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Rio de Janeiro
2022
APRESENTAÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo compreender a questão da memória coletiva e
histórica em torno de clubes de futebol, procurando dar uma atenção também para os
ditos clubes “pequenos”, que além de esquecidos pela grande mídia, ainda são afligidos
com falta de profissionalismo na direção, em diversos níveis; crises financeiras oriundas
de má gestões ou patrocínios e calendários extremamente reduzidos, dentre outros
problemas. Apesar disso, é interessante observar que a tradição de um clube de bairro
permanece viva, principalmente no local e meio social que aquele clube está inserido,
geralmente sendo passada de pai para filho, o que significa que a memória e cultura
daquele clube permanece viva e ativa, mesmo que o time não ganhe mais nada ou até
mesmo seja extinto ou deixe de exercer atividades relacionadas ao esporte profissional
ou semiprofissional.
Dessa forma, utilizando as fontes bibliográficas disponibilizadas no curso desta matéria
e fontes complementares, além de matérias de jornais e vídeos disponíveis com
torcedores destes clubes, procura-se entender como uma comunidade local consegue
manter, através da memória e da história, um clube de futebol, seja grande ou pequeno;
e mais ainda, como consegue fazer deste um patrimônio – muitas vezes não-oficiais –
importante para a continuação da tradição e história da própria comunidade, gerando
uma espécie de simbiose entre a história e memória da comunidade e a história do
clube.
Desta forma, é possível entender que em um grupo de torcedores, por exemplo, apesar
de cada indivíduo possuir suas próprias lembranças e memórias, ainda haverá uma
construção coletiva de memória, podendo dizer ainda que tal construção coletiva
influencia na construção individual e vice-versa. É importante lembrar também que essa
formação de memória não é algo que ocorre de uma só maneira homogênea, mas sim,
em processos diferentes para cada indivíduo, não sendo algo estático. A memória se faz,
refaz, muda e se desenvolve de acordo com o contexto no qual ela se forma para um
sujeito.
Fica claro que a construção dessa memória coletiva pode ser vista como parte de um
processo maior, um processo de manutenção da história local, tanto de um clube quanto
de uma comunidade; além de servir como uma construção de uma própria identidade
coletiva com sua própria expressão cultural. Isto pode levar à patrimonialização da sede
de um time ou da torcida, visto que, de acordo com Silva (2011),
“A patrimonialização é uma ação que tem como finalidade fomentar o desenvolvimento através
da valorização, revitalização de uma determinada cultura e do seu patrimônio cultural. ”
https://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL203713-5606,00-
TORCIDA+DO+FLAMENGO+SERA+TOMBADA+COMO+BEM+CULTURAL+D
O+RIO.html