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ESTÁGIO
SUPERVISIONADO I
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SOMESB
Estágio Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda.
Supervisionado I
FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância
♦ PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Autores ♦ Aldaci Lopes e Tatiane Lucena
Supervisão ♦ Ana Paula Amorim
Coordenação de Curso ♦ Tatiane Lucena
♦ PRODUÇÃO TÉCNICA ♦
Revisão Final ♦ Carlos Magno
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SUMÁRIO
DO PLANEJAMENTO À AÇÃO
DOCENTE ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 41
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Do Projeto de Intervenção ao Plano de Ação ○ ○ ○ ○ 44
Atividade Orientada ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 71
Glossário ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 74
Referências Bibliográficas ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 75
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Apresentação da Disciplina
Caro(a) estudante:
Você agora vai iniciar uma aventura educativa com a disciplina Estágio
Supervisionado I. Trata-se de uma disciplina da maior relevância para a prática
docente, pois possibilita o contato do estudante com o campo profissional e os
dilemas e desafios inerente a profissão docente.
Sendo assim, o nosso material didático foi pensado para potencializar sua
aprendizagem e reflexão, por este motivo sugerimos que você leia, analise, discuta,
questione, busque e realize todas as atividades propostas. Vá além... Acreditamos
no seu potencial para aproveitar bastante este módulo e as atividades inerentes a
esta disciplina.
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Estágio
Supervisionado I
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EDUCAÇÃO E PRÁXIS PEDAGÓGICA
Estágio: O Que é?
Revisar v.t. Visar novamente; fazer a inspeção ou revisão de; revisar um processo.
Rever, corrigir, emendar.
Rever v.t. Tornar a ver, ver pela segunda vez, ver com atenção, examinar
cuidadosamente com o intuito de melhorar, fazer revisão de, emendar, corrigir. (Koogan
Houaiss. Enciclopédia digital)
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Sendo assim, o estudante deve está com a atenção voltada para
demonstrar seu conhecimento pela teoria trabalhada, realizar seu trabalho com
dignidade procurando, dentro da sua área de atuação, demonstrar que tem
Estágio competência, habilidade, simplicidade, humildade e firmeza, lembrando-se
Supervisionado I que ser humilde é saber ouvir para aprender, ser simples é ter conceitos claros
e sabê-los demonstrar de maneira cordial que possibilitem o entendimento
de terceiros.
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Segundo Schon apud Alarcão (1996) o estágio deve ser considerado tão importante
como os demais conteúdos do currículo. Assim, os’ próprios docentes, como as
universidades ainda não deram o devido valor à prática da formação do professor.
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Fique de Olho...
Ea
aggora? Como v
ora? ocê se sente?
você
Um momento de reflexão...
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Ampliando Horizontes
Texto Complementar...
Dúvidas, obstáculos, entrosamento da organização
e da universidade
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· Favorecer o conhecimento e a aplicação de novas tecnologias,
metodologias e organização do trabalho.
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Em síntese...
Etapas do Estágio:
1. Integração e Planejamento
2. Pesquisa e Plano de Ação
3. Prática e Intervenção
Texto Complementar...
Modelo de Formação Integral
SER, SENTIR
Colaboração e criatividade
Habilidades pessoais
Habilidades sociais
Abertura à mudança
Atitude de melhoria
Atitude criativa
Flexibilidade
Sensibilidade para problemas
Sensibilidade para valores sociais
Novos interesses e aspirações
SABER, CONHECER
FAZER, ATUAR
Competência docente
Tomada de decisões
Elaboração de materiais
Esboço do projeto inovador
Desenvolvimento de projeto inovador
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Avaliação de projetos e programas
Avaliação de centros e do professorado
Análise da realidade
Estágio Análise das necessidades
Supervisionado I Aprender com os erros
Domínio modelo
QUERER, DECIDIR
Superar bloqueios
Enfrentar conflitos
Enfrentar resistências
Superação de estresse e fadiga
Persistência na tarefa iniciada
Enfrentar dificuldades e problemas
Elaboração de projetos e tarefas
Busca da qualidade em processos e resultados.
O professor capacitado para atuar nas séries Iniciais do Ensino Fundamental deve
ter competência para se integrar no contexto atual do processo de transformação
educacional, respondendo às necessidades da escola e da sociedade. Ademais, o
profissional da educação deverá se dedicar ao ensino e educação de crianças que
freqüentam no nível de ensino pretendido, abrangendo os processos de formação e
desenvolvimento do sujeito, alfabetização, domínio da leitura e escrita, das operações
fundamentais matemáticas, noções básicas das ciências humanas e sociais, além de
dedica-se ainda ao desenvolvimento de projetos de ensino e de pesquisa e desenvolver
ações pedagógicas em parceria com a comunidade escolar e instituições sociais,
dinamizando a vida da escola e da comunidade escolar por meio de atividades culturais.
Como habilidade principal, o profissional da educação deve se preparar para se
comunicar e se relacionar com as pessoas, desenvolver espírito de liderança, iniciativa e
criatividade. Assim, deverá estar capacitado para a atividade docente; bem como ser um
articulador da organização do trabalho pedagógico nos anos iniciais do Ensino Fundamental;
articulador da dimensão interdisciplinar das áreas do conhecimento; com formação para
atuação crítica e interdisciplinar da realidade e capacitado para a ação no espaço
institucional de ensino e nas organizações sociais, no planejamento, na gestão e na pesquisa
do processo educativo. Neste curso a formação do professor acontece pela participação
no trabalho de pesquisa metodológica e científica, integrada à investigação da realidade,
reconhecendo que o papel do professor se faz na atuação profissional e no desempenho
das funções como agente transformador da realidade, valorizando os avanços da ciência e
da formação humana, e é por conta disso que há uma preocupação em articular de maneira
harmônica o Estágio Supervisionado e a teoria estudada durante todo o curso.
Essa articulação se dá através do processo de sistematização das relações entre
os indivíduos que proporciona o conhecimento de saberes necessários à sua sobrevivência
na sociedade, entendido como educação, refletindo dessa forma, uma contextualização
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mais condizente com a práxis pedagógica do educador. Atualmente, o processo educativo
é caracterizado como informal e formal: a primeira diz respeito a transmissão de
conhecimentos construídos na vivência cotidiana fora da escola, sendo dado em todos
ambientes sociais que o indivíduo se encontre como: família, igreja, trabalho e outros lugares;
a segunda, é oferecida em um ambiente destinado a este fim, o escolar, onde a finalidade
consiste em ampliar os conhecimentos de quem a freqüenta, instrumentalizando como
cidadão capaz de atuar na sociedade em constante transformação.
Nesse sentido a escola enquanto um espaço que visa preparar o indivíduo para
exercer atividades favoráveis ao seu crescimento e da comunidade, deve estar cada vez
mais a procura de modos que os auxiliem nesse processo de caminhar os cidadãos na
construção de atitudes críticas, tornando-se encarregada de promover atividades que
beneficiem os educandos a se adequar as exigências sociais. Como nos mostra Porto
(1999), “[...] a educação é um processo social que se enquadra numa concepção particular
do mundo, a qual, por sua vez, determina os fins a serem atingidos pelo ato educativo e
estes fins refletem o espírito da época [...]” (PORTO,1999, p.36). Com isso a escola precisa
promover ações que estejam de acordo a realidade de seus educandos, a fim de que os
introduza em seu mundo.
Devido a tantas demandas sociais relacionadas à educação, as escolas vão
transformando seu modo de agir, indo em busca de melhorias na sua rotina de trabalho
para que beneficiem os educandos, ajudando-os na construção de seus conhecimentos. A
utilização das formas de como agir em uma instituição marca sua metodologia de trabalho,
e esta interfere nas atividades dos educandos, pois a prática pedagógica de um ambiente
escolar influencia no processo de aprendizagem dos mesmos incentivando-os na busca de
novos conhecimentos.
Sobre as questões acima, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996, relata no seu
artigo 1º:
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destacam-se a Pedagogia Tradicional e a Pedagogia Renovada (LIBÂNEO,
1991). Estas se opõem por divergirem no que acreditam ser correto na forma
de como ensinar e aprender atitudes necessárias para sobrevivência do
Estágio indivíduo.
Supervisionado I
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Na tentativa de formular uma educação transformadora que favorecesse o interesse
do povo, foi surgindo primeiro a Pedagogia Libertadora, inspirada por Paulo Freire e a
Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos, estas “[...] trata-se de duas tendências
pedagógicas progressistas, propondo uma educação escolar crítica a serviço das
transformações sociais e econômicas, ou seja, de superação das desigualdades sociais
decorrentes das formas sociais capitalistas de organização da sociedade. No entanto,
diferem quanto a objetivos imediatos, meios e estratégias de atingir essas metas gerais
comuns” (LIBÂNEO, 1991, p.69). Essa pedagogia tem como objetivo proporcionar o
funcionamento de escola mediadora entre os alunos e os conteúdos, e estes são tidos
como conhecimentos dinâmicos e questionáveis.
Na Pedagogia Libertadora a proposta é de uma educação que favoreça aos
estudantes um pensamento crítico que transforme a realidade social, a fim de superar as
desigualdades existentes. Nesta tendência, o professor é visto como o coordenador de
atividades, as quais são em torno de temas sociais e políticos, envolvendo problemas a
serem analisados com o intuito de estruturar uma forma para atuar na transformação da
realidade concreta, após o conhecimento da mesma.
Alguns educadores não aceitaram a proposta da Pedagogia Libertadora afirmando
que essa tendência dá pouca importância ao saber cultural da humanidade, acreditando
que não era suficiente apenas conhecer as questões sociais, o que é uma visão equivocada.
Surgindo a partir daí a Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos em que faz-se necessário
também construir o domínio de conhecimentos, capacidades e habilidades que possibilitem
aos alunos interpretar e buscar seus interesses pessoais e sociais.
Como foi relatado acima “[...] o que importa é que os conhecimentos sistematizados
sejam confrontados com as experiências sócio-culturais e a vida concreta dos alunos, como
meio de aprendizagem e melhor solidez na assimilação dos conteúdos [...]” (LIBÂNEO,
1991, p.70). O ensino deve envolver o domínio de conteúdos científicos, e a problemática
social cotidiana para que através deles os estudantes tenham possibilidade de formar a
sua consciência crítica.
Diante das tendências abordadas é notável que a educação variasse ao longo do
tempo, e devido a tantas transformações ocorridas os educadores estão à procura de
melhorias na área em que atuam.
Vasconcellos nos mostra que é anseio de muitos profissionais que o ambiente escolar
seja um espaço utilizado para o crescimento integral do indivíduo. “[...] nosso desejo é que
a escola cumpra um papel social de humanização emancipação, onde o aluno possa
desabrochar, crescer como pessoa e como cidadão, e onde o professor tenha um trabalho
menos alienado e alienante, que possa repensar sua prática, refletir sobre ela, dar-lhe um
novo significado e buscar novas alternativas [...]” (VASCONCELLOS, 1999). Sendo assim
os educadores devem estar em constantes reflexões das suas atitudes, buscando renovar
sua prática pedagógica a fim de ajudar os educandos a enfrentar os obstáculos existentes
na sociedade.
