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Estudos sobre Transformadores de Potência:


Sistema Elétrico Celg
C. H. B. Azevedo, A. P. Marques, J. A. L. dos Santos, Celg D, e C. J. Ribeiro, EMC/UFG

para localização de informações das interrupções, dentre


Resumo - O transformador de potência é um equipamento de outros.
custo elevado e estratégico para o sistema de energia elétrica. Por O desenvolvimento desta etapa da pesquisa baseou-se:
causa de seu grande porte, o seu remanejamento ou substituição a) na identificação das partes que compõem os
são difíceis, onerosos e demorados. Nesse sentido, o objetivo deste
transformadores, que foram analisadas e divididas em
trabalho é apresentar as tendências de defeitos e falhas nesse
equipamento, com a identificação de pontos críticos, e os blocos, conforme é apresentado na Fig. 1; e
resultados da aplicação de uma nova metodologia para o b) na caracterização e análise dos pontos de falhas e de
aprimoramento de seus desempenhos. Diante dos resultados, defeitos detectados nesses equipamentos relativos às
evidenciam-se as viabilidades técnica e econômica da metodologia interrupções por falhas e por defeitos no período em
empregada, comparada a outras técnicas, em virtude da maior análise.
eficiência alcançada nas análises com a aplicação de um conjunto
de técnicas preditivas de manutenção preventiva (composta pela
detecção de descargas parciais pelo método de emissão acústica e
pela análise de gases dissolvidos em óleos).

Palavras-Chave - descargas parciais, emissão acústica,


manutenção preventiva, técnicas preditivas, transformadores de
potência.

I. INTRODUÇÃO

O objetivo deste artigo é apresentar as tendências de


defeitos e falhas nos transformadores de potência, com a
identificação de pontos críticos, e os resultados da aplicação
de uma nova metodologia para a área de manutenção
preventiva, em virtude de sua importante aplicabilidade no
setor elétrico. Fig. 1. Subdivisão do transformador de potência em blocos.
Os estudos realizados sobre o desempenho de
transformadores e autotransformadores do sistema elétrico da A faixa de potência nominal dos equipamentos abordados
Celg, acerca do número de interrupções de serviço, na área de neste trabalho foi de 0,15MVA a 150MVA, totalizando 255
transmissão de energia elétrica, correspondem a um período de equipamentos e bancos trifásicos, escalonados em 38 valores
28 anos – 1979 a 2007 – e referem-se a equipamentos de de potências nominais diferentes.
tensões nominais de 34,5kV, 69 kV, 138 kV e 230 kV [1]. O gráfico da Fig. 2 mostra o número de interrupções para
Para a caracterização e para as análises realizadas, foi os diversos componentes. A identificação dos pontos críticos,
desenvolvida uma planilha eletrônica, com base em pesquisas em relação às interrupções de serviço, por falhas e por
associadas tanto a softwares recentes como também a defeitos, refere-se aos seguintes componentes atingidos:
registros e antigos fichários (impressos) da empresa. Cabe enrolamentos (34%), comutadores de derivação (20%), buchas
observar que esta etapa do trabalho apresentou inúmeras (14%). Juntas, as interrupções associadas a esses três
dificuldades, relacionadas: à interpretação de dados em componentes representaram 68% do total, índice este que
fichários e consulta a registros localizados na oficina da poderia ser reduzido, caso fosse possível monitorar e
empresa, entrevistas com funcionários da área técnica, para diagnosticar falhas incipientes em tais equipamentos, por meio
confirmar e detalhar alguns dados das fichas, pesquisa em de técnicas preditivas adequadas [1]. O item “componente não
programas e registros; ao processo de filtragem em softwares identificado” (11 %) refere-se àqueles componentes dos quais
não se obtiveram registros confiáveis das ocorrências por
Este trabalho teve o apoio financeiro da Agência Nacional de Energia motivos diversos.
Elétrica (ANEEL).
A.P. Marques, C.H.B Azevedo e J.A.L. dos Santos fazem parte do quadro
As taxas de falha dos equipamentos de 34,5 kV, 69 kV,
de funcionários da CELG Distribuição (e-mails: andre.pm@celg.com.br; 138 kV e 230 kV (Tabela I) foram calculadas considerando-se
claudio.hb@celg.com.br; jose.augusto@celg.com.br). o número de equipamentos em operação, não se computando,
C.J. Ribeiro é docente da Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de
assim, os equipamentos em reserva no período de estudo.
Computação da Universidade Federal de Goiás (e-mail: cacilda@eeec.ufg.br).
2

