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2021
Bases para a
Consolidação da
Estratégia Brasileira
do Hidrogênio
Nota Técnica
GOVERNO FEDERAL
Bases para a
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
MME
Consolidação da
Ministério de Minas e Energia Estratégia
Ministro
Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior
Brasileira do
Secretária Executiva
Marisete Fátima Dadald Pereira
Secretário de Planejamento e
Hidrogênio
Desenvolvimento Energético
Paulo César Domingues
Assessor de Diretoria
Jeferson Borghetti Soares
Superintendentes
Empresa pública, vinculada ao Ministério de Minas e Energia,
instituída nos termos da Lei n° 10.847, de 15 de março de 2004, a EPE
Carla Achão
tem por finalidade prestar serviços na área de estudos e pesquisas Elisângela Medeiros de Almeida
destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético, tais como
energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados, carvão
mineral, fontes energéticas renováveis e eficiência energética, dentre Superintendentes Adjuntos
outras. Glauce Maria Lieggio Botelho
Gustavo Naciff de Andrade
Presidente
Thiago Vasconcellos Barral Ferreira
URL: http://www.epe.gov.br
Sede
Esplanada dos Ministérios Bloco "U" - Ministério de Minas e
Energia - Sala 744 - 7º andar – 70065-900 - Brasília – DF
Escritório Central
Praça Pio X, 54, Centro
No EPE-DEA-NT-003/2021
20091-040 - Rio de Janeiro – RJ 23 de fevereiro de 2021
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Índice
1. Introdução 2
8. Referências 29
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1. Introdução
Após décadas sendo tratado como uma fonte de energia de grande potencial e
disruptiva para o futuro, mas com significativos desafios tecnológicos e de mercado,
o hidrogênio tornou-se um objetivo estratégico de governos e empresas em todo o
mundo. Em particular, o mercado de hidrogênio ganhará momentum a partir de
políticas energéticas pós-pandemia para a retomada da economia e para acelerar a
transição energética em diversos países.
Assim, além dos mercados já tradicionais de fertilizantes, refino e outros usos (gases
industriais e hospitalares), novos mercados para o hidrogênio poderão ser
desenvolvidos nos segmentos de transporte, geração elétrica, armazenamento de
energia e processos industriais, entre outros.
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O perfil de suprimento de hidrogênio para o refino varia por região, como mostra a
Figura 2, ainda que se concentre na produção em unidades de craqueamento do
refino, como co-produto do processo, e de reforma a vapor do gás natural (SMR -
Steam Methane Reforming) no próprio sítio da refinaria.
4%
16% América do Norte
Europa
Ásia
Demais regiões
16%
64%
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Por fim, vale destacar que as aplicações energéticas ainda são muito limitadas, por
diversos fatores, como desafios tecnológicos de fontes de geração de hidrogênio de
baixo carbono, custos de produção, custos dos equipamentos para uso energético
do hidrogênio (inclusive aspectos relacionados à segurança), a dificuldade de
transporte e armazenamento, necessidade de desenvolvimento de arcabouços
institucionais, legais e regulatórios (desenho de mercado, normatização etc.), entre
outros.
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Por sua vez, a diferenciação do hidrogênio por teor de carbono associado à sua
produção tem implicações diferentes em termos de contribuições à mitigação das
emissões de GEE e prevenção das mudanças climáticas globais. Nesse contexto,
ainda que sob o ponto de vista técnico possa ser mais apropriado diferenciar o
hidrogênio através de um índice que reflita o teor de carbono associado à sua
produção, correntemente tem-se buscado diferenciar essa origem de produção
através do uso de jargões com referência à distinção de cores (IEA, 2019a):
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Os custos de produção das principais tecnologias, dados pela IEA (2020a), mostram
que as fontes fósseis, atualmente, têm custo menor que a eletrólise com geração
elétrica renovável. A gaseificação da biomassa ainda não é uma tecnologia madura,
mas Lee (2016) estima que em 2042 esta rota permita custos de produção de
hidrogênio competitivos. A Figura 6 apresenta faixas de custo de produção de
hidrogênio.
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Figura 8 – Projeções das faixas de custo nivelado para projetos de grande escala.
Fonte: Adaptado de BNEF (2020)
Neste estudo da BNEF (2020), a projeção para eletrólise com fontes renováveis
considera projetos de grande porte com estimativas de redução de Capex
significativas. Na produção via Reforma a vapor do metano, assumiu-se um custo
com gás natural de USD2019 1,1 a 10,3/MMBTU. Para a gaseificação do carvão, foi
adotada uma faixa de preços de USD2019 30 a 116/t (BNEF, 2020).
6
Contrinbuição
Custo de produção, USD/kgH2
significativa da
5 1,6 redução do custo
0,4 da eólica offshore.
0,2 -60%
4
3 6,0 1,3
2,6
1
0
Custo 2020 Capex Eficiência Outros Eletricidade Custo 2030
Componentes do custo de produção
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Nota: * Se CCUS não estiver disponível para estas aplicações usando fontes fósseis, o hidrogênio é a única
opção de descarbonização
Fonte: HYDROGEN COUNCIL (2020)
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Neste documento, se adota o termo “células a combustível” ao invés de “pilhas a combustível” por ser
mais comumente encontrado nos jargões de mercado e nos programas de governo.
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Além de poder ser utilizado diretamente como fonte de energia de baixo ou nulo
carbono (a depender do processo) em setores de difícil eletrificação, o hidrogênio
também pode ser utilizado como vetor para armazenamento de energia,
viabilizando maior entrada de renováveis variáveis como a eólica, a solar etc. Por
sua versatilidade de uso e capacidade de armazenar energia, o hidrogênio é
considerado um recurso com capacidade de promover o acoplamento entre os
mercados de combustíveis, elétrico, industrial, entre outros. Nesse sentido, o
hidrogênio poderá não apenas contribuir para a descarbonização profunda da
economia mundial, mas também promover uma maior dinâmica competitiva ampla
e descentralizada ao acoplar os diferentes segmentos de mercado.
Não por outro motivo, a partir de 2018, vários governos nacionais anunciaram ou
reforçaram estratégias e políticas para o hidrogênio (IEA, 2019b). Destaca-se que as
estratégias enfatizam como desafio central para o hidrogênio verde a necessidade
de redução dos custos.
Os EUA, que já tinham lançado sua visão (A National Vision of America's Transition
to a Hydrogen Economy—to 2030 and Beyond), seu roadmap (The National
Hydrogen Energy Roadmap), em 2002, e seus planos (Hydrogen Posture Plan, em
2006, e The Department of Energy Hydrogen and Fuel Cells Program Plan, em 2011),
atualizaram e ampliaram sua estratégia em 2020, lançando o documento The
Department of Energy Hydrogen Program Plan. O plano de 2020 definiu metas para
que o hidrogênio e suas tecnologias relacionadas se tornem competitivas no
mercado frente a seus concorrentes a partir dos avanços técnicos necessários para
tal ao longo do horizonte 2050.
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• Produção de Hidrogênio;
• Logística do Hidrogênio;
• Sistemas de Conversão;
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4,55
Milhões de Reais
2,84
1,98
1,57 1,34 1,90
1,13
0,08 0,02
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8. Referências
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