiví- Na sociedade dos cupins existem rainhas e reis, além
duos é prejudicado; de operários e soldados. As larvas são estimuladas a se
• Neutras: quando uma ou mais espécies compartilham desenvolverem em uma dessas castas por feromônios e de
um mesmo ambiente sem serem afetadas pelas outras. acordo com a necessidade da sociedade.
238
• Nectozoides → Locomoção;
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• Pneumatóforos → Flutuação;
• Gastrozoides → Digestão;
• Dactilozoides → Apreensão e defesa;
• Gonozoides → Reprodução.
Operário
Soldado
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Rei
Alado Rainha
reprodutivo
• Isomorfas: não há diferença morfológica entre os in- • Os animais ruminantes não são capazes de digerir ce-
divíduos da colônia nem divisão do trabalho. lulose. Em seu sistema digestório, encontram-se mi-
crorganismos que recebem alimento e abrigo e produ-
Exemplo: protozoários, algas e corais.
zem enzimas capazes de digerir esse polissacarídeo.
• Heteromorfas: os indivíduos que compõem a colônia
apresentam diferenças morfológicas e há a divisão • As micorrizas são associações entre fungos e raízes
do trabalho. de plantas. As hifas dos fungos contribuem com a ab-
sorção de íons minerais presentes no solo, enquan-
Exemplo: caravela (Physalia sp.) to a planta fornece aos fungos compostos orgânicos
Os principais tipos de indivíduos desta colônia são: produzidos pela fotossíntese. Embora a maioria das
239
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micorrizas sejam interações obrigatórias, existem al-
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AA
gumas associações entre fungos e raízes de plantas
que são facultativas, sendo, portanto, casos de proto-
cooperação.
• As plantas leguminosas apresentam bactérias (como,
por exemplo, o gênero Rhizobium) em nódulos de
suas raízes, as quais realizam a fixação do nitrogê-
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nio atmosférico e oferecem compostos nitrogena-
dos à planta. A leguminosa, por sua vez, fornece às
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bactérias um ambiente propício à fixação biológica e B
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compostos orgânicos sintetizados por meio da fotos-
síntese.
• Os cupins apresentam protozoários em seu sistema
digestório, os quais são capazes de digerir a celulose
ingerida por esse inseto, disponibilizando a energia
do polissacarídeo para ambos os organismos.
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C
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240
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(A) Tubarão cercado por peixes-piloto.
(B) Frutos que se aderem ao pelo de animais, adaptação para
a dispersão de sementes.
e) Inquilinismo (+/0)
Quando um animal usa o corpo de outro como abrigo.
Exemplo: o fierásfer ou peixe-agulha é um pequeno
peixe que se esconde dentro do aparelho digestivo do pe-
pino-do-mar (uma equinoderma), sem, no entanto, lhe cau-
sar prejuízo. Girinos realizam canibalismo para obtenção de nutrientes
f) Epifitismo (+/0) adicionais. Isso permite um processo de metamorfose mais
rápido.
Quando uma planta utiliza outra como suporte para ga-
rantir maior eficiência na captação de raios solares. É uma b) Competição (–/–)
adaptação comum em florestas tropicais densas, onde os Organismos de uma mesma população competem com
estratos mais baixos recebem pequenas quantidades de frequência pela obtenção de diversos recursos, tais como
luz, por causa do sombreamento ocasionado pelas copas alimentos, espaço e possibilidade de reprodução. Uma das
das árvores mais altas. consequências desse processo é o controle do crescimento
populacional.
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241
A luta constante para defender território é movimen- observou que, quando criadas em um mesmo ambiente,
tada pelo instinto dos seres vivos de passar seus genes uma das espécies tendia a ser eliminada pela competição
adiante. A competição contribui de forma marcante para por alimento.
a seleção natural, uma vez que, geralmente, apenas os Observe que mesmo a espécie que sai vencedora da
indivíduos mais adaptados ou com vantagem reprodutiva competição é prejudicada. Ela apresenta uma taxa de cres-
conseguem gerar descendentes. cimento muito menor do que quando criada em um am-
Em uma relação de competição, ocorre prejuízo para biente separado.
ambos os lados. Isso é fácil de imaginar quando pensa-
O princípio de Gause tem grande importância no pro-
mos no cenário de uma guerra. Embora um dos lados saia
cesso de seleção natural. Na natureza, quando há sobrepo-
teoricamente vencedor, ocorrem gastos, perdas e mortes
sição de nichos, a competição ocorre, eliminando indivíduos
dos dois lados. Da mesma forma, na natureza, embora um
de ambas as espécies. A pressão ambiental seleciona, en-
dos indivíduos saia vencedor, ele apresenta um gasto de
tão, indivíduos que têm as vantagens adaptativas que lhes
energia e de tempo que poderia estar sendo alocado para
permitem explorar outros nichos, evitando a competição.
a própria reprodução.
b) Parasitismo (+/–)
1.2.2 Interespecíficas ou heterotípicas
Parasitas se instalam nos corpos de seus hospedeiros,
a) Competição (–/–) espoliando recursos destes sem matá-los de forma ime-
Quando duas espécies diferentes, ocupando o mesmo diata, mas reduzindo severamente a qualidade de vida de-
hábitat, utilizam-se de um mesmo tipo de recurso ou ali- les por meio da interferência em suas funções fisiológicas
mento, é estabelecida uma competição que pode levar à e sendo, portanto, causadores de inúmeras doenças.
eliminação de uma das populações da comunidade. Encontramos parasitas em quase todos os grupos de
Isso foi demonstrado pelo cientista russo G. F. Gause, em organismos: vírus, bactérias, protozoários, fungos, vermes,
1934, por meio do seu “princípio da exclusão competitiva”. insetos e até mesmo plantas.
Podemos dividir os parasitas de acordo com alguns
P. caudatum critérios, entre eles:
da população
Densidade
• Localização no hospedeiro
–Endoparasitas:
localizam-se internamente no hos-
pedeiro.
© WIKICOMMONS/MAGDALENA ZZTOCK
P. aurelia
da população
Densidade
Tempo (dias)
da população
Densidade
P. aurelia
P. caudatum
Verme platelminto Taenia saginata.
0 4 8 12 16 20 24
Tempo (dias) –Ectoparasitas:
localizam-se externamente no hos-
pedeiro.
Ele se utilizou de duas espécies de paramécio que fo-
ram criadas em duas situações: separadas e juntas. Assim, Exemplo: carrapatos e piolhos.
242
–Hemiparasita:
ocasionam um parasitismo incom- 80
1845 1855 1865 1875 1885 1895 1905 1915 1925 1935
O que são parasitoides?
Tempo (anos)
É uma denominação utilizada para larvas de Predador Presa
certas espécies de vespas e moscas. Os ovos são
colocados sobre um hospedeiro, e a larva conso-
me os tecidos deste enquanto ele ainda se encontra Adaptações para a sobrevivência
vivo. O processo leva o hospedeiro à morte, mas Todos os organismos têm alguma forma de
não antes de as larvas se transformarem em pu- adaptação para os tornar mais bem-sucedidos e
pas. Dessa forma, podemos dizer que o parasitoide aumentar a chance de sobrevivência e reprodução.
combina características inicialmente de parasitas, Quando o assunto é escapar do ataque de preda-
espoliando o hospedeiro, e posteriormente de pre- dores, ou então do predador se aproximar de suas
dadores, levando a presa à morte. presas sem ser notado, estas são as principais es-
tratégias observadas na natureza:
c) Predação (+/–) Mimetismo
Algumas espécies copiam a forma e o padrão
A espécie predadora ataca, mata e devora a presa. A
de cores de outras, visando a obter proteção. Exis-
necessidade de obtenção de alimento e a habilidade de não
tem dois tipos de mimetismo:
ser predado são duas características extremamente adap-
tativas e, dessa forma, a predação mostra-se como uma • Batesiano: animais ou plantas impalatáveis
grande motivadora da seleção natural. ou venenosos servem de modelo para organismos
palatáveis e não nocivos. Um exemplo muito co-
Várias adaptações são encontradas em predadores e pre-
nhecido é o da cobra falsa-coral, que mimetiza com
sas. A forma e a fisiologia de um predador têm relação direta
perfeição a coral-verdadeira.
com sua dieta. Isso pode ser observado de forma bem sim-
ples por meio da estrutura dos dentes e dos bicos. Caninos e • Mülleriano: espécies impalatáveis ou veneno-
bicos curvados são próprios para carnívoros. Enquanto isso, sas assumem um padrão similar. Esses complexos
herbívoros fazem uso de dentes molares e pré-molares dota- miméticos aceleram o aprendizado dos predadores,
dos de grande superfície para trituração das fibras vegetais. que evitarão todas as espécies com as mesmas carac-
terísticas. Exemplo: as borboletas-monarca (Danaus
Podemos citar também uma grande variedade de
apêndices anteriores (patas, garras, pinças) que servem
243
B
B
trazidos até o ninho de origem, onde serão controlados pe-
los feromônios da nova rainha.
244
245
A
2.3 Curvas de crescimento populacional
Vamos analisar dois tipos de gráfico: um com bactérias
crescendo sem a resistência ambiental e outro regulado
pela resistência.
• Situação 1 (sem a resistência ambiental)
Tomando bactérias como exemplo, vamos imaginar a
utilização de meios de cultura ideais, com alimento abun-
dante, temperatura adequada e dos quais são retirados os
resíduos metabólicos que potencialmente prejudicariam as
bactérias. Nesse ambiente, também não ocorre competição
e predação.
Essa população cresceria em sua máxima velocidade
(potencial biótico), descrevendo um gráfico de crescimento
exponencial. Uma única bactéria poderia gerar, em seis ho-
ras, mais de 250 mil descendentes.
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B
64
Número de bactérias
32
246
do meio
Curva de
potencial contrada quando introduzimos uma espécie nova em
biótico um ambiente que não apresenta predadores naturais.
Curva de
crescimento real Morte por falta de alimento
Explosão
populacional
A população é mantida
em equilíbrio pelos inimigos
naturais
Tempo
População
Existem quatro fases do crescimento dessa população:
Curva em S
I. Fase de crescimento lento: período de adaptação
às condições ambientais; Curva em J
Gerações
II. Fase de crescimento rápido ou fase logarítmica
(fase log): apresenta crescimento exponencial; Controle biológico
III. Diminuição do crescimento: início da ação da resis- Baseado na natureza, o homem desenvolveu
tência ambiental; uma forma eficiente de controlar o tamanho popu-
lacional de espécies indesejadas: a introdução de
IV. Fase de equilíbrio: a população atingiu sua capa-
inimigos naturais. Esta técnica é conhecida como
cidade de carga do ecossistema, ou seja, o número
controle biológico, e é utilizada no combate a pra-
máximo de organismos que o ambiente é capaz de
gas agrícolas como estratégia não poluente que
sustentar em termos de alimento e espaço.
evita o uso de inseticidas nas lavouras.
Os predadores geralmente são inimigos naturais
Crescimento na natureza generalistas, ou seja, eles irão consumir várias espé-
Na natureza, um dos mais importantes meca- cies de pragas. As joaninhas, por exemplo, são preda-
nismos de controle do crescimento das populações dores vorazes de pulgões, ácaros e pequenas lagar-
é a ação dos predadores. Eles impedem que a po- tas. Já os parasitas ou patógenos normalmente são
pulação cresça muito além da capacidade suporte, inimigos naturais especialistas, ou seja, eles infectam
o que faria esgotar os recursos do ambiente. As- hospedeiros específicos. É o exemplo do baculovírus
sim, uma curva típica de um ecossistema sem inte- utilizado no controle da lagarta-da-soja.
ração do homem é a curva em S, como a mostrada Também há um grupo de inimigos naturais co-
no gráfico a seguir. Em um primeiro momento, a nhecido como parasitoides. Como visto anterior-
população de ratos cresce, mas, em seguida, sofre mente, eles combinam comportamentos de para-
a ação da resistência ambiental (no caso, os pre- sitas e predadores. Consistem em alguns tipos de
dadores, como cobras e gaviões), sem atingir uma vespas ou moscas que depositam seus ovos no
densidade que afete a permanência da população interior do corpo dos insetos-alvo. As larvas cres-
naquele ambiente. cem se alimentando do interior de seus hospedei-
ros, por fim matando-os ao atingirem o tamanho
Em ecossistemas que sofreram a ação do ho- adequado para a metamorfose. Um caso de muito
mem, é comum encontrarmos desequilíbrios. Por sucesso é a utilização da vespa Cotesia flavipes no
exemplo, em cadeias alimentares muito simples, controle da broca-da-cana-de-açúcar.
com apenas um tipo de consumidor primário e um
Antes da introdução de qualquer tipo de inimi-
tipo de consumidor secundário, a remoção de um
go natural é necessária a realização de vários estu-
dos elos da cadeia pela ação do homem pode ser
dos populacionais, de forma a garantir o equilíbrio
catastrófica.
ecológico após o controle biológico.
247
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 1. Reconhecer e exemplificar os principais tipos de
relações ecológicas harmônicas e desarmônicas.
F1. (Uece-CE)
São exemplos de relações ecológicas harmônicas en-
tre indivíduos de espécies diferentes:
(a) comensalismo, inquilinismo, colônia.
(b) sociedade, colônia, protocooperação. Disponível em: <http://nossomeioporinteiro.wordpress.com/
tag/comunidades/>.
(c) mutualismo, competição, sociedade.
Considere o tipo de relação ecológica entre essas duas
(d) protocooperação, mutualismo, comensalismo.
espécies e indique a afirmação correta.
(a) A espécie P. aurelia é predadora de P. caudatum.
Objetivo 1. Reconhecer e exemplificar os principais tipos de
relações ecológicas harmônicas e desarmônicas. (b) P. aurelia exclui P. caudatum por competição in-
traespecífica.
F2. (PUC-RJ)
(c) P. aurelia e P. caudatum utilizam recursos dife-
A digestão de celulose nos ruminantes é realizada por rentes.
bactérias celulolíticas presentes em um de seus estô-
(d) P. aurelia exclui P. caudatum por parasitismo.
magos. Essas bactérias encontram abrigo e alimento
(e) P. aurelia exclui P. caudatum por competição in-
nos estômagos dos ruminantes, e, em contrapartida,
terespecífica.
digerem a celulose em moléculas menores, capazes
de serem aproveitadas por esses animais. Essa rela-
ção pode ser classificada como Objetivo 1. Reconhecer e exemplificar os principais tipos de
relações ecológicas harmônicas e desarmônicas.
(a) comensalismo. (d) parasitismo.
F4. (Unesp-SP)
(b) competição. (e) predatismo.
Na natureza, a grande maioria dos gafanhotos é verde.
(c) mutualismo. No entanto, uma mutação genética incomum e pouco
conhecida, chamada eritrismo, provoca alteração na
Objetivo 2. Analisar e compreender gráficos, identificando o produção de pigmentos, o que resulta em gafanhotos
tipo de relação ecológica representado. cor-de-rosa. Descobertos em 1887, esses gafanhotos
raramente são encontrados.
F3. (PUC-RJ)
As figuras abaixo mostram o crescimento popu-
lacional, ao longo do tempo, de duas espécies de
Paramecium cultivadas isoladamente e em conjunto.
Os resultados desse experimento embasaram o que é
conhecido como Princípio de Gause.
<http://voices.nationalgeographic.com> (Adaptado.)
248
(b) concorrem por alimento com os gafanhotos ver- peixe carnívoro. A presença desse predador provocou
des, que são mais eficientes por terem a mesma variação das populações de seres vivos ali existentes,
coloração das folhagens. conforme mostra o gráfico a seguir.
(c) destacam-se visualmente e são facilmente en-
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
(a) sociedade. (d) mutualismo.
E1. (Unigranrio-RJ)
(b) comensais. (e) inquilinismo.
A imagem abaixo representa um conjunto de cracas,
crustáceos marinhos sésseis que quando adultos têm (c) colônia.
o exoesqueleto calcificado, composto por várias pla-
cas que definem uma forma cônica. As cracas podem E2. (UFPA-PA)
se fixar em rochas, cascos de embarcações, madeiras A respeito das interações entre os seres vivos, consi-
de ancoradouros e até em seres vivos como as baleias. dere os seguintes enunciados:
Em um ecossistema, há muitos tipos de interações en-
I. Na natureza, as diversas populações que for-
tre seres vivos tal qual as intraespecíficas harmônicas,
1
mam um(a) _______________ estabelecem entre
como no exemplo das cracas. Assim sendo, pode-se di-
zer que as cracas são um exemplo de: si relações mais ou menos íntimas.
2
II. As ______________________________ compreen-
dem as relações estabelecidas entre indivíduos
pertencentes à mesma espécie. Exemplos: colô-
nias e sociedades.
3
III. As _________________________compreendem as
interações nas quais não se verifica nenhum tipo
de prejuízo entre os organismos associados e
pelo menos uma espécie é beneficiada.
IV. As ______________________
4 são as relações nas
quais pelo menos uma espécie é prejudicada.
249
ração.
1.000
II. Esse tipo de interação não ocorre em plantas.
III. A disputa por fêmeas entre machos de uma es-
500
pécie exemplifica esse tipo de interação.
Quais estão corretas?
0
1910 1920 1930 1940 1950
(a) Apenas I. Ano
(b) Apenas II. Fonte: BSCS Biology - An ecological approach. Kendal/Hunt
(c) Apenas l e III. Pub. Co., 5th ed. 2006. (Adaptado.)
250
nasce nenhuma planta em um raio de 1 a 2 m. Desco- Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:
briu-se que esse fato era consequência da ação dos (a) V, V, V, F.
óleos voláteis produzidos pela Salvia. A relação entre
(b) V, F, V, F.
a Salvia e as demais plantas é conhecida como
(a) amensalismo. (d) predatismo. (c) F, V, F, V.
(d) F, F, F, V.
(b) competição. (e) comensalismo.
(c) parasitismo. E9. (Unesp-SP)
O garoto gosta de biologia e, de pronto, identificou no
E7. (UDESC-SC)
quintal alguns exemplos de associações interespecí-
Em uma comunidade biológica os organismos intera- ficas: as orquídeas, fixas ao tronco da árvore, apre-
gem entre si nas chamadas relações ecológicas. Com sentam raízes com micorrizas e, nesse mesmo tron-
respeito a estas interações, associe as colunas A e B. co, são observados alguns liquens. Que associações
interespecíficas são identificadas nesses exemplos?
A. B. Justifique.
1. Colônias ( ) Abelhas e vespas.
2. Inquilinismo ( ) Liquens. E10. (UFPR-PR)
3. Sociedades ( ) Bromélias, orquídeas. Em uma região onde cresce o capim-dourado (Syn-
4. Mutualismo ( ) Corais. gonanthus nitens), vivem gafanhotos (Rhammatocerus
5. Protocooperação ( ) Anêmonas do mar e conspersus), cupins (Cornitermes cumulans), pássa-
caranguejo-eremita. ros-pretos (Gnorimopsar chopi), andorinhas-de-coleira
(Pygochelidon melanoleuca), morcegos (Artibeus cine-
Assinale a alternativa que contém a sequência corre- reus), tamanduás-bandeira (Myrmecophaga tridactyla)
ta, de cima para baixo. e raposinhas (Lycalopex vetulus).
(a) 1 - 3 - 4 - 5 - 2. (a) Com base nas informações apresentadas na
(b) 4 - 3 - 2 - 5 - 1. questão, liste as populações que constituem a
comunidade biológica.
(c) 2 - 3 - 1 - 4 - 5.
(b) A raposinha (Lycalopex vetulus) tem uma dieta
(d) 3 - 4 - 2 - 1 - 5. onívora, mas se alimenta principalmente de in-
(e) 3 - 2 - 4 - 5 - 1. setos. O tamanduá-bandeira é especializado em
se alimentar de formigas e cupins. Consideran-
E8. (Uece-CE) do essas informações, que relações ecológicas
Em relação à dinâmica de populações, escreva V ou F interespecíficas podem ser descritas entre a ra-
conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma nos posinha e as espécies de insetos e entre a rapo-
itens abaixo. sinha e o tamanduá?
251
Assinale a alternativa que substitui adequadamente a (01) O potencial biótico da população corresponde
sequência de números do quadro. à sua capacidade potencial para aumentar, por
(a) Interespecífica harmônica – Parasitismo – reprodução, seu número de indivíduos em con-
Cupins dições ideais, isto é, sem fatores que impeçam
esse aumento.
(b) Intraespecífica desarmônica – Canibalismo –
Corais (02) O gráfico demonstra que, quando a população
(c) Interespecífica desarmônica – Competição – tem sua fundação, o crescimento populacional é
Liquens lento, pois há pequeno número de indivíduos e,
consequentemente o número de intercruzantes
(d) Interespecífica harmônica – Predação –
é baixo.
Carrapatos
(e) Intraespecífica harmônica – Amensalismo – (04) A região mais escura apontada em A demonstra
Physalia (caravela-portuguesa) a resistência do meio ao crescimento populacio-
nal, ou seja, à medida que a população cresce,
a resistência ambiental aumenta, reduzindo o
E12. (UFPR-PR)
crescimento populacional.
Uma coruja caça durante a noite e captura um mor-
cego. Ambos são capturados por uma rede armada (08) Na situação apontada em B, a população terá
por pesquisadores. Após análise cuidadosa da coruja atingido a capacidade de suporte do meio. A par-
tir de então tem-se a população cujo tamanho é
e do morcego, os pesquisadores encontraram, sob as
máximo para aquele ambiente.
penas da coruja, ácaros e piolhos, e sob os pelos do
morcego, moscas hematófagas. As interações interes-
E14. (Unesp-SP)
pecíficas entre a coruja e o morcego, entre os ácaros e
os piolhos e entre as moscas hematófagas e o morce- Nos troncos de várias árvores do quintal de Dona
go são denominadas, respectivamente: Márcia, crescem exemplares de Oncidium sp., a chu-
va-de-ouro, uma espécie de orquídea nativa da Mata
(a) predação, parasitismo e inquilinismo.
Atlântica que produz numerosos cachos de flores pe-
(b) predação, mutualismo e parasitismo. quenas e amarelas.
(c) parasitismo, competição e predação. Antes da floração, são comuns o ataque de pul-
(d) predação, competição e parasitismo. gões, que costumam sugar a seiva das hastes novas,
e, também, o aparecimento de joaninhas, que se ali-
(e) competição, inquilinismo e parasitismo.
mentam desses animais e controlam naturalmente a
população de pulgões.
E13. (UEPG-PR-Adaptado)
Quando da floração, as plantas são visitadas por
Os seres vivos sempre originam um número muito maior diferentes espécies de abelhas, que disputam o pólen
de descendentes do que o próprio meio comporta. O gráfico e o óleo secretado por glândulas da flor. Esse óleo é
abaixo representa o potencial biótico e a resistência am- utilizado pelas abelhas na alimentação de suas larvas.
biental de uma população ao longo do tempo. Com relação
a essas características ecológicas de crescimento popula-
cional, indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
Curva do potencial
biótico
Tamanho da população
252
presença
cem uma relação de comensalismo.
Sim de Não
herbívoros (04) As garças brancas pequenas e o gado têm uma
relação de mutualismo.
poda das acácias
acácias sem poda (08) As pererecas estabelecem uma simbiose com as
serpentes e as seriemas, relação que regula a
maior produção menor produção densidade populacional das espécies envolvidas.
de néctar de néctar
(16) As serpentes e as seriemas estabelecem uma
domínio das formigas aumento e domínio relação de competição.
da espécie 1, que de formigas da
dependem do néctar espécie 2
E18. (PUC-RJ)
diminuição de ataque de besouros
formigas da
espécie 2 e outros insetos A partir da observação do gráfico que segue, que
mostra diferentes tipos de crescimento populacional,
preservação das enfraquecimento é correto afirmar que as letras a, b e c representam,
acácias das acácias
respectivamente:
253
a
E20. (UFSC-SC-Adaptado)
c Um pesquisador interessado em estudar dinâmica po-
número de indivíduos
(a) a fêmea de algumas espécies de inseto é imitada (64) A territorialidade (estabelecimento de territó-
por flores que se beneficiam da tentativa de có- rios) de algumas espécies animais é fator in-
pula do macho para sua polinização. fluente na densidade populacional de uma área.
254
Área com tela Área sem tela III. Na protocooperação, duas populações são be-
neficiadas pela associação, embora as relações
Tamanho
Densida- Tamanho não sejam obrigatórias. Quanto ao mutualismo,
Espécie Densida- médio
de (indi- médio dos o crescimento e a sobrevivência de duas popula-
exótica de (indiví- dos in-
víduos/ indivíduos ções são beneficiados, sendo que nenhuma de-
duos/m )2
divíduos
m2) (cm) las consegue sobreviver em condições naturais
(cm)
sem a outra.
Alga 100 15 110 18
IV. A competição pode ser inferida por uma mu-
Craca 300 2 150 1,5
dança no tamanho populacional de uma espécie
Mexilhão 380 3 200 6
após a adição ou remoção de outra. Quando duas
Ascídia 55 4 58 3,8 espécies competem fortemente, a população da
O pesquisador concluiu corretamente que os peixes primeira espécie é sensível à mudança nos nú-
controlam a densidade dos(as) meros da segunda, e vice-versa.
(a) algas, estimulando seu crescimento. Assinale a alternativa correta.
(b) cracas, predando especialmente animais peque- (a) Somente as afirmativas I e III são corretas.
nos. (b) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
(c) mexilhões, predando especialmente animais pe- (c) Somente as afirmativas I e II são corretas.
quenos.
(d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
(d) quatro espécies testadas, predando indivíduos
(e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
pequenos.
(e) ascídias, apesar de não representarem os me- E23. (Fuvest-SP)
nores organismos.
Analise o gráfico abaixo, relativo à mortalidade de fêmeas
férteis do camarão-da-areia (Crangon septemspinosa) em
E22. (UEL-PR)
água aerada, em diferentes temperaturas e salinidades,
No nível de organismo, a ecologia procura saber durante determinado período.
como os indivíduos são afetados pelo seu ambiente
e como eles os afetam. No nível de população, a eco-
logia ocupa-se da presença ou ausência de determi-
nadas espécies, da sua abundância ou raridade e das
25
tendências e flutuações em seus números. A ecologia
de comunidades, então, trata da composição ou es-
Mortalidade: 100%
Mortalidade: 50%
20
TOWNSEND, C. R. Fundamentos em ecologia. 2. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 28. (Adaptado.) Mortalidade: zero
255
(b) Os dados de mortalidade representados nesse B). O gráfico 2 mostra o número médio de insetos da
gráfico referem-se a que nível de organização: espécie A por planta.
espécie, população ou comunidade?
Gráfico 2 – Espécie A na presença da espécie B
(c) Temperatura e salinidade são fatores abióticos
que, nesse caso, provocaram mortalidade das fê- 8
Número médio de
7
insetos/planta
meas do camarão-da-areia. Cite dois fatores bió- 6
5
ticos que também possam produzir mortalidade. 4
3
2
E24. (Uerj-RJ) 1
© ERIC ISSELEE | DIRK ERCKEN/SHUTTERSTOCK 0
A 1 2 3 4 5 6 Semanas
Gráfico II
insetos/planta
6
5 Plantas com formigas
Número médio de predadores e
parasitas da cigarrinha/planta
256
Número de plantas
formigas e cigarrinhas
15
• Gráfico III: Porcentagem de dano foliar em plantas
com e sem associação entre formigas e cigarrinhas
10 Com base nos resultados representados nos gráficos,
responda:
5
(a) A associação entre formigas e cigarrinhas é
benéfica ou é prejudicial para alguma dessas
0 0–5% 5,1–10% 10,1–20% >50%
Dano foliar populações de insetos? Cite o(s) gráfico(s) que
K. Del-Claro & H. M. Torezan-Silingardi. Ecologia das permite(m) tal conclusão.
Interações Plantas-Animais, 2012. (Adaptado.)
(b) A associação entre formigas e cigarrinhas é be-
• Gráfico I: Número médio de cigarrinhas, em plantas néfica ou prejudicial para a planta? Justifique
com e sem formigas, ao longo de duas semanas. sua resposta.
C
FOLHA AZ
em vários locais, como folhas e brotos. Durante a sua
1. (UPM-SP)
procura por alimento, formigas se deparam com esses
Muitos seres vivos formam associações denominadas nectários, passam a se alimentar do néctar produzido,
colônias. A respeito delas, são feitas as afirmações a a eles retornando repetidamente. Durante essa ativi-
seguir. dade, as formigas acabam patrulhando essas plantas
I. Envolvem somente indivíduos da mesma espécie. e defendendo-as contra potenciais herbívoros, como
lagartas e percevejos. Esse tipo de interação entre
II. Os indivíduos, mesmo sendo da mesma espécie,
formigas e plantas com nectários extraflorais pode
podem ser iguais ou diferentes, de acordo com a
ser categorizado como:
função que desempenham.
(a) epifitismo. (d) predação.
III. Há sempre o envolvimento de produtores e con-
sumidores. (b) mutualismo. (e) parasitismo.
257
( ) Associação entre seres vivos em que apenas um outro tipo, o Photinus, fingindo ser desse gênero. Quan-
dos participantes se beneficia obtendo abrigo do o macho Photinus se aproxima da fêmea Photuris,
ou, ainda, suporte no corpo da espécie hospedei- muito maior que ele, é atacado e devorado por ela.
ra, sem causar qualquer prejuízo ao outro. BERTOLDI, O. G.; VASCONCELOS, J. R. Ciências & Sociedade:
a aventura da vida, a aventura da tecnologia. São Paulo:
( ) Relação desarmônica, podendo ser intra ou inte- Scipione, 2000. (Adaptado.)
respecífica, em que há disputa por recursos ou
por fatores do ambiente que, geralmente, encon- A relação descrita no texto, entre a fêmea do gênero Pho-
tram-se em quantidades limitadas. turis e o macho do gênero Photinus, é um exemplo de:
(a) comensalismo. (d) predatismo.