considera-se importante implementar técnicas preditivas não


interruptivas do fornecimento de energia elétrica, como a
AGD e a de detecção de DPs. Além disso, propõe-se
acompanhar os resultados ao longo do tempo, de modo a se
planejar uma intervenção antes da ocorrência de uma possível
falha que leve o transformador a colapso.
Nesse sentido, para que a técnica de detecção de DPs seja
eficiente, é fundamental a observância de alguns
procedimentos e requisitos [4], como apresentado nessa nova
metodologia, a qual é composta das seguintes etapas:
a) conhecimento da geometria do projeto da parte ativa,
tanque e buchas do transformador;
b) mapeamento e definição da “assinatura” da atividade de
descargas parciais específica para o equipamento, no
ensaio de detecção, durante a realização do primeiro
Fig. 2. Número de interrupções de transformadores por componentes. ensaio;
c) realização do ensaio vinculado ao ciclo típico de carga do
TABELA 1 transformador sob avaliação, contemplando as diferentes
TAXAS DE FALHAS NO PERÍODO DE 1979 A 2007.
condições operativas às quais ele é submetido durante o
Tensão 34,5kV 69kV 138kV 230kV
ciclo de carga, definindo, portanto, a duração; e
Taxa (%) 1,40 2,03 1,36 0,49 d) análise de dados com base em diagnósticos comparativos
com transformadores de mesmo projeto (equipamentos
idênticos), submetidos ao ensaio simultaneamente.
II. NOVA METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE DESCARGAS
PARCIAIS EM TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA III. APLICAÇÃO DA METODOLOGIA
Comparando as técnicas preditivas utilizadas na Para a análise dos resultados dessa nova metodologia,
manutenção de transformadores de potência, consta-se que a apresentam-se aqui os ensaios de detecção de descargas
metodologia analisada neste trabalho (análise de gases parciais pelo método acústico [5] – [8], realizados
dissolvidos em óleo conjugada com o método de emissão simultaneamente em três transformadores de potência
acústica) possui caráter inovador porque apresenta maior trifásicos, de 33,33 MVA cada um. Dois deles são
eficiência em relação à localização de falhas incipientes denominados, respectivamente, T1 e T2 e são feitos por um
decorrentes de descargas parciais, ao contrário de outras mesmo fabricante (projetos idênticos). O outro, denominado
técnicas. A técnica de termografia, por exemplo, permite T3, possui projeto diferente dos dois primeiros. Juntos, eles
localizar pontos com elevações anormais de temperatura – fornecem um total de 100 MVA à rede primária de
como em conectores de buchas –, mas apenas externamente ao distribuição. Os ensaios foram realizados durante um ciclo
equipamento, sendo, portanto, bastante limitada no que diz completo de carregamento (vinte e quatro horas) e com a
respeito a defeitos ou falhas internos. A técnica de resposta em padronização adequada dos procedimentos realizados.
freqüência tem a desvantagem de só poder ser aplicada com o
transformador fora de serviço, ou seja, desligado, além disso,
não permite localizar pontos de falhas incipientes. A técnica Sistema SDP1 de 28 canais
de análise de gases dissolvidos em óleo isolante (AGD),
mesmo sendo uma técnica consagrada, também apresenta
algumas fragilidades, principalmente por ser de baixa
sensibilidade para detecção de descargas parciais [2] e por não Sistema SDP2 de 15 canais
permitir localizar a falha incipiente no interior do
transformador. Por isso, se usada isoladamente, a AGD pode
não ser suficiente, em certos casos, para detectar falhas
elétricas incipientes nesses equipamentos.
Nesse contexto se insere a detecção de descargas parciais
(DPs) pelo método de emissão acústica (EA), cuja
característica principal é a indicação, em coordenadas x, y e z,
da região onde está ocorrendo atividade de DPs [3].
No entanto, para a utilização da técnica preditiva de
detecção de descargas parciais, torna-se necessária a aplicação Fig. 3. Sistemas de detecção de descargas parciais (SDP1 e SDP2).
de uma metodologia que propicie mais qualidade nos
diagnósticos, conforme se apresenta neste artigo. Para viabilizar a análise dos resultados, foram utilizados 28
Como estratégia de manutenção nesses equipamentos, sensores piezoelétricos no T1 e T2 do Sistema SDP1
3

