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africano em

m , , I

Silvia Huno/d Iara


Zumbi pas ou a cc oficialment considerad '.
" Vlmento ne TO ' .

. c . . g a tem tratado Palmares como se sua lffi-


port~cta losse pratIcamente eVldente: a narraci . . ~ .
. .~ .. va segue uma penodiza o estabelecl-
" . eseoro ar os acontecunentos osse
• ~ • • 'j '. anna em sua uta contra a escra-
vidao e regune escrav1sta.
. (.
Nessa blStórIa'
Zumb · . é d h ó'
1 o gran e er 1: qllase sempre
aparece como
"7
um jovem enérgtco, resoluto [e]
,...,
obsrin"do" 6 o!(Es Á-ta d
pi:U co negro e
Palmar que se recusou
" a qualquer acordo com as
. aut 'dad I ' ,
on es co OnlatS, optan od

do tema tem Sido frequentemente abordado pelos historiadores de Palmares: o de


suas características afrkanas. Para os autores da primeira metade do século XX, o
quilombo teria sido "uma criação exclusivamente bantu",9 ou ainda "um pedaço
da África transplantado para o nordeste do Brasil" .1 0 Nesse período, os esOldos 1in-
gu{sticos e antropológicos sobre as culturas africanas serviram de base para diversos
autores interessados em valorizar a cultura negra no Brasil ou afirmar a importância
da .ca no processo de formação da nação. I I Tais posições ecoara lU na história de
Palmares, reforçando uma avaliação que buscava discutir, mesmo diante dos pou-
cos dados disponíveis, os elementos políticos, sociais e religiosos da vida nos mo-
cambos, Nem sempIe tal movimento redundou numa avaliação positivadarustória
do quilombo. Nina Rodrigues, por exemplo, reconhecia que Palmares era um caso
especial e sem exemplo na histófÍa dos povos negros», Afirmava que os quilombolas
reproduziam "as tradições da organização política e guerreira dos povos bantos'),
mas concluía que haviam voltado "à barbárie africana') e que a destruição de Pal-
mares teria aberto caminho para a 'civilização do futuro povo brasileiro".12 Para
Arthur Ramos, ao contrário, Palmares era um '(verdadeiro estado negro no Brasil,

COntrovérsias combinavam-se ainda com movimentos m31S amplos de valonzação

101
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mos sobre
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III I, 0111 UOI pr eJ alt u que na .


.'01 , ". IIle um mum . 'a nem p.
. I r or ilStenCla

d in I rancos e . .a
n in r . lrurai . autores tendem a marcar
ara o período, taiS . 11m

. . . -o a obalizaçao, etc.

ares e
gum ' .. .• 1_

abordagem de Paul Gilroy.21

éculo XX é que as análises e os debates têm se desenvolvido obre mn conjunto


documental conhecido e em sua maior parte publicado. Até o inicio do século XX
a narrativa de Rocha Pita, publicada em 1730, e uma crônica escrita em 1678
que apareceu impressa nas páginas da &.ista do Instituto Histórico e Geográ co
BTltSiltiro em duas ver óes, em J859 e 1876, constitui. lU as princi pais fontes para

• unp~, ~ considerável: pode-se facilmente encontrar diver as peças


m ,tudo obre
n-
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prau alO me
,- como Pedro P.
i\.. Funari. ~ da exi tência


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Fiá: io om afirma a ne -
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'ui fdi d
i ul a puhll ( ao d' .1ft. r Sl, s c on ultns lo onsdho Itramarino
d J 9 l' 1 8 omprov. a a I :lOl't' do l{d 'r d ' Palmar fi num, emboscada. l7
certo in~ rma . o r' ida por aqucl s narrativas são dcs art d s

na da ' ar~ t rfstlca palmartna.. ~ uc c n 'c ,por xel11plo, com o total da


p pula(o do quilombo, g mIm IH rçada nrr' onz' vim mil habitan s. Tais
núm ro , pr entes no relato m nd nado acima, só foram qu stionado p r al-
gun raro autor s, que 1 varam m con idcração o total de cSCl'avo cxlst nt n
eng nho em Pcrnambu o em m nd d XVIJ.2" m olltr S casos ainda,
o pouco lemento forn cidos pela h me5 hi tórica ão combinado com d do
pc Vi ni nt de outro camp (análi e linguísricas de línguas amu, ou análi '
tn grá6 br o rein do Kongo Angola) de m d a construir um qua ro
inrerpretativo mai egur, 2'
qu chama a arenção nrrctanto, é a ausência d uma crítica mai cuidado a
das próprias fomes. Tod on ordam que ess 'S documento foram e erito (pelos
inimig d Palmare e stão marcado p Ia ideal gia enhorial. écio Freita che-
I

ga me mo a falar m "fal i/lca ão ideológica", alertando para a ncces idade de nã


se tomar "ao p da letra tudo quanto e tá erito n s documentos" pai eles contêm
exageros, mentiras e invençõ em função dos "interesse pc oais sociais" de eu
autores. iO Tal po tura, no entanto, crve apena para expli ar a falta de preei âo




. n rnado na linguagem, do europeu com respelro ao afncan ou


103
de uma n
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ro-am en , . . refen as nao .
quan to r cos e . _
tra u l' para outra e
.lOtraduzÍv i de uma mgua"31

. nao a enas os .
. v s no Ias! esta . . . .
. caro o SOCIaIS e po I •

. ' úlnmas éca as, v ! . .-

idade e evar em coo ._


e doclllnent , as mtençoe , . I ' •

evento e na qu caça0 a p ,
em cada texto. o o um can . I'

fim ento a an 1 e O
o proce ento e '. _'

dúvida não se pode deixar de recorrer à produção recente nessas áreas para apnmo-
far a análi e dos docllmentos que temos à nossa disposição. Essa possibilidade pode
trazer re uhados interessantes sobretudo no caso da história de Pares.
Para desenvolver esse argumento, examino aqui de modo breve, três narrati-
34
vas imponantes para a história de P ares. Duas são fontes presentes em todo
os estudos sobre os mocambos da Serra da Barriga: a crônica escrita em 1678 e o
parágrafos da História da América portuguesa de Sebastião da Rocha Pita, publica-
dos em 1730. A terceira foi recentemente descoberta e publicada por Maria Leda

no de Mello de Castro no ano de 1694,

pe o conse euo, e o texto . ,. .