( ) Relação ecológica desarmônica na qual um ser
vivo se beneficia explorando as atividades, o (b) inquilinismo. (e) mutualismo.
trabalho ou que foi produzido por outro ser (da (c) cooperação.
mesma espécie ou não).
A sequência correta, de cima para baixo, é: 6. (Enem)
(a) 2 - 4 - 1 - 5 - 3. (c) 4 - 3 - 5 - 2 - 1. No Brasil, cerca de 80% da energia elétrica advém
de hidrelétricas, cuja construção implica o represa-
(b) 5 - 1 - 3 - 4 - 2. (d) 1 - 5 - 2 - 4 - 3.
mento de rios. A formação de um reservatório para
esse fim, por sua vez, pode modificar a ictiofauna
4. (Enem)
local. Um exemplo é o represamento do rio Paraná,
O controle biológico, técnica empregada no combate onde se observou o desaparecimento de peixes cas-
a espécies que causam danos e prejuízos aos seres cudos quase que simultaneamente ao aumento do
humanos, é utilizado no combate à lagarta que se ali- número de peixes de espécies exóticas introduzidas,
menta de folhas de algodoeiro. Algumas espécies de como o marapá e a corvina, as três espécies com ni-
borboleta depositam seus ovos nessa cultura. A micro- chos ecológicos semelhantes.
vespa Trichogramma sp. introduz seus ovos nos ovos de PETESSE, M. L.; PETRERE JR., M. Ciência Hoje,
outros insetos, incluindo os das borboletas em ques- São Paulo, n. 293, v. 49, jun. 2012. (Adaptado.)
tão. Os embriões da vespa se alimentam do conteúdo
desses ovos e impedem que as larvas de borboleta se Nessa modificação da ictiofauna, o desaparecimento
desenvolvam. Assim, é possível reduzir a densidade de cascudos é explicado pelo(a)
populacional das borboletas até níveis que não prejudi- (a) redução do fluxo gênico da espécie nativa.
quem a cultura. A técnica de controle biológico realiza- (b) diminuição da competição intraespecífica.
do pela microvespa Trichogramma sp. consiste na
(c) aumento da competição interespecífica.
(a) introdução de um parasita no ambiente da espé-
cie que se deseja combater. (d) isolamento geográfico dos peixes.
(b) introdução de um gene letal nas borboletas para (e) extinção de nichos ecológicos.
diminuir o número de indivíduos.
7. (Unesp-SP)
(c) competição entre a borboleta e a microvespa
para a obtenção de recursos. Tudo começa com os cupins alados, conhecidos
como aleluias ou siriris. Você já deve ter visto uma re-
(d) modificação do ambiente para selecionar indiví-
voada deles na primavera. São atraídos por luz e calor,
duos melhor adaptados.
e quando caem no solo perdem suas asas. Machos e
(e) aplicação de inseticidas a fim de diminuir o nú- fêmeas se encontram formando casais e partem em
mero de indivíduos que se deseja combater. busca de um local onde vão construir os ninhos. São
os reis e as rainhas. Dos ovos nascem as ninfas, que
5. (Enem) se diferenciam em soldados e operários. Estes últimos
Os vaga-lumes machos e fêmeas emitem sinais lu- alimentam toda a população, passando a comida de
minosos para se atraírem para o acasalamento. O ma- boca em boca. Mas, como o alimento não é digerido,
cho reconhece a fêmea de sua espécie e, atraído por ela, dependem de protozoários intestinais que transfor-
vai ao seu encontro. Porém, existe um tipo de vaga-lu- mam a celulose em glicose, para dela obterem a ener-
me, o Photuris, cuja fêmea engana e atrai os machos de gia. Mas do que se alimentam? Do tronco da árvore de
258
para o outro.
Nº Nº
II. Benéfica para um dos envolvidos, prejudicial Indiv. Indiv. III
para o outro. F
III. Benéfica para um dos envolvidos, indiferente E E
para o outro. F
(b)
I. Benéfica para um dos envolvidos, prejudicial Isoladas Tempo Unidas Tempo
para o outro.
O estudo envolveu seis espécies (A e B; C e D; E e F)
II. Benéfica para um dos envolvidos, prejudicial
para o outro. criadas em hábitats isolados, conforme ilustrado nos
III. Benéfica para ambos os envolvidos. três gráficos à esquerda, e criadas unidas no mesmo
hábitat, conforme ilustrado nos gráficos à direita.
(c)
As interações I, II e III, respectivamente, são classifi-
I. Prejudicial para ambos os envolvidos. cadas como
II. Benéfica para um dos envolvidos, indiferente
(a) competição, cooperação e comensalismo.
para o outro.
III. Benéfica para um dos envolvidos, indiferente (b) predatismo, mutualismo e inquilinismo.
para o outro. (c) parasitismo, comensalismo e epifitismo.
(d) (d) amensalismo, mutualismo e cooperação.
I. Prejudicial para ambos os envolvidos.
II. Benéfica para um dos envolvidos, prejudicial 10. (Famerp-SP)
para o outro. Indivíduos de duas espécies de roedores (X e Y) compe-
III. Benéfica para um dos envolvidos, indiferente tem entre si por sementes de girassol, podendo, além
para o outro. disso, apresentar os mesmos parasitas intestinais.
259
Y
Os resultados mostrados no gráfico permitem con-
Quantidade de sementes
cluir que:
GABARITO A
E1. C E5. C E12. D b) O conjunto de indivíduos
E2. A E6. A E13. 01 + 02 + 04 + 08 = 15 da espécie Crangon septemspi-
E3. C E7. D E14. A relação ecológica entre os nosa constitui uma população.
E4. C E8. C pulgões x orquídeas é exemplo c) Predatismo, competição,
E9. A relação entre as orquídeas e a de parasitismo. Os pulgões se parasitismo, amensalismo.
árvore é do tipo epifitismo (um alimentam da seiva elabora- E24. Coloração de advertência / apo-
tipo de inquilinismo). Nessa re- da produzida pelas orquídeas. semática. Sua predação é re-
lação apenas as orquídeas se Dessa forma, as orquídeas são duzida pela indicação de que o
beneficiam, com maior captação prejudicadas. A relação ecoló- animal é venenoso. Mimetismo
de luz para a realização da fo- gica entre as joaninhas x pul- mülleriano. Espécies veneno-
tossíntese. Micorrizas resultam gões é do tipo predatismo. As sas, ao se copiarem, reforçam o
da associação mutualística en- joaninhas matam e comem os padrão de advertência.
tre raízes das orquídeas e deter- pulgões. Portanto, as joaninhas E25.
minados tipos de fungos. Nessa são beneficiadas. A relação en- a) Certamente ocorreu entre as
associação as orquídeas benefi- tre as abelhas x orquídeas é do espécies A e B uma interação de-
ciam-se com maior superfície de tipo mutualismo. As abelhas se sarmônica. Provavelmente pode
absorção de água e sais mine- alimentam e polinizam as plan- ter ocorrido competição interes-
rais, e os fungos beneficiam-se tas, o que garante variabilidade pecífica, pois, de acordo com o
com matéria orgânica (alimento) genética por meio da polinização gráfico 2, a espécie A foi pratica-
que recebem das plantas. A re- cruzada. A relação entre as abe- mente eliminada quando coloca-
lação entre liquens e árvores é lhas entre si é do tipo competi- da na presença da espécie B.
do tipo inquilinismo, nesse caso ção. As diferentes espécies de b) Interações ecológicas har-
apenas os liquens se benefi- abelhas competem pelo pólen e mônicas, como, por exemplo, a
ciam, obtendo abrigo. Liquens óleo das flores das orquídeas. protocooperação, não seriam
são resultantes da associação E15. Comensalismo: só uma das par- compatíveis com os dados apre-
do tipo mutualismo entre algas tes se beneficia, sem prejudicar a sentados nos gráficos. Para
verdes com fungos, ou entre outra. Parasitismo: uma espécie serem compatíveis com intera-
cianobactérias e fungos. Nesse é beneficiada enquanto a outra é ções harmônicas, os números
caso as algas recebem proteção prejudicada. Vantagens: conquis- médios de indivíduos por planta,
e ambiente úmido, e os fungos tar novos ambientes, escapar de no gráfico 2, deveriam ser maio-
recebem matéria orgânica. predadores e parasitas, reduzir a res, pois a presença da espécie
E10. competição em novos ambientes B influenciaria positivamente a
a) A comunidade biológica e aumentar o fluxo gênico / diver- população da espécie A.
é constituída pelos tamandu- sificação da população. E26.
ás-bandeira, capim-dourado, E16. C a) A associação entre formi-
gafanhotos, cupins, pássaros- E17. 01 gas e cigarrinhas é benéfica.
-pretos, andorinhas-de-coleira, E18. E Os gráficos I e II permitem essa
morcegos e raposinhas. E19. E conclusão.
b) A relação ecológica entre E20. 08 + 16 = 24 b) Benéfica. O gráfico III mos-
a raposinha e os insetos é de E21. C tra que o número de plantas
predatismo. Entre o tamanduá E22. B com danos nas folhas é maior
e a raposinha é do tipo compe- na ausência da associação com
tição interespecífica. E23.
a) Nicho ecológico. a população de formigas.
E11. A
260
D
1. Sucessão ecológica
Processo ordenado da instalação e desenvolvimento
de uma comunidade. Ocorre com o tempo e termina quan- 0 20 40 60 80 100 >100
do se estabelece na área uma comunidade estável.
Tempo (em anos)
Local X
Partindo de uma rocha completamente desabitada, va-
mos encontrar condições imensamente desfavoráveis para
a instalação de plantas ou animais:
Instalação de espécies
pioneiras • Iluminação direta causa altas temperaturas;
• A ausência de solo dificulta a fixação de vegetais;
261
A atividade metabólica dos liquens vai lentamente modi- instabilidade ocasionada pelo desaparecimento de deter-
ficando as condições iniciais da região. Eles produzem ácidos minada espécie. Comunidades mais simples têm poucas
orgânicos que corroem gradativamente a rocha, formando, opções alimentares e, portanto, são mais instáveis.
por meio da erosão química, as primeiras camadas de solo. É fácil imaginarmos essa instabilidade quando obser-
Camada sobre camada de líquen, vai se formando um vamos como uma monocultura agrícola é suscetível ao ata-
tapete orgânico, que enriquece o solo, deixando-o úmido e que de pragas.
rico em sais minerais.
© GUSTAVO FRAZAO/SHUTTERSTOCK
A
A partir de então, as condições, já não tão desfavorá-
veis, permitem o aparecimento de plantas de pequeno por-
te, como briófitas (musgos), que necessitam de pequena
quantidade de nutrientes para se desenvolverem e atingi-
rem o estágio de reprodução.
Novas e constantes modificações se sucedem, per-
mitindo o aparecimento de plantas de maior porte, como
samambaias e arbustos. Também começam a aparecer os
pequenos animais, como insetos e moluscos.
A etapa intermediária que ocorre até que a composição
da comunidade esteja estabilizada é denominada sere.
Assim, a cada nova etapa do processo, enxergamos a
evolução da comunidade pioneira acompanhada com pro-
© BUDILNIKOV YURIY/SHUTTERSTOCK
gressiva redução da velocidade de sucessão das espécies, B
até que seja atingido um ponto de equilíbrio no qual a co-
munidade atinge seu desenvolvimento máximo e compatí-
vel com as condições físicas do hábitat.
Essa comunidade é a etapa final do processo de suces-
são, conhecida como comunidade clímax.
Observação
Como visto anteriormente, às vezes encontra-
mos uma região de transição entre duas comuni-
dades clímax (uma floresta e um campo), na qual
existe grande competição por alimento entre os in-
(A) A Floresta Amazônica é um exemplo de comunidade clí-
divíduos. Essa região é denominada ecótono. max; (B) Monocultura agrícola.
262
2. Os ciclos biogeoquímicos
263
b) Nitratação
N2
Consiste na oxidação dos nitritos liberados no solo em
nitratos. Esse processo é realizado por um gênero de bac-
Enzima térias quimiossintetizantes, denominado Nitrobacter. Elas
Nitrogenase Amônia também são chamadas de bactérias nítricas.
Biofixadores (NH3) Esses nitratos podem ser absorvidos pelas plantas,
para fabricação de seus compostos nitrogenados (proteí-
nas e ácidos nucleicos), delas passando para outros níveis
meio
da cadeia alimentar.
264
Transporte-pressão
do vento e da atmosfera
Deposição
neve e gelo Sol
Precipitação – chuva,
neve, névoa, granizo Condensação
nuvens e névoa
Degelo
© BY VECTORMINE/SHUTTERSTOCK
Transpiração
árvores e plantas
Fluxo superficial
Lago
Percolação
fluxo subsuperficial
Descarga do rio
Evaporação
Infiltração
Oceano
265
O ciclo da água pode acontecer por meio de dois cami- 2.4 Ciclo do carbono
nhos diferentes:
As plantas realizam fotossíntese retirando o carbono do
• Ciclo curto: é aquele que ocorre pela lenta evapora- CO2 do ambiente para formação de matéria orgânica. Ela é oxi-
ção da água dos mares, rios e lagos, formando nu- dada pelo processo de respiração celular, que resulta em libe-
vens. Estas se condensam, voltando à superfície na ração de CO2 para o ambiente. A fermentação, a decomposição
forma de chuva ou neve. da matéria orgânica e a queima de florestas e combustíveis
fósseis (carvão e petróleo) também liberam CO2 na atmosfera.
• Ciclo longo: é aquele em que a água passa pelo cor-
po dos seres vivos antes de voltar ao ambiente. Ela é Respiração
Gás carbônico (CO2)
retirada do solo por meio das raízes das plantas, sen-
do utilizada para a fotossíntese e a transpiração da Combustão
Fotossíntese
planta ou passada para os animais por meio das ca- Fotossíntese
Respiração
deias e teias alimentares. Volta à atmosfera por meio e decomposição
o ciclo do carbono, uma vez que o fluxo de ambos está as- Carbono com
Petróleo combustíveis fósseis
sociado aos mesmos fenômenos: fotossíntese e respiração.
Os processos de fotossíntese liberam oxigênio para a
2.5 Ciclo do fósforo
atmosfera, enquanto os processos de respiração e com-
bustão o consomem. O ciclo do fósforo apresenta também grande importân-
Podemos encontrar o oxigênio presente em uma va- cia para os seres vivos, uma vez que muitos componentes
orgânicos essenciais (ATP, ácidos nucleicos etc.) dependem
riedade de compostos orgânicos e inorgânicos (combinan-
desse íon.
do-se com minerais do solo para formar óxidos), além de
oxigênio na forma livre, que representa de 18% a 21% da Em razão do fato de seus componentes gasosos não
composição gasosa da atmosfera. serem muito abundantes, o ciclo do fósforo não tem uma
etapa atmosférica, sendo, portanto, mais simples do que
outros estudados.
H2O (vapor)
O2 atmosférico Outro facilitador é o fato de que somente um composto
CO2 atmosférico
fosforado é realmente importante para os seres vivos: o fos-
Condensação (chuva)
fato (PO34). Ele pode ser absorvido pelas raízes das plantas.
Evaporação
Respiração Transpiração
vegetal Podemos dividir o ciclo do fósforo em duas partes, de-
Transpiração
pendendo da sua velocidade de reciclagem:
animal
• Ecológico: os compostos orgânicos que contêm fós-
Assimilação pelos
herbívoros Planta
foro são decompostos por microrganismos, sendo
Utilização por
animais e plantas devolvidos à cadeia alimentar por meio dos produto-
Morte e
decomposição res, que absorvem fosfato do solo e da água.
Absorção Evaporação
da água do solo
Decompositores
• Geológico: parte do fosfato inorgânico é arrastada
por chuvas até lagos e mares, onde é incorporada em
Parte do O2 da estratosfera é transformada pela ação rochas, dependendo de processos físicos muito mais
de raios ultravioleta em ozônio (O3). Este forma uma camada demorados para ser reciclada.
que funciona como filtro, evitando a penetração de 80% dos
raios ultravioleta. A liberação constante de clorofluorcarbo- 2.6 Ciclo do cálcio
nos (CFC) leva à destruição da camada de ozônio. A outorga Em vegetais o cálcio atua como ativador enzimático, fa-
do Protocolo de Montreal, tratado internacional que entrou cilita a absorção de nutrientes e é encontrado na estrutura
em vigor em 1989, permitiu a redução e eliminação da pro- da lamela média (camada da parede celular). Nos animais
dução e consumo destas substâncias por todo o planeta. o cálcio é importante na formação de esqueletos, conchas,
266
cascas calcárias de ovos etc. Participa também da contra- Os sais de cálcio dissolvidos no solo ou na água são ab-
ção muscular e do processo da coagulação sanguínea. sorvidos pelos vegetais ou ingeridos (direta ou indiretamente)
Nas rochas o cálcio encontra-se na forma de fosfatos pelos animais terrestres ou aquáticos, onde participam no
ou de carbonatos. Devido ao fenômeno do intemperismo seu metabolismo. Após a morte desses organismos, através
(desgaste pela ação de agentes climáticos) sobre as ro- da decomposição, os sais de cálcio ficam livres para serem
chas, os sais de cálcio são depositados no solo ou trans- usados por outros seres vivos. Também podem sedimentar-
portados pelas chuvas para rios e mares. -se e formar novas rochas contendo cálcio, reiniciando o ciclo.
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 1. Conceituar sucessão ecológica, identificando suas N2
etapas. I V
F1. (Uerj-RJ)
NH3 NO3-
Por conta de um incêndio, uma floresta teve sua vege-
tação totalmente destruída. Ao longo do tempo, foram
observadas alterações no número e na diversidade de II IV
espécies vegetais no local, conforme ilustra a imagem. III
NH4+ NO2-
(a) I (d) IV
267
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E1. (UEMG-MG)
Em 28 de junho de 2014, foram completados 100 anos
do assassinato de Francisco Ferdinando, herdeiro
do trono do Império da Áustria-Hungria, e sua espo-
sa, Sofia, em Sarajevo, fato esse que desencadeou a
Primeira Guerra Mundial. A imagem a seguir mostra
os remanescentes das trincheiras e das explosões
de bombas, semelhantes a cicatrizes em um campo
aberto, na localidade de Beumont Hamel, na França.
268
O que foi uma terra totalmente devastada, à época, hoje (02) Nos oceanos há muito mais evaporação do que
se vê recuperada e coberta de vegetação. O fenômeno chuvas. Isso ocorre porque grande parte da água
biológico que permitiu tal recuperação é conhecido como evaporada dos oceanos é carregada pelo vento
(a) cadeia alimentar. em forma de nuvens até os continentes, nos
quais ocorre exatamente o fenômeno inverso:
(b) sucessão ecológica.
mais chuva do que evaporação.
(c) ciclos biogeoquímicos.
(04) A respiração de todos os seres vivos produz como
(d) nicho ecológico. subproduto água, mas sua quantidade é tão insig-
nificante que não é incluída no ciclo da água.
E2. (Uerj-RJ)
(08) A água evaporada do continente provém muito
No ciclo do nitrogênio, as bactérias desnitrificantes
mais da evaporação de massas aquáticas do que
estão relacionadas à função apontada em:
da transpiração da cobertura vegetal do planeta.
(a) conversão da amônia em nitrito.
(16) Os animais, inclusive o ser humano, ingerem
(b) produção de nitrato a partir da amônia. água diretamente ou a obtêm do seu alimento.
(c) liberação de gás nitrogênio para o ambiente. Parte dessa água é devolvida ao ciclo pela trans-
(d) incorporação de nitrogênio molecular em ami- piração, pela urina e pelas fezes, fazendo parte,
noácidos. portanto, do ciclo da água.
O ciclo da água é fundamental para a preservação Uma grande virada na moderna história da agricul-
da vida no planeta. As condições climáticas da Terra tura ocorreu depois da Segunda Guerra Mundial. Após a
permitem que a água sofra mudanças de fase e a com- guerra, os governos haviam se deparado com um enor-
preensão dessas transformações é fundamental para me excedente de nitrato de amônio, ingrediente usado
se entender o ciclo hidrológico. Numa dessas mudan- na fabricação de explosivos. A partir daí as fábricas de
ças, a água ou a umidade da terra absorve o calor do sol munição foram adaptadas para começar a produzir fer-
e dos arredores. Quando já foi absorvido calor suficien- tilizantes tendo como componente principal os nitratos.
te, algumas das moléculas do líquido podem ter energia SOUZA, F.A. Agricultura natural/orgânica como
instrumento de fixação biológica e manutenção do
necessária para começar a subir para a atmosfera. nitrogênio no solo: um modelo sustentável de MDL.
Disponível em: <http://www.keroagua.blogspot.com>. Disponível em: <www. planetaorganico.com.br>.
Acesso em: jul. 2015. (Adaptado.)
A transformação mencionada no texto é a
No ciclo natural do nitrogênio, o equivalente ao prin-
(a) fusão. (d) solidificação.
cipal componente desses fertilizantes industriais é
(b) liquefação. (e) condensação. produzido na etapa de
(c) evaporação. (a) nitratação.
(b) nitrosação.
E4. (UEPG-PR-Adaptado)
(c) amonificação.
Na natureza, átomos como os de nitrogênio, hidrogênio,
(d) desnitrificação.
carbono e oxigênio não são criados ou destruídos, nem
transformados uns nos outros. A matéria que constitui os (e) fixação biológica do N2.
componentes dos ecossistemas é constantemente recicla-
da. Esses componentes da natureza têm movimento cíclico E6. (UEMG-MG)
no ecossistema. É o caso da água. Sobre o ciclo da água na As briófitas mais conhecidas são os musgos, que for-
natureza, indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s). mam extensos tapetes verdes sobre rochas, troncos de
(01) A maior parte da água do planeta fica nos ocea- árvores e barrancos. Quando habitam rochas, fazem
nos. O calor do Sol faz com que a água de mares, parte de um importante processo ecológico denomina-
rios e lagoas evapore constantemente. O vapor do sucessão ecológica. Em relação ao papel das briófi-
de água que fica na atmosfera se condensa na tas nesse processo, assinale a alternativa correta.
forma de nuvem e volta à superfície sob a forma (a) Ao habitarem as rochas, as briófitas iniciam o pro-
de chuva, neve ou granizo, recompondo o volume cesso de sucessão ecológica secundária, no qual se
hídrico de rios, lagoas e oceanos. comportam como espécies-chave no ecossistema.
269
270
E14. (PUC-RJ)
Cientistas brasileiros e ingleses publicaram recente-
mente os resultados de uma pesquisa que mostra que
a perda de carbono na Amazônia brasileira é 40% maior
do que se sabia. De acordo com essa pesquisa, a perda
de carbono não se restringe apenas ao desmatamento
da Amazônia, mas também ao corte seletivo, aos efei-
tos de borda e à queima da vegetação de sub-bosque.
Com relação ao ciclo do carbono e ao papel desem- E16. (Uerj-RJ)
penhado pelas florestas nesse processo, considere as
O esquema abaixo indica etapas do ciclo do carbono
afirmações abaixo:
em um ecossistema lacustre. Os conjuntos A e B re-
I. As florestas armazenam carbono na forma de presentam importantes atividades metabólicas en-
açúcar. contradas em seres vivos desse lago.
II. Todo o carbono da Terra está armazenado nos
organismos fotossintetizantes.
III. Florestas tropicais representam uma das princi-
pais áreas de fixação de carbono.
IV. O gás carbônico é lançado no ambiente pela de-
composição e combustão e é retirado pela respi-
ração e fotossíntese.
É correto o que se afirmar em
(a) somente I e II.
Considere as atividades metabólicas encontradas em
(b) somente I e III. animais e em cianobactérias desse ecossistema.
(c) somente I, II e III.
Aponte quais desses seres vivos realizam tanto o con-
(d) somente II, III e IV. junto A quanto o conjunto B de atividades. Justifique
(e) somente III e IV. sua resposta, utilizando as informações do esquema.
271
vivos e o meio ambiente. Analise as afirmativas abaixo (02) as mesmas bactérias que realizam o processo A,
sobre os diversos ciclos e assinale a alternativa correta. realizam os processos D e E.
(a) Toda água absorvida por plantas e animais é uti- (04) o esquema mostra que produtos nitrogenados
lizada na síntese de outras substâncias, retor- originados de animais ou vegetais podem ser
nando ao meio ambiente exclusivamente atra- reaproveitados no ciclo.
vés dos decompositores.
(08) o processo mostrado em D constitui uma etapa
(b) O carbono da atmosfera é incorporado aos seres fundamental no ciclo, chamada de fixação do ni-
vivos através da respiração. trogênio.
(c) O fósforo é incorporado aos seres vivos através
(16) as plantas podem se utilizar diretamente da
dos vegetais pela absorção de fosfatos dissolvi-
amônia e não dependem do processo que ocorre
dos na água e solo.
em C para obter os produtos nitrogenados.
(d) As bactérias fixam o nitrato atmosférico e o
transferem para as plantas através de N2. (32) o processo mostrado em E indica que os animais
terrestres excretam principalmente amônia.
(e) Os vegetais absorvem o nitrogênio do solo, prin-
cipalmente na forma de nitrito. (64) o nitrogênio é importante para os seres vivos,
pois entra na composição molecular dos ami-
E18. (UPM-SP) noácidos e dos ácidos nucleicos.
Sucessão ecológica é o nome que se dá a uma série
de mudanças nas comunidades que compõem um E20. (Enem)
ecossistema. As diversas comunidades se sucedem, Certas espécies de algas são capazes de absor-
até que se atinja um estágio de relativa estabilidade e ver rapidamente compostos inorgânicos presentes na
equilíbrio, denominado comunidade clímax. água, acumulando-os durante seu crescimento. Essa
É correto afirmar que, ao longo da sucessão, capacidade fez com que se pensasse em usá-las como
biofiltros para a limpeza de ambientes aquáticos conta-
(a) a produtividade primária bruta diminui no início, minados, removendo, por exemplo, nitrogênio e fósforo
depois se estabiliza. de resíduos orgânicos e metais pesados provenientes
(b) a razão fotossíntese/respiração, no início a fo- de rejeitos industriais lançados nas águas. Na técnica
tossíntese é maior, depois se iguala. do cultivo integrado, animais e algas crescem de forma
(c) o tamanho dos indivíduos tende a diminuir. associada, promovendo um maior equilíbrio ecológico.
(d) a composição em espécies muda lentamente no SORIANO, E. M. Filtros vivos para limpar a água.
Revista Ciência Hoje, v. 37, n. 219, 2005. (Adaptado.)
início, depois rapidamente.
(e) a reciclagem de nutrientes diminui. A utilização da técnica do cultivo integrado de animais
e algas representa uma proposta favorável a um ecos-
E19. (UFSC-SC-Adaptado) sistema mais equilibrado porque
O esquema abaixo mostra de maneira simplificada o ci- (a) os animais eliminam metais pesados, que são
clo do nitrogênio na natureza. As letras A, B, C, D e E in- usados pelas algas para a síntese de biomassa.
dicam processos metabólicos que ocorrem neste ciclo. (b) os animais fornecem excretas orgânicas nitro-
genadas, que são transformadas em gás carbô-
nico pelas algas.
(c) as algas usam os resíduos nitrogenados libera-
dos pelos animais e eliminam gás carbônico na
fotossíntese, usado na respiração aeróbica.
(d) as algas usam os resíduos nitrogenados prove-
nientes do metabolismo dos animais e, durante a
síntese de compostos orgânicos, liberam oxigê-
Indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s). nio para o ambiente.
(01) o processo mostrado em A é realizado somente (e) as algas aproveitam os resíduos do metabolismo
por bactérias simbiontes que vivem no interior dos animais e, durante a quimiossíntese de com-
das raízes de leguminosas. postos orgânicos, liberam oxigênio para o ambiente.
272
273
(d) a planta, apesar de não conseguir absorver o N2 Na canção, o autor refere-se ao ciclo biogeoquímico da
atmosférico, é capaz de absorver o amônio e o ni- água e, nesses versos, faz referência a um processo fí-
trato formados pelas bactérias presentes no solo. sico, a evaporação. Além da evaporação, outro proces-
(e) parte do nitrogênio é perdido no solo quando so, fisiológico, contribui para que a água dos corpos de
bactérias desnitrificantes convertem o nitrato alguns organismos passe à pele e, desta, à atmosfera.
em N2, o qual se difunde para a atmosfera.
(a) Que processo fisiológico é esse e qual sua prin-
E25. (Unesp-SP)
cipal função?
Leia alguns versos da canção Planeta Água, de Gui- (b) Cite um processo fisiológico que permite que o car-
lherme Arantes. bono da atmosfera seja incorporado a moléculas
Água dos igarapés orgânicas, e um processo fisiológico que permite
que esse mesmo carbono retorne à atmosfera.
Onde Iara, a mãe d’água
C
FOLHA AZ
(a) desnitrificação.
1. (Enem)
(b) fixação de N2.
Surtsey é uma ilha vulcânica situada perto da costa
(c) fixação do CO2.
sul da Islândia. A erupção vulcânica que lhe deu origem
(d) respiração das raízes.
ocorreu na década de 1960, o que faz dela, seguramente,
(e) amonificação.
a ilha mais nova do oceano Atlântico. As primeiras espé-
cies que aí se fixaram foram musgos e liquens. À medida
3. (Unicamp-SP)
que as aves foram fixando-se na ilha, as condições do
solo foram melhorando e espécies vegetais mais com- O nitrogênio é um elemento essencial para as plantas,
podendo ser obtido do solo ou da atmosfera. No último
plexas puderam iniciar a colonização do território. Em
caso, verifica-se a associação entre plantas e bactérias,
1988 foi observada a presença do primeiro arbusto.
que irão captar moléculas de nitrogênio e convertê-las
Disponível em: <www.nacopadasarvores.blogspot.com.br>.