(equipamento DISP), sendo 14 sensores em cada um. No T3 realizados em campo, com esses dois sistemas de detecção
empregaram-se 14 sensores do Sistema SDP2 (equipamento utilizados (SDP1 e SDP2), eles possuem desempenhos
SH II), conforme Fig. 3. semelhantes e apresentam resultados eficientes para a
Vale observar que foi utilizado, para registrar os ruídos aplicação dessa nova metodologia. Os sensores de emissão
originados por chuva (caso chovesse), mais um canal do acústica foram posicionados nos três equipamentos
SDP2, chegando-se assim a um total de 43 sensores. considerando-se:
A Fig. 4 ilustra os equipamentos em operação em a) as características construtivas dos equipamentos
subestação de energia elétrica da Celg, submetidos aos ensaios (projetos);
simultaneamente. Os dois sistemas de detecção foram b) as características operativas do sistema; e
adequadamente conectados à malha de aterramento elétrico da c) os históricos dos equipamentos submetidos aos ensaios.
subestação. As dimensões (largura “X”, altura “Y” e comprimento
“Z”) e os desenhos dos transformadores encontram-se,
respectivamente, na Tabela 2 e nas Fig. 6 e 7.

TABELA 2
DIMENSÕES DOS TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA
Transformadores X Y Z Diagonal
de potência (mm) (mm) (mm) (mm)
T1 e T2 5.660 3.230 1.872 6.780
T3 5.565 3.322 1.735 6.709

T1 T2 T3 H1 H2 H3

Fig. 4. Ensaio de detecção de descargas parciais realizado simultaneamente


em três transformadores trifásicos de 33,33 MVA, 138kV/13,8kV cada um.
8 10

Na Fig. 5 ilustra-se o posicionamento de alguns dos


2500
1500

2500
42 sensores de emissão acústica nos transformadores, sendo 11
9
28 do Sistema SDP1 e 14 do Sistema SDP2, todos operando 8
em faixa entorno de 150 kHz, cujos valores são referentes às
frequências típicas de descargas parciais.

4052

Fig.6. Desenho do projeto dos transformadores de potência T1 e T2 (em mm).

H1 H2 H3

Sensores 8
460

de emissão
acústica 10

9 11
2026

Fig. 5. Posicionamento dos sensores nos transformadores de potência. 3940


Fig.7. Desenho do projeto do transformador de potência trifásico T3 (em mm).
Cabe ressaltar que, de acordo com os diversos ensaios
4

