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ESTÁGIO SUPERVISIONADO I

ESTÁGIO
SUPERVISIONADO I

1
SOMESB
Estágio Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda.
Supervisionado I

Presidente ♦ Gervásio Meneses de Oliveira


Vice-Presidente ♦ William Oliveira
Superintendente Administrativo e Financeiro ♦ Samuel Soares
Superintendente de Ensino, Pesquisa e Extensão ♦ Germano Tabacof
Superintendente de Desenvolvimento e>>
Planejamento Acadêmico ♦ Pedro Daltro Gusmão da Silva

FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância

Diretor Geral ♦ Reinaldo de Oliveira Borba


Diretor Acadêmico ♦ Roberto Frederico Merhy
Diretor de Tecnologia ♦ Jean Carlo Nerone
Diretor Administrativo e Financeiro ♦ André Portnoi
Gerente Acadêmico ♦ Ronaldo Costa
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Gerente de Suporte Tecnológico ♦ Luís Carlos Nogueira Abbehusen
Coord. de Softwares e Sistemas ♦ Romulo Augusto Merhy
Coord. de Telecomunicações e Hardware ♦ Osmane Chaves
Coord. de Produção de Material Didático ♦ João Jacomel

EQUIPE DE ELABORAÇÃO/PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO:

♦ PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Autores ♦ Aldaci Lopes e Tatiane Lucena
Supervisão ♦ Ana Paula Amorim
Coordenação de Curso ♦ Tatiane Lucena

♦ PRODUÇÃO TÉCNICA ♦
Revisão Final ♦ Carlos Magno

Equipe ♦ Alexandre Ribeiro, Ana Carolina Alves, Cefas


Gomes, Delmara Brito, Diego Maia, Fabio Gonçalves,
Francisco França Júnior, Hermínio Vieira, Israel Dantas,
Lucas do Vale, Mariucha Ponte e Tatiana Coutinho.
Editoração ♦ Francisco França Junior
Ilustração ♦ Francisco França Júnior
Imagens ♦ Corbis/Image100/Imagemsource

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da FTC EaD - Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância.
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SUMÁRIO

EDUCAÇÃO E PRAXIS PEDAGÓGICA ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 07

ESTÁGIO SUPERVISIONADO E PRÁXIS PEDAGÓGICA ○ ○ ○ ○ 07

Estágio Supervisionado: O Que é, Papel e Importância ○ ○ ○ ○ 07

Etapas do Sstágio Supervisionado ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 11

O Trabalho Docente e a Construção da Práxis Pedagógica 14

A Ética Profissional do Educador ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 20

ESTÁGIO SUPERVISIONADO NAS SÉRIES INICIAIS


DO ENSINO FUNDAMENTAL ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 26

Desenvolvimento Cognitivo dos Alunos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 26

Inteligências Múltiplas e Diversidade em Sala de Aula ○ ○ ○ ○ ○ 27

Princípios Orientadores da Ação Pedagógica na Sala


de Aula: Interdisciplinaridade e Contextualização ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
32

Princípios Orientadores da Ação Pedagógica em Sala


de Aula: Transposição Didática
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 35

DO PLANEJAMENTO À AÇÃO
DOCENTE ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 41

PLANEJAMENTO E AÇÃO DOCENTE NO ESTÁGIO


SUPERVISIONADO ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 41

Projeto de Intervenção: a Importância ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 41

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Do Projeto de Intervenção ao Plano de Ação ○ ○ ○ ○ 44

Elaborando o Plano de Ação ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 50


Estágio
Supervisionado I
Cronograma de Execução ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 53

OS RECURSOS DIDÁTICOS NO ESTÁGIO


SUPERVISIONADO: SELEÇÃO E USO ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 58

Inteligências Múltiplas como Princípio de Seleção


e uso de Recursos Didáticos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 58

O Papel da Ludicidade na Construção dos Recursos


e sua Aplicação no Estágio Supervisionado ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 60

Oficina de Recursos Didáticos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 63

Atividade Orientada ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 71

Glossário ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 74

Referências Bibliográficas ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 75

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Apresentação da Disciplina
Caro(a) estudante:

Você agora vai iniciar uma aventura educativa com a disciplina Estágio
Supervisionado I. Trata-se de uma disciplina da maior relevância para a prática
docente, pois possibilita o contato do estudante com o campo profissional e os
dilemas e desafios inerente a profissão docente.

Esta disciplina tem como objetivo propiciar a reflexão sobre os processos


que envolvem o ensino/aprendizagem e a ação docente, ampliando esta discussão
para as temáticas que envolvem educação e cultura.

Abordaremos nesta disciplina pressupostos teóricos e práticos que sustentam


uma prática educacional interacionista e dialógica, buscando promover um exercício
de reflexão a respeito do ensino nas séries iniciais do Ensino Fundamental
ressaltando aspectos ideológicos, filosóficos, psicológicos que lhe servem como
referências e principalmente vislumbra o exercício para construção de uma prática
pedagógica autônoma e cônscia.

A disciplina Estágio Supervisionado I encontra-se dividida por questões


metodológicas em dois grandes blocos temáticos, que na verdade se
complementam, perfazendo uma carga horária total de 72 horas.

O primeiro bloco temático intitula-se “Educação e Práxis Pedagógica” e será


desenvolvido a partir de dois temas: Estágio Supervisionado e práxis pedagógica e
Estágio supervisionado nas séries iniciais do Ensino Fundamental.

O segundo bloco temático denomina-se “Do planejamento à Ação Docente”


e será desenvolvido em temas como: Planejamento e Ação Docente no Estágio
Supervisionado e os Recursos Didáticos no Estágio Supervisionado: Seleção e
Uso.

Temos o desafio de pôr mãos à obra, defender a prática pedagógica crítica,


garantindo assim, o acesso a uma educação de qualidade, fazendo cidadania em
cada momento da ação educativa.

Sendo assim, o nosso material didático foi pensado para potencializar sua
aprendizagem e reflexão, por este motivo sugerimos que você leia, analise, discuta,
questione, busque e realize todas as atividades propostas. Vá além... Acreditamos
no seu potencial para aproveitar bastante este módulo e as atividades inerentes a
esta disciplina.

Desejamos sucesso na sua prática educativa!

Profa. Aldaci Lopes


Profa. Tatiane Lucena

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Estágio
Supervisionado I

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EDUCAÇÃO E PRÁXIS PEDAGÓGICA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO E PRÁXIS PEDAGÓGICA

Estágio Supervisionado: o Que é, Papel e Importância

Estágio: O Que é?

Compreender o que é e como se conceitua o Estagio Supervisionado


é de extrema importância para o aluno da graduação que irá iniciar sua ação
docente. Segundo Bianchi (2002) recorrer ao dicionário auxiliará no
entendimento. Acompanhe os termos envolvidos neste tema:

Estágio s.m. Período de estudos práticos, exigido dos candidatos


ao exercício de certas profissões liberais: estágio de engenharia; estágio
pedagógico./Período probatório, durante o qual uma pessoa exerce uma
atividade temporária numa empresa. / Aprendizagem, experiência.

Supervisionar v.t. Brás. Supervisar, inspecionar.

Supervisar v.t. Dirigir e inspecionar um trabalho; supervisionar, revisar.

Revisar v.t. Visar novamente; fazer a inspeção ou revisão de; revisar um processo.
Rever, corrigir, emendar.

Rever v.t. Tornar a ver, ver pela segunda vez, ver com atenção, examinar
cuidadosamente com o intuito de melhorar, fazer revisão de, emendar, corrigir. (Koogan
Houaiss. Enciclopédia digital)

Ao analisarmos os significados acima, podemos considerar que o Estágio


Supervisionado é um momento de estudos práticos para o ensino/aprendizagem e
experiência docente, pois envolve supervisão, revisão, correção e planos cuidadosos.
O estágio, quando compreendido como uma atividade que pode trazer imensos
benefícios para o ser humano, para a melhoria do processo educativo e para o estagiário,
no que diz a sua formação profissional, provavelmente trará respostas positivas. Estes se
tornam ainda mais indispensáveis quando se tem consciência de que as maiores
beneficiadas serão a sociedade, a comunidade escolar, os egressos da universidade e,
em especial, a qualidade da educação.

Estagiar é tarefa do aluno; supervisionar é incumbência


da universidade, que está representada pelo professor.
Acompanhar, fisicamente se possível, tornando essa atividade
incomum, produtiva é tarefa do professor, que visualiza com o
aluno situações de trabalho passíveis de orientação (BIANCHI,
2002).

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Sendo assim, o estudante deve está com a atenção voltada para
demonstrar seu conhecimento pela teoria trabalhada, realizar seu trabalho com
dignidade procurando, dentro da sua área de atuação, demonstrar que tem
Estágio competência, habilidade, simplicidade, humildade e firmeza, lembrando-se
Supervisionado I que ser humilde é saber ouvir para aprender, ser simples é ter conceitos claros
e sabê-los demonstrar de maneira cordial que possibilitem o entendimento
de terceiros.

O artigo 82 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional (LDB), de 1996, aponta o seguinte sobre o estágio:
“Os sistemas de ensino estabelecerão as normas para a
realização dos estágios dos alunos regularmente matriculados
no ensino médio ou superior em sua jurisdição”.

Papel e Importância do Estágio Supervisionado

A finalidade do Estágio Supervisionado é propiciar a complementação do ensino/


aprendizagem a ser planejado, executado, acompanhados e avaliado segundo currículos,
programas, calendários escolares, a fim de se constituírem em um processo integrador ou
seja prático, científico e sócio-cultural.
O Estágio Supervisionado na instituição escolar é mais do que uma experiência
prática na vida do aluno, é uma oportunidade para o educando refletir sobre os saberes
trabalhados durante o Curso Normal Superior.
Podemos definir o Estágio
supervisionado como uma parte do
currículo muito importante na formação
do futuro professor porque é a
oportunidade de experienciar e realizar,
na prática, o conhecimento teórico
adquirido no decorrer da sua formação
acadêmica. No estágio, diversas
atividades relacionadas com o ensino/
aprendizagem são realizadas por
docentes e discentes.

O estágio possibilita ampliar e


aprofundar a integração entre os
conhecimentos técnicos e as práticas, bem como desenvolver análises
crítico-reflexivas sobre a atuação profissional do professor.
Nesse sentido, o estágio tem por objetivo maior integração entre aprendizagem
acadêmica e compreensão da dinâmica das instituições escolares de ensino.
É uma ocasião oportuna para os estudantes estarem diretamente em contato com
outros profissionais da área, a fim de ampliar os saberes sobre a mesma, refletindo a partir
da ação profissional. Através do estágio, os estudantes têm a possibilidade de relacionar
os assuntos abordados na sala de aula com a prática, sendo uma importante fonte de
experiência, principalmente para os que já estão atuando na área.

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Segundo Schon apud Alarcão (1996) o estágio deve ser considerado tão importante
como os demais conteúdos do currículo. Assim, os’ próprios docentes, como as
universidades ainda não deram o devido valor à prática da formação do professor.

O estágio pedagógico é considerado “[...] o parente pobre de


todas as disciplinas [...]”, isso porque “[...] a Universidade se demite
da sua função de ajudar o aluno a relacionar teoria e prática e a
saber servir-se do seu saber para com ele resolver problemas
práticos [...]”. Para valorizá-lo é preciso conhecer o trabalho
realizado, pois além de encaminhar o aluno para o local de estágio,
o professor/orientador faz-se presente, acompanhando e orientando
o aluno durante todo o processo, bem como em encontros individuais
e coletivos (ALARCÃO, 1996, p. 38).

Para os atuantes na profissão em que estão estagiando as observações feitas durante


o estágio não é uma forma de invadir o espaço do outro tentando ver o que encontra de
inadequado, mas de refletir sobre as atividades para seu crescimento profissional, sendo
uma oportunidade de meditar sobre sua própria forma de agir, a qual pode ser vista refletida
no outro, além de permitir ao mesmo a elaboração do conhecimento de como agir em
determinada situação, sendo espaço de aprendizagem profissional, em que ofereça ao
estudante.

[...] um estágio que permita ao aluno o preparo efetivo para


o agir profissional: a possibilidade de um campo de experiência, a
vivência de uma situação social concreta [...] que lhe permitirá
uma revisão constante desta vivência e o questionamento de seus
conhecimentos, habilidades, visões de mundo etc., podendo levá-
lo a uma inserção crítica e criativa na área profissional e um
contexto histórico mais amplo. (BURIOLLA, 2001, p.17).

Enfim, a experiência proporcionada pelo estágio desenvolve as atitudes profissionais


dos estudantes e, conseqüentemente, a melhoria em sua prática, a qual vai sendo
transformada de acordo com as vivências do profissional.
Os conhecimentos adquiridos na prática e a troca de experiências são considerados
as melhores formas de aprendizagem, o que reforça a necessidade de se discutir como
essa aprendizagem ocorre no período de estágio. Assim, o estagiário para construir o seu
presente e o seu futuro, tem de ser capaz de interpretar o que vê fazer, de imitar sem copiar,
de recriar, de transformar (ALARCÃO, 1996).

Nesse sentido, o professor das séries iniciais do Ensino Fundamental,


enquanto estagiário, deve dialogar, demonstrar, questionar, refletir, orientar a tomada
de decisões, mas deve também, sempre que preciso informar, explicar, descrever,
teorizar sobre assuntos que se façam necessários. Portanto, o seu ser/fazer deve
integrar o dizer com o escutar, a demonstração com a imitação (ALARCÃO, 1996), além de
ter, na reflexão, o caminho para a decisão. Todos esses questionamentos reforçam a
importância de se elaborar um projeto de estágio que privilegie o conhecimento prático
aliado ao conhecimento teórico, objetivando formar o professor para o exercício consciente
da sua profissão.

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Fique de Olho...

A ESCOLA DOS BICHOS


Estágio
Supervisionado I
Era uma vez um grupo de animais que quis fazer alguma coisa para
resolver os problemas do mundo.Para isto, eles organizaram uma escola. A
escola dos bichos estabeleceu um currículo de matérias que incluía correr,
subir em árvores, em montanhas, nadar e voar. Para facilitar as coisas, ficou
decidido que todos os animais fariam todas as matérias. O pato se deu muito bem em
natação; até melhor que o professor! Mas quase não passou de ano na aula de vôo, e
estava indo muito mal na corrida. Por causa de suas deficiências, ele precisou deixar um
pouco de lado a natação e ter aulas extras de corrida. Isto fez com que seus pés de pato
ficassem muito doloridos, e o pato já não era mais tão bom nadador como antes. Mas
estava passando de ano, e este aspecto de sua formação não estava preocupando a ninguém
- exceto, claro, ao pato. O coelho era de longe o melhor corredor, no princípio, mas começou
a ter tremores nas pernas de tanto tentar aprender natação. O esquilo era excelente em
subida de árvore, mas enfrentava problemas constantes na aula de vôo, porque o professor
insistia que ele precisava decolar do solo, e não de cima de um galho alto. Com tanto
esforço, ele tinha câimbras constantes, e foi apenas “regular” em alpinismo, e fraco em
corrida. A águia insistia em causar problemas, por mais que a punissem por desrespeito à
autoridade. Nas provas de subida de árvore era invencível, mas insistia sempre em chegar
lá da sua maneira... Na natação deixou muito a desejar...Cada criatura tem capacidades e
habilidades próprias, coisas que faz naturalmente bem. Mas quando alguém o força a ocupar
uma posição que não lhe serve, o sentimento de frustração e até culpa, provoca mediocridade
e derrota total. Um esquilo é um esquilo; nada mais do que um esquilo. Se insistirmos em
afastá-lo daquilo que ele faz bem, ou seja, subir em árvores, para que ele seja um bom
nadador ou um bom corredor, o esquilo vai se sentir um incapaz. A águia faz uma bela figura
no céu, mas é ridícula numa corrida a pé. No chão, o coelho ganha sempre. A não ser, é
claro, que a águia esteja com fome! O que dizemos das criaturas da floresta vale para
qualquer pessoa. Deus não nos fez iguais. Ele nunca quis que fôssemos iguais. Foi Ele
quem planejou e projetou as nossas diferenças, nossas capacidades especiais!Descubra
seus dons naturais...

Ea
aggora? Como v
ora? ocê se sente?
você

Um momento de reflexão...

A prioridade dada à formação teórica em detrimento da formação


prática e a concepção da prática como mero espaço de aplicação de
conhecimentos teóricos, sem um estatuto epistemológico próprio é um
equívoco dos modelos educacionais e consiste em acreditar que para ser
bom professor basta o domínio da área do conhecimento específico que
se vai ensinar. Desta forma, apenas conhecer os conteúdos referentes às
séries iniciais do ensino fundamental, não faz do profissional um
educador, mas sim sua capacidade de interligar, estimular e refletir junto
com seus alunos na busca e construção dos conhecimentos.

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Ampliando Horizontes

Texto Complementar...
Dúvidas, obstáculos, entrosamento da organização
e da universidade

Por certo e como visto, há dúvidas e obstáculos


que sempre ocorrem e estes se situam principalmente
no acesso e início do processo de uma organização.
No entanto, quando o estágio está confirmado e
se inicia , o aluno deverá preocupar-se com suas atitudes,
prever situações e, principalmente, fazer um balanço diário das atividades realizadas. A
orientação constante dos professores supervisores dá suporte ao estágio, à execução do
projeto e da redação do relatório.
A postura do aluno é fator de suma importância: credenciado pela instituição, irá
representá-la durante sua permanência na organização. A linguagem, a polidez, isto é, a
gentileza para com as pessoas, o horário respeitado rigorosamente e tudo mais que for
exigido no estágio são fundamentais para ser seguido. O estagiário tem de ter em mente
que é um aprendiz e que qualquer atitude de prepotência pode determinar resultados
desfavoráveis ao que foi projetado.
Do modo de proceder do estagiário, os professores supervisores na universidade
tirarão conclusões sobre o resultado de seus esforços na difícil tarefa de ensinar e aprender
(BIANCHI, 2002).

Etapas do Estágio Supervisionado

A integração da teoria à prática, vivenciada em situações e problemas relativos à


profissão escolhida, estimula o pensamento crítico do estudante e possibilita a formação
de um profissional apto a enfrentar desafios.
O objetivo principal do estágio é o de proporcionar ao estudante oportunidades de
desenvolver suas habilidades, analisar situações e propor mudanças no ambiente em que
vive. Além disso, têm-se como objetivos específicos:

· Incentivar o desenvolvimento das potencialidades individuais, propiciando o


surgimento de novas gerações de profissionais capazes de refletir e construir processos
inovadores e metodologias alternativas;
· Complementar o processo ensino teórico, através da vivência educacional com
investigações e pesquisas, buscando incentivar o aprimoramento pessoal e profissional;
· Refletir, sistematizar e testar conhecimentos teóricos históricos e instrumentos
discutidos em sala de aula, através de experiências concretas, de observação, reflexão
sobre a realidade e as influências dos acontecimentos históricos nas relações humanas;
· Propiciar ao aluno-estagiário vivência da realidade profissional e familiarização
com o futuro ambiente de trabalho;
· Estabelecer integração efetiva entre a faculdade e o ambiente educativo, contribuindo
para a atualização e o aprimoramento constante do currículo escolar, possibilitando a
expansão dos serviços comunitários propostos pela academia;

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· Favorecer o conhecimento e a aplicação de novas tecnologias,
metodologias e organização do trabalho.

Estágio Fazendo Estágio, Construindo Habilidades...


Supervisionado I

O estágio compreende atividades de avaliação e diagnóstico de estudo de caso, de


observação, nas quais contextualiza e transversaliza as áreas e os eixos de formação
curricular, associando teoria e prática. Dessa maneira, incorpora três diferentes modalidades:

1. Conhecimento e integração do aluno às realidades sociais, econômicas e do


trabalho na sua área de atuação profissional;
2. Iniciação à pesquisa e ao ensino na qual a realidade escolar é seu objeto de ação-
reflexão-ação;
3. Iniciação profissional no campo específico de sua formação.

Ressalta-se que as modalidades de estágio mencionadas podem ser desenvolvidas


concomitantemente, em níveis diversos de complexidade e de aprofundamento. Nesse
sentido, a relação entre teoria e prática deve ser entendida como eixo articulador da
construção e produção do conhecimento na dinâmica do professor do ensino fundamental.
A primeira etapa do estágio é entendida como um instrumento de integração do
aluno às realidades sociais vigentes e possibilita a interlocução com os referenciais teóricos.
Permite ao estagiário construir seu plano de estudos — Projeto — e optar pelos temas de
aprofundamento que irão fundamentar sua prática durante o estágio e que estarão presentes
na sua atividade orientada.
A segunda etapa direciona-se para iniciação à pesquisa e ao ensino, na forma de
articulação de teoria-prática, partindo do pressuposto de que a formação profissional não
deve jamais se desvincular da pesquisa. A reflexão sobre a realidade observada a partir de
uma problematização que se constitui em uma forma de iniciação à pesquisa educacional.
A terceira etapa destina-se a iniciação profissional do estagiário através de um “saber
fazer” que busca orientar-se por teorias de ensino-aprendizagem adequando-as aos
conhecimentos históricos, sem perder de vista a realidade de cada instituição e de cada
aluno acompanhado.

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Em síntese...