Acesso em: 25 maio 2012 (fragmento). em compostos nitrogenados usados na nutrição das
plantas. Em contrapartida, as bactérias se aproveitam
O conjunto das alterações ocorridas no ambiente des-
dos produtos oriundos da fotossíntese realizada pelas
crito é exemplo de
plantas. Essa associação é denominada
(a) nicho ecológico.
(a) mutualismo. O texto se refere a bactérias do gê-
(b) eficiência ecológica. nero Rhizobium, que produzem amônio.
(c) sucessão ecológica. (b) comensalismo. O texto se refere a bactérias do
(d) irradiação adaptativa. gênero Rhizobium, que produzem amônio.
(e) resistência ambiental. (c) mutualismo. O texto se refere a bactérias do gê-
nero Nitrossomona, que produzem proteínas.
2. (PUC-RJ)
(d) comensalismo. O texto se refere a bactérias do
Johanna Döbereiner foi uma pesquisadora pionei- gênero Nitrossomona, que produzem proteínas.
ra no Brasil, que correlacionou a maior produção de
biomassa vegetal em leguminosas com a presença de 4. (Enem)
nódulos em suas raízes. Essas estruturas estão rela- A modernização da agricultura, também conhecida
cionadas a que processo descrito? como Revolução Verde, ficou marcada pela expansão da
274
agricultura nacional. No entanto, trouxe consequências A rotação de culturas citada no texto pode beneficiar
como o empobrecimento do solo, o aumento da erosão economicamente os produtores de cana porque
e dos custos de produção, entre outras. Atualmente, a (a) a decomposição da cobertura morta dessas cul-
preocupação com a agricultura sustentável tem susci- turas resulta em economia na aquisição de adu-
tado práticas como a adubação verde, que consiste na bos industrializados.
incorporação ao solo de fitomassa de espécies vegetais
(b) o plantio de cana-de-açúcar propicia um solo
distintas, sendo as mais difundidas as leguminosas.
mais adequado para o cultivo posterior da soja,
ANUNCIAÇÃO, G. C. F. Disponível em: <www.muz.
ifsuldeminas.edu.br>. Acesso em: dez. 2012. (Adaptado.)
do amendoim e do feijão.
(c) as leguminosas absorvem do solo elementos
A utilização de leguminosas nessa prática de cultivo
químicos diferentes dos absorvidos pela cana,
visa reduzir a
restabelecendo o equilíbrio do solo.
(a) utilização de agrotóxicos.
(d) a queima dos restos vegetais do cultivo da ca-
(b) atividade biológica do solo. na-de-açúcar transforma-se em cinzas, sendo
(c) necessidade do uso de fertilizantes. reincorporadas ao solo, o que gera economia na
(d) decomposição da matéria orgânica. aquisição de adubo.
(e) capacidade de armazenamento de água no solo. (e) a soja, o amendoim e o feijão, além de possibili-
tarem a incorporação ao solo de determinadas
5. (Enem) moléculas disponíveis na atmosfera, são grãos
Os seres vivos mantêm constantes trocas de maté- comercializados no mercado produtivo.
ria com o ambiente mediante processos conhecidos
como ciclos biogeoquímicos. O esquema representa 7. (Uerj-RJ)
um dos ciclos que ocorrem nos ecossistemas. O nitrogênio é um dos principais gases que compõem o
ar atmosférico. No esquema, estão resumidas algumas
Estado gasoso etapas do ciclo biogeoquímico desse gás na natureza.
Morte 5
NH4+ N2
6
2
Depósito
Decomposição subterrâneo 4
NO2–
O esquema apresentado corresponde ao ciclo biogeo-
3
químico do(a) NO3–
(a) água. (d) carbono.
(b) fósforo. (e) nitrogênio. O processo de nitrificação, composto de duas etapas,
(c) enxofre. e o de desnitrificação, ambos executados por micror-
ganismos, estão identificados, respectivamente, pelos
6. (Enem) seguintes números:
De 15% a 20% da área de um canavial precisa (a) 2 e 3; 4. (c) 4 e 6; 8.
ser renovada anualmente. Entre o período de corte
(b) 1 e 5; 7. (d) 2 e 5; 1.
e o de plantação de novas canas, os produtores estão
optando por plantar leguminosas, pois elas fixam ni- 8. (Enem)
trogênio no solo, um adubo natural para a cana. Essa
Plantas terrestres que ainda estão em fase de cresci-
opção de rotação é agronomicamente favorável, de
mento fixam grandes quantidades de CO2, utilizando-o
forma que municípios canavieiros são hoje grandes
para formar novas moléculas orgânicas, e liberam gran-
produtores de soja, amendoim e feijão.
de quantidade de O2. No entanto, em florestas maduras,
As encruzilhadas da fome. Planeta. São Paulo, ano 36,
n. 430, jul. 2008. (Adaptado.) cujas árvores já atingiram o equilíbrio, o consumo de O2
275
pela respiração tende a igualar sua produção pela fo- composição química de todos os componentes
tossíntese. A morte natural de árvores nessas florestas orgânicos e de uma grande parcela dos inorgâ-
afeta temporariamente a concentração de O2 e de CO2 nicos também. Os mecanismos de retorno do
próximo à superfície do solo onde elas caíram. A concen- carbono ao ambiente ocorrem por intermédio
tração de O2 próximo ao solo, no local da queda, será da respiração, queima de combustíveis fósseis
(a) menor, pois haverá consumo de O2 durante a de- (gasolina, óleo diesel, gás natural e carvão) e de
composição dessas árvores. queimada em florestas.
(b) maior, pois haverá economia de O2 pela ausência II. Sendo a Terra um sistema dinâmico e em cons-
das árvores mortas. tante evolução, o movimento ou os caminhos per-
(c) maior, pois haverá liberação de O2 durante a fo- corridos ciclicamente de seus materiais afetam
tossíntese das árvores jovens. todos os processos físicos, químicos e biológicos.
(d) igual, pois haverá consumo e produção de O2 pe- III. A quantidade de água na forma de vapor na at-
las árvores maduras restantes. mosfera é pequena quando comparada às grandes
(e) menor, pois haverá redução de O2 pela falta da quantidades que são encontradas nos outros esta-
fotossíntese realizada pelas árvores mortas. dos físicos. Mas, apesar dessa pequena quantidade,
ela é fundamental na determinação das condições
9. (Acafe-SC) climáticas e de vital importância para os seres vivos.
Os ciclos biogeoquímicos são fluxos contínuos dos IV. O fósforo é um elemento químico que participa
elementos químicos na natureza para os seres vivos, estruturalmente de moléculas fundamentais do
em diferentes formas químicas. Dessa forma, elemen- metabolismo celular, como fosfolipídios, coenzi-
tos como o carbono, enxofre, cálcio, oxigênio, dentre mas, ácidos nucleicos e hidrato de carbono.
outros, percorrem esses ciclos, unindo todos os com- V. O nitrogênio é um elemento químico que entra
ponentes vivos e não vivos da Terra. na constituição de duas importantes classes de
moléculas orgânicas: carboidratos e ácidos nu-
A seguir está representado esquematicamente o ciclo
cleicos. Além disso, o nitrogênio é o componente
do carbono.
de uma molécula essencial para todos os seres
vivos da biosfera: o ATP.
Todas as afirmações corretas estão em:
(a) I - II - III. (c) III - IV - V.
(b) II - III - IV. (d) IV - V.
10. (Enem)
O alemão Fritz Haber recebeu o Prêmio Nobel de
química de 1918 pelo desenvolvimento de um pro-
cesso viável para a síntese da amônia (NH3). Em seu
discurso de premiação, Haber justificou a importân-
cia do feito dizendo que: “Desde a metade do século
passado, tornou-se conhecido que um suprimento de
nitrogênio é uma necessidade básica para o aumen-
to das safras de alimentos; entretanto, também se
sabia que as plantas não podem absorver o nitrogê-
nio em sua forma simples, que é o principal consti-
tuinte da atmosfera. Elas precisam que o nitrogênio
seja combinado [...] para poderem assimilá-lo. Eco-
nomias agrícolas basicamente mantêm o balanço do
nitrogênio ligado. No entanto, com o advento da era
A respeito dos ciclos biogeoquímicos, analise as afir- industrial, os produtos do solo são levados de onde
mações a seguir. cresce a colheita para lugares distantes, onde são
I. O carbono é um elemento químico de grande im- consumidos, fazendo com que o nitrogênio ligado não
portância para os seres vivos, pois participa da retorne à terra da qual foi retirado. Isso tem gerado a
276
necessidade econômica mundial de abastecer o solo (b) O aumento da exploração de carvão vegetal e
com nitrogênio ligado. [...] carvão mineral.
A demanda por nitrogênio, tal como a do carvão, in- (c) A redução da fertilidade do solo nas economias
dica quão diferente nosso modo de vida se tornou com agrícolas.
relação ao das pessoas que, com seus próprios cor-
(d) A intensificação no fluxo de pessoas do campo
pos, fertilizam o solo que cultivam. Desde a metade do
para as cidades.
último século, nós vínhamos aproveitando o suprimen-
to de nitrogênio do salitre que a natureza tinha deposi- (e) A necessidade das plantas de absorverem sais
tado nos desertos montanhosos do Chile. Comparando de nitrogênio disponíveis no solo.
o rápido crescimento da demanda com a extensão cal-
culada desses depósitos, ficou claro que em meados
do século atual uma emergência seríssima seria inevi-
tável, a menos que a química encontrasse uma saída.”
HABER, F. The Synthesis of Ammonia from its Elements.
Disponível em: <www.nobelprize.org>.
Acesso em: jul. 2013. (Adaptado.)
GABARITO
A
E1. B que, caso desaparecesse todo o E21. C
E2. C gás carbônico, as plantas e ani- E22. C
mais também desapareceriam.
E3. C E23. 08
b) Os processos biológicos mos-
E4. 01 + 02 + 16 = 19 trados na figura, responsáveis E24. C
E5. A pelo retorno do CO2 à atmosfe- E25.
E6. D ra são: respiração celular (oxi- a) O processo biológico é a trans-
E7. São as leguminosas, devido à dação de moléculas orgânicas piração. Através da transpi-
presença de nódulos com bac- pelos seres aeróbios), decom- ração, ocorre a eliminação de
térias fixadoras do nitrogênio posição da matéria orgânica água na forma de vapor, pro-
atmosférico em suas raízes. (degradação de moléculas or- vocando o equilíbrio térmico
gânicas dos organismos mor- no organismo e eliminando
E8. A tos e também suas excretas o excesso de calor do corpo.
E9. D – processo realizado por bac- Portanto, a transpiração é fun-
E10. B térias e fungos). É importante damental para a manutenção
salientar que a combustão ob- da temperatura corporal.
E11. 02 + 04 = 06 servada na figura produz gás
E12. D b) Através da fotossíntese, o car-
carbônico, mas não é um pro- bono da atmosfera é incorpo-
E13. D cesso biológico, e sim químico. rado a moléculas orgânicas,
E14. B E16. O conjunto A representa a fo- como glicose, sacarose e ami-
E15. tossíntese (absorve CO2, libe- do. Os processos que permitem
ra oxigênio e produz matéria que o carbono retorne à atmos-
a) Através do processo da fo- orgânica). O conjunto B repre- fera são: respiração aeróbica,
tossíntese as plantas retiram senta a respiração (libera CO2 fermentação alcoólica e acética
o gás carbônico da atmosfera. e usa a matéria orgânica). As e decomposição da matéria or-
Usam a água e o gás carbônico cianobactérias realizam tanto gânica. É importante salientar
para produção de matéria or- a fotossíntese como a respira- que a fermentação láctica não
gânica (glicose) e O2. Os vege- ção. Os animais realizam ape- produz gás carbônico.
tais e os animais usam tanto o nas respiração celular.
oxigênio como a matéria orgâ-
nica para realizar a respiração E17. C
aeróbica. A respiração fornece E18. B
a energia (ATP) para os proces- E19. 04 + 64 = 68
sos biológicos. Isso significa E20. D
277
1.1 Poluição do ar
278
279
1.1.2 Monóxido de carbono (CO) rápido resfriamento do solo ou um rápido aquecimento das
camadas atmosféricas superiores. Dessa forma, o ar quente
É liberado principalmente pelos motores a explosão de
veículos automotivos, mas também em queimadas e fábricas fica por cima da camada de ar frio, impedindo os movimen-
que utilizam combustíveis fósseis. É um gás incolor e inodoro tos verticais de convecção. Partículas, gases tóxicos e poeira
que, quando inalado, combina-se com a hemoglobina (pigmen- ficam presos e acumulados junto à camada de ar frio, impedi-
to encontrado nas hemácias), comprometendo o transporte de dos de subir para camadas mais altas, gerando um aumento
oxigênio para os tecidos, podendo causar asfixia e morte. nos casos de problemas respiratórios entre os habitantes das
-
cidades. O fenômeno é mais grave em cidades industriais, já
1.1.3 Chuva ácida que a quantidade de poluentes aprisionados é grande.
A queima de gasolina e de outros combustíveis (com ma- Veja como ocorre a inversão térmica:
deira e carvão) ligados principalmente à atividade de indús-
Ar mais frio Ar frio
trias libera, entre outros poluentes já citados, óxidos ácidos,
como o SO2 (dióxido de enxofre). Após reagir como o oxigênio,
Ar frio Cam
formando SO3, este se mistura com o vapor de água presente
na atmosfera, produzindo gotinhas de ácido sulfúrico (H2SO4), Ar quente Ar frio
que caem sobre a Terra, formando o que se chama de chuva
ácida. Essa chuva, além de destruir monumentos, mármore,
grades metálicas e carrocerias de carros, provoca acidentes
ecológicos mais graves: queima a vegetação e contamina
o solo e a água. O aumento da acidez em certos lagos, por
exemplo, tem causado grande mortandade de peixes.
O dióxido de nitrogênio (NO2) também pode reagir com
vapor-d’água da atmosfera e formar ácido nítrico (HNO3), re- Em condições climáticas normais, formam-se correntes de Durante o fenômeno da
tornando à superfície terrestre na forma de chuva ácida. É um convecção: o ar junto à superfície é aquecido, torna-se menos aquece, tornando-se as
gás liberado pelas indústrias e pode provocar doenças respi- denso e sobe; e o ar nas camadas mais altas da atmosfera, frio e modo, as correntes de
mais denso, desce. frio junto ao solo vai ac
ratórias como asma, bronquite e até enfisema pulmonar.
Ar mais frio Ar frio
© MARY TERRIBERRY/SHUTTERSTOCK
Ar quente Ar frio
280
Por volta de 1930, surgiu o gás CFC (clorofluorcarbono) interromperam toda a produção de CFCs. Assim, com o fim
com finalidade industrial; a empresa pioneira no uso des- da utilização dos CFCs, observa-se uma recuperação gra-
sa substância foi a General Motors. No decorrer do tempo, dual da camada de ozônio. Estima-se que ela irá estar com-
o uso dispersou-se pelo mundo, especialmente nos paí- pletamente regenerada por volta de 2065.
ses industrializados, então o CFC foi inserido em bens de
consumo, como geladeiras, ar-condicionado, sprays, entre 1.2 Poluição da água e do solo
outros. Os poluentes encontrados na atmosfera são trazidos
Nas primeiras décadas da utilização do gás, não foram de volta à superfície terrestre pelas precipitações. Uma vez
detectados prejuízos ao ambiente, mas a ideia de que ele na superfície, contaminam o solo, os lençóis freáticos, os
era inofensivo foi superada no fim da década de 1970, mo- rios, os lagos e os oceanos.
mento em que foram realizados diversos tipos de estudos A ação combinada da circulação atmosférica com as
que constataram uma modificação na camada de ozônio na precipitações pode fazer com que poluentes lançados em
Antártica. Tal observação foi feita a partir de informações um local sejam transferidos para regiões distantes de sua
obtidas por meio de imagens de satélites. Os cientistas, uti- emissão. Demonstrou-se , por exemplo, que algumas áreas
lizando os dados adquiridos, descobriram que havia ocorri- antárticas estão contaminadas por DDT, lançado em locais
do redução de 60% na camada da região. distantes dali.
Depois dessa descoberta, os cientistas estabeleceram
uma relação direta entre a emissão do gás CFC e a dimi- 1.2.1 Bioacumulação
nuição da camada de ozônio. O gás CFC expelido para a at- O acúmulo progressivo de substâncias não biode-
mosfera sobe para as camadas mais elevadas dela, onde é gradáveis de um nível trófico para outro ao longo de uma
submetido às ações dos raios ultravioleta, o que ocorre da cadeia alimentar é denominado magnificação trófica ou
seguinte forma: bioacumulação.
• o CFC se fragmenta; As substâncias bioacumuladas não são metabolizadas
• o cloro começa a interagir com o ozônio; pelos organismos ou não são biodegradáveis, de manei-
ra que suas taxas de absorção e de armazenamento são
• ocorre a degradação do ozônio.
maiores que as taxas de excreção. Além disso, elas são li-
Radiação Ultravioleta possolúveis, dissolvendo-se em gorduras e, desse modo,
fixando-se nos tecidos dos organismos. Os principais com-
postos não biodegradáveis que sofrem bioacumulação
CFCS Liberam o cloro (C)
são os metais pesados, como o mercúrio e o chumbo, e as
Estratosfera substâncias organocloradas, como o pesticida DDT.
C + O3 CO + O2
Origem: O mercúrio é usado no garimpo para fazer liga com
Aerossóis, gases o ouro, a qual se desfaz com o calor e libera vapores que
refrigeradores, Óxido de cloro
contaminam o ar e a água. Alguns fungicidas e defensivos
entre outros
agrícolas também utilizam mercúrio. O chumbo é muito
A diminuição da quantidade de ozônio resulta no au- utilizado na indústria, sendo liberado em resíduos de fá-
mento da entrada de raios ultravioleta na superfície ter- bricas e fundições. Tem deixado de ser usado como aditivo
restre, alterando toda a composição natural do clima e das à gasolina (em mistura antidetonante), devido à conscien-
paisagens, provocando algumas doenças nos seres huma- tização ambiental. O acúmulo de chumbo no organismo
nos, como câncer de pele, catarata e queda da imunidade, causa a doença conhecida como saturnismo, que provoca
podendo comprometer a vida no planeta. perturbações nervosas, nefrites crônicas e anemia.
Em baixas altitudes, entretanto, o ozônio é um gás al- Quanto mais alto for o nível trófico que uma espécie
tamente nocivo aos seres vivos, provocando irritação nos ocupa, maior será a concentração de poluentes em seus te-
olhos e problemas respiratórios. cidos. As aves e os mamíferos, por exemplo, por ocuparem
Em 1987, firmou-se um tratado internacional, co- níveis mais elevados na cadeia alimentar, podem conter
nhecido como Protocolo de Montreal, no qual as nações uma quantidade de DDT mais de um milhão de vezes maior
signatárias, cerca de 197 na época, comprometiam-se a do que a encontrada nas águas marinhas.
substituir os CFCs por gases inofensivos à ozonosfera. Em Uma série de ações conjuntas deve ser empregada para
2010, as indústrias dos países desenvolvidos oficialmente impedir a poluição causada por resíduos agrícolas e industriais:
281
• maior controle governamental sobre indústrias que reduzem a passagem de luz e dificultam as trocas de gases
produzem fertilizantes e agrotóxicos; entre a água e a atmosfera.
• controle sobre a venda de produtos comprovadamen- Animais aquáticos também são diretamente afetados
te tóxicos e perigosos como o DDT; pelo petróleo. O contato ou ingestão causa intoxicação e as-
fixia (quando recobre as brânquias de peixes).
• campanhas educativas junto aos agricultores sobre o
emprego correto de defensivos agrícolas; Além do problema da intoxicação, aves marinhas ficam
com as penas recobertas por petróleo, não conseguindo
• utilização de biotecnologia, para produção de varie- voar nem termorregular, e morrem a seguir. Os mamíferos
dades de plantas resistentes a pragas e que, por isso, marinhos com o corpo impregnado por petróleo também
dispensam o uso de defensivos agrícolas; têm sua termorregulação prejudicada.
• controle biológico de pragas.
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Carnívoro
Perdas
pela
respiração
Carnívoro
Herbívoro
DDT
1.2.4 Maré vermelha
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Efeito cumulativo ou magnificação trófica.
Efeito cumulativo ou Magnificação trófica.
1.2.2 Poluição atômica ou nuclear
Testes de explosões atômicas, acidentes em usinas
nucleares e o acúmulo de lixo atômico têm liberado ele-
mentos radioativos altamente prejudiciais. Temos como
exemplo o césio 137, que escapou de uma cápsula de cé-
sio de um aparelho de radioterapia descartado (em ferro-
-velho) em Goiânia; e o estrôncio-90, semelhante ao cál-
cio normal, seguindo a mesma via e provocando danos à
medula óssea.
A aglomeração de algas é percebida pela formação de uma
1.2.3 Poluição por derramamento de petróleo grande mancha avermelhada.
282
de algas e cianobactérias (floração). As algas superficiais em aterros sanitários apropriados, nos quais são usadas
dificultam a passagem de luz para a fotossíntese, prejudi- técnicas de tratamento e impermeabilização, o chorume
cando as algas do fundo. A morte desses organismos fo- não contaminará os lençóis freáticos. Além disso, o metano
tossintetizantes aumenta o acúmulo de matéria orgânica (CH4) derivado da decomposição do lixo não será liberado
morta e contribui para a reprodução e o aumento exagera- na atmosfera.
do de populações de bactérias decompositoras aeróbias. Grande parte dos resíduos sólidos inorgânicos pode
O elevado consumo de oxigênio por essas bactérias ser reciclada, como papéis, plásticos, vidros e metais. Nes-
leva à diminuição da concentração de oxigênio na água, se processo, a matéria-prima contida em embalagens e
causando a morte de vários organismos aquáticos aeró- outros produtos é reaproveitada para a produção de novos
bios, como peixes, algas e as próprias bactérias aeróbias. materiais. Dessa forma, pode-se diminuir a quantidade de
Com a falta de oxigênio e o aumento da disponibilidade de lixo que vai para os lixões e aterros sanitários, ao mesmo
matéria orgânica morta causado pela morte dos indivíduos, tempo em que se conservam os recursos naturais.
as bactérias decompositoras anaeróbias aumentam em A parcela orgânica do lixo urbano, ou mesmo os resí-
número e realizam a decomposição anaeróbia, processo duos provenientes da agropecuária, pode ser convertida em
que libera gases como o sulfeto de hidrogênio, o que pode biogás por meio de biodigestores. Nesse processo, bactérias
causar mau cheiro. anaeróbias decompõem os resíduos orgânicos e produzem
diversos gases como subprodutos, principalmente o metano
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283
Dessa forma, podemos apontar a produção agro- ção e do desmatamento. Com a perda do seu ambiente
pecuária, a expansão das cidades e o extrativismo natural, vários grupos de indivíduos morrem ou migram
como principais responsáveis pela perda de mais da para outras áreas, o que provoca redução ou extinção
metade da vegetação natural do mundo nos últimos 3 das populações.
séculos.
A caça e pesca são responsáveis por um impacto ne-
gativo no número de indivíduos de várias espécies, além
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• desertificação.
284
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 1. Identificar os principais tipos de impactos causa- efeito estufa são
dos pela atividade humana ao meio ambiente.
(a) chuva ácida e destruição da camada de ozônio.
Objetivo 2. Descrever e explicar as interações de tais impactos
com processos biológicos. (b) alagamento e inversão térmica.
De acordo com o relatório “A grande sombra da pecuá- (d) poluição das águas e do solo.
ria” (Livestock’s Long Shadow), feito pela Organização (e) queimada e desmatamento.
das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimenta-
ção, o gado é responsável por cerca de 18% do aque- Objetivo 1. Identificar os principais tipos de impactos causa-
cimento global, uma contribuição maior que a do setor dos pela atividade humana ao meio ambiente.
de transportes. Objetivo 2. Descrever e explicar as interações de tais impactos
com processos biológicos.
F3. (Enem)
Suponha que um pesticida lipossolúvel que se acumu-
la no organismo após ser ingerido tenha sido utiliza-
do durante anos na região do Pantanal, ambiente que
tem uma de suas cadeias alimentares representadas
no esquema:
Plâncton → Pulga-D’Água → Lambari → Piranha →
Tuiuiú
Um pesquisador avaliou a concentração do pesticida
nos tecidos de lambaris da região e obteve um resul-
A criação de gado em larga escala contribui para o tado de 6,1 partes por milhão (ppm).
aquecimento global por meio da emissão de Qual será o resultado compatível com a concentração
(a) metano durante o processo de digestão. do pesticida (em ppm) nos tecidos dos outros compo-
nentes da cadeia alimentar?
(b) óxido nitroso durante o processo de ruminação.
(c) clorofluorcarbono durante o transporte de carne. PULGA-
PLÂNCTON PIRANHA TUIUIÚ
-D’ÁGUA
(d) óxido nitroso durante o processo respiratório.
(a) 15,1 10,3 4,3 1,2
(e) dióxido de enxofre durante o consumo de pas-
(b) 6,1 6,1 6,1 6,1
tagens.
(c) 2,1 4,3 10,4 14,3
Objetivo 1. Identificar os principais tipos de impactos causa- (d) 2,1 3,9 4,1 2,3
dos pela atividade humana ao meio ambiente. (e) 8,8 5,8 5,3 9,6
Objetivo 2. Descrever e explicar as interações de tais impactos
com processos biológicos.
Objetivo 1. Identificar os principais tipos de impactos causa-
F2. (Enem) dos pela atividade humana ao meio ambiente.
Algumas estimativas apontam que, nos últimos cem Objetivo 2. Descrever e explicar as interações de tais impactos
anos, a concentração de gás carbônico na atmosfera com processos biológicos.
aumentou em cerca de 40%, devido principalmente à
F4. (UFPR-PR)
utilização de combustíveis fósseis pela espécie huma-
na. Alguns estudos demonstram que essa utilização O fenômeno da eutrofização da água, causado pelo ex-
em larga escala promove o aumento do efeito estufa. cesso de esgoto despejado em lagoas, pode ser expli-
Outros fatores de origem antrópica que aumentam o cado da seguinte forma:
285
(a) proliferação de microrganismos decomposito- poluentes, dentre outros. Sobre isso, estão listadas al-
res, devido a um aumento de teor de matéria gumas afirmativas. Analise-as.
orgânica, com consequente diminuição da quan- I. As substâncias da decomposição de organoclo-
tidade de oxigênio presente na água. rados, presentes em muitos agrotóxicos, acumu-
(b) diminuição da quantidade de microrganismos lam-se nos tecidos dos organismos e passam
decompositores, devido a um aumento no teor inalteradas pela cadeia alimentar.
de matéria orgânica, com consequente diminui- II. A poluição por elementos radioativos provoca
ção da quantidade de oxigênio presente na água. doenças de vários tipos em humanos e outros
(c) proliferação de microrganismos decomposito- animais, como câncer, lesões nos tecidos e mu-
res, devido a um aumento no teor de matéria tações genéticas.
orgânica, com consequente aumento da quanti- III. As combustões incompletas de alguns combus-
dade de oxigênio presente na água. tíveis podem produzir, além de monóxido de car-
(d) diminuição da quantidade de microrganismos de- bono, alguns hidrocarbonetos gasosos e óxidos
compositores, devido a uma diminuição no teor de nitrogênio, nocivos ao meio ambiente e ao ser
de matéria orgânica, com consequente aumento humano.
da quantidade de oxigênio presente na água. IV. Eutrofização é o aumento excessivo de nutrien-
(e) diminuição da quantidade de microrganismos tes na água, decorrente de resíduos urbanos,
decompositores, devido a um aumento no teor industriais ou agrícolas. Isso provoca o cresci-
de matéria orgânica, com consequente aumento mento exagerado de certos organismos, espe-
na quantidade de oxigênio presente na água. cialmente bactérias anaeróbicas, que passam a
consumir grande parte do oxigênio.
Objetivo 3. Avaliar consequências a longo prazo da ação do V. Nos aterros sanitários, o solo é preparado de
homem, estabelecendo possíveis soluções para a redução dos forma a receber a impermeabilização e impedir
problemas.
que o lixo contamine o solo e o lençol freático.
F5. (UPE-PE) Estão corretas apenas
O planeta atravessa uma grande transformação acar- (a) I, III e IV. (d) I, II e IV.
retada pelo uso inadequado dos recursos naturais,
(b) III e V. (e) II e IV.
consumo exagerado de matéria-prima, emissão de
(c) II, III e V.
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
(d) complexa a proteínas da cadeia respiratória.
E1. (PUC-RJ)
(e) obstrui os brônquios, enrijecendo os alvéolos
Na Linha Amarela, via existente na zona Oeste da cida- pulmonares.
de do Rio de Janeiro, existe uma operação denomina-
da “túnel limpo”, que consiste em promover medidas E2. (Enem)
que evitem que os carros fiquem parados e ligados
A maior parte dos veículos de transporte atual-
em engarrafamento no interior do túnel. Caso o movi-
mente é movida por motores a combustão que uti-
mento seja muito grande, o engarrafamento acontece
lizam derivados de petróleo. Por causa disso, esse
a céu aberto. A razão principal desta medida é evitar
setor é o maior consumidor de petróleo do mundo,
que as pessoas respirem monóxido de carbono pro-
com altas taxas de crescimento ao longo do tempo.
duzido pela combustão parcial dos combustíveis. Este
gás é considerado extremamente tóxico porque: Enquanto outros setores têm obtido bons resulta-
dos na redução do consumo, os transportes tendem
(a) se liga à hemoglobina, competindo com o O2. a concentrar ainda mais o uso de derivados do óleo.