Conforme é descrito na norma NBR 15633/2008 [7], os tanque principal do equipamento, de forma a gerar um sinal
sensores de emissão acústica foram distribuídos na superfície acústico que possa ser percebido pelos sensores distribuídos
externa do tanque dos equipamentos, de forma a permitir que ao longo do tanque do transformador. Os sinais detectados
todo o volume interno fosse monitorado, e também pelos vários sensores foram comparados, para verificar sua
respeitando distâncias menores que 3 metros entre os sensores. consistência.
As condições ambientais foram medidas em três pontos Procedeu-se ao teste de abrangência dos sensores com um
diferentes e próximos aos equipamentos, no início e no final dispositivo também desenvolvido nesta pesquisa (ilustrado na
do ensaio, e os valores médios de temperatura e de umidade Fig. 8-b), para possibilitar a repetibilidade nos procedimentos
relativa do ar foram de 27,2 ºC e 37,1%, respectivamente. de ensaio. Os resultados deste teste foram satisfatórios e foram
O serviço em campo com esses equipamentos energizados registrados no arquivo de aquisição.
foi realizado atendendo-se às exigências de segurança no Em seguida, realizou-se a configuração inicial do sistema
trabalho, sendo que todos os membros da equipe possuem de 28 canais e do sistema de 14 canais (mais um de chuva),
formação preceituada pela Norma Regulamentadora do ajustando-se a sensibilidade do sistema de modo a fornecer um
Ministério do Trabalho e Emprego – NR10 (Segurança em padrão claro de emissão acústica. A sugestão é evitar o ruído
Instalações e Serviços em Eletricidade) e utilizaram originado por outras fontes, proporcionando uma configuração
adequadamente todos os equipamentos de proteção individual otimizada, para a análise futura dos resultados do ensaio.
e de proteção coletiva [8]. Outro critério importante adotado Para a conferência da montagem e da configuração do
neste trabalho foi a instalação do sistema de detecção de DPs sistema, realizou-se um pré-ensaio de duas horas
no lado em que os para-raios são de invólucro polimérico, aproximadamente. O horário dos dois sistemas de detecção de
evitando-se proximidade com os de porcelana, para maior descargas parciais (SDP1 e SDP2) foi ajustado de acordo com
segurança à equipe e aos instrumentos durante os ensaios. o horário do Centro de Operação do Sistema (COS).
Após a montagem do sistema de detecção, foi executada O período de tempo para o monitoramento depende das
uma verificação do acoplamento dos sensores e da condições operativas do equipamento e deve ser estabelecido
continuidade do circuito. Para isso, uma onda acústica caso a caso. Por isso, após as verificações e ajustes, com a
reprodutível foi gerada pela quebra de uma ponta de grafite confirmação de bom desempenho da instalação e da
2H, com 0,3 mm de diâmetro, sobre a parede do tanque, ao configuração, iniciou-se o ensaio, com o período total de
lado de cada sensor [7]. Assinale-se que foi quebrado sempre monitoramento estabelecido em 24 horas.
o mesmo comprimento de grafite (2 mm ou 3 mm, como é Cabe ressaltar que, durante a realização deste ensaio
recomendado), em um mesmo ângulo e orientação. A (conforme ilustra a Fig. 9), amostras de óleo dos três
amplitude do pico, detectada desse evento simulado, foi de equipamentos foram retiradas para a análise de gases
aproximadamente 90 dB e não houve variação maior que 3 dB dissolvidos (cromatografia) no laboratório da concessionária.
na média de todos os sensores. Essa verificação deve ser
repetida imediatamente sempre que houver indicações da
possibilidade de uma mudança na eficiência do acoplamento
ou na continuidade do circuito.
Sendo assim, para a realização deste teste (de verificação
das respostas dos sensores), foi utilizado um dispositivo
desenvolvido pela própria equipe para a quebra uniforme do
grafite, conforme ilustra a Fig. 8-a. A análise dos resultados
mostrou que os sensores estavam acoplados devidamente, uma
vez que as diferenças entre as médias das leituras individuais
de cada sensor, em relação à média geral, foram menores que
3 dB, valor este adotado neste trabalho.

Fig. 9. Amostras de óleo para a Análise de Gases Dissolvidos (AGD),


1,5 cm retiradas durante a realização dos ensaios de detecção de descargas parciais.
6,7 cm

IV. RESULTADOS
Os resultados das atividades detectadas nos três
transformadores de potência trifásicos T1, T2 e T3, de
33,33 MVA, 138kV/13,8 kV, monitorados simultaneamente
pelos dois Sistemas de Detecção de DPs, são apresentados nas
Figura 8. Dispositivos: (a) de acoplamento; e de (b) abrangência. Fig. 10, 11 e 12, respectivamente.

