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Boletim

#03 Novembro > Dezembro 2007

O Documento mip

Metainformação Neste número

para a interoperabilidade 01 • O
 Documento mip
Metainformação
para a interoperabilidade
a interoperabilidade equivale diminuir a entropia possivelmente
03 • O Projecto Inquisição
à capacidade de recursos de associada à sua compreensão.
de Lisboa on­‑line
informação, sejam eles exclusi‑ Salientemos que, enquanto
vos de uma organização ou par‑ a interoperabilidade ao nível 04 • I ntervenção
no Códice Medieval
tilhados por várias organizações normativo e tecnológico se apre‑ Uma orientação
ao nível da responsabilidade senta como facilmente exequível, metodológica
de criação, serem reconhecidos, a capacidade de atribuir a um F und o s e C o l ec ç õ e s
identificados e manipulados determinado recurso um signi‑
05 • O Registo Geral de Presos
através de atributos que são ficado único ou pelo menos um
colectivamente aceites e inter‑ conjunto finito e especificado de e m d e s taq u e

pretados. A existência de um possíveis significados, que todos 06 • A


 rquivo Histórico Militar
conjunto de elementos comuns os intervenientes reconheçam de Projecto 418/05 – da Guerra
Peninsular à Regeneração
a todos os recursos permite forma imediata e que lhes possi‑ (1801­‑1851)
o reconhecimento imediato, bilite a reutilização desse mesmo
centro português de fotografia
mediante a observação desses recurso, é um objectivo dificil‑
08 • Organização e disponibilização
elementos, da natureza e tipo de mente atingível.
de informação em arquivos
recurso existente. Neste contexto a dgarq fotográficos
A interoperabilidade tem tam‑ desenvolveu, tal como neste
08 • D
 isponibilizar
bém como vantagem a possibili‑ domínio o fizeram os restantes informação na web:
dade de um determinado recurso países­‑membros, um esquema de Problemática e desafios
ser reutilizado sem ser necessário metainformação destinado especi‑ Re u ni õ e s Int e rnac i ona i s
recorrer a descrição adicional ficamente a facilitar a interopera‑
09 • D
 LM­‑Forum Members’ Meeting
do mesmo. Como os elementos bilidade semântica.
que o descrevem são comuns Para melhor se compreender 10 • 4 0.ª citra, Quebeque 2007
podem igualmente ser por todos o contexto de realização deste Info r m a ç õ e s

utilizados desde que mantenham documento é necessário explicar 11 • Arquivo Distrital da Guarda
significado (semântica) equiva‑ que foi realizado no âmbito de • Arquivo Distrital de Vila Real
lente para as partes envolvidas na um projecto coordenado pela
• Arquivo Distrital de Beja
transacção. Secretaria­‑Geral da Presidência
Neste domínio a metainforma‑ de Conselho de Ministros, pro‑ • Protocolo de Colaboração
ção é um auxiliar indispensável jecto esse destinado a permitir a ag en da

visto que possibilita a extracção interoperabilidade de informação 12 • E


 xposição
ou atribuição de atributos dos entre Gabinetes Ministeriais e as António Menéres
recursos informativos que, sendo Secretarias­‑Gerais dos Ministérios Dos anos do Inquérito
comuns e reconhecíveis permitem que integraram a equipa de pro‑ à Arquitectura Regional
Portuguesa
descrever o recurso e portanto jecto. A dgarq actuou como enti‑
Continua na página seguinte ‡
‡ Continuação da página anterior