(b) se combina com o O2, formando O3 e CO2.
MURTA, A. Energia: o vício da civilização.
(c) se liga às células do pulmão, dificultando a Rio de Janeiro: Garamond, 2011. (Adaptado.)
hematose.
286
Um impacto ambiental da tecnologia mais empregada lago tem prejudicado o ambiente por décadas, com
pelo setor de transportes e uma medida para promo- problemas como a pesca sem prudência, poluição e
ver a redução do seu uso, estão indicados, respectiva- proliferação de algas tóxicas.
mente, em:
(a) aumento da poluição sonora – construção de
barreiras acústicas.
(b) incidência da chuva ácida – estatização da in-
dústria automobilística.
(c) derretimento das calotas polares – incentivo aos
transportes de massa.
(d) propagação de doenças respiratórias – distribui-
ção de medicamentos gratuitos.
(e) elevação das temperaturas médias – criminali-
zação da emissão de gás carbônico. Algas verdes em abundância na superfície de lago.
287
(d) os peixes carnívoros acumulam o mercúrio em (e) gás liquefeito de petróleo, obtido pela decom-
seu organismo quando se alimentam de outros posição de vegetais presentes nos restos de
organismos, inclusive dos peixes herbívoros. comida.
(e) os peixes herbívoros não acumulam mercúrio
em seus tecidos. E8. (PUC-RJ)
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente brasi-
E6. (UEA-AM) leiro, espécies exóticas invasoras são reconhecidas,
O governo do Amazonas regulamentou a licença atualmente, como uma das maiores ameaças biológi-
ambiental para o garimpo, liberando o uso de mer- cas ao meio ambiente, com enormes prejuízos à eco-
cúrio na separação do ouro de outros materiais. A nomia, à biodiversidade e aos ecossistemas naturais,
utilização do metal é polêmica, porque polui os rios além dos riscos à saúde humana. Essas espécies são
e contamina peixes e seres humanos, podendo pro- consideradas a segunda maior causa de perda de bio-
vocar intoxicação e lesões no sistema nervoso. Há 20 diversidade, após as alterações de hábitat. Assinale a
anos, ecologistas pediram a proibição do uso do mer- alternativa que mostra os tipos de relações envolvidas
cúrio na Carta da Terra Eco-92. na extinção de espécies nativas por espécies invaso-
Disponível em: <www.folha.com.br>. ras exóticas.
Considerando o texto e uma rede alimentar formada (a) Competição intraespecífica, predação e parasi-
por plantas aquáticas, moluscos e crustáceos, peixes tismo.
herbívoros, peixes carnívoros e botos-cinza e cor-de- (b) Canibalismo, amensalismo e predação.
-rosa, as maiores concentrações de mercúrio serão (c) Competição interespecífica, predação e comen-
observadas nos tecidos salismo.
(a) dos peixes herbívoros.
(d) Canibalismo, mutualismo e predação.
(b) dos botos-cinza e cor-de-rosa.
(e) Competição interespecífica, predação e parasi-
(c) das plantas aquáticas. tismo.
(d) dos moluscos e crustáceos.
E9. (Enem)
(e) dos peixes carnívoros.
Devido ao aquecimento global e à consequente di-
E7. (Enem) minuição da cobertura de gelo no Ártico, aumenta a
distância que os ursos polares precisam nadar para
O potencial brasileiro para transformar lixo em ener-
encontrar alimentos. Apesar de exímios nadadores,
gia permanece subutilizado — apenas pequena parte
eles acabam morrendo afogados devido ao cansaço.
dos resíduos brasileiros é utilizada para gerar ener-
gia. Contudo, bons exemplos são os aterros sanitários, A situação descrita acima
que utilizam a principal fonte de energia ali produzida. (a) enfoca o problema da interrupção da cadeia ali-
Alguns aterros vendem créditos de carbono com base mentar, o qual decorre das variações climáticas.
no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), do (b) alerta para prejuízos que o aquecimento global
Protocolo de Kyoto. pode acarretar à biodiversidade no Ártico.
Essa fonte de energia subutilizada, citada no texto, é o
(c) ressalta que o aumento da temperatura decor-
(a) etanol, obtido a partir da decomposição da maté- rente de mudanças climáticas permite o surgi-
ria orgânica por bactérias. mento de novas espécies.
(b) gás natural, formado pela ação de fungos de- (d) mostra a importância das características das
compositores da matéria orgânica. zonas frias para a manutenção de outros biomas
(c) óleo de xisto, obtido pela decomposição da ma- na Terra.
téria orgânica pelas bactérias anaeróbias. (e) evidencia a autonomia dos seres vivos em rela-
(d) gás metano, obtido pela atividade de bactérias ção ao hábitat, visto que eles se adaptam rapi-
anaeróbias na decomposição da matéria orgânica. damente às mudanças nas condições climáticas.
288
E10. (Uerj-RJ-Adaptado)
concentração de metal
5
No gráfico ao lado, está indicada a concentra-
ção de um metal pesado no corpo de vários
habitantes de um lago, bem como a concen- 4
O lançamento de esgoto in natura em mares, rios e lagos constitui uma catástrofe para o
meio ambiente. A alta concentração de matéria orgânica favorece, inicialmente, a prolife-
ração de organismos decompositores aeróbios. Observa-se, posteriormente, a morte de
peixes e a liberação de ácido sulfídrico, principal causador de mau cheiro. Identifique a
relação entre a proliferação de organismos aeróbios decompositores e a morte de peixes.
Em seguida, explique como ocorre o aumento da produção de ácido sulfídrico.
E12. (Enem)
Nos últimos 50 anos, as temperaturas de inverno na península antártica subiram
quase 6º C. Ao contrário do esperado, o aquecimento tem aumentado a precipitação
de neve. Isso ocorre porque o gelo marinho, que forma um manto impermeável sobre
o oceano, está derretendo devido à elevação de temperatura, o que permite que mais
umidade escape para a atmosfera. Essa umidade cai na forma de neve.
Logo depois de chegar a essa região, certa espécie de pinguins precisa de solos nus
para construir seus ninhos de pedregulhos. Se a neve não derrete a tempo, eles põem seus
ovos sobre ela. Quando a neve finalmente derrete, os ovos se encharcam de água e goram.
Scientific American Brasil, ano 2, n. 21, 2004, p. 80. (Adaptado.)
E13. (Fuvest-SP)
O inseticida DDT, de uso proibido no Brasil, é acumulado ao longo das cadeias alimen-
tares, sendo absorvido pelos produtores, passando para os consumidores primários,
289
desses para os consumidores secundários e assim À luz da Química Verde, métodos devem ser desenvol-
por diante. Após a utilização ilegal de DDT, em uma vidos para eliminar ou reduzir a poluição do ar causa-
plantação, foi avaliada a porcentagem da substância da especialmente pelas
acumulada na cadeia alimentar a seguir: (a) hidrelétricas. (d) fontes de energia solar.
alfaces → insetos → sapos. (b) termelétricas. (e) fontes de energia eólica.
Espera-se obter a menor e a maior concentração de (c) usinas geotérmicas.
DDT, respectivamente, em:
(a) alfaces e insetos. (d) insetos e alfaces. E16. (Enem)
(b) sapos e insetos. (e) alfaces e sapos. Parte do gás carbônico da atmosfera é absorvida
(c) insetos e sapos. pela água do mar. O esquema representa reações que
ocorrem naturalmente, em equilíbrio, no sistema am-
E14. (UPM-SP) biental marinho. O excesso de dióxido de carbono na
Considere as seguintes ocorrências poluidoras: atmosfera pode afetar os recifes de corais.
1
I. Fenômeno provocado por poluentes atmosféri- Dióxido de carbono Menos Mais
atmosférico ácido ácido
cos emitidos pela queima de carvão mineral e CO2
diesel, como o dióxido de enxofre, que pode ori-
ginar o ácido sulfúrico. 2 3
Dióxido de carbono Ácido
dissolvido Água carbônico Íons hidrogênio
II. Fenômeno que pode causar mudanças climáti- CO2 + H2O H2CO3
H+
cas globais e a elevação do nível dos mares.
III. No inverno, é frequente ocorrer a retenção de Íons bicarbonato
poluentes atmosféricos próximos ao solo. HCO3– Íons carbonato
CO32–
IV. Leva à proliferação de bactérias aeróbicas que
Conchas
consomem o gás oxigênio da água, causando a deformadas
morte de peixes e outros organismos aquáticos.
I, II, III e IV correspondem, respectivamente, aos se- Disponível em: <http://news.bbc.co.uk>. Acesso em: maio de
2014. (Adaptado.)
guintes tipos de eventos poluidores:
(a) chuva ácida, efeito estufa, inversão térmica e eu- O resultado desse processo nos corais é o(a)
trofização. (a) seu branqueamento, levando à sua morte e
(b) chuva ácida, eutrofização, inversão térmica e extinção.
efeito estufa. (b) excesso de fixação de cálcio, provocando calcifi-
(c) efeito estufa, chuva ácida, inversão térmica e eu- cação indesejável.
trofização. (c) menor incorporação de carbono, afetando seu
metabolismo energético.
(d) eutrofização, chuva ácida, efeito estufa e inver-
são térmica. (d) estímulo da atividade enzimática, evitando a
descalcificação do esqueleto.
(e) inversão térmica, eutrofização, efeito estufa e
chuva ácida. (e) dano à estrutura dos esqueletos calcários, dimi-
nuindo o tamanho das populações.
E15. (Enem)
Química Verde pode ser definida como a criação, E17. (Enem)
o desenvolvimento e a aplicação de produtos e pro- O uso de defensivos agrícolas é preocupante pela sua
cessos químicos para reduzir ou eliminar o uso e a toxidade aos ecossistemas, tanto ao meio biótico como
geração de substâncias nocivas à saúde humana e ao abiótico, afetando as cadeias alimentares. Alguns de-
ambiente. Sabe-se que algumas fontes energéticas fensivos, como o DDT (diclorodifeniltricloroetano), por
desenvolvidas pelo homem exercem, ou têm poten- serem muito estáveis, entram nas cadeias alimenta-
cial para exercer, em algum nível, impactos ambien- res e permanecem nos ecossistemas.
tais negativos. Com base nas informações e na figura, o elo da cadeia
CORRÊA, A. G.; ZUIN, V. G. (Orgs.). Química Verde: fundamentos alimentar que apresentará as maiores concentrações
e aplicações. São Carlos: EdUFSCar, 2009. do defensivo é o do(a)
290
(b) proliferação de bactérias que apresentam em (b) onde ocorre a eliminação da matéria orgânica
seu hialoplasma o pigmento vermelho ficoeri- presente no lixo.
trina. As toxinas produzidas por essas bactérias (c) mais barato, pois não implica custos de trata-
afetam a fauna circunvizinha. mento nem controle.
(c) crescimento de fungos sobre material orgânico (d) que possibilita o acesso de catadores, pela dis-
em suspensão, material este proveniente de es- posição do lixo a céu aberto.
gotos lançados ao mar nas regiões das grandes (e) em que se podem utilizar áreas contaminadas
cidades litorâneas. com resíduos de atividades de mineração.
291
292
(a) clivagem da molécula de ozônio pelos CFCs para redução registrada no Ártico nos últimos 30 anos po-
produzir espécies radicalares. dem ser creditados a atividades humanas [...]
(b) produção de oxigênio molecular a partir de ozô- O Globo, 20 set. 2012.
nio, catalisada por átomos de cloro.
A seguir, são descritas três “atividades humanas”:
(c) oxidação do monóxido de cloro por átomos de oxigê-
I. Os aumentos de queimadas e da utilização de
nio para produzir átomos de cloro.
combustíveis fósseis têm contribuído para au-
(d) reação direta entre os CFCs e o ozônio para pro-
mentar a concentração de gás carbônico na at-
duzir oxigênio molecular e monóxido de cloro.
mosfera.
(e) reação de substituição de um dos átomos de
II. A inundação de grandes áreas de florestas para
oxigênio na molécula de ozônio por átomos de
a construção de represas tem aumentado a con-
cloro. centração do gás metano na atmosfera.
III. A queima crescente de diesel e carvão provoca
E26. (FTESM-RJ)
aumento da concentração de SO2 e de NO2 que,
Camada de gelo no Ártico se reduz ao menor tama-
aumentando a possibilidade de chuvas ácidas,
nho já registrado Em relação ao mínimo de 2007, houve
desfolham árvores.
uma redução percentual no tamanho da cobertura de
gelo de 18%; placas estão mais perdendo tamanho e Assinale:
espessura A cobertura de gelo do Ártico alcançou, no (a) se apenas a citação I estiver correta.
último domingo, 16 de setembro, o menor tamanho já (b) se apenas a citação II estiver correta.
registrado, desde que medições começaram a ser feitas (c) se apenas as citações I e III estiverem corretas.
no local, em 1979. Segundo anúncio feito pelo National (d) se apenas as citações II e III estiverem corretas.
Snow&Ice Data Center (NSIDC), (...) cerca de 60% da (e) se todas as citações estiverem corretas.
E27. (Fuvest-SP)
Leia o texto e observe a ilustração. O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara – PDBG – foi concebido para
melhorar as condições sanitárias e ambientais da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Verifique a distribuição,
a situação e as fases de operação das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) do PDBG.
293
Considerando essas informações, é correto afirmar: (c) ilustram a interdependência das diversas for-
(a) a área mais atendida em relação à mitigação mas de vida (animal, vegetal e outras) e o seu
da poluição encontra-se no sudeste da Baía de hábitat.
Guanabara, pois possui maior número de es- (d) indicam a alta resistência do meio ambiente à
tações que atuam em todos os níveis de trata- ação do homem, além de evidenciar a sua sus-
mento de esgoto. tentabilidade mesmo em condições extremas
(b) o tratamento do esgoto objetiva a diminuição da de poluição.
poluição das águas, poluição essa causada pela (e) evidenciam a grande capacidade animal de se
introdução de substâncias artificiais ou pelo au- adaptar às mudanças ambientais, em contras-
mento da concentração de substâncias naturais te com a baixa capacidade das espécies ve-
no ambiente aquático existente. getais, que estão na base da cadeia alimentar
(c) a Baía de Guanabara encontra-se ainda poluí- hídrica.
da, em razão de as ETEs existentes reciclarem
apenas o lodo proveniente dos dejetos, sendo os E29. (UEG-GO)
materiais do nível primário despejados sem tra- Há aproximadamente dois anos, a Lagoa Rodrigo de
tamento no mar. Freitas, na Zona Sul do Rio de Janeiro, amanheceu co-
(d) a elevada concentração de resíduos sólidos des- berta por mais de 12 toneladas de peixes mortos. A
pejados na Baía de Guanabara, tais como plás- Secretaria Municipal de Meio Ambiente explicou que
ticos, latas e óleos, acaba por provocar intensa uma importante causa das mortes dos peixes foi a se-
eutrofização das águas, aumentando a taxa de
quência de fortes chuvas que atingiu a cidade em dias
oxigênio dissolvido na água.
consecutivos. A relação entre a morte dos peixes e as
(e) o tratamento de esgoto existente concentra-se fortes chuvas deve-se ao fato de
na eliminação dos fungos lançados no mar, prin-
cipalmente aqueles gerados pelos dejetos de (a) a quantidade de oxigênio dissolvido na água,
que foi consumido durante a decomposição da
origem industrial.
matéria orgânica levada pela enxurrada, pro-
vocar a falta de oxigênio para os organismos
E28. (Enem)
aeróbicos.
No ano de 2000, um vazamento em dutos de óleo
(b) os peixes não serem os únicos organismos afe-
na baía de Guanabara (RJ) causou um dos maio-
tados pelas chuvas, mas também as algas e zoo-
res acidentes ambientais do Brasil. Além de afetar plâncton que deixam de se proliferar e se acu-
a fauna e a flora, o acidente abalou o equilíbrio da mulam na superfície da água ao morrer.
cadeia alimentar de toda a baía. O petróleo forma
(c) o volume de água da lagoa elevar-se de for-
uma película na superfície da água, o que prejudica
ma súbita, o que reduziu a taxa de nutrientes
as trocas gasosas da atmosfera com a água e desfa-
para manutenção dos peixes, em um mecanis-
vorece a realização de fotossíntese pelas algas, que
mo oposto ao observado na eutrofização e na
estão na base da cadeia alimentar hídrica. Além dis- lixiviação.
so, o derramamento de óleo contribuiu para o enve-
(d) as chuvas interferirem de forma significativa na
nenamento das árvores e, consequentemente, para
morte exclusiva dos peixes, visto que são orga-
a intoxicação da fauna e flora aquáticas, bem como
nismos produtores da cadeia, gerando inclusive
conduziu à morte diversas espécies de animais, en-
o combate da pesca no lago.
tre outras formas de vida, afetando também a ativi-
dade pesqueira.
E30. (Unesp-SP)
LAUBIER, L. Diversidade da Maré Negra. In: Scientific
American Brasil 4(39), ago. 2005 (Adaptado.) A forma comum, e talvez a mais antiga, de poluir
as águas é pelo lançamento de dejetos humanos e de
A situação exposta no texto e suas implicações animais domésticos em rios, lagos e mares. Por se-
(a) indicam a independência da espécie humana rem constituídos de matéria orgânica, esses dejetos
com relação ao ambiente marinho. aumentam a quantidade de nutrientes disponíveis no
(b) alertam para a necessidade do controle da ambiente aquático, fenômeno denominado eutrofiza-
poluição ambiental para redução do efeito ção (do grego eu, bem, bom, e trofos, nutrição).
estufa. AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia
das populações. v. 3, 2004. (Adaptado.)
294
Nos gráficos, o eixo Y corresponde a um dentre os vá- (século XIX), a concentração de gases traços na atmos-
rios fatores que se alteram durante o processo de eu- fera, em particular o CO2, tem aumentado significativa-
trofização, e o eixo X, ao tempo decorrido no processo. mente, o que resultou no aumento da temperatura em
escala global. Mais recentemente, outro fator tornou-
Fator alterado
(valores arbitrários) -se diretamente envolvido no aumento da concentra-
ção de CO2 na atmosfera: o desmatamento.
BROWN, I. F.; ALECHANDRE, A. S. Conceitos básicos sobre
I
clima, carbono, florestas e comunidades. MOREIRA, A. G.;
SCHWARTZMAN, S. As mudanças climáticas globais e os
ecossistemas brasileiros. Brasília: Instituto de Pesquisa
Ambiental da Amazônia, 2000. (Adaptado.)
Tempo
Considerando o texto uma alternativa viável para
combater o efeito estufa é
Fator alterado (a) reduzir o calor irradiado pela Terra mediante a
(valores arbitrários) substituição da produção primária pela indus-
trialização refrigerada.
II (b) promover a queima da biomassa vegetal, respon-
sável pelo aumento do efeito estufa devido à pro-
dução de CH4.
Tempo (c) reduzir o desmatamento, mantendo-se, assim, o
potencial da vegetação em absorver o CO2 da at-
mosfera.
Fator alterado
(valores arbitrários) (d) aumentar a concentração atmosférica de H2O, molé-
cula capa z de absorver grande quantidade de calor.
III (e) remover moléculas orgânicas polares da atmosfe-
ra, diminuindo a capacidade delas de reter calor.
295
2
concentração
concentração
concentração
no ambiente marinho.
3 3
(b) a relativa instabilidade das condições marinhas
4 torne as alterações de fatores físico-químicos
1 1 pouco críticas à vida no mar.
4
(c) a amônia excedente seja convertida em nitrito,
0 tempo 0 tempo
por meio do processo de nitrificação, e em nitra-
Y Z to, formado como produto intermediário desse
concentração
1
concentração
concentração
concentração
processo.
2
4 (d) os efluentes promovam o crescimento exces-
sivo de plantas aquáticas devido à alta diver-
4
sidade de espécies vegetais permanentes no
1
3 3 manguezal.
2
0 tempo 0 (e) o impedimento da penetração da luz pelas
tempo
partículas em suspensão venha a comprome-
1 nutrientes ter a produtividade primária do ambiente ma-
2 oxigênio dissolvido
rinho, que resulta da atividade metabólica do
3 organismos aeróbios
4 organismos anaeróbios fitoplâncton.
296
Concentração de CO2
na atmosfera (ppm)
15,5 A
350 B
global (°C)
C
FOLHA AZ
Considere um município que deposita os resíduos só-
1. (Enem) lidos produzidos por sua população em um lixão. Esse
Os lixões são o pior tipo de disposição final dos procedimento é considerado um problema de saúde
resíduos sólidos de uma cidade, representando um pública porque os lixões
grave problema ambiental e de saúde pública. Nes- (a) causam problemas respiratórios, devido ao mau
ses locais, o lixo é jogado diretamente no solo e a céu cheiro que provém da decomposição.
aberto, sem nenhuma norma de controle, o que cau-
(b) são locais propícios à proliferação de vetores
sa, entre outros problemas, a contaminação do solo
de doenças, além de contaminarem o solo e as
e das águas pelo chorume (líquido escuro com alta
águas.
carga poluidora, proveniente da decomposição da
matéria orgânica presente no lixo). (c) provocam o fenômeno da chuva ácida, devido
RICARDO, B.; CANPANILLI, M. Almanaque Brasil Socioambiental aos gases oriundos da decomposição da matéria
2008. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2007. orgânica.
297
(d) são instalados próximos ao centro das cidades, provoca um grande crescimento bacteriano e, por fim,
afetando toda a população que circula diaria- pode promover escassez de oxigênio.
mente na área.
Uma maneira de evitar a diminuição da concentração
(e) são responsáveis pelo desaparecimento das de oxigênio no ambiente é:
nascentes na região onde são instalados, o que
(a) aquecer as águas dos rios para aumentar a velo-
leva à escassez de água.
cidade de decomposição dos dejetos.
2. (Enem) (b) retirar do esgoto os materiais ricos em nutrien-
A coleta das fezes dos animais domésticos em sacolas tes para diminuir a sua concentração nos rios.
plásticas e o seu descarte em lixeiras convencionais (c) adicionar bactérias anaeróbicas às águas dos rios
podem criar condições de degradação que geram pro- para que elas sobrevivam mesmo sem o oxigênio.
dutos prejudiciais ao meio ambiente (figura 1). (d) substituir produtos não degradáveis por biode-
A figura 2 ilustra o Projeto Park Spark, desenvolvido gradáveis para que as bactérias possam utilizar
em Cambridge, MA (EUA), em que as fezes dos ani- os nutrientes.
mais domésticos são recolhidas em sacolas biode- (e) aumentar a solubilidade dos dejetos no esgoto
gradáveis e jogadas em um biodigestor instalado em para que os nutrientes fiquem mais acessíveis
parques públicos; e os produtos são utilizados em às bactérias.
equipamentos no próprio parque.
Figura 1 4. (Enem)
Sabe-se que o aumento da concentração de ga-
ses como CO2, CH4 e N2O na atmosfera é um dos fa-
tores responsáveis pelo agravamento do efeito estu-
fa. A agricultura é uma das atividades humanas que
pode contribuir tanto para a emissão quanto para o
Figura 2 sequestro desses gases, dependendo do manejo da
matéria orgânica no solo.
ROSA, A. H.; COELHO, J. C. R. Cadernos Temáticos da Química
Nova na Escola. São Paulo, n. 5, nov. 2003. (Adaptado.)
(d) usa mais eficiente de combustíveis fósseis. Segundo dados do Balanço Energético Nacional
de 2008, do Ministério de Minas e Energia, a matriz
(e) fixação de carbono em moléculas orgânicas.
energética brasileira é composta por hidrelétrica
3. (Enem) (80%), termelétrica (19,9%) e eólica (0,1%). Nas ter-
melétricas, esse percentual é dividido conforme o
O despejo de dejetos de esgotos domésticos e indus-
combustível usado, sendo: gás natural (6,6%), bio-
triais vem causando sérios problemas aos rios brasi-
massa (5,3%), derivados de petróleo (3,3%), energia
leiros. Esses poluentes são ricos em substâncias que
nuclear (3,1%) e carvão mineral (1,6%). Com a gera-
contribuem para a eutrofização de ecossistemas, que
ção de eletricidade da biomassa, pode-se considerar
é um enriquecimento da água por nutrientes, o que
que ocorre uma compensação do carbono liberado
298
6. (Enem)
Para o consumidor, é praticamente impossível 7
Participação em 1
identificar a diferença entre a sacola biodegradável Redes de Práticas
Consumo
Resíduo Zero
Consciente
e a comum, feita de polietileno – derivado do petró-
leo. Alguns governos municipais já exigem que os su-
permercados ofereçam sacolas biodegradáveis em
6
2
Deposição
final somente
substituição às sacolas comuns. de rejeitos
Separação
Disponível em: <http://epocanegocios.globo.com>. RESÍDUOZERO dos Resíduos
Acesso em: ago. 2012. em 3 Tipos
4
Reúso e
veis apresentam em relação aos comuns. reaproveitamento
Coleta
(b) escassez das matérias-primas derivadas do pe- Seletiva de
tróleo para produção das sacolas comuns. Recicláveis
299
(c) devido à decomposição rápida, a composta- 2010, provocou um desastre ambiental de grandes
gem doméstica se torna inócua para os ater- proporções. Com relação às possíveis consequências
ros sanitários. das manchas de petróleo na superfície do oceano,
(d) se evita a aeração do material em decomposição considere as afirmativas a seguir.
para evitar a presença de insetos e pragas. I. Interferem na passagem de luz, prejudicando a
(e) a matéria orgânica é transformada em húmus, fotossíntese das algas.
livre de toxicidade, metais pesados e patógenos. II. Provocam a proliferação de dinoflagelados, cau-
sando o fenômeno da “maré vermelha”.
8. (Unesp-SP)
III. Modificam o pH da água do oceano, liberando
Os testes de qualidade de água realizados nos
gases que ocasionam o aumento do buraco na
rios atingidos pela lama proveniente do rompimento
camada de ozônio.
da barragem de uma mineradora, em Mariana (MG),
identificaram metais pesados em proporções fora IV. Afetam a difusão do oxigênio da atmosfera para
dos parâmetros permitidos. Nessas águas, os metais a água do oceano.
identificados em maior quantidade foram o ferro e Assinale a alternativa correta.
o manganês, mas alguns testes também apontaram (a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
grande quantidade de mercúrio.
(b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
Disponível em: <http://epoca.globo.com>. (Adaptado.)
(c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
Assinale a alternativa que apresenta um impacto am-
biental esperado decorrente da presença de metais (d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
pesados nas águas dos rios atingidos. (e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
(a) A lama contendo metais pesados aumenta a
10. (Fuvest-SP)
densidade da água, o que dificulta o revolver das
águas e a incorporação natural de gás oxigênio Nas margens de um rio, verificava-se a seguinte ca-
proveniente do ar atmosférico, diminuindo a deia trófica: o capim ali presente servia de alimento
concentração deste gás na água. para gafanhotos, que, por sua vez, eram predados por
(b) A grande quantidade de metais aumenta a concen- passarinhos, cuja espécie só ocorria naquele ambien-
tração de partículas em suspensão na água, tor- te e tinha exclusivamente os gafanhotos como ali-
nando-a turva o suficiente para impedir a entrada mento; tais passarinhos eram predados por gaviões
de luz, o que inviabiliza a fotossíntese pelo plâncton. da região. A lama tóxica que vazou de uma empresa
(c) A presença de grande quantidade de manganês mineradora matou quase totalmente o capim ali exis-
e ferro nas águas favorece o processo de eutro- tente. É correto afirmar que, em seguida, o consumi-
fização, pois há a proliferação de algas que, ao dor secundário
morrerem, são decompostas por bactérias que (a) teve sua população reduzida como consequência
consomem o gás oxigênio da água. direta do aumento da biomassa no primeiro ní-
(d) O excesso de minério de ferro na água provoca vel trófico da cadeia.
a queda da concentração de gás oxigênio dissol- (b) teve sua população reduzida como consequência
vido, uma vez que ocorre reação de oxirredução indireta da diminuição da biomassa no primeiro
entre o ferro e o gás oxigênio da água, formando nível trófico da cadeia.
o óxido de ferro.
(c) não teve sua população afetada, pois o efeito da
(e) Os metais identificados na água lamacenta dos
lama tóxica se deu sobre o primeiro nível trófico
rios têm efeitos cumulativos na cadeia alimen-
da cadeia e não sobre o segundo.
tar, de modo que os últimos indivíduos ao longo
da cadeia contaminada apresentam maior con- (d) não teve sua população afetada, pois a lama tó-
centração desses metais. xica não teve efeito direto sobre ele, mas sim so-
bre um nível trófico inferior.
9. (UEL-PR) (e) teve sua população aumentada como conse-
O vazamento de petróleo causado pela explosão da quência direta do aumento da biomassa no se-
plataforma oceânica no Golfo do México, em abril de gundo nível trófico da cadeia.
300
GABARITO A
E1. A • Respiração cutânea. e metais pesados, como
E2. C E23. o mercúrio, o chumbo etc.
E3. B a) A pirâmide de biomassa A repre- E36.