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disponibilidade do educando, partindo de seus conhecimentos prévios e sua
experiência para conceder um significado ao seu estudo.
É necessário que os educadores ajudem os alunos a confiar em suas
Estágio capacidades para que não desistam diante dos obstáculos, pois os mesmos
Supervisionado I devem estar cientes de que aprender não é fácil e neste processo existem
diversos desafios que precisam, ser superados. Com isso ao educador cabe
iniciar um trabalho um pouco além do que o aluno já compreende, sendo uma
provocação que desperte seu interesse, a qual na resolução os alunos sintam
o prazer de ter superado a dificuldade e conquistado novos conhecimentos.
Para que o educador promova atividades interessantes aos seus alunos, ele precisa
planejar seu trabalho e se dedicar ao mesmo, procurando diversificadas formas que
favoreçam a aprendizagem. Uma das maneiras de elaborar atividades é que as mesmas
sejam ordenadas, de maneira articulada formando uma seqüência que auxiliem os alunos
na compreensão dos assuntos abordados.
A seqüência de atividades favorece um melhor relacionamento entre elas tornando-
as interligadas e envolvendo os alunos na participação das mesmas, assim:
Uma das coisas que o docente precisa privilegiar em sua seqüência didática é o de
elaborar atividades de acordo com o interesse do aluno, para que não proponha algo que
desestimulem seus desejos, por ser muito fácil de resolver ou por não terem construído
ainda os esquemas cognitivos para a mesma.
No entanto, muitos educadores vão em busca de estudos que os ajudem na
descoberta de novos conhecimentos, os quais despertem em seus educandos o gosto do
aprender. A procura do crescimento profissional faz com que o indivíduo se depare com
situações conflitantes em relação suas atitudes e as de outras pessoas e as informações
estudadas. O conflito de muitos educadores ocorrem no instante em que têm a oportunidade
de estar observando a prática pedagógica do outro, analisando e refletindo sobre a forma
de agir do colega, e muitas vezes se encontrando nas atitudes do mesmo.
Cinema e Conhecimento...
O cinema é mágico e nos leva a lugares longínquos, jamais vistos... ao mesmo tempo
nos transporta a nós mesmos, ao que há de mais íntimo e muitas vezes desconhecido do
nosso próprio universo da consciência, da racionalidade. O olhar do cineasta nos faz sonhar
e refletir sobre nossa vida.
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Filmes que nos fazem pensar, refletir, agir e mudar, orientando nossos caminhos...
Um garoto levava uma vida normal até que, quando tinha seis anos,
estranhas coisas aconteceram, pois ele passou a ter diversos problemas
de ordem mental que foram diagnosticados como ALD, uma doença
extremamente rara que provoca uma incurável degeneração no cérebro,
levando o paciente à morte em no máximo dois anos. Os pais do menino
ficam frustrados com o fracasso dos médicos e a falta de medicamento
para uma doença desta natureza. Assim, começam a estudar e a pesquisar
sozinhos, na esperança de descobrir algo que possa deter o avanço da doença.
Fred Tate é um superdotado que vive com a sua mãe Dede Tate,
uma empregada de mesa, que se esforça para o educar como uma criança
normal, mas que apesar de tudo não o consegue integrar num meio que
facilmente marginaliza todos aqueles que se mostram diferentes. Recorre
então a Jane Griersm uma psicóloga diretora de uma escola para
superdotados, que se deixa maravilhar pela inteligência e sensibilidade de
Fred e que decide escrever um livro sobre ele. Jane pede, então, a sua
guarda a Dede, por um verão, alegando que Fred poderá assistir a um curso universitário
enquanto ela o observa. Neste período de afastamento da sua mãe, Fred descobrirá que
toda a sua inteligência não significará muito sem ninguém que o ame e acarinhe com a uma
criança normal.
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O jardim secreto – Agnieszka Holland
No início do século XX, Mary Lennox (Kate Maberly)
vivia na Índia com seus pais, que não lhe davam muita atenção.
Estágio Porém um estouro de elefantes os mata e, seis meses depois,
Supervisionado I Mary desembarca em Liverpool, na Inglaterra, para viver com
Lorde Archibald Craven (John Lynch), seu tio, na mansão
Misselthwaite, uma construção feita de pedra, madeira e metal
na qual existem segredos e antigas feridas. Mary estava
assustada naquele solar com várias dezenas de quartos e era incrivelmente
mimada, pois lhe desagradava a idéia de vestir suas roupas, já que na Índia isto era tarefa
de suas aias.A mansão é administrada pela Sra. Medlock (Maggie Smith), uma rigorosa e
fria governanta. Lorde Craven perdeu a mulher há dez anos e nunca mais conseguiu superar
a tragédia. Para piorar Colin Craven (Heydon Prowse), seu filho, também sobre de extrema
apatia, sempre recolhido no seu quarto. Mais uma vez negligenciada, Mary passa a explorar
a propriedade e descobre um jardim abandonado. Entusiasmada com a descoberta, Mary
decide restaurar o lugar com a ajuda do filho de um dos serviçais da casa.
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Escola Democrática já é uma Lição
Mudar é preciso e necessário para saber conviver no século XXI. Mudar nossos
paradigmas com relação ao que fomos e ao que somos; ao que aprendemos no passado e
ao que estamos aprendendo no agora. Sendo assim, torna-se um desafio “aprender a
aprender”, “aprender a ser” e “aprender a fazer” (DELORS, 2000, p. 89-99) no processo de
ensino-aprendizagem.
Reavaliar nossos conceitos, concepções e valores traz para o nosso mundo real
uma visão multidimensional do nosso ser. É preciso ter sabedoria, coragem, determinação,
prudência, serenidade para atuar na escola de hoje que é dinâmica, transformadora.
As mudanças não ocorrem por um acaso. Elas obedecem à evolução da humanidade
e ao desejo de transformação, levando o homem a atuar no universo de forma progressista.
O conhecimento tem chegado de forma assustadora no universo escolar. Com o processo
de globalização as informações estão conectadas em rede, e nós não conseguimos
acompanhar esse universo informativo que está chegando a todo o momento. E como
avaliaríamos tais informações, sendo professores?
É muito complexo entender e compreender essas questões que não deixam de
participar de nosso dia-a-dia e de nossa prática profissional. Quantas vezes, na sala de
aula, o aluno traz informações das quais, nós não estamos preparados para responder? O
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aprender a ouvir o aluno e estar participando com ele do processo ensino-
aprendizagem é outro desafio que teremos que enfrentar no cotidiano escolar.
Entender o humano, como diz Morin (2000), é complexo. A complexidade
Estágio do pensamento humano liga-se a incertezas e, ao mesmo tempo, busca uma
Supervisionado I certeza no conhecimento. E o que é o conhecimento? É um aprender a ser
avaliado para saber se aprendeu? Por que tantas exigências, sem nem ao
menos sabemos para que servem?
O refletir, o pesquisar, o se informar sobre nós, enquanto sujeitos e
objetos do conhecimento se torna necessário para compreender o humano.
Corporificar é buscar ser exemplo ou mesmo referência para os alunos, hoje é
importante, pois, muitos se encontram no olhar que têm de um determinado professor que
julga ser o melhor (FREIRE, 1997, p.38). Mesmo essa premissa podendo ser falsa, há
aqueles que nela acreditam e se fundamentam para conseguir lutar pelos seus sonhos.
O professor tem que procurar levar seus alunos a pesquisarem, a se comprometerem
e a construírem sua história, sua identidade em um mundo em constantes transformações.
Buscar melhorar seus hábitos e atitudes são essenciais, para que as mudanças ocorram.
Somos seres mutáveis e necessitamos de nos inter relacionarmos para transformamos
nossas vidas.
Não é apenas preciso mudar, o que, porém exige paciência, uma paciência
que eu chamo de impaciente, que exige também conhecimento, humildade e
uma pressa não demasiada apressada, quer dizer, você tem que viver um tempo
em que você corre e anda também, anda quando pode, corre quando pode.
Neste contexto, ética no ensino das áreas de conhecimento das séries iniciais do
Ensino Fundamental constitui um dos temas transversais propostos nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (1998) e reflete a preocupação para que a escola e o docente realizem
um trabalho que incentive a autonomia na constituição de valores de cada aluno, ajudando-
o a se posicionar nas relações sociais dentro da escola e da comunidade como um todo.
São quatro blocos temáticos principais: respeito mútuo, justiça, diálogo e solidariedade.
Em síntese...
Todo professor é uma referência para os seus alunos. Sendo assim, deve cumprir
com o seu papel que é o de possibilitar uma reflexão crítica em seus alunos, isto é, no que
diz respeito à ética eles devem ser capazes de:
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Valorizar o diálogo como forma de esclarecer conflitos e tomar decisões coletivas;
Perceber as relações entre a história do passado com o presente;
Aplicar os conhecimentos adquiridos na escola para construir uma sociedade
democrática.
Texto Complementar...
Ética e Educação no Mundo Globalizado
# 1.
[ ]Agora é hora de
TRABALHAR
Após a leitura, comente a importância do estágio nas
séries iniciais do Ensino Fundamental na perspectiva da
educação atual.
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2. Enumere cinco razões que tornam importante a realização do Estágio
Supervisionado.
Estágio
Supervisionado I
a..De acordo com o texto, o conhecimento precisa ser pautado em que bases teóricas?
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4. Na sua opinião, quais os benefícios que tem um estudante de licenciatura em realizar
um estágio supervisionado?
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ESTÁGIO SUPERVISIONADO NAS SÉRIES
INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Estágio
Supervisionado I
Segundo Fonseca (2003, p. 117), nos últimos anos do século XX, o ensino deveria
ser precedido nas produções de conhecimento no cotidiano escolar. A autora focaliza a
possibilidade de organização do ensino, especificando o de história, por projetos de pesquisa
na atual realidade escolar brasileira.
Zabala (1998, p. 27) complementa que por trás de qualquer proposta metodológica
se esconde uma concepção de valor que se atribui ao ensino, assim como certas idéias
mais ou menos formalizadas e explícitas em relação aos processos de ensinar e aprender.
Neste sentido, o educador precisa acompanhar as mudanças, promovendo na sala
de aula o entendimento entre o tradicional, o novo e o diferente, trabalhando os conflitos,
transformando a escola em um espaço de convivência prazerosa do aprender e do saber,
valorizando a cultura original do aluno.