dade consultora cabendo­‑lhe a coor‑ os subelementos que os consti‑ de metainformação. Muito pelo
denação do aperfeiçoamento de uma tuem são de aplicação directa. Há contrário, é possível encontrar
macro­‑estrutura classificativa a partir portanto uma relação de agrega‑ dezenas de esquemas que obede‑
de um documento inicialmente ção entre dois níveis, embora nem cem a necessidades específicas dos
elaborado no âmbito do Instituto sempre o todo se esgote nas partes utilizadores inseridos em variados
de Informática do Ministério das constituintes. Por exemplo o ele‑ contextos de actividade. O prin‑
Finanças, e a elaboração do esquema mento <título> contém dois subele‑ cípio orientador foi procurar ele‑
de metainformação (mip) vocacio‑ mentos <título atribuído> e <título mentos de referência que fossem
nado para a área semântica. alternativo>: neste caso é possível amplamente utilizados por diversos
O esquema apresentado consti‑ utilizar simultaneamente o <título> esquemas, no sentido de procurar
tui um conjunto de 17 elementos e o <título alternativo>, apenas o estabelecer um núcleo comum.
de metainformação cujo objectivo <título> ou ainda qualquer um des‑ Partiu­‑se igualmente de esquemas
primário é prover a interoperabili‑ tes individualmente. já normalizados como é o caso do
dade entre organismos ao nível da No caso do elemento <relação> Dublin­‑Core (iso 15836­‑2003) ou
utilização, gestão e acesso a recursos existem subsubelementos. Neste da iso 23081­‑1:2006, Information
informativos. caso (e apenas neste) o subele‑ and documentation – Records mana‑
Um recurso é entendido como mento <tipo de relação> constitui gement processes – Metadata for
qualquer objecto informacional, um contentor para os diversos records. Foram também utilizadas
contendo ou veiculando informa‑ tipos de relação que, no seu con‑ especificações de requisitos fun‑
ção de diferente natureza, e que junto, incluem todas as possibili‑ cionais, como é o caso do MoReq
detenha identidade dentro do uni‑ dades consideradas de relaciona‑ (www.dgarq.gov.pt). Em todos os
verso de análise. mento entre recursos. casos observados procurou­‑se
Este conjunto de elementos é Os elementos e subelementos manter como eixo condutor a
aplicável a qualquer recurso pro‑ contentores estão assinalados perspectiva de interoperabilidade,
duzido ou detido por uma orga‑ explicitamente como tal, sendo a «enriquecida» por preocupações de
nização e independentemente do sua designação enquadrada entre autenticidade derivadas de gestão de
suporte ou formato em que é pro‑ chavetas { }. documentos de arquivo.
duzido, seja ele um documento de Os elementos e subelementos O mip foi publicamente apresen‑
arquivo, bibliográfico, museológico, dividem­‑se quanto à sua aplicabili‑ tado em workshop organizado pela
um serviço, uma referência um dade em elementos obrigatórios e dgarq e que teve lugar a 17 do mês
sítio web, etc. elementos facultativos. Entende­‑se de Setembro de 2007. Nessa reunião
É improvável que uma organiza‑ que os primeiros são essenciais para foram recolhidas sistematicamente
ção necessite de utilizar todos os possibilitar a interoperabilidade. as opiniões manifestadas pelos gru‑
elementos presentes. Deverá utilizar Entende­‑se também que embora pos de trabalho criados para o efeito
apenas – para além dos conside‑ haja vantagem em utilizar os ele‑ as quais foram enquadradas numa
rados obrigatórios – aqueles que mentos facultativos para o recurso matriz swot, de forma a permitir a
considere que lhe são aplicáveis e ser mais completamente interpre‑ sua exposição sintética.
os que considera importantes ou de tado, a sua aplicação não é essencial Embora se considere que muito
aplicação significativa. Por exemplo para assegurar a interoperabilidade. trabalho há ainda a fazer, nomeada‑
se um organismo não dispõe de Os elementos obrigatórios são grafi‑ mente ao nível dos esquemas nor‑
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documentos bibliográficos enquanto camente assinalados pela cor verme‑ malizados para representação dos
publicações próprias, não necessi‑ lha da linha inicial. valores dos elementos, o mip é desde
tará de utilizar os subelementos que já um documento completamente
especificamente se lhes referem. Metodologia de elaboração utilizável, estando a própria dgarq
Os elementos dividem­‑se quanto à do documento a incluir os seus elementos no siste‑
0 sua estrutura em genéricos e especí‑ Para a elaboração deste documento ma informático de gestão documen‑
ficos. Estes últimos particularizam o partiu­‑se do levantamento de docu‑ tal, que se encontra neste momento
elemento (genérico) a que pertencem. mentos semelhantes desenvolvidos em instalação.
Existem elementos contentores. internacionalmente em diversos
Consistem em elementos que não contextos. A primeira constatação Francisco Barbedo
são directamente aplicáveis. Apenas é que não existe um único tipo Subdirector
O Projecto Inquisição de Lisboa on­‑line
o fundo do tribunal e necessidade prioritá‑
do Santo Ofício engloba, ria para a investigação,
enquanto subfundos, os encontra uma das suas
Tribunais das Inquisições expressões significati‑
de Lisboa, Coimbra e vas na execução deste
Évora e cifra­‑se, como é Projecto.
sabido, em milhares de Na prossecução do
documentos de diversas objectivo traçado, que
tipologias. Ontem como envolve o empenho, com‑
hoje continua a suscitar plementar e em simul‑
grande interesse, bem tâneo, de três unidades
expresso pela contínua orgânicas, estão a traba‑
procura dos leitores e pela Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 4 117
lhar grupos pertencentes
diversidade de publicações à Divisão de Aquisições
a que dá origem. cessos e nos livros, segundo a regu‑ e Tratamento Arquivístico (data), à
Neste contexto, ao longo dos três lamentação dos Regimentos de 1552, Divisão de Conservação e Restauro
séculos de vigência desta instituição, 1570, 1613 e 1640, e outra legislação (dcr), e à Divisão de Gestão de
o Tribunal da Inquisição de Lisboa complementar, é possível entrever o Projectos (dcp), para a disponibili‑
assume particular importância. quotidiano, reescrever, em suma, a zação das descrições e ficheiros de
Lisboa, porto e encruzilhada de rotas, tessitura, o uso e os seus desvios. imagens que estarão acessíveis na tt
recebe gente de muita proveniência, A documentação da Inquisição do Online, em www.iantt.pt.
e, enquanto centro do poder real, é o Tribunal de Lisboa que compreende O grupo de trabalho da data tem
palco, por excelência, da manifesta‑ cerca de 981 livros, 17 980 proces‑ a seu cargo, de uma forma exaustiva
ção pública de uma política e de uma sos, e ainda 68 maços e 32 caixas e sistemática e segundo a ordem
mentalidade. Para aqui convergem os de documentação avulsa, abrange, sequencial da documentação, pro‑
casos mais gravosos e paradigmáticos grosso modo, o tempo de perma‑ ceder à numeração dos fólios e uni‑
que servem de exemplo e de afirma‑ nência do Tribunal do Santo Ofício formizar e completar as descrições já
ção do poder religioso e do poder entre nós, de 1536 a 1821. Grande existentes em calm, ou criar novas,
político, ao país e à Europa de então. parte destes documentos encontra­ a partir da consulta dos documentos
As Visitações a diferentes zonas de ‑se em mau estado de conservação e e de acordo com o preconizado nas
Portugal, aos Açores e Madeira, ao com restrições de leitura. oda1. Nesta conformidade elaborou
Brasil e Goa, e o exercício da activi‑ Em 12 de Julho do presente ano, Modelos de descrição e Procedimentos
dade dos comissários e familiares do realizou­‑se a assinatura de um específicos, em constante actualização,
Santo Ofício, conduziam ao estreita‑ Protocolo entre o Estado Português, para abranger a variedade dos casos,
mento da malha inquisitorial para a através da Direcção­‑Geral de numa preocupação de rigor e quali‑
detenção dos culpados. Assim, esta Arquivos (dgarq), e a ren – Redes dade. O trabalho desenvolvido per‑
documentação contém tal soma de Energéticas Nacionais, sgp, s.a., mite, além do mais, rectificações da
informações que pode servir de base que, até ao ano de 2009, tem como identificação dos documentos, a nível
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a estudos de história política, social, objectivo a descrição normalizada de inventário, definição das diversas
religiosa, económica, geográfica, da documentação pertencente ao tipologias, reconstituições pontuais,
etnográfica, história das mentalida‑ Tribunal da Inquisição de Lisboa e eliminação de registos duplicados
des, entre outros. a recuperação dos documentos em (à data, 1230 registos eliminados) e
A minuciosa administração que mau estado de conservação a fim apresenta uma informação fiável que
era seguida, na estrita observância de de possibilitar a digitalização dos possibilitará uma pesquisa diversifi‑ 0
séculos, permite­‑nos hoje recuperar processos e livros que integram esse cada, amplamente difundida.
a tramitação processual e a orgânica subfundo.
da Instituição, e, como tudo era reco‑ O acesso rápido e alargado à Maria Luísa Braga
lhido e anexado, traslado, anotado e informação das fontes documentais, A rquivo Nacional
verificado de várias formas, nos pro‑ enquanto vector contemporâneo da Torre d o Tomb o
Intervenção no Códice Medieval
Uma orientação
metodológica
o livro manuscrito medieval
representa um legado tão valioso e
representativo que a sua salvaguarda
como património móvel merece um
momento de destaque e reflexão.
Sempre que se justifica uma inter‑ [1] Tipologia adoptada
na reconstituição técnica.
venção directa, deve ser coerente
com o estado de conservação e res‑
peitando identidade do documento Ambos os Códices, de corpo para o utente/investigador e que,
enquanto objecto histórico. Um tra‑ pergamináceo, haviam sido reen‑ até à data, não se obtém por trans‑
tamento insuficiente pode originar cadernados com uma tipologia que ferência de suporte. Trata­‑se da dis‑
uma estabilidade física aparente que se destacava pela incoerência de ponibilização de indícios materiais
na realidade não existe, por outro elementos face à tradição medieval recolhidos ou registados durante
lado, uma intervenção desnecessária tais como a cobertura em papel, o tratamento, aos quais chamamos
poderá reduzir ou subverter o carác‑ lombada e cantos em tela, empastes ‘arqueologia da obra’, como é o caso
ter documental da obra, nomeada‑ frágeis e pouco funcionais. das furações de costuras anteriores
mente ao nível codicológico. Os procedimentos regulares de ou dos reforços de lombo feitos com
No início de 1999 alguns códices conservação e de restauro – esta‑ manuscritos reaproveitados. [2]
iluminados do fundo do Mosteiro bilização de mecanismos degra‑ Com o apoio de dirigentes e
de Santa Maria do Lorvão foram dativos, consolidação de materiais daqueles que contribuem para o
solicitados ao ian/tt a fim de inte‑ fragilizados ou reparação de áreas elenco de prioridades do antt, já
grar a Exposição «A Iluminura em críticas ao manuseamento – não foram intervencionados 16 códices
Portugal – Identidade e Influências» eram suficientes para garantir uma medievais do Fundo do Lorvão:
(Biblioteca Nacional). Este evento intervenção coerente sendo então, num momento de charneira, a
propiciou a análise do estado de complementados com a abordagem recuperação do Antiphonario e do
conservação de certos códices e por singular dos elementos codicológi‑ Testamento Velho; numa fase de
conseguinte a decisão de realizar cos e a articulação de técnicas do consolidação de conhecimentos, o
algumas intervenções que se limi‑ livro antigo com materiais, ditos de tratamento do Livro das Aves e do
taram, por imposição de tempo e conservação. [1] Livro das Kalendas; num período
recursos, aos códices designados por De restauro passou a distinguir­ de investimento em serviço externo
Antiphonario e o Testamento Velho ‑se a recuperação de identidade, com o Projecto de Recuperação
do Lorvão. a (re)habilitação de elementos de Códices da Casa Forte e actu‑
instáveis e a reconstituição almente integrando o contexto de
técnica de sistemas primi‑ obras em risco.
tivos. O diagnóstico é aqui
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valorizado pelo carácter Inês Correia