OUtro membro do I ' H' , ' e o a mo a n ,

mona OItO qu -
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n1.ln rir I . ora nau pUSSlIl. r(lIa1o . S!:l in o/llpl'( I. tll,IS 'um rt 1.11
n ~111, '.Vll, I, 1I11ílS \1' S V ,'Su" s:\o ollhç i las. nu tiS ram pu
bli aoa r r I h 1 a , mas , li ri lit1'li na pud r3m b 'I" li ';l 01';1 '11 onl ra.
d),' I l:i n te i.\ d um, r r dl"l. 'li; rdada no Arquivo da '10m: do 'U>tnb • <.]1I
talllb m 1110 f i 'r. inda 10 ai i" k N M ' 1110 'lU • Ilao s . POSSí I r c 'Iteza subr
il dlt 10 d" 'milnu. (rir. isl' mistas. n n d· i nu qual d I s seria a matriz ou
. 'ta ria m.li pr imo de . tl·1 ), a cxi t n ia d v'iria ópins d rôni n d . 1678 indi.
, qu' a 11 ti ia da vitóriJ obtida '111 P rn:unhll m 1678 t 'v 'ai um in;;ulaçã
m Portugal para al'm do ir uiro d on c1ho Ultr marino, An nim o t xo I

d v ter id e crito p r ord m d dom P dro d Alm ida, c mo t m hrmado


bibli rana. ontud, o g' (; n5 pare > t r derivado do m ro int ·rcs no regi
(TO hi tód d imple aidad u d d ' j de vanglória.
N ião, dom P dro de Almeida e tava dcix ndo g v mo da pltania
nfren ava algun problemas rio, ua 110m a ã para g v roo d Pernambuco
não havia, eguido os pro edimen rdinário r ndo sido ord nada por decr to
I

r gio d 2 de julho de 1673: o d início d 'U ov rno. el havia ntrado m


choque mJ ã Pernand s Vieira quanto àjuri dição ob!' a forcific çõc da capi-
tania; m 1 77 o g vernador d ix u d cumprir uma pr vi ão r gi que utri ufa a
leira a arr cadação e de p> a da v rba para as obra na forta! za) end p r duas
veze adv rrid p I príncipe r g nr :11 Em ] 676, o on clho Ultramarino já havia
ordenado inve tiga õe conrra I p i havia sido a u ad por algumas câmaras
pernambu ana d criar arg de n ariament favorecer liderança militares
e políticas que haviam se e, tabd ido na capitania vizinha da Paraíba - qu, por
sua vez, também esta am nd u ada d enriqu> im nto ilícito c ter com tido
as a inato. 2 b m verdade qll tamb m tinha aliado, já qu p de encontrar
13
pel 111 n um arta da ;lmara de linda elogiando sua admini tração: Mas
l
crrament a r i teneia que iria enfr mar m Lisb a cria probl mácica:
. entre potentados I cais na P . a e em Pernambuco, bem como
desagrado câmaras m relação ao ônus das guerras contra Palmares e outras diss n-
sões atravessavam o Atlânti o e e oaram em ganhando di11 rentes· entre
os do Ultramarino e outras autoridades que gravitavam ao redor. A
/1 •. 'l\ d's ~IÇ o na num fruto d ctn centri mo ou de urna tradução equivocada.