Uma atividade que agrega ludicidade e teoria é o reflexo de como deve pensar uma
escola no século XXI. Segundo os PCN’s (1998, p. 40), no processo de aprendizagem, o
professor é o principal responsável pela criação de situações de trocas, de estímulos na
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construção de relações entre o estudado e o vivido, de integração
com outras áreas de conhecimento, de possibilidade de acesso
dos alunos a novas informações, de confrontos de opiniões,
de apoio ao estudante na recriação de suas
explicações e de transformação do meio em que vive.
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valor específico dentro de uma cultura”. Sob esta ótica, a inteligência contribui
para que em situações difíceis possamos perceber e criar alternativas através
das quais possamos decidir em optar ou venhamos a dar sugestões
Estágio significativas para resolução e/ou encaminhamento de um determinado
Supervisionado I problema.
A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) aborda
o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que
permite aos indivíduos um desempenho, maior ou menor, em qualquer área
de atuação. Sua insatisfação com a idéia de quociente de inteligência (QI) e com visões
unitárias de inteligência, que focalizam, sobretudo, as habilidades importantes para o
sucesso escolar, levou Gardner a redefinir inteligência à luz das origens biológicas da
habilidade para resolver problemas.
Assim, a inteligência pode ser entendida como apacidade inata, geral e única, que
permite aos indivíduos um desempenho, maior ou menor, em qualquer área de atuação.
Sua insatisfação com a idéia de quociente de inteligência (QI) e com visões unitárias de
inteligência, que focalizam, sobretudo, as habilidades importantes para o sucesso escolar,
levou Gardner a redefinir inteligência à luz das origens biológicas da habilidade para resolver
problemas. Através da avaliação das atuações de diferentes profissionais em diversas
culturas, e do repertório de habilidades dos seres humanos na busca de soluções,
culturalmente apropriadas, para os seus problemas, o autor trabalhou no sentido inverso ao
desenvolvimento, retroagindo para eventualmente chegar às inteligências que deram origem
a tais realizações. Na sua pesquisa, Gardner estudou também:
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que, ao invés de haver uma faculdade mental geral, como a memória, talvez existam formas
independentes de percepção, memória e aprendizado, em cada área ou domínio, com
possíveis semelhanças entre as áreas, mas não necessariamente uma relação direta.
Na sua teoria, Gardner propõe que todos os indivíduos, em princípio, têm a habilidade
de questionar e procurar respostas usando todas as inteligências. Todos os indivíduos
possuem, como parte de sua bagagem genética, certas habilidades básicas em todas as
inteligências. A linha de desenvolvimento de cada inteligência, no entanto, será determinada
tanto por fatores genéticos e neurobiológicos quanto por condições ambientais. Ele propõe,
ainda, que cada uma destas inteligências tem sua forma própria de pensamento, ou de
processamento de informações, além de seu sistema simbólico. Estes sistemas simbólicos
estabelecem o contato entre os aspectos básicos da cognição e a variedade de papéis e
funções culturais.
Segundo Antunes (1998), os estímulos são o alimento da inteligência e estão
presentes desde o início da infância, contudo isto deve ocorrer de maneira maneira gradual,
sem excessos, pois “estimulações excessivas, já se disse antes, possui o mesmo sentido
que alimentação em quantidade acima da necessidade”. Neste sentido, cabe ao professor
estar conectado ao educando o tempo todo, observando seus interesses. É importante ter
em mãos os recursos para que sejam usados com sobriedade e, principalmente, com a
participação da comunidade escolar.
A noção de cultura é básica para a Teoria das Inteligências Múltiplas. Com a sua
definição de inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que
são significativos em um ou mais ambientes culturais, Gardner sugere que alguns talentos
só se desenvolvem porque são valorizados pelo ambiente. Ele afirma que cada cultura
valoriza certos talentos, que devem ser dominados por uma quantidade de indivíduos e,
depois, passados para a geração seguinte.
As implicações da teoria de Gardner para a educação são claras quando se analisa
a importância dada às diversas formas de pensamento, aos estágios de desenvolvimento
das várias inteligências e à relação existente entre estes estágios, a aquisição de
conhecimento e a cultura.
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Thomas Armstrong incorpora, em seus escritos, as pesquisas mais
novas de Gardner e outros estudiosos. Os estudos originais de Gardner
sugerem que a mente humana é composta por sete inteligências – lingüística,
Estágio lógico-matemática, espacial, corporal-cinestésica, musical, interpessoal,
Supervisionado I intrapessoal, naturalista e, possivelmente, existencial. Os estudos de Armstrong
proporcionam ajudar educadores de todos os níveis a aplicarem a teoria das
IM ao desenvolvimento de currículos, planejamento de aulas, avaliação,
educação especial, habilidades cognitivas, tecnologia educacional,
desenvolvimento de carreira, políticas educacionais e muito mais. Armstrong apresenta
instrumentos, recursos e idéias que os professores poderão usar imediatamente para ajudar
alunos de todas as idades a atingirem o seu potencial máximo na vida.
Com o surgimento desta teoria o conceito de inteligência foi reestruturado e o ser
humano passou a ser compreendido na sua multidimensão. As discussões evidenciavam
que as inteligências são competências, e dessa forma se responsabiliza pela solução
específica de problemas diferenciados com a capacidade de criação de “produtos” válidos
para uma determinada cultura.
De acordo com Gardner (1996), seriam oito as inteligências, denominadas
inteligências múltiplas: inteligências lingüística ou verbal, a lógica-matemática, a espacial, a
musical, a cinestésica corporal, a naturalista e as inteligências pessoais, isto é, intrapessoal
e a interpessoal. Posteriormente, outras inteligências vêm sendo estudadas. Mas para efeito
do nosso trabalho educativo entendemos que o trabalho de Antunes ainda nos satisfaz.
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Naturalista: atração pelo mundo natural e sensibilidade em relação a ele, capacidade
de êxtase diante da paisagem humanizada ou não;
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Criar centros de atividades;
Dar aos alunos opções de tarefas de casa;
Ensinar aos alunos sobre as Inteligências Múltiplas;
Estágio Concentrar-se nas potencialidades de alunos rotulados;
Supervisionado I Usar as Inteligências múltiplas para desenvolver avaliações;
Preparar alunos para o mundo (das Inteligências Múltiplas) real.
A vida cotidiana impõe aos cidadãos situações nas quais o ato de pesquisar está
constantemente presente. Dessa forma, a construção de saberes escolares deve seguir os
moldes dos saberes construídos na vida. Isso exige empenho dos profissionais de educação
no sentido de efetuarem intervenções pedagógicas que favoreçam a pesquisa no contexto
escolar.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – lei nº 9.394/96) foi a
responsável por uma nova onda de debates sobre a formação docente no Brasil. Antes
mesmo da aprovação dessa lei, o seu longo trânsito no Congresso Nacional suscitou
discussões a respeito do novo modelo educacional para o Brasil e, mais especificamente,
sobre os novos parâmetros para a formação de professores.
Atualmente, aprender a aprender é condição primordial para o processo de aquisição
de um conhecimento de qualidade na sala de aula. Através da interdisciplinaridade e da
contextualização cria-se a possibilidade de construção de aprendizagens significativas.
A interdisciplinaridade é um processo de conhecimento que busca a cooperação
ativa entre áreas do saber, permitindo o intercâmbio e o enriquecimento na compreensão e
explicação do universo a ser pesquisado. Supõe, portanto, a decisão intencional de se
estabelecerem nexos e vínculos existentes entre as várias disciplinas de modo a privilegiar
todos os aspectos: históricos, políticos, econômicos, socioculturais, na compreensão da
dinâmica do ser humano, concretizada no diálogo entre os diversos saberes, de forma que
possam emergir novas formas de interpretação da realidade.
A prática reflexiva, profissionalização, trabalho em equipe e por projetos, autonomia
e responsabilidades crescentes, pedagogias diferenciadas, centralização sobre dispositivos
e sobre as situações de aprendizagem, sensibilidade à relação com o saber e com a lei
delineiam o roteiro para o novo ofício. Logo, a dimensão do ensino e da aprendizagem é
marcada por um tipo especial de relação, mediada pela apropriação do saber.
O ofício de professor não é imutável. Suas mudanças passam principalmente pela
emergência de novas “competências” (ligadas, por exemplo, ao trabalho com outros
profissionais ou à evolução das didáticas) ou pela acentuação de competências
reconhecidas, por exemplo, para enfrentar a crescente heterogeneidade dos efetivos
escolares e a evolução dos programas.
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Segundo Perrenoud (2000), todo referencial tende a se desatualizar pela mudança
das práticas e, também, porque a maneira de concebê-las se transforma. Há 30 anos, não
se falava tão correntemente de tratamento das diferenças, de avaliação formativa, de
situações didáticas, de prática reflexiva, de metacognição... Podendo ir mais longe, de
multidisciplinaridade, de interdisciplinaridade, de transdisciplinaridade, de inteligências
múltiplas e assim por diante.
O referencial escolhido acentua as competências julgadas prioritárias por serem
coerentes com o novo papel dos professores, com a evolução da formação contínua, com
as reformas do ensino, com as ambições das políticas educativas.
Ele é compatível com os eixos de renovação da escola: individualizar e diversificar
os percursos de formação, introduzir ciclos de aprendizagem, diferenciar pedagogia,
direcionar-se para uma avaliação mais formativa do que normativa, conduzir projetos de
estabelecimento, estabelecer o trabalho em equipe docente e responsabilizar-se
coletivamente pelos alunos no centro da ação pedagógica, recorrer aos métodos ativos,
aos procedimentos de projetos, ao trabalho por problemas abertos, desenvolver as
competências e transferência de conhecimentos, ou seja, educar para a cidadania.
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Próximos aos livros didáticos estão os livros de consulta, os pára-didáticos,
as revistas, as enciclopédias e os dicionários. Eles complementam as
informações, as ampliam e ajudam a alcançar maior precisão e ligação
Estágio interdisciplinar. O professor deve conhecer integralmente o livro didático e as
Supervisionado I suas projeções de relação com outros meios e procedimentos aplicáveis nas
atividades.
OS VÍDEOS - A escolha de um vídeo e sua utilização passam por várias
etapas de preparação. Deve-se considerar o ajuste do tema aos objetivos
estabelecidos, que pode ser total ou parcial, como também, a análise prévia dos vídeos por
parte do professor ou do coletivo de professores, a reflexão e discussão sobre o conteúdo
e a forma de apresentação; a confecção (caso não exista) de uma ficha técnica, uma sinopse
(indicando os aspectos que são tratados e chamando à atenção para determinados
assuntos), um roteiro de análise e debates, um elenco de fontes complementares de
informação e, finalmente, uma orientação para a concretização (individual ou grupal) de
valores, conhecimentos e habilidades, derivados das múltiplas leituras de um vídeo. Junto a
tudo isso a medição de quanto foram cumpridos os objetivos específicos da atividade.
A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO - O emprego da computação no ensino é ilimitado.