interpretativo que adquirem C onservad or a­‑restaurad ora
os elementos estruturais e a (d cr/ant t)
sua alterabilidade.
A desconstrução do livro, Bibliografia relacionada:
0 por vezes associada ao res‑
Brownrigg, Linda: Making the Medieval Book:
Techniques of Production, The Red Gull Press,
tauro, é utilizada de forma a Oxford 1995.
compreender melhor a sua Nascimento, Aires A. e Diogo, António D.:
Encadernação Portuguesa Medieval, Imprensa
(re)construção e integridade.
Nacional – Casa da Moeda, Lisboa 1984.
É ainda uma forma de recu‑ Szirmai, J. A.: The Archaelogy of Medieval
[2] Acondicionamento onde se disponibiliza a «arqueologia da obra»
intervencionada perar informação importante Bookbinding, Ashgate, Hants 2001.
Fundos e Colecções

O Registo Geral de Presos


em 1933, as funções de vigilância cionadas uma colecção de negativos
político­‑social eram exercidas em chapa de vidro das fotografias
pela Polícia de Defesa Política e dos presos, e as séries Cadastros
Social, dependente do Ministério Prisionais, Ordens de Serviço,
do Interior, e pela Secção da Polícia Processos­‑Crime e Registo de Prisão.
Internacional Portuguesa, da Polícia A digitalização da série iniciou­
de Investigação Criminal de Lisboa, ‑se com os primeiros 13 livros,
tutelada pelo Ministério da Justiça sob a orientação da Dra. Anabela
e Cultos. A primeira actuava dentro Ribeiro (responsável pelo Núcleo
do País, mais especialmente sobre de Transferência de Suporte), no
nacionais, enquanto a segunda âmbito da Exposição «70 anos
incidia sobre estrangeiros, nas fron‑ depois: Memória e História –
teiras terrestre e marítima. Ainda Tarrafal e Guerra Civil de Espanha» de acesso», «Características físicas
em 1933 foi criada a pvde (Polícia patente ao público de 27 de Outubro e requisitos técnicos»; a Zona da
de Vigilância e Defesa do Estado) de 2006 a 31 de Janeiro de 2007 documentação associada: «Unidades
reunindo as funções de vigilância na Torre do Tombo. A descrição de descrição relacionadas» e a Zona
de estrangeiros nas fronteiras e o arquivística juntamente com o for‑ das notas: «Notas». Foram também
comando das duas polícias sob a necimento de metadados para a usados modelos de descrição para a
tutela do Ministério do Interior. digitalização em conformidade com apresentação dos conteúdos dos dife‑
Sob esta tutela foi criada em 1945 as «oda1» começou a 5 de Março rentes elementos.
a pide (Polícia Internacional e de de 2007 e terminou a 30 de Outubro O Registo Geral de Presos estará,
Defesa do Estado), com os poderes de 2007, sob coordenação dos chefes oportunamente, disponível na Sala
e funções da pvde, embora na lei o de divisão da dad e da data. de Referência do antt para con‑
seu objecto e competência fossem A descrição inclui para os níveis sulta, não sendo autorizada a repro‑
os de uma polícia judiciária. Extinta série e documento composto a Zona dução de acordo com as restrições
a 25 de Abril de 1974, os arquivos de identificação: «Código de refe‑ legais de comunicabilidade impostas
foram incorporados a 30 de Junho rência», «Título», «Datas», «Nível de pelo Decreto­‑Lei n.º 16/93, de 23
de 1992 na Torre do Tombo. descrição», «Dimensão e suporte»; a de Janeiro e Lei 4/91, art.º 3.º,
Nos serviços de segurança da Zona do controlo da descrição: «Nota n.º 2, conjugado com o Código Civil
pide, o Gabinete de Identificação do arquivista», «Regras ou conven‑ Português (actualizado até à Lei
e Polícia passou a Direcção ções», «Data das descrições» e os 6/2006, de 27 de Fevereiro),
de Serviços de Investigação e elementos de informação da Zona do Título ii, Subtítulo i, Capítulo i,
Contencioso. O Registo Geral contexto: «História custodial e arqui‑ Secção ii, Artigo 79.º.
de Presos foi criado na vigência vística»; a Zona do conteúdo e estru‑ Parte significativa dos registos foi
da pide/dgs (Direcção-Geral de tura: «Âmbito e conteúdo», «Sistema publicada pela Comissão do Livro
Segurança). de organização»; a Zona de condições Negro sobre o Regime Fascista em
A actividade de registo dos presos de acesso e utilização: «Condições 1981 e 1987, incluindo os registos
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deu origem a uma série de 29 510 de 1932 a 1960 e um estudo estatís‑


