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1. Skinner e o comportamentalismo
Principais Conceitos
“A ciência é uma disposição de tratar com os fatos, ao invés daquilo e se possa ter dito sobre ele s... . É a
busca da ordem, da uniformidade, de situações ordenadas entre os eventos da natureza. Começa como
todos nós começamos, pela observação de episódios singulares, mas rapidamente avançada regra geral
para a lei científica” (Skinner, 1953, pp. 15-16 na ed. bras.).
Os eventos passados são assumidos como dados suficientes para começar a prever eventos futuros
similares.
O comportamento, embora muito complexo, pode ser investigado como qualquer fenómeno observável.
“Desde que é um processo, e não uma coisa, pode ser facilmente imobilizado para observação. É mutável,
fluido e remanescente, e, por esta razão, faz grandes exigências técnicas da engenhosidade e energia do
Psicologia da personalidade_aula 5, ISEDEL 2021- Leonardo Ediasse Page 1
cientista. Contudo não há nada essencialmente insolúvel dos problemas que surgem deste fato” (Skinner,
1953, p. 17 na ed. bras.). O comportamento é aquilo que se pode observar o organismo fazendo. É mais
exacto dizer que o comportamento é aquela parte do funcionamento um organismo que está engajada em
agir sobre ou manter intercâmbio com mundo exterior” (Skinner, 1938, p. 6).
A análise científica do comportamento começa pelo isolamento das artes simples de um evento complexo
de modo que esta parte possa ser melhor compreendida. A pesquisa experimental de Skinner seguiu tal
procedimento analítico, restringindo-se a situações susceptíveis de uma análise Científica rigorosa. Os
resultados de seus experimentos podem ser verificados independentemente e suas conclusões podem ser
confrontadas com os dados registados.
Personalidade
Personalidade, no sentido de um eu separado, não tem lugar numa análise científica do comportamento.
Personalidade é definida por Skinner como a colecção de padrões de comportamento. Situações
diferentes evocam diferentes padrões de respostas. Cada resposta individual é baseada apenas em
experiências prévias e história genética. Skinner argumenta que, se você basear a definição do eu em
comportamento observável, não é necessário discutir ou a personalidade.
O budismo também conclui que não há eu. A teoria budista não acredita que haja uma entidade chamada
“personalidade” ; há uma superposição de comportamentos e sensações, sendo que nenhum deles é
permanente. Skinner e os budistas desenvolveram suas ideias com base no pressuposto de que não há
ego, eu ou personalidade, excepto se os caracterizarmos como uma colecção de comportamentos. Ambas
teorias chegam a enfatizar que uma compreensão adequada das causas do comportamento evita
confusão e mal-entendidos.
As teorias divergem em suas explicações das causas, pois a análise de Skinner não se refere a aspectos
éticos e motivacionais, aspectos que são importantes no budismo; permanece enfocada no
comportamento em si mesmo no decorrer de sua apresentação.
Condicionamento e Reforçamento
Condicionamento Respondente
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Comportamento respondente é comportamento reflexo. O organismo responde automaticamente a um
estímulo. Seu joelho move-se de forma abrupta quando se dá uma pancadinha no tendão patelar; seu
corpo começa a transpirar quando a temperatura externa aumenta; a pupila de seu olhos contrai-se ou
dilata-se dependendo da quantidade de luz que chega à sua superfície. Pavlov descobriu que o
comportamento respondente pode ser condicionado. Seu experimento clássico uniu um estímulo neutro,
uma campainha, com a chegada do alimento de um cão. O cão geralmente saliva quando a comida lhe é
mostrada. Pavlov demonstrou que após algumas exposições á comida junto com o som da campainha, o
cão passa a salivar ao som desta, sem a apresentação da comida. O cão foi condicionado de modo que
agora respondia a um estímulo que previamente não evocava nenhuma resposta. Como o cão de Pavlov,
podemos ser condicionados a salivar quando entramos num restaurante ou ouvimos a campainha do
jantar. O condicionamento respondente é facilmente aprendido e manifestado; grande parte da publicidade
é baseada neste fato.
Condicionamento Operante
O seguinte exemplo ilustra algumas facetas do condicionamento operante: estou tentando ensinar minha
filha a nadar. Ela gosta de água, mas não tem vontade ou tem medo de molhar a cabeça ou o rosto, ou de
soltar bolhas em baixo da água. Isto tem retardado consideravelmente o processo. Concordei em lhe dar
uma bala se ela molhar o rosto. Quando ela o fizer livremente, eu lhe darei uma bala somente se
mergulhar toda a cabeça. Depois que ela for capaz de fazer isto, ganhará uma bala apenas se soltar
bolhas em baixo da água. Actualmente, ainda estamos nas fases iniciais deste acordo. Às vezes ela
deseja ganhar uma bala e coloca seu rosto na água. Outras vezes ela não quer a bala e se recusa a
executar o comportamento de molhar o rosto.
