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III) Pesquisar sobre a diferença entre crime Habitual e Crime Continuado em face ao

artigo 229 (Casa de Prostituição)


Crime continuado está previsto no art. 71 do código penal, criado para afastar o apenamento
excessivo em desfavor do agente, obedecendo ao princípio constitucional da proporcionalidade
da pena. Ou seja, é a modalidade de concurso de crimes que se verifica quando o agente, por
meio de duas ou mais condutas, comete dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas
condições de tempo, local, modo de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser
havidos como continuação do primeiro.
Crime habitual é aquele que demandam uma habitualidade no seu exercício para a concretização
do delito. Ocorre uma reiteração de atos, que se considerados individualmente, são indiferentes
penais, contudo, se agrupados, constituem um tipo penal. É necessária a demonstração do crime
como estilo de vida do agente.
No presente artigo em estudo (art. 229) nota-se que há habitualidade do tipo penal por falar em
manter, mesmo não havendo a intenção de lucro ou de mediação. Apesar do Estado, na maioria
das vezes, fazer vista grossa e a conivência da sociedade, não se exclui a ilicitude ou mesmo a
culpabilidade do crime.
Vale ressaltar o entendimento do STJ a luz do artigo 229:

O princípio da adequação social é um vetor geral de hermenêutica segundo o qual,


dada a natureza subsidiária e fragmentária do direito penal, se o tipo é um modelo de
conduta proibida, não se pode reputar como criminoso um comportamento socialmente
aceito e tolerado pela sociedade, ainda que formalmente subsumido a um tipo
incriminador. A aplicação deste princípio no exame da tipicidade deve ser realizada
em caráter excepcional, porquanto ao legislador cabe precipuamente eleger aquelas
condutas que serão descriminalizadas. A jurisprudência desta Corte Superior orienta-
se no sentido de que eventual tolerância de parte da sociedade e de algumas
autoridades públicas não implica a atipicidade material da conduta de manter casa de
prostituição, delito que, mesmo após as recentes alterações legislativas promovidas
pela Lei n. 12.015/2009, continuou a ser tipificada no artigo 229 do Código Penal. De
mais a mais, a manutenção de estabelecimento em que ocorra a exploração sexual de
outrem vai de encontro ao princípio da dignidade da pessoa humana, sendo incabível a
onclusão de que é um comportamento considerado correto por toda a sociedade.

Em suma, não há atipicidade da lei, e sim a ineficiência dos órgãos responsáveis pela
persecução penal.
IV) Pesquisar sobre a incidência dos tipos penais da Bigamia e do Erro Essencial
(art.236) envolvendo agentes homoafetivos ou transexuais

A bigamia é a convolação de novas núpcias por pessoa casada proibido expressamente


pelo Código Penal, afim de proteger o casamento e a estrutura familiar.
No julgamento da ADPF 32/RJ, o STF permitiu o reconhecimento da família na união
pública, contínua e duradoura entre pessoas de igual sexo. Portanto, atualmente é
possível o casamento homoafetivo o que também enseja o impedimento para novas
núpcias pouco importando o sexo do outro cônjuge, contrair novo matrimônio.
Quanto ao erro essencial, presente no artigo 236, trata-se de lei penal em branco
homogênea, sendo preciso buscar em outra lei as hipótese de erro essencial e dos
impedimentos matrimoniais. A configuração do crime depende da caracterização do
erro na esfera cível. O tipo exige conduta comissiva, ou seja, é o induzimento a erro não
se caracteriza por mera ocultação de fato, senão pela prática efetiva de atos direcionados
a enganar o consorte.
Se o agente induz o outro contraente a erro essencial (artigo 1.557 ou 1.521) e o
casamento se realiza, a ele será imputado o crime tipificado no referido artigo.

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