registos de entrada e saída de presos  Bergström, Magnus [et al.] – Prontuário orto‑
tico sobre as prisões efectuadas no
(148 livros), contendo dados pessoais gráfico e guia da língua portuguesa. período respeitante a cada volume.
como altura, cor, sinais particula‑ 46.ª ed. Lisboa: Notícias, 2004. 369 p.
isbn 972­‑46­‑0840­‑9.
res, nacionalidade, nome e alcunha, Fernando Carapinha
estado civil, profissão, naturalidade,
Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo.
A rquivo Nacional 0
Programa para a Normalização da Descrição
data de nascimento, filiação, residên‑ em Arquivo; Grupo de Trabalho para a da Torre d o Tomb o
cia, número do processo de valores Normalização em Arquivo – Orientações para
a Descrição Arquivística. 1.ª v. Lisboa: ian/tt,
ou de documentos apreendidos e
2006. isbn 972­‑8107­‑88­‑9. – Orientações para a  Comissão do Livro Negro Sobre o Regime
biografia prisional a que eram asso‑ descrição arquivística: especificações para a tt. Fascista – Presos políticos no regime fascista.
ciadas fotografias. São unidades rela‑ 1.ª v. Lisboa: ian/tt, 2006. 1.ª ed., Lisboa: c.l.n.r.f., imp. 1981.
e m d e s taq u e

Arquivo Histórico Militar

Projecto 418/05 – da Guerra Peninsular


à Regeneração (1801­‑1851)
no âmbito d o pro grama tendo sido concluída em Novembro por 1612 caixas num total de
Operacional da Cultura do Ministério de 2007. A execução financeira teve 1.330.041 imagens digitais. Toda a
da Cultura integrado no iii Quadro início em Abril de 2006 ficando informação conseguida através da
Comunitário de Apoio que gere encerrada em Dezembro de 2007. descrição documental e das respec‑
verbas do Fundo Europeu de Os trabalhos de descrição, indexa‑ tivas imagens digitais será disponi‑
Desenvolvimento Regional (feder), ção e digitalização foram executados bilizada através da rede interna do
o Arquivo Histórico Militar apresen‑ por uma empresa em regime de ahm na Sala de Leitura e colocada
tou uma candidatura a um projecto prestação de serviços mediante con‑ na página da Internet do Exército
de tratamento documental de alguns curso público internacional. Português, através da sua base de
dos seus fundos documentais, que O valor total do Projecto ascendeu dados. O acesso a esse corpo infor‑
recebeu a designação de «Projecto a 315.210,00 euros, sendo a compar‑ mativo será público e livre, nomea‑
418/05 – Da Guerra Peninsular à ticipação comunitária no valor de damente a reprodução digital para
Regeneração (1801­‑1851)». 172.648,43 e a contrapartida nacio‑ fins académicos e científicos ou no
O processo administrativo iniciou­ nal de 142.561,57 euros. âmbito de outros estudos e investi‑
‑se em Setembro de 2004 com a Para a realização do Projecto, o gações, com excepção do uso para
apresentação de um projecto de pré­ Arquivo Histórico Militar selec‑ fins comerciais.
‑candidatura, tendo a posterior can‑ cionou um conjunto de colecções As secções tratadas, pertencentes
didatura sido aprovada em Agosto documentais quase inteiramente ao grupo de fundos da 1.ª Divisão
de 2005. A execução física do pro‑ manuscritas respeitantes à primeira relativa às «Campanhas na Europa e
jecto iniciou­‑se em Março de 2006 metade do século xix, constituído Metrópole», foram as seguintes:

unidades imagens datas


secção descrição de de
instalação digitais produção
1/13 Comando do Exército pelo Conde de Goltz (1801­‑1807) 64 30593 1761 – 1874
1/14 Campanhas da Guerra Peninsular (1807 – 1814) 512 510706 1778 – 1898
1/15 Legião Portuguesa ao Serviço de Napoleão (1808 – 1814) 1 956 1808 – 1898
1/16 Comando do Exército Português pelo Marechal Beresford (1814 – 1820) 123 89568 1714 – 1828
1/17 Estabelecimento do Regime Liberal (1820 – 1823) 57 36261 1801 – 1828
1/18 Restabelecimento do Regime Absoluto (1823 – 1826) 100 61292 1823 – 1826
1/19 Carta Constitucional. Lutas Liberais (1826 – 1834) 325 273919 1741 – 1898
#03 Novembro > Dezembro 2007