Para tanto é necessária a escolha do software apropriado ao objetivo que se quer alcançar.
Dentre os tipos a empregar então, tutoriais, simuladores, programas interativos (inclusive
jogos), enciclopédias, dicionários; e outros softwares especialmente dedicados ao cálculo,
realização de gráficos, escritura de textos, etc.
AS VISITAS - As visitas, como outras atividades, devem ser preparadas com muito
detalhe no que diz respeito aos seus objetivos estabelecidos no plano de aula. A escolha da
visita a uma fábrica, um laboratório, um centro de saúde, um ambiente natural ou construído,
etc. se deve a determinado fim. Na preparação da visita, o fim se destaca de maneira clara
e a seqüência de etapas na realização da visita deve ser desenhada conjuntamente entre
os professores, os alunos e a entidade a ser visitada. Significa que os professores deverão
visitar antes uma ou mais vezes a entidade em questão, declarar o interesse fundamental
da visita, o nível de profundidade e abrangência das informações sobre os aspectos de
interesse e o vínculo lógico das disciplinas presentes. Os alunos e professores podem
elaborar um roteiro da visita e, caso seja conveniente, roteiros de entrevistas ou perguntas
previamente elaboradas para obter as respostas a hipóteses, ou assuntos levantados em
sala de aula ou em grupos. A visita deve aportar elementos novos sobre aspectos
possivelmente já considerados em uma outra dimensão ou aproximação.
Texto adaptado do site http://aafd.educar.pro.br/ead/procurricular/Atividad.html
Saiba mais...
Dez domínios de competências reconhecidas como prioritárias na formação contínua
das professoras e dos professores no Ensino Fundamental:
34
4. Envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho;
5. Trabalhar em equipe;
6. Participar da administração da escola;
7. Informar e envolver os pais;
8. Utilizar novas tecnologias;
9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;
10. Administrar sua própria formação contínua.
Reflita!
Se existem analfabetos,
Provavelmente não é por vontade dos professores.
Se existem letrados,
É porque um dia tiveram seus professores.
Se existem Prêmios Nobel,
É porque alunos superaram seus professores.
Se existem grandes sábios,
É porque transcederam suas funções de professores.
(Içami Tiba)
Iniciarmos com Içami Tiba nos faz refletir a função do professor e a função do aluno
no contexto da sala de aula. Mas, que sala de aula é essa?
A sala de aula é uma realidade que contém muitas realidades. Talvez esteja enganado
aquele que imagina estar claro para os educadores e professores o sentido desta coisa
com a qual lidam todos os dias: a sala de aula. Esta pode ser pensada em termos do que é,
bem como em termos do que deve ser.
Espaço político portador de uma história? Espaço mágico de encontros humanos?
Lugar no qual tantos escamoteiam com belas palavras os duros conflitos vividos por um
tempo? Espaço no qual se cumpre o jogo sutil das seduções afetivas ou endoutrinadoras?
Ou muitas dessas coisas juntas? Enfim: que lugar é esse, a sala de aula?
Desde a concepção formal que o aponta como “local eleito pela civilização para a
transmissão do saber”, até a concepção anarquista que o vê como “um picadeiro privilegiado
pela sociedade”, a sala de aula é o ambiente específico para as inter-relações vivenciadas
pelos sujeitos na escola, mas não pode ser considerada apenas o único ambiente no qual
a educação se configure em sua magnitude e competências.
35
A partir das leituras a seguir, propomos questões que consideramos
imprescindíveis para a reflexão sobre o conteúdo em questão:
Entendemos assim, que existe a necessidade que o docente realize um esforço para
planejar algumas linhas pedagógicas que contemplem conteúdos históricos que norteiam
os problemas da sociedade em que ele vive. A finalidade educativa deve ser tudo o que
dela faz parte. Isso quer dizer que todos os alunos de uma sociedade devem encontrar
propostas educativas ricas em estímulos para que possam realizar uma aprendizagem que
os forme de uma maneira integral.
Deve, portanto, o docente cuidar para que o ambiente educacional se torne um meio,
um agente, e um conteúdo educativo e que cada instituição, associação, entidade, rua e
espaços urbanos seja agente e, ao mesmo tempo, elemento educativo.
Assim, perceba que, quando falamos de ambiente educacional não nos referimos
somente aquele tipo de organização estruturada — escola —, mas nos referimos a uma
terminologia mais atualizada: “transposição didática”.
36
Também estamos nos referindo a todas aquelas impressões que se recebem das
ruas da própria cidade, das estátuas, de seus jardins, de seu povo, de seu patrimônio
histórico.
Muitas vezes, o corpo discente não tem recursos para abordar esses elementos
que, mesmo sendo parte de sua vida cotidiana, passam praticamente despercebidos. Seria
possível arriscar uma estratégia que permitisse aos alunos desfazer o emaranhado de
enigmas que se esconde no patrimônio urbano?
E aaggor a, Pr
ora, of
Professor?
ofessor?
Como F az
Faz er? O que ffaz
azer? az er?
azer?
Consideramos que o professor é agente social, sobre este ponto de vista, se converte
em elemento essencial para compreender um sem-número de questões colocadas pelo
estudo do patrimônio, como, por exemplo, as intervenções humanas, as mudanças sofridas
ao longo do tempo, as adaptações tecnológicas, os usos e funções de um determinado
espaço em diferentes épocas da história, etc.
Desta forma, pode-se utilizar o patrimônio sob o ponto de vista literário, tecnológico,
artístico, arquitetônico, histórico, natural e industrial. Formular um problema baseado no
conjunto patrimonial da comunidade envolvida permite iniciar um processo de formulação
de hipóteses e reflexão capaz de gerar conhecimento.
Quando se realiza uma visita de trabalho fora da classe para estudar as cidades,
procuramos elementos que já estão presentes no ambiente educacional que fazem parte
de nossas vidas, porém o que buscamos é o objeto, o contexto que o envolve e a realidade
que determina. Isso quer dizer que o patrimônio urbano potencializa o fato de que a resolução
de problemas se realize de forma direta com a realidade, praticamente sem outras
mediações.
É importante ressaltar que diante de um processo educacional que extrapola a sala
de aula, o corpo discente não faz um tipo de aquisição automática de conhecimentos e
habilidade que, certamente em pouco tempo estarão esquecidas, nem tão pouco
responderão avaliações históricas sem nenhuma relação com o contexto atual. Ao contrário,
o que se busca é provocar, e inclusive, criar incertezas na mente dos alunos para que possam
ver que o patrimônio traz em si muitos problemas históricos que não foram resolvidos.
Em síntese...
37
Texto Complementar...
Estágio
Supervisionado I
1. O tema trabalhado em classe pode ter sua aplicação no contexto social. Pode ser
utilizado para tentar resolver algum problema relacionado com o
tema central e com a realidade;
5. Preparar material para visita em função dos pontos discutidos em sala. A visita é
um dia de trabalho;
(LA TORRE, Saturnino; BARRIO, Oscar. Curso de Formação para educadores, 2002)
38
#
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR
“O jogo da verdade”
2. Para você, quais seriam as atitudes de um professor que pretende transpor o ambiente
de sala de aula?
39
4. Comente, segundo os conteúdos do bloco, como os PCN’s consideram
a formação do docente e compare com as necessidades da educação atual.
Estágio
Supervisionado I
40
DO PLANEJAMENTO À AÇÃO DOCENTE
41
não deve se basear no acúmulo de informações, mas sim numa elaboração
mental que se deve traduzir em forma de ação transformadora sobre o mundo.
Na escola, o conhecimento será construído a partir da interação
Estágio professor/aluno e objeto do conhecimento fazendo com que o aluno
Supervisionado I compreenda, usufrua e transforme a realidade.
O aluno deve ser estimulado para desenvolver seu próprio potencial
interagindo de maneira consciente com o processo de aprendizagem
convencional. A escola tem o compromisso social que vai além do transmitir
informação, necessitando criar um contexto em que valores éticos básicos sejam trabalhados
para desenvolver todas as dimensões do ser humano, suas capacidades e competências
cognitivas, oferecendo um currículo que preserve a herança cultural e a interação dos
conhecimentos.
Valores como espontaneidade de expressão, vida sadia, auto-estima, auto-confiança,
dignidade, autonomia, desejo de aprender, amizade, sociabilidade, cooperação, igualdade
de oportunidades, respeito por suas diferenças, diversidades sócio-culturais que devem
ser trabalhadas por todos os setores da Escola, buscando a qualidade do serviço através
da construção passa a passo da cidadania do nosso aluno, preparando-o para o exercício
futuro de seus direitos e deveres, de maneira democrática, respeitando as suas diferentes
raças, etnias, religiões, cor e sexo, bem como o respeito à sexualidade com garantia dos
outros indivíduos e da dignidade do ser humano.
O aluno e o professor dentro de uma linha construtivista se tornam elementos ativos
na troca de conhecimentos, onde o professor estabelece os parâmetros em que se deve
promover atividade mental do aluno, passando por momentos de equilíbrio, desequilíbrio e
reequilíbrio.
Portanto, o conhecimento é construído e não assimilado pelo aluno que deve ser
capaz de formular hipóteses, estabelecer relações e analisar o mundo a sua volta.
A prática educativa deverá ser trabalhada na Unidade Escolar de forma a construir
no indivíduo um conhecimento que o possibilite no futuro exercer o papel de cidadão
autônomo e participativo.
Neste sentido, todo professor pensa o seu agir, isto é, tenta planejar a sua vida e as
suas atividades particulares e coletivas. Todos pensam no que devem ou no que não devem
fazer. Esta realidade não é apenas um hábito, mas uma necessidade, não se restringindo
apenas a alguns aspectos da vida da pessoa, mas a todos os setores da vida pessoal e
social.
Tudo é sonhado, imaginado, pensado, previsto e planejado para ser executado. De
modo especial, as atividades educacionais e de ensino exercidas pelos professores, na
sala de aula, exigem pedagogicamente, um planejamento.
Sabemos que para os mais diversos setores da vida humana existem os mais
diversos tipos e formas de planejamentos. Devemos considerar que o planejamento do ato
de educar e ensinar não é o mesmo, podendo divergir, dados os elementos envolvidos no
42
ato de planejar, como, por exemplo, a construção de uma casa. Ao
planejá-la se pensa em pedra, tijolos, areia, espaço, possibilidades
materiais e outras coisas possíveis de serem manipuladas.
Contudo, ao se planejar um projeto de intervenção, deve-se pensar
que os elementos envolvidos vão ser pessoas, indivíduos ou
grupos sociais, por isso a visão do planejamento deve ser
diferente. A partir dessa realidade, o professor necessita pensar
seriamente e com responsabilidade sobre sua ação, isto é,
planejar com seriedade e consciência a sua ação.
E a
aggora pr
ora of
prof essor?
ofessor?