Na sequência, realizou-se uma verificação complementar,


chamada de teste de abrangência, que não substitui a anterior
(de resposta dos sensores). Esta consiste em abalroar um
objeto metálico contra as faces externas (uma por vez) do
5

Posição Y
Posição Y

Posição Z Posição Z
Posição X
Posição X
(a) (b)
Fig. 11. Transformador de potência trifásico T2 - gráficos: (a) do canal 8; e b)
TRANSFORMADOR T1, CANAL 3
das coordenadas em três dimensões;.
70

60 T1, Sensor de No 3 Os resultados das análises de gases dissolvidos (AGD)


50 realizadas em conjunto (simultaneamente) com o ensaio de
40 detecção de descargas parciais, nas amostras de óleo desses
HITS

30 transformadores, foram considerados normais de acordo com


20 os seus históricos de ensaios e com as características dos
10 equipamentos.
0
0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360
ANGULO (GRAUS)
Posição Y
Ângulo (graus)

(b)

TRANSFORMADOR T1, CANAL 5


80

70
T1, Sensor de No 5
60

50

40
HITS

30

20

10

0
0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360
-10
ANGULO (GRAUS)
Ângulo (graus)
Posição X Posição Z
(c)
Fig. 10. Transformador de potência trifásico T1 - gráficos: (a) das
Fig. 12. Transformador de potência trifásico T3 – gráfico das coordenadas em
coordenadas em três dimensões; b) do canal 3; e c) do canal 5.
três dimensões.

TRANSFORMADOR T2, CANAL 8


V. CONCLUSÃO
2500

As interrupções ocorridas por ano e por classe de tensão em


2000 T2, Sensor de No 8
transformadores e em autotransformadores, no período
1500 analisado (de 28 anos), no Sistema Elétrico em estudo,
apresentaram valores considerados baixos. Os pontos críticos
HITS

1000

500
desses equipamentos encontram-se nos componentes
enrolamentos, buchas e comutadores de derivação,
0
0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360 componentes esses que são os mesmos apontados no trabalho
-500
ANGULO (GRAUS)
realizado pelo CIGRE [3].
Ângulo (graus) Os parâmetros que indicam a necessidade de intervenção
(a) num determinado transformador que foi submetido ao ensaio
6

