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PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO

Lei Nº _______________ , de __________ de ________________ de 2017

“DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DO SISTEMA DE


PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE COLETA DE
RESÍDUOS VOLUMOSOS COM O USO DE
CAMINHÃO ESPECÍFICO – “PAPA-ENTULHO”
ÂMBITO DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO, E
DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.”

O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO, usando da atribuição que lhe confere o


inciso IV, do art. 87, da Lei Orgânica do Município de Porto Velho, faz saber que a CÂMARA
MUNICIPAL DE PORTO VELHO aprovou e sanciono a seguinte:

LEI:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - Fica instituído no Município de Porto Velho o sistema de prestação de serviço


de coleta de resíduos volumosos como entulho, material de construção, podas ou derrubadas
de árvores e demais materiais não domésticos, com o uso de caminhões do tipo poliguidaste
denominado “papa-entulho”, a ser operado sob o regime de permissão do Poder Executivo.

Parágrafo único: As permissões sujeitar-se-ão sempre à fiscalização do Poder


Permissor com cooperação dos usuários.

Art. 2º. Define-se como papa-entulho o serviço de coleta e transporte em veículo


automotor de espécie caminhão, nos termos do art. 96, II, “b”, “7”, do Código de Trânsito
Brasileiro.

Art. 3º. O serviço de papa-entulho no Município de Porto Velho reger-se-á pelas


disposições desta Lei e das normas regulamentares expedidas pelo Poder Executivo Municipal,
observando-se, no que couber, a legislação Federal e Estadual aplicáveis à espécie.
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CAPÍTULO II

DOS DEVERES DOS PAPA-ENTULHOS

Art. 4º. O exercício da atividade do papa-entulho para transporte de resíduos da


construção civil e resíduos volumosos é privativo de agente permitido e autorizado pelo Poder
Executivo.

Parágrafo primeiro: Os transportadores são obrigados:

I – estar inscrito junto á órgão competente da Prefeitura Municipal com licença


ambiental, monitoramento ambiental e alvará de funcionamento em vigência;
II – obedecer e seguir a Lei 2.794/2011 – quanto à dimensão das caçambas,
sinalização, identificação, além de seguir as normas de estacionamento da caçamba, também
prevista na lei citada, ou deverão ser adotados novos padrões a serem elaborado pelo comitê
gestor;
III – utilizar dispositivos de cobertura de carga em caçambas estacionárias ou outros
equipamentos de coleta, durante o transporte dos resíduos;
IV – fornecer, quando operarem com caçambas estacionárias ou outros tipos de
dispositivos deslocados por veículos automotores:
a) comprovantes que identifiquem a correta destinação dada aos resíduos coletados;
b) documento simplificado de orientação aos usuários de seus equipamentos, com
informações sobre instruções de posicionamento da caçamba e volume a ser respeitado, tipos
de resíduos admissíveis, prazo de utilização da caçamba, proibição de contratar os serviços de
transportadores não cadastrados ou não licenciados, penalidades previstas em lei e outras
instruções necessárias;
V – encaminhar mensalmente ao Comitê Gestor relatórios sintéticos com
discriminação do volume de resíduos removidos e sua respectiva destinação, com
apresentação dos comprovantes de descarga em locais licenciados pelo Poder Executivo.

Parágrafo segundo: É vedado aos transportadores:

I – realizar o transporte dos resíduos quando os dispositivos que os contenham


estiverem com a capacidade volumétrica elevada ou acima da sua capacidade de transporte.
II – sujar vias e logradouros públicos durante a operação dos equipamentos de coleta
de resíduos;
III – fazer o deslocamento de resíduos sem o respectivo CTR quando operarem com
caçambas estacionárias ou outros tipos de dispositivos deslocados por veículos automotores;
IV – estacionar caçambas em vias e logradouros públicos quando elas não estiverem
sendo utilizadas para coleta de resíduos.
V – descartar resíduos em lugares sem licença ambiental ou que sejam proibidos
perante as leis vigentes.
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CAPÍTULO III

DA ESPECIFICAÇÃO DO VEÍCULO

Art. 5º. Os veículos destinados ao serviço de papa-entulho deverão atender,


obrigatoriamente, às seguintes exigências, sem prejuízo de outras estabelecidas por
regulamento:

I – ser vistoriado previamente pela Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito –


SEMTRAN ou apresentar vistoria, se pela secretaria solicitada;

II – estar licenciado regularmente no Órgão Estadual;

III – Possuir os seguintes equipamentos:


a) Número da permissão em adesivado na cor e padrão a ser definido pelo comitê
gestor.
b) Dispositivo com a inscrição “PAPA-ENTULHO” localizado na parte superior do para-
brisa;

IV – estar em excelentes condições de uso, na parte mecânica, elétrica, hidráulica e


estética;

V – as caçambas estacionárias deverão estar todas pintadas de cor padrão, aprovado


pela Comitê Gestor, e deverão estar em ótimo estado de conservação. Deverá conter a
sigla, marca e contato da permissionária;

Art. 6º. Os veículos em operação deverão ser submetidos à vistoria técnica inicial e
periódica a cada ano, a ser realizada pela SEMTRAN, concedendo-se prazo de 30 (trinta) dias
para adequação do veículo às exigências da Lei.