J\llnl:tf qu. n C nL Xto CI cen Ista, res alta lias caracterÍ ticas cemro-africanas.
, a d 'S ~içãO OI era ~o t~xto uma função importante: constituí Palmares com qua-
lid. d· tal ~u > permitem ~uc as autoridades portuguesas _ e dom Pedro de Almei-
d,}, m partt~ltlar - c r I· Clonem com os mocambos da Serra da Barriga, adotando
as m mas atItudes qu os portugu es tinham com os remos centro-africanos. Com
e1 ra p ss{vel também estabelecer pactos políticos, ruplomáticos. etc.
Em egundo lugar, a d crição e organiza de modo a demonstrar que Pal-
mar tinha Fé, Ld e Rei. Ainda que sem Wl1a referência direta, a rríade pela qual
o portugue es avaliavam o grau de "civilização" dos povos com os quais tinham
contato é aqui reiterada de modo inverso daquele comumente empr o para
desqualificar os ínclios do Brasil. Vários textos portugueses escritos nos séculos XVI
e XVII fiz ram referência a essa triade, utllizando-a para marcar a ausência de go-
verno politico e de religião entre os habitantes do Novo Mundo, como recurso para
50
justificar a necessidade do dominio e catequese. Pero de Magalhães Gândavo, por
exemplo, torna evidente a barbárie do gentio do Brasil, ao afirmar que a' a de
que os índios usavam "carece de três letras, convém a saber, não se acha nela F, nem
L, nem R, cousa digna de espanto porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e
de ta maneira vivem desordenada mente, sem terem além disto conta, nem peso,
nem medida. 51 ''Alguns anos mais tarde, Frei Vicente do Salvador reiterou essa má-
xima, ao observar que os índios "nenhuma palavra pronunciam com F, L ou R, não
s6 das suas, mas nem ainda das nossas, porque se querem dizer Francisco, dizem
Pancícu; e querem dizer Luiz, dizem Duhi; e o pior é que também carecem de
fé, de lei e de rei, que se pronunciam com as ditas letras. Nenhllma fé têm nem
adoram a algum Deus; nenhuma lei guardam, ou preceito, nem tem rei que lha
dê, e a quem obedeça m". 52
Palmares, ao contrário, assim como os reinos e sobados na .ca Central,S3
possuía um rei, venerado e reconhecido por todo como senhor; tinha mini tros
de Justiça, assim como de guerrà'; e lima "capela, a que recorrem no seus aperto ' ,
54
com imagens do menino Jesus de Nossa Senhora da Conceição e de São Brás. As-
sim quali6cado~ constitma um Estado - e a vitória conseguida em 16 8, bem como
o acordo de paz com Ganga Zumba, tornavam- e feitos filai . e hourado .
Es a forma de apreender e caracterizar Palmares aparece também no outro
textos selecionados para esse exercício de análise, embora com algumas nuan .
Pela ordem cronológica, a s da narrativa é a Relação verdadeira da grU1'l'd
55
que se foz aos negros levantados do Palmar. Seu autor também é d. conhecido ma
li" ira
/fI, 111111 \Illlh.llilldv
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~il· li t III l til Mdt li PIlr) I pitallia I, J TIl I buc ,'lU inl rr ssa ao utor,
( I 1.11 , .. ' it i( i. tl1 ti 'Ult in Or! a o 'S sohr PlIlllh r : prcd dar "no-
I lllc d.l lln li.1O prill ipio latiU J. , jllilllí r s, da origem do pov \I r'p ',blíca
lU l'SI,lh ./, fíll11, J.l 1 i1l 0111 111' tlValll, > d. n s 'lU' pdo cur o d
u
m.lis ,. ~l. S'!l(.1 . n )!\ f1()S irz '\ am • (' 111 na cr l1i. . (;fita por ordem d· dom Pc-
Jr li Imdd 1 III 1 178, mu Ir hos apar' 'li C >1l1 um tado, com
um li, rio ip .", I.lIt l i, lU' f;! "um () sell. vaI' 'S mais jll '[m 'alentados" c com
"f1lpj tnd)5 I jusli".1 'I11J1( ia", '()V rnílllcL p r", a lllO ' H [...) m m6rias
t' lr.ali (') S I1S rv das 1 J is J .lI. Jlho ", AiJl(h <lU • Ro ha Pi a qu' de
fi .H li m 11;\0 Ol1se!'v' V:l1ll j, O\llros sin is que os cl, sandssim cruz e algum ora-
çoc: 11\aI , I -ti la. . I1l . ' la lasolll mIras p I, vras 'ccrím" !lias p r·l inventadas
ou il1t m Im,í las h sup .I'S tÍçm s da su, na o", hegnndo m' 11 () a afirmar crcm
Ics "t:is/ll. rkm,", a Idad F, I j • Rd t' 0<1 mai lima Vez págin s. Palmares
ap'uc c noval1l~ntt: 'omo um 'st~ld() «me, . assim jUlilÍfi a- 'c a ncccs. idad de tão
rand r ilO para I 'rrot. -lo,
N 'tn I>'dro le Alm -ida nem .:lnga Zumba são mencionados, A principal
figura aqui, a qu m se d 'stimlffi todos aplauso, é() gov rnaJor actano de Melo
d ta (ro, qu' om h 'lidad' sabcdoría soube como planejar é tomar as m didas
n ess rias p ra guerra vitoriosa contra Palmares. A última hatalha é de: crita de
modo nalt r u I abil de comando c . ua apacidadc em providenciar
p trop " A derrota cada vez mais evidcnr
- rudo crvc para glo-
na voltada para reverenciar aquele
64 Pita tem sua pe .
ri car . V1ce-rel a .

admini tração tramann


65 d A .
da n breza p rtuguesa. d
e ar e suas
especificida es, essas tres narrativas
.
. lhantes scntoS
.. .. . es rre textoS . ..
,.. - o fuca : na cron
Almeida e Ganza um a na e .
. .. 'W
tórza menca ,
. '
nm lro ca o Palmares '
e descnto como um esta , . ., .
com' uíze e magl tra o e um re . -, . . I •

qual é po Ive negociar e e ta e . . ' .

Caetano de Mdo de Castro e ainda mais gloriosa a vitória que obtiveram.


ão deixa de er interes ante verificar que as tópicas retóricas seiscentistas
tes nes es textos se prolongaram no tempo, sendo repetidas pelas narrati-
vas do século XIX e XX. Certamente ganharam então outros sentidos. No ,
as ociaram-se à ótica romântica que glorifica o herói que prefere a morte ao ca-
tiveiro (presente no poemas abolicionistas), ou à submissão ao domínio colonial
(cristalizada no grito de "Independência ou morte" ou na imagem cívico-religio a
de Tiradentes). No XX, manteve vínculos estreitos com a figura do militante intré-
pido, capaz de gestos audazes para deixar evidente a justiça da causa que defende,
tantas vezes encontrada nos textos marxistas. Este é um caminho interessante a
.
seguu - mas em outra ocaslao. '-
Atendo-me aos objetivos desse breve ensaio, é chegada a hora de discutir o que
fazer diante de narrativas tão engajadas quanto as que acabamos de analisar. Certa-

cas e etn~~entncas ou maiS verdadeiras e comprováveis por outras fontes. Nem é o

e suas formas de erce ...