Reforçamento
Um reforço é qualquer estímulo que aumenta a probabilidade de uma resposta. No exemplo acima, a bala
era o reforço. Era oferecida somente depois que um determinado comportamento se completava com
sucesso. Reforços podem ser positivos ou negativos. Um reforço positivo causa a ocorrência de um
comportamento ou resposta desejados. É um estímulo que incentiva o comportamento desejado. Um
reforço negativo reduz ou elimina uma resposta. “Os reforços negativos denominam-se adversos no
sentido em que constituem aquilo de que os organismos ‘fogem’ ” (Skinner, 1971, p. 26 na ed. bras.). Os
reforços positivos ou negativos regulam ou controlam comportamentos. Este é o cerne da posição de
Skinner; ele propõe que o comportamento seja compreendido como condicionado por uma combinação de
reforços positivos ou negativos. Além disso, é possível explicar a ocorrência de qualquer comportamento
se houve um conhecimento suficiente dos reforços em jogo.
Controle do Comportamento
Muitos psicólogos preocupam-se com a predição do comportamento; Skinner está interessado no controle
do comportamento. Se podemos provocar mudanças no ambiente, podemos começar a controlar os
comportamentos.
Somos todos controlados pelo mundo em que vivemos, e parte deste mundo tem sido e será construída
pelos homens. Eis a questão: Devemos ser controlados pela casualidade, por tiranos ou por nós mesmos
num modelo cultural eficaz?
O perigo do uso impróprio do poder é possivelmente maior do que nunca. Ele não é mitigado pela
dissimulação dos fatos. Não podemos tomar decisões sensatas se continuamos fingindo que o
comportamento humano não é controlado, ou se recusamos o engajamento no controle quando resultados
valiosos podem estar próximos. Tais medidas enfraquecem somente a nós mesmos, deixando a força da
ciência para outros. O primeiro passo na defesa contra a tirania é a revelação mais completa possível das
técnicas de controle. Não é hora para auto-decepção, indulgência emocional, ou adopção de atitudes que
já não são úteis. O homem se defronta com uma difícil prova. Deve conservar a cabeça no lugar, agora,
ou deve recomeçar-um longo caminho de volta” (Skinner, 1955, pp. 56-57).
Crescimento Psicológico
Análise Funcional Análise funcional é uma análise de comportamentos em termos de relações de causa e
efeito. Trata todo aspecto do comportamento como “função” de uma condição que pode ser descrita em
termos físicos. Assim, o comportamento e suas causas podem ser descritas sem ficções explanatórias.
Recompensa
Recompensar respostas corretas melhora a aprendizagem. É mais eficaz que o controle aversivo
(punição), uma vez que recompensas dirigem comportamentos para um objectivo. O uso de recompensas
é um modo bastante selectivo e eficiente de controlar o comportamento.
Obstáculos ao Crescimento
Punição. Punições informam somente sobre o que não fazer, ao invés de informar sobre o que fazer. Não
capacitam uma pessoa a aprender qual é o melhor comportamento para uma dada situação. É o maior
impedimento para uma real aprendizagem.
Comportamentos punidos não desaparecem. Quase sempre voltam, disfarçados ou ligados a novos
comportamentos. Estes podem ser modos de evitar punições adicionais ou podem ser formas de
represália contra a punição original. A prisão é um caso exemplar que demonstra a ineficiência da
punição. A vida da prisão não ensina aos reclusos meios socialmente mais aceitáveis de receber as
recompensas que desejam; apenas os pune por terem cometido vários comportamentos criminais. Se um
prisioneiro não aprendeu nada de novo, não é absurdo pressupor que uma vez em liberdade-exposto ao
mesmo ambiente e ainda dominado pelas mesmas tentações-este prisioneiro repita os mesmos
comportamentos. O alto índice de criminosos que voltam à prisão pelos mesmos crimes parece corroborar
estas observações.
Outro problema relativo à punição é que esta reforça exclusivamente a pessoa que está punindo.
Maslow, acreditam que o conceito uma pessoa sobre si mesma é determinada por seu desejo de
crescimento e autoatualização.
3. A necessidade de intimidade e amor: apegar-se aos outros, ser aceito, pertencer a alguém
As necessidades na base da hierarquia devem ser pelo menos parcialmente satisfeitas para que as
necessidades subsequentes se tornem em fontes essenciais de motivação (depois: Maslow, 1970).
Auto atualização
Avaliar sua própria experiência, ouvir seus sentimentos, e não tradições, autoridade ou opinião da
maioria
Tomar responsabilidade
A maioria dos psicólogos humanistas não discute que as variáveis biológicas e os factores ambientais
podem influenciar o comportamento, mas enfatizam o próprio papel do indivíduo em determinar e criar o
seu próprio destino e, assim, suavizar o determinismo, característica de outras abordagens. As pessoas
são, em sua maioria, gentis, buscam o crescimento e a auto-realização. Elas também podem mudar e são
activas. A psicologia humanística atribui especialmente elevados critérios de saúde mental. O autocontrolo
ou a adaptação ao meio ambiente não são suficientes. Só sobre um indivíduo cujo desenvolvimento visa a
auto-realização, podemos dizer que ele é mentalmente saudável. Em outras palavras, a saúde mental é
Tarefa
Estude de novo esta aula e faça dois quadros resumo das duas teorias da personalidade, indicando os
elementos principais de cada teoria.
Bibliografia
• Fadiman, J. & Frager, R. 1939. Teorias da personalidade; Sampaio, C. P., Safdie, S. (Tradução). -
São Paulo: HARBRA