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Conceitos Básicos

Ética
É um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociendade.
Teve a sua origem do grego ethos, que significa modo de ser, costume ou hábito. Esse termo
reflete o carácter e a natureza de cada indivíduo enquanto forma de vida adquirida ou
conquistada.

Globalização
É um processo de aprofundamento internacional da integração económica, social, cultural e
politica que teria sido impulsionada pela redução de custos dos meios de transporte e
comunicação dos países no final do sec. XX e início do sec. XXI.

Ética e globalização
Se considerarmos que o objetivo maior da ética é orientar a conduta humana tendo em vista
ampliar as liberdades públicas e privadas a fim de promover o bem viver, podemos afirmar que
as forças econômicas que animam a globalização estão muito distantes de uma conduta ética.
Contrariamente do que escreveu Von Mises acerca das leis praxeológicas, as leis do mercado -
sob os influxos da nova revolução tecnológica - conduzem a maior parte da humanidade a uma
exclusão e desumanização crescentes.
Em suas bases fundantes, o neoliberalismo, é inconsistente. Contudo, boa parte dos economistas
e políticos que o difundem atualmente, não problematizaram adequadamente os seus
pressupostos.
O grande desafio que a ciência e a técnica colocam ao agir humano, para a elaboração de uma
Ética atual, poderia ser formulado da seguinte maneira: pela primeira vez na história, nossa
civilização coloca cada ser humano, cada nação, cada cultura, em face de uma problemática ética
comum.
Diante de todos os aspectos, surge com urgência a necessidade de uma ética da responsabilidade
solidária, que seja capaz de afrontar os desafios emergentes e de assegurar aos homens a
capacidade de governar os efeitos do poder que eles efetivamente possuem. Para enfrentar este
desafio da situação atual, as morais fundadas no sujeito se mostram totalmente incapazes. Elas
não podem assegurar um equilíbrio entre a responsabilidade moral e as crescentes capacidades
técnicas que o homem atual possui. O sujeito isolado se mostra completamente impotente diante
da responsabilidade a nível mundial, exigida pelas conseqüências universais de ações
particulares. Só uma Ética capaz de fundamentar uma responsabilidade universal e solidária
poderá enfrentar este imenso desafio.
Um outro desafio ético que a situação atual nos coloca provém do lado social surgido da
globalização. Podemos chamá-lo de desafio político. É um fato que depois da derrubada do muro
de Berlin, acontecida em 1989, possibilitou a aceleração do fenômeno da globalização na
economia, na política e nos quadros jurídicos institucionais e seus efeitos. Esse novo fenômeno
mudou, por exemplo, a natureza do capital. Existe atualmente uma autêntica pulverização de sua
propriedade. Hoje os fundos de pensão e de investimento detêm uma posição estratégica no
controle do capital e na definição de sua utilização. Existe igualmente uma crescente mobilidade
dos fluxos financeiros internacionais. Tornou possível também a mudança da natureza do
trabalho. Antes o trabalho, o capital e a terra eram apenas três fatores da produção. Nos dias de
hoje a produção tem se tornado mais “intensiva no conhecimento”, isto é, o conhecimento se
torna crucial, e o saber tornou-se um fator de diferenciação no trabalho. O que vale é o trabalho
qualificado e criativo, e este passou a ser escasso em comparação com a relativa abundância do
capital que circula pelo mundo. Mudou, finalmente, o papel do Estado com a globalização. Este
tem agora que conciliar o nacional e o internacional, tem que criar condições estruturais de
competitividade em escala global.
Surge assim, pela primeira vez na história, a tarefa de dar um sentido humano ao
desenvolvimento em escala mundial, como um outro imenso desafio atual, precisamente no
momento em que a idolatria do mercado gerou um vazio ético e acelerou o fim das utopias
revolucionárias.
Nunca foi tão urgente o desafio de recriar uma ética universal da solidariedade. Não deixa de ser
estranho que no momento em que a globalização, sobretudo econômica, se torna um fenômeno
universal, se proclame por toda parte a impossibilidade teórica de uma ética universal.
Diferentemente, quando consideramos as condições de realização histórica da liberdade podemos
formular outros critérios que servem para nortear as condutas humanas em meio ao novo cenário
peculiar à globalização. Por somente considerar eticamente defensável a conduta que promova as
liberdades públicas e privadas eticamente orientadas, os atores sociais que defendem a
democracia substantiva reafirmam a necessidade de que as mediações materiais, políticas,
educativas e informacionais sejam compartilhadas socialmente, a fim de que cada ser humano
possa desenvolver suas valiosas qualidades, realizando-se a si mesmo como pessoa e
contribuindo para a expansão das liberdades públicas e privadas. Isto requer, sob uma
perspectiva histórica, a efetivação de um outro modelo de sociedade, em que a economia seja
determinada a partir da política, subordinando assim as transações no mercado ao bem viver,
eticamente orientado, de toda a humanidade.
Estranho, muito estranho, porque a situação atual, e a nível mundial, está marcada
fundamentalmente por quatro vergonhas político-morais que afetam gravemente a nossa
existência: a fome e a miséria que conduz à inanição e à morte de um número cada vez maior de
seres humanos e de nações; a tortura e a contínua violação da dignidade humana sobretudo em
Estados despóticos; o crescente desemprego e disparidade na distribuição de renda e riqueza; e a
ameaça de destruição da humanidade pelo perigo ainda não totalmente superado de uma guerra
nuclear e pelo desequilíbrio ecológico. Tudo isso exige mais do que nunca uma resposta
solidária, capaz de responsabilizar-se pelas conseqüências de nossas ações a nível planetário.
A globalização, que veio de mãos dadas com a revolução tecnológica e as mudanças econômicas,
após vencida sua primeira fase de instalação, qual seja, a integração dos mercados mundiais,
agora nos apresenta um novo desafio que são os desdobramentos e os impactos nas instituições
jurídicas. O grande desafio é saber qual a eficácia e o alcance dos institutos jurídicos e de seus
instrumentos legais para essa nova realidade do homem globalizado.
Ao lado disso, não se pode olvidar o papel da ética e da moral para o direito moderno, bases de
uma sociedade justa e correta. Tal realidade pode ser constatada pelo simples fato de que, na
prática, a aplicação concreta do direito faz-se por intermédio da justiça distribuída por um
homem – o juiz – a quem o sistema jurídico incumbe o honroso mister de solucionar a
controvérsia entre as partes litigantes em busca de uma sentença.
A globalização económica impõe ao homem o dever de ser rico, de ter, de possuir a todo custo, e
as inovações tecnológicas são os trilhos que conduzirão a locomotiva da desonestidade, sob o
vão pretexto de que os fins justificam os meios, afastando cada vez mais os seres humanos dos
valores éticos e morais recebidos de berço. E imbricado nesse sistema da “lei de Gerson”, da
facilidade a qualquer custo, encontra-se o direito, com todas as suas vertentes e determinantes.
É sobre essa crise no direito que se pretende tratar no presente texto, levando em conta os
aspectos da globalização, que tornou o mundo em uma aldeia global, e levou consigo os valores
da ética e da moral que nos foram transmitidos pelos nossos patriarcas.
Vivemos hoje em contextos cada vez mais complexos e mutáveis, que clamam por um direito
contextualizado, um direito que atenda às necessidades do homem atual, que já não são mais as
mesmas do homem inserido no contexto do século passado.
O que se pode afirmar de concreto é que o Estado e o direito, nos moldes radicionais que estão
implantados na sociedade hoje, não se adequam às evoluções sociais vividas pelo homem dentro
da sociedade. Hoje, mais que nunca, o direito precisa tomar outros rumos se quiser atender aos
anseios desse homem globalizado.
O direito tem que se voltar para meios alternativos, ou seja, o direito deve ser um direito de
negociações, de mesas redondas, de arbitragem e mediação.
O certo é que os caminhos que nos trouxeram até aqui não serão os mesmos que nos levarão
daqui para adiante. E por conta dessa realidade é válido analisar até que ponto o direito
positivado, com uma lógica formal e inflexível, pode atender a contento os anseios desse homem
globalizado, em especial no que concerne ao aspecto ético e moral. Há necessidade de se manter
a ética e a moral sem perder de vista o direito justo e sua correta aplicação ao caso concreto.