E4. B senta as relações alimentares a) O aumento de CO2 na atmosfe-
de um ecossistema terrestre, ra está diretamente relacionado
E5. D com a biomassa diminuindo ao com o aumento da temperatura
E6. B longo dos níveis tróficos. A pirâ- global. O CO2 retém raios infra-
E7. D mide de biomassa B representa vermelhos, fato que provoca au-
E8. E um ecossistema marinho, onde mento de temperatura.
a menor biomassa dos produto- b) A intensificação do efeito es-
E9. B res é compensada por sua alta tufa é a causa do aquecimento
E10. A taxa de reprodução, asseguran- global. São consequências do
E11. A proliferação de organismos ae- do a nutrição dos consumidores aquecimento global: degelo das
róbios diminui a quantidade de primários. calotas polares e aumento do
oxigênio disponível na água, o que b) O SO2 liberado na atmosfera rea- nível dos oceanos; intensifica-
provoca a morte dos peixes. ge com o vapor d’água produzin- ção das secas, desertificação e
A baixa concentração de oxigê- do ácido sulfúrico (H2SO4), o que escassez de água; alteração no
nio favorece o desenvolvimento provoca as chuvas ácidas que regime das chuvas com conse-
de microrganismos anaeróbios diminuem o pH do solo, assim quentes tempestades, furacões
que produzem ácido sulfídrico prejudicando o crescimento ve- e inundações; alterações dos
durante a decomposição da ma- getal. Além disso, o ácido sulfúri- ecossistemas e redução da bio-
téria orgânica. co mata o meristema apical das diversidade.
plantas, impedindo o crescimen- c) O desmatamento, ou seja, a di-
E12. E to do vegetal. Como os vegetais minuição da fotossíntese pode
E13. E são os produtores dos ecossiste- aumentar a quantidade de CO2
E14. A mas terrestres, todos os demais na atmosfera e com isso elevar
E15. B níveis tróficos seriam afetados. a temperatura do planeta.
E16. E E24. E E37.
E17. E E25. B a) Além do metano oxidado nos
E18. E E26. E oceanos, outras fontes de CO2
E27. B são a respiração dos seres vivos
E19. C e a decomposição da matéria
E20. A E28. C orgânica.
E21. B E29. A b) São processos biológicos em
E22. E30. D que há produção de metano: a
E31. C decomposição nos pântanos, a
a) Um dos eventos é a chuva ácida. ação de bactérias metanogêni-
A atividade industrial libera para E32. 01 + 02 + 04 + 08 + 64 = 79
cas do sistema digestório dos
a atmosfera compostos como o E33. D ruminantes (pecuária), a rizicul-
óxido de enxofre produzido pela E34. E tura e tratamento de resíduos
queima da gasolina de outros (biodigestão).
combustíveis como madeira e E35. Apenas uma pequena quantida-
carvão. O SO2 (dióxido de enxo- de da matéria e da energia de c) O processo biológico envolvido é
fre), ao se misturar com o vapor um nível trófico é efetivamente a quimiossíntese. O nível trófico
de água presente na atmosfera, aproveitada pelos componen- dos seres vivos que realizam tal
produz gotas de ácido sulfúrico, tes do nível imediatamente su- processo é o dos produtores.
o qual provoca a diminuição do perior, o qual têm de consumir
pH da água. Outro evento é a in- uma biomassa muitas vezes
cidência de raios violetas, oriundo maior, acumulando, portanto,
da destruição da camadade ozônio. substâncias não biodegradáveis
existentes em seres do nível
b) trófico anterior. São exemplos
• A relação ecológica é o parasitis- de substâncias não biodegradá-
mo. veis: inseticidas organoclorados
301
302
303
© MARIDAV/SHUTTERSTOCK
Qualquer sistema de controle efetivo, seja o sistema
nervoso humano, um computador ou um termostato, é vi-
talmente dependente do feedback.
Ele é o retorno da informação sensorial para um con-
trolador que regula uma variável. O feedback ou retroali-
mentação pode ser positivo ou negativo, produzindo efeitos
profundamente diferentes.
• Feedback negativo
A resposta desencadeada diminui a intensidade do es-
tímulo desencadeante.
Glicogênio
Exemplo: O glucagon é um hormônio produzido pelo Amido Macromoléculas
pâncreas, que estimula a quebra de glicogênio do fígado. Proteína
Lipídio
Quanto menor a concentração de glicose, maior será a libe-
ração de glucagon pelo pâncreas. À medida que a resposta
Anabolismo
Catabolismo
ATP
desencadeada (liberação de glicose) aumenta, o estímulo ATP
desencadeante (produção de glucagon) diminui. Glicose
Aminoácidos Monômeros orgânicos
• Feedback positivo Ácidos graxos
A resposta desencadeada aumenta a intensidade do
estímulo desencadeante.
ATP ATP
Exemplo: A ocitocina é um hormônio liberado durante
o trabalho de parto, devido ao contato do bebê com a aber- Compostos inorgânicos
tura do útero e que estimula as contrações. Quanto maiores
são as contrações, maior é o contato do bebê com o útero e Podemos reconhecer três tipos de nutrientes de acor-
maior é a secreção de ocitocina. do com sua função:
304
–Plásticos:
representados pelas proteínas. São utili- –Difusão
ou absorção: é o método de alimentação me-
zadas principalmente em processos anabólicos de nos dependente da captura e de órgãos digestórios
síntese de novas proteínas, que formam estruturas especializados, envolvendo a absorção de nutrientes
celulares. Exemplo: carne e ovos. diretamente através da parede corpórea. É o tipo de
captação utilizado por certos protozoários, endopa-
–Energéticos:
são carboidratos e gorduras, usados
rasitas (tênia, por exemplo) e invertebrados aquáti-
fundamentalmente em processos catabólicos de ob- cos, que retiram seus nutrientes diretamente do meio
tenção de energia. Exemplo: arroz, macarrão, batata. circundante. Tais moléculas, como aminoácidos, por
–Reguladores:
são as vitaminas requeridas em do- exemplo, são retiradas do meio diluído, contra um gra-
ses mínimas e que regulam várias funções orgâni- diente de concentração, utilizando transporte ativo.
cas. Exemplo: frutas, verduras, fígado. Entretanto, de forma geral, o alimento obtido pelos hete-
rotróficos ocorre da forma de grandes moléculas orgânicas
Apesar de classificarmos um alimento de acordo com
de proteínas, carboidratos, lipídios e ácidos nucleicos. Essas
sua utilização, não queremos dizer que esta é sua única
moléculas são biopolímeros de grandes proporções, sendo,
função, e sim que esta é sua função principal. Por exemplo,
portanto, incapazes de atravessar a membrana das células.
proteínas podem ser utilizadas como compostos energéti-
Dessa forma, o papel da digestão é transformar gran-
cos. Além disso, alguns tipos de glicídios podem ser utiliza-
des e complexas moléculas do alimento em moléculas
dos como precursores na produção de aminoácidos.
simples, pequenas e solúveis.
2.2 Obtenção de alimento A digestão abrange processos físicos e químicos:
–Endocitose:
presente em organismos unicelulares.
Organismos como amebas conseguem seus alimen-
tos por meio do englobamento de partículas por 3. Digestão
projeções de seu citoplasma denominadas pseu- É o processo destinado à fragmentação das moléculas
dópodes. Em seguida, a vesícula formada se funde orgânicas complexas em pequenas moléculas assimiláveis
com os lisossomos, sendo digerida. pelas células. A digestão é uma etapa da nutrição.
305
Proteínas → Aminoácidos
3.2.1 Tubo Digestivo Incompleto
Polissacarídeos → Monossacarídeos
Lipídios → Ácidos graxos e álcool Existe apenas uma abertura, a boca, por onde entra o
Ácidos Nucleicos → Nucleotídeos alimento a ser digerido e por onde saem as substâncias
• as células são obrigadas a dispor de um gran- onde as substâncias não aproveitadas saem. Não há mistu-
de arsenal enzimático, uma vez que devem ser ra do alimento digerido com o não digerido.
capazes de digerir qualquer tipo de substân-
cia. Na digestão extracelular, ocorre especia- Tubo digestivo
lização do trabalho entre as células, levando
a um gasto menor de energia da fabricação de
Cavidade corporal
enzimas. (pseudoceloma)
306
Medusa
Ectoderme
Endoderme
Pólipo
Boca Tentáculos
Mesogleia
Ectoderme
Cavidade
gastrovascular
Endoderme
Mesogleia
Cavidade Boca
gastrovascular
Tentáculos
Medusa
Ectoderme
Endoderme
áculos
Mesogleia
Ectoderme
Cavidade
gastrovascular
Endoderme
avidade Boca
astrovascular
Tentáculos
3.3.2 Platelmintos
307
309
Esse líquido circulante, o sangue, comunica e integra as se utilizam dela para levar oxigênio aos tecidos e remover
diversas superfícies do corpo especializadas em trocas com o o gás carbônico destes, apresentam um baixo metabolis-
meio externo. Um sistema circulatório é constituído de vasos, mo, sendo letárgicos e apresentando movimentos lentos a
onde circula o sangue, impulsionado por um ou mais corações.
maior parte do tempo.
Podemos apontar algumas características principais
Os insetos representam uma exceção, pois apesar de
dos sistemas circulatórios:
possuírem hemolinfa, são capazes de se mover com gran-
• Transporte de gases;
de velocidade. Isso é explicado pelo mecanismo respiratório
• Transporte de nutrientes; desses organismos. Os insetos usam a respiração traqueal,
• Transporte de resíduos metabólicos; que leva o oxigênio diretamente aos tecidos por meio de tubos
A
4.1 A Circulação nos Invertebrados Coração
Como dito anteriormente, alguns animais não possuem
sistema circulatório, sendo classificados como avasculares.
Os grupos com ausência de sistema circulatório são os porí-
feros, cnidários, platelmintos e nematódeos. hemolinfa envolvendo
os órgãos
Os poríferos, por exemplo, apresentam canais que se co-
municam, pelos quais a água circula facilitando as trocas por
vaso vasos coração
difusão. Nos cnidários, como a hidra e as águas-vivas, a cavi- tubular
arterial laterais
dade gastrovascular funciona como sistema de distribuição. óstio
Em animais pseudocelomados, como o Ascaris lumbri-
coides, o líquido pseudocelomático que ocupa a cavidade
corporal auxilia a distribuição de substâncias por difusão,
impulsionado pelas contrações dos músculos longitudi-
nais, durante sua locomoção.
Em artrópodes, protocordados e em muitos moluscos
B Coração
ocorre um tipo de circulação em que o sangue, depois de
ser bombeado pelo coração, circula dentro de vasos san-
guíneos por curta distância, sendo em seguida despejado
dentro de cavidades ou lacunas entre os órgãos. Essas la-
cunas são chamadas de hemoceles, e a circulação desses
fluido
organismos recebe o nome de aberta ou lacunar. intersticial capilares
Os animais com sistema circulatório aberto têm, na maio-
ria das vezes, diversos corações que são partes dilatadas e
mais musculosas de vasos sanguíneos, que se contraem rit- vaso dorsal
micamente. Essas contrações assemelham-se aos movimen- principal
tos peristálticos observados no sistema digestório.
Devido à baixa concentração de células e, consequen-
temente, um predomínio da parte líquida, o sangue desses
animais é denominado hemolinfa.
corações auxiliares vaso ventral
A hemolinfa é capaz de transportar nutrientes, resí- principal
duos e hormônios, mas não é adequada para o transporte
Esquemas mostrando (A) a circulação aberta encontrada em
de gases. Assim, animais como moluscos e crustáceos, que
artrópodes e (B) a circulação fechada encontrada em anelídeos.
310
O coração dos peixes apresenta duas câmaras ou Ao passar por esses órgãos, o sangue perde velocida-
cavidades: um átrio e um ventrículo. O sangue contendo de, mas em vez de ser enviado ao corpo, ele volta ao cora-
gás carbônico, vindo de todas as partes do corpo, chega ção pelo átrio esquerdo. Em seguida, o sangue passa para o
a uma pequena câmara do átrio chamada de seio venoso. ventrículo, onde novamente é bombeado para o corpo.
Do átrio, o sangue passa para o ventrículo, que impulsio- A circulação dos anfíbios é classificada como dupla, já
na o sangue vigorosamente com suas paredes musculo- que o sangue passa duas vezes pelo coração em cada ciclo.
sas, pela artéria aorta ventral, que leva o sangue até as Os dois átrios despejam sangue no mesmo ventrículo,
brânquias. portanto ocorre mistura de sangue venoso com sangue arte-
A aorta se ramifica em quatro pares de vasos, indo um rial. Sendo assim, chamamos essa circulação de incompleta.
para cada brânquia. Esses vasos são chamados de arcos A circulação dupla permite que o sangue chegue com
aórticos. maior pressão aos tecidos, uma vez que é bombeado nova-
Os arcos aórticos se ramificam e originam os capilares mente após a perda de pressão nos órgãos respiratórios.
das brânquias. Entre os capilares e as brânquias, ocorrerá
a hematose, sendo em seguida o sangue recolhido pela ar- A mistura de sangue no ventrículo dos anfíbios
téria aorta dorsal e distribuído pelo corpo. não é total, pois o sangue venoso e o arterial não são
O sangue sai do coração sob alta pressão, mas depositados ao mesmo tempo no ventrículo. Além
quando passa pelas brânquias, parte dessa pressão disso, as paredes esponjosas do coração ajudam a
é perdida, permanecendo baixa no sangue, que segue separar parcialmente os dois tipos de sangue.
lentamente das brânquias para outras partes do corpo,
onde passará novamente por capilares. A cada contra-
ção do músculo cardíaco, o sangue atravessa duas re-
des de capilares.
A circulação dos peixes possui apenas um circui-
to; por isso é classificada como circulação simples.
Portanto, no coração dos peixes passa apenas sangue
venoso.
Em nenhum momento do circuito há mistura de sangue
arterial com o sangue venoso, sendo por isso chamada de Sistema circulatório dos anfíbios.
circulação completa.
311
Peixes Anfíbios
Sistema circulatório dos répteis.
Capilares branquiais Capilares pulmonares e cutâneo
Corpo Pulmões
AD AE
Circulação
AD AE Artéria Circulação pulmocutânea
branquial
VD VE VD VE
Ventrículo (V)
Forame A A
de Panizza Aurícula (A)
V
Esquema comparativo entre os corações dos répteis não crocodilia-
Dir. Esq.
nos e crocodilianos, respectivamente. Circulação Circulação
Veia sistêmica sistêmica
312
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 2. Dominar conceitos como: metabolismo e homeostase.
F1. (Udesc-SC)
(b) Homeostase
(e) Reprodução
Disponível em: <https://dicasdeciencias.com/2011/03/28/
garfield-saca-tudo-de-fisica/>. Acesso em: abr. 2016.
Objetivo 2. Dominar conceitos como: metabolismo e ho-
meostase. Garfield, um dos personagens da charge, construiu
sua fama devido ao fato de apresentar algumas ca-
F2. (UEL-PR) racterísticas, como, por exemplo, a disposição exces-
Leia a tirinha e responda à(s) questão(ões). siva de gordura corporal. Essa condição, na qual se in-
cluem os humanos, pode ser explicada pela ingestão
313
de alimentos em quantidades maiores do que aquelas (e) através de um coração rudimentar dividido em
que podem ser utilizadas pelo organismo para a ob- câmaras, das quais partem túbulos, chamados
tenção de energia. traqueias, que distribuem o sangue rico nesse
Com base nos conhecimentos sobre metabolismo, as- gás aos tecidos do corpo.
sinale a alternativa correta.
(a) A função do metabolismo é transformar molécu- Objetivo 6. Entender a importância evolutiva do desenvolvi-
las grandes e complexas em pequenas, simples mento de um sistema circulatório.
e solúveis, assim, o amido é convertido em áci-
F4. (UEL-PR)
dos graxos, as proteínas, em aminoácidos, e os
lipídios, em moléculas de glicose. Assinale a alternativa que indica corretamente os filos
de invertebrados que possuem sistema digestório com-
(b) As substâncias reguladoras, por possuírem a
pleto e o sistema circulatório do tipo aberto ou lacunar.
função de suprir as necessidades energéticas,
garantem um metabolismo normal e devem ser (a) Moluscos e anelídeos.
ingeridas em todas as refeições. (b) Cnidários e artrópodes.
(c) O catabolismo é a etapa na qual os nutrientes (c) Anelídeos e poríferos.
são assimilados e utilizados para formar novas
substâncias indispensáveis ao crescimento, à (d) Artrópodes e maioria dos moluscos.
manutenção e à regeneração do organismo. (e) Anelídeos e equinodermas.
(d) O anabolismo é a etapa na qual ocorre a quebra
de moléculas complexas em outras mais sim- Objetivo 8. Caracterizar a circulação dos diferentes grupos de
ples, com liberação de energia e eliminação de vertebrados.
substâncias de excreção.
F5. (UFRGS-RS)
(e) O pâncreas produz o glucagon, que age no fígado e
As figuras 1 e 2 representam, esquematicamente, os
estimula a glicogenólise, reação que transforma o
dois tipos de sistemas circulatórios apresentados pe-
glicogênio em glicose, e a insulina, que tem por fun-
los vertebrados. As setas indicam o trajeto percorri-
ção reduzir a concentração de glicose no sangue.
do pelo sangue em cada tipo de circulação. Com base
nas informações anteriores, assinale a alternativa
Objetivo 6. Entender a importância evolutiva do desenvolvi-
mento de um sistema circulatório. que apresenta, pela ordem, exemplo de um grupo de
vertebrados com o tipo de circulação representado na
F3. (Unesp-SP) figura 1 e outro com o tipo de circulação representado
Para voar, os insetos consomem muito oxigênio, em na figura 2.
consequência da elevada atividade muscular necessá-
ria para o movimento de suas asas. Para suprir a inten-
sa demanda, o oxigênio é levado às células musculares
(a) pelo sangue, através de um sistema cardiovas-
cular fechado, o que favorece um rápido aporte
desse gás aos tecidos.
(b) pelo sangue, através de um sistema cardiovas-
cular aberto, o que favorece um rápido aporte
desse gás aos tecidos.
(c) através de um sistema de túbulos denominado
traqueia, o qual leva o sangue rico nesse gás aos (a) anfíbios - aves.
tecidos musculares. (b) répteis - mamíferos.
(d) através de um conjunto de túbulos denominado (c) anfíbios - mamíferos.
traqueia, o qual transporta esse gás desde orifí-
(d) peixes - répteis.
cios externos até os tecidos, sem que o sangue
participe desse transporte. (e) mamíferos - peixes.
314
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Na relação apresentada na tirinha, o parasita e o hos-
E1. (UFRN-RN)
pedeiro são, respectivamente,
Dos animais a seguir, aquele que só realiza digestão
(a) aracnídeo e cetáceo.
intracelular é:
(b) ápode e bípede.
(a) a esponja.
(b) a hidra. (c) herbívoro e frugívoro.
E6. (UFJF-MG)
Os itens relacionam-se com o estômago de um rumi-
nante. Verifique qual das ordenações corresponde à
sequência correta do processo digestivo:
1. Pança ou rúmem.
2. Intestino.
Davies, J. Garfield de dieta. Porto Alegre: L&PM, 2006, p. 67.
(Adaptado.) 3. Abomaso ou coagulador.
315
4. Esôfago.
E9. (Udesc-SC)
5. Boca.
Imagine um animal cujo coração tem quatro cavida-
6. Folhoso ou ômaso. des. Assinale a alternativa que tem exemplos de ani-
mais com este tipo de coração.
7. Retículo ou barrete.
(a) sabiás – jararacas – rãs e salmões.
(a) 5 – 4 – 1 – 7 – 5 – 4 – 6 – 3 – 2.
(b) jacarés – pardais – cavalos e leões.
(b) 5 – 4 – 3 – 2 – 1 – 6 – 7 – 4 – 2.
(c) sapos – tainhas – tartarugas e hipopótamos.
(c) 5 – 4 – 7 – 1 – 5 – 1 – 3 – 6 – 2. (d) tigres – salamandras – cobras e bagres.
(d) 5 – 4 – 1 – 7 – 1 – 5 – 6 – 2 – 3. (e) gorilas – tubarões – lagartixas e golfinhos.
(e) 5 – 4 – 1 – 6 – 7 – 1 – 5 – 3 – 2.
E10. (Unioeste-PR-Adaptado)
A digestão é um processo fisiológico a partir do qual
E7. (Fuvest-SP)
os alimentos são reduzidos a pequenas partículas ab-
Qual das alternativas distingue organismos heterotró- sorvíveis e disponíveis para a utilização metabólica.
ficos de organismos autotróficos? Considerando-se o processo da digestão e a estrutura
(a) Somente organismos heterotróficos necessitam do sistema digestório dos organismos, é correto afir-
de substâncias químicas do ambiente. mar que
(a) a digestão intracelular ocorre totalmente no inte-
(b) Somente organismos heterotróficos fazem res- rior da célula e o alimento fica armazenado em
piração celular. vacúolos digestivos, repletos de enzimas. Este
tipo de digestão é exclusivo dos organismos uni-
(c) Somente organismos heterotróficos possuem
celulares tais como bactérias e protozoários.
mitocôndrias.
(b) em alguns animais, por exemplo, poríferos e cnidá-
(d) Somente organismos autotróficos podem viver rios, o alimento é parcialmente digerido no meio ex-
com nutrientes inteiramente inorgânicos. tracelular e depois o processo é finalizado no inte-
rior das células que revestem a cavidade digestiva.
(e) Somente organismos autotróficos não requerem
gás oxigênio. (c) o sistema digestório é dito incompleto quando
ele possui apenas uma abertura que se comunica
com o meio externo através da qual os alimentos
E8. (UFPR-PR)
são captados e os restos não digeridos são elimi-
A parede celular das plantas é a principal fonte de nados. Ocorrem em cnidários e platelmintos.
energia dos consumidores na biosfera e alimento es-
(d) os animais ruminantes são caracterizados pela
sencial para muitos insetos. Diversas hipóteses têm presença de estômago monogástrico.
surgido para explicar a capacidade dos insetos em
(e) o papo, uma dilatação do tubo digestivo, cuja fun-
digeri-la. Uma delas propõe que esta digestão seria
ção é umedecer e armazenar temporariamente o
possível pela existência de simbiose com protistas e alimento ingerido, é exclusivo e característico do
bactérias. Uma segunda hipótese postula que insetos sistema digestório das aves.
têm a capacidade de produzir enzimas responsáveis
pela digestão da parede celular. E11. (FCM-MG)
(a) Qual o componente mais abundante da parede Em animais herbívoros ruminantes, a obtenção de
celular das plantas? glicose dos alimentos se torna mais viável, desde que:
(b) Qual das duas hipóteses apresentadas no texto é (a) haja bastante água no tubo digestório para amole-
cer o alimento antes da digestão propriamente dita.
válida para mamíferos herbívoros?
(b) bactérias e protozoários que vivem em seus es-
(c) De que maneira a análise do genoma de um inseto tômagos produzam enzimas para a digestão de
poderia contribuir para testar a segunda hipótese? celulose.
316
(c) o peristaltismo dos diversos compartimentos (a) I – bem-te-vi; II – truta; III – crocodilo; IV – ho-
gástricos triture corretamente os componentes mem; V - rã.
do bolo alimentar.
(b) I – foca; II – sardinha; III – jacaré; IV – pato; V - sapo.
(d) a saliva durante a ruminação contenha abun-
(c) I – sabiá; II – salmão; III – rã; IV – boi; V - jabuti.
dante amilase.
(e) os ácidos graxos sejam convenientemente dige- (d) I – pardal; II – baleia; III – tartaruga; IV – onça;
ridos ao nível intestinal. V - girino.
(c) O coração dos répteis tem dois átrios e um ven- (a) consegue obter seus nutrientes por absorção,
trículo, não ocorrendo mistura do sangue venoso após a realização da digestão extracorpórea.
com o sangue arterial. (b) é autotrófico, dependente da luz para conseguir
(d) O coração dos répteis é igual ao das aves, ocor- produzir sua própria matéria orgânica.
rendo em ambos mistura do sangue venoso com
(c) são organismos heterótrofos, que obtêm o ali-
sangue arterial.
mento por ingestão.
(e) O coração dos mamíferos apresenta dois átrios e
dois ventrículos, parcialmente separados, ocor- (d) realiza processos de anabolismo, para a produção
rendo mistura do sangue venoso com o sangue do alimento e catabolismo para liberar energia.
arterial em pequena escala. (e) consegue obter seus nutrientes por ingestão.
E13. (UFPR-PR)
E15. (UFRGS-RS)
Considere a tabela abaixo, com informações sobre o
A expressão popular “estômago de avestruz” é utilizada
sistema circulatório de vertebrados. Assinale a al-
para definir pessoas que comem de tudo e não enfren-
ternativa com a sequência correta de animais a que
tam problemas digestivos com isso.
corresponderiam as características indicadas de I a V.
Sobre o processo alimentar das aves, assinale a afirma-
Coração Circulação
ção correta.
Dois átrios e dois ven- Dupla e completa, com aor-
I (a) O alimento ingerido passa direto ao estômago
trículos. ta curvada para a direita.
Um átrio e um ventrí- químico.
II Simples e completa.
culo. (b) As enzimas digestivas começam a agir no papo.
Dois átrios e dois
(c) A moela tem uma ação mecânica que tritura o
III ventrículos, aorta com Dupla e incompleta.
alimento ingerido.
Forame de Panizza.
Dois átrios e dois ven- Dupla e completa, com aor- (d) Algumas espécies regurgitam o conteúdo da
IV
trículos. ta curvada para a esquerda. moela para alimentar os filhotes.
Dois átrios e um ven- (e) A dieta alimentar inclui somente animais como
V Dupla e incompleta.
trículo trabeculado. insetos e vertebrados.
317
(d) A organização anatômica do coração de répteis (a) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
e aves impede a mistura do sangue venoso com (b) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
o arterial.
(c) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
(e) o coração das aves e dos mamíferos apresenta qua-
tro cavidades (dois átrios e dois ventrículos) e ocor- (d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
re a mistura de sangue arterial com sangue venoso. (e) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
318
A A
V Aorta
A
V V
Aorta
319
C
FOLHA AZ
moléculas. Após determinada refeição, completadas
1. (PUC-MG)
a digestão e a absorção, o nutriente majoritariamen-
As figuras mostram sistemas digestivos monogás- te absorvido foi a glicose. É correto afirmar que essa
tricos e poligástricos de alguns mamíferos. Sobre o refeição estava constituída de
sistema digestivo e a dieta desses animais, assinale a
(a) contrafilé na brasa.
alternativa incorreta.
(b) camarão na chapa.
De mão e contramão.
abomaso FERNANDES, Millôr. Veja, 04.04.2012.
retículo
No contexto da biologia, os versos de Millôr Fernan-
(a) No sistema monogástrico, a fermentação ocorre des, falecido em 2012, podem ser usados para ilus-
no ceco aumentado e no intestino grosso. trar, de maneira poética, as características de um sis-
tema circulatório em que os sangues arterial e venoso
(b) No sistema digástrico, o alimento passa através
seguem fluxos distintos, sem se misturarem.
das quatro câmeras do estômago.
Nessas condições, o protagonista desses versos po-
(c) Nos dois sistemas, os animais são considerados
deria ser
ruminantes.
(a) uma ave ou um peixe.
(d) Vegetais constituem a base alimentar dos ani-
mais representados. (b) um réptil ou um mamífero.
320
4. (Enem) Colesterol
Alimento
Cru Cozido
Arroz e feijão formam um “par perfeito”, pois forne-
cem energia, aminoácidos e diversos nutrientes. O que Carne de frango (bran-
58 75
ca) sem pele
falta em um deles pode ser encontrado no outro. Por
exemplo, o arroz é pobre no aminoácido lisina, que é Carne de frango
80 124
(escura) sem pele
encontrado em abundância no feijão, e o aminoácido
metionina é abundante no arroz e pouco encontrado Pele de frango 104 139
no feijão. A tabela seguinte apresenta informações Carne suína (bisteca) 49 97
nutricionais desses dois alimentos. Carne suína (toucinho) 54 56
Carne bovina
Arroz Feijão 51 66
(contrafilé)
(1 colher de (1 colher de Carne bovina
sopa) sopa) 52 67
(músculo)
Calorias 41 kcal 58 kcal Revista ProTeste, n. 54, dez. 2006. (Adaptado.)
321
7. (PUC-RJ) 9. (Fuvest-SP)
A água, por ter um alto calor específico, é um elemen- Na história evolutiva dos metazoários, o processo
to importante para a regulação da temperatura corpo- digestivo
ral em todos os chamados animais de sangue quente. (a) é intracelular, com hidrólise enzimática de mo-
A quantidade de água necessária para a manutenção léculas de grande tamanho, a partir dos equino-
da estabilidade da temperatura corporal varia, basi- dermas.
camente, em função de dois processos: a sudorese e
(b) é extracelular, já nos poríferos, passando a com-
a produção de urina. Assinale a opção que aponta cor-
pletamente intracelular, a partir dos artrópodes.
retamente como funciona esse controle.
(a) Quando há aumento da temperatura ambiente (c) é completamente extracelular nos vertebrados,
o indivíduo produz menor quantidade de suor e o que os distingue dos demais grupos de ani-
menor quantidade de urina. mais.