1/20 Governo de D. Miguel (1828 – 1834) 203 122791 1754 – 1844


1/21 Operações contra Guerrilhas Miguelistas (1834 – 1849) 20 20864 1826 – 1851
1/22 Revolução Setembrista (1834 –1837) 54 45212 1761 – 1858
1/23 Expedição Auxiliar a Espanha (1835 – 1837) 12 9859 1822 – 1881
0 1/24 A Revolta dos Marechais (1837) 3 1944 1835 – 1864
1/25 Restauração da Carta Constitucional (1837 –1844) 66 60556 1815 – 1859
1/26 Revolta de Torres Novas e Cerco de Almeida (1844) 6 6551 1840 – 1850
1/27 Maria da Fonte e Patuleia (1846 – 1847) 23 24442 1840 – 1882
1/28 Da Guerra Civil à Regeneração (1844 – 1851) 42 34527 1820 ­‑ 1860
Em termos arquivísticos, a da Guerra Peninsular
dimensão desta colecção e os pra‑ que serve de mote a
zos fixados para a sua descrição, alguns dos mais valio‑
não permitiram a organização dos sos documentos que
documentos, determinando uma constituem o patri‑
descrição de nível documento mas mónio do Arquivo
de carácter mais geral acompa‑ Histórico Militar.
nhada pela criação de pontos de
acesso ao nível da indexação. As A rqu i vo Históric o
cotas da documentação, fixadas Militar
pela organização do ahm de 1931,
foram mantidas, salvo algumas
excepções que exigiram interven‑
ções ao nível do tratamento dos
processos, nomeadamente a 20.ª
secção relativa ao Governo de
D. Miguel e a 14.ª secção relativa à
Guerra Peninsular.
No tratamento informático dos
dados decorrentes do desenvol‑
vimento do Projecto foram uti‑
S.d.[ca. 1894]
lizados, por um lado, as normas «Infantaria (Caçadores)».
Aguarela a cores, in: «Uniformes
internacionais isad(g) e ead e, por militares portugueses – Legião
outro lado, as estruturas internacio‑ Portuguesa (1808­‑1813)»,
por Ribeiro Artur.
nais de metainformação, nomeada‑ ahm/div/1/15/1/48­‑0053

mente as da lc, nisoz39.87 de 2002


e cedars que serviram de linhas
orientadoras para a concepção e
elaboração do esquema de metada‑
dos (metadata schema) apresentado
pelo Arquivo Histórico Militar à
Direcção-Geral de Arquivos que o
#03 Novembro > Dezembro 2007

aprovou.
O encerramento dos trabalhos
teve lugar no dia 9 de Novembro
de 2007 com a realização de
um workshop nas instalações da
Academia Militar em Lisboa, no 0
qual foram apresentados os resul‑
tados obtidos com este Projecto.
Procurou­‑se fazer coincidir esta
sessão de trabalho com o início
S.d. «Infantaria». Desenho a p/b, in: «Notas sobre a Legião Portuguesa» (cópia), do espólio
das Comemorações dos 200 anos do general Ribeiro Artur. ahm/div/1/15/1/50­‑0005
centro português de fotografia

Organização e disponibilização de informação


em arquivos fotográficos
o centro português à descrição, fornecendo exemplos de menta de gestão de objectos digitais e
de Fotografia/Direcção­‑Geral de modelos utilizados pelo cpf e pelo importante meio de acesso ao arquivo
Arquivos organizou, no Porto e em sal e apontando para o conjunto digital. A sessão da tarde foi encerrada
Lisboa, em 18 e 25 de Outubro res‑ de normas actualmente disponíveis com a última comunicação de apoio a
pectivamente, um Workshop com (nomeadamente nodac e sepiades) este tema genérico proferida por José
o tema «Organização e disponibi‑ enquanto importante recurso. Carlos Ramalho do Departamento
lização de informação em arquivos A sessão da manhã foi concluída de Informática da Universidade do
fotográficos – Relato da experiência após o debate que contou com a par‑ Minho. A palestra versou sobre a
do cpf». Estiveram presentes 75 pes‑ ticipação do público. importância das ferramentas infor‑
soas no workshop do Porto e 129 no O início da sessão da tarde versou máticas actualmente em uso ou em
workshop de Lisboa. sobre «Metodologias digitalização de desenvolvimento, nomeadamente o
A apresentação do projecto esteve arquivos/colecções fotográficos» e foi DigitArq 2 em 2007 e o roda 2 em
a cargo de Silvestre Lacerda, Director iniciada com a apresentação do tema 2008. A arquitectura aplicacional para
Geral da Direcção­‑Geral de Arquivos, «Digitalizar para preservar», a cargo a gestão de arquivos definitivos foi
seguindo­‑se o desenvolvimento do de Francisco Carvalho da micro‑ explicada a par das vantagens ofe‑
tema genérico «Metodologias de fil, Tecnologias de Informação, s.a., recidas pelas Bibliotecas e Arquivos
identificação de arquivos/colec‑ empresa responsável pela prestação de Digitais.
ções fotográficos». Fernando Costa, serviços de digitalização de espécies Seguiu­‑se a todas intervenções um
Técnico do Serviço de Arquivo de fotográficas do afp e afl, no âmbito debate que contou com a participa‑
Lisboa, procedeu à identificação de da candidatura ao poc do Projecto ção do público.
fundos e colecções fotográficos dando «Promoção do Acesso Público aos A sessão foi encerrada pelo
especial destaque à descrição arqui‑ Arquivos de Fotografia do cpf. A Director da Direcção­‑Geral de
vística por apresentar métodos de abordagem versou essencialmente Arquivos que considerou cumprido
recolha, análise, organização e registo sobre normas adoptadas, equipamento o objectivo de dar a conhecer a
de informação. Exemplos de fundos e software utilizados, bem como des‑ metodologia seguida para tornar
geridos por este serviço de arquivo crição dos processos de digitalização acessíveis ao público os arquivos/
foram mencionados a par da apresen‑ e tratamento de imagem. Seguiu­‑se colecções de fotografia do cpf, bem
tação de problemas e soluções no que a intervenção de António Sousa, do como dotar os participantes de
respeita à identificação das imagens. Arquivo Distrital do Porto, que expli‑ competências e saberes necessários
Seguiu­‑se a intervenção de Carla cou «O Projecto DigitArq» integrado à aplicação dos modelos nos organis‑
Freitas, também Técnica do Serviço no tema genérico «Ferramentas mos em que estão inseridos.
de Arquivo de Lisboa, que apresentou informáticas de apoio à descrição e As comunicações proferidas
metodologias de descrição de docu‑ disponibilização de informação». Esta durante a sessão encontram­‑se em
mentação fotográfica. Esta abordagem palestra incidiu sobre a explicação do www.cpf.pt
incidiu sobre instrumentos de apoio projecto enquanto importante ferra‑ Dinora Rodrigues
#03 Novembro > Dezembro 2007