Você ainda tem dúvidas ao pensar em constr uir
construir
um projeto de inter
projeto intervvenção?
Texto Complementar...
PROBLEMA
43
capacidade, pois está no meio do caminho, entre um estudante em vias de
finalizar um curso e um indivíduo no início da vida profissional.
Assim, é fundamental que perceba a realidade social na qual está
Estágio inserido visando a compreendê-la para manter seu equilíbrio, ou modificá-
Supervisionado I la de acordo com as necessidades emergentes. Em qualquer área de
atuação, esta condição é necessária para que o profissional possa atuar.
A definição do problema tem se apresentado aos alunos como uma
barreira intransponível. Este fato resulta do desconhecimento e da falta de
familiaridade com a área e o assunto escolhido.
Da Teoria à Prática...
44
O desempenho do aluno está condicionado a ouvir e aprender a informação, além
de uma submissão a avaliação, esta linha de ação exige do professor conhecimento, boa
dicção, clareza na informação, habilidade na comunicação, o aluno fica restrito a um campo
de ação que não obedece as diferenças individuais, ao ritmo próprio de cada um e a
participação ativa no processo.
Selecionamos um paralelo de procedimentos dentre alternativas de situações de
ensino-aprendizagem com o objetivo de mostrar ao educador como deve conceber sua
participação no processo educativo, educando-se para educar.
A idéia é de que o professor, a partir da observação dos exemplos os quais expressam
a discrepância entre “o que é” e “o que deve ser” quanto ao desempenho educativo passe
a ser um criador, um desafiador, um questionador de metodologias.
Temos a pretensão de acreditar que o professor não deseja ser só teórico ou prático,
mas acima de tudo, um transformador da realidade.
Considerando que a vida do homem é um contínuo projetar, dar preferência. A
realização das atividades escolares em forma de projeto, é uma forma segura de eliminarmos
o distanciamento entre a vida e a escola, além de propiciarmos a integração do educando
à própria vida.
Uma técnica bastante útil na hora de agir, ou seja, colocar em prática um plano de
ação é a técnica de um caminho sistemático (LA TORRE, 2002), que apresenta as seguintes
fases:
Esta fase supõe que a realização do trabalho seja participativa e, portanto, será um
grupo ou vários deles que conduzirão a presente ação.
45
Assim, uma vez reunido o grupo e estando todos inteirados do que se
deve fazer, a primeira ação a ser realizada é a de responder, de forma
espontânea às perguntas: Como chegar ao objetivo? Que devemos fazer?
Estágio Deve-se atuar da seguinte forma:
Supervisionado I
1. Fazer uma lista numa lousa ou em papel das idéias que surjam no
diálogo;
2. Colocá-la em ordem de prioridades quanto a possível eficácia;
3. Fazer uma lista definitiva com as idéias mais importantes;
4. Se a quantidade e a riqueza de conteúdos dessa lista forem
suficientes para atingir o objetivo, ela será usada para projetar os planos
de ação. Caso contrário, deve-se passar para fase 2.
Fase Reflexiva
Fase Matricial
Se a segunda fase não nos satisfez, é o momento de nos valermos da técnica. Para
isso, deve-se propor uma análise simples de três matrizes. Na primeira delas, relacionam-
se os pontos fortes com as oportunidades que têm a instituição com relação aos objetivos.
Na segunda, cruzam-se essas oportunidades com as áreas de atividade. Na terceira, cruzam-
se as fortalezas com as áreas de atividades.
- Simplicidade: o plano que orienta toda a linha de ação envolve uma série de elementos,
como o professor, os alunos, os conteúdos, as experiências, as atividades, os recursos, o
46
processo de avaliação e assim por diante; por isso, necessariamente, deverá ser claro e
simples para ser compreensível e viável, pois suas compreensão facilita a sua execução;
Se faz mister uma análise profunda destes elementos e das suas inter-relações, para
que de fato possam facilitar a aprendizagem do aluno e a ação do professor. Tais elementos
devem estimular e desencadear novas e profundas aprendizagens.
Além das outras características, a utilidade requer um questionamento sério e
profundo. Enfim, o que foi planejado só terá validade se for algo importante e útil para o
educando que tenta buscar na escola sua formação integral como pessoa.
Em síntese...
O professor possui um fazer intencional e político, assim como todo ser humano.
Nossas ações, portanto, têm sempre um objetivo que está vinculado a uma situação com a
qual estamos implicados. Assim, intencionamos, agimos e avaliamos em maior ou em menor
medida as nossas ações. Nesse processo aprendemos. Aprendizagens essas que envolvem,
inquestionavelmente, complexidades. Mas, de forma simplória, podemos falar de uma espiral
na nossa construção de conhecimentos que envolve, de modo geral, uma inquietação, um
desejo, que poderá ser seguido de um movimento que cause uma alteração na realidade e
que posteriormente irá nos fazer pensar sobre o resultado e sobre a forma como o
construímos.
Mas é claro que muitas vezes fazemos como nos sugeri um saber popular e deixamos
a vida nos levar. Isso é bom. Já pensou estarmos vigilantes todo o tempo? Quanto desgaste,
quanta tensão! Porém, queremos assumir o comando de nossas vidas. Não nos conformamos
com tudo o tempo todo. Queremos uma vida melhor e ansiamos optar que caminhos
percorreremos. Então planejamos. Transformamos desejos em projetos. E os nossos sonhos
47
ganham um futuro. Futuro com limites e possibilidades. E para
compreendermos melhor que limites e que possibilidades, faz-se necessária
uma reflexão “encharcada” de realidade – uma reflexão bem informada.
Estágio A isso podemos dar o nome de diagnóstico situacional. E no caso do
Supervisionado I nosso estágio, faremos este reconhecimento e aproximação da realidade para
compreendê-la e nos implicarmos com ela no período de co-participação.
Momento em que buscamos interagir com o contexto no qual iremos realizar
nossas futuras intervenções enquanto professores em processo de formação
profissional, e que ao vermos, seremos também vistos, ao conhecermos, sermos também
conhecidos.
Ressaltamos então dois requisitos desta etapa do trabalho docente que são o rigor
e a ética. Um comportamento que denota escrúpulo, atenção a detalhes e cuidados éticos
com os sujeitos envolvidos no processo educacional no qual desejamos nos inserir. É preciso
disposição para colaborar, postura humilde para assimilar os movimentos internos e
relacionais da instituição que adentramos. É um momento em que almejamos compreender
a cultura instituída com as suas contradições, que são próprias de tudo que é humano. Esse
ainda não um momento para pensarmos em intervenções, análises críticas e tomadas de
posições. É um momento em que queremos saber. Queremos conhecer, e isso requer que
desarmemos o nosso olhar, coloquemos os nossos valores em suspensão para
percebermos os sentidos que se organizam neste espaço de aprendizagens, de vidas e de
relações, em parte burocráticas, rotineiras, estruturadas - organizacionais; e em parte
surpreendentes, dinâmicas, imprevisíveis.
Assim podemos afirmar que a observação é uma etapa fundante para o estágio
supervisionado pois a depender de como a realizamos, estaremos de alguma forma
construindo as condições básicas que nos facilitará o maior ou menor sucesso nesta
empreitada. No entanto observar exigirá do observador alguns cuidados para que ela seja
de fato fecunda. De acordo com Lüdke e André (1986, p. 25): “Planejar a observação significa
determinar com antecedência ‘o quê’ e ‘o como’ observar”.
Concentre-se então em captar, perceber, compreender e descrever a realidade na
qual você está se integrando. Observe também as funções dos setores, os papeis
pedagógicos dos sujeitos e o papel assumido pela instituição frente a sua comunidade
escolar e o ambiente com o qual está implicada. Acompanhe e procure perceber os sentidos
das dinâmicas cotidianas, seus ritos burocráticos, os costumes hábitos, valores e referências
identitárias das pessoas e grupos, normas e preceitos estabelecidos alguns ditos ou não
tão explicitados, mas respeitados pelo coletivo. Veja os recursos utilizados, os disponíveis
e suas potencialidades. E o mais importante, registre essas coisas. Elas são os seus
tesouros. Bem usadas, essas informações se constituirão um guia para as decisões que
precisarão ser tomadas. Para vislumbrarmos e assumirmos as nossas opções. E para que
essas opções não sejam pessoais é preciso que como educadores exerçamos a liderança.
As opções que faremos deverão estar intimamente ligadas a função prioritária da
escola – a socialização, re-significação e re-elaboração de conhecimentos. Informação a
sociedade atual disponibiliza por diversos meios. Mas transformar a informações em
conhecimentos, saberes e sabedorias requer a construção de espaços de aprendizagem,
pesquisa, reflexão e crítica. Desta forma o foco do fenômeno educativo se constitui para
nós os conteúdos educacionais, formativos e fomentadores de possibilidades emancipatórias
e libertárias com os quais os sujeitos com suas idiossincrasias e culturas tomem posse da
sua cidadania. Então o nosso diagnóstico deverá servir para fazermos as devidas re-
elaborações dos conteúdos partindo do “lugar” em que se encontra o nosso corpo discente
em termos sociais, culturais e cognitivos. A viagem da apropriação de conhecimentos é
ilimitada, mas o nosso limite mínimo são os “Parâmetros Nacionais”, informações
48
consideradas nas diversas formas de seleção a postos de trabalho e ao acesso a instituições
educacionais, além da compreensão, interpretação e intervenção em situações sociais
convencionais.
Esse é um dos sentidos da nossa observação e co-participação. Buscar percepções
sensibilizadoras de caminhos para que os conteúdos e conhecimentos trabalhados nesse
espaço que pleiteamos fazer uma intervenção pedagógica seja um caminho construído
coletivamente, no qual ao respeitarmos a realidade e a vivência desses grupos,
desencadeemos a operacionalização de uma ação educativa fomentadora da emancipação,
pois construída como instrumento de valorização das identidades de cada sujeito em
processo, e que, ao mesmo tempo, apropria-se, reconstrói, re-significando o conhecimento
das ciências, e das diversas linguagens.
Na realização de nossas observações além das noções sensibilizadoras necessárias
a uma boa inserção na comunidade escolar, deveremos levantar informações sobre os
seguintes aspectos:
· Desenvolvimento sócio-cognitivo dos estudantes.
· Recursos disponíveis.
· Conteúdos já trabalhados e assimilados pelo grupo.
· Dinâmica das atividades até então realizadas.
· Projetos concluídos e em curso.
O nível de desenvolvimento cognitivo dos estudantes é um elemento importante para
o diagnóstico e avaliação do ponto de partida dos trabalhos pedagógicos e da definição do
grau de dificuldade dos desafios a serem propostos pelo professor.
Texto Complementar...