(b) Quando há aumento da temperatura ambiente, (d) passa de intracelular a completamente extrace-
o indivíduo produz maior quantidade de suor e lular, a partir dos nematelmintos.
maior quantidade de urina. (e) passa de completamente extracelular a comple-
(c) Quando há diminuição da temperatura ambiente, tamente intracelular, a partir dos anelídeos.
o indivíduo produz menor quantidade de suor e
maior quantidade de urina. 10. (UFRGS-RS)
(d) Quando há diminuição da temperatura ambiente, Observe os esquemas abaixo que representam siste-
o indivíduo produz maior quantidade de suor e mas circulatórios de vertebrados.
menor quantidade de urina. A
(e) Quando há diminuição da temperatura ambiente,
o indivíduo produz maior quantidade de suor e
maior quantidade de urina. Troca de Tecidos
Gases
8. (Fuvest-SP)
O esquema representa, de maneira simplificada, a cir-
culação sanguínea em peixes. CORAÇÃO
Brânquias
B
Ventrículo
Coração
Troca de
Átrio Gases Tecidos
Átrio
Esquerdo
Tecidos
do copo Átrio
Direito
Pode-se afirmar corretamente que, nos peixes,
Em relação aos dois esquemas, considere as seguin-
(a) o coração recebe somente sangue pobre em tes afirmações.
oxigênio.
I. O vertebrado do esquema A possui brânquias; o
(b) ocorre mistura de sangue pobre e de sangue rico do B, pulmões.
em oxigênio, como nos répteis.
II. O esquema A representa circulação simples; o B,
(c) o sangue mantém constante a concentração de
circulação dupla.
gases ao longo do percurso.
III. O esquema A é característico de anfíbios.
(d) a circulação é dupla, como ocorre em todos os
demais vertebrados. Quais estão corretas?
(e) o sistema circulatório é aberto, pois o sangue (a) Apenas I. (c) Apenas I e II.
tem contato direto com as brânquias. (b) Apenas III. (d) Apenas II e III.
322
GABARITO
A
E1. A compostos orgânicos essen- suem circulação fechada,
E2. A ciais para manter seu metabo- dupla e incompleta. O san-
lismo. gue arterial (rico em oxigênio)
E3. E mistura-se com sangue ve-
b) Abomaso (coagulador). Nesse
E4. A local há secreção do suco gás- noso (rico em gás carbônico).
E5. C trico, rico em enzimas e ácido Os anfíbios possuem coração
E6. A clorídrico. O principal papel é com três cavidades, enquanto
digerir as proteínas pela enzi- que o coração dos répteis tem
E7. D três ou quatro cavidades. Aves
ma pepsina.
E8. e mamíferos possuem circula-
E17. D ção fechada, dupla e completa.
a) O componente orgânico mais
abundante na parede celular E18. B O sangue venoso não se mistu-
das plantas é o polissacarídeo E19. E ra com o sangue arterial. O co-
celulose. E20. A ração desses animais possui
quatro cavidades (dois átrios e
b) Mamíferos herbívoros vivem E21. 02 + 08 = 10 dois ventrículos). A tendência
em mutualismo com bactérias E22. evolutiva é a separação com-
e protozoários capazes de di- pleta entre sangue venoso e
gerir a celulose dos vegetais a) O número 1 representa as
brânquias e o número 2 re- sangue arterial.
ingeridos por esses animais.
presenta os pulmões. O orga- E24. O coração dos anfíbios adultos
c) A análise do genoma de um in- nismo X pode ser um peixe e o é formado por 3 câmaras: 2
seto pode indicar se ele possui organismo Y pode ser uma ave átrios e 1 ventrículo. A circu-
genes que codificam enzimas ou um mamífero. lação desses animais é incom-
que quebrem a celulose. pleta porque ocorre mistura
b) Maior disponibilidade de oxi-
E9. B gênio e, consequentemente, de sangue arterial e venoso no
E10. C aquisição de níveis metabóli- único ventrículo. Isso contribui
E11. B cos mais elevados. para o fato de os anfíbios se-
rem animais ectotérmicos. Em
E12. B E23. mamíferos, o coração é tetra-
E13. A a) Os cnidários são animais cavitário e formado por 2 átrios
E14. A aquáticos, cujas células reali- e 2 ventrículos completamente
zam trocas de gases e excre- separados por um septo mus-
E15. C ção diretamente com o meio culoso. A circulação é dupla e
E16. externo por difusão. completamente separada, sem
a) O principal papel dos micror- b) O sangue circula sob baixa mistura de sangue arterial e
ganismos é digerir a celulose pres são, de forma venoso. Dessa forma, o sangue
através da celulase que pro- mais lenta, causando uma me- arterial que chega aos tecidos
duzem, digerir/degradar pro- nor nutrição e oxigenação dos é rico em oxigênio, fato que
teínas vegetais (fibras). Os ru- tecidos. Todos os moluscos, contribui, decisivamente, para
minantes emagrecem porque exceto a classe cefalópode, e a manutenção da endotermia.
os antibióticos podem eliminar os artrópodes possuem siste- E25. C
as bactérias (microrganismos) ma circulatório aberto.
do estômago e sem elas não c) Os peixes possuem circulação
haverá a digestão de celulo- fechada e simples. O coração
se (comprometimento da di- dos peixes tem duas cavidades
gestão ou no fornecimento de (um átrio e um ventrículo), por
energia e nutrientes etc.) e o onde passa apenas sangue ve-
animal não consegue obter os noso. Os anfíbios e répteis pos-
323
D
Microvilosidades Boca
Vilosidades
Células que
C Glândula sublingual
Serosa
A absorvem
nutrientes
Glândula submandibular
Esôfago
Camadas Cavidade Vaso
musculares intestinal linfático
Submucosa Dobras
intestinais B
Mucosa
Fígado
Vesícula biliar
Estômago
Pâncreas
(A) Organização da parede intestinal Intestino delgado
(B) Detalhe das dobras da mucosa intestinal
(C) Detalhe das vilosidades intestinais Intestino grosso
(D) Células intestinais mostrando microvilosidades
Apêndice
A parede do trato gastrintestinal é formada por quatro ca- Reto
madas de tecido. Da mais interna para a mais externa, temos: Ânus
• Túnica mucosa: formada por uma camada de tecido
epitelial que entra em contato direto com o conteú-
do do tubo digestório e uma camada fina de tecido
muscular liso que forma pregas, responsáveis pelo
aumento da superfície digestiva. Esquema ilustrativo do sistema digestório humano.
324
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perfuram e rasgam, e os molares trituram os alimentos.
A língua – um órgão muscular dotado de grande mobi-
lidade e possuidor de corpúsculos sensoriais que captam
o sabor – manipula o alimento, misturando-o à saliva. São
funções da língua o sentido do paladar, a insalivação dos
alimentos, auxiliar na deglutição e na fonação. Na língua en-
contramos as papilas gustativas, com as quais percebemos
sabores básicos: salgado, amargo, azedo, doce e umami.
A saliva é secretada pelas glândulas parótidas, subma-
xilares e sublinguais e por inúmeras pequenas glândulas
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325
Outras enzimas
O estômago secreta outras enzimas em
menor quantidade que têm importância quase
nula em indivíduos adultos. Entre elas temos a
lipase gástrica, que realiza o início da digestão
Peristaltismo do esôfago e o transporte do alimento. de lipídios, e a renina, que coagula as proteínas
presentes no leite (caseína), facilitando a ação
1.1.2 Modificações do alimento no estômago da pepsina. Esta se mostra especialmente im-
BOLO ALIMENTAR → QUIMO – Processo de quimificação: portante nos primeiros meses de vida dos ma-
O esôfago mostra-se como um canal longo, percorre míferos, quando o leite materno representa a
verticalmente o tórax, atravessa o diafragma e vai abrir-se principal fonte energética.
no estômago. Entre o estômago e o esôfago existe a válvula
326
327
328
• Aminopeptidases, dipeptidases e tripeptidases: dão O intestino delgado absorve cerca de 90% da água inge-
sequência à digestão das proteínas, transformando rida; os outros 10% são reabsorvidos pelo intestino grosso.
oligopeptídeos em aminoácidos; O cólon é a parte mais ativa na absorção de água. Ele tam-
• Lipases: aparecem em menor quantidade. Quebram bém absorve sais minerais. Não há absorção de nutrientes
lipídios em glicerol, ácidos graxos e monoglicerídeos; (glicose, aminoácidos, lipídios etc) no intestino grosso.
• Nucleotidases: hidrolisam nucleotídeos, separando seus O intestino grosso tem glândulas que lubrificam e auxi-
componentes – pentose, fosfato e bases nitrogenadas. liam a saída das fezes pelo reto. Algumas bactérias vivem no
intestino grosso e produzem vitaminas importantes para o
homem, como a vitamina K, a biotina e o ácido fólico. Além dis-
Regulação do apetite
so, essas bactérias compõem a microbiota intestinal, que im-
A vontade de comer é um dos desejos instinti- pede o crescimento de bactérias patogênicas por competição.
vos mais importantes para a sobrevivência. Um dos
estímulos para o apetite é a liberação do hormônio
grelina (conhecido como “hormônio da fome”), secre-
Cólon Estômago
tado principalmente pelo estômago. Já a inibição é transverso
controlada pelo hormônio leptina, secretado pelos
Cólon
adipócitos. Ambos atuam no hipotálamo. descendente
Cólon
ascendente
Após o processo de digestão, o alimento se transfor- Intestino
delgado
mou em um líquido branco denominado quilo. As vilosida-
Ceco
des e microvilosidades do intestino delgado aumentam a
superfície de absorção. As moléculas simples (Ex: aminoá- Sigmoide
cidos e monossacarídeos) são absorvidas pela parede in- Reto
testinal e lançadas no sangue. As gorduras agrupam-se no Apêndice Ânus
interior das células intestinais, onde são envelopadas em
pequenas gotículas denominadas quilomícrons, que serão
absorvidas para a corrente linfática e posteriormente de-
volvidas para a circulação sanguínea.
Momento NERD
A importância do apêndice
Doença celíaca
O apêndice cecal do ser humano é uma bolsa rudimen-
Algumas pessoas possuem predisposição gené- tar estreita e alongada, que não participa do processo
tica para a doença celíaca, causada por uma reação digestivo. Além de ser “dispensável” do ponto de vista
do organismo ao glúten, proteína presente no trigo anatômico, pode causar danos graves durante proces-
e em outros cereais como a cevada. Os sintomas in- sos inflamatórios (apendicite). Então por que essa es-
cluem problemas gastrointestinais como diarreia, trutura está presente em nosso intestino grosso?
distensão abdominal, má absorção intestinal e per- Em um outro cenário, o de mamíferos herbívoros como
da de apetite. O diagnóstico é feito após análise dos os coelhos por exemplo, o apêndice é bem desenvolvi-
anticorpos do sangue e biópsia do intestino. Alguns do e tem a importante função de acumular microrga-
exames genéticos podem apoiar o diagnóstico. Entre- nismos relacionados à digestão da celulose.
Dessa forma, o nosso apêndice é considerado um ór-
tanto, em muitos celíacos, o exame aos anticorpos é
gão vestigial. Esta é uma denominação para estrutu-
negativo e muitos indivíduos apresentam pequenas
ras de tamanho reduzido (às vezes atrofiadas) e com
alterações intestinais com vilosidades normais.
pouca ou nenhuma função em uma determinada espé-
O único tratamento possível é a restrição de cie, mas que em outros organismos são proporcional-
glúten da dieta. mente grandes e funcionais.
Os órgãos vestigiais são sinais claros de parentesco
entre as espécies. A importância do apêndice para os
1.1.4 O intestino grosso e a formação das fezes humanos na verdade está relacionada ao processo evo-
lutivo e deve ser interpretada em escala temporal: é um
O intestino grosso é formado de três partes: ceco, có-
remanescente histórico de estruturas que contribuíram
lon e reto. Encontramos no ceco uma projeção denominada
muito para a sobrevivência dos nossos ancestrais.
apêndice. Nos herbívoros, o apêndice é bem desenvolvido e
funcional. O apêndice humano é bem reduzido.
329
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 4. Descrever as etapas do processo absortivo dos di-
versos nutrientes.
F1. (Fuvest-SP)
Qual cirurgia comprometeria mais a função do siste-
ma digestório e por quê: a remoção dos vinte e cinco
centímetros iniciais do intestino delgado (duodeno) ou a
remoção de igual porção do início do intestino grosso? 3
(a) A remoção do duodeno seria mais drástica, pois 2
4
nele ocorre a maior parte da digestão intestinal. 1
5
(b) A remoção do duodeno seria mais drástica, pois
nele ocorre a absorção de toda a água de que o
organismo necessita para sobreviver.
(c) A remoção do intestino grosso seria mais drás-
tica, pois nele ocorre a maior parte da absorção
dos produtos do processo digestivo.
Local onde se inicia a digestão enzimática das proteí-
(d) A remoção do intestino grosso seria mais drás-
nas que ingerimos como alimento está identificado
tica, pois nele ocorre a absorção de toda a água
pelo número
de que o organismo necessita para sobreviver.
(a) 1 (d) 4
(e) As duas remoções seriam igualmente drásti-
cas, pois, tanto no duodeno quanto no intestino (b) 2 (e) 5
grosso, ocorrem digestão e absorção de nu- (c) 3
trientes e de água.
Objetivo 2. Citar as principais enzimas hidrolíticas envolvidas,
Objetivo 1. Compreender as etapas do processo de digestão bem como seus substratos e locais de produção.
humana.
F4. (Uerj-RJ)
F2. (Fuvest-SP)
A atividade das enzimas no organismo humano varia
Em qual das alternativas abaixo as três funções men-
em função do pH do meio.
cionadas são realizadas pelo fígado?
(a) Armazenar glicose na forma de glicogênio, Observe o gráfico:
transformar amônia em ureia, produzir bile. 15
atividade enzimática
330
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
de gordura. Sobre o processo de digestão dos alimen-
E1. (UPM-SP)
tos apresentados, considere as seguintes afirmativas:
Local Enzima Substrato 1. A carne é digerida principalmente pela pepsina,
Glândula salivar Ptialina A no estômago, e depois pela tripsina, no duodeno.
Estômago B Proteína 2. A celulose proveniente das folhas verdes é di-
Pâncreas C Amido gerida pela boca, originando glicose e maltose.
(d) promover a secreção de lipases. (d) bile é produzida pela vesícula biliar e atua na
(e) estimular o trânsito intestinal dos lipídios. emulsificação de lipídeos, facilitando a ação de
lipases.
E3. (UFPR-PR) (e) superfície interna do jejunoíleo apresenta do-
Seja uma refeição composta de arroz, salada de folhas bras (vilosidades) para facilitar a absorção de
verdes e um pedaço de carne com uma grande camada nutrientes.
331
E6. (Uerj-RJ)
A bile, secretada pelo fígado e armazenada pela ve-
sícula biliar, faz parte do processo de digestão de ali-
mentos em seres humanos.
Cite o tipo de alimento sobre o qual a bile age e a en-
zima que o digere. Em seguida, explique como a bile 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
facilita a ação dessa enzima. Ácido pH Básico
enzima B
8 Quais estão corretas?
6 (a) Apenas I. (d) Apenas II e III.
4 (b) Apenas II. (e) I, II e III.
2 (c) Apenas I e III.
0
0 2 4 6 8 10 12
pH E10. (FTESM-RJ)
Uma pessoa que tenha passado por uma cirurgia para
Faça o que se pede. a retirada da vesícula biliar recebe a recomendação
(a) Qual é o local de atuação da enzima A? Justifique. de evitar comidas gordurosas pois
332
(a) a vesícula biliar armazena e libera a bile que (a) I corresponde à atividade da pepsina, que é a
apresenta lípases. principal enzima do suco pancreático; II corres-
(b) a parede interna da vesícula biliar produz enzi- ponde à atividade da ptialina, que inicia a diges-
mas que digerem lipídeos. tão do amido e do glicogênio na boca; III corres-
ponde à atividade da tripsina, que é a principal
(c) a vesícula biliar controla a secreção da bile cujos
enzima do suco gástrico.
sais biliares digerem lipídeos.
(b) I corresponde à atividade da pepsina, que é a
(d) sem o controle de secreção da bile a ação da lí-
principal enzima do suco gástrico; II correspon-
pase pancreática torna-se pouco eficiente.
de à atividade da ptialina, que inicia a digestão
(e) a remoção da vesícula biliar suprime a produção do amido e do glicogênio na boca; III correspon-
da bile. de à atividade da tripsina, que é produzida pelo
pâncreas e age no intestino delgado.
E11. (Acafe-SC-Adaptado)
(c) I corresponde à atividade da ptialina, que é a
A digestão é o conjunto de processos pelos quais os ali- principal enzima do suco gástrico; II correspon-
mentos são quebrados e transformados em substâncias de à atividade da pepsina, que inicia a digestão
assimiláveis pelas células. Costuma ser dividida em: diges- do amido e do glicogênio na boca; III correspon-
tão mecânica, que consiste na trituração dos alimentos, e de à atividade da tripsina, que é produzida pelo
digestão química, que é a quebra das moléculas orgânicas pâncreas e age no intestino delgado.
por ação de enzimas hidrolíticas. Todas as etapas da diges- (d) I corresponde à atividade da tripsina, que é a
tão química descritas a seguir estão corretas, exceto a: principal enzima do suco gástrico; II correspon-
(a) a amilase salivar, também chamada de ptialina, de à atividade da pepsina, que inicia a digestão
está presente na saliva, e atua sobre as grandes do amido e do glicogênio na boca; III correspon-
moléculas de amido e de glicogênio do alimento. de à atividade da ptialina, que é produzida pelo
(b) as carboidrases, como a lactase e sacarase, são pâncreas e age no intestino delgado.
enzimas presentes na bile e que atuam princi- (e) I corresponde à atividade da pepsina, que é a
palmente na primeira porção do intestino delga- principal enzima salivar; II corresponde à ati-
do. São produzidas pelo fígado. vidade da ptialina, que é a principal enzima do
suco gástrico; III corresponde à atividade da
(c) a pepsina é a principal enzima ativa no suco gás-
tripsina, que é produzida pelo pâncreas e age no
trico, digere proteínas quebrando as ligações
intestino delgado.
peptídicas entre certos aminoácidos. É produzida
por glândulas presentes na parede estomacal.
E13. (UEPG-PR-Adaptado)
(d) a lípase está presente no suco pancreático, digere O papel da digestão é transformar as moléculas
lipídios,transformando-os em ácidos graxos e gli- grandes e complexas dos alimentos em moléculas
cerol. É produzida no pâncreas e atua no duodeno. pequenas, simples e solúveis. Depois de algumas
modificações, os nutrientes são distribuídos por todo
E12. (PUC-RJ) o organismo, através do sangue e da linfa. Sobre as
O gráfico abaixo mostra a atividade de algumas enzimas enzimas digestivas, indique a soma da(s) proposi-
digestivas humanas em diferentes valores de pH. Com ção(ões) correta(s).
base nessa informação, assinale a afirmativa correta com (01) O amido começa a ser digerido já na boca, sob a
relação às enzimas que estão atuando nas curvas I, II e III. ação da amilase presente na saliva, e a digestão
I II III prossegue no duodeno, sob a ação da amilase,
também presente no suco pancreático. O produ-
atividade enzimática
333
da bile, que, atuando na digestão das gorduras, Ao reagir com o iodo, o amido assume coloração azula-
formará glicerol e ácidos graxos. da. Identifique o único tubo de ensaio que não apresen-
(04) Ao sair do estômago, o quimo acidificado estimula tará tal coloração e justifique sua resposta em função
a parede do duodeno a produzir o hormônio secre- das duas condições experimentais empregadas.
tina. A secretina é levada pelo sangue ao pâncreas,
estimulando-o a liberar o suco pancreático no duo- E16. (Uerj-RJ)
deno. Estão presentes no suco gástrico as enzimas Lipases são enzimas relacionadas à digestão dos lipí-
sacarase, lactase e maltase, que obtêm glicose, dios, nutrientes que, em excesso, levam ao aumento da
frutose e galactose dos alimentos ingeridos. massa corporal. Certos medicamentos para combate à
obesidade agem inibindo essas enzimas. Assim, como
(08) A chegada do alimento ao estômago faz com que
não há digestão de parte da gordura ingerida, há menor
as células da sua mucosa produzam um hormô-
absorção desses nutrientes, contribuindo para o con-
nio, a gastrina, que é levada por via sanguínea às
trole do peso. Com base nessas informações, conclui-
glândulas gástricas, estimulando-as a produzir
-se que tais medicamentos agem principalmente sobre
suco gástrico. Estão presentes no suco gástrico
as enzimas produzidas pelo seguinte órgão:
o ácido clorídrico e a enzima pepsina, que atua,
na digestão de proteínas. (a) fígado
(b) jejuno
E14. (Uerj-RJ)
(c) pâncreas
Durante a digestão, o alimento é transportado ao lon-
(d) estômago
go do tubo digestório por meio de contrações invo-
luntárias denominadas peristaltismo, o que impede o
E17. (UEM-PR-Adaptado)
refluxo do alimento. Para tanto, essas contrações são
mantidas até a chegada do alimento ao intestino del- Durante uma refeição constituída de arroz, feijão, car-
gado, onde diminuem de intensidade. ne assada com batatas e salada verde, um vestibulan-
do aproveitou para revisar o processo da digestão em
Aponte duas consequências da redução do peristaltis-
seu próprio organismo. Sobre o processo de digestão,
mo no intestino delgado que favorecem a digestão e
absorção dos alimentos. indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
(01) Após a mastigação e a ação da amilase salivar
E15. (Uerj-RJ) (ptialina), o alimento, sob a forma de bolo alimen-
Um laboratório analisou algumas reações ocorridas tar, é deglutido e transportado para o estômago.
durante o processo de digestão do amido em seres (02) O nervo vago estimula a produção da enzima
humanos. Para isso, foram utilizados quatro tubos de gastrina no estômago, a qual atuará na digestão
ensaio, cada um contendo pequena concentração de da proteína da carne.
amido, igual a 0,05 mg/mL e excesso de enzima di-
(04) A digestão se inicia na boca, onde a amilase sa-
gestiva em relação a esse substrato. O experimento
livar (ptialina) desdobra o amido em moléculas
consistia em adicionar uma gota de solução de iodo
menores.
a cada um dos tubos de ensaio. Observe, abaixo, as
condições experimentais empregadas: (08) Quando o quimo ácido chega ao estômago, ocorre
a secreção dos hormônios bilirrubina e colecis-
1 2 3 4
tocinina, que promovem a liberação da bile e da
tripsina.
(16) Na última etapa da digestão, os aminoácidos, a
glicose, a frutose e a galactose são absorvidos
pelos capilares sanguíneos, e os lipídios são lan-
çados nos vasos linfáticos.
temperatura 37ºC 100ºC –1ºC 0ºC
pH neutro neutro neutro 3
E18. (FGV-SP)
Cite o nome de uma enzima, encontrada no tubo di- A tabela a seguir apresenta, na primeira coluna, qua-
gestório humano, que poderia ser utilizada no experi- tro substâncias do sistema digestório humano e, na
mento para hidrolisar o amido. segunda coluna, as funções dessas substâncias.
334
E19. (UFPR-PR)
Enzimas
I A lesão terá como consequência
II
III (a) a redução da absorção de água sem diminuição
IV da massa corpórea.
(b) o aumento da absorção de água, porém sem
pH
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 efeito sobre a massa corpórea.
Velocidade da reação
335
Enzimas pancreáticas
Secreções Enzima Enzima Secreção
Enzima I Enzimas Enzima IV
grupos salivar gástrica hepática
II e III
1 + - + - - -
2 - + - + - -
3 - - - - + +
(a) Indique o tipo de alimento ingerido pelo grupo 1 e o tipo ingerido pelo grupo 2. Explique por que, na digestão do alimento
do grupo 1, não foram secretadas as mesmas enzimas secretadas pelos indivíduos do grupo 2.
(b) Qual é a relação entre a secreção hepática e a secreção pancreática na digestão do alimento ingerido pelo
grupo 3?
C
FOLHA AZ
1. (PUC-RJ) 3. (Fuvest-SP)
As condições de acidez dos sucos presentes no siste- A ingestão de alimentos gordurosos estimula a con-
ma digestório humano variam de acordo com as dife- tração da vesícula biliar. A bile, liberada no
rentes partes do tubo digestório. Assim, em relação ao (a) estômago, contém enzimas que digerem lipídeos.
pH, podemos afirmar que
(b) estômago, contém ácidos que facilitam a diges-
(a) na boca é ácido e lá ocorre principalmente a di-
tão dos lipídeos.
gestão de amido.
(c) fígado, contém enzimas que facilitam a digestão
(b) na boca é neutro e lá ocorre principalmente a di-
dos lipídeos.
gestão de gordura.
(d) duodeno, contém enzimas que digerem lipídeos.
(c) no estômago é ácido e lá ocorre principalmente
a digestão de proteínas. (e) duodeno, contém ácidos que facilitam a diges-
tão dos lipídeos.
(d) no intestino é neutro e lá não ocorre nenhum tipo
de digestão enzimática.
4. (Enem)
(e) no estômago é básico e lá ocorre principalmente A digestão de carboidratos inicia-se na boca pela
a digestão de proteínas. ação da enzima amilase salivar ou ptialina. O pH de
atuação dessa enzima é entre 6 e 7. Ela atua sobre
2. (UFRGS-RS)
as moléculas de amido e de glicogênio do alimento,
Em relação às diferentes regiões do sistema diges- quebrando em partículas menores denominadas dex-
tório humano e o seu funcionamento, é correto afir- trinas, que se transformam em maltose. No intestino
mar que delgado, num pH em torno de 8 a 8,5, a enzima amila-
(a) a ptialina é produzida e secretada pelas glându- se pancreática ou amilopsina digere também o amido
las salivares da boca. e glicogênio restante, transformando-os em maltose.
(b) a digestão das proteínas inicia com a libera- Nesse mesmo pH, as enzimas, genericamente deno-
ção de ácido clorídrico e pepsina no intestino minadas carboidrases, terminam a digestão dos car-
delgado. boidratos. Atuam na digestão de dissacarídeos como
a maltose (maltase), lactose (lactase) e sacarose (sa-
(c) a bile é a enzima digestiva que atua no estômago
carase), transformando-os em monossacarídeos que
para a formação do quimo.
podem ser absorvidos no intestino.
(d) a vesícula biliar armazena substâncias produzi- Essas enzimas tem a sua temperatura ótima de atua-
das pelo pâncreas. ção na faixa de temperatura normal do corpo huma-
(e) o intestino grosso apresenta vilosidades que au- no. Com relação as propriedades químicas e biológi-
mentam a absorção de nutrientes. cas das enzimas, e correto afirmar que:
336
(a) no pH ácido, atuam tanto a ptialina como a maltase. ver a enzima age em algum deles.
(b) a atuação desses biocatalisadores independe do O tubo de ensaio em que a enzima deve agir para in-
pH e da temperatura. dicar que a hipótese do pesquisador está correta é
(c) a enzima liberada pelo pâncreas atua melhor em aquele que contém
pH neutro. (a) cubo de batata em solução com pH 9.
(d) no pH mais próximo da neutralidade atua a ami- (b) pedaço de carne em solução com pH 5.
lase salivar. (c) clara de ovo cozida em solução com pH 9.
(e) a enzima amilase não será destruída no estoma- (d) porção de macarrão em solução com pH 5.
go devido ao pH. (e) bolinha de manteiga em solução com pH 9.
5. (Enem) 7. (UFPR-PR)
Para explicar a absorção de nutrientes, bem como a A ocorrência de razoável quantidade de guerras e
função das microvilosidades das membranas das célu- guerrilhas no mundo atual é bastante preocupante,
las que revestem as paredes internas do intestino del- especialmente quando se considera a possibilidade
gado, um estudante realizou o seguinte experimento: de serem usadas armas nucleares. A radioatividade
Colocou 200 mL de água em dois recipientes. No primei- produzida por essas armas pode resultar em muta-
ro recipiente, mergulhou, por 5 segundos, um pedaço de ções no material genético dos indivíduos, o que, se
papel liso, como na figura 1; no segundo recipiente, fez o ocorresse durante uma gestação, por exemplo, po-
mesmo com um pedaço de papel com dobras simulando deria levar a prejuízos futuros na função de diversos
as microvilosidades, conforme figura 2. Os dados obtidos órgãos da criança em desenvolvimento.
foram: a quantidade de água absorvida pelo papel liso foi A respeito das funções que poderiam ser prejudicadas
de 8 mL, enquanto pelo papel dobrado foi de 12 mL. em consequência da má-formação de alguns órgãos,
é incorreto afirmar:
3c
estômago.
10 cm (b) Absorção de nutrientes orgânicos – por lesão no
10 cm
intestino delgado.
Figura 1 Figura 2 (c) Controle da glicemia – por lesão no pâncreas
Com base nos dados obtidos, infere-se que a função endócrino.
das microvilosidades intestinais com relação à absor- (d) Crescimento e metabolismo – por lesão na tireoide.
ção de nutrientes pelas células das paredes internas (e) Digestão química de carboidratos – por lesão no
do intestino é a de fígado.
(a) manter o volume de absorção.
8. (UEL-PR)
(b) aumentar a superfície de absorção.
A digestão do amido inicia-se na boca em pH 7, pela
(c) diminuir a velocidade de absorção.
ação da amilase salivar, que tem sua eficácia inter-
(d) aumentar o tempo de absorção. rompida no estômago, devido à desnaturação da
(e) manter a seletividade na absorção. amilase no meio extremamente ácido desta cavida-
de digestória. No entanto, a quebra do polissacarídeo
6. (Enem) citado não é totalmente prejudicada, pois ela ainda
Um pesquisador percebe que o rótulo de um dos vi- ocorre no (I) e resulta na formação de (II) em pH em
dros em que guarda um concentrado de enzimas di- torno de (III). Os números I, II e III podem ser substituí-
gestivas está ilegível. Ele não sabe qual enzima o vi- dos, respectivamente, por
dro contém, mas desconfia de que seja uma protease (a) intestino grosso, frutose e 7.
gástrica, que age no estômago digerindo proteínas. (b) duodeno, glicose e 2.