.
. terem SIdo esCntos para u bli I A
m pu co pOItllgues, em contexto de conten
das

o COntexto da rodu'" o das . ..


In
• ,U ui
un l.
nu I. m
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• •

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nqu
guerra te't'e P m d - Dl. ,
bem diferentes. ~ a Aro .ca,
ou dele saia rn para ata:
• •
na nm -
menre - . dipl m:·
• •
ricas esUllnuava m as rdaçóe ntre \ -ar!
o colonizadores "'O 1 d .I.


Angola, conqui rada miliral ment l-

no e sohar locais elam ponmad m Dl I
• •
de lI\amer alianças militar e poüti d mínio d tereit ri a
obrenção de cravo pa ra o rráfi o aclânti -o.
As nanacivas aqui rnminad ee!ri U3m qu rela . nam ~n\!
político enrre as autoridad polLllgu da Am ri , foi
acionado no caso de Palmal'c. Co a [[ugu am rid d I niai já ha-
viam temado negocia - e m Palmar . m I m Ped d Alm i-
da e se o ar de ter finalmenr . r raumd' B mambu o d p i t r y o id
os negros da rra da Barriga e { r firmado rn u rei um a rd qu 1 u n
de pessoas a deslocarem até a ald ia d u ú. n cia ~- d paz - ram f it
do mesmo modo que e la -j na sob 1110 ~ ntro-afri l-
ori 'da p r
. m p.ldr

III
(\ . ea . "
. m serem n .
í tlcas o tlcas "
i rande í eres, an ...
utl careav
as ten oes, p .. ,
. . CrltoS con lça I •

om ~ ore . Mas não ap nas para o estu


. ~
br Palmar e o pal mannos. ,. .
mada com parte essas sc . .
d mlmo c oma e stn UlçaO ...

trat como 11 lU o

rdadeira, mas hi toricamente ituada, tal avaliação selscentlsta sobre Palmares


abre caminho para uma análi e que pode oferecer novos elementos para compreen-
der a história dos mocambos instalados na Serra da Barriga.
es a análise as fontes disponíveis poderão deixar de ser simplesmente julga-
das ou corrigidas para serem lidas como documentos históricos: textos prodllzidos
por sujeitos históricos específicos, em situações sociais e políticas determinadas,
com certas motivaçóes e intençóes, que se expressa 111 de acordo com regras defini-
das. Prestando atenção simultânea aos eventos narrados e ao contexto polltico da
produção dos próprios textos, a história de Palmares pode deixar de ter 11 m enndo
único e o debate sohre as características africanas dos quilombos pode ir além das
identidades étnicas entre os habitantes de Palmares e os da região Congo-Angola
ou da contraposição entre africanistas e multiculturalistas.
A percepção seiscentista expressa nos textos aqui examinados indica que o
terreno das relaçõe políticas não pode deixar de ser levado em conta. Se as relações

pôde servir de parâmetro para o modo como as autoridades coloniais lidaram com
o sobado de P ,. ... . ,
bém tenha informado o modo co fu o • lld
. mo os glUvos amoca Illbados e seus eres -
provenaentes predominantemente d o... afri .
o a regtao centro- cana _ se relacIOnaram com
coloniais?

. Ih Oh ensoes maIS amp



e tem atn uído a hi t o afi
S onogr a.
A
o enraIZar-se no terreno
o d
re-
entreosm . _ o I '
" . mIe as or ' ,. .
, e suas 1 ntl
.. amencanas . '''''' .

IStona ores?

Notas
I Esse artigo oferece resultados parciais de um p' .
. . rafi I'
ria, histonog a e po foca", financiado pelo CNP
roleta maIS amplo Íntin I d "PaInw
'c I a o
.•
C$ em pu~pu:u oa.. Hino-

realizada durante estadia entre setembro c dezem~S d a , 6Jl2DClado pela Fapcsp. Parte da · oi
Fundação Rockefeller para o Progra d H .ro e 2006 na Nonhwesrcm Univruity. com lima boIsa da
. 'd d P ma e umaDldades do Centro de Esrudos sobre Améria I atina e
daqu eIa UnlVetSl a e. ara o processamento do mareria\ I d oh' ..
Mendes. bolsista de Apoio TécnIco do CNP . Uma v ~ el~.o: re o Sldo al(l!ll~ada ainda por Laura ~cr~
CAPES/COFECUB ''C cf dans I q . . ersao lrncial desse raro fOI aprC'$C()[a(\a no S.... nmáno
~ es ~e n
e monde Ibroque: reroursur l'archive , em dezembro de 2007- ;
ço as sugestoes e os comentânos então recebidos. •
Não é meud objetivo,
dan aqui, fazer um balanço da historio"~t:"
&'....... sobre Pai P .1__
mares. ara um panorama ualI P"Mpa!S • • •

obtas e as mu ças no mod~ ~e contar a história de Palmales, ver Gérard Polícc, QJiilombm doI .
úcturtS sur ~n ma"o~~e b,:ési/ierI. ~uyane,!bis Rouge, 2003, especialmellle capo 2; e fo,t-.c(s Sar-
bosa dos ReIS, ZumbI: historwgrafia t unagnu. Disserração de Mesu'lldo, Fr::rnca, Unesp, 2004.
1Um bom exemplo é o poema de Casero Alves, audação a Palmares", que só foi publicado em 1878,
U