Etapas do Estágio:
1. Integração e Planejamento
2. Pesquisa e Plano de Ação
3. Prática e Intervenção

Texto Complementar...
Modelo de Formação Integral

Alguns dos aspectos e organizadores conceituais na formação do professor para a


mudança e inovação:

SER, SENTIR

Colaboração e criatividade
Habilidades pessoais
Habilidades sociais
Abertura à mudança
Atitude de melhoria
Atitude criativa
Flexibilidade
Sensibilidade para problemas
Sensibilidade para valores sociais
Novos interesses e aspirações

SABER, CONHECER

Conhecer a partir do meio


Estratégias docentes inovadoras
Conhecimentos da disciplina
Conhecimentos sobre aprendizagem
Conhecimentos psicopedagógicos
Conhecimentos curriculares
Planejamento
Projeto e desenvolvimento curricular
Processo de inovação
Modelos de ensino
Comunicação educativa

FAZER, ATUAR

Competência docente
Tomada de decisões
Elaboração de materiais
Esboço do projeto inovador
Desenvolvimento de projeto inovador

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Avaliação de projetos e programas
Avaliação de centros e do professorado
Análise da realidade
Estágio Análise das necessidades
Supervisionado I Aprender com os erros
Domínio modelo

QUERER, DECIDIR

Superar bloqueios
Enfrentar conflitos
Enfrentar resistências
Superação de estresse e fadiga
Persistência na tarefa iniciada
Enfrentar dificuldades e problemas
Elaboração de projetos e tarefas
Busca da qualidade em processos e resultados.

(LA TORRE, 2002)

O Trabalho Docente e a Construção da Práxis Pedagógica

O professor capacitado para atuar nas séries Iniciais do Ensino Fundamental deve
ter competência para se integrar no contexto atual do processo de transformação
educacional, respondendo às necessidades da escola e da sociedade. Ademais, o
profissional da educação deverá se dedicar ao ensino e educação de crianças que
freqüentam no nível de ensino pretendido, abrangendo os processos de formação e
desenvolvimento do sujeito, alfabetização, domínio da leitura e escrita, das operações
fundamentais matemáticas, noções básicas das ciências humanas e sociais, além de
dedica-se ainda ao desenvolvimento de projetos de ensino e de pesquisa e desenvolver
ações pedagógicas em parceria com a comunidade escolar e instituições sociais,
dinamizando a vida da escola e da comunidade escolar por meio de atividades culturais.
Como habilidade principal, o profissional da educação deve se preparar para se
comunicar e se relacionar com as pessoas, desenvolver espírito de liderança, iniciativa e
criatividade. Assim, deverá estar capacitado para a atividade docente; bem como ser um
articulador da organização do trabalho pedagógico nos anos iniciais do Ensino Fundamental;
articulador da dimensão interdisciplinar das áreas do conhecimento; com formação para
atuação crítica e interdisciplinar da realidade e capacitado para a ação no espaço
institucional de ensino e nas organizações sociais, no planejamento, na gestão e na pesquisa
do processo educativo. Neste curso a formação do professor acontece pela participação
no trabalho de pesquisa metodológica e científica, integrada à investigação da realidade,
reconhecendo que o papel do professor se faz na atuação profissional e no desempenho
das funções como agente transformador da realidade, valorizando os avanços da ciência e
da formação humana, e é por conta disso que há uma preocupação em articular de maneira
harmônica o Estágio Supervisionado e a teoria estudada durante todo o curso.
Essa articulação se dá através do processo de sistematização das relações entre
os indivíduos que proporciona o conhecimento de saberes necessários à sua sobrevivência
na sociedade, entendido como educação, refletindo dessa forma, uma contextualização

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mais condizente com a práxis pedagógica do educador. Atualmente, o processo educativo
é caracterizado como informal e formal: a primeira diz respeito a transmissão de
conhecimentos construídos na vivência cotidiana fora da escola, sendo dado em todos
ambientes sociais que o indivíduo se encontre como: família, igreja, trabalho e outros lugares;
a segunda, é oferecida em um ambiente destinado a este fim, o escolar, onde a finalidade
consiste em ampliar os conhecimentos de quem a freqüenta, instrumentalizando como
cidadão capaz de atuar na sociedade em constante transformação.
Nesse sentido a escola enquanto um espaço que visa preparar o indivíduo para
exercer atividades favoráveis ao seu crescimento e da comunidade, deve estar cada vez
mais a procura de modos que os auxiliem nesse processo de caminhar os cidadãos na
construção de atitudes críticas, tornando-se encarregada de promover atividades que
beneficiem os educandos a se adequar as exigências sociais. Como nos mostra Porto
(1999), “[...] a educação é um processo social que se enquadra numa concepção particular
do mundo, a qual, por sua vez, determina os fins a serem atingidos pelo ato educativo e
estes fins refletem o espírito da época [...]” (PORTO,1999, p.36). Com isso a escola precisa
promover ações que estejam de acordo a realidade de seus educandos, a fim de que os
introduza em seu mundo.
Devido a tantas demandas sociais relacionadas à educação, as escolas vão
transformando seu modo de agir, indo em busca de melhorias na sua rotina de trabalho
para que beneficiem os educandos, ajudando-os na construção de seus conhecimentos. A
utilização das formas de como agir em uma instituição marca sua metodologia de trabalho,
e esta interfere nas atividades dos educandos, pois a prática pedagógica de um ambiente
escolar influencia no processo de aprendizagem dos mesmos incentivando-os na busca de
novos conhecimentos.
Sobre as questões acima, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996, relata no seu
artigo 1º:

“A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem


na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade
civil e nas manifestações culturais” (LDB, 1996, p.5).

Há afirmação também, que os indivíduos constroem seus conhecimentos mediante


a interação com o outro, sendo a escola a maneira formativa do contato com o mesmo.
Nesse contexto, faz-se necessário que professor esteja sempre repensando sua
prática pedagógica, procurando refletir sobre a importância do seu papel na sociedade, a
fim de estar cada vez mais, em busca de atividades que proporcione a satisfação dos
educandos na obtenção de novas aprendizagens. Para que os educandos se envolvam nas
atividades escolares é preciso que os educadores tenham o cuidado de estar praticando
ações que estejam de acordo com o grupo em que trabalha, promovendo formas de trabalho
que despertem seu interesse.
A prática pedagógica do professor cristaliza uma tendência de acordo com cada
época, estas vão sendo transformadas devido às exigências sociais, percorrendo, assim,
um longo caminho na educação, partindo de saberes variados, os quais foram produzidos
pela humanidade. A maneira como a escola organiza o processo de ensino-aprendizagem
sistematiza a tendência abordada em determinado momento no decorrer do tempo.
As tendências pedagógicas discutidas atualmente foram definidas com base no
pensamento pedagógico europeu, o qual foi propagado por todo o mundo, dentre elas

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destacam-se a Pedagogia Tradicional e a Pedagogia Renovada (LIBÂNEO,
1991). Estas se opõem por divergirem no que acreditam ser correto na forma
de como ensinar e aprender atitudes necessárias para sobrevivência do
Estágio indivíduo.
Supervisionado I

PEDAGOGIA TRADICIONAL PEDAGOGIA RENOVADA

- A educação tem uma proposta - A Pedagogia Renovada propõe a


centrada no professor, o qual é o detentor do renovação escolar, na qual o mais importante é
saber sendo superior ao aluno, pois é ele quem o processo de aprendizagem do individuo. Nesta
vigia corrige e transmite conhecimentos, pedagogia o aluno é visto e valorizado como
ocupando o cargo de autoridade máxima na sala um ser livre, social e ativo, que aprende a partir
de aula. Os alunos são tidos como “tábua rasa”, de suas descobertas e interesses, sendo sua
por acreditar que os mesmos nada sabem e livre expressão valorizada pelo professor.
vão à escola como seres passivos com o intuito - O professor tem como função facilitar
de acumular conhecimentos, estes são a busca de conhecimento do aluno,
tratados de forma isolada do cotidiano. proporcionando situações que desenvolvem as
- É valorizado o ensino da cultura geral, capacidades e habilidades intelectuais, assim
em que os conteúdos são vistos como verdades “...enquanto a escola tradicional é julgada como
acabadas inquestionáveis, e expostos de forma aquela adequada aos sistemas sociais estáveis,
oral seguindo passos fixos e pré-determinados cuja continuidade do status quo é desejada a
que são utilizados em qualquer contexto escolar. escola nova é apropriada as sociedades em
Acredita-se, com essa metodologia que o aluno desenvolvimento, que necessitam de espíritos
aprende ouvindo, repetindo da mesma maneira empreendedores e adaptados às mudanças
como lhe foi passado em diversos exercícios, aceleradas”. (PORTO, 1999, p.40). Devido a
memorizando e reproduzindo o mesmo na tantas modificações ocorridas no mundo as
avaliação feita pelo professor, “A escola centrou- escolas vão transformando suas atividades a
se cada vez mais no conhecimento teórico, fim de que seus alunos acompanhem esse
científico, um conhecimento distanciado da desenvolvimento contínuo.
vida, de caráter abstrato, cuja aplicação não se
vê imediatamente. E a escola, muitas vezes,
parte do pressuposto de que os alunos devem
estar interessados em adquirir esse
conhecimento...” (DELVAL, 2001, p.84). Sendo
assim, a mesma ocupa um lugar responsável
na transmissão de conhecimentos científicos,
os quais são desinteressantes para os alunos
por ser distante da sua vivência.

As tendências educacionais comentadas sofreram diversas críticas no sentido de


estarem sempre valorizando as classes sociais mais alta, pois:
[...] cada classe social desenvolve absoluto a ser atingido (escola tradicional),
modelos próprios de comportamentos nem a escola pode ser uma miniaturização
ideais, instrumentos conceptuais diferentes idealizada da sociedade (escola nova), e
de compreensão das formas de tampouco o comportamento dos alunos pode
conhecimento e até um conteúdo cultural ser controlado em face de objetivos
apropriado às suas condições históricas de preestabelecidos (escola tecnicista).
existência. Logo, não há um conteúdo fixo e (PORTO, 1999, p.42).

16
Na tentativa de formular uma educação transformadora que favorecesse o interesse
do povo, foi surgindo primeiro a Pedagogia Libertadora, inspirada por Paulo Freire e a
Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos, estas “[...] trata-se de duas tendências
pedagógicas progressistas, propondo uma educação escolar crítica a serviço das
transformações sociais e econômicas, ou seja, de superação das desigualdades sociais
decorrentes das formas sociais capitalistas de organização da sociedade. No entanto,
diferem quanto a objetivos imediatos, meios e estratégias de atingir essas metas gerais
comuns” (LIBÂNEO, 1991, p.69). Essa pedagogia tem como objetivo proporcionar o
funcionamento de escola mediadora entre os alunos e os conteúdos, e estes são tidos
como conhecimentos dinâmicos e questionáveis.
Na Pedagogia Libertadora a proposta é de uma educação que favoreça aos
estudantes um pensamento crítico que transforme a realidade social, a fim de superar as
desigualdades existentes. Nesta tendência, o professor é visto como o coordenador de
atividades, as quais são em torno de temas sociais e políticos, envolvendo problemas a
serem analisados com o intuito de estruturar uma forma para atuar na transformação da
realidade concreta, após o conhecimento da mesma.
Alguns educadores não aceitaram a proposta da Pedagogia Libertadora afirmando
que essa tendência dá pouca importância ao saber cultural da humanidade, acreditando
que não era suficiente apenas conhecer as questões sociais, o que é uma visão equivocada.
Surgindo a partir daí a Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos em que faz-se necessário
também construir o domínio de conhecimentos, capacidades e habilidades que possibilitem
aos alunos interpretar e buscar seus interesses pessoais e sociais.
Como foi relatado acima “[...] o que importa é que os conhecimentos sistematizados
sejam confrontados com as experiências sócio-culturais e a vida concreta dos alunos, como
meio de aprendizagem e melhor solidez na assimilação dos conteúdos [...]” (LIBÂNEO,
1991, p.70). O ensino deve envolver o domínio de conteúdos científicos, e a problemática
social cotidiana para que através deles os estudantes tenham possibilidade de formar a
sua consciência crítica.
Diante das tendências abordadas é notável que a educação variasse ao longo do
tempo, e devido a tantas transformações ocorridas os educadores estão à procura de
melhorias na área em que atuam.
Vasconcellos nos mostra que é anseio de muitos profissionais que o ambiente escolar
seja um espaço utilizado para o crescimento integral do indivíduo. “[...] nosso desejo é que
a escola cumpra um papel social de humanização emancipação, onde o aluno possa
desabrochar, crescer como pessoa e como cidadão, e onde o professor tenha um trabalho
menos alienado e alienante, que possa repensar sua prática, refletir sobre ela, dar-lhe um
novo significado e buscar novas alternativas [...]” (VASCONCELLOS, 1999). Sendo assim
os educadores devem estar em constantes reflexões das suas atitudes, buscando renovar
sua prática pedagógica a fim de ajudar os educandos a enfrentar os obstáculos existentes
na sociedade.

Transformar a educação com o objetivo de proporcionar aos


indivíduos melhor aproveitamento da sua escolarização é o desejo
de muitos educadores, os quais estão a cada dia
em busca de novos conhecimentos que
favoreçam seus alunos na conquista de novos
saberes. Segundo Zabala (2001) para que o
aluno construa sua aprendizagem pessoal
deve haver a contribuição de uma outra pessoa,
porém esta construção precisa ser de interesse e

17
disponibilidade do educando, partindo de seus conhecimentos prévios e sua
experiência para conceder um significado ao seu estudo.
É necessário que os educadores ajudem os alunos a confiar em suas
Estágio capacidades para que não desistam diante dos obstáculos, pois os mesmos
Supervisionado I devem estar cientes de que aprender não é fácil e neste processo existem
diversos desafios que precisam, ser superados. Com isso ao educador cabe
iniciar um trabalho um pouco além do que o aluno já compreende, sendo uma
provocação que desperte seu interesse, a qual na resolução os alunos sintam
o prazer de ter superado a dificuldade e conquistado novos conhecimentos.
Para que o educador promova atividades interessantes aos seus alunos, ele precisa
planejar seu trabalho e se dedicar ao mesmo, procurando diversificadas formas que
favoreçam a aprendizagem. Uma das maneiras de elaborar atividades é que as mesmas
sejam ordenadas, de maneira articulada formando uma seqüência que auxiliem os alunos
na compreensão dos assuntos abordados.
A seqüência de atividades favorece um melhor relacionamento entre elas tornando-
as interligadas e envolvendo os alunos na participação das mesmas, assim:

“[...] a identificação das fases de uma seqüência didática, as atividades


que a conformam e as relações que se estabelecem deve nos servir para
compreender o valor educacional que têm, as razões que as justificam e a
necessidade de introduzir mudanças ou atividades novas que a melhorem [...]”
(ZABALA, 1998, p. 54). Por isso, o educador deve estar em constante processo
de reflexão, a fim de identificar o que precisa ser modificado em sua prática.

Uma das coisas que o docente precisa privilegiar em sua seqüência didática é o de
elaborar atividades de acordo com o interesse do aluno, para que não proponha algo que
desestimulem seus desejos, por ser muito fácil de resolver ou por não terem construído
ainda os esquemas cognitivos para a mesma.
No entanto, muitos educadores vão em busca de estudos que os ajudem na
descoberta de novos conhecimentos, os quais despertem em seus educandos o gosto do
aprender. A procura do crescimento profissional faz com que o indivíduo se depare com
situações conflitantes em relação suas atitudes e as de outras pessoas e as informações
estudadas. O conflito de muitos educadores ocorrem no instante em que têm a oportunidade
de estar observando a prática pedagógica do outro, analisando e refletindo sobre a forma
de agir do colega, e muitas vezes se encontrando nas atitudes do mesmo.

Cinema e Conhecimento...
O cinema é mágico e nos leva a lugares longínquos, jamais vistos... ao mesmo tempo
nos transporta a nós mesmos, ao que há de mais íntimo e muitas vezes desconhecido do
nosso próprio universo da consciência, da racionalidade. O olhar do cineasta nos faz sonhar
e refletir sobre nossa vida.

18
Filmes que nos fazem pensar, refletir, agir e mudar, orientando nossos caminhos...

O Sorriso de Monalisa – Nike Newell

Katherine Watson é uma solteirona convicta, mulher moderna, que


sai da ensolarada e liberal Califórnia com destino à pacata Nova Inglaterra.
Katherine será professora de História da Arte em uma das mais
conceituadas universidades americanas, a Wellesley. Ao chegar no seu novo
trabalho, Katherine logo entende que todas suas alunas são mais do que
apenas inteligentes e esforçadas. Mas isso não faz delas perfeitas. Entra,
então, a função primordial de um bom educador, ensinar a pensar. E este
passa a ser o principal intuito de Katherine, depois de perceber que a maioria das meninas
ali tinha enorme potencial, mas o jogariam fora se casando e vivendo uma vida de servidão
domiciliar.Mais do que qualquer professora novata, ela vai ser questionada não apenas
pelo seu jeito de lecionar, mas também pela sua vida pessoal. Afinal, na década de 50, não
era comum ver mulheres que abriam mão da “estabilidade” de um casamento em favor do
sucesso profissional.

O Óleo de Lorenzo - George Miller

Um garoto levava uma vida normal até que, quando tinha seis anos,
estranhas coisas aconteceram, pois ele passou a ter diversos problemas
de ordem mental que foram diagnosticados como ALD, uma doença
extremamente rara que provoca uma incurável degeneração no cérebro,
levando o paciente à morte em no máximo dois anos. Os pais do menino
ficam frustrados com o fracasso dos médicos e a falta de medicamento
para uma doença desta natureza. Assim, começam a estudar e a pesquisar
sozinhos, na esperança de descobrir algo que possa deter o avanço da doença.

Central do Brasil – Walter Salles

Dora (Fernanda Montenegro) escreve cartas para analfabetos na


Central do Brasil. Nos relatos que ela ouve e transcreve, surge um Brasil
desconhecido e fascinante, um verdadeiro panorama da população
migrante, que tenta manter os laços com os parentes e o passado.

Mentes que Brilham – Jodie Foster

Fred Tate é um superdotado que vive com a sua mãe Dede Tate,
uma empregada de mesa, que se esforça para o educar como uma criança
normal, mas que apesar de tudo não o consegue integrar num meio que
facilmente marginaliza todos aqueles que se mostram diferentes. Recorre
então a Jane Griersm uma psicóloga diretora de uma escola para
superdotados, que se deixa maravilhar pela inteligência e sensibilidade de
Fred e que decide escrever um livro sobre ele. Jane pede, então, a sua
guarda a Dede, por um verão, alegando que Fred poderá assistir a um curso universitário
enquanto ela o observa. Neste período de afastamento da sua mãe, Fred descobrirá que
toda a sua inteligência não significará muito sem ninguém que o ame e acarinhe com a uma
criança normal.

19
O jardim secreto – Agnieszka Holland
No início do século XX, Mary Lennox (Kate Maberly)
vivia na Índia com seus pais, que não lhe davam muita atenção.
Estágio Porém um estouro de elefantes os mata e, seis meses depois,
Supervisionado I Mary desembarca em Liverpool, na Inglaterra, para viver com
Lorde Archibald Craven (John Lynch), seu tio, na mansão
Misselthwaite, uma construção feita de pedra, madeira e metal
na qual existem segredos e antigas feridas. Mary estava
assustada naquele solar com várias dezenas de quartos e era incrivelmente
mimada, pois lhe desagradava a idéia de vestir suas roupas, já que na Índia isto era tarefa
de suas aias.A mansão é administrada pela Sra. Medlock (Maggie Smith), uma rigorosa e
fria governanta. Lorde Craven perdeu a mulher há dez anos e nunca mais conseguiu superar
a tragédia. Para piorar Colin Craven (Heydon Prowse), seu filho, também sobre de extrema
apatia, sempre recolhido no seu quarto. Mais uma vez negligenciada, Mary passa a explorar
a propriedade e descobre um jardim abandonado. Entusiasmada com a descoberta, Mary
decide restaurar o lugar com a ajuda do filho de um dos serviçais da casa.

A Ética Profissional do Educador


A qualificação dos alunos como sujeitos de refletir historicamente exige
do professor convicção e persistência para executar um processo demorado
cujos resultados no curto prazo podem deixar a desejar, especialmente
considerar-se o peso da tradição escolar (CALLAI, 1997).

Moral e ética às vezes são palavras empregadas como sinônimos: conjunto de


princípios ou padrões de conduta (PCN, 1998, p. 69). A ética pode também significar filosofia
da moral, portanto, um pensamento reflexivo sobre os valores e as normas de conduta. Em
outro sentido, ética pode significar um conjunto de princípios e normas que um grupo
estabelece para seu exercício profissional.
Em outro sentido ainda pode referir-se a uma distinção entre princípios que dão
rumo ao pensar sem, diante mão, prescrever formas precisas de conduta (Ética) e regras
precisas e fechadas (Moral). Neste sentido, é importante atentar para o fato da expressão
moral ter, para muitos, adquirido sentido pejorativo associado a moralismo. Desta forma,
cabe ao docente entender ética como valores e regras, não como apenas regras, em seu
sentido estrito.
Partindo-se do pressuposto de que é preciso o
professor possuir critérios, valores e, ainda mais, estabelecer
relações e hierarquias entre esses valores para nortear sua
prática é imprescindível perceber que o universo do
conhecimento é amplo e complexo. Compreender
que somos seres humanos inacabados e estamos
buscando a melhoria da qualidade de ensino,
constantemente, requer dos profissionais da
educação uma conduta, uma ética profissional, um
diagnóstico da realidade na qual está inserido, e mais
que isso, compreender o seu aluno em suas dificuldades
e possibilidades.