Art. 7º. Toda e qualquer alteração realizada no veículo deverá ser previamente
aprovada pela SEMTRAN, sob pena de imediata suspensão da autorização e seu posterior
cancelamento.

Art. 8º. No caso de substituição do veículo, o veículo substituto não deverá ser mais
antigo do que aquele substituído.

CAPÍTULO IV

DA AUTORIZAÇÃO DO SERVIÇO

Art. 9º. O número máximo de autorizações será limitado a 1 (um) unidade para cada
25.000 (vinte e cinco mil) habitantes ou fração, de acordo com a certidão oficial fornecida pelo
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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cada autorização poderá contar com até 5
(cinco veículos) e no máximo 150 (cento e cinquenta) caçambas.

Parágrafo único. A outorga da permissão terá um prazo de 05 (cinco) anos, podendo


ser renovada a cada 05 (cinco) anos, desde que as permissionárias cumpram as exigências
legais, apresentando toda a documentação estipulada no Decreto que regulamentará a
presente lei.

Parágrafo Segundo: Toda vez que houver uma relação inferior a apresentada no caput
deste artigo, o Comitê Gestor deverá encaminhar solicitação ao Secretário Municipal do Meio
Ambiente – SEMA, para que seja dado início aos procedimentos licitatórios para concessão de
novos permissionários.

Art. 10. Para a concessão, renovação e manutenção do Termo de Permissão


estabelecidos no art. 9 desta Lei, as interessadas deverão apresentar o devido Licenciamento
para desempenho das atividades do ramo e Alvará de localização e funcionamento exigido
pelo Município, ficando condicionado ainda o cumprimento das seguintes exigências:
I – fica vedado a permissionária a terceirização dos serviços de papa-entulho e locação
de caçamba estacionária.

II – Os estabelecimentos utilizados pelas empresas deverão obedecer as normas


municipais e demais exigências legais vigentes, devendo ocupar área para funcionamento de
no mínimo 250 metros quadrados;

III – as caçambas estacionárias deverão permanecer em local adequado e está vedado


o acumulo de água no fundo da caçamba;

IV – bens de capital sendo no mínimo:


a) um veículos apropriado ás características dos serviços e que satisfaçam as
especificações, normas, padrões técnicos e de segurança pela legislação vigentes,
devidamente licenciados e registrados nos Órgãos competentes;
b) Uma linha telefônica comercial;
c) Equipamentos imobiliários de escritórios;
d) Estoque com no mínimo 20 (vinte) caçambas estacionárias;

Art. 11. A permissão só poderá ser transferível, respeitando todos os requisitos desta
lei.

Art. 12. As permissões para os serviços de papa entulho serão expedidas depois de
satisfeitas as seguintes formalidades:

I – Apresentação dos documentos relativos a firma individual ou sociedade:


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a) Contrato social, registrado e arquivado na Junta Comercial de Rondônia, bem assim


certidão de alteração;
b) Alvará de localização e funcionamento;
c) Certidão negativa de protestos expedida pelos cartórios existentes na Cidade de
Porto Velho
d) Certidões negativas que comprovem regularidade com a Fazenda Federal, Estadual
e Municipal;
e) Certidão de regularidade com o INSS;
f) Certidão negativa de regularidade com o FGTS;
g) Certidão negativa de falência e concordata;
h) Quadro de empregado com comprovação técnica comprovada;
i) Relação de um ou mais veículos caracterizados para os serviços de papa entulho,
com propriedade das permissionárias, devidamente habilitado e dentro das
exigências e normas técnicas legais para o uso da prestação destes serviços, com
tempo de uso inferior a dez anos;
j) Os últimos dois balanços e relatórios das atividades e de descarte dos anos
anteriores, tratando-se de renovação.
k) Declaração expressa de que não existe fato superveniente impeditivo do registro
da permissão;

II – Documentos pessoais dos componentes da sociedade ou do titular da firma individual:


a) Carteira de identidade e CPF;
b) Certidão cível e criminal dos cartórios distribuidores da justiça Estadual e Federal de
Porto Velho

Parágrafo único: A documentação indicada neste artigo será também exigida na


renovação da permissão.

CAPÍTULO V

DAS TARIFAS

Art. 13. As tarifas serão propostas pelo Comitê Gestor, submetidos á Secretaria
Municipal do Meio Ambiente – SEMA, e aprovados pelo Chefe Executivo.

Parágrafo único: A tabela das tarifas será fixada nos estabelecimentos em local bem
visível ao público.