Professor:
(Ivana M. Pontes)
49
Elaborando o Plano de Ação
E para tanto, o planejamento é feito na dinâmica de uma espiral. Ele é cíclico, mas
nunca volta ao mesmo ponto. Vai se constituindo sempre em pequenos avanços em relação
ao momento anterior, pois, cada fase se compõe de planejamento, ação, avaliação – a
partir da qual temos informações para um novo planejamento.
Isso aumenta o nosso poder de intervenção e a nossa probabilidade de sucesso. E
para o alcance desse sucesso precisamos pensar em três frentes de preparação:
50
- Princípio da integração: a aprendizagem em seu primeiro momento
se deparar com uma visão global, porém sem crítica do problema. À medida
que o processo avança, passa ocorrer uma percepção significativa,
detalhada, diferenciada da situação. A apreensão da realidade em que
o conhecimento da estrutura total do problema é vista com clareza,
retirando as dúvidas, bem como o conhecimento da relação das
partes com o todo e desse com as partes de maneira diferenciada e
inter-relacionada denomina-se integração.;
- Princípio da prova final: a comprovação de que o problema
foi resolvido e, conseqüentemente, o objetivo alcançado é extremamente
importante, pois demonstra que o
pensamento seguiu uma linha adequada de ação, que
cada elemento e o grupo agiram com coerência e com
responsabilidade e que o desempenho foi eficaz;
- Princípio da eficácia social: “Viver é fácil,
conviver é difícil”.Através do projeto, o educando aprende
a desenvolver-se socialmente, crescendo em grupo,
participando e adquirindo novas experiências ricas em
valores do espírito.
Etapas:
51
1. Definição do Objetivo
2. Plano de Atividades
3. Programação
4. Execução
5. Controle do Progresso
6. Planejamento e Reprogramação
7. Culminância
Identificação:
- Título do Plano de Ação;
- Síntese descrita a respeito dos objetivos e do
programa de trabalho;
- Nome do(s) autor(es) com identificação;
- Data da elaboração do projeto;
Introdução:
- Antecedentes: informação sobre as causas que
geraram a necessidade do plano;
- Hipóteses ou explanação do problema: informar critérios
que expliquem a natureza do problema e a definição dos pontos-chave para os quais deve
ser dirigida a ação.
Objetivos:
- Definição clara e precisa dos objetivos que se pretende alcançar com o plano e
determinação de metas concretas.
Metodologia ou Estratégia:
- Descrição do caminho pelo qual irá seguir para alcançar os objetivos propostos. É
preciso a explanação dos diversos caminhos para alcança-lo e a justificativa de sua escolha.
Plano de Atividades:
- A relação de atividades necessárias para levar o projeto adiante.
Programa de trabalho:
- Organização de calendário do plano de atividades, estabelecendo datas para cada
atividade. Determinação dos recursos materiais necessários, devidamente quantificados.
Previsão:
- Estimativa dos elementos necessários para o desenvolvimento do plano, detalhando
em quantidades específicas. É aconselhável indicar as fontes de onde se buscará e obterá
os recursos.
Referências:
- No caso de haver-se recorrido a certa bibliografia, documentos ou qualquer outra
informação documental, é obrigatório relacioná-la, indicando autor, editorial e data de
publicação.
Cronograma de Execução
53
Algumas instituições exigem que se faça antes do cronograma a
programação, onde se relacionam as atividades e o período em que serão
desenvolvidas. Contudo, entende-se que o cronograma cumpre esta função
Estágio de maneira objetiva.
Supervisionado I Existe ainda instituições que não exigem ou acham desnecessário a
apresentação do cronograma, mas este, além de ilustrar o trabalho do
estagiário, o torna mais interessante e precisa a visão das atividades que o
estudante pretende realizar, como foi dividido e calculado o tempo para que o
estágio seja realizado; enfim, é uma forma de se perceber que o aluno se localizou no
tempo, no espaço para a realização de suas tarefas.
O cronograma deve constar as etapas do trabalho e o tempo que acontecerão. Deve
ser claro e objetivo. Apresentado de preferência em forma de quadro, facilitando a vida do
estudante e do orientador, servindo como um instrumento de controle do tempo disponível e
das atividades. Vale ressaltar, que cronograma deve ser sempre pensado levando em
consideração a flexibilidade e a complexibilidade do ato educativo.
Segundo Biachi (2002) O Gráfico de Gantt tem sido o mais utilizado dada a facilidade
na sua elaboração e leitura, contudo outros podem ser escolhidos. As atividades, exceto a
elaboração do relatório, devem ter relação com os objetivos pretendidos.
O Gráfico de Gantt se baseia em dois princípios básicos:
Exemplo:
Atividades:
Deve-se buscar ter idéia de quantas e quais atividades irão ser desenvolvidas durante
o estágio, bem como definir sua posição seqüencial dentro do mesmo. É importante que o
professor atente para a seqüência lógica dos conteúdos e busque ser flexível, pois não
podemos esquecer que o ato de educar é complexo.
Prazo:
É importante atribuir um prazo para cada atividade pensada, salvo que esta atividade
deve estar atrelada aos objetivos traçados. No referido prazo, se deverá considerar certa
tolerância de acordo com a previsão que se tem em relação ao cumprimento do mesmo.
Preparação do Quadro:
54
Elabora-se um quadro que contenha espaços suficientes para detalhar todas as
atividades do projeto, bem como colunas necessárias para registrar todos os dias que se
empregaram na execução no mesmo. Na parte superior de cada anotam-se as datas do
calendário corresponde iniciando-se pelo dia em que começará o projeto.
Elaboração do Quadro:
· Nome do Projeto;
· Nome de quem elaborou;
· Nome do Responsável pela execução;
· Nome da Instituição onde será realizado;
Planejamento do projeto:
Controle do Projeto:
Para refletir...
O professor, sua formação e seus instrumentos de trabalho
55
Durante muitos anos, a Pedagogia viu o professor como sujeito a quem
era reservada a tarefa de transmitir conhecimentos (organizados em disciplinas
escolares) às novas gerações. Essa visão era aliada a idéia de que o aluno
Estágio tinha uma atitude receptiva, passiva, frente aos conteúdos que precisava
Supervisionado I aprender durante os anos de escolaridade.
Como sabemos, atualmente a forma de entender as relações de ensino-
aprendizagem que se dão na escola é outra. Já se reconhece o fato que a
educação ocorre dentro e fora da escola. Neste sentido, o papel do docente
também mudou. Atualmente, para ser um bom professor n;ao basta apenas dominar o
assunto, não basta gostar da sua disciplina, não basta ter feito um curso de graduação,
estar numa boa instituição, ter um diploma. Essas coisas deixam de contar, mas é preciso
muito mais.
Ao professor do século XXI espera-se uma atitude ativa frente às novas demandas
educacionais da sociedade. Vivemos sem um mundo que se produz cada vez mais
informações, as novas gerações de alunos precisam de professores capazes de ajudá-los
a compreender e aprender a resolver problemas com autonomia, sendo capazes de dar
continuidade no decorrer do percurso de sua vida.
Uma das formas de definir o papel do docente é dizer que ele é um mediador de
cultura: aquele que coloca os alunos em relação com o conhecimento, através de intervenções
planejadas que favoreçam a ação dos alunos (ação mental que está na origem da
aprendizagem) sobre os objetos de conhecimento.
Mas isso não é tudo. O professor precisa ainda construir competências para planejar
situações de aprendizagem que motivem os alunos e desafio a criatividade quanto aos
conteúdos históricos pesquisados.
Atenção!! Um professor só pode ensinar, criar situações de aprendizagem dos
conteúdos que conhece. Por exemplo:
O Professor só pode criar situações de aprendizagem quanto ele é capaz de “viajar”
nas relações históricas e nos comparativos dos tempos antigos e atuais, buscando
interrelacioná-los. Caso contrário, fica na mera repetição dos conteúdos.
Ser professor é portanto uma tarefa bastante complexa e, por isso, para sua realização,
é necessário o desenvolvimento de instrumentos que estruturem a prática de ensino de
forma a garantir o sucesso da ação pedagógica.
Dentre esses instrumentos, há o projeto curricular, os planejamentos e o trabalho
pedagógico realizado. Cada um dos instrumentos de trabalho têm igual relevância na prática
educativa.
Por este motivo, não deve ser relegado por quem deseja realizar um trabalho de
qualidade.
# 1.
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR
Enumere as razões que você considera importantes
para a construção de um projeto.
56
2. Descreva um problema educacional que lhe impulsionaria a produzir um projeto de
intervenção. Quais seriam suas metas a serem atingidas?
5. Em sua vida diária você deve respeitar horários e prazos. Se chegar a um banco
após às 16h, você não será mais atendido, se atrasar em uma entrevista de emprego, será
mal visto pelo contratante, entre outras situações... Ao produzir um plano de ação ou qualquer
outro projeto prático, há a necessidade de respeito aos períodos, conhecidos como
cronogramas.
Se você fosse contratado por uma escola para elaborar um Plano de Ação baseado
nas quantidades excedentes de queixas de racismos por parte da comunidade,por exemplo,
e este plano tivesse que ser apresentado dentro de quinze dias, como você organizaria um
cronograma de ação?
57
OS RECURSOS DIDÁTICOS NO ESTÁGIO
SUPERVISIONADO: SELEÇÃO E USO
Estágio
Supervisionado I
- Lingüística Como eu posso ensinar este objetivo usando a palavra falada ou escrita?
- Matemática Lógica Como eu posso ensinar este objetivo usando números, cálculos,
classificações, ou pensamento crítico?
- Espacial Como eu posso ensinar este objetivo usando arte, cor, metáfora,
visualização ou mídia visual
- Cinestésica-corporal Como eu posso ensinar este objetivo usando interpretação
de personagem, drama, ou atividades mão-à-obra.
- Musical Como eu posso ensinar este objetivo usando melodia, ritmo, tom, ou
músicas ou canções específicas.
- Interpessoal Como eu posso ensinar este objetivo usando trabalho em duplas,
aprendizagem cooperativa, ou simulações em grupo?
- Intrapessoal Como eu posso ensinar este objetivo conectando-o com os
sentimentos e memórias pessoais dos alunos, ou dando-lhes opções.
58
- Naturalista Como eu posso ensinar este objetivo conectando-o à fauna e à flora,
outros fenômenos naturais, ou ecossistemas?
- Existencial Como eu posso ensinar este objetivo conectando a questões
fundamentais de interesse da vida?
Sistemas de símbolos
Valor cultural
História do desenvolvimento
Indivíduos excepcionais
Estruturas cerebrais
59
O papel da ludicidade na construção dos recursos e
sua aplicação no Estágio Supervisionado
Estágio
Supervisionado I A ludicidade é um campo do conhecimento que nos possibilita prazer
e renova as esperanças. As atividades lúdicas, propiciam que trabalhemos
aspectos significativos para a
humanidade e para o mundo hoje,
como:
O autoconhecimento
As relações interpessoais
A solidariedade
A autonomia
A auto-expressão
Sendo assim, deve está presente na práxis do estudante (futuro professor), pois lhe
fornecerá alicerces para compreender e vivenciar a complexidade do ato educativo.