20
Escola Democrática já é uma Lição

O respeito mútuo, a justiça, a justiça, o diálogo e a solidariedade são pontos de


destaque dentro do conteúdo de ética no Ensino Fundamental. A importância de inclui-los
no programa se torna clara quando as diversas etnias, culturas, religiões e opiniões presentes
na formação da população brasileira são levadas em conta. Essa diversidade gera
preconceitos que se manifestam na forma de intolerância ou desprezo com relação ao que
é diferente. Seus alunos devem saber que todas as pessoas são dignas de respeito, não
importa o sexo, a idade, a cultura, a raça, classe social ou grau de instrução.
A ética permeia todo o currículo. É uma discussão que perpassa pelas guerras
estudadas nas aulas de História, pelo jeito certo ou errado de falar nossa língua e pelo
cuidado com o meio ambiente. Além disso, o tema está presente nas relações internas da
escola. A convivência democrática entre professores e alunos ou entre colegas vale como
uma bela experiência para estudantes.
(Nova Escola, 2001)

A própria lei — Diretrizes Curriculares Nacionais — dá ao professor e à instituição


uma flexibilidade para que se desenvolva a ética e a pluralidade cultural em nossas escolas
e incentiva a formação integral do cidadão. Podemos ser agentes transformadores e
pesquisadores de saberes da prática docente, que irão proporcionar prazer e alegria ao
educando que busca o conhecimento, incansavelmente, acreditamos ser este o papel ético
do professor.

De acordo com Freire (1981 p. 52) é necessário:

O desenvolvimento de uma consciência crítica,


que permite ao homem transformar a realidade, é cada
vez mais urgente. Na medida em que os homens, dentro
de sua sociedade, vão respondendo aos desafios do
mundo, vão também fazendo história, por sua própria
atividade criadora.

Mudar é preciso e necessário para saber conviver no século XXI. Mudar nossos
paradigmas com relação ao que fomos e ao que somos; ao que aprendemos no passado e
ao que estamos aprendendo no agora. Sendo assim, torna-se um desafio “aprender a
aprender”, “aprender a ser” e “aprender a fazer” (DELORS, 2000, p. 89-99) no processo de
ensino-aprendizagem.
Reavaliar nossos conceitos, concepções e valores traz para o nosso mundo real
uma visão multidimensional do nosso ser. É preciso ter sabedoria, coragem, determinação,
prudência, serenidade para atuar na escola de hoje que é dinâmica, transformadora.
As mudanças não ocorrem por um acaso. Elas obedecem à evolução da humanidade
e ao desejo de transformação, levando o homem a atuar no universo de forma progressista.
O conhecimento tem chegado de forma assustadora no universo escolar. Com o processo
de globalização as informações estão conectadas em rede, e nós não conseguimos
acompanhar esse universo informativo que está chegando a todo o momento. E como
avaliaríamos tais informações, sendo professores?
É muito complexo entender e compreender essas questões que não deixam de
participar de nosso dia-a-dia e de nossa prática profissional. Quantas vezes, na sala de
aula, o aluno traz informações das quais, nós não estamos preparados para responder? O

21
aprender a ouvir o aluno e estar participando com ele do processo ensino-
aprendizagem é outro desafio que teremos que enfrentar no cotidiano escolar.
Entender o humano, como diz Morin (2000), é complexo. A complexidade
Estágio do pensamento humano liga-se a incertezas e, ao mesmo tempo, busca uma
Supervisionado I certeza no conhecimento. E o que é o conhecimento? É um aprender a ser
avaliado para saber se aprendeu? Por que tantas exigências, sem nem ao
menos sabemos para que servem?
O refletir, o pesquisar, o se informar sobre nós, enquanto sujeitos e
objetos do conhecimento se torna necessário para compreender o humano.
Corporificar é buscar ser exemplo ou mesmo referência para os alunos, hoje é
importante, pois, muitos se encontram no olhar que têm de um determinado professor que
julga ser o melhor (FREIRE, 1997, p.38). Mesmo essa premissa podendo ser falsa, há
aqueles que nela acreditam e se fundamentam para conseguir lutar pelos seus sonhos.
O professor tem que procurar levar seus alunos a pesquisarem, a se comprometerem
e a construírem sua história, sua identidade em um mundo em constantes transformações.
Buscar melhorar seus hábitos e atitudes são essenciais, para que as mudanças ocorram.
Somos seres mutáveis e necessitamos de nos inter relacionarmos para transformamos
nossas vidas.

Para Freire (1997, p. 44):

Não é apenas preciso mudar, o que, porém exige paciência, uma paciência
que eu chamo de impaciente, que exige também conhecimento, humildade e
uma pressa não demasiada apressada, quer dizer, você tem que viver um tempo
em que você corre e anda também, anda quando pode, corre quando pode.

O tempo é o senhor da sabedoria. Temos que confiar em nossa capacidade de


aprender a conhecer o universo cultural em que vivemos. Compreender o ser humano e
suas relações no espaço em que vive. Aprender que as mudanças existem e que podemos
ser pacientes em diagnosticá-las como processo de transformação ou processo de
investigação de nossa própria natureza. Vivemos em um mundo dicotômico, e a partir de
suas irreverências, podemos discernir o que seria melhor para a formação de um cidadão,
político e consciente de sua formação de educador crítico e reflexivo.

Neste contexto, ética no ensino das áreas de conhecimento das séries iniciais do
Ensino Fundamental constitui um dos temas transversais propostos nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (1998) e reflete a preocupação para que a escola e o docente realizem
um trabalho que incentive a autonomia na constituição de valores de cada aluno, ajudando-
o a se posicionar nas relações sociais dentro da escola e da comunidade como um todo.
São quatro blocos temáticos principais: respeito mútuo, justiça, diálogo e solidariedade.

Em síntese...

Todo professor é uma referência para os seus alunos. Sendo assim, deve cumprir
com o seu papel que é o de possibilitar uma reflexão crítica em seus alunos, isto é, no que
diz respeito à ética eles devem ser capazes de:

Compreender o conceito de justiça e perceber a necessidade da construção de uma


sociedade justa;
Respeitar as diferenças entre as pessoas;
Questionar os conteúdos trabalhados e buscar recriá-los frente a sua realidade;

22
Valorizar o diálogo como forma de esclarecer conflitos e tomar decisões coletivas;
Perceber as relações entre a história do passado com o presente;
Aplicar os conhecimentos adquiridos na escola para construir uma sociedade
democrática.

Texto Complementar...
Ética e Educação no Mundo Globalizado

A sociedade atual caracterizada pelas tecnologias da informação, em escala global


e em ritmo de tempo nulo lança desafios outros à educação escolar, que conta com a
presença ativa do professor na sala de aula. A educação tradicional ocupava-se da
transmissão de conteúdos, fornecimento de informações, já que escassas. Agora, ante o
excesso de informações com que se defrontam alunos e professores, cumprem à educação,
fazê-las significativas às experiências de vida, aos interesses e valores da vida em comum,
desde o cotidiano vivido de cada um à convivência solidária e co-responsável de todos os
homens. Faz-se necessária a consciência de que todo ato humano é ético porque é ato de
linguagem que produz o mundo que se cria com outros na convivência de todos com todos.
Impõe-se hoje uma ecologia cognitiva de redes complexas, na qual interajam os atores
humanos, biológicos, técnicos, os fatores culturais e as conquistas científicas referidas às
situações concretas de vida. E, quanto mais parecem dispensáveis, as relações
interpessoais, calorosas e densas, mas se exigirão elas num mundo aberto à cidadania de
todos por igual, diferençado e plural, na valorização do que é próximo e familiar.
Essas possibilidades imensas que se abrem, esses processos da comunicação
ampliada, dependem, com tudo ou mais, dos usos que deles se façam. Por isso, multiplicam-
se também e adensam-se às responsabilidades éticas da escola posta como lugar do debate
e da argumentação discursiva de que participem todos em pé de igualdade e, no sentido
melhor, adquirir a capacidade de entendimento mútuo dos seres humanos entre si, e, com
isso, garantir uma melhor qualidade de vida.
Os conhecimentos que a escola deve disseminar na contemporaneidade não podem
ser encarados como certezas ou verdades absolutas, mas como saberes sempre provisórios,
sempre em movimento de reconstrução nas aprendizagens significativas, abertas a novas
reformulações, controladas por comunidades argumentativas e postas no âmbito da mais
ampla publicidade crítica; por isso, éticas. (Revista Espaços da Escola, 1991).

# 1.
[ ]Agora é hora de
TRABALHAR
Após a leitura, comente a importância do estágio nas
séries iniciais do Ensino Fundamental na perspectiva da
educação atual.

23
2. Enumere cinco razões que tornam importante a realização do Estágio
Supervisionado.
Estágio
Supervisionado I

3. Leia o texto e analisa as questões abaixo:

O Professor e o Ensino da Condição Humana

No que se refere aos parâmetros para o desenvolvimento de propostas à formação


educacional, muitos têm sido os escritos destinados a repensar, em nível mundial, a educação.
Entre eles, destacam-se: Os sete saberes necessários à educação do futuro, de Edgar
Morin (2001), e Educação: um tesouro a descobrir, também denominado Relatório Jacques
Delors. Ambos foram considerados pela UNESCO como referenciais para o
restabelecimento de políticas educacionais para o futuro.
A educação é a forma pela qual há a transmissão de forma maciça e, muitas vezes,
eficaz do conhecimento. Baseando-se em Morin, considera-se que há sete saberes
fundamentais que a educação do futuro deve tratar em toda sociedade e em toda cultura,
sem exclusividade ou rejeição, segundo modelos e regras próprias a cada sociedade e
cada cultura.
O conjunto das reflexões atuais sobre a reforma do sistema educacional, da educação
básica e a formação de professores, requer dois investimentos cognitivos que se
complementam: o exercício de um diálogo capaz de articular nossas competências e a
escolha de meta-temas e princípios que exponham, com clareza, o ideário da educação
que queremos.
Desse ponto de vista, é necessário expor, problematizar e avaliar se a produção do
conhecimento de que dispomos como herança histórico-cultural, responde, de maneira
satisfatória, aos problemas que emergem na sociedade contemporânea, marcados pela
relação de complementaridade e oposição entre ciência, tecnologia e meio ambiente. Mais
que isso, interessa perguntar se nossa prática como educador nos permite projetar e construir
as bases de uma sociedade futura. Abrir as especialidades, prover métodos de pensar que
rejuntem conhecimentos e reconstruir um sujeito capaz de problematizar a condição humana
parecem ser o protocolo básico para repensar a educação. Uma reforma do pensamento
(Morin), orientada pela desconstrução e reconstrução dos atuais modelos cognitivos (Atlan),
certamente facilitará a escolha de fatos portadores de sentido (Rosnay) que possam fazer
da educação o ensino da condição humana em sintonia com os domínios do mundo que
fundam essa condição.

a..De acordo com o texto, o conhecimento precisa ser pautado em que bases teóricas?

24
4. Na sua opinião, quais os benefícios que tem um estudante de licenciatura em realizar
um estágio supervisionado?

5. Confronte as principais características da Pedagogia Tradicional e da Pedagogia


Renovada, considerando sua inserção enquanto estagiário-docente.

6. Na sua opinião, a ética é uma palavra em desuso pelos profissionais de educação


ou tem sido um tema que participa ativamente dos debates educativos? Justifique sua
resposta.

7. Explique como o planejamento impulsiona a aquisição de conhecimentos por parte


dos educandos.

8. Descreva a natureza do Estágio Supervisionado, explicitando quais os seus desejos


e expectativas em relação à sua prática.

9. De acordo com as definições apresentadas e as definições que você conhece


advindas do senso comum, recrie um conceito de ética e um conceito de ética profissional.

25
ESTÁGIO SUPERVISIONADO NAS SÉRIES
INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Estágio
Supervisionado I

Desenvolvimento Cognitivo dos Alunos

Em uma sociedade democrática, o professor tem vários desafios. Um dos mais


importantes é o de estimular a aprendizagem e desenvolver habilidades e competências
estruturais e básicas nos alunos, preparando-os para se tornarem cidadãos plenos e
emancipados em todos os campos de sua vida. De acordo com Jacques Delors, a educação
deve se fundamentar nos quatro pilares da educação para o século XXI: aprender a ser,
aprender a conhecer, aprender a fazer e aprender a conviver.

Em seu livro Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à


Prática Educativa, Paulo Freire oferece contribuições valiosas para
conduzir à reflexão sobre a competência docente.

Ensinar exige razão de ser de alguns desses saberes em relação com


o ensino dos conteúdos [...]. Ensinar exige disponibilidade para o diálogo [...]
nas relações com os outros que não fizeram necessariamente as mesmas
opções que eu fiz, no nível da política, da ética, da estética, da pedagogia [...],
que me encontro com eles ou com elas [...]. Ensinar exige o reconhecimento e
a assunção da identidade pensante, comunicante, transformador, criador,
realizador de sonhos [...]. Ensinar exige a apreensão da realidade [...],
transformar a realidade para nela intervir, recriando-a [...]. Ensinar exige
segurança, profissional e generosidade [...]. O fundamental no aprendizado
do conteúdo é a construção da responsabilidade da liberdade que se assume
[...] (FREIRE, 1996, p. 35).

Segundo Fonseca (2003, p. 117), nos últimos anos do século XX, o ensino deveria
ser precedido nas produções de conhecimento no cotidiano escolar. A autora focaliza a
possibilidade de organização do ensino, especificando o de história, por projetos de pesquisa
na atual realidade escolar brasileira.
Zabala (1998, p. 27) complementa que por trás de qualquer proposta metodológica
se esconde uma concepção de valor que se atribui ao ensino, assim como certas idéias
mais ou menos formalizadas e explícitas em relação aos processos de ensinar e aprender.
Neste sentido, o educador precisa acompanhar as mudanças, promovendo na sala
de aula o entendimento entre o tradicional, o novo e o diferente, trabalhando os conflitos,
transformando a escola em um espaço de convivência prazerosa do aprender e do saber,
valorizando a cultura original do aluno.
Uma atividade que agrega ludicidade e teoria é o reflexo de como deve pensar uma
escola no século XXI. Segundo os PCN’s (1998, p. 40), no processo de aprendizagem, o
professor é o principal responsável pela criação de situações de trocas, de estímulos na

26
construção de relações entre o estudado e o vivido, de integração
com outras áreas de conhecimento, de possibilidade de acesso
dos alunos a novas informações, de confrontos de opiniões,
de apoio ao estudante na recriação de suas
explicações e de transformação do meio em que vive.

Inclusão Digital nas Escolas


Há uma década, computador em escola
brasileira era, quando muito, privilégio de elite. Seu
uso praticamente se restringia a processar textos e a internet era novidade absoluta. Hoje
esses recursos são os mais básicos de uma enorme gama de opções. As escolas públicas
com laboratório de informática ainda são 11% do total, segundo o Ministério da Educação.
Mais cedo ou mais tarde, contudo, eles estarão em toda a rede de ensino.
Fazer parte dos novos tempos não depende apenas de equipamentos modernos. A
interação que eles permitem pede uma revisão dos métodos tradicionais de ensino. Quanto
mais se mantiverem os hábitos que relegam o aluno a um papel meramente receptor, menos
diferença a tecnologia fará no aprendizado. Em muitas escolas, os computadores ficam
durante a maior parte do tempo confinados a salas que só se abrem para aulas de informática,
sem se incorporar ao projeto pedagógico. É como deixar trancados os livros da biblioteca
ou limitar seu uso ao processo estrito de alfabetização.
Em geral, crianças e jovens sabem aproveitar por conta própria as oportunidades
oferecidas pelo mundo digital, ainda que - claro - com propósitos recreativos. Segundo o
Comitê Gestor da Internet no Brasil, dos 32,1 milhões de usuários da rede no país, a maioria
é jovem. Alguns professores ficam constrangidos diante dessa desenvoltura, mas não há
razão para isso. O papel do professor, portanto, é dar um sentido ao uso da tecnologia,
produzir conhecimento com base em um labirinto de possibilidades. É possível, por exemplo,
estimular o raciocínio lógico com jogos virtuais ou criar páginas na internet para os alunos
publicarem seus textos.

Texto adaptado da Revista Nova escola


(http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0195/aberto/mt_161219.shtml).

Inteligências Múltiplas e diversidade em Sala de Aula

Etimologicamente, a palavra “inteligência”, no latim intellego origina-se da junção


das palavras inter (entre) e eligere (escolher), que em seu sentido mais amplo, significa
capacidade para compreendermos as coisas. Convencionalmente a inteligência é entendida
como a faculdade de compreender. O primeiro sentido diz respeito a questões como: a
inteligência é também uma questão de discernimento, de distinção, discriminação.
De acordo com Antunes (1998, p. 18), a inteligência “é produto de uma operação
cerebral e permite ao sujeito resolver problemas e, até mesmo, criar produtos que tenham

27
valor específico dentro de uma cultura”. Sob esta ótica, a inteligência contribui
para que em situações difíceis possamos perceber e criar alternativas através
das quais possamos decidir em optar ou venhamos a dar sugestões
Estágio significativas para resolução e/ou encaminhamento de um determinado
Supervisionado I problema.
A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) aborda
o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que
permite aos indivíduos um desempenho, maior ou menor, em qualquer área
de atuação. Sua insatisfação com a idéia de quociente de inteligência (QI) e com visões
unitárias de inteligência, que focalizam, sobretudo, as habilidades importantes para o
sucesso escolar, levou Gardner a redefinir inteligência à luz das origens biológicas da
habilidade para resolver problemas.
Assim, a inteligência pode ser entendida como apacidade inata, geral e única, que
permite aos indivíduos um desempenho, maior ou menor, em qualquer área de atuação.
Sua insatisfação com a idéia de quociente de inteligência (QI) e com visões unitárias de
inteligência, que focalizam, sobretudo, as habilidades importantes para o sucesso escolar,
levou Gardner a redefinir inteligência à luz das origens biológicas da habilidade para resolver
problemas. Através da avaliação das atuações de diferentes profissionais em diversas
culturas, e do repertório de habilidades dos seres humanos na busca de soluções,
culturalmente apropriadas, para os seus problemas, o autor trabalhou no sentido inverso ao
desenvolvimento, retroagindo para eventualmente chegar às inteligências que deram origem
a tais realizações. Na sua pesquisa, Gardner estudou também:

O desenvolvimento de diferentes habilidades em crianças normais e crianças


superdotadas;
Adultos com lesões cerebrais e como estes não perdem a intensidade de sua
produção intelectual, mas sim uma ou algumas habilidades, sem que outras habilidades
sejam sequer atingidas;
Populações ditas excepcionais, tais como idiot-savants e autistas, e como os
primeiros podem dispor de apenas uma competência, sendo bastante incapazes nas demais
funções cerebrais, enquanto as crianças autistas apresentam ausências nas suas habilidades
intelectuais; (d) como se deu o desenvolvimento cognitivo através dos milênios.

Psicólogo construtivista muito influenciado por Piaget, Gardner distingue-se de seu


colega de Genebra na medida em que Piaget acreditava que todos os aspectos da
simbolização partem de uma mesma função semiótica, enquanto que ele acredita que
processos psicológicos independentes são empregados quando o indivíduo lida com
símbolos lingüísticos, numéricos gestuais ou outros.
Segundo Gardner uma criança pode ter um desempenho precoce em uma área (o
que Piaget chamaria de pensamento formal) e estar na média ou mesmo abaixo da média
em outra (o equivalente, por exemplo, ao estágio sensório-motor). Gardner descreve o
desenvolvimento cognitivo como uma capacidade cada vez maior de entender e expressar
significado em vários sistemas simbólicos utilizados num contexto cultural, e sugere que
não há uma ligação necessária entre a capacidade ou estágio de desenvolvimento em uma
área de desempenho e capacidades ou estágios em outras áreas ou domínios.
Num plano de análise psicológico, afirma Gardner (1982), cada área ou domínio tem
seu sistema simbólico próprio; num plano sociológico de estudo, cada domínio se caracteriza
pelo desenvolvimento de competências valorizadas em culturas específicas.
Ele sugere, ainda, que as habilidades humanas não são organizadas de forma
horizontal; ele propõe que se pense nessas habilidades como organizadas verticalmente, e

28
que, ao invés de haver uma faculdade mental geral, como a memória, talvez existam formas
independentes de percepção, memória e aprendizado, em cada área ou domínio, com
possíveis semelhanças entre as áreas, mas não necessariamente uma relação direta.
Na sua teoria, Gardner propõe que todos os indivíduos, em princípio, têm a habilidade
de questionar e procurar respostas usando todas as inteligências. Todos os indivíduos
possuem, como parte de sua bagagem genética, certas habilidades básicas em todas as
inteligências. A linha de desenvolvimento de cada inteligência, no entanto, será determinada
tanto por fatores genéticos e neurobiológicos quanto por condições ambientais. Ele propõe,
ainda, que cada uma destas inteligências tem sua forma própria de pensamento, ou de
processamento de informações, além de seu sistema simbólico. Estes sistemas simbólicos
estabelecem o contato entre os aspectos básicos da cognição e a variedade de papéis e
funções culturais.
Segundo Antunes (1998), os estímulos são o alimento da inteligência e estão
presentes desde o início da infância, contudo isto deve ocorrer de maneira maneira gradual,
sem excessos, pois “estimulações excessivas, já se disse antes, possui o mesmo sentido
que alimentação em quantidade acima da necessidade”. Neste sentido, cabe ao professor
estar conectado ao educando o tempo todo, observando seus interesses. É importante ter
em mãos os recursos para que sejam usados com sobriedade e, principalmente, com a
participação da comunidade escolar.