Art. 14. No estudo do custo dos serviços será levado em consideração o caráter social
dos serviços de papa entulho, a justa remuneração do capital, o melhoramento e expansão dos
serviços, procurando assegurar também o equilíbrio econômico e financeiro do
empreendimento.
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Parágrafo Primeiro: cobrar valores acima do tabelado configurará infração e


acarretará em multa de 20 (vinte) UPF’s (Unidade Padrão Fiscal), duplicando em caso de
reincidência e provocando a cassação do Alvará para o caso de uma terceira infração.

Parágrafo Segundo: o descarte irregular de resíduos, bem como, o não cumprimento


do Art. 4, desta Lei, acarretará em multa de 100 (cem) UPF’S, duplicando em caso de
reincidência e provocando a cassação do Alvará para o caso de uma terceira, no prazo máximo
de 12 meses.

CAPÍTULO VI

DO COMITÊ GESTOR

Art. 15. O Comitê Gestor – Comissão de Acompanhamento de Serviços de Papa


Entulho – CASPE - será composto por 6 membros titulares e igual números de suplentes,
representados pelo poder público Municipal e os representantes eleito das permissionárias
prestadoras de serviço, todos com mandato de 02 (dois) anos a saber:

I – representante do município

a) Um representante da Secretaria Municipal de Serviços Básicos – SEMUSB, que será


o presidente;
b) Um representante da Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SEMA;
c) Um representante da Procuradoria Geral do Município;
d) Um representante da Secretaria Municipal de Transito - SEMTRAN

II – Dois representantes dos papa-entulhos.

Parágrafo Primeiro: Os representantes e respectivos suplentes do Município serão


indicados pelo Secretário Municipal de cada Secretaria, e após a composição, todos deverão
ser nomeados pelo Chefe do Poder Executivo.

Parágrafo Segundo: O suplente de cada membro, com igual tempo de mandato,


deverá substituir o seu respectivo titular no impedimentos e ausências e sucede-lo no caso de
vacância.

Parágrafo Terceiro: É vedada mais de uma recondução dos membros titulares e dos
suplentes.

Art. 16. – Compete ao CASPE:

I – Controlar e fiscalizar o cumprimento da legislação sobre serviços de papa-entulho;


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II – receber e apurar denúncias contra os papa entulhos e remete-las a apreciação da


Secretaria Municipal do Meio Ambiente, por intermédio da fiscalização que aplicará as
medidas administrativas pertinentes ao caso, observado o princípio do contraditório de ampla
defesa;

III – propor ao Secretário da pasta normas suplementaras aos regulamentos desta Lei;

IV – propor os preços das tarifas;

V – pronunciar-se sobre a concessão ou renovação de concessão;

Parágrafo Único: A CASPE poderá assumir outras competências desde que definidas e
regulamentas pelo Chefe do Poder Executivo.

Art. 17 – As decisões do CASPE serão tomadas por maioria absoluta de seus membros
em voto aberto, cabendo ao seu Presidente o voto de qualidade.

Parágrafo Único: as atividades desenvolvidas pelos membros que compõe a CASPE


não serão remuneradas, sendo considerados de relevante interesse público.

CAPÍTULO VII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 18. As sociedades ou firmas individuais que atualmente se encontram prestando


serviços de papa-entulho terão o prazo de cento e vinte dias, para se adequarem as exigências
desta Lei.

Art. 19 – A Comissão de Acompanhamento dos Serviços de Papa Entulho – CASPE,


convocará todas as empresas prestadoras de serviços Papa-Entulho do Município de Porto
Velho, para apresentar comprovação dos pré-requisitos indicados nesta Lei.

Parágrafo Único: Serão convocados aqueles que possuem licença ambiental vigente
perante a Secretaria Municipal do Meio Ambiente - SEMA e que possuírem Alvará de
Localização.

Parágrafo Segundo: será dada preferência para as empresas ou firmas que já estiver
em atividade regular, sendo utilizado como comprovação listagem de empresas indicados
pelas entidades representativas da categoria.
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Art. 20. A Comissão de Acompanhamentos dos Serviços de Papa Entulho – CASPE,


elaborará a minuta do Termo de Permissão e a renovação de Alvará de todas as empresas de
serviços de papa entulho, observados os pré-requisitos nesta Lei.

Art. 21. A atuação desta atividade fim, sejam elas praticadas por pessoas físicas ou pessoas
jurídicas sem a sua devida permissão acarretará de 200 (duzentas) UPF’s (Unidade Padrão
Fiscal) e, em caso de reincidência, apreensão do veículo e das caçambas estacionárias.

Art. 21. Toda e qualquer aplicação de penalidade, deverá ser previamente notificado
empresa prestado de serviços, para posterior autuação, garantido a ampla defesa e o
contraditório.

Art. 22. O Poder Executivo fica autorizado a regulamentar a presente Lei, no que for
necessária a sua fiel execução.

Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Dr. Hildon Chaves


Prefeito do Município

Xxxxxxxxxxxxxxxx
Procurador Geral do Município

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