O professor tem um papel fundamental frente a sociedade, a comunidade onde está
inserido e, conseqüentemente, junto a escola e aos educandos. Lidar com todos esses
atores educacionais, tendo em vista que a educação ocorre em qualquer lugar, hora ou
momento,,exige do docente competências, habilidades que vão além do conhecimento de
sua disciplina. Está inteiramente ligado ao processo de integração social, pois integra
intelecto, inteligência, racionalidade, sensibilidade, enfim o ser humano em sua totalidade.
As atividades lúdicas são um caminho viável e exeqüível, enfim, algo que não se
encontra apenas em teorias, mas na realidade que construída nos ambientes educativos.
Vale lembrar, que não podemos considerar a ludicidade como uma “tábua de salvação
da educação”. Mas podemos considerá-la como um trajeto para uma ação pedagógica
transformadora.
Para utilizar a ludicidade como recurso pedagógico, é fundamental que estejamos
presentes em nossa prática, para que contagiemos nossos educandos a embarcar na
aventura da aprendizagem da vida de si e do outro. É necessário enfatizar que o educador
que utiliza as atividades lúdicas como um produto para alcançar seus objetivos, perde o
que a vivência desta pode nos proporcionar, pois, a ludicidade se esvai, e a atividade
transforma-se em apenas uma tarefa comprida. Estar presente de fato significa adquirir
maior compreensão de si, do outro e da situação vivida. Não é apenas com o intelecto que
agimos, é também com o coração.
60
absoluto, de sua onipotência, que abra espaço para auto-expressão e a criatividade dos
educandos, estimulando a sua participação efetiva no processo ensino-aprendizagem,
trazendo aos educandos possibilidades de autoconhecimento e auto-desenvolvimento.
As atividades lúdicas permitem a vivência plena com o tempo-espaço próprio
experiências sem julgamentos, sem coerções, sem imposições e direcionamentos
controladores, com abertura de novas possibilidades. Dessa forma, podemos perceber
que atividades lúdicas não são apenas brincadeiras e jogos, mas também aquelas que
proporcionem um estado de socialização e que estas também proporciona recurso para a
práxis pedagógica docente.
Existem muitas outras atividades lúdicas, o importante é que esta seja orientada de
forma a seguir os princípios que a norteiam, permitindo que cada sujeito envolvido se
expresse livremente, solidariamente, sem constrangimentos, cobranças e pressões.
Neste sentido acreditamos que um processo dinâmico da construção conhecimento,
que se envolve e implica no desenvolvimento cognitivo e lúdico possibilita ao aluno está
constantemente sendo desafiado e, por isso mesmo, precisa de atenção, carinho, estímulo
e proteção dos agentes educativos, tanto da própria família quanto da escola.
É por meio da ludicidade que o discente exterioriza seus anseios e imita o mundo
real. Cabe ao educador está aberto para a troca e socialização de conhecimentos.
Os estudos recentes têm mostrado também que as atividades lúdicas são ferramentas
indispensáveis no desenvolvimento, porque não há atividade mais completa do que
BRINCAR, JOGAR, SE PERMITIR, VIVENCIAR... Pela brincadeira ou dinâmicas, educandos
e educadores introduz-se no meio sociocultural, constituindo-se num modo de assimilação
e recriação da realidade.
Da mesma forma que o aprendizado é importante ao desenvolvimento intelectual, o
lúdico é “peça” fundamental para tal, pois as novidades do dia-dia são cada vez mais
mutáveis e velozes, nas diversificadas maneiras de desvendar as curiosidades dos alunos.
E é através da ludicidade que essa transformação toma forma, onde criam um mundo
imaginário repleto de encanto, magia, satisfação, frustrações, raiva ou desilusões. Dessa
forma, é que o educando usa suas interpretações para aceitar, ou não, o que lhe convém,
sendo mais fácil para ele mudar os acontecimentos, transformar os fatos do dia-dia, usando
sua imaginação e revendo conceitos.
Por meio do desenvolvimento lúdico, que envolve plenamente o aluno no conjunto
corpo e mente, é que se percebe uma integração absolutamente estreita, já que o corpo
não pára e a mente tampouco, trabalhando para realizar as ações previstas e/ou criadas, a
fim de que os dois entrem em sintonia.
Portanto, a ludicidade auxilia consideravelmente no conhecimento e no
desenvolvimento cognitivo dos educandos, pela busca da interação do mundo que o cerca.
Aproximar a relação de interesse do aluno no que tange as relações interpessoais,
pelo cultivo de suas amizades e desenvolvimento de novas situações, que exijam raciocínio,
61
convívio com as diferentes pessoas que a cercam, bem como entre as mais
diversas situações apresentadas, no decorrer da própria vida, a cada instante.
O lúdico muitas vezes transmite a imagem de que é apenas o brincar
Estágio por brincar é perda de tempo; deste modo, o aluno encara a atividade lúdica
Supervisionado I proposta de maneira singular, sem importância ao próprio desenvolvimento.
Neste sentido, o docente deve deixar claro seu objetivo no momento de propor
um jogo ou uma brincadeira uma dinâmica. É importante refletir sobre a
proposta, ouvir os discentes e dialogar, refletindo sobre a atividade lúdica.
Frente a essas inferências, é possível compreender a importância da ação lúdica
para o desenvolvimento cognitivo e social. Dentro desse contexto, existe um fator muito
importante, também, que é o reconhecimento do trabalho lúdico na escola pelos docentes e
discentes como fonte de aprendizagem.
Vale ressaltar, que não podemos também esquecer jamais que educar vai muito
além da mera transmissão de conteúdos, significa contribuir para o crescimento do
educando, para sua formação, para a melhoria de sua qualidade de vida, pois colabora
para momentos de felicidade. É, sobretudo, um ato amoroso capaz de transformar a
pedagogia vigente,e nos fazer acreditar e investir na construção do conhecimento.
Cultivar a intuição e a criatividade para se expressar é colaborar com a nova geração
é proporcionar sonhos, sentimentos, imaginação. Assim com maior sensibilidade os
problemas que afligem historicamente os seres humanos poderão ser encarados em diversos
ângulos propiciando a busca e possibilidade de encontramos soluções competentes para
resolvê-los.
Texto Complementar...
A importância da expressão criativa junto aos processos educacionais
A importância de uma educação mais abrangente faz com que procuremos novas
saídas para suprir as carências encontradas nas instituições de ensino. A maior luta atual é
por um ensino mais humano, voltado para o real interesse dos alunos, tornando-os agentes
do processo educacional.
Nesse contexto, propomos atividades e jogos criativos como uma das saídas viáveis
para uma maior integração entre as áreas afins e para desenvolver valências esquecidas
na aprendizagem.
Alguns autores ressaltam que a característica principal do homem é imaginativa, e
esta é essencialmente dramática, provando que o processo criativo é um dos mais vitais
62
para os seres humanos. Essa imaginação, por sua vez, deve ser fundamentada por diversas
estratégias de ensino.
Um instrumento principal desta atividade criativa é a inter-relação. Esta arte imaginativa
está atrelada a curiosidade e por necessidades psíquicas do educando. Assim, o educando
revela-se a si mesmo e aos outros, buscando garantir sua participação e liderança. Através
dos jogos criativos, o adolescente e até mesmo o adulto retorna ao mundo do faz de conta
das crianças. Apesar de pressões sociais que faz o jovem e o adulto controlarem-se,
consegue-se soltar a naturalidade de brincar, ser livre, além de ampliar o verdadeiro sentido
da vida, mostrando-o na totalidade.
(HAETINGER, 1998)
Pirâmide da Criatividade
COMENTANDO A PIRÂMIDE:
63
IV X
Ela pergunta às crianças: Tião falou bem baixinho,
“Digam com sinceridade, Com medo de ofender:
Estágio o que posso fazer “Eu queria tanto ler
Supervisionado I pra nossa felicidade? livros, cordéis, jornais,
Quero que as aulas sejam escutar muitas histórias,
De ótima qualidade. e minha história escrever...”
V XI
Escutando meus alunos Depois de ouvir a todos,
Eu vou poder melhorar Rosimar ficou abalada:
O que faço na escola “O que eu faço não agrada!
E aprender a voar O meu sonho sempre foi
Só assim vou ajudar Ser querida e amada
Encantado a decolar”. Por essa turma adorada”.
VI XII
Era a primeira vez Ao verem a professora
Que Rosimar discutia Em prantos se desmanchando,
Com a turma da escola Dizem os alunos: “Não chore!
O que ali sucedia. Estamos lhe apoiando,
Tudo tomou outro rumo Para o que der e vier.
A partir daquele dia. No mesmo barco remando”.
VII XIII
Letícia disse com jeito: Zezé, que é o mais velho,
“Só faço cópia e ditado. Sugeriu a Rosimar
Não sei pra que serve isso: Que procurasse Helena
Algo deve estar errado. Pra lhe aconselhar.
Não ‘tou aprendendo nada, “Eu já fui aluno dela,
É tempo desperdiçado.” sei que bem sabe ensinar.”
VIII XIV
Benedito aproveitou Rosimar procurou Helena,
Pro seu lado defender: Uma santa criatura.
“Com gritos e nervosia Ela é filha do padeiro,
fica difícil aprender. Moça de rara cultura.
Se a professora é calma Estudou lá no Recife
Isso vai favorecer”. Tem muita literatura.
IX XV
Gabriel pediu desculpa Rosimar disse: “Helena,
Pra falar o que sentia. Me valha nesta enrascada.
Só decorar tabuada Não consigo ensinar
De quase nada servia. Esta minha garotada.
Faltava o essencial Meus alunos estão tristes,
Pra usar no dia-a-dia. Estou desacorçoada.
64
XVI XVIII
Sem aprender de verdade Helena cumprimentou
Nada posso ensinar. A colega Rosimar:
Não vou conseguir voar “Este é um bom caminho
Para além desse lugar. pra se aprender a voar.
Quero fazer o melhor Expor todos os problemas
E os alunos ajudar”. Sem ter medo de errar”.
XVII XIX
Helena logo pergunta: Será que esta união
“Em que posso lhe servir?” De Helena e Rosimar
Rosimar responde: “Eu quero Vai salvar o Encantado
Que você venha assistir Que está lá a esperar
Uma aula em minha classe, Ansioso lá no pasto
Pra mudança introduzir”. Pedindo pra se salvar?
65
2. Objetos, espécimes e modelos – organização de um museu escolar,
mostra e exposições, dioramas, planetário, aquário, terráqueo, visitas a
museus.
Estágio 3. Auxiliares de atividades – dramatizações, demonstrações,
Supervisionado I marionetes, clubes, bibliotecas, recortes e Cruz Vermelha Infantil.