“Nunca confunda velocidade na


aprendizagem com inteligência”
(ANTUNES, 1998)

A noção de cultura é básica para a Teoria das Inteligências Múltiplas. Com a sua
definição de inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que
são significativos em um ou mais ambientes culturais, Gardner sugere que alguns talentos
só se desenvolvem porque são valorizados pelo ambiente. Ele afirma que cada cultura
valoriza certos talentos, que devem ser dominados por uma quantidade de indivíduos e,
depois, passados para a geração seguinte.
As implicações da teoria de Gardner para a educação são claras quando se analisa
a importância dada às diversas formas de pensamento, aos estágios de desenvolvimento
das várias inteligências e à relação existente entre estes estágios, a aquisição de
conhecimento e a cultura.

As inteligências em um ser humano são mais ou menos como


janelas de um quarto. Abrem-se aos poucos, sem pressa, e pra cada etapa
dessa abertura existem múltiplos estímulos... Os estímulos não atuam
diretamente sobre a janela, mas se aplicado adequadamente, desenvolve
habilidades e estas, sim, conduzem a APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
(ANTUNES, 19980).

29
Thomas Armstrong incorpora, em seus escritos, as pesquisas mais
novas de Gardner e outros estudiosos. Os estudos originais de Gardner
sugerem que a mente humana é composta por sete inteligências – lingüística,
Estágio lógico-matemática, espacial, corporal-cinestésica, musical, interpessoal,
Supervisionado I intrapessoal, naturalista e, possivelmente, existencial. Os estudos de Armstrong
proporcionam ajudar educadores de todos os níveis a aplicarem a teoria das
IM ao desenvolvimento de currículos, planejamento de aulas, avaliação,
educação especial, habilidades cognitivas, tecnologia educacional,
desenvolvimento de carreira, políticas educacionais e muito mais. Armstrong apresenta
instrumentos, recursos e idéias que os professores poderão usar imediatamente para ajudar
alunos de todas as idades a atingirem o seu potencial máximo na vida.
Com o surgimento desta teoria o conceito de inteligência foi reestruturado e o ser
humano passou a ser compreendido na sua multidimensão. As discussões evidenciavam
que as inteligências são competências, e dessa forma se responsabiliza pela solução
específica de problemas diferenciados com a capacidade de criação de “produtos” válidos
para uma determinada cultura.
De acordo com Gardner (1996), seriam oito as inteligências, denominadas
inteligências múltiplas: inteligências lingüística ou verbal, a lógica-matemática, a espacial, a
musical, a cinestésica corporal, a naturalista e as inteligências pessoais, isto é, intrapessoal
e a interpessoal. Posteriormente, outras inteligências vêm sendo estudadas. Mas para efeito
do nosso trabalho educativo entendemos que o trabalho de Antunes ainda nos satisfaz.

Vejamos como Antunes (1998, p.111-113) inspirado em Gardner, apresentou as


inteligências:

Lingüística: capacidade de processar rapidamente mensagens lingüísticas, de ordenar


palavras e de dar sentido lúcido às mensagens;

Lógico-matemática: facilidade para o cálculo e para a percepção da geometria


espacial. Prazer específico em resolver problemas embutidos em palavras cruzadas,
charadas ou problemas lógicos como os do tangram, dos jogos de gamão ou xadrez;

Espacial: capacidade de perceber formas e objetos mesmo quando apresentados


em ângulos não-usuais, capacidade de perceber o mundo visual com precisão, de efetuar
transformações sobre as percepções, de imaginar movimento ou deslocamento interno entre
as partes de uma configuração, de recriar aspetos de experiência visual e de perceber as
direções no espaço concreto e abstrato;

Musical: facilidade para identificar sons diferentes, perceber nuanças em sua


intensidade e direcionalidade. Reconhecer sons naturais e, na música, perceber a distinção
entre tom, melodia, ritmo, timbre e freqüência. Isolar sons em agrupamentos musicais;

Cinestésica corporal: capacidade de usar o próprio corpo de maneira diferenciada


e hábil para propósitos expressivos. Capacidade de trabalhar com objetos, tanto os que
envolvem motricidade específica, quanto os que exploram uso integral do corpo;

Pictórica: capacidade de expressão por traço, desenho ou caricatura. Sensibilidade


para dar movimento e beleza a desenhos e pinturas, autonomia para captar e retransmitir
as cores da natureza, movimentar-se com facilidade de diferentes níveis da computação
grafia;

30
Naturalista: atração pelo mundo natural e sensibilidade em relação a ele, capacidade
de êxtase diante da paisagem humanizada ou não;

Pessoais: interpessoal – capacidade de perceber e compreender outras pessoas,


descobrir as forças que as motivam e sentir grande empatia pelo outro indistinto. Intrapessoal
– capacidade de auto-estima, automotivação, de formação de um modelo coerente e verídico
de si mesmo e do uso desse modelo para operacionalizar a construção da felicidade pessoal
e social;

Neste sentido, Antunes (1998), apresentou algumas sugestões de ações no intuito


de desenvolver tais habilidades nos educandos:

Espacial: exercícios físicos e jogos operatórios que explorem a noção de direita,


esquerda, em cima e em baixo. Natação, judô e alfabetização cartográfica;

Lingüística ou verbal: as crianças precisam ouvir muitas palavras novas, participar


de conversas estimulantes, construir com palavras imagens sobre composição com objetos,
aprender, quando possível, uma língua estrangeira;

Sonora ou musical: cantar junto com a criança e brincar de “aprender a ouvir” a


musicalidade dos sons naturais e das palavras são estímulos importantes, como também
habituar-se a deixar um som de CD no aparelho de som, com música suave, quando a
criança estiver comendo, brincando ou mesmo dormindo;

Cinestésica corporal: desenvolver brincadeiras que estimulem o tato, o paladar e o


olfato. Simular situações de mímica e brincar com a interpretação dos movimentos. Promover
jogos e atividades motoras diversas;

Pessoais (intra e interpessoal): abraçar a criança carinhosamente, brincar bastante.


Compartilhar de sua admiração pelas descobertas. Mimos e estímulos na dosagem e na
hora corretas são importantes;

Lógico-matemática: acompanhar com atenção a evolução das funções motoras.


Exercícios com atividades sonoras que aprimorem o raciocínio lógico-matemático. Estimular
desenhos e facilitar a descoberta das escalas presentes em todas as fotos e desenhos
mostrados;

Pictórica: estimular a identificação de cores. Usar figuras, associando-as às palavras


descobertas. Brincar de interpretação de imagens. Favorecer figuras de revistas e estimular
o uso de abstrações nas interpretações;

Naturalista: estimular a percepção da temperatura e do movimento do ar e da água.


Brincar de “descobrir” a chuva, o mar, o vento.

Assim, conheça os caminhos para estimular as inteligências múltiplas em sala de


aula, segundo Armstrong (2000):

Variar a maneira de apresentar o material;

31
Criar centros de atividades;
Dar aos alunos opções de tarefas de casa;
Ensinar aos alunos sobre as Inteligências Múltiplas;
Estágio Concentrar-se nas potencialidades de alunos rotulados;
Supervisionado I Usar as Inteligências múltiplas para desenvolver avaliações;
Preparar alunos para o mundo (das Inteligências Múltiplas) real.

Durante o Estágio Supervisionado a ser desenvolvido nas instituições


de ensino, torna-se fundamental estarmos atentos no que diz respeito ao desenvolvimento
das múltiplas inteligências, e possíveis relações com o desenvolvimento da aprendizagem.
Identificá-las e analisar suas implicações com a aprendizagem é importantíssimo, para que
durante a sua co-participação nas atividades escolares, você obtenha sucesso.

Princípios orientadores da ação pedagógica na sala de aula:


interdisciplinaridade e contextualização

A vida cotidiana impõe aos cidadãos situações nas quais o ato de pesquisar está
constantemente presente. Dessa forma, a construção de saberes escolares deve seguir os
moldes dos saberes construídos na vida. Isso exige empenho dos profissionais de educação
no sentido de efetuarem intervenções pedagógicas que favoreçam a pesquisa no contexto
escolar.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – lei nº 9.394/96) foi a
responsável por uma nova onda de debates sobre a formação docente no Brasil. Antes
mesmo da aprovação dessa lei, o seu longo trânsito no Congresso Nacional suscitou
discussões a respeito do novo modelo educacional para o Brasil e, mais especificamente,
sobre os novos parâmetros para a formação de professores.
Atualmente, aprender a aprender é condição primordial para o processo de aquisição
de um conhecimento de qualidade na sala de aula. Através da interdisciplinaridade e da
contextualização cria-se a possibilidade de construção de aprendizagens significativas.
A interdisciplinaridade é um processo de conhecimento que busca a cooperação
ativa entre áreas do saber, permitindo o intercâmbio e o enriquecimento na compreensão e
explicação do universo a ser pesquisado. Supõe, portanto, a decisão intencional de se
estabelecerem nexos e vínculos existentes entre as várias disciplinas de modo a privilegiar
todos os aspectos: históricos, políticos, econômicos, socioculturais, na compreensão da
dinâmica do ser humano, concretizada no diálogo entre os diversos saberes, de forma que
possam emergir novas formas de interpretação da realidade.
A prática reflexiva, profissionalização, trabalho em equipe e por projetos, autonomia
e responsabilidades crescentes, pedagogias diferenciadas, centralização sobre dispositivos
e sobre as situações de aprendizagem, sensibilidade à relação com o saber e com a lei
delineiam o roteiro para o novo ofício. Logo, a dimensão do ensino e da aprendizagem é
marcada por um tipo especial de relação, mediada pela apropriação do saber.
O ofício de professor não é imutável. Suas mudanças passam principalmente pela
emergência de novas “competências” (ligadas, por exemplo, ao trabalho com outros
profissionais ou à evolução das didáticas) ou pela acentuação de competências
reconhecidas, por exemplo, para enfrentar a crescente heterogeneidade dos efetivos
escolares e a evolução dos programas.

32
Segundo Perrenoud (2000), todo referencial tende a se desatualizar pela mudança
das práticas e, também, porque a maneira de concebê-las se transforma. Há 30 anos, não
se falava tão correntemente de tratamento das diferenças, de avaliação formativa, de
situações didáticas, de prática reflexiva, de metacognição... Podendo ir mais longe, de
multidisciplinaridade, de interdisciplinaridade, de transdisciplinaridade, de inteligências
múltiplas e assim por diante.
O referencial escolhido acentua as competências julgadas prioritárias por serem
coerentes com o novo papel dos professores, com a evolução da formação contínua, com
as reformas do ensino, com as ambições das políticas educativas.
Ele é compatível com os eixos de renovação da escola: individualizar e diversificar
os percursos de formação, introduzir ciclos de aprendizagem, diferenciar pedagogia,
direcionar-se para uma avaliação mais formativa do que normativa, conduzir projetos de
estabelecimento, estabelecer o trabalho em equipe docente e responsabilizar-se
coletivamente pelos alunos no centro da ação pedagógica, recorrer aos métodos ativos,
aos procedimentos de projetos, ao trabalho por problemas abertos, desenvolver as
competências e transferência de conhecimentos, ou seja, educar para a cidadania.

Pensando, Fazendo e Acontecendo...


Sugestão de atividades nas séries iniciais do Ensino Fundamental

A apropriação do conhecimento deve se dar de maneira dinâmica e dialética, dirigida


a contribuir com a ética e as atuações conseqüentes ao engrandecimento das mais belas
tradições, bem como com a consecução do progresso, do amor à natureza e do benefício
social.
As atividades devem vincular-se com os procedimentos apropriados ao ensino
participativo individual e em grupo, em forma de realizações tangíveis; uso de informação;
construção de modelos; confecção de instrumentos; elaboração de entrevistas; obtenção
de resultados; realização de observações e apresentação de registros em forma de tabelas,
gráficos, fotos, relatórios, e outros.
Assim, são aplicáveis as utilizações de vídeos, livros, computadores, Internet, visitas;
contatos com laboratórios, entidades, indústrias, universidades (especialmente com seus
funcionários e trabalhadores) e outras formas ativas de obtenção de conhecimentos,
habilidades e informação, sempre dirigidos ao cumprimento dos objetivos previamente
estabelecidos.
OS LIVROS DIDÁTICOS - No crescimento da qualidade do ensino fundamental
oferecido nas escolas brasileiras está priorizado o uso adequado e o aprimoramento do
livro didático. Isto é essencial ao processo de ensino e aprendizagem, apresentando-se
como instrumento básico do trabalho pedagógico desenvolvido pelo professor, dentro e
fora da sala de aula.
Como instrumento de aprendizagem, o livro didático, junto aos demais instrumentos,
deve ser usado para apresentar o estudo de conteúdos, bem como motivar a realização de
atividades que favoreçam a aquisição do conhecimento, por meio da reflexão, da solução
de exercícios, da propiciada observação de fenômenos, de acontecimentos e fatos, da
análise e das generalizações, visando o desenvolvimento da criatividade e da crítica.
Atendendo a essas expectativas, o livro possibilita ao aluno tornar-se sujeito de sua própria
aprendizagem e ao professor assumir a responsabilidade pela condução da mesma.

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Próximos aos livros didáticos estão os livros de consulta, os pára-didáticos,
as revistas, as enciclopédias e os dicionários. Eles complementam as
informações, as ampliam e ajudam a alcançar maior precisão e ligação
Estágio interdisciplinar. O professor deve conhecer integralmente o livro didático e as
Supervisionado I suas projeções de relação com outros meios e procedimentos aplicáveis nas
atividades.
OS VÍDEOS - A escolha de um vídeo e sua utilização passam por várias
etapas de preparação. Deve-se considerar o ajuste do tema aos objetivos
estabelecidos, que pode ser total ou parcial, como também, a análise prévia dos vídeos por
parte do professor ou do coletivo de professores, a reflexão e discussão sobre o conteúdo
e a forma de apresentação; a confecção (caso não exista) de uma ficha técnica, uma sinopse
(indicando os aspectos que são tratados e chamando à atenção para determinados
assuntos), um roteiro de análise e debates, um elenco de fontes complementares de
informação e, finalmente, uma orientação para a concretização (individual ou grupal) de
valores, conhecimentos e habilidades, derivados das múltiplas leituras de um vídeo. Junto a
tudo isso a medição de quanto foram cumpridos os objetivos específicos da atividade.
A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO - O emprego da computação no ensino é ilimitado.
Para tanto é necessária a escolha do software apropriado ao objetivo que se quer alcançar.
Dentre os tipos a empregar então, tutoriais, simuladores, programas interativos (inclusive
jogos), enciclopédias, dicionários; e outros softwares especialmente dedicados ao cálculo,
realização de gráficos, escritura de textos, etc.
AS VISITAS - As visitas, como outras atividades, devem ser preparadas com muito
detalhe no que diz respeito aos seus objetivos estabelecidos no plano de aula. A escolha da
visita a uma fábrica, um laboratório, um centro de saúde, um ambiente natural ou construído,
etc. se deve a determinado fim. Na preparação da visita, o fim se destaca de maneira clara
e a seqüência de etapas na realização da visita deve ser desenhada conjuntamente entre
os professores, os alunos e a entidade a ser visitada. Significa que os professores deverão
visitar antes uma ou mais vezes a entidade em questão, declarar o interesse fundamental
da visita, o nível de profundidade e abrangência das informações sobre os aspectos de
interesse e o vínculo lógico das disciplinas presentes. Os alunos e professores podem
elaborar um roteiro da visita e, caso seja conveniente, roteiros de entrevistas ou perguntas
previamente elaboradas para obter as respostas a hipóteses, ou assuntos levantados em
sala de aula ou em grupos. A visita deve aportar elementos novos sobre aspectos
possivelmente já considerados em uma outra dimensão ou aproximação.
Texto adaptado do site http://aafd.educar.pro.br/ead/procurricular/Atividad.html

Nesse sentido, para alcançar as aulas interessantes, através de atividades


diversificadas, citadas acima, não basta apenas dividir os acontecimentos pela grade
semanal de horários. É preciso pensar no enfoque que será dado ao conteúdo, na forma
como ele será abordado e, principalmente, que ponto devemos chegar.

Saiba mais...
Dez domínios de competências reconhecidas como prioritárias na formação contínua
das professoras e dos professores no Ensino Fundamental:

1. Organizar e dirigir situações de Aprendizagem;


2. Administrar a progressão das aprendizagens;
3. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;

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4. Envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho;
5. Trabalhar em equipe;
6. Participar da administração da escola;
7. Informar e envolver os pais;
8. Utilizar novas tecnologias;
9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;
10. Administrar sua própria formação contínua.

Princípios orientadores da ação pedagógica na sala de aula:


transposição didática

Reflita!

Não existe alguém


Que nunca teve um professor na vida,
Assim como não há ninguém
Que nunca tenha sido um aluno.

Se existem analfabetos,
Provavelmente não é por vontade dos professores.
Se existem letrados,
É porque um dia tiveram seus professores.
Se existem Prêmios Nobel,
É porque alunos superaram seus professores.
Se existem grandes sábios,
É porque transcederam suas funções de professores.

Quanto mais se aprende, mais se quer ensinar.


Quanto mais se ensina, mais se quer aprender.

(Içami Tiba)

Iniciarmos com Içami Tiba nos faz refletir a função do professor e a função do aluno
no contexto da sala de aula. Mas, que sala de aula é essa?
A sala de aula é uma realidade que contém muitas realidades. Talvez esteja enganado
aquele que imagina estar claro para os educadores e professores o sentido desta coisa
com a qual lidam todos os dias: a sala de aula. Esta pode ser pensada em termos do que é,
bem como em termos do que deve ser.
Espaço político portador de uma história? Espaço mágico de encontros humanos?
Lugar no qual tantos escamoteiam com belas palavras os duros conflitos vividos por um
tempo? Espaço no qual se cumpre o jogo sutil das seduções afetivas ou endoutrinadoras?
Ou muitas dessas coisas juntas? Enfim: que lugar é esse, a sala de aula?
Desde a concepção formal que o aponta como “local eleito pela civilização para a
transmissão do saber”, até a concepção anarquista que o vê como “um picadeiro privilegiado
pela sociedade”, a sala de aula é o ambiente específico para as inter-relações vivenciadas
pelos sujeitos na escola, mas não pode ser considerada apenas o único ambiente no qual
a educação se configure em sua magnitude e competências.

35
A partir das leituras a seguir, propomos questões que consideramos
imprescindíveis para a reflexão sobre o conteúdo em questão:

Estágio - Será que o papel do professor é somente de transmissão de


Supervisionado I conhecimentos históricos ou trabalhar em prol
da sociedade?

- Até onde os professores estão


buscando estratégias de resoluções de problemas
sociais importantes para praticar as noções
apreendidas no ambiente de sala de aula?

- Será que os conhecimentos aprendidos


pelos alunos têm significados práticos?

A transposição didática é a sucessão de transformações que fazem passar da cultura


vigente em sociedade (conhecimentos, práticas, valores, etc.) ao que dela se conserva nos
objetivos e programas da escola, e, a seguir, ao que dela resta nos conteúdos efetivos do
ensino e do trabalho escolar e, finalmente no melhor dos casos ao que se constrói junto aos
alunos.
Querendo-se trabalhar por competências, deve-se provavelmente remontar a origem
dessa cadeia e começar perguntando com que situações os alunos irão confrontar-se nas
sociedades — antiga, atual e futura.
Sendo assim, consideramos que o professor deve planejar estratégias de resolução
de problemas histórico-sociais. Devemos assinalar a importância da noção de meios
ambientes educador, afinal de contas como afirma Brandão (1984):

Ninguém escapa a educação. Em casa, na rua, na igreja ou na


escola. De um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da
vida com ela; para ensinar, para aprender, para aprender-ensinar. Para
saber, para fazer, para ser, para conviver, todos os dias misturamos a
vida com a educação.

Entendemos assim, que existe a necessidade que o docente realize um esforço para
planejar algumas linhas pedagógicas que contemplem conteúdos históricos que norteiam
os problemas da sociedade em que ele vive. A finalidade educativa deve ser tudo o que
dela faz parte. Isso quer dizer que todos os alunos de uma sociedade devem encontrar
propostas educativas ricas em estímulos para que possam realizar uma aprendizagem que
os forme de uma maneira integral.
Deve, portanto, o docente cuidar para que o ambiente educacional se torne um meio,
um agente, e um conteúdo educativo e que cada instituição, associação, entidade, rua e
espaços urbanos seja agente e, ao mesmo tempo, elemento educativo.
Assim, perceba que, quando falamos de ambiente educacional não nos referimos
somente aquele tipo de organização estruturada — escola —, mas nos referimos a uma
terminologia mais atualizada: “transposição didática”.