de descargas parciais pelo método de emissão acústica são: parciais por emissão acústica como técnica preditiva em manutenção de
transformadores de potência imersos em óleo”, Dissertação de Mestrado,
presença significativa de atividades detectadas de descargas
Escola de Engenharia Elétrica e de Computação, Universidade Federal de
parciais e/ou resultados críticos da cromatografia. Goiás, 2009.
No caso analisado, os resultados da aplicação da [3] I.A. Metwally, “Failures, Monitoring and New Trends of Power
metodologia apresentada, diante dos resultados dos ensaios de Transformers”, Potentials IEEE, vol. 30, pp. 36-43, Jun. 2011.
[4] C.H.B. Azevedo, A.P. Marques and C.J. Ribeiro, “Methodology for the
emissão acústica nos transformadores de potência trifásicos,
detection of partial discharges in power transformers using the acoustic
são os seguintes: method”, in Proc. EUROCON 2009 Conference, Saint Petersburg,
a) na proximidade dos canais 3 e 5 do Transformador T1 Russia, May, 2009.
(Fig. 10), na região do comutador de derivações em [5] Associação Brasileira de Normas Técnicas, “NBR 6940: Técnicas de
ensaios elétricos de alta tensão – medição de descargas parciais”, ABNT,
carga, podem-se identificar atividades características de
Rio de Janeiro, Brasil, 1981.
descargas parciais (hits com defasagens de 180 graus). [6] IEEE Guide for the Detection and Location of Acoustic Emissions from
Os demais canais só apresentam ruído, como, por Partial Discharges in Oil-Immersed Power Transformers and Reactors,
exemplo, ruído mecânico em virtude da atuação do IEEE Standard C57.127™-2007.
[7] IEEE Guide for Partial Discharge Measurement in Liquid-Filled Power
comutador de derivações em carga;
Transformers and Shunt Reactors, IEEE Standard C57.113-1991- R2002,
b) no Transformador T2, no canal 22 (canal 8 da Fig. 11-b), Dec. 2002.
na região do comutador de derivações em carga, verifica- [8] Associação Brasileira de Normas Técnicas, “NBR 15633: Ensaio não
se uma quantidade maior de hits com defasagens de 180 destrutivo – Emissão acústica – Detecção e localização de descargas
parciais e anomalias térmicas e mecânicas (DPATM) em transformadores
graus, relacionadas às atividades de descargas parciais;
de potência e reatores isolados a óleo”, ABNT, Rio de Janeiro, Brasil,
c) no transformador T3 (Fig. 12), não foram observadas 2008.
indicações evidentes de sinais que estejam associados à [8] Ministério do Trabalho e Emprego (2011, jul.), “Norma Regulamentadora
ocorrência do fenômeno de descargas parciais. NR 10: Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade”.
Disponível em: www.mte.gov.br
Sendo assim, diante dos resultados do ensaio e das
observações dos gráficos de apoio às análises, desenvolvido
nesta pesquisa, fica evidente a presença de atividades de VIII. BIOGRAFIAS
descargas parciais em pequena intensidade nos
Cláudio Henrique Bezerra Azevedo, nascido em
transformadores T1 e T2, recomendando-se um Goiânia, Goiás, em 27/05/1961.
acompanhamento periódico criterioso, de acordo com o Mestre em Engenharia Elétrica pela Escola de
cronograma de manutenção preventiva da empresa. Engenharia Elétrica e de Computação (EEEC) da
Universidade Federal de Goiás (UFG) e graduado
Nas Fig. 10, 11 e 12, destaca-se a importância da análise (1983) em Engenharia Elétrica na EEEC/UFG.
comparativa entre equipamentos similares, proporcionando Atua no Setor de Engenharia de Manutenção da
maiores informações de referência para análise dos resultados. CELG Distribuição S.A.
Vale observar que os três equipamentos têm a mesma idade
(seis anos) e estão submetidos às mesmas condições André Pereira Marques, nascido em Araguari,
operativas e climáticas. Minas Gerais, em 25/02/1961.
Mestre (2004) em Engenharia Elétrica pela
A viabilidade técnica dessa metodologia ficou evidenciada Escola de Engenharia Elétrica e de Computação
nos resultados dos ensaios obtidos em campo, em que sua (EEEC) da Universidade Federal de Goiás (UFG) e
utilização permitiu alcançar uma maior qualidade e eficiência graduado (1984) em Engenharia Elétrica na
nos diagnósticos dos equipamentos e maior acerto nas EEEC/UFG.
Atua no Setor de Engenharia de Manutenção da
tomadas de decisão. Tais características fazem dessa nova CELG Distribuição S.A. e também é professor do
metodologia uma importante ferramenta da área de Curso de Eletrotécnica do Instituto Federal de
manutenção. Portanto, trata-se de metodologia que também se Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG).
mostra plenamente viável economicamente, uma vez que os
diagnósticos e as ações de manutenção elaboradas com base José Augusto Lopes dos Santos, nascido em
nos seus resultados podem evitar os altos custos decorrentes Porto, Portugal, em 28/07/1954.
Graduado (1982) em Engenharia Elétrica pela
de desligamentos indesejados no sistema elétrico de potência. Escola de Engenharia Elétrica e de Computação
(EEEC) da Universidade Federal de Goiás (UFG).
VI. AGRADECIMENTOS Gerencia e atua no Setor de Manutenção de
Subestações da CELG Distribuição S.A.
Ao Setor de Engenharia de Manutenção e ao Setor de
Manutenção de Subestações, ambos da CELG Distribuição –
CELG D, e à Escola de Engenharia Elétrica e de Computação
da Universidade Federal de Goiás (EEEC/UFG).
Cacilda de Jesus Ribeiro, nascida em Matão, São
Paulo, em 08/08/1971.
VII. REFERÊNCIAS Doutora (2002) e pós-doutora (2004) em
[1] C.J. Ribeiro, A.P. Marques, D.C.P. Souza, C.H.B. Azevedo, B.P. Engenharia Elétrica pela Escola de Engenharia de
Alvarenga and R.G. Nogueira, “Faults and Defects in Power Trans- São Carlos da Universidade de São Paulo.
formers – A Case Study”, in Proc. Electrical Insulation Conference – Atua como professora adjunta na Escola de
EIC 2009, Montreal, Canada, June 2009. Engenharia Elétrica, Mecânica de Computação
[2] C.H.B. Azevedo, “Metodologia para a eficácia da detecção de descargas (EMC) da Universidade Federal de Goiás (UFG).

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