II. Auxiliares visuais (material pictórico) – ilustrações, cartões,
impressos, diapositivos e diafilmes, episcopia, cinematografia, microfotografia
e fotomicrografia, fac símile, ultrafax e estereoscopia.
III. Auxiliares auditivos – audiofono, eletrônico, rádio e toca discos.
IV. Auxiliares audiovisuais – filmes sonoros e televisão.
V. Símbolos de representação plana – quadro negro, cartaz, carta-mural, diagrama,
frisos, multiplicadores, jornal mural, caricaturas, globos, mapas, historieta gráfica, mural e
flanelógrafo.
Vale ressaltar que a classificação apresentada foi retirada de Nérici (1992), portanto,
algumas de suas terminologias já não se encaixam com as tecnologias contemporâneas.
Contudo, mais a frente, faremos algumas novas considerações, tendo em vista a
globalização dos saberes.
Os recursos audiovisuais não devem ficar expostos, porque os poucos podem tornar-
se indiferente.
Devem ser expostos com mais evidência aqueles recursos referentes a unidade que
esteja sendo estudada.
Os recursos audiovisuais destinados a aula devem ficar à mão, a fim de não haver
perda de tempo em mandar buscar ou procurar.
Os recursos audiovisuais de uma aula devem ser apresentados, oportunamente, e
não todos de uma vez, pois pode desviar a atenção da classe.
Antes da utilização dos recursos audiovisuais, estes devem ser revistos quanto às
possibilidades de utilização e funcionamento.
No cotidiano, na sala de aula, no trabalho, no lazer, nas imagens, nos símbolos, enfim,
no plano geral da história da humanidade, a comunicação, a inter-relação, as técnicas não
podem ser isoladas e abstraídas do contexto da realidade social e do pensamento humano.
A cultura da informação desenvolve reflexos na aprendizagem dos indivíduos. Tudo
aquilo que é aprendido na leitura, escrita e da impressão ocorre por simulação, evento
típico da civilização atual.
A disseminação de técnicas e das tecnologias vem modificando a vida cotidiana, o
trabalho e os processos perceptivos e cognitivos de milhões de pessoas. Esse processo
desencadeia novas formas de relação, ou seja, o viver, o agir e perceber a realidade.
A educação formal nas escolas de todos os níveis deveriam também desenvolver
novas formas de interação com instrumentos da cultura de informática, dentro de uma
perspectiva dinâmica e de forma significativa, não perdendo de vista a questão dos valores
que norteiam a cultura, a sociedade e a educação.
66
Para ilustrar o uso dos novos recursos, podemos citar o correio eletrônico,
a Internet, uso das mídias, ou seja, “mundo visual e dinâmico” é o
processo mais eficiente na fixação dos conteúdos. É por esse motivo
que os recursos audiovisuais merecem mais atenção.
Vale ressaltar, também o uso de softwares educativos, os
quais agrupam vários multimeios, combinando sons, imagem
estática ou em movimento, textos e outras mídias, conhecidas por
hipertextos, multimídias e hipermídias.
67
Peguemos todas nossas coisas
E fumos pro meio da rua
Preciá a demolição
Estágio Que tristeza que nois sentia
Supervisionado I Cada táuba que caía
Duia no coração
Mato grosso quis gritá
Mais em cima eu falei
Os homes tá ca razão
Nois arranja outro lugá
Só se conformemos quando o Jocá falou
Deus dá o frio conforme o cobertô
E hoje nois pega a páia nas gramas do jardim
E pra esquecê nois cantemos assim
Saudosa Maloca, maloca querida dim dim
Donde nos passemos os dias feliz da nossa vida
Saudosa Maloca, maloca querida dim dim
Recurso didático de amplo potencial, a música pode ser usada para discutir as
transformações do espaço urbano. É desafiador acompanhar as contínuas Reformas do
Ensino no País — Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN/1996); Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN/1998) — e aplicá-las no dia a dia-a-dia. Ainda mais
considerando o processo de aprendizagem como permanente e direcionado a uma
educação que estimule a reflexão. O espírito crítico e a ética na prática social.
Por que não enfrentar isso tudo com música? A produção musical pode ser vista
como um corpo documental, uma nova fonte particularmente instigante para a historiografia,
já que por muito tempo embalou boêmios, artistas, populares, sambistas, entre outros com
poucos meios de se manifestarem. Além disso, as funções também abordam temas raros
em outras fontes: amor, dor, romantismo, protesto, denúncia. A proposta aqui é justamente
enfatizar a análise das letras das canções, mas sem descartar outros elementos presentes
no discurso sonoro.
A música é uma manifestação artística que revela aspectos da vivência de seus
produtores e ouvintes. Assim, se o compositor capta, reproduz e explora episódios do
cotidiano, seu público, por outro lado, interage, capta, reproduz e assume idéias e sentimentos
expressos pelo autor na canção, mas também rejeita, adapta, troca e até inverte sentidos.
É indispensável considerar esta relação para observar a música como uma produção que
não é isolada, nem individual, mas um elemento de aprendizagem cultural (ou seja, de
integração numa cultura), que também representa sensibilidades, valores, padrões e regras.
Não existe um modelo ou fórmula para trabalhar com a música na sala de aula. O
potencial é amplo. Pode-se explorar seu caráter interdisciplinar, envolvendo Literatura, Língua
Portuguesa, Geografia, Filosofia, Ciências e História. Atuando como elementos deflagrador
de todo um processo de discussão sobre situações, temas, personagens, momentos da
História, a música também possibilita trocas de aprendizagens e o repensar de ações e
preconceitos.
68
Vale ressaltar, porém, que a música, mais do que recurso didático-pedagógico e
fonte documental, é arte e envolve o lúdico. Assim, fica o desafio-sujestão: procure, através
das canções, discutir novas dinâmicas do processo de aprendizagem e desenvolver a
sensibilidade frente a manifestação artística.
Revista Nossa História, 2006
Texto Complementar...
Organização da escola:
Organização de saberes
Para refletir...
Caros Futuros professores,
69
“O país vive a era da globalização, caracterizada pela
integração de mercados em escala mundial e pelo aparato
tecnológico da informática, da automação e das
Estágio telecomunicações. Como resposta adaptativa, a escola passa a
Supervisionado I
buscar metodologias integradoras das diversas áreas do
conhecimento. Nesse contexto, o papel do ensino é o de
promover a consciência do educando a respeito de si e do país,
de forma a instrumentalizá-lo para formar sua própria opinião e
exercer com autonomia a sua criatividade”.
#
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR
1. Na sua opinião, que aspectos o educador deve levar em conta ao trabalhar com as
Inteligências Múltiplas?
3. O que você entende por ludicidade? E que recursos lúdicos você utilizaria ao ministrar
uma aula nas séries iniciais do Ensino Fundamental?
70
4. Explique a finalidade dos recursos didáticos no processo de ensino aprendizagem.
Atividade
Orientada
Prezado(a) graduando(a),
71
· Organização do Cronograma de Execução a partir das
atividades propostas no Plano de Ação.
Estágio
· Elaboração dos Recursos Didáticos que serão utilizados
Supervisionado I
no desenvolvimento das atividades propostas.
Etapa 1
PLANO DE AÇÃO
Acreditamos em você, pois sabemos que és capaz de superar todos os limites que
possam surgir!
72
3. Identificação da ação – aqui você fará uma descrição da ação a ser realizada
na instituição escolar. Relate qual o tipo de transformação que você pretende realizar em
seus alunos a partir da realidade apresentada pelos mesmos.
4. Objetivos – neste item você deverá estabelecer pelo menos dois objetivos que
indiquem a finalidade da ação que vocês estão propondo.
5. Descrição das atividades que serão realizadas/ Ações – neste item o
estudante deverá fazer um breve relato das atividades que serão realizadas com a turma de
alunos escolhida para a regência durante o estágio supervisionado, assim como os recursos
e a metodologia que será utilizada.
6. Avaliação – não esqueça de relacionar ou descrever as ferramentas que serão
utilizadas para avaliar as atividades desenvolvidas.
7. Recursos – descrição dos recursos materiais e humanos que serão necessários
ao desenvolvimento das atividades.
8. Outros aspectos que você julga relevantes – quaisquer outras considerações
que você julgar relevantes devem ser inseridas no Plano de Ação lembrando que o mesmo
poderá ser planejado e executado por você ou por seu grupo.
9. Resultados esperados – realize uma breve descrição do que você espera com
a ação a ser desenvolvida.
Etapa 2
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Etapa 3
ELABORAÇÃO DOS RECURSOS DIDÁTICOS
Considerando que você é uma pessoa extremamente criativa e com base dos
conhecimentos adquiridos acerca das inteligências múltiplas e da ludicidade, elabore
recursos didáticos que atendam às necessidades apresentadas pelos alunos e aos
conteúdos e atividades por você propostos no plano de ação.
73
Veja e pesquise alguns exemplos de alguns recursos didáticos que
podem servir de referência para que você crie outros: vídeos e filmes; mapas
e cartazes; jornais e revistas; cartilhas, jogos e simulações; experiências
Estágio demonstrativas; teatros e músicas, atividades externas (ex.: visita a uma
Supervisionado I biblioteca), dentre outros.
Glossário
74
Paradigmas – modelo padrão; tipo de conjugação.
Referências
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Porto: Porto Editora, 1996.
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Cortez, 1997.
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Vozes, 2000.
CECCON, Claudus; OLIVEIRA, Miguel Darcy de; OLIVEIRA, Rosiska Darcy. A vida na escola
e a escola da vida. 30. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
75
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Paulo; Cortez; Brasília, DF: MEC: unesco, 2000.
Estágio ESTEBAN, Maria Teresa (Org.). Escola, currículo e Avaliação. São Paulo.
Supervisionado I Cortez, 2003.
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3.ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda, 1999.
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KISHIMOTO, Tizuko (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. 5.ed. São Paulo:
Cortez, 2001.
LA TORRE, Saturnino de; BARRIOS, Oscar. Curso de formação para educadores. São
Paulo: Madras, 2002.
MENEGHOLA, Maximiliano; SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que planejar? Como planejar?
Currículo, área, aula. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2001. (Coleção Escola em debate)
MORAIS, Regis de (Org.). Sala de Aula: que espaço é esse? 9. ed. Campinas: Papirus,
1995.
MOREIRA, Antônio Flávio; SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Currículo, cultura e sociedade.
2. ed. São Paulo: Cortez, 1995.
MORIN, Edgar. Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios. 3. ed. São
Paulo: Cortez, 2005.
76
NÉRICI, Imídeo G. Didática geral dinâmica. 11. ed. São Paulo: Atlas, 1992.
77
Estágio
Supervisionado I
FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância
Democratizando a Educação.
www.ftc.br/ead
78
www.ftc.br/ead