36
Também estamos nos referindo a todas aquelas impressões que se recebem das
ruas da própria cidade, das estátuas, de seus jardins, de seu povo, de seu patrimônio
histórico.
Muitas vezes, o corpo discente não tem recursos para abordar esses elementos
que, mesmo sendo parte de sua vida cotidiana, passam praticamente despercebidos. Seria
possível arriscar uma estratégia que permitisse aos alunos desfazer o emaranhado de
enigmas que se esconde no patrimônio urbano?

E aaggor a, Pr
ora, of
Professor?
ofessor?
Como F az
Faz er? O que ffaz
azer? az er?
azer?
Consideramos que o professor é agente social, sobre este ponto de vista, se converte
em elemento essencial para compreender um sem-número de questões colocadas pelo
estudo do patrimônio, como, por exemplo, as intervenções humanas, as mudanças sofridas
ao longo do tempo, as adaptações tecnológicas, os usos e funções de um determinado
espaço em diferentes épocas da história, etc.
Desta forma, pode-se utilizar o patrimônio sob o ponto de vista literário, tecnológico,
artístico, arquitetônico, histórico, natural e industrial. Formular um problema baseado no
conjunto patrimonial da comunidade envolvida permite iniciar um processo de formulação
de hipóteses e reflexão capaz de gerar conhecimento.

Inferimos, pois, que a resolução de problemas sociais assume


importância e características especiais fora da sala de aula. Por quê?

Quando se realiza uma visita de trabalho fora da classe para estudar as cidades,
procuramos elementos que já estão presentes no ambiente educacional que fazem parte
de nossas vidas, porém o que buscamos é o objeto, o contexto que o envolve e a realidade
que determina. Isso quer dizer que o patrimônio urbano potencializa o fato de que a resolução
de problemas se realize de forma direta com a realidade, praticamente sem outras
mediações.
É importante ressaltar que diante de um processo educacional que extrapola a sala
de aula, o corpo discente não faz um tipo de aquisição automática de conhecimentos e
habilidade que, certamente em pouco tempo estarão esquecidas, nem tão pouco
responderão avaliações históricas sem nenhuma relação com o contexto atual. Ao contrário,
o que se busca é provocar, e inclusive, criar incertezas na mente dos alunos para que possam
ver que o patrimônio traz em si muitos problemas históricos que não foram resolvidos.

Em síntese...

O professor possui papel significativo no processo ensino-aprendizagem que


transpõe o ambiente de sala de aula quando possibilita a si e ao aluno intervir no
meio seguindo seu próprio ritmo;

Dentro deste papel, o professor potencializa um caráter interativo, não só com


o aluno, mas com a disciplina a que se propôs trabalhar e o ambiente ao seu redor.

37
Texto Complementar...
Estágio
Supervisionado I

Fique por Dentro!

Oito passos para extrapolar o ambiente educativo:

1. O tema trabalhado em classe pode ter sua aplicação no contexto social. Pode ser
utilizado para tentar resolver algum problema relacionado com o
tema central e com a realidade;

2. Faz-se uma visita prévia ao espaço em que se


pretende trabalhar: uma ruazinha, uma grande avenida,
um monumento histórico, um local do vilarejo...
Procuram-se pistas, enigmas e problemas;

3. Pensar sobre as possibilidades que o


espaço oferece para trabalhar com os temas
anteriormente tratados, refletindo sobre sua proposta
inicial, realçando os objetivos da saída, seus conteúdos
principais e sua articulação com o tema central;

4. Propor aos alunos a possibilidade de realizar a


visita para aprofundar alguns temas tratados na aula;

5. Preparar material para visita em função dos pontos discutidos em sala. A visita é
um dia de trabalho;

6. A visita acontece: o problema é delineado, algumas pistas são levantadas para a


interpretação do ambiente educacional e os alunos são orientados em sua pesquisa;

7. De volta à sala de aula, o trabalho continua, enfatizando-se os seus pontos mais


interessantes, ouvindo-se as dúvidas finais que possam surgir e resolvendo-as;

8. Tenta-se avaliar a aprendizagem do ponto de vista conceitual, processual,


procedimental e atitudinal.

(LA TORRE, Saturnino; BARRIO, Oscar. Curso de Formação para educadores, 2002)

38
#
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR

1. Leia o texto abaixo e comente o que se pede:

“O jogo da verdade”

É na sala de aula, no contato direto com os alunos, que o educador


joga o “jogo da verdade”. Os cursos, os debates, as pesquisas, as teses só
têm sentido se considerados em sua finalidade: a ação educativa. E, embora
levando em conta as relações com a escola, enquanto instituição e com a
sociedade de modo geral, o educador tem sala de aula o seu espaço de
atuação privilegiado, tendo consciência de que, como todos os espaços, esse
também é histórico e político e que, portanto, sua ação é limitada.

(TAVEIRA, Adriano S. N., A sala de aula — o lugar da vida? 1995)

A partir do texto acima, identifique qual o papel do professor no contexto da sala de


aula e o discurso proposto em sua abrangência.

2. Para você, quais seriam as atitudes de um professor que pretende transpor o ambiente
de sala de aula?

3. Segundo os conteúdos estudados nesse bloco, relacione as habilidades necessárias


ao professor frente aos processos cognitivos dos alunos.

39
4. Comente, segundo os conteúdos do bloco, como os PCN’s consideram
a formação do docente e compare com as necessidades da educação atual.
Estágio
Supervisionado I

5. A expressão “COSTURAR FATOS” foi utilizada no decorrer desses conteúdos.


Como você, enquanto docente-estagiário, entende a referida expressão?

6. De acordo com seus estudos, como você conceitua inteligências múltiplas?

7. Explique, a partir de suas leituras, o que você entende por interdisciplinaridade.

8. Você considera a interdisciplinaridade aplicável ao ensino das séries iniciais do Ensino


Fundamental? Sistematize um breve projeto de aprendizagem que envolva algumas
disciplinas de 1ª à 4ª série, cujo tema seja único, com abordagens diferenciadas. Vamos
lá?

40
DO PLANEJAMENTO À AÇÃO DOCENTE

PLANEJAMENTO E AÇÃO DOCENTE NO ESTÁGIO


SUPERVISIONADO
Projeto de Intervenção: a Importância

É preciso uma decisão consciente,


muita mística, muita garra,
para estabelecer uma Pedagogia de Direito,
numa Sociedade de Conflitos,
onde só na luta se espera com esperança
(Paulo Freire)

O Projeto é o instrumento para sistematizar a ação concreta do professor, a fim de


que seus objetivos sejam atingidos. É a previsão dos conhecimentos e conteúdos que serão
desenvolvidos na sala de aula, a definição dos objetivos mais importantes, assim como a
seleção dos melhores procedimentos e técnicas de ensino, como também os recursos
humanos e materiais que serão usados para um melhor ensino-aprendizagem.
Além disso, o projeto possibilita a investigação de técnicas mais eficazes e
instrumentos de avaliação para verificar o alcance dos objetivos em relação a aprendizagem.
A partir da filosofia educacional da escola, dos objetivos específicos
do curso, e dos objetivos da clientela, os professores vão
planejar para atender estes aspectos fundamentais,
favorecendo, deste modo, um melhor e mais eficaz ensino.
Ao refletir sobre o projeto, o que o estudante da
licenciatura realmente faz é planejar o contexto geral da
sua disciplina. Mas este contexto está intimamente
relacionado a ser uma decorrência lógica dos objetivos
dos alunos, da comunidade e da escola em que está
inserida. Por isso, deverá expressar uma unidade de
idéias, de princípios e de ação.

Ao planejar o projeto de intervenção e seus


conteúdos, o docente sempre deve ter em mente que os conteúdos
são meios para atingir os objetivos, pois eles não são fins. Tendo a missão de assegurar
um ensino de qualidade mediado por todos os envolvidos no processo ensino-
aprendizagem, o professor se propõe a observar o indivíduo na sua própria comunidade,
tentando acompanhá-lo na construção do seu conhecimento, ensinando e aprendendo junto
com ele, desenvolvendo, ao mesmo tempo, atitude de reflexão e análise, preparando-o
para a sua construção cognitiva e afetiva, ajudando a formação do seu caráter e preparando-
o para o futuro.
Acreditando que cada indivíduo deve fazer a sua parte, desenvolver múltiplas
habilidades, compartilhar o conhecimento, somar e dividir responsabilidades, construir com
o grupo, melhorando o ambiente onde se vive, crescendo como pessoa, o conhecimento

41
não deve se basear no acúmulo de informações, mas sim numa elaboração
mental que se deve traduzir em forma de ação transformadora sobre o mundo.
Na escola, o conhecimento será construído a partir da interação
Estágio professor/aluno e objeto do conhecimento fazendo com que o aluno
Supervisionado I compreenda, usufrua e transforme a realidade.
O aluno deve ser estimulado para desenvolver seu próprio potencial
interagindo de maneira consciente com o processo de aprendizagem
convencional. A escola tem o compromisso social que vai além do transmitir
informação, necessitando criar um contexto em que valores éticos básicos sejam trabalhados
para desenvolver todas as dimensões do ser humano, suas capacidades e competências
cognitivas, oferecendo um currículo que preserve a herança cultural e a interação dos
conhecimentos.
Valores como espontaneidade de expressão, vida sadia, auto-estima, auto-confiança,
dignidade, autonomia, desejo de aprender, amizade, sociabilidade, cooperação, igualdade
de oportunidades, respeito por suas diferenças, diversidades sócio-culturais que devem
ser trabalhadas por todos os setores da Escola, buscando a qualidade do serviço através
da construção passa a passo da cidadania do nosso aluno, preparando-o para o exercício
futuro de seus direitos e deveres, de maneira democrática, respeitando as suas diferentes
raças, etnias, religiões, cor e sexo, bem como o respeito à sexualidade com garantia dos
outros indivíduos e da dignidade do ser humano.
O aluno e o professor dentro de uma linha construtivista se tornam elementos ativos
na troca de conhecimentos, onde o professor estabelece os parâmetros em que se deve
promover atividade mental do aluno, passando por momentos de equilíbrio, desequilíbrio e
reequilíbrio.
Portanto, o conhecimento é construído e não assimilado pelo aluno que deve ser
capaz de formular hipóteses, estabelecer relações e analisar o mundo a sua volta.
A prática educativa deverá ser trabalhada na Unidade Escolar de forma a construir
no indivíduo um conhecimento que o possibilite no futuro exercer o papel de cidadão
autônomo e participativo.

“Projetar e realizar é viver em liberdade”


(MENEGOLLA, 2001).

Neste sentido, todo professor pensa o seu agir, isto é, tenta planejar a sua vida e as
suas atividades particulares e coletivas. Todos pensam no que devem ou no que não devem
fazer. Esta realidade não é apenas um hábito, mas uma necessidade, não se restringindo
apenas a alguns aspectos da vida da pessoa, mas a todos os setores da vida pessoal e
social.
Tudo é sonhado, imaginado, pensado, previsto e planejado para ser executado. De
modo especial, as atividades educacionais e de ensino exercidas pelos professores, na
sala de aula, exigem pedagogicamente, um planejamento.

Sabemos que para os mais diversos setores da vida humana existem os mais
diversos tipos e formas de planejamentos. Devemos considerar que o planejamento do ato
de educar e ensinar não é o mesmo, podendo divergir, dados os elementos envolvidos no

42
ato de planejar, como, por exemplo, a construção de uma casa. Ao
planejá-la se pensa em pedra, tijolos, areia, espaço, possibilidades
materiais e outras coisas possíveis de serem manipuladas.
Contudo, ao se planejar um projeto de intervenção, deve-se pensar
que os elementos envolvidos vão ser pessoas, indivíduos ou
grupos sociais, por isso a visão do planejamento deve ser
diferente. A partir dessa realidade, o professor necessita pensar
seriamente e com responsabilidade sobre sua ação, isto é,
planejar com seriedade e consciência a sua ação.

Pensar antes de agir é um ato de habilidade e de


sabedoria. Pois, é de muita importância para o docente planejar
da melhor forma possível a sua disciplina em todos os aspectos,
inclusive a partir da necessidade de construir um projeto de
intervenção para agir em uma realidade determinada.

O projeto de intervenção é importante para o professor porque:

- Ajuda ao professor a definir os objetivos que atendam os reais interesses dos


educandos e da comunidade;
- Possibilita selecionar e organizar os conteúdos mais significativos para o meio em
que está inserido;
- Facilita a organização dos conteúdos de forma lógica, obedecendo a estrutura da
disciplina;
- Ajuda a selecionar os melhores procedimentos e os recursos para desencadear
um ensino mais eficiente, orientando no como e com que deve agir;
- Ajuda a agir com maior segurança dentro e fora da sala de aula;
- O professor evita a improvisação, a repetição, e a rotina do ensino;
- Facilita uma melhor integração com as mais diversas experiências de aprendizagem;
- Facilita a integração e a continuidade do ensino;
- Ajuda a ter uma visão global de toda a ação docente e discente;
- Ajuda o professor e os alunos a tomarem decisões de forma cooperativa e
participativa.

E a
aggora pr
ora of
prof essor?
ofessor?
Você ainda tem dúvidas ao pensar em constr uir
construir
um projeto de inter
projeto intervvenção?

Texto Complementar...
PROBLEMA

Por Anna Cecília de Moraes Bianchi

O homem é um ser em dúvida constante, insatisfeito e buscador de respostas novas


às necessidades. O estágio constitui um momento ímpar para que ele possa exercitar sua

43
capacidade, pois está no meio do caminho, entre um estudante em vias de
finalizar um curso e um indivíduo no início da vida profissional.
Assim, é fundamental que perceba a realidade social na qual está
Estágio inserido visando a compreendê-la para manter seu equilíbrio, ou modificá-
Supervisionado I la de acordo com as necessidades emergentes. Em qualquer área de
atuação, esta condição é necessária para que o profissional possa atuar.
A definição do problema tem se apresentado aos alunos como uma
barreira intransponível. Este fato resulta do desconhecimento e da falta de
familiaridade com a área e o assunto escolhido.

De acordo com Rúdio (1978, p. 75)

Formular o problema consiste em dizer, de maneira explícita,clara,


compreensível e operacional, qual a dificuldade, com a qual nos defrontamos e queremos
resolver [...]

Para a resolução de uma dificuldade, pode ser necessária a realização de uma


pesquisa e esta só é viável se o fenômeno puder ser verificado por metódos que
comprovem o que se buscou durante o estágio.
O problema pode ou não apresentar-se em forma de pergunta, mas é sempre um
questionamento.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Do Projeto de Intervenção ao Plano de Ação

“Planejar o processo educativo é planejar o indefinido, porque


educação não é um processo, cujos os resultados podem ser totalmente
pré-definidos, determinados ou pré-escolhidos, como se fossem produtos
decorrentes de uma ação puramente mecânica e impensável. Devemos,
pois, planejar a ação educativa para o homem, não impondo diretrizes
que o alheiem. Permitindo com isso que a educação ajude o homem a ser
criador de sua própria história”. (Menegholla, 2001)

Da Teoria à Prática...

Desejamos enfatizar que o compromisso do professor com a realidade sócio-política


e cultural não o desvincula do material instrucional organizacional que tornará a aprendizagem
mais efetiva.
Há um número significativo de modelos para organização de ensino que se
diferenciam entre si pelos princípios que os fundamentam, seqüências dos passos ou fases,
desempenhos previstos por professores e alunos, recursos necessários e resultados
esperados.
Queremos, com isso, esclarecer que há modelos de ensino em que os princípios
fundamentais estão alicerçados na informação oral, no conhecimento ou habilidades básicas,
na avaliação baseada na recitação, no aluno receptivo, não favorecendo a socialização na
sala de aula.

44
O desempenho do aluno está condicionado a ouvir e aprender a informação, além
de uma submissão a avaliação, esta linha de ação exige do professor conhecimento, boa
dicção, clareza na informação, habilidade na comunicação, o aluno fica restrito a um campo
de ação que não obedece as diferenças individuais, ao ritmo próprio de cada um e a
participação ativa no processo.
Selecionamos um paralelo de procedimentos dentre alternativas de situações de
ensino-aprendizagem com o objetivo de mostrar ao educador como deve conceber sua
participação no processo educativo, educando-se para educar.
A idéia é de que o professor, a partir da observação dos exemplos os quais expressam
a discrepância entre “o que é” e “o que deve ser” quanto ao desempenho educativo passe
a ser um criador, um desafiador, um questionador de metodologias.
Temos a pretensão de acreditar que o professor não deseja ser só teórico ou prático,
mas acima de tudo, um transformador da realidade.
Considerando que a vida do homem é um contínuo projetar, dar preferência. A
realização das atividades escolares em forma de projeto, é uma forma segura de eliminarmos
o distanciamento entre a vida e a escola, além de propiciarmos a integração do educando
à própria vida.

Caminhos para o plano de ação:

Uma técnica bastante útil na hora de agir, ou seja, colocar em prática um plano de
ação é a técnica de um caminho sistemático (LA TORRE, 2002), que apresenta as seguintes
fases:

a) Fase intuitiva ou espontânea a partir da experiência;


b) Fase reflexiva, em que se emprega a racionalidade;
c) Fase matricial, apoiada na técnica.

Fase Intuitiva ou Espontânea

Esta fase supõe que a realização do trabalho seja participativa e, portanto, será um
grupo ou vários deles que conduzirão a presente ação.

45
Assim, uma vez reunido o grupo e estando todos inteirados do que se
deve fazer, a primeira ação a ser realizada é a de responder, de forma
espontânea às perguntas: Como chegar ao objetivo? Que devemos fazer?
Estágio Deve-se atuar da seguinte forma:
Supervisionado I
1. Fazer uma lista numa lousa ou em papel das idéias que surjam no
diálogo;
2. Colocá-la em ordem de prioridades quanto a possível eficácia;
3. Fazer uma lista definitiva com as idéias mais importantes;
4. Se a quantidade e a riqueza de conteúdos dessa lista forem
suficientes para atingir o objetivo, ela será usada para projetar os planos
de ação. Caso contrário, deve-se passar para fase 2.

Fase Reflexiva

Superado o primeiro passo, o grupo deve refletir sobre os seguintes pontos:

1. O que se fazia antes, na instituição, quando se queria atingir o objetivo proposto?


Por quê?
2. Que estão fazendo hoje outras instituições semelhantes à nossa que de fato
conseguem realizar seus objetivos? Por quê?
3. Que é que funciona do que já está sendo feito em outras instituições, neste
momento, com relação ao objetivo? Por quê?

As duas primeiras questões são muito importantes porque se tratam de pontos de


referência neste tipo de estratégia que costuma ser esquecida com freqüência, apesar de
terem seu conteúdo de eficácia bem demonstrado.
Se acreditamos que a lista de novas idéias já é suficiente, passamos à confecção
dos planos de ação, caso contrário passamos para a terceira fase.

Fase Matricial

Se a segunda fase não nos satisfez, é o momento de nos valermos da técnica. Para
isso, deve-se propor uma análise simples de três matrizes. Na primeira delas, relacionam-
se os pontos fortes com as oportunidades que têm a instituição com relação aos objetivos.
Na segunda, cruzam-se essas oportunidades com as áreas de atividade. Na terceira, cruzam-
se as fortalezas com as áreas de atividades.

Características de um plano de ação:

- Objetividade e realismo é o que deve caracterizar todo e qualquer plano. Um plano


que não seja objetivo e realista se torna inviável, inexeqüível e obscuro, portanto, impraticável,
sem validade e habilidade;

- Funcionalidade: como o plano é um instrumento orientador para o professor e para


os alunos, ele deve ser o mais funcional possível, para que possa ser executado com
facilidade e objetividade;

- Simplicidade: o plano que orienta toda a linha de ação envolve uma série de elementos,
como o professor, os alunos, os conteúdos, as experiências, as atividades, os recursos, o

46
processo de avaliação e assim por diante; por isso, necessariamente, deverá ser claro e
simples para ser compreensível e viável, pois suas compreensão facilita a sua execução;

- Flexibilidade: é uma característica fundamental para os planos, tornando-os mais


realistas e possíveis de serem adaptados às novas situações não previstas que possam
ocorrer;

- Utilidade: a utilidade, a validade e a profundidade são princípios que dão consistência


a toda estrutura do plano, no que diz respeito ao seu conteúdo e a sua dinâmica. O plano, no
seu contexto geral, poderá, de fato, ajudar, ser útil e significativo a todos que nele se envolver.

Se faz mister uma análise profunda destes elementos e das suas inter-relações, para
que de fato possam facilitar a aprendizagem do aluno e a ação do professor. Tais elementos
devem estimular e desencadear novas e profundas aprendizagens.
Além das outras características, a utilidade requer um questionamento sério e
profundo. Enfim, o que foi planejado só terá validade se for algo importante e útil para o
educando que tenta buscar na escola sua formação integral como pessoa.

Em síntese...