da morte do poera. Ver, a respeito, Dale T. Graden, "História e motivo em 'Saudação a dto AntÓnio
Frederico de CastrO Alves (870)", Estudos Afro-Asiá:ticos, 25 (dez. 1993), pp. 189-2G5.
lO suiddio de Zumbi foi popularizado peja obra de Sebasóão da Rocha Piel, que se. viu de fonte para diKiSOS
aurores no século XIX e xx.
Documentos pub~cados na RevimJ do InstiruUJ Arqlj(Olbgico t ~Jifico ;
em 1904 e ) 906 e a obra de Nina Rodrigues questionaram de6.nirivamcote essa Ve:1S30. Ver. a 1Cspciro. A M.
B. Reis, Zumbi, especialmente capíruJo 3.
4 Cf Coleção das Leis tÚ1 &pública Fedn-ativa do Brasil Brasília Imprensa aciona!. 1996, v. 188. n. lI, 1IUV.
1996, p. 5726. Acessível em hnp:llwww.Clmara.gov.brJinre novocomcudo1lcgislac:aolrtpubtical
leisJ996vC IInllp714Jparre-2.pdf
S Esse procedimento esuuruta as prinàpais obras sobre palmares, mesmo que elas não se ICSainjam a simp es-
menre descrever os faros. Ver, por exemplo. &lison Carnc:iro. O pUlambo dos [1 a cd. bras. 194 2'
00. revista, ão Paulo, Companhia EdiCO("2 aàona!. 19 8; Décio Freiras, PaInutm. A ~ Jgr EUlams. rIA
ed. bras. 19731 51 ed. PortO Alegre, Mercado Aberto. 1984. e Ivan Alves Ftlho, MnnorúJi dos PtÚmú,lS, Rio ele
janeiro, Xenon, 1988.
~ E. Carneiro, O qu;lumbo dos Palmam. p. 80 .
. D. Freitas. Prumam, p. 116.
Para um balanço dos deba~ sobre a figura de Zumbi arc!o o inià~ do séwlo XX vu ~ , t B. Rm. Zsmbi.,
passim. A biografia de Zumbi foi lixada a partir das ~7adas por Dcoo Frerus c apn 'Ln~ na
quinta edição revisada e ampliada de seu livro em 19& - D. Freiras. ~qfmA,rs pp. 116-. er elmbêm do
tncsmo autor. Zumbi dos P41mam. I.uanda, Ministério da Culrura, 199 .
Ni Rod - Os.~ l
B -/ [I· ed 1905) S' ed., ão P.lulo. Companhia Edirora. 'aàona .19 ,
na rlgu. ..,,,canos no rilJI" .' ,
P 88-9.
Cameuo, O '1uilombo tios pa!mam. p- 2.
• '~rgio AJ redo Guima.r~ .• Racismo t 4mi-racismo 110
I llbr o t m I. Anr nl , esp d Im nre ap. .
II I. P 111 um P1Il0tJln1J 11mp io l U P/Ed. ,19
$11 iL. o 1.1ulo. rund ao d p .
• "0 Bnutl. pp. 71- . .
I ~f.
tiO Brrw . O au, d
.I,ur R.lOl0S. A l('IJJnmr 10 TI~l Iranlw.t"!ío in eena de Palmares po em ser enCOOtrôl_
tu d . J,(' es .l~ na ore)' , . . DF' n
. . c l l _/ b J _ J) i nartS espcCJalmence capo 1, e . renas, l'almnrrJ
I O. E ro OqUllom o (l(JS ~I r. , ,
das t. Illb m hras. •
sp i.um nr .1p..... _., do ' ullombos para li historiografia e o ~ovimcnto n~~o no Brasil
. . A hülrtl ( os 1/ 'titiO. , " .
.. - , rora n s O lS, , •" . . .

b OI quilom 1 b • P F ' ( ) PolJticll t c/llmm. Visõ~ rJq passaM t pertpectrvas éontemporâ-


Herm{nia 11 V.l d A1mcld. e rer r} org )
,,( " á PaulQ, Anpo IHu itec. 199 ,p. t97-22 1.
1\ f' n . d K Ken" "Palmares' an Afri lt statc in Brazil" .]ounuil ofAfrican History. 6 n. 2 (1965): 164
• 1N1 mon . \,' . f . h
L_
e 1 9; ROoçr[.
And' erson, "1'hc qo;'ombo
.. 1< or P·lImares:

