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4.1.

DISCIPLINA CONSTITUCIONAL
1. Nesta oportunidade estudaremos o financia- mento da Seguridade Social, iniciando pelas disposições
constitucionais, as quais dizem respeito ao custeio da- quela como um todo (Saúde, Previdência Social e Assis- tência
Social) e que devem ser observadas por todos os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Mu- nicípios).
Nos termos do artigo 195, da Constituição Fede- ral, a Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de
forma direta e indireta, nos termos da lei.

O financiamento indireto será feito por meio de re- cursos reservados nos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios. Conforme dispõe o parágrafo 1º, do artigo 195, da Constituição Federal, as re- ceitas
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à Seguridade Social constarão dos respecti- vos
orçamentos, não integrando o orçamento da União.
Nos termos do artigo 8º, da Lei n. 8.212, de 1991, as propostas orçamentárias anuais ou plurianuais da Segu- ridade
Social serão elaboradas por Comissão integrada por 3 (três) representantes, sendo 1 (um) da área da saú- de, 1 (um) da
área da previdência social e 1 (um) da área de assistência social.
Já o financiamento direto será feito por meio de contribuições sociais,
(I) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, as quais incidirão sobre (a) a
folha de salários e demais rendimentos do trabalho pa- gos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (b) a receita ou o faturamento; (c) lucro;
(II) do trabalhador e dos demais segurados da pre- vidência social, não incidindo contribuição sobre apo-
sentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral dePrevidência Social (RGPS).
ATENÇÃO! De todos os beneficiários da Segurida- de Social (Saúde, Previdência Social, Assistência Social),
apenas os segurados da Previdência Social fazem con- tribuições, auxiliam no financiamento direto. São se- gurados
da Previdência Social, (a) aqueles chamados de obrigatórios, os trabalhadores empregado, empregado doméstico,
contribuinte individual, trabalhador avulso e especial) e (b) os facultativos (arts. 12 e 14, da Lei n. 8.212, de 1991).
1.1 As contribuições sociais são subespécie das contribuições especiais (art. 149, da CF) que, por sua vez, são
espécie do gênero tributo. Assim, às mesmas apli- cam-se alguns princípios constitucionais tributários, dos quais
destacamos o da preexistência de custeio total e o da anterioridade nonagesimal.
O princípio da preexistência de custeio total em relação ao aumento, extensão e criação de benefíciose
serviços de Seguridade Social (ou princípio da con- trapartida) está previsto no artigo 195, parágrafo 5º, da
Constituição Federal e significa que, para o aumento, a extensão ou a criação de qualquer benefício ou serviço da
Seguridade Social deverá haver a previsão antecipa- da da sua fonte de custeio total, dos recursos necessários para
tanto.
O princípio da anterioridade nonagesimal (ou no- ventena) previsto no artigo 195, parágrafo 6º, da Cons- tituição
Federal significa que as contribuições sociais somente podem ser exigidas após o decurso de 90 (noventa) dias da
data da publicação da lei que as houver instituído ou majorado. Prestemos atenção ao fato de que
aquele dispositivo expressamente afasta a aplicação às contribuições sociais, do “princípio da anterioridade de
exercício financeiro”, do artigo 150, inciso III, alínea “b”, da Constituição Federal.
Ainda, nos termos do parágrafo 4º, do artigo 195, da Constituição Federal, a lei poderá instituir outras fontes
destinadas a garantir a manutenção ou expansão da se- guridade social, obedecido o disposto no artigo 154, inci-so I,
ou seja, desde que por meio de lei complementar.

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