A importância da observação e da co-participação no Estágio Supervisionado

O professor possui um fazer intencional e político, assim como todo ser humano.
Nossas ações, portanto, têm sempre um objetivo que está vinculado a uma situação com a
qual estamos implicados. Assim, intencionamos, agimos e avaliamos em maior ou em menor
medida as nossas ações. Nesse processo aprendemos. Aprendizagens essas que envolvem,
inquestionavelmente, complexidades. Mas, de forma simplória, podemos falar de uma espiral
na nossa construção de conhecimentos que envolve, de modo geral, uma inquietação, um
desejo, que poderá ser seguido de um movimento que cause uma alteração na realidade e
que posteriormente irá nos fazer pensar sobre o resultado e sobre a forma como o
construímos.
Mas é claro que muitas vezes fazemos como nos sugeri um saber popular e deixamos
a vida nos levar. Isso é bom. Já pensou estarmos vigilantes todo o tempo? Quanto desgaste,
quanta tensão! Porém, queremos assumir o comando de nossas vidas. Não nos conformamos
com tudo o tempo todo. Queremos uma vida melhor e ansiamos optar que caminhos
percorreremos. Então planejamos. Transformamos desejos em projetos. E os nossos sonhos

47
ganham um futuro. Futuro com limites e possibilidades. E para
compreendermos melhor que limites e que possibilidades, faz-se necessária
uma reflexão “encharcada” de realidade – uma reflexão bem informada.
Estágio A isso podemos dar o nome de diagnóstico situacional. E no caso do
Supervisionado I nosso estágio, faremos este reconhecimento e aproximação da realidade para
compreendê-la e nos implicarmos com ela no período de co-participação.
Momento em que buscamos interagir com o contexto no qual iremos realizar
nossas futuras intervenções enquanto professores em processo de formação
profissional, e que ao vermos, seremos também vistos, ao conhecermos, sermos também
conhecidos.
Ressaltamos então dois requisitos desta etapa do trabalho docente que são o rigor
e a ética. Um comportamento que denota escrúpulo, atenção a detalhes e cuidados éticos
com os sujeitos envolvidos no processo educacional no qual desejamos nos inserir. É preciso
disposição para colaborar, postura humilde para assimilar os movimentos internos e
relacionais da instituição que adentramos. É um momento em que almejamos compreender
a cultura instituída com as suas contradições, que são próprias de tudo que é humano. Esse
ainda não um momento para pensarmos em intervenções, análises críticas e tomadas de
posições. É um momento em que queremos saber. Queremos conhecer, e isso requer que
desarmemos o nosso olhar, coloquemos os nossos valores em suspensão para
percebermos os sentidos que se organizam neste espaço de aprendizagens, de vidas e de
relações, em parte burocráticas, rotineiras, estruturadas - organizacionais; e em parte
surpreendentes, dinâmicas, imprevisíveis.
Assim podemos afirmar que a observação é uma etapa fundante para o estágio
supervisionado pois a depender de como a realizamos, estaremos de alguma forma
construindo as condições básicas que nos facilitará o maior ou menor sucesso nesta
empreitada. No entanto observar exigirá do observador alguns cuidados para que ela seja
de fato fecunda. De acordo com Lüdke e André (1986, p. 25): “Planejar a observação significa
determinar com antecedência ‘o quê’ e ‘o como’ observar”.
Concentre-se então em captar, perceber, compreender e descrever a realidade na
qual você está se integrando. Observe também as funções dos setores, os papeis
pedagógicos dos sujeitos e o papel assumido pela instituição frente a sua comunidade
escolar e o ambiente com o qual está implicada. Acompanhe e procure perceber os sentidos
das dinâmicas cotidianas, seus ritos burocráticos, os costumes hábitos, valores e referências
identitárias das pessoas e grupos, normas e preceitos estabelecidos alguns ditos ou não
tão explicitados, mas respeitados pelo coletivo. Veja os recursos utilizados, os disponíveis
e suas potencialidades. E o mais importante, registre essas coisas. Elas são os seus
tesouros. Bem usadas, essas informações se constituirão um guia para as decisões que
precisarão ser tomadas. Para vislumbrarmos e assumirmos as nossas opções. E para que
essas opções não sejam pessoais é preciso que como educadores exerçamos a liderança.
As opções que faremos deverão estar intimamente ligadas a função prioritária da
escola – a socialização, re-significação e re-elaboração de conhecimentos. Informação a
sociedade atual disponibiliza por diversos meios. Mas transformar a informações em
conhecimentos, saberes e sabedorias requer a construção de espaços de aprendizagem,
pesquisa, reflexão e crítica. Desta forma o foco do fenômeno educativo se constitui para
nós os conteúdos educacionais, formativos e fomentadores de possibilidades emancipatórias
e libertárias com os quais os sujeitos com suas idiossincrasias e culturas tomem posse da
sua cidadania. Então o nosso diagnóstico deverá servir para fazermos as devidas re-
elaborações dos conteúdos partindo do “lugar” em que se encontra o nosso corpo discente
em termos sociais, culturais e cognitivos. A viagem da apropriação de conhecimentos é
ilimitada, mas o nosso limite mínimo são os “Parâmetros Nacionais”, informações

48
consideradas nas diversas formas de seleção a postos de trabalho e ao acesso a instituições
educacionais, além da compreensão, interpretação e intervenção em situações sociais
convencionais.
Esse é um dos sentidos da nossa observação e co-participação. Buscar percepções
sensibilizadoras de caminhos para que os conteúdos e conhecimentos trabalhados nesse
espaço que pleiteamos fazer uma intervenção pedagógica seja um caminho construído
coletivamente, no qual ao respeitarmos a realidade e a vivência desses grupos,
desencadeemos a operacionalização de uma ação educativa fomentadora da emancipação,
pois construída como instrumento de valorização das identidades de cada sujeito em
processo, e que, ao mesmo tempo, apropria-se, reconstrói, re-significando o conhecimento
das ciências, e das diversas linguagens.
Na realização de nossas observações além das noções sensibilizadoras necessárias
a uma boa inserção na comunidade escolar, deveremos levantar informações sobre os
seguintes aspectos:
· Desenvolvimento sócio-cognitivo dos estudantes.
· Recursos disponíveis.
· Conteúdos já trabalhados e assimilados pelo grupo.
· Dinâmica das atividades até então realizadas.
· Projetos concluídos e em curso.
O nível de desenvolvimento cognitivo dos estudantes é um elemento importante para
o diagnóstico e avaliação do ponto de partida dos trabalhos pedagógicos e da definição do
grau de dificuldade dos desafios a serem propostos pelo professor.

Texto Complementar...
Professor:

“Não me ensine nada que eu possa descobrir.


Provoque minha curiosidade.
Não me dê apenas respostas.
Desarrume minhas idéias e me dê
somente pistas de como ordená-las.
Não me mostre exemplos.
Antes me encoraje a ser exemplo vivo de
tudo o que possa aprender.
Construa comigo o conhecimento.
Sejamos juntos inventores,
descobridores, navegantes e piratas de nossa
aprendizagem.
Não fale apenas de um passado distante
ou de um futuro imprescindível.
Esteja comigo hoje alternando as sensações de
quem ensina e de quem aprende”.

(Ivana M. Pontes)

49
Elaborando o Plano de Ação

Há diferença entre a realidade escolar e o ideal que construímos em


Estágio nossas teorias e em nossos anseios sociais. E é justamente nessa diferença
Supervisionado I que consiste o nosso trabalho de planejamento. A construção de uma escola
cada dia um pouco mais próxima daquilo que sonhamos é a nossa luta
cotidiana. Administrar os limites e maximizar as possibilidades, eis o nosso
maior desafio.
Na educação informal as preocupações estão muitas vezes difusas, enquanto no
trabalho escolar e outras formas de educação sistemática é mister um projeto como programa
operatório. Não nos importa um projeto com intenção meramente simbólica, carecemos de
resultados concretos, num fluxo relacional no qual docentes e discentes no contato com
seus objetos de estudo, possam implementar novas formas de inclusão social/ cognitiva,
aprofundando seus processos de autonomização.

E para tanto, o planejamento é feito na dinâmica de uma espiral. Ele é cíclico, mas
nunca volta ao mesmo ponto. Vai se constituindo sempre em pequenos avanços em relação
ao momento anterior, pois, cada fase se compõe de planejamento, ação, avaliação – a
partir da qual temos informações para um novo planejamento.
Isso aumenta o nosso poder de intervenção e a nossa probabilidade de sucesso. E
para o alcance desse sucesso precisamos pensar em três frentes de preparação:

· Conhecimento da realidade com a qual estamos nos propondo a realizar uma


interlocução e intervenção pedagógica.
· Conhecimento dos conteúdos específicos a serem socializados em sala de aula.
· Conhecimento metodológico necessário a intervenção.

Princípios Fundamentais para Elaborar um Plano de Ação

- Princípio da intenção: é de vital importância que o aluno tenha uma intenção


definida para realizar um projeto. Queremos dizer com isso que o aluno precisa saber
exatamente o que quer e onde quer chegar. O seu desejo de atingir o objetivo é que irá
conduzi-lo, permitindo sua realização e conseqüente satisfação pessoal e grupal;
- Princípio da situação-problema: é o ponto fundamental da técnica de projetos.
Objetiva a solução de problemas de forma previamente estabelecida e executada em
ambiente natural. Após diagnosticar o problema, procurarão os elementos envolvidos
verificar o que podem fazer, pesquisarão como resolver a questão e planejarão as ações
para solucioná-lo;
- Princípio da Ação: a aprendizagem é um processo eminentemente pessoal e ativo.
O aluno é somente ele será agente de sua própria aprendizagem. Na nova situação
propiciada pelo projeto, terá oportunidade de agir, reagir, perceber, analisar, observar,
manipular, testar, julgar, decidir, comunicar e sentir;
- Princípio da experiência real anterior: as coisas não surgem do nada. Toda nova
aprendizagem requer pré-requisitos de experiências passadas. Quanto mais situações tiver
vivenciado, o aprendiz, tanto em qualidade quanto em quantidade, maiores probabilidades
de soluções alternativas lhe ocorrerão, facilitando a solução de novos problemas;
- Princípio da investigação: a aprendizagem é sempre experimentação, exploração
em busca das significações. O processo é muito menos sistemático e muito mais intuitivo
do que geralmente se supõe;

50
- Princípio da integração: a aprendizagem em seu primeiro momento
se deparar com uma visão global, porém sem crítica do problema. À medida
que o processo avança, passa ocorrer uma percepção significativa,
detalhada, diferenciada da situação. A apreensão da realidade em que
o conhecimento da estrutura total do problema é vista com clareza,
retirando as dúvidas, bem como o conhecimento da relação das
partes com o todo e desse com as partes de maneira diferenciada e
inter-relacionada denomina-se integração.;
- Princípio da prova final: a comprovação de que o problema
foi resolvido e, conseqüentemente, o objetivo alcançado é extremamente
importante, pois demonstra que o
pensamento seguiu uma linha adequada de ação, que
cada elemento e o grupo agiram com coerência e com
responsabilidade e que o desempenho foi eficaz;
- Princípio da eficácia social: “Viver é fácil,
conviver é difícil”.Através do projeto, o educando aprende
a desenvolver-se socialmente, crescendo em grupo,
participando e adquirindo novas experiências ricas em
valores do espírito.

Fases do Plano de Ação

O plano de ação se constitui de um processo de planejamento, execução e controle


constante que assegurem uma contínua vigilância das atividades, culminando com a execução
do plano traçado e crítica dos resultados obtidos.

“A gente só aprende as coisas que dão prazer, ou coisas


que nos conduzem ao prazer”
(Rubem Alves)

Antes de iniciarmos as fases ou etapas de um plano de ação, consideramos


indispensável atentarmos para o fato de que a aprendizagem deve ser lúdica e prazerosa,
portanto fique atento:

Etapas:

1. Definição do objetivo (formulação do propósito);


2. Planejamento das atividades (elaboração do plano de trabalho);
3. Programação;
4. Execução do plano e do programa;
5. Controle do progresso;
6. Replanejamento e reprogramação;
7. Culminância.

51
1. Definição do Objetivo

Esta é a etapa mais importante do projeto. O aluno deve saber com


Estágio clareza onde quer chegar; é o momento em que o valor do trabalho
Supervisionado I conscientizado se tornará a mola propulsora para que os fins sejam
alcançados. Desta forma, cabe ao professor estabelecer na turma um clima
favorável para facilitar a tarefa, através de perguntas, estímulos diversos e
recursos variados, o aluno será colocado em posição de receptividade,
reconhecendo a necessidade do projeto e propondo-se a realizá-lo.

2. Plano de Atividades

Está presente na relação dos procedimentos necessários para a execução do plano,


observando-se a seqüência em que serão realizados.

3. Programação

É uma das atividades básicas da administração do plano. Instrumentos administrativos


que facilitam a formação de planos e programas de acordo com o grau de complexidade
exigidos. Detectada a necessidade de realizar um plano, é mister conhecer previamente
seu significado, alcance, repercussão em custos e em tempo. A planificação é, portanto, um
fator primordial.

4. Execução

É a etapa da ação. O professor deverá estar atento ao desempenho dos alunos,


observar o rendimento no trabalho, incentivar o aluno com elogios, manifestando apoio e
reconhecimento pela dedicação, contudo deve ter cautela para não exagerar no auxílio ao
aluno, tirando-lhe o prazer da descoberta, procurando atendê-las de acordo com suas
necessidades.

5. Controle do Progresso

O professor através de instrumentos variados, como fichas, observação direta, auto-


avaliação, avaliação coo-prática, etc. deverá acompanhar o progresso do aluno. Elogio
geral é de pouco valor e crítica rigorosa não leva ninguém a nada. Chamar o aluno pelo
nome, ressaltar seus pontos positivos é de alta significação para a melhoria do desempenho
ou mudança de comportamento.

6. Planejamento e Reprogramação

Ao concluir o planejamento, faz-se uma análise de todos os elementos abordados


para substituir ou incluir o que for necessário, efetuando-se a seguir o registro do que
realmente foi executado. Tem-se assim o documento chamado “Plano de Ação”. A cada
etapa do plano deve-se também fazer o planejamento e a reprogramação dos desvios
detectados para assegurar o alcance dos objetivos desejados.

7. Culminância

É necessário, ao término do plano, a exibição dos resultados por meio de um produto


concreto, palpável, comprovando que os esforços canalizados para atingir os objetivos foram
alcançados e válidos.
52
Roteiro de Sugestão do Plano de Ação

Identificação:
- Título do Plano de Ação;
- Síntese descrita a respeito dos objetivos e do
programa de trabalho;
- Nome do(s) autor(es) com identificação;
- Data da elaboração do projeto;

Introdução:
- Antecedentes: informação sobre as causas que
geraram a necessidade do plano;
- Hipóteses ou explanação do problema: informar critérios
que expliquem a natureza do problema e a definição dos pontos-chave para os quais deve
ser dirigida a ação.

Objetivos:
- Definição clara e precisa dos objetivos que se pretende alcançar com o plano e
determinação de metas concretas.

Metodologia ou Estratégia:
- Descrição do caminho pelo qual irá seguir para alcançar os objetivos propostos. É
preciso a explanação dos diversos caminhos para alcança-lo e a justificativa de sua escolha.

Plano de Atividades:
- A relação de atividades necessárias para levar o projeto adiante.

Programa de trabalho:
- Organização de calendário do plano de atividades, estabelecendo datas para cada
atividade. Determinação dos recursos materiais necessários, devidamente quantificados.

Previsão:
- Estimativa dos elementos necessários para o desenvolvimento do plano, detalhando
em quantidades específicas. É aconselhável indicar as fontes de onde se buscará e obterá
os recursos.

Análise da Execução do Plano:


- Refere-se ao estudo sobre diversas óticas que permite julgar se o plano de ação foi
válido.

Referências:
- No caso de haver-se recorrido a certa bibliografia, documentos ou qualquer outra
informação documental, é obrigatório relacioná-la, indicando autor, editorial e data de
publicação.

Cronograma de Execução

O cronograma é o instrumento utilizado para representar graficamente as etapas


do trabalho planejado.

53
Algumas instituições exigem que se faça antes do cronograma a
programação, onde se relacionam as atividades e o período em que serão
desenvolvidas. Contudo, entende-se que o cronograma cumpre esta função
Estágio de maneira objetiva.
Supervisionado I Existe ainda instituições que não exigem ou acham desnecessário a
apresentação do cronograma, mas este, além de ilustrar o trabalho do
estagiário, o torna mais interessante e precisa a visão das atividades que o
estudante pretende realizar, como foi dividido e calculado o tempo para que o
estágio seja realizado; enfim, é uma forma de se perceber que o aluno se localizou no
tempo, no espaço para a realização de suas tarefas.
O cronograma deve constar as etapas do trabalho e o tempo que acontecerão. Deve
ser claro e objetivo. Apresentado de preferência em forma de quadro, facilitando a vida do
estudante e do orientador, servindo como um instrumento de controle do tempo disponível e
das atividades. Vale ressaltar, que cronograma deve ser sempre pensado levando em
consideração a flexibilidade e a complexibilidade do ato educativo.
Segundo Biachi (2002) O Gráfico de Gantt tem sido o mais utilizado dada a facilidade
na sua elaboração e leitura, contudo outros podem ser escolhidos. As atividades, exceto a
elaboração do relatório, devem ter relação com os objetivos pretendidos.
O Gráfico de Gantt se baseia em dois princípios básicos:

· A duração de cada atividade é susceptível de ser estimada;


· A duração de cada atividade pode representar-se em forma gráfica mediante uma
barra em um quadro desenhado com este objetivo.

O Gráfico de Gantt compõe-se de colunas verticais; na coluna da esquerda registra-


se a atividade; as demais colunas servirão para anotar as unidades de tempo.

Exemplo:

Como organizar seu cronograma:

Atividades:

Deve-se buscar ter idéia de quantas e quais atividades irão ser desenvolvidas durante
o estágio, bem como definir sua posição seqüencial dentro do mesmo. É importante que o
professor atente para a seqüência lógica dos conteúdos e busque ser flexível, pois não
podemos esquecer que o ato de educar é complexo.

Prazo:

É importante atribuir um prazo para cada atividade pensada, salvo que esta atividade
deve estar atrelada aos objetivos traçados. No referido prazo, se deverá considerar certa
tolerância de acordo com a previsão que se tem em relação ao cumprimento do mesmo.

Preparação do Quadro:

54
Elabora-se um quadro que contenha espaços suficientes para detalhar todas as
atividades do projeto, bem como colunas necessárias para registrar todos os dias que se
empregaram na execução no mesmo. Na parte superior de cada anotam-se as datas do
calendário corresponde iniciando-se pelo dia em que começará o projeto.

Elaboração do Quadro:

Relacionadas as atividades, devem ser ordenadas conforme seqüência lógica,


observando-se o tempo previsto para a realização de cada uma delas. As atividades se
listarão em cada linha do quadro e marcarão com uma reta horizontal as datas programadas,
nas colunas relativas ao tempo (prazo).
No quadro, deverão constar as seguintes informações:

· Nome do Projeto;
· Nome de quem elaborou;
· Nome do Responsável pela execução;
· Nome da Instituição onde será realizado;

Administrar projetos baseia-se em um conjunto de técnicas selecionadas para


planejar, acompanhar e controlar, desde o início até o término do projeto. O processo começa
quando os objetivos são identificados na fase de planejamento e continua através das fases
de execução até que os objetivos tenham sido atingidos.

Planejamento do projeto:

É o processo de converter as idéias gerais e as informações a respeito do trabalho,


formando uma estrutura ordenada de atividades seqüenciadas para alcançar uma meta.

Controle do Projeto:

Trata-se do processo de dirigir e supervisionar a execução dos trabalhos, mediante


revisões planejadas previamente. O controle do projeto permite ao docente repensar sua
prática e jamais se perder na sua ação, pois permite constatar e avaliar o grau de eficiência
da proposta, dependendo este do cumprimento dos trabalhos nas datas previstas.
No caso do professor, é sempre importante que reveja a cada dia sua ação para que
possa retomar as que não obtiveram sucesso a fim de que consiga alcançar, pois o sucesso
no estágio supervisionado em educação está inter-relacionado a uma educação de
qualidade.
Não podemos esquecer que estagiar quer dizer revisar. É o ponto crucial na vida de
um estudante, pois é a sua primeira experiência docente, logo representa a interseção
entre toda a teoria e a realidade prática que o discente passa a experienciar. Desta forma,
é imperioso programar ou planejar cada passo desta jornada, pois é o ápice de uma nova
forma de pensar, uma nova forma de viver, uma nova forma de trabalhar.

Para refletir...
O professor, sua formação e seus instrumentos de trabalho

O professor que trabalha no sentido de contribuir efetivamente para o desenvolvimento


escolar de seus alunos, necessita, antes de mais nada, conhecer e refletir sobre a sua
função nos processos de aprendizagem que acontecem em sala de aula.