a new ovecVI w o a maroon scate 10 sevemeenr -
enrury Brazil." JI1/IFl1al ojúttin Amtncan mll/lls. 28 (1996), pp. 558-63.
16 ' bit os Jmb.mgJJa em Angola, ver Jo eph C. IGngs olld kinsmm: /loriy Mbundu stlttes in An!ola. Oxford,
.Ia.rtOuoo Press. 1976. Poua a relação nvre O ki-lombo angolano e Palmares ver rua.1't B, Schwartz, Repensando
Palmares: resiuência escravanacol nia' Estmuos, roceiroserebt/.des. (rrad.) Ba.uru, &fusc, 2001, pp. 213-55.
I' R. . Anderson. "The qwlombo ofPn.lmares", p. 559.
I Pedro Paulo de A. Funan. "A arqueologia de Palmares. ua contribuição para o conhecimento da história
da culrura alTo-americ3M ;11 J. J. Rei e F. . Gomes (orgs.), Liberdode por um Fio. ão Paulo, Companhia
das Letras, 1996, pp. 26-51: CharJes E. Orser Jr. e Pedro.P. A. Funari, "Archaeology and slave resisrance and
rebellion~ World Arrha/!ology, 33 0.1 (jun. _001): 61-72; e Scott Joseph Allen, ''A 'cultural mome' ar Palmares?
Gmppling with archeology of a seventeenth-c ntury Brazilian quilombo" in P. P. A. Funari (org.),
C"ltura Mflftrial /I Arqueologia Histónra, . lFCH-Unicamp, 1998. pp. 141-78.
I'Cf.. Flávio dos antos Gomes, PalmAm. Escrtlvidiíll eliberdlld~ 110 Atlântico Sul, São Paulo, COntexto, 2005,
espec.talmente pp.13-28 e 116--20.
lO Richard Price (ed), Maroon SOcÍtti/lS. Rtbtl SÚWt commrwities in the Amtricl1s. New York, Anchor, 1973.
11Paul Gilroy, Til/! bÚtck At/antic. Modnnity and doubfe consci.OtlS1leSJ. Lolldr ~ J993 ( d- O Atlâ .
negro. ão Paulo. Ed. 34/UCAM-CAA, 2001). es, erso, tra . nttco
n ebascião da Rocha Piem. Histona do Amenca Portu l . . .

1678 na &"Uf([ do Instituto Histórico li Geogrdfi B .[.. mares, seu destroço e paz aceita em junho de

espccialm pp, 44-62 e 76-82. AJ, mais' P os membros dos Institutos Hist6rico , vide A. M. B. Reís Zumbi
OI
Ennes As unportantes coletâneas de '
íl m. P. útstJ . . la lrora aClo • '. . ,
de doeu e I ~IO emp.rcendido por Flávio dos antos G S cu 'l, MaCeJ,Ó, Edufal, 2004. Descaco ainda o
m Iltos em b omes, que trauscre' ralm d
2 ~ uma o !li de cunho paradidá' CE F ve mteg ente grande quanrid,l e
er, por exemplo. João Blaer "D'ár' d oco" . ornes, PIlImn.m.
Insr'tldô A Utol . • I 10 e do Ca i - _
,. , I II( I •rr '"'' rI
. 1"'11 11\.1 OI I '".\1. I\ ,lO
ri I I la
11111. i \ ( no l. pr. 'i I·Jl .
1\ 1
c\\h 1\. '\IIII.\d.1\ \ 11\ I1\1Vil l' \qui~.l~ r .1Ii7.\ 1.1'
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''''I <I. Illt \ 11In.lhl ,I (1I1Ip.IIII1.1 I P lo (ulti.ufu IHI
1\ (I . Illh, \ 'I UIIl " I J fel' IUldJr i~ICOláti 1111'1\1
111\ I\l
I JI 1\ \~ 0\.\1 "Bm.\ .\ I 1111 \. 4" .\1 ordav.lI1\ 'IIIC\I , ,
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\1. r
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,\ \ nl. • R. t\ nlI I~ 11." \ tlll/lombo af •



I{ ~. •1 li,. !l/m/ rts. p. I . A Jenúntia d a e n b rial" pr n!
mt l lIa tant· r 4U li! n.! hi\tori gra la m.mei. Ia obre o qui! mbos. Vide.
Illl". I \ i. I 1 \lr. ri!. tio. O IIrgro 11 t historiogmJiIl brlw/dra. Belo IIorilOme. ficina
1 .
rt n mlt d /umbi: impli a - (u ltu para o Br. il para a
n... $1: • 1 (1 ~, pp. -11.
omribu' d Rob rt [armon Roger bani r. er. por
rt .unt n.. Prim iro hi tória da I ituru" O beijo de l.at1lourtÚ'. ão Paulo.
I • 1 • pp. I ""2; r bani r, i leiturat in: L. Hum (ed). A
,.,• 'uút.nzL (trad.) :io Pulo, omp'ln hi.l da L Iras. 1 92. pp. 211- .
dO! deba~ t m ab rdado pela da leitura. vide And~ Belo, História
lm" t l"t" . Bel urênti " ..00 .... Para a a do manuscritos no sécu-
I X 1 e. lI, \i J Femando B U1.a, Com manuscrito. Una Ilistoria mLtllra/ dt/ iglo tk Oro.
f drid, I iarciai Pon
i d I..d rdat d perlod por Lina (J 6 O). Roelo Baro (J 643), e
J hm Bla r ]ürg n Rei)mba h (l ), qu lideraram incursãe militar S ontra o
Rtzistn tio I,IItiIJIJO Hutóri o t GrogrJjico Bmsi/tiro, (l8), pp. 30 -29.
Rtzista do InstiMo Históriro e GtogrJjiro Brasjkiro. 9. n.1 (I 76), pp. 293-322. A m nção ao manuscrito
de t\ora. om 3 te pc tiva ota. á na p. 11.
81bli Públi 11 d \'ora (BPE). cod.
t - 2 - 1 - a n. 9. foi referenciado no Catalogo
tIoJ 1NlnUJCTiptDS d.t Bibliotb 'IJ Publi 'jJ Ebortnst rganizad por Joaquim Heliodoro da unha Rivara. .
~ ionai. 18S0. tom I. p. 144. primci~o [Orno do cacllog ,"qu compreende a noóeia dos
e p~p(is f~tiY às (Ousas da Am 'rica A1Ti c Asia". já tava pronto em 1844. quando unha Rivara
a li nça ~a para a . d obra. Ali o rextO já dado omo in omplero. apare e~do com o
tírulo Relaçã do qu passou na gu era l m o n gro Palmar de Pernanlbuco e datado
(.ORlO tendo . to em 1678.
pp. 1 -50. O autor indica que originais perten m ao Arquivo Histó-
As otaS mencionadas, porem. não onfl rem e. apesar d
localizado .
Ultramarino ttal a indicaçã() d ter como f, me o
. ,
duas. at cemo qUJr ma e 0\[0, 1 l OI no