Materialização dos valores éticos em Moçambique


Não são apenas as pessoas que devem considerar os valores éticos ao tomarem decisões, pois o
mesmo se aplica às empresas. Se uma organização deseja que a ética seja um dos seus valores,
precisa que isso seja seguido por todos, principalmente pelos gestores e líderes de equipa, pois é
na atitude deles que os colaboradores irão se basear para se comportarem no dia-a-dia do seu
trabalho.
Em um local em que uma equipa de gestão não demonstra respeito pelos outros e que as decisões
são tomadas sempre com o objectivo de obter vantagens, ignorando os valores éticos, isso se
torna parte da cultura da empresa, influenciando a todos a comportarem-se da mesma forma.
Como resultado, um colega poderá puxar o tapete do outro e o clima, que deveria ser de trabalho
colaborativo para atingir um mesmo objectivo, se torna altamente competitivo e tóxico.
Por outro lado, vale lembrar que contar com uma liderança ética não garante que todos os
colaboradores agirão da mesma maneira, porém, deixa claro a eles que atitudes que fujam disso
não serão aceites, que o que evita o mau comportamento se alastre. Se basear em valores éticos
sólidos ao gerir uma empresa não é positivo apenas do ponto de vista da convivência, pois
também influencia sua reputação da companhia perante a sociedade e consequentemente, à
lucratividade.
A título de exemplo, já estive em dois momentos nada agradáveis, em que trabalhei em duas
empresas de ramos diferentes mas com líderes de gestão sem valores éticos e morais. Em que nas
duas empresas exerci funções com duração de 1 mês (contratos de trabalho com duração de 1
mês) e nas duas empresas não foi efectuado o pagamento pelos serviços prestados, quando
questionados os gestores de RH das duas empresas sobres os motivos do não pagamento dos
serviços prestados um alegou falta de fundo e que teria que aguardar e o gestor da outra empresa
alegou que o não pagamento seferiu-se ao facto de não ter concluído as tarefas conforme
espetado pela sua empresa.
As ações dos gestores em causa não foram de acordo com os valores morais e éticos que
orientam o homem, os valores morais são definidos como respeito à vida, não apenas a vida
individual, mas sim a vida colectiva, já que vivemos em sociedade, dependendo uns dos outros.

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