Resenha crítica

Obra: 1922
Apresentação da obra: Um fazendeiro confessa o assassinato da esposa,
após ser “perseguido” por sua alma, a partir da culpa que sentia.
Estrutura: Livro conta com 376 páginas; edição 01 publicada em 03/02/2012
Descrição do conteúdo:
Em 1922, o orgulho de um homem eram as terras e o filho, sua esposa,
que havia herdado muitos acres de terra, tinha outros planos, queria morar na
cidade. No entanto, seu marido Wilfred não concordava com a ideia da esposa,
então se propôs a comprar a parte das terras da esposa Arlette, mas ela não
quis vender a ele, preferiu vender a estranhos e dividir o dinheiro com o marido
e se divorciar, para ir embora e realizar seu sonho de ter uma loja. Contudo,
queria levar o filho com ela para a cidade, o marido não aceitava e ficou com
muita raiva da esposa, pensou em procurar a lei para resolver tudo, mas ficou
com vergonha do que os vizinhos iriam pensar, virou um homem frio e
calculista, enquanto isso seu filho Harry se interessou pela filha de um vizinho,
Wilfred usou isso para convencer o filho em seu plano macabro, fez o filho ficar
contra a própria mãe, ela teve uma discussão com o filho, em uma noite, na
hora do jantar, disse que venderia a terra e abriria uma loja de roupa, e iria
levar o filho com ela.
O marido fingiu em concordar com a ideia de ir morar na cidade dizendo
que seu filho o convenceu a vender as terras; a esposa ficou muito feliz com
isso bebeu falou da vizinha para seu filho Harry dizendo a ele o que ele deveria
fazer com ela falou várias coisas Harry ficou nervoso com a mãe saiu da mesa
e logo após foram todos dormir. O menino falou para seu pai que a mãe não
podia falar assim da moça de quem ele gostava, então o pai se aproveitou
disso e fez a cabeça do filho falando que matar a mãe era o único jeito de
resolver tudo aquilo que estava acontecendo. Então, naquela noite eles a
mataram, enrolaram-a em um lençol e a levaram. Havia um poço na
propriedade onde moravam, decidiram jogar o corpo no poço, o pai se
arrependeu do que fez, mas não disse nada, o menino ajudou o pai a matar a
mãe e depois ajudou limpar a casa e jogar as roupas e o colchão sujo de
sangue dentro do poço.
Naquela época a mulher era assunto do marido ninguém se metia, se
ela desaparecesse ninguém iria atrás. No dia seguinte apareceu um advogado
procurando por Arlette, o marido diz que ela foi embora e fez o filho mentir para
o advogado que não gostou do que ouviu. Sabendo que a polícia apareceria
para saber o que aconteceu com Arlette, por que havia sumido, Harry diz para
o pai para cobrir o poço, mas acharam melhor utilizar um animal da fazenda
para não gerar suspeitas sobre o poço, então mataram o animal e o jogaram
junto de onde estava Arlette, assim, seria compreensível que enchessem o
poço de terra. Mais tarde chegou o delegado, antes que ele perguntasse
qualquer coisa já foram falando sobre o acidente com a vaca no poço o
delegado pediu da esposa e Wilfred continuou afirmando que ela havia ido
embora, o delegado então pediu para entrar na casa falaram mais da esposa,
falaram das terras dela e o delegado fez várias perguntas saíram da casa
falaram do acidente com a vaca no poço, mas o delegado não quis nem olhar o
poço.
A namorada do menino comentou com o pai dele que Harry estava
estranho, o pai desconversou dizendo que estava tudo bem, então começaram
a acontecer coisas estranhas no meio da noite, um dia o menino chega em
casa e discute com o pai por causa da namorada que estava grávida, e então a
culpa e remorso de Harry vem à tona, pois começa a pensar que se sua mãe
estivesse viva o ajudaria. Sabendo da situação o pai da menina veio falar com
Wilfred, e disse que a filha ia para um internato até a criança nascer, depois a
entregaria para a adoção, queria ajuda para pagar a internato, Wilfred não
queria ajudar, porém o filho, um garoto de 15 anos queria fugir com a
namorada grávida, o pai dele não deixou que fugissem então acabaram
discutindo novamente.
No dia seguinte o filho pega o carro e vai para a escola, e o pai vai ao
banco pedir um empréstimo, ao retornar para conversar com o filho, descobriu
que ele tinha ido atrás da namorada, que deixou uma carta ameaçando o pai,
dizia que se fosse atrás dele, ele contaria tudo o que havia acontecido para o
xerife, o pai então ficou sozinho na casa e começou a ter alucinações, pegou o
empréstimo no banco, e quando ele foi guardar o dinheiro em um armário, um
rato mordeu sua mão, que ficou muito ferida.
Naquela noite, Wilfred voltou a ter alucinações, o vento fazia a porta
bater e então ele começou a ver sua esposa em pé na porta, ela caminhou até
ele e falou sobre seu filho, contando que o filho começou a roubar, e buscou a
namorada no internato para ficarem juntos, em um assalto ela havia levado um
tiro, o pai escutando a mãe pedia a ela para que ela o matasse, mas ela não
fez o que ele pedia e continuava sussurrando tudo que Harry havia sofrido e
feito outras pessoas sofrer.
A namorada do menino acabou morrendo com o tiro, e ele morreu em
seguida de tristeza e frio, o pai teve que amputar a mão que o rato havia
mordido, ficou no hospital por alguns dias. O delegado foi até ele conversar e
falar sobre seu filho morto, Wilfred ficou muito triste quando soube do filho.
Todos da comunidade ficaram sabendo sobre Harry, em seu velório, estavam
apenas seu pai, o fantasma de sua mãe e vários ratos, que representavam a
sujeira e podridão que havia se transformado sua vida. Wilfred desanimado
com tudo o que aconteceu, sentindo-se culpado, foi até o vizinho na intenção
de vender as terras, o vizinho zombou dele, disse que suas terras eram
amaldiçoadas e que não iria comprar, Wilfred acabou perdendo as terras para
o banco e foi trabalhar na cidade, uma escolha a qual sempre foi contra e que
motivou seus pensamentos assassinos contra a esposa.
Análise crítica:
Pelo que se percebe com a leitura, a história contém poucos
personagens, mas transforma-se em uma leitura intrigante. Considerando ser
uma época muito diferente da nossa realidade, torna a história machista,
resquícios de uma época em que a figura feminina não tinha muito valor.
A obra traz uma ideia de o quanto o dinheiro e a ambição podem mudar
o ser humano, que no caso dessa obra destruiu a vida de duas famílias,
gerando a morte de inocentes, assim como acontece diariamente em nossa
sociedade.
Uma das frases mais reflexivas da obra “Eu acredito que há outro
homem dentro de cada homem. Um estranho. Um homem calculista.”, que nos
faz pensar que não conhecemos ninguém verdadeiramente, que todos
podemos ser bons ou maus a depender da situação em que estivermos, mas
pior do que isso, podemos nos corromper pela sede de poder.
A ambição pelos acres de terra, que o fariam um fazendeiro muito mais
poderoso, vão mexendo com a cabeça do ator principal, e deixam o leitor mais
curioso para ver o final dessa trama macabra. No entanto, o final é inesperado,
pois Wilfred acabou sozinho e sem nada, poderia pelo menos ter ficado com as
terras, que era tudo o que ele queria. Restando para o leitor uma análise de
senso comum, que aponta para o fato de que nem sempre o dinheiro é capaz
de tornar a vida melhor e mais feliz.

Autor: Stephen King

Gilson Zanardi, acadêmico de Pedagogia na Instituição ESAB