Disponibilizar informação na web:


0
Problemática e desafios
no passado dia 30 de outubro, informação na web: problemática e imagens versus protecção do direito de
o Centro Português de Fotografia/ desafios». Esta sessão foi frequentada autor bem como práticas a prosseguir.
Direcção­‑Geral de Arquivos organizou por 92 pessoas e teve como objectivo A Directora de serviços do cpf,
no Porto, nas suas instalações, um identificar e debater as principais ques‑ Natália Gravato, deu início aos tra‑
Seminário com o tema «Disponibilizar tões que se colocam à circulação de balhos através de uma breve intro‑
dução ao tema e apresentação dos entre os direitos dos autores e a intervenção versou sobre a experiên‑
conferencistas convidados. liberdade de acesso à informação. cia da Fundação Calouste Gulbenkian
Cláudia Trabuco, Professora auxiliar A sessão da manhã foi concluída no que respeita às colecções que tem
da Universidade Nova de Lisboa, foi após o debate que contou com a par‑ à sua guarda. Aspectos como digita‑
a primeira interveniente do evento ticipação do público. lização, planeamento, gestão, disponi‑
e proferiu a palestra «O direito de O início da segunda sessão esteve a bilização ao público e salvaguarda de
autor e a disponibilização de obras cargo de Inês Cordeiro, Subdirectora direitos de personalidade foram abor‑
ao público através das redes digitais». da Biblioteca Nacional de Portugal dados numa perspectiva de política
Nesta comunicação esteve particular‑ que desenvolveu o tema «Da referên‑ institucional aliada ao cumprimento
mente em causa o binómio protecção cia ao conteúdo: gestão dos serviços das normas actualmente em vigor.
do direito de autor – protecção do de acesso em ambiente digital». Esta Após a realização de debate, o
direito à informação no que respeita à reflexão abordou os principais aspec‑ encerramento do Seminário ficou a
disponibilização de obras intelectuais tos relacionados com o acesso à infor‑ cargo do Director da Direcção­‑Geral
através de redes digitais. mação, fornecendo exemplos de requi‑ de Arquivos que salientou a impor‑
Seguiu­‑se a comunicação «A ten‑ sitos de acesso, leitura e utilização, e tância e o sentido prático desta inicia‑
são entre a propriedade intelectual apontou para possíveis estratégias tiva como forma de contribuir para
e a liberdade de acesso à infor‑ de colocação de funcionalidades nos o esclarecimento de uma temática de
mação na era digital» que esteve a objectos digitais que não são viáveis peculiar complexidade e simultanea‑
cargo de Maria Eduarda Gonçalves, em suportes tradicionais. A última mente desenvolver linhas de orienta‑
Professora Catedrática no Instituto comunicação deste Seminário foi pro‑ ção e actuação para os profissionais
Superior de Ciências do Trabalho ferida por Jorge Resende, Bibliotecário da área e para as próprias instituições.
e Empresa. A palestra incidiu sobre da Fundação Calouste Gulbenkian, As comunicações encontram­‑se em
Directivas Comunitárias e práticas que desenvolveu o tema «Colecções www.cpf.pt
dos Estados­‑Membros e propôs uma Fotográficas da Biblioteca de Arte:
reflexão sobre o difícil equilíbrio Políticas de Acesso e Difusão». Esta Dinora Rodrigues

reuniões internacionais

DLM­‑Forum Members’ Meeting


a direcção­‑geral de arquivos acolheu a reunião peu nomeadamente, para o desenvolvimento de software de
do dlm­‑Forum que decorreu em Lisboa a 22 e 23 de gestão de documentos e para auditorias a sistemas de gestão
Novembro último e foi acompanhada de sessões públicas de arquivos electrónicos.
onde se debateram questões relacionadas com a gestão de Uma outra ferramenta divulgada neste dlm­‑Forum foi o
documentos electrónicos e interoperabilidade, os desafios documento drambora – Digital Repository Audit Method
da preservação digital e, ainda, o futuro dos profissionais Based On Risk Assessement – desenvolvido no âmbito do
de arquivo. projecto europeu dpe (Digital Preservation Europe) em
O principal ponto da agenda foi, porém, o desenvolvi‑ conjugação de esforços com o Digital Curation Center do
mento da segunda versão do MoReq – Model Requirements Reino Unido. Trata­‑se de um instrumento de apoio à auto­
for the management of electronic records (recordamos que a ‑avaliação de repositórios digitais. No desenvolvimento do
primeira versão do MoReq foi traduzida para português em projecto, está prevista, para 2008, a acreditação de audito‑
#03 Novembro > Dezembro 2007