55
Durante muitos anos, a Pedagogia viu o professor como sujeito a quem
era reservada a tarefa de transmitir conhecimentos (organizados em disciplinas
escolares) às novas gerações. Essa visão era aliada a idéia de que o aluno
Estágio tinha uma atitude receptiva, passiva, frente aos conteúdos que precisava
Supervisionado I aprender durante os anos de escolaridade.
Como sabemos, atualmente a forma de entender as relações de ensino-
aprendizagem que se dão na escola é outra. Já se reconhece o fato que a
educação ocorre dentro e fora da escola. Neste sentido, o papel do docente
também mudou. Atualmente, para ser um bom professor n;ao basta apenas dominar o
assunto, não basta gostar da sua disciplina, não basta ter feito um curso de graduação,
estar numa boa instituição, ter um diploma. Essas coisas deixam de contar, mas é preciso
muito mais.
Ao professor do século XXI espera-se uma atitude ativa frente às novas demandas
educacionais da sociedade. Vivemos sem um mundo que se produz cada vez mais
informações, as novas gerações de alunos precisam de professores capazes de ajudá-los
a compreender e aprender a resolver problemas com autonomia, sendo capazes de dar
continuidade no decorrer do percurso de sua vida.
Uma das formas de definir o papel do docente é dizer que ele é um mediador de
cultura: aquele que coloca os alunos em relação com o conhecimento, através de intervenções
planejadas que favoreçam a ação dos alunos (ação mental que está na origem da
aprendizagem) sobre os objetos de conhecimento.
Mas isso não é tudo. O professor precisa ainda construir competências para planejar
situações de aprendizagem que motivem os alunos e desafio a criatividade quanto aos
conteúdos históricos pesquisados.
Atenção!! Um professor só pode ensinar, criar situações de aprendizagem dos
conteúdos que conhece. Por exemplo:
O Professor só pode criar situações de aprendizagem quanto ele é capaz de “viajar”
nas relações históricas e nos comparativos dos tempos antigos e atuais, buscando
interrelacioná-los. Caso contrário, fica na mera repetição dos conteúdos.
Ser professor é portanto uma tarefa bastante complexa e, por isso, para sua realização,
é necessário o desenvolvimento de instrumentos que estruturem a prática de ensino de
forma a garantir o sucesso da ação pedagógica.
Dentre esses instrumentos, há o projeto curricular, os planejamentos e o trabalho
pedagógico realizado. Cada um dos instrumentos de trabalho têm igual relevância na prática
educativa.
Por este motivo, não deve ser relegado por quem deseja realizar um trabalho de
qualidade.

# 1.
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR
Enumere as razões que você considera importantes
para a construção de um projeto.

56
2. Descreva um problema educacional que lhe impulsionaria a produzir um projeto de
intervenção. Quais seriam suas metas a serem atingidas?

3. Que diferenças você pontuaria entre o projeto e o plano de ação?

4. Na elaboração de um plano de ação, especifique, na sua opinião, os papéis da


escola, do professor e do aluno.

5. Em sua vida diária você deve respeitar horários e prazos. Se chegar a um banco
após às 16h, você não será mais atendido, se atrasar em uma entrevista de emprego, será
mal visto pelo contratante, entre outras situações... Ao produzir um plano de ação ou qualquer
outro projeto prático, há a necessidade de respeito aos períodos, conhecidos como
cronogramas.

Se você fosse contratado por uma escola para elaborar um Plano de Ação baseado
nas quantidades excedentes de queixas de racismos por parte da comunidade,por exemplo,
e este plano tivesse que ser apresentado dentro de quinze dias, como você organizaria um
cronograma de ação?

57
OS RECURSOS DIDÁTICOS NO ESTÁGIO
SUPERVISIONADO: SELEÇÃO E USO
Estágio
Supervisionado I

Inteligências Múltiplas como princípio de seleção e


uso de recursos didáticos

Todos erram: a maioria usa os erros para se destruir; a minoria, para


se construir. Estes são sábios”
(Augusto Cury)

Como já visto brevemente na seção anterior, discutiremos o uso de recursos didáticos


a partir da Teoria das Inteligências Múltiplas.

Segundo Armstrong (2000);


A Teoria de inteligências múltiplas é conectada a diferentes símbolos
(por exemplo palavras, números, pinturas, notação musical, etc), e a
diferentes áreas do cérebro (por exemplo, inteligência lingüística envolve
áreas do hemisfério esquerdo.

Sendo assim, o educador ao considerar qualquer objetivo instrucional (desde os


objetivos baseados em habilidades como ajudar os alunos a dominar subtração em aritmética,
até objetivos baseados em conteúdos a como ensinar aos alunos a história do mundo e do
seu país), existe um número de questões simples que podem auxiliar os educadores a
refletirem sobre estratégias de ensino que englobam inteligências as várias inteligências.

Armstrong (2000), ao discutir as inteligências múltiplas, apresenta oito


questionamentos que os professores devem fazer para tornar sua práxis mais eficiente:

- Lingüística Como eu posso ensinar este objetivo usando a palavra falada ou escrita?
- Matemática Lógica Como eu posso ensinar este objetivo usando números, cálculos,
classificações, ou pensamento crítico?
- Espacial Como eu posso ensinar este objetivo usando arte, cor, metáfora,
visualização ou mídia visual
- Cinestésica-corporal Como eu posso ensinar este objetivo usando interpretação
de personagem, drama, ou atividades mão-à-obra.
- Musical Como eu posso ensinar este objetivo usando melodia, ritmo, tom, ou
músicas ou canções específicas.
- Interpessoal Como eu posso ensinar este objetivo usando trabalho em duplas,
aprendizagem cooperativa, ou simulações em grupo?
- Intrapessoal Como eu posso ensinar este objetivo conectando-o com os
sentimentos e memórias pessoais dos alunos, ou dando-lhes opções.

58
- Naturalista Como eu posso ensinar este objetivo conectando-o à fauna e à flora,
outros fenômenos naturais, ou ecossistemas?
- Existencial Como eu posso ensinar este objetivo conectando a questões
fundamentais de interesse da vida?

“Os estímulos são o alimento das inteligências


estímulos .”
inteligências.”
(Antunes, 1998)

Desta forma, os educadores deveriam tentar ensinar de oito ou nove maneiras


diferentes. Cientes de seus objetivos claros e bem definidos ficará mais fácil ensinar por
meio de inteligências específicas.
A teoria das IM (Inteligências Múltiplas) fornece aos educadores a oportunidade
de rever que uma informação pode ser ensinada de várias maneiras diferentes, para que
busque sempre novas estratégias possíveis de serem usadas.
Podemos também considerar que as inteligências múltiplas oferecem oportunidade
de encontrar o dom de cada estudante, e a possibilidade de provê-los com métodos próprios
de ensino para ajudá-los a experimentar o sucesso na escola e na vida.

CRITÉRIOS PARA A TEORIA DE MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS:

Sistemas de símbolos
Valor cultural
História do desenvolvimento
Indivíduos excepcionais
Estruturas cerebrais

Segundo Gardner, fundador da teoria das Inteligências Múltiplas, as escolas devem


criar um acesso para a educação mais balanceado, que forneça aos estudantes
possibilidades de desenvolver as habilidades múltiplas.
Os professores devem apresentar recursos didáticos não apenas por meio de leituras,
discussões, livros texto, resolução de situações-problema, mas também trabalhos que utilizem
a arte, visualizações, mídia visual (inteligência espacial), interpretação de personagens,
dramatizações, atividades “mãos à obra” (inteligência cinestésica corporal), ritmo, melodia,
música ambiente, discografias (inteligência musical), trabalhos em dupla, aprendizado
cooperativo, simulações em grupo (inteligência interpessoal), aprendizado individual, projetos
independentes, oportunidades para reflexão (inteligência intrapessoal) e trazendo seres
vivos ou ecossistemas naturais para o currículo (inteligência naturalista).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) simbolizam uma proposta que visa
orientar, de maneira coerente, as muitas políticas educacionais existentes nas diferentes
áreas territoriais do país e que contribuem para a melhoria de eficiência, atualização e
qualidade de nossa educação.
A proposta orientada pelos PCN está situada nos princípios construtivistas e apóia-
se em um modelo de aprendizagem que reconhece a participação construtiva do aluno, a
intervenção do professor nesse processo e a escola como um espaço de formação e
informação em que a aprendizagem de conteúdos e o desenvolvimento de habilidades
operatórias favoreça a inserção do aluno na sociedade que o cerca e, progressivamente,
em um universo cultural mais amplo.
Para que essa orientação se transforme em realidade concreta é essencial a interação
do sujeito com o objeto a ser conhecido e, assim, à multiplicidade na proposta de jogos ou
outras propostas que valorizem a materialização dessas interações.

59
O papel da ludicidade na construção dos recursos e
sua aplicação no Estágio Supervisionado
Estágio
Supervisionado I A ludicidade é um campo do conhecimento que nos possibilita prazer
e renova as esperanças. As atividades lúdicas, propiciam que trabalhemos
aspectos significativos para a
humanidade e para o mundo hoje,
como:

O autoconhecimento
As relações interpessoais
A solidariedade
A autonomia
A auto-expressão

Sendo assim, deve está presente na práxis do estudante (futuro professor), pois lhe
fornecerá alicerces para compreender e vivenciar a complexidade do ato educativo.
O professor tem um papel fundamental frente a sociedade, a comunidade onde está
inserido e, conseqüentemente, junto a escola e aos educandos. Lidar com todos esses
atores educacionais, tendo em vista que a educação ocorre em qualquer lugar, hora ou
momento,,exige do docente competências, habilidades que vão além do conhecimento de
sua disciplina. Está inteiramente ligado ao processo de integração social, pois integra
intelecto, inteligência, racionalidade, sensibilidade, enfim o ser humano em sua totalidade.
As atividades lúdicas são um caminho viável e exeqüível, enfim, algo que não se
encontra apenas em teorias, mas na realidade que construída nos ambientes educativos.
Vale lembrar, que não podemos considerar a ludicidade como uma “tábua de salvação
da educação”. Mas podemos considerá-la como um trajeto para uma ação pedagógica
transformadora.
Para utilizar a ludicidade como recurso pedagógico, é fundamental que estejamos
presentes em nossa prática, para que contagiemos nossos educandos a embarcar na
aventura da aprendizagem da vida de si e do outro. É necessário enfatizar que o educador
que utiliza as atividades lúdicas como um produto para alcançar seus objetivos, perde o
que a vivência desta pode nos proporcionar, pois, a ludicidade se esvai, e a atividade
transforma-se em apenas uma tarefa comprida. Estar presente de fato significa adquirir
maior compreensão de si, do outro e da situação vivida. Não é apenas com o intelecto que
agimos, é também com o coração.

Segundo Pereira (2004):


Temos que considerar que a escola tradicional, do modo que se constitui,
centrada na transmissão de conhecimentos, geralmente, vê a ludicidade,
quando esta é utilizada, como uma forma de trabalhar conteúdos de maneira
mais agradável e eficiente, ou para o preenchimento do “tempo livre”. Contudo
vale afirmar que devido a formação acadêmica que tivemos promover
transformações radicais na prática pedagógica não é nada simples.

Uma prática pautada para a educação lúdica em quaisquer disciplina exige do


educador a convivência com o inesperado, com a imprevisibilidade, que abra mão do controle

60
absoluto, de sua onipotência, que abra espaço para auto-expressão e a criatividade dos
educandos, estimulando a sua participação efetiva no processo ensino-aprendizagem,
trazendo aos educandos possibilidades de autoconhecimento e auto-desenvolvimento.
As atividades lúdicas permitem a vivência plena com o tempo-espaço próprio
experiências sem julgamentos, sem coerções, sem imposições e direcionamentos
controladores, com abertura de novas possibilidades. Dessa forma, podemos perceber
que atividades lúdicas não são apenas brincadeiras e jogos, mas também aquelas que
proporcionem um estado de socialização e que estas também proporciona recurso para a
práxis pedagógica docente.

Exemplos de Atividades Lúdicas:

- Uma dinâmica de integração grupal ou de sensibilização.


- Um trabalho com argila
- Recorte e colagem
- Canto
- Dança
- Música
- Filme

Existem muitas outras atividades lúdicas, o importante é que esta seja orientada de
forma a seguir os princípios que a norteiam, permitindo que cada sujeito envolvido se
expresse livremente, solidariamente, sem constrangimentos, cobranças e pressões.
Neste sentido acreditamos que um processo dinâmico da construção conhecimento,
que se envolve e implica no desenvolvimento cognitivo e lúdico possibilita ao aluno está
constantemente sendo desafiado e, por isso mesmo, precisa de atenção, carinho, estímulo
e proteção dos agentes educativos, tanto da própria família quanto da escola.
É por meio da ludicidade que o discente exterioriza seus anseios e imita o mundo
real. Cabe ao educador está aberto para a troca e socialização de conhecimentos.
Os estudos recentes têm mostrado também que as atividades lúdicas são ferramentas
indispensáveis no desenvolvimento, porque não há atividade mais completa do que
BRINCAR, JOGAR, SE PERMITIR, VIVENCIAR... Pela brincadeira ou dinâmicas, educandos
e educadores introduz-se no meio sociocultural, constituindo-se num modo de assimilação
e recriação da realidade.
Da mesma forma que o aprendizado é importante ao desenvolvimento intelectual, o
lúdico é “peça” fundamental para tal, pois as novidades do dia-dia são cada vez mais
mutáveis e velozes, nas diversificadas maneiras de desvendar as curiosidades dos alunos.
E é através da ludicidade que essa transformação toma forma, onde criam um mundo
imaginário repleto de encanto, magia, satisfação, frustrações, raiva ou desilusões. Dessa
forma, é que o educando usa suas interpretações para aceitar, ou não, o que lhe convém,
sendo mais fácil para ele mudar os acontecimentos, transformar os fatos do dia-dia, usando
sua imaginação e revendo conceitos.
Por meio do desenvolvimento lúdico, que envolve plenamente o aluno no conjunto
corpo e mente, é que se percebe uma integração absolutamente estreita, já que o corpo
não pára e a mente tampouco, trabalhando para realizar as ações previstas e/ou criadas, a
fim de que os dois entrem em sintonia.
Portanto, a ludicidade auxilia consideravelmente no conhecimento e no
desenvolvimento cognitivo dos educandos, pela busca da interação do mundo que o cerca.
Aproximar a relação de interesse do aluno no que tange as relações interpessoais,
pelo cultivo de suas amizades e desenvolvimento de novas situações, que exijam raciocínio,

61
convívio com as diferentes pessoas que a cercam, bem como entre as mais
diversas situações apresentadas, no decorrer da própria vida, a cada instante.
O lúdico muitas vezes transmite a imagem de que é apenas o brincar
Estágio por brincar é perda de tempo; deste modo, o aluno encara a atividade lúdica
Supervisionado I proposta de maneira singular, sem importância ao próprio desenvolvimento.
Neste sentido, o docente deve deixar claro seu objetivo no momento de propor
um jogo ou uma brincadeira uma dinâmica. É importante refletir sobre a
proposta, ouvir os discentes e dialogar, refletindo sobre a atividade lúdica.
Frente a essas inferências, é possível compreender a importância da ação lúdica
para o desenvolvimento cognitivo e social. Dentro desse contexto, existe um fator muito
importante, também, que é o reconhecimento do trabalho lúdico na escola pelos docentes e
discentes como fonte de aprendizagem.

Acredita-se que as habilidades cognitivas desempenhem


um papel muito importante em muitos tipos de atividades
cognitivas, incluindo a comunicação oral, a compreensão
oral, a compreensão da leitura, a escrita, a aquisição da
linguagem, a percepção, a memória, a solução de
problemas, o raciocínio lógico, a cognição social e várias
formas de auto-instrução e autocontrole.
(FLAVEL, MILLER e MILLER, 1999, p. 126)

Vale ressaltar, que não podemos também esquecer jamais que educar vai muito
além da mera transmissão de conteúdos, significa contribuir para o crescimento do
educando, para sua formação, para a melhoria de sua qualidade de vida, pois colabora
para momentos de felicidade. É, sobretudo, um ato amoroso capaz de transformar a
pedagogia vigente,e nos fazer acreditar e investir na construção do conhecimento.
Cultivar a intuição e a criatividade para se expressar é colaborar com a nova geração
é proporcionar sonhos, sentimentos, imaginação. Assim com maior sensibilidade os
problemas que afligem historicamente os seres humanos poderão ser encarados em diversos
ângulos propiciando a busca e possibilidade de encontramos soluções competentes para
resolvê-los.

Texto Complementar...
A importância da expressão criativa junto aos processos educacionais

A importância de uma educação mais abrangente faz com que procuremos novas
saídas para suprir as carências encontradas nas instituições de ensino. A maior luta atual é
por um ensino mais humano, voltado para o real interesse dos alunos, tornando-os agentes
do processo educacional.
Nesse contexto, propomos atividades e jogos criativos como uma das saídas viáveis
para uma maior integração entre as áreas afins e para desenvolver valências esquecidas
na aprendizagem.
Alguns autores ressaltam que a característica principal do homem é imaginativa, e
esta é essencialmente dramática, provando que o processo criativo é um dos mais vitais

62
para os seres humanos. Essa imaginação, por sua vez, deve ser fundamentada por diversas
estratégias de ensino.
Um instrumento principal desta atividade criativa é a inter-relação. Esta arte imaginativa
está atrelada a curiosidade e por necessidades psíquicas do educando. Assim, o educando
revela-se a si mesmo e aos outros, buscando garantir sua participação e liderança. Através
dos jogos criativos, o adolescente e até mesmo o adulto retorna ao mundo do faz de conta
das crianças. Apesar de pressões sociais que faz o jovem e o adulto controlarem-se,
consegue-se soltar a naturalidade de brincar, ser livre, além de ampliar o verdadeiro sentido
da vida, mostrando-o na totalidade.
(HAETINGER, 1998)

Pirâmide da Criatividade

COMENTANDO A PIRÂMIDE:

Esta pirâmide nos demonstra a necessidade de


um equilíbrio para o desenvolvimento do pensamento.
Aponta como são fundamentais o pensamento
divergente, a criatividade e o senso crítico. Estão
ligados como um triângulo onde todos os lados são
iguais e de igual responsabilidade com o todo.

Oficina de recursos didáticos

A incrível história da professora Rosimar, que aprendeu a ensinar o boi a voar

Capítulo V – Ouvindo e Aprendendo

Por José Pessoa de Araújo e Madza Ednir

I Um jeito tenta encontrar:


O nosso boi Encantado “Temos que saber voar
No pasto, atormentado, Para Encantado ensinar.
Suava frio esperando
A hora de ser levado III
Pra ser morto no muorão Só voa quem aprendeu
Pelo Joaquinzão malvado. A ser cobra no que faz,
Conforme nos alertou
I O povo sábio demais”.
Mas a linda professora Rosimar, a professora,
Não desiste de lutar. Vai mostrar do que é capaz.
De volta para a escola

63
IV X
Ela pergunta às crianças: Tião falou bem baixinho,
“Digam com sinceridade, Com medo de ofender:
Estágio o que posso fazer “Eu queria tanto ler
Supervisionado I pra nossa felicidade? livros, cordéis, jornais,
Quero que as aulas sejam escutar muitas histórias,
De ótima qualidade. e minha história escrever...”

V XI
Escutando meus alunos Depois de ouvir a todos,
Eu vou poder melhorar Rosimar ficou abalada:
O que faço na escola “O que eu faço não agrada!
E aprender a voar O meu sonho sempre foi
Só assim vou ajudar Ser querida e amada
Encantado a decolar”. Por essa turma adorada”.

VI XII
Era a primeira vez Ao verem a professora
Que Rosimar discutia Em prantos se desmanchando,
Com a turma da escola Dizem os alunos: “Não chore!
O que ali sucedia. Estamos lhe apoiando,
Tudo tomou outro rumo Para o que der e vier.
A partir daquele dia. No mesmo barco remando”.

VII XIII
Letícia disse com jeito: Zezé, que é o mais velho,
“Só faço cópia e ditado. Sugeriu a Rosimar
Não sei pra que serve isso: Que procurasse Helena
Algo deve estar errado. Pra lhe aconselhar.
Não ‘tou aprendendo nada, “Eu já fui aluno dela,
É tempo desperdiçado.” sei que bem sabe ensinar.”

VIII XIV
Benedito aproveitou Rosimar procurou Helena,
Pro seu lado defender: Uma santa criatura.
“Com gritos e nervosia Ela é filha do padeiro,
fica difícil aprender. Moça de rara cultura.
Se a professora é calma Estudou lá no Recife
Isso vai favorecer”. Tem muita literatura.

IX XV
Gabriel pediu desculpa Rosimar disse: “Helena,
Pra falar o que sentia. Me valha nesta enrascada.
Só decorar tabuada Não consigo ensinar
De quase nada servia. Esta minha garotada.
Faltava o essencial Meus alunos estão tristes,
Pra usar no dia-a-dia. Estou desacorçoada.

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XVI XVIII
Sem aprender de verdade Helena cumprimentou
Nada posso ensinar. A colega Rosimar:
Não vou conseguir voar “Este é um bom caminho
Para além desse lugar. pra se aprender a voar.
Quero fazer o melhor Expor todos os problemas
E os alunos ajudar”. Sem ter medo de errar”.

XVII XIX
Helena logo pergunta: Será que esta união
“Em que posso lhe servir?” De Helena e Rosimar
Rosimar responde: “Eu quero Vai salvar o Encantado
Que você venha assistir Que está lá a esperar
Uma aula em minha classe, Ansioso lá no pasto
Pra mudança introduzir”. Pedindo pra se salvar?

Revista Chamada em Ação

Será que a prof


prof essor
ofessor a R
essora osimar utiliz
Rosimar ou de
utilizou
recur sos didáticos?
ecursos
Afinal, o que é Recurso Didático?