11
A . da Torre do Tombo". Essa informação aparece também numa cópk
Arm;Írio de Manus rilos do Real rqwvB~bl' Nacional do Rio de Janeiro (BNR]), ção d Manuscritos,
I XIX e enconrra na I IOreca dd Már .
reira no ku o que b anuscriro me {oi genwmenre a a por CIO antos No
7,3.001, 0.6. A primeira i?formaçã~ so re ess:m· a)'uda de uauo Miranda e ~rika imone de Almeida Car-
,
. .' I com I com a r.... osa .,
, ec ores a u e ac .
o documento pu ca o por reltaS 5 . . ' 'á
. d . do a refi renciar codas as crônicas sobre o Brasil colornaI nos arqUlvos porrugueses, J completou
pro/eco csnna , J cal' . N Tc
3S pesquis3S na Biblioteca Nacional de Li boa campouco c~nsegUfr ~ Jzar esse manUSCIlto. a or~e do
Tombo. minha procura também resultou infrutlfera e aguardo J~form.açoes da busca que vem sendo r~lZada
por Odet Martins. p quisadora des a instituição. Agradeço aqw. IDaJS uma vez, o emp~nbo e a generoslda<k
de rodo ess pesquisadores, que ramo têm me auxiliado em minhas andanças pelo arqwvos portugueses.
40 f. De relO de 23 de julho de 1673. Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANIT), Manuscri do Brasil,
n. 33 (microf. 4) 14), R. 23v. inco dias depois o onselho Ultramarino pronuncia-se alertando o prlncipe re-
gente que a nomeação não havia seguido a rramiração regular. Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), Projeto
Resgate, AHU_A L_ U_015. ex. 10, D. 981.
Para wna avaliação da conrenda eOlre o governador e João Fernandes Vieira ver José Antonio Gonçalves de
41

MeUo,João FmulIIdts Vieira, mt'Sm-rk-campo do Terfo tk Infantaria dt Pemambuco. Lisboa, Comissão Nacio-
nal para as Comemorações dos D cobrimen Porrugueses, 2000, pp. 424-7.
tlCf. Pareceres do Conselho Ultramarino de 26 de fevereiro, 28 de ourubro de 1678 e 26 de novembro d
1678. todo em B R], Cod. IT, 33, 4, 32. e

U_OI5.Cx.ll,D.1098. . __
A residência era constiruída na maior part d I ' ..
44
des 'das d . e as vezes pe a lnqwnção por canas sobre evenruais irregul 'da
cometi urame o exerdclO d(: um pOS[O de governo DO UI Infeli ar. -
os papéis referentes à residência de dom Pedro de Al 'da tramar. zmenre não localizei, até agora,
mel .
4S BPE, cod. CXVI - 2 -13 _ a n, 9, 11. 52v.

46 Idem, R. 51v.

4' Cf. }ohn Thornton, uEarly Ko o-POrtu .

48 Idem, especialmente pp, 193-7.


.., ~ara esse período, vários exemplos podem
1I/Tic41l1l. organizados pelo padre Ane . B s~r encomrados nos diverso volumes d M. ",
VIl Af;ca Ocidn,IIlL 162 _ ,0010 ms.o. Entre Oueros, vide vol. . ~ onummta mtSSlonana

so Cf.. An toOlO
. luis Ferronha "O . LISboa, Academja Porruguesa
fados port d . encontro ines""rad' R'
. ugueses e 6nais do século "'. r~ .0 e w Lourdro, "A . _ .

51 Pcro de Magalhães Gând • pec. mente capitulo 5. ' , kl OU rei: Brasil 1500-1532.

F . Vi . WWw.donUniobI.a q~ vulgarmm h
~ Co ~mamoI Brasil [1 a ed.
U
reI lcenre do SaJvadot lIi . pu Jco.gov.br/doWnlo di

,. nos "" L Y , , p, .
BPE, cod. f40 mundo IlI/4n . rclations"
. , , lv-52. . o de Janeiro, EIsevi r, 200 .
, pp . .L./V-:>L4.
16 Idem, p. 259-68.
~7 Idem. p. 262.
8 "Descrição da Batalha de AmbuOa. 20 de Outubro de 16 '.

la VI e ar es R. Boxer "Um I - . édi


Ih de Ambuíla em 1665" Muset ti A I. B I . . , a re açao tn ta e contemporânea da Bata-
a ~ ( ngota, Oletzm CulturaL, 2 (1960), pp. 65-73.
\q Vide a Relação do fi/ice successo Q/luom(f71J iram as a ti C' •• • •
. 0- rmas o J"(mS.flmo prmctp~ ti. p{dro nosso smhor. 11~T11adas