2002, pelo ian/tt e iimf no âmbito do Programa siade, e res internos no uso desta ferramenta.
encontra­‑se disponível em <www.dgarq.gov.pt>). A actuali‑ Por último, destaca­‑se a apresentação do projecto em
zação do MoReq foi encomendada pela Comissão Europeia curso na dgarq para a criação de um Repositório de
em 2006, encontrando­‑se o projecto actualmente em fase de Objectos Digitais Autênticos (projecto roda), cujas solu‑
conclusão após ter sido submetido a um alargado painel de ções de desenvolvimento mereceram especial interesse de
revisores constituído por fornecedores de software, consul‑ outros arquivos nacionais presentes nas sessões. 0
tores organizacionais, utilizadores potenciais em diferentes Obtenha mais informação sobre:
sectores de actividade e arquivos nacionais de vários países, dlm­‑Forum em www.dlm­‑network.org/, MoReq2 em
incluindo Portugal. A versão final do MoReq2, na sua versão www.moreq2.eu, drambora em www.repositoryaudit.eu
original (inglês), estará disponível publicamente no início de e roda em http://roda.iantt.pt
2008, esperando­‑se que seja adoptada como standard euro‑ Cecília Henriques
40.ª citra, Quebeque 2007
portugal participou na 40.ª técnicos, científicos e de formação ‑Geral do ica; a discussão e apro‑
Conferência Internacional da Mesa dos arquivistas além de estratégias vação das resoluções deste citra;
Redonda de Arquivos (citra), na de gestão nacionais dos arquivos, a o ponto da situação quanto à
sessão dos Arquivistas Nacionais e cooperação entre arquivos, biblio‑ reorganização interna do ica, em
na Assembleia­‑Geral do Conselho tecas e museus e a cooperação termos de comunicação (novo site),
Internacional de Arquivos (ica) rea‑ internacional. Discutiram­‑se, por administrativos e financeiros (mais
lizadas no Quebec, entre 12 e 16 de exemplo: a experiência canadiana controlo e transparência); a aprova‑
Novembro de 2007 e nas quais esti‑ de integração institucional da ção das alterações da Constituição
veram presentes mais de 66 países. Biblioteca e do Arquivo Nacionais do ica criando novos cargos e o
Acordada entre a Direcção­‑Geral e de parceria com museus; a coo‑ sistema e calendário das eleições
de Arquivos e o iict e financiada peração regional no Pacífico ao com prazos entre 15 de Dezembro
por este último, esta participação, nível da formação profissional; o próximo e 15 de Março de 2008; a
através de Ana Cannas, directora portal da Associação Internacional proposta de quotas, flexibilizada em
do ahu, resultou no reforço da Arquivística Francófona (piaf); casos de dificuldade comprovada de
presença portuguesa no panorama a Biblioteca Digital Mundial e a pagamento, e a necessidade paralela
arquivístico internacional e das Biblioteca Digital Europeia; a neces‑ de estabelecer critérios mais justos
ligações com os países ou espaços sidade dos arquivistas serem capazes e claros para a sua fundamentação;
da lusofonia, concretamente com de comunicar com outros profissio‑ a adopção do dia 9 de Junho como
os colegas presentes de Angola, nais e com decisores; o reconheci‑ Dia Internacional dos Arquivos
Moçambique e Macau. Na sequência mento da dificuldade, mesmo em (data da fundação do ica, fará 40
da Reunião do Fórum dos Arquivos países desenvolvidos em prever os anos em 2008); a apresentação do
de Língua Portuguesa no ahu, efeitos das mudanças tecnológicas programa do próximo Congresso
renovou­‑se, junto do Secretariado­ na produção, caracterização, avalia‑ do ica, em Kuala Lumpur, Malásia
‑Geral do ica, a possibilidade de ção e selecção dos documentos de em Julho de 2008 e o anúncio do
organização no próximo Congresso arquivo electrónicos para memória seguinte, em Brisbane, Austrália,
Internacional de Arquivos (em futura. Valerá a pena notar que, Agosto de 2012.
Julho de 2008, em Kuala Lumpur) no debate, se referiu a utilidade da Finalmente, a ag debateu e aprovou
de uma sessão relativa à partilha da apresentação das dificuldades para as resoluções, que incidiram sobre os
informação, quanto ao património além dos resultados positivos. tópicos a seguir referidos e cujo texto
arquivístico comum, e considerando Da Assembleia­‑Geral, destacam­ integral pode ser consultado no site
a experiência luso­‑brasileira. ‑se: o apoio à proposta de David do ica http://www.ica.org:
De Portugal esteve presente Leitch para próximo Secretário­ 1. Relações entre arquivos, bibliote‑
também João Vieira, cas e museus.
coordenador do Dep. 2. Biblioteca Digital Mundial.
Inf., Bib. e Arquivos 3. Arquivos em museus e bibliotecas.
do ihru, na quali‑ 4. Comercialização de arquivos pri‑
dade de secretário da vados.
Secção dos Arquivos 5. Competências profissionais.
#03 Novembro > Dezembro 2007

de Arquitectura e do 6. Prevenção de desastres em arqui‑


Comité Editorial da vos.
Comma. 7. Medidas contra roubos.
Na citra, cuja tema 8. Prevenção a longo prazo dos
foi «Cooperação para documentos de arquivo digitais.
10 preservar a diversi‑ 9. Declaração Universal sobre
dade» e durante as Arquivos.
sessões dos grupos
de trabalho e dos Ana Cannas
Arquivistas Nacionais, D irectora d o A rquivo Históric o
debateram­‑se aspectos Ultramarino
i nf o r m a ç õ e s Arquivo Distrital
Arquivo Distrital da Guarda de Beja
decorreu no passado dia 28 de novembro na sala polivalente o arquivo distrital de beja,
do Arquivo Distrital, repleta de profissionais e alunos, a Jornada «Da preserva‑ realizou, nos dias 19 e 20
ção do documento à preservação da Informação». de Novembro, o Seminário
Esta iniciativa foi organizada pelo Arquivo Distrital da Guarda em colabo‑ «Documentos Electrónicos: impli‑
ração com as Câmaras Municipais de Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, cações na gestão e preservação».
Meda e Pinhel. A sessão de abertura foi presidida pelo Sr. Director – Geral da O Seminário, orientado pelo
dgarq, Dr. Silvestre Lacerda. Dr. Luís Corujo, realizou­‑se no
Das comunicações apresentadas pelas oradoras: Dra. Luísa Cabral; âmbito das reuniões do Grupo
Dra. Anabela Ribeiro e Dra. Manuela Pinto, salienta­‑se: de Trabalho das Câmaras
• Preservação dos documentos em suportes tradicionais, importância da defi‑ Municipais do Distrito de Beja,
nição de um plano/programa de preservação, em que se envolva transversal‑ que conta com a regular parti‑
mente toda a instituição, cipação dos técnicos superiores
• Transferência de suportes – microfilmagem e digitalização como meio de e profissionais de arquivo do
preservação de originais, de gestão de recursos, de informação e acesso. Distrito e contou com a colabora‑
• Preservação da informação em ambiente digital. Os benefícios da interacti‑ ção da Escola Superior de Gestão
vidade das novas tecnologias, vantagens da agregação da informação, que o e Tecnologia de Beja. Dada a
sistema analógico não permite. A obrigatoriedade de concepção e desenvol‑ importância programa temático
vimento do sistema de gestão de informação. a tratar, optou­‑se por alargar a
Oportunamente as comunicações serão disponibilizadas no site do Arquivo participação às chefias e aos téc‑
Distrital da Guarda www.adguarda.pt. nicos de informática das Câmaras
Cecília Lança Falcão Municipais, que aceitaram ade‑
rindo em elevado número.
Arquivo Distrital de Vila Real As temáticas abordadas
centraram­‑se na Gestão de
promovida pela delegação regional do norte da apbad
documentos electrónicos e
(Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas),
Sistemas Electrónicos de Gestão
decorreu no Arquivo Distrital de Vila Real, uma jornada técnica denominada
de Documentos, e ainda a
«Avaliação e selecção documentais: processo contínuo e sistemático».
Preservação Digital, tendo sido
Orientada por Paulo Mesquita Guimarães, a iniciativa teve o apoio do Arquivo
feita alusão aos seguintes docu‑
Distrital e contou com a participação de perto de uma centena de técnicos supe‑
mentos:
riores de arquivo, técnicos profissionais de arquivo e pessoal envolvido em pro‑
• Especificação MoReq (Modelo
cessos de selecção documental, oriundos de todo o continente, Madeira e Açores.
de Requisitos para a gestão de
A acção visou, essencialmente, orientar os formandos nos processos de diag‑
arquivos electrónicos);
nóstico, avaliação e selecção de massas documentais e a elaboração de relató‑
• Guia para a elaboração de
rios de avaliação e de autos de eliminação e superou todas as expectativas a
cadernos de encargos e ava‑
nível de participantes.
liação de software de Sistemas
Electrónicos de Gestão de
Protocolo de Colaboração Arquivos;
#03 Novembro > Dezembro 2007