Recursos didáticos são todos e quaisquer recursos físicos, além do professor,


utilizados no contexto de um método ou técnica de ensino, a fim de auxiliar o professor a
transmitir sua mensagem e ao educando a mais eficientemente realizar sua aprendizagem.
Sendo assim, estes recursos, seja qual for o tipo, incentivam, facilitam e possibilitam
o processo ensino-aprendizagem. O material didático é uma exigência daquilo que está
sendo estudado por meio de palavras, com o objetivo de torná-lo concreto e tem um papel
fundamental destacado no ensino em todas as disciplinas. Quadro negro, giz, apagador,
pincel para quadro branco, são elementos indispensáveis e básicos em qualquer sala de
aula, principalmente em nossas escolas, onde transcorrem, todas elas com um professor
em frente de alunos.
Nenhuma aula deveria dispensar, também, o concurso de retratos, mapas, gravuras,
gráficos, livros, noticiários de jornal, revistas, aparelhos de projeção, gravadores. Tanto o
professor quanto os materiais somente terão vida na práxis pedagógicas da sala de aula,
fora isso serão apenas objetos sem valor didático nenhum.
O material didático, para ser realmente auxiliar, eficiente do ensino deve:

- Ser adequado ao assunto da aula;


- Ser de fácil apreensão e manejo;
- Estar em perfeito estado de funcionamento, principalmente se tratando de aparelhos,
pois nada mais diverte e dispersa uma turma do que os enguiços nas demonstrações.

Classificação dos Recursos Didáticos


(Segundo a II Conferência Geral da UNESCO)

I. Experiências diretas com a realidade


1.Excursões escolares - viagens escolares, escotismo e bandeirantismo.

65
2. Objetos, espécimes e modelos – organização de um museu escolar,
mostra e exposições, dioramas, planetário, aquário, terráqueo, visitas a
museus.
Estágio 3. Auxiliares de atividades – dramatizações, demonstrações,
Supervisionado I marionetes, clubes, bibliotecas, recortes e Cruz Vermelha Infantil.
II. Auxiliares visuais (material pictórico) – ilustrações, cartões,
impressos, diapositivos e diafilmes, episcopia, cinematografia, microfotografia
e fotomicrografia, fac símile, ultrafax e estereoscopia.
III. Auxiliares auditivos – audiofono, eletrônico, rádio e toca discos.
IV. Auxiliares audiovisuais – filmes sonoros e televisão.
V. Símbolos de representação plana – quadro negro, cartaz, carta-mural, diagrama,
frisos, multiplicadores, jornal mural, caricaturas, globos, mapas, historieta gráfica, mural e
flanelógrafo.

Vale ressaltar que a classificação apresentada foi retirada de Nérici (1992), portanto,
algumas de suas terminologias já não se encaixam com as tecnologias contemporâneas.
Contudo, mais a frente, faremos algumas novas considerações, tendo em vista a
globalização dos saberes.

Recomendações quanto ao uso de recursos didáticos:

Os recursos audiovisuais não devem ficar expostos, porque os poucos podem tornar-
se indiferente.
Devem ser expostos com mais evidência aqueles recursos referentes a unidade que
esteja sendo estudada.
Os recursos audiovisuais destinados a aula devem ficar à mão, a fim de não haver
perda de tempo em mandar buscar ou procurar.
Os recursos audiovisuais de uma aula devem ser apresentados, oportunamente, e
não todos de uma vez, pois pode desviar a atenção da classe.
Antes da utilização dos recursos audiovisuais, estes devem ser revistos quanto às
possibilidades de utilização e funcionamento.

Recursos audiovisuais na sala de aula

“O uso das mídias é o processo mais eficiente na fixação de conteúdos.


Parte-se do pressuposto de que o computador reúne muitos tipos de mídia
e que isso confere a essa tecnologia um grande potencial de aplicação”.

No cotidiano, na sala de aula, no trabalho, no lazer, nas imagens, nos símbolos, enfim,
no plano geral da história da humanidade, a comunicação, a inter-relação, as técnicas não
podem ser isoladas e abstraídas do contexto da realidade social e do pensamento humano.
A cultura da informação desenvolve reflexos na aprendizagem dos indivíduos. Tudo
aquilo que é aprendido na leitura, escrita e da impressão ocorre por simulação, evento
típico da civilização atual.
A disseminação de técnicas e das tecnologias vem modificando a vida cotidiana, o
trabalho e os processos perceptivos e cognitivos de milhões de pessoas. Esse processo
desencadeia novas formas de relação, ou seja, o viver, o agir e perceber a realidade.
A educação formal nas escolas de todos os níveis deveriam também desenvolver
novas formas de interação com instrumentos da cultura de informática, dentro de uma
perspectiva dinâmica e de forma significativa, não perdendo de vista a questão dos valores
que norteiam a cultura, a sociedade e a educação.

66
Para ilustrar o uso dos novos recursos, podemos citar o correio eletrônico,
a Internet, uso das mídias, ou seja, “mundo visual e dinâmico” é o
processo mais eficiente na fixação dos conteúdos. É por esse motivo
que os recursos audiovisuais merecem mais atenção.
Vale ressaltar, também o uso de softwares educativos, os
quais agrupam vários multimeios, combinando sons, imagem
estática ou em movimento, textos e outras mídias, conhecidas por
hipertextos, multimídias e hipermídias.

Parte-se do pressuposto de que o computador reúne muitos tipos de


mídia (áudio, vídeo, texto). Este tipo de tecnologia confere um grande
potencial de aplicação e possibilita o ensino interativo e o desenvolvimento
de interfaces cada vez mais amigáveis com os avanços no processo e na
inter-relação de saberes: os saberes interlocutores fazem intervir o contexto
para interpretar as mensagens que são dirigidas.
LÈVI STRAUSS, apud HETKOWSKI, 1997

Dessa forma, na escola, a utilização da informática, das diversas ferramentas


possibilita novas alternativas no processo de reconstrução do pensamento cognitivo-
expressivo.
As instituições de ensino médio, fundamental e universitário são as promotoras da
busca e da reconstrução do conhecimento nos alunos.
Vivemos um momento globalizado. Um novo estilo de humanidade está sendo
inventado, assim como as tecnologias da escola devem ser utilizadas como meio para
alcançar fins e não tecnicamente como um fim.

Socializando práticas e construindo saberes:


Por Maria Izilda Santos de Matos

“Saudosa Maloca” vai à escola


(Pouco explorada pela análise histórica, a música recria na sala de aula temas ligados
à comunidade)

Se o senhor não está lembrado


Da me licença de contar
Que aqui aonde agora está
Esse edifício alto que agora vê
Era uma casa velha
Um palacête assobradado
Foi aqui senhor
mato grosso, joça e eu
Construimos nosso lar
Mais um dia
Não podemos nem lembrar
Veio os homes cas ferramentas
O dono mandô derrubá

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Peguemos todas nossas coisas
E fumos pro meio da rua
Preciá a demolição
Estágio Que tristeza que nois sentia
Supervisionado I Cada táuba que caía
Duia no coração
Mato grosso quis gritá
Mais em cima eu falei
Os homes tá ca razão
Nois arranja outro lugá
Só se conformemos quando o Jocá falou
Deus dá o frio conforme o cobertô
E hoje nois pega a páia nas gramas do jardim
E pra esquecê nois cantemos assim
Saudosa Maloca, maloca querida dim dim
Donde nos passemos os dias feliz da nossa vida
Saudosa Maloca, maloca querida dim dim

Recurso didático de amplo potencial, a música pode ser usada para discutir as
transformações do espaço urbano. É desafiador acompanhar as contínuas Reformas do
Ensino no País — Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN/1996); Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN/1998) — e aplicá-las no dia a dia-a-dia. Ainda mais
considerando o processo de aprendizagem como permanente e direcionado a uma
educação que estimule a reflexão. O espírito crítico e a ética na prática social.
Por que não enfrentar isso tudo com música? A produção musical pode ser vista
como um corpo documental, uma nova fonte particularmente instigante para a historiografia,
já que por muito tempo embalou boêmios, artistas, populares, sambistas, entre outros com
poucos meios de se manifestarem. Além disso, as funções também abordam temas raros
em outras fontes: amor, dor, romantismo, protesto, denúncia. A proposta aqui é justamente
enfatizar a análise das letras das canções, mas sem descartar outros elementos presentes
no discurso sonoro.
A música é uma manifestação artística que revela aspectos da vivência de seus
produtores e ouvintes. Assim, se o compositor capta, reproduz e explora episódios do
cotidiano, seu público, por outro lado, interage, capta, reproduz e assume idéias e sentimentos
expressos pelo autor na canção, mas também rejeita, adapta, troca e até inverte sentidos.
É indispensável considerar esta relação para observar a música como uma produção que
não é isolada, nem individual, mas um elemento de aprendizagem cultural (ou seja, de
integração numa cultura), que também representa sensibilidades, valores, padrões e regras.
Não existe um modelo ou fórmula para trabalhar com a música na sala de aula. O
potencial é amplo. Pode-se explorar seu caráter interdisciplinar, envolvendo Literatura, Língua
Portuguesa, Geografia, Filosofia, Ciências e História. Atuando como elementos deflagrador
de todo um processo de discussão sobre situações, temas, personagens, momentos da
História, a música também possibilita trocas de aprendizagens e o repensar de ações e
preconceitos.

Em alguns momentos, a música permite despertar o interesse por um problema


qualquer; em outros, é possível perceber até como certos aspectos foram aprendidos,
abrindo possibilidades práticas de pesquisa, de criação e de embasamento da opinião.
Longe de ser algo já pronto e fechado que o professor transmite ao aluno, parte-se do
princípio que é uma troca de experiências entre sujeitos criativos.

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Vale ressaltar, porém, que a música, mais do que recurso didático-pedagógico e
fonte documental, é arte e envolve o lúdico. Assim, fica o desafio-sujestão: procure, através
das canções, discutir novas dinâmicas do processo de aprendizagem e desenvolver a
sensibilidade frente a manifestação artística.
Revista Nossa História, 2006

Texto Complementar...
Organização da escola:
Organização de saberes

A educação escolar, como obra de uma comunidade educativa, só se faz com


interação de educadores e educandos, dedicados à reconstrução que sistemize/reorganize
os saberes, provindos dos diversificados lugares sociais em que vivem, se comunicam e
agem uns e outros. Educadores e educandos, no entanto, só existem como tais à medida
que intencional, emotiva e operativamente inseridos nos respectivos grupos iguais.
Isso significa que tanto a identidade dos professores, como a dos alunos necessitam,
antes de tudo, serem construídas no interior das respectivas categorias: ninguém é professor
sozinho e a partir de si mesmo; ninguém isolado é aluno. Se não estiverem organizados
entre si, os educadores e se os alunos não se articularem nas respectivas formas de convívio
e de ações integradas, não se podem a escola como um todo e as respectivas salas de
aula, dizer-se organizadas.
Organização, por outra parte, é um ato de intencionalidade explícita, não acontece
de per si nem acontecem se não num permanente processo de muita conversa, discussões
e argumentação cooperativa. Não basta, por isso, planejar no início do ano ou do semestre.
Se esse planejamento é indispensável também devem ser de contínuo repensado,
rediscutido e aplicado às circunstâncias e aos desafios mutantes. Professores e professoras,
alunos e alunas, professores e alunos necessitam, a cada passo, retomar sua
intencionalidade, reexaminar os caminhos andados, sistematizar suas aprendizagens, dizer
entre si o que fizeram e o que aprenderam, que isso é construir seus saberes de experiência
feitos.
Vale isso tanto para a escola, como para cada sala de aula entendida como espaço-
tempo em que uma equipe de professores e uma turma de alunos reconstroem de contínuo
suas identidades, suas tramas de relações intersubjetivas e a condução pedagógica de
suas aprendizagens tematizadas. Isso vale também para cada região de saberes, ou cada
disciplina do currículo, referida sempre as demais, ao trabalho integrado da sala de aula e
às diretrizes do planejar pedagógico da escola (Espaço Escola, 1991).

Para refletir...
Caros Futuros professores,

Ao nos aproximarmos do final de mais uma maratona, dedicamos a mensagem


abaixo que se refere com maestria ao papel dos educadores e, em especial, aqueles que
lecionam nas séries iniciais do Ensino Fundamental:

69
“O país vive a era da globalização, caracterizada pela
integração de mercados em escala mundial e pelo aparato
tecnológico da informática, da automação e das
Estágio telecomunicações. Como resposta adaptativa, a escola passa a
Supervisionado I
buscar metodologias integradoras das diversas áreas do
conhecimento. Nesse contexto, o papel do ensino é o de
promover a consciência do educando a respeito de si e do país,
de forma a instrumentalizá-lo para formar sua própria opinião e
exercer com autonomia a sua criatividade”.

Trennepohl, Vera. Espaço Escola, 1997

#
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR

1. Na sua opinião, que aspectos o educador deve levar em conta ao trabalhar com as
Inteligências Múltiplas?

2. Observando a prática relacionada a alguns docentes, você percebe o reconhecimento


das Inteligências Múltiplas em sala de aula? Justifique.

3. O que você entende por ludicidade? E que recursos lúdicos você utilizaria ao ministrar
uma aula nas séries iniciais do Ensino Fundamental?

70
4. Explique a finalidade dos recursos didáticos no processo de ensino aprendizagem.

5. Como os recursos didáticos influenciam na aquisição dos conhecimentos na atual


sociedade?

Atividade
Orientada

Prezado(a) graduando(a),

Com o objetivo de estimular a ampliação dos seus conhecimentos a partir do


Projeto de Intervenção realizado na disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica III, de
agora em diante iremos rever, melhorar e aprimorar seu Projeto de Intervenção
transformando-o em um Plano de Ação. Cabe salientar que esta atividade é de caráter
obrigatório, fazendo parte das atividades avaliativas da FTC EaD, além de ser uma
chance de aperfeiçoamento de um trabalho efetivo que foi percebido e será realizado
dentro da sala de aula. Esta tarefa será desenvolvida em uma única etapa ao longo da
nossa disciplina, na sua Unidade Pedagógica e com o auxílio e supervisão do seu tutor.
Todas as ações propostas deverão ser realizados com os recursos materiais
disponíveis e sua percepção em campo, combinados com os novos conhecimentos
científicos adquiridos em PPP III e Estágio Supervisionado I e com a sua experiência de
vida.
Gostaríamos que em todas as etapas de desenvolvimento do Plano de Ação,
você aluno(a)-professor(a), pudesse expressar, além dos seus conhecimentos técnicos,
a importância de se construir outros conhecimentos a partir do senso comum.
A apresentação desta atividade orientada (Plano de Ação) deverá ocorrer nas
tutorias 7 e 8, e sua nota deverá ser inserida pelo tutor(a) no espaço referente a
Consolidação da Aprendizagem.
Esta única atividade orientada será composta de três etapas que se
complementam entre si e são elas:

· Elaboração do Plano de Ação a partir do problema levantado no Projeto


de Intervenção.

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· Organização do Cronograma de Execução a partir das
atividades propostas no Plano de Ação.
Estágio
· Elaboração dos Recursos Didáticos que serão utilizados
Supervisionado I
no desenvolvimento das atividades propostas.

Etapa 1
PLANO DE AÇÃO

O Plano de Ação é a organização de idéias. São as propostas ordenadas de uma


forma lógica, para que possam ser claramente compreendidas. Um bom planejamento
permite que se anteveja como acontecerá a ação, quais as etapas a serem percorridas,
como e quando serão executadas certas atividades, quais serão os atores envolvidos, o
que cada membro do Grupo deverá fazer e quais os recursos necessários.
Neste sentido Plano de Ação de Estágio Supervisionado I deverá ser a proposta de
desenvolvimento de um trabalho de regência de sala elaborado a partir das atividades
realizadas durante a disciplina de PPP III, o que suscitou na problemática levantada para a
elaboração do Pré-Projeto de Intervenção.
Este Plano de Ação tem como principal objetivo incentivar você, graduando, a
organizar e descrever as atividades que irá desenvolver em seu estágio supervisionado,
aplicando os conhecimentos construídos ao longo do curso de licenciatura em curso Normal
Superior .
Após conhecer - através da observação e análise - o seu terreno de atuação e eleger
seu desafio, você também precisa conhecer seu próprio potencial, saber de suas qualidades,
de suas habilidades.
Então, mãos à obra! Vamos à descrição das atividades a serem realizadas no Plano
de Ação!
Vamos colocar em prática os seus conhecimentos?
Lembre-se de utilizar todos os conhecimentos elencados neste material didático,
pois os mesmos irão ajudá-lo(a) a desenvolver atividades que promovam a superação das
dificuldades de aprendizagem que você detectou nos alunos. Diante disso, considere
pressupostos como os PCN, as inteligências múltiplas, a ludicidade, entre outros tão
significativos e integre-os aos seus conhecimentos, vivências, valores e grande potencial
criativo.

Acreditamos em você, pois sabemos que és capaz de superar todos os limites que
possam surgir!

ITENS DO PLANO DE AÇÃO:

1. Identificação da instituição e dos Estudantes – este item deve conter o nome


da instituição em que o estudante irá aplicar o plano de ação, assim como o nome de todos
os componentes que fazem parte da sua equipe.
2. Cronograma das atividades – descreva o período que cada atividade deverá
ocorrer.

72
3. Identificação da ação – aqui você fará uma descrição da ação a ser realizada
na instituição escolar. Relate qual o tipo de transformação que você pretende realizar em
seus alunos a partir da realidade apresentada pelos mesmos.
4. Objetivos – neste item você deverá estabelecer pelo menos dois objetivos que
indiquem a finalidade da ação que vocês estão propondo.
5. Descrição das atividades que serão realizadas/ Ações – neste item o
estudante deverá fazer um breve relato das atividades que serão realizadas com a turma de
alunos escolhida para a regência durante o estágio supervisionado, assim como os recursos
e a metodologia que será utilizada.
6. Avaliação – não esqueça de relacionar ou descrever as ferramentas que serão
utilizadas para avaliar as atividades desenvolvidas.
7. Recursos – descrição dos recursos materiais e humanos que serão necessários
ao desenvolvimento das atividades.
8. Outros aspectos que você julga relevantes – quaisquer outras considerações
que você julgar relevantes devem ser inseridas no Plano de Ação lembrando que o mesmo
poderá ser planejado e executado por você ou por seu grupo.
9. Resultados esperados – realize uma breve descrição do que você espera com
a ação a ser desenvolvida.

Etapa 2
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O Cronograma de execução é uma peça muito importante para a atividade de estágio


visto que é ele que especifica o momento em que cada atividade será desenvolvida. O
acompanhamento do cronograma é a visibilidade do andamento do plano de ação de
regência de sala tanto para o estagiário quanto para o professor e tutor.
Mantendo o Cronograma atualizado você consegue saber se as tarefas estão em
dia, se estão atrasadas e quando será a data provável de encerramento, realizando seu
estágio de forma consistente, crítica e reflexiva.

Etapa 3
ELABORAÇÃO DOS RECURSOS DIDÁTICOS

O processo de ensino-aprendizagem é otimizado através da utilização de recursos


didáticos, especialmente se os mesmos têm um teor atrativo para os alunos, ou seja, que
ajude a motivá-los na aquisição dos conhecimentos. Toda atividade de ensino e de
aprendizagem quando bem motivado sempre produz bons resultados.

Considerando que você é uma pessoa extremamente criativa e com base dos
conhecimentos adquiridos acerca das inteligências múltiplas e da ludicidade, elabore
recursos didáticos que atendam às necessidades apresentadas pelos alunos e aos
conteúdos e atividades por você propostos no plano de ação.

73
Veja e pesquise alguns exemplos de alguns recursos didáticos que
podem servir de referência para que você crie outros: vídeos e filmes; mapas
e cartazes; jornais e revistas; cartilhas, jogos e simulações; experiências
Estágio demonstrativas; teatros e músicas, atividades externas (ex.: visita a uma
Supervisionado I biblioteca), dentre outros.

Glossário

Cidadão – é o membro ativo da sociedade política independente. É também sujeito


de direitos políticos e que, ao exercê0los, intervém no governo do país.

Conhecimentos prévios – é a relação que se estabelece entre o sujeito que conhece


ou deseja conhecer algo ou objeto a ser conhecido.

Competências – idoneidade, aptidão, rivalidade ou capacidade.

Cultura – é o atributo de toda pessoa possuidora de conhecimento, com formação


intelectual desenvolvida; outro, a cultura é referida como comportamento social do gripo

Currículo – cruzamento de práticas diversas; comportamentos didáticos, políticos


administrativos e econômicos.

Ética – qualidade da ação fundada em valores morais.

Etnia – agrupamento humano homogêneo quanto aos caracteres lingüísticos,


somáticos e culturais.

Habilidades – destreza, capacidade, jeito.

Intuição – percepção clara, imediata, de verdade sem necessidade da intervenção


do raciocínio.

Moral – Conjunto de normas associadas a idéia sobre formas lícitas e ilícitas de


comportamento, conjunto esse aceito e sancionado por uma determina sociedade.

Multidisciplinaridade – múltiplas integrações entre as disciplinas.

Transdisciplinaridade - interligação entre as disciplinas, nas quais esta supera as


barreiras de cada conteúdos, entremeando e constituindo-se uma matéria sozinha.

Transceder – ser superior, exceder, ultrapassar, elevar-se, avantajar-se e extinguir-


se.

Tendências Pedagógicas – modelos educacionais.

74
Paradigmas – modelo padrão; tipo de conjugação.

Pedagogia Libertadora – denominação de Paulo Freire para um modelo


educacional que visa a libertação dos oprimidos.

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Estágio
Supervisionado I

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Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância
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www.ftc.br/ead

78
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