Sabendo que a digestão no estômago é ácida e no in-
(c) duodeno, maltose e 8,5.
testino é básica, ele monta cinco tubos de ensaio com
alimentos diferentes, adiciona o concentrado de enzi- (d) fígado, bile e 7.
mas em soluções com pH determinado e aguarda para (e) fígado, frutose e 8,5.
337
10. (UPE-PE)
Baseando-se na relação de cada uma das alternativas
com a figura e a funcionalidade de cada órgão, assina-
le a correta.
IV
II
III
Disponível em: <http://srec.azores.gov.pt>. (Adaptado.)
338
GABARITO
A
E1. C declínio, até sua cessação com- E21.
E2. B pleta, em razão da desnaturação a) O grupo 1 ingeriu carboi-
proteica causada pela elevação dratos, porque para a sua
E3. D térmica. digestão há necessidade da
E4. E E8. D secreção de enzimas salivar
E5. B E9. E (amilase salivar) e pancreática
E6. A bile age emulsionando gor- (amilase pancreática). O grupo
E10. D 2 ingeriu proteínas, porque no
duras (lipídios) e separando-
-as em partículas de pequeno E11. B estômago há secreção de en-
tamanho. Dessa forma, há um E12. B zima gástrica (pepsina) e de
aumento na área superficial E13. 01 + 02 + 08 = 11 enzimas pancreáticas (tripsi-
exposta, o que facilita a ação na e quimotripsina), que são
de uma enzima denominada E14. Maior tempo de ação das en- proteases. As enzimas secre-
lipase pancreática. zimas digestivas sobre o ali- tadas são diferentes porque
mento, e também maior tempo os alimentos ingeridos são de
E7. de contato com as vilosidades natureza química distinta e as
a) A enzima A atuará no estôma- do intestino. enzimas apresentam especifi-
go pois é um local com pH bai- E15. Amilase salivar (ptialina). cidade de atuação, isto é, são
xo (ou ácido), como é mostrado específicas para a digestão de
pelo gráfico. Tubo 1.
carboidratos ou de proteínas.
b) Enzimas que apresentam o A atividade ótima da enzima
ocorre em 37o C e em pH neu- b) A secreção hepática (bile)
padrão da enzima B: tripsina, permite a emulsão da gordu-
quimotripsina, proteases do tro.
ra ingerida pelo grupo 3, faci-
suco entérico, lipase pancreá- A enzima não degrada o amido litando a atuação da secreção
tica. Atuam no intestino delga- em temperaturas muito altas pancreática, que contém a
do. ou muito baixas, nem em pH enzima fundamental (lipase)
c) A temperatura ótima para as ácido. para a digestão de gordura.
atividades enzimáticas no corpo E16. C
humano se situa em torno de 37º E17. 01 + 04 + 16 = 21
C. O aumento gradual da tem- E18. B
peratura até 60º C causaria, em
princípio, uma estabilização da E19. C
atividade enzimática, seguida de E20. C
339
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CO2 O2
340
© BLAMB/SHUTTERSTOCK
dos característicos: o primeiro corresponde ao fechamento da
tricúspide e da mitral e é chamado de primeira bulha cardíaca
Ramo direito
ou “lub”; o segundo, que corresponde ao fechamento das se-
Ramos subendocárdicos
milunares, é chamado de segunda bulha cardíaca ou “dub”. (Fibras de Purkinje)
341
Fluxo sanguíneo
maior é o débito cardíaco. Atletas bem preparados
fisicamente têm um alto débito cardíaco com baixa
frequência de batimentos.
342
adventícia
Circulação sanguínea
343
venoso. Assim, a quantidade de líquido que sai do capilar é delgado, devolve proteínas plasmáticas para o sangue e
superior à quantidade que retorna. produz linfócitos, contribuindo para a defesa do organismo.
O líquido que permanece no interstício é recolhido por
um sistema paralelo ao circulatório, o sistema linfático, no
qual o líquido passa a se chamar linfa. A linfa tem movi- Timo
mentação lenta pelos vasos linfáticos, os quais, por isso,
também apresentam válvulas.
Gânglios
O sistema linfático é composto por vasos linfáticos, lin- linfáticos
fa e órgãos como os linfonodos, baço, timo e as tonsilas
Baço
palatinas (amídalas). A linfa é um líquido transparente a
levemente amarelado que flui vagarosamente através dos
vasos linfáticos. É um ultrafiltrado do plasma sanguíneo e
sua composição é rica em leucócitos, não apresentando he-
mácias nem plaquetas.
Uma parte desse líquido retorna aos capilares san- Gânglios linfáticos
guíneos, enquanto outra parte é recolhida pelos capilares
linfáticos, que a transportam até vasos de maior calibre,
os vasos linfáticos. Esses, por sua vez, desembocam em
grandes veias, onde a linfa é liberada, misturando-se com
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
(d) átrio cardíaco esquerdo - ventrículo cardíaco es-
Objetivo 2. Descrever as etapas do ciclo cardíaco. querdo - pulmões - átrio cardíaco direito - ven-
trículo cardíaco direito.
F1. (Uerj-RJ)
Num contraste radiológico, uma substância opaca ao
Objetivo 2. Descrever as etapas do ciclo cardíaco.
raio X foi injetada por via venosa no braço de um pa-
ciente submetido a uma radiografia dos rins. F2. (UPM-SP)
Essa substância, logo após a injeção e antes de atingir Assinale a alternativa correta a respeito do sistema
os rins, passa pela seguinte sequência de estruturas circulatório humano.
anatômicas:
(a) Hemoglobina é uma das proteínas presentes no
(a) pulmões - átrio cardíaco direito - ventrículo car- plasma sanguíneo.
díaco direito - átrio cardíaco esquerdo - ventrí-
(b) Os anticorpos são um tipo de célula de defesa.
culo cardíaco esquerdo.
(c) A principal função da hemoglobina é transportar
(b) átrio cardíaco direito - ventrículo cardíaco direito
o CO2 produzido nos tecidos.
- pulmões - átrio cardíaco esquerdo - ventrículo
cardíaco esquerdo. (d) O número de glóbulos brancos é constante em
(c) pulmões - átrio cardíaco esquerdo - ventrículo um indivíduo.
cardíaco esquerdo - átrio cardíaco direito - ven- (e) As células sanguíneas são produzidas na medu-
trículo cardíaco direito. la óssea a partir de células-tronco pluripotentes.
344
Objetivo 1. Conhecer a anatomia de vasos e do coração. Objetivo 1. Conhecer a anatomia de vasos e do coração.
Objetivo 3. Entender as variações de pressão dentro do cora- Objetivo 3. Entender as variações de pressão dentro do cora-
ção e dos vasos. ção e dos vasos.
F5. (Fuvest-SP)
No sistema circulatório humano,
(a) a veia cava superior transporta sangue pobre
C em oxigênio, coletado da cabeça, dos braços e
da parte superior do tronco, e chega ao átrio es-
(a) Todos os vasos A apresentam, na sua parede, querdo do coração.
uma camada muscular mais reforçada do que os
(b) a veia cava inferior transporta sangue pobre em
vasos B.
oxigênio, coletado da parte inferior do tronco e
(b) Se os vasos C forem os dos pulmões, o vaso A dos membros inferiores, e chega ao átrio direito
será uma artéria porque transporta sangue ar- do coração.
terial vindo dos pulmões.
(c) a artéria pulmonar transporta sangue rico em
(c) A pressão do sangue no vaso A é menor que no oxigênio, do coração até os pulmões.
vaso B.
(d) as veias pulmonares transportam sangue rico em
(d) O vaso B apresenta inúmeras válvulas para im- oxigênio, dos pulmões até o átrio direito do coração.
pedir o refluxo do sangue.
(e) a artéria aorta transporta sangue rico em oxigê-
(e) No vaso C as substâncias somente passam para o nio para o corpo, por meio da circulação sistêmi-
meio externo, não sendo possível a passagem de ca, e sai do ventrículo direito do coração.
substâncias para dentro do sangue nessa estrutura.
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
III. O coração se contrai e relaxa. A fase de contração
E1. (Udesc-SC)
denomina-se sístole e a de relaxamento, diástole.
Analise as proposições em relação à circulação humana. IV. A artéria aorta está ligada ao ventrículo direito
I. O átrio direito comunica-se com o ventrículo di- pelo qual sai o sangue rico em gás carbônico.
reito por meio da válvula mitral, e o átrio esquer- Assinale a alternativa correta.
do comunica-se com o ventrículo esquerdo pela (a) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
válvula tricúspide. (b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
II. O coração é envolto pelo pericárdio (membrana (c) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
dupla) e possui quatro câmaras: dois átrios e (d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
dois ventrículos. (e) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
345
346
(a) O sangue venoso passa do átrio para o ventrículo (01) Internamente, o coração apresenta quatro cavida-
direito e de lá é bombeado para a artéria pulmonar. des, dois átrios que se comunicam entre si e dois
(b) A artéria pulmonar se ramifica levando o sangue ventrículos que também se comunicam entre si.
arterial para o pulmão, onde ocorre a hematose. (02) A válvula bicúspide (mitral) se situa no lado es-
(c) O sangue arterial volta ao coração pela aorta, en- querdo do coração e a válvula tricúspide, no lado
trando pelo átrio direito e recomeçando o trajeto. direito.
(d) É chamada pequena circulação a via que leva o (04) No lado esquerdo do coração circula sangue
sangue arterial aos tecidos e traz de volta o san- arterial.
gue venoso para o coração. (08) As veias pulmonares desembocam no átrio di-
(e) O sangue venoso é vermelho vivo em razão da reito e as veias cavas, no esquerdo.
combinação da hemoglobina com o oxigênio, en- (16) O sangue arterial chega ao coração através das
quanto o sangue arterial é azul-escuro. veias pulmonares.
A figura representa a vista anterior do coração de um O coração humano apresenta uma série de peculiari-
mamífero. Analise as afirmativas e assinale a alterna- dades para que a circulação sanguínea se dê de forma
tiva correta. eficiente.
Assinale a opção que apresenta a afirmativa correta
em relação a estas características.
F
E G E (a) A musculatura mais espessa do ventrículo es-
E querdo é necessária para aumentar a pressão
H H
B H
do sangue venoso.
H
(b) O sangue oxigenado nos pulmões entra no coração
A pela veia pulmonar, e o sangue rico em gás carbô-
D nico entra nos pulmões pela artéria pulmonar.
C (c) As válvulas do coração têm por função permitir
G o refluxo do sangue para a cavidade anterior du-
rante o processo de diástole.
I. O circuito que passa pela sequência H → B → (d) As paredes internas do coração permitem cer-
D → F contém sangue rico em O2, uma vez que ta taxa de difusão de gases, o que faz com que
acabou de chegar dos pulmões e será encami- esse órgão seja oxigenado durante a passagem
nhado ao corpo. do sangue por ele.
II. O sangue rico em CO2 será oxigenado nos pul- (e) A separação das cavidades do coração impede o
mões através do circuito na seguinte sequência: maior controle do volume sanguíneo.
E → C → A → G.
III. Em C encontra-se sangue rico em O2 que será E10. (Fuvest-SP)
distribuído pelo corpo através de E. O esquema a seguir representa o coração de um
IV. O sangue rico em CO2, chega dos tecidos corpo- mamífero.
rais ao coração através de G, passando por A e C, 5
onde é encaminhado aos pulmões através de E. 2
1
(a) Apenas as alternativas I e II estão corretas. 3
E8. (UEPG-PR-Adaptado)
7
Sobre o sistema circulatório dos mamíferos, indique a
soma da(s) proposição(ões) correta(s).
347
Indique, com os números correspondentes, A partir das informações acima e dos seus conheci-
(a) as câmaras do coração em que o sangue apre- mentos sobre estrutura e fisiologia dos vasos e do
senta maior concentração de gás carbônico; mecanismo de circulação sanguínea em humanos,
(b) as câmaras do coração as quais chega sangue marque a resposta correta:
trazido por vasos; (a) a túnica adventícia interage diretamente com o
(c) o vaso que sai do coração com sangue venoso; sangue;
(d) a câmara da qual o sangue arterial sai do coração. (b) os capilares apresentam as maiores túnicas mé-
dias;
E11. (Unesp-SP) (c) a túnica íntima não está presente nos capilares;
Durante um exame médico para se localizar um coá-
(d) a túnica média é responsável por suportar a
gulo sanguíneo, um indivíduo recebeu, via parenteral,
pressão sanguínea;
um cateter que percorreu vasos, seguindo o fluxo da
corrente sanguínea, passou pelo coração e atingiu um (e) a túnica adventícia é a que mais varia entre os
dos pulmões. calibres arteriais.
(a) Cite a trajetória sequencial percorrida pelo ca-
teter, desde sua passagem pelas cavidades car- E13. (Udesc-SC)
díacas até atingir o pulmão. A figura representa o esquema de um coração humano,
(b) Que denominação recebe a contração do múscu- no qual estão indicadas algumas de suas estruturas.
lo cardíaco que, ao bombear o sangue, possibili- VD – Ventrículo Direito
tou a passagem do cateter ao pulmão? Qual foi o VE – Ventrículo Esquerdo
tipo de sangue presente nessa trajetória?
AD – Átrio Direito
348
IV. As veias cavas trazem o sangue venoso dos pul- (d) e nutrientes para todos os tecidos corpóreos.
mões ao átrio direito do coração. (e) dos pulmões em direção ao ventrículo esquerdo
V. As paredes das veias possuem músculos que do coração.
auxiliam na impulsão do sangue.
E15. (Fuvest-SP)
Assinale a alternativa correta.
O gráfico abaixo mostra a variação na pressão sanguí-
(a) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
nea e na velocidade do sangue em diferentes vasos do
(b) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. sistema circulatório humano.
(c) Somente a afirmativa II é verdadeira.
(d) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras.
(e) Somente as afirmativas III e V são verdadeiras.
E14. (FGV-SP)
Um dos procedimentos médicos em casos de obstru-
ção de vasos sanguíneos cardíacos, causada geral-
mente por acúmulo de placas de gordura nas paredes
(figura 1), é a colocação de um tubo metálico expansí- I II III
vel em forma de malha, denominado stent (figura 2), Pressão sanguínea (mmHg)
evitando o infarto do miocárdio.
Velocidade do sangue (cm/s)
Figura 1
Qual das alternativas correlaciona corretamente as re-
giões I, II e III do gráfico com o tipo de vaso sanguíneo?
I II III
(a) artéria capilar veia
(b) artéria veia capilar
(c) artéria veia artéria
(d) veia capilar artéria
↑ (e) veia artéria capilar
Artéria coronária
bloqueada
E16. (FPP-PR)
Figura 2 O coração é uma bomba dupla, auto ajustável, de sucção
Stent e pressão, cujas partes trabalham em conjunto para im-
pulsionar o sangue para todos os locais do corpo. O cora-
ção tem quatro câmaras: átrios direito e esquerdo e ven-
trículos direito e esquerdo. As primeiras são câmaras de
recepção que bombeiam sangue para os ventrículos, as
câmaras de ejeção.
Aorta
Veia cava
Artéria coronária superior
bloqueada Feixe de Hiss
349
(a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. Em geral, atletas apresentam elevado débito cardía-
co, ou seja, o coração bombeia um volume maior de
(b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
sangue com menos batimentos, se comparado a um
(c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. indivíduo sedentário.
(d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. Admita que quatro homens não fumantes, sem diag-
(e) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. nóstico de patologia cardíaca, com mesmo peso cor-
poral e idade, foram submetidos à corrida em uma
E18. (Unicamp-SP) mesma esteira. Durante esse processo, foi registrado
A pressão parcial do gás O2 (pO2) e a do gás CO2 (pCO2) o débito cardíaco de cada um, obtendo-se os resulta-
foram medidas em duas amostras (I e II) de sangue dos indicados no gráfico.
350
40 E22. (UEPG-PR-Adaptado)
351
E24. (UFSC-SC-Adaptado)
A figura abaixo representa esquematicamente o funcionamento das valvas e das válvulas cardíacas durante a sístole
e a diástole ventricular.
Valva mitral Cavidade nº 1
Esqueleto Aorta
Valva tricúspide fibroso (fechada)
(fechada)
Valva mitral
(fechada)
Válvula semilunar
aórtica (aberta)
Cordas tendíneas
(tensionadas)
Músculos papilares
Válvula semilunar (tensionados)
pulmonar (aberta)
Cavidade nº 2
(contraída)
Secção Secção
transversal frontal Veias pulmonares
Valva mitral
(aberta)
Valva mitral
(aberta)
Cordas tendíneas
Válvula semilunar (relaxadas)
aórtica (fechada)
Músculos papilares
(relaxados)
SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 2. ed. São Paulo: Manole, 2003, p. 416. (Adaptado.)
E25. (Enem)
A imagem representa uma ilustração retirada do A O H
livro De Motu Cordis, de autoria do médico inglês
Willian Harvey, que fez importantes contribuições
para o entendimento do processo de circulação do
sangue no corpo humano. No experimento ilustra-
do, Harvey, após aplicar um torniquete (A) no braço OH
A
de um voluntário e esperar alguns vasos incharem,
pressionava-os em um ponto (H). Mantendo o ponto
pressionado, deslocava o conteúdo de sangue em Disponível em: <www.answer.com>.
direção ao cotovelo, percebendo que um trecho do Acesso em: 18 dez. 2012. (Adaptado.)
vaso sanguíneo permanecia vazio após esse pro- A demonstração de Harvey permite estabelecer a re-
cesso (H – O). lação entre circulação sanguínea e
352
(a) pressão arterial. boca fechada. O processo corre a sua revelia, porque
(b) válvulas venosas. a tensão contínua faz o organismo liberar, em maior
quantidade, dois hormônios responsáveis pela obe-
(c) circulação linfática.
sidade – a adrenalina e a cortisona. Quanto mais ten-
(d) contração cardíaca. são, maior o risco de engordar. Pior. Esse tipo de obe-
(e) transporte de gases. sidade invariavelmente desencadeia doenças como
diabetes, hipertensão arterial, infarto e derrame.
E26. (PUC-RJ) Revista Isto é, 15/8/2010.
O estresse tem sido apontado como responsável
Considerando as doenças cardiovasculares destaca-
por boa parte das doenças que afligem o homem mo-
das na matéria jornalística:
derno. Agora, entra na lista de mazelas mais um (e
(a) esquematize as circulações sistêmica e pulmonar
terrível) efeito colateral: o estresse engorda. E não
nos seres humanos indicando os principais com-
apenas porque o estressado costuma atirar-se avi-
ponentes e os tipos de sangue em cada um deles;
damente sobre uma torta de chocolate. Num proces-
so perverso, a vítima pode engordar mesmo com a (b) explique como ocorre o infarto do miocárdio.
C
FOLHA AZ
1. (Unicentro-PR) capilares
dos pulmões
A figura a seguir representa o coração de um ma-
artéria
mífero, no qual AD corresponde ao átrio direito, AE pulmonar veia pulmonar
3 4
capilares dos
tecidos e órgãos
2 Disponível em: <http://br.depositphotos.com>. (Adaptado.)
5
AD AE Com relação ao trajeto dos sangues arterial e venoso,
é correto afirmar que o sangue rico em
VD VE (a) gás carbônico chega pela veia cava até o átrio
1 direito, que o direciona para o ventrículo direito
de onde é levado para os pulmões.
Assinale a alternativa que apresenta, correta e res- (b) gás oxigênio chega pela artéria pulmonar até o
pectivamente, a relação entre os números e os tipos átrio esquerdo, que o direciona para o ventrículo
de vaso correspondentes. esquerdo de onde é levado para os demais ór-
gãos do corpo.
(a) Veias: 1, 2 e 5; artérias: 3 e 4.
(c) gás carbônico chega pela veia pulmonar até o
(b) Veias: 1, 3 e 4; artérias: 2 e 5. coração, que o bombeia para os pulmões pela
(c) Veias: 2 e 3; artérias: 1, 4 e 5. artéria pulmonar.
(d) Veias: 2 e 5; artérias: 1, 3 e 4. (d) gás oxigênio chega pela artéria aorta até o átrio e
ventrículo esquerdo, que o direcionam para a veia
(e) Veias: 3 e 4; artérias: 1, 2 e 5. pulmonar de onde é levado para os pulmões.
(e) gás oxigênio é captado pelos capilares dos pulmões,
2. (UEA-AM) que o direcionam pela artéria pulmonar até o coração,
Observe o esquema do sistema circulatório humano. de onde é levado para os demais órgãos e tecidos.
353
(a)
3. (PUC-SP)
“Por meio de I , o sangue II chega ao coração e sai
deste para os tecidos por meio da III ”.
No trecho acima, as lacunas I, II e III, podem ser preen-
chidas correta e respectivamente, por
(a) artérias pulmonares, pobre em oxigênio e veia
aorta.
(b) artérias pulmonares, rico em oxigênio e veia aorta.
(c) veias pulmonares, pobre em oxigênio e artéria
aorta.
(d) veias pulmonares, rico em oxigênio e artéria aorta.
(e) artérias e veias, rico em oxigênio e veia aorta. (b)
4. (UPM-SP)
Um estudo coordenado por um hospital paulista está
acompanhando os pacientes submetidos à cirurgia de
substituição de válvulas cardíacas. Um estudo seme-
lhante já havia sido realizado para avaliação do uso de
stents, “molas” que mantêm as coronárias abertas. É
correto afirmar que
(a) as coronárias são vasos que conduzem sangue
do coração para os pulmões.
(b) as válvulas são responsáveis pelo controle da
frequência cardíaca.
(c)
(c) no coração são encontradas válvulas entre os
átrios e ventrículos e na base das artérias.
(d) na circulação periférica as válvulas são abun-
dantes nas artérias.
(e) o uso de stents é uma alternativa para as cirur-
gias de troca de válvulas.
5. (Enem)
Os efeitos do exercício físico na redução de doenças
cardiovasculares são bem conhecidos, aumentando, por
exemplo, a tolerância a infartos em comparação com in-
divíduos sedentários. Visando ganho de força, de massa
(d)
muscular e perda de gordura, verifica-se o uso de ana-
bolizantes por alguns esportistas. Em uma pesquisa com
ratos, confirmou-se a melhora da condição cardíaca em
resposta ao exercício, mas verificou-se que os efeitos be-
néficos do exercício físico são prejudicados pelo uso de
anabolizantes, como o decanoato de nandrolona, aumen-
tando a área cardíaca afetada pelo infarto.
CHAVES, E. A. et al. Cardioproteção induzida pelo exercício é
prejudicada pelo tratamento com anabolizante decanoato de
nandrolona. Brazilian Journal of Biomotricity, v. 1, n. 3, 2007.
(Adaptado.)
354
(e)
8. (PUC-PR)
Leia a seguir.
O preço da abstinência
Oferta de vale-compras ajuda dependentes de crack
a evitar o consumo da droga. Uma das principais dife-
renças entre a cocaína aspirada e a fumada está na ve-
locidade de absorção, que influencia a rapidez com que
a droga chega ao cérebro e o tempo que permanecerá
ativa, fatores determinantes para o poder de gerar de-
pendência. Ao cheirar uma carreira de coca, a droga é ab-
sorvida lentamente pela mucosa nasal, entra na corrente
sanguínea e é parcialmente processada pelo fígado an-
6. (UPM-SP) tes de alcançar o cérebro. Passam-se alguns minutos até
O esquema abaixo mostra, de forma simplificada, o começarem os efeitos, que podem durar mais de meia
caminho do sangue no corpo humano, indicado por hora. Já com o crack, tudo é mais rápido e intenso. Tão
setas. As câmaras cardíacas estão legendadas por AD logo a fumaça chega aos pulmões, a droga passa para o
(átrio direito), AE (átrio esquerdo), VD (ventrículo di- sangue e é levada para o cérebro em concentrações mais
reito) e VE (ventrículo esquerdo) e os principais vasos elevadas. O efeito é quase imediato: há uma explosão de
sanguíneos estão numerados de 1 a 4. prazer e euforia, que desaparece em minutos e leva a
uma depressão intensa. Aí começam os problemas.
2 4
Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.
br/2016/12/16/o-preco-da-abstinencia/>.
355
Dessa forma,
(a) somente II está correta.
(b) somente I e II estão corretas.
(c) somente I está correta.
(d) I, II e III estão corretas.
(e) somente II e III estão corretas.
10. (PUC-MG)
O gráfico apresenta a variação de três parâmetros
(pressão hidrostática média; área da secção trans-
versal dos vasos; velocidade de percurso) ao longo da
circulação sanguínea no organismo humano.
Artéria Artérias
Aorta médias Arteríolas Capilares Vênulas Veia
356
GABARITO
A
E1. B gue que passa por elas. Esse para os pulmões e devolve
E2. D fluxo é mantido pela pressão sangue rico em oxigênio para
do ventrículo esquerdo do co- o coração – denomina-se pe-
E3. C ração e pelo tônus muscular quena circulação ou circulação
E4. E (dos músculos periféricos às pulmonar.
E5. B veias). b) O infarto é uma lesão do mús-
E6. A E20. D culo cardíaco, a partir da redu-
E7. D E21. A ção do suprimento sanguíneo,
provocada pelo estreitamento
E8. 02 + 04 + 16 = 22 E22. 01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31 ou obstrução das artérias co-
E9. B E23. E ronarianas que nutrem o cora-
E10. E24. 01 + 32 + 64 = 97 ção ou um dos seus ramos. O
E25. B entupimento da artéria resulta
a) 7 e 8
em isquemia e o tecido deixa
b) 4 e 8 E26. de receber sangue, oxigênio e
c) 3 a) A circulação sistêmica, tam- nutrientes. Pode ocorrer mor-
d) 6 bém chamada grande circula- te do tecido se a área for mui-
ção, é aquela que transporta to grande provocando infarto,
E11. sangue rico em oxigênio para morte súbita ou falência crô-
a) O cateter percorreu, sequen- os tecidos e traz o sangue po- nica do coração, e neste caso
cialmente, as seguintes estru- bre em oxigênio para o cora- tornando o paciente com insu-
turas: átrio direito, ventrículo ção. O sangue rico em oxigênio ficiência cardíaca limitado em
direito e artéria pulmonar. sai do ventrículo esquerdo pela sua qualidade de vida. A angi-
b) A contração do músculo cardí- aorta que se ramifica pelo cor- na do peito é uma dor que re-
aco, que possibilitou a passa- po. As ramificações tornam-se sulta geralmente da obstrução
gem do cateter ao pulmão, de- cada vez menores e de menor intermitente do fluxo sanguí-
nomina-se Sístole Ventricular. calibre e formam os capilares neo. Como a doença é um pro-
O cateter percorreu a trajetória sanguíneos e as arteríolas. O cesso dinâmico e contínuo, a
seguida pelo sangue venoso, do sangue oxigenado transforma- placa de ateroma (gordura) se
ventrículo direito aos pulmões. -se em sangue pobre em oxi- rompe, ativando a coagulação
gênio e rico em gás carbônico. do sangue no local e forman-
E12. D As ramificações dos capilares do o trombo que pode obstruir
E13. C vão se unir e formar vasos totalmente as artérias coroná-
E14. B cada vez maiores, até cons- rias (infarto) ou de modo inter-
E15. A tituírem as vênulas e veias. O mitente (angina instável). De
sangue desoxigenado é reco- angina instável para o infarto o
E16. A lhido por duas grandes veias tempo pode ser curto.
E17. A que o lançam no átrio direito,
E18. D são elas: a veia cava superior
que recolhe o sangue das re-
E19.
giões acima do coração - como
a) Quando tomamos a pulsação braços, pescoço e cabeça - e a
de uma pessoa, apalpamos veia cava inferior, que recolhe
uma artéria. A pulsação cor- o sangue do resto do corpo. O
responde à dilatação da ar- sangue rico em gás carbônico
téria produzida pelo fluxo do passa do átrio direito para o
sangue impulsionado pela ventrículo direito sendo bom-
contração do coração (sístole bardeado para as artérias pul-
do ventrículo esquerdo). monares que o transportam
para os pulmões. Nos pulmões
b) Veias são vasos sanguíneos ocorre a hematose: o sangue
de paredes elásticas. As veias dos capilares perde gás car-
apresentam revestimento bônico, recebe oxigênio dos
interno denominado endoté- alvéolos pulmonares o qual é
lio. Além disso têm a túnica transformado em sangue rico
muscular com tecido muscu- em oxigênio. Este sangue volta
lar liso. A sua parede é mais então ao coração pelas veias
delgada que a das artérias. A pulmonares, e ao entrar no
principal característica das átrio esquerdo recomeça o cir-
veias é a presença de válvulas cuito. A esta circulação – que
que impedem o refluxo do san- leva sangue pobre em oxigênio
357
Portanto, para que a produção de energia ocorra nor- 1.2 Sistemas respiratórios de invertebrados
malmente, o suprimento de oxigênio deve ser constante- Em animais mais volumosos, a superfície relativa é
mente renovado. Já o gás carbônico deve ser constantemen- pequena, então o oxigênio captado por ela não consegue
te eliminado, pois, no caso de acúmulo o pH sanguíneo pode atingir as camadas mais profundas do corpo.
cair e ocasionar a morte do animal: Assim, a evolução e o aparecimento de animais maio-
res e mais volumosos só foram possíveis com o desenvol-
vimento de aparelhos respiratórios, ou seja, com a especia-
CO2 + H2O H2CO3 H+ + HCO3–
lização de uma determinada área do corpo para captação
de oxigênio e eliminação de gás carbônico.