DOllgo, '/0 mez de dezembro de /67/. A. Brasio (ed.), MOllummta missionária africana, vaI. XlII, pp. 143-52.
bO ebastião da 'd Pira, Histórill tÚt América Portut1Twa
Rocha B-L: [1 ed.
o ' . ao a o,
1730] - P ul Ed II ..
usp eawua, 1976 • p.
213-21. 9 asCI o na alUa, mas de uma família rica de Pernambuco , ebasoao . ha (erras na
" da Rocb a P'Ira em
Bahia e costumava
. ,. escrever notícias
. ' o pais Como membro da Real A d . P d H'
""ca eOlla orruguesa e 1St na eó'
da AcadeOlla Braslüca. d?s ~quecldo , ele escreveu uma Históna da América portu~Ja (não do Brasil): ainda
que re,,:,nhecesse a. exlSt~nCJa de espaço social e polftico coeso, diferente do reino, fazia questão de a6rmar seu
pertenClmemo ao unpéno português. obre o tema ver Maria Luiza Andreazu .• Dommium, terras e V:JSS3la-
gem na América Portuguesa de ebastião da Rocha Pitra" comunicação apresentada no erninário Facaas do
lmptrio, concepções de dom{nio ~ poder no Reino e no Ultramar, Curitiba 2006.
61 Ver, por exemplo, Iris Kantor, Esquecidos & Renascidos. Historiografia acadêmica luso-ammcalla (J 724-1 7 59).
ão Paulo, Hucitec, 2003.
62 Ver,a respeito, Consrance GabrieUe Janiga, "Sebastião da Rocha Pita's 'História da América Porruguesa': Lir ra-
riness and me Irnaginative Reconsrruroon of me Past"o SollthAtlantic Reviw. 55 n. 1. (jan. 1990), pp. 35-45.
MS. da Rocha Pira. História do Am!rica Portllgtma, pp. 209-35. Gérad Police esse lugar marginal de
Palmares na obra de Rocha Pira: "20 [sie] em 117 parágrafo do capítulo oito de uma obra composta de dez".
A ausência de qualquer referência na ementa do capítulo, que registra os temas ane riores e po [criores do
relaro leva-o a comparar o procedimento de Rocha Pina ao que hoje chamarfamos de "não acontecimento". G.
Police. Quilombos dos Palmares, p. 37.
MS. da Rocha Pita, História da Arntrica Port'tlgutsa, pp. 213-9.
6\ Ver Mafalda Soares da Cunha e uno onçalo Monteiro "Vice-rei, governadores e coo elheiro de governo
do Estado da fndia (1505-18 4). R crutamenro e carac(eriuçáo ocia!". Pmllopr. 15 (1995), pp. 91-120;
e, dos autores," overnadores e capitães-mor do império atlântico porruguês no século XVlI e
XVIII" in: Nuno G. F. Monteiro, Pedro ardim e Mafalda oar da unha (orgs.), Optima Pano Elitts lb"o-
AmtrictlTlIlS do AI/tigo .&gimr.· Impren a de iências ociai, 2005. pp. 191-252.
Cf. Maria Regina destino de Almeida. M(tamorfom ind~lflS: idmtidode t cu/tlIra nas .~ias colo:/iai; .dq
1,(,

Rio dt ]al/tiro. Rio de Janeiro. Arquivo Na ional. 2003. esp~~~a1mem cap.~. P~ ~m~ ~lsaO d~s ~~LndP.lo "
teológicos e poUticos dessa postura vid Cristina Pompa, Rcbgwo como trad/lfao: mlSSlOllartoS, TupIS t Tapuuts
no Brttsil colonial. Bauru, Edusc, 2003. especialmente capo 2.
f. UM be h' 'n the Order of Chri t in me eventeenth Centurv: ies righes. privileg •
A. Ourra, em rs Ip I •
and obligaüon ". Tht AmoiCtJs. 27 n. I (1970): 11.
jurídico dos índios foi objeto de muitas contendas. mas om .nte?o éculo x:'llI I
ês Vide a respeIto, Angcla DomlOgues. Quando os
vassaios p1eoas do monarca portugu . '
L . J _ no Nortt do Brasil1la stgundo m{hIIÚ do século X~ 1lJ. 1isboa,
: t 8CPoac'

11
· M isés ui dio livres e Jndio escravos. Os principios da' indigenista do per/od

colonial (séculos a ID. •


Companhia das urrasl Me, 1992, pp. 115-32.
"1l Para uma visão geral obre o rema, ver Joho Thornton, A AfrictI t os africanos. Um boro exem~lo é oi tra;etóriJ

de zinga e as relações dos reinos do Ndongo, Mararoba e Kassange com os porrugu e. f. Roy la gow.
Nzingd. Rtsist!ncia dfriCIl7ltI ti invtstidtI do collmid[;smo português tm AngolA, 1582-1663. (trad.) ão Paulo &l.
~ rspectiva, 1982; e dma Panroja, Nzinga Mbandi. Mu/hn; guma t tscravidôo. BrasOia. Th aurus. 200 .
.. Analiso mais detalhadameme esse aspecto em "Marronnage et pouvoir colonial. Palmares, ucaú er I &on-
rieres de la liberté au Pernambouc à la fin du XVIIe siede " Anna/ts, 67 n. 3 (maio-jun. 2007), pp. 63 -6 2.
~ Reromo, assim. por outras vias, o argumemo de rephan PaImié, "AfriOIO srares in rhe New World? Rema-
rks on ~e cradiri~n ofTrans~clantic resisrance" in: Thomas Bremer e Ulrich ' (eds.), Altrmatill(
culJurts m tht .Ca~bbta~. Berlin, Ver.vuert ~erlag, 1993, pp. 55-67. Nesse artigo, Palmié explora a hip r de
que a cransferen~~ de políocos afncanos para as Américas modelou a organização de diverso
ramentos de fuglOVOS no Novo Mundo, ramo no caso do quilombo de Palmares como no de ao Loremo d
los egros e ourros palmquts.

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