celebrou­‑se, no passado dia 7 de novembro de 2007, um protocolo •n  p 4438 (Gestão de


de Colaboração entre a Direcção­‑Geral de Arquivos, o Arquivo Distrital de Documentos Electrónicos);
Portalegre e o Instituto Politécnico de Portalegre. • Estudo ica 16
Nos termos do referido acordo, o Arquivo Distrital de Portalegre cederá ao • Documentos de Arquivo
ipp o equipamento de microfilmagem e controlo de qualidade de microfilmes Electrónicos: Manual para
prestando, simultaneamente, apoio técnico no decurso do processo de transfe‑ Arquivistas; 11
rência de suporte. Em contrapartida, o Instituto Politécnico disponibilizará ao • Metainformação para a
adptg assistência técnica na área de informática e dois estagiários do Curso Interoperabilidade;
de Engenharia Informática, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, para • Reference Model for an Open
construção do seu web site oficial. Archival Information System
Arquivo Distrital de Portalegre (oais).
Editor
Direcção­‑Geral de Arquivos g1

Coordenação Aura Carrilho Alameda da Universidade


Design e paginação Guidesign 1649–010 Lisboa
Produção Guide – Artes Gráficas, lda. T 217 811 500
Tiragem 1000 exemplares F 217 937 230
Periodicidade Trimestral
ISSN 1646­‑785X acarrilho@iantt.pt
Depósito legal 265701/07 www.dgarq.gov.pt

Agenda

Exposição
11 de Janeiro a 22 de Fevereiro de 2008 a sua itinerância pelos arquivos
nacionais – resultado do reconhe‑
António Menéres cimento do mérito do trabalho
e da importância da divulgação
Dos anos do Inquérito à Arquitectura do documento final produzido a
Regional Portuguesa um leque mais alargado de públi‑
cos – com passagens previstas
tendo por base uma selecção durante o ano de 2008 para o
de fotografias (70) realizada a Centro Português de Fotografia e
partir do arquivo profissional Arquivos Distritais de Vila Real,
do arquitecto António Menéres, Bragança, Castelo Branco, Leiria,
o documento que se apresenta Évora e Faro.
ao público no mês de Janeiro de A abertura terá lugar no dia
2008 tenta dar a conhecer uma 11 de Janeiro de 2008 estando
certa realidade arquitectónica, programada uma sessão para o
antropológica e etnográfica mesmo mês em data a anunciar
do Portugal Contemporâneo, oportunamente na qual, para além
através de um percurso foto‑ do debate em torno dos conteúdos
gráfico resultante da acção do da mostra se alargará o âmbito da
arquitecto acima mencionado discussão tendo em conta a selec‑
enquanto membro da equipa da ção de documentos relacionados
Zona 1 do Inquérito produzido com o tema existentes no espólio
pelo Sindicato Nacional dos da Torre do Tombo que estarão
Arquitectos no final dos anos 50 e também em exposição, seguindo
tornado público no ano de 1961. exposição itinerante acompanhada uma prática habitual da instituição
Apesar de se basear num suporte de um Livro / catálogo que fixa e que recebe este evento.
impresso – texto e fotografia – a amplia a dimensão do material
mostra tenta ser, no seu conjunto, expositivo. Mário João Mesquita
#03 Novembro > Dezembro 2007

um documento oral que nos dá Esta iniciativa é igualmente A rquitecto D o cente


conta da imagem não erudita apoiada pela Faculdade de da Faculdade de A rquitectura
de um país e, assim, ao longo da Arquitectura da Universidade da Universidade d o Porto
transcrição de uma conversa de do Porto (faup) e pelo jor‑ D ou torand o em P rojecto
duas horas entre o autor e o arqui‑ nal «O Primeiro de Janeiro» e História da C idade
12 tecto António Menéres, falar, a e, após ter estado exposta na
propósito dessas mesmas imagens, faup entre os meses de Junho
de um património construído e e Julho e no Arquivo Distrital Direcção-Geral de Arquivos
Alameda da Universidade – Lisboa
humano que urge salvaguardar e, de Braga / Unidade Cultural da
Tel. 217 811 500 | fax 217 937 230 | grec@iantt.pt
sobretudo, transmitir e publicar. Universidade do Minho nos meses www.dgarq.gov.pt | 2.ª a 6.ª das 10:00h às 19:00h
O resultado deste trabalho é uma de Outubro e Novembro, continua Sábado das 10:00h às 12:15h

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