358
Corrente
Além da maior eficiência metabólica, associada à melhor
Filamento
de água branquial captação de oxigênio, essa novidade evolutiva trouxe consigo
outra vantagem: com a superfície do corpo liberada do pro-
O2 cesso de respiração, os animais não mais precisaram ficar
dissolvidos tão expostos e desenvolveram então, uma superfície imper-
no sangue
Vaso meabilizada e protegida por carapaças e conchas. Esse foi um
CO2 sanguíneo
(capilar) passo importantíssimo para a conquista definitiva dos am-
dissolvidos bientes terrestres.
CO2
O2 na água Os sistemas respiratórios apresentam algumas caracte-
rísticas em comum:
Respiração branquial.
• são constituídos de uma grande superfície ramificada;
• têm revestimento delgado (grande superfície relativa), que
Traqueia Parede facilita a troca de gases.
corporal
A seguir, são apresentados os sistemas respiratórios en-
contrados em invertebrados.
• Brânquias: estrutura formada por expansões da pele ricas
Espiráculo em vasos sanguíneos, adaptadas para a respiração na água.
Em animais mais simples, como invertebrados, as brânquias
Líquido
traqueolar são externas, como expansões filiformes do próprio corpo. Elas
são encontradas em poliquetas, moluscos e crustáceos. Se fo-
rem retiradas da água, as brânquias se fecham completamente,
Células Traquéola como um pincel molhado, perdendo superfície de troca gasosa.
musculares
• Traqueias: são compostas por redes de finos tubos que co-
Respiração traqueal.
meçam em orifícios na parede do corpo, chamados de estig-
mas ou espiráculos. Esses tubos se ramificam até a intimidade dos tecidos,
levando o oxigênio diretamente até as células e delas trazendo o gás carbôni-
co; nesse tipo de sistema, o sangue não tem participação nas trocas gasosas.
A superfície interna das traqueias é recoberta de quitina, o que evita o acha-
tamento, impede a desidratação e, portanto, torna os insetos perfeitamente
adaptados à vida na terra. A respiração traqueal é comum em insetos e em
algumas espécies de artrópodes.
• Filotraqueias: essas câmaras são uma espécie de pulmão primitivo. Apesar de
garantirem a sobrevivência de organismos, como os insetos, impedindo a desi-
dratação, o sistema de traqueias ainda depende, em última análise, da difusão.
Portanto, em artrópodes de maior porte e mais ativos, como as grandes aranhas,
é preciso um meio de transporte mais rápido, que possa suprir seu metabolismo
acelerado: as filotraqueias ou pulmões foliáceos. Esse processo consiste em uma
O2 combinação de traqueias com câmaras contornadas que contêm ar e vasos san-
guíneos, e cuja aparência lembra a de folhas de um livro.
Respiração filotraqueal.
359
% saturação com O2
360
361
Brônquios
Sacos aéreos
posteriores
Parabrônquios
pulmonares
Inalação
Inalação
Sacos aéreos
posteriores
Brônquios
Exalação Exalação
362
SEGUNDO CICLO
e) Mamíferos
Os mamíferos, incluindo os aquáticos, respiram por meio de pulmões, os quais são ventilados por
músculos intercostais e um diafragma. Milhões de minúsculas bolsas altamente irrigadas, denominadas
alvéolos, constituem os pulmões de mamíferos. Os alvéolos pulmonares são os locais em que ocorrem
as trocas de gases.
Cavidade Traqueia
nasal
Gás Oxigênio
Brônquios carbônico
Capilares
sanguíneos
Alvéolo
Pulmão
CO2 O2
Diafragma
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Objetivo 3. Descrever os diferentes tipos de sistema respira- Objetivo 3. Descrever os diferentes tipos de sistema respira-
tório, apontando características marcantes de cada um deles. tório, apontando características marcantes de cada um deles.
363
Objetivo 3. Descrever os diferentes tipos de sistema respirató- Assinale a alternativa que indica, correta e respectiva-
rio, apontando características marcantes de cada um deles. mente, o tipo do sistema respiratório de cada um dos
animais citados (e destacados) no texto.
F3. (Unesp-SP)
(a) Ausente (ou respiração por difusão direta); bran-
Uma professora explicava a seus alunos que a trans-
quial; pulmonar; traqueal; traqueal.
piração contribui para o controle da temperatura cor-
poral e que os desodorantes antitranspirantes apre- (b) Traqueal; ausente; branquial; pulmonar; ausente.
sentam em sua composição sal de alumínio, o qual (c) Ausente; branquial; branquial; pulmonar; traqueal.
obstrui os ductos sudoríparos, impedindo a saída do
(d) Branquial; traqueal; traqueal; pulmonar; ausente.
suor. Um dos alunos perguntou à professora o que
aconteceria se uma generosa dose de desodorante (e) Traqueal; ausente; pulmonar; traqueal; branquial.
antitranspirante fosse borrifada no corpo de uma ba-
rata e no corpo de uma lagartixa. Objetivo 2. Citar as diferentes adaptações em organismos
A professora desaconselhou o experimento em razão sem sistema respiratório.
dos maus tratos aos animais e explicou que, caso fos- Objetivo 3. Descrever os diferentes tipos de sistema respirató-
rio, apontando características marcantes de cada um deles.
se realizado, considerando os sistemas respiratórios
desses animais, provavelmente F5. (PUCC-SP)
(a) a lagartixa e a barata morreriam por aumento da A respiração é um processo universal dos animais,
temperatura corporal. mas pode variar muito de animal para animal. Sobre a
(b) a lagartixa e a barata morreriam por falta de oxi- respiração é correto afirmar que:
gênio em suas células. (a) No gato e na abelha, o oxigênio chega ao sangue
(c) a barata sobreviveria e a lagartixa morreria por quando atravessa uma superfície respiratória.
aumento da temperatura corporal. (b) Na planária, a tomada de oxigênio ocorre por di-
(d) a lagartixa sobreviveria e a barata morreria por fusão simples através da pele, ao passo que no
falta de oxigênio em suas células. camarão ocorre transporte ativo nas brânquias.
(e) a barata e a lagartixa sobreviveriam. (c) Na abelha e no camarão, o oxigênio dissolvido na
água entra no corpo através de finos filamentos
Objetivo 2. Citar as diferentes adaptações em organismos branquiais.
sem sistema respiratório.
(d) Na abelha e no camarão, o oxigênio é transpor-
Objetivo 3. Descrever os diferentes tipos de sistema respira-
tado dos órgãos respiratórios para os tecidos na
tório, apontando características marcantes de cada um deles.
forma de oxiemoglobina.
F4. (UEL-PR) (e) O camarão aproveita o oxigênio dissolvido na
Motivado pela beleza da água verde-néon de uma água para sua respiração, enquanto o gato utili-
praia brasileira, um banhista se arrisca a um mer- za oxigênio atmosférico.
gulho. Não podia ter tido ideia melhor. Sobre uma
pedra, pôde ver uma anêmona-do-mar reluzindo um
azul-florescente indescritível. Pouco adiante, um ou-
riço-do-mar movimentava lenta e ritmadamente os
seus espinhos, como em uma solitária dança. Ao sair
da água, foi surpreendido por uma fuga de vários si-
ris para suas tocas. Olhou para o lindo céu azul, como
em um ato de agradecimento. Gaivotas faziam gran-
des rasantes sobre a água em busca de alimento. O
festival de beleza só cessou quando, ao sentar-se à
orla, para uma água de coco, percebeu que o lixo hu-
mano é um desastrado atrativo de insetos, especial-
mente de baratas.
364
D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E1. (PUC-RS) E4. (PUC-RJ)
Dos sistemas respiratórios abaixo descritos, qual é o O gráfico abaixo mostra a porcentagem de oxigênio
único que não depende do sistema circulatório para absorvido e de dióxido de carbono excretado através
fazer o transporte de gases? da pele de diferentes animais, em um processo conhe-
(a) As brânquias de um caranguejo. cido como respiração cutânea.
(b) Os pulmões de um réptil. ser humano captação de oxigênio
excreção de
(c) A pele de uma minhoca. lagarto dióxido de carbono
tubarão
E2. (FGV-SP)
truta
Na gincana da escola, os concorrentes deveriam citar
serpente
4 animais que realizassem, respectivamente, respira-
ção cutânea, branquial, traqueal e pulmonar. cágado
salamandra
(d) planária, golfinho, tatuzinho-de-jardim e galinha.
enguia
(e) minhoca, camarão, gafanhoto e lagartixa.
salamandra
3. Minhoca
KARDONG, K. V. Vertebrados: anatomia comparada, função e
4. Carrapato evolução. 5 ed. São Paulo: Roca, 2011. (Adaptado.)
Respiração
Em função do que é mostrado no gráfico, com relação
( ) Pulmonar
à respiração cutânea, conclui-se que:
( ) Branquial
(a) é mais importante em animais com tegumentos
( ) Cutânea pouco queratinizados.
( ) Traqueal (b) é sempre um tipo de respiração auxiliar, comple-
A sequência correta, de cima para baixo, é: mentando a respiração por pulmões ou brânquias.
(a) 2 - 1 - 3 - 4. (c) 1 - 4 - 2 - 3. (c) quanto mais dependente da água for o organis-
(b) 1 - 2 - 3 - 4. (d) 2 - 4 - 1 - 3. mo maior é a sua importância.
365
(d) não ocorre captação cutânea de oxigênio em ani- poluição. Ouviu também da professora que, nas marés
mais pulmonados. baixas, o rio Capibaribe está com pouco oxigênio.
(e) a presença de brânquias impede que ela ocorra. Num belo dia de sol, observou um imenso Camurupim
na flor d’água e ficou curioso em perguntar para a pro-
E5. (Udesc-SC) fessora de Biologia como aquele peixe apareceu num
Assinale a alternativa que contém exemplos de ani- rio, quase sem vida, escuro e fétido? Como ele respira?
mais com respiração exclusivamente pulmonar. Qual alternativa apresenta a resposta correta da
(a) Sapo, crocodilo, lobo e cavalo. professora?
(b) Sabiá, morcego, baleias e cobras. (a) Adaptação das brânquias para um ambiente
anóxico ou com pouco oxigênio, otimizando a re-
(c) Lambari, minhoca, caracol e tigre.
tirada desse oxigênio no meio aquoso.
(d) Pardal, rã, golfinho e ovelha.
(b) Respiração pulmonada, cuja estrutura da farin-
(e) Polvo, canguru, gato e lombriga. ge e da traqueia, altamente vascularizadas, per-
mite retirar o oxigênio do ar atmosférico.
E6. (PUC-RJ)
(c) Trocas gasosas com o meio através da respira-
O quadro a seguir mostra características fisiológicas
ção cutânea, retirando oxigênio da água ou do ar
de diferentes grupos animais quanto ao tipo de respi-
atmosférico.
ração, circulação e esqueleto.
(d) Brânquias adaptadas para retirar o oxigênio do
Assinale a opção que indica os grupos aos quais esses
ar atmosférico, necessitando subir à superfície.
animais pertencem, respectivamente:
(e) A bexiga natatória auxilia na respiração, suple-
Tipo de Tipo de mentando a respiração branquial ao aspirar ar
Tipo de
Animal respiração circulação atmosférico.
esqueleto
sistêmica sistêmica
exoesqueleto E8. (UCS-RS)
I traqueal aberta
de quitina A respiração é um importante processo pelo qual os ani-
esqueleto mais capturam o oxigênio, que será utilizado em reações
II branquial simples cartilaginoso metabólicas, e eliminam o gás carbônico, que é um resí-
ou ósseo duo resultante dessa utilização. Diferentes formas de cap-
dupla e esqueleto tação e eliminação de gases foram desenvolvidas durante
III pulmonar
completa ósseo a evolução, principalmente direcionadas pela demanda de
oxigênio e pelo ambiente onde o animal captura esse gás.
cutânea e dupla e esqueleto
IV Em relação às formas de respiração, assinale a alter-
pulmonar incompleta ósseo
nativa correta.
(a) I - insetos; II - peixes; III - mamíferos; IV - anfíbios. (a) As minhocas terrícolas, apesar de animais ter-
(b) I - equinodermas; II - peixes; III - mamíferos; IV restres, habitam ambientes úmidos e capturam
- anelídeos. o oxigênio por meio da respiração cutânea.
(c) I - insetos; II - mamíferos; III - anfíbios; IV - aves. (b) Os anfíbios anuros, durante a metamorfose,
(d) I - aves; II - peixes; III - répteis; IV - insetos. substituem a respiração cutânea pela respira-
ção branquial para realizar a troca gasosa.
(e) I - anfíbios; II - répteis; III - insetos; IV - mamíferos.
(c) As aves apresentam um sistema de troca gasosa
E7. (UPE-PE) semelhante aos répteis, com pulmões expansíveis
e sacos aéreos que auxiliam o movimento no ar.
Morador da Ilha de Deus, Marcelo, um estudante de Ensi-
no Médio, atravessa, quase todos os dias, os canais que (d) Os mamíferos, assim como todos os anfíbios
cortam a cidade, seja a pé pelas pontes, seja de jangada adultos, utilizam predominantemente os pul-
com seu pai. Bastante curioso com a natureza, tem ob- mões para fazer a troca gasosa.
servado que existem poucos peixes no estuário e ouve (e) Os moluscos, crustáceos e cnidários, por serem
sempre as reclamações do seu pai, pescador, sobre o animais aquáticos, realizam as trocas gasosas
fato de os peixes estarem sumindo sempre por causa da com auxílio de brânquias.
366
(I) coração
E9. (IMED-RS) carapaça músculo e
(II)
artéria outros tecidos
Em insetos, a troca de gases com o ambiente é realizada
pelo sistema ___________. Em aves_____________, su-
prem essa função, em minhocas_____________________
e em crustáceos,______________ .
Assinale a alternativa que preenche, correta e respec- traqueia
tivamente, as lacunas do trecho acima. brânquias
brânquias
pulmões
traqueias (04) Ao contrário dos anfíbios, que possuem pul-
parede do corpo mões saculiformes e respiração cutânea, nos
animais que possuem o sistema respiratório
1 2 3 4 representado em (IV), a pele deixa de ter função
respiratória e passa a ser mais bem protegida
(a) O padrão 1 é característico dos anfíbios. contra a desidratação.
(b) O padrão 3 é mais adequado ao ambiente aquá- (08) Nos insetos, a superfície do corpo está adapta-
tico. da à vida terrestre, apresentando uma cobertura
impermeável. As trocas gasosas ocorrem por
(c) O padrão 2 é característico dos insetos.
meio de tubos finos e ramificados, as traqueias.
(d) Mamíferos aquáticos como as baleias e os golfi-
(16) Os sistemas apresentados em (III) e (IV) são en-
nhos também apresentam o padrão 1.
contrados em representantes de mamíferos.
(e) O padrão 4 não é encontrado em vertebrados,
mesmo que estes apresentem pele espessa e E12. (UEPG-PR-Adaptado)
queratinizada.
Os animais obtêm energia para as suas atividades vi-
tais por meio da respiração celular, processo em que
E11. (UEPG-PR-Adaptado)
moléculas orgânicas reagem com moléculas de gás
A seguir estão representados partes de sistemas oxigênio (O2) produzindo água, gás carbônico e energia.
respiratórios utilizados por algumas classes de ani- O suprimento de O2 para as células e a remoção de gás
mais. Analise as representações esquemáticas e carbônico ocorrem por meio da respiração, que consis-
indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s). te na realização de trocas gasosas com o ambiente.
367
Com relação aos modos de respiração dos animais, in- (02) Nos nematoides e turbelários, o gás oxigênio ab-
dique a soma da(s) proposição(ões) correta(s). sorvido pela superfície do corpo e os nutrientes
(01) Na respiração pulmonar, a troca de gases ocorre assimilados pela parede do tubo digestório di-
em órgãos chamados pulmões. Estes são pobre- fundem-se para o líquido do celoma, atingindo
mente vascularizados e a troca de gases ocorre todas as partes do corpo.
na veia pulmonar que chega ao tecido esponjoso (04) Os artrópodos têm sistema circulatório aberto,
dos pulmões. e em seus vasos flui um líquido chamado he-
(02) Na respiração branquial, o sangue (ou a hemolin- molinfa.
fa), ao passar pelos vasos que irrigam as brân- (08) Em um animal com sistema circulatório fechado,
quias, fica próximo da água o suficiente para per- o sangue circula a partir do coração para arté-
mitir as trocas de gases com o ambiente aquático. rias, capilares, veias, hemoceles e coração.
(04) No sistema respiratório traqueal, a troca gasosa (16) A distribuição de nutrientes e de gás oxigênio no
ocorre entre os vasos sanguíneos que envolvem corpo de uma minhoca é feita pelo sangue.
os espiráculos e as traqueias.
(08) São exemplos de animais que apresentam respi- E15. (UFU-MG)
ração cutânea: crustáceos, anfíbios e moluscos. Não há relação entre os sistemas respiratório e circu-
(16) Nos animais que apresentam respiração cutâ- latório em insetos, pois a hemolinfa não contém pig-
nea, uma condição fundamental para sua ocor- mentos transportadores de gases.
rência é o umedecimento da superfície corporal, Quadro A – características dos sistemas respiratórios
que permite a difusão dos gases.
I. Sistema respiratório composto por finos tubos
ramificados que partem de orifícios situados aos
E13. (PUC-MG)
pares nos anéis do tórax e abdome.
Tanto os vertebrados quanto os invertebrados trans-
II. Sistema respiratório onde existem vasos san-
portam oxigênio para seus tecidos através de estrutu-
guíneos superficiais correndo abaixo da camada
ras funcionais, características de cada grupo animal.
de revestimento do corpo.
Sobre essa temática, marque a alternativa incorreta.
III. Sistema respiratório com sacos aéreos.
(a) Os insetos difundem oxigênio para seus tecidos
corporais através do sistema traqueal. IV. Sistema respiratório em que o oxigênio absorvi-
do é aquele dissolvido na água.
(b) A circulação contracorrente das guelras de peixes
aumenta a eficiência da captação de oxigênio. Quadro B – tipos de respiração
(c) Nas aves, o fluxo unidirecional do ar em oposi- 1. Respiração cutânea encontrada na minhoca.
ção ao do sangue possibilita maior entrega de 2. Respiração pulmonar encontrada nos pássaros.
oxigênio necessário para suas atividades vitais.
3. Respiração traqueal encontrada no pulgão.
(d) A hematose pulmonar é dificultada pela grande
4. Respiração branquial encontrada na lagosta.
vascularização alveolar, que recebe sangue ve-
noso vindo do coração. Assinale a alternativa que apresenta a associação
correta.
E14. (UEM-PR-Adaptado) (a) I.2; II.3; III.1; IV.4
Todas as células de um animal precisam receber (b) I.3; II.2; III.4; IV.1
substâncias nutrientes e gás oxigênio (O2). O transpor-
(c) I.2; II.4; III.3; IV.1
te dessas e de outras substâncias pelo corpo do ani-
mal ocorre de diversas maneiras. Sobre isso, assinale (d) I.3; II.1; III.2; IV.4
a(s) alternativa(s) correta(s).
(01) A distribuição de substâncias pelo corpo, de cé- E16. (Fuvest-SP)
lula a célula, conhecida como difusão, é um pro- Considere os seguintes tipos de sistemas respirató-
cesso lento, sendo o único mecanismo de trans- rios: branquial, traqueal e pulmonar. Em qual deles as
porte em animais pequenos, como poríferos, trocas respiratórias se realizam sem a participação
cnidários e platelmintos. do sistema circulatório? Explique.
368
codorna
coelho
danças no sistema excretor. Porém, independen-
gato temente do ambiente em que vivem, os animais
cachorro homem A excretam ureia, amônia e ácido úrico.
(e) reprodução sofreu algumas mudanças relacio-
elefante
C nadas com a conquista do ambiente terrestre.
Massa corpórea (kg) B
Assim, todos os vertebrados, com exceção dos
peixes, independem da água para se reproduzir.
(a) Por que o consumo de O2 é usado como medida
de taxa metabólica? E19. (UFJF-MG)
(b) Qual será a curva esperada para os animais da A respiração nos animais envolve, além de proces-
curva B, quando ocorrer uma diminuição da tem- sos bioquímicos intracelulares, trocas gasosas com
peratura ambiente? Justifique. o meio externo. Para essas trocas são utilizadas di-
(c) A curva C poderia corresponder aos peixes? Jus- ferentes estruturas, características dos diversos gru-
tifique. pos. As estruturas respiratórias denominadas tra-
queias, filotraqueias, brânquias, pulmões ocorrem,
E18. (Fuvest-SP) respectivamente, nos seguintes animais:
Ao longo da evolução dos vertebrados, a (a) formiga, cupim, peixe, pinguim.
(a) digestão tornou-se cada vez mais complexa. A (b) barata, aranha, girino, lesma.
tomada do alimento pela boca e sua passagem (c) cobra, minhoca, caranguejo, pepino-do-mar.
pelo estômago e intestino são características (d) escorpião, camarão, ostra, piramboia.
apenas do grupo mais recente.
(e) planária, cigarra, anêmona, salamandra.
C
FOLHA AZ
1. (Fatec-SP) 2. (PUC-RS)
Os sistemas respiratórios de minhocas, baratas, pei- A figura a seguir, que apresenta o resultado de um ex-
xes e cobras são, respectivamente:
perimento com rãs da espécie Rana catesbiana, mos-
(a) traqueal, cutâneo, branquial, pulmonar.
tra a porcentagem de absorção de O2 e de excreção de
(b) traqueal, traqueal, branquial, pulmonar.
CO2 pelos pulmões (1), brânquias (2) e pele (3) desses
(c) cutâneo, cutâneo, branquial, branquial.
animais em quatro estágios de seu desenvolvimento,
(d) cutâneo, traqueal, pulmonar, pulmonar.
caracterizados pelas alterações anatômicas e funcio-
(e) cutâneo, traqueal, branquial, pulmonar. nais entre a eclosão e a sua fase adulta.
369
80 (d) os anfíbios.
60
40 4. (Enem)
20
(3) O sucesso adaptativo dos répteis relaciona-se, den-
0
(2) tre outros fatores, ao surgimento de um revestimento
100
epidérmico de queratina para economia de água me-
% Excreção C02
80 (3) tabólica.
60 Essa característica seria prejudicial em anfíbios, pois
40 acarretaria problemas
20 (1) (a) circulatórios, em razão da limitação na força
0 contrátil do coração tricavitário.
(2)
Fase I Fase II Fase III Fase IV (b) excretórios, em razão de incapacidade renal de
processar níveis elevados de urina.
Durante o experimento, todos os animais foram imer-
(c) digestivos, em razão da limitação do intestino
sos em água bem aerada, com a temperatura mantida
em absorver alimentos muito diluídos.
em 20º C, e tiveram acesso ao ar. Com base nos dados,
afirma-se: (d) locomotores, em razão de incapacidade óssea
de sustentar um animal mais pesado.
I. Em todas as fases de desenvolvimento, a estru-
tura mais importante para a excreção de CO2 é (e) respiratórios, em razão da pequena capacidade
a pele. dos pulmões de realizar trocas gasosas.
II. Durante a progressão da fase I para a fase II, as
5. (Unicamp-SP)
brânquias contribuem mais para a captação de
O2 do que para a excreção de CO2. Para suprirem suas células com oxigênio e remove-
rem o gás carbônico dos tecidos, os animais realizam
III. À medida que os pulmões se desenvolvem, a
trocas gasosas com o ambiente, processo denomina-
pele vai perdendo importância para a captação
do respiração. Na tabela a seguir estão listados 4 gru-
de O2 .
pos de animais e 4 tipos de respiração:
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)
(a) I, apenas. Grupo de animais Tipo de respiração
I – Poríferos A - Branquial
(b) I e II, apenas.
II - Crustáceos B - Traqueal
(c) I e III, apenas.
III – Insetos C - Cutânea
(d) II e III, apenas.
IV – Répteis D - Pulmonar
(e) I, II e III.
As relações corretas entre os grupos de animais men-
cionados à esquerda e os tipos de respiração mencio-
3. (PUC-SP)
nados à direita são:
Em vários grupos animais, a troca de gases respirató-
(a) IC; IIA; IIIB; IVD.
rios com o ambiente depende do trabalho conjunto rea-
lizado entre sistema respiratório e sistema circulatório. (b) IB; IIA; IIIC; IVD.
Enquanto o sistema respiratório se ocupa da aquisição (c) IA; IIB; IIIC; IVD.
e eliminação de gases realizadas diretamente entre o (d) IC; IID; IIIA; IVB.
organismo e o ambiente, o sistema circulatório atua
na distribuição desses gases pelo corpo. No entanto, 6. (Uece-CE)
existem animais cujo sistema circulatório é desprovi-
A respiração animal proporciona o suprimento do gás
do de funções respiratórias, como, por exemplo,
oxigênio e a remoção do gás carbônico através das
(a) os insetos. trocas gasosas com o ambiente. É correto afirmar que
(b) os peixes. na respiração
370
(a) cutânea, as trocas gasosas ocorrem pela super- (d) Brânquias internas podem ocorrer tanto em in-
fície do corpo de animais que habitam ambien- vertebrados como em vertebrados.
tes aquáticos ou úmidos.
8. (Uece-CE-Adaptado)
(b) pulmonar, as trocas gasosas ocorrem nos pul-
mões, os quais apresentam pequena área su- Relacione a coluna I (sistema respiratório) com a co-
perficial e podem ser inflados e desinflados. luna II (animais).
Lagosta (b) 1, 2, 2, 3, 4
Salamandra (c) 2, 3, 4, 2, 1
Brânquias
externas (d) 3, 1, 2, 4, 2
9. (Uece-CE)
O aparecimento do oxigênio na atmosfera da Terra
Traqueias provocou diversas alterações na vida terrestre, uma
vez que diversos seres vivos não adaptados a esse
novo ambiente morreram, enquanto outros desenvol-
veram estratégias para utilizar esse gás, de maneira
Louva-Deus
eficiente. Com relação à respiração aeróbia, assinale a
Pulmões afirmação correta.
Coelho
(a) Em certos animais, a superfície do corpo pode
funcionar como órgão de trocas gasosas, com
difusão direta dos gases, sem necessidade de
um sistema respiratório diferenciado, como é o
caso dos moluscos.
Sobre os referidos órgãos, é correto afirmar, exceto:
(b) Os insetos apresentam um sistema respiratório
(a) Os pulmões do mamífero são mais alveolados e, com base em uma rede externa de canais (tra-
portanto, mais eficientes nas trocas gasosas que queias) que se comunicam diretamente com as
o pulmão dos anfíbios. células por meio de fluido circulante.
(b) Os animais adultos da classe a que pertence a sa- (c) Nos peixes, as brânquias se encontram prote-
lamandra normalmente apresentam pulmões e gidas por estruturas denominadas opérculos,
pele como órgãos envolvidos nas trocas gasosas. formadas por uma grande quantidade de la-
(c) A traqueia do louva-deus é ricamente vasculari- melas pouco vascularizadas, mas que, no seu
zada por capilares para a captação e transporte conjunto, representam uma extensa área de
de oxigênio. contato com a água.
371
(d) Os pulmões são as estruturas respiratórias pre- IV. Nos vertebrados, o sistema respiratório pode
sentes em anfíbios, répteis, aves e mamíferos, ser pulmonar ou branquial, ou seja, os proces-
que independentemente de sua morfologia, pro- sos de trocas gasosas ocorrem nos pulmões ou
porcionam aumento da área superficial relacio- nas brânquias.
nada às trocas gasosas. Estão CORRETAS as afirmativas:
(a) I, II, III e IV.
10. (UEMG-MG)
(b) I e II apenas.
O Reino Animal, Animalia ou Metazoa é constituído por
espécimes heterótrofos que necessitam ingerir ou ab- (c) I, II e III apenas.
sorver moléculas orgânicas pré-formadas de outros (d) I, II e IV apenas.
seres vivos para aquisição de energia e síntese das
moléculas de que precisam. Os seres que pertencem
ao Reino Animal são eucariontes e pluricelulares. Eles
possuem capacidade de locomoção e de reprodução
sexuada. Os animais vertebrados (que possuem vér-
tebras) e os animais invertebrados (que não possuem
vértebras) são classificados em diversos filos.
Sobre os animais invertebrados e os vertebrados,
analise as afirmativas a seguir:
I. Nos artrópodes e na maioria dos moluscos, o
sistema circulatório é aberto (lacunar), ou seja, o
líquido bombeado pelo coração periodicamente
abandona os vasos e cai em lacunas corporais.
II. Nos artrópodes e na maioria dos insetos, a res-
piração é traqueal; nos aracnídeos, além da tra-
queal, também é observada a filotraqueal; e os
crustáceos em geral respiram por brânquias.
III. Nos anelídeos e nos vertebrados, o sistema circu-
latório é fechado, o sangue circula por uma gran-
de rede de vasos pelos quais ocorrem as trocas
de substâncias entre o sangue e os tecidos.
GABARITO
A
E1. D E15. D da taxa metabólica, para
E2. E E16. No sistema traqueal, pois as compensar a perda de calor pela
traqueias ramificam-se interna- superfície do corpo.
E3. A
mente no corpo, e as trocas de c) A curva C poderia representar a
E4. A gases ocorrem diretamente com relação entre massa corpórea e
E5. B as células dos tecidos. taxa metabólica dos peixes. Mes-
E6. A E17. mo nos animais heterotérmicos
E7. E (pecilotérmicos) esta relação é
a) O consumo de oxigênio pode inversamente proporcional.
E8. A ser considerado uma medida da
taxa metabólica do organismo, E18. C
E9. D
pois esse gás está envolvido na E19. B
E10. A produção de energia através do
E11. 01 + 02 + 04 + 08 = 15 processo de respiração celular
E12. 02 + 16 = 18 aeróbica.
E13. D b) Curva A. A diminuição da tem-
peratura causará, nos animais
E14. 01 + 04 + 16 = 21 homeotérmicos, um aumento
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